11 DE SETEMBRO DE 2001 A VERSÃO OFICIAL E A

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11 DE SETEMBRO DE 2001 A VERSÃO OFICIAL E A
11 DE SETEMBRO DE 2001
A VERSÃO OFICIAL E A OUTRAS
Paulo Barrios1
Resumo
Este artigo visa colocar, em contraste, a versão oficial para os
chamados “ataques de 11 de setembro” e outras versões apresentadas
por observadores, pesquisadores, comunicadores. Estes – baseados
em dezenas e dezenas de evidências – buscam explicar o que,
realmente, aconteceu naquela manhã de 2001. Alicerçado no dever
jornalístico de ouvir equilibradamente partes divergentes envolvidas em
um mesmo evento o trabalho questiona se os “grandes veículos”
desenvolveram a contento suas funções. Para isto, cita princípios
basilares do Jornalismo: a transparência, a prestação de contas, a
credibilidade, a justiça, o equilíbrio, o criticismo, o apartidarismo, a
independência e o pluralismo.
Palavras-chave: Jornalismo. Transparência. 11 de Setembro.
INTRODUÇÃO
Durante os anos 80, em proximidade ao final da ditadura militar no Brasil,
que se estendeu por 21 anos – de 1964 a 1985 – a agência de propaganda W/Brasil
criou uma série de campanhas para o jornal A Folha de São Paulo. Colocou-a no
patamar de o jornal brasileiro com o maior número de prêmios em Cannes – França,
o grande festival da publicidade mundial.
Um desses trabalhos famosos mostrava a figura de Hitler, o ditador da
Alemanha nazista. Destacava algumas características do seu governo e encerrava
afirmando: “É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade. Por isso
é preciso tomar muito cuidado com a informação no jornal que você recebe. Folha
1
Professor graduado em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda – pela
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. E-mail: [email protected].
de São Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende". (CHAIM,
2008).
Ou seja, o próprio jornal admitia que há fontes de informação de
credibilidade duvidosa. E sempre deixou claro que, no universo do Jornalismo,
existem alguns princípios basilares que valorizam a profissão, os meios e seus
profissionais. São eles: a transparência, a prestação de contas, a credibilidade, a
justiça, o equilíbrio, o criticismo, o apartidarismo, a independência e o pluralismo.
No momento em que se aproxima o encerramento de uma das gestões
mais polêmicas dos EUA – a de George Walker Bush e seu grupo – este artigo visa
colocar em contraste a versão oficial para os chamados “ataques de 11 de
setembro” e outras versões apresentadas por observadores, pesquisadores e
comunicadores. Estes – baseados em dezenas e dezenas de evidências – buscam
explicar o que, realmente, aconteceu naquela manhã de 2001. Questiona a razão de
os chamados “grandes veículos” não darem vez a estes outros pontos de vista, já
que “é dever jornalístico (deontológico2 e ético) ouvir os lados divergentes envolvidos
em notícias ou reportagens que trazem a público, para repercutir na sociedade,
conflitos de interesses ou de versões”. (CHAPARRO3, 2007).
A ATIVIDADE JORNALÍSTICA
De acordo com Melo (2003) o Jornalismo deve ser visto como um
processo social que se articula a partir da relação entre as organizações formais e
coletividades, por meio de canais de difusão que asseguram a transmissão de
informações em função de interesses e expectativas.
É um processo contínuo e veloz determinado pela atualidade. O conjunto
de fatos estabelece ligações entre emissores e receptores, fazendo com que muitas
vezes tensões entre o que a coletividade gostaria de conhecer e o que a instituição
jornalística quer fazer saber.
2
Relativo a Deontologia. O termo foi introduzido em 1834, por Jeremy Bentham, para referir-se ao
ramo da Ética cujo objeto de estudo são os fundamentos do dever e das normas morais. É conhecida
também como “A Teoria do Dever”.
3
Carlos Chaparro é Doutor em Ciências da Comunicação e Professor de Jornalismo na ECA –
Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo – USP. É jornalista desde 1957.
2
Para o autor, o Jornalismo opera a partir da realidade de que o ser
humano sempre teve interesse em conhecer sobre o que se passa. Neste contexto,
informar e informar-se representa um requisito da sociabilidade. Em alguns casos, a
possibilidade de atuar e de influir na vida da sociedade tornou a informação um bem
social, um indicador econômico e um instrumento político.
Na visão de Kunczik (2002) as funções que um jornalista pode exercer,
basicamente, é a de repórter (que coleta informações), a de redator (que organiza as
informações) e a de editor (que seleciona e hierarquiza as informações e as publica).
Na atividade jornalística, matéria é o nome genérico do cabedal
informativo, resultante de apurações, o qual pode aparecer em forma de notícia (que
tem valor jornalístico apenas quando acaba de acontecer, ou quando não foi
divulgada por nenhum veículo); reportagem (uma ampliação da notícia, baseada em
testemunhos e investigações mais aprofundadas dos fatos); e entrevista (que conta
com a participação e pontos de vista de pessoas com conhecimento e ligadas ao
fato).
Melo (2003) afirma que o autêntico Jornalismo – que envolve processos
regulares e livres de informação sobre a atualidade e de opinião a respeito da
conjuntura – só emergiu com a ascensão da burguesia ao poder e da abolição da
censura prévia. Isto constituiu fator preponderante para que a atividade assumisse
sua fisionomia – a de uma atividade comprometida com o exercício do poder político,
difundindo idéias, combatendo princípios e defendendo pontos de vista.
Por estas razões, nada mais natural que os “donos do poder”,
incomodados pela virulência com que se praticava o Jornalismo, ao atacar,
denunciar, combater setores, procurassem reduzir o ímpeto da expressão opinativa.
Estas reações fizeram surgir e se desenvolver o Jornalismo de Opinião (que
privilegiava a expressão de idéias) e o Jornalismo de Informação (mais voltado à
narração dos fatos).
Enquanto o Jornalismo Francês apresentou-se com vigor opinativo,
promovendo debates, levantando problemas, participando ativamente do cenário
político, o Jornalismo Inglês assumiu uma tendência informativa, retraindo-se do
combate, preferindo distanciar-se do confronto direto com o poder.
3
No entanto, em qualquer um dos casos o princípio de ouvir todas as
partes envolvidas – o outro lado, o contraditório – passou a representar uma prática
básica da profissão. Para Henriques4 (2006)
O princípio do contraditório deveria ser sempre respeitado no Jornalismo.
Ele é um procedimento básico, um dos pilares de sustentação da atividade.
É uma obrigação elementar ouvir todas as partes envolvidas numa notícia,
não só porque é mais justo, mas também para evitar erros de informação
por puro desconhecimento do jornalista. Ninguém é obrigado a saber tudo,
por isso mesmo, é mais prudente ouvir sempre o outro lado para saber se
determinada denúncia, ou questionamento tem o mínimo de pertinência.
Chaparro (2007) reforça esta idéia ao afirmar que
Nos manuais de redação dos melhores jornais europeus e americanos,
como nos pragmáticos manuais de redação dos diários brasileiros de
referência, está escrito que é dever jornalístico (deontológico e ético) ouvir
os lados divergentes envolvidos em notícias ou reportagens que trazem a
público, para repercutir na sociedade, conflitos de interesses ou de versões.
O autor afirma que os próprios manuais, entre eles o do jornal A Folha de
São Paulo, deixam claro em tom imperativo que: “quando uma informação é ofensiva
a uma pessoa ou entidade, ouça o outro lado e publique as duas versões com
destaque proporcional” (2007).
Para Kotscho (2005, p. 8) o profissional de jornalismo deve “entender que
sua tarefa não se limita a produzir notícias segundo alguma fórmula ‘científica’: é
uma arte de informar para transformar”.
Segundo ele, foi-se percebendo que na medida em que a função do
repórter definia-se, tornava-se importante e era mais seguidamente acionada para
cobrir os fatos, passaram a aparecer contradições entre os relatos jornalísticos e os
preconceitos ou valores sustentados pelas elites e pelos anunciantes.
A indústria do Jornalismo prosperou. A luta pelo furo, pela conquista do
receptor, levou as mídias a colocar repórteres em várias partes do mundo e, em
alguns casos, a nortear relações pouco éticas entre o veículo, as fontes e os
envolvidos nos fatos.
4
Rafael Paes Henriques é professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade
Federal do Espírito Santo – UFES. Mestre em Ciências da Comunicação – Informação e Jornalismo,
pela Universidade do Minho – Portugal.
4
Instituíram-se os cursos superiores de Jornalismo e buscaram-se, por via
de pesquisa acadêmica, padrões para a apuração e o processamento de
informações. Assim, ficou estabelecido que a informação jornalística deveria
reproduzir os dados obtidos nas fontes, que os testemunhos de um fato seriam
confrontados uns com os outros, para que se obtivesse a versão mais próxima da
realidade. E que a relação com as fontes deveria basear-se apenas na troca de
informações, sendo necessário ouvir porta-vozes dos diferentes interesses que
estavam em jogo.
Afinal, segundo Fernandes (2003, p. 167) as informações jornalísticas têm
origens nas fontes, sejam estas “o próprio repórter que presenciou o fato, a emissora
de rádio ou de televisão, documentos ou publicações diversas, as agências de
notícias, os órgãos oficiais, as autoridades ou os cidadãos comuns”. E deve ser do
equilíbrio, pesquisado e checado deste conjunto de forças, que se deve fazer a
diversidade do noticiário jornalístico.
Neste sentido, norteado pelos conceitos das atividades jornalísticas, aqui
explicitados, o presente artigo registra a versão oficial sobre os eventos de 11 de
setembro de 2001 e as outras versões, ignoradas pela grande mídia, em especial a
brasileira.
11/9 – A VERSÃO OFICIAL
Os ataques de 11 de setembro de 2001, também chamados de
“atentados de 11 de setembro”, foram vistos oficialmente pelos norte-americanos
como uma série de investidas suicidas, coordenadas pela Al-Qaeda5, contra alvos
estratégicos dos Estados Unidos6. (BBCBRASIL, 2004).
5
A Al-Qaeda ("a base", em árabe) é uma organização originariamente formada por mujahedines
(combatentes talibãs recrutados e comandados pelo milionário saudita Osama Bin Laden, que
lutaram contra a ocupação soviética, no Afeganistão de 1979 a 1989,). Desde o início foi financiada
pelos Estados Unidos, num processo anti-soviético, através de mecanismos criados pela CIA.
6
World Trade Center, Pentágono e Casa Branca.
5
Na manhã desse dia, quatro aviões comerciais foram seqüestrados. Os
terroristas embarcaram em vôos, saindo das cidades de Portland, Washington e
Boston.
Às 8 horas com 46 minutos, um Boeing 767 da American Airlines – o Vôo
11 – bateu contra a torre norte do World Trade Center – WTC, em Manhattan, Nova
Iorque.
Às 9 horas com 3 minutos, outro Boeing 767, desta vez da United Airlines
– o Vôo 175 – atingiu a torre sul do WTC.
Das mais de 2.500 pessoas que morreram nas Torres Gêmeas,
pouquíssimos fragmentos de corpos puderam ser localizados. E nem sinal
das caixas-pretas dos vôos AAL11 e UAL175. O grau de destruição foi tão
grandes que as equipes de resgate não encontraram mesas, cadeiras,
teclados de computador, telefones. (SANT’ANNA, 2006, p. 252).
Mais adiante, na mesma obra, Sant’Anna (2006, p. 256) afirma que “na
foto dos arquivos do FBI, vê-se o passaporte calcinado de Ziad Jarrah, recuperado
dos destroços (...) com seu rosto e nome bem visíveis7”.
Às 9 horas com 45 minutos, uma terceira aeronave, novamente da
American Airlines – o Vôo 77 – foi direcionado pelos seqüestradores para se chocar
contra o Pentágono, no Condado de Arlington, Virgínia.
Às 10 horas com 11 minutos, caiu a quarta nave, outra vez da United
Airlines – o Vôo 93 – cujos destroços ficaram espalhados num campo próximo de
Shanksville, Pensilvânia. A versão apresentada pelo governo asseverou que seus
passageiros enfrentaram os seqüestradores e que, durante o ataque, o avião
despencou, após a luta de valorosos cidadãos dos Estados Unidos contra
seqüestradores fanáticos. Casualmente, todos tinham bons dotes físicos e estavam
preparados para defender sua liberdade.
Jamais se saberá exatamente quem lutou contra os terroristas. Mas pode-se
supor que forma Jeremy Glick, campeão de judô e praticante de luta livre,
8
Tom Burnett (...), Mark Bingham, jogador de rúgbi, Todd Beamer , muito
religioso, Richard Guadagno, que freqüentava cursos de defesa pessoal do
7
Apesar de os impactos dos aviões destruírem as caixas-pretas, as estruturas de aço e concreto das
torres e os móveis, o passaporte – de papel – pertencente a Ziad Jarrad manteve-se praticamente
intacto, o que facilitou sua identificação pelo FBI.
8
Recitou o Salmo 23, antes de morrer como mártir: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará...”.
6
FBI (...) e Linda Gronlund, faixa marrom de caratê. (SANT’ANNA, 2006, p.
239).
Ou seja, segundo o autor, apesar da ausência de sobreviventes desse
vôo, foi possível reconstituir quase tudo que ocorreu, já que os próprios mortos
relataram a tragédia, conversando pelo telefone – minutos antes – com familiares e
amigos, ou deixando mensagens gravadas em suas secretárias eletrônicas.
Ele resume a versão oficial da seguinte forma: em 11 de setembro de
2001, 19 terroristas, dirigidos por Osama Bin Laden, capturaram 4 aviões comerciais
norte-americanos. E, enquanto fugiam do Sistema de Defesa Aéreo – NORAD,
atingiram 75% dos alvos.
As torres do World Trade Center 1, 2 e 7 foram abatidas devido às falhas
estruturais causadas pelo fogo e pelo “efeito panqueca" (um andar caiu sobre o
outro e seus pesos os fizeram despencar sobre o próximo, sucessivamente). O avião
que atingiu o Pentágono se vaporizou devido ao impacto, assim como o que caiu em
Shanksville.
A seqüência desses atentados causou a morte de 3.234 pessoas e o
desaparecimento de outras 24.
O jornalista Demétrio Magnoli, ex-colunista de A Folha de São Paulo, tido
como especialista em relações internacionais, em seu livro "Terror Global", afirmou
que (FOLHA ONLINE, 2008).
Logo após o 11 de setembro, alguns intelectuais que se querem de
esquerda interpretaram os atentados como um golpe no ‘império americano’
e um sinal do declínio estratégico dos EUA. (...) O fascínio pelo terror diz
muito sobre a degeneração de correntes de esquerda que não conseguem
esconder sua profunda hostilidade à democracia, mas nada diz sobre a
9
natureza do terror jihadista. A rede da jihad global organiza-se sobre o
programa de restauração do califado, isto é, do império islâmico. O califado
foi abolido logo após a Primeira Guerra Mundial, com o surgimento da
Turquia moderna. De lá para cá, não há uma autoridade máxima, política e
religiosa, que materialize a unidade e a centralização do mundo muçulmano.
Restabelecer essa autoridade é a meta dos terroristas que conspiraram
contra as torres gêmeas. Seus ataques a alvos ocidentais são apenas uma
9
Linguisticamente, a palavra árabe "jihad" significa "esforço" ou "empenho" e se aplica a todo esforço
ou empenho despendido na execução de qualquer ação. Neste sentido, um estudante se esforça ou
se empenha para ter o seu diploma; um empregado se esforça ou se empenha em seu trabalho e
mantém boas relações com seu empregador; um político se esforça ou se empenha para manter ou
aumentar sua popularidade entre os eleitores, e assim por diante. No ocidente, "jihad" foi traduzido
como "guerra santa", um uso popularizado pelas mídias. (SBMRJ, 2004).
7
dimensão da ‘guerra santa’ que declararam contra os Estados árabes e
muçulmanos ‘infiéis’.
Magnoli complementa ressaltando que as torres gêmeas e o prédio
número 7 não caíram sozinhos. Junto com suas ruínas, foram varridas pelos
terroristas as esperanças provenientes da queda do Muro de Berlim, destruindo uma
expressiva parcela do patrimônio de liberdades das democracias.
11/9 – OUTRAS VERSÕES
Logo após 11 de setembro de 2001, algumas teorias começaram a surgir
tentando revelar o que realmente havia ocorrido em relação aos eventos que
abalaram os EUA. (VONKLEIST10, 2004).
Segundo o autor, uma delas chamou sua atenção, após navegar por um
site francês intitulado “Cace o Boeing. Teste suas percepções”. Levantava sérias
questões a respeito do que, de fato, teria acontecido no Pentágono. Expunha fotos
oficiais e destacava que nenhuma revelava vestígios do que teria sido a aeronave:
nada da cauda, do nariz, da fuselagem, das asas, dos motores, das rodas, das
bagagens, das poltronas – nada.
Conforme Avery11 (2006), em 15 de agosto de 2005, o vôo 522 da Helios
Airways, um Boeing 737 em rota para Atenas – Grécia chocou-se contra uma colina
em velocidade máxima. Resultado visual: muito fogo, partes da cauda e das asas,
motores, cabine e 121 corpos.
No evento do Pentágono não houve destroços de nada parecido com um
avião. E suas características eram incompatíveis com as de outros acidentes aéreos
de semelhantes proporções, contrariando as versões divulgadas pelas grandes
redes: a NBC, a CBS, a ABC, a CNN e outras. (VONKLEIST, 2004).
10
Dave Vonkleist é jornalista, repórter, produtor e apresentador do programa de rádio “The Power
Hour”, Ohio, Cincinnati - EUA.
11
As teorias de Dylan Avery estão em sintonia com as reveladas neste artigo. E são apoiadas pelo
9/11 Truth Movement (Movimento pela Verdade do 11/9), nome adotado por organizações e
indivíduos que questionam o relato oficial dos ataques de 11 de setembro de 2001. Seus membros
comunicam-se principalmente através da internet e regularmente reúnem-se em encontros locais,
conferências nacionais, internacionais e demonstrações públicas.
8
Além disto, o buraco de em torno de 5 metros de largura não condizia
com as proporções de uma nave daquele porte, que possui 38 metros de largura (de
uma asa à outra), mais de 47 metros de comprimento (do nariz à cauda) e cerca de
14 metros de altura. Em termos de danos à estrutura, os do Pentágono também
eram incompatíveis com aqueles percebidos no WTC.
Através de seu programa de rádio, Vonkleist revela que buscou
informações com militares e especialistas em armas. E estes informaram que aquele
orifício era bastante semelhante aos provocados por mísseis, os chamado bunkers
busters (arrebentadores de casamatas). Neste evento, muitas câmeras filmaram o
ocorrido. E a desconfiança do autor se acentuou porque todas elas foram
confiscadas pelo FBI e suas imagens proibidas de serem exibidas por alegadas
questões de “segurança nacional”.
Avery (2006) comenta que a explicação oficial – para não restar nada do
avião – é que a aeronave foi vaporizada devido ao calor intenso causado pela
queima do combustível. Mas, se o incêndio atingiu temperaturas tão altas que
incineraram um avião daquela magnitude, com peças de aço e titânio, como os
investigadores do governo conseguiram identificar 184 das 189 pessoas que
supostamente morreram no choque? Ou seja, a nave desapareceu, mas o DNA dos
passageiros não.
Outro fato curioso é que o governo estadunidense afirmou que o “pilototerrorista”, Hani Hanjour, teria jogado o avião contra o Pentágono, após executar
uma curva descendente de 330 graus a 853 km/h, descendo 2.133 metros em dois
minutos. Segundo especialistas, a manobra – por si só – já teria feito o avião cair por
excesso de velocidade. Funcionários e o instrutor-chefe de vôo do aeroporto de
Freeway, em Maryland, garantem que um mês antes Hanjour já tinha apresentado
enorme dificuldade em controlar e aterrissar um Cessna 172, minúsculo avião de só
motor, mesmo tendo ao seu lado um instrutor, sendo considerado abaixo da
capacidade de pilotagem.
Vonkleist (2004) aponta que outra curiosidade envolveu o Boeing 767, da
United Airlines, o Vôo 175, que atingiu o 2º prédio – a torre sul do WTC. Segundo
ele, Phil Jayhan, webmaster do site www.letsroll911.org, examinou quadro a quadro
a seqüência do avião se chocando contra o edifício e descobriu algo surpreendente:
havia um grande objeto cilíndrico preso à barriga da aeronave. Comparando o avião
9
a um Boeing 767 da United Airlines percebeu-se que este não possuía tal artefato.
Sua percepção foi confirmada, após uma minuciosa análise digital realizada por uma
universidade espanhola. Que tipo de avião poderia levar anexado a sua barriga um
objeto semelhante? Para militares e especialistas, um E-8C Joint Stars, que possui
um Encaixe de Sistema de Radar de Vigilância para Ataques ao Alvo. É uma
espaçonave da força aérea dos EUA usada para gerenciar ataques aéreos,
comandos e controles de inteligência, vigilâncias e reconhecimentos. Possui um
objeto cilíndrico – um míssil – preso à sua barriga, de 12,2 metros.
É interessante destacar que várias testemunhas, que avistaram a nave,
afirmaram que aquele não era “um avião comercial. Era grande e cinza”. Enquanto
as aeronaves da United têm cores azuis e vermelhas, que chamam atenção, as da
Força Aérea geralmente são cinza. Mark Burnback, repórter da Fox News, em
cobertura ao vivo do evento afirmou categoricamente: “Havia uma logo azul, de
forma circular, na frente do avião e definitivamente não era um avião comercial. Não
tinha janelas na lateral. Vi porque voava muito baixo”. (VONKLEIST, 2004).
Com relação aos próprios aviões e aos ataques, Avery (2006) levanta
alguns fatos que apresentam intrigantes coincidências. Em 1º de dezembro de 1984,
a NASA – Administração Nacional do Espaço Aéreo – dos EUA, já havia realizado
com sucesso um vôo controlado remotamente. A nave, um Boeing 720, levantou vôo
da base aérea de Edwards, a mais importante do país, situada na Califórnia, e
navegou sem piloto humano num total de 16 horas e 22 minutos. O feito incluiu 10
partidas, 69 aproximações e 13 aterragens.
O pesquisador também informa que, em 1997, a capa do manual da
FEMA – Agência Federal para a Gestão de Emergências – dos EUA, sob o título
"Resposta de emergência contra o terrorismo", apresentava o WTC sob a imagem
de uma mira.
Em 28 de fevereiro de 1998, o Global Hawk, um avião não-pilotado
Radeon, completou seu 1º vôo sobre a mesma base aérea, a uma altitude de 9.753
metros – a mesma de cruzeiro para um avião comercial.
Em 1999, o NORAD – Comando de Defesa Aeroespacial da América do
Norte – iniciou exercícios através dos quais aviões comerciais eram seqüestrados e
jogados contra o WTC e o Pentágono.
10
As informações de Avery são confirmadas por Joseph12 (2007) que afirma
que o jornal USA Today havia noticiado, 2 anos antes dos ataques de 11 de
setembro, que o NORAD conduzia exercícios usando aviões seqüestrados como
armas. E que um dos alvos era o World Trade Center. Curiosa coincidência.
Avery (2006) continua informando que, em junho de 2000, o
Departamento de Justiça dos EUA lançou um manual de contra-terrorismo, exibindo
o WTC sob uma mira. Em setembro do mesmo ano o chamado “Projeto para um
novo século americano”, de autoria de um grupo de discussão neo-conservador,
reuniu celebridades como Dick Cheney13, Donald Rumsfeld14 Jeb Bush15 e Paul
Wolfowitz16. Do encontro resultou um relatório intitulado: "Reconstruindo as defesas
americanas", o qual destacava que "o processo de transformação, mesmo que traga
uma mudança revolucionária, é provável que venha a ser longo, na ausência de
algum evento catastrófico catalisador, como um novo Pearl Harbor17."
O pesquisador ainda destaca os eventos na seqüência a seguir.
Em 24 de outubro de 2000, o Pentágono conduziu o 1º de dois exercícios
de treino, chamados Mascal, os quais simulavam um Boeing 757 sendo jogado
contra seu edifício-sede.
Em abril de 2001, o NORAD planejou um exercício onde uma aeronave
era jogada contra o Pentágono. O exercício foi visto como "irrealista demais".
Charles Burlingame, um antigo piloto de F-4 da Marinha, que atuou na instituição,
participou da operação. Após, começou a trabalhar na American Airlines. E menos
de um ano depois seu Boeing 757 foi apontado como aquele que chocou contra o
Pentágono.
12
Peter Joseph é autor do filme-documentário Zeitgeist, lançado online livremente, via Google Vídeo.
Foi apresentado em première global no 4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards (festival
estadunidense que reúne artistas ativistas – pessoas envolvidas em ações políticas diretas e indiretas
sempre fora do âmbito institucional).
13
Dick Cheney – vice-presidente dos EUA, figura-chave no endurecimento da política externa norteamericana, considerado um dos arquitetos da Guerra do Iraque.
14
Donald Rumsfeld – ex-Secretário de Defesa dos EUA, acusado pelo ex-general, Janis Karpinski,
responsável pela prisão iraquiana de Abu Ghraib de ter autorizado as torturas de presos no Iraque.
15
Jeb Bush – governador da Califórnia, irmão de George Bush, com quem estava no dia dos ataques.
16
Paul Wolfowitz – Ex-presidente do Banco Mundial, muito conhecido pela arquitetura da política
extena do governo Bush, que resultou na invasão do Iraque. Renunciou ao cargo após escândalo no
qual era acusado de lotear os altos cargos da instituição entre ex-companheiros do governo, havendo
promovido inclusive a própria namorada.
17
Pearl Harbor – base naval e quartel-general da frota dos EUA, atacada pela Marinha Imperial
Japonesa, em 1941, evento que provocou a entrada dos norte-americanos na 2ª Guerra Mundial e
iniciou a Guerra do Pacífico, levantando suspeitas sobre o comportamento da gestão Roosevelt.
11
Em junho de 2001, o Departamento de Defesa apresentou novas
instruções sobre intervenções militares, em caso de seqüestros de aviões. E afirmou
que "em todas as respostas não-imediatas, o Departamento de Defesa tem de obter
permissão diretamente do Secretário de Defesa." A partir desta época, o Procurador
Geral, John Ashcroft, começou a voar em jatos Charter, até ao final do seu mandato,
devido aos alertas do FBI sobre a possibilidade de terrorismo aéreo.
Ainda, conforme Avery (2006), em 4 de julho de 2001, Osama Bin Laden,
procurado pelos EUA desde 1998, recebeu tratamento médico no hospital norteamericano de Dubai, o segundo maior dos Emirados Árabes Unidos. Na ocasião,
recebeu a visita cordial de um chefe local da CIA. No dia 24 do mesmo mês, Larry
Silverstein, proprietário do WTC 7, fez um seguro de 3,5 bilhões de dólares para
todo o complexo do WTC – seis semanas antes de 11 de setembro – cobrindo
especificamente atos de terrorismo.
Em 6 de setembro de 2001, foram colocadas 3.150 put options (apostas
na queda da Bolsa) sobre as ações da United Airlines, uma das envolvidas nos
eventos. Nesse dia, as put options foram superiores em mais de 4 vezes a sua
média diária. Cães especialistas em explosivos foram retirados do WTC, e também
os guardas de segurança que estavam fazendo turnos de 12 horas há 2 semanas.
Em 7 de setembro de 2001, foram colocadas 27.294 put options sobre as
ações da Boeing, superiores em mais de 5 vezes sua média diária.
Em 10 de setembro de 2001, foram colocadas 4.516 put options sobre as
ações da American Airlines, quase 11 vezes superiores sua média diária. No mesmo
dia, a Newsweek – a segunda maior revista semanal dos EUA – noticiou que altos
oficiais do Pentágono haviam cancelado seus planos de vôo para a manhã seguinte.
O presidente da Câmara de São Francisco, Willie Brown, recebeu uma chamada
telefônica que o alertou para não voar em 11 de setembro. A Pacifica Radio, da
Califórnia, revelou mais tarde que o telefonema foi efetuado pessoalmente pela
Conselheira Nacional de Segurança, Condoleezza Rice. E no Paquistão, num
hospital militar, os urologistas foram substituídos por uma equipe especial, para
acolherem seu convidado de honra, Osama Bin Laden, que foi escoltado para
dentro, para ser cuidadosamente vigiado e tratado. (AVERY, 2006).
Joseph (2007) aponta que, já que fontes oficiais afirmaram que 4 ou 5 dos
terroristas estavam em cada vôo, seus nomes deveriam constar nos respectivos
12
relatórios de vôos. Só que os relatórios aos quais seus pesquisadores tiveram
acesso não continham os nomes dos “seqüestradores”, e nem mesmo algum outro
nome de origem árabe. O mais intrigante é que muitos deles estão vivos. Para o
autor, muitas das “provas” foram forjadas. Por exemplo, um dos passaportes dos
seqüestradores, do vôo 11, foi encontrado nos destroços. É curioso que tenha
atravessado uma bola de fogo, através do avião, e aterrado no solo – imaculado –
enquanto estruturas de concreto era pulverizadas.
Em relação às quedas das torres norte, sul e ao prédio nº 7 do complexo
WTC, várias emissoras de rádio e TV relataram que estas lembravam demolições
controladas. Os próprios bombeiros de Nova Iorque comentaram que os andares
foram caindo de uma forma uniforme, como tivessem sido detonados, aos sons de
“bum... bum... bum”. (VONKLEIST, 2004).
Sobreviventes civis, como Teresa Veliz que estava trabalhando no 47º
piso quando o vôo 11 bateu na Torre Norte, confirmam esta suspeita.
Havia explosões. Fiquei convencida que tinham posto bombas por todo o
lado e que alguém estava sentado num painel de controle pressionando os
botões do detonador. Houve uma explosão. Depois outra e outra. Não sabia
para onde fugir. (AVERY, 2006).
Avery (2006) garante que a torre sul do WTC desmoronou até o chão em
aproximadamente 10 segundos, como que em queda livre. 29 minutos depois, a
torre norte também ruiu, também em aproximadamente 10 segundos. Mais tarde, às
17h20min, o prédio Nº 7 – um edifício de escritórios com 47 andares, que não foi
atingido por nenhum avião, também veio abaixo. Curiosamente seus inquilinos mais
proeminentes eram a CIA, outras agências de Serviços Secretos, o Departamento
de Defesa, e o IRS – (órgão da Receita Federal), que continha entre 3 mil a 4 mil
arquivos relacionados a inúmeras investigações sobre Wall Street.
Joseph (2007) também levanta questões sobre as quedas. O eixo do
núcleo de cada uma das torres possuía 47 colunas de aço maciço. Se as
plataformas de um dos andares tivessem se soltado de um deles, ainda assim suas
colunas ajudariam a manter a estrutura em pé. Nenhum dos aviões cortou qualquer
das colunas do núcleo. Les Robertson – engenheiro estrutural, responsável pela
construção dos prédios conta que “desenhamos as Torres para agüentarem até o
13
impacto de um Boeing 707, de qualquer lado. Tudo indica que as torres gêmeas
caíram numa espécie de queda livre”. 200.000 toneladas de aço fragmentaram-se e
explodiram em 152 metros. Isto significa o desaparecimento de uma média de 10
andares por segundo.
E mais: as cenas gravadas não demonstram nenhuma imagem de "efeito
panqueca" nos edifícios que caíram. Se foi uma espécie de queda livre, o que
permitiu este efeito, movendo massas de materiais pelo caminho? O pesquisador
responde: explosivos. Se 47 enormes vigas de aço no núcleo estavam interligadas,
como foi possível aniquilá-las quase que simultaneamente, até desaparecerem por
completo? Cortando-se as colunas, através de cortes em ângulos diagonais. Uma
demonstração aparece em seu documentário e também nos fragmentos de várias
colunas do WTC. Para ele, um dos produtos usados em demolição, o térmite, é tão
quente que corta o aço como se fosse uma "faca cortando manteiga". (JOSEPH,
2007).
Em 10 de setembro de 2001, o NORAD havia iniciado inúmeras ações
militares. A primeira, com o nome de Vigilant Guardian, foi descrita como um
exercício que criaria uma crise imaginária para as defesas norte-americanas em
nível nacional. A segunda, chamada de Northern Vigilance, movimentaria caças para
o Canadá e para o Alaska, a fim de combater uma frota russa imaginária. Três F-16
da Guarda Nacional de Washington DC, da base aérea de Andrews, foram levados a
333 km de distância, numa missão de treino na Carolina do Norte. Isto deixou
apenas 14 caças para proteger todos os Estados Unidos. (AVERY, 2006).
Joseph (2007) afirma que, em relação aos aviões agressores, causa
estranheza de não serem interceptados pelo sistema aéreo de proteção dos EUA.
Foi uma anomalia atormentadora. Os caças militares de reconhecimento, que
sobraram, ficaram confusos. E a razão de não saberem o que fazer foi devido a um
elevado número de exercícios de guerra sobrepostos (simultâneos) aos ataques que
estavam ocorrendo. Um dos exercícios era o Vigilant Warrior, uma simulação real de
aviões desviados e seqüestrados acontecendo naqueles momentos. Eles estavam
“lidando” com 22 "seqüestros". Exatamente naquele dia, naquela manhã e naquela
área geográfica. E quem comandava todos os exercícios? Dick Cheney, o vicepresidente dos EUA. Desta forma, os militares envolvidos não conseguiram, de
14
acordo com gravações exibidas nos três documentários que aparecem nas
referências, distinguir o que era exercício e o que era real.
A confusão foi tanta que, a partir do momento em que o primeiro avião
aproximava-se das torres, um dos controladores falou: “Olá, chefe, aqui é a equipe
New. Temos um problema com um avião seqüestrado, que se dirige para Nova
Iorque, e precisamos de vocês. Necessitamos de alguém ative as equipes
domésticas para nos ajudar”. O interlocutor respondeu: “Isto é real ou é um
exercício?”. E o primeiro completou: “Não, isto não é um exercício. Vamos decidir
sobre este avião fora de rota?”. O segundo argumentou: “Bem... não sei. Esta será
uma decisão que alguém terá que tomar provavelmente nos próximos 10 minutos.
Sabe, todos já saíram da sala”. (AVERY, 2006).
Após os eventos e as reações populares, Bush e Cheney só concordaram
em falar perante a “Comissão 11/9”, sob as seguintes condições: aparecerem juntos;
não estarem sob juramento; apresentarem-se sem a presença da imprensa e de
familiares; não permitindo qualquer gravação ou transcrição. O relatório final foi
unânime, servindo aos interesses da administração Bush. Por incrível que pareça,
seu relator, Philip Zelikow, foi a mesma pessoa que mais tarde realizou o plano
estratégico para a Guerra do Iraque, sendo amigo íntimo de Condoleezza Rice.
Para todos os pesquisadores apontados, o governo estadunidense está
por trás de todos os eventos. Sob esta visão, as calorosas reações aos ataques de
11 de setembro foram falsas operações patrióticas para que certos grupos
conseguissem apoio popular, autorização e fundos para um novo nível de
imperialismo.
Vonkleist (2004) questiona: Por que o governo dos EUA estaria envolvido
nestes atos? Ele mesmo responde afirmando que todos sabem que a guerra faz
dinheiro – é a maior indústria do mundo. Nela lucram inúmeros grupos empresariais.
Assevera que os contratos de defesa são os maiores do país e também do mundo.
Bilhões e, às vezes, trilhões de dólares são distribuídos às corporações contratadas.
Estas, por exemplo, fornecem martelos a 75 dólares cada, vasos sanitários a 600
dólares cada, sobretaxando de forma grosseira e velada os contribuintes norteamericanos. Para o autor, como os contratados garantem sua estabilidade e
lucratividade? A resposta é simples: garantindo que existam guerras. Sobre a
eventual omissão das áreas do Jornalismo, pergunta: por que as mídias não falam a
15
respeito? E responde: estão envolvidas politicamente. Só para se ter um exemplo: a
NBC pertence a General Electric. E a GE é uma das 10 maiores corporações
contratadas em caso de guerra.
Se não existe mais outra superpotência como bode-expiatório (como a
antiga URSS) que melhor inimigo os Estados Unidos poderiam ter do que um
oponente sem-rosto ou um país que pode ser atacado à vontade com um sistema de
defesa infinitamente inferior? Para ele, vagarosamente os cidadãos irão entender
porque os EUA criaram Osama Bin Laden. Ele era um agente da Agência Central de
Inteligência – a CIA. Foi treinado, financiado e colocado no poder pela CIA. Possui,
junto com sua família, ligações e negócios substanciosos com a gestão de George
W. Bush. Saddam Hussein também foi treinado, financiado e fortalecido no poder
pelos governos norte-americanos. Não é possível que os EUA tenham criado bodesexpiatórios, inclusive o Talibã e a Al-Qaeda, para terem “agentes do mal” para culpar
pelos eventos de 11 de setembro?
Também
de
forma
intrigante,
Michael
Moore,
através
de
seu
18
documentário “Fahrenheit 9/11” , demonstra fortes ligações da família de George
W. Bush com a de Osama Bin Laden. Destaca as causas e consequências dos
eventos em questão, ligando-os à necessidade de invasão do Iraque pelos EUA,
sendo apoiados por fiéis aliados. Entre eles, a Grã-Bretanha abertamente; e Israel
veladamente. Apresenta pistas sobre as verdadeiras razões que impulsionaram a
invasão do Afeganistão, em 2001, e do Iraque, em 2003. Estas correspondem mais
à proteção dos interesses dos EUA que ao desejo de libertar os respectivos povos
ou evitar ameaças potenciais. (MOORE, 2004).
Vonkleist (2004) coloca que, no dia 23 de setembro de 2001,
Condoleezza Rice, Conselheira da Segurança Nacional, garantiu que o governo
tinha provas que ligavam Osama Bin Laden aos ataques. E que estas seriam
divulgadas no momento certo. O autor afirma que os cidadãos dos EUA e do mundo
ainda estão esperando por essas provas que não apareceram. De lá para cá o
governo já criou duas guerras de enormes proporções – no Afeganistão e no Iraque.
Tudo baseado em evidências que não apareceram. Apoiado pela mídia colocou
impiedosamente, nas mentes dos norte-americanos, que terroristas armados com
18
O documentário foi premiado no Festival de Cannes de 2004, obtendo a Palma de Ouro, prêmio de
da maior relevância entregue por aquele evento. O último documento do gênero a receber o mesmo
prêmio foi The Silent World de Jacques Cousteau e Louis Malle, 48 anos atrás.
16
estiletes e canivetes foram os responsáveis pelos ataques nos EUA. Bush foi claro
em seu maniqueísmo: “Ou vocês estão conosco ou estão com os terroristas”.
AS VISÕES DE ALGUNS ESPECIALISTAS
Um dia após os eventos, em 12 de setembro de 2001, os principais
jornais dos EUA e de várias partes do mundo, baseados em fontes norteamericanas, já começaram a estampar em suas capas manchetes abordando os
fatos.
Segundo Moreira19 (2005), em seus conteúdos os destinadores
desejaram fazer com que os destinatários cressem que os agentes das ações eram
terroristas, apesar de não possuírem uma única pista ou evidência concreta sobre as
autorias, classificando-os como suicidas. Para o pesquisador, evidenciou-se uma
identificação passional com o sentimento da população, colocando os EUA como
vítimas de uma agressão desmesurada e com direito à guerra e à vingança.
- Los Angeles Times (EUA) – Terroristas atacam Nova Iorque e o
Pentágono.
- The Washington Post (EUA) – Terroristas seqüestram quatro aviões,
destroem o World Trade Center, atingem o Pentágono, com centenas de
mortes.
- The Wall Street Jornal (EUA) – Terroristas destroem World Trade Center,
atingem o Pentágono em ataque-surpresa com aviões seqüestrados.
- The Washington Times (EUA) – Que infâmia!
- The Examiner (EUA) – Bastardos!
- Daily News (EUA) – É guerra!
- The Miami Herald (EUA) – Atos do mal.
- The Guardian (Inglaterra) – Uma declaração de guerra.
- The Independent (Inglaterra) – Dia do juízo final na América.
- Die Welt (Berlim, Alemanha) – Invasão terrorista no coração da América.
- Le Monde (França) – América golpeada. Mundo tomado de terror.
- Al Hayat (Líbano) – Aviões suicidas atacam o Pentágono e destroem as
torres do WTC em Nova Iorque. A América declara alerta máximo e aponta
a marca de Bin Laden nos ataques.
- El Pais (Espanha) – O mundo em vigília à espera das represálias de Bush.
- El Universal (México) – Alerta mundial!
- La Industria (Peru) – Eles não terão o perdão de Deus.
19
Deodoro José Moreira é doutorando do Programa de Comunicação e Semiótica da Pontifícia
Universidade Católica – PUC, de São Paulo – SP.
17
- Público (Portugal) – América promete vingança.
- O Estado de São Paulo (Brasil) – Terrorismo declara guerra aos EUA.
- Jornal do Brasil (Brasil) – EUA armam resposta ao terror.
- O Globo (Brasil) – Terror suicida pára o mundo.
(apud MOREIRA, 2005).
Por questões de natureza administrativa, estratégia, política, econômica
e/ou comercial, pressupõe-se que corporações há muito vinham tentando influenciar
o terreno midiático. O que se imagina no mundo parece ganhar força também na
esfera nacional. Para Sant’Anna20 (2007)
Há um novo ator no cenário informativo brasileiro que nos obriga a adotar
ótica diferenciada na análise do Jornalismo e da identidade dos jornalistas.
Setores da sociedade civil e do poder público trazem à esfera midiática um
novo tipo de emissor de informações. São meios mantidos por atores
sociais até então considerados apenas como fonte de informação. Jornais
de grande circulação, emissoras de rádio e TV, ou mesmo programas
sociais, são disponibilizados à sociedade por corporações, organizações
não governamentais e mesmo por movimentos sociais, influenciando o
conteúdo da agenda apresentada à opinião pública.
O pesquisador prossegue (SANT’ANNA, 2007)
No cenário da difusão da informação no Brasil, desponta um novo ator que
se diferencia das mídias tradicionais. Entre os meios tradicionais de
comunicação, públicos ou privados, novos veículos informativos são
ofertados ao público por organizações profissionais, sociais e inclusive por
segmentos do poder público. São mídias mantidas e administradas por
atores sociais que, até então, se limitavam a desempenhar o papel de
fontes de informações. (...) Estas fontes são, em grande parte, verdadeiras
organizações políticas. (...) Deter uma visibilidade pública é o objetivo
desses grupos, uma vez que para interferir na esfera pública, neste período
de pós-modernidade, é necessário estar inserido na agenda midiática.
Sant’Anna cita Koch (1990, p. 175) para afirmar que, no território das
grandes mídias dos Estados Unidos, cerca de 70% das informações publicadas
consistem na re-redação do discurso das fontes oficiais. Há enorme similaridade,
inclusive internacionalmente, entre os conteúdos das mídias tradicionais e os das
assessorias de imprensa.
20
Francisco Sant’Anna é jornalista profissional, Mestre em Comunicação pela Universidade de
Brasília – UnB, e doutorando em Ciência da Informação e Comunicação no Centre de Recherches sur
l’Action Politique em Europe, na Universidade de Rennes-1 – França.
18
Para Magliocca (apud RIBEIRO, 2002), agências de notícias são as
maiores responsáveis pelo fornecimento de informações.
São fotógrafos, cinegrafistas e repórteres das grandes agências
internacionais que estão na linha de frente dos principais eventos mundiais
para abastecer veículos de todo o planeta com textos, áudio e imagens,
reproduzidos nas mídias impressa e eletrônica dos cinco continentes.
A estratégia das fontes não se limita apenas a construir suas notícias.
Elas também buscam influenciar o trabalho jornalístico por meio de pseudo-fatos
(factóides) planejados para captar a atenção das mídias e influenciar nos
agendamentos. (BONVILLE apud SANT’ANNA, 2007).
Durante os eventos do Fórum Social Europeu – 2003, realizado em Paris
– França, a Editora Fundação Perseu Abramo lançou o livro “Padrões de
manipulação na grande imprensa”, ensaio do jornalista e sociólogo Perseu Abramo21
que salienta os interesses políticos por trás das notícias e as razões de a
apresentação da realidade ser manipulada por muitos meios de comunicação. A
obra ressalta que a distorção da realidade não provém diretamente do interesse
econômico ou da busca do lucro dos veículos, mas da lógica do poder e da esfera
da dominação política. (OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, 2004).
A mesma fonte salienta que, segundo o jornalista Hamilton Octavio de
Souza, professor de Jornalismo na PUC-SP,
os estudos do professor Perseu desmascaram a autoproclamada
‘objetividade’ da imprensa comercial-burguesa, mostram que se trata de
uma ‘falsa objetividade’ e situam o Jornalismo praticado pelo mercado como
um instrumento de controle político das elites, contrário aos interesses
maiores do povo.
21
Perseu Abramo (1929-1996) foi professor do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo – PUC-SP. Sua experiência acadêmica também se deu na Universidade de
Brasília – UnB – e Universidade Federal da Bahia – UFBA. Atuou no mercado através de veículos
como “O Estado de S. Paulo” e “Folha de São Paulo”.
19
José Arbex Jr22 (apud RUSCHE, 2005) afirma que, para que exista um
discernimento, por parte de profissionais, acadêmicos e leitores, sobre os fatos, os
assuntos em pauta e, principalmente, a forma de apresentá-los, é importante
intensificar o hábito da leitura, inclusive conhecer os diferentes eventos da história.
Para ele, em geral, as pessoas ficam “pulando de novidade para
novidade”, sem se deterem com espírito crítico sobre o que ocorre. A diversidade de
eventos noticiados é, em grande parte, responsável por isto.
Como conseqüência, as pessoas nunca param para analisar aquilo que
aconteceu, recuperar a memória, contextualizar etc. Esse excesso de
informações acaba criando a sensação de que nada é permanente no
mundo e faz com que elas jamais se detenham em analisar o que está
acontecendo.
O professor continua:
Muitas vezes o jornalista não ocupa o espaço que ele tem por falta de
informação, porque nunca se preocupou em analisar os problemas em sua
complexidade. Eu acho que os profissionais, em determinado aspecto, têm
responsabilidade, sim, por aquilo que sai publicado na grande imprensa.
Tanto para acadêmicos como para profissionais da área aconselha que é
preciso que estudem mais, leiam mais, conheçam a história do Brasil, a política
internacional etc. Usa, inclusive, um exemplo polêmico e contundente:
A primeira providência é cuidar da própria competência intelectual. É óbvio
que se alguém tem formação em História, por exemplo, sabe o que foi o Islã
na Europa, que criou uma das primeiras universidades, no Califado de
Córdoba, no século X, sobre o efeito modernizador que teve o Islã na
cultura ocidental, apesar das contradições internas do mundo islâmico. (...)
Se ele tem um conhecimento mínimo sobre isso, quando lê um panfleto
vagabundo como a Veja, que fala do Islã com preconceito, com ódio, com
mentiras e mitificações, ele vai saber que aquilo que está lendo é uma
porcaria. Agora, se ele não sabe nada disso, não conhece o Islã, corre o
risco de acreditar naquela baboseira que saiu na revista Veja.
22
José Arbex Jr. é jornalista e autor dos livros Showrnalismo – a notícia como espetáculo; e O
Jornalismo canalha. Trabalhou na Folha de São Paulo. Foi editor da Editoria Mundo e editor-chefe do
jornal Brasil de Fato. Foi professor de Jornalismo na Caspér Líbero. Hoje, leciona na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. É Doutor em História Social pela Universidade de
São Paulo – USP.
20
Entende-se que, qualquer que seja o fato noticiado, sempre é
interessante que o receptor – seja ele profissional, acadêmico ou leitor – tenha
conhecimento, ou pesquise sobre, para poder avaliar o teor de cada notícia.
21
CONCLUSÃO
Mesmo que para alguns as versões não-oficiais pareçam absurdas, elas
demonstram que, no mínimo, há pontos suspeitos em torno da gestão Bush, em
relação aos eventos que envolveram o chamado 11 de setembro. É interessante
observar que elas não foram construídas por “terroristas”, nem por “esquerdistas”,
nem por “comunistas”, nem por “rebeldes”, nem por outros “inimigos da liberdade”.
Mas, por cidadãos – em sua maioria dos EUA – que em geral se orgulham de suas
instituições, da história e do estilo de vida de seu povo.
Também é curioso verificar que, neste caso, os chamados “grandes
veículos”, inclusive os brasileiros, ignoraram o “outro lado”. E, em alguns momentos,
quando deram vez a diferentes pontos de vistas, sempre os destacaram através de
notas, combatendo-os, criticando-os, ridicularizando-os, fazendo-os de objeto de
riso, taxando-os de absurdos e infundados. Estas insinuações apareceram em
revistas como Veja, Isto É, Época; em redes populares, como a Globo, a Record e o
SBT; e, até mesmo, em programas “religiosos”, como o de Edir Macedo, o bispochefe da Igreja Universal do Reino de Deus.
Um exemplo desta tendência foi percebido através de Jô Soares, em sua
participação23 na Globo, quando então reservou um programa inteiro para entrevistar
Ivan Sant’Anna, autor de “Plano de Ataque”, o livro brasileiro que coincide em vários
pontos com a versão da administração Bush. Todas as versões contrárias foram
menorizadas e/ou serviram de objetivo de riso, com a concordância “espontânea” da
platéia, que aplaudiu e gargalhou.
Na época da ditadura militar brasileira, era comum um censor enviar um
comunicado em papel timbrado, para as redações, proibindo a divulgação desse ou
daquele fato. A grande noite do Brasil terminou, mas as censuras parecem que
continuam, sempre atendendo a determinados interesses. O 11 de Setembro
aparece como apenas um exemplo.
23
O ”Programa do Jô” é uma cópia do programa Late Show do apresentador estadunidense David
Letterman. Este, por sua vez, copiou o formato do Tonight Show, de Johnny Carson – dos EUA – o
criador do chamado Talk Show, um gênero de programa televisivo ou radialístico em que uma pessoa
ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e moderados por um ou
mais apresentadores.
22
Isto acende o questionamento: se é dever profissional do Jornalismo ouvir
partes divergentes envolvidas em um mesmo evento, será que os “grandes veículos”
estão desenvolvendo a contento suas funções? Será que, como apontam os
manuais da profissão, contemplam seus princípios basilares que valorizam os meios
e seus profissionais? Será que primam pela transparência, a prestação de contas, a
credibilidade, a justiça, o equilíbrio, o criticismo, o apartidarismo, a independência e
o pluralismo?
David Corn24 (2003), em sua obra “As mentiras de George W. Bush –
dominando a política do engano”, afirma que todos os presidentes estadunidenses
mentiram. Mas, o atual mandatário ficará conhecido por faltar costumeiramente com
a verdade, por sua prepotência, irresponsabilidade e infâmia. Nesta contundente
acusação, garante que a enganação já começou em sua campanha para o Gabinete
Oval, quando tirou a presidência de Al Gore.
24
David Corn é editor, em Washington, da revista estadunidense The Nation.
23
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26

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