A indústria do papel - Santillana formação
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A indústria do papel - Santillana formação
Itinerário pedagógico A INDÚSTRIA DO PAPEL Ciências NaturAIS FÍSICO-QUÍMICA GEOGRAFIA HISTÓRIA 05_Industria do Papel.indd 1 • O eucalipto • Produção do papel • A localização industrial • A «revolução do papel» • A industrialização da «galáxia de Gutenberg» 20/03/14 17:33 Apresentação Em 2014, a editora Santillana comemora o seu 25.º Aniversário em Portugal. Consideramos que é uma data com um significado especial, que queremos partilhar com o professor como forma de agradecimento por nos acompanhar neste percurso. Com esse propósito, criámos recursos educativos inovadores e úteis para professores e alunos, pois esta é a nossa área de especialidade. Selecionámos, assim, uma série de temas que podem ser explorados nas salas de aula e que se propõem alcançar os seguintes objetivos: • valorizar o património cultural de Portugal a partir da exploração de temas que tenham uma importância destacada no desenvolvimento económico e social das regiões do nosso país; • escolher setores que tenham sofrido profundas alterações nos últimos 25 anos e que, no momento presente, enfrentam o desafio que é crescer com ambição e sucesso num novo contexto económico e social; • trabalhar numa perspetiva multidisciplinar como forma de enriquecer os recursos didáticos e permitir um trabalho de parceria com as escolas; • propor sugestões de atividades que possam ser facilmente realizadas nas salas de aula e que possam servir de base para visitas de estudo ou para trabalhos de investigação; • estreitar a relação entre os conteúdos didáticos e o quotidiano dos alunos. Esperamos que a exploração destes temas seja útil para o seu trabalho nas escolas e contamos consigo para continuar a melhorar a qualidade da formação dos nossos alunos. A equipa Santillana 1989-2014 05_Industria do Papel.indd 2 20/03/14 17:33 A INDÚSTRIA DO PAPEL Desde a sua origem que o ser humano sente necessidade de fazer registos. Se houve períodos em que o fazia em cavernas, em pedras ou até em folhas de plantas, com a invenção do papel essa tarefa passou a ser bastante facilitada e generalizada. É incontornável a importância do papel na atualidade, mesmo numa era em que as novas tecnologias dominam o dia a dia do ser humano. O Património E O SEU POTENCIAL PEDAGÓGICO 05_Industria do Papel.indd 3 p. 4 Ciências Naturais p. 6 Físico-Química p. 8 Geografia p. 10 História p. 12 Caso de sucesso p. 14 20/03/14 17:33 O Património E O SEU POTENCIAL PEDAGÓGICO José Amado Mendes Professor catedrático da Universidade de Coimbra (ap.º) e da Universidade Autónoma de Lisboa. Tem-se dedicado à investigação e ao ensino de questões relacionadas com o património, a museologia, a arqueologia industrial e a história das empresas, entre outras. O património cultural — doravante designado apenas por património — está na ordem do dia, sobretudo desde meados do século xx. Até à década de 1930, a noção de património circunscrevia-se quase só ao conjunto de bens materiais, transmitidos pelos familiares aos seus descendentes e herdados por estes. Aliás, o próprio vocábulo «património» (do latim «patrimonium») remete para «pater» (pai) e também para a herança de bens familiares, cujo significado se encontra patente na raiz do termo inglês «heritage». Todavia, de modo especial a partir da II Guerra Mundial, a noção de património passou a aplicar-se cada vez mais frequentemente aos elementos de ordem cultural, de tal modo que, quando nos referimos àquele, mesmo sem o adjetivar, regra geral o que temos em mente é precisamente o património cultural. Entre outras definições, podemos adotar a seguinte: «a noção moderna de património, que põe uma ênfase especial no critério científico de seleção dos bens patrimoniais, abarca todos os objetos portadores de informação e que tenham sido produzidos em qualquer momento histórico» (Tugores e Planas, 2006: 23)1. Alguns dos fatores mais significativos pelos quais o património tem vindo a impor-se, tanto do ponto de vista da ciência como da docência, devem-se, por um lado, à sua interdisciplinaridade — o que tem levado, inclusive, à criação das chamadas «ciências do património» (Mohen,1999) — e, por outro, ao seu cariz de aplicabilidade a diversos domínios, como veremos em seguida. 1.Valores e potencialidades do património Dada a já referida abrangência do conceito de património, em vez de património podemos falar de patrimónios, pois aquele diversifica-se por diversas modalidades, embora sob a mesma designação genérica. Assim, reportando-me apenas a alguns exemplos, podemos identificar os seguintes tipos de património: mundial, europeu, nacional, regional e local; material e imaterial, artístico, estético e arqueológico; científico e tecnológico; industrial e agrícola; gastronómico, folclórico e musical; natural e paisagístico, etc. Ainda que com incidências diferentes, consoante o género de património, são múltiplos os valores e as potencialidades que lhe podemos atribuir. Todavia, deverá ter-se presente que o património não tem propriamente um valor intrínseco, já que aquele é-lhe atribuído pelas pessoas de determinada época e em contexto específico. Referem-se a este aspeto expressões como as seguintes: a) «nada é património, mas qualquer coisa se pode tornar património»; b) as discussões cerca do património não são relativas ao passado, mas sim sobre o presente e o futuro, designadamente quanto ao que fazemos dele (Howard, 2003: 7 e 19). Xavier Greffe, por exemplo, alude aos seguintes valores do património: estético, artístico, histórico, cognitivo e económico (Greffe, 1990: 32-38); a estes, permito-me acrescentar os valores social e pedagógico. Quanto aos valores estético e artístico, eles estão presentes nos monumentos tradicionais — castelos, catedrais e igrejas, palácios e casas vernáculas, obras de arte pictóricas e escultóricas, objetos de ornamento e de vestuário, entre outros —, podendo ser estudados através da história, da história da arte, da etnologia e da sociologia. No que concerne ao valor histórico e cognitivo, os objetos são vistos como fontes de informação ou como documentos/ /monumentos (usando a expressão de Jacques Le Goff). Relativamente ao valor económico, o património é perspetivado como um recurso que pode igualmente transformar-se num «produto», o qual é de capital importância, por exemplo, no âmbito do turismo cultural. Face ao papel que o turismo desempenha na economia e na sociedade contemporâneas, já se lhe chamou o «passaporte para o desenvolvimento» (Kadt, 1984). O valor social do património patenteia-se na sua fruição pela própria sociedade, através da sua utilização ou reutilização para proveito das comunidades em que o mesmo se insere. A propósito, já foi devidamente enfatizado: «A partir da década de 1980, o património cultural começa a ser percebido não só na sua dimensão histórica e cultural, mas também como uma fonte de riqueza e de desenvolvimento económico» (Hernández Hernández, 2002: 8). Ao invés do que outrora se verificava, segundo esta perspetiva, o património deve ser considerado uma mais-valia ou um ativo, em prol do desenvolvimento, e não apenas um encargo para os responsáveis pela sua preservação. 2.O património no centro da educação formal O património e a educação patrimonial, não obstante a sua enorme importância, ainda não ocupam o papel primordial que lhes deveria ser atribuído na escola e no processo de ensino-aprendizagem. Acerca do assunto e a propósito da pedagogia do património, já foi formulada a seguinte questão: «Os nossos contemporâneos felizmente têm aceitado estas verdades fundamentais [quanto à função educativa] nos domínios técnico e científico. Mas que dizer de uma educação para o ambiente e o património? Estará ela suficientemente presente nos nossos espíritos e nas nossas escolas?» (Hague [The] Forum, 2004: 8). Do ponto de vista da educação formal — em geral cometida à escola —, o património constitui um complemento fundamental do processo educativo, podendo funcionar como uma espécie 1 Não obstante a relevância que o património tem vindo a assumir nas últimas décadas — ao ponto de já se falar de uma certa «patrimonialização» —, os dicionários de língua portuguesa só recentemente passaram a considerar e referida vertente do património, como por exemplo na seguinte definição: «conjunto de bens materiais e imateriais transmitidos pelos antepassados e que constituem uma herança colectiva» («património», in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, vol. II, Lisboa, Ed. Verbo, 2001, p. 2784). Nas citações a partir de língua estrangeira, a tradução é da minha responsabilidade. 4 05_Industria do Papel.indd 4 20/03/14 17:33 de laboratório. Segundo Ballart, podemos «aproximar-nos» do passado através de três vias: a) pela memória, explorada através da história oral e da psicologia; b) pelos livros e documentação arquivística, como fazem os historiadores; c) pelos objetos e vestígios materiais, foco de atenção por parte de arqueólogos e antropólogos (Ballart, 1997: 93). Os objetos e vestígios materiais contemplam, por exemplo: estátuas, livros, fábricas, fotografias, paisagens, canais, casas, igrejas, mobiliário, tecnologia, utensílios e ferramentas artesanais, meios de transporte, centrais elétricas, de gás e de elevação e tratamento de água. A sua diversidade é quase omnipresente e pelo menos alguns dos seus elementos fazem do dito património um meio pedagógico da maior relevância, o que é facilitado pela sua acessibilidade, tanto a professores como a alunos, no respetivo contexto. As visitas de estudo, organizadas no âmbito da escola, ou mesmo fora do ambiente escolar, por alunos — individualmente ou em família —, devem fazer parte das estratégias de ensino-aprendizagem, bem como de projetos de investigação a desenvolver. Assim, segundo já foi destacado por um autor, «é possível dar um uso didático ao património. Neste caso, o seu uso e significado estão unidos a um determinado processo de ensino e aprendizagem, à sua utilidade como recurso didático em contextos formais ou informais de ensino» (Viñao, 2011: 49). Como são múltiplas as atividades a concretizar no que concerne ao património — deteção e inventariação, salvaguarda e preservação, reutilização e dinamização —, existem numerosos tipos de ações que poderão ser incrementadas, com bons resultados em termos de aproveitamento escolar, de âmbito pluridisciplinar. Mesmo que os aspetos relacionados com o património não se encontrem expressamente referenciados nos conteúdos programáticos, há sempre a possibilidade de usar a chamada «porta de serviço» 2. Trata-se, pois, de utilizar o património para ilustrar, fundamentar ou concretizar rubricas dos programas, direta ou indiretamente, relacionadas com o mesmo. São diversas as temáticas em que a educação patrimonial e a história — bem como outras disciplinas — se podem encontrar e de que podem beneficiar mutuamente, tais como: artesanato, industrialização e urbanização; rotas comerciais e meios de transporte e comunicações; expansão marítima e encontro de civilizações; arquitetura civil, militar e religiosa; antigo regime, modernidade e pós-modernidade; cultura de massas e cultura de elites; operariado e respetivo ambiente3. Obviamente que, nestes como noutros casos relacionados com o património, as questões referentes à identidade e à memória também se encontram presentes. Reportando-se aos laços que unem a história e a memória, esclarece A. Viñao: «paradoxalmente, o crescente interesse pela memória e pelo património produz-se num momento caracterizado pela desmemória, a destruição do comum ou comunitário e as profundas transformações nos meios e suportes de transmissão intergeracional do saber e do conhecimento que em cada momento se considera valioso. No centro de tudo se acha a educação institucional, essa atividade ou tarefa que as sociedades têm configurado ao longo de vários séculos para levar a cabo, de modo sistemático e formalizado, a dita transmissão» (Viñao, 2011: 35). Em termos de metodologia, a educação patrimonial é baseada em: métodos ativos; ensino baseado em projetos; práticas cooperativas; autogestão e disciplina; interdisciplinaridade e interculturalismo; parcerias entre professores, líderes culturais artesãos, encarregados de educação e patrocinadores (Cultural heritage…, 1998: 115). O estudo do património pode desempenhar também uma função primordial na formação para a cidadania, a compreensão do outro, a tolerância e a paz. Como cada povo constrói, desenvolve e salvaguarda o seu próprio património, o aprofundar do seu conhecimento constitui uma boa forma de entendimento e de aproximação entre pessoas provenientes de meios culturais e civilizacionais diversificados (Hague [The] Forum, 2004: 26), o que é da maior importância na era da globalização e no «mundo plano»4 em que nos inserimos. 3.O património na educação não formal e ao longo da vida Relativamente à educação não formal — também apelidada de informal por alguns autores —, é hoje relativamente consensual que se trata de uma das principais características das políticas educativas do século xxi. Com efeito, diferentemente do que se registava num passado ainda não muito distante, o processo de ensino-aprendizagem não se restringe meramente ao período escolar do indivíduo, mas deve acompanhá-lo ao longo da vida. Neste contexto, instituições como museus, centros de interpretação, bibliotecas, arquivos e outros centros de documentação e informação — locais que, por definição e vocação, albergam, estudam, tratam e divulgam os vários géneros de património — são convocados para o domínio da educação, tornando-se assim parceiros e complementos das próprias escolas. Em termos de valorização e sensibilização, a educação patrimonial leva a que o indivíduo, culto, civicamente ativo e crítico, não só conheça o património mas também adquira competências para ser um seu empenhado defensor e protetor. Assim, o património está intimamente relacionado com a educação em todas as idades5. Como escreveu F. Tilden, considerado o pai da interpretação no campo do património: «através da interpretação, a compreensão; através da compreensão, a apreciação; e através da apreciação, a proteção»6. 2 Esta estratégia foi utilizada em Inglaterra nas décadas de 1960 e 1970, quando se começou a prestar a devida atenção ao potencial pedagógico do património e da arqueologia industriais. 3 Alguns exemplos da ação educativa junto das comunidade podem passar por: a) técnicas relacionadas com o trabalho da comunidade; b) salvaguarda do património cultural local; c) visitas de estudo, atentas aos valores visuais do ambiente, artesanais e artísticos (Telmo, 1986: 6). 4 Friedman, 2005. 5 Howard, 2003: 18. 6 NOTA: Referências bibliográficas na contracapa desta brochura. Apud Murta e Celina (Orgs.), 2002: 14-15. 5 05_Industria do Papel.indd 5 20/03/14 17:33 Ciências naturais A área da floresta em Portugal abrange cerca de 38 % do território. É uma proporção muito elevada em comparação com outros países, em particular da Europa. A floresta, natural ou plantada, é essencial para o nosso bem-estar, ajudando-nos a manter o equilíbrio mental e a saúde. A sua gestão sustentável é necessária para a manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas. Doc. 1 A história do eucalipto tem 35 milhões de anos. Há mais de 600 variedades, na maioria originárias da Austrália e da Tasmânia. O primeiro eucalipto conhecido no Ocidente ficou a dever-se à expedição de Cook, em 1770. O eucalipto O eucalipto foi introduzido em Portugal na primeira metade do século xix e expandiu-se sobretudo na segunda metade do século xx, dando origem à produção industrial de pasta e de papel em Portugal. A variedade Eucalyptus globulus encontrou no País condições privilegiadas, adaptando-se com facilidade ao clima e aos solos. Foi em Portugal que, pela primeira vez no Mundo, se utilizou madeira de eucalipto para fabricar pasta de papel. A empresa pioneira foi o grupo Portucel Soporcel, em 1957. Eucaliptos. O crescimento da floresta de eucalipto gerou polémica, conotando-o com a retenção de água nos solos. Contudo, podemos considerar que o eucalipto é eficiente na utilização de água disponível. Sem raízes longas ou profundas, esta árvore consegue regular a transpiração através das folhas, retendo a água em excesso para a usar em períodos de seca. Espécie de crescimento rápido, resiste bem a pragas e a doenças, e, além disso, também é muito eficiente no combate ao efeito de estufa, uma vez que o eucalipto é um fixador de dióxido de carbono. Devido às propriedades medicinais e aos óleos essenciais contidos nas suas folhas, diversas variedades de eucalipto são utilizadas em farmácia e aromaterapia. Fibras de eucalipto ao microscópio. Fotossíntese Combustão Dióxido de carbono Respiração Respiração Respiração Respiração Oxigénio Fotossíntese Combustíveis fósseis Excrementos Decompositores Decomposição Decomposição Transformação dos compostos de carbono Assimilação de carbono pelos herbívoros O ciclo do carbono permite que a biomassa seja uma fonte de energia renovável. A produção de papel e de energia O grupo Portucel Soporcel é o maior produtor nacional de energia a partir de uma fonte renovável — a biomassa florestal (produtos recentes derivados de organismos vivos, utilizados como combustíveis). As principais fontes deste combustível são a lenhina, separada no processo de produção de pasta, a casca e outros desperdícios da madeira, obtidos no seu manuseamento fabril ou florestal. 6 05_Industria do Papel.indd 6 20/03/14 17:33 A INDÚSTRIA DO PAPEL A gestão sustentável da floresta De acordo com a FAO, a gestão sustentável da floresta requer que a administração e o uso da mesma sejam efetuados de forma a manter as suas biodiversidade, produtividade, capacidade de regeneração e vitalidade, e o potencial para suprir, hoje e no futuro, funções ecológicas, económicas e sociais relevantes, local, nacional e globalmente, que não causem problemas a outros ecossistemas. A indústria do papel pode ajudar… e ajuda: • Zonas de exploração comercial mais intensivas podem, por exemplo, servir como zonas de tamponamento entre áreas protegidas. • A área florestal detida pelas empresas nacionais, certificada, tem vindo a aumentar nos últimos anos. • A indústria desenvolveu práticas de gestão que têm permitido diminuir o consumo de água por tonelada produzida, os efluentes e as emissões de CO2 e de outros gases de estufa. • Uma das principais características desta indústria é o seu elevado grau de autossuficiência energética, com a elevada utilização de energia verde a partir de biomassa florestal. • Os produtos da indústria papeleira portuguesa são os maiores responsáveis pelo aumento da área florestal verificada no último século em Portugal. Floresta portuguesa. O ciclo de vida do papel e do cartão Os papéis para reciclar são uma fonte importante de matéria-prima e constituem uma mais-valia para Portugal. O ciclo de vida do papel e do cartão tem início na matéria-prima que lhe dá origem, a árvore. Mas não termina depois de o material produzido ser utilizado, porque o papel pode ser reciclado várias vezes. O seu ciclo de vida assenta essencialmente em sete etapas, como se pode verificar no esquema. 5. Consumo 1. Gestão florestal sustentável 4. Transformação de papel/cartão 2. Produção de pasta 3. Produção de papel 6. Recolha 7. Reciclagem Ciclo de vida do papel e do cartão. Sugestões de exploração 1. Investigar dados estatísticos sobre a reciclagem de papel e a utilização de papel reciclado em Portugal. Apresentar graficamente os dados obtidos e registar as conclusões. 7 05_Industria do Papel.indd 7 20/03/14 17:33 Físico-Química Existem muitas espécies de árvores que podem ser utilizadas no fabrico de produtos de papel. Contudo, a utilização de coníferas e de fibra recuperada de resíduos pós-consumo é muito usada em Portugal. Produção do papel Esquema de produção do papel. Fonte: www.celpa.pt Floresta — A madeira proveniente de coníferas tem como benefício as fibras longas e fortes, que ajudam a formar uma complexa malha entrecruzada na máquina de papel para produzir papel de qualidade. Captação da madeira — A árvore é cortada e transportada. Produção da celulose — A produção da celulose pode ser mecânica, termomecânica ou química (kraft). Pasta de papel com diferentes graus de branqueamento. Branqueamento — O branqueamento é um requisito absoluto para uma qualidade elevada. A celulose, produzida a partir de qualquer método de produção de celulose, apresenta de alguma forma uma certa aparência acastanhada. Toda a celulose poderá ser branqueada até atingir um brilho mais elevado, fundamental para um papel de impressão de qualidade elevada. 8 05_Industria do Papel.indd 8 20/03/14 17:33 A INDÚSTRIA DO PAPEL Na produção do papel são utilizados dois tipos de celulose com diferentes características físicas: • Fibra longa — A celulose de fibra longa, originária de espécies coníferas como o pinheiro-bravo (em Portugal, o mais comum é o Pinus pinaster), tem entre 2 e 5 milímetros de comprimento. É utilizada no fabrico de papéis que necessitam de ter maior resistência, como os das embalagens, e nas camadas internas do papel cartão, bem como do papel jornal. • Fibra curta — A celulose de fibra curta, com 0,5 a 2 milímetros de comprimento, deriva principalmente do eucalipto (em Portugal, o mais comum é o Eucaliptus globulus). Estas fibras são ideais para a produção de papéis como os de impressão e de escrita, e de fins sanitários (papel higiénico, toalhas de papel e guardanapos). As fibras do eucalipto também são usadas em papéis especiais, entre outros, pois têm maior resistência, com alta maciez e absorção. Embora o gás de cloro e o dióxido de cloro sejam extremamente eficazes no branqueamento de fibras de madeira, as preocupações ambientais implicaram uma remoção gradual destes químicos a partir do processo de branqueamento, pois os compostos de cloro não podem ser totalmente neutralizados por meio de uma unidade de tratamento de efluentes, e a água tratada, descarregada nos rios ou no mar, poderia conter ainda resíduos de compostos de cloro, por exemplo, dioxina, que iria esgotar o oxigénio e destruir os habitats aquáticos. A celulose branqueada sem a utilização destes químicos denomina-se «totalmente isenta de cloro». Os químicos tipicamente utilizados no branqueamento são: oxigénio (O2), ozono (O3) e peróxido de hidrogénio (H2O2). Exemplos de tipos de celulose para a produção do papel. Fibras de celulose madeireiras. Pasta de papel branqueada para a produção de papel de qualidade elevada. Produção de bobinas Para fazer o papel, a celulose é misturada com a água para desagregação das fibras. Algumas vezes, as fibras são submetidas a tratamentos mecânicos para torná-las mais adequadas ao fabrico do papel, tornando-o mais macio, liso, resistente ou absorvente. Podem ser acrescentados aditivos, que dependem da finalidade do papel a ser produzido e das exigências do mercado consumidor. É produzida uma folha única de papel, que é enrolada em bobinas e, posteriormente, embalada para ser enviada ao mercado consumidor. Bobina de papel. Sugestões de exploração 1. Explicar sucintamente o processo de produção do papel. 2.Indicar de que forma o branqueamento do papel pode ser prejudicial ao ambiente. 3.Realizar uma visita de estudo à fábrica de papel (inscrições disponíveis em http://www.portucelsoporcel.com/visitas-escolares/index.html). 9 05_Industria do Papel.indd 9 20/03/14 17:33 GEOGRAFIA A localização industrial Doc. 1 A unidade industrial da Figueira da Foz Fábrica da Figueira da Foz. Instalada no complexo industrial de Lavos, na Figueira da Foz, é uma das mais eficientes unidades fabris de pasta e papel da Europa. Assegurando um volume anual de produção e transformação de papéis finos não revestidos cifrado em cerca de 800 mil toneladas, representa uma das maiores unidades industriais da Europa. Desde a sua inauguração, em 1984, esta unidade industrial foi equipada com tecnologia avançada. Com a instalação de uma segunda máquina de papel, em 2000, representativa do estado da arte no setor, a fábrica da Figueira da Foz constitui uma referência na indústria europeia de papéis finos não revestidos. A operação da fábrica da Figueira da Foz está integrada verticalmente, da floresta ao papel, passando pela produção anual de 560 mil toneladas de pasta, ao sulfato de eucalipto, e pela produção de energia verde a partir de biomassa. A produção de pasta é totalmente integrada no fabrico de papel de impressão e escrita não revestido. O papel obtido é transformado internamente, em formatos (folhas) para a indústria gráfica (grandes formatos) e para escritório (A4 e A3). Existem várias condições ou fatores que devem ser considerados quando se pretende instalar uma unidade industrial; são conhecidos como fatores de localização industrial e visam reduzir os custos e aumentar os lucros da atividade: • proximidade da mão de obra; • proximidade do mercado; • proximidade das matérias-primas; • condicionantes estatais; • preço do terreno/espaço; • proximidade dos transportes e das vias de comunicação. Estes fatores podem também levar à deslocalização das indústrias, isto é, ao abandono das áreas geográficas tradicionais de implantação a favor de outras (muitas vezes longínquas) que têm condições mais favoráveis (do ponto de vista da indústria). Esta deslocalização tem sido favorecida pelas facilidades cada vez maiores dos transportes de longas distâncias, que permitem colocar os produtos nos mercados consumidores a preços Fatores de localização industrial acessíveis. Fatores físicos Fonte: site da Portucel. as rim -p rias té rgia Fatores económicos e políticos Mercado Transportes Ma Ene Açã Fatores demográficos od oE sta do bra eo d ão M Fatores de localização industrial. 10 05_Industria do Papel.indd 10 20/03/14 17:33 A INDÚSTRIA DO PAPEL Doc. 2 A indústria do papel e o ambiente Matéria-prima. A indústria portuguesa do setor do papel progrediu muito ao longo dos últimos anos, na forma como considera e aborda os problemas da poluição e do ambiente em geral. Esta indústria depara também com uma complexidade acentuada ao nível dos processos mecânicos e químicos, associados à produção de pasta e de papel. Neste contexto, os assuntos associados com emissões de CO 2, consumo de energia, consumo de gás, utilização de biomassa, consumo de água, entre outros, estão relacionados com a gestão corrente desta indústria. Assim, e pela natureza do negócio, os aspetos ambientais constituem parte integrante da gestão das empresas do setor. Desde a década de 80 do século xx que esta indústria iniciou um forte investimento ao nível da aquisição de novos equipamentos, que contribuíssem para a diminuição do seu impacto ambiental. A área florestal detida pelas empresas do setor tem vindo a aumentar nos últimos anos. A indústria tem desenvolvido práticas de gestão que têm permitido, por exemplo, diminuir o consumo de água por tonelada produzida, os efluentes e as emissões de CO2 e outros gases com efeito de estufa. O desempenho económico positivo que a indústria tem vindo a alcançar tem sido acompanhado por uma preocupação crescente com o ambiente. A necessidade de incorporar as questões ambientais na gestão corrente das empresas reflete-se de várias formas nesta indústria: • na utilização das melhores técnicas disponíveis aplicadas na generalidade das instalações; • na adoção de práticas voluntárias que minimizam os impactos da indústria, através do desenvolvimento de ações de formação com os proprietários privados e outras parcerias; • através de um forte envolvimento nas discussões com as autoridades, quer nacionais quer europeias, sobre os vários temas do foro ambiental e económico, e cujos desenvolvimentos têm uma forte influência no futuro do setor. A valorização da biomassa (casca de madeira, resíduos florestais e licor negro) para autoabastecimento energético, através das unidades de cogeração, em alternativa à utilização de combustíveis fósseis, teve um resultado significativo quando comparado com outros setores nacionais também fortemente consumidores de energia. A indústria papeleira apresenta algumas características que a tornam única do ponto de vista da sustentabilidade florestal e ambiental, pois baseia-se na exploração de um recurso natural, renovável e com características de sumidouro de carbono, através das florestas que gere; gera produtos com alto conteúdo em carbono, o que lhes confere um estatuto de sumidouro, que é proporcional à vida útil do produto; produz produtos várias vezes recicláveis, prolongando assim a respetiva vida útil; produz produtos biodegradáveis, reduzindo o impacto ambiental da sua deposição final. Adaptado de site da CELPA (Associação das indústrias de papel). Sugestões de exploração 1. Investigar a importância da indústria do papel na economia portuguesa. 2.Investigar as medidas de proteção ambiental implementadas neste setor, tendo em vista a redução das emissões de CO2. 11 05_Industria do Papel.indd 11 20/03/14 17:33 história A «revolução do papel» Os mais antigos fragmentos de papel recolhidos pelos arqueólogos datam de cerca do século ii a. C., na China. O processo de fabrico do papel a partir da celulose é tradicionalmente atribuído a um eunuco da corte Han daquela época, chamado Cai Lun. Além de servir de suporte à escrita, o papel permitiu nessa época substituir a seda numa série de aplicações, possibilitando à China exportar em número crescente panos de seda, o que foi um impulso decisivo na dinamização das relações comerciais de longa distância, nomeadamente através da famosa Rota da Seda. Nessa época, o Império Romano passou a ser um importador das sedas chinesas, mas não ainda do papel. O papel chegou ao Ocidente através do Médio Oriente, a partir do século xiii. Durante a baixa Idade Média, apareceram na Europa as primeiras fábricas de papel, normalmente com mecanismos hidráulicos e, por isso, situadas junto a cursos de água. A introdução e difusão da imprensa de caracteres móveis — outra invenção chinesa que «migrou» para o Ocidente — revolucionaram o uso do papel. Na China, o papel já era usado para a escrita e impressão de caracteres. Na Europa, a difusão da imprensa a partir do alemão Johannes Gutenberg (1395-1468) tornou o uso do papel cada vez mais comum, criando uma grande procura que estimulou o seu fabrico por todo o continente. O livro mais antigo impresso em papel. Trata-se de uma obra sapiencial budista conhecida como Aforismos de diamante. A impressão é de cerca do ano de 868, altura em que no Ocidente o suporte mais difundido era ainda o pergaminho. 12 05_Industria do Papel.indd 12 20/03/14 17:33 A INDÚSTRIA DO PAPEL A industrialização da «galáxia de Gutenberg» A partir do século xv, a Europa tornou-se progressivamente uma «civilização de papel», como a China, utilizando quantidades imensas daquele produto na burocracia do Estado, nas universidades e na indústria livreira, sempre em expansão. Por meio da colonização europeia de outros continentes, esta utilização maciça do papel espalhou-se pela América, por África e pela própria Ásia. No século xix, os novos processos de produção mecanizada, permitidos pela Revolução Industrial, foram aplicados ao fabrico do papel, transformando as antigas fábricas de raiz medieval em grandes complexos industriais modernos. A produção tornou-se mais barata e o papel, mais acessível à bolsa dos consumidores, o que foi uma importante ajuda no progresso da alfabetização e no consumo crescente de livros, cadernos e outros materiais historicamente associados. A oficina de impressão com caracteres móveis de Gutenberg, no século xv (reconstruída em 1960). Uma grande fábrica de papel nos Estados Unidos da América, em meados do século xix. Sugestões de exploração 1. Pesquisar sobre a época e as circunstâncias das primeiras utilizações do papel em Portugal. 2.Elaborar uma tabela-resumo sobre o impacto do papel na história europeia. Pode estar organizada tematicamente: economia (consumo e produção), política (expansão da burocracia e de ideologia) e cultura (ensino, livros e alfabetização). 3.Realizar uma reflexão sobre o futuro do papel, tendo em conta a história dos diferentes suportes de escrita e de leitura. Pode ter-se em conta a concorrência dos suportes digitais, as preocupações ambientalistas com o consumo de papel, etc. 13 05_Industria do Papel.indd 13 20/03/14 17:33 CASO DE SUCESSO O grupo Portucel Soporcel História A história de sucesso do grupo Portucel Soporcel é o resultado de um património empresarial que importa capitalizar e valorizar, hoje e no futuro. Com sementes no passado, mais concretamente na década de 50 do século xx, a história começa quando uma equipa de técnicos da fábrica de Cacia, que representa o primeiro marco histórico deste grupo, tornou possível que esta unidade fabril fosse a primeira no Mundo a produzir pasta branqueada de eucalipto ao sulfato. Portucel Soporcel. Foi com o objetivo de reestruturar a indústria papeleira em Portugal que, em 2000, a Portucel adquiriu a Papéis Inapa e, em 2001, a Soporcel, movimentos estratégicos na consolidação deste setor em Portugal. Estas duas etapas foram decisivas e deram origem ao grupo Portucel Soporcel, que hoje dá cartas no Mundo, sendo atualmente o primeiro produtor europeu e um dos maiores a nível mundial de pasta branca de eucalipto (BEKP) e o primeiro produtor europeu de papéis finos não revestidos (UWF). Ao longo dos anos acreditou-se nas potencialidades de uma espécie florestal que tem condições favoráveis de crescimento em Portugal, o eucalipto, e aperfeiçoou-se a produção de papel para fins de impressão e escrita. Em 2004, a Semapa, grupo de relevo de capital português, adquire a maioria do capital da Portucel e um novo ciclo inicia-se. O grupo consolida a sua posição nos mercados internacionais e, em 2006, é anunciada a construção da nova Fábrica de Papel de Setúbal, entrando em funcionamento em 2009. 14 05_Industria do Papel.indd 14 20/03/14 17:33 A INDÚSTRIA DO PAPEL Entre 2009 e 2010, arrancam também importantes investimentos na área da energia: duas centrais termoelétricas a biomassa (Cacia e Setúbal), uma central de ciclo combinado (Setúbal) e um turbogerador a vapor (Figueira da Foz). O grupo consolida, assim, a sua aposta nas energias renováveis, sendo atualmente o maior produtor nacional de energia elétrica a partir da biomassa florestal. Economia O grupo Portucel Soporcel é uma das mais fortes presenças de Portugal no Mundo, representando mais de 3 % das exportações nacionais de bens. Este grupo dispõe atualmente de uma capacidade anual instalada de 1,6 milhões de toneladas de papel, de 1,4 milhões de toneladas de pasta (das quais 1,1 milhões integradas em papel) e de 2,5 TWh/ano de energia elétrica, atingindo um volume de negócios anual superior a 1500 milhões de euros. O grupo tem seguido, com sucesso, uma estratégia de inovação e desenvolvimento de marcas próprias, que hoje representam 60 % das vendas de produtos transformados, merecendo particular destaque a marca Navigator, líder mundial no segmento Premium de papéis de escritório. As vendas do grupo têm como destino 113 países nos cinco continentes, com destaque para os países da Europa e os EUA. O grupo Portucel Soporcel gere um património florestal de cerca de 120 mil hectares, promovendo a valorização e proteção da floresta nacional. O modelo de gestão sustentável praticado encontra-se certificado pelos sistemas internacionalmente reconhecidos FSC e PEFCTM. O grupo ocupa também uma posição de destaque no setor da energia, como primeiro produtor nacional de «energia verde» a partir de biomassa, uma fonte renovável de energia. Fábrica da Figueira da Foz. 15 05_Industria do Papel.indd 15 20/03/14 17:33 A televisão O vinho alentejano O rio Tejo A agricultura biológica A indústria do papel A indústria têxtil O azeite O vinho verde O sal O queijo serra da estrela A nanotecnologia O rio Douro A indústria O turismo www.santillana.pt A universidade Bibliografia «O PATRIMÓNIO E O SEU POTENCIAL PEDAGÓGICO» Alarcão, Jorge de, Introdução ao estudo da História e do Património locais, Coimbra, Institutos de Arqueologia e História da Arte da Faculdade de Letras de Coimbra, 1982. Álvarez Areces, Miguel Ángel (coord.), Didáctica e Interpretación del Patrimonio Industrial, Gijón (Asturias), Ed. CICEES, 2002. Ballart, Josep, El patrimonio histórico e arqueológico: valor y uso, Barcelona, Ed. Ariel, 1997. 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