pragas domésticas - a casa do mago das letras

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pragas domésticas - a casa do mago das letras
PRAGAS DOMÉSTICAS
L P Baçan
Direitos exclusivos para língua portuguesa:
Copyright © 2014 L P Baçan
Reprodução e divulgação proibidas sem expressa
autorização do autor.
Londrina — PR — Brasil
2014
ÍNDICE
Introdução
As Pragas Urbanas
Como Prevenir Pragas Domésticas
Aranha
Barata
Cupim
Formiga
Lagarta
Mosca
Mosquito
Percevejo
Pombo
Pulga
Rato
Traça
INTRODUÇÃO
Os insetos surgiram na terra há centenas de milhões de
anos, quando a flora era rica e não tinham dificuldade para
alimentar-se. Tudo nascia e crescia naturalmente. O homem
ainda não havia surgido, portanto não existiam plantas
cultivadas.
Como todas as espécies na face da terra, com o
decorrer das eras geológicas, muitas espécies de insetos
desapareceram, enquanto que outras evoluíram, adaptandose às novas condições, tudo em perfeito equilíbrio com as
leis da natureza: insetos comiam plantas e outros insetos,
pássaros comiam insetos, animais maiores comiam os
pássaros e assim por diante.
Isso prosseguiu durante milhões e milhões de anos até
o surgimento do homem, quando começou uma nova era
não apenas para os insetos e outras pragas agrícolas, mas
para toda a humanidade.
No início, o homem obtinha sua alimentação da caça
praticada com armas rudimentares. Com o tempo, o homem
aprendeu a cultivar a terra e, então, o problema começou.
Para plantar, era preciso abrir clareiras, limpar áreas,
queimar e proteger sua lavoura contra a vegetação que
teimava em retomar o terreno perdido e os insetos, privados
de suas fontes de alimentação e locais de reprodução.
Começava aí uma batalha que se tornaria constante.
O que havia de mais importante na natureza havia sido
quebrado: o equilíbrio. Os insetos se voltaram para as
plantas cultivadas, tornando-se aptos a atacá-las e a destruílas indistintamente, propiciando ambiente favorável à
expansão de muitas doenças vegetais até então pouco
danosas.
Esse período não apenas marcou o início de uma
guerra constante entre o homem e os insetos, mas fez com
que certos animais, expulsos de seu habitat pelas derrubadas
e queimadas, buscassem mais tarde refúgio nas terras
cultivadas em busca do alimento que, outrora, era natural e
fácil. Isso ocorreu particularmente com os roedores,
pássaros granívoros, cobras, serpentes, aracnídeos e outros,
que passaram a atacar os animais criados pelo homem.
AS PRAGAS URBANAS
Quando uma determinada espécie vive uma situação
em que alimentação farta combina-se com ausência de
predadores naturais, reproduz-se livremente, aumentando
em número de uma forma descontrolada.
Os centros urbanos produzem refugos dos mais
diversos tipos, principalmente os orgânicos, favorecendo o
crescimento desordenado das espécies nocivas, aumentando
os riscos para a saúde das pessoas e de seus animais.
Para tentar quebrar esse ciclo, o homem tem utilizado,
ao longo do tempo, meios de ataque que têm conseguido
muitas vezes manter essa relação em um equilíbrio precário.
Não raras vezes, os meios empregados para combater as
pragas acabam se revelando agentes de um desequilíbrio
maior pelo poder de agressão ao meio ambiente, como é o
caso de certos inseticidas e herbicidas.
Um exemplo clássico desse produto é o DDT, de alto
poder tóxico, capaz de provocar danos graves à saúde. A
princípio usado indiscriminadamente, o DDT, que deu
origem ao termo dedetização como sinônimo de
desinsetização, hoje se encontra banido do mercado em
muitas nações pelo mundo todo. Seus riscos e seus danos
eram maiores que os benefícios proporcionados.
Esse produto começou a ser utilizado na década de 60.
Pertencente ao grupo dos produtos organoclorados, foi
largamente utilizado. Impregnava e permanecia no ambiente
por um longo tempo, garantindo a desaparecimento dos
insetos por até um ano.
Em seu lugar, passaram a ser utilizados produtos
chamados piretróides, formulados a partir do piretro, um
inseticida extraído do crisântemo. Sua permanência é menor
no meio ambiente e, em consequência, o prazo de ação é
proporcional a isso.
Assim, apesar de toda a tecnologia do homem, ainda é
impossível falar-se na erradicação de qualquer praga. Ratos,
cupins e insetos em geral disseminam-se por vias tão
diversas que podem ser eventualmente controlados, mas
jamais exterminados.
Grandes
empresas,
condomínios
e
centros
habitacionais estão aprendendo a utilizar um controle
integrado de pragas que contrariam o que é constantemente
apregoado nas campanhas publicitárias das empresas
fornecedoras de inseticidas e raticidas, que enfatizam a ideia
de que o produto químico elimina radicalmente as pragas.
Este conceito acabou enraizado e confunde o
consumidor. A ideia do controle pode ser mais bem
entendida quando se lembra da prática que se disseminou na
agricultura, a partir da década de 50, de manejar as pragas,
valendo-se de técnicas, produtos químicos e produtos da
natureza. A ideia é integrar todos os meios disponíveis de
combate às pragas de maneira racional, de forma a causar o
mínimo de transtornos para o homem, animais e alimentos.
É importante, inclusive, nesse ponto, frisar algo que
deve ser muito bem observado por todo aquele que se
dispuser a combater qualquer tipo de praga. Os produtos
específicos para a agricultura devem ser utilizados
unicamente para fins agrícolas. Jamais deverão ser usados
em habitações ou ambientes urbanos. Seu poder tóxico é
muito elevado e, além disso, empregam-se em sua
formulação solventes que emprestam um cheiro
excessivamente forte ao ambiente, inadequado ao ser
humano e animais domésticos em geral.
Um controle integrado de pragas deve ser constituído
não apenas da utilização de substâncias químicas nas áreas
de risco, mas também da remoção frequente de resíduos nas
áreas de alta probabilidade de infestação.
Um detalhe que deve ser entendido, quando se trata de
controle de pragas, é que a proliferação delas ocorre quando
alguns fatores fundamentais se juntam concorrendo para
isso. Todo ser precisa de água, calor, alimento e abrigo para
viver e proliferar. Quando se quebra esse conjunto de
fatores, se ganha pontos importantes na batalha contra as
pragas.
COMO PREVENIR AS PRAGAS
DOMÉSTICAS
Considerando que os modernos produtos exterminam
ou expulsam temporariamente as pragas, mas não evitam
uma nova infestação, é bastante claro que não basta somente
utilizar um inseticida, quando se quer combater qualquer
tipo de inseto ou animais nocivos. Uma vez que fatores
devem concorrer para a proliferação desses incômodos
seres, são necessárias providências que dificultem sua
invasão, permanência e proliferação.
Para se entender a necessidade desses cuidados, basta
rever um cálculo assustador feito por C. F. Hodge, em 1911.
Segundo ele, se um único par de moscas procriasse durante
a primavera e o verão e todos os seus descendentes
sobrevivessem, teríamos no fim do verão cerca de
191.010.000.000.000.000.000 moscas, quantidade suficiente
para cobrir a superfície terrestre com uma camada de 14,3
metros.
Algumas medidas podem e devem ser adotadas em
qualquer residência sem maiores custos ou dificuldades.
Vejamos quais são elas
Portas, Janelas e Esgotos
Estas são áreas extremamente vulneráveis a baratas e
moscas. As janelas e portas devem ser protegidas com tela.
Nos Estados Unidos, e isso pode ser visto em qualquer filme
norte-americano, todas as casas têm uma porta de tela, além
da porta normal. Isso permite que, no verão ou nos dias
quentes, a porta principal fique aberta, mas impede a entrada
de qualquer tipo de inseto.
Outra prática que está se tornando muito comum,
principalmente em chácaras ou residências afastadas dos
centros habitacionais, são as armadilhas luminosas que
atraem e fulminam insetos voadores de qualquer espécie.
Nos tratamento dos esgotos, é recomendado o uso de
inseticidas apropriados, manutenção dos ralos e limpeza
constante. A nebulização é uma das técnicas mais
recomendadas, mas isso deve ser feito de preferência por
um profissional.
A Luz
Insetos alados diurnos ou noturnos são atraídos por
emissões de luz branca, fluorescente ou mercúrio, por isso é
recomendável trocar a iluminação externa de mercúrio por
lâmpadas de vapor de sódio que não atraem insetos.
É comum em certas residências ainda hoje observar-se
lâmpadas instaladas acima das portas, prática que deve ser
evitada, pois provoca uma concentração de insetos ali,
facilitando sua entrada na casa.
Abrigo
Insetos buscam abrigo para pôr seus ovos. Eliminar os
pontos de postura é uma forma eficiente de evitar a
proliferação. Se for usada tela nas portas e janelas,
dificilmente haverá problemas com uma infestação por parte
de moscas. O mesmo já não se pode dizer em relação às
baratas, que são resistentes e escondem-se facilmente. Elas
procuram abrigo em fendas, rachaduras, azulejos quebrados
ou mal assentados, sob pias, dentro de motores, na
tubulação elétrica, em forros, nas divisórias, nos
revestimentos de madeira, nas portas, atrás das molduras de
alumínio e milhares de outros esconderijos. Seu combate
exige manutenção cuidadosa e inspeção periódica de todos
os seus prováveis esconderijos. Frestas devem ser seladas
com massa vedante ou silicone e azulejos quebrados devem
ser trocados assim que forem detectados. Esse cuidado evita
também problemas com ratos, aranhas e escorpiões.
A Higiene
A manutenção da higiene em qualquer habitação é
fator preponderante para a saúde familiar. Sujeira e lixo
acumulados são atrativos para insetos e animais daninhos
como os ratos, transmissores de doenças.
Armários, quadros na parede, guarda-comida,
despensas, móveis, objetos decorativos, tudo deve ser
periodicamente verificado e limpo de forma a impedir que
se formem neles ambientes propícios às infestações.
A Defesa Natural
A busca por produtos naturais de combate às pragas
tem consumido anos de estudos e observações. Sabe-se que
os insetos respondem a estímulos e influências, tais como
cor, cheiro, luz, umidade, movimento e forma. Em função
disso, podem ser atraídos ou repelidos por um ou vários
destes estímulos. Sua resposta costuma ser involuntária e
pode ser até de autodestruição. Um exemplo disso é a
atração que uma chama exerce sobre as mariposas.
Os insetos utilizam diversos estímulos para se
comunicar entre si. Exemplos disso são a dança das abelhas
indicando a localização e direção da fonte do pólen, usando
cheiro e movimento, e a trilha aromática depositada pelas
formigas durante sua busca por comida.
Em ambos os casos o cheiro é produzido por
substâncias químicas naturais chamadas feromônios, que
são substâncias químicas ou misturas de substâncias
liberadas por um inseto que provocam uma resposta em
outro inseto da mesma espécie.
Estudos avançados na análise química levaram à
identificação e à produção de feromônios semelhantes
àqueles produzidos pela natureza. Esses feromônios podem
se tornar uma arma eficiente a ser usada pelo homem nessa
guerra que já dura milhares de anos.
Muitas práticas poderão ser adotadas a partir dessa
descoberta. Entre elas destacam-se:
1ª - atrair insetos para pontos onde possam ser
identificados, contados e eventualmente exterminados.
2ª - atrair uma determinada espécie, levando-a para um
lugar onde não cause danos.
3ª - levar uma determinada espécie a um ponto onde
sua proliferação possa ser controlada por seus predadores
naturais.
4ª - impedir ou interromper o acasalamento entre
espécies nocivas.
A grande vantagem no uso dos feromônios é que eles
são individuais, específicos para cada espécie, enquanto que
os inseticidas comuns matam todas as espécies, inclusive os
predadores naturais, pois não são seletivos.
O feromônio, no entanto, pode atrair para uma
armadilha fatal apenas uma determinada espécie, sem
possibilidade de afetar qualquer outra. Com certeza será
uma importante arma a ser utilizada nessa guerra que já dura
tanto tempo.
Embora os insetos sejam as pragas domésticas mais
comuns e incômodas, não se deve esquecer que outras
ameaças rodeiam o homem, trazendo doenças e problemas
específicos: ratos, pombos e aranhas, por exemplo, têm
provocado muitas e doenças e tirado a tranquilidade de
muitas famílias.
Prevenir essas pragas todas não é apenas uma
necessidade, é uma questão de sobrevivência. Veja quais
são elas e o que pode ser feito para proteger seu lar e sua
família contra essas ameaças sempre constantes.
ARANHA
Ecológica e politicamente correto falando, a
aranha é um animal benéfico ao homem, importante
no controle de pragas, pois se alimenta de insetos. Já
foram catalogadas aproximadamente 30.000 espécies de
aranhas. A aversão a elas vem muito mais de sua aparência
assustadora do que de sua periculosidade.
A maioria das espécies não é perigosa para o homem,
mas isso não significa que se deva permitir ou contribuir
para sua proliferação dentro das residências. Algumas delas
como a aranha marrom, de hábitos domésticos, podem
causar terríveis danos. De modo geral, a presença da aranha
indica também a presença de suas presas.
O instrumento utilizado pelas aranhas para apanhar
suas presas é a teia, tecida com a ajuda de órgãos
especializados chamados de fiandeiras. Os fios entram em
contato com o ar e dão origem a um único fio leve e fino.
Se observarmos o corpo de uma aranha, veremos que
possui os chamados pelos tácteis, que permitem que perceba
a presença da vítima em sua teia. Ao capturar um inseto, a
aranha descarrega nele uma dose de seu veneno, sem matá-
lo, depois o envolve em uma bolsa de seda e o armazena
para uma próxima refeição.
A aranha usa seus ferrões, ou quelíceras, para apanhar
e segurar a presa, liberando nela uma grande quantidade de
sucos digestivos. Isso dissolve os órgãos internos do inseto,
permitindo que suas entranhas sejam sugadas.
Apesar de algumas poucas espécies perigosas, a aranha
é útil para o equilíbrio ecológico, sendo um importante
degrau na cadeia alimentar. Sem ela, os prejuízos ao homem
causados pelos insetos seriam muito maiores.
Aranhas venenosas
Segundos os técnicos do Instituto Butantã do Brasil,
dos milhares de espécies existentes no Brasil, poucas
oferecem perigo ao homem. No entanto, algumas espécies
podem provocar
envenenamento,
com acidentes
eventualmente fatais principalmente em crianças. São elas:
A Armadeira - Phoneutria sp
As aranhas armadeiras possuem cor cinza ou castanho
escuro e pelos curtos no corpo e nas pernas. Próximo aos
ferrões, os pelos são vermelhos. Quando adultas, chegam a
atingir até 17 cm de comprimento, incluindo as pernas. O
corpo tem de 4 a 5 cm. Não fazem teias. São errantes e
solitárias, podendo ser encontradas em lugares escuros,
vegetação e cachos de bananas, por exemplo.
Podem entrar por debaixo das portas das residências,
escondendo-se dentro de calçados. Geralmente à noite saem
para caçar. São muito agressivas e assumem postura
ameaçadora, armando o bote, de onde vem seu nome.
São comuns os acidentes, podendo ser graves para
crianças menores de sete anos. O sintoma predominante é
uma dor intensa no local da picada. O tratamento em geral
consiste de aplicação local de anestésico e, em casos graves,
de aplicação do soro antiaracnídico.
Aranha Marrom - Loxosceles sp.
Esta aranha possui cor amarelada, sem manchas. Chega
a atingir de 3 a 4 cm, incluindo as pernas. O corpo atinge de
1 a 2 cm. Os pelos são poucos, curtos, quase invisíveis.
Vivem em teias irregulares semelhantes a um lençol de
algodão, construídas em tijolos, telhas, tocos de bambu,
barrancos, cantos de parede, garagens, geralmente lugares
escuros.
Não são agressivas e os acidentes são raros, porém
geralmente
graves.
Os
primeiros sintomas
de
envenenamento são uma sensação de queimadura e
formação de ferida no local da picada. O tratamento é feito
com soro antiaracnídico ou antiloxoscélico.
Aranha de grama - Lycosa sp.
A aranha de grama possui cor acinzentada ou marrom,
com pelos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura
em forma de flecha sobre o corpo. Atinge até cinco cm de
comprimento incluindo as pernas. O corpo atinge de 2 a 3
cm. Vive em gramados e residências. Os acidentes são
frequentes, porém não são graves, não necessitando de
tratamento com soro.
Caranguejeiras
As caranguejeiras são aranhas geralmente grandes,
com pelos compridos nas pernas e no abdômen. Embora
sejam muito temidas, os acidentes com elas são raros e sem
gravidade e por isso não se produz soro contra seu veneno.
Viúva Negra - Latrodectus sp.
A viúva negra possui cor preta, com manchas
vermelhas no abdômen e às vezes nas pernas. São aranhas
pequenas: a fêmea tem de 2,5 a 3 cm (o corpo com 1 a 1,5
cm) e o macho é de 3 a 4 vezes menor. Vivem em teias que
constroem sob a vegetação rasteira, em arbustos, plantas de
praia, barrancos e em lugares escuros. Conhecem-se no
Brasil apenas alguns acidentes de pequena e média
gravidade, não se produzindo soro contra as espécies
brasileiras.
O Tratamento
As aranhas que constroem teias aéreas de forma
geométrica (circular, triangular, etc.), como as espécies de
Nephila e outras, não oferecem perigo, mesmo quando são
de tamanho grande. Não há muito com que se preocupar
com sua picada.
Nos acidentes por aranhas que provocam dor intensa,
espremer ou sugar o local da picada é de pouca eficácia. O
melhor é o tratamento sintomático, à base de anestésicos e
analgésicos, a menos que o acidentado seja menor de sete
anos. Nesses casos, recomenda-se que se consulte de
imediato um Posto de Saúde, levando, sempre que possível,
o animal que causou a picada para facilitar o diagnóstico e
propiciar o tratamento correto.
Controle e Prevenção
Algumas medidas podem e devem ser adotadas para
evitar acidentes com aranhas. Entre elas, recomendam-se:
1ª - manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios,
não acumulando entulho e lixo doméstico.
2ª - aparar a grama dos jardins e recolher as folhas
caídas. Evitar formar montes e deixar expostos ao tempo.
3ª - vedar soleiras de portas com saquinhos de areia ou
friso de borracha.
4ª - colocar telas nas janelas.
5ª - vedar ralos de pia, de tanque e de chão com tela ou
válvula apropriada.
6ª - colocar o lixo em sacos plásticos. Se usar latões ou
outros recipientes, mantê-los fechados para evitar o
aparecimento de baratas, moscas e outros insetos que são o
alimento predileto das aranhas.
7ª - examinar roupas, calçados, toalhas e roupas de
cama antes de usá-los.
8ª - andar calçado e usar luvas de raspa de couro ao
trabalhar com material de construção, lenha, lixo, etc.
9ª - inspecionar frequentemente quadros pendurados
nas paredes, atrás dos móveis, cortinas e outros objetos de
decoração.
O Uso de Inseticidas
Para eliminar ou evitar aranhas, o uso constante de
inseticidas não tem se mostrado a melhor solução. Essa
prática esbarra no alto custo dos produtos, tendo em vista a
área a ser coberta. Além disso, essas aplicações têm efeito
temporário e podem provocar intoxicações em seres
humanos e animais domésticos. O melhor a fazer é coletar
as aranhas e remover o material acumulado onde estavam
alojados, prevenindo novas infestações. O Instituto Butantã
de São Paulo instrui sobre como fazer isso e ainda troca
espécies coletadas por soro.
Seguindo as medidas recomendadas acima,
seguramente as chances de um acidente com elas passam a
ser muito remotas.
BARATA
Uma das pragas urbanas mais nojentas e
asquerosas de todas e, sem dúvida, a barata. Suas
espécies danificam mercadorias e alimentos, tecido,
papel, contribuindo para a transmissão de doenças. Segundo
os estudiosos, as baratas existem na face da terra há cerca de
350 milhões de anos, tendo surgido no período Carbonífero.
Naquele tempo, existiam em grande número e eram
gigantescas. Com a evolução e por serem ativas à noite
desenvolveram fototropismo negativo, preferindo a
escuridão à luz. Além disso, evitam a presença das pessoas.
Assim, à noite elas se sentem à vontade para passear
pela casa à caça de alimentos expostos, caminhando sobre
pratos, copos, talheres, bandejas, panelas, mesas, camas e
armários, espalhando bactérias que serão ingeridas no dia
seguinte pelas pessoas que usarão esses utensílios. Durante
o dia, escondem-se satisfeitas com o passeio noturno. Se a
proliferação desses insetos estiver fora de controle, porém,
será fácil vê-las também durante o dia. Isso significa que a
infestação é grande e que a praga tende a fugir ao controle,
exigindo medidas drásticas para isso.
Há espécies de baratas predominantes em nosso meio.
A Periplaneta Americana, a Periplaneta Australasiae, a
Blatta Orientalis e a Blattella Germanica. As três primeira
são as maiores e medem de 2 a 4 cm de comprimento. São
mais arredias e vivem em ambientes amplos. Entre essas
espécies estão as voadoras que proliferam nos esgotos, nas
canaletas de cabos, nas caixas de inspeção, nas galerias de
águas pluviais e nas tubulações elétricas. Podem ser
encontradas também em áreas pouco frequentadas, como
depósitos em geral.
A Blatella Germanica é a menor das espécies, mas
uma das mais problemáticas por ser altamente prolífica.
Mede no máximo 2 cm de comprimento na sua forma adulta
e um milímetro como ninfa. Escondem-se nos lugares mais
acanhados e podem passar facilmente despercebidas. São
encontradas em azulejos quebrados, batentes de portas,
armários de madeira, vãos e cavidades em geral, motores de
equipamentos de cozinha, atrás e debaixo de pias e balcões,
de móveis e em qualquer fresta disponível na casa.
Origem das Baratas
Segundo os estudiosos do assunto, a barata é originária
da África e de lá se espalharam pela Europa a bordo dos
navios fenícios. Na semelhança climática entre o Brasil e a
África, encontraram aqui todas as condições para sua
sobrevivência e proliferação. Daqui, nos navios que
levavam nossas riquezas, viajaram pela Europa, adaptando-
se às novas regiões e climas. Com suas parentes daquelas
regiões, retornaram mais tarde nos móveis e utensílios dos
imigrantes e nas mercadorias importadas.
As baratas entram em sua casa de diversas maneiras:
através dos canos elétricos, das canalizações das águas
pluviais, dos esgotos, pelas frestas das portas, janelas e
paredes. Isso ocorre porque as baratas se movimentam
muito. Numa noite, chegam a andar alguns quilômetros,
enquanto que as espécies voadoras podem se mover com
maior facilidade ainda. A espécie mais móvel é a
Periplaneta Americana e os esgotos são sua via preferida.
De lá elas se deslocam para todos os lugares onde haja
alimento ou outro atrativo.
Outra forma de infestação muito comum é através das
caixas de papelão ou de madeira usadas no transporte de
alimentos, onde as baratas se escondem ou colam seus ovos.
Um único ovo pode dar origem a quarenta e oito baratinhas.
Roupas e outras bugigangas, ainda que em menor escala,
podem levar e trazer baratas de sua casa ou para sua casa.
A Reprodução
O padrão de desenvolvimento das baratas é conhecido
como metabólico, ou seja, através de metamorfoses.
Nascem de ovos acomodados dentro de uma bolsa chamada
ooteca e cada espécie vai produzir um número diferente de
descendentes. Nessa etapa, calor e umidade são importantes
para a eclosão dos ovos e a presença de água e alimento
serão fundamentais no seu desenvolvimento.
Após a eclosão, surgem pequenas ninfas que chegam a
passar por seis ou sete estágios de mutação até atingirem a
fase adulta. A cada passagem de uma fase para outra, elas
perdem o esqueleto externo ou casca e, durante um período
de aproximadamente vinte e quatro horas, permanecem com
uma aparência esbranquiçada até que o novo esqueleto
enrijeça.
Após completar as diversas fases e chegar à fase
adulta, as baratas estão prontas para iniciar um novo clico
reprodutivo.
As Baratas são altamente prolíficas. A Blattella
Germanica é a mais prolífica de todas. Uma única cápsula
pode conter 48 ninfas, que amadurecem em um mês no
máximo. Uma fêmea pode produzir em torno de 400.000
descendentes em um ano.
Outro detalhe importante é que as baratas podem
reproduzir-se partogeneticamente. Ovos postos por fêmeas
que não tiveram contato com o macho da espécie produzem
novas gerações unicamente de fêmeas.
Confundida normalmente com filhotes por ser menor
que as outras espécies, a Blatella Germanica é a inimiga
número um das residências por ter grande resistência a
alguns inseticidas e serem difíceis de combater. Habita as
áreas de guarda ou manipulação de alimentos como
cozinhas, guarda-comidas e despensas.
Os Perigos
Um dos males iniciais das baratas é que elas podem
morder. Em locais de grande infestação e escassez de
alimento, elas saem durante a noite à procura de comida,
podendo roer cílios, unhas, ferimentos expostos e lábios de
crianças e adultos indefesos. Ao fazer isso e em seus
passeios noturnos, espalham doenças na forma de bactérias.
A rede de esgotos é abrigo ideal para as baratas. Ali
elas encontram alimento, abrigo, água e calor. Além disso,
rede de esgotos é a grande via de comunicação desses
insetos com o mundo exterior através de uma série de
saídas, invadindo novas áreas em busca de novos alimentos
e novas condições de sobrevivência.
Movendo-se de um lugar para outro, percorrem locais
propícios à multiplicação de bactérias, espalhando-as
indiscriminadamente. Em pesquisas realizadas, foram
encontrados coliformes na maioria das baratas examinadas.
A espécie Blatella Germanica é normalmente portadora de
Escherichia coli, o que indica que tiveram contato com
material fecal humano ou passearam por sobre materiais
contaminados com fezes humanas. Baixos níveis de
salmonella foram encontrados nas espécies Blatta Orientalis
e Periplaneta Americana. Na Blattella Germanica foram
encontrados médios a altos níveis de staphylococcus.
Outra ameaça representada pela barata é o medo e a
repulsa que provoca nas pessoas, desencadeando reações
histéricas, mexendo com o subconsciente e com a
imaginação de cada um. Esse medo pode assumir uma
dimensão de neurose semelhante a uma fobia.
Segundo estudiosos do assunto, a barata simboliza tudo
que o indivíduo abomina. Como a linguagem mental utiliza
símbolos, a barata representa tudo o que é nojento, repulsivo
e odioso na mente humana, muito embora essa nada tenha a
ver com a sua periculosidade. Uma descoberta nos Estados
Unidos provou que mais um provável fator desencadeante
de crises alérgicas, inclusive da asma alérgica, é a barata,
capaz de irromper no organismo dos mais sensíveis essas
crises.
São por demais conhecidas as reações alérgicas
provocadas por picadas de insetos como vespas, pulgas,
abelhas e mosquitos. As reações variam de um pequeno
inchaço na pele até a morte, dependendo da gravidade e
intensidade do ataque, mas em fevereiro de 1964, os
especialistas americanos Dr. Harry S. Bernton e Dr. Halla
Brown apresentaram uma tese para a Academia Americana
de Alergia mostrando pela primeira vez o potencial
alergênico das Baratas. Estudos posteriores, feitos por
outros estudiosos
descobertas.
igualmente
comprovaram
essas
Como Eliminar
Dentro do conceito apresentado no capítulo inicial de
controle integrado de pragas, diversas práticas devem ser
levadas a cabo para se conseguir resultados positivos nessa
guerra:
1ª - Higienização.
O sucesso desse controle depende, inicialmente, de
manter uma perfeita e total higienização das residências,
interna e externamente, com a constante remoção de restos
de alimento, lixo e materiais que possam servir de abrigo às
baratas, principalmente caixas de papelão.
2ª - Cuidados Antipragas
Cuidados simples como a colocação de telas em portas
e janelas e os cuidados com azulejos, ralos e frestas
impedem em muito a entrada dessas pragas.
3ª - Armadilhas Biológicas
No caso das baratas, armadilhas adesivas têm-se
mostrado eficientes, especialmente aquelas dotadas de
dispositivo de atração que aumenta a sua eficiência. Esse
tipo de armadilha pode ser encontrado em lojas
especializadas, acompanhada das instruções de uso.
Utilizam atualmente os feromônios específicos da barata,
atraindo esses insetos que são mortos por produtos químicos
apropriados.
Outra alternativa combina o uso feromônio com
armadilhas adesivas que atraem e aprisionam os insetos.
4ª - A Flambagem
A flambagem rápida no interior de móveis também é
recomendada pelos bons resultados. Para fazê-la, use uma
mecha de algodão embebida em álcool e presa a um pedaço
de arame. Passe sob e no interior dos móveis, tomando todo
o cuidado para não tocar a madeira nem aproximar a chama
de materiais de fácil combustão.
5ª - Bórax
Usar bórax em pó, misturado a algum tipo de alimento,
também dá grande resultados.
6ª - Inseticidas e Produtos Químicos
Se optar pelo uso de produtos químicos, deixe o
trabalho todo a cargo de um profissional ou de uma empresa
especializada, que saberá a melhor maneira de fazê-lo e
como fazê-lo para não provocar danos maiores do que a
própria infestação.
7ª - Iscas
Outra ferramenta de combate a essa praga, usada por
profissionais, é uma isca à base de hidrametilnona, que pode
ser usada com a presença de pessoas e animais no ambiente,
pois não libera odores ou emanações tóxicas, sendo aplicada
com um revólver aplicador calibrável.
CUPIM
Existem cerca de 2.750 espécies de cupins no
planeta, 500 delas localizadas na região Neotropical.
Essa praga vem causando o maior transtorno no
meio urbano, provocando prejuízos de ordem econômica
fora e dentro das casas. Com o desequilíbrio ecológico e a
ausência de seus predadores naturais, sua reprodução tem
sido muito grande, principalmente durante o verão.
Sua fonte alimentar básica são os materiais celulósicos
e lignocelulósicos sob diferentes formas, representados pela
madeira viva ou morta, raízes, sementes e outros. As
espécies mais comuns são o Coptotermes havilandi, ou
cupim subterrâneo, e o Criptotermes brevis, o cupim de
madeira seca.
Apesar de terem como alimento a madeira e seus
derivados, são sociedades diferentes em termos de
aperfeiçoamento. Os cupins de madeira seca vivem e
alimentam-se única e exclusivamente em madeira com
pouca umidade. Sua presença pode ser notada pelo pó
granulado, constituído de fezes e restos de madeira roída,
que os operários jogam para fora do cupinzeiro.
Internamente, o cupinzeiro de madeira seca é limpo,
podendo-se observar as escavações feitas pelos operários.
Reúnem-se em pequenas sociedades escondidas atrás de
uma película de madeira que mantém o micro clima e evita
a entrada da luz dentro.
Os cupins subterrâneos constituem-se em grupos
sociais extremamente organizados e são muito
determinados. Constroem o cupinzeiro no solo, próximo de
fontes de celulose como árvores, arbustos, árvores mortas,
troncos e outras. Precisam de umidade e formam uma
verdadeira cidade cuja população pode chegar a 200.000
insetos.
Altamente organizados em termos de sociedade,
dividem as tarefas da colônia entre as diversas castas. Os
operários executam a maioria das tarefas e são os mais
prejudiciais e que mais danos causam. Os soldados
defendem a colônia contra os predadores, não comem
madeira e são alimentados pelos operários. Tanto os
soldados quanto os operários são cegos.
Na primavera, os insetos adultos alados, os
reprodutores, saem do cupinzeiro num voo nupcial. É a
única oportunidade de serem vistos fora de seu habitat. Cada
casal de cupins procura um novo local, onde iniciará um
novo cupinzeiro. A fêmea escolhe o lugar e o macho a
acompanha. Ali passarão a ser o rei e rainha, reproduzindo
por um período aproximado de quinze anos.
O Ataque
A umidade é importante para a alimentação dos cupins
de solo. Preferem madeira com alto teor de umidade, uma
vez que esta favorece o desenvolvimento de fungos que
servirão de alimento. A celulose é o alimento dos cupins,
que possuem em seus intestinos organismos microscópicos
e unicelulares chamados de protozoários, encarregados de
digerir a celulose ingerida.
Os cupins penetram na madeira por frestas e juntas,
sempre em casais, e levam anos para desenvolver a colônia,
expandindo-a do interior para o exterior. Quando são
detectados, o ataque já se encontra num estágio avançado,
acarretando prejuízos em instalações elétricas, dutos e
fundações prediais.
À procura de sua comida, os vão estragando e
destruindo tudo que os separa da fonte de alimento,
construindo túneis fortes e bem estruturados, subterrâneos
ou aéreos, que vão servir de estrada para dar passagem à
força destruidora de milhares de operários famintos. Em seu
avanço, atravessam pequenas rachaduras em concreto,
alojam-se em tubulações onde passam cabos elétricos e
furam a proteção dos cabos, causando curtos-circuitos,
explosões e incêndios. Passeiam dentro das paredes pelo
interior dos furos dos tijolos até alcançar um batente de
porta, de janela e até mesmo a moldura de um quadro
pendurado na parede.
Uma das formas mais comuns de infestação ocorre
durante a fase de construção de um prédio, quando entre um
e outro andar, nos vãos ocos, vão sendo depositados restos
de madeira usada e infestada de cupins. Após o término da
construção, começam a surgir focos em diversos pontos,
como tomadas elétricas, vãos de azulejos, pontos de luz. Se
não forem tomadas medidas rápidas, eles se alastrarão e os
prejuízos serão cada vez maiores. Para prevenir isso, é
preciso examinar cuidadosamente a madeira que está sendo
utilizada na construção.
Como Eliminar
O cupim é uma praga silenciosa e oculta. Apenas um
casal entra em numa casa, instala-se e a partir daí passa a
reproduzir e destruir com uma organização e uma
determinação a toda prova. Como já foi dito anteriormente,
a melhor maneira é a prevenção. Cuidados especiais devem
ser tomados na primavera, quando ocorrem as revoadas.
Nessa época, é importante ficar atento para evitar que
entrem na casa. Telas em portas e janelas são fundamentais.
Além disso, verificar o jardim constantemente à procura de
novos ninhos é uma providência recomendada.
É preciso que se fique atento também aos móveis da
casa. Ao escolher um móvel novo, examine
cuidadosamente. Se ele estiver em um depósito, observe a
existência de restos característicos no piso.
Uma vez instalado e tendo em vista a vasta rede de
túneis que escavam, a destruição dos cupins é muito difícil.
Em algumas ocorrências, a aplicação de querosene pode dar
resultado, mas é recomendável a injeção de fortes doses de
veneno na madeira infestada. Como isso é algo perigoso e
pode pôr em risco pessoas e animais domésticos, é
importante recorrer ao Serviço Sanitário local ou a uma
empresa especializada.
O combate à espécie subterrânea é feito por meio de
perfurações e posterior injeção de produtos especialmente
elaborados para esse fim. Devem ser tratados o
madeiramento fixo da casa, sancas de gesso, azulejos, pisos,
jardins, conduítes, tubulações hidráulicas e outros locais que
apresentem focos da praga. Além disso, pode-se fazer o
encharcamento de jardins ou realizar um tratamento de
barreira química, recomendado principalmente em aterros
de construções. Já o combate à espécie de madeira seca deve
feito em focos localizados através de perfurações e posterior
injeção, pincelamento e pulverização de produtos
apropriados.
ESCORPIÃO
Muito embora sua presença não ocorra
uniformemente nas regiões urbanas, uma das pragas
mais assustadoras e que oferece um risco mais
eminente para a saúde é o escorpião, principalmente quando
suas vítimas são as crianças. Esse animal é um predador e
infesta locais onde se encontram suas presas preferidas.
Ataca para se defender e sua picada pode ser mortal,
dependendo da vítima e da qualidade do socorro prestado.
Esta não é uma ameaça encontrada num apartamento
ou numa casa de um centro urbanizado, mas nem por isso se
deva tratá-la com indiferença. São frequentes os relatos de
invasões destas criaturas responsáveis por muitos acidentes.
Os escorpiões estão classificados entre os artrópodes e
são uma das espécies mais antigas de que se tem notícia. Já
foram encontrados fósseis datados do período Siluriano
(compreendido entre 443 milhões e 700 mil e 416 milhões
de anos atrás). Nesse tempo, os escorpiões eram aquáticos.
As espécies terrestres foram aparecer no período
Carbonífero (compreendido entre 359 milhões e 245
milhões de anos atrás), atingindo entre 44 e 86 centímetros
de comprimento.
Já foram classificadas cerca de 2.000 espécies,
encontradas principalmente em regiões tropicais e
subtropicais. No Brasil há duas espécies muito importantes
do ponto de vista do risco que oferecem à saúde: o Tiyus
bahiensis e o Tiyus serrulatus ou escorpião papo amarelo.
Geograficamente, os escorpiões podem ser encontrados
em todas as regiões a partir da Bahia até o Rio Grande do
Sul. Ambas as espécies citadas apresentam hábitos
domiciliares e podem ser facilmente encontrados em
gramados, vãos de cupinzeiros, sob pedras e madeiras e em
montes de lenha onde ficam alojados durante o dia. Quando
chega a noite, saem em busca de alimento e suas presas
prediletas são insetos, baratas, grilos, larvas de besouro e
aranhas. É um animal predador por excelência. Apesar de
ter a visão pouco desenvolvida, localiza suas presas através
dos pelos sensoriais extremamente sensíveis ao menor
movimento do ar.
Tanto um como outro podem causar graves acidentes
ao homem. As crianças, por serem mais sensíveis, são as
que mais sofrem com esses ataques, mas há relatos de
adultos que vieram a falecer em decorrência de picadas de
escorpiões.
Os sintomas principais dessa picada são uma dor
intensa no local atingido, além de um efeito excitativo do
sistema nervoso central e vegetativo com suor e taquicardia.
Após essa etapa, ocorre uma fase depressiva com prostração
geral, dificuldade de respiração, cegueira e morte por
asfixia.
Em regiões como Minas Gerais, principalmente em
Belo Horizonte, têm sido detectadas gigantescas populações
desses animais, que são de difícil combate, tendo em vista
que seus esconderijos preferidos são de difícil acesso, aliado
ao fato de serem dotados de um alto senso de defesa e
sobrevivência. Habitam galerias de esgoto onde caçam
baratas principalmente.
Como Eliminar
O combate ao escorpião pode ser feito através da
aplicação de defensivos apropriados e por educação
sanitária, forma mais eficiente e duradoura que requer, no
entanto, altos investimentos. Como são predadores por
natureza, eliminar suas presas e fontes de alimentação é o
melhor caminho para mantê-los afastados de sua residência.
Além dessa providência, outras mais podem ser
adotadas, como as seguintes:
1ª - evitar armazenar entulhos, madeiras, lixo e detritos
em geral que possam servir de esconderijos. Pedras, tijolos,
telhas e tábuas no quintal podem esconder essa terrível
ameaça.
2ª - terrenos baldios devem ser sempre limpos;
evitando entulhos, velharias e madeiramento antigo.
3ª - Manter o lixo doméstico
acondicionado em recipientes com tampas.
devidamente
4ª - Manter o jardim sempre bem cuidado, com a
grama bem rente, procurando evitar que se espalhem
trepadeiras e folhagens muito fechadas ao redor da casa.
5ª - vedar as soleiras das portas especialmente ao
anoitecer.
6ª - sacudir roupas e calçados antes de vesti-los.
7ª - jamais colocar a mão em tocas ou buracos que
possam servir de abrigo para escorpiões.
8ª - evitar andar descalço em áreas de risco.
9ª - manter alguns animais predadores naturais dos
escorpiões como galinhas de angola, patos e outros.
10ª - manter a casa livre de insetos, principalmente de
baratas, prato principal da refeição dos escorpiões.
11ª - usar inseticidas recomendados e liberados para
esse fim, procurando atingir apenas os focos para não
contaminar toda a área.
FORMIGA
A família das Formicidae existe há mais de 70
milhões de anos e engloba mais de 6.000 espécies
distribuídas por todo mundo, principalmente nas
regiões quentes e úmidas.
As formigas eram, originalmente, pragas agrícolas.
Com o crescimento das cidades e consequente invasão e
destruição das florestas, acabaram transformando-se
também em pragas urbanas. Insetos altamente sociais, as
espécies urbanas são agentes de transmissão de infecções
hospitalares e razão de incômodo e desconforto nas
residências. As formigas, assim como os cupins, dividem-se
em várias colônias.
Apresentando características e hábitos próprios, essa
praga urbana reproduz-se com incrível rapidez e subsiste
com todo tipo de alimento que encontra.
Ocupam desde frestas de paredes, onde percorrem
longas distâncias para buscar alimentos, até terminais de
computadores, aparelhos eletrônicos e até equipamentos
médico-hospitalares. Onde houver alguma forma de
alimento, ali elas poderão se instalar e proliferar.
O uso de inseticidas é uma forma de combatê-las, mas
a cada dia que passa elas se fortalecem geneticamente,
criando resistência aos princípios ativos que antes surtiam
efeito.
Vivem em colônias tipicamente compostas por uma
fêmea rainha, suas filhas operárias e quase sempre estéreis,
ovos, larvas e pupas.
Na primavera, nascem os machos e fêmeas férteis,
todos filhos da rainha. Abandonam logo a colônia para
realizar o voo nupcial, quando as fêmeas são fertilizadas e
os machos morrem.
Essas fêmeas vão procurar abrigo na terra ou em
fendas nas árvores, onde se instalarão e passarão a pôr ovos
e a cuidar deles, formando uma nova colônia.
O Perigo
O grande perigo das formigas domésticas é a
transmissão de doenças em geral, além do risco de um
ataque quando inadvertidamente alguém pisa em um de seus
ninhos. Acidentes graves ocorrem normalmente com
crianças brincando em jardins.
O ataque maciço de uma colônia de formigas pode
provocar uma anafilaxia, que é uma reação exagerada do
organismo a uma proteína a ele estranha, ou a outro tipo de
substância, no caso as substâncias segregadas pelos ferrões
das formigas.
As Subfamílias
A família das formigas divide-se em cinco subfamílias,
a saber:
Ponerinae
São as formigas maiores e mais antigas, atingindo até
30 milímetros. Suas comunidades são pouco numerosas,
constituindo-se de pequenos ninhos escavados no solo.
Alimentam-se de insetos e são conhecidas como formigascaçadoras.
Dorylinae
Essas formigas permanecem pouco tempo em seus
ninhos, abandonando-os para realizar longas marchas em
coluna à procura de alimento. São agressivas e carnívoras,
conhecidas como formigas de correição.
Myrmicinae
Esta é a mais vasta e mais variada das subfamílias,
tendo como representante mais conhecida a formiga saúva.
Uma de suas características marcantes é o fato de as
formigas operárias terem um ferrão capaz de lançar um
líquido venenoso, de odor desagradável, com altos níveis de
ácido fórmico.
Dolichoderinae
Fazem seus ninhos na terra e apresentam a
peculiaridade de ter mais de uma rainha. São carnívoras,
com uma predileção toda especial por alimentos açucarados.
Apesar de terem um ferrão reduzido, expelem um veneno
bastante tóxico chamado iridomicina.
Formicinae
Estas são consideradas as formigas mais evoluídas e as
segunda em número. Uma de suas características e ter
algumas espécies que fazem seus ninhos nas árvores.
Também têm predileção por alimentos açucarados.
Como Eliminar
A formiga é uma das grandes inimiga das donas de
casa, que recorrem a soluções caseiras para evitar o ataque
aos pratos de comida e aos alimentos em geral,
principalmente o açúcar. Uma delas é pôr os recipientes
dentro de vasilhas com água ou colocar vasilhas com
desinfetantes nos pés dos guarda-comidas.
A limpeza rigorosa, o fechamento de todas as frestas, a
água fervente e o uso de um inseticida diminuem a
intensidade do ataque. Outros muito empregados são o
querosene ou o ácido bórico misturado com açúcar em
partes iguais.
O uso indiscriminado de inseticidas, porém, pode ser
mais perigoso do que as próprias formigas. Aspergir
inseticida pela casa toda sem nenhum critério pode afetar os
moradores da residência, animais domésticos e
principalmente as crianças.
Vistoriar constantemente o jardim e os espaços ao
redor da casa, procurando descobrir a existência de ninhos
que possam vir a ser um perigo potencial às crianças e
animais domésticos.
Além dessas medidas, há outra solução caseira que
utiliza, se necessário, uma quantidade muito pequena de
inseticida caseiro, resolvendo o problema de forma
definitiva. Basta seguir as seguintes etapas:
Primeira Etapa:
Observe o trajeto feito pelas formigas, qual é o
alimento preferido delas e de onde elas estão vindo. Para
isso, coloque um pouco de alimento sobre a pia e observe.
Descobrirá que as espécies urbanas de formigas vivem
aninhadas dentro das fissuras nas paredes, entre azulejos,
entre armários e paredes e quaisquer outros lugares seguros
e próximos de comida.
Segunda Etapa:
Ao observar o movimento das formigas, você
descobrirá que elas andam sempre em trilhas simétricas,
simplesmente porque elas seguem a trilha de feromônios
liberada pelos líderes da colônia. Em alguns casos, você
observará diversas trilhas, tomando diversas direções. Faça
marcas na parede, mapeando os locais de origem dessas
colunas para mais tarde nelas aplicar um inseticida
adequado.
Terceira Etapa:
Pegue uma vasilha com água e sabão e com uma
esponja embebida nesta mistura remova as formigas. Vá
repetindo o processo até removê-las completamente e não
surgirem outras.
Quarta Etapa:
Pegue um aerossol doméstico, de preferência um cuja
fórmula contenha um piretróide como a tetramicina, a
resmetrina, a permetrina, a aletrina ou a bioaletrina e aplique
dentro das cavidades mapeadas e de onde saíam as
formigas. Aplique uma boa quantidade, tomando cuidado
para que sejam injetados somente dentro das cavidades.
Se preferir, use uma seringa descartável para este
tratamento, usando um inseticida em lata. Repita a operação
mais vez se voltar a observar o movimento de formigas.
LAGARTA
Algumas pragas urbanas são particularmente
incômodas, não pelos malefícios que podem
provocar diretamente ao homem, mas pelos
incômodos, aborrecimentos e irritação que ocasionam.
Quem já plantou uma muda de palmeira com todo carinho,
cultivou-a e cuidou dela por um longo tempo até que
atingisse seu majestoso porte corre o risco de passar por um
dissabor inesperado e devastador. Acostumado a observar a
beleza dessa planta, com certeza ficará consternado e
mortificado ao perceber que, repentinamente, o ataque
impiedoso das lagartas simplesmente reduziu sua bela
palmeira a um esqueleto patético e sem beleza.
Com certeza foi vítima das Brassolis sophorae ou das
Brassolis astyra astyra. Essas espécies são insetos de
metamorfose completa. Isso quer dizer que da borboleta
adulta saem ovos e deles saem larvas ou lagartas; da lagarta
sai a pupa e dela ocorre a grande transformação em
borboleta adulta.
A infestação ocorre quando uma fêmea deposita seus
ovos em grupos de cem a cento e cinquenta na parte inferior
das folhas. Esses ovos permanecem em incubação durante
vinte e cinco dias aproximadamente. As lagartas que
eclodem desses ovos são gregárias, formando grandes
grupos que se reúnem em um ninho tecido com seda
produzida por elas mesmas. Essa seda impermeabiliza o
ninho e elas ficam tranquilas, enroladas e protegidas nas
folhas da palmeira. Para se ter uma ideia do tamanho desses
grupos, basta imaginar que os ninhos chegam a atingir
quarenta centímetros de comprimento por dez de largura.
Cada ninho possui em sua parte inferior um pequeno
orifício por onde são eliminadas as fezes. Para um
observador atento, esse é o sinal característico da presença
dessa praga voraz e inesperada. Ao observar a existência de
um aglomerado de fezes junto ao tronco de uma palmeira,
tome logo as providências necessárias. Caso contrário ela
será devorada pela praga.
As lagartas têm hábito noturno e só saem do ninho à
noite para fugir aos predadores, pássaros principalmente.
Permanecem como larvas em torno de cento e cinquenta
dias e medem cerca de oitenta milímetros de comprimento.
Após esse tempo, abandonam a palmeira e procuram
outro lugar onde permanecerão como pupas por cerca de
vinte dias. Fazendo os cálculos, temos que seu ciclo
biológico é de cerca de duzentos dias.
Como Eliminar
Existem diversas formas de combater essa praga,
inclusive com produtos ecológicos, que não afetam o meio
ambiente. Tendo em vista, porém, as dificuldades de se
localizar a praga, considerando que uma palmeira pode
atingir uma altura razoável, é recomendável, nesse caso, que
um especialista seja consultado.
Ao aplicar um inseticida num ponto como o alto de
uma palmeira, é preciso que se tenha o equipamento
adequado e se saiba como fazê-lo de forma a não afetar
vizinhos, principalmente crianças e animais domésticos ao
redor.
MOSCA
A mosca é, com certeza, o inseto mais comum
e nojento que aflige os lares e o homem. Nasce e
vive na imundice, pousando sobre excrementos, pus,
animais mortos e passeando depois livremente sobre os
alimentos e sobre o corpo humano.
Certas moscas chegam a desovar nas cavidades
naturais do homem e animais ou em ferimentos,
ocasionando bicheiras que trazem perturbações gravíssimas.
Outras têm uma fase intermediária da vida que pode se
desenvolver no interior dos tecidos subcutâneos. São
conhecidos como bernes.
As moscas domésticas são agentes causadores de
doenças como o cólera, a febre tifoide, a tuberculose,
diarreia infantil, vermes intestinais, cólera, disenteria bacilar
e poliomielite. As espécies mais conhecidas são a Musca
domestica e a Stomix calcitrans. Essa praga não é
exclusivamente urbana, pois no campo também é fonte de
problemas e prejuízos, contaminando alimentos e
provocando danos na avicultura, pecuária de leite e
suinocultura.
Hábitos
As moscas são encontradas normalmente em locais
onde haja algum tipo de matéria orgânica em fermentação.
É nesses locais que liberam seus ovos. Sendo por demais
prolíficos, não acompanham a evolução de seus filhotes,
mas cuidam em oferecer aos recém-nascidos condições de
sobrevivência.
Assim, instintivamente escolhem materiais que sirvam
de alimentação às futuras larvas como lixo, esterco, restos
de vegetais e animais em decomposição, fezes de animais
ou humanas. Ao fazer isso, torna-se uma terrível ameaça ao
homem, pois micro-organismos grudam-se a suas patas e
pelos, acompanhando-as em seus voos e pousos futuros.
Além de perigosas, as moscas são irritantes e por vezes
parecem zombar de quem as persegue ou tenta matá-las.
Aguardam a aproximação de seu atacante armado com um
mata-moscas, com um chinelo ou com uma revista enrolada
e, no último momento, quando o golpe é desencadeado, ela
escapa.
A explicação para isso é simples. As moscas possuem
um sistema de visão muito especial. Sua visão é composta
de centenas de minúsculos olhos que lhes dão uma visão de
quase 360 graus. Graças a essa visão privilegiada, percebe a
aproximação ou o movimento, escapando a tempo.
Os insetos não se alimentam da mesma maneira.
Alguns são dotados de um aparelho bucal mastigador que
arranca pedaços do alimento. Outros já possuem um
aparelho com ação semelhante à de uma seringa, sugando o
sangue de animais e de pessoas. A mosca doméstica, no
entanto, tem um tubo com uma membrana esponjosa na
ponta.
Quem assistiu ao filme "A Mosca" certamente se
lembra da maneira como o homem-mosca se alimentava,
liberando sucos digestivos sobre o alimento, dissolvendo-o e
sugando-o depois. Antes de comer, ela literalmente vomita
sobre o alimento, depois usa seu tubo para sugar a comida
liquefeita.
A Reprodução
O ciclo de vida das moscas é bastante rápido,
diretamente proporcional às altas temperaturas e a presença
de umidade. Esse ciclo é chamado de holometabólico,
porque ela passa por algumas fases até chegar à forma
adulta.
Esse inseto já começa sua vida produzindo ovos, cerca
de 120 ovos a cada postura. Durante sua vida irá repetir essa
postura cinco ou seis vezes em média. Estudos desse ciclo
biológico revelam que um simples casal de moscas, em
quatro
meses,
é
capaz
de
produzir
191.000.000.000.000.000.000 descendentes, considerando-
se que todos os seus filhotes e os filhotes de seus filhotes
sobrevivam.
Os ovos eclodem num prazo de dez a vinte e quatro
horas, dependendo das condições de calor e umidade.
Desses ovos surgem pequenas larvas brancas que alcançam
seu tamanho ideal em cerca de cinco dias. Após esse tempo,
a larva procura um ambiente fresco e seco para pupar, de
preferência debaixo de folhas, capim, terra fofa ou outro
ambiente apropriado. Ali tomam a forma de uma pequena
cápsula oval clara que vai escurecendo à medida que o
processo de transformação vai evoluindo.
No interior da cápsula, a mosca toma sua forma adulta.
Após o período pupal, ela se livra da cápsula com a ajuda de
uma membrana que possui no alto da cabeça. Através de
movimentos repetidos de vai e vem, força a saída e ganha a
liberdade para iniciar seu próprio novo ciclo. Desde a
postura do ovo até a fase final, uma semana em média
decorreu.
O Grande Perigo
De todos os males provocados pela mosca, um dos
mais presentes e ameaçadores é o cólera, que vem se
propagando por todo o planeta. No Brasil, a propagação
iniciou-se no norte do país, avançando em direção ao sul. A
doença é provocada pela bactéria chamada Vibrio Cholerae
(Vibrião Colérico), descoberto por Koch em 1884 na Índia.
Quando um alimento ou água contaminados são
ingeridos, o vibrião aloja-se nas paredes do intestino
delgado, liberando toxinas suficientes que forçam as células
intestinais a expelir água e sais minerais sob a forma de
diarreias e vômitos, desidratando o doente e exigindo sua
reidratação
A transmissão, por seu turno, ocorre através da
ingestão de água contaminada com as fezes ou vômitos de
pacientes, pelas fezes de portadores ou pela ingestão de
alimentos poluídos por água contaminada. Essa transmissão
pode também ser feita pelas mãos sujas de doentes, frutos
do mar mal cozidos e provenientes de águas poluídas,
legumes mal lavados e moscas.
A doença inicia-se com uma forma branda de diarreia,
dores abdominais e mal-estar. Nos casos mais graves, o
início é súbito com diarreia aquosa. As fezes, muito fluídas,
apresentam uma cor amarelo esverdeada e um odor de
peixe, mas sem a presença de muco ou sangue. Não há
febre, mas podem ocorrer cãibras musculares.
Apesar de ser muito grave, a doença pode ser
facilmente curada se for diagnosticada a tempo.
Normalmente o tratamento envolve soro para a reidratação e
combate ao bacilo com antibióticos prescritos pelo médico.
Fatores climáticos, falta de hábitos de higiene,
inexistência de uma infraestrutura sanitária e presença de
insetos facilitam a disseminação da doença que geralmente
infesta pessoas de baixa renda, vivendo em regiões de risco.
Para transmitir o cólera, a mosca pousa em locais onde
o vibrião esteja presente. O vírus prende-se às patas e pelos
do corpo da mosca. Ao pousar em outros pontos, a mosca
vai liberando os micro-organismos patogênicos adquiridos,
deixando-os em alimentos, louças, talheres e outros
utensílios.
As pessoas, quando ingerem esses alimentos ou fazem
uso dos utensílios acabam adquirindo a doença. O mesmo
processo ocorre na transmissão das demais doenças, o que
significa que uma mesma mosca pode transmitir mais de um
problema.
Prevenindo as Doenças
A melhor maneira de evitar as doenças transmitidas
pelas moscas é a prevenção e toda família tem que se
empenhar em seguir medidas higiênicas e profiláticas, a
saber:
1ª - caso não disponham de água tratada, colocar duas
gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% em 1 litro de água,
meia hora antes de usar ou beber. Esse produto
normalmente é distribuído pelos centros de saúde. Uma
alternativa para esse tratamento é ferver a água por no
mínimo cinco minutos antes de usar.
2ª - ferver o leite antes de usá-lo.
3ª - cozinhar bem os alimentos, principalmente frutos
do mar, peixes, aves e carnes.
4ª - lavar as mãos com água e sabão após ir ao
sanitário, durante o manuseio de alimentos e antes das
refeições.
5ª - evitar o consumo de alimentos que não se
apresentem em boas condições de higiene.
6ª - após lavar bem os alimentos crus, verduras e frutas,
colocá-los de molho em um litro de água com uma colher de
água sanitária por no mínimo meia hora.
7ª - lavar e secar bem pratos, panelas, talheres e outros
utensílios de mesa e cozinha.
Como Eliminar
Eliminar as moscas é um trabalho que parece
impossível, uma vez que é impraticável usar inseticidas o
tempo todo. Além disso, a aplicações diárias de inseticidas
leva a um sério agravante. Moscas são altamente suscetíveis
e resistentes a inseticidas, adaptando-se rapidamente às
novas substâncias.
A única forma plausível de combate é o manejo
integrado, englobando ações ambientais, físicas, biológicas,
químicas e de higiene.
O controle é antes de tudo uma atividade relacionada à
limpeza e higienização com a remoção de focos através da
limpeza profunda. É preciso ter em mente, porém, que as
moscas não proliferam apenas na sujeira. Elas proliferam
em materiais em fermentação. Resíduos umedecidos dentro
de uma vasilha esquecida são um ponto de criação de
moscas para o qual nem sempre se presta muita atenção.
Além da higiene, devem ser usadas barreiras como
telas em portas e janelas. De nada adianta colocar telas nas
janelas e não nas portas, assim como não adiantam as telas
se não forem bem cuidadas, já que se rasgam com relativa
facilidade.
Outra opção para o combate de moscas são as
armadilhas. A primeira dela é uma armadilha colante, muito
prática e que funciona muito bem na prática. É instalada nas
janelas de vidro, onde as moscas permanecem a maior parte
do tempo. Devem ser trocadas com certa frequência e são
descartáveis. As armadilhas luminosas são outra opção. Seu
funcionamento é simples. A armadilha atrai os insetos
irradiando uma luz ultravioleta visível somente por eles,
porém invisível e absolutamente inofensiva para as pessoas
e animais. O inseto é atraído para dentro da armadilha e lá
sofre uma descarga elétrica, caindo dentro de um
reservatório cuja limpeza é rápida e fácil. Em outros
modelos, ao invés da descarga elétrica, os animais são
aprisionados em placas de cola.
Há uma grande variedade de estilos e tamanhos dessas
armadilhas, próprios para cada ambiente. Há modelos para
paredes horizontais, para cantos, portáteis e para serem
penduradas no teto. É importante observar que essas
armadilhas, quando utilizadas para controlar moscas, devem
permanecer a no máximo um metro do chão. Outra
recomendação é não colocá-la muito próximo de portas para
não atrair insetos de fora para dentro. No mais, basta seguir
as recomendações do fabricante para obter sucesso.
Outra providência recomendada é evitar a formação de
montes de lixo, latas de lixo abertas, alimentos descobertos
ou restos de alimentos na pia ou fogão. Manter tudo sempre
limpo é essencial.
Nos casos mais graves, pode-se fazer um tratamento
com micropulverização através de nebulizadores e
atomizadores ou com a colocação de atrativos à base de
feromônios em locais estratégicos. Para esse tipo de
trabalho, é recomendável consultar um profissional
especializado ou uma empresa do ramo.
Domesticamente, a desinfecção dos ralos e a limpeza
da cozinha e banheiro com creolina afugentam as moscas.
MOSQUITO
Os mosquitos são popularmente chamados
pernilongos, que tanto perturbam o sono e causam
dano à pele das pessoas. Desovam nas águas
paradas, tanques, poças e beiras de rios. Desses ovos saem
as larvas que depois de outra metamorfose passam ao estado
adulto.
Na sociedade dos mosquitos, os machos são
marginalizados. Somente a fêmea é que tem direito a uma
refeição de sangue, enquanto que os machos vivem de sucos
vegetais. A função dos machos é fertilizar as fêmeas uma
única vez e morrer em sete dias. As fêmeas, por outro lado,
vivem mais, de quarenta a cinquenta dias.
Os mosquitos, assim como as moscas, são altamente
prolíficos, isto é, possuem uma enorme capacidade de
reprodução. Uma fêmea chega a produzir de cinquenta a
quinhentos ovos por postura. Para se ter uma ideia do que
isso representa, basta fazer o cálculo: uma fêmea chega a ter
dez posturas durante seu período de vida. Se tiver em média
duzentos e cinquenta ovos por postura, apenas uma delas
pode dar origem a vinte e cinco milhões de descendentes.
Para uma fêmea alimentar seus filhotes, ingere nada
mais nada menos do que duas vezes e meia o seu peso por
refeição. Comparando-a com o homem, isso equivale a
duzentos quilos de comida numa só refeição.
O Ciclo Biológico
Após a fecundação, a fêmea coloca os ovos soltos em
águas limpas. Esses ovos têm a particularidade de serem
extremamente resistentes, podendo ficar até um ano, quando
as circunstâncias não lhes são favoráveis, sem perder a
capacidade de eclosão que somente ocorrerá quando o ovo
entrar em contato com a água.
Os ovos dão origem a larvas ou martelinhos como são
popularmente conhecidas, sempre muito agitadas, movendose sinuosamente dentro da água e alimentando-se de
material orgânico depositado. Sua visualização é
relativamente fácil, podendo ser identificadas a olho nu.
Após um período que varia de cinco a dez dias ocorre
uma nova mudança, dessa vez para a fase pupal. Nessa fase,
o mosquito não se alimenta e transforma-se num ser adulto,
emergindo do casulo pupal para reiniciar o ciclo biológico.
Todo esse ciclo dura cerca de quatorze dias e machos e
fêmeas já estão sexualmente maduros vinte e quatro horas
após o nascimento. Após ser fecundada pelo macho, a fêmea
procura uma fonte de sangue que poderá ser o homem ou
um animal doméstico. Após essa primeira refeição, ela está
pronta para iniciar a postura dos ovos.
As Variedades
Há uma grande variedade de espécies de mosquitos,
embora o principal tormento na cidade seja causado pelo
Culex pipiens, o pernilongo comum. Além dessa existem
outras espécies de mosquitos como o Aedes aegypti,
transmissor da febre amarela e da dengue, como também o
Anopheles gambiae, transmissor da malária e da
leishmaniose.
Os anolefíneos são os transmissores da malária,
popularmente chamada de maleita, que se caracteriza por
acessos febris intensos. Esse mosquito dissemina a maleita
ao picar um maleitoso e em seguida uma pessoa saudável.
Esses ataques são feitos predominantemente no crepúsculo,
tanto matutino como vespertino. Esse mosquito transmissor
da malária diferencia-se dos pernilongos comuns, estes do
grupo de culicíneos, por vários caracteres. A maneira mais
fácil de identificá-los é observá-los. O inseto transmissor,
quando adulto e pousado, forma um ângulo de quase
noventa graus com o plano em que se apoia, enquanto o
pernilongo comum conserva-se paralelo ou encostado.
Stegomia fasciata é outra espécie de mosquito e
transmite a febre amarela. Possui certos caracteres
semelhantes aos do pernilongo comum, diferenciando-se por
uma mancha branca no dorso em forma de lira.
A espécie de mosquito mais comum é a dos
pernilongos ou cúlex, que são essencialmente hematófagos,
isto é, alimentam-se de sangue. É considerado inofensivo,
mas em contrapartida é muito incômodo.
Uma das maiores preocupações no momento, em
termos de ameaças provocadas por mosquitos, é com o
mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. É curioso
observar, no entanto, que uma fêmea infectada com o vírus
da dengue não produz descendentes igualmente infectados.
Estes só se tornarão portadores da doença ao picarem um
indivíduo contaminado.
A dengue é também conhecida como febre quebraossos por causa de seus sintomas mais característicos:
calafrios acompanhados de muitas dores pelo corpo, cabeça
e articulações, febre, prostração e erupções na pele.
O ciclo da infestação acontece da seguinte forma. Após
o indivíduo ter sido contaminado, a doença permanece
incubada em seu organismo por um prazo de três até quinze
dias. O período de convalescença é lento, exigindo repouso
e boa alimentação. Uma medida importante a ser observada
é manter o paciente isolado para não se tornar um infectante
e contribuir para a disseminação da doença.
A transmissão da dengue não acontece por contato
direto com indivíduos infectados. Sem o mosquito não há
infecção. Após picar uma pessoa contaminada pelo vírus da
dengue, num prazo de cerca de dez dias o mosquito passa a
ser infectante, apto para disseminar a doença e assim
permanece durante toda a sua vida.
O vírus encontra no organismo do mosquito adulto
condições para multiplicar-se, alojando-se nas glândulas
salivares do inseto que, ao picar um indivíduo sadio,
introduz nele uma substância anticoagulante que contém o
vírus.
A única forma de combater a doença é combater o
mosquito portador e transmissor do vírus com a ajuda de
inseticidas e da colaboração ativa de toda população
ameaçada, adotando medidas de caráter preventivo e
educativo.
Os inseticidas são uma excelente arma no combate das
fases alada e aquática, mas devem ser utilizados de tal forma
a não colocar em risco a população. São usados contra os
mosquitos adultos na forma de fog ou nebulizações nas
horas de maior atividade do mosquito, que é durante o dia.
As larvas precisam ser combatidas nos criadouros
naturais com a ajuda de larvicidas pulverizados. Os
criadouros mais comuns são pneus ao ar livre, oficinas de
desmanche de carros, terrenos baldios com entulho que
propicie a formação de poças, tambores e caixas d’água
destampados, calhas obstruídas, bebedouros de animais,
latas e garrafas vazias, vasos de flores e recipientes em
cemitérios.
Devidamente conscientizada, a população pode
contribuir decisivamente para o sucesso da campanha,
reduzindo ou eliminando o maior número possível desses
criadouros, o que resulta numa redução proporcional da
quantidade de inseticida a ser usado. Para ser efetiva, essa
ação não deve, porém, se restringir aos meses em que o
Aedes está mais ativo, mas perdurar ao longo do ano todo.
Recentemente, uma alarmante notícia provocou temor
em todo o mundo com a discussão sobre a participação ou
não dos insetos na transmissão da AIDS.
Por volta de 1986, surgiram as primeiras especulações
a respeito. Cientistas do Instituto Pasteur detectaram o vírus
da AIDS em amostras de baratas, carrapatos e mosquitos
coletados no Zaire e na República Central Africana. Esta
alarmante descoberta deixou em polvorosa as autoridades de
saúde, principalmente nos países originários da doença.
Depois de muita polêmica a respeito, a conclusão mais
atualizada é de que não existem evidências concretas de que
os mosquitos contribuam para a transmissão da AIDS. O
que se sabe é que o vírus permanece no organismo do
mosquito por cerca de três dias, mas não se multiplica como
no caso da malária por exemplo.
A preocupação, no entanto, ainda existe e continuam os
estudos em relação a insetos sugadores como percevejos,
carrapatos e piolhos na transmissão da AIDS.
Como Eliminar
A dificuldade de se eliminar os mosquitos é a mesma
que se enfrenta em relação às moscas. Exageradamente
prolíficos, esses insetos encontram nas casas amplas
condições para sua reprodução. Seu combate exige
campanhas sistêmicas com engajamento total da população,
pois basta um só foco numa casa para que a infestação
retorne após algum tempo.
A urbanização desenfreada tem provocado o
desmatamento, principalmente das matas ciliares e o
assoreamento dos rios, expulsando os predadores naturais
dos mosquitos que não encontram empecilhos para seu livre
desenvolvimento.
Apenas com obras de infraestrutura urbana,
canalização de rios, limpeza de margens, manutenção
constante da rede de esgotos, cuidados de higiene e
preservação da população e outras medidas conjuntas se
poderá manter sob controle essa praga.
Para exterminá-los, emprega-se a petrolização das
águas paradas onde se desenvolvem as larvas, derramando
querosene nelas. Isso, porém, deve ser feito com cuidado e
critério, pois a medida pode vir a poluir rios e lagos no
futuro. Outro meio de grande alcance é a drenagem dos
terrenos alagadiços.
No lar, as medidas mais simples e eficazes continuam
sendo o uso de tela nas janelas e porta, cortinado nos leitos,
inseticidas inofensivos ao homem, repelentes elétricos e
outros que amenizam o problema, mas não exterminam a
praga.
PERCEVEJO
Percevejo é a designação comum aos insetos
da ordem dos hemípteros cujas asas anteriores são
metade
córneas
e
metade
membranosas
(hemiélitros), tendo um aparelho bucal sugador. Dividem-se
em fitófagos, hematófagos e predadores. Atualmente se
conhecem mais de 22.000 espécies dele.
Os percevejos, como as pulgas, alimentam-se do
sangue do homem. São insetos de corpo achatado, escuro,
com seis patas no corpo e, por serem desprovidos de asas,
não voam. Seus ovos são como pérolas, parecidos com os
das pulgas.
Só picam à noite, quando a vitima dorme, e habitam de
preferência as camas. Suas picadas causam coceira e podem
irritar a pele, causando feridas e inflamações. É sinal
evidente da maior falta de asseio e podem ser transmissores
de terríveis moléstias.
Como Eliminar:
Examinar a casa, especialmente as camas, pois de
preferência alojam-se nas gretas do soalho ou na junção do
lastro de arame com o estrado.
Preferem no colchão as costuras e pontos.
Os colchões e travesseiros infestados devem ser
queimados. Para limpar a casa, pega-se um maçarico ou
uma mecha de algodão umedecido em álcool, põe-se fogo e
passa-se por toda ela.
No entanto em alguns casos dá resultado fazer
pulverizações
com
um
inseticida
especialmente
recomendado para esse fim ou simplesmente passar bastante
querosene com um pincel.
Além destas medidas, também é indicado calafetar o
quarto ou queimar enxofre ou formol até saturar o ambiente,
deixando-o fechado doze horas, para depois ventilar. É
conveniente repetir esta operação durante um mês todas as
semanas.
POMBO
O pombo doméstico (Columbia livia) é
originário da Europa e da Ásia onde vivia nas
regiões rochosas. Trazidos durante a colonização,
disseminaram rapidamente, encontrando abrigo em beirais
de janelas, telhados e na maioria das construções feitas pelo
homem. São encontrados também nas regiões produtoras de
grãos, tornando-se uma praga para a agricultura e para a
indústria de armazenamento e processamento de alimentos.
Outra espécie igualmente prejudicial para a agricultura
e para o homem é a pomba rola, designação comum a várias
espécies de aves columbiformes da família dos
columbídeos, gênero Columbia Spix, Columbigallina Boie,
e suas espécies e subespécies. Alimentam-se de sementes de
gramíneas e outras plantas herbáceas. O seu estômago, em
geral, contém bastante areia que auxilia a triturar os
alimentos.
O pombo é monogâmico e chega a viver até vinte anos.
Escolhem seus parceiros e permanecem com eles até o fim
de sua vida. A fêmea coloca em média dois ovos por mês e
o casal chega a criar até dez filhotes por ano. Quando o
clima é propício, procriam continuamente. Por esse motivo,
nas regiões quentes as populações de pombos são muito
mais numerosas.
Após a cópula, o macho escolhe o local para a
construção do ninho. Depois de pronto, chocam juntos os
ovos. A fêmea fica no ninho do final da tarde até a manhã
do outro dia e durante o dia, o macho assume seu lugar.
Os filhotes surgem após dezoito dias da postura e são
alimentados com um líquido branco regurgitado pelos pais,
chamado de leite de pombo. Esse líquido vai se tornando
mais espesso à medida que os filhotes crescem. Após quatro
semanas, estão maduros e prontos para deixar o ninho.
Devido às características de seus ancestrais, os pombos
adaptam-se em qualquer lugar que lhes proporcione
segurança e abrigo para eles e para sua prole. Estabelecem
pontos de observações nos locais mais elevados das
construções como telhados, parapeitos, tesouras abaixo de
telhados, em vigas de galpões, em luminárias, em estruturas
de ar condicionado e em qualquer outra estrutura da
construção onde tenham uma vista bem ampla da região.
Segundo estudos realizados, pombos possuem um alto
grau de inteligência. Estão constantemente à procura de três
componentes: água, alimento abundante e abrigo. Quando se
alojam em um determinado lugar, certamente estes três
componentes estão presentes. Como voam em grupos, estão
constantemente à procura de alimento e têm até a
capacidade de reconhecer determinada pessoa que tem o
hábito de lhes oferecer alimento, algo muito comum nas
praças públicas.
O Perigo
Apesar de ser o símbolo da Paz, o pombo é
considerado praga urbana devido a sua característica nefasta
de ser hospedeiros de diversos microrganismos.
Depositados em suas fezes, esses micro-organismos são
particularmente danosos, o que levanta a questão da
necessidade de combate dessa praga.
O assunto é polêmico e tem gerado muita discussão.
De um lado as autoridades médicas, agricultores e
industriais prejudicados e, de outro, os ecologistas e
defensores do meio ambiente.
A imagem do pombo além de estar relacionada com a
paz, liga-se à religiosidade e a tudo que diz respeito à pureza
e bondade. É um animal dócil, que se habitua facilmente
com o homem. Em praças públicas, as pessoas alimentam
essas aves. As crianças ficam encantadas quando os pombos
vêm comer direto em suas mãos. A imagem é realmente
encantadora, mas o perigo existe.
Em primeiro lugar, os pombos estão fora de seu habitat
natural. Em segundo lugar, não há predadores que possam
controlar seu número, mas pessoas que os alimentam e
estimulam a sua proliferação que pode atingir níveis capazes
de pôr em risco a sanidade das pessoas, dos alimentos e do
meio ambiente.
As Doenças
Há inúmeros estudos sobre a transmissão de doenças e
parasitas ao homem e animais domésticos através de
pombos e outras aves domésticas. Essa transmissão pode ser
através de esporos, ectoparasitas, contaminação fecal, por
contato com tecidos infectados, através do contato com
vetores como os mosquitos e moscas.
Das diversas doenças trazidas por aves, incluindo os
pombos, temos a hitosplasmose, transmitida através de
esporos oriundos de terrenos contaminados por fezes de
pombos e outras aves.
O agente é o fungo Histoplasma capsulatum que se
desenvolve em ambientes aquecidos e úmidos. As fezes de
aves acumuladas são o local ideal para este fungo se
desenvolver. Sendo muito leves, os esporos são
transportados pelo vento e acabam sendo inalados por
pessoas ou animais. A doença causa febre, anormalidades
sanguíneas, lesões nos pulmões, pele, olhos, boca, garganta
e outros órgãos.
Outra doença é a Toxoplasmose, cujo agente é um
protozoário ou verme microscópico chamado de
Toxoplasma gondii. A Toxoplamose é uma zoonose muito
frequente em animais e aves. Normalmente o gato é o
hospedeiro definitivo em que o parasita se reproduz,
enquanto que o homem e outros animais são chamados de
hospedeiros intermediários.
A transmissão pode ser através da inalação de parasitas
ou de sua ingestão em carne e leite contaminados, pela
picada de insetos hematófagos e por inalação de fezes secas
de aves. A Toxoplasmose é uma infecção considerada
benigna, porém extremamente perigosa para gestantes, pois
causa anomalias no feto. Pode também afetar a retina e levar
à cegueira parcial ou total.
Num indivíduo com seu sistema imunológico afetado,
o parasita chega a instalar-se no cérebro, levando ao óbito.
A Criptocose é uma doença sistêmica causada por um
fungo, o Criptococcus neoformans, associada aos pombos e
outras aves. O fungo desenvolve-se rapidamente nas fezes
desses animais, permanecendo ativos em fezes antigas e
ressecadas. Nos seres humanos já foram identificados dois
tipos de Criptocose. A primeira é a forma cutânea, que
provoca erupções na pele ou úlceras com nódulos abaixo da
pele. A segunda é a forma generalizada. Começa com uma
infecção nos pulmões, depois se alastra para outros órgãos,
atacando principalmente o sistema nervoso central. Esta
forma é muito grave e pode levar ao óbito.
Como Eliminar
Obviamente
ninguém
sairá
matando
indiscriminadamente pombos e pombas-rolas, até porque
estaria incorrendo num crime ecológico. O melhor a fazer é
manter esses animais longe de sua residência e, para isso, há
algumas técnicas que podem e devem ser utilizadas.
Inicialmente, se você tem ninhos de pombos e de
outras aves no telhado de sua casa, elimine-os, tapando
frestas e buracos por onde eles possam entrar. Limpe o local
cuidadosamente. Ao fazer isso, não se esqueça de usar uma
máscara adequada para não inalar a poeira das fezes
ressecadas.
Nas casas especializadas podem ser encontrados
produtos para repelir essa praga, impedindo seu pouso ou
permanência, como um gel repelente e redes de proteção.
Esses produtos devem ser colocados em pontos estratégicos
para impedir o pouso nas estruturas mais expostas da casa.
As redes são recomendadas para impedir que os pombos
invadam a construção através de orifícios como lajes,
janelas e fendas, evitando assim que eles se abriguem e se
reproduzam no interior da casa.
A utilização dessas e de qualquer outra medida para
combater ou afastar pombos e outras aves devem ser feitas
sob orientação técnica adequada, de forma a não causar
prejuízos a esses animais, protegidas por lei.
PULGA
Pulga é a designação comum aos insetos
sifonápteros ou suctórios, ápteros, de corpo
comprimido, com pernas muito desenvolvidas,
apropriadas para o salto, e que se alimentam de sangue dos
vertebrados de sangue quente. A pulga doméstica, Pulex
irritans, é um ectoparasito de cães, gatos e ratos, sendo
veículo de inúmeras infecções, entre as quais se destaca a
peste bubônica, causada pela Pasteurella pestis.
A infestação ocorre quando pulgas instalam-se no
corpo de um rato contaminado. Uma vez morto o rato
pestoso, a pulga agora contaminada abandona-lhe o corpo e
passa a picar o homem, que assim contrai a peste. À medida
que se alastra, a praga passa a ser considerada uma
epidemia.
A pulga é um inseto incômodo que, nas residências,
vive do sangue do homem, do cão e do gato. Sua picada
causa ardor e coceira e dá sempre a impressão de pouca
higiene na casa onde são encontradas, já que vivem de
preferência nos animais domésticos como o cão e o gato, na
poeira, tapetes, camas, móveis acolchoados, rodapés, frestas
de soalho e outros locais escondidos.
Existem cerca de mil espécies de pulgas e centenas
delas no Brasil. Vivem aproximadamente quinhentos dias,
período em que uma fêmea normal pode pôr cerca de três
mil ovos.
Como Eliminar
Em residências não basta apenas combater as pulgas no
seu animal de estimação. Há a necessidade de um
tratamento conjunto. Pulverizações e injeções com produtos
recomendados, em locais específicos como carpetes, tapetes,
jardins, frestas de paredes e pisos.
O trabalho de combate deve ser iniciado com o asseio
rigoroso do lar. Não basta varrer o chão, mas é preciso
limpá-lo com um pano úmido com creolina. Além da água
fervente que mata a pulga e seus ovos, o emprego de
quaisquer preparados a base de rotenona concorrem para sua
extinção.
O mais enérgico inimigo das pulgas é a conhecida
erva-de-santa-maria, que deve ser colocada debaixo dos
colchões, tapetes, dentro dos móveis estofados e pelos
cantos. Seu cheiro particular, devido a seu princípio
essencial, é tão repulsivo para as pulgas que as impede de se
criarem ou de permanecerem no ambiente. Para esse fim, no
interior, é muito comum o seu emprego sob a forma de
vassoura improvisada.
RATO
Ratos são animais notáveis na facilidade que
têm de adaptar-se ao nosso meio e ao nosso tipo de
vida. Há indicações de que as principais espécies
desses animais originaram-se na Ásia e espalharam-se
inicialmente na Europa. Chaucer e Shakespeare, escritores
ingleses, mencionam em suas obras a epidemia de peste
negra que assolou a Europa durante a Idade Média,
provocada pela espécie Rattus Rattus. A peste matou vinte e
cinco milhões de europeus no século XIV e outros onze
milhões na Ásia entre 1898 e 1923.
Durante a conquista das Américas por europeus, os
ratos foram trazidos nos navios e aqui encontraram todas as
condições para uma fácil adaptação e disseminação. À
medida que as cidades eram erguidas e a agricultura
florescia, os ratos encontravam cada vez mais alimento,
abrigo e nenhum controle.
Como pragas da agricultura, ratos destroem
anualmente cerca de vinte por cento de toda a produção de
grãos do mundo. Para se ter uma ideia do seu potencial
destrutivo e contaminador, um rato pode liberar 300.000
pelos, 6 litros de urina e 25.000 címbalas, as fezes, a cada
ano. Camundongos consomem cerca de dois quilos de
alimento e liberam 36.000 címbalas por ano. Assim, um
número pequeno de roedores pode contaminar uma
quantidade muito grande de alimento. Estudos indicam que
os camundongos contaminam certa de dez vezes mais
alimentos do que consomem. Esse potencial reprodutivo
pode estar além de nossa própria compreensão, pois um
único casal de camundongos pode gerar pelo menos outros
quinhentos durante um ano.
Causando grandes prejuízos à lavoura, os ratos
passaram a viver sistematicamente nos centros urbanos,
contaminando e destruindo tudo o que surge a sua frente.
Contribuem para isso seus dentes incisivos que crescem
continuamente à razão de 0,3 a 0,4 mm por dia, exigindo
que roam continuamente. Qualquer material está sujeito a
seus ataques, pois este animal consegue exercer uma pressão
de 500 kg/cm² ao morder. Os dentes incisivos inferiores
possuem uma dureza superior ao aço, daí serem frequentes
os danos causados na rede elétrica.
Extremamente habilidosos, esses roedores conseguem
sobreviver à perseguição constante que sofrem dos homens.
Suas colônias variam em número de componentes de acordo
com a disponibilidade de alimentos, sendo que a escassez
gera canibalismo. Em contrapartida, a fartura provoca o
surgimento de novas colônias no mesmo local a partir das
crias da colônia anterior. Como proteção, ratos de uma
mesma colônia não se alimentam todos ao mesmo tempo do
mesmo produto. Enquanto uns comem, os outros observam.
Animais prolíficos, os ratos são capazes de gerar de
três a seis ninhadas por ano com uma média de quinze
filhotes por vez. A fêmea está pronta para procriar aos
quatro meses de idade. Possuem hábitos noturnos e
transmitem perigosas doenças de importância na saúde
pública, além de causar prejuízos econômicos. Muitas
vezes, a preocupação é pequena com esses animais, pois
apenas um ou dois são vistos correndo daqui para lá à noite.
No entanto, um cálculo simples pode dar a exata dimensão
da infestação e da ameaça que paira sobre seu lar. Para cada
rato visto à noite, há outros dez escondidos. Assim, dois ou
três camundongos indicam uma população de vinte a trinta
indivíduos.
Principais doenças transmitidas pelos roedores:
Leptospirose, Salmonelose, Raiva e Aftosa. Estudos estão
sendo realizados e pesquisas apontam o rato como
transmissor do Hanta Vírus, causador de uma doença que
provoca hemorragia e causa a morte do ser humano em
poucos dias. É uma das mais terríveis espécies de vírus, com
uma capacidade tão destruidora que vem causando grandes
preocupações nas autoridades sanitárias.
Principais Espécies
No Brasil, as espécies mais comuns e que convivem
conosco são os camundongos, os ratos de esgoto e os ratos
de telhado.
O rato de esgoto, conhecido também como ratazana,
adapta-se facilmente em qualquer ambiente, procriando-se
rapidamente. Uma fêmea reproduz até dez vezes por ano e
pode ter de oito a vinte filhotes por vez. Esses filhotes, por
sua vez, após quatro meses já estarão aptos a reproduziremse também.
O popular camundongo, que de inocente nada tem, é
um grande destruidor de tudo que é comestível desde cereais
e frutas até carne em decomposição. Muitas vezes, chegam a
disputar o mesmo alimento entre si.
Os ratos de telhado são também pragas terríveis nos
meios urbanos e rurais, trazendo consigo doenças e
provocando
grandes
prejuízos
financeiros
aos
estabelecimentos.
Como Eliminar
Os egípcios foram os primeiros a utilizar um raticida
extraído de uma espécie de cebola vermelha. Esse mesmo
veneno foi usado em tempos modernos durante muito
tempo.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiram novos
produtos raticidas, todos muito perigosos para o homem e
animais domésticos, como o Antu, o Fósforo, o
Monofluoracetato de Sódio, conhecido como 1080, o
Fluoracetamida, chamado também de 1081, a Estricnina, o
Sulfato de Tálio e o Fosfeto de Zinco.
Em 1958, surgiu no mercado o Warfarin, um produto
anticoagulante que parecia ser a solução ideal, mas isso
durou pouco. Os ratos desenvolviam resistência ao produto.
O fator resistência estimulou as pesquisas e três bases
raticidas foram descobertas: o Difenacoun, o Bromadiolone
e o Brodifacoum. Esses raticidas de segunda geração
mostraram-se mais eficazes do que tudo utilizado
anteriormente. São comercializados em forma peletizada e
numa mistura de grãos com uma formulação parafinada
apropriada para áreas úmidas. Como se tratam de produtos
tóxicos, é recomendável que sejam aplicados por pessoa ou
empresa especializadas.
Uma alternativa caseira, além da velha e conhecida
ratoeira, são as armadilhas de cola que funcionam quando o
rato pisa sobre uma camada de cola e fica preso. A partir daí
ele pode morrer de uma parada cardíaca em razão do susto
ou sufocado numa vasilha com água.
Finalmente, a higiene e os cuidados para manter
alimentos fora do alcance dos ratos são um complemento ao
combate a essa praga que, como todas elas, precisa de
elementos essenciais para viver: alimento, água e abrigo.
TRAÇA
Traça é a designação comum aos insetos
tisanuros, especialmente os da família dos
lepismatídeos, cujas espécies Acrotelsa collaris e
Ctenolepisma ciliata são comuns no Rio de Janeiro. Tem
como sinônimos lepisma e traça dos livros e são conhecidas
também como traça de tapetes, traça tecelã e traça comum.
Muito parecidas tanto na aparência quanto nos hábitos, esses
insetos causam danos a cereais estocados e também em
frutas desidratadas, em couros, livros, no ambiente
doméstico e em tecidos e forrações.
A rigor, são as larvas de lepidópteros, quase todas de
origem europeia, e que atacam roupas de lã, tapetes, artigos
de crina, peles e chifres. A espécie Tineola biselliella Humm
é caseira e a que produz maiores estragos. Sua larva vive em
casinhas chatas, abertas nas extremidades, deslocando-se
sobre as paredes. A mariposa tem de doze a dezesseis
milímetros de comprimento. Reproduzem-se com a
participação dos dois sexos ou por partenogênese, que é o
desenvolvimento de óvulos sem fecundação. As larvas
possuem um aparelho bucal triturador com mandíbulas
robustas, permitindo-lhes devorar seus alimentos facilmente.
Durante o período larval, chegam a mudar de pele de quatro
a cinco vezes. As pupas são chamadas de crisálidas,
construindo casulos onde realizam a transformação final na
forma de mariposas.
Como Eliminar
As casas que são muito sujeitas a traças devem ser
vasculhadas seguidamente a fim de matar os insetos adultos
já em forma de borboletinhas e exterminar os casulos onde
as larvas se abrigam.
O uso de um inseticida adequado, naftalina, gasolina e
pimenta-do-reino em grão, evita que aumentem.
Nos livros são muito comuns os estragos feitos por
elas, sendo a gasolina o melhor preparado para exterminálas.
Na estocagem de alimentos, exigem habilidade dos
controladores de infestações por se alojarem no meio deles,
dificultando assim o tratamento químico.

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