AORTIC News

Transcrição

AORTIC News
AORTIC News
N ú m e r o
Assuntos de interesse
especial
• Destaques da AORTIC 2013
• O cancro no Sudão do Sul
• Seminário internacional de
apelo à luta contra o cancro
• Notícias e prémios
• Início da investigação sobre
o cancro da mama (Gana)
2 6
F e v e r e i r o
2 0 1 4
Editorial
Caros leitores,
Bem-vindos à primeira edição de 2014 da AORTIC News.
Este número inclui um artigo especial sobre a conferência AORTIC
2013 que teve lugar em Durban, na África do Sul. Tratou-se de um
evento muito frutuoso que nos deu a alegria de voltarmos a encontrar os nossos membros e parceiros. Agradecemos aos participantes da
conferência AORTIC a sua dedicação!
A nossa próxima conferência irá ocorrer em Marraquexe, Marrocos,
entre 19 e 22 de Novembro de 2015. Aponte já na sua agenda este
evento memorável.
Este ano realizam-se vários eventos paralelos da AORTIC na América
do Norte. Consulte as páginas 17 e 18 para obter mais informações.
O nosso boletim informativo conta agora com uma nova secção, um
artigo disponível em português sobre o estado do cancro nos países
lusófonos do continente! Se esta secção tiver um bom acolhimento,
daremos continuidade a este canto lusófono nos próximos boletins.
Como sempre, contamos com os seus comentários e sugestões.
Até breve,
Belmira Rodrigues
Editorial
1
Peça um exemplar do AORTIC Cancer Network Directory (Diretório da rede contra o cancro AORTIC)
pela Internet através do Website www.aortic-africa.org (use a referência ACND)
Assembleia da AORTIC
2014 e 2015
2-3
O DIRETÓRIO DA REDE CONTRA O CANCRO AORTIC (1.ª edição)
O canto português
12-14
Quo vadis cuidados
paliativos em África
24-25
Mensagem de boas-vindas
aos novos membros
22-23
Próximas conferências
26
Edições da AORTIC
31
Publicado por: AORTIC (2012)
O Diretório abrange as 5 regiões africanas (central,
oriental, norte, sul e ocidental). Nestas regiões existe um
total de 276 organizações oriundas de 39 países. O
diretório apresenta uma lista destas organizações, que
incluem: ministérios da saúde; registos oncológicos;
ONG; serviços de cuidados paliativos. O diretório inclui
também centros de tratamento como hospitais
universitários, hospitais de oncologia cirúrgica,
departamentos de radiação e oncologia clínica. Da
região central incluem-se 5 países e 26 organizações; da
região oriental, 7 países e 46 organizações; da região norte, 6 países, 40
organizações; da região sul, 9 países, 78 organizações; da região ocidental,
12 países e 86 organizações.
Escreva para [email protected] para pedir a sua cópia. Também
poderá entrar em contacto connosco se desejar incluir o seu centro de
tratamento na 2.ª edição do diretório.
$30 para países não africanos (inclui portes de envio). $25 para países africanos (inclui portes de envio)
AORTIC council 2014 & 2015
PRESIDENT
Ahmed Elzawawy
President - elect
Jean-marie kabongo mpolesha
Secretary treasurer
Lynette denny
Assistant SECRETARY-TREASURER
NICHOLAS OTHIENO ABINYA
Vice president: central Africa
Judith nsonde malanda
Vice president: east Africa
Louis ngendahayo
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AORTIC News
p á g i n a
2
AORTIC council 2014 & 2015
Vice president: southern africa
Cristina Stefan
Vice president: west africa
J. Olufemi Ogunbiyi
Vice president: north america
Folakemi Odedina
Nurse representative
O. Abimbola oluwatosin
VICE PRESIDENT: EUROPE
MAIMUNA MENDY
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AORTIC News
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VENCEDORES DO PRÉMIO
PARA MELHORES RESUMOS DA AORTIC 2013
Melhor apresentação oral
Dr.ª Hannah Simmonds
(GrooteSchuur Hospital, África do Sul)
Subtipos de tumores do cancro da mama numa mesma instituição na África do Sul
A Dr.ª Hannah Simmonds trabalha como oncologista clínica e de radiação no hospital GrooteSchuur e faz
parte do corpo docente da Universidade da Cidade do Cabo. Envolvida na deteção, tratamento e gestão
do cancro da mama, nutre um interesse especial em contribuir para as políticas de saúde relativas ao cancro
da mama na África do Sul. Tal inclui conceber tratamentos adjuvantes do cancro da mama que sejam
pertinentes e razoáveis dentro dos limites definidos pelos custos, escassez de recursos e diversidade das
tradições rurais. A Dr.ª Simmonds assumiu agora um novo mandato de 1 a 2 anos para a oncologia da
mama no Gana. Irá facultar aos membros do Consórcio Nacional de Luta Contra os Cancros da Mama uma
perspetiva aprofundada do tratamento do cancro da mama nos dois países.
Melhor apresentação com recurso a cartazes
Dr. Bangaly Traore
(Guiné-Bissau)
Linfoma de Burkitt primário em jovens infetadas com o VIH
Resumo: O linfoma de Burkitt da mama é muito raro. Apresenta-se aqui um caso
ocorrido com uma jovem infetada com o VIH, com revisão bibliográfica. A paciente de
30 anos foi consultada a 18 de Julho de 2012, apresentando um nódulo na mama direita
que durava há um mês. A avaliação clínica revelou um nódulo mamário multilobado associado a gânglios
linfáticos axilares ipsilaterais. A aspiração por agulha fina revelou suspeita de linfoma não Hodgkin.
A biópsia e a imuno-histoquímica confirmaram linfoma de Burkitt na mama. A terapia antirretroviral e a
quimioterapia tiveram início. A paciente não voltou a aparecer passadas duas sessões de quimioterapia
(plano de COP). O resultado imediato foi assinalado por uma remissão significativa, mas a paciente veio
a falecer 5 meses mais tarde.
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AORTIC 2013 – Destaques da conferência!
AORTIC 2013 – Cerimónia de abertura
African
Drummers
Durban
Choir
Indian Dancers entertaining at the
opening ceremony
AORTIC 2013 – Geral
Making
new
friends
AORTIC
Booth
AORTIC 2013
Registrations!
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Delegates enjoying the exhibition hall
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AORTIC 2013 – Destaques da conferência!
e-cancer A O R T IC 201 3 C onference R eport
Here is a link to the interviews filmedat the conference:
http://ecancer.org/conference/videos/349 -aortic-2013.php .
T he African O rganisation for R esearch and T raining in Cancer and its conferences: a historical perspective and highlights of the N inth International Conference, Durban, South Africa, 21-24 N ovember 2013
by Christopher KO Williams, D Cristina Stefan, Fiona Rawlinson, Kenneth Simbiri and Sam M Mbulaiteye
Available for download:
www.aortic -africa.org/index.php/resources/
AORTIC 2013 General
Building new relationships
Delegates studying the posters
Dr Nyakabau & Mrs Rodrigues
BIG CAT Awardees —Cohort 1
Dr Damali Martin
Prof Olopade
Prof Elzawawy
Prof Mohammed
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Dr Merriman
Prof Dangou
Dr Elshamy
Dr Sankar
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AORTIC 2013 – Destaques da conferência!
AORTIC 2013 Gala Dinner
The Guguletho Tenors
Prof Denny & Mrs Rodrigues
Profs James & Jimmie Holland
Dr Sankar, Prof Gueye, Mrs Rodrigues, Mrs
Bayle & Prof Adewole at the Gala Dinner
Prof Adewole
Prof Olopade & Cinzia Akbaraly
Prof Denny & Prof Sewram
Prof Denny thanking the local
Minister of Health
Thanks all round
Dr Elshamy & Mrs Rodrigues
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2.º Seminário internacional de apelo à luta contra o cancro
para países africanos e seminário de formação para peritos
Objetivos do seminário de
apelo à luta contra o cancro
Em África vive-se hoje um
enorme desafio para a saúde
pública relacionado com as
doenças não transmissíveis
(DNT), em especial o cancro,
ao mesmo tempo que ainda
estão por resolver os desafios
causados
pelas
doenças
infecciosas. Também conhecido
como o assassino silencioso de
África, o cancro continua a
constituir um enorme fardo
clínico, económico e humano
para África. Os cinco tipos de
cancro mais frequentes são os
da mama, do colo do útero,
hepático, da próstata e linfoma
não Hodgkin. Infelizmente,
subsistem desafios significativos
ao combate ao cancro em
África, em primeiro lugar
devido
a
um
mau
entendimento da doença e dos
esforços de controlo do cancro,
e também a um fraco
conhecimento público do fardo
do cancro. É necessário encetar
um apelo ativo à luta contra o
cancro para inverter o rumo da
crise do cancro e tornar os
assuntos relativos ao cancro
uma alta prioridade em África.
O nosso objetivo a longo prazo
é tornar o cancro uma
prioridade central em África.
Para
tal,
o
objetivo
fundamental do seminário de
apelo à luta contra o cancro é
dar formação aos responsáveis
individuais
por
este
movimento, a quem caberá a
responsabilidade de cativar as
suas comunidades, desenvolver
e implementar programas de
saúde e sobrevivência ao
cancro.
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Os resultados esperados são:
1) aumentar a força de trabalho
de luta contra o cancro através
de programas de educação e
formação;
2) solidificar a rede de
indivíduos responsáveis por
programas de apelo à luta
contra o cancro em todo o
continente.
Os objetivos pedagógicos deste
seminário foram identificados
através de uma análise SWOT
pelos
responsáveis
por
programas de apelo à luta
contra o cancro em África e são
os seguintes:
1. Fomentar oportunidades
para uma formação mútua,
transferência de conhecimentos
e colaborações entre os
indivíduos
envolvidos
nas
ações de apelo à luta contra o
cancro.
No
final
da
conferência, os participantes
serão capazes de:
a) Avaliar e identificar as
necessidades de saúde, no
domínio oncológico, das
suas comunidades;
b) Realizar uma análise SWOT
com vista ao
desenvolvimento de
estratégias eficazes,
incluindo o
desenvolvimento de um
plano de ação para a
comunidade local;
c) Iniciar e desenvolver
parcerias com outros
agentes de forma a
responder às carências das
comunidades;
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d) Organizar e implementar
programas para: (i)
aumentar a
consciencialização sobre o
cancro, (ii) dar apoio
àqueles que vivem com
cancro, (iii) ajudar a
desenvolver a pesquisa e a
formação oncológicas, (iv)
melhorar a qualidade do
tratamento do cancro e (v)
resolver problemas
legislativos e de regulação
que afetam o tratamento e
a pesquisa do cancro em
África;
e) Utilizar instrumentos de
avaliação para determinar,
documentar e melhorar os
resultados dos programas
implementados nas
comunidades.
2. Facilitar a criação de uma
rede de comunicação entre
indivíduos envolvidos no
controlo, educação e
pesquisa sobre o cancro em
África.
3. Facilitar o desenvolvimento
de uma comunidade global
de ação para responder a
desafios comuns do apelo à
luta contra o cancro em
África.
4. Contribuir para um esforço
de impacto global contra o
cancro através do apelo à
luta.
continua...
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2.º Seminário internacional de apelo à luta contra o cancro
para países africanos e seminário de formação para peritos
(continuação)
Seminário de formação de apelo à
luta contra o cancro para peritos
Este seminário tem como
objetivo formar 25 peritos
responsáveis por formação numa
das seguintes áreas de ação
contra o cancro: apelo político,
educação, pesquisa, angariação
de fundos, apoio e sensibilização
da comunidade (com cerca de
quatro participantes em cada
grupo). Os participantes serão
selecionados através de um
processo rigoroso baseado em:
(i) interesse e envolvimento no
apelo à luta contra o cancro;
(ii) dedicação pessoal ao apelo
à luta contra o cancro;
(iii) objetivos tangíveis e um
plano exequível de formação
de pelo menos 100 indivíduos
em dois anos;
(iv) provas do compromisso da
organização em dar resposta
aos objetivos de formação em
apelo à luta contra o cancro.
MENTORES DO SEMINÁRIO DE
FORMAÇÃO EM ACÇÕES CONTRA
O CANCRO PARA PERITOS
Kimlin Tam Ashing, Ph.D.
(EUA)
Kwanele Asante-Shongwe
(África do Sul)
Rev. Canon Dr. Emmanuel J. Kandusi
(Tanzânia)
Mary (“Dicey”) Jackson Scroggins
(EUA)
Virgil H. Simons, MPA
(EUA/Espanha)
Aguardamos com expectativa a
continuação deste programa na
Conferência AORTIC 2015.
5. Premiados do programa de formação em ações contra o cancro para peritos
Primeiro nome
Apelido
Tipo de ação
País
Ishak
Lawal
Sensibilização da comunidade
Nigéria
Elizabeth
Mbuthia
Sensibilização da comunidade
Quénia
Funmilola
James
Angariação de fundos
Nigéria
Paul
Opoku
Angariação de fundos
Gana
Joseph
Tarawally
Angariação de fundos
Serra Leoa
Hesbon
Were
Angariação de fundos
Quénia
Nyasha
Chingore-Munazvo
Apelo político
África do Sul
Benda
Kithaka
Apelo político
Quénia
Blaise
Nkegoum
Apelo político
Camarões
Victor
Akinmoladun
Pesquisa
Nigéria
Itumeleng
Letoaba
Pesquisa
África do Sul
Miriam
Mutebi
Pesquisa
África do Sul
Emily
Nzeribe
Pesquisa
Nigéria
Sarah Auma
Obuya
Pesquisa
Quénia
Salome
Meyer
Apoio
África do Sul
Elvis
Munatswa
Apoio
África do Sul
Olabode
Oluwole
Apoio
Nigéria
Juntos estamos a escrever a história e a dar outro contorno ao futuro do apelo à luta contra o cancro em África.
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O Dia Mundial do Cancro e a Breast Care International no Gana
A Breast Care International (BCI) e
os Peace and Love Hospitals
celebram o Dia Mundial do
Cancro, a 2 de Fevereiro de 2014,
nas Assembleias da Fé da Igreja de
Deus em Tafo, Kumasi.
A celebração do Dia Mundial do
Cancro nas Assembleias da Fé da
Igreja de Deus foi assinalada por
ações de sensibilização sobre a
saúde da mama e por exames
mamários.
Este
programa
antecede o Dia Mundial do
Cancro, globalmente reconhecido,
que ocorre a 4 de Fevereiro.
O dia dá-nos uma oportunidade
de unir os nossos esforços aos dos
parceiros internacionais como a
UICC, procurando desmistificar as
ideias falsas e encorajando uma
maior
consciencialização
e
educação.
Neste dia, a população mundial
está unida no combate global
contra o cancro. A consciencialização e a educação sobre a doença
são reforçados para motivar os
decisores políticos e os cidadãos
em geral a entrarem em ação.
O cancro é uma das principais
causas de morte em todo o
mundo, tendo sido responsável
por 7,6 milhões de mortes – das
quais 4 milhões constituem mortes
prematuras, ou seja, de indivíduos
entre os 30 e os 69 anos – em
2008 (o que representa cerca de
13% de todas as mortes). Os
principais tipos de cancro são os do
pulmão (1,37 milhões), estômago
(0,736 mil.), fígado (0,695 mil.),
colorretal (0,608 mil.), da mama
(0,458 mil.) e do colo do útero
(0,275 mil.). Prevê-se que as
mortes por cancro em todo o
mundo continuem a aumentar,
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atingindo cerca de
reduzir o estigma e
13,1 milhões em
eliminar
mitos
2030. Esta ocorsobre o cancro.
rência
de
1,5
Os mitos em torno
milhões de mortes
do cancro nos
prematuras
por
países desenvolvicancro pode ser
dos figuram em
prevenida anualfrases como “não é
mente
se
os
preciso
falarmos
objetivos definidos
sobre cancro”, “o
para reduzir as
cancro não tem
DNT forem atingisinais nem sintodos até 2025.
mas”, “não posso
O Dia Mundial do
fazer nada contra o
Dr.ª B.Wiafe Addai,
Cancro
constitui Membro do Conselho Geral cancro e não tenho
da AORTIC & CEO:
uma oportunidade
direito a trataPeace & Love Hosp.
de erguermos as
mento para o
nossas vozes coletivas para aumencancro.”
tar o conhecimento geral sobre o
No entanto, no Gana e noutros
cancro e desmistificar as conceções
países em vias de desenvolvierradas sobre a doença. Em 2008,
mento, os mitos sobre o cancro são
a OMS lançou o seu Plano de Ação
o resultado de convicções socioculContra Doenças Não Transmisturais que associam os cancros
síveis, que inclui intervenções
como o cancro da mama a crenças
específicas para o cancro. A OMS
sobrenaturais, como maldições, o
tem trabalhado continuamente no
que leva à procura de um tratadomínio da consciencialização
mento espiritual para a doença.
sobre o cancro, celebrando para
isso determinados temas todos os
Os mitos e equívocos associados
anos:
ao cancro da mama têm sido
- Em 2012 o tema foi “Unidos, é
responsáveis pela apresentação
possível” para encorajar o público
tardia dos doentes nos hospitais
em geral, os governos e as organipara solicitarem um diagnóstico e
zações a juntarem-se ao evento e
tratamento adequados.
também a espalharem e partilharem a mensagem.
A Breast Care International (BCI) e
- Em 2013 o tema foi “Cancro –
os Peace and Love Hospitals impleSabia
que?”,
centrado
na
mentaram várias medidas para dar
Declaração Mundial sobre Cancro:
resposta ao grande desafio que os
eliminar mitos nocivos e conceções
mitos colocam ao tratamento do
erradas e prejudiciais sobre o
cancro da mama.
cancro.
No seu discurso, a Dr.ª Beatrice
O tema de 2014 é “Desmistificar as
Wiafe Addai, presidente da BCI e
ideias falsas.”
CEO dos Peace and Love Hospitals,
deu informações às mulheres sobre
O Dia Mundial do Cancro de 2014
centra-se no objetivo 5 da
continua...
Declaração Mundial sobre Cancro:
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O Dia Mundial do Cancro e a Breast Care International no Gana
(continuação)
o cancro da mama, as suas causas e
efeitos
no
crescimento
socioeconómico de uma nação.
Em seguida encorajou as mulheres
a terem uma maior consciência da
saúde e realizarem os seus
autoexames mamários todos os
meses. A Dr.ª Addai sublinhou a
necessidade de as mulheres
comunicarem qualquer anomalia
ao hospital, porque quanto mais
rápido o cancro da mama for
detetado, mais eficaz poderá ser o
tratamento.
As participantes também assistiram
a apresentações sobre o cancro da
próstata,
que
referiram
a
necessidade de os homens serem
testados e tratados, no caso de o
resultado do exame ao cancro da
próstata ser positivo. O pastor da
Igreja, o Reverendo Dapaah, que
recebeu a equipa da BCI com
simpatia, recomendou que a
congregação tomasse nota das
diretivas dadas pelos profissionais
de cuidados de saúde. Também
felicitou a BCI e os Peace and Love
Hospitals por instituírem uma
formação de raiz e exames do
cancro da mama que criam e
mantêm o reconhecimento público
do cancro da mama nas
comunidades rurais e nas cidades,
ao mesmo tempo que promovem
uma deteção antecipada que
permite um tratamento atempado.
A sessão de apresentação e o
segmento de formação foram
imediatamente seguidos por um
exame clínico mamário. Cerca de
800 pessoas de ambos os sexos
assistiram
ao
programa.
Quinhentas e cinquenta e cinco
(555)
foram
examinadas
clinicamente.
Nas Assembleias da Fé de Deus,
Tafo, Kumasi
Domingo, 2 de Fevereiro de 2014,
no escritório da Breast Care
International.
Início da investigação sobre o cancro da mama (Gana)
O combate do Gana contra o cancro da mama deu um passo gigante com o início de um novo programa de
investigação que procurará identificar as causas desta doença debilitante entre as mulheres. O primeiro do seu
género em África, o programa denominado “Estudo sobre a saúde da mama no Gana” está a ser conduzido por
uma equipa de investigadores clínicos locais e estrangeiros. Estes profissionais vêm do hospital universitário
Korle-Bu Teaching Hospital (KBTH), hospital universitário Komfo Asokye Teaching Hospital (KATH) e dos Peace
and Love Hospitais (PLH), sem dúvida os três hospitais mais importantes que lidam com a maioria dos casos de
cancro da mama no país. A estes junta-se o Instituto Nacional do Cancro (NCI, National Cancer Institute) dos
EUA. Simplesmente conhecido como um estudo de caso-controlo, a investigação tem como objetivo estabelecer
a melhor forma de prevenir, detetar e tratar as doenças ligadas ao cancro da mama no país. O programa, que
começou com um período piloto de um ano em Fevereiro do ano passado, estando programada a sua
continuação durante mais dois anos, tem como objeto mulheres com suspeita ou diagnóstico de cancro da mama
(casos) e mulheres que não têm a doença (controlos). As áreas selecionadas do estudo incluem Acra, Tema,
Adenta, Ga do Leste, Ga do Oeste, Suhum/Kraboa Coalar, Ashaiman, Led-zokuku/Krowor, Dangbe Oriental e
Dangbe Ocidental, todas na região da Grande Acra. As áreas restantes são Kumasi, Bosomtwi, Atwima
Kwanwoma, Ejisu Juaben, Atwima Nwabiagya, Kwabre. Ao comentar o programa, a Dr.ª Beatrice Wiafe Addai,
Presidente do Conselho de Administração dos Peace and Love Hospitals e um membro crucial da equipa de
investigação, identificou o cancro da mama como um dos principais tumores malignos do Gana e uma das causas
mais comuns de admissão hospitalar entre as mulheres. A Organização Mundial de Saúde, disse ela, calculou que
os novos casos de cancro da mama no Gana em 2012 foram mais de 2200, e as mortes decorrentes da doença
superiores a 1000. A Dr.ª Wiafe Addai referiu que apesar de os cancros da mama diagnosticados e as mortes pela
doença estarem a aumentar no país, os fatores de risco ainda estão por explorar de forma aprofundada; mais
preocupante do que isso, os cancros da mama são muitas vezes detetados em estágios tardios e incluem formas
difíceis de tratar. “O cancro da mama é um problema crescente no Gana, mas através deste estudo sobre a saúde
da mama no Gana esperamos detetar as causas subjacentes da doença e indícios sobre como podemos preveni-la
e tratá-la nas mulheres ganenses", referiu a Dr.ª Addai.
Gabinete de Comunicação aos Media do NCI
The Ghanaian Times, 10 de Fevereiro de 2014
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AORTIC News
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1 1
CANTO PORTUGUÊS
A luta contra o cancro nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
Situação atual
Em
África
as
doenças
infecto-contagiosas são comuns e
por isso são um grande desafio para
a saúde pública. No entanto, temos
observado alterações profundas no
padrão nosológico, caracterizado
pelo aumento significativo das taxas
de incidência de doenças crónicas,
como a diabetes, a hipertensão
arterial e as doenças oncológicas. O
aumento da esperança de vida ao
nascer e a mudança dos estilos de
vida contribuem para o aumento
das taxas de incidência das
neoplasias malignas; por outro lado
a melhoria no acesso aos serviços e
cuidados de saúde tornaram estas
patologias mais visíveis. Angola,
Cabo
Verde,
Guiné-Bissau,
Moçambique e São Tomé e Príncipe,
em
1992,
formaram
uma
organização denominada PALOP,
sigla coloquial que significa Países
Africanos
de
Língua
Oficial
Portuguesa (Figura 1). Estes países,
para além de terem uma língua
comum, partilham uma forte
identidade cultural, um sistema de
governação bastante similar e uma
longa tradição de contactos e
intercâmbios entre si. As taxas de
incidência,
mortalidade
e
prevalência do cancro, nos PALOP
(Tabelas 1 e 2) são estimadas com
base em dados de países africanos
vizinhos, uma vez que não existem
dados disponíveis. A excepção é
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Tabela 1. As 10 principais regiões de incidência de cancro nos PALOP segundo o GLOBOCAN 2012 – Homens
Frequência
Angola
Moçambique
Cabo Verde
Guiné-Bissau
1
Próstata
Sarcoma de Kaposi
Próstata
Próstata
São Tomé e Príncipe
2
Fígado
Esófago
Fígado
Fígado
3
Esófago
Próstata
Estômago
Estômago
Colorretal
Linfoma NH
Colorretal
Colorretal
Bexiga
Linfoma NH
Sem dados
Fígado
Pulmão
Bexiga
disponíveis
4
5
Lábio, cavidade oral Lábio, cavidade oral
6
Estômago
7
Linfoma NH
Pulmão
Linfoma NH
Pulmão
8
Bexiga
Leucemia
Tiróide
Pâncreas
9
Pulmão
Pâncreas
10
Laringe
Nasofaringe
Lábio, cavidade oral Lábio, cavidade oral
Esófago
Esófago
Tabela 2. As 10 principais regiões de incidência de cancro nos PALOP segundo o GLOBOCAN 2012 – Mulheres
Frequência
Angola
Moçambique
Cabo Verde
Guiné-Bissau
1
Colo do útero
Colo do útero
Colo do útero
Colo do útero
2
Mama
Sarcoma de Kaposi
Mama
Mama
3
Colorretal
Mama
Fígado
Fígado
São Tomé e Príncipe
4
Fígado
Esófago
Ovários
Ovários
5
Estômago
Linfoma NH
Estômago
Colorretal
Sem dados
6
Ovários
Leucemia
Útero
Estômago
disponíveis
7
Esófago
Pâncreas
Colorretal
Linfoma NH
8
Útero
Fígado
Bexiga
Útero
9
Linfoma NH
Lábio, cavidade oral
Melanoma
Lábio, cavidade oral
10
Lábio, cavidade oral
Bexiga
Melanoma
Linfoma NH
Moçambique, em que a estimativa
da taxa de incidência, calculada pelo
GLOBOCAN, teve em conta os
dados do registo de cancro da Beira.
Estas estimativas estão sujeitas a
algum nível de imprecisão e são,
portanto, questionáveis. Esta é a
principal razão pela qual os Países
Africanos
de
Língua
Oficial
Portuguesa precisam de desenvolver
os seus registos de cancro de base
populacional. Embora os dados de
São Tomé e Príncipe não estejam
disponíveis no GLOBOCAN, as
estatísticas da OMS indicam que
12% de todas as mortes são devido
a doenças oncológicas.
Em Cabo Verde, os dados do
Hospital Agostinho Neto revelam
que entre as mulheres, os cancros do
colo uterino e da mama são os mais
comuns. Assim, cerca de 44% de
todos os cancros da mama
diagnosticados e tratados neste
hospital ocorreram em mulheres
com menos de 50 anos e
encontravam-se maioritariamente
AORTIC News
no estádio III (37%) e IV (27%). Em
Moçambique, cerca de 8% de todos
os cancros no género feminino são
neoplasias malignas da mama e
destas, cerca de 64% dos casos, são
diagnosticados
num
estádio
avançado. Em Angola, um estudo
envolvendo 225 mulheres com
cancro da mama, admitidas e
tratados no Centro Nacional de
Oncologia em 2009, revelou que a
idade média no momento do
diagnóstico foi de 47 anos (variação
25-89 anos) e que cerca de 78% dos
casos encontravam-se nos estádios
III e IV.
Assim, é importante notar que a
maioria dos cancros nos PALOP é
diagnosticada em estádios avançados,
tornando-os neoplasias com um
prognóstico sombrio. Em Angola,
Moçambique e Cabo Verde, há
médicos especializados em oncologia
cirúrgica e médica, existindo recursos
nos hospitais centrais para o
tratamento do cancro.
continua...
p á g i n a
1 2
CANTO PORTUGUÊS
(continuação)
A luta contra o cancro nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
No entanto, globalmente, a
disponibilidade de meios de
diagnóstico e de tratamento como o
recurso à quimioterapia e à
radioterapia
são
claramente
insuficientes para as necessidades das
populações dos PALOP. Em Angola,
o Centro Nacional de Oncologia
(CNO), em Luanda, é a mais antiga
instituição pública dedicada à
oncologia. Nesta cidade existem
ainda duas instituições privadas, a
Clínica Girassol e a Clínica Sagrada
Es-perança,
que
organizaram
unidades de oncologia com uma
abordagem multidisciplinar. Em
Moçambique, foram criadas no
Hospital Central de Maputo e no
Hospital Geral de Mavalane
unidades oncológicas. Em Cabo
Verde, o Hospital de Agostinho
Neto tem uma unidade para o
diagnóstico e tratamento do cancro,
e conta com equipamento para o
rastreio do cancro da mama. A
Associação Cabo-verdiana de Luta
Contra Cancro tem realizado
frequentemente ações para o
diagnóstico precoce de cancro nas
diversas ilhas do arquipélago. Na
Guiné-Bissau, os doentes com
can-cro são tratados no Hospital
Simão Mendes, e em São Tomé e
Príncipe este tipo de pacientes são
tratados no Hospital Ayres de
Menezes. Em ambos os países
existem cirurgiões envolvidos no
tratamento oncológico.
N ú m e r o
2 6
Até ao momento, apenas Angola
possui instalações de radioterapia e
radio-oncologistas a trabalhar a
tempo inteiro (Figura 2). O
diagnóstico
anátomo-patológico
revela
fragilidades.
Em
Moçambique, existem equipas de
anatomia-patológica de qualidade,
quer em Maputo quer na Beira. A
rede de cuidados paliativos é
incipiente, embora todos os planos
nacionais de controlo do cancro
tenham
incluído
programas
específicos de cuidados paliativos e
de cuidados de fim de vida (por
exemplo, a morfina foi adicionada à
Lista de Medicamentos Essenciais
nos PALOP). Os Ministérios da
Saúde destes países, bem como
clínicas privadas, estão atualmente a
estudar a viabilidade para formar
profissionais de saúde para a
prestação de cuidados paliativos em
pacientes com VIH, cancro e outras
doenças crónicas.
Como em outros países africanos,
nos PALOP os custos no diagnóstico
e tratamento do cancro são uma
barreira importante. A acessibilidade à quimioterapia é ainda um
problema importante. Os Ministérios
da Saúde tentam minimizar este
problema, tornando livre o acesso
aos medicamentos nas instituições
públicas, mas o aumento do número
de doentes com cancro ameaça a
sustentabilidade desta decisão e já
revela algumas dificuldades na sua
operacionalidade. A 8 ª Secção da
Lista de Medicamentos Essenciais da
OMS mais actual tem sido uma
grande ajuda para a aquisição
coerente de medicamentos contra o
cancro. Há, no entanto, problemas
decorrente da interrupção frequente
na cadeia de fornecimento em
vários países, o que afeta a eficácia
dos tratamentos.
A luta contra o cancro já teve o seu
início nos PALOP. Ações de
formação, educação, orientação e
AORTIC News
legislação estão em curso. Existem
planos para uma conferência da
AORTIC que envolverá os PALOP, a
decorrer em Angola em 2014.
Esta conferência certamente ajudará
a colocar as doenças oncológicas nas
agendas relacionadas com os
cuidados de saúde desses países.
Registo de Cancro em Angola
Os registos de cancro têm como
objetivo recolher informações de
cada doente, com o fim de se
obterem dados para a produção de
estatísticas descritivas, bem como
para planear, monitorizar e avaliar
as atividades de controlo das doenças
oncológicas de forma eficiente. Os
registos de cancro, que cobrem uma
área específica, região ou país são
chamados de registos de cancro de
base populacional. Estes, em muitos
casos, são complementados por
registos
que
funcionam
em
instituições de saúde (base hospitalar)
ou mesmo em laboratórios (base
patológica). A abrangência e validade
da informação registada nos registos
de base populacional dependem,
fundamentalmente, da existência e
qualidade destes tipos de registos.
Tradicionalmente há falta de
informação sobre as doenças
oncológicas em países em vias de
desenvolvimento e emergentes, em
parte devido a não terem registos de
cancro e sistemas de estatísticas vitais
adequadamente
implementados
(ver, por exemplo, http://gicr.iarc.fr/).
Sem esse tipo de informação, as
medidas tomadas para o controle
das doenças oncológicas, seja ao
nível regional (Luanda), ou ao nível
nacional, dificilmente podem ser
avaliadas. No entanto, a consciência
da importância do papel do Registo
de Cancro neste contexto está a
aumentar, e a ser implementado em
muitos países africanos.
continua...
p á g i n a
1 3
CANTO PORTUGUÊS
(continuação)
A luta contra o cancro nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
O aspecto fundamental deste
processo é a formação de
profissionais de saúde em métodos
de registo de cancro, no sentido
de garantir que a colheita dos
dados é realizada em paralelo com
o processo de registo que tem
normas bem estabelecidas e
diretrizes internacionais.
Após a missão imPACT a Angola
em Junho de 2012 organizada
pelo Programme of Action for
Cancer Therapy (PACT) da
Agência Internacional de Energia
Atómica (AIEA), foram feitas
recomendações ao Ministério da
Saúde para melhorar o registo de
cancro
do
país.
Estas
recomendações foram realizadas
por um especialista em Registo de
Cancro que foi nomeado pela
International Agency for Research
on Cancer (IARC). A principal
recomendação relacionava-se com
a formação e treino dos técnicos
de registo de cancro.
A este respeito, o Centro Nacional
de Oncologia (CNO) organizou
recentemente um curso em
Português sobre " Registo de
Cancro - Princípios e Métodos ". O
curso teve início a 22 de Janeiro e
terminou em 30 de Janeiro. O
programa do curso foi elaborado
com a colaboração da equipa do
PACT e do formador.
Vinte e quatro participantes
provenientes de várias instituições,
nomeadamente da província de
Luanda, Cabinda, e da Huíla,
estiveram presentes. Os participantes eram médicos, enfermeiros,
economistas, estatísticos, engenheiros informáticos, técnicos e
funcionários administrativos. A
maioria dos participantes não
tinha experiência prévia em
registo de cancro. Os 24 alunos
receberam um certificado de
N ú m e r o
2 6
participação emitido pelo CNO.
O curso teve como objetivo
apresentar aos participantes os
aspectos básicos de registo de
cancro e de proporcionar-lhes o
conhecimento e as ferramentas
para trabalharem num serviço de
registo de cancro ou como
funcionários de registo (mesmo na
ausência de um serviço de registo).
Foram abordados os seguintes
módulos: a) História do registo de
cancro, b) Biologia do cancro e
seu diagnóstico, c) Codificação
dos casos de cancro usando a
CID-O-3, d) Classificação do
estádio da doença, e) Controle de
qualidade e f) CanReg -5. Todas as
palestras foram complementadas
com
exercícios
práticos
(a
tradução portuguesa da CID-O-3
foi entregue a cada participante
para esse fim). Uma parte
importante do curso foi a visita às
unidades de saúde que possuem
serviços de anatomia-patológica.
Neste sentido, foram visitadas
duas instituições privadas (a
Clínica Girassol e a Clínica Sagrada
Esperança) e uma instituição
pública (o Hospital Américo
Boavida).
Este foi o primeiro curso realizado
em Angola sobre registo de
Cancro. Felizmente, outras edições
deste
curso
(nível
básico,
intermédio e avançado) estão a ser
programadas.
O Registo de Cancro em Angola
não está no seu início pois algum
trabalho já foi realizado no
passado.
Um
número
de
publicações, incluindo algumas da
IARC, deram a conhecer os
resultados de um registo baseado
em dados patológicos do Hospital
Américo
Boavida
(hospital
universitário),.
AORTIC News
Lúcio Lara Santos MD, PhD1*,
Gonçalo Forjaz DVM, MSc2,
Elisabete Weiderpass MD, MSc,
PhD3
Oncocir – Cuidados e Educação em
Oncologia, Angola | Instituto Português
de Oncologia, Porto, Portugal
2- Registo Oncológico Regional dos
Açores, Centro de Oncologia dos
Açores, Portugal
3- Registo de Cancro da Noruega, Oslo,
Noruega | Arctic University of Norway,
University of Tromsø, Tromsø, Noruega
| Karolinska Institute, Stockholm, Suécia
| Samfundet Folkhälsan, Helsinki,
Finlândia
1-
*Endereço para correspondência:
[email protected] (Lúcio Lara Santos)
1
Sao Tome
and Principe (2010).
www.who.int/nmh/countries/stp_en.pdf, accessed on 07-02-2014
2
Spencer HB.
Neto Hospital, Cape
Verde: Breast cancer treatment experience.
, 2013.
3
Saide M. Forum of African First Ladies Against
Breast & Cervical Cancer. Mozambique, Personal
4
Vieira-Lopes L et al. Breast cancer in Angola: a
preliminary study. AORTIC Conference 2013
(Poster), held in Durban, South Africa from 21 to
24 November.
5
WHO. Model
Medicines, 18th
,
ed. Available from:
accessed on 07-02-2014.
6
Parkin DM. The role of cancer registries in
cancer control. Int J Clin Oncol 2008;13:102–11.
7 dos Santos Silva I. Cancer Epidemiology:
Principles and Methods. Lyon: International
Agency for Research on Cancer; 1999; pp.
385 -403.
8
da Silva Lopes CA. Angola. Department of
Pathology, University Hospitals, Luanda, 19771980. In: Parkin DM, ed. Cancer Occurrence in
Developing Countries (IARC Sci Publ No. 75).
Lyon: IARCPress; 1986; pp. 33-5.
9 Parkin DM, Ferlay J, Hamdi -Chérif M et al,
eds. Cancer in Africa (IARC Sci Publ No. 153).
Lyon: IARCPress ; 2003; pp. 105 -6.
10 Valsecchi MG and
Steliarova -Foucher E.
Cancer registration in developing countries:
luxury or necessity? Lancet Oncol 2008;9:159
-67.
p á g i n a
1 4
AORTIC - América do Norte
N ú m e r o
2 6
AORTIC News
p á g i n a
1 5
AORTIC - América do Norte
(continuação)
N ú m e r o
2 6
AORTIC News
p á g i n a
1 6
O cancro no Sudão do Sul
O Sudão do Sul é um país
rodeado de terra na região
centro leste da África. Depois
de várias décadas de luta,
adquiriu autonomia do Sudão
e
tornou-se
um
estado
independente a 9 de Julho de
2011. Antes desta cisão, o
Sudão do Sul recebia um apoio
limitado do Sudão que incluía
serviços de saúde financiados
publicamente. No entanto,
após a separação das duas
nações, estes serviços escassos
f o r a m
cancelados. Até
agora, o Sudão
do Sul não deu
resposta às suas
necessidades de
saúde e continua
a ter o pior
sistema de saúde
do mundo. No
que respeita ao
cancro,
a
situação
é
especialmente
difícil.
A
migração das pessoas das zonas
rurais para as cidades em busca
de uma melhor qualidade de
vida tem levado a alterações
no estilo de vida e nos
comportamentos.
Estas
alterações são agravadas pelo
envelhecimento da população,
tornando o país vulnerável a
muitas doenças, como doenças
cardíacas,
hipertensão
e
cancro. No entanto, apesar de
ter sido realizado um estudo
sobre a hipertensão, que
revelou
que
35%
da
população examinada tem
uma pressão arterial elevada,
não existem dados sobre as
consequências do cancro no
Sudão do Sul enquanto país
independente ou antes de se
N ú m e r o
2 6
ter separado do Sudão.
Na verdade, também se
desconhece o fardo e a
prevalência do cancro no
Sudão antes da separação. O
Registo Nacional do Cancro em
Khartoum só foi estabelecido
em
2009.
Recentemente,
examinámos os dados deste
registo utilizando a filiação
tribal. Os casos registados das
tribos que se sabe provirem do
Sudão do Sul, como as tribos
Shilluk, Dinka e Moro, foram
avaliados quanto à frequência e
tipos de cancro. Só 5%
(1135/20 954) dos casos
incluídos no Registo Nacional
do Cancro durante o período
2009-10 se determinaram ser
do Sudão do Sul. Os dez
cancros mais comuns nesta
pequena população de casos
registados são o cancro da
mama, cancro do esófago,
cancro oral, linfoma, leucemia,
cancro do colo do útero,
cancro hepático e cancro da
próstata. O perfil de cancro do
país vizinho, Uganda, é
dominado por cancro do colo
do útero, linfoma, sarcoma de
Kaposi, cancro da mama e
cancro da próstata. O país só
tem dois centros de apoio ao
cancro com capacidade para
diagnosticar e tratar o cancro,
AORTIC News
localizados em Khartoum e
Wadmadani. Estes dois centros
recebem pacientes indicados de
todo o país. No entanto, são
poucos os pacientes do Sudão
do Sul que se deslocam a
Khartoum para receberem
tratamento, devido à longa
distância, falta de meios de
transporte
adequados,
constrangimentos financeiros e
fraca segurança nas estradas.
Por estas razões, a maioria dos
residentes do Sudão do Sul,
quando
tem
meios para tal,
p r o c u r a
tratamento nos
países vizinhos,
como o Uganda.
A
Política
Estratégica
de
Saúde do Sudão
do
Sul,
recentemente
preparada com vista a um
período de 5 anos (2011-2015),
que se focou no melhoramento
da saúde materna e pediátrica e
em erradicar as doenças
infeciosas,
não
abrangeu
nenhuma das doenças não
transmissíveis,
incluindo
o
cancro. Efetivamente, o cancro
tem-se tornado num problema
de saúde global emergente e
são urgentemente necessárias
estratégias para o controlar.
Calcula-se que o número de
novos casos de cancro em todo
o mundo venha a ultrapassar os
21 milhões e que o número de
mortes por cancro venha a
atingir
os
13
milhões
anualmente até 2030 (Centro
Internacional de Investigação
do Cancro).
continua...
p á g i n a
1 7
O cancro no Sudão do Sul
(continuação)
Cerca de 70% das mortes
causadas por cancro irão ocorrer
em países de baixo ou médio
rendimento.
No entanto, o controlo dos
casos de cancro associados a
infeções irá prevenir cerca de
33% das mortes causadas por
cancro nos países da África
subsariana, incluindo o Sudão
do Sul. As informações limitadas
neste país indicam um aumento
dos casos de VIH, alta
prevalência
do
vírus
do
papiloma humano (HPV) e do
vírus da hepatite B (HBV), além
de um elevado consumo de
álcool entre os cidadãos do
Sudão do Sul que poderá ter um
impacto nos padrões e na
incidência do cancro no país.
Apesar de os dados científicos
relativos a estes agentes
infeciosos associados ao cancro
no Sudão do Sul serem
limitados, a vigilância realizada
em 2009 estimou que a
prevalência de VIH em clínicas
pré-natais no Sudão do Sul foi
de 3,0%, indo de zero no Bahr
el Gazal do Norte a 7,2% no
Estado Equatorial Ocidental.
Esta magnitude da prevalência
do VIH no Estado Equatorial
Ocidental
preocupou
o
governo, que em 2012 pediu
aos Centros de Controlo e
Prevenção de Doenças dos EUA
(CDC, Centers for Disease
Control and Prevention) que
investigassem o problema. O
estudo revelou que 10,7% das
420 participantes na primeira
visita a clínicas pré-natais e
13,1% das 388 participantes em
consultas
e
testes
voluntariamente
realizados
eram seropositivas para o VIH,
o que confirma a elevada
prevalência de VIH no Estado
Equatorial Ocidental. Além
disso, a investigação dos CDC
revelou uma carência de
funcionários no serviço de saúde
e falta de supervisão de apoio,
limitações nos serviços de
prevenção do VIH e no acesso
aos testes do VIH, para além de
serviços escassos de tratamento
do VIH.
Em relação ao HBV, o Sudão
está classificado como um dos
países
com
uma
alta
endemicidade do antigénio de
superfície da hepatite B (HBsAg)
(mais de 8%), com uma
seroprevalência do HBsAg tão
elevada como 26% no Sudão
do Sul. Os fatores de risco
incluem a terapia parentérica
contra
a
schistosomose,
promiscuidade sexual e a
escarificação, que constitui um
ritual comum no Sudão do Sul.
Não se sabe muito sobre a
prevalência do cancro do colo
do útero ou do HPV no Sudão
do Sul. No entanto, os dados do
Uganda indicam que o cancro
do colo do útero é a forma mais
comum de cancro nas mulheres.
Anualmente, cerca de 3577
mulheres são diagnosticadas
com cancro do colo do útero e
2464 morrem desta doença
(Organização Mundial de Saúde
das NU), enquanto 33,6% das
mulheres na população global
estão infetadas com o HPV.
Os factos supracitados oferecem
bons argumentos para se
formular um plano estratégico
urgente com vista à prevenção e
controlo do cancro no Sudão do
Sul. Este plano deverá incluir
compromissos
financeiros,
prevenção e uma deteção
antecipada, bem como um
reforço das capacidades que
abrange tanto as infraestruturas
como o pessoal.
Autora:
Sulma
Mohammed,
Membro do
Conselho Geral
da AORTIC
Sulma Mohammed é Professora associada de
Biologia Oncológica no Departamento de
Patobiologia Comparada, Purdue Center for
Cancer Research, Purdue University e Indiana
University School of Medicine, Indiana, EUA.
3.º Encontro Regional da IGCS de 2014
Cidade do Cabo, África do Sul, 16-18 de Maio
N ú m e r o
2 6
AORTIC News
Saiba mais informações
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1 8
Notícias e Prémios!
Premiado com a Medalha de Excelência Margaret Hay Edwards de 2013
O Dr. Joe Harford foi premiado com
este prémio devido ao seu trabalho
no reforço de capacidades para a luta
contra o cancro a um nível internacional. Os seus esforços têm-se concentrado em países de baixo e médio
rendimento (PBMR) e têm incluído,
desde 1998, o apoio do NCI a participantes dos PBMR no contexto do
Currículo de Verão em Prevenção de
Cancro do NCI. O Dr. Harford
também tem apoiado e participado
em atividades educacionais de implementação de capacidades, que vão
desde o registo de casos de cancro aos
cuidados paliativos para indivíduos
provenientes dos PBMR. Além disto,
o Dr. Harford desempenha funções
de chefia na Iniciativa Global de
Educação e Formação da União para
Controlo Internacional do Cancro. O
Dr. Harford começou a sua carreira a
realizar investigação fundamental no
domínio da biologia molecular e
celular nos Institutos Nacionais de
Saúde (NIH, National Institutes of
Health) dos EUA entre 1979 e 1993.
Em 1993, tornou-se Diretor Científico
da RiboGene, Inc., então uma
empresa privada de biotecnologia.
Em 1996, o Dr. Harford voltou aos
NIH, ocupando os cargos de Diretor
Associado do NCI e Chefe de Equipa
do Gabinete do Diretor, um grupo
diverso de cargos com cerca de 400
funcionários com responsabilidades
que incluem a preparação do
orçamento do NCI, relações com a
imprensa e interações com o
Congresso dos EUA, grupos de defesa
dos pacientes e organizações profissionais. Depois de sair do setor
privado, o Dr.
Harford
foi
Presidente
do
C o n s e l h o
Consultivo
Científico
da
RiboGene, Inc. e
da SynerGene
Therapeutics,
N ú m e r o
2 6
Inc., outra empresa privada de biotecnologia. O Dr. Harford também foi
co-presidente do Grupo de Revisão
de Tecnologia do NCI, que é responsável pela triagem dos relatórios dos
funcionários sobre invenções e pelas
decisões relativas à proteção por
patente das tecnologias desenvolvidas
pelos cientistas no decurso das ações
do NCI. Em Julho de 2002, o Dr. Joe
Harford foi nomeado Diretor do
Gabinete de Relações Internacionais
do Instituto Nacional do Cancro.
Nesta qualidade, teve como responsabilidade um conjunto de interações
bilaterais e multilaterais entre o NCI e
os institutos de pesquisa do cancro
estrangeiros, além de outras entidades
de países que não os EUA. O Dr.
Harford foi Diretor do Grupo de
Aconselhamento
Estratégico
do
Consórcio entre o NCI, a Irlanda e a
Irlanda do Norte para o Cancro, e
agente de ligação do NCI no Consórcio do Médio Oriente para o Cancro,
no Programa de Cooperação entre os
EUA e o Japão para a Pesquisa do
Cancro, na Organização Africana
para Pesquisa e Formação sobre o
Cancro, na Aliança Americano-Russa
para o Cancro e na Rede Internacional para o Tratamento e Pesquisa
do Cancro. O Dr. Harford representou os EUA no Conselho Governativo
do Centro Internacional de Investigação do Cancro (IARC, International
Agency for Research on Cancer) da
OMS e é atualmente membro do
Grupo Consultivo da IARC para a
Iniciativa Global de Registo do
Cancro. O Dr. Harford representou
os NIH durante dois anos enquanto
membro do Conselho de Administração da “Human Frontier Science
Program”, uma associação internacional não-governamental sem fins
lucrativos dedicada à promoção da
investigação fundamental. Em Julho
de 2006, o Dr. Harford foi nomeado
Diretor Estratégico para Transferência
de Conhecimentos pela União para
AORTIC News
Controlo Internacional do Cancro
(UICC, Union for International
Cancer Control). Em 2008, o Dr.
Harford foi nomeado para o
Conselho Diretivo da UICC (agente
de ligação do NCI), o Grupo de Ação
do Fundo de Solidariedade, o Grupo
de Ação contra o Cancro Infantil e o
Grupo de Aconselhamento da Iniciativa contra o Cancro do Colo do
Útero. O Dr. Harford continua a
trabalhar como Diretor do comité
supervisor do Programa de Bolsas de
Estudo da UICC. O Dr. Harford
também foi nomeado para o Grupo
de Peritos Nacionais do Banco de
Recursos Biológicos relativos ao
Cancro pelo Ministro da Saúde e das
Crianças da República da Irlanda. A
assistência do NCI na revitalização do
Centro para o Cancro do Rei Hussein,
em Amã, na Jordânia, foi supervisionada pelo Dr. Harford. Em 2007, o
Dr. Harford foi reconhecido pela
Associação Médica Árabe Contra o
Cancro com um prémio em cuja
citação se pode ler: “Em reconhecimento da sua contribuição significativa para a melhoria das condições
dos tratamentos oncológicos e da
investigação sobre o cancro na região,
e dos seus esforços inabaláveis ao
apoio das infra-estruturas carenciadas,
à criação de oportunidades no
domínio da educação e formação
sobre o cancro e ao reforço da capacidade de tratamento dos doentes
oncológicos e de apoio às suas
famílias em todo o mundo árabe.” É
com grande alegria que o Comité
Consultivo atribui ao Dr. Harford o
Prémio Margaret Hay Edwards de
2013.
Trata-se
do
primeiro
funcionário do NCI a receber este
prémio desde a Dr.ª Margaret Hay
Edwards, que recebeu o prémio
inaugural em 1986.
http://www.aaceonline.com/
AwardsHonors_mhe_2013.html
p á g i n a
1 9
Notícias e Prémios!
Dr.ª Anne Merriman, membro elite da AORTIC,
nomeada para o Prémio Nobel da Paz!
A Professora Dr.ª Anne Merriman, fundadora da
Hospice Africa e Diretora dos Programas
Internacionais na Hospice Africa Uganda (HAU),
foi nomeada para o Prémio Nobel da Paz.
No Website da HAU, a Dr.ª Anne dedicou a sua
nomeação a todos os que trabalharam com ela a
cuidar daqueles que sofrem em África e no resto
do mundo.
Este é o reconhecimento que uma solução simples e económica (solução oral de morfina composta
junto ao paciente) de controlo da dor em África, adequada a uma aplicação doméstica e culturalmente
indicada e aceitável, veio abrir a porta dos cuidados paliativos em África. Graças ao apoio e à bondade
de cada um de vós, tornou-se possível dar alívio àqueles que sofrem nos países que aceitaram esta
solução e esperança àqueles que ainda carecem de tratamento.
Esta nomeação para o Prémio Nobel da Paz traz o meu nome, mas é para vós. Ela ajudar-nos-á a
progredir mais rapidamente, pois nunca nos devemos esquecer daqueles que ainda estão fora do nosso
alcance, os que sofrem de uma forma comparável a uma tortura. Esperemos que as notícias desta
nomeação levem outros a juntarem-se a nós com preces, voluntariado, competências no domínio dos
tratamentos e fundos que permitam formar mais pessoas nesta especialidade essencial e transversal dos
cuidados paliativos.
Deus continue a abençoar todos os vossos esforços. Agradeço a Deus por cada um de vós e pelo
trabalho especial que temos o privilégio de realizar pelo Seu povo.
Anne
“Esperemos que as notícias desta nomeação levem outros a juntarem-se a nós.”
O Conselho e o Secretariado da AORTIC congratulam a Professora Merriman por esta muito merecida nomeação!
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2 6
AORTIC News
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W elcome to the N ew M embers of A O R T IC
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Oluwatoyin
Ogunnorin
Ogochukwu
Izuegbuna
Ruth Ochanya
Adio -Moses
Raymond
Vhriterhire
Mohamed
Mutocheluh
Alice
Charwudzi
Michael Chiemeli
Asuzu
Uchechukwu
Shagaya
Isabel
Vunda
Jose
Jeronimo
Rejoice
Nkambule
Cesar
Alves
Ana Maria
Vaz Da Conceicao
Oliver
Bogler
Moctar
Toure
Afua
Abrahams
Simon
Patrick, Kafui
Naporo
Akakpo
Hierrhum Aboubacar
Bambara
Prisca Olabisi
Adejumo
AORTIC News
“ WORKING TOGETHER TO
PR EVEN T, CO N TR O L
AND
CAR E FOR CAN CER
IN AFR ICA ”
P O Box 186, Rondebosch, 7701, South
Africa
37A Main Road, Mowbray, 7705,
South Africa
Tel: +27 21 689 -5359 Fax: +27 21 689
-5350
e-mail: info@aortic -africa.org
www.aortic -africa.org
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Mensagem de boas-vindas aos novos membros da AORTIC
Primeiro Nome
Apelido
Primeiro Nome
Apelido
Oladapo
Campbell
Nagwa
Elkateb
Jean Bernard
Nkoua-Mbon
Nasiru
Ibrahim
Babatunde
Akinwumnu
Agboeze
Joseph
Adebola
Akinsulie
Lucio
Lara Santos
Olusegun
Alatise
Chidiebere
Ogo
Ademola T. O
Adebanjo
Oche Patrick
Ogbe
Charlotte
Komunda
Ebenezer
Nkom
Amina
Benneh - AkwasiKuma
Eliud
Njuguna
Prosper T.A.
Machengo
Ana Henriqueta
Lima
Beatrice M
Ohaeri
Stephen
Molaoa
Mary Manyo
Ojong-Alasia
Joseph
Kasese
Miriam
Mutebi
Susan Chitonje
Msadabwe-Chikum
Grosebeck
Parham
Rahman Ayodele
Bolarinwa
Nestory
Masalu
Luca
Incrocci
Idiat
Ogungbade
Rosemary
Camfua
Olaide
Payne
Lynette
Palmer
Nathaniel
Usoro
David
Busolo
Lygia
Vieira Lopes
ChakouHalfani
Tindwa
Olugbenga
Silas
Antonia
Muangala
IjeomaJoy
Okoko
Olabode
Oluwole
Kwabena
Opoku-Adusei
Louis
Ngendahayo
Paulina Ackley
Akpan-Idiok
Ines
Buccimazza
Tobias
Kinyera
Christopher, GP
Mathew
Filomena
Chaves
Steffen
Hauptmann
Sadah
Obuya
Afaf
Elhag
Joaquin Bernardo
Dumas
Francisca
Mwangangi
A Etiópia ratificou a FCTC
Caros membros, amigos e apoiantes da Mathiwos Wondu-YeEthiopia Cancer Society e do Consórcio de
Associações NCD da Etiópia. É com grande alegria que vos informamos de que a há muito esperada
Convenção-Quadro sobre o Controlo do Tabaco (FCTC) foi finalmente ratificada pela Câmara dos Representantes
do Povo da Etiópia durante a sua sessão regular de ontem. O principal objetivo da FCTC é diminuir a procura e
oferta de tabaco e de produtos à base de tabaco. O tabaco é o principal fator de risco passível de prevenção para
quase todas as DNT e a ratificação da FCTC irá ajudar-nos a enfrentar o peso crescente das DNT em geral e do
cancro em particular. Desejamos agradecer a todos os que se envolveram e participaram na incansável defesa desta
causa, que tornou possível a ratificação. Este processo voltou a sublinhar o enorme poder de uma comunidade
unida em nome do controlo das DNT. Do nível global ao local, unimo-nos em prol de uma estratégia comum e
erguemos as nossas vozes bem alto. Temos de dar continuidade aos nossos esforços conjuntos e a este empenho,
não descansando até dispormos de serviços de saúde com qualidade para aqueles que vivem com cancro e com
outras DNT, e até serem implementadas medidas de mitigação do aumento dos novos casos. Juntos, estamos a
caminhar em direção a uma nova era de controlo global das DNT e, mais do que nunca, estamos certos de que
unidos podemos enfrentar a incidência crescente das DNT e fazer a diferença!
Wondu Bekele Woldemariam - Diretor-geral da Mathiwos Wondu-YeEthiopia Cancer Society
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AORTIC News
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Quo vadis cuidados paliativos em África?
A Dr.ª Anne Merriman,
MBE, FRCPEd, FRCPI,
MCommH, é a
fundadora da Hospice
Africa e atualmente
Diretora de Política e
Programas
Internacionais, Professora Honorária de
Cuidados Paliativos na Universidade de
Makerere e no Instituto de Cuidados
Paliativos em África da Hospice Africa
Uganda.
“Muitas pessoas e em especial muitos
governos ainda não veem as terríveis
agonias infligidas às suas populações pelo
cancro.”
num estágio tardio da doença, o que se
deve à ideia generalizada de que o
cancro constitui uma pena de morte muitas pessoas viram os seus familiares
entrarem no hospital e saírem já num
caixão -, temos de concluir que 95% dos
casos de cancro são incuráveis, exceto
para os pacientes ricos que obtêm
tratamento no estrangeiro.
Considerando que na maioria dos países
africanos mais de 50% dos pacientes
oncológicos nunca vê um funcionário do
setor da saúde, são muitos aqueles que
antes de morrerem se veem vítimas de
desfigurações dramáticas, sofrimento e
abandono. Chegou o momento de
lidarmos
com
este
sofrimento,
provocado
mais
por
comportamentos
Introdução
Em 1992, a Hospice Africa foi fundada omissos do que por intenções.
em Liverpool, no Reino Unido, com o
intuito de prestar apoio aos pacientes A situação atual em África relativamente
oncológicos em África através de ao alívio do sofrimento dos pacientes
métodos económicos de controlo da dor oncológicos
e do sofrimento. Em 1993, na sequência Hoje vive-se em África uma situação
de um estudo de exequibilidade semelhante a 1986 [1], quando a OMS
realizado em quatro países, o Uganda foi enviou o primeiro apelo a todos os
escolhido para ser o primeiro a receber governos mundiais no qual se
as
discrepâncias
na
esta iniciativa. Hoje, a Hospice Africa delineavam
disponibilidade
de
tratamentos
e
curas
Uganda
funciona
segundo
uma
abordagem de saúde pública, formando do cancro entre os países ricos e os países
até ao nível de licenciatura profissionais pobres, o que resultava num tremendo
de saúde que, por sua vez, irão prestar sofrimento para os pacientes e para as
cuidados paliativos a todos aqueles que suas famílias. Estes desequilíbrios
destes carecem nos seus países. Apesar de tornavam evidente que a única
a prestação de cuidados paliativos ter abordagem económica e humanitária são
conhecido um grande progresso nos os cuidados paliativos. Dispondo agora
últimos anos, ainda é necessário que dos nossos conhecimentos sobre controlo
todos os profissionais de saúde da dor e sabendo como os analgésicos
desempenhem
um
papel
mais evoluíram desde 1986, desde que seja
abrangente no alívio do sofrimento dos financeiramente possível, os países não
pacientes oncológicos na África dos dias deverão deixar os pacientes sofrer só
porque uma terapêutica de cura não está
de hoje.
disponível. Hoje em dia, mesmo com
inúmeras histórias de sucesso e a
Preparar o terreno
O tratamento oncológico é raro para os intensificação do apelo à luta contra o
habitantes dos países africanos. A cancro, um sofrimento comparável a
radioterapia só está disponível num uma tortura ainda é negligenciado pelos
terço de todos os países e os governos, profissionais de saúde e
medicamentos
oncológicos
estão mesmo pelos oncologistas. Em 42 dos 57
frequentemente fora do alcance países africanos, os governos ainda não
financeiro dos pacientes. Tanto as estão dispostos a importar e fornecer
populações como a esperança média de morfina economicamente acessível,
vida estão a aumentar, e com elas a recomendada pela OMS para a dor
incidência de cancro. Se a estes grave, aos pacientes oncológicos.
elementos juntarmos o facto de os Inicialmente, tal devia-se ao elevado
pacientes se apresentarem para consulta custo da morfina oral fabricada; no
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AORTIC News
entanto, hoje é possível produzir a
morfina de forma económica, junto ao
paciente, sem passar por intermediários e
cumprindo
todas
as
regulações
internacionais (CICE). O principal
problema ainda resulta dos mitos e dos
receios de governos mal informados, que
assumem que os responsáveis pela
prescrição ou administração da morfina
são toxicodependentes ou estão a
possibilitar a toxicodependência. De
forma a assegurar um alívio da dor dos
pacientes oncológicos, os governos
precisam de facultar a morfina
economicamente acessível a todos os
pacientes que dela necessitam. Como este
processo exige a prescrição por um
profissional de saúde autorizado, é
essencial aumentar o número e a
formação de prescritores, bem como
introduzir diretrizes para assegurar que as
regulações das convenções de Genebra
sobre
fármacos
controlados
são
respeitadas. O Governo do Uganda
introduziu essas medidas e é hoje visto
como um modelo no espaço africano. Os
governos
serão
avaliados
pelo
tratamento que facultam aos seus
cidadãos mais vulneráveis; a dor evitável,
muitas vezes num grau torturante, ainda
é lugar-comum em muitos países
africanos.
Sim, nós os profissionais do setor da
saúde
devemos
assumir
alguma
responsabilidade
pelo
enorme
sofrimento que percorre a África.
Precisamos de trabalhar em conjunto e
reconhecer a contribuição que cada um
de nós pode ter para confortar os
pacientes e as famílias neste momento
especial da vida. Faço aqui um apelo aos
oncologistas para que cooperem com os
cuidados paliativos em África, aplicando
os seus conhecimentos sobre medicação
no alívio do sofrimento, assegurando que
nunca mais se repete a frase “já não há
nada a fazer.” Precisamos que os
oncologistas se aliem aos porta-vozes dos
grupos de cuidados paliativos, exortando
os governos a autorizarem a importação
de morfina em pó, de modo a que haja
sempre morfina líquida economicamente
acessível quando um paciente precisar
dela (o que ocorre geralmente no lar
[2]).
continua...
p á g i n a
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Quo vadis cuidados paliativos em África?
(continuação)
A África é pobre e por isso não
consegue sustentar a multiplicação
das especialidades. A psico-oncologia
faz parte dos cuidados paliativos e
não funciona isoladamente, sob pena
de
fragmentar
os
serviços
coordenados
para
as
pessoas
desfavorecidas em países onde os
recursos escasseiam. Na AORTIC, esta
especialidade ainda está numa
posição isolada. Porque é que não foi
integrada nos cuidados globais?
Como o tratamento paliativo (em
África)
utiliza
medicamentos
genéricos para limitar ao máximo os
custos, as empresas farmacêuticas não
estão muito disponíveis para financiar
os nossos eventos nem os nossos
esforços de defesa desta causa. Isto
significa que nem sempre podemos
trazer os nossos melhores porta-vozes
em África para as conferências. No
entanto, combinar a psico-oncologia
com os cuidados paliativos na
conferência da AORTIC poderia pelo
mesmo mostrar que estamos a
trabalhar juntos, o que poderá
aumentar a disponibilidade dos
recursos. A África precisa da
experiência africana para perceber
como está a funcionar. Os cuidados
paliativos, conforme aplicados nos
países ocidentais, são diferentes
cultural
e
economicamente.
Tenhamos
orgulho
na
nossa
identidade
africana
mas
sem
deixarmos de reconhecer e dar
resposta às necessidades realistas dos
pacientes dos dias de hoje.
Também precisamos de formar os
profissionais do setor da saúde em
cuidados paliativos. Os nossos cursos
superiores e formações em oncologia
e radioterapia deverão incluir
módulos de cuidados paliativos. As
equipas que prestam serviços de
oncologia precisam de ter formação
em cuidados paliativos e os cursos
superiores e de formação em
cuidados paliativos têm de incluir
módulos e secções em oncologia. Os
nossos enfermeiros oncológicos têm
de receber uma formação dupla para
poderem dar conforto aos seus
pacientes.
Desta
forma
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conseguiremos avançar juntos e os
nossos pacientes e as suas famílias
poderão ter a certeza de que o
serviço irá facultar medicamentos
contra a dor assim que necessário.
Temos de dar ao paciente a
oportunidade de fazer escolhas sobre
o termo da vida, ficando em paz com
a família e com o seu Deus antes do
fim, quando já não for possível
qualquer
cura.
Um
problema
importante é o facto de termos muito
poucos oncologistas presentes nas
sessões de cuidados paliativos nas
conferências, o que faz com que por
vezes estejamos a falar para nós
mesmos. Temos de encorajar os
oncologistas a assistirem a estas
sessões para depois poderem ajudar o
paciente africano, que deverá estar
no centro de tudo o que fazemos.
Querem que os pacientes vivam mais
tempo? Já foi provado que os
cuidados paliativos permitem que os
pacientes vivam mais tempo [3],
porque sem dores comem melhor,
dormem melhor e têm uma melhor
qualidade de vida durante um
período mais longo. “Podem viver
até morrer.”
A solução: uma maior cooperação?
É este o apelo de uma veterana de
mais de 30 anos em África, que os
nossos serviços sejam mais realistas e
também incluam pacientes que nunca
veem um funcionário do setor da
saúde. Precisamos de procurar os
pacientes nas suas casas, levando-lhes
o conforto. Se nos confinarmos aos
nossos pacientes hospitalares, vendo
a doença mas não a pessoa, a família
e a comunidade que se escondem
atrás dela, não estamos a empatizar
com o paciente. Perdemos a
oportunidade de perceber que um
dia este momento chegará para todos
nós. Vemos na cura um sucesso e a
morte como uma derrota. Mas a
verdadeira derrota é a ausência de
tratamento, a incapacidade de
acompanhar os desenvolvimentos no
controlo da dor e dos sintomas
devido aos mitos que subsistem até
mesmo nas nossas faculdades médicas
AORTIC News
e que desaconselham a aplicação
deste remédio abençoado contra a
dor. Avancemos então em conjunto
nos próximos 20 anos. A AORTIC foi
fundada para ajudar os pacientes
oncológicos em África que tanto
sofrem. A AORTIC está numa posição
ideal para nos unir. Deixemos que a
investigação e a formação, destacadas
no nome da AORTIC, nos encorajem
a trabalhar para aliviarmos o
sofrimento dos pacientes e das suas
famílias, dando resposta às suas
necessidades e aplicando a nossa
ciência de formas práticas, trazendo a
este momento especial da vida paz e
conforto.
Referências
[1] Freedom from Cancer Pain (1986)
OMS
[2] Sepulveda C, Habiyam-bere V,
Amandua J, Borok M, Kikule E,
Mudanga B, et al. (2003) Quality
care at the end of life in Africa. BMJ
327 (7408) 209-13
[3] Connor SJ et al. (2007)
“Comparing Hospice and non
Hospice patient survival among
patients who die within a three year
window”. J Pain Symptom Manage
33 238-246
Por Anne Merriman
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C O N F E R E N C E N O T IC E S
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C O N F E R E N C E N O T IC E S
The Technical Planning Committee Chairs and Co -Chairs for the ”Biennial Science of Global Prostate
Cancer Disparities conference” are pleased to announce that the opening plenary session keynote ad-
dress to kick off the conference will be presented by Dr. Edward Trimble, the Director of the National
on November 6, 2014. Dr. Trimble is well recognized
Cancer Institute (NCI) Center for Global Health
internationally as an expert in cancer prevention, screening, treatment, and symptom management. In
recognition of his work at NCI, he has received two Public Health Service Commendation Medals, 6
NIH Merit Awards, and the NCI Director’s Gold Star Award.
The biennial conference attracts international prostate cancer scientists, clinicians, and other urological
professionals.
For more information about the conference, please go to:
www.globalprostatecancerconference.com .
Edward L. Trimble, MD, MPH
Director, Center for Global Health (CGH)
U nited States of America
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A O R T IC Publications
C ancer Plan for the A frican C ontinent
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r e a d s:
Editors: I F Adewole, L Denny, F Odedina, T Rebbeck, I O Morhason
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Cancer
S ummary of the deliberations of the A
plan for the
African
pathologists summit
Continent
http://www.aortic -africa.org/images/uploads/ then look for the pdf:
2013 SUMMARY_OF_THE_DELIBERATIONS_OF_THE_AFRICAN_PATHOLOGISTS
_SUMMIT_final_revised.pdf
2017
Handbook
for Cancer
Research
in Africa
frican
H andbook for C ancer R esearch in A frica
Report:
Summary
of the deliberations
of the
African
Pathologist
s Summit
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