KIMMY: UMA PERSONAGEM REAL QUE MOTIVOU OS ALUNOS

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KIMMY: UMA PERSONAGEM REAL QUE MOTIVOU OS ALUNOS
KIMMY: UMA PERSONAGEM REAL QUE MOTIVOU OS ALUNOS PARA
AS ATIVIDADES TEATRAIS NA ESCOLA
Por
WERLE, Andrieli Taisa1
A escola acolhe diferentes realidades sociais, cada ambiente é mesclado de crianças e
de adolescentes que vêm todo o dia para a escola, um percurso que exige a obrigatoriedade de
frequentar a Educação Básica, cujo objetivo, visa apontar caminhos para a educação humana,
contribuindo para a sua formação sócio-educativa em todos os sentidos da vida.
Neste sentido, buscando compreender os processos de aprendizagem na educação
básica, enquanto acadêmica e pesquisadora das possibilidades do curso de Artes Cênicas, a
presente pesquisa tem como tema “Processos de aprendizagem e interação com a arte:
experiências, interações e conexões com o ensino do teatro”. Sabe-se que somos seres
inacabados, em construção, buscando novos saberes todos os dias, nos adaptando num mundo
em constante transformação, pois se entende que as transformações acontecem em todos os
ambientes sociais, a começar pela família, estendendo-se em todos os setores da sociedade.
Sob este enfoque o arte-educador possui um importante papel no processo de
formação humana do educando, pois segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998),
o educando em arte necessita ser estimulado desde criança a ter contato com as diferentes
linguagens artísticas, sejam elas, pelas artes visuais, pela música, pelo teatro ou pela dança.
Ainda, segundo Brasil (1998, p. 19): “O aluno desenvolve sua cultura de arte
fazendo, conhecendo e apreciando produções artísticas, que são ações que integram o
perceber, o pensar, o aprender, o recordar, o imaginar, o sentir, o expressar, o comunicar”
Diante das colocações acima, como educadores em processo de formação,
questionamo-nos sobre quais possibilidades pedagógicas as atividades teatrais podem
contribuir no processo de aprendizagem e interação com a arte na educação básica, com foco
nos alunos e alunas do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica Hélio Wasum,
pertencente à rede Estadual de Ensino, do município de Bandeirante- SC, a fim de contribuir
nos processos de formação de um sujeito reflexivo, gerando novas ações.
1
Acadêmica do curso de Licenciatura em Artes Cênicas. Trabalho de pesquisa realizado no componente
curricular Estágio Curricular em Artes Cênicas III, orientado pela Professora Ms. Marilei Teresinha Dal`Vesco.
Dessa maneira, têm-se como objetivos específicos “Compreender as concepções
teóricas e metodológicas que norteiam o Ensino da Arte, aspirando como finalidade investigar
os fundamentos que envolvem o processo de Ensino e Aprendizagem em Artes Cênicas na
Educação Básica, compreendendo o aluno da contemporaneidade como um ser em formação,
um ser apreendente e também o professor que ensina este apreendente.
Objetiva-se também, identificar as contribuições que o ensino de Artes possibilita na
formação dos alunos e alunas da referida escola. Assim como compreender o processo de
mediação para que aconteça à apreensão do conhecimento sensível em artes cênicas na
educação básica. Compreender as diferentes realidades que se mesclam dentro do contexto
escolar, diagnosticando o modo como o teatro vem sendo trabalhado no contexto da escola,
bem como as suas contribuições no desenvolvimento da auto-expressão do educando.
Assim sendo aplicar-se-à o referido projeto de intervenção com uma turma do Ensino
Fundamental, na disciplina de Artes, com o intuito de identificar o envolvimento dos alunos
bem como, as diferentes reações diante da proposta de teatro-educação dentro do contexto
escolar, Refletindo a partir dos achados da pesquisa teórico-prática sobre as possibilidades
metodológicas que permitem a mediação do teatro educação como elemento que contribui na
formação humano do aluno.
A pesquisa busca responder as seguintes questões: “Quais as concepções teóricas que
norteiam o ensino da Arte, com olhar focado nos processos de ensino e aprendizagem das
Artes Cênicas no Ensino Fundamental? De que modo o ensino das Artes Cênicas favorece na
formação humana, por meio do teatro educação no Ensino Fundamental? De que modo o
ensino de Arte pode contribuir na formação humana dos alunos e alunas da Educação Básica,
como possibilidade de compreender os processos de ensino e o modo como ocorre a
apreensão do conhecimento sensível? Como os alunos se comportam/se envolvem diante das
atividades teatrais? Existem resistências por parte dos alunos e alunas? Se existem quais são
os fatores que geram tal comportamento? Como o teatro vem sendo trabalhado no contexto da
Escola de Educação Básica Hélio Wasum? Quais as concepções teóricas e metodológicas que
definem o ensino das Artes Cênicas, como elemento pedagógico e sua contribuição na
formação humana do aluno? Qual a importância das atividades cênicas no Ensino
Fundamental, com ênfase no teatro educação, como processo de ensino e aprendizagem que
contribui na formação humana do aluno.
Ao interagir com as diferentes linguagens artísticas o aluno estabelece uma relação
consigo próprio, aprende a respeitar a individualidade dos colegas, bem como, compreender
as diferentes maneiras de expressão, assim como estabelecer diálogos entre homem e a
realidade em que vive.
Diante das colocações acima citadas o estudo tem a necessidade de compreender e de
pensar a escola como um ambiente que constrói relações de interação entre os protagonistas e
a comunidade, e que socializa suas ações, a fim de contribuir nos processos de formação de
um sujeito reflexivo, gerando novas ações.
Assim, os processos de aprendizagem e interação com a arte exigem
responsabilidade, comprometimento e ética, elementos fundamentais para atingir os objetivos
de ensino, ações construídas entre o que se faz na escola e o que se faz fora dela.
Na primeira etapa da pesquisa proposta, foi realizado o levantamento teórico da
pesquisa, para compreendermos sobre as significações dos processos de aprendizagem em
artes no Ensino Fundamental, com foco de estudo na linguagem do teatro educação que
contribuem na formação do educando.
Já na segunda etapa, aplicou-se um plano de intervenção junto à escola, com os alunos do
quinto ano, buscando contemplar os jogos teatrais e atividades que desenvolvam a imaginação
e a criatividade a fim de compreender de que modo os processos de aprendizagem em artes
cênicas são mediados com os alunos.
A partir desta pesquisa de trabalho elaborou-se um diário de campo, onde o projeto de
intervenção, juntamente com a realidade do campo foi sistematizado, para compreender os
resultados da pesquisa com base no referencial teórico construído, oferecendo o suporte para a
apresentação dos resultados observados. Esta etapa está em andamento, porém os primeiros
dados já podem ser explanados, observados e compreendidos.
É importante salientar que o espaço da escola deve ser um ambiente de discussão, de
descoberta, de fomento da expressão, de interesse, em que a aprendizagem acontece sem
padrões organizacionais rígidos, sem uma metodologia restritiva, no qual todas as formas de
expressão podem construir aprendizagens.
Herbert Read (2001, p.12) aponta o sentido da educação da seguinte forma: “A
educação é incentivadora do crescimento, mas, com exceção da maturação física, o
crescimento só se torna aparente na expressão – signos e símbolos [...]. Portanto, educação
pode ser definida como o cultivo dos modos de expressão”.
Para a aplicação da pesquisa, criou-se uma personagem denominada Kimmy, que
buscou diferenciar a professora titular, da pesquisadora, para que houvesse uma melhor
compreensão da educação, vista do lado de fora, com foco no teatro e nos educandos.
A composição da personagem se deu a partir de Cartaxo (2001, p. 26), quando o
mesmo defende que:
O professor habilitado em artes cênicas não precisa ser, necessariamente, um
encenador, ator, coreógrafo, bailarino, malabarista, palhaço ou tenor. Mas,
obrigatoriamente, deve conhecer essas linguagens artísticas e principalmente
suas características culturais em relação à sociedade, de uma forma global, e
com relação à criança, de maneira a proporcionar conhecimentos à formação
do homem novo.
Neste mesmo sentido a autora Olga Reverbel (2007, p.22) defende que: “o objetivo na
escola não é ter um aluno-pintor ou um aluno compositor, mas sim dar oportunidade a cada
um de descobrir o mundo, a si próprio e a importância da arte na vida humana”.
Isso nos remete a seguinte reflexão, que, não queremos mudar o mundo, mas sim, o
coração de cada ser humano que passa em nossas mãos, e que, a partir dele, transforme o seu
mundo, a sua realidade, o seu sentimento, o seu pensamento por meio da arte.
A primeira atividade realizada no plano de intervenção foi a apresentação da Kimmy,
que na ocasião falou sobre a proposta do Diário Memorialístico, onde os alunos deveriam
relatar tudo o que estariam vivenciando nas aulas por meio de desenhos, colagens, escritos em
uma caderneta fornecida pela pesquisadora.
Neste momento, as primeiras impressões nos alunos foram relatadas a partir dos
seguintes escritos: a aluna “Mão” relatou que a “Kimmy é uma professora muito louca e
muito exibida”, já a aluna “Perna” escreveu que “ela é legalsinha, até que eu gostei um pouco
dela. E ela é engraçada, e muito legal e divertida”. O aluno “Braço” fez um desenho da
Kimmy e relatou que “eu estou gostado da Kimmi”. A aluna “Orelha” escreveu que “A
Kimmy é meio atrapalhada, mais ela é legal”. E ainda “A profe Kimmy não sabe disfarçar”. O
aluno Tronco escreveu que “Eu gosto da Kimmy ela é muito legau!!!” A aluna Boca relatou
que “Kimmy é muito louca ela veio do planeta da loucura”.
A atividade “Ouvir o espaço”, também foi bem interessante. Primeiramente os alunos
foram convidados a afastar as carteiras e sentar em circulo no chão, para logo mais deitar.
Estes demonstraram certa resistência, pois o chão estava sujo. No caso, deveriam ouvir os
sons do espaço. Após um pouco de esforço, os alunos ficaram quietinhos por alguns instantes.
Foi solicitado para que sentassem em circulo e assim começamos a socialização.
Os alunos relataram que ouviram “gente dando risada”, “barulho da máquina digital”,
“barulho do caminhão passando”, “guri conversando”, “menino e menina conversando”,
“ronco do colega Olho”, citado pelo educando Cabeça, se referindo à respiração do colega,
“risada de um, de outro”, “cadeira”, “gente correndo”, “gente pisando no chão”, “das britas”,
“piá conversando”, “passarinho”, “pessoas falando”, “vento que chacoalhava as folhas”,
citado pelo aluno “Nariz”, “alguém soltando peido de verdade”, “a professora. falando”, “da
marcenaria”.
O aluno “Nariz”, quando o grupo foi instigado para falar sobre os sons internos disse
que “Ouvi minhas tripas trabalhando e meu coração batendo” e o aluno “Cabeça” falou que
ouviu “a barriga roncando”.
Quando conversado com a turma sobre o silêncio, foi feito a seguinte pergunta, o
silêncio existe, ou não? Foi então que a aluna “Mão” disse que “Existe, se a gente quiser.”
A aluna Orelha relatou em seu diário que: “Para mim o silêncio não existe, quando me
deitei eu escutei o barulho dos grilos cantando, escutei meu coração batendo, escutei meus
pais conversando e escutei quando minha irmã chegou. O único silêncio que existe na minha
vida é quando eu pego no sono”.
Nas atividades de Jogos teatrais “Acordando” e “dos objetos imaginários perdidos”, a
aluna “Orelha”, solicitou para que a Kimmy fechasse a porta, e muitos alunos concordaram
com ela, e ainda, pediram se teriam que se apresentar lá fora, então foi explicado que não, que
seria uma apresentação para o grupo, e que não haveria certo ou errado, e que todos deveriam
curtir juntos aquele momento.
Na atividade “Acordando”, alguns educandos utilizaram os objetos que estavam na
mesa da professora para representar o café da manhã, mas a improvisação foi bem rápida e os
alunos que estavam assistindo estavam inquietos e a todo o momento houve a necessidade de
solicitar silêncio em respeito àqueles que estavam apresentando.
A seguir foi feita a rodinha de conversa, onde cada aluno pode falar sobre a rotina
diária e assim percebeu-se que alguns explicaram mais detalhadamente o que fazem todas as
manhãs, e outros explicaram rapidamente, apenas os detalhes mais importantes. Foi
interessante a maneira que cada um expôs isso, como, por exemplo, a hora de se vestir, uns
disseram “me mudo”, “me visto”, “me troco”, “ponho a roupa”, mostrando diferentes
expressões para um mesmo significado.
Na atividade, dos objetos imaginários perdidos, como estavam apenas dez alunos,
foram formados três grupos.
A primeira proposta era procurar um Chapéu, uma bengala, uma carta e um brinquedo
que estavam perdidos na sala, porém os objetos eram imaginários. Primeiramente deveriam
apresentar sem falas e depois, uma nova apresentação, seria realizada com falas. Teve um
grupo que enrolou, como se fosse uma brincadeira, não davam um fim para a improvisação.
Tanto na primeira proposta, como na segunda, os grupos se reuniram, ensaiaram,
conversaram e tiveram a ideia, mas na hora da apresentação ficaram nervosos e não
conseguiram desenvolver a atividade, porém, percebeu-se a preocupação em fazer algo legal.
No entanto, os mesmos também curtiram o momento da apresentação, embora estivessem
inquietos e de certa forma, tentavam corrigir os colegas na hora da apresentação.
Neste momento foi necessário intervir, e explicar que não existe certo e errado e sim
uma apresentação e que devemos respeitar os colegas, indiferente se nossa visão está certa ou
errada, o respeito sempre deve existir.
Outra atividade de estimulo à criação e leitura foi: “Um desenho, duas histórias”, onde
os alunos formaram cinco grupos e realizaram um desenho coletivo, e depois individualmente
escreveram uma história sobre o desenho, comprovando desta forma, que cada indivíduo
possui as suas potencialidades e suas individualidades, possuindo o dom e a responsabilidade
de construir a própria história.
No momento seguinte, as histórias deveriam ser apresentadas para o grupo, porém
não se obteve sucesso, tanto na criação das personagens, quanto nas apresentações, onde
todos os alunos leram a história, e apenas duas crianças criaram os próprios personagens,
aonde o aluno Cabeça, veio vestido com uma calça de caipira e também fez uma maquiagem
caipira e o aluno “Tronco” veio vestido de Gaúcho.
A história do aluno Cabeça tinha como título: “Fazenda Estrela”, e contava a história
de dois irmãos fazendeiros que brigaram. Já o aluno “Tronco” vestia um figurino que não
tinha nada relacionado à história, pois a mesma tratava sobre Astronautas, no entanto, o que
valeu, porém, foi a preocupação destes dois alunos em criar algo, já que anteriormente foi
solicitado que não deveria ser o aluno apresentando a história e sim a personagem.
Ainda na aula anterior, solicitou-se para que treinassem a leitura na frente do espelho,
olhassem para o público, mas não se obtiveram respostas positivas quanto a isso. Alguns,
como já lêem bem, provaram que são ainda melhores, em outros, porém, foi perceptível que
nem chegaram a pegar o texto digitado.
Para contribuir com este processo de aprendizado, facilitamos na criação dos
personagens, e desta forma, pegamos algumas “fantasias” que a escola dispunha, já que na
mesma tem aulas de teatro, mas colocar o figurino e não colocar foi simplesmente a mesma
coisa. Alguns alunos curtiram o momento, mas não pela história, mas sim por ter usado uma
roupa diferente.
Outra atividade que simplesmente foi surpreendente: “Nem o meu, nem o seu, o
nosso”, que se refere a uma dança coletiva. A atividade começou com o aluno Braço. Aos
poucos os alunos formaram um grande circulo, em nenhum momento foi interferido na
coreografia que os mesmos fizeram, apenas ressaltado que os alunos deveriam seguir o ritmo.
Os alunos se juntavam no meio da sala e gritavam. Dançavam, formaram um círculo, não se
desgrudaram. Foi uma confraternização de sentimentos, experiências, relações, foi
maravilhoso.
O toque “tocar no outro”. Ninguém brigou, não se empurraram, gritaram muito e
curtiram o momento. Foi uma experiência única. Os alunos se sentiram muito bem, inclusive
a Kimmy, que adorou esta experiência que veio de encontro com a necessidade de uma turma
briguenta e onde a harmonia reinou em coro por alguns minutos. Nesta atividade os alunos
Joelho e Olho não participaram, mas riram muito, e a aluna Coluna, por ser nova na turma,
não conseguiu se integrar e só ficou olhando.
Para o autor Jenger (apud REVERBEL 1997, p. 110) "o jogo dramático proporciona
à criança um efetivo relacionamento com os outros e é, ao mesmo tempo, motivo de prazer,
pois aí ela tem oportunidade de atuar, de falar, de inventar, de exteriorizar [...]” Muitas vezes,
é por meio de uma brincadeira que o educador pode possibilitar um melhor desenvolvimento
do processo de ensino e aprendizagem, pois desta maneira, a criança aprender brincando e
muito, além disso, aprende com prazer.
Dessa maneira, a interpretação é tão importante para o aluno quanto para o
telespectador. Stanislavski (1988) reflete que cada pessoa tem uma maneira diferente de
interpretar um mesmo personagem e como telespectador de ver e apreciar este personagem,
pois cada tem um estimulo e uma sensibilidade diferente, e é isso que a interpretação
contribui para o educando, o estímulo para conhecer determinado personagem, situação e
época que o mesmo vivera, como também, um conteúdo relacionado com ele, e a
sensibilidade de conhecer o desconhecido, resolver determinados problemas, e ver o que na
verdade não vemos, apreciando de maneira significativa o imaginário, sem contar na
criatividade que a criança desenvolve desde pequena quando bem estimulada.
Conforme descreve Stanislavski (1988, p. 133): “Uma peça só se revela em toda a sua
essência e plenitude ao ser representada num palco. Só então os atores podem transmitir a
alma viva de uma peça, de seus texto e subtexto”
Segundo o mesmo autor (1988), a personagem deve ser criada partindo do interior
para o exterior, ou seja, deve-se conhecer para depois interpretar a personagem. Deve partir
daquilo que já sabe as suas emoções, para colocar a prova no teatro.
O trabalho de Olga Reverbel (2007, p. 7) no seu processo pedagógico relacionado ao
teatro educação: “Os alunos poderiam vencer suas dificuldades, através da prática de
atividades de expressão global”.
Peter Slade (1978, p. 5) em um de seus escritos se refere ao professor e ao aluno desta
área:
A postura acadêmica do professor não esta garantindo maior mobilidade à agilidade
do aluno (tenha ele a idade que tiver). Assim, é preciso trabalhar o aluno como uma
pessoa inteira, com sua afetividade, suas percepções, sua expressão, seus sentidos,
sua crítica, sua criatividade...
Ainda sobre o mesmo tema Slade (1978, p. 5).escreve que: “Algo deve ser feito para
que o aluno possa ampliar seus referenciais do mundo e trabalhar, simultaneamente com todas
as linguagens (escrita, sonora, dramática, cinematográfica, corporal etc.)”
Neste contexto, Ruth Gouvêa (1978, s/p) em sua obra Expressão Corporal para
Jovens e Crianças, defende que: “Pela expressão corporal a criança, divertindo-se, liberta-se
de suas inibições, de suas frustrações e de sua agressividade, expandindo-se em movimentos
corporais, sem constrangimento [...]"
O teatro-educação, sem dúvidas, é uma importante possibilidade pedagógica de
contribuir para o aprendizado dos alunos e alunas, portanto basta acreditar e ter a
responsabilidade de fazer com que o ensino seja prazeroso e não se torne monótono, onde o
aluno tenha criatividade e imaginação, criando um mundo novo a partir de si mesmo, se
tornando um ser crítico construtivo, e desta forma, desenhando a própria história.
REFERÊNCIAS:
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília, DF:
MEC/SEF, 1998. 116 p.
READ, Herbert. A educação pela arte. São Paulo: Martins fontes, 2001.
REVERBEL, Olga Garcia. Jogos teatrais na escola: atividades globais de expressão. 1. ed.
São Paulo: Scipione, 2007. 159 p.
___. Um caminho do teatro na escola. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1997.
___. Teatro: atividades na escola - currículos. 3. ed. Porto Alegre: Kuarup, 1995.
SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Summus, 1978.
STANISLASKI, Constantin. Manual do ator. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
GOUVÊA, Ruth. Expressão Corporal para jovens e crianças. Rio de Janeiro: Tecnoprint,
1978.