- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
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www.jornalistasp.org.br Jornal UNIDADE - [email protected] JORNAL DOS JORNALISTAS Filiado à Órgão mensal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo número 318 MAIO/2009 CAMPANHA estamos em A data-base da negociação salarial dos jornalistas é 1º de junho e a convenção coletiva assinada pelo Sindicato anualmente com os patrões vence agora, dia 31 de maio. A inflação do período está estimada em 5,1% (pelo INPC), com o reajuste calculado a partir do mês de junho de 2008, quando o desempenho do setor foi considerado ótimo, com aumento do faturamento publicitário. A campanha, no entanto, se dará em um momento particular para a categoria, quando diversos ramos empresariais usarão o pretexto da crise econômica, que também afeta o Brasil, para endurecer as negociações. Pág. 3 Nova diretoria assume para um triênio de lutas Sonia Mele José Augusto de Oliveira Camargo (Guto) foi reeleito como presidente, mas como ele mesmo lembrou na solenidade de posse, houve renovação de 63% do quadro diretivo da entidade. Pág. 7 Descaso do Governo Serra com reajustes salariais da TV Cultura. Pág. 2 Lei de Imprensa foi revogada pelo STF e sociedade aguarda regulamentação do setor. Pág. 4 No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, balanço da ONU revela que aumentam os obstáculos para jornalistas. Pág. 5 2 Editorial UNIDADE MAIO/2009 A Liberdade e a Lei de Imprensa E m 3 de maio comemora-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A data foi proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 1993, e segundo a própria ONU serve para “lembrar aos governantes a necessidade de se respeitar seus compromissos com a liberdade de imprensa e a reflexão entre os profissionais de mídia sobre questões ligadas à liberdade e a ética profissional”. Remete imediatamente às publicações censuradas e jornalistas ameaçados e mesmo assassinados. São situações que acontecem em várias partes do mundo e devem ser denunciadas e combatidas. Mas o debate sobre a liberdade de imprensa não pode se limitar a estes temas. Assim – e talvez não seja mera coincidência – o Supremo Tribunal Federal julgou em 30 de abril que a Lei de Imprensa brasileira é inconstitucional. A Lei, promulgada em 1967, realmente era um instrumento anacrônico e já deveria ter sido substituída há muito tempo por outro ordenamento mais adequado ao período democrático pós-constituinte. Mas, infelizmente, isso não foi feito pelo Congresso brasileiro e agora estamos diante de um vácuo jurídico naquilo que diz respeito às especificidades da imprensa. Vemos que ao contrário da necessidade de curso universitário específico para o exercício do Jornalismo (diploma) – que também será julgado pelo STF –, a necessidade de uma Lei de Imprensa é amplamente reconhecida pelas empresas de comunicação, que já publicaram editoriais afirmando ser necessário um certo regramento neste campo. Ministros do STF, ao declararem o voto no julgamento, salientaram a necessidade de uma regra específica para, por exemplo, o direito de resposta. Neste campo, os exemplos internacionais também são numerosos: na Itália, o Código Penal apresenta um capítulo específico sobre crimes de imprensa; a França convive Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11) 3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191 E-mail: [email protected] - site: www.jornalistasp.org.br com uma Lei de Imprensa desde 1881. Na Espanha temos uma situação parecida com a brasileira: a lei de imprensa é de 1966 (ainda da ditadura franquista, mas com suspensão das cláusulas antidemocráticas) e existe um grande movimento dos jornalistas para a criação de um novo ordenamento. A sociedade de massa na qual vivemos necessita de mecanismos legais específicos para ordenar a indústria da comunicação. Conforme analisam diversos pesquisadores e juristas, somente legislação específica pode tratar de alguns temas como: a) responsabilidade civil e penal dos profissionais e empresas (harmonizando o direito à personalidade, intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas com a liberdade de imprensa); b) o direito de resposta; c) as concessões de radiodifusão, bem como regras para o seu cancelamento e d) a produção, divulgação e veiculação de programação cultural e local das redes. Em vista disto, cabe agora aos jornalistas e às suas entidades lutarem pela aprovação de novas leis democráticas para as lacunas existentes em nosso ordenamento jurídico. É importante salientar que está parado no Congresso, desde 1997, um projeto de uma nova Lei de Imprensa que, misteriosamente, espera sua vez para ser votado. Uma oportunidade para aprofundar este debate são os encontros preparatórios para a Conferência Nacional de Comunicação, que têm, obrigatoriamente, que abordar este assunto, sob pena de não cumprir seu papel de ser um marco na democratização deste setor no Brasil. Para finalizar, assinalamos um ponto da Lei de Imprensa portuguesa que, gostaríamos, fosse copiada aqui: “Conselho de redacção e direito de participação dos jornalistas. 1) Nas publicações periódicas com mais de cinco jornalistas, estes elegem um conselho de redacção, por escrutínio secreto e segundo regulamento por eles aprovado (Art. 23)”. Diretoria do Sindicato EXPEDIENTE Diretor responsável: Wladimir Miranda (MTb 14.639/SP) Editor: Carlos Ferreira Lima (MTb 15.791/SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Depto. Comercial: Fone (11) 3217-6299 Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem) Impressão: Prol Gráfica e Editora Ltda Fone (11) 2169-6199 Tiragem:10.000 exemplares DIRETORIA EXECUTIVA Presidente - José Augusto de Oliveira Camargo (Guto); Secretário Geral - André Luiz Cardoso Freire; Secretário de Finanças - Kepler Fidalgo Polamarçuk; Secretário do Interior - Alcimir Antonio do Carmo; Secretário de Cultura e Comunicação - Wladimir Miranda; Secretária de Relações Sindicais e Sociais - Evany Conceição Francheschi Sessa; Secretário Jurídico e de Assistência Paulo Zocchi; Secretária de Ação e Formação Sindical -Telé Cardim ; Secretária de Sindicalização Márcia Regina Quintanilha. CONSELHO DE DIRETORES Suely Torres de Andrade, Luigi Bongiovanni, José Aparecido dos Santos, Cláudio Luis de Oliveira Soares, Cândida Maria Rodrigues Vieira, Luiz Francisco Alves Senne, Arístocles Coutinho de Moura Lima, Rosemary Nogueira, Lílian Mary Parise DIRETORES REGIONAIS Bauru - Rodrigo Ferrari Campinas - Agildo Nogueira Júnior Oeste Paulista - Sérgio Carlos Francisco Barbosa Piracicaba - Martim Vieira Ferreira Ribeirão Preto - Aureni Faustino de Menezes Santos - Carlos Alberto Ratton Ferreira S. José do Rio Preto - Daniele Jammal Sorocaba - José Antonio Rosa Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira - Edivaldo Antonio de Almeida COM. REG. E FISC. EXERC. PROF. (CORFEP) Titulares: Carlos Roberto Botelho, Douglas Amparo Mansur, Vitor Celso Ribeiro da Silva. Suplentes: Alan Felisberto Rodrigues , José Eduardo de Souza CONSELHO FISCAL Titulares: José Donizete Costa, Marcelo Carlos Dias dos Santos , Dulcimara Cirino. Suplentes: Carlos Eduardo Luccas Castro, Simone de Marco Rodrigues. DIRETORIAS DE BASE Bauru: Marcelo de Souza Carlos, Ieda Cristina Borges, Sergio Luiz Bento, Karina Fernando Prado Grim, Flávio Augusto Melges. Campinas: Kátia Maria Fonseca Dias Pinto, Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Orlando Arco e Flexa Neto, Elisa Vitachi, Fernanda de Freitas. Oeste Paulista: Tânia Cristina Brandão, Priscila Guidio Bachiega, Sérgio Ricardo Guzzi, Fernando Sávio Rodrigues dos Santos, Hércules Farnesi da Costa Cunha, Danilo Augusto Maschio Pelagio Piracicaba: Luciana Montenegro Carnevale, Fabrice Desmonts da Silva, Paulo Roberto Botão, Poliana Salla Ribeiro, Ubirajara de Toledo, Vanderlei Antonio Zampaulo. Ribeirão Preto: Firmino Luciano Piton, Antonio Claret Gouvea, Eduardo Augusto Schiavoni,Tadeu Queiroz da Silva. Santos: Eraldo José dos Santos, Glauco Ramos Braga, Emerson Pereira Chaves, Pedro Figueiredo Alves da Cunha, Marcelo Luciano Martins Di Renzo, Reynaldo Salgado, Joaquim Ordonez Fernandes Souza. Sorocaba: Adriane Mendes, Fernanda Oliveira Cruz, Regivaldo Alves Queiroz, Emídio Marques, Marcelo Antunes Cau. São José do Rio Preto: Augusto Fiorin, Carlos Eduardo de Souza, Dulcimara Cirino, Júlio Cezar Garcia e Nelson Gonçalves. Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: Jorge Silva, Sirlene de Santana Viana, Fernanda Soares Andrade, Neusa Maria de Melo, Rita de Cássia Dell’Aquila. Diretorias Regionais: Bauru: R. Primeiro de Agosto, 4-47, Sala 604 E. Telefax: (14) 3222.4194 Campinas: R. Dr. Quirino, 1319, 9º andar. Tel.: (19) 3231.1638 Oeste Paulista: R. Pedro de Oliveira Costa, 64, Bosque, Presidente Prudente. Tel.: (18) 3901.1633 Piracicaba: Pça. José Bonifácio, 799 - Sl. 22. Tel: (19) 3434.8152 Ribeirão Preto: R. Dr. Américo Brasiliense, 405, sl. 404. Tel.: (16) 3610.3740 Santos: R. Martim Afonso, 101 - 6º andar. Tels: (13) 3219.2546/3219.4359 S. J. do Rio Preto: R. Major Joaquim Borges de Carvalho, 497, Vila Angélica. Tel: (17) 32153500 (provisório) CEP:15050-170 Sorocaba: Rua Cesário Mota, 482 CEP 18035-200. Tel.: (15) 3342 8678 e-mail:[email protected] Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: R.Conselheiro Rodrigues Alves, 203, Casa 2, Centro, S.José dos Campos. Tel.: (12) 3941.2686 Comissão de Ética: Denise Santana Fon, José Roberto Melo, Daniel Castro, Alcides Rocha, Flávio Tiné e Roland Marinho Sierra (suplente), Fernando Jorge, Lúcio França e Kenarik Boujikian Felippe e Juarez Pedro de Castro. Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Nilton Fukuda, Luiz Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho, Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato Ação sindical UNIDADE MAIO/2009 3 Governo Serra trata com descaso jornalistas da TV Cultura O descaso e o desrespeito do Governo Serra com funcionários da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, parece não ter limites: são seguidos calotes e não cumprimento de acordos trabalhistas. Os jornalistas ainda aguardam o pagamento do reajuste do acordo coletivo de dezembro de 2008, de 7,2%. Esse procedimento não bate com lemas alardeados pela Fundação: ‘Pela defesa e aprimoramento integral da pessoa humana e pela formação crítica do homem para o exercício da cidadania.’ E em vez de resolver a situação dos funcionários, no dia 30/4, depois de uma reunião do presidente da Fundação, Paulo Markun, foi comunicado aos jornalistas que o Codec (Conselho de Defesa dos Capitais do Estado), da Secretaria da Fazenda, se manifestou “desfavoravelmente à concessão do reajuste nos termos pleiteados”, a menos que seja superada “pressão orçamentária de R$ 18,617 milhões, recursos ora disponíveis”. O comunicado informa ainda que “havendo reajuste, mesmo assim, o aumento não poderia ultrapassar o percentual de 6,86%”. E nesse caso, “tornar-se-ia necessária a adoção (pela Fundação) de providências indispensáveis à compensação em outros itens que compõem a despesa de pessoal”. Assim, além de limitar o reajuste em 6,86%, o índice só será concedido se hou- ver um aumento de receita que cubra despesas correspondentes, ou uma redução nos gastos de pessoal, o que aponta para novas demissões. O assunto deve seguir agora para manifestação da Secretaria de Economia e Planejamento, responsável pelo orçamento estadual, e, em seguida, para a Comissão de Política Salarial, para deliberação final. “A posição do Codec é inadmissível. Os jornalistas não vão aceitar esta chantagem. Iremos usar todos os recursos possíveis para garantir os direitos dos funcionários”, afirma o presidente do Sindicato, Guto Camargo. A Fundação deve ainda reajustes salariais retroativos a 2003. A Justiça do Trabalho de São Paulo (de 1ª e 2ª instâncias) decidiu pelo cumprimento da convenção coletiva e o pagamento de 10% de aumento aos jornalistas a partir daquele ano. Na época a Fundação alegou em sua defesa que o pagamento faria com que ultrapassasse os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, argumentação derrubada na Justiça do Trabalho. Em vista disso, negociou com o Sindicato e assinou um acordo para pagar a dívida. A Fundação honrou uma parte, mas este ano enviou o pedido de verba para o Codec, que ainda não se manifestou. Com relação a esta ação, o Sindicato já pediu o cumprimento da sentença na Justiça. Cresce o número de filiados ao Sindicato De acordo com o Ministério do Trabalho, o número de filiados a sindicatos no Brasil cresceu 13% entre abril e dezembro de 2008. Passou de 4,285 milhões para 4,838 milhões. Em oito meses, 553.362 trabalhadores passaram a fazer parte de sindicatos. No Sindicato dos Jornalistas, acompanhando esse crescimento, este ano já se filiaram 255 profissionais. O número do colégio eleitoral do SJSP também indica crescimento. Passou de 3.042 em 2003 para 3.808 em 2009. A expansão da sindicalização é reflexo do aumento do número de empregos com carteira assinada – foram abertas 1,452 milhão de vagas no Brasil em 2008. Segundo Clemente Gaz Lucio, diretor técnico do Dieese, o crescimento de sindicalizados da CUT foi de 244 mil filiados e aumento de 54 sindicatos associados; contra 105,5 mil pessoas e mais 206 sindicatos da Força Sindical. O Ministério do Trabalho chegou a esses números considerando informações enviadas pelos próprios sindicatos ao Cadastro Nacional de Entidades Sindicais. Ainda segundo a matéria, o número total de trabalhadores com carteira assinada no País, de acordo com Pnad de 2007, é de 38,578 milhões de brasileiros. Campanha salarial dos jornalistas está aberta E as empresas estão comemorando “ótimos balanços” E stá aberta a campanha salarial dos jornalistas de jornais e revistas da Capital, Interior e assessorias de imprensa em São Paulo. A data-base da categoria é 1º de junho e a convenção coletiva assinada pelo Sindicato com os patrões anualmente vence em 31/5. A inflação do período está estimada em 5,1% (pelo INPC). E os patrões não têm do que reclamar. A própria ANJ (Associação Nacional dos Jornais) divulgou que os investimentos publicitários no meio jornal chegaram a R$ 3,4 milhões em 2008, um montante considerado recorde em termos absolutos. O crescimento das receitas publicitárias das diversas mídias brasileiras refletiu o desempenho da economia que vem se mantendo ascendente ao longo dos últimos anos. Esse desempenho também deve se refletir na reivindicação de aumento real dos jornalistas. Esse momento da campanha salarial, porém, será particular, com o mundo envolvido em uma crise econômica que também afeta o Brasil. Diversos ramos empresariais usam esse pretexto para endurecer as nego- ciações com os trabalhadores. Mas o ramo jornalístico no País passa por “excelente período”. O reajuste de salários dos jornalistas é calculado a contar o mês de junho de 2008, quando o desempenho das empresas do setor foi considerado ótimo. Os meios de comunicação tiveram aumento de 12,83% no faturamento publicitário. A editora Abril, a maior do País, registrou um crescimento de 16,8% em sua receita líquida no período. O grupo Estado, nas palavras da própria direção, teve “um ano muito bom, tanto financeira quanto economicamente”. O grupo Folha anunciou um dos melhores anos de sua história. O panorama nas demais empresas de comunicação não é diferente. As empresas, portanto, estão bem, enquanto as condições de trabalho dos jornalistas estão ruins, com baixos salários, jornadas extensas e desregulamentação de direitos (PJs, frilas fixos, etc.). Por isso, a pauta dos jornalistas inclui ainda dezenas de itens, como valor do piso, garantia de antecipação mensal, adicional de republicação de material, licença-maternidade e paternidade, entre outros pontos. 4 Profissão UNIDADE MAIO/2009 A Lei de Imprensa (5.250/67) foi revogada pelo Supremo Tribunal Federal por sete votos a quatro, na noite do dia 30/4, deixando para o Código Civil e Código Penal as definições de processos de quem se sentir atingido pelo trabalho jornalístico. Com o fim da Lei de Imprensa, o direito de resposta, por exemplo, segundo os juristas, fica garantido pela Constituição de 1988. Mas esta não detalha como se dará a aplicação. A decisão caberá a cada juiz que analisar o caso, sem nenhuma normatização geral. “Agora é preciso que o Congresso vote uma nova lei para regulamentar o assunto. Isso é urgente, até os grandes jornais já manifestaram em editoriais sua preocupação em relação a este verdadeiro buraco na legislação”, afirma o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Guto Camargo. Na mesma linha, em entrevista à Folha de S. Paulo o presidente da Fenaj, Sergio Murillo, depois de atacar a decisão do STF, disse que o “resultado aumenta a dívida que o Congresso tem de votar o mais rápido possível uma nova lei”. A direção da Fenaj lembra que está pronto para ser incluído na pauta de votação em plenário da Câmara, desde agosto de 1997, o projeto de uma nova legislação para a imprensa - cujo conteúdo está expresso no substitutivo do ex-deputado Vilmar Rocha (PFL-GO) ao PL 3.232/92 - mas vem sendo sistematicamente “esquecido” pelo parlamento brasileiro há 11 anos. Paulo Cannabrava Filho, sócio fundador e atual presidente Fotos: Sonia Mele Sociedade agora espera que Congresso vote nova lei de imprensa Sergio Murillo (acima à esq.) ao lado de Guto Camargo: por uma nova lei de imprensa. Cannabrava (ao lado) acredita ser necessário que o Código de Ética dos jornalistas seja respeitado do conselho diretor da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual dos Jornalistas Profissionais – Apijor, em artigo publicado no http://portaldoautor.org.br afirma que precisamos é de jornalismo que respeite a ética, cumpra com o disposto no Código de Ética da categoria. “Não é preciso regulamentar o preceito constitucional de liberdade de expressão. O que é necessidade vital é que se obedeçam às leis e que se atue com ética. Se respeitado fosse o Código de Ética dos jornalistas jamais teriam ocorrido casos como o da Escola Base (...). Fatos como esse ocorrem porque não há no Brasil um Conselho Profissional dos Jornalistas para exigir que o exercício profissional se desenvolva em respeito ao Código de Ética, como fazem os Conselhos das demais profissões. E é por isso que os proprietários dos meios se opõem a criação do Conselho Federal dos Jornalistas, órgão que poderia julgálos e puni-los a cada violação da ética ou de quaisquer dispositivos legais que harmonizam as relações na sociedade.” O julgamento da lei havia entrado na pauta do STF dia 1º/4 e posteriormente retirado. Votaram pela sua revogação total os ministros Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia, Eros Grau, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski, Carlos Alberto Menezes Direito e Celso de Mello. Pela revogação com ressalvas votaram Ellen Gracie, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. E contra a revogação, Marco Aurélio de Mello. O julgamento foi motivado por uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 130, proposta pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). TST garante jornada de cinco horas a jornalistas, em qualquer tipo de empresa Jornalista que exerce funções típicas da profissão tem direito à jornada especial de cinco horas, independentemente de a empresa dedicar-se ou não à atividade jornalística. A partir desse entendimento, a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho acolheu recurso de ex-empregada da Editora FTD S.A e reconheceu o direito à jornalista. A ex-funcionária trabalhou cerca de dez anos na FTD S.A, editora de livros didáticos, realizando atividades de jornalista na assessoria de imprensa, onde executava serviços técnicos como apuração de informações, entrevistas, redação, interpretação, correção e coordenação de matérias para publicação. A jornada de trabalho era de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 14h15, mas se estendia até as 21h, em média três vezes por semana. Após ser demitida, em outubro de 2000, a jornalista ajuizou reclamação trabalhista na 49ª Vara do Trabalho de São Paulo (SP), pedindo, entre outras verbas, o pagamento das horas extras excedentes da quinta hora diária e da vigésima quinta semanal. A jornada especial para jornalistas profissionais está prevista no artigo 303 da CLT. A sentença de primeiro grau negou o pedido. Não satisfeita, a jornalista entrou com recurso no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), reiterando a pretensão. O TRT/SP rejeitou novamente o pedido, alegando que o direito à jornada de cinco horas somente seria devido quando a atividade fosse exercida em empresas jornalísticas, conforme o Decreto-Lei nº 972/1969, e não em editoras de livros didáticos, como no caso. Contudo, no julgamento do recurso de revista, a Primeira Turma do TST trou- xe interpretação diversa da legislação. O ministro relator, Lelio Bentes Corrêa, em seu voto, observa que era fato incontroverso que a ex-funcionária desempenhava funções de jornalista, conforme expressamente consignado no acórdão do TRT/SP. “Nessas circunstâncias, não há como recusar à jornalista o direito à jornada especial estabelecida em lei, ainda que a empresa se dedique a atividade fim diversa”. O ministro destacou outras decisões do Tribunal que se orientam no sentido de que o que norteia as obrigações é a atividade desenvolvida pelo profissional, sendo irrelevante o ramo da empresa. A tese foi acolhida por unanimidade pela Primeira Turma, que determinou o retorno dos autos ao TRT para reexaminar os pedidos. Fonte: TST Inscrições para o Prêmio New Holland de Fotojornalismo Estão abertas até 30/6 as inscrições do 5º Prêmio New Holland de Fotojornalismo, destinado a repórteres fotográficos profissionais do Brasil e da Argentina. Podem ser feitas no Sindicato dos Jornalistas (sede e regionais), na Arfoc e no www.premionewholland.com.br. Mais informações pelo telefone (41) 3018-3377. Este prêmio está dividido em duas categorias: Campo para imagens que mostrem práticas aplicadas na agricultura moderna, e Tecnologia, para imagens que mostrem máquinas New Holland no campo. Serão escolhidos o primeiro e o segundo lugar de cada categoria, em cada país. O primeiro colocado receberá R$ 10 mil. O segundo, R$ 3 mil. Além disso, os jurados irão selecionar uma foto, entre todas as inscritas, que represente a integração entre os dois países. Uma exposição itinerante com as oito fotografias vencedoras e outras 32 escolhidas pelos jurados percorrerá cidades dos dois países. Profissão P ressões, prisões, censura e assassinatos de jornalistas aumentam no balanço do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, lembrado dia 3/5 A Embraer, gigante brasileira fabricante e exportadora de aviões, pediu a cabeça do repórter Julio Ottoboni, à Gazeta Mercantil, jornal para o qual ele trabalha, porque antecipou em dezembro de 2008 que a empresa demitiria cerca de 20% de seu efetivo. Em Bauru, o jornalista Marcio Miranda foi demitido depois que a rádio em que trabalhava, a Auri-Verde, fechou contrato para transmissão das sessões do Legislativo da Câmara Municipal da cidade e o diretor da emissora, Luiz Carlos Silvestre, o proibiu de fazer críticas aos vereadores e ao prefeito. Como o jornalista se recusou, perdeu o emprego. Pelo mundo inteiro, “assassinato e prisões são apenas maneiras manifestas de silenciar jornalistas”, falou o secretário geral da ONU, Ban Kin-moon, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado dia 3/5. Balanço da situação da mídia revela obstáculos crescentes para os profissionais. Foram 11 assassinatos neste início de ano no mundo. “Mas prisões, cortes de empregos e autocensura também ameaçam o setor. Muitas vezes, os jornalistas são levados a praticar a autocensura, por medo. Também isso é inaceitável: os jornalistas devem estar em condições de reali- UNIDADE MAIO/2009 em Israel, Itália e Hong Kong. A Associação Mundial de Jornais (WAN, em inglês) lembra que mais de 400 profissionais dos meios de comunicação foram assassinados nos últimos dez anos - estavam investigando e desmascarando corrupção, crime organizado ou 5 receber acusações. A revista Carta Capital já denunciou que a ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) recebe financiamento do governo dos EUA. Outras reportagens internacionais apontam a ligação da entidade aos interesses estadunidenses. No Brasil, a RSF interferiu nos debates sobre o PLC 079/04, que regulamentaria a profissão dos jornalistas do País, fazendo coro ao discurso patronal que levou o governo Lula a vetar o projeto. Na matéria “O Caixa 2 das ONGs”, a revista Carta Capital reportou o financiamento de ONGs como a RSF por poderosos ‘lobbies’ norte-americanos. Elas estariam sendo financiadas para colaborar com campanhas dos EUA contra governos que lhe são contrários. A interferência da RSF no debate sobre o PLC 079/04 colaborou para fortalecer a posição de donos dos veículos de comunicação no Brasil. Composta por free lancers, a organização pediu ao presidente Lula o veto ao projeto. Sem qualquer contato com a Fenaj, a ONG francesa teve postura semelhante no debate sobre a criação do CFJ (Conselho Federal dos Jornalistas), quando apoiou a oposição ao projeto. Dificuldade para trabalhar não acaba nunca! Eu, repórter Verissimo zar sua função sem serem intimidados ou molestados”, insistiu o secretário-geral da ONU. Ban classificou como “chocante” o número de agressões contra jornalistas em todo o mundo. O número de 11 profissionais mortos foi revelado pelo relatório do internacional Committee to Protect Journalists (CPJ). Além disso, 125 estão presos devido a suas atividades, alguns há mais de uma década. De acordo com o relatório anual da organização Freedom House, este é o sétimo ano seguido em que aumentaram as restrições à liberdade de imprensa. A organização cita casos ocorridos Reminiscências, reminiscências... Trabalho em jornal há mais de 40 anos, mas uma única vez saí da redação para fazer uma reportagem. Dizem que só o repórter é jornalista mesmo, no sentido em que só quem está na linha de frente é soldado mesmo – o resto é burocracia fardada. Pois fui repórter por um dia, em 1968. O sul-africano Christian Barnard, que meses antes fizera o primeiro transplante de coração da História, viria participar de um congresso em Buenos Aires. Eu fazia de tudo na redação do jornal Zero Hora, em Porto Alegre. Até, como já contei uma vez, o horóscopo. Quando faltavam artigos para a página de opinião eu fazia, usando pseudônimos. Certa vez dois dos meus pseudônimos polemizaram violentamente, pois tinham opiniões radicalmente opostas sobre determinado assunto. Eu também fazia um guia de bares e restaurantes da cidade incompetência dos Governos. O dia 3 de maio foi definido como Dia Mundial da Liberdade de Imprensa na Assembléia Geral da ONU, em 1993, seguindo recomendação da 26ª Sessão da Conferência Geral da Unesco, realizada em 1991. A Unesco destaca em sua página na internet a necessidade de lembrar aos governantes a necessidade de se respeitar os compromissos com a liberdade de imprensa e estimular a reflexão entre os profissionais de mídia sobre questões ligadas à questão e à ética profissional. Mesmo associações conhecidas por se levantar contra arbitrariedades que atingem a imprensa não estão livres de e vez por outra inventava personalidades que os frequentavam (o conde italiano Ettore Fanfani, o empresário e bom vivant Aldo Gabarito) e davam seus palpites. Quer dizer, nada menos sério e mais longe da reportagem do que minha enclausurada atividade jornalística na época. Mas eu falava inglês e fui o escolhido para entrevistar o Barnard. Me botaram num avião para Buenos Aires. Junto com um cinegrafista, o Leca, porque a matéria que eu conseguisse também seria para a TV. O dr. Barnard se tornara uma celebridade mundial com seu feito. Havia uma multidão querendo entrevistá-lo em Buenos Aires. Ele atenderia a imprensa de uma vez só, numa coletiva, e depois responderia a perguntas individuais – mas só uma pergunta por repórter. Entrei na fila. O Leca ficaria perto do doutor e ligaria a câmera quando eu chegasse lá. Fiquei pensando no que perguntar ao Barnard. O argentino atrás de mim me cutucava com seu microfone à altura dos rins. Ouvi uma altercação vindo do começo da fila. Um repórter desobedecera às ordens, tentara fazer uma segunda pergunta ao cirurgião e ouvia protestos dos colegas. Eu não conseguia pensar na pergunta que faria ao Barnard. Tinha que ser uma única pergunta. Uma pergunta definitiva. - O que o senhor está achando de Buenos Aires? Não! Algo mais científico. Como está passando o paciente que recebeu o coração transplantado? Não! O paciente poderia já ter morrido, a pergunta seria vista como provocação. Falar do apartheid na África do Sul? Não, nada a ver. Perguntar o quê? Eu chegava cada vez mais perto do começo da fila. O Leca me fazia sinal de positivo, estava a postos. A ansiedade do argentino atrás de mim aumentava e as cutucadas também. Perguntar o quê? Finalmente cheguei na frente do dr. Barnard e... Sabe que eu não me lembro o que perguntei? Tenho a vaga lembrança de alguma coisa como “O senhor espera operar num brasileiro, um dia?”, mas prefiro estar enganado. Minha única vontade era estar de volta na redação da Zero Hora, inventando frases para o conde Fanfani ou o Aldo Gabarito, em vez de para mim. Desde então, só aumentou a minha admiração por repórteres. Texto publicado n’O Globo de 9/4 e reproduzido aqui com autorização do autor, Luis Fernando Verissimo 6 Geral UNIDADE MAIO/2009 O No The Hub, na Bela Cintra, além do acervo do instituto, haverá espaço para pesquisa, discussão sobre novas mídias e questões atuais relativas aos Direitos Humanos organizar o acervo de documentos, textos e fotos de Vladimir Herzog que, além de jornalista, era fotógrafo, cineasta e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). A Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São Paulo, onde o jornalista foi diretor, doou parte do material que ficará disponível para pesquisa e consulta. A TV Brasil cedeu material do programa “3 x 1”, do qual Ivo participou e teve grande repercussão, ao lado do ex-ministro Jarbas Passarinho – este defendendo o AI-5. Fotografia era outra paixão de Vlado. Foram recuperados mais de mil slides feitos por ele. São fotos de família - do período vivido em Londres e de pesquisas para seus trabalhos como cineasta. Todo este material já está digitalizado. Além de perpetuar a memória de Herzog, o instituto tem como projeto discutir os caminhos do jornalismo. E junto do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo será responsável pelo Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, instituído em 1979. Na internet, o espaço será livre para as pessoas se manifestarem. Sempre mantendo aquela linha de missão do instituto, como “espaço de reflexão e produção de informação que garanta o direito à Justiça e o direito à vida”. “Não podemos pensar apenas na morte de Vladimir Herzog. Por isso a inauguração será no aniversário dele, que estaria completando 72 anos”, diz Ivo Herzog. “O Prêmio Herzog vai celebrar a vida.” Elifas Andreato já está trabalhando o cartaz para a premiação de 2009. “Nos últimos quatro, cinco anos o Prêmio deu uma revitalizada e queremos garantir que ele tenha novo impulso.” O Sindicato indicou Oswaldo Braglia para a captação de recursos para o Prêmio. Como parte da solenidade de inauguração do instituto haverá nos dias 26, 27 e 28 de junho um ciclo de debates sobre Vlado e exibição de várias mídias, como o filme Doramundo, que teve roteiro de Herzog. O ministro Paulo Vanucchi, dos Direitos Humanos, garantiu presença em uma palestra sobre Justiça e Democracia. Haverá também uma mesa redonda com jornalistas como Caco Barcellos, Zuenir Ventura, Ricardo Kotscho. O instituto terá um conselho com um representante do Sindicato, um representante da família Herzog, entidades e personalidades como Audálio Dantas, Hélio Bicudo, Luiz Weiss, Zilá Abramo, Caco Barcellos, entre outros. Esse conselho definirá as diretrizes do instituto, que nasce com três objetivos. O primeiro é organizar todo o material jornalístico (fotos, matérias) sobre Vlado. Será a principal fonte para que pesquisadores, estudantes e profissionais em geral possam ter acesso ao material para seus trabalhos. O segundo objetivo é promover o debate sobre o papel do jornalista. Vlado buscava sempre promover o jornalismo de qualidade, verdadeiro e, acima de tudo, responsável. Dentro desta sessão temos ainda a idéia de discutir as novas mídias - internet, blogs, etc e como o jornalismo evolui em função da mudança de suas ferramentas de trabalho. E, em terceiro, ao lado do Sindicato dos Jornalistas, organizar o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. “Além da cerimônia, iremos manter um debate constante sobre quais as questões atuais relativas aos Direitos Humanos devem ser tema deste prêmio tão importante”, afirma Ivo. O instituto ficará no The Hub, um espaçoso galpão de cerca de 500 m², que foi transformado em uma espécie de escritório coletivo. “Para conectar pessoas e ideias inovadoras, promovendo discussões e fazendo o bem”, como é lembrado no endereço eletrônic o http://www.vladimirherzog.org/Instituto_Vladimir_Herzog/Vlado. O endereço é Rua Bela Cintra, 409, tel.: (11) 6394-4047. Nilvaldo Silva Instituto Herzog ‘ganhará vida’ em junho Instituto Vladimir Herzog, um sonho de seu filho Ivo, se tornará realidade no dia 26 de junho em uma cerimônia na Cinemateca, em São Paulo. É uma iniciativa da família do jornalista, com apoio de mais de uma dezena de instituições. Vlado faria 72 anos no dia 27 de junho, se não tivesse sido morto em outubro de 1975 nos porões do DOI-Codi, na Rua Tutoia, em São Paulo. O instituto começou a se concretizar quando a família Herzog resolveu montar uma página na internet. Muitas pessoas passaram a se envolver e a ideia cresceu. Segundo Ivo, o instituto terá como missão Um dia histórico para a Federação dos Jornalistas das Comunidades e Países de Língua Portuguesa Depois de um esforço de décadas, o Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo e várias entidades de representação de Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste participarão da criação da Federação dos Jornalistas nas Comunidades e Países de Língua Portuguesa - FJCPLP, entidade que deverá ter sede em São Paulo. A assembléia de constituição da entidade será em Luanda, Angola, dia 1º de junho, quando serão discutidos a aprovação dos estatutos e regimentos da FJCPLP. Há muito tempo vem sendo debatida a construção de uma entidade que pudesse reunir os jornalistas dos países de Língua Portuguesa. “No ano passado, a partir de um encontro em Angola, o tema voltou com força e apoio necessários à sua concretização”, afirma o presidente do Sindicato, José Augusto de Oliveira Camargo (Guto). Também contribuiu para essa retomada a criação do espaço político intergovernamental denominado Comunidade dos Países de Língua – CPLP. A entidade nasce em um momento de internacionalização de empresas de comunicação de Língua Portuguesa. Emissoras de rádio e televisão brasileiras anunciam a criação de escritórios e retransmissoras em vários países para atender à comunidade. “Será uma oportunidade para viabilizar a entidade e passar a discutir problemas comuns”, diz Guto Camargo. Quem acompanha há anos o tema e os debates em vários encontros no Brasil e em países da CPLP é Alcimir Carmo, secretário do Interior do Sindicato. “Temos recebido solicitação de informações, por parte de colegas, sobre a atuação de empresas brasileiras que já desenvolvem trabalhos em seus países. E esse já é um dos motivos para que os jornalistas estejam unidos na sua luta por melhores condições de trabalho!” “Com importância cada vez maior do Brasil no contexto mundial, é importante a existência de uma entidade que valorize a língua portuguesa e a nossa cultura”, afirma Guto Camargo. “A globalização também precisa ocorrer do lado dos trabalhadores.” Posse 7 Fotos: Sonia Mele UNIDADE MAIO/2009 Houve renovação de 63% do quadro diretivo do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo para o triênio 2009/2012 Nova diretoria assume desafio com a categoria sob pressão O auditório Vladimir Herzog, na Rua Regro Freitas, 530, ficou lotado para a posse da Chapa “Unidade, Luta e Democracia” no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, dia 15/4 à noite. Liderada por José Augusto de Oliveira Camargo, o Guto, a nova direção da entidade que completou 72 anos assume para o triênio 2009/2012. Jornalistas, representantes de outros sindicatos, da CUT nacional, da estadual, do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana, Comissão de Justiça e Paz, do Grupo Tortura Nunca Mais, de sindicato patronal e da Associação Paulista de Imprensa estiveram presentes. Guto Camargo, reeleito para o cargo, ressaltou que houve 63% de renovação no quadro diretivo. “Temos representação em 33 redações, seis TVs e duas rádios. Estamos nas grandes regiões e grandes veículos. Não podemos ser acusados de ser um grupo encastelado no poder. Temos um quadro democrático. Assumimos o compromisso público de ser representativos da sociedade e da categoria.” Foi um momento de confraternização, mas a diretoria sabe que foi eleita em um período que se mostra perturbador e ao mesmo tempo estimulante para a categoria. Em meio à contestação da Lei de Imprensa (nº 5.250/67), do julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 511961 que questiona a constitucionalidade da exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão e da organização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. Com relação às questões trabalhistas, a categoria representação em 33 “ Temos redações, seis TVs e duas rádios. Estamos nas grandes regiões e grandes veículos. Assumimos o compromisso público de ser representativos da sociedade e da categoria. Guto Camargo, presidente ” andar junto de toda a classe “ Queremos trabalhadora brasileira. Gostaria de saudar todos os jornalistas paulistas. Gostaria de saudar os colegas da vitoriosa greve de 1961. Este lugar (auditório Vladimir Herzog) foi palco de luta contra a ditadura. O resto é luta (pelos nossos direitos) André Freire. secretário geral ” dar voz ao Interior. Somos quatro “ Vamos diretores dessa parte do Estado na Executiva do Sindicato. Antes tinha apenas um. Vamos lutar para unificar os pisos salariais da Capital e do Interior. Vamos ampliar a sindicalização no Interior. ” Alcimir Antonio do Carmo, secretário do Interior “ a vitória da “ Foi democracia ” Márcia Quintanilha, secretária de Sindicalização Nossos direitos e conquistas estão sob pressão cerrada. As empresas se sentem à vontade para nos impor até 14 horas diárias de trabalho. Precisamos garantir nossos direitos. Paulo Zocchi, secretário Jurídico e de Assistência ” ainda se vê pressionada pelos patrões, com inúmeras demissões nas redações e antigos direitos ameaçados. Como lembrou o presidente da Fenaj, Sergio Murillo, na cerimônia: “A lei do diploma só não foi colocada em votação ainda porque quem é contra não conseguiu maioria na Corte. E também por causa da grande mobilização nacional em favor da exigência de formação superior para exercício da profissão.” Contra aqueles que afirmam ser a exigência do diploma uma limitação da liberdade de expressão, o presidente da Fenaj afirma: “A lei tem 40 anos e não se aponta um cidadão que tenha sido impedido de se expressar por causa dela. Regulamentação não é impeditivo de liberdade de expressão. Expressar opinião é diferente de exercer o Jornalismo, que é uma tarefa complexa.” E finalizou: “Espero que São Paulo lidere com a Fenaj a movimentação contra a onda de demissões e o enfrentamento contra o processo de precarização do trabalho dos jornalistas. Vamos resistir a mais essa tentativa de golpe.” Como se vê, será um período de lutas. “Somos parceiros do Sindicato de São Paulo nos movimentos sociais. Fazer sindicalismo hoje é um grande desafio”, lembrou Rosane Bertotti, secretária Nacional de Comunicação da CUT, que representou o presidente da entidade, Artur Henrique. “Em determinados momentos históricos alguns setores se destacam na sociedade. Este é o momento das comunicações. Dependendo de qual tendência tomar, a sociedade como um todo seguirá. Esperamos que o Sindicato dos Jornalistas ajude a formatar um novo horizonte para a nação. A CUT conta com vocês.” 8 UNIDADE MAIO/2009 Memória Q uando ele morreu, em outubro de 1982, o Unidade registrou que se encerrava a “escola de jornalismo Hermínio Sacchetta”, de tantos profissionais de imprensa que o ‘Velho’, como era carinhosamente chamado por muitos, formou e por ter dedicado uma vida toda à profissão. Neste 1º de maio, ele completaria cem anos. Sacchetta iniciou a carreira em 1928 como revisor do Correio Paulistano e logo tornou-se redator da revista A Cigarra. Para a militância política entrou em 1932, no Partido Comunista. De personalidade ágil e inquieta, logo se tornaria dirigente dos setores de organização, agitação e propaganda. Foi um dos articuladores da greve dos Correios e Telégrafos em dezembro de 1934, caindo a partir daí na clandestinidade. Até 1937, à frente do Comitê Regional do partido em São Paulo, era um dos editores do jornal A Classe Operária. Em novembro do mesmo ano, Hermínio, que usava o codinome Paulo, em meio a uma luta interna no partido, foi acusado de fracionismo trotskista e expulso. Seria preso em 1938 e quase dois anos depois, quando saiu da cadeia, tornouse dirigente do recém-fundado Partido Socialista Revolucionário (PSR). De 1939 a 1945 acumula os cargos de subsecretário e secretário-geral de redação da Folha da Manhã e da Folha da Noite. Ali, convivia com os chamados “sapos de redação”, frequentadores do jornal, dentre os quais Oswald e Mário de Andrade, além de muitos outros que se tornariam referências no mundo intelectual brasileiro, como Florestan Fernandes e Antonio Cândido. O futuro sociólogo recebeu sua primeira pauta das mãos de Hermínio e Cândido tornou-se crítico literário na redação chefiada por Hermínio. Desta época, Florestan lembraria: “Passei a ser incluído no seu auditório de rotina e era convidado para conversar com ele em sua sala. Eram conversas rápidas, interrompidas por sua tremenda carga de trabalho e pela variedade de assuntos que devia enfrentar a cada momento. Daí ao cafezinho fora do jornal, às conversas mais prolongadas e à amizade, que durou até o fim de sua vida, foi um passo.” Depois das ‘Folhas’, Sacchetta fez parte do grupo que criaria o Jornal de São Paulo e passou pelos Hermínio Sacchetta, o Velho, faria cem anos por Paula Sacchetta* Diários Associados, de onde saiu para organizar o inovador O Tempo, jornal extremamente moderno para a época, de matérias curtas, pauta ágil e diagramação arejada. Chefiou também o departamento de jornalismo da Rádio Bandeirantes na segunda metade dos anos 50. Voltaria para os Diários em 1969. Em agosto daquele ano, por ter publicado manifesto de Carlos Marighella, foi preso, processado e afastado das redações por cinco anos. Encerraria sua carreira na Folha de S. Paulo como editor de Internacional. Cláudio Abramo, companheiro de redação desde o Jornal de São Paulo, recordaria: “Sacchetta foi durante muitos e muitos anos um dos melhores e mais importantes chefes de redação que o Jornalismo de São Paulo produziu. Homem de princípios rígidos (...), travou sempre com a profissão de jornalista uma batalha árdua e difícil, enfrentando ao mesmo tempo os empregadores e a redação, que ele tentou incansavelmente moldar e domar.” Para Noé Gertel, era “um exemplo típico da época em que o Jornalismo era exercido menos como profissão e mais com paixão”. Enfrentou a censura do Estado Novo e depois a da ditadura militar pós1964: “As ordens vinham por telefone: ‘Nada sobre isso, nada sobre aquilo.’ É claro que nem sempre eu cumpria ordens, o que causava transtornos ao jornal e a mim. (...) Vinha uma ordem: ‘Não dizer que fulano de tal cometeu suicídio e sim que morreu de um ataque cardíaco.’ Eu dava suicídio. E vinha a tempestade (...). Meu argumento era um só: dava os fatos, cumpria minha obrigação profissional”, Sacchetta diria em entrevista à Folha de S. Paulo, em janeiro de 1979. Aos cem anos, a memória de Hermínio Sacchetta permanece viva e segue como exemplo e referência ética e profissional para todos. *Paula Sacchetta, neta de Hermínio, tem 21 anos, é filha dos jornalistas Vladimir Sacchetta e Márcia Camargos e cursa o terceiro ano de Jornalismo na ECA (USP). Nota Hermínio Sacchetta, associado do Sindicato desde o início, não participou da assembléia da fundação porque, na noite de 15 de abril de 1937, estava preso pela ditadura Vargas. INPG Corporate: um programa especialmente desenvolvido para qualificar os associados ao Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, fornecendo descontos especiais aos que queiram estudar no INPG – Instituto Nacional de Pós-Graduação. Os descontos abrangem os cursos de graduação e de pós-graduação (Especialização e MBA Executivo) oferecidos nas Unidades INPG participantes. Todos os associados e respectivos dependentes legais, possuem 20% de desconto nas mensalidades e, para matrículas em grupo (mínimo de 10 pessoas), o desconto concedido é de 30% para cada aluno. Para conhecer os cursos oferecidos pelo INPG, ligue 11 3095-8400 ou acesse www.inpg.com.br Mais informações sobre convênios acesse o site www.jornalistasp.org. ou e-mail: [email protected] Moagem UNIDADE MAIO/2009 9 A má notícia das últimas semanas foram as 11 demissões no Diário de S. Paulo, mas o mesmo Diário renovou seu projeto gráfico e está lançando agora em maio um novo jornal semanal, focado exclusivamente em emprego. O Moagem também acompanhou a intensa movimentação nos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e Gazeta Mercantil, além de destacar a venda do controle da Duetto para a Ediouro, e os lançamentos de Nova Escola Gestão Escolar, da revista Casa Bairro e do informativo Jornalistas&Cia Indústria Automotiva. Boa leitura! JORNAL Chegou às ruas de São Paulo, agora para ficar, o Jornal Placar, que no final do último ano circulou experimentalmente. São 16 páginas e 80 mil exemplares, circulando gratuitamente de 2ª a 6ªfeira, somente em São Paulo. A Abril vai novamente se valer da estrutura montada pelo gratuito Destak em 200 pontos da cidade (os chamados corredores AB das zonas Sul, Norte, Leste e Oeste da capital). “Mas o jornal estará na íntegra no site Placar”, diz o diretor de Redação Sérgio Xavier Filho. “Será, portanto, uma forma dele circular no resto do Brasil e no mundo”. A Redação tem Celso Miranda como editor, dois subs, Marcos Sérgio da Silva e Marcelo Monteiro, os repórteres Anselmo Caparica, Carlos Frederico Machado, Bruno Favoretto, o estagiário Lucas Bettine, o editor de Arte Alex Borba e os designers Eduardo Ianicelli, Everton Silva Prudêncio, Marcelo Max Araújo e Heber Ferreira Álvares. O utro lançamento é o Emprego Já, novo jornal semanal do Diário de S.Paulo, que chega ao mercado neste dia 17 de maio, no formato tablóide. Será um produto com vida própria, preço de capa e venda desvinculados do Diário e que vai custar 50 centavos, com uma proporção contemplando 25% editorial e 75% comercial. Rubia Evangelinellis é quem estará à frente do novo jornal. No caderno de Empregos, que continuará existindo, porém agora vinculado à Economia, Rubia será substituída por Willian Novaes, vindo da editoria de São Paulo. A coordenação geral do novo jornal será da editora de Economia, Larissa Feria, com acompanhamento do editor-chefe Luiz André Alzer. O Emprego Já chegará às bancas sempre no domingo e ficará até o sábado seguinte. Na esteira desse lançamento, outra mudança importante está se consolidando no Diário: a montagem de um grande núcleo, na Economia, que ficará sob a gestão de Larissa, e do qual farão parte tanto o novo jornal quanto os suplementos (cadernos Talento, Emprego e Imóveis). C omo nem tudo são flores por lá, pouco antes do anúncio do lançamento deste novo jornal e das mudanças no projeto gráfico do Diário, a empresa promoveu um corte de 11 pessoas, nove delas jornalistas. A principal mudança aconteceu na editoria de Esportes, que tem agora como titular Gilvan Ribeiro, vindo da editoria de São Paulo. Ele entrou na vaga de Marco Aurélio Pereira, que saiu, assim como a sub Ana Carolina Donatelli e o repórter Daniel Batista. Também deixaram o jornal Laurimar Coelho, Neri Gonçalves, Renata Turbiani, Janaína Nunes, Manoel Davi e Vânia Dalpoio. William Novais, da Local, foi transferido para a Economia. A ndrezza Queiroga e Lourdes Rodrigues deixaram a Gazeta Mercantil para atuar num novo projeto, por enquanto confidencial. Também saíram Marcel Salim, do InvestNews, para a Info Money; Alexandre Staut para abrir um site de gastronomia; Marcelo Monteiro contratado pelo Jornal Placar; Wilson Gotardello, que foi para a revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios; e Leda Rosa e Érica Gomes. D elmo Moreira, editor-executivo, deixou o Estadão. Com sua saída, o também editor-executivo Luiz Fernando Rilla passou a acumular as funções de fechar o jornal, com o apoio de Roberto Bascchera e Marcos Gutterman. Também deixaram a empresa Maria Tereza Marques e Marion Frank. Tereza, que estava em sua terceira passagem por lá, era a coordenadora editorial dos quatro cadernos classificados; e Marion, a editora do Caderno Casa&, que agora está sob a coordenação de Otávio Dias. Outra mudança por lá se deu no exterior: o correspondente no Oriente Médio, Gustavo Chacra, está agora em Nova York, onde, paralelamente, faz um curso de pós-graduação. O Estadão, a propósito, reforçou a cobertura de sua sucursal de Belo Horizonte, contratando Ivana Moreira, para atuar ao lado de Eduardo Kattah. O ob- jetivo é acompanhar mais de perto Aécio Neves, com vistas a 2010. C arlos Eduardo Lins da Silva iniciou seu segundo mandato como ombudsman da Folha de S.Paulo. Rodrigo Rötzsch, editor-assistente de Mundo, assumiu o lugar da titular Claudia Antunes, que foi para o Rio de Janeiro como repórter especial da sucursal. Cátia Seabra, promovida, passou a integrar o time de repórteres especiais, na editoria de Brasil. Leandro Fortino, que foi redator da Ilustrada e editor do Folhateen, saiu. Adriana Kuchler, que passou nove meses em Buenos Aires, começou como sub da coluna de Mônica Bergamo, de onde saiu a repórter Juliana Bianchi. Gabriela Cupani foi para o caderno Equilíbrio para o lugar de Amarilis Lage, que foi embora. Janaína Lage, da sucursal Rio, venceu a disputa interna e será a correspondente-bolsista em Nova York, a partir de junho, no lugar de Andrea Murta, que deverá regressar a São Paulo. Cláudio Dantas Sequeira deixou a editoria de Brasil e a empresa e foi para Brasília, ali assumindo a cobertura de Política e Brasil na sucursal da Istoé. Matheus Magenta, que era da Folha Online, é o novo correspondente em Salvador. A sucursal de Fortaleza foi extinta e a correspondente Kamila Fernandes saiu (devendo continuar morando na capital cearense) – a vaga foi transferida para a sucursal de Belo Horizonte, com o objetivo de reforçar a cobertura de Aécio Neves, com vistas à sucessão de Lula. D ébora Bergamasco, após rápida passagem pelo Direto da Fonte, no Estadão, segue para o exterior, para temporada de estudos na Universidade de Nova York mas com tempo para eventuais frilas. A repórter Roseli Lopes deixou o Di- ário do Comércio e não será substituída. REVISTA C hegou às bancas no último dia 13/4 a revista Nova Escola Gestão Escolar, filhote da Nova Escola (Fundação Victor Civita, da Abril) voltada para diretores de escolas e seus coordenadores pedagógicos. Em função tanto da nova revista como da reformulação do site, houve uma “dança das cadeiras” na Redação. Paola Gentile, que era editora de Nova Escola, assumiu como editora responsável pela nova publicação, que conta com apenas um repórter fixo, Gustavo Heidrich, antes no site. Paola foi substituída pelo editor-assistente Arthur Guimarães. Para as vagas de Gustavo e Arthur foram alocadas a repórter Thaís Gurgel e a editora Patrícia Giuffrida. Completam a equipe do site o editor de Arte Vilmar Oliveira e o webmaster Thiago Moura. Renata Borges, que vem atuando em projetos eventuais na NE há cerca de dois anos, ocupa a vaga de editora de Arte que era de Vilmar, também como colaboradora fixa. T ambém foi lançado em abril o informativo Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva, focado no segmento e dirigido às redações de veículos especializados e assessorias de comunicação da indústria automobilística. Editado por Heloísa Valente, tem como editor-executivo Wilson Baroncelli. A direção é deste colunista. A circulação é gratuita e os interessados podem pedir inclusão no mailing pelo email [email protected]. J osé Eduardo Mendonça despediuse da Revista da Semana, da Abril, onde entrou como editor do site em novembro de 2007. B erg, Walterson Sardenberg Sobrinho, deixou Próxima Viagem, revista da Editora Peixes que ajudou a lançar e onde estava havia dez anos. M auro Marcelo Alves é o novo editor de Gula, no lugar de J. A. Dias Lopes que deixou a revista. A driana Wilner, após cinco anos afastada do dia-a-dia das redações, está de volta, como redatora-chefe da Pequenas Empresas Grandes Negócios. Thiago Medaglia começou como 10 UNIDADE MAIO/2009 editor-contribuinte das revistas Fut e A+, do Lance. Depois de quase nove anos como edi- tor da Autoesporte, Alexandre Carvalho deixou a publicação e foi para a CDN fazer assessoria de imprensa para a Nissan do Brasil. Seu substituto é Carlos Guimarães. L eandro Beguoci, coordenador de Conteúdo do iG, está agora na Geral de Veja. Começou a circular nos bairros paulis- tanos de Higienópolis, Perdizes, Pacaembu, Vila Madalena e imediações a revista mensal gratuita Casa Bairro, com 52 páginas e 25 mil exemplares. Entre os colaboradores estão Chico Silva, Eduardo Marini, Lino Rodrigues, Jenny Mock e Gabriela Rodrigues. Os diretores são Darcio de Jesus e Paulo Carlos Duvivier. TELEVISÃO H umberto Candill assumiu a Direção de Jornalismo do Terraviva, canal de agronegócios do Grupo Bandeirantes, mas continua diretor-geral da BandNews TV e da Band Flash, provedora de conteúdo da TV Minuto, do Metrô de SP. Eduardo Ramos, atual diretor do BandSports, assumiu a Direção de Programação do Terraviva. Roberto Cabrini estreou como ânco- ra do Repórter Record Especial, sob a direção de Rafael Gomide e apoio de uma equipe de 20 profissionais. Com uma hora de duração, o programa é semanal e vai ao ar após o Domingo Espetacular. A na Paula Padrão e o SBT não chegaram a um acordo e com isso o contrato dela com a emissora não foi renovado. A pós uma temporada de estudos de dois anos em Paris, está de volta ao Brasil o casal Vico Iasi, do Globo Rural, e Graziella Beting, que é editora-colaboradora da revista História Viva (Duetto). N a TV Globo, Fátima Fazan cobre as férias de Anderson Colombo na Chefia de Reportagem do SPTV, até junho. J oaquim Alessi, que apresenta o Programa do Joaquim na TV+ (Net), assumiu também como editor-chefe de Jornalismo da rede. Depois de três anos como editora no Roda Viva, Renata Hydalgo deixou a TV Cultura e foi exercer a mesma função no programa Vamos Correr, da ESPN Brasil,. RÁDIO A BandNews FM contratou Mar- celo Duarte e Demétrio Magnoli como colunistas. Ainda por lá, registro para a chegada do editor Edvander Silva, em substituição a João Bonetto, que deixou a rádio para tocar projetos pessoais. D iego Toledo foi promovido a subeditor da sucursal SP da BBC Brasil, em substituição a Edson Porto, que saiu no início do ano em direção para Época Negócios. No lugar de Diego, como editor-assistente, foi promovido Rafael Gomez. Registro ainda para a chegada ao escritório paulista de Rodrigo Coelho, vindo do Cairo. Ele substituiu Carolina Glycerio, que saiu para coordenar a área da Comunicação do Cedac (Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária), ONG de Bia Cardoso, filha do ex-presidente FHC. Cláudia Barcellos está de volta ao Brasil depois de sete anos no Canadá, mas desembarcou em Brasília. Cláudia vivia em São Paulo, onde exerceu diversas funções na CBN. O e-mail dela é claudiabarcellos@gmail. com. Erich Beting é o novo comenta- rista da Rádio Bandeirantes (AM 840 e FM 80,9). Ele é o titular do quadro Máquina do Esporte, dentro do programa Esporte em Debate, apresentado por Leandro Quesada. O Esporte em Debate vai ao ar de 2ª a 6ª, das 20 às 22 horas. INTERIOR J oão Marcos dos Santos deixou a Band e começou como chefe de Jornalismo da TV Record em Ribeirão Preto. A mir Calil passou a publicar sua coluna na Gazeta de Ribeirão, da RAC. Ele já esteve em A Cidade e Agora Sertãozinho. O jornal Integração, de Campinas, mudou-se para a rua Catharina Signori Vicentin, 216 – Cidade Universitária. Mudanças na TV Brasil, de Campinas: Felipe Pereira começou como produtor no Negócios e Oportunidades e TVB Motor, no lugar de Patrícia Foganholo, e Paulo Fleury está como produtor no Carro, Moto e Cia, substituindo Euro Dante – Patrícia e Euro deixaram a emissora. A lessandra Stefani (repórter), Cassiano Rolim (repórter) e Hélio Fieri (cinegrafista) deixaram a TV TEM de Sorocaba. ASSESSORIAS e começou na Burson-Marsteller como diretor de Atendimento para a prática de Healthcare. R aul Christiano assumiu a recémcriada Assessoria Especial de Articulação Institucional da Sabesp. O novo superintendente de Comunicação da empresa, cargo que ele ocupava, é Adriano Stringhini, vindo da área Jurídica. F J lávio Simonetti vai passar uma temporada viajando por África, Oriente Médio e Ásia. Os detalhes poderão ser conferidos no blog http://proximaparada. wordpress.com. C osângela Bezerra começou na Ricardo Viveiros no atendimento do Conselho Regional de Nutricionistas – 3ª Região (SP e MS). L egiane Zanatta deixou a Ketchum Estratégia para assumir em Luanda, Angola, a Divisão de Comunicação do conglomerado israelense LR Group. osé Luiz Schiavoni foi eleito presidente da Public Relations Global Network (PRGN), rede internacional de agências, da qual a sua S2 é integrante. armen Barcellos é a nova titular da Gerência de Imprensa da BM&FBovespa, sucedendo a Fátima Lopes que deixou a instituição, após quase 20 anos de casa. úcio Mocsányi deixou a Diretoria de Comunicação Corporativa da Monsanto. Sua saída e a extinção do cargo fizeram parte de uma reestruturação que teve como objetivo seguir o modelo que a empresa adota nos demais países. No novo desenho, a área de Comunicação, que tem Cristina Rappa, como gerente, está agora subordinada a área de Assuntos Corporativos. S ilene Chiconini deixou Wal-Mart e assumiu como gerente-geral de Comunicação e Responsabilidade Social da Votorantim Metais. E laine Bittencourt é a nova coordenadora de Comunicação da Rede Record, respondendo pela área de negócios da organização. A driana Pimenta deixou a CDN e viajou para temporada de estudos em San Diego, nos Estados Unidos. R R TELEGRÁFICAS A lfredo Nastari e Edmilson Cardial venderam a participação de 50% que tinham na Duetto Editorial para a sócia Ediouro, que, desse modo, assumiu 100% da empresa. C om um crescimento da ordem de 8,4% nas vendas e nas prestações de serviços, em relação a 2007, o Grupo Estado faturou em 2008 R$ 1,005 bilhão. Os dividendos/juros pagos pelo grupo aos seus acionistas foi da ordem de R$ 27,18 milhões; e foi de R$ 83,22 milhões o pagamento de tributos ao longo do período. O S Jornalismo da Globo conta hoje, em todo o Brasil, com 640 equipes de reportagem distribuídas pelas 122 emissoras que fazem parte da rede; são, no total, 4 mil profissionais. O Jornalismo, sem incluir o Esporte, ocupa atualmente 5 horas diárias na grade de programação da emissora, que tem 12 correspondentes internacionais fixos em várias partes do mundo, além de dezenas de colaboradores. A informação foi transmitida pelo diretor de Jornalismo, Carlos Schroder, no encontro com a imprensa promovido pela emissora em abril, para apresentar as novidades de 2009, ao qual compareceram mais de cem profissionais. Octávio Nunes deixou a Interfarma Diário de S.Paulo lançou novo projeto gráfico, desenvolvido por Renata Maneschy. A principal novidade é que o F ábio Steinberg assumiu a coordenação de conteúdo do Ethanol Summit 2009, evento voltado para biocombustíveis, que acontece nos dias 1, 2 e 3 de junho no Sheraton WTC, na capital paulista. L eticia Suzuki, supervisora de Comunicação da Nissan, deixou a empresa. R obson Breviglieri é o novo assessor do gabinete do vereador Celso Jatene (PTB). érgio Dias está de volta a São Paulo, após período em que atuou na Veracel Celulose, pela RP1, em Eunápolis (BA). O UNIDADE MAIO/2009 Esporte passou a ser tablóide”. Algumas das mudanças gráficas se deram no logotipo, que passou a ter um fundo com as letras vazadas em branco, e nas cabeças das editorias, redesenhadas para explorar a bicromia, diferente em cada uma delas. Foi criado também um espaço com chamadas para os blogs e seções do site do jornal, cujo visual agora acompanha o desenho do impresso. C ilene Victor da Silva é a nova presidente da ABJC – Associação Brasileira de Jornalismo Científico, sucedendo Wilson da Costa Bueno, que permanece na nova diretoria, como diretor de Divulgação e Publicações. Contatos com a associação podem ser feitos pela página www.abjc.org.br. E stão abertas pelo www.programabalboa.com as inscrições para o Programa Balboa para Jovens Jornalistas Iberoamericanos, da Fundação Diálogos, da Espanha. São 20 bolsas e a Fundação cobre os custos de passagem e seguro-médico e dá bolsa mensal de mil euros. Os candidatos devem ter menos de 30 anos e um alto nível de espanhol. O Instituto Moreira Salles lançou a revista serrote, publicação quadrimestral de ensaios sobre temas atuais, literatura e artes, que tem como editores Daniel Trench (diretor de Arte), Flávio Pinheiro, Matinas Suzuki Jr., Rodrigo Lacerda e Samuel Titan Jr.. A Associação Brasileira de Agências de Comunicação – Abracom completou sete anos em abril, atingindo a marca de 310 agências filiadas, em 25 unidades da Federação. M arilda Varejão, atual moradora de Petrópolis, organizou com dois amigos o Movimento Mosela Viva, para atuar junto aos moradores do bairro, com foco em cidadania e qualidade de vida. Marilda ([email protected]) trabalhou por mais de duas décadas na Editora Abril. J úlio César Barros (não confundir com o secretário de Redação de Veja, Júlio César de Barros) está de volta ao Brasil, após temporada na Irlanda, onde esteve por mais de um ano estudando e fazendo jobs para publicações brasileiras. Júlio trabalhou no Diário de S.Paulo, Agora São Paulo, Folha Online, Terra e Linhas&Laudas. R ose Campos, da RCI System e do projeto Ecos do Meio – Educanto o Planeta Azul, será uma das atrações do Show entre Rosas, marcado para 5 de junho (Dia Mundial do Meio Ambiente), às 20h, na Casa das Rosas (av. Paulista, 37). O espetáculo, que reúne música, teatro, poesia 11 INTERNET R icardo Kotscho renovou com o iG e, com isso, seu blog Balaio do Kotscho (http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho) fica hospedado no portal por pelo menos mais dois anos. E ntrou no ar o site Análise e Opinião (www.analiseopiniao. com) idealizado e desenvolvido por Thales Guaracy, com a proposta de aprofundar as notícias de conjuntura, empresas e investimentos. Alguns dos colaboradores são Marcello D’ Angelo, Klaus Kleber, Clayton Netz e Ricardo Galuppo. A Apijor (www.autor.org.br), que defende os direitos autorais dos jornalistas brasileiros, mudou seu formato na internet e agora inicia sua veiculação no Twitter. A entidade lançou a comunidade virtual Portal do Autor, que visa fortalecer a cultura do respeito aos direitos autorais. O presidente é Paulo Cannabrava Filho. e debate, é uma espécie de canto de amor e preservação ao Meio Ambiente. Outras informações pelos campos@rcisystem. com e 11-9912-6893. LIVROS Thales Guaracy lançou Amor e Tem- pestade (Suma das Letras/Objetiva), romance sobre amor, família e fidelidade ambientado nos anos 1920, da belle époque paulistana, em que Coluna Prestes, Marechal Rondon, Oswald de Andrade, Lampião e Padre Cícero aparecem como personagens. T ambém chegou às livrarias Ética, Jornalismo e Nova Mídia – uma moral provisória, de Caio Túlio Costa, inspirado na tese de doutorado que ele defendeu na USP no ano passado. A ssinado pela Panda Books, de Marcelo Duarte, já está no mercado Um livro fechado para reforma, que tem como tema a reforma ortográfica e é voltado para crianças. M aurício Stycer é outro que está de livro novo na praça: a História do Lance – Projeto e prática do jornalismo esportivo (Alameda Casa Editorial), resultado da sua dissertação de mestrado e que conta a história do jornal fundado em outubro de 1997. A Aventura do Dinheiro (Publifolha), de Oscar Pilagallo, cuja versão original saiu há quase dez anos, está agora também disponível em edição de bolso. T ambém pela Publifolha, Marcelo Leite escreveu e lançou Charles Darwin e A lexandre Secco criou o blog www.mediacircus.com.br, focado em mídia e com a finalidade de trocar ideias e informações sobre o tema. R einaldo Canto estreou o blog, http://cantodasustentabilidade.zip.net, especializado em Sustentabilidade. A pós editar a revista Racing durante cinco anos, Betto D´Elboux voltou a ser publisher e assumiu a direção e administração do Motor News, portal gerido desde o início de março pela Beepress, de Wagner Gonzalez. B ob Sharp e um grupo de amigos entusiastas de automóveis criaram um blog dedicado ao tema, o AUTO Entusiastas. O acesso é www.autoentusiastas.blogspot.com. a Teoria da Evolução. P ara comemorar os dois anos do blog Haja Saco (http://hajasaco.zip.net), Alê Duarte, Fabio Chiorino, Gilberto Amendola, Marc Tawil e Mauricio Duarte dos Santos lançaram Haja Saco – O livro, pela Multifoco. A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lançou, pela Coleção Aplauso, Ewerton de Castro – Minha vida na arte: memória e prática, escrito por Reni Cardoso. P ascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa é o nome do novo livro de Assis Ângelo, escrito como parte das homenagens ao mais antigo grupo musical em atividade ininterrupta no mundo, cuja primeira gravação completou no último dia 6 de maio 60 anos. O livro da Panda, Maioridade penal – 18 anos de histórias da marca da cal, que André Plihal, da ESPN-Brasil, escreveu com o goleiro Rogério Ceni, bateu um recorde no dia do lançamento na Livraria Saraiva: ambos autografaram mil livros, batendo o recorde de Jô Soares, de 848 exemplares. 12 UNIDADE MAIO/2009 Imagem Procurando retratos com alma A lgumas passagens, ligadas a perdas, marcaram a carreira de Norma Albano. A primeira foi a morte de Tancredo Neves, quando ela despertou, vamos dizer assim, para a profissão e quis se tornar fotógrafa. No ano seguinte Norma entraria no time de fotógrafos do Grupo Estado, no meio de craques renomados como Domício Pinheiro e Reginaldo Manente, entre outros. Foi apresentada por um repórter de turfe, Edson Chieregatti, ela lembra. Norma acredita que foi a primeira mulher a fotografar para o Grupo Estado, depois de alguns frilas e de muitas ligações para um dos chefes do departamento na época, Jean Pierre Appy. Ela chegou apenas com um portfólio e um crachá (testemunha de uma breve passagem por uma publicação de vida igualmente rápida, ‘Jornal de Notícias’, que teve nos quadros Vidal Lannes e Eleno Mendonça). Ela também fez fotos do último show de Raul Seixas em São Paulo, no Olímpia, em junho de 1989 – Raul morreria em agosto daquele ano. Essas fotos foram parar em um CD do astro do rock. Depois Norma cobriu o enterro de Ayrton Senna, em 1994. “Pedi à Lúcia, minha chefe, para fazer a cobertura de manhã e à tarde. Me coube ficar na Ponte da Vila Guilherme esperando o cortejo com o corpo do Senna passar, vindo de Cumbica para o velório na Assembléia Legislativa. Resolvi mudar meu posto para a Ponte da Vila Maria e acabei fazendo um flagrante de atropelamento na Marginal (que está nesta página). Foi terrível. E na edição, com todos envolvidos nessa sequência de fotos, acabou não entrando na edição uma foto do caminhão de Bombeiros levando o caixão do Senna e um reflexo do sol em cima...” Norma passou por momentos de emoção e frio na barriga, literalmente. Grávida de cinco meses de seu filho Luca, hoje com 10 anos, foi cobrir uma exposição em Angra dos Reis (RJ). Durante fotos aéreas com outros colegas, em um helicóptero, o piloto resolveu fazer um looping. Faltou-lhe até o ar. Mas nada de mal aconteceu. Hoje ela faz frilas mais amenos, para feiras e convenções, para tranquilidade do próprio Luca, Gabriel (13 anos) e Luisa (16) e do marido, o ilustrador Carlinhos.
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