Revista Aliança Premonstratense, n° XIX

Transcrição

Revista Aliança Premonstratense, n° XIX
ALIANÇA PREMONSTRATENSE
REVIS TA
DAS COMUNIDADES
DE LÍNGUA PORTUGUES A E ES PANHOLA
15.06.2012
n° XIX
ALIANZA PREMONSTRATENSE
REVIS TA
DE LAS COMUNIDADES
DE LENGUA ES PAÑOLA Y PORTUGUES A
ITINGA
JAÚ
MONTES CLAROS
TORO
VILLORIA
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.06.2012
1
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
2
Corresponsales – responsáveis
Por las crónicas – pelas crônicas
Itinga
Côn. Ângelus Josemir Silva
[email protected]
Natal
Fr. Gabriel Cássio Ribeiro de Lima
[email protected]
Viena
Pe. Karol Wojtyla Cícero Cardoso Simão
[email protected]
Jaú
Pe. Alvarino Bienzobás Júnior
[email protected]
M ontes Claros
Fr. M ichel Valério
[email protected]
Pirapora
Pe. M arcelo Luiz Santos Rocha
[email protected]
Toro
Sor M aría Cristina
[email protected]
Villoria de Órbigo
M adre M aría de las Nieves
[email protected]
Por la edición – pela edição
Côn. Alessandro Resende Heleno
[email protected]
(editor)
Fr. M ichael Johnny da S. Souza
[email protected]
(assistente)
Obs: A Revista é editada semestralmente: nos fins dos meses de junho e dezembro.
Por favor, enviar os textos ao Côn. Alessandro antes dos dias 15 de junho e 15 de dezembro.
[email protected]
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
3
Editorial
I
p. 6
AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS
Itinga
(Côn. Ângelus Josemir)
p. 7
Natal
(Fr. Gabriel Cássio Ribeiro de Lima)
p. 9
Viena
(Pe. Karol Wojtyla Cícero C. Simão)
p. 12
Jaú
(Pe. Alvarino Bienzobás Júnior)
p. 14
M ontes Claros
(Fr. M ichel Valério)
p. 18
Pirapora
(Pe. M arcelo Luiz Santos Rocha)
p. 21
Toro
(Sor M aria Cristina)
p. 22
Villoria de Órbigo
II
III
p. 27
ES PIRITUALID ADE
Consagração - Comunhão – M issão:
Uma reflexão sobre a espiritualidade canonical
Dom Thomas Handgrätinger – Abade Geral.
p. 28
Ensaio sobre o Hábito branco Premonstratense
Dom Thomas Handgrätinger – Abade Geral.
p. 35
Reflexões sobre o Carisma
Pe. Bernardo Ardura – Procurador da Ordem.
p.41
NUES TRAS CONSTITUCIONES
Dom Jos Wouters – Abade de Averbode – Bélgica.
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p. 46
4
IV
ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES
Noventa anos da chegada do irmão José Withofs a Pirapora do Bom Jesus
Côn. Godofredo Chantrain, O. Praem.
V
p. 59
PAS TORAL VOCACIONAL
M ais um Bem-Aventurado!
p. 63
Las primeras Españolas Norbertinas Premonstratenses en USA
Sor M aría Cristina.
p. 64
PARABÉNS !
Votos S olenes:
Aos 04/12/2011: Côn. Lucas João Bosco
Côn. Ângelus Josemir
Ordenação Diaconal:
Aos 27.01.2012: Côn. Dalviney de Jesus
Aos 03.02.2012: Côn. Dimas Rogério
Ordenação Presbiteral:
Aos 03.02.2012: Côn. Lino José M arcos
Aos 06.06.2012: Côn. Dimas Rogério
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EDITORIAL
ARABÉNS a todos os norbertinos que leem e escrevem para a Revista, pois é
com imensa satisfação que neste ano de 2012 nós celebramos os 10 anos da
nossa Revista Aliança Premonstratense. Parabéns a todos! Agradecemos
pela contribuição durante estes 10 anos. E contamos sempre com a contribuição e sugestões
de cada Canonia.
Algumas informações sobre o que aconteceu e o que mudou nestes 10 anos da
Revista:
P
1. O primeiro editor foi Dom Paulo (Leffe) e o primeiro assistente foi Pe. Juan Díaz (Chile).
2. O Abade Geral tem, desde 2004, escrito sobre a Espiritualidade Premonstratense, ele
tem enriquecido nossas reflexões sobre a nossa vida espiritual e litúrgica. Nós agradecemos.
3. A partir do n.2 da Revista, foi criado um item com o título Nuestras Constituciones e o
abade Dom Jos Wouters (Averbode) tem continuamente escrito sobre as Constituições.
4. A partir do n.4 da Revista, foi criado o item intitulado Pastoral Vocacional.
5. A partir de 2005 foi colocado na capa da revista a foto de São Norberto.
6. A primeira edição tinha apenas 25 páginas agora a Revista tem cerca de 80 páginas. Graças
a contribuição dos norbertinos escritores.
7. As crônicas têm sido uma grande oportunidade para partilharmos um pouco do dia a dia de
nossas Canonias.
8. Nas últimas edições Fr. M ichael (Leffe) tem trabalhado muito nas ilustrações da Revista.
O Abade Geral, no texto “Consagração, Comunhão e Missão”, nos exorta a vivermos
nossa vida como confrades de consagração e comunhão. Ele tembém nos mostra o significado
do Hábito Branco e o significado desta cor na Bíblia e na Liturgia. Pe. Bernardo Ardura
escreveu sobre o nosso carisma. Há dois especiais artigos: o primeiro é sobre o trabalho de
arte em madeira feito pelo irmão José Withofs (Pirapora) e o segundo é sobre a belíssima
experiência das duas irmãs norbertinas de Toro que foram à Abadia de De Pere (EUA) para
estudar inglês.
Contamos com as orações de todos os norbertinos para o bom êxito do nosso Capítulo
Geral que acontecerá em De Pere (22/7 a 4/8).
Desejamos uma boa leitura a todos! Visitem o nosso site: www.norbal.org
Côn. Alessandro
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I
AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS
PRIORADO DE S ÃO NORBERTO DE ITINGA
Côn. Ângelus Josemir
JANEIRO / 2012
04 – O Pe. Karol de Viena chega e fica até 07/03
16 a 24 – Pe. Thiago viaja para Buenos Aires para participar de um curso de
administracão paroquial.
“Se queres saber o
15 a 20 – Retiro para os irmãos: Diác. Lino e Dimas em preparação para que cremos, vem
ordenação presbiteral e diaconal, que foi realizado na Comunidade “O Verbo de ouvir o que
cantamos.” E
Vida”.
22 – Dom Paulo visita a Canonia de Itinga e fica aqui também para as
ordenacões em fevereiro.
ainda: “ Cantar é
próprio de quem
ama”.
(Santo Agostinho)
FEVEREIRO / 2012
03 – Ordenação presbiteral de Diác. Lino e diaconal de Ir. Dimas, realizada na
Igreja M atriz N. Sra. Aparecida e Santa Catarina de Sena, presidida pelo Sr.
Bispo Auxiliar de São Salvador de Bahia, Dom Gilson Andrade, OSB, recém
chegado a Diocese, por sinal foram as suas primeiras ordenações como bispo.
04 – Capítulo anual da Canonia. O capítulo deliberou sobre a eleição do novo
conselho e a prestação de conta financeiras das três casas, e a elevação da
Canonia a Abadia. O novo conselho da Canonia: Pe. M iguel, Diác. Dimas,
conselheiros eleitos pelo capítulo, Pe. José M aria e Ir. Ângelus nomeados pelo
Prior. O Pe. José M aria é nomeado Subprior e o Ir. Ângelus o Provisor.
05 – O Pe. Lino celebra a sua primeira missa na Igreja M atriz de Itinga às oito
horas, na qual o pregador foi o Pe. M ilo.
22 – Início do postulantado
MARÇO / 2012
01 – Pe. Lino é nomeado Vigário Paroquial de Itinga.
16 a 18 – Os jovens postulantes participaram de Postulinter.
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“ Quantas lágrimas
verti, quão violenta
emoção
experimentad a,
Senhor, ao ouvir
em vossa Igreja os
hinos e cânticos
que o louvam. Ao
mesmo tempo em
que aqueles sons
penetrav am em
meu coração,
excitando os
movimentos de
piedade, enquanto
corriam minhas
lágrimas”...
(Conversão de
Santo Agostinho)
7
19 a 23 – Os noviços participaram na ilha de M ar Grande do Novinter.
ABRIL / 2012
04 a 10 – M issão na Paróquia de Itaju de Colônia, diocese de Itabuna – BA. Os
Postulantes, Eduardo, Fábio, Wellington com o Diác. Dimas ajudaram na “Poucas coisas são
Semana Santa o Pe. Rafael que está como Vigário.
tão próprias para
MAIO / 2012
07 – Início das aulas no Instituto Filosófico Beato Thiago Kern. Participam
deste módulo os noviços, as noviças das irmãs terciarias premonstratenses e
paroquianas.
excitar a piedad e
nas almas e
inflam á-las com o
fogo do amor
divino como o
canto.”
(Santo Agostinho)
24 a 27 – Encontro oferecido pela CRB – BA/SE, em preparação aos votos
perpétuos. Participou deste encontro o Ir. Helder.
28 – O Pe. José M aria foi apresentado como vigário paroquial na Paróquia de
Vilas do Atlântico – Lauro de Freitas/BA.
JUNHO / 2012
01 a 03 – Os jovens postulantes participaram do Postulinter.
06 – Festa de Nosso Pai São Norberto. Com grande solenidade celebramos a
festa de nosso fundador. Nesta ocasião foi à ordenação presbiteral do Diác.
Dimas, pelas mãos de nosso Arcebispo Primaz do Brasil, Dom M urilo Kriger,
deixou uma marca na história da arquidiocese de São Salvador, pois foi sua
primeira ordenação presbiteral como arcebispo de Salvador.
07 – Primeira missa do Pe. Dimas, realizada na Igreja M atriz de N. Sra.
Aparecida e Santa Catarina de Sena, as dezoitos horas, e a pregação da mesma
pelo o Prior Pe. M ilo, celebrando neste dia a festa de Corpus Christi o neosacerdote presidiu a missa, conduziu a procissão com o Santíssimo, ao retornar
da procissão a benção com o santíssimo Sacramento.
“Minha alma
suspira e desfalece
pelos átrios do
Senhor. Meu
coração e minha
carn e exultam pelo
Deus vivo.”
(Sl 84-3)
10 – O Prior Pe. M ilo viajou para Áustria, para visitar a nossa comunidade em
Viena, ficará lá um mês e depois irá com o Pe. M iguel para o Capítulo Geral
nos EUA.
11 a 12 – O Pe. Dimas viajou com o Pe. José M aria, postulantes e noviços para
sua cidade natal, Itiruçu/BA, onde celebrou sua primeira missa.
22 – Festa junina, tradicional em todo nordeste brasileiro. Celebraremos a festa
de São João Batista com orações e cânticos. E no fim da tarde em volta da
fogueira est em uma pequena confraternização, a comunidade conventual e
alguns convidados presentes para festejar com comidas típicas e danças.
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“ Quem é bom, é
livre, ainda que
seja escravo. Quem
é mau é escravo,
ainda que seja
livre”.
(Santo Agostinho)
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MOS TEIRO NOSS A S ENHORA MEDIANEIRA
S ão Gonçalo do Amarante – Rio Grande do Norte
Fr. Gabriel Cássio Ribeiro de Lima
DEZEMBRO / 2011
No dia 15 o confrade Diácono Lino retornou para a casa mãe de Itinga. Depois
de quatro anos (2008-2011) morando em nosso mosteiro em Santo Antônio do
Potengi. A ele agradecemos por seu trabalho e convívio em nossa casa e
pedimos a Deus que possa ajudá-lo sempre mais, agora em sua nova missão
como vigário da paróquia de Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena
em Itinga.
No dia 24 festejamos com alegria os 890 anos de fundação da nossa Ordem. A
meia noite, na Igreja M atriz de Santo Antônio do Potengi, celebramos a missa
solene do Natal do Senhor.
“ Não temas porque
eu te remi; chameite pelo teu nome, tu
és meu”.
(Is 41 – 1)
No dia 25 os confrades começaram as suas férias.
JANEIRO / 2012
No mês de janeiro recebemos com prazer a visita da mãe, irmã, sobrinha e
outros familiares e amigos do superior da casa, Padre Filipe.
No dia 22 o Fr. Gabriel renovou os seus votos religiosos pelo período de mais
um ano. A renovação dos votos aconteceu durante a missa dominical as 11:00
horas na capela do convento. Neste mesmo dia as 19h30 na capela conventual
celebramos a missa em ação de graças pelos seis anos de ordenação sacerdotal
do Padre Filipe. Contamos com a presença de religiosos, dos fiéis da Área
Pastoral e de outras paróquias da grande Natal, e de autoridades civis. Nesta
missa rezamos a Deus pelos confrades de Itinga os padres José M aria e Thiago
Kern, que também celebraram o aniversário de ordenação sacerdotal.
FEVEREIRO / 2012
Durante os dias 03 a 14 o confrade Fr. Vito esteve na casa mãe de Itinga, a fim
de participar do Capítulo da Canonia e das ordenações dos confrades Diác. Lino
e Fr. Dimas.
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“ Não basta fazer
coisas boas - é
preciso fazê-l as
bem”.
(St. Agostinho)
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No dia 06 iniciaram as aulas do curso de Teologia para o Fr. Gabriel. O curso é
oferecido pela Faculdade Dom Heitor Sales – FAHS, em Natal.
No dia 11 celebramos os cinco anos de instalação da comunidade
premonstratense em Santo Antônio do Potengi e a criação da Área Pastoral. A
missa aconteceu na capela de São João Batista, em Uruaçu. Neste mesmo dia
por volta das 20h30 recebíamos a carreata que conduzia os símbolos da Jornada
M undial da Juventude (a cruz e o ícone de Nossa Senhora). Desde as 17h00
muitos fiéis se reuniram em frente ao ginásio de esportes esperando ansiosos
com cantos e orações pela passagem dos símbolos. Foi um momento singular
para a comunidade de Santo Antônio do Potengi.
Durante os dias 15 a 23 recebemos a visita de Cláudia Aparecida da
comunidade de Raposo – Salvador/BA. Esta comunidade foi auxiliada pelo Pe.
Filipe, que muito a ajudou durante a construção da capela de Santo André.
“ Vou escutar o que
diz o Senhor:
“ Deus anuncia a
paz ao seu povo e
seus fiéis, e aos que
se convertem de
coração.
Amor e Felicidade
se encontram,
Justiça e Paz se
abraçam.”
(Sl 85-9,11)
MARÇO / 2012
No dia 01 durante a missa conventual foram abençoadas e instaladas na capela
as imagens de São José e de Nossa Senhora M edianeira.
Durante os dias 05 a 09 tivemos a grande alegria de receber a visitar do prior da
Canonia, Pe. M ilo, e os confrades Diác. Dimas, Fr. Inácio, Fr. Jorge e Fr.
Emmanuel. Durante a visita a nossa casa os confrades visitaram o santuário dos
Protomártires em Uruaçu, o momumento a Santa Rita em Santa Cruz-RN, os
principais pontos turísticos de Natal... na noite do dia 08 foi oferecido um jantar
para os confrades na casa do irmão do Fr. Gabriel.
Neste mês Claúdio Cavalcanti da Costa iniciou o período do postulantado em
nosso mosteiro.
ABRIL / 2012
Durante os dias 01 a 08 celebramos em união com toda a Igreja a Semana Santa
e o Tríduo Pascal, dias centrais de toda a liturgia e fé cristãs. Neste período
contamos com a preciosa colaboração dos religiosos da Congregação dos
Servos de M aria do Coração de Jesus, que nos auxiliaram na assistência aos “Cantarei para
fiéis das comunidades que formam a Área Pastoral de Santo Antônio do sempre o amor do
Senhor, anunciarei
Potengi.
No dia 29 festejamos o aniversário natalício do confrade Pe. Filipe. A santa
missa foi celebrada na capela conventual de Nossa Senhora M edianeira.
Contamos com a participação de vários fiéis das paróquias circunvizinhas, de
religiosos e autoridades civis. Que nosso Bom Deus possa conceder ao Pe.
Filipe todas as graças e sabedoria necessárias na condução do nosso mosteiro e
da Área Pastoral.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
de geração em
geração a tua
fid elidade.
Pois eu disse: Teu
amor é um edifício
eterno. Tu firmaste
a tua fidelidad e
mais que o céu.”
(Sl 89 - 2,3)
10
Neste mês o confrade Fr. Vito pediu o afastamento da vida conventual. Um fato
triste para todos do covento.
MAIO / 2012
Durante todas as noites do mês de maio foram rezados o terço e a ladainha de
Nossa Senhora na capela conventual, tivemos sempre a participação dos fiéis “Terra inteira,
aclame ao Senhor!
que vieram celebrar o mês mariano.
Sirva ao Senhor
No dia 30 celebramos a missa em ação de graças pelo primeiro ano decorrido da
benção da capela conventual de Nossa Senhora M edianeira, durante a missa
vários fiéis fizeram a consagração a Nossa Senhora segundo o método de São
Luís M aria de M ontfort. Esta consagração foi preparada através de um curso
realizado pela Fraternidade Discípulos da M ãe de Deus. No final da missa
houve a solene coroação de Nossa Senhora.
JUNHO / 2012
com alegria, e vá
até Ele cantando
jubilosos!
Saiba que somente
o Senhor é Deus:
Ele nos fez e a Ele
pertencemos,
somos seu povo e
ovelhas do seu
rebanho.”
(Sl 100-2,3)
No dia 01 a grandiosa e tradicional queima de fogos as 4h00 da manhã já
anunciava o início da festa do padroeiro, seguida da procissão do anúncio onde
uma multidão de fiéis juntamente com a Banda M arcial acompanhavam o andor
de Santo Antônio pelas ruas. A noite, após a carreata iniciada no bairro do
Amarante, houve a primeira missa da trezena de Santo Antônio na Igreja
M atriz. A festa se estendeu até o dia 13.
No dia 06 festejamos o dia do nosso pai fundador São Norberto. As 11h00
celebramos a missa solene. Após a celebração houve o almoço fraterno com o
grupo dos benfeitores. Neste mesmo dia tivemos a primeira visita do Senhor
Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, que presidiu a missa da trezena
de Santo Antônio. Logo depois, foi oferecido um jantar no M osteiro. As 22h00
deu-se início a vigília eucarística na capela conventual, em preparação a
solenidade de Corpus Christi.
Queremos parabenizar a Dom Paulo M eyfroot, ao Côn. Alessandro e a todos os
confrades que colaboram na elaboração e edição da revista Aliança
Premonstratense, que já há dez anos é um valoroso meio de comunicação e
partilha entre as comunidades premonstratenses. Que o Senhor Deus possa
conceder a todos a alegria que nasce do amor fraterno.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
“ Nas coisas
necess árias, a
unidade; nas
duvidosas, a
liberdade; e em
todas, a caridade”.
(Santo Agostinho)
11
PRIORADO BEATO JACOB KERN DE GATTERHÖ LZL, VIENA ÁUS TRIA
Pfarre Gatterhölzl, Hohenberstrasse 42, A-1120 Wien
Pe. Karol Wojtyla Simão
JANEIRO / 2012
Dia 4 - O Padre Karol Wojtyla saiu de férias para o Brasil por um periodo de
dois meses( 4/1 - 7/3).
De 05/08 - O nosso confrade Joel esteve em Langau na casa da querida família “Bendito seja o
Senhor Deus que,
Reiss.
De 17/1 - 16/3 - Os confrades Andreas e Joel ininciaram um novo trimestre do
curso de alemão.
MARÇ
Ç O / 2012
8/3 - O Padre Karol chegou em Viena.
dia a dia, leva o
nosso fardo ! Deus
é a nossa salvação.
O nosso Deus é o
libertador; com Ele
escap amos da
morte”.
(Sl 68 – 19,20)
Neste mês o padre Karol iniciou um trabalho pastoral intenso para formar a
identidade da comunidade de língua portuguesa em Viena. Ao olhar hoje a
comunidade se vê claramente o crescimento em número e qualidade. Sua meta é
unir os Brasileiros, Portugueses e Angolanos em uma mesma comunidade.
13/3 - Ir. Joel apresentou no curso de alemão, um seminário sobre a vida de
Irmã Dulce da Bahia.
ABRIL / 2012
Dia 25/4 - Padre Bernhard com o Ir. Andreas viajaram a França (Abadia de
M onday) para a Beatificação de Petrus Adrian Toulorge, foi um momento de
muita alegria e fé. Eles também visitaram a casa de Santa Teresinha do M enino
Jesus em Liseux, ficaram na França até 2/5.
“ Que os povos te
17/4 - Tivemos conosco o irmão de Padre Bernhard, o senhor Bernard e sua celebrem, ó Deus,
que todos os povos
esposa Christiane Schelpe.
MAIO / 2012
M ês de muita devoção e amor a virgem M aria, o padre Karol fez juntamente
com a comunidade de língua portuguesa 4 encontros formativos sobre M aria. O
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te celebrem. Que as
nações se aleg rem
e exultem, porque
julgas o mundo
com justiça”.
(Sl 67-4,5)
12
último foi no nosso priorado, foi um festa.
Dia 10/5 - O Ir. Joel apresentou no curso de alemão um seminário sobre " A
família hoje";
17/5 - 23/5 - Tivemos a alegria de ter conosco a M arta e sua mãe Dra. Nilza
vindas de Salvador - Ba.
“Se queres saber o
25/5 - Chegou Luis Augusto (Guga) filho da M arta que vai ter nossa casa como
ponto de apoio para sua viagem de três meses a Europa.
24/5 - Padre Karol faz uma cirurgia.
que cremos, vem
ouvir o que
cantamos.” E
ainda: “ Cantar é
próprio de quem
ama”.
(Santo Agostinho)
29/5 - Chegou em nossa casa o querido casal vindo da nossa querida Itinga - Ba,
seu Francisco e Dona Ângela que ficarão até o dia 05/6.
JUNHO / 2012
Dia 6/6 - Tivemos a solene festa de nosso pai São Norberto.
Dia 11/6 - Nosso Prior Padre M ilo chegou em nosso Priorado e ficará conosco
até o dia 12/8.
De 24/6 - 16/9 - Os confrades Joel e Andreas estarão de férias no Brasil.
Dia 28/6 - 30/6 - M eggy irmão de Padre Bernhard estará conosco.
Dia 30/6 - O padre Karol com a comunidade de Língua Portuguesa em Viena Austria, fará uma grande festa Junina... res gatando a dimensão cultural da
comunidade.
Nossa Comunidade do Priorado de Viena, Padre Bernhard, Padre Karol,
Diácono Norbert, Ir. Joel e Ir. Andreas, vos deseja muita paz e fortaleza em
vossa caminhada de fé e amor ao Reino de Deus.
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"Confia no Deus
eterno de todo o
seu coração e não
se apóie na sua
própria
inteligência.
Lembre-s e de Deus
em tudo o que
fi zer, e ele lhe
mostrará o
caminho certo."
(Prov. 3:5-6)
13
ABAD IA D E S ÃO NORBERTO DE JAÚ
Pe. Alvarino Bienzobás Júnior
Iniciamos o ano celebrando a “Páscoa” de nosso confrade Côn.
Rubens Oliboni. M uito embora envoltos na tristeza de sua partida, ao mesmo
tempo, na esperança da Ressurreição, nos alegramos por temos tido a graça de
conviver com tão dedicado confrade.
Sua vida consagrada a Deus na Ordem e seu Sacerdócio em prol
do povo de Deus, em todos os lugares que ele exerceu seu ministério, sempre
foram exemplos de fecundidade, doação e trabalho.
Recebemos por aqui inúmeras manifestações de condolências
pelo passamento de nosso confrade. Era ele muito querido, amado e solicitado
por todos. Nos últimos anos de sua vida dedicou-se ao M ovimento das Equipes
de Nossa Senhora, do qual tinha orgulho e um zelo pastoral específico pelas
famílias.
Que o Senhor nosso Deus o recompense pelos trabalhos por ele
realizados em sua vida de consagrado e que nosso confrade Côn. Rubens
interceda por nós.
FEVEREIRO / 2012
No dia 02 de fevereiro o postulante Felipe Borges recebeu o
hábito premonstratense nas Laudes Festivas da Apresentação de Jesus ao
Templo. O nosso agora noviço Felipe iniciou seu noviciado tendo como
orientador nosso confrade Côn. Alvarino que também é auxiliado pelo confrade
Côn. Norberto que administra as aulas de História da Ordem e Liturgia.
Nosso noviço Felipe é natural da cidade de São Lourenço – MG.
Tem 25 anos de idade e é agraciado por Deus com muitos dons. Tem um gosto
especial pela Liturgia, é alegre, espontâneo, inteligente e bastante comunicativo.
M ostra aptidões para o serviço com a pastoral vocacional e está entusiasmado
com as aulas de teclado que está realizando. De família tradicionalmente
religiosa e intercessora pelo filho para que Deus o faça um religioso e sacerdote,
Felipe é muito querido entre os seus e entre os amigos. Peçamos a intercessão
da Virgem M aria e a intercessão de São Norberto para que nosso noviço possa
perseverar em sua vocação e para que também nós possamos animá-lo e
encorajá-lo com nosso estilo de vida.
MARÇO / 2012
Aqui no Brasil, o tempo da Quaresma sempre é um tempo onde
nosso povo se identifica com o sofrimento do Cristo Jesus. Nas paróquias que
administramos, tanto na cidade de Piracicaba como de Jaú, sede de nossa
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
“ No oratório
ninguém faça senão
aquilo para o qual
foi destinado, daí
de onde vem o
nome; para que se
por acaso houver
alguns que, tendo
tempo, quiserem
orar fora das horas
estabelecidas, não
sejam impedidos
por aquele que ali
queira fazer outra
coisa.
Quando orarem a
Deus com salmos e
hinos, que o
coração sinta aquilo
que pro fere a voz”.
(Regra de Santo
Agostinho II – 2,3)
“Confia teus
cuidados ao Senhor,
e ele te sustentará;
jamais permitirá
que o justo seja
abalado ”. (Sl 55 –
22)
14
Canonia, vivemos dias intensos de oração, penitência e serviços sociais que
auxiliem na promoção da dignidade da pessoa humana.
Também é uma constante por aqui que a Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) nos exorte a vivermos uma Campanha intitulada
“Campanha da Fraternidade” que a cada ano sugere um tema para que possamos
meditar e trabalhar para uma atividade mais concreta em favor dos mais
necessitados.
Neste ano de 2012 o tema da Campanha da Fraternidade é:
“Fraternidade e Saúde Pública”, já que por aqui essa realidade está um tanto
“enferma” e descuidada por parte de nossos governantes. Falta ainda muito a
fazer para que a Saúde no Brasil alcance lugares mais confortáveis e assim
possa promover a dignidade de seus cidadãos. Enquanto Igreja temos e devemos
fazer a nossa parte, seja pela oração, seja pela sugestão de caminhos a ser
tomados neste rumo, seja na conscientização de nossa gente e de nossos
governantes. “Que a Saúde se difunda em toda terra” (Eclo).
ABRIL / 2012
As Solenidades do Tríduo Pascal foram celebradas na Abadia de
Jaú com muita dignidade e propriedade. Nosso confrade Côn. Norberto, reitor
da Igreja Abacial, preparou, juntamente com o noviço Felipe e com a Equipe de
Liturgia composta por leigos que frequentam nossas Liturgias na Abadia, um
Tríduo Pascal muito participativo.
Na Quinta feira santa – a Instituição da Eucaristia com o Lavapés foi celebrada às 18:00h. No final da celebração houve a transladação do
Santíssimo Sacramento para uma Capela montada e ornamentada de com uma
beleza singela na Cripta da Abadia, criando um clima propício de Adoração a
Jesus Sacramentado.
Na Sexta Feira Santa houve às 9:00h a recitação do Ofício das
Leituras dentro de uma espiritualidade de recolhimento e participação de todos.
Às 15:00h foi celebrada a Paixão do Senhor e veneração da Santa
Cruz também no clima próprio que pede a Liturgia para aquele momento.
No Sábado Santo a Vigília Pascal, solenemente celebrada com a
Igreja Abacial ornamentada evocando o clima feliz e festivo próprios para o
momento.
No Domingo de Páscoa a M issa Solene foi celebrada às 11:00h.
Em todas estas celebrações a participação do povo que mora em
torno da Abadia foi marcante, significativa, atuante e participativa.
Nosso confrade Côn. Norberto, nosso noviço Felipe e a Equipe
de Liturgia formada pelos leigos da Igreja Abacial estão de parabéns por terem
se empenhado em preparar com dignidade tão importantes Solenidades.
O capricho com que tudo foi preparado. A serenidade e singela
das decorações floridas e objetos litúrgicos usados. O zelo e carinho com que
celebraram esta Solenidade central da vida cristã, deram o rosto todo especial do
Carisma Premonstratense.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
“Escute com prazer
a Palavra de Deus,
medite-a
continuamente e
pratique-a como
convém.”
(Palavras atribuídas
a São Norberto:
tradução livre do
latim.)
“ Que os povos te
celebrem, ó Deus,
que todos os povos
te celebrem. Que as
nações se aleg rem e
exultem, porque
julgas o mundo
com justiça”.
(Sl 67-4,5)
15
JUNHO / 2012
Neste ano, as festividades de nosso Patrono, São Norberto,
também foram realizadas com muito zelo e carinho. De um modo diferente e
liturgicamente rico e belo, espiritual e profundo, a mesma equipe litúrgica se
empenhou em realizar uma festa inesquecível.
Começando por um Tríduo no dia 03 de junho na missa das
11:00h, realizaram a “Entronização da Imagem de São Norberto num andor
enfeitado com ramos verdes e pães dos mais variados tipos.
No dia 04, o segundo dia do Tríduo foi celebrado às 19:30h com
uma Hora Santa Eucarística meditativa. Após a Hora Santa houve Quermesse de
Caldos Quentes no Claustro da Abadia.
No dia 05, o terceiro dia do Tríduo foi celebrado também às
19:30h com uma M editação M ariana, onde foi recitado o Ofício M ariano. A
Quermesse de Caldos Quentes se repetiu também nesta noite.
A Solenidade do dia 06 de junho, dia do nosso Patrono, foi
realizada em duas partes. A primeira foi a M issa Solene presidida pelo nosso
Abade Dom Oswaldo Francisco Paulino com a presença de todos os confrades
da Canonia às 11:00h seguida do Almoço festivo no refeitório da Abadia.
A segunda parte foi realizada às 19:00h com a M issa Solene
também celebrada por dom Abade Oswaldo, seguida novamente da Quermesse
de Caldos Quentes no Claustro da Abadia.
É interessante notar que a participação do povo foi assídua e
numerosa. Também durante as três noites da Quermesse de Caldos Quente,
mesmo sob a chuva, todos participaram alegremente. Essa quermesse foi uma
novidade que deu certo. As receitas dos Caldos de Feijão, Canjiquinha, e
Vegetais verdes, foram trazidas diretamente do Estado de M inas Gerais, mais
propriamente da cidade de São Lourenço, cidade natal do nosso noviço Felipe.
Ele foi o responsável pelos Caldos, servidos com torradas e torresmo. Pratos
saborosos tipicamente mineiros que fez a festa e a alegria de todos. Durante os
três dias de Quermesse houve música ao vivo com uma dupla sertaneja da nossa
cidade de Jaú. A alegria foi geral e contagiante. Um clima diferente e muito
positivo foi sendo criado neste quatro dias de festa, o que promoveu a união e
um ambiente comunitário fraterno entre nós e o povo que nos cerca.
Parabéns aos organizadores da Festa de São Norberto deste ano
de 2012 da Canonia Jauense.
“Como Pastor,
apascentará o seu
rebanho; entre seus
braços recolherá os
cordeirinhos e os
levará no seio; as
que amamentam ele
guiará
mansamente”.
(Is 40 – 11)
Aniversariaram neste 1º semestre de 2012 nossos confrades e
funcionários:
- dia 05 de janeiro Côn. Alcides Ribeiro Filho
- dia 17 de janeiro Côn. José M aria Alves
- dia 03 de fevereiro Côn. Josenildo Carlos da Silva
- dia 02 de março nossa cozinheira Zilda.
- dia 05 de março M arcelo Selingardi Correa – nosso postulante.
- dia 25 de março nosso jardineiro e Atílio Lopes
- dia 30 de março Côn. Alexandre Donizete Francisco
- dia 17 de maio Côn. Pedro Van Haaren
- dia 02 de junho Fr Felipe Fonseca Borges – nosso noviço
- dia 05 de junho Côn. Godofredo Chantrain
- dia 09 de junho M aria Aparecida Parreiro nossa faxineira.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
“ Vós sois a
trombeta e o
saltério, a cítara, o
tímpano, o coro, as
cordas e o órgão.”
(Santo Agostinho
16
- dia 12 de junho Dom Paulo M ascarenhas Roxo. Bispo Emérito
de M ogi das Cruzes.
Aniversário de Ordenação S acerdotal:
- dia 05 de junho Côn. Alcides Ribeiro Filho.
- dia 06 de junho Côn. Luz Tonello (irmão – aniversário de
Profissão)
- dia 30 de junho Côn. Pedro Van Haarem
Recebeu o Título de Cidadão Jauense.
No mês de maio, Nosso Confrade Côn. Alexandre Donizete
Francisco em sessão da câmara dos vereadores com a presença do nosso Abade
e alguns confrades. Parabéns.
No final do mês de maio nosso confrade Côn. Alexandre nos
deu um susto. Com apenas 37 anos teve um mal estar proveniente de uma
estafa. Agora está em tratamento. Rezemos pela sua rápida recuperação.
“ Vivam todos, pois,
em união de alma e
coração, e honrem a
Deus uns nos
outros, do qual
vocês foram feitos
templos vivos”.
(Regra de Snato
Agostinho I – 8)
Está em férias:
Nosso confrade Côn. Pedro Van Haarem está em férias na
Holanda. Para ajudar em seu lugar, nosso confrade Dom Bonifácio Hartman,
mais uma vez se dispôs e estará conosco até do mês de agosto. Dom Bonifácio
chegou da Bélgica no dia 10 de junho e assumiu como substituto do Côn. Pedro
na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida.
Encontro Vocacional:
No mês de junho foi realizado o 1º Encontro Vocacional deste
ano, com a participação dos jovens que estão interessados em iniciar a
caminhada no Postulantado de 2013. Que Nosso Senhor ilumine e incentive
nossos candidatos à uma resposta positiva a esta vocação despertada neles, e
que nosso Carisma Premonstratense possa ser para eles igualmente inspirador
para que nossa canonia possa continuar cumprindo sua missão em terras
brasileiras.
Nota de falecimento:
No mês de maio faleceu nossa costureira de muitos anos, Dona
Sebastiana, mais conhecida como “Tia Ninha”. Uma mulher de Fé e piedade,
sempre solícita aos membros da nossa canonia. Que Deus lhe recompense por
tudo o que fez. Descanse em Paz a nossa irmã.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
“ A melodia torna o
texto desejável e
agrad ável, como o
mel que se
acrescent a a um
medicamento para
dar-lhe bom sabor.”
(São Basílio)
17
PRIORADO NOSS A S ENHORA APARECID A E S ÃO NORBERTO
DE MONTES CLAROS
Fr. Michel Valério
JANEIRO / 2012
26/12 a 11/01 – Viagem dos noviços Diego e Fábio juntamente com o Prior Côn.
Antônio Galvão a Jaú/SP, Pirapora/SP, Aparecida do Norte/SP, Franca/SP e
Contagem/M G.
19 a 28 – Viagem do Prior Côn. Antônio Galvão a Contagem/M G para orientar o
retiro das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo e para o Capítulo anual de Canonia e
Ordenação Diaconal de Dalvinei de Jesus.
26 e 27 – Capítulo Anual da Canonia, no Convento de M acaúbas, em Santa Luzia
(grande Belo-Horizonte).
27 – Às 11h, na Celebração Eucarística presidida pelo Prior Antônio Galvão, o
junior M ichel renovou seus Votos Temporários. Encerrando o Capítulo da
Canonia, dirigimo-nos à Comunidade de Formação de Contagem para o almoço.
Às 20h, na nossa Paróquia Santa Edwiges, aconteceu a Ordenação Diaconal do
Côn. Dalvinei, presidida pelo Arcebispo de Pouso Alegre, Dom Ricardo Chaves,
O.Praem.
“ Em primeiro
lugar – já com
este fim vocês se
congreg aram em
comunidade –
vivam unânimes
e tenham uma só
alma e um só
coração
orientados para
Deus”.
(Regra de Santo
Agostinho I – 2)
31 – Chegada ao Priorado dos aspirantes: Carlos Henrique (Belo-Horizonte/MG),
Deneson Jean (Várzea da Palma/M G) e Guilherme (M ontes Claros/M G), para
iniciar a experiência de Aspirantado / Postulantado, ao longo de 2012.
FEVEREIRO / 2012
01 a 07 – Cônego Oswaldo, representando os Presbíteros da Arquidiocese de “Celebrem ao
M ontes Claros participou, em Aparecida do Norte, SP, do Encontro Nacional de Senhor,
invoquem o seu
Presbíteros.
02 – Na festa da Apresentação do Senhor e dia M undial da Vida Religiosa
Consagrada, M issa Solene na Igreja do Priorado, presidida pelo Prior Cônego
Antônio Galvão e confrades concelebrantes, estando presentes também Dom Paulo
M eyfroot e Frei Hilton (Franciscano). Nessa Celebração, o noviço Erlândio
professou seus Primeiros Votos Temporários. Além da presença dos confrades da
Comunidade de Contagem/M G: Côn. Hermano, M ichel e Flávio, contamos com a
presença de vários amigos, entre eles, religiosos (as); seguindo após o
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
nome, anunciem
entre os povos as
suas façanh as!
Cantem para ele,
ao som de
instrumentos,
recitem suas
maravilhas
todas.”
(Sl 105-1,2)
18
cumprimento do novo junior para um almoço simples, organizado também pelos
paroquianos da Paróquia Nossa Senhora Rosa M ística.
06 – O junior Erlândio iniciou o Curso de Filosofia no Seminário M aior
Arquidiocesano Imaculado Coração de M aria, em M ontes Claros.
10 – Festa do Beato Hugo. Nas Vésperas Solenes, às 17h, ingressou no Noviciado
o postulante Eduardo, momento em que, das mãos do Prior Cônego Antônio
Galvão recebeu o Hábito da Ordem e o livro contendo as Regras de Santo
"Os Provérbios
Agostinho e as Constituições da Ordem.
MARÇO / 2012
24 e 25 – Aconteceu, no Priorado, o I Encontro Vocacional “Crescendo na
Verdade”, com a presença de 06 jovens. Foi abordado o tema Formação Humana,
várias reflexões levando o jovem a pensar na sua caminhada como cristão e
colaborando no seu discernimento pessoal.
A comunidade de Contagem reúne as paróquias para um retiro quaresmal
orientado por Côn. Oswaldo.
26 – Solenidade da Anunciação do Senhor com início Oficial do Postulantado.
nos ajudam a dar
valor à sabedoria
e aos bons
conselhos e a
entender os
pensamentos
mais profundos.
Eles nos ensinam
a viver de
maneira
inteligente e a
sermos corretos,
justos e honestos
". (Prov. 1:2,3)
ABRIL / 2012
14 e 15 – Os postulantes: Deneson, Guilherme e Carlos Henrique, acompanhados
pelo Cônego Oswaldo, participaram do II Postulinter/2012, no Colégio São José
(Irs. Escolápias) no bairro Floresta em Belo-Horizonte. Tiveram como assessor o
Cônego Oswaldo, O.Praem. - que abordou o tema: “Formação Humana”, dando
continuidade ao I Postulinter.
21 – Passeio Comunitário do Priorado.
24 – A Comunidade do Priorado recebe a visita para experiência até dia 01/05 do
jovem Israel, de Santa Catarina.
27 a 29 – Os noviços Diego e Fábio, e o junior Erlândio, juntamente com um
grupo de 14 religiosos (as) do Núcleo da CRB de M ontes Claros, marcaram
presença no II Acampamento da Vida Religiosa Consagrada em Belo-Horizonte.
Este aconteceu no Colégio São José Operário das Irmãs Filhas de Jesus no bairro
Pampulha. Teve como tema: “VRC M ineira – Paixão por Jesus a Serviço do
Reino” e o lema: “Ele está no meio de nós”. Entre tantos outros assessores e
colaboradores que passaram por este, destaca-se a assessoria da Ir. Bárbara
Bucker, M C (Teóloga / RJ). Acredita-se ter contribuído muito para o crescimento,
amadurecimento, outra maneira de ver a VRC e muita perseverança para a nossa
caminhada religiosa.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
“ Aclame a Deus,
ò terra inteira,
toque em honra
do seu nome,
cante hinos a sua
glória.
Povos bendigam
o nosso Deus,
façam ressoar o
seu louvor.”
(Sl 66-2,8)
19
MAIO / 2012
07 – Transladação de Nosso Pai São Norberto.
11 a 13 – Iniciam-se as Barraquinhas da Paróquia São Norberto, todos os finais de
semana finalizando no dia 10/06. Nestas barraquinhas, os formandos trabalharam
com uma Barraca de Pastéis, com o objetivo de colaborar com as finanças do
Priorado.
JUNHO / 2012
01 a 03 – O junior Erlândio participa dos II Juninter em Venda Nova / BeloHorizonte / M G na Casa de Retiros Cenáculo, das Irmãs de Nossa Senhora do
Cenáculo. Participou neste segundo, do eixo “Afetividade e Sexualidade”
assessorado por Helder (Ex- Irmão M arista).
06 – Festa de São Norberto no Priorado. Após uma pequena carreata com a
Bandeira de São Norberto saindo da casa de Carla (amiga do Priorado), no mesmo
bairro M elo, houve o levantamento do M astro e em seguida deu-se início à
Celebração Eucarística Solene, presidida pelo Prior Antônio Galvão e
concelebrada pelos confrades, contando com a participação de todos os formandos
cantando em coro as músicas da mesma. E para festejar em comunhão com os
amigos do Priorado e demais presentes, confraternizamo-nos com um belo almoço,
preparado pelo Grupo de Apoio do Priorado. Contamos, no almoço, com a
presença amiga do confrade Arcebispo Emérito de M ontes Claros, Dom Geraldo
M agela de Castro – O.Praem.
“ Y esto há de ser
de tal modo que
ninguno trabaje
en nada para sí
mismo, sino que
todos sus trabajos
se realicen para
el bien de la
comunidad, com
mayor cuidado y
prontitud de
ánimo que si
cada uno lo
hiciese para sí”.
(Regla de San
Agustín V– 2)
Festa de São Norberto na comunidade de Contagem reuniu paróquias.
07 – A Solene Celebração de “Corpus Christi” no Priorado foi presidida pelo Côn.
Prior Antonio Galvão, às 11 hs, com a participação dos confrades; e a do setor 06
da Arquidiocese (Paróquias: São Norberto, Na. Sra. Rosa M ística e São Pedro
Apóstolo) foi presidida por Pe. João Batista, O.Praem na Paróquia São Norberto e,
em seguida, na Procissão com o Santíssimo, em carreata, Pe. Oswaldo, O.Praem
carregou o Santíssimo e deu a bênção, numa tenda arrumada para tal, na praça da
Paróquia Na. Sra. Rosa M ística. O Prior Antônio Galvão animou a procissão do
Santíssimo Sacramento.
09 – Tradicional Bingo de São Norberto na comunidade de Contagem.
10 – Com procissão e M issa Solene presidida pelo Arcebispo Dom José Alberto, a
Paróquia São Norberto, além de comemorar a festa de São Norberto, comemorou
também seus 30 anos de existência. Nessa mesma Solenidade o Arcebispo
empossa como co-pároco e moderador da Paróquia, o Prior Antônio Galvão.
“ Não há lugar
Finalizam-se as barraquinhas.
15 a 17 – Aconteceu no Priorado, o II Encontro Vocacional “Crescendo na
Verdade”, com a presença de 04 jovens. Nesse, além de reflexões e momentos de
descontração, foi abordado como tema fundamental “As Vocações Específicas”.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
para a sabedo ria
onde não há
paciên cia”.
(Santo
Agostinho)
20
16 – Aconteceu às 20h, o Forró M issionário, no espaço norbertino (quintal) do
Priorado, organizado pelo Cônego M anoel e equipe missionária, com o objetivo de
arrecadar fundos para ajudar no Acampamento da Juventude Rural previsto para o
mês de agosto. Em meio a uma bela ornamentação, as pessoas presentes puderam,
além do saudável forró, degustar as guloseimas também servidas nas barraquinhas.
Após uma boa base na construção dos novos quartos na antiga hospedaria, a tarde “ Não possuam
deste sábado presenciou a primeira laje que foi batida na reforma, auxiliado por nada como
um caminhão além dos pedreiros.
próprio, mas
23 – Fogueira de São João na comunidade de Contagem
COMUNIDADE D E PIRAPORA – S ÃO PAULO
Pe. M arcelo Luiz Santos Rocha
(Crônica não enviada)
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
tenham tudo em
comum, e que o
superior distribua
a cada um de
vocês o alimento
e a roupa, não
igualmente a
todos, pois nem
todos são da
mesma
compleição, mas
a cada qual
segundo o
necessitar;
con forme o que
lemos nos Atos
dos Apóstolos:
“Tinham todas as
coisas em comum
e se repartia a
cada um segundo
a sua
necessidade.”
(Regra de Santo
Agostinho I – 3)
21
CANONÍA DE S ANTA S OFÍA DE TORO
Sor María Cristina
DICIEMBRE / 2011
El tiempo de Navidad estuvo lleno de alegría y gozo espiritual por la celebración
del Nacimiento de Nuestro Señor y Salvador Jesús. El día 24 y 25 la comunidad
además de la celebración de la M isas de Gallo y del día, con solemnidad y con la
asistencia de muchos fieles y amigos de la comunidad, hemos celebrado un año
más con mucha alegría el onomástico de nuestra madre Priora, M ª Paz con la
recitación de versos por parte de las hermanas más jóvenes, con cantos y muchos
regalos, hechos con mucho cariño por las hermanas.
El día 28 celebramos el día de los Santos inocentes y como es tradición este año
hubo nuevas y graciosas inocentadas.
El día 31 tuvimos un retiro, por la mañana un sacerdote diocesano nos habló
sobre la Vida Religiosa y la aspiración a la santidad de todos los miembros
comunidad.
Por la tarde tuvimos el Santísimo Sacramento, fue un día dedicado a la revisión
de vida y de intensa oración. Por la noche tuvimos una alegre cena y nos
despedimos hasta el próximo año, con el deseo de que Dios nos siga bendiciendo
especialmente con la santa perseverancia y nuevas vocaciones.
Antiguo mirador
del castillo de
Toro que la reina
ofreció a las
hermanas.
EN ERO / 2012
Comenzamos el año con la Solemnidad de Santa M aría M adre de Dios. En la
tarde tuvimos la tradicional procesión por los claustros con la Sagrada Familia
cantando villancicos y al son de instrumentos y en la sala Capitular las hermanas
les recitaron poesías. Y en el coro la M adre Priora, la Subpriora y la Cercadora
nos los presentaron a cada hermana para adorarlos. Seguidamente en el taller se
reparte a las hermanas un santo, una santa para que la protejan y una virtud para
practicar durante el año, y un capellán espiritual por el que pedir durante el año.
El día 5 tuvimos las hermanas más jóvenes la tradicional parvica, donde
disfrutamos preparando los regalos para las hermanas y tomando algún
piscolabis. Después tocamos por los claustros los instrumentos musicales y 5
minutos antes de ir a cenar salimos de la meditación a vestirnos de Reyes M agos,
y cargadas con los regalos nos dirigimos al refectorio donde las hermanas ya nos
estaban esperando. Las hacemos reír con nuestros disfraces y después les
repartimos los regalos. Las hermanas ya empezaban a decirnos que nos iban a
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
Vista interior de
monasterio de
Santa Sofía.
(Toro/España)
22
extrañar mucho y que aprovecháramos a comer porque no sabíamos que clase
comidas hay en América.
El día 6 en la mañana tenemos la celebración solemne de la Eucaristía con la
adoración del Niño.
Y por la tarde después del rezo del santo Rosario, las hermanas más jóvenes nos
disfrazamos y hacemos un poco de teatro en el que las hermanas se ríen mucho,
después pedimos los reyes a las madres superioras por medio de versos en los
que alabamos, criticamos o pedimos cosas necesarias para la comunidad.
Al final de la tarde nos hizo una visita el Vicario general de la Diócesis, Juan
Luis, y nos regaló un libro para nuestra biblioteca.
Iglesia del
monasterio de
Santa Sofía.
Continuamos con la formación continua.
Por la tarde nos vinieron a visitar los miembros de la Legión de M aria, recitaron
un verso que habían preparado para Navidad, rezamos, cantamos a nuestra M adre
la Virgen y juntas cantamos el Himno de la Legión. y nos recitaron este verso.
¡A todas buenas tardes!
en las fiestas navideñas
os había preparado
un versito como siempre,
más no he querido cambiarlo
lo leo, dice así:
De nuevo estamos aquí
el grupo de Legionarias
no queremos que nos digan
que ya somos muy pesadas.
Vista del patio del
monasterio de
Santa Sofía.
Os tenemos gran cariño
sin olvidar nunca, nunca
a la M adre Superiora
siempre es ella, solo ella
la que os ordena y manda,
¡si sois tan buenas, tan buenas!
Os tenemos que querer hermanas.
Ya se ha pasado el Adviento
y llegó la Navidad
¿Cómo lo han pasado ustedes
sin turrón ni mazapán?
No me lo llego a creer
pues en días grandes de fiesta
hay que pasarlo muy bien.
Tal vez con la crisis que tenemos
algo habrá que recortar
pero por favor hermanas
el moscatel, el champan
en la mesa de las monjas.
¿Por qué tiene que faltar?
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
Altar de la iglesia
del monasterio de
Santa Sofía.
23
Tampoco paso a creer
que en los ratos de recreo
no haya habido villancicos,
y si me apuran un poco
las que son más jovencitas no hayan bailado un poquito.
Bueno queridas monjitas
salud para el Nuevo Año,
Jesús nacido en Belén
os bendice una a una,
a todas os pide a cambio
mucho amor, mucha ternura.
Carmen de la Torre (Legionaria de M aria)
Después nos acompañaron durante la celebración Litúrgica de Vísperas.
Cruci fijo antiguo
en la iglesia del
convento.
El 10 de Enero Sor Natividad y la que escribe salimos del M onasterio para coger
el autobús que nos dejaría en M adrid, al día siguiente coger el avión que nos
llevaría al otro lado del Océano Atlántico, a U.S.A. para estudiar durante cuatro
meses ingles en el Colegio Saint Norbert, gracias a la generosidad de la Abadía
de San Norberto de De Pere y al Priorato de San José y a la ayuda y desvelos del
Hermano Terrentius Robertus Lauerman.
La comunidad hizo este sacrificio para que pueda haber más comunicación y más
lazos de comunión con la Orden y para que el idioma no siga siendo una barrera Portón que da al
patio del
para comunicarnos con nuestros hermanos y hermanas de la Orden y poder leer
monasterio.
la correspondencia, leer los documentos y revistas de la Orden, escritas en ingles.
Imagen de Santa.
La verdad que el inglés no es un idioma fácil de aprender para un español porque
en inglés existen más vocales y sonidos que en el español, pero hicimos todo lo
que pudimos por aprender.
Ha sido una experiencia cultural, humana y religiosa sobre todo, porque aunque
íbamos a las clases nosotras compartimos la oración, recreación y las refecciones
con los padres y hermanos, y participábamos en la celebración Eucarística diaria.
FEBRERO Y MARZO / 2012
El día 2 de Febrero, día de la vida consagrada, tuvimos la procesión de las
candelas por los claustros antes de la santa M isa.
El día 28 llegaron a nuestro monasterio el Hermano Evermodo (M ondaye,
Francia) con su hermana y un matrimonio a visitarnos, dando mucha alegría a la
comunidad.
Nuestra comunidad ha celebrado la Solemnidad de San José, con una vigilia y
procesión con su imagen por los claustros del M onasterio y las principales salas
en las que le hicimos oraciones y le cantamos.
ABRIL / 2012
El Domingo de Ramos hicimos la procesión por el claustro del monasterio
acompañando a nuestro Señor en su entrada triunfal en Jerusalén.
El M iércoles Santo, celebración penitencial para prepararnos a celebrar la Pasión,
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
Entrega del hábito
por la Virgen a
San Norberto
(pintura en la
iglesia
del convento).
24
M uerte y Resurrección del Señor, terminamos con el abrazo fraterno.
Jueves santo los oficios litúrgicos muy solemnes.
Este año, el Viernes Santo, no pudimos subir al torreón para contemplar los pasos
de la Pasión de Nuestro Señor que recorren las calles de la ciudad, porque el
cielo amenazaba lluvia y no quieren que se estropeen las tallas tan bonitas que
tienen las cofradías.
El sábado Santo, acompañamos a la Virgen en su soledad y adoramos la Cruz en
la que nos redimido nuestro Señor. A las 10 de la noche celebración solemne de
la Vigilia Pascual, con una participación más numerosa de los fieles.
El día de Pascua las celebraciones fueron muy solemnes, con la misa cantada en
Vos, que de tantas
gregoriano.
maneras hab éis
El 29 beatificación de nuestro hermano San Adrián, la comunidad se preparó
demostrado
para este importante acontecimiento para nuestra Orden con una novena de vuestro cariñoso
amor a los
oración y agradecimiento a Dios por esta gracia tan grande para la Iglesia y los
premonstratens
es
hijos de San Norberto; enmarcamos la estampa del santo y la hermana Sor
y sus allegados,
Imelda le preparo un altar en el claustro con flores y velas, en la iglesia recibid benévola
expusimos el libro de San Adrián para que los fieles pudieran conocer el nuevo
mi corazón
santo premonstratense.
ardiente de
MAYO / 2012
M ayo es el mes de M aría, y cada día después del rezo del Santo Rosario hacemos
una breve lectura Bíblica, le ofrecemos alguna flor espiritual, recitamos breves
jaculatorias, preces y cantamos a la Virgen con alegría por la protección y ayuda
que nos dispensa diariamente. Y pidiéndole vocaciones perseverantes para toda
la Orden.
El día 6, por la tarde nos vinieron a visitar los miembros de la Legión de M aria,
les hablamos de la vida del nuevo beato, rezamos y cantamos a nuestra M adre la
Virgen y juntas cantamos el Himno de la Legión. Nos recitaron esta pequeña
estrofa.
Celebramos la Gran Pascua
¡Cristo ha Resucitado!
Haya alegría en nosotras
que nos dure todo el año
hermanas ¿todas de acuerdo? Aleluya.
Después nos acompañaron durante la celebración de Vísperas
El domingo del Buen Pastor fue el día de 24 horas de oración por las vocaciones
con el lema: “Contempladlo y quedareis radiantes”, organizada por la
Conferencia Episcopal Española para todas las diócesis, y cada comunidad
contemplativa tenia asignada una hora fija. Nuestra comunidad tuvo todo el día el
Santísimo Expuesto y en oración por las vocaciones especialmente para nuestra
Orden y las comunidades que carecen de ellas y las hermanas que estaban en De
Pere se unieron espiritualmente a la comunidad.
El día 16 de M ayo llegamos a M adrid después de un retraso de 2 horas en
Chicago por cuestión de seguridad. La comunidad nos acogió con mucha alegría,
enormes abrazos y besos, hubo una gran fiesta a nuestra llegada y durante la cena
y al día siguiente en la comida la madre nos permitió hablar en el refectorio para
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
fervoroso
entusiasmo hacia
la más pura de las
criaturas y la más
candoros a de las
madres. No
permitáis, Señora,
que el león
rugiente asuste mi
espíritu en el
camino de la
perfección, y
haced que logre
arribar a
salvamento en la
gloria, como lo
habéis alcan zado
de vuestro Divino
Jesús para los que,
invocándos con fe
e imitando
vuestras virtudes,
murieron
píamente con
vuestra enseñ a.
Amén.
Cela que separa
local reserv ado às
comtemplativas
na Igreja do
Mosteiro – Toro.
25
que les contáramos a las hermanas cosas que habíamos visto y vivido. Todas
estaban entusiasmadas viendo los regalos, las revistas y fotos, y nos pedían que
se las explicáramos.
Después de una experiencia como esta se puede comprobar cómo se ama a la
comunidad y cada hermana por la alegría tan grande que se siente por volver a
verlas. Ha sido una experiencia de comunión con otros miembros de la Orden y a
“ El grupo de los
la vez con las mismas hermanas de la comunidad.
crey entes tenía un
Nos visito un miembro de AIN (Ayuda a la Iglesia Necesitada) y nos contó como
la Iglesia es perseguida y martirizada en Asia, África y América Latina, y como
es muy necesaria la oración por todos nuestros hermanos en la fe que sufren.
Hemos hecho la Novena del Espíritu Santo, durante la cual, todas las tardes
hemos dejado el trabajo antes de lo acostumbrado, para orar con el Santísimo
expuesto.
El 29 comenzamos la novena a nuestro Padre San Norberto, este año hemos
incluido las Letanías de San Norberto que las hermanas trajeron de la Abadía de
De Pere, gustando mucho a las hermanas y a todos los asistentes.
solo corazón y
una sola alma”
(Hch 4:32) y
oraban “ con un
solo corazón”
(2:46).
JUNIO / 2012
El día 4 fue el día de oración por las vocaciones a la vida consagrada. Este año, la
ciudad tuvo la celebración de las Vísperas en nuestra iglesia con la asistencia de
mucha gente de todas las parroquias, habíamos preparado unos folletos para que
la gente pudiera participar cantando y rezando, de hecho las introducciones y
oraciones salmicas fueron hechas por seglares y la Lectura Breve y las Preces
fueron leídas por religiosas de otras comunidades.
El día 6 Solemnidad de nuestro Padre San Norberto; a las 11:30 solemne
concelebración Eucarística, la homilía estuvo a cargo de Ángel Carretero uno de
los párrocos que atienden la ciudad. Por la tarde a las 19 h solemnes Vísperas y
celebración de la Eucaristía con participación del pueblo; la presidió D. Benito
García, sacerdote Diocesano. Terminadas las celebraciones todos los fieles
tomaron un refresco dando gracias a Dios por celebrar un año más la fiesta de
San Norberto.
Durante todo este año nuestra comunidad esta orando por el éxito del Capitulo
General y en especial por el Abad General y todos sus colaboradores, los que
están trabajando para que todo esté a punto y sea de mucho fruto espiritual.
Desde aquí queremos agradecer al Abad General por habernos concedido al
Hermano Terrentius Robertus Lauerman (Abadía de San Norberto de De Pere)
como traductor para las hermanas de España. Y desde aquí le queremos dar las
gracias al hermano Terry por todo el trabajo que esta haciendo al traducir los
textos para que podamos participar mas plena y fructíferamente.
Las hermanas saludan calurosamente a todos y les ofrecen oraciones por sus
necesidades y por su santificación.
Que paséis un feliz verano. Hasta la próxima.
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Senõr mío
Jesucristo, que
por el amor que
tienes a los
hombres estas de
noche y de día en
este Sacramento
lleno de piedad y
de amor,
esperando,
llamando y
recibiendo a
cuantos vienen a
visitarte, yo creo
que estas presente
en el Santísimo
Sacramento del
Altar. Amém !
26
MONAS TERIO DE S ANTA MARÍA D E LA AS UNCIÓN DE VILLORIA
DE ÓRBIGO
Parte VIII de la historia del Monasterio
Consolidación
A partir del año 1522 se inicia una nueva etapa en el monasterio de Villoria. Los
once años anteriores, en el que sólo un puñado de monjas ocupó el convento, bajo la
presidencia de una abadesa irregular, mal nombrada y de paso bien efímero, más que
de otra cosa, debería ser calificado como un intermedio entre la etapa de la
comunidad masculina de los siglos anteriores, hacia otra nueva, en la que las
religiosas consolidaron su estancia y consiguieron una vida normal. Intermedio que
concluyó con la expulsión violenta de la superiora y con la elección de otra que fue
ya regular y definitiva.
El abad de Retuerta, Fray Juan de Rosales, al dar este paso, nombró una superiora
nueva para la comunidad de Villoria. Lo cual supone la reprobación de la persona y,
a la vez, la forma en que se habían hecho las cosas, pero no la reprobación del hecho
en sí. Fray Juan encontró correcto el cambio de la comunidad, la presencia de las
religiosas aquí. Y, como consecuencia de tal aprobación, procedió al nombramiento
de otra religiosa, que sustituyera a la que había sido malamente nombrada.
No obstante, también impuso su criterio personal y, en vez de nombrar a una
abadesa, solamente designó a una presidenta de la comunidad. En lugar de la
depuesta puso el abad de Retuerta a doña Constanza M aldonado, mujer noble y
virtuosa, que gobernó el monasterio durante cuarenta años…aúnque sólo en calidad
de presidenta mientras vivió el abad de Retuerta.
Imagen de Santa
María de la
Asunción,
colocad a encima
del altar principal
de la iglesia
conventual de
Villoria.
Vista exterior del
monasterio de
Villoria.
Extracto del libro El Monasterio de Santa María de Villoria, de Augusto Quintana Órgano del siglo
XVI, en la iglesia
Prieto.
del monasterio.
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II
ESPIRITUALIDADE
Consagração - Comunhão – Missão:
Uma reflexão sobre a espiritualidade canonical
1. Introdução
O encontro internacional de jovens em M adri foi um
evento muito grande, um ‘mega evento’ como se diz
atualmente. Tais encontros, hoje estabelecidos, foram
iniciados pelo Papa João Paulo II. Cada três anos, o
Papa convida a juventude católica do mundo para
reunir-se num lugar determinado, com o fim de
celebrar a fé. Com o Papa Bento XVI houve
encontros em Colônia (Alemanha 2005), em Sydney
(Austrália, 2008) e em M adri (Espanha 2011) ; o
próximo encontro terá lugar no Rio de Janeiro
(Brasil), em 2013. Naquela oportunidade, o Papa
Bento celebrou também um encontro com jovens
religiosos e jovens professores universitários. O lugar
do encontro foi a basílica São Lourenço, do
magnífico mosteiro el Escurial (construido entre
1563 e 1584). Saudado de forma impetuosa por 1600
religiosos jovens no dia 19 de agosto, o Papa começou a sua alocução com uma comparação
original. A vida consagrada se parece com a famosa biblioteca desse mosteiro espanhol. “Da
mesma maneira que se conservam aqui importantes edições da Sagrada Escritura e das regras
monásticas, a sua vida fiel à vocação recebida é uma forma valiosa de conservação da Palavra
do Senhor que ressoa nas formas próprias da espiritualidade de vocês. O carisma de cada
ordem é uma Palavra do Evangelho que o Espírito Santo faz voltar à memória da Igreja (Jo
14,16). A imitação do Cristo casto, pobre e obediente é uma exegese viva da Palavra de Deus.
Pois pelo Espírito Santo, os fundadores e fundadoras conseguiram contemplar a Palavra de
Deus numa luz nova. Eis porque cada carisma nasce da Palavra de Deus e cada regra religiosa
quer expressá-la. A vida consagrada se distingue por uma atitude evangélica radical, pela
fidelidade à fé, por estar enraizada em Cristo e fundada nEle (Col. 2,7)”. Depois, o Papa
descreveu essa vida evangélica radical com três elementos essenciais:
° A consagração a Cristo
° A comunhão com a Igreja
° E a missão específica
Essas três colunas fazem voltar à memória os três elementos essenciais com os quais
marcamos a nossa vida canonical: contemplatio, communio, actio. A partir dessa
compreensão geral da vida consagrada, quero ensaiar uma reflexão sobre a nossa vocação
canonical.
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2. A vocação canonical
2.1 A consagração a Cristo
2.1.1 A consagração (consecratio)
Segundo M . Ladstaetter, a consagração é um rito religioso que cria um vínculo particular
entre um objeto de nosso mundo e o transcendente. Distingue-se então entre: 1° aquele que
consagra ou pede a Deus (o verdadeiro atuante); 2° a ação que expressa a consagração, que
pode incluir distintos elementos e ritos, como a troca da veste, insígnia, orações e votos; 3° o
objeto consagrado: a pessoa que faz profissão e se consagra a si mesmo e que assim se torna
uma oferenda; 4° o efeito da consagração: a incorporação do professo na classe religiosa.
A forma mais notável é a consagração de uma virgem: ela se consagra a Deus e o bispo
acolhe a consagração em nome da Igreja. A profissão simples ou solene é uma consagração, é
uma transferência de propriedade a Deus, combinada com a aceitação dos conselhos
evangélicos concretizados pelas Constituções de um instituto religioso. A profissão é um ato
jurídico, público e oficial da Igreja, tendo um efeito obrigatório; é feita após um período de
integração, formação, auto-avaliação e aceitação pelo instituto. Com isso o professo sai do
estado de vida laical e entra no estado de vida consagrada, chamado no passado «estado de
perfeição». Disso resulta, segundo o ponto de vista jurídico, uma dupla obrigação: a de
assumir os conselhos evangélicos e a de uma vida de acordo com o direito próprio do
instituto. Ambos, os conselhos e o direito próprio ‘tendem à perfeição do estado consagrado’
(Cân. 598 § 1 e 2). “Pela profissão religiosa, os membros assumem, com voto público, a
observância dos três conselhos evangélicos, consagram-se a Deus pelo ministério da Igreja e
são incorporados ao instituto com os direitos e deveres definidos pelo direito” (Cân 654). Por
outro lado, a comunidade assume a obrigação de formar, manter e assistir.
2.1.2. A profissão como entrega total
Conforme a tradição de nossa Ordem, no dia da profissão solene o documento manuscrito da
profissão é lido pelo junior e assinado sob o altar por ele e pelo prelado da igreja. O altar
simboliza a Cristo mesmo. Esse é o lugar da celebração eucarística, onde o sacerdote ‘in
persona Christi’ celebra a eucaristia, onde pronuncia sobre o pão e o vinho as palavras da
transformação e, junto com os fiéis, recebe o Corpo e o Sangue do Senhor. O altar é Cristo
mesmo, é o lugar onde a sua entrega e seu amor sempre de novo se tornam presentes.
Pronunciando e assinando a fórmula da profissão, que remonta ao começo da nossa Ordem, o
junior realiza o vínculo vitalício e a entrega ao Senhor. É o ato pleno da consagração
(‘consecratio’) da vida (‘offerens trado meipsum’) e da doação ao Senhor. Pela oblação
renuncio a mim mesmo, como de uma oferenda; ofereço-me ao Senhor, pois desejo pertencer
totalmente a Ele. É Deus mesmo, e somente Ele que aceita essa oferta e a abençoa e
‘consagra’.
Por isso se usa atualmente muito a expressão ‘vida consagrada’. No Código de Direito
Canônico a vida religiosa se chama «vida consagrada» (Cân. 573, §1). João Paulo II publicou
em 1996 uma carta apostólica intitulada «Vida Consagrada». As nossas Constituições dizem:
“A profissão exprime a entrega de nós mesmos: por um mesmo impulso de coração nos
oferecemos a Deus e a uma comunidade que está a serviço do povo de Deus. A profissão não
nos fecha dentro de nós mesmos, mas nos impulsiona, para que busquemos no exercício da
amizade com os outros cristãos, o reino de Deus” (n° 40). E Adam Scot diz : «Saiba que você
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se ofereceu à Igreja de Deus e lhe cedeu a propriedade, com tudo o que você é, sabe e pode. É
evidente que não se trata somente de coisas materiais trazidas para a comunidade, mas de
coisas espirituais, de talento e capacidades que um confrade pode e deve aportar para o
benefício da comunidade e que significam um enriquecimento, um grande dom para ela.
Enfim, se trata da doação total de sí mesmo, “com tudo o que somos e temos”.
2.1.3 Consagrados ao S enhor
No capítulo seis da Lumen Gentium, que fala da vida religiosa, o número 44 começa com
uma declaração fundamental: “Pelos votos, ou outros compromissos sagrados a eles
semelhantes, com os quais se obriga aos três mencionados conselhos evangélicos, o cristão
entrega-se totalmente ao serviço de Deus sumamente amado.”
Essa entrega total já começou no batismo, onde o batizando morre ao pecado e é consagrado a
Deus. O ponto de partida é e, continua sendo o momento do batismo. Os votos são uma forma
de viver a graça batismal. “Para poder recolher frutos mais abundantes da graça batismal, o
cristão pretende libertar-se, pela profissão dos conselhos evangélicos na Igreja, dos
impedimentos que o poderiam afastar do fervor da caridade e da perfeição do culto divino, e é
consagrado mais intimamente ao serviço divino” (LG 44). Existe um «mais», tem «frutos
mais abundantes» e uma consagração «mais íntima». Não se diz em que consiste esse «mais»,
se é uma forma mais radical, uma forma que abrange toda a vida, uma disponibilidade
fundamental para manifestar a vida de Cristo, para «conformar-se mais plenamente com o
gênero de vida virginal e pobre de Cristo».
Com segurança, trata-se de uma forma de vida mais radical e autêntica, aberta pelos votos e
facilitada pela renúncia a bens de grande valor. Esse ‘mais’, essa pretensão, esse ideal
continua sendo um desafio e uma tarefa que marcou nossa fórmula de profissão, pela
promessa duma contínua conversão do coração. Aqui se unem o ato único da entrega total no
dia da profissão e o empenho que abraça a vida inteira, a fim de crescer na santidade e
perfeição, vivendo mais e mais para Cristo e para o seu corpo, que é a Igreja.
2.2 A comunhão com a Igreja
Segundo o Papa Bento, o segundo elemento essencial da vida consagrada é a comunhão com
a Igreja. As nossas comunidades nasceram na Igreja e foram promulgadas por ela. Somos
filhos e filhas da Igreja. As ordens e os institutos não vivem ao lado da Igreja ou opostos a
ela; vivem dentro da Igreja e com ela. Os religiosos são percebidos como membros da Igreja;
são identificados imediatamente com ela. Impregnados pelo amor derramado pelo Espírito
Santo em nossos corações (Rom, 5,5), eles vivem cada vez mais para Cristo e a Igreja, seu
Corpo. O lugar dos religiosos na Igreja jamais foi sem tensões: porque as ordens e os
institutos nasceram muitas vezes em reação a situações na sociedade ou na Igreja.
A constituição dogmática sobre a Igreja indica uma tríplice missão para as ordens e
congregações religiosas: têm uma função exemplar, atraindo todos os membros da Igreja a
corresponderem animadamente às exigências de sua vocação; uma dimensão escatalógica,
manifestando os bens celestes e; uma função representativa, imitando a forma de vida que o
Filho de Deus assumiu. “O estado constituído pela profissão dos conselhos evangélicos,
embora não pertença à estrutura hierárquica da Igreja está, contudo, inabalavelmente ligado à
sua vida e santidade.” (LG, 44)
Com o fim “de revelar cada vez mais Cristo ao mundo” (LG n° 45) surgiram várias formas de
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vida, quer solitária, quer comum. Geralmente os cristãos consagrados vivem juntos e formam
comunidades espirituais. Essa vida comunitária “em perfeito acordo, com um só coração e
uma só alma em Deus” foi qualificada por Agostinho de primeira motivação (“primum
propter quod”). Escreveu a Regra a partir de sua experiência e a propôs à vida comunitária
como método, forma e norma.
2.2.2 A vida comum
O homem anela por comunidade e relações satisfatórias, porém a vida comum não é fácil e
atravessa atritos. Requer sempre um esforço para ultrapassar-se e abrir-se ao outro. Quem é
ligado a uma comunidade por profissão, deve investir-se totalmente para a construção dela.
Essa pertença deve afirmar-se pela solidariedade, “pelo cuidado que os membros tenham uns
para com os outros” (1 Cor.12,25), pelas “coisas que trazem paz e edificação mútua” (Rm,
14,19), procurando “agradar ao próximo em vista do bem, para edificar” (Rm.15,2), “não
procurando os interesses pessoais, mas o interesse de todos, a fim de que sejam salvos”(1 Cor.
10,33). Essa mútua correção e exortação, cheia de humildade e caridade, não pode faltar na
vida comunitária. Na sua última mensagem para a quaresma, o Papa insistiu nessa atitude
“Tenhamos consideração uns com os outros, para nos estimular no amor e nas boas obras”
(Hb. 10,24).
Num artigo sobre os institutos seculares o bispo Scheuer de Inssbruck falou: “Segundo o
Evangelho, a correção fraterna é uma maneira de praticar a caridade. Os padres da Igreja
consideram a correção fraterna como um mandamento divino, um serviço de amizade
(Ambrósio), uma obrigação fraterna (João Crisóstomo). O assunto parece importante, ao
lembrar-nos que a convivência precisa sempre de correção e renovação, para evitar uma vida
de cortesia superficial na qual cada um elege o que faz ou não faz. Tratam-se uns aos outros
de maneira amável, mas se guarda distância e se deixa que cada um atue segundo seu critério
próprio. Às vezes percebemos que alguma coisa não está correta. Trazê-lo à discussão, falar a
alguém disso, sondar um comportamento com benevolência, não por vontade crítica mas
procurando uma modificação: assim o diálogo pode abrir-se e despertar uma energia
renovadora. Tais interpelações devem ser feitas com amor, sem querer ter razão, e não na
presença de outros. Quem corrige tem também erros, fraqueza e tentações. Por isso a correção
fraterna é delicada, porém é indispensável para evitar a paralisação e o enfraquecimento do
senso comum na vida comunitária. As nossas Constituições se limitam a dizer:
- “Esta vida fraternal entre os irmãos encontra incessantemente sua expressão humana nas
relações pessoais de amizade mútua, de serviço, de confiança, de bons exemplos, de perdão e
encorajamento.” (n° 82)
- O nosso relacionamento diário baseia-se no conselho do Apóstolo que nos ensina como deve
ser: “com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro
como mais digno de estima” (Rm. 12,10). (n° 88)
- «Esvaziando-nos e ultrapassando-nos a nós mesmos, rompamos com nosso egoísmo, e
vivamos para Deus e para os irmãos.» (n°9) Na sua mensagem para a quaresma de 2012, o
Papa oferece uma reflexão a partir do tema da carta aos Hebreus «Tenhamos consideração uns
com os outros, para nos estimular no amor e nas boas obras» (10,24). Fala da consideração
afetuosa e simpatizante com os que vivem conosco. Essa consideração deve abranger o
interesse pessoal e uma preocupação com os outros que compreende simpatia e intuição. Essa
preocupação diz respeito não só ao bem material e físico do outro, mas também a seu bem
espiritual.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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A correção deve expressar uma responsabilidade pela salvação do outro. O desenvolvimento
do outro não pode deixar-nos indiferentes. Evoluções negativas e comportamentos errados
não serão aceitos por comodismo ou indiferença. A coragem deve acompanhar a vigilância,
para falar do que separa do caminho positivo. M as não se trata de condenar; a correção não
será incriminativa ou sabichona. “A advertência cristã é movida pelo amor e a misericórdia,
ela brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão.” Após a citação da carta aos Gálatas
(6,1), o Papa termina falando da responsabilidade pelo irmão dizendo que «é um grande
serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a
própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um
olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61),
como fez, e faz, Deus com cada um de nós.” Fala-se aqui de um instrumento importante da
vida cristã e ascética que temos de descobrir novamente para a vida comunitária concreta.
2.2.3 O acompanhamento espiritual
Como amiúde não fazemos progressos na vida comunitária, mesmo tendo bons propósitos e
esforços, descobre-se e sublinha-se atualmente o significado do acompanhamento espiritual.
Apesar de toda idealização da vida comunitária, acontece às vezes que um profissional
exterior acompanha e intensifica melhor o empenho e crescimento espiritual. Scheuer cita
uma palavra de Bonhoeffer: «O Cristo no seu coração é mais fraco que o Cristo na palavra do
irmão». Tais conversas regulares combinadas envolvem a vida inteira, orientada para Deus
pela fé, pela esperança e pelo amor. Fala-se da relação consigo mesmo, da relação com o
corpo e com o tempo. Exprimem-se tendências, desejos, dificuldades e decepções no
crescimento. Um âmbito importante é a convivência, a responsabilidade e a solidariedade com
os outros. Trata-se principalmente de comunicar experiências de fé. A relação com Deus
constitui o centro do acompanhamento. Tais conversas ajudam a determinar uma posição e a
aclarar experiências. Elas podem contribuir para refletir sobre o caminho percorrido e suas
dificuldades. Elas podem inaugurar uma nova orientação e uma realização mais consciente da
vida. O acompanhamento espiritual procura uma orientação responsável de vida e uma
resolução da fé. O que se busca atingir é um encontro profundo com Deus na realização da
própria vocação. O acompanhamento tem como finalidade a aceitação madura da humanidade
própria e dos outros, uma relação honesta e verdadeira com a realidade. A finalidade é uma
integração comum na fé da Igreja.
2.3 A missão específica
2.3.3 A renovação de Pentecostes
O terceiro elemento essencial recordado pelo Papa é a missão própria dos religiosos provinda
da própria visão. No último Capítulo Geral foi votada uma ‘Vision-M ission-Statement’
(declaração de visão-missão) que foi posteriormente aceita e adaptada por muitas
comunidades. Nossas Constituições falam duma tríplice missão, da comunhão atuante de
nossa missão que consiste de três ministérios complementares. Há o ministério da pregação e
da escuta da palavra de Deus, ou seja de todas as formas de anunciar a verdade contemplada;
há o ministério de celebrar a liturgia e de santificar o mundo, ou seja, de todas as formas de
oração e liturgia; há o ministério de construir no amor a comunidade eclesial e humana, ou
seja, de todas as formas de pastoral. Na escolha entre diferentes formas de apostolado, se
levam em conta as carências mais urgentes da Igreja e do mundo (n°71). Fundamentalmente,
o ideal pastoral «consiste, antes de tudo, na promoção da unidade em Cristo, tanto interna
como externa. Santo Agostinho ensina-nos que a comunhão de nossas comunidades deve
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extrapolar-se pela caridade que se estende a todos os homens» (n°68). Essa extrapolação
evoca o evento pentecostal, quando os apóstolos, cheios do fogo santo, sairam de seu círculo
de oração fechado, voltando-se com sua pregação para o povo. Lá foi transmitido o dom
espiritual. A comunhão espiritual é um momento do encontro com Deus e ao mesmo tempo
ela se torna um ponto de partida para a evangelização. A comunidade religiosa é um lugar da
presença de Deus no qual se inicia a missão. A comunidade espiritual é o espaço da
experiência espiritual que comunica a capacidade para transcender os limites e ampliar o
horizonte da missão e nova evangelização.
2.3.4 A missão de Norberto
Sem dúvida é oportuno olhar novamente para o nosso fundador são Norberto. Ele é um
pregador itinerante excepcionalmente imbuido de entusiasmo, saindo cada vez, não somente
para encontrar seguidores para suas fundações, mas tomado de paixão pela proclamação da
Boa Nova ao povo. Também após a fundação em Premontré, saía para pregar com energia e
inquietude; a sua atitude deve ter sido semelhante à de são Paulo: «Ai de mim se eu não
anunciar o Evangelho» (1Cor. 9,16). Em muitas representações vemos a são Norberto no dia
de Natal de 1121, ajoelhado diante do presépio, tendo nas mãos o documento de sua
profissão. O começo da Ordem coincide com o nascimento do Senhor; o início da Ordem se
vincula assim com o mistério da Encarnação da Palavra de Deus. Esse acontecimento inicia a
missão de Jesus, a obra da salvação. Norberto se vê colocado dentro desse processo. Desde
então quis primeiramente anunciar a Palavra de Deus e celebrar a dupla presença dessa
Palavra na eucaristia. Torna-se porta-voz, pregador itinerante; todas as suas atividades futuras
(a fundação de nossa Ordem, o ministério episcopal, a sua presença na política eclesial) são
formas dessa missão: levar Jesus aos homens e implantar a fé nos seus corações. Assim ele
funda comunidades novas em distintos lugares e assume o governo da arquidiocese de
M agdenburgo no oriente do império. M uitos projetos dele não foram realizados, porém a sua
solicitude missionária se tornou uma tarefa para os premonstratenses: empenhar-se com toda
força cumprindo a obrigação que a Igreja recebeu do Senhor, para que os homens creiam e se
salvem.
2.3.3. Atividades atuais
Nos últimos dias recebemos a notícia que duas casas missionárias foram fechadas: no Congo
e no Chile. Nos séculos 19 e 20, as grandes abadias flamengas e holandesas desenvolveram
atividades missionárias impressionantes. A partir do ano 1923, a abadia de Berne enviou 50
missionários para a Índia. Expedições sairam para o Brasil (Park, Averbode), para o Congo
(Postel, Tongerlo), para Dinamarca (Averbode) e para M adagascar (Frigolet). Dessas missões,
especialmente da África e da Índia, saem atualmente missionários para Europa e América do
Norte. Devido à diminuição das vocações, os irmãos se dedicam à vida conventual e às
atividades pastorais ao redor da abadia. Quase cada canonia dispõe de uma casa para dar
sessões, organizar retiros ou acolher hóspedes. M uitas vezes tem uma loja de objetos
religiosos ou produtos das comunidades; isso é um primeiro acesso fácil ao mundo dos
mosteiros. Nossas abadias são centros espirituais que oferecem uma liturgia bem preparada,
música religiosa e retiros. Existem múltiplas formas de formação; na Índia, cada paróquia
dirige uma escola. Não se pode dar uma resposta simples a quem pergunta qual seja a nossa
«proposta» e o nosso «perfil missionário». Cada casa é marcada pelas exigências da região,
do tempo e da história. Desde muito tempo os irmãos se dedicam à pastoral paroquial, mas ao
mesmo tempo estão trabalhando na pastoral juvenil, no ensino, no ambiente social, científico,
musical e artístico. Há irmãos que trabalham no mundo da radiodifusão ou das prisões, outros
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realizam programas educativos para crianças abandonadas ou para futuros profissionais,
alguns tem larga experiência com arquivos ou sinos.
Há uma grande variedade, porém existe o perigo que o campo das atividades dificulte
progressivamente a presença diária na vida comunitária. Uma pastoral em zonas concêntricas
ao redor da canonia cria um pouco mais de sistema. A abadia constitui a zona principal para a
vida e as atividades dos irmãos com todas as oportunidades oferecidas para participar de
alguma maneira nessa vida ou para apoiá-la. O outro campo é formado pelas atividades
pastorais ao redor da canonia. Exemplos são os priorados paroquiais e os postos missionários
onde permanecem vários confrades. O último campo é o da pastoral categorizada de encargo
individual (como o professorado). Todas as tarefas são finalmente respostas às necessidades
pastorais, são atividades pastorais que correspondem aos talentos e aos níveis de formação
dos irmãos. Trata-se de deixar o povo entrar no nosso caminho comunitário de fé e de
oferecer-lhe acompanhamento e ajuda a partir de nossa própria busca de Deus. Necessita-se
de uma pastoral que se apresente como uma solicitação de participação. A fim de alcançar os
homens necessita-se de muita fantasia e audácia para entrar em novos caminhos pastorais; os
mosteiros poderiam tornar-se pioneiros nesse campo. É importante lembrar que, apesar de
todas as atividades e missões realizadas no exterior da comunidade, a canonia continua sendo
o centro ardente como fogo e, que nela o amor é vivenciado e praticado de maneira que
irradia aos homens.
3 Conclusão
Segundo o Papa, a vida consagrada deve ter um significado especial para a Igreja: “A Igreja
precisa de sua jovem fidelidade enraizada em Cristo e fundada nele. A gradeço-lhes também
por seu ‘sim’ generoso, total e constante ao chamado do Amado”. Com essas palavras o Papa
Bento XVI expressou seu reconhecimento e sua estima, dizendo que os religiosos são
insubstituíveis para a Igreja e, que eles exercem uma importante função de testemunhas. O
Santo Padre ressaltou ainda que conta com o engajamento incondicional de todos os religiosos
e, que a resposta generosa deles à vocação se expressa sem cessar em vista da salvação dos
homens. «Day of Pentecost» (“Dia de Pentecostes”) é o lema de nosso Capítulo Geral de
2012. Por isso é conveniente terminar essa reflexão com uma oração para o Espírito Santo.
ESPÍRITO QUE VEM COMO O ESTRONDO DE UMA FORTE TEMPESTADE!
ENSINA-NOS A LÍNGUA DA SINCERIDADE, PARA QUE CRESÇA CADA VEZ MAIS A NOSSA
CONFIANÇA MÚTUA E COMPREENSÃO.
ENSINA-NOS A LÍNGUA DO PERDÃO, PARA QUE POSSAMOS SEMPRE DE NOVO VER-NOS
MUTUAMENTE FRENTE A FRENTE, BUSCANDO UM NOVO COMEÇO.
ENSINA-NOS A LÍNGUA DA FIDELIDADE, PARA QUE SIGAMOS SENDO DIGNOS DA CONFIANÇA
RECÍPROCA E POSSAMOS APOIAR -NOS MUTUAMENTE.
ENSINA-NOS A LÍNGUA DO AMOR, PARA QUE SE CONSERVE O VÍNCULO ENTRE NÓS E QUE CRESÇA
NOSSA UNIÃO.
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Ensaio sobre o Hábito branco Premonstratense
"Os Cônegos Premonstratenses vestem um hábito branco; daí que
a Ordem recebeu o nome de ‘Ordo candidus’, a Ordem branca. Na
Inglaterra, os padres norbertinos são chamados « white canons »
(cônegos brancos) e nos Países Baixos «Witheren » (senhores
brancos). Em Roggenburgo, os membros da antiga abadia
imperial eram chamados de « cisnes brancos »".
1 Introdução
Primeiro algumas observações:
1.1 Viajando para a Índia, durante uma escala em Dubai, vieram a
nosso encontro, dentro do aeroporto, várias centenas de homens e
mulheres, vestidos de branco. Foi-nos explicado que eram
peregrinos islamitas que iam em seu "hadsch" (a peregrinação
para M ekka que devem fazer pelo menos uma vez na sua vida). Ninguém reparava nisso, era
como um evento totalmente normal. Quem segue em peregrinação, vai vestido como
peregrino: com um hábito branco longo semelhante à alba, com os pés nus nas sandálias e
com um pequeno volume de mão. A peregrinação para M ekka é um caminho de purificação; a
cor adequada para isso é o branco puro.
1.2 Para a festa anual de Santa Águeda na Catânia (Sicília), aos 3 de fevereiro, os habitantes
masculinos da cidade colocam acima de sua roupa um hábito branco parecido a uma camisola.
No cinto guardam um pequeno lenço branco que usam para acenar ou bater no ombro. As
mulheres usam um hábito esverdeado. Aquele uso vem de um evento legendário: os ossos de
santa Águeda chegaram de noite no porto de Catânia e, assustados e de camisola, os
habitantes foram apressadamente para receber os ossos. Desde então toda a cidade se veste de
branco durante 3 dias, para as procissões, as celebrações e festividades. Com a cor branca se
venera santa Águeda, uma virgem mártir do quarto século.
1.3 Por ocasião da beatificação de nosso confrade Pedro-Adriano Toulorge acontecerá, aos 30
de abril de 2012, uma celebração na paróquia de M uneville-le-Bingard, onde foi batizado no
dia de seu nascimento, aos 4 de maio de 1757. Para a leitura durante essa celebração,
escolheu-se um capítulo do Apocalipse (7, 9-17) no qual se fala de uma grande multidão de
eleitos que ninguém podia contar. "Eles estavam de pé diante do trono e do Cordeiro, vestidos
de roupas brancas e, tinham folhas de palmeira nas mãos. "(7,9). E pergunta-se: "Quem são
estes que estão vestidos de branco? De onde foi que vieram?" (7,1PO 3). Neste ensaio
gostaria de examinar essa pergunta, explorando ao mesmo tempo a tradição de nossa Ordem
de usar um hábito branco.
2. A cor branca
Que tem o branco? É uma cor? Branco é a junção de todas as cores do espectro de cores. É
definida como "a cor da luz" (em cores-luz), ou como "a ausência de cor" (em corespigmento). É a cor que reflete todos os raios luminosos, não absorvendo nenhum e por isso
aparecendo como clareza máxima. A cor branca é associada a paz, calma, ordem, e outras
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conotações positivas. O uso simbólico do branco é frequente. O vestido branco da noiva
evoca inocência, pureza e limpeza, higiêne, asseio. Na dimensão espiritual o branco significa
iluminação, purificação, visão, salvação e encontro da verdade. Evoca também harmonia,
alegria de viver, felicidade. Na Roma antiga, o felizardo era chamado de "filho da galinha
branca". Os povos dão um sentido próprio à cor branca. Diz-se que os esquimós têm 200
termos para aquela cor, especialmente para a descrição da neve e do gelo. Na língua alemã
"branco" é um componente de muitas palavras. Na China, o branco simboliza velhice, outono,
ocidente, perfídia; o branco cor de creme evoca morte e luto para os chineses e os budistas.
No Japão o branco significa antes virilidade e morte. Os samurai usavam, debaixo da ardura
um vestido branco expressando a sua disposição de lutar até o final. No esporte da luta, o
cinto branco evidencia as noções puras dos principiantes. Na política, a armada branca foi
conhecida como força oposta à armada vermelha do comunismo. Quem arvora a bandeira
branca mostra que se entrega em rendição e busca a paz. Percorrendo a literatura, esta
enumeração pode ser continuada. O branco evoca desenvoltura e despreocupação; ele se
vincula com a ausência de preconceitos, o silêncio, a natureza diferente, o estado intato, início
e vacuidade.
3. O branco na Escritura
O branco aparece em muitos lugares da Sagrada Escritura. Aqui segue somente uma breve
exposição de lugares importantes com respeito ao branco. Salmo 51,9 - o branco no sentido de
pureza:"Purifica-me com o hissopo, e eu ficarei puro; lava-me, e eu ficarei mais branco do
que a neve." Isaias 1,18 - o branco no sentido de purificação: "Ainda que seus pecados sejam
vermelhos como púrpura, ficarão brancos como a neve." Daniel 7,9 - o branco no sentido de
dignidade: "Uns tronos foram instalados e um ancião se assentou, vestido de veste branca
como a neve, cabelos claros como a lã". M arcos 9,3 - o branco da transfiguração: " E se
transfigurou diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas, como nenhuma
lavadeira no mundo as poderia alvejar." M arcos 16,5 - o branco no sentido de luz e
mensageiro de luz: "Então entraram no túmulo e viram um jovem, sentado do lado direito,
vestido de branco. E ficaram muito assustadas." Lucas 9,29 - o branco no sentido de
transfiguração: "Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência, e sua roupa ficou muito
branca e brilhante." Atos dos Apóstolos 1,10 - o branco no sentido de mensageiros celestiais:
« Os apóstolos continuavam a olhar para o céu, enquanto Jesus ia embora. M as, de repente,
dois homens vestidos de branco apareceram a eles. » Apocalipse de são João 1,14 - o branco
no sentido de dignidade e inacessibilidade : « Os cabelos eram brancos como lã, como neve;
os olhos pareciam uma chama de fogo. » Apocalipse 2,17 – o branco no sentido de mistério: «
Ao vencedor darei um prêmio: o maná escondido. Darei também uma pedrinha branca a cada
um. Nela está escrito um nome novo, que ninguém conhece; só quem recebeu. » Apocalipse
3, 4-5 – o branco no sentido de pureza e dignidade: « Sei que aí em Sardes existem algumas
pessoas que não sujaram as roupas. Estas andarão comigo, vestidas de branco, pois são
pessoas dignas. O vencedor vestirá roupa branca. E o nome dele não será apagado do livro da
vida ». Apocalipse 3,18 – o branco símbolo da pureza: “Compre minhas roupas brancas para
cobrir a vergonha de sua nudez. » Apocalipse 4,4 – o branco como sinal de dignidade e poder:
« Ao redor desse trono havia outros vinte e quatro; e neles, vinte e quatro Anciãos estavam
sentados, todos eles vestidos de branco. » Apocalipse 6,2 – o branco como símbolo de poder:
« Vi então quando apareceu um cavalo branco. O cavaleiro tinha um arco. » Apocalipse 6,11
– o branco como símbolo de eleição: « Então foi dada a cada um deles uma veste branca.
Também foi dito a eles que descansassem mais um pouco de tempo, até que ficasse completo
o número de seus companheiros e irmãos, que iriam ser mortos como eles. » Apocalipse 7,9 –
o branco como sinal de salvação: « Depois disso, vi uma grande multidão, que ninguém podia
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contar: gente de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam todos de pé diante do trono
e diante do Cordeiro. Vestiam vestes brancas e traziam palmas na mão. » Apocalipse 7, 1315a – o branco como característico apocalíptico e testemunho da fé: « Um dos Anciãos tomou
a palavra e me perguntou: ‘você sabe quem são e de onde vieram esses que estão vestidos
com roupas brancas?’ Eu respondi:’ Não sei não, senhor! O senhor é quem sabe!’ Ele então
me explicou: ‘São os que vem chegando da grande tribulação. Eles lavaram e alvejaram suas
roupas no sangue do Cordeiro. É por isso que ficam diante do trono de Deus, servindo a ele
dia e noite em seu templo. » Apocalipse 14,14 – o branco como sinal do outro lado e do
poder: « Depois disso olhei: havia uma nuvem branca, e sobre a nuvem alguém estava
sentado. Parecia um filho de homem. Tinha na cabeça uma coroa de ouro, e nas mãos uma
foice afiada.” Apocalipse 15,6 – o branco como símbolo de integridade e poder: « Saíram do
templo os sete anjos, com as sete pragas. Os anjos estavam vestidos de linho puro e brilhante,
e cingidos à altura do peito com cintos de ouro. » Apocalipse 19,8 – o branco como símbolo
da santidade: « Concederam que ela se vestisse de linho puro e brilhante, pois o linho
representa o comportamento justo dos santos. »
Apocalipse 19, 11-15 – o branco evoca o tribunal: « Vi então o céu aberto: apareceu um
cavalo branco, e o seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e combate com justiça.
Seus olhos são chamas de fogo. Sobre sua cabeça há muitos diademas. E ele traz escrito um
nome que ninguém conhece, a não ser ele mesmo. Está vestido de um manto embebido em
sangue, e é chamado pelo nome de Palavra de Deus. Os exércitos do céu o acompanham
montados em cavalos brancos, com roupas de linho branco e brilhante. Da sua boca sai uma
espada afiada para com ela ferir as nações. » Apocalipse 20, 11 – o branco como sinal da
onipotência: “Depois eu vi um grande trono branco e Alguém sentado nele. O céu e a terra
fugiram de sua presença e não deixaram rastro. »
A cor branca aparece em muitos lugares da Sagrada Escritura quando se fala de tumbas e
muros branqueados (Ez. 13), de neve e gelo (salmo 51,9), das doenças de pele (Lev. 13), do
cavaleiro celestial (2 M c. 11) de cavalos brancos (Apoc. 6, 2). Inicialmente, a cor branca
descreve sem mais, sem sentido específico; depois a cor branca indica o resultado da
purificação. Indica o supremo poder da graça e da bondade reconciliadora. No livro do
Apocalipse o branco finalmente significa a indescritível esfera divina e a pureza absoluta.
Quem entra nesse mundo claro é coberto com roupa branca, ele é vestido com o linho mais
puro, com hábitos absolutamente puros. O branco significa elevação, seleção, salvação,
redenção e libertação. A lavagem no sangue do Cordeiro significa a participação do poder
salvador e da ressurreição daquele que entrou na Glória divina, através da paixão e da morte.
É um processo de transformação, prefigurado na cena do monte Tabor, que ao fim e a cabo
não pode ser descrita e expressada senão pelo simbolismo da luz na qual, finalmente, tudo é
imerso na luz flutuante e irradiado por uma santidade absoluta. A cor branca evoca a esfera
divina, evoca a Deus e tudo o que é celestial ou inexprimível. Os mensageiros divinos andam
vestidos de branco. Tudo é diferente da cor branca, tudo é medido e julgado com referência a
ela. “Cada um foi julgado conforme a sua conduta” (Ap. 20,13). E da futura cidade de
Jerusalém se diz: “Não haverá mais noite: ninguém mais vai precisar da luz da lâmpada nem
da luz do sol. Porque o Senhor Deus vai brilhar sobre eles, e eles reinarão para sempre » (Ap.
22,5). Deus, como centro eterno e indelével de energia e de luz. « Deus é luz » (1 Jo 1,5).
4. O branco na liturgia
Na liturgia romano-católica se usam seis cores : branco, vermelho, cor de rosa, verde, roxo e
preto. A cor branca expressa a luz e simboliza alegria, celebridade e limpidez. O branco se usa
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para as festas maiores: Natal e Páscoa, as festas do Senhor e da Virgem M aria, as festas dos
anjos e dos santos que não foram martirizados. O branco expressa aqui a alegria, pois a
liturgia terrestre é uma participação e uma antecipação misteriosa da liturgia celestial. Quando
o celebrante veste a alva, o branco (‘albus’ em latim é branco) significa a pureza do coração.
No passado, ao vestir-se o sacerdote rezava: « Livra-me da impureza, Senhor e purifica o meu
coração, para que alvejado no sangue do Cordeiro, eu possa gozar da alegria eterna ». Aqui se
alude ao Apocalipse (7, 9-17).
No batismo se coloca ao batizado a veste branca, sinal da vida nova, da participação na vida
da Senhor, efeito de ser livre da mácula original. E o sacerdote diz: « Receba este hábito
branco, guarde-o limpo para que, ao aparecer diante o Juiz supremo, possa receber a vida
eterna ». Descrevendo o rito batismal, santo Ambrósio diz : « Depois disso, você recebe o
hábito branco que mostra que deixou cair a capa do pecado e recebeu o véu casto da
inocência, segundo a palavra do profeta : ‘Purifica-me com hissopo, e eu ficarei puro. Lavame e eu ficarei mais branco do que a neve’ (salmo 5,9) » A Igreja diz: « Sou morena, mas
formosa, ó filhas de Jerusalém » (Ct. 1,5): é morena pela fraqueza da naturaleza humana. Ela
é constituida por pecadores. As filhas de Jerusalém ficam admiradas ao ver as roupas brancas,
dizendo: « Quem é essa que se levanta vestida de branco? » Era morena, como se tornou
branca? (Ambrósio, Tratado sobre os M istérios, cap. 29-30, 34-35, 42). Na Igreja primitiva,
os batizados, durante a noite da Páscoa vestiam a roupa branca e a depositaram no sábado ou
domingo da oitava (‘dominica in albis’).
Para todos os ofícios litúrgicos, usa-se a alva ou um hábito derivado como o roquete ou o
sobrepeliz. Em algumas regiões, cobre-se o féretro de crianças, de virgens, de sacerdotes e
religiosos com um lenço branco, simbolizando a inocência ou a consagração. O branco evoca
também a esfera santa e divina. Por isso se fala do “Cordeiro branco” e a Virgem veste um
hábito branco (com uma capa azul celeste que evoca o céu espaçoso). Pela sua assunção, ela é
a rainha do céu. Por sua dignidade suprema, o Papa usa um talar branco. Segundo Stefano
Sanchirico, os cônegos regulares lateranenses usaram o mesmo hábito (veja o Osservatore
Romano do 19.09.2010, p.8-9). Os lírios brancos são um sinal de limpidez e um atributo
frequente de santos, entre os quais no primeiro lugar M aria, a mãe de Deus, e São José.
5. O hábito branco
Os cônegos premonstratenses vestem um hábito branco; daí que a Ordem recebeu o nome de
‘Ordo candidus’, a Ordem branca. Na Inglaterra, os padres norbertinos são chamados « white
canons » (cônegos brancos) e nos Países Baixos «Witheren » (senhores brancos). Em
Roggenburgo, os membros da antiga abadia imperial eram chamados de « cisnes brancos ».
Na Vida A de São Norberto, chegamos a saber algo sobre a justificação daquela tradição,
quando é atribuída a Norberto o seguinte comentário da Regra: « Se existir uma certa
excitação nas almas com respeito à cor, expessura ou fineza da vestidura, seria bom que
aqueles que se dão o direito de fazer criticismo, nos digam onde se fale na Regra, no
Evangelho ou no livro dos Apóstolos, da cor branca ou preta e, onde se prescreva a expessura
ou a fineza da vestidura; então se daria confiança a eles. No entanto, uma coisa é segura:
pode-se ler que os anjos, como testemunhas da Ressurreição, apareceram vestidos de branco
e, que a roupa dos penitentes, conforme o uso e a prescrição da Igreja, é feita de lã. Da mesma
maneira, no Antigo testamento, se vestia lã quando se ia ao povo, porém no santuário se vestia
hábitos feitos de linho. Então parece que os hábitos brancos devem passar por características
dos anjos e, como sinal de penitência, o corpo nu deve vestir um hábito de lã. Porém, não se
renunciará aos hábitos de linho no templo do Senhor e para atos sagrados. » (Vida A, capítulo
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12). Para Norberto tratam-se de várias questões importantes. Para ele era uma veste de
penitência, colocada sobre o corpo nu. Para a liturgia se usava um hábito de linho acima
daquela veste. O hábito de linho provém seguramente da tradição canonical. De tal maneira,
seguindo a reforma severa, Norberto une um estilo de vida monástico à tradição canonical de
uma liturgia bela. Um pouco mais tarde, apoiando-se na Escritura, Norberto recomenda a
limpeza do altar e para os atos litúrgicos (Vida A).
Os hábitos brancos são características dos anjos. Anunciando a Ressurreição, eles vestem
hábitos brancos, - o que confirmam os quatro evangelistas. Eles são mensageiros dum outro
mundo, da esfera divina, o que se expressa pela cor branca. Eles devem comunicar uma
mensagem importante. Daí que o hábito branco significa pleno poder e santidade, missão e
proclamação. Assim o uso do hábito adquire um significado sagrado. Os que o vestem, serão
mensageiros e proclamadores da Ressurreição, mensageiros de alegria, anunciadores da
verdade que o Senhor venceu a morte e vive. (Thomas Handgrätinger, Three accesses to the
Canonical Spirituality, in: Communicator n° 52, p.3-17). Isso contrasta o aspecto ascético do
hábito de penitência que implica a renúncia às comodidades, e a rejeição de todo
amolecimento e ostentação. O hábito deve ser uma expressão exterior dum estilo de vida
modesto, despretensioso e pobre; assim se sublinha a autenticidade da mensagem. Sendo
pessoalmente pobre e modesto, o religioso pode chegar a todos e exercer seu papel de
intermediário. M ais tarde, Domingos e seu movimento de pregadores aproveitarão isso de
forma reforçada: o efeito de uma pregação depende também da autenticidade do estilo de vida
do pregador. Quem recomenda beber água, não beberá vinho! O estilo de vida e a mensagem
devem concordar. Essa foi a motivação de Norberto que, segundo foi escrito, usava sempre
um hábito muito áspero.
Com o tempo, a veste simples de lã se tornou um hábito mais caro com colarinho, escapulário,
faixa e capuchinho. Conservando a cor branca, a veste chegou a ser agradável de ver, e se
tornou mais sinal do estado canonical do que da pobreza. A respeito disso, as Constituições
dizem somente o seguinte: « O nosso hábito branco, recebido, como de costume, é um sinal
tríplice de santidade de vida, de tradição da Igreja, e de unidade da Ordem. Deve ser usado, de
acordo com os costumes locais, particularmente para o culto litúrgico. Quando, por algum
motivo, os confrades são impedidos de usar o hábito regular da Ordem, se adaptem aos
costumes locais.” (n° 90) O nosso hábito evidencia que pertencemos a nossa Ordem, oferece
identidade e proteção, e sublinha de maneira visível a nossa integração a uma família
religiosa. Assim o hábito proporciona um estilo de vida espiritual que se distingue do
vestuário civil usual e, exerce a função de sinal para o exterior. Quem usa o hábito, segue uma
ordem de vida distinta, sugerida por Paulo “Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e, se
morremos, é para o Senhor que morremos” (Rm, 14,8). Pertencemos ao Senhor, e todos
podem vê-lo. Isso condiciona que haja uma forma de vida correspondente e uma atitude
adequada. O rito da vestição não assinala outros comentários: “Após a interrogação se dá o
hábito”.
O código de Direito Canônico comenta só: “Os religiosos usem o hábito do instituto,
confeccionado de acordo com o direito próprio, como sinal de sua consagração e como
testemunho de pobreza” (Cân 669 §1). Sublinha-se aqui especialmente o sentido de sinal e de
testemunho. No passado, citava-se durante a vestição o texto seguinte de São Paulo: “Vocês
devem deixar de viver como viviam antes, como homem velho que se corrompe com paixões
enganadoras. É preciso que vocês se renovem pela transformação espiritual da inteligência, e
se revistam do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da
verdade” (Ef 4, 22-24). Para cada cristão premonstratense, trata-se de uma profunda
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transformação e de um começo novo em Cristo, de quem já se revestiu no seu batismo (Gl.
3,27). É isso que o hábito premonstratense quer expressar. Num relatório de uma visita
canônica se lia: “O hábito é uma recordação forte para nós mesmos e para os outros, do
testemunho da vida consagrada a Deus. O hábito branco é um sinal peculiar, que usamos com
orgulho, para expressar que somos filhos de Norberto. Registre-se pelo menos no livro de
usos, que o hábito deve ser usado no coro e nas refeições.”
6. Reflexões finais
Finalmente, vem aqui um poema de Lori Runowsky, dedicado especialmente aos mártires.
Eles derramaram o seu sangue e foram lavados no sangue do Cordeiro, em virtude do Amor
divino que transforma tudo: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5). É possível que o
hábito branco dos cônegos da Ordem Branca (Ordo Candidus) reflita algo desse Amor
transformador e renovador?
Magníficos hábitos brancos
Magníficos hábitos brancos emprestados por Deus, o Senhor, como sinal da fidelidade
daqueles que o mereceram.
Padeceram muitos sofrimentos, suportaram a perseguição, mas não obstante ficaram firmes,
pois o amavam e serviam com muito gosto.
Na tentação veemente não duvidaram um só momento, levaram o peso e a preocupação da
vida e o serviam com muito gosto.
Agora vestem hábitos brancos porque venceram a morte. Os nomes ficam registrados para
sempre no livro da vida.
+ Dom Tomás Handgrätinger
Abade Geral
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Reflexões sobre o Carisma
(Por Pe. Bernardo Ardura)
Por ocasião do cinquentenário da abertura do
Concílio Vaticano II, o Padre Bernardo Ardura O.Praem
nos oferece sugestões para uma reflexão. O Padre
Bernardo é Procurador de nossa Ordem e Presidente do
Comitê Pontifício das Ciências Históricas.
Na vigília do Ano da Fé consagrado à nova
evangelização, que será inaugurado junto com o
cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano
Segundo, vários institutos de vida religiosa manifestaram o desejo de aprofundar o seu
carisma.
Aliás, o Concílio Vaticano II evoca várias vezes os carismas e precisa a natureza deles.
1. A sua origem está no Espírito Santo: “ Ele conduz a Igreja à verdade total e a unifica na comunhão e
no ministério; Ele a enriquece e a guia com diversos dons hierárquicos e carismáticos” (Lumen
Gentium, 4).
2. Os carismas são dados para o bem da Igreja inteira, da mesma maneira que os ofícios hierárquicos:
“ Estes carismas, quer sejam os mais elevados, quer também os mais simples e comuns, devem ser
recebidos com ação de graças e consolação, por serem muito acomodados e úteis às necessidades da
Igreja” (LG 12).
3. Os carismas são destinados principalmente à evangelização: “ Repartindo para o bem da Igreja os
seus dons a cada um como lhe apraz, o Espírito Santo inspira no coração de indivíduos a vocação
missionária e ao mesmo tempo suscita na Igreja institutos que assumam como a sua própria tarefa a
missão de evangelização que pertence a toda a Igreja.”
4. Os conselhos evangélicos e as diversas formas de vida consagrada são carismas aprovados pela
autoridade dos sucessores dos apóstolos: “ A autoridade da Igreja, sob a direção do Espírito Santo,
cuidou de regular a sua prática e também de constituir, à base deles, formas estáveis de vida. E assim
sucedeu que, como em árvore plantada por Deus e maravilhosa e variadamente ramificada no campo
do Senhor, surgiram diversas formas de vida, quer solitária quer comum, e várias famílias religiosas,
que vêm aumentar as riquezas espirituais, tanto em proveito dos seus próprios membros como no de
todo o Corpo de Cristo” (LG 43).
O carisma dos fundadores
Encontra-se no Evangelho (M c 16, 17-18, Lc 21, 15, etc.) e nos Atos dos Apóstolos
(2, 1-13 ; 5,12, etc.) a afirmação repetida de manifestações espirituais que São Paulo na carta
aos Coríntios chama de graça, vinculando-as com o dom do Espírito feito à humanidade na
pessoa do Salvador. Diante da diversidade dos carismas, São Paulo destaca mais bem a
unidade deles que está em Deus, na unidade da Trindade. São graças, ministérios e energias (I
Cor. 12, 4-6). Os carismas são dados para a « utilidade comum », tendo como finalidade o
bem comum sobrenatural da Igreja, e não para a vantagem espiritual do indivíduo. Ademais,
cada carisma representa um serviço ou uma função especial que deve concorrer, no seu lugar
e segundo a sua própria atividade, para o bem espiritual do conjunto. Os carismas derivam-se
do Cristo Cabeça a toda a Igreja, destinados para a construção e o crescimento do Corpo
M ístico. E eles asseguram a unidade da fé (I Cor 12, 12-14).
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Na história da Igreja, a questão dos carismas foi tratada de maneira diversa e teve uma
sorte diferente. Parece que Santo Tomás d’Aquino tenha apresentado no século XIII a síntese
mais elaborada sobre a natureza e a função dos carismas. Segundo ele, eles estão no nível dos
estados de vida e das funções na Igreja: os carismas concernem à vida cristã e são essenciais
para o seu desenvolvimento moral (Summa Theologica, IIa-IIae, q.171). No seu intento de
classificação, Tomás distingue os carismas da graça. Ela é dada para que os batizados se
tornem agradáveis a Deus - gratia gratum faciens – enquanto que os carismas são dados
gratuitamente - gratia gratis data – para o bem de toda a comunidade dos fiéis. Assim o
carisma de um fundador deve se compreender como pertencente à Igreja, e não à pessoa
determinada. Essa é então depositária, é um instrumento para a comunicação do carisma aos
discípulos que o Espírito Santo suscitará. No final, Santo Tomás insiste na função doutrinal
ou apologética dos carismas: “Estão destinados para a manifestação da fé e da doutrina
espiritual” (ib. III, q.7, a.7).
Por isso é conveniente dizer que o carisma dos fundadores é um dom particular
concedido por Cristo a alguém, por intermédio do Espírito Santo, o Santificador que dá vida
(como diz o Credo). O carisma é um dom divino, reconhecido como tal pela autoridade
eclesial assistida pelo mesmo Espírito, em vista do bem de todo o Corpo de Cristo.
Compreende-se facilmente: através do carisma dos fundadores, o Espírito Santo
manifesta o seu poder de suscitar a vocação para um estado de vida correspondente a
necessidades específicas do Corpo M ístico e, de fecundar a vida consagrada dos que
respondem a tal vocação. O Espírito suscita fundadores e também a vocação dos discípulos
deles em vista do bem de toda a Igreja.
O que responder à pergunta sobre o carisma dos institutos de vida consagrada?
Tratando-se de uma Ordem histórica, fundada há 900 anos, a pergunta parece talvez
pretensiosa ou ingênua. No entanto, a pergunta se apresentou a meu espírito como um «
leitmotiv », por causa das relações numerosas durante quase 40 anos com diferentes institutos
de vida consagrada dos quais alguns existiam apenas a uns decênios, enquanto que outros
haviam terminado a sua própria história pela morte de seus últimos membros, ou pela união
com um outro instituto.
Com frequência testemunhei discussões ríspidas sobre o carisma de institutos do
século XIX, da primeira metade do século XX, ou de fundações pós-conciliares. O que mais
me chamou a atenção foram os dois tipos de resposta à pergunta « Qual é o seu carisma? »
que me deixaram insatisfeito.
Os institutos fundados no século XIX ou na primeira metade do século XX, nasceram
amiúde para responder a necessidades da Igreja ou da sociedade. Tal congregação de
religiosas foi fundada para a evangelização das pequenas paróquias rurais, tal outra para
assegurar uma presença cristã nos hospitais, nas prisões. Esses institutos foram necessários e
foram reconhecidos pela autoridade da Igreja. É bom lembrar-se que nesses institutos muitos
homens e mulheres se tornaram santos pela dedicação à sua vocação específica. Porém, a
resposta à pergunta : « Qual é o seu carisma? » usava amiúde termos de ‘missão’: « Fomos
fundados para fazer tal coisa »; « fomos fundados para valorizar tal aspeto da espiritualidade
cristã ». Ora, os aspetos da missão ou da espiritualidade cristã não são o carisma; constituem
as realizações concretas do carisma no nível social ou espiritual. De fato, a minha pergunta
ficava sem resposta.
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Outro exemplo. Penso num instituto novo que imita a vida dos cônegos regulares. Os
seus membros me respondiam : « Fomos fundados para fomentar um instituto bem formado
no nível filosófico e teológico; cada semana temos um dia de deserto para manter uma vida de
oração constante ». Os membros de outro instituto novo tinham discussões vivas com o
fundador sobre o carisma deles. Querem vincular-se à grande tradição monástica,
privilegiando ao mesmo tempo a vida na cidade, com uma liturgia de tipo oriental, com a
intenção de trabalhar 4 horas por dia, e procurando o silêncio desértico do beato Charles de
Foucauld. Será que tudo isso forma um carisma?
Qual
é
o
carisma
Premonstratense?
da
Ordem
Que podemos dizer-nos com respeito ao
nosso carisma, evitando uma resposta errada
em termos de missão? Que é que São Norberto
quis e criou?
Uma coisa é certa: Com os seus
primeiros companheiros, Norberto decidiu
seguir vivendo fiel à sua formação canonical.
A vida canonical não implicava necessariamente o exercício de um ministério; considerava tal
forma de serviço como possível, enquanto que o Concílio Ecumênico de Latrão (18-23 de
março de 1123) proibiu aos monges celebrar missas públicas, visitar enfermos fora do
mosteiro e dar-lhes a unção. Os primeiros capítulos gerais de Prémontré não mencionam o
ministério. M as, para responder à pergunta do carisma, não vamos falar em termos de missão!
No passado os premonstratenses foram muitas vezes identificados como os « párocos brancos
»!
Por outro lado, conhecemos a atração que Norberto e seus primeiros companheiros
sentiam pela ascese rigorosa, como era também praticada pelos cônegos de Rolduc e de
Arrouaise. Não faltaram as críticas quando Norberto decidiu seguir a regra severa do “Ordo
M onasterii”, que se acreditava escrita por santo Agostinho. De onde veio aquela atração pela
ascese? Uma primeira explicação se encontra no contexto da fundação em Prémontré: a
primeira finalidade da reforma gregoriana foi a de reformar a vida dos clérigos. Porém,
segundo a minha opinião, precisa-se fazer uma busca mais profunda para identificar o carisma
da Ordem Premonstratense.
Nas grandes Ordens históricas dos Beneditinos, dos Cistercienses, dos
Premonstratenses e dos M endicantes, pouco se falava da especialização na vida consagrada.
Isso se tem desenvolvido sem cessar quando os institutos se multiplicaram e se introduziram
distinções desconhecidas pela Igreja do primeiro milênio. Assim, por exemplo, se começou a
distinguir a ‘vida ativa’ da ‘vida contemplativa’. Assim, o carisma de um instituto terminou
sendo considerado como um aspeto cada vez mais limitado e preciso da missão da Igreja ou
como uma forma de devoção vinculada com a espiritualidade da época da fundação do
instituto. Aliás, a especialização exagerada gerou às vezes um isolamento e uma incapacidade
de reconhecer os sinais dos tempos dos quais falou João XXIII.
Sem dúvida, São Norberto e os fundadores da Reforma Gregoriana se inspiraram no
Evangelho de São M arcos e nos Atos dos Apóstolos.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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Na formação do grupo dos doze, M arcos sublinha: “Jesus subiu um monte, chamou os
que ele quis, e eles foram para perto dele. Então escolheu doze homens para ficarem com ele e
serem enviados para anunciar o evangelho” (M c 3,13-14). A tradução literal seria: “os criou
doze”, pois o verbo grego é o mesmo usado no texto do Gênesis: “Deus criou o céu e a terra”
(Gên. 1,1). Essa tradução sublinha que os doze existem somente sob a forma de um colégio e
que a comunhão deles se realiza somente em torno da pessoa de Jesus.
Os dois outros textos de referência encontram-se nos Atos dos Apóstolos e descrevem
a primeira comunidade de Jerusalém: « Todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos
dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações » (At. 2,42).
Depois, Lucas descreve a primeira comunidade aberta aos convertidos: « Todos os que criam
estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham » (At.2,44). Essas
referências são comuns ao conjunto dos fundadores contemporâneos de São Norberto. Qual é
então a originalidade do fundador de Prémontré?
Parece que aqueles trechos do Novo Testamento inspiraram a todos. Para os
contemporâneos de Norberto, a comunidade de Jerusalém era um ideal luminoso, não
somente para estimular a generosidade das vocações, mas também para indicar-lhes um modo
de vida exemplar, fundado sobre a comunhão concretizada na partilha dos bens. Essa é a
característica pela qual o Ordo novus se diferencia dos cônegos que seguem a regra de Aix-laChapelle.
A originalidade de Norberto consiste no fato que ele não se limita a considerar a
comunidade primitiva de Jerusalém somente como uma referência insígne, um ideal capaz de
inspirar um modo de vida semelhante ao ideal dos apóstolos. Norberto quer recriar
concretamente em Prémontré a comunidade de Jerusalém, com a diversidade de vocações
unidas numa mesma comunhão.
Efetivamente, Norberto atrai a Prémontré não somente clérigos, mas também leigos
‘convertidos’ que recebem um hábito regular e se dedicam aos assuntos da comunidade.
Hermano de Tournai notifica que Norberto atraia também mulheres a Prémontré: « O
mosteiro de Cîteaux acolhe somente aos homens; mas o senhor Norberto, ademais de pessoas
do sexo masculino, acolheu também mulheres por ser convertidas. E assim, nos seus
mosteiros a observância delas é mesma visivelmente mais rigorosa e estrita que a dos
homens.»
Norberto se tornou convicto: ia viver em comunidade com irmãos e irmãs,
compartilhando os bens e esforçando-se para levar uma vida semelhante à dos apóstolos e das
santas mulheres reunidas ao redor de Cristo. Nos primeiros dias da primavera de 1120,
Norberto saiu de Prémontré para pregar e recrutar seus companheiros.
Confirmando o modo de vida dos primeiros premonstratenses, os delegados
pontifícios Pedro de León e Gregório do Santo Anjo declararam em 1124 : « Agradecemos a
Deus por sua misericórdia que sobrepassa tudo; foi Ele quem inspirou a vocês para renovar a
vida louvável dos santos padres e da instituição estabelecida pela doutrina dos apóstolos que
florescia no começo da Igreja, mas que quase ficou abolida nos séculos seguintes. ».
A escolha da Regra de Santo Agostinho era necessária, primeiro porque permitia à
nova comunidade diferenciar-se da ordem monástica; mas a Regra oferecia também um ideal
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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resumido em poucas palavras na Exortação para os Irmãos: « Primeiramente, vivendo em
comunidade, deveis viver em perfeito acordo, existindo entre vós um só coração e uma só
alma em Deus ».
Parece-me que esse ideal constitui o carisma próprio da Ordem de Prémonté, muito
bem expresso em nossas Constituições (n° 27): « A vida apostólica consiste em, tendo o
Espírito de Cristo como guia, ter também um só coração e uma só alma; ter tudo em comum;
perseverar na doutrina dos Apóstolos; perseverando na oração comum em união com
MARIA, M ÃE DE JESUS; partir o pão com alegria, isto é, ter a Eucaristia como ponto
central de toda a vida; dar testemunho da ressurreição de Jesus Cristo Nosso Senhor pela
pregação, pela vivência e por toda espécie de apostolado (cf. At. 1, 13-14; 2,42-47; 6,1-7,
etc.). Esta vida apostólica seja o supremo valor que deve caracterizar toda a nossa vida.”
Parece-me que é esse o carisma da Ordem de Prémontré. M as, como o carisma
necessita encarnar-se concretamente na vida comunitária, São Norberto e o Beato Hugo
adotaram um certo número de elementos e costumes que, no século XII, eram sinais visíveis
habituais da vida consagrada e meios para por em prática a intuição do fundador. Assim
entraram na Ordem de Prémontré a fórmula da profissão, o hábito regular, a celebração solene
do ofício divino que culmina na Eucaristia, o capítulo diário, o estudo e a contemplação, a
pregação da Palavra de Deus, a acolhida dos pobres e dos peregrinos.
Observemos também que, naquele tempo, a devoção mariana não fazia parte das
tradições canonicais. O famoso sermão de São Norberto, do qual se lia diariamente um trecho
em algumas abadias, não menciona aquela devoção mariana. Essa ausência milita em favor da
autenticidade do sermão. Porém, o contexto espiritual do século XII estava marcado por um
desenvolvimento intenso da devoção à Virgem M aria. O mais conhecido promotor dela foi
São Bernardo. O amor à Virgem que Norberto compartilhava com seus contemporâneos
integrou-se bem naquele contexto; por isso os autores premonstratenses posteriores iam
considerar aquela devoção como um dos elementos característicos da Ordem.
Conclusão
O Concílio Vaticano II convidou expressamente os institutos de vida consagrada para
conservar e promover o seu próprio carisma. Compreendamos esse elemento central,
inegociável e constitutivo da identidade, é fonte de inspiração para a vida regular e o
ministério; ela oferece a referência privilegiada para avaliar a dimensão eclesial de nossa vida
comunitária.
Para isso nos convidam as nossas Constituições: “A comunhão da Igreja de Cristo
deve encarnar-se concretamene em nossas igrejas. Embora esta comunhão seja um dom da
graça, para que ela se verifique diariamente, é necessário que todos os membros de nossas
igrejas, onde há diversidade de ministério, colaborem de acordo com os dons recebidos, para
que ela se estabeleça. Aqueles que, pelos votos religiosos se consagram às nossas igrejas, são
chamados para, na vida comum, realizar a missão apostólica, vivendo a comunhão, tanto
dentro quanto fora da comunidade. E, além disso, observem inteiramente o equilíbrio que há
na comunhão com Deus, porque a autenticidade cristã e religiosa de suas vidas depende
disto.”(Const. n° 31)
Pe. Bernardo Ardura
(Procurador da Ordem)
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III
NUESTRAS CONSTI TUCIONES
O caminho para a plena integração na comunidade
Capítulo II: o noviciado
1. O objetivo do noviciado
A legislação da Igreja tem um caráter particular.
Por isso deve-se considerar a inspiração e o objetivo das leis
eclesiásticas,
- pelo menos se queremos observá-las bem.
O direito canônico jamais pode ser reduzido a uma questão formal,
porque a sua intenção é promover a redenção humana.
Está enraizado no Evangelho.
Tratando-se de leis para a vida religiosa,
a sua intenção é sobretudo promover a prática fiel do carisma de cada instituto religioso.
Por isso não devemos ler as normas para o noviciado
como se fossem normas técnicas arbitrárias.
Não vamos compreendê-las bem, se não compreendermos o seu objetivo.
Cân. 646 concerne ao objetivo do noviciado.
Antes de mais, seu objetivo tem um caráter prático.
Os noviços devem fazer experiência do modo de viver próprio da canonia na qual entraram.
É um tempo de prova, de comprovação,
durante o qual o noviço deve encontrar para si mesmo uma resposta à pergunta seguinte:
“este modo de vida religiosa que me atrae, me convém realmente?”
É evidente que esse aspecto vai determinar o lugar onde se organiza o noviciado.
Outro objetivo prático do noviciado: os noviços devem comprovar a sua idoneidade para
compartilhar a vida da canonia e, manifestar a constância de sua intenção.
Por consequência, o noviciado necessita de uma certa duração e,
implicará um contato realista com a comunidade
à qual os noviços esperam pertencer mais tarde.
Os cân. 650 -> 652 determinam a formação.
O cân. 652 §2 indica a formação espiritual e religiosa para os noviços.
Ao lado disso estipula-se o seguinte:
-
o direito próprio deve fixar um plano de formação (cân. 650 §1)
a direção dos noviços é reservada unicamente ao mestre (cân. 650 §2)
há somente um mestre, os outros irmãos não devem meter-se na formação
o mestre trabalha sob a autoridade de seu prelado (cân. 651 §1)
podem dar-se ao mestre colaboradores (cân. 651 §2)
eles lhe estejam sujeitos no que se refere à direção e às diretrizes (cân. 651 §2)
A formação do noviciado implica um aspecto quase inacessível e,
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que talvez seja mais importante
do que pode ser programado e transmitido nas aulas.
Trata-se do contato vivo com a comunidade concreta:
ali o candidato observa e descobre o modo de viver de seus membros.
Isso levará à constatação inevitável de uma diferença entre a teoria e a prática,
entre o ideal e a realidade.
Como o candidato deve optar por uma comunidade concreta,
é indispensável que a conheça realmente.
Não é suficiente conhecê-la ao modo de um pesquisador, exteriormente,
é necessário vivenciar a sua realidade interior.
Parece que o legislador está consciente da riqueza e do perigo desse modo de formar:
“Os membros do instituto, na parte que lhes cabe,
cuidem de colaborar no trabalho de formação dos noviços,
com o exemplo de vida e pela oração.” (cân. 652 §4)
As nossas Constituições incluiram uma norma semelhante (n°142).
Os noviços não se ocupem com estudos e encargos que não servem diretamente para a
formação indicada (cân 652 §5).
2. o lugar do noviciado
Cân.647 e o n° 151:
“Para ser válido, o noviciado deve ser feito na casa devidamente designda para isso.”
Porém, ser membro de nossa Ordem implica ser membro de uma canonia determinada.
Por essa razão, o n° 160 determina que
“toda canonia é de direito uma casa na qual o noviciado pode ser feito.”
Trata-se aqui da casa central (a abadia ou o priorado) com a qual os confrades estão
vinculados por profissão.
O direito prefere tal casa,
porque a Ordem está formada por comunidades autônomas
e nelas se pode experimentar de maneira mais real a vida de nossa Ordem.
Todavia, existe a possibilidade legal de dar preferência a outra casa.
Com a autorização do abade geral e com o consentimento do definitório,
o prelado pode instalar o noviciado numa casa dependente de sua canonia.
Essa casa dependente será então o único noviciado da canonia.
Porém, existe a possibilidade de ter mais de uma casa de noviciado.
Para abrir um segundo ou terceiro noviciado,
deve ter um decreto escrito do abade geral,
publicado com o acordo dos definitores.
O abade geral tem a faculdade de abrir um noviciado numa casa que depende diretamente
dele.
Os cânones 647 e 648 foram inteiramente integrados em nossas Constituições :n° 151-153.
Devem sinalizar-se duas exceções:
-
cân. 47 §2 Excepcionalmente, o abade geral, com o consentimento do definitório,
pode autorizar que um candidato faça o noviciado numa casa da Ordem que não seja
casa de noviciado. Neste caso, o noviço é confiado a um confrade experiente que faça
as vezes do mestre de noviços.
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cân. 647 §3 O prelado pode permitir que o grupo de noviços, em determinados
períodos de tempo, more em outra casa da Ordem por ele designada. T rata-se de todo
o grupo dos noviços e de um tempo limitado. Poderia ser para umas aulas ou uma
experiência de formação. Poderia ser também para participar de reuniões, levando em
conta as condições climáticas, a necessidade de descansar ou a possibilidade de
encontrar outra comunidade.
T al tempo vivido fora do noviciado é considerado como vivido no noviciado.
3. a duração do noviciado
n° 151 : “deve abranger doze meses”.
n° 152 :
-
-
Uma ausência de três meses, quer continuos, quer intercalados, torna inválido o noviciado.
Quer dizer que o noviciado deve ser recomeçado inteiramente.
Porém, não se trata da ausência de todo o grupo de noviços (veja cân. 647 §3).
Uma ausência que ultrapassa quinze dias, deve ser suprida.
n° 153 : trata de uma experiência eventual (atividades formativas) fora da casa do noviciado.
Não é considerada como uma ausência.
Não se trata de uma experiência de todo o grupo numa casa da Ordem:
ela é considerada como feita na casa do noviciado.
Trata-se de uma experiência feita fora da comunidade do noviciado. Deve-s e
acrescentar o tempo da experiência ao noviciado, para completar os doze meses
necessários para a validade do noviciado.
Assim, por exemplo, o noviciado poderia ser organizado deste maneira:
- seis meses na comunidade do noviciado, para começar
- uma experiência de seis meses
- seis meses de novo na comunidade do noviciado
Se gundo a opinião do abade J. Wouters, tal organização não pode ser arbitrária;
deveria ser estável e dependente da situação da canonia.
n° 153 : o noviciado não pode ultrapassar dois anos.
n° 154 : uma prorrogação excepcional de seis meses é possível:
- se após dois anos de noviciado, uma dúvida persiste acerca da idoneidade do
noviço;
- ela não pode ultrapassar seis meses (cân. 653 §2)
Em resumo:
- o noviciado é um período de formação de dois anos (excepcionalmente prolongado de seis
meses);
- um ano deve ser vivido no interior do grupo de noviços;
- a base desse grupo é uma casa de noviciado;
- não pode ter ausências, exceto aquelas previstas nos cân. 647 §3 e 648 §2;
- o n° 154 faz compreender que o segundo ano do noviciado depende da decisão de cada
canonia, como também a organização de uma experiência fora de comunidade do noviciado
(n° 153).
4. o fim do noviciado
É claro que o noviciado termina ao ser incorporado o noviço na canonia pela profissão.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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cân. 653 §1 - n° 157
- o noviço pode abandonar livremente a canonia;
- o prelado pode demitir o noviço
- por justa causa, não arbitrariamente
- o prelado decide a demissão, após ter ouvido o mestre dos noviços (exceto
quando uma razão excepcional se opõe).
n° 165 : a readmissão de um noviço na canonia da qual se afastou legitimamente
- o prelado (com o consentimento de seu conselho), pode admiti-lo.
- se já completou o ano canônico, não deve repeti-lo. Deve completar o segundo ano,
prolongado eventualmente por 6 meses.
- se não completou o ano canônico, deve recomeçá-lo inteiramente.
Corrigir o n° 165 (veja relatório Cap. Ger. p. 52)
5
a formação num noviciado comum
É claro que a nossa Ordem e também cada canonia têm seu caráter.
Porém, por causa do número pequeno de candidatos ou da falta de mestres ou professores,
pode surgir a necessidade de colaborar com outras canonias ou com outras Ordens ou
Congregações.
Essa colaboração pode existir em aulas organizadas para um grupo de noviços de distintos
institutos.
A participação das aulas deve organizar-se respeitando as normas de nossas constituições
relativas ao lugar e à duração do noviciado. Veja também o cân. 647 §3.
A formação dos noviços significa um investimento sério da comunidade; para nossa Ordem se
trata sempre de uma iniciação séria numa canonia determinada.
Compreendendo isso, aprecia-se a importância e o objetivo do noviciado em nossa Ordem.
capítulo III a profissão temporária e solene
1. terminologia
A profissão temporária, como instituto, é relativamente nova na história da Igreja.
Foi introduzida aos 17.03.1857 por uma carta da Congregação Romana para esses assuntos.
“Neminem latet” prescreveu que a profissão solene seja precedida por uma profissão simples,
feita por três anos.
Aquela prescrição se referia somente aos institutos com votos solenes: as ordens religiosas.
O motivo da Congregação era a necessidade de prolongar o período da formação, por causa
das condições do tempo. Procurava-se preservar a qualidade e a dignidade da vida religiosa,
então criticadas com grande força em certos ambientes.
Antes de 1857, em nossa Ordem os candidatos eram admitidos à profissão solene
imediatamente após o segundo ano do noviciado.
O Direito Canônico não utiliza mais os termos “votos simples - votos solenes”, senão “votos
temporários - votos perpétuos”. Em nossa ordem existe o termo “votos solenes” : é
conveniente dar uma explicação.
A distinção tradicional entre os votos solenes e simples deixou alguns traços no direito
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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canônico atual. Por exemplo, o cân. 668 §1 estipula que os noviços, antes da primeira
profissão, cedam a administração de seus bens a quem preferirem, porém eles continuam
dispondo livremente do uso e do usufruto deles. Façam, porém, antes da profissão perpétua,
testamento que seja válido também no direito civil. Estas estipulações foram introduzidas
literalmente no n° 164 de nossas Constituições.
O que constitui no passado o conteúdo dos votos simples é, a grosso modo, retomado nessa
definição; ela quer dar uma forma jurídica ao voto de pobreza. No passado, ao fazer a
profissão simples de pobreza, o religioso continuava sendo o proprietário dos bens que
possuía naquele momento. Devia somente ceder a administração desses bens a quem
preferisse. Tudo o que adquiria após a profissão se tornava propriedade do instituto de sua
profissão. Essa norma vale atualmente para quem faz os votos temporários.
Segundo o direito comum atual e segundo as nossas constituições, o religioso com votos
temporários deve redigir, antes da profissão perpétua, um testamento que seja válido também
no direito civil.
Segundo os comentaristas, trata-se aqui de uma obrigação grave em primeiro lugar para os
candidatos, mas indiretamente também para o superior, que pode e deve insistir para que a
norma seja observada.
O termo ‘testamento’ refere-se às disposições tomadas por alguém, relativas ao destino de
seus bens, após a sua morte. O candidato para a profissão perpétua pode adiar a redação de
seu testamento até o momento de sua admissão pelo prelado para a profissão perpétua.
Por natureza, a redação do testamento é um ato livre. Quem redige o testamento é
completamente livre para determinar o seu conteúdo. As constituições não podem limitar essa
liberdade. O significado simbólico desse ato é grande: expressa claramente a renúncia aos
bens pronunciada na profissão.
O n° 167 indica o conteúdo dos votos solenes: é exatamente o que determinam os §4 e §5 do
cân. 668. Neles se definem as consequências da profissão solene dos que estão obrigados a
renunciar totalmente a seus bens em força das constituições1. Existe um vínculo entre a
definição do n° 1672 e a identidade de nossa Ordem, pois a nossa profissão é uma profissão
para a vida apostólica, como está descrita nos Atos dos Apóstolos. As nossas constituições se
referem àquela vida de maneira explícita no n° 27 e, de maneira mais implícita no n° 43. Esse
elemento foi guardado com cuidado, através toda a história de nossa Ordem. E cada reforma
quis acentuar a forma prática daquela exigência central.
A profissão é um ato jurídico que acarreta obrigações e direitos. Porém, há mais. Ela é uma
forma concreta de viver uma espiritualidade. A espiritualidade deve expressar-se não somente
em cada ato, mas também na forma de viver. A entrega total implica consequências jurídicas,
sem encontrar nelas toda a sua expressão. O modo de viver os três conselhos em nossa Ordem
é o tema de outro artigo. Aqui nos limitamos aos aspectos jurídicos.
Enquanto seja possível, a renúncia à propriedade pessoal deve fazer-se de maneira que seja
válida também para a sociedade civil. Pela profissão em nossa Ordem, nos tornamos
canonicamente incapazes de adquirir e possuir uma propriedade pessoal. Tudo o que o
religioso adquire, pertence legitimamente a sua canonia. Ela toma medidas para organizá-lo
de maneira prática. Pode existir uma convenção ou costumes locais. Ao renunciar totalmente
a seus bens, antes da profissão solene, o religioso pode distribui-los a quem preferir. A
renúncia entra em vigor desde o dia da profissão solene.
1
2
Eles perdem a capacid ade de adquirir e possuir....e o que lhes advém pertence à comunidad e.
« Aos que se ligaram à Ordem pelo voto perpétuo da castidade, é inválido tentar o matrimônio.”
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50
A última frase do n° 167 é um eco do código de 1917. Segundo ele, os votos solenes
diferenciavam-se dos votos perpétuos (simples) de duas maneiras: o professo solene
renunciava totalmente aos bens e o seu matrimônio era inválido. O professo simples guardava
a capacidade de possuir bens; o seu matrimônio era ilícito, mas não inválido.
Atualmente, segundo o cân. 1088, o voto público perpétuo de castidade constitui um
impedimento para um matrimônio válido. O religioso que tiver contraído ou tentado
matrimônio, mesmo só civilmente, deve ser tido como pelo próprio fato demitido de seu
instituto (cân. 694 §2). Os votos temporários (como os votos simples no passado) não formam
um impedimento para o matrimônio. Bem que seja proibido para um professo temporário
casar, o seu matrimônio eventual não seria inválido.
Em resumo: o conteúdo da profissão temporária em nossa Ordem corresponde àquele da
profissão simples do passado. Em nossa Ordem falamos de votos solenes, porque a nossa
profissão para a vida exige a renúncia à propriedade pessoal.
2. a profissão temporária
Pela profissão religiosa, o noviço se torna religioso e, é incorporado na canonia de sua
profissão.
Condições
- para a validade da profissão temporária, segundo o direito comum (cân 656)
* ter completado ao menos 18 anos
* o noviciado feito validamente
* ser admitido pelo superior (com o voto de seu conselho)
* profissão expressa sem violência, medo grave ou dolo
* recebida pelo superior legítimo (por si ou por outro)
- para a admissão pelo prelado, segundo o direito próprio (n°161)
* tornar-se ciente do relatório do mestre (para a validade)
* consultar os colaboradores na formação (para a validade)
* comunicar a profissão ao capítulo da casa, de tal modo que se dê a ocasião
de manifestar uma opinião ponderada
* obter o consentimento do conselho (como para a admissão ao noviciado)
A profissão temporária pode fazer-se por um ano. Para a sua renovação, o prelado precisa do
consentimento de seu conselho.
Os votos podem fazer-se por um período mais longo (2, 3, 4, 5, 6 anos).
Antes de emitir os votos solenes, o junior deve ter vivido um período de votos de ao menos 3
e ao máximo 6 anos; excepcionalmente o período pode durar ao máximo 9 anos (n° 162).
Esse período dos votos temporários não pode interromper-se: a renovação deve fazer-se no
mesmo dia do calendário no qual foi pronunciada a profissão anterior (n° 163).
O prelado pode anticipar a profissão solene, porém, não mais de três meses (n° 166).
da readmissão
Quem, terminado o noviciado ou, depois a profissão sair da Ordem, pode ser readmitido na
mesma canonia 3, sem a obrigação de repetir o noviciado. O prelado precisa do consentimento
de seu conselho. Cabe ao prelado determinar uma conveniente provação antes da profissão
temporária (n° 165). O tempo da profissão, após a readmissão, não seja menor que três anos.
3
O n° 165 foi corrigido pelo capítulo geral de 2006
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51
da demissão durante a profissão temporária
O junior não pode ser demitido, exceto pelas causas mencionadas nos números 317 e 318. Os
cânones mencionados no n° 319 indicam o modo de proceder.
Quem não é admitido para prolongar a sua profissão, deve sair da Ordem quando terminar o
tempo de sua profissão.
uma doença que, a juízo de peritos, torna a pessoa inapta para a vida em nossa Ordem,
constitui uma causa para a sua demissão – a não ser que a doença tenha sido contraída por
negligência da Ordem, ou por causa de trabalho efetuado na Ordem. O religioso que na
vigência de seus votos temporários contrai uma doença psíquica, de maneira a perder o uso da
razão e a responsabilidade de seus atos, não pode renovar os seus votos. Porém, não pode ser
despedido da Ordem: ele fica a cargo da canonia que o admitiu (n° 315).
o indulto para sair
O professo temporário pode, por uma razão grave, pedir ao abade geral um indulto para sair
da Ordem. O abade geral precisa do consentimento dos definitores (n° 314).
3. a admissão à profissão solene
as condições
segundo o direito comum:
•
•
ao menos 21 anos completos
ao menos 3 anos de profissão temporária
Em nossa Ordem, os votos perpétuos são chamados de ‘solenes’.
No fim do período dos votos temporários, a pedido espontâneo do religioso, o prelado pode
admiti-lo à profissão solene, após obter o consentimento do conselho.
A profissão prevista deve ser comunicada aos membros da comunidade, de maneira que se dê
a ocasião de manifestar um juízo ponderado sobre a idoneidade do candidato (n° 166).
Segundo as constituições, uma longa preparação preceda à profissão. Cada canonia determine
o tempo e o conteúdo daquela preparação.
Para tal profissão temos um rito próprio, aprovado pela Santa-Sé em 1987.
a demissão de um professo solene:
* somente por causas gravíssimas
* o modo de proceder está descrito nos cânones mencionados no n° 319.
* para pedir o indulto, deve-se observar os cânones mencionados no n° 316.
4. os votos enquanto obrigações legais
A leitura dos cânones 599-601 pode deixar-nos um pouco decepcionados. Dá-se aí uma
descrição abreviada dos votos, com os elementos teológicos os mais sumários e com uma
menção seca da obrigação assumida pela profissão.
Essas normas devem ser lidas junto com as constituições, porque a maneira concreta de viver
os conselhos evangélicos em nossa Ordem é uma expressão de nossa identidade.
Pode-se dizer que o código apresenta um mero esboço; são as constituições e a vida que lhe
dão cor e profundidade.
Porém, é significativo de definir com precisão as implicações legais de cada voto. Assim
ficamos a salvo de uma compreensão demasiado espiritual, - o que constitui um perigo para
os que se consagram a um ideal.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
52
Ademais, a dependência de seus superiores pode gerar para os religiosos, situações menos
desejáveis.
A ordem em que são tratados os conselhos evangélicos no código de direito é a mesma que
encontramos nos documentos da Igreja, após Vaticano II. Isso tem um fundamento teológico.
O conselho de castidade assumido por causa do Reino dos céus vem em primeiro lugar, pois
ele significa a aspiração de consagrar-se inteiramente a Cristo. Para o monaquismo primitivo,
a castidade era um martírio sem banho de sangue, ou seja era um testemunho vivido.
Ademais, é claro que a castidade não é a forma de vida eleita por cada celibatário cristão, mas
ele é chamado para considerar com seriedade os conselhos de pobreza e obediência.
Segundo o cân. 599, a castidade implica a obrigação da continência perfeita no celibato. Essa
formulação não deixa subsistir dúvidas: ela não pode ser reduzida ao termo ‘celibato’. Exigese uma disciplina interior; ela implica, por exemplo, um uso seletivo e responsável dos meios
de comunicação (veja o cân. 666).
Já sabemos que, quem está ligado por voto perpétuo de castidade, tenta invalidamente o
matrimônio (cân. 1088) e deve ser tido como ‘ipso facto’ demitido da Ordem (n° 317).
Os cânones 1394 / 1395 indicam as penas para quem viola as obrigações assumidas pelo voto
de castidade e dá escândalo (suspensão, privações e demissão do estado clerical).
O regulamento do comportamento exteriormente perceptível e a preocupação pelo aspecto
social da comunidade constituem o terreno próprio do direito. Assim, as consequências
jurídicas da profissão de castidade evangélica se limitam ao comportamento exteriormente
perceptível e ao escândalo eventual que provoca na comunidade eclesiástica.
O crescimento pessoal de cada religioso depende da preocupação cordial e paciente do
próprio religioso, de sua comunidade e de seus superiores.
O cân. 600 descreve o aspecto jurídico do voto de pobreza como a dependência e a limitação
no uso e na disposição dos bens, de acordo com o direito próprio de cada instituto.
O direito comum deixa ao direito próprio a possibilidade de determinar a forma da pobreza
religiosa. Já comentamos as disposições tomadas por nossas constituições.
No cânone 601, o aspecto jurídico da obediência é descrito como submissão da vontade aos
legítimos superiores, quando ordenam de acordo com as próprias constituições.
Pela ligação daquela obrigação com as constituições, limita-se a sua aplicação. O superior não
pode mandar o que é contrário às constituições. Embora que a obediência religiosa seja uma
atitude interior profundamente espiritual, o direito fala só do que é exteriormente perceptível.
Assim, por exemplo, para ordenar algo autenticamente, devem-se respeitar as exigências
formais definidas pelos cânones 48 - 58.
No cân. 696, a desobediência pertinaz às prescrições legítimas dos superiores é citada como
uma das causas da eventual demissão de um religioso.
Abade Jos Wouters – Abade de Averbode
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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IV ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES
Noventa anos da chegada do Irmão José Withofs
a Pirapora do Bom Jesus (1875-1959)
Godfried Withofs, nascido em Eigenbilzen, Bélgica, em 1875, era o décimo filho do
casal LAURENT WITHOFS, agricultor, e ELISABETH VAN DOOREN.
1. ÁRVORE GEN EALÓGICA D A FAMÍLIA WITHOFS
LAURENT WITHOFS x (1851) ELISABETH VAN DOOREN
1826-1875
1829-1905
Animada pelo verdadeiro espírito de fé, ela fez para o coração de uma mãe o maior
sacrifício: ela deu a Deus, na véspera de sua morte, seu filho caçula como missionário.
Profundamente tocada pelos sentimentos cristãos, ela mostrou no momento da triste
separação o céu, dizendo: “Meu filho, aqui na terra nunca nos veremos mais, mas lá em
cima, nós nos encontraremos novamente para ficarmos eternamente unidos.".
Filhos e filhas:
1. Laurent
x (1881)
M aria-Elisabeth M enten
1852-1943
1857-1924
2. Petrus
* 04/04/1854
+ 10/04/1854
3. Petrus
x (1895)
Theresia Jacobs
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1855-1933
1864-1959
4. Willem
x (1888) Hubertine-Elisabeth Veltmans
1857-1922
1860-?
5. Gerard
x (1888) Joanna Appermans
1860-1911
1865-?
6. Jan
x (1900) M aria-Catarina M eesters
1862-1935
1861-1947
7. M aria-Barbara x (1895) Joannes-Hubertus Cryns
1865-1935
1862-1890
8. Franciscus-Ludovicus
1867-1895
9. Elisabeth
* 10/12/1869+ 14/03/1876
10. Cornélia
x (1901) Jan Franciscus M oors
1872-1948
1870- ?
11. Godefridus
1875-1959
(O sinal “x” simboliza o matrimônio.)
2. ABAD IA PREMONS TRATENS E DE AVERBODE
Com a idade de quase vinte anos, Godefridus se apresentou na abadia de Averbode
para partir como missionário no Brasil com as seguintes palavras: “Senhor Abade, quando o
Senhor acha que eu estou apto para ficar irmão, quero entrar quanto antes nesta comunidade.”
Essa disponibilidade caracterizou a sua vida inteira. Ele recebeu o hábito cinzento e o nome
religioso “José” aos 08 de meio de 1904.
“Deu-lhe a Providência Divina o nome de José, o nome do carpinteiro de Nazaré, que
moldou a figura humana de Jesus, para que fosse pela vida a fora, modelando, esculpindo a
mesma face divina de Cristo, os mesmos homens e feitos que derivaram da pregação do Filho
do Carpinteiro de Nazaré”.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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Partiu já para o Brasil aos 29 de setembro de 1904 com mais quatro outros irmãos; Ir.
Agostinho M ahy, Ir. Alderico Fransen, Ir. Rumoldo Van der Auwera e Ir. Lamberto Baguette.
“Cinqüenta e quatro anos de intenso labor artístico desenvolvidos no Brasil, ele que
viera, em pleno sonho de juventude, para esta pátria deixando a sua jamais esquecida
Bélgica flamenga.”
3. JAGURÃO: “COLÉGIO DO ES PÍRITO S ANTO” 1904 – 1914
De sua casa trouxe o talento de escultor e levava com ufania o nome de São José, o
humilde carpinteiro de Nazaré. Em todas as casas, onde ele viveu (Jaguarão 1905-1914, Jaú
1915-1921 e Pirapora 1922-1959) esculpiu obras artísticas em madeira; como as estalas do
coro, altares, confessionários, imagens de santos. Todo produto de suas mãos era destinado ao
culto religioso.
“Bem poucos o conheceram na humildade de sua oficina, nesse contínuo labor que
era a sua prece, o seu modo original de elevar-se até Deus pelos trabalhos de suas mãos de
artista.”
Lá, em Jaguarão, na capela do colégio aos 11 de julho de 1905, emitiu seus votos
perpétuos de obediência, de celibato consagrado a Deus e de pobreza.
“Primeiro se santificou e depois infundiu na matéria inerte a flama que lhe vinha do
interior, a luz que lhe brotava do coração e, como raios de graça divina, iam iluminar, iam
aquecer o bloco frio e inerte de um tronco de árvore, dando-lhe a forma de um querubim.”
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4. JAÚ: “ATEN EU MUN ICIPAL” - “COLÉGIO S ÃO NORBERTO” 1915 – 1921
“Antes que estas mãos pudessem produzir as belezas que produziram, antes que elas
pudessem transformar um pedaço informe de madeira numa obra de arte, modelou-lhe Deus
a alma, o coração, inspirando-o, quase divinizando-o para que, como fruto desse diálogo
interior entre o coração e as mãos, florissem os altares, iluminassem os candelabros,
cantasse a madeira silenciosa e bronca os louvores do Criador.”
Com uma eloqüente simplicidade enchia seus dias com oração e trabalho, sem
desperdiçar o tempo. Na comunidade ele era o confrade alegre e muito amado, que com sua
cordialidade espontânea causava alegria aos confrades. Nunca falava mal de alguém. Irmão
José era um religioso com uma profunda vida espiritual. O que Santo Agostinho diz na regra:
“Faça tuas preces em momentos e tempos estabelecidos” ele aplicava. Ele ajudava tão
devotamente a M issa, que os celebrantes se viam aconselhados a cumprir cuidadosamente
esses santos deveres. Em cada sacerdote, independentemente de idade ou função, ele viu um
“outro Cristo” e prestava-lhe assim seu respeito.
5. PIRAPORA: “S EMIN ÁRIO MENOR METROPOLITANO DE S ÃO PAULO” “S EMINÁRIO PREMONS TRATENS E” 1922 – 1959
“Subi ao alto da colina onde se ergue o seminário, entrai em sua igreja gótica e ficai
vendo, observando, admirando o que puderam fazer essas mãos do grande escultor que foi o
Irmão José.”
“Lá estão os altares, os púlpitos, os candelabros, a mesa da comunhão, o trono do
Abade, as estalas dos cônegos, a venerável cruz das procissões, o extraordinário castiçal do
círio pascal, tudo maravilhosamente trabalhado, nessa profusão espiritual de anjos, de
santos, de virgens consagradas aos altares, de flores, de folhagens, todo um mundo interior
de visões celestes que rumorejava nessa alma de artista que, antes de ser artista, foi santo.”
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Em cada casa o Irmão José deixou suas belas obras como lembranças e como sinais de
seu profundo amor a Deus.
“Quando dizíamos ao Irmão José: ‘Por que não manda às exposições alguma obra de sua
autoria?’ – respondia-nos invariavelmente: ‘Porque trabalho para Deus e não para o mundo’ ”.
6.
AOS 26/01/1959 O IRMÃO JOS É WITHOFS CHEGOU À CAS A DO PAI.
“No esplendor de um dos dias mais belos deste verão, dia escolhido por Deus para a partida de seu
artista, lá o deixamos, plácido e espiritualizado, macerado pela morte, de mãos cruzadas ainda em
prece, no seu eterno sono de justo, de pobre irmão leigo, que será para sempre memorado na terra
enquanto houver olhos que admirem as suas esculturas, enquanto houver lábios que profiram uma
oração ao Deus que formou tão grande escultor, ao escultor que celebrou tão grande Deus.”
No dia seguinte levamos o seu corpo para o cemitério paroquial, situado na outra colina, ao
lado direito daquela em cujo topo se ergue o Seminário.(*)
“Irmão José entrou ma imortalidade, entrou na imortalidade espiritual porque, ao apresentar-se
diante de Deus, ao ser perguntado pelo Anjo Inquiridor: “Que fizeste na terra durante a tua longa
existência?""” – silenciou e em lugar de responder ao anjo, apenas lhe mostrou as suas mãos que
trabalharam durante meio século para tornar Deus conhecido aos homens, para elevar os homens a
Deus. Nesse instante, iluminou-se todo o céu, e como somente assim podemos compreender, num
grande espetáculo divino, cada pedaço de madeira por ele esculpido na terra se transformou numa
estrela, numa auréola de glória. O Irmão José entrou na imortalidade: entrou na imortalidade da arte
que é o reflexo do próprio Deus através das qualidades humanas de cada um de nós. Durante os
séculos que passaram, durante o tempo em que milhões de brasileiros subiram essa colina de
Pirapora, perpetuamente, eternamente será lembrado o humilde escultor daquelas obras-primas, o
artista imortal de São Norberto.”
Depois o celebrante abençoou o corpo com a cruz, dizendo:
“Com esta Cruz de Cristo persigno este corpo,
para que no dia de juízo ressurja
e seja colocado ao lado direito do Cristo.”
“Adeus, irmão José! Adeus em nome de todos nós que fomos formados, como vós o fostes, pelo influxo
de São Norberto. Adeus, muito intimo, muito meu. Adeus que envolve as recordações da vossa
Bélgica, onde também vivi, da vossa Abadia de Averbode, onde também me encontrei. Agora que as
vossas mãos já se transformaram em luz na eternidade, já que não podem mais transformar as nossas
árvores em obras do céu, irradiai lá do alto a vossa influência benéfica, primeiramente, sobre a vossa
pátria que de vos se há de orgulhar e depois sobre este Brasil que foi a vossa segunda pátria e onde
Deus vos permitiu operar tantas belezas quantas nos deixastes. Adeus, Irmão José...”
(*) Em 1966 os restos mortais do Irmão José Withofs foram depositados na cripta no corredor
em frente à capela do Seminário.
Os textos em itálico são trechos do
Jornal “A Gazeta” - S. Paulo, 05 /02/ 1959.
Prof. Francisco Silveira Bueno, Doutor na área de Lingüística.
Professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Ex-aluno do Seminário de Pirapora
Pirapora do Bom Jesus, 10/02/2012,
Festa do Beato Hugo, 10 Abade de Prémontré.
Côn. Godofre do Chantrain, O.Praem.
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V
PAS TORAL VOCACIONAL
Mais um Bem-Aventurado!
No dia 2 de abril de 2011, o Papa Bento XVI
autorisou a Congregação para as causas dos Santos,
que promulgue o decreto do reconhecimento do
martírio de Pierre-Adrien Toulorge, cônego
premonstratense da Abadia de Blanchelande,
guilhotinado em Coutances no dia 13 outubro de
1793, durante a Revolução Francesa.
Ele foi beatificado no domingo 29 de abril de 2012,
às 15h30 na catedral de Notre-Dame de Coutances,
na França, ao longo da Celebração Eucarística
presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da
congregação para as causas dos Santos.
KTO Tv transmitiu a celebração ao vivo pela
internet.
Pedro-Adriano Toulorge nasceu em 4 de maio de
1757, na M uneville-le-Bingard, situada em
Normandia. Formado pelo Seminário de Coutances, foi ordenado sacerdote em 1782,
provavelmente no mês de junho. Por volta do ano de 1782, foi nomeado vigário paroquial em
Doville, onde Francisco Le Canut, premonstratense da antiga Abadia de Blanche era o atual
pároco. Em 1787, o jovem vigário ingressou nessa mesma Abadia, tornando-se também dessa
forma, filho de São Norberto. Pedro-Adriano fez o noviciado na Abadia de Beauport e, em
1792 retornou para Blanchelândia.
- Durante a Revolução Francesa, ouviu falar de uma nova lei que ordenava a morte dos padres
funcionários. e, refugiou-se na ilha de Jersey. Após algum tempo retornou para a França.
Desembarcou clandestinamente em Portbail. - Em 1793 foi capturado e julgado. No dia 13 de
outubro foi executado.
- Na noite precedente à sua morte escreveu a seu irmão: "Alegra-te do que Deus me
considerou digno de sofrer não somente a prisão, mas também a morte, por seu Filho, Nosso
Senhor Jesus Cristo. Longe de afligir-te por minha pena, alegra-te e repete comigo: que Deus
seja louvado! Desejo-te uma vida santa e o paraíso no fim de teus dias, assim como para
minha irmã, para meu sobrinho e para toda a minha família".
- Leia na íntegra no site www.norbal.org a pequena biografia da vida do mártire
premonstratense Pedro-Adriano!
Senhor, Vós contagiastes Pedro-Adriano Toulorge de tal forma com vosso amor, que ele
perdoou seus malfeitores antes de entregar a alma em vossas mãos. Dai-nos, Senhor, a
glorificação do vosso servo, e concedei-nos pela sua intercessão a graça de podermos
perseverar na missão que abraçamos; imploramos-vos tudo isso, com muita confiança.
Amém.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
63
Las primeras Españolas Norbertinas Premonstratenses en USA
Sor M ª Cristina Carreño F.
El 10 de Febrero Sor Natividad y yo salimos de nuestro M onasterio de Santa Sofía en Toro
(España)para ir a la estación de autobuses, pero esta vez no era para ir a Zamora a consultas
medicas sino para coger el autobús que nos llevaría a M adrid y al día siguiente subiríamos al
avión que nos llevaría al otro lado del Océano Atlántico, a U.S.A. donde ninguna hermana
norbertina española ha llegado nunca, pero todo hay que decirlo esto se ha conseguido gracias
al apoyo y ayuda del Hermano Terrentius Robertus Lauerman, la Abadía de San Norberto y al
Priorato de San José de De Pere. Y el fin era para aprender ingles, ya que es la lengua
internacional de todos los encuentros de nuestra Orden, para vivir mejor la comunión con
todas las casas y miembros de la Orden es indispensable poder comunicarse verbal y por
escrito. Y como el Capitulo General esta cerca, y todos los documentos están en ingles,
nuestra comunidad se decidió a hacer este sacrificio para poder participar más fructíferamente
en él. Elegir De Pere, fue porque hacia tres anos que la Abadía de san Norberto nos había
invitado varias veces a ir a estudiar en el Colegio de San Norberto con los gastos pagados, era
una oferta muy buena, pero por diversas razones la comunidad necesitaba a las hermanas
jóvenes y un viaje tan largo, otro país, cultura, y lejos de la comunidad eran otras tantas
barreras, que costaba superar.
La verdad que no fue nada fácil sacar el visado, tarde más de tres meses en conseguirlo, y
hubo momentos en los que pensé ya no lo conseguía y que era mejor quedarnos en España. Al
fin el 15 de Noviembre del 2011 nos lo concedieron.
Las hermanas se quedaban tristes porque las jóvenes de la comunidad se iban lejos, intentaban
estar contentas y animadas y nos gastaban bromas diciéndonos que 4 meses se pasan volando.
Recibimos abrazos y besos tan fuertes que querían expresar el cariño que sentían por nosotras,
y nosotras intentamos transmitirles lo mismo.
Estábamos embarcadas en una experiencia que no sabíamos como iba a ser a mi me daba
miedo los profesores y me estresaba que no pudiera aprender o entenderles las explicaciones.
El día 11 de Enero, junto con Ángela una joven toledana que iba al mismo colegio,
embarcamos al avión que nos llevaría primero a Londres y allí hicimos el transbordo para otro
que nos llevaría a Chicago, después de 8:30 horas de vuelo. Se me hizo corto porque iba
hablando con ella y vi mi primera película en ingles ¨ El gato con botas”. Cuando llegamos a
Chicago nos estaba esperando el hermano Terry que nos llevo en coche durante 4 horas, pero
yo estaba tan entusiasmada por conocer Estados Unidos, mis ojos se movían de un lado a otro
de la carretera para ver el paisaje y las casas que eran muy diferentes de las que se pueden ver
en España. Llegamos a la 12:45 de a noche y no podíamos con las maletas de lo cansadas que
estábamos pero todavía nos reíamos, porque por fin habíamos llegado a Estados Unidos y
seguíamos vivas. El Padre Joseph de Godollo (Hungría) fue el primero que nos recibió y
saludó en el priorato. Yo no se si estaba con mucho sueño pero solo pude dormir tres horas y
como no sabia que hacer a las 3 de la mañana me puse a deshacer la maleta para pasar el
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tiempo y después me puse a rezar todo el Oficio Litúrgico en español aunque después iba a ir
con la comunidad a rezar las Laudes. Y cuando empezaba a amanecer empezó a nevar, eran
las temidas nieves que nos habían hecho llenar la maleta de ropa de lana que al final no
utilizaríamos porque creemos que el Señor tuvo misericordia de nosotras y no permitió que
pasáramos mucho frio. Al día siguiente el hermano Terry nos llevo a conocer el Colegio de
San Norberto y nos presento a los diferentes presidentes y directores de los centros. Yo solo
quería saber como ir a clase y volver al Priorato ya que aquello me parecía muy grande y
andaba un poco perdida, las primeras semanas para orientarme buscaba la torre de la vieja
iglesia de San José.
Para nosotras fue sorprendente encontrarnos a muchos estudiantes de Arabia Saudí, Japón y
China. Al principio ellos nos preguntaban extrañados ¿porque vestíamos así?, ¿si estábamos
casadas?, pero poco a poco nos ganamos su cariño, comprensión y ayuda cuando teníamos
dificultades. Yo confieso que después de 14 años sin pisar un aula de clase al principio fue
duro porque no entendía las explicaciones, y como soy una persona que me gusta moverme y
pasarme toda la mañana sentada en una silla era casi una penitencia. Gracias a Dios he tenido
buenos compañeros de clase y también buenos profesores, especialmente Susan, una
profesora que solo estuvo durante el primer trimestre pero que fue de mucha ayuda para mi ya
que sabia que yo no tenia la facilidad de mis compañeros para usar el ordenador, y pedía a
Eric, un estudiante coreano, que me ayudara o explicara como tenia que hacer los ejercicios o
presentaciones. El estudiar con otros jóvenes extranjeros me ha ayudado a conocer y respetar
otras culturas y a cambiar mi pensamiento a cerca de los japoneses, coreanos, chinos, o los de
Arabia Saudí, he descubierto que son gente buena y lo único que cambian es la lengua, la
forma de los ojos y el color de la piel.
Incluso, ha sido un enriquecimiento mayor el poder compartir la vida de comunidad con los
padres en el Priorato de San José y en la Abadía de San Norberto, pero especialmente con el
Padre Joseph de la Comunidad de Godollo y el hermano Alexandro de Brasil, ellos estaban
estudiando ingles también, pero los encuentros con ellos eran continuos entre clases, en la
Santa M isa, en la oración, durante la comida, fueron muy buenos con nosotras y de gran
ayuda para resolver las dificultades que encontrábamos en los estudios, y a la vez era un
encuentro de hermanos norbertinos que compartíamos nuestra experiencia de vida y de
comunidad, opiniones, aspiraciones e inquietudes acerca del futuro. La verdad que me sentía
entre ellos como si estuviera en mi comunidad y como si los conociera de toda la vida, en las
recreaciones y comidas nos gastábamos bromas y reíamos mucho. Los padres han sido muy
amables con nosotras, y yo pude compartir con ellos su pastoral y apostolado, siempre que
podía me iba con ellos a las celebraciones litúrgicas. Se puede decir que aprendí más
vocabulario útil y la pronunciación de las palabras en las celebraciones eucarísticas y homilías
que en clase. Reconozco que tuvieron mucha paciencia conmigo porque mi pronunciación era
muy mala, pero ellos hacían el esfuerzo de entenderme y trataban de conversar conmigo, lo
cual yo disfrutaba muchísimo y me daba la oportunidad de quitar el miedo de hablar mal, y
me daba la oportunidad de pensar y hablar en ingles. La sorpresa me la lleve cuando después
de tres meses estudiando comencé a sonar en ingles, casi no me lo creía, pero fue una
experiencia bonita.
Las celebraciones litúrgicas eran lo mismo que en mi comunidad, los padres tienen vida activa
y por eso es imposible que hagan todos los oficios litúrgicos en comunidad, pero las
diferencias que hay dan más dinamismo a las celebraciones. El salmo del incienso los
Domingos era algo muy expresivo y que nunca había visto antes o la procesión hasta la cruz
durante las vísperas Pascuales. En la abadía era hermoso poder estar durante la celebración
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Eucarística alrededor del altar y recibir la comunión bajo las dos especies, en España es muy
raro.
Otra experiencia que tuve fue que a pesar de estar fuera del claustro y de la clausura, yo me
sentía sin la libertad que disfruto en mi monasterio, donde hago lo que me gusta y disfruto de
las cosas y de la creación, pienso que era porque estaba haciendo lo que no me gusta mucho
que es estar encerrada, sentada y estudiando en una habitación, y echaba de menos a las
hermanas, pero gracias a las nuevas tecnologías, nos pusimos al día, unos pocos días antes de
irnos y casi todos los días podía hablar con ellas por skipe, ellas me veían y yo a ellas, a la
hora de la recreación en mi comunidad se reunían todas alrededor del ordenador para vernos y
escucharnos, era como estar en casa, para mi fue de gran ayuda y se me hizo mas llevadera la
separación.
En mi mente y en mi Corazón hay muchas cosas que es imposible expresar. Pero este tiempo
gastado en Estados Unidos me ha hecho conocer mas y mejor el mundo y nuestra Orden. Ha
sido una experiencia muy enriquecedora y ha hecho madurar y crecer humana y
espiritualmente, conociendo mejor mis limites y posibilidades que antes no conocía, por
ejemplo en el campo de las relaciones humanas, relación con diferentes creencias y con los
ordenadores y todo el mundo del internet, que tan útil puede ser si se sabe utilizar. Es posible
que olvide el ingles pero pienso que nunca olvidare De Pere y los Norbertinos que conocí allí.
Es maravilloso saber que perteneces a una gran familia, y es todavía mas maravilloso conocer
a los miembros de esa familia, padres, hermanos, hijos e hijas de San Norberto que seguimos
los mismos pasos, y a los que apoyamos con nuestras oraciones diarias en comunidad.
Doy gracias a Dios y a todos los que han hecho posible este acontecimiento, que todo sea para
gloria de Dios y bien de la Orden.
¡M aría, M adre Nuestra!
Queridos Hnos. y Hnas.
Sor Natividad del Señor
Desde el 11 de Enero hasta el 15 de M ayo, gracias a la generosidad de los Padres de la Abadía
de S. Norberto, de De Pere, Wisconsin, (USA); participé en el programa ESL (inglés segunda
lengua). Impartido en la universidad de S. Norberto, fundada por los Padres, donde está el
Priorado de S. José.
No fue fácil. Trabajé muy duro y estoy contenta, porque los resultados han sido buenos. M i
inglés es mucho mejor. El Señor les premie la caridad que han tenido con nosotras. Dios y
Nuestra M adre les bendigan su hospitalidad. Estos cuatro meses conviviendo con los Padres,
han sido una experiencia muy enriquecedora. Se me pasaron rápidamente.
M e he sentido muy bien, feliz, en familia, una más de la Comunidad, acogida y querida.
Compartíamos las Celebraciones Litúrgicas, las Celebraciones Eucarísticas, las comidas, la
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recreación, como una verdadera Familia Norbertina. Todas las celebraciones han sido
celebradas con solemnidad, como corresponde a nuestra Orden.
Los Padres son muy acogedores y han hecho que me sintiera muy a gusto, como si fuera mi
casa. No he extrañado nada, ni a nadie.
Ha sido una verdadera Gracia, porque he podido continuar mi vida consagrada igual. La vida
de comunidad, las Celebraciones Litúrgicas en el coro, he recibido los Sacramentos y
diariamente he podido participar en la Celebración de la Eucaristía e incluso algunos días dos
veces y siempre bajo las dos Especies. En España no es habitual. También he tenido
acompañamiento espiritual, que ha sido un gran apoyo.
Todos los Padres han sido muy buenos conmigo. Aunque están muy bien preparados
profesionalmente, son muy humildes y sencillos. Se siente y he experimentado un buen
ambiente fraterno, porque se vive realmente con respeto y amor los unos para con los otros.
Además hay silencio y recogimiento.
También ha sido hermosa la convivencia con el P. Joseph de Hungría y el Hno. Alessandro de
Brasil, he podido sentir la universalidad de la Orden, que aunque de tan diferentes partes del
mundo: USA, Europa, América Latina, todos tenemos el mis mo Carisma y vivimos igual
nuestra Profesión Religiosa.
Gracias a la ayuda del Hno. Alessandro pude realizar los trabajos en el ordenador, él es
extraordinario. Además mi tutor Bill Harrington, pasó muchas horas a mi lado, ayudándome a
hacer los ejercicios. Fue un ángel para mí.
M i vida se desarrollaba entre el Priorado y las clases, así podía mantener mi vida
contemplativa.
El Hno. Terrentius, se comportó como un padre, siempre pendiente de nosotras. De todo lo
que necesitásemos. Llevándonos los Viernes a la Abadía para pasar los fines de semana y
regresándonos el Domingo al Priorado, ya que durante la semana estábamos allí.
Ayudándonos a traducir los textos. ¡Cuánta paciencia!
Han sido cuatro meses muy intensos, llenos de cariño. ¡Tanto cariño! He recibido muestras de
cariño de la gente, tan amable y educada; de los estudiantes que formaban el programa ESL,
eran de diferentes países, culturas, religiones, formas de pensar,… Ha sido valioso conocerlos
a ellos y sus culturas. También recibí muestras de cariño de mis profesores, de mis
compañeros de clase, de tantas buenas personas que he conocido en Wisconsin.
M is últimos recuerdos están llenos de cariño. El último detalle de cariño en la Abadía fue de
los Padres, después de la cena de despedida, tomamos tarta con helado, en la sala de
recreación y nos despidieron con un abrazo. Al día siguiente, madrugaron para despedirnos el
Hno. Alessandro y el P. Joseph que nos dio la Comunión. Después los dos, nos dieron su
último abrazo junto al coche del Hno. Terrentius, que se sacrificó para llevarnos hasta
Chicago, 4h. conduciendo. En el aeropuerto al despedirnos, también fue otro momento
emotivo.
El Señor, que es el mejor pagador, les pague a los Padres, lo que han hecho por nosotras.
Con mis mejores deseos.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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Oração pelo Capítulo Geral da Ordem Premonstratense:
Pai TodoTodo-Poderoso, nós Vos agradecemos pelo dom da Ordem
norbertina e por todas as coisas que Vós tendes feito por nós, tanto
agora quanto no passado, desde nosso início em Prémontré. Pai,
vimos até Vós com uma prece especial por ocasião
oc asião do Capítulo
Geral de 2012 em De Pere, Wisconsin. ConduziConduzi-nos em nossas
atividades de planejamento, inspiraiinspirai-nos em nosso trabalho de
preparação, e preenchei os nossos corações e mentes com a Vossa
presença. MostraiMostrai-nos o caminho que devemos seguir. Ajudai
Ajudaijudai-nos a
trabalhar juntos para construir a Ordem em todo o mundo cheia de
amor, paixão e empenho por Vosso povo. Que esta importante
Assembléia de nossa Ordem seja como um novo Dia de Pentecostes,
cheia do Espírito Santo, iluminada com a Sua inspiração e fogo,
apoiada por Sua presença e amor, através da intercessão de Santo
Agostinho e São Norberto. Isto Vos pedimos por nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho que vive e reina convosco na unidade do mesmo
Espírito Santo, um só Deus por toda a Eternidade . Amém.
Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011
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(I Encontro dos Jovens Premonstratenses da América Latina – Montes Claros/2006)
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