Garuda setembro_outubro_2009

Transcrição

Garuda setembro_outubro_2009
nº 4 | SetembroOutubro 2009
O Garuda é uma publicação de
distribuição gratuita do CET –
Centro de Estudos Tibetanos do
Estoril
Subscrições, contribuições e
sugestões são bem vindas. Por favor
envie-as para:
[email protected]
O Caminho da Felicidade na Palma da Mão! (2ª parte)
O que é a felicidade? Onde encontrá-la? Talvez mais perto do que imaginas!
Extracto de Ensinamento do Lama Gyurme no CET
pessoas, que mudam assim tão abrupta
e radicalmente, é a mente que cria esse
“rodopio” emocional e de percepção.
Para mais informações sobre o CET,
os nossos cursos, práticas e retiros,
por favor contacte-nos:
Rua Fernando Assis Pacheco, 120 /
Monte Leite
São João do Estoril
2765 – 316 Estoril
Tel. 912139353
centro.estudos.tibetanos@
gmail.com
www.cet.site.vu
Práticas Regulares
Meditação Silenciosa
Sábados às 15h30
Quarta-feira às 20h30
Meditação de Arya Tara
Domingos às 10h00
Práticas de Lua cheia,
Lua nova e Tsoks
Estas actividades espirituais são
gratuitas e são todos bem-vindos, o
único requisito é uma boa intenção.
...Num dado momento opinas que a
vida é bela, o mundo maravilhoso, no
dia seguinte dizes exactamente o contrário. Outras vezes, pensas que as
pessoas são fantásticas, maravilhosas e
queridas, num dado momento pensas
que a humanidade é horrível e está
perdida. Será que tais oscilações e
mudanças radicais, tais clivagens,
poderão ocorrer no mundo exterior?
Será possível comprovar, lógica e
racionalmente tal alteração? O que
mudou de facto?
O que mudou foi a tua mente! É a
mente, a criadora de percepções, que
provoca tais oscilações naquilo que
percebes. Isto de que falo, não são
dogmas Budistas, os altos e baixos da
vida vulgar não são um dogma Budista; aquilo de que vos falo nada tem de
religioso, tem sim, a haver, com o
modo como vivemos no quotidiano!
Com aquilo que nos faz andar aos
altos e baixos na experiência do dia-adia. Espero que compreendam que
não é o mundo à nossa volta, nem as
Do mesmo modo, a percepção de
duas pessoas sobre o mesmo assunto,
ou objecto, pode ser inteiramente diferente. O que é belo, fascinante e desejável a um, poderá ser horrível, detestável e desprezível para outro. Quem
tem razão? Quem está certo? Como
provar cientificamente qual das percepções é acurada? Na verdade, tudo
isso são meras projecções que a mente
de cada individuo faz sobre o mundo
sensorial. Quando pensas, «oh, este
homem é assim e aquele é assado,
aquela mulher é assim, já aquela outra
é cozido e frito.» Mas, perguntemos,
quem é este homem que é absolutamente e inalteravelmente belo? Quem
é esta mulher que é eternamente
jovem e invariavelmente a “brasa”?
Deixem que vos diga, tal como sabem
se pensarem um pouco, esse homem e
essa mulher não existem. São inexistentes! Meras criações mentais e nada
mais.
Assim, é melhor não esperarmos que
estes objectos externos, esta materialidade, nos satisfaça ou preencha as
nossas vidas, é simplesmente impossível. É um engano, uma ilusão, uma
decepção auto-infligida.
Será que acreditamos que a satisfação,
a felicidade e preenchimento advirão
nº 4 | SetembroOutubro 2009
2
no dia em que saciarmos todos os nossos desejos materialistas? Acreditaremos
realmente, que no dia em que
“dormirmos” com todas as diferentes
“brasas” e “borrachos” que desejamos,
que encontraremos finalmente a almejada satisfação? Cremos nós por ventura,
que através da gratificação obsessiva de
todos os caprichos, pelo consumo de
todas as drogas ilegais ou legais que
encontraremos a plenitude e satisfação
esmifrada a cada momento?
O Buda, nunca nos incentivou a acreditar nele, a adoptar dogmaticamente o
que ele dissera; ensinou-nos a usar a
inteligência, a sabedoria e a ver directamente as coisas como elas são. Pensemos então: «Será possível encontrar a
perfeição, ou sequer, uma genuína e
duradoura sensação de plenitude pela
gratificação de todos os nosso caprichos?»
(continua no próximo numero...)
O Mala Budista
O Budismo Tibetano utiliza nas suas
práticas diversos objectos, facilitadores
e auxiliares dos vários rituais. Entre
estes os Malas ou rosários de oração são
utilizados para contar o número de
“Mantras” recitados durante a prática
de meditação, permitindo desta forma
uma maior concentração. É utilizado no
budismo e no hinduísmo à milhares de
anos, existindo rosários de formas diferentes utilizados noutras religiões como
o cristianismo e o islamismo.
O primeiro Mala surgiu após a visita de
Buddha Sakyamuni, o fundador do
Budismo, ao rei Vaidunya, a quem
pediu que com 108 sementes da árvore
de Bodhi as unisse com um fio e com
elas contasse 2000 repetições diárias do
“Mantra” “Om Mani Padme Hung”. O
número 108, no Budismo, é considera-
do um “número
auspicioso”, representando a fórmula
6 x 3 x 2 x 3 = 108,
significando o 6 os
sentidos humanos
(visão, olfacto, tacto, audição, paladar
e mente), o 3 os
tempos (passado,
presente e futuro),
o 2 as condições do
coração, mente ou
intenção (pura ou
impura) e o 3 os
estados de perturbações mentais ou
“Kleshia” (gosto,
não gosto, indiferente), 108 representa também o
número de paixões humanas assumidas por Avalokitesvara ao contar cada esfera do Mala, isto é, 108
emoções ou condicionamentos mentais que tem de
ser ultrapassados antes de se atingir a iluminação ou
nirvana.
Os Malas, muitas vezes, têm marcadores adicionais,
que o dividem em quadrantes, podendo estes serem
contados ou não. A colocação dos marcadores
depende da prática específica de cada um podendo
ser colocado por exemplo no número 21, pois
alguns “Mantras” requerem 21 recitações, ou a meio
do Mala na conta 54 dividindo-o em 2. Cada vez
que um “Mantra” é repetido os dedos passam para a
conta ou esfera seguinte e após a repetição de um
Mala completo, atingindo a conta “Guru”, invertese a direcção da contagem não passando por cima
da esfera principal, como sinal de respeito e de atitude correcta para com o seu Professor Espiritual ou
Lama.
Os Malas não deverão ser colocados no chão, aliás
como qualquer outro objecto de prática incluindo
livros e outros instrumentos de rituais, demonstrando desta forma respeito pelo Dharma. Se por infortúnio o Mala cair ao chão deverá tocar a coroa da
nossa cabeça (como sinal de respeito) enquanto se
recita 3 vezes o Mantra “Om Ah Hung”.
“Tu podes saber muito, mas se não o puseres em prática, é
como morreres de sede às margens de um grande lago” Karma Chagmé
Centro de Estudos Tibetanos / Pendê-Ling / Gomdé Mandala 2009© / Todos os Direitos reservados
R. Fernando Assis Pacheco, 120 - (Monte Leite) S. João do Estoril / 91 2139353 / 91 7651287 / 21 0967401
Email: [email protected]

Documentos relacionados