Apresentação - Laboratório de Fenômenos de Superfície
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Apresentação - Laboratório de Fenômenos de Superfície
ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) FZG-LASC Nome : Fábio Koda Orientador: Dr. Carlos Henrique da Silva 1 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) SUMÁRIO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. INTRODUÇÃO REVISÃO BIBRIOGRÁFICA (Movimentos das engrenagens e PHC) EQUIPAMENTO FZG PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC RESULTADOS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS’ 2 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) INTRODUÇÃO Os ensaios tribológicos de campo: •se caracterizam por apresentar variáveis do sistema “pouco controladas”, •elevado custo (interrupção de processo produtivo), • representam exatamente o sistema estudado. Os ensaios de laboratório: •excelente controle de variáveis, • dificuldade na transferência de resultados, principalmente devido às simplificações inerentes aos ensaios de desgaste acelerados de bancada. 3 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) INTRODUÇÃO O modelamento matemático: •Dificuldades na transferência dos resultados, •A inevitável escolha das condições de contorno e a complexidade da modelagem dos fenômenos que ocorrem nas superfícies dos materiais durante movimentos relativos, são as desvantagens desta técnica.(HUTCHINGS,1992) Os FFNAs: •Resistência quanto à utilização de engrenagens de FFNA São materiais de grande interesse (cerca de 10% em relação ao aço) • Apresentam elevada absorção de vibrações • Uma resistência ao desgaste muito elevada em condições de funcionamento desfavoráveis, como falhas momentânea do sistema de lubrificação (HARDING, 1986). 4 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) INTRODUÇÃO Figura 1: Relação entre Custo e Limite de Escoamento (CARMO,2000) Figura 2- Comparação esquemática de custo entre peças sem ser fundidas e fundidas (http://www.ductile.org.didata/index.htm Ductile Iron Data for design engineers) 5 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) to en ento to lamento n me A direção de rolamento é da raiz para o topo na engrenagem motora e do topo para raiz na engrenagem movida .A direção de deslizamento na motora é sempre da linha primitiva para fora ito At r od çã e Dir Atrito lam e ro ão d ç e r Di to A t ri o de ro Direçã Direçã a rol Atrito de ento olam de r ção ão ito At r to A t ri eç A situação onde a velocidade de deslizamento é oposta à de rolamento é conhecida como “ação de aproximação”, Dire Dir o de ro lamento inversão da direção de deslizamento relativa à direção de rolamento das engrenagens movidas para motoras. Entretanto, na raiz da engrenagem movida, a direção de deslizamento é oposta à de rolamento, enquanto para o topo ela é a mesma. a velocidade de deslizamento da raiz e do topo para dentro (inwards) da linha primitiva m ola er REVISÃO BIBLIOGRÁFICA = as direções de rolamento e deslizamento é conhecida como “ação de pausa” Figura 3: Rolamento e deslizamento no contato de dentes de engrenagens. (WRIGTH, 2001) 6 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • A ação de aproximação é algumas vezes considerada ser mais danosa do que a ação de pausa e consequentemente, modificações para perfis de engrenagens tem sido tentada em ordem de aumentar a proporção do ciclo de engrenamento (meshing) o qual é sujeito a ação de pausa. •Se a ação de aproximação é mais danosa, deveria esperar a encontrar um grande desgaste na região da raiz das engrenagens motoras do que o topo. •No contato de rolamento puro, os campos de tensões sub superficiais são criados ao redor do ponto de contato. No caso do contato não conforme forma-se uma linha de contato, como são encontradas nas engrenagens engrenadas estas tensões podem ser aproximadas usando o modelo do contato por cilindros [1] primeiramente proposto por HERTZ. 7 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PHC A teoria de Hertz, para a determinação de tensões que ocorrem em superfícies em contato, se baseia nas seguintes condições: • Os materiais em contato são homogêneos e as tensões não excedem a de escoamento • As tensões de contato são causadas por uma força a qual é normal ao plano de contato o que efetivamente significa que não há forças atuando entre os sólidos (cilindros). • A área de contato é muito pequena comparada com a área de contato entre os sólidos (cilindros). • Os sólidos em contato estão em repouso e equilíbrio. • O efeito da rugosidade superficial é desconsiderado. Como no caso da engrenagem podemos considerar que o contato se dá por dois cilindros na região do diâmetro primitivo aonde haverá somente rolamento daremos enfoque somente o contato entre dois cilindros paralelos. 8 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo Stachowiak e Bachelor (2000) as tensões no contato entre os flancos de engrenagens podem ser calculadas: •Mediante uma simplificação quando à sua geometria. •As tensões desenvolvidas no contato entre dois cilindros são equivalentes àquelas obtidas com engrenagens. Figura 4 – Contato entre dois cilindros paralelos. atrito (STACHOWIAK e BATCHELOR,2000) 9 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A Tabela 1 apresenta um resumo das equações Tabela 1 – Formulário para determinação das tensões de contato segundo Hertz (Stachowiak e Batchelor,2000). 10 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Geralmente, há dois tipos de fadiga de contato superficial: pitting : Pitting aparece como crateras rasas em superfícies de contato. A profundidade máxima de um pit é aproximadamente a espessura da camada encruada (10 mm). spalling: spalling aparece como cavidades mais profundas (tipicamente 20-100 mm) das superfícies em contato com uma profundidade de 0.25 a 0.35 da meia largura de contato (denotada geralmente como "c" na literatura da mecânica da fratura). A Figura 5 ilustra os fenômenos de pitting e spalling 11 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Figura 5 – Ilustração esquemática do fenômeno de pitting e spalling (DING,2003). 12 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) EQUIPAMENTO FZG FOTOS DA MÁQUINA Figura 6– FZG Figura 7– FZG 13 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) EQUIPAMENTO FZG FOTOS DA MÁQUINA Figura 8– FZG Figura 9– FZG 14 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC •CARACTERIZAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA Propriedades mecânicas, dureza e parâmetros de fabricação •Dureza Tabela 02- Parâmetros e resultados das medições de dureza •Propriedades Mecânicas Tabela 03- Propriedades mecânicas dos materiais ensaiados (Matweb, 2008) 15 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC •TRATAMENTO TÉRMICO DOS CORPOS-DE-PROVA RESFRIAMENTO MATERIAL Ferro fundido nodular no estado bruto de fundição AUSTENITIZAÇÃO AUSTÊMPERA Temperatura = 270ºC Tempo = 2 horas Meio = banho de sais Temperatura = 890ºC Tempo = 2 horas (a) MATERIAL Aço AISI 8620 estado bruto de fornecimento CEMENTAÇÃO Austenitização = 880ºC Tempo = 16 horas Têmpera Temperatura do óleo = 130ºC Tempo = 5 minutos Ao ar MATERIAL FINAL Ferro Fundido Nodular austemperado (FNA) com matriz bainítica MATERIAL FINAL Aço 8620 cementado e temperado (b) Figura 10 – (a) Tratamento Térmico para FNA, (b) Tratamento Térmico para o aço AISI 8620. 16 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC •CARACTERIZAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA Propriedades mecanicas, dureza e parametros de fabricação •Parâmetros de fabricação Figura 12- Sobreposição para verificação Tabela 4 – Parâmetros de fabricação das engrenagens Figura 11- Engrenagem tipo C14 17 Engrenagens tipo C14 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC •CARACTERIZAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA A Figura 13 mostra um desenho esquemático detalhado do equipamento FZGLASCA A Figura 14 apresenta um esquema de nomenclatura dos corpos-de-prova. Figura 13 - Desenho esquemático da máquina FZGLASC. Figura 14 - Desenho esquemático da máquina FZGLASC. 18 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC AÇO FFNA •ENSAIOS Pitting 6 hrs A Figura 15 mostra os ensaios realizados Obs velocidade das coroas 967 rpm. FFNA Pitting 10 hrs ENSAIOS A Tabela 5 e 6 as condições dos ensaios Running-in 2 hrs Tabela 5: Parâmetros para o amaciamento Pitting 6 hrs Tabela 6: Condições de Ensaio Pitting 14 hrs AÇO Pitting 28 hrs Pitting 56 hrs Pitting 84 hrs Figura 15: Etapas do ensaio 19 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC Figura 16– FZG Figura 17– FZG 20 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC PARA RUGOSIDADE •ACABAMENTO SUPERFÍCIAL Os dados de rugosidade foram coletados seguindo as direções mostradas na Figura 18 tanto para as medições no Surtronic 25 e no Form Taly Surf Series 2. Figura 18 - Desenho esquemático da máquina FZGLASC. 21 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC PARA RUGOSIDADE •ACABAMENTO SUPERFÍCIAL Tabela 7 para as medições no Surtronic 25 e Tabela 2 para o Form Taly Surf Series 2. Tabela 7 - Parâmetros de medições (Surtronic 25). 22 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL FZG-LASC PARA RUGOSIDADE •ANÁLISE DE IMAGEM As imagens do flanco dos dentes dos pinhões foram obtidas após no estado de fornecimento e após cada etapa de ensaio: A partir do início da ocorrência dos danos nos flancos, foi medido o percentual da área danificada levando em consideração a área ativa de todos os dentes. Os dados da somatória da quantidade de danos em relação à área ativa total estão apresentados na Tabela 8. Tabela 8 - Percentual de área danificada em relação a somatória de todas as áreas ativas dos flancos 23 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) RESULTADOS • Tabela 9- Quantificação da área danificada em relação a somatória de todas as áreas ativas do flanco. ANÁLISE DE IMAGEM A Tabela 9 mostra a evolução dos danos no dente B de FFNA e no dente C de aço AISI 8620. 24 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) RESULTADOS • RUGOSIDADE↓ •↑ Rvk and Rz depois do estagio de running-in para ADI indicando a presença de vales profundos (micro ou pittings). •Os parâmetros de rugosidade após running-in só aumentaram para FFNA. •Depois de 6 horas de pitting os parâmetros tendem a aumentar devido a presença de alguns danos •Continuando os experimentos, os parâmetros aumentam significativamente devido a gradual evolução dos danos (fig. 9 c e d) Figura 19 – Rugosidade em cada etapa dos ensaios: (a) fornecimento, (b) running-in, (c) 6 horas do ensaio de pitting para FNA e aço, (d) 10 horas da etapa de pitting para o FNA e 14 horas para o aço. 25 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) RESULTADOS • PHC Tabela 10 - Resultados das tensões de Hertz para o contato entre engrenagens de FFNA e aço AISI 8620. 26 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) RESULTADOS Figura 20 - Trincas subsuperficiais na região de pitting, em engrenagens de FNA (a, b) e de aço 8620 cementado (c, d) 27 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) CONCLUSÃO O equipamento de ensaio de engrenagem FZG-LASC proporciona o dano desejado, com formação de pitting em ensaios de até 14 h. A avaliação do dano por medidas de rugosidade se mostrou adequada, porém a análise de imagem possui algumas vantagens como quantificação da área danificada. Os parâmetros Rz e Rvk de rugosidade tendem a diminuir sua magnitude, porém quando a ocorrência de um dano seus valores aumentam evidenciando que um dano está prestes a aparecer ou que ele já esta aparente e os valores aumentam abruptamente. A quantificação da ocorrência de pitting por análise de imagem da superfície do dente, mostrou bons resultados, e foi então empregada para comparar a resistência ao desgaste dos materiais das engrenagens. Comprovou-se que as engrenagens cementadas de aço 8620, apresentaram maior resistência a pitting que as engrenagens de Ferro Nodular Austemperado (classe 4 ASTM). 28 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) CONCLUSÃO Exames em seções ortogonais à superfície de desgaste mostraram que, no FNA, forma-se um grande número de trincas subsuperficiais, e que as trincas originam-se na matriz junto a nódulos, e crescem conectando nódulos, resultando em grande remoção de material. Já na engrenagem de aço 8620 cementado, as trincas nucleiamse junto à superfície, e seu crescimento restringe-se à camada cementada, resultando no destacamento de pequenas porções de material. O de atrito que não é considerada pelo equacionamento de Hertz para o cálculo das tensões de contato. HAMILTON e GOODMAN (1966) mostraram que com a presença de atrito no contato não-conforme, a posição da tensão cisalhante máxima se aproxima da superfície com o aumento do coeficiente de atrito. Estes resultados são importantes no sentido de abrir a possibilidade de buscar melhorias no desempenho dos FNAs, seja por alterações na composição química, ou por outras rotas de tratamentos térmicos, podendo assim melhorar a sua competitividade. 29 ENSAIO DE FADIGA DE CONTATO EM ENGRENAGENS (FZG) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • • • • • • • • • • Hutchings, I.M., 1992, Tribology: friction and wear of engineering materials, Edward Arnold, Great Britain. Harding, R.A,1986, “The use of austempered ductile iron for gears”, Proceedings of the 2nd World Gear Congress, Paris. CARMO Denilson J. Situação e Perspectiva do ADI no Brasil, Trabalho Apresentado no 55o Congresso da ABM, Julho de 2000. DING, Yan; RIEGER, Neville F. Spalling formation mechanism for gears, Wear Vol. 254, pp 1307-1317, 2003. Ductile Iron Data for design engineerss. Disponivel em: <http://www.ductile.org.didata/index.htm> - Acesso em:12 abril de 2007. Hamilton G.M. and Goodman L.E, 1966. The stress field created by a circular sliding contact. J. Appl. Mech. 88, 371-376. WRIGHT, N.A; KUKUREKA, S.N. Wear testing and measurement techniques for polymer composite gears. Wear, Vol 51, p.1567-1578, 2001. STACHOWIAK, G. W. BATCHELOR A. W., Engineering Tribology, 2nd ed.(Butterworth-Heinemann, Boston, 2000) Material Property Data. Disponível em: <http://www.matweb.com> - Acesso em: 15 fevereiro de 2008. 30