aspectos históricos da ginástica de academia em porto velho
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aspectos históricos da ginástica de academia em porto velho
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR NÚCLEO DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ASPECTOS HISTÓRICOS DA GINÁSTICA DE ACADEMIA EM PORTO VELHO NALDO BATISTA DE OLIVEIRA Porto Velho-RO 2012 ASPECTOS HISTÓRICOS DA GINÁSTICA DE ACADEMIA EM PORTO VELHO Orientando: Naldo Batista de Oliveira Orientadora: Profª Ms Silvia Teixeira de Pinho Trabalho de Monografia apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia, como requisito parcial para colação de grau em Licenciatura Plena em Educação Física. Porto Velho-RO 2012 NALDO BATISTA DE OLIVEIRA DATA DA DEFESA: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho Julgamento:_____________ Assinatura:_____________________________________ Prof. Ms. Ramón Nuñez Cardenas Julgamento: ______________ Assinatura:____________________________________ Prof. Ms. José Roberto de Maio Godoi Filho Julgamento:________________ Assinatura:_____________________________________ DEDICATÓRIA ‘’Aos meus queridos pais, e familiares que acreditaram sempre no meu potencial. Toda essa graça alcançada, somente foi possível por acreditar e esperar em Deus’’. AGRADECIMENTOS A minha amiga e orientadora a Profª. Ms. Sílvia Teixeira Pinho, pelas diretrizes segura, e permanente incentivo e paciência. A todos que direta ou indiretamente colaboraram na elaboração deste trabalho. A todos os acadêmicos do curso de Educação Física, em especial a minha turma, aos acadêmicos, Bruno, Felipe Damião, Felipe Sílveira, Ibrahim, Carlo Magno, Carlos Henrique. Estendo meus agradecimentos a todos os Professores deste curso, com carinho e admiração aos Professores; Hélio, Sílvia Pinho, Ivete de Aquino, Ricardo Canto, João Guilherme, Ramon. Minhas congratulações a todos os proprietários de Academias de Ginástica, que colaboraram nesta pesquisa, aos amigos professores destas Academias, ao Conselho Regional de Educação Física (CREF8). Apesar de não frequentar muito a igreja, Deus sabe o quanto o amo, o quanto sou temente, e agradecido por tudo que acontece na minha vida. Outro pilar na minha vida e minha família, meus pais, e irmãos. Sem vocês, não teria alcançado essa empreitada, de uma luta diária, e de muitos anos de busca por este momento. EPIGRAFE Veja! Não diga que a canção está perdida Tenha fé em Deus tenha fé na vida Tente outra vez!... Beba! (Beba), pois, a água viva Ainda tá na fonte (Tente outra vez!) Você tem dois pés para cruzar a ponte Nada acabou! Não! Não! Não!... Queira! (Queira!) Basta ser sincero E desejar profundo Você será capaz De sacudir o mundo Vai! Tente outra vez! Raul Seixas. RESUMO O presente estudo abordou as Academias de Ginástica de Porto Velho do ponto de vista Histórico. O objetivo deste trabalho é descobrir os principais aspectos históricos das Academias de Ginástica de Porto Velho, e mais precisamente as primeiras Academias, os serviços oferecidos e o ano de criação. Através de um sorteio foram selecionadas 10 Academias, e aplicado um questionário de perguntas direcionado aos proprietários destas Academias, e a metodologia utilizada foi tipo Descritivo Quantitativo. Constatou-se que as primeiras Academias de Ginástica dessa cidade, foram criadas na década de 80, e os serviços oferecidos eram: (STEP, JUMP, MUSCULAÇÃO E AERÓBICA). E oportuno salientar que as pessoas tinham uma grande preocupação com o corpo físico, a busca por saúde, estética e emagrecimento. Importante frisar também que, toda essa ótica e na visão dos proprietários de Academias, que relataram ainda que a maioria das pessoas que frequentavam esses locais, eram funcionários públicos, seguidos de funcionários de empresas privadas e estudantes e donas de casa. UNITERMOS: Academias, Ginástica, História. ABSTRACT The present study addressed the Fitness Centers Porto Velho from the viewpoint history. The objective of this study is to discover the major historical aspects of Fitness Centers in Porto Velho, and more precisely the first Academies, the services offered and year of creation. Through a raffle were selected 10 Academies, and a questionnaire of questions directed to the owners of these academies, and the methodology used was kind Quantitative Description. It was found that the first Fitness Centers that city, were created in the 80s, and the services offered were: (STEP, JUMP, STRENGTH AND AEROBIC). And worth noting that the people had a great concern for the physical body, the quest for health, beauty and weight loss. Also important to note that all this light and vision of the owners of Academies, which also reported that most of the people who frequented these places were civil servants, followed, by employees of private companies and students and housewives. KEY WORDS: Academus, Gyn, Story. 1 – INTRODUÇÃO Desde sua origem mais remota, o homem vem adaptando-se, criando fórmulas, buscando soluções para seguir adiante o seu processo de evolução. Em função de um habitat hostil o homem primitivo desenvolveu hábitos especiais para essas condições. A luta pelo alimento, sobrevivência, faziam de seu dia-a-dia ‘’uma longa e intensa lição de Educação Física’’ (MARINHO,1981). Os movimentos sistemáticos desse homem contemporâneo são iguais aos utilizados pelo homem primitivo. O homem contemporâneo apenas metodizou na busca de recuperar o físico perdido em função da ociosidade e do sedentarismo que o progresso proporcionou (MARINHO, 1981). Como alternativa de sair da ociosidade e do sedentarismo TOSCANO, (2001) sugere a prática de atividade física, tendo em vista os benefícios à saúde. Portanto, espaços específicos foram criados, as Academias são um bom exemplo, pois, prestam serviços, de avaliação, prescrição, e orientação de exercícios, sob supervisão direta de profissionais de Educação Física. Essa ligação do homem com a atividade física, impulsionou em (387 A.C) o filósofo grego Platão (429-347 A.C.) a criar uma escola nos jardins consagrados ao herói Ateniense Academus, que, embora destinada oficialmente ao culto das musas, teve intensa atividade filosófica. Aquele local, onde se ministrava o ensino das práticas esportivas, lúdicas e prendas, recebeu a denominação de AKAdemia, em homenagem ao referido herói, (CAPINUSSÚ, 1985). A primeira academia no mundo segundo Capinussú, (1985), tão remota origem surgiu, com uma abrangência bem ampla, tornando-se, através dos tempos, agentes multiplicadores do saber nas várias áreas que se propunham abordar. Já no Brasil a criação da primeira academia de ginástica, coube a um japonês, conhecido por Conde Maeda Koma, o pioneirismo na cidade de Belém do Pará, no ano de 1914. Em relação as Academias criadas no Brasil, Lovisolo, (2006), relata que o culto ao corpo se tornou praticamente um estilo de vida contemporâneo e assim, nesse cenário, a identidade dos corpos corresponde ao equilíbrio entre beleza, saúde e juventude. Além disso, nos dias atuais a compreensão de saúde, muitas vezes, se confunde com os valores estéticos. Alguns adeptos as suadas horas de treinamento estão a procura de corpos belos e perfeitos, que na realidade propagam os ideais de uma política de mercado. Vale ressaltar que, no final da década de 70 e no início da década de 80, surgiu uma nova moda nas Academias do Rio de janeiro que logo se espalhou pelo país, a ginástica aeróbica. A ginástica aeróbica vem com propósitos de melhoria da performance e saúde por meios de exercícios de saltitamento (alto impacto), e de deslocamento (baixo impacto) (NOVAES, 2001). No estado de Rondônia, e no município de Porto Velho não é diferente dos demais estados brasileiros, no tocante ao crescente número de Academias de ginásticas. Em virtude dos fatos mencionados deseja-se saber, quais os principais aspectos históricos das Academias de Ginástica em Porto Velho? 2 – QUESTÕES DE PESQUISA - Quais as primeiras Academias de Ginásticas de Porto Velho e os serviços oferecidos? - Qual o período de criação destas Academias e o tempo de atuação? - Qual o perfil dos clientes ao longo dos anos? - Quais os aspectos qualitativos e quantitativos relativos à participação da comunidade em geral ao longo dos anos? - Qual o contexto social e político da época de criação? 3 – JUSTIFICATIVA Estudar história é reviver o passado, valorizar os fatos relevantes de uma sociedade. É através da história que o homem registra, e preserva todos os fatos ocorridos, para que gerações futuras possam ter conhecimento. Estudar este contexto histórico dá condições de entender as estruturas econômicas, sociais, políticas, religiosas, ideológicas e jurídicas da sociedade à época. A partir do estudo do passado podemos entender o processo de transformação da natureza, realizado pelo acúmulo de conhecimento dos homens, além de abrir horizontes de transformações em nossa sociedade. O estudo trata-se de uma contribuição para o resgate da história da ginástica de academia em Porto Velho. Faz-se necessário o resgate para uma melhor compreensão dos fatos ocorridos no passado, rever erros e acertos, analisar toda história. Este trabalho servirá de base para trabalhos futuros, haja vista que, a criação das primeiras Academias de ginástica em Porto Velho são fenômenos relativamente recentes, e existem poucos relatos sobre o processo histórico de criação das mesmas. 4 – OBJETIVOS Objetivo Geral: Pesquisar os principais aspectos históricos das Academias de ginástica em Porto Velho. Objetivos Específicos: - Identificar as primeiras Academias de Porto Velho e os serviços oferecidos; - Investigar o período de criação destas Academias e o tempo de atuação; - Analisar o perfil dos clientes ao longo dos anos; - Conhecer os aspectos qualitativos e quantitativos relativos à participação da comunidade em geral ao longo dos anos; 5 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5.1. As Academias de Ginástica: uma viagem pela história Através da resolução n.104963, do Ministério do trabalho, publicada no Diário Oficial da União, de 10 de fevereiro de 1984, à página 2112, seção 1, ACADEMIA pode ser conceituada como empresa que se dedica a ministrar cursos de Ginástica, balé, danças, musculação, lutas, e cultura física de modo geral, lecionados por professores diplomados em cursos Superiores de Educação Física, além da aplicação de duchas, saunas e massagens, mediante orientação de médicos diplomados em medicina desportiva, (CAPINUSSÚ,1985). No campo físico-educativo, as Academias, também conhecidas pela denominação de Ginásios, existem em moldes organizacionais desde o século passado, quando o alemão conhecido como Professor Attila, montou em Bruxelas (1867) uma instituição destinada ao ensino da cultura física com a utilização de aparelhos. Posteriormente, em 1885, o Francês Edmond Desbonnet abriu na cidade de Lile (Rua Nicolas Leblanc) a segunda academia em território Europeu, (CAPINUSSÚ, 1985). Faz-se necessário ressaltar, porém, que o homem sempre valorizou a prática regular dos exercícios físicos sendo que em cada civilização, teve um caráter distinto. Fato este atestado através da história das principais civilizações orientais, segundo os historiadores, as mais antigas da humanidade. Consta ainda dessa época o lendário personagem FO-HI, autor dos textos primitivos que Confúcio ampliaria e comentaria, o ‘’ livro das transformações ‘’ (MARINHO,1981) Por outro lado, a análise de Mello (1997) permitiu a consideração da importância da prática das atividades físicas, nesse espaço, bem como fazer uma analogia entre os ritmos delas e o ritmo das ações desenvolvidas na vida cotidiana da sociedade contemporânea, automatizada e voltada para o mercado, chegando à conclusão da interdependência entre lazer e trabalho. Trata-se de outro estudo que constata a relação entre os conteúdos físico esportivos do lazer e os sociais, aqui não apenas em conteúdo mas também em forma, ou seja, a procura de vivência do componente lúdico da cultura. Coelho Filho (2000) distingue duas realidades polares de Academias de Ginástica: as menores, com relações mais pessoais, e as maiores, mais impessoais nas relações ou mais voltadas para o mundo dos negócios. Constata, inclusive, o privilégio dado para os profissionais do sexo masculino em grandes Academias e o equilíbrio entre os dois sexos nas pequenas. Constata, ainda, que nas grandes Academias, há restrição para o trabalho de profissionais à medida que eles envelhecem. Verifica também que o praticante atual muitas vezes quer alcançar metas a curto prazo e modelar o corpo, influenciado pela mídia, sendo que quase sempre o profissional é instado a adaptar-se à demanda. Seu estudo revela que a competência, muito valorizada no mercado das grandes Academias de ginástica, do Rio de Janeiro, local onde realizou sua pesquisa, é a da animação, que talvez supere a competência técnica. Assim, percebe-se que á busca pelas relações pessoais e animação é motivo da prática de exercícios físicos nas Academias. Segundo Dreher e Godoy (2003), o avanço tecnológico mundial e a concentração da população nas grandes cidades são os princípios causadores do sedentarismo, devido à falta de tempo e pelo excesso de trabalho, há uma influência direta no cotidiano das pessoas, portanto, tem-se uma necessidade maior de serviços de Academias que proporcionem soluções para esse problema do sedentarismo, ou que pelo menos o amenize. A prática de atividades físicas tem sido altamente valorizada nos dias atuais, tendo em vista os diversos fatores que abalam a estrutura qualitativa da vida humana. O stress das grandes cidades, questões ligadas ao sedentarismo, má alimentação, entre tantos outros fatores, são elementos significativos que impulsionam as pessoas a procurarem válvulas de escape, capazes de minimizar esses efeitos deteriorantes da qualidade da existência (TAHARA & SILVA, 2003). A busca da melhoria da condição e aparência física, e as preocupações que por sua vez aparecem cada vez mais associadas à própria noção de saúde também são responsáveis pela expansão desse setor (MASCARENHAS ET AL., 2007; MARCELLINO, 2003). Isto exige dos profissionais de Educação Física conhecimentos que vão além dos aspectos físicos e biológicos do movimento humano. Incorporada à prática de exercícios físicos e aos discursos que envolvem estética e saúde, estrutura-se a dinâmica indústria do fitness que exige dos profissionais atuantes deste ramo da Educação Física constante atualização, na qual as estratégias de “vendas” e de consumo perpassam pela criação de novos produtos, para atender a demanda de novas “necessidades” do publico alvo. A ginástica tradicional, a musculação e o step training, praticados no início da década de 90, agora dividem espaço com o BodyAttack, BodyBalance, BodyCombat, BodyJam, BodyPump, BodyStep, Bodyvive e RPM . Além do PowerJump e o PowerPool. Programas, ou melhor, produtos que integram a Les Mills Body Training Systems3 e o Sistema Brasileiro da Body Systems4, respectivamente. Mas, embora o discurso legitimador utilizado por esta grande empresa seja o da saúde, pode-se inicialmente inferir que essa extensa opção de programas de ginástica tenha uma preocupação, sobretudo com a estética. A evidência do argumento aqui proposto é ainda maior quando a cada trimestre há o lançamento de novas aulas, com publicidade específica dessas “novidades” criadas pelo programa. Em meio a tantos recursos para remodelar o corpo só é considerado feio, fora de forma, flácido, o não ginástico. O culto ao corpo se tornou praticamente um estilo de vida contemporâneo mas, não talvez de uma simples vida, mas de uma vida tecno-científica. A incessante busca de um ganho suplementar de saúde, juventude e beleza conquistam a cada dia um espaço extraordinário nos meios científicos e artísticos, na mídia e em todas as esferas da nossa vida (COUTO, 2007). O corpo neste cenário assume um lugar central, pois é nele que se inscrevem as possibilidades de embelezamento através do consumo de exercícios, vestuário, mídia, etc. O corpo situa-se como objeto de consumo, investimento e desejo devido aos apelos de sedução editados pelos meios de comunicação. Consequentemente, afirmam-se cada vez mais tipos e modelos de corpos socialmente aceitos e fortemente identificados, com a exacerbada depreciação estética do produto padronizado pela grande massa (COUTO, 2007). Existem vários autores como Nahas (2007), Novaes (2003), Netto (2001) e Pitanga (2003), entre outros, que estudam e publicam pesquisas envolvendo a prática de exercício como promoção de saúde e, se não menos importante, ao apelo midiático que se sofre todos os dias. O discurso baseia-se na ideia de que para manter-se saudável é necessário praticar exercícios físicos regularmente e manter hábitos e alimentação saudáveis (COUTO, 2007). Entretanto, suspeita-se que esse não seja o único motivo pelo qual ocorra uma demanda considerável de indivíduos a procura de Academias de Ginásticas. Essa grande demanda e o crescente número de programas de exercícios físicos leva a refletir e a investigar a importância do que é ser saudável e esteticamente belo para esses corpos que frequentam as Academias de Ginástica por meio de programas de atividades de fitness. De acordo com Fernandes (1996) a Ginástica é uma atividade física que contribui para que os órgãos internos funcionem com mais eficiência, e, portanto, reduz em muito a possibilidade de degeneração da saúde e do aparecimento de doenças. Para o autor dentre as melhoras que a ginástica proporciona, contribuindo muito para o bem-estar geral, poderíamos citar: “Bem-estar mental associado a um decréscimo da tensão; A coordenação e as reações do sistema nervoso se aprimoram; A compleição da pele é melhorada; A eficiência do coração aumenta em muito; A eficiência dos pulmões aumenta também; O metabolismo se modifica com o aumento do nível de atividade física; Os contornos do corpo se alteram; os tecidos do corpo não mais cedem ao próprio peso; a perda de peso fica facilitada; os ossos e articulações ficam mais fortes e a postura melhora juntamente com a condição geral dos músculos e articulações. No Brasil ainda não há regulamentação do setor, por esse motivo e por diferenças nos registros de empresas nas cidades, não se tem certeza sobre a quantidade de Academias de Ginástica. Rodrigues (2002) apresenta dados em que se estima que 1,3% da população brasileira pratica atividades em Academias. O país é classificado como um dos primeiros quanto ao número de empresas desse tipo, cerca de 6.000, semelhante à Alemanha; instaladas principalmente em São Paulo e Minas Gerais, a maioria é de pequeno porte. Não há consenso sobre esse número, que nas diversas estimativas varia de 4.800 a cerca de 10.000 Academias (RODRIGUEZ, 2002; SABA, 1998). Novaes e Vianna (2003) relatam que os objetivos das Academias são, principalmente, a manutenção da saúde e qualidade de vida dos seus praticantes, pois a busca de um corpo mais bonito ajuda as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável. Saba (2001) enfatiza que as Academias de Ginástica, em geral, são lugares nos quais as pessoas frequentam com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, tanto em relação à estética quanto a prática do lazer, sendo também um ótimo lugar para relacionar-se como outras pessoas. Infelizmente, segundo o próprio autor, metade das pessoas que começam a malhar, vai desistir dos exercícios após seis meses de prática, mesmo tendo conhecimento de como a atividade física é importante para sua saúde mental e corporal. Apesar do crescente número de Academias de condicionamento físico e das informações sobre a importância da prática de atividade física, observa-se que um grande número de pessoas, que iniciam programas nestes locais, desiste por diversos fatores. Estudos americanos destacam que a desistência é mais acentuada ao final do primeiro e terceiro mês de participação (CANTWEL, 1998; DISHMAN, 1994). É notável que a assiduidade na academia é difícil por vários fatores. Cabe ao gestor criar estratégias que motivem a participação dos alunos e os força a criar um vinculo afetivo, tentando minimizar assim as possíveis perdas. A aderência à atividade física não é muito difícil, pois quase tudo que a pessoa ouve, lê ou vê alerta para os benefícios da atividade física, e quase que por pressão, a mesma passa a experimentar a prática, sendo que, a manutenção desse cliente parece ser a grande dificuldade que as empresas de academia encontram na sua gestão. Embora o estilo de vida ativo já apresente benefícios à saúde da população em geral, o exercício prescrito que considera parâmetros específicos (tipo, intensidade, duração, frequência) apresenta melhores resultados no que diz respeito à aptidão física (ACSM, 1998). Frente a este quadro, destaca-se o papel dos centros de condicionamento físico ou academias de ginástica – como são comumente conhecidos – como local de prática e de promoção do exercício físico. Estes locais podem ser considerados como “termômetros” do movimento de promoção da atividade física, pois conforme se divulga a importância da atividade física, esses centros têm aumentado tanto em número, quanto em opções de atividades oferecidas a seus clientes (VANDERBURG, 1998; BOLGER & KIMIECK, 1998; CANTWELL, 1998; KOLOVOU, 1998; NEWKIRK, 1998). Os exercícios Ginásticos encontram-se mencionados no livro ‘’ Iajur Vida ‘’ verdadeiro tratado de medicina, assim como as manobras massoterápicas, e de forma bastante especial, as maneiras de respirar-sistema de Ginástica respiratória, ou melhor dizendo, o Yoga (MARINHO,1981). Tubino apresenta um pouco da influência dos povos orientais no contexto das atividades físicas. O autor destaca que com os chineses surgiu o caráter higiênico da atividade física, e segundo Jordão Ramos, os Hindús apresentavam em suas atividades físicas as seguintes características: Médico-Higiênica, fisiológica, moral, religiosa e guerreira. Já os japoneses, devido as suas condições geográficas, relacionavam suas atividades ao mar, porém desenvolviam também as atividades praticadas pelos guerreiros feudais – os samuraisregistrando os seguintes aspectos, Utilitário, guerreiro, higiênica, ritual, recreativo e espiritual. Pereira (1988) relata que desde os primórdios da vida humana, o exercício físico esteve presente. O autor expõe que a cultura física, terminologia utilizada para designar toda a parcela da cultura universal que envolve o exercício físico, como a Educação Física, a Ginástica, o treinamento desportivo, a dança. Novaes e Vianna (2003), relatam que os objetivos das Academias de Ginástica são, principalmente, a manutenção da saúde e qualidade de vida dos seus praticantes, pois a busca de um corpo mais bonito ajuda as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável. Saba (2001), enfatiza que as Academias de Ginástica, em geral, são lugares nos quais as pessoas frequentam com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, tanto em relação à estética quanto a prática do lazer, sendo também um ótimo lugar para relacionar-se como outras pessoas. Infelizmente, segundo o próprio autor, metade das pessoas que começam a treinar, vai desistir dos exercícios após 06 meses de prática, mesmo tendo conhecimento de como a atividade física é importante para sua saúde mental e corporal. Oliveira (1983), nos relata que a supremacia do homem no reino animal deveu-se, no plano psicomotor, ao domínio de um gesto que lhe era próprio: foi capaz de atirar objetos. Provavelmente, por ser o único que possuía o polegar, desenvolveu a preensão, por oposição daquele dedo aos demais, facilitando o aperfeiçoamento na habilidade de pegar, lançar, entre outros. No período chamado histórico, na Grécia antiga, ressalta Oliveira (1983), surgem os grandes jogos gregos, que eram verdadeiras festas populares e religiosas, as quais envolviam, além de competições atléticas, provas literárias e artísticas. 5.2. Academias de Ginástica no Brasil Lyra (1974), relata que as atividades físicas dos primeiros habitantes do Brasil eram parecidas, senão iguais, àquelas descritas na pré-história. Nossos índios eram habilidosos e praticavam diversas atividades físicas para sua sobrevivência, tais como: o arco e flecha, natação, luta, caça, pesca, montaria entre outras. Conforme o mesmo autor, provavelmente a primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo em 1956. A primeira academia de ginástica no Brasil surgiu em 1914, na cidade de Belém do Pará. Tal pioneirismo, coube a um japonês, conhecido por Conde Maeda koma. Em 1925, no Rio de Janeiro, o português Enéas Campello, montou um ginásio onde era oferecido halterofilismo (levantamento de peso e culturismo) e ginástica Olímpica, (CAPINUSSÚ, 1985). Já Oliveira (1983), relata que, em 1908, foi inaugurada a primeira academia de ginástica no Rio de Janeiro, não explicando ele qual o nome da mesma, nem tão pouco, a localização. Novaes (1991), complementa que a primeira academia de ginástica surgiu em meados de 1930 na Rua Duvivier, no bairro Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade da Profª Gretch Hillefeld, que se fundamentava no método de Ginástica Analítica, com adaptações às necessidades e características do povo brasileiro. As Academias foram se espalhando por todo o país oferecendo diversas atividades, entre elas ginástica (e suas variações) e musculação (halterofilismo) (Capinussú & Costa, 1989; Costa & Palafox, 1993). Contudo, os principais locais onde se praticava atividades físicas eram nos clubes esportivos e nas escolas. Foi apenas a partir da década de 60 que as Academias começaram a ser uma boa opção para a prática da atividade física e ter importância, tanto nas capitais dos estados como nas principais cidades do interior. Além das atividades tradicionais como halterofilismo, culturismo (musculação), surgem vários tipos de ginástica, balé, dança e artes marciais (Capinussú & Costa, 1989). 5.3. Academias de Ginástica em Rondônia No Estado de Rondônia, e no município de Porto Velho, não foi diferente dos demais estados do Brasil. Principalmente na capital, Porto Velho, surgiram bastantes Academias de Ginásticas. Entretanto, existem poucos estudos sobre o tema supracitado. Segundo o responsável pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF) Seccional 8, que engloba Rondônia, existem 32 Academias registradas de Ginástica em Porto Velho e as primeiras foram criadas em 1980. A distribuição destas Academias segundo as regiões são: zona leste 1 academia, zona sul 3 Academias, zona norte 4 Academias, zona central 24 Academias. Na área central desta cidade foram criadas as primeiras Academias de Ginástica, e também podemos encontrar as que atuam maior tempo neste segmento. São consideradas em sua maioria como as melhores no tocante a estrutura e qualidade de serviços oferecidos. Assim como no restante do país, a população de Porto velho tem aderido a pratica de atividade física nas Academias de Ginástica. Segundo Novaes e Vianna (1998), o crescente aumento do número de participantes nos programas de atividades físicas em academias, fez com que os profissionais atuantes na área passassem a ter maior preocupação com o embasamento científico e consciência das necessidades e expectativas dos seus alunos. Muito embora não se saiba ao certo, o grau de qualificação destes profissionais. 6 – PROCEDIMENTOS O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva quantitativa. Utilizamos análise documental para descrever os aspectos históricos das Academias de Ginástica de Porto Velho. 6.1 Instrumentos de coleta de dados Como instrumento de coleta de dados, foram utilizados: Questionário destinado ao proprietário das Academias (ANEXO 1); e Análise Documental na biblioteca da Universidade Federal de Rondônia, bem como Análise de Livros, Revistas Científicas da área e sites; A aplicação dos questionários foi previamente agendada com cada proprietário das Academias de Ginástica de Porto Velho, todos assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 2) aceitando participar do estudo e entendendo que o mesmo não causaria nenhum risco. 6.2 População - Proprietários de Academias de Ginástica de Porto Velho; 6.2.1 Amostra - Proprietários de 10 (dez) Academias de Ginástica de Porto Velho; A escolha da amostra se deu de forma aleatória (sorteio) e um percentual de 30% das Academias de Ginástica de Porto Velho que possuem registro no Conselho Regional de Educação Física – CREF 8. 6.3 Procedimentos para análise de dados Foi utilizada estatística descritiva através do Programa Excel 2010. 7- RESULTADOS E DISCUSSÕES O quadro abaixo mostra o tempo de atuação dos Proprietários das Academias de Ginástica de Porto Velho. Número de Participantes Tempo de atuação N % 03 à 07 06 60% 12 à 14 02 20% 29 à 30 anos 02 20% Total 10 100% Quadro 1. Caracterização dos anos de atuação Podemos observar no Quadro 1 que 60% das Academias de Ginásticas de Porto Velho, funcionam de 03 à 07 anos, e 20% funcionam de 12 à 14 anos, e também 20% funcionam de 29 à 30 anos. A academia de maior tempo de atuação, também é a pioneira desta cidade. Verificamos que o fator tradição não é predominante, pois de acordo com as informações obtidas, existem apenas duas Academias atuando há mais de 30 (trinta) anos. A maioria (60%) foi criada a, no máximo, 07 (sete) anos, verificando-se, assim, um forte predomínio de Academias jovens na cidade. Waldyr Soares (2006), presidente do Instituto Fitness Brasil, afirma que, em nosso país, o setor de Academias também tem crescido muito nos últimos anos. Segundo Waldyr, em 1999 existiam no país, aproximadamente, (04) mil Academias. Atualmente, esse número gira em torno de mais de (07) mil, que são frequentadas por mais de 2,1 milhões de pessoas. Quanto ao faturamento, só no ano de 2005, essas empresas atingiram a ordem de R$ 1,6 bilhão. Se incluído o movimento financeiro das indústrias de equipamentos, o faturamento total no setor chega a atingir a casa dos R$ 2,06 bilhões (INSTITUTO FITNESS BRASIL, 2006). O Quadro 2, nos mostra o ano de criação das Academias de Ginásticas de Porto Velho. Academias Ano de inauguração: 01 1982 02 1980 03 1998 04 2000 05 2005 06 2005 07 2006 08 2007 09 2008 10 2009 Total 10 100% Quadro 2. Caracterização do ano de inauguração das Academias É importante frisar que, todas Academias estudadas continuam funcionando até os dias atuais, e no mesmo endereço. Em Porto Velho não foi diferente de outras cidades do país, pois, foi a partir da década de (80), observou-se o crescente número de Academias de Ginásticas. À medida que a cidade, a população cresceu, o quantitativo de Academias de Ginásticas acompanhou de certa forma esse progresso. Foram instaladas Academias em diversos bairros, para atender a demanda da população. Outro fator que contribuiu para o crescimento do quantitativo de Academias de Ginásticas na década de 80, foi o advento da geração saúde e de influências norte americanas no que tange ao estilo de vida, iniciaram-se no Brasil as primeiras mudanças no mercado de Academias de ginástica e musculação, que era essencialmente dominado por pequenas empresas (VARELLA, 2001). Serviços oferecidos: Quantitativo Jump; Step; Boxe; Rítmos; Localizada; de empresas: Porcentagem (%) Até 02 01 10% 03 à 04 05 50% 05 à 06 04 40% Total 10 100% Musculação; Alongamento; Aeróbica; Quadro 3. Serviços oferecidos nas Academias O Quadro 3 mostra os serviços oferecidos nas Academias de Ginástica de Porto Velho. Podemos observar que metade das Academias oferecem aos seus clientes no mínimo 03 diferentes modalidades de serviços. Dentre os diversos serviços oferecidos nas Academias de Ginástica disponibilizadas aos clientes, pelo menos, 04 tipos, (STEP, JUMP, MUSCULAÇÃO E AERÓBICA), estão presentes em 90% das empresas. É oportuno salientar que destes quatro serviços oferecidos pela maioria, dois, (STEP e JUMP), estão presentes num novo conceito surgido com a globalização, por empresas especializadas em criar aulas de ginástica, e divulga-las neste mercado consumidor. Perfil dos Quantidade de clientes: Participantes Funcionários Porcentagem (%) 5 47% 2 22% Pessoas em geral 3 31% Total 10 100% públicos Funcionários Empresas particulares Quadro 4. Perfil dos Clientes ao longo dos anos sob percepção dos Proprietários Conforme Quadro 4, podemos observar que 47% dos clientes correspondem a funcionários públicos, 22% funcionários de empresas particulares, e 31% corresponde a pessoas em geral. Verificamos que a maior participação das Academias de Ginástica de Porto Velho é de funcionários públicos (47%), infere-se que pela sua estabilidade financeira a capacidade de permanência nas Academias é maior, ou talvez pela sua rotina ser estabelecida e raramente modificada. Foram classificadas como pessoas em geral 31%, destes 17% são estudantes e 14% são donas de casa. Infere-se que tanto estudante, quanto donas de casa, podemos apontar como uma das causas desse pequeno número de adeptos a Academia de Ginástica, a baixa renda fixa, ou ate mesmo, não possuírem renda fixa, dificultando a permanência por não conseguirem pagar as mensalidades. Corrobora com este entendimento o autor Cobra (1997), ao afirmar que as variáveis econômicas devem ser levadas em conta, pois, “em uma época de crise econômica, os consumidores tendem a reduzir o padrão de consumo da família, restringindo-se a comprar produtos realmente essenciais, eliminando o supérfluo”. Dessa forma, conhecer o mercado consumidor, em termos financeiros, é realmente um fator indispensável para as empresas que buscam atrair e reter clientes (COBRA, 1997). Objetivo dos clientes na época: Quantidade de Participantes Porcentagem (%) 60% Saúde 6 Qualidade de vida 1 10% Estética 3 30% Total 10 100% Quadro 5. Objetivo dos Clientes na época sob percepção dos Proprietários No Quadro 5, verificamos o que o público procurava nas aulas de Ginástica sob a percepção dos Proprietários. Observamos que 60% procuravam saúde, 30% qualidade de vida e 10% estética. Marcellino (2003) salienta em seu estudo que saúde e condicionamento físico, estética, relaxamento, fazer amigos e encontrar amigos são os motivos por ordem que levam os alunos a frequentarem as Academias. Corroborando em alguns aspectos com o presente estudo. Segundo Azevedo (2012) em pesquisa realizada em uma determinada Academia de Ginástica de Porto Velho, foi enfatizado que os motivos de adesão a pratica, e procura por atividades físicas, são: os benefícios à saúde, estética, e o aspecto social. O aumento da procura pelas Academias de Ginástica também se deve ao fato das pessoas buscarem minimizar os prejuízos causados por fatores como o estresse, o sedentarismo, a alimentação desbalanceada, o álcool e o cigarro, dentre outros, que caracterizam o estilo de vida moderno (SABA, 2001). A vida moderna tende a ser pouco saudável, uma vez que provoca estresse e estafa, agravados por uma alimentação inadequada e pela não regularidade na prática de exercícios físicos, (SABA, 2001). Barbanti (2001), aponta à saúde como um dos muitos fatores que têm estreita influência sobre a qualidade de vida. Modernamente, as ideias de qualidade de vida e bem estar estão intimamente relacionadas ao contexto da aptidão física. Objetivo dos clientes Quantidade de atualmente: Participantes Porcentagem (%) 30% Saúde 3 Emagrecimento 6 60% Estética 1 10% Total 10 100% Quadro6. Objetivo dos Clientes atualmente nas aulas de Ginástica segundo os Proprietários O Quadro 6, nos mostra o que o público procura atualmente nas Academias de Ginástica. Nota–se que a maioria das pessoas que frequentam as aulas de Ginásticas de Academia, ou seja, 60% buscam o emagrecimento, 30% procuram melhorias na saúde, e 10% buscam estética. Inúmeros autores apontam que a busca das pessoas pelo corpo perfeito, reflete diretamente no emagrecimento. Atualmente, seja por motivação estética seja pela melhoria da saúde, é cada vez maior o número de pessoas que buscam emagrecer. Aquelas que não necessitam perder peso também se interessam pelo assunto, porque tem algum parente próximo com o problema. Os profissionais ligados à Educação Física devem estar cientes destes fatos, apoiando os esforços para alterar e auxiliar em todos os comportamentos e hábitos que visam melhorias relativas à saúde (COSSENZA, 1996). Atualmente observamos a grande influencia da mídia na vida das pessoas, elas ditam moda, estilo de vida, e padrão de beleza estética. Em virtude dessa corrente, sobre o corpo perfeito, grande parte das pessoas tem procurado entre outros meios, as Academias de Ginástica como forma de alcançar este objetivo. Para Paim (2003), é importante conhecer os motivos que levam as pessoas a praticarem atividade física é de fundamental importância para nós, enquanto profissionais de Educação Física, pois através disso saberemos agir de acordo com suas necessidades. A pesquisa realizada por Araujo e Pimenta (2007), do Centro Universitário de Caratinga (UNEC), corrobora e enriquece este trabalho. O estudo concluiu que o fator mais influencia as pessoas a procurarem Academia de Ginástica, para pratica de atividade física foram os fatores estéticos. Esse fato pode ser explicado pela valorização do corpo, ou seja, o “culto ao corpo perfeito” nos dias atuais. No Quadro 7, verificamos que houve aumento de participantes em todas Academias de Ginástica estudadas. Analisamos também o número de participantes por Academia e nota-se que o mínimo é de 50 pessoas e o máximo de 300, demonstrando um bom número de participantes atualmente nas Academias. Houve aumento no Academias Quantidade de quantitativo de participantes: Participantes (sim) ou (não) Porcentagem (%) 01 90 (sim) 02 300 (sim) 03 200 (sim) 04 100 (sim) 05 50 (sim) 06 80 (sim) 07 50 (sim) 08 80 (sim) 09 150 (sim) 10 300 (sim) Total 1400 100% Quadro 7. Caracterização do quantitativo de praticantes de Ginásticas - representação de um possível aumento no quantitativo Conforme ratificação dos responsáveis pela Academia de Ginástica de Porto Velho onde (100%), dos entrevistados confirmaram que houve aumento no número de praticantes, não sendo diferente do restante do país como afirmam alguns autores da área, como por exemplo: ( Pereira (1996), Novaes (1991). Nos dias atuais, a prática de atividade física é vista como um fator extremamente importante, principalmente por propiciar benefícios à saúde e à estética corporal, entre outras coisas. Pereira (1996) afirma que nas últimas décadas, houve um crescimento do número de pessoas que frequentam as Academias de Ginástica em busca da prática de atividade física. A tomada de consciência desses fatos modificou estilos de vida, fazendo com que as pessoas incorporassem nos seus hábitos a prática sistemática de exercícios físicos. Por isso, hoje está ocorrendo o fenômeno da adesão à prática de exercícios físicos orientados, não só em grandes centros populacionais e financeiros, como de resto em todo o país (NOVAES, 1991). Professores não Os Professores de Academias formados: Ginásticas da época eram formados: (SIM) (NÃO) 01 Sim - 02 - Não 03 - Não 04 Sim - 05 Sim - 06 Sim - 07 Sim - 08 - Não 09 Sim - 10 Sim - Total 70% 30% Quadro 8. Caracterização da formação dos Professores de Ginástica O Quadro 8 nos mostra que a maioria dos professores que ministravam aulas de ginásticas possuíam curso superior em Educação Física, ou seja, 70%. Já 30% dos professores não possuíam formação superior alguma. Podemos observar ainda que, as Academias de números (02 e 03) que foram fundadas nos anos 80 e 90, não possuíam professores formados, e apenas uma em meados do ano 2000, apresentou esta característica. Nota–se, uma preocupação no tocante a oferecer um profissional de Educação Física nas Academias de Ginásticas de Porto Velho, haja vista, que com a criação de conselhos e departamentos de fiscalização, Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), e o Conselho Regional de Educação Física (CREF), deveria haver fiscalização constante garantindo ao usuário das Academias segurança e profissionalização dos serviços oferecidos. A história da regulamentação da profissão de Educação Física no Brasil, pode ser dividida em três fases: a primeira relacionada aos profissionais que manifestavam e/ou escreviam a respeito desta necessidade, sem contudo desenvolver ação nesse sentido; a segunda na década de 80 quando tramitou o projeto de lei relativo à regulamentação sendo vetado pelo Presidente da República. E a terceira vinculada ao processo de regulamentação aprovado pelo Congresso e promulgado pelo Presidente da República em 01/09/98, publicado no Diário Oficial de 02/09/98, (CONFEF), Conselho Federal de Educação Física. Coelho Filho (2010), menciona que a Academia de Ginástica se consolida como espaço de cultura corporal, e talvez por isso, cresce a demanda de profissionais especializados para atuar nesse âmbito de trabalho. O autor ainda comenta que a proliferação das Academias, principalmente pela elevada concorrência mercadológica, exige cada vez mais do professor uma constante preocupação com a autoimagem para se manter no mercado de trabalho. Para Hansen e Vaz (2004), a busca da boa forma pelos praticantes da musculação pode ser comparada ao treinamento de atletas, onde quanto mais peso é utilizado para a realização do exercício, mais visibilidade se conquista na busca de construir um corpo sarado, atraente e sedutor. Nesse contexto, tendo o professor de Educação Física como um dos principais atores, este ambiente se coloca como um espaço singular para estudos de questões associadas a padrões estéticos e de culto ao corpo que podem influenciar o próprio profissional. 8. CONCLUSÃO As Academias de Ginástica de Porto Velho oferecem diversos serviços, verificamos que 4 deles são mais utilizados, (STEP, JUMP, MUSCULAÇÃO E AERÓBICA), estão presentes em 90% das empresas. Todas estas variedades de aulas de Ginásticas foram introduzidas no Brasil e em algumas cidades na década de 80. Estas aulas foram criadas pelo Instituto Fitness que contribuiu para o crescimento da Ginástica de Academia. Observamos ainda a crescente preocupação com o corpo físico, a preocupação com a saúde, estética, e emagrecimento. É oportuno frisar que, a maioria das pessoas que frequentam Academias de Ginásticas, sob a ótica dos proprietários, estavam preocupadas em primeiro lugar, com o emagrecimento, em segundo momento com a estética e a saúde. O perfil dos clientes que sempre frequentou as Academias de Ginástica em sua maioria foram os servidores públicos, uma segunda menor parcela de participação representa os Funcionários de Empresas Particulares. Em virtude da criação de órgãos de fiscalização como o Conselho Regional de Educação Física (CREF8), observamos que a maioria dos Professores de Ginástica eram formados, contribuindo assim, para o oferecimento de um serviço de qualidade. Por fim, como recomendação geral, salienta-se a necessidade de trabalhos futuros sobre este tema Academias de Ginástica, pois ainda não há nenhum estudo científico sobre os aspectos históricos das mesmas. 9 – REFERÊNCIAS BARBANTI, V. Aptidão física e saúde. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília. Volume 09, número 01, pg. 40 a 42. Jan 2001. BAGRICHEVSKY. Marcos e outros. A saúde em debate na Educação Física. Vol. 2. Blumenau: nova letra, 2006. CAPINUSSÚ, José Maurício. Planejamento Macro em Educação Física e Desportos. São Paulo: Ibrasa, 1985. CAPINUSSÚ, (J.M), COSTA, (L.P). Administração e marketing nas Academias de Ginástica e musculação. São Paulo, Ibrasa, 1989. 78p. COBRA, Marcos. Marketing básico: uma perspectiva brasileira. 4. edição. São Paulo: Atlas, 1997. COELHO FILHO, C. A de A. Prática de ginástica em Academias exclusivamente femininas. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 2, p. 269-280, abr./jun. 2010. COSSENZA, Carlos Eduardo. Personal Training. Rio de Janeiro, Sprint, 1996. COSTA, (S.B). PALAFOX, (G. H. M). Características especiais da ginástica de academia no seu processo evolutivo no Brasil. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.4, n.1, p.54-60, 1993. COSTA, Marcelo Gomes. Ginástica Localizada parte prática. Sprint. Magazine, ano x, n.55, 1991, página (28 à 30). HANSEN, (R). e VAZ, A. F. Treino, culto e embelezamento do corpo: um estudo em Academias de ginástica e musculação. Revista Brasileira de Ciência do Esporte, Campinas, v.26, n.1, p.135-152. Setembro 2004. LOVISOLO, Hugo. Em defesa do modelo JUBESA (juventude, beleza e saúde). In: INSTITUTO FITNESS BRASIL. A Indústria do bem-estar avança em ritmo Acelerado. Ago. 2006. Disponível em: <http://www.fitnessbrasil.com.br> Acesso em: 09 jan. 2007. MALTA, Paulo. Step aeróbico e Localizado. Rio de Janeiro, Sprint, 1994. MARCELLINO, N. C. Academias de ginásticas como opção de lazer. Revista Brasileira de Ciência e movimento, Brasília, v. 11, n. 2, p.49-54, jun. 2003. MARINHO, Inezil Penna. Educação Física, Recreação e Jogos, São Paulo, Cia Brasil Editora, 1981. NOVAES, Jefferson. Ginástica de academia brasileira analisada segundo os postulados de estéticas de Schiller, vieira de melo e maffezoli, 1988. Tese (doutorado), Universidade Gama filho, Rio de janeiro. NOVAES, J. S. 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São Paulo: Editora Abril, 14 Fev. 2001, p.72. 11 - REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS Disponível em: www.confef.org.br/. Acesso em: 14/10/2012. Disponível em: WWW.cref8.org.br/site/rondonia/. Acesso em: 14/10/2012. Disponível em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 115 Diciembre de 2007. Acesso em 15/10/2012. ANEXOS Anexo I – Questionário FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Você irá participar de um estudo sobre ” Os principais aspectos históricos das Academias de Ginástica de Porto Velho’’, organizado pelo Acadêmico Naldo Batista de Oliveira da UNIR. Questionário 1- Quando a academia começou a funcionar em porto velho? R= 2- Qual o local que funcionava? R= 3- Quais os serviços oferecidos na época? R=. 4- Quais os outros serviços que foram introduzidos ao longo do tempo? R= 5- Quem foram os primeiros donos? R= 6- Tinham outras Academias? R= Sim ( ) Não ( ). 7- Onde funcionavam, como se chamava, e que eram os donos, funcionou antes ou depois da mahatma? R= 8- Continuou funcionando? R=sim ( ) Não ( ). 9- Nessa época tinham quantos alunos praticantes da atividade de ginástica? R= 10- Houve aumento no número de praticantes de ginástica? R=sim ( ) Não ( ). 11- Quem eram as pessoas que frequentavam? Funcionários públicos ( ) Funcionários de empresas particulares ( Pessoas em geral ( ) ) 12- Os professores de ginástica eram formados? R=sim ( ) Não ( ). 13- Quem era o proprietário na época? R= 14- Trocou de proprietário? R= 15- Porque o público buscava as aulas de ginástica na época? R= 16- Qual a media de atuação das Academias da época? R= 17- Quais os serviços oferecidos atualmente nas aulas de ginástica? R= 18- O que o público procura atualmente nas aulas de ginástica? R= Anexo II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu,................................................................................., RG........................, Sexo: nascido (a) em...... /........ /......, tendo sido CONVIDADO pelo Graduando, NALDO BATISTA DE OLIVEIRA a participar do projeto de pesquisa “Aspectos Históricos das Academias de Ginástica de Porto Velho”, sob a orientação da Profª. Ms. Sílvia Teixeira de Pinho, compreendo que posso contribuir neste estudo e que não me oferece risco de qualquer natureza. Estou ciente que a pesquisadora me entrevistará, com o objetivo de investigar sobre os principais motivos que me levaram á optar pela prática de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho. Depois de completamente esclarecida pela referida pesquisadora, ACEITO PARTICIPAR DESTE ESTUDO, PODENDO INTERROMPER MINHA PARTICIPAÇÃO A QUALQUER MOMENTO. Porto Velho, RO,.......... /............ / 2012. _____________________________________________ Assinatura do PARTICIPANTE _____________________________________________ Assinatura do PESQUISADOR RESPONSÁVEL Naldo Batista de Oliveira, RG.598130, Rua João Paulo, no. 1440, Bairro Jardim Eldorado, Porto Velho, Rondônia, tel. (69)9212-7489.