parte3 - programa de pós
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parte3 - programa de pós
Universidade Federal do ABC Curso de Pós-Graduação em Energia SEMINÁRIOS DE ENERGIA Metodologia da Pesquisa: parte 3 Justificativa e marco teórico Prof. Dr. Federico Bernardino Morante Trigoso Prof. Dr. Luis Alberto Martínez Riascos PRINCIPAIS TÓPICOS Justificativa Classes de justificativa Marco teórico conceitual Conteúdo do marco teórico Marco teórico e formulações doutrinarias Ideologia Positivismo e neopositivismo Correntes e tendências filosóficas A ciência na URSS de Stalin O caso Lysenko JUSTIFICATIVA • A justificativa consiste em assinalar a importância da pesquisa a ser realizada, indicando as motivações e as causas que levam a efetuar o trabalho. • Através da justificativa perguntas fundamentais: se responde as seguintes Para que se pesquisa? Que importância tem esse tema de pesquisa? • Ao justificar o pesquisador oferece uma prova convincente da razão que o leva a realizar o trabalho que vai consumir recursos, esforço, tempo, dedicação e sacrifício. JUSTIFICATIVA • As motivações da pesquisa podem ser de caráter legal, teórico, metodológico ou prático, daí a importância de pensar detidamente a relevância futura do trabalho a ser realizado. • Se uma pesquisa não oferece alguma novidade, mesmo que seja elementar, simples ou modesta, não haverá criado a condição básica de sua aceitação e implementação, neste caso não vale a pena realizá-la. ”Se uma pesquisa não é importante, senão serve para algo, é melhor que não seja realizada”. JUSTIFICATIVA • A justificativa se inicia a partir do problema formulado, além disso, devem ser tomados em conta os objetivos, mas o fundamental é o problema a ser estudado. • Com a justificativa tenta-se responder interrogantes como: Para que vai servir resolver o problema de pesquisa? O que vai ser conseguido ao responder a pergunta que delimita o problema? Quem se beneficiará do trabalho de pesquisa? JUSTIFICATIVA • A justificativa respalda o projeto e o problema a ser pesquisado, por tal motivo é recomendável se apoiar em gráficos, tabelas, dados estatísticos, magnitudes comparativas, etc. • O pesquisador justifica o seu subscrevendo todas as razões importantes. trabalho expondo e que ele considera • Em muitos casos é suficiente uma breve porém, excelente justificativa para implementar o trabalho de pesquisa. CLASSES DE JUSTIFICATIVAS SEGUNDO A SUA ORIGEM • Justificativas realistas: São aquelas baseadas em problemas surgidos da realidade. • Justificativas racionais ou lógicas: Surgem do conflito entre os fatos e uma determinada teoria trazendo problemas de caráter lógico. CLASSES DE JUSTIFICATIVAS SEGUNDO A NATUREZA DAS MOTIVAÇÕES • Justificativas teóricas: São aquelas que pretendem contribuir ao conhecimento de uma área de estudo descrevendo fatos, fenômenos ou objetos que antes não foram descritos → ORIGINALIDADE E NOVIDADE. • Justificativas metodológicas: Quando a pesquisa é realizada para propor um novo método, técnica ou procedimento que viabiliza um novo acesso à realidade. • Justificativas práticas: Quando assinalam a aplicação do novo conhecimento e a resolução de problemas práticos. • Justificativa de caráter legal: Quando o pesquisador ressalta que seu trabalho se faz para cumprir as leis existentes em seu meio social. MARCO TEÓRICO CONCEITUAL “Uma boa pesquisa sempre está sustentada em uma boa teoria” “Uma boa pesquisa requer de uma boa revisão bibliográfica” • O marco teórico é a fundamentação da pesquisa e está constituído por um conjunto de conhecimentos de base que apóiam o estudo a ser realizado. • Quem realiza uma pesquisa tem que elaborar de forma obrigatória um marco teórico porque seu trabalho necessariamente tem que se respaldar no conhecimento existente. MARCO TEÓRICO CONCEITUAL • Se o tema é completamente novo, obviamente não haverá teoria vigente que suporte o estudo, neste caso, o pesquisador devera modelar uma construção teórica que respalde seu estudo. • O marco teórico permite uma compreensão mais ampla do problema. • Uma maior compreensão é conseguida integrando os conhecimentos teóricos com a pesquisa e com os aspectos e fenômenos relacionados: → INTERDISCIPLINARIDADE. MARCO TEÓRICO CONCEITUAL • A descrição da realidade permite compreender o problema em seu contexto real, MAS AO ELABORAR UM MARCO TEÓRICO O PROBLEMA COMPREENDE-SE NO CONTEXTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E DO CONHECIMENTO EM GERAL. • O marco teórico é a referencia, o contexto maior do problema de pesquisa. • Somente com a elaboração do marco teórico o pesquisador cria as condições de delimitação do problema em estudo. MARCO TEÓRICO CONCEITUAL • As funções específicas do marco teórico são: a) Estabelecer o limite da pesquisa. b) Permitir a proposta de soluções para o problema formulado. c) Condensar os conhecimentos relacionados com o problema que se tenta resolver. d) Sustentar o trabalho de pesquisa criando as condições para formular hipóteses, procedimentos ou desenhos específicos de prova de hipóteses. CONTEÚDO DO MARCO TEÓRICO a) ANTECEDENTES DA PESQUISA • São os estudos anteriores que podem oferecer subsídios para esclarecer o problema formulado. • A importância dos antecedentes radica no fato de permitirem criar critérios para discutir e interpretar o entorno da pesquisa. • Os antecedentes fornecem as condições para localizar o lugar da pesquisa que se pretende fazer. CONTEÚDO DO MARCO TEÓRICO • É um imperativo averiguar os antecedentes da pesquisa com a finalidade de evitar a repetição dos descobrimentos. • A revisão e exposição dos antecedentes não é somente uma atividade científica a ser realizada, senão que constitui um mandato ético dado que não se pode desconhecer as contribuições anteriores e avaliá-las á luz dos novos conhecimentos. CONTEÚDO DO MARCO TEÓRICO b) O MARCO CONCEITUAL (Definição de termos) • É o conjunto de conceitos que o pesquisador expõe para dar o sustento teórico ao problema ou tema a ser estudado. • A forma como um pesquisador apresenta seu marco conceitual segue o procedimento lógico de DEFINIR OS TERMOS BÁSICOS, ou seja, aqueles que permitem enfocar e estabelecer os alicerces que sustentam o problema a ser pesquisado. CONTEÚDO DO MARCO TEÓRICO • Definir os termos básicos iniciais da pesquisa é importante, pois constitui uma atividade de precisão que permite organizar as idéias com a finalidade de identificar as relações existentes no entorno da pesquisa a ser realizada. • É necessário definir os termos básicos para eliminar as ambigüidades e significados que podem alterar o sentido da pesquisa. • Outra razão é permitir a compreensão da teoria que sustenta o tema e o problema de pesquisa. COMO ELABORAR O MARCO CONCEITUAL? a) A definição deve ser sempre afirmativa já que se fosse negativa não poderia cumprir em enunciar as características dos fenômenos. b) Os conceitos são abstrações que expressam rasgos comuns, as características não comuns não devem ser tomadas em conta. c) As definições devem ser claras sendo que a claridade se relaciona com a brevidade. COMO ELABORAR O MARCO CONCEITUAL? d) A precisão é uma característica relacionada com a claridade e a brevidade. e) O definido não deve entrar na definição com o qual evita-se as tautologias: “A economia é a ciência que estuda os fenômenos econômicos...” → ERRADO f) Os conceitos limite (tempo, infinito, Deus...) por serem muito extensos de serem explicados não devem ser definidos. CONTEÚDO DO MARCO TEÓRICO c) O MARCO HISTÓRICO • É o contexto histórico no qual se insere o conjunto de fatos que se pesquisa. • A necessidade de cumprir com a exigência da compreensão conduz o pesquisador a elaborar o marco histórico. • O marco histórico não somente é importante nas pesquisas de caráter social, pois também existem fatos históricos no campo das ciências naturais. • O pesquisador não é um historiador, porém precisa da História e de outras disciplinas para situar-se e entender o problema em estudo → INTERDISCIPLINARIDADE. “É necessário frisar que o cientista deveria utilizar a História como um poderoso instrumento de conhecimento”. MARCO TEÓRICO E FORMULAÇÕES DOUTRINARIAS As formulações do marco teórico são provisórias e refutáveis enquanto as formulações doutrinarias são irrefutáveis ou pretendem sê-lo. • “No campo das ciências naturais quase não acontecem maiores problemas no que se refere à distinção entre formulações do marco teórico que incluem aspectos doutrinários, porém, nas áreas das ciências sociais esse problema se apresenta com maior freqüência.” • “Os pesquisadores podem assumir livremente suas formulações doutrinarias, mas sua liberdade não deve necessariamente levar a incluí-las na pesquisa científica.” • “Na pesquisa científica as formulações teológicas e filosóficas devem ficar de lado.” • “Grandes personalidades da pesquisa científica não conseguiram fazer essa distinção e ocasionaram constrangimentos ao avanço da ciência.” IDEOLOGIA • Definir ideologia é uma tarefa muito complexa e difícil de levar a bom termo. • Eagleton em seu livro “Ideologia” (1997) consigna diversas definições: “Um corpo de ideias característico de um determinado grupo ou classe social” “Ideias que ajudam a legitimar um poder político dominante” “Comunicação sistematicamente distorcida” “O veiculo pelo qual atores sociais conscientes entendem o seu mundo” “O meio pelo qual os indivíduos vivenciam suas relações com uma estrutura social” “Ocultamento da realidade sem apelar à violência” IDEOLOGIA Marilena Chauí (“O Que é Ideologia”, 1980/2012): “Ideologia realidade, manter a dominação é um ideário histórico, social e político que oculta a e que esse ocultamento é uma forma de assegurar e exploração econômica, a desigualdade social e a política” Federico Morante (Tese de Doutorado, 2004, p. 74): “Pode-se dizer que ideologia é o conjunto de ideias enraizadas no mais profundo do espírito humano e aceitas como verdades absolutas, a ponto de dirigir a ação de uma pessoa ou grupo social. Uma vez assimiladas essas supostas verdades, dificilmente haverá espaço para outras e, muito pelo contrario, se tentará convencer as demais pessoas de que a percepção da realidade enunciada é a única e a melhor”. IDEOLOGIA: exemplo Guido Boggiani “Os Caduveo”, 1945 apud Oliveira et al. “Introdução ao Pensamento Filosófico”, São Paulo, 2005, p. 2325: • Os Mbayá, grupo de guerreiros nômades, habitavam a região entre os rios Apa e Miranda, no atual estado do Mato Grosso do Sul e eram o terror das populações vizinhas. • Os índios mais prejudicados com as correrias desses nômades eram os Guaná, uma população muito numerosa, sedentária e dedicada especialmente a agricultura. • Para subtrair-se a estes males os Guaná pediram paz, submetendo-se aos Mbayá, dos quais eram considerados escravos. IDEOLOGIA: exemplo • Os Guaná, dominadores. embora escravos, não abandonavam os • Em outras palavras, os Mbayá manipulavam a “opinião” dos dominados sobre sua condição de escravo: era bom ser escravo. • Como justificativa os Mbayá contavam um mito no qual eles eram filhos de um Deus que determinara que andassem sempre errantes sobre territórios alheios, fizessem sem cessar a guerra a todas as nações, matassem todos os machos adultos e conservassem as mulheres e as crianças para aumentar o numero da própria gente. IDEOLOGIA: exemplo “A Captura do Inca Atahuallpa” IDEOLOGIA: exemplo Juan José Vega “La Guerra de los Viracochas”, Lima, 1974 • “O enorme Império Incaico desintegrou-se com relativa rapidez diante o ataque espanhol porque houve muitíssimas ´pátrias` sob a aristocracia guerreira incaica”. • “Aparecendo como deuses e oferecendo restabelecer autonomia e privilégios enganaram a numerosos caciques e conseguiram a adesão de régulos indígenas com freqüência inimigos de Cuzco”. • “Foi um estranho cortejo no qual se misturaram cavaleiros hispânicos e negros africanos, centos de auxiliares nicaraguas e milhares dos novos amigos das terras Tallanas e Chimús. Todos tiveram um papel decisivo na primeira fase da conquista do Peru”. • “A conquista espanhola foi, na realidade, fruto de varias guerras e foi conseguida em um dilatado tempo, muito sangrento, durante o qual brilhou o valor de um povo que se resistia à dominação estrangeira”. IDEOLOGIA: exemplo “O Grito da Independência” – Pedro Américo IDEOLOGIA: exemplo Raimundo de Menezes “Aconteceu no Velho São Paulo”, 1954, p.142-148: “...Foi nessa altura, no lugar denominado Moinhos, em que dois correios da Corte se aproximaram açodadamente. Entregaram importantes papeis ao príncipe. O padre Belchior testemunhou assim o episódio histórico”: “O príncipe mandou-me ler alto as cartas trazidas por Paulo Bregaro e Antonio Cordeiro. Eram elas: uma instrução das Côrtes, uma carta de d. João, outra da princesa, outra de José Bonifácio e ainda outra de Chamberlain. “D. Pedro tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papeis e, amarrotando-os, pisou-os, deixou-os na relva. Eu os apanhei e guardei. Depois, virou-se para mim e disse: - “E agora, padre Belchior?!” IDEOLOGIA: exemplo E eu respondi prontamente: “Se V. Alteza não se faz rei do Brasil será prisioneiro das Côrtes e, talvez, deserdado por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação”. “D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos animais que se achavam à beira do caminho. De repente, estacou já no meio da estrada, dizendo-me”: -“Padre Belchior, eles o querem, eles terão a Côrtes me perseguem, chamam-me com desprezo e de ´brasileiro`. Pois verão agora quanto vale De hoje em diante, estão quebradas as nossas mais quero do governo português e proclamo sempre, separado de Portugal”. sua conta. As de ´rapazinho` o ´rapazinho`. relações; nada o Brasil, para IDEOLOGIA: exemplo “Respondemos imediatamente com entusiasmo: - “Viva a Liberdade, Viva o Brasil separado! Viva D. Pedro!” “O príncipe virou-se para seu ajudante de ordens, e falou: - “Diga a minha guarda, que eu acabo de fazer a independência do Brasil. Estamos separados de Portugal” - “O tenente Canto e Melo cavalgou em direção a uma venda, onde se achavam quase todos os dragões da guarda”. “Isto foi tudo quanto aconteceu de extraordinário nas margens do Ipiranga. Nada de épico, nada de grandioso, comenta Paulo Setúbal. No entanto, depois, os historiadores se encarregaram de, a seu modo, enfeitar o resto...” IDEOLOGIA: influência do Positivismo • O Positivismo nasceu como reação ao Idealismo de Hegel e foi formulado por Augusto Comte (1798-1857) em seu livro “Curso de Filosofia Positiva”. • Seus principais lemas são: “Nada de pura especulação, e sim sistematização e metodologia das ciências”. “Saber para prever, prever para prover” “Ordem e Progresso” • O Positivismo declara que uma sociedade ordenada e progressista deve ser dirigida pelos que possuem o espírito científico, de sorte que a política é um direito dos sábios, e sua aplicação, uma tarefa de técnicos ou administradores competentes. EM UMA PALAVRA, O POSITIVISMO ANUNCIA, NO SÉCULO XIX, O ADVENTO DA TECNOCRACIA, QUE SE EFETIVA NO SÉCULO XX. IDEOLOGIA: influência do Positivismo Marilena Chauí (“O Que é Ideologia”, 1980/2012) • A concepção positivista da ideologia como conjunto de conhecimentos teóricos possui três conseqüências principais: 1. Define a teoria de tal modo que a reduz à simples organização sistemática e hierárquica de ideias, sem jamais fazer da teoria a tentativa de explicação e de interpretação dos fenômenos naturais e humanos a partir de sua origem real. 2. Estabelece entre a teoria e a pratica uma relação autoritária de mando e de obediência, isto é, a teoria manda porque possui as ideias, e a pratica obedece porque é ignorante. OS TEÓRICOS COMANDAM E OS DEMAIS SE SUBMETEM. 3. Concebe a prática como simples instrumento ou como mera técnica que aplica automaticamente regras, normas e princípios vindos da teoria. A prática não é ação propriamente dita, pois não inventa, não cria, não introduz situações novas que suscitem o esforço do pensamento para compreende-las. O NEOPOSITIVISMO • Na década de 1930, em Viena, na Áustria, um grupo de professores fundaram uma sociedade (chamada “Círculo de Viena”) cuja finalidade era o estudo e o conhecimento científico e seus métodos. Assim surgiu uma nova doutrina denominada de neopositivismo, cujos princípios são os seguintes: 1. É verdadeiro somente aquilo que pode ser verificado pela experiência, pelos sentidos, pela pesquisa. Tudo o mais é um enunciado filosófico. 2. Os princípios lógicos e matemáticos, embora imediatamente por intuição, sem necessidade de científica, são aceitos pelos neopositivistas. alcançados verificação 3. A ciência começa pela avaliação dos fenômenos e só poderá ser chamado de científico aquilo que for deles deduzido. Logo, a lógica da pesquisa científica é a indutiva, ou seja, aquela que parte do particular para o universal. O NEOPOSITIVISMO 4. A filosofia tradicional não tem sentido, pois suas conclusões são abstratas, e portanto desligadas dos fenômenos particulares da realidade. 5. A nova filosofia, isto é, a filosofia neopositivista, deverá somente examinar e esclarecer a linguagem científica para eliminar os falsos problemas e dizer o que é exprimível ou não na ciência. • Para alcançar o conhecimento científico total, os neopositivistas afirmam e se propõem: 1. Uma declarada atitude antifilosófica e antimetafísica. 2. Uma investigação empírica absoluta. 3. A expressão das verdades científicas pela linguagem da lógica e da logística. 4. A matematização de todas as ciências. PERGUNTA: O NEOPOSITIVISMO AINDA ESTÁ VIGENTE E PODE SER IDENTIFICADO NA PESQUISA CIENTÍFICA ATUAL? CORRENTES E TENDÊNCIAS FILOSÓFICAS • Todos os projetos, pesquisas e propostas refletem os valores sóciopolítico-culturais de uma época e são influenciados pelas varias ideologias políticas e diversas correntes e tendências filosóficas predominantes nas diferentes sociedades que buscam, ao mesmo tempo, responder “o que é o homem”. Idealismo Estruturalismo Realismo Reconstrutivismo Materialismo Essencialismo Neotomismo Existencialismo Marxismo Fenomenologia Positivismo Experimentalismo Neopositivismo Pragmatismo ... A CIÊNCIA NA URSS DE STALIN Zhores A. Medvedev & Roy A. Medvedev, 2006, p. 253-276 • As teorias e tendências científicas ainda eram divididas em “materialistas” e “idealistas”. • A “ciência soviética” passou a significar “ciência da pátria”, para frisar a continuidade entre o período soviético e a Rússia pré-revolucionária. • Os cientistas soviéticos eram estritamente proibidos de publicar no exterior os resultados de suas pesquisas. • Com base no que havia acontecido na conferencia da VASKhNIL, conceitos pseudocientíficos também adquiriram preeminência em outras esferas da ciência. A CIÊNCIA NA URSS DE STALIN • Os efeitos negativos desse império da pseudociência na URSS prosseguiram por período ainda longo. • Na URSS, a ciência nunca chegou a ser a força propulsora principal por trás do avanço tecnológico e econômico. • Embora tenha havido um constante processo de “revivescência” e recuperação do atraso na ciência, os avanços tecnológicos e econômicos tem sido resultado sobretudo da imitação, adotando-se o que já foi testado e aprovado em outros países. Por volta do fim da Segunda Guerra Mundial, Stalin se havia dado conta de que o progresso na ciência e na tecnologia era menos uma questão de ideologia que de substancial apoio material aos cientistas. O CASO LYSSENKO • Pela altura de 1940, as teorias de Trofim Lyssenko dominavam a genética soviética, mas somente porque o ativo apoio de Stalin incluía medidas repressivas contra grande número de biólogos. • Em suas teorias Lyssenko negava a existência de genes e tentava provar que as características adquiridas podiam ser herdadas, conceito conhecido como “neolamarckismo”. • Lyssenko começara a promover uma teoria que contradizia as ideias de Darwin sobre a origem das espécies. • Lyssenko tentava agradar aos líderes, inventando provas pseudocientíficas (não raro mediante falsificação de seus próprios resultados experimentais) para confirmar ideias absurdas por ele mesmo expressas. O CASO LYSSENKO • A teoria lamarckiana exercia uma atração perfeitamente compressível sobre os bolcheviques, que consideravam que em circunstancias apropriadas tudo pode ser modificado. • Lyssenko e seus amigos puseram a culpa de seus fracassos na falta de cooperação dos adeptos da genética “burguesa”. • Muitos dos importantes cientistas que se manifestaram e criticaram Lyssenko na década de 1930 foram detidos entre 1937 e 1939, morrendo nos campos e prisões. • Resultado: a pesquisa genética fora destruída em todo o país, com a demissão de todos os críticos de Lyssenko. RECOMENDAÇÃO • Os pesquisadores podem assumir livremente suas formulações doutrinarias mas sua liberdade não deve atingir necessariamente a investigação científica. • Na pesquisa científica as formulações filosóficas devem ficar de lado. teológicas e • No entanto, sem interferir na pesquisa científica, o pesquisador pode cultivar a filosofia ou a teologia sem nenhuma restrição. BIBLIOGRAFIA • CHAUÍ, Marilena. “O Que é Ideologia”. São Paulo: Editora Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 2º edição, 15ª reimpressão, 2012, 123 p. • EAGLETON, Terry. “Ideologia”. São Paulo: Editempo Editorial – Editora UNESP, 1997, 204 p. • FILHO, Ciro Marcondes. “Ideologia”. São Paulo: Global Editora, 8º edição, Coleção Para Entender No 1, 1985, 95 p. • MEDVEDEV, Zhores A. & MEDVEDEV, Roy A. “Um Stalin Desconhecido”. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006, 443 p. • OLIVEIRA, Edmardo Serafim de; et al. “Introdução ao Pensamento Filosófico”. São Paulo: Edições Loyola, 8º edição, 2005, 231 p. • TAFUR PORTILLA, Raul. “La Tesis Universitaria”. Lima: Editorial Mantaro, 1º edição, 1995, 429 p. EXAME DE QUALIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO: Curso de Pós-Graduação em Energia – Universidade Federal do ABC CANDIDATO: ORIENTADOR: NÍVEL: Mestrado DATA: 18/08/2009 SALA: TÍTULO: Projeto e avaliação sustentável de um sistema de diagnóstico em geração isolada baseada em SEIG PRINCIPAIS ASPECTOS COMENTÁRIOS PROJETO DE PESQUISA 1. Título Melhorar o título complementando a sigla SEIG por Gerador de Indução Auto-Exitado. 2. Relevância do tema O tema é relevante e atual. 3. Aderência do tema ao curso de O tema está fortemente relacionado com a área de pós-graduação concentração Tecnologia, Engenharia e Modelagem. No entanto, o risco é que fique como um tema muito mais relacionado com a engenharia elétrica. A pergunta chave é: será que este tema seria muito melhor desenvolvido em uma pós-graduação de engenharia elétrica? 4. Interdisciplinaridade Esta questão está tentando ser considerada por meio da análise do projeto sustentável e o levantamento dos indicadores. No entanto, na redação final deve ficar claramente estabelecido o entrelaçamento desta questão com o tema central. Não pode ficar uma coisa forçada para tentar que o tema da dissertação seja interdisciplinar. EXAME DE QUALIFICAÇÃO PRINCIPAIS ASPECTOS COMENTÁRIOS PROJETO DE PESQUISA 5. Aderência do candidato(a) ao O candidato por sua formação de engenheiro eletricista tema (formação, motivação) tem forte aderência, porém, tem que focar muito mais na área da energia. 6. Problematização Esta questão não ficou muito clara, faltou discutir o problema, o objeto de pesquisa, a pergunta ou perguntas a serem respondidas, etc. 7. Marco teórico Dentro de contexto do projeto não ficou muito clara esta questão. No entanto, já no desenvolvimento dos capítulos ficou mais clara a utilização de bibliografia específica. 8. Clareza da hipótese e objetivo Não ficou claro qual o objetivo geral e quais os específicos. Também não foi mencionada nenhuma hipótese de trabalho, embora não seja obrigatório isso. 9. Consistência da metodologia e Apesar de ser mencionada alguns aspectos da metodologia, forma de obtenção dos dados isto não ficou muito claro. 10. Proposta de estrutura Esta proposta pode ser extraída do sumário, no entanto, capitular não é discutida no projeto. 11. Viabilidade e cronograma de Este importante aspecto somente é mostrado quase ao trabalho final do texto mas não dentro da proposta do projeto de pesquisa. 12. Possível contribuição Foi mencionado no item 1.2 EXAME DE QUALIFICAÇÃO PRINCIPAIS ASPECTOS COMENTÁRIOS RESULTADOS PARCIAIS 1. Coerência com a proposta Embora não seja obrigatório para um exame de inicial qualificação, no texto apresentado existem capítulos ainda em desenvolvimento relacionados com a dissertação. Existe certa coerência, no entanto, isto só será possível observar no texto final da dissertação. 2. Redação e organização A redação está razoavelmente bem desenvolvida faltando trabalhar na organização. Porém isso só será possível observar no documento final. 3. Análise de resultados Falta, ainda não está finalizado. 4. Utilização de figuras, Em alguns gráficos falta colocar unidades, no entanto, gráficos e fotos este aspecto está sendo bem levado. 5. Bibliografia parcial utilizada O aluno até o momento realizou uma boa pesquisa bibliográfica. Grande parte dos artigos são redigidos em idioma inglês e outros em português e espanhol. 6. Conclusões parciais As conclusões ainda não refletem a pesquisa final. ATIVIDADES COMPLEMENTARES 1. Disciplinas cursadas Todas as disciplinas foram concluídas 2. Produção de publicações Nenhuma publicação relacionadas com o tema 3. Participação em eventos e Nenhuma participação outras atividades