Revista Aliança Premonstratense, n° XIX
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Revista Aliança Premonstratense, n° XIX
ALIANÇA PREMONSTRATENSE REVIS TA DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUES A E ES PANHOLA 15.06.2012 n° XIX ALIANZA PREMONSTRATENSE REVIS TA DE LAS COMUNIDADES DE LENGUA ES PAÑOLA Y PORTUGUES A ITINGA JAÚ MONTES CLAROS TORO VILLORIA Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.06.2012 1 Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 2 Corresponsales – responsáveis Por las crónicas – pelas crônicas Itinga Côn. Ângelus Josemir Silva [email protected] Natal Fr. Gabriel Cássio Ribeiro de Lima [email protected] Viena Pe. Karol Wojtyla Cícero Cardoso Simão [email protected] Jaú Pe. Alvarino Bienzobás Júnior [email protected] M ontes Claros Fr. M ichel Valério [email protected] Pirapora Pe. M arcelo Luiz Santos Rocha [email protected] Toro Sor M aría Cristina [email protected] Villoria de Órbigo M adre M aría de las Nieves [email protected] Por la edición – pela edição Côn. Alessandro Resende Heleno [email protected] (editor) Fr. M ichael Johnny da S. Souza [email protected] (assistente) Obs: A Revista é editada semestralmente: nos fins dos meses de junho e dezembro. Por favor, enviar os textos ao Côn. Alessandro antes dos dias 15 de junho e 15 de dezembro. [email protected] Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 3 Editorial I p. 6 AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS Itinga (Côn. Ângelus Josemir) p. 7 Natal (Fr. Gabriel Cássio Ribeiro de Lima) p. 9 Viena (Pe. Karol Wojtyla Cícero C. Simão) p. 12 Jaú (Pe. Alvarino Bienzobás Júnior) p. 14 M ontes Claros (Fr. M ichel Valério) p. 18 Pirapora (Pe. M arcelo Luiz Santos Rocha) p. 21 Toro (Sor M aria Cristina) p. 22 Villoria de Órbigo II III p. 27 ES PIRITUALID ADE Consagração - Comunhão – M issão: Uma reflexão sobre a espiritualidade canonical Dom Thomas Handgrätinger – Abade Geral. p. 28 Ensaio sobre o Hábito branco Premonstratense Dom Thomas Handgrätinger – Abade Geral. p. 35 Reflexões sobre o Carisma Pe. Bernardo Ardura – Procurador da Ordem. p.41 NUES TRAS CONSTITUCIONES Dom Jos Wouters – Abade de Averbode – Bélgica. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 p. 46 4 IV ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES Noventa anos da chegada do irmão José Withofs a Pirapora do Bom Jesus Côn. Godofredo Chantrain, O. Praem. V p. 59 PAS TORAL VOCACIONAL M ais um Bem-Aventurado! p. 63 Las primeras Españolas Norbertinas Premonstratenses en USA Sor M aría Cristina. p. 64 PARABÉNS ! Votos S olenes: Aos 04/12/2011: Côn. Lucas João Bosco Côn. Ângelus Josemir Ordenação Diaconal: Aos 27.01.2012: Côn. Dalviney de Jesus Aos 03.02.2012: Côn. Dimas Rogério Ordenação Presbiteral: Aos 03.02.2012: Côn. Lino José M arcos Aos 06.06.2012: Côn. Dimas Rogério Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 5 EDITORIAL ARABÉNS a todos os norbertinos que leem e escrevem para a Revista, pois é com imensa satisfação que neste ano de 2012 nós celebramos os 10 anos da nossa Revista Aliança Premonstratense. Parabéns a todos! Agradecemos pela contribuição durante estes 10 anos. E contamos sempre com a contribuição e sugestões de cada Canonia. Algumas informações sobre o que aconteceu e o que mudou nestes 10 anos da Revista: P 1. O primeiro editor foi Dom Paulo (Leffe) e o primeiro assistente foi Pe. Juan Díaz (Chile). 2. O Abade Geral tem, desde 2004, escrito sobre a Espiritualidade Premonstratense, ele tem enriquecido nossas reflexões sobre a nossa vida espiritual e litúrgica. Nós agradecemos. 3. A partir do n.2 da Revista, foi criado um item com o título Nuestras Constituciones e o abade Dom Jos Wouters (Averbode) tem continuamente escrito sobre as Constituições. 4. A partir do n.4 da Revista, foi criado o item intitulado Pastoral Vocacional. 5. A partir de 2005 foi colocado na capa da revista a foto de São Norberto. 6. A primeira edição tinha apenas 25 páginas agora a Revista tem cerca de 80 páginas. Graças a contribuição dos norbertinos escritores. 7. As crônicas têm sido uma grande oportunidade para partilharmos um pouco do dia a dia de nossas Canonias. 8. Nas últimas edições Fr. M ichael (Leffe) tem trabalhado muito nas ilustrações da Revista. O Abade Geral, no texto “Consagração, Comunhão e Missão”, nos exorta a vivermos nossa vida como confrades de consagração e comunhão. Ele tembém nos mostra o significado do Hábito Branco e o significado desta cor na Bíblia e na Liturgia. Pe. Bernardo Ardura escreveu sobre o nosso carisma. Há dois especiais artigos: o primeiro é sobre o trabalho de arte em madeira feito pelo irmão José Withofs (Pirapora) e o segundo é sobre a belíssima experiência das duas irmãs norbertinas de Toro que foram à Abadia de De Pere (EUA) para estudar inglês. Contamos com as orações de todos os norbertinos para o bom êxito do nosso Capítulo Geral que acontecerá em De Pere (22/7 a 4/8). Desejamos uma boa leitura a todos! Visitem o nosso site: www.norbal.org Côn. Alessandro Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 6 I AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS PRIORADO DE S ÃO NORBERTO DE ITINGA Côn. Ângelus Josemir JANEIRO / 2012 04 – O Pe. Karol de Viena chega e fica até 07/03 16 a 24 – Pe. Thiago viaja para Buenos Aires para participar de um curso de administracão paroquial. “Se queres saber o 15 a 20 – Retiro para os irmãos: Diác. Lino e Dimas em preparação para que cremos, vem ordenação presbiteral e diaconal, que foi realizado na Comunidade “O Verbo de ouvir o que cantamos.” E Vida”. 22 – Dom Paulo visita a Canonia de Itinga e fica aqui também para as ordenacões em fevereiro. ainda: “ Cantar é próprio de quem ama”. (Santo Agostinho) FEVEREIRO / 2012 03 – Ordenação presbiteral de Diác. Lino e diaconal de Ir. Dimas, realizada na Igreja M atriz N. Sra. Aparecida e Santa Catarina de Sena, presidida pelo Sr. Bispo Auxiliar de São Salvador de Bahia, Dom Gilson Andrade, OSB, recém chegado a Diocese, por sinal foram as suas primeiras ordenações como bispo. 04 – Capítulo anual da Canonia. O capítulo deliberou sobre a eleição do novo conselho e a prestação de conta financeiras das três casas, e a elevação da Canonia a Abadia. O novo conselho da Canonia: Pe. M iguel, Diác. Dimas, conselheiros eleitos pelo capítulo, Pe. José M aria e Ir. Ângelus nomeados pelo Prior. O Pe. José M aria é nomeado Subprior e o Ir. Ângelus o Provisor. 05 – O Pe. Lino celebra a sua primeira missa na Igreja M atriz de Itinga às oito horas, na qual o pregador foi o Pe. M ilo. 22 – Início do postulantado MARÇO / 2012 01 – Pe. Lino é nomeado Vigário Paroquial de Itinga. 16 a 18 – Os jovens postulantes participaram de Postulinter. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ Quantas lágrimas verti, quão violenta emoção experimentad a, Senhor, ao ouvir em vossa Igreja os hinos e cânticos que o louvam. Ao mesmo tempo em que aqueles sons penetrav am em meu coração, excitando os movimentos de piedade, enquanto corriam minhas lágrimas”... (Conversão de Santo Agostinho) 7 19 a 23 – Os noviços participaram na ilha de M ar Grande do Novinter. ABRIL / 2012 04 a 10 – M issão na Paróquia de Itaju de Colônia, diocese de Itabuna – BA. Os Postulantes, Eduardo, Fábio, Wellington com o Diác. Dimas ajudaram na “Poucas coisas são Semana Santa o Pe. Rafael que está como Vigário. tão próprias para MAIO / 2012 07 – Início das aulas no Instituto Filosófico Beato Thiago Kern. Participam deste módulo os noviços, as noviças das irmãs terciarias premonstratenses e paroquianas. excitar a piedad e nas almas e inflam á-las com o fogo do amor divino como o canto.” (Santo Agostinho) 24 a 27 – Encontro oferecido pela CRB – BA/SE, em preparação aos votos perpétuos. Participou deste encontro o Ir. Helder. 28 – O Pe. José M aria foi apresentado como vigário paroquial na Paróquia de Vilas do Atlântico – Lauro de Freitas/BA. JUNHO / 2012 01 a 03 – Os jovens postulantes participaram do Postulinter. 06 – Festa de Nosso Pai São Norberto. Com grande solenidade celebramos a festa de nosso fundador. Nesta ocasião foi à ordenação presbiteral do Diác. Dimas, pelas mãos de nosso Arcebispo Primaz do Brasil, Dom M urilo Kriger, deixou uma marca na história da arquidiocese de São Salvador, pois foi sua primeira ordenação presbiteral como arcebispo de Salvador. 07 – Primeira missa do Pe. Dimas, realizada na Igreja M atriz de N. Sra. Aparecida e Santa Catarina de Sena, as dezoitos horas, e a pregação da mesma pelo o Prior Pe. M ilo, celebrando neste dia a festa de Corpus Christi o neosacerdote presidiu a missa, conduziu a procissão com o Santíssimo, ao retornar da procissão a benção com o santíssimo Sacramento. “Minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carn e exultam pelo Deus vivo.” (Sl 84-3) 10 – O Prior Pe. M ilo viajou para Áustria, para visitar a nossa comunidade em Viena, ficará lá um mês e depois irá com o Pe. M iguel para o Capítulo Geral nos EUA. 11 a 12 – O Pe. Dimas viajou com o Pe. José M aria, postulantes e noviços para sua cidade natal, Itiruçu/BA, onde celebrou sua primeira missa. 22 – Festa junina, tradicional em todo nordeste brasileiro. Celebraremos a festa de São João Batista com orações e cânticos. E no fim da tarde em volta da fogueira est em uma pequena confraternização, a comunidade conventual e alguns convidados presentes para festejar com comidas típicas e danças. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo. Quem é mau é escravo, ainda que seja livre”. (Santo Agostinho) 8 MOS TEIRO NOSS A S ENHORA MEDIANEIRA S ão Gonçalo do Amarante – Rio Grande do Norte Fr. Gabriel Cássio Ribeiro de Lima DEZEMBRO / 2011 No dia 15 o confrade Diácono Lino retornou para a casa mãe de Itinga. Depois de quatro anos (2008-2011) morando em nosso mosteiro em Santo Antônio do Potengi. A ele agradecemos por seu trabalho e convívio em nossa casa e pedimos a Deus que possa ajudá-lo sempre mais, agora em sua nova missão como vigário da paróquia de Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena em Itinga. No dia 24 festejamos com alegria os 890 anos de fundação da nossa Ordem. A meia noite, na Igreja M atriz de Santo Antônio do Potengi, celebramos a missa solene do Natal do Senhor. “ Não temas porque eu te remi; chameite pelo teu nome, tu és meu”. (Is 41 – 1) No dia 25 os confrades começaram as suas férias. JANEIRO / 2012 No mês de janeiro recebemos com prazer a visita da mãe, irmã, sobrinha e outros familiares e amigos do superior da casa, Padre Filipe. No dia 22 o Fr. Gabriel renovou os seus votos religiosos pelo período de mais um ano. A renovação dos votos aconteceu durante a missa dominical as 11:00 horas na capela do convento. Neste mesmo dia as 19h30 na capela conventual celebramos a missa em ação de graças pelos seis anos de ordenação sacerdotal do Padre Filipe. Contamos com a presença de religiosos, dos fiéis da Área Pastoral e de outras paróquias da grande Natal, e de autoridades civis. Nesta missa rezamos a Deus pelos confrades de Itinga os padres José M aria e Thiago Kern, que também celebraram o aniversário de ordenação sacerdotal. FEVEREIRO / 2012 Durante os dias 03 a 14 o confrade Fr. Vito esteve na casa mãe de Itinga, a fim de participar do Capítulo da Canonia e das ordenações dos confrades Diác. Lino e Fr. Dimas. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ Não basta fazer coisas boas - é preciso fazê-l as bem”. (St. Agostinho) 9 No dia 06 iniciaram as aulas do curso de Teologia para o Fr. Gabriel. O curso é oferecido pela Faculdade Dom Heitor Sales – FAHS, em Natal. No dia 11 celebramos os cinco anos de instalação da comunidade premonstratense em Santo Antônio do Potengi e a criação da Área Pastoral. A missa aconteceu na capela de São João Batista, em Uruaçu. Neste mesmo dia por volta das 20h30 recebíamos a carreata que conduzia os símbolos da Jornada M undial da Juventude (a cruz e o ícone de Nossa Senhora). Desde as 17h00 muitos fiéis se reuniram em frente ao ginásio de esportes esperando ansiosos com cantos e orações pela passagem dos símbolos. Foi um momento singular para a comunidade de Santo Antônio do Potengi. Durante os dias 15 a 23 recebemos a visita de Cláudia Aparecida da comunidade de Raposo – Salvador/BA. Esta comunidade foi auxiliada pelo Pe. Filipe, que muito a ajudou durante a construção da capela de Santo André. “ Vou escutar o que diz o Senhor: “ Deus anuncia a paz ao seu povo e seus fiéis, e aos que se convertem de coração. Amor e Felicidade se encontram, Justiça e Paz se abraçam.” (Sl 85-9,11) MARÇO / 2012 No dia 01 durante a missa conventual foram abençoadas e instaladas na capela as imagens de São José e de Nossa Senhora M edianeira. Durante os dias 05 a 09 tivemos a grande alegria de receber a visitar do prior da Canonia, Pe. M ilo, e os confrades Diác. Dimas, Fr. Inácio, Fr. Jorge e Fr. Emmanuel. Durante a visita a nossa casa os confrades visitaram o santuário dos Protomártires em Uruaçu, o momumento a Santa Rita em Santa Cruz-RN, os principais pontos turísticos de Natal... na noite do dia 08 foi oferecido um jantar para os confrades na casa do irmão do Fr. Gabriel. Neste mês Claúdio Cavalcanti da Costa iniciou o período do postulantado em nosso mosteiro. ABRIL / 2012 Durante os dias 01 a 08 celebramos em união com toda a Igreja a Semana Santa e o Tríduo Pascal, dias centrais de toda a liturgia e fé cristãs. Neste período contamos com a preciosa colaboração dos religiosos da Congregação dos Servos de M aria do Coração de Jesus, que nos auxiliaram na assistência aos “Cantarei para fiéis das comunidades que formam a Área Pastoral de Santo Antônio do sempre o amor do Senhor, anunciarei Potengi. No dia 29 festejamos o aniversário natalício do confrade Pe. Filipe. A santa missa foi celebrada na capela conventual de Nossa Senhora M edianeira. Contamos com a participação de vários fiéis das paróquias circunvizinhas, de religiosos e autoridades civis. Que nosso Bom Deus possa conceder ao Pe. Filipe todas as graças e sabedoria necessárias na condução do nosso mosteiro e da Área Pastoral. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 de geração em geração a tua fid elidade. Pois eu disse: Teu amor é um edifício eterno. Tu firmaste a tua fidelidad e mais que o céu.” (Sl 89 - 2,3) 10 Neste mês o confrade Fr. Vito pediu o afastamento da vida conventual. Um fato triste para todos do covento. MAIO / 2012 Durante todas as noites do mês de maio foram rezados o terço e a ladainha de Nossa Senhora na capela conventual, tivemos sempre a participação dos fiéis “Terra inteira, aclame ao Senhor! que vieram celebrar o mês mariano. Sirva ao Senhor No dia 30 celebramos a missa em ação de graças pelo primeiro ano decorrido da benção da capela conventual de Nossa Senhora M edianeira, durante a missa vários fiéis fizeram a consagração a Nossa Senhora segundo o método de São Luís M aria de M ontfort. Esta consagração foi preparada através de um curso realizado pela Fraternidade Discípulos da M ãe de Deus. No final da missa houve a solene coroação de Nossa Senhora. JUNHO / 2012 com alegria, e vá até Ele cantando jubilosos! Saiba que somente o Senhor é Deus: Ele nos fez e a Ele pertencemos, somos seu povo e ovelhas do seu rebanho.” (Sl 100-2,3) No dia 01 a grandiosa e tradicional queima de fogos as 4h00 da manhã já anunciava o início da festa do padroeiro, seguida da procissão do anúncio onde uma multidão de fiéis juntamente com a Banda M arcial acompanhavam o andor de Santo Antônio pelas ruas. A noite, após a carreata iniciada no bairro do Amarante, houve a primeira missa da trezena de Santo Antônio na Igreja M atriz. A festa se estendeu até o dia 13. No dia 06 festejamos o dia do nosso pai fundador São Norberto. As 11h00 celebramos a missa solene. Após a celebração houve o almoço fraterno com o grupo dos benfeitores. Neste mesmo dia tivemos a primeira visita do Senhor Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, que presidiu a missa da trezena de Santo Antônio. Logo depois, foi oferecido um jantar no M osteiro. As 22h00 deu-se início a vigília eucarística na capela conventual, em preparação a solenidade de Corpus Christi. Queremos parabenizar a Dom Paulo M eyfroot, ao Côn. Alessandro e a todos os confrades que colaboram na elaboração e edição da revista Aliança Premonstratense, que já há dez anos é um valoroso meio de comunicação e partilha entre as comunidades premonstratenses. Que o Senhor Deus possa conceder a todos a alegria que nasce do amor fraterno. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ Nas coisas necess árias, a unidade; nas duvidosas, a liberdade; e em todas, a caridade”. (Santo Agostinho) 11 PRIORADO BEATO JACOB KERN DE GATTERHÖ LZL, VIENA ÁUS TRIA Pfarre Gatterhölzl, Hohenberstrasse 42, A-1120 Wien Pe. Karol Wojtyla Simão JANEIRO / 2012 Dia 4 - O Padre Karol Wojtyla saiu de férias para o Brasil por um periodo de dois meses( 4/1 - 7/3). De 05/08 - O nosso confrade Joel esteve em Langau na casa da querida família “Bendito seja o Senhor Deus que, Reiss. De 17/1 - 16/3 - Os confrades Andreas e Joel ininciaram um novo trimestre do curso de alemão. MARÇ Ç O / 2012 8/3 - O Padre Karol chegou em Viena. dia a dia, leva o nosso fardo ! Deus é a nossa salvação. O nosso Deus é o libertador; com Ele escap amos da morte”. (Sl 68 – 19,20) Neste mês o padre Karol iniciou um trabalho pastoral intenso para formar a identidade da comunidade de língua portuguesa em Viena. Ao olhar hoje a comunidade se vê claramente o crescimento em número e qualidade. Sua meta é unir os Brasileiros, Portugueses e Angolanos em uma mesma comunidade. 13/3 - Ir. Joel apresentou no curso de alemão, um seminário sobre a vida de Irmã Dulce da Bahia. ABRIL / 2012 Dia 25/4 - Padre Bernhard com o Ir. Andreas viajaram a França (Abadia de M onday) para a Beatificação de Petrus Adrian Toulorge, foi um momento de muita alegria e fé. Eles também visitaram a casa de Santa Teresinha do M enino Jesus em Liseux, ficaram na França até 2/5. “ Que os povos te 17/4 - Tivemos conosco o irmão de Padre Bernhard, o senhor Bernard e sua celebrem, ó Deus, que todos os povos esposa Christiane Schelpe. MAIO / 2012 M ês de muita devoção e amor a virgem M aria, o padre Karol fez juntamente com a comunidade de língua portuguesa 4 encontros formativos sobre M aria. O Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 te celebrem. Que as nações se aleg rem e exultem, porque julgas o mundo com justiça”. (Sl 67-4,5) 12 último foi no nosso priorado, foi um festa. Dia 10/5 - O Ir. Joel apresentou no curso de alemão um seminário sobre " A família hoje"; 17/5 - 23/5 - Tivemos a alegria de ter conosco a M arta e sua mãe Dra. Nilza vindas de Salvador - Ba. “Se queres saber o 25/5 - Chegou Luis Augusto (Guga) filho da M arta que vai ter nossa casa como ponto de apoio para sua viagem de três meses a Europa. 24/5 - Padre Karol faz uma cirurgia. que cremos, vem ouvir o que cantamos.” E ainda: “ Cantar é próprio de quem ama”. (Santo Agostinho) 29/5 - Chegou em nossa casa o querido casal vindo da nossa querida Itinga - Ba, seu Francisco e Dona Ângela que ficarão até o dia 05/6. JUNHO / 2012 Dia 6/6 - Tivemos a solene festa de nosso pai São Norberto. Dia 11/6 - Nosso Prior Padre M ilo chegou em nosso Priorado e ficará conosco até o dia 12/8. De 24/6 - 16/9 - Os confrades Joel e Andreas estarão de férias no Brasil. Dia 28/6 - 30/6 - M eggy irmão de Padre Bernhard estará conosco. Dia 30/6 - O padre Karol com a comunidade de Língua Portuguesa em Viena Austria, fará uma grande festa Junina... res gatando a dimensão cultural da comunidade. Nossa Comunidade do Priorado de Viena, Padre Bernhard, Padre Karol, Diácono Norbert, Ir. Joel e Ir. Andreas, vos deseja muita paz e fortaleza em vossa caminhada de fé e amor ao Reino de Deus. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 "Confia no Deus eterno de todo o seu coração e não se apóie na sua própria inteligência. Lembre-s e de Deus em tudo o que fi zer, e ele lhe mostrará o caminho certo." (Prov. 3:5-6) 13 ABAD IA D E S ÃO NORBERTO DE JAÚ Pe. Alvarino Bienzobás Júnior Iniciamos o ano celebrando a “Páscoa” de nosso confrade Côn. Rubens Oliboni. M uito embora envoltos na tristeza de sua partida, ao mesmo tempo, na esperança da Ressurreição, nos alegramos por temos tido a graça de conviver com tão dedicado confrade. Sua vida consagrada a Deus na Ordem e seu Sacerdócio em prol do povo de Deus, em todos os lugares que ele exerceu seu ministério, sempre foram exemplos de fecundidade, doação e trabalho. Recebemos por aqui inúmeras manifestações de condolências pelo passamento de nosso confrade. Era ele muito querido, amado e solicitado por todos. Nos últimos anos de sua vida dedicou-se ao M ovimento das Equipes de Nossa Senhora, do qual tinha orgulho e um zelo pastoral específico pelas famílias. Que o Senhor nosso Deus o recompense pelos trabalhos por ele realizados em sua vida de consagrado e que nosso confrade Côn. Rubens interceda por nós. FEVEREIRO / 2012 No dia 02 de fevereiro o postulante Felipe Borges recebeu o hábito premonstratense nas Laudes Festivas da Apresentação de Jesus ao Templo. O nosso agora noviço Felipe iniciou seu noviciado tendo como orientador nosso confrade Côn. Alvarino que também é auxiliado pelo confrade Côn. Norberto que administra as aulas de História da Ordem e Liturgia. Nosso noviço Felipe é natural da cidade de São Lourenço – MG. Tem 25 anos de idade e é agraciado por Deus com muitos dons. Tem um gosto especial pela Liturgia, é alegre, espontâneo, inteligente e bastante comunicativo. M ostra aptidões para o serviço com a pastoral vocacional e está entusiasmado com as aulas de teclado que está realizando. De família tradicionalmente religiosa e intercessora pelo filho para que Deus o faça um religioso e sacerdote, Felipe é muito querido entre os seus e entre os amigos. Peçamos a intercessão da Virgem M aria e a intercessão de São Norberto para que nosso noviço possa perseverar em sua vocação e para que também nós possamos animá-lo e encorajá-lo com nosso estilo de vida. MARÇO / 2012 Aqui no Brasil, o tempo da Quaresma sempre é um tempo onde nosso povo se identifica com o sofrimento do Cristo Jesus. Nas paróquias que administramos, tanto na cidade de Piracicaba como de Jaú, sede de nossa Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ No oratório ninguém faça senão aquilo para o qual foi destinado, daí de onde vem o nome; para que se por acaso houver alguns que, tendo tempo, quiserem orar fora das horas estabelecidas, não sejam impedidos por aquele que ali queira fazer outra coisa. Quando orarem a Deus com salmos e hinos, que o coração sinta aquilo que pro fere a voz”. (Regra de Santo Agostinho II – 2,3) “Confia teus cuidados ao Senhor, e ele te sustentará; jamais permitirá que o justo seja abalado ”. (Sl 55 – 22) 14 Canonia, vivemos dias intensos de oração, penitência e serviços sociais que auxiliem na promoção da dignidade da pessoa humana. Também é uma constante por aqui que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos exorte a vivermos uma Campanha intitulada “Campanha da Fraternidade” que a cada ano sugere um tema para que possamos meditar e trabalhar para uma atividade mais concreta em favor dos mais necessitados. Neste ano de 2012 o tema da Campanha da Fraternidade é: “Fraternidade e Saúde Pública”, já que por aqui essa realidade está um tanto “enferma” e descuidada por parte de nossos governantes. Falta ainda muito a fazer para que a Saúde no Brasil alcance lugares mais confortáveis e assim possa promover a dignidade de seus cidadãos. Enquanto Igreja temos e devemos fazer a nossa parte, seja pela oração, seja pela sugestão de caminhos a ser tomados neste rumo, seja na conscientização de nossa gente e de nossos governantes. “Que a Saúde se difunda em toda terra” (Eclo). ABRIL / 2012 As Solenidades do Tríduo Pascal foram celebradas na Abadia de Jaú com muita dignidade e propriedade. Nosso confrade Côn. Norberto, reitor da Igreja Abacial, preparou, juntamente com o noviço Felipe e com a Equipe de Liturgia composta por leigos que frequentam nossas Liturgias na Abadia, um Tríduo Pascal muito participativo. Na Quinta feira santa – a Instituição da Eucaristia com o Lavapés foi celebrada às 18:00h. No final da celebração houve a transladação do Santíssimo Sacramento para uma Capela montada e ornamentada de com uma beleza singela na Cripta da Abadia, criando um clima propício de Adoração a Jesus Sacramentado. Na Sexta Feira Santa houve às 9:00h a recitação do Ofício das Leituras dentro de uma espiritualidade de recolhimento e participação de todos. Às 15:00h foi celebrada a Paixão do Senhor e veneração da Santa Cruz também no clima próprio que pede a Liturgia para aquele momento. No Sábado Santo a Vigília Pascal, solenemente celebrada com a Igreja Abacial ornamentada evocando o clima feliz e festivo próprios para o momento. No Domingo de Páscoa a M issa Solene foi celebrada às 11:00h. Em todas estas celebrações a participação do povo que mora em torno da Abadia foi marcante, significativa, atuante e participativa. Nosso confrade Côn. Norberto, nosso noviço Felipe e a Equipe de Liturgia formada pelos leigos da Igreja Abacial estão de parabéns por terem se empenhado em preparar com dignidade tão importantes Solenidades. O capricho com que tudo foi preparado. A serenidade e singela das decorações floridas e objetos litúrgicos usados. O zelo e carinho com que celebraram esta Solenidade central da vida cristã, deram o rosto todo especial do Carisma Premonstratense. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “Escute com prazer a Palavra de Deus, medite-a continuamente e pratique-a como convém.” (Palavras atribuídas a São Norberto: tradução livre do latim.) “ Que os povos te celebrem, ó Deus, que todos os povos te celebrem. Que as nações se aleg rem e exultem, porque julgas o mundo com justiça”. (Sl 67-4,5) 15 JUNHO / 2012 Neste ano, as festividades de nosso Patrono, São Norberto, também foram realizadas com muito zelo e carinho. De um modo diferente e liturgicamente rico e belo, espiritual e profundo, a mesma equipe litúrgica se empenhou em realizar uma festa inesquecível. Começando por um Tríduo no dia 03 de junho na missa das 11:00h, realizaram a “Entronização da Imagem de São Norberto num andor enfeitado com ramos verdes e pães dos mais variados tipos. No dia 04, o segundo dia do Tríduo foi celebrado às 19:30h com uma Hora Santa Eucarística meditativa. Após a Hora Santa houve Quermesse de Caldos Quentes no Claustro da Abadia. No dia 05, o terceiro dia do Tríduo foi celebrado também às 19:30h com uma M editação M ariana, onde foi recitado o Ofício M ariano. A Quermesse de Caldos Quentes se repetiu também nesta noite. A Solenidade do dia 06 de junho, dia do nosso Patrono, foi realizada em duas partes. A primeira foi a M issa Solene presidida pelo nosso Abade Dom Oswaldo Francisco Paulino com a presença de todos os confrades da Canonia às 11:00h seguida do Almoço festivo no refeitório da Abadia. A segunda parte foi realizada às 19:00h com a M issa Solene também celebrada por dom Abade Oswaldo, seguida novamente da Quermesse de Caldos Quentes no Claustro da Abadia. É interessante notar que a participação do povo foi assídua e numerosa. Também durante as três noites da Quermesse de Caldos Quente, mesmo sob a chuva, todos participaram alegremente. Essa quermesse foi uma novidade que deu certo. As receitas dos Caldos de Feijão, Canjiquinha, e Vegetais verdes, foram trazidas diretamente do Estado de M inas Gerais, mais propriamente da cidade de São Lourenço, cidade natal do nosso noviço Felipe. Ele foi o responsável pelos Caldos, servidos com torradas e torresmo. Pratos saborosos tipicamente mineiros que fez a festa e a alegria de todos. Durante os três dias de Quermesse houve música ao vivo com uma dupla sertaneja da nossa cidade de Jaú. A alegria foi geral e contagiante. Um clima diferente e muito positivo foi sendo criado neste quatro dias de festa, o que promoveu a união e um ambiente comunitário fraterno entre nós e o povo que nos cerca. Parabéns aos organizadores da Festa de São Norberto deste ano de 2012 da Canonia Jauense. “Como Pastor, apascentará o seu rebanho; entre seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente”. (Is 40 – 11) Aniversariaram neste 1º semestre de 2012 nossos confrades e funcionários: - dia 05 de janeiro Côn. Alcides Ribeiro Filho - dia 17 de janeiro Côn. José M aria Alves - dia 03 de fevereiro Côn. Josenildo Carlos da Silva - dia 02 de março nossa cozinheira Zilda. - dia 05 de março M arcelo Selingardi Correa – nosso postulante. - dia 25 de março nosso jardineiro e Atílio Lopes - dia 30 de março Côn. Alexandre Donizete Francisco - dia 17 de maio Côn. Pedro Van Haaren - dia 02 de junho Fr Felipe Fonseca Borges – nosso noviço - dia 05 de junho Côn. Godofredo Chantrain - dia 09 de junho M aria Aparecida Parreiro nossa faxineira. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ Vós sois a trombeta e o saltério, a cítara, o tímpano, o coro, as cordas e o órgão.” (Santo Agostinho 16 - dia 12 de junho Dom Paulo M ascarenhas Roxo. Bispo Emérito de M ogi das Cruzes. Aniversário de Ordenação S acerdotal: - dia 05 de junho Côn. Alcides Ribeiro Filho. - dia 06 de junho Côn. Luz Tonello (irmão – aniversário de Profissão) - dia 30 de junho Côn. Pedro Van Haarem Recebeu o Título de Cidadão Jauense. No mês de maio, Nosso Confrade Côn. Alexandre Donizete Francisco em sessão da câmara dos vereadores com a presença do nosso Abade e alguns confrades. Parabéns. No final do mês de maio nosso confrade Côn. Alexandre nos deu um susto. Com apenas 37 anos teve um mal estar proveniente de uma estafa. Agora está em tratamento. Rezemos pela sua rápida recuperação. “ Vivam todos, pois, em união de alma e coração, e honrem a Deus uns nos outros, do qual vocês foram feitos templos vivos”. (Regra de Snato Agostinho I – 8) Está em férias: Nosso confrade Côn. Pedro Van Haarem está em férias na Holanda. Para ajudar em seu lugar, nosso confrade Dom Bonifácio Hartman, mais uma vez se dispôs e estará conosco até do mês de agosto. Dom Bonifácio chegou da Bélgica no dia 10 de junho e assumiu como substituto do Côn. Pedro na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida. Encontro Vocacional: No mês de junho foi realizado o 1º Encontro Vocacional deste ano, com a participação dos jovens que estão interessados em iniciar a caminhada no Postulantado de 2013. Que Nosso Senhor ilumine e incentive nossos candidatos à uma resposta positiva a esta vocação despertada neles, e que nosso Carisma Premonstratense possa ser para eles igualmente inspirador para que nossa canonia possa continuar cumprindo sua missão em terras brasileiras. Nota de falecimento: No mês de maio faleceu nossa costureira de muitos anos, Dona Sebastiana, mais conhecida como “Tia Ninha”. Uma mulher de Fé e piedade, sempre solícita aos membros da nossa canonia. Que Deus lhe recompense por tudo o que fez. Descanse em Paz a nossa irmã. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ A melodia torna o texto desejável e agrad ável, como o mel que se acrescent a a um medicamento para dar-lhe bom sabor.” (São Basílio) 17 PRIORADO NOSS A S ENHORA APARECID A E S ÃO NORBERTO DE MONTES CLAROS Fr. Michel Valério JANEIRO / 2012 26/12 a 11/01 – Viagem dos noviços Diego e Fábio juntamente com o Prior Côn. Antônio Galvão a Jaú/SP, Pirapora/SP, Aparecida do Norte/SP, Franca/SP e Contagem/M G. 19 a 28 – Viagem do Prior Côn. Antônio Galvão a Contagem/M G para orientar o retiro das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo e para o Capítulo anual de Canonia e Ordenação Diaconal de Dalvinei de Jesus. 26 e 27 – Capítulo Anual da Canonia, no Convento de M acaúbas, em Santa Luzia (grande Belo-Horizonte). 27 – Às 11h, na Celebração Eucarística presidida pelo Prior Antônio Galvão, o junior M ichel renovou seus Votos Temporários. Encerrando o Capítulo da Canonia, dirigimo-nos à Comunidade de Formação de Contagem para o almoço. Às 20h, na nossa Paróquia Santa Edwiges, aconteceu a Ordenação Diaconal do Côn. Dalvinei, presidida pelo Arcebispo de Pouso Alegre, Dom Ricardo Chaves, O.Praem. “ Em primeiro lugar – já com este fim vocês se congreg aram em comunidade – vivam unânimes e tenham uma só alma e um só coração orientados para Deus”. (Regra de Santo Agostinho I – 2) 31 – Chegada ao Priorado dos aspirantes: Carlos Henrique (Belo-Horizonte/MG), Deneson Jean (Várzea da Palma/M G) e Guilherme (M ontes Claros/M G), para iniciar a experiência de Aspirantado / Postulantado, ao longo de 2012. FEVEREIRO / 2012 01 a 07 – Cônego Oswaldo, representando os Presbíteros da Arquidiocese de “Celebrem ao M ontes Claros participou, em Aparecida do Norte, SP, do Encontro Nacional de Senhor, invoquem o seu Presbíteros. 02 – Na festa da Apresentação do Senhor e dia M undial da Vida Religiosa Consagrada, M issa Solene na Igreja do Priorado, presidida pelo Prior Cônego Antônio Galvão e confrades concelebrantes, estando presentes também Dom Paulo M eyfroot e Frei Hilton (Franciscano). Nessa Celebração, o noviço Erlândio professou seus Primeiros Votos Temporários. Além da presença dos confrades da Comunidade de Contagem/M G: Côn. Hermano, M ichel e Flávio, contamos com a presença de vários amigos, entre eles, religiosos (as); seguindo após o Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 nome, anunciem entre os povos as suas façanh as! Cantem para ele, ao som de instrumentos, recitem suas maravilhas todas.” (Sl 105-1,2) 18 cumprimento do novo junior para um almoço simples, organizado também pelos paroquianos da Paróquia Nossa Senhora Rosa M ística. 06 – O junior Erlândio iniciou o Curso de Filosofia no Seminário M aior Arquidiocesano Imaculado Coração de M aria, em M ontes Claros. 10 – Festa do Beato Hugo. Nas Vésperas Solenes, às 17h, ingressou no Noviciado o postulante Eduardo, momento em que, das mãos do Prior Cônego Antônio Galvão recebeu o Hábito da Ordem e o livro contendo as Regras de Santo "Os Provérbios Agostinho e as Constituições da Ordem. MARÇO / 2012 24 e 25 – Aconteceu, no Priorado, o I Encontro Vocacional “Crescendo na Verdade”, com a presença de 06 jovens. Foi abordado o tema Formação Humana, várias reflexões levando o jovem a pensar na sua caminhada como cristão e colaborando no seu discernimento pessoal. A comunidade de Contagem reúne as paróquias para um retiro quaresmal orientado por Côn. Oswaldo. 26 – Solenidade da Anunciação do Senhor com início Oficial do Postulantado. nos ajudam a dar valor à sabedoria e aos bons conselhos e a entender os pensamentos mais profundos. Eles nos ensinam a viver de maneira inteligente e a sermos corretos, justos e honestos ". (Prov. 1:2,3) ABRIL / 2012 14 e 15 – Os postulantes: Deneson, Guilherme e Carlos Henrique, acompanhados pelo Cônego Oswaldo, participaram do II Postulinter/2012, no Colégio São José (Irs. Escolápias) no bairro Floresta em Belo-Horizonte. Tiveram como assessor o Cônego Oswaldo, O.Praem. - que abordou o tema: “Formação Humana”, dando continuidade ao I Postulinter. 21 – Passeio Comunitário do Priorado. 24 – A Comunidade do Priorado recebe a visita para experiência até dia 01/05 do jovem Israel, de Santa Catarina. 27 a 29 – Os noviços Diego e Fábio, e o junior Erlândio, juntamente com um grupo de 14 religiosos (as) do Núcleo da CRB de M ontes Claros, marcaram presença no II Acampamento da Vida Religiosa Consagrada em Belo-Horizonte. Este aconteceu no Colégio São José Operário das Irmãs Filhas de Jesus no bairro Pampulha. Teve como tema: “VRC M ineira – Paixão por Jesus a Serviço do Reino” e o lema: “Ele está no meio de nós”. Entre tantos outros assessores e colaboradores que passaram por este, destaca-se a assessoria da Ir. Bárbara Bucker, M C (Teóloga / RJ). Acredita-se ter contribuído muito para o crescimento, amadurecimento, outra maneira de ver a VRC e muita perseverança para a nossa caminhada religiosa. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 “ Aclame a Deus, ò terra inteira, toque em honra do seu nome, cante hinos a sua glória. Povos bendigam o nosso Deus, façam ressoar o seu louvor.” (Sl 66-2,8) 19 MAIO / 2012 07 – Transladação de Nosso Pai São Norberto. 11 a 13 – Iniciam-se as Barraquinhas da Paróquia São Norberto, todos os finais de semana finalizando no dia 10/06. Nestas barraquinhas, os formandos trabalharam com uma Barraca de Pastéis, com o objetivo de colaborar com as finanças do Priorado. JUNHO / 2012 01 a 03 – O junior Erlândio participa dos II Juninter em Venda Nova / BeloHorizonte / M G na Casa de Retiros Cenáculo, das Irmãs de Nossa Senhora do Cenáculo. Participou neste segundo, do eixo “Afetividade e Sexualidade” assessorado por Helder (Ex- Irmão M arista). 06 – Festa de São Norberto no Priorado. Após uma pequena carreata com a Bandeira de São Norberto saindo da casa de Carla (amiga do Priorado), no mesmo bairro M elo, houve o levantamento do M astro e em seguida deu-se início à Celebração Eucarística Solene, presidida pelo Prior Antônio Galvão e concelebrada pelos confrades, contando com a participação de todos os formandos cantando em coro as músicas da mesma. E para festejar em comunhão com os amigos do Priorado e demais presentes, confraternizamo-nos com um belo almoço, preparado pelo Grupo de Apoio do Priorado. Contamos, no almoço, com a presença amiga do confrade Arcebispo Emérito de M ontes Claros, Dom Geraldo M agela de Castro – O.Praem. “ Y esto há de ser de tal modo que ninguno trabaje en nada para sí mismo, sino que todos sus trabajos se realicen para el bien de la comunidad, com mayor cuidado y prontitud de ánimo que si cada uno lo hiciese para sí”. (Regla de San Agustín V– 2) Festa de São Norberto na comunidade de Contagem reuniu paróquias. 07 – A Solene Celebração de “Corpus Christi” no Priorado foi presidida pelo Côn. Prior Antonio Galvão, às 11 hs, com a participação dos confrades; e a do setor 06 da Arquidiocese (Paróquias: São Norberto, Na. Sra. Rosa M ística e São Pedro Apóstolo) foi presidida por Pe. João Batista, O.Praem na Paróquia São Norberto e, em seguida, na Procissão com o Santíssimo, em carreata, Pe. Oswaldo, O.Praem carregou o Santíssimo e deu a bênção, numa tenda arrumada para tal, na praça da Paróquia Na. Sra. Rosa M ística. O Prior Antônio Galvão animou a procissão do Santíssimo Sacramento. 09 – Tradicional Bingo de São Norberto na comunidade de Contagem. 10 – Com procissão e M issa Solene presidida pelo Arcebispo Dom José Alberto, a Paróquia São Norberto, além de comemorar a festa de São Norberto, comemorou também seus 30 anos de existência. Nessa mesma Solenidade o Arcebispo empossa como co-pároco e moderador da Paróquia, o Prior Antônio Galvão. “ Não há lugar Finalizam-se as barraquinhas. 15 a 17 – Aconteceu no Priorado, o II Encontro Vocacional “Crescendo na Verdade”, com a presença de 04 jovens. Nesse, além de reflexões e momentos de descontração, foi abordado como tema fundamental “As Vocações Específicas”. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 para a sabedo ria onde não há paciên cia”. (Santo Agostinho) 20 16 – Aconteceu às 20h, o Forró M issionário, no espaço norbertino (quintal) do Priorado, organizado pelo Cônego M anoel e equipe missionária, com o objetivo de arrecadar fundos para ajudar no Acampamento da Juventude Rural previsto para o mês de agosto. Em meio a uma bela ornamentação, as pessoas presentes puderam, além do saudável forró, degustar as guloseimas também servidas nas barraquinhas. Após uma boa base na construção dos novos quartos na antiga hospedaria, a tarde “ Não possuam deste sábado presenciou a primeira laje que foi batida na reforma, auxiliado por nada como um caminhão além dos pedreiros. próprio, mas 23 – Fogueira de São João na comunidade de Contagem COMUNIDADE D E PIRAPORA – S ÃO PAULO Pe. M arcelo Luiz Santos Rocha (Crônica não enviada) Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 tenham tudo em comum, e que o superior distribua a cada um de vocês o alimento e a roupa, não igualmente a todos, pois nem todos são da mesma compleição, mas a cada qual segundo o necessitar; con forme o que lemos nos Atos dos Apóstolos: “Tinham todas as coisas em comum e se repartia a cada um segundo a sua necessidade.” (Regra de Santo Agostinho I – 3) 21 CANONÍA DE S ANTA S OFÍA DE TORO Sor María Cristina DICIEMBRE / 2011 El tiempo de Navidad estuvo lleno de alegría y gozo espiritual por la celebración del Nacimiento de Nuestro Señor y Salvador Jesús. El día 24 y 25 la comunidad además de la celebración de la M isas de Gallo y del día, con solemnidad y con la asistencia de muchos fieles y amigos de la comunidad, hemos celebrado un año más con mucha alegría el onomástico de nuestra madre Priora, M ª Paz con la recitación de versos por parte de las hermanas más jóvenes, con cantos y muchos regalos, hechos con mucho cariño por las hermanas. El día 28 celebramos el día de los Santos inocentes y como es tradición este año hubo nuevas y graciosas inocentadas. El día 31 tuvimos un retiro, por la mañana un sacerdote diocesano nos habló sobre la Vida Religiosa y la aspiración a la santidad de todos los miembros comunidad. Por la tarde tuvimos el Santísimo Sacramento, fue un día dedicado a la revisión de vida y de intensa oración. Por la noche tuvimos una alegre cena y nos despedimos hasta el próximo año, con el deseo de que Dios nos siga bendiciendo especialmente con la santa perseverancia y nuevas vocaciones. Antiguo mirador del castillo de Toro que la reina ofreció a las hermanas. EN ERO / 2012 Comenzamos el año con la Solemnidad de Santa M aría M adre de Dios. En la tarde tuvimos la tradicional procesión por los claustros con la Sagrada Familia cantando villancicos y al son de instrumentos y en la sala Capitular las hermanas les recitaron poesías. Y en el coro la M adre Priora, la Subpriora y la Cercadora nos los presentaron a cada hermana para adorarlos. Seguidamente en el taller se reparte a las hermanas un santo, una santa para que la protejan y una virtud para practicar durante el año, y un capellán espiritual por el que pedir durante el año. El día 5 tuvimos las hermanas más jóvenes la tradicional parvica, donde disfrutamos preparando los regalos para las hermanas y tomando algún piscolabis. Después tocamos por los claustros los instrumentos musicales y 5 minutos antes de ir a cenar salimos de la meditación a vestirnos de Reyes M agos, y cargadas con los regalos nos dirigimos al refectorio donde las hermanas ya nos estaban esperando. Las hacemos reír con nuestros disfraces y después les repartimos los regalos. Las hermanas ya empezaban a decirnos que nos iban a Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 Vista interior de monasterio de Santa Sofía. (Toro/España) 22 extrañar mucho y que aprovecháramos a comer porque no sabíamos que clase comidas hay en América. El día 6 en la mañana tenemos la celebración solemne de la Eucaristía con la adoración del Niño. Y por la tarde después del rezo del santo Rosario, las hermanas más jóvenes nos disfrazamos y hacemos un poco de teatro en el que las hermanas se ríen mucho, después pedimos los reyes a las madres superioras por medio de versos en los que alabamos, criticamos o pedimos cosas necesarias para la comunidad. Al final de la tarde nos hizo una visita el Vicario general de la Diócesis, Juan Luis, y nos regaló un libro para nuestra biblioteca. Iglesia del monasterio de Santa Sofía. Continuamos con la formación continua. Por la tarde nos vinieron a visitar los miembros de la Legión de M aria, recitaron un verso que habían preparado para Navidad, rezamos, cantamos a nuestra M adre la Virgen y juntas cantamos el Himno de la Legión. y nos recitaron este verso. ¡A todas buenas tardes! en las fiestas navideñas os había preparado un versito como siempre, más no he querido cambiarlo lo leo, dice así: De nuevo estamos aquí el grupo de Legionarias no queremos que nos digan que ya somos muy pesadas. Vista del patio del monasterio de Santa Sofía. Os tenemos gran cariño sin olvidar nunca, nunca a la M adre Superiora siempre es ella, solo ella la que os ordena y manda, ¡si sois tan buenas, tan buenas! Os tenemos que querer hermanas. Ya se ha pasado el Adviento y llegó la Navidad ¿Cómo lo han pasado ustedes sin turrón ni mazapán? No me lo llego a creer pues en días grandes de fiesta hay que pasarlo muy bien. Tal vez con la crisis que tenemos algo habrá que recortar pero por favor hermanas el moscatel, el champan en la mesa de las monjas. ¿Por qué tiene que faltar? Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 Altar de la iglesia del monasterio de Santa Sofía. 23 Tampoco paso a creer que en los ratos de recreo no haya habido villancicos, y si me apuran un poco las que son más jovencitas no hayan bailado un poquito. Bueno queridas monjitas salud para el Nuevo Año, Jesús nacido en Belén os bendice una a una, a todas os pide a cambio mucho amor, mucha ternura. Carmen de la Torre (Legionaria de M aria) Después nos acompañaron durante la celebración Litúrgica de Vísperas. Cruci fijo antiguo en la iglesia del convento. El 10 de Enero Sor Natividad y la que escribe salimos del M onasterio para coger el autobús que nos dejaría en M adrid, al día siguiente coger el avión que nos llevaría al otro lado del Océano Atlántico, a U.S.A. para estudiar durante cuatro meses ingles en el Colegio Saint Norbert, gracias a la generosidad de la Abadía de San Norberto de De Pere y al Priorato de San José y a la ayuda y desvelos del Hermano Terrentius Robertus Lauerman. La comunidad hizo este sacrificio para que pueda haber más comunicación y más lazos de comunión con la Orden y para que el idioma no siga siendo una barrera Portón que da al patio del para comunicarnos con nuestros hermanos y hermanas de la Orden y poder leer monasterio. la correspondencia, leer los documentos y revistas de la Orden, escritas en ingles. Imagen de Santa. La verdad que el inglés no es un idioma fácil de aprender para un español porque en inglés existen más vocales y sonidos que en el español, pero hicimos todo lo que pudimos por aprender. Ha sido una experiencia cultural, humana y religiosa sobre todo, porque aunque íbamos a las clases nosotras compartimos la oración, recreación y las refecciones con los padres y hermanos, y participábamos en la celebración Eucarística diaria. FEBRERO Y MARZO / 2012 El día 2 de Febrero, día de la vida consagrada, tuvimos la procesión de las candelas por los claustros antes de la santa M isa. El día 28 llegaron a nuestro monasterio el Hermano Evermodo (M ondaye, Francia) con su hermana y un matrimonio a visitarnos, dando mucha alegría a la comunidad. Nuestra comunidad ha celebrado la Solemnidad de San José, con una vigilia y procesión con su imagen por los claustros del M onasterio y las principales salas en las que le hicimos oraciones y le cantamos. ABRIL / 2012 El Domingo de Ramos hicimos la procesión por el claustro del monasterio acompañando a nuestro Señor en su entrada triunfal en Jerusalén. El M iércoles Santo, celebración penitencial para prepararnos a celebrar la Pasión, Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 Entrega del hábito por la Virgen a San Norberto (pintura en la iglesia del convento). 24 M uerte y Resurrección del Señor, terminamos con el abrazo fraterno. Jueves santo los oficios litúrgicos muy solemnes. Este año, el Viernes Santo, no pudimos subir al torreón para contemplar los pasos de la Pasión de Nuestro Señor que recorren las calles de la ciudad, porque el cielo amenazaba lluvia y no quieren que se estropeen las tallas tan bonitas que tienen las cofradías. El sábado Santo, acompañamos a la Virgen en su soledad y adoramos la Cruz en la que nos redimido nuestro Señor. A las 10 de la noche celebración solemne de la Vigilia Pascual, con una participación más numerosa de los fieles. El día de Pascua las celebraciones fueron muy solemnes, con la misa cantada en Vos, que de tantas gregoriano. maneras hab éis El 29 beatificación de nuestro hermano San Adrián, la comunidad se preparó demostrado para este importante acontecimiento para nuestra Orden con una novena de vuestro cariñoso amor a los oración y agradecimiento a Dios por esta gracia tan grande para la Iglesia y los premonstratens es hijos de San Norberto; enmarcamos la estampa del santo y la hermana Sor y sus allegados, Imelda le preparo un altar en el claustro con flores y velas, en la iglesia recibid benévola expusimos el libro de San Adrián para que los fieles pudieran conocer el nuevo mi corazón santo premonstratense. ardiente de MAYO / 2012 M ayo es el mes de M aría, y cada día después del rezo del Santo Rosario hacemos una breve lectura Bíblica, le ofrecemos alguna flor espiritual, recitamos breves jaculatorias, preces y cantamos a la Virgen con alegría por la protección y ayuda que nos dispensa diariamente. Y pidiéndole vocaciones perseverantes para toda la Orden. El día 6, por la tarde nos vinieron a visitar los miembros de la Legión de M aria, les hablamos de la vida del nuevo beato, rezamos y cantamos a nuestra M adre la Virgen y juntas cantamos el Himno de la Legión. Nos recitaron esta pequeña estrofa. Celebramos la Gran Pascua ¡Cristo ha Resucitado! Haya alegría en nosotras que nos dure todo el año hermanas ¿todas de acuerdo? Aleluya. Después nos acompañaron durante la celebración de Vísperas El domingo del Buen Pastor fue el día de 24 horas de oración por las vocaciones con el lema: “Contempladlo y quedareis radiantes”, organizada por la Conferencia Episcopal Española para todas las diócesis, y cada comunidad contemplativa tenia asignada una hora fija. Nuestra comunidad tuvo todo el día el Santísimo Expuesto y en oración por las vocaciones especialmente para nuestra Orden y las comunidades que carecen de ellas y las hermanas que estaban en De Pere se unieron espiritualmente a la comunidad. El día 16 de M ayo llegamos a M adrid después de un retraso de 2 horas en Chicago por cuestión de seguridad. La comunidad nos acogió con mucha alegría, enormes abrazos y besos, hubo una gran fiesta a nuestra llegada y durante la cena y al día siguiente en la comida la madre nos permitió hablar en el refectorio para Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 fervoroso entusiasmo hacia la más pura de las criaturas y la más candoros a de las madres. No permitáis, Señora, que el león rugiente asuste mi espíritu en el camino de la perfección, y haced que logre arribar a salvamento en la gloria, como lo habéis alcan zado de vuestro Divino Jesús para los que, invocándos con fe e imitando vuestras virtudes, murieron píamente con vuestra enseñ a. Amén. Cela que separa local reserv ado às comtemplativas na Igreja do Mosteiro – Toro. 25 que les contáramos a las hermanas cosas que habíamos visto y vivido. Todas estaban entusiasmadas viendo los regalos, las revistas y fotos, y nos pedían que se las explicáramos. Después de una experiencia como esta se puede comprobar cómo se ama a la comunidad y cada hermana por la alegría tan grande que se siente por volver a verlas. Ha sido una experiencia de comunión con otros miembros de la Orden y a “ El grupo de los la vez con las mismas hermanas de la comunidad. crey entes tenía un Nos visito un miembro de AIN (Ayuda a la Iglesia Necesitada) y nos contó como la Iglesia es perseguida y martirizada en Asia, África y América Latina, y como es muy necesaria la oración por todos nuestros hermanos en la fe que sufren. Hemos hecho la Novena del Espíritu Santo, durante la cual, todas las tardes hemos dejado el trabajo antes de lo acostumbrado, para orar con el Santísimo expuesto. El 29 comenzamos la novena a nuestro Padre San Norberto, este año hemos incluido las Letanías de San Norberto que las hermanas trajeron de la Abadía de De Pere, gustando mucho a las hermanas y a todos los asistentes. solo corazón y una sola alma” (Hch 4:32) y oraban “ con un solo corazón” (2:46). JUNIO / 2012 El día 4 fue el día de oración por las vocaciones a la vida consagrada. Este año, la ciudad tuvo la celebración de las Vísperas en nuestra iglesia con la asistencia de mucha gente de todas las parroquias, habíamos preparado unos folletos para que la gente pudiera participar cantando y rezando, de hecho las introducciones y oraciones salmicas fueron hechas por seglares y la Lectura Breve y las Preces fueron leídas por religiosas de otras comunidades. El día 6 Solemnidad de nuestro Padre San Norberto; a las 11:30 solemne concelebración Eucarística, la homilía estuvo a cargo de Ángel Carretero uno de los párrocos que atienden la ciudad. Por la tarde a las 19 h solemnes Vísperas y celebración de la Eucaristía con participación del pueblo; la presidió D. Benito García, sacerdote Diocesano. Terminadas las celebraciones todos los fieles tomaron un refresco dando gracias a Dios por celebrar un año más la fiesta de San Norberto. Durante todo este año nuestra comunidad esta orando por el éxito del Capitulo General y en especial por el Abad General y todos sus colaboradores, los que están trabajando para que todo esté a punto y sea de mucho fruto espiritual. Desde aquí queremos agradecer al Abad General por habernos concedido al Hermano Terrentius Robertus Lauerman (Abadía de San Norberto de De Pere) como traductor para las hermanas de España. Y desde aquí le queremos dar las gracias al hermano Terry por todo el trabajo que esta haciendo al traducir los textos para que podamos participar mas plena y fructíferamente. Las hermanas saludan calurosamente a todos y les ofrecen oraciones por sus necesidades y por su santificación. Que paséis un feliz verano. Hasta la próxima. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 Senõr mío Jesucristo, que por el amor que tienes a los hombres estas de noche y de día en este Sacramento lleno de piedad y de amor, esperando, llamando y recibiendo a cuantos vienen a visitarte, yo creo que estas presente en el Santísimo Sacramento del Altar. Amém ! 26 MONAS TERIO DE S ANTA MARÍA D E LA AS UNCIÓN DE VILLORIA DE ÓRBIGO Parte VIII de la historia del Monasterio Consolidación A partir del año 1522 se inicia una nueva etapa en el monasterio de Villoria. Los once años anteriores, en el que sólo un puñado de monjas ocupó el convento, bajo la presidencia de una abadesa irregular, mal nombrada y de paso bien efímero, más que de otra cosa, debería ser calificado como un intermedio entre la etapa de la comunidad masculina de los siglos anteriores, hacia otra nueva, en la que las religiosas consolidaron su estancia y consiguieron una vida normal. Intermedio que concluyó con la expulsión violenta de la superiora y con la elección de otra que fue ya regular y definitiva. El abad de Retuerta, Fray Juan de Rosales, al dar este paso, nombró una superiora nueva para la comunidad de Villoria. Lo cual supone la reprobación de la persona y, a la vez, la forma en que se habían hecho las cosas, pero no la reprobación del hecho en sí. Fray Juan encontró correcto el cambio de la comunidad, la presencia de las religiosas aquí. Y, como consecuencia de tal aprobación, procedió al nombramiento de otra religiosa, que sustituyera a la que había sido malamente nombrada. No obstante, también impuso su criterio personal y, en vez de nombrar a una abadesa, solamente designó a una presidenta de la comunidad. En lugar de la depuesta puso el abad de Retuerta a doña Constanza M aldonado, mujer noble y virtuosa, que gobernó el monasterio durante cuarenta años…aúnque sólo en calidad de presidenta mientras vivió el abad de Retuerta. Imagen de Santa María de la Asunción, colocad a encima del altar principal de la iglesia conventual de Villoria. Vista exterior del monasterio de Villoria. Extracto del libro El Monasterio de Santa María de Villoria, de Augusto Quintana Órgano del siglo XVI, en la iglesia Prieto. del monasterio. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 27 II ESPIRITUALIDADE Consagração - Comunhão – Missão: Uma reflexão sobre a espiritualidade canonical 1. Introdução O encontro internacional de jovens em M adri foi um evento muito grande, um ‘mega evento’ como se diz atualmente. Tais encontros, hoje estabelecidos, foram iniciados pelo Papa João Paulo II. Cada três anos, o Papa convida a juventude católica do mundo para reunir-se num lugar determinado, com o fim de celebrar a fé. Com o Papa Bento XVI houve encontros em Colônia (Alemanha 2005), em Sydney (Austrália, 2008) e em M adri (Espanha 2011) ; o próximo encontro terá lugar no Rio de Janeiro (Brasil), em 2013. Naquela oportunidade, o Papa Bento celebrou também um encontro com jovens religiosos e jovens professores universitários. O lugar do encontro foi a basílica São Lourenço, do magnífico mosteiro el Escurial (construido entre 1563 e 1584). Saudado de forma impetuosa por 1600 religiosos jovens no dia 19 de agosto, o Papa começou a sua alocução com uma comparação original. A vida consagrada se parece com a famosa biblioteca desse mosteiro espanhol. “Da mesma maneira que se conservam aqui importantes edições da Sagrada Escritura e das regras monásticas, a sua vida fiel à vocação recebida é uma forma valiosa de conservação da Palavra do Senhor que ressoa nas formas próprias da espiritualidade de vocês. O carisma de cada ordem é uma Palavra do Evangelho que o Espírito Santo faz voltar à memória da Igreja (Jo 14,16). A imitação do Cristo casto, pobre e obediente é uma exegese viva da Palavra de Deus. Pois pelo Espírito Santo, os fundadores e fundadoras conseguiram contemplar a Palavra de Deus numa luz nova. Eis porque cada carisma nasce da Palavra de Deus e cada regra religiosa quer expressá-la. A vida consagrada se distingue por uma atitude evangélica radical, pela fidelidade à fé, por estar enraizada em Cristo e fundada nEle (Col. 2,7)”. Depois, o Papa descreveu essa vida evangélica radical com três elementos essenciais: ° A consagração a Cristo ° A comunhão com a Igreja ° E a missão específica Essas três colunas fazem voltar à memória os três elementos essenciais com os quais marcamos a nossa vida canonical: contemplatio, communio, actio. A partir dessa compreensão geral da vida consagrada, quero ensaiar uma reflexão sobre a nossa vocação canonical. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 28 2. A vocação canonical 2.1 A consagração a Cristo 2.1.1 A consagração (consecratio) Segundo M . Ladstaetter, a consagração é um rito religioso que cria um vínculo particular entre um objeto de nosso mundo e o transcendente. Distingue-se então entre: 1° aquele que consagra ou pede a Deus (o verdadeiro atuante); 2° a ação que expressa a consagração, que pode incluir distintos elementos e ritos, como a troca da veste, insígnia, orações e votos; 3° o objeto consagrado: a pessoa que faz profissão e se consagra a si mesmo e que assim se torna uma oferenda; 4° o efeito da consagração: a incorporação do professo na classe religiosa. A forma mais notável é a consagração de uma virgem: ela se consagra a Deus e o bispo acolhe a consagração em nome da Igreja. A profissão simples ou solene é uma consagração, é uma transferência de propriedade a Deus, combinada com a aceitação dos conselhos evangélicos concretizados pelas Constituções de um instituto religioso. A profissão é um ato jurídico, público e oficial da Igreja, tendo um efeito obrigatório; é feita após um período de integração, formação, auto-avaliação e aceitação pelo instituto. Com isso o professo sai do estado de vida laical e entra no estado de vida consagrada, chamado no passado «estado de perfeição». Disso resulta, segundo o ponto de vista jurídico, uma dupla obrigação: a de assumir os conselhos evangélicos e a de uma vida de acordo com o direito próprio do instituto. Ambos, os conselhos e o direito próprio ‘tendem à perfeição do estado consagrado’ (Cân. 598 § 1 e 2). “Pela profissão religiosa, os membros assumem, com voto público, a observância dos três conselhos evangélicos, consagram-se a Deus pelo ministério da Igreja e são incorporados ao instituto com os direitos e deveres definidos pelo direito” (Cân 654). Por outro lado, a comunidade assume a obrigação de formar, manter e assistir. 2.1.2. A profissão como entrega total Conforme a tradição de nossa Ordem, no dia da profissão solene o documento manuscrito da profissão é lido pelo junior e assinado sob o altar por ele e pelo prelado da igreja. O altar simboliza a Cristo mesmo. Esse é o lugar da celebração eucarística, onde o sacerdote ‘in persona Christi’ celebra a eucaristia, onde pronuncia sobre o pão e o vinho as palavras da transformação e, junto com os fiéis, recebe o Corpo e o Sangue do Senhor. O altar é Cristo mesmo, é o lugar onde a sua entrega e seu amor sempre de novo se tornam presentes. Pronunciando e assinando a fórmula da profissão, que remonta ao começo da nossa Ordem, o junior realiza o vínculo vitalício e a entrega ao Senhor. É o ato pleno da consagração (‘consecratio’) da vida (‘offerens trado meipsum’) e da doação ao Senhor. Pela oblação renuncio a mim mesmo, como de uma oferenda; ofereço-me ao Senhor, pois desejo pertencer totalmente a Ele. É Deus mesmo, e somente Ele que aceita essa oferta e a abençoa e ‘consagra’. Por isso se usa atualmente muito a expressão ‘vida consagrada’. No Código de Direito Canônico a vida religiosa se chama «vida consagrada» (Cân. 573, §1). João Paulo II publicou em 1996 uma carta apostólica intitulada «Vida Consagrada». As nossas Constituições dizem: “A profissão exprime a entrega de nós mesmos: por um mesmo impulso de coração nos oferecemos a Deus e a uma comunidade que está a serviço do povo de Deus. A profissão não nos fecha dentro de nós mesmos, mas nos impulsiona, para que busquemos no exercício da amizade com os outros cristãos, o reino de Deus” (n° 40). E Adam Scot diz : «Saiba que você Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 29 se ofereceu à Igreja de Deus e lhe cedeu a propriedade, com tudo o que você é, sabe e pode. É evidente que não se trata somente de coisas materiais trazidas para a comunidade, mas de coisas espirituais, de talento e capacidades que um confrade pode e deve aportar para o benefício da comunidade e que significam um enriquecimento, um grande dom para ela. Enfim, se trata da doação total de sí mesmo, “com tudo o que somos e temos”. 2.1.3 Consagrados ao S enhor No capítulo seis da Lumen Gentium, que fala da vida religiosa, o número 44 começa com uma declaração fundamental: “Pelos votos, ou outros compromissos sagrados a eles semelhantes, com os quais se obriga aos três mencionados conselhos evangélicos, o cristão entrega-se totalmente ao serviço de Deus sumamente amado.” Essa entrega total já começou no batismo, onde o batizando morre ao pecado e é consagrado a Deus. O ponto de partida é e, continua sendo o momento do batismo. Os votos são uma forma de viver a graça batismal. “Para poder recolher frutos mais abundantes da graça batismal, o cristão pretende libertar-se, pela profissão dos conselhos evangélicos na Igreja, dos impedimentos que o poderiam afastar do fervor da caridade e da perfeição do culto divino, e é consagrado mais intimamente ao serviço divino” (LG 44). Existe um «mais», tem «frutos mais abundantes» e uma consagração «mais íntima». Não se diz em que consiste esse «mais», se é uma forma mais radical, uma forma que abrange toda a vida, uma disponibilidade fundamental para manifestar a vida de Cristo, para «conformar-se mais plenamente com o gênero de vida virginal e pobre de Cristo». Com segurança, trata-se de uma forma de vida mais radical e autêntica, aberta pelos votos e facilitada pela renúncia a bens de grande valor. Esse ‘mais’, essa pretensão, esse ideal continua sendo um desafio e uma tarefa que marcou nossa fórmula de profissão, pela promessa duma contínua conversão do coração. Aqui se unem o ato único da entrega total no dia da profissão e o empenho que abraça a vida inteira, a fim de crescer na santidade e perfeição, vivendo mais e mais para Cristo e para o seu corpo, que é a Igreja. 2.2 A comunhão com a Igreja Segundo o Papa Bento, o segundo elemento essencial da vida consagrada é a comunhão com a Igreja. As nossas comunidades nasceram na Igreja e foram promulgadas por ela. Somos filhos e filhas da Igreja. As ordens e os institutos não vivem ao lado da Igreja ou opostos a ela; vivem dentro da Igreja e com ela. Os religiosos são percebidos como membros da Igreja; são identificados imediatamente com ela. Impregnados pelo amor derramado pelo Espírito Santo em nossos corações (Rom, 5,5), eles vivem cada vez mais para Cristo e a Igreja, seu Corpo. O lugar dos religiosos na Igreja jamais foi sem tensões: porque as ordens e os institutos nasceram muitas vezes em reação a situações na sociedade ou na Igreja. A constituição dogmática sobre a Igreja indica uma tríplice missão para as ordens e congregações religiosas: têm uma função exemplar, atraindo todos os membros da Igreja a corresponderem animadamente às exigências de sua vocação; uma dimensão escatalógica, manifestando os bens celestes e; uma função representativa, imitando a forma de vida que o Filho de Deus assumiu. “O estado constituído pela profissão dos conselhos evangélicos, embora não pertença à estrutura hierárquica da Igreja está, contudo, inabalavelmente ligado à sua vida e santidade.” (LG, 44) Com o fim “de revelar cada vez mais Cristo ao mundo” (LG n° 45) surgiram várias formas de Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 30 vida, quer solitária, quer comum. Geralmente os cristãos consagrados vivem juntos e formam comunidades espirituais. Essa vida comunitária “em perfeito acordo, com um só coração e uma só alma em Deus” foi qualificada por Agostinho de primeira motivação (“primum propter quod”). Escreveu a Regra a partir de sua experiência e a propôs à vida comunitária como método, forma e norma. 2.2.2 A vida comum O homem anela por comunidade e relações satisfatórias, porém a vida comum não é fácil e atravessa atritos. Requer sempre um esforço para ultrapassar-se e abrir-se ao outro. Quem é ligado a uma comunidade por profissão, deve investir-se totalmente para a construção dela. Essa pertença deve afirmar-se pela solidariedade, “pelo cuidado que os membros tenham uns para com os outros” (1 Cor.12,25), pelas “coisas que trazem paz e edificação mútua” (Rm, 14,19), procurando “agradar ao próximo em vista do bem, para edificar” (Rm.15,2), “não procurando os interesses pessoais, mas o interesse de todos, a fim de que sejam salvos”(1 Cor. 10,33). Essa mútua correção e exortação, cheia de humildade e caridade, não pode faltar na vida comunitária. Na sua última mensagem para a quaresma, o Papa insistiu nessa atitude “Tenhamos consideração uns com os outros, para nos estimular no amor e nas boas obras” (Hb. 10,24). Num artigo sobre os institutos seculares o bispo Scheuer de Inssbruck falou: “Segundo o Evangelho, a correção fraterna é uma maneira de praticar a caridade. Os padres da Igreja consideram a correção fraterna como um mandamento divino, um serviço de amizade (Ambrósio), uma obrigação fraterna (João Crisóstomo). O assunto parece importante, ao lembrar-nos que a convivência precisa sempre de correção e renovação, para evitar uma vida de cortesia superficial na qual cada um elege o que faz ou não faz. Tratam-se uns aos outros de maneira amável, mas se guarda distância e se deixa que cada um atue segundo seu critério próprio. Às vezes percebemos que alguma coisa não está correta. Trazê-lo à discussão, falar a alguém disso, sondar um comportamento com benevolência, não por vontade crítica mas procurando uma modificação: assim o diálogo pode abrir-se e despertar uma energia renovadora. Tais interpelações devem ser feitas com amor, sem querer ter razão, e não na presença de outros. Quem corrige tem também erros, fraqueza e tentações. Por isso a correção fraterna é delicada, porém é indispensável para evitar a paralisação e o enfraquecimento do senso comum na vida comunitária. As nossas Constituições se limitam a dizer: - “Esta vida fraternal entre os irmãos encontra incessantemente sua expressão humana nas relações pessoais de amizade mútua, de serviço, de confiança, de bons exemplos, de perdão e encorajamento.” (n° 82) - O nosso relacionamento diário baseia-se no conselho do Apóstolo que nos ensina como deve ser: “com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro como mais digno de estima” (Rm. 12,10). (n° 88) - «Esvaziando-nos e ultrapassando-nos a nós mesmos, rompamos com nosso egoísmo, e vivamos para Deus e para os irmãos.» (n°9) Na sua mensagem para a quaresma de 2012, o Papa oferece uma reflexão a partir do tema da carta aos Hebreus «Tenhamos consideração uns com os outros, para nos estimular no amor e nas boas obras» (10,24). Fala da consideração afetuosa e simpatizante com os que vivem conosco. Essa consideração deve abranger o interesse pessoal e uma preocupação com os outros que compreende simpatia e intuição. Essa preocupação diz respeito não só ao bem material e físico do outro, mas também a seu bem espiritual. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 31 A correção deve expressar uma responsabilidade pela salvação do outro. O desenvolvimento do outro não pode deixar-nos indiferentes. Evoluções negativas e comportamentos errados não serão aceitos por comodismo ou indiferença. A coragem deve acompanhar a vigilância, para falar do que separa do caminho positivo. M as não se trata de condenar; a correção não será incriminativa ou sabichona. “A advertência cristã é movida pelo amor e a misericórdia, ela brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão.” Após a citação da carta aos Gálatas (6,1), o Papa termina falando da responsabilidade pelo irmão dizendo que «é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.” Fala-se aqui de um instrumento importante da vida cristã e ascética que temos de descobrir novamente para a vida comunitária concreta. 2.2.3 O acompanhamento espiritual Como amiúde não fazemos progressos na vida comunitária, mesmo tendo bons propósitos e esforços, descobre-se e sublinha-se atualmente o significado do acompanhamento espiritual. Apesar de toda idealização da vida comunitária, acontece às vezes que um profissional exterior acompanha e intensifica melhor o empenho e crescimento espiritual. Scheuer cita uma palavra de Bonhoeffer: «O Cristo no seu coração é mais fraco que o Cristo na palavra do irmão». Tais conversas regulares combinadas envolvem a vida inteira, orientada para Deus pela fé, pela esperança e pelo amor. Fala-se da relação consigo mesmo, da relação com o corpo e com o tempo. Exprimem-se tendências, desejos, dificuldades e decepções no crescimento. Um âmbito importante é a convivência, a responsabilidade e a solidariedade com os outros. Trata-se principalmente de comunicar experiências de fé. A relação com Deus constitui o centro do acompanhamento. Tais conversas ajudam a determinar uma posição e a aclarar experiências. Elas podem contribuir para refletir sobre o caminho percorrido e suas dificuldades. Elas podem inaugurar uma nova orientação e uma realização mais consciente da vida. O acompanhamento espiritual procura uma orientação responsável de vida e uma resolução da fé. O que se busca atingir é um encontro profundo com Deus na realização da própria vocação. O acompanhamento tem como finalidade a aceitação madura da humanidade própria e dos outros, uma relação honesta e verdadeira com a realidade. A finalidade é uma integração comum na fé da Igreja. 2.3 A missão específica 2.3.3 A renovação de Pentecostes O terceiro elemento essencial recordado pelo Papa é a missão própria dos religiosos provinda da própria visão. No último Capítulo Geral foi votada uma ‘Vision-M ission-Statement’ (declaração de visão-missão) que foi posteriormente aceita e adaptada por muitas comunidades. Nossas Constituições falam duma tríplice missão, da comunhão atuante de nossa missão que consiste de três ministérios complementares. Há o ministério da pregação e da escuta da palavra de Deus, ou seja de todas as formas de anunciar a verdade contemplada; há o ministério de celebrar a liturgia e de santificar o mundo, ou seja, de todas as formas de oração e liturgia; há o ministério de construir no amor a comunidade eclesial e humana, ou seja, de todas as formas de pastoral. Na escolha entre diferentes formas de apostolado, se levam em conta as carências mais urgentes da Igreja e do mundo (n°71). Fundamentalmente, o ideal pastoral «consiste, antes de tudo, na promoção da unidade em Cristo, tanto interna como externa. Santo Agostinho ensina-nos que a comunhão de nossas comunidades deve Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 32 extrapolar-se pela caridade que se estende a todos os homens» (n°68). Essa extrapolação evoca o evento pentecostal, quando os apóstolos, cheios do fogo santo, sairam de seu círculo de oração fechado, voltando-se com sua pregação para o povo. Lá foi transmitido o dom espiritual. A comunhão espiritual é um momento do encontro com Deus e ao mesmo tempo ela se torna um ponto de partida para a evangelização. A comunidade religiosa é um lugar da presença de Deus no qual se inicia a missão. A comunidade espiritual é o espaço da experiência espiritual que comunica a capacidade para transcender os limites e ampliar o horizonte da missão e nova evangelização. 2.3.4 A missão de Norberto Sem dúvida é oportuno olhar novamente para o nosso fundador são Norberto. Ele é um pregador itinerante excepcionalmente imbuido de entusiasmo, saindo cada vez, não somente para encontrar seguidores para suas fundações, mas tomado de paixão pela proclamação da Boa Nova ao povo. Também após a fundação em Premontré, saía para pregar com energia e inquietude; a sua atitude deve ter sido semelhante à de são Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1Cor. 9,16). Em muitas representações vemos a são Norberto no dia de Natal de 1121, ajoelhado diante do presépio, tendo nas mãos o documento de sua profissão. O começo da Ordem coincide com o nascimento do Senhor; o início da Ordem se vincula assim com o mistério da Encarnação da Palavra de Deus. Esse acontecimento inicia a missão de Jesus, a obra da salvação. Norberto se vê colocado dentro desse processo. Desde então quis primeiramente anunciar a Palavra de Deus e celebrar a dupla presença dessa Palavra na eucaristia. Torna-se porta-voz, pregador itinerante; todas as suas atividades futuras (a fundação de nossa Ordem, o ministério episcopal, a sua presença na política eclesial) são formas dessa missão: levar Jesus aos homens e implantar a fé nos seus corações. Assim ele funda comunidades novas em distintos lugares e assume o governo da arquidiocese de M agdenburgo no oriente do império. M uitos projetos dele não foram realizados, porém a sua solicitude missionária se tornou uma tarefa para os premonstratenses: empenhar-se com toda força cumprindo a obrigação que a Igreja recebeu do Senhor, para que os homens creiam e se salvem. 2.3.3. Atividades atuais Nos últimos dias recebemos a notícia que duas casas missionárias foram fechadas: no Congo e no Chile. Nos séculos 19 e 20, as grandes abadias flamengas e holandesas desenvolveram atividades missionárias impressionantes. A partir do ano 1923, a abadia de Berne enviou 50 missionários para a Índia. Expedições sairam para o Brasil (Park, Averbode), para o Congo (Postel, Tongerlo), para Dinamarca (Averbode) e para M adagascar (Frigolet). Dessas missões, especialmente da África e da Índia, saem atualmente missionários para Europa e América do Norte. Devido à diminuição das vocações, os irmãos se dedicam à vida conventual e às atividades pastorais ao redor da abadia. Quase cada canonia dispõe de uma casa para dar sessões, organizar retiros ou acolher hóspedes. M uitas vezes tem uma loja de objetos religiosos ou produtos das comunidades; isso é um primeiro acesso fácil ao mundo dos mosteiros. Nossas abadias são centros espirituais que oferecem uma liturgia bem preparada, música religiosa e retiros. Existem múltiplas formas de formação; na Índia, cada paróquia dirige uma escola. Não se pode dar uma resposta simples a quem pergunta qual seja a nossa «proposta» e o nosso «perfil missionário». Cada casa é marcada pelas exigências da região, do tempo e da história. Desde muito tempo os irmãos se dedicam à pastoral paroquial, mas ao mesmo tempo estão trabalhando na pastoral juvenil, no ensino, no ambiente social, científico, musical e artístico. Há irmãos que trabalham no mundo da radiodifusão ou das prisões, outros Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 33 realizam programas educativos para crianças abandonadas ou para futuros profissionais, alguns tem larga experiência com arquivos ou sinos. Há uma grande variedade, porém existe o perigo que o campo das atividades dificulte progressivamente a presença diária na vida comunitária. Uma pastoral em zonas concêntricas ao redor da canonia cria um pouco mais de sistema. A abadia constitui a zona principal para a vida e as atividades dos irmãos com todas as oportunidades oferecidas para participar de alguma maneira nessa vida ou para apoiá-la. O outro campo é formado pelas atividades pastorais ao redor da canonia. Exemplos são os priorados paroquiais e os postos missionários onde permanecem vários confrades. O último campo é o da pastoral categorizada de encargo individual (como o professorado). Todas as tarefas são finalmente respostas às necessidades pastorais, são atividades pastorais que correspondem aos talentos e aos níveis de formação dos irmãos. Trata-se de deixar o povo entrar no nosso caminho comunitário de fé e de oferecer-lhe acompanhamento e ajuda a partir de nossa própria busca de Deus. Necessita-se de uma pastoral que se apresente como uma solicitação de participação. A fim de alcançar os homens necessita-se de muita fantasia e audácia para entrar em novos caminhos pastorais; os mosteiros poderiam tornar-se pioneiros nesse campo. É importante lembrar que, apesar de todas as atividades e missões realizadas no exterior da comunidade, a canonia continua sendo o centro ardente como fogo e, que nela o amor é vivenciado e praticado de maneira que irradia aos homens. 3 Conclusão Segundo o Papa, a vida consagrada deve ter um significado especial para a Igreja: “A Igreja precisa de sua jovem fidelidade enraizada em Cristo e fundada nele. A gradeço-lhes também por seu ‘sim’ generoso, total e constante ao chamado do Amado”. Com essas palavras o Papa Bento XVI expressou seu reconhecimento e sua estima, dizendo que os religiosos são insubstituíveis para a Igreja e, que eles exercem uma importante função de testemunhas. O Santo Padre ressaltou ainda que conta com o engajamento incondicional de todos os religiosos e, que a resposta generosa deles à vocação se expressa sem cessar em vista da salvação dos homens. «Day of Pentecost» (“Dia de Pentecostes”) é o lema de nosso Capítulo Geral de 2012. Por isso é conveniente terminar essa reflexão com uma oração para o Espírito Santo. ESPÍRITO QUE VEM COMO O ESTRONDO DE UMA FORTE TEMPESTADE! ENSINA-NOS A LÍNGUA DA SINCERIDADE, PARA QUE CRESÇA CADA VEZ MAIS A NOSSA CONFIANÇA MÚTUA E COMPREENSÃO. ENSINA-NOS A LÍNGUA DO PERDÃO, PARA QUE POSSAMOS SEMPRE DE NOVO VER-NOS MUTUAMENTE FRENTE A FRENTE, BUSCANDO UM NOVO COMEÇO. ENSINA-NOS A LÍNGUA DA FIDELIDADE, PARA QUE SIGAMOS SENDO DIGNOS DA CONFIANÇA RECÍPROCA E POSSAMOS APOIAR -NOS MUTUAMENTE. ENSINA-NOS A LÍNGUA DO AMOR, PARA QUE SE CONSERVE O VÍNCULO ENTRE NÓS E QUE CRESÇA NOSSA UNIÃO. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 34 Ensaio sobre o Hábito branco Premonstratense "Os Cônegos Premonstratenses vestem um hábito branco; daí que a Ordem recebeu o nome de ‘Ordo candidus’, a Ordem branca. Na Inglaterra, os padres norbertinos são chamados « white canons » (cônegos brancos) e nos Países Baixos «Witheren » (senhores brancos). Em Roggenburgo, os membros da antiga abadia imperial eram chamados de « cisnes brancos »". 1 Introdução Primeiro algumas observações: 1.1 Viajando para a Índia, durante uma escala em Dubai, vieram a nosso encontro, dentro do aeroporto, várias centenas de homens e mulheres, vestidos de branco. Foi-nos explicado que eram peregrinos islamitas que iam em seu "hadsch" (a peregrinação para M ekka que devem fazer pelo menos uma vez na sua vida). Ninguém reparava nisso, era como um evento totalmente normal. Quem segue em peregrinação, vai vestido como peregrino: com um hábito branco longo semelhante à alba, com os pés nus nas sandálias e com um pequeno volume de mão. A peregrinação para M ekka é um caminho de purificação; a cor adequada para isso é o branco puro. 1.2 Para a festa anual de Santa Águeda na Catânia (Sicília), aos 3 de fevereiro, os habitantes masculinos da cidade colocam acima de sua roupa um hábito branco parecido a uma camisola. No cinto guardam um pequeno lenço branco que usam para acenar ou bater no ombro. As mulheres usam um hábito esverdeado. Aquele uso vem de um evento legendário: os ossos de santa Águeda chegaram de noite no porto de Catânia e, assustados e de camisola, os habitantes foram apressadamente para receber os ossos. Desde então toda a cidade se veste de branco durante 3 dias, para as procissões, as celebrações e festividades. Com a cor branca se venera santa Águeda, uma virgem mártir do quarto século. 1.3 Por ocasião da beatificação de nosso confrade Pedro-Adriano Toulorge acontecerá, aos 30 de abril de 2012, uma celebração na paróquia de M uneville-le-Bingard, onde foi batizado no dia de seu nascimento, aos 4 de maio de 1757. Para a leitura durante essa celebração, escolheu-se um capítulo do Apocalipse (7, 9-17) no qual se fala de uma grande multidão de eleitos que ninguém podia contar. "Eles estavam de pé diante do trono e do Cordeiro, vestidos de roupas brancas e, tinham folhas de palmeira nas mãos. "(7,9). E pergunta-se: "Quem são estes que estão vestidos de branco? De onde foi que vieram?" (7,1PO 3). Neste ensaio gostaria de examinar essa pergunta, explorando ao mesmo tempo a tradição de nossa Ordem de usar um hábito branco. 2. A cor branca Que tem o branco? É uma cor? Branco é a junção de todas as cores do espectro de cores. É definida como "a cor da luz" (em cores-luz), ou como "a ausência de cor" (em corespigmento). É a cor que reflete todos os raios luminosos, não absorvendo nenhum e por isso aparecendo como clareza máxima. A cor branca é associada a paz, calma, ordem, e outras Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 35 conotações positivas. O uso simbólico do branco é frequente. O vestido branco da noiva evoca inocência, pureza e limpeza, higiêne, asseio. Na dimensão espiritual o branco significa iluminação, purificação, visão, salvação e encontro da verdade. Evoca também harmonia, alegria de viver, felicidade. Na Roma antiga, o felizardo era chamado de "filho da galinha branca". Os povos dão um sentido próprio à cor branca. Diz-se que os esquimós têm 200 termos para aquela cor, especialmente para a descrição da neve e do gelo. Na língua alemã "branco" é um componente de muitas palavras. Na China, o branco simboliza velhice, outono, ocidente, perfídia; o branco cor de creme evoca morte e luto para os chineses e os budistas. No Japão o branco significa antes virilidade e morte. Os samurai usavam, debaixo da ardura um vestido branco expressando a sua disposição de lutar até o final. No esporte da luta, o cinto branco evidencia as noções puras dos principiantes. Na política, a armada branca foi conhecida como força oposta à armada vermelha do comunismo. Quem arvora a bandeira branca mostra que se entrega em rendição e busca a paz. Percorrendo a literatura, esta enumeração pode ser continuada. O branco evoca desenvoltura e despreocupação; ele se vincula com a ausência de preconceitos, o silêncio, a natureza diferente, o estado intato, início e vacuidade. 3. O branco na Escritura O branco aparece em muitos lugares da Sagrada Escritura. Aqui segue somente uma breve exposição de lugares importantes com respeito ao branco. Salmo 51,9 - o branco no sentido de pureza:"Purifica-me com o hissopo, e eu ficarei puro; lava-me, e eu ficarei mais branco do que a neve." Isaias 1,18 - o branco no sentido de purificação: "Ainda que seus pecados sejam vermelhos como púrpura, ficarão brancos como a neve." Daniel 7,9 - o branco no sentido de dignidade: "Uns tronos foram instalados e um ancião se assentou, vestido de veste branca como a neve, cabelos claros como a lã". M arcos 9,3 - o branco da transfiguração: " E se transfigurou diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas, como nenhuma lavadeira no mundo as poderia alvejar." M arcos 16,5 - o branco no sentido de luz e mensageiro de luz: "Então entraram no túmulo e viram um jovem, sentado do lado direito, vestido de branco. E ficaram muito assustadas." Lucas 9,29 - o branco no sentido de transfiguração: "Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência, e sua roupa ficou muito branca e brilhante." Atos dos Apóstolos 1,10 - o branco no sentido de mensageiros celestiais: « Os apóstolos continuavam a olhar para o céu, enquanto Jesus ia embora. M as, de repente, dois homens vestidos de branco apareceram a eles. » Apocalipse de são João 1,14 - o branco no sentido de dignidade e inacessibilidade : « Os cabelos eram brancos como lã, como neve; os olhos pareciam uma chama de fogo. » Apocalipse 2,17 – o branco no sentido de mistério: « Ao vencedor darei um prêmio: o maná escondido. Darei também uma pedrinha branca a cada um. Nela está escrito um nome novo, que ninguém conhece; só quem recebeu. » Apocalipse 3, 4-5 – o branco no sentido de pureza e dignidade: « Sei que aí em Sardes existem algumas pessoas que não sujaram as roupas. Estas andarão comigo, vestidas de branco, pois são pessoas dignas. O vencedor vestirá roupa branca. E o nome dele não será apagado do livro da vida ». Apocalipse 3,18 – o branco símbolo da pureza: “Compre minhas roupas brancas para cobrir a vergonha de sua nudez. » Apocalipse 4,4 – o branco como sinal de dignidade e poder: « Ao redor desse trono havia outros vinte e quatro; e neles, vinte e quatro Anciãos estavam sentados, todos eles vestidos de branco. » Apocalipse 6,2 – o branco como símbolo de poder: « Vi então quando apareceu um cavalo branco. O cavaleiro tinha um arco. » Apocalipse 6,11 – o branco como símbolo de eleição: « Então foi dada a cada um deles uma veste branca. Também foi dito a eles que descansassem mais um pouco de tempo, até que ficasse completo o número de seus companheiros e irmãos, que iriam ser mortos como eles. » Apocalipse 7,9 – o branco como sinal de salvação: « Depois disso, vi uma grande multidão, que ninguém podia Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 36 contar: gente de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam todos de pé diante do trono e diante do Cordeiro. Vestiam vestes brancas e traziam palmas na mão. » Apocalipse 7, 1315a – o branco como característico apocalíptico e testemunho da fé: « Um dos Anciãos tomou a palavra e me perguntou: ‘você sabe quem são e de onde vieram esses que estão vestidos com roupas brancas?’ Eu respondi:’ Não sei não, senhor! O senhor é quem sabe!’ Ele então me explicou: ‘São os que vem chegando da grande tribulação. Eles lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro. É por isso que ficam diante do trono de Deus, servindo a ele dia e noite em seu templo. » Apocalipse 14,14 – o branco como sinal do outro lado e do poder: « Depois disso olhei: havia uma nuvem branca, e sobre a nuvem alguém estava sentado. Parecia um filho de homem. Tinha na cabeça uma coroa de ouro, e nas mãos uma foice afiada.” Apocalipse 15,6 – o branco como símbolo de integridade e poder: « Saíram do templo os sete anjos, com as sete pragas. Os anjos estavam vestidos de linho puro e brilhante, e cingidos à altura do peito com cintos de ouro. » Apocalipse 19,8 – o branco como símbolo da santidade: « Concederam que ela se vestisse de linho puro e brilhante, pois o linho representa o comportamento justo dos santos. » Apocalipse 19, 11-15 – o branco evoca o tribunal: « Vi então o céu aberto: apareceu um cavalo branco, e o seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e combate com justiça. Seus olhos são chamas de fogo. Sobre sua cabeça há muitos diademas. E ele traz escrito um nome que ninguém conhece, a não ser ele mesmo. Está vestido de um manto embebido em sangue, e é chamado pelo nome de Palavra de Deus. Os exércitos do céu o acompanham montados em cavalos brancos, com roupas de linho branco e brilhante. Da sua boca sai uma espada afiada para com ela ferir as nações. » Apocalipse 20, 11 – o branco como sinal da onipotência: “Depois eu vi um grande trono branco e Alguém sentado nele. O céu e a terra fugiram de sua presença e não deixaram rastro. » A cor branca aparece em muitos lugares da Sagrada Escritura quando se fala de tumbas e muros branqueados (Ez. 13), de neve e gelo (salmo 51,9), das doenças de pele (Lev. 13), do cavaleiro celestial (2 M c. 11) de cavalos brancos (Apoc. 6, 2). Inicialmente, a cor branca descreve sem mais, sem sentido específico; depois a cor branca indica o resultado da purificação. Indica o supremo poder da graça e da bondade reconciliadora. No livro do Apocalipse o branco finalmente significa a indescritível esfera divina e a pureza absoluta. Quem entra nesse mundo claro é coberto com roupa branca, ele é vestido com o linho mais puro, com hábitos absolutamente puros. O branco significa elevação, seleção, salvação, redenção e libertação. A lavagem no sangue do Cordeiro significa a participação do poder salvador e da ressurreição daquele que entrou na Glória divina, através da paixão e da morte. É um processo de transformação, prefigurado na cena do monte Tabor, que ao fim e a cabo não pode ser descrita e expressada senão pelo simbolismo da luz na qual, finalmente, tudo é imerso na luz flutuante e irradiado por uma santidade absoluta. A cor branca evoca a esfera divina, evoca a Deus e tudo o que é celestial ou inexprimível. Os mensageiros divinos andam vestidos de branco. Tudo é diferente da cor branca, tudo é medido e julgado com referência a ela. “Cada um foi julgado conforme a sua conduta” (Ap. 20,13). E da futura cidade de Jerusalém se diz: “Não haverá mais noite: ninguém mais vai precisar da luz da lâmpada nem da luz do sol. Porque o Senhor Deus vai brilhar sobre eles, e eles reinarão para sempre » (Ap. 22,5). Deus, como centro eterno e indelével de energia e de luz. « Deus é luz » (1 Jo 1,5). 4. O branco na liturgia Na liturgia romano-católica se usam seis cores : branco, vermelho, cor de rosa, verde, roxo e preto. A cor branca expressa a luz e simboliza alegria, celebridade e limpidez. O branco se usa Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 37 para as festas maiores: Natal e Páscoa, as festas do Senhor e da Virgem M aria, as festas dos anjos e dos santos que não foram martirizados. O branco expressa aqui a alegria, pois a liturgia terrestre é uma participação e uma antecipação misteriosa da liturgia celestial. Quando o celebrante veste a alva, o branco (‘albus’ em latim é branco) significa a pureza do coração. No passado, ao vestir-se o sacerdote rezava: « Livra-me da impureza, Senhor e purifica o meu coração, para que alvejado no sangue do Cordeiro, eu possa gozar da alegria eterna ». Aqui se alude ao Apocalipse (7, 9-17). No batismo se coloca ao batizado a veste branca, sinal da vida nova, da participação na vida da Senhor, efeito de ser livre da mácula original. E o sacerdote diz: « Receba este hábito branco, guarde-o limpo para que, ao aparecer diante o Juiz supremo, possa receber a vida eterna ». Descrevendo o rito batismal, santo Ambrósio diz : « Depois disso, você recebe o hábito branco que mostra que deixou cair a capa do pecado e recebeu o véu casto da inocência, segundo a palavra do profeta : ‘Purifica-me com hissopo, e eu ficarei puro. Lavame e eu ficarei mais branco do que a neve’ (salmo 5,9) » A Igreja diz: « Sou morena, mas formosa, ó filhas de Jerusalém » (Ct. 1,5): é morena pela fraqueza da naturaleza humana. Ela é constituida por pecadores. As filhas de Jerusalém ficam admiradas ao ver as roupas brancas, dizendo: « Quem é essa que se levanta vestida de branco? » Era morena, como se tornou branca? (Ambrósio, Tratado sobre os M istérios, cap. 29-30, 34-35, 42). Na Igreja primitiva, os batizados, durante a noite da Páscoa vestiam a roupa branca e a depositaram no sábado ou domingo da oitava (‘dominica in albis’). Para todos os ofícios litúrgicos, usa-se a alva ou um hábito derivado como o roquete ou o sobrepeliz. Em algumas regiões, cobre-se o féretro de crianças, de virgens, de sacerdotes e religiosos com um lenço branco, simbolizando a inocência ou a consagração. O branco evoca também a esfera santa e divina. Por isso se fala do “Cordeiro branco” e a Virgem veste um hábito branco (com uma capa azul celeste que evoca o céu espaçoso). Pela sua assunção, ela é a rainha do céu. Por sua dignidade suprema, o Papa usa um talar branco. Segundo Stefano Sanchirico, os cônegos regulares lateranenses usaram o mesmo hábito (veja o Osservatore Romano do 19.09.2010, p.8-9). Os lírios brancos são um sinal de limpidez e um atributo frequente de santos, entre os quais no primeiro lugar M aria, a mãe de Deus, e São José. 5. O hábito branco Os cônegos premonstratenses vestem um hábito branco; daí que a Ordem recebeu o nome de ‘Ordo candidus’, a Ordem branca. Na Inglaterra, os padres norbertinos são chamados « white canons » (cônegos brancos) e nos Países Baixos «Witheren » (senhores brancos). Em Roggenburgo, os membros da antiga abadia imperial eram chamados de « cisnes brancos ». Na Vida A de São Norberto, chegamos a saber algo sobre a justificação daquela tradição, quando é atribuída a Norberto o seguinte comentário da Regra: « Se existir uma certa excitação nas almas com respeito à cor, expessura ou fineza da vestidura, seria bom que aqueles que se dão o direito de fazer criticismo, nos digam onde se fale na Regra, no Evangelho ou no livro dos Apóstolos, da cor branca ou preta e, onde se prescreva a expessura ou a fineza da vestidura; então se daria confiança a eles. No entanto, uma coisa é segura: pode-se ler que os anjos, como testemunhas da Ressurreição, apareceram vestidos de branco e, que a roupa dos penitentes, conforme o uso e a prescrição da Igreja, é feita de lã. Da mesma maneira, no Antigo testamento, se vestia lã quando se ia ao povo, porém no santuário se vestia hábitos feitos de linho. Então parece que os hábitos brancos devem passar por características dos anjos e, como sinal de penitência, o corpo nu deve vestir um hábito de lã. Porém, não se renunciará aos hábitos de linho no templo do Senhor e para atos sagrados. » (Vida A, capítulo Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 38 12). Para Norberto tratam-se de várias questões importantes. Para ele era uma veste de penitência, colocada sobre o corpo nu. Para a liturgia se usava um hábito de linho acima daquela veste. O hábito de linho provém seguramente da tradição canonical. De tal maneira, seguindo a reforma severa, Norberto une um estilo de vida monástico à tradição canonical de uma liturgia bela. Um pouco mais tarde, apoiando-se na Escritura, Norberto recomenda a limpeza do altar e para os atos litúrgicos (Vida A). Os hábitos brancos são características dos anjos. Anunciando a Ressurreição, eles vestem hábitos brancos, - o que confirmam os quatro evangelistas. Eles são mensageiros dum outro mundo, da esfera divina, o que se expressa pela cor branca. Eles devem comunicar uma mensagem importante. Daí que o hábito branco significa pleno poder e santidade, missão e proclamação. Assim o uso do hábito adquire um significado sagrado. Os que o vestem, serão mensageiros e proclamadores da Ressurreição, mensageiros de alegria, anunciadores da verdade que o Senhor venceu a morte e vive. (Thomas Handgrätinger, Three accesses to the Canonical Spirituality, in: Communicator n° 52, p.3-17). Isso contrasta o aspecto ascético do hábito de penitência que implica a renúncia às comodidades, e a rejeição de todo amolecimento e ostentação. O hábito deve ser uma expressão exterior dum estilo de vida modesto, despretensioso e pobre; assim se sublinha a autenticidade da mensagem. Sendo pessoalmente pobre e modesto, o religioso pode chegar a todos e exercer seu papel de intermediário. M ais tarde, Domingos e seu movimento de pregadores aproveitarão isso de forma reforçada: o efeito de uma pregação depende também da autenticidade do estilo de vida do pregador. Quem recomenda beber água, não beberá vinho! O estilo de vida e a mensagem devem concordar. Essa foi a motivação de Norberto que, segundo foi escrito, usava sempre um hábito muito áspero. Com o tempo, a veste simples de lã se tornou um hábito mais caro com colarinho, escapulário, faixa e capuchinho. Conservando a cor branca, a veste chegou a ser agradável de ver, e se tornou mais sinal do estado canonical do que da pobreza. A respeito disso, as Constituições dizem somente o seguinte: « O nosso hábito branco, recebido, como de costume, é um sinal tríplice de santidade de vida, de tradição da Igreja, e de unidade da Ordem. Deve ser usado, de acordo com os costumes locais, particularmente para o culto litúrgico. Quando, por algum motivo, os confrades são impedidos de usar o hábito regular da Ordem, se adaptem aos costumes locais.” (n° 90) O nosso hábito evidencia que pertencemos a nossa Ordem, oferece identidade e proteção, e sublinha de maneira visível a nossa integração a uma família religiosa. Assim o hábito proporciona um estilo de vida espiritual que se distingue do vestuário civil usual e, exerce a função de sinal para o exterior. Quem usa o hábito, segue uma ordem de vida distinta, sugerida por Paulo “Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e, se morremos, é para o Senhor que morremos” (Rm, 14,8). Pertencemos ao Senhor, e todos podem vê-lo. Isso condiciona que haja uma forma de vida correspondente e uma atitude adequada. O rito da vestição não assinala outros comentários: “Após a interrogação se dá o hábito”. O código de Direito Canônico comenta só: “Os religiosos usem o hábito do instituto, confeccionado de acordo com o direito próprio, como sinal de sua consagração e como testemunho de pobreza” (Cân 669 §1). Sublinha-se aqui especialmente o sentido de sinal e de testemunho. No passado, citava-se durante a vestição o texto seguinte de São Paulo: “Vocês devem deixar de viver como viviam antes, como homem velho que se corrompe com paixões enganadoras. É preciso que vocês se renovem pela transformação espiritual da inteligência, e se revistam do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade” (Ef 4, 22-24). Para cada cristão premonstratense, trata-se de uma profunda Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 39 transformação e de um começo novo em Cristo, de quem já se revestiu no seu batismo (Gl. 3,27). É isso que o hábito premonstratense quer expressar. Num relatório de uma visita canônica se lia: “O hábito é uma recordação forte para nós mesmos e para os outros, do testemunho da vida consagrada a Deus. O hábito branco é um sinal peculiar, que usamos com orgulho, para expressar que somos filhos de Norberto. Registre-se pelo menos no livro de usos, que o hábito deve ser usado no coro e nas refeições.” 6. Reflexões finais Finalmente, vem aqui um poema de Lori Runowsky, dedicado especialmente aos mártires. Eles derramaram o seu sangue e foram lavados no sangue do Cordeiro, em virtude do Amor divino que transforma tudo: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5). É possível que o hábito branco dos cônegos da Ordem Branca (Ordo Candidus) reflita algo desse Amor transformador e renovador? Magníficos hábitos brancos Magníficos hábitos brancos emprestados por Deus, o Senhor, como sinal da fidelidade daqueles que o mereceram. Padeceram muitos sofrimentos, suportaram a perseguição, mas não obstante ficaram firmes, pois o amavam e serviam com muito gosto. Na tentação veemente não duvidaram um só momento, levaram o peso e a preocupação da vida e o serviam com muito gosto. Agora vestem hábitos brancos porque venceram a morte. Os nomes ficam registrados para sempre no livro da vida. + Dom Tomás Handgrätinger Abade Geral Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 40 Reflexões sobre o Carisma (Por Pe. Bernardo Ardura) Por ocasião do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, o Padre Bernardo Ardura O.Praem nos oferece sugestões para uma reflexão. O Padre Bernardo é Procurador de nossa Ordem e Presidente do Comitê Pontifício das Ciências Históricas. Na vigília do Ano da Fé consagrado à nova evangelização, que será inaugurado junto com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano Segundo, vários institutos de vida religiosa manifestaram o desejo de aprofundar o seu carisma. Aliás, o Concílio Vaticano II evoca várias vezes os carismas e precisa a natureza deles. 1. A sua origem está no Espírito Santo: “ Ele conduz a Igreja à verdade total e a unifica na comunhão e no ministério; Ele a enriquece e a guia com diversos dons hierárquicos e carismáticos” (Lumen Gentium, 4). 2. Os carismas são dados para o bem da Igreja inteira, da mesma maneira que os ofícios hierárquicos: “ Estes carismas, quer sejam os mais elevados, quer também os mais simples e comuns, devem ser recebidos com ação de graças e consolação, por serem muito acomodados e úteis às necessidades da Igreja” (LG 12). 3. Os carismas são destinados principalmente à evangelização: “ Repartindo para o bem da Igreja os seus dons a cada um como lhe apraz, o Espírito Santo inspira no coração de indivíduos a vocação missionária e ao mesmo tempo suscita na Igreja institutos que assumam como a sua própria tarefa a missão de evangelização que pertence a toda a Igreja.” 4. Os conselhos evangélicos e as diversas formas de vida consagrada são carismas aprovados pela autoridade dos sucessores dos apóstolos: “ A autoridade da Igreja, sob a direção do Espírito Santo, cuidou de regular a sua prática e também de constituir, à base deles, formas estáveis de vida. E assim sucedeu que, como em árvore plantada por Deus e maravilhosa e variadamente ramificada no campo do Senhor, surgiram diversas formas de vida, quer solitária quer comum, e várias famílias religiosas, que vêm aumentar as riquezas espirituais, tanto em proveito dos seus próprios membros como no de todo o Corpo de Cristo” (LG 43). O carisma dos fundadores Encontra-se no Evangelho (M c 16, 17-18, Lc 21, 15, etc.) e nos Atos dos Apóstolos (2, 1-13 ; 5,12, etc.) a afirmação repetida de manifestações espirituais que São Paulo na carta aos Coríntios chama de graça, vinculando-as com o dom do Espírito feito à humanidade na pessoa do Salvador. Diante da diversidade dos carismas, São Paulo destaca mais bem a unidade deles que está em Deus, na unidade da Trindade. São graças, ministérios e energias (I Cor. 12, 4-6). Os carismas são dados para a « utilidade comum », tendo como finalidade o bem comum sobrenatural da Igreja, e não para a vantagem espiritual do indivíduo. Ademais, cada carisma representa um serviço ou uma função especial que deve concorrer, no seu lugar e segundo a sua própria atividade, para o bem espiritual do conjunto. Os carismas derivam-se do Cristo Cabeça a toda a Igreja, destinados para a construção e o crescimento do Corpo M ístico. E eles asseguram a unidade da fé (I Cor 12, 12-14). Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 41 Na história da Igreja, a questão dos carismas foi tratada de maneira diversa e teve uma sorte diferente. Parece que Santo Tomás d’Aquino tenha apresentado no século XIII a síntese mais elaborada sobre a natureza e a função dos carismas. Segundo ele, eles estão no nível dos estados de vida e das funções na Igreja: os carismas concernem à vida cristã e são essenciais para o seu desenvolvimento moral (Summa Theologica, IIa-IIae, q.171). No seu intento de classificação, Tomás distingue os carismas da graça. Ela é dada para que os batizados se tornem agradáveis a Deus - gratia gratum faciens – enquanto que os carismas são dados gratuitamente - gratia gratis data – para o bem de toda a comunidade dos fiéis. Assim o carisma de um fundador deve se compreender como pertencente à Igreja, e não à pessoa determinada. Essa é então depositária, é um instrumento para a comunicação do carisma aos discípulos que o Espírito Santo suscitará. No final, Santo Tomás insiste na função doutrinal ou apologética dos carismas: “Estão destinados para a manifestação da fé e da doutrina espiritual” (ib. III, q.7, a.7). Por isso é conveniente dizer que o carisma dos fundadores é um dom particular concedido por Cristo a alguém, por intermédio do Espírito Santo, o Santificador que dá vida (como diz o Credo). O carisma é um dom divino, reconhecido como tal pela autoridade eclesial assistida pelo mesmo Espírito, em vista do bem de todo o Corpo de Cristo. Compreende-se facilmente: através do carisma dos fundadores, o Espírito Santo manifesta o seu poder de suscitar a vocação para um estado de vida correspondente a necessidades específicas do Corpo M ístico e, de fecundar a vida consagrada dos que respondem a tal vocação. O Espírito suscita fundadores e também a vocação dos discípulos deles em vista do bem de toda a Igreja. O que responder à pergunta sobre o carisma dos institutos de vida consagrada? Tratando-se de uma Ordem histórica, fundada há 900 anos, a pergunta parece talvez pretensiosa ou ingênua. No entanto, a pergunta se apresentou a meu espírito como um « leitmotiv », por causa das relações numerosas durante quase 40 anos com diferentes institutos de vida consagrada dos quais alguns existiam apenas a uns decênios, enquanto que outros haviam terminado a sua própria história pela morte de seus últimos membros, ou pela união com um outro instituto. Com frequência testemunhei discussões ríspidas sobre o carisma de institutos do século XIX, da primeira metade do século XX, ou de fundações pós-conciliares. O que mais me chamou a atenção foram os dois tipos de resposta à pergunta « Qual é o seu carisma? » que me deixaram insatisfeito. Os institutos fundados no século XIX ou na primeira metade do século XX, nasceram amiúde para responder a necessidades da Igreja ou da sociedade. Tal congregação de religiosas foi fundada para a evangelização das pequenas paróquias rurais, tal outra para assegurar uma presença cristã nos hospitais, nas prisões. Esses institutos foram necessários e foram reconhecidos pela autoridade da Igreja. É bom lembrar-se que nesses institutos muitos homens e mulheres se tornaram santos pela dedicação à sua vocação específica. Porém, a resposta à pergunta : « Qual é o seu carisma? » usava amiúde termos de ‘missão’: « Fomos fundados para fazer tal coisa »; « fomos fundados para valorizar tal aspeto da espiritualidade cristã ». Ora, os aspetos da missão ou da espiritualidade cristã não são o carisma; constituem as realizações concretas do carisma no nível social ou espiritual. De fato, a minha pergunta ficava sem resposta. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 42 Outro exemplo. Penso num instituto novo que imita a vida dos cônegos regulares. Os seus membros me respondiam : « Fomos fundados para fomentar um instituto bem formado no nível filosófico e teológico; cada semana temos um dia de deserto para manter uma vida de oração constante ». Os membros de outro instituto novo tinham discussões vivas com o fundador sobre o carisma deles. Querem vincular-se à grande tradição monástica, privilegiando ao mesmo tempo a vida na cidade, com uma liturgia de tipo oriental, com a intenção de trabalhar 4 horas por dia, e procurando o silêncio desértico do beato Charles de Foucauld. Será que tudo isso forma um carisma? Qual é o carisma Premonstratense? da Ordem Que podemos dizer-nos com respeito ao nosso carisma, evitando uma resposta errada em termos de missão? Que é que São Norberto quis e criou? Uma coisa é certa: Com os seus primeiros companheiros, Norberto decidiu seguir vivendo fiel à sua formação canonical. A vida canonical não implicava necessariamente o exercício de um ministério; considerava tal forma de serviço como possível, enquanto que o Concílio Ecumênico de Latrão (18-23 de março de 1123) proibiu aos monges celebrar missas públicas, visitar enfermos fora do mosteiro e dar-lhes a unção. Os primeiros capítulos gerais de Prémontré não mencionam o ministério. M as, para responder à pergunta do carisma, não vamos falar em termos de missão! No passado os premonstratenses foram muitas vezes identificados como os « párocos brancos »! Por outro lado, conhecemos a atração que Norberto e seus primeiros companheiros sentiam pela ascese rigorosa, como era também praticada pelos cônegos de Rolduc e de Arrouaise. Não faltaram as críticas quando Norberto decidiu seguir a regra severa do “Ordo M onasterii”, que se acreditava escrita por santo Agostinho. De onde veio aquela atração pela ascese? Uma primeira explicação se encontra no contexto da fundação em Prémontré: a primeira finalidade da reforma gregoriana foi a de reformar a vida dos clérigos. Porém, segundo a minha opinião, precisa-se fazer uma busca mais profunda para identificar o carisma da Ordem Premonstratense. Nas grandes Ordens históricas dos Beneditinos, dos Cistercienses, dos Premonstratenses e dos M endicantes, pouco se falava da especialização na vida consagrada. Isso se tem desenvolvido sem cessar quando os institutos se multiplicaram e se introduziram distinções desconhecidas pela Igreja do primeiro milênio. Assim, por exemplo, se começou a distinguir a ‘vida ativa’ da ‘vida contemplativa’. Assim, o carisma de um instituto terminou sendo considerado como um aspeto cada vez mais limitado e preciso da missão da Igreja ou como uma forma de devoção vinculada com a espiritualidade da época da fundação do instituto. Aliás, a especialização exagerada gerou às vezes um isolamento e uma incapacidade de reconhecer os sinais dos tempos dos quais falou João XXIII. Sem dúvida, São Norberto e os fundadores da Reforma Gregoriana se inspiraram no Evangelho de São M arcos e nos Atos dos Apóstolos. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 43 Na formação do grupo dos doze, M arcos sublinha: “Jesus subiu um monte, chamou os que ele quis, e eles foram para perto dele. Então escolheu doze homens para ficarem com ele e serem enviados para anunciar o evangelho” (M c 3,13-14). A tradução literal seria: “os criou doze”, pois o verbo grego é o mesmo usado no texto do Gênesis: “Deus criou o céu e a terra” (Gên. 1,1). Essa tradução sublinha que os doze existem somente sob a forma de um colégio e que a comunhão deles se realiza somente em torno da pessoa de Jesus. Os dois outros textos de referência encontram-se nos Atos dos Apóstolos e descrevem a primeira comunidade de Jerusalém: « Todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações » (At. 2,42). Depois, Lucas descreve a primeira comunidade aberta aos convertidos: « Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham » (At.2,44). Essas referências são comuns ao conjunto dos fundadores contemporâneos de São Norberto. Qual é então a originalidade do fundador de Prémontré? Parece que aqueles trechos do Novo Testamento inspiraram a todos. Para os contemporâneos de Norberto, a comunidade de Jerusalém era um ideal luminoso, não somente para estimular a generosidade das vocações, mas também para indicar-lhes um modo de vida exemplar, fundado sobre a comunhão concretizada na partilha dos bens. Essa é a característica pela qual o Ordo novus se diferencia dos cônegos que seguem a regra de Aix-laChapelle. A originalidade de Norberto consiste no fato que ele não se limita a considerar a comunidade primitiva de Jerusalém somente como uma referência insígne, um ideal capaz de inspirar um modo de vida semelhante ao ideal dos apóstolos. Norberto quer recriar concretamente em Prémontré a comunidade de Jerusalém, com a diversidade de vocações unidas numa mesma comunhão. Efetivamente, Norberto atrai a Prémontré não somente clérigos, mas também leigos ‘convertidos’ que recebem um hábito regular e se dedicam aos assuntos da comunidade. Hermano de Tournai notifica que Norberto atraia também mulheres a Prémontré: « O mosteiro de Cîteaux acolhe somente aos homens; mas o senhor Norberto, ademais de pessoas do sexo masculino, acolheu também mulheres por ser convertidas. E assim, nos seus mosteiros a observância delas é mesma visivelmente mais rigorosa e estrita que a dos homens.» Norberto se tornou convicto: ia viver em comunidade com irmãos e irmãs, compartilhando os bens e esforçando-se para levar uma vida semelhante à dos apóstolos e das santas mulheres reunidas ao redor de Cristo. Nos primeiros dias da primavera de 1120, Norberto saiu de Prémontré para pregar e recrutar seus companheiros. Confirmando o modo de vida dos primeiros premonstratenses, os delegados pontifícios Pedro de León e Gregório do Santo Anjo declararam em 1124 : « Agradecemos a Deus por sua misericórdia que sobrepassa tudo; foi Ele quem inspirou a vocês para renovar a vida louvável dos santos padres e da instituição estabelecida pela doutrina dos apóstolos que florescia no começo da Igreja, mas que quase ficou abolida nos séculos seguintes. ». A escolha da Regra de Santo Agostinho era necessária, primeiro porque permitia à nova comunidade diferenciar-se da ordem monástica; mas a Regra oferecia também um ideal Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 44 resumido em poucas palavras na Exortação para os Irmãos: « Primeiramente, vivendo em comunidade, deveis viver em perfeito acordo, existindo entre vós um só coração e uma só alma em Deus ». Parece-me que esse ideal constitui o carisma próprio da Ordem de Prémonté, muito bem expresso em nossas Constituições (n° 27): « A vida apostólica consiste em, tendo o Espírito de Cristo como guia, ter também um só coração e uma só alma; ter tudo em comum; perseverar na doutrina dos Apóstolos; perseverando na oração comum em união com MARIA, M ÃE DE JESUS; partir o pão com alegria, isto é, ter a Eucaristia como ponto central de toda a vida; dar testemunho da ressurreição de Jesus Cristo Nosso Senhor pela pregação, pela vivência e por toda espécie de apostolado (cf. At. 1, 13-14; 2,42-47; 6,1-7, etc.). Esta vida apostólica seja o supremo valor que deve caracterizar toda a nossa vida.” Parece-me que é esse o carisma da Ordem de Prémontré. M as, como o carisma necessita encarnar-se concretamente na vida comunitária, São Norberto e o Beato Hugo adotaram um certo número de elementos e costumes que, no século XII, eram sinais visíveis habituais da vida consagrada e meios para por em prática a intuição do fundador. Assim entraram na Ordem de Prémontré a fórmula da profissão, o hábito regular, a celebração solene do ofício divino que culmina na Eucaristia, o capítulo diário, o estudo e a contemplação, a pregação da Palavra de Deus, a acolhida dos pobres e dos peregrinos. Observemos também que, naquele tempo, a devoção mariana não fazia parte das tradições canonicais. O famoso sermão de São Norberto, do qual se lia diariamente um trecho em algumas abadias, não menciona aquela devoção mariana. Essa ausência milita em favor da autenticidade do sermão. Porém, o contexto espiritual do século XII estava marcado por um desenvolvimento intenso da devoção à Virgem M aria. O mais conhecido promotor dela foi São Bernardo. O amor à Virgem que Norberto compartilhava com seus contemporâneos integrou-se bem naquele contexto; por isso os autores premonstratenses posteriores iam considerar aquela devoção como um dos elementos característicos da Ordem. Conclusão O Concílio Vaticano II convidou expressamente os institutos de vida consagrada para conservar e promover o seu próprio carisma. Compreendamos esse elemento central, inegociável e constitutivo da identidade, é fonte de inspiração para a vida regular e o ministério; ela oferece a referência privilegiada para avaliar a dimensão eclesial de nossa vida comunitária. Para isso nos convidam as nossas Constituições: “A comunhão da Igreja de Cristo deve encarnar-se concretamene em nossas igrejas. Embora esta comunhão seja um dom da graça, para que ela se verifique diariamente, é necessário que todos os membros de nossas igrejas, onde há diversidade de ministério, colaborem de acordo com os dons recebidos, para que ela se estabeleça. Aqueles que, pelos votos religiosos se consagram às nossas igrejas, são chamados para, na vida comum, realizar a missão apostólica, vivendo a comunhão, tanto dentro quanto fora da comunidade. E, além disso, observem inteiramente o equilíbrio que há na comunhão com Deus, porque a autenticidade cristã e religiosa de suas vidas depende disto.”(Const. n° 31) Pe. Bernardo Ardura (Procurador da Ordem) Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 45 III NUESTRAS CONSTI TUCIONES O caminho para a plena integração na comunidade Capítulo II: o noviciado 1. O objetivo do noviciado A legislação da Igreja tem um caráter particular. Por isso deve-se considerar a inspiração e o objetivo das leis eclesiásticas, - pelo menos se queremos observá-las bem. O direito canônico jamais pode ser reduzido a uma questão formal, porque a sua intenção é promover a redenção humana. Está enraizado no Evangelho. Tratando-se de leis para a vida religiosa, a sua intenção é sobretudo promover a prática fiel do carisma de cada instituto religioso. Por isso não devemos ler as normas para o noviciado como se fossem normas técnicas arbitrárias. Não vamos compreendê-las bem, se não compreendermos o seu objetivo. Cân. 646 concerne ao objetivo do noviciado. Antes de mais, seu objetivo tem um caráter prático. Os noviços devem fazer experiência do modo de viver próprio da canonia na qual entraram. É um tempo de prova, de comprovação, durante o qual o noviço deve encontrar para si mesmo uma resposta à pergunta seguinte: “este modo de vida religiosa que me atrae, me convém realmente?” É evidente que esse aspecto vai determinar o lugar onde se organiza o noviciado. Outro objetivo prático do noviciado: os noviços devem comprovar a sua idoneidade para compartilhar a vida da canonia e, manifestar a constância de sua intenção. Por consequência, o noviciado necessita de uma certa duração e, implicará um contato realista com a comunidade à qual os noviços esperam pertencer mais tarde. Os cân. 650 -> 652 determinam a formação. O cân. 652 §2 indica a formação espiritual e religiosa para os noviços. Ao lado disso estipula-se o seguinte: - o direito próprio deve fixar um plano de formação (cân. 650 §1) a direção dos noviços é reservada unicamente ao mestre (cân. 650 §2) há somente um mestre, os outros irmãos não devem meter-se na formação o mestre trabalha sob a autoridade de seu prelado (cân. 651 §1) podem dar-se ao mestre colaboradores (cân. 651 §2) eles lhe estejam sujeitos no que se refere à direção e às diretrizes (cân. 651 §2) A formação do noviciado implica um aspecto quase inacessível e, Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 46 que talvez seja mais importante do que pode ser programado e transmitido nas aulas. Trata-se do contato vivo com a comunidade concreta: ali o candidato observa e descobre o modo de viver de seus membros. Isso levará à constatação inevitável de uma diferença entre a teoria e a prática, entre o ideal e a realidade. Como o candidato deve optar por uma comunidade concreta, é indispensável que a conheça realmente. Não é suficiente conhecê-la ao modo de um pesquisador, exteriormente, é necessário vivenciar a sua realidade interior. Parece que o legislador está consciente da riqueza e do perigo desse modo de formar: “Os membros do instituto, na parte que lhes cabe, cuidem de colaborar no trabalho de formação dos noviços, com o exemplo de vida e pela oração.” (cân. 652 §4) As nossas Constituições incluiram uma norma semelhante (n°142). Os noviços não se ocupem com estudos e encargos que não servem diretamente para a formação indicada (cân 652 §5). 2. o lugar do noviciado Cân.647 e o n° 151: “Para ser válido, o noviciado deve ser feito na casa devidamente designda para isso.” Porém, ser membro de nossa Ordem implica ser membro de uma canonia determinada. Por essa razão, o n° 160 determina que “toda canonia é de direito uma casa na qual o noviciado pode ser feito.” Trata-se aqui da casa central (a abadia ou o priorado) com a qual os confrades estão vinculados por profissão. O direito prefere tal casa, porque a Ordem está formada por comunidades autônomas e nelas se pode experimentar de maneira mais real a vida de nossa Ordem. Todavia, existe a possibilidade legal de dar preferência a outra casa. Com a autorização do abade geral e com o consentimento do definitório, o prelado pode instalar o noviciado numa casa dependente de sua canonia. Essa casa dependente será então o único noviciado da canonia. Porém, existe a possibilidade de ter mais de uma casa de noviciado. Para abrir um segundo ou terceiro noviciado, deve ter um decreto escrito do abade geral, publicado com o acordo dos definitores. O abade geral tem a faculdade de abrir um noviciado numa casa que depende diretamente dele. Os cânones 647 e 648 foram inteiramente integrados em nossas Constituições :n° 151-153. Devem sinalizar-se duas exceções: - cân. 47 §2 Excepcionalmente, o abade geral, com o consentimento do definitório, pode autorizar que um candidato faça o noviciado numa casa da Ordem que não seja casa de noviciado. Neste caso, o noviço é confiado a um confrade experiente que faça as vezes do mestre de noviços. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 47 cân. 647 §3 O prelado pode permitir que o grupo de noviços, em determinados períodos de tempo, more em outra casa da Ordem por ele designada. T rata-se de todo o grupo dos noviços e de um tempo limitado. Poderia ser para umas aulas ou uma experiência de formação. Poderia ser também para participar de reuniões, levando em conta as condições climáticas, a necessidade de descansar ou a possibilidade de encontrar outra comunidade. T al tempo vivido fora do noviciado é considerado como vivido no noviciado. 3. a duração do noviciado n° 151 : “deve abranger doze meses”. n° 152 : - - Uma ausência de três meses, quer continuos, quer intercalados, torna inválido o noviciado. Quer dizer que o noviciado deve ser recomeçado inteiramente. Porém, não se trata da ausência de todo o grupo de noviços (veja cân. 647 §3). Uma ausência que ultrapassa quinze dias, deve ser suprida. n° 153 : trata de uma experiência eventual (atividades formativas) fora da casa do noviciado. Não é considerada como uma ausência. Não se trata de uma experiência de todo o grupo numa casa da Ordem: ela é considerada como feita na casa do noviciado. Trata-se de uma experiência feita fora da comunidade do noviciado. Deve-s e acrescentar o tempo da experiência ao noviciado, para completar os doze meses necessários para a validade do noviciado. Assim, por exemplo, o noviciado poderia ser organizado deste maneira: - seis meses na comunidade do noviciado, para começar - uma experiência de seis meses - seis meses de novo na comunidade do noviciado Se gundo a opinião do abade J. Wouters, tal organização não pode ser arbitrária; deveria ser estável e dependente da situação da canonia. n° 153 : o noviciado não pode ultrapassar dois anos. n° 154 : uma prorrogação excepcional de seis meses é possível: - se após dois anos de noviciado, uma dúvida persiste acerca da idoneidade do noviço; - ela não pode ultrapassar seis meses (cân. 653 §2) Em resumo: - o noviciado é um período de formação de dois anos (excepcionalmente prolongado de seis meses); - um ano deve ser vivido no interior do grupo de noviços; - a base desse grupo é uma casa de noviciado; - não pode ter ausências, exceto aquelas previstas nos cân. 647 §3 e 648 §2; - o n° 154 faz compreender que o segundo ano do noviciado depende da decisão de cada canonia, como também a organização de uma experiência fora de comunidade do noviciado (n° 153). 4. o fim do noviciado É claro que o noviciado termina ao ser incorporado o noviço na canonia pela profissão. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 48 cân. 653 §1 - n° 157 - o noviço pode abandonar livremente a canonia; - o prelado pode demitir o noviço - por justa causa, não arbitrariamente - o prelado decide a demissão, após ter ouvido o mestre dos noviços (exceto quando uma razão excepcional se opõe). n° 165 : a readmissão de um noviço na canonia da qual se afastou legitimamente - o prelado (com o consentimento de seu conselho), pode admiti-lo. - se já completou o ano canônico, não deve repeti-lo. Deve completar o segundo ano, prolongado eventualmente por 6 meses. - se não completou o ano canônico, deve recomeçá-lo inteiramente. Corrigir o n° 165 (veja relatório Cap. Ger. p. 52) 5 a formação num noviciado comum É claro que a nossa Ordem e também cada canonia têm seu caráter. Porém, por causa do número pequeno de candidatos ou da falta de mestres ou professores, pode surgir a necessidade de colaborar com outras canonias ou com outras Ordens ou Congregações. Essa colaboração pode existir em aulas organizadas para um grupo de noviços de distintos institutos. A participação das aulas deve organizar-se respeitando as normas de nossas constituições relativas ao lugar e à duração do noviciado. Veja também o cân. 647 §3. A formação dos noviços significa um investimento sério da comunidade; para nossa Ordem se trata sempre de uma iniciação séria numa canonia determinada. Compreendendo isso, aprecia-se a importância e o objetivo do noviciado em nossa Ordem. capítulo III a profissão temporária e solene 1. terminologia A profissão temporária, como instituto, é relativamente nova na história da Igreja. Foi introduzida aos 17.03.1857 por uma carta da Congregação Romana para esses assuntos. “Neminem latet” prescreveu que a profissão solene seja precedida por uma profissão simples, feita por três anos. Aquela prescrição se referia somente aos institutos com votos solenes: as ordens religiosas. O motivo da Congregação era a necessidade de prolongar o período da formação, por causa das condições do tempo. Procurava-se preservar a qualidade e a dignidade da vida religiosa, então criticadas com grande força em certos ambientes. Antes de 1857, em nossa Ordem os candidatos eram admitidos à profissão solene imediatamente após o segundo ano do noviciado. O Direito Canônico não utiliza mais os termos “votos simples - votos solenes”, senão “votos temporários - votos perpétuos”. Em nossa ordem existe o termo “votos solenes” : é conveniente dar uma explicação. A distinção tradicional entre os votos solenes e simples deixou alguns traços no direito Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 49 canônico atual. Por exemplo, o cân. 668 §1 estipula que os noviços, antes da primeira profissão, cedam a administração de seus bens a quem preferirem, porém eles continuam dispondo livremente do uso e do usufruto deles. Façam, porém, antes da profissão perpétua, testamento que seja válido também no direito civil. Estas estipulações foram introduzidas literalmente no n° 164 de nossas Constituições. O que constitui no passado o conteúdo dos votos simples é, a grosso modo, retomado nessa definição; ela quer dar uma forma jurídica ao voto de pobreza. No passado, ao fazer a profissão simples de pobreza, o religioso continuava sendo o proprietário dos bens que possuía naquele momento. Devia somente ceder a administração desses bens a quem preferisse. Tudo o que adquiria após a profissão se tornava propriedade do instituto de sua profissão. Essa norma vale atualmente para quem faz os votos temporários. Segundo o direito comum atual e segundo as nossas constituições, o religioso com votos temporários deve redigir, antes da profissão perpétua, um testamento que seja válido também no direito civil. Segundo os comentaristas, trata-se aqui de uma obrigação grave em primeiro lugar para os candidatos, mas indiretamente também para o superior, que pode e deve insistir para que a norma seja observada. O termo ‘testamento’ refere-se às disposições tomadas por alguém, relativas ao destino de seus bens, após a sua morte. O candidato para a profissão perpétua pode adiar a redação de seu testamento até o momento de sua admissão pelo prelado para a profissão perpétua. Por natureza, a redação do testamento é um ato livre. Quem redige o testamento é completamente livre para determinar o seu conteúdo. As constituições não podem limitar essa liberdade. O significado simbólico desse ato é grande: expressa claramente a renúncia aos bens pronunciada na profissão. O n° 167 indica o conteúdo dos votos solenes: é exatamente o que determinam os §4 e §5 do cân. 668. Neles se definem as consequências da profissão solene dos que estão obrigados a renunciar totalmente a seus bens em força das constituições1. Existe um vínculo entre a definição do n° 1672 e a identidade de nossa Ordem, pois a nossa profissão é uma profissão para a vida apostólica, como está descrita nos Atos dos Apóstolos. As nossas constituições se referem àquela vida de maneira explícita no n° 27 e, de maneira mais implícita no n° 43. Esse elemento foi guardado com cuidado, através toda a história de nossa Ordem. E cada reforma quis acentuar a forma prática daquela exigência central. A profissão é um ato jurídico que acarreta obrigações e direitos. Porém, há mais. Ela é uma forma concreta de viver uma espiritualidade. A espiritualidade deve expressar-se não somente em cada ato, mas também na forma de viver. A entrega total implica consequências jurídicas, sem encontrar nelas toda a sua expressão. O modo de viver os três conselhos em nossa Ordem é o tema de outro artigo. Aqui nos limitamos aos aspectos jurídicos. Enquanto seja possível, a renúncia à propriedade pessoal deve fazer-se de maneira que seja válida também para a sociedade civil. Pela profissão em nossa Ordem, nos tornamos canonicamente incapazes de adquirir e possuir uma propriedade pessoal. Tudo o que o religioso adquire, pertence legitimamente a sua canonia. Ela toma medidas para organizá-lo de maneira prática. Pode existir uma convenção ou costumes locais. Ao renunciar totalmente a seus bens, antes da profissão solene, o religioso pode distribui-los a quem preferir. A renúncia entra em vigor desde o dia da profissão solene. 1 2 Eles perdem a capacid ade de adquirir e possuir....e o que lhes advém pertence à comunidad e. « Aos que se ligaram à Ordem pelo voto perpétuo da castidade, é inválido tentar o matrimônio.” Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 50 A última frase do n° 167 é um eco do código de 1917. Segundo ele, os votos solenes diferenciavam-se dos votos perpétuos (simples) de duas maneiras: o professo solene renunciava totalmente aos bens e o seu matrimônio era inválido. O professo simples guardava a capacidade de possuir bens; o seu matrimônio era ilícito, mas não inválido. Atualmente, segundo o cân. 1088, o voto público perpétuo de castidade constitui um impedimento para um matrimônio válido. O religioso que tiver contraído ou tentado matrimônio, mesmo só civilmente, deve ser tido como pelo próprio fato demitido de seu instituto (cân. 694 §2). Os votos temporários (como os votos simples no passado) não formam um impedimento para o matrimônio. Bem que seja proibido para um professo temporário casar, o seu matrimônio eventual não seria inválido. Em resumo: o conteúdo da profissão temporária em nossa Ordem corresponde àquele da profissão simples do passado. Em nossa Ordem falamos de votos solenes, porque a nossa profissão para a vida exige a renúncia à propriedade pessoal. 2. a profissão temporária Pela profissão religiosa, o noviço se torna religioso e, é incorporado na canonia de sua profissão. Condições - para a validade da profissão temporária, segundo o direito comum (cân 656) * ter completado ao menos 18 anos * o noviciado feito validamente * ser admitido pelo superior (com o voto de seu conselho) * profissão expressa sem violência, medo grave ou dolo * recebida pelo superior legítimo (por si ou por outro) - para a admissão pelo prelado, segundo o direito próprio (n°161) * tornar-se ciente do relatório do mestre (para a validade) * consultar os colaboradores na formação (para a validade) * comunicar a profissão ao capítulo da casa, de tal modo que se dê a ocasião de manifestar uma opinião ponderada * obter o consentimento do conselho (como para a admissão ao noviciado) A profissão temporária pode fazer-se por um ano. Para a sua renovação, o prelado precisa do consentimento de seu conselho. Os votos podem fazer-se por um período mais longo (2, 3, 4, 5, 6 anos). Antes de emitir os votos solenes, o junior deve ter vivido um período de votos de ao menos 3 e ao máximo 6 anos; excepcionalmente o período pode durar ao máximo 9 anos (n° 162). Esse período dos votos temporários não pode interromper-se: a renovação deve fazer-se no mesmo dia do calendário no qual foi pronunciada a profissão anterior (n° 163). O prelado pode anticipar a profissão solene, porém, não mais de três meses (n° 166). da readmissão Quem, terminado o noviciado ou, depois a profissão sair da Ordem, pode ser readmitido na mesma canonia 3, sem a obrigação de repetir o noviciado. O prelado precisa do consentimento de seu conselho. Cabe ao prelado determinar uma conveniente provação antes da profissão temporária (n° 165). O tempo da profissão, após a readmissão, não seja menor que três anos. 3 O n° 165 foi corrigido pelo capítulo geral de 2006 Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 51 da demissão durante a profissão temporária O junior não pode ser demitido, exceto pelas causas mencionadas nos números 317 e 318. Os cânones mencionados no n° 319 indicam o modo de proceder. Quem não é admitido para prolongar a sua profissão, deve sair da Ordem quando terminar o tempo de sua profissão. uma doença que, a juízo de peritos, torna a pessoa inapta para a vida em nossa Ordem, constitui uma causa para a sua demissão – a não ser que a doença tenha sido contraída por negligência da Ordem, ou por causa de trabalho efetuado na Ordem. O religioso que na vigência de seus votos temporários contrai uma doença psíquica, de maneira a perder o uso da razão e a responsabilidade de seus atos, não pode renovar os seus votos. Porém, não pode ser despedido da Ordem: ele fica a cargo da canonia que o admitiu (n° 315). o indulto para sair O professo temporário pode, por uma razão grave, pedir ao abade geral um indulto para sair da Ordem. O abade geral precisa do consentimento dos definitores (n° 314). 3. a admissão à profissão solene as condições segundo o direito comum: • • ao menos 21 anos completos ao menos 3 anos de profissão temporária Em nossa Ordem, os votos perpétuos são chamados de ‘solenes’. No fim do período dos votos temporários, a pedido espontâneo do religioso, o prelado pode admiti-lo à profissão solene, após obter o consentimento do conselho. A profissão prevista deve ser comunicada aos membros da comunidade, de maneira que se dê a ocasião de manifestar um juízo ponderado sobre a idoneidade do candidato (n° 166). Segundo as constituições, uma longa preparação preceda à profissão. Cada canonia determine o tempo e o conteúdo daquela preparação. Para tal profissão temos um rito próprio, aprovado pela Santa-Sé em 1987. a demissão de um professo solene: * somente por causas gravíssimas * o modo de proceder está descrito nos cânones mencionados no n° 319. * para pedir o indulto, deve-se observar os cânones mencionados no n° 316. 4. os votos enquanto obrigações legais A leitura dos cânones 599-601 pode deixar-nos um pouco decepcionados. Dá-se aí uma descrição abreviada dos votos, com os elementos teológicos os mais sumários e com uma menção seca da obrigação assumida pela profissão. Essas normas devem ser lidas junto com as constituições, porque a maneira concreta de viver os conselhos evangélicos em nossa Ordem é uma expressão de nossa identidade. Pode-se dizer que o código apresenta um mero esboço; são as constituições e a vida que lhe dão cor e profundidade. Porém, é significativo de definir com precisão as implicações legais de cada voto. Assim ficamos a salvo de uma compreensão demasiado espiritual, - o que constitui um perigo para os que se consagram a um ideal. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 52 Ademais, a dependência de seus superiores pode gerar para os religiosos, situações menos desejáveis. A ordem em que são tratados os conselhos evangélicos no código de direito é a mesma que encontramos nos documentos da Igreja, após Vaticano II. Isso tem um fundamento teológico. O conselho de castidade assumido por causa do Reino dos céus vem em primeiro lugar, pois ele significa a aspiração de consagrar-se inteiramente a Cristo. Para o monaquismo primitivo, a castidade era um martírio sem banho de sangue, ou seja era um testemunho vivido. Ademais, é claro que a castidade não é a forma de vida eleita por cada celibatário cristão, mas ele é chamado para considerar com seriedade os conselhos de pobreza e obediência. Segundo o cân. 599, a castidade implica a obrigação da continência perfeita no celibato. Essa formulação não deixa subsistir dúvidas: ela não pode ser reduzida ao termo ‘celibato’. Exigese uma disciplina interior; ela implica, por exemplo, um uso seletivo e responsável dos meios de comunicação (veja o cân. 666). Já sabemos que, quem está ligado por voto perpétuo de castidade, tenta invalidamente o matrimônio (cân. 1088) e deve ser tido como ‘ipso facto’ demitido da Ordem (n° 317). Os cânones 1394 / 1395 indicam as penas para quem viola as obrigações assumidas pelo voto de castidade e dá escândalo (suspensão, privações e demissão do estado clerical). O regulamento do comportamento exteriormente perceptível e a preocupação pelo aspecto social da comunidade constituem o terreno próprio do direito. Assim, as consequências jurídicas da profissão de castidade evangélica se limitam ao comportamento exteriormente perceptível e ao escândalo eventual que provoca na comunidade eclesiástica. O crescimento pessoal de cada religioso depende da preocupação cordial e paciente do próprio religioso, de sua comunidade e de seus superiores. O cân. 600 descreve o aspecto jurídico do voto de pobreza como a dependência e a limitação no uso e na disposição dos bens, de acordo com o direito próprio de cada instituto. O direito comum deixa ao direito próprio a possibilidade de determinar a forma da pobreza religiosa. Já comentamos as disposições tomadas por nossas constituições. No cânone 601, o aspecto jurídico da obediência é descrito como submissão da vontade aos legítimos superiores, quando ordenam de acordo com as próprias constituições. Pela ligação daquela obrigação com as constituições, limita-se a sua aplicação. O superior não pode mandar o que é contrário às constituições. Embora que a obediência religiosa seja uma atitude interior profundamente espiritual, o direito fala só do que é exteriormente perceptível. Assim, por exemplo, para ordenar algo autenticamente, devem-se respeitar as exigências formais definidas pelos cânones 48 - 58. No cân. 696, a desobediência pertinaz às prescrições legítimas dos superiores é citada como uma das causas da eventual demissão de um religioso. Abade Jos Wouters – Abade de Averbode Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 53 IV ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES Noventa anos da chegada do Irmão José Withofs a Pirapora do Bom Jesus (1875-1959) Godfried Withofs, nascido em Eigenbilzen, Bélgica, em 1875, era o décimo filho do casal LAURENT WITHOFS, agricultor, e ELISABETH VAN DOOREN. 1. ÁRVORE GEN EALÓGICA D A FAMÍLIA WITHOFS LAURENT WITHOFS x (1851) ELISABETH VAN DOOREN 1826-1875 1829-1905 Animada pelo verdadeiro espírito de fé, ela fez para o coração de uma mãe o maior sacrifício: ela deu a Deus, na véspera de sua morte, seu filho caçula como missionário. Profundamente tocada pelos sentimentos cristãos, ela mostrou no momento da triste separação o céu, dizendo: “Meu filho, aqui na terra nunca nos veremos mais, mas lá em cima, nós nos encontraremos novamente para ficarmos eternamente unidos.". Filhos e filhas: 1. Laurent x (1881) M aria-Elisabeth M enten 1852-1943 1857-1924 2. Petrus * 04/04/1854 + 10/04/1854 3. Petrus x (1895) Theresia Jacobs Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 54 1855-1933 1864-1959 4. Willem x (1888) Hubertine-Elisabeth Veltmans 1857-1922 1860-? 5. Gerard x (1888) Joanna Appermans 1860-1911 1865-? 6. Jan x (1900) M aria-Catarina M eesters 1862-1935 1861-1947 7. M aria-Barbara x (1895) Joannes-Hubertus Cryns 1865-1935 1862-1890 8. Franciscus-Ludovicus 1867-1895 9. Elisabeth * 10/12/1869+ 14/03/1876 10. Cornélia x (1901) Jan Franciscus M oors 1872-1948 1870- ? 11. Godefridus 1875-1959 (O sinal “x” simboliza o matrimônio.) 2. ABAD IA PREMONS TRATENS E DE AVERBODE Com a idade de quase vinte anos, Godefridus se apresentou na abadia de Averbode para partir como missionário no Brasil com as seguintes palavras: “Senhor Abade, quando o Senhor acha que eu estou apto para ficar irmão, quero entrar quanto antes nesta comunidade.” Essa disponibilidade caracterizou a sua vida inteira. Ele recebeu o hábito cinzento e o nome religioso “José” aos 08 de meio de 1904. “Deu-lhe a Providência Divina o nome de José, o nome do carpinteiro de Nazaré, que moldou a figura humana de Jesus, para que fosse pela vida a fora, modelando, esculpindo a mesma face divina de Cristo, os mesmos homens e feitos que derivaram da pregação do Filho do Carpinteiro de Nazaré”. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 55 Partiu já para o Brasil aos 29 de setembro de 1904 com mais quatro outros irmãos; Ir. Agostinho M ahy, Ir. Alderico Fransen, Ir. Rumoldo Van der Auwera e Ir. Lamberto Baguette. “Cinqüenta e quatro anos de intenso labor artístico desenvolvidos no Brasil, ele que viera, em pleno sonho de juventude, para esta pátria deixando a sua jamais esquecida Bélgica flamenga.” 3. JAGURÃO: “COLÉGIO DO ES PÍRITO S ANTO” 1904 – 1914 De sua casa trouxe o talento de escultor e levava com ufania o nome de São José, o humilde carpinteiro de Nazaré. Em todas as casas, onde ele viveu (Jaguarão 1905-1914, Jaú 1915-1921 e Pirapora 1922-1959) esculpiu obras artísticas em madeira; como as estalas do coro, altares, confessionários, imagens de santos. Todo produto de suas mãos era destinado ao culto religioso. “Bem poucos o conheceram na humildade de sua oficina, nesse contínuo labor que era a sua prece, o seu modo original de elevar-se até Deus pelos trabalhos de suas mãos de artista.” Lá, em Jaguarão, na capela do colégio aos 11 de julho de 1905, emitiu seus votos perpétuos de obediência, de celibato consagrado a Deus e de pobreza. “Primeiro se santificou e depois infundiu na matéria inerte a flama que lhe vinha do interior, a luz que lhe brotava do coração e, como raios de graça divina, iam iluminar, iam aquecer o bloco frio e inerte de um tronco de árvore, dando-lhe a forma de um querubim.” Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 56 4. JAÚ: “ATEN EU MUN ICIPAL” - “COLÉGIO S ÃO NORBERTO” 1915 – 1921 “Antes que estas mãos pudessem produzir as belezas que produziram, antes que elas pudessem transformar um pedaço informe de madeira numa obra de arte, modelou-lhe Deus a alma, o coração, inspirando-o, quase divinizando-o para que, como fruto desse diálogo interior entre o coração e as mãos, florissem os altares, iluminassem os candelabros, cantasse a madeira silenciosa e bronca os louvores do Criador.” Com uma eloqüente simplicidade enchia seus dias com oração e trabalho, sem desperdiçar o tempo. Na comunidade ele era o confrade alegre e muito amado, que com sua cordialidade espontânea causava alegria aos confrades. Nunca falava mal de alguém. Irmão José era um religioso com uma profunda vida espiritual. O que Santo Agostinho diz na regra: “Faça tuas preces em momentos e tempos estabelecidos” ele aplicava. Ele ajudava tão devotamente a M issa, que os celebrantes se viam aconselhados a cumprir cuidadosamente esses santos deveres. Em cada sacerdote, independentemente de idade ou função, ele viu um “outro Cristo” e prestava-lhe assim seu respeito. 5. PIRAPORA: “S EMIN ÁRIO MENOR METROPOLITANO DE S ÃO PAULO” “S EMINÁRIO PREMONS TRATENS E” 1922 – 1959 “Subi ao alto da colina onde se ergue o seminário, entrai em sua igreja gótica e ficai vendo, observando, admirando o que puderam fazer essas mãos do grande escultor que foi o Irmão José.” “Lá estão os altares, os púlpitos, os candelabros, a mesa da comunhão, o trono do Abade, as estalas dos cônegos, a venerável cruz das procissões, o extraordinário castiçal do círio pascal, tudo maravilhosamente trabalhado, nessa profusão espiritual de anjos, de santos, de virgens consagradas aos altares, de flores, de folhagens, todo um mundo interior de visões celestes que rumorejava nessa alma de artista que, antes de ser artista, foi santo.” Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 57 Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 58 Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 59 Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 60 Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 61 Em cada casa o Irmão José deixou suas belas obras como lembranças e como sinais de seu profundo amor a Deus. “Quando dizíamos ao Irmão José: ‘Por que não manda às exposições alguma obra de sua autoria?’ – respondia-nos invariavelmente: ‘Porque trabalho para Deus e não para o mundo’ ”. 6. AOS 26/01/1959 O IRMÃO JOS É WITHOFS CHEGOU À CAS A DO PAI. “No esplendor de um dos dias mais belos deste verão, dia escolhido por Deus para a partida de seu artista, lá o deixamos, plácido e espiritualizado, macerado pela morte, de mãos cruzadas ainda em prece, no seu eterno sono de justo, de pobre irmão leigo, que será para sempre memorado na terra enquanto houver olhos que admirem as suas esculturas, enquanto houver lábios que profiram uma oração ao Deus que formou tão grande escultor, ao escultor que celebrou tão grande Deus.” No dia seguinte levamos o seu corpo para o cemitério paroquial, situado na outra colina, ao lado direito daquela em cujo topo se ergue o Seminário.(*) “Irmão José entrou ma imortalidade, entrou na imortalidade espiritual porque, ao apresentar-se diante de Deus, ao ser perguntado pelo Anjo Inquiridor: “Que fizeste na terra durante a tua longa existência?""” – silenciou e em lugar de responder ao anjo, apenas lhe mostrou as suas mãos que trabalharam durante meio século para tornar Deus conhecido aos homens, para elevar os homens a Deus. Nesse instante, iluminou-se todo o céu, e como somente assim podemos compreender, num grande espetáculo divino, cada pedaço de madeira por ele esculpido na terra se transformou numa estrela, numa auréola de glória. O Irmão José entrou na imortalidade: entrou na imortalidade da arte que é o reflexo do próprio Deus através das qualidades humanas de cada um de nós. Durante os séculos que passaram, durante o tempo em que milhões de brasileiros subiram essa colina de Pirapora, perpetuamente, eternamente será lembrado o humilde escultor daquelas obras-primas, o artista imortal de São Norberto.” Depois o celebrante abençoou o corpo com a cruz, dizendo: “Com esta Cruz de Cristo persigno este corpo, para que no dia de juízo ressurja e seja colocado ao lado direito do Cristo.” “Adeus, irmão José! Adeus em nome de todos nós que fomos formados, como vós o fostes, pelo influxo de São Norberto. Adeus, muito intimo, muito meu. Adeus que envolve as recordações da vossa Bélgica, onde também vivi, da vossa Abadia de Averbode, onde também me encontrei. Agora que as vossas mãos já se transformaram em luz na eternidade, já que não podem mais transformar as nossas árvores em obras do céu, irradiai lá do alto a vossa influência benéfica, primeiramente, sobre a vossa pátria que de vos se há de orgulhar e depois sobre este Brasil que foi a vossa segunda pátria e onde Deus vos permitiu operar tantas belezas quantas nos deixastes. Adeus, Irmão José...” (*) Em 1966 os restos mortais do Irmão José Withofs foram depositados na cripta no corredor em frente à capela do Seminário. Os textos em itálico são trechos do Jornal “A Gazeta” - S. Paulo, 05 /02/ 1959. Prof. Francisco Silveira Bueno, Doutor na área de Lingüística. Professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Ex-aluno do Seminário de Pirapora Pirapora do Bom Jesus, 10/02/2012, Festa do Beato Hugo, 10 Abade de Prémontré. Côn. Godofre do Chantrain, O.Praem. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 62 V PAS TORAL VOCACIONAL Mais um Bem-Aventurado! No dia 2 de abril de 2011, o Papa Bento XVI autorisou a Congregação para as causas dos Santos, que promulgue o decreto do reconhecimento do martírio de Pierre-Adrien Toulorge, cônego premonstratense da Abadia de Blanchelande, guilhotinado em Coutances no dia 13 outubro de 1793, durante a Revolução Francesa. Ele foi beatificado no domingo 29 de abril de 2012, às 15h30 na catedral de Notre-Dame de Coutances, na França, ao longo da Celebração Eucarística presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da congregação para as causas dos Santos. KTO Tv transmitiu a celebração ao vivo pela internet. Pedro-Adriano Toulorge nasceu em 4 de maio de 1757, na M uneville-le-Bingard, situada em Normandia. Formado pelo Seminário de Coutances, foi ordenado sacerdote em 1782, provavelmente no mês de junho. Por volta do ano de 1782, foi nomeado vigário paroquial em Doville, onde Francisco Le Canut, premonstratense da antiga Abadia de Blanche era o atual pároco. Em 1787, o jovem vigário ingressou nessa mesma Abadia, tornando-se também dessa forma, filho de São Norberto. Pedro-Adriano fez o noviciado na Abadia de Beauport e, em 1792 retornou para Blanchelândia. - Durante a Revolução Francesa, ouviu falar de uma nova lei que ordenava a morte dos padres funcionários. e, refugiou-se na ilha de Jersey. Após algum tempo retornou para a França. Desembarcou clandestinamente em Portbail. - Em 1793 foi capturado e julgado. No dia 13 de outubro foi executado. - Na noite precedente à sua morte escreveu a seu irmão: "Alegra-te do que Deus me considerou digno de sofrer não somente a prisão, mas também a morte, por seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Longe de afligir-te por minha pena, alegra-te e repete comigo: que Deus seja louvado! Desejo-te uma vida santa e o paraíso no fim de teus dias, assim como para minha irmã, para meu sobrinho e para toda a minha família". - Leia na íntegra no site www.norbal.org a pequena biografia da vida do mártire premonstratense Pedro-Adriano! Senhor, Vós contagiastes Pedro-Adriano Toulorge de tal forma com vosso amor, que ele perdoou seus malfeitores antes de entregar a alma em vossas mãos. Dai-nos, Senhor, a glorificação do vosso servo, e concedei-nos pela sua intercessão a graça de podermos perseverar na missão que abraçamos; imploramos-vos tudo isso, com muita confiança. Amém. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 63 Las primeras Españolas Norbertinas Premonstratenses en USA Sor M ª Cristina Carreño F. El 10 de Febrero Sor Natividad y yo salimos de nuestro M onasterio de Santa Sofía en Toro (España)para ir a la estación de autobuses, pero esta vez no era para ir a Zamora a consultas medicas sino para coger el autobús que nos llevaría a M adrid y al día siguiente subiríamos al avión que nos llevaría al otro lado del Océano Atlántico, a U.S.A. donde ninguna hermana norbertina española ha llegado nunca, pero todo hay que decirlo esto se ha conseguido gracias al apoyo y ayuda del Hermano Terrentius Robertus Lauerman, la Abadía de San Norberto y al Priorato de San José de De Pere. Y el fin era para aprender ingles, ya que es la lengua internacional de todos los encuentros de nuestra Orden, para vivir mejor la comunión con todas las casas y miembros de la Orden es indispensable poder comunicarse verbal y por escrito. Y como el Capitulo General esta cerca, y todos los documentos están en ingles, nuestra comunidad se decidió a hacer este sacrificio para poder participar más fructíferamente en él. Elegir De Pere, fue porque hacia tres anos que la Abadía de san Norberto nos había invitado varias veces a ir a estudiar en el Colegio de San Norberto con los gastos pagados, era una oferta muy buena, pero por diversas razones la comunidad necesitaba a las hermanas jóvenes y un viaje tan largo, otro país, cultura, y lejos de la comunidad eran otras tantas barreras, que costaba superar. La verdad que no fue nada fácil sacar el visado, tarde más de tres meses en conseguirlo, y hubo momentos en los que pensé ya no lo conseguía y que era mejor quedarnos en España. Al fin el 15 de Noviembre del 2011 nos lo concedieron. Las hermanas se quedaban tristes porque las jóvenes de la comunidad se iban lejos, intentaban estar contentas y animadas y nos gastaban bromas diciéndonos que 4 meses se pasan volando. Recibimos abrazos y besos tan fuertes que querían expresar el cariño que sentían por nosotras, y nosotras intentamos transmitirles lo mismo. Estábamos embarcadas en una experiencia que no sabíamos como iba a ser a mi me daba miedo los profesores y me estresaba que no pudiera aprender o entenderles las explicaciones. El día 11 de Enero, junto con Ángela una joven toledana que iba al mismo colegio, embarcamos al avión que nos llevaría primero a Londres y allí hicimos el transbordo para otro que nos llevaría a Chicago, después de 8:30 horas de vuelo. Se me hizo corto porque iba hablando con ella y vi mi primera película en ingles ¨ El gato con botas”. Cuando llegamos a Chicago nos estaba esperando el hermano Terry que nos llevo en coche durante 4 horas, pero yo estaba tan entusiasmada por conocer Estados Unidos, mis ojos se movían de un lado a otro de la carretera para ver el paisaje y las casas que eran muy diferentes de las que se pueden ver en España. Llegamos a la 12:45 de a noche y no podíamos con las maletas de lo cansadas que estábamos pero todavía nos reíamos, porque por fin habíamos llegado a Estados Unidos y seguíamos vivas. El Padre Joseph de Godollo (Hungría) fue el primero que nos recibió y saludó en el priorato. Yo no se si estaba con mucho sueño pero solo pude dormir tres horas y como no sabia que hacer a las 3 de la mañana me puse a deshacer la maleta para pasar el Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 64 tiempo y después me puse a rezar todo el Oficio Litúrgico en español aunque después iba a ir con la comunidad a rezar las Laudes. Y cuando empezaba a amanecer empezó a nevar, eran las temidas nieves que nos habían hecho llenar la maleta de ropa de lana que al final no utilizaríamos porque creemos que el Señor tuvo misericordia de nosotras y no permitió que pasáramos mucho frio. Al día siguiente el hermano Terry nos llevo a conocer el Colegio de San Norberto y nos presento a los diferentes presidentes y directores de los centros. Yo solo quería saber como ir a clase y volver al Priorato ya que aquello me parecía muy grande y andaba un poco perdida, las primeras semanas para orientarme buscaba la torre de la vieja iglesia de San José. Para nosotras fue sorprendente encontrarnos a muchos estudiantes de Arabia Saudí, Japón y China. Al principio ellos nos preguntaban extrañados ¿porque vestíamos así?, ¿si estábamos casadas?, pero poco a poco nos ganamos su cariño, comprensión y ayuda cuando teníamos dificultades. Yo confieso que después de 14 años sin pisar un aula de clase al principio fue duro porque no entendía las explicaciones, y como soy una persona que me gusta moverme y pasarme toda la mañana sentada en una silla era casi una penitencia. Gracias a Dios he tenido buenos compañeros de clase y también buenos profesores, especialmente Susan, una profesora que solo estuvo durante el primer trimestre pero que fue de mucha ayuda para mi ya que sabia que yo no tenia la facilidad de mis compañeros para usar el ordenador, y pedía a Eric, un estudiante coreano, que me ayudara o explicara como tenia que hacer los ejercicios o presentaciones. El estudiar con otros jóvenes extranjeros me ha ayudado a conocer y respetar otras culturas y a cambiar mi pensamiento a cerca de los japoneses, coreanos, chinos, o los de Arabia Saudí, he descubierto que son gente buena y lo único que cambian es la lengua, la forma de los ojos y el color de la piel. Incluso, ha sido un enriquecimiento mayor el poder compartir la vida de comunidad con los padres en el Priorato de San José y en la Abadía de San Norberto, pero especialmente con el Padre Joseph de la Comunidad de Godollo y el hermano Alexandro de Brasil, ellos estaban estudiando ingles también, pero los encuentros con ellos eran continuos entre clases, en la Santa M isa, en la oración, durante la comida, fueron muy buenos con nosotras y de gran ayuda para resolver las dificultades que encontrábamos en los estudios, y a la vez era un encuentro de hermanos norbertinos que compartíamos nuestra experiencia de vida y de comunidad, opiniones, aspiraciones e inquietudes acerca del futuro. La verdad que me sentía entre ellos como si estuviera en mi comunidad y como si los conociera de toda la vida, en las recreaciones y comidas nos gastábamos bromas y reíamos mucho. Los padres han sido muy amables con nosotras, y yo pude compartir con ellos su pastoral y apostolado, siempre que podía me iba con ellos a las celebraciones litúrgicas. Se puede decir que aprendí más vocabulario útil y la pronunciación de las palabras en las celebraciones eucarísticas y homilías que en clase. Reconozco que tuvieron mucha paciencia conmigo porque mi pronunciación era muy mala, pero ellos hacían el esfuerzo de entenderme y trataban de conversar conmigo, lo cual yo disfrutaba muchísimo y me daba la oportunidad de quitar el miedo de hablar mal, y me daba la oportunidad de pensar y hablar en ingles. La sorpresa me la lleve cuando después de tres meses estudiando comencé a sonar en ingles, casi no me lo creía, pero fue una experiencia bonita. Las celebraciones litúrgicas eran lo mismo que en mi comunidad, los padres tienen vida activa y por eso es imposible que hagan todos los oficios litúrgicos en comunidad, pero las diferencias que hay dan más dinamismo a las celebraciones. El salmo del incienso los Domingos era algo muy expresivo y que nunca había visto antes o la procesión hasta la cruz durante las vísperas Pascuales. En la abadía era hermoso poder estar durante la celebración Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 65 Eucarística alrededor del altar y recibir la comunión bajo las dos especies, en España es muy raro. Otra experiencia que tuve fue que a pesar de estar fuera del claustro y de la clausura, yo me sentía sin la libertad que disfruto en mi monasterio, donde hago lo que me gusta y disfruto de las cosas y de la creación, pienso que era porque estaba haciendo lo que no me gusta mucho que es estar encerrada, sentada y estudiando en una habitación, y echaba de menos a las hermanas, pero gracias a las nuevas tecnologías, nos pusimos al día, unos pocos días antes de irnos y casi todos los días podía hablar con ellas por skipe, ellas me veían y yo a ellas, a la hora de la recreación en mi comunidad se reunían todas alrededor del ordenador para vernos y escucharnos, era como estar en casa, para mi fue de gran ayuda y se me hizo mas llevadera la separación. En mi mente y en mi Corazón hay muchas cosas que es imposible expresar. Pero este tiempo gastado en Estados Unidos me ha hecho conocer mas y mejor el mundo y nuestra Orden. Ha sido una experiencia muy enriquecedora y ha hecho madurar y crecer humana y espiritualmente, conociendo mejor mis limites y posibilidades que antes no conocía, por ejemplo en el campo de las relaciones humanas, relación con diferentes creencias y con los ordenadores y todo el mundo del internet, que tan útil puede ser si se sabe utilizar. Es posible que olvide el ingles pero pienso que nunca olvidare De Pere y los Norbertinos que conocí allí. Es maravilloso saber que perteneces a una gran familia, y es todavía mas maravilloso conocer a los miembros de esa familia, padres, hermanos, hijos e hijas de San Norberto que seguimos los mismos pasos, y a los que apoyamos con nuestras oraciones diarias en comunidad. Doy gracias a Dios y a todos los que han hecho posible este acontecimiento, que todo sea para gloria de Dios y bien de la Orden. ¡M aría, M adre Nuestra! Queridos Hnos. y Hnas. Sor Natividad del Señor Desde el 11 de Enero hasta el 15 de M ayo, gracias a la generosidad de los Padres de la Abadía de S. Norberto, de De Pere, Wisconsin, (USA); participé en el programa ESL (inglés segunda lengua). Impartido en la universidad de S. Norberto, fundada por los Padres, donde está el Priorado de S. José. No fue fácil. Trabajé muy duro y estoy contenta, porque los resultados han sido buenos. M i inglés es mucho mejor. El Señor les premie la caridad que han tenido con nosotras. Dios y Nuestra M adre les bendigan su hospitalidad. Estos cuatro meses conviviendo con los Padres, han sido una experiencia muy enriquecedora. Se me pasaron rápidamente. M e he sentido muy bien, feliz, en familia, una más de la Comunidad, acogida y querida. Compartíamos las Celebraciones Litúrgicas, las Celebraciones Eucarísticas, las comidas, la Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 66 recreación, como una verdadera Familia Norbertina. Todas las celebraciones han sido celebradas con solemnidad, como corresponde a nuestra Orden. Los Padres son muy acogedores y han hecho que me sintiera muy a gusto, como si fuera mi casa. No he extrañado nada, ni a nadie. Ha sido una verdadera Gracia, porque he podido continuar mi vida consagrada igual. La vida de comunidad, las Celebraciones Litúrgicas en el coro, he recibido los Sacramentos y diariamente he podido participar en la Celebración de la Eucaristía e incluso algunos días dos veces y siempre bajo las dos Especies. En España no es habitual. También he tenido acompañamiento espiritual, que ha sido un gran apoyo. Todos los Padres han sido muy buenos conmigo. Aunque están muy bien preparados profesionalmente, son muy humildes y sencillos. Se siente y he experimentado un buen ambiente fraterno, porque se vive realmente con respeto y amor los unos para con los otros. Además hay silencio y recogimiento. También ha sido hermosa la convivencia con el P. Joseph de Hungría y el Hno. Alessandro de Brasil, he podido sentir la universalidad de la Orden, que aunque de tan diferentes partes del mundo: USA, Europa, América Latina, todos tenemos el mis mo Carisma y vivimos igual nuestra Profesión Religiosa. Gracias a la ayuda del Hno. Alessandro pude realizar los trabajos en el ordenador, él es extraordinario. Además mi tutor Bill Harrington, pasó muchas horas a mi lado, ayudándome a hacer los ejercicios. Fue un ángel para mí. M i vida se desarrollaba entre el Priorado y las clases, así podía mantener mi vida contemplativa. El Hno. Terrentius, se comportó como un padre, siempre pendiente de nosotras. De todo lo que necesitásemos. Llevándonos los Viernes a la Abadía para pasar los fines de semana y regresándonos el Domingo al Priorado, ya que durante la semana estábamos allí. Ayudándonos a traducir los textos. ¡Cuánta paciencia! Han sido cuatro meses muy intensos, llenos de cariño. ¡Tanto cariño! He recibido muestras de cariño de la gente, tan amable y educada; de los estudiantes que formaban el programa ESL, eran de diferentes países, culturas, religiones, formas de pensar,… Ha sido valioso conocerlos a ellos y sus culturas. También recibí muestras de cariño de mis profesores, de mis compañeros de clase, de tantas buenas personas que he conocido en Wisconsin. M is últimos recuerdos están llenos de cariño. El último detalle de cariño en la Abadía fue de los Padres, después de la cena de despedida, tomamos tarta con helado, en la sala de recreación y nos despidieron con un abrazo. Al día siguiente, madrugaron para despedirnos el Hno. Alessandro y el P. Joseph que nos dio la Comunión. Después los dos, nos dieron su último abrazo junto al coche del Hno. Terrentius, que se sacrificó para llevarnos hasta Chicago, 4h. conduciendo. En el aeropuerto al despedirnos, también fue otro momento emotivo. El Señor, que es el mejor pagador, les pague a los Padres, lo que han hecho por nosotras. Con mis mejores deseos. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 67 Oração pelo Capítulo Geral da Ordem Premonstratense: Pai TodoTodo-Poderoso, nós Vos agradecemos pelo dom da Ordem norbertina e por todas as coisas que Vós tendes feito por nós, tanto agora quanto no passado, desde nosso início em Prémontré. Pai, vimos até Vós com uma prece especial por ocasião oc asião do Capítulo Geral de 2012 em De Pere, Wisconsin. ConduziConduzi-nos em nossas atividades de planejamento, inspiraiinspirai-nos em nosso trabalho de preparação, e preenchei os nossos corações e mentes com a Vossa presença. MostraiMostrai-nos o caminho que devemos seguir. Ajudai Ajudaijudai-nos a trabalhar juntos para construir a Ordem em todo o mundo cheia de amor, paixão e empenho por Vosso povo. Que esta importante Assembléia de nossa Ordem seja como um novo Dia de Pentecostes, cheia do Espírito Santo, iluminada com a Sua inspiração e fogo, apoiada por Sua presença e amor, através da intercessão de Santo Agostinho e São Norberto. Isto Vos pedimos por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho que vive e reina convosco na unidade do mesmo Espírito Santo, um só Deus por toda a Eternidade . Amém. Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 68 (I Encontro dos Jovens Premonstratenses da América Latina – Montes Claros/2006) Revista Aliança Premonstratense / Revista Alianza Premonstratense, n°XVII – 15.12.2011 69