Edição Especial Madre Madalena Celebração pelo dia 10 de maio
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Edição Especial Madre Madalena Celebração pelo dia 10 de maio
INFORMATIVO DO LAR SANTA ELISABETH – SÃO LEOPOLDO- RS Ano 2 – Nº 06 – Maio de 2014- [email protected] Edição Especial Madre Madalena Celebração pelo dia 10 de maio (179 anos) A congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã foi fundada por Maria Catarina Damen, no dia 10 de maio de 1835, em Heythuysen – Holanda. Como religiosa passou a chamar-se Madalena Damen. Mas quem foi Madre Madalena Damen? Quase no final do século XVIII, na Holanda, Deus trouxe ao mundo Maria Catarina Damen (mais tarde chamada Madre Madalena Damen). Maria Catarina, filha de Cornélio e Gertrudes Damen, nasceu no dia 19 de novembro de 1787. Quando ela não tinha nem quinze anos, a situação política e religiosa do país piorou. A Holanda foi invadida e dominada pela França, que estava fazendo nesse tempo uma enorme revolução, conhecida na história como a "Revolução Francesa". Num tempo desses, com pouco ou nada para comer, com muito frio e sem poder ter o conforto da religião, Catarina Damen aprendeu de sua mãe a lição mais preciosa de sua vida. Diante de qualquer problema, dizia: "Deus Cuida". Estava seguro de que Deus haveria de cuidar deles e Catarina viu que, de fato, nunca lhes faltou o necessário. Com quinze anos, Catarina saiu de sua casa, em Laak, um lugar de duzentos habitantes, que ficava numa pequena ilha do rio Maas, pertencente à cidade de Stevenswert, e foi para a cidadezinha de Maaseik, a duas horas de distância (a pé) onde arranjou um trabalho de empregada doméstica. De 1810 a 1817, trabalhou na casa paroquial. Foi nesse tempo que conheceu os Freis Capuchinhos Franciscanos. Participou de um grupo de oração e reflexão e foi aprendendo a espiritualidade franciscana. Catarina Damen fez da frase "Deus Cuida" um projeto de vida. Ingressou na Terceira Ordem Secular, que São Francisco de Assis fundara para leigos. Com o desejo de dedicar sua vida a Deus e ao serviço dos mais necessitados, começou a viver junto com outras três companheiras que tinham o mesmo ideal e moravam numa casa perto da igreja. Suas colegas chamavam-se Helena, Dina e Catarina Palenberg. Levavam uma vida exemplar que um vigário da cidadezinha vizinha, Heythuysen, convidou-as para trabalhar com ele na sua Paróquia. Queria confiar-lhes o cuidado das crianças, que não tinham escola e, muito pobres. Catarina sabia que era Deus quem estava cuidando do seu caminho. Embora suas companheiras não quisessem ir junto, ela conseguiu um carroceiro que levou todos os seus pertences: uma mesa, um fogão e um baú. Isso foi no dia 25 de junho de 1825. Uma recepção desagradável O pároco de Heytuysen, Pedro van der Zandt, ficou decepcionado: tinha convidado as quatro jovens, mas foi somente Catarina. Ele pensou que ela não ia dar conta de cuidar das crianças, colocou-a como empregada da casa paroquial e para cuidar das alfaias da igreja. Mais tarde, o padre escreveu em seu diário: "Catarina não é uma professora formada, mas cativou crianças e jovens por sua dedicação". Escreveu também que ela só sabia dizer "Deus cuida!", diante de qualquer problema que aparecesse. Mas era justamente essa a sabedoria de sua santidade. Um novo grupo Em 1825, iniciou uma escolinha para crianças de rua. Sua disponibilidade e bondade no serviço às crianças e aos doentes, logo atraiu outras mulheres dispostas a assumir o mesmo projeto de vida. A primeira foi Ana Maria Verkoulen, que era analfabeta, mas sabia costurar. Catarina percebeu que Deus a estava enviando para ajudar na escolinha. Mais tarde, Ana Maria foi uma das primeiras Irmãs da Congregação e passou a se chamar Irmã Clara. A segunda companheira era uma viúva chamada Gertrudes. Catarina a acolheu dizendo: "Seja bem-vinda! Deus a abençoe. Ele sabe que preciso de ajuda". Depois foi a vez de Maria. Era uma moça da roça, que sonhava em ser Irmã e Catarina acolheu-a dizendo: "Sirvamos juntas ao bom Deus!". Onde morar? Logo apareceu um problema: a casa de Catarina se tornou pequena para o grupo. Era preciso providenciar uma casa maior. Embora o povo do lugar fosse muito pobre, diversas pessoas apareceram para oferecer algum material de construção ou para ajudar no trabalho. Catarina sempre dizia "Deus Cuida!", e acrescentou: "Antes de eu morrer, desta casa ainda vão sair mais dezessete casas". De fato, quando ela morreu, em 1858, suas Irmãs já tinham fundado a décima sétima casa. Isso mostra que Catarina era mesmo uma mulher que se tinha colocado inteira nas mãos de Deus. Quem agia nela, talvez justamente por causa de sua humildade, era o Espírito de Deus. Um começo muito duro Sobre essa primeira casa que Catarina construiu para viver com suas companheiras, mais tarde uma delas, a Irmã Antônia, escreveu: "Como mobília, tínhamos um pequeno fogão, e como mesa, o chão batido ou um tonel. Dormíamos sobre palhas, sofrendo muito por causa do frio. Para nos sustentarmos, muitas vezes tínhamos de atravessar a noite costurando. Mas o comentário de Catarina foi só este: "Como Deus é bom! No meio de nossa pobreza ele nos dá o gozo de tanta satisfação!". E animava suas três companheiras, repetindo muitas vezes: "Se nós vivermos como verdadeiras filhas de São Francisco, Deus cuidará de nós!". E elas devem mesmo ter vivido como verdadeiras filhas de São Francisco, porque logo ficaram muito conhecidas, mesmo em lugares distantes. Começaram a aparecer muitas moças que pediam para viver com elas. Mas Catarina não podia recebê-las por falta de lugar. E saiu procurando uma casa maior. O "Kreppel" O prefeito da cidade deu uma volta com ela por toda parte. Fora da cidade, eles viram um velho casarão abandonado, que todo mundo costumava chamar de Kreppel, e Catarina logo disse: "Aqui está a casa que eu vi. E aqui vou ficar, porque é aqui que Deus me quer". O Padre Pedro achou a ideia absurda, como é que elas iam comprar uma casa daquelas sem dinheiro? Mas Catarina só respondeu: "Deus proverá! A obra não é minha!". E Deus logo começou a dar um jeito. Um dia, Catarina estava numa loja e o próprio comerciante disse que ela deveria comprar o Kreppel. Ela respondeu: "É isso que eu desejo, mas não tenho dinheiro!". O comerciante atalhou: "Eu posso emprestar uma parte. A senhora me devolverá quando puder". Logo depois, entrou no grupo uma moça chamada Gertrudes, que trouxe consigo três mil francos. Uma senhora chamada Elisabete vendeu sua casa e doou 1.400 francos. Com essas ajudas, Catarina conseguiu comprar a casa, entregando ao proprietário 5.500 francos franceses. Ainda ficaram faltando mais 4.000 para pagar a propriedade, que tinha 15 hectares de terra. Surge a Congregação Mas o maior problema não era a casa. Para poder receber tantas moças, Catarina tinha de fundar uma congregação religiosa e isso dependia da autorização do bispo de Liége. Como as coisas iam bem, não foi difícil convencer o pároco a escrever uma carta para Dom Cornélio, Bispo de Liége, pedindo que aprovasse o modo de viver daquele grupo e as deixasse usar um hábito próprio, como era costume dos religiosos. Com a autorização do bispo, elas podiam ser religiosas e receber oficialmente as moças que Deus enviava. No dia 10 de maio de 1835, Catarina Damen fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã, inspirada na espiritualidade de São Francisco de Assis. Como Irmã Religiosa passou a chamar-se Madre Madalena. Ela quis nome de Madalena, o mesmo da mulher que os Evangelhos apresentam como amiga de Jesus, a que estava aos seus pés no Calvário, a primeira que o encontrou quando ele ressuscitou. As outras primeiras Irmãs chamaram-se Clara, Antônia, Francisca e Angelina. Quando surgia algum empecilho, Madre Madalena simplesmente dizia: "A obra não é minha, mas do Senhor. Ele vai cuidar". Quando lhe perguntaram se queria partir, ela respondeu sorrindo: "Que seja feita a vontade de Deus!". Pediram que ela intercedesse pelas irmãs lá no céu, e ela respondeu: "Sim, é isso que eu vou fazer!". No livro em que as Irmãs iam anotando os fatos mais importantes, lemos: "No dia 7 de agosto de 1858, faleceu a nossa querida e amada irmã Madalena Damen, fundadora da nossa Congregação. Ela foi enterrada defronte da Cruz das Missões, no cemitério do convento". A Congregação das Irmãs Franciscanas, logo ficou conhecida e houve muitos pedidos para fundar obras semelhantes em outros lugares, mesmo fora da Holanda. A Congregação é missionária, pois cresceu rapidamente e expandiu-se pelo mundo. Em 1870, as Irmãs já estavam saindo até para fora da Europa. Em 1872 vieram para o Brasil. Em 1874, foram para os Estados Unidos. Hoje, estão presentes, não só na Holanda, mas na Alemanha, Polônia, Indonésia, Brasil, Estados Unidos, Itália, Tanzânia(África), México, Guatemala, Timor Leste, Filipinas e na Bielorrússia. No Brasil No Brasil, as Irmãs Franciscanas chegaram em 1872, quando fundaram o Colégio São José, de São Leopoldo/RS para servir na educação de crianças e jovens, filhos de imigrantes. Ainda não havia um prédio, mas as irmãs já conseguiram reunir 23 meninas em baixo de uma árvore para a primeira aula. O espírito missionário das primeiras irmãs motivou o nascimento de muitas outras obras, especialmente, na educação, na saúde e na assistência social. Setenta anos depois, em 1942, já havia 42 casas das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã no Brasil, com um total de 848 Irmãs. Hoje, desmembradas em duas Províncias, as Irmãs já estão presentes em paróquias e dioceses de vários Estados, do sul e do norte do País, trabalhando em escolas, hospitais, asilos, creches, orfanatos e inseridas entre o povo. No dia 08 de maio de 2014, no Lar Santa Elisabeth, realizamos a Celebração com Madre Madalena, com o objetivo de Celebrar os 179 anos de Fundação da Congregação das Irmãs Franciscanas. Os colaboradores do Lar estiveram presentes e participaram deste momento, contribuindo com reflexões sobre Madre Madalena Damen. Seguem alguns depoimentos dos nossos colaboradores no momento da partilha: “Penso que ela tinha, no amor ao próximo a maior de suas virtudes, ensinamentos a todos, inclusive às crianças.” “Vejo uma mulher bondosa que gosta de ensinar a palavra de Deus. Guerreira por tudo aquilo que ela conseguiu conquistar.” “Madre Madalena me passa um gesto de carinho, paz, amor e fé. Não importa o que está fazendo, se o faz com amor, terá paz no coração e uma satisfação ao que faz e se unir com o próximo e com Deus.” “Sem conforto mas eram felizes. A mudança foi feita de carroça e carrinho de mão, com ajuda de famílias e vizinhos. Missa do Divino Espírito Santo 10 de maio, início da Congregação.” “Mesmo com tanta dificuldade, em meio ao barro, sua fé era bem maior a qual não a deixaria desanimar. Sua fé fez seguir com a certeza que um dia tudo iria estar em perfeita condição para servir ao Senhor Deus, esse que olhou por elas e fez tudo dar certo.” “Madre Madalena corajosa, pobre de bens, mas rica de sabedoria e esperança. Começar os trabalhos num lugar pobre, mas muito lindo e caprichoso, como uma semente a ser semeada em um canteiro. Cultivada e se espalhou, chamando mais meninas a ser como ela. Fazendo o bem e ajudando ao próximo.” “A humildade entre o povo da aldeia e a fé foram mais fortes do que qualquer obstáculo. Começo, vida nova e renovação.” “Louvai ao Senhor porque Ele é bom, muito bom. Graças damos para toda essa caminhada, dedicação, fé de Madre Madalena Damen na esperança do Deus Cuida. E que Deus continue cuidando.” O Lar Santa Elisabeth agradece a participação e o envolvimento de todos seus colaboradores na Celebração dos 179 anos da Congregação das Irmãs Franciscanas.