PI texto - Cassio

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PI texto - Cassio
Filosofia – TEXTOS ORIENTATIVOS PARA A PI
1- O novo perfil da mulher brasileira
Escrito por Mariana Braga em Sexta, 08 Março 2013 14:36
Mulheres e homens ao longo de boa parte da história da humanidade desempenhavam papéis sociais muito
diferentes. Atualmente, elas dominam universidades, dividem o mercado de trabalho, vivem mais e acumulam
diversas funções.
De acordo com Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
o perfil da mulher brasileira atual é de uma cidadã com mais direitos políticos e também deveres. “Nesse sentido
ela pode ser tanto uma eleitora como também ser elegível e assim disputar qualquer cargo eletivo. Em termos
educacionais hoje a mulher tem cada vez mais grau de instrução superior, disputa os diversos cargos profissionais
e vem administrando muitas empresas”, comenta. “Uma grande parcela das mulheres hoje vem se tornando mães
em idade mais avançada justamente por conta de sua opção de estudar mais e ocupar melhores cargos na estrutura
de oportunidade que nossa sociedade de mercado oferece. Essas mudanças ocorrem à medida que a sociedade
brasileira se moderniza em vários campos profissionais e as exigências aumentam em termos meritocráticos”,
complementa a cientista.
Na última década o perfil da brasileira sofreu grandes modificações. “Esse perfil vem mudando e, muito mais
rapidamente nos últimos 10 anos, justamente porque partidos social democratas, com visões mais plurais e
inclusivos têm otimizado o mercado econômico e o Estado de Direitos no sentido do desenvolvimento com
igualdade e equidade de oportunidades e de maior participação dos setores populares nas arenas políticas”, analisa
a especialista.
Ela acredita também que o Brasil terá sim cada vez mais participação das mulheres nas diversas arenas produtivas
e políticas. “E cada vez mais as mulheres estão decidindo politicamente, pois já somos o maior eleitorado e
estamos governando vários países no globo”.
Maria ainda salienta que cada vez mais as mulheres se sentirão com mais responsabilidades e partícipes da
construção do seu país. “Nesse sentido, acredito que cada vez mais outras mulheres serão motivadas a não serem
apenas donas de casa, mas buscarão novas tarefas e atribuições que estimulem seu conhecimento e vocações”.
Fonte: http://www.jornalpp.com.br/cidades/item/29285-o-novo-perfil-da-mulher-brasileira, em 28/10/2014
pelo Prof. Cássio
2-MULHER ATUAL
Profissional de sucesso, solteira e sem filhos. Esse é o perfil da maioria das mulheres modernas.
No passado, a mulher era a imagem da mãe. As perspectivas femininas eram realizar os desejos
dos filhos, marido e parentes. A mulher tradicional deixava a própria vida para viver a dos outros.
Mas hoje é diferente. A mulher moderna é senhora do próprio desejo, é anti-santa e nem sempre
mãe. Ela se assume como dona do corpo, ocupa espaço no mercado e administra o tempo. A
mulher atual usa o corpo como bem entende. Pode ser na malhação ou nos centros de cirurgia
plástica. Ela ainda aproveita as conquistas das mulheres da década de 1970, como a pílula
anticoncepcional e o amor-livre. A mulher que se conhece hoje está além do lar. Ela não quer ser
dona-de-casa e também não quer ter um trabalho de faz-de-conta. A mulher investe no estudo e
na carreira profissional porque deseja respeito e poder. Elas escolhem ter um ou até dois filhos
nas férias ou na época de estudos. Mas muitas decidem por nenhum filho. O tempo da mulher
moderna é sempre bem ocupado. Tricotar, jamais. Tempo livre é ócio criativo. Mas a mulher
moderna odeia pensar no tempo como sinônimo da perda de juventude. Parece que as mulheres
conseguiram tudo o que queriam. Elas ocupam todas as profissões, podem casar e divorciar,
colocar silicone e nunca ter filhos. Então, o que ainda falta para as conquistas femininas? Ou
quais vitórias não valeram a pena? A mulher moderna é admirada e, ao mesmo tempo, criticada.
Muitas perguntas ninguém responde, talvez nem mesmo as próprias mulheres. A única certeza é
que os avanços são irreversíveis.
Fonte:http://50minutos.wordpress.com/2009/03/09/mulher-atual/ em 28/10/2014 pelo Prof. Cássio
3- Olhando Para Trás – Algumas Lições Que Eu Ensinaria Para A Adolescente Que
Eu Fui.
Por Danielle Daian
Ei, você aí, menina do vestido de chita rodado, flor nos cabelos, do anel de lua e estrela,
que dança de pés no chão sentindo o orvalho da manhã beijar a grama do jardim. Aqui sou
eu, sou você, somos nós, a mulher da saia lápis, dos cabelos recentemente moldados em
cachos, do anel de lua e estrela, que caminha metodicamente pé ante pé em saltos agulhas
que é pra tocar cada vez menos o chão da realidade. Eu só queria dizer que você vai mudar,
o mundo vai mudar e as perspectivas vão mudar. Na verdade, as prioridades se invertem, e
aquilo que antes era demasiadamente excruciante, hoje não faz nem cosquinha na alma da
gente. Eu, você, as pessoas, os sentimentos, as situações, tudo está em constante
mudança, e quando a gente é adolescente tudo parece mais rápido e abstrato do que
realmente é. Quisera eu saber disso antes dos passos caminhados. Será preciso cair,
levantar, tropeçar, escorregar, cair de novo, tentar mais uma vez e quantas forem
necessárias para saciar aquilo que se costuma chamar viver. Terá anseio, receio, atino,
desatino, terá bolo, haverá tempo. Ainda há, só que o carnaval dos hormônios joviais está
agora fantasiado de experiência. O medo não deixa de ser medo, a ansiedade ainda se
chama ansiedade. A abordagem que é agora é outra. E a travessia também.
Se eu pudesse dar um conselho a você, pequena menina confusa, perdida, do olhar cheio
de resquícios daquilo que ela cuidadosamente chamaria de solidão, seria: respire. O mundo
de fato não espera por você, mas você, sim, deve esperar pelo mundo. As coisas chegam
prontas no momento exato em que são precisas, e não exatamente quando você quer. Nem
toda dor é a maior do mundo e fatalmente tudo passa, mesmo quando o coração parece
querer sair pela boca e retumbar por si só o tamanho daquela saudade. Não sofra
antecipadamente. As pessoas, as situações, os sentimentos, nunca estão terminados. Dê
espaço para algumas reticências, vírgulas e saiba entender um ponto final de coração
tranquilo. Respire. Se quiser ir, vá. Nada no mundo é pior do que perder uma oportunidade
que poderia mudar o rumo de tudo. O sentimento ainda estará lá quando você acordar, mas
esfriar a cabeça antes de bater o pé impulsivamente aumenta em 90% as chances de uma
escolha acertada ou, pelo menos, de um erro fundamentalmente coerente. Sim, errar
conscientemente faz parte do processo, afinal de contas, foi graças a tantos tombos
afobados e tropeços que mais pareciam quedas de abismos que hoje você é a mulher que
se orgulha de ser. De nada adianta essa ansiedade e essa sede incontrolável de prever o
amanhã, o depois, os próximos minutos. Tudo pode mudar no infinito de um segundo. O que
me leva a outra questão: responda a mensagem, atenda ao telefone, chame pra sair, diga
que gosta, que odeia, que sente, que precisa, diga qualquer coisa, para depois não se
arrepender do seu silêncio. Respire. Comemore as vitórias, mesmo que sejam pequenas e
delicadas. E, acredite, as pessoas que se importam permanecem, apesar de. Simples assim.
Hoje, refletidos no espelho da janela, as ruguinhas e o metabolismo não mais tão acelerado
me abraçam delicadamente, na lembrança de que o tempo inevitavelmente passou. Mas
aquele sorriso bom de quem carrega na bagagem pessoas, olhares, abraços, finais,
recomeços e 27 anos de saudades muito bem vividas, esse permaneceu. Se eu tivesse a
oportunidade de transmitir a você, essa minha versão imatura e inexperiente de alguns bons
anos atrás, todas essas delicadezas que o tempo me ensinou, eu simplesmente me calaria.
Saber mais sobre a vida, os caminhos, as escolhas, de fato me pouparia uma dose
considerável de tempo e dor de cabeça. Contudo, tiraria de mim e de você a magia da
metamorfose, o sentido de agora estar aqui respirando: viver. Meu conselho para essa
lagarta adolescente em mutação dentro de cada um: desabroche borboleta e deixe suas
próprias asas descobrirem o caminho tortuoso para o lado de fora. Desabroche e deixe suas
frágeis asinhas te ensinarem a voar. Menina do vestido rodado e do anel de lua e estrela,
faça tudo novo e de novo. Eu estou tirando os saltos e sentindo os beijos do universo numa
dança que pode durar a vida inteira. Porque no fim, o que fica é o quanto aquilo nos fez
sentir. E só.
Fonte:http://www.casalsemvergonha.com.br/2014/01/02/olhando-para-tras-algumas-licoes-queeu-ensinaria-para-a-adolescente-que-eu-fui/ em 28/10/2014 pelo Prof. Cássio
4- "TENHO
13 ANOS E AS PESSOAS ME CHAMAM DE FEIA"
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Desculpe estar te chateando, mas eu não tenho
mais ninguém pra pedir ajuda. Bom, vamos começar com o motivo dos meus problemas:
eu tenho 13 anos, sou bem feinha, mas costumo me esforçar pra ser legal com as pessoas
e ter bastante conteúdo pra conversas interessantes.
Há 4 anos mudei de escola, e até hoje parece que eu mudei ontem. As pessoas tiram
sarro de mim, tipo... eu passo em frente a um grupinho de alunos e o mais engraçadinho
fala: "Ih, olha lá, tua namorada! kkkkkk!" Em tom de deboche, sabe?
E não é só na escola, na rua também. Já jogaram até garrafa de água mineral (vazia,
felizmente) em mim.
Minha amiga diz que é um porre ter nascido bonita, mas eu acho que é bem pior ter
nascido feia assim que nem eu. Pelo menos ela é elogiada, não atacada nem xingada.
Aah Lola, não aguento mais isso. É uma tortura sair de casa e ser tratada assim, dá
vontade de evitar andar na rua de dia.
Desculpe, essa coisa aí pode parecer insignificante comparado ao que as outras garotas
sofrem, mas... é triste pra mim dar meu melhor e ser tratada feito um animal.
Obrigada por me escutar (ou seria ler?). Lola adoro
seu blog e ele me fez abrir a cabeça pra novas
ideias!
Minha resposta: Sinto muito pelo que vc está
passando, T. Só posso imaginar o que vc sente. E
bem numa época da vida que a gente está
descobrindo o mundo e buscando ser aceita... Não
é nada fácil mesmo. Ah, essas fotos que coloquei
aí em cima são de meninas da sua idade que vem fazendo algo bem masoquista (e nada
recomendável) na internet: gravando vídeos perguntando se são bonitas ou feias. Isso
equivale a abrir todas as jaulas de trolls ao mesmo tempo. É lógico que elas são lindas
(veja as fotos!), mas sua autoestima é baixa, e, pelo jeito, querem piorá-la.
Primeiro devo te dizer que não acredito em vc: duvido muito que vc seja feinha, feia,
feiona, o que for! Algumas pessoas devem ter te dito isso e vc acreditou. Mas acreditou
por quê? Quem falou que essas pessoas podem te julgar, ou que o julgamento delas seja
verdadeiro e único? Ninguém é feia (ou bonita) pra todo mundo. Pessoas que te chamam
de feia estão revelando muito mais sobre si mesmas, sobre suas inseguranças, sobre suas
frustrações em não serem aceitas, do que sobre vc!
Não há dúvida que pessoas consideradas bonitas pelo padrão de beleza têm mais
facilidade em muitas coisas. Mas lembre-se que nem assim a vida delas é um mar de
rosas. Inclusive, mulheres bonitas são sempre associadas à burrice e futilidade.
Por favor, não se deixe abater. É preciso desenvolver uma casca grossa pra poder ignorar
essa gente e não se deixar afetar pela maldade das pessoas. Mas sem deixar de ser
sensível. Endurecer, pero sin perder la ternura jamás! (Che
Guevara, o da foto)
Deixa eu te contar uma história que nunca contei no meu blog. Quando
eu tinha mais ou menos a sua idade, passei por uma fase difícil. Fiquei
muito religiosa, queria ser freira. Provavelmente por causa disso, me
tornei bem tímida e calada durante um tempo. E comecei a andar com
um grupo na escola de meninas parecidas comigo. Bom, pelo menos
também fui muito estudiosa nessa fase, e minhas notas subiram (mas
só vim me tornar uma aluna nota 10 depois dos 30!).
É engraçado, porque fora da escola eu era bem diferente. Continuava com meus
amiguinhos de sempre, e acredito que eu era bem mandona com eles. E havia alguns que
eram apaixonados por mim. Mas, na escola, eu certamente não estava na turma das
meninas populares, e não havia nenhum menino interessado em mim (pelo menos não
que eu soubesse). E, pra ser franca, isso continuou até o final do ensino médio. Nunca
namorei ninguém da escola. Mas nas férias eu "namorava" (ficava) que era uma beleza, e
era super disputada (só comecei a "ficar" depois dos 15 anos).
Claro que, com 13 anos, se ninguém se interessa pela gente na escola, a gente começa a
achar que tem algum problema. E olha como eu era com 13 anos:
Quer dizer, eu era linda! Como que uma menina linda dessas algum dia pode ter se
achado feia? E isso vale para todos os outros momentos da minha vida em que me achei
feia. Valeria pra hoje, se hoje, com 45 anos, eu não tivesse aprendido que sou bem
bonitinha, obrigada. Vc não tem esse distanciamento. Mas já já vc vai ver fotos de
quando tinha 13 anos e pensar: "Putz, tinha uma galerinha do mal aí que me chamava de
feia? E EU me achava feinha?! Eu era linda!"
Então mude de atitude agora: não se arrependa depois de ter se achado feia, e do
tempão que vc gastou acreditando que era feia.
Na escola, com 13 anos, eu talvez fosse fechada, e quem sabe adotava uma postura que
não atraísse as pessoas. Não sei. Só sei que não somos a mesma pessoa em todos os
lugares, né? Somos diferentes de acordo com as circunstâncias, dependendo com quem
estamos. Vc não age e não fala igual com seus pais como age e
fala com amigxs. Ou com professorxs. Não acho que eu tenha tido
uma vida amargurada na escola. Nunca fui bullied. Mas eu tinha
uma persona diferente na escola do que tinha fora dela.
Fora, eu era a líder da minha turminha. E na escola, pelo menos
nos meus 13 anos, eu era tímida, cabisbaixa, insegura.
Uma vez, não sei se com 13 anos, talvez um pouco antes, no
ginásio da escola, eu estava saindo do vestiário e um carinha que
estava entrando no vestiário masculino, ao lado, veio correndo e cuspiu em mim. Bem na
minha cara! Aquilo foi horrível. Eu nem sabia direito quem era o cara. Ele já tinha uns 17
ou 18 anos, estava quase terminando a escola, e nessa fase cinco anos fazem toda a
diferença. Mas eu nunca tinha falado com ele ou vice versa. Ele não parou, não pediu
desculpas, nada. Só sei que na noite daquele dia chorei muito. Me senti um lixo. Um
garoto tinha cuspido em mim!
Mas sabe, até hoje não sei o que aconteceu direito. Ele cuspiu em mim porque me
achava feia e quis me humilhar? Duvido muito. Ou ele não me viu e foi um porco (com
todo o respeito aos porcos) e cuspiu em qualquer direção, sem saber onde a cusparada
iria parar? Era o mais provável. Quer dizer que eu era invisível? Mas quem falou que o
problema era eu? Se o cara cuspiu na minha cara porque me achou feia, ele era um
idiota de marca maior, um bully, um nojento, e devia ser denunciado à diretoria da
escola. Se o cara cuspiu na minha cara porque não me viu, ele era um descuidado maleducado, que -- óbvio! -- deveria evitar cuspir em público. Entende? O problema era
ele, não eu! E eu gastei tempo chorando e me sentindo humilhada com um problema que
não era meu!
Aprenda a se amar. Aprenda que vc é linda e poderosa e pode fazer tudo que quiser e
ninguém vai te impedir. Adote mesmo uma relação de "O que vem de baixo não me
atinge" com pessoas inseguras que têm vidas tão tristes e vazias que precisam tentar
humilhar as outras.
Força, querida. Não sei se vc já leu alguns posts meus referentes à auto-aceitação:
Comece uma revolução: ame o seu corpo.
Curas milagrosas para defeitos invisíveis.
Tenha uma imagem positiva do seu corpo.
Como pode um Pierce Brosnan viver com uma mulher gorda.
Somos nacos de carne num açougue.
Aceitar nosso cabelo, um ato político.
Guest post: Conheço o sistema, mas me rendi a ele.
Guest post: Fugindo do clichê que criaram pra mim.
Sou feia. Como me aceitar?
A maior crueldade é que a gente aprende a se odiar.
Tenha tanta inveja da beleza da Gisele quanto ela tem do
meu doutorado.
Treinando seu olhar para a beleza.
Ninguém vai invadir minha praia.
Essas mulheres também foram bullied, e veja como elas
responderam:
Halterofilista de 18 anos responde aos trolls.
Gordinha ataca marca cretina.
Mire-se no exemplo desta âncora de TV.
Você não está sozinha, T. Mulheres de todas as idades são
condicionadas a pensar que são horríveis, inaceitáveis,
desproporcionais, defeituosas. Vai te poupar muito sofrimento se vc aprender com 13
anos que não precisa acreditar nesse discurso -- que, não se engane: é um discurso de
ódio.
Fonte: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/12/tenho-13-anos-e-as-pessoas-me-chamam-de.html,
em 28/10/2014 pelo Prof. Cássio
EXEMPLO PARA AS MULHERES E HOMENS DE BOA VONTADE.
1.
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Eco – 92 – Rio de
Janeiro, Junho, 1992 (O apelo de uma garota de 12 anos em 1992 que ainda merece ser visto
nos tempos atuais)
“Olá, sou Sevem Suzuki. Represento a ECO, a organização das crianças em defesa do meio
ambiente. Somos um grupo de crianças canadenses, de 12 a 13 anos, tentando fazer a nossa
parte, contribuir: Vanessa Suttie, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu. Todo o dinheiro que
precisávamos para vir de tão longe conseguimos por nós mesmas, para dizer que vocês adultos
têm que mudar o seu modo de agir.
Ao vir aqui hoje eu não precisava disfarçar meu objetivo. Estou lutando pelo meu futuro. Não ter
garantia quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa
de valores. Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir. Estou aqui para
defender as crianças com fome, cujos apelos não são ouvidos. Estou aqui para falar em nome
dos incontáveis animais morrendo em todo o planeta porque já não têm mais para onde ir.
Não podemos mais permanecer ignorados. Hoje tenho medo de tomar sol por causa dos buracos
na camada de ozônio. Tenho medo de respirar esse ar porque não sei que substâncias químicas
o estão contaminando. Eu costumava pescar em Vancouver com meu pai até o dia em que
pescamos um peixe com câncer. Temos conhecimento de que animais e plantas estão sendo
destruídos a cada dia e em vias de extinção. Durante toda minha vida eu sonhei ver grandes
manadas de animais selvagens, selvas, florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas mas,
agora, eu me pergunto se meus filhos vão poder ver tudo isso. Vocês se preocupavam com essas
coisas quando tinham a minha idade?
Todas essas coisas acontecem bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim, continuamos
agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções. Sou apenas uma
criança e não tenho as soluções, mas quero que saibam que vocês também não têm. Vocês não
sabem como reparar os buracos da camada de ozônio. Vocês não sabem como salvar os
salmões das águas poluídas. Vocês não sabem ressuscitar os animais extintos. Vocês não
podem recuperar as florestas que um dia existiram, onde hoje é deserto. Se vocês não podem
recuperar nada disso então, por favor, parem de destruir!
Aqui vocês são os representantes de seus governos, homens de negócios, administradores,
jornalistas ou políticos mas, na verdade, são mães e pais, irmãos e irmãs, tias e tios, e todos
também são filhos. Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida
família de 5 bilhões de pessoas, e ao todo somos 30 bilhões de espécies compartilhando o
mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo. Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar
esta realidade. Sou apenas uma criança, mas sei que esse problema atinge a todos nós e
deveríamos agir como se fôssemos um único mundo, rumo a um único objetivo.
Apesar da minha raiva, não estou cega; apesar do meu medo, não sinto medo de dizer ao
mundo como me sinto. No meu país, geramos tanto desperdício… compramos e jogamos fora,
compramos e jogamos fora… e os países do Norte não compartilham com os que precisam.
Mesmo quando tempos mais do que o suficiente, temos medo de perder nossas riquezas, medo
de compartilhá-las. No Canadá temos uma vida privilegiada, com fartura de alimentos, água e
moradia. Temos relógios, bicicletas, computadores e aparelhos de TV. Há dois dias aqui no Brasil
ficamos chocados quando estivemos com crianças que moram nas ruas. Ouçam o que uma delas
nos contou: “Eu gostaria de ser rica e, se fosse, daria a todas as crianças de rua alimentos,
roupas, remédios, moradia, amor e carinho.” Se uma criança de rua que não tem nada ainda
deseja compartilhar, por que nós que temos tudo somos ainda tão mesquinhos? Não posso
deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e que o lugar onde nascemos faz uma
grande diferença. Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio. Eu
poderia ser uma criança faminta da Somália. Uma vítima da guerra do Oriente Médio ou uma
mendiga da Índia.
Sou apenas uma criança mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse
utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para ao problemas ambientais, que
lugar maravilhoso a Terra seria! Na escola, desde o jardim da infância, vocês nos ensinaram a
sermos bem comportados. Vocês nos ensinaram a não brigar com os outros, resolver as coisas
bem. Respeitar os outros. Arrumas nossas bagunças. Não maltratar outras criaturas. Dividir e não
ser mesquinho. Então, por que vocês fazem justamente o que nos ensinaram a não fazer?
Não esqueçam o motivo de estarem assistindo a estas conferências, e para quem vocês estão
fazendo isso. Vejam-nos como seus próprios filhos. Vocês estão decidindo em que tipo de mundo
nós iremos crescer. Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos dizendo-lhes: “Tudo
ficará bem”., “Estamos fazendo o melhor que podemos”. Mas não acredito que possam nos dizer
isso. Estamos sequer na sua lista de prioridades? Meu pai sempre diz: “Você é aquilo que faz,
não aquilo que você diz”. Bem, o que vocês fazem nos fazem chorar à noite.
Vocês adultos nos dizem que vocês nos amam. Eu desafio vocês. Por favor, façam suas ações
refletirem as suas palavras. Obrigada.”
Severn Cullis-Suzuki fundou, aos 12 anos, a ECO, Environmental Children's Organization
Severn Cullis-Suzuki, que aos 12 anos emocionou chefes de Estado e ambientalistas na Rio-92,
hoje é uma ativista em prol das questões ambientais. E que ainda luta por um mundo mais justo e
igualitário
Entre políticos, governantes, jornalistas e ambientalistas do mundo todo que se reuniram na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de
Janeiro há quase 20 anos, e que ficou conhecida como a Rio-92, uma garota de 12 anos surgiu
na bancada e fez um discurso que calou 108 chefes de estado, entre eles George Bush (EUA),
François Mitterrand (França), Helmut Kohl (Alemanha) e Fidel Castro (Cuba), e que se tornou
uma das mais emblemáticas defesas pela sustentabilidade e por um mundo mais justo e
igualitário.
A reunião foi a principal conferência sobre meio ambiente já realizada na história mundial e
buscava discutir formas de diminuir as enormes diferenças de bem-estar social entre os países
desenvolvidos e em desenvolvimento, levando em conta a redução na degradação do meio
ambiente. Seu discurso, de 6 minutos, emocionou a plateia e foi visto por milhões de pessoas em
todo o mundo. Mesmo hoje, duas décadas depois, sua fala continua a repercutir: só no Youtube,
um dos maiores sites de vídeos da internet, já tem mais de 13 milhões de visualizações.
Mas a menina, que fundou um grupo de crianças preocupadas com o meio ambiente, a ECO
(Environmental Children's Organization), cresceu e, hoje, Severn Cullis-Suzuki é casada, tem
um filho pequeno e mora no arquipélago Haida Gwaii, as Ilhas da Rainha Carlota, oeste do
Canadá. Além de ser apresentadora de um programa de TV sobre a água e os povos indígenas,
ela está envolvida no WeCanada, uma rede independente de ONGs, ativistas, artistas e
indivíduos, que buscam engajar os canadenses em questões ambientais e demandar
compromissos de seus políticos. Em entrevista exclusiva à VIDA SIMPLES, ela fala de seus
projetos e iniciativas e da sua participação na Rio+20, Conferência das Nações Unidas em
Desenvolvimento Sustentável, que terá palco na capital fluminense em junho de 2012, duas
décadas depois da Rio-92.
Na Rio-92, você disse estar preocupada que seus filhos não poderiam ver uma floresta
tropical. Agora você é mãe de um garoto. Como isso afetou você?
Hoje, como mãe, vejo que as injustiças cometidas pelas gerações passadas - que estão
arruinando o planeta para as futuras gerações - me parecem ainda piores. Como pudemos violar
essa confiança sagrada? Nossa arrogância é insana. Eu vivo em um lugar lindo, próximo à costa
oeste do Canadá, e aqui há uma proposta para a construção de um oleoduto que ligará a
província de Alberta à costa. Se isso acontecer, haverá um tráfego de petroleiros do meu país
para a Ásia e derramamentos de petróleo serão apenas uma questão de tempo. A ideia de que as
ilhas nas quais meu filho vive podem ser rodeadas por petróleo, como vimos no golfo do México,
me enoja. Hoje preciso lutar ainda mais pelos ecossistemas e pelo meio ambiente pelo bem dele.
Em que você está envolvida no momento? Qual é a sua maior preocupação hoje?
Eu vivo em uma comunidade pequena e remota no arquipélago de Haida Gwaii (Ilhas da Rainha
Carlota), oeste do Canadá. Aqui, somos completamente dependentes do meio ambiente para
nossa economia e alimentação. Existem muitos desafios com a sustentabilidade, mas existem
muitas oportunidades para mudança. Desde que mudei para cá, estou trabalhando na
revitalização do Haida, uma língua indígena do arquipélago que só é falada por alguns anciãos.
Ela faz parte das tradições dos ancestrais do meu marido, estamos aprendendo essa língua para
ensiná-la a nosso filho. Idiomas são muito ligados à terra. Sinto-me uma ativista ao tentar
aprendê-lo e ensinando outros a fazer o mesmo. Também estou envolvida na campanha para a
Rio+20 com o WeCanada, um rede independente de ONGs, ativistas, artistas e indivíduos. Nosso
objetivo é engajar os canadenses em questões ambientais e demandar compromissos reais de
nossos políticos. Sou também apresentadora de um programa de televisão sobre os desafios
enfrentados por povos indígenas em relação ao uso da água.
O que mudou nos últimos 20 anos em sua luta?
Possuímos novas ferramentas de comunicação e relacionamento. Mas ainda não ganhamos em
mobilização, na capacidade de engajar uma quantidade grande de homens e mulheres. Enquanto
isso, nossos desafios ambientais só ficaram maiores. Precisamos lutar por um novo paradigma.
MENINAS: CUIDADO COM A INTERNET!!!
A MENINA FOI EMBORA
(Letra e música do Pe. Zézinho)
A menina foi embora sem dizer prá onde foi
Sua mãe agora chora sem saber onde ela está
Já não come já não dorme de tristeza aquela mãe
E há um pai silencioso que não sabe o que fará
De vergonha já deixou de visitar os familiares
Diz que a vida se acabou depois do que a menina fez
Sabe Deus o que foi feito da menina que partiu
Já são vinte e cinco meses, ninguém sabe, ninguém viu.
Foi a tal de Internet e a tal rede social
Que chegou pelas antenas e a menina enfeitiçou
Os amigos entenderam, mas prá ela foi fatal
Digitava o dia inteiro e no seu quarto se trancou
Conversava com estranhos qual se fossem da família
Descuidada e atirada numa rede ela caiu
Sabe Deus o que foi feito da menina que partiu
Já são vinte e cinco meses, ninguém sabe, ninguém viu.
Tinha apenas quinze anos a rebelde que se foi
Não faltou nem pai nem mãe nem professores a falar
O teclado foi mais forte e um outro alguém a digitou
Prometeu-lhe a liberdade e sabe Deus o que a tocou
Pode ser que tenham culpa e pode ser que não a tenham
Essas coisas de Internet ninguém sabe o seu final
Sabe Deus o que foi feito da menina que pensou
Que lá longe encontraria o que em família não achou...
1.
IMAGENS PARA A CAPA DA PI OU SE ALGUEM QUISER ILUSTRAR SUA PERGUNTA
1.
1.
QUE TIPO DE MULHER SEREI QUANDO CRESCER?
1.
Como vai ser o seu de ser mulher ideal?
1.
1.

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