A Hydro em transformação
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A Hydro em transformação
HYDRO INSIDE Revista global para os empregados da Hydro – N.o 2 – 2007 A Hydro em transformação e mais >>> Kurri Kurri agiliza a segurança > 4-5 Ormen Lange aclamado pela mídia > 6-9 Uma janela para as Olimpíadas de Pequim > 10-13 Corrida beneficente > 29-31 Os últimos cinco anos da Hydro foram marcados por importantes mudanças. Não obstante, a indiscutível vocação industrial da empresa – que teve origem há 101 anos −, a sólida posição que conquistou no mercado, bem como o talento e a lealdade de seus empregados vão permanecer vivos, mesmo depois dos últimos meses de 2007, e distribuídos pelas empresas globais de porte: a empresa de fertilizantes Yara, a empresa de alumínio e eletricidade Hydro e a maior operadora offshore da indústria mundial de petróleo. A transferência de propriedade via mercado de capitais e a fusão dos negócios de petróleo e gás da Hydro com a Statoil são projetos arrojados, e muitos dos que trabalham nas duas empresas estão tendo de enfrentar novos desafios e ganhando novas oportunidades. Outras partes das operações da Hydro vão passar por grandes mudanças. É em situações como essas que tanto a qualidade dos empregados como a da própria organização são postas à prova e surgem como predominantes. Pelos tipos de perguntas que recebo e de comentários que escuto, percebo que a vasta maioria está entusiasmada e repleta de esperanças em text relação às mudanças intro body copy introque text terão de vivenciar. Tenho a impressão body copy intro text bodydecopy que isso se aplica tanto aos que vão se unir intro text body copy intro text à nova empresa de petróleo quanto àqueles body copy intro text body copy. que permanecerão na Hydro, como empresa deBody alumínio. copy Body copy Body copy Body Mesmo assim, muitos estão inseguros e copy Body copy Body copy Body copy Body perguntam: “E o que vai acontecer comigo copy copy Body copy Body Body e comBody o meu emprego?” Essas sãocopy reações copy Body copy Body copy Body copy Body normais e bastante razoáveis. Racionalmente, compartilho E todos copy Body copydessa Bodyinsegurança. copy Body copy Body os dias encontro colegas que estão sentindo copy Body copy Body copy Body copy Body as mesmas emoções. copy Body copy copy Body copy dos Body Entretanto, meuBody instinto e as reações comentaristas financeiros, analistas e invescopy Body copy Body copy Body copy Body tidoresBody pelocopy mundo inteiro dão indicação copy Body copy Body copy de que tomamos a decisão certa. Isso acontece porque estamos fazendo essas mudanças de uma posição de força. Por meio de corajosas manobras e muito trabalho, hi! > writernós agregamos bastante valor, ao garantir que mais de 40.000 empregados photos > photographer altamente qualificados tenham empregos cada vez mais seguros e mais interessantes. T conteúdo there! hi&lo 28 hi5 36 4-5 Segurança no Centro. Cuidar do equipamento de proteção de maneira sistemática é uma forma de economizar e de melhorar a qualidade da segurança. 6-9 Ormen Lange: uma celebridade. Nós sabemos que o projeto de gás Ormen Lange é algo impressionante. O resto do mundo também está de olho. 10-13 Fincando os pés na China. Será que exportar produtos acabados de alumínio para a China é como vender areia no deserto do Saara? 14-15 Ver para crer. Realidade virtual não serve exclusivamente para explorar reservatórios submarinos: também é usada para melhorar a segurança em alto-mar. 16-25 A Hydro em transformação. A proposta de fusão das atividades de petróleo e gás da Hydro com a empresa norueguesa Statoil é certamente um negócio de grande envergadura. E há também outras negociações bem significativas em andamento, que estão transformando a Hydro. 26-27 Pequenas e excelentes. Pequenas coisas podem ter um significado enorme, tanto para o meio ambiente quanto para os resultados financeiros. 29-31 A corrida da vida. É preciso muita determinação. Paul Farrugia passou 16 dias dirigindo uma motocicleta pela África do Sul, para ajudar esse país a lutar contra a pobreza e as doenças. 32-33 Arte e engenharia – duas faces da mesma moeda. Para Joe Brown, seus trabalhos de engenharia realizados no computador e suas pinturas fantásticas se complementam – ambos demandam perspicácia e determinação para serem concluídos. 34-35 Cartão-postal de Newton Aycliffe conteúdo hi! > equipe Editor-chefe > Cecile Ditlev-Simonsen Editor Geral > Craig Johnson ([email protected]) Conselho Editorial > Halvor Molland (Aluminium Metal), Ole Johan Sagafos (Aluminium Products), Bjørn Otto Sverdrup (Oil & Energy), Ragnvald Bertheussen (Other Businesses). Design e produção > item ltd e Media Center (3700017) >>> 6 26 10 29 14 próximo número maio 2007 Os negócios que deixam a Hydro vão criar valor em suas novas casas. idéias? contatar: Craig Johnson Hydro (F472B) NO-0240 Oslo, Noruega craig.johnson@ hydro.com Foto: Scanpix hi! 3 Cuidar do equipamento de proteção de maneira sistemática é uma forma de economizar e de melhorar a qualidade da segurança Segurança no Centro segurança em primeiro lugar O coordenador da equipe, Michael Wilson, e seus colegas de Kurri Kurri estão se beneficiando com as melhores condições de segurança e com o Centro de Manutenção em Segurança. A fundição de alumínio em Kurri Kurri, na Austrália, distribuiu quase 13.000 itens de proteção aos empregados, no ano passado – um lote considerável para se tomar conta. E essa é a função do Centro de Manutenção em Segurança. “Quando damos saída num item de segurança, sabemos que ele está de acordo com os padrões exigidos na Austrália e na própria fábrica. Nada parecido com aquele ‘objeto’ que ficou esquecido nos últimos seis meses no banco de trás do carro e está todo coberto de poeira”, declara o chefe de segurança, Jim York. York e os assistentes Gregory Cook e Simon Lane inspecionaram e deram saída em quase 13.000 itens de proteção, em 2006. Entre esses itens, contam-se 3.764 capacetes Racal, 1.791 arneses de segurança e 1.789 correias/retráteis. Os procedimentos e os resultados da sistemática empregada são impressionantes, fazendo com que o Centro de Manutenção em Segurança contribua significativamente para o recorde de menor registro total de acidentes (2,1) em 2006. Além disso, a Hydro economiza muito dinheiro prevenindo perdas. Mas nem sempre foi assim. Dez anos atrás, cada empregado tinha o seu equipamento de segurança individual, e cerda de 50 capacetes Racal, ao preço unitário de US$800,00, eram dados como desaparecidos todos os anos. Outros equipamentos acabavam guardados em lugares inapropriados e por fim sumiam; e o pior, o equipamento de proteção não passava por inspeção periódica. Ano passado, porém, apenas um capacete Racal não foi devolvido. O Centro de Manutenção em Segurança identificou para quem o capacete havia sido entregue, e o departamento ao qual o empregado pertencia teve de substituí-lo por outro. Agora que todos os equipamentos estão etiquetados e todas as atividades inseridas num computador, o uso do equipamento de proteção pode ser otimizado em colaboração com o fabricante. Um exemplo prático é o dos filtros do capacete Racal. Agora o Centro sabe exatamente quantas vezes um dos 110 capacetes foi usado. York calcula que somente a economia em filtros representa algo em torno de US$30.000,00. “Todos os que trabalham no Centro de Manutenção em Segurança estão habilitados a inspecionar os equipamentos que passam por nossas mãos. Eles são etiquetados e identificados de forma bem clara, e têm lugar determinado para serem guardados; e sabemos exatamente quando perderão a validade, além da data prevista para manutenção. Nós os desmanchamos, limpamos e inspecionamos antes de serem reutilizados”, explica York. Com base no sucesso dessas medidas, estamos habilitados a oferecer também equipamentos de proteção do Centro para serem usados por todos os subcontratados que trabalham na fundição. hi! > Halvor Molland fotos > Halvor Molland O chefe de Segurança, Jim York (à direita), e o assistente Gregory Cook inspecionam um capacete Racal no Centro de Manutenção em Segurança em Kurri Kurri, na Austrália. –25% Gol! A Hydro bateu sua meta de redução de 20% no número total de acidentes em 2006 – e com boa margem. O índice TRI (total de acidentes registrados divididos por um milhão de horas trabalhadas) vem decrescendo gradualmente, muito embora a ambiciosa meta de redução de 20% dos acidentes, estabelecida pelo Presidente e CEO, Eivind Reiten, não tenha sido alcançada todos os anos. Ano passado, a tendência era bastante positiva – uma redução de cerca de 25% para um índice TRI de 4,0. A redução da taxa TRI em 2005 foi de 10%. “Algumas áreas de negócios conseguiram grandes melhoras”, diz Jack Simensen, chefe de segurança do Departamento Corporativo de Saúde, Segurança e Meio Ambiente. “Muitas unidades tiveram uma melhora de mais de 50%, mas ainda temos várias delas que estão melhorando a um ritmo mais lento e, infelizmente, outras unidades registraram um retrocesso. Esse fato, é evidente, dá motivos para que façamos um acompanhamento mais de perto.” Apesar do progresso em termos gerais, a Hydro registrou um acidente fatal em 2006. Jens Hinrichs, engenheiro de projeto na fábrica de extrusão de alumínio em Birtley, na Inglaterra, morreu em decorrência de um acidente, no início de novembro. “Um único acidente fatal já é um acidente que extrapola o limite”, avalia Simensen, com pesar, acrescentando que o número de acidentes fatais vem decrescendo com o tempo. O ocorrido em Birtley foi objeto de uma investigação, e o relatório correspondente foi distribuído na Intranet da Hydro, para que todos possam tirar lições dele. hi! 5 Nós sabemos que o projeto de gás Ormen Lange é algo impressionante. hi! 7 O resto do mundo também está de olho >>> >>> Ormen Lange: uma celebridade O projeto Ormen Lange da Hydro Abaixo, uma listagem dos programas de maior está atraindo um bocado de atenção, além dos limites da pequena prestígio: no que concerne à indústria energética, foi • O projeto Ormen Lange reapareceu na TV, quando ele foi destaque num episódio da quando o projeto abocanhou o bem-conceituado Prêmio Platts de Projeto Energético cidade de Aukra, na costa noroeste da Noruega, para onde o gás explorado no mar será transportado para ser processado. Até o momento, Ormen já foi visto por milhões de telespectadores do Discovery Channel no mundo inteiro; canais privados da Rússia e Alemanha também o exibiram em seus programas. O gasoduto Langeled, que faz parte do projeto e vai conectar as instalações terrestres ao terminal na Inglaterra, foi assunto de um programa na BBC de Londres e matéria de artigo em vários jornais do Reino Unido. série “Megaestruturas”, no canal National Geographic. • Ormen Lange esteve sob a mira de • O momento de maior sucesso, pelo menos Global do Ano, na cidade de Nova York, no final de 2006. Hollywood, quando o filme da Hydro “O “Todos os dez juízes do Prêmio Platts de Viajante”, apresentado por Ian Wright, do programa de TV “Lonely Planet”, recebeu Projeto Energético Global foram unânimes ao votar no Ormen Lange para o primeiro lugar. grandes elogios no Festival Internacional de Foi a primeira vez na história da premiação Filme e Vídeo, nos EUA. • A revista Popular Science fez uma matéria com o projeto Ormen Lange/Langeled, numa reportagem especial sobre “As Melhores Novidades de 2006”. que isso aconteceu”, declarou Lars H. Bjelvin, chefe de comunicações de Ormen Lange. “O projeto é um veículo fantástico para se transmitirem as mensagens estratégicas que dão suporte às metas comerciais da Hydro. hi! 9 Suas características e aspectos favoráveis são desenvolvendo tecnologias inovadoras e condições estruturais difíceis, sem contar com muito parecidos com aqueles que a Hydro vem desenvolvendo como empresa líder do pioneiras, e são campeões em execução de projetos de larga-escala, sempre concluídos a competição cada vez mais acirrada entre empresas internacionais com ambições no setor industrial, durante os últimos 100 anos.” dentro do prazo e do orçamento”, diz Bjelvin. setor de upstream do petróleo nesse país. Um dos atributos mais importantes que a Hydro quer enfatizar sobre o Ormen Lange “As ‘marcas registradas’ da Hydro – como tecnologia, execução de projeto e cooperação “Seguindo o curso de ação assumido pela Hydro, no ano passado, em suas atividades é a estreita e construtiva cooperação dos – precisam ser customizadas e divulgadas aos como operadora de Ormen Lange, as ‘marcas parceiros do projeto e do público em geral, inclusive do meio acadêmico e das instituições acionistas e aos responsáveis pela tomada de decisões, de modo particular ou público, onde registradas’ publicitárias mais substanciais do projeto serão gradualmente dirigidas a científicas. quer que tenhamos ambições de crescer.” “Gerenciar um projeto como esse faz desenvolver dois outros atributos pelos quais Recentemente, a empresa fez exatamente esse tipo de campanha publicitária na Rússia. outros importantes formadores de opinião em diferentes partes do mundo – as Américas, a tanto o Ormen Lange quanto a Hydro estão “Hoje em dia, a Hydro é amplamente reco- cada vez mais conhecidos: são tecnologicamente visionários, pois estão constantemente nhecida não só pelo meio empresarial russo, mas também pelas lideranças políticas, como líder em tecnologia submarina e sobretudo como uma organização que sempre cumpre os prazos e se mantém dentro do orçamento”, ressalta Bjelvin. Transmitir uma imagem como essa é estrategicamente imperativo num país como a Rússia, dona de abundantes recursos pe- Europa, o Oriente Médio e a África, apenas para mencionar algumas”, explica Bjelvin. “Sempre customizamos nossa mensagem segundo a realidade do mercado local das regiões onde estamos interessados em crescer, e as divulgamos de modo particular ou público, através de um mix completo de meios de comunicação, com o objetivo de passar a seguinte mensagem: Ormen Lange e Hydro são sinônimos de tecnologia, desempenho e cooperação.” trolíferos, os quais, porém, se encontram sob hi! > David Burke fotos > Øivind Leren, Tor Hammerstad, Helge Hansen, Dag Thorstensen É a primeira vez na minha vida que vejo um projeto receber tanta atenção. A gente sente o maior orgulho quando os canais de TV National Geographic e Discovery Channel querem fazer um programa sobre Ormen Lange, antes mesmo de ele estar pronto. Isso faz com que o Ormen Lange se torne conhecido pelo grande público, o que é bastante estimulante para o conjunto da equipe do projeto. Tom Røtjer Tom Røtjer, vice-presidente sênior da Projects Será que exportar produtos acabados de alumínio para a China é como vender areia no deserto do Saara? Fincando os pés na China hi! 11 >>> Se você é do tipo que tem dificuldade de mudar seus conceitos enraizados, é bom se manter à distância da China. Tudo aqui se transforma tão depressa, que mesmo os mais dinâmicos dentre nós estão tendo de se esforçar muito para não ficar para trás. Gérard Lugrin As janelas da Hydro vão embelezar o prédio do Morgan Center em Pequim. >>> O mercado da China está em vasta em 2008 – nesse florescente mercado de expansão – 1,3 bilhão de pessoas construção. na economia que mais cresce Gérard Lugrin, responsável pelo desenvolvi- Os sistemas de esquadrias Wicona da Hydro vão integrar uma parte bem visível do conjunto de instalações dos Jogos Olímpicos de Pequim, o no mundo. A demanda pelo alumínio está mento da Hydro Building Systems na China, lan- crescendo, e crescendo também está a ça a pergunta: “Por que não deveríamos vender capacidade dos fabricantes chineses, empe- nossos avançados sistemas de esquadrias no formada por talentosos chineses, alguns com nhados, com toda diligência, em alcançarem mercado que mais cresce no mundo?”. sólida experiência no setor da construção os padrões Ocidentais. Mesmo assim, a Hydro está vendendo Lugrin trabalha num prédio de grandes dimen- prédio denominado Morgan Center. No ano passado, Lugrin montou uma equipe civil. Os três últimos meses de 2006 foram bem sões, onde estão instalados os escritórios e o de- movimentados: Lugrin e equipe se mudaram seus avançados sistemas completos de pósito, localizado nos arredores de Pequim. É daí para o novo depósito; os primeiros grandes alumínio para a arquitetura e construção civil que está sendo despachado o primeiro grande contratos foram assinados; e contatos valio- – inclusive em construções de alta visibilidade, pedido que a Hydro, inclusive, já está entregando sos foram estabelecidos com a indústria de destinadas aos Jogos Olímpicos de Pequim, no momento. construção chinesa, além de incorporadores, hi! 13 Tudo está sendo preparado para os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim. Perfil Biográfico Gérard Lugrin – ‘pioneiro’ Embora esteja há apenas um ano como representante da Hydro Building Systems em Pequim, Gérard Lugrin não é nenhum novato no setor. Aos 59 anos, francês, arquiteto, ele sempre trabalhou na indústria de alumínio, sendo que a maior parte do tempo foi na empresa Technal, que veio a se tornar parte da Hydro em 2002. Lugrin já morou em várias partes do mundo: Marrocos, Tailândia, Europa e Oriente Médio, e viajou durante 15 anos pela África, Oriente Médio e América do Sul. Lugrin chegou a Pequim vindo do Emirado do Barein. Ele se autodenomina um pioneiro típico. O que ele gosta de fazer? Iniciar um negócio, construir e “botar a roda para girar”. Depois que está tudo funcionando, ele prefere sair de cena e deixar que o pessoal local assuma. E evidentemente é a coisa certa a se fazer na China. especialistas em esquadrias de alumínio e Se a nossa intenção for nos mantermos na também, sem dúvida alguma. Ele afirma que está arquitetos. dianteira em termos de qualidade e de avança- encarando as tarefas que tem pela frente com a das soluções técnicas, precisamos intensificar devida humildade. Além disso, está absolutamen- próximos anos, nos quais as marcas Wicona e nossos esforços na área de desenvolvimento de te impressionado com o ritmo e a determinação Technal vão ser divulgadas, a fim de que as mes- produtos. Os padrões dos nossos mais exigentes com que a China vem crescendo nos dias de mas venham a assumir a posição que merecem clientes da China não são inferiores àqueles hoje. no enorme mercado da China. praticados na Europa.” Foram também formulados os planos para os O tamanho do mercado para esquadrias de Lugrin e sua equipe estão dando a partida de “É só olhar em volta! É difícil ver um quarteirão desta colossal cidade cuja paisagem não esteja dominada por muitos e gigantescos guindastes. alumínio não é fácil de ser medido. Lugrin estima forma bastante auspiciosa, apesar de reco- um volume de aproximadamente 1 milhão de nhecerem que a entrada num mercado, ainda Novos arranha-céus estão despontando por todo toneladas por ano para o tipo de produto que a que imenso e em expansão, não é por si só lado. Tanto quanto a vista alcança, as oportuni- Hydro fornece. O nicho de mercado da Hydro garantia de sucesso: também são necessários os dades de mercado estão bem aí”, anima-se. “É Building Systems representa, provavelmente, atributos de verdadeira competência e disposição extraordinário. Nunca vi nada parecido.” cerca de 100.000 toneladas. para entender o lugar que ocupa naturalmente na Mas Lugrin e sua equipe não estão sozinhos. Fornecedores europeus e chineses estão em busca de fatias do mercado para produtos top de linha. Um outro aspecto a se mencionar é que o governo chinês está para aprovar regras mais rigorosas de construção, com o objetivo de reduzir o consumo de energia. “As novas especificações pretendem melhorar a eficiência das novas construções, em termos de economia de energia, em 65%”, ele explica. “Serão regras mais estritas que as mais rigorosas especificações da Europa.” “É uma sensacional oportunidade para nós, mesmo que em breve os fabricantes chineses estejam em condições de competir em igualdade de condições neste setor. Muitos deles já estão entregando avançados sistemas de esquadrias. cultura chinesa. Gérard Lugrin está empolgado – e seu pessoal hi! > Ole Johan Sagafos fotos > Ole Walter Jacobsen Realidade virtual não serve exclusivamente para explorar reservatórios submarinos: também é usada para melhorar a segurança em alto-mar hi! 15 Olav Sæter faz uma demonstração do programa de segurança em VR, para gerentes de plataformas e outros futuros usuários. Ver para crer P ela primeira vez, códigos de computador programados para analisar acidentes com gás estão sendo combinados com a realidade virtual (VR), visando a oferecer treinamento em segurança. O programa foi criado pelo Centro de Pesquisas da Oil & Energy em Porsgrunn, na Noruega, para ajudar as equipes nas plataformas em alto-mar e em terra a compreenderem e reduzirem os riscos e melhorarem o nível de segurança. Os gerentes de plataforma da Hydro se reuniram na sala de VR de Oseberg, nos escritórios localizados em Sandsli, perto da cidade de Bergen, Noruega, para participar de uma demonstração interativa da nova ferramenta de treinamento. O programa combina modelos realísticos tridimensionais, projetados com auxílio de computador, com projetos internos e ferramentas de análise de acidentes com gás. É totalmente interativo, permitindo simular novos incidentes online, bastando para isso definir um novo vazamento e colocá-lo no local que preferir. “Os objetivos principais são: aumentar a conscientização acerca dos aspectos não-técnicos que envolvem as dificuldades, informar sobre os níveis de risco e sobre as providências a serem tomadas para se estar de prontidão em uma emergência”, explica o chefe do projeto, Olav Sæter. Não há nada de virtual na necessidade de se aumentar a conscientização. No ano passado, a Hydro respondeu por quase metade de todos os vazamentos de gás registrados no setor offshore norueguês. “Não é fácil gerenciar as informações sobre os níveis de risco, mas, com o uso adequado dessa ferramenta VR, podemos visualizar e experimentar situações meramente virtuais”, observa Gry Offernes, chefe de segurança, proteção e prontidão para emergências de Operations. Como exemplo, ela cita os empregados em alto-mar que construíram abrigos temporários contra o vento nas plataformas, sem consultar previamente os responsáveis pela segurança técnica: “Esse programa visualiza as conseqüências!” Vejamos como ele funciona: “Agora estamos numa situação de grande perigo”, explica Sæter, simulando um vazamento de gás de dimensões catastróficas no módulo compressor em Grane, a plataforma usada como modelo no programa de VR projetado na Hydro. Efeitos sonoros especiais de vazamento de gás e explosões foram incorporados para oferecer as condições as mais realistas possíveis. Todos os dados simulados são gerados por códigos avançados para análises de acidentes com gás, inclusive condições dos ventos e também lugares onde haja probabilidade real de ocorrências. O roteiro de treinamento é projetado em torno de cinco estágios de desenvolvimento de uma situação de vazamento de gás: origem, dispersão de gás, ignição, explosão com fogo e acidente de grandes proporções. Os ventos também aparecem na forma de linhas em cores codificadas, e as setas mostram as direções e as velocidades. O programa de risco e segurança em VR pode ser usado em qualquer lugar, seja na sala de apresentação de realidade virtual, CAVE, seja na tela de um computador portátil, graças a um software aplicativo que pode ser executado em diferentes plataformas de hardware. Tudo de que você precisa são óculos 3D. Até mesmo um computador portátil transmite o mesmo efeito de profundidade de cenas em 3D que o CAVE. hi! > David Burke foto > Vidar Hardeland Não é fácil gerenciar as informações sobre os níveis de risco, mas, com o uso adequado dessa ferramenta VR, podemos visualizar e experimentar situações meramente virtuais. Gry Offernes A Hydro em transformação inside >>> Eivind Reiten. Foto: Helge Hansen A Hydro em transformação Innovation A proposta de fusão das atividades de petróleo e gás da Hydro com a empresa norueguesa Statoil é certamente um negócio de grande envergadura. E há também outras negociações bem significativas em andamento, que estão transformando a Hydro. A Hydro Polymers, que têm aproximadamente 1.200 empregados, será vendida ou terá suas ações negociadas na Bolsa de Valores, num processo bem parecido com aquele por que o antigo negócio Hydro Agri – atualmente Yara – passou, três anos atrás. A Hydro Production Partner e a Production Services (mais de 1.000 empregados no total) também estão sendo preparadas para venda. Veja o que seus colegas – e alguns ex-colegas – têm a dizer. >>> Atitude confiante da Hydro Polymers > 18-21 Yara está desbravando os próprios caminhos > 22-24 A despedida é triste, mas os empregos são mantidos > 24-25 hi! 17 ‘A Hydro está mudando, e nós também’ Os empregados da Hydro Polymers em Aycliffe, Inglaterra, sabem muito bem como enfrentar mudanças O presidente do Conselho de Administração da Bakelite Ltd., a primeira empresa a assumir as instalações industriais na cidade de Newton Aycliffe, após a Segunda Guerra Mundial, fez o seguinte comentário em 1951: “Os trabalhadores do Nordeste da Inglaterra são da melhor qualidade possível: laboriosos e capazes de se adaptar às novas circunstâncias e de aprender novos processos bem depressa”. E, sem dúvida, esse testemunho ainda é válido para os dias de hoje. No intervalo entre os dois pontos da linha do tempo, outras empresas vieram fazer negócios em Newton Aycliffe, sendo que a última foi a Hydro Polymers, que começou quando a Hydro comprou as instalações, em 1982. A maioria da mão-de-obra é local, e muitos empregados têm familiares fazendo parte do quadro de pessoal. E não são poucos os que já trabalharam para mais de um dono. Então, o que eles acham do plano de desmembramento da Hydro Polymers, seja pela venda seja pela criação de uma empresa nova e independente com ações registradas na Bolsa de Valores? hi! > Craig Johnson fotos > Terje S. Knudsen A Hydro em transformação Innovation hi! 19 Bill Wood Diretor das Instalações 30 anos na empresa ‘Uma operação de peso’ Não temos por que ficar apreensivos com relação aos futuros donos. Nossas operações são sólidas e de qualidade, e a equipe é bastante capaz. Bill Wood Comunicação é tudo: sem ela você é deixado “no escuro”. Agora que está todo mundo sabendo do desmembramento, tudo fica bem mais fácil. Podemos explicar os aspectos positivos de sermos uma empresa independente. Acreditamos que a Hydro vai nos tratar de maneira justa. Nossa fábrica tem muito que agradecer à Hydro, se considerarmos os progressos que foram implantados por aqui. Trabalhei para dois donos: a British Industrial Plastics e, depois, a Hydro. Percebemos que a Hydro está mudando, e estamos mudando também. Não temos por que ficar apreensivos com relação aos futuros donos. Nossas operações são sólidas e de qualidade, e a equipe é bastante capaz. >>> Carl Fawcett Operador de Processos – Compostos 10 anos na empresa Brent Morfoot Operador de processos – Compostos 2 anos na empresa Lee Edgar Técnico Especializado e representante do sindicato AMICAS 15 anos na empresa ‘Muitas incertezas’ ‘O começo de uma nova era’ ‘Positivo em relação ao futuro’ Faz quase 30 anos que meu pai trabalha aqui. Eu vim para cá em outubro de 1996, quando meu primeiro filho nasceu, e fui trabalhar no misturador do setor de Compostos. Por aqui na região, essa é a empresa que paga os melhores salários. Na minha opinião, ela é do tipo que pratica a política de ajudar o empregado a se aprimorar. Há muita insegurança, sobretudo entre os mais jovens. Não são poucas as fábricas que estão fechando as portas aqui na Inglaterra. Não vejo o desmembramento como algo negativo. Qualquer que seja a direção que a empresa tome, ainda podemos nos empenhar um pouco mais. A lucratividade está aí. Tenho três filhos – 2½, 6 e 11 anos – e moro bem perto daqui. E embora eu torça por algo diferente para eles, não seria nada mal se ainda houvesse trabalho por aqui quando as crianças ficarem mais velhas. Trabalhei 19 anos para a Great Lakes Chemicals, aqui em Aycliffe; mas quando ela fechou as portas, vim trabalhar na Hydro, e nunca mais olhei para trás. Sempre considerei a Hydro como a empresa que fazia as coisas da forma correta. Quando eu estava na Great Lakes, lembro-me de que o pessoal de lá ficava se perguntando: “O que a Hydro faria nesse caso? Por que não fazemos o mesmo?”. Nasci e fui criado aqui. Sou casado com a Jill e tenho dois filhos: Stacey, de 16, e Carl, de 13. Se esse desmembramento tivesse acontecido dois anos atrás – quando a fábrica passava por uma fase difícil, com poucas encomendas – eu teria ficado preocupado. Mas depois de termos experimentado uma reestruturação, estamos trabalhando a plena capacidade. Ficaria mais preocupado se estivesse trabalhando para qualquer outra empresa que não fosse a Hydro. O pessoal está disposto a aceitar as mudanças. Ninguém aqui fica estagnado. Passamos por um período de dificuldades, mas temos um futuro brilhante pela frente. Aqui é o máximo, é onde todos querem trabalhar. Há uma nova era despontando, e se continuarmos na direção correta, vejo que a transição vai provocar um mínimo de confusão. Com a nossa disposição para mudanças e o decisivo princípio de trabalho em equipe, não vejo razão para que não possamos olhar para frente e acreditar num futuro repleto de incríveis possibilidades. Manter o nosso alto padrão e o pensamento positivo são as chaves para o sucesso da empresa. Comecei há 15 anos, num estágio como engenheiro mecânico. Agora sou engenheiro de turno, no setor de Compostos, encarregado da manutenção preventiva e manutenção em caso de quebra. Desde julho sou representante do sindicato. Se alguém está tendo problemas, é comigo que deve vir conversar. O pessoal está meio desapontado, apesar de compreenderem a posição da Hydro, e a Hydro tem sido boa para Aycliffe. Ninguém está com medo da mudança – afinal, já passamos por muitas. E sempre reagimos bem. A mudança vai acontecer. Não dá para lutar contra ela; temos de aprender a conviver com a situação. Sou casado e tenho dois filhos, um de 3 anos e o outro de apenas 8 meses. É normal que eu fique um pouco preocupado; mas vejo um futuro positivo para nós. O pessoal aqui dá o melhor de si. mais sobre Aycliffe > páginas 34-35 A Hydro em transformação Innovation Geoff Richardson Tecnólogo Instrutor 35 anos na empresa Carolle Land Chefe de Pessoal 11 anos na empresa ‘Lealdade de ambos os lados’ ‘À altura do desafio’ Meu pai começou a trabalhar aqui nestas instalações em 1952 e só saiu em 1985, quando ele exercia a função de gerente de pessoal da Bakelite Xylonite Ltd.( BXL). Eu comecei em 1972, quando meu pai me arranjou uma posição na Fábrica de Resina, depois de eu ter feito o serviço militar na Royal Artillery e de passar por outro emprego na cidade. Meu filho também trabalha aqui, no almoxarifado. Antes o trabalho era manual, pesado mesmo. Comecei no primeiro degrau da carreira: no setor de limpeza. Depois fui subindo dentro do departamento e assumi os cargos de gerente de turno e de Coordenador das Paralisações para Manutenção. Atualmente ocupo o cargo de Tecnólogo Instrutor. Depois de 35 anos, você acaba aprendendo com as pessoas. Agora estou mais tranqüilo; antes, não havia ninguém mais obstinado que eu. Pode-se dizer que me formei na escola da vida. É uma lástima que esse seja o caminho que a Hydro decidiu que teremos de tomar. Gosto da Hydro. Mas é apenas um outro desafio. A empresa Yara está indo bem – nós também vamos conseguir. As instalações aqui são fantásticas. Muita coisa aconteceu nos últimos 25 anos. Quando a fábrica pertencia à BXL, havia 1.500 pessoas; agora somos menos de 400. Se dependesse de mim, as instalações ainda durariam uns 50 anos. A lealdade é uma rua de mão-dupla. Tem muita gente aqui que adora vir trabalhar, e a Hydro cuidou muito bem desse lugar. Eu poderia me aposentar, mas nem penso nisso. Fiz carreira vindo bem de baixo e ainda tenho muita garra e motivação. Em maio faz 12 anos que trabalho aqui. Comecei no cargo de secretária e, após alguns anos, fui transferida para o Departamento de Recursos Humanos. Atualmente ocupo o cargo de Chefe de Pessoal. Gosto muito de estar em contato com as pessoas, e aqui praticamos a política de portas abertas, segundo a qual as pessoas podem entrar e conversar sobre assuntos de caráter confidencial. O Departamento de Recursos Humanos está presente para dar apoio e orientação ao pessoal. É uma época bem estimulante. Eu estava aqui quando se cogitou a possibilidade de venda da empresa, há alguns anos. O comprador em potencial era nosso principal concorrente, e muita gente não queria trabalhar para ele. Foi um alívio quando soubemos que a venda não se concretizou. Do ponto de vista dos empregados, passamos por alguns anos bem difíceis, porque a nossa atividade não era considerada “atividade principal” e porque a empresa estava à venda. Mas continuamos a dar o melhor de nós mesmos, independentemente do que estava acontecendo. O pessoal sempre se adapta às situações. Todo mês é um desafio, e sempre nos mostramos à altura dele. Quando nos pedem alguma coisa, a gente entrega mais do que foi pedido. Faz parte da nossa cultura procurar o aprimoramento, sempre. Apesar do desmembramento da empresa – que todos nós sabemos que, definitivamente, vai ocorrer – todos vão continuar trabalhando normalmente. Temos muito orgulho dos profissionais daqui e de suas realizações. Não importa o que venha a acontecer, nosso pessoal tem muito a oferecer. Muita gente quer vir trabalhar conosco, pois muitas são as oportunidades de se fazer carreira dentro da organização. Há um misto de emoções. Dos quase 400 empregados, cerca de 120 têm mais de 25 anos de serviços prestados à Hydro. Essa turma já passou por um bocado de mudanças. A expectativa é de que essa seja só uma fase de inquietação para alguns. As pessoas se preocupam com si mesmas e com a fábrica. Afinal, é daqui que elas tiram o próprio sustento. Não temos medo do trabalho duro, e tenho certeza de que nos mostraremos à altura do desafio. hi! 21 Há três anos, o negócio Hydro Agri tornou-se uma empresa autônoma com nova identidade, a Yara. E hoje, como será que ela está? Yara: independente, especializada e crescendo Alguns atributos – como nosso tamanho e alcance – foram herdados; outros – como o nosso modelo empresarial, foco na produtividade e estrutura organizacional – estão sendo desenvolvidos à proporção que avançamos. Thorleif Enger A Hydro em transformação Innovation hi! 23 Alguns dados • Yara é líder mundial no fornecimento de nutrientes para plantas, e seus produtos estão disponíveis para venda em mais de 120 países • Suas atividades essenciais são a produção e a comercialização de fertilizantes à base de nitrogênio e amônia, as principais matérias-primas dos fertilizantes nitrogenados • Empregados: 6.800 • Valor da ação no lançamento: 41 Coroas Norueguesas; no início de 2007: em torno de 165 Coroas Norueguesas “O desmembramento abriu inúmeras oportunidades para nós”, informa a chefe de pessoal da Yara, Anne Grethe Dalane. A té 2003, as atividades da Hydro Agri faziam parte central da história da empresa. Foi com ela que a Hydro teve seu início há mais de 100 anos, produzindo fertilizantes. Então houve a “separação” da Hydro, e as ações na nova empresa Yara passaram a ser negociadas na Bolsa de Valores de Oslo, Noruega. Hoje, a Yara consolidou sua liderança mundial como empresa do setor de nutrientes agrícolas. As ambições da empresa cresceram depois do desmembramento: a meta atual da Yara é tornar-se a “empresa-modelo” da indústria, com 10% de participação no mercado, em 2010. “O desmembramento abriu inúmeras oportunidades para nós. Agimos com cautela ao tirar proveito delas e, de forma efetiva e sistemática, fomos divulgando nossos valores e para onde pretendíamos ir”, informa a chefe de pessoal da Yara, Anne Grethe Dalane. “Como empresa autônoma, nossa área de atuação se tornou mais bem definida. Ficou mais fácil elaborar um plano estratégico coerente e estabelecer objetivos específicos. Fomos capazes de criar nossa própria identidade, e nossa cultura corporativa é hoje provavelmente muito mais voltada para resultados.” Cultura corporativa e consolidação da marca comercial são duas das seis metas do programa da Yara, que pretende concretizar seu objetivo ambicioso de ser a “empresamodelo.” As demais metas são: crescimento, operações mais eficiente, melhor estrutura de custos e inovação. Apesar de todas as mudanças pelas quais a organização passou, Dalane está convicta de que a maioria dos empregados não experimentou nenhuma mudança drástica. “Identidade e entrosamento têm uma dimensão local muito forte: 98% dos nossos empregados não trabalham na sede da empresa em Oslo, e 85% trabalham fora da Noruega. Ainda mantemos uma organização descentralizada, e quanto mais afastado de Oslo o empregado está, menos ele é afetado pelas mudanças.” “É imprescindível que todos nós tomemos ciência do verdadeiro potencial da Yara e do negócio que operamos. E a esse respeito, o CEO Thorleif Enger tem sido absolutamente transparente ao afirmar que temos um forte desejo de crescer.” “Muito embora grande parte das necessárias reestruturações tivesse sido realizada antes do desmembramento, não paramos de aumentar a eficiência de nossas atividades. Isso também acarretou um corte de pessoal: de cerca de 8.000, naquela época, para menos de 7.000 agora.” “Se olharmos para quatro anos atrás, a Agri (hoje Yara) fazia parte do impressionante total de 40.000 empregados da Hydro. O fato de hoje sermos uma corporação independente, menor – e enxuta – provavelmente colaborou para a forma como percebemos nosso trabalho e o papel que a empresa tem no mercado. É bem possível que seja mais fácil para cada empregado em particular ver o valor do que fazemos, e os caminhos até a tomada de decisões definitivamente se encurtaram.” Dalane ainda acrescenta com uma pitada de humor: “Acho que ninguém que hoje trabalha para a Yara gostaria de estar vivenciando todas essas mudanças pelas quais a Hydro está passando. É bem mais fácil ser uma empresa independente”. hi! > Trond Aasland fotos > PhotoDisc, Trond Aasland >>> Nós éramos muito bons em manter essa cultura de confiança e cooperação nos dias de Hydro e estamos tentando fazer com que esses princípios sejam perpetuados na Yara. Arthur Frank Bakke >>> A cultura da Hydro continua viva “Eu diria que a maioria dos empregados da Yara ficou satisfeita com o desmembramento da Hydro. As condições de emprego tiveram um tratamento especial, e o mercado em expansão também esteve a nosso favor nos últimos anos”, ressalta o representante sênior do sindicato, Arthur Frank Bakke. Bakke é presidente do conselho do Herøya Arbeiderforening (o sindicato local) e principal representante da empresa no Comissariado Europeu para o Emprego. Ele garante que foi muito importante para os empregados que seus salários, seguros e direitos previdenciários, assim como outros benefícios, não tivessem sido afetados em razão do desmembramento. “Essas condições empregatícias receberam um tratamento especial, não se tornando causa de nenhum atrito”, assinala. Bakke explica que a Hydro Agri já havia passado por grandes mudanças antes de ter sido desmembrada, em 2003. “E isso contribuiu de forma significativa para o sucesso que conseguimos alcançar no mercado.” Que tipo de cultura a Yara tem hoje? Será que elementos daqueles dias de Hydro ainda estão incorporados a ela? “Provavelmente trouxemos conosco os elementos da cultura empresarial da Hydro. A Yara ainda tem sua sede social na Noruega e o governo norueguês continua sendo o acionista majoritário. Não obstante, a diversidade de nacionalidades dos empregados sinaliza que a Yara vai, aos poucos e cada vez mais, se tornando uma corporação internacional.” Bakke também salienta que uma cultura que prioriza a confiança e a colaboração é um aspecto positivo que todos têm interesse em conservar vivo. “Nós éramos muito bons em manter essa cultura nos dias de Hydro, e estamos tentando fazer com que esses princípios sejam perpetuados na Yara. Nem a confiança nem o espírito de colaboração acontecem por si sós. Têm de ser cultivados e, até certo ponto, ficam na dependência do interesse das pessoas envolvidas. E quando os representantes dos sindicatos percebem que estão sendo tratados de forma igual a todo mundo, então é possível existir colaboração no trabalho.” A região de Grenland, ao sul da Noruega, cujo centro é a cidade de Porsgrunn, ainda reúne muitas indústrias pesadas; contudo, o logotipo da Hydro já não mais domina a paisagem. A Yara foi desmembrada da Hydro; a produção de magnésio foi encerrada; a Hydro Polymers vai se tornar uma empresa independente ou será liquidada; e mais, os serviços prestados pela Hydro Production Partner estão saindo das mãos da Hydro. Com as mudanças que vêm ocorrendo nos últimos anos, e aquelas que virão em breve, a presença da Hydro no seu ‘berço’ histórico será bem pequena. Isso não que dizer que todos estão fechando as portas. “A Hydro vem colaborando para assegurar que a vida continue por aqui”, é o que explicam um gerente sênior e um representante de sindicato, ambos com uma longa história nesse local. “A Hydro tomou a iniciativa de salvaguardar o futuro das próprias instalações e colaborou para o aparecimento de novos negócios”, lembra Søren Sem, ex-chefe de operações da Hydro em Porsgrunn. A fabricante de células solares, REC ScanWafer, abriu uma fábrica de grande porte na região, e quase 90 empresas, dos mais variados ramos e tamanhos, se instalaram no Parque Industrial. Essa afluência de empresas vem se acelerando desde o fechamento da produção de magnésio. Na prática, mais de 3.000 pessoas estão trabalhando no pólo industrial de Herøya, um número superior àquele anterior à saída da Hydro. “A Hydro, como líder do setor industrial, está se despedindo da região de Grenland. Chegamos a um marco decisivo da nossa história”, constata Bakke, representante do sindicato local Herøya Arbeiderforening. “Não nos agrada nada termos de passar por isso, mas acreditamos que boas soluções serão encontradas. Esperamos que a Hydro continue a arcar com suas responsabilidades e realize o acompanhamento da mesma forma que fez anteriormente, durante a reestruturação de Herøya.” “Não dá para disfarçar: estou triste. É uma espécie de ‘sentimento de luto’ pelo que está acontecendo agora, depois de 85 anos. É incrível que tenha durado tanto tempo”, de- A Hydro em transformação Innovation A posição dominante da Hydro está chegando ao fim no seu ‘berço’ histórico, mas a indústria segue existindo clara Sem, que trabalhou para a Hydro por 40 anos. Ele começou como estagiário na mina de calcário em 1956, e encerrou a carreira profissional como gerente geral de Herøya. Essas mudanças estão certas ou erradas? “Não quero dizer nada sobre se estão certas ou erradas. É uma tendência internacional. A gente pode partir do pressuposto que qualquer mudança é difícil; mas a reestruturação sempre fez parte da nossa existência”, pondera Sem. “Se não tivéssemos realizado as mudanças que precisavam ser feitas aqui em Herøya nos últimos 25 anos, não teria sobrado muito “Provavelmente colocamos esperanças demais não só na indústria pesada, como também na segurança que a Hydro transmitia para todos aqui. Mas agora o crescimento deve tomar outros rumos. O fechamento da fábrica de magnésio veio provar que as pessoas estão preocupadas com o futuro da indústria: 10.000 pessoas saíram às ruas para protestar”, acrescenta. “O fato de os representantes do sindicato e a administração terem trabalhado juntos foi decisivo na hora de atrair novos empreendimentos para a região. Os sindicatos merecem o crédito por terem pensado estrategicamen- Eles são unânimes ao concordar que teria sido difícil de encontrar uma solução se a Hydro tivesse continuado a operar todas as atividades em Herøya. “Essas e todas as outras indústrias na região de Grenland agora têm de lutar para conseguir condições estruturais adequadas. Se o gasoduto vier até Grenland − e com certeza virá −, a região vai florescer ainda mais”, conclui Bakke. “E gostaria de enfatizar que Grenland é a menina dos olhos da Noruega, tanto com relação ao desenvolvimento industrial quanto por ser um ótimo lugar para se morar: perto para contar. A criação dos Parques Industrial e Comercial da Hydro foi uma decisão de forte impacto, com foco na inovação e serviços compartilhados. Espero que a Hydro continue como dona e operadora dos Parques”, salienta Bakke. te, e não apenas se concentrado nos aspectos de salário e benefícios”, complementa Sem. “Os membros do sindicato sabem que é preciso ser competitivo se quisermos atrair investimentos”, opina Bakke. do litoral, das florestas e das montanhas”, observa Sem. hi! > Tom Karl Andersen foto > Gisle Nomme Hydro vai embora, mas os empregos são mantidos Arthur Frank Bakke, representante do sindicato local Herøya Arbeiderforening e ex-gerente geral da fábrica da Hydro em Herøya. Søren Sem fica triste pelo fato de a Hydro estar se despedindo da região de Grenland, mas acredita que o processo de reestruturação vai gerar empregos novos e mais seguros. hi! 25 Pequenas coisas podem ter um significado enorme, tanto para o meio ambiente quanto para os resultados financeiros Pequenas e excelentes O setor de Pesquisa e Desenvolvimento pode ser considerado complicado e de difícil acesso; mas em geral são as coisas simples que dão os melhores resultados. Henning Reier Nilsen hi! 27 Henning Reier Nilsen. “N ada seria mais estimulante que incrementar a produtividade e, ao mesmo tempo, conquistar benefícios para o meio ambiente”, afirma o Diretor de Tecnologia da Hydro Polymers, Henning Reier Nilsen. “A excepcional cooperação entre o departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Polymers e o setor que cuida do meio ambiente é a chave para a elaboração de projetos inovadores, que não só geram melhores retornos financeiros, mas também fazem com que nossos negócios sejam mais sustentáveis”, ele explica. Reier Nilsen é um dos mais experientes tecnólogos na área petroquímica, reconhecido em toda a Escandinávia. Embora ele tenha colaborado em muitos projetos inovadores, ele faz questão de enfatizar o que mais conta para o sucesso: a interação de todas as pessoas envolvidas. “Em sua vasta maioria, esses projetos referem-se a desenvolver um processo a partir de uma idéia – inicialmente um projeto de laboratório e depois projeto piloto – até se transformarem em processos industriais completos. Muitos e diferentes tipos de dificuldades aparecem pelo caminho. Os tecnólogos precisam estar presentes o tempo todo, acompanhando as fases de operação e ajudando a encontrar soluções para os problemas que aparecem”, recomenda. O ano passado foi o melhor de todos para as operações da Polymers, sobretudo para a fábrica VCM, na cidade de Rafnes, na Noruega. Duas importantes razões para o sucesso são: o projeto resultou em consumo energético inferior por unidade produzida e há a possibilidade de se aumentar a produção. “O setor de Pesquisa e Desenvolvimento é muitas vezes considerado complicado e de difícil acesso, mas em geral são as pequenas coisas que produzem os melhores resultados, como, por exemplo, quando decidimos instalar um tubo vazio sobre a fornalha de craqueamento na fábrica VCM. Essa medida permitiu que a reação continuasse depois que o gás do processo tivesse saído da fornalha, sem necessidade de mais aquecimento.” Os resultados são a redução de 15% no consumo de energia e o aumento de 15% da produção. “Outros haviam tentado isso antes, mas falharam. Essa tecnologia está sendo agora instalada na QVC, no Catar, da qual a Polymers possui 30% do capital. Torcemos para que também lá consigamos alcançar os mesmos resultados positivos”, salienta Reier Nilsen. Os melhoramentos introduzidos em 2006 propiciaram a criação de metas ainda mais ambiciosas para 2007. Reier Nilsen tem como objetivo a produção diária de 1.550 toneladas na fábrica VCM, em Rafnes, que foi originalmente projetada para produzir 900 toneladas por dia. “Tudo que acontecer no futuro vai envolver a introdução de insumos biológicos, inclusive a inserção de recursos renováveis na cadeia de produção do vinil. O gás etileno e o cloro são as principais matérias-primas para a produção atual do PVC. Haverá várias maneiras de se extrair o etileno do futuro, a partir de materiais naturais: uma delas é a transformação de madeira em gás, para obtê-lo via metanol, mas estamos também trabalhando em outras frentes”, prevê Reier Nilsen. A Hydro patenteou essa tecnologia, que é baseada em membranas condutoras a hidrogênio. Isso pode vir a ser extremamente útil para a Polymers. “Podemos prever que estaremos usando essa tecnologia em um processo no qual as emissões de CO2 serão drasticamente diminuídas. Além desta vantagem, as instalações para a fabricação do etileno serão compactas e eficientes”, informa Reier Nilsen. “Estar na liderança na área tecnológica e ter total compreensão de nossos processos nos dão a oportunidade de sermos o principal fornecedor do setor a fazer melhor uso dos recursos, enquanto produzimos resultados financeiros ainda mais satisfatórios.” hi! > Trond Aasland fotos > Terje S. Knudsen, iStock.com hi&lo Investigado vazamento de informações financeiras De alguma forma, um jornal norueguês teve acesso aos mais recentes resultados financeiros da Hydro, antes da data em que seriam oficialmente divulgados. Foi aberta uma sindicância para apurar o fato. “Faremos tudo o que for possível para que não volte a acontecer”, advertiu o CEO e Presidente, Eivind Reiten. hi & Descoberta no Mar de Barents A Hydro comprovou a presença de petróleo e gás no poço exploratório do prospecto Nucula, no Mar de Barents, ao largo da costa norte da Noruega. Ainda serão necessárias outras avaliações para que seja determinada a importância da descoberta. O processo exploratório, por si só, foi uma vitória sob o ponto de vista ambiental, atraindo os elogios das autoridades norueguesas. Marco histórico da fábrica norueguesa O dia 28 de janeiro assinalou o aniversário de 60 anos da fundação da fábrica de alumínio Årdal Verk A/S, que a Hydro adquiriu em 1986; uma grande comemoração está planejada para os três últimos meses deste ano. Apesar da desativação, este ano, da linha de produção com tecnologia Søderberg, a fábrica vai fazer entregas no total de mais de 180.000 toneladas – quantidade bem superior à capacidade original de 24.000 toneladas. lo Aprovada a venda da Castings A Hydro concluiu a venda do seu negócio Automotive Castings com o fornecedor de autopeças Nemak, do México, depois de a mesma ter sido autorizada pela Comissão Européia. As operações européias que foram incluídas na transação congregam um total de 2.200 empregados, enquanto o consórcio Castech, no México, emprega 1.000 pessoas. bons vizinhos hi! 29 A corrida da vida É preciso muita determinação. Paul Farrugia passou 16 dias dirigindo uma motocicleta pela África do Sul, para ajudar esse país a lutar contra a pobreza e as doenças Q uando Paul Farrugia ficou sabendo da extenuante corrida de motocicleta de 2.500 km pela África do Sul, levou cerca de 30 segundos para decidir que queria tomar parte dela. Convencer a esposa levou um pouco mais de tempo, mas ele conseguiu. Levantou 4.500 Libras para caridade, arranjou o necessário transporte para os agentes de saúde sul-africanos – e fez a corrida de sua vida. E a Hydro colaborou com ele. Paul, que trabalha na fábrica Automotive Structures da Hydro, em Worcester, Reino Unido, não é figura desconhecida dos eventos de caridade. “Na verdade, eu tento, seja lá o que for”, diz com modéstia. E tenta qualquer tipo de disputa mesmo: já completou uma corrida para angariar dinheiro para o Fundo Meningite, no percurso entre Land’s End e John O’Groats. Foram 1.400 km, do ponto mais ao sul da Cornuália, Inglaterra, ao ponto mais ao norte da Escócia. Ao folhear as páginas da revista sobre motocicletas “Motorcycle News”, algo chamou a atenção de Paul. O Enduro da África, uma corrida de motocicleta na África do Sul, estava em fase de preparação, e os organizadores procuravam participantes. “Tenho de ir”, foi sua primeira reação. Depois de visitar a página dos organizadores na Internet, ficou ainda mais empolgado. “O motivo pelo qual idealizaram a corrida, o aspecto beneficente envolvido, foi o que mais me estimulou”, diz. “Era uma causa muito nobre.” O Enduro da África é uma aventura ao mesmo tempo original e repleta de desafios, em prol da iniciativa “Riders for Health”, que dá motocicletas a agentes de saúde para que, devidamente motorizados, consigam alcançar mais pessoas, levando até elas cuidados preventivos com a saúde. A corrida é organizada pelo “Global Enduro” e envolve 100 motociclistas de todo o mundo, que enfrentam 16 >>> >>> dias de poeira num trajeto pelas regiões mais acidentadas e isoladas da África do Sul. Paul já era um motociclista apaixonado, e o Enduro da África despertou ainda mais seu desejo por aventura. Muito embora os quatro filhos tivessem ficado entusiasmados de imediato, a esposa precisou de uma dose de persuasão – mas assim que foi convencida, deu a ele todo seu apoio. Logo que seu pedido de inscrição foi aceito, Paul passou 12 meses angariando as 4.500 Libras necessárias para que pudesse participar. Paul organizou os mais variados eventos: desde uma corrida de cavalos virtual até uma maratona de 12 horas de “line dance”, uma dança parecida com a nossa quadrilha. “Foram 12 meses bastante divertidos, consegui um bocado de ajuda de um monte de gente”, anima-se. Seus colegas da Hydro mostraram grande interesse em ajudar. Paul fica imaginando se a razão de tanto apoio dos colegas foi por se divertirem com a possibilidade de ver fotos dele sendo perseguido − e comido − por animais selvagens. A África é, sem dúvida, um país de feras de grande porte. “Eu precisava desapontá-los”, diz com uma risada. A Hydro ajudou Paul em seu empenho para arrecadar recursos: deu-lhe algumas horas livres, emprestou-lhe equipamentos para os eventos e arredondou para 500 Libras as 320 Libras apuradas num dos eventos. Paul dá imenso valor à cultura praticada na Hydro, que lhe permitiu ir atrás de uma boa causa, e elogia a disposição dos colegas ao darem dinheiro. “É assim que as pessoas são por aqui”, se emociona. “Todos ficam satisfeitos por ajudar alguém que trabalha pela caridade.” O enduro aconteceu em novembro passado. “Foi absolutamente fantástico”, declara Paul. “O visual, as pessoas, a camaradagem, a corrida em si, o clima, o sorriso nos rostos das Depois que os participantes de uma das “Riders for Health” entregaram motocicletas para um distrito no Zimbábue, as mortes por malária diminuíram em 20%. Agora o objetivo é, até 2015, ter providenciado transporte confiável para os agentes de saúde que trabalham por toda a África. crianças ansiosas por tocá-lo, a hospitalidade. A experiência toda foi incrível.” “Sinto-me um privilegiado e um felizardo por ter tido a oportunidade de participar de um evento como esse”, diz Paul agradecido. Sua moto Yamaha foi doada para o “Riders for Health” e, depois de adaptada, será usada pelos agentes de saúde. hi! > Colin Dobinson fotos > participantes do Global Enduro bons vizinhos As vastas distâncias da África impedem que as agências de saúde e desenvolvimento colaborem na guerra contra a pobreza e as doenças. Há pessoas morrendo de doenças facilmente evitáveis, só porque não se consegue chegar até elas. O Enduro da África envolve a participação de 100 motociclistas viajando 16 dias pelos terrenos mais acidentados e isolados da África do Sul. Paul Farrugia, empregado da Hydro, é o segundo da esquerda para a direita. Finda a corrida, cada participante doa sua Yamaha AG200 nova, que vale 4.500,00 Libras, para caridade. Alguns dados “Riders for Health” Milhões de crianças na África morrem de diarréia e sarampo, simplesmente porque ninguém consegue chegar até elas levando assistência médica. A iniciativa “Riders for Health” dá treinamento a agentes de saúde, ensinando-os a dirigir e consertar motocicletas, de forma que eles consigam chegar às comunidades mais remotas, levando assistência médica regular, do tipo a que não damos o devido valor por estarmos totalmente acostumados a ela. O Enduro da África é uma corrida de 16 dias pela África do Sul. Ao término do evento cada participante doa sua moto Yamaha AG200 nova, que vale cerca de 4.500 Libras, para a caridade. Apesar de a África do Sul ter os mais difíceis terrenos para qualquer tipo de veículo, cada moto tem uma vida útil estimada em pelo menos seis anos e pode cobrir 100.000 km para levar saúde a cerca de 20.000 pessoas. Maiores informações www.riders.org hi! 31 Para Joe Brown, seus trabalhos de engenharia realizados no computador e suas pinturas fantásticas se complementam – ambos demandam perspicácia e determinação para serem concluídos Quem: Joe Brown Cargo: Engenheiro Industrial Onde: Aluminium Products, Kalamazoo, estado de Michigan, EUA Arte e engenharia – duas faces da mesma moeda S ou engenheiro industrial na fábrica de extrusão de alumínio da Hydro na cidade de Kalamazoo, estado de Michigan, nos EUA. Estou aqui há uns bons 15 anos e agora programo máquinas e um soldador robótico CNC (controle numérico computadorizado) para executarem com precisão tarefas de semi-fabricação. Alguns dos produtos são pára-choques de caminhões, por exemplo. Nas horas vagas, pinto paisagens e figuras. No trabalho, é tudo muito prático, nada parecido com arte, na minha opinião. Mas tanto o meu trabalho quanto a minha arte são fruto da mesma fonte de criatividade, e ambos demandam níveis iguais de determinação para levar um projeto até o final. Na arte, você precisa ser audacioso, ter confiança no poder de sua imaginação e uma abordagem criativa, ou nunca vai terminar nada, nem se aperfeiçoar. E é igual ao trabalho na Hydro! A arte me força a tentar novas técnicas, o que me ajuda a não me sentir acuado quando surge algo novo que precisa ser experimentado, como, por exemplo, em se tratando de materiais e técnicas diferentes. Você tem de pensar de forma nova, não deve ter idéias pré-concebidas. E pode perguntar a qualquer um: vão dizer que não sou nada convencional, que não sigo nenhuma cartilha, que provavelmente nunca vi uma cartilha! Eu imponho uma disciplina para mim mesmo. Defino as metas que pretendo alcançar e sou bastante sistemático e criativo para meu trabalho E pode perguntar a qualquer um: e vão dizer que não sou nada convencional, que não sigo nenhuma cartilha, que provavelmente nunca vi uma cartilha! Joe Brown chegar até elas. Melhor dizendo, é igual a um “gerenciamento de projeto”. A arte me ajuda a ver o produto final – a pintura concluída – e a visualizar as etapas que tenho de vencer para atingir meu objetivo. É a arte que me ajuda a ver o produto final, antes mesmo de haver algum resultado tangível, físico. A arte me motiva a continuar tentando. Nunca deixo um quadro inacabado; e, às vezes, a pessoa é surpreendida pelo resultado. O processo criativo na arte obriga-o a superar obstáculos e perceber os erros. Muitas vezes você fica pasmo de ver como um “erro” acaba por funcionar muitíssimo bem e se torna parte de seu estilo: depois do primeiro e inesperado “erro”, o mesmo se transforma numa etapa planejada. E a arte me ajuda a escutar as pessoas e possivelmente usar suas idéias e visão para pintar o quadro que elas desejam. Ao concluir uma pintura por encomenda, a sensação é igual a atender um pedido de um cliente da Hydro. Você leva em conta a necessidade, a visão, o desejo dele, e tenta criar algo que o satisfaça. Por mais que eu goste de pintar, estou firme por aqui... não pretendo pedir demissão. hi! > informações prestadas a Craig Johnson Veja mais obras de Joe Brown na página www.joebrownart.com hi! 33 Uma ‘nova’ cidade com velhas histórias Hydro Polymers – fábrica em Aycliffe Empregados: 400 Data em que foi adquirida pela Hydro: 1982 Produtos: resinas e compostos de PVC cartão-postal de Newton Innovation Aycliffe A parte “Newton” do nome Newton Aycliffe vem de “new town” (“cidade nova” em português), referente a um programa britânico que criou cidades “do zero” e cujo início se deu logo depois da Segunda Guerra Mundial. Quanto à segunda parte, todos os centímetros quadrados da Inglaterra têm uma história para contar, e aquele pedaço de terra era conhecido antigamente por “Acley”, em homenagem a um povoado saxão. A área industrial onde hoje estão as instalações da Hydro Polymers era ocupada pela fábrica de munições Royal Ordinance Factory No. 27, denominação recebida no começo de 1940. Lá, os Anjos de Aycliffe, como eram chamadas a mulheres que compunham o quadro de pessoal responsável pela produção de munição durante a guerra, mantinham a fábrica funcionando a todo vapor, e a lenha dos fogões de suas casas acesa. A vida em Aycliffe, naqueles primeiros anos após a Guerra, só pode ser vista, pela nossa perspectiva atual, com admiração. Os soldados que retornavam das frentes de batalha não sabiam se haveria trabalho para eles, e as mulheres que trabalhavam nas fábricas de munições perderam seus empregos. Havia poucas casas nas redondezas, o que significava longas viagens até o trabalho. Um operário poderia se considerar um sujeito de sorte se tivesse de pedalar 16 quilômetros de casa até o trabalho – em linha reta; na realidade significavam muitos mais. A primeira a se instalar foi a Bakelite Ltd., uma das pioneiras empresas no setor de plástico, e seu primeiro proprietário pósguerra. Muitos anos depois, um esmaecido contorno do nome da empresa ainda estava visível sobre um dos prédios originais. Depois veio a Bakelite Xylonite Ltd., conseqüência da fusão com a British Xylonite. Em 1974, a British Industrial Plastics passou a fazer parte do cenário. A Hydro comprou a empresa em 1982. A fábrica quase foi parar em outras mãos, mais uma vez, no final dos anos 90, quando a Hydro planejou vender todo o negócio petroquímico para um concorrente europeu; mas as negociações para a compra jamais foram concluídas. Num futuro próximo, um novo logotipo – e um novo nome – vão aparecer na fachada. hi! > Craig Johnson photos > com autorização de www.aycliffeangels.org.uk mais sobre Aycliffe > página 18-21 Os Anjos de Aycliffe no trabalho. hi! 35 Impressão: Kampen Grafisk, Oslo Miguel Lizarraga, Gerente de produção, Espanha Para nós, a situação permanece incerta. Desde 2000 não recebemos nenhum investimento de porte. Precisamos reformar o laminador frio, o que pode custar duas vezes nosso lucro anual. Mas se fizermos isso e mantivermos o foco – afunilando, concentrando – no nosso portfólio de produtos, poderíamos agregar muito mais ao benefício que realmente criamos, em razão do curto tempo do ciclo de produção do nosso processo de fundição contínua. Monika Schucht, Suprimentos e Logística, Alemanha Quando participei de um seminário sobre liderança, quatro anos atrás, nós previmos o caminho que a Hydro tomou. Agora, com o desmembramento, vamos precisar consolidar nossa posição no mercado, com vistas ao futuro. Espero que a nossa organização receba bastante inspiração dessa nova força. Rolf Schencking, Gerente de fábrica, Malásia O anúncio faz diminuírem as preocupações na Rolled Products, pois agora podemos contar com maior estabilidade para nossos empregados. Entretanto, como atividade principal, precisamos responder à pergunta: “O que fazer para crescermos?” Apesar de tudo, estamos bem posicionados como fornecedor para os mercados da Ásia. Mas daqui a cinco anos nossa posição será perigosamente ameaçada, se não tomarmos as devidas providências. Não há dúvida de que o longo processo decisório da Hydro trouxe muita insegurança para a fábrica de laminados de Holmestrand. Até mesmo perdemos algumas pessoas-chave durante esse período. Por isso o anúncio foi muito bem-vindo. Agora, a organização como um todo pode se concentrar 100% em aprimorar tanto a qualidade como a produtividade, visando a aumentar a lucratividade até um nível satisfatório. Hans-Erik Vatne, Gerente de fábrica, Noruega Acabou-se o período das incertezas. Considerando que muita gente foi embora, agora é o momento de conservar o pessoal competente. Por causa disso, o aviso foi importante. Não vejo necessidade de buscar novas competências; vamos trabalhar para melhorar nossa posição no mercado com o nosso próprio potencial. Markus Baier, Controlador, Alemanha 5 hi A Rolled Products foi considerada “atividade principal” da Hydro. O que isso significa para você?