Revista Canavieiros
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1 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 2 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Editorial C 3 “Caminhos da Cana”: segunda fase concluída om metas arrojadas de ampliar conhecimento e debater problemas do setor sucroenergético, a segunda fase do projeto “Caminhos da Cana” foi concluída. A iniciativa tem como objetivo transmitir à sociedade, os benefícios da produção e do uso do etanol como energia limpa, renovável e sustentável de origem agrícola. Além disso, através de um estudo realizado pela Markestrat, que mapeou e quantificou o setor na safra 2013/2014, foram revelados números impressionantes do segmento, como o PIB estimado em US$ 107,72 bi, a geração de 613 mil empregos diretos e a arrecadação de US$ 8,52 bi em impostos agregados. Esse é o assunto da Reportagem de Capa desta última edição da Canavieiros em 2015. A jornalista, especializada em economia, Salette Lemos, e o diretor técnico da UNICA (União da Indústria da Cana-de-açúcar) Antonio de Pádua Rodrigues, são os entrevistados deste mês. Salette falou sobre a situação política e econômica do Brasil e Pádua fez uma análise da safra canavieira. As notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred mostram os principais acontecimentos realizados pelas cooperativas e associação. Dentre eles, o IV Encontro de Gerentes que contou com a participação de mais de 200 formadores de opinião. O evento apresentou as palestras da jornalista Salette Lemos e do professor Marins. Confira! O professor Marcos Fava Neves, que assina a Coluna Caipirinha, traz os números da safra e o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, abordou o “Acordo de Paris e os reflexos para o setor sucroenergético”, em Assuntos Legais. Pontos de Vista, Informações Setoriais, Artigos Técnicos e a participação de líderes do setor em diversos eventos também são apresentados na edição de dezembro. Aproveitando a última edição da nossa Revista Canavieiros, desejamos a todos os nossos leitores boas festas e um excelente ano novo. Que a esperança de dias melhores se renove em nossos corações! Boa leitura! Boa leitura! Conselho Editorial RC Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 RC Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Andréia Vital, Fernanda Clariano e Rafael H. Mermejo Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3300 - Ramal: 2208 [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Revisão: Lueli Vedovato Tiragem DESTA EDIçÃO: 22.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550 Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008) [email protected] Boa leitura! Conselho Editorial www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Foto: Rafael Mermejo 4 Ano IX - Edição 114 - Dezembro de 2015 - Circulação: Mensal Índice: Capa - 28 Semeando externalidades “Caminhos da Cana” desbrava cidades canavieiras, disseminando informações sobre o setor sucroenergético com a intenção de inspirar a valorização do combustível renovável e da cogeração de energia 08 - Entrevista Antônio de Pádua Rodrigues diretor técnico da UNICA 14 - Notícias Copercana - Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realiza o IV Encontro de Gerentes 16 - Notícias Canaoeste - Canaoeste e Copercana realizam treinamentos em parceria com o Centro de Cana do IAC - Canaoeste participa do evento de encerramento da safra 2015/16 da Guarani – Grupo Tereos 22 - Notícias Sicoob Cocred - Balancete Mensal E mais: Entrevista: Salette Lemos .....................página 05 Pontos de Vista: Martinho Seiiti Ono .....................página 10 Coluna Caipirinha .....................página 12 Assuntos Legais .....................página 20 Destaque: Clima de otimismo marca cerimônia do Prêmio VisãoAgro 2015 .....................página 30 Setor sucroenergético vive um bom momento .....................página 34 Cerimônia de posse reúne a nova diretoria – Triênio 2016/18 do CEISE Br .....................página 36 GIFC encerra o ano com balanço positivo .....................página 38 46 - Artigo Técnico Alunos do projeto Jovem Agricultor do Futuro recebem certificado em Sertãozinho-SP .....................página 42 - Avaliação biométrica de vinte e quatro cultivares de cana-de-açúcar (saccharum spp) no município de Igarapava/SP Informações Setoriais .....................página 44 Artigo Técnico II: Custo Padrão - fundamentos de eficiência e eficácia .....................página 50 Classificados .....................página 52 Cultura ....................página 58 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 5 Entrevista I “Um caos. Não existe nada que traduza melhor a situação política e econômica do país hoje” Salette Lemos Destaque no ranking dos telejornalistas brasileiros, Salette Lemos faz do jornalismo uma ferramenta de reflexão social e de cidadania. Analista econômica nas principais redes de televisão do país e repórter especial da imprensa escrita, a jornalista especializada em economia pela Fundação Getúlio Vargas é hoje uma das mais eminentes propagadoras de conhecimento econômico. Salette esteve em Sertãozinho-SP, onde participou como palestrante no IV Encontro de Gerentes organizado pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred em novembro e na oportunidade concedeu entrevista à Revista Canavieiros. Acompanhe. Fernanda Clariano Revista Canavieiros: Em um setor dominado por homens como a economia, como foi para você entrar neste universo? Salette: Foi muito curioso porque eu era jovenzinha, e não se viam mulheres na redação do jornal O Estado de S.Paulo. Eu trabalhava na editoria de esportes e quando chegava o caderno de economia, eu não entendia uma palavra do que eles tinham escrito e eu andava atrás do editor chefe de economia e dizia: “o que é que você quis dizer com isso aqui?”, e ele explicava. Logo eu fui transferida do esporte para a economia e fiquei completamente apaixonada pela economia e por finanças. Hoje sou documentarista e cubro o Brasil e a América Latina para a BBC de Londres, faço documentários e vou me virando. Revista Canavieiros: Como você avalia atualmente a mídia de economia? Tem algum jornalista que se destaca? Salette: Um lixo. Aqueles que estão aí estão comprometidos. Eu, Luis Nassif, Mirian Leitão, Celso Ming, começamos com o jornalismo econômico de prestação de serviços para que houvesse mais cidadania e mobilização das pessoas em torno das questões econômicas, mas falávamos o economês e ninguém entendia o noticiário econômico. A Miriam Leitão hoje é uma pessoa de valor, uma colega de valor. É uma pessoa que ainda mantém certa independência editorial. Revista Canavieiros: Antigamente ouvíamos dizer que o Brasil era o país do futuro. Ainda se pode afirmar isso? Salette: Interessante porque eu fui criada ouvindo isso e hoje eu percebo que o futuro passou como se fosse um trem e nós perdemos. É claro que volta, nós vamos ter novas oportunidades, mas nada que se traduz em curto prazo. O desajuste e a dificuldade de superação hoje são muito grandes, não em função exatamente do tamanho do desequilíbrio das contas públicas que é básico, como no seu orçamento, no seu casamento. Você tem que manter seu orçamento sobre controle, na hora que a coisa desagrega você perde o controle das contas e perde a família. Revista Canavieiros: Como você vê a situação política e econômica do país hoje? Salette: Um caos. Não existe nada que traduza melhor do que um caos. É o caos da falta de controle, é o caos do descaramento, é o caos do desajuste na questão das contas públicas, é o caos na apatia que não reage a esse estado de coisa. É um caos em paralisia, é uma perda total de controle, de planejamento, de perspectiva, de expectativa. Um momento muito delicado. Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 6 Revista Canavieiros: A crise que o Brasil enfrenta hoje é um desdobramento da crise financeira mundial iniciada em 2008? Salette: Não é um desdobramento, nós vivemos a mesma crise. As pessoas costumam me indagar sobre o que aconteceu. Na época me paravam nos supermercados e todo mundo queria saber, mas como? É a quebra de uma economia, com a economia americana, quem ficou com esse dinheiro? Na verdade, o que quebrou os Estados Unidos não foi o fator financeiro, foi a saturação de um modelo, isso que é muito interessante. Na verdade, a partir daquela crise, o cidadão americano se reportaria em relação à aquisição de bens de consumo de uma outra forma. E nós estamos nos debatendo nessa busca de um novo modelo de desenvolvimento até hoje. De alguma forma, nós não vivemos os desdobramentos da crise de 2008, nós vivemos a crise de 2008, que tem como característica básica a busca de um novo modelo de desenvolvimento econômico. Revista Canavieiros: Você concorda que estamos vivendo um momento especial na economia? Salette: Um momento único. Eu estou há 35 anos no jornalismo, eu nunca vi uma crise deste tamanho e dessas proporções no que diz respeito à ética, moralidade, dignidade, incompetência, eu nunca vi nada parecido. Revista Canavieiros: Há possibilidade de se fazer uma reforma fiscal diante do atual cenário em que se encontra o país? Salette: Nenhuma possibilidade, chance zero. Não é só reforma fiscal, eu atribuo a reforma política como hoje, mais importante inclusive do que a reforma fiscal. Sem a reforma política nós não vamos ter reforma nenhuma e sem reforma constitucional o Brasil não vai sair do buraco. Revista Canavieiros: Governo Dilma, você pode falar algo? Salette: Sim, eu posso. Exatamente por isso que eu não estou mais trabalhando na mídia brasileira, eu sofri mui- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 ta perseguição do partido do governo. Todos os telejornais são financiados pelo Correio, Petrobras e Banco do Brasil e qualquer emissora que eu entre, perdem o patrocínio. É muito difícil, eu sofri essa perseguição política. A pergunta é sobre o governo Dilma, mas esse governo não existe. Não começou ainda e não vai começar certamente porque ela não tem base de sustentação e o primeiro mandato foi uma catástrofe, que chegou no limite e paralisou. Desarranjou tudo que nós havíamos levado anos, desde o Plano de Estabilização que trouxe o Real, lá em 2004, ficamos anos e anos nos ajustando e de repente foi tudo para os ares e nós nos paralisamos aí. Estamos todos perplexos diante de um incêndio e que não existe nenhuma mobilização no sentido de se apagar esse incêndio. RC 7 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 8 Entrevista II “Não haverá riscos de faltar etanol” Antônio de Pádua Rodrigues A afirmação acima é do diretor técnico da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antônio de Pádua Rodrigues, em entrevista concedida durante o 14º Seminário de Produtividade e Redução de Custos da Agroindústria Canavieira, realizado pelo grupo IDEA, em Ribeirão Preto. Na oportunidade, Pádua fez uma análise sobre a atual conjuntura sucroenergética. “Não há risco de faltar etanol. O setor tem um compromisso com o abastecimento e o etanol anidro já está todo contratado pelas distribuidoras” Fernanda Clariano Revista Canavieiros: As chuvas ocorridas na segunda quinzena de novembro devem prejudicar a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul? Pádua: Sim, sem dúvida alguma, porque foi uma quinzena muito chuvosa. O ano de 2015 talvez teve o maior índice de chuva na região canavieira dos últimos 20 anos. A própria moagem de cana em novembro, apesar do grande número de empresas em processamento, não vai ter um número expres- sivo. Provavelmente vai ficar na faixa de 50% do potencial mensal. Isso fez muitas empresas que tinham uma previsão de encerrar a safra em dezembro, postergarem a data de encerramento. Revista Canavieiros: Até o dia 16 de novembro, apenas 26 unidades produtoras haviam encerrado a moagem, contra 78 unidades até a mesma data de 2014. O que explica? Pádua: Primeiro o grande desen- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 volvimento na lavoura. Não havia expectativa de uma oferta de cana tão grande, foi um ano que ajudou demais a questão do desenvolvimento da planta que cresceu, aumentou a produtividade e foram perdidos muitos dias de processamento e de moagem. Além disso, como nem todas as empresas acreditavam nessa oferta de cana, muitos iniciaram a safra mais tarde. Então, foi um ano muito bom para o desenvolvimento da soqueira. 9 Revista Canavieiros: Como está a produção de açúcar em relação a de etanol? Pádua: Sem dúvida alguma foi uma safra bem alcooleira, onde aproximadamente 41% da cana foi para fabricação de açúcar e 59% para o etanol. Revista Canavieiros: Há riscos de faltar etanol? Pádua: Não há risco de faltar etanol, o setor tem um compromisso com o abastecimento. O etanol anidro já está todo contratado pelas distribuidoras. O que de fato aconteceu é que durante o período de abril até setembro-outubro, houve uma grande venda de etanol hidratado devido à alta competitividade do mercado de etanol frente ao preço da gasolina. Já há uma correção nesse mercado e no momento existe uma queda de consumo de combustível no país. Essa queda de demanda, com ainda muita cana a ser processada e o início da safra mais cedo em 2016/17, vai fazer com que nós tenhamos uma passagem de safra até certo ponto menos traumática e com maior tranquilidade. “A nossa expectativa é que a safra feche com 1,85 bilhão de litros de exportação” Revista Canavieiros: As exportações de etanol devem atingir a projeção da UNICA? Pádua:O preço baixo no Brasil e desvalorização do real abriram uma janela de exportação para o mercado americano e para a China. Atualmente, a nossa expectativa é de que feche com 1,85 bilhão de litros de exportação durante a safra 2015/16. Revista Canavieiros: Como anda a atual conjuntura sucroenergética? Pádua: Nós estamos vivendo o início de um novo ciclo, de um novo cenário, muitas coisas aconteceram desde novembro de 2014, tem uma mudança na precificação e nos tributos da gasolina. Houve mudança na política do ICMS de vários Estados. Há novamente um equilíbrio no mercado internacional de açúcar até com a possibilidade de déficit de açúcar, isso vai fazer com que os preços subam, um câmbio valorizado, o que traz uma perspectiva para os próximos ciclos de cana-de-açúcar. Evidentemente que é hora de fazer uma gestão, de investir na produção, na produtividade, é hora de investir na redução de custos. Agora é hora de acertar a casa. Revista Canavieiros: Qual é a projeção de safra para 2016/17 no Centro-Sul? Pádua: A safra de cana de 2016/17 será igual a de 2015, fechando entre 630/640 milhões de toneladas. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 10 Ponto de Vista Participação do Hidratado no Ciclo Otto cresceu Martinho Seiiti Ono D epois de 6 anos com o preço da gasolina congelado e, nesse ínterim, com redução da CIDE a zero para segurar a inflação, o Governo levou a Petrobras a uma situação caótica e o setor sucroenergético ao maior nível de endividamento, com dezenas de pedidos de recuperação judicial, além de várias unidades que encerraram suas atividades. Com a volta da CIDE, aumento da mistura de anidro na gasolina e incentivo tributário ao etanol em alguns Estados brasileiros, em 2015 o etanol hidratado voltou a ganhar expressiva participação no Ciclo Otto. O cenário parecia perfeito para a recuperação de vendas de etanol com boa margem de remuneração ao produtor. Mas o que de fato aconteceu? Mesmo com a debilitada situação econômica do país, com reflexo direto ao setor automotivo, o biocombustível ganhou expressiva participação na matriz energética do Ciclo Otto. No Estado de São Paulo, tradicionalmente o maior consumidor do combustível renovável, a participação do etanol hidratado em gasolina equivalente saltou de 30% no início da safra passada para 43,7% em outubro último. Esta mesma tendência de recuperação se estendeu praticamente em todos os Estados. Somando hidratado e anidro, a participação de ambos no Brasil, pela mesma relação de tempo, saltou de 41% para 51%. Porém, o preço recebido pelos produtores durante quase toda a safra foi decepcionante (o produto chegou a ser vendido com paridade de 61% no Estado de SP), não aproveitando todo o potencial de elevação que o aumento da gasolina e os demais incentivos ofereceram. Pelos nossos cálculos, vendemos etanol R$ 150/m³ abaixo do preço ideal SP Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Martinho Seiiti Ono para mantermos uma paridade de 68% em relação à gasolina. Com vendas de 1.600mil m³/mês de hidratado e 800 mil m³/mês de anidro (que tem seu preço indexado ao hidratado), podemos concluir que as usinas do Centro-Sul deixaram de receber R$ 360 milhões de receita por mês, ou aproximadamente R$ 2 bilhões em 6 meses. 11 Para comprovar a não necessidade de baixar tanto o preço do hidratado, em outubro comercializamos hidratado em SP com 68,3% de paridade e tivemos o recorde de vendas, com preço médio líquido de R$ 1.528,80/ m³, altamente remunerador. O que esperar do futuro? Com a recuperação do preço do açúcar no mercado internacional e com o real desvalorizado, as perspectivas de remuneração do açúcar e do etanol para 2016 deverão ser melhores que as últimas safras. A crítica situação da Petrobras e a necessidade de arrecadação do Governo abrem a possibilidade de novo aumento de gasolina, dando ao preço do etanol espaço para novos ganhos. Pelo lado da produção de cana de açúcar na safra 16/17, não é esperada significativa alteração no volume total em relação à safra 15/16. Devido à recuperação do preço internacional, a produção de açúcar deve aumentar e a do etanol se manter estável. É importante destacar que o etanol hidratado, cuja demanda é variável, permite à indústria sucroenergética ter flexibilidade no uso da matéria-prima, definindo então o tamanho da produção de açúcar. Assim, considerando as condições de estoques mundiais da commodity e o peso que o Brasil exerce sobre o mercado, essa elasticidade na oferta pode alterar os preços internacionais. Para assegurar o retorno dos investimentos em novos projetos de “greenfields”, temos que continuar negociando com o Governo a definição de política pública para os biocombustíveis, garantindo participação efetiva na matriz energética do Ciclo Otto, assim como na remuneração de energia elétrica oriunda do bagaço da cana, sempre enaltecendo e valorizando os benefícios ambientais, sociais, trabalhistas e econômicos. Apenas no curto prazo, vislumbramos sobrevida no sofrido segmento sucroenergético. Martinho Seiiti Ono é presidente da SCA Trading S/A.RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 12 Coluna Caipirinha Caipirinha Terminamos 2015... um ano complicado O que acontece com nosso agro? O crescimento da economia mundial em 2015 deve ficar em 3%, menor que os 3,4% observados em 2014. Diversos bancos e consultorias estão revendo para baixo o desempenho da economia brasileira em 2015 e 2016. Algumas esperam tombo acima de 3,3% neste ano e quase 3% em 2016. Um cenário complicado de redução de 6,5% na economia brasileira em dois anos. A taxa de juros deve se manter em mais de 14% ao ano, agravando a situação das empresas endividadas. Na soja, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima a produção americana em 108 m.t, a brasileira em 100 m.t. e a Argentina em 57 m.t. Para o Brasil, a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) estima 102 m.t. plantados em 33 milhões de hectares (produtividade de 3,08t/ha). Cerca de 40% da produção já está vendida. Projeções indicam o mesmo preço em 2016. No milho, o USDA estima produção americana em 347 m.t (4% menor), a brasileira em 81,5 m.t. e a Argentina em 25,6 m.t. Para o Brasil a CONAB estima 82 m.t., sendo 27,3 m.t. da primeira safra e 54 m.t. da segunda safra. O Brasil deve exportar mais de 28 m.t. Espera-se um preço relativamente maior. O que acontece com nossa cana? Finalizado novembro, a moagem chegou a 563 m.t., sendo 1,64% maior que na safra 2014/15. O mix da quinzena chegou a incríveis 67% para etanol. O mix da safra toda está em 58,7% para etanol. O ATR caiu muito no mês, o que puxou a média do ano para 132,66, mais de 3% menor que 2014. O valor do ATR pelo Consecana em outubro já capta os novos preços e vai a R$ 0,5467 puxando a média da safra para 0,5026. Espera-se que a safra feche a R$ 0,5256. Agroconsult fez projeções finais para esta safra (2015/16) e para a próxima (16/17) estimando que o resultado operacional das usinas será positivo em aproximadamente R$ 20 bilhões em cada uma das safras, o que permitirá a redução do endividamento (estimado em R$ 85 bilhões), em aproximadamente 10% ao ano. Em grandes números, estima-se o faturamento da casa de R$ 80 a 85 bilhões e uma despesa operacional ao redor de R$ 60 a 65 bilhões. Fruto da mudança de cenário para o setor, as ações das empresas listadas em bolsa tiveram seus papéis valorizando em mais de 20%. Espera-se que seus resultados no último trimestre de 2015 sejam muito bons. Grupo Tereos inicia processo para comprar ações no mercado a um valor bastante atrativo aos minoritários. Mais um caso do endividamento comendo o resultado operacional. No segundo trimestre da safra, a USJ apresentou resultado positivo de quase R$ 155 milhões. Quando se coloca o financeiro, houve prejuízo de quase R$ 70 milhões. O que acontece com nosso açúcar? A produção acumulada de açúcar na safra está em 29,4 m.t., 6,42% abaixo de 2014/15. Em novembro exportamos 2,35 m.t. de açúcar, 15,8% a mais que em Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Marcos Fava Neves* mesmo período de 2014. Quando se considera o ano todo, a queda foi de 3,2%, com 21,1 m.t. Segundo a Archer, cerca de 55% do açúcar a ser exportado (13 m.t.) está fixado a um preço médio de R$ 1172/t (13,57 cents/libra peso) com picos de R$ 1300/t. A Índia segue atrapalhando o mercado mundial, com subsídio aos produtores para tentarem colocar 4 m.t. no mercado mundial. A boa notícia é que a produção deve cair 4,6%, descendo de 28,1 m.t. em 2014/15 para 26,8 m.t. A Rússia, que já foi um dos grandes compradores do mercado mundial, está muito perto da autossuficiência, com a produção de açúcar de beterraba. A União Europeia estima em 18 m.t. a produção após a mudança do regime de cotas de 2017. Isto representa um aumento de 15% da produção atual. Resta saber se com os atuais preços e os custos de produção na Europa, se isto se mantém por muito tempo. Estima-se ligeira queda na produção chinesa e as importações de açúcar no ciclo 2015/16 podem chegar a 6 m.t. A Indonésia deve importar em 2016 algo próximo a 3,25 m.t., contra 3,1 m.t. em 2015. Este crescimento é puxado pelo aumento do consumo de alimentos e bebidas. Morgan Stanley projeta déficit de 3,7 m.t. no ciclo 2015/16. Já existem estimativas de que o 13 consumo na safra 2015/16 será de 175 m.t., e a produção chegaria a 170 m.t, derrubando em quase 5 m.t. os estoques. O que acontece com nosso etanol? O consumo acumulado de combustíveis no Brasil até o final de outubro estava 1% maior que o mesmo período de 2014. Nestes últimos meses, a queda tem sido entre 2 a 3%, mesmo assim o Sindicom aposta que cresça 1% em 2015. A produção de etanol acumulada na safra está em 25,78 bilhões de litros. A venda pelas usinas em novembro atingiu 2,517 b.l., sendo 1,570 b.l. de hidratado (300 milhões acima da safra anterior) e 946 m.l. de anidro. Estima-se o consumo de hidratado em 1,43 b.l. ainda um número elevado para enfrentar a entressafra. Mesmo com a questão cambial, em novembro foram exportados 270 m.l. No acumulado até novembro, exportamos 1,57 b.l., 25% a mais que o mesmo período do ano passado. Hoje temos 60% da frota de veículos leves no Brasil com motores flex. Devemos chegar a 80% em 2018. Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram crescimento de consumo de etanol no Brasil em quase 43% até o final de outubro. O Governo anunciou na COP21 em Paris a meta de produção de 50 bilhões de litros de etanol em 2030, contra 28 bilhões de litros hoje. Com isto a participação do etanol na matriz energética seria de 16%. Para atingir este resultado, segundo a UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) precisa- remos de mais 75 novas usinas, e um investimento de US$ 40 bilhões. A subida recente de preços pode fazer com que a média desta safra chegue perto de R$ 1,40/l. Melhor que em 2014/15, mas ainda um valor insuficiente para os grupos que tiveram produtividade mais baixa e elevado endividamento. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) divulgou as metas de uso de combustíveis renováveis para 2016. Este aumentou para 68,54 bilhões de litros, 10,10% do total de combustíveis consumidos. O etanol de milho passa para 54,88 b.l. Já o etanol de cana enquadra-se na categoria de outros, que tem meta de uso de 5,6 b.l. Ou seja, se tiver produto e preço, temos mercado aberto ao etanol de cana nos EUA. Documento enviado à Convenção das Nações Unidas para o clima pelo Governo Chinês impressiona pelos números prometidos em redução de emissões. Há um compromisso também de iniciar em 2017 o mercado de créditos de carbono. Uma visão de longo prazo do Petróleo (baseado em texto de Martin Wolf, do Financial Times): - Os preços caíram mais de 50% entre julho de 2014 e o final de 2015. - A ideia de que o petróleo é um recurso esgotável pode estar sendo questionada. Basta dizer que o mundo consumiu nos últimos 35 anos 1 trilhão de barris e viu as reservas mundiais aumentarem em 1 trilhão de barris. - Estima-se que em 2035 a China importará 75% do seu consumo, e a Índia 90%, sendo os grandes importadores mundiais. Serão responsáveis por 60% do aumento da demanda até 2035. - A Agência Internacional de Energia prevê preços entre US$ 50 a US$ 80 o barril em 2020. Acredita que a super-oferta que vivemos agora passará. No caso do cenário de 50, considera-se que os EUA continuarão produzindo à partir do xisto e a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não reduzirá a oferta. - Passa a crescer a visão que o mundo tem mais petróleo que conseguirá queimar, se quiser fazer frente ao problema ambiental, e limitar a dois graus no máximo o acréscimo de temperatura global. - O petróleo de xisto é lucrativo na faixa de US$ 50 a US$ 60. Os EUA partiram de uma produção de quase zero em 2010 para 4,5 milhões de barris por dia em 2015. Expandiu quase que o dobro do crescimento da demanda mundial. - Como conclusão, se de um lado o petróleo mais barato afeta o etanol, o problema ambiental mundial se agravou e coloca o petróleo sob pressão, beneficiando os renováveis. Mas para isto, precisa de política pública, pois se depender da economia, o negócio é queimar petróleo. Quem é o homenageado do mês? Todo mês homenageamos um lutador da causa da cana, da causa do agro. Nesta edição, minha homenagem vai ao Luciano Rodrigues, da UNICA. Jovem dedicado ao setor e responsável por muita informação inspiradora. Haja Limão: o limão do mês vai para a volta da inflação, com grande força. Que pena, uma das nossas conquistas foi para o lixo com este Governo medíocre. Parabéns aos responsáveis! Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA) e desde 2006 é Professor Visitante Internacional da Universidade de Buenos Aires.RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 14 Notícias Copercana Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realiza o IV Encontro de Gerentes O evento reuniu cerca de 200 profissionais da matriz e das filiais do Sistema em Sertãozinho-SP Fernanda Clariano P or mais um ano, o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, mobilizou gerentes da matriz e filiais para um exercício de reflexão e conhecimento sobre o que está acontecendo no país e no mundo em termos de economia e também para proporcionar um momento de descontração fora do ambiente de trabalho. O IV Encontro de Gerentes foi realizado no dia 25 de novembro, no auditório da Canaoeste em Sertãozinho-SP e reuniu cerca de 200 profissionais. Este ano quem abrilhantou o evento, que teve como tema “Para o negócio se manter vivo é preciso se reciclar”, foram a jornalista Salette Lemos e o antropólogo e professor, Luiz Almeida Marins Filho. Salette faz do jornalismo uma ferramenta de reflexão social e de cidadania e é hoje uma das mais eminentes propagadoras de conhecimento econômico. No encontro, a jornalista discorreu sobre “Política Econômica Brasileira”, onde convidou os participantes a refletir sobre o que está acontecendo na economia brasileira, por que está acontecendo e a conjuntura econômica. “Este é um momento especial na economia e nós temos por hábito a reclamação, o desencanto, mas precisamos “sair da casinha” e enxergar o mundo lá fora. É preciso que todos nós tenhamos esse momento de reflexão”, disse a jornalista que ainda, ao falar de crise, citou Albert Einstein. “Quem supera a crise, supera a si mesmo. Não existe falta de solução, existe falta de vontade”. Já “Os desafios da motivação pela razão e não pela emoção num mercado extremamente competitivo” foi o as- Salette Lemos Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Luiz Almeida Marins Filho sunto discutido pelo professor Marins, que é consultor de empresas no Brasil e exterior, empresário de sucesso no ramo do agronegócio, educação e marketing. Tem 29 livros e mais de 400 vídeos e DVDs publicados e um dos mais requisitados palestrantes do país. Por meio de uma apresentação descontraída, Marins fez uma reflexão desde os primórdios até hoje e foi enfático ao dizer que apesar de tantas transformações, o ser humano ainda não consegue lidar com as mudanças. “Nunca o ser humano atravessou um período em que tivesse tanta mudança ao mesmo tempo e é por isso que a gente procura tanto a zona de conforto. Não queremos mudança e esse e um enorme desafio”, destacou. PARCERIA Grande parceira da Copercana nos mais diversos eventos, a Bayer, empresa global com suas principais atividades concentradas nas áreas de saúde, agricultura e materiais de alta tecnologia e que oferece uma excelente gama de produtos, incluindo sementes de alto valor, soluções para a proteção de cultivos baseadas em modos de ação químicos e biológicos, bem como extensivos serviços de apoio para o desenvolvimento de 15 Giovanni Rossanez (Copercana), Fábio Prata (Bayer) e Frederico Dalmaso (Copercana) uma agricultura moderna e sustentável se fez presente no IV Encontro de Gerentes, representada pelo diretor comercial cana da Bayer, Fábio Prata. “A Copercana é um parceiro de muitos anos e é importante para apoiarmos esse IV Encontro de Gerentes. A Bayer está focada em levar soluções para o cooperado que é o cliente, que é o usuário do produto e é quem produz e faz acontecer”, disse Prata que também ressaltou o propósito da Bayer para o setor canavieiro. “Nós acreditamos que conseguimos ajudar o setor a mudar, a aumentar a tecnologia e a produzir mais. O nosso propósito é de ajudar o setor a mudar a história da cana”, garantiu o diretor comercial cana da Bayer. DIRETORIA “É um papel relevante das nossas entidades, a Copercana, a Canaoeste, a Pedro Esrael Bighetti, Antonio Eduardo Tonielo, Manoel Sérgio Sicchieri, Salette Lemos e Márcio Meloni Sicoob Cocred, proporcionar aos nossos gerentes a oportunidade de ter um conhecimento diferente do dia a dia, ouvir de uma especialista da área de economia o seu parecer sobre a situação atual do país e também descontrair um pouco com uma palestra na área motivacional. É importante estarmos sempre caminhando, melhorando a nossa atitude, melhorando o nosso desempenho porque isso é bom não só para a empresa, como é bom para nossa vida também. O que é dito aqui na área de economia ajuda a economia do lar, na área de motivação, ajuda também no relacionamento familiar. Para nós que estamos à frente das empresas hoje é de grande valia, pois nos sentimos felizes e satisfeitos pela oportunidade que a gente tem de proporcionar esse encontro”, disse o presidente da Canaoeste e diretor da Copercana, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan. “Recebemos nesse IV encontro dois palestrantes excelentes. A Salette, que falou de economia de uma forma prática, e o professor Marins, um homem de extrema inteligência que realiza pesquisa para a FAO e para várias multinacionais para abordar a área motivacional. É importante passarmos algumas horas de descontração e aprender alguma coisa. A cada encontro promovido, procuramos trazer algo que transmita aos nossos gestores um pouco de motivação para que ele possa abraçar cada vez mais a empresa com vontade, com carinho e satisfação. Isso é muito importante hoje para qualquer empresa”, avaliou o presidente da Copercana e da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo. “É sempre muito bom poder reunir os gerentes e proporcionar horas de conhecimento e descontração fora do ambiente de trabalho. Tenho certeza que cada um pôde sair daqui com um conteúdo a mais e para nós da diretoria é muito gratificante”, disse o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. “Eventos como esse são sempre bons, pois as palestras agregam conhecimento, ajuda a sair da zona de conforto e faz com que o pessoal tenha uma visão melhor da situação atual. Eu acredito que esse encontro é um degrau de crescimento para todos nós”, afirmou o diretor administrativo da Siccob Cocred, Márcio Meloni. Márcio Meloni, Pedro Esrael Bighetti, Paulo Canesin, Giovanni Rossanez, Manoel Sérgio Sicchieri, Salette Lemos, Fábio Prata, Antonio Eduardo Tonielo e Manoel Ortolan Na próxima edição da Revista Canavieira você acompanha entrevista com o antropólogo e professor, Luiz Almeida Marins Filho. Não perca! RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 16 Notícias Canaoeste Canaoeste e Copercana realizam treinamentos em parceria com o Centro de Cana do IAC Da redação P ara garantir rentabilidade ao Setor Sucroenergético é fundamental obter elevada produtividade da cana-de-açúcar e, a cada dia, torna-se maior o desafio de produzir mais com custos otimizados de produção. Dessa forma, o manejo varietal e de pragas são determinantes para incrementos de produtividade agrícola na cultura da cana-de-açúcar e, consequentemente, aumento dos lucros. Realizar o plantio do canavial com materiais modernos, mais produtivos e adaptados às diferentes situações de cultivo, contribuem significativamente para o sucesso do produtor. Com relação às pragas, na Literatura, encontramos citações de até 40% de perdas de produtividade agrícola decorrentes do ataque. Sendo assim, o monitoramento e controle, quando necessários, é essencial também para obtenção de resultados favoráveis. Com o objetivo de reciclar e atualizar os conhecimentos desses dois assuntos, a Canaoeste e a Copercana, em parceria com o Centro de Cana do IAC, realizaram treinamentos técnicos para as suas equipes de agrônomos nos dias 01/12/2015 e 10/12/2015, em Sertãozinho. As palestras foram ministradas pelo dr. Marcos Landell (Manejo Varietal) e pela Dra. Leila Dinardo Miranda (Manejo de Pragas). Os palestrantes, são especialistas e possuem experiência Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 nos assuntos abordados. Através das apresentações ficou claro a importância de se realizar o manejo adequado de variedades e também das pragas: cigarrinhas, nematoides e Sphenophorus. RC 17 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 18 Notícias Canaoeste Canaoeste participa do evento de encerramento da safra 2015/16 da Guarani – Grupo Tereos Com sete unidades industriais no interior de São Paulo, a Guarani encerra a safra 2015/16 em meados de dezembro com previsão de moer 19,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar Fernanda Clariano P ara oficializar o final da safra 2015/2016 e anunciar os resultados de moagem e de produção, a Guarani, pertencente ao Grupo Tereos, por meio do diretor da Divisão Brasil, Jacyr Costa Filho, e do diretor presidente, Pierre Santoul, reuniu no dia 11 de dezembro, representantes da empresa, produtores, fornecedores e convidados, no espaço Berrantão, no Parque do Peão em Barretos-SP. Participou do evento o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB); o deputado federal Arlindo Chinaglia Júnior (PT), o secretário de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, Antônio Duarte Nogueira Júnior (PSDB); o presidente da OCESP, Edvaldo Del Grande; o diretor da UNICA, Eduardo Leão de Souza; o diretor da Petrobras Biocombustível, Ricardo Dias; a presidente da IBISA, Monika Bergamaschi; o padre administrador da Cura Diocesana de Barretos, José Roberto Alves Santana e representantes do poder público e da sociedade de Barretos e da região. A reunião de encerramento de safra contou com a palestra do engenheiro agrônomo, doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e também membro do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp (Federação das O gestor da Canaoeste Almir Torcato com os agrônomos da associação Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão Brasil Pierre Santoul, diretor presidente Indústrias do Estado de São Paulo), Alexandre Mendonça de Barros, que abordou a Conjuntura Agropecuária. Já o diretor agrícola da Guarani, Jaime Stupiello, fez uma apresentação sobre o encerramento da safra. 2015/16, queda de 5,8 por cento ante a meta inicial e recuo de 14,5 por cento ante 2014/15. Na ocasião, a companhia anunciou que deverá encerrar a safra 2015/2016 em meados de dezembro e que a previsão é moer 19,7 milhões de toneladas de cana. Apesar das condições climáticas desfavoráveis vividas em 2015 e da atual conjuntura econômica, a Guarani encerra o ciclo com um bom desempenho. A produção de açúcar em 2015/16 deverá ficar em 1,4 milhão de toneladas, queda de 12,5% ante a previsão inicial para a temporada, e recuo de 6,7% ante 2014/15. Já a produção de etanol deverá ficar em 650 milhões de litros em Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Com um discurso otimista, o diretor da Divisão Brasil, Jacyr Costa Filho, destacou os fatores que contribuíram para que a companhia tivesse um bom desempenho. “Estamos encerrando a safra 2015/16 e devemos iniciar a próxima um pouco mais cedo. Uma safra positiva, principalmente pela retomada da demanda de etanol que ocorreu e que foi um fator muito importante. Em função da alta da gasolina, a demanda de etanol está 40% superior à do ano passado, afirmou o diretor que ainda chamou a atenção para o mercado de açúcar. “O mercado de açúcar apresenta nessa safra o primeiro déficit após cinco anos consecutivos de excedentes de produção. Isso impulsionou as cotações do produ- 19 to, alinhado ao enfraquecimento do real, que acarretou com a alta de preço 30% em comparação do mesmo período do ano passado. A perspectiva de mercado é muito positiva, já que o consumo mundial de açúcar cresce entre 2,5 a 3,5 milhões de toneladas por ano e a produção está estagnada aqui no Brasil”, disse o diretor que ainda destacou que apesar das dificuldades, o cenário do setor é de recuperação e terminou seu discurso afirmando que a cana-de-açúcar continua sendo a melhor opção agrícola para a região em virtude de sua vocação natural e da proximidade dos mercados mais relevantes, São Paulo e Minas Gerais. O senador Aloysio Nunes articulou sobre a importância da usina Guarani no cenário sucroenergético. “A Guarani é um grande grupo, um excelente parceiro para os fornecedores de cana, pois pratica uma relação de transparência com seus fornecedores. Encerrar um ano de trabalho difícil como este com resultados positivos é motivo de comemoração. No Estado de São Paulo, o setor sucroenergético tem 14 mil fornecedores, e apesar de todas as dificuldades que vem enfrentando por políticas erradas do Governo, falta de crédito, com valorização trabalhista ultrapassada, dificuldades que advém de uma concorrência internacional desleal de alguns países que praticam muita proteção, sobretudo com o açúcar, este é um setor que demonstra enorme vitalidade porque além da geração de emprego, do fomento à pesquisa, é um setor que produz um combustível limpo, renovável, que é o grande ativo do nosso país”, afirmou o senador. Representando o governador Geraldo Alckmin, o secretário Duarte Nogueira lembrou que mesmo em tempo de crise o setor sucroenergético encontrou oportunidade, estratégias e conseguiu atravessar o ano com uma perspectiva melhor. “A nossa confiança no setor sucroenergético é muito grande. Podem ter certeza que estamos procurando fazer a nossa parte, reduzir custo, melhorar a eficiência, diminuir a burocracia e facilitar o ambiente empreendedor. Tanto eu quanto o governador do Estado sabemos dos desafios que o setor enfrenta e dos esforços que foram feitos este ano para ganhar eficiência, sem deixar a “peteca cair”, disse o secretário. POLÍTICA EM PAUTA Na oportunidade, a Revista Canavieiros e a imprensa da região de Barretos aproveitaram para conversar sobre a atual conjuntura política com o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB), candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Aécio Neves (PSDB-MG), e com o deputado federal Arlindo Chinaglia Júnior (PT), ex-presidente da Câmara dos Deputados, derrotado pelo atual presidente, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aloysio Nunes falou sobre as divergências do presidente da Câmara Eduardo Cunha com a presidente Dilma Rousseff e disse ser a favor do impeachment da presidente. “Eu acho que a crise política está realmente trazendo uma enorme depressão porque as cenas que se vê, por exemplo, na televisão, de briga, pancadaria no Conselho de Ética entre dois deputados é uma coisa constrangedora, é uma vergonha, um jogo sujo. Agora dizem que alguns deputados do PR estão sendo transferidos para o PMDB para dar maioria pró Dilma na comissão do impeachment. Enfim, uma degradação muito grande das funções políticas. Eu acho que tanto Dilma quanto Eduardo Cunha têm que ir embora. Eduardo Cunha caçado, o seu mandato, e impeachment para a Dilma, para abrir o caminho para que o Brasil, no ponto de vista político, possa respirar, possa recompor as forças em torno do vice-presidente se ele vir assumir e pelo menos dar uma arrumada na casa. O Brasil hoje passa por uma crise, como há muito e muito tempo não se verificou, de desemprego, de inflação, de desarranjo das contas públicas, e uma degradação das instituições políticas. Eu penso que tanto o impeachment da presidente Dilma quanto a cassação do Eduardo Cunha vão limpar o terreno para que a gente possa respirar um pouco”, disse o senador Aloysio Nunes. Ao ser questionado se o PSDB estaria pronto para governar junto com o PMDB com Michel Temer, caso ele assuma a presidência, o senador afirmou que vai depender muito do que Temer vir a propor. “Nós estamos prontos para discutir com ele, aliás, nós não teríamos nos negado a dialogar com a própria presidente Dilma, que dirá com o Michel Temer, mas vai depender muito do que ele vai propor e da forma que vai compor esse Governo. Estamos prontos para discutir com ele”, afirmou. O petista Arlindo Chinaglia também avaliou o atual cenário político e, ao falar sobre os escândalos, o deputado federal ressaltou que não há nenhum Governo onde tenha havido mais investigação do que no Governo da Dilma e discordou que o impeachment seja um processo político, pois segundo ele, não caracteriza crime de responsabilidade. Sobre a atuação de Eduardo Cunha, Chinaglia afirmou que o presidente da Câmara está interferindo nas investigações usando o cargo em que ocupa. “Em minha opinião, o Eduardo Cunha está usando o cargo de presidente para se beneficiar. É só ver as manobras no Conselho de Ética que se dá de forma infindável. Não consegue sequer ler o parecer, de última hora substitui o relator para atrasar o processo. Ele deveria permitir que o Conselho de Ética funcionasse, mas dita regras que atendem a ele, tentando se esconder da opinião pública, inclusive pautando o impeachment”, analisou Chinaglia, que ainda disse ser radicalmente favorável que haja investigações e punições. “Eu acho que não pode ficar pedra sobre pedra. Se tem gente envolvida em mais um evento de corrupção que pague pelo que fez”, disse. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 20 Assuntos Legais Acordo de Paris e os reflexos para o Setor Sucroenergético O Acordo de Paris é um documento resultante da 21ª da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), assinado por 195 países (entre eles o Brasil) em 12 de dezembro de 2015, sendo, portanto, vinculante para os subscritores e propõe, sucintamente, a criação de um fundo de ao menos de US$ 100 bilhões por ano para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Trata-se do primeiro marco jurídico na luta dos países contra o aquecimento global causado pelo modelo atual de industrialização mundial. Por este acordo, as nações terão que organizar estratégias para limitar o aumento médio da Terra a 1,5°C até o ano de 2100 de nossa era Cristã. Pelo seu texto, os países terão que construir um modelo de neutralidade de emissões de gases efeito estufa, ou seja, captar da atmosfera todos os gases que forem emitidos pelo seu sistema produtivo, através de florestas ou com outros diversos mecanismos de captura de carbono. É aí que o setor sucroenergético nacional ganha novo “status”, pois produz energia renovável apta para auxiliar a diminuição de emissão de gases efeito estufa, seja através da produção de etanol, em substituição aos combustíveis fósseis, seja na cogeração de energia elétrica através do bagaço da cana, seja através da enorme captação de carbono da atmosfera através do processo de crescimento da cana-de-açúcar, a principal matéria-prima do setor. O Brasil, por exemplo, apresentou a sua intenção de que pretende atingir a participação de 18% de biocombustíveis na matriz energética até 2030. Segundo Elizabeth Farina, presidente da UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), que participou de um debate no dia 07 de dezembro, na sobredita Conferência Climática das Nações Unidas, “isto demandaria um consumo anual de 50 bilhões de litros de etanol para fins carburantes” (Fonte: UNICA, 8/12/2015). Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste A executiva acrescentou também que “A produção de cana-de-açúcar no Brasil é uma das atividades mais sustentáveis do agronegócio mundial, e o etanol produzido é capaz de reduzir as emissões em até 90%, se comparado à gasolina. Se a meta proposta de 50 bilhões de litros anuais for atingida, até 2030 teremos reduzido as emissões em 1,15 bilhão de toneladas de CO2. Apenas para colocar este número em perspectiva, isto representaria duas vezes o total de emissões de gases de efeito estufa emitido por um país do porte da China”. Portanto, veja que o setor sucroenergético ganha relevância enorme para contribuir com a diminuição dos gases “efeito estufa”, seja através da maior produção de etanol, combustível renovável e menos poluente em relação aos combustíveis fósseis (diesel e gasolina), seja através da captura de gases “efeito estufa” que sua área agrícola representa no decorrer da produção da cana-de-açúcar. O mundo já deu mostras do caminho que irá trilhar para amenizar o aquecimento global, bastando ao Governo brasileiro apenas sinalizar os rumos que irá tomar com relação ao setor sucroenergético, para que este volte a figurar como importante ator não apenas na seara econômica, mas agora, mais do que antes, na ambiental. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 21 Conheça a Biosev O Relatório de Sustentabilidade 2014/2015 da Biosev apresenta informações sobre o desempenho econômico, social e ambiental da companhia, com foco em 11 temas considerados prioritários para a sustentabilidade do negócio. Na safra 2014/2015, a Biosev realizou consulta às suas partes interessadas, resultando na priorização dos temas de maior impacto dentro e fora da organização. Confira quais são os temas e respectivos destaques do período. Para saber mais, acesse www.biosev.com Implementação de melhorias no reaproveitamento de água condensada do processo, otimização de caldeiras, adequações nas moendas, instalação de torres de resfriamento e lavagem industrial com água de reúso Engajamento de fornecedores sobre o novo Código Florestal e Cadastro Ambiental Rural (CAR) Moagem de 28,3 milhões Resiliência a variações climáticas Gestão dos recursos hídricos Fluxo de Caixa Livre (FCL) Aumento de 3,1% no ATR* cana (128,7 kg/t) *ATR: Açúcar Total Recuperável Crescimento de 16,7% na receita de energia representaram 87% do total, atingindo 0,24 tCO2e por tonelada de cana produzida, em comparação a 0,23 tCO2 e na safra anterior Gestão de riscos socioambientais da cadeia de fornecedores Investimento de R$ 13,7 milhões em saúde e segurança Capacitação, saúde e segurança dos trabalhadores Receita Líquida R$16 milhões com distribuição geográfica que permite mitigar os riscos relacionados ao clima Emissões de fontes renováveis Gestão de emissões de toneladas na safra R$ 4,5 BILHÕES Organização estratégica em polos agroindustriais Desempenho econômico Qualidade e responsabilidade sobre os produtos Compromissos setoriais e certificações Certificação NBR ISO 22000:2006 para a Unidade Estivas 0800 940 9199 www.biosev.com linkedin.com/company/biosev Impactos socioambientais do transporte e logística Retração de Queda de na Taxa de Frequência de Acidentes de Trabalho na Taxa de Gravidade de Acidentes de Trablaho 3,6% 16,0% Início do Diagnóstico Social Participativo, que será condensado em um mapa de impactos sociais, ambientais e econômicos das operações Investimento de R$ 448,5 mil em ações nas comunidades Impactos socioeconômicos: desenvolvimento local e relacionamento com as partes interessadas Investimento de GOVERNANÇA E GESTÃO DE RISCOS SOCIOAMBIENTAIS permeia todo o negócio e é o fio condutor de cada aspecto e das atividades da companhia R$ 9,9 milhões em gestão e preservação ambiental Ingresso da International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, como acionista da Biosev Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 22 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal - (prazos segregados) Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Outubro/2015 - “valores em milhares de reais” Sertãozinho/SP, 31 de outubro de 2015. Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 23 WALDORF A S T O R IA H O T E L , NOVA IO R Q UE , E UA M AIS D E 400 PART ICIPAN TE S N A ÚLTIM A E D IÇÃO www.i soda t a g r o c o n f e r e n c e s. c o m 5 th 5 FENASUCRO 2016 4 e 5 d e j ul ho de 2016 O U T U B R O DE 2 016 Sà O PAULO BRASIL S à O PA U LO BRASIL j u lh o d e 2 01 6 2 3 de a g o st o de 2 0 1 6 L O N D R ES ( REI NO U NI DO ) S E RTà OZ INHO (S à O PA UL O) BRASIL REALIZAÇÃO/curadoria: PARCEIRO DE MÍDIA: Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 www.isodatagroconferences.com | [email protected] | +55 (11) 4133.3944 24 Semeando externalidades “Caminhos da Cana” desbrava cidades canavieiras, disseminando informações sobre o setor sucroenergético com a intenção de inspirar a valorização do combustível renovável e da cogeração de energia Andréia Vital A mpliar o conhecimento da cadeia sucroenergética, debater seus principais problemas, levantar o pensamento de lideranças e expor tendências para o setor sucroenergético são lemas do projeto “Caminhos da Cana”, uma iniciativa que tem como objetivo transmitir a opinião pública, os benefícios da produção e do uso de etanol como energia limpa, renovável e sustentável de origem agrícola. Ortolan frisou ainda que, pelo mesmo motivo, era importante a reformulação da Canaoeste. “Novas estratégicas são essenciais para garantir o futuro da associação, fato que impulsionou a realização do trabalho para a Canaoeste”, afirmou, dizendo que o momento é o ideal para executar novas estratégias, já que 2015 é um ano significativo para a Canaoeste, que completou 70 anos no dia 22 de julho. A primeira fase do projeto, executada em 2014, percorreu cerca de 10 mil quilômetros com a realização de eventos em 25 cidades do interior de São Paulo, como também, ultrapassou fronteiras, com a participação em congressos e seminários em outros Estados. A necessidade de modernizar a Orplana foi ponto de partida para o início desta ação, esclarece o presidente da organização, Manoel Ortolan, que também é presidente da Canaoeste. “Era essencial, para o fortalecimento da Orplana, traçar um plano estratégico para os próximos anos, pois as coisas mudaram muito, o país está mudando e o setor canavieiro também, pois passa por um processo de concentração atualmente, por isso a necessidade da modernização”, explicou. Ao apresentar o resultado da primeira etapa, no final de 2014, que culminou com um plano estratégico com 19 projetos de melhoria para a Orplana, o professor titular da FEA/USP, Marcos Fava Neves, comandante da expedição Caminhos da Cana e criador do Markestrat (Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratégia da USP), que organizou as iniciativas do projeto, explicou que o estudo apontou que a associação tem condições de exercer um papel muito mais preponderante do que exercia, podendo absorver muitas das ações que são feitas por associações integrantes de maneira isolada, compartilhar essas informações, práticas de gestão, de certificação e de relacionamento com usinas. “Dentro de casa tem um Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Orplana conhecimento muito grande, que melhor compartilhado vai levar a um desempenho muito superior. É esse o nosso objetivo aqui, porque nós ouvimos todas elas e temos esse inventário de boas práticas que precisam ser compartilhadas”, disse o professor, na ocasião. Segundo Fava Neves, as expectativas e metas continuaram arrojadas na segunda fase. “Diferentemente do mote de 2014, a campanha deste ano teve como temática turbinar o etanol, inspirado por um carro turbo, movido a etanol, que usamos durante a campanha. É 25 Reunião em Ituverava Professor titular da FEA/USP, Marcos Fava Neves, comandante da expedição Caminhos da Cana e criador do Markestrat o caminho para o setor sair mais rapidamente da crise, através da valorização e do consumo do hidratado e do anidro como puxadores”, explicou, afirmando que “é uma excelente oportunidade para rever amigos, discutir tendências e formular ações privadas e públicas para a competitividade da agroindústria canavieira”, disse o professor, ressaltando que o apoio das multinacionais foi essencial para a concretização do “Caminhos da Cana”. O projeto tem como metodologia a realização de reuniões com líderes regionais e representantes dos diversos elos da cadeia para um profundo debate sobre as questões e necessidades do setor sucroenergético. Essas reuniões são realizadas na parte da manhã. Já na parte da tarde, é feito a coleta de informações junto aos associados e ministrada a palestra de Fava Neves, contando com a presença de produtores e lideranças. Durante este momento, são debatidos a atual situação do agronegócio brasileiro e os desafios do setor de cana-de-açúcar, como também, estudo feito pela Markestrat, que mapeou e quantificou o setor sucroenergético na safra 2013/14 e revelou números impressionantes do segmento, tais como o PIB Setorial estimado em US$ 107,72 bi, a geração de 613 mil empregos diretos e a arrecadação de US$ 8,52 bi em impostos agregados. O livro Caminhos da Cana, de autoria do próprio palestrante, foi distribuído gratuitamente, durante os encontros, quando é feita também a aplicação de uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo, apoiada pela FAPESP, com os produtores de cana de açúcar para identificação de demandas e encontrar um arcabouço teórico para melhoria do setor. Durante sua apresentação, Fava Neves explica que num primeiro momento, a iniciativa tinha como objetivo fortalecer as associações setoriais, possibilitando que fossem mais competitivas. “Agora temos que dar um passo além, e a equipe está pensando em um plano estratégico para o setor de cana, expectativa de crescimento, consumo, qualquer dimensão que precisa ter para ajudar o Brasil a sair do buraco”, afirma. da fase do projeto esteve em seis estados Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba e São Paulo, rodando 10.931 km, sendo 5.649 km com o carro do Caminhos da Cana, e gastos 570 litros de etanol. A temporada atingiu cerca de duas mil pessoas e 800 produtores foram ouvidos. Para o presidente do Sindicato de Ituverava-SP, Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia, a iniciativa contribui para o crescimento do segmento canavieiro. “O projeto fortalece, norteia e esclarece muita coisa para o produtor, possibilitando assim que ele se atualize e troque experiências sobre sua atividade”, disse ele, que foi o primeiro anfitrião dos participantes do Caminhos da Cana neste ano. De acordo com o pesquisador, é necessário buscar alternativas para que a produtividade da cana alcance os três dígitos, porque os custos de produção explodiram e os índices agrícolas só caem, se considerados os últimos 10 anos. “Tem um conjunto grande de iniciativas que precisam ser feitas”, alega o professor, pontuando que o lado do Governo se resume à agenda tradicional, de valorização do combustível renovável em detrimento do fóssil, ter um tratamento tributário mais privilegiado e valorizar a cogeração de energia. “A situação em que o Brasil se encontra ficou tão ruim agora que é praticamente inevitável que o Governo não olhe para o setor de cana”, diz ele. Opinião compartilhada com a gestora técnica operacional da Canaoeste, Alessandra Durgian. “O Caminhos da Cana é uma grande oportunidade para o produtor ter conhecimento das necessidades, dos desafios da real situação do setor sucroenergético. São apresentados, pelo prof. dr. Marcos Fava Neves, de forma clara e objetiva, os números que quantificam o setor e também discutidos assuntos importantes para os produtores e associações sempre com o foco em aumento da competitividade”, afirma Alessandra, que acompanhou as reuniões nas cidades de abrangência da associação, entre elas, Sertãozinho-SP, sede da entidade.O evento em Sertãozinho fez parte das comemorações dos 70 anos da Canaoeste. Sobre a segunda fase do projeto, o professor ressalta que foi muito produtivo. “Em 6 meses foram alcançados quase 11 mil quilômetros em 24 cidades de todo o Brasil. A aposta para alavancar o setor sucroenergético é o etanol. Por isso, nós o turbinamos com a união de forças entre associações, produtores e empresas. Tudo isso para que juntos pudéssemos alcançar os objetivos traçados”, explicou ele. No total, a segun- A iniciativa também foi aprovada pelos produtores, como o engenheiro agrônomo José Renato Parro, agrônomo e produtor de cana em Severínia, no oeste paulista. “A divulgação de novas ideias e aproximação da associação junto aos seus associados é muito importante para o setor, principalmente em momentos difíceis como tem vivido o segmento”, afirmou o produtor que participou de uma das reuniões, neste ano. Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 26 Reportagem de Capa Resgate da Confiança Para Fava Neves a confiança é a primeira coisa que deve ser resgatada no Brasil, pois ela está muito baixa. “O Governo Federal errou na conjuntura, fez a distribuição de renda, mas não fez nada no sentido de gerar renda, inclusive atrapalhou a capacidade dos senhores de gerar renda”, afirma durante suaspalestras. Segundo o pesquisador, a sociedade brasileira passou por um processo de “vagabundização”. “Não é qualquer país do mundo que tem um terço das pessoas em idade de trabalho (cerca de 61 milhões de pessoas não trabalham), que não procuram emprego e não estudam como no Brasil. Como nós vamos fazer para ser competitivo. Vamos ter que carregar esta carga de um terço que não trabalha?”, questionou ele. "O Brasil enfrenta diversos problemas e as causas desses desajustes são estruturais e conjunturais. Adotou-se uma política equivocada, com pedaladas para escamotear os números, o crédito foi subsidiado via BNDES e agora enfrentamos ainda um aumento do desemprego com consequentemente redução do consumo futuro", ressaltou Fava Neves. “A gente está atravessando uma fase econômica e social muito difícil no Brasil e a saída, como foi dito hoje aqui, é a união do produtor rural, em torno das suas associações, das suas cooperativas, dos seus sindicatos, enfim, a organização do produtor rural é fundamental para que a gente consiga atravessar essa fase dura que infelizmente o Brasil está atravessando, sobretudo no setor da cana-de-açúcar”, afirmou Ciro Pena Junior, presidente do Sindicato Rural de Barretos após participar do encontro realizado em Bebedouro-SP. Ciro Pena Junior, presidente do Sindicato Rural de Barretos Reunião em Uberaba Segundo ele, na região de Barretos a situação não é diferente do resto da região canavieira. Custos altos e baixa remuneração para o produtor rural, concentração das usinas cada vez maiores, tudo isso vai contra a pluralidade no setor rural, que é uma questão que nós defendemos muito”, disse ele, contando que na sua região existem em torno de 500 fornecedores de cana-de-açúcar e duas usinas em atuação: Grupo Tereos, com a Usina São José, instalada em Colina, e a Biosev, que está instalada na Fazenda Continental, no município de Colômbia. “Não diferente do Brasil, o que segura a economia nacional e também a nossa economia regional é o agronegócio, só que nós temos que fazer uma mea-culpa, pois o produtor rural se comunica muito mal com a sociedade e ele não faz valer os seus pontos de vista. A sociedade vive e sobrevive, se mantém é pelo agronegócio, pela produção de alimentos, pela produção de energia e pela produção de fibras, pela produção de matérias-primas que abastecem toda a indústria, só que o produtor rural tem que aprimorar nesta arte da comunicação, isso eu acho fundamental”, afirmou. Anfitrião do encontro realizado em Bebedouro-SP, José Osvaldo Junqueira Franco, presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, destacou a relevância da iniciativa. “Eu acho que o projeto é muito bom, precisamos incentivar a partici- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 José Osvaldo Junqueira Franco, presidente do Sindicato Rural de Bebedouro pação dos produtores nas associações, nos sindicatos, nas cooperativas porque nós precisamos nos unir para conseguir melhorar, principalmente a geração de renda do setor e esse projeto visa exatamente isso, dar, principalmente, para os pequenos produtores, condições de sobreviver na atividade”, afirmou. De acordo com Franco, Bebedouro tem 1250 propriedades e o sindicato tem 750 associados, sendo que sete usinas estão instaladas na região. Conhecida pela produção da laranja, hoje, Bebedouro tem 40 mil hectares de cana e 9 mil hectares de laranja, ao contrário do que existia há 15 anos. “Praticamente a totalidade da área do município hoje é ocupada por cana-de-açúcar. Infelizmente não temos nenhuma usina aqui na cidade, mas somos bem atendidos pelas usinas de Pitangueiras, Colinas, Sertãozinho, Paraíso e Catanduva”, alegou o presidente. valtraglobal 27 valtravideos DA CANA, EXTRAÍMOS A ENERGIA PARA DESENVOLVER A MELHOR COLHEDORA DO SETOR. Nova Valtra BE 1035e. AGRICULTURA DE PRECISÃO NOVA CABINE ALTA TECNOLOGIA MOTOR AGCO POWER 9.8L Auto-Guide 3000 e AgCommand®, monitoramento em tempo real para maior disponibilidade eletrônica embarcada própria para colhedora de cana. Fácil de operar e simples de manter valtra.com.br VALTRA é uma marca mundial da AGCO. maior ergonomia e conforto, com um sistema eletrônico exclusivo para colheita da cana específico para o mercado agrícola, oferecendo alta performance, maior vida útil e baixos níveis de consumo SUA MÁQUINA. TRABALHO. RevistaDE Canavieiros - Dezembro de 2015 28 Multinacionais investem no projeto Nas duas etapas, o projeto contou com o apoio das multinacionais Bayer e Case IH. “O setor se fortalece com a união de várias entidades, associações e produtores em prol da indústria canavieira, que troca informação e tecnologia durante a realização do projeto. Como a Bayer trabalha para a melhoria do setor, temos a certeza que com essa união resultados melhores aparecerão”, afirmou Plaucius de Figueiredo Seixas, gerente de Clientes cana-de-açúcar da Bayer. Para Fábio Balaban, especialista de marketing para colhedoras de cana da Case IH, o “Caminhos da Cana” é um projeto relevante porque percorre as principais cidades produtoras de cana-de-açúcar. “Com isso, podemos ter Plaucius de Figueiredo Seixas, gerente de Clientes cana-de-açúcar da Bayer Fábio Balaban, especialista de marketing para colhedoras de cana da Case IH todo o envolvimento da nossa rede de concessionária e estar cada vez mais próximo dos produtores de cana, desde o pequeno ao grande produtor, podendo entender melhor as suas necessidades e contribuir com produtos que garantam performance e tecnologia reduzindo os custos de produção e maximizando a lucratividade dos agricultores”, diz. O projeto contou ainda com o apoio da FEARP/USP, Fundace, Fapesp, Orplana, Canaoeste e apoio institucional da UNICA e CEISE Br. Disseminando experiência O sucesso do projeto “Caminhos da Cana” virou case e passou a ser apresentado em outros eventos, como o Congresso Nacional da Bioenergia, organizado recentemente pela UDOP e STAB, em Araçatuba-SP. Na ocasião, o presidente da Canaoeste e da Orplana, Manoel Ortolan, que foi o moderador do painel "Caminhos da Cana: soluções e perspectivas de resgate para o etanol", ressaltou a importância da reestruturação que vem sendo feita na Orplana, resultado do projeto realizado pela Markestrat, em busca de sua modernização. As ações feitas durante a realização do "Caminhos da Cana" foram apresentadas pelo gestor executivo da Orplana, Celso Albano de Carvalho, durante o evento. Segundo Albano, a campanha foi ponto de partida para a modernização da Orplana, com a implantação de 19 ações, sendo que três delas já estão sendo colocadas em prática: a reestruturação da governança; mudança da sede da Orplana de Piracicaba-SP para Ribeirão Preto-SP e a gestão de relacionamento com associações membros. "A comunicação está sendo um catalizador de divulgação do Caminhos da Cana", afirmou. Albano pontuou ainda as percepções dos encontros realizados pelo projeto, entre eles, a necessidade de formação de lideranças; relacionamento distante entre produtos e usinas; alienação, entre outras. Um dos elementos apontados por ele e que vem sendo trabalhado pela Orplana se refere à denominação do produtor. “O trabalho é no sentido de tentar mudar um pouco a denominação de fornecedor de cana para produtor integrado de cana, pois esta transformação vem acontecendo, a gente percebe produtores se verticalizando, buscando se profissionalizar. Tem que começar a entregar a cana na esteira, isto é uma demanda latente que as usinas estão exigindo ou procurando transformar essa atividade”, explicou, ressaltando que neste contexto, a associação quer ser o facilitador do desenvolvimento técnico e estratégico da cadeia sucroenergética, desenvolvendo um ambiente externo favorável, ou seja, permitindo que o produtor possa um relacionamento mais racional e de equilíbrio e contribuir para a manutenção da competitividade. “A visão da Orplana baseado neste projeto oriundo do “Caminhos da Cana” foi ser reconhecida como principal porta voz do produtor de cana entre suas associações membros convergindo para a necessidade advinda de todos seus associados”, explicou ele, completando “A missão é garantir um futuro seguro, rentável para os produtores de cana buscando excelência na produção através de relacionamento entre as organizações, desenvolvendo e capacitando as pessoas buscando excelência técnica, Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Celso Albano de Carvalho, gestor executivo da Orplana um relacionamento político entre o público mais equilibrado”, afirmou. De acordo com o gestor executivo, após a inauguração da nova sede da Orplana, localizada no prédio Iguatemi Empresarial, em Ribeirão Preto- SP, realizada no dia 11 de dezembro, e que fazia parte das 19 ações apontadas pelo trabalho feito pela Markestrat, a meta agora é levar a mensagem sobre os trabalhos já realizados ao maior número possível de pessoas, estreitar o relacionamento com as empresas e associações filiadas como também fechar novas parcerias. A preparação de uma programação para 2016 também faz parte dos planos. “Seguiremos nossa jornada levando a mensagem de otimismo e trabalho”, conclui o comandante da expedição, Marcos Fava Neves, confirmando a terceira fase do Caminhos da Cana. RC 29 Seu braço forte contra as doenças da Cana. Forte ação preventiva e residual. Nativo é o fator de proteção essencial para todo produtor Canavieiro que busca produtividade. Sua eficácia abrange proteção prolongada nas folhas e no sulco de plantio, em diferentes variedades de Cana, o que auxilia no resultado da produção. Nativo é o fungicida ideal para Cana. • Ampla proteção para as folhas e toletes de plantio promovendo vigor para as plantas de Cana; • Ideal para gramíneas devido ao seu efeito translaminar; • Resistente a lavagem por chuvas prolongando o período de proteção; • Potencializa o efeito de outros tratamentos para o sulco de plantio. Nativo - Protege muito, contra mais doenças. www.bayercropscience.com.br Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 30 Destaque I Clima de otimismo marca cerimônia do Prêmio VisãoAgro 2015 Destaques na safra 2014/15 do setor sucroenergético foram laureados em evento realizado em Ribeirão Preto-SP Andréia Vital P ersonalidades do agronegócio, usinas, entidades e empresas fornecedoras do segmento sucroenergético foram homenageados durante a 13ª edição do Prêmio VisãoAgro, evento realizado no dia 8 de dezembro, em Ribeirão Preto-SP. A premiação revelou executivos que se destacaram no setor sucroenergético nas categorias: Os homens de Visão; Personalidades em Destaque e Gestores de Usinas. Também foram homenageadas usinas e empresas que fornecem equipamentos e serviços para esse mercado nas áreas industrial, agrícola e administrativa, totalizando 80 executivos laureados. O evento realizado pela AR Empreendimentos e revista Visão da Agroindústria, desde 2003, reuniu na edição atual mais de 280 pessoas, responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento do agronegócio nacional. Ao dar as boas-vindas aos participantes da 13ª edição do Prêmio VisãoAgro, Alex Ramos, diretor das empresas organizadoras, afirmou que a perspectiva para o segmento mudou para melhor em comparação ao ano passado. Para ele, a recuperação começa a partir de 2016 com números melhores na produção e preços mais justos para os produtores. Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Orplana, recebeu o Prêmio VisãoAgro 2015, na categoria Homens de Visão, e pela ORPLANA, na categoria Associação representativa “Acredito que esse final de ano será diferente de 2014, pois hoje é possível ter perspectivas de que em 2016 poderemos recuperar um pouco do que perdemos, para avançarmos em 2017. As pessoas tiraram seu foco da política e batalharam para o setor crescer. E esse é o grande objetivo do Prêmio VisãoAgro, de homenagear as pessoas que fazem a diferença e que mudam a história. Em momentos difíceis como esse, é preciso destacar os homens de grandes ideias”, disse. Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Orplana, recebeu o Prêmio VisãoAgro 2015, na categoria Homens Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 de Visão, e pela ORPLANA, na categoria Associação representativa dos plantadores de cana, nesta edição do prêmio. Para ele, receber a homenagem é um reconhecimento do trabalho executado e um estímulo para seguir em frente continuando a servir o setor como fez nos últimos 45 anos. “Principalmente neste que é um ano importante para a Canaoeste, que completou 70 anos, e para a ORPLANA, que passa por uma reestruturação para enfrentar esta nova fase que vive o setor sucroenergético”, disse ele. Plínio Nastari, presidente da DATAGRO Consultoria, também foi um 31 Plínio Nastari, presidente da DATAGRO Consultoria, foi um dos laureados na categoria Homens de Visão. A Copercana foi homenageada como destaque, na categoria cooperativa do ano, o prêmio foi recebido por Francisco César Urenha dos laureados na categoria Homens de Visão. Ao atender jornalistas, o executivo destacou a relevância da premiação que distingue empresas e personalidades importantes do setor. “Eu me sinto honrado de estar fazendo parte deste grupo, principalmente neste momento em que o setor está comemorando 40 anos de diversificação na direção do etanol, como também, pelo momento de reconhecimento e revalorização do produto pelo consumidor”, afirmou. canavieiro. “É um período interessante também para o país, quando as esperanças ressurgem. Eu acho que o setor vai superar a crise e o país vai superar também este momento de transição para que investimentos sejam retomados e empregos sejam gerados”, disse. Porém, Nastari ponderou que ainda há pontos de atenção para a próxima safra devido aos custos elevados e as chuvas que reduzem o aproveitamento de tempo na usina, mas acredita que o setor continuará inovando. O consultor ressaltou ainda que novos ventos sopram a favor do segmento “O setor ainda terá muito trabalho para os próximos 50 a 100 anos. Estão surgindo inovações importantes, como novas variedades mais produtivas e o setor continuará inovando na forma de produzir, nos seus tratos culturais e no controle industrial. No momento as empresas precisam direcionar o seu foco para o controle de custos”, lembra. A Copercana foi homenageada como destaque, na categoria Cooperativa do ano, sendo que o prêmio foi recebido por Francisco César Urenha, diretor da entidade. Já o de Cooperativa de Crédito foi entregue para Márcio Meloni, diretor administrativo e financeiro da Sicoob Cocred. Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 32 Bruno Campos, gerente de manutenção industrial da BP recebeu o prêmio das mãos de Márcio Meloni Márcio Meloni, Rita Meloni, Maria José Sangale Urenha e Francisco César Urenha Reed Exhibitions Alcântara Machado, representada por Paulo Montabone recebeu o prêmio na categoria Feiras e Eventos CEISE Br foi laureado como destaque na categoria Entidades e Associações, o diretor financeiro da entidade, Aparecido Luiz, recebeu a homenagem Os jovens talentos também foram homenageados nessa edição, como Bruno Campos, gerente de manutenção industrial da BP, Unidade Itumbiara, que recebeu pela primeira vez o prêmio. “Essa é uma oportunidade de estarmos juntos com pessoas em destaque no setor. Momento de troca de informações e me sinto surpreso e honrado por ter sido lembrado em meio a tantos nomes no setor”, afirmou. Algumas empresas mantêm a excelência e garantem a homenagem ano após ano, como no caso da Reed Exhibitions Alcântara Machado, que recebeu pela quinta vez consecutiva o Prêmio VisãoAgro na categoria Feiras e Eventos. Para o executivo da multinacional, o diretor da Fenasucro e Agrocana, Paulo Montabone o prêmio é muito importante. “É com imenso prazer que recebemos o troféu VisãoAgro. Agradecemos muito este reconhecimento, principalmente, neste momento, no qual o marco zero está sendo firmado e a retomada do setor sucroenergético já começa a vislumbrar novos horizontes para o nosso setor”, disse. Montabone afirmou ainda que em 2016 a Fenasucro, principal feira do setor sucroenergético, “vai entrar na avenida com a corda toda e nós vamos ter 400 expositores fazendo a maior feira do mundo de açúcar, etanol e energia”. O CEISE Br foi laureado como destaque na categoria Entidades e Associações. O diretor financeiro da entidade, Aparecido Luiz, recebeu a homenagem representando o presidente Antonio Eduardo Tonielo Filho. “É mais uma amostra de que a entidade cresceu, se fortaleceu e se tornou referência no país quando falamos em indústria sucroenergética. E esse reconhecimento se deve à confiança dos associados que, mesmo enfrenSônia Leda de Almeida Canesin, Paulo César Canesin e Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 tando um período difícil, continuam apostando no setor e apoiando as iniciativas da instituição em busca da competitividade das indústrias metalmecânica, bioenergia e automação”, agradece, afirmando que a homenagem fecha com chave de ouro sua gestão frente à presidência do CEISE Br desde de janeiro de 2013. Opinião compartilhada com Paulo Gallo, presidente recém-eleito do CEISE Br, para o triênio de 2016 a 2018. “O CEISE Br foi premiado pelo trabalho que fez. A diretoria soube posicionar a entidade a nível nacional e conseguiu quase tudo que pleiteou, como o retorno da CIDE, melhor preço para o etanol, ter assento na Câmara Setorial Sucroenergética, novos financiamentos para a questão de geração de energia devem sair logo, enfim, eu acho que a entidade entendeu a demanda dos associados e trabalhou neste sentido e agora está colhendo o fruto disso”, afirmou, concluindo que o prêmio VisãoAgro é uma excelente iniciativa, visto que o setor atravessa um período complicado e a homenagem é um incentivo para continuar trabalhando em prol do segmento. RC 33 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 34 Destaque II Setor sucroenergético vive um bom momento Recuperação mundial, com preços melhores para o açúcar e etanol e demanda crescente por alimentos e energia, confirmam as boas perspectivas, diz o consultor Júlio Maria Borges Andréia Vital A 188ª reunião do GERHAI (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria), realizada no dia 27 de novembro, em Sertãozinho-SP, apontou um novo horizonte para a agroindústria canavieira, que enfrenta uma crise nos últimos anos. Ao explanar no painel “Perspectivas do setor sucroenergético para a safra 2016/2017”, Júlio Maria Borges, diretor da Job Consultoria, afirmou que “É um bom momento para o setor sucroenergético, com boas perspectivas”. O consultor fez um balanço do que vem ocorrendo nos últimos anos com preços que despencaram a partir de 2011 e que, na atual conjuntura, vêm tendo uma evolução positiva no mercado interno e externo, tanto no açúcar como no etanol e cogeração. Borges apresentou dados relevantes quanto à comercialização do açúcar demerara que, de agosto a novembro, teve alta de preço em 50%. De acordo com ele, há previsão de um deficit global de 5 milhões a 10 milhões de toneladas de açúcar até o encerramento da safra 2015/16, o que sinaliza a continuidade de aumento dos preços da commodity no próximo período. mento; a demanda crescente de alimentos e energia; o suporte para o preço de commoditys; e a responsabilidade com o meio ambiente. Apesar da previsão de um cenário muito positivo e boas perspectivas para o setor nas safras futuras, Borges lembrou a necessidade de gestão eficaz, tanto na parte produtiva como financeira, administrativa e comercial, para que as empresas possam aproveitar a oportunidade prevista. O diretor de Novos Negócios, Produtos e Serviços da RPA Consultoria, Marco Viana, também palestrou neste painel. “Diante da crise, o setor está criando condições de recuperar as perdas das últimas três safras”, avaliou o especialista ao analisar o ambiente externo, a nível mundial, a retomada do cresci- Já os desafios da comunicação em tempos de crise foram assuntos debatidos pela consultora em comunicação empresarial, Renata Di Nizo durante o evento. Segundo a especialista, com- Júlio Maria Borges, diretor da Job Consultoria Marco Viana, RPA Consultoria Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 partilhamento e diálogo são essenciais para uma boa comunicação. “Saber ouvir as pessoas é inteligência aplicada na solução de problemas”, afirmou ela, ao contar que os conceitos foram identificados através de pesquisas realizadas em algumas empresas, nas quais os colaboradores relataram as dificuldades da comunicação interna e mostraram que grosseria, omissão e falta de feedback são compreendidos como falta de respeito pelos trabalhadores. A última reunião de 2015 do GERHAI contou também com a participação do gerente executivo no Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça, Rafael Albuquerque Braghiroli, e do diretor da LS Nogueira Consultoria, Danilo Terra, que apresentaram as possibilidades das leis de incentivos fiscais em prol de projetos sociais, tais como a Escola de Ciclismo “Pedalando para o Futuro” e o Hospital de Câncer de Barretos. Renata Di Nizo, consultora em comunicação empresarial 35 Rafael Albuquerque Braghiroli do Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça Danilo Terra da LS Nogueira Consultoria Presidente Luiz Haroldo Dóro da Usina São José da Estiva Eleição EleiçãO Durante o evento foram realizadas também as eleições da diretoria executiva, conselho deliberativo e conselho fiscal do GERHAI para o ano de 2016. A nova diretoria, eleita por aclamação e unanimidade, ficou assim constituída: Presidente: Luiz Haroldo Dóro (Usina São José da Estiva); vice-presidente: Sebastião Macedo (gerente executivo do CEISE Br); diretor executivo: José Darciso Rui (fundador e consultor do grupo) e diretor de Relações Institucionais: Mauro Garcia (Usina Ibéria). Luiz Dóro, presidente reeleito, fez um breve balanço de sua gestão, comentando algumas ações do GERHAI como a realização do XIV Seminário, e parcerias com o CEISE Br, UNICA e Copercana/Canaoeste, agradecendo por fim, a colaboração de todos em sua gestão. Sebastião Macedo, vice-presidente eleito, elogiou a gestão do GERHAI e comprometeu-se em apoiar o grupo em suas ações agradecendo sua indicação e eleição na gestão 2016. José Darciso Rui, fundador do grupo O fundador do grupo, José Darciso Rui, lembrou que em 2016 o GERHAI completa 30 anos, sendo este fato moti- vo de comemoração para todos os associados e seus parceiros, pois é o Grupo de Estudo com maior representatividade na cadeia produtiva sucroenergética. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 36 Destaque III Cerimônia de posse reúne a nova diretoria – Triênio 2016/18 do CEISE Br Fernanda Clariano O CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) realizou na noite de 19 de novembro, no Cred Clube em Sertãozinho-SP, a cerimônia de posse da diretoria – Triênio 2016/18, que reuniu empresários associados da entidade, parceiros ligados ao setor, além de autoridades locais e regionais. A assembleia geral para a eleição da diretoria executiva, conselho fiscal e suplentes do CEISE Br teve aprovação por aclamação, uma vez que houve inscrição de chapa única. A chapa eleita, “Sempre em Frente”, será presidida, a partir de 1º de janeiro de 2016, pelo empresário Paulo Roberto Gallo, que atua como diretor técnico da entidade na atual gestão. Em discurso, o atual presidente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho, que no triênio 2016/18 continua como Conselheiro, ressaltou a importância e as conquistas da entidade. “Em seus 35 anos de existência, o CEISE, cresceu muito e hoje é uma entidade com reconhecimento nacional. Esse reconhecimento deve ser atribuído ao trabalho de todas as diretorias, desde sua fundação, até as atuais. Conquistamos cadeira permanente na Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Somos a única entidade representante da indústria de base e serviços do setor sucroenergético a integrar a Câmara, entre as 30 que a compõe”, afirmou. Antonio Eduardo Tonielo Filho, atual presidente do CEISE Br Ao falar sobre o novo presidente eleito para a diretoria, Tonielo Filho ressaltou a importância de Paulo Gallo para a entidade. “Estamos empossando a nova diretoria e tenho certeza que o Paulo Gallo fará um ótimo mandato e irá contribuir para o fortalecimento da entidade representando muito bem a nossa indústria. O Gallo é uma pessoa influente, competente e dinâmica e a tendência é que ele continue aumentando esse poder, essa força. Pois quanto mais conhecido, mais força você tem para cobrar e reivindicar o governo”, destacou. Com a presença dos convidados, Paulo Gallo, que já havia presidido a entidade entre 1998/99, fez o seu primeiro discurso, onde afirmou que a missão da entidade é promover o setor e ele irá trabalhar incessantemente com o apoio dos diretores que estarão ao seu lado nesses três anos de mandato. “Espero que possamos trabalhar para que essa entidade seja de fato essa coalizão nacional que nós queremos e tanto pre- Paulo Gallo presidente empossado do CEISE Br para o triênio 2016/18 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 cisamos. Sinto-me orgulhoso em ver como o CEISE vem se transformando. Reassumo a presidência após 18 anos seguindo um ciclo, onde um presidente passa o bastão para o outro. Não temos quebra de raciocínio, cada um que passou por aqui construiu isso e espero que tenhamos capacidade para levar esse bastão para a nova geração”, disse. Também participaram da cerimônia o vice-presidente do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), José Eduardo Mendes Camargo, e o secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho, Carlos Roberto Liboni. Ambos desejaram sucesso ao futuro presidente e enfatizaram que acreditam no empreendedorismo e na criatividade como fomentos para a retomada do setor. “Sabemos das dificuldades que os empresários têm para enfrentar o dia a dia e a enorme luta para tentar pagar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) e outros tantos absurdos. Essa luta é incessante José Eduardo Mendes Camargo, vice-presidente do CIESP 37 Carlos Roberto Liboni, secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho e convoco a todos que fiquem firme. A nossa união sem dúvida é muito importante”, ressaltou o vice-presidente do CIESP, José Eduardo Mendes Camargo. “A despeito de todas as dificuldades, nós precisamos continuar. A indústria de Sertãozinho, a infraestrutura industrial que temos é invejável e indiscutivelmente o CEISE Br é uma das maiores instituições representativas da indústria no Brasil. Tivemos uma gestão profícua na mão do Tonielo Filho, que muito fez e muito conquistou e não tenho dúvida que a continuidade deste trabalho vai se dar nas mãos do Paulo Gallo. O poder público de Sertãozinho está inteiramente irmanado e gostaríamos de ser uma ferramenta e auxiliar dentro desse processo de representatividade para que o nosso município, especialmente a nossa indústria, possa realmente retomar sua grandeza e, para isso, não precisamos de muito, só precisamos de oportunidade e certamente ela virá”, disse secretário da Indústria e Comércio, Abastecimento, Agricultura e Relações do Trabalho, Carlos Roberto Liboni, que representou o prefeito de Sertãozinho-SP, José Alberto Gimenez. HOMENAGENS Dois ex-presidentes do CEISE Br foram homenageados durante a cerimônia. Os empresários Vagner Stefanoni (Planusi) e João Luiz Sverzut (Caldema) receberam das mãos do atual e do futuro presidente da entidade, Antonio Eduardo Tonielo Filho, e Paulo Gallo, o título de Presidente Emérito. E, na oportunidade, o vereador Nilton Teixeira, representando a Câmara Municipal de Sertãozinho, entregou uma moção a diretoria empossada. Os empresários Vagner Stefanoni (Planusi) e João Luiz Sverzut (Caldema) receberam das mãos do atual e do futuro presidente da entidade, Antonio Eduardo Tonielo Filho, e Paulo Gallo, o título de Presidente Emérito A diretoria do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred esteve presente na cerimônia Confira a nova diretoria: DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Paulo Roberto Gallo / Servseth Automação Industrial LTDA. 1º Vice-Presidente: Rafael Azevedo Gomides / RG Sertal Indústria e Comércio 2º Vice-Presidente: Márcio Fernando Meloni / Sicoob Cocred 1º Diretor Secretário: Luiz Carlos Jorge / Equilíbrio Balanceamentos Industriais 2º Diretor Secretário: André Valochi / Vemag Equipamentos Industriais LTDA. 1º Diretor Financeiro: Aparecido Luiz / Sudeste Peças LTDA. 2º Diretor Financeiro: Osvaldo Ilceu Gomes / Sergomel Mecânica Industrial LTDA. CONSELHO DIRETOR Conselheiro Diretor: Antonio Eduardo Tonielo Filho / Irmãos Toniello Conselheiro Diretor: Devanir Bortolot / Bortolot Sistemas Elétricos LTDA. Conselheiro Diretor: Luis Fernando Saran / Engevap Engenharia e Equipamentos LTDA. Conselheiro Diretor: Sérgio Alexandre B. Muraro / Seg Sistemas de Controles LTDA. CONSELHO FISCAL Conselheiro Efetivo: Frederico Biagi Becker / Zanini Indústria e Montagens LTDA. Conselheiro Efetivo: Milton Da Silva Pereira Jr. / Ferrusi Fundição Industrial LTDA. Conselheiro Efetivo: Marcos Antonio Mingossi / Uti Recuperação Implementos Agrícolas LTDA. Conselheiro Suplente: Silvio Silas Geraldini / Turbimaq Turbinas e Máquinas LTDA. Conselheiro Suplente: Celso Luis Deliberto / Engclarian Ind. e Com. de Clarificantes LTDA. Conselheiro Suplente: José Rubens Lopes / TTE Aços Especiais e Emp. Imobiliários LTDA. Na próxima edição, a Revista Canavieiros trará uma entrevista com o novo presidente do CEISE Br - Paulo Gallo. Não perca! RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 38 Destaque IV GIFC encerra o ano com balanço positivo Parcerias com universidades, implantação de curso voltado à gestão de irrigação no SENAI, mais associados e nova sede marcam o ano de 2015 para o grupo Andréia Vital A última reunião do ano do GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação da Cana-de-Açúcar) irá debater a questão de adutoras e apresentar balanço de 2015, entre outras atividades, e será realizada na segunda quinzena de dezembro. Este, que será o 24º Encontro desde que o grupo foi criado em 2012, também servirá para a inauguração oficial de sua nova sede, localizada no Supera – Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, complexo que abriga cerca de 50 empresas da área de inovação. “Queremos começar uma nova fase para o GIFC agora sediado no Supera Parque e irradiar o conhecimento gerado ali e desenvolvido junto a universidades regionais com as quais temos parcerias como a ESALQ-USP, em Piracicaba-SP, a Universidade Federal de Goiânia-GO, a UFSCAR-Araraquara, a UNESP Jaboticabal-SP e a UNESP Dracena-SP. Estas universidades serão polos de desenvolvimento e abrangerão as usinas que estão à sua volta, levando assim informações sobre os trabalhos do Grupo para os fornecedores de cana”, explicou Marco Viana, superintendente do GIFC, ao afirmar ainda a relevância do projeto para análise e comparação de custos de irrigação para cana que vem sendo desenvolvido em parceria com o PECEGE (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas da ESALQ/USP). O profissional ressaltou ainda a importância do tema discutido no último encontro do ano. “Nós estamos montando uma comissão para tentar resolver os problemas que as adutoras já instaladas têm apresentado e estes assuntos relacionados à rede de vinhaça serão debatidos na ocasião”, afirmou. O 24º Encontro terá a coordenação de Diego Ramos (Usina Santa Vitoria), de Lucas Viana (BP/ Itumbiara) e de Regivaldo Freitas Cavalcante (Unidade Rio Claro/Odebrecht Agroindustrial) e dará continuidade ao trabalho já iniciado em evento ocorrido em Itumbiara (GO), no mês de setembro, direcionado à “Montagem e Monitoramento de Adutoras”. A programação do evento ainda inclui a divulgação das realizações do Grupo em 2015, uma discussão das perspectivas para 2016 para o segmento de irrigação da cana, a indicação das chapas e eleição da nova diretoria do GIFC, além da apresentação do Supera Parque, a nova sede da entidade. Novidades para 2016 Viana, que também é diretor de Novos Negócios, Produtos e Serviços da RPA Consultoria, foi um dos palestrantes da 188ª reunião do GERHAI (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria) (ver matéria página 34) onde falou sobre os planos do grupo para 2016. “Vamos aprimorar nossos projetos para o crescimento vsustentável da irrigação da cana com o incentivo e a proximidade de empresas e negócios que têm em seu DNA a tecnologia e a inovação”, disse, reforçando que ape- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Marco Viana, superintendente do GIFC sar da crise e da escassez de recursos, o balanço de 2015 é positivo com resultados de ensaios expressivos (que serão apresentados na última reunião do GIFC), mais associados e novas parcerias. “Conseguimos formatar o primeiro curso de gestores de irrigação junto ao SENAI, que será implantado a partir do ano que vem”, contou ele, explicando que o mesmo terá carga horária de 402 horas e inicialmente será ministrado no SENAI de Ribeirão Preto-SP, podendo irradiar para outras unidades. Na ocasião, Viana também explanou sobre as perspectivas do setor sucroenergético para a safra 2016/2017 e disse que devido às chuvas, dificilmente o Centro-Sul conseguirá ultrapassar a moagem de 590 milhões de cana até o dia 20 de dezembro, quando deverá estar encerrando a safra, portanto, sobrará entre 35 e 40 milhões de toneladas de cana bisada, o que representa praticamente toda a moagem da Austrália e pouco mais de 6% da cana moída pelo Centro-Sul. “A safra do ano que vem no Centro-Sul deverá apresentar pelo menos 615 milhões de toneladas, cerca de 4% acima do montante que esta safra fechará. Porém, vale dizer que a cana processada em março 2016 será contabilizada no ano-safra 2015/2016 nas usinas que seguem ano-safra e não ano-fiscal”, explicou. Ainda falando sobre o futuro, o consultor prevê que mais usinas pedirão 39 recuperação judicial nos próximos meses, mesmo com a melhora dos preços de açúcar e etanol. No caso do combustível, novos aumentos deverão ocorrer em janeiro e fevereiro, sendo que o valor do etanol somente deverá voltar a cair nas bombas a partir de abril 2016. O consultor mostrou também alguns drivers que explicam o Brasil na liderança da produção de açúcar: economia de escala; safras longas; 65% da cana é controlada pelas usinas; diversificação comercial; alta produtividade da cana; setor canavieiro totalmente privado; grade indústria brasileira de variedades de cana; forte indústria brasileira de bens de capital; e presença local de fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas. “A prática da irrigação é um trato cultural que pode garantir, justamente com todo manejo agrícola e agronômico adequado para essa situação de cultivo, safras rentáveis, sem grandes flutuações de moagem e produção e mesmo em situação de eventuais novas crises de preços, garantir a sobrevivência de fornecedores e usinas”, elucidou. IRRIGACANA 2015 debateu a gestão da irrigação Soluções para o manejo sustentável da água nos canaviais e novas tecnologias para irrigação foram discutidas e apresentadas durante o evento Com informações da Assessoria de Imprensa O II Seminário Brasileiro de Irrigação de Cana-de-Açúcar com Água, promovido pelo GIFC, reuniu mais de 300 profissionais de usinas, centros de pesquisa, universidades, empresas de equipamentos e tecnologia e poder público, nos dias 28 e 29 de outubro, em Ribeirão Preto-SP. Inovação, viabilidade financeira e tecnológica de projetos de manejo de água, sustentabilidade e crise hídrica foram discutidas em 16 palestras com o intuito de mostrar que a gestão eficiente da água e dos insumos pode potencializar a produtividade da cana irrigada. “Já sabemos que a irrigação aumenta a produtividade da cana. Temos que discutir a gestão de projetos de manejo, integrar a cadeia e aprender com a experiência de setores como o cafeicultor e também com países como os EUA”, explicou Marco Viana, superintendente do GIFC ao dar as boas-vindas aos participantes. Segundo ele, é importante a integração de diferentes agentes do setor sucroenergético no debate nacional da irrigação, e também da aproximação com outros segmentos e a necessidade de se aprender com experiências também de fora do país. O diretor presidente do Grupo Jalles Machado, Otávio Lage, abriu os debates, reforçando que é em períodos de crise que o setor canavieiro deve se renovar e quebrar paradigmas. “Nestes momentos, a gente dorme mais tarde e acorda mais cedo. E isso é bom, faz a gente vencer desafios, como foi o caso do Grupo Jalles Machado, que hoje planta cana no cerrado com alta produtividade. Soubemos a hora de mudar estrategicamente nossos investimentos para a irrigação”, elucidou. Importância dos projetos de irrigação e novas tecnologias Palestrantes de centros de pesquisa e universidades referências no país, além de representantes de usinas que apresentaram cases de sucesso em irrigação, destacaram a importância dos projetos de irrigação no primeiro dia do evento. Rubens Duarte Coelho, da ESALQ/USP, explanou sobre a importância de começar da maneira certa um projeto de irrigação de cana e de como é fundamental a coleta de dados e métodos adequados para calcular corretamente a demanda de água. Mário Cicareli Pinheiro, da UFMG e diretor da Potamos Engenharia e Hidrologia, mostrou como a reservação de água pode ser uma solução viável e ambientalmente cor- reta para garantir o seu fornecimento para irrigação. Já Ademário Araújo, gerente de Agricultura Sênior do Grupo Terracal Alimentos e Bioenergia, destacou a nutrição como fator de sucesso na irrigação e mostrou a experiência de canaviais irrigados que produzem mais de 200 toneladas por hectare. E Hélio do Prado, do Programa Cana do IAC, ressaltou a necessidade de conhecer muito bem os diferentes ambientes de produção para a implantação dos projetos de irrigação. A inovação também esteve em pauta no primeiro dia do seminário. Glauber José de Castro Gava, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – (APTA Jaú), falou sobre “Irrigação de precisão – a adubação parcelada em taxa variável da cana-de-açúcar” e apresentou tecnologias de monitoramento aéreo com drones para controle de manejo de fertirrigação. Patrick Francino Campos, gestor Cor- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 40 Destaque IV porativo de Irrigação do Grupo Jalles Machado e presidente do GIFC, apresentou as experiências bem-sucedidas de uso de Sistemas Centrais de Controle de Irrigação (SCCI) nas usinas do grupo. Campos destacou como a gestão e o monitoramento de todos os processos de irrigação trazem melhorias para a geração de informações, operação e redução de riscos. “Tudo isso contribui para a diminuição do custo do hectare irrigado”, afirmou. O dia ainda contou com a visão de dois pesquisadores de centros de pesquisa de renome. Regina Célia de Matos Pires, diretora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica do IAC, fez palestra com o tema “Como obter a melhor relação água x produtividade de cana-de-açúcar”. Já Vinicius Bof Buffon, pesquisador da Embrapa Cerrados para Desenvolvimento de Produção Irrigada de Cana no Cerrado, ressaltou a necessidade de quebrar paradigmas em irrigação de cana. O pesquisador concluiu o ciclo de palestras do dia com uma mensagem. “Temos que inovar e pensar diferente. A irrigação é a tecnologia que tem o maior potencial de, no curto prazo, mudar o patamar de produtividade da cana”, enfatizou Buffon. Aprendendo com a crise hídrica A experiência norte-americana com irrigação marcou o segundo dia de palestras do IRRIGACANA 2015. O assessor do Departamento de Recursos Hídricos do Estado da Califórnia (EUA) e presidente da Consultoria Hydrofocus, Steven John Deverel, alertou sobre a importância de programar projetos de irrigação de forma adequada. “Possuímos mais de 100 anos de experiências com projetos de irrigação para a agricultura nos EUA. Aprendemos a mediar os conflitos e hoje podemos falar para o Brasil, que busca discutir a ampliação de sua área irrigada, que deve proceder com mais cautela. O país pode olhar para os EUA, aprender com os erros e fazer de forma mais adequada”, afirmou Deverel. Na sequência do dia, Devanir Garcia dos Santos, gerente de Uso Sustentável Haroldo José T. da Silva, João Rosa, Marco Viana e representante do Pecege de Água e Solo do Programa Produtor de Água da ANA, apresentou uma ótima oportunidade de aprendizado para o segmento sucroenergético. Destacou que o setor deve participar de forma mais ativa dos comitês governamentais que discutem a gestão hídrica do país e mostrar que pode se enquadrar nos programas que incentivam o produtor agrícola a gerir os recursos hídricos de forma sustentável para o desenvolvimento econômico. Acesso à irrigação A viabilidade econômica dos projetos de irrigação também foi debatida na ocasião. Um bom exemplo foi a experiência do Plano Diretor de Irrigação dos Canaviais do Grupo Clealco, trabalho que vem sendo realizado em parceria com o GIFC. Marco Antonio de Melo Bortoletto, supervisor de Geoprocessamento do Grupo Clealco, e Leonardo Mina Viana, supervisor de Pesquisa & Desenvolvimento do GIFC, falaram da primeira fase do projeto de estudos de viabilidade da empresa e destacaram a metodologia utilizada para calcular o custo da tonelada de cana irrigada. Os palestrantes ressaltaram que cada novo projeto de irrigação deve contar com um plano diretor e estudar de forma minuciosa a realidade da usina e da região aonde será implantado. “Só com essas informações é possível decidir pelo investimento”, afirmaram. O seminário ainda contou com a apresentação do pesquisador espanhol Manuel More- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 no Ruiz Poveda, da CENBIO (Centro Nacional de Referência em Biomassa), que pesquisa a análise econômica e ambiental comparativa do uso da vinhaça nas usinas. Cenário otimista Na conclusão do IRRIGACANA, foram promovidos debates reunindo os palestrantes e convidados para falar sobre os mitos e verdades da irrigação da cana-de-açúcar. Entre os temas, esteve em destaque a viabilidade de investimentos em irrigação. Otávio Lage, diretor presidente do Grupo Jalles Machado, foi direto ao ponto. “Investimos em irrigação porque no final do processo a conta fecha, dá resultado para nossa empresa”, afirmou. Mediador dos debates, Ricardo Pinto, diretor da RPA Consultoria, destacou o cenário de preços que voltou a remunerar o setor e questionou se as empresas passarão a investir mais em irrigação. Já Viana ressaltou que o segmento não pode perder esse ciclo virtuoso. Para o diretor de operações da Terracal Alimentos e Bioenergia, João Batista Saccomano, o futuro da irrigação de cana é otimista. “Acredito que o setor vai caminhar para o investimento no plantio de cana irrigada”, concluiu. Vinícius Maia Costa, gerente de Negócios da Lindsay América do Sul, também acredita no crescimento da irrigação no setor de cana e ressaltou que é preciso as entidades representativas do segmento atuarem cada vez mais em parceria. RC 41 39 participantes, quatro ganhadores e um grande vencedor: o setor sucroenergético. Categoria: Ambiente Restritivo Categoria: Ambiente Favorável Falta foto 1o colocado Ronie Nardin 2o colocado Bruno Vendrasco Tacin 1o colocado Marcio de Carvalho Marçal “Desafios servem de combustível para a UMOE conseguir melhores resultados. O 1º Desafio Canamáxima nos ensinou a jamais subestimar nossa capacidade de produzir bons resultados com o uso de boas tecnologias, mesmo em condições restritivas à produção.” Atingiu 40 ton/ha a mais que a média do estado, concorrendo com a variedade Power CTC15 de 3º corte em ambiente E. “A participação da Raízen foi muito positiva, pois conquistamos um ótimo desempenho de produção na maioria das áreas inscritas. A ação nos desafia a buscar melhores resultados nas grandes lavouras da empresa. O investimento em boas práticas e o uso da tecnologia adequada gera cada vez mais produtividade.” Delta - Volta Grande A primeira edição do Desafio Canamáxima, promovido pelo CTC em parceria com a BASF, mobilizou dezenas de usinas. O momento mais aguardado, a revelação dos ganhadores, foi divulgado no evento “14° Produtividade e Redução de Custos”. Parabéns aos ganhadores e a todos os participantes! Pelos resultados colhidos, o setor sucroenergético é o grande vencedor. Raízen - Unidade Jataí Araporã Bioenergia “Ficamos muito contentes com o prêmio! Para nós, isso é reflexo de uma prática positiva que já aplicamos em todas as nossas áreas comerciais, sempre nos preocupando em conhecer e testar novas tecnologias.” Realização: UMOE 2o colocado Pedro Henrique Camilo de Castro Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 42 Destaque V Alunos do projeto Jovem Agricultor do Futuro recebem certificado em Sertãozinho-SP Cerca de 60 alunos de seis escolas sertanezinas concluíram o curso Fernanda Clariano A FAESP/SENAR e o Sindicato Rural Patronal, em parceria com a Destilaria Santa Inês e a prefeitura de Sertãozinho-SP, reuniram no dia 07 de dezembro, no auditório da Canaoeste, cerca de 60 alunos da IV Turma do Projeto Jovem Agricultor do Futuro e seus familiares, para a solenidade de entrega simbólica dos certificados de conclusão de curso. O projeto visa inserir os jovens no mercado de trabalho, oferecendo competências como: trabalho em equipe, ética, cidadania, atendimento ao cliente - voltado para a área agrícola, a sustentabilidade e a agricultura familiar, atendendo jovens da comunidade sertanezina no período contrário ao escolar. Além do paraninfo da turma, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e deputado federal licenciado (PPS-SP), Arnaldo Jardim, estiveram presentes o presidente do Sindicato Rural Patronal de Sertãozinho e da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo; o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti; a diretora administrativa da Destilaria Santa Inês, Claudia Tonielo; o prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez; o assessor das diretorias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, Manoel Sérgio Sicchieri; os vereadores Nilton Teixeira (PPS); João Sanches (PPS) e Paulo Kroll (PSB); o diretor da Escola Ambiental, José Osvaldo Capelotto; o secretário executivo do Sindicato Rural Patronal de Sertãozinho, Milton Meloni, o engenheiro agrônomo do Sindicato Rural e Patronal de Sertãozinho, Juliano Bernardi e também os instrutores do projeto Márcio Sanches e Wander Cleiton Roque. “Este projeto começou com poucos jovens e está crescendo e nós precisamos apoiá-los e investir na educação, no aprendizado e formar esses cidadãos para o futuro. O setor agrícola que é quem carrega esse país e precisamos de sucessores”, disse Antonio Tonielo. Antonio Eduardo Tonielo Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Arnaldo Jardim Na ocasião, o vereador João Sanches que representou a Câmara Municipal de Sertãozinho, anunciou que para o ano que, vem os alunos que forem fazer o curso, terão ajuda de custo financeiro. E aproveitou também para reivindicar junto ao secretário da Agricultura, Arnaldo Jardim - uma pareceria com a Fazenda Experimental. O vereador solicitou que fosse cedido um pequeno espaço para que o projeto Jovem Agricultor do Futuro, seja realizado na fazenda devido às estruturas do local. “Esse projeto com certeza será marcado para o resto da vida desses jovens. A estrutura que temos hoje está boa, mas pode ficar ótima se conseguirmos essa parceria”, afirmou o vereador. Padrinho da IV Turma do projeto, Arnaldo Jardim falou sobre a importância da formação dos jovens na agricultura. “Eu tenho a certeza que esses jovens saem deste curso melhores do que entraram. Melhores preparados, melhores informados e isso faz a grande diferença na produtividade da nossa agricultura. A agricultura hoje está melhor por ter jovens que se interessam e que se preparam para poder ocupar funções crescentes”, avaliou o secretá- 43 João Sanches José Alberto Gimenez Pedro Esrael Bighetti tunidade e um caminho e esse projeto é muito interessante e tem nos apresentado bons resultados”, disse Gimenez. guimos alcançar o crescimento pessoal e profissional dos jovens de nossa comunidade e com certeza pretendemos continuar com essa parceria de sucesso junto com a FAESP/SENAR, o Sindicato Rural e Patronal de Sertãozinho e a prefeitura municipal”. rio que ainda foi enfático ao confirmar a parceria proposta pelo vereador João Sanches. “A reivindicação do João Sanches é muito oportuna. Temos um órgão da secretaria que é a Fazenda Experimental do nosso Instituto de Zootecnia e essa possibilidade de termos uma parceria que integre a prefeitura, sindicato, algo que seja mais útil à sociedade é muito importante e nós vamos tocar isso adiante. Vamos fazer a parceria sim, iremos ceder um espaço onde os alunos terão mais uma opção de aprendizagem além da Escola Ambiental, que é algo muito importante. Nessa fazenda vamos ter um projeto pioneiro de lavoura/pecuária, que é uma nova vertente importante de trabalho da agricultura. A fazenda vai ser um polo de referência e dará mais fundamento a essa parceria” garantiu o secretário. O prefeito de Sertãozinho destacou que o poder público tem a preocupação de formar cidadãos e por isso faz questão em apoiar o projeto Jovem Agricultor do Futuro. “Este é um programa muito importante porque mescla tudo, o profissional, a cidadania, o lazer, a parte cultural e é isso que o jovem precisa. Temos a obrigação de dar a eles a opor- Cláudia Tonielo De acordo com a Claudia Tonielo, os jovens que receberam o certificado são pessoas de sorte porque o projeto é audacioso, reconhecido pelo MEC. “É uma alegria imensurável poder ver mais uma turma se formando. Eu acho esse projeto maravilhoso, me deixa feliz porque vejo esses jovens crescendo e é uma oportunidade que eles vão poder levar para vida toda. Além disso, o projeto é reconhecido pelo MEC e vai estar no currículo deles”, ressaltou a diretora executiva da Destilaria Santa Inês, que ainda confirmou a parceria no projeto para o próximo ano. “É através da união dos parceiros, interesse dos alunos e dedicação dos instrutores, que conse- “A juventude é o celeiro do nosso país. Precisamos além de formar esses jovens, dar condições para que tenham um acompanhamento, uma direção. O projeto Jovem Agricultor do Futuro está de parabéns pela forma em que conduz esses jovens e espero que através das parcerias e das conquistas as quais estamos presenciando aqui, que possa crescer ainda mais oferecendo mais oportunidades. Me coloco à disposição para contribuir com esse projeto”, afirmou o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 44 Informações Setoriais Chuvas de outubro & previsões climáticas - dezembro 2015 a fevereiro de 2016 Quadro 1:- Chuvas anotadas durante o mês de novembro de 2015. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor A média das chuvas de novembro de 2015 (238mm) foi 32% superior à média histórica (181mm) e também a da média do mês de novembro de 2014 (184mm). Merece destacar que os volumes de chuvas deste mês de novembro ficaram em torno da média acima, com exceção em Morro Agudo-365mm (Biosev MB) e na C.E.Moreno-309mm. O s mapas A1 e A2, a seguir, ilustram os diferenciais de chuvas em novembro de 2014 e 2015 no Estado de São Paulo. Em 2014 (mapa A1) as chuvas (250mm a 50mm) foram em gradientes decrescentes do Norte e Oeste para a região Centro-Sul do Estado. Enquanto que, em novembro de 2015 (mapa A2), foram registrados entre 200 a 300mm em quase toda área sucroenergética do Estado, com exceção da região de entorno de Barretos-Bebedouro-Olímpia, onde foram anotados os menores volumes de chuvas (150mm). vas dos Escritórios Regionais e, neste mês, foram condensados em Morro Agudo e Pitangueiras. Estes dados são disponibilizados diariamente pelo site Canaoeste e, as suas médias mensais e as normais climáticas, são também aqui apresentadas no Quadro 2. OBS:- Normais climáticas (ou médias históricas) correspondem as dos locais enumerados de 1 a 10 e mais a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto. Os artigos mensais de Informações Setoriais (Climáticas) contam com o trabalho diário das anotações de chu- Os dados do quadro 2 mostram, no destaque do canto inferior direito, as expressivas diferenças observadas entre os totais dos meses de janeiro a novembro de 2015, 2014 e 2013. Observa-se que o acumulado das médias mensais Mapa A1 - novembro 2014 Mapa A2 - novembro 2015 das chuvas em 2015 está 240mm menor que a de 2013 (devendo-se às menores chuvas de janeiro), e uma vez e meia maior que a de 2014. As normais climáticas (1.288mm, em 2013; 1.197mm, em 2014 e 1.185mm em 2015) se mostram diferentes face as ponderações das médias históricas (normais climáticas) destes três anos. Nos mapas B1 e B2 são apresentados os comparativos de distribuição das chuvas entre os meses de novembro destes dois anos. Em 2014 (mapa B1), pode-se notar as menores e desfavoráveis distribuições de chuvas nas faixas Centro-Sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul; e, praticamente, toda área sucroenergética do Paraná. Já em novembro de 2015, as chuvas ficaram acima das médias históricas em quase toda área canavieira da Região Centro-Sul. Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre o Instituto Nacional de Meteorologia e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2016, como descrito a seguir e ilustrado no mapa 4, abaixo: • Nestes meses, as temperaturas tendem a ser próximas a acima das respec- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 45 Quadro 2:- Somas das chuvas mensais de janeiro a novembro de 2013, 2014 e 2015 anotadas pelos Escritórios Regionais bem como as respectivas médias mensais e normais climáticas. OBS:- Normais climáticas (ou médias históricas) correspondem as dos locais enumerados de 1 a 10 e a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto. Mapa B1 - novembro 2014 tivas normais climáticas para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Já na Região Sul, poderão prevalecer as normais climáticas locais; • Pelo consenso climático INMET-INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) em todas as áreas assinaladas em cinza; enquanto que poderá prevalecer previsões de chuvas Mapa B2 - novembro 2015 acima das respectivas normais climáticas na área verde do mapa. Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para dezembro 2015 a fevereiro de 2016 que de dezembro 2015 a fevereiro de 2016, as chuvas serão mais frequentes e de maiores volumes nos 9 primeiros e últimos dias destes meses. Entre estes períodos iniciais e finais destes meses, as chuvas tenderão a serem mais esparsas e de menores volumes. Quanto ao El Niño, nota-se tendência da redução gradativa de seus efeitos ao longo do primeiro semestre de 2016. A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, pelas atuais previsões climáticas (maior umidade do solo e do ar), as incidências de cigarrinha das raízes poderão ser mais frequentes. Se deixarem remanescentes de cana para a próxima safra, o monitoramento e controle desta exigirão muita atenção. Caso contrário, podem correr riscos de grandes perdas em qualidade e produtividade para a próxima colheita. • Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 270mm em dezembro e janeiro; em fevereiro, é de 215mm. Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em: www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br. A Somar Meteorologia, com base em seus modelos climáticos prevê para a Região Centro-Sul do Brasil, Persistindo dúvidas, consultem os técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 46 Artigo Técnico Avaliação biométrica de vinte e quatro cultivares de cana-de-açúcar (saccharum spp) no município de Igarapava/SP Alessandra Durigan – Gestora Canaoeste André Bosch Volpe – Agrônomo Canaoeste Bebedouro Daniela Aragão Santa Rosa – Agrônoma Canaoeste Pontal João Francisco Maciel – Agrônomo Canaoeste Ituverava 1 INTRODUÇÃO O manejo varietal em cana-de-açúcar é uma estratégia que procura explorar os ganhos gerados da interação genótipo versus ambiente, ou seja, tem como objetivo alocar diferentes cultivares comerciais no ambiente que proporcione a melhor expressão produtiva dessa no contexto considerado (Landell et.al, 2005). Realizar um adequado manejo varietal, com materiais modernos, mais produtivos e adaptados as mais adversas situações de cultivo contribuem significativamente para o crescimento do setor. Segundo Landelle Silva (2004), a formação da produtividade de cana-de-açúcar, expressa em tonelada de cana por hectare (TCH), está em função dos atributos biométricos altura de colmos, número de perfilhos e diâmetro de colmos, os quais são determinantes para a expressão do potencial agrícola. Nesse contexto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento agroindustrial de vinte e quatro cultivares no município de Igarapava-SP. 2. MATERIAL E MÉTODOS A área experimental está localizada na Fazenda da Mata (latitude 20°02’18”S e longitude 47°44’19”WG), no município de Igarapava, no Estado de São Paulo. O solo é latossolo vermelho de textura argilosa. A instalação, a condução e a colheita do campo experimental foram realizadas pela Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) em parceria com o Alessandra Durigan André Bosch Volpe produtor João Manoel R. Soares, sendo que o plantio do experimento foi realizado no dia 13/03/2014 e a colheita do primeiro corte no dia 17/06/2015. Todas as cultivares utilizadas para a implantação desse experimento foram obtidas de um viveiro de introdução de mudas instalado na mesma Fazenda, no ano de 2013, com mudas procedentes de um viveiro de mudas, em Frutal-MG, também conduzido pela Canaoeste. Por ocasião do plantio, a adubação foi realizada com a fórmula 05-25-25, 500 kg/ha, seguindo os critérios de expectativa de produtividade agrícola e análise de solo, de acordo com Boletim 100 – IAC (2001). No sulco foi aplicado o inseticida Regent WG (fipronil), recomendado para o controle de cupins e Sphenophorus, na dose de 0,25 kg/ha e tecnológica. As cultivares foram submetidas a análises tecnológicas, através de amostras de cana retiradas nos blocos no momento da colheita, para a obtenção dos valores do Brix, pol, pureza, fibra, AR (açucares redutores), ATR (açúcar total recuperável), segundo a metodologia proposta pelo Consecana-SP (2006). Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Daniela Aragão João Francisco Maciel Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (Teste F) e, nos casos da ocorrência de significância estatística, procedeu-se às comparações de médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1 (ao lado): Valores médios da produtividade agrícola expressa em tonelada de cana por hectare (TCH), açúcar total recuperável (ATR) e tonelada de açúcar por hectare (TAH) para as cultivares em estudos, além de dados estatísticos. Teste de Tukey a 5%. Analisando a Tabela 1, as cultivares que obtiveram maiores valores de TCH foram a RB855453 (168,75 ton/ ha, a IAC91-1099 (163,67 ton/ha) e a CTC 21 (162,61 ton/ha), apresentando diferença estatística em relação às demais cultivares. A cultivar que apresentou maior ATR foi a CTC 9 (153,08 kg/ton), apresentando diferença estatística em relação as demais cultivares, porém, as cultivares CTC 21, CTC 20, SP91-1049, RB965902 e SP80-3280 também se destacaram. Teores baixos de ATR foram observados nas cultivares: RB965917, SP813250, RB935744, IACSP96-3060 e CTC 15. Quanto ao parâmetro TAH, 47 Tabela 1 Tabela 2 Nível de significância: **: 1%; *: 5%. GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação Nível de significância: **: 1%; *: 5%. GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação. tonelada de açúcar por hectare, apresentaram os maiores valores a CTC 21 (23,61 ton/ha), seguida da RB855453 (23,59), diferindo estatisticamente das demais cultivares. Para esse parâmetro destacam-se também as variedades: IAC91-1099, SP91-1049, RB85-7515 e CTC 17. Rezende Sobrinho (2000) afirma que o aumento da produtividade, no setor sucroalcooleiro, é conseguido com a introdução de novas variedades de cana-de-açúcar e com manejo correto da cultura, buscando a época de colheita em que a produtividade agroindustrial se encontra maximizada. Observando a Tabela 2, as cultivares que apresentaram maior Brix foram a CTC9 e CTC 21, não havendo diferença estatística entre si. Quando analisados a pureza e o pol cana, a CTC 9 apresentou o maior valor, mostrando diferença estatística em relação às demais cultivares. A CTC 21 e CTC 9 são cultivares que se caracterizam por ter uma curva de maturação precoce e, portanto, são indicadas para colheita no início de safra. A cultivar CTC 15 apresentou maior fibra e maior AR, com diferença significativa em relação às demais cultivares. Segundo Brieger (1968), para uma maturidade e maturação adequada, a cana-de-açúcar deve apresentar os seguintes valores mínimos: Brix % caldo = 18%; pol (sacarose) % caldo = 15,3 a 14,4; pol (sacarose)%cana = 13 a 16%; pureza aparente = 85 a 80%. Portanto, a maioria das cultivares analisadas apresentou valores de maturação adequados para colheita. Resultados críticos foram observados na cultivar CTC 15. De acordo com Cesar et al., (1987) vários fatores interferem na produção e maturação da cultura da cana-de-açúcar, sendo os principais a interação edafoclimática, o manejo da cultura e a cultivar escolhida. Considerando o manejo, as cultivares que apresentam melhores resultados tecnológicos no início da safra quando comparada com outras, são consideradas precoces. 4. CONCLUSÃO A máxima produtividade em cana-de-açúcar é dependente, entre outros Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 48 fatores, de um adequado manejo das variedades (cultivares), as quais devem atender a exigências tanto no campo como na indústria para otimizar lucros. Nesse experimento, as cultivares que apresentaram maiores produtividades de cana, toneladas por hectare, foram: RB855453, IAC91-1099 e a CTC 21. Em relação à avaliação da qualidade da matéria-prima, destacaram-se as cultivares: CTC 9, CTC 21, CTC 20, SP91-1049, RB965902 e SP803280. Teores baixos de ATR (kg/ton) foram apresentados pelas cultivares: RB965917, SP81-3250, RB935744, IACSP96-3060 e CTC 15. Quando sintetizamos os parâmetros TCH e ATR, os melhores resultados obtidos de tonelada de açúcar por hectare (TAH), foram observados nas cultivares CTC 21 e RB855453. Destacaram-se também as variedades: IAC91-1099, SP91-1049, RB85-7515 e CTC 17. Artigo Técnico Vale ressaltar que os resultados apresentados se referem apenas ao ciclo de cana planta, sendo necessários maiores estudos para os próximos anos agrícolas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRIEGER, F.O.; Início da safra. Como determinar a maturação. Boletim Informativo Copereste, Ribeirão Preto, v4, n1, 1968. CESAR, M.A.A.; DELGADO, A.A.; CAMARGO, A.P. de; BISSOLI, B.M.A.; SILVA, F.C. da. Capacidade de fosfatos naturais e artificiais em elevar o teor de fósforo no caldo de cana-de-açúcar (cana-planta), visando ao processo industrial. STAB: Açúcar, Álcool e Subprodutos, v.6, p.3238, 1987. CONSECANA -SP - Conselho dos Produtores de cana-de-açúcar, açúcar e álcool do Estado de São Paulo.Manual de Instruções. Piracicaba: Con- Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 secana. pp.112. 2006. LANDELL, M.G.A; PINTO, L.R.; CRESTE, S.; XAVIER, M.A.; ANJOS, I.A.; VASCONCELOS, A.M.C.; BIDÓIA, M.A.P.; SILVA, D.N.; SILVA, M.A. Seleção de novas variedade de cana-de-açúcar e seu manejo de produção. Encarte de informações Agronômicas, 110. 2005. LANDELL, M.G.A.; SILVA, M.A. As estratégias de seleção da cana em desenvolvimento no Brasil. Visão Agrícola, Piracicaba, n. 1, p.18-23, 2004. MARTINS, A. L. M.; LANDELL, M. G. A. Conceitos e critérios para avaliação experimental em cana-de-açúcar utilizados no programa Cana IAC. Pindorama: Instituto Agronômico, p. 2-14. 1995. REZENDE SOBRINHO, E.A. Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em Latossolo Roxo, na região de Ribeirão Preto-SP, 85p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal. 2000. RC 49 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 50 Artigo Técnico II Custo Padrão - fundamentos de eficiência e eficácia¹ Carlos Araujo, CFO MacKensie Agribusiness - Adviser TOTVS AGRO A metodologia de custo padrão é a técnica adequada para determinar o custo do produto porque considera uso adequado dos fatores de produção (máquinas e equipamentos, insumos, mão de obra, tecnologia e capital), determinado através de uma abordagem técnica específica (especialistas), além de identificar as causas das variações entre o custo orçado e realizado, completando como uma técnica de identificar as causas das variações e análise de performance. Adicionando a vantagem do custo padrão é o modelo ideal para o Planejamento Operacional e Financeiro da empresa. racterísticas morfológicas, químicas e texturais, em diferentes unidades de mapeamento (tipos de solos). A carta de solos tem diferentes finalidades dentro da cultura da cana-de-açúcar, sendo as principais: manejo de variedades, conservação de solos, preparo de solos e cultivo, adubação, época de plantio e de colheita e sistematização de talhões”1. Integrando o ambiente de produção com os fatores de produção tais como o uso compatível de máquinas e equipamentos, e quantidade e qualidade de insumos agrícolas determinando assim o custo ideal em condições normais de operação”. Como adotar o custo padrão Metodologia adotada tem por premissa identificar o ambiente de produção dos talhões – entende-se por ambiente de produção -“O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), desde o início da década de 80, vem trabalhando no mapeamento dos solos cultivados com cana-de-açúcar, possuindo uma metodologia de Levantamento de Solos específica para a cultura da cana. Nesse sistema, os solos são classificados de acordo com suas ca- Se adicionar os custos, independente do ambiente de produção, o tomador de decisão está sendo conduzido ao erro e não determinando o custo efetivo do talhão. Estão somando laranja com banana. Como avaliar a performance: no exemplo abaixo, foi definido no orçamento, a compra de um insumo ao preço de R$ 9,75/t e na compra houve uma queda de preço para R$ 9,50/t; por outro lado foi definido a aplicação destes Zoneamento da Área Agrícola Carlos Araujo, CFO MacKensie Agribusiness - Adviser TOTVS AGRO insumos em uma quantidade de 85 toneladas e foram utilizadas 90 toneladas. O comprador da usina cumpriu o orçamento e de outra forma a área agrícola aplicou mais insumos que o necessário. Em tempos de margens operacionais negativas na produção de cana de açúcar, a gestão de custos deve focar nos micros detalhes, porque são nestes pontos que as usinas e produtores estão perdendo dinheiro. Hoje, com o aumento da gasolina e variação cambial, os prejuízos foram minimizados. O setor somente será estável se houver um planejamento operacional e financeiro eficiente, uma gestão de custo direcionada a redução dos custos e aumento da produtividade agrícola. Ambiente de Produção Fonte: MacKensie Agribusiness Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 Fonte: MacKensie Agribusiness 51 Análise das Variaçoes Com esta avaliação, o tomador de decisão pode analisar a performance da equipe e corrigir os rumos. Uma outra possibilidade de interpretação desta metodologia – custo padrão por talhão nos leva a análise marginal, ou seja: Receita do Talhão – Custo Variável = Margem de Contribuição Bruta. Em um estudo realizado pela MacKensie Agribusiness e TOTVS AGRO (,) com uma amostra de 202 talhões, a conclusão foi de que 66% dos talhões à margem de contribuição foi negativa e 44 % margem de contribuição positiva. Analisando os resultados, nossa conclusão foi que o elevado número na margem de contribuição negativa ocorreu devido: 1. Idade do Canavial; 2. Falta de tratamento de cana planta e soca; 3. Talhão acima do raio médio; 4. Variedades inadequadas ao ambiente de produção; 5. Uso ineficaz de máquinas e equipamento agrícolas. Conclusão: Nos últimos trinta e cinco anos, tenho constatado que as usinas de açúcar e etanol não se integram no processo produtivo: a partir do preparo de solo até a venda do produto no mercado futuro, variáveis como taxa de câmbio, impostos e taxas de juros no mercado internacional e interno impactam diretamente no custo de produção de cana-de-açúcar. É essencial a integração da cadeia produtiva para ocorrer ganhos de escala e produtividade. Precisamos olhar fora da caixa (em 1523, quando a coroa portuguesa financiou o primeiro engenho de açúcar em Pernambuco e fizemos nossa primeira exportação de açúcar)o setor ficou na dependência do Governo. Apesar do governo ter liberado o preço do açúcar, etanol e cana-de-açúcar em 1998, o setor ainda depende do Governo em função da administração de preços dos derivados de petróleo e energia. Para o produtor de cana e usinas não há outra solução senão buscar um aumento de produtividade e redução de custos (mas precisa saber exatamente qual seu custo de produção de cana-de-açúcar, etanol e açúcar). Sem um sistema de informação aderente emetodologia correta de custos, não estaremos realizando a gestão de custos. É necessário conhecer os custos antecipadamente e preços de venda. Caso contrário a empresa estará caminhando para a quebra econômica. Isto é a economia de mercado. Com uma visão avançada de redução de custos, proponho um outsourcing no planejamento agrícola e financeiro e gestão do custo de produção. Nas usinas encontramos excelentes profissionais nestas áreas, porém eles estão envolvidos na geração dos números para apresentar relatórios para o tomador de decisão, diretoria e acionistas, além de executarem as tarefas operacionais de uma safra que é um verdadeiro campo de guerra. Empresas de primeira linha já adotaram esta estratégia como a GM, focando no desenvolvimento e produtividade de seus produtos. 1Carta de Solos e Ambiente de Produção – CTC – Revista Coplacana Margem de Contribuição Fonte: MacKensie Agribusiness RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 52 VENDE-SE Tanque de Expansão de 1.200 litros Tratar com Milton Garcia Alves pelos telefones (16) 3761-2078 ou (16) 9 9127-8649. VENDE-SE Terreno de 2.000 metros em excelente localização. Ótimo para chácara. Tratar com Antonio Celso Magro pelo telefone: (16) 9 9211- 1916. 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Bancos e assoalho totalmente estofados, preço de ocasião; - Distribuidora Antoniosi, GS 1102, 2014; - Carroceria de ferro de 8 metros para planta de cana; - Carroceria de ferro de 8 metros para plantio e transporte de cana inteira, marca Galego, 2008; - Bomba alta pressão 3”, saída de 2, adaptada com carrinho e motor acoplado, valor R$ 2.000,00; - Carreta de 2 rodas R$ 1.500,00; - 2 Rolos compactadores para adaptar em escalificador (sem uso) R$ 1.000,00; - 1 Conjunto para transporte de cana picada, sendo 1 carroceria e 2 julietas; - Propriedade agrícola com 51 al- queires paulista, com 48 alqueires plantados em cana-de-açúcar, sendo a maioria de segundo corte, totalmente plaina, na melhor região de Frutal, próximo a 2.000 metros do bim do Cutrale e 11 km de asfalto e 2 km de terra até a cidade de Frutal-MG, com as devidas benfeitorias e distância de 29 km da Usina Coruripe e 17 km até a Usina Frutal; - Propriedade agrícola de 58 alqueires paulistas, com 47 alqueires plantados em cana-de-açúcar, sendo a maioria de segundo e terceiro corte, a 2 km do asfalto, ótima localização e excelentes benfeitorias na região de Frutal-MG, com distância de 25 km da Usina Coruripe e 40 km da Usina Cerradão. Em ambas propriedades são aceitas permutas com áreas maiores ou menores. Tratar com Marcus ou Nelson pelos telefones (17) 3281-5120, (17) 9 81581010 ou (17) 9 8158-0999. VENDE-SE Amarok prata, cabine simples - 4x2 Ano 2012 - 70.000 km, único dono. R$ 58.000,00. Tratar com Alexandre Moré pelo telefone (18) 9.9716-4562 VENDEM-SE - Carregadeira CMP 1.200 Master; cçdc; - BM 85 4X4, 2007, R$ 57.000,00. Tratar com Cláudio pelo telefone (16) 9 9109-8693. - F4000 1989, cinza, carroceria madeira; - Trator MF 50x1973, MB 1313, carroceria truck, 1979, vermelho, motor zerado; - Saveiro 1991, álcool, prata, motor com 1000 km; - Gol 2000, álcool, prata. Tratar com: Diogo (19) 9 92136928, Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro (19) 9 9280-9392. VENDEM-SE - Caminhão VW 26310, ano 2004 canavieiro 6x4, cana picada; - Carreta de dois eixos, cana picada – Rondon. Tratar com João pelos telefones: (17) 3281-1359 ou (17) 9 9732-3118. VENDEM-SE - 02 bombas Jacto Condor, 2003, de 600 litros, R$ 7.000,00 cada bomba. Tratar com Wilson pelo telefone (17) 9 9739-2000 – Viradouro-SP. VENDE-SE Área de mata fechada para reserva ambiental de 90 hectares, Guatapará/ Pradópolis -SP, R$ 27.000,00 o hectare. Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910. VENDE-SE Gleba de terras sem benfeitorias (30 alqueires), boas águas, arrendamento de cana com Usina ABENGOA (Pirassununga). Localizada no município de Tambaú-SP (Fazenda família Sobreira). Tratar com proprietário, em Ribeirão Preto, pelos telefones: (16) 3630-2281 ou (16) 3635-5440. VENDEM-SE - Caminhonete F 250 XLT, 2007, cor preta, ar-condicionado, bancos de couro, Airbag; - Caminhonete D20 Custom de Luxe, 1995, cor verde; - Caminhonete D20 Custom S, 1992, cabine dupla, cor vinho; - Caminhão Mercedes Benz 1418, 1990, caçamba basculante. Tratar com João Pedro pelo telefone (14) 9 9758-1249 - Tupã-SP. VENDEM-SE - Transformador trifásico de 15 KWA, preço R$ 2.400,00; - Transformador trifásico de 30 KWA, preço R$ 2.600,00. Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056 ou (16) 3947-3725 ou (16) 3947-4414. VENDEM-SE - S10 tornado, 2009, prata, cabine dupla, diesel 4x4; - D20, 1992, vinho, turbo de fábrica; - D20, 1987, branca e bege, motor com 1000 km; - Montana Sport, 2012, prata; - F250 XLT, 2003, preta; - Uno 2012, Vivance, preto; VENDEM-SE - Motor de 75CV com bomba KSB 100/6 revisada e sem uso; - Chave de partida ''a óleo"; - Transformador de 75 KVA; - Postes duplos T de cimento; - Chaves de alta, para raios, cabo e etc. Tratar com Francisco pelo telefone (17) 9 8145-5664. Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 54 VENDEM-SE - Sítio de 9 alqueires, sem mato ou brejo (100% aproveitável) em OlímpiaSP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos dos Thermas dos Laranjais, 25 minutos de Rio Preto, 35 minutos de Barretos, plaino, na rodovia, sem benfeitorias, mas com energia na propriedade; - Sítio Arlindo - município de Olímpia, área de12 alqueires, casa de sede, área de churrasco (100 m²), casa de funcionário reformada, pomar e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de "bacuri" (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê, distância de 25 Km de Olímpia. Tratar com David pelo telefone: (17) 9 8115-6239. VENDEM-SE LIQUIDAÇÃO GIROLANDO E GIR PO - 4 touros GIR PO, 1 com 18 meses e 3 com 26 meses; - 11 novilhas girolando, grande sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação. 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Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 VENDEM-SE - Fazenda em Rancharia -SP, com 400 alqueires, em cana própria, às margens da rodovia, 40 Km da Usina; - Sítio de 2,7 alqueires, em Cajuru-SP, R$ 220.000,00; - Apartamento em lançamento, próximo à USP, com parcelas a partir de R$ 505,00; - Casa no condomínio Ipê Amarelo, em Ribeirão Preto, nova, maravilhosa; - Apartamento Jardim Botânico, 3 suítes, com armários, imóvel novo, próximo ao Parque Carlos Raya; - Sala comercial em Ribeirão Preto, próximo ao Ribeirão Shopping; - Terreno no condomínio Olhos D'Água em Ribeirão Preto, prolongamento da Avenida Prof. João Fiusa; - Casa no Condomínio Quinta do Golfe, em Ribeirão Preto, armários e toda estrutura de lazer no condomínio. WWW.SORDIEMPREENDIMENTOS.COM.BR. Tratar com Paulo pelos telefones (16) 3911-9970 ou (16) 9 9290-0243. VENDEM-SE -Trator 292 MF, traçado, 2007; -Caminhão Mercedes 1113 truck, todo revisado, 73, vermelho. Tratar com Saulo Gomes pelo telefone (17) 9 9117-0767. VENDEM-SE - Duas casas, no mesmo terreno, com três cômodos cada, localizada à Rua Pedro Biagi, 789, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 220.000,00; - estabelecimento comercial, montado com base para Academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 220.000,00; - casa de aproximadamente 500m², com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separados da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056, Sertãozinho-SP. Preço a combinar. Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634. VENDEM-SE - Colheitadeira Case A7700, ano 2009, 7700, esteira, motor Cummins M11, Autotrac, máquina utilizada na última safra. Valor: R$ 128.000,00; 55 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 56 - Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira, máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00; - Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 118.000,00; - Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 250.000,00; - Transbordo de 10 toneladas, 2006 e 2007, R$ 20.000,00; -Transbordo de 8,5 toneladas, ano 2002, R$ 15.000,00. Tratar com Marcelo pelos telefones (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664. VENDEM-SE - VW 17190 / 13 comboio; - VW 31320 / 12 chassi; - VW 31320 / 11 pipa bombeiro; - VW 31320 / 10 pipa bombeiro; - VW 26260/09 betoneira; - VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento; - VW 17180 / 08 munck 15 toneladas; - VW 15180 / 07 pipa bombeiro; - VW 12140 / 96 oficina móvel; - MB 2318 / 94 pipa bombeiro; - MB 2318 / 94 basculante; - MB 2831 / 12 basculante; - MB 1725 / 06 comboio; - MB 2220 / 90 pipa bombeiro; - MB 2013 / 81 munck 6 toneladas; - MB 1513 / 75 toco chassi; - MB 1725 / 06 guindaste oficina; - MB 1113 / 69 toco chassi; - F.Cargo 1719 / 13 toco chassi; - F.Cargo 2628 / 07 basculante; - F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro; - F12000 / 95 pipa bombeiro; - F14000 / 90 pipa bombeiro; - Prancha Facchini 2008 3 eixos; - Carreta Tanque Fibra 16.000 litros; - Tanque fibra 36.000 litros; - Tanque fibra 16.000 litros; - Tanque 14.000 litros pipa bombeiro; - Comboio Gascom 2.000 litros; - Comboio Gascom 4.000 litros; - Basculante 14m³; - Basculante 5m³; - Munck Hincol H 43000; - Munck Masal MS 12000; - Munck Hincol H 4000; - Munck 640-18; - Baú 7.80; - Carroceria de madeira, 8.20 metros; - Carroceria de ferro, 4.30 metros; - Borracharia móvel. Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243 Oi / 9 9240-2323 Claro, whatsApp / 78133866 id 96- 81149 Nextel. 10.000 litros cada; - Destilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de calor; - Dois tonéis de madeira amendoim com capacidade de 50.000 litros cada; Valor Total R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel. Localização: Laranjal Paulista. Tratar com Adriano pelos contatos: [email protected] ou (15) 9 97059901. Veja vídeo em: www.youtube. com/watch?v=_mzWp3PCavA. VENDEM-SE - Eliminador de Soqueira DMB, ano 2012; - Grade Niveladora 20x20; - Enlerador de Palha de cana-de-açúcar; - Arado reversível, 4 disco, Santa Izabel, PSH 430, ano 2004; - Pulverizador Jacto, PJ 500; - Pulverizador Jacto Condor, 600 litros, com mexedor; - Cobridor de cana; - Carreta Basculante com desarme manual; - Subsolador de 5 astes, com controle pneus, 1000x20; - Sulcador com marcador de pistão DMB; - Grade Niveladora 40x20, mancal de atrito; - Caminhão Chevrolet D-60, Ano 1974, motor Perkins; - Arado 3 bacias; - Tratores a(à) Venda. Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9326-0920. COMPRA-SE Tronco para curral (Brete) usado, marca Beckhauser, em bom estado de conservação. Tratar com dr. Henrique pelo telefone (16) 9 9615-4015 ou e-mail [email protected]. VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE - Destilaria de cachaça e álcool, completa, (10.000 litros de cachaça por dia); - Esteira de cana inteira, picador com 22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²; - Máquina a vapor de 220 HP (toca os ternos e o picador); *Seis dornas de fermentação de PROCURAM-SE Glebas de Cerrado em pé, no Estado de São Paulo, para reposição Ambiental. Não pode ser mata. Área total da procura: Cinco mil hectares, podendo ser composta por várias áreas menores. Documentação Atualíssima, com: CCIR/CAR/Certificação de (Georreferenciamento) Georreferenciamento/mapa do perímetro da área em KMZ e Autocad/Bioma:/ vegetação. Valor por hectare, condição de pagamento e opção de venda. Tratar com Ricardo Pereira pelo e-mail e telefone – ricardo@fabricacivil. com.br – (16) 9 8121-1298. ALUGA-SE Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de silagem com irrigação ao redor de 30 ha, Jaboticabal–SP, a 2 km da cidade. Tratar com Luiz Hamilton Montans pelo telefone (16) 9 8125-0184. - A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação. - A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas. Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 57 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 58 Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo” Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. “Em geral as pessoas que se perdem em pensamentos é porque não conhecem muito bem esse território”. - Confúcio Renata Sborgia 1) O show foi adiado após “música” perder o horário do voo para a capital de SP. Espero que A MÚSICA tenha conseguido um outro horário de voo! REGRA FÁCIL: o feminino de MÚSICO é MÚSICA. Isso quer dizer que MÚSICO não é substantivo comum de dois gêneros. Para referir-se a uma mulher que toca instrumentos, compõe ou/e canta, deve-se usar MÚSICA. Para referir-se a um homem que toca instrumentos, compõe ou/e canta, deve-se usar MÚSICO. Ex.: A música lançou de forma independente seu novo trabalho. (Refere-se a uma mulher) OBS.: Já a expressão MUSICISTA é, sim, um substantivo comum de dois gêneros. Pode ser empregado para referir-se tanto a um homem quanto a uma mulher. EX.: O musicista está internado, mas passa bem. A musicista vai apresentar neste fim de semana. OBS.: MÚSICA é um substantivo biforme que para formar-se, troca-se a terminação O por A. Música = de canção | Música = de artista são homônimos “Em Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente, o leitor encontrará uma abordagem simples, clara e essencial sobre os diversos temas referentes às mudanças climáticas que vivenciamos. Além de proporcionar uma reflexão sobre o assunto, esta obra também propõe soluções objetivas que estimulam atitudes e práticas capazes de beneficiar o coletivo e que podem ser concretizadas a partir do empenho de cada cidadão”. Referência: PEREIRA, Adriana Camargo. Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente / Adriana Camargo Pereira, Gibson Zucca da Silva, Maria Elisa Ehrhardt Carbonari. – São Paulo: Saraiva, 2011. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste. [email protected] www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste Fone: (16) 3524-2453 Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP 2) Ele escreveu no e-mail “BOM-DIA” com entusiasmo! E precisava de entusiasmo para estudar o português correto! O correto é: bom dia (sem hífen) Regra fácil: Bom dia (sem hífen): usamos como saudação, não importando a circunstância (carta, bilhete, e-mail, comentário, etc.) Ex.: Bom dia, querido amigo! Bom-dia (com hífen): é substantivo masculino e vem sempre acompanhado de um determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo). Ex.: Deu-me um BOM-DIA sem graça. (um artigo indefinido. Função que BOM-DIA exerce: substantivo) Ex.: Já estava cansada daqueles bons-dias com segundas intenções. (daqueles pronome) OBS. IMPORTANTE: não mudou a regra com o advento do Novo Acordo Ortográfico (VOLP-5 edição) 3) Ele disse um “obrigada” encantador para Maria. Seria encantador se a expressão estivesse usada de forma correta! O correto é: obrigado Regra fácil: Obrigado é um adjetivo e deve concordar com o elemento ao qual se refere em gênero e número, sendo masculino ou feminino, singular ou plural. Veja: O homem, ao agradecer, deve usar obrigado. A mulher, ao agradecer, deve usar obrigada. O homem, em nome de outras pessoas, incluindo ou não a si mesmo, deve agradecer dizendo obrigados. A mulher, em nome de outras pessoas ou de outros homens, incluindo ou não a si mesmo, deve agradecer dizendo obrigados. A mulher, em nome de outras mulheres, incluindo ou não a si mesmo, deve agradecer dizendo obrigadas. Resumo: Homem = obrigado ou obrigados Mulher = obrigada ou obrigadas Mulher (incluindo outros homens) = obrigados Coluna mensal * Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 59 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015 60 Revista Canavieiros - Dezembro de 2015