Museu Militar Conde de Linhares

Transcrição

Museu Militar Conde de Linhares
MUSEU MILITAR
CONDE DE LINHARES
Origem
Localização
Localizado no bairro de São Cristóvão, no
antigo aquartelamento da 5º Brigada de Cavalaria Blindada (5º Bda C Bld), o Museu Militar
Conde de Linhares (MMCL) foi inaugurado em
12 de outubro de 1998, dependendo na época
de algumas obras a serem concluídas. Recentemente, com o apoio de órgãos do Estado, Prefeitura, Fundação Cultural Exército Brasileiro e da
iniciativa privada, encerraram-se em quase sua
totalidade o que restava das adaptações e reformas, dando início a uma nova etapa do MMCL,
agora como Centro Cultural, abrindo suas portas ao público em 6 de maio de 2001.
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Construído em 1921, por ordem do Ministro da Guerra Pandiá Calógeras, foi ocupado
inicialmente pela 1º Companhia de Metralhadoras. Mais tarde veio a servir de aquartelamento da Companhia de Intendência, onde eram
formados os oficiais do Serviço de Intendência,
os quais, com a transferência da Escola Militar
do Realengo para Resende, passaram a compor
o efetivo da Academia Militar das Agulhas Negras. Foi sede também do Centro de Preparação
de Oficiais da Reserva (CPOR), passando em
seguida a ser ocupado pela 5a Bda C Bld, a qual
permaneceu até 1996.
O Museu recebeu o nome de Conde de
Linhares em homenagem a D. Rodrigo de Souza Coutinho, nascido em Chaves, Portugal, em
1745, que em 1808 acompanhou a transferência
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da corte portuguesa para o Brasil, onde exerceu as
funções de Ministro da Guerra e dos Negócios
Estrangeiros. Criou a Academia Real Militar, o
Jardim Botânico, o Arquivo Militar, a Biblioteca Pública e a Academia de Belas Artes. Faleceu
no Rio de Janeiro aos 67 anos.
Acervo
Atualmente, o Museu Militar Conde de
Linhares dispõe de um acervo de grande valor
histórico.
As exposições abordam a história do Exército Brasileiro, desde a sua formação, até o momento atual, inclusive com peças usadas pelas
Forças de Paz da ONU enviadas pelo Brasil a
várias partes do mundo. Destaca-se entre essas
peças um Jeep Toyota, crivado de balas, que foi
alvo de uma emboscada em Angola, no qual
morreu um cabo fuzileiro naval.
Jeep Toyota – alvo
de emboscada em Angola,
no qual morreu um cabo
fuzileiro naval.
Possui também grande quantidade de material utilizado na Guerra do Paraguai. Citamos
a parte do casco do encouraçado Alagoas da
Marinha de Guerra do Brasil, uma chapa de aço
com oito centímetros de espessura e pesando mais
de uma tonelada que encontra-se em exposição.
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Jeep Williy fabricado em 1942.
Usado pelo Marechal Mascarenhas de Moraes
na guerra. Foi batizado com o nome “Liliana”em
homenagem à sua neta recém-nascida
GMC fabricado
em 1938. Usado
como Posto
de Comando Móvel
pelo comandante
da FEB
Nela estão dois impactos do projetis esféricos de
ferro dos canhões inimigos, e que não conseguiram perfurar o navio brasileiro. Armas brancas,
lanças, pistolas, garruchas, fuzis, gravuras etc completam a coleção.
A Força Expedicionária Brasileira está presente com todo o tipo de armamento leve e pesado usado pelas Forças Aliadas, como blindados,
viaturas sobre rodas, e ainda condecorações, uniANO I – Nº 1 – JAN/JUN 2001
formes, fotografias e
objetos pessoais. Ali
está o Jeep Willy,
fabricado em 1942,
modelo semelhante
usado pelo Marechal Mascarenhas de
Moraes durante toda
a Campanha da Itália, batizado com o
nome “Liliana”, sua
neta recém-nascida.
Presente também o seu Posto de Comando móvel, na viatura GMC fabricada em 1938, tendo
no seu interior cama, armário, escrivaninha, de onde o Marechal
acompanhava as operações de guerra junto com o efetivo empenhado
em combate.
Um canhão Krupp alemão
destaca-se pelo seu porte, dimensão
e o calibre do tubo (170mm). Foinos presenteado pelos americanos
ao final da guerra. Bombardeava
Canhão Krupp alemão 170mm. Bombardeava nossas
posições em Porreta Terme de manhã, de tarde e de noite
nossas posições em Porreta Terme de manhã, de
tarde e de noite, nunca tendo sido localizada a
sua posição de tiro , causando um grande número de baixas às nossas forças.
O Canhão Ferroviário é a maior peça de
artilharia do museu. Pesa setenta toneladas e é
sustentado por um reparo ferroviário sob trilhos,
seu calibre é de 7 polegadas. É o único das 11
peças que faziam parte do 1º Grupo Ferroviário
de Artilharia de Costa criado em 1943 para reforçar a defesa do porto do Rio de Janeiro, o
qual foi extinto em 1961.
Canhão Ferroviário
calibre de 7
polegadas. A maior
peça de artilharia
do museu
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“Lurdinha”
A “Lurdinha”, metralhadora alemã MG 34,
muito usada na guerra e temida pelos nossos
pracinhas, é uma das armas leves mais procurada pelos visitantes.
O “Preditor de Tiro” é outra peça rara e a
única existente no Brasil. Fazia parte do sistema
antiaéreo do Canhão Krupp 88mm, que antecedeu ao canhão AAe 90mm, e realizava o controle
de todos os dados para a execução do tiro antiaéreo. Era parte da grande encomenda de armamento
realizado pelo Exército à Alemanha, frustrada com
a eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Entre os inúmeros blindados expostos destacamos o primeiro usado pelo Exército, “o
Renault”, fabricado em 1937 na França. O Brasil dispunha de 11 carros.
Ali está também o segundo carro blindado
“Ansaldo”, de origem italiana, fabricado em 1935
pela FIAT. O Brasil adquiriu 23 destes blindados.
Renault, fabricado em 1937
na França. Foi o primeiro blindado
usado pelo Exército Brasileiro
Preditor de Tiro
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Carro blindado Ansaldo
Outro carro blindado leve de grande expressividade é o M-8, usado pelo
1ª Esquadrão de Reconhecimento da 1º Divisão de Infantaria Expedicionária
nos campos de batalha da Itália, sob o comando do hoje General Pitaluga, na
época Capitão de Cavalaria.
Além destes citados, uma quantidade imensa de acervos está concentrada nas salas de exposição no interior do prédio, como também canhões e
viaturas blindadas no pátio externo.
Carro de Combate M41
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Centro Cultural
O Museu Militar Conde de Linhares em
sua nova fase, após a sua reinauguração no dia
16 de abril de 2001, projeta-se no cenário do Rio
de Janeiro como centro cultural com o propósito de atrair o público para que conheçam a história do Exército.
Para o corrente ano, diversos projetos já
aprovados, visando a vivificar o museu e a promover a imagem da instituição, estão em andamento com a participação das unidades militares sediadas no Rio de Janeiro, com o respaldo
do Comando Militar do Leste, através de demonstrações de ordem unida, de educação física, de motocicletas, de cães amestrados, bandas
militares etc. Além dessas atividades, espetáculos musicais e artísticos estão sendo programados, com apresentações noturnas às sextas-feiras, onde destacamos a Banda Concerto da Fundação Educacional de Volta Redonda, que brindou a assistência com belíssimo espetáculo musical, por ocasião da reabertura do museu, além
da apresentação da pianista, de renome internacional, Lícia Lucas.
Assim, o Museu Militar Conde de Linhares
reinicia suas atividades culturais no corrente ano
com novas exposições e obtendo sucesso absoluto nos eventos que vem realizando, confiante de
que prosseguirá cumprindo a meta programada
até o final do ano como veículo de divulgação
da memória do Exército Brasileiro.
Concerto da Banda e Coral da
Fundação Educacional de Volta Redonda
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Armamento leve
em exposição nas vitrines.
Pista de cordas adaptada
para as crianças.
Vários atrativos para atrair o
público para que conheça a
história do Exército
O Museu Militar Conde de Linhares está a sua espera
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