Baixar este arquivo PDF - Revista Eletrônica Interdisciplinar

Transcrição

Baixar este arquivo PDF - Revista Eletrônica Interdisciplinar
Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR
http://revista.univar.edu.br
Ano de publicação: 2016
N°.:15 Vol.2 Págs.103 - 110
ISSN 1984-431X
TRICOLOGIA - O ESTUDO DA COLORIMETRIA CAPILAR E A VISÃO DOCENTE
Kelly Tavares de Freitas, Shirley Pereira e Tereza Tavares Pimentel
RESUMO: O profissional em colorimetria capilar deve ser capaz de tomar melhores decisões, prevenindo resultados
indesejados e corrigi-los quando necessário e, para que isso ocorra, se faz necessário que busque a qualificação
adequada em bancos escolares. Ao buscar esses conhecimentos, é possível observar que a colorimetria é um estudo
altamente enriquecedor o colorista irá identificar que nuances deverá combinar ao longo do trabalho e que técnicas de
aplicação das tinturas serão mais indicadas, já que uma tonalidade sempre influencia a outra. Nesse trabalho serão
apresentados conceitos básicos de tricologia e colorimetria para mostrar a relevância de um estudo qualificado, onde o
avanço da tecnologia cosmética aplicada a diferentes sistemas de tinturas para os cabelos tem crescido nos últimos
tempos e a necessidade de que o professor/mediador possua formação adequada para mediar esses conhecimentos
práticos para que o aluno possa desempenhar a contento as suas funções. A metodologia utilizada neste trabalho foi a de
pesquisa bibliográfica, com a intenção de enriquecer os nossos conhecimentos.
Palavras-Chave: Tricologia, Colorimetria, Estética, Docência.
Abstract: Professional on Colorimetry capillary should be able to make better decisions, preventing undesirable
outcomes and correct them when necessary, and for this to occur, it is necessary to seek the appropriate qualifying
school benches. To get this knowledge, you can see that the Colorimetry is a highly enriching study the colorist will
identify which should combine nuances throughout the work and techniques of application of dyes are most suitable,
since a tonality always influences the other. This work will be presented and trichology Colorimetry fundamentals to
show the relevance of a qualified study, where the advancement of cosmetic technology applied to various systems of
dyes for the hair has grown in recent times and the need for the teacher/facilitator has adequate training to mediate these
practical knowledge so that the student can perform the satisfaction. The methodology used in this work was the
bibliographical research, with the intention of enriching our knowledge.
Keywords: Trichology, Colorimetry, Aesthetics, Teaching.
1
Professora das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia (UNIVAR)
1. INTRODUÇÃO
A noção da cor está fortemente relacionada
como o sistema visual. A ciência das cores tem como
propósito, o estudo de como os seres humanos
percebem as cores. A colorimetria é uma ciência que
vai fundo no estudo das cores, analisa sua composição
e suas combinações, levando em conta a forma como
são vistas, regendo as regras da boa coloração.
A prática de colorir os cabelos é muito antiga
e com o passar do tempo uma forte tendência mundial
em produtos para cuidados dos cabelos e sua utilização
tem aumentado, principalmente em produtos
colorantes, direcionando o avanço da tecnologia
cosmética aplicada a diferentes sistemas de tinturas
para os cabelos, surgindo a necessidade de um
profissional especialista em tricologia e colorimetria.
Tricologia é a ciência que estuda e trata as
patologias que acometem os fios, pelos ou cabelos e a
colorimetria é o estudo das cores onde engloba os
efeitos da luz em relação a cores natural ou artificial,
sendo um processo utilizado para medir e analisar a
composição da cor.
Um bom colorista capilar desempenha
atividades relacionadas ao desenvolvimento de
soluções para pintura e tingimento, sabendo identificar
a cor que está nos fios e o que precisa ser melhorado
para que ela ganhe brilho e luz.
A cor do cabelo não pode mudar uma
personalidade, mas cria uma nova aparência,
satisfazendo um capricho ou inspirando confiança.
Uma nova cor no cabelo pode satisfazer um desejo ou
uma necessidade.
Segundo Costa (2013),
103
Os envolvidos no processo educativo tem se
unido, num esforço conjunto, para o
desenvolvimento de projetos e de atividades
com a finalidade de proporcionar aos
acadêmicos em desenvolvimento intelectual,
uma formação que dê conta de atender as
necessidades das crianças da primeira etapa
da Educação Básica em uma sociedade que
se encontra em permanente processo de
transformação.
No processo educativo, o trabalho buscou
enfatizar a atividade do professor como uma
experiência ligada à concepção que ele próprio tem da
realidade tendo em vista que a prática docente requer
formação específica. Nessa atividade de mediar
conhecimentos em áreas específicas se faz necessário
que a formação dos professores se deem em bases
dentro das necessidades que possam contribuir para a
transmissão dos conhecimentos específicos.
As atividades dessas questões de ensino e
aprendizagem ficam evidenciadas no espaço de
construção de saberes. A formação do professor é
condição essencial para mediar e facilitar o processo de
aprendizagem através de métodos e técnicas adequados
em que as práticas do professor através de sua
formação e atividade profissional são fatores que levam
ao atingimento de competências e habilidades dos
discentes.
O presente trabalho tem como objetivo
realizar um estudo da colorimetria capilar para que o
profissional seja capaz de tomar melhores decisões e
facilitar na mediação de conhecimentos aos alunos
quando esse profissional desempenha as funções de
professor titular de disciplina específica de colorimetria
capilar.
2. TRICOLOGIA
A origem da palavra Tricologia vem do grego
thricos (cabelos) + logos (estudo), portanto a
Tricologia Capilar é uma ciência que estuda e trata as
patologias que acometem os fios, pêlos ou cabelos.
Esse estudo iniciou-se na Inglaterra em 1902 com o
objetivo de diagnóstico e tratamento das doenças dos
cabelos e do couro cabeludo, mas com o avanço da
ciência e tecnologia, atualmente no Brasil, como em
outros países, existe um interesse crescente pelos
tratamentos alternativos e preventivos dos cabelos e
para suprir essa demanda a uma disponibilização de
informações sobre os cabelos e o couro cabeludo,
direcionados à área de estética.
A tricologia tem como objetivo integrar as
áreas da saúde e da estética, onde diversos profissionais
estão ligados a essa ciência, entre eles estão os
químicos, biólogos, cosmetólogos, farmacêuticos,
nutricionistas e médicos, surgindo nesse espaço de
trabalho uma nova classe de profissionais, que são os
terapeutas capilares que lançam de seus conhecimentos
profundos sobre Tricologia, promovendo a saúde do
couro cabeludo e dos cabelos.
Há muito cuidar dos cabelos deixou de ser
simplesmente vaidade e tornou-se uma a ligação entre a
estética e a saúde, uma vez que se cuidar é um requisito
básico de saúde. É por essa razão que, com uma visível
evolução do profissionalismo, cada vez mais os salões
tornam-se “Centros de Serviços” com áreas temáticas
bem diferenciadas que oferecem os cuidados
necessários para o rosto, o corpo e os cabelos, onde os
cabeleireiros, coloristas, depiladoras, manicuras,
podólogos, esteticistas e massoterapeutas estão sempre
voltados para o aprimoramento técnico em favor dos
seus clientes.
O Colorista deve saber identificar a cor que
está no cabelo da cliente, seja ela natural ou artificial,
analisar o que precisa ser melhorado e qual a cor que
favorece o tipo de pele da cliente . E quando a cliente
quiser mudar de cor o colorista deve sugerir a cor e
tonalidade que mais valorize a sua cliente.
3. COLORIMETRIA
Colorimetria é a ciência que estuda a medida
das cores e desenvolve métodos para a quantificação da
cor, ou seja, para o desenvolvimento de valores
numéricos da cor. “A coloração capilar é o esteio
técnico /profissional do cabeleireiro de hoje, do
amanhã, do futuro.” (PINTO, 2009). A cor alegra,
ilumina o ser humano, cor é luz, é fundamental no
nosso dia a dia e é essencialmente importante no
visual, pois, se utilizada corretamente, valoriza as
formas, os traços e destaca os pontos positivas de uma
pessoa.
3.1 HISTÓRIA DA COLORIMETRIA
A arte de pigmentar os cabelos vem desde a
antiguidade onde os fenícios, gregos e romanos faziam
uso da casca de nozes e outros métodos rudimentares
provenientes da natureza para dar cor as suas madeixas.
Entre os egípcios, também era conhecido o
hábito de pigmentar os cabelos extraindo diferentes
corantes de extratos animais, vegetais e compostos
metálicos para tingir suas perucas, tornando-se os
primeiros a utilizar extratos vegetais e compostos
metálicos para colorir também seus tecidos.
Já na Índia e Pérsia, além dos cabelos, as
pessoas usavam a técnica de colorimetria para
pigmentar também a sola dos pés e as folhas de henê
pulverizadas eram utilizadas pelos gregos, onde foram
encontrados compostos de chumbo principalmente
chumbo branco.
Enquanto isso na Inglaterra a rainha Margot
mudava a cor dos cabelos constantemente e as
mulheres tentavam procurar obter a coloração ruiva dos
cabelos de sua Rainha. E na Renascença os cabelos
eram clareados com ‘compostos’ que se expunham ao
sol, na tentativa de obter o louro veneziano que tende
104
ao ruivo e ainda para embranquecer os cabelos os
homens e mulheres salpicavam pó de amido.
A primeira tintura orgânica sintética foi obtida
em 1832, chamada Pirogalol. Em 1863 um o químico
alemão Hoffmam descobriu a Paraphenylenodiamina e
desenvolveu um corante que com a sua oxidação, ele se
polimerizava, e conseguia sua fixação, mas apenas 20
anos depois descobriu que suas propriedades coloriam
a queratina do cabelo. Porém somente depois de 1905,
as primeiras colorações oxidantes foram produzidas em
escala comercial, iniciando-se a era dos corantes
sintéticos utilizados até hoje. Mas até 1945 a evolução
dos corantes foi muito lenta, somente após a segunda
guerra que seu desenvolvimento maior aconteceu.
No século XX, década de 60 a 70 o uso da
coloração era mal vista e sua utilização, basicamente,
era para colorir cabelos brancos. Associada a mulher
mais velha, mas essa associação cai por terra nos anos
80, onde o movimento punk traz à tona as cores fortes,
como o azul e o roxo, e a coloração do cabelo deixa de
ser apenas para colorir os cabelos brancos.
Nos anos 90 colorir os cabelos se torna natural,
quase obrigatório, transmitindo um ar de modernidade
e bem estar. Nos dias atuais a coloração é um agente
transformador, mascarando os sinais do tempo e
tornando uma das formas imediatas de suprir o desejo
de mudar, pois mexe diretamente com a beleza e bem
estar da consumidora, pois existe a liberdade de
escolher a aparência desejada.
3.2 CORES
Segundo Goethe (1993) não tem como falar
das cores sem mencionar a luz em primeiro lugar, pois
são ações e paixões da luz, relacionando-se
perfeitamente.
A cor está presente na nossa vida, totalmente
inserida ao nosso redor, sendo constantemente
apreendidos e assimilados por nós, seres humanos.
Aparentemente, as diversas tonalidades de cor que
conseguimos diferenciar, não são mais do que cores
isoladas, no entanto, estas vão surgindo como
combinações entre outras.
Desta forma, e para que se compreenda
melhor, como se compõem as cores que constituem o
vasto leque de cores existentes, há que conhecer alguns
tipos de cor fundamentais e que estão na base da
existência de outras cores, tais como as cores
primárias, as cores secundárias, as cores terciárias e as
cores neutras, entre outras.
Sem luz não existe cor, pois o sol é uma fonte
de energia que se difunde numa gama de radiações em
ondas magnéticas que chegam até nós e as radiações
luminosas (luz branca), são partes dessas radiações
perceptíveis pelo olho humano, através do seu aspecto,
é decomposta em seis cores: Violeta, azul, verde,
amarelo, laranja, vermelho.
3.3 TEORIA DAS CORES
Para o Instituto Técnico do Cabeleireiro, as
cores primárias e secundárias além de serem usadas
para criar novas cores podem ser usadas para contrastar
determinada cor com outra.
Cores primárias: chamada de fundamentais ou
dominantes, são as cores que não se decompõem,
segundo as leis da colorimetria, permitem definir as
secundárias, são elas: AZUL, VERMELHO E
AMARELO.
Cores secundárias: ou complementares dão
origem a outras cores através da mistura de duas cores
primárias: VERDE (Amarelo + Azul), ROXO
(Vermelho + Azul), LARANJA (Amarelo + Vermelho)
e união dessas seis cores é o PRETO
3.4 LEI DAS CORES PARA A COLORIMETRIA
Existem três cores primárias (azul, amarelo,
vermelho) que misturando entre si dão vida às cores
secundárias (verde, laranja, roxo), consequentemente a
união destas seis cores é o preto.
Na colorimetria também tem que realçar-se a
influência de uma cor ou um reflexo sobre o outro, para
a obtenção se um resultado satisfatório. As cores e os
reflexos têm predominância quente e fria
As cores quentes (amarelo, laranja, vermelho)
são aquelas que os olhos percebem os reflexos
alaranjados, dourados, acobreados, vermelhos ou
acajus, aproximando e aumentando as formas e
transmitem a sensação de calor lembrando fogo e o sol.
As cores frias (azul, verde, roxo) são as cores
acinzentadas, com base azul ou cinza irizadas e
esverdeadas, que passam sensação psíquica de frescor
(como água) de frio (como o gelo). As cores frias
distanciam e reduzem aparentemente as formas, ainda
tem-se as cores neutras, são brilhantes e com pouca
visibilidade servindo para fundos.
3.5 COLORAÇÃO
Segundo Jaime (2011), o conceito de cor é
subjetivo e não objetivo, dessa forma acredita-se que
cada indivíduo tem uma percepção particular da cor.
Na coloração estética, conhecimentos técnicos
e sensibilidade ajudam na escolha das cores mais
apropriada para o (a) cliente, de qualquer maneira tratase de uma questão subjetiva. A percepção das cores no
olho humano se registra subjetivamente conforme os
foto pigmentos que cada indivíduo traz de suas
características genéticas. Ex: o olho percebe a cor
através de pigmentos sensíveis á luz, presentes nos
cones na retina (os foto pigmentos).
Quando os foto pigmentos são mais sensíveis
à ação de onda luminosa longa, produz sensação de
vermelho, quando é mais sensível às ondas de
comprimentos médias produz a sensação de verde e
quando a percepção ocular se sensibiliza diante de
ondas curtas, são conhecidas como foto pigmentos
azuis, apesar que cada individuo percebe a cor de
forma diferenciada.
105
Para entendermos a colorimetria é necessário
compreender como é formada a estrela colorimétrica.
“O estudo da estrela de Oswald junto com o
estudo da tricologia e cosmetologia forma
uma matemática de resultados, conceituando
a colorimetria entre três pilares: cor, química
e tricologia, resultando em síntese que
compreendendo os sistemas de coloração e
conhecendo o processo de cor e luz, o
colorista terá resultados magníficos, além
destes pontos importantes, um colorista
precisa compreender o mundo das cores e
também como a cliente percebe a cor e sua
subjetividade. (JAIME, 2011)
A estrela é formada a partir de dois triângulos;
no primeiro triângulo temos as cores primárias que são
formadas pelo vermelho, azul e amarelo e no segundo
triângulo temos as cores secundárias verde, laranja e
roxo que são a mistura em parte iguais das cores
primárias, temos ainda o marrom que é a mistura das
três cores primárias.
3.6 TEORIA DE OSWALD
A teoria de Oswald diz que duas cores
igualmente neutralizam a cor que se encontra na linha
convergente, ou seja, o vermelho neutraliza o verde, o
roxo neutraliza o amarelo, o azul neutraliza o laranja e
vice-versa.
Esta
neutralização
é
importante,
principalmente na hora da correção de reflexos
indesejados, como o amarelo e o laranja.
3.7 TIPOS DE COLORAÇÃO
As colorações podem ser temporária, semi
permanente, permanente ou coloração por oxidação.
Coloração Temporária, são aquelas que não tem poder
de clareamento. São superficiais, pigmentando somente
a cutícula, em concentração máxima de 0,6%. Consiste
em aplicar pigmentos na parte externa dos cabelos, por
meio de xampus que lavam colorindo conhecida como
tonalizante ou rinçagem, age apenas na superfície,
saindo nas primeiras lavagens. Este tipo de coloração
não causam mudanças na cutícula do cabelo. A
vantagem da coloração temporária é que se a pessoa
tem dúvidas quanto à mudança de cor dos cabelos, é
possível realizar teste num intervalo curto de tempo, já
que a coloração sai com a freqüência das lavagens. A
desvantagem é, apesar de não danificar tanto o cabelo,
já que a cada lavagem e exposição ao calor a cor vai
modificando correndo o risco de alcançar um tom
indesejável.
Coloração Semi Permanente é o tipo de
coloração que tem uma duração que varia de 4 a 6
lavagens, ajuda a disfarçar cabelos brancos. Não
permitem clareamento porque não utiliza oxidantes
nem amônia. Podemos considerar como tonalizantes.
O pigmento poderá ser derivado de
nitrobenzeno, complexo cátion-ânion, nitroaminofenol
(oxidada em contato dom o ar), derivados do
antraquinona e compostos de azoto; observa-se
penetração através da cutícula e difusão no córtex,
tingindo em 30% dos cabelos brancos.
A coloração semi permanente desenvolve um
realce na cor natural dos cabelos, dando um tom sobre
tom no escurecimento. Ela atua na superfície dos fios e
dos pigmentos, tem uma ação suave na fibra capilar,
por não conter amônia não clareia, é utilizada com
revelador específico de baixa volumagem.
Para Steiner (2010) nesse caso os pigmentos
aderem a pequenas aberturas na junção das células da
cutícula. Por ficar aderido, o pigmento não sai tão
facilmente. Nesse caso há somatório da cor natural dos
cabelos e do pigmento, resultando numa nova cor.
O interessante da coloração semi permanente é
que por não conter oxidantes, conserva mais a fibra
capilar e não provoca alergias. A desvantagem deste
produto é que sua durabilidade é por pouco tempo. A
coloração vai sendo eliminada do cabelo de 4 a 6
lavagens.
Coloração Permanente ou por oxidação é
aquela que tem o poder de penetrar no fio do cabelo e
depositar pigmento ou retirá-los do fio, essa reação
química ocorre no córtex do cabelo. Toda coloração
por oxidação clareia apenas cabelos virgens. Essa
coloração é a sobreposição de duas cores, a cor do
cabelo natural ou artificial, que será a base a ser
colorida, mais os pigmentos trazidos pela tinta.
A coloração por oxidação funciona da
seguinte forma; a amônia, em contato com o oxidante,
libera oxigênio, que desprendido vai clarear o cabelo
(oxidação dos pigmentos), que após ser liberado
permite a formação e a fixação dos corantes.
A coloração de oxidação conjuga duas ações
simultâneas que é clarear e colorir, mas toda coloração
de oxidação clareia apenas cabelos virgens, caso o
cabelo seja colorido, é necessário fazer uma
decapagem, ou seja, uma remoção de cor.
3.8 FORMAS
Alguns autores classificam ainda as
colorações segundo suas formas sendo apresentadas da
seguinte maneira:
Líquido: em geral são soluções aquosas ou
hidroalcoólicas. Devido à dificuldade de sua aplicação,
estão em desuso. Em contraposição, as loções
pigmentantes atuais recobrem os cabelos com
eficiência devida à presença dos polímeros.
Pó: as tinturas vegetais devem ser preparadas
no momento da utilização, formando uma pasta
mediante o uso de água; os resultados são satisfatórios.
Creme: acondicionados em tubos, conservamse durante algum tempo após a primeira aplicação;
contêm emolientes e aditivos conservantes e
condicionantes.
106
Gel: produtos viscosos que, preparados para
uso com oxidantes, devem ser mesclados a um
composto aromático antes do emprego.
Xampu: atualmente muito em uso, tingindo e
limpando simultaneamente.
Aerossol: observa-se uma grande perda de
produtos espalhados no ar; encontram-se em desuso.
3.9 ELEMENTOS DE UMA COLORAÇÃO
A base ou suporte serve para conter e veicular
os outros componentes, podendo ser creme, óleo,
emulsão.
Substâncias Alcalinas (Amônia) tem uma
dupla função que é de abrir as cutículas do cabelo
permitindo a penetração da cor e facilitar o
desenvolvimento do oxigênio.
Substâncias
Colorantes:
pigmentos
Substâncias de Tratamento
Peróxido de Hidrogênio – H²O² Conhecido como Água
Oxigenada, responsável pela fixação dos pigmentos
artificiais no córtex e pela descoloração dos pigmentos
encontrados no cabelo. % H2O2 = 0,3037 V É a
quantidade de litros de oxigênio liberado por litro de
solução 20 Vol = 20 VOL.
3.10 O PH DOS CABELOS
Segundo Gomes (199) o termo pH é usado
para determinar o grau de acidez ou alcalinidade de
uma substancia liquida. A camada hidrolipídica que
protege o cabelo, a pele, a unha, têm pH levemente
ácido, um valor compreendido entre 4,2 e 5,8 na escala
de pH. Dessa forma, todos os produtos que entram em
contato com o nosso corpo têm que ser neutro.
A coloração utiliza os pigmentos artificiais e
também os modificadores de pH que são os
acopladores onde a oxidação resulta de reações
químicas entre pequenas moléculas primária de
acoplamento, que reagem entre si, formando moléculas
maiores, obtidas de misturas com amônia, e que ficarão
de certo modo “aprisionadas” no córtex dos fios de
cabelos.
a água oxigenada como amoníaco previamente ao uso,
justificando a formulação cremosa de uma das
substancias. Os per-sulfatos apresentam-se em
comprimidos ou pó.
Esses produtos são aplicados tanto sobre
cabelo seco como molhado. O tempo de aplicação é de
aproximadamente 20 minutos. Quanto maior o
percentual de amoníaco, maior o poder clareador. Em
seguida, enxágua-se os cabelos cuidadosamente.
Descolorir é o processo de retirar pigmentos
naturais dos cabelos clareando para receber um novo
pigmento.Essa retirada de pigmentos se dá numa escala
que conhecemos de fundo de clareamento onde os
pigmentos naturais vão sendo aos poucos retirados o
azul, vermelho, amarelo.
Os fundos de clareamento podem variar
dependendo do tipo de pele das pessoas. Exemplo nas
peles mais escuros com tom castanho claro (5) numa
descoloração existe uma maior tendência ao
aparecimento de tons alaranjados, já uma pessoa com
pele clara, normalmente, encontramos uma maior
tendência ao aparecimento de tons dourados.
3.12 FUNDOS DE CLAREAMENTO
COR
FUNDO
DE
CLAREAMENTO
1 PRETO
VERMELHO ESCURO
2
CASTANHO VERMELHO
ESCURÍSSIMO
3
CASTANHO VERMELHO
ESCURO
4
CASTANHO VERMELHO
NATURAL
5 CASTANHO CLARO VERMELHO
ALARANJADO
6 LOURO ESCURO
ALARANJADO
7 LOURO
ALARANJADO
8 LOURO CLARO
AMARELO
9 LOURO MUITO AMARELO CLARO
CLARO
10 LOURO ULTRA AMARELO
MUITO
CLARO
CLARO
3.11 DESCOLORAÇÃO
3.13 DECAPAGEM
Produtos despigmentantes são destinados à
descoloração ou clareamento dos cabelos, destruindo o
pigmento melânico. As substâncias devem ser eficazes,
de ação rápida e não afetar o folículo piloso e a medula.
A composição deste despigmentante do cabelo
com água oxigenada destrói a melanina das células do
cortex. A adição de amoníaco e a elevada concentração
de água oxigenada (40%) aumentam o efeito
despigmentante.
A água oxigenada é instável e necessita de
estabilizante como o acido fosfórico ou o sulfato de
quinina. Pode-se substituir a água oxigenada por persulfato sódico, potássico ou amonico. Deve-se mesclar
Ao contrario da descoloração que retira o
pigmento natural do cabelo, a decapagem tem a função
de retirar os pigmentos artificiais. Como a coloração
não remove uma outra feita anteriormente, temos que
utilizar do processo de decapagem, que é o processo de
retirada de pigmentos artificiais através de uma
descoloração.
3.14 CLASSIFICAÇÃO DAS CORES NATURAIS
Os pigmentos contidos na fibra capilar
determinam a cor natural do cabelo, variando do preto
107
intenso ao louro claríssimo. Essa tonalidade
fundamental é a cor base do cabelo podendo sofrer
alterações dependendo das nuances para chegar ao tom
desejado.
1.0 PRETO AZULADO
6.0
LOURO ESCURO
2.0 PRETO
7.O
LOURO MÉDIO
3.0 CASTANHO ESCURO
8.0
LOURO CLARO
4.0 CASTANHO MÉDIO
9.0
LOURO CLARÍSSIMO
5.0 CASTANHO CLARO
10.0
LOURO ULTRA CLARO
tamanho e quando soltamos, ele voltara ao seu tamanho
normal.
Porosidade, é o cabelo que possui cutículas
abertas e por isso absorve uma maior quantidade de
líquidos e produtos, geralmente possuem aspecto
opaco. Devemos ter muito cuidado ao colorir esse
cabelo.
Além dessas avaliações capilares não pode
esquecer-se de, analisar do couro cabeludo e cabelo,
cor natural, altura de tom, comprimentos e pontas, cor
fantasia ou cor cosmética, percentual de fios brancos,
cor desejada pela cliente, Cor aplicada, porosidade do
cabelo, elasticidade do cabelo, volumagem do
oxidante, técnica de aplicação.
3.17 MANDAMENTOS DA COLORAÇÃO
3.15 NUÂNCES
Nuances são variações de tons de cores, uma
mesma cor possui várias nuances ou tons e na
colorimetria, dentro de uma coloração utilizam-se as
nuances.
As nuances são descritas de uma forma bem
peculiar, ou seja, única onde o primeiro número nos dá
a altura de tom que vamos trabalhar dessa forma altura
de tons são as cores naturais dos fios e são chamadas
de cores básicas ou fundamentais, geralmente são
acompanhadas de um ponto e um zero, ou somente o
número, já o segundo número que vem após o ponto ou
a barra nos dá o reflexo que vamos ver abaixo de uma
luz natural ou artificial.
Ex: 7.1 Louro Médio Acinzentado (Altura de tom Louro médio = 7 +
Reflexo fantasia - Cinza = .1
Quando temos dois números após o ponto ou a
barra, significa que o segundo número modifica o
primeiro. Que pode dar lugar a um terceiro reflexo
fantasia. Ex: 5.54 Castanho Claro, Acaju acobreado
Atura de tom
Castanho Claro = 5
1º Fantasia
Castanho Claro 5
2º Fantasia
Cobre (4)
1 - Cinza (azul)
2 – Mate/irizado (verde/roxo)
3 – Dourado (amarelo)
4 – Cobre (laranja)
5 – Acaju (violeta)
6 – Vermelho (vermelho)
7 – Marrom (azul+amarelo+vermelho).
3.16 DIAGNÓSTICO
Característica do Cabelo que deve ser avaliada
antes de uma Coloração.
Resistência, esta relacionado ao tipo de
cabelo, orientais por exemplo são mais resistentes, o
que poderá dificultar no trabalho de coloração
descoloração.
Elasticidade, um cabelo saudável possui uma
boa elasticidade. Para testar a elasticidade do fio,
puxamos pela extremidade aumentando assim seu
Para iniciar uma coloração capilar jamais
deve-se esquecer de seguir os “mandamentos da
coloração”, esses se seguidos item por item sem
esquecer de nenhum, terá um resultado satisfatório aos
final do processo.
1- Toda coloração é sobreposição de duas cores a
cor natural do cabelo e a cor cosmética que são os
pigmentos trazidos pela tinta.
2- Tinta não clareia tinta
3- O oxidante de 10 vol. Age como tonalizante.
4- O oxidante de 20 vol. Clareia no Maximo de um a
dois tons.
5- O oxidante de 30 vol. Clareia no Maximo de dois
a três tons.
6- oxidante de 40 vol. Clareia no Maximo de três a
quatro tons.
7- Se quisermos escurecer a cor, começamos pela
parte mais clara.
8- A cor fantasia sozinha, não cobre os fios brancos.
9- O êxito de toda coloração depende de um bom
diagnostico.
10- Num cabelo tingido, a cor natural se identifica
pela raiz e pelas sobrancelhas.
11- O oxidante deve ser usado na medida exata
exigida pela coloração e determinada pelo
fabricante.
12- Utilizar sempre copo medidor ou balança.
13- Em uma coloração nunca devemos abafar
totalmente os cabelos. Os cabelos precisam de
espaço para a oxidação.
DICA: Evite tingir os cabelos com Henas, Cabelos com
relaxamentos, Cabelos com tinturas progressivas,
Cabelos com Henês.
4. A DOCÊNCIA EM COLORIMETRIA
CAPILAR
É preciso pensar quanto aos programas de
formação de profissionais em atividades específicas
tendo a clareza de que a formação inicial daquele que
constitui o primeiro estágio de sua formação
profissional deve acompanhar o profissional da
108
educação durante toda a sua carreira e auxiliá-lo na
construção de sua identidade profissional.
Nesse sentido, a formação de educadores deve
estar intimamente articulada com à sua formação
profissional de modo a contribuir para a facilitação da
mediação do ensino.
Sobre esse assunto, Teixeira (2010), registra
em sua obra:
Todo professor deve estar em condições de
oferecer ao educando uma compreensão
adequada de tudo que o cerca. Não basta ser
estritamente especialista, é preciso atuar de
maneira a permitir que o aluno desenvolvase livremente, perceba a si, ao outro e ao
mundo exterior de modo mais consciente,
propiciando,
dessa
forma,
o
seu
desenvolvimento
cognitivo,
afetivoemocional e psicossocial.
Logo, é fundamental que os profissionais em
coloimetria desenvolvam espaços curriculares que
permitam a esses profissionais desempenhem
atividades de docência para a construção e mediação
dos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades e
competências.
Faz-se necessário, pois, que os professores
recebam uma formação adequada que lhes possibilite
compreender as diversas dimensões que permeiam o
espaço escolar: social, cultural, político, religioso,
dentre outros e, ao mesmo tempo possam mediar
conhecimentos específicos de sua profissão.
3.1 O PROFESSOR E A PRÁTICA EDUCATIVA
Há um expressivo avanço científico e
tecnológico que exigido da educação e especialmente
dos educadores novas posturas e reflexões sobre a
realidade do ensino. Para isso, supõe-se que a educação
se refere a uma série de questões, como por exemplo,
as aspirações sociais, a formação docente, a qualidade
de ensino, o currículo, etc.
O profissional docente deve participar
ativamente na vida social e no mundo contemporâneo
atendendo a toda ordem de exigências. A sua formação
em docência deve propiciar as condições básicas
essenciais para vivenciar a prática para mediar às
futuras habilitações dos alunos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O profissional em colorimetria deve ter uma
boa formação que lhe permita recriar sua prática a
partir da apropriação de teorias, métodos, técnicas e
recursos, o que supõe uma relação de autonomia no
trabalho que permita intervenções significativas do
professor.
A atuação docente vai muito além do trabalho
da sala de aula, pois abrange a contínua produção de
conhecimento.
O cabeleireiro ao se aventurar com os pincéis
e dar asas à imaginação, transforma looks de uma hora
para a outra, entender os princípios da colorimetria
passa a ser fundamental, porque sabendo a importância
de analisar bem um cabelo antes de iniciar qualquer
processo químico, leva ao resultado final que depende
de vários fatores, desde as químicas anteriores até a
saúde dos fios.
É através dela colorimetria capilar que o
colorista irá identificar que nuances deverá combinar
ao longo do trabalho e que técnicas de aplicação das
tinturas serão mais indicadas, já que uma tonalidade
sempre influencia a outra.
Por isso, quando o profissional não conhece as
leis da colorimetria, acaba não alcançando o resultado
esperado.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAILER, Ana Claudia; DOGNINI, Luana; MOSER,
Denise Kruger. Coloração sintética capilar: uma
abordagem sobre os conceitos, classificação e suas
funções. 2009. Artigo científico (graduação em
Cosmetologia e Estética) - Universidade do Vale do
Itajaí, Balneário Camboriú, 2009. Disponível em
http://siaibib01.univali.br. Acesso em 27/10/2011.
COSTA. M. B. P. Percepções do pedagogo em
formação na prática das instituições de educação
infantil. UNIVAR Revista Eletrônica Interdisciplinar.
v.
2,
n.
10
(2013).
Disponível
em
http://www.revista.univar.edu.br/index.php/interdiscipl
inar/issue/view/4. Acesso em 02/02/2016
GOETHE, J. W. v. Doutrina das cores (tradução da
parte didática da Farbenlehre por Marcos Giannotti).
São Paulo: Nova Alexandria, 1993.
GOMES, A. L. O Uso da Tecnologia Cosmética no
Trabalho do Profissional Cabeleireiro, São Paulo,
1999
JAIME, K. A. Especialista em Colorimetria; Revista
Yes
27
ago.
2011.
Disponível
em
http://issuu.com/stiloweb/docs/revistayes_edi__o17__1
_. Acesso em 27/10/2011
MULLER. J. Introdução à Colorimetria. Disponível
em
http://cursosjoaomuller.
blogspot.com/2010/01/colorimetria.html. Acessado em
28/10/2011
PINTO. J. Colorimetria Capiçar. A expressividade
cintilante da cromaticidade, são a magia e a sedução
heterogénia da beleza sonante dos cabelos!...
Disponível
em
http://joaquim-
109
pinto.blogspot.com/2009/09/45rg5r4.html. Acesso em
27/10/2011
STEINER, D. Beleza levada a sério. 3ªediçao. São
Paulo: Rideel, 2010.
TEIXEIRA. V. L. M. Formação de professores: entre
a realidade e o preconizado por teóricos da
educação.
UNIVAR
Revista
Eletrônica
Interdisciplinar. v. 1, n. 3 (2010). Disponível em
http://www.revista.univar.edu.br/index.php/interdiscipl
inar/issue/view/4. Acesso em 02/02/2016.
TRICOLOGIA. O estudo do cabelo. Disponível em:
http://www.tricologia.
com.br/sobre_nos_1.asp.
Acessado em 28/10/2011
110

Documentos relacionados