vitrine de produção acadêmica ii

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vitrine de produção acadêmica ii
VITRINE
DE PRODUÇÃO
ACADÊMICA II:
PRODUÇÃO
DE ALUNOS
DA FACULDADE
DOM BOSCO
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II:
PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
Organização
Durval Antunes Filho
Diretor-geral do Grupo Dom Bosco
Evilásio Gentil de Souza Neto
Diretor-geral da Faculdade Dom Bosco
Luiz Fernando Bianchini
Diretor-adjunto da Faculdade Dom Bosco
Isabelle M. Nejm Félix
Diretora acadêmica da Faculdade Dom Bosco
Isabel Cristina Bini
Coordenadora de extensão e pós-graduação da Faculdade Dom Bosco
Produção
Comunicação Dom Bosco
APRESENTAÇÃO
A “Vitrine de Produção Acadêmica II” apresenta
algumas produções acadêmicas de alunos dos
cursos de Administração, Ciências Contábeis,
Direito, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia
e Psicologia da Faculdade Dom Bosco. Em sua
segunda versão, é resultado do empenho e da
dedicação dos professores da disciplina de Produção
Acadêmica, incentivados pelos coordenadores
de curso, pela equipe pedagógica e direção da
Instituição. Caracteriza-se como instrumento de
divulgação on-line dos trabalhos de acadêmicos
e como forma de incentivo à produção científica
enquanto estudantes de ensino superior.
A pretensão é alimentar anualmente esta “Vitrine”
com novas produções, cada vez mais consistentes e
de qualidade, de alunos de graduação da Faculdade
Dom Bosco.
Curitiba, 13 de setembro de 2013.
Professora Noemia Hepp Panke
Gerente do Projeto
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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SUMÁRIO
1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ....................................6
1.1 ARTIGO DE REVISÃO: O MONITORAMENTO DOS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES ........................... 6
2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS...........................13
2.1 RESUMO CRÍTICO: NÃO BASTA SER LÍDER: TEM QUE SER COACH! ................................................................... 13
2.2 RESENHA DESCRITIVA: LIDERANÇA COACHING ..................................................................................................... 15
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO ....................................................16
3.1 SÍNTESE: ORIGENS DO DIREITO................................................................................................................................ 16
3.2 RESUMO INFORMATIVO: CULTURA JURÍDICA EUROPEIA............................................................................. 17
3.3 RESUMO CRÍTICO: “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER” E “MINHAS TARDES COM MARGUERITTE”.. 18
3.4 FICHAMENTO: ELEMENTOS PARA UMA CRÍTICA DO ESTADO ................................................................... 20
3.5 RESENHA DESCRITIVA DA OBRA DE PAOLO GROSSI ........................................................................................ 21
3.6 “A CARTOMANTE” E “DIREITO E LITERATURA: UM EXERCÍCIO DE DESAPRENDIZAGEM” .............. 22
3.7 ARTIGO DE REVISÃO: ESTIGMAS ............................................................................................................................. 25
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................................29
4.1 SÍNTESE DO FILME “O PODER ALÉM DA VIDA” .................................................................................................. 29
4.2 RESUMO INFORMATIVO: A MEDIDA DE DOBRAS CUTÂNEAS...................................................................... 32
4.3 RELATÓRIO: OS EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE AS HABILIDADES BÁSICAS
DE FUNCIONÁRIOS DE SETORES ADMINISTRATIVOS .................................................................................... 33
4.4 RESENHA DESCRITIVA: LESÕES NA GINÁSTICA ARTÍSTICA........................................................................... 36
4.5 ARTIGO DE REVISÃO: LESÕES PRÉ-DESPORTIVAS NO JUDÔ.......................................................................... 38
4.6 RESENHA DESCRITIVA: “O VERDADEIRO, O BELO E O BOM: OS PRINCÍPIOS BÁSICOS
PARA UMA NOVA EDUCAÇÃO”................................................................................................................................ 43
4.7 ARTIGO DE REVISÃO: OS BENEFÍCIOS E TÉCNICAS DO STEP TRAINING NAS ACADEMIAS............... 45
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM ........................................51
5.1 SÍNTESE ............................................................................................................................................................................. 51
5.2 RESUMO INFORMATIVO ............................................................................................................................................. 52
5.3 RESUMO CRÍTICO ......................................................................................................................................................... 53
5.4 RELATÓRIO: PRÁTICA SOCIAL – DOAÇÃO E AMOR AO PRÓXIMO BASEADO EM ANA NÉRI ........... 54
5.5 RESENHA DESCRITIVA: TRANSFORMAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM
NO SUPORTE NOS TRANSPLANTES NO BRASIL.................................................................................................. 60
5.6 RESENHA CRÍTICA: QUALIDADE NO SERVIÇO DE SAÚDE ............................................................................. 62
5.7 ARTIGO DE REVISÃO: DIABETES NA GESTAÇÃO ............................................................................................... 64
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA ........................................ 74
6.1 SÍNTESE: ARTRITE E OSTEOPOROSE ...................................................................................................................... . 74
6.2 RESUMO INFORMATIVO – A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA
DURANTE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO .............................................................................................. 75
6.3 RESUMO CRÍTICO........................................................................................................................................................... 76
6.4 RELATÓRIO: A EVOLUÇÃO DO MAL DE ALZHEIMER E OS ASPECTOS DO TRATAMENTO.............................. 77
6.5 RESENHA DESCRITIVA: TRATAMENTO COM ANTI-INFLAMATÓRIOS TÓPICOS
NA OSTEOARTRITE DE JOELHO....................................................................................................................................................... 81
6.6 RESENHA CRÍTICA: INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO VENTILATÓRIA
DE RECÉM-NASCIDOS QUE APRESENTAM COMPROMETIMENTO CARDÍACO
E COMPLICAÇÕES PULMONARES............................................................................................................................................... 83
6.7 FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA NEONATOS........................................................................................................ 87
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA............................................ 95
7.1 SÍNTESE: O AMOR É UMA NECESSIDADE BIOLÓGICA..................................................................................... . 95
7.2 RESUMO INFORMATIVO ............................................................................................................................................ 96
7.3 RESUMO CRÍTICO........................................................................................................................................................... 97
7.4 RELATÓRIO – O AMOR ROMÂNTICO NÃO CONDIZ COM A REALIDADE ................................................................. 98
7.5 RESENHA DESCRITIVA: HOMOSSEXUALIDADE SEM TABUS........................................................................................... 103
7.6 RESENHA CRÍTICA: A PSICOLOGIA SOCIAL.............................................................................................................................. 106
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
1 PRODUÇÕES DE ALUNOS
DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
PROFESSORA: ROSA LOBERTO
1.1 ARTIGO DE REVISÃO: O MONITORAMENTO
DOS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Administração
Gênero: Artigo de revisão
Aluna: Paula Woicik1
Professora-orientadora: Rosa Loberto
RESUMO: A prática das empresas de monitorar
os funcionários está se tornando cada vez mais
comum em suas rotinas. Essa prática é uma questão
bastante polêmica, mas as organizações aderiram
a novas tecnologias com a intenção de proteger o
patrimônio e garantir maior eficiência nas atividades
dos colaboradores. Dentro deste contexto, surgem
também questionamentos em relação aos direitos
e à privacidade dos trabalhadores. Os limites do
empregador em relação ao uso de sistemas de
monitoramento devem ser respeitados, pois para
punir uma situação irregular, a empresa precisa
publicar claramente as regras da empresa, de
maneira que os funcionários entendam que o
monitoramento pode ser utilizado pela companhia,
não somente como fiscalização, mas como
proteção do empregador e da própria segurança
do trabalhador frente a atitudes de pessoas mal-intencionadas. Na maioria dos casos, a medida tem
obtido resultados satisfatórios, mas é importante
ressaltar que o uso das tecnologias para monitorar
os trabalhadores no ambiente de trabalho pode ser
feita, desde que seja de forma equilibrada, a fim de
preservar a intimidade, a honra e a dignidade dos
colaboradores.
Palavras-chave:
Monitoramento.
Segurança
no ambiente de trabalho. Privacidade dos
colaboradores. Direitos do empregador.
1 INTRODUÇÃO
O tema abordado no presente estudo tem sido causa
de polêmica na maioria das organizações. Após o
surgimento das novas tecnologias, os empregados
estão cada vez mais subordinados ao monitoramento,
e o índice de empresas que investem nesses sistemas
está aumentando. O empregador pode fiscalizar
seus funcionários sob vários pretextos, como: sigilo
de documentos, proteção ao patrimônio, supervisão
de rotina, e, principalmente, melhorar o processo
produtivo.
1 Acadêmica do 2º. período do curso de Administração na Faculdade Dom Bosco.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Por esses motivos, os sistemas de monitoramento
mais utilizados por empregadores são os sistemas
de vídeo, áudio, vigilância, revistas pessoais, e o
mais comum, o monitoramento eletrônico. Mas,
para alguns trabalhadores, o uso desses recursos é
usado como forma de pressionar o andamento das
atividades rotineiras.
Porém, as organizações alegam que o monitoramento
no ambiente de trabalho é feito por vários motivos e
possui várias justificativas. Portanto, essas condutas
não são proibidas, e se aplicadas de forma correta,
têm por objetivo proteger as pessoas.
O intuito deste trabalho é mostrar que a empresa
pode monitorar seus funcionários sem invadir
a privacidade e sem inibir a naturalidade de um
agradável ambiente de trabalho. Entretanto, é
fundamental que as companhias adquiram medidas
corretas e os funcionários tenham ciência prévia
dos procedimentos.
2 DEFINIÇÃO E OBJETIVO
De acordo com Ormond (2006), monitoramento
é o acompanhamento, avaliação e controle das
condições ou de fenômenos naturais ou artificiais,
com o objetivo de obter dados quantitativos e
qualitativos que possibilitem maior conhecimento
sobre eles, identificando, assim, possíveis riscos
ou oportunidades que possam ser controlados ou
aproveitados para minimizar eventos indesejáveis.
As empresas investem, cada vez mais, em sistemas
para monitoramento de funcionários sob vários
pretextos, como: sigilo de documentos, proteção ao
patrimônio, supervisão de rotina e para melhorar
a eficiência e eficácia das atividades desenvolvidas
pelos subordinados.
Algumas empresas fazem controle por meio
da vigilância para aperfeiçoar o desempenho
e aumentar a segurança. Com toda tecnologia
disponível atualmente é possível que as organizações
façam uso de vários métodos de monitoramento.
Bilhões de ligações telefônicas, e-mails e faxes são
grampeados por dia ao redor do mundo. Mais de
70% das empresas estadunidenses monitoram o
uso da internet de seus empregados, e é comum
acontecer afastamento de funcionário por uso
indevido dessa ferramenta.
Desde 1787, Jeremy Benthan publicava uma teoria
de monitoramento. Segundo ele, era a forma
perfeita, pois as pessoas não sabiam se estavam
sendo vigiadas. Nos anos 60, foi aceito o uso de
câmeras de vigilância em público. Com o passar dos
anos, monitorar se tornou comum na sociedade.
Ellen Bayer, da Associação Americana de
Gerenciamento, acredita que “a privacidade no local
de trabalho de hoje é meramente ilusória. Nesta era
de cubículos em espaços abertos, carteira dividida,
computadores em rede e teletrabalhadores, é
difícil que se creia estar realmente num espaço
privado.” Hoje o mercado para monitoramento
de computadores e empregados é enorme, pois as
empresas precisam saber da eficiência de tempo,
produtividade, segurança, proteção e até motivação
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
dos trabalhadores. De acordo com as teorias de
motivação humana de Mc Gregor (2006), existem
dois tipos diferentes de comportamentos dos
empregados: teoria X e Y. A teoria X acredita que
os empregados são preguiçosos e evitarão trabalho
o tanto quanto possível. Já a teoria Y acredita que
os empregados são ambiciosos, automotivados, com
autocontrole e autoridade.
De acordo com Taylor, pessoas podiam ser tratadas
de forma padronizada, como máquinas. Atualmente,
as empresas veem seus empregados como seu maior
patrimônio. Para Peter Drucker (1999), o mais
valioso patrimônio para uma organização do século
XX era o equipamento de produção; o mais valioso
patrimônio de uma empresa do século XXI são
os funcionários. O monitoramento, então, é uma
forma de proteger as pessoas.
2.1 POSSIBILIDADE E FORMAS DE MONITORAMENTO
As empresas têm o direito de monitorar os
empregados, mas eles devem ter o conhecimento
de que estão sendo vigiados. É regular o uso pelo
empresário de sistemas de monitoramento que
exclua banheiros e refeitórios, vigiando apenas o
local efetivo de trabalho. Porém, para punir uma
situação irregular, a empresa precisa publicar
claramente as regras para os funcionários.
O monitoramento não serve apenas como meio de
fiscalização dos empregados, mas como proteção
do empregador frente a terceiros. Sendo assim, é
aceitável o acordo de monitoramento que pode
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ser convencionado entre as partes, no que tange à
utilização dos instrumentos digitais, de acordo com
o Art. 7º, XXVII da Constituição Federal de 1988.
É visto que todas as formas de monitoramento
são feitas para melhorar o desenvolvimento das
atividades exercidas pelos trabalhadores. Vários
sistemas são utilizados, como: sistemas de vídeo,
áudio, vigilância, informática e revistas pessoais no
interior da empresa.
De acordo com o advogado Thiago Cavalcanti (2010),
as filmagens devem ser utilizadas para monitorar o
local de trabalho, visando à segurança, e não para
perseguir ou fiscalizar o funcionário. Há pessoas
que concordam, mas algumas questionam a respeito
da privacidade e a confiança, com a utilização de
câmeras de vídeo. O uso dessa tecnologia não deve
ser usado como forma de escravizar, pressionar ou
constranger os colaboradores.
O uso de câmeras não é ilegal, mas o funcionário deve
ser avisado, e as regras têm de ficar claras. Algumas
empresas, por exemplo, usam a frase “Sorria, você
está sendo filmado”. O Tribunal Superior do Trabalho
tem por decisão que a instalação de câmeras para
fins de segurança não ofende a privacidade do
trabalhador, mesmo assim, o Ministério Público do
Trabalho fiscaliza as empresas para que a intimidade
do empregado não seja violada.
Valdir Pereira, Procurador do Trabalho, DF e TO,
afirma que segundo o Art. 5º, X da Constituição
Federal, são invioláveis a intimidade, a vida privada,
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1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito da indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação. Portanto, para
o Ministério Público do Trabalho é claramente
inconstitucional essa conduta, pois o colaborador
passa a ser um suspeito de uma conduta irregular,
sendo que o controle do patrimônio deveria ser
direcionado a quem pode realmente causar um dano
a esse patrimônio. De acordo com o Procurador,
as câmeras não podem ser instaladas em cantinas,
salas de café e banheiros, por violarem dispositivos
constitucionais a uma vida privada, honra e imagem.
Se isso acontecer, é necessário que o funcionário
procure o Ministério do Trabalho e denuncie a
irregularidade.
É evidente que a instalação das câmeras previne
problemas. Como já aconteceu em várias cidades,
quando as imagens ajudaram a polícia a prender, por
exemplo, falsos médicos e flagraram um funcionário
furtando remédios. Também aconteceu um caso no
Brasil, quando as câmeras mostraram médicos batendo
ponto para os colegas ou indo embora mais cedo. Há
várias companhias com filmadoras ligadas dia e noite,
pois além da segurança da empresa, ajuda também a
fazer um controle das atividades dos funcionários,
melhorar o processo produtivo e as imagens servem
também de provas para um possível processo.
Na prefeitura de Londrina, 16 câmeras vigiam quase
todo o patrimônio. Em entrevista concedida ao
Jornal Hoje, em 01/09/2007, o diretor de bens Pedro
Afonso, relata que a intenção não é só fiscalizar, ele
acredita que se alguém tem má intenção, vai pensar
muito antes de realizar algo considerado errado.
Já, os sistemas de áudio, como escutas telefônicas
e gravações de ligações de funcionários, segundo
Aparecida Tokumi Hashimoto (2009):
É permitida para fins de controle e fiscalização da
execução das tarefas profissionais, em face de a
Constituição Federal, em seu artigo 5º, XII, garantir a
inviabilidade da correspondência e das comunicações,
salvo, por ordem judicial, nas hipóteses que a lei
estabelecer, para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal.
Portanto, o empregador não pode fazer escutas que
não dizem respeito ao trabalho, pois a Constituição
Federal protege a privacidade e a intimidade do
indivíduo, e esses procedimentos só podem ser
utilizados desde que o funcionário esteja ciente de
que está sendo monitorado.
Segundo Sandra Lia Simón (2000, p. 154),
Se o telefone integra o conjunto dos meios de produção,
ou seja, se é utilizado para o desenvolvimento
da prestação de serviços, como por exemplo, no
telemarketing, o empregador, dando ciência ao
trabalhador, pode instalar aparelhos para gravação de
respectivas conversas, pois o poder de direção justifica
essa interferência.
Dessa forma, entende-se que o monitoramento
das ligações deve ser usado de forma para garantir
a segurança dos empregados e das empresas, sem
práticas abusivas.
Outra forma de monitoramento, bastante
questionado, é a revista pessoal dos funcionários.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Essa prática é adotada por várias razões e
justificativas, mas, principalmente, para inibir furtos
dentro da empresa. Infelizmente, a realidade mostra
que essas situações são comuns em supermercados
e indústrias eletrônicas, pois o furto de pequenos
objetos pode significar uma perda financeira de
valor elevado.
Os colaboradores não recebem bem essas medidas,
porém as empresas que adotam essa prática
justificam como uma necessidade para preservar seu
patrimônio, e também para identificar funcionários
desonestos.
Barros (2007), citado por Freitas (2012), entende
que:
A mera tutela genérica da propriedade não é suficiente
para justificar a revista pessoal, que deve ser usada como
último recurso ante a falta de outros meios idôneos e
igualmente eficazes na salvaguarda do patrimônio do
detentor dos meios de produção. Ademais, é preciso
haver um justo motivo, ou seja, uma razão clara e
objetiva que explique a adoção de um ato invasivo.
A exemplo da existência, no local de prestação de
serviços, de bens suscetíveis de subtração e ocultação,
com valor material, ou que possuam relevância para o
bom funcionamento da atitude empreendedora e para
a segurança das pessoas.
Dessa forma, entende-se que a necessidade da
realização da revista pessoal é como meio de prevenção
do patrimônio do empregador. De acordo com
Freitas (2012), a revista é prática tolerável desde que
preservada a dignidade do trabalhador, sendo, pois,
admitida excepcionalmente, observadas, entretanto,
a intimidade e a privacidade do empregado.
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Em entrevista concedida à TV Justiça, em 19/04/2011,
o sociólogo Antônio Flávio Testa afirma que as pessoas
que sofrem algum tipo de humilhação ou de violência
ficam muito magoadas, porque possuem a intimidade
e os direitos não assegurados. Em consequência, a TV
Justiça mostrou o caso de uma empresa de transporte
de valores, a qual foi condenada a pagar indenização a
uma funcionária que foi vítima da revista íntima. Ela
era obrigada a tirar a roupa, e, caso estivesse usando,
até o absorvente. O advogado trabalhista Maurício
Correa afirma, na mesma reportagem, que a revista
é permitida desde que seja feita de forma moderada,
e principalmente, desde que não tenha contato físico
entre empregador e funcionário. O ideal é que os
colaboradores sejam pré-avisados da decisão.
É importante ressaltar, que a revista pessoal não é
proibida, porém deve ser feita, se necessário, sem
abuso, sem constrangimento e sempre respeitando
a honra e a dignidade do trabalhador.
2.2 MONITORAMENTO ELETRÔNICO
Para maior eficiência das atividades, as organizações
utilizam a internet e suas tecnologias, pois
lhes proporcionam várias vantagens. Na era da
informação, as empresas têm o direito também
de monitorar tudo o que os funcionários fazem
no computador do trabalho, desde que eles sejam
previamente informados.
O monitoramento eletrônico, além de ser polêmico,
é normalmente usado. Mas não com a intenção de
vasculhar a vida de quem trabalha na companhia,
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
pois acompanhar todos os passos dos funcionários
seria um serviço caro e desgastante. O objetivo de
usar esses recursos é de, principalmente, aumentar
a produtividade, proteger contra roubo, proteger a
rede de ataques esternos ou invasões, e controlar o
acesso às redes sociais e o downloads de programas
e conteúdos impróprios.
A professora da FGV, Daniela Lago, em entrevista
concedida à Revista HSM, em 11/06/2010, alerta que
a ferramenta é muita efetiva a partir do momento
que traz ao funcionário a ideia de observação. Desse
modo, o mesmo, ciente de sua liberdade de uso, sabe
que o uso incorreto da internet poderá lhe acarretar
alguma consequência.
O empregador pode, se descobrir mau uso dessa
ferramenta, proceder de maneira a evitar que a má
conduta se repita. Por isso, é importante que os
colaboradores conheçam a política de segurança
de informação da empresa. Na maioria dos casos,
a medida tem obtido resultados satisfatórios, mas
não é raro ouvir histórias de funcionários demitidos
por justa causa, devido a atitudes inadequadas em
relação ao uso da internet.
No ambiente de trabalho, a criatividade e a
informação estão presentes, e a internet é
fundamental. O uso do bom senso é inevitável
para usufruir dessa tecnologia no dia a dia, pois
no ambiente de trabalho ela deve ser usada para
auxiliar nas tarefas da empresa e não como diversão.
Para Alexandre Belmonte (2004, p.36):
O empregador deverá conscientizar os empregados
de que o computador é uma ferramenta de trabalho e
não um instrumento para comunicações pessoais, daí
podendo proibir ou estabelecer limites para a utilização
do correio eletrônico e a internet para fins pessoais.
É possível, portanto, a utilização dessa tecnologia
pelo empregado no ambiente empresarial, desde que
seja feita de forma equilibrada, a fim de preservar a
intimidade do trabalhador e o direito à segurança
da propriedade do empresário.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diversas organizações adotam algum tipo de
sistema de monitoramento para proteger o
patrimônio, a segurança e a produtividade dos
próprios funcionários. Porém, podem existir
conflitos, em relação ao assunto, entre empregador
e colaboradores, devido a algumas questões
polêmicas que envolvem a privacidade das pessoas
e a confiança da empresa para com os trabalhadores.
Não existe solução única, tudo depende das
aplicações, do tipo de trabalho, e da necessidade que
cada companhia tem para realizar o monitoramento
de seus empregados. Mais do que controles,
empresas e funcionários devem usar o bom senso.
Dessa forma, será garantido o clima de respeito,
harmonia e confiança no ambiente de trabalho.
Para garantir um satisfatório desempenho e bons
resultados dos empregados, principalmente nos
tempos digitais, as organizações precisam adquirir
recursos para que atitudes incorretas ou de má
conduta não se repitam ou venham a acontecer
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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1 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
diariamente. O ideal é que os funcionários sejam
avisados de qualquer decisão que envolva o
monitoramento, e deve ser feito respeitando os
limites e as leis, sem provocar constrangimento,
e, acima de tudo, respeitar a privacidade do
trabalhador, que é o mais valioso patrimônio que a
empresa pode possuir.
REFERÊNCIAS
BELMONTE, Alexandre Angra. O monitoramento
da correspondência eletrônica nas relações de
trabalho. São Paulo, 2004, p.36.
BOLETIM JURÍDICO. Disponível em: <www.
boletimjuridico.com.br>. Acesso em: 8 jun. 2012.
OLHAR DIGITAL. Disponível em: <www.
olhardigital.com.br>. Acesso em: 15 maio 2012.
RH PORTAL. Disponível em: <www.rhportal.com.
br>. Acesso em: 18 maio 2012.
SANDRA, Lia Simon. A proteção constitucional
da intimidade e da vida privada do empregado.
São Paulo: LTR, 2000, p. 154.
TV JUSTIÇA. Disponível em: <www.tvjustiça.jus.
com.br>. Acesso em: 24 maio 2012
ÚLTIMA INSTÂNCIA. Disponível em: <www.
ultimainstancia.com.be>. Acesso em: 29 maio 2012.
UNIVERSO JURÍDICO. Disponível em: www.
universojuridico.com.br. Acesso em: 12 junho 201
BRASIL. Constituição. Brasília, 1988.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Disponível em:
<www.diariodepernambuco.com.br>. Acesso em:
22 maio 2012.
DNT. Disponível em: <www.dnt.adv.br>. Acesso
em: 22 maio 2012.
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Acesso em: 29 maio 2012.
INSTITUTO KIRIMURE. Disponível em: <www.
btsinstitutokirimure.ufba.br>. Acesso em: 11 maio
2012.
JURIS WAY. Disponível em: <www.jurisway.org.
br>. Acesso em: 22 maio 2012.
JUS. Disponível em: <www.jus.com.br>. Acesso em:
22 maio 2012.
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes. Teoria geral
da administração. 3. ed. ver. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2006.
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2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
2 PRODUÇÕES DE ALUNOS
DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PROFESSORA: ROSA LOBERTO
2.1 RESUMO CRÍTICO:
NÃO BASTA SER LÍDER: TEM QUE SER COACH!
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Ciências Contábeis
Gênero: Resumo crítico
Alunas: Elaine Cristina Vieira e Bianka Benka Labhardt
Professora-orientadora: Rosa Loberto
Tadeu Alvarenga, no artigo “Não basta ser líder:
tem que ser Coach!”, argumenta que o Líder Coach
se destaca por conseguir o melhor de seus liderados,
pois os valoriza como seres humanos, o que leva à
excelência da organização e, consequentemente, ao
destaque em relação à concorrência. Esse modelo
de liderança contribui para que o líder tenha mais
foco nos resultados da empresa, consiga diminuir a
pressão sobre ele e melhore sua qualidade de vida.
Além disso, o Coaching auxilia principalmente o
RH, pois favorece a gestão de pessoas e diminui
a tensão entre elas. Já Carolina Leite Barbosa, no
artigo intitulado “O papel do coaching dentro
da organização”, afirma que a postura de alguns
líderes autoritários faz parte do passado. A partir
de citações de outros autores, reforça a ideia de
que o Coaching revela o potencial e a criatividade
dos liderados e desperta novos talentos. Ambos
acreditam que o capital humano é o diferencial
das organizações, principalmente em tempos de
globalização e competitividade de mercado. Sem
dúvida alguma, as empresas eficientes dependem da
capacidade de seus gestores, da sua visão global e
de que eles sejam inovadores, acessíveis e conheçam
as pessoas com as quais trabalham, dirigindo-as
ao alcance de metas e objetivos. É por meio da
valorização das pessoas e incentivo do seu potencial
que os liderados conseguem trabalhar em equipe e
atingir o sucesso da organização. Por essas razões,
o Coaching tornou-se o modelo de liderança dos
tempos modernos.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, Tadeu. Não basta ser líder: tem
que ser Coach!. Disponível em: <www.abts.org.br/
material/arquivos/artigos/coach_lider.pdf>. Acesso
em: 19 set. 2012.
BARBOSA, Carolina Leite. O papel do coaching
dentro da organização. Disponível em: <www.
jogart.com.br/>. Acesso em: 19 set. 2012.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
2.2 RESENHA DESCRITIVA: LIDERANÇA COACHING
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Ciências Contábeis
Gênero: Resenha descritiva
Aluna: Marília Scarsetto1
Professora-orientadora: Rosa Loberto
A presente resenha foi escrita a partir da leitura do
texto “O papel do coaching dentro da organização”,
escrito por Carolina Barbosa, acadêmica do curso
de pós-graduação Gestão Estratégica de Pessoas
e também do texto escrito pelo doutor Tadeu
Alvarenga “Não basta ser líder: tem que ser Coach!”.
Ambos os textos empregam uma linguagem de fácil
compreensão.
Carolina Barbosa, em seu texto, aborda a liderança
nas empresas e a necessidade dessa atividade na
configuração atual do mercado de trabalho. Relata
que hoje, mais do que chefes, os líderes de equipe são
os gestores do capital humano, maior patrimônio
das organizações. Essa valorização das pessoas
traz a necessidade de um profissional voltado para
atendê--las. Esse profissional é o Coach. A autora
cita a ICF – International Coaching Federation, que
define o Coaching como “uma parceria continuada
que estimula e apoia o colaborador a produzir
resultados gratificantes em sua vida profissional”. O
profissional Coaching lidera apostando na motivação
pessoal e profissional, na interação e na valorização
de sua equipe, possibilita o crescimento de seus
clientes, ajudando-os a expandir suas competências
e identificar suas limitações a fim de alcançar suas
metas e desejos.
Barbosa faz referência também a Cristina Amaral,
que contribui afirmando que o desenvolvimento
contínuo é o objetivo dos líderes Coachings, uma
espécie de círculo virtuoso dentro das empresas que
possibilita a satisfação de todos os envolvidos e o
sucesso da empresa. A necessidade de se diferenciar
das outras empresas, dentro de um mercado cada
vez mais competitivo e globalizado, torna o capital
humano o maior patrimônio das corporações
e o Coaching representa, sem dúvida, a melhor
ferramenta para maximizar esse potencial.
O Dr. Tadeu Alvarenga corrobora a mesma ideia
em seu texto “O papel do coaching dentro da
organização” ao definir o Coaching como a forma
1 Acadêmica do 2° período do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Dom Bosco.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
2 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
de liderança que mais se enquadra aos padrões de
mercado na atualidade, já que a atividade se baseia
inteiramente no respeito.
Dessa forma, o líder Coach consegue trabalhar
sua liderança de forma mais sólida, superior à
relação chefe e funcionário, pois aproveita ao
máximo o potencial do liderado. Esse cenário
contempla as novas necessidades do mercado, no
qual a criatividade e o talento do colaborador são
as maiores riquezas das empresas. Pelo método
tradicional de comando, é difícil conseguir despertar
as características mais positivas de uma equipe, pois
o autoritarismo muitas vezes gera desconfiança. E,
sem dúvida, para que uma empresa consiga alcançar
sucesso e se destacar perante os concorrentes,
precisa de uma equipe criativa e produtiva.
Além desses benefícios, Alvarenga cita ainda duas
vantagens do Coaching: a primeira é diminuição
da pressão sobre o próprio líder que pode atuar de
uma forma mais focada nos resultados da empresa
e a segunda vantagem é para o setor de Recursos
Humanos que tem suas atividades facilitadas pela
prática do Coaching, uma vez que o trabalho e o
ambiente são melhorados de forma significativa na
empresa.
são responsáveis por dar identidade à empresa,
pois são suas ideias e atitudes, sua participação
física e intelectual que possibilitam o sucesso da
empresa. A valorização das características pessoais e
profissionais, a capacitação e a identificação dos seus
pontos fortes, com toda certeza, geram profissionais
mais motivados, dispostos a dar seu melhor para
a empresa, e, como consequência, todos ganham
as companhias que estiverem atentas às mudanças
e necessidades do mercado e preocupadas com o
bem-estar de seus colaboradores terão, com certeza,
profissionais Coachings à frente de suas equipes.
Os textos são relevantes para estudantes e
profissionais da área de Administração de Empresas,
Recursos Humanos, Ciências Contábeis e afins,
assim como para todos os empresários que buscam
o sucesso de suas empresas.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, T. Não basta ser líder: tem que ser
Coach!. Disponível em: <www.abst.org.br/material/
arquivos/coach_lider.pdf>. Acesso em: 19 set. 2012.
BARBOSA, C. O papel do coaching dentro da
organização. Disponível em: <www.jogart.com.
br/>. Acesso em: 19 set. 2012.
Os dois textos abordam de uma forma muito positiva
o papel do Coaching dentro das corporações,
ambos ressaltam que o Coaching é uma atividade
que surge como resposta às novas configurações e
necessidades do mercado de trabalho, no qual os
colaboradores, mais do que simples funcionários,
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS
DO CURSO DE DIREITO
PROFESSOR: RODNEY CAETANO
3.1 SÍNTESE: ORIGENS DO DIREITO
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Direito
Gênero: Síntese
Aluna: Joyce Kelly do Carmo Viana
Professor-orientador: Rodney Caetano
As origens do Direito são o assunto tratado pelo
autor e juiz aposentado Silvio de Salvo Venosa no
capítulo “Fontes do Direito”, em seu livro Introdução
ao Estudo do Direito, publicado pela editora Atlas,
no ano de 2009.
Venosa afirma que mesmo com a evolução histórica,
muitas ideias originais do direito ainda são
conservadas. Sem observar mais a fundo a história
do direito, tanto seu estudo quanto sua compreensão
ficarão prejudicados. O autor apresenta os conceitos
de duas fontes principais do direito. Para ele, as
fontes formais são as leis e os costumes, ou seja,
os meios pelos quais se manifestam a sociedade.
E as fontes materiais são as instituições ou grupos
capazes de modificar normas.
a lei, a analogia, os costumes e princípios gerais do
direito.
Sendo assim, o texto é relevante, pois direciona a
atenção do leitor para a importância do estudo das
origens do direito.
REFERÊNCIA
VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao estudo do
Direito: fontes do Direito. São Paulo: Atlas, 2009.
Silvio Venosa ainda disserta sobre as formas do
poder: o processo legislativo, a jurisdição, os usos e
costumes e a fonte negocial. A teoria juspositivista
só aceita a lei como fonte de direito, contudo a lei
de introdução ao código civil apresenta como fontes
16
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
3.2 RESUMO INFORMATIVO: CULTURA JURÍDICA EUROPEIA
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Direito
Gênero: Resumo informativo
Aluna: Renata Gabriela Pereira do Nascimento
Professor-orientador: Rodney Caetano
O escritor português Antonio Manuel Hespanha, em
seu livro Cultura jurídica europeia, faz uma síntese
sobre a tradição jurídica medieval, especialmente
sobre os glosadores e comentadores. A partir do
século XIII e XIV, começou a valorização do direito
comum e direito local. Os direitos locais começam
cada vez mais ganhar espaço nas cidades italianas,
que estavam em crescimento, abrindo-se mão do
Direito Comum. Buscam base nos Direitos Romanos
(Justinianeu) e ampliam o iura propria (Direito Local).
Por meio de todas essas mudanças vieram a surgir
os pós-glosadores, ou seja, os comentadores. Os
comentadores são os responsáveis pela sistematização
de todos os tipos de direito, com objetivos práticos,
quando nasce uma nova escola, a escola tomista, que
vai ser mediadora entre a prática e a realidade. Os
escolásticos colocam em dúvida que todo o direito
sirva somente para representar os interesses do rei
ou do papa. A revolução escolástica inicia-se com a
aparição dos textos aristotélicos. Pelo uso da razão,
conclui-se que os textos sagrados não são suficientes
para ordenar a sociedade, trazendo consequências
culturais. A evolução jurídica desse período mostra a
ruptura dos conceitos intelectuais da época trazendo
novas idéias e novas doutrinas. A partir do século XIII,
temos a presença dos primeiros advogados por meio
das consultas dos professores e técnicos da época.
Dessas consultas técnicas começaram a desenvolver
com mais eficácia o uso das jurisprudências, que
eram baseadas em pareceres dos comentadores. Com
o passar do tempo, e com as especificações cotidianas,
a presença dos juristas torna-se de suma importância
para todo o ordenamento jurídico moderno e
contemporâneo.
REFERÊNCIA
HESPANHA, Antonio Manuel. A unificação e
a cientificização: as escolas da tradição jurídica
medieval. In: Cultura jurídica europeia – síntese
de um milênio. Portugal: Fórum da História, 2003,
p. 146-160.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
17
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
3.3 RESUMO CRÍTICO: “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER”
E “MINHAS TARDES COM MARGUERITTE”
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Direito
Gênero: Resumo crítico
Aluno: Claiton Tavares da Silva
Professor-orientador: Rodney Caetano
Dirigido pelo cineasta alemão Werner Herzog, em
1974, o filme O Enigma de Kaspar Hauser, mostra,
em seu primeiro momento, como fica o ser humano
quando totalmente privado do convívio social. A
total falta de contato com outros seres humanos
tornou Kaspar Hauser um ser tolhido de qualquer
sentimento ou reação social. Após muitos anos, ao
ser libertado, inicia seu processo de adaptação ao
convívio social e à linguagem, tanto oral quanto
escrita. Gradativamente foi aprendendo a interagir
com os outros, a ler e a escrever. Após aprender
definitivamente a se comunicar, o personagem
passa a usufruir do convívio social e a interagir de
forma “adequada” com todos. Já o filme Minhas
tardes com Margueritte, dirigido pelo cineasta Jean
Becker, em 2010, mostra o relacionamento entre
Germaine e Margueritte. Ele é um homem de muito
bom coração que, em grande parte pela criação
desprovida de demonstrações de afeto e por bulling,
18
dispõe de pouca cultura. Já Margueritte é uma leitora
assídua e de cultura destacável. Da interação dos
dois resulta uma grande e bela amizade. Em função
desse convívio, Germaine melhora sua cultura e
aprimora sua linguagem, enquanto Margueritte
encontra um amigo que irá cuidar dela pelo resto da
vida. As duas obras são, sem dúvida, de grande teor
dramático e conduzem, no transcorrer das cenas, a
experimentar muitas sensações: desde a maldade
do ser humano em permitir que outro ser humano
seja privado do convívio social por tantos anos, à
felicidade de ver que para cada mau existem infinitos
bons. Constatamos nossa incapacidade de viver sós e
nossa grandeza e imensurável capacidade enquanto
grupo. Os filmes mostram o quanto podemos ser
rudes e maléficos a outrem e o quanto podemos
ser bons e benéficos. O poder da linguagem pode
destruir um mundo assim com esse mesmo poder
pode melhorá-lo sensivelmente.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
REFERÊNCIAS
O enigma de Kaspar Hauser. Direção de Werner
Herzog. Alemanha: ArtHaus, 1974.
Minhas tardes com Margueritte. Direção de Jean
Becker. França: Imovison, 2010.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
3.4 FICHAMENTO: ELEMENTOS PARA UMA CRÍTICA DO ESTADO
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Direito
Gênero: Fichamento de resumo
Aluna: Aline Raunaimer de Oliveira
Professor-orientador: Rodney Caetano
Teoria do Estado
Elementos para uma crítica do Estado
Fichamento de resumo
WOLKMER, Antonio Carlos. Elementos para uma crítica do Estado.
Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1990.
Elementos para uma crítica do Estado é um livro que busca um contraponto
das ideias tradicionais sobre a organização política estatal, sem exaltá-la
ou suprimi-la, apenas trazendo à luz novas perspectivas de reformulação
do espaço público do Estado, submetido ao poder da Sociedade Civil com
plena participação do cidadão no exercício da democracia. O livro também
apresenta uma breve síntese das tipologias do Estado para exercer uma crítica
em cada um de seus elementos essenciais. O livro é dividido em oito capítulos
que vão desde a natureza estatal, sua estrutura e organização interna, até
uma concepção crítica de sua representação na sociedade. Há também um
capítulo inteiro dedicado à desmistificação do Estado, sugerindo estratégias
para reverter os equívocos adquiridos pelos cidadãos.
O livro está na biblioteca do campus Marumby da Faculdade Dom Bosco.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
3.5 RESENHA DESCRITIVA DA OBRA DE PAOLO GROSSI
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Direito
Gênero: Resenha descritiva
Aluno: Walmor Augusto Salgueiro1
Professor-orientador: Rodney Caetano
O professor de História do Direito Medieval e
Moderno Paolo Grossi, da Universidade de Florença,
na Itália, e doutor honoris causa pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR), procura explicar o que
é o direito de fato em sua obra intitulada Primeira
Lição sobre Direito, publicada pela editora Forense.
indivíduos tem bases históricas, pois isso é o claro
resultado do direito sempre estar concentrado
nas classes dominantes da sociedade. Esse quadro
mudou após a Revolução Francesa, porém, o direito
passou a ser estatizado e usado prioritariamente
como meio de manter o poder.
O autor traz em sua obra influência do jurista
italiano Santi Romano e também do francês Marc
Bloch. Além disso, Grossi possui um estilo prolixo,
pois expõe de maneira floreada o assunto tratado.
Para Grossi, a nova maneira de compreender o
direito na era contemporânea pode tornar-se uma
solução para o direito, pois ela aborda o direito de
maneira mais flexível e social.
No primeiro capítulo, chamado “O que é direito”,
o historiador afirma que o direito não está no
campo visível do conhecimento, e sim na área da
subjetividade, ou seja, para ele o direito é abstrato.
Por ser imaterial, o direito manifesta-se no campo
sensível por meio de placas, ordens imperativas
ou delimitações territoriais. No entanto, esse tipo
de manifestação imperativa faz do direito algo
complexo e distante do senso comum.
Paolo Grossi utiliza-se de uma metodologia
bibliográfica. Sua obra é própria para operadores do
direito e interessados. A parte de sua obra tratada
nesta resenha está dividida em oito páginas e três
subtítulos, que, com certeza, vale a pena ter como
referencial de conhecimento.
Essa obscuridade do direito para a maioria dos
REFERÊNCIA
GROSSI, Paolo. O que é Direito. Primeira lição
sobre direito. Tradução: Ricardo Marcelo Fonseca.
Rio de Janeiro: Forense, 2008.
1 Acadêmico do curso de Direito da Faculdade Dom Bosco.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
3.6 “A CARTOMANTE” E “DIREITO E LITERATURA:
UM EXERCÍCIO DE DESAPRENDIZAGEM”
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Direito
Gênero: Resenha crítica
Aluno: Osmair Xavier da Costa1
Professor-orientador: Rodney Caetano
O escritor brasileiro Machado de Assis publicou o
conto “A Cartomante”, que está inserido no livro
Várias Histórias, da editora Martin Claret (2006),
pela primeira vez em 1896. A obra relata um triângulo
amoroso formado por Rita, Camilo e Vilela, e, após
o desenvolvimento do enredo, apresenta um final
surpreendente.
Machado de Assis exerceu várias profissões como
jornalista, contista, cronista, romancista e poeta. Foi
um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras,
onde fundou a cadeira 23 e escolheu como patrono
o seu grande amigo José de Alencar. Na Academia
,exerceu o cargo de presidente até sua morte, em 29
de setembro de 1908, no Rio de Janeiro.
Suas obras de maior expressão foram: Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom
Casmurro. Na época em que escreveu o conto A
Cartomante já estava deixando a fase do Romantismo
para entrar na fase do Realismo.
No conto, o escritor relata um triângulo amoroso
entre Vilela, Camilo e Rita. Em uma sexta-feira de
1869 começa a história com um diálogo entre Rita
e Camilo. Ele se nega a acreditar em cartomantes e,
de maneira jocosa, desaconselha Rita a crer. Neste
conto, a cartomante é caracterizada como uma
charlatã, que fala somente o que se quer ouvir. Ela
é conhecida na história de forma sinistra e pretende
ludibriar os personagens principais.
No final do conto, quando Camilo está prestes a ter
seu romance com Rita desmascarado, ele recorre à
mesma cartomante, em desespero, a qual, por sua
vez, o ilude. Usando de frases de efeito e metáforas,
a mulher se faz parecer sábia e dona do destino de
Camilo, que sai de lá confiante em suas palavras.
Ao chegar ao apartamento de Vilela, encontra Rita
morta e é morto à queima-roupa pelo amigo de
infância que, já conhecedor da traição, esperava-o
de arma em punho.
1 Acadêmico do curso de Direito da Faculdade Dom Bosco.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
O livro Várias Histórias é uma coletânea de contos
de Machado de Assis que reúne dezesseis contos seus
publicados na Gazeta de Notícias entre 1884 e 1891. Os
contos são distribuídos em 110 páginas e o conto não
excede 10. Machado de Assis, nessa obra, em especial,
usa a narrativa de conto para envolver o leitor.
ocupam temas do cotidiano, ambos se desenrolam
por meio de hipóteses. Para a escritora, as ficções,
no direito, são necessárias para o ordenamento.
Dessa forma, observamos que o direito também é
uma ficção, pois chegamos nele pela da narrativa do
senso comum. Já a literatura é uma criação do autor.
O texto é muito bem desenvolvido, apresentando
um enredo do cotidiano em uma época de leis bem
diferentes das que temos hoje. Naquela época, a
honra se lavava com sangue e o homicídio foi para
Vilela a maneira de resolver a situação. O direito no
Brasil evoluiu e sofreu alterações e um crime dessa
monta jamais seria aceitável nos dias atuais. O conto
é recomendado a leitores adultos.
Dentre as diferenças, nota-se que o direito ordena,
reflete enquanto a literatura quer provocar o
leitor, sem obrigações de dar respostas. O direito
representa o real, em contrapartida, a literatura é a
reconstrução do real pela da palavra. Na literatura
Por outro lado, a jurista e escritora Judith Martins
Costa, em seu livro Narração e Normatividade –
Ensaios de Direito e Literatura, no capítulo “Direito
e Literatura: um exercício de desaprendizagem”
comenta as peculiaridades entre a literatura e o
direito, destacando que ambos ocupam um mesmo
contexto. Sua obra foi publicada pela editora GZ no
ano de 2013.
A autora merece destaque por sua posição como
vice-presidente do Instituto de Estudos Culturalista.
Ela também foi coautora de vários livros e exerceu
o cargo de professora na UFRJ. Suas obras são
inspiradas no Direito Civil e a tecnicidade caracteriza
seu estilo.
A narrativa coloca o Direito e a Literatura em um
mesmo universo, ainda que apresentem algumas
diferenças entre si. Tanto direito como literatura
pode-se falar o que se quiser, enquanto que no
direito é preciso se ater à realidade.
No direito, segundo a autora, se aplica uma narrativa
convincente para a causa. Daí a importância de
saber não apenas o que está na lei, mas sim ter
uma vivência, já que a lei só se manifesta por meio
do operador. A narrativa do direito resulta na
formulação de modelos hermenêuticos. Narração
e normação são concomitantes, mas a literatura
mostra e expõe o que a doutrina jurídica não
pode dizer. O texto da professora é direcionado a
operadores e acadêmicos do direito, sendo a obra
baseada no direito civil.
Dessa forma, pode-se observar que os dois textos,
ainda que de maneiras distintas, apresentam temas
do cotidiano, seja no direito ou na literatura. No
conto de Machado de Assis, vemos que mesmo
na ficção estão entrelaçados direitos dos cidadãos.
No texto da Jurista Judith Martins Costa, também
observamos que é possível entender que até mesmo
para o direito é preciso uma ficção.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
23
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
No texto de Machado de Assis, pode-se fazer uma
correlação com o que foi exposto pela jurista,
quando em uma das passagens ela deixa claro que
a ficção não precisa prestar contas e o final fica a
critério do escritor. Em contrapartida, o direito é a
realidade e precisa, por meio do operador, chegar
o mais próximo possível do que se entende como
justiça.
Se no Direito é preciso uma encenação dos fatos
para que a posteriori os operadores do direito
possam chegar o mais perto possível da realidade,
na literatura tudo não passa de mera ficção, de
invenção do autor, ainda que algumas vezes seja
baseada em fatos do cotidiano.
REFERÊNCIAS
ASSIS, Machado de. A Cartomante. In:____ Várias
Histórias. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 15-22.
COSTA, Judith Martins. Direito e Literatura: um
exercício de desaprendizagem. In: ____Narração e
normatividade: ensaios de Direito e Literatura. São
Paulo: GZ, 2013.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
3.7 ARTIGO DE REVISÃO: ESTIGMAS
Disciplina: Produção Acadêmica III
Curso: Direito
Gênero: Artigo de revisão
Aluno: Alberto da Silva Santos1
Professor-orientador: Rodney Caetano
RESUMO: Este artigo consiste em um breve
esclarecimento sobre estabelecimentos prisionais e
conceitos de estigma e estigmatizados para Beccaria
e outros autores que desenvolveram ideias a partir do
problema. Assim, busca-se a melhor compreensão
dessa mazela social que aflige a sociedade.
Relaciona ainda o estigma à reincidência criminal
e ao aumento estatístico na prática delituosa. O
artigo retrata o estigma sob a visão de que é um
processo estabelecido pelo meio social e defende
que os cidadãos assumam posições com a devida
atenção da comunidade ao problema. Evidencia-se
o relacionamento entre estigmatizados e estigma.
A metodologia baseia-se em leituras e experiência
pessoal do autor do artigo.
Palavras-chave: Estigma. Prisão. Reincidência.
O presente estudo visa conhecer as representações
sociais do espaço prisional, o estigma causado no
detento, bem como dos estigmatizados que possuem
essa marca, significando que sua identidade social é
alterada para conviver com os outros. Elaborado por
um interno, foi escrito sem exageros, ou pouco caso,
por um narrador participante e permite, portanto, a
reconstrução dinâmica deste assunto de forma clara
e atual.
A palavra “estigma” está relacionada a marcas, sinais
e cicatrizes. Doravante, vamos nos referir a estigma
como marca indelével suscitada ao indivíduo pela
precariedade e falta de métodos, bem como pela
deformidade nas análises no tratamento carcerário
dispensado ao ser humano, por nosso aparelho
penal.
Estigma é um termo presente na sociedade desde a
Grécia Antiga, porém é a partir da década de 1960,
no século XX, que lhe foram atribuídos conceitos
que tornam a sociedade participante do seu processo
de formação.
O sistema penal concebido num clima de teologia
escolástica designa “autor-culpa-pena” como
eixo central do processo penal. Portanto existe a
1 Aluno do curso de Direito da Faculdade Dom Bosco.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
consonância entre a visão religiosa profundamente
enraizada em nossas consciências e o sistema
punitivo que conhecemos.
A cosmologia teológica medieval está ligada ao
sistema da justiça criminal no que tange à existência
de um ponto absoluto – Deus onipotente – e é com
referência a esse ponto absoluto que os adeptos
ao discurso do sistema de justiça criminal se
identificam, ainda que inconscientemente. Deus
foi afastado – os crucifixos foram retirados dos
tribunais – mas o ponto absoluto continua lá: a lei,
as instituições e a expressão de uma justiça plena e
eterna...
A dicotomia inocente-culpado sobre a qual se
estrutura o sistema penal é facilmente aceita
justamente pela influência da moral escolástica.
Curioso que estudiosos, pessoas esclarecidas e
pensadores diversos recaem numa visão simplista
quando se trata da justiça penal.
Somos,
isoladamente,
um
universo
de
possibilidades, pois cada indivíduo é de uma
complexidade extrema, tornando assim as relações
humanas deveras e inevitavelmente complexas.
Quando existe tentativa de simplificar qualquer
uma das condutas de reprimenda ou readequação
social, recaímos fatalmente num sistema punitivo
descompromissado e, por que não dizer, vingativo.
As leis e regras que margeiam nossas condutas
sociais destinam aos descumpridores muitas
sanções, penas essas a serem cumpridas dentro de
outras tantas leis e regras.
26
­­
Quando
as penas tornarem-se menos severas e
as prisões menos terríveis, quando compaixão e
humanidade penetrarem os portões de ferro das
masmorras e guiarem os obstinados e implacáveis
ministros da justiça, as leis poderão, então, ser
satisfeitas com menores provas para ordem de prisão.
Um homem acusado, aprisionado, julgado, e absolvido
não deve ser marcado pela infâmia (BECCARIA, 2012,
p. 90-91).
Sendo a penitenciária espaço onde o Poder Judiciário
faz cumprir as sentenças de natureza criminal que
envolvem encarceramento, a relação estabelecida
entre as representações da justiça e as instituições
judiciais é importante na construção de um novo
entendimento.
A prisão, como instituição total, reforça o
sentimento de inferioridade já atribuído ao réu
durante a tramitação do processo penal, pois ao
reduzir o recluso a um mero número de matrícula,
o dessocializa ainda mais, uma vez que “a perda do
nosso é uma grande mutilação do eu” (BECKER,
2008, p. 62). As regras deste danoso método que
padroniza, que suprime a identidade e não respeita
as necessidades individuais, impondo a realização
das mesmas ações de forma conjunta, sob uma
única autoridade, em um mesmo horário local e
sequência, demonstram-se contrárias ao propósito
de reabilitação.
Tratar uma pessoa como se ela não fosse, afinal, mais
do que um delinquente tem efeito de uma profecia-que-a-si-mesma-se-cumpre (self fullfllingprophecy).
Põe em movimento um conjunto de mecanismos que
compelem a pessoa a conformar-se e a corresponder
à imagem que o público tem dela. Quando o desviante
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
é apanhado, é tratado de harmonia com o diagnóstico
vulgar. E é o tratamento que provavelmente provocará
um alimento da delinquência (BECKER, 2008, p.45).
O sistema penal está em crise. Isso não é novidade.
Desde o princípio, a pena de prisão mostrou-se
inadequada para os fins a que se propunha, pois
não intimidou o delinquente, não o reinseriu no
corpo social e tampouco reduziu a criminalidade.
No entanto, sempre esteve presente, servindo
antigamente como meio de vingança do soberano
e posteriormente como instrumento de defesa da
ordem social.
É nesta perigosa idolatria punitivista que reside
a injustiça, mormente fomentada pela mídia
sensacionalista que, para obter bons índices de
audiência, alardeia uma grande quantidade de
crimes em telejornais, difundindo comumente
o estereótipo de que o reincidente é aquele que
optou pela delinquência. Tal discurso alienado e,
sobretudo, irresponsável, apregoa um verdadeiro
fato punitivo que angaria centenas de adeptos que,
mergulhados na política de pão e circo, procuram
inconscientemente na punição do bode expiatório,
a expiação de sua culpa.
Navega-se entre o “ser” da execução social e o “deve
ser” de uma legislação penal que adota a duvidosa
política do clamor social como influência, com
vistas a saciar a sede daqueles que buscam soluções
imediatas para o problema. Mais uma vez, o
remédio invocado para o crime é a punição. Severa,
se possível, pois a anterior não foi capaz de reprimir
o criminoso.
A propaganda do medo é eficaz e simbiótica.
Os devotos cobram mão de ferro no combate ao
criminoso e o Estado, prontamente, responde aos
anseios. O alívio é fugaz e, por isso, sacia. Como a
prevenção foi esquecida, o ciclo irracional continua.
No palco está a prisão, como protagonista de um
verdadeiro circo de horror. Dizer isso não significa
fazer apologia à impunidade ou ao crime, mas
apenas admitir algo tão nítido em todo esse engenho:
a prisão corrompe e rompe vínculos afetivos,
suprime a identidade e profissionaliza o recluso
na delinquência. Enquanto preso, é submetido às
condições subumanas da penitenciária; quando
solto, é jogado ao léu na rua, sem assistência alguma
na sua reinserção.
(...) a inserção do sistema penal, especialmente as penas
detentivas, antes de terem um efeito reeducativo sobre
o delinquente determinam na maioria dos casos um
consolidação da identidade desviante do condenado e
o seu ingresso em uma verdadeira e própria carreira
criminal (BARATTA, 2002, p. 90).
Desse modo, a teoria da rotulação sintetiza que o
retorno do indivíduo à atividade criminosa decorre
de uma vil equação representada pela rejeição social
e pela introjeção do rótulo que lhe fora atribuído
por ocasião da condenação pelo desvio primário.
A mácula impressa pela condenação é patente e
perpétua, assim como os efeitos psicológicos que ela
inflige. A construção de um novo caminho se torna
mais complicado que outrora, pois na inserção na
sociedade o desfecho já é conhecido.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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3 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE DIREITO
As lixeiras sociais que são as delegacias e os depósitos
de seres inservíveis em que se tornaram os presídios
e penitenciárias, por muitos são ignoradas, e por
outros são vistas como problemas alheios a sua
rotina pacífica e ordeira de vida.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a
manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
Pois bem, a espantosa fábrica de criminosos que se
tornou o sistema carcerário não apenas cria como
também especializa o indivíduo na prática delituosa.
A minoria daqueles que tentam voltar ao convívio
social, por vontade própria ou porque possuem um
suporte familiar, e mesmo contra todas as estatísticas
de reincidência, são impossibilitados pela marca de
ser ex-presidiário.
Hoje se pode dizer que já avançaram muito as
políticas de reinserção, de reinclusão do egresso ao
mercado de trabalho. Mas o nível da interiorização
pela pessoa atingida pelo etiquetamento legal e
social é potencializado no período de clausura em
locais inadequados e pelo convívio promíscuo e
animalesco. Diante do exposto, o transbordamento
da lixeira social ou o excesso de produção da fábrica
de delinquentes não é um problema somente do
alheio, é de cada um de nós.
REFERÊNCIAS
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e
crítica do direito penal: introdução à sociedade de
direito penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002.
BECCARIA, Cessare. Dos delitos e das penas. São
Paulo: Hunter Books, 2012.
BECKER, Howard. Outsiders: estudos de sociologia
de desvio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS
DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSORAS: ANA MARIA MESSIAS BERNARDELI E Gilda Maria Grassi Luck
4.1 SÍNTESE DO FILME “O PODER ALÉM DA VIDA”
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Educação Física
Gênero: Síntese
Aluna: Rafaela do Amaral Budib
Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli
O filme de longa metragem “O poder além da vida”,
baseado no best-seller “A Lenda de um Guerreiro
Pacífico”, dirigido por Victor Salva e Shalimar
Reodica e estrelado dentre outros, por Scott
Mechlowicz, Nick Nolte, Amy Smart, se classifica
no gênero drama e possui nacionalidade americana,
sendo estreado no ano de 2006.
A história retrata um ato de superação física e mental
diante das situações impostas pela vida. No núcleo
principal está um grupo de ginastas populares que
se destacam pelo porte físico, pela popularidade e
também pelo sucesso conquistado com as mulheres.
Dan Milmann é o personagem principal desse
grupo de ginastas. Ele se destaca principalmente na
prova de argolas e, dentre todos do grupo, é o que
tem o ego mais alto e não hesita em realizar suas
vontades, independente dos outros. Em uma noite,
Dan sonha que sua perna se parte em pedaços. Ele
visualiza neste sonho um homem usando sapatos de
cores diferentes, o qual aparece juntando os “cacos”
de sua perna.
A partir deste sonho, Dan começa a acordar às
três da manhã e se dirigir a um posto de gasolina,
onde encontra um senhor de barba branca, cabelos
grisalhos e de altura mediana. O que mais chama a
atenção do personagem é que o senhor usava o mesmo
par de sapatos com o qual aparecera em seu sonho.
Dan acha a situação estranha e começa a questionar
este homem, o qual ele denomina de Sócrates, por sua
capacidade de filosofar sobre situações da vida e ter
um estilo e pensamentos completamente diferentes
dos de Dan. Impressionado com as capacidades que
Sócrates possui, como conseguir pegar uma chave
de fenda sem ao menos estar olhando para a mesma
e também saltar para a parte de cima do posto de
gasolina em segundos, Dan começa a seguir seus
“mandamentos”, começando por evitar totalmente
as incansáveis festas, mulheres e bebidas.
O objetivo principal do atleta é conseguir se
classificar para as Olimpíadas, obtendo atitudes
impulsivas e imediatistas para atingir seus objetivos,
já o seu mentor é conseguir prepará-lo para viver
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
29
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
sabiamente. Assim, entre suas desavenças de
pensamentos, um dia Dan se revolta por não estar
conseguindo ter retorno do seu treinamento e sai
em alta velocidade com sua moto, ultrapassando os
veículos de maneira irresponsável, sofre um terrível
acidente, fratura sua perna em 17 partes, o que
resulta na colocação de uma placa de metal, a única
maneira de conseguir dar suporte à perna e voltar a
andar.
Após o acidente, Dan passa por um tempo de reclusão,
revolta e isolamento. A partir deste momento, Dan
consegue se ver à beira de um abismo, e começa uma
discussão entre seus sentimentos e atitudes, como
se fossem as suas partes egocêntricas e conscientes,
seu “eu” brigando internamente, entrando em
conflito e ao mesmo tempo conseguindo evoluir
gradativamente, alcançando acima de tudo um
equilíbrio entre a parte consciente e seu superego. A
partir deste momento Dan consegue deixar de lado
a sua parte imediatista, que tanto o prejudicava.
Percebe que ele depende apenas dele mesmo. Surge
assim uma pessoa determinada que assume suas
dificuldades e limitações. Com o auxílio direto de
seu mentor, Dan começa a retomar suas atividades
– corridas, natação – e foca em seu treinamento
para conseguir se movimentar e retomar seus
treinos nas argolas, porém de uma maneira muito
diferente; procura focar de tal maneira que percebe
seus músculos sendo trabalhados detalhadamente.
Seu mentor continua com seus ensinamentos
até conseguir passar a lição de que a vida de um
verdadeiro atleta não deve estar baseada em apenas
medalhas, precisa ir muito além disso.
30
Com a ajuda e os ensinamentos de seu mentor, Dan se
sente confiante novamente e consegue voltar a fazer
movimentos nas argolas. Dan procura seu técnico e
pede para voltar aos treinos, mas, para sua decepção,
o técnico não o aceita nem lhe dá a oportunidade
de mostrar que ele ainda era capaz de realizar os
movimentos. Um dia, inesperadamente, aparece no
ginásio para mostrar do que é capaz e surpreende a
todos com a perfeição dos movimentos, apesar do
acidente. O técnico se convence e permite que ele
continue na disputa pela vaga nas Olimpíadas.
Chega o dia das apresentações. Dan vai ao posto em
busca de seu mentor e, para sua surpresa, encontra
o posto vazio e um funcionário desconhecido,
sem vestígios de que um dia “Sócrates” teria
trabalhado ali. Segue com os demais atletas para o
centro esportivo e inicia o seu aquecimento. Antes
de se apresentar, Dan tem uma conversa com seu
técnico e também com um amigo, o qual pergunta
o segredo para ele ter conseguido retomar e de uma
forma muito diferente. Dan responde que o segredo
é esvaziar a mente, e parte para a sua apresentação.
A última cena do filme retrata perfeitamente a
mensagem subliminar de outras cenas. Focando-se
em sua apresentação nas argolas, e ouvindo apenas
os barulhos das mesmas, como se não tivesse
nada mais em sua mente, confirmando assim a
concentração conseguida por meio do treinamento
mental, finalizando assim toda essa história de
superação espiritual e mudança de valores na vida,
conquistadas também pelo amor ao esporte.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
REFERÊNCIA
Poder além da vida. Título original: Peaceful
Warrior. País de origem: Alemanha/EUA. Gênero:
drama. Estúdio/Distrib.: Focus Filmes. Direção:
Victor Salva.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
4.2 RESUMO INFORMATIVO: A MEDIDA DE DOBRAS CUTÂNEAS
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Educação Física
Gênero: Resumo informativo
Aluno: Caio Pelatieri Goulart
Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli
A obesidade é considerada uma epidemia global,
constituindo-se em uns dos fatores de risco mais
significativos para as doenças cardiovasculares,
pressão arterial, dislipidemias, entre outras. Assim,
sua identificação precoce é importante para que seja
possível a adoção de medidas para o seu controle. A
detecção da obesidade é feita por meio da avaliação
da composição corporal, que busca identificar valores
anormais e assim adotar medidas para controle do
percentual de gordura. O objetivo da pesquisa foi
correlacionar as medidas da composição corporal
obtidas por ultrassom e pelo plicômetro. O estudo
foi transversal, avaliando 68 homens militares do
Exército Brasileiro, utilizando medidas de sete pontos
para ambos os equipamentos. Os equipamentos
utilizados foram: um adipômetro cientifico da marca
Cescorf, uma balança digital da marca Wiso W 180,
um estadiômetro da marca WCS Woody Compact
e o ultrassom BX2000, da marca Body Metrix –
IntelaMetrix, acoplado em um microcomputador
Pentium 4,3.4 GHz, com 2 Gb de memória RAM.
32
Utilizou-se para o cálculo da densidade corporal a
equação de Jacson e Pollock, para a estimativa do
porcentual gordura a equação de Siri e o teste de
Kolmogorov-Sminov. O resultado mostra que a
densidade corporal definida pelo ultrassom apresenta
baixa correlação com relação aos resultados obtidos
pelo plicômetro, apontando uma imprecisão do
equipamento. Assim, sugere-se o desenvolvimento
de novas pesquisas e avaliações para melhorar o
desenvolvimento ou a modificação do software para
que o mesmo também possa levar em consideração
as diferenças étnicas dos vários grupos de compõem
uma população como a do Brasil.
REFERÊNCIA
MACHADO, Alexandre. Correlação entre os
métodos de ultrassom e dobras cutâneas para
avaliação da gordura corporal. Disponível em:
<http://www.efdeportes.com/efd134/a-medida-dedobras-cutaneas.htm>. Acesso em: mar. 2013.
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4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
4.3 RELATÓRIO: OS EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE AS HABILIDADES BÁSICAS DE FUNCIONÁRIOS
DE SETORES ADMINISTRATIVOS
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Educação Física
Gênero: Relatório
Aluno: Caio Pelatieri Goulart
Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli
Este relatório foi solicitado pela professora Ana Maria
Messias Bernardelli, como forma de avaliação de
segundo bimestre do segundo período na disciplina
de Produção Acadêmica II, do curso de Educação
Física, nos meses de julho a setembro de 2012
como pré-requisito para aprovação na disciplina
da Faculdade Dom Bosco. O objetivo é identificar
os efeitos da Ginástica Laboral sobre as habilidades
básicas de funcionários de setores administrativos.
A fonte teórica principal é o artigo “Ginástica
laboral”, de Stela Paula Mezzomo, Andressa
Ribeiro Contreira e Sara Teresinha Corazza. Para
pesquisa de campo, envolveram-se trabalhadores
de setores administrativos de três empresas do setor
administrativo em Santa Maria-RS e o conflito/
problema são as doenças do trabalho.
A ginástica laboral objetiva promover adaptações
fisiológicas, físicas e psíquicas por meio de exercícios
dirigidos e adequados para o ambiente de trabalho.
Além disso, corrobora a promoção do bem-estar
geral, a melhora da postura e da resistência à fadiga
central periférica. Para as empresas, os principais
objetivos levam à diminuição dos acidentes de
trabalho, à redução do absenteísmo, à melhora
na qualidade total, à prevenção e reabilitação das
doenças ocupacionais (tendinites e distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho – Dorts)
(LIMA, 2003; MENDES & LEITE, 2004).
As habilidades básicas, como coordenação motora,
equilíbrio e tempo de reação, são necessárias a uma
boa qualidade de vida, pois para a realização bem-sucedida de qualquer ato motor, é importante o
envolvimento de elementos que estão subjacentes ao
sucesso na realização da tarefa. Entre as habilidades
importantes para a execução de movimentos
harmoniosos, encontram-se a coordenação motora
fina e o tempo de reação. A coordenação motora fina
é conhecida como movimentos neuromusculares
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
coordenados, integrando movimentos habilidosos
de olhos, braços, mãos e dedos em um movimento
preciso, fino. Trata-se de uma atividade de
movimento especialmente pequena, que requer
emprego de força mínima, mas de grande precisão e
velocidade, ou ambos, sendo executada pelas mãos
e pelos dedos, às vezes também pelos pés. Já o tempo
de reação é definido como o intervalo de tempo
entre o início do estímulo e o começo da resposta
voluntária (MAGILL, 1989).
Ao se considerar o ambiente de trabalho, neste
caso, setores administrativos, percebe-se que a
maioria das tarefas realizadas exige coordenação
motora, principalmente a coordenação motora
fina nas tarefas como digitar, manusear ou arquivar
documentos, realizando o indivíduo, assim, uma
constante contração isométrica, principalmente
na musculatura dos membros superiores, daí a
importância de ser avaliada essa variável. Já o
tempo de reação é solicitado em tarefas que exigem
concentração, atenção e uma boa velocidade
comportamental. Acredita-se que bons resultados
nessa variável contribuam para um melhor
desempenho em atividades de lazer e do dia a dia. A
partir das considerações sobre a ginástica laboral e
as variáveis citadas anteriormente, e na ausência de
estudos contemplando a avaliação destas variáveis
em conjunto, o presente estudo objetivou verificar
o efeito da ginástica laboral nas habilidades básicas
“tempo de reação” e “coordenação motora fina”, de
funcionários de setores administrativos.
Participaram do estudo 23 trabalhadores, de ambos os
34
sexos, com idades entre 21 e 58 anos (média: 38 ± 12,4
anos), sendo funcionários de setores administrativos
de dois escritórios e de uma imobiliária da cidade de
Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Foram excluídos
do estudo indivíduos com frequência inferior a 75%
das aulas de ginástica laboral e presença de lesão
ocorrida durante o período do programa, dentro
ou fora da empresa, sendo estes identificados por
meio de uma anamnese. Os participantes foram
submetidos ao programa de ginástica laboral duas
vezes na semana durante 12 semanas.
As aulas de ginástica laboral tiveram duração de 15
minutos, constando de exercícios específicos para
coordenação motora fina e tempo de reação, além de
atividades recreativas, exercícios de alongamento e
relaxamento realizados individualmente, em duplas
ou grupos. A coordenação motora fina foi avaliada
por intermédio do Painel de Habilidades Motoras
(ANDRETOTTI & OKUMA, 1999). O tempo de
reação foi avaliado por meio dos testes de Tempo
de Reação Simples (TRS) e o Tempo de Reação de
Escolha (TRE) (CORAZZA, PEREIRA & DIAS,
2007) por meio de um software com estímulo visual.
A avaliação das habilidades básicas foi realizada
antes da participação na primeira aula de ginástica
laboral e o pós-teste foi realizado após 12 semanas
de ginástica laboral, em ambiente adequado,
iluminado e sob as mesmas condições em ambos os
momentos da pesquisa. Em termos de desempenho,
as variáveis “coordenação motora fina” e “tempo de
reação” são melhores quanto menores os resultados
apresentados pelo indivíduo em relação à tarefa.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
O estudo mostra que foi encontrada diferença
estatisticamente significativa na coordenação motora
fina (p = 0,000) dos participantes após a participação
no programa de ginástica laboral no período de 12
semanas, evidenciando a efetividade dessa prática
para a melhora dos elementos motores. Em relação
às variáveis tempo de reação simples e de escolha,
apesar de terem apresentado melhores resultados
após o programa (observando-se as médias), estes
não foram significativos estatisticamente.
Grande parte dos estudos feitos com ginástica laboral
tem seu enfoque nos aspectos físicos, na qualidade
de vida e na presença de desconfortos causados pela
prática repetitiva durante a jornada de trabalho. Esses
trabalhos têm demonstrado a importância dessa
prática associada a diversos benefícios para a saúde do
trabalhador, tais como melhoras posturais, diminuição
das algias, prevenção de doenças ocupacionais, evolução
nos aspectos físicos e psíquicos, bem como ganhos no
relacionamento interpessoal. O presente estudo traz
sua contribuição ao constatar também a importância
da prática da ginástica laboral para as capacidades
motoras (habilidades motoras básicas), evidenciando
que a melhora dessas capacidades é essencial para a
realização de movimentos harmoniosos e precisos no
trabalho e nas demais atividades cotidianas, refletindo-se nas condições de saúde e qualidade de vida.
REFERÊNCIA
MEZZOMO, Stela Paula; CONTREIRA, Andressa
Ribeiro; CORAZZA, Sara Teresinha. Ginástica
laboral. Disponível em: <www.revista_ciencias_
saude/article/.../1115/85>. Acesso em: 12 abr. 2013.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
4.4 RESENHA DESCRITIVA: LESÕES NA GINÁSTICA ARTÍSTICA
Disciplina: Produção Acadêmica III
Curso: Educação Física
Gênero: Resenha descritiva
Aluna: Anne Krelling1
Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli
Esta resenha analisa o texto “Lesões na ginástica
artística”, escrito por Myrian Nunomura. A
autora comenta que em época de Olimpíadas a
Ginástica Artística é algo que chama atenção dos
telespectadores no mundo todo, até mesmo daqueles
que não acompanham esse esporte no dia a dia. Mas
o charme e a beleza da ginástica não são suficientes
para que as atletas escapem do risco de lesões. As
próprias atividades do cotidiano podem oferecer esse
risco de lesão, e na ginástica não é diferente, já que as
atletas desafiam a gravidade constantemente.
É de extrema importância que o educador físico
saiba exatamente o que ocorre com seu aluno e
como trabalhar com ele frente a uma lesão e à
prevenção da mesma. A autora Myrian Nunomura
é uma profissional da área que realiza estudos sobre
ginástica com o intuito de passar um conhecimento
adequado para os interessados. Apresenta medidas
preventivas para amenizar e diminuir lesões de
algumas atletas.
A pesquisadora em questão publica um tema
interessante e, apesar possuir um grande número
de artigos publicados em seu currículo da área, o
artigo de revisão de literatura poderia ser diferente.
O tema sugere uma pesquisa mais profunda,
com testes realizados, podendo até utilizar
questionários já validados fazendo, por exemplo,
um acompanhamento dessas atletas durante um
ciclo de treinamento para uma competição. Os
resultados poderiam ser confrontados com a
literatura, provando referências melhores para
colocar em prática no treinamento de atletas.
Entende-se que no país a área de pesquisa ainda
está engatinhando, e se precisa investir mais nessa
área, só se tem a lucrar. Esse artigo, aplicado de
forma diferente, além de questionários e avaliações
realizadas, poderia apresentar um diferencial à
pesquisa e apresentar um avaliador cego para dar
maior confiabilidade ao trabalho.
1 Acadêmica do curso de Educação Física da Faculdade Dom Bosco.
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4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
REFERÊNCIA
NUNOMURA, Myrian. Lesões na ginástica
artística. Disponível em: <htttp://rbceonline.org.
br/revista/index.php/RBCE/article/view/770>.
Acesso em: 20 jun. 2013.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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4.5 ARTIGO DE REVISÃO: LESÕES PRÉ- DESPORTIVAS NO JUDÔ
Disciplina: Produção Acadêmica IV
Curso: Educação Física
Gênero: Artigo de revisão
Aluno: Márcio Jonas Oliveira Vieira1
Professora-orientadora: Ana Maria Messias Bernardelli
RESUMO: O judô é uma arte marcial criada em
1882 por Jigoro Kano, é um esporte que une a técnica
às bases filosóficas de seu país de origem. Pesquisas
o apontam como um dos esportes que apresenta
o maior número de lesões, tendo fatores como
idade, tempo de prática, treinamento e descanso
relacionados como principais causas das lesões. O
conhecimento, por parte do atleta, da modalidade
esportiva de judô das principais lesões desportivas,
bem como a grande ocorrência nas competições
e a profilaxia são importantes para antecipar-se
à sua ocorrência ou, se pré-adquirida, atentar de
forma eficaz para a uma recuperação definitiva.
Este artigo de revisão bibliográfica e pesquisa de
literatura científica especializada tem como objetivo
a descrição as principais lesões desportivas do judô.
Este esporte requer do atleta uma disciplina intensa
de treinamento com dedicação total para aquisição
da técnica e da tática, o que demanda horas intensas
de treinamento. A computação do grande número
de lesões deve-se à crescente prática e procura
desse esporte. As lesões desportivas interferem no
rendimento do atleta, do técnico e do clube, gerando
prejuízos financeiros e interrupção de planilhas
de treinamento. Foram identificadas que as lesões
mais frequentes foram entorses, luxações e fraturas,
acometendo as articulações do joelho, ombro e
dedos de mãos e pés, sendo o fator idade na prática
da modalidade determinante, pois gera experiência,
minimizando a ocorrência, e os membros superiores
mais acometidos, devido às pegadas, que é um fator
determinante para finalizar a técnica no adversário
buscando pontuar.
Palavras-chave: Judô. Lesão. Rendimento. Performance.
1 INTRODUÇÃO
A arte marcial esportiva judô foi criada no Japão
em 1882 pelo professor de Educação Física Jigoro
Kano, como forma de defesa e para desenvolver
aspecto físico, espiritual e a mente do praticante,
sendo de grande valor na formação do indivíduo.
Chegou ao Brasil em 1922, no período da imigração
japonesa, com seus mestres japoneses. O judô une as
técnicas do jiu-jitsu com outras artes orientais. Esta
1 Acadêmico do curso de Educação Física da Faculdade Dom Bosco.
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4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
modalidade marcial tem se destacado no cenário
esportivo mundial, como foi comprovado nas
Olimpíadas de 2012, com participação importante
do Brasil com sua equipe.
A atuação do esporte paraolímpico também teve uma
representação expressiva, que foi iniciado a partir dos
Jogos Paraolímpicos de Atenas 2004. A divulgação
pela mídia fez com que um maior número de pessoas
com deficiência procurasse o esporte como forma de
atividade física recreativa ou competitiva. Esses atletas
também geraram um aumento no número de lesões
esportivas, segundo (HAMER, 1999), conforme será
apresentado a seguir.
O judô é um esporte individual, porém a pontuação
pode ser também computada por equipes, e
segundo Carazzato (1995), para o técnico e o atleta.
O prévio conhecimento das lesões mais frequentes
e suas causas são importantes para o planejamento
das atividades e para a prevenção das mesmas. As
lesões são o resultado de uma complexa interação
de fatores de risco contribuindo para o resultado e
desempenho, pois quanto maior o nível do atleta,
maior a possibilidade de sua ocorrência por fatores
de risco intrínsecos, como a idade na prática do
esporte, o sexo, a condição física, a alimentação.
Também o desenvolvimento motor e os fatores
psicológicos associados às lesões agudas estão mais
relacionadas a fatores extrínsecos, decorrentes
de overuse, lesão que ocorre devido a uma sobrecarga mecânica de baixa intensidade, atingindo
determinada estrutura do aparelho locomotor.
A associação dos dois fatores são estes: risco em
potencial para as lesões, pelo esforço do atleta em
busca de resultados, sem a observação da relação
esforço-pausa e podem desgastar o aparelho
locomotor, sendo o peso, fator de risco potencial
das lesões, e o autor cita essa modalidade esportiva
juntamente com o voleibol como a que mais causa
lesões. As lesões geram para o atleta, prejuízos físicos
e psíquicos e ocasionam prejuízos financeiros para o
clube, para os dirigentes esportivos e impossibilitam
o técnico de manter sua prescrição e treinamento
(AMORIM et. al., 1989).
O objetivo deste artigo de revisão bibliográfica
é a nomeação e a descrição das principais lesões
decorrentes da pratica da modalidade esportiva
de judô, os fatores principais de suas causas e os
prejuízos decorrentes para o atleta, para o técnico,
para o clube e para os dirigentes esportivos.
2 CARACTERÍSTICAS DO JUDÔ
O judô é uma arte marcial com a característica que une
a técnica e as bases filosóficas, e segundo estudos é a
arte marcial que mais apresenta a ocorrência de lesões.
A adesão à prática da arte ocorre principalmente
nas idades púberes e pré-púberes, sendo a mídia
fator impulssionante da divulgação e as conquistas
olímpicas de Aurélio Miguel e Rogério Sampaio nas
participações internacionais, segundo Fraga (2002).
Para a prática do judô é necessário um conhecimento
técnico significativo em termos de performance. O
judoca necessita de automatização do movimento,
que, segundo Santos et al. (2001), ocorre somente
após um treinamento sistemático de vários anos
consecutivos, englobando vários fatores, que
incluem a preparação física, técnica e tática, e a
preparação psicológica, dentre outras.
Segundo Caine et al. (1996), citados por Franchini
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
e Del Vecchio (2008), lesão desportiva é toda a
condição ou sintoma que implicou empelo menos
uma das seguintes consequências e que tenha
ocorrido como resultado da participação da
atividade desportiva.
Esses atletas geralmente já treinam e competem
lesionados, mesmo com limitações na amplitude
de movimento e força, prejudicando o desempenho
competitivo, segundo SOUZA et al. (2006) citado
por Franchini e Del Vechio (2008).
Tenha sido motivo direto para interromper a
atividade desportiva (treinos e competições) durante
pelo menos 24 horas; se a condição ou sintoma não
motivou a interrupção total da atividade desportiva,
mas foi determinante para alterar a sua atividade
quer em termos quantitativos (menor número de
horas de prática, menor intensidade dos exercícios/
esforços físicos) quer em termos qualitativos
(alteração dos exercícios ou movimentos realizados).
Um elevado percentual de gordura corporal, perda
de força de membros superiores reduzida e baixa
flexibilidade aumentam os riscos dos atletas de
se lesionarem, segundo Domingues et al. (2005),
citados por Franchini e Del Vechio (2008).
O que é certo, para técnicos, treinadores e atletas, é
que as lesões desportivas são variáveis de relevância
ímpar no processo de treinamento desportivo.
Quando já existentes, influenciam os métodos e
meios de treinamento, assim como a seleção de
exercícios e a dinâmica empregada na intensidade
dos estímulos, e quando adquiridas na situação
prática ocasionam limitações físicas e psicológicas.
Por outro lado, quando adquiridas na situação
prática, ocasionam limitações físicas e psicológicas
em curto, médio e longo prazo. (DEL VECHIO,
2006, p. 166-171).
Franchini e Del Vechio (2008) citam que na
modalidade de judô é elevado o número de atletas
de alto nível que se lesiona, e esse fato ocorre
sempre após eventos como campeonatos mundiais e
olímpicos, culminando com cirurgias para agravos
pré-existentes. As lesões podem ocorrer nas fases de
treinamento e competição, sendo mais agravada no
período competitivo.
40
Estudos de Lima e Nogueira (1998), citados por
Santos et al. (2001), diagnosticaram que a maior
incidência de lesões é entre judocas iniciantes, entre
um até dois anos de prática. Uma lesão específica
do judô com grande ocorrência é a verificada nos
movimentos de rotações exagerados sobre um
dos pés e com as paradas bruscas, gerando, nesse
sentido, lesões nas articulações dos joelhos, segundo
Oka e Raschka C. (1999), mas podem ocorrer
também no tornozelo e no cotovelo, denominada de
osteodistrofia de cotovelos (deformações dos ossos)
e junção de dedos.
O judô é um esporte de contato, e devido ao uso
frequente dos membros superiores por meio da pegada
os mecanismos que sofrem a lesão localizados no plano
osteoarticular (ossos envolvidos com as articulações e
seus compostos: cartilagem hialina, cápsula articular,
ligamentos tendões e outros tecidos que fazem parte da
articulação), gerando torções e trauma direto durante
a prática são os polegares, sofrendo as subluxações
e nas articulações metacarpofalângeas, ocorrem as
hiperabduções, sendo a baixa flexibilidade o fator de
risco, conforme Bahri (2001), citado por Franchini e
Del Vechio (2008).
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
De acordo com Almeida (1991), citado por Santos
et al. (2001), são dois os fatores de risco para a
ocorrência de lesões. Os fatores intrínsecos, que
são aqueles relacionados à idade do praticante,
sexo, condição física, desenvolvimento motor,
alimentação e fatores psicológicos. Os fatores
extrínsecos são os relacionados à especificidade
técnica da modalidade, ao tipo de equipamento
usado, à organização do treino e da competição,
a cargas do treino e da competição e às condições
climáticas, que são fatores em potencial para as
lesões. Neste fator, as lesões agudas como entorses,
luxações e fraturas são causadas por traumas
repetitivos, sendo consideradas as mais comuns
no esporte. Podem, segundo a gravidade, atingir
os planos dérmicos, que são os mais superficiais da
pele, o ósseo e o articular.
Segundo Birrer (1996), citado por Franchini e Del
Vechio (2008), a falta de uso de equipamentos de
proteção, as atividades não supervisionadas e o
contato excessivo são elementos determinantes nas
lesões, bem como a escassez de conhecimentos de
primeiros socorros para intervenção imediata.
Segundo Caine (1996); Moreira (2003); Requa
(1996), citados por Daniel et al. (2005), as lesões se
classificam para etiologia e diagnósticos em (a) leve:
são as que não afastam o judoca do treinamento;
(b) moderado: as que resultam em um afastamento
de treino ou competição e (c) grave: a que resulta
em afastamento maior que um dia de treino ou
competição.
Meneses (1993), citado por Santos et al. (2001),
classifica no judô as lesões em típicas e atípicas.
Lesões típicas representam aquelas mais frequentes
na prática esportiva, ou seja, as mais comuns em
cada modalidade esportiva, incidindo de forma
muito superior em relação às atípicas, ocorrendo
tanto na fase de treinamento quanto na fase de
competição. Já as lesões atípicas são acidentais,
isto é, não são comuns a determinada modalidade
esportiva, ocorrendo de forma rara no esporte.
A relação de ocorrências de lesões específicas por
horas de atividades na prática do judô colocam o
desporto como pertencente ao grupo de alto risco
com ocorrência de 18,3 lesões por 1000 horas de
atividades segundo Parkkari et al. (2004).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo de revisão bibliográfica e de artigos
científicos on-line demonstrou que a iniciação da
prática do judô por parte de jovens e adolescentes é
crescente e os meios de comunicação impulsionam
essa procura, porém este esporte figura como um
grande provocador de lesões, sendo apontado como
um provocador de alto índice dessa ocorrência.
O conhecimento das técnicas e táticas empregadas,
a preparação física e o desenvolvimento motor
garantem a performance e o rendimento esportivo,
porém o grande número de competições forçam o
atleta a atuar muitas vezes já lesionado, agravando
o quadro e interrompendo o programa de
treinamento, gerando prejuízos para o atleta e clube.
O conhecimento prévio das lesões mais comuns
como os entorses, as luxações e as fraturas, o tempo
de reação para a antecipação a ação motora que
as causa, a observação da relação esforço-pausa e
a alimentação são fatores que atuam para evitar a
ocorrência das lesões.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
41
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
REFERÊNCIAS
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lesões no desporto. Treino Desportivo, 19, p. 38-42,
mar.1991.
AMORIN, J.; MORAIS, N.; OLIVEIRA, R.;
MAMEDE, R. P. Lesões dos tecidos moles: perspectiva
para treinadores. Treino Desportivo. Lisboa, p. 11,
47-54, mar. 1989.
BARSOTTINI, Daniel; GUIMARÃES, Anderson
Eduardo; MORAIS, Paulo Renato de. Relação entre
técnicas e lesões em praticantes de judô, 2005.
MENESES, C. J. S.(1993). O esporte e suas lesões.
Rio de Janeiro: Palestra.
MOREIRA, P. G.; OLIVEIRA, C. D. Prevalência
de lesões na temporada 2002 da Seleção Brasileira
Masculina de Basquete. Rev. Bras. Med. Esporte,
2003, p. 9:258-62.
SANTOS, Saray Giovana dos; DUARTE, Maria de
Fátima da Silva; GALLI, Mauro Luciano. Estudo de
algumas variáveis físicas como fatores de influência
nas lesões em judocas. Physical Variables Affecting
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BOSCOLO, DEL VECHIO, F. B, Del Vechio. As lesões
desportivas em foco na Educação Física. Movimento
& Percepção, 2006, v. 6, n. 9, p. 166-171.
CARAZZATO, JG et al. Equipe médica do comitê
olímpico brasileiro: atendimento médico desportivo
nos jogos pan-americanos. Mar Del Plata ,1995. Rev
Bras Med Esporte, 1995; 1:69-79.
DOMINGUES, S. P. T. et al. Implicações do nível
de aptidão física na gênese de lesões desportivas.
Revista Brasileira de Cineantropometria e
Desenvolvimento Humano, 2005, v.7 n. 2, p. 29-35.
FRAGA, LAC. Presença de atitudes escolióticas
em meninos judocas e não judocas. Dissertação
de Mestrado em Ciências do Movimento Humano.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola
de Educação Física, 2002.
FRANCHINI, Emerson; BOSCOLO, Fabrício Del
Vecchio. Preparação física para atletas de judô.
Phorte, 2008.
LIMA, A. G. T.; NOGUEIRA, J. I. C.; ROCHA, V. M.
Incidência de lesões em judocas amadores (Resumo).
Anais do 6º Congresso de Educação Física de Países
da Língua Portuguesa. La Corunã, 1998.
42
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
4.6 RESENHA DESCRITIVA: “O VERDADEIRO, O BELO E O BOM:
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UMA NOVA EDUCAÇÃO”
Disciplina: Produção Acadêmica III
Curso: Educação Física
Gênero: Resenha descritiva
Aluno: Alan Leandro Vieira
Professora-orientadora: Gilda Maria Grassi Luck
A resenha a seguir é resultado do livro “O verdadeiro,
o belo e o bom, os princípios básicos para uma nova
educação”, de Howard Gardner.
Howard Gardner é professor-adjunto de Neurologia
na Boston School of Medicine e de Psicologia na
Harvard University. Teve o privilégio de ser o
primeiro americano a receber o importante Prêmio
Grawemeyer em Educação. Gardner é reconhecido
como autor da teoria das Inteligências Múltiplas, em
que defende a tese de que o ser humano apresenta
no mínimo oito formas próprias de inteligências.
No livro “O verdadeiro, o belo e o bom”, Gardner
estabelece elos entre os três adjetivos do título,
subjetivando-os como a base ideológica e filosófica
dos processos educativos que vão nortear o
desenvolvimento das futuras gerações. Passam a
contar como os três eixos que contribuirão para
a compreensão do educando como um ser único,
com habilidades, talentos e inteligências próprias
e específicas que necessitam ser acessados e
desenvolvidos pela educação, que apresenta como
esteio a verdade, a beleza e a moralidade.
“O verdadeiro, o belo e o bom” defende a tese de
que o sucesso de uma nação será determinada pela
qualidade apresentada pelo seu sistema educacional.
O autor desenvolve sua convicção, definindo os
quesitos básicos que vão reconhecer o perfil de uma
educação de qualidade em qualquer lugar de nosso
planeta. O trabalho é resultado de três décadas de
dedicação ao magistério superior e pesquisas. Tanto
na área das ciências biológicas como das ciências da
cognição. Sua conclusão é que a verdadeira educação
é aquela norteada pelos eixos referendados acima:
da verdade, da beleza e da moralidade.
Estabelecendo uma prática do exercício do domínio
da verdade, o autor nos apresenta exemplos como o
da teoria da evolução, de Darwin. Ele convoca os
cientistas contemporâneos à reflexão e análise dos
homens de ciências que seguiram Darwin, chegando
à conclusão de que os processos de compreensão
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
43
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
da variação, seleção natural e adaptação que
determinam o entendimento das noções de espécie
são de suma importância para entendermos o
mundo que vivemos e quem somos. Isto porque
simplesmente não estamos na terra, nós somos
parte integrante dela.
REFERÊNCIA
GARDNER, Howard. O verdadeiro, o belo e o bom:
os princípios básicos para uma nova educação. Rio
de Janeiro: Objetiva, 1999.
É com a ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, que
Gardner apresenta a beleza. Mozart é reconhecido
como um gênio musical de uma criação e linguagem
artística extremamente complexa. Os personagens
que fazem parte de seu contexto criativo são pessoas
com significativas experiências de vida e regidas por
marcantes processos emocionais.
Quanto à moralidade, o foco é o Holocausto,
o grande genocídio da 2ª. Guerra Mundial que
eliminou grande número de judeus pela linha
ideológica nazista.
Como o próprio autor argumenta, essas são três
abordagens entre inúmeras que poderiam ser
escolhidas. Sua grande questão é a finalidade dos
processos educativos. Seu propósito é estabelecer
discussões que possibilitarão um projeto de
educação comprometido não só com a base
instrumental, a base tecnológica e a base científica
conceitual do currículo mas, sobretudo com a
base filosófica. Assim, propicia o desenvolvimento
de seres humanos que compreendam o mundo e
que sejam capazes de realizar ações inteligentes,
transformando todo o contexto, resultando num
mundo melhor.
44
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
4.7 ARTIGO DE REVISÃO: OS BENEFÍCIOS E TÉCNICAS
DO STEP TRAINING NAS ACADEMIAS
Disciplina: Produção Acadêmica IV
Curso: Educação Física
Gênero: Artigo de revisão
Aluno: Murilo Cândido Alves Simão1
Professora-orientadora: Gilda Maria Grassi Luck
RESUMO: O objetivo deste estudo foi saber sobre
como a ex-ginasta e, na época, professora de ginástica
aeróbica Gin Miller teve a ideia de modificar as
orientações de seu fisioterapeuta após uma lesão
nos ligamentos do joelho. Ele indicou subir e descer
de um banquinho de 30 cm e adaptar as subidas e
descidas com movimentos de suas aulas de ginástica
aeróbica. A plataforma deve ter aproximadamente
100 cm de comprimento por 40 cm de largura e as
alturas variando de 10 a 30 cm, de acordo com o
avanço da aula e das alunas(os), JUCÁ (2004). A ideia
deu certo e 3 anos depois a empresa Reebok comprou
a ideia de Gin Miller e criou oficialmente o step.
Surgiu nos Estados Unidos e teve ótima aceitação de
alunos, por fortalecer os músculos das pernas e dos
braços, e ser uma ótima atividade cardiovascular. O
estudo também mostra maneiras de como orientar
os alunos e até mesmo professores sobre as técnicas
das aulas de Step Training nas academias, junto com
os benefícios que ela pode trazer para a forma física,
como a redução do peso e da gordura corporal, o
desenvolvimento da coordenação motora, mostrar a
altura correta da plataforma de step e a postura que
se deve fazer as aulas para evitar lesões futuras, e
vários outros benefícios que a modalidade traz se
for praticada regularmente e sempre com a ajuda de
um profissional capacitado a poder orientar sobre
os movimentos corretos.
Palavras-chave: Benefícios e técnicas. Step training.
Academias. Step training nas academias.
1 INTRODUÇÃO
O step training é uma das modalidades mais
procuradas nas academias, devido a sua melhora
na forma física, a ajuda na perda de peso e gordura
corporal, a desenvolver a coordenação motora e
vários outros benefícios à saúde. É uma modalidade
cheia de ritmo e energia.
1 Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdade Dom Bosco.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
45
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Assim como a ginástica aeróbica e muitas outras
disciplinas de fitness, o step training teve origem nos
Estados Unidos. Depois de uma lesão nos ligamentos
do joelho, a ex-ginasta e professora de aeróbica
Gin Miller foi obrigada a seguir um programa de
fisioterapia e reforço dos membros inferiores que
consistia em subir e descer escadas. Gin pensou
em adaptar estes movimentos as suas aulas de
aeróbica. Posteriormente, a empresa Reebok pegou
o trabalho de Gin Miller e desenvolveu a plataforma
semelhante a um degrau.
A aula consiste em subidas e descidas, pulos e
giros e na combinação de todos esses movimentos,
montando assim uma coreografia em cima e ao
redor da plataforma. De acordo com JUCÁ (2004),
a plataforma deve ter aproximadamente 100 cm
de comprimento por 40 cm de largura e alturas
variando de 10 a 30 cm, de acordo com o avanço da
aula e das alunas(os).
O gasto calórico e a intensidade podem ser elevados,
segundo Malta (1994), Amantéa (2003) e Jucá
(2004), aumentando seu tempo de aula, altura da
plataforma, amplitude dos movimentos, velocidade
da música, combinações de movimentos de braços,
e elevando a complexidade dos passos utilizados
nas coreografias sobre a plataforma.
2 HISTÓRIA DO STEP TRAINING
A professora Gin Miller, após sofrer uma lesão, foi
recomendada ao seu fisioterapeuta a ficar subindo e
descendo num banquinho de madeira, com 30 cm
de altura, com a finalidade de reforçar os músculos
46
da coxa. Depois de um tempo, Miller usou a sua
criatividade e começou a conjugar movimentos de
braços e pernas e assim foram surgindo coreografias.
A ideia de Miller deu certo e, após três anos, a
empresa esportiva Reebok aperfeiçoou e lançou no
mercado a plataforma de step training. Trata-se de
uma reinvenção de banco sueco, que anteriormente
colocava em risco a segurança articular dos
membros inferiores e da coluna vertebral.
Nos Estados Unidos, o lançamento do step training
gerou uma ótima aceitação do público frequentador
de academias, por ser uma excelente atividade
cardiovascular e que também fortalece os músculos
das pernas e dos braços, desenvolve a coordenação
motora, os reflexos, além de emagrecer e ajudar na
queima de gordura corporal localizada.
Pode-se afirmar que a prática de atividades aeróbicas
localizadas, como o step training, em academias é
um dos acontecimentos mais significativos desde o
surgimento da ginástica aeróbica de baixo impacto.
Com mais de dez anos de criação, o Colégio
Americano de Medicina do Esporte já tem fatos e
dados suficientes para dizer que o step training é uma
das atividades que oferece menos risco de contusões
mais graves, ficando restritas às dores musculares
nas coxas e na panturrilha.
2.1 TÉCNICAS DO STEP TRAINING
Pratica-se o step training subindo e descendo da
plataforma e executando movimentos de braços
junto aos da perna. À medida que o praticante vai
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ganhando resistência física, o professor adiciona
coreografias e ritmos mais acelerados e complexos.
Segundo especialistas, a grande vantagem do
step training reside no fato de poder manter o
ritmo cardíaco elevado, com exercícios de elevada
intensidade, sem riscos de traumatismo por repetição
do impacto ao solo, uma vez que, ao contrário da
aeróbica de alto impacto ao solo, não são executadas
séries de saltos repetitivos de alto impacto sobre a
articulação dos joelhos e tornozelos. No entanto, a
prática incorreta do step training pode causar riscos.
2.2 MOVIMENTOS CORRETOS NA EXECUÇÃO DA AULA
Para que a aula de step training não cause lesões ou
acidentes, é preciso seguir algumas recomendações
como:
• Manter sempre os joelhos fletidos, o que
amortece o impacto na plataforma;
• Não esticar os joelhos com violência;
• Pisar sempre com os pés inteiros na plataforma, e
de um modo que fiquem inteiros sobre ela;
• Na descida, tocar primeiro com a ponta do pé;
• Não praticar nenhuma coreografia que faça
com que o praticante desça de costas para a
plataforma, pois isso aumenta o impacto em
25%;
• Manter uma distância curta entre a plataforma e
o primeiro apoio;
• Os joelhos não podem ficar flexionados além de
noventa graus ao subir na plataforma.
2.3 PARA UMA AULA SEGURA
Para ter uma aula segura, evite movimentos de
giro para iniciantes ou alunos sem prática regular.
A altura da plataforma deve ser de acordo com
o nível de experiência do praticante. Para fazer
movimentos de braço, espere até que o praticante
tenha o domínio dos membros inferiores.
2.4 ALINHAMENTO POSTURAL
Ao subir na plataforma, mantenha o alinhamento
postural, mantendo a cabeça e ombros para trás,
a pélvis em posição neutra (encaixada), os joelhos
relaxados, o abdômen e glúteos contraídos.
Não incline para frente o tronco, mas suba como se
tivesse uma linha reta em direção ao teto. Evite a
hiperextensão dos joelhos e da coluna.
2.5 CARACTERÍSTICAS DA PLATAFORMA DE STEP
TRAINING
A plataforma usada para a prática do step training
é portátil, feita de plástico injetado ou madeira,
podendo ter sua altura ajustada de acordo com o
nível do praticante.
As alturas podem ser de 4 inches de 10,24 cm de
altura, 6 inches de 15,36 cm de altura, 8 inches de
20,48 cm de altura, 10 inches de 25,6 cm de altura
e 12 inches de 30,72 cm de altura. Plataformas mais
altas que 30 cm não são recomendadas.
A distribuição de alturas para os praticantes é
simples. Utiliza-se a plataforma de 4 inches para
alunos sedentários e que nunca praticaram as aulas
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
47
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
de step training, o de 6 inches é para alunos com
prática em atividades físicas, porém que nunca
praticaram o step training, o de 8 inches é para
alunos mais condicionados e com experiência, o
de 10 inches é para alunos condicionados e com
bastante prática no step training e o de 12 inches é
para aqueles alunos avançados, em nível de atleta.
Tem-se, assim, a vantagem de trabalhar com
diversos tipos de alunos em uma única aula.
Em uma pesquisa feita por Livinsgton e col.
(1991), consideraram-se mais suaves movimentos
executados em um step com altura de 12,7 cm e
largura de 41,9. Em outras pesquisas feitas para
definir a relação entre a F. C e o lactato durante a
ginástica aeróbica e o step training, mencionou-se
plataformas com dimensões de 1 m de comprimento,
40 cm de largura e alturas entre 10 e 30 cm.
2.6 TEMPO DE AULA RECOMENDADO
O tempo recomendado de aula para iniciantes
é de 45 minutos, e para alunos intermediários e
avançados é de 60 minutos.
A parte principal da aula dura entre 20 a 25 minutos
para iniciantes, 25 a 35 para intermediários e de 35 a
45 minutos para os mais avançados. Os movimentos
usados serão os que sobem e descem da plataforma
formando as coreografias adequadas de acordo com
o ritmo e a velocidade das músicas.
O esfriamento do corpo deve durar de 5 a 10 minutos
com movimentos apenas de subir e descer da
plataforma em intensidade mais baixa e ritmos mais
lentos em relação à parte principal da aula. Pode
adicionar aos movimentos técnicas de exercícios no
solo de baixo impacto.
A fase localizada deve durar de 5 a 10 minutos
com exercícios localizados para o fortalecimento,
tonificação e definição e definição muscular da
musculatura menos utilizada durante a fase principal,
como por exemplo, abdominais e peitorais.
O alongamento final e o relaxamento duram em
media de 3 a 5 minutos com exercícios respiratórios,
alongamento estático, flexionamento para alongar e
relaxar a musculatura mais solicitada durante a aula.
O aquecimento deve durar em média de 7 a 10
minutos com movimentos ritmados, globais,
de flexão, extensão, circundação, balanceios e
alongamentos estáticos utilizados de forma isolada
ou combinada, preparando o organismo para
exercícios mais complexos. Para a familiarização
2.7 EFEITOS DO EXERCÍCIO COM O STEP TRAINING
do aluno ao material, percepção de distância em
que se encontra a plataforma e a altura que vai
subir, recomenda-se introduzir toques dos pés na
plataforma.
principalmente pelo esforço feito em aula.
48
O exercício aeróbico induz alterações fisiológicas
em quase todos os sistemas do corpo,
principalmente dentro dos músculos esqueléticos
e do sistema cardiorrespiratório. Essas alterações
são influenciadas pela frequência, duração e,
Toda atividade física vigorosa produzirá forças que
irão exercer as mais diversas ações sobre os músculos,
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ossos, articulações, tendões e ligamentos. Exercícios
específicos poderão aumentar a força dos tendões e
ligamentos, diminuindo a probabilidade de rupturas e
inflamações. Também se pode aumentar a densidade
óssea, proporcionando uma maior resistência a
fraturas por meio de exercícios vigorosos.
A prática regular causa três principais alterações
aeróbicas no corpo:
• Maior conteúdo de mioglobina (a mioglobina
só será aumentada no músculo esquelético
utilizado após o treinamento com o step);
• Maior oxidação de carboidratos, além da maior
capacidade do músculo para oxidar glicogênio;
é notório também o aumento do mesmo;
• Maior oxidação de gorduras, relacionado a três
fatores: aumento nas reservas intramusculares de
triglicerídeos, maior liberação de ácidos graxos
livres a partir do tecido adiposo, e aumento das
atividades das enzimas implicadas na ativação, no
transporte e na desintegração dos ácidos graxos.
2.8 ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO CORPORAL
• Redução da gordura corporal;
• Redução do peso total.
Essas alterações são mais pronunciadas para
homens e mulheres obesos do que em indivíduos
magros. Evidente que estas modificações dependem
fundamentalmente do equilíbrio entre as calorias
ingeridas e calorias despendidas. Também cabe
salientar que, de uma maneira geral, as mulheres
gastam mais calorias por quilograma de peso
corporal do que os homens quando submetidos a
uma mesma atividade física.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dessa pesquisa, que teve como objetivo
mostrar os benefícios e as técnicas utilizadas no step
training, pode-se concluir que sessões de exercícios
físicos, como um programa de step praticado
regularmente, são eficientes na redução de gordura
corporal, fortalecimento dos músculos da coxa
e panturrilha, ótimas para o condicionamento
cardiorrespiratório, além de o step ser atividade de
baixo impacto que pode ser praticado por pessoas
de todas as idades.
Para a prática do step training nas academias, o
profissional que estará comandando as aulas deve
ser especializado, para que não corra riscos de lesões
ou outros problemas devido à execução do exercício
errado.
REFERÊNCIAS
AMANTÉA, M. Step force: a verdadeira aula de
step. São Paulo: Fontoura, 2003.
BEM STAR. Step: saiba como é esta aula.
Disponível em: <http://bemstar.globo.com/index.
php?modulo=aulas&url_id=418>. Acesso em:
21/03/2013.
DESPORTOS DE GINASIO. Modalidades aeróbicas:
step. Disponível em: <http://www.desportosdeginasio.
com/areas/artigo.asp?area=3&IDconteudo=44&IDsu
barea=11>. Acesso em: 20 mar. 2013.
JUCÁ, M. Step: teoria e prática. Rio de Janeiro:
Sprint, 2004.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
49
4 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
SCRIBD. Apostila de step. Disponível em: <http://
pt.scribd.com/Marcielemnr/d/17199778-ApostilaStep>. Acesso em: 21 mar. 2013.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO
CURSO DE ENFERMAGEM
PROFESSORAS: BEATRIZ KOPPE E NOEMIA HEPP PANKE
5.1 SÍNTESE
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Enfermagem
Gênero: Síntese
Aluna: Bianca Gemin Ribas
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O artigo “Refletindo sobre o cuidar e o ensinar
da Enfermagem”, de Alessandra Conceição Leite
Funchal Camacho e Fátima Helena do Espírito
Santo (2001), faz uma reflexão do cuidar e ensinar
em Enfermagem, para que os alunos desenvolvam
e tenham uma consciência crítica do ensino da
Enfermagem.
Conclui que, na Enfermagem, há necessidade de
estudos mais avançados para alcançar um olhar
crítico sobre os campos de trabalho. Sendo assim,
a Enfermagem não é somente um conjunto de
técnicas, mas também um campo para desenvolver
pesquisas e ganhar experiências tanto na vida
acadêmica como na profissional.
Durante o curso, o cuidar e ensinar são peças
essenciais no avanço da Enfermagem. Com o
aprendizado, o estudante aprende a lidar com o
cliente mesmo com a impressão de que pode errar
em algum procedimento. Com sua sensibilidade, ele
adquire a visão de que o cliente precisa de cuidados
REFERÊNCIA
CAMACHO, Conceição Leite Funchal; ESPÍRITO
SANTO, Fátima Helena do. Refletindo sobre
cuidar e ensinar na enfermagem. Rev.latino-am.
enfermagem. Ribeirão Preto, v. 9, n. 1, p. 13-17, jan.
2001.
e atenção. Sendo assim, para cuidar investe-se de
uma sabedoria zelosa.
Com a construção de conhecimentos, a teoria e a
prática em Enfermagem se tornam mais eficazes,
fazendo com que o aluno faça novas descobertas e
compreenda seus pacientes. No transcorrer da vida
acadêmica, é importante também procurar novos
caminhos dentro do campo da Enfermagem.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
51
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
5.2 RESUMO INFORMATIVO
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Enfermagem
Gênero: Resumo Informativo
Aluna: Cláudia Elis Robassa Hunzicker
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “Efeitos fisiológicos do tocar”, do livro
“Tocar: o significado humano da pele”, de Montagu
(1998), apresenta experimentos com bebês e
filhotes de animais que relacionam a atenção tátil
e as vantagens no crescimento. Mostra que a pele
tem função imunológica e evidencia a importância
do contato afetivo. Por meio de experimentos
com ratos pré-desmamados maternalmente
privados, prova que a interação mãe-filhote é o
fator responsável pela inversão de efeitos negativos
da separação materna, pois a produção da enzima
ODC volta ao normal após o retorno da mãe.
Explica que o caso se assemelha ao retardo de
afetivo e a estimulação tátil têm efeitos profundos
sobre o organismo, tanto fisiológicos quanto
comportamentais.
REFERÊNCIA
MONTAGU, Asheley. Efeitos fisiológicos do
tocar. In: Tocar: o significado humano da pele. São
Paulo: Summus, 1988, p. 194-199.
crescimento exibido por crianças sem estimulação
tátil, o que dá origem ao “nanismo psicossocial”.
Identifica que condições psicossociais desfavoráveis
e ambiente desagradável acarretam efeitos negativos
à criança, como o hipopituitarismo idiopático e
déficit endócrino fisiológico, comprometendo tanto
o seu crescimento físico como psicológico e social.
Tem-se, como conclusão do capítulo, que o contato
52
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
5.3 RESUMO CRÍTICO
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Enfermagem
Gênero: Resumo crítico
Alunas: Diesca Ribeiro da Silva e Cláudia Elis Robassa Hunzicker
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “Doenças neurodegenerativas”, de
Strand (2004), explica que, após muito estudo,
usar a suplementação nutricional em pacientes não
é uma medicina alternativa, mas uma medicina
complementar. Os pacientes de hoje aceitam o fato
de que desenvolverão uma ou várias dessas doenças
degenerativas crônicas, mas não se preocupam em
se prevenir, pois veem os medicamentos como sua
cura. A leitura deste capítulo é fundamental para
compreender melhor a importância da nutrição na
saúde do ser humano.
REFERÊNCIA
STRAND, Ray D. Doenças neurodegenerativas.
In: O que seu médico não sabe sobre medicina
nutricional pode estar matando você. São Paulo:
M. Books do Brasil, 2004, p. 121-131.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
53
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
5.4 RELATÓRIO:
PRÁTICA SOCIAL: DOAÇÃO E AMOR AO PRÓXIMO
BASEADO EM ANA NÉRI
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Enfermagem
Gênero: Relatório
Aluna: Rosemeire Fermino Costa
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
1 INTRODUÇÃO
Este relatório foi solicitado pela professora Beatriz
Koppe como forma de avaliação de primeiro
bimestre do segundo período na disciplina de
Produção Acadêmica II, do curso de Enfermagem,
nos meses de julho a setembro de 2012, como pré-requisito para aprovação na disciplina da Faculdade
Dom Bosco.
Com o objetivo de identificar a prática social nas
ações de Ana Néri, mostrando-se também a história
e seus feitos de prática social, escolheu-se esse
assunto porque ela é percussora da enfermagem e
segue até os dias de hoje como grande exemplo a
todos que dedicam a sua vida à prática social.
Com base no filme “Brava Gente” e no texto
“Enfermagem como prática social: um exercício de
reflexão”, de Trezza, Santos e Leite, fundamenta-se a
análise revelando a prática social.
Em sala, assistiu-se ao filme e iniciaram-se os resumos.
Escolhido o texto, fez-se a fundamentação teórica.
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Para fazer a análise, foi necessário pesquisar um
pouco da vida dos autores, concluindo com uma breve
consideração final, expondo um pouco da opinião.
2 RELATO
O filme “Ana Néri – Brava Gente” teve a interpretação
da atriz Marilha Pêra. Ele conta a Guerra do Paraguai,
de 1865, no Hospital São Lázaro, cidade de Ângulo de
Santa Catarina. Ana chega ao Hospital de Campanha
a fim de ficar perto de seus três filhos e mais irmãos
e sobrinhos que estavam no campo de batalha e
ajudar a cuidar dos feridos. Recepcionada pelo Sr.
Ramon, que se tornaria amigo mais tarde, se deparou
com um cenário doloroso, diante da falta condições,
como falta de higiene, matérias e excesso de doentes,
entre outras dificuldades. Ana chamou atenção pela
sua coragem e generosidade com que tratava os
pacientes. O Hospital de Campanha São Lázaro era
administrado por médicos militares, o que dificultava
a sobrevida dos doentes, pois havia muito descaso e
foi marcado por uma forte rigidez militar.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
Dr. Amureto, chefe militar daquele hospital,
recebeu Ana de forma hostil, ditou várias regras,
entre elas, a proibição de contato com a “bolha”,
local onde ficavam pacientes altamente contagiosos.
Ana concordou e foi repousar. Durante aquela noite
ouviu uma criança chorando e ao ver que se tratava
de um paraguaio e que nada tinha sido feito para
ajudá-lo, tentou em vão pedir ajuda aos médicos
para salvar a perna daquela pobre criança que já
estava gangrenando. Diante de tal situação, com
ajuda de Ramon, resolveu operar o menino. No dia
seguinte, teve que enfrentar a fúria dos médicos e
como forma de castigo por ter desacatado ordens,
foi obrigada a lavar todas as roupas dos doentes.
Foi então que Ana resolveu não lavar apenas as
roupas dos doentes, mas toda roupa suja que ali se
encontrava. Mais uma vez contou com a ajuda de
Ramon e outros amigos.
O cenário era de muita sujeira, escuridão e dor.
Ana criou cinco grupos de atuação: o primeiro
cuidaria do banho; o segundo grupo cuidava do
café da manhã; o terceiro, do corte de cabelos e
barbas; o quarto trava de arrumar cal para acabar
com os piolhos; o quinto se encarregava de acabar
com cobras, ratos e baratas que se instalavam nas
enfermarias. As fendas do acampamento foram
abertas, deixando o sol dar vida e luz aos doentes.
Dr. Amureto não via com bons olhos tais mudanças,
pois Ana estava se tornando muito popular entre os
doentes. Havia inveja e até mesmo um receio de que
mais tarde Ana viesse a comandar o hospital.
Certa noite, Ana foi até o isolamento, local então
proibido sob pena de se submissão à pena máxima
da Corte Marcial, para quem ousasse entrar lá.
Porém, Ana se mostrou forte ao se deparar com
outra realidade. Ali se tratava de um lugar onde
prisioneiros paraguaios eram torturados até a
morte. Ana libertou o Tenente-Coronel, único que
ainda estava vivo. Com a fuga do Tenente-Coronel,
foi aberto um inquérito para investigar quem teria
libertado o prisioneiro. Na mesma manhã, Ana
descobriu que seu filho Justiniano havia sido morto
em combate. Ela manifestou tristeza e dor. Durante
as investigações sob o inquérito instaurado da fuga
do Tenente-Coronel, houve a visita de Marechal
Caxias. Ana confessou ter libertado o prisioneiro,
porém acabou com a rigidez e impunidades feitas
pelo Dr. Amureto. Foi nesse momento, ao denunciá-lo para a Corte Marcial, que Ana ficou conhecida
como Mãe dos Brasileiros, uma heroína que antes
de tratar o ferimento de seus pacientes os afagava de
forma carinhosa e gentil.
Ela permaneceu no hospital até o fim da guerra. Teve
sua vida salva durante um ataque dos paraguaios
pelo então Tenente-Coronel, a quem havia dado
liberdade. Ramon e Taiti morreram no combate.
Ana perdeu um filho e um sobrinho, e a guerra foi
vencida pelo Brasil em março de 1870. Ana retornou
à Bahia e morreu aos 66 anos, em 20 de maio de
1880, na cidade do Rio de Janeiro.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O texto “Enfermagem como prática social: um
exercício de reflexão” mostra que a Enfermagem
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
55
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
viveu de forma contínua em um processo que
se pode chamar de evolução; o termo “evoluir”
tem um sentido genérico de desenvolvimento,
acontecimento, ação, entre outros.
a vida e protelar a morte. Antes eram exercidos
por mulheres que não tinham conhecimentos
científicos, porém eram consideradas sábias pelo
povo, mas bruxas pela Igreja.
O conceito de evolução se aproxima ao fenômeno
“sociedade” no que se refere ao processo de
desenvolvimento de uma sociedade, seja por suas
formas e instituições ou culturais.
Na segunda metade do século XIX, Florence
Nightingale propôs um movimento de resgate
às enfermeiras. Dessa forma, fez com que a
enfermagem passasse por uma fase de “redefinição”,
em que sua prática passa a ser descrita como
“ciência, arte, ideal”. Florence Nightingale, na
medida de suas possibilidades, tentou estabelecer
Assim sendo, salienta-se que prática social está
relacionada entre os seres humanos e suas atitudes.
Prática quer dizer capaz de agir. No que se refere ao
termo “social”, define-se como sociedade ou relativo
a ela, ou seja, qualquer tipo de comportamento ou
atitude.
A prática social tem sido vista como um processo de
transformação de uma dada matéria prima. Essa prática
ligada à atividade material não é exclusiva, sendo assim,
existe uma relação entre prática social e desenvolvimento
de uma atividade de “por e para pessoas”.
Desta forma, é possível dizer que a prática social se
insere no processo cultural, ou seja, é produzida a
partir da relação do ser humano e da natureza. Em
outras palavras, pode-se propor que a prática social
seja entendida como uma ação que se desenvolve
em resposta a um interesse ou necessidade do ser
humano e sociedade. Neste contexto, a versão do
texto em questão se cruza com a história contada no
filme de Ana Neri, pois ambos falam da evolução na
enfermagem diante de práticas sociais.
Desde as primeiras organizações humanas, era
reconhecida a necessidade de cuidar, para preservar
56
um novo estatuto para a Enfermagem, sendo
altamente favorável à lógica econômica que se
instalava. Ao definir Ciência, Arte e Ideal, foi
possível colocar a enfermagem no mesmo patamar
das outras profissões, reconquistar saberes que lhe
tinham sido expropriados e assegurar-lhe respeito e
credibilidade.
O século XX trouxe para saúde, particularmente,
o aprimoramento tecnológico de instrumentos de
trabalho, e na enfermagem este aprimoramento
aconteceu na busca pela cientificização do seu saber,
na tecnização do cuidado de enfermagem e no
domínio de equipamentos de ponta. A concepção
do trabalho de enfermagem só foi possível por meio
de ideias de enfermeiras norte-americanas, e no
Brasil, com a influência de estudos apresentados e
discutidos, em 1979, no XXXI Congresso Brasileiro
de Enfermagem. No fim das décadas de 70 e 80,
foram dedicados pelas organizações da Enfermagem
ao resgate deste reconhecimento da enfermagem
como prática social.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
É visível como naquela época a Enfermagem já era
vista como uma profissão permanente através da
história, mediante adaptações contínuas às novas
expectativas da sociedade.
A exemplo disso, o XXXIX CBEn, em Salvador BA,
no ano de 1987, dedicou todo seu temário oficial à
discussão social sobre o trabalho de enfermagem,
ressaltando o processo de divisão social e técnica
desse trabalho, suas condições e inserção no
mercado de trabalho.
A Associação Brasileira de Enfermagem Nacional e
instituições como Ministério da Saúde, Organização
Mundial da Saúde também escreveram sobre a
Enfermagem, considerando-a como prática social.
Isso fez com que a profissão fosse corresponsável pelo
processo de prestação de serviços a saúde às pessoas.
Assim, entender a Enfermagem como prática social
significa visualizá-la no mesmo patamar das outras
profissões que dividem o trabalho de produzir
serviços de saúde. Dessa forma, a Enfermagem deixa
de ser discutida no interior de uma sala acadêmica e
passa a ocupar meios de comunicação se obrigando
a negociar, articular, lutar para se fazer compreender
e ser aceita por toda população. Disso decorre como
uma profissão, tal qual tanta com quem partilha a
responsabilidade de prestar assistência à saúde das
pessoas.
A Enfermagem enquanto prática social se trata de
uma profissão dinâmica, sujeita a alterações e que
está sempre incorporando novas reflexões sobre
novos temas, problemas, ações, mantendo seu
principio ético de restaurar a dignidade do corpo
em todos os âmbitos da vida. Na atualidade, a
Enfermagem tem sido exercida de acordo com a Lei
Federal (nº 7498/86), na qual são divididas as tarefas
de acordo com o grau de acadêmico, em que cada
profissional tem seus direitos e deveres assegurados
por lei.
A compreensão da Enfermagem como prática social
amplia uma visão de crítica sobre a organização
e implementação do processo educacional,
estreitando as relações entre academia e serviços.
Salienta-se que a Enfermagem interpretada como
prática social produz um conhecimento no que
diz respeito à sobrevivência dos trabalhadores de
Enfermagem.
Diante de tais situações, é importante que se ampliem
as suas possibilidades de desenvolver relações
cooperativas resolutivas com seus consumidores.
Contudo, a Enfermagem como prática social é
considerada como trabalho necessário e de interesse
da sociedade, onde seu produto final é o cuidado
de enfermagem à pessoa no seu processo saúdedoença.
4 ANÁLISE
A Enfermagem surgiu no desenvolvimento e
evolução das práticas de saúde, no decorrer do
período histórico.
No início do século X, a Enfermagem era exercida
por mulheres que não tinham conhecimentos
científicos, porém eram consideradas sábias pelo
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
57
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
povo, mas bruxas pela Igreja. Com o passar dos anos
e as mudanças do feudalismo para o capitalismo,
os serviços de saúde passaram a serem exercidos
por vários profissionais da saúde, porém eram
subordinados aos médicos, detentores do saber.
Ao se comparar as informações do texto às do filme,
vê-se que Ana Néri fez parte dessa história não
somente pelos cuidados que prestou aos doentes,
mas também por ter feito parte do processo de
mudança nas práticas de saúde, elevando a profissão
de Enfermagem.
De acordo com Trezza, Santos e Leite, na primeira
metade do século XIX, as enfermeiras estavam
distribuídas em dois espaços distintos: o primeiro
era aquele do início do capitalismo, em que sua
prática era exercida em péssimas condições, sem
o reconhecimento e o respeito devido. O segundo
tratava de uma prática religiosa misturada com
enfermagem, pois trabalhava sob submissão dentro
das instituições religiosas. Na segunda metade do
século, Florence Nightingale propôs um movimento
de resgate às enfermeiras.
Nessa época, a Enfermagem passa por uma fase de
“redefinição”, em que sua prática passa a ser descrita
como “ciência, arte, ideal”. Florence Nightingale, na
medida de suas possibilidades, tentou estabelecer um
novo estatuto para a Enfermagem, sendo altamente
favorável à lógica econômica que se instalava. Ao
definir Ciência, Arte e Ideal, foi possível colocar
a Enfermagem no mesmo patamar das outras
profissões, reconquistar saberes que lhe tinham sido
expropriados e assegurar-lhe respeito e credibilidade.
58
No Brasil, o filme mostra que Ana Néri também muito
fez em relação às práticas de saúde. Desde então, a
história de Ana Néri e de Florence Nightingale vem
se unindo à prática social e ganhando espaço dentro
das universidades e centros de pesquisa, ressaltando
que ambas tinham como princípio o ato de cuidar e
zelar pelo bem-estar da sociedade. A Enfermagem
como prática social evoluiu o conhecimento
científico e tecnológico aliado a uma nova visão de
que, para se fazer prática social, é necessário ter um
princípio ético de manter ou restaurar a dignidade
do corpo em todos os âmbitos da vida.
Pode-se concluir que a história da Enfermagem
como prática social não teria sido a mesma no
sentido de evolução e respeito se não tivesse havido
heroínas como as precursoras no mundo e no Brasil.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após ler o texto “Enfermagem como prática social:
um exercício de reflexão’’ e compará-lo com o filme
“Brava Gente”, pode-se dizer que ambos tratam de
um só assunto: “a evolução da enfermagem no Brasil”.
Segundo Trezza, Santos e Leite, a evolução quer dizer
desenvolvimento de uma ideia, acontecimento, ação,
entre outros. Sendo assim, o texto e o filme fazem
uma reflexão sobre a importância da Enfermagem
desde os tempos antigos até os dias de hoje.
Ana Néri e Florence Nightingale deixaram um
exemplo de luta, superação e ação e fizeram da
Enfermagem uma profissão de valor. A Enfermagem
deixou de ser cuidado e passou a ser também ciência,
respeitando os direitos dos profissionais, assim
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
como o dos pacientes. O compromisso enquanto
profissional da saúde não deve compreender apenas
o atendimento tecnicista e científico, embora sejam
de grande importância, mas também deve-se estar
preparado para se doar. Enfermagem é, acima de
tudo, doação. Quando se consegue unir prática
social e amor ao próximo forma-se um valioso
profissional de enfermagem.
REFERÊNCIAS
BRAVA GENTE: A HISTÓRIA DE ANA NÉRI.
Direção de Roberto Farias. Rio de Janeiro. Globo
Produções. 2002 (45min.): son., color. DVD.
TREZZA, F. et.al. Enfermagem como prática
social: um exercício de reflexão. Brasília, nov./
dez. 2008. Revista Brasileira de Enfermagem.
Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/
pdf/2670/267019603019.pdf>. Acesso em: 27 set.
2012.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
5.5 RESENHA DESCRITIVA: TRANSFORMAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM NO SUPORTE AOS TRANSPLANTES NO BRASIL
Disciplina: Produção Acadêmica III – Resenha
Curso: Enfermagem
Gênero: Resenha descritiva
Aluna: Loany Prado Tenorio1
Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke
O artigo “Transformações na administração em
enfermagem no suporte aos transplantes no Brasil”,
de Cintra e Sanna (2005), relata sobre a atuação da
Enfermagem nos últimos 40 anos e a importância
de sua participação na assistência durante todo
procedimento cirúrgico de transplantes. Cintra é
acadêmica do 4º ano da Faculdade de Enfermagem
da Universidade de Santo Amaro, São Paulo, e
Sanna é enfermeira, doutora em Enfermagem,
professora titular da Faculdade de Enfermagem da
Universidade de Santo Amaro e líder do Centro de
Estudos e Pesquisas sobre a História da Enfermagem
da UNISA.
O texto mostra que o sucesso na realização de
transplantes foi possível devido à atuação gerencial
e participação ativa da Enfermagem durante todo o
processo cirúrgico para realização de todos os tipos
de transplantes. A construção do texto deu-se a partir
de Sabinston (1993), Petroiannu (1997), Kurcgant
(1991), entre outros autores.
Inicialmente, as autoras explicam que o transplante
é um procedimento de remoção e implantação de
uma parte ou órgão do corpo na mesma pessoa ou
em outra, por meio de técnicas cirúrgicas e métodos
eficazes de conservação de órgãos que requer uma
infraestrutura complexa para sua realização.
Segundo o texto, os transplantes tiveram início
no final da década de 1940, mas apenas em
1954 foi realizado o primeiro transplante renal
com sucesso, em Boston. Daí em diante, muitos
outros transplantes foram realizados devido ao
desenvolvimento de drogas imunossupressoras e
avanços organizacionais para o acontecimento dos
transplantes.
A atuação de Enfermagem estendeu-se do momento
da internação até o pós-operatório, com integração
1 Acadêmica do 3º período de Enfermagem da Faculdade Dom Bosco.
60
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
com a equipe médica e com outros departamentos
do hospital, melhorando a qualidade do serviço de
assistência.
jan/fev. 2005. Disponível em: <hhttp://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S003471672005000100015&scr
ipt=sci_arttex>. Acesso em: 11 mar. 2012.
Para obtenção desses sucessos, a participação da
Enfermagem foi vital para suprir as necessidades
básicas de um transplante, acompanhando a
evolução tecnológica e científica, provendo um
ambiente adequado à realização de variados tipos
de transplantes que gradualmente ocorreram.
Os resultados do estudo realizado pelas autoras foi
possível devido à participação da Enfermagem nos
transplantes realizados nos últimos 40 anos.
Nota-se, na prática da profissão, que, embora
haja progressos em vários sentidos, ainda falta
reconhecimento e valorização das pessoas que
atuam como enfermeiros em diferentes setores.
Como por exemplo, a remuneração não condiz com
a responsabilidade desse trabalho.
Escrito de forma simples e coerente, o texto é
indicado a profissionais da área da saúde, bem
como pessoas ligadas a processos cirúrgicos de
transplantes. As autoras fazem compreender a
importante participação da Enfermagem e como
essa categoria profissional conquistou forte
influência causada na realização de procedimentos
no histórico dos transplantes nos últimos anos.
REFERÊNCIA
CINTRA, Vivian; SANNA, Maria Cristina.
Transformações na administração em enfermagem
no suporte aos transplantes no Brasil. Revista
Brasileira de Enfermagem, v. 58, n. 1, Brasília,
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
5.6 RESENHA CRÍTICA: QUALIDADE NO SERVIÇO DE SAÚDE
Disciplina: Produção Acadêmica III – Resenha
Curso: Enfermagem
Gênero: Resenha crítica
Aluno: Erickson Soares1
Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke
O artigo “O cuidado de si como condição para
o cuidado dos outros na prática de saúde”, escrito
por Lunardi et al. (2004), fala sobre a necessidade
do profissional da saúde manter a autoestima para
dispor de condições de cuidar dos seus pacientes.
A autora principal é doutora em Enfermagem,
professora da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul e pesquisadora CNPq. O texto aborda o tema
de forma clara. Lunardi conta com a participação
dos autores Silveira, Soares, Lunardi Filho e Lipinski.
A autora foca a questão da liberdade que o
profissional da saúde precisa para se questionar
sobre suas ações e tomar decisões que objetivem sua
valorização como profissional e como ser humano,
pois assim um profissional possui mais capacidade,
segurança e firmeza para agir com os pacientes de
forma qualitativa.
Declaram que o profissional, quando cuida de modo
adequado de si mesmo, nos aspectos socioeconômico,
psicológico e emocional, encontra condições em
se relacionar e se conduzir adequadamente na
relação com os demais profissionais e pacientes.
Argumentam, também, que em algumas instituições
de saúde alguns modos adotados prejudicam os
profissionais, o que pode comprometer a qualidade
do serviço prestado, e assim, os profissionais são
responsabilizados indevidamente.
Abordam questões gerais das relações do profissional
com a profissão, com instituições e com a equipe de
trabalho, pautando-se em valores como o respeito à
vida e ao ser humano. Alegam que há a necessidade
do profissional da Enfermagem reconhecer no
paciente um ser humano.
Lunardi et al. (2004) dizem: “é necessário olhar
criticamente para as nossas práticas e para as
relações que estabelecemos em nossa vida pessoal e
profissional, para termos um viver pautado na ética”.
Já o artigo “Qualidade na assistência de Enfermagem
Hospitalar: visão dos alunos de graduação”, de
Gabriel et al. (2010), relata depoimentos de
1 Acadêmico do 3º período de Enfermagem da Faculdade Dom Bosco.
62
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
acadêmicos de Enfermagem sobre a necessidade
de se buscar a melhoria na assistência hospitalar.
A autora é doutora em Enfermagem, professora
da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto e da
Universidade de São Paulo (EERP/USP).
Os autores relacionam-se ao texto de Lunardi
et al. quando afirmam que a humanização pode
ser observada como estratégia para influenciar
a melhoria na qualidade da assistência, que é
entendida pelos enfermeiros como a promoção de
um cuidado integral aos pacientes, na perspectiva
de cuidar do outro como de si.
Em seu texto, Gabriel et al. ressaltam que para obter
qualidade na assistência prestada aos pacientes,
é necessário que se estabeleça um processo de
educação e capacitação dos funcionários.
Ao comparar os dois textos, percebe-se que um
completa o outro no sentido de que a qualidade
do serviço prestado pela Enfermagem depende
de alguns fatores técnicos, como capacitação e
aperfeiçoamento do profissional, e de fatores
pessoais, como sua qualidade de vida.
serviço possui capacidade de gerir e fazer funcionar
um bom serviço. Logo, o resultado é a satisfação e
promoção da saúde dos seus usuários.
Os textos são de interesse de profissionais da
área da saúde, acadêmicos e pessoas que queiram
apreender sobre a promoção de qualidade de vida
dos profissionais e pacientes/clientes. Os autores
fazem uma análise e propõem meios para que
sejam pensadas estratégias humanistas objetivando
soluções.
REFERÊNCIAS
GABRIEL, Carmen Silvia et al. Qualidade na
assistência de enfermagem hospitalar: visão dos
alunos de graduação. Rev. Gaúcha Enfermagem,
Porto Alegre, v. 31, n. 3, set. 2010.
LUNARDI, Valéria Lerche et al. O cuidado de si
como condição para o cuidado dos outros na prática
de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão
Preto, v. 12, n. 6, nov. dez. 2004.
Sabe-se então que, para que hajam pacientes/clientes
satisfeitos com a assistência, é preciso que, antes, os
funcionários de determinada instituição estejam
preparados tanto científica quanto socialmente.
Por isso, é preciso que nas instituições de saúde
sejam planejadas estratégias que visem à qualidade
do profissional, proporcionando-lhe liberdade para
agir de forma coesa e livremente. Entende-se que
um profissional bem situado em seu ambiente de
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
63
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
5.7 ARTIGO DE REVISÃO: DIABETES NA GESTAÇÃO
Disciplina: Produção Acadêmica IV
Curso: Enfermagem
Gênero: Artigo de revisão
Alunas: Gislaine Danilia Oliveira e Ozeia Diane Oliveira de Souza1
Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke
RESUMO: O objetivo desse trabalho é oportunizar
informações às pessoas que procuram saber sobre o
diabetes gestacional. Sendo assim, aborda quais os
tipos que existem e qual o impacto que a população
tem com a doença. Ainda, qual o risco que a
gestante e o bebê correm, quais os tipos de cuidados
e tratamentos, a importância do acompanhamento
do pré-natal, a alimentação adequada e os exercícios
físicos que colaboram para a saúde dessas mulheres.
Palavras-chave: Diabetes gestacional. Tratamento.
Nutrição. Exercício físico.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo refere-se ao diabetes na gestação. Apresenta,
no primeiro momento, um levantamento e tratamento
do diabetes no Brasil. Define sua classificação e
fisiopatologia, mostra os tipos de diabetes existentes e
o tratamento adequado a cada uma.
Após, aponta o papel da Enfermagem diante do
paciente e os cuidados que ele deve ter. Mostra quais
os benefícios e quais os riscos que ele corre caso não
seja submetido ao tratamento adequado.
O artigo mostra qual o impacto que a população
tem com a diabetes, qual a mudança do estilo de
vida, o tratamento a ser realizado e a prevenção
de complicações geradas pelo diabetes. Ele aponta
quais os problemas que a diabetes pode desenvolver
no decorrer da vida, e como as pessoas devem
mudar seus hábitos e compreender a mudança que
irá existir, criando motivação para realizar as etapas
do tratamento.
Em seguida, reflete sobre o diabetes na gestação,
salientando os cuidados e os tipos de tratamento, a
importância do acompanhamento do pré-natalista nas
consultas com as gestantes, fazendo o monitoramento
fetal.
O artigo fala sobre a alimentação diferenciada e
quais as recomendações feitas por nutricionistas.
Além da alimentação, é necessário que a paciente
1 Acadêmicas do 4° período do curso de Enfermagem da Faculdade Dom Bosco.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
tenha o hábito de fazer exercício físico e faça um
acompanhamento com profissionais da área.
muitas diferenças entre os indivíduos dentro de
cada categoria.
Por fim, aponta quais os cuidados necessários
durante o parto, o momento que a paciente necessita
da insulina e quais os cuidados emque precisa ter no
pós-parto antes de amamentar.
Em segundo lugar, exceto para os indivíduos com
diabetes do tipo 1, os pacientes podem passar de uma
categoria para outra. Por exemplo, uma mulher com
diabetes gestacional pode, depois do parto, passar
à categoria do tipo 2. O pré-diabetes é classificado
2 DIABETES NO BRASIL
Conforme pesquisa feita pelo Ministério da Saúde,
hoje as pessoas têm maiores conhecimentos e
informações sobre as doenças e os perigos que as
mesmas podem trazer.
Conforme o Ministério da Saúde (2011, p. 1):
O Centro Nacional de pesquisa sobre a prevalência
de diabetes no Brasil era de 7,6% na população entre
30 e 69 anos no período de 1986 e 1989. Dentre os
dados obtidos foi constatado que 50% das pessoas não
conheciam o diagnóstico, sendo que 11 milhões de
pessoas eram portadoras do diabetes e hipertensão,
tendo uma prevalência de 11% para pessoas de 40 anos.
Na campanha nacional de detecção de diabetes com uma
população de 22,1 milhões de pessoas de 40 anos foram
encontrados mais 346 mil novos casos de diabetes.
2.1 DIABETES: CLASSIFICAÇÃO
De acordo com o site www.diabetes.org.br, as
principais classificações do diabetes são: diabetes do
tipo 1, tipo 2, diabetes gestacional e diabetes mellitus,
associada a outras condições ou síndromes. Os
diferentes tipos de diabetes mellitus variam na sua
etiologia, evolução clínica e tratamento. O sistema
de classificação é dinâmico de duas maneiras. Em
primeiro lugar, os achados de pesquisa sugerem
como comprometimento da tolerância à glicose ou
comprometimento da glicose em jejum e refere-se a
uma condição em que os níveis de glicemia situam-se entre valores normais e aqueles considerados
diagnósticos para o diabetes.
2.2 DIABETES E FISIOPATOLOGIA
De acordo com Brunner (2011), a insulina é secretada
pela célula beta e é um hormônio anabólico ou de
armazenamento. Quando uma pessoa ingere uma
refeição, a secreção de insulina aumenta e induz o
movimento da glicose do sangue para o músculo, o
fígado e as células adiposas. Nessas células, a insulina:
• Transporta e metaboliza a glicose para produzir
energia;
• Estimula o armazenamento da glicose no fígado
e no músculo (na forma de glicogênio);
• Sinaliza o fígado para interromper a liberação
de glicose;
• Intensifica o armazenamento de lipídios dietéticos no tecido adiposo;
• Acelera o transporte de aminoácido (derivados
das proteínas da dieta) para dentro das células.
A insulina também inibe a degradação da glicose
armazenada, da proteína e dos lipídios, e durante
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
65
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
os períodos de jejum (entre as refeições e durante
a noite), o pâncreas libera continuamente uma
pequena quantidade de insulina (insulina basal);
outro hormônio pancreático, denominado
glucagon (secretado pelas células alfa das ilhotas de
Langerhans) é liberado quando os níveis de glicemia
diminuem e estimulam o fígado a liberar a glicose
armazenada. A insulina e o glucagon, em conjunto,
mantêm um nível constante de glicose no sangue ao
estimular a liberação de glicose pelo fígado.
No início, o fígado produz glicose por meio da
degradação do glicogênio. Depois de 8 a 12h
sem alimento, o fígado forma glicose a partir
da degradação de substâncias não carboidratos,
incluindo aminoácidos.
2.3 TIPOS DE DIABETES
Segundo o site http://www.diabetes.org.br/tipos-dediabetes, há três tipos de diabetes: diabetes tipo 1,
diabetes tipo 2 e diabetes gestacional.
Diabetes tipo 1 – É também conhecido como
diabetes insulinodependente, diabetes infantojuvenil e diabetes imunomediado. Neste tipo de
diabetes a produção de insulina do pâncreas é
insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos
de destruição autoimune. Os portadores de diabetes
tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para
manterem a glicose no sangue em valores normais.
Há risco de vida se as doses de insulina não são
dadas diariamente. O diabetes tipo 1, embora ocorra
em qualquer idade, é mais comum em crianças,
adolescentes ou adultos jovens.
66
Diabetes tipo 2 – É também chamado de diabetes
não insulinodependente ou diabetes do adulto e
corresponde a 90% dos casos de diabetes. Ocorre
geralmente em pessoas obesas com mais de 40
anos de idade, embora na atualidade seja vista
com maior frequência em jovens, em virtude de
maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da
vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a
presença de insulina, porém sua ação é dificultada
pela obesidade, o que é conhecido como resistência
insulínica, uma das causas de hiperglicemia. Por ser
pouco sintomático, o diabetes, na maioria das vezes,
permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem
tratamento, o que favorece a ocorrência de suas
complicações no coração e no cérebro.
Diabetes gestacional – A presença de glicose
elevada no sangue durante a gravidez é denominada
de diabetes gestacional. Geralmente a glicose no
sangue se normaliza após o parto. No entanto, as
mulheres que apresentam ou apresentaram diabetes
gestacional possuem maior risco de desenvolverem
diabetes tipo 2 tardiamente, o mesmo ocorrendo
com os filhos.
2.4 TRATAMENTOS PÚBLICOS PARA O DIABETE
Todas as pessoas com diabetes têm direito de fazer
exames periódicos e acompanhamento gratuitos nas
unidades de saúde, e pegar os remédios necessários
para o tratamento.
Conforme o site www.curitiba.pr.gov.br,
Curitiba tem cerca de 40 mil pacientes cadastrados nos
grupos de controle da diabetes, existentes em todas
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
as unidades básicas e de Saúde da Família. Além de
fazer consultas, exames e retirar medicamentos, os
pacientes que frequentam esses grupos têm acesso
a acompanhamento nutricional, indispensável para
a reeducação alimentar e reelaboração da dieta;
educador físico, para orientar a prática física regular e
monitorada; farmacêutico, para auxiliar na medicação
correta; psicólogo, para ajudar na aceitação da doença
e nas responsabilidades que ela implica por parte do
paciente; e fisioterapeuta, que ensinam os pacientes a
cuidar dos pés, que podem ser afetados pela perda de
sensibilidade e, ao sofrer lesões, favorecer a instalação
de infecções. Esses profissionais, que também prestam
atendimento a outros pacientes usuários da rede
municipal de saúde, fazem parte dos 29 Núcleos de
Apoio em Atenção Primária à Saúde (NAAPS).
2.5 ENFERMAGEM COMO AUXILIAR
NO TRATAMENTO DO DIABETES
A Enfermagem tem um papel relevante na prevenção
e no tratamento do diabetes. Entre suas funções,
citam-se:
• Desenvolver atividades educativas, por meio de
ações individuais e/ou coletivas, de promoção
de saúde com todas as pessoas da comunidade.
• Desenvolver atividades educativas individuais
ou em grupo com os pacientes diabéticos.
• Capacitar os auxiliares de enfermagem e os
agentes comunitários e supervisionar, de forma
permanente, suas atividades.
• Realizar consulta de Enfermagem com
pessoas com maior risco para diabetes tipo
2 identificadas pelos agentes comunitários,
definindo claramente a presença do risco e
encaminhado ao médico da unidade para
rastreamento com glicemia de jejum quando
necessário.
• Realizar consulta de enfermagem, abordando
fatores de risco, estratificando risco
cardiovascular, orientando mudanças no estilo
de vida e tratamento não medicamentoso,
verificando adesão e possíveis intercorrências
ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao
médico, quando necessário.
• Estabelecer, junto à equipe, estratégias que
possam favorecer a adesão (grupos de pacientes
diabéticos).
• Programar, junto à equipe, estratégias para a
educação do paciente.
• Solicitar, durante a consulta de enfermagem, os
exames de rotina definidos como necessários
pelo médico da equipe ou de acordo com
protocolos ou normas técnicas estabelecidas
pelo gestor municipal.
• Orientar pacientes sobre automonitorização
(glicemia capilar) e técnica de aplicação de insulina.
• Repetir a medicação de indivíduos controlados
e sem intercorrências.
• Encaminhar os pacientes portadores de diabetes,
seguindo a periodicidade descrita neste manual,
de acordo com a especificidade de cada caso
(com maior frequência para indivíduos não
aderentes, de difícil controle, portadores de
lesões em órgão salvo ou com morbidades) para
consultas com o médico da equipe.
• Acrescentar, na consulta de enfermagem, o exame
dos membros inferiores para identificação do pé
em risco. Realizar, também, cuidados específicos
nos pés acometidos e nos pés em risco.
• Perseguir, de acordo com o plano individualizado
de cuidado estabelecido junto ao portador de
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
67
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
diabetes, os objetivos e metas do tratamento
(estilo de vida saudável, níveis pressóricos,
hemoglobina e peso).
• Organizar junto ao médico, e com a participação
de toda a equipe de saúde, a distribuição das
tarefas necessárias para o cuidado integral dos
pacientes portadores de diabetes.
• Usar os dados dos cadastros e das consultas de
revisão dos pacientes para avaliar a qualidade do
cuidado prestado em sua unidade e para planejar
ou reformular as ações em saúde (BRUNNER,
2011).
2.6 DIABETES NA GESTAÇÃO
Segundo Brunner (2011), o diabetes mellitus
gestacional (DMG) refere-se a qualquer grau de
intolerância à glicose com início durante a gravidez.
A hiperglicemia desenvolve-se durante a gravidez,
devido à secreção de hormônios placentários,
que provocam resistência à insulina. O diabetes
gestacional acomete até 14% das mulheres grávidas
e aumenta o risco de distúrbio hipertensivo durante
a gravidez.
Ainda conforme Brunner (2011), as mulheres que
são consideradas de alto risco para o DMG e que
devem ser submetidas à triagem para determinação
do nível de glicemia em sua primeira consulta de
pré natal são aquelas com obesidade pronunciada,
história pessoal de DMG, glicosúria ou história
familiar significativa de diabetes. Os grupos étnicos
de alto risco incluem hispano-americanos, indígenas
norte-americanos, americanos de origem asiática,
afrodescendentes e nativos das ilhas do Pacífico.
68
Se essas mulheres de alto risco não apresentarem
DMG na triagem inicial, é necessário repetir o
exame entre 24 e 28 semanas de gestação. Todas as
mulheres com risco médio devem efetuar exames
com 24 a 28 semanas de gestação. O exame não
é especificamente recomendado para mulheres
identificadas como de baixo risco.
As mulheres de baixo risco são aquelas que
preenchem todos os seguintes critérios: idade
inferior a 25 anos, peso normal antes da gravidez,
membro de um grupo étnico com baixa prevalência
de DMG, nenhuma história de tolerância anormal
à glicose, nenhuma história conhecida de diabetes
em parentes em primeiro grau e nenhuma história
de resultados obstétricos grave. As mulheres
consideradas de alto risco ou de risco médio devem
realizar um teste de tolerância a glicose oral, ou
um teste de carga de glicose, seguidas de teste de
tolerância a glicose oral nas mulheres que excedem
o valor do limiar de glicose de 140mg/dl.
O tratamento inicial consiste em modificações
da dieta e monitoramento da glicemia. Se a
hiperglicemia persistir, prescreve-se insulina. As
metas para os níveis de glicemia durante a gravidez
são de 105 mg/dl ou menos antes das refeições e de
130 mg/dl ou menos 2h antes das refeições.
Depois do parto, os níveis de glicemia nas mulheres
com diabetes mellitus gestacional retornam
habitualmente a seu valor normal. Entretanto,
muitas mulheres que tiveram DMG desenvolvem
diabetes do tipo 2 posteriormente durante a vida.
Por esse motivo, uma mulher que teve DMG deve
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
ser aconselhada a manter o seu peso corporal ideal
e a praticar exercícios regularmente para reduzir o
risco de diabetes do tipo 2.
mostram mais comuns em pacientes com diabetes
pré-gestacional e é recomendado entre 19 e 22
semanas de gestação.
2.7 TRATAMENTOS DO DIABETES NA GESTAÇÃO
TERCEIRO TRIMESTRE
De acordo com o site www.diagnosticoetratam
entodadiabetesgestacional.com, a paciente com
diabetes gestacional possui mais risco para o
desenvolvimento da intolerância a glicose em sua
vida tardia. 40% delas desenvolvem diabetes melitus
tipo 2. Essa doença pode ser uma forma “mascarada”
do diabetes tipo 2, que se torna evidente com as
trocas hormonais durante o período gestacional. A
primeira interferência no tratamento dessa paciente
é por meio da dieta, com monitoramento adequado
dos valores da glicemia e acompanhamento do seu
pré-natalista.
A avaliação deve ser iniciada nas gestantes que
iniciam o uso de insulina. O feto tem risco constante
devido à presença da doença vascular, hipertensão,
cetoacidose, pielonefrite e pré-eclampsia; e a
diabetes mellitus bem controlada, sem complicações
por doenças vasculares ou hipertensão, pode levar a
um término de gestação sem anormalidades.
2.8 TRATAMENTO E MONITORAMENTO FETAL
É imprescindível desenvolver um tratamento e
monitoramento fetal, como explica o site www.diag
nosticoetratamentodadiabetesgestacional.com.
PRIMEIRO TRIMESTRE
É a monitorização mínima requerida: avaliação do
tônus cardíaco pelo exame Doppler ultrassonográfico
durante cada visita.
SEGUNDO TRIMESTRE
Medidas dos níveis de alfa-feto proteínas, associada
ao estriol não conjugado e à gonadotrofina coriônica
humana, representando a tríade de rastreamento
para as mal formações típicas visibilizadas entre 16
e 18 semanas de gestação. Anomalias cardíacas se
2.9 PLANO ALIMENTAR DA GESTANTE DIABÉTICA
Conforme o site [email protected], a dieta
da gestante diabética deve ser capaz de satisfazer
as necessidades nutricionais durante a gestação,
permitir um ganho de peso adequado e proporcionar
o controle dos níveis da glicose sanguínea. Precisa-se considerar que as necessidades nutricionais da
gestação variam de acordo com a idade, estatura,
peso pré-gestacional e atual, idade gestacional e
atividade física. Para isso, a avaliação dietética deve
ser feita de forma detalhada, verificando-se o número
e a composição das refeições, grupos de alimentos
presentes, tabus e intolerâncias alimentares.
2.9.1 Recomendações nutricionais
O site [email protected] alerta que
o consumo energético deve ser o suficiente para
se manter um ganho ponderal de peso desejável
durante a gravidez e satisfazer o apetite: em
média, 300 calorias a mais a partir do segundo
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
69
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
trimestre. As gestantes diabéticas obesas devem
consumir o mínimo de 1800 calorias por dia para
que não existam efeitos adversos à mãe ao feto. As
recomendações das proteínas, gorduras, vitaminas e
minerais são iguais às das gestantes não diabéticas.
As refeições devem ser bem fracionadas, de 5 a
seis por dia (desjejum, colação, almoço, lanche da
tarde, jantar e ceia) em horários estabelecidos de
acordo com a insulinoterapia, para que não haja o
risco de hipoglicemia (níveis muito baixo de glicose
no sangue). Os alimentos ricos em carboidrato e
gordurosos devem ser evitados, tais como carnes
gordas, embutidos, laticínios integrais, gordura de
coco, molhos e cremes gordurosos; os óleos vegetais
devem ser provenientes da soja, girassol, milho, oliva
ou canola e as margarinas do tipo light. As carnes
devem ser do tipo magra e podem ser cozidas,
assadas, grelhadas ou refogadas com o mínimo
possível de óleo. Incluir diariamente no cardápio
hortaliças de folha verde escura e frutas cítricas.
2.10 DIABETES E O EXERCÍCIO FÍSICO DE GESTANTES
Ramos (2002) explica que o diabetes é caracterizada
pela deficiência (ou falta) de insulina, possui ação
anabólica e hipoglicemiante (diminuição da taxa
de glicose no sangue), facilitando a penetração de
glicose nas células. A deficiência (insulina) causa
um aumento exagerado na glicemia (hiperglicemia).
Nesse contexto, a atividade física é indicada porque
ajuda no tratamento da diabetes, podendo oferecer
um melhor controle da glicose.
O exercício obriga o organismo a utilizar maiores
quantidades de glicose, melhorando, como visto
anteriormente, a relação glicose, insulina, tecidos,
através do aumento da sensibilidade dos tecidos à
insulina, diminuindo, desta maneira, a necessidade
de insulina no transporte de glicose para dentro
dos tecidos. Esse efeito pode levar à redução na
administração de insulina. “O diabético que pratica
esporte rotineiramente tem um controle mais estável
com menos doses de insulina”.
ADOÇANTES: o açúcar deve ser substituído por
adoçantes e produtos dietéticos à base de aspartame,
sacarina, acessulfame-k e sucralose em quantidade
moderada. Os produtos industrializados devem ser
controlados por meio da leitura dos rótulos para
que se saiba a composição, os produtos que contêm
glicose, dextrose, sacarose e frutose não devem ser
consumidos.
Pode, durante o exercício, ocorrer hipoglicemia
(aumento da absorção de glicose). É válido lembrar
que durante o exercício físico a entrada de glicose
na fibra muscular está facilitada, ainda que por
mecanismo não compreendido pela ciência. Essa
condição (hipoglicemia) pode ser facilitada pela
administração de insulina exógena imediatamente
antes da sessão de exercícios, ocorrendo dessa
SAL: deve ser utilizado moderadamente, no entanto,
excluindo-se alimentos com excesso de sódio:
temperos prontos, embutidos, carnes conservadas
em sal, salgadinhos, entre outros.
maneira uma grande utilização de glicose, causando
enfim hipoglicemia.
70
Enfim, “Em caso de hipoglicemia durante o exercício,
logo após o aparecimento dos sintomas (náuseas,
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
tremores, câimbras e fraqueza) interrompe-se a
atividade e ofereça-se ao aluno uma bala ou água
açucarada.” (RAMOS, 2002, p.28).
2.11 OBJETIVOS GERAIS DA ATIVIDADE FÍSICA
DO DIABÉTICO
Ramos (2002) argumenta que os principais objetivos
da atividade física do diabético e das gestantes, são:
• Controlar o peso corporal;
• Regular o nível de glicose sanguínea;
• Diminuir o risco de doenças coronarianas;
• Diminuir a dose de medicamentos, por meio
dos exercícios;
• Elevar a autoestima;
• Prevenir a nefropatia diabética, por meio da
melhora do controle do diabetes (medicamentos,
alimentação adequação e atividade física).
É preciso prevenir esse caso, pois é uma
complicação renal grave e surge, principalmente,
em pessoas com mais de dez anos de diabetes
mal controlada. Uma vez instalado o tratamento,
pode-se ter apenas o controle.
2.12 PARTO E PÓS-PARTO DA PACIENTE DIABÉTICA
O site www.sielo.br/pdf/rbg explicita que as
gestantes com ótimo controle metabólico e que
não apresentam antecedentes obstétricos de
morte perinatal ou macrossomia ou complicações
associadas, como hipertensão, podem aguardar
a evolução espontânea para o parto. O diabetes
gestacional não é uma indicação para cesariana
e a via do parto é uma decisão obstétrica, sendo
necessária a avaliação da permeabilidade da bacia
materna e de sua proporção com o tamanho fetal.
Em partos com evolução prolongada, cuidadosa
reavaliação das proporções fetopélvicas deve ser
feita no sentido de se evitar a distorcia de ombro. Se
forem observados sinais de desproporção, deve ser
indicada cesariana. Se for programada a interrupção
da gestação antes de 39 semanas, é necessário realizar
amniocentese e avaliação da maturidade pulmonar
com dosagem de fosfatidilglicerol e avaliação da
relação entre leticina e esfmgomielina.
Já no parto programado a gestante deve permanecer
em jejum, a dose diária de insulina suspensa ou
administrada em um terço de sua dose matinal,
e uma solução de glicose a 5 ou 10% deve ser
administrada, com controle da glicemia capilar de
4 em 4 horas; se necessário, administrar insulina de
ação rápida (regular).
No entanto, quando o parto for de início espontâneo
e a insulina diária já tiver sido administrada,
recomenda-se a manutenção de um acesso venoso
com infusão contínua de solução de glicose, além
da monitorização da glicemia. Durante o trabalho
de parto, os níveis de glicemia devem ser mantidos
abaixo de 120 mg/dl; monitorização fetal intraparto é recomendada; é fundamental a presença de
neonatologista na sala de parto.
2.13 MANEJO NO PÓS-PARTO
Conforme o site www.diaetesendocrinologia.org.br,
em mães diabéticas, após o parto, a amamentação
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
71
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
deve ser encorajada e as puérperas com diabete
tipo 1 necessitam observar alguns cuidados na
adequação da dieta e da insulina à lactação e devem
ser orientadas a alimentar-se antes das mamadas.
A ingestão calórica de 1800 kcal/dia é geralmente
suficiente para suprir as necessidades nutricionais
da lactação e permitir a perda gradual de peso.
Todas as mulheres com diagnóstico de diabetes
gestacional devem ser reavaliadas no puerpério
para a reclassificação da condição metabólica. O
teste oral de tolerância à glicose com 75 g deve ser
realizado 6 a 8 semanas após o parto. Emprega-se
o critério diagnóstico da Organização Mundial da
Saúde para a reclassificação da tolerância à glicose.
Contudo, há poucos estudos observacionais
sobre o uso de antidiabéticos orais na lactação. A
glibenclamida não foi detectada no leite materno, e
as glicemias dos bebês foram normais, sugerindo que
a droga seja segura e compatível com aleitamento
nas doses empregadas, apesar do risco teórico de
hipoglicemia no recém-nascido.
Nessa situação, a metformina é excretada no leite
em quantidade inferior a 1% da dose materna
ajustada pelo peso; apesar disso, não é recomendada
na lactação por alguns autores. No entanto, o guia
de referência sobre drogas na gestação e lactação
registra que a metformina é excretada no leite
materno em doses compatíveis com a lactação.
Ainda conforme o site www.diabetesendocrinologia.
org.br, a acarbose absorvida sistemicamente é
inferior a 2% da dose administrada, e, mesmo que
excretada no leite, a quantidade seria irrelevante.
72
A nateglinida, a pioglitazona e a rosiglitazona
provavelmente são excretadas em pequena
quantidade no leite materno. Essas quatro drogas
são consideradas compatíveis com a lactação pelo
guia de referência de drogas na gestação e lactação,
mas os fabricantes desaconselham seu uso. A
glimepridae glipizida provavelmente esteja presente
no leite materno, e apesar da inexistência de dados
de segurança, são consideradas compatíveis com
a amamentação. A clorpropamida e a tolbutamida
são excretadas no leite e potencialmente tóxicas ao
bebê. A repaglinida pode provocar anormalidades
esqueléticas no recém-nascido.
As drogas para o tratamento de complicações do
diabetes que foram suspensas no aconselhamento
pré-concepcional ou na gestação, por razões de
segurança, não devem ser reintroduzidas durante a
lactação. O enalapril e a nifedipina são considerados
compatíveis com a lactação pela American
Association of Pediatrics, apesar da ausência de
evidências robustas. Os bloqueadores dos receptores
da angiotensina não são considerados compatíveis
com a lactação.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos fatos apresentados, o diabetes gestacional
é uma situação de risco para a gestante e para o bebê,
mas que pode ser controlada, possibilitando uma
gestação tranquila, desde que seja diagnosticada no
início da gravidez.
A pesquisa mostra que todas as gestantes que
apresentam diabetes mellitus gestacional devem
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
5 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE ENFERMAGEM
fazer acompanhamento rigoroso com o prénatalista, quando realizarão exames, para evitar
riscos para a mãe e o bebê.
A intervenção nutricional é uma importante aliada
no controle do diabetes gestacional, trazendo
benefícios à saúde. As necessidades nutricionais
durante o período gestacional e lactação são
similares às das mulheres sem diabetes, sendo
assim, a alimentação deve garantir um apropriado
ganho de peso e controle glicêmico.
Para o sucesso do controle do diabetes mellitus
gestacional é necessário a participação da equipe
inter e multidisciplinar, o exercício físico diário
e o cuidado com o pré-natal precoce. Ainda,
a assistência nutricional oportuna e a garantia
da assistência de qualidade ao longo da gestação
permitem a intervenção a partir de orientações
nutricional individualizada e de qualidade, o
que reflete na adequação dos ajustes fisiológicos
gestacionais.
PARTO E PÓS-PARTO DA PACIENTE
DIABÉTICA. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/rbgo>. Aceso em: 1 jun. 2012.
PLANO
ALIMENTAR
DA
GESTANTE
DIABÉTICA. Disponível em: <http://www.port@
ldiabetes.com.br>. Acesso em: 22 fev. 2012.
RAMOS, Alexandre Trindade. Atividade física
diabética, gestantes, terceira idade, criança e
obesos. In: ______. Diabetes e os exercícios físicos
e objetivos gerais da atividade física para o
diabético. 3. ed. Rio de Janeiro, 2002, p. 26-31.
TIPOS DE DIABETES. Disponível em: <http://www.
diabetes.org.br/tipos-de-diabetes>. Acesso em: 15
maio 2012.
TRATAMENTO DA DIABETES GESTACIONAL.
Disponível em: <http://www.diagnósticoetratamen
todadiabetesgestacional.mht>. Acesso em: 15 maio
2012.
TRATAMENTO
PÚBLICO
DE
SAÚDE.
Disponível em: <http://www.curitiba.pr.gov.br/
noticias/pacientes-tem-exito-no-tratamento-dadiabetes/25866>. Acesso em: 25 maio 2012.
REFERÊNCIAS
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In:_______. Tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 2. ed. v. 2. Santos: Guanabara Koogan,
jun. 2011, p. 1201-1204.
DIABETES E GESTAÇÃO. Disponível em: <http://
www.angelfire.com/ri/josivan/dg.htmlps>. Acesso em:
19 mar. 2012.
MANEJO NO PÓS-PARTO. Disponível em:
<http://diabetesendocrinologia.org.br>. Acesso em:
30 maio 2012.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
73
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS
DO CURSO DE FISIOTERAPIA
PROFESSORAS: BEATRIZ KOPPE, NOEMIA HEPP PANKE E Cristiane Gruber
6.1 SÍNTESE: ARTRITE E OSTEOPOROSE
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Fisioterapia
Gênero: Síntese
Aluna: Paula Miranda Santi
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “Artrite e Osteoporose”, de Strand (2004),
apresenta a causa da osteoartrite e seu tratamento.
Também cita a osteoporose, os nutrientes que
ajudam a combatê-la e sua prevenção.
A osteoartrite é uma doença degenerativa crônica
que afeta indistintamente homens e mulheres,
podendo envolver todas as articulações do corpo.
O estresse mecânico repetitivo causado por peso,
trauma ou atividade excessiva pode contribuir para o
desenvolvimento da doença. O tratamento tradicional
da osteoartrite é o uso de anti-inflamatórios não
esteroides e de aspirina.
O autor conclui que o “segredo” para evitar tanto a
osteoartrite como a osteoporose é a nutrição celular.
REFERÊNCIA
STRAND, Ray D. Artrite e Osteoporose. In:_____.
O que seu médico não sabe sobre medicina
nutricional pode estar matando você. São Paulo:
M. Books, 2004, p. 98-109.
A osteoporose é uma deficiência nutricional, pois
o cálcio é um dos nutrientes importantes para o
retardamento da doença. Possui outros nutrientes
como manganês, magnésio, vitamina D, vitamina
K, entre outros, que também ajudam na composição
dos ossos e prevenção da osteoporose. O tratamento
é fazer uma dieta saudável e desenvolver um
programa de exercícios que é necessário para
estimular o corpo a produzir material ósseo.
74
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
6.2 RESUMO INFORMATIVO: A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA DURANTE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Fisioterapia
Gênero: Resumo informativo
Aluna: Mayara da Silva Bicudo dos Santos
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O texto “A importância da atividade física durante o
processo de envelhecimento”, de Scheveitzer (2010),
fala sobre a importância da prática de exercícios
físicos regulares na terceira idade. Versa sobre o
envelhecimento, que é um processo dinâmico,
progressivo e fisiológico. Tem por objetivo mostrar a
importância da inclusão da atividade física na rotina
do idoso. A autora descreve que a alimentação é um
fator importante para a saúde e qualidade de vida
do indivíduo, pois um padrão alimentar equilibrado
proporciona melhor condição de saúde e contribui
diretamente na prevenção e controle das principais
doenças que acometem o idoso. Conclui que a
atividade física é de fundamental importância para
REFERÊNCIA
SCHVEITZER, Vanessa; CLAUDINO, Renato. A
importância da atividade física durante o processo
de envelhecimento. Revista Digital, Buenos Aires,
fev. 2010, n. 141, v. 14.
a população idosa, possibilitando a retomada da
independência física, reduzindo ou retardando as
chamadas doenças do envelhecimento.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
75
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
6.3 RESUMO CRÍTICO
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Fisioterapia
Gênero: Resumo crítico
Aluna: Elizabete Cristina Faustino
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “Artrite e osteoporose”, de Strand (2004),
explica como ocorre a artrite e a osteoporose nas
articulações das pessoas. Objetiva mostrar que
alguns métodos de tratamento podem evitar ou
minimizar os sintomas dessas doenças. Com base
em pesquisas realizadas com pacientes portadores
das patologias, mostrou-se que efeitos os remédios
e outros modos de tratamento podem provocar na
vida dos pacientes. Por causa dos efeitos perigosos
dos anti-inflamatórios, desenvolveu-se um novo
grupo de medicamentos que inibem certas enzimas
relacionadas aos anti-inflamatórios, porém o uso
dessas drogas só oferece alívio à dor, sem atacar a
causa da doença, que é o estresse oxidativo. Conclui
que para uma pessoa evitar a artrite ou a osteoporose
é necessário sempre manter uma boa nutrição
celular e, em consequência, se terá uma boa saúde.
76
REFERÊNCIA
STRAND, Ray D. Artrite e osteoporose. In:_____.
O que seu médico não sabe sobre medicina
nutricional pode estar matando você. São Paulo:
M. Books do Brasil, 2004, p. 98-109.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
6.4 RELATÓRIO: A EVOLUÇÃO DO MAL DE ALZHEIMER E OS ASPECTOS
DO TRATAMENTO
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Fisioterapia
Gênero: Relatório
Alunas: Gismaira Barbosa de Miranda e Helissar Mayara Fernandes1
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
RESUMO: Relatório realizado sobre o mal de
Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva
que leva à incapacidade completa e morte. Objetiva
possibilitar ao leitor um breve conhecimento
da doença e expor a importância da atuação do
fisioterapeuta nestes pacientes. O relatório foi
embasado no texto “Mal de Alzheimer: uma visão
fisioterapêutica”, de Bastos et al. (2003) e no filme
“Longe dela”, dirigido por Sarah Polley (2006).
Aponta os sintomas apresentados em cada fase
da doença e o comprometimento emocional do
paciente, assim como o de sua família e cuidador.
Evidencia a necessidade de tratamento adequado
para evitar agravos e enfatiza o papel essencial
do tratamento fisioterapêutico constante na
melhoria da qualidade de vida do paciente, além da
importância do convívio familiar para um melhor
efeito do tratamento.
Palavras-chave: Mal de Alzheimer.
Neurodegenerativa. Fisioterapia.
Doença
1 INTRODUÇÃO
O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e progressiva, que resulta em incapacidade
completa e morte. A sua causa é desconhecida
pela ciência e trata-se de uma doença determinada
geneticamente e não hereditária. O mal de Alzheimer
foi descoberto em 1907 pelo médico alemão Alois
Alzheimer por meio de uma biópsia, na qual foram
notadas alterações nas neurofibrilas cerebrais por
impregnação com sais de prata.
Trabalho supervisionado pela professora de
Produção Acadêmica II, Beatriz Koppe, com o
objetivo de mostrar a importância da atuação
do fisioterapeuta com o paciente de Alzheimer,
promovendo a melhora na qualidade de vida por
meio do estímulo ao sistema motor do paciente e
possibilitar o conhecimento da etiologia e sintomas
apresentados durante as fases da doença, visto que
dentro de 25 anos 34 milhões de pessoas terão
demência, e mais da metade das pessoas com essa
1 Alunas do 2º. período de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
77
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
patologia padecem de mal de Alzheimer (ABRAZ).
Os dados para a realização do trabalho foram
baseados no filme “Longe dela”, dirigido por Sarah
Polley (2006), e no texto “Mal de Alzheimer: uma
visão fisioterapêutica”, de BASTOS et al. (2003).
Foram utilizadas duas aulas para assistir ao filme
e ler o texto escolhido por cada dupla dentre os
sugeridos pela professora e para estabelecer as ideias
principais para a confecção do relatório. A confecção
do relatório foi realizada durante todo o bimestre do
segundo período do curso de Fisioterapia, em sala
de aula, na Faculdade Dom Bosco.
2 RELATO
O filme “Longe Dela”, dirigido por Sarah Polley
(2006), conta o drama psicológico de Fiona (Julie
Christie) e seu marido Grant (Gordon Pinsent).
O filme aborda como tema principal o mal de
Alzheimer, apresentado pela personagem Fiona, que
inicialmente possui pequenos lapsos de memória,
mas que com o decorrer do tempo pioram e tornam-se mais significativos. Ela mesma decide internarse numa clínica, depois de alguns incidentes em que
sai de casa e não consegue voltar. Após a internação,
seu marido é proibido de visitá-la durante trinta
dias, devido a uma política do estabelecimento, que
tem como objetivo facilitar a adaptação do paciente.
Kristy, uma enfermeira da instituição, se comove com
Grant e o ajuda a entender a doença, informando-o
que era possível ter períodos de lucidez, que não
durariam muito tempo. Afastada de Grant, Fiona
aproxima-se de Aubrey, um interno da clínica, que
78
faz com que ela se afaste de seu marido e até não
o reconheça. A esposa de Aubrey decide tirá-lo da
instituição devido a problemas financeiros e Fiona
então adoece. Grant decide buscar Aubrey e o levar
até Fiona, com o propósito de que ela melhorasse. O
filme termina com Grant deparando-se com Fiona
lúcida.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O texto “Mal de Alzheimer: uma visão
fisioterapêutica”, de Bastos et al. (2003), é um
artigo que versa sobre a síndrome de Alzheimer,
que acomete mais da metade da população com
demência.
Trata-se de uma doença neurodegenerativa, para a
qual ainda não existe prevenção, e o principal fator
de risco é a idade. A síndrome possui três fases em
que os sintomas variam entre perda de memória
recente até dependência total, quando o paciente se
encontra no leito, sem falar.
A fisioterapia tem papel de recuperar a capacidade
de executar tarefas diárias dos pacientes, dando-lhes autonomia (o que implica diretamente no
intelecto da pessoa debilitada por Alzheimer)
e dar orientações aos cuidadores. O paciente é
acompanhado por diversos profissionais da área da
saúde, além de precisar de medicação e supervisão
em período integral. No tratamento fisioterapêutico,
o foco principal é o sistema motor do paciente, onde
o fisioterapeuta atua com o objetivo de melhorar
a qualidade de vida do mesmo, observando o
trofismo e o tônus muscular, para que se possa ter
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
conhecimento do grau de incapacidade surgido pela
demência.
4 ANÁLISE
Segundo Bastos et al. (2003), o mal de Alzheimer
se apresenta em três fases: na fase inicial, o paciente
apresenta perda de memória recente e dificuldade
de aprender. Na fase intermediária, o paciente é
incapaz de reter novas informações. Na fase final, o
paciente se encontra impossibilitado de realizar suas
funções, possui incontinência urinária, não fala e
passa a apresentar alterações de personalidade. No
filme “Longe Dela”, a personagem Fiona (portadora
de Alzheimer) apresentava sintomas pertinentes à
fase inicial e à fase intermediária. Ela apresentou
amnésia transitória e perda de vocabulário.
Segundo Bastos et al. (2003), o estado emocional do
paciente com Alzheimer sofre alterações conforme
a evolução da doença. A pessoa pode tornar-se
agressiva, ficar agitada, ter mudanças de humor,
sentir raiva, sentir-se ameaçado, ver perigo onde não
existe e não ver onde existe. Já no filme os aspectos
agressividade, mudança de humor e raiva não foram
apresentados pela personagem, ressaltando apenas a
exposição ao perigo (representado na cena em que
Fiona sai de casa e esquece o caminho para voltar)
e a sua frustração por não conseguir se comunicar e
evocar as suas lembranças, o que a deixava confusa.
Outra vítima indireta do mal de Alzheimer é
o cuidador, que sofre uma sobrecarga física e
psicológica, tendo que se adaptar à nova situação
que lhe foi imposta, aceitando-a. Para isso foram
criados grupos de apoio que visam suprir todas
as necessidades dos associados, conforme o texto
explica. Já no filme Grant (marido da personagem
Fiona) recebe esse apoio de uma funcionária da
instituição (a enfermeira Kristy), e se demonstra
equilibrado emocionalmente e gerencia bem a
situação.
O fisioterapeuta tem papel essencial na reabilitação
do paciente com Alzheimer, atuando de acordo com
a evolução da doença. Trabalhando com diversos
estímulos, visando à independência funcional e
orientando o cuidador sobre condutas específicas
que auxiliem a melhora do quadro do paciente, assim
como o tratamento, evitando agravos. No filme, não
há relato do acompanhamento do fisioterapeuta.
O filme não aborda a questão do acompanhamento
do paciente por diferentes profissionais, mostrando
apenas a atuação do enfermeiro. Porém, o texto
aconselha que o tratamento não seja feito apenas
com medicação, mas também com orientação de
diferentes profissionais da área da saúde.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o desenvolvimento da análise do texto “Mal
de Alzheimer: uma visão fisioterapêutica” e do
filme “Longe Dela”, foi possível um conhecimento
mais específico da doença, alterações decorrentes e
cuidados necessários.
O texto de Bastos et al. (2003) é abrangente em
relação aos aspectos da doença, informando o
leitor leigo de maneira eficaz e eficiente, o que
o torna um excelente material de consulta para
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
79
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
cuidadores, familiares ou interessados. O filme
aborda superficialmente a doença, mostrando seus
principais sintomas, além de expor o sofrimento
familiar e do paciente.
Na análise, foi evidenciada a necessidade de
tratamento adequado para evitar o agravo da
doença por estímulos extrínsecos, com a finalidade
de melhorar a qualidade de vida em todos os
estágios da doença, sendo essencial a participação
do fisioterapeuta.
REFERÊNCIAS
LONGE DELA. Direção de Sarah Polley. Canadá.
Produção de Daniel Iron, Simone Urdl e Jennifer
Weiss, 2007. DVD (110min).
BASTOS et al. Mal de Alzheimer: uma visão
fisioterapêutica. Maranhão, abr. 2003. Disponível
em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf
/artigos_revistas/114. pdf>. Acesso em: 10 set. 2012.
80
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
6.5 RESENHA DESCRITIVA: TRATAMENTO COM
ANTI-INFLAMATÓRIOS TÓPICOS NA OSTEOARTRITE DE JOELHO
Disciplina: Produção Acadêmica III
Curso: Fisioterapia
Gênero: Resenha descritiva
Aluna: Andrea Stasiak Capelline1
Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke
Esta resenha é resultado do artigo “Tratamento
com anti-inflamatórios Tópicos na Osteoartrite
de joelho”, publicado na Rev. Bras. Reumatol em
mai/jun, 2006. Foi escrito por Helena Lúcia Alves
Pereira, médica reumatologista assistencial de São
Paulo (UNIFESP), Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro,
professora do departamento da clínica médica de
São Paulo (UNIFESP), e Rozana Mesquita Ciconelli,
médica assistente doutora de reumatologia de São
Paulo (UNIFESP).
Elas recorrem a outros autores para a apresentação
do artigo. Por meio de citações de Bagge (1995),
Bae (2005), Wynne (1994), Bookman (2004), entre
outros. Para a elaboração do artigo as autoras
usam norma padrão da língua, empregam termos
técnicos dos profissionais da área da saúde e, para
a compreensão do texto, utilizam gráficos e tabelas.
As autoras afirmam que apesar da necessidade de
mais estudos com AINEs tópicos para afirmar
que eles são superiores ao placebo e tão efetivos
quanto os orais, seus efeitos adversos são menores.
Garantem, assim, a segurança da população idosa,
que é a mais acometida pela doença articular
prevalente e principal causa de dor e incapacidade.
De acordo com o artigo, Pereira, Ribeiro e Ciconelli
citam que apesar das recomendações, o uso dos
anti-inflamatórios orais é muito grande com ou
sem prescrição médica, tendo grande risco da
toxicidade por dependência. O medicamento tem
efeitos adversos gastrintestinais, cardiovasculares
e trombóticos, e o uso do AINEs tópico incide em
menor índice de efeitos colaterais sistêmicos.
Em depoimento, a farmacêutica bioquímica Beatriz
Santos afirma que o uso dos AINEs para osteoartrite
é muito frequente mesmo sem a prescrição médica,
principalmente, em casos mais agudos da doença.
Ela alega que o uso frequente do medicamento pode
causar efeitos colaterais sistêmicos.
1 Acadêmica do 3º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
81
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
De acordo com a farmacêutica, os estudos dos
efeitos colaterais dos AINEs tópicos são menores e
trazem menos riscos à população idosa, entrando
em acordo com o que as autoras do artigo afirmam.
Lembra também da pequena diferença com relação
ao diclofenaco oral, em que os riscos sistêmicos são
maiores.
REFERÊNCIA
PEREIRA, Helena Lúcia Alves; RIBEIRO, Sandra
Letícia Elzébio; CICONELLI, Rozana Mesquita.
Tratamento com anti-inflamatórios tópicos na
osteoartrite de joelho. Revista Brasileira de
Reumatologia, v. 46, n. 03, p. 188-193, mai./jun.
2006.
Segundo as autoras, a aplicação tópica de AINEs
com alta penetração é usada por décadas para aliviar
a dor em tecido musculoesquelético. Estudos em
animais confirmam a eficácia da aplicação tópica,
que produz uma concentração máxima no músculo
subjacente e cápsula articular.
Contudo, Pereira, Ribeiro e Ciconelli afirmam que
estudos recentes, com duração de 12 semanas,
compararam a solução tópica com a oral, que
demonstrou que ambas as soluções obtiveram
melhoras equivalentes na dor, na capacidade
funcional e avaliação global do paciente, sendo um
estudo importante por comparar a mesma droga.
O artigo é destinado para aqueles que fazem
tratamento com anti-inflamatórios tópicos para
osteoartrite de joelho. Porém, o pequeno número de
ensaios e as falhas na metodologia impossibilitam a
conclusão definitiva, sendo necessários mais estudos
de longa duração.
82
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
6.6 RESENHA CRÍTICA: INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
NA REABILITAÇÃO VENTILATÓRIA DE RECÉM-NASCIDOS
QUE APRESENTAM COMPROMETIMENTO CARDÍACO E
COMPLICAÇÕES PULMONARES
Disciplina: Produção Acadêmica III
Curso: Fisioterapia
Gênero: Resenha crítica
Aluna: Karine Souza Andrade1
Professora-orientadora: Noemia Hepp Panke
As produções textuais que culminaram no
desenvolvimento da resenha crítica, a qual será
caracterizada na sequência, foram o artigo “Efeitos
da Fisioterapia respiratória convencional versus
aumento do fluxo expiratório na saturação de O2,
frequência cardíaca e frequência respiratória, em
prematuros no período pós-extubação”, publicado
na Revista Brasileira de Fisioterapia set.,(2006),
por Antunes et al. Eles são responsáveis pela Seção
Técnica de Reabilitação do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina de Botucatu. O objetivo
é apresentar os efeitos alcançados com a atuação
de técnicas fisioterapêuticas, no tratamento de
neonatos com alteração da mecânica respiratória.
Também se empregou o artigo “Importância da
Fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia
cardíaca pediátrica”, publicado na Revista Brasileira
de Cirurgia Cardiovascular ago., (2009), de
Cavanagui e al. O grupo coordena uma equipe de
discentes do curso de pós-graduação de Fisioterapia
da Faculdade de Medicina de São José do Rio
Preto (FAMERP). A finalidade da publicação é
retratar a relevância da Fisioterapia no controle
de complicações que afetam a saúde pulmonar de
neonatos com cardiopatias pós-cirurgia cardíaca.
A compreensão de ambos os artigos é bastante
facilitada, por apresentar uma linguagem acessível e
objetiva. Há ainda traduções evidenciadas de todas as
siglas e informações direcionadas a estudiosos da área,
bem como a indivíduos com interesse nos assuntos.
Os estudiosos do primeiro texto contaram ainda com
o emprego das concepções de alguns autores de outros
estudos correlacionados, tais como Guinsburg (1998),
assim como os pesquisadores da segunda fonte, os
quais recorreram aos conceitos dos autores Croti
(2008), Cardoso (2003), Braile (2008) e Nina (2007).
1 Acadêmica do 3º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
83
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
Antunes et al. apresentam a atuação de duas
técnicas fisioterapêuticas distintas em um processo
de recuperação ventilatório de recém nascidos, que
nasceram prematuros e desencadearam estresse
respiratório.
Por meio de informações obtidas diariamente
no âmbito de trabalho, na Instituição de Exames
Ultrassonográficos de Medicina Fetal, FETALMED,
sabe-se que o sistema pulmonar é o último a
amadurecer em um processo de gestação, que a idade
ótima gestacional para partos sem complicações
posteriores do sistema respiratório de um recém-nascido é de 38 semanas em diante. Já quando
um neonato nasce antes, ou significativamente
prematuro, certamente desenvolverá complicações
pulmonares. Nesse caso, precisa ser imediatamente
encaminhado para um UTI neonatal, com uma
equipe multidisciplinar. Nesse contexto, destaca-se o papel do fisioterapeuta, que possui relativa
importância no tratamento desses pacientes,
estimulando a maturação do sistema respiratório,
com a atenuação de estresse e desconforto
ventilatório.
De acordo com os autores, o estudo randomizado
se realizou com pacientes pediátricos que se
enquadravam
nas
características
descritas
anteriormente, sendo assistidos com técnicas
específicas da Fisioterapia, cada qual com
abordagens diferentes.
Os mesmos destacam as técnicas da Fisioterapia
Respiratória Convencional (FRC), mais complexas
e intensas, e as técnicas de Aumento do Fluxo
84
Expiratório (AFE), mais suaves e atenuadas. Ambas
apresentam efeitos positivos por produzirem
aumento significativo na saturação de O2 e
adequação de frequência respiratória. Porém, a
primeira abordagem não apresenta tanto benefício
para a frequência cardíaca, pois após realização de
FRC, eleva-se para níveis acima do normal.
As informações do artigo em estudo se
confirmam nas aulas de Fisiologia, sobre sistema
cardiopulmonar, circulação, transporte e trocas
gasosas pelo sangue, ministradas pela professora
Ariani Cavazzani, para o 3º período do curso de
Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. Estudou-se
que, para existir fluxo sanguíneo dentro dos padrões
de normalidade no leito vascular e adequadas trocas
gasosas, é necessária a funcionalidade sincícia da
bomba propulsória cardíaca. Ela propicia este fator
por meio da manutenção e adequação da frequência
cardíaca, principalmente pelo fato de que o sistema
cardíaco apresenta íntima relação com o sistema
pulmonar. Assim, quando um descompensa,
afeta o outro, e as disfunções são desencadeadas.
Quanto maiores os níveis de saturação do oxigênio,
que corresponde à quantidade deste gás ligado
à hemoglobina, mais pressão parcial ele gera e
se difunde para os compartimentos teciduais e,
consequentemente, maior é a oxigenação sistêmica.
A professora também explicou que técnicas da
Fisioterapia especializada na área de respiratória
contribuem significativamente com estes fenômenos
ao potencializá-los e fazer com que todo o sistema
cardiorrespiratório responda de maneira positiva.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
Assim sendo, após a realização do estudo
randomizado e análise dos resultados, os autores
concluem que a atuação da Fisioterapia por meio das
técnicas de AFE são seguras, eficientes e eficazes na
reabilitação pulmonar de RNs prematuros, embora
haja a necessidade de mais estudos que confirmem
os parâmetros positivos até agora obtidos com os
estudos então existentes.
Já em relação ao artigo de Cavenagui et al., (2007),
os autores discutem sobre as principais cardiopatias
pediátricas existentes, suas consequências sob
forma de complicações pulmonares, posteriores
à realização de cirurgia cardíaca, tais como
atelectasias, redução da complacência pulmonar e
disfunções de volumes expiratórios. Evidenciam a
relevante atuação, principais abordagens e resultados
alcançados com a assistência da Fisioterapia no
tratamento de pacientes pediátricos que apresentam
tais características.
Com o intuito de confirmar as informações contidas
neste artigo, correlacionam-se seus conceitos
com a aprendizagem sobre Fisiologia Pulmonar,
adquiridas nas aulas da disciplina de Fisiologia dos
Sistemas. Estudou-se que para se ter um mecanismo
adequado de ventilação, ou seja, complacência
pulmonar (expansibilidade torácica e elevação de
gradil costal), é necessária a atuação suficiente da
musculatura inspiratória, como também para que
se realize expiração basal (retração pulmonar e
torácica), tem de existir suficiência dos músculos
expiratórios. Ainda se torna necessária a capacidade
residual funcional (CRF), que é a soma dos valores
de reserva expiratório com o volume residual. Só se
encontra adequada no organismo humano quando
aqueles volumes estão em seus níveis normais,
e que o fisioterapeuta tem papel extremamente
importante na intervenção positiva destes fatores,
por meio da avaliação da função pulmonar com
a realização da espirometria, ou mesmo com
manobras especificas que previnam e/ou tratem
complicações respiratórias.
Os pesquisadores avaliam, em sua revisão, por
meio de informações de outros ensaios clínicos
substanciados, que realmente um processo cirúrgico
cardíaco em recém-nascidos prematuros altera sua
mecânica pulmonar. Embora esse processo acarrete
complicações, apresenta a possibilidade de tratá-las associando a abordagem fisioterapêutica com
procedimentos clínicos.
Conforme os parâmetros destacados e descritos em
sua pesquisa, os autores concluem que múltiplas são
as técnicas que a Fisioterapia utiliza, tanto na fase
pré-operatória cardíaca, com o intuito de prevenir
disfunções respiratórias, quando em fase pós-cirúrgica. Nessa situação, o objetivo é minimizar
os efeitos adversos do desconforto ventilatório
dos pacientes acometidos, e quando se associam à
intervenção clínica, os resultados são ainda maiores.
Enfatizam que há necessidade da realização de mais
estudos de revisão e pesquisas que potencializem a
avaliação desse tema.
Ao correlacionar as ideias, informações e
concepções contidas nos dois artigos, constata-se que a essência de ambas as obras é evidenciar a
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
85
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
abordagem fisioterapêutica dentro de um processo
de reabilitação da função pulmonar, seja este
comprometimento consequência de disfunções
ventilatórias por imaturidade do sistema respiratório
ou por acometimento cardíaco. Faz-se necessário
esclarecer a metodologia utilizada na prevenção e
recuperação de tais fenômenos.
A primeira fonte torna bastante claro esse
enfoque, ao informar, por meio dos resultados
obtidos de se estudo randomizado, eficácia de
duas técnicas fisioterapêuticas ao minimizarem
estresse respiratório de neonatos prematuros, pois
apresentam os valores de aumento dos níveis de SpO2
e adequação de FR, de acordo com a composição de
sua amostra.
Já o segundo texto preconiza a significativa
contribuição da Fisioterapia no tratamento de
pacientes pediátricos submetidos a procedimento
cirúrgico, que às vezes desenvolvem insuficiência
respiratória, e expõe resultados positivos na melhora
da funcionalidade da árvore brônquica.
Certamente os estudos propiciam orgulho aos
profissionais que destinam suas habilidades na
reabilitação cardiorrespiratória de seres humanos
que nem bem chegaram ao mundo. Por meio de
suas intervenções elevam as chances de sobrevida,
bem como maximizam as informações acerca dos
assuntos tão bem explanados até o momento. Esse
fato possibilita a muitos indivíduos o conhecimento
acerca dos assuntos desenvolvidos em ambos os
artigos.
86
Salienta-se ainda que os temas aqui disseminados
podem ser amplamente estudados em diversos
cursos, entre eles, Fisioterapia, Enfermagem,
Medicina, Educação Física, Assistência social e
demais cursos e instituições sociais, educacionais e
na área da saúde.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, L. et al. Efeitos da fisioterapia respiratória
convencional versus aumento do fluxo expiratório
na saturação de O2, frequência cardíaca e frequência
respiratória, em prematuros no período pósextubação. Rev. Brasileira de Fisioterapia, v. 10, n. 1,
p. 97-103., abr./set. 2006.
CAVAZZANI, Ariani. Fisiologia Respiratória.
Disponibilizado por CAVAZZANI, Ariani.
Fisiologia dos Sistemas. Curitiba: Faculdade Dom
Bosco, 2013.
CAVENAGHI, Simon et al. O amor é uma
necessidade biológica. Importância da fisioterapia no
pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica
Rev. Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v. 24,
n. 3, p. 397-400, ago. 2009.
FETALMED. Curitiba. Disponível em: <http://
www.fetalmed.net/>. Acesso em: 22 maio 2013.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
6.7 FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA NEONATOS
Disciplina: Produção Acadêmica IV
Curso: Fisioterapia
Gênero: Artigo de revisão
Alunos: Ana Paula Tanterffer, Jonathan Silva Moura, Kalinka Barros e Mislaine Pacheco
Professoras-orientadoras: Noemia Hepp Panke e Cristiane Gruber
RESUMO: Este estudo consiste em uma revisão
bibliográfica, com o objetivo de apresentar o que é a
Fisioterapia aquática, seu histórico, principais métodos
utilizados e seus benefícios em recém-nascidos.
A hidroterapia aplicada aos neonatos é um bom
meio para tratá-los neste estágio da vida, porém,
nem todos os métodos se aplicam. O Watsu,
Halliwick e BadHagaz (métodos já consagrados)
são de impossível ou de difícil aplicação em bebês,
por não terem desenvolvido ainda a maturação
necessária para realização de alguns exercícios. O
único disponível e feito exclusivamente para estes
é a terapia de balde, onde o neonato é imerso na
água, que simula o útero materno. No entanto, este
método ainda não possui comprovação cientifica.
Os benefícios da simulação do útero materno são
efetivos e perceptivos em neonatos, porém como
carece de comprovação científica, ainda não é um
método consagrado. Esse fato permite notar que
há necessidade de mais estudos científicos que
comprovem veridicamente o que o método traz de
qualidade a esta fase da vida do bebê.
Palavras-chave: Fisioterapia aquática. Histórico.
Métodos. Neonatal.
ABSTRACT: This study consists of a literature
review, in order to present what is the Aquatic
Physical Therapy, its history, key methods and
their benefits in newborns. The hydrotherapy
applied to newborns is a good way to treat them
in this stage of life, however, not all methods apply.
Watsu, Halliwick and Bad Hagaz (methods already
established) are impossible or difficult to apply to
babies, because they have not yet developed the
maturity necessary to perform some exercises.
The only available and made exclusively for them,
is therapy bucket, where the infant is immersed
in water that simulates the womb. However, this
method has not yet scientifically proven. The benefits
of simulation womb are effective and perceptive in
neonates, but as it lacks any scientific evidence is not
yet an established method. This fact allows to note
that there is a need for more scientific studies that
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
87
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
prove truthfully what method brings quality to this
stage of the baby’s life.
Keywords: Aquatic physiotherapy. History. Methods.
Newborn.
1 INTRODUÇÃO
O tema geral deste artigo é a “fisioterapia aquática”,
que é hoje o termo mais conhecido para exercícios
terapêuticos realizados em piscina aquecida
e coberta, com orientação total e restrita do
profissional de Fisioterapia. Por meio do uso de
inúmeras técnicas de reabilitação, associadas às
propriedades físicas da água, principalmente,
pressão hidrostática, flutuação, viscosidade e
aos efeitos do calor, proporcionam aos pacientes
efeitos fisiológicos que já surgem imediatamente
após a imersão. Contudo, a abordagem específica é
“fisioterapia aquática e os neonatos”.
Percebe-se que no Brasil não existem muitos
profissionais especializados nessa modalidade e
poucas pessoas conhecem a importância e a eficácia
dessa forma de tratamento fisioterapêutico. Além
disso, o custo para a hidroterapia é bastante elevado,
tanto para paciente quanto para terapeutas.
Sabe-se que a água não é utilizada apenas para
relaxamento, porém, atualmente, não há estudos
mais aprofundados sobre os benefícios da água em
diversas patologias e seus benefícios com neonatos.
O objetivo deste artigo é pesquisar as bases históricas
da fisioterapia aquática, as patologias tratáveis,
os principais métodos utilizados, os benefícios
88
terapêuticos, bem como desenvolver senso crítico
sobre essa forma de tratamento, podendo assim
definir sua relevância como forma de tratamento.
Pretende-se, ainda, abordar o tema da fisioterapia
aquática para recém-nascidos, pois se trata de um
assunto ainda pouco conhecido e aceito por parte da
população, por falta de estudos que comprovem sua
eficácia na melhora da saúde de neonatos e por receio
dos pais em permitirem o tratamento em água.
Levando em consideração a escassez de trabalhos
publicados com esse tema, este artigo foi escrito
com o intuito de ofertar a todos os interessados
no assunto e, principalmente, à comunidade
científica, informações relevantes sobre essa forma
de tratamento.
Considera-se ainda que, como futuros profissionais
da saúde, seja de extrema importância que se
tenha condições de entender o método, repassar
informações pertinentes a quem interessar e aplicar
o tratamento em água.
2 HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA
Segundo Ruoti et al. (2000) a terapia aquática se
originou nas civilizações que habitavam os rios da
Mesopotâmia, Egito, Índia e China. Os rituais de
cura pela água eram utilizados pelos gregos, hebreus,
romanos e cristãos, por imersão, com o objetivo
de renovação individual. Durante o século XIX, as
propriedades da flutuação começaram a ser estudadas
para realizar exercícios em pacientes na água.
Em 1898, o conceito de hidroginástica foi
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
introduzido por Leydeen e Goldwater, que incluíam
a realização de exercícios na água e serviram como
precursores do conceito de reabilitação aquática.
Os autores afirmam ainda que no Brasil a
hidroterapia teve início na Santa Casa da cidade
do Rio de Janeiro, utilizando água doce e água
salgada (talassoterapia) por Artur Silva, em
1922. Atualmente, a reabilitação aquática realiza
grandes avanços desde o século XX. Mas é preciso
intensificar ainda mais a utilização dessa prática
pelos profissionais fisioterapeutas para estimular
estudos nesta área utilizando o princípio da água
nas reabilitações e programas de tratamento
terapêutico.
diabético, evitar aplicação quente nos pés; pessoas
com esclerose múltipla, diabéticos, gestantes e
hipertensos devem evitar banho dimensão por
tempo prolongado.
A hidroterapia, só pela imersão, já promove ao
paciente uma sensação de bem-estar físico e
psicológico, e segundo Ruoti et al. (2000), dá um
encorajamento às atividades da vida diária.
Explicam que o efeito curativo da hidroterapia
baseia-se nos efeitos mecânicos e termais, explorando a reação do corpo a estímulos quentes, frios e
à pressão exercida pela água. Os neurotransmissores
transportam os impulsos sentidos pela pele para o
sistema nervoso central e este estimula o sistema
imunológico. Geralmente, o calor acalma e relaxa o
corpo, diminui a atividade interna dos órgãos, e o
frio aumenta a atividade do corpo internamente.
Além disso, a combinação de várias técnicas de
exercícios com diversas teorias de tratamento
proporciona aos pacientes muitos benefícios, como
o fortalecimento muscular e a reeducação dos
músculos paralisados. A imersão em água facilita a
execução de movimentos que são difíceis e dolorosos
em solo, pois aumenta a amplitude articular. Alivia
dor e espasmos musculares, melhora a circulação
sanguínea, assim, diminui edemas e facilita o retorno
venoso, melhora o condicionamento cardiovascular
e também a capacidade pulmonar. Facilita ainda a
movimentação sem que haja descarga total ou parcial
do peso corporal, e pode ainda trazer oportunidade
para recreação e socialização enquanto se realiza a
terapia.
Os efeitos terapêuticos da água são utilizados
como analgesia e diminuição de espasmo,
melhoram a circulação. Esses efeitos, associados a
exercícios praticados no meio aquático, favorecem
a manutenção e o aumento da amplitude de
movimento, fortalecimento muscular, melhoria
do equilíbrio e coordenação e postura. Devemse levar em consideração as contraindicações: se
De acordo com Campion (2000), a hidroterapia
oferece vantagens a patologias em todos os sistemas
corporais. Na área respiratória, realiza-se para asma
brônquica, bronquite crônica, enfisema pulmonar,
fibrose cística, sequelas de infecções respiratórias e
no pós-operatório. Na área cardíaca, é indicada para
tratar de pacientes hipertensos ou com alterações
valvulares. Na parte ginecológica é benéfica, tanto no
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
89
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
período de gestação quanto no pós-parto. É indicado
também na geriatria, lidando com problemas
decorrentes deste período, e, além disso, trata de
patologias específicas, como as neurológicas, sendo
elas Parkinson, Alzheimer, sequelas de acidente
vascular cerebral, traumatismo raquimedular,
poliomielite,
polineuropatias,
traumatismo
cranioencefélico, paralisia cerebral, tumores do
sistema nervoso, e as patologias reumáticas como
artrite reumatoide e febre reumatoide.
Com o passar dos anos, McMillan manteve
seus protocolos originais e adotou outras
técnicas adicionadas ao seu método original.
Mais recentemente, essas técnicas são usadas
terapeuticamente por muitos profissionais para
tratar pacientes pediátricos e adultos com diferentes
alterações de desenvolvimento e disfunções
Koury (2000, p. 1) menciona que “a flutuação do
corpo humano na água permite que os pacientes se
exercitem mais independentemente”.
O Watsu foi criado no norte da Califórnia,
A hidroterapia, pelos recursos que oferece, tem uma
área bastante abrangente, já que são traçados condutas
e exercícios personalizados para cada pessoa e sua
determinada patologia de forma a promover e/ou
acelerar a reabilitação de cada paciente.
2.1 MÉTODOS HIDROTERÁPICOS
De acordo com Ruoti (2000), existem algumas
técnicas de reabilitação aquática, dentre as mais
conhecidas estão o método Halliwick, que foi
desenvolvido por McMillan em 1949 na Halliwick
School for Girl, em Southgate, Londres. A principal
finalidade das técnicas de McMiIllan era ajudar
as pacientes com incapacidades a se tornar mais
independentes e treinadas para nadar. A ênfase
inicial do método Halliwick era de natureza
recreativa, com um objetivo de independência
individual na água.
90
neurológicas. O método Halliwick enfatiza as
habilidades dos pacientes na água, e não as
deficiências em terra.
por Harold Dull, nos anos de 1980, como uma
técnica de massagem ou bem-estar que não era
necessariamente destinada a pacientes, tais como
são classicamente definidos. Entretanto, terapeutas
de reabilitação aquática aplicaram a abordagem
a pacientes com uma variedade de distúrbios
neuromusculares e músculos esqueléticos e
relataram sucesso empírico.
Um dos resultados mais benéficos do Watsu é o
alongamento eficaz. Por meio do alongamento,
admite-se que os meridianos fiquem mais perto da
superfície do corpo, onde a energia que eles carregam
pode ser liberada. Esses efeitos são embelezados
por movimentos rotacionais que liberam energia
bloqueada. O paciente permanece completamente
passivo e, muitas vezes, experimenta um relaxamento
profundo a partir da sustentação pela água e um
contínuo movimento rítmico dos vários fluxos.
Jakaitis (2007, p. 33) afirma que o método Watsu
“é a técnica de terapia corporal que mais tem se
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
desenvolvido nos últimos dez anos nos Estados
Unidos, na Europa e no Brasil”.
são realizados pode ser cuidadosamente monitorada
e graduada.
O Watsu possui uma sequência de movimentos
durante a sessão. Essa técnica possibilita um aumento
da amplitude de movimento pela combinação de
ausência de descarga esquelética induzida pela
2.2 FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM RECÉM-NASCIDOS
flutuação.
O método Bad Ragaz, ou método dos anéis de Bad
Ragaz, foi desenvolvido em 1960 em Bad Ragaz, na
Suíça. Trata-se uma coleção de técnicas terapêuticas
efetuadas na água que foram desenvolvidas
através dos anos nas águas termais de Bad Ragaz,
na Suíça. Ainda em evolução, o método é usado
internacionalmente para reeducação muscular,
fortalecimento, tração, alongamento espinhal,
relaxamento e inibição do tônus na água.
Atualmente, o método de Bad Ragaz incorpora
técnicas de movimentos com padrões em planos
anatômicos e diagonais, com resistência e
estabilização, fornecidos pelo terapeuta. O paciente
ainda é mantido em decúbito dorsal, utilizando
flutuadores nos mesmos segmentos anatômicos. As
técnicas são usadas para pacientes ortopédicos ou
com comprometimento neurológico. Tanto técnicas
ativas quanto passivas são incorporadas com vários
objetivos terapêuticos, incluindo redução do tônus,
pré-treinamento de marcha, estabilização do tronco
e exercício ativo e resistido.
Os padrões utilizados pelo Bad Ragaz permitem que
o fisioterapeuta e o paciente trabalhem juntos em
cooperaração, e a força com quais os movimentos
Ao tratar especificamente da fisioterapia aquática em
recém-nascidos, Souza (2002) relata que a utilização
da fisioterapia aquática nesse caso, é trabalhada
principalmente para proporcionar relaxamento aos
neonatos, utilizando técnicas que simulam o útero
materno. Porém, conforme afirma Campion (2000),
a atividade aquática é uma maneira de estimular
o desenvolvimento e de ampliar a experiência de
movimentos das crianças sadias, deficientes ou sob
risco.
Campion (2000, p. 34) explica que:
A criança prematura e aquelas que estão sob altos riscos
de lesões neurológicas ou atraso de desenvolvimento
já podem ter experienciado a hidroterapia em uma
unidade de terapia intensiva. Uma técnica de flutuação
em cama de água ou a imersão em banhos quentes
podem ter sido utilizadas; sendo que a última pode
ter sido apenas imersão ou a imersão combinada com
técnicas de hidroterapia.
A fisioterapia aquática é utilizada para diminuir
as alterações fisiológicas, amenizando o estresse
nos bebês causados pelas disfunções devido à
prematuridade. É aplicada inicialmente em neonatos
clinicamente estáveis, com mais de 72 horas de vida.
Contudo, as seções não podem ultrapassar mais de
dez minutos, pois podem causar fadiga ao neonato.
A temperatura da água deve estar entre 36 e 37
graus centígrados para deixá-lo confortável, pois é
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
91
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
a mesma temperatura de dentro do útero, dando
ao recém-nascido a tranquilidade e segurança do
corpo da mãe. Esses cuidados são associados a
alongamentos e mobilizações dos membros dos
neonatos.
Ao utilizar os princípios físicos da água há uma queda
na frequência respiratória e cardíaca e nos níveis de
cortisol, cujos três fatores melhoram a oxigenação
sanguínea. A hidroterapia pode desempenhar um
papel importante na fisiologia proporcionando
homeostasia dos neonatos, aumentando a qualidade
de vida de curto e longo prazo.
De acordo com Silva et al. (2009), o desenvolvimento
do ser humano ocorre de forma integrada,
envolvendo aspectos cognitivos, afetivos, sociais
e motores, que vão se transformando ao longo
dos anos. A quantidade e a qualidade das
experiências vivenciadas tem grande influência no
desenvolvimento da criança e do adolescente até a
idade adulta.
Os autores afirmam ainda que há na literatura
relatos de programas de atividade aquática com
bebês que visam estimular a adaptação da criança ao
meio líquido, incentivar sua interação com os pais e
educadores, enriquecer suas experiências sensoriais
e motoras, além de fornecer uma atividade recreativa
e agradável. Entretanto, embora amplamente
indicada, não foram encontrados na literatura
pesquisada estudos experimentais investigando a
influência da estimulação aquática nos diferentes
aspectos do desenvolvimento humano.
92
3 METODOLOGIA
Para redação do artigo realizou-se uma revisão de
literatura, a fim de conceituar fisioterapia aquática,
seu histórico, os principais métodos utilizados nas
patologias tratáveis com essa forma e seus efeitos
fisiológicos em recém-nascidos. Utilizaram-se
materiais como pesquisas bibliográficas e artigos
científicos publicados na internet.
Estudaram-se e sintetizaram-se obras de autores
como Campion (2000), Jakaitis (2007), Ruoti
(2000), entre outros, para compor as informações
necessárias ao artigo.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Analisando o estudo realizado, nota-se que é de
extrema importância a colocação de cada autor
acerca do tema, visto que para escrever sobre a
fisioterapia aquática neonatal é preciso entender o
contexto geral da fisioterapia aquática, seu histórico,
os principais métodos utilizados e especificamente a
aplicação em neonatos.
Encontraram-se, além das palavras de autores já
consagrados, como Souza (2002), que afirma que a
fisioterapia é indicada em neonatos, principalmente
para relaxamento, materiais complementares como
as palavras do fisioterapeuta Fabrício Lopes Conduta,
atuante na área. Ele afirma que a fisioterapia aquática
no bebê estimula percepção visual e articular pelo
calor, e, além disto, ajuda no controle de assaduras,
no aumento do sistema imunológico, baixa a febre e
pode ajudar ainda em alergias.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
Já Campion (2000) explica que a fisioterapia aquática é
uma forma de estimular o desenvolvimento de crianças
sadias, deficientes ou sob risco. Complementa-se o
assunto com as ideias atualizadas de Conduta (2012).
Ele argumenta que a hidroterapia é uma forma de
expandir a profundidade e abrangência das opções de
tratamento por parte do fisioterapeuta com o bebê e
melhora a recuperação de muitos destes, caso estejam
debilitados.
Considerando os principais métodos utilizados
na hidroterapia, observa-se que a técnica do
Halliwick não é indicada para recém-nascidos,
pois o método requer cognição para adaptação ao
meio líquido, e nesse estágio o bebê não apresenta
capacidade motora e mental desenvolvidas para
alcançar o objetivo da técnica. A técnica dos
anéis de Bad Ragaz tem como principal objetivo o
fortalecimento muscular, não sendo esse o foco no
tratamento dos neonatos. Já o Watsu é uma forma de
tratamento direcionada a promover o relaxamento.
Como um dos objetivos com o neonato na água é o
relaxamento, não há contraindicação para execução
do método em recém-nascidos, porém, seria de
difícil realização pela complexidade de suas técnicas.
Portanto, o mais indicado seria a terapia do balde,
citada no site de Conduta, que é específica para o
público em questão, pois por simular o útero materno
promove relaxamento, assim diminui a angústia, o
choro e melhora o sono. Contudo, esse ainda não é
um método comprovado cientificamente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme discutido no presente estudo, os métodos
consagrados na fisioterapia aquática não são
aplicáveis em neonatos. O método que tem indicação
não possui estudos científicos que comprovem sua
veracidade.
Além disso, considera-se ainda que o problema
neste tema é a falta de estudos disponíveis, o que,
de certa forma, limitou a realização deste trabalho.
Foi possível apresentar conceitos históricos,
patologias tratáveis e os principais métodos
utilizados, mas quanto à eficácia do tratamento em
neonatos, evidenciou-se a carência de pesquisas
sobre o assunto.
Sabe-se do efeito positivo da terapia aquática em
bebês, porém, faltam estudos que comprovem o que
muitos autores afirmam sobre os benefícios desta
modalidade de tratamento.
Dessa forma, pela presente revisão, chega-se ao
consenso de que estudos futuros que abordem o
tema se fazem necessários para que novas referências
teóricas colaborem para uma conduta clínica de
melhor qualidade e conhecimento da eficácia da
abordagem hidroterapêutica nessa população.
REFERÊNCIAS
CAMPION, Margaret Reid. Hidroterapia: princípios
e práticas. São Paulo: Manole, 2000. p. 34, 305-307.
CONDUTA, Fabrício Lopes. Fisioterapia aquática
no bebê. Disponível em: <http://drfabriciolopes.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
93
6 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE FISIOTERPIA
webnode.com.br/news/fisioterapia-aquatica-nobeb%C3%AA/ >. Acesso em: 10 jun. 2013.
JAKAITIS, Fabio. Reabilitação e terapia
aquática: aspectos clínicos e práticos. São Paulo:
Roca, 2007, p. 33.
KOURY, Joanne M. Programa de fisioterapia
aquática: um guia para a reabilitação ortopédica. São
Paulo: Manole, 2000, p. 1-3.
RUOTI, Richard G.; MORRIS, David M.; COLE,
Andrew J. Reabilitação aquática. São Paulo:
Manole, 2000, p. 3-9, 319-367.
SILVA, Jaqueline de Oliveira et al. Influência da
estimulação aquática no desenvolvimento de crianças
de 0 a 18 meses: um estudo piloto. Fisioterapia e
pesquisa. Revista do Curso de Fisioterapia da
Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, v. 16, n. 4, p. 335-340, out./dez. 2009.
SOUZA, Elza Lúcia Baracho Lotti. Fisioterapia
aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e
neonatologia. 3. ed. São Paulo: Medsi, 2002, p. 499509.
TECKLIN, Jan Stephen. Fisioterapia pediátrica. 3.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2002, p. 69-81, 89, 95,96.
94
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO
CURSO DE PSICOLOGIA
PROFESSORA: BEATRIZ KOPPE
7.1 SÍNTESE: O AMOR É UMA NECESSIDADE BIOLÓGICA
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Psicologia
Gênero: Síntese
Aluno: Pedro Alexandre Henning de Moura Jorge
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “O amor é uma necessidade biológica”,
do livro “Curar: o stress, a ansiedade e a depressão
sem medicamento nem psicanálise”, de David
Servan-Schreiber (2004), apresenta estudos e vários
exemplos sobre a importância de se manter bons
relacionamentos para a boa saúde física psíquica
e social. O autor apresenta situações de conflitos
interpessoais causando a retração do sistema límbico
em oposição ao acalento de situações agradáveis e
demonstrações de afeto.
o indivíduo mantenha bons relacionamentos e
proporcione bem-estar aos outros e a si mesmo.
REFERÊNCIA
SERVAN-SCHREIBER, David. O amor é uma
necessidade biológica. In:___. Curar: o stress, a
ansiedade e a depressão sem medicamento nem
psicanálise. 14. ed. São Paulo: Sá, 2004, p. 177-192.
Dotados de lógica emocional, os seres humanos têm
o relacionamento inserido em suas vidas como uma
necessidade básica para o bom desenvolvimento
de cada indivíduo, íntima e socialmente saudável.
O texto também apresenta casos que evidenciam
a importância do afeto em diferentes fases da vida
humana, em relações de mais ou menos intimidade
e até mesmo entre seres humanos e outros animais.
A saúde humana plena depende da qualidade das
ligações afetivas, ou seja, amar e ser amado. A
saúde emocional é, portanto, essencial para que
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
95
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
7.2 RESUMO INFORMATIVO
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Psicologia
Gênero: Resumo informativo
Aluna: Célen Caroba Fernandes
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “O amor é uma necessidade biológica”,
de David Servan-Schreiber (2004), explica como
o amor e o carinho podem auxiliar na melhora no
funcionamento fisiológico. Objetiva mostrar que a
interação do bebê com os pais cria o “circuito reflexo”,
que é indispensável para os relacionamentos entre os
seres. Para tanto, apresenta pesquisas que mostram
que o cérebro emocional começa a se desenvolver
no primeiro período de vida. A pesquisa mostra que
indivíduos que não são amados e compreendidos
têm mais chances de desenvolver doenças. Também
são objetos de análise os benefícios que os animais de
estimação e as plantas trazem aos seus proprietários.
O autor conclui que os relacionamentos harmoniosos
e afetuosos ajudam os indivíduos a se sentirem mais
felizes e viverem com menos stress.
96
REFERÊNCIA
SERVAN-SCHREIBER, David. O amor é uma
necessidade biológica. In: ___. Curar: o stress, a
ansiedade e a depressão sem medicamento nem
psicanálise. 14 ed. São Paulo: Sá Editora, 2004,
p. 177-192.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
7.3 RESUMO CRÍTICO
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Psicologia
Gênero: Resumo crítico
Aluna: Kauana Abraão Tiradentes de Souza
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “O amor é uma necessidade biológica”,
de David Servan-Schreiber (2004), fala sobre
a necessidade inata do ser humano pelo afeto.
Objetiva mostrar, por meio de pesquisas com
humanos e animais, que o elo emocional pode ser
utilizado como tratamento, substituindo o uso de
medicamentos para se obter melhora na saúde. Sobre
o assunto, Siqueira Neto (2004), em “A importância
do ato de tocar”, também revela que o toque é
essencial para o desenvolvimento do ser humano,
pois o toque auxilia na formação física, emocional
e social dos indivíduos. Servan-Schreiber conclui
que o afeto possui indiscutível importância para a
sobrevivência e o bem-estar do seu humano.
REFERÊNCIA
SERVAN-SCHREIBER, David. O amor é uma
necessidade biológica. In:____. Curar: o stress, a
ansiedade e a depressão sem medicamento nem
psicanálise. 14. ed. São Paulo: Sá, 2004, p. 177-192.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
7.4 RELATÓRIO: O AMOR ROMÂNTICO
NÃO CONDIZ COM A REALIDADE
Disciplina: Produção Acadêmica I
Curso: Psicologia
Gênero: Relatório
Alunas: Amanda Machado Pool e Eloá Kalline Talhamento
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
1 INTRODUÇÃO
2 RELATO
Este relatório expõe as características do amor
romântico. O trabalho foi desenvolvido a partir da
análise do filme “Tristão e Isolda”, que foi relacionado
com as teorias defendidas no livro “A cama na
varanda”, mais especificadamente no capítulo II,
“Amor Cortês”. O trabalho foi elaborado com o
intuito de mostrar que quem vive o amor romântico
vive cheio de idealizações, que vão na contramão da
vida real, assim como Tristão e Isolda do filme.
O filme “Tristão e Isolda”, dirigido por Kevin
Reynolds (2006), se passa na Europa da Idade
Média, época conturbada, em que as tribos
europeias lutavam pelo poder, após a queda do
Império Romano. Pela paz em suas terras, Tristão e
Isolda tentam renegar o amor que sentem, mas são
atraídos um pelo outro e vivem um amor cheio de
culpa e riscos.
Para a aprendizagem e aprimoramento da técnica
de relatório, a professora de Oficina de Gêneros
acadêmicos, do segundo semestre do curso de
Psicologia, solicitou este trabalho, que se desenvolveu
no período de 30 de julho a 21 de setembro do ano
de 2012, na Faculdade Dom Bosco.
98
Toda família de Tristão é assassinada. Mortos por
causa do plano de seu pai de unificar a Inglaterra.
Tristão também seria morto se não tivesse sido
salvo por seu tio, Lorde Mark. Adotado por ele e
criado como um filho, torna-se o maior guerreiro
da Cornualha, o braço direito de seu tio.
Tristão é ferido após tentar salvar os jovens de
Cornulha de serem levados como escravos para a
Irlanda. Dado como morto, seu corpo é colocado
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
em um barco e lançado ao mar, indo parar nas
praias da Irlanda. Isolda, em um de seus passeios
pela praia, encontra Tristão, e começa a cuidar dele
em segredo.
O casal se apaixona, e em uma cabana na praia
vivem um amor intenso. Isolda não revela seu
verdadeiro nome a Tristão, sabendo que seu pai, o
rei irlandês, é o pior inimigo de seu amado. Chega
aos ouvidos do rei da Irlanda que há um inglês em
suas terras. Buscas implacáveis começam. Assim,
Tristão precisa deixar a Irlanda e Isolda.
Donnchadh, rei da Irlanda, organiza um campeonato
de luta, em que os cavaleiros devem digladiar até a
morte ou até que o perdedor peça clemência. Como
recompensa, o cavaleiro que vencer poderá se casar
com Isolda, que sem alternativa, aceita a ordem de
seu pai. Tristão participa desse campeonato, com
a intenção de levar a filha do rei da Irlanda para
se casar com Lord Mark, dessa forma uniriam a
Irlanda e Inglaterra, e Lork Mark seria o novo rei da
Inglaterra.
A surpresa de Tristão foi a filha de Donnchadh ser
sua amada. Em lealdade a seu rei, levou-a para se
casar com Lord Mark e trazer a paz para aquelas
terras, onde muito sangue já havia sido derramado.
Ambos tentam renegar o amor que sentem um
pelo outro desde aquela cabana em uma praia da
Irlanda, mas o desejo fala mais alto e começam a se
encontrar em segredo. Tristão sente-se um traidor,
encontrando-se com a mulher que se casou com o
homem que o criou, e se dedicou a ser um pai para
ele. Sentindo culpa, Tristão renega novamente seu
amor por Isolda.
Vendo uma chance de derrubar moralmente Lorde
Mark, fazendo-o ficar vulnerável a um ataque, o rei
Irlandês arma uma emboscada. Esta é planejada
pelo chefe de uma tribo inglesa, para que Lord Mark
veja sua mulher o traindo. Com a eficácia do plano,
Tristão e Isolda são exilados, e as tropas irlandesas
iniciam um ataque, com tribos inglesas.
Tristão diz que um amor não pode carregar o peso
da queda de um reino, e volta para lutar. Na batalha,
ele mata o “mentor” do ataque, mas também é ferido
no coração. Isolda chega a tempo de pegá-lo em seus
braços e vê-lo morrer.
Isolda enterrou Tristão e nunca mais foi vista.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Regina Navarro Lins é uma sexóloga, psicanalista
e tem dez livros publicados, entre eles o best-seller
“A cama na varanda”. Realizou mais de duzentas
palestras e workshops sobre amor, casamento e sexo
em várias cidades do país.
No capítulo “Amor Cortês”, do livro “A cama na
varanda”, Lins (2007) explica as características do
amor cortês e as verdades sobre o amor romântico,
esse amor idealizado.
Segundo a autora, o amor cortês surgiu no século
XII e é a primeira manifestação de amor como hoje
se conhece. Só o filho mais velho poderia casar.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
99
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
No feudalismo, havia uma grande quantidade de
jovens solteiros, afobados, cheios de energia. Surgiu
assim o amor pela dama, pela mulher do nobre,
um amor impossível. As mulheres estabeleciam
as regras do jogo e os homens jogavam de acordo
com as exigências delas. Antes do amor cortês,
o amor era tratado como um contrato comercial
e não com liberdade e aventura. A mulher era
submissa ao homem, sem nenhuma manifestação
de independência. Era vista como propriedade de
seu marido.
Esse amor respeitoso pelas mulheres surgiu como
tema central na poesia e na vida daquela sociedade.
Ao contrário da ideia estabelecida da mulher
dominada e desprezada, e do homem dominador e
brutal, a visão trovadoresca reverteu essa imagem,
para a mulher poderosa e honrada, e o homem
honrado e gentil.
O amor cortês torna-se conhecido na Idade
Média. Seu objetivo era de civilizar os cavalheiros,
platonizar o amor. Esse amor romântico dos tempos
atuais originou-se como o amor cortês.
O mito de Tristão e Isolda pode ter sido a primeira
história na literatura a lidar com o amor romântico
e também pode ser considerada a maior história de
amor do mundo, que originou toda a nossa literatura
romântica, desde Romeu e Julieta.
Nos tempos atuais, as pessoas estão presas a crenças,
estereótipos de como homens e mulheres devem
agir e de como o “amor” deve ser. A realidade não
condiz com as idealizações. Faz parte do amor
100
romântico toda uma combinação de ideias, atitudes
e expectativas, que acabam se transformando em
frustração.
4 ANÁLISE
O amor romântico de Tristão e Isolda será analisado
à luz das teorias de Regina Navarro Lins (2007).
Isolda, em uma cena do filme, está na praia
imaginando o que há além do mar, como é a vida
naquelas terras distantes, como as pessoas de lá
devem ser. O filme mostra as características do
amor romântico que Lins (2007) defende no livro.
A autora diz que esse amor é uma idealização.
Para Isolda, quando Tristão aparece na praia, ele
é a novidade, seu sonho materializado do que
havia naquelas terras distantes, distante de seu pai,
distante do desprezo de seu pai por ela ser mulher.
A autora diz que faz parte dessa ideia de amor achar
que quem ama não sente dúvidas, não deixa de
desejar a pessoa amada por nenhum segundo, o que
contrasta com a realidade.
No filme, desde o primeiro momento em que se veem,
já se sentem atraídos. Não demora muito para terem
certeza que é amor, mesmo eles não se conhecendo
direito. Lord Mark ama Isolda, a respeita, é um
homem bom, tem mais respeito e admiração por
Isolda do que Tristão, mas nada disso conta. Suas
atitudes são movidas pela idealização que ela tem
de Tristão, como se a felicidade só existisse ao lado
dele. Lins (2007) diz que o amor romântico torna
a mulher a Bela Adormecida ao avesso. A mulher
“adormece” para a realidade depois do beijo de “seu
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
príncipe”. Assim acontece com Isolda.
A autora defende que o amor romântico não resiste
à intimidade. Assim como Tristão e Isolda, eles
se relacionavam, se tocavam, mas secretamente,
poucas vezes. Isolda conviveu mais com Lord Mark.
As barreiras e o encoberto, o mistério, fazem o amor
romântico ter forças. Não se encaixa nesse tipo de
amor a intimidade, o real, em que um conhece o
outro como é, não como acredita que seu parceiro
seja.
Isolda estava prometida a um homem e seu pai
desejava esse casamento. Após a morte desse
homem, ela virou um prêmio. Ela seria de quem
ganhasse um campeonato de luta. Este campeonato
fazia parte do plano de seu pai para desintegrar
ainda mais a Inglaterra, colocando os clãs uns contra
os outros. No final do filme, quando Lord Mark e
seu pai a descobrem encontrando-se secretamente
com Tristão, seu pai culpa Mark por ter deixado
sua filha ser dividida entre vários homens, como
se Isolda não tivesse vontade própria, fosse um ser
passivo apenas. Essas cenas do filme mostram o
que a autora diz no livro, sobre como a mulher era
vista naquela época. Ela não tinha nenhum papel na
sociedade, não podia fazer escolhas, seu pai e depois
seu marido eram praticamente seus donos.
No livro, a autora explica que uma das características
do amor cortês era o padrão: um cavalheiro apaixonase por uma mulher casada, o que torna esse amor
impossível. O cavalheiro e a dama entram em um
jogo amoroso, se relacionam secretamente. A dama
dita as regras desse jogo, mas essa relação entre a
dama e o cavalheiro era sempre platônica, pois a
mulher era sempre desprezada por seu marido. O
filme contrasta com essas características. Eles têm
uma relação carnal, e Tristão dita as regras do jogo
de amor com Isolda, está sempre tentando afastá-la
e ser leal a Lord Mark, enquanto ela sempre está
disposta a vê-lo e a tocá-lo. Outra característica do
amor cortês que hoje é o amor romântico, apontada
no livro, é que ele está acima de tudo. No filme, o
amor deles não está acima da lealdade de Tristão ao
reino de Cornualha.
No livro, Navarro Lins explica que as pessoas
têm a ideia de que apenas a morte separa um
amor verdadeiro. “Até que a morte nos separe” é
a frase que as pessoas defendem que resume um
amor verdadeiro. Forma-se assim uma relação
aprisionada, que vai terminar em tragédia, a morte.
O filme não surpreende e termina com a morte
de Tristão nos braços de Isolda, como as pessoas
acreditam que um amor verdadeiro deve ser.
A autora diz que fazem parte do amor romântico
a agonia e o êxtase, que causam a sensação de
transcendência, todo um conjunto de emoções,
da agonia da espera ao êxtase do encontro. Isso
move o amor romântico, mas esse amor não condiz
com a realidade, por isso as pessoas passam a vida
esperando encontrar alguém que as faça sentir
felizes, a todo o momento, em êxtase. No filme,
Isolda pede um último encontro, dizendo que se
Tristão não aceitasse, ela morreria. Navarro Lins
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
101
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
diz que o amor romântico tem seu próprio tipo
de excitação, temporária por natureza. Assim, é
possível ver o amor romântico como uma droga,
pela qual a pessoa fará qualquer coisa para sentir
a excitação que esse amor traz, mas é temporária,
depois a pessoa precisa de mais. Isolda precisava dos
momentos com Tristão, precisava dessa excitação.
REFERÊNCIAS
LINS, Regina Navarro. Amor cortês: começando a
falar de amor. In:_____. A cama na varanda. Rio de
Janeiro: Best Seller, 2007, p. 58-138.
TRISTÃO E ISOLDA. Kevin Reynolds. Europa
Filmes. 2006. Filme DVD (125 min.)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Usando o filme como base para relacionar com
as teorias do livro “A cama na varanda”, pode ser
comparado o amor romântico de Tristão e Isolda
com as ideias contrárias a esse tipo de amor, de
Regina Navarro Lins.
No livro, as ideias de Navarro são expostas de
maneira clara. Ela não concorda com o modo como
se entende o conceito de “amor” hoje em dia. A autora
mostra que nas relações atuais as pessoas esperam
de seus parceiros, comportamentos estereotipados
e nem tentam compreender os pensamentos e ações
deles. Ela diz que nos tempos atuais as pessoas estão
presas a crenças, estereótipos de como homens
e mulheres devem agir, de como as relações de
amor devem ser. A realidade não condiz com essas
idealizações. Faz parte do amor romântico toda
uma combinação de ideias, atitudes e expectativas
que acabam se transformando em frustração.
As ideias de Navarro Lins são criticadas por muitos,
mas aos que mantém a mente aberta para a realidade,
em vez de se fechar em fantasias, o livro é sempre
bem aceito.
102
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
7.5 RESENHA DESCRITIVA: HOMOSSEXUALIDADE SEM TABUS
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Psicologia
Gênero: Resenha descritiva
Aluno: Claudio Cesar Chaiben1
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
“Homossexualidade” faz parte do capítulo IV , “Sexo”,
do livro “A cama na varanda”. O livro “A cama na
varanda: arejando nossas ideias a respeito de amor e
sexo” é escrito por Regina Navarro Lins (1997). São
abordadas questões ligadas ao esclarecimento da
sexualidade em seus diversos aspectos
A autora relata de maneira minuciosa todo o
histórico, surgimento e aspectos cotidianos da
homossexualidade. Existem muitos mitos e tabus
relacionados a este assunto interpretado pelo
grande público em geral. A autora Regina Navarro
Lins é expertise nesse assunto de sexualidade e,
mais especificamente de homossexualidade, pois
ela é psicanalista e sexóloga. Ela trabalha em seu
consultório particular com terapia individual
e de casais. É ex-professora de Psicologia do
Departamento da Comunicação Social da PUC-Rio.
Lins (1997) faz um histórico explicando cada
período e suas mudanças em relação à questão
do homossexualismo. Dentro do subtítulo “O
amor grego”, é descrito que a história começa
na Grécia Antiga, quando o homossexualismo
era algo considerado normal, assim como o
heterossexualismo. O homossexualismo era
conhecido como pederastia, isto é, relação de
homens mais velhos com mais jovens. Essa relação
era considerada normal naquela época, pois o que era
considerado anormal seria a relação homossexual
entre dois homens velhos. Pelo fato que um homem
já formado estaria numa postura passiva, o que não
expressa a forma masculina de ser, que é ativa.
Em “O amor entre as mulheres”, Lins explica que
Safos era uma poetisa, que fazia poemas sensuais
direcionadas para as mulheres. O termo “lésbica” tem
origem dessa história que ocorreu na Ilha de Lesbos,
onde Safo nasceu. Apesar de Safos expressar o seu
desejo por suas alunas nos poemas, ela foi apaixonada
por um homem que não correspondia ao seu amor.
Como ela não foi correspondida, ela se suicidou.
1 Acadêmico do 2° período de Psicologia da Faculdade Dom Bosco. Possui Licenciatura Plena em Educação Física pela UFPR.
Yoga pelas Faculdades Integradas Espíritas. Especialização em Psicologia do Esporte pela Universidade Gama Filho.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
103
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
No trecho com o subtítulo “A homossexualidade na
Idade Média”, a autora explica que o homossexualismo
era uma heresia para a igreja. A homossexualidade
era conhecida pelo termo “sodomia”. Era considerada
como um comportamento demoníaco e antinatural,
digno de castigos e pragas. Os homossexuais eram
comparados às bruxas, portanto a sua punição,
designada pela igreja, era a fogueira.
No subtítulo “A homossexualidade a partir do século
XVIII”, explica-se que no século XVIII o filósofo
Voltaire disse que a homossexualidade é um mal-entendido. Isso porque os jovens machos, sentindo
a força da natureza e não encontrando o objeto para
seus instintos, lançam-se sobre aqueles que são os
seus semelhantes. Já no século XIX, foi criado o
termo “homossexualidade” pelo médico húngaro
Benkert. Nesse mesmo século, a homossexualidade
era considerada pelos liberais como uma doença
e pelos conservadores como uma perversidade. Já
no século XX, o homossexual ainda é considerado
como perigoso, sem vergonha, na melhor das
hipóteses, visto como doente. Atualmente, apesar
de tantas hipóteses e pesquisas, não se chegou a um
consenso e a uma definição nem se sabe ainda a
origem da homossexualidade.
A parte do texto “As causas da homossexualidade”
relata que há pesquisas que fomentam que a
homossexualidade é de origem genética. Existem
crianças que já manifestam desde cedo que estão no
corpo com o gênero errado. A orientação afetivo-sexual
é algo inato de cada pessoa e não é uma escolha; logo, é
definida na vida embrionária. Para Freud, citado por
104
Lins, o ser humano é biologicamente bissexual, pois
as pessoas possuem impulso sexual tanto para o
mesmo sexo quanto para o sexo oposto. Segundo
Robert Stoller, a homossexualidade não é uma
doença, e sim uma preferência sexual. O sociólogo
Frederick Whitam trabalhou em vários países e
chegou a um consenso em relação aos homossexuais.
Verificou que existem homossexuais em todas as
sociedades e que o comportamento é parecido em
sociedades diferentes.
O texto com o subtítulo “O movimento gay” traz
aspectos de direito de expressão dos gays. Os
homossexuais pararam de se esconder, pois a sua
expressão sexual é tão igual como ser heterossexual.
Mesmo assim, o preconceito ainda não se extinguiu.
Em 1973, a Associação Médica descaracterizou a
homossexualidade como doença.
Na parte “A difícil decisão”, a autora fala da questão
da pressão sociocultural sob os homossexuais.
Essa cobrança acaba inibindo o homossexual de
exprimir a sua verdadeira sexualidade. Muitas
vezes o homossexual acaba adotando uma postura
de heterossexual para ser aceito numa sociedade
patriarcal. Com o passar do tempo, a sua verdadeira
orientação sexual vem à tona, pois é algo inato e não
uma escolha. Uma pessoa pode ser homossexual
mesmo sem ter tido relações homossexuais, pois a
sua orientação sexual é homossexual.
No subtítulo “A nova expressão dos gays”, Lins
esclarece que o comportamento gay é uma expressão
natural do ser humano. Há alguns heterossexuais
que dizem saber identificar os gays pelos seus
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
trejeitos, mas estão enganados. Há muitos homens
que parecem ser heterossexuais, pois aparentam ser,
mas, na verdade, são homossexuais. O movimento
gay ajudou a livrar os homossexuais da culpa, mas
não do preconceito sociocultural.
Na parte do texto “Homofobia”, a psicanalista
aborda a discriminação extrema sofrida pelos
homossexuais, pois a discriminação é uma constante
numa sociedade predominantemente heterossexual e
patriarcal. A homofobia é o ódio pelos homossexuais,
que acabam sofrendo agressão verbal, física e moral.
Esse tipo de discriminação é feita principalmente
por heterossexuais machistas ou pelos próprios
homossexuais contra si mesmos. É provável que a
hostilidade dos heterossexuais seja devido ao temor
secreto dos próprios desejos homossexuais.
Com o subtítulo “Como vivem os gays”, Lins fala
como os homossexuais se organizam para não
sofrerem preconceito na sociedade. Eles criam seus
próprios ambientes sociais, como bares e boates onde
o público predominantemente é gay. Tanto os gays
como os heterossexuais possuem comportamentos
semelhantes nos aspectos de técnicas sexuais,
mesmo aqueles considerados mais estranhos. Em
relação à questão profissional, os homossexuais
preferem as carreiras intelectuais, artísticas ou
profissões adaptativas devido ao preconceito.
O capítulo “As lésbicas” explica que a
homossexualidade feminina é mais tolerada que a
masculina, pois gera curiosidade e fantasia. Alguns
machões acreditam que as lésbicas são as mulheres
conhecidas como mal-amadas. Não tem nada a ver,
pois também é uma questão de orientação afetiva
sexual. O sexo lésbico parece ser mais bem sucedido,
pois é maior a igualdade nas trocas afetivo-sexuais. A
excitação não está apenas focada no órgão genital e,
sim, no toque do corpo inteiro. As lésbicas também
possuem grupos organizados como os gays para
se defenderem da discriminação e também terem
maiores chances no campo profissional.
Lins (1997) conclui que orientação sexual pode ser
tanto heterossexual, homossexual ou bissexual, e não
deve haver discriminações. A maneira de se expressar
a sexualidade é de cada um, e ninguém tem o direito
de discriminar as pessoas que tenham a orientação
ou opção sexual diferente. Todas as pessoas têm o
direito de expressar sua sexualidade plenamente para
ser feliz. O respeito mútuo pelas diferenças ainda está
sendo construído, pois o preconceito ainda existe
devido à ignorância de alguns.
A autora possui um estilo de escrita acessível para
a grande população, pois seu intuito é esclarecer o
maior número de pessoas em relação a esse assunto,
muitas vezes considerado polêmico. É um texto
acessível a qualquer tipo de leitor. Possui linguagem
simples e direta, mas com o conteúdo altamente
informativo.
REFERÊNCIA
LINS, Regina Navarro.
Homossexualidade.
In:_____. A cama na varanda: arejando nossas
ideias a respeito de amor e sexo. 6. ed. Rio de Janeiro:
Best Seller, 2007, p. 222-262.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
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7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
7.6 RESENHA CRÍTICA: A PSICOLOGIA SOCIAL
Disciplina: Produção Acadêmica II
Curso: Psicologia
Gênero: Resenha crítica
Alunas: Emanuela dos Reis Porto e Patricia Fernandes Valério Granemman1
Professora-orientadora: Beatriz Koppe
O capítulo “A Psicologia Social”, de Rodrigues
(1999), é um texto que fala sobre uma psicologia
multidisciplinar. Ele explica como se aplica a
psicologia social na sociedade e fala dos conceitos
estudados e como eles são aplicados pela área.
Essas informações podem ser encontradas no
livro “Psicologia: uma introdução ao estudo de
psicologias”.
O livro foi escrito por três autores, que são Ana
Mercês Bahia Boch, doutora em Psicologia Social
e Educacional da Faculdade de Psicologia PUC-SP;
Odair Furtado, doutor em Psicologia Social e
Professor de Psicologia Social e Institucional
da Faculdade de Psicologia da PUC-SP; Maria
de Lourdes T. Teixeira, psicóloga e psicanalista,
supervisora em Psicologia Institucional da
Faculdade de Psicologia da PUC-SP e membro do
Instituto Sedes Sapientral – SP.
O capítulo foi escrito por Aroldo Rodrigues, que é
psicólogo, e define a psicologia social como o estudo
das manifestações comportamentais suscitadas pela
interação de uma pessoa com as outras ou pela
mera expectativa de tal interação. O texto é escrito
em primeira pessoa, e a linguagem é simples, mas
técnica.
Rodrigues explica os principais conceitos da
psicologia social. A primeira percepção social é
definida como um conjunto de características que
apresenta e possibilita ter uma impressão de cada
indivíduo. Essa impressão só é possível a partir
do contato que o indivíduo tem com o mundo. Já
o segundo conceito, o da comunicação, envolve
codificação e decodificação de mensagens. Porém,
a comunicação não é constituída apenas de código
verbal, mas por meio das expressões faciais, gestos,
movimento, desenhos e sinais.
O terceiro conceito, o de atitudes, possibilita certa
regularidade na relação do indivíduo com o meio.
Mas não é com tanta facilidade que se consegue
prever o comportamento de alguém a partir de
1 Acadêmicas do do 2º período do curso de Psicologia da Faculdade Dom Bosco.
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VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
sua atitude, pois o comportamento é resultante
da situação dada de várias atitudes mobilizadas
em determinada situação. O quarto conceito, o de
mudanças de atitudes, pode ser modificado a partir
de novas informações, afetos, comportamento
ou situações, resultando em atitudes positivas ou
negativas.
um recurso mediador para a construção da
identidade. Azevedo cita também Gonzáles- Rey
(2004). Este explica que a psicologia social foi
institucionalizada nos Estados Unidos a partir da
orientação comportamental de Floyd Allport na
década de 1992. Este destacou a importância de
O quinto conceito, o processo de socialização, fala do
indivíduo que se torna membro de um determinado
conjunto social, aprendendo seus códigos e normas
ou regras básicas de relacionamento. Porém, o
sexto conceito, os grupos sociais, fala de pequenas
organizações de pessoas que possuem normas e
formas de pressionar seus integrantes para que
se submeta às normas impostas pelo grupo. Para
finalizar, o último conceito, os papéis sociais,
permite compreender a situação social, pois são
referências para a percepção em relação ao outro e
ao mesmo tempo. Esse conceito é referência para o
próprio comportamento do indivíduo e permite que
ele aprenda os papéis sociais que, na realidade, são
um conjunto de rituais que a sociedade criou.
Alguns autores destacaram que a psicologia social,
por meio do método científico, estuda a maneira
pela qual as pessoas se relacionam e produzem
formas de pensamentos e comportamentos em
um determinado ambiente. Azevedo também
cita o estudo de Doise (2002). Este fala sobre os
quatro níveis de ambiente em psicologia social:
intraindividual, interpessoal, posicional e ideológico.
Doise propõe uma articulação entre esses níveis de
análise para compreender os fenômenos sociais.
investigar o comportamento dos indivíduos.
Outro autor, Adriano Valério dos Santos Azevedo
(2009), em seu artigo “A psicologia social: definição
dos objetos de estudo”, fala da construção da
psicologia social por meio de alguns pesquisadores.
Para falar do objeto de estudo da psicologia social,
Azevedo usa as palavras de Silva (2004), para dizer
que foi a psicologia social foi construída a partir de
evidências do senso comum. Outro autor, citado por
Azevedo, Rose (2008), diz que a psicologia social
apresenta uma perspectiva de investigação dos
problemas sociais na tentativa de elucidar questões
sobre relações raciais, conflitos intergrupais e
valores morais.
Azevedo é psicólogo, especializado em psicologia
hospitalar, mestre em Psicologia Social (NPPS) pela
Unidade Federal de Sergipe.
E, para finalizar, Azevedo acredita que existe um
conjunto de perspectivas teóricas que servem como
princípios orientadores para a psicologia social.
O autor cita Meod, que, em 1985, destacou que a
comunicação utilizada pelos indivíduos representa
Já o artigo “O conceito de representações na
abordagem psicossocial”, escrito por Mary Jane P.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
107
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
Spink (1993), define o conceito da representação
como modalidade de conhecimento prático
orientado para a comunicação e para a compreensão
do contexto social em que vivemos por meio da
abordagem psicossocial.
A autora é professora do programa de pós-graduação
em Psicologia Social da PUC/SP, doutora em
Psicologia Social pela Universidade de Londres – UK
e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Psicologia
Social e Saúde – PUC/SP.
As representações, segundo a autora, podem ser
abordadas enquanto eventos intraindividuais, como
representações mentais, estudadas pela Psicologia
Cognitiva e pela Psicanálise, em que o social é
apenas uma sombra, como elementos centrais da
comunicação, sendo representações públicas, objeto
de estudo da Psicologia Social, ou ainda como
elementos coletivos, comunicados repetidamente
e distribuídos igualmente numa determinada
formação social, sendo então representações
culturais, objeto de estudo da Antropologia. As
representações sociais, sendo definidas como
formas de conhecimento prático, inserem-se mais
especificamente entre as correntes que estudam o
conhecimento do senso comum.
As correntes que se debruçam sobre os saberes,
querem formalizadas ou não, procuram superar
a divisão entre ciência e senso comum, tratando
ambas as manifestações como construções sociais
sujeitas às determinações sócio-históricas de épocas
específicas e, mesmo com essa divisão entre ciência/
verdade e senso comum/ilusão, permanece intacta.
108
A mudança de perspectiva quanto ao papel
disciplinador das teorias do conhecimento, de
um lado legitimando o saber não concretizado
em disciplinas científicas e, de outro, estar em
foco, o selo de garantia epistemológica, teve um
papel fundamental na elaboração do conceito de
representações sociais em Psicologia Social. O
conhecimento estudado via representações sociais é
sempre um “conhecimento prático”; é sempre uma
forma comprometida e/ou negociada de interpretar
a realidade.
Dois aspectos são particularmente relevantes no
campo de estudos das representações sociais.
Em primeiro lugar, o posicionamento sobre a
relação indivíduo-sociedade, que foge tanto ao
determinismo social, em que o homem é produto da
sociedade, quanto ao voluntarismo puro, que vê o
sujeito como livre agente. Busca um posicionamento
mais integrador que, embora situando o homem no
processo histórico, abre lugar para as forças criativas
da subjetividade. Em segundo lugar, ao abrir espaço
para a subjetividade, traz para o centro da discussão
a questão do afeto: as representações não são,
assim, meras expressões cognitivas, são permeadas,
também pelo afeto.
As representações sociais, sendo produzidas
e apreendidas no contexto das comunicações
sociais são necessariamente estruturas dinâmicas.
As representações sociais, portanto, são tanto a
expressão de permanências culturais como o locus
da multiplicidade, da diversidade e da contradição.
VITRINE DE PRODUÇÃO ACADÊMICA II: PRODUÇÃO DE ALUNOS DA FACULDADE DOM BOSCO
7 PRODUÇÕES DE ALUNOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
Ao estudar os três textos verifica-se que ambos
estão interligados, mesmo falando da psicologia
social em diferentes contextos. Os autores diferem
na linguagem. Rodrigues define essa área da
psicologia como sendo os estudos das manifestações
comportamentais e pela interação de uma pessoa
com as outras. Azevedo fala de como a psicologia
social foi construída. Já Spink faz a definição
do conceito das representações sociais como
modalidade de conhecimento prático orientado para
a comunicação e para a compreensão do contexto
social em que vivemos por meio da abordagem
psicossocial. Porém, ambos falam que a psicologia
social é uma abordagem que estuda a interação de
uma pessoa com a outra.
Percebe-se que os autores citam os conceitos
estudados por essa área da Psicologia. Eles usam,
cada um, uma linguagem especifica, porém têm uma
mesma visão sobre o assunto, que faz com que os
resultados sejam alcançados. Aplicar esses conceitos
na sociedade, requer um cuidado minucioso, pois
precisa ser muito observado a interação de um
indivíduo com o outro para que se possa chegar a
um resultado positivo.
O texto é indicado para todos da área da psicologia e
para aqueles que tiverem interesse pelo assunto. Os
autores mostram que a interação de uma pessoa com
outra é necessária para se obter resultados positivos.
REFERÊNCIAS
RODRIGUES; Aroldo. A psicologia social. In:
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair;
TEIXEIRA, Maria de Lurdes Trassi. Psicologias.
Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo:
Saraiva, 1999, p.177-178.
SPINK, Mary Jane P. O conceito de Representação
Social na Abordagem Psicossocial. Caderno
de saúde pública. Rio de Janeiro, jul/set.1993.
Disponível em: <http:// http://www.scielosp.org/
pdf/csp/v9n3/17.pdf>. Acesso em: 20 maio 2013.
AZEVÊDO, Adriano Valério dos Santos. A
psicologia social: definições dos objetos de
estudos. Psicologia &m foco. Aracaju, jul/dez.
2009. Disponível em:<http://linux.alfamaweb.com.
br/sgw/downloads/161_013426_Formatado7PsicologiaSocialComunitaria.pdf>. Acesso em: 20
maio 2013.
Por isso, Rodrigues aborda vários conceitos dentro
da psicologia social e explica cada um. Conclui,
com o último conceito, que são os papeis sociais
para ele este conceito e referências para o próprio
comportamento do indivíduo e permite que ele
aprenda os papéis sociais que, na realidade, são um
conjunto de rituais que a sociedade criou.
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