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ÁGORA Revista Eletrônica
Ano VIII
nº 16
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INSERÇ ÃO DA MULHER NO MUNDO DO TRABALHO :
H ISTÓ RIA, IDEO LO G IA, LUTAS E C O NQ UISTAS
1
Sandra Campagnolo Migliorini
RESUMO
O presente trabalho “Inserção da Mulher no Mundo do Trabalho”, visa resgatar a
história das mulheres em três segm entos: na sociedade, na família e na religião. A partir dessa
análise busca compreender com o ocorreu o processo de inserção da mulher no mundo do
trabalho e com o essa inserção contribuiu para a história da m ulher na atualidade. Na
sociedade de hoje, bem com o em outros tempos, a m ulher é co-autora de tudo, e sem ela, a
sociedade não existiria. A m ulher tem papel m uito im portante em todos os setores; religioso,
econômico e social. São muitos os fatores que levam as pessoas a terem auto-estim a baixa, a
acom odação de não se projetar em certas conquistas, de não lutar por seu lugar em certos
setores como político, econôm ico, cultural e social, críticas, rejeições, faltas de incentivos,
m achism o, pobreza, abusos, etc. No caso da m ulher temos que levar em consideração o lugar
em que ela se encontrou inserida em nosso contexto cultural e social.
Palavras-chave: Mulher. Sociedade. Inserção.
1 INTRO DUÇÃO
Este trabalho “Inserção da Mulher no Mundo do Trabalho” foi construído a partir de
leituras bibliográficas sobre a m ulher no decorrer dos anos, e principalmente como
aconteceram as experiências sociais e culturais.
A intenção desta pesquisa é analisar a inserção da mulher no mundo do trabalho, bem
como sua participação nas dem ais atividades referentes à vida social, política e cultural. Parte
do resgate da identidade da mulher e seu espaço no mundo do trabalho, visando analisar a
inclusão da m ulher no mercado de trabalho formal e inform al e avaliando as perspectivas da
m ulher no âm bito social e econômico.
O interesse em estudar esse tem a deve-se ainda, ao fato de que ao longo da história a
m ulher tem aparecido num a situação de marginalização, de submissão, passiva como se não
1
Graduada em História pela UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Pós-graduada em Ciências Sociais “História e Geografia” pela CELER – FACULDADES.
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tivesse vontade própria. Em bora o trabalho feminino fosse indispensável não era valorizado.
Somente no final do século XVIII(1789), na Revolução Francesa, surge a primeira declaração
dos direitos da mulher e da cidadã. No século XX só então as m ulheres começaram a se
organizar e discutir sobre alguns de seus direitos como voto, trabalho, liberdade, educação,
igualdade.
Na sociedade complexa de hoje a mulher vem se libertando cada vez m ais,
participando e mostrando o quanto ela é organizada e capaz. Nesse contexto, busca-se
identificar o valor da participação social e cultural desse binômio, mulher e trabalho.
Este trabalho divide-se em dois momentos distintos: Resgate Histórico da Mulher na
Sociedade, Religião e Família; Inserção da Mulher no Mundo do Trabalho.
Num primeiro m om ento será feito um regate histórico da mulher na sociedade, na
religião e na fam ília. Pretende-se fazer um a retom ada histórica da m ulher desde os prim órdios
da humanidade quando ela não podia trabalhar fora, andar na rua ou sim plesmente ter
liberdade de expressão. A vida das mulheres eram só cuidar dos filhos, dar atenção aos
idosos, limparem a casa, fazer com ida, deixar o jantar pronto para o m arido, e ainda serem
objetos sexuais. Pra tanto fui em busca de material consistente que traçasse o perfil das
m ulheres dentro da sociedade em diferentes épocas e, portanto iniciou-se pelas civilizações
antigas.
Num segundo m omento será abordado a Inserção da Mulher no Mundo do Trabalho,
sua trajetória na busca de espaço. Portanto faz-se uma breve contextualização histórica das
lutas da mulher para se firmar no m ercado de trabalho, para ser valorizada em term os de
competência e de espaço.
2 RESGATES H ISTÓ RIC O S DA MULH ER
2.1 Na Sociedade
A história que se pode escrever dos estudos sobre as mulheres pertence também ao
movimento; não é uma metalinguagem, e irá atuar, tanto como um momento conservador,
quanto como um momento subversivo [...] não há uma interpretação teoricamente neutra da
história dos estudos sobre as mulheres. A história terá aí um papel atuante (SCOTT, 1984
apud BURKE,1992).
Historicamente, às mulheres coube primordialmente o exercício de tarefas nas casas
ou próximas a elas, em função das demandas pela gravidez (frequente) e alienação aos
cuidados dos bebês. Som ou-se a isso, com o decorrência, a educação das crianças e a atenção
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aos idosos e doentes, e num plano menos significativo a conservação de valores afetivos,
familiares e tudo mais ligado ao relacionam ento privado.
A m ulher desem penha um papel im portante na sociedade desde sempre, pois a
reprodução da espécie humana só pode acontecer se tiver participação dos dois seres. Para que
isso ocorresse hom ens e mulheres criaram uma convivência perm anente e constante.
Conform e Bessa (2007, p. 01) “a sociedade humana é histórica, muda conform e o padrão de
desenvolvimento da produção, dos valores e norm as sociais”. Assim no paleolítico (2 m ilhões
de anos-10000 a-c) homens e m ulheres viviam da caça, da pesca, da coleta. Por isso a
sociedade deles era de caçadores e coletores, eram nômades, não tinham moradia fixa.
Sendo assim nesse tipo de sociedade o trabalho de caçar, pescar, e construir era feito
pelos homens, e o de coletar, preparar os alim entos e cuidar das crianças cabia às m ulheres até
pelo fato de serem atividades m ais leves. Percebe-se visivelm ente que a divisão do trabalho já
era comum e também a subm issão, pelo fato das mulheres ficarem maior tem po que os
homens envolvidos nas tarefas de casa e no cuidado dos filhos.
No neolítico (entre 10000 a 5000 anos atrás) essa sociedade passou a se organizar em
um determinado território, passaram então a ter moradia fixa ou sedentária. Devido ao
desenvolvimento da agricultura e do pastoreio o aum ento da produção foi extraordinário e a
conservação dos alim entos favoreceu o crescim ento da população. A partir de então surgiram
as primeiras aldeias e desenvolveu-se a vida comunitária. Nas aldeias neolíticas o trabalho era
dividido de acordo com o sexo e a idade. Apesar disso, o paleolítico e o neolítico preservaram
um fator em com um : a divisão do trabalho entre homens e mulheres.
Os homens faziam as atividades que requeriam m aior esforço físico. Logo a mulher
ficava com o cultivo e a criação de anim ais, por essas atividades ficarem mais próximas de
casa e por consequência ao fato de serem às geradoras dos filhos e terem de amamentá-los.
Sendo assim, o cuidar dos filhos foi sendo desenvolvido com o uma tarefa da m ulher.
Conform e Bessa (2007, p.1) “o aprendizado da atividade de cuidar foi sendo desenvolvido
como um a tarefa da m ulher, em bora ela também participasse do cultivo e da criação de
animais”.
A sociedade no decorrer do tem po vai mudando a forma de organização, pois antes no
neolítico era feita no m odelo de unidade econôm ica. Passa então no paleolítico a ser uma
sociedade dividida em clãs, em tribos e aldeias. Nesse sistema o hom em é a autoridade devido
a sua força física e poder de mando.
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Bessa (2007, p.2) nos coloca que “a mulher foi sendo considerada mais frágil e incapaz de
assum ir a direção e a chefia do grupo familiar”. A mulher com a função de reprodutora da
espécie é subordinada ao homem.
Surgem assim as sociedades patriarcais, fundadas no poder do homem e aqui se volta a
rever na história, pois desde os tempos bíblicos a herança era garantida somente aos filhos
homens com provando a divisão do poder sustentado no gênero e sexo.
Assim sendo, às mulheres coube por um longo período histórico de, aproxim adamente
dois mil anos a contar a história de nossa era o exclusivo caráter de dona-de-casa, não tendo
qualquer direito sobre seu corpo, atos e até pensam entos.
Segundo Cunha:
Talvez por isso a mulher nunca se pensou, eram os outros que a pensavam. Com os
inconvenientes conhecidos: quando, por exemplo, elegeram-na rainha do lar, nada
mais fizeram do que torná-la escrava do lar. De fato, a influencia mistificadora do
ultraconservadorismo enferma de um complexo ideológico no qual a metafísica do
sexo, a definição unilateral da mulher em função de uma imagem procriadora e lárica,
e a sua subordinação em relação a autoridade marital são elementos de relevo (1995,
p.199-200).
Ainda, segundo Cunha (1995, p.200) a mulher vivia “[...] reduzida a objeto, sem vida
própria, só existia por meio do marido, só a referiam como mulher dele”. No entanto é
possível fazer essa análise devido ao fato que a historicidade nos mostra que antes do
casam ento a mulher vivia com o sendo propriedade do pai e isso, é claro, deve-se ao sistema
paternalista. Depois do casamento o papel se inverteria a m ulher passa a ser propriedade do
homem e passa a viver restrita ao m undo do lar e subm issa ao homem .
Essa sociedade paternalista perm aneceu ao longo dos tem pos, até m esm o na sociedade
industrial. Ainda hoje, em algum as sociedades o paternalismo prevalece, mas, no entanto, são
raras exceções.
2.2 Na Religião
O estudo que aqui será abordado refere-se à m ulher do ponto de vista religioso. É uma
análise referente à opressão, a submissão, a m arginalização no que diz respeito à religião e o
papel das mulheres na história da igreja, nos ensinamentos e na estrutura de suas atividades.
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Segundo Silva (1995, p.109) “som os produtos da civilização judaico-cristã e por isso
trazemos a herança marcante da religião na vida das m ulheres”. No Velho Testamento, no
Livro de Gênesis encontram os a descrição da lenda de form ação do homem e da m ulher e
logo se percebe as form as diferenciadas da criação de um e de outro.
Gênesis descreve:
Então Deus disse: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança [...]. Quando Javé
Deus fez a terra e o céu, ainda não havia na terra nenhuma planta do campo, pois no
campo não havia brotado nenhuma erva: Javé Deus não tinha feito chover sobre a
terra e não havia homem que cultivasse o solo e fizesse subir da terra a água para regar
a superfície do solo. Então Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soproulhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente (2001, p.15).
Nessa passagem de Gênesis podemos perceber que Adão é feito à imagem e
semelhança de Deus, evidenciando-se assim um Deus m asculino. Daí dizer-se que
historicam ente o hom em possui características que o divergem da mulher são essas
características que a história mantém em evidência até os dias atuais.
Ainda na lenda da criação descreve-se outra passagem de tam anha valia ao estudo aqui
em questão. Quem nos coloca é Gênesis:
[...] O homem deu então nome a todos os animais, às aves do céu e a todas as feras.
Mas o homem não encontrou uma auxiliar que lhe fosse semelhante. Então Javé Deus
fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou então uma costela e no lugar
fez crescer carne. Depois, da costela que tinha tirado do homem, Javé Deus modelou
uma mulher, e apresentou-a para o homem. Então o homem exclamou: “ Esta sim é
osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi
tirada do homem!” (2001, p.16).
Nota-se, evidentemente, que posteriormente a criação de Adão Deus percebe que o
homem sente-se solitário e por isso decide lhe dar uma companheira que é extraída de sua
costela, logo Eva fica sendo uma criação de um Deus hom em , de um a costela de homem,
enfim de um a figura m asculina. Daí, já se deduz que há uma grande diferença quanto às
concepções de um e de outro. Adão imagem e sem elhança de Deus e Eva extraída de um
órgão acessório, a costela e com isso sua condição secundária se estabelece.
A referência bíblica não para por aí. Ela se torna muito m ais instigante do que se pode
im aginar, pois, vai mais a fundo na questão da posição secundária da mulher. Prova disso é
que Adão e Eva, em pleno paraíso, são tentados pela serpente -uma figura feminina e por
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consequência com em a maçã, que é fruto da árvore do conhecim ento, do bem e do mal, e são
punidos pelo Senhor. A partir desse m om ento, conform e Gênesis, (2001, p.17) “Javé Deus
disse então para a m ulher: Vou fazê-la sofrer muito em sua gravidez: entre dores, você dará à
luz seus filhos; a paixão vai arrastar você para o m arido, e ele a dom inará”. Portanto fica aqui
explicito as relações de dom inação e dependência da m ulher ao homem.
Por m eio dessa maldição, desde aí todas as m ulheres passam a sofrer dores do parto
para ser com provada que foi delas o pecado e com isso a história vai perpassando por séculos
e milênios. Nesse sentido, esses valores vão se firmando visto que, a religião tem forte
determinação na vida das pessoas de modo geral. Ainda desse ponto de vista Chassot nos
coloca:
Eva torna-se a responsável pela perda do paraíso. Fora ela que dera crédito à serpente.
Assim era fácil fazê-la bode expiatório de qualquer desgraça que ocorria nesse vale de
lágrimas. A milenar necessidade de termos que trabalhar e a leitura que muitas vezes
se faz disso como algo sofrido é creditada a mulher, pois, na expulsão do paraíso
ocorrida por causa da curiosidade da mulher, que se mancomuna com o demônio no
deter com ele conhecimentos exclusivos, desconhecidos pelo homem-, foi dito “e
ganharás o pão com o suor de teu rosto (2004, p.49).
Porém , se faz necessário um a releitura dessa narrativa visto que, durante muito tem po
essa era a única visão que se tinha e por isso perdurou por séculos.
A letra sagrada determinava a vida das pessoas de tal forma e para tanto não se fazia
questionamentos, apenas se acatava o que culm inou com a equação m ilenar “mulher mãe”.
Cunha (1995, p. 200) em uma passagem faz a seguinte colocação “São Paulo
proclamou, sem margem de dúvidas, que a m ulher deveria estar sujeita ao seu marido, dado
que o m arido é a cabeça da m ulher, com o Cristo é a cabeça da Igreja”. Percebe-se então a
visível passividade da mulher que vem de m uito longe através de um mito, e por
consequência a sociedade acaba perdendo esse tributo precioso da m ulher que é trabalhadora,
batalhadora. Isso se deve ao fato que ela sem pre desem penhou um papel de grande valia se
tornando o braço direito do homem . Contudo, a história mantém obscura a vida da mulher até
a segunda m etade do século XX.
Assim sendo a postura machista vai se perpetuando ao longo de quase vinte séculos.
Herdamos da cultura judaica princípios referentes à mulher que a Igreja Cristã acabou
adotando a partir do século IV quando ela é oficializada. Essa por sua vez segue os m esm os
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princípios que até então os romanos e os gregos perpetuaram sobre a desigualdade,
inferioridade jurídica e política e de em ancipação fem inina.
Nas antigas cidades gregas e romanas era comum um clube de hom ens onde
conversavam sobre diversos assuntos políticos, econômicos, sociais. Não obstante, a mulher
vivia um estado de subordinação que culminava apenas com as atividades domésticas e os
cuidados com os filhos. Isso se reflete de tal modo que ainda hoje no século XXI, se fazem
discriminações de gênero. Cabe aqui ressaltar, o que nos diz Cunha a respeito:
Talvez por isso a m ulher nunca se pensou, eram os outros que a pensavam . Com os
inconvenientes conhecidos: quando, por exemplo, elegeram -na rainha do lar, nada m ais
fizeram do que torná-la escrava do lar (1995, p.199-200).
Sendo assim, as mulheres se restringem ao exclusivo caráter de dona de casa abdicada
de todo e qualquer direito sobre seu corpo, atos e até mesmo pensamentos. Foi na Idade
Média que isso se refletiu com maior intensidade, pois a mulher sofria com a repressão sexual
e as virtudes dos dogm as religiosos e impostos pelo clero prevalecem. O sexo é condenado
pela Igreja, as mulheres não podiam sentir prazer, o sexo era apenas para suprir uma
necessidade fisiológica do marido e para a reprodução da espécie. Daí outro fator que
demonstra a submissão ao homem , a inibição do desejo e o desconhecim ento do próprio
corpo.
Porém , o que é relevante é o fato de que até o século XIX e início do século XX, pelo
m enos como coloca Chassot (2004) mais propriam ente até a Primeira Guerra Mundial, a
leitura é quase vedada às m ulheres, principalm ente o romance, esse sim representava o grau
m áximo de perigo a um a m oça honesta. A recomendação que a Igreja fazia era ler
devocionários e vida de santos. Até a Bíblia era vedado, para as m ulheres.
Apesar disso, se por um lado, a mulher foi colocada com o inferior ou relegada a
segundo plano pelo Livro Sagrado, por outro a ela foi feito muitos elogios no que diz respeito
a educação dos filhos, esses eram educados para serem hom ens de fé. Quanto aos m aridos,
esses eram respeitados, respeito que as m esm as aprenderam no lar de seus pais. A casa era
m otivo de todo o cuidado, pois era ali que todos os dias a família se reunia para preservar os
valores religiosos. A m ulher vivia um a rotina igual ao de m ilhares de mulheres ao redor do
m undo. Entretanto, não podiam se esquecer de serem mães atenciosas, esposas que honram o
m arido, que davam bom testemunho, inclusive na fé. A Bíblia sem pre destacou essa postura
da mulher m esm o que ela havia sido culpada pelo pecado no paraíso.
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2.3 Na Família
Ao se iniciar um a fala sobre a mulher na família no passado ou m ais propriamente em
outros séculos é im prescindível destacar que ela era vista de um lado com o romântica, flor
m ais sublime que a natureza deixou na terra, devido ao seu falar carinhoso e principalmente
pelo seu anseio, desejo de conseguir ultrapassar obstáculos. Som ente m ais tarde ela passou a
ser vista pelo outro lado como parte integrante da sociedade que acreditou que as mudanças
apesar de serem lentas elas acontecem.
Ao longo do tempo desenvolveu-se uma tradição fam iliar centrada na figura paterna,
no homem, no esposo. Estrutura patriarcal em que o pai adm inistrava e decidia o que era
m elhor. As mulheres responsáveis pelo lar, pela criação dos filhos e auxiliar. Ser mãe era e
sempre fora um sím bolo de ternura, bondade e compreensão, sempre procurando amenizar a
rigidez da educação, era ainda mediadora. Quem nos auxilia nessa questão é Portela no que
diz:
No período colonial, a mulher era tida como uma propriedade (assim como os
escravos). Primeiro propriedade do pai, que arranjava o casamento da filha, como se
fosse uma transação comercial; e depois do marido, que esperava que a esposa fosse
uma boa dona-de-casa, boa parideira e mãe, sendo lhe dispensável conhecimento e
cultura, para que a mesma não contestasse a condição de submissão exigida por ele.
(2007, p. 01)
Na família os papéis de esposa, filha e irmã era um a espécie de preparação para ser
m ãe sendo que, ser m ãe era o papel mais sublim e que uma mulher poderia ter.
Para os positivistas a mulher não possuía inferioridade intelectual ao homem , m as
possuía uma inteligência com plem entar a do hom em . Mas, todavia apesar de não ter
inteligência inferior, as mulheres ficavam confinadas em lugares privados que eram
considerados sagrados e formadores de seres humanos, pois a
m ulher ideal para casar era aquela com portada, obediente e dedicada.
Quanto aos costum es de um modo geral se generaliza alguns aspectos quanto a
namoro, fam ília, religião. No entanto quando se trata da questão econôm ica, financeira entre a
classe burguesa e a classe popular há um grande contraposto.
Enquanto nas famílias tradicionais a m ulher vive na luxúria, não tendo que se
preocupar com as coisas básicas da vida com o trabalho, cuidado dos filhos e isso devido ao
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fato de que alguém como pai ou esposo faz por ela vive um a vida de tranquilidade,
serenidade.
Logo às mulheres de classe popular tinha que ser trabalhadora, esposa dedicada e logo
desde muito cedo dar conta das tarefas. Depois do casam ento essa realidade seguia, porquanto
em m uitos casos até mais.
Nesse sistema paternalista de família a divisão do trabalho era bem visível assim como
na antiguidade o hom em realizava trabalhos fora de casa e as mulheres os afazeres
domésticos. Com o passar do tempo às condições da mulher vão se modificando e ela passa a
adquirir mais afazeres.
Nessa época o hom em era o responsável por trazer para dentro do lar o sustento, a
riqueza e a mulher cabia a responsabilidade de administrar e dividir com a família, sem se
quer pensar em esbanjar. Sendo assim, prevalecia o ditado de que “não adianta o homem levar
as coisas de a pá para dentro de casa se a m ulher com uma colher pode por tudo a perder.” Por
isso sua responsabilidade era tão grande que a partir de então foi adquirindo destreza,
habilidades para os negócios.
Para garantir a m anutenção da fam ília, os chefes eram os principais responsáveis pela
terra ou qualquer outra atividade que se dedicassem era deles a determinação de quais
atividades eram realizadas, ficando visível à autoridade paterna.
Na hora de realizar as atividades norm alm ente as m ulheres ficavam com mais e por
isso tinha sua rotina diária iniciada antes do dia amanhecer sendo que, eram as últim as a irem
dorm ir, pois deixavam tudo organizado para o dia seguinte. Até m esm o aos dom ingos não
tinham descanso, enquanto o hom em descansava ou realizava algum lazer elas organizavam
varias outras funções.
Para as mulheres não havia trabalho que não pudesse ser feito. Já o homem por seu
m achism o, não realizava tarefas domésticas para não se sentir inferior, passando esse encargo
a ser exclusivo das m ulheres.
Entretanto, as atividades que eram praticadas pelas mulheres passam a ser lucrativas
despertando a cobiça do hom em que passa então a realizar esses trabalhos já que a
remuneração era atributo exclusivo do hom em .
Percebe-se assim que a divisão do trabalho era determ inada pela
sociedade e não pela capacidade física.
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3 INSERÇÕ ES DA MULH ER NO MUNDO DO TRABALHO
3.1 Inserção
Por m uito tempo a mulher foi considerada neutra diante da sociedade. Seu papel se
limitava à procriação de filhos e ao cuidado do lar. Ela não tinha voz e vez diante da
sociedade que era dominada pelo machism o dos hom ens que detinham a responsabilidade, o
apoio e a proteção à fam ília, bem com o pela ação política e econôm ica na sociedade.
Portanto, o poder de tomar todas as decisões necessárias cabia aos homens que não pediam
opiniões às suas esposas ou filhos, com o coloca Dias:
Todo mundo sabe que a mulher sempre foi discriminada, nunca teve as mesmas
oportunidades asseguradas aos homens. Nossa cultura patriarcal gerou uma sociedade
machista, em que a mulher ocupava um papel subalterno. Excluída, ficava confinada
ao reduto da casa, tendo por única missão a assistência da família, a organização do
lar, o apoio ao marido e o cuidado dos filhos (2004, p.20).
Devido a esses fatores sabe-se que o cuidado do lar, dos filhos não era reconhecido
como trabalho pela sociedade, tam bém não era remunerado. De acordo com Maciel, (2001)
desde os primórdios a mulher sem pre realizou tarefas indispensáveis à sobrevivência e bemestar da fam ília, m esm o que esse trabalho que era indispensável não fosse valorizado. Em
decorrência disso, durante m uito tempo à mulher se sentiu inferior aos homens, já que esses
trabalhavam fora e eram rem unerados pelo seu trabalho.
Essa situação só começa a m udar com a sociedade industrial. Em bora nessa época
ainda existisse o sistem a paternalista, ele foi aos poucos sendo vencido o que culminou.
Conform e Bessa, (2007) nas sociedades industriais o mundo do trabalho se dividiu do mundo
doméstico dando lugar a um novo m odo de ver as mulheres.
A Revolução Industrial possibilitou uma transformação na vida das mulheres que
foram incorporadas ao m undo do trabalho fabril, e por conseqüênciaseparou o trabalho
doméstico do trabalho remunerado fora do lar.
No entanto, isso com eçou a mudar realmente com as I e II Guerras
Mundiais (1914-1918 e 1939-1945), quando os hom ens partiram para a guerra e coube às
m ulheres assumir os negócios da família e o lugar dos homens no mercado de trabalho.
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A partir de então, m esm o que não estivessem preparadas, pois sempre fora o hom em
que tomara as decisões, agora esse papel se inverteria dando lugar para aquelas em que a
história de quase vinte séculos negou participação.
Passaram a ser m ãe, mulher, esposa e principalmente as mantenedoras do lar. Foi pelo
processo acelerado da urbanização e também a tecnologia representada pelos meios de
comunicação que vieram interferir na sociedade da época, como uma ruptura dos padrões
adotados até então. No entanto, o grande auge para as mudanças realm ente significativas na
vida da m ulher iniciou, conform e Maciel, por volta da década de 1960 na segunda metade do
século XX.
O contexto histórico da década de 1960, os vários m ovimentos sociais surgidos nesse
período, entre eles o m ovimento fem inista, a entrada m assiva das mulheres no m ercado de
trabalho,
a
possibilidade
de
contracepção
cada
vez
assegurada
são
algumas
das
transform ações dos últimos 30 ou 40 anos e que provocaram um grande núm ero de estudos
por pesquisadores de várias áreas do conhecim ento, convencidos de que não é mais possível
se furtar à presença fem inina em todos os setores da vida moderna. (2001, p.15)
Ainda segundo Maciel (2001) hoje é inevitável não encontrar as m ulheres no espaço
privado e isso se deve ao fato de que elas possuem um novo olhar, traz uma nova fala,
juntamente com um novo pensar que as torna mais hábeis ao setor em que estão inseridas.
Portanto, ficou para trás a fragilidade, a passividade ou determinação biológica que a história
durante séculos as submeteu.
Atualmente é comum encontrarmos essas mulheres executando um a série de tarefas
que acabam sendo indispensáveis para sua sobrevivência e de sua família. Mulher hoje é
sinônimo de reconhecimento na família, na sociedade, na política e no trabalho. São elas,
ainda em m uitos casos, responsáveis pela manutenção do lar. Aqui cabe ressaltar que tanto a
m ulher rural quanto a m ulher urbana m erecem o mesmo destaque embora a sociedade não as
veja assim .
Maciel nos coloca a seguinte observação que reforça essa ideia:
Diariamente, essas mulheres executam um sem número de tarefas indispensáveis à
sobrevivência e bem-estar da família [...] Enquanto trabalhadora rural, a mulher tem
um papel fundamental, visto que o seu trabalho pra fora nesse meio significa trabalhar
na roça, nas proximidades da própria casa, como cuidar de animais, da horta, cortar
lenha, realizar o beneficiamento da produção, ou seja, o trabalho feminino tem um
peso extraordinário na organização da vida familiar no interior. Então, trabalhar faz
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parte da luta de sobrevivência e é ao mesmo tempo, um valor positivo de ser pobre e
trabalhadora em oposição ao valor negativo ser pobre e vagabundo (2001, p.16).
É nesse sentido que para as mulheres a vida ganha outro sentido. Sentido esse que é o
de prover a própria sobrevivência e que se concretiza num plano maior que é o de um projeto
de valorização de si mesm a. É claro que nunca descuidando da preocupação com o coletivo
familiar. Com isso, Maciel (2001, p.16) nos coloca que as mulheres “foram preparadas para
pensar nos filhos, no marido, nos parentes”.
Mas pode-se concluir que além de todos os itens analisados para a inserção da mulher
no m ercado de trabalho, um se faz indispensável que é o de que a m ulher entrou no m ercado
de trabalho para sua realização profissional.
Porém , hoje o trabalho representa uma ajuda na m anutenção da casa, visto que, a
sociedade mudou m uito e as relações são m ais estreitas. Desse m odo, cabe ressaltar que é
preciso m uita luta para poder viver em um mundo menos desigual.
3.2 LUTAS E C O NQ UISTAS DA MULH ER
3.3.1 Lutas
Através da história se percebe que a mulher conseguiu seu espaço na sociedade com
m uito esforço, luta, persistência, garra, dedicação, de acordo com Gonçalves (2000, p.99),
“lutar pelo seu espaço não significa declarar guerra aos hom ens. Ao contrário significa
proporcionar que cada um seja inteiro no espaço que ocupa e, o que é m uito importante,
passar essa atitude frente à vida para gerações futuras”. Nesse sentido Lisboa nos faz uma
im portante colocação:
Não reclamamos para o sexo que pertencemos nenhum dos direitos civis e políticos
que até aqui tem sido privilégio do outro sexo, não procuramos reivindicar a pretensão
de igualdade de aptidões intelectuais entre o homem e a mulher. Achamos pelo
contrario, que ela fica perfeitamente bem no plano secundário em que a colocamos
com os preconceitos sociais (1989, p. 9).
O marco inicial para essa grande transformação da m ulher foi a Revolução Francesa.
Posteriormente pela Revolução Industrial. Essa trouxe consigo novas perspectivas de
m udanças para as m ulheres no que se refere questão trabalho. Acreditavam que saindo de seus
lares à procura de trabalho nas fábricas, estariam mudando a historicidade da m ulher que até
então estava obscura.
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Foi pelo processo acelerado da urbanização e tam bém a tecnologia representada pelos
m eios de comunicação que, vieram interferir na sociedade da época, como um a ruptura dos
padrões adotados até então.
A história das m ulheres com eça a ser analisada a princípio nos anos 60 e 70 do século
XX por historiadores da França, visto que, foi nesse país que a m ulher teve seu primeiro
direito garantido com a Revolução Francesa. Nessa mesma época nos Estados Unidos
algum as intelectuais levantaram a bandeira da igualdade entre os sexos, com batendo o
m achism o, predominante na sociedade. Elas também com batiam o fato de estarem reservados
aos hom ens os melhores em pregos, os melhores salários e o gozo de am plos direitos,
enquanto às mulheres era reservado o trabalho dom éstico ou a dupla jornada de trabalho,
dentro e fora de casa e porquanto se iniciaram movim entos para assegurar a m ulher seus
direitos.
Obtiveram apoio de revistas, livros, filmes e peças de teatro que passaram a defender a
figura de um a m ulher mais ativa e participante. Eram críticas severas tanto ao machismo
quanto à acomodação das mulheres, à submissão im posta pelos homens há tanto tem po na
história. Am bos os países denunciaram a invisibilidade fem inina na história por causa de
historiadores que agiam como se essa questão não existisse, reforçando a ideia que desde
m uito tempo a mulher foi considerada um gênero neutro diante da sociedade. Burke nos
coloca que:
O feminismo tem sido, nas últimas décadas um movimento internacional, mas possui
características particulares, regionais e nacionais. [...] Nos Estados Unidos, o
feminismo ressurgiu nos anos 60, estimulado em parte pelo movimento dos Direitos
Civis e pelas políticas do governo destinadas a estabelecer o potencial feminino, para
ir ao encontro da expansão econômica através da sociedade, incluindo as profissões e
a academia. [...] No processo, o feminismo assumiu e criou uma identidade coletiva de
mulheres, indivíduos do sexo feminino com um interesse compartilhado no fim da
subordinação, da invisibilidade e da impotência, criando igualdade e ganhando um
controle sobre seus corpos e sobre suas vidas (1992, p. 6768).
Nos anos 70 o m ovimento fem inista que surgiu em prol dos direitos civis das m ulheres
tinha como um dos principais objetivos aprender sobre o passado legítim o das mulheres e
introduzi-lo na história. Sobre isso Burke (1992, p.69) diz que “no espaço aberto pelo
recrutamento de mulheres, o feminism o logo apareceu para reivindicar mais recursos para as
m ulheres e para denunciar a persistência da desigualdade [...]”. Visava ainda mudar não
apenas a condição das m ulheres, m as de um a sociedade inteira.
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Conforme Burke (1992, p.68-69) [...], “o feminism o logo apareceu para reivindicar
m ais recursos para as m ulheres e para denunciar a persistência da desigualdade”. Foi a partir
de então que se conseguiu o controle legal da procriação com o surgim ento de m étodos
contraceptivos e tam bém do aborto em casos graves em que a m ãe e o feto correm riscos de
vida. No entanto, não foi fácil para que essa situação se conservasse, pois começou a pesar
sobre as mulheres a questão religiosa que era totalmente contra o impedimento da vida.
Os anos 70 revelaram ainda o interesse pela história das mulheres que buscava no
passado explicações para as opressões femininas. No final da década de 70, historiadoras
feministas admitiram que a história das m ulheres não devessese reduzir nem a um combate
por um estatuto igualitário, nem a guerra dos sexos, pois para a história seria difícil reconstitui
em sua complexidade aquilo que guardava na mem ória e que era o que se conseguia entender,
e só se entendia o que dizia respeito aos homens.Burke nos coloca:
A história das mulheres, sugerindo que ela faz uma modificação da “ história”,
investiga o modo como o significado daquele termo geral foi estabelecido. Questiona
a relativa dada à “ história da mulher”, expondo a hierarquia implícita em muitos
relatos históricos. E mais, fundamentalmente, desafia tanto a competência de qualquer
reivindicação da historia de fazer um relato completo quanto à perfeição e à presença
intrínseca do objeto da história -o homem universal [...] (1992, p. 78).
Porém essa história de submissão começaria a se inverter com esse m ovimento
feminista que instigou nas mulheres o desejo de transformação já que desde sem pre foram
consideradas o braço direito de seus maridos. Com eçaram a perceber que poderiam fazer
m uito mais que isso poderia ser igual, ou m elhor, que os hom ens.
Por isso ao se perceberem capazes começaram a lutar pelos seus próprios direitos e
iniciaram um a luta pelos mesmos. Chegaram a essa convicção que senão o fizessem a
sociedade que era predominantem ente m achista não faria essa mudança acontecer e do
contrário estariam hoje ainda submissas.
No entanto, um fator se faz indispensável nesse mom ento que era o fato de que não
queriam tom ar o lugar dos hom ens apenas reivindicavam direitos para elas próprias que
tinham condições. Sobre isso Lisboa nos coloca:
Não reclamamos para o sexo que pertencemos nenhum dos direitos civis e políticos
que até aqui tem sido privilegio do outro sexo, não procuramos reivindicar a pretensão
de igualdade e aptidões intelectuais entre o homem e a mulher. Achamos pelo
contrário que ela fica perfeitamente bem no plano secundário em que a colocamos
com os preconceitos sociais (1989, p. 09).
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Foi a partir daí que perceberam que poderiam ser muito mais m ães, que poderiam ser
independentes de seus m aridos e de seus pais e terem desejos, opiniões próprias deixando para
trás a concepção de que só seriam felizes vivendo naquele m undo da casa e dos filhos.
Configurar-se-iam , a partir de então um novo pensar da m ulher ao contrário do que nos coloca
Del Priori:
A mulher casada deveria ter o marido e os filhos como centro de suas preocupações.
De maneira não muito explicita, mas contundente, o bem estar do marido era tomado
como ponto de referencia para a medida da felicidade conjugal, a felicidade da esposa
viria como consequência de ummarido satisfeito (2007, p. 627).
Nesse dado m om ento então a mulher tem o anseio de buscar junto a sociedade o seu
papel pelo qual o m ovim ento feminista lutava. No entanto, a sociedade não aceita de im ediato
essas transformações e com isso, o processo ocorre lentam ente.
O m ovim ento fem inista percebe ainda que se faz necessário a instrução para as
m ulheres adquirirem maior destaque na sociedade. Porém não só pelo fato de destaque, m as
também por força das circunstâncias que elas possam vir a passar, pois em certos casos nem
sempre estarão amparadas pelos pais, maridos como é o caso, por exem plo, de um a viuvez e
nesse sentido Lisboa diz que:
Daí, pois a vossa filha uma instrução sólida, habilitai-as, convenientemente para que
elas possam em caso de necessidade, encarar com ânimo resoluto as vicissitudes da
vida, contando com suas próprias forças e dispensando o amparo e proteção (1989, p.
108).
Surgem então novos pensam entos sobre a inserção da mulher nas faculdades que eram
prioridade até então para os hom ens. Burke diz:
Durante os anos 60, também as faculdades, as escolas de graduação e as fundações
começaram a estimular as mulheres a obterem PhDS, oferecendo bolsas de estudo e
um considerável apoio financeiro. “ É claro”, comentou um autor, “ que as mulheres
constituem uma importante força latente para as faculdades e as universidades
carentes de bons professores e pesquisadores”. “ Embora autores tão diversos quanto
diretores de faculdades e acadêmicos feministas reconhecessem que tinha havido
‘preconceitos contra as mulheres nas profissões intelectualizadas”, eles tendiam a
concordar que os obstáculos cairiam por terra, se as mulheres buscassem uma
formação de nível superior. É interessante que a atuação das mulheres foi aqui
presumido; como opção espontânea, atores racionais, as mulheres eram chamadas para
se inserirem em profissões que previamente as havia excluído ou subutilizado (1992,
p.68-69).
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Sabe-se que o m ovimento feminista, o ingresso da m ulher no m ercado de trabalho, o
surgim ento de métodos contraceptivos, e a inclusão das mulheres nas universidades
propiciaram uma luta verdadeiramente em ancipatória. Nesse contexto a mulher com eçou a ter
acesso à educação, colocando-se assim diante da sociedade como um ser que faz parte da
história desde que as primeiras civilizações começaram a surgir.
Segundo (Gonçalves, 2006, p.51 apud Beauvior,2000) “ninguém nasce mulher: tornase mulher” não é o destino econôm ico, ou biológico ou ainda psíquico que define a forma que
a mulher assume perante a sociedade, é o conjunto da civilização que cria isso.
Mesm o com tantas desigualdades as m ulheres conseguiram grandes avanços em seus
direitos, e assim foram ganhando espaço na sociedade. Para isso organizaram vários
m ovimentos e m anifestações em defesa de seus ideais. No Brasil as lutas iniciaram no ano de
1906 e foram até 1991. No entanto cabe aqui fazer uma ressalva que ainda hoje a m ulher luta
contra alguns preconceitos. No ano de 1906 foi organizado o Congresso Operário Brasileiro,
onde foi aprovada a regulam entação do trabalho feminino.
No ano de 1910 homens e m ulheres passam a ter o m esm o direito em relação ao
divórcio e com os filhos bem como o adultério tendo tratamento igual quando cometido.
No ano de 1911 as m ulheres ganham o direito a trabalhar nas funções públicas.
No ano de 1917 as m ulheres foram às ruas exigindo o seu direito de voto.
No ano de 1919 as mulheres fazem m anifestações por uma jornada de oito horas de
trabalho por dia, mas não obtiveram grande êxito.
No ano de 1920 foi fundada a Liga de Em ancipação Internacional da Mulher que tinha
por objetivo lutar pela igualdade política da mulher.
No ano de 1932 a m ulher ganha o direito ao voto e torna-se cidadã.
No ano de 1933 foi declarada a igualdade dos cidadãos perante a lei pela Constituição
Política do Estado.
No ano de 1946 a lei exclui os analfabetos de votar então milhares de mulheres não
puderam votar e por não haver nem uma mulher na Constituição tiveram grande dificuldade
para participar das polem icas levantadas.
No ano de 1947 surgiu a Federação de Mulheres do Brasil.
No ano de 1963 para defender a igualdade dos salários foi realizado o Encontro
Nacional da Mulher trabalhadora e tam bém foi pedido a Reforma do Código Civil.
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No ano de 1967 o novo Código Civil é vigorado onde determina que o marido seja o
chefe da fam ília, mas que a mulher deve ser ouvida.
No ano de 1969 é decretado que o salário deve ser igual para o trabalho igual, ou seja,
tanto para homem quanto para mulher o salário deve ser igual.
No ano de 1976 a m ulher ganha o direito de licença m aternidade.
No ano de 1980 é realizada um a Convenção para destruir todas as form as de
discriminação sofridas pelas mulheres.
No ano de 1991 às mulheres vítim as de violência ganham proteção através, da criação
de leis que visam à garantia de seus direitos.
Foram m uitas lutas, manifestações e protestos para conseguir direitos, m udar a forma
de pensar de um a sociedade inteira e conseguir vencer o sistemapaternalista existente. No
entanto as m ulheres lutaram muito, até se tornar cidadãs com os m esmos direitos dos homens.
3.3.2 Conquistas
Desde os finais do século XIX, sinhás, mulheres de elite, publicaram jornais
femininos, nos quais suas reivindicações concentraram -se, sobretudo, em dois pontos: a
educação fem inina e o direito de voto das mulheres.
Nas prim eiras décadas do século XX, as m ulheres conseguiram obter grandes
conquistas, entre elas o direito de voto. Na Constituição de 1890, surgiram as primeiras
m anifestações em favor desse direito político, m as a em enda que concedia expressam ente o
voto ás m ulheres não foi aprovada.
Surgiram organizações form ais pelos direitos da m ulher, no Brasil. Como nos EUA, as
m ulheres profissionais continuaram boa parte da liderança para o movim ento sufragista do
século XX, que atingiria sua meta em 1932 ao ser aprovado o Código Eleitoral que estipulou
em seu artigo 2: “È eleitor o cidadão m aior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na
forma deste código (Decreto nº 21 de fevereiro)”. Mas antes disso, em 1927, o governador do
Rio Grande do Norte, Juvenal Lam artina, conseguiu aprovar um a lei eleitoral que perm itia o
voto fem inino. E a prim eira m ulher a ocupar o cargo eletivo na América do Sul, em 1929, foi
a prefeita Alzira Soriano.
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A campanha pelo sufrágio fem inino no Brasil não esteve ligada a nenhum partido
político ou movim entos sociais, além disso, os parlamentares que apoiavam o sufrágio
feminino não conseguiam nenhuma orientação política.
Em 1928, a Federação Brasileira para o Progresso Fem inino lançou um manifesto
expresso em termos de uma “Declaração dos Direitos da Mulher”, tornando claro que os
direitos políticos não eram meros privilégios a serem transmitidos através de um capricho
daqueles que estavam no poder, m as sim, direitos inalienáveis, cuja negação era uma grave
injustiça à m ulher brasileira.
Em 1930 Getúlio Vargas tom a o poder, no entanto, nem ele e nem seu auxiliar
Osvaldo Aranha eram defensores do sufrágio feminino, m as ao criar um novo código eleitoral
fornecia uma oportunidade de garantir o voto às m ulheres.
Em fevereiro de 1931, o diretório da Federação Brasileira pelo Progresso Fem inino,
decidiu organizar um segundo congresso no Rio de Janeiro. Vieram muitos representantes de
estados e da capital. No final de agosto, o governo liberou um código eleitoral provisório que
concedia voto limitado às m ulheres.
A Constituição de 1934, no artigo 113 reza: “Todos são iguais perante a lei. Não
haverá privilégios, nem distinções por motivo de nascimento, sexo, raça, profissão, própria ou
dos pais, classe social, riqueza, cargos religiosos ou ideias políticas”.
QUADRO1: CONQUISTA DO VOTO FEMININO EM DIVERSOS PAÍSES.
Ano de Conquista do Voto feminino País
1917
URSS, com a Revolução
1918
Alemanha
1919
EUA
1928
Inglaterra
1934
Brasil
1945
França, Itália, Japão
1973
Suíça
Com a obtenção do direito de voto, diversas mulheres se candidataram às eleições de
m aio de 1933, apenas um a venceu: Carlota Pereira de Queiroz, de São Paulo.
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A conquista do voto pelas mulheres é interrompida por um regime altamente
autoritário e repressivo. Durante o Estado Novo, (1937/1945) o Congresso Nacional foi
fechado e as mulheres não puderam exercer o direito do voto, pois não houve eleições.
Durante a década de 50, as m ulheres travaram uma im portante batalha para abolir
dispositivos altamente descrimináveis do código civil.
Organizações fem ininas com o apoio da im prensa conduziram um a cam panha nas
grandes cidades para conseguir aprovar no Congresso Nacional um Estatuto da Mulher
Casada, pois pelo Código Civil de 1916 a mulher era considerada relativam ente incapaz para
o exercício da cidadania.
Em 1962 foi aprovado no Parlam ento o Estatuto da Mulher Casada, que abolia as
restrições estabelecidas pelo Código Civil. No entanto, a cam panha mais difícil foi a que tinha
por objetivo aprovar no Congresso a Lei do Divorcio. A Igreja católica, m uito influente no
País, resistiu e combateu arduam ente. Em 1977, foi aprovada um a lei de divórcio no Brasil –
lei nº6. 515/77.
A luta da mulher não foi fácil. No livro “A Resistência da Mulher à Ditadura Militar
no Brasil”, Ana Maria Colling investiga o papel da m ulher ao longo da ditadura e nos mostra
que ao assumir a militância política, durante o regim e militar, as mulheres negam sua
sexualidade como precondição para chegar a uma suposta igualdade com o sexo masculino.
Também dentro dos órgãos de repressão, a mulher política era tida como desviante(puta
comunista) e a tortura sem pre passava pelos genitais, já que hum ilhar a mulher era a melhor
forma de sepultar suas aspirações políticas.
Colling em seu artigo “A Invisibilidade do Fem inino”, afirma:
Durante séculos a mulher brasileira foi mantida reclusa ao lar, reduzida à condição de
mãe e esposa, exercitando algum artesanato doméstico ou exercendo profissões de
menor prestígio social. Era sexualmente reprimida e economicamente dependente; foi
afastada da atividade política e da administração publica, e relegada pela história;
sujeitando-se a normas de disciplina corporal. Da mulher esperava-se submissão,
obediência, modéstia, renúncia, bonomia, passividade, aquiescência, ductilidade,
morigeração, asseio, temperança, sobriedade, dedicação e fidelidade. Não tinha
individualidade, era anônima e tratada genericamente como um organismo natural,
previsível, inculto, ignorante, iletrada, alienada. A mulher era tutelada, considerada
inferior física e intelectualmente incapaz. Embora os avanços democráticos na direção
da emancipação feminina, refletidos na Constituição de 1988, hão de mudar muitos
valores culturais antes de alcançar efetiva igualdade. (2000, p.31).
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A Constituição de 05 de outubro de 1988 jogou por terras velhas e ultrapassadas leis
que atribuíram à m ulher o status de cidadã de segunda classe. Ao mesmo tempo, a Carta
Magna conseguiu abordar, praticamente, todos os aspectos da discriminação presente na
sociedade brasileira, no que diz respeito à situação profissional, escolar, econômica, sexual,
familiar, ética e moral da m ulher.
Alguns artigos da constituição de 1988 em relação à m ulher determinam que:
Art. 189 -Os beneficiários da distribuição de im óveis rurais pela reforma agrária receberão
títulos de dom ínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único -O título de domínio e a concessão de uso serão
conferidos ao homem ou à m ulher; ou a ambos, independentem ente do estado civil, nos
termos e condições previstas em lei.
.....................
Art. 208 -O dever do estado com a educação será efetivado m ediante a garantia de: IV atendimento em creche e pré-escola às crianças de O a 6 anos de idade;
....................
Art. 226 -A família, base da sociedade, tem especial atenção do Estado.
...................
3º -Para efeito de proteção do Estado é reconhecida à união estável entre hom em e mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
4º-Entende-se, também, como entidade familiar à comunidade form ada por qualquer dos pais
e seus descendentes.
5º-Os direitos e deveres referentes á sociedade conjugal são exercidos igualm ente pelo
homem e pela m ulher.
......................
8º-O Estado assegurará a assistência à fam ília na pessoa de cada um dos que integra, criando
m ecanism o para coibir a violência no âmbito de suas relações.
..................
Art.5º -Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e a propriedade, nos term os seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta constituição.
................
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Art 7º -São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à m elhoria
de sua condição social:
...................
XVIII -licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias;
..............
XIX -licença-paternidade, nos term os fixados em lei;
O Art. 10 § 1 ° das Disposições Constitucionais Transitórias diz que "até que a lei venha
disciplinar o disposto no Art. 7°, XIX da Constituição, o prazo de Licença-paternidade a que
se refere o inciso é de 5 dias".
.....................
XXV -a assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascim ento até 6 anos de idade,
em creches e pré-escolas.
XXX -proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão
por m otivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Parágrafo único -São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX e XXIV,
bem com o a sua integração à Previdência Social.
......................
Outra im portante conquista das mulheres refere-se à reserva de quotas, alteração na lei
que disciplinou as Eleições de 1996, obrigando cada partido político ou coligação a preencher,
no m ínim o, 20% de suas vagas com candidatura de m ulheres.
5 CO NSIDERAÇÕ ES FINAIS
Ao longo da história, a m ulher tem conseguido mostrar que ficou para traz aquela
m ulher que enfrentou preconceitos, que era subm issa, incapaz de lidar com os negócios, que
só devia cuidar dos filhos, do marido, da casa. Hoje ela m ostrou que as barreiras é que dão
sentido para que haja a luta, para assim atingir o sucesso profissional e a realização pessoal.
A atuação da m ulher no trabalho, na política, na religião e na sociedade sem pre foi
árdua em todos os sentidos, principalm ente quando se sujeitam a um salário bem inferior do
que é estabelecido por lei. Por lei diz-se que homens e m ulheres têm direitos iguais, no
entanto, na prática nem sem pre é o que acontece.
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A m ulher ao longo desses dois mil anos de história, sem nos rem ontarm os ao
antecedente dessa época, começa a m ostrar-se tão capaz quanto o homem, através de sua
competência, criatividade, habilidade, afetividade e principalmente a sua m aneira de encarar
os desafios já que esses fazem parte de sua trajetória e
por isso não lhes intimidam.
Assim analisando toda trajetória fem inina, se conclui que as mulheres adquiriram
m uitas conquistas, m as ainda falta muita coisa para ser feita e agora, mais do que nunca, se
deve dar continuidade a todo esse trabalho para que sejam abolidos do seio da sociedade todo
e qualquer tipo de discriminação.
É nesse sentido que hoje os estudos mostram que hom ens e mulheres devem ser
formadores de opiniões para que assim a Constituição seja a orientadora de vida de todo e
qualquer cidadão e que as leis sejam cumpridas em relação a todas as classes sociais. Assim
sendo, m ulheres chefes de família, mulheres pobres, mulheres discrim inadas por serem negras
ou m ulheres rurais devem ser vistas pela sociedade como m ulheres bem sucedidas por serem
capazes e fortes o suficiente para vencer os obstáculos da vida.
Enfim , as m ulheres lutaram e ainda lutam não para serem hom enageadas, exaltadas e
sim, por três objetivos sendo que o primeiro é o fim da discrim inação, o segundo é o fim da
violência e por terceiro o direito ao trabalho, saúde e educação.
Sendo assim elas podem colaborar no sustento de suas famílias, visto que hoje o
m undo capitalista exige cada vez m ais das pessoas sejam hom ens, mulheres ou jovens.
BIBLIO GRAFIA
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