Namibe Área: 57.091 km2 População: 495 326 Clima - Info

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Namibe Área: 57.091 km2 População: 495 326 Clima - Info
Namibe
Características
Capital: Namibe
Área: 57.091 km2
População: 495 326
Clima: Temperado (no litoral) e Tropical Seco (no deserto)
Distância em km a partir de Namibe: Luanda 1234; Lubango 225
Indicativo telefónico: 264
Agricultura: oliveira, vinha, mandioca, batata-doce e os produtos hortofrutícolas
Minerais: terras raras, minérios radioactvos, prirocloro, apatite, barite, magnetite e também
minérios secundários de cobre
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Namibe
Outros produtos: peixe, sal
A Baía de Moçâmedes nas antigas cartas e roteiros
A Baía de Moçâmedes, mais conhecida entre os ingleses por Little Fish Bay (Pequena Baía
dos Peixes), figurava nas antigas cartas e roteiros de navegação sob a designação de Angra
do Negro. Está assim designado porque por ela, como por todas as Baías, angras e enseadas
de Angola, se fazia larga exportação de escravos (A derrocada, 1913 - O Distrito de
Moçâmedes, nas fases de origem e da primeira organização - 1485-1859, pág. 27, de Manuel
J.M.Torres).
As primeiras investigações para o conhecimento do território de Moçâmedes O desvairo do comércio de escravos impediu que durante três séculos, se procedesse a um
reconhecimento proveitoso da costa e dos sertões ao sul de Benguela.
A primeira exploração regular só pode efectuar-se em 1785. Ordenou-a o Capitão-General de
Angola, José de Almeida Vasconcelos Soveral e Carvalho, Barão de Moçâmedes.
Organizaram-se, então, em Benguela, duas expedições, que deveriam seguir para a Angra do
Negro, uma por mar e outra por terra. A direcção da primeira foi confiada ao tenente-coronel
Luís Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado e a segunda ao Sargento-mor Gregório José Mendes.
Expedição de Pinheiro Furtado - Via marítima A expedição Marítima, com Pinheiro Furtado, embarcou na fragata Luanda, sob o comando do
Capitão-tenente António José Valente. A fragata era ainda acompanhada duma outra chamada
Paqueta real, e partiram de Luanda a 25 de Maio de 1785 e chegaram ao Novo Redondo a 7
de Junho do mesmo ano. Cinco dias depois, ou seja, dia 12 de Junho, os navios seguiram para
Benguela onde fundearam no dia 22 de Junho. De Benguela, a fragata sob o comando do
Capitão-Piloto Manuel José da Silveira, tendo saído para o sul, fundeou em Angra dos Negros
em 3 de Agosto de 1785.
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Mudança da designação de Angra em Porto de Moçâmedes
Pinheiro Furtado durante sua navegação para Angra dos Negros enfrentou ventos de
Sudoeste, soprados pela proa e fortes correntes de feição contrária que os obrigou a navegar
sempre á vista de terra, observando minuciosamente, palmo a palmo, toda a costa. Ao chegar
ao destino (Angra dos Negros) e após fundear, Pinheiro Furtado exprimiu o desejo de prestar
justa homenagem ao ilustre titular que ordenara a exploração tendo solicitado por escrito ao
Capitão-General de Angola, nos seguintes termos: "Seja sua Excelência servido permitir que,
nos mapas, o novo porto ele o denomine de Moçâmedes".
Expedição de Gregório Mendes - Via terrestre A expedição terrestre, chefiada por Gregório Mendes, compunha-se de:
- Escolta de mil pessoas, sob seu comando;
- Vinte soldados, comandados pelo porta-bandeira Luís Cardoso;
- Miguel Pinheiro, Francisco Rodrigues (antigo tenente de artilharia) e do Piloto Manuel
Pires da Cruz.
Gregório Mendes e seus homens partiram de Benguela com rumo Sul-sueste, em 30 de
Setembro de 1785. No primeiro dia chegaram a Quipupa. Em 1 de Outubro chegaram ao
Dombe de Quizamaba atravessada pelo Rio Cupororo onde ficaram até dia 3 de outubro para
se proverem de água, mantimentos e gados. Em 4 de outubro chegaram a libata Malicalunga,
onde permaneceram a explorar a bacia do Cupororo até dia 6. Em 7 de Outubro chegaram ao
Mocuio. E assim prosseguiram a marcha até que em 3 de novembro pelas 3 horas da tarde
chegaram ao Porto de Moçâmedes onde assentaram campo. Depois prosseguiram marcha, até
que em 7 de Novembro chegaram em bentiaba. Em 24 e 25 de Novembro chega em Dombe de
Quinzamba onde fecha o círculo de sua digressão. Volta á Benguela, donde tinha partido, e
onde chega a 29 de Dezembro de 1785.
Pinheiro Furtado e Gregório Mendes instaram, o governo geral, para que se erguesse um
presídio na Baía, para que se mantesse eficazmente o domínio português e se intensificasse o
tratado iniciado com os povos que aí habitavam. Mas o Barão de Moçâmedes, não obstante a
entusiástica descrição de Gregório Mendes e a particular estima que votava a pinheiro Furtado,
afora o patriótico desejo de fazer boa administração, não pode realizar tal empreendimento por
haver deixado, pouco depois, o Governo da Província de Angola. No entanto, o esforço
despendido pelos dois exploradores tivera resultado auspicioso, embora demorado, porque só
em 1839 os portugueses continuaram a fazer expedições dos territórios Sul-angolanos. Antes,
um explorador francês chamado João Baptista Douvallier em 1827 fizera uma viagem para
Angola, tendo solicitado ao Ministro das Colónias o seu interesse em fundar em Moçâmedes
um presídio para degregados. Esta solicitação do explorador francês evidenciou a urgência da
ocupação por parte de Portugal dos territórios sul angolanos. Assim é que em 1839
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recomeçaram as explorações com expedição de Pedro Alexandrino, por mar, e Francisco
Garcia, por terra.
Pedro Alexandrino saiu de Luanda a bordo da corveta Isabel Maria em 9 de Agosto de 1839,
passou por Benguela e dia 23 de Setembro chegou a Cabo Negro. Em 4 de Novembro chegou
á Baía de Moçâmedes, onde, como eles descreve em seus relatórios, "as espécies itiológicas
são muito variadas e em muita quantidade. Determina a posição da Baía a 15º 10.0´ de latitude
Sul, e 012º 5.0´ de longitude Este.
Francisco Garcia saiu no dia 17 de Agosto de 1839 de Benguela, tendo chegado á Baía de
Moçâmedes em Setembro.
Ocupação de Moçâmedes
1 - Ocupação Militar
Feitos os estudos da costa e dos sertões, em 1840, o então Governador Geral da Província de
Angola, Manuel Eleutério Malheiros, ordenou em Fevereiro de 1840 que se levantasse um forte
na Baía de Moçâmedes, tendo se iniciado a ocupação militar de Moçâmedes. Em 1844 o forte
foi construído.
2 - Ocupação Económica
Da fundação do presídio e Estabelecimento de Moçâmedes e da celebração do pacto amistoso
e mercantil entre autoridade portuguesa e os sobas derivou a criação, na Baía, de feitorias,
casas de negócios que foram se instalando ao longo da praia entre 1840 e 1849.
Chegada dos primeiros colonos a Moçâmedes
A primeira feitoria foi montada por António Joaquim Guimarães Júnior, sendo considerado, o
primeiro morador branco de Moçâmedes. No entanto os corajosos esforços dos primeiros
moradores dos presídios e estabelecimentos de Moçâmedes, representavam tentativas
persistente, mas isoladas, de poucos, e não podiam originar uma colonização em forma
razoável, com razoáveis probabilidades de êxitos.
Foram os lastimosos acontecimentos de Pernambuco (Brasil), ocorridos em 26 e 27 de Junho,
que determinaram a partida para Moçâmedes, em 1849 e 1850 de dois grupos de Portugueses,
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residentes naquela cidade, numerosos e seleccionados, que formaram as chamadas "Primeira
e Segunda Colónias"
Assim, em 23 de Maio de 1840 a Barca Brasileira com o nome Tentativa Feliz, sob direcção de
António Maciel da Silveira Júnior, com 143 colonos, e o Brigue de Guerra Nacional "Douro",
sob o comando do capitão de fragata Vicente José dos Santos Moreira Lima, com 23 colonos:
166 colonos no total, partiram de Pernambuco, para Moçâmedes, sendo estes considerados de
facto os primeiros colonos e fundadores do distrito de Moçâmedes, em 4 de Agosto de 1849.
Namibe
Em 11 de Novembro de 1975, Angola se tornou uma Nação livre e independente, com a
proclamação de República Popular de Angola, por parte do MPLA e do seu presidente António
Agostinho Neto. Com efeito, a então Província Ultramarina de Angola, passou a ser um País
soberano, e os antigos distritos, se tornaram províncias. Assim é que Moçâmedes se tornou
então nacionalmente a Província do Namibe até hoje assim considerado, em homenagem ao
deserto do Namibe.
Localização
A província do Namibe situa-se no litoral Sul de Angola, sendo limitada a Norte pela província
de Benguela, a Leste pela província da Huíla, ao Oeste pelo oceano Atlântico a sul pelo rio
Cunene e pela república da Namíbia. Tem uma área aproximada de 57.091 km2 e uma
fronteira marítima atlântica de cerca de 480 km. Estende-se entre os paralelos 13º 30’ e 17º
15’ de latitude sul, meridiano 11º 45’ e 13º 30’ de longitude Este (Greenwich). Situada no sudoeste do País, ocupando uma superficie territorial de 58 137km2, limitando a
Norte com a província de Benguela, a Leste com a província da Huíla, a Sul é limitada pelo
curso do rio Cunene e a Oeste pelo Oceano Atlântico.
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