Micaela Paiva
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Micaela Paiva
Revistas Impressas Número 00 Revistas Online |2 |3 INTRO DU ÇÃO INTRO DU ÇÃO Este objecto de sustentação parte da temática das Publicações Culturais, centrando-se em particular no estudo das Revistas Impressas e Online: as suas características, as suas preocupações, públicos e distribuição. Pretendemos dar especial atenção a publicações ditas de carácter não convencional, consideradas inovadoras e direccionadas para um mercado urbano, constituído por uma audiência culta e visualmente educada. A escolha desta temática de estudo tem a ver com o facto destas publicações proporcionam ao designer maior liberdade criativa. O Design Gráfico e de Comunicação assume, aqui, um papel relevante na decisão de compra/ aquisição destas publicações. What remains vital is the idea of intentionally starting from scratch for each and every issue.This aproach creates extra miles to go, but also opens up a vast variety of directions and possibilities, and therefore gives us almost infinite freedom of choices to develop the Project. Ralf Herms, +Rosebud Perante esta realidade, interessa-nos perceber o posicionamento real do designer na concepção destes objectos e os limites da sua prática. |4 Publicações Culturais | 5 PLA NO DE CONT EÚ DOS PLA NO DE CONT EÚ DOS Introdução Publicações Publicações Culturais Caracterização das várias Tipologias Revista Impressa Magazine Fanzine Revista Online Webzine eZine Multizine Como fazer uma Publicação Cultural Conceito O Conceito e o Ciclo de vida Definir Estratégias e delinear Objectivos Público-alvo Processo de Criação Colaborativa Editor Designer Director Artístico Elementos Informativos Editorial ISSN Copyright Créditos Distribuição Estratégias de valorização: Elementos Formais, Estruturais e Visuais Capa e Embalagem Formatos e Estruturas Navegação Impressão e Acabamentos Conclusão Bibliografia Webliografia |6 |7 PUB LI CA ÇÕES PUB LI CA ÇÕES Revista LIST, one off PUBLICAÇÕES Usualmente, publicação entende-se como algo editado em determinado formato, distribuição, sensação, conceito e periodicidade. As revistas são as publicações mais comuns, distribuídas num regime regular, que contêm uma grande variedade de artigos constituídos por textos e/ ou imagens organizados sob um tema ou espírito editorial. São geralmente financiadas por publicidade ou pelo seu custo de venda. Historicamente, as revistas têm sido lugar de desenvolvimento de novos vocabulários de design bem como de processos técnicos. Desde meados do século XIX que as revistas têm vindo a desempenhar um papel significativo no quotidiano, ao fornecer informação extremamente diversa a todas as áreas da sociedade. Contexto Actual Até aos dias de hoje, as publicações têm vindo a adaptar-se às novas realidades e necessidades de públicos diversificados, ocupando diferentes espaços dentro da sociedade e cultura; a definição de publicação periódica comercial tem vindo a alterar-se, pois se, por um lado, existem inúmeros exemplos de revistas que não são comerciais, suportadas por fundações artísticas, caridade ou totalmente através de publicidade, por outro o facto de se presumir periódica é relativo, pois uma revista pode produzir um só número para determinado evento - "one off". Existem revistas impressas, revistas impressas com versões online e revistas que existem unicamente na versão online. Também se observa cada vez mais o uso de outros suportes digitais como CD's ou DVD's para complementar o meio impresso. (... ) o design gráfico não é aqui uma dimensão subsidiária no processo de criação das publicações e demais edições, uma "arte aplicada" que simplesmente concretiza as escolhas e decisões de outros intervenientes, (...) mas constitui uma instância fundamental de pensamento. Christoph Keller in Os livros fazem amigos, Roma Publications Publicações Culturais | 8 Publicações Culturais | 9 Publicações Culturais A publicação cultural pode ser definida como uma publicação que reflecte sobre um aspecto particular da cultura, de um ponto de vista argumentativo e flexível, mas também rígido na medida que se mantém fiel aos seus princípios, fascínios e motivos, em vez dos factores e princípios do mercado - estas publicações criam o seu próprio mercado. São, portanto, consideradas à margem das correntes comerciais, pelo que têm geralmente pouca tiragem e são vendidas para um público-alvo específico, público esse que deve ter uma mente aberta e espírito curioso, pois os pontos de vista explanados neste tipo de publicações pretendem estimular o sentido crítico do leitor, e a informação é geralmente original. As revistas culturais são, de facto, fulcrais para muitos, pois constituem um veículo rápido de informação particular sobre uma determinada matriz cultural, assim como fonte de inspiração e criatividade. As revistas culturais debruçam-se sobre interesses mais especificos, podendo ser publicadas com menos frequência: mensalmente, bi-mensalmente, sazonalmente ou até ser de distribuição irregular. Estas publicações podem estabelecer correntes cul- turais no âmbito das artes visuais, do design, ilustração, música, literatura, entre outros. Por outro lado, os pioneiros de design gráfico e de edição destas revistas têm vindo a desafiar o conceito tradicional de design de publicações, pelo que as algumas revistas culturais apresentam actualmente os melhores exemplos de design gráfico e de direcção artística, pela criatividade e inovação presentes, facto que só as valoriza enquanto objecto de comunicação. Contexto Actual Nos dias de hoje, a indústria das revistas é um mundo excitante. Não só existe uma grande variedade de títulos para os mais variados mercados - à qual nunca se tinha assistido - como também ao sucesso e à evolução do design editorial. Comercialmente, as revistas culturais estão entre as menos rentáveis, e de manutenção mais cara, pois aposta-se na qualidade e não na quantidade de números publicados. O leitor espera que a revista siga as suas expectativas de qualidade e originalidade formais e editoriais. Publicações Culturais | 10 Revista KILIMANJARO, n. 07 Publicações Culturais | 11 Mesmo que a revista tenha sucesso e seja a melhor na sua categoria, esta não é uma posição que permita relaxar – existe uma necessidade de cuidado contínuo e investimento constante para manter o produto num nível de objecto de culto, tanto em termos de conteúdo como em termos de valor de produção. Isto acontece nas inúmeras revistas culturais que têm proliferado recentemente em todo o mundo. Estas publicações têm um ponto em comum: subiram a fasquia do design gráfico de revistas, liderando o lado criativo. Hoje existe uma vasta quantidade de revistas que são inovadoras, inteligentes, irreverentes e visualmente inspiradoras. Os factores que contribuíram para este fenómeno são a descida dos custos de produção, a melhoria do dispositivo de distribuição, o desenvolvimento tecnológico e a abundância de directores de arte e de editores. CARACTERIZAÇÃO DAS VÁRIAS TIPOLOGIAS The bandwidth of a spread in a print magazine is larger than a web page by orders of magnitude. Jandos Rothstein in Monkeying with the Magazine Business, Aiga Journal of Design Fanzine CARLOS, n. 07 REVISTA IMPRESSA Uma revista impressa permite a contemplação, pois pressupõe manuseamento e uma experiência visual e tipográfica rica. São publicações perenes na medida que, uma vez impressos, não são alteráveis, permanecendo enquanto objectos, passíveis de ser guardados ou coleccionados. Magazine Para a magazine contribuem vários factores como a estratégia editorial, a distribuição, o conceito, o público-alvo, a direcção artística e o design de comunicação. A maioria das revistas impressas são produzidas através do processo offset. A impressão é realizada em secções, tipicamente em cadernos de dezasseis páginas que podem ser impressos a preto e branco, CMYK, ou no sistema de cores directas (PANTONE). Os cadernos são posteriormente unidos por agrafo ou por cola, formando uma espinha ou lombada. Apesar de tudo, existem variantes deste modelo, com a tendência crescente das publicações para assumirem formatos inusitados e apelativos; não só em termos Webzine THIS IS A MAGAZINE in www.thisisamagazine.com Publicações Culturais | 12 formais como também na fase de impressão, encadernação, acabamentos, embalagens, entre outros, são explorados materiais e técnicas inovadores que enriquecem o objecto e o podem elevar a objecto de arte. Esta valorização prende-se com o papel do designer na feliz união entre o conceito e os conteúdos inerentes a cada edição da revista. Fanzine Fanzine é a abreviatura de fanatic magazine. Trata-se de uma publicação não profissional, produzida por fãs, sobre um fenómeno cultural particular como seja o literário, o musical, etc., direccionada a uma audiência que partilhe os mesmos interesses. Trata-se de uma publicação despretensiosa, eventualmente sofisticada no aspecto gráfico. Habitualmente, os colaboradores e editores não recebem qualquer compensação monetária, e as fanzines circulam, normalmente, gratuitamente ou vendidas a custos de produção e envio, ou seja, os objectivos da fanzine não são lucrativos. Publicações Culturais | 13 Still, I’m torn. I love seeing a new issue of a magazine come shrinkwrapped in the mail or appear like a newly blooming flower (sorry for the florid metaphor) on the stands. I anticipate opening it and seeing the layout with my story for the first time, which is often a pleasant surprise. I revel in reading it over because on the printed page it is a totally different piece of writing than as a manuscript (or on the computer screen). I feel happy turning the pages and closing the cover and putting it either on the desk or in the bookshelf. These are tactile sensations that are as much habit as anything but it is experience couched in a tradition of reading and writing that goes back ages. Frankly, I also like the fact that, once it is in print it can’t be changed, so I can stop thinking about it and move on to other obsessions. Webzine Uma webzine é uma publicação que existe na World Wide Web e tende a ser publicada regularmente (semanalmente, mensalmente, ...) Distingue-se de um blog pelo facto de não ter um marcador cronológico. REVISTA online As publicações online são distribuídas electronicamente, nomeadamente na internet, podendo assumir apenas uma versão online, ou serem a versão online de uma revista impressa. Estas últimas podem conter informação complementar, como por exemplo a divulgação de eventos relacionados à publicação, fóruns, ou ser apenas a transposição online de uma revista impressa, com acesso aos seus conteúdos directamente ou através de subscrição . Os designers das versões online das revistas impressas devem criar sites que se harmonizem com a estratégia editorial da sua versão impressa. No caso das publicações que existem apenas em versão online, estas são livres de explorar ao máximo as potencialidades interactivas e audiovisuais da internet. Webzine TIGER, n. 33 eZine E-zine é a contracção de electronic magazine; trata-se de um subgénero das webzines, pois é uma publicação periódica distribuída por e-mail, ou publicada num website. É equiparada a uma fanzine, mas numa versão online, pelo seu carácter independente, baixo custo, objectivos pouco expansivos e foco num tema específico ou de interesse especial. Steven heller Publicações Culturais | 14 Publicações Culturais | 15 MULTIZINE Publicação que explora a utilização de mais do que um tipo de meios. Pode associar ao meio impresso o online, CD’s e DVD’s, cassettes, posters, booklets, flyers, entre outros. Multizine FLO, volume 9 Publicações Culturais | 16 The whole area of magazine publishing is fragmenting. Within the next 20 years, we will have a workable version of e-paper; it’s going to be a difficult and exciting time for magazines. Publicações Culturais | 17 Publicações Culturais | 18 Publicações Culturais | 19 COMO OMOC FAZER REZAF AMU UMA PUBLI ILBUP AC CA OÃÇ ÇÃO CULTU UTLUC LAR RAL COMO FAZER UMA PUBLICAÇÃO CULTURAL CONCEITO O conceito de uma publicação é o que a diferencia e individualiza, é o que a faz ser incluída numa determinada categoria e que a focaliza para um determinado público. Espelha a maneira como a publicação se apresenta, comporta e se sente, sendo, portanto, um factor determinante e fundamental na conceptualização da publicação, reflectindo-se depois na sua concepção enquanto objecto: o design que a publicação vai assumir deve mostrar visualmente o que a revista é conceptualmente. O Conceito e o Ciclo de vida Uma publicação é fruto do momento em que é produzida, e o seu aspecto e sentimento esgotam-se com alguma velocidade; por isso, é importante que a publicação se constitua num meio vivo, que tenha o efeito surpresa sem nunca perder consistência, que não perca a familiaridade nem a originalidade do conteúdo e do seu design, e, sobretudo, sem nunca esquecer a sua essência – o seu conceito – que faz dela algo tão particular. Reinventar com regularidade uma publicação previne o seu esgotamento e declínio, através de mudanças Publicações Culturais | 20 conscientes, pensadas e com substancial relevância. Combater a efemeridade das publicações pode também passar por alimentar o coleccionismo, o culto ao objecto e, se por um lado o conteúdo pode ter uma grande importância, é certo que ele é alvo de mais efemeridade; o design pode então assumir aqui um papel fulcral neste ponto, pois pode ser ele o responsável por despoletar este gosto pela pertença destes objectos, dando-lhes propriedades e qualidades que provoquem esse tipo de sentimentos nas pessoas e que ditem a sua perenidade. We’ve set out to take the pulse of this uniquely personal form of graphic expression at a time in its evolution when some say the zine is dead, mutated by the internet into homepages, chat-sites or e-zines.What we’ve found, however, is a vast wealth of creativity; where form is constantly being reinvented. Liz Farrelly in Zines Publicações Culturais | 21 Definir estratégias e delinear objectivos Uma publicação não se resume a um simples conjunto de folhas entre uma capa e uma contracapa: ela é um objecto complexo, tanto no plano conceptual como formal. Embora a definição do conceito já seja, à partida, um aspecto estratégico, é a partir dele que se começam a desenhar estratégias para a publicação. Uma das estratégias, e a que toca particularmente este estudo, tem a ver com a que o design assume neste tipo de objectos: o designer vai projectar uma imagem ou uma atitude que vai de encontro aos objectivos da publicação e que apela ao seu público-alvo. Para além de toda a estrutura gráfica, uma estratégia de design, para ser bem sucedida, deve ir de encontro quer aos orçamentos do projecto, quer aos prazos estipulados. Público-alvo O público-alvo constitui-se no grupo de pessoas a quem a publicação é dirigida. Como tal, compreendê-lo parece ser um aspecto fundamental quer no processo de conceptualização estratégica da publicação, quer no processo de design. É importante perceber os fundamentos psicológicos dos membros do grupo que formam o público-alvo, desde o seu comportamento, a maneira como pensam, sentem, interagem, etc., combinando estes dados com informações estatísticas respeitantes, por exemplo, às suas idades, géneros, etnias, entre outros, para poder construir uma base que determine os tipos de mensagens, imagens e aproximação visual que seja apelativa e adequada. O público-alvo das publicações culturais espera delas a originalidade, qualidade visual e conteúdos que lhes são próprios, pois este público tem, por norma, mais educação e cultura visual e é, na sua esmagadora maioria, um público urbano. PROCESSO DE CRIAÇÃO COLABORATIVA Editor Director artístico Quando nos referimos à edição de publicações, estamos a falar em algo que se baseia fundamentalmente em ditar o tom e a direcção que a publicação irá assumir, e incorpora a maneira como a publicação é planeada a curto, médio e longo prazo e, mais uma vez, deriva dos princípios fundadores, do objectivo, do conceito da publicação. O planeamento a curto prazo abarca, no máximo, as duas edições seguintes, enquanto que o de médio prazo engloba um ano de publicação; já a de longo prazo, tem a ver com o desempenho geral da publicação junto do seu público. Este planeamento cabe a uma equipa editorial, encabeçada por um editor. Nas publicações culturais, como se constituem em objectos de menor tiragem e mais direccionados, o director artístico e o designer podem ser a mesma pessoa, não havendo, inclusive, grande diferença entre ambos: o director artístico deve apresentar o material requisitado pelo editor, que foi fornecido pelos jornalistas, fotógrafos, ilustradores, etc., garantindo o cumprimento de prazos programados por um editor de produção. A diferença entre eles pode centrar-se no facto de um director artístico poder chefiar uma equipa de vários designers, que cumprem, no grafismo da publicação, aquilo que o director artístico projectou para a dita publicação. Designer No processo de criação da publicação, cabe ao designer o papel de gerir o processo de materialização, potencializando a comunicação quer com o director artístico, quer com o editor, de modo a proceder de forma informada, compreendendo realmente o objectivo da publicação, transpondo para o plano gráfico todo esse entendimento. Publicações Culturais | 22 Publicações Culturais | 23 elementos informativos Editorial O editorial é um texto (que se pode muitas vezes resumir a uma frase), que expressa o ponto de vista do editor, ou seja, são peças de comunicação curtas, que reflectem sobre o conceito, o tema ou o conteúdo de determinada edição. Como tal, deve conter uma mensagem de cariz forte para cumprir esse objectivo. Ao ler os editoriais, os leitores aprendem muito sobre o tom que a publicação assume face ao seu conteúdo, pois deles advêm argumentos pratica-se uma primeira abordagem aos assuntos expostos. ISSN O ISSN (International Standard Serial Number) é um conjunto de dez ou treze dígitos, incluídos no código de barras, que formam a identificação da publicação: identifica a editora, o seu título e origem geográfica: o primeiro dígito representa o país de origem os quatro dígitos seguintes identificam a editora o dígito seguinte tem a ver com a impressão da publicação os três dígitos seguintes identificam o título da publicação os dígitos finais constituem o chamado “check digit”, que é uma variável matemática que deriva dos primeiros nove dígitos, que valida o ISSN. O ISSN corresponde ao ISBN para os livros e é necessário para a venda da publicação em livrarias, na Amazon (internet), em lojas de museus, etc. Se a publicação for promocional ou de carácter mais individual, o ISSN não é um elemento nem obrigatório, nem necessário. Copyright As leis de copyright apareceram no séc. XVIII para proteger o interesse económico do autor e do editor sobre um determinado trabalho, durante um determinado período de tempo. Nas publicações, é aceitável que se façam citações curtas de material protegido por copyright, quer para comentário, quer para interpretação dos conteúdos. Créditos Os créditos estão habitualmente incluídos na página do índice ou de elenco de conteúdos das publicações, e transportam alguma informação acerca dos colaboradores da publicação – nome, detalhes biográficos –, fontes utilizadas, e dados relativos à impressão, à editora e design. Publicações Culturais | 24 DISTRIBUIÇÃO As publicações impressas podem ser adquiridas em papelarias/ livrarias, em determinados eventos, ou através de subscrição. Estão disponíveis em todo o país de origem, embora algumas sejam distribuídas apenas em regiões ou cidades específicas. Outras estão disponíveis internacionalmente, em edições diferentes de país para país ou área do mundo, variando, em certo nível, no editorial e/ ou na publicidade contida na revista. No caso das publicações online, a maioria está disponível em formato de website mas, historicamente, as primeiras publicações electrónicas eram distribuídas em meios como o CD-ROM, enviado por correio, o que é, nos dias de hoje, muito raro. Existem ainda publicações online que são compiladas em CD ao fim de determinadas edições (por exemplo, no fim de um ano editorial), enviados ao público através de correio postal. Existem ainda subscrições por newsletter enviadas por e-mail. De igual forma, as publicações culturais que utilizam o formato de website oferecem, muitas vezes, subscrição por e-mail, para notificar os clientes acerca de eventuais actualizações dos conteúdos, ou para enviar os próprios conteúdos. O conteúdo pode ser, opcionalmente, enviado através de CD-ROM. | 25 11 Publicações Culturais | 26 Publicações Culturais | 27 ESTR RTSE AT TA ÉGI IGÉ AS SA VALORROLAV IZA AZI ÇÃO OÃÇ Publicações Culturais | 28 ESTRATÉGIAS DE VALORIZAÇÃO Elementos Formais, Estruturais e Visuais CAPAS E EMBALAGENS Capas de revistas são a face pública de uma publicação. São a sua imagem e a sua principal ferramenta de marketing, constituindo também motivo de diferenciação e reconhecimento da publicação. O seu objectivo é sempre competir pela atenção do leitor - mesmo quando a revista não é de grande circulação - , com a promessa de um conteúdo aliciante. As revistas grátis em bares, por exemplo, competem com flyers bem elaborados, assim como as revistas distribuídas apenas em algumas livrarias competem com as suas concorrentes e com uma enorme quantidade de livros. A capa deve ser, em cada edição, diferente e familiar ao mesmo tempo, criando uma unidade entre os diferentes números, ou seja, deve ser reconhecível enquanto publicação e, ao mesmo tempo, ser substancialmente diferente, seduzindo o leitor de edição para edição. Ao lado, o exemplo da revista Blank tem uma capa diferente e única de edição para edição, na medida em que existe uma personalização da imagem de capa que contém sempre um elemento manufacturado. Magazine BLANK, n. 06 Publicações Culturais | 29 ELEMENTOS CONSTITUINTES Cabeçalho O cabeçalho corresponde à área da capa reservada ao título da revista. A maioria dos cabeçalhos de revistas de grande circulação tem um design estável, variando por vezes a cor e o tamanho, mas mantendo a mesma identidade visual de edição para edição. Existem, no entanto, bastantes revistas que ignoram esta convenção, especialmente as que procuram afastar-se dos visuais mais tradicionais, explorando cabeçalhos flexíveis ou mutáveis. Quando os cabeçalhos atingem um nível elevado de estatuto é possível quebrar por vezes as regras sem nunca perder o reconhecimento por parte dos leitores. No caso das revistas Magazine, o cabeçalho, assim como toda a estratégia editorial, muda de edição para edição. Subtítulos de Capa A função dos subtítulos de capa é informar sobre o conteúdo da revista, desvendando o seu possível tema e assuntos da edição. O tratamento desta informação varia imenso de publicação para publicação, contribuindo para os leitores com algumas pistas sobre a personalidade da revista. Aproximações controladas e sucintas ou uma publicidade excessiva sugerem certamente diferentes universos de publicações, assim como o modo como são graficamente exploradas. Códigos de Barras, datas, preço São informações adicionais que, embora não sejam visualmente exploradas, são requeridas de uma forma minimamente acessível em todas as publicações. Devem ser incorporadas no design da revista, de modo a que não prejudiquem os outros elementos gráficos. O código de barras é o elemento mais difícil de conciliar com os restantes elementos gráficos, devido ao seu fundo branco; o preço é essencial para conveniência do vendedor e a data é muito importante para se compreender de que número da revista se trata. Pode tratar-se de uma numeração sequencial ou relativa a datas, ou ambas. Na revista Colors aqui apresentada, tanto o número da edição como o código de barras foram assumidos como elementos gráfico da capa. Magazine COLORS, n. 69 Magazine MAGAZINE, n. 29, 30 e 33 Publicações Culturais | 30 Publicações Culturais | 31 AMELIA’S magazine Imagens de capa Hoje em dia a maioria das revistas tem imagens de capa, existindo essencialmente dois tipos: a imagem de um simples ícone que é imediatamente compreendido, ou imagens mais complexas e detalhadas, que requerem algum estudo antes de poderem ser apreciadas. Em Amelia’s Magazine o leitor é muitas vezes convidado a participar na construção visual da revista, começando na capa e estendendo-se ao miolo. | 32 Publicações Culturais | 33 Estilos de capa / Séries de capa As imagens de capa mudam constantemente, mas uma das estratégias utilizadas pela maioria das revistas é manter consistência na sua organização, ou criar determinados ícones ou regras que se mantêm ao longo das edições. É importante que se estabeleça sempre uma identificação pelo leitor do título da revista. Muitas vezes as publicações optam por explorar na capa o poder visual de determinadas imagens, como é o caso da revista espanhola Rojo, que não coloca qualquer elemento informativo – nem mesmo o preço ou cabeçalho- nas suas capas. Já a holandesa Dot dot dot , estabelece em cada capa um jogo com o leitor, contendo três pontos que se assumem e mascaram de maneira diferente. Para além da utilização de um particular estilo ou imagem de capa, uma estratégia utilizada são também as séries temáticas que existem por um número limitado de edições. Estas partilham determinada estética ou elemento distintivo que as identifica e ajuda a criar um sentido de continuidade entre os números. Designers convidados É comum o design de uma revista ser obtido fora desta, através de personalidades convidadas, que têm total liberdade para explorar visualmente o que entenderem. Criam-se assim colaborações num único número ou em séries de números. Lombadas As lombadas, quando existentes, podem ser bastante úteis contendo: logotipo e número de revista ou uma lista abreviada de conteúdos; a sua principal função é identificar a revista numa prateleira ou colecção. Contra-capas Muitas vezes consideradas como supérfluas em relação às necessidades relativas à promoção da revista e identificação dos seus conteúdos, são vendidas para publicidade. No entanto, algumas revistas conseguem privar-se desta publicidade e exploram a contra-capa graficamente, como uma mais valia criativa. Magazines DOT DOT DOT Publicações Culturais | 34 Publicações Culturais | 35 Tiras de capa Podem ter um papel funcional, servindo para colocar informação ou publicidade, de modo a que a capa fique intacta, ou, pelo contrário, para esconder determinada imagem ou conteúdo imediato. A revista soDA n.º 27 utiliza uma tira de capa para identificação da revista, para além de proporcionar um primeiro cotacto com os conteúdos da revista. Embalagens Como reacção à implementação dos novos media, as publicações impressas têm vindo cada vez mais a explorar a forma que assumem, tendendo para a criação de um objecto personificado e único, passível de ser guardado e coleccionado. Há assim uma forte tendência para o abandono das capas tradicionais, em favor de uma embalagem criativa, capaz de suscitar maior impacto e prazer visual. Estas revistas não necessitam de incluir os habituais elementos constituintes das capas. Uma das razões para tal é o facto destas publicações serem realmente diferentes e arrojadas e os seus leitores conhecerem estas características, pois a sua apresentação é já suficientemente distintiva. A revista alemã Shift!, assim como a espanhola La más bela, por exemplo, variam de formato em cada número, assumindo visuais muito fora do comum. Dentro deste universo encontramos sobretudo publicações independentes ou de pequena circulação, apesar de já existirem algumas bem estabelecidas. O que estas publicações têm em comum é um desejo de experiência na utilização de materiais especiais, técnicas de produção, ou imagem, que as torna interessantes. Caracterizam-se por possuírem determinados elementos distintivos que as tornam singulares. A sua capa e embalagem são o primeiro contacto com potenciais leitores e, portanto, estes são elementos a explorar infinitamente. Relativamente às revistas online, a página de rosto é a homepage do website e assume-se como substituta da capa ou da embalagem, e já aqui percebemos a sua limitação enquanto objecto físico. Uma revista online só pode criar vínculo físico ao leitor quando tem também uma versão impressa. Multizine GUM Multizine SHIFT! Magazine soDA, n. 27 Multizine LA MÁS BELA - Edição “Grandes Exitos” Publicações Culturais | 36 Publicações Culturais | 37 FORMATOS E ESTRUTURAS A grande maioria das revistas tem um tamanho e forma semelhantes, visto que na sua generalidade são distribuídas pelo correio e vendidas em quiosques, tornando-se então mais fácil distribuí-las se cada uma respeitar o formato convencional. Mesmo as impressoras para revistas estão já definidas para lidar com formatos standard, sendo que quando existe um grande afastamento do modelo standard, os custos aumentam exponencialmente. O formato standard (A4 210 x 297 mm) tem também outras vantagens ao nível do design: é suficientemente grande para caber um número razoável de palavras e imagens em cada página, sendo igualmente suficientemente pequeno, permitindo um fácil manuseamento. Em despeito destas considerações, alguns directores artísticos sentem que as vantagens de produzir uma publicação com um formato não convencional são maiores que as suas desvantagens. Este tipo de publicação, quando colocada na prateleira junto das publicações com formatos comuns, distingue-se pelo seu formato único, podendo ser esta originalidade e diferença uma das características ‘alternativas’ que as publicações necessitam para sobreviver e serem bem sucedidas nos dias de hoje. Uma revista com um formato mais pequeno que o convencional, como é o caso da NADA, pode trazer reminiscências ao livro, associando-se a uma permanência, um objecto de colecção e de substância. Quando maior do que o formato convencional, a revista faculta ao designer um espaço maior para jogar com o conteúdo — característica útil no caso das publicações que vivem muito da qualidade fotográfica como, por exemplo, a magazine Tank. Existem ainda revistas com uma grande variedade de formatos, como a La Mas Bella, a Shift! ou a here and there, sendo que cada um dos seus números têm um formato diferente, consequente do seu conteúdo. Magazine TANK Magazine HERE AND THERE Hoje em dia, as publicações constituem cada vez mais uma aposta dos designers na tentativa de construir publicações únicas, e adequadas à mutabilidade cultural e visual da sociedade. O formato de uma publicação serve não só de elemento de distinção, como também adiciona outra dimensão ao seu design e personalidade. Não é apenas o formato de cada publicação que define a disposição do seu conteúdo; dentro desta, outras áreas esperam pela actuação do designer: a paginação, a publicidade, a tipografia, as imagens (fotografias e ilustrações), as legendas e os créditos. Magazine NADA Publicações Culturais | 38 Publicações Culturais | 39 Paginação A paginação é a componente que dá— ritmo e ênfase à publicação, que define a ordem pela qual cada artigo aparece — seja por meias páginas, inteiras ou por planos — e a distância entre cada um deles. O exemplo da revista one one nine é particularmente bem conseguido neste sentido. É também a paginação a componente que permite sentir cada publicação como um todo. Fanzine ONE ONE NINE Publicidade A publicidade é, na sua grande maioria, o principal sustento financeiro das publicações. No entanto, não é apenas essa a sua função: a publicidade é também utilizada como uma ‘respiração’ entre os artigos numa publicação. Na introdução da publicidade, o designer não deve esquecer toda a aparência e conceito da publicação, para que não exista uma quebra muito violenta com o estilo da publicação; cada anúncio publicitário deverá ter uma ligação — ainda que pequena — com o conceito e público-alvo da publicação onde se insere. Outro tipo de publicidade, é aquela que se ‘mascara’ de conteúdo editorial, dando aos leitores a sensação de que a publicação é a transmissora de tal produto. Este tem o nome — em inglês — de ‘advertorials’, sendo que para a sua introdução os publicitários têm de pagar uma grande quantia. Magazine MARMALADE Publicações Culturais | 40 Publicações Culturais | 41 Tipografia Uma boa tipografia é essencial para a envolvência e leitura agradável de uma publicação. A maioria dos designers utilizam um pequeno conjunto de ‘truques’ para inserirem ritmo e energia num layout, sem confundirem o leitor do conteúdo da publicação. Os truques mais óbvios são: os cabeçalhos, os pequenos parágrafos que fazem introdução a um artigo, as linhas de espaço entre parágrafos, entre outros, sendo que todos estes, contribuem para uma boa leitura e apreensão do texto — legibilidade. No caso da revista Omagiu esta utiliza uma tipografia original que produz um plano de leitura limpo aos olhos dos leitor. NAVEGAÇÃO A good magazine has a balance of visual expression and stimulating articles; it documents expression and emotion. Ezra Petronio, Director Artístico, selfservice Créditos e Legendas Os créditos e as legendas são elementos necessários numa publicação. Estes podem funcionar como uma informação suplementar que se relaciona com uma imagem específica, tal como podem funcionar como uma informação suplementar ligada a um ‘volume’ de texto. Para um bom funcionamento e utilidade dos créditos e legendas é necessário que o seu posicionamento esteja relacionado com aquilo a que se referem. Por fim, são as imagens (fotografias e ilustrações) que para a maioria, oferecem o maior prazer visual e estimulam o design gráfico de cada publicação. A navegação é o que oferece ao designer a oportunidade de direccionar o leitor dentro de qualquer publicação, sendo, também, a forma de informar o leitor sobre o conteúdo da mesma. Para facilitar a navegação, são necessários chamadas de atenção que conduzam a leitura: os separadores são utilizados para simbolizar o começo de um conteúdo, fazendo uma quebra com o conteúdo anterior. No entanto, outros métodos podem ser utilizados pelos designers para a alteração do ritmo e do fluxo do conteúdo editorial, tais como as mudanças de tipografia, páginas preenchidas com cor, a utilização de papéis diferentes, entre outros. Tal como estes, existem outros elementos essenciais a uma boa navegação: a utilização de cabeçalhos, títulos, subtítulos, chamadas de atenção de um artigo, e outros associados, que ajudam a determinar o que o leitor quer ler. Embora todos estes elementos façam parte das publicações ‘tradicionais’, na sua grande maioria, fazem também parte das publicações mais contemporâneas. Apenas o modo como se apresentam é que difere de publicação para publicação. Os designers procuram cada vez mais criar estes elementos com base na diferença, originalidade e eficácia. A(s) página(s) de conteúdos dão acesso à ordem de conteúdos e artigos da publicação, funcionando muitas vezes como o espaço onde vem a lista dos contribuidores, os créditos e contactos. É essencial que estas páginas sejam claras e legíveis, dada a sua importância dentro da publicação. O editorial é um dos elementos mais importantes na navegação de uma publicação, sendo que direcciona a leitura de cada número, tendo o papel de informar o leitor sobre o conceito e desenvolvimento da publicação. Este, na sua maioria, aparece junto da página de conteúdos. Magazine SPECTOR CUT+PASTE Magazine OMAGIU Publicações Culturais | 42 Publicações Culturais | 43 IMPRESSÃO E ACABAMENTOS A paginação é uma ‘ferramenta’ essencial a uma correcta navegação, pois é esta que nos transmite a sequência da publicação, dando-nos a sensação de um ‘todo’. Para que essa mesma continuidade não se perca, outra ferramenta é utilizada pelos designers: a criação e utilização de símbolos/ ícones que denotem o começo de cada artigo, a sua continuação noutra página e o seu fim. A organização de conteúdos de cada publicação em secções é importante para a organização mental do leitor no seguimento e navegação da sua leitura. Para finalizar, outro elemento que facilita a leitura de uma publicação, é o chamado ‘standfirst’. Este pode adquirir diversas formas, podendo ser o primeiro parágrafo de um artigo — geralmente redigido a negrito — ou até mesmo, pequeno como um crédito de um escritor ou fotógrafo. A sua função é sempre a de antecipar o leitor do conteúdo que se lhe apresenta. Paralelamente ao investimento nas capas e embalagens, também as técnicas de impressão e os acabamentos são cada vez mais experimentais e arrojados. Desde vernizes, papéis, técnicas de corte e outras técnicas de impressão, é importante atribuir ao objecto particularidades que o tornem único e que se associem à personalidade da publicação. Estes elementos distinguem uma revista que é lida e deitada fora de outra que será guardada e respeitada, elevada mesmo ao estatuto de livro. Na revista Aura, a imagm é valorizada por uma impressão cuidada e precisa e em que o pormenor da embalagem faz toda a diferença. Magazine GRAFIK Publicações Culturais | 44 Magazine AURA Publicações Culturais | 45 Publicações Culturais | 46 Publicações Culturais | 47 CONC LU SÃO CONC LU SÃO As publicações culturais são parte do momento em que são produzidas, criações que são reflexo da sociedade e que contribuem para ela através de conteúdo e design originais.Têm sempre vindo a adaptar-se às novas realidades, ocupando apenas diferentes espaços dentro da cultura urbana. Esta contínua adaptação é assim testemunho das atitudes contemporâneas e da estética visual e design de determinada época. Hoje em dia, e principalmente nas publicações culturais, os elementos estruturantes de uma revista são cada vez mais levados ao limite, explorando novos modos de organizar a informação que contém, de modo a absorverem mais intensamente o leitor. No entanto, o designer não deve esquecer o público-alvo a que cada publicação se dirige, de modo a adequar o design à cultura visual do mesmo. Podemos verificar uma maior liberdade visual e editorial nas publicações culturais em relação às ditas ‘comerciais’. Dá-se aqui grande relevo ao conceito da publicação, elemento que a individualiza, constituíndo, portanto, um factor decisivo no trabalho de concepção. É o conceito que mantém a identidade da publicação, apesar da eventual diversidade de conteúdo e formatos. Do ponto de vista do designer, a renovação de uma revista é o fundamento para uma publicação crescer e amadurecer. Cada edição deve ser, assim, tratada individualmente numa linha experimental, imprevisível e original, procurando a eternização da publicação como objecto, capaz mesmo de se tornar único e personificado, no sentido de combater a efemeridade da sua natureza (os seus conteúdos espelham uma realidade que se desactualiza ao longo do tempo). É importante a existência deste sentido de constante mutação para uma valorização da revista enquanto objecto físico e visual. A revista impressa tem vantagens em relação à revista na web e a web apresenta outras tantas vantagens em relação à impressa. Ou seja, não se sobrepõem, mas podem sim, complementar-se, uma vez que têm características distintas ao nível tecnológico e formal, podendo comportar conteúdos de natureza diferente. As webzines apresentam ainda falhas ao nível de apresentação visual da informação, mas têm vantagens na visualização de conteúdos áudiovisuais. Para além disso, acrescenta-se o facto de poderem ter informação actualizável, sem que se perca a noção de edição, inerente ao conceito de revista. É ainda de acrescentar o facto das webzines serem mais acessíveis: hoje em dia, a Internet é uma ferramenta global. Embora a impressão não possa esperar competir com os novos media em termos de interactividade, contém valor acrescentado enquanto objecto físico – a leitura de um objecto impresso é uma experiência táctil e emocional: é um objecto pessoal e com corpo, peso, cheiro, é manuseável, apela ao gesto e ao olhar. O design de publicações é algo imprevisível e experimental. É sobre consistência e surpresa, experimentação e regularidade, originalidade e familiaridade. | 48 Publicações Culturais | 49 BIBLIOGRAFIA WEBLIOGRAFIA Evans, P. 2006, Exploring Publication Design, Cengage Delmar Learning, Nova Iorque . Artigos Online: Foges, C. 1999, Magazine Design, RotoVision, Crans-Près-Céligny. 1994, The magazine as laboratory bench [online], Eye|The International Review of Graphic Design, Disponível em: http://www.eyemagazine.com/review.php?id=43&rid=345 [Acedido em: 25.02.2008]. 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