VALE Teleconferência e webcast Resultados do 2º trimestre de 2015
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VALE Teleconferência e webcast Resultados do 2º trimestre de 2015 30 de julho de 2015 – Imprensa 14h30 (horário do Rio de janeiro) Operadora: Boa tarde senhoras e senhores, sejam bem vindos à teleconferência da Vale, exclusivas aos profissionais da imprensa, onde serão discutidos os resultados do segundo trimestre de 2015. No momento, todos os participantes estão conectados apenas como ouvintes, mais tarde será aberta a sessão de perguntas e respostas, quando então serão dadas as instruções para aqueles que quiserem fazer perguntas. Caso seja necessário a ajuda de um operador durante a teleconferência, basta teclar asterisco zero (*0), cabe lembrar que essa teleconferência está sendo gravada e traduzida simultaneamente para o idioma inglês, a gravação estará disponível no website da companhia, no endereço: vale.com/saladeimprensa. Conosco, hoje, estão: Sr. Murilo Ferreira – Diretor Presidente; Sr. Peter Poppinga – Diretor Executivo de Ferrosos; Sr. Galib Chaim – Diretor Executivo de Projetos de Capital; Sr. Roger Downey – Diretor Executivo de Fertilizantes e Carvão; Sr. Humberto Freitas – Diretor Executivo de Logística e Pesquisa Mineral; Sra. Jennifer Maki – Diretora Executiva de Metais Básicos; e Sr. Clóvis Torres – Consultor Geral. Agora, gostaria de passar a palavra ao Sr. Murilo Ferreira. Por favor, pode prosseguir Sr. Murilo. Murilo Ferreira: Boa tarde! Obrigado a todos por virem e fazerem as perguntas. Todos ouviram as nossas conversas com os investidores, com os analistas mais cedo e nós estamos realmente animados com o resultado obtido, tanto de geração de caixa, de Ebitda, redução de custos, SG&A bem mais baixo, pesquisa e desenvolvimento continuando a sua trajetória de disciplina. É o que nós podemos sintetizar dizendo que as mudanças são estruturais na empresa, tanto no que se refere a custo e a preço realizado, quanto à qualidade do minério de ferro que nós produzimos. Metais básicos: nós acreditamos que teremos um segundo semestre muito melhor. No carvão, as condições permanecem bem adversas com, historicamente, o preço batendo recorde de baixa, e o fertilizante nos animando muito para os próximos tempos, embora ainda não tenhamos colhido os frutos referentes à safra deste ano. Vamos direto às perguntas e respostas, que podemos ser mais eficientes dessa forma. Obrigado. Operadora: Senhoras e senhores, iniciaremos agora a sessão de perguntas e respostas, exclusiva para profissionais da imprensa. Para fazer uma pergunta, por favor, digite asterisco um (* 1), para retirar a sua pergunta da lista, digite asterisco (* 2). As perguntas serão limitadas em duas por vez. Nossa primeira pergunta vem da senhora Fernanda Guimarães, Agência Estado. Fernanda Guimarães: Boa tarde a todos. A primeira pergunta: eu queria saber sobre uma emissão de debêntures incentivadas da Vale, que o mercado já estava esperando que fosse arquivada entre esses dias. Eu queria saber se a empresa vê ambiente para a colocação dessa oferta de debêntures. E a segunda é sobre venda de ativos, se existe mais algum desinvestimento um pouco mais próximo, um pouco mais avançado, e se a Vale acredita que outro desinvestimento pode fazer sentido, algo parecido com o desinvestimento anunciado hoje. Murilo Ferreira: Bem, sobre a operação de captação de recursos via debêntures, nós não temos nada para anunciar. Nós temos um plano de recursos oriundos das nossas vendas de nossos produtos e as captações vão ocorrer na medida da necessidade da empresa. Não existe nenhum anúncio para ser feito. Com relação a ativos, conforme nós já anunciamos anteriormente, nós temos interesse em desinvestir da nossa participação na Mineração Rio do Norte (MRN), produtora de bauxita. Nós examinamos a possibilidade de reduzir a nossa participação, mas não limitar, na MRS, a empresa de logística. E temos em mente desenvolver alternativas. Mas o programa de desinvestimento da Vale, como um todo, está muito perto da sua conclusão, até porque a partir do segundo semestre do ano que vem nós já teremos os recursos oriundos das vendas do S11D, que é nosso maior projeto. Ele vai interromper a saída de recursos e mais ainda vai trazer recursos novos para o nosso caixa. Então, o programa vem sendo praticado desde 2011 e assim nós estamos já numa fase mais limitada em relação a desinvestimentos. Muito obrigado, Fernanda. Operadora: Próxima pergunta, Francisco Goes, Valor Econômico. Francisco Goes: Boa tarde Murilo, boa tarde a todos. Tenho duas perguntas. Eu gostaria de saber se com a conclusão dessas duas operações que foram anunciadas hoje – ou seja, a conclusão da venda de navios para China Merchants e essa operação de venda de uma participação minoritária na MBR –, se com essas duas operações a Vale considera que resolve o seu déficit no fluxo de caixa livre. Eu lembro que no começo desse ano a própria empresa estimava que poderia ter um fluxo de caixa livre negativo, da ordem de US$ 6 a US$ 11 bilhões, e entendo que a empresa sempre considerou que isso seria suprido, seria zerado pela venda de ativos. Então eu queria saber como é que fica agora com essas duas operações, se a gente pode considerar então que essa questão do fluxo de caixa está resolvida ou não. Essa é uma pergunta. E a outra é relacionada à questão de corte de custos. Os senhores indicaram que a empresa continua trabalhando em cortes de custos adicionais. E eu queria entender então se a gente pode interpretar que aquela previsão que vocês haviam dado de ter uma média de custos e despesas do minério de ferro entregue na China da ordem de US$ 37 a US$ 41 por tonelada este ano, se isso pode reduzir ainda mais. Obrigado. Murilo Ferreira: O Chico, eu não poderia afirmar que o problema de fluxo de caixa nesse momento de desembolsos em valores maiores está resolvido. O que eu não sei dizer para você é qual vai ser o comportamento de preços do minério de ferro, do níquel, do cobre, do carvão e do fertilizante. Mas acompanhando o que acontece, e inclusive reconhecendo que muitos deles estão num patamar muito baixo, eles têm mais chance de recuperar. Eu poderia dizer que nós cumprimos uma boa parte desse fluxo de caixa. E nós temos algumas coisas ainda em fase de, digamos assim, de negociações finais para o seu desembolso. Eu citaria, por exemplo o caso do project finance de Moçambique, um trabalho que foi feito no curso deste ano, que nós esperamos terminar no último trimestre do ano. E, mais eventualmente, como eu disse na pergunta anterior, existe o caso da MRN, existe MRS, nós podemos também desinvestir em mais alguns navios. Então eu não posso afirmar que está resolvido porque eu não sei o cenário de preços futuros, mas eu sei que ele está muito bem encaminhado. Daqui a pouco nós vamos estar já com esse programa encerrado e partindo para uma outra fase da empresa. Quanto ao corte de custos adicionais, nosso mantra de disciplina de alocação de capital permanece. Nós estamos sempre focados, e como o nosso diretor de ferrosos, o Peter Poppinga, diz, nós somos absolutamente focados na margem quando a margem é que remunera o capital empregado. Então à medida que nós percebemos que o mercado trabalha em condições mais difíceis, nós temos que fazer refinamentos adicionais, e isso tem sido feito com muita prudência, mas com muita determinação. Então, evidentemente, é isso mesmo. Você viu que o nosso custo ficou em torno de US$ 39 colocado na China. Está dentro do range que nós tínhamos falado de US$ 37 a US$ 41, mas eu lhe posso garantir que nós estamos trabalhando muito focados para reduzir esse range, pelo menos o piso dele sair de US$ 37 para um número menor. Essa é a nossa expectativa. Peter, por favor. Peter Poppinga: Francisco, só complementando aqui o que o Murilo disse, na verdade não só falamos de custo, mas principalmente de margem. Eu gostaria de lembrar que nós estamos agora, neste trimestre que se passou, vivendo um momento histórico na Vale. Porque é a primeira vez depois de uns dez anos de queda de teor de ferro, por causa do fenômeno chamado depletion, que nós estamos apresentando teores de ferro crescentes. Que isso é tanto por causa dos projetos novos de Itabiritos que estão entrando, como pela maior participação de Carajás nos produtos vendidos. Então, isso foi uma virada do jogo nesse trimestre que passou, 0,2%, e nós estamos estimando até para o final do ano mais uns 0,4%, 0,5%. E no ano que vem mais 0,5%. E um 0,5% de teor de ferro no ano inteiro, a preços atuais, representa aproximadamente US$ 200 milhões a mais. Então, depois de dez anos de queda eu acho que nós estamos em um momento histórico na Vale, colhendo os frutos dos investimentos que fizemos. Murilo Ferreira: Eu acho que é o momento, que eu gostaria de destacar – para ver o esforço do pessoal da Vale –, é um momento único porque das mineradoras com produção relevante a única que fez essa inflexão de qualidade foi a Vale. Obrigado, Chico. Operadora: Próxima pergunta: Mariana Durão, Agência Estado. Mariana Durão: Alô, boa tarde. Eu queria por favor perguntar um pouquinho sobre essa operação com a MBR. Vocês falaram que o foco não é pagamento de dividendos, é reforçar o caixa, mas eu queria saber se dá para a gente ter uma ideia de onde esses recursos devem ser alocados. Se o foco ainda é o S11D ou se está em alguma outra destinação. E a outra coisa é que o Murilo mencionou mais cedo que entre os desinvestimentos ainda existe uma perspectiva para fertilizantes. A gente já teve o Secretário de Mineração na Argentina falando de algumas negociações em torno do projeto Río Colorado. Eu queria saber como está essa negociação, se a gente pode esperar alguma coisa ainda até o fim do ano. É isso. Murilo Ferreira: Mariana muito obrigado. A respeito do racional da operação da MBR: a Vale vem buscando opções de vendas de participações acionárias em alguns ativos já há algum tempo, de forma a reforçar o caixa da empresa. Esses recursos visavam especialmente a implantação do S11D na Serra Sul de Carajás, o projeto Moçambique, os projetos de Itabiritos, o projeto Long Harbour. Então esse é o propósito. E nesse caso tratou-se de uma venda de participação minoritária e preferencial. Você tem que perceber que a empresa, a Vale, nesse caso ela mantém o controle da operação MBR, a comercialização do minério. Então não há uma modificação sobre a gestão da empresa. O contrato de arrendamento entre a Vale e a MBR possui elementos de variabilidade dos valores recebidos pela MBR em função do volume produzido e da cotação do minério de ferro. Então a MBR vai receber um preço de arrendamento em reais por tonelada, de acordo com a faixa de preço Iodex que estiver sendo praticada. Portanto a MBR continua exposta ao preço do minério de ferro. Um outro ponto também a destacar: o investidor não vai fazer nenhuma pressão no caixa da Vale, já que o investidor não possui em seu poder a capacidade de solicitar à Vale a recompra dessas ações. Repito, não há obrigação de recompra das ações preferenciais por parte da Vale. A Vale possui, no entanto, o direito de recomprar. Então é um ponto muito importante. Também não existe dividendos obrigatórios nessa transação. Eles serão frutos dos negócios da entidade e serão pagos na medida em que o mercado determinar através do seu preço e a empresa tiver seu resultado. No futuro, a partir do terceiro ano, nós temos o direito, não a obrigação de comprar, e eles não têm o direito de nos obrigar a comprar, mas nós podemos recomprar. Isso do terceiro ao décimo ano, isso de acordo com a disponibilidade de caixa da empresa, do nosso interesse, tudo mais. Se não exercermos nesse tempo – pode ser até que se exerça, mas a gente não pode garantir porque não sabemos os níveis de preços que vão ser praticados – ainda conservamos o direito de preferência mais à frente. Então essa é a característica da transação, Mariana. Obrigado, tchau. Operadora: Próxima pergunta: Juan Spinetto, Bloomberg. Juan Spinetto: Boa tarde, eu queria saber sobre o IPO do setor de metais básicos. Os preços tanto de níquel quanto de cobre estão bem abaixo do que a companhia tinha estimado. Isso significa que a companhia não vai fazer esse IPO, tem menos possibilidade de fazer? Ligado a isso, se o target de níquel de 303 mil toneladas para esse ano ainda está vigente, considerando que o primeiro semestre ficou abaixo da metade, abaixo de 45%. E, finalmente, um esclarecimento a respeito do cash cost para Luciano: ali, quando a Vale fala de cash cost delivered em China de US$ 37,7, depois US$ 15,8 no porto brasileiro, eu queria saber como compara isso com o que também falam BHP e Rio Tinto. Eles falam que têm um cash cost delivered na China perto de US$ 30,00. São comparáveis essas estimativas, esse tipo de C1 que vocês estão reportando é comparável com o que reportam os principais concorrentes? Obrigado. Murilo Ferreira: Nós consideramos que o que aconteceu nos metais básicos no primeiro semestre do ano não é um bom indicador para o que nós esperamos no ano todo. Se você verificar o que está acontecendo na China, os descontos referentes a ferro-níquel caíram substancialmente. As operações de níquel pig iron deixaram aí um nível de produção de 450 mil, para um pouco acima de 300 mil. E visivelmente a China entrando num déficit importante vai precisar de material, de níquel refinado nesse segundo semestre. Então nós não enxergamos até o momento nenhuma modificação nos conceitos que nos faziam esperar um preço de níquel melhor esse ano. Eu diria que o preço médio vai ser abaixo do que nós esperamos porque os indicadores iniciais davam como no segundo trimestre, terceiro trimestre, a gente ter muito mais forte o preço já. Mas os níveis de estoques mostraram que essa premissa não era correta, mas a tendência continua sendo isso mesmo. O IPO: conforme nós dissemos na vez anterior, continuamos desenvolvendo as tarefas relativas ao IPO, mas não existe nenhuma decisão tomada. Nós apenas temos que estar preparados para o momento adequado e essa operação não é para fazer caixa. Não seria para fazer caixa, seria para destravar valor. Então não existe nenhuma decisão, nem sim nem não a esse respeito. A produção de níquel: não há nenhuma modificação. Nós pretendemos produzir um pouco mais de 300 mil toneladas esse ano. A queda de produção, o número que não foi atingido no segundo trimestre, foi devido ao incêndio na estação de energia lá em Sudbury, mas a operação depois de uns 26 dias voltou ao normal. E, o mais importante, os estoques intermediários foram sendo construídos. Então isso, para chegar a produto final de venda, vai ser entregue agora no segundo, no terceiro trimestre, mas especialmente no quarto trimestre. Então isso não faz com que a gente modifique as nossas previsões em relação a isso, então trabalhamos. Eu queria aproveitar, até a Mariana tinha me perguntado sobre fertilizante na Argentina, o que aconteceria... Nós não temos progresso nenhum em relação ao assunto da Argentina para anunciar e nem em relação a uma parceria estratégica. Esse assunto tem caminhado mais lentamente do que nós esperávamos, do parceiro estratégico no negócio de fertilizantes. O Peter pode responder para você em relação ao assunto do cash cost de US$ 35 a US$ 41. Peter Poppinga: Você perguntou sobre os US$ 15,8 cash cost. Então, esse número é sem royalties e o CPV com royalties seria US$ 17,1. Então o US$ 15,8 não se compara de forma alguma com esses US$ 30 e poucos na China. Isso daí é US$ 15,8 cash cost FOB porto, não tem nada a ver com China. Murilo Ferreira: É, e quando os produtores australianos indicam seu número, normalmente tem sido aí numa faixa entre US$ 18 e US$ 20, não é isso? Peter Poppinga: US$ 18 e US$ 20 quando são os majors e acima de US$ 20 até, bastante acima de US$ 20, quando se trata de players menores, né? Murilo Ferreira: É dessa forma que eles podem ser comparáveis. Obrigado, Juan. Operadora: Próxima pergunta: Danielle Nogueira, O globo Danielle Nogueira: Oi, boa tarde a todos. Eu tenho duas perguntas também. Pelo que foi falado mais cedo eu entendi que a Vale poderia fazer uma revisão no guidance do ano que vem. Acho que foi o Peter quem falou que ficaria entre 340, 376, e vocês tinham divulgado previsão de 376 no guidance do ano passado, né? Eu queria entender melhor esse movimento e o porquê dessa possível revisão. E, sobre o resultado efetivamente, foi falada bastante a comparação do segundo tri em relação ao primeiro tri, mas essa diferença do segundo tri deste ano em relação ao segundo tri do ano passado... Se vocês pudessem atribuir a um dos fatores a explicação para esse crescimento o que vocês destacariam? Murilo Ferreira: O que o Peter falou em termos de revisão de guidance, é o seguinte: nós, face às condições de mercado, e com o nosso posicionamento em relação à margem, vamos tomar nossas decisões de produção a partir da margem que estiver sendo praticada, ou seja, você vai ver o preço de venda, vai ver o preço que está custando o produto e você vai tomar essa posição. Porque como ele também disse, a ideia é que uma operação não carregue a outra. Então elas têm que ser rentáveis isoladamente. Então, nós sabemos que o número desse ano é 340 milhões, nós sabemos que no Vale Day de dezembro do ano passado foi anunciado 376 milhões. Então o número pode ser tão mais perto do 376 quanto as margens estiverem mais altas, mas não significa que nós vamos produzir com margens negativas. É isso é que é o posicionamento daquilo que ele quis dizer. Mas, tinha mais uma segunda pergunta aí, não é? Olha, eu acho que nós agora nós temos as condições, especialmente no minério de ferro, de trabalhar de uma forma mais eficiente. Tanto no N5Sul, no N4W é que são operações que estão sendo muito melhores, estão num grau de otimização muito maior, vis-à-vis o ano passado. Evidentemente os projetos de Itabiritos e Andaime, essas coisas todas, também projetos que já terminaram o ramp up ou estão em ramp up, que também contribuem para o mix de eficiência da empresa, reduzindo o custo. Se você pegar hoje os relatórios de todos os analistas, eu estive vendo agora na hora do almoço, todos eles manifestaram uma alegria de ver o progresso que a empresa fez em custos de ponta a ponta, né? Eu não vi um relatório que discordasse disso. Então eu chamaria como destaque disso realmente o programa acelerado de redução de custos adaptando ao novo cenário de preços. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta: Marta Nogueira, Reuters. Marta Nogueira: Olá, boa tarde. Murilo, você disse agora no início da conferência aqui com a imprensa que o programa de desinvestimento da empresa como um todo está próximo da conclusão. Eu queria perguntar se para este ano vocês têm uma meta, se podem fazer um balaço do que já foi desinvestido até agora, e também para o próximo ano, como é que está esse cenário para esses desinvestimentos. Obrigada. Murilo Ferreira: É, nós fizemos um programa de desinvestimento que tinha um começo, o meio e, certamente, o fim dele também dependia de algumas condicionantes. Fizemos projetos importantíssimos como foi o da VLI, que é um plano de negócios que está em implantação, com resultados excelentes. Os acionistas que nos acompanham nessa jornada têm manifestado no âmbito do Conselho de Administração muita satisfação em ver os resultados. Então, esse é um exemplo aqui no Brasil. Nós tivemos o exemplo lá de Moçambique também, que é uma operação de bastante valor para a empresa e para o país, uma operação também que, nesse caso, já é concluída. Nesse outro caso, nós estamos bastante adiantados, mas ainda não concluído. E temos operações outras como essa da MBR que foi anunciada hoje e algumas outras que já foram feitas; os navios... Ainda podemos adiantar um pouco mais esse assunto, podemos concluir outras operações. Então o objetivo da empresa, que é focar nos seus negócios principais – níquel, cobre e minério de ferro, fertilizantes e carvão – está sendo absolutamente seguido em consonância com aquilo que nós estabelecemos a partir de 2011 e foi aprovado pelo Conselho de Administração. O nosso planejamento estratégico contemplava esse suporte para a implantação de projetos de alto valor nesses anos. Muito obrigado. Operadora: Próxima pergunta: Paula Pereira, Agência CMA. Paula Pereira: Boa tarde a todos. Complementando a pergunta da Marta: eu queria saber se dentro do plano de desinvestimento vocês têm alguma previsão de mais anúncios de desinvestimentos já no terceiro trimestre. E também eu queria uma atualização a respeito da emissão das ações preferenciais. E a minha segunda pergunta é em relação ao preço médio realizado. Vocês apresentaram uma melhora muito expressiva em relação ao primeiro trimestre. Eu queria saber se essa perspectiva segue para os próximos trimestres também; como é que vocês estão enxergando essa questão. Obrigada. Murilo Ferreira: O programa de desinvestimento, como eu disse anteriormente, segue o seu curso. Nós não temos nenhuma informação adicional. A Vale não tem nenhuma ansiedade de realizar nenhuma venda, por isso nós fizemos uma coisa que não era de curto prazo. Você tinha um programa plurianual exatamente para fazer face aos altos dispêndios que nós teríamos. Então, isso foi sendo levado à frente e nós continuamos trabalhando nesse mesmo patamar, sem nenhuma ansiedade. Algumas transações estão mais adiantadas, outras menos, mas nós acreditamos que vamos completar isso da melhor forma, da forma mais eficiente possível. Peter. Peter Poppinga: Com relação à realização de preço, Paula, a resposta é que tem duas partes aí, né? Uma é que nós tivemos uma evolução favorável pela evolução dos próprios diferentes sistemas de precificação. Um são preços do próprio trimestre e outros são preços provisórios. E isso daí é: quando o preço cai de um trimestre para o outro ou sobe, dá uma flutuação e nesse caso pra nós foi positiva. Ao longo de um período maior, estes efeitos tendem a ser neutros. Já tem outros efeitos e esses sim vão se repetir e provavelmente vão constituir uma tendência de modo que eu tenho certeza que nós vamos evoluir com a nossa realização de preços, sim. Esses fatores são nossos aqui, fruto dos nossos esforços. Por exemplo, um teor de ferro mais alto, que eu já comentei, que vai continuar, os prêmios maiores que nós estamos conseguindo com os nossos produtos de Carajás, do Brazilian Blend, e menos descontos. Um mix de produtos melhorado, cada vez mais pelotas, a partir de agora zero de minério silicoso, isso tudo influencia o preço médio, e também negociações que estão em andamento (comerciais) para termos contratos novos de quando você calcula o preço FOB a partir do preço CIF. Com tudo isso junto me faz facilmente afirmar que essa realização de preços nossa, nos próximos trimestres e anos, vai progressivamente melhorar. Operadora: Próxima pergunta: Helenice Laguardia, jornal O Tempo. Helenice Languardia: Boa tarde, Murilo. Boa tarde a todos. A Vale informou no seu relatório de produção há cerca de um mês que decidiu reduzir entre 25 milhões de toneladas e 30 milhões de toneladas a sua produção de minério de ferro de alta sílica. E que essa redução será proveniente das minas do sistema Sul e Sudeste e também do minério comprado de terceiros. O que eu quero saber é: como a Vale tem seis complexos minerários em Minas Gerais e cada complexo aí tem de três a quatro minas quantas minas serão fechadas em Minas Gerais ou reduzidas? E essa redução do volume, isso aqui é por ano, já que a produção de minério de ferro esse primeiro semestre foi de 98 milhões de toneladas? Murilo Ferreira: Bem, conforme o Peter Poppinga já disse, vamos trabalhar com as minas rentáveis. Serão tantas quantas apresentarem margem positiva. Então, conforme já foi dito e repetido nesta conferência e em outras, uma mina não carrega a outra. São analisadas a partir do preço que estiver vigente no mercado internacional e você toma a decisão baseada exatamente na margem que cada uma estiver apresentando. Peter Poppinga: Complementando aqui o Murilo: nós não estamos fechando minas. Nós estamos otimizando fluxos de produção de algumas instalações de beneficiamento dentro da mina que produz um produto de mais pobre qualidade. Nós não estamos fechando as minas. As minas continuam, de uma forma diferente, produzindo minérios mais rentáveis e fizemos aí alguns ajustes, mas não temos fechamento de minas propriamente dito. No sistema Sul temos sim a otimização de fluxo de produção. É muito importante essa diferenciação, né? Operadora: Próxima pergunta: Ana Paula Camargo, Steel First. Ana Paula: Boa tarde a todos. Hoje a empresa australiana Stanmore Coal anunciou que comprou a mina de Isaac Plains da Vale na Austrália, a mina de carvão. Eu queria saber de vocês se vocês também pretendem fazer o mesmo tipo de venda da mina de Integra Coal na Austrália, que também está com as operações paralisadas. E se vocês pudessem comentar um pouquinho a perspectiva do mercado de carvão agora para o segundo semestre, em meio a esses recordes de baixa de preço. Obrigada. Murilo Ferreira: O Roger Downey vai responder. Por favor. Roger Downey: Sobre Isaac Plains é uma mina com um mix de carvões médio-volátil e semissoft e térmico, que hoje sofre muito nesse mercado, com os preços em que nós estamos. Então, no ano passado, quando a situação de carvão já tinha se deteriorado bastante, essa mina foi colocada em care and maintenance. Ela foi fechada por uma decisão nossa e do Conselho. Então ela passou a ser um ativo que nós já colocamos diversas vezes publicamente, ativos que podem ser operados melhor por outras pessoas. Então é o caso de Isaac Plains, onde nós encontramos um comprador que tinha minas adjacentes, que vão usar a nossa infraestrutura que tinha Isaac Plains. A perspectiva de mercado de carvão é uma perspectiva ainda difícil. Nós vemos um preço de carvão que hoje está flutuando muito em cima do câmbio na Austrália. Muitas dessas minas na Austrália estão operando com lucro em função da desvalorização do dólar australiano. Isso talvez seja uma artificialidade do mercado. O fato é que, mesmo na Austrália, nós vemos minas que estão ainda abaixo da linha d’água, ainda no vermelho, e isso tem que mudar em algum momento porque nós achamos que, mais cedo ou mais tarde, vão necessitar de reinvestimento. Isso deve fazer com que os preços melhorem, mas enquanto isso nós temos aí mercados bastante adversos, bastante desafiadores. Murilo Ferreira: A Vale não emitiu nenhum fato relevante em relação a Isaac Plains porque o valor da transação não solicita que isso seja praticado. É um valor tão pequeno. A empresa tinha volumes limitados e tudo o mais e não requeria que isso fosse feito. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta: José Guerra, Platts. José Guerra: Alô, boa tarde a todos, primeiramente. Eu gostaria de saber em relação à Companhia Siderúrgica do Pecém, que teve a data do start up alterada. Como fica o cronograma de exportação e de produção de coque? Murilo Ferreira: Nós desconhecemos qualquer alteração no cronograma da CSP, obrigado. Operadora: Próxima pergunta: Juliana Estigarribia, jornal DCI. Juliana Estigarribia: Oi, boa tarde a todos. Eu queria voltar um pouco ao gancho da Paula. O Peter comentou sobre a realização de preços. Eu queria saber se vocês conseguem detalhar um pouco mais de quanto está o prêmio hoje no minério 65% de Carajás e como está a evolução do sistema de precificação desse minério. Obrigada. Peter Poppinga: Oi, Juliana. O prêmio de Carajás tem nos surpreendido favoravelmente no mercado. Quando o mercado fica mais fraco, geralmente os minérios de excelente qualidade ficam um pouco menos demandados, mas no caso do Carajás está acontecendo o contrário. Quando nós lançamos essa precificação, cobrando prêmio pelo Carajás, a gente estava obtendo US$ 5, US$ 6, esse trimestre foi US$ 7. Mas se você olhar hoje, já estamos em US$ 8, em US$ 9 e quase chegando em US$ 10 por tonelada acima da referência. Isso nos deixa muito satisfeitos porque mostra que esse prêmio, além do teor de ferro mais alto, embute outras coisas como propriedades metalúrgicas, redutibilidade, que não eram reconhecidas antes e agora estão sendo reconhecidas. Então estamos muito satisfeitos. Essa evolução está sendo muito positiva para a Vale e tende a continuar. Além disso, temos o Brazilian Blend, que também está com prêmio, que são minérios misturados na Malásia com o minério do sistema Sul e Sudeste, junto com o de Carajás, e aí uma mão ajuda a outra. Mas o resultado final também representa um prêmio. A segunda pergunta é que eu não estou lembrado, qual que foi a segunda pergunta? Foi do prêmio mesmo, né? Murilo Ferreira: Obrigado. Operadora: Próxima pergunta: Francisco Goes, Valor Econômico. Francisco Goes: Agradeço a nova pergunta. Na verdade é para tirar duas dúvidas. Uma é relativa ao balanço. Nós tivemos olhando aqui, chama atenção uma receita financeira, com um número expressivo no trimestre, de quase R$ 4,5 bilhões e no semestre da ordem aí de R$ 11 bilhões. Então a gente gostaria de entender se isso é resultado de variações cambiais que deram lucro, se houve influência de não-pagamento de imposto de renda, entender um pouquinho melhor sobre essa receita financeira. E só um comentário ainda sobre MBR, se for possível. Qual é do ponto de vista de vocês, a vantagem, digamos para um investidor, com esse negócio. Ele basicamente assegura a receita resultante dos fluxos de minério de ferro correspondente à sua participação? Obrigado, novamente. Murilo Ferreira: Bem, com relação a essa despesa, o que acontece é que no primeiro trimestre houve uma variação negativa expressiva e no segundo trimestre uma variação positiva. Foi exatamente uma variação cambial que foi observada nesse período. Onde houve uma volatilidade muito maior no segundo trimestre foi bastante moderada e já no sentido contrário. Então esses números são esses. Sobre a transação, eu vou passar aqui para Sonia Zagury, é a nossa diretora financeira, mas está havendo um mau entendimento em relação ao aspecto fundamental da transação, que é o seguinte: a operação não foi feita com o Bradesco. A operação foi feita com o FIP organizado pelo Bradesco. Então eu acho que isto é uma informação que precisa ser dada ou corrigida por alguns. Nós tivemos outros quatro bancos organizando esse tipo de operação para oferecer rendimento aos seus cotistas, que tinham interesse de correr risco em algum produto, no caso no minério de ferro. Como eu disse antes, a MBR receberá um preço de arrendamento em reais por tonelada de acordo com a faixa de preço do Iodex. Eu acredito que existem muitos investidores que acham, por exemplo, que o preço do minério pode ter atingido seu piso e pretendem ter um upside a partir de agora, mas eu pediria a vocês que fizessem essa observação porque existe uma certa confusão. Os bancos trabalham organizando esses FIP. Sonia Zagury: Boa tarde. Como foi explicado no press release, de fato a MBR já detinha desde 2007 um contrato de arrendamento com a Vale. Esse contrato, como o Murilo explicou, tem um vínculo de remuneração ao preço do minério e ao volume produzido. Então, sim, o investidor que comprou o FIP organizado pelo Bradesco vai fazer jus a dividendos advindos desse contrato, das despesas e resultados de uma empresa, como normalmente é feito, certo? Murilo Ferreira: Obrigado. Operadora: Próxima pergunta: Juan Spinetto, Bloomberg. Juan Spinetto: Obrigado, uma rápida em relação aos níveis de endividamento. Temos ali um ratio de 3,3 vezes. Vocês têm alguma estimativa de quando isso vai começar a cair ou alguma estimativa de quanto vai ser esse indicador para o final do ano. Obrigado. Murilo Ferreira: Juan, se nós tivéssemos anunciado e desembolsado essa transação que foi feita hoje com o FIP já teríamos outro número para apresentar. Nós temos o project finance, que vai desconsolidar a dívida referente a Moçambique, que vai ser – se as coisas correrem conforme estão indo – feito esse ano. Então eles vão retirar esse ônus sobre o balanço da Vale. Então nós não sabemos quanto vamos gerar de receita operacional daqui ao final do ano. Temos essas transações que aliviam o passivo da empresa. Então é bastante difícil você fazer projeções com eventos tão incertos, especialmente, em relação ao preço daqui até o final do ano. Muito obrigado. Bem, agradeço a todos aí, as perguntas, espero que a gente tenha conseguido transmitir as respostas suficientes para vocês desenvolverem a matéria. Obrigado. Operadora: A teleconferência de imprensa da Vale está encerrada. Agradecemos a participação de todos e tenham uma boa tarde. Obrigada.
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