Universidade Estadual Feira de Santana, Bahia, Brasil
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Universidade Estadual Feira de Santana, Bahia, Brasil
Universidade Estadual Feira de Santana, Bahia, Brasil Universidade de Cergy-Pontoise, Cergy, França Universidade Paris-Est Créteil, França Universidade Laval, Québec, Canadá Universidade de Lubumbashi, República democrática do Congo Universidade de St. Thomas, New Brunswick, Canadá Università di Catania, Itália Université de Lomé, Togo Université « Spiru Haret » de Bucareste Université d’ Ottawa, Canadá Université Cadi Ayyad, Marrocos Université Libre internationale de Moldova, Moldávia Universite de Novi Sad, Sérvia Universidade do Estado da Bahia – UNEB APFEBA- Associação de Professores de Francês do Estado da Bahia CELCFAAM-Centro de Estudos em Literaturas e Culturas Franco-afro-americanas NEC- Núcleo de Estudos Canadenses Sentem-se honrados em divulgar a Chamada de inscrições para o 11º Semirário da Francofonia, o 11º Seminário de Estudos Comparados Brasil-Canadá e o 3º Colóquio Internacional de Estudos Comparados, que acontecerão entre 16 e 18 de junho de 2015, em Feira de Santana, Bahia, Brasil, com o seguinte tema: O Individual, o Coletivo, o Camunidade O Centro de Estudos de Literaturas e Culturas Franco-afro-americanas (CELCFAAM) e o Núcleo de Estudos Canadenses (NEC) têm se preocupado com a identidade e a mestiçagem desde suas criações. Depois de explorar temas tais como “A poética da Identidade e da Alteridade”. “Vozes e Imagens da Diversidade” e mais recentemente as noções de exilo e hospitalidade, esses Centros atualmente exploram as relações entre o Individual, o Coletivo e a o Comunitário. Da mesma forma que se pode afirmar que o individual é o material real e “atômico” do qual qualquer complexidade social é derivada, o comunitário é uma produção ideal e, até certo ponto, sensato, resultante da associação de indivíduos. Para além do conceito de “sociedade” como a 1 agregação de pessoas vivendo juntas, a Comunidade (com C maiúsculo) representa a noção de uma consciência positiva a qual os indivíduos aderem e na qual elas de forma feliz partilham umas com as outras. A noção do Coletivo, que é um dos principais focos do debate, pode portanto ser vista como um passo incompleto ou degradado no processo que leva à constituição do Comunitário. No processo de construção desse Comunitário, pode-se presumir que essa abordagem de três passos ajudará na análise e no entendimento da situação do homem contemporâneo preso em um mundo tão globalizado e conectado quanto o nosso? As aspirações coletivas que levam ao Comunitário, com a mínima inclusão e talvez através da exclusão do Outro, podem estar sinalizando o fim do ímpeto comunitário como um traço comum partilhado da condição universal na Europa, na África e na America. Em sociedades consideradas crescentemente individualistas e alimentadas pelo capitalismo dominador, na verdade, a conexão com o Comunitário, visto como uma aspiração ao senso de pertencimento à humanidade e seu futuro comum, tem sido reduzida ao simples pertencimento de um coletivo específico. Em outras palavras, o coletivo tem se dividido em comunidades constituídas de indivíduos com interesses comuns e alcance limitado, um grito distante da partilha universal do Bem comum. Sabe-se bem que as identidades, consideradas raízes e marcadoras de diferenças, têm sido frequentemente utilizadas como suportes no afastamento do Comunitário com o propósito de criar coletivos. O exemplo claro desse fenômeno é o conceito de “créolité” em contraponto ao movimento maior tal como a criolização discutida em Glissant. Diásporas, “mestiçagens”, viagens e o trânsito de bens e pessoas, fáceis e instantâneos Encontros com o Outro, que embora sejam muito mais nos dias atuais do que no passado, não parecem ter levado ao Comunitário. Ademais, nos dias atuais, o individualismo parece ter atingido seu pico e é visto quase como um “modo de vida”. Isso se tornou mais evidente após o colapso do Império da ex-União Soviética e a mais ou menos bem-sucedida conversão de todos os países ao mercado econômico. A explicitação da supressão dos direitos individuais em nome de um coletivismo forçado que temse mostrado incapaz de erradicar a pobreza material pode ter dado a esse individualismo, a partir de então visto como o único meio possível de salvação, a ilusão de legitimidade. De forma breve, os caminhos abertos pelo Iluminismo, que foi a fundação de uma sociedade utópica na qual se dizia que a liberdade individual prevalecia, têm produzido uma multidão de indivíduos atomizados que crescentemente tendem a se considerar tanto como “únicos” quanto como “iguais” sem nunca atingir a “fraternidade”. Assim, quer através da vestimenta, dos hábitos alimentares, do comportamento sexual quer do assim chamado “bom gosto”, sob o controle da mídia, os indivíduos são forçados a seguir regras não-escritas da padronização ditada pela indústria cultural. 2 Consequentemente, embora separadas pelas condições materiais, as pessoas de todo o mundo tendem a ser mais parecidas. Isso é o resultado do fato de que todas elas passam por experiências comuns que são vividas por todas as outras, dada sua aceitação de um estilo de vida que se julga ser o modelo e, portanto, “universal”. A mesma esperança permeia os corações e mentes de todas as pessoas: consumo ilimitado que promete “satisfazer” e “entreter” a todos, independentemente da localização geográfica ou meio. No entanto, torna-se óbvio que o homem contemporâneo, desprovido de sonhos além dos impostos pela sociedade consumista, sente-se isolado em meio a uma grande multidão. De fato, as sociedades modernas estão em uma crise sem precedentes. Essa crise nos convoca a encontrar novas maneiras de pensar e viver em um momento no qual diversas cidades, grupos políticos estão em estradas tumultuadas, revoltantes, bloqueadas, organizando violentas lutas nas ruas e aspirando quer mais individualismo quer mais Comunitário. A noção de Comunitário aqui inclui a integração humana e não-humana em uma tentativa de criar uma “utopia concreta”, um projeto de parceria através do qual o lema da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade, Fraternidade) pudesse ser cumprido. No entanto, deve-se tomar cuidado para não cair no sempre traiçoeiro coletivismo que se observou na ex-União Soviética. Ao mesmo tempo, os novos meios de comunicação têm trazido a necessidade de se repensar as relações entre o individual, o coletivo e o comunitário. O trabalho em rede, a Internet, o Facebook, o Twitter, o Instagram etc têm transformado o Comunitário em uma “realidade virtual” ao mesmo tempo em que o revigora, modificando dessa forma o senso de pertencimento concreto. Pode-se assim presumir que as novas formas de comunidades estão sendo criadas ou trata-se simplesmente de uma nova maneira de entender o Comunitário? Sem condenar os laços do pertencimento e da solidariedade que podem criar parceria real ou mesmo tornar a “utopia concreta” possível, o que está em destaque aqui é garantir a liberdade individual através da exploração de novas maneiras de viver o Comum. Em um esforço de registrar e analisar as abordagens das Ciências Humanas/Sociais, das Artes e da Literatura, o Centro de Estudos de Literaturas e Culturas Franco-afro-americanas (CELCFAAM) e o Núcleo de Estudos Canadenses da Universidade Estadual de Feira de Santana (NEC), em parceria com as instituições supracitadas, convida pesquisadores, professores e estudantes a uma reflexão sobre o tema O Individual, o Coletivo e o Comunitário. As temáticas amplas incluem, embora não se limitem ao que segue: - O Individual, o Coletivo e a Comunidade nas Artes, nas Ciências Sociais e Humanas e na Literatura; - O Individual, o Coletivo e o Comunitário na Diáspora - Novas formas do Coletivo e do Comunitário; - A Constituição de um Coletivo e de uma Comunidade; - O Individual Frente ao Coletivo e ao Comunitário; - Linguística, Letramento e Comunidades Humanas; 3 - O Individual, o Coletivo e o Comunitário e a noção de “Arquipélago”; - Nacionalidade e Comunidade; - Práticas Sociais, Culturais e Religiosas em uma Comunidade; - O Individual, o Coletivo, o Comunitário: inclusão e exclusão ... Os resumos com no máximo 300 palavras devem ser enviados para os endereços abaixo até o dia 30 de janeiro de 2015. Por favor, incluir uma breve bio-bibliografia de no máximo 10 linhas. Marie-Rose Abomo-Maurin, [email protected] Rémi Astruc, [email protected] Humberto de Oliveira, [email protected] Christian Mbarga, [email protected] 4