11 DE SETEMBRO DE 2001 A VERSÃO OFICIAL E A
Transcrição
11 DE SETEMBRO DE 2001 A VERSÃO OFICIAL E A
11 DE SETEMBRO DE 2001 A VERSÃO OFICIAL E A OUTRAS Paulo Barrios1 Resumo Este artigo visa colocar, em contraste, a versão oficial para os chamados “ataques de 11 de setembro” e outras versões apresentadas por observadores, pesquisadores, comunicadores. Estes – baseados em dezenas e dezenas de evidências – buscam explicar o que, realmente, aconteceu naquela manhã de 2001. Alicerçado no dever jornalístico de ouvir equilibradamente partes divergentes envolvidas em um mesmo evento o trabalho questiona se os “grandes veículos” desenvolveram a contento suas funções. Para isto, cita princípios basilares do Jornalismo: a transparência, a prestação de contas, a credibilidade, a justiça, o equilíbrio, o criticismo, o apartidarismo, a independência e o pluralismo. Palavras-chave: Jornalismo. Transparência. 11 de Setembro. INTRODUÇÃO Durante os anos 80, em proximidade ao final da ditadura militar no Brasil, que se estendeu por 21 anos – de 1964 a 1985 – a agência de propaganda W/Brasil criou uma série de campanhas para o jornal A Folha de São Paulo. Colocou-a no patamar de o jornal brasileiro com o maior número de prêmios em Cannes – França, o grande festival da publicidade mundial. Um desses trabalhos famosos mostrava a figura de Hitler, o ditador da Alemanha nazista. Destacava algumas características do seu governo e encerrava afirmando: “É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade. Por isso é preciso tomar muito cuidado com a informação no jornal que você recebe. Folha 1 Professor graduado em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda – pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. E-mail: [email protected]. de São Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende". (CHAIM, 2008). Ou seja, o próprio jornal admitia que há fontes de informação de credibilidade duvidosa. E sempre deixou claro que, no universo do Jornalismo, existem alguns princípios basilares que valorizam a profissão, os meios e seus profissionais. São eles: a transparência, a prestação de contas, a credibilidade, a justiça, o equilíbrio, o criticismo, o apartidarismo, a independência e o pluralismo. No momento em que se aproxima o encerramento de uma das gestões mais polêmicas dos EUA – a de George Walker Bush e seu grupo – este artigo visa colocar em contraste a versão oficial para os chamados “ataques de 11 de setembro” e outras versões apresentadas por observadores, pesquisadores e comunicadores. Estes – baseados em dezenas e dezenas de evidências – buscam explicar o que, realmente, aconteceu naquela manhã de 2001. Questiona a razão de os chamados “grandes veículos” não darem vez a estes outros pontos de vista, já que “é dever jornalístico (deontológico2 e ético) ouvir os lados divergentes envolvidos em notícias ou reportagens que trazem a público, para repercutir na sociedade, conflitos de interesses ou de versões”. (CHAPARRO3, 2007). A ATIVIDADE JORNALÍSTICA De acordo com Melo (2003) o Jornalismo deve ser visto como um processo social que se articula a partir da relação entre as organizações formais e coletividades, por meio de canais de difusão que asseguram a transmissão de informações em função de interesses e expectativas. É um processo contínuo e veloz determinado pela atualidade. O conjunto de fatos estabelece ligações entre emissores e receptores, fazendo com que muitas vezes tensões entre o que a coletividade gostaria de conhecer e o que a instituição jornalística quer fazer saber. 2 Relativo a Deontologia. O termo foi introduzido em 1834, por Jeremy Bentham, para referir-se ao ramo da Ética cujo objeto de estudo são os fundamentos do dever e das normas morais. É conhecida também como “A Teoria do Dever”. 3 Carlos Chaparro é Doutor em Ciências da Comunicação e Professor de Jornalismo na ECA – Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo – USP. É jornalista desde 1957. 2 Para o autor, o Jornalismo opera a partir da realidade de que o ser humano sempre teve interesse em conhecer sobre o que se passa. Neste contexto, informar e informar-se representa um requisito da sociabilidade. Em alguns casos, a possibilidade de atuar e de influir na vida da sociedade tornou a informação um bem social, um indicador econômico e um instrumento político. Na visão de Kunczik (2002) as funções que um jornalista pode exercer, basicamente, é a de repórter (que coleta informações), a de redator (que organiza as informações) e a de editor (que seleciona e hierarquiza as informações e as publica). Na atividade jornalística, matéria é o nome genérico do cabedal informativo, resultante de apurações, o qual pode aparecer em forma de notícia (que tem valor jornalístico apenas quando acaba de acontecer, ou quando não foi divulgada por nenhum veículo); reportagem (uma ampliação da notícia, baseada em testemunhos e investigações mais aprofundadas dos fatos); e entrevista (que conta com a participação e pontos de vista de pessoas com conhecimento e ligadas ao fato). Melo (2003) afirma que o autêntico Jornalismo – que envolve processos regulares e livres de informação sobre a atualidade e de opinião a respeito da conjuntura – só emergiu com a ascensão da burguesia ao poder e da abolição da censura prévia. Isto constituiu fator preponderante para que a atividade assumisse sua fisionomia – a de uma atividade comprometida com o exercício do poder político, difundindo idéias, combatendo princípios e defendendo pontos de vista. Por estas razões, nada mais natural que os “donos do poder”, incomodados pela virulência com que se praticava o Jornalismo, ao atacar, denunciar, combater setores, procurassem reduzir o ímpeto da expressão opinativa. Estas reações fizeram surgir e se desenvolver o Jornalismo de Opinião (que privilegiava a expressão de idéias) e o Jornalismo de Informação (mais voltado à narração dos fatos). Enquanto o Jornalismo Francês apresentou-se com vigor opinativo, promovendo debates, levantando problemas, participando ativamente do cenário político, o Jornalismo Inglês assumiu uma tendência informativa, retraindo-se do combate, preferindo distanciar-se do confronto direto com o poder. 3 No entanto, em qualquer um dos casos o princípio de ouvir todas as partes envolvidas – o outro lado, o contraditório – passou a representar uma prática básica da profissão. Para Henriques4 (2006) O princípio do contraditório deveria ser sempre respeitado no Jornalismo. Ele é um procedimento básico, um dos pilares de sustentação da atividade. É uma obrigação elementar ouvir todas as partes envolvidas numa notícia, não só porque é mais justo, mas também para evitar erros de informação por puro desconhecimento do jornalista. Ninguém é obrigado a saber tudo, por isso mesmo, é mais prudente ouvir sempre o outro lado para saber se determinada denúncia, ou questionamento tem o mínimo de pertinência. Chaparro (2007) reforça esta idéia ao afirmar que Nos manuais de redação dos melhores jornais europeus e americanos, como nos pragmáticos manuais de redação dos diários brasileiros de referência, está escrito que é dever jornalístico (deontológico e ético) ouvir os lados divergentes envolvidos em notícias ou reportagens que trazem a público, para repercutir na sociedade, conflitos de interesses ou de versões. O autor afirma que os próprios manuais, entre eles o do jornal A Folha de São Paulo, deixam claro em tom imperativo que: “quando uma informação é ofensiva a uma pessoa ou entidade, ouça o outro lado e publique as duas versões com destaque proporcional” (2007). Para Kotscho (2005, p. 8) o profissional de jornalismo deve “entender que sua tarefa não se limita a produzir notícias segundo alguma fórmula ‘científica’: é uma arte de informar para transformar”. Segundo ele, foi-se percebendo que na medida em que a função do repórter definia-se, tornava-se importante e era mais seguidamente acionada para cobrir os fatos, passaram a aparecer contradições entre os relatos jornalísticos e os preconceitos ou valores sustentados pelas elites e pelos anunciantes. A indústria do Jornalismo prosperou. A luta pelo furo, pela conquista do receptor, levou as mídias a colocar repórteres em várias partes do mundo e, em alguns casos, a nortear relações pouco éticas entre o veículo, as fontes e os envolvidos nos fatos. 4 Rafael Paes Henriques é professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Mestre em Ciências da Comunicação – Informação e Jornalismo, pela Universidade do Minho – Portugal. 4 Instituíram-se os cursos superiores de Jornalismo e buscaram-se, por via de pesquisa acadêmica, padrões para a apuração e o processamento de informações. Assim, ficou estabelecido que a informação jornalística deveria reproduzir os dados obtidos nas fontes, que os testemunhos de um fato seriam confrontados uns com os outros, para que se obtivesse a versão mais próxima da realidade. E que a relação com as fontes deveria basear-se apenas na troca de informações, sendo necessário ouvir porta-vozes dos diferentes interesses que estavam em jogo. Afinal, segundo Fernandes (2003, p. 167) as informações jornalísticas têm origens nas fontes, sejam estas “o próprio repórter que presenciou o fato, a emissora de rádio ou de televisão, documentos ou publicações diversas, as agências de notícias, os órgãos oficiais, as autoridades ou os cidadãos comuns”. E deve ser do equilíbrio, pesquisado e checado deste conjunto de forças, que se deve fazer a diversidade do noticiário jornalístico. Neste sentido, norteado pelos conceitos das atividades jornalísticas, aqui explicitados, o presente artigo registra a versão oficial sobre os eventos de 11 de setembro de 2001 e as outras versões, ignoradas pela grande mídia, em especial a brasileira. 11/9 – A VERSÃO OFICIAL Os ataques de 11 de setembro de 2001, também chamados de “atentados de 11 de setembro”, foram vistos oficialmente pelos norte-americanos como uma série de investidas suicidas, coordenadas pela Al-Qaeda5, contra alvos estratégicos dos Estados Unidos6. (BBCBRASIL, 2004). 5 A Al-Qaeda ("a base", em árabe) é uma organização originariamente formada por mujahedines (combatentes talibãs recrutados e comandados pelo milionário saudita Osama Bin Laden, que lutaram contra a ocupação soviética, no Afeganistão de 1979 a 1989,). Desde o início foi financiada pelos Estados Unidos, num processo anti-soviético, através de mecanismos criados pela CIA. 6 World Trade Center, Pentágono e Casa Branca. 5 Na manhã desse dia, quatro aviões comerciais foram seqüestrados. Os terroristas embarcaram em vôos, saindo das cidades de Portland, Washington e Boston. Às 8 horas com 46 minutos, um Boeing 767 da American Airlines – o Vôo 11 – bateu contra a torre norte do World Trade Center – WTC, em Manhattan, Nova Iorque. Às 9 horas com 3 minutos, outro Boeing 767, desta vez da United Airlines – o Vôo 175 – atingiu a torre sul do WTC. Das mais de 2.500 pessoas que morreram nas Torres Gêmeas, pouquíssimos fragmentos de corpos puderam ser localizados. E nem sinal das caixas-pretas dos vôos AAL11 e UAL175. O grau de destruição foi tão grandes que as equipes de resgate não encontraram mesas, cadeiras, teclados de computador, telefones. (SANT’ANNA, 2006, p. 252). Mais adiante, na mesma obra, Sant’Anna (2006, p. 256) afirma que “na foto dos arquivos do FBI, vê-se o passaporte calcinado de Ziad Jarrah, recuperado dos destroços (...) com seu rosto e nome bem visíveis7”. Às 9 horas com 45 minutos, uma terceira aeronave, novamente da American Airlines – o Vôo 77 – foi direcionado pelos seqüestradores para se chocar contra o Pentágono, no Condado de Arlington, Virgínia. Às 10 horas com 11 minutos, caiu a quarta nave, outra vez da United Airlines – o Vôo 93 – cujos destroços ficaram espalhados num campo próximo de Shanksville, Pensilvânia. A versão apresentada pelo governo asseverou que seus passageiros enfrentaram os seqüestradores e que, durante o ataque, o avião despencou, após a luta de valorosos cidadãos dos Estados Unidos contra seqüestradores fanáticos. Casualmente, todos tinham bons dotes físicos e estavam preparados para defender sua liberdade. Jamais se saberá exatamente quem lutou contra os terroristas. Mas pode-se supor que forma Jeremy Glick, campeão de judô e praticante de luta livre, 8 Tom Burnett (...), Mark Bingham, jogador de rúgbi, Todd Beamer , muito religioso, Richard Guadagno, que freqüentava cursos de defesa pessoal do 7 Apesar de os impactos dos aviões destruírem as caixas-pretas, as estruturas de aço e concreto das torres e os móveis, o passaporte – de papel – pertencente a Ziad Jarrad manteve-se praticamente intacto, o que facilitou sua identificação pelo FBI. 8 Recitou o Salmo 23, antes de morrer como mártir: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará...”. 6 FBI (...) e Linda Gronlund, faixa marrom de caratê. (SANT’ANNA, 2006, p. 239). Ou seja, segundo o autor, apesar da ausência de sobreviventes desse vôo, foi possível reconstituir quase tudo que ocorreu, já que os próprios mortos relataram a tragédia, conversando pelo telefone – minutos antes – com familiares e amigos, ou deixando mensagens gravadas em suas secretárias eletrônicas. Ele resume a versão oficial da seguinte forma: em 11 de setembro de 2001, 19 terroristas, dirigidos por Osama Bin Laden, capturaram 4 aviões comerciais norte-americanos. E, enquanto fugiam do Sistema de Defesa Aéreo – NORAD, atingiram 75% dos alvos. As torres do World Trade Center 1, 2 e 7 foram abatidas devido às falhas estruturais causadas pelo fogo e pelo “efeito panqueca" (um andar caiu sobre o outro e seus pesos os fizeram despencar sobre o próximo, sucessivamente). O avião que atingiu o Pentágono se vaporizou devido ao impacto, assim como o que caiu em Shanksville. A seqüência desses atentados causou a morte de 3.234 pessoas e o desaparecimento de outras 24. O jornalista Demétrio Magnoli, ex-colunista de A Folha de São Paulo, tido como especialista em relações internacionais, em seu livro "Terror Global", afirmou que (FOLHA ONLINE, 2008). Logo após o 11 de setembro, alguns intelectuais que se querem de esquerda interpretaram os atentados como um golpe no ‘império americano’ e um sinal do declínio estratégico dos EUA. (...) O fascínio pelo terror diz muito sobre a degeneração de correntes de esquerda que não conseguem esconder sua profunda hostilidade à democracia, mas nada diz sobre a 9 natureza do terror jihadista. A rede da jihad global organiza-se sobre o programa de restauração do califado, isto é, do império islâmico. O califado foi abolido logo após a Primeira Guerra Mundial, com o surgimento da Turquia moderna. De lá para cá, não há uma autoridade máxima, política e religiosa, que materialize a unidade e a centralização do mundo muçulmano. Restabelecer essa autoridade é a meta dos terroristas que conspiraram contra as torres gêmeas. Seus ataques a alvos ocidentais são apenas uma 9 Linguisticamente, a palavra árabe "jihad" significa "esforço" ou "empenho" e se aplica a todo esforço ou empenho despendido na execução de qualquer ação. Neste sentido, um estudante se esforça ou se empenha para ter o seu diploma; um empregado se esforça ou se empenha em seu trabalho e mantém boas relações com seu empregador; um político se esforça ou se empenha para manter ou aumentar sua popularidade entre os eleitores, e assim por diante. No ocidente, "jihad" foi traduzido como "guerra santa", um uso popularizado pelas mídias. (SBMRJ, 2004). 7 dimensão da ‘guerra santa’ que declararam contra os Estados árabes e muçulmanos ‘infiéis’. Magnoli complementa ressaltando que as torres gêmeas e o prédio número 7 não caíram sozinhos. Junto com suas ruínas, foram varridas pelos terroristas as esperanças provenientes da queda do Muro de Berlim, destruindo uma expressiva parcela do patrimônio de liberdades das democracias. 11/9 – OUTRAS VERSÕES Logo após 11 de setembro de 2001, algumas teorias começaram a surgir tentando revelar o que realmente havia ocorrido em relação aos eventos que abalaram os EUA. (VONKLEIST10, 2004). Segundo o autor, uma delas chamou sua atenção, após navegar por um site francês intitulado “Cace o Boeing. Teste suas percepções”. Levantava sérias questões a respeito do que, de fato, teria acontecido no Pentágono. Expunha fotos oficiais e destacava que nenhuma revelava vestígios do que teria sido a aeronave: nada da cauda, do nariz, da fuselagem, das asas, dos motores, das rodas, das bagagens, das poltronas – nada. Conforme Avery11 (2006), em 15 de agosto de 2005, o vôo 522 da Helios Airways, um Boeing 737 em rota para Atenas – Grécia chocou-se contra uma colina em velocidade máxima. Resultado visual: muito fogo, partes da cauda e das asas, motores, cabine e 121 corpos. No evento do Pentágono não houve destroços de nada parecido com um avião. E suas características eram incompatíveis com as de outros acidentes aéreos de semelhantes proporções, contrariando as versões divulgadas pelas grandes redes: a NBC, a CBS, a ABC, a CNN e outras. (VONKLEIST, 2004). 10 Dave Vonkleist é jornalista, repórter, produtor e apresentador do programa de rádio “The Power Hour”, Ohio, Cincinnati - EUA. 11 As teorias de Dylan Avery estão em sintonia com as reveladas neste artigo. E são apoiadas pelo 9/11 Truth Movement (Movimento pela Verdade do 11/9), nome adotado por organizações e indivíduos que questionam o relato oficial dos ataques de 11 de setembro de 2001. Seus membros comunicam-se principalmente através da internet e regularmente reúnem-se em encontros locais, conferências nacionais, internacionais e demonstrações públicas. 8 Além disto, o buraco de em torno de 5 metros de largura não condizia com as proporções de uma nave daquele porte, que possui 38 metros de largura (de uma asa à outra), mais de 47 metros de comprimento (do nariz à cauda) e cerca de 14 metros de altura. Em termos de danos à estrutura, os do Pentágono também eram incompatíveis com aqueles percebidos no WTC. Através de seu programa de rádio, Vonkleist revela que buscou informações com militares e especialistas em armas. E estes informaram que aquele orifício era bastante semelhante aos provocados por mísseis, os chamado bunkers busters (arrebentadores de casamatas). Neste evento, muitas câmeras filmaram o ocorrido. E a desconfiança do autor se acentuou porque todas elas foram confiscadas pelo FBI e suas imagens proibidas de serem exibidas por alegadas questões de “segurança nacional”. Avery (2006) comenta que a explicação oficial – para não restar nada do avião – é que a aeronave foi vaporizada devido ao calor intenso causado pela queima do combustível. Mas, se o incêndio atingiu temperaturas tão altas que incineraram um avião daquela magnitude, com peças de aço e titânio, como os investigadores do governo conseguiram identificar 184 das 189 pessoas que supostamente morreram no choque? Ou seja, a nave desapareceu, mas o DNA dos passageiros não. Outro fato curioso é que o governo estadunidense afirmou que o “pilototerrorista”, Hani Hanjour, teria jogado o avião contra o Pentágono, após executar uma curva descendente de 330 graus a 853 km/h, descendo 2.133 metros em dois minutos. Segundo especialistas, a manobra – por si só – já teria feito o avião cair por excesso de velocidade. Funcionários e o instrutor-chefe de vôo do aeroporto de Freeway, em Maryland, garantem que um mês antes Hanjour já tinha apresentado enorme dificuldade em controlar e aterrissar um Cessna 172, minúsculo avião de só motor, mesmo tendo ao seu lado um instrutor, sendo considerado abaixo da capacidade de pilotagem. Vonkleist (2004) aponta que outra curiosidade envolveu o Boeing 767, da United Airlines, o Vôo 175, que atingiu o 2º prédio – a torre sul do WTC. Segundo ele, Phil Jayhan, webmaster do site www.letsroll911.org, examinou quadro a quadro a seqüência do avião se chocando contra o edifício e descobriu algo surpreendente: havia um grande objeto cilíndrico preso à barriga da aeronave. Comparando o avião 9 a um Boeing 767 da United Airlines percebeu-se que este não possuía tal artefato. Sua percepção foi confirmada, após uma minuciosa análise digital realizada por uma universidade espanhola. Que tipo de avião poderia levar anexado a sua barriga um objeto semelhante? Para militares e especialistas, um E-8C Joint Stars, que possui um Encaixe de Sistema de Radar de Vigilância para Ataques ao Alvo. É uma espaçonave da força aérea dos EUA usada para gerenciar ataques aéreos, comandos e controles de inteligência, vigilâncias e reconhecimentos. Possui um objeto cilíndrico – um míssil – preso à sua barriga, de 12,2 metros. É interessante destacar que várias testemunhas, que avistaram a nave, afirmaram que aquele não era “um avião comercial. Era grande e cinza”. Enquanto as aeronaves da United têm cores azuis e vermelhas, que chamam atenção, as da Força Aérea geralmente são cinza. Mark Burnback, repórter da Fox News, em cobertura ao vivo do evento afirmou categoricamente: “Havia uma logo azul, de forma circular, na frente do avião e definitivamente não era um avião comercial. Não tinha janelas na lateral. Vi porque voava muito baixo”. (VONKLEIST, 2004). Com relação aos próprios aviões e aos ataques, Avery (2006) levanta alguns fatos que apresentam intrigantes coincidências. Em 1º de dezembro de 1984, a NASA – Administração Nacional do Espaço Aéreo – dos EUA, já havia realizado com sucesso um vôo controlado remotamente. A nave, um Boeing 720, levantou vôo da base aérea de Edwards, a mais importante do país, situada na Califórnia, e navegou sem piloto humano num total de 16 horas e 22 minutos. O feito incluiu 10 partidas, 69 aproximações e 13 aterragens. O pesquisador também informa que, em 1997, a capa do manual da FEMA – Agência Federal para a Gestão de Emergências – dos EUA, sob o título "Resposta de emergência contra o terrorismo", apresentava o WTC sob a imagem de uma mira. Em 28 de fevereiro de 1998, o Global Hawk, um avião não-pilotado Radeon, completou seu 1º vôo sobre a mesma base aérea, a uma altitude de 9.753 metros – a mesma de cruzeiro para um avião comercial. Em 1999, o NORAD – Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte – iniciou exercícios através dos quais aviões comerciais eram seqüestrados e jogados contra o WTC e o Pentágono. 10 As informações de Avery são confirmadas por Joseph12 (2007) que afirma que o jornal USA Today havia noticiado, 2 anos antes dos ataques de 11 de setembro, que o NORAD conduzia exercícios usando aviões seqüestrados como armas. E que um dos alvos era o World Trade Center. Curiosa coincidência. Avery (2006) continua informando que, em junho de 2000, o Departamento de Justiça dos EUA lançou um manual de contra-terrorismo, exibindo o WTC sob uma mira. Em setembro do mesmo ano o chamado “Projeto para um novo século americano”, de autoria de um grupo de discussão neo-conservador, reuniu celebridades como Dick Cheney13, Donald Rumsfeld14 Jeb Bush15 e Paul Wolfowitz16. Do encontro resultou um relatório intitulado: "Reconstruindo as defesas americanas", o qual destacava que "o processo de transformação, mesmo que traga uma mudança revolucionária, é provável que venha a ser longo, na ausência de algum evento catastrófico catalisador, como um novo Pearl Harbor17." O pesquisador ainda destaca os eventos na seqüência a seguir. Em 24 de outubro de 2000, o Pentágono conduziu o 1º de dois exercícios de treino, chamados Mascal, os quais simulavam um Boeing 757 sendo jogado contra seu edifício-sede. Em abril de 2001, o NORAD planejou um exercício onde uma aeronave era jogada contra o Pentágono. O exercício foi visto como "irrealista demais". Charles Burlingame, um antigo piloto de F-4 da Marinha, que atuou na instituição, participou da operação. Após, começou a trabalhar na American Airlines. E menos de um ano depois seu Boeing 757 foi apontado como aquele que chocou contra o Pentágono. 12 Peter Joseph é autor do filme-documentário Zeitgeist, lançado online livremente, via Google Vídeo. Foi apresentado em première global no 4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards (festival estadunidense que reúne artistas ativistas – pessoas envolvidas em ações políticas diretas e indiretas sempre fora do âmbito institucional). 13 Dick Cheney – vice-presidente dos EUA, figura-chave no endurecimento da política externa norteamericana, considerado um dos arquitetos da Guerra do Iraque. 14 Donald Rumsfeld – ex-Secretário de Defesa dos EUA, acusado pelo ex-general, Janis Karpinski, responsável pela prisão iraquiana de Abu Ghraib de ter autorizado as torturas de presos no Iraque. 15 Jeb Bush – governador da Califórnia, irmão de George Bush, com quem estava no dia dos ataques. 16 Paul Wolfowitz – Ex-presidente do Banco Mundial, muito conhecido pela arquitetura da política extena do governo Bush, que resultou na invasão do Iraque. Renunciou ao cargo após escândalo no qual era acusado de lotear os altos cargos da instituição entre ex-companheiros do governo, havendo promovido inclusive a própria namorada. 17 Pearl Harbor – base naval e quartel-general da frota dos EUA, atacada pela Marinha Imperial Japonesa, em 1941, evento que provocou a entrada dos norte-americanos na 2ª Guerra Mundial e iniciou a Guerra do Pacífico, levantando suspeitas sobre o comportamento da gestão Roosevelt. 11 Em junho de 2001, o Departamento de Defesa apresentou novas instruções sobre intervenções militares, em caso de seqüestros de aviões. E afirmou que "em todas as respostas não-imediatas, o Departamento de Defesa tem de obter permissão diretamente do Secretário de Defesa." A partir desta época, o Procurador Geral, John Ashcroft, começou a voar em jatos Charter, até ao final do seu mandato, devido aos alertas do FBI sobre a possibilidade de terrorismo aéreo. Ainda, conforme Avery (2006), em 4 de julho de 2001, Osama Bin Laden, procurado pelos EUA desde 1998, recebeu tratamento médico no hospital norteamericano de Dubai, o segundo maior dos Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, recebeu a visita cordial de um chefe local da CIA. No dia 24 do mesmo mês, Larry Silverstein, proprietário do WTC 7, fez um seguro de 3,5 bilhões de dólares para todo o complexo do WTC – seis semanas antes de 11 de setembro – cobrindo especificamente atos de terrorismo. Em 6 de setembro de 2001, foram colocadas 3.150 put options (apostas na queda da Bolsa) sobre as ações da United Airlines, uma das envolvidas nos eventos. Nesse dia, as put options foram superiores em mais de 4 vezes a sua média diária. Cães especialistas em explosivos foram retirados do WTC, e também os guardas de segurança que estavam fazendo turnos de 12 horas há 2 semanas. Em 7 de setembro de 2001, foram colocadas 27.294 put options sobre as ações da Boeing, superiores em mais de 5 vezes sua média diária. Em 10 de setembro de 2001, foram colocadas 4.516 put options sobre as ações da American Airlines, quase 11 vezes superiores sua média diária. No mesmo dia, a Newsweek – a segunda maior revista semanal dos EUA – noticiou que altos oficiais do Pentágono haviam cancelado seus planos de vôo para a manhã seguinte. O presidente da Câmara de São Francisco, Willie Brown, recebeu uma chamada telefônica que o alertou para não voar em 11 de setembro. A Pacifica Radio, da Califórnia, revelou mais tarde que o telefonema foi efetuado pessoalmente pela Conselheira Nacional de Segurança, Condoleezza Rice. E no Paquistão, num hospital militar, os urologistas foram substituídos por uma equipe especial, para acolherem seu convidado de honra, Osama Bin Laden, que foi escoltado para dentro, para ser cuidadosamente vigiado e tratado. (AVERY, 2006). Joseph (2007) aponta que, já que fontes oficiais afirmaram que 4 ou 5 dos terroristas estavam em cada vôo, seus nomes deveriam constar nos respectivos 12 relatórios de vôos. Só que os relatórios aos quais seus pesquisadores tiveram acesso não continham os nomes dos “seqüestradores”, e nem mesmo algum outro nome de origem árabe. O mais intrigante é que muitos deles estão vivos. Para o autor, muitas das “provas” foram forjadas. Por exemplo, um dos passaportes dos seqüestradores, do vôo 11, foi encontrado nos destroços. É curioso que tenha atravessado uma bola de fogo, através do avião, e aterrado no solo – imaculado – enquanto estruturas de concreto era pulverizadas. Em relação às quedas das torres norte, sul e ao prédio nº 7 do complexo WTC, várias emissoras de rádio e TV relataram que estas lembravam demolições controladas. Os próprios bombeiros de Nova Iorque comentaram que os andares foram caindo de uma forma uniforme, como tivessem sido detonados, aos sons de “bum... bum... bum”. (VONKLEIST, 2004). Sobreviventes civis, como Teresa Veliz que estava trabalhando no 47º piso quando o vôo 11 bateu na Torre Norte, confirmam esta suspeita. Havia explosões. Fiquei convencida que tinham posto bombas por todo o lado e que alguém estava sentado num painel de controle pressionando os botões do detonador. Houve uma explosão. Depois outra e outra. Não sabia para onde fugir. (AVERY, 2006). Avery (2006) garante que a torre sul do WTC desmoronou até o chão em aproximadamente 10 segundos, como que em queda livre. 29 minutos depois, a torre norte também ruiu, também em aproximadamente 10 segundos. Mais tarde, às 17h20min, o prédio Nº 7 – um edifício de escritórios com 47 andares, que não foi atingido por nenhum avião, também veio abaixo. Curiosamente seus inquilinos mais proeminentes eram a CIA, outras agências de Serviços Secretos, o Departamento de Defesa, e o IRS – (órgão da Receita Federal), que continha entre 3 mil a 4 mil arquivos relacionados a inúmeras investigações sobre Wall Street. Joseph (2007) também levanta questões sobre as quedas. O eixo do núcleo de cada uma das torres possuía 47 colunas de aço maciço. Se as plataformas de um dos andares tivessem se soltado de um deles, ainda assim suas colunas ajudariam a manter a estrutura em pé. Nenhum dos aviões cortou qualquer das colunas do núcleo. Les Robertson – engenheiro estrutural, responsável pela construção dos prédios conta que “desenhamos as Torres para agüentarem até o 13 impacto de um Boeing 707, de qualquer lado. Tudo indica que as torres gêmeas caíram numa espécie de queda livre”. 200.000 toneladas de aço fragmentaram-se e explodiram em 152 metros. Isto significa o desaparecimento de uma média de 10 andares por segundo. E mais: as cenas gravadas não demonstram nenhuma imagem de "efeito panqueca" nos edifícios que caíram. Se foi uma espécie de queda livre, o que permitiu este efeito, movendo massas de materiais pelo caminho? O pesquisador responde: explosivos. Se 47 enormes vigas de aço no núcleo estavam interligadas, como foi possível aniquilá-las quase que simultaneamente, até desaparecerem por completo? Cortando-se as colunas, através de cortes em ângulos diagonais. Uma demonstração aparece em seu documentário e também nos fragmentos de várias colunas do WTC. Para ele, um dos produtos usados em demolição, o térmite, é tão quente que corta o aço como se fosse uma "faca cortando manteiga". (JOSEPH, 2007). Em 10 de setembro de 2001, o NORAD havia iniciado inúmeras ações militares. A primeira, com o nome de Vigilant Guardian, foi descrita como um exercício que criaria uma crise imaginária para as defesas norte-americanas em nível nacional. A segunda, chamada de Northern Vigilance, movimentaria caças para o Canadá e para o Alaska, a fim de combater uma frota russa imaginária. Três F-16 da Guarda Nacional de Washington DC, da base aérea de Andrews, foram levados a 333 km de distância, numa missão de treino na Carolina do Norte. Isto deixou apenas 14 caças para proteger todos os Estados Unidos. (AVERY, 2006). Joseph (2007) afirma que, em relação aos aviões agressores, causa estranheza de não serem interceptados pelo sistema aéreo de proteção dos EUA. Foi uma anomalia atormentadora. Os caças militares de reconhecimento, que sobraram, ficaram confusos. E a razão de não saberem o que fazer foi devido a um elevado número de exercícios de guerra sobrepostos (simultâneos) aos ataques que estavam ocorrendo. Um dos exercícios era o Vigilant Warrior, uma simulação real de aviões desviados e seqüestrados acontecendo naqueles momentos. Eles estavam “lidando” com 22 "seqüestros". Exatamente naquele dia, naquela manhã e naquela área geográfica. E quem comandava todos os exercícios? Dick Cheney, o vicepresidente dos EUA. Desta forma, os militares envolvidos não conseguiram, de 14 acordo com gravações exibidas nos três documentários que aparecem nas referências, distinguir o que era exercício e o que era real. A confusão foi tanta que, a partir do momento em que o primeiro avião aproximava-se das torres, um dos controladores falou: “Olá, chefe, aqui é a equipe New. Temos um problema com um avião seqüestrado, que se dirige para Nova Iorque, e precisamos de vocês. Necessitamos de alguém ative as equipes domésticas para nos ajudar”. O interlocutor respondeu: “Isto é real ou é um exercício?”. E o primeiro completou: “Não, isto não é um exercício. Vamos decidir sobre este avião fora de rota?”. O segundo argumentou: “Bem... não sei. Esta será uma decisão que alguém terá que tomar provavelmente nos próximos 10 minutos. Sabe, todos já saíram da sala”. (AVERY, 2006). Após os eventos e as reações populares, Bush e Cheney só concordaram em falar perante a “Comissão 11/9”, sob as seguintes condições: aparecerem juntos; não estarem sob juramento; apresentarem-se sem a presença da imprensa e de familiares; não permitindo qualquer gravação ou transcrição. O relatório final foi unânime, servindo aos interesses da administração Bush. Por incrível que pareça, seu relator, Philip Zelikow, foi a mesma pessoa que mais tarde realizou o plano estratégico para a Guerra do Iraque, sendo amigo íntimo de Condoleezza Rice. Para todos os pesquisadores apontados, o governo estadunidense está por trás de todos os eventos. Sob esta visão, as calorosas reações aos ataques de 11 de setembro foram falsas operações patrióticas para que certos grupos conseguissem apoio popular, autorização e fundos para um novo nível de imperialismo. Vonkleist (2004) questiona: Por que o governo dos EUA estaria envolvido nestes atos? Ele mesmo responde afirmando que todos sabem que a guerra faz dinheiro – é a maior indústria do mundo. Nela lucram inúmeros grupos empresariais. Assevera que os contratos de defesa são os maiores do país e também do mundo. Bilhões e, às vezes, trilhões de dólares são distribuídos às corporações contratadas. Estas, por exemplo, fornecem martelos a 75 dólares cada, vasos sanitários a 600 dólares cada, sobretaxando de forma grosseira e velada os contribuintes norteamericanos. Para o autor, como os contratados garantem sua estabilidade e lucratividade? A resposta é simples: garantindo que existam guerras. Sobre a eventual omissão das áreas do Jornalismo, pergunta: por que as mídias não falam a 15 respeito? E responde: estão envolvidas politicamente. Só para se ter um exemplo: a NBC pertence a General Electric. E a GE é uma das 10 maiores corporações contratadas em caso de guerra. Se não existe mais outra superpotência como bode-expiatório (como a antiga URSS) que melhor inimigo os Estados Unidos poderiam ter do que um oponente sem-rosto ou um país que pode ser atacado à vontade com um sistema de defesa infinitamente inferior? Para ele, vagarosamente os cidadãos irão entender porque os EUA criaram Osama Bin Laden. Ele era um agente da Agência Central de Inteligência – a CIA. Foi treinado, financiado e colocado no poder pela CIA. Possui, junto com sua família, ligações e negócios substanciosos com a gestão de George W. Bush. Saddam Hussein também foi treinado, financiado e fortalecido no poder pelos governos norte-americanos. Não é possível que os EUA tenham criado bodesexpiatórios, inclusive o Talibã e a Al-Qaeda, para terem “agentes do mal” para culpar pelos eventos de 11 de setembro? Também de forma intrigante, Michael Moore, através de seu 18 documentário “Fahrenheit 9/11” , demonstra fortes ligações da família de George W. Bush com a de Osama Bin Laden. Destaca as causas e consequências dos eventos em questão, ligando-os à necessidade de invasão do Iraque pelos EUA, sendo apoiados por fiéis aliados. Entre eles, a Grã-Bretanha abertamente; e Israel veladamente. Apresenta pistas sobre as verdadeiras razões que impulsionaram a invasão do Afeganistão, em 2001, e do Iraque, em 2003. Estas correspondem mais à proteção dos interesses dos EUA que ao desejo de libertar os respectivos povos ou evitar ameaças potenciais. (MOORE, 2004). Vonkleist (2004) coloca que, no dia 23 de setembro de 2001, Condoleezza Rice, Conselheira da Segurança Nacional, garantiu que o governo tinha provas que ligavam Osama Bin Laden aos ataques. E que estas seriam divulgadas no momento certo. O autor afirma que os cidadãos dos EUA e do mundo ainda estão esperando por essas provas que não apareceram. De lá para cá o governo já criou duas guerras de enormes proporções – no Afeganistão e no Iraque. Tudo baseado em evidências que não apareceram. Apoiado pela mídia colocou impiedosamente, nas mentes dos norte-americanos, que terroristas armados com 18 O documentário foi premiado no Festival de Cannes de 2004, obtendo a Palma de Ouro, prêmio de da maior relevância entregue por aquele evento. O último documento do gênero a receber o mesmo prêmio foi The Silent World de Jacques Cousteau e Louis Malle, 48 anos atrás. 16 estiletes e canivetes foram os responsáveis pelos ataques nos EUA. Bush foi claro em seu maniqueísmo: “Ou vocês estão conosco ou estão com os terroristas”. AS VISÕES DE ALGUNS ESPECIALISTAS Um dia após os eventos, em 12 de setembro de 2001, os principais jornais dos EUA e de várias partes do mundo, baseados em fontes norteamericanas, já começaram a estampar em suas capas manchetes abordando os fatos. Segundo Moreira19 (2005), em seus conteúdos os destinadores desejaram fazer com que os destinatários cressem que os agentes das ações eram terroristas, apesar de não possuírem uma única pista ou evidência concreta sobre as autorias, classificando-os como suicidas. Para o pesquisador, evidenciou-se uma identificação passional com o sentimento da população, colocando os EUA como vítimas de uma agressão desmesurada e com direito à guerra e à vingança. - Los Angeles Times (EUA) – Terroristas atacam Nova Iorque e o Pentágono. - The Washington Post (EUA) – Terroristas seqüestram quatro aviões, destroem o World Trade Center, atingem o Pentágono, com centenas de mortes. - The Wall Street Jornal (EUA) – Terroristas destroem World Trade Center, atingem o Pentágono em ataque-surpresa com aviões seqüestrados. - The Washington Times (EUA) – Que infâmia! - The Examiner (EUA) – Bastardos! - Daily News (EUA) – É guerra! - The Miami Herald (EUA) – Atos do mal. - The Guardian (Inglaterra) – Uma declaração de guerra. - The Independent (Inglaterra) – Dia do juízo final na América. - Die Welt (Berlim, Alemanha) – Invasão terrorista no coração da América. - Le Monde (França) – América golpeada. Mundo tomado de terror. - Al Hayat (Líbano) – Aviões suicidas atacam o Pentágono e destroem as torres do WTC em Nova Iorque. A América declara alerta máximo e aponta a marca de Bin Laden nos ataques. - El Pais (Espanha) – O mundo em vigília à espera das represálias de Bush. - El Universal (México) – Alerta mundial! - La Industria (Peru) – Eles não terão o perdão de Deus. 19 Deodoro José Moreira é doutorando do Programa de Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica – PUC, de São Paulo – SP. 17 - Público (Portugal) – América promete vingança. - O Estado de São Paulo (Brasil) – Terrorismo declara guerra aos EUA. - Jornal do Brasil (Brasil) – EUA armam resposta ao terror. - O Globo (Brasil) – Terror suicida pára o mundo. (apud MOREIRA, 2005). Por questões de natureza administrativa, estratégia, política, econômica e/ou comercial, pressupõe-se que corporações há muito vinham tentando influenciar o terreno midiático. O que se imagina no mundo parece ganhar força também na esfera nacional. Para Sant’Anna20 (2007) Há um novo ator no cenário informativo brasileiro que nos obriga a adotar ótica diferenciada na análise do Jornalismo e da identidade dos jornalistas. Setores da sociedade civil e do poder público trazem à esfera midiática um novo tipo de emissor de informações. São meios mantidos por atores sociais até então considerados apenas como fonte de informação. Jornais de grande circulação, emissoras de rádio e TV, ou mesmo programas sociais, são disponibilizados à sociedade por corporações, organizações não governamentais e mesmo por movimentos sociais, influenciando o conteúdo da agenda apresentada à opinião pública. O pesquisador prossegue (SANT’ANNA, 2007) No cenário da difusão da informação no Brasil, desponta um novo ator que se diferencia das mídias tradicionais. Entre os meios tradicionais de comunicação, públicos ou privados, novos veículos informativos são ofertados ao público por organizações profissionais, sociais e inclusive por segmentos do poder público. São mídias mantidas e administradas por atores sociais que, até então, se limitavam a desempenhar o papel de fontes de informações. (...) Estas fontes são, em grande parte, verdadeiras organizações políticas. (...) Deter uma visibilidade pública é o objetivo desses grupos, uma vez que para interferir na esfera pública, neste período de pós-modernidade, é necessário estar inserido na agenda midiática. Sant’Anna cita Koch (1990, p. 175) para afirmar que, no território das grandes mídias dos Estados Unidos, cerca de 70% das informações publicadas consistem na re-redação do discurso das fontes oficiais. Há enorme similaridade, inclusive internacionalmente, entre os conteúdos das mídias tradicionais e os das assessorias de imprensa. 20 Francisco Sant’Anna é jornalista profissional, Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília – UnB, e doutorando em Ciência da Informação e Comunicação no Centre de Recherches sur l’Action Politique em Europe, na Universidade de Rennes-1 – França. 18 Para Magliocca (apud RIBEIRO, 2002), agências de notícias são as maiores responsáveis pelo fornecimento de informações. São fotógrafos, cinegrafistas e repórteres das grandes agências internacionais que estão na linha de frente dos principais eventos mundiais para abastecer veículos de todo o planeta com textos, áudio e imagens, reproduzidos nas mídias impressa e eletrônica dos cinco continentes. A estratégia das fontes não se limita apenas a construir suas notícias. Elas também buscam influenciar o trabalho jornalístico por meio de pseudo-fatos (factóides) planejados para captar a atenção das mídias e influenciar nos agendamentos. (BONVILLE apud SANT’ANNA, 2007). Durante os eventos do Fórum Social Europeu – 2003, realizado em Paris – França, a Editora Fundação Perseu Abramo lançou o livro “Padrões de manipulação na grande imprensa”, ensaio do jornalista e sociólogo Perseu Abramo21 que salienta os interesses políticos por trás das notícias e as razões de a apresentação da realidade ser manipulada por muitos meios de comunicação. A obra ressalta que a distorção da realidade não provém diretamente do interesse econômico ou da busca do lucro dos veículos, mas da lógica do poder e da esfera da dominação política. (OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, 2004). A mesma fonte salienta que, segundo o jornalista Hamilton Octavio de Souza, professor de Jornalismo na PUC-SP, os estudos do professor Perseu desmascaram a autoproclamada ‘objetividade’ da imprensa comercial-burguesa, mostram que se trata de uma ‘falsa objetividade’ e situam o Jornalismo praticado pelo mercado como um instrumento de controle político das elites, contrário aos interesses maiores do povo. 21 Perseu Abramo (1929-1996) foi professor do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Sua experiência acadêmica também se deu na Universidade de Brasília – UnB – e Universidade Federal da Bahia – UFBA. Atuou no mercado através de veículos como “O Estado de S. Paulo” e “Folha de São Paulo”. 19 José Arbex Jr22 (apud RUSCHE, 2005) afirma que, para que exista um discernimento, por parte de profissionais, acadêmicos e leitores, sobre os fatos, os assuntos em pauta e, principalmente, a forma de apresentá-los, é importante intensificar o hábito da leitura, inclusive conhecer os diferentes eventos da história. Para ele, em geral, as pessoas ficam “pulando de novidade para novidade”, sem se deterem com espírito crítico sobre o que ocorre. A diversidade de eventos noticiados é, em grande parte, responsável por isto. Como conseqüência, as pessoas nunca param para analisar aquilo que aconteceu, recuperar a memória, contextualizar etc. Esse excesso de informações acaba criando a sensação de que nada é permanente no mundo e faz com que elas jamais se detenham em analisar o que está acontecendo. O professor continua: Muitas vezes o jornalista não ocupa o espaço que ele tem por falta de informação, porque nunca se preocupou em analisar os problemas em sua complexidade. Eu acho que os profissionais, em determinado aspecto, têm responsabilidade, sim, por aquilo que sai publicado na grande imprensa. Tanto para acadêmicos como para profissionais da área aconselha que é preciso que estudem mais, leiam mais, conheçam a história do Brasil, a política internacional etc. Usa, inclusive, um exemplo polêmico e contundente: A primeira providência é cuidar da própria competência intelectual. É óbvio que se alguém tem formação em História, por exemplo, sabe o que foi o Islã na Europa, que criou uma das primeiras universidades, no Califado de Córdoba, no século X, sobre o efeito modernizador que teve o Islã na cultura ocidental, apesar das contradições internas do mundo islâmico. (...) Se ele tem um conhecimento mínimo sobre isso, quando lê um panfleto vagabundo como a Veja, que fala do Islã com preconceito, com ódio, com mentiras e mitificações, ele vai saber que aquilo que está lendo é uma porcaria. Agora, se ele não sabe nada disso, não conhece o Islã, corre o risco de acreditar naquela baboseira que saiu na revista Veja. 22 José Arbex Jr. é jornalista e autor dos livros Showrnalismo – a notícia como espetáculo; e O Jornalismo canalha. Trabalhou na Folha de São Paulo. Foi editor da Editoria Mundo e editor-chefe do jornal Brasil de Fato. Foi professor de Jornalismo na Caspér Líbero. Hoje, leciona na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. É Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo – USP. 20 Entende-se que, qualquer que seja o fato noticiado, sempre é interessante que o receptor – seja ele profissional, acadêmico ou leitor – tenha conhecimento, ou pesquise sobre, para poder avaliar o teor de cada notícia. 21 CONCLUSÃO Mesmo que para alguns as versões não-oficiais pareçam absurdas, elas demonstram que, no mínimo, há pontos suspeitos em torno da gestão Bush, em relação aos eventos que envolveram o chamado 11 de setembro. É interessante observar que elas não foram construídas por “terroristas”, nem por “esquerdistas”, nem por “comunistas”, nem por “rebeldes”, nem por outros “inimigos da liberdade”. Mas, por cidadãos – em sua maioria dos EUA – que em geral se orgulham de suas instituições, da história e do estilo de vida de seu povo. Também é curioso verificar que, neste caso, os chamados “grandes veículos”, inclusive os brasileiros, ignoraram o “outro lado”. E, em alguns momentos, quando deram vez a diferentes pontos de vistas, sempre os destacaram através de notas, combatendo-os, criticando-os, ridicularizando-os, fazendo-os de objeto de riso, taxando-os de absurdos e infundados. Estas insinuações apareceram em revistas como Veja, Isto É, Época; em redes populares, como a Globo, a Record e o SBT; e, até mesmo, em programas “religiosos”, como o de Edir Macedo, o bispochefe da Igreja Universal do Reino de Deus. Um exemplo desta tendência foi percebido através de Jô Soares, em sua participação23 na Globo, quando então reservou um programa inteiro para entrevistar Ivan Sant’Anna, autor de “Plano de Ataque”, o livro brasileiro que coincide em vários pontos com a versão da administração Bush. Todas as versões contrárias foram menorizadas e/ou serviram de objetivo de riso, com a concordância “espontânea” da platéia, que aplaudiu e gargalhou. Na época da ditadura militar brasileira, era comum um censor enviar um comunicado em papel timbrado, para as redações, proibindo a divulgação desse ou daquele fato. A grande noite do Brasil terminou, mas as censuras parecem que continuam, sempre atendendo a determinados interesses. O 11 de Setembro aparece como apenas um exemplo. 23 O ”Programa do Jô” é uma cópia do programa Late Show do apresentador estadunidense David Letterman. Este, por sua vez, copiou o formato do Tonight Show, de Johnny Carson – dos EUA – o criador do chamado Talk Show, um gênero de programa televisivo ou radialístico em que uma pessoa ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e moderados por um ou mais apresentadores. 22 Isto acende o questionamento: se é dever profissional do Jornalismo ouvir partes divergentes envolvidas em um mesmo evento, será que os “grandes veículos” estão desenvolvendo a contento suas funções? Será que, como apontam os manuais da profissão, contemplam seus princípios basilares que valorizam os meios e seus profissionais? Será que primam pela transparência, a prestação de contas, a credibilidade, a justiça, o equilíbrio, o criticismo, o apartidarismo, a independência e o pluralismo? David Corn24 (2003), em sua obra “As mentiras de George W. Bush – dominando a política do engano”, afirma que todos os presidentes estadunidenses mentiram. Mas, o atual mandatário ficará conhecido por faltar costumeiramente com a verdade, por sua prepotência, irresponsabilidade e infâmia. Nesta contundente acusação, garante que a enganação já começou em sua campanha para o Gabinete Oval, quando tirou a presidência de Al Gore. 24 David Corn é editor, em Washington, da revista estadunidense The Nation. 23 REFERÊNCIAS AVERY, Dylan. Loose Change: 2nd edition recut. Documentário em DVD. Formato Standard NTSC. 1h29min. EUA: Louder Than Words, 2006. BBCBRASIL. Os atentados de 11 de setembro. (2004) Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/. Acesso em 29 jul. 2008. CHAIM, Célia. Hitler, o ratinho e os leões. (2007). Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/80anos/campanhas_publicitarias. Acesso em 19 jul. 2008. CHAPARRO, Carlos. O truque de “ouvir o outro lado”. (2007) Disponível em http://www.oribatejo.pt/?lop=conteudo&op. Acesso em 30 jul. 2008. CORN, David. As mentiras de George W. Bush: dominando a política do engano. EUA: Crown Publishers, 2003. FERNANDES, Mário Luiz. A força do jornal do interior. Itajaí - SC: Univali, 2003. HENRIQUES, Rafael Paes. O outro lado. (2007) Disponível em http://metacobertura.wordpress.com/2007/12/08/o-outro-lado/. Acesso em 29 ago. 2008. JOSEPH, Peter. Zeitgeist: the movie. Documentário em DVD. Formato Standard NTSC. 1h56min. EUA: Google Video, 2007. KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo: Ática, 2005. 24 KUNCZIK, Michael. Conceitos de Jornalismo: norte e sul – manual de Comunicação. São Paulo: Edusp, 2002. MELO, José Marques de. Jornalismo opinativo: gêneros opinativos no Jornalismo Brasileiro. Campos do Jordão: Mantiqueira, 2003. MOREIRA, Deodoro José. Estratégias discursivas na construção do ataque de 11/9/2001. Trabalho apresentado ao NP 15 – Semiótica da Comunicação, do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. São Paulo: PUC, 2005. MOORE, Michael. Fahrenheit 11/9. Documentário em DVD. Formato Standard NTSC. 2h02min. EUA: Miramax, 2004. OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA. O significado político da manipulação da notícia. (2004). Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos. Acesso em 16 ago. 2008. RIBEIRO, Eduardo. Central Internacional de Notícias (2002). Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos. Acesso em 13 ago. 2008. RUSCHE, Michelle. Jornalismo com responsabilidade. (2005). Disponível em http://www.efpa.com.br/Telas/Noticias/Integra. Acesso em 26 ago. 2008. SANT’ANNA, Francisco. Mídia das Fontes: o difusor do Jornalismo Corporativo. In: Revista Comunicações Digitais (2007). Disponível em http://www.novomilenio.br/comunicacoes/. Acesso em 29 ago. 2008. SANT’ANNA, Ivan. Plano de ataque: a história dos vôos de 11 de setembro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. 25 SBMRJ. Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro. Explicando o “Jihad” (2004). Disponível em http://www.sbmrj.org.br. Acesso em 29 ago. 2008. VONKLEIST, Dave. 11/09 – In plane site. The Directors Cut. Documentário em DVD. Formato Standard NTSC. 1h14min. EUA: Power Hour, 2004. 26