Save the Date!

Transcrição

Save the Date!
PLDATA
NEWSLETTER OF THE PORTUGUESE LANGUAGE DIVISION OF THE
AMERICAN TRANSLATORS ASSOCIATION
Volume XVIII | Issue 1 | April 2009
Díli,capital do Timor-Leste, pela manhã
Contents
Editor´s Corner
Administrator´s Corner
Interview
Robert Finnegan in Timor-Leste
Thelma Sabim on Leon Mindlin
Reforma Ortográfica
Aconteceu em Orlando
Keeping your PC in Shape
Payment Practices at ATA
PLD Mid-Year Conference
Proposal for Presentation
Registration Form
Member Profiles
Poetry Corner
2
2
Save the Date!
marquem seus calendários
3
6
8
9
10
11
PLD Mid-Year Conference
June 6-7, University of
Massachusetts Amherst
12
14
15
16
Be prepared for two days
of intense learning and
networking!
Editor´s Corner
While techy colleagues scramble to
find an electronic spellchecker with
the new and unified Portuguese
spelling, I find a delightfully
sarcastic piece in Veja magazine:
"Eu sou um ardoroso defensor da
reforma ortográfica. A perspectiva
de ser lido em Bafatá, no interior da
Guiné-Bissau, da mesma maneira que sou lido em
Carinhanha, no interior da Bahia, me enche de
entusiasmo. Eu sempre soube que a maior barreira
para o meu sucesso em Bafatá era o C mudo.
Aguarde-me, Bafatá!" (Mainardi, VEJA, October 08)
My unauthorized translation: "I am a passionate
defender of the ortographic reform. The prospect of
having my writings read in Bafatá, deep inside
Guinea-Bissau, the same way they are read in
Carinhanha, in deepest Bahia, excites me to no end.
I always knew that the biggest obstacle to my
success in Bafatá was the mute 'c'. Bafatá, here I
come!"
Jokes aside, the relevance of the new agreement is
much more political than linguistic, of course. Did
you know that, until 2009, Portuguese was the only
Western language with two official orthographies?
One was the Brazilian, used in Brazil, and the other
the Portuguese, used in Portugal and its former
African and Asian colonies. If a document was
written in Portugal with the charming luso
consonants, as in "acto" or "amnistia", it arrived
incorrect in Brazil and had to be rewritten! From now
on, everything written in a country where Portuguese
is spoken can be read in all the others, no
adaptation needed. The agreement will also benefit
book exchanges among all eight lusophone
countries in the world. Until now, all African countries
used only the Portuguese orthography but now they
will be able to import books from Brazil, too. The
government of Mozambique, for example, had been
interested in buying Brazilian books but couldn't,
since they would create confusion among schoolage children. Problem solved. I read in Veja that
Língua Geral, a publishing house in Brazil, has
launched a children's collection called Mama África,
with books illustrated and written by renowed African
authors and artists. I kind of like that.
Tereza Braga
Administrator´s
Corner
We are just a little more than
two months away from the
PLD mid-year conference.
Mark your calendars for the
weekend of June 6-7, at the
University of Massachusetts
Amherst. Fortunately for us,
rescheduling the conference
from its original April date means that New England
will likely be beautiful in late spring, and the weather
friendlier.
For me, a PLD meeting at Amherst will be very
special, since my oldest son is an Amherst College
alumnus. I have very fond memories of the small
town atmosphere, quaint shops, bookstores and
cafes, and the hustle and bustle of students from the
university and the area colleges. And it will be
bustling, because it is UMass Alumni weekend!
The goal of organizing the PLD conference in
Amherst is to tap into the large pool of students
scattered among five colleges and UMass and inform
them of the array of possibilities in the translation and
interpreting fields. Massachusetts, and the Boston
area in particular, has both an old Portuguese
immigrant community and a more recent Brazilian
one, and this has pushed local governments into
providing social services with linguistic support.
There is a growing need for language professionals
who can interpret in a medical setting, provide legal
help in the courts, and bridge the gap between the
Portuguese or Brazilian immigrant and the
community they live in.
The conference program is shaping nicely. There is
still time to sign up to make a presentation. We will
be accepting proposals until April 20. The Mid-Year
Conference is an excellent opportunity to make a
presentation and share your experience and
knowledge with your peers in a friendly and informal
environment.
Look for news on registration, lodging and the
conference program both in the PLD-Online and on
the ATA website. Remember that you can always
contact the PLD administration for more information.
We will keep you up to date on the conference
preparations. I hope to see many of you in
Massachusetts in June. Until then, enjoy the spring
or the fall, if you live in the Southern Hemisphere.
Eloisa Marques
2
Nosso Homem em Díli: Missão em Timor-Leste
Entrevista com Robert Finnegan
Tereza Braga
Robert, este mundo está mesmo
minúsculo... Aqui estamos nós
dois, falando português, numa
conexão cibernética de Dallas
para Díli. Antes de qualquer
coisa, esclareça a ortografia em
português do novo país: Timor
Leste ou Timor do Leste? Com
hífen ou sem hífen?
Timor não entrou no acordo
ortográfico. Ainda estão tentando
aprender o português
antigo! Bem, o que vejo,
tanto em português como
em inglês, é Timor-Leste.
interior da Amazônia brasileira,
mais alguns prédios grandes de
governo e muitos pequenos hotéis
para os estrangeiros. Eletricidade
instável, a maior parte da cidade
uma favela, prédios ainda em ruínas
como consequência das crises de
1999 e 2006. O interior é bem menos
desenvolvido nada de eletricidade,
só geradores para quem pode pagar.
É como voltar à idade pré-industrial.
A história se repete... Então dênos uma ideia do panorama
linguístico aí.
Bem, eu nem estava
falando do acordo,
homem. E em inglês? No
site do Departamento de
Estado, que acabo de
visitar, consta "TimorLeste". E a ONU, usa
"East Timor"? Alguém
usa "East Timor"?
Todo mundo "atualizado"
usa Timor-Leste.
Entendido. Agora sobre o país
dessa sua última aventura. Você
não escapa de dar uma aulinha
para a PLD. É verdade que
Timor-Leste é o país mais pobre
da Ásia?
Sim, é considerado o país mais
pobre da Ásia, onde 80% da
população vivem com menos de um
dólar por dia. Sei que tem a taxa de
natalidade mais alta do mundo cada
mulher dá à luz uma média de 7,8
filhos! Mais de metade da
população tem 15 anos ou menos e o
desemprego é g eneralizado.
Impressionante. Fale um pouco
da capital...
Díli, a capital, tem infraestrutura de
uma cidade de tamanho médio do
resolveram liberar as colônias, um
grupo com tendências de esquerda
declarou independência e logo em
seguida a Indonésia, com apoio de
alguns países poderosos, invadiu o
território. Os indonésios baniram o
uso do português, assim somente
pessoas que foram escolarizadas
antes de 1974 falam bem o
português, e hoje em dia os jovens,
que estão aprendendo agora.
Nossa! Estou preparando um
artigo sobre minha experiência
angolana há uns anos atrás e isso
aí está parecendo uma Luanda
asiática, só que sem o petróleo.
Agora sobre o povo, Robert. Li
que a população de Timor-Leste
está um pouquinho acima de um
milhão de habitantes e que o
português só é falado por 13%
da população. Verdade?
Sim, embora tenha sido colônia
portuguesa desde o século 16 , os
portugueses deixaram o povo no
interior bastante à vontade, só
cobrando impostos e forçando as
aldeias a fornecer mão de obra
esporadicamente. Há apenas cem
anos ainda viviam como "índios",
eram inclusive caçadores de
cabeças! Quando os portugueses
tiveram a Revolução dos Cravos e
Um jornalista português diz sobre
Timor-Leste que é um país onde se
falam todas as línguas e não se fala
nenhuma. Isso porque, na verdade,
num país do tamanho do estado
brasileiro de Sergipe, há mais de
uma dúzia de línguas faladas no
interior. O tetum é a língua mais
falada, e a variante dela, o tetum
praça, é a dominante. A língua
tetum em si é completamente
diferente do português. Isso posto,
ela importou do português a maior
parte de seu vocabulário - ao ouvir,
você reconhece e pode muitas
vezes entender o que estão
dizendo! Assim, temos o tetum, a
língua mais falada mas ainda sendo
padronizada, e o português, falado
somente pelos velhos e pelas elites,
e que os jovens estão aprendendo
ag or a (o u me lh or, "e st ão a
aprender", pois é português de
Portugal). Depois há o bahasa
(indonésio), que foi imposto nas
escolas e no governo durante a
ocupação, e o inglês, devido à
maciça intervenção internacional
em Timor-Leste desde a consulta
popular da independência e as
represálias do exército e milícias da
Indonésia. Assim, você encontra
pessoas que falam um pouco de
várias línguas, mas não falam
nenhuma muito bem!
3
Conte-nos um pouco sobre sua
missão. Trata-se de uma equipe
de investigação de crimes
graves da ONU, correto? A
coisa entãofoi muito feia por aí?
Crimes contra a humanidade?
Eu trabalho como tradutor e
intérprete na Equipe de
Investigação de Crimes Graves
(SCIT-Serious Crimes
Investigation Team) da ONU em
Timor-Leste. A nossa missão
específica é investigar os casos de
crimes contra a humanidade
cometidos no período
imediatamente antes, durante e
depois da consulta popular
realizada em 1999, onde o povo do
país votou para ficar independente
da Indonésia. Está estimado que
mais de um terço da população
(duzentas mil pessoas) foi morto
no período desde a invasão em
1974 até a consulta popular, em
1999. Em termos de porcentagem
da população, foi o pior caso de
genocídio da história. Contudo,
este período não está sob
investigação pela ONU. Em 1999,
durante um período na qual a
Indonésia assinou acordos com a
ONU para garantir a paz no
território em preparação para a
consulta popular, onde o povo
escolheria entre autonomia dentro
da Indonésia ou independência,
houve milhares de incidentes de
tortura, assassinato, violação
sexual e deslocamento forçado
envolvendo mais de cem mil
pessoas. Foi uma campanha de
terror desencadeada contra o povo
timorense, que se intensificou
ainda mais depois da divulgação
dos resultados. Os militares e
milícias da Indonésia destruíram
até 80% de toda a infra-estrutura ao
deixar o país. Uma força militar
internacional, autorizada pela
ONU, teve que intervir para
restabelecer a ordem e a paz. Nossa
unidade faz as investigações,
exames forenses etc. desses
incidentes de 1999 e está
encarregada de preparar processos
contra os perpetradores.
Existem outras missões no país,
além dessa da ONU?
A missão em si é denominada
UNMIT-United Nations Integrated
Mission in Timor-Leste. Além da
ONU propriamente dita, há mais
de uma dúzia de agências da ONU,
como a OMS (Organização
Mundial da Saúde), UNICEF
(Fundo das Nações Unidas para a
Infância), OIM (Organização
Internacional de Migração), FAO
(Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação),
OIT (Organização Internacional
do Trabalho), PNUD (Programa
das Nações Unidas para o
Desenvolvimento) e agências
humanitárias (OCHA, UNHCR,
UNIFEM, WFP etc.). Trata-se de
um dos países mais jovens do
mundo, o que significa que ainda
estão construindo tudoinstituições, legislação etc., além
de estar ainda se recuperando da
destruição de 1999-2000 e da crise
de 2006.
Você é parte de uma equipe
grande, só de tradutores? Há
intérpretes também? Quantos
idiomas?
Faço parte de uma equipe de três
tradutores na combinação
português-inglês. Além disso,
existem cinco equipes de
investigação, cada uma com
tradutores/intérpretes das línguas
locais e de bahasa, que trabalham
mais no interior do país. Além da
unidade de tradução e
interpretação da SCIT, existe uma
unidade maior que presta serviços
para a UNMIT toda, além de
tradutores e intérpretes nas
diferentes agências da ONU.
Estamos começando a organizar
atividades conjuntas de
capacitação, especialmente para os
colegas de tetum, pois, como você
pode imaginar, são pessoas sem
formação específica em tradução
(não existe curso do tipo no país).
Também estamos tendo aulas de
tetum.
Eu também venho participando
das traduções e achei
interessante o malote para
correspondência com vocês. O
correio é enviado para Darwin,
em outro continente!... Qual a
distância para a Austrália?
O sistema de correio aqui ainda é
precário. O correio é mandado para
Darwin e daí levado por avião até
Timor. É bem perto. E há voos
regulares da ONU (de graça) de
Darwin para Díli, onde eu trabalho,
e voos para Bali, na Indonésia, a
duas horas de voo daqui.
Qual é o tipo físico e
características predominantes
da população? Como é o seu
relacionamento com a
população? Ficou entranhada
alguma característica do
colonizador português?
Fisicamente o povo não parece
asiático. É mais parecido com o
povo indígena da Austrália, talvez.
Há gente de muitos lugares aqui –
Chin a, Indo nési a e Aust ráli a,
principalmente. E há aquela
miscigenação pela qual o
português é conhecido no Brasil.
Há muitos edifícios e igrejas no
estilo português. O povo é bem
católico - aos domingos de manhã
as ruas estão cheias de famílias
caminhando para a missa. Devo
dizer que o povo daqui é o mais
acolhedor e espontâneo que já
conheci! Ao passar até nos
acampamentos de refugiados (que
estão todos sendo desmontados e
os refugiados retornados a suas
aldeias), as crianças e jovens
- "para onde
chamam "ba ne'ebe?"vai?" - se quiser parar para
conversar, vão convidá-lo para
onde moram, para passar o dia todo
com você, tentando se comunicar.
Eles têm sede de aprender
português e, em geral, têm atitude
positiva em relação aos "malai"
(estrangeiros). Além da
arquitetura, religiosidade e língua,
a maioria dos nomes e sobrenomes
das pessoas é em português.
4
Guerreiros do Timor-Leste
A maior influência, contudo, acho
que seja o interesse atual de
Portugal nesta ex-colônia. Portugal
é um dos países que mais fazem
doações e existem muitos
programas de cooperação com
Timor-Leste.
E a culinária, a arquitetura?
Reconhece-se algo que se
assemelhe ao Brasil, por
exemplo?
Existe uma arquitetura indígena que
se tenta estilizar nos prédios do
governo. No restante, há a
arquitetura portuguesa, e,
infelizmente, a "arquitetura" da
favela - casa de zinco, bambu, lona
etc. Sobre a culinária, para falar a
verdade, por questões de higiene,
tenho comido pouco nos
restaurantes de comida local.
Comem muitos tipos de verduras,
feijão, carne e peixe, normalmente
desfiado, e bastante pimenta. Como
aqui há uma comunidade
estrangeira grande, com poder
aquisitivo para comer fora (e que
estão fora das suas casas, vivendo
em hotéis), a maioria dos
restaurantes é de estrangeiros.
Assim sendo, temos comida da
Indonésia, Tailândia, Austrália,
Portugal, Filipinas etc., além de
comida internacional. O que falta
aqui é uma boa churrascaria!
Fale um pouco de você.
Americano, nascido em Los
Angeles, engenheiro eletrônico...
Como foi parar em Belém do
Pará e depois em Timor-Leste?
Algum outro país nesse meio de
campo?
Bem, na verdade nunca terminei
meu curso de engenharia (como
não terminei meu curso de
tradução). Depois de servir no
Exército americano, ingressei no
curso de eletrônica, mas resolvi
pegar mochila e pedir carona pela
América, em 1978. Depois de
atravessar o continente, parei em
Quebec, Canadá, onde primeiro
tentei ser agricultor e depois
ingressei na vida religiosa. Como
missionário, trabalhei no México
(Michoacán), antes de ir para o
Brasil. Em Porto Alegre, conheci
minha esposa e começamos um
trabalho cristão em Belém. Em
1990, resolvi viver uma vida mais
secular e comecei a ensinar inglês.
Daí passei para a tradução e nunca
mais larguei. Organizei um grupo
informal de pessoas que queriam
aprender tradução e interpretação,
o qual depois evoluiu para minha
empresa, chamada Contact, em
1991. A minha vida profissional e
empresarial estava estável e
confortável, quando vi um anúncio
de vaga para tradutor da ONU em
Timor-Leste. Mencionei para
minha esposa e ela incentivou a
que me candidatasse. Participei de
duas entrevistas e me aceitaram. A
essa altura, a esposa não quis mais!
Mas eu pensei: com cinqüenta
anos, uma família grande (dez
filhos e dois netos) quase criada, é
um momento que dá para fazer
loucura. E mais, se não fizer agora,
duvido que faça mais tarde. Então,
aceitei o desafio e aqui estou! Não
sei se vou ficar. Como a situação
de segurança aqui não é estável, a
ONU não autoriza a vinda das
famílias. Eu, porém, não posso
viver sem a minha. Por isso, a
minha esposa deve me visitar no
final do mês e vamos decidir se ela
quer mudar para a região.
Visitaremos Darwin, é claro, e Bali,
antes que ela venha aqui conhecer
este jovem país. Não sei o que o
futuro nos reserva, mas com certeza
será uma aventura!
Coragem vocês têm, e muita...
Robert, muito obrigada por esta
ótima conversa. Foi no
congresso de São Francisco da
ATA que finalmente nos
conhecemos pessoalmente. Eu
tive que perder Orlando, em
novembro. E você? O que está
achando da ATA e dos nossos
congressos?
Sim, foi em São Francisco que
conheci pessoalmente muitos
colegas que somente conhecia de
nome e pela internet! Fui ao
congresso em Orlando e saí
diretamente de lá para o curso de
introdução da ONU em Brindisi,
Itália. Acho que os eventos da ATA
e o congresso anual em particular
são muito importantes, tanto para o
crescimento profissional e pessoal
dos tradutores, como em termos de
fazer contatos. E são divertidos!
Vou fazer de tudo para estar em
Nova York este ano. Sou da
diretoria da ABRATES no Brasil e
queremos emular muitas das
atividades e atitudes da ATA e
adaptá-las à realidade brasileira.
5
Traduzindo um Tradutor
ao mestre Leon Mindlin, com carinho
Thelma Sabim
Note: The article below was
written in October 2008. Our
colleague and friend Leon
Mindlin died on January 20,
2009, at home in New York,
surrounded by family. He was
watching President Obama's
inauguration on television. Here
is an excerpt from an article
written by his daughter Jessica:
"Antes de decidir ser
tradutor independente
em tempo integral,
trabalhou numa
companhia de produtos
farmacêuticos. Leon é
engenheiro químico,
mas a paixão dele
sempre foi a química
das palavras."
uma reunião na casa da Edna
Ditaranto, nos idos de 1989, e lá
encontrei um grupo de tradutores,
entre eles Leon. Mantive contato
por telefone com alguns deles, que
me ajudaram em diversas
situações no início da carreira de
tradutora. Quando tive uma dúvida
sobre um termo técnico e não
sabia a quem recorrer, arrisquei
ligar para Leon e aos poucos
comecei a aprender algumas
técnicas de pesquisa com este
senhor de cabelos brancos ao
estilo Albert Einstein. Para todas as
dúvidas de terminologia que tinha,
Leon sempre sugeria uma boa
solução e, se ele não soubesse no
momento, ficava curioso "em
pesquisar para aprender". Foi ele
que me indicou o Coppernic, um
programa para ajudar a fazer
pesquisa na Internet.
"He died on Tuesday night, after
we watched the Inauguration
together. He was aware of what
was happening. (He was able to
show his irritation with Rick
Warren such that we muted the
preacher's convocation.) When I
said to him, "Dad, Barack Obama
is being sworn in. It's his
inauguration day." My dad
replied, "MY inauguration day."
These were the last words my
father spoke. The ultimate leftist
and wordsmith that he was, I Aos poucos fui conhecendo os
have no doubt he loved the detalhes marcantes de sua vida
double entendre."
profissional. Ele foi um dos sócios
fundadores do Sindicato Nacional
dos Tradutores do Brasil
Depois de várias tentativas de (SINTRA), fundado em 1988. Leon
entrevistar Leon Mindlin e de conta que, na primeira reunião que
o u t r a s t a n t a s f r a c a s s a d a s fizeram, um outro sócio fundador
s u g e s t õ e s p a r a q u e e l e comentou que tinha comprado
e s c r e v e s s e
u m a uma conexão de facsímile, uma
miniautobiografia, cheguei à novidade para todos!
conclusão que o jeito era eu
mesma escrever sobre esse Outro aspecto notável desse
colega e amigo que conheço há nosso colega é que ele é membro
mais de 15 anos. Assim todos v i t a l í c i o d a A T A , c o m
poderão conhecer um pouco essa credenciamento em todas os pares
figura "histórica" na Divisão de de línguas com as quais trabalha,
Português e na ATA.
ou seja, do alemão, francês,
espanhol e português para o
Como faz muito tempo que o inglês, mas, de quebra, também do
conheço, custei a lembrar quando inglês para o português. Este
foi a primeira vez que encontrei recorde é só dele. Acabei me
Leon Mindlin. Tinha aceitado um casando com outro fã de Leon que
convite do Mário Ferreira para ir a sempre acompanhou com muito
6
interesse todas as conquistas que
ele fazia nos credenciamentos da
ATA. Não posso revelar, mas a
inscrição dele na ATA é menor que
0300. Isso indica os anos de
experiência que ele tem para dar e
vender numa organização com
mais de 10.000 membros.
Este tradutor, que imigrou primeiro
da Polônia para o Brasil e depois
par a Nov a York, tev e out ras
experiências profissionais. A mais
marcante e da qual ele lembra com
muito gosto foi a da Coca-Cola.
Leon trabalhou 11 anos na fábrica
da Coca-Cola em São Paulo, onde
foi responsável pelo controle de
qualidade e depois diretor técnico.
Morou também vários anos em
Recife e diz que é para lá que
gostaria de ir quando se aposentar.
De São Paulo, a carreira trouxe-o
de volta aos Estados Unidos com a
família. Antes de decidir ser
tradutor independente em tempo
integral, trabalhou numa
companhia de produtos
farmacêuticos. Leon é engenheiro
químico, mas a paixão dele sempre
foi a química das palavras. Sei que
houve algumas idas e vindas entre
os Estados Unidos e o Brasil, e fico
pensando como ele fazia para
carregar todos os dicionários e
glossários que tem de um país para
outro. Numa ocasião em que Leon
mudou-se para um outro
apartamento, fui ajudá-lo e me
admirei do volume de dicionários
que ele tinha. Só vi outra biblioteca
daquele porte na casa do Mário
Ferreira. Lembro de uma sacola
que havia numa das prateleiras,
cheia de anotações; eram termos
de alemão que um dia virariam um
glossário (acho que todos nós,
tradutores, temos uma sacola ou
pasta dessas, não é?). Mas o que
me impressionou é que estavam
escritos à mão... daí a preciosidade
daqueles arquivos. Com certeza
for am gar impado s com mui to
cuidado por ele.
Além do apoio em terminologia,
Le on ta mb ém me aj ud ou a
entender muita coisa sobre a ATA e
a política dessa associação da qual
conhecia muito bem os estatutos.
Sei que ele não gosta de viajar e
lembro-me de tê-lo visto apenas
duas vezes nas reuniões da ATA;
ele, porém, não deixa de participar
de lo ng e c om su ge st õe s e
comentários, e sempre manda seu
voto por meu intermédio às urnas.
Em 1995, na primeira conferência
da PLD realizada em OrlandoFlorida, chamada naquela época
de "reunião de primavera" , o Leon
prestigiou o evento proferindo uma
palestra sobre a importância de
pesquisar terminologia e manter
glossários. Compartilhou também
com os participantes várias dicas
sobre "algo novo"... a Internet.
Uma das virtudes que admiro nele é
a dedicação à pesquisa de
terminologia: investe o tempo que
for necessário para esclarecer
dúvidas e com isso economiza
tempo no processo de tradução.
Foi um dos primeiros tradutores a
ditar suas traduções. Uma de suas
muitas frases típicas é: "Tenho
pouco dinheiro, mas tenho menos
tempo ainda".
Certa vez, depois de relutar muito,
liguei num domingo pela manhã
para Leon para pedir uma ajuda
técnica, porque não tinha outro
recurso. Ele atendeu, anotou a
pergunta e disse que me daria uma
resposta mais tarde. Depois de
algumas horas, ligou e me deu uma
solução excelente. Explicou-me
tamb ém que seu pass atempo
preferido é ouvir ópera nas manhãs
de domingo. A partir desse dia,
passei a ligar só nos domingos à
tarde. Que finesse a do meu amigo!
7
REFORMAOrtográfica
Mário Persona
Prezado amigo: Circunflexo sobre meu notebook,
fui surpreendido por seu e-mail e pelo comentário
agudo com acento carioca que, diga-se de
passagem, é consoante à sua crase. Você espera
que eu trema de sua preposição? Pareceu-me ser
essa a tônica do julgamento vogal que fez de
minha decisão de adotar a nova ortografia.
.
Apesar de você tentar pontuar, com acentuado
sarcasmo, minha adesão à reforma ortográfica,
saiba que isso não me torna um entusiasta da
causa. A reação normal, na minha idade, está
mais para buscar outro tipo de reforma. Mas,
como já não tenho reforma e nem estou
reformado, adoto a nova ortografia como forma de
garantir meu assento no mercado.
No fundo, o objetivo do acordo ortográfico é
acabar com o excesso de letrinhas do português
de Portugal. Para que fosse acordo, o Brasil
acordou com mudanças mínimas, só pra
português ver. O português, que trabalhava de
facto, agora irá trabalhar de fato. A gravata
permanece a mesma.
Qualquer um sabe que antes de reformar é
preciso construir, algo que ainda não foi feito no
Brasil e na maioria dos países que falam Camões.
A reforma nem será percebida em muitas escolas
onde "acento" ainda é sinônimo de cadeira. Vi
uma professora de português, que ia se casar,
convidar as amigas com um cartãozinho grafado
"Chá de Conzinha". Pode apostar que professoras
assim adotarão a nova ortografia e passarão a
ensinar que o coletivo de aranhas é alcateia.
Para quem digita, as vantagens da nova ortografia
são proporcionais aos acentos eliminados.
Quantas vezes você precisou voltar ao "u" para
colocar o trema? O corretor de meu Word vivia
rindo da minha cara com seus lábios ondulados
sob a palavra. Agora sou eu quem ri. Deixei o
Word de lado e adotei o Writer do BrOffice, pelo
menos até a Microsoft corrigir seu corretor. O Bill
Gates deve estar preocupadíssimo com minha
decisão.
Não aguento você arguir que usamos pouco o
antiquíssimo trema. Isso é consequência da
obliquidade de seu julgamento exíguo de minha
linguística. Ainda que eu enxágue meus textos da
vã eloquência, até mesmo um delinquente, um
alcaguete ou um equino sabe que é inexequível
um texto sem trema na velha ortografia.
Especialmente por ser este um alcaguete herdado
da consanguinidade literária de um idioma
grandiloquente como o nosso.
É inegável que a reforma movimentará o mercado
para adaptar tudo e todos aos novos tempos
ortográficos. A falta de informação criará
situações inusitadas, como a da empresa que há
alguns anos teve sua importação barrada por um
funcionário da alfândega. A documentação,
preenchida no exterior com caracteres não
acentuados, indicava a importação de "macas",
mas as caixas traziam "maçãs". Portanto, não se
surpreenda se encontrar algum "adevogado" por
aí querendo processar, por assédio sexual,
quem entrar na secretaria. E também por
agressão, se bater antes de entrar.
A eliminação dos acentos acentuará o ganho das
agências de comunicação, que presta rão
serviços de correção dos textos de seus clientes
em sites e material impresso. Publicitários e
gráficas ganharão com a reforma geral das
embalagens de seus clientes. Ainda vamos ver
embalagens de linguiça com "Zero Trema". E por
que não, se até embalagem de água já traz "Zero
Caloria"?
Ainda vamos ver na TV entrevistas com
"especialistas" sobre os benefícios de se comer
linguiça sem trema:
Entrevistadora: "Você acha que a venda de
linguiça sem trema será obrigatória em nosso
país?"
Entrevistado: "Bem, caso isso aconteça, o Brasil
poderá importar o produto de Portugal até
adaptar sua produção. Os portugueses sempre
fabricaram linguiça sem trema".
A reforma ortográfica trará problemas para
alguns segmentos na hora de vender seus
produtos. É o caso dos fabricantes de para-raios.
Aquilo que antes servia para parar os raios
tornou-se um aliado deles. Os familiares de
paraquedistas já não poderão processar o
fabricante do equipamento que não abriu. Afinal,
apenas a versão antiga tinha a função de parar
quedas. A nova é feita para elas acontecerem.
Apesar de não saltar, me preocupo por viajar
muito de avião, mas não pense que eu trema por
isso. A reforma não irá afetar o software das
aeronaves, que é escrito em inglês sem
acentuação, evitando assim um "Bug do Milênio"
só nosso, tipo "Bug do Português". O problema
está na fila. Em um país onde o acesso a uma
boa educação foi atropelado pelo acesso a um
maior poder de compra, imagine as filas nos
balcões das companhias aéreas, com as
pessoas querendo saber se precisarão viajar de
pé no voo que perdeu o acento.
Mario Persona é consultor, escritor e palestrante.
Esta crônica faz parte dos temas apresentados
em seus livros e suas palestras. Veja em
www.mariopersona.com.br
8
o
ACONTECEU
d
n
a
l
r
mO
e
Neste número do PLDATA, o primeiro depois da
conferência da ATA em Orlando, Flórida, quero
aproveitar para agradecer tanto aos colegas que
fizeram palestras voltadas especificamente para os
membros da Divisão de Português quanto àqueles
que escolheram temas dirigidos a um público mais
geral. É sempre motivo de orgulho para a divisão ver a
participação ativa e engajada de nossos membros na
ATA.
Foi um desapontamento para mim não ter conseguido
trazer o Distinguished Speaker que havíamos
convidado, Paulo Henriques Britto, tradutor literário,
poeta e professor da PUC-Rio. Acredito que a vinda de
um tradutor ou professor convidado pela PLD do
Brasil, de Portugal ou de outros países de língua
portuguesa
enriquece a experiência da divisão
porque oferece aos membros uma visão diversa
daquela com que nos acostumamos no dia-a-dia da
profissão aqui nos Estados Unidos. Essa renovação
é saudável e a ATA reconhece isso e nos apóia
sempre que possível.
Mesmo sem nosso Distinguished Speaker, tivemos
vários palestrantes que se distinguiram de diversas
formas. Giovanna Lester apresentou o seminário
"Marketing Without Borders", enfatizando as
estratégias, técnicas e instrumentos que desenvolveu
ao longo dos anos para atrair e manter a clientela
desejada.
Naomi Sutcliffe de Moraes fez um seminário intitulado
"An Introduction to the European Union, U.S., and
U.K. Legal Systems", em que discorreu com sua
competência habitual sobre as diferenças e
semelhanças básicas entre os sistemas legais dos
dois países e da União Européia.
Zarita Araújo-Lane, nossa colega portuguesa,
participou de um painel de tradutores que apresentou
um seminário sobre "Mental Health Terminology",
explorando a terminologia de dois importantes grupos
de doenças mentais em alemão, espanhol, francês e
português.
Entre as sessões, destacaram-se:
"Never Out of School: Translation of Educational
Documents", por Clarissa Surek-Clark. Clarissa fez
uma apresentação extremamente didática das
diferenças entre os sistemas educacionais brasileiro e
americano e das dificuldades que o tradutor
encontrará para entender e resolver questões de
tradução de currículos e outros documentos
escolares.
Ana Iaria nos presenteou com duas excelentes
palestras sobre sua especialidade, os desafios da
tradução jurídica: "Objection Your Honor: What to do
When your Translation is Overruled" e "Remedies in
Common Law and Equity: What to do When You Are
Faced with this Term". Ana apresentou de modo claro
e conciso os exemplos mais flagrantes das
dificuldades de traduzir termos comuns de Direito
dadas as diferenças nos sistemas jurídicos do Brasil,
da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Ja ym e C os ta P in to fe z u ma ap re se nta çã o
extremamente interessante sobre "Translating the
Professors: The Brazilian Edition of the Harvard
Business Review", em que mostrou com exemplos
práticos a diferença de registro entre as edições
brasileira e americana , e como no Brasil se impõe o
registro mais erudito na tradução, em comparação
com o estilo menos formal da edição original em
inglês, em função do público desse periódico no
Brasil.
Reynaldo Pagura, professor da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, fez um
apanhado geral do treinamento de um intérprete de
conferência "Strategies and Techniques for
Interpreter Training" - , com demonstrações e
exemplos práticos de interpretação do espanhol,
francês e português para o inglês.
Renato Beninatto mais uma vez mostrou que está
sempre um passo à frente na tecnologia desafiando o
público a acreditar em "Collaborative Translation" e
repensar conceitos tradicionais do processo de
tradução.
Cris Silva e Giovana Boselli demonstraram com
humor e muito entusiasmo um experimento
combinando o uso de tradução por máquina e
ferramentas de auxílio à tradução, com resultados às
vezes surpreendentes.
Izabel Arocha, presidente da International Medical
Interpreters Association, fez um histórico do processo
de certificação de intérpretes médicos, na palestra
"International Interpreters Association Medical
Interpreter Certification: An Update".
Marilda Averbug, intérprete de conferência e uma das
três vice-presidentes da AIIC, apresentou,
juntamente com Barry Olsen, o documentário The
Whisperers, que procura mostrar as qualidades
essenciais que o intérprete de conferência deve
possuir e o dia-a-dia da vida do intérprete visto de
vários ângulos.
9
ATA Annual Conference 2008/ Orlando, FL
Session: Keeping your PC in Shape
by Doris Schraft
Carey Holzman co-hosts a radio
show (also streamed and
archived on-line) called !
Computer America. He gave a
lively, audience-friendly
presentation in Orlando on ways
to use the Windows platform
effectively, with a minimal
investment of time and expense !
in fact, often cost-free. Noting
that his recommendations are
not intended as official
endorsements, he offered
software suggestions for
accomplishing a variety of tasks. !
You can easily find these sites
and software programs on-line.
Are you looking for…
!
!
free antivirus software?
Try avast! or AVG.
Trend Micro's HouseCall is
an on-line virus-diagnosis
site if you want a second
opi nio n wi tho ut
uninstalling your current
antivirus software.
Superantispyware.com is
al so fr ee ; a $2 0 l if e
subscription is available as
well.
Tip: Run any antispyware
program on full scan, more
than once if need be, until
all is clean.
a place to get answers to
your computer questions?
Protonic.com answers !
questions free of charge, online and via email. It may
take 1-2 days to get an
answer.
Te c h g u y. o r g p r o v i d e s
answers on-line. Anyone can
respond, so you may get a
quick answer. A site
moderator removes any
malicious advice.
a way to test your firewall
for vulnerabilities?
Try the free firewell test !
ca ll ed Sh ie ld s UP !! at
grc.com.
remote access to your
home computer?
Try LogMeIn or GoToMyPC
to learn how to configure it for
remote access.
ways to back up your
computer to a remote offsite location?
Try carbonite.com, where
you can upload files when
your computer is idle; or
m o z y. c o m , w h i c h i s
effectively the same thing.
You can then access these
backed-up files from the site
remotely.
As for security
considerations, the
information is encrypted,
and you have a password for
access.
Note that the initial backup may take up to a week, so
yo u sh ou ld le av e yo ur
computer on full-time during
this period. Later updates
will be quicker, as they will
only move new and updated
files.
a password manager?
If you can't remember all
those user IDs and
passwords, Roboform and
Roboform2Go (runs from a
flash drive) will remember
and log you in to your
passworded accounts online.
Tip: For appropriate security,
a password should contain
at least 14 letters and
numbers.
a desktop search
application?
Try Windows Search 4.0,
Google Desktop Search, or
Copernic. And from the
audience, PLD member
Naomi de Moraes put in a
good word for Archivarius.
Additional tips and items of
interest:
*For those concerned about the
security of the Internet Explorer
6 web browser, IE7 is much
more secure than IE6.
*It's a good idea to do Microsoft
updates quickly when they
become available, before
hackers can reverse-engineer
the fixes.
*Although putting your laptop on
Standby or Sleep mode allows
you to resume operation quickly
after closing the laptop, these
modes drain the battery.
Hibernation mode doesn't drain
the battery.
*Modern laptops don't need
defragging, due to clustering.
Also, never defrag a flash drive.
*Housekeeping tip: To clean up
long listings of temporary files:
Start / Run: %temp% [Enter].
Doris Schraft has been engaged
in translation and editing in the
Washington, DC, area for more
than 30 years. She freelances
from Spanish, Portuguese, and
French into English
.
10
ATA Annual Conference 2008/ Orlando, FL
Session: Payment Practices
by Kim Olson
I attended the last session on the
last day of the conference, entitled
"Payment Before, During and After
the Project," presented by ATA
member Ted Wosniak. Ted is the
president of Payment Practices,
Inc ., an onl ine dat aba se tha t
provides information to translators
on client's payment practices.
One might ask why a translator with
over 20 years' experience would
decide to attend this session. My
reasons were two-fold.
First, I
wanted to learn about the processes
in place, especially anything new, in
an ongoing effort to remain current
in the profession. Second, I wanted
to hear of Ted's experiences, given
my own up-close-and-personal
familiarity with the topic.
I had had the unfortunate
experience of not receiving payment
on two occasions during my career.
One was in my earliest days as a
freelancer, when a client failed to
pay a very la rge in voice and
seemingly disappeared from the
face of the earth. I felt I had no
recourse to resolve the situation.
The second time, I was successful in
taking a client to Small Claims Court
in Washington, DC, where the judge
ruled in my favor, and I secured the
funds owed me by garnering funds
from the company bank account.
Both of these experiences are over a
decade old, however, so I was
curious to hear about the current
"state of the art."
The session was surprisingly wellattended given its place on the
conference schedule. Ted, while
very laid back, was methodical in his
approach. He began by introducing
himself and his firm and then
requesting that questions and
comments be held until the end
because he did not want to open the
door to everyone's "war stories," at
least not until he had had his say.
Attendees did not have to take notes
because he had a very detailed
power point presentation
accompanied by a handout.
!
problems/changes)
Make the deadline
After the project
His introduction consisted of saying
that payment problems continue to
exist in our profession. However, by
following his recommendations, the
number of incidences could be
vastly reduced. He then went on to
outline the steps involved:
!
!
!
Before accepting the project
!
Key to this step is verifying the
authenticity of the potential client. A
request for one's services, while
gr at if yi ng , sh ou ld ma ke th e
translator go into due diligence
mode in terms of background
checking. All of this is designed to
determine "if a client is really a
client," and more importantly, likely
to pay.
!
!
!
!
!
!
!
Get the contact data
Beware of "freemail" addresses
and P.O. boxes
Get references: Ted referred to
se ve ra l on li ne so ur ce s of
information
Resist the urge to bow to
pressure to respond to the client
until basic queries have been
answered
Agree on the terms
D e t e r m i n e
t h e
acceptable/standard terms: (net
30, 60 or 90? 2/10 net 30?
When the client gets paid?)
Terms should also include file
format, delivery method, etc. as
well as other areas where
disputes could arise.
During the project
!
!
!
!
Follow instructions closely
Keep the client informed of any
problems
Keep records (changes,
additions, deletions)
Ask for verification of receipt
(and remind them about
!
!
!
Send complete invoice with
payment details
Localize your invoice for your
target country, if applicable
Send the invoice promptly (with
the files if possible) to the correct
recipient
Know how to handle complaints
(stay professional, review the
client's instructions, if there were
"mistakes" or "needed
improvement," try to reach a
compromise)
It's your call whether to adjust
the invoice (how much was
involved, will you ever be likely
to work for this client again, will
adjustment ensure payment)
Dunning
when to send a
"friendly reminder" of payment
due
Collection (collection agencies,
small claims and other courts,
local colleagues, etc.)
Report your experiences to the
rest of us!
The session was full of very useful
information.
The speaker was
highly engaging, and the depth of
the topic eye-opening, even to a
veteran. It also offered plenty of
information to take home to put into
use.
Kim Olson is an ATA-certified
translator of Portuguese to English.
24 years of experience.
Business/finance, legal,
international development,
microbiology and education. MBA
from George Washington University.
She lives with her husband and two
daughters in Fairfax, Virginia.
11
PLD Mid-Year Conference
Proposal for Conference Presentation
PORTUGUESE LANGUAGE DIVISION OF THE AMERICAN TRANSLATORS ASSOCIATION
Portuguese Language Division
Mid-Year Conference June 6 and 7, 2009
University of Massachusetts at Amherst
We invite you to make a presentation at the 2009 PLD Mid-Year Conference. Submission deadline is
April 20th. Share your expertise and knowledge as a translator or interpreter, and help make this
conference the best ever.
Reminder: All conference presenters must register for the conference.
Name: ____________________________________________________ ATA member? l Yes l No
Street address: _____________________________________________________ City: _______________
State/Province: _______________________________ Zip/Postal Code: ____________ Country: _______
Phone: _____________________ Fax: _____________________ Email: ___________________________
Title of presentation: ___________________________________________________________________
Language in which the presentation will be made: l Portuguese l English
Length of presentation: l 1 h
l1½h
Is this: l An individual presentation?
l 2 hs
l A panel presentation? (If this is a panel presentation, please list the
name, address, telephone, fax, and email for each member of your panel on the form provided on the next page)
Abstract (must not exceed 100 words; spell out all acronyms)
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Biography (must not exceed 100 words; spell out all acronyms):
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
12
PLD Mid-Year Conference
Proposal for Conference Presentation
Other members on the panel presentation:
Presenter 1
Name: ____________________________________________________ ATA member? l Yes l No
Street address: _____________________________________________________ City: _______________
State/Province: _______________________________ Zip/Postal Code: ____________ Country: _______
Phone: _____________________ Fax: _____________________ Email: ___________________________
Biography (must not exceed 100 words; spell out all acronyms):
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Presenter 2
Name: ____________________________________________________ ATA member? l Yes l No
Street address: _____________________________________________________ City: _______________
State/Province: _______________________________ Zip/Postal Code: ____________ Country: _______
Phone: _____________________ Fax: _____________________ Email: __________________
Biography (must not exceed 100 words; spell out all acronyms):
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Presenter 3
Name: ____________________________________________________ ATA member? l Yes l No
Street address: _____________________________________________________ City: _______________
State/Province: _______________________________ Zip/Postal Code: ____________ Country: _______
Phone: _____________________ Fax: _____________________ Email:_____________
Biography (must not exceed 100 words; spell out all acronyms):
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Please add more names in a separate page if necessary.
Send your proposal to the PLD Administrator
By e-mail: [email protected]
By snail mail: Eloisa Marques 5526 Greystone Street; Chevy Chase MD 20815
13
PLD Mid-Year Conference
Conference Registration Form
14
MEMBER
Ubirajara ("Bira") Castro
ATA CERTIFICATION: English into
Portuguese
OCCUPATION: Translator and voice-over
artist, freelancer and with Fox Latin America
and Turner Latin America
LOCATION: Los Angeles
PROUDEST ACCOMPLISHMENT: I was paying
the bill at a restaurant in Brentwood, L.A. The
waiter (Swiss, I learned later): "You are not
from here, right?" I said: "No, I'm not. Why?"
He said: "You are the first person to treat me
as a human being since I began working
here". I said: "I am from Brazil". I also feel
very proud to have interpreted for actress
Fernanda Montenegro when she was
nominated for Best Actress Oscar® in 1999.
Ana Regina Firmignac
ATA CERTIFICATION: English into
Portuguese
OCCUPATION: Self-employed
LOCATION: Davie, Florida
PROUDEST ACCOMPLISHMENT:
Being an interpreter. I think it is very
challenging and demanding, and I
like it very much.
BACKGROUND: BA in English,
Portuguese and German.
Specialization in Translation and
Interpretation.
BACKGROUND: Film – School of
Communications & Arts – University of São
Paulo, 1976.
WHY ARE YOU A PLD MEMBER? To keep
myself updated professionally and to be in
good company.
MAJOR CHALLENGES IN THE T/I INDUSTRY:
The biggest challenge is to keep myself
updated with the fast and continuing changes
that languages go through.
WHY ARE YOU A PLD MEMBER? I
think it is the best way to get to
know colleagues and keep in touch
with our area of work.
MAJOR CHALLENGES IN THE T/I
INDUSTRY: It is always difficult to
learn a new program. The challenge
is learning new things everyday and
I love that!
15
corner
Poetry
EMILY DICKINSON (1830-1886)
Translation: Isa Mara Lando
Our lives are Swiss So still - so Cool Till some oldd afternoon
The Alps neglect their Curtains
And we look farther on!
Nossas vidas são suíças Tão quietas - tão Frias Até que uma tarde vem
Soltam os Alpes as suas Cortinas
E divisamos mais além!
Italy stands the other side!
While like a guard between The solemn Alps The siren Alps Forever intervene!
Eis a Itália do outro lado!
Qual sentinelas, porém
Os Alpes solenes
Os Alpes sirenes
para sempre intervêm!
"Loucas Noites/Wild Nights", Isa Mara's rendition of 48 poems by Emily Dickinson, with
translation notes and comments, will be out later this year. You are welcome to contact the
author about it: [email protected]
Volume XVIII | Issue 1 | April 2009
Chief Editor
Tereza Braga
Managing Editor
Eloisa Marques
Desktop Publishing
Gustavo Brum ([email protected])
PLDATA IS A PUBLICATION OF THE PORTUGUESE
LANGUAGE DIVISION (PLD) OF THE AMERICAN
TRANSLATORS ASSOCIATION.
Administrator
Eloisa Marques
Telephone 301-652-3788
Email |[email protected]
Assistant Administrator
Julia Pedro
Email |[email protected]
Secretary
Alison Carroll
Telephone 703-534-7649
Email |[email protected]
Treasurer
Elena Langdon
Email |[email protected]
Webmaster
Nelson Laterman
The statements made and the opinions expressed in the
PLDATA are strictly those of the authors and do not
necessarily reflect the opinion or judgement of the PLD,
PLDATA, its editors or officers. We welcome submission
of articles or materials for publication via
email, fax or snail mail.
Portuguese Language Division members receive this
newsletter fre of charge. To receive a copy of PLDATA,
please email Jamie Padula, [email protected], ATA
Chapter and Division Relations Manager, or call
(703) 683-6100, extension 3017.
If you are interested in advertising in the PLDATA,
please send an email to [email protected]
The Portuguese Language Division is a division of the
American Translators Association, a non-profit
organization.
225 Reinekers Lane, Suite 590
Alexandria, VA 22314
Telephone 703-683-6100
Fax 703-683-6122
http://www.atanet.org
www.ata-divisions.org/PLD
16

Documentos relacionados