aspectos históricos da ginástica de academia em porto velho

Transcrição

aspectos históricos da ginástica de academia em porto velho
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
NÚCLEO DE SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ASPECTOS HISTÓRICOS DA GINÁSTICA DE ACADEMIA EM PORTO VELHO
NALDO BATISTA DE OLIVEIRA
Porto Velho-RO
2012
ASPECTOS HISTÓRICOS DA GINÁSTICA DE ACADEMIA EM PORTO VELHO
Orientando: Naldo Batista de Oliveira
Orientadora: Profª Ms Silvia Teixeira de Pinho
Trabalho de Monografia apresentado ao Curso
de Educação Física da Universidade Federal de
Rondônia, como requisito parcial para colação de
grau em Licenciatura Plena em Educação Física.
Porto Velho-RO
2012
NALDO BATISTA DE OLIVEIRA
DATA DA DEFESA: ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho
Julgamento:_____________
Assinatura:_____________________________________
Prof. Ms. Ramón Nuñez Cardenas
Julgamento: ______________
Assinatura:____________________________________
Prof. Ms. José Roberto de Maio Godoi Filho
Julgamento:________________
Assinatura:_____________________________________
DEDICATÓRIA
‘’Aos meus queridos pais, e familiares que acreditaram sempre no meu potencial. Toda
essa graça alcançada, somente foi possível por acreditar e esperar em Deus’’.
AGRADECIMENTOS
A minha amiga e orientadora a Profª. Ms. Sílvia Teixeira Pinho, pelas diretrizes segura, e
permanente incentivo e paciência. A todos que direta ou indiretamente colaboraram na
elaboração deste trabalho.
A todos os acadêmicos do curso de Educação Física, em especial a minha turma, aos
acadêmicos, Bruno, Felipe Damião, Felipe Sílveira, Ibrahim, Carlo Magno, Carlos Henrique.
Estendo meus agradecimentos a todos os Professores deste curso, com carinho e admiração
aos Professores; Hélio, Sílvia Pinho, Ivete de Aquino, Ricardo Canto, João Guilherme, Ramon.
Minhas congratulações a todos os proprietários de Academias de Ginástica, que colaboraram
nesta pesquisa, aos amigos professores destas Academias, ao Conselho Regional de
Educação Física (CREF8).
Apesar de não frequentar muito a igreja, Deus sabe o quanto o amo, o quanto sou
temente, e agradecido por tudo que acontece na minha vida. Outro pilar na minha vida e minha
família, meus pais, e irmãos. Sem vocês, não teria alcançado essa empreitada, de uma luta
diária, e de muitos anos de busca por este momento.
EPIGRAFE
Veja!
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus tenha fé na vida
Tente outra vez!...
Beba! (Beba), pois, a água viva
Ainda tá na fonte (Tente outra vez!)
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou!
Não! Não! Não!... Queira! (Queira!)
Basta ser sincero E desejar profundo
Você será capaz De sacudir o mundo
Vai! Tente outra vez!
Raul Seixas.
RESUMO
O presente estudo abordou as Academias de Ginástica de Porto Velho do ponto de vista
Histórico. O objetivo deste trabalho é descobrir os principais aspectos históricos das Academias
de Ginástica de Porto Velho, e mais precisamente as primeiras Academias, os serviços
oferecidos e o ano de criação. Através de um sorteio foram selecionadas 10 Academias, e
aplicado um questionário de perguntas direcionado aos proprietários destas Academias, e a
metodologia utilizada foi tipo Descritivo Quantitativo. Constatou-se que as primeiras Academias
de Ginástica dessa cidade, foram criadas na década de 80, e os serviços oferecidos eram:
(STEP, JUMP, MUSCULAÇÃO E AERÓBICA). E oportuno salientar que as pessoas tinham uma
grande preocupação com o corpo físico, a busca por saúde, estética e emagrecimento.
Importante frisar também que, toda essa ótica e na visão dos proprietários de Academias, que
relataram ainda que a maioria das pessoas que frequentavam esses locais, eram funcionários
públicos, seguidos de funcionários de empresas privadas e estudantes e donas de casa.
UNITERMOS: Academias, Ginástica, História.
ABSTRACT
The present study addressed the Fitness Centers Porto Velho from the viewpoint history. The
objective of this study is to discover the major historical aspects of Fitness Centers in Porto
Velho, and more precisely the first Academies, the services offered and year of creation.
Through a raffle were selected 10 Academies, and a questionnaire of questions directed to the
owners of these academies, and the methodology used was kind Quantitative Description. It
was found that the first Fitness Centers that city, were created in the 80s, and the services
offered were: (STEP, JUMP, STRENGTH AND AEROBIC). And worth noting that the people had
a great concern for the physical body, the quest for health, beauty and weight loss. Also
important to note that all this light and vision of the owners of Academies, which also reported
that most of the people who frequented these places were civil servants, followed, by
employees of private companies and students and housewives.
KEY WORDS: Academus, Gyn, Story.
1 – INTRODUÇÃO
Desde sua origem mais remota, o homem vem adaptando-se, criando fórmulas,
buscando soluções para seguir adiante o seu processo de evolução. Em função de um habitat
hostil o homem primitivo desenvolveu hábitos especiais para essas condições. A luta pelo
alimento, sobrevivência, faziam de seu dia-a-dia ‘’uma longa e intensa lição de Educação
Física’’ (MARINHO,1981).
Os movimentos sistemáticos desse homem contemporâneo são iguais aos utilizados
pelo homem primitivo. O homem contemporâneo apenas metodizou na busca de recuperar o
físico perdido em função da ociosidade e do sedentarismo que o progresso proporcionou
(MARINHO, 1981).
Como alternativa de sair da ociosidade e do sedentarismo TOSCANO, (2001)
sugere a prática de atividade física, tendo em vista os benefícios à saúde. Portanto, espaços
específicos foram criados, as Academias são um bom exemplo, pois, prestam serviços, de
avaliação, prescrição, e orientação de exercícios, sob supervisão direta de profissionais de
Educação Física.
Essa ligação do homem com a atividade física, impulsionou em (387 A.C) o filósofo
grego Platão (429-347 A.C.) a criar uma escola nos jardins consagrados ao herói Ateniense
Academus, que, embora destinada oficialmente ao culto das musas, teve intensa atividade
filosófica. Aquele local, onde se ministrava o ensino das práticas esportivas, lúdicas e prendas,
recebeu a denominação de AKAdemia, em homenagem ao referido herói, (CAPINUSSÚ, 1985).
A primeira academia no mundo segundo Capinussú, (1985), tão remota origem
surgiu, com uma abrangência bem ampla, tornando-se, através dos tempos, agentes
multiplicadores do saber nas várias áreas que se propunham abordar. Já no Brasil a criação da
primeira academia de ginástica, coube a um japonês, conhecido por Conde Maeda Koma, o
pioneirismo na cidade de Belém do Pará, no ano de 1914.
Em relação as Academias criadas no Brasil, Lovisolo, (2006), relata que o culto ao
corpo se tornou praticamente um estilo de vida contemporâneo e assim, nesse cenário, a
identidade dos corpos corresponde ao equilíbrio entre beleza, saúde e juventude. Além disso,
nos dias atuais a compreensão de saúde, muitas vezes, se confunde com os valores estéticos.
Alguns adeptos as suadas horas de treinamento estão a procura de corpos belos e perfeitos,
que na realidade propagam os ideais de uma política de mercado.
Vale ressaltar que, no final da década de 70 e no início da década de 80, surgiu uma
nova moda nas Academias do Rio de janeiro que logo se espalhou pelo país, a ginástica
aeróbica. A ginástica aeróbica vem com propósitos de melhoria da performance e saúde por
meios de exercícios de saltitamento (alto impacto), e de deslocamento (baixo impacto)
(NOVAES, 2001).
No estado de Rondônia, e no município de Porto Velho não é diferente dos demais
estados brasileiros, no tocante ao crescente número de Academias de ginásticas.
Em virtude dos fatos mencionados deseja-se saber, quais os principais aspectos
históricos das Academias de Ginástica em Porto Velho?
2 – QUESTÕES DE PESQUISA
-
Quais as primeiras Academias de Ginásticas de Porto Velho e os serviços oferecidos?
-
Qual o período de criação destas Academias e o tempo de atuação?
-
Qual o perfil dos clientes ao longo dos anos?
-
Quais os aspectos qualitativos e quantitativos relativos à participação da comunidade
em geral ao longo dos anos?
-
Qual o contexto social e político da época de criação?
3 – JUSTIFICATIVA
Estudar história é reviver o passado, valorizar os fatos relevantes de uma
sociedade. É através da história que o homem registra, e preserva todos os fatos ocorridos,
para que gerações futuras possam ter conhecimento.
Estudar este contexto histórico dá condições de entender as estruturas econômicas,
sociais, políticas, religiosas, ideológicas e jurídicas da sociedade à época. A partir do estudo do
passado podemos entender o processo de transformação da natureza, realizado pelo acúmulo
de conhecimento dos homens, além de abrir horizontes de transformações em nossa
sociedade.
O estudo trata-se de uma contribuição para o resgate da história da ginástica de
academia em Porto Velho. Faz-se necessário o resgate para uma melhor compreensão dos
fatos ocorridos no passado, rever erros e acertos, analisar toda história. Este trabalho servirá
de base para trabalhos futuros, haja vista que, a criação das primeiras Academias de ginástica
em Porto Velho são fenômenos relativamente recentes, e existem poucos relatos sobre o
processo histórico de criação das mesmas.
4 – OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Pesquisar os principais aspectos históricos das Academias de ginástica em Porto Velho.
Objetivos Específicos:
-
Identificar as primeiras Academias de Porto Velho e os serviços oferecidos;
-
Investigar o período de criação destas Academias e o tempo de atuação;
-
Analisar o perfil dos clientes ao longo dos anos;
-
Conhecer os aspectos qualitativos e quantitativos relativos à participação da
comunidade em geral ao longo dos anos;
5 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1. As Academias de Ginástica: uma viagem pela história
Através da resolução n.104963, do Ministério do trabalho, publicada no Diário Oficial
da União, de 10 de fevereiro de 1984, à página 2112, seção 1, ACADEMIA pode ser
conceituada como empresa que se dedica a ministrar cursos de Ginástica, balé, danças,
musculação, lutas, e cultura física de modo geral, lecionados por professores diplomados em
cursos Superiores de Educação Física, além da aplicação de duchas, saunas e massagens,
mediante orientação de médicos diplomados em medicina desportiva, (CAPINUSSÚ,1985).
No campo físico-educativo, as Academias, também conhecidas pela denominação
de Ginásios, existem em moldes organizacionais desde o século passado, quando o alemão
conhecido como Professor Attila, montou em Bruxelas (1867) uma instituição destinada ao
ensino da cultura física com a utilização de aparelhos. Posteriormente, em 1885, o Francês
Edmond Desbonnet abriu na cidade de Lile (Rua Nicolas Leblanc) a segunda academia em
território Europeu, (CAPINUSSÚ, 1985).
Faz-se necessário ressaltar, porém, que o homem sempre valorizou a prática
regular dos exercícios físicos sendo que em cada civilização, teve um caráter distinto. Fato este
atestado através da história das principais civilizações orientais, segundo os historiadores, as
mais antigas da humanidade. Consta ainda dessa época o lendário personagem FO-HI, autor
dos textos primitivos que Confúcio ampliaria e comentaria, o ‘’ livro das transformações ‘’
(MARINHO,1981)
Por outro lado, a análise de Mello (1997) permitiu a consideração da importância
da prática das atividades físicas, nesse espaço, bem como fazer uma analogia entre os ritmos
delas e o ritmo das ações desenvolvidas na vida cotidiana da sociedade contemporânea,
automatizada e voltada para o mercado, chegando à conclusão da interdependência entre lazer
e trabalho. Trata-se de outro estudo que constata a relação entre os conteúdos físico esportivos
do lazer e os sociais, aqui não apenas em conteúdo mas também em forma, ou seja, a procura
de vivência do componente lúdico da cultura.
Coelho Filho (2000) distingue duas realidades polares de Academias de Ginástica:
as menores, com relações mais pessoais, e as maiores, mais impessoais nas relações ou mais
voltadas para o mundo dos negócios. Constata, inclusive, o privilégio dado para os
profissionais do sexo masculino em grandes Academias e o equilíbrio entre os dois sexos nas
pequenas. Constata, ainda, que nas grandes Academias, há restrição para o trabalho de
profissionais à medida que eles envelhecem. Verifica também que o praticante atual muitas
vezes quer alcançar metas a curto prazo e modelar o corpo, influenciado pela mídia, sendo que
quase sempre o profissional é instado a adaptar-se à demanda. Seu estudo revela que a
competência, muito valorizada no mercado das grandes Academias de ginástica, do Rio de
Janeiro, local onde realizou sua pesquisa, é a da animação, que talvez supere a competência
técnica.
Assim, percebe-se que á busca pelas relações pessoais e animação é motivo da
prática de exercícios físicos nas Academias.
Segundo Dreher e Godoy (2003), o avanço tecnológico mundial e a concentração da
população nas grandes cidades são os princípios causadores do sedentarismo, devido à falta
de tempo e pelo excesso de trabalho, há uma influência direta no cotidiano das pessoas,
portanto, tem-se uma necessidade maior de serviços de Academias que proporcionem
soluções para esse problema do sedentarismo, ou que pelo menos o amenize.
A prática de atividades físicas tem sido altamente valorizada nos dias atuais, tendo
em vista os diversos fatores que abalam a estrutura qualitativa da vida humana. O stress das
grandes cidades, questões ligadas ao sedentarismo, má alimentação, entre tantos outros
fatores, são elementos significativos que impulsionam as pessoas a procurarem válvulas de
escape, capazes de minimizar esses efeitos deteriorantes da qualidade da existência (TAHARA
& SILVA, 2003).
A busca da melhoria da condição e aparência física, e as preocupações que por sua
vez aparecem cada vez mais associadas à própria noção de saúde também são responsáveis
pela expansão desse setor (MASCARENHAS ET AL., 2007; MARCELLINO, 2003). Isto exige
dos profissionais de Educação Física conhecimentos que vão além dos aspectos físicos e
biológicos do movimento humano.
Incorporada à prática de exercícios físicos e aos discursos que envolvem estética e
saúde, estrutura-se a dinâmica indústria do fitness que exige dos profissionais atuantes deste
ramo da Educação Física constante atualização, na qual as estratégias de “vendas” e de
consumo perpassam pela criação de novos produtos, para atender a demanda de novas
“necessidades” do publico alvo. A ginástica tradicional, a musculação e o step training,
praticados no início da década de 90, agora dividem espaço com o BodyAttack, BodyBalance,
BodyCombat, BodyJam, BodyPump, BodyStep, Bodyvive e RPM . Além do PowerJump e o
PowerPool. Programas, ou melhor, produtos que integram a Les Mills Body Training Systems3
e o Sistema Brasileiro da Body Systems4, respectivamente. Mas, embora o discurso
legitimador utilizado por esta grande empresa seja o da saúde, pode-se inicialmente inferir que
essa extensa opção de programas de ginástica tenha uma preocupação, sobretudo com a
estética. A evidência do argumento aqui proposto é ainda maior quando a cada trimestre há o
lançamento de novas aulas, com publicidade específica dessas “novidades” criadas pelo
programa.
Em meio a tantos recursos para remodelar o corpo só é considerado feio, fora de
forma, flácido, o não ginástico. O culto ao corpo se tornou praticamente um estilo de vida
contemporâneo mas, não talvez de uma simples vida, mas de uma vida tecno-científica.
A incessante busca de um ganho suplementar de saúde, juventude e beleza
conquistam a cada dia um espaço extraordinário nos meios científicos e artísticos, na mídia e
em todas as esferas da nossa vida (COUTO, 2007).
O corpo neste cenário assume um lugar central, pois é nele que se inscrevem as
possibilidades de embelezamento através do consumo de exercícios, vestuário, mídia, etc. O
corpo situa-se como objeto de consumo, investimento e desejo devido aos apelos de sedução
editados pelos meios de comunicação. Consequentemente, afirmam-se cada vez mais tipos e
modelos de corpos socialmente aceitos e fortemente identificados, com a exacerbada
depreciação estética do produto padronizado pela grande massa (COUTO, 2007).
Existem vários autores como Nahas (2007), Novaes (2003), Netto (2001) e Pitanga
(2003), entre outros, que estudam e publicam pesquisas envolvendo a prática de exercício
como promoção de saúde e, se não menos importante, ao apelo midiático que se sofre todos
os dias. O discurso baseia-se na ideia de que para manter-se saudável é necessário praticar
exercícios físicos regularmente e manter hábitos e alimentação saudáveis (COUTO, 2007).
Entretanto, suspeita-se que esse não seja o único motivo pelo qual ocorra uma demanda
considerável de indivíduos a procura de Academias de Ginásticas. Essa grande demanda e o
crescente número de programas de exercícios físicos leva a refletir e a investigar a importância
do que é ser saudável e esteticamente belo para esses corpos que frequentam as Academias
de Ginástica por meio de programas de atividades de fitness.
De acordo com Fernandes (1996) a Ginástica é uma atividade física que contribui
para que os órgãos internos funcionem com mais eficiência, e, portanto, reduz em muito a
possibilidade de degeneração da saúde e do aparecimento de doenças. Para o autor dentre as
melhoras que a ginástica proporciona, contribuindo muito para o bem-estar geral, poderíamos
citar: “Bem-estar mental associado a um decréscimo da tensão; A coordenação e as reações
do sistema nervoso se aprimoram; A compleição da pele é melhorada; A eficiência do coração
aumenta em muito; A eficiência dos pulmões aumenta também; O metabolismo se modifica
com o aumento do nível de atividade física; Os contornos do corpo se alteram; os tecidos do
corpo não mais cedem ao próprio peso; a perda de peso fica facilitada; os ossos e articulações
ficam mais fortes e a postura melhora juntamente com a condição geral dos músculos e
articulações.
No Brasil ainda não há regulamentação do setor, por esse motivo e por diferenças
nos registros de empresas nas cidades, não se tem certeza sobre a quantidade de Academias
de Ginástica. Rodrigues (2002) apresenta dados em que se estima que 1,3% da população
brasileira pratica atividades em Academias. O país é classificado como um dos primeiros
quanto ao número de empresas desse tipo, cerca de 6.000, semelhante à Alemanha; instaladas
principalmente em São Paulo e Minas Gerais, a maioria é de pequeno porte. Não há consenso
sobre esse número, que nas diversas estimativas varia de 4.800 a cerca de 10.000 Academias
(RODRIGUEZ, 2002; SABA, 1998).
Novaes e Vianna (2003) relatam que os objetivos das Academias são,
principalmente, a manutenção da saúde e qualidade de vida dos seus praticantes, pois a busca
de um corpo mais bonito ajuda as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável.
Saba (2001) enfatiza que as Academias de Ginástica, em geral, são lugares nos
quais as pessoas frequentam com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, tanto em
relação à estética quanto a prática do lazer, sendo também um ótimo lugar para relacionar-se
como outras pessoas. Infelizmente, segundo o próprio autor, metade das pessoas que
começam a malhar, vai desistir dos exercícios após seis meses de prática, mesmo tendo
conhecimento de como a atividade física é importante para sua saúde mental e corporal.
Apesar do crescente número de Academias de condicionamento físico e das
informações sobre a importância da prática de atividade física, observa-se que um grande
número de pessoas, que iniciam programas nestes locais, desiste por diversos fatores. Estudos
americanos destacam que a desistência é mais acentuada ao final do primeiro e terceiro mês
de participação (CANTWEL, 1998; DISHMAN, 1994).
É notável que a assiduidade na academia é difícil por vários fatores. Cabe ao gestor
criar estratégias que motivem a participação dos alunos e os força a criar um vinculo afetivo,
tentando minimizar assim as possíveis perdas.
A aderência à atividade física não é muito difícil, pois quase tudo que a pessoa
ouve, lê ou vê alerta para os benefícios da atividade física, e quase que por pressão, a mesma
passa a experimentar a prática, sendo que, a manutenção desse cliente parece ser a grande
dificuldade que as empresas de academia encontram na sua gestão.
Embora o estilo de vida ativo já apresente benefícios à saúde da população em
geral, o exercício prescrito que considera parâmetros específicos (tipo, intensidade, duração,
frequência) apresenta melhores resultados no que diz respeito à aptidão física (ACSM, 1998).
Frente a este quadro, destaca-se o papel dos centros de condicionamento físico ou academias
de ginástica – como são comumente conhecidos – como local de prática e de promoção do
exercício físico. Estes locais podem ser considerados como “termômetros” do movimento de
promoção da atividade física, pois conforme se divulga a importância da atividade física, esses
centros têm aumentado tanto em número, quanto em opções de atividades oferecidas a seus
clientes (VANDERBURG, 1998; BOLGER & KIMIECK, 1998; CANTWELL, 1998; KOLOVOU,
1998; NEWKIRK, 1998).
Os exercícios Ginásticos encontram-se mencionados no livro ‘’ Iajur Vida ‘’
verdadeiro tratado de medicina, assim como as manobras massoterápicas, e de forma bastante
especial, as maneiras de respirar-sistema de Ginástica respiratória, ou melhor dizendo, o Yoga
(MARINHO,1981).
Tubino apresenta um pouco da influência dos povos orientais no contexto das
atividades físicas. O autor destaca que com os chineses surgiu o caráter higiênico da atividade
física, e segundo Jordão Ramos, os Hindús apresentavam em suas atividades físicas as
seguintes características: Médico-Higiênica, fisiológica, moral, religiosa e guerreira. Já os
japoneses, devido as suas condições geográficas, relacionavam suas atividades ao mar, porém
desenvolviam também as atividades praticadas pelos guerreiros feudais – os samuraisregistrando os seguintes aspectos, Utilitário, guerreiro, higiênica, ritual, recreativo e espiritual.
Pereira (1988) relata que desde os primórdios da vida humana, o exercício físico
esteve presente. O autor expõe que a cultura física, terminologia utilizada para designar toda a
parcela da cultura universal que envolve o exercício físico, como a Educação Física, a
Ginástica, o treinamento desportivo, a dança.
Novaes e Vianna (2003), relatam que os objetivos das Academias de Ginástica são,
principalmente, a manutenção da saúde e qualidade de vida dos seus praticantes, pois a busca
de um corpo mais bonito ajuda as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável.
Saba (2001), enfatiza que as Academias de Ginástica, em geral, são lugares nos
quais as pessoas frequentam com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, tanto em
relação à estética quanto a prática do lazer, sendo também um ótimo lugar para relacionar-se
como outras pessoas.
Infelizmente, segundo o próprio autor, metade das pessoas que começam a treinar,
vai desistir dos exercícios após 06 meses de prática, mesmo tendo conhecimento de como a
atividade física é importante para sua saúde mental e corporal.
Oliveira (1983), nos relata que a supremacia do homem no reino animal deveu-se, no
plano psicomotor, ao domínio de um gesto que lhe era próprio: foi capaz de atirar objetos.
Provavelmente, por ser o único que possuía o polegar, desenvolveu a preensão, por oposição
daquele dedo aos demais, facilitando o aperfeiçoamento na habilidade de pegar, lançar, entre
outros.
No período chamado histórico, na Grécia antiga, ressalta Oliveira (1983), surgem os
grandes jogos gregos, que eram verdadeiras festas populares e religiosas, as quais envolviam,
além de competições atléticas, provas literárias e artísticas.
5.2. Academias de Ginástica no Brasil
Lyra (1974), relata que as atividades físicas dos primeiros habitantes do Brasil eram
parecidas, senão iguais, àquelas descritas na pré-história. Nossos índios eram habilidosos e
praticavam diversas atividades físicas para sua sobrevivência, tais como: o arco e flecha,
natação, luta, caça, pesca, montaria entre outras. Conforme o mesmo autor, provavelmente a
primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo em 1956.
A primeira academia de ginástica no Brasil surgiu em 1914, na cidade de Belém do
Pará. Tal pioneirismo, coube a um japonês, conhecido por Conde Maeda koma. Em 1925, no
Rio de Janeiro, o português Enéas Campello, montou um ginásio onde era oferecido
halterofilismo (levantamento de peso e culturismo) e ginástica Olímpica, (CAPINUSSÚ, 1985).
Já Oliveira (1983), relata que, em 1908, foi inaugurada a primeira academia de
ginástica no Rio de Janeiro, não explicando ele qual o nome da mesma, nem tão pouco, a
localização.
Novaes (1991), complementa que a primeira academia de ginástica surgiu em
meados de 1930 na Rua Duvivier, no bairro Copacabana, na cidade do Rio de
Janeiro, sob a responsabilidade da Profª Gretch Hillefeld, que se fundamentava no método de
Ginástica Analítica, com adaptações às necessidades e características do povo brasileiro.
As Academias foram se espalhando por todo o país oferecendo diversas atividades,
entre elas ginástica (e suas variações) e musculação (halterofilismo) (Capinussú & Costa,
1989; Costa & Palafox, 1993). Contudo, os principais locais onde se praticava atividades físicas
eram nos clubes esportivos e nas escolas.
Foi apenas a partir da década de 60 que as Academias começaram a ser uma boa
opção para a prática da atividade física e ter importância, tanto nas capitais dos estados como
nas principais cidades do interior. Além das atividades tradicionais como halterofilismo,
culturismo (musculação), surgem vários tipos de ginástica, balé, dança e artes marciais
(Capinussú & Costa, 1989).
5.3. Academias de Ginástica em Rondônia
No Estado de Rondônia, e no município de Porto Velho, não foi diferente dos demais
estados do Brasil. Principalmente na capital, Porto Velho, surgiram bastantes Academias de
Ginásticas. Entretanto, existem poucos estudos sobre o tema supracitado.
Segundo o responsável pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF) Seccional
8, que engloba Rondônia, existem 32 Academias registradas de Ginástica em Porto Velho e as
primeiras foram criadas em 1980.
A distribuição destas Academias segundo as regiões são: zona leste 1 academia, zona
sul 3 Academias, zona norte 4 Academias, zona central 24 Academias.
Na área central desta cidade foram criadas as primeiras Academias de Ginástica, e
também podemos encontrar as que atuam maior tempo neste segmento. São consideradas em
sua maioria como as melhores no tocante a estrutura e qualidade de serviços oferecidos. Assim
como no restante do país, a população de Porto velho tem aderido a pratica de atividade física
nas Academias de Ginástica.
Segundo Novaes e Vianna (1998), o crescente aumento do número de participantes nos
programas de atividades físicas em academias, fez com que os profissionais atuantes na área
passassem a ter maior preocupação com o embasamento científico e consciência das
necessidades e expectativas dos seus alunos. Muito embora não se saiba ao certo, o grau de
qualificação destes profissionais.
6 – PROCEDIMENTOS
O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva quantitativa. Utilizamos análise
documental para descrever os aspectos históricos das Academias de Ginástica de Porto Velho.
6.1 Instrumentos de coleta de dados
Como instrumento de coleta de dados, foram utilizados: Questionário destinado ao
proprietário das Academias (ANEXO 1); e Análise Documental na biblioteca da Universidade
Federal de Rondônia, bem como Análise de Livros, Revistas Científicas da área e sites;
A aplicação dos questionários foi previamente agendada com cada proprietário das
Academias de Ginástica de Porto Velho, todos assinaram Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (ANEXO 2) aceitando participar do estudo e entendendo que o mesmo não
causaria nenhum risco.
6.2 População
- Proprietários de Academias de Ginástica de Porto Velho;
6.2.1 Amostra
-
Proprietários de 10 (dez) Academias de Ginástica de Porto Velho; A escolha da amostra
se deu de forma aleatória (sorteio) e um percentual de 30% das Academias de Ginástica de
Porto Velho que possuem registro no Conselho Regional de Educação Física – CREF 8.
6.3 Procedimentos para análise de dados
Foi utilizada estatística descritiva através do Programa Excel 2010.
7- RESULTADOS E DISCUSSÕES
O quadro abaixo mostra o tempo de atuação dos Proprietários das Academias de
Ginástica de Porto Velho.
Número de
Participantes
Tempo de atuação
N
%
03 à 07
06
60%
12 à 14
02
20%
29 à 30 anos
02
20%
Total
10
100%
Quadro 1. Caracterização dos anos de atuação
Podemos observar no Quadro 1 que 60% das Academias de Ginásticas de Porto Velho,
funcionam de 03 à 07 anos, e 20% funcionam de 12 à 14 anos, e também 20% funcionam de
29 à 30 anos. A academia de maior tempo de atuação, também é a pioneira desta cidade.
Verificamos que o fator tradição não é predominante, pois de acordo com as
informações obtidas, existem apenas duas Academias atuando há mais de 30 (trinta) anos. A
maioria (60%) foi criada a, no máximo, 07 (sete) anos, verificando-se, assim, um forte
predomínio de Academias jovens na cidade.
Waldyr Soares (2006), presidente do Instituto Fitness Brasil, afirma que, em nosso país,
o setor de Academias também tem crescido muito nos últimos anos. Segundo Waldyr, em 1999
existiam no país, aproximadamente, (04) mil Academias. Atualmente, esse número gira em
torno de mais de (07) mil, que são frequentadas por mais de 2,1 milhões de pessoas. Quanto
ao faturamento, só no ano de 2005, essas empresas atingiram a ordem de R$ 1,6 bilhão. Se
incluído o movimento financeiro das indústrias de equipamentos, o faturamento total no setor
chega a atingir a casa dos R$ 2,06 bilhões (INSTITUTO FITNESS BRASIL, 2006).
O Quadro 2, nos mostra o ano de criação das Academias de Ginásticas de Porto Velho.
Academias
Ano de inauguração:
01
1982
02
1980
03
1998
04
2000
05
2005
06
2005
07
2006
08
2007
09
2008
10
2009
Total 10
100%
Quadro 2. Caracterização do ano de inauguração das Academias
É importante frisar que, todas Academias estudadas continuam funcionando até os dias
atuais, e no mesmo endereço. Em Porto Velho não foi diferente de outras cidades do país, pois,
foi a partir da década de (80), observou-se o crescente número de Academias de Ginásticas.
À medida que a cidade, a população cresceu, o quantitativo de Academias de
Ginásticas acompanhou de certa forma esse progresso. Foram instaladas Academias em
diversos bairros, para atender a demanda da população.
Outro fator que contribuiu para o crescimento do quantitativo de Academias de
Ginásticas na década de 80, foi o advento da geração saúde e de influências norte americanas
no que tange ao estilo de vida, iniciaram-se no Brasil as primeiras mudanças no mercado de
Academias de ginástica e musculação, que era essencialmente dominado por pequenas
empresas (VARELLA, 2001).
Serviços oferecidos:
Quantitativo
Jump; Step; Boxe; Rítmos; Localizada;
de empresas:
Porcentagem (%)
Até 02
01
10%
03 à 04
05
50%
05 à 06
04
40%
Total
10
100%
Musculação; Alongamento; Aeróbica;
Quadro 3. Serviços oferecidos nas Academias
O Quadro 3 mostra os serviços oferecidos nas Academias de Ginástica de Porto Velho.
Podemos observar que metade das Academias oferecem aos seus clientes no mínimo 03
diferentes modalidades de serviços.
Dentre os diversos serviços oferecidos nas Academias de Ginástica disponibilizadas aos
clientes, pelo menos, 04 tipos, (STEP, JUMP, MUSCULAÇÃO E AERÓBICA), estão presentes
em 90% das empresas.
É oportuno salientar que destes quatro serviços oferecidos pela maioria, dois, (STEP e
JUMP), estão presentes num novo conceito surgido com a globalização, por empresas
especializadas em criar aulas de ginástica, e divulga-las neste mercado consumidor.
Perfil dos
Quantidade de
clientes:
Participantes
Funcionários
Porcentagem (%)
5
47%
2
22%
Pessoas em geral
3
31%
Total
10
100%
públicos
Funcionários
Empresas
particulares
Quadro 4. Perfil dos Clientes ao longo dos anos sob percepção dos Proprietários
Conforme Quadro 4, podemos observar que 47% dos clientes correspondem a
funcionários públicos, 22% funcionários de empresas particulares, e 31% corresponde a
pessoas em geral.
Verificamos que a maior participação das Academias de Ginástica de Porto Velho é de
funcionários públicos (47%), infere-se que pela sua estabilidade financeira a capacidade de
permanência nas Academias é maior, ou talvez pela sua rotina ser estabelecida e raramente
modificada.
Foram classificadas como pessoas em geral 31%, destes 17% são estudantes e 14%
são donas de casa. Infere-se que tanto estudante, quanto donas de casa, podemos apontar
como uma das causas desse pequeno número de adeptos a Academia de Ginástica, a baixa
renda fixa, ou ate mesmo, não possuírem renda fixa, dificultando a permanência por não
conseguirem pagar as mensalidades.
Corrobora com este entendimento o autor Cobra (1997), ao afirmar que as variáveis
econômicas devem ser levadas em conta, pois, “em uma época de crise econômica, os
consumidores tendem a reduzir o padrão de consumo da família, restringindo-se a comprar
produtos realmente essenciais, eliminando o supérfluo”. Dessa forma, conhecer o mercado
consumidor, em termos financeiros, é realmente um fator indispensável para as empresas que
buscam atrair e reter clientes (COBRA, 1997).
Objetivo dos
clientes na
época:
Quantidade de
Participantes
Porcentagem (%)
60%
Saúde
6
Qualidade de vida
1
10%
Estética
3
30%
Total
10
100%
Quadro 5. Objetivo dos Clientes na época sob percepção dos Proprietários
No Quadro 5, verificamos o que o público procurava nas aulas de Ginástica sob a
percepção dos Proprietários. Observamos que 60% procuravam saúde, 30% qualidade de vida
e 10% estética.
Marcellino (2003) salienta em seu estudo que saúde e condicionamento físico, estética,
relaxamento, fazer amigos e encontrar amigos são os motivos por ordem que levam os alunos
a frequentarem as Academias. Corroborando em alguns aspectos com o presente estudo.
Segundo Azevedo (2012) em pesquisa realizada em uma determinada Academia de
Ginástica de Porto Velho, foi enfatizado que os motivos de adesão a pratica, e procura por
atividades físicas, são: os benefícios à saúde, estética, e o aspecto social.
O aumento da procura pelas Academias de Ginástica também se deve ao fato das
pessoas buscarem minimizar os prejuízos causados por fatores como o estresse, o
sedentarismo, a alimentação desbalanceada, o álcool e o cigarro, dentre outros, que
caracterizam o estilo de vida moderno (SABA, 2001).
A vida moderna tende a ser pouco saudável, uma vez que provoca estresse e estafa,
agravados por uma alimentação inadequada e pela não regularidade na prática de exercícios
físicos, (SABA, 2001).
Barbanti (2001), aponta à saúde como um dos muitos fatores que têm estreita influência
sobre a qualidade de vida. Modernamente, as ideias de qualidade de vida e bem estar estão
intimamente relacionadas ao contexto da aptidão física.
Objetivo dos
clientes
Quantidade de
atualmente:
Participantes
Porcentagem (%)
30%
Saúde
3
Emagrecimento
6
60%
Estética
1
10%
Total
10
100%
Quadro6. Objetivo dos Clientes atualmente nas aulas de Ginástica segundo os
Proprietários
O Quadro 6, nos mostra o que o público procura atualmente nas Academias de
Ginástica. Nota–se que a maioria das pessoas que frequentam as aulas de Ginásticas de
Academia, ou seja, 60% buscam o emagrecimento, 30% procuram melhorias na saúde, e 10%
buscam estética. Inúmeros autores apontam que a busca das pessoas pelo corpo perfeito,
reflete diretamente no emagrecimento.
Atualmente, seja por motivação estética seja pela
melhoria da saúde, é cada vez maior o número de pessoas que buscam emagrecer. Aquelas
que não necessitam perder peso também se interessam pelo assunto, porque tem algum
parente próximo com o problema.
Os profissionais ligados à Educação Física devem estar cientes destes fatos, apoiando
os esforços para alterar e auxiliar em todos os comportamentos e hábitos que visam melhorias
relativas à saúde (COSSENZA, 1996).
Atualmente observamos a grande influencia da mídia na vida das pessoas, elas ditam
moda, estilo de vida, e padrão de beleza estética. Em virtude dessa corrente, sobre o corpo
perfeito, grande parte das pessoas tem procurado entre outros meios, as Academias de
Ginástica como forma de alcançar este objetivo.
Para Paim (2003), é importante conhecer os motivos que levam as pessoas a
praticarem atividade física é de fundamental importância para nós, enquanto profissionais de
Educação Física, pois através disso saberemos agir de acordo com suas necessidades.
A pesquisa realizada por Araujo e Pimenta (2007), do Centro Universitário de Caratinga
(UNEC), corrobora e enriquece este trabalho. O estudo concluiu que o fator mais influencia as
pessoas a procurarem Academia de Ginástica, para pratica de atividade física foram os fatores
estéticos. Esse fato pode ser explicado pela valorização do corpo, ou seja, o “culto ao corpo
perfeito” nos dias atuais.
No Quadro 7, verificamos que houve aumento de participantes em todas Academias de
Ginástica estudadas. Analisamos também o número de participantes por Academia e nota-se
que o mínimo é de 50 pessoas e o máximo de 300, demonstrando um bom número de
participantes atualmente nas Academias.
Houve aumento no
Academias
Quantidade de quantitativo de participantes:
Participantes
(sim) ou (não)
Porcentagem (%)
01
90
(sim)
02
300
(sim)
03
200
(sim)
04
100
(sim)
05
50
(sim)
06
80
(sim)
07
50
(sim)
08
80
(sim)
09
150
(sim)
10
300
(sim)
Total
1400
100%
Quadro 7. Caracterização do quantitativo de praticantes de Ginásticas - representação de
um possível aumento no quantitativo
Conforme ratificação dos responsáveis pela Academia de Ginástica de Porto Velho onde
(100%), dos entrevistados confirmaram que houve aumento no número de praticantes, não
sendo diferente do restante do país como afirmam alguns autores da área, como por exemplo: (
Pereira (1996), Novaes (1991).
Nos dias atuais, a prática de atividade física é vista como um fator extremamente
importante, principalmente por propiciar benefícios à saúde e à estética corporal, entre outras
coisas. Pereira (1996) afirma que nas últimas décadas, houve um crescimento do número de
pessoas que frequentam as Academias de Ginástica em busca da prática de atividade física.
A tomada de consciência desses fatos modificou estilos de vida, fazendo com que as
pessoas incorporassem nos seus hábitos a prática sistemática de exercícios físicos. Por isso,
hoje está ocorrendo o fenômeno da adesão à prática de exercícios físicos orientados, não só
em grandes centros populacionais e financeiros, como de resto em todo o país (NOVAES,
1991).
Professores não
Os Professores de
Academias
formados:
Ginásticas da época
eram formados:
(SIM)
(NÃO)
01
Sim
-
02
-
Não
03
-
Não
04
Sim
-
05
Sim
-
06
Sim
-
07
Sim
-
08
-
Não
09
Sim
-
10
Sim
-
Total
70%
30%
Quadro 8. Caracterização da formação dos Professores de Ginástica
O Quadro 8 nos mostra que
a maioria dos professores que ministravam aulas de
ginásticas possuíam curso superior em Educação Física, ou seja, 70%. Já 30% dos
professores não possuíam formação superior alguma. Podemos observar ainda que, as
Academias de números (02 e 03) que foram fundadas nos anos 80 e 90, não possuíam
professores formados, e apenas uma em meados do ano 2000, apresentou esta característica.
Nota–se, uma preocupação no tocante a oferecer um profissional de Educação Física
nas Academias de Ginásticas de Porto Velho, haja vista, que com a criação de conselhos e
departamentos de fiscalização, Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), e o Conselho
Regional de Educação Física (CREF), deveria haver fiscalização constante garantindo ao
usuário das Academias segurança e profissionalização dos serviços oferecidos.
A história da regulamentação da profissão de Educação Física no Brasil, pode ser
dividida em três fases: a primeira relacionada aos profissionais que manifestavam e/ou
escreviam a respeito desta necessidade, sem contudo desenvolver ação nesse sentido; a
segunda na década de 80 quando tramitou o projeto de lei relativo à regulamentação sendo
vetado pelo Presidente da República. E a terceira vinculada ao processo de regulamentação
aprovado pelo Congresso e promulgado pelo Presidente da República em 01/09/98, publicado
no Diário Oficial de 02/09/98, (CONFEF), Conselho Federal de Educação Física.
Coelho Filho (2010), menciona que a Academia de Ginástica se consolida como espaço
de cultura corporal, e talvez por isso, cresce a demanda de profissionais especializados para
atuar nesse âmbito de trabalho. O autor ainda comenta que a proliferação das Academias,
principalmente pela elevada concorrência mercadológica, exige cada vez mais do professor
uma constante preocupação com a autoimagem para se manter no mercado de trabalho. Para
Hansen e Vaz (2004), a busca da boa forma pelos praticantes da musculação pode ser
comparada ao treinamento de atletas, onde quanto mais peso é utilizado para a realização do
exercício, mais visibilidade se conquista na busca de construir um corpo sarado, atraente e
sedutor.
Nesse contexto, tendo o professor de Educação Física como um dos principais atores,
este ambiente se coloca como um espaço singular para estudos de questões associadas a
padrões estéticos e de culto ao corpo que podem influenciar o próprio profissional.
8. CONCLUSÃO
As Academias de Ginástica de Porto Velho oferecem diversos serviços, verificamos que
4 deles são mais utilizados, (STEP, JUMP, MUSCULAÇÃO E AERÓBICA), estão presentes em
90% das empresas. Todas estas variedades de aulas de Ginásticas foram introduzidas no
Brasil e em algumas cidades na década de 80. Estas aulas foram criadas pelo Instituto Fitness
que contribuiu para o crescimento da Ginástica de Academia.
Observamos ainda a crescente preocupação com o corpo físico, a preocupação com a
saúde, estética, e emagrecimento. É oportuno frisar que, a maioria das pessoas que
frequentam Academias de Ginásticas, sob a ótica dos proprietários, estavam preocupadas em
primeiro lugar, com o emagrecimento, em segundo momento com a estética e a saúde.
O perfil dos clientes que sempre frequentou as Academias de Ginástica em sua maioria
foram os servidores públicos, uma segunda menor parcela de participação representa os
Funcionários de Empresas Particulares.
Em virtude da criação de órgãos de fiscalização como o Conselho Regional de
Educação Física (CREF8), observamos que a maioria dos Professores de Ginástica eram
formados, contribuindo assim, para o oferecimento de um serviço de qualidade.
Por fim, como recomendação geral, salienta-se a necessidade de trabalhos futuros
sobre este tema Academias de Ginástica, pois ainda não há nenhum estudo científico sobre os
aspectos históricos das mesmas.
9 – REFERÊNCIAS
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Volume 09, número 01, pg. 40 a 42. Jan 2001.
BAGRICHEVSKY. Marcos e outros. A saúde em debate na Educação Física. Vol. 2. Blumenau:
nova letra, 2006.
CAPINUSSÚ, José Maurício. Planejamento Macro em Educação Física e Desportos. São
Paulo: Ibrasa, 1985.
CAPINUSSÚ, (J.M), COSTA, (L.P). Administração e marketing nas Academias de Ginástica e
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1993.
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HANSEN, (R). e VAZ, A. F. Treino, culto e embelezamento do corpo: um estudo em Academias
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LOVISOLO, Hugo. Em defesa do modelo JUBESA (juventude, beleza e saúde). In:
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2006. Disponível em: <http://www.fitnessbrasil.com.br> Acesso em:
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MARCELLINO, N. C. Academias de ginásticas como opção de lazer. Revista Brasileira de
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MARINHO, Inezil Penna. Educação Física, Recreação e Jogos, São Paulo, Cia Brasil Editora,
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NOVAES, Jefferson. Ginástica de academia brasileira analisada segundo os postulados de
estéticas de Schiller, vieira de melo e maffezoli, 1988. Tese (doutorado), Universidade Gama
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NOVAES, J. S. Ginástica em academia no Rio de Janeiro: Uma Pesquisa Histórico Descritiva.
Rio de Janeiro: Sprint, 1991.
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PAIM, Cristina. Voleibol, que fatores levam a sua pratica? Revista Virtual (EF) artigos, Natal, RN
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TOSCANO, JJO. Academia de ginástica: Um serviço de saúde latente Rev. Brás. Ciênc. Mov.
(9, 1). 40-02, jan. 2001.
SABA, F.; ANTUNES, F. Gestão de atendimento: Manual prático para Academias e
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VARELLA, F. O negócio da malhação. Revista Veja. São Paulo: Editora Abril, 14 Fev. 2001,
p.72.
11 - REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
Disponível em: www.confef.org.br/. Acesso em: 14/10/2012.
Disponível em: WWW.cref8.org.br/site/rondonia/. Acesso em: 14/10/2012.
Disponível em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 115 Diciembre de 2007. Acesso em 15/10/2012.
ANEXOS
Anexo I – Questionário
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Você irá participar de um estudo sobre ” Os principais aspectos históricos das
Academias de Ginástica de Porto Velho’’,
organizado pelo Acadêmico Naldo Batista de
Oliveira da UNIR.
Questionário
1- Quando a academia começou a funcionar em porto velho?
R=
2- Qual o local que funcionava?
R=
3- Quais os serviços oferecidos na época?
R=.
4- Quais os outros serviços que foram introduzidos ao longo do tempo?
R=
5- Quem foram os primeiros donos?
R=
6- Tinham outras Academias?
R=
Sim (
)
Não (
).
7- Onde funcionavam, como se chamava, e que eram os donos, funcionou antes ou depois
da mahatma?
R=
8- Continuou funcionando?
R=sim (
)
Não (
).
9- Nessa época tinham quantos alunos praticantes da atividade de ginástica?
R=
10- Houve aumento no número de praticantes de ginástica?
R=sim (
)
Não (
).
11- Quem eram as pessoas que frequentavam?
Funcionários públicos (
)
Funcionários de empresas particulares (
Pessoas em geral
(
)
)
12- Os professores de ginástica eram formados?
R=sim (
)
Não (
).
13- Quem era o proprietário na época?
R=
14- Trocou de proprietário?
R=
15- Porque o público buscava as aulas de ginástica na época?
R=
16- Qual a media de atuação das Academias da época?
R=
17- Quais os serviços oferecidos atualmente nas aulas de ginástica?
R=
18- O que o público procura atualmente nas aulas de ginástica?
R=
Anexo II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,................................................................................., RG........................,
Sexo: nascido (a) em...... /........ /......, tendo sido CONVIDADO pelo Graduando, NALDO
BATISTA DE OLIVEIRA a participar do projeto de pesquisa “Aspectos Históricos das
Academias de Ginástica de Porto Velho”, sob a orientação da Profª. Ms. Sílvia Teixeira
de Pinho, compreendo que posso contribuir neste estudo e que não me oferece risco de
qualquer natureza.
Estou ciente que a pesquisadora me entrevistará, com o objetivo de investigar sobre os
principais motivos que me levaram á optar pela prática de exercícios físicos em uma
academia exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho.
Depois
de
completamente
esclarecida
pela
referida
pesquisadora,
ACEITO
PARTICIPAR DESTE ESTUDO, PODENDO INTERROMPER MINHA PARTICIPAÇÃO
A QUALQUER MOMENTO.
Porto Velho, RO,.......... /............ / 2012.
_____________________________________________
Assinatura do PARTICIPANTE
_____________________________________________
Assinatura do PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Naldo Batista de Oliveira, RG.598130, Rua João Paulo, no. 1440, Bairro Jardim
Eldorado, Porto Velho, Rondônia, tel. (69)9212-7489.

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