Caderno do Professor 2014 2017 Vol2 Baixa LC Lingua Portuguesa
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Caderno do Professor 2014 2017 Vol2 Baixa LC Lingua Portuguesa
a o 5 SÉRIE 6 ANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Volume 2 LÍNGUA PORTUGUESA Linguagens CADERNO DO PROFESSOR GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 5a SÉRIE/6o ANO VOLUME 2 Nova edição 2014 - 2017 São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretária-Adjunta Cleide Bauab Eid Bochixio Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Whitehurst Di Pietro Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo A NOVA EDIÇÃO Os materiais de apoio à implementação do Currículo do Estado de São Paulo são oferecidos a gestores, professores e alunos da rede estadual de ensino desde 2008, quando foram originalmente editados os Cadernos do Professor. Desde então, novos materiais foram publicados, entre os quais os Cadernos do Aluno, elaborados pela primeira vez em 2009. Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do Professor e do Aluno foram reestruturados para atender às sugestões e demandas dos professores da rede estadual de ensino paulista, de modo a ampliar as conexões entre as orientações oferecidas aos docentes e o conjunto de atividades propostas aos estudantes. Agora organizados em dois volumes semestrais para cada série/ ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e série do Ensino Médio, esses materiais foram revistos de modo a ampliar a autonomia docente no planejamento do trabalho com os conteúdos e habilidades propostos no Currículo Oficial de São Paulo e contribuir ainda mais com as ações em sala de aula, oferecendo novas orientações para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem. Para tanto, as diversas equipes curriculares da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo reorganizaram os Cadernos do Professor, tendo em vista as seguintes finalidades: f incorporar todas as atividades presentes nos Cadernos do Aluno, considerando também os textos e imagens, sempre que possível na mesma ordem; f orientar possibilidades de extrapolação dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do Aluno, inclusive com sugestão de novas atividades; f apresentar as respostas ou expectativas de aprendizagem para cada atividade presente nos Cadernos do Aluno – gabarito que, nas demais edições, esteve disponível somente na internet. Esse processo de compatibilização buscou respeitar as características e especificidades de cada disciplina, a fim de preservar a identidade de cada área do saber e o movimento metodológico proposto. Assim, além de reproduzir as atividades conforme aparecem nos Cadernos do Aluno, algumas disciplinas optaram por descrever a atividade e apresentar orientações mais detalhadas para sua aplicação, como também incluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do Professor (uma estratégia editorial para facilitar a identificação da orientação de cada atividade). A incorporação das respostas também respeitou a natureza de cada disciplina. Por isso, elas podem tanto ser apresentadas diretamente após as atividades reproduzidas nos Cadernos do Professor quanto ao final dos Cadernos, no Gabarito. Quando incluídas junto das atividades, elas aparecem destacadas. Além dessas alterações, os Cadernos do Professor e do Aluno também foram analisados pelas equipes curriculares da CGEB com o objetivo de atualizar dados, exemplos, situações e imagens em todas as disciplinas, possibilitando que os conteúdos do Currículo continuem a ser abordados de maneira próxima ao cotidiano dos alunos e às necessidades de aprendizagem colocadas pelo mundo contemporâneo. Seções e ícones Leitura e análise Para começo de conversa Aprendendo a aprender Você aprendeu? ? ! Lição de casa Pesquisa individual O que penso sobre arte? Situated learning Pesquisa em grupo Learn to learn Homework Roteiro de experimentação Ação expressiva Pesquisa de campo Para saber mais Apreciação SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume Situações de Aprendizagem 7 14 Situação de Aprendizagem 1 – Elaborando projetos de escrita e leitura Situação de Aprendizagem 2 – Rodas de leitura e pesquisa 14 25 Situação de Aprendizagem 3 – Oficina de escrita de textos narrativos 34 Situação de Aprendizagem 4 – Revisão textual e estudo de alguns aspectos linguísticos 46 Situação de Aprendizagem 5 – Semana cultural na escola: exposição, apresentações orais, leituras de contos e crônicas 55 Proposta de situações de recuperação 61 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 61 Situação de Aprendizagem 6 – Projeto Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música 63 Situação de Aprendizagem 7 – O conto e seus possíveis finais Situação de Aprendizagem 8 – A cena e a letra de música Situação de Aprendizagem 9 – Desvendando o mistério Proposta de questões para aplicação em avaliação Proposta de situações de recuperação 73 81 98 111 112 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 113 Quadro de Conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais 116 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Este Caderno, segundo a perspectiva do letramento, apresenta um conjunto de Situações de Aprendizagem que tem como objetivo central contribuir para que os estudantes aprendam a lidar, linguística e socialmente, com diferentes textos, nas mais diferentes situações de uso, como objeto do conhecimento e meio para se chegar a ele. Para tanto, considera-se que as questões da língua, ligadas ao emprego da norma-padrão e de outras variedades, fazem parte de um sistema simbólico que permite ao sujeito compreender que o conhecimento e domínio da linguagem são atividades discursivas e interlocutivas, que favorecem o desenvolvimento de ideias, pensamentos e relações, em um constante diálogo com o seu tempo. De modo geral, é preciso garantir o desenvolvimento, nessas Situações de Aprendizagem, das cinco competências básicas que alicerçam este Currículo, quais sejam: f dominar a norma-padrão da língua portuguesa e fazer uso adequado da linguagem verbal de acordo com os diferentes campos de atividade; f construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos linguísticos, da produção da tecnologia e das manifestações artísticas e literárias; f selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas para tomar decisões e enfrentar situações-problema; f relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas para construir argumentação consistente; f recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para a elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. Para esse fim, particularmente neste volume, privilegiamos algumas habilidades gerais que devem ganhar relevo nas Situações de Aprendizagem propostas: f reconhecer, na leitura de textos ficcionais, elementos que indiquem o comportamento e as características das personagens; f posicionar-se como protagonista de ações, inseridas no contexto de projetos coletivos, a fim de desenvolver competências de leitor e produtor de textos narrativos; f utilizar como critério para a leitura de determinado livro literário o conhecimento que se tem sobre seu autor; f confrontar diferentes impressões e interpretações sobre as características de escrita de variados autores de literatura juvenil; f antecipar características e interpretar obras literárias a partir do conhecimento de variados autores de literatura; f comparar diferentes impressões e interpretações sobre as características discursivas dos gêneros “crônica”, “poema”, “romance” e “conto”; f reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores dos gêneros “crônica”, “poema”, “romance” e “conto”; f identificar valores de uma dada cultura e sociedade nos gêneros “crônica”, “conto” e “resumo”; f desenvolver o processo de produção textual como um conjunto de ações interligadas; f utilizar conhecimentos sobre a língua para elaborar textos narrativos; f identificar, em textos narrativos, indícios de intencionalidade do autor; f demonstrar compreensão de textos orais e escritos por meio da retomada de tópicos; f elaborar projetos coletivos de leitura e escrita, desenvolvendo estratégias para pô-los em prática; f refletir sobre os critérios de elaboração de regras, ampliando-os ou modificando-os a partir de discussões coletivas; 7 f ressignificar a aprendizagem do volume anterior, aplicando-a em nova Situação de Aprendizagem; f elaborar projetos coletivos de leitura e escrita, desenvolvendo estratégias para pô-los em prática; f posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para sua formação como leitor, escritor e ator em dada realidade; f demonstrar compreensão de textos orais e escritos por meio da retomada dos tópicos do texto; f antecipar informações e interpretar obras literárias a partir do conhecimento sobre variados autores de literatura; f confrontar diferentes impressões e interpretações sobre as características de escrita de variados autores de literatura juvenil; f utilizar como critério para a leitura de determinado livro literário o conhecimento que se tem sobre seu autor; f interpretar textos de forma a compreender o raciocínio autoral, reconhecendo indícios da intencionalidade do autor; f comparar diferentes impressões e interpretações sobre as características discursivas dos gêneros “crônica”, “poema”, “romance” e “conto”; f reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores dos gêneros “crônica”, “poema”, “romance” e “conto”; f desenvolver o processo de produção textual como um conjunto de ações interligadas; f utilizar conhecimentos sobre a língua para Conteúdos gerais a serem desenvolvidos a longo prazo f compreensão dos textos orais e escritos apresentados em cada série/ano do Ensino Fundamental – Anos Finais, observando a que gênero textual pertencem e em qual tipologia textual poderiam ser agrupados, de acordo com a função social e comunicativa que desempenham; f atribuição de sentido aos textos orais e escritos estudados; 8 elaborar textos narrativos e letras de música; f compreender os comandos apresentados nos enunciados, seguindo orientações; f analisar textos não verbais que apresentam traços de narratividade; f reconhecer “rastros” de elementos de narratividade em gêneros textuais não narrativos; f recontar narrativas, por meio da produção de letras de música; f produzir textos escritos de acordo com a situação comunicativa e o contexto no qual se inserem; f utilizar conhecimentos sobre a língua (linguísticos, de gênero etc.) para a elaboração do texto narrativo; f reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores das narrativas policiais ou de enigma; f levantar hipóteses e verificá-las para descartar suspeitos nos contos de enigma; f fazer uso do pensamento lógico, da criatividade, da intuição e da capacidade de análise crítica para a resolução de problemas; f posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para o bom aproveitamento do espaço escolar. Consideramos que tais competências e habilidades contemplam tanto os conteúdos gerais, a serem trabalhados a longo prazo, quanto os específicos deste Caderno. A seguir, apresentamos uma tabela que facilitará a visualização desses conteúdos. Conteúdos gerais deste volume f leitura e análise de situações fictícias; f análise de personagens: comportamentos e características principais; f desenvolvimento de projeto fictício “Participação em concurso literário”; f análise de situação-problema e elaboração de soluções durante o desenvolvimento do projeto; Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Conteúdos gerais a serem desenvolvidos a longo prazo f leitura dos gêneros estudados a partir da familiaridade que vão construindo com esses gêneros nas diversas situações didáticas propostas pela escola; f reconhecimento das relações entre os parágrafos de um mesmo texto e entre textos diferentes; f procedimentos de leitura adequados a cada gênero, situação comunicativa e objetivos da leitura; f articulação de informações do texto com os conhecimentos prévios do leitor; f produção de textos orais e escritos a partir da seleção feita para cada ano, planejando as etapas dessa produção; f reconhecimento da estrutura dos gêneros, ao produzir textos escritos, considerando os elementos de coesão e a coerência, a distribuição dos parágrafos e a pontuação em função de seus objetivos; f conhecimentos linguísticos que favoreçam a produção textual, empregando adequada e coerentemente as regras da norma-padrão e de outras variedades de acordo com seu projeto de texto. Conteúdos gerais deste volume f estudos linguísticos: substantivo, adjetivo, artigo, pontuação; f leitura intertextual e interdiscursiva de crônicas e contos: interpretação, inferência, fruição, situacionalidade, polifonia; f levantamento e verificação de hipótese; f estratégias de leitura; f critérios de escolha de livros de literatura; f gêneros: “crônica narrativa”, “conto” e “resumo”; f roda de leitura: contexto e conteúdo; f processo de elaboração da escrita de textos narrativos: planejamento, textualização, revisão, reelaboração, destino final; f estrutura do livro: título, subtítulo, sumário, apresentação; f oralidade: apresentações orais e discussões coletivas; f apresentação do Projeto Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música; f pesquisa de temas para organização de evento; f listas e quadros de ações; f construção coletiva de regras para a Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música; f apresentações orais de análises ligadas aos temas pesquisados; f revisão textual como etapa do processo de escrita; f trabalho coletivo na revisão do texto; f características das narrativas policiais ou de enigma; f oficina de leitura de narrativas de enigma; f indícios nas narrativas de enigma; f o culpado como personagem central das narrativas de enigma; 9 Conteúdos gerais a serem desenvolvidos a longo prazo Conteúdos gerais deste volume f leitura de imagens; f narratividade nas letras de música; f produção de letras de música: verso e rima; f combinação entre melodia e letra de música; f produção de enredos a partir da leitura de imagens; f estrutura do conto: clímax e desfecho; f inferências e hipóteses; f polifonia; f figuras de linguagem; f discurso direto e indireto; f estudos linguísticos: pontuação, variedade linguística, gíria, adjetivos e locuções adjetivas, advérbio e locuções adverbiais; f critérios de escolha de livros de literatura. Metodologia e estratégias As Situações de Aprendizagem deste volume, especificamente de 1 a 5, estão vinculadas ao estudo de uma situação fictícia, a qual versará sobre a história de um grupo de estudantes da 5a série/6o ano que participam de um concurso literário. O desfecho desse concurso será a publicação dos melhores textos em um livro. Isso implicará um conjunto de ações necessárias para que o projeto de leitura e escrita das personagens possa ser realizado, demandando muito trabalho de pesquisa, leitura, produção escrita, apresentações orais etc. Acompanhando a situação fictícia, os alunos deverão pôr em prática algumas das ações propostas na história. Por exemplo: se as personagens têm de participar de uma palestra feita por uma escritora profissional, que falará sobre seu processo de escrita de livros para jo- 10 vens, os estudantes podem conhecer algumas informações sobre a vida profissional e pessoal de alguns escritores, ler alguns de seus livros e discutir sua experiência leitora. Se na história for necessário fazer uma pesquisa para conhecer o funcionamento de outros concursos de literatura, os estudantes terão de seguir os passos das personagens, realizando as ações planejadas na Situação fictícia. Embora o objetivo deste Caderno não seja que os alunos produzam um projeto real de participação em um concurso literário, espera-se que eles sejam estimulados a ler e produzir textos narrativos como parte da vida real, fora do ambiente escolar. Com isso, serão levados a reforçar a ideia de que as narrativas estão a serviço do imaginário humano e, portanto, não foram feitas para dar respostas imediatas ou fechadas às questões que nos cercam, mas para permitir que Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 o ser humano possa ficcionalmente recriar ou traduzir em palavras suas experiências, sentidos, desejos etc. A proposta é fazer que eles, mediante o estudo da situação fictícia, aprendam a elaborar pequenos projetos que os ajudem a compreender como o estudo da língua pode ampliar sua visão de mundo: a partir das muitas práticas de leitura, escrita, oralidade e escuta (as mesmas usadas pelos estudantes da ficção). Até a última Situação de Aprendizagem deste Caderno, os alunos terão elaborado uma coletânea de textos que podem fazer parte de um pequeno livro, como no projeto da situação fictícia; de uma exposição de suas produções, na escola; de uma publicação virtual, em um blog, por exemplo. O importante é que eles possam compreender que cada uma das produções realizadas no volume deve ser legitimada socialmente pela existência de leitores diversos. Ao final do processo, eles têm de ter clareza da importância do trabalho com projetos, tanto para que aprendam mais sobre a língua portuguesa quanto para que aprendam a pensar e construir soluções diante das situações-problema que encontrarão em seu cotidiano. Nas Situações de Aprendizagem de 6 a 9, dando sequência ao trabalho com projetos já iniciado, a proposta é desenvolver um novo projeto ao longo das semanas de estudo previstas. O objetivo dessa escolha é criar situações comunicativas próximas dos estudantes, inserindo-os em contextos nos quais possam ser estimulados a refletir, fazer pesquisas, escolhas, discussões, estudos linguísticos, leituras e produções textuais articuladas com base em dada situação inicial. Partindo do pressuposto de que o discurso em questão é o artístico, os estudantes desenvolverão o projeto Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música. Para tanto, serão conduzidos por variadas situações que prescreverão o que eles devem fazer: escrever o final de um conto; elaborar uma letra de música que ilustre uma cena imagética; desvendar o mistério de uma narrativa de enigma ou de uma história de suspense. O trabalho dos alunos consistirá em pensar como fazer a tarefa, colocar-se no papel de agente das ações solicitadas e executá-las, considerando o contexto comunicacional e a função social das práticas de leitura, escrita e oralidade das quais estão participando. Nesse sentido, os alunos terão de resgatar os conteúdos já desenvolvidos ao longo desta série/ ano (como a estrutura de alguns gêneros narrativos e da narratividade nas letras de música) e os modos como esses conteúdos foram trabalhados até aqui. Anteriormente, eles participaram de um projeto fictício, acompanhando as ações de personagens adolescentes envolvidas em um concurso literário. Agora, eles terão de usar alguns recursos dessa situação para desenvolver as ações solicitadas pelo novo projeto da gincana. Para escrever um final de conto, precisarão retomar os passos da escrita; para escrever letras de música, analisar a cena apresentada, identificando os conteúdos já desenvolvidos ao longo desta série/ano (como a estrutura de alguns gêneros narrativos e da narratividade nas letras de música) e os modos como esses conteúdos foram trabalhados até aqui. O objetivo é fazer que eles, a partir das Situações de Aprendizagem, compreendam como o estudo da língua pode ampliar sua visão de mundo, transformando o modo como ela pode ser aprendida na escola: por meio de muitas práticas de leitura, escrita, oralidade e escuta. Espera-se que eles sejam estimulados a ler e produzir textos narrativos e letras de música, observando sua importância para o cotidiano vivido dentro e fora do espaço escolar e reforçando a ideia de que as narrativas e as letras de música estão a serviço do imaginário humano e, portanto, não foram feitas para dar respostas imediatas ou fechadas às questões 11 que nos cercam, mas permitir que o homem possa ficcionalmente recriar ou traduzir em palavras suas experiências, sentidos, desejos etc. Não haverá uma Situação de Aprendizagem específica para tratar dos conteúdos de língua, uma vez que serão contemplados durante o processo de execução da tarefa solicitada na gincana. Também não haverá um produto final único, organizado em um só suporte (como no caso do projeto anterior, que sugeria que as produções narrativas dos estudantes fossem organizadas em um livro, por exemplo). Ao término de cada atividade da gincana, o produto final será o resultado da própria atividade: o final do conto, a letra de música escrita, o mistério desvendado, que será avaliado e pontuado durante a Situação de Aprendizagem na qual o exercício se insere. O importante é que eles possam compreender que cada uma dessas produções realizadas no Caderno tem um destino, à medida que responde às demandas de um jogo (a própria gincana), sendo, portanto legitimadas socialmente. Na Situação de Aprendizagem 5, o total da pontuação das atividades realizadas por equipe resultará em uma premiação geral, envolvendo prêmios com valores simbólicos que podem ser fabricados pelos próprios estudantes, pela família e por você. Falaremos mais sobre isso no decorrer do Caderno. Consideramos esses assuntos relevantes para estudo, porque eles possibilitam que o aluno desenvolva, mediante seus conhecimentos sobre as linguagens do sistema de comunicação, sua capacidade de selecionar, organizar, relacionar, interpretar fatos, dados e informações dos mais diferentes modos. Por isso, é importante que você considere este ciclo de aprendizagem iniciado já no planejamento de suas aulas, determinando os conhecimentos que devem ficar claros e desenvolvendo estratégias que permitam dividir a responsabili- 12 dade pelo processo de ensino-aprendizagem entre professor e alunos. Para tanto: f encaminhe seu trabalho no sentido de coletar, em todo o processo, indícios de tensões, avanços e conquistas; f interprete esses indícios para compreender as dificuldades apresentadas pelos alunos, bem como para orientar suas metas, estabelecer novas diretrizes, propor atividades alternativas; f situe os alunos no processo de ensino-aprendizagem, promovendo, no indivíduo, a atitude de corresponsabilidade pelo aprendizado. Avaliação A avaliação é vista como um processo contínuo, explicitado nas participações dos alunos, em suas produções, nas avaliações pontuais (como provas), entre outras possibilidades. Ela não pode ser considerada um objetivo, mas um meio de verificar se os alunos adquiriram os conhecimentos pretendidos. Por isso, não deve haver rupturas entre os conteúdos desenvolvidos e as modalidades de ensino. Para este volume, as habilidades e competências desenvolvidas devem ser verificadas a partir de quatro eixos principais: 1. Processo: olhar de modo comprometido e profissional o desenvolvimento das atividades dos alunos, atento às suas dificuldades e melhoras. 2. Produção continuada: olhar a produção escrita e outras atividades de produção de textos e exercícios solicitados neste volume. 3. Pontual: olhar atentamente a prova individual. 4. Autoavaliação: elaborar propostas que desenvolvam a habilidade de o aluno olhar para o seu processo de aprendizagem. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Essas diferentes avaliações permitem que você retome suas reflexões iniciais, analisando os aspectos que não foram sa- tisfatoriamente atingidos e que devem ser considerados para o próximo planejamento de suas aulas. Professor, uma sugestão! Um recurso que pode ajudá-lo na tarefa de avaliar continuamente os alunos é o uso do portfólio (ou pasta de atividades). Peça aos estudantes que levem para a escola uma pasta (com plásticos ou de elástico) como parte do material escolar. Nela, eles devem guardar todas as atividades escritas (mesmo que seja apenas um quadro com informações, um comentário sobre uma imagem ou um simples bilhete) feitas em todas as aulas, anotadas em folhas avulsas (as que forem anotadas ou desenvolvidas no caderno também podem servir como instrumento de avaliação). Por exemplo, a escrita elaborada em passos pode ser colocada nesse portfólio a fim de que você e os próprios alunos possam avaliar seu desempenho ao longo de todo o processo de escrita. Você pode utilizar esse instrumento para avaliar seu trabalho, identificar o desenvolvimento de algumas habilidades dos alunos e refletir sobre as melhores intervenções em cada situação didática. Distribuição de conteúdos e habilidades no volume Para este volume, haverá nove Situações de Aprendizagem desenvolvidas mediante sequências de atividades. Consideramos que sejam necessárias de seis a sete semanas para apresentação e estudo de conteúdos novos ou vistos com uma abordagem dife- rente e de uma a duas para as atividades de sistematização dos conteúdos trabalhados anteriormente. Serão propostas atividades que desenvolvam, em caráter de priorização, habilidades de leitura, escrita, fala e escuta e ligadas ao emprego da norma-padrão e de outras variedades. 13 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 ELABORANDO PROJETOS DE ESCRITA E LEITURA Esta Situação de Aprendizagem será desenvolvida tendo como pressupostos três objetivos: apresentar aos estudantes uma situação fictícia com base na qual eles possam refletir sobre o papel da leitura de textos literários na vida real; acompanhar as ações das personagens dessa situação fictícia, utilizando-as como referência para a escrita de uma coletânea de textos narrativos; aprender a organizar um projeto coletivo de leitura e escrita, cujo produto final deve ser apresentado para toda a comunidade escolar. Conteúdos e temas: leitura de história sobre a situação fictícia; elaboração de quadro organizativo; levantamento e checagem de hipótese; estudo de estratégias de leitura; projeto. Competências e habilidades: levantar hipóteses e fazer inferências; reconhecer, na leitura de textos ficcionais, elementos que indiquem o comportamento e as características principais das personagens; identificar problemas e criar soluções para a organização de projetos; utilizar conhecimento sobre a língua para elaborar projeto de leitura e escrita; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para sua formação como leitor, escritor e ator em uma dada realidade. Sugestão de estratégias: aula interativa com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; trabalhos em dupla e em grupo; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: texto extraclasse e dicionário de língua portuguesa; recurso audiovisual. Sugestão de avaliação: discussão coletiva em rodas de leitura; apresentação oral; elaboração de quadro organizativo; autoavaliação. Inseridos nesta situação do projeto fictício e acompanhando os passos das personagens, os alunos irão construir junto com elas um projeto de escrita e leitura de textos narrativos a fim de apresentá-los publicamente para sua comunidade escolar. O pressuposto para o desenvolvimento deste Caderno é a participação dos alunos em um conjunto de ações que, ao final, resulte em um produto que possa ultra- 14 passar o espaço escolar, atingindo leitores que não sejam o professor e os colegas de classe. Situação fictícia Um grupo de alunos da 5a série/6o ano está envolvido em um concurso literário. Durante o processo, eles são inseridos em um contexto significativo, que envolve várias ações: parti- Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 cipam de palestras com escritores, fazem pesquisas, organizam oficinas de leitura e escrita, leem os regulamentos do concurso, tomam decisões sobre os textos que irão produzir, executam tarefas coletivas em prol de um objetivo comum (escrever uma coletânea de textos narrativos para participar de um concurso literário) etc. Nessa mesma roda, você pode apresentar a situação fictícia na íntegra ou em partes. Para a organização do capítulo, colocamos cada parte em uma sequência de aprendizagem, mas você pode antecipar a leitura (se preferir), contando toda a história de uma vez. A ideia é que, assim como na história fictícia, os estudantes de sua escola entrem em contato com os textos narrativos e o discurso artístico que os constitui, ampliando o conhecimento já adquirido no volume anterior. Em outro momento, inspirados por essa situação fictícia ou por outras (fictícias ou reais) que você queira apresentar e utilizando como recursos os conhecimentos sobre gênero textual, tipologia e discurso, os alunos terão condições de organizar ou participar de projetos de produção escrita com objetivos diversos: concursos literários reais, eventos culturais na escola etc. No Caderno do Aluno, as cinco partes foram apresentadas na Situação de Aprendizagem 1. Você pode, no entanto, escolher a estratégia de leitura que julgar mais interessante para apresentar toda a história. Você pode iniciar com uma roda de conversa, procurando saber se os alunos têm lido ou escrito textos narrativos, além dos solicitados nos Cadernos anteriores. Pergunte-lhes sobre os estímulos necessários para essas práticas: Eles gostam de ler e escrever histórias? Em casa, alguém costuma ler para eles? Ou, ao contrário, leem para outras pessoas (irmãos menores, por exemplo) em casa? Onde eles costumam encontrar esses tipos de texto? Como sua escola poderia estimular a leitura e a escrita de textos narrativos? O objetivo dessa roda é estimular os estudantes a refletir sobre o papel da leitura de textos literários narrativos em suas vidas. Além disso, é preciso que saibam que a literatura tem um papel social muito importante e valorizado. E, por isso, deve fazer parte de sua formação como estudante e como pessoa inserida em uma sociedade com valores, costumes e cultura revelados em sua produção literária. Nesse caso, leia todas as partes da Situação fictícia em voz alta e peça aos alunos que prestem atenção na estrutura narrativa: narrador (que conversa com o leitor); personagens; enredo; tempo e espaço, recuperando os elementos da narrativa já estudados e estimulando-os a pensar como essa história poderia se aproximar de uma situação escolar que realmente pode acontecer. Questione-os: Eles se identificam com a história? Seria possível viver uma situação semelhante na escola? Se fossem participar de um concurso literário, sobre o que escreveriam? Qual gênero textual (sugira alguns para que eles tenham como optar) escolheriam? Outro modo também interessante de iniciar a sequência é apresentar a história por partes, criando expectativas e construindo hipóteses de leitura. Nesse caso, você poderia ler com eles a primeira parte, fazendo um levantamento do conteúdo: É uma história? Como eles sabem disso? Os estudantes devem reconhecer a estrutura narrativa, observando as personagens, a presença do narrador, a marcação de tempo e espaço e o enredo (mesmo que parcial). Também é importante que identifiquem algumas informações centrais para a história toda. São elas: 15 f o concurso literário; f a preparação da personagem principal para participar do concurso; f a presença de uma autora fictícia de livros de histórias para crianças e adolescentes (Sofia Leno); f o fato de o concurso ser parte de um projeto coletivo da escola; f as etapas necessárias para que os estudantes fictícios possam preparar seus textos; f os trâmites legais (regulamento) para a participação dos estudantes no concurso. Para cada parte da história, você pode criar situações de leitura diferentes, ora lendo para os alunos, ora lendo com eles ou pedindo a um estudante que leia determinado trecho. É importante, nesse caso, que eles sejam convidados a fazer a leitura, e não obrigados, uma vez que o que se deseja é inseri-los em um contexto lúdico e praze- roso a partir do qual eles devem desenvolver suas ações. Um detalhe importante é o fato de a história fictícia não ter um título nem ter sido finalizada. Ao contrário, na última parte, o narrador chama a atenção de seus leitores para que pensem no final: O que poderia ter ocorrido? Como foi o desfecho do concurso? Como as personagens conseguiram produzir um livro com as histórias que escreveram? Que título dariam para a história? Também há uma indicação da história inventada pela Soninha, personagem principal. Os alunos devem ser estimulados a pensar em várias possibilidades para sua continuação. Na Situação de Aprendizagem 5, vamos sugerir alguns encaminhamentos para isso. 1. Acompanhe a leitura em voz alta que o professor fará do texto. Parte 1 Soninha estava perdida no meio dos livros de história que sua avó tinha lhe dado de presente. Não que a avó fosse rica. Isso ela não era mesmo. Já tinha 65 anos e ainda trabalhava todos os dias como governanta. Ela gostava do serviço e costumava dizer que seu jeito de organizar tudo é que tinha agradado à “patroa”. Dona Sofia era assim mesmo. Tudo tinha de ficar no lugar, arrumadinho, guardadinho. Se ela visse a Soninha com os livros todos espalhados pelo chão, logo iria falar: — Mas, minha filha, você não sabe ler sem fazer toda esta bagunça? Soninha não sabia. Bom mesmo era poder ficar ali, no chão, sentada entre os presentes dados pela avó, no Natal: nove livros novinhos e, pasmem, todos da mesma autora. Mas Soninha não estava assim à toa. Tinha bem uma razão. Na escola, estava acontecendo uma coisa muito legal: um concurso de literatura com direito a prêmio e uma tarde de autógrafos com a autora de seus livros novos — Sofia Leno. Não só com ela. Tinha também Beatriz Cintura, Camila Silva, José Jorge, Antonio Luiz... E ela estava assim, no chão, folheando e lendo os livros, porque queria muito participar do concurso. Só que, antes, precisava saber mais sobre o que essa autora, a Sofia Leno, escrevia, sobre suas histórias, sua vida. Ah, a autora tinha o mesmo nome da avó de Soninha. Será que era por isso que ela gostava tanto do que essa Sofia escrevia? Bom, mas deixa eu me apresentar para vocês. Fiquei aqui falando da Soninha e nem contei que sou o narrador desta história! Vocês sabem o que isso quer dizer? Que sou eu quem vai contar tudinho 16 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 para vocês! Embora eu não tenha participado diretamente dos acontecimentos, fiquei observando a Soninha durante todo o tempo do concurso. A menina é bem bacana e muito esperta. Espero que vocês gostem dela. E, se tiverem alguma dúvida, não se acanhem, podem me perguntar! Sei tudo sobre a nossa personagem principal, sua família, seus sentimentos e suas vontades. Enfim, estou por dentro de tudo. Sabe como é, né? Coisas de narrador... Vamos começar do começo, então? Tudo começou em agosto, quando Antonio, o professor de Língua Portuguesa da Soninha, chegou à classe e contou para os alunos que eles participariam de um concurso de literatura. Como tinham estudado até aquele momento um monte de coisas sobre textos narrativos, lido muitas histórias, escrito outras tantas, o professor achou que aquele concurso seria perfeito para colocarem em prática tudo o que tinham aprendido. Aliás, o concurso vinha a calhar mesmo. E tinha a ver com a seguinte situação: várias escolas públicas da cidade de Bocato poderiam inscrever seus alunos de 5a a 8a série/6o a 9o ano no concurso para que escrevessem um conjunto de textos narrativos que, se escolhidos, seriam publicados em um livro de verdade, iguais aos de Sofia Leno. Só de pensar nisso, Soninha já começou a sonhar, porque ela ADORAVA ler e escrever. E tinha muitas ideias mesmo. Bom, mas tinha mais: eles teriam dois meses para produzir as histórias e enviá-las pelo correio para os organizadores do evento. Os avaliadores dos textos seriam autores de verdade (quer dizer, profissionais!), que escolheriam os textos e, depois, passariam algumas horas com os autores vencedores do concurso. O mais legal é que, durante esses dois meses, esses autores visitariam algumas escolas para conversar com os alunos e contar um pouco sobre seu processo de escrita, as dificuldades que encontravam quando iniciavam uma nova história, como sabiam quando uma história estava pronta e acabada etc. Por isso, Soninha estava lá, sentada com seus livros. Sofia Leno ia à sua escola na próxima semana e ela queria perguntar um monte de coisas. Pegava mal falar com a escritora sem ao menos conhecer seus textos, né? Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. Professor, no Caderno do Aluno, após a leitura desta primeira parte, são sugeridas algumas atividades e também são apresentadas as Partes 2 e 3, como segue. Soninha e a avó, Dona Sofia; tempo (o início da história é 2. No caderno, responda às seguintes questões. b) Você se identifica com a personagem do texto? Por quê? marcado pelo mês “agosto”); espaço (cidade de Bocato, escola, casa de Soninha); enredo: um grupo de alunos de 5ª série/6º ano está envolvido em um concurso literário. Resposta pessoal. Espera-se, no entanto, que os estudantes a) O texto apresentado é uma história? Como você sabe disso? Exemplifique. reconheçam na personagem Soninha características ou É possível afirmar que é uma história, pois trata-se de uma personagem é ativa, quer participar de um evento diferente, narrativa. Há a presença de um narrador que, embora con- fazer trabalhos em grupo, conversar sobre suas ideias, aprender se divertindo. verse com o leitor, não participa da história, porque não é um comportamentos que dialoguem com eles: na história, a dos alunos, professores ou escritores sobre os quais o texto fala. Ele observa os acontecimentos e narra para o leitor o que vê, emitindo por vezes uma opinião. Há personagens: c) Seria possível viver uma situação semelhante em sua escola? Por quê? 17 Resposta pessoal. Espera-se, no entanto, que os estudantes ticular. É importante que os alunos reconheçam diferenças, expliquem se consideram ou não possível interferir na reali- características e função comunicativa, com o objetivo de re- dade escolar ou que a realidade escolar envolva projetos em fletir sobre a melhor escolha a fazer caso estivessem vivendo que os alunos tenham ou não participação ativa. uma situação semelhante à da história fictícia. d) Se você fosse participar de um concurso literário, sobre o que escreveria? Resposta pessoal. Sugerimos, no entanto, que você converse f) O que você acha que acontecerá em seguida? Em sua opinião, o que Soninha perguntará à autora Sofia Leno? com os alunos sobre temas e ideias que serviriam de mote A ênfase aqui é na formulação de hipótese, tomando como para a escrita de narrativas. O objetivo aqui é inseri-los no ponto de partida a capacidade de inferência de cada aluno. Su- contexto da situação fictícia a fim de levá-los a se envolver gerimos que você analise com eles a primeira parte da história com as personagens. para que percebam o envolvimento da personagem principal com o acontecimento. Por exemplo: se Soninha está lendo as e) Qual gênero textual (fábula, crônica, conto, poema) você escolheria? obras da autora Sofia Leno, espera-se que ela elabore perguntas Resposta pessoal. No entanto, você pode retomar com os porque isso poderá ajudá-la a pensar sobre a própria escrita. sobre alguma de suas histórias, sobre seu processo criativo etc., estudantes alguns desses gêneros, já tratados em outros momentos, para explicitar o que consideram mais interessante e estimulante em cada um deles ou em algum deles em par- 3. Continue, individualmente, a leitura das Partes 2 e 3 do texto. Parte 2 Durante toda a semana antes do encontro com a autora, os alunos da classe de Soninha tiveram muito trabalho. Primeiro, Antonio (o professor de Português, lembra?) organizou uma roda de leitura, na biblioteca da escola, para apresentar os livros de Sofia Leno. Havia histórias de todos os tipos: para “criancinhas”, para jovens e até para adultos. Como o espaço era pequeno e não havia mesa e cadeiras para todos, o professor resolveu fazer uma roda no chão, com os livros espalhados sobre uma colcha vermelha e uma mala antiga, cheia de adesivos que indicavam as muitas viagens feitas por seu dono. A biblioteca tinha sido preparada pela dona Susy – ela trabalhava lá, cuidando dos livros, dos empréstimos –, que, preocupada em deixar o lugar bem bonito para que todos os alunos se sentissem confortáveis e com vontade de voltar, combinou com o professor a roda assim, com manta, mala antiga e muitos livros espalhados. Ah, mas não tinha só livro da biblioteca, não. Soninha, contribuindo para ampliar o acervo, resolveu levar os livros dela – e, para não misturar com os livros da escola, escreveu seu nome com canetinha colorida em várias páginas. Eles folhearam tudo, leram alguns trechos, conversaram sobre os textos e a vida da autora, escolheram livros para serem lidos em casa. Soninha pegou um livro que ainda não conhecia e emprestou os seus para os colegas, com a condição de que tomassem cuidado e os devolvessem na semana seguinte (Soninha tinha um pouco de ciúme dos livros dela!). Também organizaram um roteiro com as perguntas que gostariam de fazer para a Sofia Leno, por exemplo: como ela se tornou escritora; por que escolheu essa profissão; quando descobriu que escrever histórias era importante para ela; para quem mais gostava de escrever; o que aconselhava para quem queria começar a escrever... Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. 18 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Parte 3 – Sofia, eu quero saber uma coisa: a gente pode escrever histórias sobre o que quiser, sobre gente que existe de verdade? Essa pergunta foi da Soninha, claro. Ela estava interessada nisso, porque já estava pensando na história que ia escrever para o concurso. A Sofia Leno disse que sim, que as histórias que ela inventava já começavam quando ela observava as coisas ao seu redor. Algumas ela guardava para transformar em ficção, com personagens inventadas, mas estas poderiam carregar um pouco das características de pessoas que conhecia. Os alunos seguiram fazendo outras perguntas para a autora, que ia respondendo com delicadeza e graça. Mas não só. Vocês acreditam que ela também fazia perguntas? É isso mesmo. Como estava lá também para falar do concurso literário, queria saber o que os estudantes achavam de participar de um concurso; o que sabiam sobre literatura, sobre textos narrativos; sobre o que pensavam escrever; quais as atividades que estavam fazendo para começar a escrever as histórias. A autora disse que a conversa entre eles foi “muito frutífera”, porque estavam trocando ideias e experiências. Certamente, daquele encontro muitas histórias nasceriam e muitos deles se tornariam personagens uns das histórias dos outros. Para finalizar, Sofia falou que deveriam aproveitar bem os dois meses que tinham para escrever, fazendo oficinas, pesquisando, trocando textos, revisando, lendo histórias de escritores profissionais. Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. 4. Analise os seguintes aspectos das Partes 1, 2 e 3 da história e responda às questões. b) Personagens: Quem e como elas são? Justifique sua resposta. t4POJOIBQFSTPOBHFNQSJODJQBMBMVOBEBFTDPMBFMBQBSF- a) Foco narrativo: Está em primeira ou terceira pessoa? Exemplifique sua resposta. ce ser curiosa, alegre, envolvida com o projeto do concurso Na primeira parte, o foco narrativo é mesclado, porque nos dá a impressão de ser curiosa, delicada e graciosa. ocorre em terceira pessoa, quando o narrador apresenta a história, e também em primeira pessoa, quando o narrador t"OUPOJPQSPGFTTPSEF1PSUVHVÐTNPTUSBTFCBTUBOUFQSFPcupado em fazer dos conteúdos de Língua Portuguesa algo se apresenta aos leitores. Exemplos: “Soninha estava perdida que tenha sentido real para os alunos; quer que os estudantes no meio dos livros de história...” (foco narrativo em terceira coloquem em prática o que aprenderam sobre textos nar- pessoa); “Bom, mas deixa eu me apresentar para vocês. Fiquei aqui falando da Soninha [...]” (foco narrativo em primei- rativos. ra pessoa). com o bem-estar dos estudantes. literário. t 4PmB -FOP FTDSJUPSB PCTFSWBEPSB EBT DPJTBT B TFV SFEPS t%POB4VTZCJCMJPUFDÈSJBQBSFDFTFSBUFODJPTBQSFPDVQBEB Na segunda e na terceira parte do texto, o foco narrativo semana antes do encontro com a autora, os alunos da classe de Soninha tiveram muito trabalho. Primeiro, Antonio (o c) Tempo e espaço: Quando e onde a narrativa acontece? Retire do texto trechos que comprovem sua resposta. professor de Português, lembra?) organizou uma roda de Tempo: há vários momentos na história em que o tempo leitura, na biblioteca da escola, para apresentar os livros presente e o passado (tempo cronológico) se misturam: “Du- de Sofia Leno.”. rante toda a semana antes do encontro com a autora, os alu- apresenta-se em terceira pessoa. Exemplo: “Durante toda a 19 Antonio (o professor de Português, lembra?) organizou uma partes do texto ainda não foram apresentadas). roda de leitura, na biblioteca da escola, para apresentar os Espera-se que os estudantes retomem os seguintes aspectos livros de Sofia Leno.”. “– Sofia, eu quero saber uma coisa: A da situação fictícia: um grupo de alunos de 5ª série/6º ano gente pode escrever histórias sobre o que quiser, sobre gente que existe de verdade?”. está envolvido em um concurso literário. Durante o processo, eles fazem rodas de leitura, leem livros e participam de Espaço: escola, biblioteca (“Como o espaço era pequeno e palestras com os autores. nos da classe de Soninha tiveram muito trabalho. Primeiro, não havia mesa e cadeiras para todos, o professor resolveu fazer uma roda no chão, com os livros espalhados sobre uma colcha vermelha e uma mala antiga, cheia de adesivos que Oralidade indicavam as muitas viagens feitas por seu dono. A biblioteca UJOIBTJEPQSFQBSBEBQFMBEPOB4VTZw d) Escreva em poucas linhas o enredo parcial dessa narrativa (as duas últimas Professor, para finalizar o trabalho de análise do texto e conhecer toda a história, você pode sugerir a maneira mais adequada de fazer a leitura das Partes 4 e 5 da narrativa, como segue: Parte 4 Depois da conversa com a Sofia Leno, muitas coisas mudaram na rotina dos alunos da 5a série/6o ano e, particularmente, na vida da Soninha, porque havia muito trabalho pela frente. Primeiro, o professor propôs que lessem as informações sobre o concurso, a fim de conhecerem bem os objetivos, o regulamento, as regras e os critérios para a participação, escolha dos textos etc. O professor Antonio analisou coletivamente o documento, esclarecendo todas as dúvidas dos alunos. Por exemplo: para que eles se inscrevessem, era preciso autorização dos pais ou responsáveis, uma vez que eram menores de idade. Eles poderiam concorrer na categoria “dupla” ou “individual”, o que significava que poderiam escrever o texto sozinhos ou com algum amigo. Também poderiam escolher entre escrever uma crônica, um conto ou uma história em capítulos, desde que fosse fictícia. Biografias, relatos de experiência e notícias estavam fora do concurso. Na sequência, o professor resolveu organizar com eles as etapas do trabalho. Era preciso um momento para planejar a produção escrita: pensar um tema, escolher um dos gêneros, construir personagens etc.; depois, teriam de fazer várias oficinas para começar a escrever o texto (nesse caso, as oficinas serviriam para que os alunos trocassem suas produções, lessem os textos uns dos outros, comentassem, sugerissem mudanças etc.). Em seguida, era preciso revisar os textos (e, nesse caso, havia momentos em que eles revisavam coletivamente; outros, em que trabalhavam em duplas; outros, em que o professor recolhia os textos e fazia comentários); depois, teriam de reescrever e fazer uma última revisão para ter certeza de que tudo estava em ordem. Por fim, tinham de preencher a ficha de inscrição, colocá-la com o texto escrito em um envelope e enviar tudo para os organizadores do concurso literário. Feito isso, era preciso, então, esperar... o que pareceu a parte mais difícil do projeto: os alunos estavam tão envolvidos com as coisas do concurso que, ao final das tarefas, não queriam mais parar. Ao todo foram enviados 23 textos e apenas quatro seriam escolhidos. Mas eles haviam encontrado uma solução para isso: depois da decisão dos avaliadores, iriam editar o próprio livro, com a coletânea que a classe tinha escrito. Não ficaria tão “chique” como o livro do concurso, mas seria o livro da turma, com direito a dia de autógrafo, apresentação para os pais e colegas de outras classes e um espaço na estante da biblioteca da escola. Seriam autores de qualquer jeito. Aliás, já eram autores! Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. 20 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Parte 5 A última parte desta história fica por conta de vocês. Como será que tudo acabou? Quem ganhou o concurso literário? E a Soninha? Vocês sabiam que ela acabou escrevendo uma história sobre avós? Não deu outra, inspirada na dona Sofia, não a autora, mas a própria avó, Soninha resolveu contar a história de uma velha senhora que tinha um monte de netos. No final das tardes de sol, ela se sentava embaixo da velha mangueira e contava histórias retiradas da própria cabeça para eles, porque ela não sabia ler as histórias escritas no papel... Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. Professor, organize os alunos em uma conversa em uma roda para discutir sobre o texto, a discussão pode ser orientada pelas seguintes questões: a) Vocês repararam que a história contada não possui um título? Se essa história fosse escrita por vocês, que título dariam a ela? Por quê? Esta resposta supõe discussão. Os alunos devem refletir sobre Após as atividades de leitura e reconhecimento da estrutura narrativa do texto, os estudantes devem ser informados de que sua tarefa será seguir os passos das personagens, fazendo quase tudo o que elas fazem na história (pelo menos quase tudo o que for possível dentro de sua realidade escolar). Como em um jogo, com regras e conjuntos de ações, eles terão de elaborar um projeto de leitura e escrita com base no que encontrarem na Situação fictícia. a importância do título para a abertura da história e o modo como o leitor “entra” no texto por intermédio das expectativas que o título suscita. Seria interessante organizar com os estudantes uma lista de títulos a fim de que eles avaliem quais parecem mais coerentes com a história. b) Na Parte 5, o narrador não conta o desfecho da história, mas pede aos leitores que pensem no final. f O que poderia ter ocorrido? f Como foi o desfecho do concurso? f Como as personagens conseguiram produzir um livro com as histórias que escreveram? f Na opinião de vocês, por que a personagem principal inventou uma história sobre avós? Por que, no texto de Soninha, a avó só contava histórias orais? Para isso, os alunos devem primeiro selecionar as informações indicando o que as personagens fazem para participar do concurso literário. Eles precisam compreender que a brincadeira de seguir as ações das personagens, imitando-as, deve resultar em uma coletânea de textos narrativos que eles próprios terão de produzir. Ao longo das Situações, eles também devem pensar e decidir o que vão fazer com essa coletânea para que toda a comunidade escolar saiba de sua existência: elaborar um livro igual ao das personagens; criar painéis com as histórias para ficarem expostos no pátio ou na biblioteca; planejar um sarau aberto a toda a comunidade escolar; enviar os textos para um concurso literário real que esteja acontecendo na época em que concluírem o trabalho etc. Orientados por esse conjunto de questões, os estudantes se sentirão estimulados a pensar em vários caminhos para a continuação da história, levando em conta as características e as ideias apresentadas no texto original. O objetivo é que Para começar o levantamento das ações das personagens, você pode realizar as estratégias a seguir. eles percebam como a narrativa se organiza e de que modo ela poderia ser encaminhada sem, no entanto, perder a conexão entre as partes. f Peça aos alunos que façam uma leitura individual da Situação fictícia, sublinhando as 21 partes que considerarem importantes para a elaboração do projeto: ações da personagem principal e das demais. Em seguida, os alunos devem preencher o quadro com os itens sublinhados a seguir. Há uma coluna em branco, ao lado das ações das perso- nagens, que organiza as tarefas que precisarão cumprir. Essas tarefas serão distribuídas ao longo das próximas Situações de Aprendizagem, a fim de garantir que, ao final do projeto, os estudantes tenham de fato escrito a coletânea de textos narrativos. Quadro organizativo de leitura Situação fictícia Contexto e ações das personagens: fatos vividos e ações feitas pelas personagens na história Evento principal: participar de um concurso literário. Parte 1 22 f Alunos de 5a a 8a série/6o a 9o ano podem participar. f Tarefa: escrever uma coletânea de textos narrativos. f Prazo para a produção dos textos e inscrição no concurso: 2 meses. f Produto final: coletânea de textos narrativos selecionados pelos autores para ser publicada em um livro. f Ações: a personagem principal, Soninha, resolve saber mais sobre uma das autoras envolvidas no concurso para poder lhe fazer perguntas quando ela for à sua escola. Organização das ações do projeto real de leitura e escrita: O que é preciso saber? Evento principal: acompanhar uma situação fictícia, realizando todas as atividades de leitura e escrita propostas na história. f Participantes: todos os alunos da 5a série/6o ano. f Tarefa: escrever uma coletânea de textos narrativos. f Prazo para a execução do projeto: 2 meses. f Produto final: um livro de textos narrativos (por exemplo). f Primeiras ações: – conhecer a situação fictícia; – identificar na história os elementos da narrativa; – discutir as ações das personagens na história e quais dessas ações eles terão de realizar na prática. f Elaborar um quadro organizativo que contenha todas as ações realizadas pelas personagens, na situação fictícia; organizar o conjunto de ações essenciais para que possam acompanhar o projeto fictício, pesquisando, conversando, lendo e escrevendo textos narrativos. O que de fato os alunos conseguiram realizar em cada parte do projeto Nesta parte da atividade, é importante que você oriente os alunos na organização do projeto de leitura e escrita, considerando as etapas apresentadas na situação fictícia e as sugestões feitas na coluna 2. Avalie com os alunos quais dessas etapas podem, de fato, ser realizadas no contexto escolar e que outras etapas poderiam fazer parte desse projeto. O preenchimento desta coluna deve levar em conta as ações que, de fato, eles conseguiram realizar em cada uma das etapas, a fim de comparar o planejamento inicial com o processo e desenvolvimento do projeto. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Organização das ações do projeto real de leitura e escrita: O que é preciso saber? Situação fictícia Contexto e ações das personagens Parte 2 Participação coletiva: alunos, professor de Língua Portuguesa e professora da sala de leitura. Ações: t PSHBOJ[BÎÍP EF VNB SPEB EF leitura na biblioteca, com o objetivo de conhecer os livros da autora Sofia Leno; t PT BMVOPT QBSUJDJQBN EB SPEB folheando tudo, lendo alguns trechos dos livros; conversam sobre os textos e a vida da autora; escolhem livros para ser lidos em casa; t PSHBOJ[BN VN SPUFJSP DPN BT perguntas que gostariam de fazer para Sofia Leno. Sugestão: Participação coletiva: alunos, professor de Língua Portuguesa e bibliotecária. Ações: tPSHBOJ[BÎÍPEFVNBSPEBEFMFJUVSBDPNPPCjetivo de conhecer autores e livros reais; apreciar narrativas de ficção; tPTBMVOPTGPMIFJBNMJWSPTMFFNUSFDIPTDPNFOtam suas impressões, observam a biografia que geralmente é divulgada na orelha dos livros para propiciar a troca de informações sobre o que os estudantes pensam ou percebem dos autores escolhidos para a roda e sobre os textos que eles escrevem, suscitando o interesse dos alunos para ler os livros expostos. Parte 3 Ações: t FODPOUSP DPN B BVUPSB 4PmB Leno. Objetivo: aprender sobre seu processo criativo de escrita e sobre suas obras. A combinar com os estudantes. Sugerimos que, se possível, você convide um autor de livros lidos pelos estudantes para visitar sua escola e conversar com eles. Parte 4 Ações: tMFSBTJOGPSNBÎÜFTTPCSFPDPOcurso a fim de conhecer os objetivos e o regulamento: regras e critérios para a participação, escolha dos textos etc.; t BOBMJTBS DPMFUJWBNFOUF UPEP P documento, sempre tomando cuidado para que todos os alunos esclareçam suas dúvidas; t PSHBOJ[BS FUBQBT EP USBCBMIP com a produção textual: planejar a produção escrita, pensar em um tema, escolher um dos gêneros, construir personagens; tSFBMJ[BSWÈSJBTPmDJOBTQBSBDPmeçar a escrever os textos; t FTDSFWFS UFYUPT OBSSBUJWPT USPcar produções, revisar textos, propor mudanças; t EFDJEJS P RVF GB[FS DPN PT textos produzidos não escolhidos para participar do concurso: editar o próprio livro, com a coletânea dos textos que a turma escreveu; t PSHBOJ[BS B BQSFTFOUBÎÍP EP livro para a comunidade escolar. Sugestão para o encaminhamento das atividades de produção escrita dos alunos: garanta que seus alunos, ao final da leitura e da discussão geral sobre o processo de escrita, tenham claro que, para escrever um texto narrativo, é preciso: tDPOIFDFSPHÐOFSPUFYUVBMBTFSFTDSJUPDSÙOJDB conto, narrativa infantojuvenil em capítulo, fábula etc.); tPSHBOJ[BSBTJEFJBTFPTQFOTBNFOUPTTBCFOEP claramente: para quem escrevem (o destinatário), o que querem dizer (a mensagem), por que escrevem (o objetivo) e como escrevem (a linguagem); t EFmOJS VN BTTVOUP F UFS DPOIFDJNFOUP TPCSF ele; tDPOUFYUVBMJ[BSBTJUVBÎÍPEFFTDSJUB Especificamente em relação à situação fictícia, os estudantes devem depreender algumas coisas importantes: tFMFTQPEFNFTDSFWFSIJTUØSJBTTPCSFRVBMRVFSBTsunto, desde que sejam parcialmente inventadas; tQBSBFTDSFWFSIJTUØSJBTÏSFMFWBOUFUSPDBSFYQFriências e ideias e recorrer ao repertório já adquirido; tÏOFDFTTÈSJPPUJNJ[BSPUFNQPEBFTDSJUBQBSUJcipando de oficinas, pesquisando e lendo outras histórias; O que de fato os alunos conseguiram realizar em cada parte do projeto 23 Situação fictícia Contexto e ações das personagens O que de fato os alunos conseguiram realizar em cada parte do projeto tDPOIFDFSPDPOUFYUPQBSBPRVBMBFTDSJUBTFSÈ produzida; tHBSBOUJSRVFBFTDSJUBTFKBSFBMJ[BEBFNFUBQBT Parte 4 Parte 5 Organização das ações do projeto real de leitura e escrita: O que é preciso saber? Ações: tBQFSTPOBHFN4POJOIBFTDSFWF sua história sobre uma senhora que tinha um monte de netos; tPOBSSBEPSTVHFSFRVFPMFJUPS escreva o desfecho da situação fictícia. t PT BMVOPT FTDSFWFN DPMFUJWBNFOUF P EFTGFDIP da situação fictícia. Produção escrita Oriente a organização da atividade e coordene a formação de duplas para novos trabalhos; se achar oportuno, selecione alguns Professor, para orientar a produção escrita: itens da resposta anterior em uma espécie de ficha, para que os 1. Os alunos tomarão por base a narrativa que leram e escreverão, individualmente, um pequeno texto sobre o tipo de história que gostariam de criar se estivessem no lugar da Soninha ou de um de seus amigos. Esse texto servirá de registro para que possam recorrer a essas ideias iniciais quando forem planejar seu texto narrativo. 3. Em grupo, prepararão um mural na sala de aula e organizarão os textos que escreveram para que possam consultá-los sempre que necessário. alunos tenham uma espécie de esquema para a produção escrita. O mural deve ser montado sob sua supervisão, nos espaços que julgar convenientes. Um dos objetivos principais dessa exposição de textos é dirigir a escrita a leitores, elemento fundamental dessa competência. Professor, esse é apenas um registro inicial de ideias sobre um texto futuro. Nesse sentido, deve ser encarado como uma Atividade em grupo etapa da produção textual. Se considerar oportuno, discuta a pertinência das propostas para a produção de uma narrativa. Para tanto, peça que pensem no possível enredo, personagens etc. 2. Em seguida, peça que apresentem esse texto aos colegas, lendo-o em voz alta. As ideias semelhantes podem ajudar na formação de duplas de trabalho para as oficinas de escrita que serão desenvolvidas na Situação de Aprendizagem 3. 24 1. Peça que retomem o quadro organizativo, destacando a Coluna 2: ações que as personagens principal e secundárias precisam realizar para participar do concurso literário. 2. Oriente-os a retomar o quadro organizativo da história feito anteriormente. Eles devem definir as tarefas que precisarão cumprir para elaborar o projeto de leitura e escrita de textos narrativos (Coluna 3). Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Essas tarefas serão distribuídas ao longo das próximas Situações de Aprendizagem. Elas ajudarão a garantir que, ao seguir o projeto das personagens da história, eles também escrevam sua coletânea de textos narrativos. 1 e 2. Nessas atividades, os alunos fazem uma síntese da Coluna 2 do “Quadro organizativo de leitura”. Eles podem grifar os itens, colocá-los no caderno ou outra forma que você considere mais produtiva. Em seguida, deverão preencher a Coluna 3, observando e destacando o que precisa ser feito ou já foi feito para a execução do projeto. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 RODAS DE LEITURA E PESQUISA Nesta Situação de Aprendizagem, será privilegiado o trabalho com a leitura. Por isso, organizamos várias situações em que os alunos devem ser incentivados a ler, tanto para acompanhar a história fictícia quanto para ampliar seu repertório sobre autores e livros de literatura. Além disso, enfatizaremos a reflexão sobre o contexto da leitura (onde ela acontece, em que momento, de que modo) como fator importante para a formação do comportamento leitor dos estudantes. O objetivo é formar uma comunidade leitora que se reúna para trocar informações sobre os livros lidos, falar sobre impressões de leitura, indicar leituras para os amigos, ampliar repertório etc. Conteúdos e temas: roda de leitura – contexto e conteúdo; leitura de história sobre a situação fictícia; leitura de crônicas; leitura de contos; elaboração de critérios para a escolha de livros de leitura; fichas de catalogação de livros; gênero textual resumo. Competências e habilidades: ampliar os conhecimentos sobre determinado autor para enriquecer as antecipações e interpretações de sua obra literária; utilizar como critério o conhecimento que se tem do autor para escolher um livro para leitura; confrontar diferentes impressões e interpretações sobre o modo de escrever de determinado autor; compartilhar experiências leitoras; refletir sobre os critérios de seleção de livros, ampliando-os ou modificando-os a partir de discussões coletivas; identificar problemas a partir da observação da realidade; confrontar diferentes impressões e interpretações sobre as características discursivas de determinado gênero literário. Sugestão de estratégias: aula interativa com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; trabalhos em dupla e em grupo; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: texto extraclasse; livro didático; internet; livros de literatura infantojuvenil; dicionário de língua portuguesa. Sugestão de avaliação: discussão coletiva em rodas de leitura; apresentação oral; elaboração de quadro organizativo; elaboração de fichas de catalogação de livros; resumos de livros; avaliação oral e autoavaliação. 25 Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 2 g) O que vocês acham de ler em espaços especiais e acolhedores? Oralidade h) Em sua escola existem esses espaços? Professor, peça aos alunos que se organizem numa roda de conversa para falar sobre os textos narrativos que têm lido ou escrito. Depois dessa reflexão sobre os estímulos necessários para que essas práticas ocorram respondam: i) Como vocês acham que esses espaços deveriam ser? a) Vocês gostam de ler e escrever histórias? k) O que poderia ser feito por vocês para que o ambiente escolar (dentro e fora da sala de aula) estimulasse a leitura de livros de histórias? b) Em casa, alguém costuma ler para vocês? Ou, ao contrário, vocês leem para outras pessoas em casa (irmãos menores, por exemplo)? j) Vocês costumam frequentar a biblioteca de sua escola? a) a k). É muito importante garantir, nesta Situação de Aprendizagem, que os alunos sejam incentivados a ler para ampliar o repertório sobre autores e livros de literatura. Por isso, esta c) Onde vocês costumam encontrar esse tipo de texto? O que deveria ter em sua escola para que pudessem ler e escrever mais textos narrativos? primeira atividade tem o objetivo de enfatizar a reflexão sobre o contexto da leitura (onde ela acontece, em que momento, de que modo) como fator essencial para desenvolver o comportamento leitor dos estudantes, formando uma comunidade leitora que se reúne para trocar informações d) As atividades escolares, nas aulas de Língua Portuguesa, contribuem para que vocês tenham mais contato com textos narrativos? Como? e) Onde vocês costumam ler livros de história? f) Como vocês gostam de ficar quando leem: Sentados, deitados, em pé? sobre os livros lidos, falar das impressões sobre a obra, indicar leituras para os amigos, ampliar o repertório etc. 1. Retome com eles a Situação fictícia, Parte 2, solicitando que façam uma leitura atenta dos conteúdos nela apresentados. Esse trabalho pode ser realizado em grupo, que deve anotar os detalhes sobre o espaço escolar que chamaram a sua atenção. Parte 2 Durante toda a semana antes do encontro com a autora, os alunos da classe de Soninha tiveram muito trabalho. Primeiro, o Antonio (o professor de Português, lembra?) organizou uma roda de leitura, na biblioteca da escola, para apresentar os livros de Sofia Leno. Havia histórias de todos os tipos: para “criancinhas”, para jovens e até para adultos. Como o espaço era pequeno e não havia mesa e cadeiras para todos, o professor resolveu fazer uma roda no chão, com os livros espalhados sobre uma colcha vermelha e uma mala antiga, cheia de adesivos que indicavam as muitas viagens feitas por seu dono. A biblioteca tinha sido preparada pela dona Susy – ela trabalhava lá, cuidando dos livros, dos empréstimos – que, preocupada em deixar o lugar bem bonito para que todos os alunos se sentissem confortáveis e com vontade de voltar, combinou com o professor a roda assim, com manta, mala antiga e muitos livros espalhados. Ah, mas não tinha só livro da biblioteca, não. Soninha, contribuindo para ampliar o acervo, resol- 26 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 veu levar os livros dela – e, para não misturar com os livros da escola, escreveu seu nome com canetinha colorida em várias páginas. Eles folhearam tudo, leram alguns trechos, conversaram sobre os textos e a vida da autora, escolheram livros para serem lidos em casa. Soninha pegou um livro que ainda não conhecia e emprestou os seus para os colegas, com a condição de que tomassem cuidado e os devolvessem na semana seguinte (Soninha tinha um pouco de ciúme dos livros dela!). Também organizaram um roteiro com as perguntas que gostariam de fazer para a Sofia Leno, por exemplo: como ela se tornou escritora; por que escolheu essa profissão; quando descobriu que escrever histórias era importante para ela; para quem mais gostava de escrever; o que aconselhava para quem queria começar a escrever... Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. No Caderno do Aluno, são propostas as seguintes questões: toda a classe, discutindo a importância da leitura em sua formação. A ideia é que os alunos selecionem elementos da história com f Vocês observam semelhanças com sua própria escola? Quais? f O que parece diferente e que gostariam de ter em sua escola? f O que acharam de a bibliotecária, dona Susy, ter preparado a biblioteca especialmente para a roda de leitura programada pelo professor de Língua Portuguesa? f Vocês já participaram ou gostariam de participar de uma roda assim? Por quê? f Para vocês, seria interessante uma aula de leitura na própria biblioteca da escola ou em algum espaço onde pudessem se sentar no chão e ler trechos dos livros expostos? Como vocês imaginam que essa aula aconteceria? f Por que isso seria importante? Mudaria alguma coisa no modo como leem seus livros? 2. Depois de responderem às questões do Item 1, apresentem suas respostas para sua própria experiência leitora. Assim, é importante que as respostas levem essa relação em conta. Por isso, caso julgue necessário, você pode ampliar as questões de acordo com a realidade da escola e dos alunos. O importante é que eles percebam que, na situação escolar vivida pelas personagens, há muito cuidado com o espaço, com a própria apresentação das atividades e com o conforto dos participantes, envolvendo-os em um contexto que estimula a vontade de aprender. Espera-se que os estudantes tenham passado por vivências semelhantes à criada na situação fictícia para a roda de leitura. No entanto, esse momento será uma oportunidade para que você identifique alguns anseios de seus alunos em relação às experiências de leitura. 3. Oriente os alunos a preencher o quadro indicando semelhanças e diferenças entre a escola da história que leram e a própria escola, apontadas no Item 1. Em seguida, completarão o quadro com algumas sugestões para que as atividades de leitura e escrita, em sua escola, possam ser semelhantes às propostas na história lida. Diferenças entre a escola fictícia e a escola real Semelhanças entre a escola fictícia e a escola real Resposta elaborada pelo grupo com base na discussão realizada nos itens anteriores. Resposta elaborada pelo grupo com base na discussão realizada nos itens anteriores. Sugestões para que as atividades de leitura e escrita, na escola real, possam ser prazerosas e estimulantes Resposta elaborada pelo grupo com base na discussão realizada nos itens anteriores. 27 Consideramos importante que você também prepare uma roda de leitura especial para os alunos; isso pode acontecer na biblioteca da escola ou na própria sala de aula. Antes de iniciar a roda, cuide de alguns outros detalhes importantes, além do espaço em que ela ocorrerá. É preciso decidir, por exemplo, o tipo de roda de leitura que irá propor aos alunos: para apreciação de um autor; para apreciação de um gênero literário; de discussão sobre critérios para escolha de livros; para apreciação de ilustração etc. Seguindo a Situação fictícia, seria interessante que você pudesse apresentar autores reais a seus alunos. Nesse caso, a roda poderia ser de apreciação de autor: vários livros de um mesmo escritor ou de alguns escritores para que os alunos pudessem folhear, ler trechos, comentar suas impressões, observar a biografia que geralmente é divulgada na orelha dos livros. A ideia é propiciar a troca de informações sobre o que os estudantes pensam ou percebem do(s) autor(es) escolhido(s) para a roda e sobre os textos que escreve(m), sentindo-se impelidos a ler os livros expostos. Complementando esta atividade, você pode pedir aos alunos que façam uma pesquisa, na internet, sobre o autor real (ou autores) escolhido(s) para apreciação na roda ou você mesmo pode apresentar curiosidades sobre a vida dele(s) a fim de responder às questões elaboradas na Situação fictícia – Parte 2: Como ela se tornou uma escritora? Por que escolheu essa profissão? Quando descobriu que escrever histórias era importante para ela? Para quem mais gostava de escrever? O que ela aconselhava para quem queria começar a escrever?... Essas informações são facilmente encontradas nos sites de vários autores reais de literatura infantojuvenil, como Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Leonardo Boff, Pedro Bandeira, Silvia Zatz, Sylvia Orthof, 28 Ziraldo, Ruth Rocha, entre outros, com apresentação da biografia dos autores, sequência de perguntas e respostas sobre seus trabalhos, listas de livros publicados etc. O interessante, nessa pesquisa, é que os estudantes terão acesso aos bastidores da escrita, ou seja, àquilo que vem antes mesmo de o escritor produzir seus textos: o lugar de onde ele tira suas ideias, a rotina que antecede a escrita, questões pessoais como se sempre quis ser escritor etc. Esse conhecimento pode ser eficaz para incentivar os alunos a se formarem como leitores e produtores de textos. Você pode acrescentar outros escritores às sugestões do parágrafo anterior, uma vez que a roda de leitura só será possível mediante acervo existente na biblioteca de sua escola e/ou em seu acervo particular. Orientações gerais 1. É muito importante sua participação como modelo de leitor experiente, capaz de fazer uma apreciação sobre as histórias e os autores escolhidos para a roda. Isso porque, ao revelar seu comportamento leitor, mostrando como seleciona suas leituras, estabelecendo critérios de escolha (conhecimento que possui sobre o autor, o tipo de história que escreve, o gênero etc.), você estimula os alunos a se comportarem do mesmo modo. 2. É preciso que você faça um levantamento dos livros de literatura juvenil disponíveis para a roda de leitura. Na escola, você já tem o hábito de fazer essas rodas? A biblioteca funciona e possui diversos livros de literatura juvenil? Você tem uma biblioteca móvel (uma caixa de livros para leitura, que pode ser transportada entre uma aula e outra) ou um armário na sala onde possa guardar os livros que seus alunos emprestarão ao longo do ano? Se não houver muitos livros de um mesmo autor, faça uma roda de apreciação de vários autores ou de um gênero escrito por autores diferentes (por exemplo: uma roda de apreciação de contos, de crônicas etc.). Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Professor, Assim como na Situação fictícia a personagem Soninha leva seus livros para contribuir com a roda de leitura, você também pode solicitar aos alunos que contribuam com a aula, levando para a escola os livros de histórias que possuem. Nem todos os alunos têm livros em casa, mas quem os tiver pode ser estimulado a compartilhar com os colegas os livros que já leu ou que, até o momento da roda, nunca tinha pensado em ler. Nesse caso, é importante que eles preparem uma pequena ficha sobre o livro em casa, com o nome do livro, do autor e o tema da história (isso eles encontram geralmente na contracapa do livro). É importante que, ao selecionarem sozinhos ou com a ajuda dos pais o que levarão para a escola, indiquem nessa ficha os critérios utilizados para a escolha. Eles não terão clareza de que toda escolha implica um tipo de critério, mas você pode avaliar a ficha como um diagnóstico do que seus alunos apresentam como comportamento leitor. Atividade em grupo © Paulo Manzi Parte 1 Os alunos irão preparar com sua orientação uma roda de leitura literária. Peça que sigam as instruções e divirtam-se! 1. Se a roda for feita na própria sala de aula, é preciso preparar o espaço com certa antecedência: organizar e decorar o espaço. Peçam às famílias que contribuam para a roda, emprestando almofadas ou outros materiais decorativos. na qual possam colocar os livros que serão utilizados. No momento da roda, a caixa (ou mala) deve ser aberta e alguns livros devem ficar espalhados pelo chão, em volta dela (outros ficarão dentro). 3. Se possível, o professor colocará algumas músicas suaves, criando um clima especial e convidativo. 1 a 3. Oriente a formação da roda de leitura para que a atividade seja desenvolvida de forma tranquila e produtiva, ex- 2. É possível decorar uma caixa de papelão grande ou levar para a classe uma mala, plorando com eles o aspecto lúdico que envolve a leitura de textos literários. 29 Parte 2 1. Com a ajuda do professor, vocês devem decidir o tipo de roda de leitura literária que farão: para apreciar um autor; contemplar um gênero literário; discutir critérios para a escolha de livros; para apreciar uma ilus- tração etc. Essa decisão tem de estar atrelada ao acervo de livros literários de sua escola e aos livros que o professor e vocês, eventualmente, vão trazer de casa. Professor, a partir de seu conhecimento da sala e de seu estágio de formação leitora, promova a organização da roda, levando em conta as “orientações gerais” já propostas. Como organizar os livros levados pelos alunos I. Para não dar confusão ou correr o risco de que algum livro levado para a escola seja perdido, uma vez que os livros da roda ficarão à disposição de todos por alguns dias, organize um quadro com as seguintes informações: Nome do aluno que trouxe livros de casa para a roda de leitura Nome do(s) livro(s) trazido(s) pelo aluno Nome do aluno que pegou o livro emprestado Prazo de devolução do livro II. Um quadro semelhante também pode ser utilizado para fazer o registro dos livros que forem retirados pelos alunos de seu acervo particular ou da biblioteca da escola. Essa prática é interessante porque, além de contribuir para a organização da situação didática, permite que os estudantes desenvolvam o senso de responsabilidade e comprometimento, uma vez que precisam cumprir os prazos para a leitura (o mesmo livro pode ser lido por outros alunos) e zelar pelo material que é de uso coletivo (no caso dos livros da biblioteca) ou de seus colegas e professores. III. Não se esqueça de pedir aos alunos que escrevam o nome nos próprios livros a fim de identificá-los com facilidade na roda de leitura. I a III. Providencie a organização do quadro para o registro do empréstimo dos livros. É muito importante que os estudantes participem diretamente da organização desse quadro. 30 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Oralidade Parte 1 Peça que os alunos se acomodem e sigam as instruções a seguir: f Folheiem os livros reunidos na roda. f Façam a leitura de trechos, comentando suas impressões. f Observem a biografia do autor, que geralmente é divulgada na orelha dos livros. f Troquem informações sobre o que vocês pensam ou percebem do(s) autor(es) escolhido(s) para a roda e sobre os textos que ele(s) escreve(m). f Reflitam: Vocês sentiram vontade de ler os livros expostos? Por quê? f Escolham um dos livros para levar para casa e fazer, individualmente, sua leitura na íntegra. É preciso que vocês explicitem os critérios utilizados para a escolha desse livro (número de páginas, ilustrações, autor conhecido, título interessante, indicação do colega etc.). A orientação é que os alunos explicitem os critérios utilizados para a escolha do livro (número de páginas, ilustrações, se o autor é conhecido ou não, se o título é interessante, se houve indicação do colega etc.) com a finalidade de, após a leitura, poder confrontar esses critérios, considerando-os adequados (ou não) e ampliando-os nas discussões com os colegas. O objetivo é formar, com a situação didática da roda de leitura, uma comunidade leitora que se reúne para trocar informações sobre os livros lidos, falar sobre impressões de leitura, indicar leituras para os amigos, ampliar o repertório etc. Professor, Outro modo de apresentar um livro ou um autor aos alunos é inserir em sua prática cotidiana a leitura em voz alta feita por você e também por eles, no início ou em algum outro momento da aula. Nesse caso, você pode propor uma lista de títulos (elaborada por você ou em conjunto com os alunos) e combinar que, em toda aula, você lerá um capítulo do livro ou um conto, por exemplo. Na semana seguinte (ou quinzena seguinte), você pode pedir a um grupo de alunos que se encarregue de fazer essa leitura em voz alta (a cada aula, um aluno lê um capítulo do livro). Tenha cuidado para que, nesse caso, essa leitura seja preparada com antecedência: os estudantes devem se preocupar com a entonação, com a impostação de voz, com a fluidez da leitura, com o respeito à pontuação etc. Justamente por isso é tão importante que você se apresente aos alunos como um modelo de leitor. Na semana seguinte (você deve estabelecer com os alunos um prazo para a leitura e devolução dos livros), é preciso organizar uma nova roda a fim de que os estudantes comentem sua experiência de leitura, confirmando ou não as expectativas que tinham em relação ao livro escolhido. Parte 2 Os estudantes responderão aos questio- namentos propostos no Caderno do Aluno, como segue: f Vocês indicariam o livro aos colegas? Por quê? f Quais foram as dificuldades encontradas durante a leitura? f O que vocês sentiram ao ler o livro (prazer, tristeza, alegria, raiva etc.)? f Vocês se identificaram com o autor ou com a história? 31 Para responder às questões propostas, é importante estimular os estudantes a falar sobre suas impressões, gostos, se indicariam o livro aos colegas, as razões que os levariam a indicar, as dificuldades encontradas durante a leitura, os sentimentos envolvidos no processo de leitura desse livro, a identificação com o autor ou com a história etc. Eles também devem ser estimulados a estabelecer relação com outras leituras feitas (por eles próprios, por você ou por alguém com quem eles costumam conversar sobre livros), confrontar diferentes impressões e interpretações sobre as características discursivas de determinado gênero literário e retomar a conversa com o objetivo de ampliar ainda mais essas percepções, confirmando (ou não) suas hipóteses iniciais. 1. Em grupo, peça que escolham um dos autores apreciados na roda de leitura literária e façam uma pesquisa sobre sua vida profissional. 2. Procurarão informações que respondam a perguntas semelhantes a estas: Como ele se tornou um escritor? Por que escolheu essa profissão? Quando descobriu que escrever histórias era importante para ele? Para que tipo de leitor mais gostava de escrever (crianças, adolescentes, adultos, mulheres, homens etc.)? O que ele aconselharia para quem quer começar a escrever? 3. Selecionarão alguns textos biográficos encontrados e organizarão uma lista dos livros publicados por esse escritor. 4. Em outro momento, eles devem apresentar as descobertas feitas para toda a classe. 1 a 4. No momento da exposição das descobertas, oriente os alunos sobre o modo correto de participar das atividades orais: a linguagem que devem usar, a forma como devem organizar as informações encontradas durante a pesquisa, a atenção ao público que assistirá a essa apresentação etc. 32 A produção escrita dessa sequência de atividades ficará a cargo da organização de fichas de leitura, com informações gerais sobre o livro lido pelos alunos e um pequeno resumo da história, o que, no caso dos textos narrativos, é o próprio enredo. No Caderno do Aluno há um modelo de ficha, no qual todos devem basear seu trabalho, ou peça a cada um que faça sua própria ficha para compará-la posteriormente com as dos colegas. Nesse caso, você poderá utilizar esse instrumento para avaliar a percepção dos alunos sobre o livro escolhido: se conhecem as partes que compõem um livro; se prestam atenção aos detalhes como título e subtítulo, nome da editora, ano de publicação, orelha, síntese presente na contracapa do livro etc. De um modo ou de outro, será necessário que você mostre a eles cada um desses detalhes (em uma das rodas realizadas, por exemplo), chamando a atenção para a função de comunicação e a função social de cada item que compõe a edição de um livro. Produção escrita 1. Em dupla, eles irão preparar fichas de leitura dos livros selecionados na roda literária, com informações gerais sobre esses livros e um pequeno resumo da história, o que, no caso dos textos narrativos, é o próprio enredo. Para fazer esse trabalho, baseiem-se nas informações a seguir: Nome do autor: Editora: Ano de publicação: Número de páginas: Classificação literária (conto, poesia, crônica, história de literatura infantil e juvenil/em capítulos/romance): Título e subtítulo (quando houver): Tema: Resumo: Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 2. Em relação à síntese da história, uma sugestão é que você elabore, coletivamente, na lousa, um exemplo de resumo de um livro que todos os alunos conheçam e sobre o qual poderão opinar. Você também pode lhes apresentar alguns resumos encontrados em livros (diferentes dos que eles leram) e que servirão como modelo para os textos que terão de produzir. Em seguida, peça que escrevam, em dupla, os próprios textos e façam a revisão. 1 e 2. Verifique se os alunos completaram convenientemente a ficha, chamando a atenção deles para a função de comunicação e a função social de cada item. 3. Recolha os textos e faça uma avaliação de como seus alunos estão escrevendo: Que tipo de problema de notação ou discurso eles apresentam? Quais questões são gerais (por exemplo, problema com o uso de vírgulas entre sujeitos e verbos) e devem ser discutidas coletivamente? Há problemas de coesão e/ou coerência? Faça pequenas observações nos textos, solicitando aos estudantes que reformulem o que estiver confuso. 4. Solicite aos alunos que façam a revisão do texto em dupla. Caso tenham dificuldade, peçam auxílio a outros colegas ou ao professor. Momento de avaliar e de se autoavaliar 1. Para finalizar as atividades da semana, eles devem fazer uma nova roda de conversa para falar sobre o que acharam das experiências vivenciadas, observando os seguintes aspectos: f a leitura; f a reflexão sobre o espaço escolar; f a roda de leitura organizada por vocês na biblioteca; f o contato com escritores de literatura que não conheciam; f a leitura feita pelo professor, em voz alta, e aquela que vocês fizeram em casa. 2. Depois dessa discussão em grupo, peça que respondam individualmente no caderno: a) Como você se sentiu na condição de leitor? b) Essas situações contribuíram para que você sentisse vontade de ler e aprender mais? Por quê? c) O que você já aprendeu até aqui sobre o que é leitura? E sobre o que é ser leitor? texto, sozinhos ou em duplas, você pode selecionar al- d) Como o conhecimento prévio sobre narrativas auxiliou na leitura de textos literários? guns exemplos com problemas (com o consentimento 1 e 2. Esta atividade de autoavaliação deve fazer parte do dos alunos) e apresentá-los, para reformular coletiva- processo de aprendizagem do estudante. Você pode usá- mente esses trechos. Os alunos deverão utilizar essa -la como um instrumento de avaliação formativa e con- revisão como base para fazer, posteriormente, a mesma tínua, uma vez que ela possibilita que se saiba o que os tarefa em seus textos. estudantes estão pensando sobre as propostas de ativida- Os estudantes devem ser levados a refletir sobre o papel da de, as dificuldades que estão encontrando, o modo como revisão textual no processo de escrita. Uma vez que seu texto constroem caminhos para solucionar problemas, o que será lido por outros alunos (lembrá-los de que é uma ficha não conseguem resolver sem a intervenção do professor de catalogação de livro e, portanto, um tipo de produção lida por muitas pessoas), é preciso que seja bem escrito, coerente etc. Suas intervenções e encaminhamentos de novas sequências didáticas, portanto, devem levar em conta essas e objetivo. informações. 3 e 4. Caso tenham dificuldade para fazer a revisão do 33 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 OFICINA DE ESCRITA DE TEXTOS NARRATIVOS Nesta Situação de Aprendizagem, a prioridade é a produção dos textos narrativos que irão compor a coletânea do primeiro projeto da 5a série/6o ano. Para tanto, os alunos deverão recapitular as características do gênero “crônica narrativa” e estudar a estrutura do gênero “conto”, comparando-os, com três objetivos centrais: observar as semelhanças entre esses dois gêneros, uma vez que pertencem ao mesmo agrupamento tipológico (narrar); perceber que cada um desses gêneros possui características próprias e funções sociais distintas; produzir textos narrativos, pondo em funcionamento todos os elementos analisados nos itens anteriores. Além disso, serão estimulados a ampliar seu repertório sobre a prática da escrita como processo que implica várias etapas: planejamento, textualização, revisão, reelaboração, destino do texto. Conteúdos e temas: leitura de história sobre a situação fictícia; característica do gênero “crônica”: meio de circulação e caráter histórico; características do gênero “conto”; oficina de produção escrita de textos narrativos; organização da escrita: processo em etapas; polifonia e intertextualidade. Competências e habilidades: reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores dos gêneros “crônica” e “conto”; reconhecer diferenças e semelhanças entre gêneros de mesma tipologia; identificar valores de dada cultura e sociedade em contos e crônicas; reconhecer o processo de composição textual como um conjunto de ações interligadas; criar estratégias para a apresentação de um projeto; utilizar conhecimento sobre a língua (linguísticos, de gênero etc.) para elaborar os textos narrativos; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para a leitura e escrita proficientes de textos narrativos. Sugestão de estratégias: aula interativa com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversas; trabalhos em dupla e em grupo; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: texto extraclasse; livro didático; dicionário de língua portuguesa. Sugestão de avaliação: discussão coletiva em rodas de leitura; apresentação oral; elaboração de quadro organizativo; autoavaliação individual; escrita de textos narrativos; oficinas de criação dos textos narrativos. Sondagem Produção escrita 1. Para iniciar este processo, sugerimos que você peça aos alunos que escrevam uma história. É importante que você não lhes diga nada além do comando “escrevam uma história”. Até aqui, eles já reuniram várias informações sobre a tipologia narrativa e os gêneros como crônica narrativa, fábula e conto; passaram pela experiência de leitura de textos narrativos; discutiram 34 o projeto de escrever uma coletânea de histórias ficcionais; conheceram a situação fictícia de alunos da 5a série/6o ano que participarão de um concurso literário, mas ainda não fizeram a sistematização da produção escrita solicitada. 2. Entregue seu texto ao professor, que fará uma avaliação, anotando os problemas observados: possíveis repetições de palavras; pontuação inadequada ou falta de pontuação; pouco conhecimento sobre o tema escolhido; dificuldade para ler o texto etc. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 3. Em dupla ou pequenos grupos, façam a revisão de seus textos com base nas observações do professor. Guardem as duas versões em uma pasta ou as deixem coladas no caderno para que possam recorrer a elas sempre que necessário. f O que acham que deveriam ter feito antes de iniciar a escrita desse texto? 1 a 3. O objetivo nessa tarefa é que você tenha a possibilidade 2. Faça um quadro na lousa e anote todas as respostas a fim de organizar os primeiros passos necessários para a escrita de qualquer texto, seja ele narrativo ou não. de avaliar essa primeira produção, observando os conheci- 1 e 2. Os estudantes devem retomar aqui algumas atividades mentos sobre a escrita e sobre a tipologia narrativa que os es- anteriores que trataram das etapas da escrita e dos conhe- tudantes possuem. Analise as características dos textos produ- cimentos sobre textos narrativos, mesmo que você não lhes zidos, identificando as possíveis fragilidades notacionais, dis- indique esses caminhos inicialmente. Organize um quadro cursivas e de repertório. Se desejar, faça anotações (sem cor- com as etapas da escrita de acordo com as respostas da turma. rigir os textos), indicando aos alunos algumas soluções para os problemas observados: possíveis repetições de palavras, pontuação inadequada ou falta de pontuação, pouco repertório sobre o tema escolhido, dificuldade para estruturar o texto etc. Peça aos estudantes que, em duplas ou em pequenos grupos, revisem os textos, guardando posteriormente as duas versões. Eles devem recorrer a elas sempre que necessário. Oralidade 1. Converse com os alunos sobre a produção desse primeiro texto, questionando-os sobre o processo: f O que fizeram depois do comando “Escrevam uma história” dado por você? f De onde tiraram ideias para escrever? f Acharam fácil escrever a história? f Planejaram o texto antes de escrevê-lo? f Que tipo de dificuldade encontraram? 3. Escolha dois textos narrativos diferentes, uma crônica e um conto (curto), por exemplo, e os apresente aos alunos fazendo um levantamento dos elementos estruturais desses gêneros. Nesse momento, é preciso que você retome algumas das características da crônica narrativa, estudadas anteriormente, para que eles reconheçam esse gênero. Organize uma roda de conversa e pergunte o que eles conseguem reconhecer no texto. Se apresentarem alguma dificuldade, peça que recorram aos quadros, às análises feitas no caderno, às crônicas lidas e àquela escrita por eles. Professor, essa é uma atividade de avaliação formativa, para que você possa observar que nível de reconhecimento das características dos dois gêneros eles apresentam. Se achar necessário, faça novas atividades até que esse aprendizado esteja, ao menos, satisfatório. Algumas observações sobre o gênero “crônica narrativa” 1. É preciso lembrar os estudantes de que a crônica é um gênero textual organizado a partir da tipologia narrativa e, portanto, apresenta foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço. Geralmente, constitui-se em um texto ficcional curto, desenvolvido em tom leve, e trata de temas cotidianos. 2. Conhecer a origem da crônica narrativa pode ajudar os estudantes a ampliar seu entendimento sobre o gênero, reconhecendo seu caráter histórico inserido em um meio de circulação. Para isso, você pode contar que, no século XIX, os jornais costumavam destinar o rodapé de suas páginas para tratar de temas do cotidiano, com o objetivo de entreter o leitor e registrar usos, costumes e comportamentos da época. Como o texto costumava ser leve e descontraído, logo caiu no gosto do público e foi conquistando um espaço maior dentro do jornal. Desses primeiros textos, originaram-se as crônicas narrativas que conhecemos hoje. 35 3. As crônicas narrativas falam de tudo: cinema, televisão, política, esporte, saúde, religião, carnaval, folclore, educação, casamento, divórcio, amizade, amor e tudo o mais que exista na vida cotidiana do ser humano. E, inevitavelmente, revelam a visão do cronista sobre as coisas do mundo. Seu tom é casual, quase um bate-papo entre o autor e o leitor. 4. Seus meios de circulação mais comuns são os jornais e as revistas. Para aprofundar a discussão, peça aos alunos, que respondam a seção “Lição de casa” do Caderno do Aluno. Você pode utilizar o quadro anterior para corrigir esta atividade. Assinale as alternativas diretamente relacionadas às características do gênero textual crônica narrativa. a) ( X ) A crônica é um gênero textual organizado a partir da tipologia narrativa e, portanto, apresenta foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço. Geralmente, constitui-se em um texto ficcional curto e trata de temas do cotidiano. b) ( X ) No século XIX, os jornais costumavam destinar o rodapé de suas páginas para narrar temas do cotidiano, com o objetivo de entreter o leitor e registrar usos, costumes e comportamentos da época. Como o texto costumava ser leve e descontraído, logo caiu no gosto do público e foi conquistando um espaço maior no jornal. Desses primeiros textos, originaram-se as crônicas narrativas que conhecemos hoje. c) ( X ) As crônicas narrativas falam de tudo: cinema, televisão, política, esporte, saúde, religião, carnaval, folclore, educação, casamento, divórcio, amizade, amor e o que mais exista na vida cotidiana do ser humano. E, inevitavelmente, revelam a visão do cronista sobre as coisas do mundo. Seu tom é 36 casual, quase um bate-papo entre o autor e o leitor. d) ( X ) Os meios de circulação mais comuns das crônicas narrativas são os jornais e as revistas. Mas elas também podem ser encontradas em livros. e) ( X ) As crônicas narrativas, assim como os contos, apresentam sempre um conflito e um desfecho. f) ( ) As crônicas narrativas são semelhantes às histórias em capítulos e às fábulas, porque sempre apresentam a moral da história. Embora não seja importante apresentar aos alunos uma definição precisa do gênero “conto” na perspectiva moderna, será necessário que você lhes dê algumas informações ou referências que possam ajudá-los no processo de escrita do texto narrativo. Por exemplo: assim como a crônica, os contos também precisam ser organizados a partir de elementos ou “ingredientes”: a ação narrativa (fatos e atos), a presença de personagens, a marcação de tempo e espaço, um narrador. Além disso, é possível dizer que, por excelência, o conto é sempre uma narrativa de ficção (mais ou menos curta em relação a outros gêneros, como o romance), que costuma traduzir sentimentos e experiências humanas com agilidade e rapidez. Por isso, tem poucas ações e deve se constituir em uma unidade dramática singular, com um único conflito normalmente intenso. Nesse caso, todos os outros aspectos de sua estrutura (tempo, espaço, Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 características de personagens) estão diretamente relacionados e devem convergir para compor uma história. Nesse tipo de narrativa, não pode haver excessos, uma vez que tudo gira em torno de ações que compõem uma trama, um enredo. Em geral, os contos se organizam a partir de duas “linhas condutoras”a: a sequência cronológica e a sequência lógico-causal. No caso da primeira, o objetivo é a “amarração” temporal dos acontecimentos (o que acontece antes deve relacionar-se com o que vem depois). No segundo caso, a relação entre as ações é de causa e consequência. Sugerimos que você amplie a roda de conversa, dedicando um tempo maior ao estudo do conto. Analise com os alunos algumas das características anteriormente apontadas. É preciso que eles compreendam as diferenças entre os gêneros textuais crônica e conto, observando que o último não apresenta a mesma função social e comunicativa do primeiro. O conto não tem compromisso com os fatos da realidade, do cotidiano, mas se caracteriza pela possibilidade de refletir sobre o que é humano com base na trama e no conflito proposto. Sua função é justamente inventar diferentes modos de representar a realidade e as experiências humanas, sem ser fiel a elas, utilizando-se para isso da linguagem como ferramenta primeira da construção literária. 1. Peça que os alunos façam a leitura dos dois textos narrativos diferentes selecionados por você, identificando o gênero ao qual eles pertencem. elementos das narrativas, considerando os seguintes dados: f presença de personagens; f ação narrativa (fatos e ações das personagens); f marcação de espaço; f sequência dos fatos no tempo (o que acontece antes deve relacionar-se com o que vem depois); f relação de causa e consequência entre fatos e ações (quando um fato ou ação acontece por causa de outro que aconteceu antes); f narrador; f função social e comunicativa do texto (a que gênero o texto pertence: Crônica, conto, fábula, romance? Quem escreveu? Para que tipo de leitores foi escrito? Onde foi publicado?). 3. Apresentem a ficha organizada por vocês para toda a classe, comparando suas anotações. 4. Em seguida, o professor vai preparar uma nova ficha, comum a todos os grupos, com as principais características dos gêneros lidos no Item 1, apontadas por vocês. Se for necessário, ele acrescentará informações, a fim de que vocês possam utilizá-las nas próximas atividades. 5. Copiem essa nova ficha no caderno para consultá-la posteriormente. 1 a 5. Organize com os alunos uma ficha para registrar os elementos da narrativa. Ao final da atividade, acrescente as informações necessárias para completá-la e 2. Eles organizarão uma ficha com os peça que todos registrem essa versão final no caderno. a Há uma coleção da Editora Atual, chamada “Quem conta um conto”, que apresenta uma proposta interessante de trabalho com o gênero. Distribuída em seis pequenos livros (“Quem conta um conto 1: Ação”; “Quem conta um conto 2: Personagem”; “Quem conta um conto 3: Espaço”; “Quem conta um conto 4: Tempo”; “Quem conta um conto 5: Ponto de vista da narrativa”; “Quem conta um conto 6: Gênero de conto”), tem a participação de um grupo de autores que recebe a proposta de organizar uma coleção de livros de contos sob o enfoque do processo criativo: o que é preciso saber para escrever contos. 37 Sobre a organização da escrita Examine a Situação fictícia – Partes 3 e 4, analisando com os alunos, questionando-os como o processo de produção textual pode ser inferido na leitura desse texto. É importante que eles percebam que as personagens se preparam para escrever as histórias: analisam o contexto (concurso literário); conhecem as regras impostas por esse contexto (o regulamento, prazos etc.); conversam com escritores profissionais para saber como funciona seu processo de escrita, no qual poderão se espelhar; decidem se querem escrever sozinhos ou em parceria. Isso tudo antes mesmo de escreverem uma única linha da história. E descobrem que ainda há muito a percorrer até que o texto esteja pronto: planejam, escrevem, revisam, reescrevem e, enfim, enviam seu texto para o concurso. Tanto na história de ficção quanto na Situação de Aprendizagem, os estudantes devem ter claro o contexto de sua escrita (na Situação fictícia é um concurso literário); ter familiaridade com textos literários narrativos; refletir sobre o que escrever; participar de várias atividades antes de começar a escrever sua história. Parte 3 – Sofia, eu quero saber uma coisa: a gente pode escrever histórias sobre o que quiser, sobre gente que existe de verdade? Essa pergunta foi da Soninha, claro. Ela estava interessada nisso, porque já estava pensando na história que ia escrever para o concurso. Sofia Leno disse que sim, que as histórias que ela inventava já começavam quando ela observava as coisas ao seu redor. Algumas ela guardava para transformar em ficção, com personagens inventadas, mas estas poderiam carregar um pouco das características de pessoas que conhecia. Os alunos seguiram fazendo outras perguntas para a autora, que ia respondendo com delicadeza e graça. Mas não só. Vocês acreditam que ela também fazia perguntas? É isso mesmo. Como estava lá também para falar do concurso literário, queria saber o que os estudantes achavam de participar de um concurso; o que sabiam sobre literatura, sobre textos narrativos; sobre o que pensavam escrever; quais as atividades que estavam fazendo para começar a escrever as histórias. A autora disse que a conversa entre eles foi “muito frutífera”, porque estavam trocando ideias e experiências. Certamente, daquele encontro muitas histórias nasceriam e muitos deles se tornariam personagens uns das histórias dos outros. Para finalizar, Sofia falou que deveriam aproveitar bem os dois meses que tinham para escrever, fazendo oficinas, pesquisando, trocando textos, revisando, lendo histórias de escritores profissionais. Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. Parte 4 Depois da conversa com a Sofia Leno, muitas coisas mudaram na rotina dos alunos da 5a série/6o ano e, particularmente, na vida da Soninha, porque havia muito trabalho pela frente. Primeiro, o professor propôs que lessem as informações sobre o concurso, a fim de conhecerem bem os objetivos, o regulamento, as regras e os critérios para a participação, escolha dos textos etc. 38 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 O professor Antonio analisou coletivamente o documento, esclarecendo todas as dúvidas dos alunos. Por exemplo: para que eles se inscrevessem, era preciso autorização dos pais ou responsáveis, uma vez que eram menores de idade. Eles poderiam concorrer nas categorias “individual” ou “dupla”, o que significava que poderiam escrever o texto sozinhos ou com algum amigo. Também poderiam escolher entre escrever uma crônica, um conto ou uma história em capítulos, desde que fosse fictícia. Biografias, relatos de experiência e notícias estavam fora do concurso. Na sequência, o professor resolveu organizar com eles as etapas do trabalho. Era preciso um momento para planejar a produção escrita: pensar um tema, escolher um dos gêneros, construir personagens etc.; depois, teriam de fazer várias oficinas para começar a escrever o texto (nesse caso, as oficinas serviriam para que os alunos trocassem suas produções, lessem os textos uns dos outros, comentassem, sugerissem mudanças etc.). Em seguida, era preciso revisar os textos (e, nesse caso, havia momentos em que eles revisavam coletivamente; outros, em que trabalhavam em duplas; outros, em que o professor recolhia os textos e fazia comentários); depois, teriam de reescrever e fazer uma última revisão para ter certeza de que tudo estava em ordem. Por fim, tinham de preencher a ficha de inscrição, colocá-la junto com o texto escrito em um envelope e enviar tudo para os organizadores do concurso literário. Feito isso, era preciso, então, esperar... o que pareceu a parte mais difícil do projeto: os alunos estavam tão envolvidos com as coisas do concurso que, ao final das tarefas, não queriam mais parar. Ao todo, foram enviados 23 textos e apenas quatro seriam escolhidos. Mas eles haviam encontrado uma solução para isso: depois da decisão dos avaliadores, iriam editar o próprio livro, com a coletânea que a classe tinha escrito. Não ficaria tão “chique” como o livro do concurso, mas seria o livro da turma, com direito a dia de autógrafo, apresentação para os pais e colegas de outras classes e um espaço na estante da biblioteca da escola. Seriam autores de qualquer jeito. Aliás, já eram autores! Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. escrever suas histórias. Para ampliar a discussão, você poderia Parte 1 1. Peça que façam uma nova leitura da Parte 3 da narrativa. Respondam: a) O que a personagem Soninha conclui, depois da conversa com a escritora, sobre os assuntos que podem se transformar em histórias? Aparentemente, Soninha conclui que é possível encontrar lhes apresentar alguns relatos de autores profissionais, contando sobre seu processo de escrita e os lugares de onde costumam tirar ideias para escrever narrativas ficcionais. 2. Retomem a história que eles escreveram na seção “Produção escrita” desta Situação de Aprendizagem. Leiam o texto, observando o tema tratado nele, as personagens, o lugar onde a história se passa, o tempo, a ação narrativa etc. temas ou assuntos para as histórias fictícias na própria vida real, nos acontecimentos do cotidiano. b) Na opinião de vocês, onde é possível descobrir os muitos “assuntos possíveis” bem próximos que poderiam servir de mote para a produção das histórias? a) Todos esses aspectos da narrativa foram considerados no momento em que escreveram o texto? b) O que os inspirou no processo de criação? a) e b). Respostas pessoais, mas os estudantes devem bus- Solicite aos estudantes que façam aqui uma lista de coisas ou car em seus textos os elementos da tipologia narrativa ou lugares de onde podem tirar ideias/assuntos possíveis para constatar a falta de algum deles. 39 Parte 2 conto, pode ter linguagem mais formal; se houver diálogos, as falas terão de ser marcadas por travessões etc.). 1. Em grupos, peça que retomem a Parte 4 da narrativa, procurando entender como as personagens tiveram de se organizar para produzir seus textos. Depois, respondam: ( X ) Definir um assunto e ter conhecimento sobre ele. a) O que as personagens estão fazendo? ( X ) Saber qual o lugar e o tempo em que b) Na sua opinião, por que as regras impostas pelo concurso da história são importantes para as personagens? Que regras são essas? a) e b). É importante que os estudantes percebam que a história acontecerá, que personagens farão parte do texto, que conflito movimentará a narrativa etc. 3. Assinalem as alternativas corretas, especificamente em relação à história que leram: as personagens se preparam para escrever suas histórias: analisam o contexto (concurso literário); aprendem sobre as regras impostas por esse contexto (o regulamento, prazos etc.); conversam com escritores profissionais para ( X ) Podem-se escrever histórias sobre qualquer assunto, desde que sejam inventadas, pelo menos em parte. saber sobre seu processo de escrita, nos quais poderão se espelhar; decidem se querem escrever sozinhos ou ( X ) Para escrever histórias é relevante trocar em parceria. Isso tudo antes mesmo de escreverem uma experiências e ideias, tendo em vista o que já se sabe sobre narrativas, e recorrer à lembrança de histórias que já foram lidas. única linha da história. E descobrem que ainda há muito a percorrer até que o texto esteja pronto: planejam, escrevem, revisam, reescrevem e, enfim, enviam seu texto para o concurso. Tanto na história fictícia como na Situação de Aprendi- ( X ) É necessário planejar e aproveitar o tem- zagem, os estudantes devem ter claro o contexto de sua po da escrita, participando de oficinas, pesquisando, lendo outras histórias. escrita (na situação fictícia, um concurso literário), ter familiaridade com textos literários narrativos, refletir sobre o que escrever e participar de várias atividades antes de começar a escrever suas histórias. ( X ) É necessário conhecer as regras do concurso e saber quem serão os leitores para os quais a escrita será produzida. 2. Assinalem as alternativas corretas sobre o que é preciso para escrever: ( X ) É necessário garantir que a escrita seja ( X ) Conhecer o gênero textual a ser escrito 2 e 3. O objetivo principal desta Situação de Aprendiza- realizada em etapas. (crônica, conto, romance, fábula etc.). gem é que os alunos compreendam que, para se ocupar do papel de escritor, é preciso vivenciar todas essas ações ( X ) Organizar as ideias e os pensamentos, tendo muito claro: para quem se escreve (o destinatário ou leitor); o que se quer dizer (o assunto do qual se falará); por que se escreve (para narrar uma crônica ou conto tendo liberdade para inventar histórias); como se escreve (se for uma crônica, a linguagem deve ser semelhante à das conversas do dia a dia; se for um 40 (e outras tantas que aqui não contemplamos), materializando no texto a construção de um discurso artístico que se compõe justamente no conjunto dessas ações. Ao vivenciarem a experiência escritora, portando-se como um escritor, os estudantes podem dimensionar a materialidade da escrita no fazer do sujeito que escreve; um fazer que não é mera transmissão de informação, mas de um efeito de sentido entre interlocutores, como parte do funcionamento social geral. Desse modo, ao serem chamados Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 a pensar sobre o processo de sua escrita, os estudantes vão co e social e condições de produção, o que determinará, construindo gradativamente um saber sobre ele (o proces- como diz Orlandi1, o sentido da “sequência verbal pro- so), composto por interlocutores, situação, contexto históri- duzida”. 1 ORLANDI, Eni P. A linguagem e seu funcionamento. Campinas: Pontes, 2003. p. 26. No volume anterior, foram realizados vários exercícios para a produção de crônicas narrativas. No entanto, os estudantes também tiveram contato com gêneros como a fábula e o conto. A escolha do gênero que desejam escrever ficará por conta do que for combinado com eles, lembrando que o mais importante nessa produção é contemplar os elementos estruturais dos gêneros narrativos. desse acontecimento? Por que isso aconteceu? O que poderia ter sido feito para que o acontecimento tivesse outro desfecho? 3. Acrescente à história real informações criadas por ele. 1 a 3. Verifique se a atividade foi realizada corretamente, tendo em vista os pressupostos indicados nos enunciados das questões. Se desejar, peça a alguns alunos que apresentem para a turma a história que escreveram. Atividade complementar individual Produção escrita Atividade 1: Casos que contam... Parte 1 Esta atividade deve ser preparada em casa pelos alunos, individualmente. Solicite que conversem com uma pessoa mais velha (um familiar, um vizinho etc.) para saber de alguma história real e importante que tenha vivenciado quando jovem. Essa história deve ser anotada e levada para a sala de aula. Em uma roda de conversa, eles vão apresentar o caso registrado, acrescentando suas impressões do que ouviram da pessoa: O que acham desse acontecimento? Por que acreditam que isso aconteceu? O que poderia ter sido feito para que o acontecimento tivesse outro desfecho? 1. Em seguida, peça a eles que, individualmente, acrescentem à história real outras informações inventadas. Oriente-os: para criar expectativas e conquistar a atenção de seus leitores, é preciso mais do que o fato real em si. É preciso imaginação, criatividade, vontade de envolver o ouvinte com uma palavra que revele sempre algo mais, um segredo, uma surpresa, um susto. I. Imagens que contam... Prepare e misture para esta oficina imagens recortadas de revistas e jornais selecionadas por você e pelos alunos. 1. Peça a eles que se reúnam em grupo e entregue um conjunto de imagens a cada um. Em seguida, os grupos devem organizá-las para compor uma história. 2. Será necessário que organizem as imagens em uma sequência lógica, criando um enredo. Então, devem escrever a história, tendo cuidado para que todos os elementos estruturais da narrativa estejam presentes no texto. 1 e 2. É necessário chamar a atenção dos alunos para o fato de que a função comunicativa do gênero “notícia” é informar, mantendo o compromisso com a verdade dos fatos. Não há espaço para a invenção. Por essa razão, os elementos do lide são característicos do agrupamento relatar, ou seja, indicam elementos necessários para a compreensão do fato 2. Anote no caderno essa história acrescentando suas impressões. O que acharam relatado (o que, com quem, por que, quando, onde) e que podem ser comprovados pelos leitores. 41 3. Ao final, eles devem preparar um painel com as imagens, lendo em voz alta as histórias que criaram. Oriente a apresentação, mas não deixe de apontar para a turma a presença de elementos reais e ficcionais nos enredos criados. Uma sugestão Esse mesmo exercício pode ser feito com fotos. Peça aos alunos que levem algumas fotografias (antigas e atuais) para a aula, misture-as e entregue-as aleatoriamente para os grupos, solicitando que criem enredos para cada imagem. O divertido e criativo nessa atividade é que os enredos não terão, necessariamente, nenhuma relação com o contexto a que as fotos pertencem. Os grupos devem apresentar suas produções, e o aluno que levou a foto pode contar qual é a verdadeira situação em que a foto se insere, de modo que o real e o fictício sejam comparados. 2. A tarefa dos estudantes será justamente subverter a ordem do gênero, criando histórias fictícias a partir da realidade. Ou seja, com base nos acontecimentos extraídos das notícias, eles terão de contar a história dos fatos, o que imaginam que poderia ter desencadeado aquele acontecimento. O que se pretende é que criem um “certo dia”, “naquela manhã” para compartilhar com os outros. 3. Peça que troquem seu texto com outras duplas, para que possam avaliar e dar sugestões de correção. Devolvam os textos aos seus autores, que devem reformulá-los. 4. Depois da leitura das notícias, divida a classe em grupos e entregue uma notícia para cada um, que se responsabilizará por inventar a história antes e depois dos fatos. Essa história pode ser apresentada oralmente ou escrita e lida em voz alta para a classe. II. Notícias que contam... 1. Selecione, em jornais, notícias curtas, de preferência as mais polêmicas ou que possam despertar a curiosidade dos alunos. Organize uma roda de leitura e proponha uma discussão sobre os conteúdos apresentados em cada uma delas. 5. Peça que guardem seus textos, para que possam, na Parte 2, escrever a história completa que fará parte do projeto de leitura e escrita que vocês estão desenvolvendo, compondo o livro de textos narrativos. 1 a 5. Esta atividade (II) tem objetivo semelhante ao da anterior (I). Chame a atenção, na apresentação dos enredos criados, para aspectos que os aproximam e os distanciam das f Todas as notícias apresentam alguns elementos sobre os fatos que estão sendo relatados (o que, com quem, por que, quando, onde), mas as notícias não são narrativas ficcionais. Por quê? f O propósito comunicativo das notícias é diferente do propósito das narrativas ficcionais? Por quê? A função comunicativa do gênero “notícia” é informar, mantendo um compromisso com a verdade dos fatos; não há espaço para a invenção. 42 notícias. Você é o escritor Os alunos criaram até aqui uma lista de temas para suas histórias, iniciando a escrita de algumas delas no item “De onde vêm as ideias para escrever histórias” ou apenas conversando e pesquisando sobre o que escrever. Na sequência, terão de escolher quais histórias já iniciadas gostariam de continuar a escrever para compor sua coletânea de textos narrativos (assim como fizeram as personagens da Situação fictícia), planejar ou ampliar o Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 planejamento dessa escrita, textualizar (ou ampliar o primeiro esboço feito) as histórias e ler suas produções. A etapa da revisão será realizada na Situação de Aprendizagem 4, quando nos deteremos em alguns aspectos linguísticos importantes para a composição dos textos. Parte 2 1. Nesta atividade, os alunos devem sistematizar a produção de suas narrativas. Retome com eles as pequenas histórias escritas na oficina de ideias e peça que as organizem em fichas, como a seguir: Tema Enredo ou ação narrativa Narrador Público leitor (futuros leitores) Tempo, lugar e personagens da narrativa Gênero textual 2. Solicite à classe que se divida em grupos e apresente as fichas aos alunos. Anote as sugestões feitas por eles, suas dúvidas ou seus conhecimentos sobre o tema, acrescentando ou reformulando a ficha, se for o caso. O importante é que esta etapa seja discutida e trocada pelos alunos, mostrando que a escrita é por si mesma um acontecimento que merece ser discutido, questionado, elaborado e reelaborado a cada novo detalhe. Você pode fazer intervenções pontuais durante a apresentação dessas fichas, questionando alguns itens, sugerindo mudanças ou acréscimos, discutindo com os alunos como imaginam que a história ficará ao final do processo etc. 3. A textualização da escrita deve ser realizada individualmente ou em dupla, pois o trabalho em grupo, neste momento, poderá dificultar a produção do texto. Solicite a cada dupla que escolha um dos temas apresentados nas fichas e comece a escrever a história considerando todos os elementos da narrativa apontados durante as discussões. Os estudantes devem escolher o tipo de narrador, a composição das personagens (que devem ser poucas), a determinação do lugar onde a ação narrativa acontece e do tempo. Você também pode sugerir que as duplas, caso desejem, escrevam sobre outros temas motivados por histórias contadas durante a oficina. Também podem fazer como a personagem da Situação fictícia e escrever sobre um tema de interesse mais pessoal. Seja como for, a dupla terá de organizar a história em fichas antes de iniciar a textualização. 4. As duplas devem ler os textos elaborados, checando se foram contemplados todos os dados colocados na ficha organizativa ou se alguns itens foram acrescentados ou retirados. Também devem observar o sentido do texto que escreveram. f É passível de ser entendido pelos colegas? f Há alguma passagem confusa? f Gostariam de ler uma história como a que estão escrevendo? f O que acham que falta para que a história fique interessante e estimule a leitura? Os alunos devem anotar as respostas para essas questões na mesma folha em que escreveram a primeira versão da história, reservando-as para a primeira atividade da próxima Situação de Aprendizagem. Com base nela, será iniciada a etapa de revisão textual. 43 1 a 4. É importante que os alunos compreendam que, para se ocupar do papel de escritor, é preciso vivenciar todas essas ações (e outras tantas que aqui não contemplamos), materializando no texto a construção de um discurso artístico que se compõe justamente do conjunto dessas ações. Ao vivenciar a experiência do escritor, portando-se como ele, os estudantes podem dimensionar a materialidade da escrita no fazer do sujeito que escreve; um fazer que não é a mera transmissão de informação, mas de um efeito de sentido entre interlocutores, como parte do funcionamento social geral. Desse modo, ao serem estimulados a refletir sobre o processo de sua escrita, os estudantes vão construindo gradativamente um saber sobre ele (o processo), composto de autor, que foi que eu disse até aqui Você falou que sua mãe não deixou você ir à festa da Marcela porque estava de castigo Tá mas por que eu estava de castigo Porque porque Xih Bia essa eu não sei não Tá vendo Você está com a cabeça na lua Não é isso É que a Luana me pediu para ajudar em um trabalho da escola e eu estou aqui na internet fazendo uma pesquisa Eu sempre achei que você era mais amiga da Luana do que minha amiga Bia não é nada disso É sim Então fica aí com a sua pesquisa que eu vou desligar Não Bia espera aí que eu já converso com você Tchau Ana. assunto ou tema, local de produção, interlocutores (incluindo leitores), gênero escolhido, veículo em que circulará etc. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. Estudo da língua Atividade 1 a) Vocês conseguiram compreender o texto? O que está acontecendo? É preciso que eles percebam que duas personagens, Ana e 1. Em grupo, respondam às seguintes questões. Bia, estão conversando sobre algo que aconteceu com uma EFMBT#JBOÍPQÙEFJSËGFTUBEB.BSDFMB/PFOUBOUPEVSBOUF o diálogo, Bia acha que Ana não está prestando atenção à a) Para que servem os sinais de pontuação, como vírgulas, dois-pontos, travessões, ponto-final, nos textos escritos? Esses sinais gráficos têm a função de organizar o texto, sepa- conversa que as duas travavam por telefone. Ana explica o que está fazendo (a pesquisa na internet para ajudar outra amiga, Luana, a fazer um trabalho) e Bia se ressente, enciumada. Então, desliga o telefone. rar partes, introduzir falas, indicar a entonação com que uma palavra ou trecho deve ser lido, os momentos de pausa, a intencionalidade do autor etc. b) Vocês têm dificuldade para usar alguns desses sinais de pontuação? Quais? b) Vocês conseguem, com essa leitura, identificar claramente as falas de cada uma das personagens? Ou têm dificuldade para fazer isso? Os estudantes podem encontrar certa dificuldade para reco- Resposta pessoal, embora deva servir como instrumento de nhecer que o texto é composto das falas de duas persona- avaliação para você definir que sinais de pontuação precisam gens, Ana e Bia, por não estar pontuado. ser retomados ou ensinados aos alunos para que escrevam textos coesos e coerentes. 2. Façam a leitura do texto a seguir. c) Na opinião de vocês, o que está faltando ao texto para poder separar as falas dessas personagens? Pontuação adequada: uso de travessões, vírgulas, ponto-final. Ana você não está prestando atenção no que eu disse Lógico que estou Por que você acha que não estou Ah é Então me diga o 44 3. Em grupo, copiem o texto e o pontuem de modo coerente para apresentar para a classe. A seguir, você encontra uma sugestão de pontuação para o texto. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 – Ana, você não está prestando atenção no que eu disse. – Lógico que estou. Por que você acha que não estou? – Ah, é? Então, me diga: o que foi que eu disse até aqui? – Você falou que sua mãe não deixou você ir à festa da .BSDFMBQPSRVFFTUBWBEFDBTUJHP – Tá, mas por que eu estava de castigo? – Porque, porque... Xih, Bia, essa eu não sei, não. – Tá vendo? Você está com a cabeça na lua. – Não é isso. É que a Luana me pediu para ajudar em um trabalho da escola e eu estou aqui na internet fazendo uma pesquisa. – Eu sempre achei que você era mais amiga da Luana do que minha amiga! – Bia, não é nada disso. – É sim. Então fica aí com a sua pesquisa que eu vou desligar. – Não, Bia, espera aí que eu já converso com você. – Tchau, Ana. Atividades realizadas Dificuldades encontradas 4. Apresentem o texto a toda a classe e comparem as pontuações realizadas pelos grupos. O professor apresentará a pontuação original do texto e explicará a finalidade de cada sinal utilizado. Nesta atividade, propomos uma autoavaliação. Os estudantes devem ser questionados sobre as atividades realizadas, identificando o que fizeram: conversaram, apresentaram, escreveram, leram, escutaram, pesquisaram etc. Peça que reflitam sobre o que tiveram dificuldade para realizar, no grupo ou individualmente, anotando as respostas em uma ficha, com as seguintes colunas: Como resolveu o problema Conseguiu resolvê-lo ou ainda precisa de ajuda do professor Leitura da Situação fictícia – Partes 3 e 4 e levantamento de hipótese. Não consegui entender o que significa levantamento de hipótese. Conversei com meus colegas durante a discussão do texto. Consegui resolver minha dificuldade. Leitura de crônicas e contos. Não consegui compreender a diferença, explicada pela proGFTTPSBFOUSFDSÙOJDBFDPOUP Perguntei aos meus amigos durante as rodas de leitura e segui as orientações da professora. Preciso de ajuda para entenEFSBEJGFSFOÎBFOUSFDSÙOJDB e conto. Elaboração de fichas. Escrita de textos narrativos. Para facilitar a tarefa e familiarizar os alunos com esse tipo de autoavaliação, você pode ajudá-los a preencher o quadro, propondo um exemplo feito coletivamente. Esse quadro pode ser utilizado por você como um instrumento de avaliação formativa e contínua, uma vez que permite saber o que os estudantes estão pensando sobre as propostas de atividades, as dificuldades que estão encontrando, o modo como constroem caminhos para solucionar problemas, o que não conseguem resolver sem a intervenção do professor etc. Suas intervenções e encaminhamentos de novas sequências didáticas, portanto, devem levar em consideração essas informações. 45 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 REVISÃO TEXTUAL E ESTUDO DE ALGUNS ASPECTOS LINGUÍSTICOS Esta sequência terá como objetivo principal apresentar a etapa de revisão textual como parte do processo de elaboração do texto escrito. Muito mais ampla do que apenas uma simples correção textual e mecânica, a revisão deve ser compreendida por eles como um momento importante do estudo da língua portuguesa, uma vez que o maior ou menor conhecimento linguístico que possuem influencia diretamente o resultado do texto que escrevem. Conteúdos e temas: estudo do substantivo; estudo do adjetivo; estudo do artigo; estudo de alguns sinais de pontuação; a revisão textual como etapa do processo de escrita; o trabalho coletivo na revisão do texto; inferência e intencionalidade; projeto. Competências e habilidades: refletir sobre o uso da língua como instrumento essencial para a aprendizagem; reconhecer no texto indícios da intencionalidade do autor; produzir textos escritos de acordo com a situação comunicativa e o contexto no qual se inserem; utilizar conhecimentos sobre a língua (linguísticos, de gênero etc.) para a elaboração do texto narrativo; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para o bom aproveitamento do espaço escolar. Sugestão de estratégias: aula interativa com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; trabalhos em dupla e em grupo; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: texto; dicionário de língua portuguesa; livro didático. Sugestão de avaliação: discussão coletiva em rodas de leitura; apresentação oral; elaboração de quadro organizativo; autoavaliação. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 4 Produção escrita Parte 1 1. Selecione um exemplo de texto (elaborado por você ou outra fonte) que contenha alguns dos problemas (pontuação inadequada, ortografia incorreta, trechos incoerentes) a fim de chamar a atenção dos alunos. 46 Só tenha o cuidado de abordar poucas questões de cada vez para propiciar uma aprendizagem significativa nesse momento de revisão coletiva. Para isso, selecione um ou dois aspectos do texto-exemplo para que os alunos possam reconhecer o que deve ser revisto e reformulado. 2. Em seguida, solicite às duplas que voltem aos textos dos colegas e verifiquem se esses problemas aparecem, comentando o que for necessário ou sugerindo reformulações. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 3. Peça que copiem as duas versões no caderno (a apresentada inicialmente pelo professor e a reformulada pela classe) para que possam consultá-las na Parte 2 da “Produção escrita”. 1 a 3. Esta atividade tem o objetivo de apresentar a etapa de revisão textual como parte do processo de elaboração do UFYUPFTDSJUP.VJUPNBJTBNQMBEPRVFBQFOBTVNBTJNQMFT correção textual mecânica, a revisão deve ser compreendida pelos alunos como um momento importante de estudo da língua portuguesa, uma vez que o maior ou menor conhecimento linguístico que possuem influencia diretamente no resultado do texto que escrevem. Parte 2 1. Dando continuidade à última tarefa realizada na Situação de Aprendizagem anterior, trocarão o texto escrito com outras duplas, que farão novos comentários tomando por base as seguintes questões: f Acharam o texto interessante? Gostaram de fazer essa leitura? f Vocês entenderam o texto escrito por seus colegas? f Há trechos que poderiam ser melhorados? Como? Expliquem. f O que acham que deveria ser colocado para que o texto ficasse mais claro? 2. Façam observações a lápis, na lateral da página do texto dos colegas, chamando a atenção dos autores para tudo o que, em sua opinião, interfira na compreensão: trechos confusos, ortografia e pontuação incorretas etc. Também sugiram algumas soluções para os problemas, baseadas na revisão coletiva que fizeram na Parte 1. As duplas, levando em consideração as observações feitas por elas próprias e pelos colegas, devem refazer o texto, modificando tudo o que julgarem necessário. Depois, devem entregá-lo a você, com o esboço, para que seja possível fazer uma comparação de como evoluíram depois do trabalho de revisão. Acrescente novas observações ao segundo texto que contribuam para os estudantes melhorá-lo em uma nova revisão – é preciso que essas anotações contemplem coisas possíveis de serem revisadas sem que haja necessidade de desconstruir totalmente o texto. Atenção: neste momento, é importante que você considere os avanços do texto, fazendo também anotações positivas e elogios ao trabalho realizado até aqui. Isso fará que os alunos se sintam motivados a prosseguir com a tarefa de revisão, entendendo-a como necessária para deixar o texto mais bonito e agradável de ser lido. Para facilitar a nova etapa de revisão, você pode propor um exercício coletivo. Selecione alguns textos ou trechos escritos pelos estudantes e, com o consentimento deles, apresente-os (se for o caso, combine com eles que os textos não serão identificados). Priorize algum aspecto observado em vários outros textos e que, ao ser revisado coletivamente, contribua para que as duplas consigam reformulá-los. 3. Devolvam o texto à dupla de autores, que, levando em consideração as observações feitas pelos colegas, devem refazer o texto, modificando o que julgarem necessário. 4. Eles entregarão a nova versão da história ao professor, com a primeira versão (já com as anotações dos colegas), para que seja possível fazer uma comparação de como vocês evoluíram (ou não) depois do trabalho de revisão. 47 5. As duplas devem ler as observações feitas por você a fim de realizar mais uma reformulação das partes indicadas. Por fim, todos devem passar a limpo os textos e organizar o produto final do projeto coletivo de escrita de textos narrativos: uma exposição na própria sala de aula ou em algum mural disponível na escola, por onde outros alunos possam passar e ler o que escreveram; um livro de contos e crônicas etc. O objetivo é incutir nos alunos a ideia de que toda escrita tem um destino comunicativo e de interlocução com leitores diversos, além do professor. Por isso, seja qual for o produto final escolhido por eles, deve ser divulgado para colegas de outras classes, professores e pais, em um evento coletivo. 6. Por fim, passarão a limpo os textos e definirão o produto final do projeto coletivo de escrita de textos narrativos: uma exposição na própria sala de aula ou em algum mural disponível na escola, para que possam ler o que escreveram; um livro de contos e crônicas etc. 1 a 6. Caso os estudantes não consigam realizar essa etapa sozinhos, você pode apresentar, em transparência ou na lousa, um exemplo de texto (elaborado por você) que apresente alguns problemas sugeridos, a fim de chamar a atenção EFMFT .BT UPNF P DVJEBEP EF BQSFTFOUBS QPVDBT RVFTUÜFT de cada vez, para propiciar a aprendizagem de cada aspecto: organização geral do gênero, ortografia, pontuação etc. Para isso, selecione, a cada prática, um ou dois aspectos do texto-exemplo para possibilitar aos alunos o reconhecimento do que deve ser revisto e reformulado. Professor, atenção! Algumas considerações sobre o papel da revisão textual A revisão não é correção e deve ser considerada como parte essencial do processo de escrita e parte do conteúdo a ser aprendido pelo aluno. Por isso, é importante que os estudantes a reconheçam como uma etapa de reflexão e reelaboração do texto produzido, considerando os aspectos discursivos e gramaticais que influenciam diretamente a capacidade informacional do texto: ausência ou excesso de informações para a compreensão do texto, redundâncias, incoerências, falta de conexão entre as ideias, paragrafação, ortografia, pontuação, concordância etc. O aluno necessariamente, na primeira revisão, deve colocar-se no lugar de seu leitor e se perguntar: Meu leitor entenderia o que quero dizer? O que eu devo dizer a mais para que meu texto fique claro para meu leitor? Como dizer de outro jeito a fim de tornar meu texto compreensível? Importante: há muitos aspectos que precisam ser observados durante a revisão. Justamente por isso, é imprescindível que você eleja, na primeira revisão, algumas questões estruturais que aparecem com maior frequência em grande parte dos textos escritos pelos alunos. As questões notacionais podem esperar para um segundo momento de revisão, quando o texto já estiver mais apresentável ao leitor. Marcas linguísticas que produzem efeitos de sentido As atividades de escrita e revisão textual devem se pautar pelos recursos linguísticos que os estudantes possuem. Quanto maiores esses recursos, maior será sua capacidade de olhar 48 criticamente para o próprio texto, criando novos “jeitos” de falar. É esse “jeito” que produzirá efeitos de sentido para aquilo que se diz, enriquecendo o texto. Por isso, consideramos muito importante que os alunos tenham momentos para refletir sobre a língua portuguesa e o uso criativo que costumam fazer dela. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Para esta sequência, optamos por tratar dos seguintes itens: substantivo, adjetivo, artigo e pontuação. Ao longo das atividades serão propostas algumas intervenções que devem ser observadas diretamente nos textos narrativos produzidos pelos estudantes. Com a palavra, os artigos, os substantivos e os adjetivos solicitar aos alunos que façam, em grupo, uma pequena pesquisa nos livros didáticos a fim de ler sobre esses temas. Mas nossa sugestão é que você comece fazendo o reconhecimento dessas classes de palavras nos contos e nas crônicas lidos pelos estudantes ao longo deste Caderno. Você também pode optar por desenvolver esta atividade com base em um texto narrativo encontrado no livro didático. Nesta atividade, o enfoque deve ser dado para o lugar dos artigos, substantivos e adjetivos no texto. Isoladamente, você pode Para ilustrar esta proposta de estudo, selecionamos a crônica No aeroporto, de Carlos Drummond de Andrade. 1. Leia, individualmente, o texto a seguir: No aeroporto Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras e, a bem dizer, não se digne pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é a conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema. Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e o oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação. Devo admitir que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou importuno. Suas horas de sono – e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia – eram respeitadas como ritos sacros, a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém nós mesmos é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos. Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto, para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da TV. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância. Objeto que visse em nossa mão, requisitava-o. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógio de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este 49 juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada, sobre a razão íntima de seus atos. Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua maneira azul de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade – e, até, que a nossa amizade lhes conferia caráter necessário, de prova; ou gratuito, de poesia e jogo. Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio. ANDRADE, Carlos Drummond de. No aeroporto. In: _______. Cadeira de balanço. São Paulo: com futuro lançamento pela Companhia das Letras. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond. <http://www.carlosdrummond.com.br>. Em voz alta, leia essa história para a classe antes de solicitar-lhes, individualmente, uma nova leitura. Em seguida, chame a atenção dos alunos para as primeiras impressões. Na sequência, peça que façam uma nova leitura, agora em silêncio, procurando trechos que identifiquem os nomes próprios encontrados. Pedro – nome do amigo do narrador Galeão – nome do aeroporto Estimule os alunos a pensar como a combinação desses dois nomes, Pedro e Galeão, compõe um elo importante para a compreensão do texto. Pedro, assim nos parece, é a personagem principal da crônica, que motiva toda a narração. Mais relevante que o narrador em primeira pessoa, esse nome próprio vai construindo, diante do olhar indignado do leitor (“esse Pedro é muito folgado”, o leitor desatento ou impaciente poderia pensar em um primeiro momento), um sujeito egoísta e egocêntrico, uma vez que, na casa do narrador anfitrião, tudo é feito em função do tal Pedro. O uso desse único substantivo próprio (fora o nome do aeroporto) produz um 50 efeito de sentido importante para o desenrolar do conto: ele centraliza as ações do narrador, ao mesmo tempo que o comove, mesmo diante do trabalho que dá. No entanto, somente no final do texto, no último parágrafo, o leitor entende o porquê: Pedro é uma criança de apenas um ano (sem dentes, sorridente e, aos olhos desse narrador, encantadora). Em relação ao substantivo próprio Galeão, nomeando o aeroporto onde o narrador se encontra junto de seu amigo de poucas palavras, podemos dizer que ele tem a função de marcar o lugar da despedida e da falta: é nesse espaço que o narrador revela a si mesmo a importância dessa amizade e reflete sobre a falta que Pedro, um amigo tão pequeno, fará na vida de um homem já “vivido e puído”. Você pode prosseguir com essa análise, solicitando aos alunos que reconheçam no texto outras palavras que consideram substantivos, observando como elas são utilizadas no texto: ajudam a compreender o que está sendo feito, falado ou visto? Estabelecem relação com o substantivo Pedro? Com essas palavras, os leitores podem ter uma dimensão da história e de seus componentes?Essas palavras revelam-nos o lugar onde narrador e personagem se encontram? Por exemplo: Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras e, a bem dizer, não se digne pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é a conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema. As palavras assinaladas, embora possam ser consideradas substantivos comuns, não parecem dizer algo significativo quando analisadas isoladamente. No entanto, quando lidas na crônica, conectadas umas às outras, vão construindo um sentido diante dos olhos do leitor; ou seja, revelam coisas, dão informações, ajudam a compreender a história. Seria interessante que você fosse observando com os estudantes as combinações entre substantivos e adjetivos, responsáveis pela caracterização que o narrador faz dele próprio em relação a Pedro e de Pedro como um hóspede ou visitante “ameno”, mas que “deu trabalho”. Também os adjetivos, nesse contexto, ajudam o leitor a compreender o que fazia Pedro e por que, no final das contas, era compreensível seu comportamento egocentrado. 2. Peça que respondam às questões I a V do Caderno do Aluno a seguir: I. O narrador da história de Drummond é a) do sexo feminino. b) desconhecido de Pedro. c) uma personagem mal-humorada. Nesse trecho, é possível dizer que a palavra “amigo” indica aquilo que a personagem Pedro é na vida do narrador. Um amigo com quem o narrador tem muito assunto para falar. No entanto, falar sem muitas palavras, já que elas são parcas. Em vez disso, emite sílabas, conversa com gestos e expressões. Pedro tem um sistema próprio. d) um homem. II. A relação de Pedro com as pessoas era, de acordo com o narrador, a) antipática e egocêntrica. O uso desses substantivos comuns vai dando ao leitor pistas daquilo que Pedro realmente é: um pouco mais que um bebê e, por isso, ser de tão poucas palavras, que emite sílabas e conversa mais por gestos e expressões a fim de dar conta dos muitos assuntos que tem para tratar com o narrador. b) inoportuna e egoísta. O substantivo “quadrimotor” recupera o título da crônica, “No aeroporto”, e o próprio nome Galeão, ratificando o lugar onde os dois amigos se encontram e onde terão de se despedir. Galeão, nesse caso, identifica para o leitor de qual aeroporto ele está falando e em que cidade ele está, uma vez que o Aeroporto do Galeão fica no Rio de Janeiro. a) dormia apenas à noite e passava o dia brincando com objetos diversos. c) amistosa e afetiva. d) cheia de privilégios e indiferente. III. Para o narrador, Pedro b) desarmava os adultos por conta de sua falta de malícia e sua simplicidade. c) não costumava gostar dos objetos alheios. 51 d) irritava os adultos porque sofria de incontinência. f O narrador participa da história? Como você sabe? É importante, nesta atividade, que os estudantes possam IV. De acordo com o texto, é possível afirmar que o narrador muda sua rotina por conta de Pedro. Retire do texto trechos que comprovam essa afirmação. expressar sua opinião sobre o texto sem se aterem propria- “Suas horas de sono – e lhe apraz dormir não só à noite como construindo/desconstruindo a visão que deseja transmitir da principalmente de dia – eram respeitadas como ritos sacros, personagem Pedro. mente ao conteúdo. No entanto, é necessário que, em um segundo momento, o professor retome o texto com eles e recupere partes/trechos que indiquem como o autor vai a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo.” “... nós mesmos é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos.” “... por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto, para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da TV. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo Como era Pedro Um hóspede ameno. Tinha um sorriso especial, que era uma arma ostensiva, e revelador de boas intenções. por amor de Pedro não tinha importância.” V. Em sua opinião, por que a crônica No aeroporto revela a idade da personagem principal apenas no último parágrafo? Essa revelação desconstrói a imagem que o leitor faz dela? Podemos inferir que o narrador deseja prender a atenção do leitor, revelando uma personagem ambígua: ao mesmo tempo que parece egoísta e que imprime à vida de todos à sua volta mudanças significativas, ele as seduz com seu sorriso especial. O leitor, no decorrer do texto, vai criando uma expectativa diferente em relação a essa personagem, inferindo que ela parece Faça o mesmo tipo de exercício para apresentar os artigos definidos e indefinidos e suas contrações e combinações. Para sistematizar a análise dessas classes gramaticais, selecione uma sequência de atividades do livro didático e peça que as desenvolvam em dupla ou individualmente. Em seguida, devem apresentar as respostas, refletindo sobre a relação entre o uso do substantivo, artigo e adjetivo proposto no livro didático e na história analisada. usar esse poder de sedução para manter privilégios e distinção. Ao revelar somente no final que se trata de uma criança muito pequena, as possíveis impressões do leitor são derrubadas e ele pode compreender por que o narrador não se aborrecia com a personagem ou não se sentia usado por ela, concordando com a deferência que os adultos lhe destinavam. 3. Em roda, oriente uma conversa sobre as primeiras impressões sobre o texto e também sobre as respostas que deram na Atividade 2. 1. Em grupo, façam uma breve pesquisa nos livros didáticos sobre as seguintes classes gramaticais: substantivo e adjetivo. Anotem nas linhas a seguir a definição que encontrarem. Substantivo: É a palavra que serve para nomear seres. Pode ser co- f Gostaram da história? Por quê? f Vocês identificaram as personagens? Quais são? f Foi possível perceber rapidamente que Pedro era um bebê? Como? 52 mum (que nomeia todos os seres de uma mesma espécie), próprio (que nomeia um ser particular ou seres particulares entre todos os outros da mesma espécie) ou coletivo (substantivo comum que designa um conjunto de seres de uma mesma espécie). Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Adjetivo: É a palavra variável que caracteriza (dando qualidade, estado e aparência) ou modifica substantivos ou pro- do essas classes de palavras na crônica No aeroporto, de Carlos Drummond de Andrade. Para tanto, sigam estas instruções: nomes. 2. Ainda em grupo, pesquisem os substantivos próprios, explicando sua função. a) Façam uma nova leitura, procurando trechos nos quais possam ser identificados os substantivos e os nomes próprios encontrados. Os substantivos próprios servem para dar nome a pes- Professor, você pode pedir que os estudantes grifem essas soas e lugares. classes de palavras no próprio texto com canetas de cores diferentes. Por exemplo: azul para substantivos; verde para adjetivos. Em seguida, eles devem fazer a distinção entre Estudo da língua os tipos de substantivo, considerando o que é comum ou próprio. 1. Em grupo, vocês devem fazer um estudo sobre substantivos e adjetivos, reconhecenSubstantivos próprios apresentados no texto Pedro Galeão Bach b) Preencham o quadro a seguir: Características de cada um desses nomes próprios Nome do amigo do narrador Nome do aeroporto Nome de um compositor c) Quais palavras ou frases induzem o leitor a acreditar que Pedro é um hóspede “muito folgado”, egoísta e egocêntrico? Exemplos de substantivos comuns Amigo Quadrimotor Casa Hóspede Pessoa Sabonete Etc. criança de apenas um ano (sem dentes, sorridente e, aos olhos desse narrador, encantadora). bem dizer, não se digne pronunciar nenhuma/tinha horários e) Qual é a importância do substantivo próprio “Galeão” para o entendimento do texto? especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes es- Ele não só dá nome ao aeroporto onde o narrador está com peciais, criados especiais/Suas horas de sono – e lhe apraz seu amigo de poucas palavras, mostrando que está situado dormir não só à noite como principalmente de dia – eram em uma cidade brasileira (Rio de Janeiro), mas também tem respeitadas como ritos sacros, a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo.” a função de marcar o lugar da despedida e da falta: é nesse “Embora Pedro seja extremamente parco de palavras e, a d) Por que o substantivo próprio “Pedro” é importante para o desenrolar do conto? Porque ele centraliza as ações do narrador, ao mesmo tempo que o comove. No entanto, somente no final do texto, no último parágrafo, o narrador revela o porquê: Pedro é uma espaço que o narrador revela a si mesmo a importância dessa amizade e reflete sobre a falta que Pedro, um amigo tão pequeno, fará na vida de um homem já “vivido e puído”. f) Qual é a relação entre o substantivo “quadrimotor” e o título da crônica, No aeroporto? 53 O substantivo quadrimotor, que se refere a um antigo moEFMPEFBWJÍPSFDVQFSBPUÓUVMPEBDSÙOJDBNo aeroporto e o próprio nome Galeão, ratificando o lugar onde os dois ami- em quais você teve mais dificuldade. Reflita: Em quais delas você ainda precisa do auxílio do professor? gos estão e onde terão de se despedir. 2. Retirem do texto trechos que ajudem a compor a imagem de Pedro. a) Como ele parece ser? Um hóspede ameno; tinha um sorriso especial, que era uma arma ostensiva, e revelador de boas intenções; olhos azuis. 2. Escreva um pequeno texto relatando sua dificuldade mencionada na questão anterior e o que considera necessário fazer para resolvê-la. 3. Em uma roda de conversa, apresente o texto à classe para discutir os problemas relacionados às dificuldades do grupo. 1 a 3. Nesta atividade, é importante que essa autoavaliação b) Como o narrador vai apresentando a personagem central da história? sirva-lhe como indicador daquilo que seus alunos ainda não O uso de substantivos comuns vai dando ao leitor pistas da- senvolveram, conduzindo você a outros tipos de intervenção. quilo que Pedro realmente é: um pouco mais que um bebê A produção de texto, nesse caso, revela essas dificuldades do e, por isso, um ser de tão poucas palavras, que emite sílabas e aluno sobre os conteúdos trabalhados, ao mesmo tempo conversa mais por gestos e expressões a fim de dar conta dos que mostra o quanto ele já domina as exigências de qualquer muitos assuntos que tem para tratar com o narrador. produção escrita: pontuação, coesão, coerência etc. c) Por que o texto induz o leitor a descobrir, somente ao final do conto, que Pedro é um bebê? Estudo da língua: um pouco de pontuação para organizar o texto Para criar, no leitor, uma falsa impressão e certa curiosidade Sugerimos que você dê ênfase ao estudo da vírgula, dos dois-pontos e do travessão. Para tanto, retome a noção de pontuação que já possuem. Os alunos precisam ter clareza de que esses sinais gráficos têm a função de organizar o texto, separar partes, introduzir falas, indicar a entonação com que uma palavra ou trecho devem ser lidos, os momentos de pausa, a intencionalidade do autor etc. de saber como a história desse hóspede se desenrola. 1. Para sistematizar a análise que vocês fizeram dos substantivos e adjetivos do texto No aeroporto, o professor selecionará uma sequência de atividades do livro didático. Vocês devem desenvolvê-la individualmente. 2. Na aula seguinte, em uma correção coletiva, apresente suas respostas à turma, refletindo sobre a relação entre o estudo do substantivo e do adjetivo proposto no livro didático e na história analisada. 1 e 2. Ao verificar as respostas dos alunos, aproveite o momento para fazer nova sistematização dos conteúdos estudados. Se achar necessário, faça outras análises da narrativa, na perspectiva de que possíveis efeitos de sentido que o uso dos substantivos e adjetivos parecem causar no texto. 1. Faça uma autoavaliação: retome as atividades realizadas nesta Situação de Aprendizagem, observando 54 conseguiram compreender ou das habilidades que não de- Faça um jogo com os textos narrativos que os estudantes produziram até aqui. Selecione alguns trechos e retire deles toda a pontuação. Em seguida, distribua-os para os alunos, que devem trabalhar em grupo para pontuar novamente o texto. Depois, cada grupo lê o que fez e os demais avaliam se a pontuação feita está coerente ou não com o propósito inicial do texto. É importante que, nesses trechos, você tenha condições de explicar-lhes o modo adequado de pontuar os diálogos entre personagens. Para sistematizar este estudo, solicite aos alunos que façam as atividades de pontuação propostas pelo livro didático. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 SEMANA CULTURAL NA ESCOLA: EXPOSIÇÃO, APRESENTAÇÕES ORAIS, LEITURAS DE CONTOS E CRÔNICAS O objetivo desta sequência é finalizar o projeto de escrita da coletânea de textos narrativos, organizando sua apresentação para os leitores reais. Conteúdos e temas: sistematização do projeto; estrutura do livro: título, subtítulo, sumário, apresentação; planejamento da semana cultural; elaboração de uma apresentação de livro. Competências e habilidades: questionar a realidade, identificando problemas e propondo soluções; fazer uso do pensamento lógico, da criatividade, da intuição e da capacidade de análise crítica para a resolução de problemas; demonstrar compreensão de textos orais e escritos por meio de retomada dos tópicos do texto; criar estratégias para a apresentação de um projeto; utilizar conhecimento sobre a língua (linguísticos, de gênero etc.) para elaborar o projeto; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para o bom aproveitamento do espaço escolar. Sugestão de estratégias: aula interativa com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; trabalhos em dupla e em grupo; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: texto; dicionário de língua portuguesa; papel para confecção do livro; fotos; imagens recortadas de revistas e jornais; lápis de cor ou canetinha. Sugestão de avaliação: discussão coletiva em rodas de leitura; apresentação oral; produção da apresentação do livro; produção do desfecho da história fictícia; autoavaliação. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 5 Organizando o projeto 1. É importante que você retome com os estudantes o quadro elaborado na primeira Situação de Aprendizagem, comparando o projeto da Situação fictícia e o projeto real dos alunos. deriam ser enviadas para um concurso literário real ou não? Eles consideram que as Situações de Aprendizagem e as atividades propostas os preparariam para a participação em um concurso? O que ainda é preciso fazer? 3. Neste momento revisarão a última coluna do quadro da Situação de Aprendizagem 1 com as ações realizadas por eles. 1 a 3. Oriente a atividade, estimulando comparação entre as ações das personagens e as de seus alunos. Supervisione a 2. Peça que avaliem o que, de fato, conseguiram fazer: Leram variados textos narrativos? De quais gêneros? Escreveram uma coletânea de textos narrativos? Fizeram revisões desses textos? Suas produções po- retomada do quadro da Situação de Aprendizagem 1. É importante que eles, de fato, observem o planejamento inicial DPNBRVJMPRVFGPSBNDBQB[FTEFGB[FS.FTNPRVFOÍPUFnha sido possível fazer tudo, valorize o percurso e o processo, considerando o contexto no qual estão inseridos. 55 Após essa conversa, esclareça que o objetivo desta semana é finalizar o projeto de escrita da coletânea de textos narrativos, organizando sua apresentação para os leitores reais. Por isso, terão de trabalhar em equipe para produzir o livro ou o mural de exposição. Produção escrita Escrevendo um final para a Situação fictícia 1. Retome com os alunos a Situação fictícia – Parte 5, relembrando-os de que a história não tem um título nem foi concluída pelo narrador. 2. Deem um título a ela e elaborem um final que considerem coerente com o restante da história. Anotem a proposta em uma folha avulsa, com o nome de todos os integrantes do grupo. Entreguem-lhe a folha. 1 e 2. Oriente a produção escrita, relembrando a importância e as características do título das narrativas. 3. Depois de sua correção, eles devem fazer uma votação para decidir que final consideram mais interessante e coerente com a proposta da história. 4. Em seguida, enquanto o imaginam, você conversará com eles e escreverá uma síntese, um resumo do que a turma produzirá. Essa última produção também deve compor a coletânea de textos narrativos. Quem ganhou o concurso literário? Como foi o encontro dos autores mirins com os escritores profissionais? E a Soninha? Vocês sabiam que ela acabou escrevendo uma história sobre avós? Não deu outra, inspirada na dona Sofia, não a autora, mas a própria avó, Soninha resolveu contar a história de uma velha senhora que tinha um monte de netos. No final das tardes de chuva ou de sol, ela se sentava embaixo da velha mangueira e contava a eles histórias retiradas da própria cabeça, porque ela não sabia ler as histórias escritas no papel... Elaborado por Débora de Angelo e Eliane Aguiar especialmente para o São Paulo faz escola. Atenção! É muito importante que, neste exercício, os estudantes observem que há dois aspectos a serem considerados para a escrita solicitada: o desfecho do concurso literário e a história escrita pela personagem Soninha. Desse modo, ao encerrarem a narrativa, eles devem contar em discurso indireto, resumidamente, o que Soninha contou. 5. Esta última produção também deve compor a coletânea de textos narrativos elaborada pelos alunos. Supervisione a revisão final dos alunos e oriente-os durante esse processo. Lembre-se: é importante que essa escrita seja organizada em etapas (esquema estrutural da história, revisão do esquema, produção da primeira revisão, reescrita, revisão Nossa sugestão é que haja um final decidido coletivamente e, por isso, escrito na lousa, tendo você como interlocutor. de aspectos linguísticos). Estudo da língua 3 e 4. Sintetize os finais elaborados pelos alunos, tomando por base elementos que garantam desfechos interessantes para a história de Soninha. Observe se os alunos usaram discurso indireto para narrar o final da história. Parte 5 A última parte desta história fica por conta de vocês. Como será que tudo acabou? 56 Agora é a vez de vocês brincarem com a pontuação dos textos, já estudada na Situação de Aprendizagem 3. Para tanto, sigam as instruções: 1. Em grupos, selecionem um texto narrativo, em livros ou na internet, que apresente diálogo. Retirem dele toda a pontuação. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 2. Troquem esse texto com outro grupo, solicitando aos colegas que o pontuem. pode oferecer um trecho narrativo (com diálogos) para cada grupo, pedindo que retirem a pontuação e o troquem com outro grupo, que deve pontuar o texto e apresentar o resultado 3. Em seguida, cada grupo lê o que fez e os demais avaliam se a pontuação feita foi coerente ou não com o propósito inicial do texto. É importante que vocês expliquem os recursos e conhecimentos que utilizaram para pontuar os diálogos das personagens. para a turma toda a fim de discutir a pertinência da pontuação. 1 a 3. Professor, os estudantes devem fazer aqui uma atividade Para sistematizar o estudo sobre sinais de pontuação, realizado na seção “Estudo da língua”, selecione algumas atividades do livro didático. Anotarão no próprio livro as dúvidas. Essa correção será na aula seguinte coletivamente. semelhante à do “Estudo da língua”, Situação de Aprendizagem Supervisione as atividades com pontuação e sistematize a 3. Caso tenham dificuldade para selecionar os textos, você aprendizagem durante a correção da “Lição de casa”. Eles têm agora uma tarefa muito importante: analisar como é feita a apresentação dos livros que costumam ler. Para tanto, sigam as etapas a seguir: 1. Você apresentará alguns livros, para que eles analisem seus textos introdutórios. 2. Reflitam: a) Como os leitores conseguem identificar o gênero do livro que lerão e as partes que o compõem? Os livros são organizados em título, subtítulo, índices, número de páginas, informações da orelha, prefácio etc. b) Onde aparece o nome do autor (ou autores)? E o nome da editora? Na capa. c) Qual é a finalidade dos textos de apresentação dos livros? Fazer que o leitor tenha uma ideia do que encontrará ao ler o livro: a apresentação, de certo modo, direciona a leitura, uma vez que é uma indicação sobre as características que ele deveria encontrar na obra. 3. Peça que, em grupo, leiam detalhadamente um dos exemplares apresentados por você. 4. Montem uma tabela com as principais características desse texto de apresentação do livro. Vejam o modelo: Título do livro Nome do autor Nome da editora Índice Texto de apresentação (que pode estar no miolo do livro ou na contracapa) 3 e 4. Supervisione as atividades e verifique se a ficha está sendo preenchida corretamente. 57 Oralidade Escrevendo um texto de apresentação do livro 1. Considerando que os alunos tenham optado por organizar a coletânea de textos narrativos em um livro, é preciso que atentem para a composição deste produto final. f Como será este livro? f Que forma o livro terá? f Haverá somente textos ou ele terá ilustrações, fotos e textos? f Dos livros lidos nas rodas de leitura, há algum que gostariam de usar como referência para compor o livro do projeto? Importante É fundamental que eles compreendam que o livro produzido será o resultado final do projeto da 5a série/6o ano e, portanto, o mesmo para todos os alunos. Caso não seja possível reproduzi-lo para todos, você pode pensar em algumas soluções para o acesso ao livro: ele pode ficar exposto na biblioteca da escola; pode ganhar uma versão digital para ser lido por qualquer pessoa que acessar a página em que for postado; pode ser fixado em um mural, na escola, com suas páginas expostas separadamente, mas em uma ordem coerente para a leitura. f uma apresentação dos trabalhos (seguindo o modelo dos livros lidos pelos alunos), que deve ser curta, mas também deve conter informações importantes sobre a composição da coletânea: o que a motivou (a Situação fictícia), as escolhas por temas etc.; f o nome do coordenador da coletânea, nesse caso o seu nome, e dos autores dos textos (em cada texto é necessário identificar a dupla que o escreveu); f um índice, contendo o título de todas as histórias. 3. A Situação fictícia deve ser a primeira história do livro, logo depois da apresentação. Quando colocarem a Parte 5, devem deixar uma indicação para o leitor de que o final da história foi produzido por eles, coletivamente. Uma sugestão! Nesse caso, você pode orientá-los a colocar uma sequência sem interrupção de 1 a 5 e, em seguida, redigir um pequeno texto (com uma ou duas frases como “E o final que imaginamos para esta história foi...”), introduzindo o desfecho criado por eles. 4. Depois disso, devem organizar as outras histórias, refletindo sobre a ordem em que gostariam de colocá-las (tema, gênero, ordem alfabética de títulos ou nome dos autores etc.). 1 a 4. Professor, essas atividades procuram orientar o processo 2. Você deve conduzir essa discussão, tendo o cuidado para que alguns aspectos sejam garantidos na estrutura desse livro. Ele deve conter: f um título (diferente dos títulos das histórias que os alunos escreveram) e subtítulo, se desejarem e se esse subtítulo indicar o processo de produção dos textos sobre os gêneros trabalhados ou tema; 58 de escrita do texto, organizando-o em grandes etapas. Atividade complementar individual Seria interessante que tivessem um momento para ilustrar as histórias ou agregar-lhes imagens (fotos, recortes). Você pode solicitar que cuidem dessa composição em casa, mas é preciso reservar uma parte da semana para montar o texto com a imagem. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Professor, é importante orientar os alunos quanto à coerência entre texto e imagens. Atividade em grupo A última etapa do projeto está relacionada à apresentação do produto final à comunidade escolar. E, por isso, vocês ainda têm algumas tarefas pela frente. A seguir, vão encontrar sugestões para essa finalização. Com a ajuda do professor, decidam qual é a melhor forma de organizar esse evento. 1. Em grupo, preparem alguns painéis com os resultados das atividades de escrita realizadas. 2. Se optaram por montar um livro com as narrativas que escreveram, preparem uma mesa onde possam colocá-lo em exposição. Assim, as pessoas que estiverem participando desse momento da apresentação dos resultados do projeto poderão folheá-lo. 1 e 2. Professor, oriente a preparação dos painéis de forma adequada ao espaço em que ficarão expostos. Desse modo, o Enunciado 2 é uma sugestão. 3. Organizem uma roda de leitura ou um sarau com estudantes de outras classes a fim de mostrar as histórias que escreveram, contar sobre o processo do projeto etc. Professor, esta última atividade destina-se à apresentação do f envolve um conjunto de ações para ser posto em prática, que implica, necessariamente, muitas produções textuais (orais e escritas), bem como pesquisas e leituras; f precisa de um produto final, que é o resultado das ações desenvolvidas ao longo de seu processo; f é dirigido a um público-alvo de fora da escola, que, ao final, contribui para legitimá-lo socialmente; f apresenta várias situações-problema que precisam ser estudadas, analisadas e solucionadas a fim de que o projeto seja concluído; f pressupõe que os alunos sejam protagonistas das ações sugeridas, assumindo sua parte na responsabilidade pelas ações do projeto e pela preservação do espaço escolar que ocupam. Para tanto, a partir do desenvolvimento das competências e habilidades descritas nos quadros das Situações de Aprendizagem, é necessário que aprendam a usar os recursos linguísticos e os gêneros que já conhecem (e outros que foram desenvolvidos até agora), considerando as exigências que as situações propostas pelo projeto lhes impõem. A observação e o registro do percurso feito até aqui, levando em conta todas as avaliações realizadas durante as sequências de atividades e de sistematização, são fundamentais para que você tenha condições de responder às questões a seguir: produto final. Deve ser preparada por toda a classe, considerando que cada grupo deve receber uma tarefa específica: um produz os convites para a comunidade anunciando a divulgação do livro/exposição; outro organiza painéis; outro prepara o sarau. No final, os resultados das tarefas se juntam para que o evento aconteça. Expectativas de aprendizagem e grade de avaliação Ao final desta etapa, os alunos devem ter desenvolvido repertório sobre o trabalho com projetos coletivos, considerando que o projeto fictício aqui proposto: f Os alunos compreenderam as funções dos gêneros estudados, bem como sua organização no contexto do projeto fictício? f O que ainda é preciso fazer para que eles ampliem o repertório sobre os temas discutidos até agora, considerando o projeto desenvolvido com base na Situação fictícia? f Eles compreenderam que o ato de escrita é processual, assim como todo aprendizado? f Como você conduziu o andamento das sequências em sala de aula e o desenvolvimento dos conteúdos e das etapas do projeto? Houve variação das estratégias? 59 f As situações didáticas que organizou permitiram que os estudantes identificassem problemas reais, buscando soluções que deveriam ser construídas a partir de reflexão, pesquisa, discussão e comparações com outras situações semelhantes? f Quais intervenções e situações didáticas devem ser repetidas porque são ricas e possibilitam ampliar a capacidade de compreensão dos estudantes? f Quais situações didáticas não contribuíram para a aprendizagem, tolhendo os alunos ou deixando-os dispersos e sem interesse? f Quais são as suas impressões, dúvidas e anseios diante das escolhas de estratégias para apresentar ou desenvolver um determinado tema, conceito e o trabalho com projetos (fictícios e reais) para o ensino de Língua Portuguesa? Sobre a avaliação da aprendizagem dos alunos Duas estratégias devem ser consideradas neste processo de avaliação: a repetição de conteúdos com grau de dificuldade crescente, o que permite retomar e aprofundar conhecimentos, competências e habilidades; a escolha de critérios claros e conhecidos pelos alunos no processo de avaliação. Diante disso, ao final deste Caderno, é preciso que seus alunos sejam capazes de: f usar os conhecimentos sobre a língua portuguesa e os gêneros textuais orais e escritos para elaborar e realizar os projetos coletivos; f identificar os gêneros textuais crônica, conto e resumo no contexto do projeto fictício, observando sua função social e comunicativa; f identificar valores de uma dada cultura e sociedade em crônicas narrativas e contos; f usar diferentes estratégias de leitura em razão do desenvolvimento de um projeto fictício; 60 f analisar as ações realizadas pelas personagens do projeto fictício, reconhecendo sua abrangência e funcionalidade; f produzir textos narrativos de acordo com a situação comunicativa e o contexto no qual serão inseridos; f produzir quadros organizativos e sínteses com as principais informações coletadas durante as pesquisas e as leituras realizadas para a elaboração do projeto fictício; f reconhecer, na leitura de textos ficcionais, elementos que indiquem o comportamento e as características das personagens; f posicionar-se como protagonista de ações, inseridas no contexto de projetos coletivos, a fim de desenvolver competências de leitor e produtor de textos narrativos; f antecipar e interpretar obras literárias a partir do conhecimento sobre variados autores de literatura; f confrontar diferentes impressões e interpretações sobre as características de escrita de variados autores de literatura juvenil; f utilizar como critério para a leitura de determinado livro literário o conhecimento que se tem sobre seu autor; f comparar diferentes impressões e interpretações sobre as características discursivas dos gêneros “crônica narrativa” e “conto”; f reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores dos gêneros “crônica” e “conto”; f desenvolver o processo de produção textual como um conjunto de ações interligadas; f utilizar conhecimentos sobre a língua para elaborar textos narrativos; f identificar em textos narrativos indícios de intencionalidade do autor; f demonstrar compreensão de textos orais e escritos por meio da retomada de tópicos; f elaborar projetos coletivos de leitura e escrita, desenvolvendo estratégias que possam ser postas em prática. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Nossa sugestão para as atividades de recuperação: 1. Autoavaliação: solicite aos alunos que retomem todas as atividades realizadas nas Situações de Aprendizagem de 1 a 5, observando em quais delas apresentaram maior dificuldade. Em quais ainda precisam do auxílio do professor? Eles devem escrever um pequeno texto, relatando sua dificuldade e o que consideram necessário para resolvê-la. Se escrever for justamente o maior problema, eles podem fazer esse relato oralmente, enquanto você toma nota. Em seguida, faça uma roda de conversa para discutir os problemas relacionados por eles. Com essa ação, é possível detectar aspectos que precisam de novas intervenções. Nesse caso, é oportuno selecionar outros tipos de atividade para estudo. 2. A partir da primeira tarefa, você deve fazer algumas intervenções pontuais: se encontraram dificuldade para a elaboração de produções escritas de um texto narrativo, faça uma nova proposta de escrita que possa ser realizada em dupla ou trio, designando para cada participante uma tarefa: criar personagens; definir o tempo da narrativa; descrever o espaço; criar um enredo. Depois, eles devem reunir essas peças soltas a fim de produzir uma história. Suas intervenções devem ser feitas nos grupos, auxiliando-os com questões que os ajudem a refletir e encontrar novos caminhos para a resolução da tarefa. Professor, essas orientações pretendem destacar a escrita como processo, aspecto fundamental no domínio da escrita. 3. Organize uma nova roda de leitura e peça aos estudantes que observem os livros apresentados, atentando para títulos, nome dos autores, tema e gênero. Em seguida, devem escolher um dos livros para levar para casa. Para completar a tarefa, peça-lhes que elaborem um quadro contendo os dados do livro escolhido e os critérios dessa escolha (é preciso que eles consigam indicar quais as razões que os levaram a decidir pelo livro em questão: já conhecem o autor; gostam do gênero textual; sentem-se atraídos pelo tema etc.). Essa atividade retoma aspectos da formação leitora, em que “critérios de escolha” devem ser constituídos. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Filme Você pode selecionar trechos de filmes (ou passar o filme todo) que apresentem histórias com personagens jovens, em escolas reais e fictícias. Sociedade dos poetas mortos (Dead Poets Society) Direção: Peter Weir. EUA, 1989. 129 min. 12 anos. Esse filme pode servir de mote para uma discussão com os alunos sobre o espaço escolar, a prática pedagógica e a importância do ensino da leitura e da escrita. As ações de um professor de literatura que revoluciona os métodos de ensino de uma escola bastante conservadora levam a um questionamento contumaz: O tipo de ser humano que se quer formar nessa escola será alienado ou participativo? Saberá observar sua realidade, interagindo com ela criticamente, ou aceitará sua condição submissa, de mero reprodutor de um sistema? Entre as aulas da escola e os encontros secretos da sociedade formada por um grupo de alunos, as personagens centrais encontram na literatura (e na prática da própria leitura e escrita) um caminho para reinventar-se. 61 Livros para rodas de leitura literária Leituras que subsidiam a prática do professor BOFF, Leonardo. O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos indígenas do Brasil. Rio de Janeiro: Salamandra, 2001. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998. BOJUNGA, Lygia. A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2005. _________. Os colegas. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2005. _________. Retratos de Carolina. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2005. CHILD, Lauren. Tipo assim, Clarice Bean. São Paulo: Ática, 2006. GAARDER, Jostein. Ei, tem alguém aí? São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1997. MACHADO, Ana Maria. Bisa Bia, Bisa Bel. Rio de Janeiro: Salamandra, 2000. _________. De carta em carta. São Paulo: Moderna, 2002. _________. Procura-se Lobo. São Paulo: Ática, 2005. _________. De fora da arca. São Paulo: Ática, 2006. _________. Ponto a ponto. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2006. SCHWARCZ, Luiz. Minha vida de goleiro. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1999. ZATZ, Sílvia. O clube dos contrários. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1999. _________. Só não vê quem não quer. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2006. 62 CAMPS, Anna e cols. Propostas didáticas para aprender a escrever. Porto Alegre: Artmed, 2006. COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: Artmed, 2002. DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1997. KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006. MARICONI, Ítalo (Org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Désirée. Gêneros textuais e práticas discursivas. Bauru: Edusc, 2002. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. Agentes de leitura trocam experiências. Disponível em: <http://www.mda. gov.br/portal/index/show/index/cod/134/ codInterno/14504>. Acesso em: 11 nov. 2013. ORLANDI, Eni P. A linguagem e seu funcionamento. Campinas: Pontes, 2003. PONTES, Gicélia Lira Araújo de. Rodas de leitura na Biblioteca Central Blanche Knopf: uma ex- Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 periência com estudantes de ensino fundamental. Disponível em: <http://gebe.eci.ufmg.br/downlo ads/307.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2013. Caderno de notas Disponível em: <http://www.anamariamacha do.com/caderno-de-notas>. Acesso em: 11 nov. 2013. ROCHA, Gladys; VAL, Maria da Graça Costa. Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujeito-autor. Belo Horizonte: Autêntica/Ceale/FAE/UFMG, 2005. Escola do futuro Disponível em: <http://futuro.usp.br/portal/web site.ef>. Acesso em: 11 nov. 2013. SANTOS, Joaquim Ferreira (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Estante virtual Disponível em: <http://www.estantevirtual. com.br>. Acesso em: 11 nov. 2013. SOUZA, Ligia; DUPAS, Maria Angélica. Ler é prazer: os projetos de incentivo à leitura da Biblioteca Comunitária da Ufscar. Disponível em: <snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/ poster019.doc>. Acesso em: 12 fev. 2014. Revista Nova Escola Disponível em: <http://revistaescola.abril.com. br>. Acesso em: 11 nov. 2013. Sites Virtual books Disponível em: <http://www.virtualbooks.com. br/v2/capa/> Acesso em: 11 nov. 2013. Biblioteca virtual de literatura Disponível em: <http://www.biblio.com.br>. Acesso em: 11 nov. 2013. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 PROJETO GINCANA DE PRODUÇÕES DE NARRATIVAS E DE LETRAS DE MÚSICA Esta Situação de Aprendizagem tem como objetivo principal apresentar um novo projeto, Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música, bem como desenvolver com os estudantes um roteiro acerca das ações necessárias para sua realização. Para tanto, eles serão chamados a fazer pesquisas sobre os tipos de gincana existentes em diversos contextos sociais (gincanas culturais, escolares, de preservação do meio ambiente, de solidariedade, de produções textuais etc.), a fim de compreender a proposta desse jogo (ou conjunto de desafios), seus objetivos, seu caráter lúdico e facilitador de aprendizagens diversas. Além disso, terão de organizar as equipes de trabalho e estabelecer os prazos para a realização das tarefas. Conteúdos e temas: apresentação da Situação de Aprendizagem, projeto Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música; pesquisa de tema para a organização do evento; listas e quadros de ações; construção coletiva de regras; escrita de regras para a Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música; apresentações orais de análises ligadas aos temas pesquisados; polifonia; discurso direto; discurso indireto; pontuação. 63 Competências e habilidades: refletir sobre os critérios de elaboração de regras, ampliando-os ou modificando-os a partir de discussões coletivas; pesquisar textos coerentes com o tema preestabelecido; interpretar texto de forma a compreender o raciocínio autoral; ressignificar a aprendizagem do volume anterior, aplicando-a em uma nova Situação de Aprendizagem; apresentar oralmente os resultados de uma análise de grupo; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para sua formação como leitor, escritor e ator em dada realidade. Sugestão de estratégias: aula interativa com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa, trabalhos em grupo; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo, centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: texto; internet; cartolina; papel kraft. Sugestão de avaliação: elaboração de regras; elaboração coletiva de regulamentos para a gincana; apresentação oral; roda de conversa. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 6 tribuições. Evidentemente, você pode elaborar outras questões, solicitando aos estudantes que reflitam sobre o tema. Oralidade O que seu aluno já sabe sobre gincanas Você iniciará esta Situação de Aprendizagem fazendo um levantamento sobre o que seus alunos já sabem sobre o tema gincana. 1. Vocês sabem o que é uma gincana? 2. Já participaram de alguma competição desse tipo? 3. Sabem de alguém que já tenha participado de uma gincana? 4. Do que se tratava? Como foi essa participação? 5. Gincanas podem ser realizadas com atividades presenciais e virtuais (pela internet). Que diferenças há entre esses tipos de gincana? 1. Caso haja laboratório de informática em sua escola, façam, em grupo e sob a orientação do professor, uma pesquisa na internet para conhecer variadas experiências de gincana. Além de conhecer diferentes tipos de gincana, vocês podem pesquisar a palavra em sites de busca e aprender muito mais sobre o assunto. Se o laboratório de informática não puder ser utilizado, o professor apresentará para vocês alguns exemplos de gincana e dará informações sobre elas. 2. Com a ajuda do professor, observem o regulamento do evento pesquisado, sua forma de organização, o tipo de premiação etc. 1 a 5. Professor, o objetivo dessa sondagem é justamente partir do conhecimento que os alunos já têm sobre o assunto, ampliando-os, neste momento de conversa, com suas con- 64 3. Apresentem para toda a turma as informações que encontraram sobre o Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 tema na internet ou discutam os exemplos e as informações trazidos pelo professor. 4. Montem um quadro coletivo com as principais características de uma gincana. 5. Reflitam: Se vocês fossem montar uma gincana de produção textual, como ela deveria ser? Que tipos de conhecimentos os participantes deveriam ter para realizar as tarefas de produção escrita? O que vocês gostariam de escrever nessa gincana? 1 a 5. Após essa conversa, apresente-lhes a ideia da GinDBOBEF1SPEVÎÜFTEF/BSSBUJWBTFEF-FUSBTEF.ÞTJDB reforçando o caráter lúdico e educativo da proposta. É muito importante, neste momento, que os estudantes compreendam o desafio desse tipo de gincana: colocar em prática seu conhecimento sobre a língua materna, sobre os gêneros textuais propostos nesta série/ ano e sobre a própria estrutura do jogo, a fim de realizarem as tarefas e receberem pontuação. A pesquisa sobre o tema gincana deve propiciar aos estudantes o conhecimento sobre os tipos de gincana existentes, sua organização e suas regras, tipos de premiação, a necessidade de trabalhar em grupo etc. Na sequência, os estudantes serão estimulados a criar uma gincana de produção textual: Como ela deve ser? Que tipo de conhecimentos os participantes precisam ter para dar conta das tarefas de produção escrita? O que vocês gostariam de escrever nessa gincana? Para tanto, precisarão se dividir em equipes de trabalho, seguir as instruções apresentadas em cada Situação de Aprendizagem, escolher caminhos para executar as tarefas, usar a criatividade e saber trabalhar em colaboração. As atividades dessa gincana, distribuídas ao longo das Situações de Aprendizagem, serão compostas pelas seguintes tarefas: escrever o final de um conto; escrever letras de música, utilizando-se de uma melodia já conhecida, para compor uma cena imagética (ou seja, para dialogar com uma imagem, foto, ilustração etc.); desvendar o mistério de uma narrativa de enigma. A avaliação das etapas Pela realização de cada tarefa, pelo tempo de execução e pela qualidade das produções, os grupos receberão uma pontuação que, ao final, determinará a premiação. No entanto, é muito importante que essa pontuação seja fruto de uma avaliação pertinente ao propósito educativo da gincana: é preciso considerar e, principalmente, valorizar os esforços das equipes, seu senso de responsabilidade e colaboração; sua capacidade de fazer bom uso da língua para produzir os textos (conhecimento do gênero, da ordem textual – coesão e coerência –, das estruturas linguísticas – ortográfica, lexical, sintática – compatíveis com esse gênero etc.); o respeito aos prazos de execução e entrega de cada tarefa. Em outras palavras, os estudantes serão avaliados positivamente, e não pelo que ainda lhes falta, o que evitará que uma única equipe seja vencedora, uma vez que cada grupo e estudante em particular terão seus esforços reconhecidos e levados em consideração durante a avaliação. As faltas, nesse contexto, deverão servir a você, professor, como um norteador das possíveis intervenções para a ampliação da aprendizagem de seus alunos, ou seja, serão como indicadores de quais conteúdos ainda precisarão ser retomados a partir de novas estratégias e contextos. Ao final dessa primeira atividade, os estudantes precisarão ter clareza de que toda gincana pressupõe um conjunto de provas e atividades (ou desafios) lançado a equipes que vão competir entre si. Os objetivos de uma gincana 65 estão sempre relacionados, de modo animado e lúdico, a um fazer reflexivo: os participantes cumprirão tarefas que os estimulem a resolver problemas e desafios, trabalhar em equipe, ter compromisso e senso de responsabilidade, desenvolver sua capacidade criativa, reconhecer potencialidades individuais e coletivas. Especificamente para o projeto Gincana, ainda agregamos outros objetivos: ampliar o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita, oralidade e escuta, atreladas ao pensamento rápido e ao desenvolvimento de estratégias para a composição de textos narrativos e letras de música; cuidar para que o auxílio mútuo, a troca e a cooperação entre os participantes sejam facilitadores da realização das tarefas; desenvolver e cultivar competências atitudinais para que os estu- Analisando o texto para desvendar a gincana dantes se tornem cidadãos comprometidos e responsáveis. Sobre a organização das atividades É importante frisar que várias atividades deste projeto poderão ser organizadas em conjunto com seus alunos. No entanto, algumas dizem respeito à própria organização da gincana e precisarão ser desenvolvidas por você a fim de servirem de pré-requisito para a realização das tarefas solicitadas às equipes. Por exemplo, a produção de bilhetes e pistas que representam desafios e obstáculos a ser superados pela classe. Por isso é necessário que você, professor, observe detalhadamente todas as Situações de Aprendizagem propostas, organizando-as com antecedência. cana. Nessa leitura, eles farão anotações de trechos do texto no caderno. Professor, é muito importante estimular os estudantes a O texto a seguir, retirado do blog frankamente..., de Lúcia Carvalho, poderá ser um bom recurso para fazer os estudantes compreenderem o conceito de gincana e suas possibilidades de expansão para vários contextos. Na narrativa em questão, a autora trata de uma maratona de ações que precisa executar a fim de ver sua crônica publicada em uma revista. observarem o tema principal do texto, indicado no próprio título Gincana da crônica. É evidente que a questão da gincana, aqui, tem sentido figurado, uma vez que a autora não está participando de uma gincana oficial. No entanto, ao ter de vencer tantos obstáculos até chegar ao prêmio BMNFKBEP QVCMJDBS TVB DSÙOJDB FN VNB SFWJTUB FMB TF sente como se estivesse em uma gincana. Nessa primeira leitura, não faça nenhuma interferência direta, para avaliar BQFSDFQÎÍPRVFPTBMVOPTDPOTFHVFNUFSEPUFYUP.BT antes de solicitar que eles respondam às demais questões, é interessante que você verifique oralmente as análises e 1. Proponha uma leitura individual do texto e solicite aos alunos que analisem por que a autora considera o conjunto de suas ações uma espécie de gin- 66 as anotações que os alunos fizeram, a fim de observar a compreensão que tiveram do texto. Assim, você terá como orientá-los adequadamente para que compreendam o enunciado e a proposta das questões seguintes. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 A gincana da crônica A editora da revista me escreveu no começo da semana passada. Será que eu poderia escrever sobre meu primeiro sutiã até quarta-feira? Seria uma matéria sobre crianças pré-adolescentes, sobre quando é a hora certa para fazer isso ou aquilo. Claro, dona editora. Oba, publicação, pensei, animada. A única maldade é que o texto era pra ser curtinho. Eu gosto de me estender. Bom, na quarta no final da tarde, eu com a crônica prontinha quando chega um e-mail da moça. Toda cheia de desculpa. Eles sentiam muito, mas cancelaram a minha participação, pois o colaborador do sexo masculino tinha desistido. Mil desculpas, blá-blá-blá. Ô coisa. Droga. Fiquei naquela sem graceza sem saber o que fazer, lendo e relendo “... tivemos problemas com nosso colaborador do sexo masculino e precisamos cancelar...”. E o que eu faço com essa minicrônica de sutiã? Responder ao remetente, cliquei. “Olha moça”, argumentei, “e se eu arrumar um colaborador do sexo masculino, paulistano, que escreva crônicas bárbaras e que tope escrever ainda hoje?” “Você pode tentar”, ela escreveu em seguida, “mas não damos garantia de publicação, pois não conhecemos a pessoa. Porém, se ele entrar, você entra. O tema para o sexo masculino é pelos. Os primeiros pelos.” Uma luz no fim do túnel. Era só achar um colaborador do sexo masculino, paulistano, que escreva crônicas e que topasse escrever sobre pelos ainda naquela noite. Hahahaha. Impossível? Nunca! Nada cai do céu, diz minha mãe, a gente tem que ir atrás. E como obviamente um colaborador do sexo masculino, paulistano, que escreva crônicas e que topasse escrever sobre pelos naquela noite não cairia mesmo do céu, era melhor ir à luta. Quem eu chamaria? Obviamente, eliminei os amigos escritores famosos. Uma coisa dessas, que é legal, mas que beira um... mico, é só para gente como eu, uma escritora sem lombada. Foi quando me lembrei do meu grupo de escritores de blogs, os E-néditos. Ora, gente que escreve em blogs tem rapidez, pique e boa vontade. E embora a linguagem da internet seja o máximo, os blogueiros adoram dar uma escapadinha para o papel. E-néditos, aqui vou eu, pensei. Olhei a lista. Bom, retirando as mulheres e os homens dos outros estados ou cidades, cheguei no Pecus e no Jayme. Eu estava achando aquilo muito engraçado. Além disso, tive certeza que tanto um como o outro poderia escrever muitíssimo bem sobre pelos, mesmo sem saber se eles são homens peludos ou não. O Pecus me deu o telefone dele num e-mail uma vez, mas eu não encontrava de modo algum. No meio da procura, achei o telefone da Anna, a mais animada das leitoras. – Alô! Anna, aqui é a Lúcia, do “frankamente...”. Preciso da sua ajuda. – Ela se animou toda. O clima era de gincana. – Uau, o tema é ótimo, Lúcia! E eu tenho o telefone do Jayme, vamos ligar já. Achei o Jayme, esbaforido, quando já era noite. Parecia que ele estava numa academia, ou no meio de uma maratona. – Olha que legal. Claro que eu topo. Pelos? Genial, pelos – ele estava tranquilíssimo –, já tenho um monte de ideias. 67 – Jayme, você pode escrever hoje? – Posso, ora. Vou voltar para o escritório e quando acabar eu te mando. Peraí. Ah, por isso que é bom ser amigo de blogueiro. E, cá entre nós, o Jayme escreve muito, mas muito bem. E plim, às nove e meia chegou um e-mail. Eram os pelos do Jayme. Li, adorei. Eu estava salva e praticamente publicada. Só faltava a moça gostar, o que, obviamente, aconteceu. E ontem fizemos a nossa dupla na revista. Lúcia, a colaboradora do sexo feminino, e Jayme, o colaborador do sexo masculino. Ahahahaha. Uma questão de peitos e pelos, que não caem do céu. CARVALHO, Lúcia. A gincana da crônica. Disponível em: <http://frankamente.blogspot.com.br/2005/10/gincana-da-crnica.html>. Acesso em: 11 nov. 2013. 2. Faça uma nova leitura do texto e organize uma lista de ações com base nas questões a seguir. você aprendeu sobre o assunto na seção “Pesquisa em grupo”? Toda gincana pressupõe um objetivo principal que deve ser almejado pelos participantes. No entanto, para alcançá-lo, é a) Qual é o conjunto de ações que a autora teve de executar? preciso cumprir muitas tarefas intermediárias. É importante tFTDSFWFSVNBDSÙOJDBTPCSFPQSJNFJSPTVUJÍ que os estudantes percebam, com essa atividade, que participar de uma gincana não é só realizar um conjunto de ações, tDPOTFHVJSVNDPMBCPSBEPSEPTFYPNBTDVMJOPQBVMJTUBOP mas lidar com vários obstáculos e superá-los a fim de com- RVFFTDSFWFTTFDSÙOJDBT pletar a tarefa solicitada. tTFMFDJPOBSDBOEJEBUPTRVFTFFODBJYBTTFNOPTDSJUÏSJPT tFOUSBSFNDPOUBUPDPNPTQPTTÓWFJTBVUPSFT tGB[FSBQSPQPTUBQBSBPBVUPSFBHVBSEBSRVFFMFFTDSFWFTTF o texto; tFOWJBSPTUFYUPTQBSBBSFWJTUB b) Em que momento ela considerou que o que precisava fazer para publicar sua crônica na revista se transformara em uma espécie de gincana? Faça com eles uma comparação entre o que a autora da crônica chama de gincana, o que eles pesquisaram sobre gincanas e o projeto deste volume, Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música. É importante que percebam, com essa atividade, que participar de uma gincana não é só realizar um conjunto de ações, mas lidar com vários obstáculos e superá-los a fim de completar a tarefa solicitada. /PNPNFOUPFNRVFTFQSPQÙTFODPOUSBSVNFTDSJUPSEPTFYP masculino para compor, com ela, a matéria sobre seios e pelos. 3. Troque suas respostas e sua lista de ações com as de seus colegas e compare-as. Em seguida, responda: f O que há em comum entre o que a autora da crônica chama de gincana e o que 68 Estudo da língua Atividade em equipe 1. Aproveite o texto A gincana da crônica para analisar com os estudantes a linguagem informal utilizada pela autora. Por ser um texto publicado na internet, em um blog, Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 sua função comunicacional geralmente é contar coisas, registrar acontecimentos, compartilhar experiências com o leitor virtual, discutir temas, emitir opiniões etc. A maioria dos blogs é semelhante a um diário pessoal. A lin- Falas da editora da revista “...tivemos problemas com nosso colaborador do sexo masculino e precisamos cancelar...” “Você pode tentar, mas não damos garantia de publicação, pois não conhecemos a pessoa. Porém, se ele entrar, você entra. O tema para o sexo masculino é pelos. Os primeiros pelos.” Falas de Anna, amiga de Lúcia “– Uau, o tema é ótimo, Lúcia! E eu UFOIPP UFMFGPOFEP+BZNF WBNPT ligar já.” Falas de Jayme, amigo de Lúcia “– Olha que legal. Claro que eu topo. Pelos? Genial, pelos, já tenho um monte de ideias.” “– Posso, ora. Vou voltar para o escritório e quando acabar eu te mando. Peraí.” guagem utilizada pelos autores é informal, próxima do tom de uma conversa, mais subjetiva. A notícia é mais objetiva e busca transmitir a verdade dos fatos. Por isso, sua linguagem deve ser formal, de acordo com o registro escrito. 2. O tom de conversa aproxima a autora de seus leitores. Por que isso acontece? De fato, temos a impressão de que a autora está conversando com o leitor, relatando a experiência vivida para publicar sua DSÙOJDBFNVNBSFWJTUB$PNPBDPOUFDFDPNBNBJPSJBEPT textos publicados em blogs, esse também é curto, rápido e ágil, para que o leitor se sinta estimulado a lê-lo e a retornar para ler outros textos publicados pelo mesmo autor do blog. As falas do texto A gincana da crônica Será bastante oportuno introduzir, nesta Situação de Aprendizagem, o estudo das diferentes falas encontradas no texto de Lúcia Carvalho. Nesse caso, você poderá aproveitar o texto para analisar com os alunos o modo como a autora vai estabelecendo relação entre essas falas, indicando ao leitor as pessoas envolvidas no que ela denomina gincana para a publicação de uma crônica. Como sugestão, você poderá conduzir essa análise do seguinte modo: 4. Os grupos precisarão analisar como as falas são introduzidas no texto, destacadas pelo tipo de pontuação usada (ou não usada) pela autora. Comente com os alunos os efeitos de sentido produzidos pela 3. Peça que, em grupos, os alunos selecionem as falas claramente marcadas que eles encontrarem no texto, organizando-as em um quadro: Falas da autora Lúcia Carvalho “Olha moça”... “e se eu arrumar um colaborador do sexo masculino, QBVMJTUBOP RVF FTDSFWB DSÙOJDBT bárbaras e que tope escrever ainda hoje?” io "MÙ "OOB BRVJ Ï B -ÞDJB EP ‘frankamente...’ Preciso da sua ajuda.” io+BZNFWPDÐQPEFFTDSFWFSIPKF w escolha de pontuação feita pela autora (aspas e travessão). 5. Há momentos em que a autora não usa a pontuação comum para destacar falas de outras pessoas. Solicite aos alunos que encontrem dois exemplos de falas não destacadas. i.JMEFTDVMQBTCMÈCMÈCMȼDPJTB%SPHBwi&PRVFFVGBÎP DPNFTTBNJOJDSÙOJDBEFTVUJÍ wi/BEBDBJEPDÏVEJ[NJOIB mãe, a gente tem que ir atrás.” 6. Cada grupo apresentará oralmente o quadro preenchido, comparando o que 69 fizeram: Todos o completaram do mesmo modo? Eles identificaram as falas de cada participante do texto, incluindo a autora? É importante que os estudantes observem as várias vozes do Entre a fala e a escrita Na continuação da análise do texto A gincana da crônica, você poderá destacar mais duas questões: texto, diferenciando-as de acordo com as informações apresentadas pela narradora. Há no texto o uso dos discursos direto e indireto, mas nem sempre com a pontuação convencional para sua introdução. Por isso, é possível que os estudantes apresentem dificuldade para diferenciar falas, necessitando de seu auxílio para executar a tarefa. 7. Você poderá propor uma discussão coletiva para que eles reflitam a importância dessas falas para a construção de sentido do texto: a) Como a junção de tantas falas auxilia o leitor a compreender a ideia de gincana que a autora propõe? Professor, é importante que os estudantes percebam que a pontuação utilizada no texto recria a agilidade da conversa oral e, ao mesmo tempo, do próprio clima de gincana no qual a autora se insere. b) Grifem no texto A gincana da crônica palavras e expressões típicas da linguagem informal e onomatopeias. “Claro, dona editora“; “Oba“; i"DSÙOJDBQSPOUJOIBi i.JMEFTDVMQBTCMÈCMÈCMȼDPJTB%SPHBi “Hahahaha“. c) Por que, na opinião de vocês, a autora usa esses tipos de palavras no texto? Professor, observe a pertinência das respostas. Acreditamos que a informalidade será destacada, mas é preciso observar a coerência de outros comentários. d) Vocês julgam adequado o modo como a autora escreve, considerando os leitores de blogs, para quem o texto foi escrito? Por quê? f o uso de palavras e expressões típicas da linguagem oral (coloquial e informal) e onomatopeias; f que palavras e expressões são essas (“oba, ô coisa, bom, droga, hahaha, uau” etc.). Peça aos alunos que, coletivamente, identifiquem essas palavras no texto. Analise com eles as possíveis razões para a autora usá-las (frisando como a informalidade contribui para criar uma impressão de conversa entre os interlocutores – autor e leitor). Você também poderá escolher um novo texto para ser analisado com eles. Selecione uma página de conversa online que apresente um bate-papo de pelo menos três interlocutores. Retire as marcas que introduzem suas falas e peça aos estudantes que, coletivamente, identifiquem a quem pertence cada fala e o número de interlocutores presentes no diálogo. Questione-os: Como eles sabem disso diante da confusão aparente? É preciso reconhecer nessa atividade que a linguagem da internet, nos bate-papos, é relativamente fácil, porque uma fala separa-se da outra pela introdução de novas linhas: cada interlocutor se utiliza de uma nova linha para participar do diálogo. Além disso, ao recuperar os marcadores sintáticos (pronomes masculino e feminino etc.), é possível ratificar a presença desses interlocutores, diferenciando-os. Produção escrita Organizando o projeto Gincana Resposta pessoal, mas espera-se que os alunos respondam afirmativamente e justifiquem dizendo que o gênero “blog”, em geral, tem um tom de conversa, procurando criar um clima de intimidade com o leitor. 70 Para organizar a Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música, os estudantes deverão executar algumas ações ini- Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 ciais, identificando a proposta do projeto e suas etapas. Na pesquisa sobre tipos de gincana, os estudantes tiveram a oportunidade de observar que esse jogo possui regulamentos. Eles escreverão as regras da Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música para que possam iniciar os trabalhos. O objetivo dessa produção é que eles estabeleçam, a partir das próprias normas que criaram, acordos de trabalho e de convívio cooperativo ao longo das semanas subsequentes, bem como utilizem essas regras como um regulador de suas ações. A sequência de atividades a seguir é uma sugestão de encaminhamento para a gincana. 1. Peça aos estudantes que, em grupos, escrevam alguns itens que gostariam que fizessem parte desse regulamento. Por exemplo: Regras coletivas para o projeto Gincana 1. Todos os estudantes da 5a série/6o ano “x” deverão participar da gincana. 2. Todos os participantes se comprometerão a colaborar na execução das tarefas, cumprindo sua função e respeitando os prazos estabelecidos. 3. A gincana será composta por cinco equipes, cada uma representada por uma cor: equipe amarela, equipe laranja, equipe vermelha, equipe azul e equipe verde. 4. Cada componente, durante a execução das tarefas, usará um crachá com a identificação de sua equipe. 5. Cada equipe deverá eleger um ou dois representantes, que se respon- sabilizarão pelas eventuais reuniões com o professor para esclarecer o andamento das tarefas e entregar as produções. 6. Receberá pontuação de 10 a 20 toda equipe que finalizar uma tarefa. As equipes que não fizerem uma tarefa perderão cinco pontos. 7. Os critérios para a classificação das equipes serão: soma de pontos, tempo de execução das tarefas e qualidade das produções. 8. Haverá uma tabela, na sala de aula, com a exibição das tarefas e da pontuação de cada equipe. 9. As equipes participantes ganharão medalhas feitas de sementes de árvores, que poderão, se possível, ser plantadas posteriormente na própria escola, na casa dos alunos e nos arredores; o nome da equipe e o dos participantes serão colocados em uma placa que permanecerá na escola para que toda a comunidade escolar reconheça seus feitos; seus textos serão publicados no blog criado pelo professor especialmente para essa gincana etc. 2. Os grupos apresentarão coletivamente as listas de regras que produziram e explicarão por que consideram esses itens importantes para o bom andamento do projeto Gincana. 3. Em seguida, deverão comparar o que fizeram, observando as diferenças e semelhanças entre suas listas, e entrar em consenso sobre quais desses itens precisarão compor o regulamento da Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música. 71 4. Em seguida, você organizará com eles, em cartolina ou em papel kraft, um quadro composto pelas regras combinadas com todos os grupos, que ficará exposto na sala de aula a fim de ser consultado sempre que necessário. outros, de leitura; outros, ainda, de oralidade. O objetivo é que se formem equipes produtivas e colaborativas, nas quais cada integrante realize suas tarefas e ainda auxilie seus pares nas eventuais dificuldades que encontrarem. 1 a 4. Professor, a sugestão apresentada no quadro Regras 2. Professor, você orientará os grupos na tarefa de preparar uma tabela composta das atividades que serão executadas ao longo da semana e da pontuação de cada grupo. Assim como o quadro de regras, essa tabela deve ser fixada na sala de aula, para facilitar a organização e a execução das tarefas. À medida que forem concluindo uma atividade, os grupos devem colocar um x no espaço reservado a eles e aguardar sua avaliação. coletivas para o projeto Gincana pode ser utilizada pelos grupos, mas espera-se que os estudantes possam adequá-la à sua realidade escolar. Por isso, é importante que você os estimule a pensar sobre as regras mais importantes para o bom funcionamento de um projeto coletivo que tem por objetivo criar uma gincana de produções textuais. Atividade em grupo 1. Em grupos, eles organizarão as equipes de trabalho de acordo com a sua orientação. É importante que as equipes sejam bem equilibradas, compostas de integrantes com habilidades diferentes para elaborar cada tarefa. Professor, sobre a pontuação designada a cada tarefa, Professor, o objetivo é que eles formem equipes produtivas e colaborativas, nas quais cada integrante realize suas encontraram e se todos cumpriram seus papéis, avaliando seu próprio desempenho. Os colegas, por sua vez, po- tarefas e auxilie seus pares nas eventuais dificuldades que dem dizer sua opinião sobre o resultado final do trabalho, apresentem. considerando a apresentação da equipe. E você, tendo você pode optar por uma avaliação conjunta com seus alunos. Nossa sugestão é que, ao final de cada etapa, as equipes apresentem o que fizeram para toda a turma, o modo como realizaram as atividades, as dificuldades que acompanhado as produções, feito as devidas intervenções Como você já realizou até esse momento amplo processo de avaliação das competências leitoras, escritoras e de uso dos recursos linguísticos, poderá contribuir para a organização dos grupos propondo uma distribuição equilibrada dos participantes. Desse modo, ficará garantido que cada grupo tenha integrantes que executem bem a atividade de escrita; Equipes Amarela Nome dos integrantes: Laranja Nome dos integrantes: 72 Tarefa 1: O conto e seus possíveis finais e considerado a qualidade do trabalho final, deve apontar algumas questões pertinentes ao processo, revelando suas impressões. A pontuação atribuída à equipe deve ser um consenso ou uma média entre as três avaliações feitas (a da própria equipe, a dos colegas da turma e a sua). Veja um exemplo de como organizar uma tabela: Tarefa 2: A imagem e a letra de música Tarefa 3: Desvendando o mistério Pontos acumulados Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Vermelha Nome dos integrantes: Azul Nome dos integrantes: Verde Nome dos integrantes: Assinale V (verdadeiro) ou F (falso): 1. ( V ) Em toda gincana existe um conjunto de provas e atividades (ou desafios) lançado às equipes que vão competir entre si. 2. ( V ) Os objetivos de uma gincana estão sempre ligados a ações animadas, divertidas: os participantes devem cumprir tarefas que os estimulem a resolver problemas e desafios, a trabalhar em equipe, ter compromisso e senso de responsabilidade, desenvolver sua capacidade criativa, reconhecer talentos individuais e coletivos. 3. ( V ) Um dos objetivos do projeto Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música é que os participantes ampliem suas habilidades para ler, falar em público, ouvir o que os colegas dizem e pensar rapidamente sobre como escrever textos narrativos e letras de música. 4. ( V ) Outro objetivo do projeto Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música é fazer que o auxílio mútuo, a troca e a cooperação entre os participantes facilitem a realização das tarefas. 5. ( V ) Para que uma gincana se realize, é preciso que os participantes respeitem o regulamento e trabalhem em equipe. 6. ( F ) Durante uma gincana, o trabalho em equipe não contribui para que as tarefas sejam executadas, uma vez que muitas cabeças pensando e decidindo uma ação podem mais atrapalhar do que ajudar. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7 O CONTO E SEUS POSSÍVEIS FINAIS Esta Situação de Aprendizagem tem o objetivo de apresentar aos estudantes a primeira tarefa da Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música. Para tanto, eles terão de executar as seguintes ações: encontrar um dos cinco contos espalhados pela escola (cada equipe ficará responsável pelo conto que achar); ler o conto, observando que ele não possui um final; realizar uma discussão sobre o tema desse conto, bem como a respeito de sua composição narrativa (personagens, tempo, espaço, enredo); pensar possíveis finais e escrever um desfecho que seja compatível e coerente com a história. 73 Conteúdos e temas: a revisão textual como etapa do processo de escrita; o trabalho coletivo na revisão do texto; elementos da narrativa: personagens, tempo, espaço, foco narrativo, enredo; estrutura do conto: clímax e desfecho; leitura de narrativas, com elaboração de enredos; ressignificação dos elementos da narrativa; indícios, inferências e hipóteses. Competências e habilidades: interpretar o texto de forma a compreender o raciocínio autoral; ressignificar a aprendizagem do volume anterior, aplicando-a em nova Situação de Aprendizagem; apresentar oralmente os resultados de uma análise de grupo; reconhecer o processo de composição textual como um conjunto de ações interligadas; ler enunciados; compreender os comandos apresentados nos enunciados, seguindo orientações; fazer associações entre as partes do conto; inferir a partir das informações recebidas. Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; trabalhos em duplas e em grupos; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo, centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: textos reproduzidos; envelopes; cartolina; livro didático. Sugestão de avaliação: apresentação oral; elaboração de quadro organizativo; elaboração de fichas de catalogação de livros; produção escrita de desfecho de contos; avaliação oral e autoavaliação. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 7 Para desenvolver esta Situação de Aprendizagem, será necessário que você faça uma seleção de cinco contos que considere adequados para a faixa etária de seus alunos, retirando deles a parte final (ou desfecho), a fim de que os estudantes não tenham acesso à história toda. Importante: essa coletânea deverá ser de contos ainda não trabalhados com os alunos e que não sejam dos gêneros “narrativas policiais” e “de mistério”, foco de trabalho da próxima Situação de Aprendizagem. Ao final deste Caderno, você encontrará algumas sugestões de títulos interessantes para o desenvolvimento dessa atividade. Reproduza esses contos (um conto para cada equipe da gincana) e coloque-os em envelopes lacrados, com identificação do texto, 74 de seu autor e da referência bibliográfica. Anexado ao envelope, as equipes encontrarão um bilhete, com uma mensagem que parabenize os participantes por terem conseguido chegar até o texto, indicando os próximos passos. Os envelopes serão escondidos em pontos estratégicos, dentro da sala de aula ou em outros lugares da escola. Uma sugestão de bilhetes, que poderão ter a cor da equipe à qual se dirigem, caso você opte por determinar o que cada grupo lerá: Bilhete anexado ao envelope Parabéns! Vocês conseguiram chegar até aqui! Mas sua missão está apenas começando! Agora, precisam se empenhar na segunda parte desta tarefa, que não será fácil e exigirá muita dedicação, trabalho em equipe, concentração, conhecimentos sobre os elementos estruturais dos textos narrativos e criatividade, MUITA CRIATIVIDADE!!! O que estão esperando? Abram o envelope! Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Bilhete no interior do envelope Sigam as instruções: 1. façam a leitura do conto; 2. observem que ele não possui um final; 3. discutam sobre o tema desse conto, bem como sobre sua composição narrativa (personagens, tempo, espaço, enredo); 4. como vocês acham que esse conto poderia terminar? Pensem e conversem sobre alguns possíveis finais para ele; 5. escolham um dos finais já formulados oralmente por vocês. Esse final precisará ser compatível e coerente com a primeira parte da história; 6. para escrevê-lo vocês encontrarão outras orientações espalhadas pela classe e pela escola. Sigam as pistas para encontrá-las; 7. escrevam o final. Após o preparo do envelope, você escreverá alguns novos bilhetes e indicará, por meio de pistas, os lugares onde os contos foram escondidos. O objetivo desta etapa é fazer que os estudantes ponham em uso sua habilidade de ler enunciados, compreender comandos, fazer associações e inferir a partir das informações recebidas. Você determinará um tempo para que os alunos realizem a atividade de busca. Os grupos que encontrarem dificuldades para achar Atividade em equipe o envelope poderão ser auxiliados com novas dicas. Por exemplo, suponhamos que você tenha escondido um dos envelopes no batente da porta de entrada da sala de aula, um lugar improvável como esconderijo justamente porque é bastante visível. Para que os estudantes cheguem até esse lugar, você poderá escrever-lhes os seguintes bilhetes: Bilhete 1 A Aventura do Conto Sem Fim está apenas começando. Vocês, da Equipe Verde, têm agora o primeiro desafio da Gincana de Produções de Narrativas e de Letras de Música: encontrar o conto e escrever-lhe um final. Por onde começar a busca? Onde vocês esconderiam esse envelope para que seus colegas tivessem dificuldade de encontrá-lo? Será que o professor pensou como vocês? Uma dica: o envelope não está nem dentro nem fora desta sala de aula! Bilhete 2 Vocês estão quase chegando ao esconderijo do conto. Olhem à sua volta. Ele está bem visível. Olhem para as paredes! O que há nelas? O envelope espera por vocês e o tempo está se esgotando! O objetivo desta etapa é fazer que os estudantes pratiquem a habilidade de ler enunciados, compreender comandos, 1. Seguindo suas orientações eles encontrarão o conto que você selecionou para o grupo. O texto está dentro de um envelope, escondido em algum lugar da sala de aula ou da escola. fazer associações e inferências com base em informações recebidas. Eles terão de encontrar um dos cinco contos espalhados pela escola (cada equipe ficará responsável pelo conto que encontrar). 75 Depois que as equipes encontrarem os envelopes, você terá de formular novas orientações para que os estudantes possam escrever o desfecho de seu conto. Essas orientações não são diferentes das que os alunos já recebem quando precisam escrever um texto: discutir, planejar, esboçar, revisar, reformular, revisar mais uma vez e finalizar. A diferença é que, nesse momento, essas orientações serão feitas por escrito, e a tarefa terá um tempo predeterminado por você. Ler o conto Fazer uma discussão sobre o tema e a estrutura da narrativa “x” minutos, “x” minutos, horas ou horas aulas ou aulas Elaborar oralmente possíveis finais para o conto Por exemplo: no próprio envelope, eles já encontraram algumas dessas orientações, mas não sabem quanto tempo têm para desenvolvê-las. Você poderá fazer um quadro comum a todas as equipes, na lousa ou em cartolina, com a indicação de tempo para cada uma das ações (que poderá ser em minutos, horas ou aulas). Nesse caso, os estudantes terão de se organizar e distribuir funções: em todas as equipes haverá um participante para anotar os itens mais importantes da discussão etc. Como sugestão, o quadro comum poderá ser: Escolher um dos finais para o conto “x” minutos, “x” minutos, “x” minutos, horas horas horas ou aulas ou aulas ou aulas Orientação para os alunos 2. Os estudantes, ao encontrarem seu conto, deverão realizar a primeira leitura e Título do conto Referências bibliográficas (título do livro no qual foi publicado, ano, editora) Personagens 76 Escrever o final, fazer a revisão, reelaborar o texto e entregar a tarefa “x” minutos, horas ou aulas identificar suas características, o tema, a estrutura narrativa que o organiza. O registro será feito em fichas de catalogação da obra lida. Ficha de catalogação Nome do autor do conto Planejar a escrita do final do conto Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Tempo Espaço Narrador Enredo Tema Identificação de características próprias da linguagem literária, em contraposição às da linguagem oral 3. Os participantes da equipe precisarão falar sobre suas impressões iniciais do conto: f Eles compreenderam a história e têm ideia de como é o desfecho original? f Com base no que leram, que finais eles consideram possíveis para a história? 1. Em equipe, farão uma breve pesquisa, na internet ou na biblioteca da escola, para conhecer a biografia do autor do conto lido: quem ele é ou foi; quando e onde nasceu; o que escreveu além desse conto etc. 2. Se for do interesse do grupo, peça que selecionem outros textos desse autor, para que façam a leitura e preparem uma apresentação para a turma a fim de compartilhar as descobertas. f Por que consideram que esses finais seriam coerentes com as informações que possuem? f A equipe deverá escolher (ou votar em) um desses finais para iniciar a produção escrita. 2 e 3. Professor, as orientações dadas para preparação dessas atividades foram orientadas para auxiliá-lo na condução e avaliação dessa proposta. 1 e 2. Professor, embora essa atividade de pesquisa tenha sido proposta para que os estudantes conheçam o autor do conto, é interessante que os grupos troquem as informações encontradas para avaliar seu repertório. Produção escrita A escrita do desfecho para o conto deve ser feita por todos os integrantes da equipe, mesmo que apenas um participante ocupe a função de redator (aquele que registra o texto por escrito e que também interage e dialoga com os demais). 77 to deverão ser acompanhadas por você, uma vez que a 4. Depois dessa primeira revisão, reescrevam o texto e entreguem a nova versão ao professor. Ele fará a correção final antes que esse texto chegue a seu destino (exposição em um mural, na sala de aula, no pátio da escola ou em qualquer outro espaço que vocês considerem adequado para a divulgação do resultado da primeira etapa da gincana). maior parte delas será realizada em sala de aula. É impor- F.VJUPNBJTBNQMBEPRVFVNBTJNQMFTDPSSFÎÍPUFY- tante que você atente principalmente para o momento tual e mecânica, a revisão deverá ser compreendida pela em que os estudantes farão a revisão do que escreveram, classe como um momento importante de estudo da língua pois eles ainda não têm muita clareza do que deverão portuguesa, uma vez que o maior ou menor conhecimen- observar em seu texto a fim de verificar se fizeram um to linguístico que possuem influencia diretamente o resul- adequado uso da língua, considerando a linguagem literária e o gênero “conto”. Por isso, é interessante que tado do texto que escrevem. Desse modo, você utilizará a você utilize a primeira versão do desfecho, avaliando de revisão do texto e também para possibilitar que os estudantes centrem seus esforços na reformulação dos as- 1. Façam um planejamento do que consideram importante dizer nesse desfecho, lembrando que ele deve ser coerente com o conto que vocês leram. 2. Escrevam, em folha avulsa, a primeira versão do texto com base no planejamento. 1 e 2. As etapas para a elaboração do desfecho do con- quais aspectos notacionais e discursivos serão retomados para que os estudantes possam reformular adequadamente seu texto narrativo. Eles estão usando os marca- pectos que prejudicam o plano textual-discursivo de sua dores temporais e espaciais, pontuação (uso dos dois- momento da revisão que permite os acertos necessários -pontos, ponto final, vírgula e travessão), discurso direto e indireto, ortografia? Conseguem criar um desfecho para que o texto produzido cumpra sua função de interlocução entre aquele que escreve e aquele que lê. Para isso, coerente com os acontecimentos/conflitos da história? é preciso que os estudantes cuidem para que não faltem A resolução encontrada é coerente com o perfil das personagens? Eles mantiveram o foco narrativo? Respeitam informações e que não haja problemas na formalização da a ordem cronológica dos acontecimentos? Qual o nível de literariedade desse texto, especialmente no que diz Caso seja necessário, antes da finalização da primeira tarefa da gincana, você poderá solicitar que façam algumas respeito à falta ou ao excesso de informações necessárias atividades de sistematização dos conteúdos notacionais para a compreensão por parte do leitor? no livro didático. 3. Façam a revisão da primeira versão, observando se o que vocês escreveram condiz com o planejamento inicial. É preciso considerar: se a ligação entre as partes do texto está correta e tem lógica (o conto escrito pelo autor e o desfecho que escreveram); a pontuação; a ortografia; a concordância entre as palavras; os marcadores temporais e espaciais; o uso dos discursos direto e indireto etc. O professor definirá com vocês quais aspectos deverão ser revisados nessa etapa. 78 avaliação feita anteriormente para direcionar a proposta produção: falta e excesso de informações. É justamente o escrita que comprometam a construção da interlocução. 5. O professor devolverá os textos corrigidos para que vocês passem a limpo a versão final. Nessa intervenção, sugerimos que destaque alguns aspectos que os estudantes possam reformular. Outra possibilidade é destacar em sala os aspectos que mais precisam melhorar e realizar reescritas coletivas. 1. Peça que observem o enredo a seguir e executem, individualmente, a tarefa proposta. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 ção de textos anteriores, agregando a ela justamente a Rafaela ia para um encontro com sua melhor amiga quando presenciou uma cena terrível. Assustada, ela saiu correndo. Mas era tarde demais. Alguém a tinha visto e não a deixaria escapar. Pelas ruas de seu bairro, tudo o que as outras pessoas viam era uma menina correndo em volta de uma praça. Atrás dela estava ele... 2. Eles escreverão a continuação dessa história, desvendando o mistério que envolve o que Rafaela viu, a personagem que está atrás dela, os motivos que levaram essa personagem misteriosa a se envolver na tal “cena terrível” e o desfecho para o caso. 3. Na aula seguinte, apresentarão para a turma a história que escreveram. 1 a 3. Professor, antes de solicitar que os estudantes escrevam a continuação da história, é muito importante estimulá-los a pensar sobre o que o trecho lido traz como tema. Há uma situação aparentemente assustadora, porque a personagem Rafaela presencia uma cena “terrível” e foge “assustada”, tentando “escapar” do que ou de quem viu. Esses fatos criam certo ar de mistério e assombro na história. Os estudantes precisam ter clareza disso para conseguir escrever uma continuação que mantenha o mesmo tom. questão do mistério ou do fato que precisa ser desenvolvido. No entanto, eles precisarão de sua ajuda para desenvolver o texto. Espera-se que eles consigam observar que todos os contos de enigma apresentam necessariamente um mistério a ser desvendado, ou seja, são aqueles que tratam de uma história que tem crimes que precisam ser investigados. 5. Eles guardarão seu texto, pois será útil na Situação de Aprendizagem 9, quando eles estudarão as narrativas de enigma. Individualmente, responderão às seguintes questões no caderno: f Você utilizou alguns conteúdos trabalhados anteriormente para realizar as tarefas solicitadas nesta Situação de Aprendizagem? Se utilizou, quais foram? f O que você já tinha aprendido sobre textos narrativos ajudou no trabalho com o conto? Por quê? f Você teve dificuldades para desenvolver o conto? Se teve, quais foram essas dificuldades? f Se houve dificuldades, o trabalho em grupo o ajudou a superá-las? Por quê? Professor, é muito importante que seu aluno se familiarize com esses momentos de autoavaliação, considerando sua 4. Com a ajuda do professor, reflita: f O enredo e a história escrita são parecidos com os contos que vocês leram nesta Situação de Aprendizagem? f O que diferencia o texto produzido nesta atividade dos demais contos? Professor, esta atividade deve gerar a curiosidade dos estu- responsabilidade pelo próprio processo de aprendizagem. Refletir sobre os caminhos percorridos e as tarefas executadas contribui para compreender as demandas do processo, retomar conteúdos já aprendidos para a resolução de problemas e identificar possíveis caminhos para resolver as dificuldades encontradas. Atividade em grupo dantes sobre o propósito das narrativas de enigma. Espera-se que eles apresentem em sua história algumas das características já estudadas na atividade de leitura e produ- Você entregará, para cada uma das equipes, a versão completa do conto lido na seção 79 “Leitura e análise de texto”, a fim de que eles comparem o desfecho original com o desfecho que escreveram e respondam no caderno: bre o conto. É muito importante que elas sejam respeitadas e valorizadas neste momento. Oralidade 1. Vocês notaram alguma semelhança entre os dois desfechos? Se notaram, em que parte(s) foi(ram)? 2. Escreveram um final muito diferente do original? Se houve diferenças, quais foram elas? 1 e 2. Resposta do grupo. No entanto, espera-se que os estudantes reconheçam as peculiaridades de sua produção escrita, observando o que conseguiram manter, no desfecho, da história original para compor o seu final. Não há necessidade, nem isso pode ser garantido, de que os estudantes escrevam desfechos que se assemelhem – mas devem ser compatíveis com as informações que já possuem da história. 3. Os dois finais, na opinião de vocês, são coerentes com o restante do conto, isto é, combinam com o que já estava escrito? 1. Cada equipe apresentará para a turma o conto que leu, com o desfecho criado pelo grupo. Em seguida, deve mostrar o final original desse conto. Atenção! Este momento é extremamente importante, porque possibilita que vocês falem sobre as dificuldades encontradas para desenvolver a tarefa de escrita do desfecho. Considerem que a situação em que vão falar é mais formal e, portanto, utilizem o vocabulário adequado ao se dirigir aos ouvintes (os colegas das outras equipes e o professor). Resposta do grupo. Espera-se que, ao considerarem os elementos da história original, o desfecho seja coerente e bem articulado. No entanto, caso não o seja, você pode retomar o conto com eles, fazendo um novo levantamento das informações depreendidas, a fim de analisar a incoerência do desfecho criado e orientá-los para que escrevam o desfecho de modo coerente. 4. Ao escrever finais diversos, vocês puderam perceber que os textos literários permitem leituras e encaminhamentos variados. Por que vocês acham que isso acontece? 2. Oriente as demais equipes, para que façam a avaliação da produção escrita dos colegas, considerando se há coerência entre o conto e o final criado pelos grupos. Ao avaliar, devem atribuir pontuação aos grupos, que também será usada para preencher o quadro de atividades elaborado na Situação de Aprendizagem 6. 1 e 2. Professor, é muito importante que os estudantes se familiarizem com as apresentações orais, adequando sua fala ao momento: mais formal, com objetivos predefinidos etc. Esti- Resposta do grupo. Espera-se, no entanto, que eles perce- mule-os a trocar experiências de leitura e de produção tex- bam certa maleabilidade no texto ficcional com relação às tual, considerando as dificuldades e as soluções encontradas possibilidades de encaminhamentos e condução da história. pelas equipes para dar conta das tarefas. Esse momento é ex- É muito importante que os estudantes compreendam que os tremamente importante, porque possibilita que você observe textos narrativos estão a serviço da mimese, da imaginação e, os recursos utilizados pelos estudantes, bem como as dificul- portanto, desde que respeitem certa lógica interna, podem dades por eles encontradas para desenvolver a tarefa de es- gerar desfechos diferentes. Compare essa atividade do desfecho com as narrativas construídas para novelas televisivas. crita do desfecho. Assim, você terá condições de perceber o que ainda é preciso ser retomado e trabalhado mais uma vez, a fim de ajudá-los a ressignificar seus conhecimentos sobre a 80 5. De qual dos desfechos vocês gostaram mais? Do original ou do desfecho que elaboraram? Por quê? língua. Além disso, nessa etapa da avaliação, você terá condições de verificar como os estudantes têm desenvolvido sua Resposta pessoal construída com base nas questões anterio- Utilizam um vocabulário adequado ao se dirigir aos ouvintes res e, evidentemente, na opinião que cada estudante tem so- (os colegas das outras equipes e o professor)? Etc. oralidade: Eles consideram o contexto dessa apresentação? Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8 A CENA E A LETRA DE MÚSICA O objetivo desta Situação de Aprendizagem é fazer uma retomada do conceito de narratividade, estudado anteriormente, a fim de que os estudantes produzam letras de música de acordo com a leitura interpretativa de sequências de imagens que não sejam acompanhadas de texto verbal. As letras de música escritas deverão ter traços narrativos que contem uma história ou tratem da cena interpretada na imagem. Conteúdos e temas: leitura de imagens; a narratividade nas letras de música; produção de letras de música: verso e rima; a combinação entre melodia e letra de música; produção de enredos a partir da leitura de imagens; retomada das características gerais do gênero “letra de música”; etapa de revisão da letra de música: reformulações necessárias. Competências e habilidades: analisar textos não verbais com traços de narrativa; reconhecer “rastros” de elementos da narrativa em gêneros textuais não narrativos; recontar uma narrativa por meio da produção de letras de música; refletir sobre o uso da língua como instrumento facilitador de diversas aprendizagens; reconhecer no texto indícios da intencionalidade do autor; produzir textos escritos de acordo com a situação comunicativa e o contexto no qual se inserem; utilizar o conhecimento sobre a língua (linguísticos, de gênero etc.) para a elaboração do texto narrativo; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para o bom aproveitamento do espaço escolar. Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; trabalhos em duplas e em grupos; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo, centrado no refletir e no fazer. Sugestão de recursos: texto; conjunto de imagens; dicionário de língua portuguesa; livro didático; aparelho de som, CD, televisão e DVD. Sugestão de avaliação: discussão coletiva em rodas de leitura; apresentação oral; elaboração de quadro organizativo; autoavaliação; apresentação da equipe cantando a música que compôs; produção de letras de música: verso e rima; produção de enredos com base na leitura de imagens. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 8 A segunda tarefa do projeto Gincana tem como foco a leitura de imagens e a produção escrita de letras de música. Para tanto, será necessário retomar com os estudantes o conceito de narratividade (traços de narração em gêneros que, em princípio, não possuem uma estrutura narrativa, como é o caso das letras de música), estudado anteriormente. O objetivo é fazer que os alunos assumam o papel de leitores e produtores textuais a partir dos conhecimentos já adquiridos até o momento presente, considerando o contexto comunicacional no qual estão inseridos: a nova tarefa da gincana, que será realizada a partir das regras determinadas pelo jogo, dentro de um tempo já fixado por você. Assim como na tarefa anterior, eles deverão participar da mesma equipe e ter clareza de quais são suas responsabilidades e funções, colaborando para que a etapa seja desenvolvida e realizada com determinação e espírito de coletividade. 1. Para iniciar a atividade, apresente as imagens a seguir e peça que as agrupem de acordo com os temas indicados posteriormente. 81 Professor, nesta atividade é importante que os estudantes ro); e os pontos turísticos também são contemplados, com a observem o que cada uma das fotos apresenta como tema QSFTFOÎBEP$SJTUP3FEFOUPS3JPEF+BOFJSP FEP.VTFVEF ou cena. Por exemplo, há imagens que tratam de situações Arte de São Paulo. Os alunos devem compreender que essas esportivas (surf, futebol na praia); outras revelam a destruição da natureza, com a poluição do ar e o desmatamento; imagens também são consideradas textos, mas não verbais, o tema animais também é apresentado (canguru e cachor- interpretadas pelo leitor. e transmitem diversas mensagens que podem e devem ser f Animais exóticos © Arco Images GmbH/Alamy/Glow Images © DLILLC/Corbis/Latinstock f Animais domésticos Imagem 1 Imagem 2 © Adam Jones/Oxford Scientific/Latinstock © Nick Gordon/Oxford Scientific/Latinstock f Problemas ambientais Imagem 3 82 Imagem 4 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 © Rachel Guedes/Pulsar Imagens f Esportes coletivos Imagem 5 © Alexandre Cappi f Esportes individuais Imagem 6 83 © liquidlibrary/Jupiter/Thinkstock/Getty Images © J. Christopher Briscoe/Photoresearchers/Latinstock f Amor ou amizade entre pessoas Imagem 7 f Amor ou amizade entre pessoas Imagem 8 84 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 © Abraham Menashe/Photoresearchers/Latinstock f Solidariedade ou compaixão Imagem 9 © Paulo Fridman/Corbis/Latinstock f Pontos turísticos de cidades brasileiras Imagem 10 85 © Ingo Boddenberg/zefa/Corbis/Latinstock © Will & Deni McIntyre/Photoresearchers/Latinstock f Pontos turísticos de cidades brasileiras Imagem 11 f Cena de humor Imagem 12 86 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 © Alexandre Kuma f Cena de humor Imagem 13 2. Relacione as imagens observadas com os temas. I. Animais domésticos II. Animais exóticos III. Problemas ambientais IV. Esportes coletivos V. Esportes individuais VI. Amor ou amizade entre pessoas VII. Solidariedade ou compaixão VIII. Pontos turísticos de cidades brasileiras IX. Cena de humor (I e IX) Imagem 1 ( II ) Imagem 2 ( III ) Imagem 3 ( III ) Imagem 4 ( IV ) Imagem 5 ( V ) Imagem 6 ( VI ) Imagem 7 ( VI ) Imagem 8 ( VII ) Imagem 9 ( VIII ) Imagem 10 ( VIII ) Imagem 11 (I e IX) Imagem 12 ) Imagem 13 ( IX 87 Oralidade Organizem a classe em uma roda para conversar sobre as imagens da seção “Leitura e análise de texto”. Reflitam sobre cada imagem: f O que vocês acham que o fotógrafo desejava contar com essa imagem? f O que o fotógrafo priorizou ao tirar a foto? f Ele enfoca alguém ou algum objeto em particular? f Que coisas estão perto desse foco, mas aparecem em segundo plano? f Alguma dessas imagens poderia servir de mote (ou ponto de partida) para a escrita de uma história? f Alguma das imagens já parece por si só uma história ou apresenta uma sequência narrativa, mesmo que incompleta? f Seria possível escrever uma única história, organizando todas as imagens em uma única sequência? f Se vocês tivessem de escolher uma das imagens como mote para escrever uma história, qual seria? Resposta pessoal. Incentive os alunos a compartilhar suas percep- a escola na aula seguinte à da apresentação dessa nova tarefa. Você poderá fazer a solicitação da pesquisa de imagens oralmente ou escrevendo cartazes e bilhetes que indiquem a nova tarefa antes de explicar-lhes as ações que precisarão executar para cumpri-la. Veja a sugestão a seguir: Segunda etapa da gincana Vocês chegaram até aqui. Parabéns! Mas ainda há muito trabalho a fazer. Nesta nova etapa da Gincana vocês vão observar imagens e escrever letras de música! Fiquem atentos às orientações a seguir. Cada uma delas demandará um conjunto de ações que deverão ser realizadas por toda a equipe a fim de que a tarefa seja concluída. Então, arregacem as mangas e bom trabalho! As orientações para a execução da tarefa poderão ser dadas novamente, mediante apresentação de um cartaz do tipo: ções sobre as fotos e a utilizar sua imaginação ao relacioná-las a uma possível história. Avalie a coerência da argumentação e a criatividade. Não se espera que os alunos respondam a todas as questões, mas eles devem ser instigados a, pelo menos, pensar nelas para compreender que um fato representa sempre o olhar de alguém sobre o objeto (pessoa, paisagem etc.) fotografado. 1 e 2. Solicite às equipes que selecionem um conjunto de cinco imagens, que poderão ser fotos de família, cenas recortadas de revistas e jornais ou impressas de algum site, sobre um tema predeterminado por você. Para conduzi-los no clima de gincana, sorteie esses temas e dê um prazo para que as equipes pesquisem as imagens e as levem para 88 Atenção, equipes! Agora vocês têm uma nova tarefa a cumprir: escrever uma letra de música que ilustre as imagens que apresentaram na etapa anterior. Usem a imaginação e os conhecimentos que têm sobre letras de música que contam histórias! Leiam as instruções a seguir e bom trabalho! Instruções: 1... 2... 3... Prazo para a realização das ações: Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 3. As equipes deverão anexar as imagens pesquisadas em cartolina ou papel kraft e, em seguida, fazer uma apresentação para toda a classe e explicar por que acham que essas imagens ilustram o tema pelo qual ficaram responsáveis. 1 a 3. É muito importante que, nesta fase da tarefa, os estudantes sejam estimulados a fazer uma leitura atenta das imagens a fim de observar as informações aparentes que elas revelam e as que remetem à história da imagem. Por exemplo, no caso de uma foto, as informações aparentes são as que poderão ser observadas rapidamente: ser em preto e branco ou em cores; retratar uma situação ocorrida durante o dia ou Essa primeira leitura deverá aguçar os sentidos dos estudantes para que possam reconhecer indícios ou pistas sobre o que veem: O que se deseja contar com essa foto? O objetivo da segunda leitura é contextualizar o máximo possível a imagem. Para isso, é preciso resgatar com os estudantes as informações que tenham sobre a imagem selecionada: De onde a tiraram (jornal, revista, álbum de família)? O que sabem sobre ela? Havia algum texto acompanhando essa imagem? O que ele dizia? Etc. a noite; apresentar pessoas e/ou objetos ou paisagem. Professor! Evidentemente, não se espera que os estudantes respondam a todas essas questões, mas eles deverão ser instigados a, pelo menos, pensar nelas, a fim de compreender que uma foto (ou ilustração, no caso de terem selecionado um desenho ou uma charge) representa o olhar de alguém sobre as coisas do mundo (pessoas, objetos, lugares). Quando se registra uma imagem, registra-se também o modo como ela foi observada: como o fotógrafo interagiu com ela, de que maneira ele sentiu ou compreendeu o evento e como tentou apreender tudo isso. O objetivo da atividade é que, a partir das próprias imagens e da discussão sobre o que conseguem observar, os estudantes aprendam a construir caminhos de leitura que revelem uma informação. É desse lugar, ou da informação possível de ser lida na foto, que eles passam a produzir novas histórias. Na Revista Leituras no 1, de novembro de 2006, seção “Outras leituras: Fotografia”, há um artigo interessante sobre o trabalho com a leitura de fotos, chamado “O enquadramento do mundo”. Nele você encontra especialistas e educadores que discutem possibilidades do trabalho com imagens na escola, ensinando como ler algumas das fotos que ilustram o artigo. Essa edição está disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/2006/leituras1.pdf>, acesso em: 11 nov. 2013. Se desejar, salve o arquivo da revista em seu computador. 4. As equipes anotarão as informações e ideias discutidas sobre as imagens em uma tabela, que será utilizada na etapa seguinte. 89 Informações Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 Imagem 4 Imagem 5 Informação aparente Situação em que a imagem foi produzida Ideias que tiveram depois da leitura das imagens Histórias possíveis de contar com base nessas ideias Como essas imagens traduzem o tema x 1 a 4. Professor, nesta atividade, é muito importante estimular -las. É desse lugar, da informação possível de ser lida na foto, os estudantes a fazer uma pesquisa de imagens com base nos que os estudantes passam a criar novas histórias. temas tratados na atividade “Leitura e análise de texto”. Eles devem conseguir encontrar imagens (fotos e ilustrações); Produção escrita observar se elas dialogam ou não com o tema proposto; selecionar aquelas que melhor respondem à demanda da atividade e, depois, analisá-las considerando as informações aparentes que apresentam e aquelas que estão diretamente relacionadas com a história de cada imagem. Por exemplo, as informações aparentes são aquelas que podem ser observadas rapidamente: ser em preto e branco ou em cores; retratar uma situação ocorrida durante o dia ou à noite; apresentar pessoas, objetos ou paisagem. O objetivo é contextualizar o máximo possível as imagens escolhidas e apresentadas pelos Na sequência do trabalho com as imagens, as equipes iniciarão o processo de escrita de um enredo (os principais acontecimentos de uma história), a partir do qual escreverão uma letra de música representativa da leitura que fizeram das imagens. Nesse momento, elas poderão trabalhar com toda a coletânea apresentada pelo grupo ou escolher as imagens que mais suscitaram discussão ou os inspiraram a criar histórias. estudantes. Para preencher o quadro modelo, eles devem resgatar as informações que possuem sobre essas imagens selecionadas, discutir suas impressões com o grupo de trabalho e, durante a apresentação das fotos, explicar que caminhos de leitura das imagens eles percorreram para analisá- 90 Orientações: 1. As equipes selecionarão as imagens sobre as quais desejam escrever (poderão Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 usar toda a coletânea também, se preferirem). 2. Em seguida, peça aos estudantes que retomem o quadro de leitura da imagem, preparado na etapa anterior, e observem quais são os elementos mais importantes de cada imagem ou do conjunto delas. Questione-os: f O que mais motiva vocês nessa leitura de imagens? f Sobre o que gostariam de escrever por acharem mais interessante, motivador ou representativo nas imagens que leram? 3. A partir desse ponto, cada equipe escreverá um pequeno enredo com os dados mais importantes da história que desejam contar na letra de música. Exemplo para a atividade © Beyond Fotomedia GmbH/Alamy/Glow Images Observe a imagem: Análise da foto Nesta foto, a leitura aparente mostra um casal (de namorados, talvez) abraçado. Podemos notar que eles estão em um parque, ao ar livre. Isso se comprova pelas árvores e flores que aparecem em segundo plano. Ao analisar a imagem, podemos inferir que o casal está em um de seus momentos de lazer, aproveitando o dia. Em relação ao abraço, é possível inferir que eles estão envolvidos emocio- 91 nalmente e se encontram em um momento de carinho. Talvez gostem de passear juntos, durante o dia, aproveitando o contato com a natureza. Mas quem são eles? Qual sua história? Como se conheceram? Eles estão apaixonados um pelo outro? Onde moram? Etc. Enredo Nesse momento, qualquer outra informação que dermos sobre a imagem será fruto de nossa imaginação. Podemos inventar um enredo para essa imagem, criando algumas informações que respondam às questões anteriores, como: Esse casal se conhece há um ano e está no parque comemorando seu aniversário de namoro. A primeira vez em que se viram foi em uma festa na casa da prima dela. Foi amor à primeira vista. Por isso, pretendem se casar no próximo ano. Enquanto o casamento não chega, eles aproveitam o parque próximo da casa dela para ficar juntos, curtindo sua paixão. Muitas músicas (melodia + letra) poderiam dialogar com a cena da foto, criando o clima de romance sugerido no abraço do casal. É importante escolher uma que intensifique a mensagem que se deseja transmitir. As equipes deverão, a partir do enredo elaborado, escrever a primeira versão de sua letra de música. 4. Retome algumas características do gênero “letra de música”, estudadas no volume 1, depois disso, os alunos elaborarão a primeira versão da letra de música. Atenção! É muito importante que os estudantes levem em consideração que o gênero “letra de música” é escrito de maneira poética, a fim de garantir sua construção sonora. Não basta juntar palavras para cantar sobre um tema; é preciso escolher as melhores palavras que contribuam para criar uma imagem musical desse tema, produzindo um efeito de sentido bom para ser cantado e, portanto, para sair do papel. 92 Para escrever, os estudantes precisarão levar em conta que: f as letras de música são compostas por palavras; f essas palavras são organizadas em certo ritmo, formado pela melodia da música; f em muitas letras, as palavras são rimadas, ou seja, seus finais apresentam sons parecidos; f há, em geral, forte apelo conotativo nesses textos; f esses traços aparecem em letras de música compostas em estilos muito diferentes. Converse com os grupos informando que os letristas profissionais, em seu trabalho de elaboração de letras e melodias, dão muita atenção à escolha das palavras. Isso porque, além de estarem preocupados com o sentido, o tema e a letra, também se preocupam com o som produzido pela combinação das palavras. Um som que possa causar um efeito no ouvinte, associado à mensagem da letra. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Professor, Para ajudar as equipes a compor sua letra, selecione no livro didático algumas atividades que tratam de rima e de verso. Isso poderá levar a classe a refletir sobre essas duas características comuns aos gêneros “poema” e “letra de música”. Procure também retomar algumas letras analisadas no volume 1, observando os versos e o tipo de rima construída. Nem sempre as letras de música possuem rimas fixas, mas seus versos são construídos para provocar um efeito de sentido sonoro e melódico. Isso é alcançado no jogo que o letrista estabelece entre as palavras que escolhe. No caso das letras que seus alunos estão produzindo, esse jogo deverá levar em conta a história contada, baseada na leitura de imagens, uma vez que o enfoque da atividade é justamente a narratividade presente nas letras de música já estudadas. O objetivo da atividade não é que os alunos escrevam letras inusitadas e tecnicamente perfeitas, como as de alguns letristas, mas que possam experimentar contar uma história mediante a escrita de um gênero que – em sua estrutura básica, composta por versos – não poderá ser considerado narrativo. Além disso, o propósito é que eles combinem a linguagem verbal (a letra de música) e a não verbal (imagem e melodia) para produzir significados novos e vivenciar o fazer da criação artística. Peça aos estudantes que escolham uma música já conhecida por eles para representar essa imagem. Nesse momento, a preocupação será com a sonoridade, ou seja, com sons que, de algum modo, eles considerem representativos da mensagem transmitida pela imagem. Por exemplo: se a imagem for de um ato violento contra a natureza ou contra o ser humano, a música escolhida deverá enfatizar as sensações diante dessa imagem; cenas ro- mânticas devem ser acompanhadas por sons e letras românticas; cenas de suspense, acompanhadas por sons que gerem no ouvinte angústia, medo etc. 1. Individualmente, você deve preparar uma lista de músicas que poderiam ser utilizadas com a letra que sua equipe escreveu. Observe o modelo de quadro a seguir: Título das músicas Nome dos compositores e dos intérpretes f Critério para a escolha dessas músicas: sonoridade, ou seja, você deve observar sons que, de algum modo, sejam representativos da mensagem transmitida pela imagem (ou conjunto de imagens) que sua equipe escolheu na seção “Produção escrita”. f Um exemplo: se a imagem (ou conjunto de imagens) se referir a um ato violento contra a natureza ou contra o ser humano, a música escolhida deve enfatizar as sensações diante dessa imagem; cenas românticas devem ser acompanhadas por sons e letras românticos; cenas de suspense, acompanhadas por sons que gerem no ouvinte angústia, medo etc. 2. Na aula seguinte, vocês devem apresentar a lista que elaboraram e escolher as músicas que mais combinam com a letra que escreveram. 1 e 2. Professor, você pode deixar que os estudantes, individualmente, pensem em músicas (melodia) que poderiam dialogar com a letra escrita pelos grupos na atividade “Produção escrita”. Para isso, eles podem buscá-las em casa, no 93 acervo de CDs que possuem ou nas próprias músicas que que estão inseridos. No entanto, é importante que o filme costumam ouvir no rádio ou na TV. Em outro momento, já na sala de aula, eles retomam os trabalhos em grupos: cada escolhido tenha o apelo melódico sobre o qual foi comentado em relação ao filme Lisbela e o prisioneiro, que marca aluno apresenta a seleção de músicas que preparou e, em facilmente a presença de uma personagem ou de um tipo comum acordo, o grupo decide qual delas mostra-se adequada à letra que eles devem musicar. de cena. Sugestão para o desenvolvimento da atividade 2. Respondam: Como a trilha sonora escolhida contribui no desenvolvimento da história, na apresentação das personagens, na trama narrativa e no desfecho? A letra de música e o próprio som, nesse contexto, servem Nessa etapa, você poderá auxiliar os alunos levando para a classe algumas músicas já selecionadas por você e que, de seu ponto de vista, ajudarão a compor a cena mostrada na imagem. Procure tocar as músicas, solicitando em seguida aos alunos que digam com quais imagens elas combinam mais e por quê. Nesse caso, cada equipe escolherá uma das músicas apresentadas por você, considerando a sonoridade que dialogue mais harmonicamente com a letra que escreveu. Outro modo de conduzir essa atividade seria mostrando aos estudantes algumas cenas de filmes bem marcadas pela trilha sonora. Para isso, selecione cenas bem variadas: uma cena romântica, uma cena de violência ou suspense, uma cena que mostre a realização de um sonho etc. Atividade em grupo 94 para que as características da personagem sejam fortalecidas. É importante dizer que isso não se dá por acaso: há muitos estudos, testes, ensaios feitos por diretores musicais antes da escolha definitiva da trilha sonora de uma novela ou de um filme. No caso de ter escolhido o filme sugerido, explique que a música dos protagonistas combina com as personagens Lisbela e Leléu (o prisioneiro). É preciso conhecer sua história, suas aventuras, seus encontros e desencontros. Oralidade Após escolher a música, as equipes farão os primeiros testes para verificar se a letra que escreveram combina com a sonoridade dela. Para tanto deverão cantar associando a letra ao som. 1. Será interessante que, nesse momento, os estudantes possam ouvir a música (mesmo com a letra original) algumas vezes para assimilar a sonoridade e fazer os ajustes com a nova letra. 1. Em grupo, assistam ao filme Lisbela e o prisioneiro (ou outro filme que o professor considerar mais adequado para essa atividade) e observem como as músicas têm o objetivo de fortalecer as características das personagens principais e secundárias: mais calmas e delicadas; mal-humoradas e desajustadas; ousadas e destemidas etc. Para cada cena e cada personagem, a música intensifica o momento ou sua personalidade. 2. Caso seja possível em sua escola, grave para eles ou os auxilie a gravar apenas a melodia da música, a fim de que possam fazer mais facilmente o encaixe da letra no som. Você pode ainda ver se há alunos que tocam instrumentos e pedir a eles que executem a música para que os demais cantem a letra. Professor, você tem total liberdade para escolher o filme que escolhida pelos próprios grupos. É importante que eles, a julgar adequado à realidade dos alunos e ao contexto em princípio, fiquem atentos à música escolhida, apropriando- 1 e 2. Professor, este é um bom momento para conhecer as habilidades artísticas dos alunos. Primeiro, com a escrita de uma letra de música que deve se encaixar em uma música Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 -se da sonoridade, da melodia. Por isso, caso algum aluno tenha habilidade para tocar instrumentos musicais (ou você mesmo tenha essa habilidade), peça que toque a música e promova um momento bastante lúdico, no qual os estudantes tentam encaixar a letra escrita à melodia tocada. Isso dem rimas, invertam alguns versos, reformulem o refrão, sempre que houver necessidade. Em alguns casos eles terão, inclusive, de escrever novos versos ou mesmo retirar algum trecho que não se ajusta à melodia. auxiliará nas adaptações pelas quais essa letra ainda passará até que possa ser harmoniosamente encaixada à música escolhida. 3. Peça que façam o encaixe da letra escrita por eles na melodia escolhida. Professor, é muito provável que, neste momento, os alunos encontrem dificuldade para fazer o enlace entre letra e melodia, porque, quando escreveram a letra, ainda não tinham ideia da música para a qual ela serviria. Essas dificuldades devem ser tratadas com tranquilidade, porque o desafio da tarefa da gincana é justamente que eles aprendam a fazer os devidos ajustes para encaixar adequadamente as duas linguagens (dos versos e da música). As figuras de linguagem Você poderá aproveitar essa sequência de elaboração das letras de música para pôr os estudantes em contato com algumas figuras de linguagem. Isso nos parece pertinente dado o caráter conotativo dessas letras, criadas a partir da leitura de imagens. Os recursos fonológicos, por exemplo, como a aliteração, a assonância e a onomatopeia, poderão contribuir para a formulação dos versos, atribuindo-lhes ritmo, rimas ou mesmo ajudando na construção de estrofes melódicas. Observe as atividades propostas no Caderno do Aluno em “Estudo da língua” para possíveis intervenções. 5. As equipes iniciarão os ensaios das composições que elaboraram. Nesta etapa, o objetivo é que os estudantes interpretem suas canções, ajustando as entonações e impostando adequadamente a voz de acordo com a melodia escolhida. Todos os integrantes da equipe poderão cantar a música juntos. Se houver na equipe algum aluno com mais habilidade para o canto, eles poderão dividir-se e deixar a primeira voz para esse aluno e o refrão para todos juntos. Nos ensaios, eles testarão as várias possibilidades de canto e escolherão a que mais se ajusta às suas expectativas como cantores e ouvintes. 6. Por fim, as equipes apresentarão suas composições para toda a classe (se quiserem, poderão convidar colegas e professores de outras classes para assistir). Será interessante que os estudantes, antes disso, façam uma retrospectiva, do início até esse momento. Para tanto, eles poderão retomar a imagem (ou imagens) que escolheram, o enredo que produziram e o que consideraram para escrever a letra e escolher a melodia. 7. Em seguida, sob orientação do professor, avaliem a produção feita pelos colegas, atribuindo uma nota a fim de preencher o quadro de tarefas e pontuação. 4 a 7. Depois que os grupos definirem qual música deve ser utilizada com a letra que escreveram – e após as revisões e os ajustes necessários –, eles precisarão fazer os ensaios. 4. Assim como nos demais textos que produziram até o momento, também a letra de música necessitará de revisão, sem a qual os alunos não conseguirão completar a tarefa da gincana. Por isso, acompanhe os primeiros experimentos de cantar a letra de música e oriente-os para que troquem palavras, mu- É nesse momento que observarão atentamente quais impressões desejam causar no ouvinte: Querem uma música alegre, triste, romântica, assustadora, debochada? Essa definição determinará que tipo de entonação darão para cada parte da música. Nessa etapa, você também pode solicitar aos estudantes que gostam de cantar e que costumam fazer isso que participem como a primeira voz (a voz mais forte 95 e importante). Quando todos os grupos estiverem preparados, você pode promover uma apresentação, pedindo que cada equipe mostre o resultado do trabalho para toda a turma. Importante! de linguagem que poderiam auxiliar na escrita das letras de música. A seguir, vocês encontram a indicação de algumas delas. Procurem seus significados e anotem alguns exemplos. a) Aliteração. Repetição da mesma consoante (ou grupo de consoantes) Para esta avaliação, você deve considerar o trabalho criativo dos alunos: a letra que escreveram, a combinação da letra e do som e o diálogo entre essa produção e a imagem na qual as equipes se basearam para desenvolver as letras de música. em um enunciado, gerando uma impressão sonora que chama a atenção para o sentido que esse enunciado apresenta. b) Assonância. Repetição de vogais ou ditongos em um enunciado. Tem a mesma função da aliteração. c) Onomatopeia. Estudo da língua Grupo de sons com a função de imitar ruídos de coisas, animais ou pessoas. 1. Em grupos, consultem o livro didático ou a internet para saber mais sobre as rimas e o verso. Professor, caso seja possível acessar a internet na escola, você pode preparar uma aula no laboratório de informática, orientando os estudantes nessa pesquisa, a fim de que encontrem definições para as palavras indicadas. Essa pesquisa também pode ser feita em gramáticas da língua portuguesa ou em livros didáticos. 2. Anotem a seguir uma definição para cada uma dessas palavras. Rima: vem da palavra latina rhythmus (ritmo) e sua função é criar regularidades sonoras nos poemas por meio de palavras cujo final tem som parecido. Verso: O objetivo dessa tarefa é que os estudantes, ao final, consigam estabelecer uma relação entre a imagem e a letra produzida, mesmo que esta não seja uma reprodução literal do que conseguiram ler na imagem. Nesse caso, eles poderão constatar que as produções artísticas não estão a serviço da correspondência literal dos eventos da realidade, mas têm o objetivo de criar diferentes formas de olhar tais eventos. Para isso, o criador – nesse caso, o próprio aluno – deverá utilizar seu imaginário e os recursos que possui da língua e do gênero para inovar a partir daquilo que já existe: a imagem e a melodia. é o nome que se dá a cada uma das linhas que constituem um poema, caracterizadas por metro, acento e ritmo. A versificação ou metrificação estabelece normas para a contagem das sílabas de um verso. 3. O professor explicará as figuras de linguagem. Com base nessa explicação, as equipes devem fazer uma nova pesquisa no livro didático sobre os tipos de figura 96 A avaliação Assim como na Situação de Aprendizagem anterior, as equipes precisarão fazer uma autoavaliação do trabalho realizado e considerar as participações individuais, o empenho na execução de cada parte da tarefa, as dificuldades e as soluções encontradas. Para tanto, será apresentado um modelo de quadro já trabalhado no volume anterior. Os estudantes serão Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 questionados sobre as atividades realizadas, identificando o que fizeram: conversaram, apresentaram, escreveram, leram, escutaram, pesquisaram etc. Deverão também refletir, em grupo ou individualmente, sobre suas dificuldades, anotando as respostas no quadro. Nesse caso, eles poderão fazer uma avaliação do trabalho em equipe, mas precisarão acrescentar suas impressões individuais. Em seguida, as equipes avaliarão a produção feita pelos colegas, dando-lhe uma nota, para preencher o quadro de tarefas e pontuação. É importante que os estudantes sejam estimulados a considerar o trabalho criativo dos colegas: as letras que escreveram, a combinação da letra e do som e o diálogo entre essa produção e a imagem da qual as equipes partiram para desenvolver as letras de música. Sua avaliação também deverá levar em conta todos os aspectos do processo de elaboração da proposta: participação dos estudantes, empenho, responsabilidade e espírito colaborativo. Além disso, é preciso verificar se eles foram capazes de fazer uso de seus conhecimentos sobre narratividade na composição de versos (mesmo não estando familiarizados com esse termo, os alunos precisarão ter clareza de que é possível en- contrar elementos narrativos em gêneros que não possuem estrutura narrativa, como as letras de música). Nesse caso, o que eles precisavam observar era o fato de que tinham de contar uma história (a que compuseram a partir da leitura da imagem) em forma de versos, para ser cantada. A etapa de revisão das letras produzidas deverá ser considerada por você um momento muito especial de avaliação, pois permite que as dificuldades ou dúvidas que os alunos tenham sobre a produção escrita, a leitura ou a oralização do texto fiquem mais evidentes, direcionando suas intervenções. 1. Juntas, as equipes devem fazer uma avaliação do trabalho realizado, considerando as participações individuais, o empenho na execução de cada parte da tarefa, as dificuldades e as soluções encontradas. Professor, deve-se estimular essa avaliação das equipes, a fim de que os estudantes percebam a responsabilidade que têm quando trabalham em grupo: cada um deve fazer sua parte para que o resultado final seja fruto de um trabalho coletivo. 2. Individualmente, reflita sobre suas dificuldades, transcrevendo e completando o quadro a seguir no caderno. O que aprendi com a gincana Atividades realizadas Práticas de leitura, escrita, oralidade e escuta desenvolvidas Dificuldades encontradas O que fiz para resolver o problema Consegui resolvê-lo ou ainda preciso da ajuda do professor e/ou dos colegas de equipe? 97 Professor, é muito importante que seu aluno se familiarize com a imagem e a letra produzida, mesmo que essa letra não seja esses momentos de autoavaliação, considerando sua responsa- uma reprodução literal do que eles conseguiram ler da ima- bilidade pelo próprio processo de aprendizagem. Refletir sobre gem. Nesse caso, eles poderão constatar que as produções os caminhos percorridos e as tarefas executadas contribui para artísticas não estão a serviço da correspondência literal dos compreender as demandas do processo, retomar conteúdos já aprendidos para a resolução de problemas e identificar possíveis fatos da realidade, mas têm o objetivo de criar diferentes formas de olhar esses fatos. Para isso, os criadores (neste caso, caminhos para resolver as dificuldades encontradas. os próprios alunos) devem utilizar o imaginário e os recursos Em relação à produção da letra de música, o objetivo da tarefa é que eles, ao final, consigam estabelecer relação entre linguísticos característicos do gênero para inovar a partir da imagem e da melodia. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 9 DESVENDANDO O MISTÉRIO Esta Situação de Aprendizagem tem como objetivo o estudo de narrativas de enigma (aquelas que tratam de uma história com crimes que precisam ser investigados), as quais, embora compostas a partir da mesma estrutura dos demais gêneros narrativos, organizam-se sempre em torno de um mistério que precisa ser desvendado. O objetivo é desenvolver a capacidade de leitura dos estudantes, estabelecendo uma atividade metalinguística que propicia – mais do que identificar e seguir indícios e pistas a fim de encontrar o criminoso, o culpado – pensar sobre a própria construção desse tipo de narrativa. Nesse contexto, os estudantes serão solicitados a ler algumas narrativas de enigma para desvendar seus mistérios e o modo como seu autor organiza seus elementos (personagens, foco narrativo, tempo, espaço e os acontecimentos, principais e secundários), a fim de conduzir o leitor na investigação do crime, como um detetive que participa diretamente da história. Conteúdos e temas: leitura de situações fictícias; características das narrativas policiais ou de enigma; leitura de narrativas de enigma; análise de filme; indícios nas narrativas de enigma; inferência e intencionalidade; o culpado como personagem central das narrativas de enigma; intertextualidade e levantamento de hipótese. Competências e habilidades: reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores das narrativas policiais ou de enigma; fazer uso do pensamento lógico, da criatividade, da intuição e da capacidade de análise crítica para a resolução de problemas; demonstrar compreensão de textos orais e escritos por meio de retomada dos tópicos do texto; criar estratégias para a apresentação de um projeto; utilizar conhecimento sobre a língua (linguísticos, de gênero etc.) para elaborar um projeto; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para o bom aproveitamento do espaço escolar; formular hipóteses e verificá-las para descartar suspeitos. Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; trabalhos em duplas e em grupos; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo, centrado no fazer e na reflexão sobre o fazer. 98 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Sugestão de recursos: texto; dicionário de língua portuguesa; livro didático; filme, televisão e DVD (ou vídeo); livros de narrativas de enigma. Sugestão de avaliação: discussão coletiva em rodas de leitura; apresentação oral; elaboração de quadro organizativo; autoavaliação; escrita de roteiro para encenação; oficinas de criação; apresentação da cena. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 9 Como nas Situações de Aprendizagem anteriores, é necessário que os estudantes continuem atentos à importância das tarefas solicitadas, às ações relacionadas a tais tarefas e aos prazos de execução de cada etapa. Por isso, antes de começar o estudo das narrativas de enigma, chame a atenção deles para os novos desafios e obstáculos a serem vencidos. Equipes! Muitas coisas já aconteceram na Gincana de Produções de Narrativas e Letras de Música. Mas vocês ainda têm uma última tarefa a cumprir: desvendar o mistério das narrativas de enigma. Isso mesmo! Agora vocês serão detetives e embarcarão em algumas aventuras envolvendo mistérios, crimes, suspeitos, vítimas, pistas... Fiquem atentos para não deixar passar detalhe algum, sigam as orientações e descubram o culpado! Inicie essa nova sequência de atividades com um filme organizado a partir de um mistério ou enigma. Ele deverá ser passado para toda a classe antes da divisão das equipes. Há vários títulos interessantes que você poderá escolher, adequando à realidade de sua classe de 5a série/6o ano. Para o momento, sugerimos o filme Deu a louca na Chapeuzinho, por se tratar de uma narrativa bastante lúdica, irônica, que satiriza o conto de fadas Chapeuzinho Vermelho e suas personagens mais comuns. No entanto, esse filme faz isso de modo divertido e envolve o espectador justamente porque apresenta uma trama policial. Sinopse do filme Deu a louca na Chapeuzinho O universo doméstico de Chapeuzinho Vermelho está em crise: há o roubo de um livro de receitas, uma invasão de domicílio, perturbação da ordem, utilização de um machado sem licença. As personagens Chapeuzinho, avó, lobo e lenhador são chamadas a depor e apresentam versões completamente diferentes para cada um dos acontecimentos. A polícia ouve o depoimento de todos e, com muita dificuldade, tenta descobrir a verdade e os culpados pelos fatos. Ficha técnica Título: Deu a louca na Chapeuzinho (Hoodwinked) Gênero: Animação Duração: 80 minutos Lançamento (EUA): 2005 Direção: Cory Edwards Classificação: Livre Atividade 1: o filme 1. O professor exibirá o filme Deu a louca na Chapeuzinho. Prestem bastante atenção à história e aos acontecimentos, porque vocês vão precisar dessas 99 informações para cumprir a próxima etapa do projeto Gincana. supostos crimes. Aliás, o próprio desfecho apresenta Professor, você pode escolher outros filmes a fim coelho de ser o vilão. Afinal, espera-se que o vilão de desenvolver essa atividade. É importante, no TFKBPUSBEJDJPOBM-PCP.BVGFJPTPFQSFEBEPS uma solução bem diferente, ao responsabilizar um entanto, que faça as adequações às questões propostas no item seguinte, para promover a análise do filme assistido e a reflexão sobre ele. A escolha de Deu a louca na Chapeuzinho deve-se ao fato de ser adequado à faixa etária e de promover uma intertextualidade bastante clara com o conto de 3. Caso seja necessário, o professor fará a leitura do conto Chapeuzinho Vermelho, a fim de que vocês se lembrem de alguns detalhes e possam estabelecer a comparação solicitada. Se optar pela sugestão feita por nós, sugerimos que fadas Chapeuzinho Vermelho. promova um momento de leitura do conto Chapeu- 2. Organizem uma roda de conversa sobre o filme. Falem de suas impressões gerais: f O que vocês acharam do filme? f Já o conheciam? f Perceberam semelhanças entre o conto de fadas Chapeuzinho Vermelho e o filme? Quais? f Algum fato ou ação lhes pareceu muito diferente da história original? Expliquem. Professor, é muito importante que, nesta roda, você converse com os alunos sobre o trabalho de releitura do conto feito no filme, criando a intertextualidade: as personagens centrais são mantidas, mas aparecem de outro modo, apresentando outros comportamentos. Chapeuzinho, por exemplo, não é a mesma menina ingênua do conto e logo percebe o golpe do lobo, criando a maior confusão. Também não figura como personagem principal do filme; ao contrário, é colocada na mesma posição dos demais suspeitos. Os acontecimentos que envolvem essas personagens também são diferentes dos da história original e recebem muitas explicações diversas e confusas. Isso faz o espectador, acostumado à versão do conto, mudar de ideia o tempo todo com relação ao culpado pelos Personagens Chapeuzinho 100 Versão dos fatos zinho Vermelho apenas depois que os estudantes já tiverem assistido ao filme. Atividade 2: a narrativa Fiquem atentos! Em uma narrativa de enigma, como a do filme visto na Atividade 1, há personagens, tempo, espaço e acontecimentos diretamente relacionados a um crime – e, portanto, pressupõem suspeitos, culpados, detetives, investigação, pistas. Nesse tipo de narrativa, várias personagens envolvidas nos fatos deixam de ser simples personagens, passando à condição de suspeitos, e serão ouvidos e investigados. Ao final, há a resolução do caso e descobre-se um culpado, que será punido. Em grupo, retomem o filme assistido e explorem as pistas deixadas pelos suspeitos, ao contarem sua versão, com base nas quais o investigador de polícia desvendará o mistério. Para isso, será necessário que vocês preencham o quadro a seguir, sintetizando cada depoimento. Pistas Conclusões do investigador Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Lenhador Lobo Avó Professor, para o preenchimento do quadro, será necessário que você analise, coletivamente, partes do filme que considere importantes para construir cada uma das versões dos fatos e recuperar pistas para chegar ao suposto “criminoso”. O objetivo da atividade é justamente conduzir os estudantes a esse percurso de reconstrução dos fatos, observando no filme elementos que possam responder às demandas de uma narrativa de enigma. Oralidade exemplos selecionados por vocês? f Nessas histórias há detetives, crimes, suspeitos, culpados? f Vocês gostam desse tipo de filme? Por quê? f Vocês já leram livros que apresentavam narrativas de enigma ou mistério? Quais? Professor, é importante que os estudantes reconheçam, ao final da atividade, que as narrativas de enigma ou misté- 1. Com os estudantes, faça um levantamento de outros filmes (não necessariamente desenhos animados), ou mesmo seriados de TV a que eles tenham assistido, que apresentem uma trama policial ou mistérios que precisam ser desvendados. rio sempre apresentam acontecimentos que precisam ser investigados. Para tanto, há pelo menos um detetive (ou personagens que agem como se fossem detetives), vários suspeitos (caso contrário, não haveria necessidade de investigar o fato), um culpado, um motivo. Espera-se que eles identifiquem essas características em todos os exemplos de narrativas de enigma levados para a roda. Reflitam: f O que há de semelhante entre o filme Deu a louca na Chapeuzinho e esses Título dos filmes e dos livros citados 2. Nessa conversa, você poderá listar na lousa o nome dos filmes e livros citados, apontando ao lado suas principais características. Características principais dos filmes e dos livros citados 101 A resposta está relacionada aos filmes e aos livros escolhidos e à organização do quadro com apoio do professor. Produção escrita Algumas narrativas de enigma 1. Na sequência, escolha uma narrativa de enigma de que goste para ler à sua classe. Poderá ser, por exemplo, uma das histórias escritas por Agatha Christie ou por Arthur Conan Doyle (criador de Sherlock Holmes), como A aventura do pudim de Natal ou O cão dos Baskerville. É importante que sua leitura seja motivadora e estimulante e, assim, crie expectativas nos alunos sobre o mistério a ser desvendado. Apresente as personagens centrais; conte para eles o enredo da história e a necessidade da resolução do enigma; chame a atenção para alguns detalhes que considere importantes para o desenrolar da história; observe o título e sua relação com os acontecimentos; construa com eles o percurso do detetive para chegar ao culpado. Faça paradas estratégicas durante a leitura, questionando-os sobre o que já sabem da história, qual sua impressão sobre as personagens, a quem eles atribuem a culpa e por quê. A estratégia de apresentar a narrativa por partes é interessante para que os alunos possam compreender o que são os indícios nas narrativas de enigma, reconhecendo no trecho as pistas que sinalizam o culpado (ou que parecem sinalizá-lo). As interrupções da leitura também contribuem para que eles aprendam a inferir e levantar hipóteses sobre a continuidade da história a partir dos elementos apresentados até então. cia didática sobre a leitura do livro O cão dos Baskerville para o programa Tecendo Leituras. PNLP 2005 – Módulo Clássico 5a/6a, da SEE-SP/CENP. Para saber mais, acesse o site <http://pnld.edunet. sp.gov.br/2005/Diretoria/6_VC_O_cao_ dos_Baskerville.doc>. Acesso em: 11 nov. 2013. 2. No livro Gêneros orais e escritos na escola, de Dolz e Schneuwly, há um capítulo muito interessante sobre o estudo das narrativas de enigma, denominado “Em busca do culpado. Metalinguagem dos alunos na redação de uma narrativa de enigma”. Nele você encontra um estudo detalhado sobre as características do gênero “narrativa de enigma” e indicações para encaminhar as produções escritas desse gênero com estudantes do Ensino Fundamental. As referências completas desse livro você encontra ao final deste Caderno. 2. Peça aos estudantes que, já trabalhando em equipe, façam um levantamento dos elementos narrativos constitutivos da história lida: quem são as personagens, qual é a trama a ser desvendada, quais são os suspeitos, quem é o detetive e seu ajudante (nas narrativas de enigma clássicas, sempre há um parceiro para o detetive principal) e quem é o culpado. Eles registrarão também suas impressões sobre a história. 1 e 2. Professor, escolha as narrativas de enigma que deseja ler para os alunos. Depois da leitura, comente com os alunos que esse tipo de narrativa tem como personagens o criminoso, a vítima, os suspeitos, o detetive. Duas dicas, professor! 1. As educadoras Alfredina Nery e Maria José Nóbrega produziram uma sequên- 102 3. Escrevam um texto curto, registrando suas impressões sobre a história. Para tanto, vocês devem basear essa produção nas seguintes questões: Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 f Descobriram o culpado antes do final da narrativa? f Como vocês conseguiram isso? f Quais indícios constituíram peças fundamentais para essa descoberta? f Que provas o investigador, na história lida, utilizou para comprovar seu argumento sobre o culpado? f Como as personagens da história foram caracterizadas para que pudessem ser consideradas suspeitas? f Qual é a diferença entre as personagens apenas suspeitas e a personagem culpada? mento da narrativa lida pelo professor. 5. Procure montar uma lista ou um quadro com as principais características do gênero, para que seja usado como referência quando as equipes fizerem as próprias leituras e análises de outras narrativas de enigma. 4 e 5. Professor, se desejar, peça aos estudantes que apenas falem sobre as impressões que registraram nesse pequeno texto, sem a necessidade de que cada um deles faça uma leitura. No entanto, é importante que você recolha os textos e analise a qualidade linguística: clareza, ortografia, pontuação etc., a fim de fazer intervenções futuras sobre esses temas. Professor, para ajudá-los a responder a essas indagações, retome, sempre que necessário, a narrativa, e leia alguns Estudo da língua trechos ou toda a história novamente, mas com o objetivo de observar detalhadamente cada elemento da história. Procure montar uma lista ou um quadro com as principais características do gênero, para que seja usado como referência quando as equipes fizerem suas próprias leituras e análises de outras narrativas de enigma. Para ajudá-los a responder a essas indagações, retome, sempre que necessário, a narrativa, lendo alguns trechos ou toda a história novamente, mas com o objetivo de observar mais detalhadamente cada elemento. 4. Sob a orientação do professor, façam a leitura dos textos produzidos pelas equipes e comparem suas impressões e seu entendi- Caso você tenha escolhido a leitura de um clássico das narrativas policiais, como os das sugestões que fizemos, é importante que dê destaque para a composição do espaço onde a história se desenvolve e do tempo em que as ações transcorrem. Recupere com os alunos a importância da linguagem para a construção do mistério. Por exemplo, para caracterizar o espaço onde o crime acontece, é comum o uso de adjetivos e locuções adjetivas que imprimam um caráter mais sombrio ou mesmo assustador ao lugar. No caso do tempo, o uso de alguns advérbios também poderá indicar uma sucessão de ações acontecidas em curto espaço de tempo ou que indiquem a rapidez das ações. Sugestão de encaminhamento 1. Selecione uma narrativa de enigma curta e entregue uma cópia para cada aluno (se isso não for possível, reproduza o texto na lousa). Em seguida, chame sua atenção para as primeiras impressões da narrativa: O que acharam da história? Ficaram curiosos para saber mais? Qual ideia tiveram das personagens? Essa deve ser uma leitura em voz alta feita pelo professor. No entanto, é importante que os estudantes tenham um momento para conversar juntos sobre as impressões que tiveram da história e o que pensaram sobre ela e sejam estimulados a saber mais a respeito do autor e da própria história. 2. Peça aos alunos que, individualmente, encontrem no texto exemplos de adjetivos e advérbios, assinalando essas palavras ou expressões. Na sequência, cheque oralmente com eles o que assinalaram: Quais palavras encontraram? Esqueceram alguma expressão? Todos foram capazes de encontrar 103 essas palavras? Todas as palavras assinaladas faziam parte dos grupos selecionados por você? Assim como os alunos já tiveram oportunidade de observar a questão dos adjetivos e dos advérbios nas narrativas de enigma, agora devem verificar os conhecimentos e identificar adequadamente essas classes de palavras no texto apresentado pelo professor. 3. Solicite a eles que se dividam em grupos de trabalho e discutam a função dessas palavras no texto: a) Para que servem? b) O que revelam? c) Elas os ajudam a compreender melhor os eventos ou ações ocorridas na história? d) Elas caracterizam o lugar onde a história ocorre e as personagens que participam dela? Como? Acompanhe os grupos nesse momento, esclarecendo eventuais dúvidas e propondo questões problematizadoras. Professor, para que os estudantes respondam às questões, é necessário que você recupere com eles a importância da linguagem para a construção do mistério. Por exemplo, para caracterizar o espaço onde o crime acontece, é comum o uso de adjetivos e locuções adjetivas que imprimam ao lugar um caráter mais sombrio ou mesmo assustador. No caso do tempo, o uso de alguns advérbios também pode indicar uma sucessão de ações acontecidas em curto espaço de tempo ou que apontem a rapidez das ações. 4. Você apresentará uma nova versão da narrativa de enigma lida no Item 1 desta atividade. Peça que façam a leitura dessa versão, observando suas diferenças e os efeitos que as novas palavras criaram no texto. Depois solicite que respondam: f Qual versão parece mais adequada à narrativa de enigma? Por quê? Apresente novamente a narrativa de enigma, mas em nova versão, reformulada por você. A ideia é que você troque os adjetivos e advérbios da versão original, alterando consideravelmente o sentido do texto. Por exemplo: se de início os adjetivos imprimiam ao lugar onde o crime ocorreu um caráter sombrio e assustador, utilize adjetivos e locuções adjetivas que deem a esse local um aspecto alegre e caloroso. Essas novas palavras têm de contribuir para que o acontecimento pareça inverossímil ou fora de contexto, porque nada na descrição do espaço ou das personagens indica a presença de um crime ou de criminosos. Atividade 1 1. Prepare uma roda de apreciação do gênero “narrativa de enigma”. Nesse caso, é importante que os estudantes entrem em contato com vários livros e sejam estimulados a ler as histórias expostas na roda. Caso seja muito difícil em sua escola reunir uma quantidade considerável desse tipo de narrativa, procure garantir pelo menos cinco livros, um para cada equipe da gincana. 104 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 Peça aos estudantes que folheiem os livros, observem sua capa, a contracapa, a sinopse e as ilustrações (se houver). As equipes escolherão um dos títulos para ler. Você também poderá fazer um sorteio a fim de evitar discordâncias entre os grupos. Em seguida, apresente as novas orientações para o desenvolvimento das atividades, que serão realizadas pelas equipes a partir de então. 2. Essas orientações serão dadas novamente por meio de cartazes, indicando os passos que as equipes deverão seguir. Tal estratégia facilitará a retomada do projeto Gincana, motivando os estudantes a participar da nova etapa, uma vez que eles ainda estarão no jogo e precisarão dar conta das novas tarefas. 3. Preparem uma roda bem caprichada, semelhante àquela que vocês conheceram anteriormente, na escola fictícia da personagem Soninha. Lembram-se dela? 1 a 3. Professor, se você preferir, pode levar uma lista pronta e contar um pouco de cada uma das narrativas para os alunos. Nesse caso, é importante instigar-lhes a curiosidade para saber mais sobre cada uma das histórias contadas resumidamente. Não se esqueça, porém, de se certificar de que a biblioteca escolar tem alguns desses livros a fim de que os alunos possam lê-los na íntegra. 4. Apreciem os livros da roda, observando capa, título (e subtítulo, se houver), nome do autor, ilustrações, textos da contracapa etc. Façam a leitura de algumas partes dos livros em voz alta, compartilhando os trechos com os colegas. Conversem sobre suas impressões. Vocês gostariam de ler esses livros ou não? Por quê? Professor, aqui é interessante que você prepare algumas leituras em voz alta para estimular os alunos a ter vontade de conhecer a narrativa completa. Como nessa faixa etária eles costumam gostar particularmente de histórias de mistério, não será difícil lançar o desafio de fazê-los ler. Quanto mais histórias conhecerem, maior será sua capacidade de reconhecer a estrutura das narrativas de enigma e os caminhos para desvendar os mistérios. Por isso, sugerimos as rodas de leitura e a organização de leituras nos quadros modelo. Atividade 2 Equipes! Sigam as orientações: 1. Escolher um dos livros da roda de leitura. 2. Ler a narrativa de enigma coletivamente. Cada um dos membros da equipe deverá ser responsável pela leitura de uma parte da história. Façam mais de uma leitura a fim de analisar atentamente sua estrutura. Analisar o texto para compreender suas características: Essa parte é inicial, do “meio” do conto ou final? Para descobrir, cada leitor deve se perguntar: De que fala a parte que estou lendo? O mistério já foi indicado pelo narrador, ainda não foi mencionado ou já foi resolvido? Os suspeitos foram apenas apontados ou o culpado já foi descoberto? O investigador revelou suas pistas ou ainda as está buscando? 3. Preparar duas fichas organizativas com as seguintes informações: 105 Ficha 1 Título do livro Nome do autor Editora Número de páginas Ilustrador (se houver) Ficha 2 Características das personagens (físicas e psicológicas) Tempo Espaço Enredo Foco narrativo Motivo do crime 4. Se a história escolhida for escrita em capítulos, recuperem em cada um deles os indícios que ajudam o leitor a desvendar o mistério e encontrar os culpados. f f f f f O que o(s) detetive(s) faz(em) em cada etapa da história para encontrar o culpado? Que pistas ele(s) segue(m)? Que pistas foram consideradas verdadeiras? Quais eram falsas? Que outras perguntas vocês poderiam fazer para ajudar o(s) detetive(s) a encontrar o culpado? 5. Anotem esses indícios em uma terceira ficha organizativa: Ficha 3 Acontecimentos Indícios/pistas Ações do detetive Que outras perguntas vocês poderiam fazer para ajudar o detetive a encontrar o culpado? 1 a 5. As orientações para o desenvolvimento dessa sequência já foram detalhadas no Caderno do Aluno. No entanto, é muito importante que você acompanhe cada etapa a fim de orientar os estudantes, esclarecendo possíveis dúvidas. Caso você não tenha acesso a muitos livros, pode optar por fazer o mesmo trabalho com um único título acessível a todos os alunos, lendo com eles a história e auxiliando-os no preenchimento dos quadros. 6. Escrevam um resumo da história, que deverá conter o enredo e os acontecimentos principais, sem, contudo, revelar a identidade do culpado. Acrescentem no final um comentário sobre as impressões gerais da equipe: Gostaram ou não da história? Acharam fácil desvendar o mistério? Se vocês fos- 106 Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 sem o autor dessa história, escolheriam a mesma personagem como culpado? Que outra personagem, na opinião de vocês, também poderia ser o culpado? Por quê? 7. Entreguem uma cópia das fichas e do texto final, produzido no Item 6, para o professor, a fim de que ele possa avaliar o trabalho de vocês. 6 e 7. Professor, essas atividades mesclam três aspectos: a) se os alunos são capazes de sintetizar o enredo; b) se não revelam a identidade do culpado; c) a opinião destes sobre o processo. Em suas intervenções, leve em conta esses três itens e outros que julgar pertinentes. Alguns títulos sugeridos para a roda de leitura 1. Coisas de menino, de Eliane Ganem Um prédio de classe média é constantemente assaltado pelo mesmo ladrão. Um grupo de moradores adolescentes, loucos para viver muitas aventuras, resolve atuar como uma equipe de detetives para descobrir o ladrão. Clarice, uma das protagonistas e irmã de um dos meninos do grupo, quer participar da investigação, mas descobre que eles não aceitam meninas. Mais sagaz e sensível que os meninos, porém, é ela quem consegue fazer a ponte entre os dois universos presentes na história: o do bairro onde se localiza o prédio e o da favela, para onde ela se dirige em busca de respostas para a sequência de assaltos. 2. Faca afiada, de Bartolomeu Campos Queirós Um garoto ouve uma conversa particular entre seus pais e acha que eles estão planejando a morte de alguém, como se fossem assassinos. Ele pensa que os pais querem se livrar da avó, idosa e viúva, que mora com eles, porque ela dá muitas despesas e trabalho para a família. A partir daí o garoto vivencia sentimentos contraditórios e passa todo o tempo imaginando as circunstâncias e consequências do pretenso assassinato, tentando buscar um meio de evitá-lo. O final surpreende e revela como o imaginário fértil e as inferências podem levar a criança e o adolescente por um caminho nebuloso e angustiante. 3. Gincana da morte, de Marcos Rey Tim é um rapaz corajoso que escuta, sem querer, uma conversa sinistra entre dois homens: eles planejam matar uma velhinha por causa de uma herança. Assustado, mas cheio de boas intenções, Tim resolve percorrer toda a cidade para salvá-la. O problema é que ele não tem a menor ideia de onde ela esteja. 4. O gênio do crime, de João Carlos Marinho Um esquema de falsificação de figurinhas premiadas desencadeia a ação de um grupo de garotos, que tenta descobrir o responsável. No entanto, eles acabam encontrando, no meio da investigação, um perigoso bandido. 5. Berenice detetive, de João Carlos Marinho Uma escritora é assassinada quando come uma maçã envenenada, presente de um aluno que fora assistir a uma palestra sua. Fácil de resolver, se não fosse o fato de, nesse mesmo dia, a autora ter ganhado muitas maçãs, de muitos alunos. Qual deles teria entregado a maçã com veneno? Para saber, o leitor precisa conhecer a vida da escritora e de todos os alunos que estavam presentes na palestra. 6. Aventura alucinante, de Glauco Damas Um grupo de adolescentes que mora na cidade de São Paulo tem o privilégio de conviver com dois grandes detetives da literatura, Hercule Poirot e Sherlock Holmes, ao serem transportados para a Londres do século XIX. Entre tentativas de sobreviver ao estranho universo no qual foram parar, eles vivem muitas aventuras e acabam descobrindo quem foi, de fato, o famoso serial killer Jack, o Estripador. 107 1. Cada equipe deve escrever um resumo da história lida na Atividade 2 da seção “Leitura e análise de texto”. Esse resumo deve conter o enredo e os acontecimentos principais sem, no entanto, revelar a identidade do culpado. Acrescentem no final um comentário sobre as impressões gerais da equipe: f Gostaram ou não da história? Por quê? f Acharam fácil desvendar o mistério? Por quê? f Se vocês fossem os autores dessas histórias, escolheriam a mesma personagem como culpada? Por quê? f Qual outra personagem, na opinião de vocês, também poderia ser a culpada? Por quê? Professor, a produção do resumo deve ser pautada nas questões apresentadas aos alunos e, portanto, nas respostas pessoais. No entanto, é importante que sejam consideradas as características das narrativas de enigma para criar expectativas no leitor do resumo: sem a revelação do culpado, restam Oralidade Preparando uma pequena encenação da narrativa de enigma A última etapa desta Situação de Aprendizagem é a apresentação da história. Como cada equipe ficou responsável por uma narrativa de enigma diferente, é importante que compartilhem com toda a classe a leitura e a análise que fizeram dos textos. Para tanto, as equipes terão de: 1. Escolher a parte da história de que mais gostaram ou que considerem mais importante para o desenrolar do mistério. Poderá ser também uma parte composta por diálogos entre as personagens. 2. Produzir um pequeno roteiro dessa parte com um esquema da encenação: O que acontece nesse ponto da história? Que personagens participarão da cena? O que elas vão falar? O que vão fazer? as dúvidas e as hipóteses. 2. Entreguem uma cópia das fichas e do resumo para o professor, a fim de que ele possa avaliar o trabalho de vocês. Professor, apresente aos alunos os critérios que utilizará para avaliar os textos: o que você pretende considerar, o que não pode faltar nessa produção etc. É muito importante que sua avaliação não seja um “mistério” para seus alunos. Atenção! Se não for possível fazer essa atividade juntos, organizem-na de outro modo: 1. Em casa, cada um de vocês faz a tarefa. 2. Na aula seguinte, vocês se reúnem, leem o que fizeram e organizam um texto único que represente a opinião da equipe sobre a história lida na roda de apreciação. 108 3. Os estudantes deverão se caracterizar de acordo com as personagens que participam da cena. Para isso, observarão as fichas organizativas, considerando as características das personagens lá registradas. Oriente-os a escolher algumas peças de roupa e acessórios que os aproximem das personagens (por exemplo: óculos, guarda-chuva, boné, sapato de determinado modelo etc.). 4. Ensaiar a cena algumas vezes para decorar as falas e as expressões faciais e corporais das personagens. 5. Apresentar a cena para toda a classe e convidados (colegas de outras salas, professores, pais). 6. Abrir espaço para perguntas, discussões sobre a cena e curiosidades sobre a história lida. Nessa etapa, as equipes precisarão contextualizar a cena e informar os colegas Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 sobre os detalhes da história, seu enredo, as personagens, o crime cometido, os suspeitos e os culpados. sam ser valorizados pelo trabalho executado, sem que haja 1 a 6. As orientações de como a atividade deve ser realizada 1. Cada equipe deve fazer uma autoavaliação do trabalho realizado, considerando a participação individual e do grupo, o empenho na execução de cada parte da tarefa, as dificuldades e as soluções encontradas. encontram-se no próprio Caderno do Aluno. No entanto, você deve acompanhar cada uma dessas etapas a fim de garantir que os estudantes consigam fazer a encenação e, em seguida, promova uma discussão produtiva sobre o desenvolvimento dessa atividade. Atenção! Nesta etapa, vocês devem informar os colegas sobre os detalhes da história, seu enredo, as personagens, o crime cometido, os suspeitos e os culpados para que eles entendam a cena apresentada por vocês. Atividade complementar em grupo Juntos, vocês devem preparar os prêmios para contemplar o trabalho realizado pelas equipes do projeto Gincana e, assim, reconhecer seus esforços. A seguir, fazemos algumas sugestões, mas é muito importante que vocês também pensem em outras formas de premiação que envolvam muita criatividade e materiais que podem ser encontrados na própria escola ou em casa e sejam confeccionados por vocês. apenas um vencedor. 2. Em uma roda de conversa, as equipes apresentam essa autoavaliação, comparando as reflexões.Todos os aspectos da elaboração da proposta foram considerados, como a participação de cada um de vocês, o empenho, a responsabilidade e o espírito colaborativo? As equipes foram capazes de fazer uso do conhecimento sobre narrativas para realizar a leitura dos variados textos, nas diferentes linguagens (escrita, oral, de imagens) e nos suportes (filme, livros) apresentados nas Situações de Aprendizagem? 3. Em seguida, vocês devem avaliar a encenação feita pelas equipes, na última Situação de Aprendizagem, a fim de preencher o quadro de tarefas. É importante que considerem o trabalho criativo dos colegas: a cena que apresentaram não tinha a função de expor todo o enredo da narrativa, mas apenas ilustrar um de seus momentos importantes. f Medalhas feitas com sementes de árvores, que posteriormente poderão ser plantadas na própria escola, nas praças próximas, em casa; f um cartaz com o nome de todos os participantes das cinco equipes pode ser afixado em uma das paredes da escola, a fim de que toda a comunidade escolar prestigie o feito; f vocês também podem criar, com a ajuda do professor, um blog e postar nele comentários sobre todas as atividades produzidas pelas equipes, para que os leitores virtuais conheçam o trabalho. 4. Com a ajuda do professor, que também fará uma avaliação final do projeto, pontuem a última tarefa desta Situação de Aprendizagem (com as narrativas de enigma) e façam uma média de todas as avaliações realizadas, preenchendo a última coluna do quadro de tarefas e avaliação, elaborado na Situação de Aprendizagem 1. Professor, é importante que os alunos compreendam o sim- (uma das personagens mais importantes, a partir da qual todas as bolismo da premiação da gincana. A ideia é que todos pos- outras se movem e pistas e indícios são construídos); se aprende- 1 a 4. Professor, observe nesta avaliação os seguintes aspectos: se os estudantes, ao final, conseguem reconhecer os elementos estruturantes das narrativas de enigma, identificando seu enredo, o mistério a ser desvendado, os suspeitos, o detetive, o culpado 109 ram a identificar e relacionar indícios que recuperam os passos do criminoso; se fizeram inferências e levantaram hipóteses para as motivações do crime. A avaliação O objetivo dessa tarefa é que os estudantes, ao final, consigam reconhecer os elementos estruturantes das narrativas de enigma, identificando seu enredo, o mistério a ser desvendado, os suspeitos, o detetive, o culpado (uma das personagens mais importantes, a partir da qual todas as outras se movem, bem como pistas e indícios são construídos); aprendendo a identificar e relacionar indícios que recuperem os passos do criminoso; fazendo inferências e levantando hipóteses para as motivações do crime. As equipes também deverão fazer uma autoavaliação em relação ao trabalho realizado, considerando a participação individual, o empenho na execução de cada parte da tarefa, as dificuldades e as soluções encontradas. Os estudantes serão questionados sobre as atividades realizadas, identificando o que fizeram: conversaram, apresentaram, escreveram, leram, escutaram, pesquisaram etc. Essa autoavaliação poderá ser realizada oralmente, em uma roda de conversa. Em seguida, as equipes avaliarão a encenação feita pelos colegas, pontuando-a, para preencherem o quadro de tarefas. É importante que os estudantes sejam estimulados a considerar o trabalho criativo dos colegas: a cena que apresentaram não tinha a função de dar conta de toda a trama narrativa, mas apenas ilustrar um dos momentos importantes dessa trama. Sua avaliação também deverá levar em conta todos os aspectos do processo de elaboração da proposta: participação dos estudantes, empenho, responsabilidade e espírito 110 colaborativo. Além disso, é preciso verificar se eles foram capazes de fazer uso de seus conhecimentos sobre a tipologia narrativa para realizar a leitura dos variados textos, nas diferentes linguagens e nos suportes (filme, livro) apresentados nesta Situação de Aprendizagem. Você poderá fazer essa avaliação a partir das fichas elaboradas pelas equipes, do resumo e do comentário final, além da própria encenação. Pontue a tarefa e faça uma média de todas as avaliações realizadas, preenchendo a última coluna do quadro de tarefas e avaliação, elaborado na Situação de Aprendizagem 1. Uma palavrinha sobre os prêmios A proposta do projeto Gincana não é fazer uma competição entre os alunos a fim de saber quem é o melhor para a resolução dos problemas propostos. Ao contrário, é inseri-los em um contexto lúdico e motivador das práticas de leitura, escrita, oralidade e escuta. Por isso não demos muita importância para a premiação nem para esse momento. Nossa sugestão é que você prepare prêmios simbólicos para contemplar as equipes e legitimar seus esforços; se for viável, procure presentear as equipes com livros de histórias (contos, narrativas de enigma etc.). Expectativas de aprendizagem e grade de avaliação f Seus alunos compreenderam as funções dos gêneros estudados, bem como sua organização no contexto do projeto Gincana? f O que ainda é preciso fazer para que ampliem o repertório sobre os temas discutidos neste volume, considerando o projeto Gincana? Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 f Ao final do volume, os estudantes precisam ter expandido seu repertório sobre projetos coletivos desenvolvidos anteriormente, além de consolidado e ampliado conhecimentos linguísticos e habilidades de leitura e escrita. Para verificar se as expectativas de aprendizagem específicas desse período foram atingidas, considere as indicações do início deste Caderno. Sobre a avaliação da aprendizagem dos alunos a longo prazo Duas estratégias deverão ser levadas em conta nesse processo avaliativo: a repetição de conteúdos com grau de dificuldade crescente, o que permite retomar e aprofundar conhecimentos, competências e habilidades; a escolha de critérios claros e conhecidos pelo aluno no processo de avaliação. Diante disso, ao final deste Caderno e, portanto, do ano letivo, é desejável que seus alunos sejam capazes de: f ressignificar aprendizagens de volumes anteriores, aplicando-as em novas Situações de Aprendizagem; f posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para sua formação como leitor, escritor e ator em dada realidade; f refletir sobre os critérios de elaboração de regras, ampliando-os ou modificando-os a partir de discussões coletivas; f antecipar informações e interpretar obras literárias a partir do conhecimento sobre variados autores; f confrontar diferentes impressões e interpre- f f f f f f f f f f f f tações acerca das características de escrita de variados autores de literatura juvenil; utilizar como critério para a leitura de determinada obra literária o conhecimento que se tem sobre seu autor; reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores dos gêneros estudados ao longo do ano; interpretar o texto de forma a compreender o raciocínio autoral, reconhecendo os indícios de intencionalidade do autor; desenvolver o processo de produção textual como um conjunto de ações interligadas; utilizar conhecimentos sobre a língua para elaborar textos de tipos e gêneros estudados ao longo do ano; compreender os comandos apresentados nos enunciados, seguindo orientações; analisar textos não verbais que apresentam traços de narratividade; produzir textos escritos de acordo com a situação comunicativa e o contexto no qual se inserem; fazer uso do pensamento lógico, da criatividade, da intuição e da capacidade de análise crítica para a resolução de problemas; demonstrar compreensão de textos orais e escritos por meio da retomada dos tópicos do texto; posicionar-se como protagonista de ações que contribuem para o bom aproveitamento do espaço escolar; elaborar projetos coletivos de leitura e escrita, desenvolvendo estratégias para pô-los em prática. PROPOSTA DE QUESTÕES PARA APLICAÇÃO EM AVALIAÇÃO Consideramos que as avaliações realizadas ao final de cada Situação de Aprendizagem são suficientes para que você possa observar o desenvolvimento de seus alunos, bem como as dificuldades encontradas por eles na realização de cada tarefa proposta. Uma avaliação final só faz sentido se permitir que os estudan- tes, individualmente, façam uso de alguns dos conteúdos trabalhados para ler e produzir novos textos. Desse modo, sugerimos um tipo de avaliação diferente. Em vez do modelo de questões de múltipla escolha utilizado nos 111 volumes anteriores, você poderá criar Situações de Aprendizagem a partir das quais e sobre as quais os estudantes possam escrever, como: 1. Apresente um enredo de narrativa de enigma e peça aos alunos que escrevam, individualmente, uma história. Um exemplo: 2. Apresente um novo conjunto de imagens, retiradas de jornal ou revista, pedindo aos estudantes que as leiam. Em seguida, eles deverão escrever um pequeno texto, explicando o que perceberam na imagem: f o tema; f o enfoque em alguém ou em algum objeto; f se a imagem conta alguma história etc. É muito importante orientar os alunos para que foquem nos Leia o trecho a seguir: Rafaela ia para um encontro com sua melhor amiga quando presenciou uma cena terrível. Assustada, ela saiu correndo. Mas era tarde demais. Alguém a tinha visto e não a deixaria escapar. Pelas ruas de seu bairro, tudo o que as outras pessoas viam era uma menina correndo em volta de uma praça. Atrás dela estava ele... Escreva a continuação desta história, desvendando o mistério que envolve o que Rafaela viu, a personagem que está atrás dela, os motivos que levaram essa personagem misteriosa a se envolver na tal “cena terrível” e o desfecho para o caso. dois aspectos indicados. Assim, a escrita fica mais dirigida. 3. Solicite aos estudantes que façam a leitura de uma nova letra de música com narratividade. Em seguida, eles deverão responder às seguintes questões: Professor, nesse encaminhamento, ressalte a preparação de f Que história essa letra de música conta? f Quais personagens participam dessa história? f Onde se passa a história (caso essa informação esteja clara no texto)? Retire do texto palavras ou frases que indiquem o lugar. f Existem marcadores temporais nessa letra de música? Quais? f Quem é o narrador da história? Que palavras no texto indicam esse narrador? texto em etapas, para que haja maior contraste do efeito de- Escolha uma letra mais narrativa, já que as questões propostas sejado (construção de enigma). destacam aspectos de narratividade. PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO 112 Para as atividades de recuperação, utilize as atividades propostas na avaliação como instrumento de sondagem. Uma vez que sua execução é individual, é possível perceber as dificuldades que alguns de seus alunos apresentam para a composição das tarefas. A partir daí, faça suas intervenções, utilizando novas estratégias para retomar os conteúdos que ainda precisam ser trabalhados. Por exemplo: vamente a prova, resolvendo coletivamente cada questão. Para isso, dialogue com eles, questionando-os sobre os possíveis encaminhamentos; apresente duas soluções, a fim de que eles reflitam sobre qual é mais coerente com a proposta da atividade; apresente também uma resposta completamente desarticulada da questão, para que eles identifiquem essa desarticulação e reflitam sobre ela etc. 1. Faça uma leitura coletiva das atividades propostas na avaliação final, explicando o que se espera dos estudantes em cada uma delas. Você poderá, nesse momento, fazer no- 2. Em seguida, faça uma roda de conversa, pedindo aos estudantes que falem sobre as dificuldades que encontraram no momento da avaliação: Eles conseguiram fazer uso dos con- Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 teúdos trabalhados no volume para resolver as questões da prova? Do que eles conseguiram se lembrar e o que tiveram mais dificuldade para desenvolver? Comparando a resolução coletiva da prova com o que fizeram individualmente: Quais atividades eles consideram ainda difíceis; precisam da ajuda do professor? 3. Se as dificuldades estiverem relacionadas com a percepção dos indícios e a elaboração de hipóteses e inferências, proponha duas novas atividades coletivas: f faça a leitura de um novo conto, que possa ser colocado em transparência para que os estudantes o acompanhem. Retire dele o desfecho, solicitando que levantem suposições sobre o que vai acontecer no final. Suas hipóteses precisarão ser pautadas justamente pelos indícios que o próprio texto revela ao leitor. Faça o percurso do texto novamente, recuperando as pistas que conduzem o leitor a um final minimamente coerente com toda a história; f apresente o enredo de uma narrativa de enigmas inventado por você ou retirado de algum livro que os estudantes não tenham lido neste volume. Em seguida, proponha uma escrita coletiva da história, tendo você como redator e interlocutor. Para a elaboração dessa atividade, questione-os sobre os componentes tradicionais desse gênero textual: personagens (suspeitos, detetive, culpado), foco narrativo (quem vai contar a história: o próprio detetive, um dos suspeitos, o culpado?), tempo, espaço, motivo do crime. 1 a 3. Professor, os enunciados dessas atividades procuram auxiliar no modo como eles devem ser conduzidos, com o objetivo de resgatar possíveis aspectos de aprendizagem que necessitam de outras intervenções. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Filme Você poderá selecionar trechos de filmes que ajudem a compreender o conjunto cena + música. Sugestão: se casar quando conhece Leléu e apaixona-se por ele. O pai de Lisbela, o delegado da cidade, é contra esse romance e faz de tudo para impedi-lo. Livro didático Lisbela e o prisioneiro Direção: Guel Arraes. Brasil, 2003, comédia, 110 min. Livre. A trilha sonora de Lisbela e o prisioneiro foi organizada pelo diretor de teatro João Falcão e pelo músico André Moraes, que escolheram como tema das personagens principais a música Você não me ensinou a te esquecer. Para compreender por que essa música combina com as personagens Lisbela e Leléu (o prisioneiro), é preciso conhecer sua história, suas aventuras, seus encontros e desencontros. No filme, eles vivem uma história de amor atribulada, confusa, porque Lisbela está para É importante também valorizar o livro didático. Neste Caderno em especial, o livro poderá ajudá-los a retomar alguns conteúdos gramaticais (como marcadores temporais e espaciais, uso de adjetivos e advérbios, pontuação, tipos de discurso direto e indireto). Livros para rodas de leituras literárias ÂNGELO, Ivan. O ladrão de sonhos e outras histórias. São Paulo: Ática, 1994. 113 BANDEIRA, Pedro. Malasaventuras: safadezas do Malasarte. São Paulo: Moderna, 1995. CARVALHO, José Cândido. “Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon”. In: Os mágicos municipais. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980. DAMAS, Glauco. Aventura alucinante. São Paulo: Saraiva, 2003. GANEM, Eliane. Coisas de menino. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. LESSA, Orígenes. Melhores contos de Orígenes Lessa. São Paulo: Global, 2003. _______. O edifício fantasma. São Paulo: Global, 2005. LISPECTOR, Clarice. A vida íntima de Laura. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. MARINHO, João Carlos. Berenice detetive. São Paulo: Global, 1996. _______. O gênio do crime. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000. POE, Edgard. O escaravelho de ouro e outras histórias. São Paulo: Ática, 1989. QUEIRÓS, Bartolomeu Campos. Faca afiada. São Paulo: Moderna, 1997. REY, Marcos. Gincana da morte. São Paulo: Ática, 1999. SAVARY, Flávia. Meninos, eu vi! São Paulo: Salesiana, 2006. Leituras que subsidiam a prática do professor BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Agentes de leitura trocam experiências. Dis- 114 ponível em: <http://www.mda.gov.br/portal/ index/show/index/cod/134/codInterno/14504>. Acesso em: 11 nov. 2013. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. CAMPS, Anna e colaboradores. Propostas didáticas para aprender a escrever. Porto Alegre: Artmed, 2006. COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: Artmed, 2002. DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1997. MORICONI, Ítalo (Org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. PONTES, Gicéria Lira Araújo de. Rodas de leitura na Biblioteca Central Blanche Knopf: uma experiência com estudantes de Ensino Fundamental. Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco e coordenadora do projeto Hora do Conto na Biblioteca Central Blanche Knopf. Disponível em: <http://gebe.eci. ufmg.br/downloads/307.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2013. ROCHA, Gladys; VAL, Maria da Graça Costa (Orgs.). Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujeito-autor. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. SANTOS, Joaquim Ferreira (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 SECRETARIA de Educação Básica do Ministério da Educação. Revista Leituras, no 1. Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental/Cogeam – Projeto 914BRA1113 – Unesco, nov. 2006. SOUZA, Lígia; DUPAS, Maria Angélica. Ler é prazer: os projetos de incentivo à leitura da Biblioteca Comunitária da UFSCar. Disponível em: <snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/ poster019.doc>. Acesso em: 21 maio 2013. Estante Virtual Disponível em: <http://www.estantevirtual. com.br>. 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Acesso em: 11 nov. 2013. 115 QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL – Volume 1 ANOS FINAIS 116 5a série/6o ano 6a série/7o ano 7a série/8o ano 8a série/9o ano Conteúdos gerais Traços característicos de textos narrativos Enredo, personagem, foco narrativo, tempo, espaço Estudos de gêneros textuais Gêneros textuais narrativos e suas situações de comunicação Gênero textual crônica narrativa Gênero textual letra de música Conteúdos gerais Traços característicos da tipologia relatar nos gêneros “relato oral” e “relato autobiográfico” Estudos de gêneros narrativos Estudos de gêneros do agrupamento tipológico relatar Narrar e relatar: semelhanças e diferenças Traços característicos de textos jornalísticos Gênero textual notícia Gênero “relato de experiência” Conteúdos gerais Traços característicos de textos prescritivos e injuntivos Gênero textual anúncio publicitário Estudos de gêneros prescritivos e injuntivos Textos prescritivos e situações de comunicação Gênero textual regra de jogos Conteúdos gerais Traços característicos de textos argumentativos Traços característicos de textos expositivos Estudos de gêneros da tipologia argumentativa Estudos de gêneros da tipologia expositiva Argumentar e expor: semelhanças e diferenças Gênero textual artigo de opinião Gênero textual carta do leitor Estudos linguísticos r/PÉÈPEFUFNQPWFSCBM Modo Subjuntivo na narrativa, subjuntivo e os verbos regulares, articuladores temporais e espaciais r4VCTUBOUJWPBEKFUJWP pronomes pessoais, formas de tratamento, verbo, advérbio r4JOÔOJNPTFBOUÔOJNPT r6TPEPTiQPSRVËTu r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT verbos modalizadores, locução verbal r$PNQSFFOTÈPEPTFOUJEP das palavras (em contexto de dicionário, em contexto de uso, na noção do radical das palavras etc.) r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT Leitura, escrita e oralidade Leitura, produção e escuta de textos narrativos em diferentes situações de comunicação r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT literários e não literários r'SVJÉÈP r4JUVBDJPOBMJEBEF r$PFSËODJB r$PFTÈP r"JNQPSUÄODJBEPFOVODJBEP r1SPEVÉÈPEFTÎOUFTF r1SPEVÉÈPEFJMVTUSBÉÈP Leitura, produção e escuta de crônica narrativa, letra de música e outros gêneros em diferentes situações de comunicação r'PSNVMBÉÈPEFIJQÓUFTFT r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPF revisão da escrita r1BSBHSBGBÉÈP Roda de leitura oral Roda de conversa Estudos linguísticos r$POFDUJWPTQSFQPTJÉÈP conjunção r'SBTFPSBÉÈPQFSÎPEP r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r-PDVÉÈPWFSCBM r'PSNBTOPNJOBJT r"EWÊSCJPFMPDVÉÈPBEWFSCJBM r1POUVBÉÈP r*OUFSKFJÉÈP r0SBMJEBEF¤FTDSJUBSFHJTUSPT diferentes r-JOHVBHFOTDPOPUBUJWBF denotativa r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r"DFOUVBÉÈP r"SUJHP r/VNFSBM r"EKFUJWP r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r1SPOPNFTQFTTPBJT possessivos, de tratamento r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT Leitura, escrita e oralidade Leitura, produção e escuta de textos organizados nas tipologias narrar e relatar em diferentes situações de comunicação r*OGFSËODJB r'PSNVMBÉÈPEFIJQÓUFTF r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT literários e não literários r-FJUVSBFNWP[BMUB r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPEB escrita r1BSBHSBGBÉÈP Leitura, produção e escuta de notícia, relato de experiência e outros gêneros em diferentes situações de comunicação r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT literários e não literários r*OUFSUFYUVBMJEBEF r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPEB escrita r*NQPSUÄODJBEPFOVODJBEP r$PFTÈP r$PFSËODJB r-FJUVSBPSBMSJUNP entonação, respiração, qualidade da voz, elocução e pausa Roda de leitura oral Roda de conversa Estudos linguísticos r$PODFJUPEFWFSCP r.PEP*NQFSBUJWPOBT variedades padrão e coloquial r$PNPFQPSRVFVTBSB gramática normativa r*NQFSBUJWPOFHBUJWP r1FTRVJTBOPEJDJPOÃSJP r.PEP*OEJDBUJWPWFSCPT regulares) ri5VuiWÓTuFWBSJFEBEFT linguísticas r*SSFHVMBSJEBEFTEPJOEJDBUJWP r%JTDVSTPDJUBEP r'SBTFFPSBÉÈP r1FSÎPEPTJNQMFT r7FSCPUFSNPFTTFODJBMEB oração) r4VKFJUPFQSFEJDBEP r7P[FTWFSCBJT r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT Leitura, escrita e oralidade Leitura, produção e escuta de textos prescritivos e injuntivos em diferentes situações de comunicação r'SVJÉÈP r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT literários e não literários r*OUFSUFYUVBMJEBEF r$PFSËODJB r$PFTÈP r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP da escrita r1BSBHSBGBÉÈP Leitura oral: ritmo, entonação, respiração, qualidade de voz, elocução e pausa Leitura dramática Roda de conversa Leitura, produção e escuta de anúncios publicitários, regras de jogos e outros gêneros em diferentes situações de comunicação r*OGFSËODJB r*OUFODJPOBMJEBEF r*OGPSNBUJWJEBEF Roda de conversa Estudos linguísticos r.BSDBTEËJUJDBTQSPOPNFT pessoais) r1POUVBÉÈP r&MFNFOUPTDPFTJWPTQSFQPTJÉÈP e conectivos) r$PODPSEÄODJBTOPNJOBMF verbal r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r1SPOPNFSFMBUJWP r"EFRVBÉÈPWPDBCVMBS r1FSÎPEPTJNQMFT r$SBTF r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r$PMPDBÉÈPQSPOPNJOBM r3FHËODJBTWFSCBMFOPNJOBM r'VOÉ×FTEBMJOHVBHFN r1FSÎPEPDPNQPTUPQPS coordenação r"SUJDVMBEPSFTTJOUÃUJDPT argumentativos r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT Leitura, escrita e oralidade Leitura, produção e escuta de textos argumentativos e expositivos em diferentes situações de comunicação Interpretação de textos literários e não literários r-FJUVSBFNWP[BMUB r*OGFSËODJB r$PFSËODJB r1BSBHSBGBÉÈP r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP da escrita r&MBCPSBÉÈPEFàDIBT Leitura, produção e escuta de artigo de opinião, carta do leitor e outros gêneros em diferentes situações de comunicação r'PSNVMBÉÈPEFIJQÓUFTF r*OGPSNBUJWJEBEF r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP da escrita Apresentação oral Roda de conversa Língua Portuguesa – 5a série/6o ano – Volume 2 5a série/6o ano 6a série/7o ano 7a série/8o ano Conteúdos gerais Discurso artístico: diferentes formas de representação Estudo de tipologia e gêneros narrativos articulados por projetos Construção de projeto artístico Conteúdos gerais Discurso da esfera do jornalismo: diferentes formas de representação Estudo de tipologia e gêneros do agrupamento tipológico relatar articulados por projetos Construção de projeto jornalístico Conteúdos gerais Discurso da esfera da publicidade: diferentes formas de representação Estudo de tipologia e gêneros prescritivos articulados por projetos Construção de projeto publicitário Estudos linguísticos r7FSCPËOGBTFOPTWFSCPTEP dizer) r'VOÉ×FTEBMJOHVBHFN r1POUVBÉÈP r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r$POFDUJWPT r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r$PODPSEÄODJBTOPNJOBMFWFSCBM r4VKFJUPFQSFEJDBEP r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r1SFQPTJÉÈP r6TPEPTiQPSRVËTu r'PSNBFHSBàBEFBMHVNBT palavras e expressões r.BSDBEPSFTEFUFNQPFMVHBS r&MFNFOUPTDPFTJWPT r1SPOPNFQFTTPBMQPTTFTTJWP r7FSCPTEPEJ[FS r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT Estudos linguísticos r$PNQMFNFOUPTEBPSBÉÈP (objetos direto e indireto, agente da passiva, complemento nominal) r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r%JTDVSTPDJUBEP r'VOÉ×FTBDFTTÓSJBTBEKVOUP adnominal, aposto, adjunto adverbial, vocativo r1POUVBÉÈP r$PODPSEÄODJBTWFSCBMF nominal r3FHËODJBTWFSCBMFOPNJOBM r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT Volume 2 Estudos linguísticos r4VCTUBOUJWPBEKFUJWPBSUJHP numeral r1POUVBÉÈP r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r"DFOUVBÉÈP r1SPOPNFT r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r"EKFUJWPTFMPDVÉ×FT adjetivas r"EWÊSCJPFMPDVÉ×FT adverbiais r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT Leitura, escrita e oralidade Leitura, escrita e escuta intertextual e interdiscursiva de tipologias e gêneros narrativos articulados por projeto artístico r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT literários e não literários r*OGFSËODJB r'SVJÉÈP r4JUVBDJPOBMJEBEF r-FJUVSBESBNÃUJDB r-FJUVSBFNWP[BMUB r$PFSËODJB r$PFTÈP r*OGPSNBUJWJEBEF r-FJUVSBPSBMSJUNP entonação, respiração, qualidade da voz, elocução e pausa r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPF revisão da escrita r1BSBHSBGBÉÈP Leitura, escrita e oralidade Leitura, escrita e escuta intertextual e interdiscursiva de gêneros do agrupamento tipológico relatar articulados por projeto jornalístico r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPTMJUFSÃSJPT e não literários r*OGFSËODJB r'SVJÉÈP r4JUVBDJPOBMJEBEF r-FJUVSBESBNÃUJDB r-FJUVSBFNWP[BMUB r$PFSËODJB r$PFTÈP r*OGPSNBUJWJEBEF r-FJUVSBPSBMSJUNPFOUPOBÉÈP respiração, qualidade da voz, elocução e pausa r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP da escrita r1BSBHSBGBÉÈP Leitura, escrita e oralidade Leitura, escrita e escuta intertextual e interdiscursiva de gêneros prescritivos articulados por projeto publicitário r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT literários e não literários r*OGFSËODJB r'SVJÉÈP r4JUVBDJPOBMJEBEF r-FJUVSBESBNÃUJDB r-FJUVSBFNWP[BMUB r$PFSËODJB r$PFTÈP r*OGPSNBUJWJEBEF r-FJUVSBPSBMSJUNP entonação, respiração, qualidade da voz, elocução e pausa r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPF revisão da escrita r1BSBHSBGBÉÈP 8a série/9o ano Conteúdos gerais Discurso político: diferentes formas de representação Estudo de tipologia e gêneros argumentativos articulados por projetos Construção de projeto político Estudos linguísticos r3FHËODJBTWFSCBMFOPNJOBM r1FSÎPEPDPNQPTUPQPS subordinação r$POKVOÉÈP r1SFQPTJÉÈP r"OBGÓSJDPT r1POUVBÉÈP r1FSÎPEPDPNQPTUP r$SBTF r$PODPSEÄODJBTWFSCBMFOPNJOBM r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT Leitura, escrita e oralidade Leitura, escrita e escuta intertextual e interdiscursiva de gêneros argumentativos e expositivos articulados por projeto político r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPTMJUFSÃSJPT e não literários r*OGFSËODJB r'SVJÉÈP r4JUVBDJPOBMJEBEF r-FJUVSBESBNÃUJDB r-FJUVSBFNWP[BMUB r$PFSËODJB r$PFTÈP r*OGPSNBUJWJEBEF r-FJUVSBPSBMSJUNPFOUPOBÉÈP respiração, qualidade da voz, elocução e pausa r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP da escrita r1BSBHSBGBÉÈP 117 CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL NOVA EDIÇÃO 2014-2017 COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escola Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato Suely Cristina de Albuquerque BomÅm EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Ventrella. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro e Neide Ferreira Gaspar. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Roseli Gomes de Araujo da Silva. Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas Otheguy Fernandez. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero. Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves. Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir. Apoio: Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE CTP, Impressão e acabamento Log Print GráÅca e Logística S.A. GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-2017 FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Presidente da Diretoria Executiva Mauro de Mesquita Spínola GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra, Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina Carvalho, Carolina H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Giovanna Petrólio Marcondes, Gisele Manoel, Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Maíra de Freitas Bechtold, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pietro Ferrari, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Renata Regina Buset, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas de Almeida. CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas. CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini coordenadora! e Ruy Berger em memória!. AUTORES Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira. Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira. LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo. LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González. História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers. Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo. Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume. Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos. Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume. Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik, Dayse de Castro Novaes Bueno, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro, Vanessa Bianco e Vanessa Leite Rios. Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião. Edição e Produção editorial: Jairo Souza Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. * Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). * Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Caderno do Professor para apoiar na identificação das atividades. S2+1m São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; língua portuguesa, ensino fundamental – anos finais, 5a série/6o ano / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, João Henrique Nogueira Mateos, José Luís Marques López Landeira. - São Paulo: SE, 2014. v. 2, 120 p. Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB. ISBN 978-85-7849-665-4 1. Ensino fundamental anos finais 2. Língua portuguesa 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Angelo, Débora Mallet Pezarim de. III. Aguiar, Eliane Aparecida de. IV. Mateos, João Henrique Nogueira. V. Landeira, José Luís Marques López. VI. Título. CDU: 371.3:806.90 Validade: 2014 – 2017