os pRinCipais entRaves à impoRtação

Transcrição

os pRinCipais entRaves à impoRtação
SUV’s
Ford EcoSport e Renault Duster disputam as primeiras
posições no segmento de utilitários esportivos compactos.
PáG. 22
Reposição automotiva
Realizado no dia 18/08, em São Paulo, a 21ª edição
do seminário reuniu representantes do aftermarket
e discutiu novidades e tendências do setor.
n o107
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Ano ix
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AGOSTO DE 2015
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R$ 6 ,00
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www.balcaoautomotivo.com.br
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PáG. 6
Os principais
entraves
à importação
Dólar em alta, gargalos logísticos e burocracia excessiva implicam
diretamente na competitividade. Aliado a isso, há uma série de
barreiras que dificultam as importações de autopeças.
PáG. 14
Pioneirismo
Certificação
Hoje quase centenária e já na
segunda geração, a Luporini
fala dos grandes feitos da
empresa e como iniciou sua
trajetória de sucesso.
PáG. 50
Barras e terminais de direção
agora precisam ter o selo
do Inmetro. Fique atento aos
prazos para adequação e
comercialização.
PáG. 32
3
Editorial
AGOSTO de 2015 / edição 107
Diretor Executivo
Bernardo Henrique Tupinambá
Diretor Comercial
Edio Ferreira Nelson
ANO IX - Nº 107 - AGOSTO DE 2015
www.balcaoautomotivo.com.br
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Editor-chefe
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Editor de veículos
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Redação
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Fauzi Timaco Jorge / Karin Fuchs / Jota Pompílio (Fortaleza)
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Supervisor de Arte/Projeto Gráfico
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Assistente de Arte - Juan Castellanos
Fotografia
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Impressão
Coan Gráfica
Jornalista Responsável
Silvio Rocha – MTB: 30.375
Os impactos dos entraves nas importações
Por: Silvio Rocha | Fotos: Divulgação
E
m um ano de disparada do dólar, o cenário fica favorável
para as empresas exportadoras. Mas para quem importa, o
movimento é outro. Somente o custo de logística equivale a
12,1% do PIB, sendo que o maior peso fica para transporte, 8,2%
do PIB, enquanto estoque de produção abocanha 4% do PIB.
Baseada nestas informações, discutimos na matéria de
capa o atual cenário para as importadoras de autopeças, que se
encontra com uma série de barreiras, o que inclui a burocracia,
infraestrutura precária e o chamado custo Brasil.
Como artigo, nosso especialista fala sobre a relação
entre estratégias e marketing, e traz orientações importantes
para as vendas, como disponibilidade de capital de giro
para formação de estoques, promoção de todo tipo, pontos
de venda, canais de distribuição espalhados pelo território
nacional e mercado externo.
Este mês, em Pérolas da Reposição, contamos a história
de Guido M. Luporini, filho de Marcelo Luporini, que iniciou a
empresa em 1923. Hoje, já na segunda geração, a Luporini soma
grandes feitos, como o pioneirismo em trazer para o Brasil a
Volvo e a Fiat.
Completando 40 anos de sucesso, trazemos a trajetória da
Compel, distribuidora que nasceu com o foco na especialização.
Também, a qualidade há mais de um século do fabricante de
lubrificantes, Motul. E, com o conceito de sempre levar “Perfeição
para encantar”, Perfect destaca investimentos e apresenta o novo
mascote Pedrinho para o mercado.
Em pesados, a exigência do selo do Inmetro nas barras
e terminais de direção, que tem incentivado cada vez mais
a qualidade no setor automotivo. Esteja atento aos prazos
estabelecidos para a comercialização desses itens de segurança.
E mais, a cobertura da 21ª edição do Seminário da Reposição
Automotiva, que debateu novidades e tendências que permeiam o
mercado, com a participação dos representantes de entidades do
setor e dos profissionais de toda a cadeia do aftermarket.
Como comparativo, a evolução dos SUV’s: Ford EcoSport
e Renault Duster, que passaram por modificações e disputam
as primeiras posições no segmento de utilitários esportivos
compactos. E o lançamento do motor turbo, que chega ao
compacto up! TSI, da Volkswagen. A avaliação do veículo também
pode ser conferida em vídeo no nosso portal.
Boa leitura!
Tiragem: 20 mil exemplares
O Editor
Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade
exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade.
As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
Balcão Automotivo é uma publicação mensal da Premiatta Editora Ltda.
com distribuição nacional dirigida aos profissionais automotivos e tem o
objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de
seus profissionais e representantes.
Destaques da edição
PáG. 20
Motul no
mercado
PáG. 38
Perfect apresenta projetos,
investimentos, ações
realizadas para os clientes
e colaboradores e o mais
novo integrante da empresa:
Pedrinho.
Com mais de 160 anos de
história, fabricante acredita
no potencial do País e destaca
investimentos em produtos e
conhecimento técnico.
PáG. 10
PáG. 48
Compel 40 anos
PREMIATTA EDITORA LTDA
Tel (11): 5677.7773 ou 5084-1090
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Jornal Balcão Automotivo
Rua Engenheiro Jorge Oliva, 111 - Térreo
CEP 04362-060 - Vila Mascote - São Paulo - SP
Qualidade e tradição são
os pilares da distribuidora
Compel, que iniciou seus
trabalhos em julho de 1975, se
tornando referência por sua
especialização.
Perfeição para
encantar
Motor turbo no
up! TSI
Volkswagen passa a
oferecer o compacto
equipado com o moderno
motor da família EA211
de três cilindros 1.0 Total
Flex, com injeção direta e
turbocompressor.
4
economia e gestão
AGOSTO de 2015 / edição 107
Estratégia ou... Marketing?
Por: Fauzi Timaco Jorge* | Foto: Divulgação
E
stou em uma pequena cidade do interior paulista, depois
de viajar uns 500 km de carro e cumprimentar alguns
parentes com os quais dividimos um jantar e algumas
latinhas de... Suco, naturalmente! Aqui neste lugar em que a atividade
agrícola é predominante, o foco ainda é o produto. Isso se manifesta
em cada olhar de qualquer uma das balconistas do pequeno
comércio, pouco atentas ao indivíduo, receosas sequer de um simples
cumprimento.
Foco no cliente é uma das mais difíceis práticas. É altamente
propalado e muitas vezes pouco praticado. Uma empresa centrada
no cliente requer alguns predicados fundamentais. O primeiro deles
é a própria mentalidade de cada um dos empregados da organização
e mesmo de seus grupos de interessados externos a ela. A General
Mills, quando passou de empresa atacadista para empresa varejista,
teve que “mudar a cabeça” de seus colaboradores e, para isso, montou
um programa específico, relatado por Wright, Kroll & Parnell no livrotexto“Administração Estratégica”, da Atlas. Sem esta ação, dificilmente
lograria êxito em sua estratégia. Que, no Brasil, se materializou com a
aquisição da Yoki para, assim, penetrar em uma rede de distribuição
de produtos em pontos de venda de relacionamento direto com o
cliente final, espalhados por todo este imenso país-continente.
A cada dia são anunciadas novas variações sobre o mesmo tema,
porém com nuances que, por vezes, se ajustam a casos específicos de
produtos e mercados. Trabalhar o big data [a enorme base de dados]
e daí extrair as indispensáveis informações para ações específicas é
uma atividade que demanda especialistas em diversas áreas, desde
aqueles que manipulam estes dados como psicólogos voltados para
reações individuais e coletivas, além de hábeis comunicadores.
Centralizar estas informações é outra questão sobejamente eficaz
para os propósitos do marketing de relacionamento. Ao tratar cada
consumidor como uma pessoa com a qual a organização se preocupa
ela estará demonstrando sua estratégia de customer centricity, isto é,
uma organização centrada no cliente. Uma tarefa que deve envolver
todos os que ali estão. P to P, no jargão daqueles mais familiarizados
com a cultura americana: do Porteiro ao Presidente.
As forças do macroambiente – forças econômicas, forças
tecnológicas e forças político-legais, além das forças sociais que
estão aí, cada vez mais atuantes graças às redes sociais – são parte
do componente exógeno, ou seja, fora do controle do gestor. Em
momentos em que há uma retração do consumo motivada por
uma expectativa negativa sobre o futuro – a perda do emprego, por
exemplo – ou por esgotamento da disponibilidade financeira ante os
aumentos exagerados de certos preços – energia elétrica, alimentos,
transporte, etc. – é preciso dar asas à imaginação para enfrentar uma
queda no faturamento, com todas as influências daí decorrentes
sobre o resultado operacional do negócio. Tal onda negativa gerará
certas marolas que se estenderão por um bom período de tempo,
porque a retomada não se fará num repente. Por isso, a menos que
fatos positivos relevantes aconteçam, tais como a eliminação de
certos tributos sobre o consumo – conforme praticado neste solo
tupiniquim recentemente –, o marketing não dará conta sozinho
da reposição das vendas perdidas. São momentos como este que
constituem uma verdadeira provação aos valores existentes em uma
organização. Explorar novas oportunidades, diversificar mercados
e produtos, fusões e aquisições com outros players são alguns dos
caminhos alternativos.
Marketing é estratégia e estratégia é marketing! Por mais
redundante que pareça, toda e qualquer atitude estratégica tem em
mente a expansão dos negócios e a perpetuidade da organização.
Implementar uma estratégia passa necessariamente por uma
visão dos Produtos, da Praça, dos Preços e da Promoção. São os 4
Ps do composto de marketing ou marketing mix. Se for estratégia
relacionada a serviços, há que se acrescentar outros Ps: a visão dos
Processos, das Pessoas envolvidas nesta operação e evidências
físicas decorrentes da realização dos serviços (com o P em “physical
evidences”).
A orientação para mercado é uma sintonia muito direta e
próxima com o comprador e, daí, para as reais possibilidades de
atendimento às suas necessidades. Aqui, dispara-se com um fuzil
de precisão e, sobretudo, longo alcance. O tiro deve ser certeiro, para
consolidar todo um esforço de “Preparar... Apontar... Fogo!”.
A orientação para vendas é, sobretudo, disponibilidade de
capital de giro para formação de estoques, promoção de todo tipo,
pontos de venda, canais de distribuição espalhados pelo território
nacional e mesmo mercado externo. É tiro com cartucheira,
espalhando chumbinho pra tudo quanto é lado! Um deles há de
acertar um dos inúmeros clientes que fazem parte do ambiente de
ação da empresa. Aqui, a ordem é “Fogo! Fogo! Fogo!”.
Se a sua manufatura tem produtos “de prateleira”, há que se
despender alguma atenção ao aspecto orientação para vendas. Se os
produtos são destinados a clientes e segmentos específicos, sugiro
que a aproximação resulte em expansão da “família” de produtos para
atendimento a estes clientes, numa competição direta com outros
players. Veja o que produz sinergia – disponibilidade de matériaprima, equipamentos industriais apropriados, especialização da
mão de obra direta – e não hesite em expandir seu portfolio. Tal
como se faz em aplicações financeiras, diversificação de produtos
e de segmentos de mercado é regra para minimização de riscos
e superação de queda de nível da atividade econômica como um
todo. Em minha consultoria, tenho um cliente que se dedicava
integralmente ao segmento de veículos, com fornecimento direto às
montadoras. Diversificamos com o atendimento a lojas de acessórios.
Em pouco tempo, tiramos o pó de algumas ferramentas para
produtos do setor moveleiro e, mais recentemente, para produção de
componentes para calçados. Graças a esta diversificação, a empresa
está passando relativamente incólume pela queda generalizada da
demanda nestes itens de componentes industriais. Claro, está, visto
que tudo isso passa por uma readequação dos preços praticados, já
que as quantidades são menores – e consequentemente as perdas
no processo produtivo por conta de setup de máquina são maiores,
gerando custos adicionais. Nada que uma boa elucubração em uma
planilha de cálculo não possa resolver e, sobretudo, um bom técnico
de vendas não consiga explicar ao cliente em potencial.
O que há de novo nesta filosofia? A evidenciação de que, mais
do que nunca, a figura do líder é o que fará a verdadeira diferença,
atuando em todas as frentes e imprimindo sua maneira pessoal de
conduzir todos os interesses envolvidos para a implementação desta
estratégia empresarial ou ação mercadológica. Uma simples reflexão
sobre os cases de sucesso nos aponta a vinculação das atitudes
corporativas com as atitudes do euhemerus, ou seja, daquele que
conduz a organização, o seu patriarca, num sentido amplo.
A conotação da Era do Mercado se justifica pela guinada de
uma Era do Produto para esta outra forma de visualização da relação
produto-cliente. Henry Ford já admitia esta falta de visão do cliente,
ao preconizar a escolha de “qualquer cor, desde que seja preta”, para os
seus famosos Ford T. Algo que Alfred Sloan, seu contemporâneo na
General Motors, que ali ficou por quase 30 anos, atacou frontalmente,
oferecendo ao cliente reais e efetivas possibilidades de escolha. A
evolução tecnológica, acompanhada de um crescimento substancial
na renda dos consumidores, possibilitou a ênfase no mercado. Em
outras palavras, a adoção de uma estratégia de marketing. Ou seria o
marketing de uma estratégia?
*Economista, escreve regularmente nesta
coluna e pode ser acessado pelo e-mail
[email protected]
6
seminário
AGOSTO de 2015 / edição 107
Seminário da Reposição Automotiva
As novidades e tendências que permeiam o setor foram apresentadas
na 21ª edição do evento. Confira!
Por: Karin Fuchs | Fotos: Divulgação
E
m sua 21ª edição, o seminário da Reposição Automotiva,
organizado pelo Grupo Photon, contou com a participação
de representantes de entidades do setor e profissionais de
toda a cadeia do aftermarket que, durante a tarde de 18 de agosto,
acompanharam as previsões da Roland Berger sobre o mercado para
os próximos anos; as mudanças que acarretam o eSocial; a introdução
do catálogo eletrônico unificado de autopeças; o aplicativo Carro
100% e, ao final, um painel de debates sobre a questão de garantia
de autopeças, com a participação de um representante de cada elo
da cadeia.
Assim como na edição anterior, na abertura do encontro,
executivos das entidades do setor expuseram o potencial do mercado,
que conta com uma frota circulante de cerca de 41,5 milhões de
veículos, com idade média de 8,7 anos. “Nós estamos entrando em
um momento de muita profissionalização do setor e este mercado
é bastante promissor”, disse Antonio Fiola, presidente do Sindirepa
Nacional e Sindirepa-SP.
“Apesar da crise, 3,5 milhões de veículos estão saindo do
período da garantia. Nós temos uma cadeia sólida e consolidada, é
nossa responsabilidade a conscientização sobre a importância da
manutenção da frota”, afirmou Francisco de La Tôrre, presidente do
Sincopeças-SP. Na sequência, Renato Giannini, presidente da Andap/
Sicap, destacou algumas ações. “Em conjunto com as entidades do
setor, foi contratada a Fundação Getúlio Vargas para dois trabalhos:
metodologia para aplicação do MVA e a real margem do valor
agregado”, especificou.
Elias Mufarej, coordenador do GMA e conselheiro do Sindipeças
para o mercado de reposição, falou sobre as ações do GMA no
primeiro semestre deste ano. “Nós tivemos uma forte atuação no
sentido de implantar nacionalmente a lei do desmonte, espelhada
na lei estadual, o que conseguimos realizar, e também estamos
trabalhando para o retorno da inspeção veicular. O mais importante
foi a implantação do aplicativo Carro 100% e já estamos trabalhando
ativamente para encontrar uma solução alternativa para o Caminhão
100% e Moto 100%”, antecipou.
Paulo Butori, presidente do Sindipeças, ressaltou a importância
do mercado de reposição em um ano de retrações de vendas e de
produção de veículos novos. “A indústria de autopeças, como todo
setor, vive um momento de dificuldades. A parte de reposição é hoje
uma das tábuas de salvação junto à exportação. É a reposição que está
dando um novo alento para o setor”, declarou.
Hoje e amanhã
A partir do estudo sobre o mercado de reposição divulgado pela
Roland Berger na Automec 2015, publicado na edição 103, do jornal
Balcão Automotivo, Martin Bodewig, diretor da Roland Berger, fez
uma atualização a partir do cenário econômico do País. “O setor
automotivo tem uma participação de 3,3% do PIB que sobe para
7% quando considerados os setores correlacionados. É um setor que
também está sendo afetado pelo momento econômico, a queda de
Rodada de debates com o tema garantia, assunto que afeta toda a cadeia, foi um dos pontos altos do encontro
veículos novos está maior do que se previa. Antes, estimava-se chegar
a 2,9 milhões de unidades vendidas neste ano, agora, fala-se em 2,6
milhões de unidades”, comentou.
Segundo ele, a recuperação econômica do País será lenta.“Este e o
próximo ano serão de desafios e a retração maior é para as indústrias,
quase 5% para este ano”. Especificamente sobre o setor, Bodewig
ilustrou em números. “É um mercado estimado em R$ 23,1 bilhões
(OEM e independente) que irá crescer 4,6% ao ano até 2020, chegando
a R$ 30,2 bilhões, não sendo afetado pelo cenário atual da economia.
Claro que 2015 é um ano de desafio para atingir crescimento. Mas,
mesmo assim, acreditamos que atingirá”, previu.
eSocial
Advogado do Departamento Jurídico da Fiesp, Leandro de Paula
Souza, apresentou os impactos do eSocial, uma obrigação de caráter
tributário, acessória, que entra em vigor a partir do próximo ano. “O
e-social é basicamente a faceta eletrônica da folha de pagamento
e o Decreto nº 8373 que o instituiu tem como objetivo fiscalizar o
cumprimento das obrigações trabalhistas e tributárias; aumentar a
formalização dos postos de trabalho; promover a inclusão trabalhista
e previdenciária; reduzir custos com a emissão e armazenamento
de documentos, e padronizar a racionalizar o cumprimento das
obrigações acessórias”, citou.
Segundo ele, é uma ferramenta que visa cruzar dados sobre
benefícios sociais e previdenciários, envolvendo órgãos participantes
do projeto, como o INSS, Caixa Econômica Federal e Ministério
do Trabalho e Emprego. “Para as empresas, os impactos estão na
extinção de arquivos físicos, maior eficiência dos sistemas de folhas
de pagamento e extinção de determinadas obrigações acessórias que
são substituídas pelo e-Social, por exemplo. Porém, corre-se o risco de
novas obrigações em meio eletrônico ao invés de mera substituição
das declarações e formulários já existentes”, alertou.
Catálogo eletrônico unificado de autopeças
Criado na Alemanha em 1994 com o objetivo de integrar
informações de diferentes fabricantes de autopeças para as
concessionárias e oficinas, o TecDoc chega ao País. “Nós estamos
trabalhado com as marcas internacionais e também as nacionais.
Hoje são 28 marcas que estão no TecDoc do Brasil, como Delphi,
Contitech, TRW, Valeo, e outras que já assinaram contrato e estão
preparando os dados, como SKF, Philips, Corteco, Continental,
BorgWarner, Affinia e Federal-Mogul”, citou Heloísa Monzani,
diretora da TecAllinace no Brasil.
De acordo com ela, o catálogo online tem, entre as facilidades,
a possibilidade de acessar e comparar itens de diferentes fabricantes,
a identificação exata de peças, referências das originais, ilustrações,
entre outras. “Com todas as informações em um único lugar, evitase que haja erros na aquisição de peças. Bastam alguns cliques para
localizar o item e oferecer um serviço mais rápido ao cliente”, afirmou.
Disponível em diferentes países ao redor do mundo, reunindo
centenas de fabricantes e mais de 3,5 milhões de usuários, entre
atacadistas, comerciantes e oficinas, Heloísa Monzani comentou
que a base reúne mais de 4,6 milhões de peças e mais de 3,2
milhões de imagens, com a padronização das informações da fonte
interligando todas as empresas e a cadeia. “É a principal plataforma
de comunicação na Europa para os participantes”, destacou,
8
seminário
téria de capa
acrescentando que “nós somos mais fortes globalmente em veículos
leves, mas estamos migrando para pesados e motos, a partir de 2016,
conforme o nosso cronograma”, concluiu.
Aplicativo Carro 100%
Coordenador do Mercado de Reposição do Sindipeças, Emerson
Mello apresentou as vantagens do aplicativo Carro 100%, a partir
do cadastramento do proprietário do veículo. “O aplicativo é uma
fotografia do carro que, durante o período de um ano, lhe fornecerá
todas as orientações das próximas manutenções a serem feitas. Ele
possibilita identificar o estado da frota, detalhes da manutenção,
perfil da frota e dos proprietários. Funciona como uma agenda das
manutenções”, citou. O aplicativo foi lançado oficialmente na Automec
2015 e é gratuito.
Rodada de debate
Com o tema garantia, assunto que afeta toda a cadeia e é um
custo para todos, um dos pontos altos do encontro foi o painel de
debates.Antonio Fiola fez a abertura dizendo que, nos dois seminários
anteriores, já havia uma preocupação com esta questão.“Cada um da
cadeia trata a garantia de forma diferente. É preciso tratar a causa e se
falamos em profissionalização temos de estar tranquilos no momento
de atendermos o consumidor”, afirmou.
Segundo Alfredo Bastos Jr., gerente de Marketing da MTEThomsom, além da despesa para a empresa, a garantia também
reflete na imagem da marca. “Quando acontece a garantia é preciso
trabalhar para evitá-la, tem que administrá-la, e a melhor forma é
de maneira rápida. Também podemos construir algumas premissas.
Porém, quando se fala em treinamento, poucos são os que
participam”, validou.
Antonio Carlos de Paula, diretor e gerente Geral da Pellegrino
Distribuidora, também ilustrou os custos que resultam da garantia de
peças e as possíveis soluções.“Nas concessionárias a garantia de peças
é padronizada pelo acordo que há com os fabricantes. O mercado
independente ainda não encontrou este caminho, mas poderíamos
trabalhar um processo que seja mais simplificado, pois há vários
custos agregados escondidos, assim, o que envolve é maior que a
garantia em si”, alertou.
Em nome do varejo, Ricardo Carnevale, da Josecar, defendeu a
união. “Acredito muito na parceria de todos nós, com a fábrica mais
próxima aos reparadores treinando-os para que haja redução no
volume de garantias. Se estivermos mais próximos, sabermos mais
sobre os produtos, também estaremos trabalhando a questão da
qualidade”, pontuou.
Para Eduardo de Oliveira Neves, do Centro Automotivo Nipo
Brasileiro, “a garantia é a extensão do serviço vendido ao cliente. É o
momento de mostrarmos que somos sérios e temos que atendê-lo da
mesma forma que quando ele chegou à oficina. Sabemos que muitas
garantias são improcedentes ou por má aplicação. Nós temos que
diminuir o número de garantias estreitando relacionamento e com
um procedimento uniforme entre os fornecedores”, avaliou.
Sobre padronização da garantia, Odair de Moraes Junior, do
escritório Moraes Junior Advogados, disse que ela é viável, desde que
se baseie no Código de Defesa do Consumidor e com consenso entre
os envolvidos. “Primeiramente, é preciso atender o consumidor e,
de uma escala de baixo para cima, ir resolvendo a questão. A lei visa
AGOSTO de 2015 / edição 107
Evento contou com a participação de representantes de entidades
do setor e profissionais de todo o aftermarket
proteger o consumidor, mas também determina o prazo de 30 dias
para a resolução do problema. É uma lei dura, toda a cadeia responde
independentemente da culpa, pois vale o que o consumidor diz e aos
envolvidos, cabe fazer a inversão do ônus da prova”.
Entre as conclusões de Antonio Fiola, ele comentou que todos
têm seus procedimentos de garantia, mas que não dá mais para cada
um fazer do seu jeito ou será sempre um assunto comercial. “E nós
temos um paradoxo: 80% dos veículos leves do País são reparados
nas oficinas independentes. Ao mesmo tempo em que é uma imagem
imponente, ela é frágil quando se depara com uma reclamação, cai
no conceito muito rapidamente. Nós temos a obrigação de trazer
uma resposta, fazer algo para sermos melhores que a concessionária.
Se continuar a queda na venda de veículos novos, todos vão querer
abocanhar nosso mercado”, alertou.
10
comemoração
AGOSTO de 2015 / edição 107
40 anos de sucesso
Iniciando as atividades na zona leste
de São Paulo, a Compel já nasceu com
uma vocação: foco em especialização
Por: Redação | Fotos: Divulgação
Centro de Distribuição - Sorocaba-SP
Q
ualidade e tradição são os pilares da distribuidora Compel que iniciou seus trabalhos em
julho de 1975, se tornando referência por sua especialização no segmento de linha leve
e utilitários, onde agrega um portfólio com aproximadamente 15 mil itens em sistemas
de alimentação, freios, suspensão, arrefecimento, embreagem, rolamentos, lubrificantes,
filtros e palhetas.
Entre os diferenciais da empresa, Carlos Pires, diretor Comercial; Armando Pires, sócio-fundador, e
Marcelo Alves, da área de Marketing, listam o atendimento, parceria, estoque, confiabilidade, rapidez na
entrega e um portfólio completo com marcas reconhecidas no mercado.
Linha de produtos
As linhas de arrefecimento e carburação foram as primeiras a compor o portfólio da empresa. E
a especialização logo se evidenciou no setor de carburação, único sistema de alimentação dos veículos
até então. Segundo Armando, “ter o maior número de peças possível é uma das maiores missões do
distribuidor. E na linha de carburação isso não era fácil. A enorme quantidade de itens e miudezas deste
segmento dificultava muito a reposição em tempos de controles manuais”.
Em seguida,vieram as linhas de freios e suspensão,em especial amortecedores,que complementaram
o catálogo da empresa, sendo que a linha de freios foi o segundo segmento a ter uma atenção especial
com relação à especialização.“Os freios sempre foram uma linha com alto grau de desgaste e bom volume
de reposição. Pensando nisso, investimos nessas linhas desde o início e o acerto se mostrou rapidamente,
pois a Compel logo ficou conhecida como forte em freios também!”, completa.
“Na minha opinião sempre
tínhamos que procurar fazer
algo diferente e várias ações
de relacionamento passaram a
integrar nosso dia a dia”, conclui
Armando. Um fator que pode
ilustrar essa característica foi a
introdução da informática de
forma precoce na empresa, sendo
a distribuidora uma das primeiras
Manuel (pai), Armando e Carlos Pires, diretores da Compel
do País a se informatizar.
Portal dinâmico e atualizado
Com o propósito de proximidade com o cliente, a Compel oferece em seu portal informações
diferenciadas como as últimas novidades dos fornecedores em peças para veículos novos, suporte à
garantia e notícias sobre o setor automotivo atualizadas diariamente. Busca, com isso, manter os clientes
informados sobre o que está acontecendo no setor e dar uma visão global do cenário atual do mercado.
Além deste portal, a Compel disponibiliza para seus clientes ativos uma nova versão do seu Catálogo
Eletrônico, que ele pode baixar via site. Responsável pelo desenvolvimento deste projeto, Arnaldo Pires,
gerente Nacional de Vendas do grupo, esclarece suas vantagens: “Através do nosso catálogo o cliente
consegue ter informações atualizadas sobre todo o nosso portfólio, localiza com rapidez e precisão
os itens de nossa comercialização, permite a inserção de Mark up nesses produtos, além de ser uma
ferramenta interessante para o lojista localizar lançamentos disponibilizados pelos fabricantes”.
Mercado
De acordo com Carlos, a realidade de crise econômica não atingiu a Compel. “Nós
mantivemos os resultados, podemos dizer que estão ligeiramente melhores que os números
de 2014. Temos que deixar de lado esse clima de pessimismo e cuidarmos do nosso negócio”.
“Projetamos ainda uma melhora para o segundo semestre. O final do ano sempre tende a ser
melhor”, emenda Armando.
Para os executivos, as dificuldades econômicas estão presentes em todos os setores e o
mercado automotivo conseguirá passar por elas. “A queda na venda de veículos novos repercute
de forma positiva no mercado de reposição, faz com que a frota de usados passe pelo processo
de reparação e manutenção”, conclui Carlos.
Investimentos e projetos
Sobre as celebrações de aniversário, eles contam que foi desenvolvido um selo comemorativo,
além das campanhas com clientes.“Pretendíamos realizar alguns eventos, no entanto, em virtude
de como está o mercado, estamos focando em investimentos em vendas e mídia”, declara Carlos.
Outra meta da empresa é continuar com seus projetos de expansão das filiais, atualmente
possui cinco centros de distribuição: São Paulo – Zona Leste (Matriz), São Paulo – Zona Sul,
Sorocaba (SP), São José dos Campos (SP) e Curitiba (PR); e cerca de 150 colaboradores em todas
as unidades.
Linha do Tempo
Década de 80 - Momento de superação e
desenvolvimento de novos fornecedores
Esse período foi marcado por diversos fatores
importantes. O primeiro deles foi a entrada de
Carlos Alberto como sócio, ficando responsável
pela diretoria Comercial. Logo em seu início, a
empresa passou a trabalhar com a ampliação de
fornecedores, de forma que o portfólio passou a ser
muito mais completo, tendo como característica
sempre ter fábricas com produtos de primeira
linha. Como resultado deste trabalho, passou a
atuar nos segmentos de palhetas, filtros, direção,
transmissão, embreagens e motor, além de freios e
arrefecimento.
Os diversos planos e medidas econômicas
lançados na época de alta inflação servem como
mais um exemplo do empreendedorismo nato
e positivismo dos gestores da empresa. Carlos e
Armando relembram: “Quando vinha uma nova
medida econômica, nós não ficávamos pensando
em crise e sim em como transformá-la em
oportunidade. Nos planos econômicos dos anos 80
e 90, percebemos que era o momento de trabalhar
com bons estoques e com bastante diversificação.
O resultado foi que nossas vendas cresceram
muito, pois atendíamos bem os pedidos quando as
faltas dos fabricantes começaram”.
12
tcomemoração
éria de capa
Anos 90 - Início da expansão
Em 1991 o Brasil inicia a importação de veículos
e a produção de modelos equipados com injeção
eletrônica. Sempre atenta ao mercado, a empresa
passa a ser uma das primeiras do País a trabalhar
com peças para importados e para o segmento
de injeção, que nos anos seguintes passa a ter na
Compel uma referência quanto à comercialização de
produtos. Também nos anos 90 começa a expansão
da empresa com a abertura, em 1997, da primeira
filial, na cidade de Curitiba (PR). “Naquela época
se apostava muito na evolução do Mercosul, o que
acabou não se concretizando. Porém, passamos a
atender com ótimos resultados toda a região Sul do
País através desta unidade”, ressalta Carlos.
Para finalizar os anos 90 com chave de ouro, a
Compel foi eleita pelo mercado varejista como a
melhor distribuidora em alimentação do País no ano
de 1999.
Anos 2000 - Entrada da segunda geração e mais
investimentos
Entrada da segunda geração da família nos
negócios marca o começo do ano, o que demonstra
o comprometimento com a continuidade da empresa.
Em 2005 a expansão continua: abertura da unidade
em Sorocaba, cidade do interior de São Paulo. Com
isso, a área de Compras é transferida para esta cidade.
Isso marca também um encaminhamento da direção
em, além do Paraná, apostar no Estado de São Paulo
como seu foco de atuação. Esse direcionamento
se confirma em 2009 com a abertura de mais uma
unidade no estado, desta vez na cidade de São José
dos Campos. A nova filial passa a ser responsável
pelo atendimento a todo Vale do Paraíba e litoral
norte de São Paulo.
Com relação aos fornecedores, mais algumas
importantes marcas passam a fazer parte do
catálogo da empresa que passa a atuar também com
lubrificantes e rolamentos.
Este é um período de forte investimento na
estrutura da empresa com implantação de processos
automatizados em toda a logística, que passa a gerar
agilidade e confiança no atendimento dos pedidos. A
equipe externa passa a ser totalmente automatizada
com informações em tempo real com relação a preços,
estoques e promoções. Também é lançada a primeira
versão do catálogo eletrônico, ferramenta cada vez
mais importante em tempos de grande diversidade
de plataformas no mercado nacional.
Em 2013 a expansão continua: abertura de
nova unidade na zona sul de São Paulo. “A enorme
AGOSTO de 2015 / edição 107
diversidade de modelos diferentes de carros
e, consequentemente, de peças faz com que a
necessidade do varejo em atendimento rápido seja
cada vez maior. Isso, aliado ao trânsito complicado
de uma metrópole como São Paulo nos levou a
investir nesta nova unidade. O intuito maior é estar
próximos de nossos clientes das regiões Sul e oeste
da cidade”, esclarece Carlos. E destaca mais uma
importante característica da empresa. “Um de nossos
principais objetivos é o alto índice de atendimento de
nossos pedidos. Nossos clientes têm a segurança que,
comprando conosco, seu pedido chegará com um
altíssimo índice de entrega, de forma que ele tenha
na Compel um parceiro confiável no que diz respeito
à diversidade de produtos”.
Dias de hoje – Rumo ao crescimento
Com mais de 150 colaboradores, um portfólio
com os melhores fabricantes do País e parcerias com
os principais varejos do mercado, a Compel chega
aos 40 anos com a certeza de um caminho bem
construído e estruturado para continuar crescendo.
Abertura de novas unidades e ampliação de
segmentos de atuação estão nos planos da empresa
que vê no mercado de reposição muito potencial
pela frente.
14
capa
AGOSTO de 2015 / edição 107
Cenário atual para as importadoras
de autopeças
Dólar em alta, gargalos logísticos e burocracia excessiva
implicam diretamente na competitividade. Mas há vantagens
Por: Karin Fuchs | Fotos: Divulgação
E
m um ano de disparada do dólar, o cenário
fica favorável para as empresas exportadoras.
Mas para quem importa, o movimento é
outro. Aliado a isso, há uma série de entraves que
dificultam as importações de autopeças, o que inclui
a burocracia, infraestrutura precária e o chamado
custo Brasil. Somente o custo de logística equivale
a 12,1% do PIB, sendo que o maior peso fica para
transporte, 8,2% do PIB, enquanto estoque de
produção abocanha 4% do PIB.
Presidente do Sindipeças, Paulo Butori comenta
que não há dados totais do mercado em relação
à participação de autopeças importadas, porém,
pelo indicativo da entidade – medido pelo volume
financeiro das compras externas, feitas por
montadoras, pelo próprio setor de autopeças e
por importadores independentes –, a estimativa
Paulo Butori, presidente do Sindipeças
para este ano é de importações de US$ 15 bilhões,
13% a menos que em 2014. “Essa queda deve-se,
principalmente, à drástica redução da produção das
montadoras locais que usam autopeças importadas
na linha de montagem”, analisa.
Segundo o executivo, os produtos mais importados
são componentes de transmissão, motor e eletrônica
embarcada e, nos últimos anos, a partir de 2006,
a participação de autopeças importadas cresceu
significativamente. “No ano passado, o déficit
brasileiro de autopeças foi de US$ 8 bilhões, com
importações de US$ 17,4 bilhões. Desde 2007
amargamos déficits anuais. Numa conta bem simples,
deixamos de ter superávit de quase US$ 2 bilhões e
passamos a ter déficit de US$ 9 bilhões, ou seja, perda
de US$ 11 bilhões nesse setor”, especifica.
Já neste ano, diz ele, “embora tenha queda nas
exportações, as importações caíram em percentual
bem maior e o déficit comercial de autopeças diminuiu
no primeiro semestre, passando de US$ 4,9 bilhões
para US$ 3,32 bilhões, queda de 32,4%, segundo
dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior, consolidados pelo Sindipeças”.
No período, as exportações, para 173 países, somaram
US$ 3,87 bilhões, 6,2% a menos que em igual período
de 2014. As importações, de 142 diferentes mercados,
caíram 20,4%, para US$ 7,19 bilhões.
Em relação à burocracia, demora na liberação de
mercadorias nos portos e o quanto este processo
encarece o preço final das peças, Butori diz que o
Sindipeças não tem conhecimento sobre isso. “Mas,
pode haver sim problemas pontuais, como questões
sindicais dos auditores fiscais, e sabemos que a
logística e a burocracia de fato encarecem muito
nossos custos”.
Para finalizar, o executivo da entidade informa
que o Sindipeças tem feito muitas ações de
curto prazo, como apresentar a ministros e
representantes de outros escalões do governo vários
levantamentos dos problemas do setor e sugerir
medidas de mitigação para a drástica queda de
faturamento. “Além disso, temos investido esforços
na capacitação de nosso setor, com os cursos
oferecidos pelo Instituto Sindipeças de Educação
Corporativa. Entendemos que assim, as empresas
que conseguirem atravessar a crise estarão mais
bem preparadas para a futura retomada. Pelo
menos assim esperamos”, conclui.
Gargalos na importação
Diretor da Isapa, Roland Setton conta que os
gargalos na importação de autopeças são sempre
os mesmos. “Perdemos pelo menos de 10 a 15 dias
para termos a mercadoria depois que ela chega
(tempo para todo o trâmite de liberação), e muitas
vezes já pagamos antecipadamente, 30 ou 60 dias
antes, os fornecedores. Portanto, é uma atividade
cara”, resume.
Roland Setton, diretor da Isapa
capa
Vitor França, assessor econômico da FecomercioSP
Além disso, o que deveria ser bom para o
mercado, que é a certificação de peças pelo
Inmetro, não está correspondendo à realidade,
nas palavras de Setton. “Antes de serem
importadas, as peças requerem ser homologadas
e certificadas. No entanto, não há controle
nenhum, elas não são fiscalizadas quando
chegam ao País”, lamenta o executivo.
AGOSTO de 2015 / edição 107
Em relação à disparada do dólar, o
executivo ilustra o quanto está difícil manter a
competitividade e, para tanto, a Isapa atua em três
frentes. “Externamente, buscando descontos junto
aos fornecedores e, internamente, em duas frentes:
reduzindo as margens e também aumentando
preço, mas sem conseguir acompanhar a alta do
dólar. Em um período de um ano (1º de agosto de
2014 e igual data neste ano) o aumento do dólar foi
superior a 50% e o repasse foi de, no máximo 10%,
no preço final”, compara.
Há 18 anos no mercado, a Isapa importa de
países como Coreia, Taiwan, China, Itália e da
Argentina, muita coisa que não é produzida por
aqui e uma parte que já conta com produção local.
“E o que temos percebido é que grandes fabricantes
brasileiros importam hoje da China e pararam
de produzir localmente. Por terem uma marca
consolidada, eles conseguem ter um preço maior
do que o meu. Assim, competimos com todos os
mercados”, informa.
Finalizando, Setton diz que no primeiro
semestre deste ano, a Isapa conseguiu atingir
um pequeno crescimento de vendas em reais
com relação ao primeiro semestre de 2014.
“Mas se descontarmos a inf lação, cerca de 9%
ao ano, praticamente não crescemos. Como o
segundo semestre de 2014 foi muito bom, não
sei se conseguiremos manter o crescimento
neste ano”.
Na NewLand, que importa principalmente
autopeças da China, o cenário não é diferente.
Em nota, a empresa informa que a taxa de
importação e as regras impostas pelo governo
dificultam a importação, entraves que vêm
Foto: Everton Amaro/FIESP
16
Thomaz Zanotto, diretor do Departamento de Relações
Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp
aumentando com uma política protecionista.
E com a alta do dólar o lucro do preço final
vem diminuindo cada vez mais. Para se manter
competitivo é preciso mostrar qualidade dos
produtos com divulgações e reduzir as margens.
Mas, mesmo assim, ainda compensa importar
do que ter uma fabricação nacional.
Ponto de vista da Fiesp
Segundo o relatório do Banco Mundial,
“Connecting to Compete”, que analisa a
performance aduaneira e logística de 160 países, o
Brasil deixou a 45ª posição do ranking, em 2012, e
passou a figurar na 65ª, em 2014. “Nesse contexto
de piora da performance brasileira, observase que o governo brasileiro tem se empenhado
na implementação do Acordo de Facilitação
do Comércio, firmado em 2013 no âmbito da
Organização Mundial do Comércio”, diz Thomaz
Zanotto, diretor do Departamento de Relações
Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Também de acordo com ele, o governo tem
desenvolvido projetos que visam desburocratizar
operações e reduzir prazos e custos relacionados
às transações internacionais de mercadorias
(como o “Portal Único de Comércio Exterior”).
“Iniciativas como esta são essenciais, haja vista
que mitigam a burocracia e reduzem os entraves
logísticos e aduaneiros impostos aos agentes de
comércio exterior”, acrescenta.
Sobre os impactos da burocracia nas
importações, Zanotto comenta que o fator
temporal impacta significantemente sobre o custo
da mercadoria importada. “Conforme estudo
indicado como referência pelo Governo brasileiro
(Hummels, David. Time as a Trade Barrier, 2011),
gera-se uma economia equivalente, em média,
a 0,8% do valor da mercadoria para cada dia
poupado entre a saída do referido bem importado
de sua origem e a sua entrega ao importador, ou
seja, o impacto da desburocratização aduaneira é
muito significativo”.
Ele diz ainda que com a implementação
do Portal Único de Comércio Exterior, há a
expectativa de redução de prazo das operações
de exportação (de 13 para 8 dias) e importação
(de 17 para 10 dias). “Isso pode representar uma
economia anual de aproximadamente US$ 25
bilhões para as empresas, incrementando sua
competitividade no acesso a terceiros mercados
e as auxiliando também na inserção às cadeias
produtivas globais”, analisa.
Sobre o atual patamar do dólar, Zanotto conta
que ele tem fomentado iniciativas de incremento
da produção local, com vista à promoção das
exportações e substituição das importações. “Nesse
contexto, a maior integração da indústria brasileira
à economia internacional tem sido defendida
permanentemente pela Fiesp, sobretudo em face
da deterioração da balança comercial do País e
dos impactos que a contração das exportações de
manufaturados trouxe ao Brasil”, conclui.
18
capa
AGOSTO de 2015 / edição 107
Ponto de vista da Fiesp
Assessor econômico da FecomercioSP, Vitor França
diz que a combinação do real apreciado com forte
crescimento do consumo interno, entre 2004 e 2012,
levou a um aumento expressivo da participação de
itens importados no varejo. Porém, a forte alta do dólar
registrada nos últimos meses impacta diretamente nos
preços de itens importados. “O efeito ainda deve levar
algum tempo para ser plenamente sentido, uma vez que
as empresas possuem estoques com produtos adquiridos
quando o dólar estava mais baixo. Entretanto, como a
expectativa é de que a moeda americana se mantenha
em patamar elevado, os consumidores e os empresários
devem ser afetados pela alta dos preços”.
Em especial para o empresário varejista, França
pontua que os principais gargalos do setor é o excesso
de burocracia, a elevada carga tributária, as dificuldades
logísticas, as altas taxas de juros (e dificuldade de se
obter financiamento) e a baixa produtividade da mão
de obra. O assessor também comenta a queda de 2,6%
no faturamento do varejo paulista em um período de
um ano (abril de 2014 a abril de 2015), ao passo que
o comércio de peças e acessórios apresentou uma
expansão de 10,6%.
“Os gastos com consertos têm aumentado nos
últimos meses. Isso é sinal de que a crise econômica
torna o consumidor cauteloso e, consequentemente,
mais afeito à manutenção de aparelhos eletrônicos, de
roupas e, certamente, de automóveis. Dados da Pesquisa
Mensal do Comércio Varejista (PCCV) da FecomercioSP
mostram que, enquanto as vendas de carros no estado
de São Paulo caíram 16,2% em abril de 2015 na
comparação com o mesmo mês do ano passado, as lojas
de autopeças faturaram 2,5% a mais no mesmo período.
Na capital, principal mercado consumidor do estado, as
vendas de autopeças subiram quase 25% em abril, ante
uma queda de 5% das vendas de veículos”.
Em uma análise do atual momento do País, França
explica que a crise pela qual o País passa é, acima de
tudo, de credibilidade. “A insistência em uma política
econômica que privilegiou o aumento do consumo e
dos gastos do governo acabou resultando em um quadro
de inflação elevada, recessão, desequilíbrio das contas
públicas e externas. Desequilíbrios fazem parte dos
ciclos econômicos. Mas, ao contrário da crise de 2003,
por exemplo, o cenário externo hoje é muito menos
favorável para o Brasil, uma vez que a China cresce
menos, os preços das commodities estão relativamente
baixos e há a expectativa de que os Estados Unidos
voltem a subir a taxa de juros”, diz.
E, ainda, “internamente, a indústria está
fragilizada, chegou ao fim o boom na construção
civil e as famílias estão endividadas. O quadro é
agravado pela crise da Petrobras, que tem um peso
bastante significativo na economia brasileira. Diante
do elevado nível de desconfiança, tanto no campo
econômico como no político, a economia brasileira
deve apresentar neste ano uma queda de cerca de
2,0%, talvez mais, o pior desempenho da economia
brasileira desde 1990”, compara.
Ele defende que é preciso cortar despesas e
diminuir a carga tributária. “A cada mês o cenário
piora, caem mais as vendas do comércio, a confiança
de consumidores e empresários, os ajustes não
avançam e aumenta o risco de o Brasil perder o grau
de investimento, o que agravaria ainda mais a crise.
A saída dessa situação passa necessariamente pela
retomada de uma agenda de reformas estruturais
que envolvam a redução da burocracia e dos gastos
públicos. Sem ajustes nos gastos públicos, o Brasil
estará fadado a conviver com anos de fraco crescimento
econômico e a perda das conquistas sociais obtidas na
última década”, finaliza.
20
indústria
AGOSTO de 2015 / edição 107
Tecnologia das pistas auxilia no
desenvolvimento de lubrificantes
Acreditando no potencial do Brasil, Motul destaca
investimentos em produtos e conhecimento técnico
Por: Silvio Rocha | Fotos: Divulgação
C
om mais de 160 anos de história, reconhecida no mercado como uma grande
especialista no desenvolvimento de lubrificantes, a Motul atua na área
industrial e automotiva, onde formula, produz e vende lubrificantes para
veículos motorizados. Sua forte presença no esporte é prova disto.
Toda a tecnologia utilizada nas pistas é empregada em suas linhas, comprovando
seu alto padrão de qualidade. Seus produtos apresentam melhoras no rendimento, no
consumo de emissões e na limpeza do motor.
Forte atuação
De acordo com Pedro Gurgel, gerente Geral da América do Sul, a empresa teve seu
início em 1853 nos Estados Unidos e hoje está presente em mais de 100 países, tendo sido
a primeira a fabricar o lubrificante semi-sintético no mundo. “Há 22 anos, chegamos no
Brasil através de parcerias em distribuição e depois começamos a comercializar nosso
portfólio de produtos por meio dos nossos escritórios”, conta.
Para a Motul, o mercado brasileiro é de extrema importância, pois representa
50% do volume total de vendas de toda a América Latina. “Atendemos montadoras nas
marcas Premium e temos a mais completa linha no aftermarket, nas linhas leve e duas
rodas. Nosso foco é levar produtos de qualidade e conhecimento técnico aos nossos
clientes”, diz o executivo.
Sobre o período de recessão econômica, Pedro afirma que por atuar em um
segmento mais específico, que é o da qualidade Premium, a empresa não sentiu tanto
as dificuldades. “A Motul está estável no momento, contudo estamos apreensivos para
esse segundo semestre, por não sabermos como a economia se comportará, tanto pelos
fatores cambiais que impactam nossa operação e pelo próprio receio do consumidor de
não ter dinheiro, deixando de consumir e fazer a correta manutenção”.
Importantes parcerias
Sua presença no ramo esportivo trouxe diversos reconhecimentos. “Já participamos
da Fórmula 1, estamos presentes hoje na Moto GP, no Campeonato Mundial de
Endurance, na Equipe Nissan Nismo, também somos o lubrificante oficial da Honda no
Dakar”, comenta Paula Prado, responsável pelo Marketing da América do Sul.
A empresa é parceira de grandes marcas em motos, como: Suzuki, Subaru, Yamaha,
KTM, Polaris, Indian, Husqvarna e MV Agusta; em veículos, como: Brabus (MercedesBenz), Viaitalia (Ferrari, Maserati, Lamborghini
e Rolls- Royce); e em concessionárias nacionais,
como: BMW, Land Rover, Fiat, GM, Ford, Renault,
Peugeot, Citroën, Volkswagen e Nissan.
Outra importante parceria é no quesito
desenvolvimento do conhecimento técnico, em
que trabalha com universidades, como: USP São
Carlos, Senai, FEI, UNIP e UFCG (Universidade
Federal de Campina Grande). Além disto, a
fabricante tem o Projeto Motul Corazon no
mundo e no Brasil tem a ONG Projeto Pescar, em
que capacita jovens de 15 a 18 anos através de
cursos próprios.
Pedro Gurgel, gerente geral
da América do Sul
A motul é uma empresa especialista em lubrificantes com 162 anos de história e presença em mais de 100 países
Investimentos e perspectivas
Segundo Pedro, a Motul está direcionando seus investimentos para o mercado
brasileiro e latino-americano. “Estamos conscientes com relação ao período que o País
está atravessando, mas enxergamos muito potencial de crescimento e queremos estar
mais perto dos consumidores”, emenda.
Por fim, o foco de investimento é na equipe técnica, que é responsável pelos
trabalhos nas universidades e nos centros de treinamentos. “Nossos técnicos também
estão nas ruas fazendo palestras com lojistas e percorrendo o Brasil todo, e também
outros países”, completa.
Presença global
A Motul é uma empresa multinacional francesa especializada na formulação, produção e
distribuição de lubrificantes de motor de alta tecnologia (motocicletas, carros e outros veículos),
bem como lubrificantes para a indústria por meio de sua unidade MotulTech.
Amplamente reconhecida por mais de 160 anos pela qualidade de seus produtos, inovação
capacidade e envolvimento nas pistas de competição, a Motul também é conhecida como a
especialista em lubrificantes sintéticos. Já em 1971 a Motul foi a primeira fabricante de
lubrificantes a desenvolver a formulação de um lubrificante 100% sintético para motores de
automóveis, o 300V, fazendo uso da tecnologia Ésteres vinda a partir da indústria aeronáutica.
Ao longo dos anos a Motul ganhou experiência como fornecedora oficial para muitas equipes
de corridas e fabricantes, contribuindo com eles para promover o desenvolvimento tecnológico
dos esportes a motor.
A Motul apoia grandes equipes em competições internacionais, tais como: 24 Horas de Le Mans
(carros e motocicletas), FIA GT1 World Championship, Fórmula Nippon, Super GT, Dakar, IRC,
Drift, Pikes Peak, MotoGP, Mundial de Superbike, Mundial de MX, Campeonato Mundial de
Endurance, Superbike, Supercross, IOM TT, Rallycross, Barco F1 e dezenas de outros.
22
comparativo
AGOSTO de 2015 / edição 107
A evolução dos SUV’s
Ford EcoSport e Renault Duster passaram por modificações, eles disputam as primeiras posições
no segmento de utilitários esportivos compactos
Por: Edison Ragassi | Fotos: Estúdio Premiatta
D
esde 2002, a Ford comercializa o EcoSport,
um SUV compacto que alcançou sucesso
no mercado nacional.
Em 2012, a fabricante lançou a segunda
geração do veículo. Ele passou a ser modelo global,
construído na arquitetura do New Fiesta. O visual
foi todo modificado, recebeu uma grande grade
frontal, novo conjunto ótico, laterais com vincos na
altura das maçanetas. Na traseira manteve a roda
sobressalente exposta e a tampa que abre para fora.
Fabricado em Camaçari (BA), as opções
intermediárias e topo de linha são equipadas com
propulsor Duratec 2.0L. Entrega potência de 147
cv (E)/ 140 (G) a 6.250 rpm e torque de 19,7 kgfm
(E)/ 19,0 kgfm (G), a transmissão é automática,
PowerShift de 6 velocidades e dupla embreagem.
Quase uma década depois da chegada do
utilitário da Ford, a Renault lançou um modelo para
disputar o mesmo segmento. Produzido em São
José dos Pinhais, o Duster foi lançado em outubro
de 2011, também como SUV mundial da fabricante
francesa. Ele passou por reestilização este ano.
A renovação imprimiu visual mais esportivo ao
veículo. São novos os para-choques dianteiro
e traseiro, a barra no teto e desenho das rodas.
Mudaram também os faróis dianteiros e lanternas
traseiras, elas receberam luzes de LEDs.
Comparado ao carro anterior, a engenharia
evoluiu o propulsor 2.0 16V, ganhou 6 cavalos
e agora tem 148cv (E)/ 143cv (G) a 5.750 rpm.
Também aumentou 1 kgfm de torque em baixa
Motor
O propulsor do EcoSport é o Duratec 2.0L 16V com potência de
147 cv (E) e torque de 19,7 kgfm (E). No Duster o motor também
é 2.0 16V entrega potência de148cv (E) e torque de 18,8 kgfm (E)
rotação, passou para 18,8 kgfm (E)/17,9 kgfm
(G), ambos a 2.250 rpm. Há duas opções de
câmbio, manual de 6 velocidades e automático
de quatro marchas.
O EcoSport tem comprimento de 4.241mm,
distância entre eixos de 2.521mm, largura de 2.057
mm, a altura é de 1.696 mm. A capacidade do portamalas é de 362 litros, sem rebater os bancos.
Enquanto que no Duster o comprimento é 4.329
mm, distância entre os eixos de 2.674 mm, altura de
1.683 mm e a largura 1.822 mm. No compartimento
traseiro, com os bancos traseiros em posição
normal, recebe até 475 litros.
A suspensão dianteira do Ford é independente,
tipo McPherson, braços inferiores e barra
estabilizadora. Na traseira, semi-independente com
eixo estabilizante Twist-beam.
No Renault, a suspensão dianteira é do tipo
McPerson com triângulos inferiores, a traseira é
semi-independente com barra estabilizadora.
Ambos utilizam freios a discos na parte da
frente e tambores atrás. Já o sistema de direção do
Ford EcoSport utiliza assistência elétrica e o do
Renault Duster, hidráulica.
O EcoSport SE 2.0 PowerShift tem preço sugerido
de R$76.700, ele traz de série: ar-condicionado,
vidros elétricos, espelhos retrovisores externos com
pisca integrado, rodas de liga leve 15”, assistente de
partida em rampa (HLA), AdvanceTrac ((ESC/ TCScontrole eletrônico de estabilidade e tração), piloto
automático, Sync Media System, AppLink e assistência
de emergência. A opção seguinte é a FreeStyle 2.0
PowerShift, com preço de R$ 79.800, tem a mais,
roda de liga leve 16”, sensor de estacionamento
traseiro com indicação gráfica e sonora, computador
24
comparativo
AGOSTO de 2015 / edição 107
Filtro de combustível
Amortecedor e freio dianteiro
Colocado na parte traseira do carro, próximo ao tanque, e de fácil acesso tanto no carro da
Ford como no da Renault
Velas
Na foto da esquerda as velas do EcoSport e na da direita as do Duster, eles utilizam
sistemas semelhantes com bobinas individuais e cabos
de bordo e alarme volumétrico. O FreeStyle 2.0
PowerShift Plus, com preço a partir de R$83.800,
inclui air bags laterais e de cortina e bancos
revestidos em couro. O versão topo de linha é a
TITANIUM 2.0 PowerShift, com o preço sugerido
de R$ 87.400, ele traz ar-condicionado digital,
sistema de partida sem chave, chave com sensor
de presença, limpador do para-brisa com sensor de
chuva, espelho retrovisor interno eletrocrômico,
Os dois utilitários esportivos compactos têm sistema de amortecimento e frenagens convencionais
piloto automático, sensor de estacionamento
traseiro e alarme volumétrico.
A ve rs ão D y n am ique do Novo D uste r com
motor 2 . 0 c ust a R $ 7 2 . 9 9 0 ( c âmbio m anu a l ) /
R $ 7 6 . 0 9 0 ( c âmbio autom át ico ) .
De série, traz vidros e travas elétricas, volante
com regulagem da altura, ar-condicionado,
desembaçador do vidro traseiro, faróis máscara
negra, brake light, Media NAV Evolution com
tela touchscreen 7’’ e navegação GPS, alarme
perimétrico, assento do condutor com regulagem
de altura e barras no teto, faróis de neblina,
para-choques na cor da carroceria, rodas aro
16 polegadas de liga leve, piloto automático,
comando elétrico dos retrovisores, sensor de
estacionamento, computador de bordo, tomada
12V no compartimento traseiro e vidros do
motorista com comando one touch.
Custos de peças e serviços
Ford EcoSport 2.0 Power Shift
Peças
Serviços
Amortecedor dianteiro:.........................................................................R$ 303,00- cada ......................... R$ 375,00
Amortecedor traseiro:............................................................................R$ 200,00 - cada.......................... R$ 250,00
Disco de freio dianteiro:.........................................................................R$ 114,00 - cada........................ R$ 250,00*
Jogo de pastilhas dianteiras:....................................................R$ 207,00
Lonas de freios traseiras:........................................................R$ 83,00 .............................................R$ 250,00
Óleo (5W30)/ litro: ..................................................................R$ 42,54 ........................................R$ 125,00**
Filtro de óleo:.............................................................................R$ 40,00
Filtro de ar:...................................................................................R$ 68,00
Filtro de combustível:..............................................................R$ 40,00
Filtro anti-pólen:.................................................................................R$ 25,00............................................. R$ 50,00
Velas:.................................................................................................................R$ 76,00 ...............................................R$ 50,00
Renault Duster 2.0 Automático*
Peças
Amortecedor dianteiro: .............................R$ 609,00- par
Amortecedor traseiro:..................................R$ R$ 555,00- par
Jogo de pastilhas dianteiras:....................R$ 286,00
Óleo + Filtro:.......................................................R$ 297,00
Filtro de ar:...........................................................R$ 69,00
Filtro de combustível:...................................R$ 83,00
Filtro de anti-pólen: .......................................R$ 66,00
*Velas:.....................................................................R$ 128,00
*A Renault oferece o Pacote Preço Fechado que entrega peças e serviços
* custo para troca de discos e pastilhas ** custo para troca de óleo, filtro de óleo, ar e combustível
Colaboraram: Ford Motor Company e Renault do Brasil
balcão automotivo / AGOSTO de 2015 / edição 107
De acordo com
levantamento
divulgado pela
A B R AC I C LO,
Associação
Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas,
Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares,
a produção de motocicletas no acumulado do
ano totalizou 799.981 unidades, contra 908.947
em igual período de 2014, equivalendo a um
recuo de 12%. Na comparação mensal, julho
registrou queda de 13% em relação a junho,
passando de 116.933 para 101.721 motos, além
de um decréscimo de 25,2% ante a igual mês
do ano anterior (136.004).
Philips Automotiva
lança programa de
relacionamento
para lojistas
A Philips Automotiva lança o “Philips Valoriza”,
um programa de relacionamento direcionado
aos lojistas, que dá pontos a cada compra de
lâmpadas automotivas Philips. Estes pontos
podem ser trocados por brindes e materiais de
comunicação para a loja. Quanto mais lâmpadas
forem adquiridas, mais pontos ele acumula,
podendo trocá-los pelos materiais que melhor se
adaptem a cada
loja. Para mais
informações,
basta acessar
o site www.
philips.com.br/
valoriza, ler o
regulamento
e tirar dúvidas
d i re t a m e n t e
com a Philips.
Focus Fastback chega ao mercado
CURTAS
Carro médio versão três volumes passa a chamar Fastback, a expectativa
é de trazer novos consumidores para o modelo
Por: Edison Ragassi | Fotos: Divulgação
Linha de áudio 2015 da Pósitron
Em Gramado (RS), a Ford mostrou para a
imprensa especializada brasileira o Focus
Fastback. Na dianteira ele recebeu a grande
grade frontal poligonal, faróis embutidos nos
para-lamas e faróis de neblina embutidos no
para-choque. É equipado com motor Direct
Flex 2.0 de injeção direta, sua potência é de
175 cv (G)/ 178 cv (E) a 6.500 rpm e torque
de 21,5 kgfm (G)/ 22,54 kgfm (E) a 4.500
rpm. Completa o trem de força a transmissão automática de dupla embreagem e 6 velocidades.
A versão de entrada é a 2.0 SE AT, que custa R$ 77.900. A SE Plus AT sai por R$ 79.900, a Titanium tem preço
de R$ 87.900 e a topo de linha Titanium Plus custa R$ 96.900.
Entre os equipamentos de série traz sistema Advance Trac (controle de estabilidade, tração e curvas,
assistente de partida em rampa, assistente preventivo antiderrapagem, monitoramento de pressão
dos pneus e assistência de frenagem de emergência), freio a disco nas quatro rodas com ABS e EBD,
acendimento automático dos faróis, espelho retrovisor eletrocrômico, sensor de chuva, chave programável
MyKey e sistema de conectividade SYNC com AppLink e Assistência de Emergência.
A estratégia com o Focus Fastback é buscar um consumidor de perfil diferente no segmento de carros
médios três volumes, aquele que deseja mais espaço no porta-malas, com esportividade, performance,
tecnologia e prazer de dirigir.
Todos os modelos 2015 dos
sistemas de som para autos
da Pósitron contam com
a conexão Bluetooth. As
centrais multimídias têm
tela de 3” a 7”, função Hands
Free, Audio Streaming, Phone
Book, entrada USB e o mirror
link. Com ele, o equipamento
de som espelha todo o conteúdo do celular ao veículo como navegação,
aplicativos, músicas, entre outros, são refletidos no aparelho de áudio.
2º Painel Asdap debate “As
Oportunidades e Desafios do
Segmento de Reposição Independente”
Com um público de mais de 130 pessoas, realizado no dia 10 de agosto, foi promovido pela Associação
Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças. Pedro Lutz Ramos, economista sênior do Sicredi,
analisou o momento atual da macro e microeconomia, especialmente da região Sul. Sérgio Feltraco,
diretor executivo da Fecoagro, comentou os resultados obtidos pelo agronegócio no primeiro semestre
do ano e como o setor vive o atual momento de incertezas da economia. Cassio Hervé, do Grupo Oficina
Brasil, apresentou muitos dados e índices sobre a frota circulante nacional e as possíveis alternativas
para o mercado de reposição independente. Pedro Lutz Ramos analisou o cenário a partir dos pedidos e
concessões de empréstimos e financiamento.
Felipe Andreolla, supervisor de Educação e
Tecnologia do SENAI Automotivo, falou sobre
uma das principais tendências em relação à
manutenção automotiva. Após os debates,
o evento contou com a palestra “Riscos vs
Ganhos – Como e por que é importante fugir
da estagnação em tempos de crise”, com o
coach Leonardo Franceschini.
Mazzicar conquista certificação
do Inmetro
Como de costume, a Mazzicar sai na frente, consolidando assim sua liderança de mercado, onde a partir
do mês de outubro suas peças de freio, entre elas sapatas, já virão com o selo do INMETRO. A empresa que
já possui a certificação agora está na fase de confecção dos selos. De acordo com a regulamentação, os
fabricantes deverão ter a certificação que passará a valer a partir de 28 de janeiro de 2016. Como alguns
produtos anteriores, fica estipulado o prazo máximo de 6 meses para todos os fabricantes e importadores
se adequarem à nova regra.
Fotos: divulgação
Motocicletas:
produção recua
12% no acumulado
do ano
28
WorldSkills - Bosch participa da
maior competição de educação
profissional do mundo
A empresa esteve presente na 43ª edição da maior competição de
educação profissional do mundo - a WordSkills Competition. O
evento, que ocorreu pela primeira vez na América Latina, foi realizado
em São Paulo, no Anhembi Parque, e aberto ao público de 12 a 15 de
agosto. A competição envolveu diversos segmentos profissionais que
totalizaram 50 ocupações divididas em seis áreas técnicas. A Bosch
foi patrocinadora da ocupação 33, Tecnologia Automotiva, onde
forneceu os equipamentos de teste que estruturam uma oficina
mecânica de qualidade.
Dayco lança novos itens para as
linhas leve, pesada e agrícola
A Dayco, principal fornecedora de peças para o sistema de
transmissão nas montadoras, reposição e segmentos industriais,
anunciou 27 novos itens. Os últimos lançamentos incluem
tensionadores e polias para diversas aplicações de linha leve,
pesada e também agrícola. Para mais informações sobre a Dayco,
acesse o site www.dayco.com.br ou dúvidas de aplicação, ligue no
SAT 0800 772 0033.
30
balcão automotivo / AGOSTO de 2015 / edição 107
Embalagens dos Filtros
Wega!
As embalagens dos Filtros Wega possuem design
arrojado e alta resistência que garantem a
integridade técnica e visual do produto no ponto
de venda. O papelão de alta resistência assegura
maior proteção ao produto e a impressão com
tratamento de verniz UV evita o desbotamento
das cores. Os filtros Wega são acondicionados
individualmente em sacos plásticos ou shrink
(lacrados por filme plástico) que evitam a
contaminação de pó, umidade e oxidação.
Entidades divulgam desempenho do
setor em julho
A Anfavea divulgou o balanço da indústria automobilística em julho. No último mês o setor comercializou
227,6 mil veículos, o que significa aumento de 7,1% na análise contra junho com 212,5 mil. No comparativo
contra julho do ano passado, que registrou 294,8 mil veículos, a queda foi de 22,8%. No acumulado do ano
as vendas foram de 1,55 milhão de unidades: contração de 21% ante as 1,96 milhão de unidades negociadas
até julho de 2014. A Fenabrave também apresentou seus dados. As vendas de todos os segmentos somados
(automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros, como
carretinhas para transporte) apresentaram alta de 6,92% em julho na comparação com o mês anterior.
Foram emplacadas 352.423 unidades em julho, contra 329.629 em junho. Se comparado às vendas do
mês de julho de 2014 (436.673),
o resultado geral de julho/2015
apresentou retração de 19,29% nos
emplacamentos. No acumulado do
ano, a queda foi de 17,87% sobre 2014.
Federal-Mogul recebe certificação do Inmetro
para componentes de freios
Nova gerente de
Vendas Mobensani
A Mobensani em sua trajetória de sucesso
sempre contou com a colaboração de vários
talentos, e neste mês a empresa contrata para
fazer parte do time, desempenhando o cargo de
gerente de Vendas, a profissional de Marketing/
Vendas Daniela Martins, atuante na reposição
do mercado automotivo desde 2000 quando
iniciou no segmento. Daniela é graduada em
Marketing, com especialização em Gestão de
Negócios e Vendas pela FGV.
A Divisão Motorparts, da Federal-Mogul, é a primeira fabricante brasileira de componentes para o sistema
de freios de veículos a obter a certificação compulsória do Inmetro para a sua linha de pastilhas, lonas e
sapatas, com base na portaria de número 55, estabelecida
pelo órgão em relação a requisitos mínimos de segurança
dos materiais de atrito. Todos os produtos das marcas
Ferodo, Jurid e Stop receberam o selo de identificação
da conformidade do Inmetro. De acordo com a Portaria
55, a partir de fevereiro de 2016 todos os componentes
para os sistemas de freios a disco ou a tambor de veículos
rodoviários automotores deverão ser fabricados e
importados somente em conformidade com os requisitos
aprovados e devidamente registrados no referido órgão.
CURTAS
Unibombas: tecnologia,
inovação e criatividade
Atuante no mercado automotivo há mais de 16 anos, a
Unibombas, empresa genuinamente brasileira, se dedica no
processo de aliar tecnologia, inovação e criatividade no sentido
de acompanhar a grande evolução do mercado automotivo
na diversificação de veículos, mantendo a linha de produtos
alinhada com a produção
de veículos lançados pelas
montadoras e assim mantendose especialista no mercado. O ano
de 2015 é o ano da renovação da
Unibombas. No final de maio, o
sócio fundador Adalberto Nadur,
adquiriu a totalidade das cotas da
empresa, iniciando uma gestão
dinâmica e inovadora.
Corven apresenta novos
itens de amortecedores
Em sua gama de produtos, conta com uma linha completa de
amortecedores para todo tipo de veículo, nacional e importado.
Seus itens são produzidos para superar o rendimento do
equipamento original, destacando-se por sua excelente
resposta em conforto, segurança e alto desempenho. Este
mês lança para o mercado novos itens de amortecedores, são
eles: 44051G – T// Mitsubishi ASX (02.10/...), 34424G – DD//
Mitsubishi ASX (02.10/...) e 34425G - DE// Mitsubishi ASX
(02.10/...).
Monroe inicia vendas de amortecedor
pelo Canal da Peça
A compra de amortecedores automotivos vai ganhar mais
agilidade, praticidade e informação em tempo real. Para
atender os consumidores que migraram seus hábitos de compra
para a internet, a Monroe vai comercializar seus produtos pelo
Canal da Peça, site especializado no aftermarket. Pelo www.canaldapeca.com.br, proprietários de
veículos e reparadores podem obter produtos da marca com descontos especiais, entrega de alguns
itens em até três horas e flexibilidade no pagamento. Embora a compra de componentes automotivos
ainda seja realizada em maior volume em lojas físicas, um estudo recente do Google revelou que 7
em cada 10 motoristas realizam consultas online antes de efetuarem a compra. A pesquisa também
aponta aumento de 14% nas vendas pela internet em 2014, em relação ao ano anterior.
Magneti Marelli Aftermarket anuncia novos códigos de bandejas de suspensão
A Magneti Marelli Cofap Autopeças, unidade de negócios do grupo Magneti Marelli focada na reposição
de autopeças e segunda maior empresa do segmento no mercado nacional, anuncia o lançamento de
novos códigos para bandejas de suspensão, ou braços oscilantes, para os modelos Renault Duster e
Chevrolet Cobalt, Onix e Spin. Além da linha de bandejas de suspensão Cofap, item responsável pela
conexão da roda ao chassi, a empresa conta também com uma série de outros produtos destinados ao
sistema de suspensão automotivo: amortecedores, bieletas, pivôs, molas, buchas e coxins. O catálogo
de bandejas Cofap conta com mais de 140 códigos que garantem uma das mais amplas coberturas de
frota do mercado brasileiro e podem ser encontrados em todo o território nacional.
Controlflex lança novos
cabos de acelerador,
embreagem, freio e
velocímetro
A Controlflex Cabos lança novas opções de cabos de comando
para modelos da Honda, Yamaha e Kawasaki.
Os lançamentos da Controlflex Cabos incluem cabos de
acelerador, embreagem, freio e velocímetro. As novidades
possuem a compatibilidade e as especificações exatas
determinadas pelas montadoras, levando ao consumidor final
a mesma qualidade das peças originais.
capa
32
Barras e terminais de direção agora com o selo
do Inmetro
Esteja atento aos prazos estabelecidos para a comercialização desses itens de segurança
Por: Simone Kühl | Fotos: Divulgação
A
exigência do selo do Inmetro tem profissionalizado e incentivado cada
vez mais a qualidade no setor automotivo, de forma a inibir as empresas
que não estão certificadas a venderem seus produtos, realidade agora
presente nas barras e terminais de direção da linha pesada.
De acordo com o analista da Divisão de Regulamentação Técnica e Programas
de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Fábio Real. O foco da regulamentação
de terminais e barras de direção é a segurança, uma vez que esses componentes
afetam a integridade do sistema de direção de um veículo. “A regulamentação
visa proporcionar o adequado grau de segurança, através de requisitos mínimos
quanto à construção e resistência mecânica do componente”, completa.
Para o estabelecimento deste Programa de Avaliação da Conformidade, o
Inmetro elaborou uma análise de impacto regulatório, mensurando possíveis
impactos econômicos e riscos, indicando a viabilidade da regulamentação.
“Tomada a decisão de regulamentar, o Inmetro convida entes da sociedade para
constituir uma Comissão Técnica, composta por associações de classe do setor
produtivo, academia e entidades de defesa do consumidor, a fim de alinhar todos
os vetores. Construída a minuta de regulamentação, essa é apreciada em Consulta
Pública para posterior publicação definitiva”, informa o analista.
Prazos para adequação
Os prazos dados pela Portaria Inmetro n° 268/2013 são:
•
29/11/2014: prazo para fabricantes e importadores se adequarem
aos requisitos.
•
29/05/2015: prazo para fabricantes e importadores comercializarem
estoques remanescentes.
• 29/05/2016: prazo de adequação
para o comércio nacional vender
componentes ainda não certificados e
registrados junto ao Inmetro.
Atenção: Após 29/05/2016 não se
poderá mais comercializar terminais
e barras de direção que não estejam
devidamente certificados e registrados
junto ao Inmetro.
Paulo Mosna, gerente Comercial da Attow Automotive
Novas certificações
Sobre os próximos itens a terem o
selo do Inmetro na linha pesada, Real
comenta que está sendo trabalhada
a regulamentação de camisas de
cilindros de motores ciclo Otto e Diesel.
“Além deste, iremos iniciar
no próximo ano um programa
voluntário de eficiência energética
de veículos pesados, para que
esses veículos possam ostentar a
Etiqueta Nacional de Conservação
de Energia, classificando os ônibus
e caminhões de “A” a “E” quanto
ao consumo de combustível (da
mesma forma como temos hoje
para veículos de passeio)”, aponta.
Para as fabricantes
Na opinião do gerente Comercial
da Attow Automotive, Paulo
Mosna, o selo do Inmetro criou
uma expectativa positiva para os
fabricantes que trabalham com
foco na qualidade. “É evidente que
a normatização dos produtos gerou mudanças de custos, principalmente para
aqueles fabricantes que estavam fora dos padrões de qualidade mínimos exigidos.
As marcas hoje já com selo precisam continuar sendo fiscalizadas para garantir
que os produtos continuem sendo fabricados dentro das normas”, comenta.
Para o diretor de Vendas e Marketing da Nakata, Sérgio Montagnoli, essa
regulamentação modificará ainda mais o cenário nessas linhas de pesados assim
que alcançar toda a cadeia de distribuição até a data estipulada, assegurando a
qualidade das marcas comercializadas e dos produtos. “Em resumo, a certificação
visa proteger os usuários e comerciantes do produto. É, antes de tudo, uma medida
de cidadania”, pontua.
Já o gerente Industrial da Lontra, Romeu de Araújo, aponta também a dificuldade
das empresas para se adequarem às exigências estabelecidas pela portaria. “Com
a adequação dos processos, conseguimos um melhor nivelamento nos custos em
relação aos nossos concorrentes onde nos leva a cada dia buscar melhorias para
termos uma melhor competitividade no mercado e quanto à moralização do setor,
temos que aguardar o prazo que o comércio tem para esvaziar seus estoques e
comercializarem apenas peças com o selo do Inmetro”.
Qualidade e segurança
Hoje, com a restrição do crédito, a alta dos juros e a queda nos níveis das
atividades econômicas do País, os investimentos na renovação das frotas estão
praticamente fora do contexto das empresas, entende Mosna. “Isto leva a uma
necessidade de manter a frota atual em condições adequadas de uso, e só será
possível com peças de reposição com qualidade assegurada”.
Neste sentido, o gerente Comercial da Attow afirma que nem sempre o menor
preço significa economia, pois quando em uma manutenção se menospreza o
34
fator qualidade, certamente
as
consequências
virão,
que são dentre outras: uma
durabilidade menor, risco de
acidentes, avarias em outros
componentes
pelo
mau
funcionamento do item, entre
outros problemas.
“E a certificação é uma
forma eficaz de coibir a
comercialização de peças que
não atendem os padrões de
qualidade e segurança exigidos
pelo Inmetro”, complementa
Montagnoli. “Fabricantes e
importadores investiram e
Sérgio Montagnoli, diretor de Vendas
alguns tiveram de revisar seus
e Marketing da Nakata
custos para atender às normas
de certificação. Isso resulta em
um mercado mais saudável, onde outros importantes atributos associados à escolha
da marca e à execução dos serviços ganham ainda mais relevância, tais como: vida
útil do produto, performance, garantia e assistência técnica”, analisa.
Sobre o momento econômico que o País atravessa, Mosna acredita que a exigência
do selo nos produtos deve gerar aumentos de preços e este será o grande desafio
do mercado. “Ou seja, fazer com que o consumidor final entenda a necessidade
de se adquirir um produto que vai além de um simples preço, mas sim um custobenefício que soma segurança e melhor performance do veículo”.
AGOSTO de 2015 / edição 107
Barra de direção de veículo pesado
Cadeia de distribuição
Mosna conta que a relação entre a fábrica e o distribuidor tem sido facilitada
com a regulamentação do Inmetro, onde os fornecedores estão atentos aos produtos
homologados. “Quem já está com o selo certamente tem um poderoso argumento
técnico e comercial”, destaca.
O que tem acontecido também na Lontra. “Temos distribuidores que antes
do prazo que tínhamos para comercializar nosso estoque já não estavam mais
aceitando componentes sem o selo do Inmetro, o que enxergamos de forma muito
positiva”, emenda o gerente Industrial.
O diretor de Vendas e Marketing da Nakata ainda realça que os distribuidores
estão mais atentos e planejando seus estoques, pois o prazo estabelecido para compra
de produtos sem o selo foi 29 de maio deste ano. Já para o varejo comercializar
a data limite é 29 de maio de 2016. “Portanto, existe uma programação para que
os estoques sejam adaptados à medida. Não temos informação se há fabricantes
ou importadores que estão vendendo produtos sem o selo, mas é importante que
distribuidores e varejos fiquem atentos”, alerta.
Consumidor final
Contudo, um
ponto
que
ainda precisa ser melhorado é a
divulgação dessa regulamentação,
orienta Sérgio Montagnoli. “Muitas
vezes, a informação não chega
ao consumidor final. Por isso, é
importante difundir a certificação
no mercado. Mas, principalmente,
lojistas e reparadores devem cuidar
para não comercializar tais produtos,
uma vez que o risco não se limita à
perda financeira devido à apreensão
dos produtos. Nesta primeira etapa,
a comunicação é dirigida a eles para
que possam ter conhecimento e
identificar o que está de acordo com
Romeu de Araújo, gerente Industrial da Lontra
a medida do Inmetro”.
Araújo concorda e argumenta que
é necessário disseminar essa regulamentação principalmente para o mecânico, que
possui uma relação de confiança com o proprietário do veículo. “É bom lembrar
que o mecânico é o especialista responsável pela peça que é aplicada no veículo.
Por isso, é importantíssimo para o profissional da manutenção automotiva ficar
informado sobre quais produtos estão dentro ou fora dela”.
O gerente Comercial da Attow também salienta que ainda existem muitos
distribuidores que não transmitem ou incentivam seus clientes sobre este assunto.
“Acredito que além de disseminar ainda mais a informação nas mídias, a questão
de fiscalização do Inmetro é fundamental para garantir o justo propósito do selo.
Repito: estamos falando de segurança”, adverte. Nessa mesma linha, ele ressalta as
ações das autoridades para diminuir o índice de acidentes nas estradas. “A mais
recente foi a diminuição da velocidade nos corredores e marginais, mas isto ainda
é pouco. Precisamos realmente conscientizar a população da importância da
manutenção dos veículos, utilizando peças de origem segura, aprovadas e testadas
pelo Inmetro”, finaliza Mosna.
36
téria de capa
AGOSTO de 2015 / edição 107
Mercedes Service Card
A Mercedes-Benz acertou parceria com a Ticket Car e lançou o
Mercedes Service Card, um cartão de consumo de combustível,
peças e serviços para frotistas de caminhões, ônibus e veículos
comerciais leves. O frotista pode adquirir combustíveis nos
11.200 afiliados da Rede Ticket Car, com preço menor que o
praticado no varejo. As manutenções, peças, serviços e reparos
nas Concessionárias da marca credenciadas em todo o País
também oferecem preços mais atraentes. Ele funciona como um
cartão de débito e evita que o motorista carregue dinheiro vivo, o que garante mais segurança.
Delphi promove campanha de incentivo
com postos autorizados Diesel
A Delphi está promovendo em 2015 uma campanha especial de
incentivo para seus postos autorizados Diesel. A ação teve início
em junho e será encerrada em novembro. Ao longo da campanha,
os participantes recebem premiações trimestrais, de acordo com as
metas de compras estipuladas aos postos concorrentes, e disputam a
premiação final. Esta é uma vantagem exclusiva da rede de postos Diesel autorizados Delphi. Os interessados
que ainda não aderiram à campanha devem enviar um e-mail para [email protected]
Tecfil participa de eventos para linha pesada
A Tecfil esteve presente na 36ª edição da Feira do Carreteiro, que
aconteceu de 14 a 17 de julho, no Pátio do Santuário Nacional de
Nossa Sra. da Conceição Aparecida, na cidade de Aparecida (SP).
A empresa aproveitou para levar para os caminhoneiros as suas
novidades para a linha pesada e agrícola, com destaque para os
novos kits de filtros para os novos caminhões Volkswagen. Outro
evento que participou foi o Expopostos, que aconteceu 5 a 7 de
agosto, das 13 às 21h, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Fotos: divulgação
FIQUE DE OLHO
Eaton apresenta transmissões em desenvolvimento
no 13º Simpósio Powertrain
Durante o 13º Simpósio Powertrain, promovido pela SAE Brasil, em
Sorocaba (SP), nos dias 10 e 11 de agosto, a Eaton apresentou duas
novas famílias de transmissões para veículos comerciais. A família
ESO-6106 e a família UltraShift® PLUS MHD. Ambas as famílias
foram desenvolvidas com o objetivo de atender às necessidades
específicas das aplicações comerciais do mercado brasileiro,
contando com soluções técnicas projetadas pela engenharia local.
Equipamentos que ajudam na hora da manutenção do trator
Presentes no painel de instrumentos, a TVH-Dinamica destaca a
importância do horímetro, tratômetro e tacômetro são fundamentais
na operação de máquinas, que podem ser encontrados em seu
portfólio. O horímetro indica o número de horas trabalhadas pela
máquina, acumulando o tempo de uso, servindo, assim, como base
para os serviços de reparação. Já o tratômetro aponta o número de
horas trabalhadas, a rotação por minuto (rpm), variando de acordo
com a necessidade de cada operação; e o tacômetro, mede as rotações por unidade de tempo de um motor.
MWM Motores recebe fornecedores globais
A MWM Motores, fabricante independente de motores diesel líder
no Mercosul, realizou no dia 23 de julho o Workshop com seus
principais fornecedores globais de componentes. O evento ocorreu
na unidade industrial da companhia, em Santo Amaro – São Paulo.
Este Workshop teve como objetivo o alinhamento das metas e o
fortalecimento das parcerias, além de apresentar a performance de
cada empresa e criar planos para alcançar as metas estabelecidas. A
agenda foi composta por pautas técnicas, operacionais e estratégicas.
38
indústria
téria de capa
“Perfeição para
AGOSTO de 2015 / edição 107
encantar”
Com este conceito, Perfect apresenta
investimentos e o novo mascote
Pedrinho
Por: Silvio Rocha | Fotos: Divulgação
H
á mais de 20 anos oferecendo produtos de qualidade e
tecnologia nas linhas de suspensão, motor e acessórios, a
Perfect divulgou em coletiva de imprensa, realizada em
sua fábrica, em Mogi das Cruzes (SP), no dia 14 de agosto,
seus projetos, investimentos e ações realizadas para os clientes e
colaboradores da empresa.
Força em Marketing
Uma das grandes novidades na área de Marketing foi a promoção
de Débora Coronado ao cargo de gerente. A jovem que está há oito
anos na empresa é graduada em Administração de Empresas pela
Universidade Paulista (UNIP) com especialização em Trademarketing.
Débora destacou a importância de estar atento e acompanhar as
mudanças e tendências do setor, que hoje está muito mais ligado a
conexões, lembrando as diferenças na velha e nova economia.“Eu gosto
muito da frase que diz assim: ‘Não adianta a gente utilizar mapas antigos para caminhos novos’, e isto reflete
muito no marketing”, ressalta.
Outro ponto abordado foi a concorrência de hoje, que está mais voltada aos modelos de negócios e à era do
“Mais”, que o País está enfrentando.“Mais concorrência, mais escolha, mais consumo, mais competição, mais
incerteza, mais medo, mas também mais oportunidades”. A gerente ainda adianta que novos investimentos
estão sendo feitos e, em breve, serão revelados ao mercado.“Não paramos de crescer”, frisa.
A assistente de Marketing,
Thuanney Castro, também falou
sobre a evolução da comunicação
visual da Perfect ao longo dos anos,
tanto em propagandas como nas
instalações da fábrica, que estão
mais modernas e padronizadas.
Além disso, agora os colaboradores
possuem um espaço para descanso.
Thuanney ainda relembrou as
importantes ações que ocorreram
em 2015 tanto para o público externo Thuanney Castro e Débora Coronado, da área de Marketing
como interno. Entre elas, o Rafting e da Perfect
a Missão Empresarial na Disney com os funcionários; a participação na programação da Rádio
Energia 97, nos intervalos do programa Estádio 97 comandado pelo apresentador Benjamim
Back, umas das maiores audiências no horário das 17h30 às 20h; o patrocínio no domingo à noite no mais
tradicional debate esportivo da televisão brasileira, o programa Mesa Redonda Futebol Debate, da TV Gazeta;
e o patrocínio no Seminário da reposição, que ocorreu no dia 18 de agosto em São Paulo.
Outra informação que a empresa traz para o mercado é certificação do Inmetro nos terminais axiais e
barras de direção. Para receber essa certificação, os terminais axiais e de direção Perfect foram submetidos a
diversos ensaios mecânicos, químicos, metalúrgicos e de segurança, sendo aprovados sem ressalvas em todos
esses quesitos.
Missão Empresarial
E a diretora de produtos, Silvana Silva, apresentou ao público presente mais sobre o planejamento da
empresa, processo de desenvolvimento, gestão de estoque e os constantes lançamentos que a marca realiza,
sempre com o objetivo de atender rapidamente as necessidades dos clientes.
A respeito da missão empresarial“Bastidores da Disney”, a gerente contou que todos os anos o fundador da
empresa presenteia alguns colaboradores para visitarem e participarem deste curso e entenderem os motivos
e diferenciais que fazem com que o público visite constantemente a Disney.
“Visitamos os estúdios, vimos como as pessoas se preparam, é tudo calculado, cada um é responsável
pelo seu próprio processo, eles têm orgulho e respeito pelo que fazem. E qual a relação com o nosso mercado
de venda de peças? Muitas, temos que fazer sempre o nosso melhor, porque não vendemos apenas a peça,
vendemos o conjunto”, responde.
Outro ponto que chamou a atenção foi o hospital que a Disney mantém para crianças com câncer, onde
adaptou de tal forma que os pacientes pudessem se sentir como num parque de diversões, todo colorido e com
muitos brinquedos, de forma a fazer a diferença na vida das pessoas.
Novo Mascote
E a principal novidade deste mês é o novo integrante da Perfect Brasil, o mascote Pedrinho. Seu nome foi
escolhido pelos colaboradores em homenagem ao pai do fundador da empresa. O mascote representa mais
do que um simples identificador da marca, ele chega para trazer e levar alegria a todos.Assim como o Sr. Pedro
Coronado, pai de Gerson, fez durante a sua vida inteira.
O mascote saiu do papel oficialmente em 27 de julho de 2015, mas sua idade é um mistério. Apesar de
parecer criança, Pedrinho já nasceu bem informado, apaixonado por carros, motores e com muita coisa boa
para compartilhar, pronto para levar novas e boas experiências ao mercado de autopeças. Nascido na era do
marketing digital, Pedrinho vive na internet, em blogs, sites e redes sociais. Posta fotos, curte tudo e ainda fala
sobre as novidades do mundo automotivo.
Como novo integrante dessa família, Pedrinho entregará respeito, alegria e informação sobre os passos
da Perfect no mercado. Falará do passado, presente e futuro da empresa. Contará em primeira mão a respeito
dos lançamentos, linha de produtos, promoções, ações sociais e de sustentabilidade. Além de dar ótimas dicas
técnicas e de manutenção para quem precisar. Para completar essa personalidade multifacetada, ele tem
poderes especiais que serão revelados aos poucos ao público.
40
artigo
téria de capa
DADOS INCONGRUENTES
AGOSTO de 2015 / edição 107
Jornalista especializado desde 1967, engenheiro
e consultor técnico, de comunicação e mercado.
www.facebook.com/fernando.calmon2
Por: Fernando Calmon | Foto: Divulgação
A
importância da manutenção e suas despesas não é tão
valorada, quando se vai comprar um carro novo. À
medida que o veículo roda esses custos sobem. Donos de
modelos mais velhos tendem a negligenciar os gastos com oficina,
até por limitações financeiras. Daí a importância da ITV (Inspeção
Técnica Veicular) para a segurança do trânsito, obrigatória há mais de
15 anos. Apenas o Estado do Rio de Janeiro implantou um arremedo
de ITV, malfeita e mal controlada. Acham que é melhor que nada...
Comparar custos de manutenção entre mais de 400 modelos (sem
contar as versões) de 50 marcas disponíveis no mercado brasileiro
é tarefa difícil e ingrata. Mas o Cesvi (Centro de Experimentação
e Segurança Viária) se voluntariou a criar o seu IMV (Índice de
Manutenção Veicular). Para tanto, incluiu itens de manutenção
periódica – óleo, fluidos e filtros – e de manutenção preventiva –
embreagem, amortecedores, velas, cabos, elementos de freios, pneus,
palhetas e correias. Os conceitos estão certos por evitarem a bem
mais cara manutenção corretiva. Se negligenciadas, podem se tornar
ameaça à segurança de todos.
Estabeleceu ainda parâmetros adequados como os primeiros
100.000 quilômetros e levantou valores médios de mão de obra
em concessionárias de 10 marcas por todo o Brasil. Quando não
conseguiu o tempo-padrão de reparo, considerou 100 horas de
manutenção naquela quilometragem e aí pode ter surgido a
primeira distorção. O índice varia de 10 (até R$ 5.000 de gastos totais
em 100.000 quilômetros) a 60 (mais de R$ 29.500) e contempla 86
modelos mais vendidos pelo (discutível) critério Fenabrave.
O grande problema do IMV é desconsiderar que manutenção leva
em conta também tempo, independentemente da quilometragem
rodada, para itens como óleo do motor e fluido de freio. Outro
equívoco do Cesvi foi estabelecer a média de 20.000 quilômetros
por ano para seus cálculos. Consultadas pela Coluna, Chevrolet,
Fiat e Ford (Volkswagen não respondeu) informaram que a média
anual registrada é de cerca de 12.000 km. Os fabricantes estabelecem
prazo de um ano para troca de óleo do motor, mas fazem ressalvas
de quilometragem-limite e tipo de tráfego. VW é a única que obriga
a troca semestral de óleo do motor. Ford tinha essa política estranha,
mas mudou agora apenas para os primeiros seis meses – que
pretende eliminar – e depois anual. Em alguns países já se adotou a
troca de óleo bienal, favorável ao meio ambiente.
A tabela publicada pelo Cesvi traz outras distorções. Desconsidera,
por exemplo, o dobro do número de vezes que um cliente VW tem
que ir à oficina para troca de óleo rotineira, o que traz custos indiretos
de tempo e deslocamentos. Os modelos mais bem classificados, nota
20, foram: Gol e Voyage 1,0 L, Celta 1,0 L; Uno e Fiorino (ambos 1,4
L); Etios hatch e sedã (1,5 L). Uno de 1,0 L, mais vendido que o 1,4 L,
nem está na lista. Enquanto Sandero 1,0 e 1,6 L aparecem com nota
25, o Logan traz os mesmos motores e alcança índices melhores, 23
e 24, respectivamente.
O Cesvi é uma entidade séria,mas poderia estudar melhor os critérios,
rever cálculos e aprimorar a divulgação para evitar dados incongruentes.
RODA VIVA
PREVISÕES de economistas na pesquisa Focus, do Banco
Central, indicam queda de 2% do PIB brasileiro em 2015. Indústria
automobilística, por sua extensa cadeia, representa 5% do PIB. Queda
de produção (inclui exportações) e de vendas será em torno de 20%
este ano. Ou seja, um ponto percentual do recuo da economia, em
termos nominais, virá dos veículos.
DEFINIDOS os preços do Jaguar XE, sedã médio-grande inglês
para atuar na faixa mais disputada de modelos de alta gama (A4,
Classe C e Série 3, em especial). Começa em R$ 169.900 (2 litros
turbo/240 cv) e vai a R$ 299.000 (3 litros V-6 compressor/340 cv).
Meta de 600 unidades nos primeiros 12 meses, com plano especial
de financiamento nas 33 concessionárias.
TANTO na versão de topo Titanium (2 litros/178 cv), quanto na
de entrada (1,6 litro/135 cv), o Focus hatch 2016 mantém qualidades
dinâmicas ainda melhores que antes. Em avaliação no cotidiano,
motor de menor potência com câmbio manual dá conta do recado.
No mais potente, câmbio automatizado (6 marchas) podia ter trocas
mais rápidas. O carro é bem silencioso.
BMW superou objetivos com o evento itinerante Ultimate
Experience. Só em São Paulo, mais de 750 testes de direção com 16
modelos da marca alemã. A linha M, de alto desempenho, representa
aqui 4% das vendas totais contra 2% da média mundial. Mais
impressionante é o M4 Coupé: 431 cv, 56 kgfm, 0 a 100 km/h em 4,1
s. Joerg Bartels, especialista da divisão, veio ao Brasil.
46
artigo
AGOSTO de 2015 / edição 107
Quais são os muros que limitam
a sua prosperidade?
Por: Christian Barbosa | Foto: Divulgação
M
uitas vezes não percebemos, mas existem pessoas que sofrem por criarem muros
internos que as impedem de prosperar na vida. Geralmente, essas barreiras
imaginárias são levantadas do dia para a noite e as razões para elas surgirem são
diversas. Por exemplo, uma manhã você levanta da cama e coloca na sua cabeça que você nunca
vai conseguir aprender um segundo idioma e, mesmo depois de dois anos de curso, você acha
que não está saindo do lugar, pois não tem capacidade para isso.
Diariamente, as pessoas criam muros que as impedem de ir além, isso por que, quando elas
mentalizam uma dificuldade, elas se sentem desmotivadas e incapacitadas de seguir em frente e
por conta disso vivem em um constante bate e volta. A consequência disso é uma vida limitada e
presa, ou seja, a pessoa se sente incapaz de crescer e prosperar.
Para lidar com esse problema, é preciso olhar para os muros internos que temos, que podem
ser diversos, sejam eles relacionados à carreira, dinheiro, família ou relacionamentos, e se
esforçar para enxergar por cima deles. Tenha a clareza de que sempre existe uma forma de seguir
em frente e que as pessoas capazes de ir além são aquelas que olham esses muros e conseguem
dar o próximo passo, seja pulando ou até mesmo derrubando-os.
Quando penso nesse tema, gosto muito de lembrar da história do Henry Ford, que popularizou
o automóvel, mas que no início ouviu que a sua ideia era maluca, pois nunca teríamos estradas
suficientes para os carros passarem. Ao ouvir isso, ele apenas disse que no dia em que o mundo
conhecesse os carros dele, as pessoas construiriam estradas.
Isso é o que eu chamo de pular o seu muro. Aliás, qualquer pessoa tem a capacidade de fazer
o mesmo, basta olhar para as barreiras que você está criando e enxergar que, se tem alguém
fazendo, você também consegue. Melhor ainda, você pode se desafiar e ir muito além de tudo o
que já fizeram ou criaram.
O grande problema é que, geralmente, quem faz com que você crie esses muros são pessoas
que estão ao seu redor, como colegas de trabalho, amigos ou familiares, que tentam te convencer
de que a sua ideia não é boa. Nesse caso a minha dica é simples, ignore-os completamente. Quem
deseja prosperar na vida precisa se unir a quem pode te ajudar a seguir em frente.
A partir do momento em que criamos diversos muros em nossa cabeça, ficamos completamente
parados no tempo, na sua prosperidade e em todas as áreas da vida. Apesar disso, mentalize que
é possível ter mais tempo, ter uma carreira e uma vida com mais qualidade, basta enxergar quais
são as barreiras internas que você está criando, derrubá-las e seguir em frente.
*Maior especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade, é CEO da
Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de
produtividade, colaboração e administração do tempo. Ministra treinamentos e palestras
para as maiores empresas do país e da Fortune 100. Autor dos livros “A Tríade do Tempo”;
“Você, Dona do Seu Tempo”; “Estou em Reunião”; co-autor do “Mais Tempo, Mais Dinheiro”;
e “Equilíbrio e resultado – Por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer?”. Sua mais
recente obra: “60 Estratégias práticas para ganhar mais tempo”. www.triadps.com.br e
www.maistempo.com.br
48
Lançamento
téria de capa
AGOSTO de 2015 / edição 107
Motor turbo chega ao VW up!
O carro cresceu, alteraram as suspensões, câmbio
e sistema de freios. O propulsor 1.0 três cilindros
entrega 105 cavalos de potência
Por: Edison Ragassi | Fotos: Divulgação
A
VW mostrou para a imprensa especializada o compacto up! TSI, em Campinas
(SP), dia 24/07. A empresa passa a oferecer o compacto equipado com o
moderno motor da família EA211 de três cilindros 1.0 Total Flex, com injeção
direta e turbocompressor.
Segundo a VW, cerca de 90% dos componentes são novos,
isso comparado ao irmão aspirado.
O comando tem quatro válvulas
por cilindro, duas para admissão
e duas para escape.
Utiliza triplo sistema de
refrigeração, já que cabeçote,
bloco e turbo utilizam
temperaturas diferentes.
A injeção direta na
câmara de combustão
faz com que dispense o
tanquinho e aquecedores
para a partida a frio, tem ainda sensor para identificar o etanol.
A taxa de compressão é de 10,5:1, nesta configuração entrega potência de 101 cv (G)/
105 cv (E) a 5.000 rpm. O torque é de 16,8 kgfm, com ambos os combustíveis, disponíveis
a partir de 1.500 rpm.
O up!TSI é comercializado com carroceria de quatro portas, a partir da versão move
up!, que tem preço sugerido de R$ 43.490. O high up! custa R$ 48.040. As versões black
up!, red up! e white up! saem por R$ 48.690. Enquanto que o aventureiro urbano cross
up! sai por R$ 47.030. A série especial speed up! é topo de linha e tem preço sugerido
de R$ 49.990.
50
Perólas da reposição
AGOSTO de 2015 / edição 107
Conexão São Paulo e China
Na segunda geração, a Luporini soma grandes feitos, como o pioneirismo em trazer para o Brasil a
Volvo e a Fiat. Hoje, o forte são autopeças importadas
Por: Karin Fuchs | Fotos: Divulgação
E
ra o ano de 1923 quando Marcelo Luporini daria início à sua empresa, hoje quase centenária
e que tem no comando a segunda geração pelas mãos de seu filho, Guido M. Luporini, atual
presidente da Luporini Importadora e Distribuidora de Autopeças. “Quando ele começou, até
1939 durante a Segunda Guerra Mundial, foi tudo muito difícil. Posteriormente, ele recebeu a proposta
de trazer a Volvo para o Brasil e a Fiat”, conta Guido.
E os bons ventos vieram para a Luporini. “Ele já estava instalado em São Paulo (a empresa
começou no Rio de Janeiro), pois ele sabia que o mercado cresceria bastante por aqui. Para a venda de
caminhões, ele contou com um parceiro, o Gilson de Souza Ramos, que era genro do seu primo, e os
negócios prosperaram. Depois meu pai trouxe a Fiat, sendo distribuidor exclusivo da marca na parte
de automóveis”, recorda-se.
No segmento de autopeças, Marcelo Luporini começou com rolamentos e foi agregando outros
itens. “Isso se deu no início dos anos 50, grande parte era importada, e depois a Luporini passou a
apoiar as principais indústrias que estavam no Brasil, como a Metal Leve, Cofap, BorgWarner, entre
uma série de outras que vieram para o País. E, pouco a pouco, as fábricas nacionais foram sendo
adquiridas pelas multinacionais. Hoje, tenho a impressão que a Sabó é a única genuinamente nacional
de expressão”, comenta Guido.
Movimento que se estende até hoje. “Estão acontecendo vários movimentos neste sentido, como
o Grupo ZF, que comprou recentemente a TRW, e o Grupo Comolatti, que adquiriu a distribuidora
Pellegrino”, cita, referindo-se à consolidação do mercado, a exemplo de tantos outros setores da
economia que seguem no mesmo caminho.
Entrada na empresa
Aficionado por matemática, Guido se preparou para o vestibular para o curso de Engenharia, mas
com o falecimento de seu pai, em 1954, optou por Economia e por trabalhar ao lado de seus irmãos
nos negócios da família, que, além da Luporini, havia também uma empresa de fundição. “Empresa
esta que faliu e quase levou a Luporini junto. Mas depois nós tivemos a Revolução de 1964, os militares
assumiram o poder e este foi para mim o melhor momento como empresário”, recorda-se.
Com a recuperação da Luporini, o foco foi concentrarem-se nas linhas C e D, que, nas palavras
de Guido, poucos trabalhavam com elas. “Hoje temos um portfólio de 11 mil itens, cerca de 55% são
importados, que atendem vans, pick-ups, utilitários e carros importados. Procuramos sempre ter
produtos de primeira linha para não termos problemas de garantia. Queremos fidelizar o cliente com
o suporte de garantia. O produto que eu vendo é de fábricas de boa qualidade, pois sobretudo quem
responde por ele somos nós”.
E, para tanto, a Luporini conta com um escritório de representação na China. “Por ele, é feito
um levantamento das fábricas, dos fornecedores, e nós testamos todas as amostras aqui, temos um
departamento específico para isso, e, posteriormente, fazemos a encomenda e acompanhamos tudo
de perto”.
Guido também se recorda da primeira vez que visitou a China. “Foi no ano de 1989, o que foi uma
dificuldade, pois ninguém sabia falar inglês. Retornei ao país pouco tempo depois, entre 1990 e 1991, já
buscando fornecedores e verifiquei o que eles estavam produzindo, para quem forneciam na América
do Norte e Europa, e comecei a fazer uma seleção. Eram indústrias com um grau de adiantamento
que eu não tinha visto nem aqui, automatizadas ou começando a serem
automatizadas, integradas, e com muitos incentivos do governo, ao
contrário do que temos aqui”, lamenta.
Guido M. Luporini, presidente
Sonho adiado
Decidido a abrir uma filial, a Substituição Tributária veio para
retardar este sonho. “Estávamos indo muito bem até ela chegar,
pois cerca de 20% do meu faturamento fica preso na Secretaria da
Fazenda. Assim, não tenho filiais e para cada lugar que eu forneço eu
acumulei o dobro do meu faturamento em crédito do ICMS. Agora
estamos recuperando estes créditos até para sair da dependência
A Luporini conta com um escritório de representação na China
bancária que a Substituição Tributária nos levou e para podermos dar um segundo passo”, explica.
Segundo Guido, que também é diretor da Andap, ao invés de simplificar, a Substituição Tributária
só complicou. “Ela tem como vantagem a cobrança do imposto desde o início da cadeia sem a
necessidade de fiscalização dos demais, mas isso virou uma bagunça de tal maneira que nós não
sabemos mais o que fazer”, avalia.
Sobre os melhores momentos do setor, o empresário comenta que cada um que nele atua soube
tirar o melhor proveito. “Em determinado momento, o empresário se adapta com certa facilidade.
Antigamente, era orgulho ter cinco ou seis meses de estoque, posteriormente houve a necessidade
de ter mais capital de giro e estoque mais reduzido. Assim, cada momento teve o lado bom”, pontua.
Especificamente na Luporini, ele destaca que o melhor momento foi quando partiram para a linha
de carros importados. “Isso foi por volta de 1995 quando saímos um pouco à frente dos demais, com
os veículos coreanos. Naquela época havia produtos de boa e má qualidade que aos poucos foram se
ajeitando, inclusive muitos torciam o nariz para a China e passaram a produzir no país. No Japão, por
exemplo, não há uma fábrica que subexista com produtos de segunda qualidade, o mercado melhorou
muito neste sentido”.
Mercado atual
Com uma equipe de cerca de 90 funcionários, a grande maioria na sede em São Paulo, e 12
colaboradores que atuam no Centro de Distribuição, localizado no estado do Espírito Santo, Guido faz
uma reflexão sobre o momento atual do País. “O que nós estamos vendo é uma redução nas vendas e
a inadimplência chegando. A burocracia atrapalha demais os negócios e nós vivemos não apenas uma
insegurança jurídica, mas também tributária”, analisa.
Já em relação ao setor de
autopeças, o empresário também
fala sobre queda nas vendas. “O
mercado caiu, não está crescendo e
há muita especulação com a alta do
dólar. Estamos segurando os preços
ao máximo que podemos, mas chega
uma hora que não tem como escapar.
Estamos vivendo um momento de
insegurança, a política econômica
foi muito mal conduzida. O governo
teve um trabalho importante de
inclusão social, mas exagerou em Por meio desse escritório, é feito um levantamento das fábricas, dos
fornecedores. Posteriormente, antes da realização de pedidos, todas as
algumas coisas”, conclui.
amostras são testadas na empresa por um departamento específico

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