alcoolismo recupearção
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alcoolismo recupearção
ALCOOLISMO – RECUPERAÇÃO Existem alguns tratamentos que são atualmente utilizados na recuperação de alcoólatras, sendo que uma das alternativas mais eficazes de tratamento é proposta por Alcoólicos Anônimos; uma irmandade de homens e mulheres que compartilham entre si, suas experiências, forças e esperanças. Foi no dia 10 de Junho de 1935 na cidade de Akron, Estado de Ohio, nos Estados Unidos da América que dois homens, Bill W. (corretor da bolsa de valores de Nova York) e o Dr. Bob (Robert Smith – médico cirurgião) oficializaram a fundação de A.A. Esse dia foi escolhido porque o Dr. Bob finalmente tomou o seu último gole de bebidas alcoólicas e manteve-se sóbrio até a data de sua morte. Desde então, os princípios utilizados por Alcoólicos Anônimos passaram a ser uma nova forma de recuperação. Após ter sido formado o primeiro grupo de recuperandos naquela cidade, A.A. chegou à cidade de Nova York onde mais alguns Grupos foram abertos e a Irmandade se desenvolveu. (É importante lembrar que nessa mesma época os Estados Unidos vivia com a lei seca, onde o uso de substâncias alcoólicas era proibido e criminoso). O número de homens e mulheres ingressantes, "desejosos em parar de beber" recorriam às sugestões oferecidas por Alcoólicos Anônimos que nada cobrava como taxas ou mensalidades. As reuniões de Grupos transcorriam anonimamente com depoimentos de alcoólatras que contavam uns para os outros as suas experiências nefastas que passavam com o uso abusivo da bebida e falavam de suas dificuldades em sair da dependência. Por outro lado os que conseguiam ficar abstêmios pelo menos vinte e quatro horas falavam da importância em renoválas, pois sentiam voltar as esperanças e melhoravam a sua autoestima com a sobriedade continuada. Tais depoimentos criavam um vinculo curioso. Eles notavam que quando compartilhavam as suas dificuldades com outros alcoólatras adquiriam forças e esperanças para também vencer o alcoolismo (só depois considerada doença pela O.M.S. com sede em Genebra – Suíça). Alcoólicos Anônimos conseguiu montar um Escritório de Serviços em Nova York para facilitar a sua comunicação. As cartas eram as formas mais utilizadas para informar e ser informado. Assim mesmo elas levavam muito tempo para chegar aos destinatários, muitas vezes impossibilitando até que as notícias chegassem. Os livros também eram grandes aliados para as instituições, mas o alto custo para serem editados dificultava o avanço da Irmandade. Algum tempo mais tarde A.A. conseguiu a primeira edição de seu principal livro que recebeu o nome de Alcoólicos Anônimos - (várias vezes reeditado e até hoje usado e considerado um dos mais completos sobre o assunto). O número de beneficiados com o programa sugerido por A.A. foi crescendo e espalhou-se por todo o país chegando ao Canadá e mais tarde a outros países americanos e europeus. Hoje, quando completa 73 anos de existência, Alcoólicos Anônimos está presente em mais de 210 países de todo o mundo. Bill W. e o Dr. Bob deixaram uma farta literatura específica que ainda hoje ela é utilizada para facilitar o entendimento da doença e do doente e transmitir a mensagem de Alcoólicos Anônimos para aqueles que queiram (têm desejo) parar de beber. Entre os legados deixados pelos Co fundadores, "Os doze Passos de A.A." são reconhecidamente eficazes e propõem uma mudança radical na forma de viver, permitindo os alcoólicos um maior entendimento dos motivos que os levavam a beber compulsivamente. Os membros de A.A. que conhecem e seguem os seus princípios sentem-se felizes e consequentemente eliminam de suas vidas a necessidade do uso de substancias alcoólicas. "EVITAR O PRIMEIRO GOLE DE QUALQUER BEBIDA ALCOÓLICA", freqüentar as reuniões dos Grupos e procurar evitar os lugares de ativa são sugestões básicas para o começo da recuperação. Até bem pouco tempo, Alcoólicos Anônimos foi visto como uma Irmandade discriminada e por isso até hoje o "anonimato" é respeitado. Entretanto, A.A. conseguiu superar essa imagem destorcida e hoje merece o respeito de toda a sociedade. A classe de profissionais (médicos, psicólogos) recomenda aos seus pacientes para que freqüentem as reuniões mesmo continuando os tratamentos específicos. Os "Doze Passos" saíram do domínio da Irmandade de A.A. tornando-se domínio público mundial e hoje são utilizados por inúmeras entidades de mútua ajuda (N.A., J.A., F.A. e tantas outras). O falecido Papa João Paulo II em pronunciamento público declarou que os "Doze Passos" de A.A. eram por ele reconhecido como uma das "grandes maravilhas do século" e recomendou mesmo aos não alcoólicos, a sua utilização para a reestruturação da vida material e espiritual. Todos os participantes ingressados em Alcoólicos Anônimos merecem os parabéns neste dia 10 de Junho de 2008 pelo seu 73º Aniversário mundial.. Ficamos com a esperança que as conseqüências trazidas pelo alcoolismo consigam diminuir em nosso país e em todo o mundo. 10/06/2008 Paulo M.Bernardo *Fontes de consulta: www. alcoolicosanonimos. org.br **Literaturas consultadas: Alcoólicos Anônimos, Viver Sóbrio, Revista Vivência, Os Doze Passos e as Doze Tradições. O QUINTO PASSO É UMA CELEBRAÇÃO DA VIDA Precisamos nos sentir seguros em três áreas da vida: sexual, social e emocional. Tem gente que diz que o problema do Quarto Passo é o Quinto Passo. A ideia de relatar a alguém aquilo que você pôs no papel inibiria o ato de escrever. Todavia, será que isso não funciona ao inverso também? Saber que alguém está ali, disposto a ajudar você nesse processo de limpar a casa, poderia servir de incentivo. As pessoas brincam demais falando que começaram seu Quarto Passo, dizendo: "mas foi ate aí que eu cheguei". Isso é uma grande pena, porque a recompensa de terminar o Passo é imensa. Não estou falando de um clarão vindo do nada, mas do inicio de um processo o processo de simplesmente fazer amizade com a pessoa mais importante que você não conhece: você mesmo. É disso que de fato todo o resto do programa trata. Olhar para você pela primeira vez pode ser assustador. Para mim foi o problema de confundir o Quinto Passo com o sacramento católico da confissão que conheci desde menino. Ficava deprimido cada vez que pensava em entrar naquela pequena caixa azul chamada confessionário. Havia vergonha e culpa grudadas nesse ritual, e não tinha conexão com a minha vida cotidiana. Eu havia pecado e devia receber absolvição. Estando ainda acorrentado às lembranças do que para mim se havia tornado um ritual de ódio a mim mesmo, naturalmente evitei os Passos de "faxina de casa" por muito tempo (e os Doze Passos e as Doze Tradições ainda por cima mencionam os mesmos pecados). Talvez A.A. não fosse um programa religioso, mas com certeza me lembrava algumas práticas religiosas bastante deprimentes. Hoje em dia, toda essa experiência contém um significado completamente novo para mim, positivo e levantador do moral. Dizem que a verdade machuca. Não é a verdade que machuca, é a negação. Depois de ser aceita, a verdade faz a gente se sentir muito bem. Um irmão religioso que realiza retiros para homens em A.A., na minha área, diz: "Tudo o que você precisa está bem na sua frente". Que declaração poderosamente verdadeira e maravilhosa! Tudo o que preciso mesmo as coisas que ainda não sei que não me servem, porque ainda estou pensando que gosto delas. Dá-se a elas o nome de defeitos de caráter. Gosto de clamá-las de esconderijos. São bebidas debaixo de um disfarce objetivos de uma curta visão ou indignos. (As palavras são importantes. O jeito como converso comigo é o que decide como me sinto e como me comporto.) Agora, enxergando instintos bem direcionados, e como meus desejos naturais tornam a mim e a outras pessoas infelizes, tudo faz sentido. Não quero continuar sendo infeliz. Então, quando hoje penso em "pecados", penso na palavra "transgressões", como está no Pai Nosso. Os pecados são transgressões. De inicio, não vi que a nossa literatura diz que preciso estar seguro em três áreas da minha vida: sexo, sociedade e minhas emoções. Nunca li que tinha emoções retorcidas, dificuldades emocionais ou excessos de emoção negativa, nem que a imposição irracional dos meus instintos sobre outras pessoas era a causa de muita infelicidade para mim. O que eu pensava é que esses Passos eram a respeito de ser "bonzinho". E são mesmo. Mas eu preciso começar por ser verdadeiro. Olhando de novo para a maneira que confundi os Passos Quarto e Quinto com o sacramento católico da confissão, me recordo que a absolvição nunca me ajudou em nada, mas me colocava no que chamavam de "estado de graça", que era uma coisa que eu imaginava me qualificasse para posar para quadros sagrados. Nos Passos Quarto e Quinto não estou procurando absolvição, mas sim aceitação procuro uma chance de olhar outro alcoólico olho no olho, uma chance de fazer uma conexão humana que estenderá uma ponte sobre o vazio dentro de mim, e para lá onde a culpa me fez ficar com medo de olhar. Em A.A. fala-se muito sobre graça, mas o pessoal raramente diz o que é isso. Para mim é tempo e espaço numa atmosfera segura, onde eu possa olhar para o meu comportamento passado e lidar com ele sem medo. E quando falo de "comportamento" não me refiro apenas a "atos pecaminosos". O comportamento inclui percepções, pressuposições, sentimentos, ilusões e motivações, bem como ações. A graça me concede o espaço vital de que necessito, onde não me sinto julgado nem tenho confirmada a minha experiência anterior de mim mesmo. Para mim, o problema real com os Passos Quarto e quinto não era "o que vai ser se eu for julgado?", mas sim "o que vai ser se não for julgado?". É que não saberia como reagir a uma imagem de mim que já não tivesse desenvolvido na minha imaginação distorcida. Para todos e todas que tomam esses Passos comigo, eu falo: "Aceito você, mesmo antes de saber quem você é. Na atmosfera da graça, fico contente esperando descobrir. Sei que a minha humanidade vai sair enriquecida nesse processo. E quando acabar, ambos estaremos mais prontos para nos desapegarmos das coisas que fizemos, e que fizeram mal a nós e aos outros". Os Passos Quarto e Quinto significam a celebração da vida em todas as suas maravilhosas possibilidades, através do contato com as nossas próprias experiências e as dos outros. São mais um Passo em direção ao tema de todos os Passos: a alegria de viver. ( Jim N. Grapevine) VIVÊNCIA N.°75 JAN/FEV 2002 EVITE O 1º ATRITO A freqüência com que o assunto alcoolismo vem surgindo na imprensa, rádio e televisão fazem um esboço desse problema que afeta toda a sociedade, pois queiram ou não, todos os cidadãos findam fazendo parte desse quadro, sempre como vítimas. O alcoolismo foi declarado doença pela Organização Mundial de Saúde em 1967 e afeta tanto as pessoas que bebem como suas famílias, que adoecem junto; os empregadores e o poder público, que desembolsam boa parte dos seus gastos para enfrentar problemas decorrentes do consumo de bebida. As conseqüências do alcoolismo terminam sempre nos hospitais, delegacias de polícia, corpos de bombeiros, juizados das mais diversas causas, penitenciárias, cemitérios e uma lista imensa de outros lugares. Há 72 anos uma entidade vem cuidando de alcoólicos no mundo inteiro e está até na Internet, onde encontramos o site http://www.alcoolicosanonimos.org.br. Que divulga inclusive um lema interessante: "Evite o primeiro gole". Conhecida popularmente como A.A., a entidade funciona desde que dois alcoólicos descobriram que podiam manter-se sóbrios compartilhando seus problemas entre si. Mas juntamente com aquela entidade desenvolveu-se também no mundo inteiro uma organização chamada Al-Anon, que cuida de familiares e amigos de alcoólicos, adota os mesmos princípios de Alcoólicos Anônimos (adaptados) e adaptou também esse lema, para recomendar: "Evite o primeiro atrito". É sobre esse "primeiro atrito" que desejo falar, considerando algumas informações importantes que tive a oportunidade de colher em evento promovido por aquela entidade, onde tive a sorte de comparecer na qualidade de profissional interessado no assunto. Ao evitar o primeiro atrito, os familiares fazem com que muitos problemas sejam evitados também, pois sempre que existe um confronto com um alcoólico – embriagado ou não – as conseqüências podem ser drásticas. Segundo uma palestrante – que não se pode identificar para manter seu anonimato seguindo os princípios da entidade "Al-Anon surgiu da mesma necessidade de A.A. A necessidade de `dialogar', de uma pessoa entender a outra, falarem a mesma linguagem, trocarem as experiências vividas com seus entes queridos doentes, que tanto lutavam para largar a bebida e não conseguiram. Não custou muito para que as esposas dos alcoólicos descobrissem que o estado em que se encontravam era resultado do convívio sob o domínio do álcool, quando seus familiares e amigos se tornavam pessoas também doentes, de uma doença emocional. A troca de experiências mostrava o caminho a seguir." Como o alcoolismo é considerado uma doença reflexiva – pois todos do convívio do alcoólico adoecem juntos – torna-se dificílimo compreender uma vida tão atribulada, onde o senhor de tudo é o álcool, que impera, manda e comanda a vida do alcoólico e conturba toda a família, pondo de água a baixo todos os planos feitos anteriormente. Até que o familiar tome conhecimento de que o alcoólico é portador de uma doença, aceite, compreenda e se trate junto, leva muito tempo e requer sacrifício de ambas as partes, explica a representante dos familiares. Al-Anon no Rio Grande do Norte completou trinta anos de formação em 2007. Desde que surgiu, os seus membros procuram mostrar que quando um familiar ou amigo de alcoólico evita o primeiro atrito, está contribuindo para a recuperação, na medida em que evita um descontrole emocional de ambos. Al-Anon mostra que qualquer assunto ou problema surgido pode e deve ser tratado somente depois que os ânimos estiverem acalmados, noutro dia, noutra hora. Falam em "recuperação" e não em "cura", porque o alcoolismo não tem cura; pelo menos até agora não foi descoberta. A importância das esposas de alcoólicos freqüentarem o Al-Anon está na recuperação delas próprias. A palestrante esclareceu que à medida que elas freqüentam, tomam conhecimento de que seus familiares são doentes, descobrem que adoeceram emocionalmente durante esse mesmo tempo e trazem consigo as seqüelas do sofrimento daquele convívio. Passam a trabalhar os sentimentos negativos, tão fortes, tão vivos, tão bem guardados e conservados de raiva, ressentimento, angústia, negação, rancor, auto piedade. Isso só acontece numa sala de Al-Anon, onde o foco do tratamento é o familiar e não o alcoólico garante ela. Uma mudança de atitude do familiar esteja o alcoólico bebendo ou não, muda o clima e a convivência se torna mais amena. Walter Medeiros - Jornalista - Natal, RN Vivência nº 112 – Março/Abril 2008 SOU UMA MULHER FELIZ PORQUE APRENDI AMAR! "Como mulher alcoólica e participante da Irmandade sei que a caminhada é longa e árdua, por um lado, mas por outro, muito gratificante". Como bem dispõe o preâmbulo de abertura das nossas reuniões; "Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres". Tal afirmação constante nos assegura como mulheres a nossa inclusão para alcançarmos a dádiva da recuperação através das experiências de cada um de nós, do sofrimento, das perdas afetivas, espirituais e materiais. As primeiras mulheres alcoólicas começaram a chegar em Alcoólicos Anônimos em 1941 nos Estados Unidos. No início o principal preconceito era das próprias mulheres e com o tempo, pelo exemplo do sucesso das poucas que haviam ingressado a situação mudou para melhor. Como mulher alcoólica e participante da irmandade, repito, sei que a caminhada é longa e árdua, por um lado, mas por outro muito gratificante. O apoio e o incentivo dos companheiros nos unem e seguimos juntos, homens e mulheres com um só objetivo: - levar a mensagem sem reservas ou distinção seja este ser humano homem ou mulher ou pessoas diferentes não importando a profissão, condição social, econômica ou faixa etária. Alcoólicos Anônimos se destina às pessoas que estão dispostas através do 1º Passo a reconhecer e aceitar a impotência diante do primeiro gole e partindo deste princípio caminhamos ao autoconhecimento. Em A.A. podemos falar das nossas emoções dos nossos complexos, das derrotas, mas também das nossas vitórias do dia-a-dia e poder dizer "obrigado meu Poder Superior", por que sou alcoólica e faço parte desta irmandade maravilhosa que é Alcoólicos Anônimos. Quando cheguei em A.A. muito debilitada fisicamente, emocionalmente e espiritualmente... Nem se fala! Meu fundo de poço era total não tinha mais fim e o fim foi aceitar a condição de mulher alcoólica. No grupo não havia companheira só companheiro, mas eu disse para mim mesma: - se é uma doença por que eu, mulher não posso ser portadora? E foi assim que eu me igualei aos meus companheiros, só com uma diferença: o sexo. As histórias de vida não são diferentes da minha, só são mais sofridas por eu ser mulher. Admito minhas impotências, mas com fé, decisão e aceitação, palavras pequenas, caminho de 24 em 24 horas. Aceito as coisas do jeito que vierem e as pessoas do jeito que são, porque eu não posso mudar nada e nem ninguém; só posso mudar a mim mesma, que já é difícil, assim como foi difícil eu me aceitar do jeito que eu era e trabalhar em cima dos meus defeitos de caráter. Olhando para trás vejo que meu sofrimento não foi em vão; valeu à pena! Os problemas continuam, mas eu aprendi a conviver com eles sem sofrer. Hoje eu sou mais mãe, mais avó, mais amiga e uma companheira para todas as horas. Vivo e deixo viver! Sou uma mulher feliz 24 horas porque aprendi a amar. Amo a Deus, minha família, amo meus companheiros e companheiras, amo esta Irmandade maravilhosa que me devolveu a vida e a alegria de viver. (Vivência Nº 110 - Nov/Dez 2007) HOMEM QUE É HOMEM NÃO CHORA Parece-me que o Quinto Passo é especialmente difícil para os homens, porque pega a mística masculina pelo touro, quando não pelos chifres. Um homem é supostamente autossuficiente. Cuida dos seus próprios assuntos. Não vai a outro homem com problemas de ordem pessoal. Os sentimentos de um homem são validados por uma mulher, não por outro homem. Para mim, que cresci nos anos cinqüenta, havia apenas dois tipos de homem: os homens de verdade e os de outro tipo. Proveniente de um lar alcoólico, fui naturalmente um adolescente perturbado . Havia muitos homens mais velhos ao meu redor, que talvez pudessem ter ajudado, mas eu tinha dificuldades em me relacionar com eles. Exceto um monge passionista que encontrei quando fazia um trabalho de meio turno num mosteiro da cidade. Padre Connel era gentil e falava sem ofender, e acima de tudo escutava. Passei muitas horas andando por aqueles acres serenos e enclausurados, ao lado dele, tentando desatar o enigma da minha existência. Minha consciência moral sensível demais me deixa sentindo-me abaixo dos ideais religiosos com os quais cresci. O Deus que nós buscávamos juntos impunha termos duros demais para mim, e isso me empurrou ainda mais fundo para o isolamento , causando uma sensação de abandono total. Mas a salvação estava a caminho, na forma do álcool e da literatura mundana. Onde a religião me havia restringido e limitado minhas experiências , o álcool e as idéias mundanas libertaram minha mente e meu espírito. No começo, a estrada era larga e tinha muito espaço. Mas foi-se apertando até virar uma trilha, depois uma linha apenas, onde eu tinha de andar ou caía. E o meu equilíbrio não foi ficando melhor. Acabei com medo de sair do apartamento, com medo de atender ao telefone ou à porta. No final, fui para A.A. e com o tempo fiquei sóbrio. A maioria dos homens com os quais falei em A.A. possuíam "questões masculinas", que tinha a ver com a pressão que a sociedade coloca em cima dos homens. Parece haver uma tácita tradição cultural que concede às mulheres a licença para expor sentimentos em nome da espécie. Enquanto isso, dos homens espera-se magicamente, que confirmem a masculinidade para seus filhos e uns aos outros. Uma carga terrível, ainda mais se você não tem certeza do que é ser homem. O Quinto Passo traça e sacode esses velhos tabus até os seus fundamentos. Já por uma coisa: esse Quinto Passo pede que se fale franca e abertamente sobre sexo. Com bêbados, a maioria de nós homens mentíamos um bocado uns para os outros, e para nós mesmos, como um imperativo social. Sóbrios em A.A., muitas vezes exercemos nosso direito de ficar em silêncio. É um direito que exercitamos a nosso próprio risco - o Livro Azul diz que às vezes a nosso próprio perigo. Houve coisa no meu Quarto Passo que jurei nunca contar a ninguém. Tinha certeza de que, se certas pessoas soubessem, me expulsariam da Irmandade. (Algumas até podem ter tido vontade de fazer isso, mas A.A. tem planos para nós que são muito mais generosos do que quaisquer que desejaríamos uns para os outros, se deixados por nossa conta.) Passei meus dois primeiros anos cuidando das necessidades alheias, porque queria evitar as minhas. O problema com esse meu comportamento é que basicamente era desonesto. Eu queria projetar uma imagem de estar bem e de ser o certo, que era falsa, mais danosa para mim do que para as pessoas com as quais convivia. Deixar que alguém venha a conhecer você é assustador. (Mais tarde, aprendi o paradoxo de que ser vulnerável coloca você numa posição invulnerável.) Devagar, à medida que o escapismo deixava de funcionar, fui deixando outras pessoas me conhecerem. Quando vinha uma aceitação inesperada da parte dos outros, era estupendo, como o primeiro drinque. Eu queria mais. Fui falando a meu respeito a cada vez mais pessoas, no interesse da "honestidade". Mas essa história de ir-se recuperando é um negócio cheio de curvas na estrada. Bem devagar, precisei ir aprendendo a diferença entre candura, exibicionismo e honestidade. Se estou falando a verdade por uma razão egoísta, não estou sendo honesto. Quanta dor nas relações ruins provém apenas dessa falta de objetividade! Até a confiança pode ser uma armadilha. Pessoas que pensam em fazer o Quinto Passo provavelmente recordam-se de como usaram e abusaram da confiança dos outros. A maioria das suas experiências com confiança, especialmente para quem veio de lares alcoólicos, foi infeliz. É aqui que a honestidade comigo mesmo funciona muito bem para mim. Se confio a certa pessoa alguma coisa a meu respeito, porque quero obter qualquer coisa dessa pessoa, então a "confiança" é apenas uma isca. E o anzol é o interesse, que é a causa de toda a minha infelicidade. A cura para essa situação é a experiência contínua com os Passos, na minha opinião. Anos em que atravessei meus anos de crescimento, para virar adulto, deixei de aprender de colocar minha vida numa base de dar e receber. Vou ouvir seus problemas - mas não me pergunte nada sobre os meus. Ironicamente, foi por essa razão que deixei de me identificar inicialmente com o alcoólico egoísta. Sempre estava "dando". Entretanto, um exame mais profundo dos meus motivos me mostrou o que mais tarde aprendi em Al-Anon: que o cuidado é o lado ensolarado do controle. Penso que muitos homens em A.A. existe um bocado de questões centradas ao redor de poder, controle, e de ser quem manda. Tentei ir a algumas poucas reuniões só para homens, mas o manto defensivo e de pose, que pairava sobre esses augustos encontros, era de gelar os ossos. Senti-me como que participando de um ritual. Graças a Deus, uma das grandes mudanças em A.A., desde aqueles tempos, é que os homens têm liberdade para se expressarem como homens e como seres humanos, em qualquer reunião de A.A. Nessa arena, de fato atingimos a maioridade. Ir melhorando significa ir compartilhando minhas esperanças e medos com outros homens. Quando eles compartilhavam também, como sempre fizeram, eu experimentava uma cura de lembranças, memórias, e uma sensação maravilhosa de unicidade com as pessoas em geral. Meu relacionamento com as mulheres melhorou imediatamente. Passei pelo terror de remover minha armadura masculina, e experimentar a alegria de não precisar de uma. Cada homem com quem me encontrei dessa maneira desarmada, me deixou com um pouco mais de mim mesmo para trazer ao mundo todo. (Jim N., Grapevine) (Vivência - Março/Abril 2002) NA DIREÇÃO DE DEUS "Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos estes defeitos de caráter (Sexto Passo). "Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições" (Sétimo Passo). 1º Passo: Aceitação - eu não posso. 2º Passo: Esperança - alguém pode. 3º Passo: Confiança - se eu deixar. 4º Passo: Autoconhecimento. 5º Passo: Humildade. Meta: Maturidade emocional ! - Através do Primeiro Passo, nos rendemos ante a doença do alcoolismo. Também percebemos nossa impotência diante, não só do álcool, como também diante de pessoas, sentimentos, situações e que devemos aprender a lidar com isto, se quisermos construir uma sobriedade rica e construtiva. O Primeiro Passo nos dá a nossa limitação humana. Com o Segundo e Terceiro Passos, percebemos que, nesta busca, precisamos de ajuda. Necessitaremos não só pedir, como aceitar e isto significa que começamos a confiar, porque só peço e aceito ajuda quando confio que posso ser ajudado. Poderemos ver também que insanidade é tomarmos a mesma atitude esperando resultados diferentes. O Segundo Passo nos dá confiança, fé e esperança e o Terceiro Passo nos convida à entrega, que nos alivia de pesos desnecessários. Os três primeiros passos são de aceitação. Com o Quarto e Quinto Passos, adquirimos os instrumentos para autoconhecimento e auto aceitação. Podemos aprender a nos perdoar e, quando compartilhamos, também começamos a ver aspectos em nós que sozinhos seria difícil perceber. Assim, quando saímos do Quinto Passo, a sensação é de alívio. Agora precisaremos mais do que nunca de humildade, porque o Quarto e Quinto Passos nos ajudaram a identificar nossos defeitos de caráter, mas não nos libertaram deles. À medida que vamos atuando com os Sexto e Sétimo Passos, vamos percebendo que podemos ir adquirindo: Responsabilidades com nossos sentimentos e atitudes: Porque nos propõe avaliarmos honestamente nossas atitudes e identificarmos nossos sentimentos, para que possamos lidar adequadamente com situações e mudarmos quando necessário: - quem não gosta de se sentir um pouco superior ou mesmo bastante superior? - quem não gosta de deixar que a avareza se faça passar por um acúmulo necessário de bens? - quem não exacerba seu auto- respeito, transformando-o em orgulho? Boa vontade para atuar em cima de nossas mudanças: Se quisermos obter algum resultado concreto na prática dos Sexto e Sétimo Passos para a solução de problemas fora do álcool, precisaremos fazer uma tentativa: sermos menos teimosos e em vez de dizermos que "a isto jamais renunciarei", digamos: "a isto ainda não posso renunciar". Não digamos "nunca"; isto pode ser uma abertura perigosa e pode nos fechar a porta para a mudança, para a graça de Deus e para ajuda dos grupos. Os Sexto e Sétimo Passos são um convite à mudança e representam a chave que nos abre a porta para o nosso amadurecimento emocional. Também nos ensina que cabe a nós a tarefa inicial desta mudança e nos propõe também a conviver com equilíbrio com as coisas que não podemos modificar. Mostra-nos que a diferença entre o adolescente e o adulto é igual ao que existe entre a luta por um objetivo qualquer de nossa escolha e a meta perfeita que é Deus. Os Sexto e Sétimo Passos usam diretamente a palavra Deus, e é na direção Dele que apontam estes passos. Isto significa que ao relembrarem estes passos são um convite à superação dessa mania de tudo saber ou de tudo poder, ou seja, ao relembrarem Deus, tornam-se um convite à superação desta mania de querer ser Deus, quebrar a onipotência - tirar carteirinha de ser humano. "Ajudai-me, Senhor, a mudar aquelas coisas que posso modificar, mas ajudai-me ainda mais, Senhor, quando sei exatamente o que devo mudar, mas não tenho a coragem de fazê-lo". "A LIMITAÇÃO DO HOMEM É A OPORTUNIDADE DE DEUS". (Vivência nº 38) AQUI É ONDE ESTA O PODER … Há cinco anos, estava sentado ao lado de um moço bonito, mas emocionalmente em frangalhos - um novato que viera para sua primeira reunião aberta de A.A. Quando chegou a hora de encerrarmos a reunião da maneira costumeira (O Pai- Nosso e a Oração da Serenidade), ele mostrava-se visivelmente tocado pelo conteúdo emocional da reunião. Caiu em prantos antes do final da oração, com grandes soluços entrecortados. Ao final da prece, agarrou minha mão com toda a força e procurou explicar por que chorava. Eu próprio estava sóbrio há apenas seis meses, e tentei explicar para ele, por entre minhas próprias lágrimas, que não havia necessidade de explicação, que isso acontecia muito nas reuniões de A.A. Ele disse então algo que nunca esqueci, ao erguer nossas mãos juntas: "Aqui é onde está o poder." Foi uma coisa que me arrepiou naquela hora, e ainda me arrepia hoje, e espero que continue assim enquanto eu viva, e sóbrio. Muitas vezes, em anos recentes, quando me senti para baixo, incomodado, e precisando de uma levantada, ia a uma reunião e sentia aquele poder. É espantoso como a minha perspectiva muda (a meu respeito e a respeito das minhas preocupações), quando me sento nas salas enfumaçadas e escuto outras pessoas falarem sobre o dia delas, suas vidas, sua sobriedade. Nunca falha esse poder quieto e singelo. Ergue-me e me puxa para fora de mim, e me reassegura que, só por hoje, as coisas (e eu) vamos melhorar - se conseguir passar por cima de mim. Durante todo o inverno passado, não consegui ir a muitas reuniões, e apesar de ter um monte de desculpas - falta de dinheiro, de carro ou autorização, lá no fim do mundo, com a reunião mais próxima à distância de uns quinze ou vinte quilômetros - a verdade é que eu estava sentindo pena de mim e extremamente fora de contato com o Poder restaurador. As coisas pioraram antes de melhorarem. Houve ocasiões em que engoli meu orgulho com relutância e, em quieto desespero, liguei para alguém e lhe pedi que me levasse a uma reunião. Ficava sentado lá, enrolado e miserável, esperando que alguma coisa acontecesse, esperando pela confirmação de que tudo (e eu) estaríamos bem. Às vezes, essa assertiva não vinha (ou eu não a escutava) e então saía sentindo-me pior (ou pensando que me sentia assim), e me perguntava se A.A. ainda estava funcionando. É claro que funcionava, eu é que não. Semana passada, fui a uma nova reunião ao meio dia, que ajudei a começar na cidade onde agora trabalho. Sabia que estava precisando de algum calor, de gentileza e de senso comum, e realmente nutria esperança por alguma coisa naquele dia. Havia seis de nós alí - e apesar de o tema ser "tomar a culpa para se", cobrimos uma gama de emoções e sentimentos que começaram e terminaram com amor. Foi uma ótima reunião e, adivinhe se, quando encerramos da maneira de sempre, não houve aquelas lágrimas, os arrepios e o poder - igualzinho como eu me lembrava. Depois de todos os beijos e abraços, acho que saí flutuando da sala, na minha pequena nuvem particular. Não me sentia tão bem há meses, e fico tão grato pela lembrança que "aqui é que está o poder". Não está apenas nos livros que leio, ou nas minhas ações, ou nas coisas que penso e digo; está também nas mãos e nos corações das minhas irmãs e irmãos em A.A., e com cada mão num poder desses, como poderei perder? (A.T.) Vivência - Mar/Abr. 2002) VÁ COM CALMA – UM DIA POR VEZ, A PASSO MIÚDO Um dia por vez, a passo miúdo. Quando cheguei em Alcoólicos Anônimos não alcancei de imediato o significado das palavras "primeiro as primeiras coisas". E essa atitude acarretou grande sofrimento em meus primeiros dois anos de A.A. Entrei num processo de recaída emocional e permiti que meus nervos ficassem á flor da pele. Passei a ser vista pelos meus companheiros como a "companheira dos repentes", ou seja: uma hora me portava em cabeceira-de-mesa como uma tempestade, avassalando tudo e todos com críticas e palavras duras; outra, me portava como um anjo murmurando palavras piegas e amorosas. Esse conflito íntimo perdurou até o dia em que um bom veterano, de nenhuma leitura por ser analfabeto, mas de muita vivência por saber escutar, passou em cabeceira de mesa uma mensagem que calou fundo em meu coração. Na sua simplicidade esse companheiro me apontou o caminho e percebi que estava sendo muito dura comigo mesma e mais ainda com os outros. E com que direito? Fiz um inventário sobre esses dois anos de abstinência alcoólica e pude verificar que continuava autoritária, intransigente, perfeccionista, rancorosa, crítica e egocêntrica. Desse modo, quem poderia me amar ou compreender, se eu mesma não me amava e nem me compreendia? Quem poderia se aproximar de mim, se eu havia me fechado? Quem me aceitaria, se eu não conseguia aceitar ninguém do jeito que era, pois tinha que ser como eu queria que fosse? Após refletir profundamente sobre essas atitudes, determinei mudar meu comportamento. E, ao fazer essa análise de mim, pude ver também que até no que dizia respeito à minha família, eu estava dificultando as coisas. Meu relacionamento com minhas filhas, minha mãe e meus irmãos era frágil. Minhas atitudes intempestivas conseguiam afastá-los de mim tanto quanto na época em que eu me embriagava. Eu vinha me isolando novamente e esse estado de coisas era extremamente perigoso para minha permanência em A.A. Eu estava a um passo do primeiro gole! Parei e dei uma boa olhada no Terceiro Passo e daí por diante passei a me pôr limites. Em cabeceira-de-mesa falava apenas de mim, das minhas 24 horas, mas com amor e prudência; no que concernia aos outros, limitei-me a ouvir, sem criticar ou torcer o nariz. Quem era eu para mudar alguém? Só tenho a obrigação de mudar a mim! Com isso, comecei a ganhar espaço nos grupos que freqüentava e tornei-me servidora em meu grupo de origem. E mesmo como RSG venho buscando passar as coisas com tolerância e amor, a fim de evitar qualquer constrangimento ou malestar entre membros. Aprendi a ouvir com atenção e a ponderar com serenidade. É claro que as coisas não se encaixaram da noite para o dia. Foi a passo miúdo, um dia por vez, pois é muito mais fácil destruir do que reconstruir. Mas valeu a pena. Hoje sou feliz, me sinto amada, respeitada e útil. Vi que problemas existirão sempre e que cabe a mim fazer "uma boa e açucarada limonada com esses limões azedos", pois somente assim poderei viver e deixar viver. Quanto aos problemas e intempéries da vida, é preciso que eu os aceite com tranqüilidade, lembrando sempre que, aquilo que não tem solução, solucionado já está. Lembrei-me de que o sofrimento é opcional, mas que a dor é necessária ao crescimento e desenvolvimento espiritual. Veio-me à mente que, para se sentir o perfume da rosa e a maciez de sua textura, algumas vezes sujeita-se ao incômodo dos espinhos. Mas pela beleza do momento, vale a pena! E por que atropelar a ordem das coisas? Vivendo um dia de cada vez, resolvendo um problema por vez, me permito um melhor equilíbrio emocional e uma melhor compreensão do que é a vida. E se tenho fé, por que temer? Por que rugir como um leão, quando é tão mais fácil sorrir?! Lembrei-me de uma frase dita por um bom e velho bispo da minha comunidade com o qual fiz o meu Quinto Passo: "Ninguém precisa acender uma lamparina para ver a luz do sol... Tudo é simples e perfeito, nós é que complicamos as coisas..." Hoje sou uma mulher bem resolvida e em paz. Não me apavoro com nada. Caminho colocando um pé após o outro, sem passadas largas, mas comedidas e pensadas. Não me atropelo e nem a ninguém. Mudo o que posso mudar, faço o que posso fazer e o que não posso, aceito como algo que me impulsiona a crescer enquanto pessoa. Estou cultivando a flor da paciência. E essa paz está me fazendo muito bem, pois hoje conheço o valor do sorriso e a emoção do abraço carinhoso e amigo. Confesso que fiquei mais bonita e remoçada. Nem pareço que estou a caminho dos 51 anos. Meu coração é de criança e minha alegria de viver é genuína. E querem saber? Todas essas maravilhas de ensinamentos estão nas literaturas de A.A. e nas experiências dos bons e queridos companheiros. É preciso apenas que tenhamos a boa vontade de escutar com ouvidos de ouvir ou ler com o coração e pôr em prática, todos os dias um pouquinho... Por todas essas coisas sou um ser gratificado e rico de fé, de paz, de esperança e sobretudo de amor, muito amor. Desejo sinceramente que essa experiência possa servir para ajudar alguém. Os repentes são perigosos. É preciso estar atento. A todos meu carinhoso abraço e o desejo sincero de infinitas e serenas 24 horas! (Graças, Nova Iguaçu/RJ) (Vivência nº 74) ENFRENTANDO NOSSOS TEMORES Às vezes, ser grato com responsabilidade significa ser a voz minoritária. Quando cheguei em A.A. encontrei à minha volta bons exemplos que me ensinaram os princípios os quais devemos pôr em pratica para modificar nossas vidas. O homem que seria meu padrinho estava dizendo um dia, durante o café, que havia estudado as Doze Tradições e que aprendeu a colocá-las em prática no seu dia-a-dia. Interessei-me e comecei a prestar atenção no que ele tinha a dizer, embora pensasse que, na verdade, as Doze Tradições não teriam nenhuma aplicação pratica na vida pessoal e que certamente eram para pessoas que contavam com mais anos de sobriedade. Eu disse para mim mesmo que talvez algum dia chegaria "ao nível" das Tradições depois de "conhecer a fundo" os Doze Passos. Esse homem me disse que colocava o bem-estar comum de sua família acima de suas necessidades e desejos pessoais, e o bem-estar da empresa, do seu chefe e de sua equipe acima de seus desejos egoístas de obter êxito pessoal. Explicou o conceito da autossuficiência de uma forma como eu nunca havia escutado antes, ao descrever o princípio espiritual de que nós, alcoólicos em recuperação, tínhamos que custear nossos próprios gastos na Irmandade. Quanto mais ele falava, mais eu me interessava. Comecei a falar com esse homem sobre tais princípios na medida em que começamos a estudar os Passos. Uma das coisas que ele me disse a respeito da Décima Segunda Tradição foi que, algum dia, uma das coisas mais difíceis que eu deveria fazer seria quando tivesse de mostrar esses princípios e carinhosamente colocá-los acima das personalidades de todo o grupo, mostrando que seus pensamentos estavam equivocados. Disse-me que algum dia eu seria a voz da minoria e teria de vencer o medo que me atormentasse porque ninguém faria isso por mim. Com efeito, esse dia chegou durante uma das reuniões dos sábados à noite, das quais eu gostava tanto. Estava cheia de veteranos e companheiros de A.A., cuja sobriedade eu respeitava muito. Durante as leituras e os outros procedimentos usados para iniciar uma reunião, a sacola é passada. Então, o coordenador anunciou que passaria uma segunda sacola, destinada a recolher fundos para a festa de natal das crianças do Centro da Rua dos Robles. Como eu estava sentado na primeira fila, ele me passou uma das sacolas e deu a outra para alguém da mesma fila. Então presumia-se que passaríamos a sacola por toda a sala, até chegar a ultima fila. No instante em que peguei a sacola, senti uma ansiedade profunda e olhei para as Doze Tradições colocadas na parede. Pareceu-me que a Sexta Tradição era a que mais brilhava entre as outras. Tratava-se de uma causa nobre: as crianças no natal. Também se tratava de nossos filhos, porque o Centro era um clube onde se celebram as reuniões de A.A. Tentei, por isso, pensar que não era um empreendimento de fora, mas o coração dizia que sim. O clube era um estabelecimento semelhante, mas as crianças não eram membros de A.A. Passei a sacola à pessoa que estava a meu lado e disse: "Não posso participar disso". A ansiedade aumentou quando senti que tinha de fazer algo a respeito. Mas o que eu poderia fazer? Sou uma pessoa que gosta de agradar aos outros. Se dissesse mais alguma coisa, temia que as pessoas achassem que eu estava passando dos limites e me colocasse de lado. A situação não preocupou a mais ninguém, já que vi muitos colocando dinheiro na sacola, satisfeitos. Enquanto eu quebrava a cabeça para tentar resolver este dilema, a reunião começou e continuou como de costume. Porém, Deus havia concebido um plano para mim nesta noite e fui chamado a falar. Ao levantar, minhas mãos começaram a suar porque eu sabia o que tinha de fazer. Teria que me colocar em pé de frente ao salão repleto de pessoas que haviam permanecido sóbrias por muito tempo, a quem eu respeitava muito, e seria eu quem teria de dizer a eles que aquilo não era correto. Fiz uma oração rápida a caminho da tribuna. Quando cheguei lá, respirei fundo e falei. Não me lembro com exatidão o que disse, mas eles receberam bem... até chegar o intervalo. Vários membros então me cercaram tentando "me ensinar" dizendo que eu estava equivocado, e começaram a compartilhar comigo o que eles concebiam como o que era certo em todo esse assunto. Apesar de toda sabedoria que esses veteranos, bem intencionados, generosamente me ofereciam, não mudei meu voto e nem a minha maneira de pensar. O que realmente aconteceu foi que abri as portas para um diálogo sobre esse problema e a consciência do grupo decidiu que não passaria outra sacola para causas externas. Vários princípios espirituais fizeram-se presentes nessa situação, mas devo a Deus todo o resultado. Ele preparou-me ajudando a me familiarizar com a Sexta Tradição e com a forma que esses princípios funcionam para o nosso bem e o de toda a Irmandade. Se não fosse pelos Doze Passos, não teria tido a fé para enfrentar meus temores e ser uma voz minoritária. Ainda não estava inteirado dos Doze Conceitos como princípios espirituais, mas comecei a aprender a importância da voz da minoria para o bem de A.A. antes de saber que este era um principio espiritual. Todos os nossos Legados se sustentam mutuamente. Nunca é cedo para começar a aprender e praticar todos esses princípios "em todas as nossas atividades". (Grapevine, março de 2000) VIVENCIA N° 80 NOV/DEZ / 2002 A HISTÓRIA DE A.A. EM MINAS GERAIS "Parece que foi ontem... mas, lá se vão 50 anos! Como acontece ainda hoje, com todos os que se encontram nessa fase, um cidadão residente em Juiz de Fora, cidade da região da Zona da Mata de Minas Gerais, que vamos mencionar aqui como S., vivia os seus dias de verdadeiro martírio, mergulhando em copos e copos de bebida e desespero. Uma pequena nota no jornal chamou-lhe a atenção: "Se você quer beber, o problema é seu; se você quer parar de beber, o problema é nosso". E a seguir, o número de uma caixa postal. Relutante, entre a desilusão e a esperança, S. escreve pedindo ajuda. Algum tempo depois, a resposta, com os mínimos detalhes para um possível primeiro encontro com homens e mulheres que trocavam experiências, forças e esperanças, por uma vida melhor, sem a bebida alcoólica. O calendário registrava o ano de 1959 e S., depois de se ingressar no Grupo Central do Brasil, no Rio de Janeiro, inicia uma série de viagens semanais, pela antiga Estrada União e Indústria, que separava a cidade maravilhosa, por mais de cinco longas horas da cidade de Juiz de Fora, conhecida por sua potência industrial, por Manchester Mineira. O sacrifício era o preço; a sobriedade em minúsculas doses, o retorno tão esperado. Dois anos de idas e vindas, durante este tempo S. descobre que `nada melhor para manter-se sóbrio que o trabalho intensivo com outros alcoólatras' e assim, em 11 de junho de 1961, com o apoio do companheiro Glicério, um juiz de forano, residente no Rio de Janeiro, inicia as atividades do Grupo Juiz de Fora de A.A." Em seguida, houve a formação de outros grupos em Juiz de Fora e na região da Zona da Mata de Minas Gerais. A.A. chega a nossa capital querida, Belo Horizonte. No início do ano de 1960, o companheiro que idealizou a formação do primeiro grupo de A.A. em Belo Horizonte conseguiu um local pequeno e simples na Avenida Santos Dummont, 330 – Centro, para trabalhar com consertos de calçados. Nesta mesma avenida junto com dois amigos, Bichico e Pedro, parte da tarde desse dia, chovia torrencialmente. Entre um gole e outro, embriagado, o companheiro Ilídio de Oliveira disse: - Vamos descobrir um nome para a oficina. E cada um dava sua sugestão. Quando de repente parou de chover, aparecendo um sol radiante, seu amigo Pedro, exclamou: - Que tarde azul! Ilídio, também embriagado, disse: - Pedro, para ficar na história nossa cachaça, vou colocar o nome de minha sapataria de Tarde Azul. Em seguida, pegou um pedaço de papelão e escreveu: Sapataria Tarde Azul. Mais tarde, a sapataria mudou-se para a Rua Manoel Macedo e posteriormente para a Rua Jundiaí, 33 – Bairro Concórdia. No ano de 1963, Ilídio de Oliveira. em um bar próximo a sua casa, também na Rua Jundiaí, leu no Jornal O Globo, do Rio de Janeiro, um texto que dizia: "Se o seu caso é beber, o problema é seu; se o seu caso é parar de beber, o problema é nosso", incluindo o número 5.218 de uma caixa postal para possíveis contatos. Lembrou-se então de seu amigo e companheiro Pedro Batista, que era ingressado em A.A. no Rio de Janeiro e residia em Belo Horizonte. Por incentivo de amigos, escreve então para o grupo de A.A., pedindo socorro. Veio a resposta e uma troca de correspondência por nove meses. Em 19 de abril de 1964 foi ao Rio de Janeiro e fez seu ingresso no Grupo Lapa, Rua Lapa, 807, 8o andar. Um amigo emprestou-lhe dinheiro para a viagem. Regressando com folhetos, o Livro Branco e fichas, com a incumbência de formar um grupo de A.A. em Belo Horizonte. De imediato, recebeu uma carta do Rio, solicitando uma abordagem, que foi feita e aceita pelo companheiro José Vieira. Marcaram então, a 1a reunião para iniciarem o grupo. O início contou com a presença de dois convidados, ou seja, participação de quatro pessoas. Local: Sapataria Tarde Azul, Rua Jundiaí, 33 – Concórdia. Com uma toalha pequena forraram a banca de consertos e fecharam a porta. Ilídio leu a Prece da Serenidade, fizeram o ingresso de dois companheiros e já tendo em mãos pedido de abordagem para Sete Lagoas, o pedido foi providenciado imediatamente. Por sugestão do companheiro José Vieira todos aprovaram para que o grupo recebesse o nome de Tarde Azul, em agradecimento à sapataria onde ocorreu a primeira reunião. Foi providenciada a caixa postal número 1896 e também cartazes com o slogan: "Se seu caso é beber, o problema é seu; se seu caso é parar de beber, o problema é nosso", e o número da caixa postal 1896. Sendo assim, às 13h30min do dia 01-05-1964, iniciava suas atividades em Belo Horizonte, o Grupo Tarde Azul de Alcoólicos Anônimos. Amigos que ajudaram na divulgação no início do grupo: Jornalista Oswaldo Nobre, Jornal Debate, Pe Ari de Freitas, Dom Serafim, Ivone Borges Botelho (radialista) e Dr. José De Laurentis e muitos outros. A.A. em Minas Gerais e a Estrutura de Serviço: Pequeno histórico do ESL/JF-MG. O início da década de 70 marcou a chegada de alguns companheiros que viriam a manifestar o interesse em conhecer em maior profundidade a filosofia e o modo de vida de A.A. também se preocupavam em buscar informações sobre a melhor maneira de se implantar a Estrutura do Serviço. O ano de 1974 marca o início das reuniões em São Paulo, durante os dias de carnaval, denominados de Conclave de carnaval, e que iriam evoluir para a formação da Conferência de Serviços Gerais e também das Convenções. Nessa época, para discutir assuntos relativos aos grupos e às reuniões, o ponto de encontro era um bar, na Rua São João, onde trabalhava um companheiro. Um passava, deixava recado que precisava falar com fulano ou beltrano, e que às "x" horas ali estaria de volta. O Bar do Bolão, então, era o ponto onde eram discutidos os assuntos referentes aos problemas dos grupos de A.A. de Juiz de Fora e das cidades vizinhas (exceção, naturalmente, do Grupo Juiz de Fora); uma espécie de escritório intergrupal. Vindo daqui e dali, surgiam várias publicações. Em Espanhol, em Inglês e até traduções livres de companheiros do Rio de Janeiro. Entre estas, uma falava da formação dos Intergrupos, Centrais de Serviços, Escritórios de prestação de serviços aos grupos e atendimento à comunidade (A.A. Guidelines). Sem uma discussão mais profunda, foi alugada a sala 204 da Galeria Constança Valadares, e colocada uma placa com a inscrição "Central de Serviços de A.A. de Juiz de Fora". Rapidamente, uma folha de papel almaço pautado registrava 53 assinaturas de companheiros que se comprometiam contribuir com a importância de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) para pagar as despesas da sala. Se fosse possível recuperar esse papel, poderiam se comprovar assinaturas de pessoas que só se comprometeram. Nunca pagaram. A partir daí, os companheiros de Juiz de Fora, interessados em dar continuidade ao movimento, partiram para a busca de informações que permitissem a elaboração de um estatuto, para normalizar e efetivar a Central de Serviços. Estatuto do Escritório Intergrupal de Campos-RJ, da Entidade para Recuperação de Alcoólicos – ERA (movimento iniciado por membros do Grupo Juiz de Fora, com procuração para o vereador por vários mandatos, Olavo Gomes), com a finalidade de construir um hospital para atender portadores de alcoolismo, além de outras entidades, forneceram subsídios para a elaboração do Estatuto da Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos da Zona da Mata de Minas, aprovado em Assembleia Geral Extraordinária do dia 04 de maio de 1975, conforme cópia xérox da ata, constante do livro de atas do referido organismo. Mais tarde, por decisão da Conferência de Serviços Gerais, que recomendou que a nomenclatura Central fosse prerrogativa dos escritórios instalados nas capitais, passou a chamar-se Intergrupal de serviços. Atualmente, a razão social, também por decisão da CSG, é Escritório de Serviço Local. Pequeno histórico do ESL/BH-MG. Início de 1976, os companheiros Wilson Machado e Lúcio Pinto convidam companheiros dos grupos existentes na época, para iniciarem a Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais, para prestar serviços aos grupos como repasse da Literatura oficial, organização de eventos, trabalhar e divulgar os Três Legados de A.A. – Recuperação, Unidade e Serviço. Foram realizadas várias reuniões nas dependências do Grupo Tarde Azul, concluindo que para conseguir o resultado positivo deveríamos então nos reunirmos na Rua Guarani, 431 – Centro, em local cedido pelo Sindicato dos Empregados do Comércio de Belo Horizonte. Todos os grupos participaram com seus representantes e outros interessados, concluindo então que poderíamos dar início ao trabalho, elaborando um anteprojeto do Estatuto, que teve a participação de oito companheiros com experiência, sendo dois advogados, facilitando assim a elaboração no sentido jurídico. A assembleia de instituição da Central Mineira de Serviços de Alcoólicos Anônimos (CEMISAA), bem como a aprovação do Estatuto, aconteceu em 27 de fevereiro de 1977 e estiveram presentes 22 grupos. Foi registrado no Cartório Jero Oliva em 21/07/1977 e em seguida foi publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais. A primeira diretoria foi eleita em 24/07/1977, com a presença de 33 grupos. Nesta reunião, os grupos decidiram alugar uma sede, sendo esta na Avenida Santos Dumont, 482 – sala 407. Como não tínhamos ainda uma contabilidade e não tínhamos C.N.P.J. o contrato foi feito em nome do companheiro Jair Pinto, também tendo como avalistas dois outros companheiros. Em 15 de agosto de 1977, abríamos pela primeira vez a porta de nosso organismo de serviço, que inicialmente foi conhecido por CEMISAA, mais tarde, atendendo a estrutura nacional, teve os nomes de AAESMG, CENSAA-MG e, por último, ESL/BH-MG, sendo que as principais cidades do Estado foram contempladas com um E.S.L., que realiza o trabalho de cada região. Até o ano de 1983, os escritórios existentes na capital e no interior, estes com o nome Intergrupal , realizaram o trabalho legal e o tradicional. Suas reuniões em assembleia e eram compostas pelo Conselho Intergrupal, com um R.I. de cada grupo. Em 29.05.1983, a CEMISAA fez a convocação para uma assembleia dos RIs., a ser realizada no auditório do IMACO, com o apadrinhamento do companheiro Mota, delegado de São Paulo, fizeram a explanação para a formação da Área de Minas Gerais, e em clima de muita alegria naquela data deu o início a formação dos Distritos por todo o Estado, que passariam então a trabalhar o tradicional e a CEMISAA e intergrupais continuariam com a parte legal na sede da CEMISAA; em outra sala funcionava um grupo com o nome de Triagem, que pouco tempo depois encerrou suas atividades e esta sala ficou com o Comitê de Área. Possuíamos nestas dependências, uma oficina que gravava fichas com dois funcionários e mais um terceiro que atendia ao balcão do escritório. Este comércio, na época, era a fonte de renda que proporcionou equipar todo escritório, com secretária eletrônica, duas máquinas Xerox, dois telefones (cujos preços naquela época eram caríssimos), realização de viagens de servidores ao interior para formarem os Distritos, enfim, não era o melhor para a irmandade usar o recurso comercial para realizar o início do trabalho, pois os grupos eram poucos e os recursos não chegavam. Mas, com a chegada do tradicional, os Distritos, RSGs. e outros, foram trabalhando unificados e com a sua manutenção pela Sétima Tradição e o repasse da Literatura. Nossa participação na estrutura nacional, desde 1976, tem sido considerável, sempre com os delegados presentes, participação de seis Custódios alcoólicos e um não alcoólico, um presidente do C.L.A.A.B., um Administrador do E.S.G., membros dos vários Comitês da Junta, um Delegado à Reunião Mundial de Serviço. Encontros Estaduais Em virtude da realização de um encontro informal entre companheiros de São Gonçalo-RJ e de Juiz de Fora - MG, em 1977, nas dependências do Colégio Academia de Comércio/Colégio Cristo Redentor, começou a ser alimentada a ideia da realização de um evento similar, mas que congregasse membros de A.A. de toda nossa região. Nas dependências da então Central de Serviços de A.A. da Zona da Mata de Minas, casualmente se encontravam os companheiros Pedro Paiva, Nelson, Adauto, Godinho e Fábio. Numa conversa informal, cogitou-se da possibilidade da realização de um Encontro Regional, entre os Grupos de A.A. da Zona da Mata de Minas. Primeiro, foi pensada a realização em Cataguases. Em face de uma melhor estrutura em Leopoldina, o consenso migrou a realização para esta. Também, por sugestão do Adauto, por que ficar no "regional" se podíamos partir para o "estadual"? Representantes dos grupos Cataguases e Progresso, e também AAs de Juiz de Fora, estiveram em Belo Horizonte, na Central Mineira de Serviços de A.A. – CEMISAA – de onde receberam integral apoio para a realização do que viria a ser o primeiro Encontro de A. A. do Estado de Minas Gerais, nos dias 27 e 28 de outubro de 1978, ns Escola Estadual Professor Botelho Reis. Durante o Encontro foi observado na plateia, um simpático jovem senhor, gravador em punho, em busca de informações sobre o funcionamento de A.A. Ao perceberem, e descobrirem que se tratava de um médico do Sul de Minas, os companheiros da coordenação logo o "intimaram" a falar na reunião. Meio tímido e sem saber exatamente o que dizer, pois estava ali apenas para conhecer o nosso movimento, o médico fez sua explanação de tal forma que chamou a atenção dos presentes. Daí pra frente, foram muitas visitas à cidade de Baependi-MG, levando sempre as informações mais recentes para aquele que viria a ser, depois de devidamente apadrinhado pelos companheiros de Juiz de Fora e região, o primeiro presidente da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil: Dr.José Nicoliello Viotti. Os primeiros encontros estaduais foram: 1o. – Leopoldina (1a. participação do Dr. Viotti) 2o. – Divinópolis 3o. – Governador Valadares 4o. – Sete Lagoas 5o. – Caxambu (participação do Dr. Nelson Senise, autor do livro "Pare de Beber"; do Dr. José De Laurentis, presidente da Associação Médica de Minas Gerais). Eventos importantes, área de Minas Gerais ? Com a nomenclatura de Grupos Tarde Azul, o grupo promoveu e coordenou a realização em Belo Horizonte - MG da II Conferência de Serviços Gerais e o V Conclave Nacional, na Semana Santa de 1978. Esteve presente o Dr. Jack Norris, Presidente da Junta de Serviços Gerais de A.A. do EUA/Canadá. A Conferência foi realizada no Hotel Brasil Palace (onde os Delegados se hospedaram) e o V Conclave nas dependências da Secretaria de Saúde. - todos os Encontros Estaduais; - I Seminário de A.A.da Região Sudeste, em Juiz de Fora, em 9 e 10 de outubro de 1988, com uma Reunião de Informação ao Público, no Cine Theatro Central, para uma plateia de 1.800 pessoas; - 40 anos de A.A. Minas Gerais, em Juiz de Fora, em 7, 8 e 9 de setembro de 2001; - Ciclos de Passos, de Tradições e de Conceitos; - Conferências simuladas; - Painéis de C.T.O.; - Seminários diversos; - Intergrupos; - Intersetoriais - 1º. Encontro dos Servidores da Estrutura de A.A. no Brasil, em 19, 20 e 21 de abril de 2008, em Baependi, entre outros. 1982 – Com a participação dos companheiros de Juiz de Fora , houve a formação do primeiro Comitê de Distrito de Minas Gerais, em Cataguases. O Comitê de Área ainda não havia sido instituído em Minas Gerais. Na data da oficialização estiveram presentes representantes da Estrutura Nacional, inclusive o presidente do CLAAB, companheiro Walker, de Belo Horizonte. Algumas reuniões Históricas Reunião de reconhecimento ao trabalho de Alcoólicos Anônimos, em duas ocasiões: 1ª. – Assembleia Legislativa de Minas Gerais, representados pelo Custódio nãoalcoólico, General Olympio; 2ª. – Assembleia Legislativa de Minas Gerais, representados pelo Custódio não alcoólico, Pastor Joaquim Luglio. Instituição Destaque na cidade de São João Del Rei, representados pelo Custódio não alcoólico, General Olympio. Troféu Personalidade Anônima do Ano, em 1985, em Juiz de Fora, oferecido pelo Jornal Tribuna de Minas, também representados pelo General Olympio. Assembleias do C.R.I. (R.I.) 14-07-1985. Local: Sindicato dos Bancários. Destituição da Diretoria da Central de Serviços. Observação: Todos os companheiros de ilibada reputação, porém o trabalho não estava atendendo aos anseios dos Grupos, principalmente pela ausência do Presidente por longo período. Assumiu, interinamente, o companheiro Fulgêncio, Delegado de Área. Em dezembro desse mesmo ano foi realizada nova eleição, no auditório do Sindicato dos Bancários. A Diretoria eleita trabalhou durante o ano de 1986 e no segundo semestre de 1987 houve a renúncia de toda a Diretoria, em Assembleia do C.R.I. 1995 – Assembleia do C.R.I. no auditório do IMACO. Decisão em que a CENSAA deveria ser mantida apenas com as contribuições através da Sétima Tradição, encerrando as gravações de fichas e as vendas de outros produtos. Assembleia de Área no segundo semestre de 1984, no auditório do Sindicato dos Bancários: Toda a Junta de Custódios convocada para dar explicações sobre um sorteio ou rifa – procedimento fora dos nossos princípios, mas cuja intenção era salvar da falência o E.S.G. Muito debate, calorosa discussão e desentendimento entre servidores e Custódios alcoólicos, diante dos Custódios não alcoólicos, que não sabiam como proceder diante da situação. Por fim, decidiu-se pela continuidade da rifa em nível nacional, porém com o repúdio e contestação da Área de Minas Gerais. Delegados da Área de Minas Gerais Delegados Período Delegados Período Lúcio Pinto – BH 1976 Adauto – JF 1976/1977 Pedro Batista – BH 1977/1978 Godinho – JF 1078/1979 Lúcio – BH 1979/1980 Adauto – JF 1980/1981 Walker – BH 1981/1982 Lindolpho – JF 1982/1983 Alvarenga – BH 1983/1984 W. Expeditus – JF 1984/1985 Fulgêncio – BH 1985/1986 Carlos Alberto – JF 1986/1987 Maciel – BH 1987/1988 José Pinto – JF 1988/1989 Tarcísio – BH 1989/1990 Airton Borges – BH 1990/1991 Alencar – BH 1991 Hermógenes – BH 1991/1992 Jane – JF 1992/1993 Maria José – BH 1993 Moacir – BH 1993/1994 Liu – BH 1994/1995 Fábio – JF 1995/1996 Tadeu – BH 1996/1997 Ferreira – Cel. Fabriciano 1997/1998 João de Deus – BH 1998/1999 Cláudio – Ouro Preto 1999/2000 Lindolpho – JF 2000/2001 Hermógenes – BH 2001/2002 Antônio Eustaquio – BH 2002/2003 Silvério – BH 2003/2004 Figueiredo – Cataguases 2004/2005 Eustáquio – BH 2005/2006 Mário – BH 2006/2007 Silvestre – João Monlevade 2007/2008 Hugo – BH 2008/2009 Custódios Regionais – Região Sudeste – Área de Minas Gerais Custódios Período Adauto – JF 1984/1986 Lúcio – BH 1984/1986 Fulgêncio – BH 1987/1989 Fábio – JF 1988/1991 Airton Borges – BH 1994/1996 Cláudio – Ouro Preto atual Outros 1989 – Mudança da CENSAA para a Rua Aarão Reis, 538 – 2º andar. 15 de novembro de 1999: mudança da CENSAA para a Avenida dos Andradas, 302 – salas 522-523-524-530. Janeiro de 2000: Trabalho unificado, modificando o nome de CENSAA para ESL/BH-MG, sede da Área de Minas Gerais. As Intergrupais passaram a se denominar ESL. Observação: Em 1990, de acordo com recomendação da Conferência, a Central de Serviços de A.A. da Zona da Mata de Minas mudou a denominação para Intergrupal de Serviço de A.A. – ISAA-JF. Nomes anteriores ao ESL/BH-MG 1º) CEMISAA – Central Mineira de Serviços de A.A.; 2º) A.A.E.C.S. – Alcoólicos Anônimos Escritório Central de Serviços de Minas Gerais; 3º) CENSAA-MG – Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais; e 4º) ESL/BH-MG – Escritório de Serviço Local de Belo Horizonte-Minas Gerais. Servidores de Minas na estrutura Nacional Walker: Presidente do Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil – CLAAB 1984; Godinho: Trabalho administrativo no CLAAB, residindo em São Paulo; Fulgêncio: Diretor do ESG – 1987/1989, permanecendo 10 dias por mês em São Paulo Fábio: Comitê Editorial da Revista Brasileira de A.A., Comitê de Informação ao Público-CIP da Junta; Airton Borges: Comitê de Literatura da Junta; Adauto: Tesoureiro do CLAAB e membro do Conselho Fiscal, 1984/1986; Lindolpho: membro do Conselho Fiscal do ESG. "Hoje, dos que fazem funcionar a Estrutura do Terceiro Legado de A.A. (Serviço), somos mais de 500 grupos em Minas. Sem contar aqueles que, por inúmeros motivos, ainda percorrem os caminhos do desconhecimento dos princípios da Irmandade (...) Pesquisando, descobrimos que o S. é de Salvador. Teria sido esse nome revestido de algum significado místico, ou tudo não passou de uma maravilhosa e feliz coincidência?" "Parece que foi ontem... mas, vivendo um dia de cada vez, lá se vão 47 anos!" Assim, até agora, Deus nos ajudou. Pedimos a Ele que continue nos ajudando, porque precisamos seguir passando adiante a mensagem de Alcoólicos Anônimos. Estas informações foram obtidas através de anotações e atas de reuniões dos Grupos de Juiz de Fora e de BH e de depoimentos de companheiros e companheiras que participaram dos fatos na época da chegada de A.A. em nosso Estado. . BH-MG, 07/2008 Lições foram obtidas através de anotações e atas de reuniões dos Grupos de Juiz de Fora e de BH e de depoimentos de companheiros e companheiras que participaram dos fatos na época da chegada de A.A. em nosso Estado. . BH-MG, 07/2008 A HISTÓRIA DE A.A. EM SÃO PAULO Na década de 50 (temos gravações no ESG) Harold esteve em São Paulo com outras pessoas que lançaram a semente do movimento e voltaram para o Rio de Janeiro; os que aqui ficaram tentaram esse "aparente" A.A. em São Paulo, pois achavam que esse direcionamento de Passos... não ter ninguém que manda... de não aceitar dinheiro de fora etc... não ia dar certo, e, dando outro enfoque às propostas, sem aceitar o programa de Alcoólicos Anônimos, transformaram este início na Associação Ante Alcoólica. Donald nasceu nos Estados Unidos e veio para o Brasil. Alcoólatra, em 1965, passando muito mal, foi internado no Hospital Samaritano, onde foi abordado por um Padre americano que lhe falou sobre A.A. e lhe deu o "Livro Grande". Depois de lê-lo, aceitou conversar com uma AA, Dorothy, que tinha uma agência de empregos no Rio de Janeiro e filial em São Paulo onde vinha uma vez por semana. Depois desta conversa, Donald, já abstêmio, comprou a ideia de iniciar com Dorothy um Grupo em São Paulo. A primeira tentativa de abrir um Grupo foi no Largo do Arouche, mas não deu certo. Continuaram os contatos, até que conheceram Madre Cristina, não alcoólica, da Faculdade SED Sapiens, que conseguiu uma sala na parte de trás da entidade, que dava para a Rua Caio Prado, 120, uma travessa da rua da Consolação (atualmente um Departamento da PUC), e era necessário começar o movimento. Dr. João, um médico que freqüentava a Associação Ante Alcoólica, mencionou ter uma pessoa lá, chamada Melo, que não aceitava as colocações da AAA e já tinha uma noção do que era Alcoólicos Anônimos. O doutor fez o contato entre os dois, que conversaram, juntamente com Dorothy, e iniciaram no dia 9 de abril de 1965 (data oficial), o GRUPO SAPIENS. No começo, ingressaram alguns companheiros, como: Fernando P., Stephenson e outros que vieram da Ante Alcoólica, como Valdomiro e o Barbosa, que sabendo da existência de um Grupo de A.A. passaram a freqüentar o Grupo. Entre 1965 e 1969, as reuniões de terça e sábado eram abertas e só de depoimentos – a proposta era "falar". Havia praticamente dois encargos, o Coordenador do dia e um Tesoureiro. Não existiam livros, a não ser trechos traduzidos e mimeografados. Depois vieram os Livros Brancos, traduzidos no Brasil e impressos na A.A. Word Service que os enviava de volta. Por iniciativa de uma freira da Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos, em 27 de maio de 1967, foi formado o Grupo Irmã Odila, posteriormente, Grupo São José, que deu início às atividades de Alcoólicos Anônimos na região do Vale Paraíba. Entre 67 e 68, Lafayete M. e Orlando C. ingressam no Sapiens e, em 7 de junho de 1968, realizam a primeira reunião da Baixada Santista, na rua Conselheiro Nébias, na Sociedade Espírita "Anjo da Guarda" que depois mudou-se para São Vicente com o nome de Grupo Conselheiro. Em 1968, a Assistente Social do Centro de Obras Sociais de Piracicaba procurou o Grupo Sapiens, onde foi recebida por Donald e Melinho, com a finalidade de realização de Palestras Informativas. Isso se deu em setembro. Em 26 de outubro, formou-se o Grupo Piracicaba com o ingresso do primeiro companheiro. Em 69, começaram a acontecer coisas na História de A.A. No Brasil, Donald consegue a autorização de A.A. Word Service para a publicação do Livro Azul – Alcoólicos Anônimos – em português. Como não tínhamos dinheiro, A.A. dos EUA nos emprestou uma importância para a primeira edição e, para fazer essa impressão foi criado o CLAAB, cuja primeira diretoria era composta por Donald, Nascimento, Melinho e Fernando P., e instalado na Sampaio Vidal, apartamento do Donald. Em 1970, mais ou menos em outubro, alguns companheiros: Donald, Eloy, Cel. César, Melinho, Nascimento e Zelina acharam que nas reuniões abertas deveriam ser escolhidos companheiros para falar sobre a Recuperação e o Programa de A.A., pois vinham muitas pessoas de fora. Por essa iniciativa, esses companheiros foram praticamente banidos do Grupo Sapiens. Em 69, havia começado um Grupo chamado Belém – conhecido durante algum tempo como Grupo Carvalho – na rua Cajuru e que, por coincidência, quem havia conseguido uma sala tinha sido outra freira (Irmã Carrijo) –sala no porão. Ela, o companheiro Carvalho e João Belém abriram o Grupo que logo teve um ingressante – o Edson Baixo. Com todo o problema da Caio Prado, os companheiros foram todos para o Grupo Belém, que tinha uma reunião por semana e passou a funcionar diariamente. Em 70, o comp° Brasil abril o Grupo Permanente de Osasco na paróquia Cristo Operário e o Donald, aos domingos, conseguiu a parte de trás da igreja do Perpétuo Socorro, na Sampaio Vidal, para fazer palestras informativas, gerando o Grupo Jardim Paulistano, hoje Grupo Jardins. Por esses anos havia também o Grupo São Paulo, do qual não possuímos nenhum histórico. A partir do Grupo Belém foram se formando outros Grupos tais como: Vila Rica, Jerusalém, Gomes Cardim, e outros na Zona Sul: Bibi (hoje Tabapuã) e Vila Nova Conceição. O companheiro Jepherson saiu do Belém e abriu, na rua do Orfanato, o Grupo Vila Prudente, de onde se originaram outros Grupos. Em 23 de novembro de 1969, iniciam-se as atividades do grupo de Graça e, em 1970, o Hei de Vencer de Mogi das Cruzes. No ano de 71, o companheiro André D. sentiu a necessidade de formar um grupo em Campinas e, através de Donald, encontra-se com o comp° Otávio. Trocam experiências e arrumam uma sala, onde, em 28 de maio de 1974, é aberto o Grupo Albatroz. Dois médicos psiquiatras franciscanos, Dr. Elesbão Barbosa de Paula e Dr. Rubens Jacinto Conrado, interessaram-se pelo movimento de A.A. que havia em Casa Branca e, através deles, pacientes tornaram-se sóbrios e formaram, em 17 de julho de 1975, o Grupo Francano. Em agosto de 1973, Jepherson abre um Escritório Central Paulista para prestar serviço aos Grupos dentro do espírito de uma Intergrupal, que funcionava na Casper Líbero. Em 1974, já com diversos Grupos, fazem um Estatuto, legitimando definitivamente o que seria a futura Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos do Estado de São Paulo. Na seqüência cronológica seguiram as seguintes Intergrupais de Serviços: 1975 – Campinas; 1978 – Baixada Santista; 1988 – Piracicaba; 1991 – Vale do Paraíba e Litoral Norte (Taubaté); 1994 – Franca e 1995 – Centro Oeste – Paulista (Jaú). Especial para a comemoração do 34° Aniversário do A.A. Paulista – 1965/1999 CENSAA/SP – Palestrantes: Donald e Melinho (Fontes: Donald, Melinho, Ércio, Eloy, João Roberto, gravações em cassete e vídeo sobre a origem de A.A. em SP, pesquisa em históricos de Grupos e Intergrupais, Atas, etc..., pertencentes ao nosso acervo) A HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DE AA NO DISTRITO FEDERAL A História de AA é um fato presente. Ela está viva, é contínua e deve sempre ser contada, transmitida e doada. Ela é escrita por todos nós, a cada vinte e quatro horas, em nossos Grupos. Ao se contar uma História, verifica-se que nem todos os fatos sobre o passado são fatos históricos ou tratados como tal. É comum se dizer que os fatos falam por si. Naturalmente isto não é uma verdade absoluta. Em se tratando de fatos da história e de outros fatos do passado, os fatos só falam apenas quando o historiador os aborda. A vasta história de AA não fugiria deste princípio. Por isso, parte desta belíssima história consta dos livros "Alcoólicos Anônimos Atinge a Maioridade", "Dr. Bob e os Bons Veteranos", "Levar Adiante" e "A Linguagem do Coração". A outra parte, consta nos acervos de cada País, de cada Estado e de cada Comunidade onde existe um Grupo de AA. A semente de AA iria brotar algum dia no Distrito Federal! "Um membro solitário fazia o seu programa iniciado em 1965, com ajuda de correspondência trocada com o seu padrinho no Rio de Janeiro". Enquanto isto, um funcionário civil do Ministério da Marinha, ingressado em 28 de fevereiro de 1967 no Grupo Central do Brasil, no Rio de Janeiro, já com transferência marcada para Brasília, encontra-se no "Grupo IV Centenário" com uma Companheira, de origem norueguesa, recém ingressada no "Grupo Copacabana", mas que regressaria à Brasília por aqueles dias, casada que era com um professor de francês na Capital Federal. Nesta ocasião, por sugestão de um antigo Companheiro, combinaram a criação de um grupo na nova capital, começando pela publicação de um anúncio em jornal e pela contratação de uma Caixa Postal para os primeiros contatos. Tal como combinaram, mal chegou a Brasília a Companheira publicou um anúncio no "Correio Braziliense" e contratou uma Caixa Postal na agência da ECT da Avenida W3 Sul. Caixa esta que tomou o número 1487. Não demorou muito e os primeiros pedidos de informações e mesmo de Abordagens começaram a chegar para desespero da Companheira. É que, com poucas 24 horas, sem nenhuma experiência nos trabalhos do 12º Passo e ainda por cima mulher alcoólica e de origem estrangeira, achava que não tinha como bem desenvolver um trabalho de tal envergadura. Para alívio seu, o Companheiro não tardou em ser transferido e logo começaram a se reunir no apartamento deste na Super Quadra Sul 414. Na segunda reunião já ali comparecia o funcionário da Câmara, que até então era um Membro Solitário. Este, informou logo na chegada aos presentes, que fora informado pelo seu padrinho, sobre o endereço e pessoas a encontrar naquele endereço (sede provisória do primeiro Grupo de AA no Distrito Federal). Anotado em um primeiro caderno de registro de presenças, este nos informa que a primeira reunião foi realizada no dia 02 de maio de 1969, com o Grupo batizado com o nome de Alvorada. Aconteceram várias outras reuniões experimentais. Fato importante foi a realização da primeira reunião de cunho institucional na Unidade de Psiquiatria do então Hospital Distrital de Brasília, isto no dia 20 de maio de 1969, sucedendo-se outras, como decisivas para o crescimento de AA no Distrito Federal. Embora iniciando os seus trabalhos no dia 02 de maio, somente no dia 20 de setembro de 1969 é que se instalou "oficialmente" o Grupo. Data esta em que o Grupo Alvorada faz uma Reunião Pública, solenidade realizada no Auditório do IBIS, na Quadra 615 da Avenida L2 Sul. No dia 27 de setembro de 1969, o Grupo Alvorada, assina o seu primeiro contrato de aluguel com a Sociedade Feminina de Instrução e Caridade, na Quadra 601 da Avenida L2 Sul pelo preço de Cr$ 200,00 (Duzentos cruzeiros). Demora pouco tempo. Em seguida instalou-se no Salão Paroquial do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, situado na Avenida W5 Sul. Tratava-se de um acolhedor barracão de madeira, carinhosamente chamado de o "SALÃO AZUL". Neste local funcionou por cerca de 10 anos, transferindo-se para a Escola Polivalente na Quadra 913/914 Sul. Neste local, enfrentando algumas dificuldades de espaço à cada reunião, não ficou por muito tempo. Foi o que provocou um despertar em um grupo de resolutos companheiros. De imediato partiram para o aluguel de uma nova sala. Inicialmente aceitaram o desafio da autossuficiência, depois a repassaram ao Grupo. Deu certo e até os dias de hoje permanece no mesmo lugar: Avenida W3 Sul Quadra 505, Entrada 21, Plano Piloto, Brasília-DF: Assim nasceu o Grupo pioneiro de Alcoólicos Anônimos no Distrito Federal". Dos primeiros membros do Grupo, alguns nomes poderiam ser lembrados, mas respeitamos o princípio do Anonimato. Desde a sua fundação, até o ano de 1977, o Grupo Alvorada atuou como o Centralizador das Atividades de AA no Distrito Federal, observando os seguintes itens: -Praticavam todos os serviços de abordagens; -Foram pioneiros na criação e orientação de novos Grupos no DF e Entorno: Grupo Satélite em Taguatinga-DF (1971), Grupo União, no Plano Piloto (1973), Grupo Santo Antônio, no Plano Piloto (1974) e Grupo Abolição, no Núcleo Bandeirante (1975); -Prestaram relevantes serviços de 12º Passo no Sanatório Espírita de Anápolis e na criação do Grupo Aurora naquela cidade do Estado de Goiás; -Foi o berço de Lideranças nos Encargos Locais e Nacionais; -Criaram uma base estrutural para os Serviços no Distrito Federal, denominado Comitê de Serviços Gerais de AA de Brasília, que funcionou no período de 1975 até o ano de 1977. Neste último ano (1977) este Comitê, através de uma Convocação para os Grupos já existentes na época, decide a criação de um Escritório de Serviços de AA no Distrito Federal. A criação do Órgão de Serviços viria a direcionar as atividades e promoveu um contagiante estímulo nos Membros "natos" do DF e, numa maioria de outros Companheiros, oriundos de outros Estados e que adotaram o Distrito Federal como sua "nova terra". Assim, em Fevereiro de 1975, é eleito o primeiro Delegado de Área do Distrito Federal (na época Delegado Estadual). Neste mesmo período, em eleição em São Paulo, este mesmo companheiro passa a fazer parte do Conselho Diretor do CLAAB. Em Setembro de 1975, foi criado o primeiro Grupo de Al-Anon no DF, denominado: Grupo Alvorecer. Os Grupos Familiares também se expandiram por todo o DF, como suporte da Sobriedade dos AAs e como ferramenta de apoio psicológico e espiritual de seus próprios membros. Em Fevereiro de 1976, outro Companheiro, então Delegado de Área pelo DF, foi indicado pela Assembleia que criou a JUNAAB, para Representar, como Delegado Nacional, o AA brasileiro na 4ª Reunião Mundial de Serviços (hoje, RSM), em Nova York – EUA, em outubro de 1976. Em Fevereiro de 1977, os Representantes dos 13 Grupos já existentes na época, reuniram-se atendendo Convocação e decidiram a criação do então, Escritório Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos de Brasília (ECSAAB), que mudou posteriormente para Escritório de Serviços de AA de Brasília (ESAAB). Esta denominação mudaria mais tarde, em 1983, desta vez para Central de Serviços de AA do DF (CENSAA-DF), atendendo Recomendação de padronização na denominação de órgãos de Serviços e, atualmente, atendendo ao Manual de Serviços, temos o Escritório de Serviços Locais de Alcoólicos Anônimos do Distrito Federal (Sede). Na Primavera de 1977, o AA no DF encontra o caminho para o crescimento espiritual organizando através do Grupo União, uma série de Palestras aos Domingos à noite, atraindo assim o maior número de Membros de outros Grupos e Palestrantes de outros Estados e da Estrutura de Serviços Nacional, servindo assim de estímulo aos Grupos Guará II e Taguasul, na seguinte década de 1980, que atuando em suas cidades puderam praticar excelentes estudos e o desenvolvimento de saudáveis lideranças, que viriam futuramente alicerçar e solidificar a Estrutura de Serviços de AA no Distrito Federal. No ano de 1977, os trabalhos do emergente Escritório de Serviços, são ampliados com a criação do Primeiro Comitê Institucional do Distrito Federal, com palestras em clínicas diversas e o trabalho de abordagens por telefone. Atividades que foram intensificadas nos anos seguintes. No ano de 1979, um Representante do Distrito Federal após o Encargo de Delegado Estadual (hoje Delegado de Área), é escolhido para presidir no ano seguinte a JUNAAB. Na época, a Diretoria da JUNAAB era eleita entre os Delegados e Membros do CLAAB, participantes da Conferência de Serviços Gerais. A Comunidade precisava se reunir para fazer as suas primeiras avaliações. Assim, os "Encontros dos Grupos de AA no DF", (como foram denominados no começo), iniciaram-se no ano de 1979. Sempre se realizavam no dia 08 de dezembro de cada ano. Desta forma permaneceu por um bom tempo. Anos depois, a denominação e a data foram mudadas. A data foi transferida para o mês de Maio de cada ano, tendo em vista lembrar a chegada da mensagem de AA no Distrito Federal. Quanto as denominações, estas sofreram as seguintes alterações: "Encontro de AA, Al-Anon e Alateen do DF", "Encontro de AA e Al-Anon do DF e Entorno", "Encontro de Alcoólicos Anônimos do Distrito Federal e Região Metropolitana" com a "Participação de Al- Anon" e, atualmente, "Encontro de Alcoólicos Anônimos do DF e Entorno". O primeiro embrião destes momentos de confraternizações aconteceu na sede do Grupo Planalto, durante uma manhã e parte de uma tarde, em meados de 1977, quando na ocasião foi servida uma saborosa "galinhada" (tornando-se um costume, daí para frente, o evento franquear o almoço), preparada por uma ingressada de poucos meses, uma Companheira que durante muitos anos seguiria levando a sua mensagem de 12º Passo de forma humilde, com abnegação e carisma. Em l980 existiam no Distrito Federal os seguintes Grupos: Alvorada, Planalto, União, Lago Sul, Jangadeiros, Satélite, Serenidade, Mensageiro, Bill e Bob, Sobradinho, Cruzeiro do Sul, Santo Antônio, Abertura, Abolição, Guará II, Institucional, Independência, Central de Brasília, Buritis e Brazlândia. Numa primeira expectativa de crescimento nos Serviços da Irmandade no DF, é criado em Taguatinga-DF, no dia 14 de janeiro de 1980, um "Comitê de Área para atender as necessidades do Terceiro Legado, nas cidades de Taguatinga, Ceilândia e Brazlândia", todas dentro do Distrito Federal. Não houve seqüência nas atividades por parte dos idealizadores. Nos dias 20 e 21 de setembro de 1980 o Distrito Federal sediou o "Primeiro Encontro Regional de AA do Centro-Oeste". Esta foi a primeira denominação aos atuais Seminários da Região Centro-Oeste. Este evento foi realizado no Auditório Dois Candangos, da Universidade de Brasília-UNB. O ano de 1980 é o início de uma frutuosa década para a Irmandade no DF. Surge uma nova geração de Servidores de Confiança que aos poucos procuraram estudar os anseios da Comunidade no Distrito Federal, compatibilizando-os com os princípios da Irmandade. É o início de um correto e abnegado apadrinhamento no Terceiro Legado. Na Conferência de Serviços Gerais de 1981, um Companheiro Delegado de Área pelo Distrito Federal é indicado e eleito à Reunião de Serviços Mundiais, como Delegado Nacional. Desempenha excelente trabalho principalmente à nível do DF, quando recebíamos as primeiras notícias por seus Relatórios. Entre um destes, inclui-se a "BREVE HISTÓRIA DOS SERVIÇO DE AA NO BRASIL", relativo ao período de 1948 à 1981. Esse documentário se constitui de 21 folhas e foi distribuído gratuitamente para todo o Brasil. Em Setembro de 1981 é realizado o Primeiro Seminário do Plano Nacional de Prevenção do Alcoolismo, coordenado pelo Ministério da Saúde, com a participação de membro da JUNAAB, sendo este representado por Servidores à CSG sediados em Brasília. Por ocasião da escolha de Delegado Estadual à Conferência de 1982, a Comunidade AA do Distrito Federal exercita e aplica pela primeira vez o plano de conscientização aos Grupos e Órgão de Serviço, quanto a responsabilidade de participação dos Delegados de Área aos fóruns de Serviços da Irmandade. E assim, os Delegados de Área passaram a partir daquela data a não se preocupar com a sua participação na Conferência de Serviços Gerais. Começava o principio da responsabilidade delegado aos Grupos. No ano de 1983, Brasília sedia o III Encontro Ibero-Americano de Serviços Gerais, com a presença de Delegados de cinco países da América do Sul e Central: Paraguai, Uruguai, Argentina, Colômbia e El-Salvador, além do Brasil. Contamos também com a presença de uma Companheira na condição de observadora do G.S.O.. A Coordenação ficou a cargo de um Companheiro do ESG/São Paulo-SP e foi Secretariado por outro Companheiro, na época, Delegado Estadual (de Área) pelo Distrito Federal. No ano de 1983 um dos Membros atuantes no AA do DF é escolhido e, empossado no ano seguinte, na Junta de Custódios, como Custódio Classe "B" (hoje, Custódio Regional do Centro-Oeste/Custódio Alcoólico). A escolha deste companheiro foi precedida de uma longa e sofrida votação. Tratava-se de um ferrenho defensor de posições éticas e das Tradições. Foi o último dos eleitos, já quando amanhecia o último dia daquela histórica Conferência de Serviços Gerais. Todos se emocionaram. Muitos choraram... Durante um período de quase seis anos o DF abriga atividades da JUNAAB. É quando o Boletim BOB passa a ser editado em Brasília a partir de 1984, retornando para São Paulo em meados de 1989. Os Custódios Regionais foram os responsáveis pela Administração destas atividades. Mais uma vez a JUNAAB busca a ajuda da Comunidade AA do DF: No relacionamento com a Comunidade Profissional, no ano de 1984 a Estrutura de Serviços no DF representa a JUNAAB, nos primeiros contatos com o Ministério da Saúde, que na época apresentara um projeto denominado "Projeto PRO-AA", cuja meta era a de um trabalho conjunto com a nossa Irmandade. Quanto ao nosso relacionamento de Informação Pública, registramos no ano de 1985, por ocasião do Cinqüentenário Mundial de AA, o lançamento em Brasília pela ECT, de um Carimbo Postal e de Selos Comemorativos. Na ocasião o DF contou com a presença do Dr. José Nicolielo Viotti, Custódio Classe "A", Presidente da Junta de Serviços Gerais. O DF proporcionou uma Grande Reunião de Informação ao Público, onde muitos representantes de inúmeros segmentos da Sociedade se fizeram presentes. O crescente apadrinhamento por que passava a geração de Servidores no período 1985/1986 faz o DF não se afastar do sentido de Servir e assim outro Companheiro do DF é indicado e escolhido Delegado Nacional (Delegado à Reunião de Serviços Mundiais), atualmente Custódio à RSM. Este companheiro desempenha um meticuloso trabalho, principalmente quando abordava-se para a nossa comunidade o "Retorno ao Fundamental". Entre suas contribuições, elabora um Guia às Coordenações de Grupo, que serviu como base de orientação por longo período. Nova busca dos Servidores da Estrutura no DF é requisitada pela JUNAAB no ano de 1986: a redação e administração da "Revista Brasileira de Alcoólicos Anônimos" é transferida de Campo Grande - MS para Brasília. Assim, sob a Coordenação de um membro do DF, na época Custódio Regional, teve a "Revista Vivência" o Distrito Federal como o berço das edições de nºs 01 ao nº 13, entre o período de 1986 a 1990. Outro ano que marca o desenvolvimento de AA no DF é 1987. Neste ano, outro companheiro é escolhido Custódio Classe "B" (Custódio Alcoólico/Regional) e, é criado no dia 27 de agosto de 1987, o Comitê de Área e concomitantemente cinco Comitês de Distritos. Nos dias atuais este número já foi aumentado. Os Distritos atualmente já realizam seus eventos e atuam conforme a orientação do nosso cofundador Bill W. Na Semana Santa do ano de 1992, com o Tema: "BRASIL – BRASÍLIA TE ESPERA COM AMOR", o Distrito Federal recepcionou a Comunidade AA brasileira e convidados do exterior. Acontecia a XII Convenção Nacional de AA no Brasil, que foi realizada no Centro de Convenções de Brasília, proporcionando um congraçamento para aproximadamente 6.000 pessoas. Foi uma ocasião impar para a Comunidade AA de Brasília. Houve um empenho geral, para que tudo desse certo. Na mesma semana, antecipando a Convenção, a nossa Capital também abrigava na sede da ENAP, a XVI Conferência de Serviços Gerais. Dentro de uma expectativa de crescimento proporcionada pelos Distritos, é criado em 1993 o Comitê Trabalhando com os Outros, obedecendo-se a nova estruturação contida em manual. A partir desta data, aumentam-se as responsabilidades dos Grupos e Distritos no sentido da transmissão correta da mensagem. É o anseio da nova geração de servidores nos trabalhos institucionais. Organizaram-se os relacionamentos que já eram mantidos com as instituições. Ciclos de Palestras e estudos de literaturas foram dinamizados. Os Distritos criaram os CTOs e foram desenvolvidas as atividades em suas regiões, tendo como lema adotado: "O que precisamos fazer?" Como resultado, em princípios do ano de 1994 a Central de Serviços muda de endereço, moderniza o seu patrimônio e proporciona melhores instalações e mais amplas e ao mesmo tempo informatiza o seu escritório. Recomeça em 1994 um período de grande desenvolvimento nos serviços locais: 1) Os Órgãos de Serviços realizam nos dias 09, 10 e 11 de setembro, o Primeiro Ciclo dos Doze Passos de AA no Distrito Federal, instalando-se na Casa de Oração Filippo Smaldone, na SHAN 911, LoteC – Asa Norte – Brasília-DF. 2) O Comitê de Área realiza nos dias 03 e 04 de dezembro, a Primeira Interárea de AA da Região Centro-Oeste e a Primeira Mini-Conferência de Serviços Gerais, tendo como sede o Colégio do Núcleo Bandeirante – CNB, em Brasília-DF. Nesta época o AA no DF contava com 73 Grupos em funcionamento e comemorava o seu Jubileu de Prata com uma vasta programação anual. Nesta fase de crescimento e amadurecimento, é criado no dia 08 de janeiro de 1995, o segundo Escritório de Serviços de AA no Distrito Federal. Inicialmente, a ISAA-TAG, hoje Escritório de Serviços Locais em Taguatinga – ESL/Tag. Criado inicialmente por um grupo de 18 companheiros, conta atualmente com mais de 23 Grupos e o seu Conselho de Representantes compreende os Grupos do 6º e 8º Comitês de Distrito. O segmento de serviço encontra-se em harmonia com os demais órgãos e está sendo mais um elo firme na condução da mensagem ao alcoólico que ainda sofre. No dia 10 de junho de 1995 é realizada no Auditório do Departamento de Imprensa Nacional – DIN, em Brasília, a solenidade de lançamento de um Carimbo Comemorativo dos 60 anos do AA Mundial, com a presença do nosso Custódio Nacional (Não Alcoólico), Dr. Laís, Presidente da Junta de Serviços Gerais. Foi brilhante a Reunião de Informação ao Público. Ainda em 1995, em Agosto, nos dias 25, 26 e 27 é realizado o Primeiro Ciclo das Doze Tradições. E no mês de Novembro, nos dias 17, 18 e 19 é realizado o II Ciclo dos Doze Passos, ambos na Casa de Oração Filippo Smaldone. Neste época o AA no DF e Entorno tinham 85 Grupos em funcionamento. Para acompanhar o "movimento surgido na época", onde a grande novidade era o Ciclo de Estudos de nossos 36 Princípios, é realizado nos dias 13, 14 e 15 de setembro de 1996 o Primeiro Ciclo dos Doze Conceitos para Serviços Mundiais, também na Casa de Oração Filippo Smaldone. Como sempre, contou com a presença de 60 companheiros de Brasília e de outros Estados brasileiros, tendo neste uma Companheira Delegada de Área da Argentina. Fechava-se o Ciclo de Estudos, sendo reativado mais tarde, através dos Comitês de Distritos. O Distrito Federal contemplaria mais companheiros para a Estrutura de Serviço Nacional: em de 1996, é eleito um novo Custódio Alcoólico, representando toda a Região Centro-Oeste (Custódio da Região Centro-Oeste). É também contemplado para presidir a Conferência de Serviços Gerais para os anos de 1996, 1997 e 1998, na atribuição de 2º Vice-Presidente da Junta de Custódios. Novamente em 1999 e em 2007, dois abnegados companheiros são eleitos Custódios Alcoólicos, representando a Região Centro-Oeste. Suas contribuições são reconhecidas e acompanham a importância do Encargo. Após um período de perene acomodação começa a ressurgir nas atividades do Distrito Federal o entusiasmo pelo Terceiro Legado. Os Distritos nunca estiveram parados. Sempre estão realizando eventos os mais diversos: Ciclos de Estudos, Seminários para Profissionais, Simpósios, Contatos com a Comunidade Profissional, fazendo evoluir os Serviços do Comitê Trabalhando com os Outros, Encontro de Servidores, Encontros do CTO, Encontros da Revista Vivência, Reuniões com Profissionais da Justiça, Atividades do CTO em Clínicas, Fazendas de Recuperação e em outros segmentos onde também existem o doente alcoólico, além de preciosas informações contidas no site http://www.aaareadodf.org. Enfim, os Distritos estão sempre despertos. Como sempre estiveram ao longo dos anos. Vez por outra, um Distrito se sobressai. Mas estão sempre em atividades: Despertaram. A cada ano que passa o nosso Encontro Anual é superado de uma forma saudável, pelo trabalho e abnegação. Surgem novos líderes e velhos mentores não se desprendem. É salutar sentir que caminhamos no caminho certo. É dentro desta contemplação que visualizamos que raras foram as Conferências de Serviços Gerais em que os Delegados de Área do DF não figuraram como participantes de Comissões Permanentes ou Temporárias, para tratar em nível regional e até nacional, de fatos como o Manual de Serviços, Manual do CTO, Nomeações de Custódios e sobre o Estatuto da JUNAAB. Isto tudo, reflete o conteúdo da mensagem nos Grupos. Este crescimento nos tem beneficiado com observações e lições inestimáveis e necessárias à solidificação da Irmandade em nosso solo. Destas lições, a grande vencedora é a Comunidade AA: Somos nós - Todos buscamos o mesmo ideal – a Sobriedade! CAMPOS S./Brasília-DF
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