Prof. José Paschoal Rossetti

Transcrição

Prof. José Paschoal Rossetti
Folhas interligadas como o desenvolvimento
das empresas em rede.
Uma Visão Estratégica do
Macroambiente Econômico:
Condições Vigentes
e Cenários Prováveis
Prof. José Paschoal Rossetti
2011
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
Conteúdo
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.1. Magnitude dos PNBs e do PNB: rankings dos países
1.2. Fatores de expansão
1.3. Fatores inibidores
1.4. Efeitos da desarticulação das cadeias de suprimentos
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.1. Evolução dos cenários em 2009 e 2010
2.2. Situação vigente em 2011
2.3. Situação vigente e perspectivas
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores de expansão
4. CONDIÇÕES CONJUNTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
4.1. Evolução e condições vigentes
4.2. Tendências macroindicadores
5. SÍNTESE
5.1. Cenário mundial
5.2. Cenário Brasil
5.3. Modelo SWOT: potenciais, limitações e riscos
5.4. Cenários mundial e do Brasil
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1
CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.1. Magnitude dos PNBs e do PMB: rankings
DIMENSÕES DA ECONOMIA MUNDIAL: DOIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO (I)
CRITÉRIO TAXAS CAMBIAIS MÉDIAS AJUSTADAS
Países
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
CRITÉRIO PARIDADE DO PODER DE COMPRA
PNB em 2009 (US$ Bilhões)
14.119,0
5.068,9
4.985,4
3.330,0
2.649,4
2.174,5
2.112,8
1.573,4
1.460,3
1.336,1
1.310,2
1.231,9
924,8
874,9
832,5
792,1
614,6
540,3
491,9
471,2
430,1
406,1
381,8
381,1
369,2
Estados Unidos
Japão
China
Alemanha
França
Reino Unido
Itália
Brasil
Espanha
Canadá
Índia
Federação Russa
Austrália
México
Coréia do Sul
Holanda
Turquia
Indonésia
Suíça
Bélgica
Polônia
Suécia
Noruega
Áustria
Arábia Saudita
MUNDO
58.141,5
Fonte: World Bank. World Development Indicators, December 2010.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
Países
PNB em 2009 (US$ Bilhões)
Estados Unidos
China
Japão
Índia
Alemanha
Federação Russa
Reino Unido
França
Brasil
Itália
México
Espanha
Coréia do Sul
Canadá
Turquia
Indonésia
Austrália
República Islâmica do Irã
Polônia
Holanda
Arábia Saudita
Argentina
Tailândia
África do Sul
República Árabe do Egito
14.119,0
9.091,1
4.139,6
3.778,3
2.969,6
2.689,8
2.256,8
2.172,1
2.017,2
1.921,6
1.540,2
1.495,7
1.324,4
1.280,3
1.038,8
965,0
858,2
842,7
727,1
673,1
594,0
585,6
541,8
506,9
470,8
MUNDO
72.437,1
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
FATORES DE EXPANSÃO DA ECONOMIA MUNDIAL
A. REAIS
• Dimensões da economia: escalas “assustadoras”, sem precedentes.
• Crescimento demográfico, com mudanças sociais e aspirações em alta.
• Expansão do consumo global: crescente expressão de bens duráveis, mercados de massa,
ascensão e acesso das bases das pirâmides socioeconômicas.
• A distribuição do Produto Mundial Bruto: altos potenciais de crescimento de novos
mercados.
• Expansão do número de empresas entrantes em praticamente todos os mercados.
• Descartabilidade e revoluções tecnológicas.
• Desfronteirização: crescimento acelerado dos fluxos reais e financeiros entre os países.
• Peso crescente das economias emergentes de alto potencial.
B. FINANCEIROS
• Liquidez internacional: juros “palatáveis” nos mercados de crédito.
• Forte ativação do mercado de capitais: Bolsas e fundos de private equity.
C. INSTITUCIONAIS
• Avanço de sistemas abertos.
• Transposição de focos ideológicos: do igualitarismo para a inclusão.
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1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
TRAJETÓRIA E DIMENSÕES DO CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL:
ECONOMIAS AVANÇADAS E EMERGENTES
Variações anuais (%)
Dimensões
Média
1991-2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
•
PRODUTO MUNDIAL BRUTO
3,1
2,2
2,8
3,6
4,9
4,5
5,1
5,2
3,1
- 0,6
4,2
▫
Economias avançadas
2,8
1,2
1,6
1,9
3,2
2,6
3,0
2,7
0,8
- 3,2
2,3
▫
Estados Unidos
3,3
0,8
1,6
2,5
3,6
2,9
2,8
2,0
1,1
- 2,4
3,1
▫
Japão
1,3
0,2
0,3
1,4
2,7
1,9
2,0
2,4
0,2
- 5,2
1,9
▫
União Europeia
2,2
2,1
1,4
1,5
2,6
2,2
3,4
3,1
1,1
- 4,1
1,0
•
Economias emergentes
3,4
3,6
3,0
5,0
5,5
5,6
6,2
6,3
6,0
2,4
6,3
•
COMÉRCIO MUNDIAL
7,1
0,3
3,5
5,4
10,7
7,7
9,2
7,2
2,9
- 10,7
14,4
▫
Economias avançadas
7,4
-1,2
2,8
4,5
9,5
6,0
8,3
4,7
1,2
- 12,7
10,5
▫
Economias emergentes
10,2
1,2
7,1
11,7
16,6
12,2
12,8
11,8
6,7
- 8,2
13,1
Expressões nominais em US$ Trilhões
•
PRODUTO MUNDIAL BRUTO
28,3
31,7
33,0
37,1
41,7
45,1
48,8
54,8
60,1
58,1
61,9
•
COMÉRCIO
MUNDIAL
Mercadorias
4,9
6,1
6,3
7,4
9,0
10,3
11,9
13,7
15,9
12,8
13,7
Mercadorias
e serviços
6,1
7,6
7,9
9,3
11,3
12,8
14,8
17,1
19,7
15,9
17,1
Fonte: World Bank.
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1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
Figura 1
TRAJETÓRIA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL
Expressão absoluta e taxas anuais de expansão
US$
Trilhões
65
(a)
60
60,1
61,9
58,1
55
54,8
Taxas anuais de expansão
nominal, 8,14%
real, 3,89%
50
45
48,8
45,1
40
41,7
35
37,1
30
31,7
33,0
28,3
25
2000
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
(a) Redução decorrente da crise global, já estancada e em recuperação
Fonte: World Bank
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6
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
Figura 2
AS DIMENSÕES DA ECONOMIA MUNDIAL: EXPRESSÃO E CRESCIMENTO ABSOLUTO SEM PRECEDENTES
HISTÓRICOS
PRODUTO MUNDIAL BRUTO
Critério de conversão dos PNBs em US$ pelas taxas médias
de câmbio das economias nacionais
Expressão absoluta em
2010
US$ 61,9 Trilhões
Crescimento anual
histórico em termos reais
(1991-2010)
3,5%
Significado do crescimento mundial, a 3,5% anuais
Crescimento absoluto
Significado
Anual
US$ 2,17 Trilhões
Um Brasil a mais a cada ano.
Em dez anos
US$ 25,4 Trilhões
Um Estados Unidos a mais a cada 6 anos.
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1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
DISTRIBUIÇÃO DO PRODUTO MUNDIAL BRUTO EM 2009
Altos potenciais de crescimento de novos mercados
Economias
segundo
níveis de
renda
Alta renda
Renda média
alta
Milhões
de
habitantes
PNBs
(US$
Bilhões)
Per capita
(US$ ano)
1.065
41.588,1
39.049,9
851
7.297,2
Distribuição do PMB
28,4%
Países de alta
e média
renda
8.574,9
Renda média
baixa
3.479
8.826,5
2.537,1
Baixa renda
1.345
429,7
310,5
71,6%
Países de
média baixa e
de baixa
renda
POPULAÇÃO
MUNDIAL
MUNDO
6.740
58.141,5
Fonte: World Bank. World development Report 2010.
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8.626,3
15,9%
Países de
baixa e
média baixa
renda
84,1%
Países de
alta e média
alta renda
PRODUTO
MUNDIAL
BRUTO
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO, COM MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA (I)
Mudanças sociais com fortes impactos na expansão econômica
•
•
•
•
•
Massiva presença da mulher no mercado de trabalho:
▫ Viabilização de novos negócios.
▫ Expansão de mercados.
Culto ao corpo:
▫ Longevidade.
▫ Envelhecimento com higidez física.
Deslocamento espacial:
▫ Custos reduzidos: movimentos massificados para negócios e turismo.
▫ Fluxos migratórios para pós-industriais e emergentes.
▫ Formação profissional para atuação global.
Busca por padrões materiais mais altos e sofisticados:
▫ Crescente influência da comunicação de massa e de redes.
▫ Quebra de barreiras sociais à informação e ao conhecimento.
Inclusão digital acelerada. Universalidade da presença em dois mundos: real e virtual.
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1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO, COM MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA (II)
Massiva presença da mulher no mercado de trabalho
População economicamente
ativa = 100
Anos
Mulheres
Homens
1920
5
95
1950
15
85
1970
26
74
2005
42
58
2010
44
56
2020
50
50
Fator de alto peso na ativação do crescimento econômico
e de mudanças sociais.
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1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
Nova estrutura
etária,
longevidade,
presença
por SOCIAIS
mais tempo
no mercado
de trabalho
CRESCIMENTO
DEMOGRÁFICO,
COM
MUDANÇAS
E ASPIRAÇÕES
EM ALTA
(III)
Pós
Porção
pós-produtiva
Produtiva
Homens
Homens
Mulheres
PADRÃO PIRAMIDAL
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Mulheres
Porção
produtiva
Porção
pré-produtiva
Pré
NOVO PADRÃO
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO, COM MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA (IV)
População mundial
Anos
Taxas anuais de crescimento
(%)
Contingente
(bilhões)
Crescimento anual absoluto
(milhões)
2010
1,09
6,82
74,4
2015
1,00
7,19
73,4
2020
0,88
7,54
69,1
2025
0,85
7,87
67,0
Fonte: World Bank.
MUDANÇAS SOCIAIS
ASPIRAÇÕES
• 2015: igualdade numérica entre os sexos
no mercado de trabalho.
• Longevidade.
• Influência crescente da comunicação de
massa e de redes.
• Democratização do acesso à informação.
• Ativismo, batendo forte em preconceitos
e disparidades sociais.
• Deslocamento espacial: raios crescentes,
movimentos massivos.
Pressões sociais exacerbadas para acesso aos mercados.
•
•
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Busca pela elevação dos padrões materiais de vida.
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO, COM MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA (V)
A
B
C
D
E
População
Renda Nacional
MERCADOS DE BENS E SERVIÇOS FINAIS
•
•
Acesso fácil.
Produtos mais
sofisticados.
•
•
•
Acesso facilitado.
Produtos mais
simples.
Up-grade de todas as classes
socioeconômicas, especialmente B,
C e D, quanto às aspirações e ao
acesso aos mercados.
13
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1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
DESFRONTEIRIZAÇÃO DOS MERCADOS
Movimentos de liberalização dos investimentos estrangeiros diretos
Um dos impactos da nova ordem mundial: regulação dos fluxos de
investimentos estrangeiros diretos
Número de mudanças
Anos
Número de
países que
introduziram
mudanças
Mais favoráveis
aos fluxos de
IED
Menos
favoráveis aos
fluxos de IED
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
35
43
57
49
64
65
76
60
63
69
71
70
82
102
85
107
101
93
112
105
80
79
101
108
106
98
135
136
131
147
194
236
220
235
208
219
221
191
175
138
2
1
2
6
16
16
9
9
3
14
12
24
36
27
41
38
15
20
12
-
90,2%
9,8%
% Sobre totais
Fonte: UNCTAD.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
Direção das mudanças
Menos
favoráveis
9,8%
90,2%
Mais
favoráveis
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
FLUXOS DO COMÉRCIO MUNDIAL: RITMO HISTORICAMENTE SUPERIOR AO DO PMB
•
•
•
Crescimento do comércio mundial em relação ao PMB:
▫
Ritmo duas vezes mais veloz (entre 6 e 7% anuais).
▫
Progressão consistente, tanto de mercadorias quanto de serviços.
Provável superação, em 2020, do patamar de 39% em relação ao PMB:
▫
Relação sem precedentes históricos.
▫
Mudanças importantes na divisão internacional do trabalho.
Determinantes da expansão projetada:
▫
Continuidade do processo de desfronteirização.
▫
Consolidação e expansão das áreas regionais de integração.
▫
Atuação de organismos multilaterais por comércio mais aberto.
▫
Não recrudescimento de políticas protecionistas.
▫
Forte participação de emergentes no crescimento econômico.
▫
Continuidade dos avanços tecnológicos em áreas-chave (comunicações e transportes).
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1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
FLUXOS HISTÓRICOS DE COMÉRCIO: CRESCIMENTO
CONSISTENTE EM RELAÇÃO AO PMB
US$ trilhões correntes
Relações %
Anos
1970
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2006
2007
2008
2009
Projeções(d)
2010
2020
Comércio mundial
PMB Produto
Mundial
Bruto (a)
Mercadorias (b)
Mercadorias +
Serviços (c)
(b)/(a)
(c)/(a)
3,3
11,2
13,9
21,8
27,0
31,2
44,3
48,2
54,3
60,1
58,1
0,3
1,3
2,0
3,4
5,0
6,0
9,1
11,9
13,8
15,9
12,3
0,4
1,5
2,4
4,3
6,2
8,1
11,3
12,9
14,8
17,2
15,7
9,1
11,6
14,4
15,6
18,5
20,5
20,5
24,6
25,4
26,4
21,2
12,1
13,4
17,3
19,7
22,9
26,0
25,5
26,7
27,2
28,6
27,0
61,9
87,3
14,2
25,4
18,0
33,7
22,9
29,1
29,1
38,6
Fontes: (a) World Bank. Projeções: crescimento geométrico de 3,5% ao ano.
(b) e (c) UNCTAD. Projeções PMB: crescimento geométrico de 6,0 ao ano para mercadorias e de 6,5%
mercadorias mais serviços.
(d) Cenário de reativação moderada da economia global.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
A EXPANSÃO HISTÓRICA
DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS
US$ bilhões
(Médias anuais)
Períodos
Relação
% com
PMB
IED por
dia útil
US$
bilhões
1984-89
1,04
0,5
1990-95
1,24
1,1
1996-99
2,18
2,6
2000-05
2,67
3,7
2010
3,24
6,7
2020
4,02
12,6
3.500
3750
3450
3150
2850
2550
2.010
2250
1950
1650
920
1350
650
1050
750
130
290
450
150
1984-89
1990-95
1996-99
Fonte: UNCTAD.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
2000-05
2010
2020
Projeções
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
OS PESOS CRESCENTES DAS ECONOMIAS EMERGENTES
DE ALTO POTENCIAL
ÍNDICES ACUMULADOS DE CRESCIENTO, 1995-2010
NOVAS REALIDADES
Variações %
Categorias
•
•
•
Consumo de
derivados do
petróleo.
Economia
mundial
Mercados
emergentes
67,5
85,3
•
China, segunda potência econômica mundial, critério PPC.
•
Entre 15 maiores economias:
▫
Matérias-primas.
▫ 7 emergentes.
▫
Minerais.
93,7
142,9
▫
Fibras
63,0
129,3
▫
Grãos
77,1
114,5
PNBs
•
Maior peso dos emergentes na geração do crescimento mundial:
▫ 1990: 28,5%
▫
▫
1995-2010
65,1
123,2
▫
2001-2010
41,1
66,0
DESTINO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS
Períodos
8 avançadas.
US$ bilhões
(médias anuais)
% para dez
maiores países
emergentes
1984-89
130
4,1
1990-95
290
17,3
1996-99
650
21,4
2000-09
1.530
29,5
2000: 36,4%
▫ 2008: 65,8%
Projeções
(Critério PPC)
PNB US$ Trilhões
(Valores de 2009)
15 anos
20 anos
EUA, crescimento anual de 3%
22,2
25,7
China, crescimento anual de 7%
24,5
34,4
• Dimensões dos mercados mundiais puxadas pelo peso crescente e pela dinâmica das
economias emergentes
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.2. Fatores de expansão
AGIGANTAMENTO DO MUNDO CORPORATIVO
Fluxos sem precedentes de investimentos
Investimentos no mundo: dimensões e fatores de ativação
• Relação histórica – Investimentos/PMB, período 1990-2010, 22,3%
• Dimensões em 2010:
▫ 22,3% de US$ 61,9 trilhões: investimento global anual bruto de US$ 13,8 trilhões.
▫ Por dia: US$ 37,8 bilhões.
▫ Por hora: US$ 1,6 bilhão.
• Composição: 79% do setor privado, 21% do governo.
• Fatores de impulsão:
▫ Ciclo de crescimento econômico de grandes escalas.
▫ Dinâmica sociodemográfica.
▫ Movimentos de inclusão: mobilidade socioeconômica ascendente.
▫ Ondas de inovações tecnológicas.
▫ Ascensão de grandes economias emergentes.
▫ Fluxos interfronteiras crescentes.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. Fatores inibidores: ativismo ambientalista
O ATIVISMO AMBIENTALISTA: CONFLITOS ENTRE TRANSFORMAÇÃO E
NATURAL
PRESERVAÇÃO DO CAPITAL
FATORES DE EXPANSÃO DA
ECONOMIA
•
•
•
ECONOMIA
▫ O processo produtivo é
fundamentado na transformação
do capital natural.
▫ O crescimento econômico
pressupõe transformação
em escalas crescentes.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
Crescimento demográfico.
Mudanças sociais.
Aspirações em alta.
Aumento de empresas.
Descartabilidade.
Revoluções tecnológicas.
Desfronteirização.
Rupturas expansionistas.
Reconfiguração dos mercados.
Economias emergentes de alto
potencial.
Produtos de efeitos
“multiplicadores”.
Inclusão da “base da
pirâmide”.
Alta liquidez.
Crédito abundante.
ECOLOGIA
▫ A preservação ambiental implica
crescentes restrições ao processo
de transformação do capital
natural.
▫ A onda preservacionista é uma
força crescente, com forte viés
ideológico.
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. Fatores inibidores: assimetrias nos investimentos
ASSIMETRIAS NO CRESCIMENTO DAS ATIVIDADES PRIMÁRIAS E DOS
MERCADOS FINAIS: RISCOS DE DESARTICULAÇÃO
DAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS
ATIVIDADES
PRIMÁRIAS
Crescentes restrições
•
Limitações físicas.
•
Exaustão.
•
Políticas
preservacionistas.
INDÚSTRIAS DE BASE E
PESADAS
Lentidão
•
Altas barreiras de
entrada.
•
Prazos de execução de
novos projetos.
•
Consolidações, mais que
novas plantas.
CADEIAS PRODUTIVAS
SUBSEQUENTES
Crescimento veloz
•
Menores barreiras de
entrada.
•
Esforços menos
onerosos para atender à
“explosão” dos
mercados finais.
•
Capacidade de oferta
inferior às pressões da
demanda.
MERCADOS FINAIS
Crescimento
“explosivo”
•
Expansão demográfica.
•
Aspirações e mudanças
comportamentais.
•
Revoluções tecnológicas
e descartabilidade de
produtos.
•
Inclusão socioeconômica
em escala global.
Velocidades
Menor
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
Maior
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. Fatores inibidores: riscos de desarticulação
RISCOS DE DESARTICULAÇÃO DAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS
Fundamentos
•
Expansão “assustadora” da economia global.
•
Crescimento acelerado dos grandes emergentes.
•
Inclusão da “base da pirâmide”: 5 bilhões de “novos consumidores”.
•
Escalas crescentes, sem precedentes históricos.
•
Restrições ambientalistas crescentes.
•
Velocidades diferentes na implantação de novos projetos.
Riscos
•
Desarticulação das cadeias de suprimentos.
•
Altas dos preços de commodities básicas: demanda superior à oferta e especulação.
•
Possíveis “esfriamentos” induzidos do processo de crescimento econômico: stop and go como trajetória padrão.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.4. Efeitos da desarticulação das cadeias de suprimentos
ÍNDICE DE PREÇOS DAS COMMODITIES: CONSOLIDAÇÃO MUNDIAL, 2000-2010
Anos
Geral
Alimentos
Insumos
industriais
2000
100,00
100,00
100,00
2003
108,91
112,65
103,82
2005
133,27
125,33
144,47
2007
202,02
174,91
237,07
2008
151,08
176,14
118,58
2009
212,04
211,64
212,64
2010(a)
235,15
231,68
239,65
(a) Até setembro
Fonte: The Economist.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.4. Efeitos da desarticulação das cadeias de suprimentos
EVOLUÇÃO DE PREÇOS: CONSOLIDADO MUNDIAL E BRASIL
300
265,22
235,15
239,65
231,68
237,95
239,27
200
188,86
100
0
Geral
Alimentos
Insumos
Industriais
COMMODITIES
Fonte: The Economist e FGV – IBRE.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
IGP-DI
IPADI
BRASIL
INCC
IPC
2
A RECUPERAÇÃO DA CRISE
ECONÔMICA MUNDIAL
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.1. Evolução dos cenários em 2009-2010
ASPECTOS DA SITUAÇÃO ECONÔMICA MUNDIAL: JANEIRO DE 2009
Apontamentos do Fundo Monetário Internacional
(World Economic Outlook)
• Processo recessivo é profundo e reversão plena dependerá das defasagens de efeito das fortes medidas adotadas sobre:
▫ Recuperação do sistema financeiro.
▫ Graus de confiança do sistema corporativo.
▫ Comportamento dos consumidores.
• Os mercados financeiros ainda permanecem sob estresse.
▫ Queda drástica do valor dos ativos em lenta recuperação.
▫ Spreads elevados e operações não inteiramente e destravadas.
▫ Balanços em processo de recuperação.
• Demanda agregada está fortemente atingida:
▫ Consumo das famílias reduzido.
▫ Investimentos privados sob forte contração.
▫ Demanda externa líquida em queda.
▫ A contra-ciclo: dispêndios do governo.
• Economias industriais avançadas sofrendo a mais profunda recessão dos últimos sessenta anos.
• Economias emergentes sustentam “expansão anêmica”.
• Forte inversão da tendência de alta imoderada dos preços de produtos básicos.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.1. Evolução dos cenários em 2009-2010
OS EFEITOS DAS AÇÕES CORRETIVAS: FINAL DO 4º TRIMESTRE DE 2010
Apontamentos do Fundo Monetário Internacional
(World Economic Outlook)
• As políticas monetárias e fiscais adotadas em todo o mundo produziram efeitos positivos:
▫ Evitaram o desmoronamento do sistema econômico global.
▫ Supriram liquidez e afastaram os riscos de destruição do sistema financeiro.
▫ Bloquearam quebras em “efeito dominó” nas cadeias produtivas do setor real da economia.
▫ Agiram sobre a deterioração das expectativas e da confiança dos agentes econômicos privados.
▫ Não se fundamentaram em mecanismos nacionalistas e protecionistas.
• Há sinais positivos de recuperação:
▫ A queda dos preços dos ativos no mercado de capitais foi estancada e está em recuperação.
▫ A volatilidade permanece, em trajetória “tipo W”, mas a base do W é ascendente.
▫ A queda dos preços de produtos básicos, embora não plenamente:
⁻
⁻
Petróleo, queda de 36,3% em 2009; recuperação de 23,3% em 2010.
Média ponderada das commodities de exportação, queda de 18,7% em 2009; recuperação de 16,8% em 2010.
▫ Melhorou a liquidez do mercado de crédito.
▫ Depreciaram-se as moedas dos países avançados.
▫ A recuperação das correntes do comércio mundial.
• Mas ainda há preocupações:
▫ O estado macroeconômico dos Estados Unidos, particularmente do setor público (déficits e endividamento acentuados).
▫ O estado recessivo em que se encontram várias economias da Eurozona, com indicadores para o biênio 2010-11 que ainda
não recuperarão plenamente a recessão de 2009.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.1. Evolução dos cenários em 2009-2010
CRISE DE ECONÔMICA MUNDIAL DE 2008-2009: A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE (II)
Reversão dos macroindicadores
Dimensões
Projeções (variações reais)
2010
2011
2012-15
•
PRODUTO MUNDIAL BRUTO
4,8
4,3
4,0
•
Economias avançadas
2,7
2,4
2,0
▫ Estados Unidos
2,6
2,6
2,5
▫ Japão
1,7
1,5
1,2
▫ União Europeia
1,7
1,8
2,2
•
Economias emergentes
7,1
6,5
6,5
•
COMÉRCIO MUNDIAL
14,4
7,0
6,3
▫ Economias avançadas.
12,3
5,6
4,5
▫ Economias emergentes.
15,3
9,5
7,5
Expressões nominais em US$ Trilhões
 PRODUTO MUNDIAL BRUTO
 COMÉRCIO
MUNDIAL
61,9
64,6
67,1
75,4
Mercadorias
14,2
15,2
16,2
19,8
Mercadorias e serviços
18,0
19,3
19,3
25,7
Fonte: World Bank e IFM, World Economic Outlook. December, 2009.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.1. Evolução dos cenários em 2009-2010
EVOLUÇÃO DO MUNDO CORPORATIVO E DO MERCADO DE CAPITAIS
Forte contração em 2008. Recuperação em 2009 e 2010.
Valor de mercado em US$ Trilhões
Continentes
1990
1995
2000
2005
2007
2008
2009
2010
Américas
3,4
7,6
16,5
21,1
24,3
13,9
18,9
20,1
Europa, Oriente Médio e
África
2,0
4,4
9,6
12,8
16,7
9,2
16,0
14,9
Ásia e Oceania
3,5
5,1
4,9
9,1
19,8
9,5
13,0
16,7
Totais
8,9
17,1
31,0
43,0
60,8
32,6
47,9
52,7
Total mundial de companhias e valor
médio em US$ Milhões
Número
21.585
25.050
29.300
38.262
46.509
46.705
44.991
45.310
Valor médio
412,3
682,6
1.058,0
1.123,8
1.307,2
697,9
1.064,7
1.163,1
Fonte: World Federations of Exchanges.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.2. Situação vigente em 2011
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS
Síntese das potencialidades
•
Cúpulas mundiais de acompanhamento e controle dos efeitos da crise, com envolvimento do G8 e do G20. Adoção de
fortes medidas antidepressivas.
•
Crescimento demográfico, com mudanças sociais e aspirações em alta:
▫ Expansão anual de 74,3 milhões de habitantes, com mudanças sociais de alto impacto expansionista.
▫ Acesso da baixa renda aos mercados de consumo e up-grade de todas as classes socioeconômicas.
•
Fluxos da demanda agregada se mantêm, ainda que retraídos. Alta dispersão setorial dos efeitos da crise: raros mercados
atingidos “mortalmente”.
•
Expansão do número de empresas entrantes em praticamente todos os mercados:
▫ Acesso aberto a tecnologias de produção: invasão de mercados por marcas “talibãs”.
▫ Nova dinâmica competitiva, entre grandes consolidados e pequenos guerrilheiros.
•
Revoluções tecnológicas associadas à descartabilidade de produtos:
▫ Rendição aos apelos do avanço tecnológico: obsolescência tecnológica antecipando-se à funcional.
▫ Descartabilidade sem precedentes históricos.
•
Desfronteirização:
▫ Abertura de mercados.
▫ Acirramento da competição globalizada: exposição das empresas a estruturas competitivas de preços.
▫ Leque mais aberto de produtos finais e maior elasticidade-preço da procura.
•
Mobilidade de capitais:
▫ Investimentos estrangeiros diretos.
▫ Fundos de private equity.
•
Vigor e dimensões de economias emergentes de alto potencial.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.2. Situação vigente em 2011
CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS
Síntese das fragilidades
•
•
•
•
Epicentro da crise: economias avançadas, com forte “efeito contágio” em todo o sistema mundial:
▫
EUA e Eurozona: 39,5% do Produto Mundial Bruto.
▫
Dimensões do mundo corporativo dos EUA (500 maiores empresas): US$ 9,8 trilhões, 40,7% das receitas operacionais das
500 maiores do mundo.
Estado macroeconômico dos EUA:
▫
Altos níveis de endividamento: todos os agentes econômicos.
▫
Desemprego alto e resistente.
Impactos da crise nos países industriais maduros, não totalmente recuperados: Comunidade Europeia, Japão e Tigres Asiáticos.
Forte contração das correntes mundiais de comércio: plena recuperação poderá demorar ocorrer em 2011:
Fluxos
(Bens e serviços)
Variações anuais (%)
2009
2010
2011
• Importações
▫ Avançados
▫ Emergentes
-12,7
- 8,2
12,6
14,8
5,6
9,0
• Exportação
▫ Avançados
▫ Emergentes
-12,4
- 7,8
11,7
16,3
5,2
9,5
Fonte: WEO, outubro 2010.
•
•
•
Mercado acionário: ainda em contração, relativamente aos níveis anteriores a 2008 (postergação de emissões e de aberturas de
capital).
Expansão do endividamento bruto (% em relação aos PNBs) dos governos dos países avançados: EUA 99,5% e Eurozona 88,5%.
Rebaixamento dos títulos do Tesouro dos EUA por uma agência de risco.
Regulação mais rigorosa das operações do sistema financeiro: desalavancagem e retração da liquidez.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
2. A RECUPERAÇÃO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.3. Situação vigente e perspectivas
CONDIÇÕES EM 2010 E PERSPECTIVAS 2011-2012: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES
Potencialidades são estruturais, mas convivem com fragilidades que não são
apenas conjunturais. A volta aos padrões e níveis de crescimento do quinquênio
2003-2007 requer ajustes nas contas fiscais das economias avançadas, pleno
restabelecimento de clima de confiança, redirecionamento de recursos e forte
expansão das economias emergentes.
Pela natureza das fragilidades e ajustes exigidos, a recuperação plena que não se
observou em 2011 poderá ocorrer no biênio 2012-14, mas ainda sujeita a
volatilidades.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3
CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA
BRASILEIRA
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores de expansão
CONTRAPARTIDAS DA CRISE: OS FATORES DE ATIVAÇÃO
DO CRESCIMENTO ECONÔMICO INTERNO
A. INSTITUCIONAIS
•
Abertura política e econômica.
•
Bons fundamentos da economia: solidez macroeconômica, estabilidade monetária e políticas públicas includentes.
B. REAIS
Fundamentos expansionistas alinhados aos da economia mundial:
•
▫ Economia emergente de alta expressão: 8ª do mundo, 2ª das Américas.
▫ Dinâmica sociodemográfica: mudanças sociais, aspirações em alta, mobilidade social ascendente.
▫ Avanços tecnológicos e descartabilidade.
▫ Expansão do número de empresas, em praticamente todos os mercados: competição acirrada.
▫ Dinâmica do sistema corporativo: fusões e aquisições: 6.725 no período 1990-2009, 51,8% com presença de capital estrangeiro.
Fundamentos diferenciais:
•
▫ Abundância e diversidade de capital natural.
▫ Maior potencial mundial para produção de bioenergia e autosuficiência em petróleo.
▫ Alta diversidade produtiva: colonização de várias origens e culturas regionais diferenciadas.
▫ Potenciais para grandes projetos.
▫ Cadeias produtivas com vantagens competitivas globais.
C.
FINANCEIROS
•
Alta liquidez internacional: reservas cambiais 5 vezes superiores à dívida externa de curto prazo.
•
Sistema financeiro:
▫ Referência mundial em tecnologia operacional.
▫ Padrões rigorosos de regulação e níveis seguros de alavancagem.
▫ Mercado de capitais em reconstrução e reativação.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: institucionais
CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS QUE FAVORECEM O CRESCIMENTO ECONÔMICO
FUNDAMENTOS
MACROECONÔMICOS
ABERTURA POLÍTICA E
ECONÔMICA
• Sistema político democrático,
pluripartidário.
• Estado de direito, liberdade de
expressão.
• Inserção global: alta dispersão
das correntes de comércio.
• Abertura aos fluxos financeiros
de origem externa.
• Banco Central com autonomia
operacional e alta credibilidade.
• Regime de metas de inflação.
• Sistema cambial flutuante.
• Baixos riscos de guinadas
heterodoxas.
• Variações positivas dos
indicadores conjunturais.
ESTRATÉGIAS DO
GOVERNO E DAS
EMPRESAS
• Governo:
▫
▫
▫
Solidez macroeconômica.
Políticas redistributivas da renda e da
riqueza.
Objetivos de ativação do crescimento.
• Empresas:
▫
▫
▫
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
Expansão planejada.
Abertura a fusões, aquisições e cisões.
Atenção aos movimentos
sociodemográficos.
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: institucionais
CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS QUE FAVORECEM O CRESCIMENTO ECONÔMICO
EMERGENTE DE ALTO
POTENCIAL
• 2ª maior economia das Américas.
• 9ª do mundo, pelo critério PPC.
• Crescimento recente do PIB
superior ao do PMB.
• Reputação internacional e
atratividade crescentes.
• Condições estruturais e
conjunturais significativamente
melhores que as das economias
avançadas.
AVANÇOS
TECNOLÓGICOS
• Alta e rápida absorção de
tecnologias mundiais:
▫ Materiais.
▫ Processos.
▫ Produtos.
• Das 500 maiores empresas,
187 são estrangeiras.
• Acesso aberto a mudanças
de última geração.
• Descartabilidade acelerada:
evidências visíveis.
DINÂMICA
SOCIODEMOGRÁFICA
• Crescimento demográfico:
convergência para padrões mundiais.
• Mobilidade socioeconômica
ascendente.
• Desconcentração e crescimento da
renda.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: reais
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: SUPERIOR AO MUNDIAL, MAS COM TAXAS CONVERGENTES A MÉDIO PRAZO
População brasileira
Anos
Taxas anuais de
crescimento (%)
Contingente
(milhões)
Crescimento anual
absoluto (milhões)
2010
1,17
189,5
2,21
2015
1,06
202,9
2,05
2020
0,90
213,8
1,92
2025
0,82
223,6
1,83
Fonte: IBGE.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: reais
MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA
Classes socioeconômicas
Aumento do número de domicílios de
2002 a 2009
A
7,4%
B
24,8%
C
33,0%
D
12,7%
E
3,3%
Classes socioeconômicas
em 2010
Número de pessoas
(Milhões)
Renda familiar
mensal (R$)
% sobre população
total 2010
Projeções
2014
Ae B
30,3
Acima de 4.800
15,6
23,0
C
101,7
De 1.120 a 4.800
52,3
60,0
D
26,2
De 700 a 1.120
13,5
9,0
E
30,5
Abaixo de 700
18,6
8,0
Fonte: M. Neri, Centro de Políticas Sociais do IBRE. FGV-RJ.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: reais
MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA
POBRES ABSOLUTOS
COEFICIENTE GINI
RENDIMENTO REAL
MÉDIO MENSAL DO
PESSOAL OCUPADO
Anos
%
Anos
Coeficiente
Anos
R$
2003
28,17
2003
0,545
2003
1.174
2004
25,38
2004
0,535
2004
1.159
2005
22,77
2005
0,532
2005
1.177
2006
19,31
2006
0,528
2006
1.223
2007
18,26
2007
0,521
2007
1.285
2008
16,02
2008
0,515
2008
1.331
2009
15,54
2009
0,512
2009
1.353
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: reais
FUNDAMENTOS DIFERENCIAIS
•
Abundância e diversidade de capital natural:
▫ 59,4 milhões de hectares cultivados. Potencial para duplicação.
▫ Cadeias produtivas primárias e industriais com alta competitividade mundial.
▫ Maior potencial mundial para produção de bioenergia.
•
Estrutura produtiva diversificada, resultante de três fatores:
▫ Capital natural.
▫ Colonização de várias origens.
▫ Cultura e vocações regionais.
•
Empresariedade e potenciais para grandes projetos:
▫ Expansão do número de empresas em praticamente todos os mercados: ritmo de 5,7% ao ano.
▫ Fusões e aquisições: 7.019 no período 1990-2010, praticamente uma a cada dia útil, 51,8% com
presença de capital estrangeiro.
▫ Mudanças nas estruturas de mercado: competitividade acirrada.
▫ Alto potencial para grandes projetos de infraestrutura, bioenergia e outras indústrias de base.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: reais
POTENCIAIS DO PAÍS PARA INSERÇÃO GLOBAL COMPETITIVA
CADEIAS PRODUTIVAS COM
INEQUÍVOCAS VANTAGENS
COMPETITIVAS
RECURSOS
•
Água
▫
Bacias hidrográficas
▫
Mananciais de subsolo
▫
▫
Agro (grãos e fibras)
Pluviosidade
▫
Produção animal (pequeno,
médio e grande portes)
▫
Mineração
•
Grandes áreas planas
•
Sol
•
Hidroeletricidade
•
Biodiversidade
•
Minerais
•
•
•
•
Primárias
Industriais
▫
Álcool e biodiesel
▫
Alimentos processados
▫
Celulose e papel
Petróleo
▫
Siderurgia
Mão-de-obra
▫
Têxteis, calçados e couro
▫
Adaptabilidade
Madeira e móveis
▫
▫
Flexibilidade
▫
Materiais de transporte
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores da expansão: reais
UMA AMPLA VISÃO DAS CADEIAS PRODUTIVAS COM
INEQUÍVOCAS VANTAGENS COMPETITIVAS
Cadeias
Primárias
Industriais
Agro
Animais
Mineração
Álcool e
biodiesel
Alimentos
Celulose
e papel
Siderurgia
Têxteis
calçados
e couro
Madeira
e móveis
Materiais
de
transporte
Competitividade
global
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Média
alta
Média
alta
Alta
Capacidade de
produção
Alta
Alta
Alta
Alta
Média
Alta
Em
expansão
Alta
Média
alta
Alta
Excedentes
exportáveis
Altos
Altos
Altos
Altos
Médios
Altos
em
placas
Altos em
aço bruto
Altos
Baixos
Altos
Dependência de
importações
Média
Baixa
Média
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Média
Relação
capital/produto
Média
Baixa
Alta
Média
Média
Alta
Alta
Baixa
Baixa
Alta
Características
Investimentos para expansão
MACROOBJETIVOS
Expandir exportações
Expandir exportações
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
4
CONDIÇÕES CONJUNTURAIS
DA ECONOMIA BRASILEIRA
4. CONDIÇÕES CONJUNTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
4.1. Evolução e condições vigentes
QUATRO OBJETIVOS MACROECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
Objetivos
CRESCIMENTO
ECONÔMICO
ESTABILIDADE DOS
PREÇOS
Condições vigentes
• Superação de longo período histórico em que o crescimento do PNB foi inferior ao PMB
(1980-2003). Período 2004-2010: variação do PNB superior ao PMB.
• Bom posicionamento entre os emergente de grande potencial.
• Fundamentos expansionistas similares aos da economia mundial.
• Fundamentos positivos diferenciadores:
▫ Abundância e diversidade de capital natural.
▫ Alta diversidade da estrutura produtiva.
▫ Potenciais para grandes projetos.
▫ Cadeias produtivas com vantagens competitivas globais.
• Crescimento só não é “chinês” pela baixa relação investimentos/PNB:
▫ Baixa capacidade de investimento do governo.
▫ Forte tributação do investimento.
▫ Gargalos na infraestrutura: todos os modais de transportes e energia.
•
•
•
•
Inflação dominada. Longo período de estabilização (1994-2010).
Êxito da política monetária definida pelo BC: metas de inflação como objetivo dominante.
Baixa probabilidade de recaídas heterodoxas.
Riscos de recrudescimento inflacionário:
▫ Aceleração do crescimento acima do PIB potencial.
▫ Variações importantes nos preços mundiais das commodities.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
4. CONDIÇÕES CONJUNTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
4.1. Evolução e condições vigentes
QUATRO OBJETIVOS MACROECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: CONDIÇÕES VIGENTES (II)
Objetivos
Condições vigentes
• Superação de longo período histórico de concentração da renda e da riqueza (1960-1995).
• Redução do Índice de Gini (indicador de concentração): 1990 = 0,616; 1995 = 0,592; 2000 =
0,574; 2005 = 0,532; 2009 = 0,512).
• Redução da pobreza absoluta: em 2003, 28,17% da população; em 2009, 15,54%.
REPARTIÇÃO DA RENDA
E DA RIQUEZA
• Aumento do rendimento real médio do pessoal ocupado: em 2003, R$ 1.174; em 2009, R$
1.353.
• Política de rendas redistributiva: aumento real do salário mínimo, das pensões
previdenciárias e do programa de renda mínima (Bolsa Família).
• Mobilidade social ascendente: up grade de todas as classes socioeconômicas,
especialmente B, C e D.
• Níveis de emprego em rápida recuperação, pós crise mundial.
• Alta liquidez internacional: níveis históricos recordes, superando US$ 300 bilhões.
• Balança comercial positiva, embora em queda nos últimos quatro anos.
• Alta atratividade do país para investimentos estrangeiros diretos:
▫ Cadeias produtivas primárias competitivas.
▫ “Grau de investimento” indicado por três agências de risco.
EQUILÍBRIO DO BALANÇO
INTERNACIONAL DE
PAGAMENTOS
▫ País emergente de alto potencial: mercados de massa em expansão.
▫ Viabilização de TIR em patamares menores pela redução do risco país.
• Captações importantes de recursos externos via aberturas de capital das empresas.
• Linhas de crédito abertas.
• Condições que requerem atenção:
▫ Déficit crônico alto na balança de serviços (superior ao superávit comercial).
▫ Déficit em transações correntes (comércio < serviços).
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
4. CONDIÇÕES CONJUNTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
4.2. Tendências: macroindicadores
TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA NO QUINQUÊNIO 2011-2014
Evolução recente
Tendências
Indicadores
2007
2008
2009
2010
Fundamentos
201114
•
•
•
Investimentos/PIB (%)
16,5
18,7
16,7
19,2
20,0
•
•
•
•
Variação do PIB
5,4
5,1
- 0,2
7,5
5,0
•
•
•
IPCA (%)
4,5
5,9
4,5
5,9
6,0
•
IGPM (%)
7,7
9,8
-1,7
11,3
7,0 a
9,0
IGP-DI (%)
SELIC (%)
(Final de ano)
7,9
11,25
9,1
13,75
-1,4
8,75
11,3
7,0 a
9,0
Recuperação mais veloz que a do Produto Mundial Bruto.
Economia emergente de alto potencial.
Números só não são mais expressivos por condições estruturais:
▫ Fatores que retraem os investimentos privados.
▫ Baixa capacidade de investimento do governo.
Retomada do crescimento econômico.
▫
PIB, mais veloz.
▫
PMB, mais suave.
•
Assimetria de índices no atacado e varejo.
•
Recuperação dos preços das commodities.
•
Assimetrias nos investimentos.
•
Estabilização dos preços sob riscos:
Sustentação da taxa
média anual
próxima de 10%
•
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
1.200 grandes projetos de infraestrutura e indústrias de base definidos: R$ 330 bilhões.
Forte ingresso de investimentos estrangeiros diretos.
Foco do governo em ativação de grandes projetos:
▫ Empresas estatais.
▫ Programa habitacional.
▫ Infraestrutura.
Preparação para os jogos mundiais (2014, 2016): R$ 40 bilhões.
Redução da taxa de juros.
Expansão do setor de óleo e gás.
Fim da capacidade ociosa gerada pela crise mundial.
▫
Pressões das commodities.
▫
Forte ativação do consumo.
▫
Desarticulação de suprimentos básicos.
Foco na recuperação do crescimento.
4. CONDIÇÕES CONJUNTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
4.2. Tendências: macroindicadores
TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA NO QUINQUÊNIO 2011-2014
Evolução recente
Tendências
Indicadores
Fundamentos
2007
2008
2009
2010
2011-14
•
Câmbio médio
(R$/US$)
1,95
1,84
1,99
1,76
1,65
Balança comercial
(US$ Bilhões)
40,0
24,7
25,3
20,3
25,0 a 30,0
Transações
correntes (US$
Bilhões
3,5
- 28,3
- 20,0
- 47,5
•
Fatores de apreciação:
▫ Mercado cambial fortemente irrigado (IED e exigíveis).
▫ Taxa interna de juros.
▫ Atratividade do setor real da economia.
Fatores de depreciação:
▫ Pressões do segmento exportador.
▫ Agravamento do déficit em transações correntes.
▫ Aumento do risco país e rebaixamento pelas agências avaliadoras.
▫ Trajetória de alta da inflação interna: desencadeamento de espiral aberta inflação-câmbio.
▫ Recrudescimento da crise mundial.
•
•
•
•
País importante fornecedor mundial de produtos básicos e alimentos.
Sustentação do crescimento na China.
Recuperação gradual da economia mundial.
Estabilização da taxa nominal de câmbio, compensada por ganhos em competitividade.
•
•
•
Queda dos superávits comerciais e das transferências unilaterais.
Pressão de déficits expressivos em serviços:
▫ Serviços não financeiros fortemente deficitários.
▫ Elevados níveis de remessas de lucros.
▫ Juros da dívida externa em trajetória ascendente.
Redução das transferências unilaterais.
- 60,0 a - 45,0
Investimento
estrangeiro direto
(US$ Bilhões)
34,6
45,1
25,9
48,5
50,0 a 60,0
•
•
•
Atratividade de longo prazo do país.
Cadeias produtivas globalmente competitivas.
Reconhecimento tríplice do “grau de investimento”.
Dívida externa total
(US$ Bilhões)
193,2
198,4
202,3
255,7
270,0 a 350,0
•
•
•
Linhas de crédito abertas.
Perspectivas cambiais.
Atratividade do país.
Reservas
internacionais
(US$ Bilhões)
206,8
239,1
288,6
Sustentação em
níveis próximos
de 300,0
•
180,3
Déficit em transações correntes compensados pelo ingresso de investimentos diretos e
exigíveis.
Reabertura gradual das linhas de financiamento.
Reativação do mercado interno de capitais.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
•
•
5
SÍNTESE
5. SÍNTESE
5.1. Cenário mundial
EXTENSÃO E DURAÇÃO DO “ESTADO DE CRISE”
•
•
•
•
Apesar de estarem superados os riscos de pânico financeiro e de depressão global profunda, há pesadas heranças da
crise de 2008-09 a ser digeridas:
▫
Custos fiscais dos pacotes de socorro praticados nos países avançados.
▫
Déficits e endividamento fortemente expandidos.
Pacotes recentes de € 850 bilhões (embrião de um Fundo Monetário Europeu) afastaram os riscos de colapso de
países com altas dívidas públicas na Zona do Euro, a curto prazo. Mas medidas duras nos países mais endividados
devem ser praticadas nos próximos anos para recompor a relação dívida/PNB dentro dos limites do Tratado de
Maatricht).
Os superávits fiscais primários nos países avançados, projetados para os próximos anos, poderão ter efeitos
contracionistas inevitáveis na Europa, com “efeitos contágio” globais.
Mas, em contrapartida, é pouco provável que tenha chegado ao fim o “ciclo de crescimento”. Permanecem ativos os
fatores estruturais de expansão da economia, que continuarão jogando a favor de recuperação consistente.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
5. SÍNTESE
5.2. Cenário Brasil
MOVIMENTOS CONJUNTURAIS E CONDIÇÕES ESTRUTURAIS
•
•
•
•
•
•
Recuperação conjuntural da economia, em 2009-2010:
▫
Rapidez de medidas anti-cíclicas – política de rendas, aumento da liquidez e desoneração fiscal.
▫
Reação positiva dos mercados financeiros e reais.
▫
Expectativas favoráveis restabelecidas.
Manutenção de bons fundamentos macroeconômicos.
Bons indicadores econômicos: externos e internos.
Reputação internacional:
▫
Agências de risco.
▫
Visibilidade em alta.
▫
Propósitos de maior representatividade.
▫
Presença marcante no G-20.
▫
Sede de jogos de repercussão global.
Jogam contra:
▫
Questões institucionais mal equacionadas.
▫
Ineficiência do Estado.
Maiores preocupações são com o cenário político:
▫
Reorientação estratégica, mais contundente, na direção dos movimentos do período 2003-2010.
▫
Gigantismo e ineficiência do Estado.
▫
Cooptação dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
5. SÍNTESE
5.2. Cenário Brasil
PONTOS FORTES E FRACOS
Pontos Fortes
Pontos fracos
•
Importância geopolítica e presença relevante no cenário
mundial.
• Instituições legais: complexidade e lentidão processual.
•
Sistema político aberto, democrático.
•
Abundância e diversidade de capital natural.
•
Abundância e diversidade de fontes de energia, nãorenováveis e renováveis.
• Inapetência dos três Poderes da República para promover
reformas estruturais: trabalhista-previdenciária,
administrativa, política e judiciária.
• Instituições políticas: representatividade e ineficiência.
• Sistemas regulatórios instáveis, em amadurecimento.
•
Estrutura produtiva diversificada.
• Carga tributária excessiva e complexa.
•
Cadeias produtivas primárias competitivas.
• Burocracia excessiva do setor público.
•
Alta densidade de empresas certificadas.
•
Número crescente e ascensão de empresas
transnacionais.
• Orçamentos do setor público comprometidos com gastos
de custeio.
• Baixa capacidade de investimento do governo.
•
Sistema financeiro, quanto à solidez, regulamentação e
tecnologia operacional.
• Baixa relação investimentos/PNB.
•
Bancos oficiais e de fomento fortes e atuantes.
•
Mercado de capitais em expansão.
• Inexistência de financiamento de longo prazo, de bancos
privados, para investimentos.
•
Mercado interno expressivo e de alto potencial de
crescimento.
• Inexistência de barreiras não tarifárias para proteção de
ataques hostis às empresas locais.
•
Mobilidade social ascendente.
• Gargalos em infraestrutura.
•
Gestão macroeconômica bem fundamentada: baixos
riscos de heterodoxias.
• Baixos investimentos em P&D.
•
Liquidez internacional.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
• Custo elevado de financiamento do setor produtivo.
• Condições sociais: educação e sistema de saúde
precários, violência e segurança.
5. SÍNTESE
5.2. Cenário Brasil
OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
Oportunidades
•
•
•
Expressão crescente dos países emergentes no cenário
mundial.
Crescente visibilidade do país em mercados
internacionais.
Posição inversa às das economias avançadas: mercado
interno com excesso potencial de demanda em relação à
capacidade efetiva de oferta.
•
Demanda mundial crescente de produtos básicos,
originários da diversidade e abundância de capital
natural.
•
“Explosão” do mercado interno de massa.
•
Atratividade para alto e crescente ingresso de
investimentos estrangeiros diretos.
•
Potencial (1.200 projetos) para investimentos em
infraestrutura: energia, telecomunicações, transportes,
saneamento básico.
•
Alto potencial para investimentos em indústrias de
base: mineração, óleo e gás, siderurgia, celulose,
petroquímica.
•
Eventos de repercussão mundial: Copa 2014 e
Olimpíadas 2016.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
Ameaças
• Alongamento ou agravamento do “estado de crise” na
economia mundial.
• Instabilidade e tendências políticas em países vizinhos da
América Latina.
• Conflitos de focos estratégicos nos núcleos de poder do
governo.
• Progressivo afastamento das práticas de boa governança
no setor público.
• Déficit crônico na balança de serviços do balanço de
pagamentos.
• Dependência de movimentos positivos de capital para
compensar déficits em transações correntes no balanço
de pagamentos.
• Concorrência predatória de importações: falta de
equanimidade em termos mundiais e apreciação cambial.
5. SÍNTESE
5.3. Modelo SWOT: potenciais, limitações e riscos
MATRIZ SWOT: POTENCIAIS, LIMITAÇÕES E RISCOS
OPORTUNIDADES – Opportunities (O)
Condições
externas
Condições
internas
MUNDIAIS
• Expressão dos emergentes.
• Atratividade para IEDs.
• Demanda de produtos básicos.
BRASIL
• Potenciais para grandes projetos: infraestrutura e
indústrias de base.
• Eventos de repercussão mundial.
AMEAÇAS – Threats (T)
MUNDIAIS
• Alongamento do “estado de crise”.
BRASIL
• Diretrizes da política externa.
• Governança do Estado.
• Déficits em transações correntes no balanço de
pagamentos.
• Dependência de movimentos de capital para
equilibrar balanço de pagamentos.
• Concorrência predatória de importações:
apreciação cambial.
PONTOS FORTES – Strenghts (S)
•
•
•
•
•
•
•
Importância geopolítica e sistema democrático.
Capital natural, fontes de energia e estrutura
produtiva.
Transnacioalização de empresas nacionais.
Sistema financeiro como um todo.
Dimensões e potenciais do mercado interno.
Gestão macroeconômica.
Liquidez internacional.
PONTOS FRACOS – Weaknesses (W)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Instituições legais e políticas.
Excessos burocráticos e ineficiência governo.
Carga tributária: complexidade, dimensões e destino.
Baixa relação investimentos/PNB.
Condições sociais e oferta insuficiente de
profissionais qualificados.
Inapetência para reformas estruturais.
Gargalos em infraestrutura.
Custo elevado de financiamentos e falta de linhas de
longo prazo de bancos privados.
Inexistência de barreiras não tarifárias de proteção a
ataques hostis às empresas locais.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
POTENCIAIS A EXPLORAR
•
•
•
•
•
•
Inserção global.
Fluxos crescentes de IED na direção de emergentes.
Abundância e diversidade de capital natural.
Cadeias produtivas mundialmente competitivas.
Explosão do mercado interno de massas.
Projetos de investimento de grandes
dimensões.
LIMITAÇÕES E RISCOS A REMOVER
•
•
•
•
Capacidade interna de investimento: desobstrução dos
orçamentos públicos e criação de incentivos fiscais ao
investimento do setor privado.
Gargalos em infraestrutura.
Política educacional e oferta insuficiente de capacitação
profissional.
Insegurança pessoal e patrimonial.
5. SÍNTESE
5.4. Cenários mundial e do Brasil
MODELO DE REFERÊNCIA: CENÁRIOS MUNDIAL E NACIONAL
POTENCIALIDADES X FRAGILIDADES
Favorável
(Superação da contração
nas economias avançadas.
Restabelecimento da
expansão global)
Cenários
mundiais
A2
Perdendo a onda
A1
Na crista da onda
B2
Navegando de pedalinho
B1
Surfando a marola
Desfavorável
(Ilhas isoladas de
prosperidade)
C1
Navegando contra a
corrente
C2
Naufragando
Eficaz
Ineficaz
Cenário Brasil
Administração das forças e
fraquezas nacionais
Fonte: Adaptação de modelo desenvolvido pelo MME/EPE, 2009.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti
5. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
5.4. Cenários mundial e do Brasil
CENÁRIOS NACIONAIS DE REFERÊNCIA: CARACTERÍSTICAS DOMINANTES
Características
Cenários
A1. Na crista da
onda
B1. Surfando a
marola
Crescimento do
PNB
Concentração da
renda
Estabilidade dos
preços
Equilíbrio do
balanço de
pagamentos
Infraestrutura
Competitividade
e produtividade
da economia
Alto
Redução muito
significativa.
Sob riscos,
exigindo
medidas
contencionistas
Condições
francamente
favoráveis
Redução
significativa
dos gargalos.
Ganhos
elevados e
generalizados.
Moderado
Redução
relevante.
Dentro dos
limites fixados
para o núcleo da
inflação
Sustentação da
liquidez e da
estrutura das
contas
Gargalos
parcialmente
reduzidos.
Ganhos
importantes,
mas seletivos.
Redução
pequena.
Baixa tensão
inflacionária
Liquidez sob
riscos, na
dependência de
ingressos de
capitais
Permanência de
gargalos
importantes.
Ganhos pouco
significativos e
concentrados
em alguns
setores.
Manutenção.
Riscos de
estagflação
Deteriorização
das condições
alcançadas no
período 2005-10
Deficiências
relevantes.
Baixa, embora
com ganhos em
alguns setores.
B2. Navegando
de pedalinho
Baixo
C2. Naufragando
Estagnação
perversa
Fonte: Adaptação de modelo desenvolvido pelo MME/EPE, 2009.
Material de responsabilidade do professor José Paschoal Rossetti

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