“Do Disclosure à Ação” Sumário Executivo CDP Brasil 2012
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“Do Disclosure à Ação” Sumário Executivo CDP Brasil 2012
“Do Disclosure à Ação” Sumário Executivo CDP Brasil 2012 Em nome de 655 investidores com ativos de US$ 78 trilhões Reporter Writer CDP_Sumário_Brasil_port.indd 1 Patronos 10/10/12 19:26 Índice Carta do CEO – Paul Simpson Carta dos Patronos Prefácio Investidores Signatários Principais Resultados Pontuação das respostas Tendências Tabela-Resumo de Resultados das Empresas Brasileiras 3 4 5 6 7 11 13 14 Agradecimentos e Apoiadores O sucesso da edição brasileira do CDP Investors 2012 foi possível graças ao apoio de organizações e pessoas-chave, aos quais expressamos nosso agradecimento: • Patronos Abrapp e Santander Brasil, com o nosso especial reconhecimento para Devanir Silva, Antonio Sena, Ivan Corrêa Filho, Maria Luiza de Oliveira Pinto e Paiva, Carolina Learth, Guilherme Piffer e Linda Murasawa. • Signatários do CDP no Brasil e empresas respondentes. • Conselheiros do CDP Latin America. • Equipe da PwC pelo trabalho realizado na pontuação (scoring) das respostas no Brasil (Carlos Rossin, Flávia Takeuchi, Gabriela Antoniol, Nathalia Ruegger). • Equipe da WayCarbon pela análise dos dados da edição de 2012 (Iris Gercov, Fabio Bicalho, Felipe Bittencourt, Isabela de Almeida, Henrique Pereira, Marco Antonio Fujihara). ELETROS – Fundação Eletrobras de Seguridade Social FACHESF – Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social FAPES – Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES FORLUZ – Fundação Forluminas de Seguridade Social INFRAPREV – Instituto Infraero de Seguridade Social Fundação Itaubanco • Equipe da The Media Group pela diagramação do relatório (Alexandre Germani, Fabio Bazanelli, Paulo Teixeira, Rebeca Barcelos, Roberto Gonzalez). PETROS – Fundação Petrobras de Seguridade Social • Equipe que liderou o contato e apoio às empresas respondentes (Giane Silvestre e Leopoldo Nieto). POSTALIS – Instituto de Seguridade Social • Equipe do CDP Latin America (Andreia Banhe, Diana Sanchez, Fernando Eliezer Figueiredo, Joana Ribas e Juliana Lopes). PREVI – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil • Time global do CDP (Alyssa Heath, Elina Rolfe, James Howard, Ji Yeon Kim, Sarah Robertson). SERPROS – Fundo Multipatrocinado • Apoiadores institucionais do CDP no Brasil (lista ao lado). Fundação Sistel de Seguridade Social Valia Impressão: 2 CDP_Sumário_Brasil_port.indd 2 10/10/12 19:27 Carta do CEO “O CDP foi pioneiro na construção de um sistema global único que coleta informações a respeito do comportamento das empresas sobre a mudança climática e a escassez de água, em nome das forças de mercado, incluindo acionistas e compradores.” Há uma pressão crescente para que as organizações construam a resiliência dos seus negócios no longo prazo. A crise de dívidas sem precedentes, que atingiu diversas partes do mundo, motivou a compreensão de que o pensamento de curto prazo pode levar um sistema econômico estável ao seu ponto de ruptura. Com algumas economias destruídas nos últimos meses, somos lembrados de que o sistema natural está ameaçado pelo esgotamento de recursos finitos e o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Globalmente, negócios e economias já foram impactados por eventos climáticos extremos de maior frequência e severidade, que os cientistas estão cada vez mais associando às mudanças climáticas1. Safras ruins por causa do clima incomum abalaram a indústria agrícola neste ano, com o preço do milho em grão, feijão e soja alcançando seu pico o tempo todo. No ano passado, a Intel perdeu US$ 1 bilhão em receita e a indústria automotiva japonesa, US$ 450 milhões em lucros, como resultado da interrupção dos negócios causada pelas enchentes que atingiram fornecedores sediados na Tailândia. É vital que incorporemos, nas decisões de hoje, custos de danos ambientais futuros, colocando um preço efetivo no carbono. Embora a regulamentação seja lenta, um número crescente de jurisdições já estão estabelecendo um preço para o carbono por meio de impostos para atividades intensivas ou esquemas de captura e comércio de emissões. Os mais consagrados permanecem no Regime Comunitário de Comércio de Emissões Europeu, mas movimentos estão ocorrendo também na Austrália, Califórnia, China, Coreia do Sul, entre outros. Trabalhamos para acelerar a ação sobre a mudança climática, por meio da divulgação de dados nessa área e, mais recentemente, pelo Programa Carbon Action. Em nome dos investidores signatários dessa iniciativa, o CDP engajou 205 empresas do Global 500 em 2012, solicitando que definissem uma meta de redução de emissões; 61 delas já o fizeram. O CDP continua evoluindo a fim de responder às necessidades do mercado. Neste ano, anunciou que o Forest Footprint Disclosure Project, do Global Canopy Program, vai fundir-se com o CDP ao longo dos próximos dois anos. Ao trazer ao seu sistema de reporte as florestas, que estão criticamente relacionadas tanto com a segurança do clima quanto da água, o CDP proporciona às empresas e aos investidores uma fonte confiável de dados para esse conjunto de questões inter-relacionadas. Considerar e valorizar o capital natural do mundo é fundamental para a construção da estabilidade econômica e da prosperidade. As empresas que trabalham para dissociar o aumento de emissões de gases de efeito estufa do crescimento têm o potencial de redução de custos tanto de curto como de longo prazo, uma geração de receita sustentável e um futuro mais resiliente. Paul Simpson CEO Carbon Disclosure Project 1 Relatório “Estado do Clima em 2011”, conduzido pela National Oceanographic and Atmospheric Administration (NOAA) nos Estados Unidos e publicado como parte do Bulletin of the American Meteorological Society (BAMS). CDP_Sumário_Brasil_port.indd 3 3 10/10/12 19:27 Carta dos Patronos É com satisfação que observamos o quanto a discussão sobre as mudanças climáticas vem evoluindo desde que o Carbon Disclosure Project foi lançado no Brasil em 2006. Dia a dia, cresce a percepção de que não é possível planejar o futuro sem considerar o quanto o clima pode influenciar os negócios, os projetos e as atividades das organizações nos setores privado e público. O amadurecimento das discussões vem provocando uma importante mudança na maneira como o tema é tratado nas grandes empresas. O que era um problema começa a ser convertido em oportunidades para novos negócios e gestão de riscos. É claro que ainda engatinhamos diante dos desafios da economia de baixo carbono, mas sabemos que o caminho é integrar a questão às estratégias e à governança. O momento é de quebra de paradigmas, uma vez que a crise instalada nas economias dos países centrais, de um lado, e a queda dos juros, de outro, retiram os investidores da zona de conforto, antes proporcionada pela renda fixa, e os obrigam a buscar opções de investimento que combinam chances maiores de retorno com riscos nem sempre fáceis de medir. Essa medição, entretanto, com certeza tenderá a ser mais favorável se o foco for uma organização sustentável em seus vários aspectos: do respeito ao meio ambiente à governança transparente e confiável, passando pela gestão qualificada e responsável, o que torna o apelo do CDP ainda mais oportuno. Empresas com tal perfil serão muito provavelmente mais previsíveis e capazes de sustentar bons resultados sem sustos nem comportamentos erráticos. O CDP tem ajudado a construir, globalmente, essa visão. No ano em que chegou ao Brasil (2006), endereçou o pedido de informações, de 225 investidores globais com ativos de US$ 31 trilhões, para 1,8 mil empresas em todo o mundo. Em 2012, o projeto é subscrito por 655 investidores que administram US$ 78 trilhões em ativos financeiros e se dirige a mais de 10.000 mil empresas de capital aberto em 72 países. Assim, no lugar de temer os novos cenários, os vemos como aliados no cumprimento de uma missão que os fundos de pensão brasileiros assumem com cada vez mais convicção. A circunstância deste ser o sétimo relatório produzido com o apoio de nossas organizações é a confirmação do quanto esse compromisso é sério e o quanto os objetivos propostos estão sendo alcançados. Como patronos do CDP, desde que ele foi lançado no Brasil, temos orgulho de acompanhar essa evolução. O projeto ganha um papel ainda mais relevante na orientação de decisões e na disseminação de boas práticas nos negócios. José de Souza Mendonça Diretor-Presidente da ABRAPP Maria Luiza de Oliveira Pinto e Paiva Diretora de Sustentabilidade do Santander Brasil 4 CDP_Sumário_Brasil_port.indd 4 10/10/12 19:27 Prefácio Ao longo dos seus 12 anos de existência, o CDP colecionou histórias de sucesso de negócios que se reinventaram diante do desafio das mudanças climáticas, a ponto de hoje contar com massa crítica suficiente para olhar além da divulgação de dados. A escolha do tema “Do Disclosure à Ação” para este relatório reflete a urgência do momento no qual vivemos. Hoje existe um grau elevado de consenso entre os cientistas de que os padrões atuais de produção e consumo se mostrarão insustentáveis nos próximos 15 ou 20 anos. Diante desse cenário a “descarbonização” não é só um caminho sensato a seguir, mas também a única forma de assegurar a perenidade dos negócios no médio e longo prazos. Provavelmente, bem antes de se completarem os próximos 10 anos, operações e produtos com alto teor de carbono enfrentarão graves barreiras especialmente nos mercados globais1. Atentas a esse cenário, 21% das empresas respondentes ao CDP Investors em 2012 dispõem de um orçamento dedicado à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de baixo carbono. Vale destacar também que 21 companhias (40%) contam com metas de redução de emissões; no total, foram relatadas 334 iniciativas de redução. A preocupação com a resiliência climática também vem se tornando importante corrente de pensamento na área de Investimentos. Cientes de que o risco ambiental pode comprometer significativamente seus ganhos, os investidores já começam a excluir de seus portfólios empresas que não possuem uma estratégia clara diante das mudanças climáticas. Em pesquisa realizada pelo CDP com seus signatários no Brasil, 50% dos respondentes apontaram o banco de dados da organização como principal ferramenta para gestão de riscos climáticos. A fim de oferecer subsídios, tanto para que empresas quanto investidores conduzam sua estratégia rumo à economia de baixo carbono, o CDP passou a implementar a sua metodologia de pontuação (scoring) de respostas no Brasil a partir do ano passado. Este é o primeiro relatório do CDP Brasil, cuja análise integra também as pontuações das empresas nos quesitos de Disclosure e Performance. Neste ano, somente as empresas terão acesso as suas notas individualmente, bem como os investidores signatários do CDP. Neste relatório, encontram-se as 10 melhores respostas em ordem alfabética nos dois quesitos citados acima. Todo o esforço de coleta e compilação de dados só faz sentido se ele de fato consistir em fonte de informação relevante para investidores e empresas. Com esse objetivo, realizamos mudanças na estrutura e no formato do relatório, que também estará disponível em sua versão para tablet, tecnologia desenvolvida pela The Media Group. Um fator para encorajar os investidores brasileiros a engajarem empresas na gestão, no reporte e na redução de emissões é o fato de que os investimentos responsáveis já apresentam vantagem em relação aos tradicionais. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), do início do ano até agosto, fundos de ações da categoria sustentabilidade e governança renderam, em média, 13,69%, acima dos grupos Ibovespa Ativo (5,55%) e IBrX Ativo (7,81%). Além disso, carteiras de investimento responsável apresentam uma melhor relação risco-retorno. É o que mostra a análise histórica do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa. Desde 30 de novembro de 2005, quando foi criado, o ISE avançou 137%. O Ibovespa, 85,24%. Observando a volatilidade, o ISE também demonstrou comportamento melhor que o índice das ações mais negociadas na bolsa. Isso mostra que os investidores não precisam abrir mão da sua rentabilidade para investir em empresas mais saudáveis não só do ponto de vista econômico mas também ambiental e social. No livro A revolução decisiva, Peter Senge e seus colegas dão o tom do desafio que está por vir. Para eles, a sustentabilidade está longe de ser um modismo e é improvável que leve séculos para amadurecer e se espalhar, pelo simples fato de que, no mundo contemporâneo, totalmente interconectado, “os problemas são globais e as mudanças também o serão”. A análise é seguida da indagação, bastante propícia para a discussão levantada neste relatório: “Vamos proteger os modos do passado ou nos associar à criação de um futuro diferente?” A resposta, diante das evidências que muitos ainda se recusam a perceber, é inequívoca: “Não há caminho que não leve em consideração a necessidade das gerações futuras.”2 Fernando Eliezer Figueiredo e Juliana Lopes Diretores do CDP Latin America 1 ABRANCHES, Sérgio. “Agenda climática, sustentabilidade e desafio competitivo”. Artigo publicado no livro “Sustentabilidade e Geração de Valor”. Campus Elsivier (2010) 2 SENGE, Peter. A revolução decisiva. Ed. Campus/Elsevier (2009). CDP_Sumário_Brasil_port.indd 5 5 10/10/12 19:27 Investidores Signatários Abaixo a relação de investidores signatários no Brasil e América Latina. Destacados em azul encontram-se aqueles que são signatários do CDP Investors e Water Disclosure Project. Instituição ABRAPP – Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais AFP Integra Antera Gestão de Recursos S.A. ASM Administradora de Recursos S.A. Banco Bradesco S.A. Banco de Crédito del Perú BCP Banco de Galicia y Buenos Aires S.A. Banco do Brasil S.A. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Banesprev – Fundo Banespa de Seguridade Social BASF Sociedade de Previdência Complementar BioFinance Administração de Recursos de Terceiros Ltda. Brasilprev Seguros e Previdência S.A. Caixa Beneficente dos Empregados da Companhia Siderúrgica Nacional – CBS Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (CAPEF) Caixa Econômica Federal CAPESESP CERES – Fundação de Seguridade Social (Investor CDP 2012) País Brasil Brasil Peru Brasil Brasil Brasil Peru Argentina Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil ELETRA – Fundação Celg de Seguros e Previdência Brasil ELETROS – Fundação Eletrobras de Seguridade Social Brasil FACEB – Fundação de Previdência dos Empregados da CEB Brasil FACHESF – Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social Brasil FAELCE – Fundação Coelce de Seguridade Social Brasil FAPERS – Fundação Assistencial e Previdenciária Brasil da Extensão Rural do Rio Grande do Sul 6 FAPES – Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES Brasil FASERN – Fundação COSERN de Previdência Complementar Brasil FIPECq – Fundação de Previdência Complementar dos Empregados e Servidores da FINEP, do IPEA, do CNPq Brasil FIRA – Banco de México FORLUZ – Fundação Forluminas de Seguridade Social FUNCEF – Fundação dos Economiários Federais Fundação AMPLA de Seguridade Social – Brasiletros CDP_Sumário_Brasil_port.indd 6 México Brasil Brasil Brasil Instituição Fundação Atlântico de Seguridade Social Fundação Attilio Francisco Xavier Fontana Fundação Banrisul de Seguridade Social Fundação BRDE de Previdência Complementar – ISBRE Fundação Corsan – dos Funcionários da Companhia Riograndense de Saneamento Fundação Itaipu – de Previdência e Assistência Social Fundação Itaubanco Fundação Itaúsa Industrial Fundação Promon de Previdência Social Fundação Sistel de Seguridade Social FUNDIÁGUA – Fundação de Previdência Complementar da CAESB FUSAN – Fundação SANEPAR de Previdência e Assistência Social GEAP Fundação de Seguridade Social Grupo Financeiro Banorte SAB de CV Grupo Santander Brasil INFRAPREV – Instituto Infraero de Seguridade Social Itaú Asset Management Itaú Unibanco Holding S.A. Johnson&Johnson Sociedade Previdenciária Mendesprev Sociedade Previdenciária Metrus – Instituto de Seguridade Social Mongeral Aegon Seguros e Previdência S.A. PETROS – Fundação Petrobras de Seguridade Social Porto Seguro S.A. POSTALIS – Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos PREVHAB Previdência Complementar PREVI Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil País Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil México Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil PREVIG Sociedade de Previdência Complementar Brasil Real Grandeza Fundação de Previdência e Assistência Social Brasil REFER – Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social Santa Fé Portfólios Ltda. SEBRAEPREV – Instituto Sebrae de Seguridade Social SERPROS – Fundo Multipatrocinado Sociedade de Previdência Complementar da Dataprev – Prevdata Stratus Group VALIA – Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil 10/10/12 19:27 Principais Resultados O Carbon Disclosure Project (CDP) é uma organização independente, sem fins lucrativos e que detém o maior banco de dados globais sobre impacto climático corporativo. Criado em 2000, seu primeiro questionário foi enviado às 500 maiores empresas do mundo, com a finalidade de acelerar a criação de soluções e mitigar os efeitos do aquecimento global por meio da divulgação de informações relevantes aos negócios, às políticas e às decisões de investimento. Passados 12 anos desde a sua criação, o CDP conta hoje com mais de 655 signatários que, juntos, administram US$ 78 trilhões em ativos financeiros. Diante das evidências das ameaças das mudanças climáticas, cresce a pressão da sociedade civil organizada e a regulamentação governamental sobre o mercado empresarial, tornando fundamental a implementação de estratégias corporativas de mitigação, adaptação e compensação de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Além disso, a demanda dos investidores por uma economia responsável e sustentável aumenta o distanciamento entre as empresas que mantêm uma estratégia agressiva de competição por recursos e as empresas que reconhecem a necessidade de adaptar suas atividades às exigências de um planeta com recursos limitados. 1 1 A implementação efetiva de estratégias de combate à mudança do clima demanda atenção a diversos aspectos da gestão empresarial, exigindo comprometimento da alta direção e ampla atuação para integrar as mudanças climáticas ao centro da estratégia de negócio. O reporte ao Carbon Disclosure Project (CDP) mostra-se útil no auxílio à estruturação dessas estratégias, na medida em que o questionário é estruturado com base nos fatores críticos ao sucesso de uma estratégia em mudanças climáticas. Em 2012, 80 companhias no Brasil foram convidadas a relatar suas emissões e políticas de combate às mudanças climáticas de 2011. Dessas empresas, 65% responderam ao CDP 2012 (52 em 80, contra 54 em 2011): 22 empresas (28%) declinaram ao convite de responder ao questionário e 5 outras 4 (7%) das empresas não forneceram ao CDP qualquer resposta ao convite. Ainda que o número de respondentes tenha sido reduzido com relação ao ano anterior, nota-se uma evolução nas respostas do questionário. As exceções a tal tendência concentram-se em duas questões: a identificação de outras oportunidades (que não físicas e regulatórias) e o envolvimento em projetos de créditos de carbono. A tabela 1 exibe a porcentagem de empresas que responderam positivamente à cada questão mencionada. Evolução das Respostas do CDP Questão 2008 2009 2010 2011 2012 Indicou nível hierárquico elevado para as mudanças climáticas? Oferece incentivos para os responsáveis pelo tema? As mudanças climáticas estão inseridas na estratégia de negócios? Está engajada com formuladores de políticas para mitigação/adaptação? Possuía uma meta de redução de emissão que estivesse em vigor? Os produtos/serviços permitem redução de emissão por terceiros? Possui iniciativas de redução de emissão que estavam ativas? Publicou sobre mudanças climáticas e emissões de GEE além de no CDP? Riscos relacionados à regulamentação Riscos relacionados às mudanças físicas Oportunidades relacionadas à regulamentação Oportunidades relacionadas às mudanças físicas Reportou emissões do Escopo 1? Reportou emissões do Escopo 2? Reportou emissões do Escopo 3?1 Esteve envolvido em algum projeto de “créditos de carbono”? 60% 37% 43% 63% 63% 45% 52% 52% 45% 49% 49% 61% 61% 73% 73% 53% 61% 55% 25% 67% 33% 63% 22% 56% 63% 81% 80% 59% 72% 69% 24% 85% 44% 76% 69% 31% 54% 80% 83% 74% 76% 80% 52% 93% 93% 81% 33% 92% 54% 81% 79% 40% 73% 83% 92% 83% 79% 81% 60% 94% 98% 88% 27% Foram consideradas aqui as empresas que relataram as emissões de ao menos uma fonte relevante de escopo 3, apresentando a metodologia utilizada para contabilização. CDP_Sumário_Brasil_port.indd 7 7 10/10/12 19:27 A avaliação das respostas demonstra um envolvimento direto da alta administração das empresas no tema das mudanças climáticas. A maioria das respondentes indicou que o maior nível hierárquico responsável por mudanças climáticas se encontram ligado ao Conselho Administrativo, em especial por meio de comitês de sustentabilidade de caráter consultivo. O potencial de efetividade da governança também é destacado pelos incentivos para a gestão de assuntos relacionados ao clima, geralmente monetários e determinadas pelo bom desempenho de indicadores ambientais gerais. Dessa forma, 35% das empresas apresentam incentivos diretamente relacionados à gestão de GEE, incluindo reduções e reporte de emissões. Os processos descritos de gestão de riscos demonstram atribuir baixa priorização dos riscos ligados às mudanças climáticas em relação aos demais riscos corporativos. A exceção se dá em cujo negócio está ligado ao clima e às que deverão se submeter a regulamentações setoriais de redução de emissões envolvendo alto investimento. Ainda que a maioria das empresas (81%) tenha declarado que as mudanças climáticas estão integradas à sua estratégia de negócio, as decisões corporativas relevantes só apresentam influência significativa do tema para 19% delas. Além disso, a percepção das empresas no que concerne às vantagens competitivas obtidas pelas mudanças do clima ainda não atinge 48%. 3 Empresas que reportaram metas de redução Não implementado A ser implementado Fase de investigação Implementação iniciada Implementado O gráfico 1 indica os cinco riscos mais relatados pelas empresas respondentes, informando a porcentagem que foi relatada. Destaca-se ainda que, para quase todas as empresas, os aspectos financeiros dos riscos, tais como custo relacionados as sua gestão e potencial impacto financeiro, ainda não são claros. Os riscos provenientes de potenciais exigências legais ligadas às mudanças climáticas levam a um alto nível de engajamento das empresas com formuladores de políticas. Riscos regulatórios foram relatados especialmente em razão das novas legislações brasileiras que estabelecem metas setoriais de redução de emissões e às discussões envolvendo a continuidade do Protocolo de Quioto e seu segundo período de compromisso. Entre os riscos físicos, nota-se grande preocupação com extremos de precipitação e seca. Essa preocupação é inerente a empresas que dependem diretamente do clima, além de trazer para os demais negócios impactos como enchentes, que prejudicam instalações, e secas, que prejudicam os fornecimentos de água e energia. Os demais riscos envolvem especialmente a reputação corporativa. De forma geral, as empresas acreditam que perderão uma parcela de seus consumidores e investidores caso não cumpram as demandas do mercado, como leis ambientais e melhores práticas. De forma geral, as 6 Medidas utilizadas para redução de emissões Eficiência Energética: Processo Eficiência Energética: Estrutura Outros Redução das emissões no processo de manufatura Instalação de energia de baixo teor de carbono Transporte: Utilização Mudança de Comportamento Transporte: Frota Reduções de emissões fugitivas Design de produto Compra de energia de baixo teor de carbono 2 13 4 4 3 11 36 5 22 7 34 10 18 29 12 CDP_Sumário_Brasil_port.indd 8 10/10/12 19:27 5 20% 10% CDP_Sumário_Brasil_port.indd 9 Reputação 30% Incertezas quanto a novos regulamentos 40% Mudança no pradrão de precipitação 50% Mudança nos extremos de precipitações e secas 60% Oportunidades mais Reportadas 50% 40% 30% 20% 10% Acordos internacionais Riscos mais Reportados Regulamentos ambientais gerais, incluido o planejamento 4 Regulamentos ambientais gerais incluindo o planejamento As oportunidades regulatórias consistem com mais frequência nas relacionadas aos mercados de carbono, às metas de redução e ao reporte de emissões. O impacto GESTãO DE EMISSõES A quase totalidade das respondentes relatou suas emissões, apresentando maior dificuldade no relato do escopo 3. Verifica-se a predominância da abordagem de consolidação das emissões por controle operacional. No entanto, metade das empresas afirmou que algumas de suas fontes de emissões não foram incluídas, ainda que façam parte dos limites. As metodologias mais utilizadas consistem no Programa Brasileiro do GHG Protocol (69% das Regimes de Cap and Trade As oportunidades ligadas às mudanças climáticas concentram-se nas de ordem social. Visto que as empresas respondentes do CDP tendem a assumir papéis de liderança em seus setores, a procura crescente dos consumidores por empresas ambientalmente responsáveis as coloca em papel de destaque. As medidas para gestão de tais oportunidades estão relacionadas ao reporte público em plataformas reconhecidas internacionalmente e ao desenvolvimento de linhas “verdes” de produtos e serviços. Por fim, as oportunidades relacionadas aos impactos físicos das mudanças climáticas são direcionadas a certos setores e regiões. No setor financeiro, espera-se aumento na demanda por seguros e linhas de crédito. Para o setor Agroflorestal, há benefícios de aumento na produtividade. Empresas de outros setores relataram benefícios advindos de sua menor vulnerabilidade aos efeitos dos impactos físicos da mudança do clima. Reputação O gráfico 2 indica as cinco oportunidades mais relatadas pelas empresas respondentes. Nota-se que as oportunidades identificadas estão mais concentradas nas reputacionais ou de ordem social, seguidas das oportunidades de ordem regulatória. As oportunidades físicas são mais direcionadas às empresas cujos negócios se relacionam diretamente ao clima e que se encontram em localizações privilegiadas. Da mesma forma que na avaliação de riscos, os custos e benefícios financeiros advindos das oportunidades não são claros para quase todas as respondentes. mais identificado consiste na posição de liderança setorial. As empresas acreditam que assumir a liderança em desempenho ambiental nos seus setores pode favorecê-las na iminência de novas regulações. A maioria das empresas apresentou medidas para gestão de tais oportunidades, especialmente ações preventivas aos regulamentos, aos investimentos em tecnologias de bom desempenho ambiental e às discussões com formuladores de políticas. Alteração do comportamento do consumidor iniciativas tomadas consistem no relato de informações em plataformas públicas, como o CDP. 10/10/12 19:27 empresas), GHG Protocol (33%) e ISO 14064-1 (25%), e boa parte das empresas utiliza mais de uma metodologia para contabilização. Cerca de 60% das empresas realizaram verificação de seus inventários, especialmente pela ISO 14.064-3 e ISAE 3000. As reduções de emissões podem ser classificadas como absolutas e de intensidade. Reduções absolutas descrevem uma redução das emissões reais em um dado ano, quando comparadas a um ano-base. As reduções de intensidade (ou indicadores) descrevem uma redução das emissões normalizadas para uma métrica de negócios (e.g. toneladas de CO2 por unidade de receita). A maioria das empresas relatou um decréscimo de suas emissões absolutas combinadas dos escopos 1 e 2 no ano passado e, entre elas, apenas oito atribuíram esse decréscimo a atividades voltadas para a redução de emissões. Além disso, a maior parte das respondentes relatou redução nos indicadores de emissões: as emissões dos escopos 1 e 2 por receita caíram para 60% das empresas, e as emissões por funcionários equivalentes em tempo integral caíram para 42%. 7 Embora o envolvimento das empresas respondentes em projetos de créditos de carbono seja mais relevante, apenas cinco empresas afirmaram participar de algum regime de comércio de emissões de GEE (o EU ETS para todas), e 11 preveem participar de um esquema de comércio de emissões nos próximos dois anos. A definição de metas de redução de emissões foi apontada por 40% das respondentes. Além disso, foram reportadas 334 iniciativas de redução. Entre as empresas que detalharam as suas iniciativas, somente 15% mencionaram que são inovadoras e 21% possuem orçamento dedicado a P&D de baixo carbono. O gráfico 3 indica a porcentagem das iniciativas alocada em cada categoria, na qual grande parte dos projetos enquadrados na categoria “Outros” refere-se à geração de energia renovável e à troca de combustível. O questionário do CDP pode ser utilizado como referência para o desenvolvimento da gestão corporativa das mudanças climáticas. Com base nessa característica do CDP, foi elaborado um roteiro indicando seus estágios principais de desenvolvimento e as questões referentes a cada etapa. Roteiro para Construir uma Gestão de Emissões Eficiente ESTáGIO 1 ESTáGIO 2 ESTáGIO 3 Mensuração de Emissões Elaboração de Inventário de GEE (Q8.1-8.4/9/10/11.5) Ampliação de Escopo 3 e verificação externa do inventário (Q8.6/8.7/15.2) Certificação na NBR ISO 14.064 – Parte 1 (Q7/8.5) Comunicação Relatórios corporativos e plataformas simples (GHG Protocol) (Q4) Relatórios corportivos sob GRI e relato em plataformas complexas (CDP) (Q4) Bom desempenho em todos meios de relato (Q4) Governança e Estratégia Criação de comitês e política no tema e gestão de risco e oportunidades (Q1.1/2.1/2.3/5/6) Estabelecimento de metas e incentivos para gestão do tema (Q1.2) Integração completa do tema nas decisões estratégicas (Q2.2) Redução de Emissões Identificação de oportunidades de redução de emissões e criação de indicadores (Q13.2-13.4/14) 10 Criação de cenários de redução de emissões e engajamento com fornecedores (Q3.2) Seleção e implementação de metas e medidas de redução de emissões (Q3) Fonte: WayCarbon CDP_Sumário_Brasil_port.indd 10 10/10/12 19:27 Pontuação das Respostas Como forma de estimular as empresas a aprimorar a sua governança climática e os investidores a integrar o tema à sua tomada de decisão, o CDP criou - com o apoio da PwC, sua parceira global - uma metodologia para pontuação (scoring) das respostas. Por esse trabalho, o CDP foi reconhecido como a organização mais confiável pelo “Rate the Raters 2012”, pesquisa realizada pela Globescan e SustainAbility que avalia rankings internacionais de sustentabilidade. Essa metodologia passou a ser implementada no Brasil a partir do ano passado, com o apoio da PwC. Este é o primeiro relatório, cuja análise integra também essas pontuações. Em 2012, somente as companhias terão acesso as suas notas individualmente, bem como os investidores signatários do CDP. Nas páginas a seguir, encontram-se as 10 melhores respostas em ordem alfabética nos quesitos de Disclosure e Performance. Parabenizamos as empresas que figuraram entre as melhores pontuações em ambos os quesitos, com destaque a Vale, a melhor pontuação de Disclosure, e a Itaúsa, a melhor pontuação de Performance. A seguir, a explicação resumida sobre como são compostas as notas. No site do CDP, podem ser encontradas informações mais detalhadas, bem como treinamentos e a metodologia completa. 8 FiGuRa 2 Alto (>70) • Entendimento de riscos e oportunidades. • Tema das mudanças climática integrado na estratégia. • Mensuração da pegada de carbono e reporte às partes interessadas. Médio (50-70) • Maturidade e entendimento de riscos e oportunidades em crescimento. • Habilidade de medir e gerenciar a pegada de carbono nas operações. • Transparência. Baixo (<50) • Entendimento em desenvolvimento de riscos e oportunidades relacionado ao clima. • Relato limitado dos riscos e das oportunidades. • Capacidade limitada de medir a pegada de carbono e gerenciar emissões. • Relutância em fornecer informações requisitadas, em razão da sensibilidade comercial. METODOLOGIA DE PONTUAÇãO DISCLOSURE Uma pontuação elevada nesse quesito de carbono indica uma resposta completa e abrangente. A resposta deve mostrar claramente os riscos e as oportunidades relacionados às mudanças climáticas específicos a seus negócios e também uma boa prática de gerenciamento para avaliação e entendimento das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). É importante salientar que a pontuação de disclosure não é uma métrica de desempenho relacionada ao gerenciamento das mudanças climáticas, porque essa pontuação não leva em consideração nenhuma atividade de mitigação. A pontuação de disclosure das companhias é baseada somente nas informações relatadas nas respostas ao CDP Investor. A pontuação de disclosure de carbono é normatizada em uma escala de 100 pontos. Geralmente, a faixa na qual as companhias se enquadram sugere níveis de comprometimento e experiência relacionados ao disclosure de carbono. Uma descrição de cada faixa pode ser encontrada na figura a seguir: 10 melhores notas de Disclosure Relação de empresas em ordem alfabética: • BM&F Bovespa • Braskem S.A. • CPFL Energia S.A. • EDP – Energias do Brasil S.A. • Itaúsa Investimentos – Itaú S.A. • JBS S.A. • Marfrig Alimentos S.A. • Petróleo Brasileira S.A. – Petrobras • Santander Brasil • Vale* “Revisamos nossa missão, visão e valores, de modo a alinhá-los aos seus novos objetivos e orientações estratégicas. O resultado é que a sustentabilidade tornou-se um dos principais direcionadores da empresa. Nossa nova missão é transformar recursos naturais (recursos minerais anteriormente) em riqueza e desenvolvimento sustentável. A política de mudanças climáticas global também foi revista, a fim de atualizar os compromissos da Vale sobre gestão de emissões de gases de efeito estufa dentro de seus processos e na cadeia de valor, incluindo o estabelecimento de uma meta de redução de emissões, aprovada recentemente pelo Conselho de Administração.” – Vale * A Vale teve a melhor pontuação de Disclosure entre as empresas brasileiras CDP_Sumário_Brasil_port.indd 11 10/10/12 19:27 10 melhores notas de Performance PERFORMANCE A pontuação de performance de carbono é complementar a de disclosure e pode ser encarada como uma ferramenta para reconhecimento das empresas que estão tomando medidas positivas de mitigação de mudanças climáticas. A pontuação de performance provê uma perspectiva valiosa no que tange a faixa e qualidade das respostas ao requerimento de informações anual do CDP Investor. É importante que os investidores tenham em mente que a performance de carbono do CDP Investor não é uma avaliação comparativa das atividades de redução da intensidade de carbono da companhia no setor, do quão relevante são as ações da companhia ou uma medida do quão “verde” ou baixo carbono a companhia é, mas sim um indicador do grau em que a companhia está tomando ações para o gerenciamento de seus impactos relacionados às mudanças climáticas. Para se qualificar a receber pontuação de performance, as companhias devem pontuar no mínimo 50 pontos para disclosure. Pontuações de disclosure inferiores a 50 não necessariamente indicam performance fraca, mas informação insuficiente para a avaliação da performance. A pontuação de performance de carbono é dada em bandas que são definidas pelas características descritas na figura 1. Relação de empresas em ordem alfabética: • BM&F Bovespa • Cia Energética de São Paulo – CESP • Companhia Energética Minas Gerais – CEMIG • CPFL Energia S.A. • EDP - Energias do Brasil S.A. • Itaúsa Investimentos Itaú S.A.* • JBS S.A. • Marfrig Alimentos S.A. • Petróleo Brasileira S.A. – Petrobras • Santander Brasil “A questão dos riscos e oportunidades decorrentes das mudanças climáticas é recorrentemente tratada na agenda de um grupo de gestão específico denominado Foco Estratégico em Riscos e Oportunidades Socioambientais. Também podemos mencionar um momento específico em que essa questão é avaliada de uma forma abrangente, incluindo desde riscos físicos, relacionados a impactos nas instalações de uma instituição financeira até riscos de reputação. Esta análise é realizada durante a avaliação do nosso desempenho em índices do mercado de sustentabilidade, cujo escopo inclui as mudanças climáticas, identificando claramente as nossas lacunas e pontos fortes, e os consequentes riscos e oportunidades, bem como a direção em que outras organizações estão se movendo a este respeito.” – Itaúsa * A Itaúsa teve a melhor pontuação de Performance entre as empresas brasileiras Banda de Performance (“A” é a maior) 9 FiGuRa 1 Não é dada pontuação de performance abaixo da pontuação de 50% para disclosure >85 Banda A/A-: Estratégia completamente integrada, conduzindo maturidade em iniciativas de mudanças climáticas De 61-80 Banda B: Integração das mudanças climáticas reconhecida às prioridade para a estratégia; nem todas as iniciativas estão completamente estabelecidas De 41-60 Banda C: Algumas atividades relacionadas às mudanças climáticas com níveis variados de integração dessas iniciativas na estratégia De 21-40 Banda D: Evidências de mitigação e adaptação limitadas e nenhuma/limitada estratégia em mudanças climáticas ≤20 Banda E: Pouca evidência de iniciativas no gerenciamento de carbono possivelmente, pelo fato de a companhia estar apenas começando estão apenas começando Limiar de disclosure para obter pontuação de performance (50%) CDP_Sumário_Brasil_port.indd 12 Pontuação de disclosure (máx. 100) 10/10/12 19:27 Tendências As respostas ao CDP Investor 2012 possibilitaram obter uma visão clara do atual posicionamento do mercado quanto às mudanças climáticas. A maior parte das questões foi respondida por um número maior de empresas do que no ano passado, com exceção da identificação de outras oportunidades (que não físicas e regulatórias) e o envolvimento em projetos de créditos de carbono. A redução na participação em projetos desse tipo deve-se em parte às incertezas relacionadas às regulamentações sobre o assunto, incluindo o fim do primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto e as políticas de mudanças climáticas. Além disso, surgiram com o tempo novas linhas de financiamento para projetos de redução de emissões, bem como o aumento na percepção das empresas sobre a potencial redução de custos associada a esses projetos. Apesar de tal evolução, a avaliação do desempenho e das tendências do mercado fica comprometida por deficiências no relato em si. A elaboração das respostas sem o auxílio das diretrizes oferecidas pelo CDP (Orientação para as empresas respondentes - 2012) tende a demandar um maior esforço por parte das empresas, além de criar a possibilidade de respostas incompletas ou fora do escopo definido. Desse modo, a observação atenta das orientações do CDP é recomendável, pois elas auxiliam não apenas a avaliação do mercado pelo CDP e uma maior pontuação às empresas, mas também são importantes para a reflexão interna no que se refere às mudanças climáticas. Dessa forma, o questionário do CDP foi elaborado com o objetivo de auxiliar as empresas na implementação efetiva de uma gestão corporativa do clima, o que pode ser evidenciado em parte pelo roteiro apresentado na seção anterior. As oportunidades regulatórias relatadas incluem especialmente os regimes de Captura e Comércio de Emissões (Cap and Trade), que fornecem benefícios financeiros para empresas com iniciativas de redução de emissões. Levando em conta as incertezas relacionadas às regulações futuras sobre o clima e a grande quantidade de oportunidades que podem gerar, o engajamento das empresas com os formuladores de políticas torna-se fundamental. As empresas devem sinalizar que aspiram uma economia de baixo carbono e devem participar ativamente da construção dessas novas regulações, de forma que os objetivos estabelecidos sejam realistas, viáveis e facilitem o crescimento dos negócios que cumprirem com os compromissos ambientais estabelecidos. Já, as oportunidades relacionadas aos impactos físicos das alterações climáticas são relatadas em especial por empresas ligadas ao clima e em locais privilegiados. Os eventos extremos de precipitação e secas representam a maior oportunidade e o maior risco simultaneamente, tendo sido relatados como oportunidade por mais de 20% das empresas e como risco por mais de 50% delas. A quase totalidade das respondentes relatou suas emissões no questionário 2012, apresentando maior dificuldade no relato do escopo 3. Essas informações permitem concluir que os inventários têm sido amplamente desenvolvidos, o que pode auxiliar as empresas a trazer melhorias para toda a gestão corporativa de GEE. Só se gerencia o que se mede, portanto desenvolver um inventário de emissões de GEE é passo inicial para a gestão do carbono pela organização. Investir em procedimentos para conhecer, entender e mensurar emissões traz inúmeros benefícios para a organização, auxiliando-a a identificar oportunidades de redução de emissões eficientes e a cumprir legislações futuras. Seguindo tendências mundiais, quantificar as emissões corporativas de GEE está tornando-se mandatório em alguns estados brasileiros. Com a realização do inventário, a empresa pode iniciar a inserção da variável clima no seu planejamento estratégico, mediante avaliação de riscos e oportunidades, participação em relatórios públicos e programas de GEE e participação em mercados de GEE (CNI, 2011). A importância dos inventários reflete-se no grande número de iniciativas de redução de emissões (334), relatadas pela maioria das respondentes (40%). Tais iniciativas concentram-se principalmente em medidas de eficiência energética. No entanto, a definição de metas de redução de emissões ainda atinge menos da metade das respondentes, e os detalhes das iniciativas são pouco relatados, especialmente no que se refere a aspectos financeiros. As empresas brasileiras podem e devem assumir compromissos mais ambiciosos de redução, desvinculando o crescimento da geração de emissões. O Brasil detém condições ótimas para forjar esse novo modelo de desenvolvimento sustentável, com incontáveis casos de sucesso. Adiar a transição para uma economia de baixo carbono não significa apenas perder novos mercados mas também subjugar o papel protagonista do Brasil nessa nova conjuntura. E enquanto a regulação global não vem, os negócios precisam continuar avançando na inovação e na busca de oportunidades para fazer mais com menos. As decisões que perpetuam uma economia legítima, de baixo carbono e de alto crescimento vão trazer valor considerável para aqueles que tiverem a visão de futuro para tomá-las. Esperamos que as informações contidas neste relatório e as respostas das empresas auxiliem a iluminar esse caminho. * Leia o relatório completo do CDP Brasil 2012 (disponível para download no site: www.cdproject.net/br). Conheça também a versão para tablet do relatório. CDP_Sumário_Brasil_port.indd 13 13 10/10/12 19:27 GHG BRASIL DJSI IGC ICO2 ISE Nome AES Tietê All América Latina Logística Ambev - Cia. de Bebidas das Américas Amil Participações Anhanguera Educacional Participações Banco Bradesco Banco do Brasil Banco do Estado do Rio Grande do Sul BM&F Bovespa BR Properties Bradespar Brasil Telecom NYSE Tabela-Resumo Empresas Brasileiras 2012 2011 2010 2009 2008 2007 N S N N N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N S S N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Declinou S N S N N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N N S N N Declinou Não N S N S N N respondeu S S S S S S Respondeu N S S S S S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N N N N N Declinou Declinou Declinou Declinou Não incluída Não incluída N N N S Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Respondeu Respondeu N N N N S N S N S S S N N N N N S N N N Respondeu Declinou Respondeu Respondeu Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Braskem S S S S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu BRF Brasil Foods BRMALLS Participações Cemig Cetip Cia. Brasileira de Distribuição (CBD) Grupo Pão de Açúcar Cia. de Saneamento Basico do Estado de Sao Paulo - SABESP Cia. Energética de São Paulo - CESP Cia. Hering Cia. Paranaense de Energia - COPEL Cia. Siderúrgica Nacional - CSN Cielo S.A. Companhia de Concessões Rodoviárias - CCR Copasa S N S N Cosan CPFL Energia CTEEP Cia. de Transmissão de Energia Elétrica Paulista Cyrela Brazil Realty Diagnósticos da América - DASA Duratex Ecorodovias Infraestrutura e Logística EDP - Energias do Brasil Eletrobras Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo Embraer S N S N S S S N S S S S N N S N S N N N Respondeu Declinou Respondeu Declinou Respondeu Declinou Respondeu Não incluída Respondeu Declinou Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Respondeu Respondeu Não Respondeu Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída S N N S N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu S S N S N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N S N S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N N S N N Declinou Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Forneceu S S N S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu informações S N N N N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Declinou N N S S N S Respondeu Declinou Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída N S S S N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N S N S N N Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Não S N S S N N Declinou Declinou Respondeu Respondeu Declinou respondeu S S N S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N N N N N Declinou Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N N S N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Declinou N N N S N N Declinou Declinou Declinou Declinou Declinou Declinou N S N S S N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N S N S N S Respondeu Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída N S N S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu S S N S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N S S S N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu S S N S S N Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída 14 CDP_Sumário_Brasil_port.indd 14 10/10/12 19:27 GHG BRASIL S S N S N N DJSI Gerdau IGC S S S S N N Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída ICO2 NYSE Fibria Celulose ISE Nome Gol Linhas Aéreas Inteligentes HRT Participações em Petróleo Hypermarcas Itaú Unibanco Holding Itaúsa JBS Klabin N S N N N Light N S N S N N Localiza Rent a Car Lojas Americanas Lojas Renner Marcopolo Marfrig Alimentos N N N N N Metalúrgica Gerdau N N N S N N MMX Mineiração e Metálicos MPX Energia MRV Engenharia e Participações MULTIPLAN Empreendimentos Imobiliários Multiplus Natura Cosméticos Odontoprev OGX Petróleo e Gás Participações Oi PDG Realty S.A. Empreendimentos e Participações Petrobras Porto Seguro QGEP Participações Raia Drogasil Redecard Santander Brasil Souza Cruz Sul América TAM Telefonica Brasil Tim Participacões Totvs Tractebel Energia Ultrapar Participações Usiminas Vale Weg 2012 Não respondeu 2011 2010 2009 2008 2007 Forneceu Forneceu Forneceu Respondeu Respondeu informações informações informações S N S S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N N S N N N S S N N N N N N N N S S S N N S S N S S S S S S S N S S S N S S N N N N N N N N N N N S N S S N S Não respondeu Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Respondeu Não Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu respondeu Declinou Declinou Declinou Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Declinou Declinou Declinou Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Não incluída Não Forneceu Forneceu Forneceu Respondeu respondeu informações informações informações N N S S N N Declinou Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Não incluída Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Respondeu Não incluída Respondeu Não incluída Declinou Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída N N N S N N Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Forneceu N N S S N N Declinou Declinou Não incluída Não incluída Não incluída informações N N N S N N Declinou Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída N N N S N N Declinou Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída N S S S N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu N N N S N N Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída N N S S N N Declinou Declinou Declinou Não incluída Não incluída Não incluída S S S N N S Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Não respondeu N N S S N N Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Não respondeu S N N N N S N N S S S N N N Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Declinou Respondeu N N N N S S N S N N S N S S N N N N S S S N N S S N N N N S S S S S N S N N S S S S S N N N S N N N N N N N N N S S N N N S S N N S S N N N Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Declinou Declinou Respondeu Respondeu Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Respondeu Não incluída Respondeu Declinou Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Forneceu N N N S N N Declinou Declinou informações S S S S N S Respondeu Respondeu Respondeu N N N S N N Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Não incluída Declinou Não incluída Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Respondeu Não incluída Respondeu Respondeu Forneceu informações Respondeu Declinou Respondeu Respondeu Declinou Respondeu 15 CDP_Sumário_Brasil_port.indd 15 10/10/12 19:27 CDP Paul Simpson Chief Executive Officer Sue Howells Co-Chief Operating Officer Global Operations Frances Way Co-Chief Operating Officer Programs Fernando Eliezer Figueiredo Diretor Brasil Juliana Campos Lopes Diretora América Latina Rua Dr. Nicolau de Souza Queiros, 199, casa 6, Vila Mariana São Paulo/SP – Brazil CEP: 04105-001 Tel: +55 11 2305-6996 Fax: +55 11 2305-6116 www.cdproject.net www.cdproject.net/br WayCarbon Conteúdo Fabio Bazanelli Coordenação Iris Gercov Coordenação Alexandre Germani Roberto Gonzalez Henrique Pereira de Almeida Felipe Bittencourt Contatos Tel: +55 31 3304.0577 www.waycarbon.com The Media Group Tel: +55 11 3254-6700 www.mediagroup.com.br PwC Brasil Scorer Flávia Takeuchi Coordenação Carlos Rossin Diagramação Tel: +55 11 3674 2874 www.pwc.com.br Patronos Abrapp – Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar Devanir Silva – Superintendente Tel: +55 11 3043-8744 www.abrapp.org.br Antônio Sena - Controller Tel: +55 11 3043-8753 Santander Brasil Carolina Learth Tel: +55 11 3553-5371 www.santander.com.br COMUNICADO IMPORTANTE: O conteúdo deste relatório poderá ser utilizado por qualquer pessoa, contanto que devidamente citada a fonte como “Carbon Disclosure Project 2012” (CDP). Isso não representa uma licença para republicar ou revender nenhuma das informações reportadas ao CDP e apresentadas nesta publicação. Para tanto, é preciso obter antes autorização expressa do CDP. O CDP e seus parceiros prepararam as informações e análises deste relatório baseados nas respostas à solicitação de informação do CDP 2012; portanto, não garantem a acurácia e completude dessa informação, bem como não se responsabilizam pela imparcialidade, exatidão ou integridade dos dados, nem por opiniões contidas neste relatório nem atitudes de terceiros no que diz respeito às informações prestadas. Tampouco arcarão com as consequências de decisões tomadas com base nas informações desta publicação. Não recomendamos o uso dos dados deste relatório sem a orientação de um profissional específico. Toda informação expressa aqui baseia-se na análise do período do relatório e está sujeita a mudanças sem aviso prévio em razão de fatores econômicos, políticos e industriais. CDP_Sumário_Brasil_port.indd 16 Linda Murasawa Tel: +55 11 3553-5398 A publicação inclui depoimentos de convidados que refletem pontos de vista dos seus respectivos autores e sua inclusão não significa um endosso a essas opiniões. Os autores, editores e suas empresas associadas – ou seus respectivos acionistas, diretores, gerentes e/ou funcionários – podem ter participação ou outros interesses relacionados aos investimentos aqui discutidos. As ações mencionadas neste documento podem não ser elegíveis para venda em alguns estados ou países, nem adequadas para todos os tipos de investidores; seu valor e a renda produzidas por elas poderão flutuar e/ou ser adversamente afetadas por mudanças nas taxas de câmbio. “Carbon Disclosure Project” e “CDP” referem-se ao Carbon Disclosure Project, uma empresa limitada por garantia do Reino Unido (United Kingdom), registrada como uma charity (número 1122330). 10/10/12 19:28