ROSAS ganham produção integrada

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ROSAS ganham produção integrada
FLORICULTURA
ROSAS ganham produção integrada
Como controlar, de forma sustentável, pragas e doenças nas roseiras
s maiores desafios enfrentados no cultivo da roseira estão relacionados com o controle de pragas
e doenças, que podem depreciar os botões de rosa.
Tecnologias estão sendo desenvolvidas para reduzir a aplicação de agrotóxicos e adubos através de estudos sobre o
manejo integrado e controle biológico de pragas, doenças,
adubação verde e adubos orgânicos, que podem ser produzidos pelo próprio produtor, no cultivo de rosas.
O manejo de doenças e pragas em cultivo de rosas, por
meio de técnicas de controle, devem ser feitas durante todo
o ano, explicam os pesquisadores da Empresa de Pesquisa
Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG).
O
Controle preventivo
A partir de pesquisas desenvolvidas no Núcleo Tecnológico EPAMIG Floricultura, em São João del-Rei, estão em
testes diversas tecnologias para controle preventivo das
principais doenças da roseira, como oídio ou branco da roseira, míldio e mofo cinzento. Também estão sendo estudadas medidas de controle preventivo e alternativo de pragas, como ácaros, pulgões, tripes, moscas-brancas, besouros desfolhadores e lagartas.
De acordo com a pesquisadora da EPAMIG, Elka Fabiana
Almeida, em decorrência da preocupação com a saúde dos
trabalhadores e com o meio ambiente, estão sendo reco-
mendadas técnicas preventivas, como a realização de tratos culturais adequados, o monitoramento de pragas e doenças, a utilização de agentes de controle biológico e o uso
de extratos de plantas.
Oídio
Para controle do oídio (doença em que o fungo infecta
toda parte aérea da planta), por exemplo, é preciso podar
as partes doentes e queimar o material. “O produtor deve
aplicar, semanalmente, uma solução preventiva com bicarbonato de sódio a 0,1%”, explica Elka Almeida. Esse fungo
afeta folhas e ramos. A pesquisadora recomenda ainda que
o produtor evite roseiras muito adensadas e que mantenha o solo sempre livre dos restos da cultura, onde esse e
outros fungos podem sobreviver e causar problemas no cultivo.
Monitoramento
Para a pesquisadora da EPAMIG, Lívia de Carvalho, é
necessária a realização de monitoramento semanalmente.
“Essa avaliação ajuda na detecção dos picos populacionais
das pragas e dos insetos benéficos (predadores e
parasitoides), presentes no cultivo e pode proporcionar
uma redução nos custos de tratamentos”, afirma. Lívia
explica que há técnica simples e de baixo custo, como amos-
MARÍLIA ANDRADE LESSA
O experimento com roseiras em estufas da
Epamig testa controles preventivos
de pragas e doenças
A
A Lavoura
Lavoura N
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VERÔNICA LADEIRA
FLORICULTURA
ELKA ALMEIDA
Acima e ao lado duas técnicas para
o controle do ácaro: a liberação de
predadores naturais e a aplicação
de jatos d’água e, abaixo,
botões protegidos
bordas dos cultivos, próximas à entrada, ou nas aberturas
de ventilação em casas de vegetação. “O uso de telas nas
casas de vegetação pode prevenir infestação de pragas.
Quanto mais fina a malha, maior a tendência de restringir
o movimento de ar para dentro da casa de vegetação e
evitar a entrada das pragas na área de cultivo”, disse.
Jatos d’água
Uma técnica de fácil aplicação para controle de ácaros
é a utilização de jatos de água diretamente na planta, visando removê-los das folhas e, também, proporcionar um
microclima desfavorável ao seu desenvolvimento. Alguns
produtos alternativos já estão disponíveis no mercado e
sendo utilizados por produtores de rosas com bons resultados. O uso de ácaros predadores para controle do ácaro
praga (Tetranychus urticae) é uma das possibilidades.
Pesquisas em rosas
A rosa é a flor de corte mais produzida e apreciada no
mundo. No Brasil, a cultura da roseira destaca-se com cerca de 180 milhões de hastes comercializadas por ano e Minas Gerais. É uma das maiores regiões produtoras do País:
são 150 hectares de área plantada com roseiras, principalmente nas cidades de Andradas, Alfredo Vasconcelos e
Barbacena.
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SAMANTHA MAPA
Produção Integrada
tragem de insetos na planta, através da utilização de armadilhas coloridas. As armadilhas de cor amarela são eficientes na captura de pulgões e moscas-brancas. Já as
azuis, são melhores para a captura de tripes. As armadihas
devem ser colocadas uma a cada 200 m², na altura do topo
das plantas e em áreas de maior risco de infestação, como
A EPAMIG tem desenvolvido projetos de Produção Integrada de Rosas em Minas Gerais, principalmente na cidade de São João del-Rei. Os projetos são financiados por fontes fomentadoras estaduais (Fapemig) e federais (CNPq,
Capes e Finep). Nos últimos quatros anos, foram implantados experimentos de pesquisas em floricultura que visam ao manejo sustentável do solo, ao controle alternativo de pragas, ao uso sustentável da água e à redução da
adubação nitrogenada. Todos os projetos se encontram em
desenvolvimento e os primeiros resultados dos experimentos (implantados em 2009), mostram que é possível o cultivo de rosas de forma sustentável.
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