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MARCOS FREITAS BARBOSA HUMOR ENTRE PESSOAS SÉRIAS Índice Prefácio......................................................01 De Alarico Portieri, cronista e poeta natural de Razzo........04 DROPPER ......................................................08 De Cláudia Matarazzo, jornalista, socialite em São Paulo......11 DROPPER ......................................................13 De Darcy Bressone, “O Mundo, o Brasil, o Homem”...............16 DROPPER ......................................................18 De Henri Robert, Os Grandes Processos da História.............22 DROPPER ......................................................31 De Jânio Quadros Neto- Sobre seu avô Jânio Quadros (Memorial à História do Brasil)...........................................33 DROPPER ......................................................37 De Jarbas Passarinho, autor de “Um Híbrido Fértil”............39 DROPPER ......................................................44 De Machado de Assis (obras completas).........................48 DROPPER ......................................................51 De Mauro Almeida, jornalista, autor de “Flashes Europeus”.....54 DROPPER ......................................................55 De Nair Lacerda e algumas de suas quatrocentas anedotas históricas....................................................59 DROPPER ......................................................66 De Piero Calamandrei, no livro, “Eles os Juizes, vistos por nós, os advogados”. A luta do Pretório....................70 DROPPER ......................................................73 De Roberto Campos (Deputado Federal, ex Ministro de diversas pastas, autor de “A lanterna na Popa”)........................77 DROPPER ......................................................81 De Viriato Corrêa, Personagens e Fatos da História Brasileira....................................................83 À Guisa de Prefácio: Henri Bergson, filósofo, dizia que, diante de uma anedota engraçada, cada povo reage diferentemente: Um inglês ri três vezes: a primeira vez, por educação; a segunda, quando quando realmente lhe explicam entendeu. Um a anedota; alemão ri a terceira, duas vezes, apenas: a primeira por educação; a segunda, quando lhe explicam a parte espirituosa da anedota. Um francês ri uma vez só, porque compreende tudo. Um americano não ri nunca, porque já conhecia aquela anedota havia muito tempo. Despertar o bom humor, eis tudo. Esse o espírito deste livro que, na verdade, não passa de compilação de trabalhos, cuja finalidade precípua é romper o ineditismo de fatos interessantes, à margem de acontecimentos espírito, históricos, opiniões e ou repetir comentários frases tombados de de lábios ilustres... A narração será entremeada “dropper” de para que a despertar o leitura se torne mais fácil, ágil e engraçada. Esse o objetivo dos autores. NON NOVA SED NOVE. @@@ O Objetivo humor, deste humor “flashes”, trabalho, sensato colhido e em repetimos, é equilibrado, trabalhos de extraído pessoas de sérias e inteligentes. Nossa gratidão a Dario de Almeida Magalhães (Figuras e Momentos), Roberto Campos (A Lanterna na Popa), Jarbas Passarinho (Um Híbrido Fértil), Jânio Quadros Neto (Jânio Quadros, Memorial à História do Brasil), Marcel Souto Mayor (As Vidas de Chico Xavier), Mauro Almeida (Flashes Europeus), Piero Calamandrei (Eles, os Juízes, Vistos por Nós, os Advogados), Nair Lacerda (Grandes Anedotas da História), Cláudia Matarazzo (Gafe não é pecado), Viriato Corrêa (Gaveta de Sapateiro), Vivaldi Moreira (O Velocino de Ouro), Machado de Assis (Obras Completas) desta obra. e outros, por nos ensejar a oportunidade O agradecimento é sincero e efusivo. Não podíamos deixar de fazer, aqui, este registro. POR QUE ESCREVEMOS? Pela mesma razão que o fazia Paul Valéry: j’ecris par faiblesse, escrevo por fraqueza; e Knut Hamsun: “escrevo para abreviar o tempo”. Pitigrilli mostra que a verdade é outra: escreve-se porque se tem o prazer em escrever, porque escrever, antes de mais nada, revela o prazer que se colhe da leitura, sementeira da primeira. Só gosta de escrever quem gosta de ler. Esta modesta compilação só tem um objetivo: despertar o humor. O francês diz que o HUMOR É A GINÁSTICA DA INTELIGÊNCIA. Freud, no seu ESTUDO SOBRE O CHISTE E SUA RELAÇÃO COM O INCONSCIENTE, montou uma teoria sobre o chiste. Afirma que a “piada, inconscientemente, mobiliza no ouvinte todas as emoções e sentimentos de perda, inveja e aqueles de que os humanos são capazes. O ouvinte percebe alguma coisa na piada que faz com que ele se identifique com o teor do que está sendo dito, mas, afinal, trata-se de uma piada e quando a técnica narrativa revela tratar-se mesmo de um gracejo, tudo aquilo mobilizado não tem mais serventia e vira RISO. O riso provocado pelo piadista, assim, seria o alívio para a pessoa reprimida”. Bem, essa a explicação Freudiana... Nair Lacerda, que se dedicou ao HUMOR, diz que a história pode ser engraçada, mas não precisa ser obrigatoriamente engraçada. Pode ser a narrativa curta, que tanto pode ser engraçada, como pitoresca, dolorosa ou mesmo trágica. A fábula, ou a parábola, são formas de anedota. Tudo que se pretende aqui só tem uma intenção: divertir, levar à meditação, reavivar o humor dos que souberam e quiseram fazer...HUMOR! Aludindo aos álamos de que se extrai a celulose, diz melancolicamente CLEMENCEAU: “um livro é a morte de uma árvore!” Só nos resta, Altíssimo! então, invocar a misericórdia do De ALARICO PORTIERI, cronista e poeta, natural de RAZZO Paulo sempre Nei, poeta entregue de a valor, mas libações boêmio inveterado, alcóolicas, viu-se abandonado pelos colegas no vão de uma porta. Um amigo passou, sacudiu-o: - Que fazes aqui, Paulo Nei? - Espero o bonde. - Mas aqui não passa bonde nenhum. - Você sabe lá do futuro? respondeu-lhe o boêmio @ Informa Alarico Portieri que, ao tempo em que fora revisor do “Diário da Noite”, em São Paulo, em cada erro que se deixava descontava na folha “cochilo”. Assim, passar de no jornal pagamento aliás, faziam um todos a empresa tanto os pelo jornais paulistanos daquela época. @ ALARICO PORTIERI, em seu “Brasileiros dentro e fora do Anedotário”, reproduz, por curosidade, alguns “Cochilos” de grandes escritores: Eis alguns deles: - “Vamos – disse Peter – procurando o GUARDA-CHUVA para enxugar as suas lágrimas” (EMILIO ZOLA, “Lourdes”). - “Começo a ver mal, exclamou a pobre cega” (BALZAC, “Beatriz”) - “Pobre Maria! Cada vez que percebe o ruído de um cavalo que se aproxima, acredita que seja eu! (FRANCISCO CHATEUBRIAND, “O Duque Montbazon”) - “a tripulação do navio tragado pelas ondas constava de vinte e cinco marinheiros que deixaram centenas e centenas de viúvas na miséria” (GASTON LEROUX, “Dramas Íntimos”). @ Astolfo Serra, em seu livro “A Balaiada”, narra que um Governador do Maranhão, após uma forte epidemia de gripe, baixou o seguinte decreto: - art. primeiro: Fica extinta a gripe no Maranhão. - art. segundo: Revogam-se as disposições em contrário. @ Da. Maria Zenith de Andrade, taquígrafa-revisora da Assembléia Legislativa de São Paulo, através de Alarico Portieri, reuniu “algumas pérolas dos parlamentares”: § “Então o lavrador entrega a terça-parte, ou seja, a metade da produção...” § O leite tipo C, o mais frequentemente usado, possui um altíssimo teor de BATERIAS... § “Pedimos, Sr. Presidente, a construção de uma ponte ligando a margem esquerda à margem direita do rio. E a seguir: “Estamos certos de que o governo atenderá a aflição da ponte...” § O deputado, em 1960, falava da Tribuna sobre o problema do café no Brasil. Um colega, desatento, acreditou que o orador falava mal do magistério, aparteando-o agressivamente. O orador explicou que estava falando sobre o café e nada tinha a ver com o professorado. § O aparteante não se deu por achado: “E por acaso professor não toma café?..” @ Um rábula pernóstico, dizia aos jurados: - Senhores jurados, eu estou montado no Código Penal... Quintino Cunha, do lado oposto, rebateu fulminante: - Pois faz mal em montar animal que não conhece. @ Certa vez, Joaquim Nabuco desentendeu-se com Rui Barbosa, comentando: “_ É pena! Rui não tem obra espontânea, impessoal, é sempre reflexa, sempre provocada”. Rui, assim, replicou: - Nabuco bem pode fazer tal crítica: dos seus livros, um é sobre seu pai e outro é sobre ele próprio... @ Na vinda epidemia de de D. João piolho VI nos para o navios Brasil, e as houve forte mulheres foram obrigadas a rasparem a cabeça quando aqui chegaram. As nossas patrícias, pensando que isso fosse moda européia, também mandaram raspar a cabeça. É o que nos conta o historiador Buarque de Holanda. @ – “Graça Aranha ou Aranha sem Graça”, assim o chamou Coelho Neto, após um discurso empolado e sem fim visível, proferido pelo primeiro na Academia Brasileira de Letras. @ Nos três dias que antecederam a execução de Tiradentes, por ordem do Senado e da Câmara, as casas da cidade do Rio de Janeiro mantiveram-se, à noite, iluminadas, sob pena de severo castigo. @ Dizia Agripino Grieco que “o Zé Américo, como romancista, dava sono e, como ministro, tirava o sono”. @ Vital Brasil, glória nacional, contraiu febre amarela e a peste bubônica. “Sobreviveu a elas. Foi motorneiro de bonde durante o dia e,à noite, estudava”. @ O primeiro recenseamento no Brasil deu-se no ano de 1871, com 9.930.478 habitantes. @ A chamada “Guerra dos Farrapos” recebeu tal denominação porque os haveres. revoltosos dispunham de poucos recursos e DROPPER Lamartine Babo foi a uma repartição dos telégrafos tratar de um assunto qualquer. Enquanto esperava diante do balcão, viu que um funcionário da casa tirava um lápis do bolso e transmitia em pancadas de morse, para um companheiro ao lado, a seguinte mensagem: "Feio e magro” lápis . e Lamartine, transmitiu que foi sobre o telegrafista, balcão, outra puxou um mensagem: “Feio, magro e também telegrafista”. @ O livro de Hitler – “Conversações Secretas” –, que dizem ser uma colcha de retalhos, assim doutrina seus auxiliares sobre os ingleses: “Eles amam a música, mas esse amor não é correspondido”. @ De um patrão neurastênico para a secretária, quando esta lhe disse que o lápis estava na orelha dele: “não tenho tempo a perder, diga logo em qual orelha”. @ Uma mulher de noventa anos tinha, então, noventa e cinco: dizia a Fontenele, que - A morte esqueceu-se de nós! - Chh! – respondeu o filósofo, pondo um dedo na boca, fale baixo! @ A rainha Guilhermina, da Holanda, estando em Berlim, foi convidada a assistir a um desfile militar. Em primeiro soldados olhou de para lugar, um desfilaram metro sua e hóspede algumas oitenta de imperial companhias altura. e ouviu O de Kaiser dela o comentário: “não são bastante altos!” Em seguida, passou um regimento inteiro, composto de homens que mediam nada menos que um metro e noventa de altura. “- Não são, ainda, bastante altos”, observou a rainha, sorridente. - Mas como, que quereis dizer com isso? perguntou o Kaiser. - “Quero dizer” – respondeu Guilhermina – “que quando abrimos as comportas e as nossas eclusas, a profundidade das águas nas zonas inundadas ultrapassa dois metros e meio.” Talvez fosse a lembrança dessa resposta famosa o que levou o Kaiser a respeitar a neutralidade da Holanda. @ Hitler, preocupado com a morte, indagou de uma vidente quando chegaria seu dia final. - Morrereis num dia de festa dos judeus, foi a resposta que recebeu. - Diga-me, em que dia de festas dos judeus, morrerei? - Não sei – declarou a vidente – porque, seja qual for o dia de vossa morte, será um dia de festa dos Judeus! @ De John Keats, poeta inglês, sobre o Amor: “Nada me faz ver tão fortemente o ridículo quanto o amor. Creio que o homem apaixonado faz a mais desoladora figura deste mundo”. @ Jobert de Lamballe, cirurgião francês, costumava dizer aos clientes: não coma tanto, você pode viver com um terço daquilo que come! - Alguém lembrou de perguntar-lhe: e que faremos com os outros dois terços? - Ajudam os médicos a viver! – foi a resposta. @ Catarina de Médicis nunca foi à cidade de Saint Germain. Certo dia, um astrólogo lhe dissera que São Germano veria sua morte. Quando, entretanto, estava para morrer, chamaram com urgência o confessor. A rainha perguntou-lhe como se chamava: Saint-Germain, Majestade, foi a resposta. Catarina de Médicis, com efeito, faleceu logo depois. De CLÁUDIA MATARAZZO, jornalista, socialite em São Paulo Este fato é contado por Cláudia Matarazzo, no seu festejado “Gafe não é pecado”: O Presidente católico do Rotary fervoroso. Club Depois do de Brasil, passar santista, por toda é a rigorosa burocracia do Vaticano, conseguiu uma audiência com o Papa. Na ante-sala do Vaticano, suava frio, mãos trêmulas. Ao entrar na sala onde era aguardado, avançou com os braços estendidos e não se conteve: - Sua Santidade, Deus o abençoe!... Cláudia Matarazzo faz o comentário malicioso: “caso único de alguém que foi a Roma e abençoou o Papa”... @ Outra passagem contada pela jornalista Cláudia Matarazzo: O barão Von Klein, vizinho de sua mãe, fora jantar em casa de sua mãe. Na conversa que se travou, percebeu-se o barulho de alguma coisa que estava sendo triturada. Não demorou muito para se descobrir o “creque-creque”: o barão comia pistache com casca, tão composto como se pistache com casca fosse algum prato típico da Alemanha. Como é de boa educação que os anfitriões acompanhem o convidado na prática de qualquer deslize, as mandíbulas dos presentes respeitaram o gesto do convidado. Noblesse oblige! @ O conceito seguinte: de chique quanto mais no Japão perto é do mais ou menos cru, melhor. o Os convidados, morrendo de fome e com o organismo todo desregulado pela viagem, vendo aquelas lagostas, camarões e infinitos frutos do mar passando pela sua frente semivivos, foram obrigados a experimentarem pelo menos um pouco de cada, ainda tendo de elogiar e agradecer. Arigatô, arigatô... @ A cena se passa num draguetto, em Veneza. Bárbara, entre amigos, assiste aos preparativos de Carnaval. Fixando a vista, ela vê a soprano Aprille Millo, recostada no parapeito. Bárbara, maliciosamente, comenta com o marido, em português: - se essa mulher, de tão gorda, soltar um pum num saco de confete aqui, vai ser carnaval no Brasil o ano todo... A diva havia acabado de voltar de uma temporada no Brasil e estava com um português afiadíssimo. Entendeu, palavra por palavra, o comentário, sem precisar intérprete. O ataque da soprano foi violento, com uma torrente de impropérios nada adequada para uma voz tão festejada. Bárbara, humildemente, dizia em português: - minha senhora, me desculpe, eu não sabia que a senhora entendia português, juro que não sabia... (fato narrado por Cláudia Matarazzo, “Gafe não é pecado”) DROPPER O Papa Paulo VI, fã ardoroso de Frank Sinatra, disse à mãe do cantor, Dolly Sinatra: seu filho está muito perto de Deus! @ Dean Martin, que sempre fazia o tipo de bêbado crônico, vivia, na verdade, sempre sóbrio, e dizia: bebo, mais ou menos, um décimo do que finjo beber. @ Frank Sinatra levava o hábito de higiene a tal ponto que Ava Gardner, sua ex-mulher, declarou sobre ele: “não me surpreenderia se o pegasse lavando sabonete”. @ Frank Sinatra era tão dedicado a Shirley Maclaine, que certa vez tentasse lhe disse: “Ah, prejudicá-la, só como para gostaria que eu que alguém pudesse matar esse alguém por você.” @ Conselho Magalhães: de “A Maquiavel, força é citado por ineficiente sem Dario a Almeida audácia, a astúcia, sem a força, é impotente. É necessário unir uma à outra, imitar, ao mesmo tempo, o leão e a raposa. O leão não sabe livrar-se de uma cilada, a raposa não sabe defender-se dos lobos.” @ Segundo Rivarol, citado por Dario Almeida Magalhães, há duas verdades que não se deve separar neste mundo! Primeiro, que a soberania reside no povo; segundo, que o povo não deve jamais exercê-la! @ Carlos Lacerda, ao tempo em que vivia de abraços com Jânio Quadros, costumava dizer que Jânio se elegia para os cargos públicos com os seus defeitos e administrava o poder com suas qualidades. @ No banquete oferecido em 31 de janeiro, a bordo do Club Med II, entre outros personagens convidados, Zico foi o grande destaque. A tripulação e os serventes do veleiro fizeram fila para obter autógrafos do jogador, chamando Zico de “White Pelé”. @ Rui Barbosa defendia, perante o Supremo Tribunal Federal, uma causa de suma importância. Dizia, mesmo, habeas corpus era a Nação. Mal o ínclito advogado começou a falar, foi advertido pelo Presidente do STF que o advogado deveria ser o mais breve possível, porquanto o regimento concedia, aos oradores, apenas quinze minutos. A resposta de Rui Barbosa explode, tempestuosa e candente, em termos que só dele se tolerariam: “observo a Vossa Excelência que deste modo prefiro não defender a causa. Esta causa é de tal magnitude que se o que a verdadeira impetrante do Tribunal está resolvido a não a ter comigo a magnanimidade que tem tido em outras sessões, pois que, apenas em momentos não poderei usar da palavra para defender esta causa, que tem direito de ser escutada com paciência, prefiro, repito, deixar aos honrados membros do Tribunal, a responsabilidade e o arbítrio da decisão que queiram tomar. Após significativo silêncio, disse o Presidente: “V. Exa. me desculpe, eu apenas fiz ver ao nobre advogado a necessidade de ser breve em suas considerações. E Rui prosseguiu: não há nada pior para um orador do que falar com a pressa a esporear-lhe os passos. E o prodigioso Tribuno falou quanto quis, várias vezes aclamado pelo público que, vibrando, acompanhava a empolgante pugna judiciária. O episódio vem narrado por Dario Almeida Magalhães, no seu livro “Figuras e Momentos”. @ ÓBIDOS, situada no norte de Portugal, foi presenteada, em 1250, a Isabel de Aragão, pelo marido Dom Diniz, uma vez que a esposa se maravilhara com a região. Tornou-se então uma tradição: a cidade passou a ser dote de núpcias de todas as rainhas portuguesas até 1834. @ O público é maravilhosamente tolerante. Perdoa tudo, menos a genialidade. (Oscar Wilde) @ Um dos piores problemas do sucesso é que sua receita tem mais ou menos os mesmos ingredientes do “estresse”. (G. Marx) @ O que torna insuportável a vaidade alheia é que ela fere a nossa. (François Pitou, escritor francês) @ O único tirano que aceito neste mundo é a voz interior. (Mahatma Gandhi) @ A cachaça é considerada a primeira bebida destilada no Brasil, com os primeiros alambiques trabalhados por escravos. Em Paty de Alferes, existe o maior museu de cachaça, inaugurado em 1991, com um acervo de 1.400 marcas da bebida recolhidas em todas as regiões do país. @ A venda da cachaça foi proibida na Bahia, em 1653, para não competir com a bagaceira portuguesa! De DARCY BESSONE, “O Mundo, o Brasil, o Homem” No sistema capitalista, ocorre a exploração do homem pelo homem; no sistema socialista, é o inverso! @ O paradoxo da liberdade, segundo Platão, é que o homem livre pode, em claro desafio à liberdade, clamar por um TIRANO! @ O tratamento igual dos desiguais engendra a iniquidade. @ Somos espírito e carne, mas a carne é, dos dois, o elemento fundamental. @ A sociedade democrática está por criar, e não existe em parte alguma. As desigualdades dos homens as excluem. @ Nos países socialistas, proletariado, mas, não sim, existe a a ditadura do sobre o ditadura proletariado. @ Capital é apátrida. Não tem compromisso com fronteiras nacionais. @ A teoria de Marx não passou de uma fábula contada por um grande homem e criada, de pés juntos, por uma multidão cheia de fé. @ Falando sobre país subdesenvolvido, Singer, citado por Darcy Bessone, diz que um país atrasado é como uma girafa, difícil de descrever, porém, logo que se vê se reconhece. @ A fome e o medo são inimigos da liberdade. A idéia de segurança econômica é essencial, portanto, ao conceito de liberdade. @ Uma das atividades mais bem pagas na Rússia continua sendo a dos acadêmicos – o elevado escalão da carreira cientista. salário de À época da União aproximadamente Soviética, 15.000 rubros tinham um mensais, enquanto que o salário mínimo não ia além dos 400. @ A verdadeira solução cristã, ditada pelo Evangelho, não se relaciona com o mundo social-jurídico. A atitude de Jesus, em relação às instituições temporárias, era de neutralidade ou indiferença. @ Os dilatados períodos de férias escolares, especialmente no fim do ano letivo, reduzem o tempo de estudo e estabelecem hiatos excessivos, que afetam a memorização do conhecimento. DROPPER Avizinhava-se a Revolução Francesa, mas os nobres não se davam conta continuavam a espirituosa. disso. se Figura Marqueses, dispor de ao realce duques, gosto da naqueles condes, galanteria dias era a Duquesa do Maine, atraente e espirituosa. Certo dia, a duquesa indagou do marquês de Saint- Aulaire, um octogenário, por qual motivo não buscava a confissão religiosa. Ele, com espírito, lhe replicou em versos: Sem cessar vós me aconselhais, Que me vá confessar. Pastora, crede-me eu vos juro: Nada me pesa na consciência Fazei-me pecar, por favor, Depois eu farei penitência. A resposta da duquesa veio pronta: Em apuros vos veríeis Se eu cedesse à insistência, E muito mais com o pecado Do que com a penitência @ Um general inglês, para impedir que os soldados esfregassem o nariz na manga, fez coser uma fila de botões sobre o pulso, e ainda, hoje, nós usamos três botões na manga, sem saber o por quê. Há modas que passam; outras que somem como o vento. Dizia Madame de Châtela, grande modista francesa: les femmes nulles suivent la mode, les Iprétentieuses l’exagerente, mais les femmes de goût pactisent agréablement avec elle”. @ O Ministério aplicações proposta da da do Cognitiva” “Prótese multimídia MEC em deixou-se contagiar e em falava que de o entrou em criar computador Inteligência”, compreendeu, Cláudio Educação inclusive Sales, que o seria a usado do A “Ecologia que coordenador considerou devaneio. uma coisa pelas como ninguém Programa, proposta “pura retórica”. @ Hoje, no Japão, não existe casa chique que não exiba o banheiro mais “high tech” de que se tem notícia. Não exige papel higiênico e o vaso traz, embutidos, a ducha e o secador. Os assentos são aquecidos e acionados por botões e as privadas são autolimpantes com ventiladores aromatizados. Preço: quatro mil dólares! @ Fofoca da coluna do Swann: Silvia Amélia, hoje baronesa de Waldner, manteve um romance secreto com Roberto Carlos. Foi para ela que o “Rei” compôs “Detalhes”. Na sua passagem pelo Rio, a baronesa, saudosa, viveu os velhos tempos Metropolitan. ouvindo e aplaudindo “Detalhes” no @ Artur Diniz, conceituado professor da UFMF, citando Jung Sung: “o desemprego deixou de ser um mal social para se transformar, em muitos casos, em um bem econômico. Por isso, nos últimos tempos, importantes empresas têm feito grandes esforços para implantar programas de redução de empregos; quanto mais demitem, mais o valor das ações sobe, enriquecendo acionistas e executivos”. @ Colunista conhecido do jornal “Globo” diz que a mulher mais bonita do Brasil é homem (Roberta Close). @ Tudo que chega perto da memória da falecida princesa Diana vira ouro. Paul Burrel, que serviu a princesa durante anos como mordomo, continua recusando todas as ofertas milionárias que recebe para escrever livro sobre seus anos com a princesa. Em compensação, tal prova de fidelidade o transformou no mordomo mais disputado do mundo. As duas últimas ofertas que recebeu foram de Mel Gibson e do todo-poderoso proprietário da fábrica de jatos Gulistream, Sr. Ted Forstmann. @ A relação direta entre a tolerância com pequenos delitos e a ocorrência de maiores crimes, ainda não foi percebida entre nós, diz o Senador José Serra. Trata-se de uma advertência contra o moderno penitenciarismo que pretende implantar, na legislação penal, nada menos de dezessete penas alternativas! @ Não existem mulheres frígidas, apenas mal esquentadas, diz a ginecologista Albertina Takiuti. @ Não existem homens impotentes, existem apenas mulheres incompetentes, dizia Venero Caetano da Fonseca. @ As mais patéticas descrições do campo são feitas quando se está sentado no próprio quarto, na cidade, sentimento mais aberto ao homem! (Pitigrilli) @ ... Não aceito exterior. Só palestrar sei falar sobre mal economia do Brasil brasileira em no português. (Mário H. Simosen) @ No Chile, o carcereiro que dá fuga a um preso recebe pena semelhante a do fugitivo! @ Berlim é uma cidade maravilhosa, mas tudo de mau gosto. (Bertold Brecht) @ Certa feita, procurou o um produtor padre de televisão franciscano inglesa Agnellus BBC Andrew, reclamando uma prova da existência do céu e do inferno. A resposta veio curta e direta: é simples, basta morrer! @ Ofereço uma vantagem aos meus adversários: se pararem de falar mal de mim, deixo de falar a verdade sobre eles! (Adlen Stevenson, político americano) @ Quando um filósofo completa uma resposta, ninguém mais se lembra qual foi a pergunta. (Andree Gide) @ Vivemos a civilização do conhecimento mas não da sabedoria. A sabedoria é o conhecimento temperado pelo juízo. (Arnol Toynbee, historiador inglês) @ Pessoas sofrem russo) simples com as sofrem noras. com as (Anton sogras. P. Intelectuais Chevok, dramaturgo De HENRI ROBERT Os Grandes Processos da História Henri Robert, falando sobre o Amor: “é a grande história! A temperatura dos amorosos jamais é igual. Quando a de um sobe, a do outro desce. Os amorosos nunca estão em uníssono.” @ Lavoisier foi executado quando vigorava na França a LEI DO PRAIRIAL, que suprimia os defensores. Os acusados eram remetidos qualquer ao defesa. cadafalso, Robespierre sem a oportunidade achava o de andamento processual muito lento... Em seis semanas, ocorreram mais de mil e quatrocentas condenações à morte. @ “Trago à Convenção a Verdade e a minha Cabeça, depois de ouvirdes (advogado a primeira, Chaveau podereis Lasgarde, em dispor da defesa segunda” de Maria Antonieta). Ao terminar a defesa, onde pôs toda sua alma, um gendarme o segurou pela gola e deu-lhe voz de prisão. @ Na França, segundo os costumes do país, falar de cabeça descoberta é o símbolo da reconhecida aos advogados. @ liberdade da palavra, Exemplo de tolerância do advogado aceitando a defesa do acusado de quem tudo o separava, não é raro na história. BERRIER, chefe do partido legistimista, tomou a defesa de Napoleão III. O advogado permanece à causa da desventura, qualquer que seja o lado da barricada e a cor da bandeira. @ No dia da Napoleão abertura quis do mundo embaraçar oficial Chaveau das Tulherias, Lagarde, o notável advogado francês. “- Chaveau Lagarde – disse-lhe – temos de discutir um assunto: defendeste Maria Antonieta! - Sir, respondeu ele, eu defendi a rainha da França! A resposta pareceu suficiente àquele que se fizera proclamar imperador dos franceses. @ Henri Robert, Bonaparte é narrando acometida de um fato dor anedótico: de dentes. Paulina Chamado às pressas, o dentista quer arrancar o dente enfermo, mas Paulina desanda em pranto, tomada de terror ante o sofrimento. - “Não é nada”, assegura-lhe Júlio de Canouville, seu preferido, que se achava junto dela e, para melhor prová-lo, escancara a boca e faz com que lhe arranquem um dente são. Paulina, com tal exemplo, deixa extrairlhe o dente! @ Conta Henri Robert que Luís de Rohan, que recebeu o chapéu cardinalício em 1778, tinha rendimentos superiores a um milhão de libras por ano, o que não o impedia de contrair dívidas clamorosas. Só na criadagem tinha 14 mordomos, 25 criados de quarto, 180 cavalaços na estrebaria e 700 camas para seus hóspedes. Quando criticado, e severamente criticado pela família real, com insolência, dizia: “é preciso não tornar a religião demasiada severa, a fim de não a transformar num deserto”. Caído em desgraça com a família real, em virtude do famoso “escândalo do colar”, que comprometera a honra de Maria Antonieta, viu-se confinado na Bastilha, onde dispunha efetivamente de dois apartamentos e tinha para seu serviço pessoal três empregados. Oferecia, muitas vezes, banquetes à sua mesa com vinte talheres e farta champanhe a comemorar alegremente aquilo que dizia, “o triunfo final de minha inocência”. @ Bonaparte, general, sempre mantinha o Sargento Junot perto de sua posição. Certo dia, uma granada explode perto dos dois e levanta um turbilhão de terra. Junot, que escrevia sobre os joelhos uma carta, exclama alegremente: “- tanto melhor! Assim não terei necessidade de areia para secar a tinta! @ Foi Bonaparte que restabeleceu a Ordem dos Advogados na França, suprimida pela Revolução. Foi ele que ordenou a confecção do Código Civil Francês, considerado monumento jurídico. Conta-se que quando Napoleão deu a uma velha mendiga, na porta da Igreja Saint’Jean de Valença, uma esmola, esta lhe agradeceu proféticas: - com “Obrigado, as seguintes senhor, eu vos palavras auguro uma coroa”. @ No retiro que lhe foi imposto pela Inglaterra, uma ilha verdadeiramente inabitável, os homens acabam depressa onde as plantas não se desenvolvem. (Bonaparte) @ Napoleão costumava dizer: “- eu comando ou eu me calo”. Era corso e, como tal, fiel não só às afeições como aos ódios. @ Sobre Robert os tormentos gostava de que impuseram dizer que “um a Napoleão, destino Henri implacável persegue os algozes!” Seus algozes conheceram um futuro cruel! @ A história dos nossos dias nos ensina que é desacertado mostrar-se implacável para com um inimigo vencido. Cativo, Napoleão permaneceu como um herói. Conferindo a Bonaparte a auréola de martírio, o Regente da Inglaterra contribuiu para a sua glória e para a eternidade de sua lenda. @ Sagrado Bispo de Amiens, depois de saltar as etapas eclesiásticas, Monsenhor de Bombelles tem família constituída e dois filhos. Numa recepção oficial, o porteiro pergunta-lhe a quem devia anunciar e ele respondeu: - ao Bispo de Amiens e aos seus dois filhos. O porteiro perturba-se, mas o espirituoso prelado o acalma com estas palavras: “- Anuncie então o Bispo de Amiens e os dois sobrinhos de seu irmão! @ Napoleão Bonaparte sempre esquivou-se de escrever com o próprio punho. Tem uma letra ilegível. Uma centena de suas cartas antigas não puderam, ainda, ser decifradas. @ Recolhido à ilha de Santa Helena, dizia Napoleão ao seu fiel Marchand, que o acompanhara no exílio: “ – na posição em que me encontro, não vejo nobreza senão na canalha que não dei importância e não vejo canalha senão na nobreza que eu criei.” @ Diz Henri Robert que a vida longa é privilégio dos magros. Os que se deixam invadir pela gordura não podem mais conservar, passados os sessenta anos, as ilusões das longas esperanças e dos dias numerosos pela frente. @ Dizia Napoleão sistema Bonaparte, europeu, um “eu código pretendia europeu, fundar um Corte de uma Cassação européia; não haveria mais que um único povo na Europa”. @ Os despojos de Napoleão, transferidos para a França, emocionaram o povo, que chorou pelas ruas. Todavia, sobre a morte de Napoleão, dizia Lord Byron: “viveste demasiado e tua morte, que devia ter abalado a Terra, não a emocionou mais que a queda de uma folha seca”. @ O Duque de Orléans, que foi regente da França, possuía todas as qualidades de homem amável e todos os germes do grande homem. Por uma espécie de fatalidade, seu caráter não produzia frutos. Explicava-se, com um engenhoso apólogo, essas particularidades da natureza do Duque de Orléans: - “As Fadas – diziam – foram convidadas para assistir ao seu nascimento e cada uma o dotou com um talento, de sorte que ele teve todos. Infelizmente, uma velha fada, que ficara esquecida, chegou depois das outras e disse: Ele será dotado de todos os talentos, seja! Exceto o de fazer bom uso deles!” @ Padre Dubois fora licenciosidades. favorecido com as mais precoces Ambicioso, instou com Luís XIV para que lhe concedesse o chapéu de cardeal, mas o rei lhe advertiu de que o salto era grande, o que lhe poderia quebrar o espinhaço. Mas, como o seu antigo discípulo, Duque de Orléans, tornou-se regente, logrou fazer-se Arcebispo de Cambrai, apesar de sua vida escandalosa. - É, diziam as más línguas – o único meio que o Regente encontrou para obrigar Dubois a fazer a primeira comunhão! @ Os defeitos dos grande homens, observou Pascal, acham, sempre, mais imitadores do que as suas boas qualidades. @ O Duque de Orléans teve sete filhos legítimos e três ilegítimos. E como lhe falassem de outros, respondia: - Oh! Esses são arlequins! - Arlequins?! - Sim! a vestimenta de arlequim não é feita de panos diferentes?! @ O Marechal de Saxe conhecia a guerra como ninguém. Estimava seus soldados e era querido por eles. Um dia, um general lhe propôs um ataque súbito aos inimigos, que custaria, disse, apenas a vida de uns vinte granadeiros! - “Uns vinte granadeiros! – exclamou Maurício de Saxe, indignado ante aquela desenvoltura desdenhosa. Como o senhor fala! Ainda se fossem uns vinte generais! @ O Marechal de Saxe formulou aquele grande princípio de que Napoleão, mais tarde, tanto se valia: “todo segredo da guerra está nas pernas do soldado!” @ Após a morte de Luís XV, a verve do povo pôs na rua este epitáfio: “Aqui jaz Luís pela Graça de Deus! (Ci- git Louis par la grâce de Dieu!) @ Guardas do Papa perseguiram e prenderam, no palácio de Cristina da Suécia, um jovem acusado de delito. A rainha protestou energicamente, exigindo a libertação do preso à invocação do direito de asilo. O Papa Inocêncio XI, como resposta, suprimiu o direito de asilo de que gozavam as Embaixadas. Luís XIV, da França, recusou a proposta. O Papa ponderou-lhe que a Espanha havia aceitado a supressão do direito. Luís XIV respondeu orgulhosamente: “Estou habituado a dar o exemplo, e não a segui-lo”. @ Quando Maria Antonieta casou-se com o delfim, futuro Luís XVI, a família real e as princesas, de acordo com o costume tradicional, vieram saudar os novos esposos, ainda deitados lado a lado. No dia seguinte, a Princesa de Guémenée quarto nupcial e não encontrou o delfim. - Mas como? Perguntou, ele já se levantou! entrou no - Ele não se levantou, pois não dormiu aqui! Maria Antonieta só voltou a ver o esposo na hora do almoço. - Dormiste bem? Perguntou o delfim. - Muito bem, replicou Maria Antonieta, acrescentando com malícia: - Não havia ninguém para impedir. @ Para compreensão das horas trágicas dos dias 6 e 7 de outubro de 1789, devia-se reparar na frase do deputado Françoise Mirron, atento a Declaração dos Direitos do Homem,a qual La Fayette trouxera da Filadélfia: “Tremei, porque o povo, depois de ter sido bigorna, pode tornar-se martelo”. @ Luís XIII, de saúde débil, em um só ano, recebeu 47 sangrias, ingeriu 213 purgantes e tomou 215 lavagens. E os médicos ainda o censuravam por não se mostrar bastante dócil com as prescrições salutares. @ As cozinhas criados, das Tulherias se dividiam que ocupavam, em só sopeiros, elas, 159 assadores, copeiros, trinchantes, etc. @ A BASTILHA, segundo Henri Robert, foi uma prisão “caluniadíssima”. Nela, só se entrava por ordem real; destinava-se aos nobres, celas não eram mobiliadas. às pessoas de posição. As Cada prisioneiro mandava levar para lá os seus próprios móveis, instalando-se, muitas vezes, luxuosamente. No inverno, os compartimentos eram aquecidos por estufa ou lareira. Os presos vontade. podiam Se alimentar-se não se à sua dispusessem custa a e à gastar, sua eram alimentados pela contabilidade da Bastilha, que tinha um governador. O Marquês servido, de Sade tinha, diariamente, no frango cardápio recheado que lhe era com túberas, pastéis de presunto, castanhas e creme de chocolate. Mme. de Stael confessa que os seus anos na Bastilha figuram entre os mais felizes de sua vida e admite com sinceridade: “No fundo do coração, eu estava longe de desejar a liberdade”. Os prisioneiros jogar cartas podiam e... reunir-se, namorar. escrever Festins eram memórias, dados, com alimentação principesca. Na Bastilha é que teria sido confinado o “Máscara de Ferro”, produto da intriga de Voltaire, que identificava o misterioso prisioneiro como irmão de Luís XIV e pretendente ao trono real. A história realmente registra a presença de um prisioneiro que trazia constantemente uma máscara, não de ferro, mas de feltro, e cuja identificação nunca pôde ser feita, a despeito do interesse de Maria Antonieta e de outras figuras do reino. A informação que se tem é a de que se tratava de um príncipe italiano, envolvido em intriga. Alexandre Dumas serviuse do episódio para escrever uma novela. @ Do ponto de vista político, Henrique VIII foi, talvez, um grande rei; do ponto de vista moral, não passou de um ignóbil personagem. Após criar a Igreja Anglicana, forma que encontrou para desvencilhar-se da resistência papal ao seu pretendido casamento com Ana Bolena, mandou matar todos os papistas que repeliram a Igreja criada por ele, por inspiração de Cromwell: 2 cardiais, 19 bispos, marqueses, 13 abades, 300 500 cavaleiros, priores, 12 61 barões cônegos, 12 cristãos, 62 plebeus, além de uma pobre velha de 78 anos, a Condessa de Salisbury, que teve que ser arrastada ao cepo da decapitação. Ordenou a morte de Thomas Cromwell, seu serviçal conselheiro, atribuindo-lhe o insucesso conjugal com a Quarta esposa, a alemã Ana de Clèves. @ Cristóvão Colombo fixava em 150 anos o termo para o fim do mundo. Henrique VII, pai de Henrique VIII, deixou dinheiro para rezarem missas pelo repouso de sua alma durante 150 anos. DROPPER Sobre o escândalo Clinton, com suas aventuras eróticas: Pesquisa de opinião imaginada pelo humorista Letterman, do Times: (Você aceitaria dormir com Clinton?) Respostas: 19% das mulheres: não; 13%, sim; 68%, nunca mais. @ A mulher que veste bem, despe mal! @ Delfim Neto, economista e deputado, sobre a recente queda de juros que considerou INEXPRESSIVA: é como se as águas de um tanque baixassem de 3,88 para 3,45 metros. Não adianta, porque continua morrendo afogado quem não puder nadar. @ João Ubaldo Ribeiro para um amigo: seu fígado está uma calamidade, à beira de um ATAQUE DE NERVOS! @ E para outro amigo: vamos, homem! Você está com o pique de uma tartaruga sedada! @ Acontece que advogado e o há que dois não tipos tem! de presos: (adv. o Joaquim falando sobre as regalias de seu constituinte) @ que tem Espínola, Nos Estados Unidos, através de testes de habilidade, os pais vão aferindo o conhecimento dos filhos. No Brasil, criou-se quando o a PROVÃO, vaca já no foi último para ano o do terceiro brejo! (Elio grau, Gaspari, jornalista) @ A revolução de 1964 nunca errou! (General Jayme Portela, chefe militar do Gabinete do Presidente Costa e Silva) @ Afirmam alguns pressionado musicólogos por dívidas e que o genial doenças, Mozart, para compor rapidamente e ganhar dinheiro, plagiou o REQUIEM, sua missa fúnebre, da Sinfonia de Veneza, de Anfossi, escrita há 16 anos atrás. @ O fenômeno na França se chama “Geração Canguru”, na Alemanha “Casa da Mamãe”, na Espanha “Minha Taberna”. É que, por dificuldades financeiras e maior tolerância dos pais, os jovens permanecem na casa dos progenitores até mesmo depois de trinta anos, o que raramente acontecia no passado, principalmente após-guerra. De JÂNIO QUADROS NETO – Sobre seu avô Jânio Quadros Memorial à História do Brasil Depois de uma discussão sobre a época em que Ronald Reagan chegara ao poder, assim se expressou o ex- Presidente referindo-se ao neto: - Eloá, chame o médico com a maior urgência. - Que foi, Jânio? Ele respondeu: - Seu neto Jânio está muito doente. Ele tem diarréia oral e não consegue parar de falar merda. Todos que estavam na sala deram uma risada. Mais tarde, quando todos saíram, o meu avô me disse: - Muito bem, o senhor tem razão, mas nunca me corrija na frente dos outros. @ Meu avô manipulava a imprensa como ninguém. Vai ficar na história a resposta dele “Porque o senhor bebe?” - Bebo porque é líquido, se sólido fosse, comê-lo-ia. @ Muitos criticaram o Jânio quando ele criou a Guarda Civil Metropolitana. Uma jornalista, com a intenção de denegrir a imagem de Jânio, o abordou e falou: - Um Guarda Civil matou alguém a tiros. Meu avô imediatamente respondeu: - Mas é claro que foi a tiros. A senhora queria que fosse a pauladas? @ Meu avô conversava com a Primeira-Ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher. Nesta conversa meu avô disse à Dama de Ferro, como ela era conhecida, que o único político, no Brasil, que ele respeitava e achava inteligente, era o Roberto Campos. @ Carlos Lacerda, quando admirador e correligionário de Jânio Quadros, dizia que Jânio se elegia defeitos e governava com suas qualidades. @ com seus O Presidente era formal e engraçado. Eu só o chamava de você. Em inglês, língua que falava desde criança. Não há outro modo formal de tratamento. Ele só me chamava de senhor. - Vovô, nós somos amigos e eu sou seu neto. Você podia chamar-me de você. Ele respondeu-me: - Podia, sim, intimidades com mas o protocolo moleques proíbe imbecis, que rigorosamente é o caso do senhor. Não respondi nada, só dei risadas. @ Chegando em casa, Jânio disse aos jornalistas que iria falar com Aí os Roberto Marinho. jornalistas perguntaram sobre o que meu avô falaria com o Dr. Roberto. O Jânio respondeu: - Vou perguntar-lhe onde ele achou esses repórteres retardados pois preciso ter certeza de que ninguém de lá trabalhe na minha Prefeitura. @ O humorista Jô Soares adorava fazer piadas sobre o Jânio. Numa abertura do programa “Viva o Gordo”, Jô fazia uma sátira de meu avô com um cotonete. Eu observei a meu avô: - Mas, vovô, você pode levar as brincadeiras de Jô a sério. Então, com perguntou: uma expressão preocupada e séria, Jânio “- O senhor vê aquele lixo? Veja, Camargo, a juventude inteira está doente. Nem o meu neto escapou”. Jânio virou-se para mim e falou: - Não quero saber que o senhor tenha assistido àquele programa de novo. Fãs de Jô Soares são proibidos de frequentar a minha casa. O senhor é completamente ignorante; Respondi: - Com o nome que tenho o senhor queria que eu fosse o quê? @ Certo agente da polícia federal estava estacionando o seu carro numa rua de São Paulo, em lugar proibido. Quando Jânio e o seu comboio passavam pela rua, o então Prefeito ordenou que todos parassem. Baixou a janela e disse: - Estou comunicando-lhe que o senhor está multado. O agente respondeu: - Sou agente federal! Jânio falou para um dos seguranças: - Este senhor está provavelmente armado e ele não tem documentos. Por favor, confisque a arma dele. @ - Durante a época em que Jânio era Prefeito e eu me hospedava em casa dele, assistia uma novela que era cantada pelo grupo Roupa Nova. Eu cantava aquela música o dia inteiro. Prefeitura, Uma depois noite de bateu na mesa e berrou: em ouvir-me que Jânio cantar a chegou música, da ele “Se o senhor cantar essa maldita música outra vez, eu mando prendê-lo por desacato à autoridade e tentativa de provocar insanidade num ex-Presidente da República e no Prefeito de São Paulo. É crime contra a segurança nacional e inafiançável. Eu respondi: - Minha avó não deixaria. Jânio, bravo, gritou: - Então, mando prendê-la, também, por cumplicidade. Nunca mais cantei-a em frente ao Jânio. Achei melhor não provocá-lo, porque uma vez ele multou seu próprio carro, só para fazer marketing. DROPPER Um deputado federal gaúcho discursava na Tribuna da Câmara e se derramava em elogios ao povo do seu Estado. O deputado mineiro, Último de Carvalho, era conhecido por seu espírito brincalhão perante os colegas. À certa altura do discurso do deputado sulino, o deputado mineiro fez-lhe uma provocação qualquer, oportunidade em que o riograndense alardeou com vibração: “Fique V. Exa. sabendo que no Rio Grande do Sul só há macho!” Último de Carvalho, maliciosamente, repostou: “Em Minas Gerais, há meio a meio, e nós estamos muito satisfeitos com isso”. @ Muita gente ignora que Machado de Assis era um exímio enxadrista. Considerava o xadrez um esporte intelectual, que produz emoção estética. Alguns chegam a considerar o jogo uma ciência, daí sua titulação de “jogo-arte-ciência”. Machado de Assis não poderia ser qualificado de “imortal”, na expressão comum dos enxadristas. Mas ele gostava daquilo que hoje se chama “Xadrez Poético”: criava “problemas” com as peças do tabuleiro, aficionados submetendo-os, do esporte, através com dos singulares jornais, premissas aos de vocação e de capacidade. @ A respeito de xadrez, há uma história que chega ser edificante, a respeito de ALEKHINE, um dos maiores enxadristas que o mundo conheceu e que jogava partidas simultâneas contra diversos jogadores. Nascido no interior da Bulgária, era havido como um menino de escassa inteligência. Seu pai, à noite, costumava jogar xadrez com o pároco local, em partidas sempre presenciadas por Alekhine, o qual, silenciosamente, observava a movimentação dos lances. Certo dia, quando o pai movimentara uma peça, o menino espontaneamente, gesticulou no sentido de que o lance fora errado. O pai repreendeu-o com o olhar, mas o cura interrompeu o jogo e pediu à criança que prosseguisse na movimentação das peças. Foi daí que se verificou o talento e a criatividade de Alekhine, que futuramente se revelou um dos maiores mestres de xadrez do mundo. @ O pastor anglicano John Salter defende uma tese de ruim publicada em jornal de sua paróquia. Segundo ele, era inevitável que algo acontecesse à princesa Diana – e a culpa é da família real, que, depois do divórcio, mandou retirar o nome dela da lista oficial de pessoas a quem os fiéis dirigem preces durante as celebrações religiosas. Alguém que vive protegido pelas orações de tanta gente, e perde isso de um dia para outro, sofre efeitos negativos – disse. @ Ao se despedir do cargo de presidente da Radiobrás, o ex-deputado Maurício Fereira Lima soltou a seguinte pérola: “no Serviço Público a roda é quadrada, pois não anda. @ O técnico sabe quase tudo de alguma coisa, enquanto o político sabe alguma coisa de quase tudo. O técnico oferece opções, o político assume decisões”. (Rondon Pacheco) @ Conta-se de uma jovem senhora do Edifício Chopin que confessa ao marido: É grave, mas não dá para esconder: estou apaixonada por Cláudio Lins. E o marido cabisbaixo: “eu também”. (Coluna do Swan) De JARBAS PASSARINHO, autor de ‘Um Híbrido Fértil’ Narra o então “Concluída a senador oração do Jarbas Passarinho senador Brossard o episódio: sob grandes aplausos, pediu a palavra o líder do Governo, Petrônio Portela. Começou causando suspense, adjetivações. E acusou veemente: - Este discurso do Senador é um plágio! com as suas O senador pelo Rio Grande, Brossard, sentara-se na segunda fileira à direita, ocupada pelo MDB. Não se conteve. Sem pedir aparte, alterou a voz e contra- atacou: - “Plágio não, pois o discurso foi meu. Eu ampliei o que pronunciei Repeti-me, ao na Câmara contrário de de Deputados. Vossa Não Excelência plagiei. que não pode repetir o que disse no dia 1º de abril de 1964. Repito-me porque minha vida tem sido uma linha reta, o que a sua não é. Petrônio sentiu a farpa. Acusou o golpe. Balbuciou. Pressuroso, pedi um aparte ao líder, visando a dar-lhe tempo para recompor-se, e fui sarcástico: O senador pelo Rio Grande jacta-se de ter uma vida conforme uma linha reta, o que é duvidoso, mas nem sempre isso é louvável. Correções de órbita, aqui e acolá, podem provar evolução do pensamento, enquanto que a linha reta pode ser falta de inteligência. Por exemplo, a toupeira só se movimenta em linha reta. (O Senador Brossard não podia, pelo Regimento Interno, dirigir-se a mim, que aparteava o orador da Tribuna). Eu terminei o aparte ironicamente. - Longe de mim, porém chamar o ilustre senador pelo Rio Grande de toupeira... @ Muitos oficiais, aceitaram fidelidade, contrário, fazer o para ao que oferecia, servirem General o Denys General segundo no Lott o Rio um não General de Janeiro, juramento de exigia. Ao Saldenberg, “condições honrosas de reintegração nas finalidades comuns”, isto é, nas atividades do Exército. @ O enorme ponto fraco da Petrobrás é ser sensível às influências políticas dos Governadores, por exemplo, uma decisão de onde furar. Exemplificando, só por essa influência Maranhão, podia-se ou em ter Presidente perfurado em Carolina, Prudente, com seiscentos metros de diabásio. Acrescente-se que interesses outros pesavam na opinião pública. O relatório Link, como sabotagem, foi acusado de negar a existência de petróleo no Brasil! @ Gustave le Bon, hoje ignorado, escreveu que não foram os reis que fizeram a matança de São Bartolomeu ou as guerras religiosas, como não foram Robespierre, Danton e Sain procedem Just que da alma fizeram das o terror. multidões. “A Tais movimentos multidão, por instinto, obedece sempre a um agitador, na maior parte das vezes – um homem de pensamento e ação”. @ Eu demitira um parente de Da. Yolanda, da Previdência Social. Interpelado pela primeira dama, mantive minha decisão. O diálogo, por telefone, foi áspero. Dois dias depois, eu despachava com o Presidente. Fui preparado para demitir-me. Recebido serenamente, como de costume, tratei dos assuntos da Pasta, sem interrupção da pauta que me levara. Ao cabo, o Presidente me perguntou: - É tudo que tinha a tratar? Imaginei que então viria o affair familiar à baila. Sim, era tudo – disse eu. De pé, informalmente, o Presidente pôs a mão sobre meu ombro e disse: - Passarinho, Yolanda é problema meu, não seu. E convidou-me para jantar. @ O Presidente Castelo Branco, mostrou-me uma relação de nomes, indagando: qual destes nomes parece para suceder-me, já que, infelizmente, não é o melhor possível escolher um civil? Surpreso embora, já que ele me dava a honra de opinar, comecei por estranhar a data. Disse-lhe que o mandato dele não se esgotaria em 31 de janeiro de 1966, mas em 1967. Ao que o Presidente me respondeu, peremptório: Não jurei obedecer senão o Ato Institucional e a Constituição e não a prorrogação do meu mandato, que em nenhum momento pleiteei. Chovia, quando pessoalmente à o Presidente garagem do Castello Palácio da levou-me Alvorada, despedindo-se com esta frase: - Vou lhe dar um conselho asiático: preocupe-se, mas não muito. @ “Os chamados castellistas faziam divulgar, fartamente, anedotas depreciativas quanto à inteligência de Costa e Silva. Todavia, o Colégio Militar usava simular patentes para os alunos. “Coronel Costa Aluno” e e Silva voltou Castello nas Branco, férias que como também se destacava nos estudos, era “Tenente Aluno”, na Escola de Realengo, do Rio de Janeiro, Artur da Costa e Silva era o terceiro colocado, em melhor posição do que Castello Branco. @ Era nosso desejo ardente contribuir para sanear a Magistratura, punindo os venais e prestigiando aqueles que, nada obstante todas permanecem nela, dignidade. Pensávamos democracia garantia profundamente homens uma a privações honrando-lhe estável de as que no magistratura injustiçados. se íntegra. Entretanto, de teríamos quando aninha provações, tradições somente Brasil, revolta as e nos uma tivéssemos Sabemos a quão corações aconselhados dos por prestigioso chefe militar e amigo dileto, decidimos não tocar na mais alta Corte da Justiça local. Seguíamos o exemplo federal. Jovem capitão, fui iludido por um general, Ministro da Guerra. Inexperiente político, fui enganado por magistrados... @ Certa feita, perguntei ao Dr. Ulysses, que se irritava muito com os atrasos dos deputados às reuniões: o senhor sabe a diferença, em matéria de relógio, entre militares e os senhores civis? - Não, respondeu curioso. E eu concluí: - É que nós usamos os relógios para marcar horas e minutos, e os civis como simples ornamentos, sem nenhum compromisso com o tempo. O militar traz o relógio para conferir as horas. O civil, apenas como adorno. @ Escreveu Jarbas Passarinho, no seu HÍBRIDO FÉRTIL: - Senhor, covarde, conceda-me que não só a graça sinta a de tua que eu ajuda não em seja minhas vitórias, mas que também possa achar a doce pressão de tua mão, em meus fracassos (Tagore, “Prece ao Senhor”). @ E, lembrando Hamlet, de Shakespeare: “Seja tu casto como o gelo e puro como a neve e ainda assim não escaparás à calúnia”. @ Jarbas Passarinho foi Ministro quatro vezes: Trabalho, Educação, Previdência e Justiça. Avisado de que era nome no bolso de Maluf para a quinta pasta, a Agricultura, emendou: “Ué, se o Serra pode cuidar de mosquito, eu também posso tomar conta de feijão!...” DROPPER A lição trágica dos nossos dias vem de Maquiavel e das entrelinhas de seu tratado político: OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS. (Vivaldi Moreira) @ Conversava-se sobre a honestidade dos policiais com a nova lei de trânsito, quando alguém cortou: “para mim, só existe um cara honesto: é aquele que joga “purrinha” pelo telefone e se confessa perdedor”. @ O calor da mocidade é que mantém normal a temperatura do mundo. (Bernanos) @ Todos os simpatia. problemas Honoré de conjugais Balzac se resolvem intitulou seu quando livro há “De Phisiologie du Marriage” quando, no ambiente social em que viveu, deveria intitulá-lo “Pathologie du Marriage”. (Vivaldi Moreira) @ Os homens não se preocupam em formar opiniões. Sentemse felizes por encontrá-las confeccionadas. (Oscar Wilde) @ Se eu escrevo: “o homem foi apanhado pelo automóvel”, isto é reportagem. Mas se acrescento: “o pobre homem levava um pacote de biscoitos para a filha doente”, isto já é literatura. Entrou um componente de sensibilidade aberto ao homem. (Pitigrilli) @ As conseqüências políticas para o escândalo Clinton, segundo os cientistas políticos americanos: ele ficará enfraquecido nos últimos anos de governo e se tornará duck” (pato manco): O Presidente fica no Poder mas não manda. aquilo que o americano chama de “lame @ ALVIN TOFLER, citado por Vivaldi Moreira, buscando uma nova visão do mundo: “Eu começaria por dizer que os pais devem encorajar os filhos a abandonar a escola. A escola só serve para fabricar autômatos, isto é, bons funcionários, bons empregados, condicionadas para servirem excelentes no Japão, à pessoas Toyota, Mitsubishi, Seikoi, ou, nos Estados Unidos, à General Eletric ou à Ford Motor Company, isto porque a crença na vida depende repetição, e de tudo grande isso é soma de tedioso, obediência, de verdadeiramente desumano”. (“O Choque do futuro”) @ Por vezes, nas grandes conturbações sociais, os homens não ousam agir, mas as mulheres o fazem. O povo francês passava fome. Notícias de festas resplandecentes, dadas pela nobreza, excitavam o povo. Naquela manhã de 05 de outubro de 1770, o sino da Igreja Saint-Eustache dá o sinal esperado. De todas as casas saem mulheres, descabeladas, esfarrapadas, vociferando e gritando por pão. E o grupo que cresce em cada esquina, vai se transformando numa multidão em delírio, enquanto que os homens cuidam mais de se embriagar. A mulher da revolução é a mulher dos “sans-culotte”. Os guardas não contêm as mulheres que avançam ao toque de um tambor ruflado por uma moça destemida, de pouco mais de 15 anos. Ao chegarem a Chaillot, as mulheres já somam cerca de oito mil! Começou, com as mulheres, a Revolução Francesa, o maior passo dado pela Humanidade desde o advento de Cristo. @ Contam que a escolha de Genebra para sede da Liga das Nações se deve ao fato de um criado de quarto do Presidente Wilson, durante a Conferência da Paz, ter insinuado ao mesmo que o clima de Genebra era o mais indicado para o reumatismo que o afligia. Esse criado, Joseph, tinha uma namorada, camareira genebrina... @ Antes de despotismo subir de ao patíbulo Henrique VIII, para Ana onde a Bolena mandava escreve o ao mesmo um bilhete: “Sir: tivestes o cuidado de me elevar na vida. De simples senhorita, vós me fizestes marquesa de Pembroke e, de marquesa, me fizestes rainha. Agora, de rainha, vós me elevais ao grau de mártir e de santa. Eu vos agradeço”. @ Disse de certa feita a artista Gabor: “Às vezes, tenho uma atração tão animal por uma pessoa que tenho que dormir com ela logo na primeira noite”. @ O professor Sílvio Rodrigues, lente de Direito Civil em São Paulo, confessava diariamente, quatro que se páginas de não escrevesse, matéria de sua especialização, punia a si próprio com um castigo que considerava severo: não tomava yogurte naquele dia, seu alimento de preferência. @ Afirma o professor João Batista Vilela que a finalidade social da tragédia grega era propiciar a catarse da alma pela representação intensa dos sentimentos. Por outro lado, diz o professor, a comédia pode não ser senão uma Engana-se, fórmula diz álacre ele, quem de dizer pensa que coisas a pesadas. sátira seja primordialmente uma fórmula de se fazer rir. Não é. O riso na sátira é uma espécie de subproduto. A sátira é, não raro, o único veículo suportável para dizer ou mostrar coisas tão duras, reprimidas ou tabuizadas que podem ser. É impulso natural de quem quer comunicar, tornar sua mensagem palatável. Se outro meio não se revela o mais adequado, por que não satirizar? Aliás, por que simplesmente satirizar? Esta foi a pergunta que Horácio, antes que Cristo nascesse, fez nos seus Ridentem dicere verum quid vetat? ou em vernáculo bem popular: Quem foi que disse que não se Sermones: pode falar a verdade, fazendo rir?” (João Baptista Vilela, em artigo publicado no Estado de Minas, caderno “Pensar”). @ Que é direito à auto-identidade sexual? Consiste, diz faculdade de o professor manter fora João do Baptista controle Vilela, social na externo fatos que digam respeito ao seu modo de ser. Diz o eminente professor da UFMG que “a sociedade americana tem um fraco irreprimível pela bisbilhotice e não liga para o direito da privacidade, face hipócrita da sociedade americana”. Ao lado do direito de pessoa, existem os direitos de personalidade, que englobam prerrogativas que, tempos atrás, não eram talvez sequer suspeitadas e sem as quais o homem não pode, hoje, verdadeiramente realizarse no corpo social em que vive. Muito já está assentado. Muito está por ser esclarecido, inclusive este, o “direito à auto-identidade sexual”. De MACHADO DE ASSIS coleção de obras “A explicação do Dr. Pangloss é que o nariz foi criado para uso pareceu do óculos, definitiva. e tal Mas explicação, sabe o leitor confesso, que o me faquir passa horas a olhar para a ponta do nariz, com o fim único de ver a luz celeste. Quando ele finca os olhos na ponta do externas, impalpável, nariz, perde embeleza-se o no desvincula-se da sentimento invisível, terra, das coisas apreende eteriza-se. o Essa sublimação do ser pela ponta do nariz não pertence ao faquir somente: é universal. O homem tem necessidade de contemplar o próprio nariz para o fim de ver a luz celeste...” @ “- Que rumor é este, Carmen? Perguntou Aires, entre duas carícias. - Não se assuste, amigo meu; é o governo que cai. - Mas eu ouço aclamações... - Então é o governo que sobe. Não se assuste. Amanhã é tempo de ir cumprimentá-lo.” @ Foi o caso que uma carroça estava parada, ao pé da travessa de São Francisco, e o carroceiro dava muita pancada no animal. A força despendida era grande, porque o asno ruminava se devia ou não sair do lugar, mas não obstante, apanhava que era o diabo. Finalmente o burro preferiu a marcha à pancada, tirou a carroça do lugar e foi andando. Nos olhos do animal viu Aires uma expressão profunda de ironia e paciência. Depois leu neles um monólogo... “Enquanto te esfalfas em ganhar a vida, eu vou pensando que o teu domínio não vale muito, uma vez que me não tiras a liberdade de teimar... (“Esaú e Jacó”). @ Era no tempo da regência. O imperador fora ao teatro de S. Pedro de Alcântara. Ao fim do espetáculo, um grande rumor nas vizinhanças do Teatro. O acompanhante do Imperador procurou saber a razão do alvoroço. Um homem, mostrando-se indignado, bradava que o cocheiro do Imperador não tirara o chapéu no momento em que este chegara à porta para entrar no coche; o homem acrescentou: eu sou RE (naquele tempo, por brevidade, os republicanos assim se chamavam) mas não consinto que faltem ao respeito a este menino! @ Nem só de pão vive o homem. Vive de pão e de crédito. @ O sono é a morte interina! @ Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis. @ Loteria é mulher, acaba cedendo um dia. @ A briga de galos é o Jochey Club dos pobres. @ O país real, esse é bom, revela os melhores instintos; mas o país oficial, esse é caricato burlesco. @ Em o Alienista, Bacamarte, o médico, inferniza a vida de Itaguaí, depois de prender e soltar loucos do hospício que abrira, mudando várias vezes sua teoria sobre a loucura. Por fim, conclui que o louco é ele e morre tentando curar-se no mesmo hospício. @ “Os desfalques dividem-se em duas classes, os descobertos e os encobertos. Desfalques descobertos e o que já outros, se é descobriu, anunciado o nas que aparece folhas de nos maior olhos dos circulação, recebe a polícia, um inquérito, dois advogados, um ou dois júris, e o esquecimento, que é o lençol de nós todos. Desfalque encoberto é o que ainda não se levantou da cama. Destes é que eu temo (...); deitam-se tarde, passam as noites com amigos, ceia lauta, algumas damas, e recolhem-se de madrugada. Não se admira que se levantem tarde. Economicamente, é Eu sinal até de admiro dinheiro os desfalques. (...). Não dura muito, algumas horas, dois ou três dias, mas o que é que dura muito neste mundo, a não serem as Pirâmides do Egito e a boa fé da minha comadre?” DROPPER Conta-se que o Conde Greppi, em Milão, frequentava casas e teatros assiduamente. No dia em que completou CEM anos, deu um grande baile, expedindo convites assim redigidos: “O Conde Greppi convida Vossa Senhoria para festejar com ele o SEU PRIMEIRO CENTENÁRIO”. @ TRILUSSA, grande poeta italiano, recebeu carta de uma jovem que lhe pedia para ler o manuscrito de uma novela que lhe enviava. A carta findava assim: “se faltar alguma vírgula, por favor, ponha-a. Trilussa respondeu a carta: “de outra vez mande-me as vírgulas; eu escrevo a novela”. @ Corre que Bernard Shaw foi interpelado por uma bela senhorinha: tenhamos um filho, que nascerá com a minha beleza e a sua inteligência. O pensador retrucou imediatamente: mas se ele nascer com a sua inteligência e com a minha “beleza”? @ “Quando preencho um posto vago, faço um ingrato e cem descontentes”. (Talleyrand) @ Catarina II, da Rússia, cheia de empáfia, quando a população passava extrema fome, escrevia a Voltaire: “não há, no país, um camponês que não esteja em condições de por uma galinha na panela aos domingos. Há algum tempo, até preferem os perus às galinhas”. @ Hugo Gouthier dizia que a diferença entre um técnico e um político é que o primeiro “dá explicações” e o segundo “ameaça explicações”. @ Aquele filósofo não comparecia a nenhum enterro: não se pode esperar reciprocidade! @ Anatole em “La vie fleur” dizia: amo a verdade. Creio que dela, a humanidade necessita; porém, tem a humanidade mais necessidade da mentira que lisonjeia, consola e lhe dá esperanças infinitas. Sem a mentira, a humanidade pereceria de desespero e enfado”. @ Se você já comunicou a alguém que lhe deixará uma herança, a única coisa decente a fazer é morrer logo. (Samuel Butler) @ Não existe coisa que irrite mais os vagabundos do Sena, os “crochards”, do que a curiosidade dos turistas. Quando se tenta tirar fotografias deles, é comum que eles desçam as calças e exibam, nadelgamente, seus traseiros. (jornalista Mauro Almeida) @ Fiéis aos seus hábitos de chá às cinco, os ingleses, membros da Câmara dos Comuns, reúnem-se no bar da St. Stephens’s Tavern. A direção da Câmara mandou instalar uma companhia parlamentares que soa para a no botequim, reunião. convocando (jornalista os Mauro Almeida) @ A maior evidência do respeito que o povo inglês tem pelos soberanos, é o de que até os comunistas quando cumprimentam suas majestades, curvam-se perante eles do mesmo modo que o mais leal dos súditos. (jornalista Mauro Almeida) @ Há matemáticos matemáticos e políticos, traçam um disse linha reta Briand; a os seguem resolutamente, mesmo se ela vai esbarrar na parede; o político vê a parede e trata de evitá-la. Esta observação é uma variante desta outra: a linha reta em política muitas vezes não é o caminho mais curto”. (Dario de Almeida Magalhães, “Figuras e Momentos”) De MAURO ALMEIDA, jornalista, autor de “Flashes Europeus” De volta de uma viagem à Suíça, um novo-rico é interrogado por um amigo. E que tal a famosa paisagem suíça? – “não pude ver direito, rapaz. Havia um bocado de montanhas atrapalhando a vista...” @ Dizem alguns turistas que a Bélgica tem todos os defeitos dos franceses e nenhuma de suas qualidades. Entrei no país, isento de prevenção, mas que força que fizeram alguns belgas para me convenceram do contrário! @ O primeiro gondoleiro, com quem fui dar o primeiro dos clássicos passeios venezianos, quebrou dois recordes: o de habilidade no manejo do barco, que deslizava como pluma pelas águas dos canais, e o de mentiroso quanto à história, economia e tradições da cidade... @ Procuro com a máxima discrição e sem perguntar a ninguém, o restaurante que FECHA PARA O ALMOÇO, que segundo dizem, existe em Lisboa. Não o encontrei. Na volta, disseram-me que não procurei direito! @ Impressa em vários idiomas, recebo à porta da igreja “SACRÉ COEUR DE PARIS” a oração que, segundo o guia, pode ser recitada hipocrisia: “Ó ILUMINA-ME...” DROPPER pelos DEUS, que QUE não crêem, CHAMAM AMOR, sem SE nenhuma EXISTES, Caio Blinder afirma que sexo e poder costumam andar de mãos dadas. Mao Tsé Tung e sua esposa Jian Qing fizeram um acordo: ele poderia cair na farra e Jian fazer uma “festa” no poder e exercer influência indevida. O dirigente recrutava soldadas para sua cama. Jian ficou conhecida como a megera dos excessos ideológicos da Revolução Cultural chinesa. @ A mineira Nayla Micherif, atual Miss Brasil, continua na batalha pelo direito de concorrer a reeleição. “Se um Presidente pode tentar ser reeleito, porque uma Miss não poderia?” diz Nayla, assistida agora por um colégio de advogados. @ Daqui a dois anos, quando terminar seu segundo mandato, Clinton poderá estar estúdio Dream Works, mais de próximo Steven de Hollywood: Spielberg, já o lhe ofereceu o cargo de Presidente da firma para o dia em que deixar o poder. @ Afirma Dustin Hoffman: “ser um grande ator hoje em dia é irrelevante. Não importa mais a qualidade de trabalho, mas o magnetismo de sua personalidade”. @ seu Uma artista Leprosário, de cinema, deparou-se em visita com uma de irmã caridade a religiosa um que, conscienciosamente, limpava as feridas de um leproso. A artista sentiu náusea e exclamou: nem por um milhão de dólares eu faria isso! A religiosa voltou-se para a visitante, e com um sorriso doce, respondeu: “EU TAMBÉM NÃO!” @ A esquerda tem uma chance, a cada 5 anos de chegar ao poder. E, quando chega, não sabe governar” (Wagner Barelli). @ Robert Elliot falando sobre o estresse: a regra número um para evitar o estresse é não se preocupar com ninharias. Regra número dois: tudo é ninharia. @ Uma bela mulher que possui as qualidades de um homem honrado é o que de mais delicioso pode haver no mundo. (La Bruyére). @ O homem que finge estar apaixonado é mais sedutor que aquele que realmente está (Ninon de Leclos, amante do cardeal Richelieu) @ O Governo do Estado de Schleswing-Hostein, e mais três outros Estados alemães, reintroduziram o sistema de aulas separadas por sexo, para aumentar as chances de aprendizado das meninas. Na Renânia, haverá aulas separadas para algumas disciplinas, como matemática, física, química, informática e esportes. O projeto tem o apoio da Universidade de Frankfurt. A conclusão é a de que as meninas, embora tirando notas mais altas, não desenvolvem todo o seu potencial ao lado dos meninos; sentem-se inibidas, enquanto os meninos se mostram arrogantes. @ Aludindo aos álamos de que se extrai a celulose, analisava melancolicamente Clemenceau: “um livro é a morte de uma árvore”. @ Balzac encontrou o título de um romance na tabuleta de uma loja. Molière achou o nome para uma de suas personagens na tabuleta de um farmacêutico. a realidade serve ao escritor apenas naquilo que observa em si”. (Pitrigrilli, no livro Pitrigrilli fala sobre Pitrigrilli) @ É intelectual, ou seja, “um homem que põe a tônica da vida no poder da palavra”. (Vivaldi Moreira, “O Velocino de Ouro”) @ “Sujeito sem sal nem pimenta vivia à parte na vida, incompreendido, sequioso de encontrar uma mulher que o amasse. Dava-se à leitura de romances e sonhava para si uma aventura completa”. livro “Segredo Conjugal”) (Vivaldi Moreira, citando o @ “Afirmou um filósofo que personalidades diversas: aquela outros que os coexistem, aquela supõem em que que nós, três pensamos ser; somos; aquela que somos efetivamente”. (Vivaldi Moreira, “O Velocino de Ouro”) @ Um diretor de jornal, na véspera da Páscoa, orientou um jornalista: “ – amanhã é preciso falar em Jesus” – Falar bem ou falar mal?, indagou o repórter. (Júlio F. Escobar) @ Quando o livro CORAÇÃO, de Edmundo de Amicis, foi traduzido em 60 línguas, um empregado de Finanças lhe disse: “O senhor escreve, eu sei, mas além disso, o que faz de sério?” (Alfredo Panzini). @ O comediógrafo trabalhou depois por de 40 Roberto algum anos Bracco tempo de na triunfo que, quando Prefeitura nos de palcos da jovem, Nápoles, Europa, encontrou um antigo colega que lhe disse: “que lástima haveres abandonado o teu lugar na Prefeitura. Com o teu talento terias chegado a chefe de seção!”. @ “Os escritores do século passado dispunham de um grande recurso: a mais. fotografia A descrição. Hoje matou a descrição não definitivamente a funciona paisagem escrita. Lamartine, em seu “Lago”, diz muito menos do que o opúsculo ilustrado de uma agência de turismo; diz-se, corretamente, que uma fotografia vale por mil palavras” (Jules Bernard) @ Na União Soviética os homens de letras gozam de grande prestígio porque escritores os Stalin arquitetos já da proclamava alma. Na serem América, os disse Stinbeck, “os escritores estão em condição inferior a do acróbata e somente superior às focas na estima popular”. @ “Não nos é desconhecido buscarem muitos homens notáveis à causa de profissional um ou esplendor político, medíocre”. (Vivaldi Moreira) social, fora do de seu âmbito de triunfo um lar De NAIR LACERDA e algumas de suas quatrocentas anedotas históricas D. Pedro II e o Duque de Caxias olhavam e apreciavam o quadro de Pedro Américo, “Batalha de Avaí”, quadro que trazia na pintura a figura do próprio Caxias. O imperador observou a fisionomia sombria do militar e lhe indagou o motivo do carrancismo. Caxias respondeu pintor Pedro entredentes: Américo me viu “ – em E onde combate foi com a que o farda desabotoada e a camisa aparecendo?” @ Harriet Beecher Stowe, ainda menor, escreveu o romance “A Cabana do Pai Tomás”. Nos Estados, quando rebentou a guerra da Secessão o Presidente Lincoln manifestou desejo de conhecer a escritora, dizendo-lhe: “Então foi você, pequenina assim, que desencadeou esta guerra tão grande?” Porque “A faísca que Cabana do atirara Pai o Tomás”, país na sabidamente, estupenda luta foi a entre escravagistas e antiescravagistas, ante a alma piedosa da autora daquele livro que tanto comoveu os Estados Unidos... @ Bismarck foi sempre taciturno, pouco disposto a dar explicações. Depois da guerra de 1870, tornou-se mais fechado. Adoecendo, veio ter a sua cabeceira, a seu chamado, um médico conceituado, Dr. Schwninger, também áspero em suas expressões. Depois de cuidadoso exame, o médico passou a fazer perguntas ao Chanceler de Ferro. À terceira pergunta, Bismarck gritou: “- Vamos acabar com esse interrogatório? Pare com as perguntas”. - Como quiser, Alteza, respondeu o médico. Mas como não posso fazer o tratamento sem lhe fazer perguntas, melhor chamar o veterinário! Bismarck trocou olhar furibundo com o médico, mas condescendeu: pode fazer as perguntas!” @ A poesia de Robert Browning, inglês, tinha muito de hermética. Carlyle, malicioso, ao aparecer uma das obras de Browning, SORDELLO, escreveu-lhe este bilhete: “Meu caro Browning, minha mulher leu e apreciou o teu Sordello e escrevestes, gostaria se de Sordello saber, é um de ti homem, mesmo, um país que ou o um livro?” @ O Papa Paulo III confiou a Michelangelo a pintura, no Vaticano, da cena do JUÍZO FINAL. Biagio de Cesene, mestre-de-cerimônia constantemente o do artista Vaticano, diante dos nus interrompia que se iam juntando na imensa composição do artista. Reputava um escândalo. Farto do maçador, Michelangelo retratou-o entre as figuras que se encontravam no inferno. Indignado, Cesena foi suplicar ao Papa que obrigasse o artista a refazer aquele rosto, sem demora. Paulo III, divertido com a história, declarou: se ele te tivesse colocado no esforço e purgatório, retirar-te vá de lá, tal eu poderia lugar, mas fazer um estás no nulla est redemptio. Não tenho autoridade para influir ali. Até hoje, quem quer que observe a tela JUÍZO FINAL de Michelangelo, no Vaticano, poderá ver, no ângulo à direita, a fisionomia do infeliz Biagio de Cesena. inferno, meu caro, e bem sabes que ali @ Conforme lhe parecia mais conveniente, o duque de Savóia, Carlo Emanuele I- ora se aliava à França, ora à Espanha- tinha uma casaca interessante: branca de um lado, vermelha do outro. Quando estava com a França, usava o vermelho. originado lado branco. Quando com É possível que desse a expressão “virar a a Espanha, hábito casaca” o lado tenha para os se que mudam de opinião política. @ Uma das grandes habilidades de Carlitos era fazer imitações. Certa vez, para divertir seus convidados, cantou uma ária lírica surpreendeu os presentes. italiana, episódio que Alguém comentou então com Carlitos: - Por que nunca nos disse que sabia cantar assim? - “Mas eu não sei cantar! Protestou o genial Carlitos. Eu só estava imitando o Caruso!” @ Collodi, famoso escritor italiano, saía abatido de um cassino por ter perdido nada menos de mil liras no jogo. Encontrou-se com o editor Felice Patti, a quem contou sua desdita. Paggi pediu que Collodi passasse em seu escritório no dia seguinte, adiantando-lhe que lhe daria as mil libras. Dia seguinte, Collodi passou no escritório do editor, onde encontrou realmente as mil libras com um instrumento pelo qual Collodi se comprometia a entregar, ao editor, dentro de um ano, um livro para crianças. E Collodi, que nunca se dedicara a semelhante gênero, produziu a maravilha de graça e imaginação que é PINÓQUIO. @ Quando Cook descobriu animal estranho, que a Austrália, jamais tinha deparou visto em com um parte alguma. Interessado, mandou um marinheiro informar-se dos nativos qual era o nome do animal. O marinheiro voltou com a resposta: CANGURU, é o nome do animal. Mais tarde, descobriu-se que “canguru”, na linguagem dos nativos, significava: “Que é que você está dizendo? @ Cristina da Suécia parecia ter grande desprezo pelos representantes do próprio sexo. Costumava dizer: “- Gosto dos homens, não por serem homens, mas por não serem mulheres”. @ Voltaire, após escrever a tragédia OLIMPIA, mandou para o escritor D’Alembert uma cópia, escrevendo sobre a capa: “esta Tragédia foi escrita em seis dias”. Como opinião crítica, D’Alembert devolveu-a a Voltaire com as seguintes palavras: “o autor não deveria ter repousado no sétimo dia”. Voltaire, modestamente, fez revisão de seu trabalho. @ FERNANDO II, DE Bourbon, tinha grande senso de governo e costumava dizer: “Meu povo é governado com três FF: força, festas e farinha”. @ A Princesa de Maine indagou de Fontenelle, nas costumeiras sessões sociais que promovia, que diferença existia entre ela e um relógio. Fontenelle respondeu imediatamente: o relógio marca as horas e Vossa Alteza faz esquecê-las. @ Anatole France costumava dizer aos jovens escritores: “acariciai longamente a vossa frase e ela terminará por sorrir”. @ Em uma das visitas feitas por Hitler a Roma, o marechal Goering o acompanhou, e, na estação repleta, deu um grosseiro repelão junto de um cavalheiro italiano. Este reclamou desculpas, mas o enxudioso nazista voltou-se, também, e atirou ao outro, orgulhosamente: - Eu sou Hermann Goering! E o cavalheiro sorrindo, acalmado e desdenhoso: - Como desculpa, é pouco, mas como explicação é mais do que suficiente! @ Guilherme II, da Prússia, era muito vaidoso e a seu respeito corriam anedotas em que ficava patente aquela sua fraqueza. Diziam, por exemplo: Que diferença há entre o Senhor Deus e Guilherme II? E a resposta era: “Deus criou todas as coisas, e Guilherme II reformou-as todas, de ponta a ponta”. @ Um escritor qualquer, em busca de escândalo, lançou um artigo segundo existido. o Anatole qual Jesus France, Cristo jamais Clemenceau e teria outros escritores comentavam o artigo, quando chegou Hébrard Adrien, político francês, que, tomando conhecimento do assunto, disse com ar fingidamente pesaroso: - Que séculos pena! de O homem atraso! Se foi os sabido! @ descobrir pobres isso mártires com vinte tivessem O Conselheiro parlamentar, Lafayete costumava Rodrigues ser Pereira, aparteado famoso constantemente pelo Senador Diogo Velho. Certo dia, quando Diogo Velho renitia num aparte, Lafayette respondeu-lhe: “- sacer locus, puer, extra mingite!” Meio encafifado, Diogo Velho lançou um olhar indagador para seu vizinho, o barão de Cotegipe, que sussurrou a tradução: “O lugar é sagrado, menino, vá urinar lá fora!” A hilaridade foi geral... @ A melhor definição de cultura, deu-a Carl Larsson, pintor sueco. Alguém lhe perguntou se tinha lido todos os livros de sua biblioteca. - Sim, disse o pintor, eu li todos. - O Senhor tem imensa cultura, então! - O que leio esqueço. É preciso que tudo se leia e que muito se esqueça: o que sobrar é exatamente a cultura... @ Numa roda em que muito se discutiam antepassados, A. Lincoln declarou, risonho: - Não me importa saber quem foi meu avô, estou muito interessado em saber quem será o meu neto”. @ Paderewski, célebre pianista, que foi Presidente da Polônia, dera um concerto particular numa casa de novorico, que o artista detestava. Terminada uma das peças, uma senhora indagou ao pianista: “isso que tocou é muito bonito. Quem compôs? - Beethoven, minha senhora. - Ah, é verdade. O que faz ele agora, continua compondo? - Não, minha senhora – respondeu sério. Ele agora está decompondo. @ RASPUTIN, monge nascido na Sibéria, que exerceu enorme influência na corte russa, dizia cinicamente: “só o arrependimento e a contrição nos podem dar a salvação da alma. Mas de que nos poderemos sentir contritos e de que nos arrependeremos, previamente? depois É gozemos preciso, os se não portanto, benefícios do tivermos pecar, pecado para que arrependimento. Por isso, quando Deus nos envia as tentações, temos o dever de sucumbir a elas”. @ Orson Welles, ator, não era nada modesto. Começou uma conferência nos seguintes termos: - sou diretor e produtor de filmes, ator teatral e cinematográfico, escritor, produtor teatral, escrevo, represento mágico publiquei e dirijo vários em livros, rádio, toco sou violino e e pintor, piano muito bem. Parou, lançou um olhar que varreu a platéia, e perguntou: - Não é uma pena que existam tantos “eus” e tão poucos “vocês”? (a platéia estava exígua). DROPPER Roberto Talma pretende filmar “NOSSA SENHORA DA APARECIDA”, a primeira película sobre a padroeira do Brasil. Ela, segundo o cineasta, será uma espécie de Jesus Cristo reconstitui nacional. suas O filme aparições, começa figuras em 1780 e míticas como a mulher do pescador, entre outras coisas. O filme sobre a Santa terá proporções de filme épico. @ A coluna Swann, do Globo, diz que o comando do PSDB irá se reunir com um item curioso na pauta: um desagravo ao governador Mário Covas, chamado de “bundão” num artigo assinado pelo jornalista Clóvis Rossi. @ Da. Lúcia, Unidos, esposa Flecha de do nosso Lima, embaixador indagada sobre nos a Estados diferença entre a Inglaterra e os Estados Unidos, em termos de moda, comida e decoração, respondeu: “A Inglaterra tem melhores lembrar antigüidades. uma Washington polícia brincadeira sobre o é inglesa; mecânicos, alemães; céu os os Mas essa que e o ouvi comparação numa inferno. cozinheiros, amantes, me faz recepção Céu é onde franceses; italianos, e em a os tudo organizado pelos suíços. Inferno é onde os chefs são ingleses; os mecânicos, franceses; os amantes, suíços; a polícia, alemã e tudo organizado pelos italianos.” @ Adverte a coluna Swann: um projeto entre os mais sigilosos e ambiciosos da história da Rede Globo está começando a tomar corpo. Se for aprovado, os experts prevêem para ele um ibope estrondoso: trata-se de pelo menos quatro horas, ao vivo, dedicadas ao parto de Xuxa, previsto para Agosto. Calcula-se em 200 pessoas a equipe – entre técnicos, redatores e repórteres – que cuidará deste “especial” especialíssimo... @ Lê-se no livro de Marcel Souto Maior (AS VIDAS DE CHICO XAVIER) uma passagem intrigante sobre o personagem. Jornalistas da revista “Cruzeiro” – David Nasser, Manzon e Natividade tomaram a decisão de visitar Chico Xavier, para desmascará-lo ou “mostrar o médium”, na expressão dos jornalistas. Apresentaram-se ao médium como estrangeiros, sendo que Natividade apresentou-se como o intérprete dos “americanos”. Ao final, feito o rastreamento psicológico do Chico, com menção ao guia espiritual do mesmo, EMANUEL, os falsos americanos e repórteres da revista ganharam das mãos do médium livros espíritas aos quais Francisco Xavier escreveu dedicatórias. A encenação parecia ter dado certo, pois em nenhum momento Chico Xavier exibiu qualquer desconfiança dos entrevistadores “estrangeiros”. David Nasser, que fizera a reportagem “Chico, detetive do Além”, não chegara a uma conclusão definitiva sobre ser tratava ou não farsa do médium. Dias depois, verificando os livros que recebera, de Chico, examinando por acaso a dedicatória, depararam com a frase: “ao irmão David Nasser, oferece Emanuel”. A mesma dedicatória havia sido lançada no livro de Jean Manzon! Ao que consta do episódio descrito por Marcel Souto, Chico Xavier repreendeu severamente seu instrutor espiritual, Emanuel, por permitir a encenação! @ Sílvio Caldas é o cantor que melhor soube usar sua voz. Sua técnica, sobretudo de respiração, é insuperável. Sua maneira de interpretar, de dizer uma letra, é perfeita, diz João Máximo, crítico do jornal “O Globo”. Todavia, dizem os críticos, a partir de João Gilberto, o canto brasileiro mudou. dissesse influenciado incluísse em seus Pouco por importa Orlando discos canções do que Silva. ele E se que repertório de Orlando. Ele provou que qualquer um pode cantar, desde que razoavelmente afinado, de modo que a partir dele os compositores passaram a ser intérpretes de suas próprias canções, tornando desnecessário os “cantores de verdade”. Por isso, pelo próprio seresteiro, os Sílvios Caldas saíram de moda. @ espírito Assim, se a bossa nova matou o cantor da seresta, o “rock” enterrou-o de vez. Com cantores tão diferentes de João Gilberto quanto João é de Vicente Celestino, mudou novamente a arte. Só que Sílvio Caldas já não tinha fôlego para resistir a essas transformações. Com Sílvio Caldas, entretanto, sem dúvida, morre um estilo”. (reportagem de João Máximo para “O Globo”). @ O European Union Bank foi o primeiro banco virtual do gênero NET. Em abril de 1977, fechou seu “site” e os diretores sumiram, deixando os clientes a “verem navios”. @ A Associação Psicológica americana, pela pesquisadora Kimberly Young, já apresentou um trabalho registrando a ocorrência Internet. de O uma vício nova é doença: considerado uso patológico equivalente ao da dos jogadores compulsivos. @ Renato de Freitas, ex Prefeito e deputado era Presidente da MINASCAIXA, nomeado pelo Governador da época. Os indignados funcionários com os do estabelecimento vencimentos recebidos, estavam sempre equiparados aos do Banco do Brasil. Com a negativa de aumento pelo Presidente, os funcionários cuidaram de fazer o tradicional “funeral”, desfilando com cerimônia o caixão de enterro. Renato, do andar da Presidência, assistiu o “funeral”; passados alguns dias, resolveram os líderes do movimento grevista pedir uma entrevista com Renato de Freitas. Este, calmamente, após ouvir os funcionários, replicou: “defunto não dá entrevista!” @ Sobral Pinto, advogado católico, não se esquivava de defender qualquer pessoa que lhe parecesse injustiçada. Assim é Prestes, que, líder na época da comunista, Revolução, Luiz encontrando-se incomunicável, procurou seus serviços. Carlos preso e Sobral Pinto, tentou tudo, atravessando petição sobre petição perante os Juizes. Nada. O notável advogado, que sempre se dizia um profissional “de porta de cadeia”, tomou uma providência drástica: requereu ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus a favor de Carlos Prestes, invocando a “lei de proteção aos animais”. A repercussão do pedido foi tão grande na Sociedade que o Tribunal concedeu o habeas corpus! @ Maledicências da imprensa americana dão conta determinado Presidente dos Estados Unidos, gordo, propiciava à amante dois orgasmos: um, que um de tão durante o ato, outro, depois, quando tirava seu peso de cima dela... De PIERO CALAMANDREI, no livro, “Eles os Juizes, vistos por nós, os Advogados”. A luta no Pretório. Um Juiz, que tinha certa fantasia, dizia a um professor: ensine aos seus alunos que o processo não é um palco, nenhuma academia de conferencistas, nem um círculo de jogador de xadrez, nem uma sala de esgrima... -... “nem um dormitório”, completou o professor. @ Muitas vezes, o sono dos juizes é premeditado. É um hábil expediente do juiz para defender uma ou outra da partes contra o erro de seus advogados. @ “Quem foi que disse que, nos processos, os debates não servem para nada! Antes dos discursos dos advogados estava em dúvida. Falou o Autor e compreendi que não tinha razão, mas a seguir, para o bem do autor, falou o réu e então tive que me convencer que era o autor quem na verdade tinha razão! O cliente não sabe que, muitas vezes, depois de uma vitória, devia ir abraçar comovido, não o seu advogado, mas sim o advogado do seu adversário!” @ O Juiz que falta ao respeito ao advogado, ignora que beca e toga obedecem à lei dos líquidos em vasos comunicantes: não se pode baixar o nível de um, sem baixar o nível do outro. @ Examinando-se a célebre série de desenhos que Daumier consagrou a gente da justiça, vê-se que ele nunca deixou de fazer caricaturas de advogados sem envolver na sátira os juizes. Os advogados e os juizes desempenham no mecanismo da justiça o papel das cores complementares na pintura. Opostos, é pela aproximação que melhor se fazem valer. @ Para encontrar a Justiça, é preciso ser-lhe fiel. Como todas as divindades, só se manifestam àqueles que nela crêem. @ O Estado considera como essencial o problema da escolha dos juizes. Sabe que lhes confia um poder temível, que mal exercido pode fazer passar por justa a injustiça, constranger a majestade da lei a mudar-se em campeã do mal e imprimir de maneira indelével, sobre a cândida inocência, a marca sanguinolenta, que para sempre a tornará parecida com o delito. @ O juiz é o direito tornado homem. Na vida prática, só desse homem posso esperar a proteção prometida pela lei sob uma forma abstrata. @ A cabeleira dos advogados ingleses, que pode parecer um anacronismo ridículo, supremacia pessoa da do função tem a sobre profissional. encanecido: a profissão vantagem o afirmar a a homem, de esconder pode ser calvo Este não de muda de idéia ou nem de aspecto. @ Sem probidade não pode haver justiça. Mas probidade quer dizer também pontualidade. @ O papel do advogado requer mais talento e mais energia que o do juiz. Encontrar os argumentos, missão do advogado, é tecnicamente mais árduo que escolher entre esses argumentos descobertos pelo defensor. @ Um advogado espanhol, que assistia a uma das nossas audiências criminais, admirava-se por a bancada dos advogados estar colocada mais baixa que a dos juizes. Na Espanha, pelo contrário, a tradição exige que estejam colocadas ao mesmo nível, significando dessa forma que as duas missões são iguais. @ No juiz, a inteligência não conta. Basta que seja normal e que ele possa chegar a empreender, encarnação quod omnes intelligunt. O que principalmente conta é a superioridade moral que deve do homem médio, ser tamanha a ponto de poder perdoar ao advogado ser mais inteligente do que ele. @ Entre todos os cargos judiciários, o mais difícil, segundo me parece, é o Ministério Público. Este, como sustentáculo da acusação, deve ser tão parcial como um advogado; como guarda inflexível da lei, deve ser tão imparcial como juiz. DROPPER O Senador José Serra ligou para o líder do governo da Câmara, pedindo que fosse acelerada a tramitação de um projeto seu. - Luiz Eduardo, estou precisando de uma grande ajuda sua. Preciso que você indique um relator para o meu projeto. - Já está resolvido. Isso é fácil. Vou indicar agora. - Sim, mas eu preciso de um relator SEM IDÉIAS. @ A única coisa que o Trabalho e o Capital têm em comum é o desejo de cortar a garganta do outro. (Brooks Atkinson) @ Agamenon pessoa Magalhães, de extrema ex-governador fealdade. Um de Pernambuco, dia, quando era recebia cumprimentos pela passagem do Ano, foi invectivado por uma eleitora, que recebera dele uma promessa não cumprida. “- O senhor é homem de duas caras”, gritou a eleitora. - Filha, disse o governador, pensativo, coçando o queixo. Se eu tivesse duas caras acha que eu usaria esta?” @ Tirada de Batuira Martins da Costa, ex Secretário de Administração de Uberlândia: Champagne tem o mínimo de álcool e o máximo de companhia. @ Renato de deputado, Freitas, fazendo ex Prefeito julgamento espécies de pessoas no aprendem com os próprios aprendem com os próprios dos mundo: de outros: os erros, erros, Uberlândia “há idiotas, os e e três que não espertos, que os sábios, que aprendem com os erros dos outros”. @ A Igreja nunca penalizou muito o pecado da gula. São Fortunato, patrono dos bons comedores, não foi impedido de subir aos altares apesar de sua incontida paixão pela mesa. @ “O discurso moral da medicina contra o açúcar já ultrapassa os limites fixados pela liberdade de cada um. Qualquer dia, entrar numa confeitaria terá a mesma carga moral que freqüentar um bordel.” (Alfredo Saramago) @ O problema com a comida italiana é que cinco ou seis dias depois você tem fome outra vez. (George Miler, cineasta) @ “Ele não tem um só vício que o redima”. (Oscar Wilde) @ O noticiário americano revela que, entre os Presidentes dos Estados George Unidos, Bush, este, de George antecessor Washington de (1732) Clinton, a diversos mantiveram amantes, entre eles Abraham Lincoln, nome quase venerado. Frannklin Roosevelt faleceu na casa da amante, no Sul, enquanto Eleonor Roosevelt se Rei, as encontrava em Washington. @ Em Versailles, ao lado do palácio do todas famílias possuíam solar. Mas não se cogitava apenas de bens materiais. Rousseau pusera a Natureza na moda. Erigiam-se templos à Amizade, ao Amor, à Beneficência, etc. Um templo entretanto, foi deveria erigido ficar à sempre Filosofia, o inacabado, qual, porque deveria ser o símbolo do conhecimento humano, que nunca chega ao fim. @ Certa feita, conta o neto de Jânio Quadros, perguntaram a Jânio porque “ele bebia assim”. Respondeu ele: “bebo porque é líquido. Se sólido fosse, comê-lo-ia.” @ Em meio a um pronunciamento, o Senador Roberto Requião fez uma pausa para forçar um diálogo. “Na minha ausência, soube que um Suplente andou falando mal de mim. Concedo agora uma aparte para que possa repetir na frente tudo que disse. lividamente.” @ O Suplente declinou, “O pior discurso é o discurso longo.” (Pedro Calmon) @ Numa audiência com o embaixador americano para tratar de caso grave, o Senador baiano Antônio Carlos Magalha~es, proibiu os assessores de fazerem qualquer registro da conversa. ACM, depois de uma grave Oh, my God! Prosseguindo a conversa e , diante de uma revelação do Senador, o Embaixador americano, a sua vez, exclamou: “Pelo Senhor do Bonfim!” revelação do embaixador, exclamou: @ No começo do ano 7º, de visita a Brasília, o então deputado estadual da Paraíba, Sócrates Pedro, teve uma audiência com o deputado federal Janduhy Carneiro, seu conterrâneo. Ao se encontrarem, o deputado estadual se apresentou formalmente. Carneiro estranhou: mas eu lhe conheço até de outras legislaturas! Sorrindo, Sócrates Pedro explicou a confusão. Não, disse ele, o senhor conversava com meu irmão, Sóstenes Pedro, que foi deputado estadual e já faleceu. Desfeita a confusão, a conversa prosseguiu por alguns Janduhy foi assaltado despedir, semelhança dos interlocutor. nomes o fez Constrangido, na minutos. pela esquecer hora de Na hora de dúvida. A qual era o resolver a dúvida se enrolou. Desculpe, mas eu esqueci seu nome! Vocé é o que morreu ou o que está vivo? @ O jornalista Bandeira de Melo é que nos dá a notícia: José Bonifácio Lafayete Andrade aconselhava aos amigos que não indagassem sobre três coisas: cozinha de restaurante, idade de mulher e passado político. @ Santa Tereza de Ávila, doutora da Igreja, lutava terrivelmente contra o tempo puxando um carroção, pois desejava fazer uma mudança de convento. Debaixo da chuva torrencial, com as rodas presas no lodaçal, teve, o que para ela não era incomum, uma visão de Cristo. Numa prece ardente, reclamou das condições que enfrentava, sem qualquer socorro providencial. Jesus sorrindo, Ter-lhe-ia dito: “pois não é assim que trato meus amigos?” A resposta da religiosa veio pronta: “não será por isso que o Senhor tem tão poucos amigos?” A passagem letras, Ávila. no ora narrada livro vem contada, “CONFISSÕES”, de com Santa todas as Tereza de De ROBERTO CAMPOS Deputado Federal, ex Ministro de diversas pastas, autor de “A Lanterna na Popa” No seu livro “A Lanterna na Popa”, Roberto Campos faz menção a dois tipos de oradores, exemplificando: - quando Demóstenes orava, os gregos diziam: “como fala bem”; quando falava Péricles, a audiência clamava: “vamos marchar com ele”. @ Roberto Campos conversou com um bispo sobre a injustiça com que se tratava determinado padre, de reconhecida competência mas jogado no interior. O bispo explicou então os motivos que o padre não subira na carreira eclesiástica: primeiro, porque ficou muito da esquerda, o que seria contornável; segundo, vivia maritalmente com uma ex-aluna do colégio de freiras, o que seria também contornável; mas já não acreditava em Deus, o que era incontornável. @ O chiste em Cambridge, diz Roberto Campos, era que quando se reuniam dois economistas ingleses, sendo um Lord Keines, havia pelo menos três opiniões diferentes, pois Lord Keines seguramente teria duas. E às vezes contraditórias. @ O economista Galbraith confidenciou a Roberto Campos que o problema de representar o Presidente João Goulart, tão desinformado em economia, era pior que a tarefa dele, Galbraith, tinha em relação ao Presidente Kennedy. Kennedy não entende nada de economia mas pelo menos sabe onde está a veia jugular, e sabe que ela não the ass). Seu Presidente, dizia Galbraith, parece pensar que a veia jugular está “in the ass”. está na (in bunda @ Deus não é socialista e os padres não gostam que se diga, mas Deus foi um grande criador de desigualdades. Distribuiu, com inteligência, bastante injustiça, criatividade e os diligência. dotes de Inexistindo normas objetivas de justiça, torna-se perigoso tentar corrigir as injustiças divinas pela “justiça social”, ditada pelo ideólogo, burocrata ou político de plantão. Em outras desejável” (Roberto palavras, e deve-se reconhecer Campos, artigo a considerar a “igualdade impossível”. sobre “O “equidade liberalismo e a pobreza”) @ Não há mais esquerdas no Brasil, sobram apenas alguns canhotos... (Roberto Campos). @ Outra de Roberto Campos: “CARMEN” é opera para quem não gosta de ópera... @ Roberto Campos, que certa feita acompanhou o Presidente J.K. a Madri, narra que o mesmo foi homenageado pelo Generalíssimo Franco com um almoço. No seu livro “A Lanterna na Popa” tece comentários sobre Franco, sustentando que o Generalíssimo não tinha “o physique du role” de governante: baixo, rechonchudo, voz de falsete, mãos pequenas e moles, não exsudando o carisma dos grandes líderes. A propósito, ouvia-se uma piada Madrilena: “Ao penetrar certa vez na sala de reuniões do Gabinete, Franco deparou-se com uma violenta discussão entre dois Ministros, que não haviam dado pela sua presença. - Porque se pelean ustedes? Indagou Franco. - Hablamos de política, disseram os Ministros. - Hagan como yo, disse o Generalíssimo, “Que no me meto en politica”. @ A diferença entre o capitalismo e o socialismo é que naquele os resultados são melhores que as intenções; neste, o contrário acontece (Winston Churchill, citado por Roberto Campos) @ A melhor contribuição que nossas esquerdas podem dar é parar de dizer bobagens e deixar que o Brasil tenha um real banho (e não apenas uma benzedura) de liberalismo e capitalismo. (Roberto Campos) @ Basicamente, nosso “empregabilidade” inadequado derivam nível trabalhistas falta medíocre de de três investimento; desincentivadores liberdade monopólios de crescimento das empresarial. estatais, as e baixa fatores: b) a) encargos contratações; c) Ao os esquerdas defender reduzem nosso potencial de absorção de capitais privados nacionais e estrangeiros, portanto, nossa capacidade de gerar empregos. @ Os Sindicatos, salários dos desempregados hoje, já (a protegem empregados, não ser os empregados nada talvez fazem e os pelos torná-los inempregáveis). @ Nossos políticos da esquerda não se pejam de apoiar manutenção de privilégios para o setor estatal, assim como a universidade gratuita para os ricos, surrupiando recursos que deveriam caber à educação de massa. @ Com uma participação do comércio exterior no PIB de apenas 15%, a ECONOMIA BRASILEIRA ESTÁ LONGE DE SER GLOBALIZADA. @ O deputado Roberto Campos avisou que não subirá este ano aos palanques eleitorais para fazer campanha. Disse ele “que não domina a linguagem punk...” DROPPER Uma mulher sem perfume não tem futuro. (Paul Valery) @ “O rosto é o espelho que reflete a vida interior.” (CHANELL, DESIGNER ARTÍSTICO). @ Francisco Campos, conhecido com o “Chico Ciência”, gênio comparável a Rui Barbosa, foi uma personalidade controvertida. Era, antes e acima de tudo, um intelectual, um homem de idéias, e não um homem dos fatos (como se requer do político). Por isso, fracassou rotundamente na vida política; dele, a este respeito, escreveu Fernando político... a de Azevedo: triste circunstâncias capacidade adversas. “E “Faltava-lhe de adaptar-se fracassando na para às política (derrota eleitoral de 1993) voltou-se ressentidamente contra os seus próprios ideais liberais, convertendose, daí por diante, num homem de extrema-direita. Na meia-idade e na idade provecta era um “chico-ferro”, em política – inabordável e antipático. Prova disso é que, não obstante tudo que fez por Dores do Indaiá, abrindo caminho para a expansão do ensino secundário particular e traçando caminhos para o ensino normal de grau superior, que mais tarde iria surgir nas “Faculdades de Filosofia”, Campos apenas teve, na sua cidade natal, 21 votos em Dores do Indaiá! Fiuza, historiador, filho de Dores do Indaiá) (Rubens @ Durante a revolução liberal de 1930, tropas revoltosas do Rio Grande do Sul que avançavam através do Paraná, em direção a São Paulo, iam-se chocar com as tropas legalistas que desciam da capital de São Paulo. Grande estardalhaço se fez pela imprensa: estava prestes a travar-se a maior batalha da América do Sul. Mas os dois exércitos se confraternizaram ao redor da causa liberal, junto às margens de Itararé... O que houve, ao invés de uma grande batalha, foi uma debandada geral e açodada dos paulistas, uns pelas matas e outros para São Paulo. pilhéria e A “maior epigrama batalha” se satírico, converteu na maior “verve” do poeta na Murilo Mendes. @ Narra-se que Minas Gerais teve também o seu quilombo, o do Ambrósio, em modelo reduzido e disperso. Durou cerca de 65 anos entre 1630 e 1695. O reino de Ambrósio, negro agigantado, robusto, formou-se em unidades dispersas, nas encostas da Serra da Canastra e Serra da Saudade. Chegou a reunir cerca de dois mil negros. Ambrósio seria um príncipe negro, de antiga raça dos reis africanos. Feito prisioneiro pelos muçulmanos invasores de sua pátria, fora vendido como escravo aos negreiros portugueses da Costa da Mina. De VIRIATO CORRÊA, personagens e fatos da história brasileira Viriato Corrêa faz uma observação interessante sobre a história brasileira. Em quase todo o mundo católico, o clero tem sido um dos esteios dos tronos. No Brasil, ao contrário, o trono sempre teve o clero com um dos poderosos fatores do seu aniquilamento. Todas as nossas revoluções republicanas, todos os nossos movimentos liberais, têm ao seu lado um número espantoso de padres e frades. A Inconfidência Mineira teve cinco, a Independência, números incontáveis, a República, dezenas. Dizem mesmo que as agitações republicanas foram feitas pelo clero do norte. Viriato Corrêa relaciona: 42 padres e 10 frades. @ Muitas coisas Independência, Tiradentes, abaixo de se afirmam algumas até tratando-o tenente) sobre Proto-Martyr desfazendo como e o que da simples fora figura alferes vendedor da de (posto ambulante. Tiradentes, na verdade, foi uma vítima da sua humildade social. Meteu-se numa conspiração em que havia figuras do porte mental e social de Gonzaga, Alvarenga, Cláudio e outros, razão por que se teria prestado a uma posição de “bode expiatório”. A conferência do professor Joaquim Feliciano, em 1907, em São Paulo, é um jato de luz sobre Tiradentes. invulgar, mas Não conhecia possuía o alferes satisfatoriamente a cultura língua portuguesa, traduzia francês e sabia um pouco de latim. Seu irmão, Padre Domingos, propiciou-lhe educação. Era orador arrebatado, qualidade que, por certo, deu-lhe realce no movimento. É possível que ele não tivesse luz da maior grandeza na rebelião. Mas negar-lhe o valor que a história injustiça... é lhe uma reservou, idiotia, é diz o mais do professor que uma Joaquim Feliciano. @ Conta Viriato Corrêa que quando Lisboa foi ferida pelo terremoto de 1755, o rei mandou exigir do Brasil um donativo “voluntário”, portuguesa. O Brasil para mandou reedificar e Minas a Gerais, capital que na época era a mais rica terra brasileira, foi quem enviou o donativo maior. Lisboa reconstrui-se e continuamos a mandar o donativo. Em 1795, quarenta anos depois, Minas resolveu pedir ao rei dispensa do tributo. A resposta veio desconcertante: Havia necessidade de construir um rico palácio real e, por isso, prorrogava-se a obrigação do donativo por mais dez anos! @ Viriato Corrêa, no seu “Gaveta de Sapateiro”, conta que em derredor dos enforcados havia uma infinidade de abusões. uma delas é a respeito da corda que servia ao sacrifício. Buscava-se, freneticamente, um pedaço de corda do enforcado. Dizia-se não haver mascote melhor. A solteirona casava-se, o desempregado empregava-se, os namorados desavindos faziam as pazes, mas, a superstição mais interessante era referente à calvície. Corda de enforcado, banhada em óleo era infalível: a cabeleira voltava de vez. Parece mentira, mas até os médicos não se pejavam em receitar o ungüento. @ O episódio é interessante e vem contado à minúcia na “Gaveta de Sapateiro”. D. Pedro tinha verdadeira fascinação pelo “Chalaça” (Francisco Gomes da Silva) a quem tirou de uma barbearia e levou-o para o paço. O ex-barbeiro revolta dos foi tudo, Ministros até conselheiro cresceu, do arrimada Império. pelo A braço forte de dona Amélia. Impuseram a saída do “Chalaça”. O desvalido, em compensação, é nomeado encarregado dos negócios do Brasil na Suécia. Contrariado, D. Pedro tem o Ministério na garganta. O seu temperamento reclama qualquer coisa para machucar os Ministros. E de que se lembrou ele? Foi pessoalmente arrumar as malas de viagem do favorito. Camisas, ceroulas, meias, gravatas, colarinhos, frascos de bebida (pois o Chalaça era borracho), ele, com suas próprias mãos, ajeitava tudo nas malas. O pior é que o “doidão”, na expressão de Viriato, se gabava disso. Fazia os Ministros esperarem horas e horas e quando os recebia, contava com orgulho como cuidara pessoalmente das malas do Chalaça. E narrava as minúcias da arrumação. @ Houve uma época nobiliárquicos depois da multidão que seduziu chegada de em da fidalgos a a população Corte e paixão isso pelos brasileira. Portuguesa. como títulos que Foi Chegava uma deslumbrou os brasileiros. Quando D. João VI necessitou de dinheiro para formar o Banco do nobiliárquicos. Foi negociantes escravos, de uma Brasil, instituiu praga: os todos que títulos vendeiros, tinham o os seu mealheiro, foram despejá-los aos pés do rei, em troca de um brasão. O jornal “Aurora”, publicado em 1803, narra que éramos, à época, um duque (que era o de Caxias), nove marqueses, nove condes, cinquenta e um viscondes, trezentos e quarenta barões e fidalgos sem conta. @ Uma das singularidades mais interessantes dos costumes de nossos silvícolas prisioneiro de engordavam-no era guerra. e, às o tratamento Levavam-no vésperas da para execução, dado a ao taba, davam uma mulher para os amores dos vencidos. Mas com o coração não se brinca. Quando o prisioneiro era branco, de boa aparência, já a virgem dada para os amores do prisioneiro era prisioneira também, mas prisioneira do amor. Isso aconteceu, por exemplo, com Jerônimo de Albuquerque, aprisionado pelos tabajaras, que teve a paixão de Maria do Espírito Santo. @ D. João VI tinha ódio irrefreável à sua mulher Carlota Joaquina. Quando do regresso da Corte à Portugal, o embarque devia ser a 26 de abril de 1831, mas como, no dia 25, Carlota Joaquina fazia anos, D. João, para não festejar a data, embarcou na madrugada de 25, mas só saiu mar à fora em 26. @ Conta-se que na noite do nascimento do filho de D. Pedro I e dona Maria Leopoldina, o Imperador ficou em grande vibração Imperatriz. quarto da com as Passeava imperatriz, primeiras nervosamente quando Peixoto: - Nada? - Nada! – respondeu o médico. E D. Pedro inquieto: dores na entrou o do parto da ante sala do Dr. Guimarães - Se o senhor me trouxer a notícia de um filho varão, pode pedir-me o que quiser! @ É Viriato Corrêa que conta esta passagem histórica: foi o Padre Ildefonso Xavier Ferreira que deu sagração de realeza a D. Pedro I. Em São Paulo, horas depois do grito do Ipiranga, D. Pedro comparece ao ópra. “Viva príncipe o espetáculo de gala regente! Viva no teatro a da liberdade brasileira! Viva 7 de setembro!” Gritava-se aos berros. Subindo a uma cadeira, o Padre Ildefonso Xavier fixou os olhos no príncipe e gritou a plenos pulmões: VIVA O PRIMEIRO REI DO BRASIL! O povo delirou. D. Pedro agradeceu. Daquela hora em diante o príncipe tinha a coroa do Brasil por aclamação popular. E o delegado do povo, nessa cerimônia importante, foi o padre Ildefonso Xavier, patriota que graças a Viriato Corrêa, a nação não esqueceu.