Curso para Explanadores: 2 de julho de 2011, das 9h00 às

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Curso para Explanadores: 2 de julho de 2011, das 9h00 às
Curso para Explanadores: 2 de julho de 2011, das 9h00 às 12h00
Carta aos Irmãos (TC n° 514, junho de 2011)
A. Cenário Histórico
Escrita em 16 de abril de 1275 (portanto, já no Monte Minobu), aos 54 anos de idade
Daishonin retornou do exílio da Ilha de Sado em março de 1274
Em maio de 1274 deixou Kamakura e se estabeleceu em Monte Minobu
Endereçada aos irmãos Ikegami
•
Mais velho: Ikegami Uemon no Tayu Munenaka
•
Mais novo: Ikegami Hyoe no Sakan Munenaga
•
Foram os primeiros discípulos de Daishonin, logo após o estabelecimento do verdadeiro budismo:
•
Munenaka, converteu-se provavelmente em 1256
•
Munenaga, logo depois
•
Ambos praticavam sinceramente juntos com suas esposas
Clã Ikegami:
•
proeminente família de samurais que se dedicava, como empreiteira, à construção de importantes
obras públicas a pedido do governo.
•
O pai - Ikegami Saemon no Tayu Yasumitsu – fiel seguidor do bonzo Ryokan (contrário a Nitiren
Daishonin), prior do templo Gokuraku da escola Preceitos - Verdadeira Palavra.
•
Opôs-se veementemente à fé dos seus filhos, os irmãos Ikegami
Quando foi escrita esta carta (1275):
•
Já eram seguidores por quase 20 anos (desde 1256)
•
Os dois irmãos já eram pessoas de meia idade, casados, com família (não eram adolescentes)
•
Daishonin escreveu esta carta por ter tomado conhecimento do que o pai Yasumitsu havia
deserdado o seu filho mais velho Munenaka, após ter ordenado abandonar a fé
O que significava ser deserdado:
Na sociedade feudal e na classe dos samurais da época, ser deserdado era uma sanção de
extrema gravidade.
significava perda da posição social e do sustento econômico.
E, ainda a perda dos direitos de sucessão (direito do filho mais velho de herdar a riqueza e o
prestígio social da família: existiam medidas sociais e econômicas totalmente inflexíveis contra
pessoas deserdadas)
Além do mais, nesse caso em particular, como somente o filho mais velho havia sido deserdado,
para o mais novo isso representava a oportunidade de ocupar o lugar e herdar ao pai, caso
aceitasse abandonar a fé.
Estava claro que se tratava de uma tática astuta do pai para enfraquecer a fé e a determinação do
filho caçula.
Portanto, era uma situação de extrema gravidade – difícil de imaginar, tanto para o mais velho –
Munenaka como para o mais novo – Munenaga e suas esposas.
Manter a fé diante destes obstáculos
Embora tenha sido perdoado, mais tarde em 1277 foi deserdado pela 2ª vez
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B. Resumo
É um escrito que ensina a atitude da prática da fé para vencer os obstáculos com coragem: prática da fé
para superar as dificuldades
Do início da explanação do presidente Ikeda (TC 503, julho/2010):
“Carta aos Irmãos” é um escrito que meu mestre e eu estudamos juntos como texto imprescindível
para aprender a postura correta na fé.
Nele, Nitiren Daishonin expõe aos seguidores como atingir o estado de Buda e como triunfar sobre
todas as funções da maldade — seja as que se apresentem sob a forma dos três obstáculos e das
quatro maldades, seja como funções do Rei Demônio do Sexto Céu.
Ele nos exorta a fazer isso empenhando-nos na fé com o mesmo comprometimento que ele manteve
e firmemente unidos com nossos companheiros. Podemos dizer que esse escrito é a base ou a fonte
das cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai.
A função da maldade tenta destruir a harmonia entre os praticantes (Munenaka e Munenaga
com suas esposas)
Se não triunfarmos na luta contra as funções maléficas, não poderemos conquistar a verdadeira
harmonia, felicidade, saúde, longevidade ou vitória — objetivos que representam o coração dessas
cinco diretrizes.
Nesta primeira parte da explanação e nas duas subsequentes, vamos analisar “Carta aos irmãos” e
aprender a fórmula para a vitória total que Nitiren Daishonin revela a seus seguidores.
Nas páginas deste escrito, Nitiren Daishonin ensina aos irmãos Ikegami que:
os obstáculos que tinham diante deles eram consequência inevitável da firme fé no Sutra de Lótus
o caminho para atingir o estado de Buda só poderia ser encontrado na luta contra as funções da
maldade de acordo com o Sutra.
(TC 505, setembro/2010): Em outras palavras, os obstáculos e as funções malignas surgem para atacar
os que praticam o ensinamento correto. Daishonin ensina aqui um ponto importante para a vitória em
nossa prática budista — pois somente pelo reconhecimento dessa verdade e estando prontos a combater
esses obstáculos com coragem e triunfar quando eles surgirem é que será possível realizarmos nossa
transformação interior.
Na Carta aos Irmãos, Daishonin ensina o porquê do surgimento dos obstáculos:
1. Oportunidade para manifestar uma forte fé a fim de se libertar do carma negativo: amenizar o efeito
cármico
2. São maus amigos (influências negativas) que tentam obstruir a prática das pessoas
3. Função negativa do rei Demônio do Sexto Céu que se apossa dos pais de uma pessoa ou de outras
com a finalidade de destruir sua fé
Nesta carta, Daishonin elucida o surgimento dos Três Obstáculos e Quatro Maldades, citando Tien’tai:
Grande Concentração e Discernimento:
“A doutrina dos Três Mil Mundos num Instante Momentâneo da Vida revelada no quinto volume do
Grande Concentração e Discernimento é especialmente profunda. Se propagá-la, os demônios
surgirão sem falha. Se isso não acontecesse, não haveria maneira de saber que esse é o ensino
correto. Em uma passagem do mesmo sutra consta: “Conforme a prática progride e a compreensão
aumenta, os três obstáculos e as quatro maldades se manifestam de forma confusa, competindo uns
com os outros para interferir... A pessoa não deve ser nem influenciada nem amedrontada por eles.
Se for influenciada, a pessoa será conduzida para os maus caminhos. Se ficar amedrontada, sua
prática será obstruída.” Essa afirmação não somente se aplica a mim, mas também é um
direcionamento para os meus seguidores. Faça deste o seu louvável ensino e transmita-o como o eixo
da fé para as futuras gerações.”
-2-
Os três obstáculos e quatro maldades: surgem como prova do ensino correto;
A luta contra as funções das maldades é o caminho para atingir o estado de Buda
Os três obstáculos e quatro maldades surgem de uma forma imperceptível para as pessoas (pelo
ponto fraco da pessoa, etc)
•
Surgem de uma só vez, sem planejamento e sem aviso
•
É por isso que se deve desenvolver uma prática da fé para não ser influenciado pela ação dos
três obstáculos e quatro maldades
•
No escrito As Perseguições ao Buda: “Fortaleça sua fé dia após dia, e mês após mês. Se
enfraquecer mesmo um pouco, demônios aproveitar-se-ão” (END v.I, p.304)
Não deve ser influenciada e não deve ser amedrontada
Daishonin descreve detalhadamente de uma forma prática e concreta aplicada à própria vida dos irmãos
Ikegami, como por exemplo (no trecho da página 46 da TC):
Obstáculos ou impedimentos causados pela esposa ou filhos
Obstáculos ou impedimentos provocados pelo soberano ou pelos pais
Funções do Rei Demônio do Sexto Céu
Nesta carta, podemos observar a clara visão do Buda Nitiren Daishonin em relação aos fatos que
aconteciam com os irmãos Ikegami: os obtáculos, as funções da maldade, o demônio do Sexto Céu; tudo
isso, do distante Monte Minobu onde Daishonin se encontrava retirado há cerca de um ano.
Na parte final do Gosho:
“Esta carta foi escrita particularmente para Hyoe no Sakan. Ela também deve ser lida por sua esposa
e pela de Tayu no Sakan.”
A prática da fé do irmão mais novo era fundamental para vencer as maldades
Caso contrário, destruiria a união harmoniosa, a chave para vencer as maldades
“Devem perseverar em meio a essa provação e comprovar por si próprios os benefícios do Sutra de
Lótus. Eu, Nitiren, também vou convocar insistentemente os deuses celestiais. Agora, mais do que
nunca, não devem demonstrar nem sentir qualquer temor.”
“As mulheres são fracas, e suas esposas devem provavelmente ter abandonado a fé. Não obstante,
cerrem seus lábios e jamais esmoreçam em sua fé.”
“Vocês, esposas, não devem guardar ressentimentos mesmo que seus maridos lhes causem algum mal
por acreditarem neste ensino. Se as duas se unirem para encorajar a fé de seus maridos, vocês
estarão no mesmo caminho da filha do rei dragão e se tornarão um modelo de mulheres que
atingiram a iluminação na era maléfica dos Últimos Dias.”
“Independentemente do problema que enfrentar, considere-o simplesmente como um sonho, e pense
apenas no Sutra de Lótus. O ensino de Nitiren foi particularmente difícil de acreditar na primeira
vez, mas agora que minhas profecias foram concretizadas, aqueles que cometeram calúnias
infundadas acabaram se arrependendo.”
Daishonin oferece orientação e alento incansáveis aos discípulos que estavam sendo pressionados a
escolher entre a fé e a devoção filial.
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A verdadeira devoção filial consiste em, como filho, atingir o estado de Buda seguindo o supremo
ensino budista e, desse modo, conduzir os pais à felicidade eterna.
Os irmãos Ikegami mantiveram a fé exatamente como o mestre lhes ensinou, e triunfaram de
maneira esplêndida sobre todas as dificuldades e todos os obstáculos que se ergueram diante deles:
convertendo o pai após cerca de 22 anos (1278): comprovação da prática da fé de harmonia familiar
Quando Munenaka foi deserdado pela segunda vez, 2 anos mais tarde em 1277:
Novamente Daishonin escreveu uma carta a Hyoe no Sakan (Munenaga), afirmando que desta vez
ele iria abandonar a sua crença. Orienta minuciosamente sobre o verdadeiro significado de devoção
filial:
“Desta vez, estou certo de que o senhor cairá na descrença. Caso isso aconteça, não tenho a
menor intenção de reprová-lo por isso. Semelhantemente, o senhor também não deverá reprovar
a mim, Nitiren, quando tiver caído no inferno. Caso isso aconteça ao senhor, não será de modo
algum minha responsabilidade.”. (END v.I, p.248)
“O senhor, que está apenas interessado nos problemas do momento, obedecerá a seu pai, e as
pessoas desiludidas irão dessa forma elogiá-lo pela devoção filial. (...) Se o senhor obedecer o seu
pai, que é inimigo do Sutra de Lótus, e rejeitar seu irmão, que é devoto do supremo ensino, estará
sendo filial? Em análise final, o que o senhor deve fazer é decidir de mente única seguir o
caminho do budismo exatamente como o seu irmão está fazendo.”. (END v.I, p.249)
Após orientar minuciosamente como deveria se comportar diante do pai, até com as palavras que
deveria lhe dizer, Daishonin afirma:
“Faça isso com coragem e sem medo em seu coração. Foi essa falta de coragem que o impediu
até agora de atingir o Estado de Buda, embora o senhor tenha professado a fé no Sutra de Lótus
muitas vezes, desde o mais remoto passado até o presente.”. (END v.I, p.250)
Trechos da explanação do presidente Ikeda (TC 505, setembro/2010)
O fundador e primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti (1871–1944), disse certa
ocasião: “Fazemos de nossa vida a morada do Buda que nos conduz à felicidade ou, em vez disso, a
convertemos em função maléfica que nos leva à infelicidade? Temos de escolher entre uma e outra
opção. Se combatemos ativamente as funções negativas em nós e as vencemos, isso nos conduzirá à
felicidade e ao Kossen-rufu”.
(...)
Havia um membro da Soka Gakkai, um jovem professor, que recebeu cartas de incentivo e orientação
do sr. Makiguti quase todo mês, em 1938. Muitos anos depois, ele viria a recordar: “A cada três cartas,
mais ou menos, o sr. Makiguti citava estas palavras [de Tient’ai que constam nos escritos de
Daishonin]: ‘Conforme a prática progride e a compreensão aumenta, os três obstáculos e as quatro
maldades1 se manifestam de forma confusa, competindo uns com os outros para interferir’”. E ele
não foi o único a ficar impressionado com essa característica do primeiro presidente da Soka Gakkai.
O sr. Makiguti sempre enfatizava aos membros sobre a importância de praticar a fé com a firme
disposição de combater os três obstáculos e as quatro maldades e de triunfar sobre eles. Isso porque a
fé é a própria essência do Budismo de Nitiren Daishonin. Herdando o espírito destemido do sr.
Makiguti de lutar contra as funções malignas, os membros da Soka Gakkai têm praticado o
ensinamento correto do budismo exatamente como Daishonin instrui.
O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, devotado discípulo do sr. Makiguti, liderou a Soka
Gakkai com o mesmo comprometimento inabalável para combater as funções malignas e bradar pelo
que é correto. [Durante a Segunda Guerra Mundial, o sr. Toda e o sr. Makiguti foram presos pelas
autoridades militares japonesas por terem se recusado a comprometer suas crenças, e o presidente
Makiguti faleceu na prisão em novembro de 1944.] Após ser libertado (em julho de 1945), o sr. Toda
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jurou triunfar sobre as opressivas forças do autoritarismo responsáveis pela morte de seu mestre. Ele
se ergueu como um indomável defensor da Lei Mística, e levou corajosamente a bandeira do Kossenrufu sozinho.
Como discípulo do sr. Toda, eu fiz o máximo que pude para apoiá-lo e ajudá-lo. Vencendo a tempestade
de obstáculos que combatemos juntos como mestre e discípulo, o sr. Toda enfim assumiu como segundo
presidente da Soka Gakkai (em maio de 1951). Ele deu início a uma revolução religiosa sem
precedentes, uma batalha para livrar o mundo do sofrimento e da infelicidade, dissipando a escuridão
ou ignorância fundamental inerente na vida das pessoas — a causa primordial de todo o mal — e
livrando assim a humanidade do sofrimento decorrente da pobreza, do ódio, da violência e de outras
circunstâncias negativas.
(...)
Combater as funções malignas é a própria essência da orientação dos três primeiros presidentes da
Soka Gakkai durante a luta que empreenderam em prol do Kossen-rufu em exato acordo com os
ensinamentos de Daishonin. Se essa fé para desafiar as funções malignas for mantida agora e no
futuro, sem dúvida, o Kossen-rufu será concretizado. O escrito “Carta aos irmãos” apresenta a
fórmula para isso. Nesta parte, discutiremos sobre a batalha contra os três obstáculos e as quatro
maldades, a importância de estarmos unidos no mesmo propósito e a fé embasada no compromisso
compartilhado entre mestre e discípulo.
(...)
Em outro escrito, Daishonin cita a mesma passagem de Grande Concentração e Discernimento sobre o
surgimento dos três obstáculos e das quatro maldades, mas inclui ainda esta frase: “No entanto, o
senhor deve ser como a montanha dourada que brilha ainda mais quando arranhada por um javali,
como o mar que envolve todos os vários riachos, como o fogo que aumenta sua chama à medida que
a lenha é adicionada, ou como o inseto kalakula que aumenta de tamanho quando o vento sopra”.
Combater as funções malignas faz com que nossa fé seja polida. Exatamente como uma montanha
dourada brilha com ainda mais esplendor, como o oceano fica mais cheio, como o fogo arde com mais
intensidade e como o kalakula fica ainda maior. A forte fé no Sutra de Lótus faz manifestar o magnífico
benefício da Lei Mística da “transformação do veneno em remédio”, convertendo, assim, o infortúnio
em boa sorte.
Daishonin diz em outro trecho: “O devoto do Sutra de Lótus é como o fogo e o kalakula, ao passo que
as perseguições que ele sofre são como a lenha e o vento”; e “Quanto piores forem as adversidades
que recaírem sobre ele [o devoto do Sutra de Lótus], maior será a alegria que sentirá devido a sua forte
fé”. Os grandes obstáculos fortalecem a vida dos genuínos praticantes do Sutra de Lótus. Ao
enfrentar corajosamente esses desafios, eles conseguem fazer seu estado de Buda brilhar com ainda
mais esplendor.
C. A superioridade do Sutra de Lótus
(TC p. 27) “O Sutra de Lótus é o coração dos oitenta mil ensinos e a essência das doze divisões das
escrituras. Os budas de todas as três existências atingem a iluminação porque tomam esse sutra como
seu mestre. Os budas das dez direções conduzem os seres vivos empregando o ensino do veículo único [do
Sutra de Lótus] como seus olhos.”
Podemos deduzir que Daishonin começa a esclarecer o significado da fé desse modo em virtude da
gravidade da situação em que os irmãos se encontravam. Ensina que a determinação para superar
qualquer adversidade deriva da convicção e da alegria que uma pessoa sente quando reconhece
profundamente o valor supremo de praticar o Sutra de Lótus.
O Buda Nitiren prossegue analisando diversos pontos de vista das graves consequências de abandonar a
fé no Sutra de Lótus. A razão de o abandono a esse ensino ser uma grave falta é que “o Sutra de Lótus
representa os olhos de todos os budas. É o verdadeiro mestre do Buda Sakyamuni, o lorde dos
ensinos” (WND, v. 1, p. 494). Em outras palavras, abandonar a fé é descartar o ensino supremo.
Num nível mais profundo, abandonar o Sutra de Lótus equivale a rechaçar os princípios
fundamentais que o Sutra incorpora, como a iluminação universal, o respeito a todas as pessoas e
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a convivência harmoniosa. Quando nos comportamos dessa forma, intensificamos em nossa vida os
três venenos — avareza, ira e estupidez — ações contrárias à Lei suprema, e somos facilmente
dominados pela escuridão e destinados a transitar pelos estados inferiores da existência.
Daishonin procura conscientizar os irmãos Ikegami da importância da fé absoluta no Sutra de Lótus,
explicando-lhes que seria uma gravíssima ofensa desprezar “uma palavra ou mesmo um traço do
sutra” (Cf. WND, v. 1, p. 494). Nessa admoestação, sentimos a imensa benevolência do Buda. Por
todos os meios possíveis, ele procura convencer os irmãos a jamais pensar em abandonar a fé
naquele momento decisivo para a vida deles.
(TC p. 28) “Além disso, é extremamente difícil encontrar uma pessoa que exponha esse sutra
exatamente como ele ensina. Isso é ainda mais difícil que uma tartaruga de um único olho encontrar um
pedaço de madeira de sândalo flutuando, ou alguém suspender o Monte Sumeru com um fio do caule de
um lótus.”
a importância das pessoas que expõem e praticam o Sutra de Lótus.
Isso está expresso na declaração do Buda Nitiren: “A Lei não se propaga por si só. Por ser propagada
pelas pessoas, tanto as pessoas como a Lei são dignas de respeito” (“Hyaku Rokka Sho” [As Cento e
Seis Comparações], Gosho Zenshu, p. 856).
A pessoa ou o mestre mencionado aqui é o devoto do Sutra de Lótus e, especificamente, se refere a
Nitiren Daishonin.
Do mesmo modo, é difícil que as pessoas da era posterior à morte de Daishonin possam se encontrar
com um autêntico líder budista que propague a Lei Mística, a essência do Sutra de Lótus, exatamente
como o Buda Nitiren ensina.
Para mim, não há alegria maior do que ter nascido neste mundo, encontrado o Sr. Toda — o grande
mestre do Kossen-rufu — e o adotado como mestre.
o
Quando conheci o Sr. Toda, soube instintivamente que poderia confiar nele.
o
Ter um mestre na fé é condição vital para se praticar corretamente.
Além disso, a Lei se transmite quando os discípulos atuam com o mesmo espírito que o mestre.
o
A relação de mestre e discípulo é a base do Budismo Nitiren
Nossa rede da SGI, atualmente, está presente no mundo inteiro. Milhões de membros, transcendendo
diferenças de idiomas e etnias, concentram esforços para expor “esse sutra exatamente como ele
ensina”. Manter e transmitir a nobre herança de mestre e discípulo, e avançar com a Soka Gakkai, é
edificar uma vida realmente sublime e significativa. Todos os que assim fizerem, merecerão o supremo
louvor de Nitiren Daishonin.
D. A luta contra as funções do Rei Demônio
(TC p. 30) “Sendo assim, os seguidores do Sutra de Lótus devem temer aqueles que tentam obstruir sua
prática mais do que aos bandidos, arrombadores, assaltantes noturnos, tigres, lobos ou leões — mais até
que a invasão dos mongóis.”
A quem, nós, praticantes do Sutra Lótus, realmente deveríamos temer?
Mesmo os eruditos haviam, em determinado momento, reconhecido a superioridade do Sutra de Lótus,
mas, no fim, descartaram qualquer manifestação de fé nesse sutra. A origem dessa rejeição ao Sutra de
Lótus, afirma, residia no fato de se deixarem enganar por alguém que era má influência, um “mau
amigo” ou “mau mestre”.
“Aqueles que tentam obstruir sua prática” nada mais são que “influências negativas”. O que os torna tão
temíveis é que eles podem corromper a mente de uma pessoa e destruir a fé dela. Se os praticantes do
Sutra de Lótus se deixarem influenciar pelas funções negativas ou forem enganados pelos maus mestres,
perdendo assim o compromisso com o caminho correto da fé, não poderão atingir o Caminho do Buda.
Do contrário, se mantiverem firme o juramento e o compromisso, com o tempo poderão superar
inclusive as piores situações mediante a força da fé. Na verdade, conforme Daishonin sempre diz, o que
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importa é o coração. Para nos fortalecermos interiormente e repelirmos todas as influências negativas,
devemos ter sabedoria necessária para discernir essas funções destrutivas e combatê-las com bravura.
A fé é uma luta contra as funções do Rei Demônio
(TC p. 31) “Este mundo é a morada do rei demônio do sexto céu. Todas as pessoas têm sido governadas
pelo rei demônio desde o tempo sem início. Ele não somente construiu a prisão dos vinte e cinco
domínios da existência nos seis caminhos e confinou a humanidade nesse espaço, mas também
transformou esposas e filhos em algemas, e pais e soberanos em redes que escondem os céus. A fim de
enganar a mente da verdade da natureza de Buda, ele induz as pessoas a beberem o vinho da ganância,
da ira e da estupidez e as alimenta somente com os pratos do mal que as fazem ficar prostradas no chão
dos três maus caminhos. Quando encontra as pessoas que mudaram seus corações para o bem, ele age
para detê-las.”
Nesta e nas passagens seguintes, Daishonin esclarece que as funções do Rei Demônio do Sexto Céu são
influências prejudiciais, as quais os praticantes deveriam temer.
O Rei Demônio representa as forças negativas que manipulam a vida das pessoas a seu bel-prazer, além
de obstruir o bem e fazê-las caírem nos maus caminhos. As funções maléficas privam os seguidores do
Sutra de Lótus do benefício da prática budista e impedem que a sabedoria flua na vida deles. Destroem
ainda as raízes da bondade ou do bem que eles têm cultivado, e fazem-nos transmigrarem pelos seis
caminhos do mundo tríplice.
As forças do Rei Demônio também concebem diversas manobras para impedir o avanço das forças do
Buda. Nitiren Daishonin enuncia três exemplos específicos de funções insidiosas orquestradas pelo Rei
Demônio: (1) transformar esposas e filhos em algemas; (2) transformar pais e soberanos em redes que
escondem os céus; (3) induzir as pessoas a beber o vinho da ganância, da ira e da estupidez para enganar
a mente delas sobre a verdade da natureza de Buda. Esses três tipos de impedimentos correspondem aos
três obstáculos: do carma, da retribuição e dos desejos mundanos.
Em outro escrito [“A Grande Batalha”], ele diz: “O Rei Demônio do Sexto Céu armou dez tipos de
exército e, em meio ao mar dos sofrimentos de nascimento e morte, trava uma luta contra o devoto do
Sutra de Lótus para impedi-lo de tomar posse desta terra impura [o mundo saha], onde habitam pessoas
comuns e veneráveis e expulsá-lo dela. Mais de vinte anos se passaram desde que enfrentei essa
situação e comecei a grande batalha. Em nenhum momento pensei em retroceder (WND, v. 2, p. 465).
O Rei Demônio comanda os dez exércitos, trava uma batalha para impedir que o devoto do Sutra de
Lótus adquira influência no mundo saha. Se esse devoto tentar se impor, apesar dos muitos ataques, o
Rei Demônio emprega todos os recursos possíveis para tentar fazê-lo perder o controle. Plenamente
ciente disso, o Buda Nitiren afirma: “Mais de vinte anos se passaram desde que enfrentei essa situação e
comecei a grande batalha. Em nenhum momento pensei em retroceder” (Ibidem). Ou seja, a vida de
Daishonin foi uma luta permanente contra as forças do Rei Demônio. O Kossen-rufu sempre vincula
uma luta implacável entre o estado de Buda e as funções destrutivas inerentes à vida.
Nota 17 pág. 32
A Soka Gakkai é a organização que herdou o verdadeiro espírito de Nitiren Daishonin. Como resultado,
quanto mais nosso nobre movimento foi se expandindo, mais intensos foram os ataques do Rei
Demônio e de outras forças negativas.
Os três primeiros presidentes da Soka Gakkai travaram uma batalha incansável contra os três obstáculos
e as quatro maldades e contra os três poderosos inimigos,18 e triunfaram sobre eles de forma absoluta.
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Reconhecer as influências negativas
(TC p. 33) “Ele [o Rei Demônio] está determinado a fazer os seguidores do Sutra de Lótus caírem no
inferno; porém, quando fracassa, tenta enganá-los desviando-os para o Sutra Guirlanda de Flores, que
se parece com o Sutra de Lótus.
Essas ações foram conduzidas por Tu-shun, Chih-yen, Fa-tsang e Ch’eng-kuan. Assim, Chia-hsiang
e Seng-ch’üan foram os maus companheiros que ardilosamente desviaram os seguidores do Sutra de
Lótus a cair de volta nos sutras da Sabedoria. Do mesmo modo, Hsüan-tsang e Tz’u-en levaram-nos ao
Sutra dos Profundos Segredos, enquanto Shan-wu-wei, Chin-kang-chih, Pu-k’ung, Kobo, Jikaku e
Chisho persuadiram-nos a seguir o Sutra Mahavairochana. Bodhidharma e Hui-k’o desviaram-nos para
a escola Zen, enquanto Shan-tao e Honen induziram-nos a seguir o Sutra da Meditação. Em cada um
dos casos, o rei demônio do sexto céu possuiu esses homens de sabedoria a fim de enganar as pessoas de
bem. É isso que o Sutra de Lótus quer dizer quando afirma em seu quinto volume: ‘Demônios maléficos
se apossarão das pessoas.’”
Tal como indicam as palavras: “determinado a fazer os seguidores do Sutra de Lótus caí-rem no
inferno”, o Rei Demônio do Sexto Céu recorre a todos os meios para impedir que os seguidores do
Sutra de Lótus atinjam o estado de Buda. Como exemplo disso, Daishonin cita os atos dos sacerdotes de
diversas escolas budistas, afirmando que eles buscam gradualmente enganar os seguidores numa
tentativa de afastá-los do Sutra de Lótus e de tudo que se “assemelhe” a ele.
Nitiren Daishonin diz: “Em cada um dos casos, o Rei Demônio do Sexto Céu possuiu esses homens de
sabedoria a fim de enganar as pessoas de bem”. A seguir, ele expõe uma longa lista de sacerdotes de
alto escalão, respeitados pelas diversas escolas budistas da época. Como todos eles desviam os sinceros
praticantes do caminho correto, ele esclarece que, na realidade, representam “maus amigos” ou “maus
mestres”, e são o exemplo perfeito de pessoas governadas pelas funções do Rei Demônio. Explica que
isso se refere à passagem do 13º capítulo do Sutra de Lótus, “Devoção Encorajadora”, quando diz:
“Demônios malignos se apossarão das pessoas” (LS, cap. 13, p. 194).
Visto que esses sacerdotes são respeitados pela sociedade, as pessoas não conseguem discernir a
verdadeira natureza deles. Ao contrário, elas estimam esses indivíduos de comportamento errôneo e
valorizam seus ensinos, deixando que o “veneno penetre profundamente na vida delas”, sem se dar
conta e, como resultado, desviam a “mente da verdade”. Isso os fazem se afastar do Sutra de Lótus e
inclusive a caluniá-lo. Este é o terrível resultado de uma sociedade cujos habitantes sucumbem às
influências negativas. Em determinado momento, o juízo normal das pessoas se turva e a sociedade
começa a debilitar-se. Porém, as pessoas não conseguem entender a causa disso.
Ler notas 27 e 28 pág 34.
O Sr. Toda, do mesmo modo, assumiu uma postura rígida com os maus sacerdotes e as outras pessoas
que exerciam influência destrutiva, indivíduos que haviam sucumbido às funções do Rei Demônio do
Sexto Céu. De todos eles, os que cometeram a falta mais grave foram os sacerdotes corruptos e
decadentes da Nitiren Shoshu, aqueles que supostamente deveriam defender e manter o ensino de
Nitiren Daishonin. Ele sempre alertava esses sacerdotes sem rodeios e os deixava saber claramente o
que pensava deles. Por terem voltado as costas aos ensinos de Daishonin durante a Segunda Guerra
Mundial e por terem insultado e abandonado o presidente Makiguti no momento mais difícil, o Sr. Toda
os denunciou.
Derrotar a escuridão fundamental com o poder da fé
(TC p. 34) “O grande demônio da escuridão fundamental pode até mesmo entrar nos corpos dos
bodhisattvas que atingiram a iluminação quase perfeita e bloquear a possibilidade de eles atingirem a o
benefício da perfeita iluminação do Sutra de Lótus. Que facilidade ele tem de obstruir a prática daqueles
que estão nos estágios mais inferiores!”
Até este trecho, Nitiren Daishonin esclarece que os “maus amigos” ou as influências negativas que
tentam destruir a fé das pessoas no Sutra de Lótus são personificados por “homens de sabedoria dos
quais os demônios malignos se apoderam”, e que essas influências, na realidade, nada mais são que as
funções do Rei Demônio do Sexto Céu.
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Mas se essas pessoas são sábias, como é que o Rei Demônio pode valer-se delas? A razão é
simples: elas não são vencidas pela influência externa, mas pela interna. São vencidas pela
natureza maléfica conhecida como “escuridão fundamental”, que lhes é inata ou inerente. Em
outro escrito [“O Tratamento da Doença”], Nitiren Daishonin ressalta: “A escuridão fundamental
expressa-se como o Rei Demônio do Sexto Céu” (WND, v. 1, p. 1113).
Todas as pessoas possuem essa escuridão fundamental na vida. Nitiren Daishonin afirma que ela
existe também na vida dos budas. Portanto, no caso dos bodhisattvas que se encontram no nível da
iluminação quase perfeita, a escuridão fundamental de sua vida pode ativar a função do Rei Demônio e
impedi-los de chegar ao estado da perfeita iluminação, ou estado de Buda. Se isso pode ocorrer com os
bodhisattvas que estão no penúltimo estágio, quão mais expostos não estaríamos nós, pessoas comuns.
O Rei Demônio do Sexto Céu é o ímpeto negativo que reside nas profundezas da vida das pessoas. É a
negatividade ou a natureza destrutiva que dá origem ao desejo de controlar os demais, inclusive de tirarlhes a vida, que causa a destruição e a guerra.
Para derrotar essa natureza maléfica, precisamos fazer que a natureza do Dharma ou a natureza
fundamental da iluminação, que existe em nós junto com a escuridão fundamental, se manifeste.
Para isso, é imprescindível continuarmos a nos empenhar na fé, praticando o Budismo Nitiren e
compartilhando-o com os demais.
Em uma de suas explanações, o presidente Toda comentou sobre o fato de no Gohonzon estar inscrito o
nome do Rei Demônio do Sexto Céu: “O Rei Demônio do Sexto Céu está representado no Gohonzon.
Assim, quando oramos ao supremo objeto de devoção, o Rei Demônio obedece ao Gohonzon [à Lei
de Nam-myoho-rengue-kyo]. O Rei Demônio ordenará aos líderes dessa força insidiosa que se
detenham. O potencial originalmente iluminado do Rei Demônio se manifesta por meio do Gohonzon.
De fato, todas as entidades [nele representadas] mostram os dignos atributos inatos quando são
iluminados pelo Nam-myoho-rengue-kyo”.
Ele prosseguiu dizendo: “O Rei Demônio do Sexto Céu então se converte pela primeira vez numa
entidade que ajuda e beneficia as pessoas”. Essas observações se relacionam com um profundo
princípio que é a essência do Budismo Nitiren.
No “Registro dos Ensinos Orais” consta: “A palavra ‘fé’ é a espada afiada com a qual se enfrenta e
vence a escuridão ou ignorância fundamental” (OTT, p. 119-120). Como a frase indica, o que nos
permite vencer a escuridão fundamental é a espada afiada da fé. Isso denota perseverarmos e
desafiarmos na fé por toda a nossa vida. Significa reconhecer as funções demoníacas tal como se
apresentam, e fazer surgir constantemente a natureza fundamental da iluminação que existe em
nosso interior. Mediante a fé que se aprofunda a cada dia, a cada mês, podemos erradicar de
nossa vida, num nível essencial, as funções da escuridão ou da ignorância.
Por isso é tão importante ter um mestre na fé que nos ofereça orientação correta. O Sr. Toda
frequentemente me dizia: “Se você é um verdadeiro discípulo, deve seguir meus passos até o fim, sem
temer nenhuma adversidade. Não deve ser vencido jamais”. Todos os dias tenho me empenhado e
persistido, tal como meu mestre me ensinou, e tenho sido capaz de vencer todas as funções destrutivas.
O espírito de mestre e discípulo é uma poderosa força motriz para vencer todo tipo de função
negativa. Em contraste, os que perdem de vista essa postura e se esquecem da dívida de gratidão
com o mestre, acabarão consumidos cada vez mais pela própria escuridão fundamental até se
tornar um súdito dos seguidores do Rei Demônio.
A postura de fé necessária para combater as funções maléficas é não temer a nada, haja o que houver; é
negar-se a sucumbir à escuridão ou à negatividade. Com essa atitude, sem falta, poderemos vencer. Este
é o segredo de uma vida de triunfo.
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Vencer os três obstáculos e as quatro maldades para atingir o estado de Buda
(TC p. 37) “O rei demônio se apossa dos corpos das esposas e dos filhos para que eles desviem seus
maridos ou pais do caminho correto. Ele também se apossa do soberano a fim de ameaçar o devoto do
Sutra de Lótus, ou possui os pais e mães, e os fazem repreender seus devotados filhos.”
Nitiren Daishonin orienta os irmão a discernir a verdadeira natureza dessas funções maléficas e jamais
render-se a influência deles.(prepara-os)
Neste trecho ele afirma que as funções do Rei Demônio também se manifestam sob a forma de oposição
dos pais, cônjuges e filhos e, inclusive, das autoridades, com o intuito de impedir a prática dos que
crêem no Sutra de Lótus.
E que na verdade o pai deles, Yasumitsu, entrou no esquema de Ryokan – que era a própria função do
Rei Demônio do Sexto Céu, que tinha como propósito obstruir a fé dos discípulos de Nitiren Daishonin.
A maldade estava ali bem diante deles, na pessoa mais próxima e influente, que era o pai. Era uma
escolha entre a fé e a devoção filial.
A verdadeira devoção filial.
Ele afirma que, como filho, atingir o estado de Buda seguindo o supremo ensino budista e, desse modo,
conduzir os pais à felicidade eterna é a verdadeira devoção filial
Embora inicialmente possamos pensar que essa maldade exista num mundo externo, o “Demônio do
Sexto Céu” é, na prática, a manifestação da natureza inerente na vida do ser humano.
Os irmãos Ikegami mantiveram a fé exatamente como o mestre lhes ensinou, e por isso triunfaram de
maneira esplêndida sobre todas as dificuldades e todos os obstáculos que se ergueram diante deles.
Na pág. 37 da explanação:
“Hoje, enquanto o mundo se debate em crises econômicas sem precedentes, vemo-nos expostos a
obstáculos de todos os tipos. Por essa razão, é imperativo que triunfemos em nosso coração e recitemos
Daimoku constantemente durante esse processo. Quando estabelecermos a “fé para superar
obstáculos” como a base de nossa vida, poderemos transformar definitivamente o negativo em algo
positivo, de acordo com o princípio de “transformar o veneno em remédio”. Também poderemos, sem
falta, transformar nosso carma, atingir o estado de Buda nesta existência e abrir mais e mais o
caminho do Kossen-rufu.”
(Trecho que consta na parte final – Carta aos Irmãos TC 505 / set 2010): A união é a chave para a
vitória
“Vocês dois, irmãos, são como o eremita e o homem íntegro. Se um dos dois desistir no meio do
caminho, ambos deixarão de atingir o estado de Buda. (...)
Vocês duas, esposas, não devem guardar ressentimento mesmo que seus maridos venham a ofendê-las
por causa da fé neste ensinamento. Se ambas se unirem para encorajar a fé de seus maridos, seguirão o
mesmo caminho da filha do Rei Dragão e tornar-se-ão um modelo para as mulheres atingirem o estado
de Buda na era maléfica dos Últimos Dias. Contanto que ajam dessa maneira, não importando o que
aconteça, Nitiren pedirá aos dois sábios, aos dois reis celestiais, às dez filhas-demônio, a Sakyamuni e
Muitos Tesouros para torná-las budas em cada uma das existências futuras.”
1. Compartilhar o mesmo compromisso do mestre
2. Terem permanecido unidos
Pois as funções malignas procuram criar divisões
Somente uma força positiva e unida conseguiria derrotar essas funções malignas.
Em outras palavras, a união representa uma fortaleza invencível que impede a entrada das
funções malignas.
3. Nitiren Daishonin incentiva as esposas, dizendo-lhes que elas devem manter também uma fé
corajosa
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Sensei afirma “A fé das mulheres, com frequência, se mostra decisiva num momento
crucial.”
Através das cartas enviadas aos irmãos Ikegami, podemos dizer que o apoio que as esposas
deram aos maridos de acordo com a orientação de Daishonin teve um papel significativo no
fato de o pai deles, Yasumitsu, ter se convertido ao ensinamento correto.
Na pág. 37 da explanação:
E. As dificuldades são provas da amenização do efeito cármico
(TC p. 38) “Essas passagens significam que nós, que agora acreditamos no correto ensino [do Sutra de
Lótus], no passado cometemos o ato maléfico de perseguir seus praticantes e, como resultado, estamos
destinados a cair em um terrível inferno no futuro. No entanto, os benefícios obtidos por meio da prática
do correto ensino são tão imensos que ao enfrentarmos sofrimentos mais leves nesta existência, podemos
mudar o carma de sofrer terrivelmente no futuro. Conforme o sutra afirma, as calúnias que cometemos
no passado podem ser a causa de várias retribuições, tais como nascer em uma família pobre ou que
mantém visões errôneas, ou ainda ser perseguido pelo soberano. Uma “família que mantém visões
errôneas” significa aquela que calunia o correto ensino, e “ser perseguido pelo soberano” indica aquele
que vive sob o poder de um governante maléfico. Estes são os dois sofrimentos com os quais vocês estão
se confrontando agora.”
Esta frase deve ter levado muita esperança aos irmãos, pois mostra que através do ensino correto que
eles estavam seguindo (Sutra de Lótus) e da prática correta, eles poderiam amenizar o efeito cármico. E
ainda “mudar o carma de sofrer terrivelmente no futuro”
Vimos que a causa de todo carma negativo está associada à descrença e ao desrespeito à Lei Mística ou
seja “calúnia à Lei”.
Sensei afirma: Se quisermos transformar nosso carma, é importante obtermos a clara compreensão da
causalidade básica sobre o bem e o mal.
Se Esse mal fundamental se origina da calúnia à Lei, e da descrença na iluminação de todas as pessoas
O bem fundamental é exatamente o oposto; ou seja, consiste em praticar e propagar os ensinos do Sutra
de Lótus, prezando a natureza de Buda das pessoas.
Ou seja o bem fundamenal consiste no ato de fazer o chakubuku.
Através do ensino correto (Sutra Lotus) podemos modificar a direção de nossa vida e romper o ciclo
negativo da transmigração nos maus caminhos para adotar o ciclo positivo da transmigração no estado
de Buda.
As circunstâncias desfavoráveis, então, são oportunidades para transformar o carma.
Dos oito tipos de retribuição descritos no sutra Parinirvana, Nitiren Daishonin cita dois, pois refletia a
situação vivida pelos irmãos Ikegami. Que são os sofrimentos de (1) nascer numa família que mantém
visões errôneas e (2) ser perseguido pelo soberano.
Explica também que uma família “que mantém visões errôneas” é aquela que transgride o ensino
correto enquanto “ser perseguido pelo soberano” significa viver sob domínio de um governante
perverso. O último caso refere-se, especificamente, a nascer numa época em que o governante e a
sociedade, juntos, perseguem o devoto do Sutra de Lótus.
(TC p. 39) “Ambos têm mantido sua fé no Sutra de Lótus; por essa razão, agora estão se libertando de
seus atos malignos do passado. Por exemplo, as imperfeições do ferro ficam aparentes quando este é
forjado. Quando uma rocha é submetida ao fogo, ela simplesmente se transforma em cinzas, mas o ouro
se torna puro ouro.”
Nitiren Daishonin dá o exemplo do ferro que ao ser aquecido e martelado por várias vezes, as impurezas
são removidas, adquirindo mais resistência.
Com este exemplo ele incentiva os irmãos e esposas a manterem firmes na prática da fé, pois aqueles
momentos de adversidades eram oportunidades para serem forjados.
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Daishonin explica, que os irmãos Ikegami estavam passando por tais adversidades, porque, em virtude
da forte fé, eles tinham provocado a manifestação do carma acumulado no passado, e estavam
transformando o carma negativo naquele momento.
Com base nessa passagem, se enxergamos os fatos da perspectiva da transformação do carma ou da
amenização do efeito cármico, as dificuldades adquirem um significado mais profundo.
Passam a ser vistas como uma oportunidade de forjar, de aprimorar nossa fé e de elevar nosso estado de
vida.
O processo de confrontar e desafiar o carma nos permite fortalecer e polir a fé. Ou seja, quando nos
vemos expostos ao inferno do carma é que revelamos o tipo de pessoa que somos. Se nossa postura for
indecisa e dúbia, vamos nos reduzir a um montículo de cinzas, fácil de desmoronar. No entanto, se
mantivermos uma determinação inquebrantável, seremos como o ouro puro e nossa vida se tornará cada
vez mais resplandecente.
Sem esse aprimoramento, mesmo as pessoas de capacidade e talento não têm como expressar o brilho
máximo. O processo de Revolução Humana também é da mesma forma.
Sensei afirma: Quando nos dedicamos de corpo e alma pelo Kossen-rufu, podemos transformar o carma
negativo de existências passadas e fazer nossa vida reluzir como uma espada magnífica, imponente e
indestrutível.
Na Soka Gakkai o caminho de mestre e discípulo foi a base para seu desenvolvimento
Toda Sensei aos 19 anos, escreveu: “Devo forjar a mim mesmo para poder assumir a grande missão de
contribuir com meu país e ser um líder do mundo; preciso polir minha vida para estar em condições de
cumprir essa missão. (...) Não me deixarei intimidar pelas críticas ou pelo desdém de meus
contemporâneos; o mais importante é atingir meu objetivo
Ikeda Sensei também tinha 19 anos quando se encontrou com Toda Sensei ele se lançou a cumprir o
mesmo juramento do seu mestre. Mesmo nas horas mais adversas, ele continuou a apoiar e a proteger
seu mestre, suportando todo o peso das críticas impetuosas da sociedade.
Sensei afirma que “Foi uma honra passar por dificuldades ao lado dele”. Forjar a vida em meio às
adversidades é o caminho que conduz à vitória. Orava com todo o meu ser para que meu mestre, o mais
rápido possível, pudesse liderar nosso movimento pelo Kossen-rufu como segundo presidente da Soka
Gakkai. E me lancei a uma luta febril para realizar esse objetivo.
Esses exemplos não são parte de uma história do passado, mas é para seguirmos o exemplo hoje em
nossa luta atual.
F. As divindades celestiais testam a nossa fé
(TC p. 41) “Esta provação, mais que qualquer outra, irá confirmar sua genuína fé, e as dez filhas
demônios do Sutra de Lótus com certeza os protegerão. O demônio que apareceu diante do garoto
Montanhas de Neve para testá-lo era, na verdade, Shakra. A pomba que foi salva pelo rei Shibi era o rei
celestial Vaishravana. É até possível que as dez filhas demônios tenham possuído seus pais e os estejam
atormentando a fim de testar sua fé.”
Na sequência, Nitiren Daishonin assegura aos irmãos Ikegami que a fé genuína por eles demonstrada
lhes garantirá a proteção das divindades celestiais, que, no Sutra de Lótus, juraram proteger os
praticantes desse sutra. Mas logo ele acrescenta que, muitas vezes, tais divindades procuram testar
a fé das pessoas para verificar se é ou não verdadeira. Isso, Daishonin diz, assemelha-se ao episódio
em que a divindade Shakra adotou a forma de um demônio para testar o espírito de procura do menino
Montanhas de Neve, ou quando o rei celestial Vaishravana, sob a forma de uma pomba, põe à prova a
benevolência do rei Shibi.
Nota 41 pág.40
Fundamentando-se nesse princípio, Dai-sho-nin sugere que a provação dos irmãos — o deserdamento
do mais velho pelo pai por causa da prática budista — provavelmente fora gerada pela função das dez
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filhas-demônio que estavam influenciando negativamente o pai para atormentá-los e testar-lhes a
fé.
Em outros escritos, o Buda Nitiren analisa esse princípio de que as funções universais criam obstáculos
para testar a fé dos seguidores. Por exemplo, durante a Perseguição de Atsuhara,44 um grupo de
camponeses seguidores de Daishonin foi submetido a cruel interrogatório do poderoso oficial Hei no
Sae-mon,45 em virtude da fé que eles praticavam. Contudo, por um instante sequer, esses seguidores
abandonaram suas crenças. Mas, mesmo enfrentando a perseguição das autoridades, continuaram a
recitar o Nam-myoho-rengue-kyo intrepidamente. Assim que soube das notícias, Daishonin escreveu [a
Nikko Shonin e a outros discípulos próximos] uma carta intitulada “Resposta aos sábios”: “Estou certo
de que as dez filhas-demônio devem ter se apoderado de Hei no Saemon, induzindo-o a testar a fé
desses devotos do Sutra de Lótus. Isso se assemelha ao modo como o garoto Montanhas de Neve e
o rei Shibi foram testados. [Ou talvez] à forma como um demônio maléfico se apoderou de Hei no
Saemon” (WND, v. 2, p. 831).
Por que então divindades celestiais como as dez filhas-demônio, que são funções protetoras do
Universo, teriam de valer-se de Hei no Saemon para testar a fé dos camponeses de Atsuhara?
No Budismo, a causa para atingir a iluminação é a fé inabalável. Os obstáculos são vistos como
uma consequência lógica da decisão de manter a fé no ensino correto, o Sutra de Lótus. Assim, o
“xis” da questão é: diante das grandes dificuldades e contratempos, somos consumidos pelo medo
e abandonamos a fé, ou nos munimos de coragem e continuamos a avançar?
Se nossa determinação for fraca e abandonarmos a fé, significa que fomos vencidos pelos
tormentos do Rei Demônio do Sexto Céu. Mas se triunfarmos sobre essas difíceis provações com
firme determinação e mantivermos uma fé inabalável, conseguiremos perceber que também
podemos sair vitoriosos de uma prova imposta pelas divindades celestiais. Em outras palavras,
tudo depende de nosso coração ou de nossa decisão. A proteção das divindades celestiais, em
essência, nada mais é que o poder de nossa própria fé.
Daishonin cita com frequência em seus escritos a frase do Grande Mestre Miao-lo, da China: “Quanto
mais firme é a fé, maior é a proteção dos deuses”. As funções universais, sem falta, protegerão os
praticantes do Sutra de Lótus que possuem fé genuína.
De fato, o que importa é o coração. Nossa fé, em última análise, é o que determina a vitória no
futuro.
Manter firme fé no momento decisivo
(TC p. 43) “Qualquer fraqueza na fé será a causa para o arrependimento. O veículo que capota logo à
frente é um alerta para quem vem atrás.”
Se nossa fé ou determinação for fraca no momento decisivo, nos restará um eterno
arrependimento.
Quando enfrentamos obstáculos no curso da prática budista, na realidade, estamos diante de um
momento de decisão capaz de mudar nossa vida, e de definir se abriremos as portas para atingir o
estado de Buda eterno por meio da fé inabalável, ou se fecharemos o caminho para a felicidade
como consequência de ter abandonado a fé.
Sempre que estivermos diante de grandes obstáculos, devemos desafiar com intrépida postura,
recordando esta passagem de “Abertura dos olhos”: “Meus discípulos e eu, mesmo que ocorram
vários obstáculos e maldades, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos
naturalmente o estado de Buda. Não duvidem dos benefícios do Sutra de Lótus, mesmo que não
haja proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranquilidade na vida presente.
Embora tenha ensinado dia e noite a meus discípulos, todos, criando a dúvida, abandonaram a fé.
O que é costumeiro no tolo é esquecer nas horas cruciais o que prometera nas horas normais”
(END, v. 4, p. 209-210).
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A perpetuação da Soka Gakkai depende da aplicação dessa passagem na vida de seus integrantes. Se
continuarmos avançando tendo essas palavras de Daishonin como ponto de referência, nossa fé
resplandecerá com brilho indestrutível.
Com base no espírito que essa frase ensina, todas as vezes que enfrentamos uma dificuldade, isso
equivale às “horas cruciais”. Portanto, é fundamental termos esse tipo de fé intrépida que nos permita
contra-atacar com coragem em momentos assim — por exemplo, quando os três obstáculos e as quatro
maldades investem contra nós, ou quando somos desafiados pelo nosso carma, ou então quando estamos
engajados numa luta decisiva em prol do Kossen-rufu, em que é tudo ou nada. Devemos compreender
que cada dia é uma oportunidade para aprender essa postura de fé, tomando como referência o exemplo
de Nitiren Daishonin. Jamais devemos ser pessoas tolas que retrocedem no momento crucial.
Se nossa fé for débil ou superficial, se agirmos como tolos, viveremos à deriva, como plantas aquáticas
arrastadas pela correnteza, sem qualquer propósito fundamental. Os seres humanos são criaturas que
sempre buscam um sentido para a vida. Por meio dessa busca eterna, é possível encontrar um
significado infinitamente profundo para a sua existência. Os membros da Soka Gakkai podem
aprofundar a fé e o sentido da vida de forma infinita, pois são especialistas na arte de viver e de
ser feliz.
Cerrem os dentes e jamais esmoreçam na fé
(TC p. 44) “Não obstante, cerrem seus lábios e jamais esmoreçam em sua fé. Sejam corajosos como
Nitiren na ocasião em que ele agiu e advertiu Hei no Saemon-no-jo. Apesar de não seguirem o caminho
da iluminação, os filhos do lorde Wada e do governador Wakasa, bem como os guerreiros sob o comando
de Masakado e Sadato, lutaram até a morte a fim de preservarem sua honra. A morte vem para todos,
ainda que tudo pareça estar normal. Por isso, jamais sejam covardes, ou tornar-se-ão alvos de
zombarias.”
Daishonin não se cansa de encorajar os irmãos Ikegami, que passavam por dificuldades por conta da fé,
e lhes diz: “Não devem demonstrar nem sentir temor” e “Jamais esmoreçam na fé”.
Estabelecer um estado sereno de felicidade que nada pode destruir — eis o propósito de nossa fé e
prática budista. Assim, por meio do encorajamento, Daishonin solicita aos irmãos que considerem a luta
como uma oportunidade, não só para polir e melhorar o caráter, mas também para se manterem
imperturbáveis diante de qualquer obstáculo.
O Budismo Nitiren é um ensino centrado na unicidade de mestre e discípulo. Se o mestre é um rei
leão, os discípulos também são reis leões. Dessa forma, o mestre solenemente exorta os sucessores
a observar e seguir o exemplo dele. Conforme indica a frase: “Sejam corajosos como Nitiren na
ocasião em que ele agiu e advertiu Hei no Saemon-no-jo”, Daishonin instrui os irmãos a
perseverar na fé e lutar destemidos com o mesmo espírito resoluto que ele demonstrou em todas
as batalhas.
Essa menção à conduta de Nitiren Daishonin perante Hei no Saemon se refere às duas advertências
feitas pelo primeiro ao segundo, que era a figura política mais poderosa na época. Uma das advertências
foi apresentada em decorrência da Perseguição de Tatsunokuti, em setembro de 1271, e a outra quando
Daishonin foi perdoado de seu exílio na Ilha de Sado, em abril de 1274. Em Tatsunokuti, Daishonin
declarou com forte convicção a Hei no Saemon: “Nitiren é o pilar e a viga do Japão. Ao livrar-se de
mim, estará derrubando o pilar da nação!” (WND, v. 1, p. 579)
Depois de regressar a Kamakura, vindo da Ilha de Sado, ele também disse claramente a Hei no Saemon:
“Pode ser que, por ter nascido dentro dos domínios do regente, eu deva mostrar-lhe obediência
em minhas ações. Porém, jamais o seguirei em meu coração” (Ibidem). Em particular, Daishonin
referia-se ao regime autoritário do governo militar de Kamakura: embora fisicamente fosse obrigado a
se submeter às ordens dos governantes, jamais poderiam forçá-lo à obediência espiritual, já que ele era o
único soberano de suas convicções.
Estas foram declarações resolutas, corajosas, sem o menor sinal de servilismo ou temor. Do mesmo
modo, os discípulos que abraçam o coração de Daishonin e espelham a própria conduta nele nada têm a
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temer. Podem evidenciar uma infinita força e energia, unindo-se à luta de Daishonin e adotando a
postura dele.
A propósito, essa última citação, que pertence ao escrito “A seleção do tempo”, foi incluída na
antologia “Os direitos humanos”, uma coletânea inspiradora de frases sobre direitos humanos
compilada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)
(Birthright of Man: A Selection of Texts [Os direitos humanos: Seleção de textos]. HERSCH
Jeanne. (Ed.). Paris: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura,
1969. p. 127].
Voltando à “Carta aos Irmãos”, Daishonin observa: “A morte vem para todos, ainda que tudo pareça
estar normal”. Esta é uma das frases de Nitiren Daishonin que me causou profunda impressão no curso
de meus mais de cinquenta anos de prática budista.
Como seres humanos, todos nós morreremos um dia. Ninguém pode evitar essa rea-lidade. O
importante é como utilizamos esta existência única e preciosa. Numa carta endereçada ao jovem
discípulo Nanjo Tokimitsu, Nitiren Daishonin afirma: “Visto que a morte é a mesma em qualquer
um dos casos, o senhor deveria estar disposto a oferecer a vida em prol do Sutra de Lótus. Pense
nesse oferecimento como uma gota de orvalho que se reintegra ao oceano ou uma partícula de pó
que retorna à terra” (WND, v. 1, p. 1003).
Nesse mesmo sentido, o Sr. Toda costumava dizer: “A morte é momentânea, mas a vida é eterna. Os
membros da Soka Gakkai içaram o grande estandarte do Kossen-rufu. Esta é, de fato, a ‘era do Kossenrufu’. Devemos ser corajosos” (TODA, Jossei. Toda Josei Zenshu [Coletânea de Escritos de Jossei
Toda], v. 1, p. 60).
Essas rigorosas palavras de encorajamento estão de acordo com a advertência de Daishonin: “Jamais
sejam covardes, ou se tornarão alvo de zombarias” (WND, v. 1, p. 59).
G. Combater as funções malignas é a essência da fé genuína
(TC p. 46) “Os três obstáculos que aparecem nessa passagem são os obstáculos dos desejos mundanos, do
carma e da retribuição. O obstáculo dos desejos mundanos indica os impedimentos à prática causados
pela ganância, ira, estupidez, e outros parecidos; o obstáculo do carma representa os impedimentos
causados por esposa ou filhos, e o obstáculo da retribuição são os impedimentos causados pelo soberano
ou pelos pais. Das quatro maldades, as funções do rei demônio do sexto céu são deste último tipo.
No Japão atual, muitas pessoas declaram ter dominado a prática de concentração e discernimento.
No entanto, existe realmente alguém que tenha enfrentado os três obstáculos e as quatro maldades?”
relembrar quais são os três obstáculos e quatro maldades
Nova Revolução Humana - Luz do Alvorecer – v.11, p.29
“Por exemplo, o avião enfrenta uma forte resistência do ar e turbulências no momento da decolagem
para depois alçar um vôo mais tranqüilo e chegar ao destino. Da mesma forma, se nos amedrontarmos
e desistirmos no meio do caminho por causa das dificuldades, não poderemos chegar ao nosso objetivo.
Se continuarmos em nosso desafio, poderemos criar um desenvolvimento mais estável e voar
tranqüilamente pelos céus do Kossen-rufu.”
(TC p. 49) “A afirmação [de Grande Concentração e Discernimento relacionada aos três obstáculos e às
quatro maldades] “Se uma pessoa cai sob a influência deles, ela será conduzida para os maus caminhos”
indica não somente os três maus caminhos, mas também os mundos dos seres humanos e celestiais e, no
geral, todos os nove mundos. Por essa razão, com exceção do Sutra de Lótus, todos os sutras — os dos
períodos Guirlanda de Flores, Agama, Exatidão e Igualdade, Sabedoria, Nirvana e Mahavairochana —
conduzirão as pessoas aos maus caminhos. Além disso, com exceção da escola Tendai, os adeptos das
outras sete escolas são, na verdade, guardiães do inferno que levam outros aos maus caminhos. Mesmo
na escola Tendai há aqueles que professam a fé no Sutra de Lótus; apesar disso, na realidade, conduzem
outros aos ensinos pré-Sutra de Lótus. Eles também são os guardiães do inferno que fazem as pessoas
caírem nos maus caminhos.”
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Na época de Nitiren Daishonin os sacerdotes de várias escolas budistas agiam como “maus amigos”, ou
influências negativas, fazendo com que as pessoas caíssem nos maus caminhos, pois tinham uma forte
influência
Por terem propagado ensinamentos errôneos por todo o país, eles agiram como, Daishonin descreve:
“guardiães do inferno” , ou seja, aqueles que levam os outros aos três maus caminhos e aos nove
mundos dos ensinamentos pré-Sutra de Lótus [ou seja é a crença de que existia uma separação clara
entre os nove mundos e o estado de Buda].
Ele declara ainda que, mesmo na escola Tendai, onde se valorizava o Sutra de Lótus, há aqueles que,
embora professem a fé nos ensinos desse sutra, agem, na verdade, como “guardiães do inferno” por
levarem as pessoas a cair nos maus caminhos e descartar o Sutra de Lótus.
Todo o país era influenciado por esses ensinamentos errôneos e pela calúnia contra a Lei. Esse o motivo
Nitiren Daishonin afirma do país sofrer tantas calamidades.
Daishonin enfrentou diretamente os sacerdotes, considerados de suprema sabedoria, como no caso de
Ryokan e ainda denunciou-os como a verdadeira fonte desse mal da calúnia.
Nitiren Daishonin e seus discípulos provocaram então a manifestação do Rei Demônio
Uma vez que se lançou a essa batalha “tão feroz do Buda contra o Rei Demônio”,era inevitável que os
três obstáculos e as quatro maldades caíssem sobre ele e seus discípulos como vingança.
H. O que importa é o coração
(TC p. 50) “Uma passagem do Sutra Seis Paramitas afirma que devemos nos tornar mestre de nossa
mente, e não deixar que ela nos domine.
Independentemente do problema que enfrentar, considere-o simplesmente como um sonho, e pense
apenas no Sutra de Lótus.”
Como Daishonin diz, “O que importa é o coração” (WND, v. 1, p. 949 e 1000).
O coração humano ou a mente proporcionam suprema dignidade e nobreza à vida. Ao mesmo tempo,
pode cair na mais profunda depravação se sucumbir aos impulsos da escuridão ou ignorância
fundamental. Transformar o coração é a base para toda mudança duradoura.
Se nos basearmos em nosso coração ou em nossa mente inconstante, não conseguiremos escalar as
íngremes cordilheiras fustigadas pelos ferozes ventos das funções malignas. Devemos visualizar o pico
sólido e inabalável do estado de Buda e sempre buscar dominar nossa mente. Este é o significado das
palavras “tornar mestre de nossa mente, e não deixar que ela nos domine”.
Dominar a mente significa fundamentar-se no inabalável alicerce da Lei. Aqui está a importância dos
sutras ou escritos contendo os ensinos do Buda que despertou para a Lei e a propaga. Para nós,
praticantes do Budismo Nitiren, dominar a mente significa nos basearmos no Gohonzon e nos escritos
do Buda. E, no Budismo, é o mestre que põe os ensinos em prática, que nos ajuda a conectarmos com a
Lei. Dominar a mente significa viver com um sincero espírito de procura na fé e, embasados no mesmo
compromisso entre mestre e discípulo, não se deixando ser dominados pelo egoísmo, pela arrogância
nem pela presunção.
Nas circunstâncias em que os irmãos viviam sobre forte oposição do pai, Nitiren Daishonin afirma que
não são outras estratégias a não ser a forte fé (com base na firme oração). Basear-se na Lei sob a
orientação do mestre é que nos permite ter a ação correta.
Se não fosse pelo alerta do Buda, do mestre, eles não perceberiam a atuação dos três obstáculos e quatro
maldades, com certeza seriam influenciados.
Outra frase: “Independentemente do problema que enfrentar, considere-o simplesmente como um
sonho, e pense apenas no Sutra de Lótus”.
Nitiren Daishonin deixou registrado esses incentivos principalmente para nós, nesta época, onde por
pouco, desanimamos ou paramos a prática.
Hoje os obstáculos e maldades por praticarmos este ensino, não é comparável ao que Nitiren Daishonin
e seus discípulos passaram por propagar e proteger a Lei. (Com a própria vida)
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Considerar como um sonho os problemas, parece ser insensível, mas, como Nitiren Daishonin afirma,
do ponto de vista da eternidade da vida, é um fenômeno tão fugaz quanto um sonho.
Permitir-se ser derrotado pelas funções malignas e se desviar da Lei serão uma causa para eterno
arrependimento.
Esta é uma forma de dominar a mente, quando definimos que o problema existe, é real, mas vai passar.
Por que eu vou tranformar. Nós definimos em nossa mente, que o problema não vai me deixar arrasada,
ou me arrastar para um sofrimento profundo.
Na passagem, também consta: “pensem unicamente no Sutra de Lótus”, Nitiren Daishonin pede a seus
discípulos que enfoquem apenas o Kossen-rufu e se mantenham firmes na fé em prol da eterna vitória.
Como se ele dissesse “Coloquem o Kossen rufu e a Lei como centro”
A frase: “A mesma mente de Nitiren”
É incorporar o espírito da unicidade de mestre e discípulo – é o Shitei Funi
Para nos tornar mestre de nossa mente, precisamos ter uma excelente bússola na vida e um brilhante
farol na fé.
Não podemos nos permitir governar pela natureza inconstante, fraca e mutável da mente sujeita a
ilusões de uma pessoa comum.
A transformação contínua de nosso coração e nossa mente com a recitação do Daimoku, resulta não só
na mudança profunda no meu interior, como também na transformação de todo o nosso modo de vida,
Essa mudança coloca-nos na rota certa para atingirmos o estado de Buda nesta existência,
O triunfo dos irmãos Ikegami é a vitória de mestre e discípulo
E alem disso é um grande incentivo para todos nós.
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