Jornal O Sexto - Ano 6
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Jornal O Sexto - Ano 6
36 Colégio Paulo VI Conversa com o escritor Mário Cláudio UMA VERDADEIRA ESCOLA DE VALORES Jornal Escolar A ANOREXIA é uma doença que afecta principalmente o sexo feminino, manifestando-se sobretudo na adolescência. FUNDADA EM 1964 COM ELEVADA QUALIDADE DE ENSINO SEGURANÇA E VIGILÂNCIA CONSTANTES Creche Ensino Pré-escolar 1º, 2º e 3º ciclos Ensino Secundário • Curso de Ciências e Tecnologias • Curso de Ciências Socioeconómicas • Curso de Ciências Sociais e Humanas O SECUNDÁRIO NO COLÉGIO PAULO VI A entrada no Ensino Secundário exige aos alunos uma preocupação especial: optar pela escola que melhor pode realizar os seus objectivos. Embora alguns pais e alunos ainda não saibam, o Colégio Paulo VI pode ser a sua opção, não só porque tem apostado nos valores de excelência e qualidade de ensino, mas também porque a partir do 10º ano não é necessário pagar mensalidades. Todos os alunos que terminem o 9º ano podem, assim, apresentar a sua préinscrição no Colégio Paulo VI e beneficiar de um ensino de qualidade gratuito e um ambiente seguro e familiar. Escrever é uma tarefa que procede por tentativas, é um processo de busca, de trabalho, que deve ser persistente. A escrita ensina-nos a nos conhecermos melhor a nós próprios e à forma como nos articulamos com o mundo. pág.19 PERMANENTE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA 5 razões para te matriculares no COLÉGIO PAULO VI: Ano 6• Nº 3 2004—2005 Há cada vez mais jovens a sofrer desta doença. Há sintomas comportamentais, psicológicos e físicos que levam ao diagnóstico. Apesar da cura nem sempre ser fácil, um acompanhamento adequado pode trazer de novo o aspecto físico e a saúde mental do doente. A televisão, as revistas, entre outros meios de comunicação são, em grande parte, os culpados por este tipo de doença nessas jovens porque mostram, de certa forma, o suposto ideal perfeito do corpo humano. pág. 25 DEPUTADOS POR UM DIA Encontros com a cultura: Uma porta aberta à Rua das Artes do Porto pág. 15 - boa preparação académica óptimas instalações ambiente acolhedor e familiar segurança fomento à actividade desportiva Comparticipações do Ministério da Educação: o Gratuitidade no ensino secundário (Contrato de Associação) o Subsídio para os restantes ciclos (Contrato Simples) o Subsídio para o Ensino Préescolar (Contrato de Desenvolvimento) Informações: (dias úteis das 08h30 às 12h30 e das 13h30 às 17h30) Av. Gen. Humberto Delgado, 201 4420-155 Gondomar Tlf. 22 464 60 27 Fax 22 464 58 54 Telm.: 91 2301989/ 96 2044244 http://www.colegiopaulovi.com Pelo segundo ano consecutivo, o nosso Colégio participou com sucesso no Projecto Assembleia na Escola. pág. 06 PAULO VI EM GRANDE NA ALFÂNDEGA DO PORTO Atelier de quebra-cabeças: ATÉ A CABEÇA DE UM PROF. DE MATEMÁTICA QUEBRA! pág. 12 Com o principal objectivo de promover o intercâmbio pedagógico, divulgar experiências de inovação, afirmar a riqueza, qualidade do Ensino Particular e Cooperativo e pugnar pela autonomia e liberdade de opção, o Colégio participou no VIII Fórum do EPC, onde deu especial destaque aos seus projectos educativos. As Actividades Rítmicas e Expressivas, com um esquema de dança de vários tipos de música, e a Ginástica Acrobática de grupo também marcaram presença na mostra de actividades artísticas. pág. 03 2 EDITORIAL Ficha técnica: Sendo na educação que tudo começa e tudo se prepara, a preocupação com a formação de alunos activos e conscientes revela-se com a elaboração de um jornal escolar aberto a opiniões diversas e a temas controversos. O Sexto é um jornal escolar completo, com secções que abrangem temas como nosso mundo, artes e letras, saúde, porta aberta, … Desta forma, procura-se formar cidadãos com capacidade de expressão e de defesa pública das suas ideias, fomenta-se a liberdade de expressão, consciencializando os participantes e os leitores para a diversidade de realidades de que é feito o nosso mundo, apela-se à redacção e à leitura activas na compreensão da perspectiva defendida por outros. O Sexto é um meio de comunicação social e, através das mensagens que transmite, contribui de forma directa ou indirecta para a formação da opinião pública do Colégio. Assim, através deste jornal escolar, o Colégio revela-se um órgão activo na formação de cidadãos informados, que querem compreender melhor o mundo e o tempo em que vivem, para poderem agir de forma mais esclarecida. Parabéns às coordenadoras do jornal e continuem com força… Afinal, a educação é sempre um trabalho inacabado. Profª Vera Pimenta Sexto Digital Coordenadoras: Prof.ª Mónica Sanches Drª Conceição Gomes Dinamizadores de redacção e edição: Prof. João Vieira e Profª Joana Magalhães Colaboradores: Prof. Vera Pimenta, Prof. Luís Cravo, Prof. José Alberto Lopes, Profª Anabela Matoso, Profª Paula Ramos, Prof. José Afonso, Profª Raquel Silva, Prof. Sérgio Botelho, Drª Daniela Alves Alunos do Clube do Jornal: Ana Rita Carneiro, Ana Rita Paupério, Catarina Silva, Cátia Almeida, Dinis Meneses, Fátima Mendes, Hugo Azevedo, Jorge Alvarinho, José Paulo Ferreira, Luís Azevedo Alunos do Programa Porta Aberta Agradecimentos: Dr.ª Marta Roma, Dr.ª Carla Sousa, Dr.ª Márcia Guimarães, Sandra Vieira, Tânia Sousa Periodicidade: Trimestral. Tiragem: 1000 exemplares. Sumário Grande Colégio 03 O Sexto poderá ser lido na Internet. Os artigos estarão disponíveis no site www.colegiopaulovi.com Mais uma iniciativa para estarmos mais perto de toda a comunidade e construirmos os círculos do nosso desenvolvimento pessoal. Na ponta dos seus dedos há um novo mundo à sua espera. Grande Colégio – actividades 06 Desporto 10 Porta Aberta 11 Bytes & Chips 17 Artes e Letras 19 Página da Saúde 25 Digitar é o suficiente. www.colegiopaulovi.com Nosso Mundo 26 Matemática Divertida 30 Nós estaremos lá! Passatempos 32 Publicidade 34 Última Página 36 PUBLICIDADE 35 PUBLICIDADE 34 Academia Shotokan Karate-do A ASK, dedica-se ao ensino de karate enfatizando os princípios subjacentes à prática de uma arte marcial orientada no sentido de desenvolver no praticante qualidades de carácter, autoconfiança e auto controlo. Nesta academia o ensino de karate começa com classes de crianças de 4 e 5 anos, prosseguindo com turmas, em que as diferenças de idade são mínimas procurando assim adequar o ensino às necessidades desenvolvimentais dos praticantes. É cada vez maior o número de crianças que se dedica à aprendizagem do Karaté- Do. Isto deve-se certamente ao conhecimento que as famílias possuem acerca dos benefícios que a prática regular desta arte marcial proporciona às crianças e aos jovens. Sabem que o Karaté-Do é uma actividade com uma forte componente educativa, que contribui para a formação e desenvolvimento harmonioso da criança, que favorece o relacionamento com outras crianças e deste modo facilita o seu processo de integração social. O karate favorece o desenvolvimento cognitivo A prática regular e prolongada do Karaté-Do, possibilita a aquisição de técnicas de memorização. Ao trabalhar sequências de movimentos e de técnicas ordenadas contribui para o aumento da amplitude de memória a curto prazo e para a organização dos dados contidos na memória sensorial possibilitando assim melhor codificação. Assim sendo, os praticantes de karate, com alguma experiência, tendem a ter melhore desempenho nas actividades académicas na medida em que, quanto melhor organizadas forem as matérias no momento da codificação, melhor será a posterior recordação. Podemos comparar as nossas recordações com um livro na biblioteca, “ ..se a quota estiver mal atribuída, ou o livro na estante errada, dificilmente o encontraremos”. Coutinho, C., (2005) 3.º Dan JKA GRANDE COLÉGIO Interessantes trocas de experiências Dia Aberto às opções do Ensino Superior Nos dias 14, 15 e 16 de Abril na Alfândega do Porto, o colégio participou numa iniciativa organizada pela Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular, na qual participaram vários colégios do país. O principal objectivo era promover o intercâmbio pedagógico, divulgar experiências de inovação, afirmar a riqueza e qualidade do Ensino Particular e Cooperativo e pugnar pela autonomia e liberdade de opção, através de conferências, simpósios e painéis. No passado dia 20 de Abril, o Colégio promoveu um Dia Aberto à apresentação de diferentes cursos de instituições de Ensino Superior Público e Privado com o objectivo de informar os alunos do 9º ano e do Ensino Secundário relativamente à oferta existente em diferentes áreas. Como tal e a nosso convite, várias foram as instituições que connosco estiveram presentes nesta iniciativa, através de palestras e/ou de expositores informativos, como aconteceu, por exemplo, com a Faculdade de Engenharia e a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ou com a Universidade Católica, entre muitas outras. Cada colégio, com o seu stand, promovia o leque de actividades e opções pedagógicas que oferece. Relativamente ao stand do Colégio Paulo VI, podemos salientar as fotos alusivas às mais recentes actividades desenvolvidas na nossa escola, os cartazes com as capas dos nossos últimos jornais e do Programa Porta Aberta e a mostra em video show de imagens das muitas iniciativas em que o Colégio se envolve. Durante o Fórum, contámos também com a colaboração dos alunos do clube do jornal, que se dedicaram a escrever artigos para o jornal interactivo e dinamizaram entrevistas aos restantes stands. Durante o Fórum, teve também lugar um Simposium onde os vários colégios apresentaram diferentes projectos educativos inovadores, entre os quais estiveram os nossos: Programa Porta Aberta, a dinâmica de um Jornal escolar e Filosofia Narrativa para o 3º ciclo do Ensino Básico. SEGUROS EM TODOS OS RAMOS Durante a tarde do dia 15, houve ainda tempo para a animação onde desfilaram várias actividades artísticas desenvolvidas pelos Colégios. O nosso marcou presença através das Actividades Rítmicas e Expressivas, com um esquema de dança de vários tipos de música, e da Ginástica Acrobática de grupo. Esta iniciativa foi bastante interessante, tanto para professores como para alunos, na medida em que nos permitiu não só conhecer as actividades realizadas por outros colégios, mas também divulgar e partilhar experiências relativamente a diferentes estratégias de ensino/ aprendizagem, como, por exemplo, no que respeita aos jornais escolares. E-mail: [email protected] Av.ª General Humberto Delgado, 415 • S.Cosme 4420 Gondomar • Tel. 224649314 • Fax 224649315 3 Cátia Almeida, 9ºA As muitas opções existentes no Ensino Superior não podem ser dissociadas das escassas oportunidades de emprego no mercado de trabalho actual e dos próprios interesses vocacionais dos nossos jovens. Por esta razão, estamos conscientes que a informação com uma vertente teórica/informativa e uma outra de carácter mais prático poderá auxiliar os jovens nas suas decisões quanto ao futuro escolar e profissional. GRANDE COLÉGIO Estamos conscientes desta necessidade e que esta iniciativa é apenas uma pequena ajuda para muitos dos nossos alunos. Assim, este ano resolvemos assumir esta iniciativa com empenho, mas estamos cientes que o esforço terá de ser redobrado nos próximos anos lectivos, garantindo uma dinâmica maior. O balanço é positivo. Resta-nos desejar a todos os nossos alunos Boas Opções para um futuro promissor. Dr.ª Conceição Gomes Filosofia para crianças? PASSATEMPOS 4 Sim. Naturalmente. Mas não uma filosofia que já sabe as respostas, pois isso seria diminuir o próprio acto de filosofar e, simultaneamente, empobrecer a verdadeira «missão» do perguntador, que consiste em não perguntar o que já sabe, mas perguntar para saber. O essencial é que, directa ou indirectamente, a resposta não esteja contida na pergunta, pois, nesse caso, não é de uma pergunta filosófica que estamos a tratar, muito embora possa ser uma pergunta legítima e oportuna a colocar à criança. Por exemplo: «qual é a composição da água?» Quer isto dizer que a verdadeira pergunta deve ser, na realidade, uma interrogação, porquanto esta, contrariamente aquela, não exige senão uma admiração complexa entre quem pergunta e quem responde. Deste modo, ocorre uma relação de complexidade entre perguntador e perguntado, podendo dar-se uma inversão de papéis, podendo, por vezes, suceder, que a dita relação se encaminhe para um horizonte de problematicidade, sob pena de deixar de ser filosofia e tornar-se noutra coisa. 3 33 4 5 6 Prof. José Alberto Lopes Duas razões a considerar. Com este mote por base, o gabinete de psicologia em colaboração com as educadoras do pré-escolar decidiu levar a cabo uma acção de formação para pais subordinada ao tema: “Educar as crianças de hoje”. Os pais aderiram entusiasticamente participando activamente e expressando no final, o desejo de que muitas mais dessas iniciativas sejam levadas a cabo pela escola, porque é ela o maior veículo de informação de sempre. In 100 Jogos Lógicos e 100 Jogos Geométricos JOGO 6: Dr.ª Daniela Alves SOLUÇÕES Fica a nossa promessa, de em tempos futuros se realizarem mais iniciativas direccionadas para os pais, abordando alguns dos assuntos mais pertinentes relativamente à educação dos nossos filhos. JOGO 5: Antes por que, e em primeiro lugar, não há crianças sem filosofia, muito embora possa existir algum tipo de filosofia sem crianças. Mas daí não decorre nenhum problema para estas, mas sim para a filosofia que exclui aquelas. Porque hoje em dia educar não é tarefa fácil, cada vez mais nos questionamos acerca dos métodos que usamos com os nossos filhos. JOGO 4: Sim. Naturalmente. Se existe Matemática, Português e História para crianças, por que não há-de existir Filosofia para crianças? Não que esta derive exclusivamente daquelas, ou que se apresente como uma espécie de dependência gnoseológica dos seus resultados. ESCOLA PARA PAIS JOGO 3: Se dividirmos o quadro em quatro quadrados de 2 por 2, damo-nos conta de que as diagonais passam por sinais que se opõem: bola preta e bola branca, sinal mais e sinal menos, quadrado branco e quadrado preto, etc. A última casa tem de conter uma seta virada para baixo. Em primeiro lugar, não há crianças sem filosofia, muito embora possa existir algum tipo de filosofia sem crianças. PASSATEMPOS GRANDE COLÉGIO 32 Descobre as 6 diferenças Olá! Sou o Álvaro…. 5 recortamos, colamos e plastificamos as personagens. Solução 1: a camisola interior, os calções e o cabelo são diferentes; o braço está mais baixo; não se vê um dos braços; o nariz é mais pequeno Solução 2: A janela, o nariz e almofada são mais pequenos; o bolso está mais abaixo; A mão está visível; o fio é diferente Penso que todos me conhecem bem. Como não frequento todas as disciplinas, passo muito tempo nas Oficinas Tecnológicas/Ensino Especial. Aí, além de fazer vários trabalhos, quase todos ligados com aprendizagens do uso do computador e aprender coisas importantes para a minha vida futura, ajudo os professores com os alunos mais pequenos e com mais dificuldades. Vou buscar e entregar os meus coleguinhas às salas, faço recados dentro do Colégio, como tirar fotocópias, dar recados às auxiliares e à Secretaria e ainda ajudo os meus colegas na utilização do computador. O cenário, feito em esferovite, forrado com papel crepe e decorado com flores e borboletas para representar a floresta, foi um bocado trabalhoso porque envolveu vários materiais, como esferovite e madeira. Depois disto faltava ensaiar os diálogos. Houve alguma dificuldade na realização desta tarefa, pelo facto dos alunos terem horários diferentes. Mas, lá nos conseguimos juntar algumas vezes para acertar os momentos de participação na história. Jornal de Notícias 1 2 Os meus professores explicaram-me que este trabalho de responsabilização é muito importante para melhorar a minha autonomia e prepararme para a minha vida na sociedade. Quando achamos que estávamos prontos, foi só preparar a sala de karaté, com os respectivos adereços e aguardar a chegada dos pequeninos da pré, a quem era destinado o teatro. Teatro “O Capuchinho Vermelho” No dia 10 de Maio, os alunos do Ensino Especial e Oficinas Tecnológicas realizaram um teatro com manuseamento de imagens “O capuchinho vermelho”. Esta história foi trabalhada ao longo de algum tempo. Primeiro começamos por analisar a história, dividi–la em partes, e distribuir os papéis com os quais cada um se responsabilizaria. De seguida, No final, ficámos muito contentes, pois todas as crianças pareciam ter gostado. Da nossa parte, pensámos que correu bem e vimos o nosso esforço recompensado através do sorriso dos meninos. Este trabalho deu-nos vontade de fazer muito mais... Alexandra, 7ºA Jogo 2: Cada figura veste sete peças de roupa, com excepção de uma, a do canto superior esquerdo, que veste oito. J O G O 1 SOLUÕÇÕES GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES 6 MATEMÁTICA DIVERTIDA 31 Qual das imagens inferiores completa melhor a sequência superior? V Sessão Parlamentar dos Jovens O nosso dia começou bem cedinho… Às 5h encontrámo-nos no Colégio para partir rumo à Capital. Durante a viagem aproveitámos para entrevistar a Porta-Voz do Círculo do Porto, a Mariana Moura e Silva, do 11º E, tentando perceber como se sentia e quais as suas expectativas para a Sessão deste ano: A mesa da 2ª Comissão Parlamentar, onde se encontravam os nossos ilustres colegas, estava constituída pelos deputados Helena Pinto (BE) e José Amaral Lopes (PSD). Os seis projectos em debate eram os dos círculos de Faro, Portalegre, Santarém, Vila Real e Viseu. Esteve também em debate, nesta comissão, o Projecto do Círculo do Porto, pelo que a nossa Porta-Voz, Mariana Moura e Silva, esteve nela presente. Na 2ª Comissão esteve também um outro deputado do nosso Colégio, Duarte Canotilho, 11ºF. Cartoons Sexto - Qual a sensação de ser a porta-voz do círculo que engloba o maior número de deputados do país? Mariana - Sinto, por um lado, uma enorme responsabilidade, e por outro uma grande felicidade, pois vai ser uma experiência que me permitirá expandir conhecimentos no campo da política. Além disso, é sempre interessante exercer, por um dia, o papel de deputada. S. - O que esperas da sessão deste ano? M. - Espero que esteja mais bem organizada e que tenhamos mais tempo para confrontar ideias e discuti-las. Espero também que haja um melhoramento das propostas e dos projectos em si. Depois de uma longa viagem chegámos a Lisboa por volta das 9h, mas só às 9:50 é que finalmente entrámos no Parlamento. Após a abertura do debate pelos deputados da AR, iniciou-se, então, uma votação na generalidade de cada Projecto para seleccionar o que mereceria maior consenso para servir de base ao debate. O Projecto aprovado na 2ª Comissão foi o de Viseu. De seguida, os “deputados” participantes foram-se inscrevendo para o debate na especialidade, apresentando propostas de alteração (aditamento, eliminação ou alteração) ao projecto de Viseu. Por volta das 12:45 e depois de terminarem todas as Comissões, seguiu-se o almoço, que, tal como no ano passado, foi um agradável momento de convívio e aconchego para o estômago. Durante o almoço, tivemos o prazer de usufruir de uma visita guiada pelo Dr. João Pinho de Almeida (Presidente da JP), à Assembleia da República, que foi bastante interessante, uma vez que fomos a locais aos quais, normalmente, apenas têm acesso “verdadeiros” deputados. Prof.ª Anabela Matoso MATEMÁTICA DIVERTIDA 30 Charada de Einstein No final do século passado, Enstein propôs um problema que, segundo ele, 98% (!) das pessoas não seriam capazes de resolver. Há cinco casas de diferentes cores . Em cada casa mora uma pessoa de uma diferente nacionalidade. Os cinco proprietários bebem diferentes bebidas, fumam diferentes tipos de cigarros e têm diferentes animais de estimação. A questão é quem tem um peixe? 1. O inglês vive na casa vermelha. 2. O sueco tem cachorros. 3. O Dinamarquês bebe chã. 4. A casa verde fica à esquerda da casa branca. 5. O dono da casa verde bebe café. 6. O homem que fuma Pau Mali cria pássaros. 7. O dono da casa amarela fuma Dunhill. 8. O dono da casa do centro bebe leite. 9. O norueguês vive na primeira casa. 10. O homem que fuma Blends vive ao lado do que tem gatos. 11. O homem que cria cavalos vive ao lado do que fuma Dunhill. 12. O homem que fuma Bluemaster bebe cerveja. 13. O alemão fuma Prince. 14. O norueguês vive ao lado da casa azul. 15. O homem que fuma Blends é vizinho do que bebe água. Fonte: Revista "Super Interessante" de Maio 2001 UMA APROXIMAÇÃO A π Efectue a seguinte experiência para obter uma boa aproximação a π. GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES Às 14:30 iniciou-se, como estava previsto, a abertura solene da V Sessão Parlamentar, com a presença, entre outros, do Dr. Jorge Pedreira e do Senhor Presidente da Comissão da Educação, Ciência e Cultura, Dr. António José Seguro. A Mesa desta V Sessão Parlamentar estava composta da seguinte forma: • Presidente: Soraia Silva (Aveiro) • Vice-Presidente: Luísa Valente (Vila-Real) • 1º Secretário: Nuno Lisboa (Beja) • 2º Secretário: Ana Sofia Colmier (Braga). Durante a espera assistiu-se também a um momento patriótico… Um dos deputados sugeriu que se cantasse o Hino Nacional, proposta que foi aceite pela mesa. Finalmente, às 18:35, chegou o Dr. Jaime Gama, que, com um discurso favorável à participação dos jovens na vida política, encerrou esta V Sessão Parlamentar. Às 15:10 iniciou-se o PAOD (Período Antes da Ordem do Dia), durante o qual foram apresentadas perguntas sobre o tema “Educação/ Formação – Emprego”aos Deputados em representação dos vários Grupos Parlamentares. São necessários fósforos sem cabeça. Por volta das 17h deu-se início ao momento mais importante do dia: o POD (Período da Ordem do Dia), no qual se procedeu à discussão e votação final da Recomendação a apresentar à Assembleia. Desenham-se num papel linhas paralelas, que distem entre si o dobro do comprimento de um fósforo. Enquanto se esperava pela chegada do Dr. Jaime Gama, que viria fechar a Sessão, deu-se, no Parlamento, um duro e aceso debate acerca do funcionamento da sessão, relativamente ao escasso período de tempo de que cada deputado dispõe para intervir quer no PAOD, quer no POD. A, aproximadamente, 30 cm do papel deixamse cair todos os fósforos. A seguir contam-se os fósforo que tocam ou cruzam qualquer das linhas. Depois, calcula-se: (total de fósforos que caíram)/(total de fósforos que tocaram ou cruzaram uma das linhas). Quantos mais fósforos forem usados, mais correcta será a aproximação a π. 7 Assim, depois de tirarmos ainda muitas mais fotografias, partimos rumo à Invicta, já a pensar no dia seguinte e na longa viagem que ainda tínhamos pela frente! Daniela Caetano Dias, 11ºE CONCURSOS DE MÚSICA E DE LEITURA EXPRESSIVA No passado dia 4 de Maio de 2005, teve lugar, no Colégio Paulo VI, o Concurso de Música e o Concurso de Leitura Expressiva, enquadrados no âmbito da semana da Música e da Literatura. Logo de manhã, pelas 9 horas, iniciou-se o Concurso de Música. Os primeiros concorrentes a mostrarem o seu talento foram os participantes individuais, uns cantaram, outros bem tentaram… A peça obrigatória para flauta do 5º ano era O papagaio loiro. Para o 6º ano era a peça Titanic, de Will Jennings. No fim das actuações a solo, deu-se início às actuações em grupos, nas quais participaram alunos do 5º, 6º e 7º anos. Depois de uma renhida disputa, os vencedores foram: Individuais: Gonçalo Lemos (5ºB); Júlio Póvoas (6ºA) GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES Grupos: Pedro Mendes e Iúri Pimenta (5ºA) Ana Isabel Koch e Joana Ventura (6ºA) Manuel Luís, Josué Santos, Catarina João e Henrique Rocha (7ºC). Fez-se um intervalo e posteriormente deu-se início ao Concurso de Leitura Expressiva. Os alunos seleccionados para este concurso leram o seu texto, sendo avaliados nos seguintes parâmetros: postura, dicção, expressividade e projecção de voz. Os resultados dos concursos foram divulgados a todos os alunos ao início da tarde, após uma espera de grande ansiedade. 8 A estrutura destas provas é muito organizada: as provas têm regras muito bem definidas e realizam-se por eliminatórias. Consistem em três exercícios: um de mímica, um de completação espaços e outro de soletração. Participam duas equipas por turma, que jogam uma contra a outra para apurarem a representante da turma. Na segunda eliminatória, as representantes das turmas de cada ciclo jogam umas contra as outras, para, na final, se disputar o título de campeão olímpico na categoria de inglês do seu ciclo. As equipas são constituídas por cinco elementos, sendo três deles titulares e dois suplementares. Os concorrentes podem trocar com os suplementares, mas só enquanto não estiverem a jogar. Na final é disputado o prémio de dez euros em cheques Fnac para cada participante da equipa que ganhar a final. NOSSO MUNDO Existem drogas menos perigosas que outras? Todas as drogas têm efeitos nocivos. A grande “ratoeira” do uso de drogas é que, por vezes, no início do seu consumo, as sensações são agradáveis. Por serem agradáveis, tem-se vontade de repetir, e repetir... e sem se aperceber cria-se uma situação de dependência a nível físico, psicológico, ou as duas formas ao mesmo tempo. Qualquer pessoa que experimenta drogas, não o faz com o objectivo de se tornar dependente ou de se prejudicar. Todos os toxicodependentes dizem ter começado a experimentar convencidos de que eram capazes de controlar o seu consumo e os seus efeitos. Mas o certo é que a maioria não o consegue. Pode-se saber quais vão ser os efeitos do consumo? Os vencedores do concurso de Leitura Expressiva foram: Sofia Azevedo (5ºA); Mariana (6ºB). Não, não há forma de saber quais vão ser os efeitos. Assim decorreram os já tradicionais concursos de Música e de Leitura Expressiva, que muito contribuem para animar a semana da Música e da Literatura no nosso Colégio. As drogas ilícitas são produzidas ilegalmente, sem qualquer controlo. O que a droga contém depende de quem a produziu ou preparou para venda. Lembre-se que os traficantes estão mais interessados em ter um bom lucro do que vender um “bom” produto. É bastante frequente que adicionem outras substâncias tóxicas para repartirem a droga em mais doses e aumentarem o peso de cada uma. Clube de Jornal OLIMPÍADAS DE INGLÊS As Olimpíadas de Inglês são já uma tradição deste Colégio. São organizadas e dinamizadas pelos nossos professores de Inglês, a quem devemos agradecer. Esta actividade realiza-se anualmente no início do terceiro período. Foram muitas as equipas participantes, de vários níveis de ensino. Este ano as olimpíadas de inglês decorreram na semana de 13 a 19 de Abril. Os vencedores de cada escalão foram: • 2º ciclo: “Clean the toilets” e “superstars” (5º e 6º ano, respectivamente); • 3º ciclo: “Shrek” • Secundário: “If I Knew …” Pedro Rocha, 9ºA O Colégio parou e marchou. Fomos em “peso” para a Serra do Marouço em Fafe. No dia seis de Maio, ocorreu a décima marcha de montanha. Às oito e meia da manhã, devidamente equipados, alunos, professores e funcionários do colégio partiram em busca de uma aventura na Serra, tendo chegado por volta do meio-dia e meia hora, depois de uma breve paragem numa estação de serviço. Lembre-se ainda de que não existem duas pessoas iguais. Os efeitos das drogas também dependem das características físicas e psicológicas de cada um. Os efeitos das drogas tornam-se imprevisíveis quando se fazem misturas. Nunca se devem misturar drogas ou drogas com álcool. Não existe nenhuma forma “segura” de consumir drogas, mesmo que seja de forma ocasional, ou em pequenas quantidades. DIGA “NÃO” À DROGA E SIM À DIVERSÃO, À FELICIDADE, À ESTABILIDADE, À SAÚDE E AO BEM-ESTAR. Cátia Filipe, 9ºA Clube do Jornal 29 Um dia bem de madrugada Vi ao longe uma flor E depois de apanhá-la Vi que tal como a amizade Era cheia de amor e cor. À partida muito simples, Acabada de semear, Uma amizade bem novinha Que queria desabrochar. Mas ainda era cedo Para tudo confiar A flor precisa de alimento Para a amizade começar. Em cada manhã As pétalas vão abrindo E dia após dia A amizade se vai descobrindo. Mais do que nunca A flor seria fascinante Que ao ver tão bela amizade A deixaria radiante. Agora tudo estava acabado A beleza de tamanha flor O carinho tinha acabado E a amizade perdeu cor. As pétalas começaram a cair E a amizade deixou de sorrir A flor de repente murchou E a amizade acabou. Mandei secar a flor Para no meu coração a guardar O mesmo fiz à amizade Para sempre dela eu me poder lembrar. Cátia Filipe, 9ºA Clube do Jornal NOSSO MUNDO 28 Quando chegámos, iniciámos a marcha, caminhando serra adentro e conquistando “terras nunca vistas”. 12. Qual o número de partidos: a) 10; b) 5; c) 15; d) Outros__________. 13. Quais os partidos políticos que conheces: (podes assinalar várias opções) a) Bloco de Esquerda; b) Frente da Esquerda Revolucionária; c) Movimento Partido da Terra; d) Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses / Movimento Revolucionário Português do Proletário; e) Partido Comunista Português; f) Partido Ecologista «Os Verdes»; g) Partido Humanista; h) Partido Nacional Renovador; i) Partido Operário de Unidade Socialista; j) Partido Popular; k) Partido Social Democrata; l) Partido Socialista; m) Partido Socialista Revolucionário; n) Partido «A Nova Democracia»; o) Coligação Democrática Unitária; p) Movimento dos doentes; q) Partido Monárquico; r) Outros: _________________. Clube do Jornal A reciclagem em Portugal A reciclagem em Portugal surgiu, na década de 70, devido à crescente industrialização e modernização da economia, à concentração populacional junto aos centros urbanos e devido à necessidade de adquirir bens de consumo para períodos de tempo mais longos e de modo mais simples e rápido. Este processo só é possível devido ao empenho dos consumidores, pois a reciclagem começa em casa, ao separar as embalagens usadas. Podemos separá-las por materiais: plástico e metal; papel e cartão; vidro e madeira. Depois de separados, os resíduos são levados para os ecopontos e depois para os ecocentros. Os ecopontos estão divididos em três contentores: -> o amarelo, para o plástico e metal; -> o azul, para o papel e cartão; -> o verde, para o vidro. Depois da recolha de materiais ser feita, os resíduos são levados para os eco centros, onde vão ser separados novamente, pois nem todos os tipos de papel ou de plástico são recicláveis. GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES Às duas menos um quarto, chegou a hora de reabastecer energias, a hora do almoço. Fernanda Cardoso, 9º A Clube do Jornal DIGA NÃO POR UM SIM Porque é que as pessoas procuram as drogas? As horas passavam e nós marchávamos, marchávamos e marchávamos… Tivemos oportunidade de observar a natureza pura, plantas, pedras, charcos de água e animais, entre outros. Realizou-se no passado dia 4 de Maio de 2005, no ginásio da escola, uma palestra de Robótica que contou com a presença do Dr. Luís Paulo Reis do Núcleo de Inteligência Artificial e Robótica da FEUP. O Dr. Luís Paulo Reis começou por fazer um pequeno resumo daquilo que se tem feito neste campo, nomeadamente os encontros que têm tido lugar em todo mundo. Estes encontros têm sido pequenos campeonatos de futebol com robots chamados “robotsoccer”. Em seguida, apresentou alguns conceitos básicos para melhor entendermos a terminologia própria da robótica. Foi-nos dado a conhecer a linguagem de programação C++, a qual é utilizada na programação dos aibos. Correu tudo sobre rodas, ou melhor sobre os nossos pés, excepto a falta de respeito que alguns alunos tiveram para com a Natureza e a sua preservação, que nos compete somente a nós. As pessoas consomem drogas por diferentes razões: como forma de fugir aos problemas ou dificuldades, ou para enfrentar uma coisa que as faz sofrer. Outras vezes, procuram ser aceites pelos outros, provar que são capazes de correr riscos, ou simplesmente têm curiosidade. As drogas não nos ajudam em nada, pelo contrário, acrescentam-nos mais um problema. As sensações provocadas pelas drogas são falsas. As drogas alteram a forma de ser e o comportamento de quem as consome. Mas dizer “NÃO” nem sempre é fácil… É verdade que, tal como em muitas outras situações como nesta, temos medo daquilo que os outros vão ficar a pensar de nós. É importante que façamos coisas com os nossos amigos, mas é mais importante ainda que nunca passemos por cima daquilo em que acreditamos. E não se esqueça, os amigos verdadeiros são aqueles que respeitam a nossa diferença e aceitam o nosso NÃO. Palestra de Robótica Esta palestra teve como objectivo dar a conhecer os avanços tecnológicos que se têm verificado no campo da inteligência artificial. Mas afinal o que é a reciclagem? A reciclagem é a transformação dos resíduos de embalagens - depois de separados por famílias de materiais - em novos objectos, que podem ou não ser embalagens. Esta transformação faz-se através da utilização desses resíduos em substituição de materiais novos no processo de produção. É muito importante reutilizar os resíduos de embalagens, evitar a utilização de matériasprimas, permitir a redução do consumo de energia e, assim, contribuir para a preservação do ambiente. Como podemos ver a reciclagem é um processo essencial. 9 No entanto, o que importa é que o convívio com as pessoas e com a Natureza esteve presente em todos os momentos. No entanto, o ponto alto desta palestra deu-se com a apresentação da dança dos robots da Sony denominados “aibo” que também participam no “robotsoccer”. A dança destes robots tinha já sido pré-programada pelo Dr. Luís Paulo com uma sequência de movimentos coordenada com a música. No entanto, na ausência de pré-progamação os movimentos dos robots eram definidos pelos graves e agudos da música. Esperamos que para o ano o espírito se mantenha e que as pernas estejam frescas para a nossa grande caminhada!!! Por fim o nosso anfitrião nesta viagem pelo mundo da robótica terminou a palestra esclarecendo dúvidas aos alunos presentes e permitindo uma interacção dos alunos com os robots. Ana Rita Carneiro, 9º A Jorge Santos,11ºE Luís Azevedo,10ºB DESPORTO Balanço de mais um ano de Chegando nós ao fim do ano lectivo, é hora de fazermos um ponto de situação acerca dos grupos-equipa de desporto escolar, das suas conquistas e das suas angústias. - A ginástica acrobática conquistou o 2º lugar nos regionais em pares e trios femininos – todas as atletas treinaram no Colégio com grande empenho. - Os infantis e juniores masculinos em voleibol foram campeões no CAE Porto. - As juvenis femininas de voleibol foram campeãs no CAE Porto. - Os juvenis masculinos de voleibol foram campeões no CAE Porto, regionais e vice-campeões nacionais. - Os juniores de Basquetebol foram, também, campeões no CAE Porto. Na generalidade, as equipas do Colégio treinam com maior regularidade que as equipas de outras instituições, embora seja possível aumentar ainda mais o número de treinos. Resumindo, o Colégio tem as condições para sustentar um projecto cada vez mais forte ao nível do desporto escolar, quer seja no voleibol, na acrobática, ou em qualquer outra modalidade. Podemos referir que o Colégio apresenta um projecto forte ao nível do desporto escolar, encontrando-se neste momento algures a meio caminho no percurso para a excelência desportiva. Possui uma qualidade bastante considerável nos seus grupos-equipa, de que referiremos alguns exemplos: NOSSO MUNDO 10 Vamos, pois, fortalecer cada vez mais o Colégio, o seu ensino, os seus alunos, as suas ofertas extra-curriculares, sabendo que desse modo as alegrias serão cada vez mais frequentes e a sensação de satisfação com o trabalho desenvolvido maior! Inquérito sobre política Com a intencionalidade de analisar os conhecimentos políticos dos alunos do 11º e 12º anos do Colégio Paulo VI, realizámos um inquérito que tinha justamente como tema o sistema político português. A partir do mesmo saberíamos se estes estudantes estão ou não preparados para o momento do voto, afinal serão os futuros responsáveis pela política de Portugal. Os resultados mostraram uma certa falta de conhecimentos em diferentes questões relacionadas com este tema. Trinta e oito (38) alunos responderam ao inquérito proposto, os resultados serão apresentados com o número de respostas correctas: 1 a_35 , 2 b_16 , 3 a_27 , 4 a c d f_ 5 , 5 a_16 , 6 a_29 , 7 a_17 , 8 a_29 , 9 a_35 , 10 d_28 , 11 b_17 , 12 c_6 e relativamente à questão 13 todas as alíneas estão certas, mas só um aluno revelou o conhecimento de todos os partidos políticos nela referidos. Se quiseres pôr à prova os teus conhecimentos, tens agora a oportunidade de o fazer respondendo ao inquérito em questão: 1. Portugal é um/a: a) Estado Democrático (República); b) Ditadura; c) Monarquia; d) Estado Democrático Monárquico. 2. O poder pertence a: a) ao Rei; b) ao povo; c) aos partidos políticos; d) ao Ditador. 3. O que “sustenta” uma República e/ou um Estado Democrático? a) uma constituição; b) as vontades do 1º Ministro; c) as vontades do Presidente da República. Prof. José Afonso Prof. Sérgio Botelho 27 3.1 O nome da opção que escolheste: _________________. 4. Quais são os órgãos de soberania portuguesa? a) (assinale todas as opções que achar necessário) b) Assembleia da República; c) D. Duarte de Bragança; d) o Presidente da República; e) o Governo; f) as Câmaras Municipais; g) os Tribunais; h) as Juntas de Freguesia; i) Outros. Quais? ____________________. 5. De quantos em quantos anos é eleito o Presidente da República: a) 5; b) 4; c) 3. 6. De quantos em quantos anos são eleitos os membros da assembleia da república? a) 4; b) 5; c) 7. 7. Como é feita a eleição dos deputados que compõem a assembleia da república? a) Por círculos eleitorais; b) Por nomeação do presidente; c) Por eleições dentro dos partidos. 8. As eleições de 20 de Fevereiro vão ser: a) Legislativas; b) Presidenciais; c) Autárquicas; d) Regionais. 9. O presidente da república portuguesa é: a) Jorge Sampaio; b) Cavaco Silva; c) Durão Barroso; d) Santana Lopes. 10. O anterior presidente da assembleia da república foi: a) José Sócrates; b) Jorge Sampaio; c) Santana Lopes; d) Mota Amaral. 11. O 1º ministro português (do governo de gestão) é: a) Durão Barroso; b) Santana Lopes; c) José Sócrates. NOSSO MUNDO 26 Um cravo vermelho na mão de uma criança “A Vida no Tempo de Salazar” Sobre o 25 de Abril já muito foi dito nos últimos 31 anos. Muito mais tinha já sido dito, censurado e abafado antes desse dia de Abril de 1974. Mas, não podemos acreditar que a maior parte do que se possa dizer acerca desse dia, sinónimo de Liberdade e Democracia, já se tenha esgotado. Tal seria o equivalente à descrença de um futuro onde todos temos um lugar, um espaço, uma voz, uma opinião e um nome. Devemos acreditar que, pelo menos nos próximos 100 anos, o dia 25 de Abril não será apenas um feriado a assinalar no calendário, mas sim um motivo para acreditar que há valores muito mais altos que a própria vontade. A propósito do dia 25 de Abril, fizemos uma entrevista à professora Carmen Dolores Mota (1ºCiclo), com o objectivo de compreendermos melhor como era a vida no tempo de Salazar. Para aqueles que, por algum motivo, momentaneamente, ousem esquecer o significado do dia que acordou Portugal com um cravo vermelho na mão de uma criança, aqui ficam as palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen e a pintura de Vieira da Silva: 25 de Abril de 1974 Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo Sophia de Mello Breyner Andresen Alunos - Com certeza que ainda se lembra do tempo de Salazar. Como era a vida nesse tempo? Professora -Nesse tempo, a vida era difícil, porque as pessoas viviam com dificuldades económicas e num espírito de poupança. Além disso, havia ainda o pouco à-vontade que as pessoas tinham em relação à liberdade de expressão, porque, se falassem mal do governo, eram presas. Alunos - Ainda se lembra de algumas das medidas que Salazar tomou? Quais foram as mais polémicas? Porquê? Professora - A Guerra Colonial. A Guerra Colonial preocupava as pessoas. Os jovens eram obrigados a ir para a guerra. As pessoas tinham de sustentar uma guerra onde morriam e ficavam feridas muitas pessoas e para a qual a única solução não era o confronto armado, mas sim o diálogo. Os professores do 1º ciclo apenas precisavam de concluir o 5º ano e ter mais 2 anos de “escola normal”. Nesse tempo, as escolas das aldeias chegavam mesmo a ser «um andar por cima do curral das vacas e dos bois». Alunos -Nesse tempo as pessoas eram felizes ou pelo contrário viviam revoltadas? Professora — As pessoas viviam revoltadas no silêncio, porque um ser humano deve ter liberdade e, elas não podiam expressar os seus pensamentos, dado que viviam sobre pressão. Alunos - Na sua opinião o País está melhor agora ou quando havia a ditadura de Salazar? Quais as medidas que, na sua opinião, o actual governo devia “adoptar” do tempo em que Salazar governava? Professora - O País está melhor, mas ainda podia estar melhor, porque as pessoas podem expressar-se livremente. Uma medida importante: dar mais poder a quem governa as escolas, porque muitas vezes perde-se muito tempo até se saberem as opiniões de pessoas de fora da escola, quando as mais importantes (opiniões) são as de quem está “dentro” da escola. 25 de Abril, Vieira da Silva Dr. Conceição Gomes Ana Isabel Köch, Inês Magalhães, Joana Lopes, 6ºA PORTA ABERTA Programa Porta Aberta: Um presente e um futuro Ao longo do corrente ano lectivo, este Jornal contribuiu, incontestavelmente, para dar vida ao Programa Porta Aberta. Aqui foram retratadas muitas das actividades que o Programa organizou e realizou, muitas das formas que encontrou para envolver alunos, pais e professores e, inclusive, alguns dos encontros e congressos em que participou. Enriqueceram-se também neste Jornal as páginas dedicadas ao Porta Aberta com artigos de opinião de alunos acerca das actividades desenvolvidas semanalmente ou através da nova rubrica “Intercâmbios”. Deu-se também algum destaque ao Porta Aberta como mais uma resposta de ensino individualizado dentro de uma perspectiva de escola inclusiva. Mais um ano e mais uma vez, o Programa Porta Aberta cresceu, tentando encontrar cada vez mais respostas às formas de atendimento disponíveis. As crianças e os jovens com capacidades acima da média e com talentos possuem o direito de se desenvolverem de uma forma global mas também de terem a oportunidade de desenvolver os seus especiais talentos. Nessa perspectiva, neste ano lectivo, apostou-se em grupos de trabalho temáticos como aconteceu, por exemplo, com o grupo “Encontros com a cultura”, cujo balanço, dos próprios alunos, é extremamente positivo. Os Ateliers de Sábado de manhã, também temáticos, apesar de terem sido reduzidos em quantidade comparativamente aos dois últimos anos lectivos, foram também dotados de grande dinamismo e sucesso. O Programa Porta Aberta não quer, de forma alguma, ficar parado. Contrariamente, ambiciona chegar muito mais longe, munido de respostas de intervenção e de actuação inteligentes e criativas. Como tal, novas formas de resposta aos alunos, aos pais e aos próprios professores terão, obrigatoriamente, de ser encontradas, pensadas e repensadas. Não se quer, contudo, perder a qualidade no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Como tal, salienta-se a importância de se continuar a apostar na nossa própria formação e na elaboração de trabalhos científicos, baseados na nossa prática, na reflexão e na abordagem de novos modelos teóricos. Cada 11 vez mais, se pretende dotar o Porta Aberta de maior credibilidade e, consequentemente, surge a necessidade de um constante e maior investimento nas suas várias vertentes. O conceito de sobredotação mantém-se em debate, sendo importante cuidar do impacto negativo que, por vezes, este ainda abarca e saber realçar as formas singulares de desempenho, mesmo em alunos academicamente menos dotados. A escola tem como obrigação proporcionar a todos os seus alunos ferramentas necessárias para uma aprendizagem. Dr.ª Conceição Gomes Não foi apenas um Atelier feito à medida da paciência de um Japonês, mas também mais um encontro marcado pela grandiosidade da cor que decorou e transformou todo o espaço preparado para acolher mais uma manhã de trabalho. Havia objectivos a atingir, nomeadamente, a criação de alguns modelos de papel préconcebidos, cujas instruções se fizerem apresentar em folhas de papel A4 com todas os passos necessários para a sua execução, sempre recorrendo a folhas de papel coloridas, quadradas e sem cortes. Mas, foi também agradável verificar que, com grande simplicidade, muitos dos nossos participantes trouxeram um enorme desafio ao Atelier com a criação de novos modelos. Alguns destes modelos, não cumpriram em absoluto as regras, mas introduziram novas abordagens através de cortes no papel e do uso de fitacola ou mesmo agrafes para ajudar na modelagem das suas obras, simples mas complexas em beleza e originalidade. PORTA ABERTA PÁGINA DA SAÚDE 12 25 SINTOMAS MENTAIS E EMOCIONAIS Mais um sábado, mais um Atelier (desta vez de Quebra-cabeças) e mais um excelente grupo de alunos, pais e professores, prontos a fazer daquela manhã de 7 de Maio de 2005, uma manhã cheia de alegria e de boa disposição. Tendo como objectivos principais o uso do raciocínio e um bom convívio, todos se dividiram em grupos o mais heterogéneos possíveis. No início, foram muitos os olhares de “aflição” perante os enigmas propostos. Mas, em pouco tempo, todos se embrenharam nas tarefas de tal forma que não restou dúvida quanto ao empenho de todos, pequenos e crescidos. Por entre risos, olhares de aprovação e, às vezes, algumas “discussões” acesas, todos os grupos lá foram resolvendo os Quebra-cabeças, usando muitas e muitas folhas e neurónios em quantidade q.b. Já agora, Origami é uma arte milenar japonesa que consiste na dobragem de papel. Origami é uma arte que tem passado de gerações em gerações entre os japoneses, mas conta já com inúmeros adeptos um pouco por todo o mundo. Como sempre, o trabalho em equipa, o convívio, a criatividade e, desta vez, o dobrar e redobrar papel colorido, que lentamente se foi transformando numa flor, num pássaro, num cisne, num elefante ou num sapo – sem nunca partir dedos – resume o nosso original Atelier de Origami que, já agora, só foi possível com a enorme ajuda das Profªs Helena Cunha e Raquel Silva que bem dominam esta belíssima arte e que nos lançaram este bonito desafio. Dr.ª Conceição Gomes Uma doença da Adolescência Um dia, o espelho começa a reflectir uma imagem deformada e irreal… Aquelas jeans, de repente, já não servem ou estão excessivamente apertadas e reveladoras da gordura que se torna, aos olhos de algumas jovens, demasiado evidente. Torna-se urgente a perda de alguns quilinhos… As adolescentes anseiam por apresentar as medidas de qualquer famoso modelo e entram em regime alimentar para perder peso, que por vezes tem consequências desastrosas para a saúde. A televisão, as revistas, entre outros meios de comunicação são, em grande parte, os culpados por este tipo de doença nessas jovens porque mostram, de certa forma, o suposto ideal perfeito do corpo humano. A Anorexia é uma doença que afecta principalmente o sexo feminino, manifestando-se sobretudo na adolescência. SINAIS DA ANOREXIA Para médicos experientes, o diagnóstico não é difícil. As vítimas da doença apresentam alguns dos sintomas comuns abaixo descritos: SINTOMAS COMPORTAMENTAIS No final da manhã, foi quase impossível convencer os participantes a entregar as folhas de resposta para serem cotadas, já que todos queriam resolver ainda mais alguns enigmas, indiferentes ao apetecível lanche que os aguardava. Enfim, a manhã não chegou para saciar a vontade de quebrar as cabeças de todos! Finalmente procedeu-se à avaliação do júri que, após difícil decisão, deu a conhecer o grupo de vencedores, não esquecendo como é óbvio todos os outros participantes que pelo empenho demonstrado estão também de parabéns! Queremos deixar apenas uma palavrinha de agradecimento à nossa coleccionadora de Quebra-cabeças que teve a amabilidade de nos ceder alguns dos seus brilhantes exemplares! Dr.ª Daniela Alves • Recusa voluntária dos alimentos com muitas calorias • Redução notável da ingestão de líquidos • Maior irritabilidade • Diminuição das horas de sono com pretexto para estudar • Aumento de actividade física para incrementar o gasto energético • Uso de laxantes e diuréticos • Vómitos autoinduzidos • Isolamento social • Uso compulsivo da balança • Perturbação grave da imagem corporal • Manifesta negação das sensações de fome, sede , fadiga e sono • Medo ou pânico de aumentar de peso • Negação parcial ou total da doença • Dificuldade de concentração e aprendizagem • Surgimento de estados depressivos e obsessivos • Desinteresse por actividades lúdicas e pelos tempos livres. SINTOMAS FÍSICOS • • • • • • • • • • • • • • • • Perda de peso notável Fadiga Pele seca e escamada Cabelo quebradiço e fino Vertigens dores de cabeça Desidratação Perda de menstruação Hipotermia (pés e mãos frias) Arritmias Osteoporose Insónias Infertilidade Alterações na dentição Prisão de ventre Perturbações renais e hepáticas Enfarte e morte (em casos muito raros) A cura nem sempre é fácil mas, com um acompanhamento adequado, tudo é p o s s í v e l . Uma considerável parte dos doentes (40%) adquirem de novo o seu aspecto físico. Ser idênticas às Top Models esqueléticas não pode constituir um aspecto essencial na vida de uma adolescente. Cada um tem de se aceitar como é! Não é a magreza que nos ajuda a ser mais belos, mas sim a personalidade de cada um e o gosto pela vida!!! Prof. Paula Ramos ARTES E LETRAS PORTA ABERTA 24 Quebra-cabeças O processo de ensino-aprendizagem visa aliar o desenvolvimento de competências ao da formação de personalidades, desde a mais tenra idade. Assim, acreditamos que treinar, desde cedo, os alunos a pensarem por si mesmos, contribui para os formar enquanto pessoas autónomas e com personalidades fortes. E foi partindo de uma situação real do seu quotidiano, que nos propusemos ensiná-los a reflectir mais aprofundadamente sobre o tema das refeições, com base na aprendizagem de regras do texto expositivo-argumentativo. Eis alguns exemplos que partiram de uma reflexão conjunta para, mais tarde, se concentrarem num trabalho individual sobre a questão: “Concordas que se coma num tabuleiro, a ver televisão?” Prof. Raquel Silva “CONCORDAS QUE SE JANTE NUM TABULEIRO A VER TELEVISÃO?” “COMER À MESA” A partir da leitura de um excerto textual do livro Trisavó de pistola à cinta, de Alice Vieira, houve um debate sobre o tema “ Comer ou não à mesa”. Concluí que as famílias da maior parte dos alunos comem à mesa a ver televisão, poucas comem à mesa sem o fazer e só as famílias cujos elementos têm horários muito diferentes é que comem em tabuleiros mas sempre a ver televisão. COMER À MESA tem mais vantagens do que comer em tabuleiros: Este tema já foi debatido por muitas pessoas. Cada uma tem a sua forma de viver e isso devese respeitar. Comer à mesa e não ver televisão tem muitas vantagens mas também tem algumas desvantagens. - os familiares convivem, conversam sobre o dia-a-dia; - mesmo que estejam a ver televisão, vão trocando impressões sobre vários assuntos; - é dos poucos momentos do dia em que a família se reúne; Por um lado, é bom, porque é mais higiénico e, não vendo televisão, come-se melhor porque não há tanto barulho e não nos distraímos tanto. - os familiares podem entreajudar-se a pôr/ levantar a mesa e na preparação das refeições. Por outro lado, quando a família quer ver um programa de televisão que está a dar à hora de jantar ou quando tem horários diferentes, não dá muito jeito. Nesse caso, é mais fácil comer no sofá a ver televisão, mas isso também tem algumas desvantagens: não é tão higiénico, porque podemos deixar cair alimentos no chão ou no sofá e porque tem de se transportar o jantar de um lado para o outro. COMER EM TABULEIROS a ver televisão não tem as vantagens anteriores. No entanto: - permite organizar as refeições de acordo com os diferentes horários; - cada elemento da família responsabiliza-se, em parte, pela sua refeição. A escolha de jantar à mesa e não ver televisão ou jantar no sofá a ver televisão está nas mãos de todas as famílias do mundo. Na minha opinião, é mais saudável e divertido comer à mesa, em família; o mais saudável seria comer sem ver televisão mas acho que a televisão é um hábito muito forte de quase toda a gente. Maria Francisca Amorim, 5ºA Nuno Tiago, 5ºA Em muitos Quebra-cabeças ou Jogos de Engenho podemos rever alguns dos conceitos básicos da matemática estudados na escola. Ao longo da história da humanidade, desde a cultura grega até aos dias de hoje, criou-se um universo matemático. Nele existe um imenso reportório de ideias e cálculos numéricos, geométricos, simbólicos e de álgebra que vão desde o pensamento mais prático aplicado ao quotidiano até ao pensamento mais abstracto e complexo. Os Quebra-cabeças são uma forma divertida de abordar a matemática, de desenvolver a memória, o raciocínio, a abstracção, a imaginação ou, simplesmente, uma forma divertida de descobrir um truque ou engenho. Um outro aspecto curioso nos Quebra-cabeças é que acabam por se tornar viciantes no sentido que dificilmente se consegue abandonar um destes jogos sem se ter encontrado a sua resolução. Não há dúvida que todos os Quebracabeças são absolutamente fascinantes como desafio à nossa capacidade de resolução de problemas. No entanto, os mais sedutores são os que podem ser manuseados e tridimensionais como, por exemplo, os de madeira ou de outros materiais como se pode ver nos exemplos que aqui apresentamos. 13 a qualquer outra torre, templo e brâmanes converter-se-ão em pó por igual e com um grande ruído o mundo desaparecerá. Cruz de Mestre O jogo da Cruz de Mestre consiste numa ideia conceptualmente muito simples, mas pode converter-se num dos maiores monstros da matemática combinatória. Consiste em seis peças modeladas em intricados cortes cúbicos, que encaixam umas com as outras sem deixar espaços vazios entre elas para originar uma dupla cruz que é visível de qualquer perspectiva. Puzzle da Serpente Torre de Honói A Torre de Hanói é um Quebra-cabeças de regras simples e extraordinariamente fascinante. Este jogo pode ter sido inventado há milhares de anos, no entanto, o seu criador foi Édouard Lucas, em 1883, um matemático francês. Conta a lenda que no grande templo de Benarês, sob a cúpula que marca o centro do mundo, encontra-se uma placa de bronze sobre a qual se fixam três varetas de diamante, cada uma delas de um cotovelo de altura e da grossura de um corpo de abelha. Numa destas varetas, no momento da Criação, o Criador inseriu 64 discos de ouro puro, o maior em contacto directo com a placa de bronze e os demais, cada vez mais pequenos, até chegar ao ponto mais alto. Esta é a Torre de Brama. Dia e noite, sem parar, os monges transferem os discos duma vareta de diamante a outra conforme as leis fixas e imutáveis de Brama, que requerem que o monge encarregado não mexa mais de um disco ao mesmo tempo e que o enfie numa vareta de tal forma que nenhum outro disco mais pequeno se encontre abaixo. Quando os 64 discos tenham sido assim transferidos da vareta, onde foram colocados no momento da Criação, O Puzzle da Serpente é, nada mais, nada menos, que um puzzle tridimensional que conta com vinte e sete cubos unidos internamente por uma corda elástica que atravessa duas faces opostas do cubo ou que passa através de duas faces contíguas. Quando todos os cubos são esticados de forma plana fazem lembrar uma serpente. O objectivo do puzzle consiste em dobrar a serpente engenhosamente de forma a arquitectar um cubo. Cubo-7 O Cubo-7 é mais um puzzle, de dificuldade média, tridimensional de sete peças que são policubos. A partir destas peças, quando devidamente ordenadas, pode-se construir um só cubo inteiro ainda maior. Há vários membros desta família de jogos com policubos. No entanto, o seu ascendente mais directo, do qual constitui uma variante, é o Cubo Soma, criado pelo científico e inventor dinamarquês Piet Hein em 1936. PORTA ABERTA Cubos Mágicos Os Cubos Mágicos são uma variante em três dimensões dos pentominós que são figuras formadas por cinco quadrados adjacentes de um tabuleiro de xadrez. No total, existem doze modos diferentes de unir os cinco quadrados, se se considerarem idênticas as rotações e simetrias. O desafio resume-se à construção de formas geométricas, recorrendo à utilização de algumas ou todas as peças do jogo. Jogo das Ferraduras Este Quebracabeças tem um objectivo muito simples: separar a argola do conjunto formado pelas duas ferraduras unidas. No entanto, a sensação e impotência que se experimenta constitui um gigantesco desafio que apenas é compensado quando se encontra a sua resolução. Este Jogo das Ferraduras é absolutamente fascinante e pertence a uma família de jogos cujo desafio consiste em extrair uma peça encerrada. Não existe informação exacta relativa à sua origem, mas a primeira referência que se tem do Jogo das Ferraduras remonta ao livro Puzzles Old and New de Hoffman, editado em Londres em 1893. ARTES E LETRAS 14 ENCONTROS COM A CULTURA… no cinema. MÚSICA Humanos Humanos David Fonseca (exSilence 4), Camané e os Clã, liderados por Manuela Azevedo, reuniram-se para gravar canções inéditas de um dos grandes vultos da música portuguesa: António Variações. No passado dia 07 de Março, o grupo Encontros com a Cultura, do Programa Porta Aberta, foi até uma das salas de cinema do NorteShopping, para assistir ao filme que, este ano, arrecadou em Hollywood o Óscar para o melhor filme estrangeiro, Mar Adentro, do realizador espanhol Alejandro Aménabar. Esta é, muito resumidamente, a história de um homem que, durante mais de duas décadas, lutou para conseguir o direito a antecipar a sua morte, isto é, o direito à eutanásia. Paralisado do pescoço para baixo, este homem vive durante anos num quarto da sua casa paterna, onde todos os membros da sua família o tratam como um ser humano, igual a todos os outros, e onde o amor é dado em doses q.b. O seu quarto é também o seu pequeno grande mundo... aí,vê-se rodeado de todos aqueles que o amam, dos seus livros, da sua música ( que bom foi ouvir, em dolbystereo, Tristão e Isolda, de Wagner...) e das suas memórias. É também nesse quarto que ele tem a sua relação de amor-ódio com o elemento fulcral de toda a sua vida, o mar... Baseado numa história real que colocou a moderníssima Espanha em polvorosa, o filme suscitou, entre os membros do grupo, opiniões diferenciadas mas, mesmo assim, consensuais em muitos aspectos. A personagem principal, interpretada pelo fabuloso Javier Bardem, foi aquela que, sem dúvida, marcou todos os elementos do grupo. Ninguém, contra ou a favor da eutanásia, ficou indiferente perante os sentimentos despertados pela coragem, quase sobrehumana, desta personagem. Adaptado de Jogos de engenho, EDITA RBA Coleccionables, SA. Para aqueles que não viram este filme e que, estou certo, foram muitos, lamento informar-vos que já não está em exibição mas que, como todos nós já sabemos, vai aparecer um destes dias em DVD. Nessa altura, aproveitem e vejam, verdadeiramente, o que é um actor… Dr.ª Conceição Gomes Grupo Encontros com a Cultura - Porta Aberta 23 O projecto, de nome ‘Humanos’, pela sua qualidade e originalidade, ultrapassou todas as expectativas: depois do sucesso de vendas, três concertos agendados para os Coliseus – dois no Coliseu dos Recreios (28 e 29 de Junho) e um no Coliseu do Porto (4 de Julho). Os ‘Humanos’ preparam-se ainda para o lançamento de um DVD, que reunirá os melhores momentos dos espectáculos ao vivo. Um álbum, um DVD e concertos a não perder, que só vêm dignificar a música que se faz por cá. Garbage Bleed Like Me ‘Bleed Like Me’ é o quarto álbum de originais da banda liderada pela irlandesa Shirley Manson. A ‘menina má’ do rock e os seus três companheiros presentearam-nos, uma vez mais, com um trabalho consistente, bem ao seu estilo, onde fortes refrões se misturam com sonoras e potentes guitarras, como é possível confirmar pelo single de avanço ‘Why Do You Love Me’. Ao longo das 13 canções, Shirley soube explorar, de forma exemplar, as suas potencialidades vocais. No entanto, e apesar de todo o fulgor rock’n’roll, ‘Bleed Like Me’ peca por não trazer quase nada de novo à sonoridade da banda. Blasted Mechanism Avatara Apesar de ser difícil definir os Blasted Mechanism e a sua música, porque mais do que um projecto artístico e musical, é um estado de espírito, a banda lisboeta com o todo o ‘misticismo’ que a rodeia têm vindo a construir um sólido grupo de seguidores. A banda é composta por Valdjiu na guitarra, Gittler e Bambuleco, uma mistura criada por si que mistura a guitarra, Karkov, a voz dos B.M. que utiliza o inglês e por vezes o Karkoviano, um dialecto próprio e o Ary o baixista, hoje em dia são acompanhados por Fred Stone – exímio baterista brasileiro – e Luís Simões, o multi-instrumentista que toca guitarra, cítara, teclas e percussões. Este ano, onze anos após a sua primeira apresentação em público e cinco álbuns editados (Blasted Mechanism - 1996, Balayashi -1997, Plasma -1999, Mix00 - 2000 e Namaste -2003) os Blasted Mechanism lançaram o seu sexto álbum “Avatara”. Este álbum é, de facto, um dos mais importantes da história da banda, tendo uma solidez e amadurecimento da sonoridade que os poderá levar à internacionalização. The Killers Hot Fuss Os The Killers são uma banda norteamericana que começou em 2002 em Los Angeles, quando o guitarrista, David Keuning colocou um anúncio para encontrar um vocalista para formar uma banda. A esse anúncio respondeu o cantor e teclista Brandon Flowers e começaram a escrever algumas músicas. Posteriormente, juntaram-se a eles Ronnie Vannucci, o baterista, e Mark Stoermer, o baixista. O quarteto começou a ensaiar e a tocar em bares, demonstrando uma forte influência dos ingleses Oasis. Em 2003, os The Killers foram contratados por uma pequena empresa discográfica inglesa e saíram em digressão pela Inglaterra. Nos intervalos, entravam em estúdio para gravar algumas canções. No final do ano passado, finalizaram e lançaram o seu álbum de estreia “Hot Fuss”, que vendeu 1,5 milhões de cópias só nos E.U.A., onde começaram a ganhar mercado. ‘Hot Fuss’ tem onze faixas, das quais já temos a oportunidade de ouvir nas rádios ‘Somebody Told Me’- o primeiro single - e ‘Mr. Brightside’. Flávia Pereira e Joana Canedo, 11ºF ARTES E LETRAS 22 S. - E, já agora, da literatura portuguesa contemporânea, que obra gostaria de ter escrito? M.C. – A minha, não invejo nenhuma outra… Dos meus colegas portugueses, admiro muito Agustina Bessa-Luís, António Lobo Antunes, Maria Velho da Costa. De escritores estrangeiros admiro as obras de Marcel Proust, Leon Tolstoi, Virgínia Woolf. Mas, tudo isto, não quer dizer que inveje estas obras, mas sim que as admiro. S. - Que obra gostaria ainda de vir a escrever? M.C. – Eu tenho sempre obras no horizonte. Tenho sempre qualquer coisa em vista mas isso é a minha maneira de ser em vida. Eu sou um homem fundamentalmente de escrita. Posso dizer que nunca deixei de ter nada no horizonte, sempre tive e continuo a ter. S. – Viaja para escrever? M.C. – A viagem deixa sempre um rasto que aproveito para a escrita, eu viajo para viver e como escrevo para viver, posso dizer que sim. S. - Afirmou uma vez que “escrever é um processo sempre em aberto; não se sabendo muito bem de onde se parte também nunca se sabe onde se quer chegar e onde se chega”. Ainda pensa desta forma? M.C. – Escrever é uma tarefa que procede por tentativas, é um processo de busca, de trabalho, que deve ser persistente. Eu não diria que é viciante, mas é estruturante. Um vício desestrutura, a escrita é estruturante e ensina-nos a nos conhecermos melhor a nós próprios e à forma como nos articulamos com o mundo. Não acredito nos escritores que dizem que escrevem com grande facilidade ou que escrevem sempre com grande prazer. Não se escreve sempre com prazer, é um trabalho árduo, é preciso respirar fundo muitas vezes e é preciso transpirar. E, umas vezes, chega-se lá, outras vezes, não se chega. Será fácil para quem tem pouco para dizer. Quem tem muito para dizer tem de ter trabalho… Não distingo a escrita de qualquer outro ofício, qualquer ofício é uma maneira de estar na vida. Um escritor não tem um estatuto privilegiado, nem um artista. Pode voar num plano muito elevado, mas precário, às vezes. PORTA ABERTA ENCONTROS COM A CULTURA À RUA DAS GALERIAS DE ARTE DA CIDADE DO PORTO Entre o trânsito caótico da Rua Júlio Dinis, o cancro (benigno?) da zona obstruída pelas obras do túnel de Ceuta, junto ao Hospital de Santo António, e a multidão apressada da cosmopolita Rua de Cedofeita, situa-se uma calma rua que liga, precisamente, Cedofeita ao Palácio de Cristal, a Rua Miguel Bombarda. Mas não são só galerias de arte. São, para além disso, lojinhas Kitch ( de música alternativa, de roupa alternativa, adereços para moda, decoração...), salões de chá que nos transportam até à longínqua Marraquexe, entre outras coisas boas. O ar da diferença sente-se, efectivamente, em todos os passos que damos... devemos saborear esta rua de modo lento, contemplativo e aberto a emoções fortes pois, a cada momento, somos surpreendidos por manifestações de arte tão diversificadas, que nos dão que pensar. É uma rua deste mundo mas que revela outro planeta... o planeta Arte! Esta pacata rua, maioritariamente residencial viu, desde há alguns anos, surgir uma proliferação de galerias de arte, facto que já fez com que a imprensa nacional e internacional lhe tenha chamado a Soho portuense. No passado dia 05 de Maio, o grupo Encontros com a Cultura, passou uma tarde nesse planeta, debaixo de um sol veranil, tendo acabado a tarde com um magnífico lanche, no oásis refrescante dos jardins do Palácio de Cristal. S. – Qual a sua opinião acerca de algumas obras de escritores da actualidade que conseguiram grande sucesso? Por exemplo, o que aconteceu com Equador, de Miguel Sousa Tavares? O Equador é um romance invulgar, de grande qualidade, escrito em moldes tradicionais, que atingiu um grande número do público, o que é raríssimo e muito positivo. Devemos olhar para ele com grande respeito e optimismo. Alguns dos factores que contribuíram para o sucesso do livro têm a ver com o facto do autor ser muito mediático, as pessoas estavam desejosas que tivesse principio, meio e fim, queriam recuperar o percurso da narrativa tradicional. Este fenómeno acontece muito pouco. Um outro de que me consigo lembrar foi Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marquez. S. - Na área da literatura e do livro como objecto cultural, que sementes gostaria de deixar para o futuro? M.C. – Um valor: dignidade da língua portuguesa. Considero que a nossa língua é muito mal tratada pelos próprios escritores. As pessoas não se preocupam com isso, a preocupação com a língua é uma forma de impor rigor na própria cultura. Quando metade da população cospe no chão, como é que se há-de preocupar com a língua? 15 Nós somos um povo mal habituado. O português é cheio de complexos e de medos: tem medo de fazer alguma coisa mal e de ficar mal visto. Ainda há muitas classes sociais no nosso país. Este é um país onde se vive em função das origens dos pais e dos avós, dos nomes. Agora, por exemplo, não fica bem chamar-se Arlindo, mas fica bem chamar-se Bernardo ou Duarte. Vivemos muito em função do parecer e não do ser. Prof. Mónica Sanches Drª Conceição Gomes Prof. Luís Cravo PORTA ABERTA 16 INTERCÂMBIOS ARTES E LETRAS S. - Olhando para trás para o Porto “2001”, que balanço faz desse evento? O que acha que ficou para os portuenses? Sobredotação: Uma questão de persistência Ensaiam-se em Portugal as primeiras respostas sistemáticas e as primeiras investigações em prol de um apoio educativo na família e nas escolas aos alunos portadores de altas habilidades, talentos e sobredotação. Face a outros países, também aqui não integrámos o “comboio da frente”, mas o mais importante é vermos que o processo está em marcha! Seguro que nem todos entraram nele, mas os que nele estão prometem “construir caminho caminhando”! Associações, instituições do ensino superior e algumas escolas básicas e/ou secundárias – veja-se o caso concreto do Colégio Paulo VI – têm vindo nos últimos anos a alertar o Ministério da Educação e a sociedade em geral para a realidade particular das crianças com características de sobredotação. Estas crianças e adolescentes apresentam particularidades significativas em termos de aprendizagem e de desenvolvimento cognitivo. Geralmente são alunos mais curiosos e persistentes nas suas aprendizagens, possuem quantidades maiores de informação e estratégias diversificadas de resolver os problemas, são nalguns casos mais criativos ou, inclusive, assumem alguma liderança nas suas relações interpessoais. Claro que não existe um grupo delimitado e menos ainda uniforme de alunos com estas capacidades superiores… Propalando-se uma “escola inclusiva” que atenda a todos, ou alargando-se o próprio conceito de educação especial, importa que também os alunos mais capazes encontrem as condições adequadas ao desenvolvimento dos seus talentos, à sua excelência e à sua realização pessoal e social, como aliás se propõe para todos os demais colegas da escola. É esta a mensagem que é necessário passar, de forma mais clara e intencional, para a nossa legislação e para as práticas nas nossas escolas. Como dissemos, Portugal não está no “comboio da frente” nesta matéria, mas estamos em marcha e este movimento não pode parar! Portugal é subscritor de acordos e orientações internacionais na área da sobredotação, mais concretamente a propósito dos apoios educativos aos alunos sobredotados. Contudo, reconheceremos facilmente que somos parcos em colocar em prática tais princípios… Defendemos uma escola e uma prática pedagógica diferenciada de acordo com as necessidades de cada aluno, no entanto tardamos em atender ou esquecemos com alguma facilidade os alunos com características de sobredotação. Vivemos numa sociedade algo hipócrita que aceita a excelência nas artes, no desporto, na música – e pugna aí pelos seus heróis! -, mas possuímos escolas com particulares dificuldades em reconhecer e lidar com a excelência na matemática, na física, noutras disciplinas curriculares e na inteligência em geral. Tenta-se, por falta de formação e de recursos, ignorar os alunos com altas habilidades e as suas necessidades. Desacreditamos da sua existência… e, assim, alguns dos nossos melhores talentos vão-se perdendo em virtude da inércia e de alguns tabus instituídos! Claro que o mais difícil foi reunir forças, buscar vontades e construir convergências… a partir de agora, é apenas uma questão de persistência! Prof. Dr. Leandro Almeida Universidade do Minho M.C. - Acho que ficou apenas aquilo que é visível. Tudo o resto que aconteceu em torno do Porto “2001” como, por exemplo, os eventos culturais, durou naquele momento, agora já ninguém se lembra de nada. S. - Como é que acha que os escritores portugueses da actualidade são tratados pela sociedade portuguesa? E no estrangeiro? M.C. – Um país com uma alta taxa de iliteracia nunca poderia tratar bem os seus escritores. A literatura portuguesa não existe lá fora. Por exemplo, no outro dia, na revista Lire, onde constava uma lista de 90 escritores internacionais que ficarão para a história, Portugal não figurava com nenhum escritor. No entanto, está lá a Estónia, a Lituania a Ucrânia. José Saramago chamou a atenção do país, mas episodicamente, já passou o fenómeno. Agora, vai ficando cada vez menos conhecido, até porque já não é o último prémio Nobel. O problema está em não se reconhecer o que se tem cá dentro e, como tal, também não o sabemos vender lá fora. Tudo que é aprovado pelo estrangeiro é que passa a ser valorizado em Portugal, e não o contrário. A cultura portuguesa é algo que não se exporta, por exemplo, quando se tenta publicar livros de escritores portugueses lá fora, geralmente, dizem que já têm um, que é Saramago, e já chega. Portugal não existe no estrangeiro. Quando se abre um jornal lá fora, é muito raro encontrar-se uma notícia sobre Portugal. (…) Acontece com o futebol e… é um fenómeno respeitável. É importante que o Futebol Clube do Porto, por exemplo, tenha ressonância lá fora, mas reduzir a cultura portuguesa ao futebol é que eu acho triste. S. - Quando foi distinguido com o Prémio Pessoa, o Júri afirmou, “Como ficcionista, Mário Cláudio é autor de uma obra que se caracteriza pela mestria da língua, a preocupação historiográfica, a tentação biográfica e a extraordinária invenção narrativa. Sendo um escritor do lugar, Mário Cláudio transcendeu a sua condição geográfica e ganhou a universalidade da arte”. Acha que esta afirmação lhe faz justiça? M.C. - É uma perspectiva, mas é sempre uma esquematização, nesse género. Há aí apenas aspectos que me tocam. 21 S. - Acha que é possível, depois de uma carreira já notável na literatura, ter consciência da importância que o seu nome assume para a cultura portuguesa? Como? M.C. - Não! Ninguém tem. Um perigo em que se pode cair é pensar-se: “Eu vou ficar”. Tudo é efémero. Jorge de Sena diz isso “As pessoas não se apercebem dos cemitérios que são as bibliotecas”. Não há regras em relação a quem fica para a história. Fernando Pessoa era conhecido apenas por uma elite e passou a ser pelo mundo. Tudo é relativo. Mas, não há eternidades. Daqui a vinte mil anos, o que será de um Fernando Pessoa ou de um Eça de Queirós? S. – E António Nobre? António Nobre continua a ser um autor muito particular e muito importante para o retrato do país. Esse retrato continua a ser válido nos nossos dias. S. - Tendo já mais de 30 anos de vida literária e tendo sido distinguido com inúmeros prémios, nomeadamente o Prémio Pessoa em 2004, o que acha que ainda gostaria de conseguir fazer na sua carreira como escritor? M.C. – Gostaria de ascender a outros níveis de escrita, sempre melhores. Gostaria sempre de escrever, tendo sempre metas mais elevadas. Mas, depois, também posso dizer o que gostaria que fizessem com a minha obra, com os meus livros. Aí, gostaria que os meus livros tivessem uma área de público particular que crescesse. Gostaria de ter uma sintonia cada vez maior com o meu público e, depois… o estrangeiro. Por exemplo, gostaria que os meus livros fossem traduzidos para outras línguas que ainda não foram. ARTES E LETRAS seguinte pergunta ou afirmação, sempre com a mesma curiosidade, e nunca hesitante na resposta. Não deixa de transparecer, contudo, tranquilidade, sabedoria e um espírito acolhedor. Sexto - Tendo sido professor na Escola Superior de Jornalismo do Porto, acha que o Jornal, como veículo de informação, assume agora a mesma importância que assumia há vários anos ou, com a preponderância dos meios informáticos, tem vindo a perder a sua utilidade? Mário Cláudio - Não, não acho nada. O Jornal até tem vindo a assumir uma importância crescente o que se prova pelo aumento das tiragens. Até pela sua transportabilidade, não há conteúdo informático que possa substituir o jornal, este é uma base de informação insubstituível. S. - A tradição de escrever e mesmo de ler (um jornal) deve começar na escola. Nos dias de hoje, que papel deveria a escola ter para incentivar a leitura e a escrita? M.C. - A exigência deve partir do nível de qualidade dos docentes. Os professores, de uma maneira geral, são pessoas completamente desmotivadas para a leitura, o que os torna inevitavelmente incapazes de motivar alguém. Eu acho que deve haver uma exigência maior ao nível dos docentes… melhores docentes. Enquanto os professores não sentirem na pele que devem ter qualidade, não se vai a lado nenhum. O professor é um tecnocrata, preocupado apenas em transmitir conteúdos ao qual não se exige mais porque não é avaliado. Deveria haver uma requalificação dos professores. Mas a escola também não é a única responsável pela promoção da leitura. A família, e não só a escola, deve incentivar ao acto de ler. Para além disso, também não há uma cultura de ida à biblioteca em Portugal. O nosso país tem óptimas bibliotecas, mas os livros estão lá apenas para decorar. A biblioteca é um local privilegiado de leitura onde não se vai só para estudar ou fazer trabalhos. Também acho que tudo isto faz parte da cultura dos portugueses, não podemos falar só da BYTES & CHIPS 20 leitura, mas de tudo em geral. Nós somos preguiçosos e não somos tenazes. Os portugueses não sabem trabalhar por iniciativa própria, não sabem ser patrões deles próprios. Quando tal acontece, não sabem cumprir horários, prazos. Por isso, é que têm sucesso lá fora, têm quem os oriente e quem mande neles. Não quero ser só pessimista - que o sou – reconheço qualidades no país onde regresso sempre e onde tenho os meus amigos e família, mas fico muito descontente com a realidade que se vive, para a qual não vejo saída nas próximas décadas. O país é bonito, come-se bem, vive-se alguma tranquilidade. Mas, nós somos uma população muito boçal, grosseira, num país onde ainda se cospe para o chão. Isto não acontece no resto da Europa. Os portugueses não conhecem os seus direitos civis e, portanto, não sabem exigir, por exemplo, qualidade na educação ou mesmo qualidade nos políticos. Mário Soares disse numa entrevista há relativamente pouco tempo: Portugal está a precisar de um “governo de salvação nacional”, e eu concordo. O português reduziu o seu patriotismo ao futebol e o resto não lhe interessa. Bom exemplo disto foi ontem quando o Benfica ganhou o Campeonato Nacional. Não deu outra coisa na televisão. Não conseguiram reduzir o evento, que foi importante, sem dúvida, às notícias desportivas. Quando quis ouvir notícias de outro teor, tive de ligar para um canal como a Sky News. Se pensarmos, por exemplo em Espanha, eu diria que os espanhóis têm hábitos de trabalho – acabam por não ser assim tão parecidos com os portugueses, mesmo no seu percurso, desde o tempo do Franco. Espanha é o D. Quixote, vai em frente e consegue, Portugal é o D. Sebastião, está sempre à espera do que vem. Por exemplo, comparando o ensino em Portugal com o ensino em Espanha, não restam dúvidas. Os alunos em Espanha têm um nível superior ao dos portugueses. Eu diria que um aluno espanhol do Ensino Secundário tem o nível de um aluno português do Ensino Superior. Resta-nos concluir que ainda temos muito para caminhar até lá chegarmos. 17 Nesta edição do nosso jornal sexto, decidimos introduzir uma nova secção dedicada a software informático. Neste pequeno espaço, o leitor pode encontrar várias dicas e programas que facilitam a execução das tarefas informáticas do dia-a-dia. Pretendemos também desvendar alguns “segredos” que tornam a utilização do computador mais eficiente e apelativa, bem como deixar conselhos práticos e úteis a todo o tipo de utilizadores de computadores. PhotoShop Creative Suite No mercado, já é possível encontrar programas de edição gráfica bastante eficientes e funcionais. O PhotoShop da Adobe é, sem dúvida, a melhor suite nesta área. Com uma interface muito intuitiva e um conjunto vastíssimo de ferramentas o único limite imposto é mesmo a imaginação. Inicialmente este programa requer algum empenho de modo a aproveitar minimamente o seu potencial. Para quem já está habituado ao paint será difícil transportar a sua área de trabalho para o PhotoShop, mas acreditem que vale a pena. O PhotoShop é vendido simultaneamente com uma ferramenta dedicada à edição de fotografias digitais: Image Ready. Este software é bastante completo e prático. Os interessados a iniciarem-se nas aplicações gráficas devem procurar ajuda na Internet em forma de tutoriais. Deste modo o utilizador habitua-se rapidamente às ferramentas do programa e obtém resultados imediatos, o que pode ser bastante motivador para a progressão. Aqui ficam alguns sites que disponibilizam imensos tutoriais assim como projectos acabados de grande qualidade: “www.pixel2life.com” “www.good-tutorials.com” Podem também recorrer a um motor de busca. Recentemente a Adobe comprou a Macromedia numa aquisição que envolveu 3.5 biliões de dólares. É de lembrar que a Macromedia tem, entre o seu vasto leque de software, a família “Macromedia Flash” e a espantosa ferramenta para a concepção de páginas da Internet: Dreamweaver. Deste modo a Adobe reforça a liderança no mercado de software para edição gráfica. Dicas para o Windows XP Como programar um temporizador para encerrar o computador. O que é necessário: Privilégios de administrador, MS-DOS; Primeiro, devemos aceder à linha de comandos carregando no “iniciar” e, em seguida, “executar” e escrever “cmd”. Aqui escrevemos o comando “shutdown –i” e aparecerá uma janela. Nesta janela escolheremos a opção “adicionar” e aqui escrevemos o nome da máquina em que estão a operar. Para aqueles que não sabem como descobrir o nome do computador façam o seguinte: carreguem com o botão direito no icon “o meu computador” e escolham “propriedades”. Depois, vão ao separador “nome do computador” e copiem o “nome completo do computador”. Voltem à vossa janela do comando “shutdown –i” e coloquem aqui o nome que copiaram. Em seguida, deixem em branco a opção de avisar utilizadores. No espaço onde nos pedem a razão para o encerramento, coloquem o que quiserem (mas têm que colocar alguma coisa). Para finalizar, têm que indicar o tempo até ao encerramento do computador (atenção que este tempo tem que ser expresso em segundos, por isso façam a conversão de cabeça ou peguem na calculadora…). Cliquem em ok e aparecerá um aviso com o tempo até à altura do encerramento. Esta dica é principalmente útil para aqueles que gostam de fazer downloads durante a noite. BYTES & CHIPS E3: Electronic Entertainment Expo Teve lugar em Los Angeles, de 16 a 20 de Maio, a maior feira de vídeo jogos e electrónica do mundo. As grandes editoras e produtoras têm direito a um stand e durante cinco dias apresentaram os seus projectos para este e o próximo ano. Os suportes de leitura são os tão discutidos Blue Ray, mas também corre a maior parte de todos as outras unidades de armazenamento (cd-rom,cdr+w,dvd,dvd-r). Além disso tem compatibilidade com o software das suas antecessoras. No entanto, a concorrência não ficou intimidada e apresentou os seus trunfos. A Nintendo não avançou nada de concreto sobre a sua Revolution a não ser que tem conectividade com a DS (Dual Screen) e que é três a quatro vezes mais rápida do que a GameCube a nível de processamento (o que até não é muito, tendo em conta que a XBOX 360º é 25 vezes mais rápida que a sua antecessora e a PS3 35 vezes mais do que a PS2). A Sony ostenta a Playstation 3 que em comum com a 2 só tem mesmo o nome. A nível de hardware esta é a plataforma mais bem artilhada, com o processador Cell, desenvolvido em parceria com a IBM e a Toshiba, atinge velocidades de processamento na ordem dos 3.2 Ghz. Também na componente gráfica nada ficou ao acaso, o chip é da Nvidia e denomina-se de RSX (Reality Synthesizer). De acordo com as declarações da Nvidia este chip terá 512MB para a renderização gráfica (as actuais atingem um máximo de “apenas” 256MB) e uma resolução de imagem impressionante, ideal para HDTV (High Definition Television). Para uma ideia mais prática o desempenho deste hardware é maior do que o conseguido com duas placas GeForce 6800 em modo SLI (Scalable Link Interface, esta tecnologia permite ligar duas placas gráficas em simultâneo). 19 Uma conversa com Mário Cláudio A Microsoft, como foi dito, apresentou a XBOX 360º. Artilhada com o processador da IBM, Power PC, a 3.2 ghz e uma placa gráfica da ATI a 500 mhz, impressiona qualquer um. A memória virtual é uma das grandes valias desta consola; 512 MB DDR3 a 700 mhz. Tem ainda suporte para conecções wi-fi (ou seja pads sem fios) e disco rígido externo de 20GB. As estrelas deste ano foram sem dúvida as consolas da próxima geração e respectivos jogos. A Microsoft e a Sony apostaram num hardware poderoso enquanto a Nintendo decidiu oferecer aos jogadores a consola mais pequena já alguma vez feita. ARTES E LETRAS 18 N asceu em 1941, no Porto, cidade à beira Douro onde ainda vive e com a qual se identifica. Espanha é o D. Quixote, vai em frente e Prémio Eça de Queiconsegue, Portugal é o D. Sebastião, rós do Município de Lisboa (1997) e Préestá sempre à espera do que vem. Escreveu recentemente um livro intitulado Meu Porto e, há alguns anos atrás, um outro, A cidade no bolso, ambos sobre a cidade à qual não poupa descrições poéticas e históricas, e que não pára de descobrir e redescobrir. Já deu inúmeras entrevistas para falar do Porto, que conhece desde a sua infância, descrevendo os espaços que com o tempo fixou, o clima, os hábitos, os costumes e o modo de falar do povo portuense. Evoca as transformações que a cidade foi sofrendo com o passar dos tempos e outros encantos e recatos que foi guardando. Reconhece-lhe inconfundíveis valores citadinos de uma pequena grande urbe com o seu “exemplar universo Barroco” e a sua herança do período romântico. “Até tem o Museu Romântico…”, referiu o escritor numa das suas muitas entrevistas. Concluindo, ainda é muito cedo para tirar conclusões, as consolas foram apresentadas mas tudo se decide pelo software. De uma coisa temos a certeza, a “batalha” vai ser renhida e quem ganha é a comunidade de jogadores. Mário Cláudio merece, antes de mais, uma apresentação que, apesar de já lhe ser rotineira, não deixa de lhe ser justa: Mário Cláudio é pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra (1966), diplomado com o curso de bibliotecário-arquivista pela mesma Universidade, Master of Arts em Biblioteconomia em Londres. Foi professor na Escola Superior de Jornalismo do Porto e é professor convidado da Universidade Católica do Porto. Clube do Jornal Mário Cláudio foi galardoado com o Prémio Pessoa 2004, o mais conceituado prémio na área da cultura em Portugal, pelo seu “inestimável contributo para a história da Literatura Portuguesa”. Foi Grande Prémio de Romance e Novela da APE; Prémio do Pen Clube Português em ficção; mio de Crónica da APE. Estreou-se na poesia com Ciclo de Cypris (1969) e no romance com Um Verão Assim (1974). Entre 1984 e 1988, publicou a sua primeira trilogia, Amadeo, Guilhermina e Rosa, sobre Amadeo de Souza-Cardoso, Guilhermina Suggia e Rosa Ramalho. Entre 1990 e 1997 publicou uma segunda trilogia, A Quinta das Virtudes, Tocata para dois clarins e O Pórtico da Glória. Acaba de publicar o romance Gémeos, inspirado na vida de Goya, último da trilogia composta por Ursamaior (2000) e Orion (2003). Muitas outras obras, notáveis pela esplêndida capacidade narrativa, pelo extraordinário contributo histórico e, acima de tudo, pela inconfundível proficiência da língua portuguesa, ficam aqui por destacar. Mas, para todos aqueles leitores que impetuosamente apreciam uma boa achega literária, Triunfo do Amor Português, uma reinvenção dos grandes amores da história portuguesa, fica aqui recomendado, sendo este livro, de vivo interesse, a sua mais recente publicação. Ao longo de toda a sua carreira, que conta já com mais de 30 anos de vida literária, deu um enorme contributo a Portugal na área da cultura, na busca da identidade portuguesa. Entre outros, colaborou em inúmeros jornais e revistas e dirigiu diversos documentais para a televisão sobre literatura portuguesa. Tem sido um amigo e colaborador activo do Centro Nacional de Cultura, que, “tem sabido aliar o exemplar culto da língua portuguesa a um inteligente aprofundamento dos valores da cultura portuguesa, como realidade aberta e multifacetada”. O Sexto foi recebido em casa deste notável escritor para mais uma conversa informal com aquele que se apelida de pessimista e que intimida num primeiro contacto. Refastelado no seu sofá de sala, olha-nos sempre de sobrolho caído, à distância, antecipando atentamente, a cada momento, a