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Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto
ARTIGO ORIGINAL
Importância da Intervenção do Fisioterapeuta no Tempo de Paragem
após Entorse do Tornozelo. Um Estudo em Basquetebolistas da Liga
Profissional Portuguesa
Maria António Castro1 , Manuel António Janeira2 , João Madail3 , Orlando Fernandes4
Fisioterapeuta. Mestre em Ciências do Desporto - Actividade Física Adaptada. Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra – Instituto
Politécnico de Coimbra1 - Correspondência para: [email protected]
Doutor em Ciências do Desporto. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto 2
Fisioterapeuta. Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra – Instituto Politécnico de Coimbra3
Licenciado em Educação Física. Mestre em Treino de Alto Rendimento. Faculdade de Desporto da Universidade de Évora4
Resumo
Introdução: No basquetebol, a lesão por entorse do tornozelo é, altamente limitante para o atleta e obriga a bastante tempo de
paragem. Relevância: Um dos aspectos relevantes da intervenção do fisioterapeuta remete para a necessidade da redução do tempo
de paragem dos atletas, face às lesões ocorridas na prática desportiva. Objectivos: Os objectivos do presente estudo efectuado em
basquetebolistas da Liga Profissional Portuguesa durante duas épocas consecutivas foram: (i)Avaliar o tempo de paragem dos atletas
após entorse do tornozelo em função da gravidade da lesão; (ii)Comparar a gravidade da entorse do tornozelo e os tempos de
paragem após lesão em basquetebolistas pertencentes a equipas que dispõem do apoio permanente de fisioterapeuta e em equipas
que não dispõem deste apoio. Metodologia: A amostra de atletas que sofreram entorse (n=81) foi dividida em dois grupos: um
pertencente a equipas com fisioterapeuta (CF—n=44) e outro sem fisioterapeuta (SF—n=37). Resultados: As comparações entre
grupos (CF vs. SF) evidenciaram diferenças estatisticamente significativas relativamente aos tempos de paragem, para a totalidade
da amostra (CF—3.7±4.04dias vs. SF—12.57±24.28dias; p=0.040), bem como por gravidade de entorse, ligeiro (CF—1.46±1.91dias
vs. SF—3.2±2.24dias; p=0.006) e grave (CF—7.83±3.43dias vs. SF—41.12±41.13dias; p=0.011). Discussão e Conclusões: A entorse
do tornozelo afecta cerca de 50% dos atletas em estudo e o tempo de paragem que provoca aumenta proporcionalmente à maior
gravidade da lesão. Os resultados mostram inequivocamente a importância da intervenção do fisioterapeuta na redução do tempo
de paragem dos atletas após entorse, quer do ponto de vista da apreciação global, quer da apreciação da gravidade da lesão.
Palavras Chave: entorse do tornozelo, basquetebol, fisioterapeuta, tempo de paragem
Abstract
Introduction: In basketball, an ankle sprain is a very common injury that keeps athletes out of practice for a long time. Relevance:
Among other things, the existence of sports’ physiotherapists in a team is justified by the need of reducing the time lost after an injury.
Objectives: The aim of this study on Portuguese championship professional basketball players is to: (i) evaluate athletes’ lost time
after an ankle sprain according to the severity of their injury; (ii) compare the time lost after an ankle sprain in teams with or without
physiotherapists and according to the injury’s severity. Methods: The sample of athletes with an ankle sprain (n=81) was divided into
two groups: one of those which had a physiotherapist on their team (CF-n=44) and another one without physiotherapist (SF-n=37).
Results: Comparing the groups (CF vs. SF) showed significant statistical differences in the time lost after an ankle sprain (CF-3.7±4.04
days vs. SF—12.57±24.28 days; p=0.040). When analysed by severity both mild (CF-1.46±1.91 days vs. SF-3.2±2.24 days; p=0.006)
and severe ankle sprains (CF-7.83±3.43 days vs. SF-41.12±41.13 days; p=0.011) showed significant statistical differences in the time
lost. Discussion & Conclusions: During our study, half of all basketball players suffered an ankle sprain, although the number of
ankle sprains tended to diminish as the injury’s severity increased. It has become evident that the time lost by athletes after an ankle
sprain in teams working with physiotherapists is largely smaller than in teams without physiotherapists. This was observed when ankle
sprains were analysed in general and when they were divided into the existing severity grades.
Key-words: ankle sprain, basketball, physiotherapist, time lost
Introdução
técnico de equipas de alta competição é hoje uma
realidadee o basquetebol tem de tal sido um exemplo
A importância dos fisioterapeutas no seio do corpo
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pioneiro. Nesta modalidade em
Portugal, cerca de
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60% das equipas que participam na Liga Profissional de
literatura nacional. De facto, desconhecem-se quais os
Clubes incluem na sua equipa técnica um ou mais fisiote-
benefícios efectivos que o acompanhamento em
rapeutas com funções permanentes junto do corpo de atle-
permanência dos fisioterapeutas acarretam nas equipas
tas. De igual modo, outras equipas de diferentes divisões
onde intervêm. Neste contexto, foram dois os objectivos
nacionais mantêm ligações privilegiadas com fisioterapeu-
do nosso estudo: (i) Avaliar o tempo de paragem dos
tas ou com gabinetes privados servidos por estes profis-
atletas após entorse do tornozelo em função da gravidade
sionais e que disponibilizam serviços de fisioterapia. Tam-
da lesão; (ii) Comparar a gravidade da entorse do tornozelo
bém as selecções nacionais, masculinas e femininas, de
e os tempos de paragem após lesão em basquetebolistas
diferentes escalões competitivos recorrem aos serviços
pertencentes a equipas que dispõem do apoio permanente
profissionais dos fisioterapeutas, que incluem um acom-
de fisioterapeuta e em equipas que não dispõem deste
panhamento sistemático a treinos e jogos durante os pe-
apoio.
ríodos de concentração das equipas para a preparação
das competições. Esta intervenção, mais ou menos siste-
Metodologia
mática, reflecte a preocupação de todos os agentes envolvidos no fomento do basquetebol em conseguirem
A população foi constituída pelos basquetebolistas
potencializar ao máximo o rendimento dos seus jogado-
pertencentes à totalidade das equipas da Liga Profissional
res e das suas equipas através de cuidados particulares
Portuguesa que disputaram os campeonatos em duas
no campo da prevenção e da recuperação das lesões. As
épocas consecutivas. Destes, incluíram-se no estudo
lesões músculo-esqueléticas mais frequentes em
exclusivamente aqueles que sofreram entorses do
basquetebolistas são as que afectam as extremidades dos
tornozelo ao longo das épocas desportivas. A amostra
membros inferiores e incluem contusões, roturas
constituída por 81 jogadores seniores de basquetebol foi
ligamentares e musculares, inflamações músculo-
dividida em dois subgrupos. Um, que incluía os atletas
tendinosas, fracturas e luxações (Baumhauer, Alosa,
pertencentes a equipas cujo corpo técnico dispunha dos
Renstrom, Trevino & Beynnon,1995; Butcher, et al.,1996).
serviços de um fisioterapeuta (CF- n=44); o outro, que
A ocorrência destes tipos de lesões tem a ver com as par-
incluía os atletas pertencentes a equipas cujo corpo técnico
ticularidades específicas do jogo de basquetebol, ou seja
não dispunha deste apoio (SF- n=37). Foram considerados
com os locais onde o jogo decorre, com os materiais com
critérios de inclusão na amostra, fazer efectivamente parte
que se lida e com os próprios constrangimentos do jogo.
do conjunto de jogadores habitualmente convocados para
De facto, o basquetebol é um jogo que privilegia a força
os jogos das suas equipas e terem sofrido pelo menos
explosiva, praticado num espaço físico muito reduzido e
uma entorse do tornozelo durante as duas épocas em
desenvolvendo-se em movimentos que requerem brus-
análise, na sequência da prática desportiva,
cas mudanças de velocidade e de direcção, rotações sú-
independentemente do facto de a lesão ter ocorrido
bitas e inúmeros saltos, o que, necessariamente, implica
durante os treinos ou na competição. Os valores médios
variadíssimas situações de contacto físico não sanciona-
de idade, peso e altura dos indivíduos em estudo são de
das pelas regras. Nesta modalidade desportiva, a lesão
24.9± 3.72 anos, 90.55±11.7 kg e 193.7± 9.25 cm,
por entorse do tornozelo não é só a mais frequente e a
respectivamente.
que obriga a mais tempo de paragem, como também uma
A recolha de informação foi efectuada com recurso a um
das mais limitantes para o atleta. Um dos aspectos mais
questionário auto- administrado que indagava acerca (i)
relevantes da intervenção profissional do fisioterapeuta
da idade, peso e altura dos atletas; (ii) do volume de treino;
tem a ver com a necessidade da redução do tempo de
(iii) da posição específica em campo e do uso de
paragem dos atletas, face às lesões que estes desenvol-
protecções articulares; (iv) da ocorrência de entorse do
vem durante a prática desportiva. Todavia, a pertinência
tornozelo, gravidade e tempo de paragem motivado por
deste assunto não está ainda devidamente esclarecida
essa lesão e (v) se pertenciam ou não a equipas que
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dispunham do acompanhamento permanente de
(SF), constatamos que a progressão em número
fisioterapeuta. A informação acerca da existência de
inversamente proporcional à gravidade não ocorre (Quadro
acompanhamento
foi
1). Verificamos que nas equipas sem este profissional de
cruzada com a informação fornecida pelos clubes e pelos
saúde ocorre maior número de entorses (60%) e ocorrem
registos da Federação Portuguesa de Basquetebol.
mais entorses de maior gravidade. Com efeito, nas equipas
Foram considerados indicadores em estudo, o tempo de
sem fisioterapeuta predomina a ocorrência de entorses
paragem do atleta, expresso em número de dias que o
do tornozelo graves, ultrapassando largamente o número
mesmo esteve impedido de treinar e/ou jogar por motivo
de entorses ligeiras e moderadas. Este aspecto toma
de entorse do complexo articular do tornozelo, a gravidade
especial relevância tanto ao nível da saúde do atleta como
da entorse do tornozelo e o acompanhamento da equipa
da harmonia da própria equipa que deixa de poder contar
ser realizado ou não por fisioterapeuta.
com os seus elementos lesionados.
Foram consideradas as entorses de gravidade ligeira (GI),
É evidente também a relação entre a gravidade da lesão
moderada (GII) e grave (GIII). Para as comparações entre
e o tempo de paragem dos atletas ou seja, a entorses
permanente de
fisioterapeuta
grupos recorremos ao teste de Mann-Whitney e para as
comparações inter-grupo por graus de entorse, recorremos
ao teste de Kruskal-Wallis, ambos para medidas
independentes. O nível de significância foi estabelecido
Quadro 2 – Médias e desvios-padrão dos tempos de
paragem dos atletas avaliados por grau de entorse.
Grau entorse
n
TP (dias)
Grau I
39
2.13±7.1
Grau II
28
6.04±6.7
Grave (n)
6 (5.5%)
37 (33.6%)
em 5%.
Resultados
Na análise dos resultados obtidos sobressai o elevado
número de atletas que sofreram entorses do tornozelo
(49.7%) o que ilustra bem, a relevância deste tipo de
traumatismo para os basquetebolistas estudados. Quando
menos graves corresponde um tempo de paragem menor,
avaliada em função do volume de treino a incidência de
enquanto as entorses mais graves corresponde um tempo
entorse apresenta o valor de 0,76 por 1000 horas de treino,
de paragem mais dilatado (Quadro 2). Do ponto de vista
mostrando claramente a importância da entorse do
do tempo de paragem, as lesões de gravidade ligeira
tornozelo na prática do basquetebol.
implicam menor tempo de paragem que as de gravidade
As entorses de tornozelo que predominaram nos
moderada e estas menor tempo de paragem que as
basquetebolistas lesionados (n=81) foram as que se
graves, independentemente dos grupos em estudo, com
enquadram como mais graves seguidas das mais ligeiras.
e sem fisioterapeuta.
Quando analisadas separadamente, em função dos
Independentemente do grau da lesão, é evidente o menor
grupos com fisioterapeuta (CF) e sem este profissional
tempo de paragem dos atletas pertencentes a equipas com
Quadro 1 – Entorses do tornozelo sofridas pela amostra
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Gravidade entorse
C om Fisioterapeuta
n(% )
Sem Fisioterapeuta
n (% )
Li gei ro (
24 (21.8%)
15 (13.6%)
Moderado (n)
14 (12.7%)
14 (12.7%)
Grave (n)
6 (5.5%)
37 (33.6%)
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fisioterapeutas relativamente ao outro grupo de atletas em
De um modo muito específico, o contributo substancial do
estudo. As comparações entre grupos, com fisioterapeuta
fisioterapeuta no seio das equipas parece evidente se
(CF) versus sem fisioterapeuta (SF) evidenciaram
atendermos, fundamentalmente, à diferença numérica
diferenças estatisticamente significativas relativamente
entre os tempos de paragem por entorses graves no seio
aos tempos de paragem, para a totalidade da amostra
dos dois grupos em análise (cerca de 33 dias). As
(CF-3.7±4.04 dias vs. SF-12.57±24.28 dias). A relevância
comparações entre grupos (CF vs. SF), relativamente aos
estatística avaliada pelo teste de Mann-Whitney (Z=-2.05,
tempos de paragem por grau de entorse, evidenciaram
p=0.040) expressa uma diferença de aproximadamente 8
diferenças estatisticamente significativas para a gravidade
dias para a recuperação dos atletas pertencentes aos dois
ligeira (CF- 1.46±1.91 dias vs. SF-3.2±2.24 dias; Z=-2.72
grupos em confronto. Para além destes resultados, refira-
dias, p=0.006) e grave (CF- 7.83±3.43 dias vs. SF-
se a elevada variabilidade do tempo de paragem dos
41.12±41.13 dias; Z=-2.53, p=0.011). Relativamente às
atletas que não tiveram apoio de fisioterapeutas, expressa
entorses moderadas, os grupos expressaram semelhança
pelo valor do desvio padrão de ±24.28 dias.
estatística (CF- 5.79±4.61 dias vs. SF- 6.29±8.43 dias;
Esta mesma tendência é verificada quando se avaliam os
Z=-0.79, p=0.431).
tempos de paragem induzidos pela gravidade de entorse
do tornozelo nos dois grupos de atletas pertencentes a
Discussão
equipas com e sem apoio permanente de fisioterapeutas
Incidência e gravidade da entorse do tornozelo
como se ilustra no gráfico seguinte.
Os resultados revelam que cerca de 49% da amostra
sofreu, durante as épocas desportivas em análise, pelo
À excepção do tempo de paragem provocado por entorses
menos uma entorse do tornozelo. Este valor corresponde
de gravidade moderada (Z=-0.79, p=0.431), os valores
a uma frequência de entorse por mil horas de 0,76 para a
dos tempos de paragem decorrentes de entorses de
generalidade dos basquetebolistas portugueses
gravidade ligeira e grave revelam diferenças
participantes no estudo. A partir da avaliação efectuada
estatisticamente significativas do grupo dos atletas com
parece inegável, a dimensão que a entorse do complexo
apoio de fisioterapeuta relativamente aos que não o
articular do tornozelo tem nos atletas em estudo (jogadores
possuem (ligeiro: Z=-2.72, p=0.006; Grave: Z=-2.53,
de basquetebol profissionais da Liga Portuguesa de
p=0.012).
Clubes - LCB). A importância destes valores afigura-se
Gráfico 1 – Tempo de paragem por gravidade de entrose do tronozelo
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Quadro 3 – Estudos sobre incidência de entorses do tornozelo em basquetebol
Autor
N ível C ompetitivo
n
Incidência de entorses do tornoz elo
Smi th & Rei schl, 1986a
L i ce a l
84
70%
Marti n, Yesali s, Foster & Albri ght,1987a
Júni or
347
32%
Pfei fer, Gast & Pforri nger, 1992
clube
473
24,6%
Leanderson, Nemeth & Eri ksson, 1993
2ª di vi são
96
92% (5,5/1000horas)
Powell,1996
L i ce a l
6500
38%
Hi ckey, Fri cker & McD onald,1997)
Selecção Femi ni na
49
12,1%
Hosea, C arey & Harrer, 2000
Li ceal / Uni versi tário
11780
9%
McKay, Goldi e, Payne, Oakes & Watson, 2001
Recreati vo
360
3.85/1000 parti ci pações
Beynnon, Vacek, Murphy, Alosa & Paller, 2005
Li ceal / Uni versi tári o
901*
0.68 /1000 di as exposi ção
Presente estudo
Profi ssi onal (Portugal)
163
49,7% (0,76/1000h)
*basquetebol e outras modali dades
como um indicador relevante no planeamento da
avaliam a incidência da entorse durante uma época
prevenção das lesões em basquetebol. Nesta questão a
desportiva (Powell,1996; Smith & Reischl,1986a) e
literatura parece ter consenso já que nos diversos estudos
outrosdurante o curto período de tempo inerente a uma
em basquetebol a entorse surge como o tipo de lesão
competição (Martin, Yesalis, Foster & Albright,1987a). Um
mais frequente (Fong, Hong, Chan, Yung & Chan,2007;
segundo momento de interpretação destes resultados
Gomez, DeLee & Farney,1996; Harmer,2005; Messina,
prende-se também com o grau de prevenção a que os
Farney & DeLee,1999; NATA,1998; NCAA,2004a;
jogadores estarão sujeitos.A literatura tem vindo a
NCAA,2004b).Todavia, verificamos alguma disparidade de
esclarecer o facto de os vários tipos de protecção para a
valores na literatura acerca da incidência da entorse do
articulação do tornozelo (Bahr & Bahr,1997; Beynnon,
tornozelo, que estará certamente relacionada com vários
Murphy & Alosa,2002; Handoll, Rowe, Quinn & de
aspectos dos quais salientamos o facto de se usarem
Bie,2001; Osborne & Rizzo,2003; Parkkari, Kujala &
diferentes formas de análise, apresentando o valor de
Kannus,2001; Quinn, Parker, de Bie, Rowe &
incidência por número de exposições do atleta à
Handoll,2000; Rosenbaum, et al.,2005; Thacker, et
modalidade, por número de dias de prática desportiva,
al.,1999; Verhagen, van Mechelen & de Vente,2000)
por horas ou minutos de participação desportiva. Para
constituírem verdadeiras protecções na ocorrência de
além disso, os estudos reportam-se a diversos níveis
entorse, especialmente da sua reincidência ou ainda da
competitivos e, são efectuados com diferentes tempos de
ocorrência de entorses de maior gravidade. Por essa
duração. De facto, alguns destes autores estudaram
razão, alguns países obrigam mesmo os atletas a utilizar,
jogadores dos liceus americanos (Powell,1996; Smith &
no jogo e no treino, protecções do tornozelo. De facto no
Reischl,1986a) enquanto outros centraram a sua atenção
presente estudo a relação entre a ocorrência de entorse
em populações de atletas profissionais (Leanderson,
e o uso de material de protecção revelou-se muito
Nemeth & Eriksson,1993). Por outro lado, alguns estudos
significativa sendo a ocorrência desta lesão muito mais
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baixa em atletas que usam protecção.
de paragem mais dilatados, independentemente da
Para além dos aspectos anteriormente referidos,
modalidade desportiva em causa e com referência
verificamos no estudo realizado que nas equipas com
exclusiva a esta situação traumática e não à globalidade
apoio permanente de fisioterapeutas, se verificam menos
das lesões (Voleibol: ligeira<7, moderada [8,21] e
entorses do tornozelo e que quando esta lesão ocorre ela
grave>21; Futebol: ligeira <7, moderada [8,21] e Grau
é com mais frequência de gravidade ligeira e moderada.
III>21; Hóquei: ligeira <7 moderada >7)(NATA,1998). Do
A relevância deste aspecto prende-se com a possibilidade
mesmo modo, os nossos resultados confirmam os tempos
de nas equipas, os fisioterapeutas introduzirem medidas
diferenciados de paragem dos atletas face à diferente
preventivas de ordem diversa e promoverem essa
gravidade de entorse. Grosso modo, e em referência à
intervenção de cariz preventivo junto de treinadores e
globalidade da amostra, as entorses de gravidade ligeira
atletas. Desde a utilização de meios externos de protecção
provocaram, em média, tempos de paragem de 2 dias, as
como sejam as ortóteses e as ligaduras funcionais, até à
moderadas tempos de paragem médios entre 4 e 12 dias,
implementação de programas de treino proprioceptivo
enquanto as entorses graves provocaram tempos de
(Thacker, et al.,1999), as equipas com apoio permanente
paragem médios superiores a 26 dias. Relativamente a
de fisioterapeuta beneficiaram da redução do número de
este assunto, a literatura referente ao jogo do basquetebol,
entorses ocorridas. De referir ainda será a maior facilidade
confirma os resultados do nosso estudo (Starkey, 2000).
no retorno à prática desportiva por parte dos atletas cuja
De facto, Smith & Reischl (1986b) ao estudarem as
equipa dispõe de um fisioterapeuta para adequar a carga
entorses do tornozelo em basquetebolistas americanos,
de treino à condição clínica do atleta (Wolfe, Uhl, Mattacola
referem tempos de paragem, por grau de entorse,
& Mccluskey,2001 )
semelhantes aos identificados no presente estudo.
Resultados afins foram encontrados por Bahr, Karlsen,
Tempo de Paragem após lesão
Lian & Ovrebo (1994), num estudo acerca da incidência
Os níveis de sucesso desportivo são largamente
deste tipo de lesão em jogadores de voleibol.
condicionados pela forma ajustada como o treinador toma
Importa clarificar que tempos de paragem e tempos de
decisões em campos determinantes do processo de
recuperação são questões substancialmente diferentes.
orientação desportiva, dos quais, os cuidados clínicos e a
Por tempo de paragem, entende-se o período em que o
prevenção das lesões, são aspectos fundamentais
atleta está ausente da prática desportiva devido a uma
(Janeira,1998). Nesta abrangência, os tempos de
qualquer lesão, independentemente das estruturas
paragem, após lesões de diferentes gravidades,
anatómicas
constituem-se como uma das preocupações mais
recuperadas. Como se sabe, o retorno à prática desportiva
importantes de treinadores e atletas. Os “custos” das
acontece, muitas vezes, sem que a recuperação
lesões e, consequentemente, a ausência dos atletas na
anatomofisiologica esteja completa. Ou seja, no caso
competição obrigam o treinador a equacionar a
específico da entorse do tornozelo, a noção de retorno à
importância deste efeito aditivo (lesão + tempo de
prática não é sinónimo de recuperação completa das
paragem), com repercussões no rendimento competitivo
estruturas anatómicas envolvidas. Por tempo de
das equipas (Amorim, Morais, Oliveira & Mamede,1989;
recuperação entende-se o período que decorre desde o
Comas,1991; Knight,1985; Stone & Steingard,1993) e,
momento da lesão até ao restabelecimento total das
muitas
estruturas anatómicas lesadas. É nesta dupla dimensão
vezes,
na
integridade
psicológica
do
lesadas,
estarem
completamente
atleta(Smith,1996).
que a intervenção dos fisioterapeutas tem sido apontada
Na literatura revista (Baumhauer, Alosa, Renstrom, Trevino
como decisiva, no âmbito da preparação desportiva
& Beynnon,1995; Ellison,1995; Loosli, Requa, Garrick &
(Araújo,1986; Oliveira,1990). Para Garrick, Schelkun. &
Hanley,1992; Watson & Ozanne-Smith,2000) foi possível
Heinz (1997), o tempo de paragem por entorse do
perceber que a maior gravidade da entorse requer tempos
tornozelo situa-se entre 3 dias e 6 semanas, valores
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coincidentes com o actual estudo. Pese embora esta
forma particular o movimento efectuado pelo atleta às
igualdade nos tempos de paragem após lesão, a questão
capacidades da estrutura em recuperação, só possível,
que se coloca tem a ver com a importância que a presença
também, com a presença deste profissional. Corroboran-
do fisioterapeuta na equipa desportiva poderá ter na
do estas posições, Powell (1996) verificou num período
modificação desses mesmos tempos de paragem, após
de 10 anos que a presença do fisioterapeuta nas equipas
lesão dos atletas. Os resultados do presente estudo
desportivas conduziu a uma redução elevada da gravida-
sustentam, claramente, a importância do fisioterapeuta na
de das lesões ocorridas durante os treinos e as
diminuição dos tempos de paragem dos atletas com
competições. Segundo este autor, lesões com tempos de
entorses do tornozelo e, também, na diminuição dos
paragem superiores a sete dias, foram reduzidas em
tempos de paragem por gravidade da lesão. Dos 81
cerca de 31% pela intervenção permanente do fisiotera-
indivíduos constituintes da nossa amostra, 44 pertenciam
peuta junto dos atletas pertencentes a diferentes
a equipas com apoio permanente de fisioterapeutas e 37
modalidades desportivas. Também Foster, Yesalis,
a equipas sem este tipo de apoio. Ainda assim, foi possível
Ferguson & Albright (1989) verificaram a diminuição do
verificar a diminuição significativa dos tempos de paragem,
tempo de recuperação após lesão em 70% dos atletas
após lesão, nos atletas apoiados por fisioterapeutas,
acompanhados por fisioterapeutas. Reforçando a ideia da
relativamente aos que não possuíam este apoio (3.70±4,0
importância do fisioterapeuta junto das equipas
dias vs 12.57±24.3 dias). Assim, os resultados deste
desportivas, Martin, Yesalis, Foster & Albright (1987b)
estudo parecem sugerir que a intervenção do
referem que, da totalidade das lesões ocorridas no Tor-
fisioterapeuta diminui em cerca de três vezes o tempo de
neio Olímpico de Basquetebol (Júnior), 75,9% foram tra-
paragem dos atletas, após lesão. Por outro lado, centrando
tadas pelo fisioterapeuta, facto que evidencia o papel
a apreciação em torno da gravidade da entorse, a
determinante desempenhado por estes profissionais de
comparação entre o tempo de paragem nos dois grupos
saúde na recuperação dos atletas e favorece a
em estudo (com fisioterapeuta e sem fisioterapeuta) vai
perspectiva da sua intervenção em primeira instância. Os
ao encontro dos resultados anteriormente expressos. Os
autores (Martin, Yesalis, Foster & Albright,1987b) questi-
tempos de paragem dos atletas com apoio dos
onam mesmo a importância do apoio médico de forma
fisioterapeutas são, efectivamente, sempre menores em
permanente em torneios desta natureza e sugerem, em
todos os níveis de gravidade de entorse e com relevância
alternativa, o apoio permanente do fisioterapeuta. A
estatística para os tempos de paragem após entorses de
justificação desta sugestão tem a ver com o facto de
gravidade ligeira (p=0.006) e grave (p=0.012).
somente uma pequena parte dos atletas (4%) ter
As diferenças, atrás mencionadas, poderão esclarecer o
necessitado de cuidados médicos, em oposição com o
papel decisivo do apoio permanente do fisioterapeuta aos
elevado número de atletas (75,9%) que necessitaram
atletas de basquetebol. A abrangência deste apoio pode-
de
cuidados
fisioterapêuticos.
rá manifestar-se segundo três níveis. Um, relacionado com
a prevenção da lesão, feita de um modo sistemático, por
Conclusões
exemplo através do aconselhamento de ortóteses, que
possam diminuir a incidência da entorse, e através da par-
Da globalidade dos resultados por nós avaliados numa
ticipação activa no treino, trabalhando no sentido de me-
população de basquetebolistas, decorre um conjunto de
lhor “apetrechar” fisicamente os jogadores, para que a en-
constatações fundamentais, relativamente à incidência da
torse do tornozelo possa ser evitada, nomeadamente atra-
entorse do tornozelo, à sua gravidade e aos tempos de
vés do treino proprioceptivo. A outra, relacionada com a
paragem que esta lesão provoca nos jogadores. Afigura-
especificidade do tratamento, domínio evidente da inter-
se relevante na população de basquetebolistas estudados,
venção qualificada do fisioterapeuta. Por último, a
a forte incidência da entorse do tornozelo. De facto, cerca
integração progressiva do atleta no treino, adequando de
de 50% dos atletas em estudo sofreram, pelo menos, um
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traumatismo desta natureza durante as duas épocas
competitivas avaliadas. Por outro lado, os resultados
revelaram de uma forma substantiva, que a importância
da intervenção do fisioterapeuta na redução do tempo
de paragem dos atletas após entorse do tornozelo é
manifesta, quer do ponto de vista da apreciação global,
quer do ponto de vista da apreciação da gravidade da
lesão. O que aqui se pretende sublinhar é que, de facto, e
a partir exclusivamente dos resultados do estudo
efectuado, as equipas parecem ter vantagem em dispor
dos serviços de um fisioterapeuta em permanência, visto
parecer ser possível que os seus cuidados, promovam
uma alteração nas consequências das lesões. Na
generalidade das entorses ocorridas, as equipas com
apoio permanente de fisioterapeutas viram os seus atletas
ser privados da prática de basquetebol, durante 4 dias ao
passo que nas equipas sem este apoio os atletas estiveram
ausentes 13 dias.
Deste modo torna-se evidente a importância da inclusão
de um fisioterapeuta na equipa técnica dos clubes. No
domínio da preparação desportiva, a intervenção do
fisioterapeuta mostra-se indispensável na formulação, em
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conjunto com o treinador e toda a equipa, de um plano de
prevenção e de recuperação das lesões do atleta.
Acreditamos que os resultados do presente estudo
poderão constituir-se como um conjunto de referências
que, de facto, expressem bem a qualidade da intervenção
do fisioterapeuta e das vantagens que a sua presença
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Artigo recebido a: 23 de Maio de 2007
Artigo revisto a: 21 de Agosto de 2007
Aceite para publicação a: 26 de Outubro de 2007
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