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UNIVERSIDADE
ESCOLA
DE
DE
SÃO PAULO
COMUNICAÇÕES
DEPARTAMENTO
DE
E
ARTES
ARTES PLÁSTICAS
Projeto de Pesquisa: A escultura helenística com enfoque no “Barroco Helenístico”
– arte repleta de expressão e movimento.
CAP0283 - História da Arte I
Professor Luiz Renato Martins
Emerson Rodrigues da Silva
Nº USP: 6881092
São Paulo – Junho/Julho 2009
1
APRESENTAÇÃO
A sucessão de invasões e domínios que vitimou o mundo grego entre os séculos
III a.C e II a.C. enfraqueceu as cidades-estados gregas. Com isso marcou o início de
uma nova era com o domínio de Filipe II, rei da Macedônia, localizada a nordeste da
Grécia continental. O povo macedônio tinha um vínculo cultural com os gregos, uma
vez que seus habitantes eram descendentes de povos indo-europeus. Os gregos tentaram
resistir à ameaça macedônica com uma força de resistência liderada por Atenas e Tebas.
Esgotadas pelos conflitos anteriores, as cidades-estados gregas não resistiram às forças
da Macedônia. Na batalha de Queronéia em 338 a.C., os invasores venceram, pondo fim
à autonomia das cidades-estados e dominando, assim, a Grécia (1)
Designa-se por período helenístico (do grego, hellenizein – "falar grego", "viver
como os gregos") o período da história da Grécia compreendido entre a morte de
Alexandre III (O Grande) da Macedónia em 323 a.C. e a anexação da península grega e
ilhas por Roma em 147 a.C..
A cultura helenística foi o resultado da fusão de diversas culturas,
principalmente a grega, a persa e a egípcia. No Oriente Médio surgiram novos pólos
irradiadores de cultura: Alexandria, Antioquia, Pérgamo(2). A fundação de um império
por Alexandre foi um evento sobremodo importante para a arte grega, que depois de ser
divulgada em meia dúzia de pequenas cidades se converteu na linguagem pictória de
quase meio mundo. Essa mudança estava fatalmente destinada a afetar o seu caráter.
Referimo-nos usualmente a essa arte do período subseqüente não como arte grega, mas
como arte helenística, por ser esse o nome comumente dado aos impérios fundados
pelos sucessores de Alexandre em solo oriental(3). Os estados helenísticos foram
criações híbridas que, no entanto, delinearam todo padrão histórico do mediterrâneo
oriental para os séculos seguintes(4).
No período helenístico, as esculturas ficaram com um movimento ainda maior, muitas
vezes com aspecto trágico, como a estátua de Laocoonte, sacerdote devorado
juntamente com os filhos por uma serpente gigante(5). Já no século II a.C. desenvolveuse um estilo mais barroco. A Vitória Alada de Samotrácia, hoje no Museu do Louvre,
foi colocada no santuário dos Cabiros, deuses do mar e dos marinheiros, para
comemorar uma vitória alcançada(6). Ao contrário do período arcaico, o período
helenístico, possui variadas poses – das esculturas -, possíveis pelo uso do bronze nas
obras, ele era um material mais resistente e dificultava que as obras se quebrassem,
dessa forma o acabamento das esculturas deixa de ser frontal, recebendo igual atenção
em todos os ângulos da escultura, sendo que as poses eram das mais variadas.
(1)
Autores: José Alves de Freitas Neto. Celio Ricardo Tasinafo. HISTÓRIA. História Geral e do
Brasil, p. 60.
(2)
Autores: Arruda, José Jobson de A. (José Jobson de Andrade); Piletti, Nelson. TODA A
HISTÓRIA. História Geral e História do Brasil, p. 55.
(3)
GOMBRICH, E. H. A história da arte, p. 106.
(4)
Perry ANDERSON, Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, p. 50.
(5)
Autores: José Alves de Freitas Neto. Celio Ricardo Tasinafo. HISTÓRIA. História Geral e do
Brasil, p. 65.
(6)
Hindley, Geoffrey (Coordenador). O grande livro da arte: Tesouros artísticos do mundo, p. 47
2
JUSTIFICATIVA
O presente projeto de pesquisa busca verificar através da observação de algumas
esculturas do período helenístico a importância de uma arte repleta de movimento,
expressão e agitação. Essa escolha deu-se pelo fato de que, apesar de no período
Arcaico estátuas serem produzidas não somente com fins estéticos, pois serviam
também como oferendas religiosas - as quais eram colocadas nos santuários -, no
período helenístico existiu um crescente naturalismo: os seres humanos não eram
representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as
emoções e o estado de espírito de um momento. Lembrando que antes de entrar no
período Helênico, houve um período de transição onde as antigas tendências se cruzam
com as progressistas associadas à democracia, introduzida (e criada), em Atenas,
trazendo maior liberdade para o artista e um momento para novas idéias, onde foram
surgindo conceitos que levaram a mudança do Arcaico para o Helênico. Relaciona-se ao
projeto o fato de que além dos soberanos das novas monarquias helenizadas, as
prósperas classes sociais em ascensão tornaram-se também clientes dos artistas gregos.
Monumentos e outras grandes obras de arte em espaços públicos ainda tinham lugar; o
interesse dos cidadãos particulares pela arte, porém, criou um mercado novo e sem
precedentes para a arte grega.
Este trabalho buscou investigar a arte helenística após uma reflexão sobre a
importância das conquistas do rei Alexandre, o Grande, que seguindo os passos do pai
continuou a expandir os domínios macedônicos até a Ásia Menor, chegando até a Índia.
Esse vasto domínio de territórios controlados por Alexandre foi responsável por formar
o chamado mundo helenístico. Essa região não só definia os limites do império
macedônico, mas também indicava um conjunto de hábitos e práticas culturais
institucionalizadas pelo governo alexandrino. Sendo educado pelo filósofo grego
Aristóteles, Alexandre entrou em contato com o conjunto de valores da cultura grega.
Além disso, suas incursões pelo Oriente também o colocou em contato com outras
culturas. Simpático ao conhecimento dessas diferentes culturas, o imperador Alexandre
agiu de forma a mesclar valores ocidentais e orientais. É desse intercâmbio que temos
definida a cultura helenística. Uma das mais significativas ações tomadas nesse sentido
foi a construção da cidade de Alexandria, no Egito. Outra contribuição que ajudou a
determinar o caminho dessa pesquisa foi a participação de Aristóteles como tutor de
Alexandre, pois este primeiro foi designado a esta tarefa por Felipe II da Macedônia
(Pai de Alexandre). Em seu trabalho “Poética” (330 a.C), Aristóteles define arte como
imitação, mas ele não foi ingênuo a ponto de considerá-la a imitação da natureza, e sim
a imitação de “homens em ação”. Além disso, nesse mesmo trabalho, Aristóteles
escolhe uma abordagem equilibrada, e não tenta reduzir a arte, ou a medição da arte, a
uma única coisa. Em particular, ele não propõe qualquer noção de beleza como medida
de arte, ao invés disso introduz certo número de critérios de qualidade, concentrando-se
no exemplo do drama trágico, mas discutindo também várias outras formas de arte.
Aristóteles diz que o alvo da tragédia é despertar pena e medo(7) na audiência pela
imitação da ação heróica; dessa forma a sua abordagem combina habilmente visões
analíticas, históricas, ética e pragmática do drama, e, com isso, ele produziu enorme
influência – notadamente até os dias atuais.
(7)
“La tragedia, por consiguiente, es una imitación no sólo de una acción
completa, sino también de incidentes que provocan piedad y temor.” - La Poética –––
Aristóteles
3
QUESTÃO
Embora na arte helenística possamos reconhecer um maior realismo e
desenvolvimento nas formas de expressar as emoções e o movimento, torna-se contudo
difícil datar trabalhos individuais, por se verificar constantemente um retorno a
conceitos desenvolvidos nos séculos V e IV a.C. Não é com base em estudos estilísticos
que se pode datar a Vitória Alada de Samotrácia (Fig. 1, p. 10) – uma moeda emitida
por Demétrio Poliorcetes (306-283 a.C.) para comemorar uma vitória naval, mostra
quase a mesma composição. A data que lhe foi atribuída é deduzida de um estudo da
sua base, provavelmente realizada cerca de 200 a.C. – representa a proa de um navio
que se ergue sobre a superfície espelhada da água. Não apenas se torna difícil, no
período helenístico, distinguir a arte dum século da do outro, como também são poucas
as diferenças que se nos deparam nos estilos artísticos dos vários países. Embora muitos
destes não estivessem em solo grego, todos partilhavam das mesmas tradições artísticas
e falavam a mesma língua(8). Segundo Ernst Gombrich algumas das obras da escultura
clássica que desfrutaram de maior fama em épocas ulteriores foram criadas durante o
período helenístico. Quando o grupo de Laocoonte (Fig. 2, p. 10) foi descoberto em
1506, seu efeito trágico causou profundo impacto emocional nos artistas e amantes da
arte. O grupo representa a terrível cena que é também descrita na Eneida, de Virgílio: o
sacerdote troiano Laocoonte advertiu seus compatriotas para não aceitarem o cavalo de
madeira onde se escondiam os soldados gregos. Os deuses, vendo contrariados os seus
planos de destruição de Tróia, enviaram duas gigantescas sepentes-do-mar que
envolveram o sacerdote e seus dois infelizes filhos em seus anéis e os estrangularam. É
uma das historias de absurda crueldade perpetrada pelos deuses olímpicos contra pobres
mortais, muito freqüentes nas mitologias grega e latina. Dessa forma, gostaríamos de
saber como a história impressionou o artista grego que concebeu esse comovente grupo
escultórico, como é a essência da criação desses artistas que além de criarem esculturas
belas, adicionam a elas marcas de seu individualismo, o realismo nesse interesse por
“retratos psicológicos”, que nada mais eram do que retratar a pessoa fisicamente,
expressivamente, buscando seu humor, sua personalidade e seu modo de pensar através
das esculturas, será que o artista desejaria que nós sentíssemos o horror de uma cena em
que uma vítima inocente sofreu por ter falado a verdade? Soma-se a isso a vontade de
conhecer a liberdade em se conseguir esculpir livremente, uma liberdade sem fronteiras
como é o caso de uma das mais famosas obras do Museu do Louvre, a Vitória de
Samotrácia – a posição em que ela se encontra no museu é magnífica. Pretende-se
verificar esses temas aqui.
(8)
Hindley, Geoffrey (Coordenador). O grande livro da arte: Tesouros artísticos do mundo, p. 47
4
HIPÓTESE
O rei no período Helenístico foi valorizado chegando a um status de Deus, e por
este fato foram construídas estátuas de bronze e pedra que representava estes homens,
como pessoas de carisma e valores exacerbados. Uma das provas disto são os protótipos
das imagens do jovem Alexandre, o Grande, que era jovem atlético e heróico, em
contrapartida os reis posteriores se preocupam com uma imagem austera, sábia, firme,
madura e modesta. Um programa de investigação sobre a arte repleta de movimento e
expressão do período helenístico pode supor sobre o que os artistas pretendiam em
exibir com o seu próprio poder de representar numa escultura uma luta aterradora e
mesmo sensacional entre o homem e a besta, deve-se investigar principalmente a
escultura “Winged Victory of Samothrace” (A Vitória Alada de Samotrácia) pois é uma
das obras-primas da escultura helenística. Nessa figura foi criado um efeito que se move
em espiral em uma composição que se abre em várias direções. Isto é realizado pelos
ângulos oblíquos das asas e a colocação da perna esquerda, além disso, o efeito é
acentuado pela roupa que sopra entre as pernas da deusa. O corpo feminino nu é
revelado pela transparência do drapejamento molhado, a beleza dessa escultura é
inegável. No tratamento do processo de acabamento de tecido de túnica às vezes contra
o corpo, que às vezes se eleva no vento - o escultor foi notavelmente hábil na criação de
efeitos visuais. A riqueza decorativa, o sentido de volume e a intensidade do movimento
são características de um estilo ‘Rhodian’ que prefigura as criações barrocas da escola
Pérgamo (180-160 antes de Cristo), dessa forma a pesquisa seria embasada numa
hipótese sobre a totalidade do saber em se esculpir, Marilena Chauí escreveu sobre a
primeira das mais famosas afirmações de Aristóteles: “Todos os homens desejam por
natureza saber”(9). Em relação ao grupo de Laocoonte, Ernst Gombrich escreveu que a
maneira como os músculos do tronco e dos braços transmitem a idéia de esforço e
sofrimento na luta desesperada, a expressão de dor no rosto do sacerdote, as contorções
impotentes dos dois rapazes, e o modo como todo esse movimento e agitação foram
imobilizados num grupo permanente; disse que tudo isso contribuiu para a admiração
contínua que a obra suscita desde então. Mas ele não deixou de suspeitar, algumas
vezes, de que essa era uma arte cuja intenção consistia em atrair um público que
também se deleitava no horrível espetáculo das lutas de gladiadores. A investigação
também abrangeria uma questão pontual: o fato de que no período do helenismo a arte
já perdera em grande parte suas antigas vinculações com a religião e com a magia, é
sabido que os artistas passaram a interessar-se pelos problemas do seu ofício em termos
de arte pela arte, se a dificuldade é grande em representar uma dramática luta com todo
o seu movimento, fulgor e tensão, era justamente o gênero de tarefa que testaria a
habilidade de um artista, a partir disso notamos que talvez os acertos ou erros do destino
de Laocoonte podem não ter sequer ocorrido ao espírito do escultor.
(9)
Chauí, Marilena - Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles, v. 1, p.
328.
5
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia básica
GOMBRICH, Ernst. H. A história da arte. 16. Ed. Rio de Janeiro: Ltc, 1999.
ROBERTSON, Martin. Uma Breve História da Arte grega, trad. Álvaro Cabral, Rio de
Janeiro, Jorge Zahar, 1982.
HINDLEY, Geoffrey (Coordenador). O Grande Livro da Arte: Tesouros artísticos do
Mundo, tradução de Isabel Correia. Editorial Verbo, 1982.
Anderson, Perry, Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, trad. Telma Costa, Porto,
Edições Afrontamento, 1976
José Alves de Freitas Neto. Celio Ricardo Tasinafo. História, História Geral e do
Brasil. Editora Harbra, 2006.
ARRUDA, José Jobson de A. (José Jobson de Andrade); Piletti, Nelson. Toda a
História. História Geral e História do Brasil, 12ª Ed. Editora Ática. 2004.
CHAUI, Marilena - Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles,
v. 1, editora companhia das letras, 2ª edição revista, ampliada e atualizada,
2007.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e Pensamento entre os gregos. São Paulo: Editora
Difusão Européia do Livro, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1973.
ECO, Umberto, Como se faz uma tese, S.Paulo, Perspectiva, 1985.
BENJAMIN, Walter, Aviso de Incêndio, trad. W. N. C. Brandt, São Paul, Boitempo,
2005.
ARISTÓTELES. La poétique. Paris: Les Belles Lettres, 1952.
ARISTÓTELES, Poética. Editora Ars Poética, 2. Ed., 1993.
JANSON, H. W (Horst Woldemar)., História da Arte: panorama das artes plásticas e da
arquitectura da Pré-História à actualidade. 3ª ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1984.
6
JANSON, Anthony F.;JANSON, H. W. (Horst Woldemar), Iniciação à história da arte.
Editora Martins Fontes, 1996.
PASQUIER, Alain. Historia Ilustrada de Las Formas Artisticas 3 - Grecia. Editora
Alianza
Obras Visuais
1. Vitória de Samotrácia. 200 - 190 a.C. Museu do Louvre - Paris/FR. (Fig. 1)
Fonte: JANSON, Anthony F.;JANSON, H. W. (Horst Woldemar), Iniciação à
história da arte.Editora Martins Fontes, 1996.p.75.
2. Grupo de Laocoonte e seus filhos. Museu do Vaticano. Roma/Itália. (Fig. 2)
Fonte: JIMÉNEZ MARTINS, Afonso. Saber ver a arte romana e etrusca, 2002.
3. Winged Victory of Samothrace, vista de vários ângulos.
Fonte: A Closer Look: A closer look at the Winged Victory of Samothrace
4. Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes. Laocoonte e seus filhos. C. 175-50 a.C.
Fonte: Panoramio - Foto de Laocoonte, Musei Vaticani
5. Vitória Alada de Samotrácia.
Fonte: Arquivo pessoal de Daniela – Álbuns da web do Picasa
7
Bibliografia complementar
GAGNEBIN, Jeanne-Marie . DO CONCEITO DE MÍMESIS NO PENSAMENTO DE
ADORNO E BENJAMIN, Rio de janeiro, Imago, 1997. Em
http://www.fclar.unesp.br/seer/index.php?journal=perspectivas&page=article&
op=viewFile&path[]=771&path[]=632
PANOFSKY, Erwin. Le Titien. Questions d’Iconologie. Paris: Editions Hazan, 1989.
Ernst H. GOMBRICH, “Reflexões sobre a revolução grega” (cap. IV), in idem, Arte e
Ilusão, São Paulo, Martins Fontes, 1986.
HAUTECOEUR, Louis. História Geral da Arte. 6 vols. Trad. Pérola de Carvalho. São
Paulo: Difusão Européia Do Livro, 1962.
PORTAL ELETRÔNICO, Dicionário Michaelis, disponível em:
http://michaelis.uol.com.br – 05/07/2009
PORTAL ELETRÔNICO, THE BRITISH MUSEUM, disponível em:
http://www.britishmuseum.org/the_museum/departments/greek_and_roman_anti
quities.aspx – 04/07/2009
PORTAL ELETRÔNICO, Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a
Distância – Licenciatura em História, disponível em:
www.ead.ftc.br/portal/upload/his/6p/01-HistoriadaArte.pdf – 04/07/2009
PORTAL ELETRÔNICO, Site officiel du musée du Louvre, disponível em:
http://www.louvre.fr/ - A Closer Look: A closer look at the Winged Victory of
Samothrace – 14/07/2009
PORTAL ELETRÔNICO, Panoramio - Foto de Laocoonte, Musei Vaticani
em: http://www.panoramio.com/photo/8408516 – 16/07/2009
PORTAL ELETRÔNICO, Álbuns da web do Picasa
em:
http://picasaweb.google.com/lh/photo/Q-iBF2J_FHq6DtHiEW8mRQ
– 16/07/2009
8
FICHAMENTO
Ficha de Leitura I
GOMBRICH, Ernst. H. A história da arte. 16. Ed. Rio de Janeiro: Ltc, 1999.
O livro aborda a História da Arte com objetividade e simplicidade do texto.
Baseado no que está escrito na contracapa desta edição, leitores de todos os tempos e
das mais diversas origens encontram no Professor Gombrich um verdadeiro mestre, que
combina o conhecimento e a sabedoria a um talento excepcional para comunicar seu
profundo amor pelas obras de arte que descreve. Neste livro ele descreve como seu
objetivo como sendo o de trazer alguma ordem compreensível à riqueza de nomes,
períodos e estilos que preenchem as páginas com as obras mais ambiciosas. Usando a
sua percepção da psicologia das artes visuais para nos fazer ver a história da arte como
uma tela continua e uma mudança de tradições, em que cada obra reflete o passado e
aponta para o futuro, decerto “uma corrente viva que ainda liga o nosso tempo com a
era das Pirâmides”. Este é um livro que pode afetar o pensamento de toda uma geração,
nele Gombrich escreve em tom de conversa e intimidade, entretanto sua erudição,
embora compreensível para qualquer estudioso da arte, neste livro é apresentada de uma
forma leve. Usando poucas palavras ele consegue esclarecer toda a atmosfera de um
período.
Ficha de Observação visual II
Winged Victory of Samothrace – Vitória alada de Samotrácia
Samotrácia (ilha no Mar Egeu do noroeste), a Grécia Menor de Ásia ou Rhodes.
Mármore de “Lartos” Cinza do barco, mármore de “Parian” da estátua; esculpido no
círculo; o busto, os braços, e as asas foram esculpidos separadamente, como elementos
acrescentados. Não apenas se torna difícil, no período helenístico, distinguir a arte dum
século da do outro, como também são poucas as diferenças entre estilos artísticos dos
vários países. Embora muitos destes não estivessem em solo grego, todos partilhavam
das mesmas tradições artísticas e falavam a mesma língua(10). Esta obra é um
monumento comemorativo do século II a. C, representa a deusa que acabou de descer na
proa de um navio, com as grandes asas abertas, ainda semi-sustentada pelo poderoso
vento frontal contra o qual ela rompe. Esta força invisível do ar violentamente agitado
tornou-se aqui uma realidade tangível; não só equilibra o movimento da figura para
diante, mas também modela cada prega da roupagem maravilhosamente animada. Por
conseqüência, há uma relação ativa – de fato, uma interdependência – entre a estátua e o
espaço que a envolve. A Nike de Samotrácia merece perfeitamente a sua fama de maior
obra-prima de toda escultura helenística. Nota-se o movimento e disposição das roupas
de maneira que o conjunto da figura produz um efeito visual, no qual até mesmo a roupa
inflada pode ser apreciada.
(10)
O grande livro da arte: tesouros artísticos do mundo - Hindley, Geoffrey , p. 47
9
Ficha de Observação III
Hegesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes - Laocoonte e seus filhos, c. 175-50 a.C.
Mármore, altura 242 cm; Museu Pio Clementino, Vaticano.
A escultura helenística é o resultado de uma curiosidade sem limites e de um
aprofundamento das buscas guiada por uma sensibilidade sutil e um humanismo
exemplar. Um sacerdote troiano e seus filhos são estrangulados por uma serpente
marinha por terem avisado sobre o cavalo de madeira de Tróia. O período Helenístico é
o que se seguiu na civilização grega, depois de Alexandre, o Grande. A descoberta desta
escultura em 1506 causou profundo impacto emocional nos artistas do Renascimento. É
um dos mais perfeitos representantes da perfeição da arte clássica. Mostra um período
onde a “Arte era feita pela Arte” e não só como ornamentação. A expressão de dor do
sacerdote, a idéia de esforço, o movimento e a agitação só vieram encontrar paralelo
mais de milênio após sua descoberta. Considerado por Plínio, o velho, como “a mais
bela de todas as obras de arte”, o Laocoonte é um famoso grupo escultórico de mármore
do período helenístico. A obra representa um evento mítico, durante a guerra de Tróia,
no qual duas serpentes, enviadas por Poseidon – ou Apolo, segundo outras versões
literárias do mito –, saem do mar e estrangulam Laocoonte e seus dois filhos. Desde a
sua redescoberta, em 1506, o Laocoonte foi considerado, quase que unanimemente,
como uma das criações mais geniais da arte grega. Portanto, pensar o Laocoonte é não
só tratar da sua redescoberta, mas também buscar compreender a sua recepção pelos
artistas e eruditos da época.
10
IMAGENS
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4. Hagesandro, Atenodoro e
Polidoro de Rodes. Laocoonte e
seus filhos. C. 175-50 a.C.
Fonte: Panoramio - Foto de
Laocoonte, Musei Vaticani
13
5.Vitória Alada de
Samotrácia.
Fonte: Arquivo pessoal de
Daniela – Álbuns da web do
Picasa

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