cenário atual e tendencial - Prefeitura Municipal de Castro
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cenário atual e tendencial - Prefeitura Municipal de Castro
ETAPA 02 CENÁRIO ATUAL E TENDENCIAL REVISÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE CASTRO Planos Integrados de Desenvolvimento de Castro: Elaboração do Plano de Desenvolvimento, Revisão do Plano Diretor e Elaboração do Plano de Mobilidade do Município de Castro, Paraná NOVEMBRO - 2015 Contrato Nº 105/2015 PLANOS INTEGRADOS DE DESENVOLVIMENTO DE CASTRO Elaboração do Plano de Desenvolvimento, Revisão do Plano Diretor e Elaboração do Plano de Mobilidade do Município de Castro, Paraná Contrato Nº 105/2015 REALIZAÇÃO: PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO ELABORAÇÃO: PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 APRESENTAÇÃO O presente relatório compõe a Etapa 2 – CENÁRIO ATUAL E TENDENCIAL do Contrato de Prestação de Serviços Nº 105/2015, celebrado entre a Prefeitura Municipal de Castro e a FUNPAR - Fundação da Universidade Federal do Paraná para o Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura, para a Revisão do Plano Diretor Municipal de Castro, Paraná. Este trabalho está sendo realizado em conjunto com a elaboração do Plano de Desenvolvimento Municipal e do Plano de Mobilidade, objetos do mesmo contrato. PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17 I. DIAGNÓSTICO: LEITURA TÉCNICA ............................................................... 18 1. CASTRO NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS ................................................................. 18 1.1. A REDE DE CIDADES .................................................................................................... 18 1.2. DINÂMICA POPULACIONAL .......................................................................................... 19 1.3. CONTEXTO SOCIOPOLÍTICO ....................................................................................... 22 2. ASPECTOS AMBIENTAIS .................................................................................................. 29 2.1. ASPECTOS CLIMATOLÓGICOS .................................................................................... 29 2.2. CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS ................................................................. 30 2.3. SOLOS............................................................................................................................ 33 2.4. RECURSOS HÍDRICOS.................................................................................................. 41 2.4.1. Sub-bacias de grande relevância ecológica para o município .................................... 46 2.5. COBERTURA VEGETAL EM CASTRO .......................................................................... 49 2.6. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ................................................................................... 51 2.7. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES ........................................................................... 57 3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS .................................................................................... 59 3.1. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............................................................................. 59 3.2. ASPECTOS SOCIAIS ..................................................................................................... 72 3.2.1. DEMOGRAFIA ........................................................................................................... 73 3.2.2. SAÚDE....................................................................................................................... 82 3.2.3. EDUCAÇÃO ............................................................................................................... 93 3.2.4. ASSISTÊNCIA SOCIAL ........................................................................................... 103 3.3. SEGURANÇA ............................................................................................................... 106 3.4. ESPORTE, CULTURA E LAZER................................................................................... 113 3.5. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES ......................................................................... 118 4. ASPECTOS SOCIOESPACIAIS ....................................................................................... 123 4.1. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO.......................................................... 123 4.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO .................................................................... 136 4.2.1. Sede Urbana ............................................................................................................ 136 4.2.2. Distritos .................................................................................................................... 173 4.3. PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL ....................................................................... 181 4.3.1. Análise da relevância do patrimônio cultural ............................................................ 181 4.3.2. A proposta de tombamento estadual ........................................................................184 4.3.3. Instrumentos de Compensação ................................................................................184 4.4. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E OCUPAÇÕES EM SITUAÇÃO IRREGULAR185 4.5. LEGISLAÇÃO DE ORDENAMENTO TERRITORIAL .....................................................199 4.6. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES ..........................................................................200 5. ASPECTOS DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS ......................................204 5.1. MOBILIDADE.................................................................................................................204 5.1.1. Infraestrutura viária e circulação urbana ...................................................................204 5.1.2. Transporte não motorizado e acessibilidade .............................................................222 5.1.3. Transporte Público ....................................................................................................224 5.1.4. Transporte Aeroviário ...............................................................................................232 5.1.5. Transporte Ferroviário ..............................................................................................235 5.2. SANEAMENTO BÁSICO ...............................................................................................237 5.2.1. Abastecimento de água ............................................................................................237 5.2.2. Esgotamento sanitário ..............................................................................................241 5.2.3. Resíduos sólidos ......................................................................................................247 5.2.4. Drenagem .................................................................................................................250 5.3. ENERGIA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA ............................................................................252 5.3.1. Energia elétrica .........................................................................................................252 5.3.2. Gás natural ...............................................................................................................253 5.3.3. Iluminação pública ....................................................................................................254 5.4. COMUNICAÇÃO ...........................................................................................................257 5.5. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES ..........................................................................261 6. ASPECTOS INSTITUCIONAIS ..........................................................................................266 6.1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .........................................................................................266 6.1.1. Articulação Institucional ............................................................................................266 6.1.2. Estrutura Administrativa ............................................................................................268 6.1.3. Sistema de Planejamento Estratégico ......................................................................271 6.1.4. Processos e rotinas ..................................................................................................271 6.1.5. Sistema de Informações Municipais ..........................................................................272 6.1.6. Recursos Humanos ..................................................................................................273 6.1.7. Gestão fiscal municipal .............................................................................................273 6.2. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA .....................277 6.3. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES ..........................................................................280 II. DIAGNÓSTICO: LEITURA COMUNITÁRIA .................................................. 282 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 1. EVENTOS PARTICIPATIVOS ........................................................................................... 282 2. REUNIÕES COM A CÂMARA DE VEREADORES ........................................................... 311 3. REUNIÕES COM A EQUIPE TÉCNICA MUNICIPAL ........................................................ 312 1. SÍNTESE DAS RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADE ....................................................... 315 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 335 ANEXOS ......................................................................................................... 338 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Precipitação média anual e temperatura média anual ................................... 30 Figura 2: Geomorfologia, Geologia, Declividade e Hipsometria .................................... 31 Figura 3: Mineração em Castro .................................................................................... 32 Figura 4: Áreas de Reflorestamento sobre o Planalto e Serra do Ribeira ..................... 32 Figura 5: Presença de grutas e cavernas ..................................................................... 33 Figura 6: Áreas sujeitas à inundação ............................................................................ 37 Figura 7: Solos Hidromórficos nas proximidades da sede urbana ................................ 38 Figura 8: Bacias hidrográficas ...................................................................................... 42 Figura 9: Bacias hidrográficas ...................................................................................... 43 Figura 10: Cenário atual de qualidade da água da bacia do Rio Tibagi ........................ 44 Figura 11: Cenário futuro de qualidade da água da bacia do Rio Tibagi ....................... 44 Figura 12: Outorgas vigentes para o uso da água ........................................................ 46 Figura 13: Sub-bacia do São Cristóvão ........................................................................ 48 Figura 14: Sub-bacia do Maracanã ............................................................................... 49 Figura 15: Vegetação remanescente em 2007 ............................................................. 50 Figura 16: Unidades de Conservação ........................................................................... 52 Figura 17: Unidade de Saúde da Família Bernardo Pusch Júnior (Socavão) e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacir Elias Fadel ............................................................. 88 Figura 18: Escola Municipal José Nery Carneiro de Napoli (Socavão) e Escola Municipal Vicente Machado (Sede) .............................................................................................. 97 Figura 19: Feira livre e lago no Parque Lacustre. ........................................................114 Figura 20: Prainha do Rio Iapó e Fazenda Capão Alto. ...............................................114 Figura 21: Esquema de organização territorial do município de Castro .......................124 Figura 22: Proposta de zoneamento para o polígono de desenvolvimento de Castro (PEOT). .......................................................................................................................126 Figura 23: Vantagem Locacional .................................................................................135 Figura 24: Skyline horizontal de Castro, marcado por algumas edificações verticais. ..151 Figura 25: Uso do solo na área central em 2005. ........................................................152 Figura 26: Paisagem urbana do compartimento norte: à esquerda, Vila Santa Cruz; à direita, Jardim Bom Pastor. .........................................................................................154 Figura 27: Uso do solo na região norte em 2005. ........................................................154 Figura 28: Uso atual do solo na Avenida Tigre. ...........................................................155 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 29: Paisagem urbana da Vila Rio Branco e adjacências: à esquerda, Vila Rio Branco; à direita, Morada do Sol II. ............................................................................. 156 Figura 30: Uso comercial vicinal na Vila Rio Branco. .................................................. 157 Figura 31: Uso comercial e de serviços nas vias Javert Madureira (acima) e Cruz Machado (abaixo). ...................................................................................................................... 157 Figura 32: Uso do solo na Vila Rio Branco em 2005. .................................................. 158 Figura 33: Ocupação na região da Vila Rio Branco: à esquerda, terrenos vagos; à direita, condomínio residencial Vivace. ................................................................................... 159 Figura 34: Compartimento sul: descontinuidade das vias e desenho ortogonal das quadras entrecortado por ocupações irregulares. ....................................................... 160 Figura 35: Paisagem urbana na região sul: à esquerda, Jardim das Araucárias III; à direita, ocupação irregular da Vila Operária. ........................................................................... 160 Figura 36: Usos na PR 340. ........................................................................................ 161 Figura 37: Uso do solo na região sul em 2005. ........................................................... 161 Figura 38: Empreendimento Nova Castro e respectivo zoneamento de uso e ocupação do solo. ....................................................................................................................... 165 Figura 39: Paisagens pararural e urbana na sede da Vila Tronco - Rua José Muniz Bueno. ................................................................................................................................... 173 Figura 40: Ocupação da Vila Tronco: porção oeste e leste da PR-151. ...................... 174 Figura 41: Vias parcialmente pavimentadas e vias sem pavimentação na sede do Tronco. ................................................................................................................................... 175 Figura 42: Ocupação da sede urbana de Abapã orientada pela rodovia estadual ao centro. ................................................................................................................................... 176 Figura 43: Paisagem urbana de Abapã: edificação em madeira e rotatória próxima ao acesso. ....................................................................................................................... 177 Figura 44: Acesso rodoviário à sede distrital e usos comerciais na Rua Afonso de Souza. ................................................................................................................................... 177 Figura 45: Dois núcleos urbanizados da sede de Socavão interligados pela estrada central. ........................................................................................................................ 178 Figura 46: Drenagem urbana, área de armazenamento de minério e cemitério de Socavão. ..................................................................................................................... 179 Figura 47: Ocupação urbana da colônia Castrolanda.................................................. 180 Figura 48: Paisagem urbana das áreas residencial e industrial de Castrolanda. ......... 180 Figura 49: Mapa de Uso e Ocupação do Solo da Sede de Castro: à direita, a proposta inicial; à esquerda, o mapa anexo à lei 08/2006.......................................................... 182 Figura 50: Estudo do setor histórico realizado pela PMC para Avaliação do PDM em 2011. ................................................................................................................................... 183 Figura 51: Habitações em madeira no bairro Jardim Primavera e no Poço Grande. ... 185 Figura 52: Ocupações em situação irregular no bairro Arapongas. ............................. 186 Figura 53: Loteamento Santa Clara e bairro Nossa Senhora do Rosário. ....................187 Figura 54: Projeto Jardim Alvorada I e II. .....................................................................189 Figura 55: Projeto Regularização Fundiária em estudo: Urbanização do Jardim Araucária III. ................................................................................................................................190 Figura 56: Ocupações em situação irregular na Vila dos Pacas e Jardim Social Primavera. ....................................................................................................................................191 Figura 57: Comunidades Quilombolas em Castro........................................................193 Figura 58: Esquema da proposta do sistema de acessos à Castro (PEOT) .................205 Figura 59: Interseção da PR 151 com a PR 340: à direita, a situação atual; à esquerda, proposta de implantação de trincheira (PEOT). ...........................................................205 Figura 60: Caracterização da frota de Castro, julho de 2015 .......................................206 Figura 61: Comparação da proposta de perfil viário (Lei de Sistema Viário) e conformação atual das vias (Rua Cruz Machado). ............................................................................209 Figura 62: Deficiências na sinalização viária em Castro ..............................................217 Figura 63: Contagem de tráfego na Interseção das ruas Cel. Olegário de Macedo e Vicente Fiorillo. ............................................................................................................218 Figura 64: Anéis de circulação viária propostos no PEOT. ..........................................219 Figura 65: Rota de Caminhões na área central da cidade. ..........................................220 Figura 66: esquema de mão inglesa. ...........................................................................221 Figura 67: Calçadas dificultam a circulação dos pedestres. .........................................222 Figura 68: Localização do Trecho com Tratamento Especial da Calçada ....................222 Figura 69: Calçada da Rua Dr. Jorge Xavier da Silva ..................................................223 Figura 70: Deficiências de acessibilidade em Castro ...................................................224 Figura 71: Pontos de embarque e desembarque .........................................................229 Figura 72: Equipamentos de apoio do transporte coletivo rural. ..................................229 Figura 73: Equipamento público urbano multifuncional para os distritos rurais, com plataforma de embarque e desembarque de passageiros. ..........................................230 Figura 74: Concentração de Transporte Público Escolar na Rua Visconde do Rio Branco ....................................................................................................................................230 Figura 75: Localização dos pontos de táxi ...................................................................231 Figura 76: Rede Estadual de Aeroportos em conformidade com o PIL. .......................232 Figura 77: Municípios que demandam carga aérea de exportação dos aeródromos paranaenses................................................................................................................233 Figura 78: Aeroporto municipal de Castro....................................................................234 Figura 79: Sistema ferroviário em Castro.....................................................................235 Figura 80: Terminal de cargas inoperante na Estação Maracanã. ...............................236 Figura 81: Valas em uso no aterro sanitário de Castro. ...............................................247 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 82: Aterro sanitário: abertura de nova vala e sistema de lagoas de tratamento. ................................................................................................................................... 248 Figura 83: Ecopontos em Castro e acúmulo de entulhos em área do Poço Grande. ... 249 Figura 84: Ecopontos e locais de despejo irregular na sede de Castro ....................... 250 Figura 85: Mapa esquemático de energia na sede e distritos industriais de Castro. ... 253 Figura 86: Trajeto do gasoduto em Castro. ................................................................. 254 Figura 87: Secretarias Municipais relacionadas às ações das temáticas de urbanismo, mobilidade, saneamento e habitação. ......................................................................... 270 Figura 88: Reunião Comunitária no Distrito de Abapã na Associação de Moradores. . 282 Figura 89: Reunião Comunitária no bairro Vila Santa Cruz. ........................................ 283 Figura 90: Slides de apresentação e organização das Reuniões Comunitárias. ......... 283 Figura 91: Primeira reunião com a Câmara de Vereadores do município de Castro. .. 311 Figura 92: Segunda Reunião com a Câmara de Vereadores do município de Castro. 312 ÍNDICE DE MAPAS Mapa 1: Região de Influência das Cidades – REGIC .................................................... 25 Mapa 2: Contexto Regional ........................................................................................... 27 Mapa 3: Solos ............................................................................................................... 39 Mapa 4: Condicionantes Físicos-Naturais Urbanas ....................................................... 53 Mapa 5: Condicionantes Físicos-Naturais Municipais ................................................... 55 Mapa 6: Indústrias no Município ................................................................................... 67 Mapa 7: Equipamentos de Saúde - Urbano .................................................................. 91 Mapa 8: Equipamentos de Saúde - Municipal ............................................................... 92 Mapa 9: Equipamentos de Educação Municipal ............................................................ 99 Mapa 10: Equipamentos de Educação Urbano ........................................................... 101 Mapa 11: Rede de Assistência Social e Segurança Pública........................................ 111 Mapa 12: Renda Per Capita Municipal ........................................................................ 129 Mapa 13: Densidade Demográfica Municipal .............................................................. 131 Mapa 14: Variação Demográfica Municipal ................................................................. 133 Mapa 15: Ocupação da Sede Urbana ......................................................................... 137 Mapa 16: Uso do Solo Urbano .................................................................................... 141 Mapa 17: Planta Genérica de Valores Urbana ............................................................ 143 Mapa 18: Densidade Demográfica Urbana (2000-2010) ............................................. 145 Mapa 19: Variação Demográfica Urbana Comparativa ............................................... 147 Mapa 20: Renda Per Capita Urbana ............................................................................149 Mapa 21: Unidades de Planejamento Municipal ..........................................................169 Mapa 22: Unidades de Planejamento Urbano .............................................................171 Mapa 23: Ocupações Irregulares .................................................................................195 Mapa 24: Programas Habitacionais .............................................................................197 Mapa 25: Hierarquia Viária Municipal ..........................................................................211 Mapa 26: Hierarquia Viária Urbana..............................................................................213 Mapa 27: Pavimentação da Sede Urbana ...................................................................215 Mapa 28: Transporte Urbano Coletivo: Eixos ..............................................................227 Mapa 29: Saneamento ................................................................................................245 Mapa 30: Iluminação Pública .......................................................................................255 Mapa 31: Antenas de Comunicação ............................................................................259 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 2: Nível de atenção, complexidade da atividade e turno de atendimento dos estabelecimentos da rede pública de saúde do município de Castro (2015). ................ 87 Quadro 3: Programa Habitacionais em execução ........................................................188 Quadro 4: Relação de Conselhos Municipais de Castro. .............................................267 Quadro 5: Esquema analítico dos instrumentos do Plano Diretor vigente ....................278 Quadro 6 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 01: Distrito de Abapã - Dia 07/10/2015 às 15h00......................................................................................................................285 Quadro 7 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 02: Sede Municipal - Bairro Vila Santa Cruz - Dia 07/10/2015 às 19h00 ..................................................................................293 Quadro 8 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 03: Distrito de Socavão - Dia 08/10/2015 às 15h00 ...................................................................................................299 Quadro 9 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 04: Sede Municipal - Bairro Jardim Arapongas - Dia 08/10/2015 às 19h00 ........................................................................305 Quadro 10 - Reuniões com a Equipe Técnica Municipal ..............................................312 Quadro 11 - Capacitação com a Equipe Técnica da Prefeitura....................................314 Quadro 12 - Cenário Atual e Tendencial: Síntese das Restrições e Potencialidades. ..317 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição da população urbana na RIAU (Intermediária) de Ponta Grossa (2010) ........................................................................................................................... 20 Tabela 2 - Distribuição da população total na RIAU (Intermediária) de Ponta Grossa (2010) ........................................................................................................................... 20 Tabela 3 - População censitária (2010) dos municípios mais populosos da RIAU (Intermediária) de Ponta Grossa e estimativa populacional (2015) ............................... 21 Tabela 4 - Movimentos pendulares de municípios do estado do Paraná (2010)............ 22 Tabela 5: Participação do PIB Municipal no PIB Total - Subconjunto de municípios da Região Imediata de Articulação Urbana de Ponta Grossa. ........................................... 61 Tabela 6 - Decomposição da Taxa de Crescimento do PIB: percentual do crescimento devido ao aumento da produtividade e ao aumento da ocupação. ................................ 62 Tabela 7 - Taxa geométrica de crescimento da população (TGC), por situação, do município de Castro e do estado do Paraná (1991/2000 e 2000/2010). ........................ 74 Tabela 8 - População residente, por sexo, e razão de sexos do município de Castro (1991, 2000 e 2010) ................................................................................................................. 75 Tabela 9 - População residente, por grupo de idade, e razão de dependência (RD) do município de Castro (1991, 2000, 2010). ...................................................................... 75 Tabela 10 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), variação percentual no período e ranking nacional, do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). ....................................................................................................... 78 Tabela 11 - Índice de Gini, Renda média per capita e proporção de extremamente pobres, pobres e vulneráveis à pobreza do município de Castro e do estado do Paraná (1991, 2000, 2010)................................................................................................................... 80 Tabela 12 - População acima de 10 anos, população economicamente ativa (PEA) e proporção da população desocupada (PDESOC) do município de Castro e do estado do Paraná (2000, 2010). .................................................................................................... 82 Tabela 13 - Expectativa de vida ao nascer do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). ..................................................................................... 83 Tabela 14 - Número de casos de morbidade, média do coeficiente de morbidade e morbidade proporcional por principais causas do município de Castro e do estado do Paraná (2008/2014). ..................................................................................................... 83 Tabela 15 - Número de óbitos informados, média do coeficiente de mortalidade e mortalidade proporcional por principais causas do município de Castro e do estado do Paraná (2003/2012). ..................................................................................................... 84 Tabela 16 - Número de Agentes Comunitários de Saúde (ASC), Equipes de Saúde da Família (ESF) e Saúde Bucal (ESB) e proporção de cobertura da população residente do município de Castro e do estado do Paraná (2010, 2014). ........................................... 86 Tabela 17 - Número de estabelecimentos de saúde, por tipo e prestador, do município de Castro – Dezembro/2014. ............................................................................................. 86 Tabela 18 - Número total e por mil habitantes de médicos e de leitos do município de Castro e do estado do Paraná – Dezembro/2014. ........................................................ 89 Tabela 19 - Expectativa de anos de estudo do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010)...................................................................................... 93 Tabela 20 - Taxa de analfabetismo, por faixa etária, do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). ................................................................... 94 Tabela 21 - Taxa de atendimento escolar, por faixa etária, do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). ........................................................ 95 Tabela 22 – Número de ocorrências policiais, por tipo, do município de Castro, e taxa de ocorrências policiais do município de Castro e do estado do Paraná – 2014. ..............107 Tabela 23 - Número de ocorrências de acidentes de trânsito nas vias municipais e de vítimas, por características, do município de Castro (2012, 2013 e 2014). ..................108 Tabela 24: Síntese da ocupação e renda nos compartimentos da sede urbana. .........162 Tabela 25: Cálculo da capacidade de absorção populacional de Castro. ....................163 Tabela 26 - Componentes do Déficit habitacional de Castro (2010) ............................187 Tabela 27 - Quantidade de habitações contratadas no MCMV (Período 2010 - 2014) 190 Tabela 28: Evolução do Índice FIRJAN de Gestão Fiscal no período 2006-2013 ........274 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 INTRODUÇÃO Dando continuidade ao processo iniciado na etapa anterior, na qual avaliou-se o Plano Diretor vigente, o presente relatório tem como objetivo identificar os principais aspectos da realidade atual, nas dimensões ambiental, socioeconômica, de uso e ocupação do solo, de infraestrutura e institucional com rebatimento no território e na sua gestão. Como explicitado no documento de Avaliação do Plano Diretor Vigente, a realidade municipal passou por intensas transformações desde o último marco de planejamento municipal em 2006, com implicações expressivas para ordenamento do uso e ocupação do solo do município. Em geral, no contexto regional, essas transformações aumentaram a centralidade de Castro vis a vis à de Ponta Grossa e demais municípios da região (p. ex., Carambeí e Piraí do Sul). Particularmente, o avanço da agroindustrialização, da construção civil e do comércio criaram no município novas centralidades de funções urbanas, em nível regional, nacional e internacional. As análises técnicas especializadas de cada tema contidas nesse relatório conformam os cenários atual e tendencial de Castro, sintetizados na forma de restrições e potencialidades para cada dimensão analítica. Este documento está dividido em duas partes, sendo a primeira voltada para a análise técnica, que se inicia por um capítulo que insere Castro no contexto regional e na rede de cidades do Paraná. Os capítulos seguintes discorrem sobre as transformações da realidade municipal em cada dimensão de análise, incorporando as considerações provenientes da avaliação do PDM, bem como as impressões resultantes do processo participativo. A segunda parte do relatório dá ênfase aos resultados dos eventos de participação ocorridos com a equipe técnica municipal, câmara de vereadores e com a comunidade, tanto da sede como dos distritos de Abapã e de Socavão. Como conclusão apresenta-se uma síntese das principais restrições e potencialidades levantadas, incorporando os resultados das reuniões participativas, e que, por sua vez, deverá dar os subsídios para a elaboração de um cenário desejável, objeto da próxima etapa. 17 I. DIAGNÓSTICO: LEITURA TÉCNICA O presente capítulo apresenta as principais análises da realidade atual, nas dimensões ambiental, socioeconômica, de uso e ocupação do solo, infraestrutura e serviços públicos e institucional. Destaca-se que essas análises têm como fonte de informações os dados secundários sobre o município, informações provenientes da prefeitura municipal, entrevistas com técnicos e reuniões públicas, além de incorporarem os resultados das análises do Plano Diretor vigente, apresentadas no último relatório. 1. CASTRO NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS 1.1. A REDE DE CIDADES Conforme o diagnóstico do Plano de Desenvolvimento Municipal, é relevante para a compreensão do papel de Castro no território, o estudo do IBGE que trata da inserção regional dos municípios brasileiros: Regiões de Influência das Cidades - REGIC (2007). Com base nesse estudo, foi definida a hierarquia dos centros urbanos e as regiões de influência a eles associadas, a partir dos aspectos de gestão federal e empresarial e da dotação de equipamentos e serviços, de modo a identificar os pontos do território a partir dos quais são emitidas decisões e é exercido o comando em uma rede de cidades. O Mapa 1 apresenta as Regiões de Influência das Cidades de Curitiba (Metrópole Regional) e de Ponta Grossa (Capital Regional C), com os seus respectivos Centros de Zona (Jaguariaíva, Prudentópolis e Palmeira) e Centros Locais (Arapoti, São João do Triunfo e Guamiranga), e demais Centros Locais diretamente vinculados à essa Capital Regional C (Castro, Carambeí, Ipiranga, Ivaí, Piraí do Sul e Porto Amazonas). A estrutura original de centralidades identificada no estudo ainda se mantém, com forte articulação em torno dos polos metropolitanos e das capitais regionais. A configuração das cidades consideradas como Centros Locais, entretanto, deve ser analisada com cuidado, uma vez que intensas transformações econômicas e sociais, verificadas nos anos 2000, contribuíram para requalificar sua inserção na rede urbana. Como discorrido no relatório de Avaliação do Cenário Municipal do PDC, um desses casos é o município de Castro. A configuração da Região Intermediária de Articulação Urbana de Ponta Grossa (RIAU) tem por base o estudo “Divisão Urbano-Regional”, publicado pelo IBGE em 2013, com dados de 2007. Esse estudo estabeleceu “um recorte territorial em três diferentes níveis escalares que recobre todo o território nacional: Regiões Ampliadas de Articulação Urbana, Regiões Intermediárias de Articulação Urbana e Regiões Imediatas de Articulação Urbana”, conforme o arcabouço conceitual-metodológico adotado pelo REGIC (2007). Nessa divisão urbano-regional, cada região criada é contígua e cada município pertence a uma única unidade territorial. É identificado um município polo para cada região. São definidas, assim, as Regiões de Articulação Urbana, como espaços pautados por uma organização em rede, onde os centros de gestão do território e os fluxos de informações, pessoas, bens e serviços determinam as vinculações e o arranjo regional. A conformação dessas regiões reflete processos históricos que se formaram pela interação entre vários atores e palcos, tais como: os domínios ecológicos; a população; 18 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 as atividades agrícolas e industriais; os transportes e as atividades terciárias. Todas as regiões identificadas são formadas a partir de uma cidade que comanda a sua região, estabelecendo relacionamentos entre diferentes instituições, pessoas e empresas nos respectivos territórios (IBGE, 2013). Nesse contexto, Castro se localiza nas Regiões Ampliada, Intermediária e Imediata de Articulação Urbana de Ponta Grossa (município polo e capital regional) que, por sua vez, está integrada à Região de Articulação Urbana de Curitiba (Metrópole Regional). Além de Castro, os municípios que compõem cada uma dessas regiões podem ser observados no Mapa 2. A RIAU-PG é composta por 26 centros urbanos, todos no estado do Paraná. Em relação à hierarquia, essa região engloba, além do polo regional de Ponta Grossa, dois polos imediatos, classificados como Centros de Zona A: Telêmaco Borba e Irati. Cabe mencionar que, dentre os centros integrantes da Associação de Municípios de Campos Gerais (AMCG)1, apenas Sengés não integra a RIAU-PG, uma vez que este se vincula à rede de articulação urbana de Sorocaba-SP. Nesse contexto, a cidade de Ponta Grossa é classificada como uma Capital Regional C2, caracterizada pela capacidade de polarizar uma grande quantidade de municípios no atendimento a bens e serviços de alta complexidade, concentrar atividades de gestão pública e privada e articular, em escala regional, órgãos e empresas privadas. Castro, por sua vez, é classificada como Centro Local que constitui, segundo o estudo, uma centralidade cuja atuação não extrapola os limites do seu município, servindo apenas aos seus habitantes. Entender a dinâmica econômica e social de Castro implica em compreender as principais especificidades que caracterizam a região de articulação da qual faz parte. Essa dinâmica influencia e é influenciada pelas principais cidades do seu entorno com as quais mantêm fluxos relevantes (pessoas, bens e outros). Neste panorama, identifica-se desde 2006, o incremento do caráter polarizador de Castro sobre Carambeí e Piraí do Sul que, por sua vez, conformam juntos uma tríade de relacionamento entre si e com o polo de Ponta Grossa. Este fato poderá contribuir para a comprovação da tendência de alteração da classificação superior de Castro na RIAU PG. 1.2. DINÂMICA POPULACIONAL A Região Intermediária de Articulação de Ponta Grossa (RIAU-PG) abrange 7,7% da população urbana do Paraná (8,6% da população total do estado), o equivalente a 691.380 habitantes, em grande parte concentrada em Ponta Grossa (3,42%). 1 A AMCG é um órgão de representação municipal e micro-regional, sendo constituída sob a forma de sociedade civil, sem fins lucrativos. Desde a década de 60, a AMCG vem atuando na região e tem como principal objetivo a integração regional, econômica e administrativa, buscando o fortalecimento dos municípios, defendendo os seus interesses, visando o desenvolvimento econômico e social. 2 Vale mencionar que, segundo o REGIC (2007), Ponta Grossa já havia sido classificada como Capital Regional A em estudos de 1966, juntamente de Londrina, porém, registrou declínio de sua hierarquia pela proximidade com Curitiba. Ainda assim, atualmente, o município mantém-se como polarizador da mesorregião Centro-Oriental do estado. 19 Tabela 1 - Distribuição da população urbana na RIAU (Intermediária) de Ponta Grossa (2010) Porte dos Centros Urbanos (2010) Quantidade de Cidades (RIAU-PG) População Urbana (2010) % da População Urbana Total (RIAU-PG) Inferior a 5.000 habitantes 7 25.640 3,71 5.001 - 10.000 7 52.818 7,64 10.001 - 20.000 5 73.269 10,6 20.001 - 50.000 5* 166.480 24,08 50.000 - 100.000 1 (Telêmaco Borba) 68.440 9,90 Acima de 100.000 1 (Ponta Grossa) 26 304.733 691.380 44,08 100 * Castro, Arapoti, Irati, Jaguariaíva e Prudentópolis. Fonte: IBGE (2010). Em termos de população absoluta (Tabela 2), apenas Castro, Telêmaco Borba e Irati compreendem municípios de porte médio, com população superior a 50 mil habitantes, abrangendo mais de 20% da população da RIAU - os demais municípios são de pequeno porte. Destaque para Irati que, apesar de constituir um Centro de Zona, registrava população urbana inferior à de Castro em 2010. Tabela 2 - Distribuição da população total na RIAU (Intermediária) de Ponta Grossa (2010) Inferior a 5.000 habitantes Quantidade de Municípios (RIAUPG) 1 5.001 - 10.000 3 23.789 2,64 10.001 - 20.000 11 155.898 17,32 20.001 - 50.000 7 211.352 23,48 50.000 - 100.000 3* 193.163 21,45 Acima de 100.000 1 (Ponta Grossa) 26 311.611 900.327 34,61 100 Porte dos Municípios (2010) População Total (2010) % da População Total (RIAU-PG) 4.514 0,5 * Castro, Irati e Telêmaco Borba. Fonte: IBGE (2010). Segundo os resultados do Censo Demográfico (2010) e as estimativas de população realizadas pelo IBGE para 2015 (Tabela 3), os municípios de Castro, Piraí do Sul e, inclusive Jaguariaíva e Tibagi, inverteram o sentido dos seus saldos migratórios a partir de 2010. De municípios com saldos migratórios negativos (saídas > entradas) no período 2000-2010, particularmente de origem rural, passaram a apresentar saldos positivos (saídas < entradas) entre 2010 e 2015. Em Ponta Grossa, desde os anos 2000, foram registrados saldos migratórios positivos. O contrário acontece com Arapoti, cujos saldos migratórios são negativos nos períodos 2000-2010 e 2010-2015. Em geral, municípios com saldos migratórios positivos são relativamente mais dinâmicos e apresentam maiores oportunidades de emprego, com crescente centralidade de suas funções urbanas. 20 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Tabela 3 - População censitária (2010) dos municípios mais populosos da RIAU (Intermediária) de Ponta Grossa e estimativa populacional (2015) População Total (2010) % População da RIAU (2010) População estimada (2015) Carambeí (PR) 19.163 2,5 21.590 Taxa de Crescimento (2010-2015) 1,20 Tibagi (PR) 19.344 2,6 20.337 0,50 Ortigueira (PR) 23.380 3,1 23.418 0,02 Piraí do Sul (PR) 23.424 3,1 24.953 0,63 Reserva (PR) 25.172 3,3 26.522 0,52 Arapoti (PR) 25.855 3,4 25.547 -0,12 Palmeira (PR) 32.123 4,3 33.753 0,50 Jaguariaíva (PR) 32.606 4,3 34.468 0,56 Prudentópolis (PR) 48.792 6,5 51.567 0,55 Irati (PR) 56.207 7,4 59.708 0,61 Castro (PR) 67.084 8,9 70.810 0,54 Telêmaco Borba (PR) 69.872 9,3 75.809 0,82 Ponta Grossa (PR) Total 311.611 754.633 41,3 100 337.865 806.347 0,81 0,67 Município Fonte: IBGE (2010; 2015). Outra informação relevante para caracterizar a inserção regional do município de Castro refere-se aos movimentos pendulares de sua população (Tabela 4). Em Castro, em 2010, 1.914 pessoas saiam diariamente (ida e volta) do município para trabalhar, indicando uma taxa de repulsão sobre a população ocupada de 7%. Para estudar, particularmente no nível de ensino superior, saiam 946 pessoas, cuja taxa de repulsão sobre a população de estudantes equivalia a 5,3%. Esses percentuais são expressivamente maiores do que os observados em Ponta Grossa (5,6%, 1,5%, respectivamente), cidade polo regional, cuja estrutura econômica é de maior porte, além de ser também um grande centro de ensino superior. 21 Tabela 4 - Movimentos pendulares de municípios do estado do Paraná (2010) Motivação Trabalho Estudo Nº Nº Nº Nº pessoas Taxa de pessoas pessoas Taxa de pessoas Taxa de que Atração que que Repulque RepulMunicípio entram para entram saem do são para saem do são para do Trabado municíTrabalho municíEstudo municílho município pio pio pio Arapoti 458 594 4,94 5,56 402 377 6,03 Carambeí Taxa de Atração para Estudo 4,84 587 3134 7,35 36,98 609 43 11,01 0,73 Castro 1.914 724 7,00 2,48 946 516 5,30 2,54 Jaguariaíva 1.036 541 7,82 4,34 529 502 5,67 5,70 Piraí do Sul Ponta Grossa Tibagi 664 333 7,84 3,65 305 85 5,69 1,35 7.634 2678 5,63 2,23 1.234 5142 1,51 5,86 423 437 5,77 5,66 419 192 7,85 3,48 Taxa de Repulsão: Percentual de pessoas que saem do município para trabalhar/estudar sobre população ocupada/estudante; Taxa de Atração: Percentual de pessoas que entram no município para trabalhar/estudar sobre população ocupada/estudante Fonte: IBGE (2010). No sentido inverso, ainda em 2010, entraram em Castro 724 trabalhadores e 516 estudantes, com taxas de atração para o trabalho e para estudo de 2,5% sobre a população ocupada e sobre a população de estudantes, respectivamente. Para o trabalho, essa taxa é superior à de Ponta Grossa (2,2%) e, para o estudo, muito menor (5,9%). Informações do Censo Demográfico de 2000 indicam que Castro recebia somente 517 pessoas diariamente seja para estudo ou trabalho. Saiam de Castro, 1.057 pessoas. Entre 2000 e 2010, o fluxo total de entradas e saídas aumentou de 1.574 para 4.100 pessoas, um aumento equivalente a 160%, muito superior ao crescimento da população (5,5%). Além disso, a relação entre entradas e saídas de pessoas diminuiu de 49% para 45%, o que constitui outro indicador de aumento da centralidade do município em nível regional. Conforme analisado pelo Plano de Desenvolvimento, além do indicado pela dinâmica demográfica e movimentos pendulares, as principais transformações que ocorreram na economia municipal nos anos recentes - principalmente a partir de 2006, implicaram no aumento da centralidade de Castro, em relação a Ponta Grossa e aos demais municípios da região, como Carambeí e Piraí do Sul. Particularmente, o avanço da agro industrialização, da construção civil e do comércio criaram no município novas centralidades em níveis regional, nacional e internacional. 1.3. CONTEXTO SOCIOPOLÍTICO Diante do contexto regional ao qual se insere o município de Castro, apresentado nos subcapítulos anteriores, são previstos novos planos, projetos e investimentos para 22 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 melhoria do potencial competitivo da região, em especial nos setores energético aeroviário e rodoviário. Para o sistema energético municipal, duas obras preveem maior estabilidade de fornecimento: a ampliação da principal subestação de energia de Castro, e a implantação de um alimentador de 138 kV originário de Jaguariaíva, com término previsto para 2018. Com relação ao modal aeroviário, foi recém lançado pela Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná (SEIL), o Plano Aeroviário do Estado do Paraná, que contempla, dentre outras questões, a realização de um prognóstico sobre a demanda futura pelo transporte aéreo no Estado. Dentre as principais reivindicações dos empresários paranaenses, está justamente a estruturação do transporte aeroviário de cargas, que constitui um dos grandes gargalos no cenário de desenvolvimento econômico da Região dos Campos Gerais. Conforme estudos do Plano Aeroviário, é viável a ampliação do aeroporto de Ponta Grossa para atendimento da região leste do estado. Por outro lado, a iniciativa privada tem se organizado para implantar um aeroporto de cargas no município de Palmeira. Quanto ao sistema rodoviário regional, há previsão da extensão da PR-340 até a RMC, cujo traçado ainda não foi definido, porém, a previsão é interligar a PR-090 ao município de Cerro Azul (PR), integrando-o à malha viária da RMC. Dentre as melhorias previstas para o sistema rodoviário municipal, cabe destacar o projeto do Contorno Norte. A ligação de 18,6 km de extensão entre a PR-151 e PR-090, cujos recursos são provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), permitirá o desvio de grande parte do tráfego da PR-340, que atualmente atravessa a malha urbana. Na PR-090, estão programados um viaduto e um contorno rodoviário, melhorando o acesso à principal entrada de Castro via PR-340 e à região do futuro pátio de caminhões da Cargill. Em relação às tendências futuras para o modal ferroviário, destaca-se o Programa Federal de Investimentos em Logística, que tem como objetivo renovar e integrar a malha brasileira de transportes, conjugando ferrovias, rodovias, portos e aeroportos (ANTT, 2013) – através do qual se prevê um novo ramal ferroviário interceptando o município de Castro. Conforme estudo preliminar divulgado pela ANTT, a nova linha deve ser construída paralelamente ao ramal leste, ligando o município de Mainrinque (SP) com o porto de Rio Grande (RS). A principal demanda para esta ferrovia vem da Petrobrás, mas o ramal poderia atender outras necessidades das localidades do seu trajeto. Com relação ao abastecimento de gás natural na região, cabe mencionar a obra de expansão da Rede de Distribuição de Gás Natural (RDGN) desenvolvida pela Companhia Paranaense de Gás (Compagás) nos Campos Gerais, ao longo das faixas dominiais das rodovias PR-151, PR-340 e PR-090. Uma das alavancas do desenvolvimento econômico do Paraná, com forte impacto na região dos Campos Gerais e especificamente em Castro, é o Programa Paraná Competitivo. O principal instrumento para a atração dos investimentos é de ordem fiscal, por meio da dilação de prazos para recolhimento de ICMS, oferecendo um prazo de carência para o pagamento do ICMS gerado de 2 a 8 anos, mais o mesmo prazo para parcelamento do pagamento deste montante. No caso de empresas já instaladas, a mesma lógica se aplica ao ICMS incremental, ou seja, aquilo que aumenta de ICMS após 23 a expansão. Outro benefício oferecido é o diferimento do ICMS sobre energia elétrica e gás natural. Neste caso, empresas que se instalarem em Castro também poderão se beneficiar, especialmente quando se considera o novo ramal de gás natural que vem sendo construído pela Compagás até o município. 24 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 1: Região de Influência das Cidades – REGIC 25 26 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 2: Contexto Regional 27 28 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 2. ASPECTOS AMBIENTAIS O município de Castro possui um extenso território com grande diversidade de paisagens e ecossistemas, resultando em um amplo espectro de possibilidades de uso do solo, que vai desde a conservação ambiental até a potencialização das atividades agrícolas e industriais. A análise das características físicas e naturais de Castro visa identificar os riscos oriundos das ações antrópicas sobre ao meio natural. Essa análise torna possível indicar os condicionantes e potencialidades locais que poderão ser traduzidas posteriormente em um macrozoneamento municipal. Tem-se como pressuposto que a dinâmica da sociedade molda as distintas formas de ocupação e promove a modificação do espaço geográfico. Para abordar de modo integrado esta inter-relação, serão apresentados nos itens a seguir, os principais aspectos físicos e ambientais que possuem que interferem no processo de ocupação do território de Castro. Para a realização dos estudos de caracterização físicos e naturais, foram utilizados dados secundários publicados por órgãos oficiais (IBGE, EMBRAPA, DNPM, MMA entre outros) e bibliografias que retratam a região, pesquisas de campo e interpretação de mapas e imagens orbitais. 2.1. ASPECTOS CLIMATOLÓGICOS Castro apresenta temperaturas brandas devido ao efeito da sua alta altitude, resultando em verões amenos e invernos frios. O clima predominante é do tipo Cfb, segundo Köppen-Geiger, sub – tropical úmido, mesotérmico, com verões frescos, frequentes geadas severas no inverno, sem estação seca, com temperatura média do mês mais quente inferior a 22º C e do mês mais frio inferior a 18º C. A temperatura média anual é de 17°C e 18°C, com chuvas anuais variando entre 1.400 e 1.680 mm. Estas características são propícias para determinadas culturas agrícolas que predominam na região de Castro e que são base para sua economia. Caso as teorias de aquecimento global se confirmem, modificando o clima nos Campos Gerais, poderá haver consequências significativas para o ecossistema e para a atividade agrícola da região. 29 Figura 1: Precipitação média anual e temperatura média anual Fonte: FUNDAÇÃO ABC, 2015. Em estudo da Copel para análise do Potencial Eólico do Estado do Paraná (COPEL, 2007), a região de Castro ganhou destaque no estudo sobre seus ventos predominantes, em que destaca como região potencial para aproveitamento de energia eólica. De acordo com o documento executivo publicado em 2007, a região de Castro e Tibagi possui relevo com pequenas ondulações, e ventos predominantes de leste com velocidades medidas de aproximadamente 7 m/s a 75m de altura. Conforme descrito no PEOT (2014), já há um projeto de instalação de usina de energia eólica na área da escarpa devoniana, na divisa do município com Tibagi. 2.2. CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS O município está situado no Primeiro Planalto, 988 metros acima do nível do mar com extensão territorial de 2.533 km², um dos maiores do Paraná. Em sua extensão apresenta topografia variada e relevo com cristas e espigões alongados, alinhados segundo direções preferenciais (NE-SW), condicionados pela presença de diques de diabásio e de microdorito (EMBRAPA, 2012). Predominam rochas graníticas porfiríticas relacionadas ao Complexo Granítico Cunhaporanga do Proterozóico/Paleozóico e rochas do Grupo Açungui do Proterozóico Superior. Ainda, há ocorrência de rochas pertencentes ao Grupo Castro, do Ordoviciano Inferior. A altitude máxima chega a 1.220 m de altitude, na porção noroeste do município onde encontra a face direita da Escarpa Devoniana que compõe o “canyon” do rio Iapó e 30 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 outras formações onduladas. Trata-se de uma zona isolada de maior resistência, constituída por quartzito e quartzo pórfiro decomposto, pertencendo ao grupo Castro, formado na era Paleozóica, período Pré-Devoniano. A porção Leste do município, conformada pela bacia do Ribeira, também apresenta altas altitudes, chegando até 1020 metros. Nesta região predomina o Grupo Açungui - Formação Itaiacoca, constituído por rochas carbonatadas e, é caracterizado por morros fortemente dissecados. Figura 2: Geomorfologia, Geologia, Declividade e Hipsometria Fonte: FUNPAR, 2015. Nesta região também predomina intensa atividade mineradora voltada para a extração do calcário, utilizado tanto para a indústria de cimento e para produção de cal e corretivo de solos. 31 Figura 3: Mineração em Castro Fonte: Organizado por FUNPAR, 2015, com dados do DNPM, 2015. Devido à dificuldade de mecanização desta região para o aproveitamento agrícola, esta região acaba por ser utilizada por grandes áreas de reflorestamento de pinus. Figura 4: Áreas de Reflorestamento sobre o Planalto e Serra do Ribeira Fonte: FUNPAR, 2015. 32 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Outra característica relacionada com os aspectos geomorfológicos desta região é a presença de grutas e cavernas, dada a ocorrência das rochas carbonatadas, o que destaca esta região como potencial turístico. Figura 5: Presença de grutas e cavernas Fonte: Organizado por FUNPAR, 2015. Dados de CPRM, 2007 Sob o aspecto da fragilidade, as regiões onde o relevo é mais ondulado indicam áreas de maior susceptibilidade aos processos erosivos, sobretudo os produzidos pelo escoamento superficial das águas de chuvas que são abundantes. A parte central do município coincide com a dos Campos Gerais, caracteriza-se pela ocorrência predominante de uma sucessão de baixas colinas, de formas suavizadas, com largas planícies aluviais de relevo plano ou praticamente plano (EMBRAPA, 2002). Contudo, dentro deste contexto, é importante ressaltar que as áreas com menores cotas altimétricas e de menor declividade, como é o caso das regiões próximas aos Rios Iapó, Maracanã, Taquara, Tabuão e Piraí, o escoamento superficial é menor e, consequentemente, apresentam menor capacidade de escoamento. Assim, nestes locais há tendência acumular águas e materiais transportados pelos rios, o que facilita a ocorrência de inundações. 2.3. SOLOS No município de Castro predominam os seguintes tipos de solo: Gleissolo, Organossolo, Cambissolo, Neossolo, Argissolo e Latossolo3 (Mapa 3). A seguir é 3 Segundo o mapeamento geológico do Estado do Paraná, disponibilizado pelo ITCG, em formato vetorial na escala 1:600.000. 33 apresentado uma descrição simplificada, dos tipos de solos, sua incidência e sua relação com as possibilidades de uso do solo. Latossolos: Esses solos predominam sobre o Planalto de Castro e coincidem com Complexo Granítico Cunhaporanga, recobrem boa parte do município de Castro, representando 39% da área. Como descrito no PEOT (2014), os Latossolos são solos muito evoluídos, em avançado estado de intemperização, destituídos de minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo. Normalmente são resistentes aos processos erosivos, devido às boas condições físicas. De modo geral, a ocorrência dos Latossolos na região de estudo está associada a regiões planas, suavemente onduladas, onde as declividades não ultrapassam 20%, o que faz com que estas regiões apresentem alta estabilidade, baixo risco de erosão. Na região, estes solos têm sido ocupados pelo uso agropecuário demandando a adoção de práticas de correção da acidez do solo e adubação. Verifica-se que o uso intensivo da mecanização agrícola o que tem ocasionado a compactação destes solos, tornando-os mais suscetíveis à erosão. Contudo, vale ressaltar que a regiões com incidência deste tipo de solo possuem grande capacidade para suportar estradas e construções, mostrando-se adequadas para urbanização. Cambissolos: Ocorrem em 23% do município. São solos bastante ácidos, pouco desenvolvidos, que ainda apresentam características do material originário (rocha) evidenciado pela presença de minerais primários. Sua ocorrência é predominante sobre o Planalto e Serra do Ribeira, com incidência sobre a sede urbana de Castro, onde se observa uma tendência à urbanização no sentido norte-sul dado pela passagem da rodovia PR-151. Pela característica de relevo (mais dissecado e ondulado, com declividades superiores a 30%), associada a pouca profundidade do solo, faz com que esta região se apresente bastante susceptível à erosão. Desta forma, a ocupação desta área deve ser ponderada, visto que seu uso inadequado pode representar a ocorrência de deslizamentos e, por conseguinte, riscos à vida de moradores, poluição hídrica e problemas sanitários. Nesse sentido, ressalta-se que as áreas mais declivosas são mais aptas à preservação da fauna e flora ou pastagem (cultura perene), e menos aptas à urbanização (PEOT, 2014). Argissolos: representam 14% da área do município. São solos medianamente profundos e moderadamente drenados, constituídos por material mineral, caracterizado pela argila. Quando localizados em relevo acidentado apresentam grande susceptibilidade à erosão e, nesse sentido, práticas de conservação de solos são recomendáveis. Localizam-se ao sudoeste do município e também incidem sobre a área reservada para expansão urbana de Castro onde, atualmente, ainda é pouco urbanizada. Apesar da ocorrência deste solo ter pouca relação com as altas declividades, a ocupação urbana futura desta região deverá levar em conta medidas de controle do processo erosivo. Estes solos também recobrem um trecho paralelo a PR 151 que liga a sede urbana ao distrito do Tronco, ocupado por atividades agropecuárias, com incidência de remanescentes florestais próximos aos rios. Neste caso, mantendo-se o uso agrícola, ressalta-se que o cultivo de fruteiras de clima subtropical ou reflorestamento (Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2013) são mais adequados ao argissolo, especialmente nas porções de relevo mais movimentado (PEOT, 2014). Neossolos: Sua incidência é pouco expressiva, recobrindo 10% do total da área do município. São solos minerais, com espessura inferior a 50 cm, possuindo, em geral, uma estreita camada de material terroso sobre a rocha, em geral, estão associados a afloramentos de rocha. Estes solos constituem áreas extremamente frágeis devido ao seu 34 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 perfil raso e a predominância de textura arenosa à média. Sua incidência desses está associada às declividades acentuadas, ocorrendo especialmente na porção a oeste da sede urbana, onde a ocupação atual predominante é de atividades de pecuária e silvicultura. O manejo inadequado destes solos faz com que, em poucos anos, sua camada superficial venha sofrer severa erosão expondo o saprólito4 em rocha. A situação é agravada quando sua incidência está próxima aos rios, onde o solo é transportado para os rios causando poluição das águas e assoreamento (UEPG, 2003). No mesmo sentido, a ocupação urbana neste tipo de solo deve ser evitada, pelo risco de se intensificar os processos erosivos (PEOT, 2014). Nitossolos: Sua ocorrência é pouco expressiva, representa apenas 0,2%. São solos profundos, bem drenados e de coloração que varia de vermelho a brunada. Em Castro, estes solos incidem sobre o relevo ondulado na parte sul do município, fazendo com que haja necessidade de aplicação de práticas conservacionistas devido a maior suscetibilidade aos processos erosivos. O manejo adequado para fim agrícola implica na adoção de correção de acidez para os que apresentam pH baixo e teores mais elevados de alumínio e adubação de acordo com a necessidade da cultura. Organossolos: Compreendem a 9% do município, são solos hidromórficos, pouco desenvolvidos constituídos por material orgânico, de coloração escura resultante da acumulação de restos vegetais em graus variáveis de decomposição. Esses solos têm grande importância no meio ambiente por abrigarem fauna e flora específicas e funcionarem como verdadeiras esponjas na retenção de água proveniente das chuvas e das partes altas do relevo, ajudando na manutenção dos rios e na recarga dos aquíferos. Na região de estudo estes solos aparecem adjacentes aos Gleissolos, nas adjacências dos rios Iapó, Portão Vermelho e Taquara. Observa-se na região de estudo, que atividades agrícolas ocupam grande parte destas áreas, levando ao risco de contaminação dos corpos hídricos por agrotóxicos, adubos e outros produtos químicos. Por tais características, estes solos são mais aptos à conservação ambiental, não sendo recomendável sua utilização, seja para atividades agrícolas ou para urbanização (PEOT, 2014). Gleissolos: Equivalem a 4% do total do município, consistem em solos hidromórficos, constituídos por material mineral, permanente ou periodicamente saturados por água. São solos mal ou muito mal drenados, desenvolvidos comumente em sedimentos recentes nas proximidades dos cursos d’água ou em áreas de terrenos planos de terraços fluviais, lacustres e marinhos, assim como em áreas de depressões. Na região de estudo estes solos se localizam próximos aos Rios Iapó e Piraí e, em razão disso, estão associados ao risco de contaminação dos corpos hídricos por produtos químicos e adubos utilizados na agricultura. Sobre estes solos, também ocorrem manchas de ocupação urbana. Os organossolos e gleissolos configuram áreas com elevados níveis de saturação hídrica, elevada capacidade de fixação de carbono que, por sua vez, resulta numa alta capacidade de retenção de água e de íons no solo, aumentando a capacidade de filtragem das águas e de regularização da vazão dos rios. Na área rural do município de Castro, é possível observar no mapeamento de solos da Embrapa que a ocorrência solos hidromóficos (Gleissolos e Organossolos) 4 Saprolito: é o horizonte de transição entre solo e rochas, é pouco atingido por processos pedogênicos, onde se pode encontrar muitas características da rocha-matriz. 35 predominam sobre as várzeas dos Rios Iapó, sendo em grande parte ocupadas por drenagem artificial para aproveitamento agrícola, o que traz a possibilidade de risco de diminuição da qualidade hídrica dos rios da região. Segundo a Embrapa (2015), práticas culturais e de manejo, como a rotação de culturas, o plantio direto, e o manejo do solo conservacionista, são aceitáveis neste tipo de solo pois, além de controlarem a erosão do solo e as perdas de nutrientes, mantêm e/ou melhoram a produtividade do solo. Por outro lado, a Resolução Conjunta IBAMA/SEMA/IAP nº005/08 (PARANA, 2008) normatiza a conservação dessas áreas e estabelece condicionantes para o licenciamento das atividades permissíveis. Esta resolução determina que as áreas úmidas são ecossistemas frágeis, de alta complexidade ecológica, importantes para o processo de estabilidade ambiental e manutenção da biodiversidade. De acordo com o Sindicato Rural, em Castro houve um acordo com os órgãos ambientais de que as áreas já agricultadas poderiam continuar com esse uso resultando em poucas modificações na ocupação do solo na bacia do Iapó. Por outro lado, a portaria IAP nº60/2008 proíbe o uso de agrotóxicos, a não ser mediante projeto técnico apresentado pelo proprietário e aprovado pelo órgão ambiental. A prefeitura não dispõe de um mapeamento mais detalhado identificando as áreas úmidas na sede urbana. No entanto para fins de definição das áreas impróprias à ocupação, o presente estudo utilizou, para definição espacial das áreas úmidas, a base cartográfica disponibilizada pelo Paranacidade (2006), a qual identifica essas áreas com "terreno sujeito a inundação". Observando as imagens de satélite atuais e as "áreas sujeitas à inundação" é possível ter uma ideia aproximada da ocorrência de solos com grande quantidade de água acumulada, como mostra a figura abaixo. 36 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 6: Áreas sujeitas à inundação Fonte: Organizado por FUNPAR, 2015, com dados do Paranacidade, 2006. 37 Figura 7: Solos Hidromórficos nas proximidades da sede urbana Rio Iapó Rio Maracanã Fonte: Fonte da Imagem: GOOGLEEARTH, 2015 Contudo, é importante ressaltar a necessidade do detalhamento desta informação através de um levantamento de campo e estudos complementares avaliando aspectos como: profundidade do solo, topografia, propriedade física e química dos solos, quantidade de material orgânico, etc. Além da proteção destas áreas através da normativa estadual, a Lei Municipal N° 476/89 declara o Rio Iapó, tributário e suas margens e várzeas inundáveis como "áreas de preservação e proteção especial". Nestas, nenhuma atividade econômica poderá ser desenvolvida sem autorização do Poder Executivo Municipal. A autorização é subordinada ao licenciamento e parecer favorável da Comissão Municipal de Meio Ambiente. O Decreto N° 08/90 suplementa a Lei Municipal n° 476/89 de 03 de julho de 1989, considerando várzea de inundação periódica as áreas situadas às margens do Rio Iapó e seus tributários abaixo da cota de altitude 973,50 metros e considera como ponto de inundação máxima a cota de altitude 977 metros (Mapa 4). Segundo esta normativa não é permitida nenhuma edificação na área de inundação periódica, com ressalvas a exceção das edificações situadas das áreas situadas entre a cota 973,50 e a cota de 977 metros que apresentem sistemas estruturais eficazes contra inundações. Esta normativa é somente válida para as áreas situadas dentro do perímetro urbano. Ainda com enfoque nas áreas de entorno dos rios, há de se considerar as Áreas de Preservação Permanente, definida pela Lei nº12651/2012 a qual considera uma faixa de 50 metros para o entorno do Rio Iapó e de 30 metros para o restante dos rios situados da sede urbana. A síntese destes aspectos abordados pode ser visualizada no Mapa 4. 38 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 3: Solos 39 40 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 2.4. RECURSOS HÍDRICOS O município de Castro está localizado entre duas Bacias Hidrográficas, a do Tibagi e a do Ribeira, ambas pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Paraná. A Bacia do Tibagi representa aproximadamente 65% do município na sua porção oeste e a do Ribeira ocupa os 35% restantes. Castro apresenta uma rede hídrica abundante e atrativa para atividades econômicas, especialmente na bacia do rio Tibagi, considerando que a bacia do Ribeira é caracterizada basicamente por nascentes e, portanto, com baixa vazão. As duas grandes Bacias de Castro, a do Tibagi e a do Ribeira, são geridas por Comitês de Bacia Hidrográfica específicos, regulamentados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Dentro do Comitê da Bacia do Tibagi, Castro sedia uma subdivisão administrativa, a “Área Estratégica de Gestão” denominada Chácara Cachoeira. O outro, denominado Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira, contempla Castro através da sub-bacia do Rio Açungui. A bacia Rio Tibagi é a segunda maior de inserção integral no Estado e ocupa toda sua porção centro-leste. Um importante afluente do Rio Tibagi é o Rio Iapó, terceiro maior rio do estado após os rios Iguaçu com extensão aproximada de 180 km. A bacia do Rio Iapó apresenta interflúvios convexos e rios com amplas várzeas como as do Rio Iapó, quase totalmente tomadas pela agricultura mecanizada, como já mencionado do tópico anterior. Segundo o Plano para a Gestão Municipal dos Recursos Hídricos (2008), o Rio Iapó percorre por um cânion o qual inclui Parque Estadual do Guartelá, localizado no município de Tibagi. O Rio Iapó, atravessa o centro urbano de Castro, resultando em grande dependência da comunidade local para necessidades básicas, sem deixar de mencionar o valor histórico cultural. Na bacia do Rio Tibagi, outro rio que merece destaque é o Pitangui que tem suas nascentes sitiadas da porção sudeste do Município de Castro. O rio Pitangui junta suas águas com o rio Jutuva nos limites do município de Ponta Grossa, onde é barrado na represa dos Alagados, que fornece água à cidade de Ponta Grossa. 41 Figura 8: Bacias hidrográficas Fonte: FUNPAR, 2015. O Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Tibagi (PBH-Tibagi) (AGUASPARANA, 2013), de 2013, traz uma avaliação da qualidade dos recursos hídricos em relação à quantidade e qualidade da água, em cenários atual e futuros. Neste plano, a Bacia do Tibagi foi subdividida em 78 sub-bacias, destas, seis sub-bacias do rio Iapó incidem sobre o município de Castro, sendo elas: 42 Sub-bacia 24: consiste na bacia do rio Pitangui, na porção sul do município. Sub-bacia 30: localizada nas nascentes do rio Iapó. Sub-bacia 31: localizada na porção intermediária do rio Iapó Sub-bacia 33: consiste na sub-bacia do rio Piraí, (não abarca a nascente do rio, localizada em Piraí do Sul). Sub-bacia 34: consiste na sub-bacia do rio Iapó ao sul da sub-bacia 25 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Sub-bacia 35: consiste na bacia do rio Rio Piraí Mirim, na intersecção com o Município de Castro (não abarca a nascente do rio, localizada em Piraí do Sul); situa-se na porção noroeste do município. O resultado do balanço entre a demanda e disponibilidade hídrica da água mostra que, atualmente, a região de Castro apresenta baixos níveis de risco (nível 2). No que se refere aos cenários futuros, mesmo com a projeção do aumento dos níveis de industrialização e da intensificação da agricultura o resultado do balanço hídrico se mantém inferior ou igual ao nível intermediário (nível 2), exceto para a sub-bacia do rio Piraí (Sub-bacia 33) que atinge o nível 4, entendido como nível médio de risco. Nesta sub-bacia encontra-se maior parte a maior parte do Distrito Industrial I que aponta o rio Piraí como uma alternativa para captação de água para o distrito. Diante do cenário previsto, aconselha-se que uso das suas águas seja constantemente monitorado. Figura 9: Bacias hidrográficas Níveis de Risco para o Cenário Atual Níveis de Risco para o Cenário Futuro Fonte: Cobrape - PBH-Tibagi, 2013. Para o cenário atual, com relação à qualidade da água, observa-se que as áreas urbanas de Castro e Piraí do Sul, bem como a região onde se localiza a empresa Iguaçu celulose, apresentam níveis críticos de qualidade da água em relação à DBO, mostrando índices razoáveis para o indicador de Fósforo Total. 43 Figura 10: Cenário atual de qualidade da água da bacia do Rio Tibagi Fonte: Cobrape - PBH-Tibagi, 2013. O cenário de maior intensidade de uso mostra que, em relação ao DBO, há pouca variação em comparação com o cenário atual. Entretanto, pelo indicador de Fósforo Total há um aumento significativo do nível de risco, e a região de Castro apresenta índices variando de intermediários a críticos. Figura 11: Cenário futuro de qualidade da água da bacia do Rio Tibagi Fonte: Cobrape - PBH-Tibagi, 2013. Independente dos dados apresentados pelo Plano de Recursos Hídricos, como apontado no PEOT (2014o nível de fósforo, vem sendo muito debatido em virtude da possibilidade de eutrofização dos reservatórios localizados no Rio Tibagi, sendo visto 44 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 como uma ameaça ambiental. No caso de Castro, essa discussão pode acarretar em uma restrição ao uso da água, especialmente para o uso agrícola e industrial, tendo que se considerar que a maior concentração dessas atividades se encontra na bacia do rio Iapó. Dentre outras questões, a ameaça resulta minimamente em tratamento de efluentes mais sofisticado e, por consequência, mais caros. Em decorrência desse debate, a Fundação ABC, em parceria com a Cargill, está realizando um estudo mais aprofundado de qualidade da água do Iapó e afluentes. Outra informação relevante para entender as condições ambientais da água, são os dados de outorga de uso da água. A partir destes, é possível observar como se dá a configuração espacial dos usos dos recursos hídricos no município de Castro. Na Figura 12 verifica-se que as vazões de água outorgada para fins de irrigação se concentram na bacia do Iapó, na porção centro-norte do município. Já na bacia do Ribeira, existem poucos pontos outorgados, nesta região os usos de água estão em maior parte relacionados à agropecuária e a criação de animais, onde confirma-se a prática de atividades voltadas à suinocultura. As indústrias utilizam expressiva quantidade de água captada do Rio Iapó e Piraí nos seus processamentos industriais. Como pode ser verificado na Figura 12, os pontos de outorga estão em grande parte localizadas entre a sede urbana e os distritos industriais, incluindo o ponto de maior vazão outorgada, 500 m3/h. Apesar do rio Iapó possuir uma boa vazão, tais pontos, somados aos concedidos para abastecimento público de água na sede de Castro, podem ter consequências significativas na vazão do rio. Em relação ao abastecimento público de água, em 2014, por questões de segurança e de qualidade hídrica, o PEOT propôs a mudança do ponto de captação para o abastecimento da sede de Castro para um local a montante da rodovia de Contorno Norte, próximo ao ponto de captação da biorrefinaria da Cargill. Como mencionado acima, devido à deterioração da qualidade da água do rio Piraí, há também a possibilidade de captação hídrica no rio Iapó para abastecimento de atividades econômicas do Distrito Industrial I, sobrecarregando ainda mais esse corpo hídrico. 45 Figura 12: Outorgas vigentes para o uso da água Fonte: Organizado por FUNPAR, 2015. Dados de outorga fornecidos por Águas Paraná, 2015. De acordo com o Plano para a Gestão Municipal dos Recursos Hídricos (2008), os corpos d’água contidos nestas 3 bacias (Iapó, Pitangui e Ribeira) são enquadrados como “Classe 2”, embasados na Resolução nº 20 de 1986 do CONAMA (atual Resolução nº357/2005). Segundo esta classificação, os rios podem ter suas águas destinadas à usos como, abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação, irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, aquicultura e à atividade de pesca. No município de Castro, a única exceção a esse enquadramento é o Ribeirão São Cristóvão e seus afluentes, localizados na Bacia do Rio Iapó, que por se tratar de um manancial de abastecimento público, são classificados como “Classe 1” possibilitando os mesmos usos da “Classe 2”, porém a qualidade da água deve permitir abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado. 2.4.1. Sub-bacias de grande relevância ecológica para o município Apresenta-se a seguir uma breve análise das sub-bacias de maior importância para o ecossistema de Castro e para o desenvolvimento do município. 2.4.1.1. Sub-bacia do Rio São Cristóvão: Tem grande importância ecológica por se tratar de uma bacia de manancial de abastecimento urbano, além de ser base para a delimitação da APA do São Cristóvão. Apresenta uso do solo bastante diversificado, porém, há predominância da atividade agrícola com alguns focos isolados de pecuária. Há também vários fragmentos significativos de vegetação principalmente a noroeste da bacia. 46 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Esta bacia recebe a montante da sede urbana certa carga de efluentes tratados ou não de região de significativa atividade de suinocultura e avicultura, entre outros usos, incluindo os bairros Jardim Samambaia e Santa Leopoldina, que não possui esgotamento sanitário eficiente. A parte à jusante do ponto de captação abrange grande parte da ocupação urbana de Castro, ponto a partir do qual a qualidade da água se deteriora consideravelmente. Na área urbana o Rio São Cristóvão é represado, formando a área de lazer denominada Parque Lacustre (Parque Ronnie Cardoso), a qual passa por processo de revitalização no presente momento. Às margens da Rodovia PR 151, sentido Ponta Grossa, na bacia se encontra uma unidade de captação de água para abastecimento público, com cerca de 60% de colaboração no atendimento da sede urbana. Ainda, neste contexto, é importante destacar a interceptação pela rodovia BR-151 se conforma como uma ameaça à qualidade do corpo hídrico, especialmente se a ocupação urbana se intensificar nessa região. Conforme já mencionado, esta é a única sub-bacia do Tibagi em Castro classificada como Classe 1 pela legislação (Portaria Surehma 003/1991). Entretanto, de acordo com a Diretoria de Meio Ambiente e a Sanepar, as leituras da qualidade da água mostram números incompatíveis com esta classificação, fato que desencadeou uma série de ações para a recuperação da qualidade hídrica da bacia (PEOT, 2014). A microbacia mencionada está incluída no monitoramento realizado pela Prefeitura Municipal, através do Departamento de Agropecuária, Meio Ambiente e Saneamento – Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural, mencionado no Plano. Considerando a situação de acentuada degradação em se comparando com outros corpos d'água presentes no município, a equipe técnica da prefeitura orienta para que se dê prioridade de planejamento para esta bacia. 47 Figura 13: Sub-bacia do São Cristóvão Fonte: FUNPAR, 2015 2.4.1.2. Sub-bacia do Rio Maracanã Tem grande relevância ambiental por estar localizada imediatamente à montante do ponto de captação de abastecimento público do rio Iapó. Além disso, os estudos realizados no PEOT indicam a bacia do rio Maracanã como potencial para futuro manancial. Na região à montante da malha urbana, esta bacia aparece ocupada por extensas áreas agrícolas com predominância de propriedade de médio porte. Devido ao uso agrícola ser bastante intensivo nesta região, verificam-se poucos remanescentes florestais significativos, apesar de se encontrar maciços relevantes nas margens dos rios que compõe a bacia. Por outro lado, em alguns trechos dos afluentes 48 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 do rio Maracanã tem suas áreas de preservação permanente comprometidas, apresentando-se sem cobertura florestal. Nesta bacia também se localiza o Parque Municipal do Maracanã junto ao leito do Rio Maracanã, a leste da sede urbana (PEOT, 2014). A região à jusante da malha urbana é ocupada intensamente por residências e outros usos urbanos, abarcando boa parte da malha urbana da sede de Castro. Apesar de a cidade ter um índice relativamente alto de rede de tratamento de esgoto, o carreamento de partículas causado pelas chuvas, ligações clandestinas de esgoto e ocupações irregulares causam grande impacto na qualidade da água neste trecho do rio Maracanã (PEOT, 2014). Figura 14: Sub-bacia do Maracanã Fonte: FUNPAR, 2015 2.5. COBERTURA VEGETAL EM CASTRO A vegetação do município de Castro é parte integrante do Bioma Mata Atlântica, abrangendo diversas feições florestais e ecossistemas associados à Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como “Floresta com Araucárias”. A FOM, originalmente, apresentava-se distribuída praticamente por todo o município. A FOM é uma tipologia de vegetação heterogênea formada por múltiplas associações e inúmeros agrupamentos que se encontram nos mais variados estágios sucessionais, por vezes intercalada com formações de campos naturais. A Araucária angustifolia pode estar presente em diversas tipologias, de florestas a campos, podendo surgir, entre outras formas, associada a gramíneas ou próxima a cursos d’água em capões. 49 Em Castro a FOM está distribuída na região central do município, na localidade de Castrolanda e na maior parte da bacia hidrográfica do Rio Iapó, a vegetação originalmente caracterizava-se por FOM, FOM Aluvial, Estepes e áreas de campos inundáveis (PDM,2006). Como já mencionado, grandes áreas de campo inundável foram drenadas em quase sua totalidade e substituídas por áreas de cultivo. Na região leste e noroeste do distrito de Socavão existe uma “zona de contato” (ecótono) com a Floresta Ombrófila Densa (FOD), também conhecida como “Floresta Atlântica”, da região do “Vale do Ribeira”, abrangendo as localidades entre Serra do Apon e Tanque Grande e os municípios de Dr. Ulisses e Cerro Azul (PDM,2006). Na região da FOD existem fragmentos florestais interessantes para fins de conservação. Esta região por apresentar relevo fortemente acidentado acabou ser menos antropizada e apresenta boa qualidade de vegetação garantindo a presença de componentes florestais que apresentem espécies arbóreas e arbustivas clímax (PDM,2006). Figura 15: Vegetação remanescente em 2007 Rio Iapó Fonte: Organizado por FUNPAR, 2015. Dados disponibilizados de PROBIO/MMA, 2007. É possível verificar que no trecho entre a sede urbana e o Distrito Industrial II ocorre intensa atividade agrícola, as matas ciliares se apresentam bastante degradadas, trazendo prejuízo para a qualidade da água. Deve-se ressaltar que a ausência da mata ciliar pode agravar o problema da alta incidência de fósforo na água, assunto em voga nos órgãos de controle dos recursos hídricos, pela ocorrência da lixiviação do solo sem que a vegetação se interponha como barreira, fazendo o papel de filtro (PEOT, 2014). A Região a oeste da malha urbana, abrangida em parte pela APA do São Cristóvão, também apresenta uma boa qualidade das matas ciliares, apesar de ter ocupação agropecuária intensa. Esta situação favorece a manutenção da qualidade da água do manancial de abastecimento público. Cabe ressaltar a necessidade premente de 50 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 elaboração do Plano de Manejo da APA para que esta condição seja mantida e até potencializada. (PEOT, 2014) 2.6. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO As Unidades de Conservação são áreas que se apresentam com características naturais relevantes, sendo legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias legais de proteção. As unidades de conservação presentes no município de Castro são: Federal: Parque Nacional dos Campos Gerais: criada pelo Decreto s/n de 23/03/2006, possui área de 21.500 hectares. Localiza-se nos municípios de Carambeí, Castro e Ponta Grossa. Criado com o objetivo de preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e de turismo ecológico (BRASIL, 2006). Estaduais: Parque Estadual de Caxambu: criada pelo Decreto 3281 de 18/11/2011, possui 968 hectares, situa-se integralmente em Castro; (IAP, 2014). Ainda não possui plano de manejo e, pela sua localização, tem influência sobre a instalação de atividades econômicas no Distrito Industrial I. Reserva Biológica Estadual da Biodiversidade COP9 MOP4: criada pelo Decreto 6.045 de 08/01/2010, possui 133,11 hectares, situa-se integralmente em Castro; (IAP, 2014). APA Estadual da Escarpa Devoniana: criada pelo Decreto 1.231 de 27/03/1992, com área de 392.363,38 hectares, situa-se nos municípios de Jaguariaíva, Lapa, Porto Amazonas, Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Sengés, Piraí do Sul, Palmeira e Balsa Nova; (IAP, 2014). Permite o uso sustentável e exploração econômica, regulados pelo Plano de Manejo elaborado em 2004. Municipais: Área de Proteção Ambiental do Manancial Rio São Cristóvão: com área de 3.105 hectares, conformada por diversas propriedades rurais, localizam-se duas captações de água da Sanepar, responsáveis por grande parte do abastecimento público de Castro. O Plano de Manejo ainda não foi elaborado, mas já foi realizado parte do diagnóstico e está entre as prioridades do Conselho Municipal de Meio Ambiente. RPPN São Francisco de Assis: criada pela Portaria IAP/GP n° 64/98 de 1997, possui 20 hectares (IAP, 2015). RPPN Fazenda Maracanã: criada pela Portaria IAP/GP n° 35/98 de 1997, possui 96,80 hectares (IAP, 2015). RPPN Fazenda Cercado Grande: criada pela Portaria IAP/GP n° 178/98 de 1998, possui 14,50 hectares (IAP, 2015). 51 Figura 16: Unidades de Conservação Fonte: Organizado por FUNPAR, 2015. Dados das unidades de conservação do Ministério de Meio Ambiente e Instituto de Terras e Cartografia, 2015. 52 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 4: Condicionantes Físicos-Naturais Urbanas 53 54 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 5: Condicionantes Físicos-Naturais Municipais 55 56 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 2.7. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES Restrições Bacia do Ribeira: presença de plantio de espécies exóticas, como pinus e eucalipto, dada sua capacidade em se adaptar em relevos acidentados. Presença da APA do Rio São Cristóvão, onde se localizam 2 pontos de captação de água para abastecimento humano. Presença de terrenos com declividade mais acentuada, impróprios para ocupação, nas regiões oeste e leste do município: menos antropizados devido, principalmente, à dificuldade de cultivo nos modos tradicionais em relevo acidentado. Pressão econômica incide nos pequenos produtores rurais, p. ex.: o plantio de exóticas. Região leste também é ocupada por atividades de mineração, com destaque para o calcário: minas localizadas próximas da divisa da bacia do rio Iapó com a Bacia do rio Ribeira. Áreas com concentração de atividades rurais detêm planícies aluviais e presença de solos hidromórficos (solos do tipo Organossolo), nas proximidades do rio Iapó. Na sede urbana e entorno, a concentração de vegetação é mais expressiva na região dos rios Maracanã e Portão Vermelho com o rio Iapó. São áreas que não se adéquam aos usos urbanos ou de agricultura tradicional e são importantes para a qualidade ambiental do município. Observando com mais detalhe a região caracterizada como de concentração de atividade rurais, percebe-se as planícies aluviais e a presença de solos hidromórficos (solos do tipo Organossolo) nas proximidades do rio Iapó. A ocupação destas áreas representa alto risco para a população, pois episodicamente são inundadas em grandes eventos de precipitação e também durante os períodos de recorrências de cheias. Quando estas áreas são ocupadas e, consequentemente impermeabilizadas, aumentam a possibilidade de inundações podendo causar prejuízos aos moradores e a cidade. Na sede urbana e seu entorno a concentração desta vegetação é mais expressiva na região dos rios Maracanã e Portão Vermelho com o rio Iapó. São áreas que não se adéquam aos usos urbanos ou de agricultura tradicional e são importantes para a qualidade ambiental do município Potencialidades A partir da visão do município como um todo, nota-se a alta densidade de corpos hídricos, com bons índices de conservação da vegetação nas suas margens. 57 Boa articulação entre governo municipal e estadual para procedimentos de licenciamento ambiental. Em relação aos recursos hídricos, observa-se grande quantidade de água já outorgada para fins industriais. As formas do relevo, as estruturas, os processos e as relações que governam a dinâmica da paisagem exercem estreita relação com a ocupação do espaço. Ao longo do tempo, esta dinâmica colaborou ou se mostrou como obstáculo à ocupação, amoldando a atual configuração do território. Dentro deste contexto, em Castro é possível observar uma ocupação intensiva pela agropecuária ocorrendo predominantemente no sentido de oeste (reverso da Escarpa Devoniana) para leste, onde as áreas são mais planas e menos íngremes. Vale ressaltar as regiões do Planalto de Castro e da Bacia do Iapó, por suas configurações planas, de solos férteis, tornando-se áreas aptas à agricultura. Já as regiões situadas a oeste e a leste do município, onde predominam terrenos com declividade mais acentuada, se apresentam menos antropizadas e com consideráveis maciços de vegetação em estágio médio e avançado. São áreas com grande potencial para a conservação ambiental e formação de biocorredores em escala regional. Aproveitamento da facilidade de plantio de espécies exóticas na Bacia do Ribeira para fins econômicos. Além destes aspectos, vale mencionar que a região situada na porção leste de Castro é também ocupada por atividades de mineração. Vale ressaltar seu grande potencial econômico, mantendo sempre a relação com seu monitoramento para assim conciliar práticas sustentáveis à mineração. Na sede urbana, regiões de solos hidromórficos e planícies aluviais têm um grande potencial para formação de corredores de biodiversidade estruturados pelos principais rios da região, na criação de parques lineares de conservação ambiental. Verifica-se também uma concentração de vegetação em estágio médio e avançado de regeneração em regiões mais declivosas, especialmente as localizadas a oeste e ao norte da sede urbana, configurando um potencial para a conservação destes maciços (principalmente a oeste da sede, por se caracterizar como bacia de manancial de abastecimento urbano) - adequando-se à Lei da Mata Atlântica, na qual restringe a supressão de vegetação, configurando-se como um indicativo de qualidade ambiental do município. Baixa interferência de Unidades de Conservação nas áreas de ocupação urbana, em especial nos Distritos Industriais. 58 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 3.1. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 3.1.1. Principais transformações no contexto econômico Como destacado pelo Relatório de Avaliação do Cenário Municipal do PDC (Produto 1), Castro vem passando por transformações significativas no contexto econômico, acentuadas nos últimos cinco anos pela atração de novos empreendimentos de grande porte para o município. Tais transformações foram analisadas pela ótica da evolução recente de seu Produto Interno Bruto (PIB), pelo comportamento do emprego formal, pela qualificação profissional, massa salarial e importância de pequenas e médias empresas. As conclusões da análise mencionada no parágrafo anterior são relevantes para o diagnóstico deste Plano Diretor no que concerne aos aspectos locacionais, à compatibilidade com outros usos urbanos e rurais e, também, como potenciais indutores da urbanização. Também terão relevância na medida em que interferem na demanda por território (espaço), infraestrutura (incluindo mobilidade), serviços e equipamentos. 3.1.2. Evolução do PIB É possível constatar que as transformações na economia e na sociedade de Castro foram muito intensas no período 2002-2012, em particular entre os anos 2005 e 2012. Segundo o IBGE, apesar da instabilidade das taxas de crescimento, o PIB total do município cresceu 77% no período 2005-2012, o que corresponde a uma taxa média anual de crescimento de 8,5% a.a. - expressivamente superior à observada no Brasil (3,2% a.a.). Gráfico 1: Produto Interno Bruto das atividades econômicas de Castro (2005=100) 250 200 150 100 50 0 PIB Agropecuária PIB Indústria 2005 PIB Serviços, exceto Adm. Pública PIB Total 2012 Fonte: IBGE. Merece destaque o crescimento relativamente mais expressivo do PIB da Indústria. No período 2002-2012, e principalmente a partir de 2006/2007, o PIB da Indústria ganhou participação no PIB total. Por outro lado, o PIB da Agropecuária perdeu participação e o dos Serviços se manteve relativamente estável (Gráfico 2). Isso não significa que a agropecuária local, de alto padrão tecnológico e de elevada produtividade, 59 tenha perdido dinamismo. Significa simplesmente que, no período, o PIB desse setor cresceu menos do que o da Indústria. Gráfico 2: Gráfico da Participação (%) dos setores produtivos no PIB no período 2002-2012 em Castro 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 2002 2003 2004 2005 Agropecuária Linear (Agropecuária) 2006 2007 2008 Indústria Linear (Indústria) 2009 2010 2011 2012 Serviços Linear (Serviços) Fonte: IBGE. Estima-se que o maior crescimento relativo do PIB da Indústria que continuou a acontecer entre 2012 e 2015, pode ser explicado, em grande parte, pelos novos investimentos nos Distritos Industriais I e II: o Incubatório Castro da Perdigão, em 2006; as Usinas Castrolanda de Beneficiamento de Leite e de Beneficiamento de Feijão, em 2008 e 2012, respectivamente; e a Watanabe Indústria e Comércio de Máquinas Ltda, em 2014; a Cargill e Evonik, em 2014. Soma-se a este cenário as unidades da Castrolanda em outras regiões do município (p. ex., a Unidade Industrial de Carnes, em 2015, localizada no acesso ao Parque Caxambu, a 2.500m da PR 151; a ampliação da Unidade de Beneficiamento de Batata Semente, em 2005, instalada no Km 197 da Rodovia PR-340; e novos produtos, como a linha "Snacks", em 2010, na Unidade de Batata Frita, localizada na estrada acesso ao Parque Dario Macedo) – Mapa 6. Merece destaque o fato desses investimentos corresponderem a avanços de geração de valor agregado (beneficiamento de leite, frigorífico, etc.) e o fato da Cargill e Evonik serem empresas agroindustriais de “nova geração tecnológica” (biorrefinarias), atuando no processamento de milho para a produção de amidos e adoçantes, e na produção de aminoácidos utilizados pela indústria de nutrição animal, respectivamente. Há indicações de que o potencial de atração de investimentos integrados à unidade da Cargill é expressivo, tendendo a formar um cluster agroindustrial na região do Cruzo (Distrito Industrial II). Essas transformações contaram com forte indução por parte da Prefeitura Municipal, a exemplo da estruturação dos Distritos Industriais I e II (Leis N° 2418/2011 e 3019/2014) e da legislação de incentivos fiscais (Leis N° 2492/2012 e Lei N° 2523/12 Incentivos especiais à Cargill Agrícola S/A; e Lei N° 2512/12 - Incentivos especiais à Cooperativa Agropecuária Castrolanda, Batavo Cooperativa Agroindustrial e Capal Cooperativa Agroindustrial). 60 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Além disso, receberam também apoio do Programa Paraná Competitivo (Anexo I). Do total de investimentos apoiados pelo Programa na Região dos Campos Gerais, 21% foram realizados em Castro e 55% em Ponta Grossa. No bojo das transformações da economia do município, a participação do PIB de Castro aumentou de 10,4% (em 2002) para 13% (em 2012), o que constitui um indicador a mais do aumento da centralidade de suas funções urbanas dentro de seu contexto imediato regional (Tabela 5). Observa-se desempenho semelhante em Piraí do Sul (41 km). Por outro lado, os PIBs dos demais municípios perderam importância relativa, exceto o de Ponta Grossa, cuja participação se manteve relativamente estável. Em 2002, o PIB de Castro alcançou R$ 851 milhões (a preços de 2012), sendo 17% maior do que o de Carambeí (R$ 726 milhões) e equivalente a 17% do PIB de Ponta Grossa (R$ 4,9 bilhões). Em 2012, o PIB de Castro foi de R$ 1,5 bilhões, a preços correntes, 65% maior do que o de Carambeí (R$ 911 milhões) e cerca de 22% do PIB de Ponta Grossa (R$ 6,9 bilhões). Tabela 5: Participação do PIB Municipal no PIB Total - Subconjunto de municípios da Região Imediata de Articulação Urbana de Ponta Grossa. Participação do PIB (%) Município 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Arapoti 7.0 6.7 6.3 6.1 6.8 6.6 6.2 6.0 5.8 5.8 5.8 Carambeí 8.9 8.7 8.5 8.8 7.9 8.3 8.8 9.9 8.1 8.2 7.9 Castro 10.4 10.5 9.9 9.3 9.7 10.3 12.2 12.6 11.9 12.2 13.0 Jaguariaíva 6.8 7.3 7.1 6.7 7.1 6.8 6.0 6.1 5.8 5.4 5.1 Piraí do Sul 2.6 2.7 2.7 2.8 3.5 2.9 3.2 3.4 3.3 3.4 3.9 Ponta Grossa 60.6 58.9 61.1 62.2 60.7 61.0 59.1 58.3 61.3 60.9 60.0 Tibagi 3.7 5.2 4.4 4.0 4.2 4.2 4.5 3.7 3.7 4.1 4.2 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte: IBGE. Outra questão relevante sobre o desempenho recente da economia de Castro refere‐se à evolução dos níveis de produtividade agregada. Para os anos censitários (2000 e 2010), é possível combinar as informações do PIB Municipal, sistematizadas pelo IBGE, com a de “pessoas ocupadas” em cada município, levantadas pelos Censos Demográficos (IBGE), de forma a avaliar o desempenho da Produtividade Agregada do Trabalho (PIB/Pessoas Ocupadas) do conjunto das atividades econômicas nessas unidades da federação. 61 Tabela 6 - Decomposição da Taxa de Crescimento do PIB: percentual do crescimento devido ao aumento da produtividade e ao aumento da ocupação. Taxa Média Taxa Média Anual de Taxa Média Anual de Anual de Crescimento Aumento da Aumento da Crescimento Município Crescimento da Produtividade Ocupação do Pessoal do PIB (%) Produtividade (%) (%) Ocupado (%) 2010/2000 do Trabalho 2010/2000 (%) 2010/2000 Arapoti 2.1 2.2 -0.1 -4.3 104.4 Carambeí 4.9 4.6 0.3 6.9 92.8 Castro 6.7 2.3 4.3 64.5 34.0 Jaguariaíva 2.6 2.1 0.6 21.0 78.5 Piraí do Sul 8.0 1.6 6.3 78.5 20.3 Ponta Grossa 5.6 3.3 2.3 40.5 58.2 Tibagi 4.8 1.2 3.6 74.8 24.3 Fonte: IBGE. Elaboração própria. Como pode ser observado na Tabela 6, excetuando os casos de Castro e de Piraí do Sul, o crescimento do PIB nos demais municípios, no período 2000-2010, decorreu principalmente do aumento da ocupação e menos do aumento da produtividade do trabalho. Em Ponta Grossa, o aumento do Pessoal Ocupado respondeu por 40% do crescimento do PIB e o da Produtividade do Trabalho por 58%. Nesse período, o fato do aumento da produtividade responder pela maior parte da Taxa de Crescimento do PIB de Castro está relacionado ao avanço da industrialização e diversificação da estrutura produtiva, além do dinamismo tecnológico da agropecuária local. 3.1.3. Comportamento do Emprego Formal É também possível indicar as transformações que estão ocorrendo no Município com base nos dados de evolução do emprego formal, informados pela Relação de Informações Sociais - RAIS e sistematizados pelo Ministério do Trabalho. No município de Castro, apesar das fortes oscilações das Taxas de Crescimento do PIB no período 2002-2014, o emprego formal apresentou uma tendência de crescimento, particularmente, de 2006 (Gráfico 3 e Gráfico 4). 62 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Gráfico 3: Taxas de Crescimento do PIB e do Emprego Formal de Castro. 20,0 15,0 17,8 14,2 13,3 10,0 6,1 5,9 5,0 0,0 -5,0 11,9 12,7 0,6 8,1 6,9 4,9 4,1 6,1 5,7 4,1 2,6 0,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 -3,2 -1,8 -10,0 1,8 2,4 -10,3 -15,0 Emprego Formal PIB Fonte: IBGE e RAIS/MTE. Elaboração própria. Gráfico 4: Evolução do Emprego Formal em Castro. 18000 16643 16000 14000 12000 10000 8000 10079 9757 10329 13342 12337 12046 11486 10396 11031 14256 15071 15685 6000 4000 2000 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Emprego Formal Fonte: RAIS/Ministério do Trabalho. A evolução do emprego formal, segundo segmentos de atividades econômicas (Anexo II), indica que o aumento do emprego formal no Município cresceu de forma mais intensa a partir de 2006. Entre 2006 e 2014, o emprego formal aumentou 51%, a uma taxa média anual de 5,3% a.a. Merece ser destacada a expressividade do número e do aumento dos empregos formais na “Agricultura, pecuária e serviços relacionados”, entre o período 2002-2014. Essa é a principal atividade no que se refere à geração de empregos formais no município de Castro. Não é comum no Brasil um município ter nessa atividade um número de empregos formais (2.694, em 2014) superior ao do “Comércio Varejista” (2.609) e da “Administração Pública, Defesa e Seguridade Social” (2.281). Isso reflete, em parte, as especificidades regionais do mercado de trabalho, os requisitos técnicos de 63 especialização de mão-de-obra, o dinamismo e os padrões tecnológico e de gestão da avançada agropecuária municipal. Merece também ser destacada a forte integração e endogenia da cadeia produtiva da Castrolanda, desde a produção agropecuária (gado leiteiro, suínos, etc.) até à industrialização de insumos (p. ex., raça) e de produtos finais (leite e carnes). O crescimento do emprego formal na “Fabricação de alimentos e bebidas”, na “Fabricação de máquinas e equipamentos”, na “Construção”, no “Comércio por atacado”, no “Comércio Varejista” e na atividade de “Alojamento e Alimentação” é um forte indicativo do aumento da centralidade regional de Castro. No caso do “Comércio Varejista”, o expressivo crescimento do emprego formal de 1.190 empregados, em 2002, para 2.609, em 2014 - reflete, por exemplo, uma maior concentração espacial e diversificação dessa atividade na Rua Doutor Jorge, conhecida como a antiga Rua das Tropas. Reflete também a ocupação de novos espaços urbanos por atividades comerciais, a exemplo da implantação do Hiper Condor (2011), na Travessa Coronel Olegário de Macedo - área não tradicionalmente comercial do município. De dimensões expressivas - 15.50 0m² de área total e 4 mil m² de área de vendas –, esse estabelecimento comercial é um centro de compras, com lojas e serviços de apoio (p. ex., O Boticário e Advance Fitness) e um novo e moderno cinema da cidade. Esses fixos (centro de compras, lojas de apoio e cinema) atraem fluxos de pessoas, mercadorias e serviços. No caso da “Fabricação de máquinas e equipamentos” e da “Fabricação de alimentos e bebidas”, cujo emprego quase triplicou entre 2002 e 2014, a expansão do emprego formal respondeu à implantação dos Distritos Industriais I (Santo Antônio na PR151) e II (Cruzo na PR-340), adiante da Castrolanda. A instituição dos novos distritos também significou o surgimento de novas centralidades e funções urbanas no município, inclusive em áreas anteriormente de base rural. A pavimentação asfáltica do trecho da PR-090 entre Abapã e Distrito de Bateias, em Campo Largo, tende a afirmar a localização estratégica do Distrito Industrial II e a induzir a constituição de um novo lócus de desenvolvimento de centralidades em áreas não tradicionalmente urbanas de Castro. De forma semelhante, o trecho da PR 151, adiante da malha urbana central de Castro, em direção ao Distrito Industrial I, tende a se constituir em área de prestação de serviços e, portanto, de novas centralidades de funções urbanas. A expansão do emprego na atividade “Alojamento e Alimentação” relaciona-se com a expansão da renda local, a centralidade e com o turismo de negócios - em geral de curta duração e ainda pouco enraizado na cidade. O expressivo aumento do emprego verificado na “Construção” - de 254 empregados, em 2002, para 1.320 em 2014 - decorre não somente das obras relativas aos investimentos industriais e comerciais que vem sendo realizados no município, mas também, da expansão da construção civil residencial, a exemplo dos empreendimentos Alvorada I e Alvorada II que, com 700 unidades habitacionais, integram o projeto ‘Nova Castro’, ao sul da atual Sede Urbana. Merece também destaque a expansão do emprego formal na atividade “Extração de minerais não metálicos”, na qual Castro se destaca nacionalmente como grande produtor de calcário - insumo de fundamental importância para a atividade agrícola. Essa atividade está concentrada na Bacia Hidrográfica do Ribeira na região de Socavão, onde se localizam as mineradoras Calpar e Itatinga (Mapa 6). 64 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Finalmente, merece destaque a iniciativa da Cooperativa Castrolanda, localizada no km 193 da PR 090, de transformar o Parque de Exposições Dario Macedo, situado no km 198 da mesma rodovia, na “Cidade do Leite” (Vila Holandesa, praça central, infraestrutura de apoio aos expositores, área de estacionamento, difusão de tecnologias, etc.). Este projeto está vinculado ao crescimento da agroindústria e do papel de “vitrine tecnológica” da cadeia leiteira local. Está localizado em área reservada a equipamentos de grande porte, segundo o Zoneamento proposto no PEOT. 65 66 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 6: Indústrias no Município 67 68 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 3.1.4. A escolaridade dos empregados, massa salarial e a importância das pequenas e médias empresas As tabelas do Anexo III apresentam informações referentes ao emprego formal no município de Castro, segundo a remuneração média por empregado, o número e o tamanho dos estabelecimentos e a escolaridade dos trabalhadores. Como pode ser observado na Tabela III-A, em Castro, o número dos estabelecimentos aumentou 38% entre 2006 e 2014, acompanhando o crescimento de 51% no número de empregados. Nesse mesmo período, a Remuneração Média Anual Mensal por Empregado cresceu 48%, pouco menos que a inflação no período (56%). Merece destaque na Tabela III-B as seguintes observações: No total de empregados formais de Castro, entre 2006 e 2014, aumentou o percentual de empregados com escolaridade até o ensino médio completo - de 32,7% para 48,9% - e até o superior completo - de 13,1% para 15,3%. No mesmo período, o percentual de empregados com nível fundamental completo diminuiu de 53,7% para 35,6%. Isso é um indicativo de uma maior demanda efetiva de empregados com maior nível de escolaridade, o que é compatível com o avanço do processo de industrialização e com o crescimento fortemente centrado no aumento da produtividade. Cada vez mais a oferta ou disponibilidade de recursos humanos qualificados é um requisito crucial dos processos de produção das mais diversas atividades econômicas; A Remuneração Média Anual Mensal aumenta de forma expressiva com o aumento do nível de escolaridade. Em 2014, a relação da remuneração de um Mestre equivalia a pouco mais de 2 vezes a remuneração do nível até superior completo e a 5 vezes à remuneração dos demais níveis. Em 2014, a importância dos micro (0-19 empregados) e pequenos (20-99 empregados) estabelecimentos na estrutura produtiva de Castro é indicada na Tabela IIIC: 99,4% dos estabelecimentos dos municípios são desse tipo de porte (94,2%, micros; e 5,2%, pequenos). Esses estabelecimentos respondem por 41,9% e 24,8% dos empregados do município, respectivamente. Os micro e, em menor grau, os pequenos estabelecimentos predominam na atividade Agricultura, pecuária e serviços relacionados (100%); Produção Florestal (100%); Construção de Edifícios (100%); Serviços especializados para construção (100%); Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (100%); Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas (62 em 63 estabelecimentos); Comércio varejista (476 em 478); Transporte Terrestre (120 em 121); alojamento (100%); alimentação (100%); Educação (100%); e Atividades de atenção à saúde humana (100%). Segundo a RAIS/MTE, existem em Castro (2014), 10 estabelecimentos de médio (100-499 empregados) e 3 de grande porte (500 ou mais empregados). No total, esses estabelecimentos abarcam 13,4% e 19,9% do total de empregados formais existentes no município, respectivamente. Em 2006, esses percentuais alcançavam 4,5% e 23,7%, indicando que, desde então, os estabelecimentos de médio porte ganharam expressiva 69 participação no emprego total. No município, além dos micro e pequenos estabelecimentos, os médios e grandes também são relevantes. No caso dos 3 estabelecimentos de grande porte, as atividades econômicas são as seguintes: Fabricação de Produtos Diversos (não identificáveis); Administração pública, defesa e seguridade social (Prefeitura Municipal de Castro); e Obras de Infraestrutura. No caso dos 10 médios: Extração de minerais não-metálicos (calcário); Fabricação de Produtos Alimentícios (3); Fabricação de máquinas e equipamentos; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas; Comércio varejista (2); Transporte Terrestre; Pesquisa e Desenvolvimento Científico (Fundação ABC). No que se refere ao nível de escolaridade, segundo o porte dos estabelecimentos, é possível contatar que, nos micros, 42,9% e 49,8% dos empregados possuem até o fundamental completo ou até o médio completo, respectivamente. Esses percentuais correspondem a 34,8% e 52,7% no caso dos pequenos estabelecimentos. Alcançam 24,7% e 54,0% nos estabelecimentos de médio porte e 35,6% e 48,9% nos de grande porte, respectivamente. A expressiva importância dos empregados com até o nível médio completo, independentemente do porte dos estabelecimentos, indica a importância da oferta de trabalhadores com esse nível de ensino, muitos dos quais com qualificação técnica específica adquirida na escola ou in company. Estudo recente do CGGE/EMBRAPA (2014), considera que um dos desafios do sistema agroalimentar brasileiro é a qualificação da mão-de-obra, particularmente onde o “Novo Rural” vem assumindo contornos mais nítidos e o padrão tecnológico é elevado, como é o caso do município de Castro. Assim, a pressão por ganhos de produtividade tende a exigir mão de obra melhor qualificada para trabalhos especializados, que requerem o uso intensivo de automação e precisão: “A julgar pelo desenvolvimento tecnológico em curso nas atividades agrícolas, essa mão de obra especializada deverá estar envolvida com mecanização, automação, robótica, instrumentação avançada, sensoriamento remoto e tecnologias de precisão aplicada a condições específicas de manejo nas propriedades rurais. No campo, da mesma forma que nas cidades brasileiras, a baixa escolaridade e as limitações em treinamentos técnicos restringem os trabalhadores em sua capacidade de lidar com tecnologias mais complexas, em especial os processos automatizados que tornam o trabalho mais produtivo. Para o país, soluções apropriadas e urgentes de qualificação profissional para o trabalho no campo e na agroindústria são fundamentais, e contribuirão para reduzir as perdas, aumentar a eficiência no processo de produção e aumentar a competitividade da agricultura brasileira. As oportunidades para novos empreendedores no campo e na agroindústria vão desde a criação de novos empreendimentos, como o desenvolvimento de máquinas e equipamentos de menor escala que melhor se adequem às características das pequenas e médias propriedades, até a prestação de serviços terceirizados. Estes trabalhadores qualificados poderiam preencher lacunas importantes, prestando serviços que desonerem o produtor (treinamento de trabalhadores, fornecimento de mão de obra especializada em caráter temporário, serviço móvel de refeições, etc.). É preciso ressaltar também as oportunidades que aparecerão em biofábricas, dada a crescente importância da bioeconomia” 70 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 3.1.5. Desenvolvimento econômico e a centralidade do município de Castro É importante destacar que, como já observado, desde 2010 a população urbana de Castro está crescendo a uma taxa de 1,12% a.a., superior à do Brasil (0,8%) – porém, inferior ao Paraná (2,57% a.a.)5. Isso decorre em parte devido à existência de fluxos de imigrantes para o município e não só indica uma maior centralidade de Castro, como também, uma maior demanda de serviços públicos (p. ex., educação, saúde e transporte). Este panorama tende a gerar uma maior densidade de funções urbanas no município e/ou a explicitar a carência da oferta desses serviços, como é o caso da prestação serviços hospitalares de assistência à saúde e relativos à educação de ensino superior. Logicamente, no bojo das implicações desse processo de industrialização e de expansão urbana para o município, já delineadas na elaboração do Plano Estratégico de Ordenação Territorial (PEOT), verifica-se o aumento do tráfego, em particular de caminhões, nos trechos da PR-340, o que acaba por tencionar ou estressar a infraestrutura e a mobilidade urbana. O aumento do tráfego deriva do transporte do calcário proveniente de Socavão, insumos e produtos relativos às unidades da Castrolanda existentes na região dessa rodovia, transporte de suínos da Unidade Castrolanda de Produção de Leitões, localizada no Cercado/Distrito do Socavão, para o Distrito Urbano Industrial I, etc. Com base na análise anterior, é possível constatar que a crescente centralidade de Castro, vis a vis à de Ponta Grossa e demais municípios da região, está sendo acompanhada pela expansão de perímetros ou núcleos de atividades de natureza urbana (p. ex., a “Cidade do Leite”) que, além da expansão da Sede do município, encontram-se espacialmente dispersos no território local. É esse o contexto que levou a Prefeitura a promulgar a Lei Complementar Nº 35/2011, alterando a Lei Complementar Nº 11/2006 e redefinindo os diversos perímetros urbanos de Castro, de forma a incluir as novas áreas urbanas da localidade do Cruzo (Distrito Urbano Industrial II) e de Santo Antônio (Distrito Urbano Industrial I), além da área urbana de Terra Nova, e das áreas pré-existentes: sede do Município, Castrolanda, Tronco, Socavão e Abapã. Assim, comparada a outros municípios brasileiros de porte semelhante, a configuração territorial urbana do município de Castro é atípica. No município de Castro, acompanha o ganho de centralidade, a consolidação do que vem sendo denominado de “Novo Rural”. As articulações desse “Novo Rural” com o urbano são mais complexas do que no caso do rural tradicional. Tendem a criar centralidades difusas no “Novo Rural”, enquanto o rural tradicional tem como referência a sede urbana dos municípios, em geral de forma quase exclusiva. Segundo Graziano da Silva (1997), a configuração desse “Novo Rural” apresenta as seguintes características: A combinação de atividades tipicamente urbanas do setor terciário com o management das atividades agropecuárias; O crescimento da mecanização das atividades agrícolas e da automação nas atividades criatórias; A individualização das unidades familiares no que diz respeito à gestão produtiva, liberando os membros da família para buscarem fora outras atividades; 5 A análise da dinâmica demográfica consta no item 3.2.1 – DEMOGRAFIA. 71 O “desmonte” dessas unidades em função da possibilidade de externalização de várias atividades - antes realizadas na fazenda - através de contratação de serviços externos (aluguel de máquinas, assistência técnica, etc.); A especialização produtiva crescente permitindo o aparecimento de novos produtos e de mercados secundários, como por exemplo, de animais jovens, mudas e insumos; A formação de redes vinculando fornecedores de insumos, prestadores de serviços, agricultores, agroindústrias e empresas de distribuição comercial; O crescimento do emprego qualificado no meio rural, especialmente de profissões técnicas e administrativas de conteúdo tipicamente urbano, como motoristas, mecânicos, digitadores e profissionais liberais vinculados a atividades rurais não agrícolas; e A melhoria da infraestrutura social e de lazer, além de maiores facilidades de transporte e meios de comunicação, possibilitando maiores facilidades de acesso aos bens públicos como previdência, saneamento básico, assistência médica e educação, além de uma melhora substancial na qualidade de vida para os que moram nas zonas rurais. O desafio do Plano de Desenvolvimento de Castro, dos seus novos Planos Diretor e de Mobilidade é o de responder às implicações impostas pela crescente centralidade de Castro e, em particular, pela consolidação, no município, do que vem sendo denominado de “Novo Rural”, muito mais complexo do que o rural tradicional, seja do ponto de vista tecnológico, de gestão ou espacial. 3.2. ASPECTOS SOCIAIS O presente capítulo trata das condições socioeconômicas da população do município de Castro. As análises realizadas referem-se a aspectos socioeconômicos fundamentais para dimensionar as deficiências e potencialidades do município, especialmente no que se refere à acessibilidade de equipamentos e programas sociais pelos segmentos mais carentes da população. Os dados analisados neste diagnóstico são provenientes principalmente de instituições governamentais e institutos de pesquisa. Também constituíram importantes fontes de informação os levantamentos junto à população, nas ocasiões da observação de campo e das quatro Reuniões de Leituras Comunitárias, realizadas em outubro de 2015, descritas no item II.1. 72 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 3.2.1. DEMOGRAFIA 3.2.1.1. Dinâmica Demográfica Com uma área territorial de aproximadamente 2.531,5km2, em 2010, Castro possuía 67 mil habitantes e um adensamento populacional de 26,5 hab/km2 (IBGE, 2010). No que diz respeito à evolução populacional nas duas últimas décadas censitárias, o município apresentou uma queda de aproximadamente 1% no contingente populacional entre 1991 e 2000, possivelmente em função do desmembramento do distrito Carambeí, elevado à categoria de município em 1995. Já entre 2000 e 2010, Castro apresentou um acréscimo de pouco mais de 5% no número de habitantes. Entretanto, o que mais se destaca nesta análise não são as transformações no montante de pessoas residentes, e sim a sua distribuição no território. Em 1991, o grau de urbanização girava em torno de 61% e, em 2010, este percentual se elevou para aproximadamente 73%. O gráfico a seguir evidencia a queda da população rural e um comportamento inverso da população urbana no período analisado. Gráfico 5 - Evolução da população residente, por situação, de Castro (1991, 2000 e 2010). 64.058 39.125 24.933 1991 População total 63.581 43.250 67.084 49.266 20.331 17.818 2000 2010 População urbana População rural Fonte: IBGE – Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. As taxas geométricas de crescimento da população (TGC) referentes aos períodos 1991/2000 e 2000/2010, apresentadas na Tabela 7, evidenciam um processo de êxodo rural e de crescimento do núcleo urbano de Castro. Assim, a TGC positiva em relação à população urbana deve ser entendida à luz deste processo, ou seja, o crescimento da população urbana possivelmente ocorreu em função da migração oriunda da zona rural do município que, em 2010 representava menos de 30% da população total. Deste modo, apesar do saldo positivo entre 2000 e 2010 no que se refere à população total do município, caso a dinâmica atual se mantenha constante, não se identifica uma tendência consistente de crescimento populacional. Comparado ao conjunto do estado, Castro apresentou baixas taxas de crescimento no período 2000/2010. Enquanto a TGC total de Castro foi de 0,54% ao ano (a.a.), a do Paraná figurou 0,89% a.a. O mesmo comportamento é observado em relação às taxas da população urbana, que corresponderam, respectivamente, a 1,12% a.a. e a 2,57% a.a. 73 Tabela 7 - Taxa geométrica de crescimento da população (TGC), por situação, do município de Castro e do estado do Paraná (1991/2000 e 2000/2010). Unidade Castro Paraná Período Total TGC (% a.a.) Urbana Rural 1991/2000 -0,08 1,12 -2,24 2000/2010 0,54 1,31 -1,31 1991/2000 1,39 2,57 -2,59 2000/2010 0,89 1,36 -1,48 Fonte: IBGE – Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. Os processos migratórios foram de suma importância para a formação e desenvolvimento do município de Castro. Não obstante, considerando o incremento populacional nos últimos anos, os dados indicam que a migração, sobretudo a oriunda de outros estados brasileiros, tem desempenhado um papel pouco significativo. Conforme ilustra o gráfico 6, segundo os Resultados da Amostra do Censo de 2010, a maioria dos residentes de Castro nasceu no próprio município, totalizando mais de 80% da população. Entre os demais, destacam-se aqueles que migraram de outros municípios paranaenses (15%). Gráfico 6 - Proporção da população residente, por naturalidade, do município de Castro (2010). Natural de outros municípios do estado 15% Natural de outros estados 4% Natural do município 81% Fonte: IBGE – Amostra do Censo Demográfico 2010. Não obstante, conforme pesquisa de campo, a instalação recente de grandes empresas no município atraiu moradores de outras localidades e provocou um considerável incremento populacional, que resultou, inclusive, numa ocupação desorganizada e precarizada em alguns pontos da sede urbana. Em relação à distribuição da população conforme o sexo, tal como no conjunto brasileiro, em Castro, nota-se uma leve e decrescente concentração de homens em relação às mulheres (Tabela 8). A elevada razão de sexos (proporção de homens para cada 100 mulheres), maior na década 1990 no município estudado, reflete um contexto socioeconômico que condiciona o emprego majoritário de mão de obra masculina. Notase que em regiões de economia baseada na agricultura, agropecuária e/ou extrativismo a maioria da população é constituída por homens. 74 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Tabela 8 - População residente, por sexo, e razão de sexos do município de Castro (1991, 2000 e 2010) População (N) Razão de Ano sexos Total Homens Mulheres 1991 64.058 32.188 31.870 101,00 2000 63.581 31.887 31.694 100,61 2010 67.084 33.390 33.694 99,10 Fonte: IBGE – Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. A análise da estrutura etária dos munícipes de Castro demonstra a significativa queda na razão de dependência (RD) ocorrida no período 1991/2010. A RD consiste na relação entre a população definida como economicamente dependente (PED) – os menores de 15 anos de idade e os maiores de 65 anos –, e a população definida como potencialmente ativa (PPA) – pessoas com idade entre 15 e 64 anos. Assim, elevados valores de RD indicam um maior contingente de dependentes que a população em idade produtiva deve sustentar, o que significa maiores demandas de políticas públicas, especialmente nas áreas de educação e saúde. De acordo com a Tabela 9, o município de Castro apresentava, no ano de 1991, uma RD de 69%, que equivale a dizer que, para cada grupo de 100 pessoas, havia potencialmente 69 dependentes. Em 2000 a RD caiu para 58,4% e em 2010 este índice foi de 51,3%. Esta variação na RD de Castro está relacionada, principalmente, à queda de fecundidade, forte tendência brasileira e mundial, e à consequente elevação da população de 15 a 64 anos, a PPA. No período 1991/2010, a proporção da população com menos de 15 anos diminuiu de 36,6% para 28,2% e a proporção da PPA aumentou de 59,1% para 66%. Tabela 9 - População residente, por grupo de idade, e razão de dependência (RD) do município de Castro (1991, 2000, 2010). População Ano Até 14 anos N % Entre 15 e 64 anos N % 65 anos ou mais N % RD 1991 23.443 36,6 37.899 59,1 2.716 4,2 69,0 2000 20.815 33,0 39.766 63,1 2.425 3,8 58,4 2010 18.673 28,2 43.824 66,0 3.827 5,8 51,3 Fonte: IBGE – Amostra dos Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. O Gráfico 7 ilustra as transformações na estrutura etária da população de Castro através das pirâmides etárias do município. Nota-se o alargamento dos topos e, principalmente, dos meios, evidenciando o paulatino envelhecimento da população e a diminuição da RD. No último período analisado, entre os anos de 2000 e 2010, também se observa uma constrição na base da pirâmide em função da queda da fecundidade. De acordo com os dados apresentados no Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (PNUD/IPEA/FJP, 2013), entre os anos de 1991 e 2000, a taxa de fecundidade total de 75 Castro reduziu cerca de 12%, passando de 3,4 para 3 filhos por mulher. Já no último período, a redução foi de aproximadamente 23%, passando para 2,3 filhos por mulher. Gráfico 7 - Pirâmides etárias, por sexo, do município de Castro (1991, 2000 e 2010). 1991 2010 2000 > 80 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 <4 > 80 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 <4 Mulheres Homens > 80 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 <4 Mulheres Homens Mulheres Homens Fonte: IBGE – Amostra dos Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. 3.2.1.2. Projeção Populacional A análise das tendências demográficas do município permite, dentre outros elementos, a identificação de possíveis alterações na demanda por infraestrutura, equipamentos e serviços sociais e, consequentemente, o planejamento de ações para adequação da oferta. De acordo com o Plano Estratégico de Ocupação Territorial de Castro (PEOT), embora a dinâmica demográfica das últimas décadas aponte um cenário de crescimento populacional conservador, na medida em que Castro vem passando por transformações significativas na sua dinâmica socioeconômica num curto espaço de tempo, deve-se considerar que tais mudanças podem alterar a tendência de crescimento da população. Neste sentido, o referido documento apresenta duas projeções populacionais para o município estudado: a primeira, pautada na tendência histórica identificada, revela um cenário de ampliação conservador, e segunda, considerando uma provável nova dinâmica municipal, revela um cenário de ampliação alta. As duas projeções referem-se a incrementos populacionais previstos para as áreas urbanizadas, considerando o constante declínio da população rural. Para a construção dos cenários também foi considerada a migração esperada com a possível ampliação da oferta de emprego, capaz de gerar atração populacional, de forma direta (trabalhador) e indireta (migração de cônjuge e filhos). O Gráfico 8 a seguir apresenta a projeção populacional para o cenário de ampliação conservador, cuja TGC da população urbana é de 0,6% a.a. para o período 2010/2020. 76 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Gráfico 8 - Projeção populacional, por situação, do município de Castro no cenário de ampliação conservador (1991-2040). 74.186 73.521 71.384 67.084 64.058 63.581 61.046 58.632 54.746 49.266 43.250 39.125 24.933 1991 20.331 2000 População total 17.818 16.638 14.889 13.140 2010 2020 2030 2040 População urbana População rural Fonte: FUNPAR, 2014. Adaptado. O Gráfico 9 apresenta a projeção populacional para o cenário de ampliação alta, cuja TGC da população urbana é de 1,33% a.a. para o período 2010-2020. Neste caso, considerando que historicamente o crescimento populacional do município ocorre nas áreas urbanas e as mudanças no cenário socioeconômico são circunspectos ao processo de urbanização, observa-se o aumento da projeção populacional. Gráfico 9 - Projeção populacional, por situação, do município de Castro no cenário de ampliação alta (1991-2040). 91.105 83.819 76.532 77.965 68.930 67.084 64.058 63.581 59.894 39.125 24.933 1991 43.250 49.266 20.331 17.818 16.638 14.889 13.140 2000 2010 2020 2030 2040 População total População urbana População rural Fonte: FUNPAR, 2014. Adaptado. Conforme apontado no PEOT, em ambos os cenários projetados o incremento populacional pode ser absorvido pela malha urbana atual, especialmente no cenário de ampliação conservador. Isto se justifica na medida em que a malha apresenta atualmente uma densidade demográfica baixa, de 53 hab/km², além de grandes áreas aptas ao adensamento populacional, principalmente na área de expansão ao sul. Não obstante, no cenário de ampliação alta, com incrementos populacionais mais significativos, tendo em vista as expectativas socioeconômicas, o território urbano sofrerá 77 pressão para a ocupação, tanto na forma de adensamento da malha urbana existente, quanto pela extensão do tecido urbano. Deste modo, verifica-se a necessidade de investimentos na área urbana, especialmente em infraestrutura, de modo a suportar o incremento da ocupação. 3.2.1.3. Perfil da População O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) foi desenvolvido com base no IDH, criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH é uma medida resumida do desenvolvimento humano em longo prazo em três dimensões básicas: educação, saúde e renda. O IDH oferece contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento6 - analisado no item 3.1.2 deste relatório. De acordo com a metodologia do IDH, as unidades territoriais com índices superiores a 0,800 são consideradas de alto desenvolvimento humano; as com índices entre 0,500 e 0,800, de médio desenvolvimento humano e, por fim, aquelas com índices inferiores a 0,500, unidades territoriais de baixo desenvolvimento humano. O município de Castro acompanhou o movimento de variação positiva do IDH-M nos períodos 1991/2000 e 2000/2010, que, de maneira geral, também abrangeu os demais municípios brasileiros. (Tabela 10) No período 1991/2010, a variação do IDH-M de Castro correspondeu a 54,2%, superior às médias estadual (47,7%) e nacional (47,5%), situando o município no grupo das unidades de médio desempenho. Não obstante, comparado aos conjuntos paranaense e nacional, o município estudado apresentou o menor IDH-M em 2010 (0,703). Tabela 10 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), variação percentual no período e ranking nacional, do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). IDH-M Ranking nacional Variação Unidade 1991 2000 2010 1991/2010 1991 2000 2010 (%) Castro 0,456 0,613 0,703 54,2 1.489 1.317 1.811 PARANÁ 0,507 0,650 0,749 47,7 6 6 5 BRASIL 0,493 0,612 0,727 47,5 - - - Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. Quando analisados separadamente, os componentes do IDH (Renda, Longevidade e Educação) refletem situações socioeconômicas com diferentes desempenhos no município estudado. (Gráfico 10) Assim como no contexto nacional, apesar da significativa melhora em relação aos períodos anteriores, o índice do componente Educação continua sendo o mais baixo na composição do IDH-M de Castro. Por outro lado, o melhor índice do município continua 6 É importante notar que os Relatórios de Desenvolvimento Humano publicados pela Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que o desenvolvimento dos aspectos de saúde, educação e rendimento a nível individual, apesar de fundamentais, não significam uma correlação direta com as melhorias nas condições de desenvolvimento humano se “as conquistas individuais e se as percepções sobre o progresso diferirem” (PNUD/IPEA/FJP, 2013). 78 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 sendo o do componente Longevidade, que figurou 0,823 em 2010, considerado de alto desenvolvimento humano. Gráfico 10 - Evolução dos componentes Educação, Longevidade e Renda do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do município de Castro (1991, 2000, 2010). 0,823 0,743 0,666 0,704 0,651 0,619 0,600 0,477 0,230 1991 2000 Educação Longevidade 2010 Renda Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. No que diz respeito à renda média domiciliar de Castro, conforme aponta a Tabela 11 e ilustra o Gráfico 11, em 2010, o valor foi de R$ 639,54, inferior ao registrado pelo conjunto paranaense (R$ 890,89). A análise da média registrada no ano anterior, em 2000, mostra que neste ano o valor do município estudado também figurou abaixo do conjunto do estado. O Índice de Gini da renda domiciliar também é um importante indicador uma vez que mede o grau de concentração da distribuição de renda domiciliar per capita. O valor um representa uma situação de extrema desigualdade na qual a renda domiciliar per capita é totalmente apropriada por uma única pessoa. O valor zero, ao contrário, representa uma situação de igualdade plena, na qual a renda é distribuída na mesma proporção para todos os domicílios. Observa-se que tanto o Paraná quanto Castro possuem uma renda relativamente concentrada. Entretanto, conforme a Tabela 11 e ilustra o Gráfico 12, enquanto no estado o Índice de Gini caiu cerca de 11% no período 1991/2010, passando de 0,600 para 0,530, no município estudado a queda foi mais significativa, de aproximadamente 22%, passando de 0,680 para 0,530. As informações sobre a renda média e o Índice de Gini são ainda mais relevantes se analisadas em paralelo com os indicadores de pobreza. De acordo com os indicadores do PNUD, a população extremamente pobre inclui os indivíduos com renda domiciliar per capita de até R$ 70,00 mensais (em reais de Agosto de 2010); a população pobre referese aos indivíduos com renda domiciliar per capita de até R$ 140,00 mensais (em reais de Agosto de 2010), enquanto que a população vulnerável à pobreza contempla os indivíduos com renda domiciliar per capita de até R$ 255,00 mensais (em reais de Agosto de 2010, equivalente a 1/2 salário mínimo nessa data). Conforme aponta a Tabela 11 e ilustra o Gráfico 11, apesar da redução significativa ocorrida no período analisado, em 2010 o município de Castro ainda apresentava elevadas proporções de pessoas nestas situações de fragilidade, superiores 79 às registradas no conjunto do estado. No referido ano, a proporção da população castrense de pobres era de 12,1%, e a de vulneráveis à pobreza era de 32,3%. Tabela 11 - Índice de Gini, Renda média per capita e proporção de extremamente pobres, pobres e vulneráveis à pobreza do município de Castro e do estado do Paraná (1991, 2000, 2010). Unidade / Ano Castro PARANÁ Indicador Variação Variação 1991 2000 2010 1991/2010 1991 2000 2010 1991/2010 (%) (%) Renda média per 377,04 460,48 639,54 69,6 439,09 638,27 890,89 102,9 capita (R$) Índice de Gini 0,680 0,630 0,530 -22,1 0,600 0,600 0,530 -11,7 Extremamente 21,4 13,4 3,9 -81,7 12,6 6,1 2,0 -84,4 pobres (%) Pobres (%) 46,8 32,0 12,1 -74,2 32,6 18,9 6,5 -80,2 Vulneráveis à 71,6 56,3 32,3 -54,8 56,9 41,2 19,7 -65,4 pobreza (%) Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. Destaca-se que a redução de pessoas em situações de fragilidade, entre 1991 e 2010, foi muito mais expressiva no conjunto do estado do que no município estudado, sobretudo em relação às proporções de pobres e vulneráveis à pobreza. Enquanto no conjunto paranaense esta redução equivaleu a aproximadamente 80% para o primeiro indicador e a 65% para o segundo, em Castro correspondeu, respectivamente, a cerca de 74% e 54%. Gráfico 11 - Evolução da renda média per capita do município de Castro e do estado do Paraná (1991, 2000, 2010). 1.000,00 900,00 800,00 700,00 600,00 500,00 400,00 300,00 200,00 100,00 0,00 1991 2000 Castro PARANÁ Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. 80 2010 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Gráfico 12 - Evolução do Índice de Gini do município de Castro e do estado do Paraná (1991, 2000, 2010). 1,000 0,900 0,800 0,700 0,600 0,500 0,400 0,300 0,200 0,100 0,000 1991 2000 2010 Castro PARANÁ Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. Destaca-se que a redução de pessoas em situações de fragilidade, entre 1991 e 2010, foi muito mais expressiva no conjunto do estado do que no município estudado, sobretudo em relação às proporções de pobres e vulneráveis à pobreza. Enquanto no conjunto paranaense esta redução equivaleu a aproximadamente 80% para o primeiro indicador e a 65% para o segundo, em Castro correspondeu, respectivamente, a cerca de 74% e 54%. Gráfico 13 - Evolução da proporção de extremamente pobres, pobres e vulneráveis à pobreza do município de Castro e do estado do Paraná (1991, 2000, 2010). 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 1991 2000 2010 Castro Extremamente pobres 1991 2000 2010 PARANÁ Pobres Vulneráveis à pobreza Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. No que se refere à condição da população no sistema de produção, um importante indicador é a população denominada economicamente ativa (PEA), que corresponde à força de trabalho efetiva (acima de 10 anos), que exerceu alguma atividade econômica, com ou sem remuneração em dinheiro ou benefícios, ou que estava buscando inserir-se no mercado de trabalho. Esta população é a que integra o sistema produtivo. 81 A análise dos dois últimos anos censitários, cujos dados estão detalhados na Tabela 12, revela que no período 2000/2010 a proporção de pessoas acima de 10 anos consideradas economicamente ativas de Castro, manteve-se praticamente a mesma, correspondendo a cerca de 56%. Já no conjunto paranaense o aumento do índice foi mais significativo, passando de 60,1% para 62,5%. O nível de desemprego, assim como a disponibilidade relativa de excedente de mão de obra, pode ser observado a partir do percentual de desocupação da PEA (PDESOC), que consiste na diferença entre a PEA e a população ocupada, que por sua vez corresponde à população que efetivamente tinha um trabalho (com ou sem remuneração em dinheiro ou benefícios). Tabela 12 - População acima de 10 anos, população economicamente ativa (PEA) e proporção da população desocupada (PDESOC) do município de Castro e do estado do Paraná (2000, 2010). População acima de 10 anos Unidade Ano PEA Total (N) PDESOC (%) N % Castro PARANÁ 2000 49.313 27.628 56,0 15,7 2010 55.206 30.956 56,1 5,7 2000 7.744.980 4.652.709 60,1 12,9 2010 8.962.586 5.602.720 62,5 5,3 Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. Conforme apontado na Tabela 12, assim como o conjunto do Paraná, Castro apresentou reduções significativas nos percentuais da PDESOC entre 2000 e 2010. O município conseguiu diminuir o nível de desemprego de 15,7% para 5,7% no referido período. 3.2.2. SAÚDE 3.2.2.1. Condições de Saúde da População De acordo com os índices do IDH-M, o município de Castro continua apresentando variação e índice muito positivo do componente Longevidade, indicando melhorias nas condições de saúde e salubridade locais. No que diz respeito à expectativa de vida ao nascer, ou seja, ao número médio de anos que uma pessoa viverá a partir do nascimento, o município estudado apresentou evoluções positivas entre 1991 e 2010, especialmente no período 1991/2000, conforme demonstra a Tabela 13. Comparado aos conjuntos estadual e nacional, Castro apresentou a melhor variação do índice (14,5%). A expectativa de vida da população castrense, que era de 64,9 anos em 1991, passou para 74,4 anos em 2010, cujo índice aproxima-se ao do conjunto do Paraná (74,8 anos). 82 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Tabela 13 - Expectativa de vida ao nascer do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). Expectativa e vida ao nascer Unidade Variação 1991 2000 2010 1991/2010 (%) Castro 64,9 69,6 74,4 14,5 PARANÁ 65,7 69,8 74,8 13,8 BRASIL 64,7 68,6 73,9 14,2 Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. A análise dos problemas de saúde enfrentados por uma população é restringida devido ao caráter limitado e difuso das informações. As informações acerca das morbidades são provenientes dos serviços ofertados, sendo que os sistemas de informações não conseguem contemplar a diversidade de serviços disponibilizados pelo próprio Sistema Único de Saúde (SUS), pela rede privada, tão pouco as várias alternativas recorridas pela população para sanar ou minimizar suas enfermidades, tais como as práticas tradicionais. Ainda assim, as informações sobre morbidade hospitalar do SUS permitem o dimensionamento dos problemas de saúde que afetam a população usuária em Castro, uma vez que correspondem à grande maioria da população residente no município. O coeficiente de morbidade hospitalar refere-se ao número total de internamentos hospitalares por mil habitantes. De acordo com a Tabela 20, o valor médio de coeficiente registrado entre os anos de 2008 e 2014 no município de Castro foi de 75,3 internamentos/por mil habitantes, acima da média do Paraná, que figurou 70,9 internamentos/mil habitantes. Os dados de internamentos hospitalares ocorridos entre os anos analisados revelam que os maiores percentuais de internações em Castro foram os devido à gravidez, parto e puerpério (24,8%). (Tabela 14) Em termos de enfermidades, tal como se observa no conjunto paranaense, estão entre as principais causas de morbidade hospitalar registradas em Castro, no período analisado, as doenças dos aparelhos respiratório (11,9%) e circulatório (11,5%), assim como as lesões, envenenamentos e outras consequências de causas externas (10,9%). Também se destacam os percentuais de internações da população castrense em decorrência das doenças dos aparelhos digestivo (9,8%) e geniturinário (7,5%). Tabela 14 - Número de casos de morbidade, média do coeficiente de morbidade e morbidade proporcional por principais causas do município de Castro e do estado do Paraná (2008/2014). Unidade Indicador Castro PARANÁ Morbidade Casos de morbidade (N) 35.973 5.304.341 75,3 70,9 Infecciosas e parasitárias 2,9 5,8 Neoplasias 3,9 6,6 Média do coeficiente de morbidade (mil habitantes) Morbidade proporcional (%) 83 Indicador Castro Unidade PARANÁ Transtornos mentais e comportamentais 1,4 3,8 Aparelho circulatório 11,5 12,7 Aparelho respiratório 11,9 15,7 Aparelho digestivo 9,8 8,6 Aparelho geniturinário 7,5 6,1 Gravidez, parto e puerpério 24,8 15,1 Lesões, envenenamento e outras consequências de causas externas 10,9 9,5 Demais causas 15,3 16,2 Fonte: MS-DATASUS – Informações de Saúde, 2015. O coeficiente de mortalidade refere-se ao número total de óbitos por mil habitantes. De acordo com a Tabela 15, o valor médio de coeficiente registrado entre os anos de 2003 e 2012, no município de Castro foi de 6,4 óbitos/mil habitantes, índice acima da média paranaense, que correspondeu a 6,1 óbitos/mil habitantes. No que diz respeito às doenças que levaram a óbitos no período 2003/2012, conforme apresenta a Tabela 15, tal como no conjunto do estado, as doenças do aparelho circulatório foram as mais comuns em Castro. No município estudado a proporção de óbitos por estes casos foi de 28,1%, pouco abaixo da média paranaense, que correspondeu a 30,6%. Destaca-se que as doenças do aparelho circulatório estão geralmente associadas à má alimentação, ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool. Ainda, alguns destes fatores também levam a outras doenças, tais como o câncer (neoplasias malignas). Estes dados reforçam a necessidade de investimento em políticas públicas que promovam a mudança de hábitos. No período analisado, a proporção de óbitos em função das neoplasias (tumores) foi significativa no conjunto do estado: 17,2%. Embora um pouco menor, esta proporção foi considerável em Castro, correspondendo a 15,4%. No município estudado também se destaca a proporção de óbitos por causas mal definidas que, no período 2003/2012, correspondeu a 8%. Vale observar que os óbitos registrados neste grupo se referem aos casos em que houve assistência médica, mas não foi possível estabelecer uma causa definida, assim como aos casos em que não houve assistência médica, e, portanto, a causa do óbito é desconhecida. Ainda, elevados percentuais de óbitos por causas mal definidas podem sinalizar deficiências de infraestrutura assistencial e/ou falta de condições para o diagnóstico de doenças. Tabela 15 - Número de óbitos informados, média do coeficiente de mortalidade e mortalidade proporcional por principais causas do município de Castro e do estado do Paraná (2003/2012). Unidade Indicador Castro PARANÁ Mortalidade Óbitos informados (N) Média do coeficiente de mortalidade (mil habitantes) Mortalidade proporcional (%) 84 4.290 631.772 6,4 6,1 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Indicador Infeciosas e parasitárias Castro 3,8 Unidade PARANÁ 3,1 Neoplasias 15,4 17,2 Endócrinas, nutricionais e metabólicas 4,7 5,5 Aparelho circulatório 28,1 30,6 Aparelho respiratório 13,0 10,5 Causas mal definidas 8,0 4,9 Causas externas 12,1 14,1 Demais causas 15,0 14,1 Fonte: MS-DATASUS – Informações de Saúde, 2015. 3.2.2.2. Serviços de Saúde No que diz respeito à estrutura de atendimento à saúde pública de Castro, cabe observar as ações desenvolvidas no âmbito da atenção básica, a partir das ações empreendidas pelo Programa Saúde da Família, que constitui a base de estruturação do sistema de saúde brasileiro. As ações do programa são operacionalizadas por equipes multiprofissionais de Saúde da Família (ESFs) e Saúde Bucal (ESBs), e pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), que atuam principalmente nas unidades básicas de saúde e nos domicílios das localidades. O número de agentes atuantes é relativo ao tamanho da população. Segundo os critérios do Ministério da Saúde (MS), a cobertura total da população cadastrada no atendimento pelas ESFs ocorre quando a equipe é responsável por, no máximo, 4 mil habitantes, sendo que deve haver 12 ACSs por equipe. No caso dos ACSs, a cobertura total da população ocorre quando há um máximo de 750 pessoas por ACS (MS-SAS – Atenção Básica, 2015). Conforme apontado na Tabela 16, em 2014, comparado ao conjunto do estado, Castro apresentou ótimas coberturas de ACSs (94,4%), ESFs (83,7%) e ESBs (79%) em 2014. Não obstante, vale observar que os índices de cobertura de 2014 do município são inferiores aos registrados em 2012. De acordo com o Secretário municipal de saúde, a atual gestão procura focar sua atuação no desenvolvimento da Estratégia de Saúde da Família. Tal Estratégia, de acordo com o Ministério da Saúde, visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS), e é tida como método de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custoefetividade. (MS, 2015) Ainda de acordo com o Secretário municipal de saúde, enquanto conjunto de iniciativas para a promoção da saúde da população, a atenção básica atualmente está muito bem estruturada no município. A cobertura proporcionada pelas ACSs, ESFs e ESBs, que reduziu entre 2012 e 2014, deve se expandir e abarcar toda a população com a contratação de novos profissionais, por meio de concurso público ainda em 2015. 85 Tabela 16 - Número de Agentes Comunitários de Saúde (ASC), Equipes de Saúde da Família (ESF) e Saúde Bucal (ESB) e proporção de cobertura da população residente do município de Castro e do estado do Paraná (2010, 2014). ACS ESF ESB Unidade Ano Cobertura Cobertura Cobertura N N N (%) (%) (%) 2010 114 96,8 17 86,6 17 87,0 Castro Paraná 2014 Variação 2010/2014 (%) 2010 2014 Variação 2010/2014 (%) 115 94,4 17 83,7 16 79,0 0,9 -2,5 0,0 -3,4 -5,9 -9,2 11.889 59,5 1.803 54,9 1.195 37,0 12.592 60,1 2.209 60,3 1.318 39,0 5,9 1,0 22,5 9,8 10,3 5,4 Fonte: MS-SAGE – Indicadores de Saúde, 2015. Em relação aos estabelecimentos de saúde, segundo os dados da Tabela 17, Castro conta com 23 estabelecimentos de administração pública, 84 administrados pela iniciativa privada, um por entidade filantrópica e um por sindicato. Tabela 17 - Número de estabelecimentos de saúde, por tipo e prestador, do município de Castro – Dezembro/2014. Prestador Estabelecimento Total Público Filantrópico Privado Sindicato Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Centro de Saúde / Unidade Básica de Saúde (UBS) Clínica Especializada / Ambulatório Especializado Consultório 1 - - - 1 14 - - - 14 3 1 4 - 8 - - 74 1 75 Hospital Geral 1 - - - 1 Policlínica - - 1 - 1 Posto de Saúde 1 - - - 1 Pronto Atendimento 1 - - - 1 Secretaria de Saúde Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia Unidade Móvel de Nível Pré-hospitalar na Área de Urgência e Emergência TOTAL 1 - - - 1 - - 5 - 5 1 - - - 1 23 1 84 1 109 Fonte: MS-DATASUS – CNES, 2015. Conforme apresentado no Quadro 1, o município de Castro conta com um conjunto de estabelecimentos públicos de saúde que prestam serviços de atenção básica, de média e um de alta complexidade, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Estes estabelecimentos incluem os atendimentos ambulatorial e hospitalar, diagnóstico e internação. 86 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 O atendimento hospitalar do município é realizado no Hospital Anna Fiorillho Menarim, localizado na área urbana, no bairro Jardim Arapongas (Mapa 7). O estabelecimento presta atendimentos ambulatorial, de urgência, internação e Serviço de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT), contínuos de 24 horas, realizando procedimentos de média complexidade. Contudo, atualmente este hospital está passando por uma ampla reforma e a expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é que seja realizada uma parceria com a iniciativa privada para viabilizar o atendimento de média complexidade pelo SUS e reduzir as demandas por transporte de pacientes para outros centros (Ponta Grossa e Curitiba). Conforme o Secretário municipal, os demais estabelecimentos públicos de saúde estão em boas condições de uso e, entre eles, destaca-se a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacir Elias Fadel (Mapa 7), que presta atendimento contínuo 24h de urgência e atende cerca de 650 pessoas por dia, o que representa uma média alta de atendimentos por habitante. Quadro 1: Nível de atenção, complexidade da atividade e turno de atendimento dos estabelecimentos da rede pública de saúde do município de Castro (2015). Complexidade Turno de Estabelecimento Nível de atenção da atividade atendimento Centro de Atenção Psicossocial Manhã; Ambulatorial Média; Alta (CAPS) Tarde Castro Unidade de Atendimento em Ambulatorial; SADT; Contínuo de Básica; Média Especialidades Urgência 24h Centro de Testagem e Manhã; Ambulatorial Básica; Média Aconselhamento Tarde Centro Municipal Saúde da Mulher Manhã; Ambulatorial; SADT Básica; Média Regina Nardi Cardoso Tarde Centro de Especialidades Manhã; Ambulatorial; SADT Média Odontológicas (CEO) de Castro Tarde Ambulatorial; Internação; Contínuo de Hospital Anna Fiorillho Menarim Média SADT; Urgência 24h Posto de Saúde Guabiroba Ambulatorial Básica Manhã Posto de Saúde Invernada Ambulatorial Básica S/I Posto de Saúde Jardim Maracanã Ambulatorial Básica; Média S/I Posto de Saúde Pedras Ambulatorial Básica S/I Posto de Saúde Rio Baixo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Serviço de Vigilância Epidemiológica Secretaria Municipal de Saúde de Castro Unidade Básica de Saúde Moacyr Elias Fadel Unidade de Pronto Atendimento Moacir Elias Fadel Ambulatorial Básica Ambulatorial Média Vigilância em Saúde Vigilância em Saúde; Outros Básica S/I Contínuo de 24h S/I Manhã; Tarde Básica; Média Ambulatorial Básica Ambulatorial; SADT; Urgência Básica; Média Unidade de Saúde da Família Abapan Ambulatorial Básica Unidade de Saúde da Família Bom Jesus Ambulatorial Básica S/I Contínuo de 24h Manhã; Tarde Manhã; Tarde; Noite 87 Nível de atenção Complexidade da atividade Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Ambulatorial Básica Unidade de Saúde da Família Tronco Ambulatorial Básica Unidade de Saúde Vila Rio Branco Ambulatorial Básica Estabelecimento Unidade de Saúde da Família Dr. Domingos Faustino de Carvalho Unidade de Saúde da Família Elvira Kugler Unidade de Saúde da Família Guararema Unidade de Saúde da Família Herondina Grimbor Oliveira Unidade de Saúde da Família Jeovah Ribeiro Unidade de Saúde da Família Lineu Aurelio Salgado Unidade de Saúde da Família Marcos Simão Unidade de Saúde da Família Nair Kiel Spena Unidade de Saúde da Família Bernardo Pusch Júnior (Socavão) Turno de atendimento Manhã; Tarde Manhã; Tarde Manhã Manhã; Tarde Manhã; Tarde; Noite Manhã; Tarde Manhã; Tarde Manhã; Tarde Manhã; Tarde Manhã; Tarde Manhã; Tarde Fonte: MS-DATASUS – CNES, 2015. Nota: SADT = Serviço de Apoio à Diagnose e Terapia; S/I = Sem informações. Figura 17: Unidade de Saúde da Família Bernardo Pusch Júnior (Socavão) e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacir Elias Fadel Fonte: FUNPAR, 2015; Google Earth, 2015. O número de leitos por habitante é um importante indicador que mede a relação entre a oferta de leitos hospitalares e a população residente na mesma área geográfica. Através dele é possível avaliar variações geográficas e temporais na oferta de leitos que indiquem situações de desigualdade e tendências que demandem ações específicas. Além disso, o indicador pode contribuir para a análise dos serviços de assistência médicohospitalar. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, este indicador, assim como tantos outros, é influenciado por fatores socioeconômicos, epidemiológicos 88 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 e demográficos, tais como nível de renda, composição etária, oferta de profissionais de saúde, políticas públicas assistenciais e preventivas. Por expressar uma combinação de fatores particulares a realidades locais e regionais, os parâmetros estabelecidos nacional e internacionalmente estão sujeitos a questionamentos. Entretanto, o Ministério da Saúde (MS), conforme a Portaria GM/MS Nº 1.101/2002, estabeleceu o índice recomendado de 2,5 a 3 leitos/mil habitantes. É importante ponderar que, em geral, a concentração de leitos está associada ao maior poder aquisitivo da população e à demanda por serviços especializados, condições que atraem investimentos do setor privado de saúde. Isto pode ocorrer apesar do indicador excluir os leitos existentes em hospitais privados que não possuem vínculo com o SUS. Outra característica do indicador a ser considerada refere-se ao fato dele incluir a demanda hospitalar por parte de pessoas não residentes no município em questão, alterando a relação de proporcionalidade dos leitos disponíveis para a população residente na localidade. Conforme apontado na Tabela 18, o conjunto paranaense atendia aos parâmetros estabelecidos pelo MS em 2014, registrando um índice de 2,5 1,6 leitos/mil habitantes. Não obstante, o município de Castro apresentou no mesmo ano um índice de apenas 1,6 leitos/mil habitantes, não atendendo aos referidos parâmetros. Outro indicador importante para a análise dos serviços de assistência médicohospitalar de determinadas localidades é o número de médicos por habitantes. Além disso, o indicador contribui para a avaliação da suficiência da formação de profissionais de saúde assim como de sua inserção no mercado de trabalho. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como parâmetro ideal de atenção à saúde da população a relação de 1 médico para cada mil habitantes. No Brasil, de um modo geral, são comuns situações de extrema desigualdade no acesso aos serviços prestados por estes profissionais. Esta situação é decorrente de uma significativa concentração de médicos em certas regiões do país, assim como em grandes centros urbanos. De acordo com os dados da Tabela 18, tanto o município de Castro quanto o conjunto do estado atendiam aos parâmetros da OMS em 2014, registrando índices de, respectivamente, 2,1 médicos/mil habitantes e de 3,3 médicos/mil habitantes. Tabela 18 - Número total e por mil habitantes de médicos e de leitos do município de Castro e do estado do Paraná – Dezembro/2014. Unidade Indicador Castro PARANÁ Total 151 36.720 Médicos Por mil habitantes 2,1 3,3 Leitos Total 116 27.691 Por mil habitantes 1,6 2,5 Fonte: MS-DATASUS – Informações de Saúde, 2015. 89 90 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 7: Equipamentos de Saúde - Urbano 91 Mapa 8: Equipamentos de Saúde - Municipal 92 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 3.2.3. EDUCAÇÃO 3.2.3.1. Escolaridade da População Apesar da significativa melhora das últimas décadas, o índice do componente Educação continua sendo o principal responsável por limitar o alcance de níveis melhores de IDH-M no município de Castro. Além do IDH-Educação, outro importante indicador para avaliar a situação educacional de determinada região refere-se à expectativa de anos de estudo da população, que consiste no número médio de anos de estudo que uma geração de crianças que ingressa na escola deverá completar ao atingir 18 anos de idade, se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar. Com relação a Castro, conforme demonstrado na Tabela 19, em 2010 o município apresentou uma expectativa de 10,3 anos, cujo período de tempo corresponde ao necessário para completar apenas o Ensino Fundamental regular. A análise da variação da expectativa de tempo de estudo nas duas últimas décadas mostra que, no município estudado, houve um aumento de aproximadamente 15% desta expectativa entre 1991 e 2010, bem acima do aumento registrado no Paraná no mesmo período, que equivaleu a cerca de 8%. Não obstante, o índice de Castro continua figurando abaixo dos índices paranaenses. Tabela 19 - Expectativa de anos de estudo do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). Expectativa de anos de estudo Unidade Variação 1991 2000 2010 1991/2010 (%) Castro 9,0 9,6 10,3 14,8 Paraná 9,7 10,1 10,4 7,7 Brasil 8,2 8,8 9,5 16,9 Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. Outro importante indicador refere-se à taxa de analfabetismo, que representa a proporção de pessoas analfabetas de determinado grupo/localidade. Classifica-se como analfabeta a pessoa que não sabe ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece (IBGE, Censo Demográfico). Como demonstrado na Tabela 20, no período 1991/2010, os índices de analfabetismo diminuíram drasticamente no município estudado, assim como nos conjuntos estadual e nacional, especialmente nas faixas etárias da população jovem (de 11 a 14 anos e de 15 a 17 anos). Não obstante, no caso da população acima de 18 anos, embora tenham reduzido no período analisado, os índices continuam significativos. Em Castro, a taxa de analfabetismo desta faixa etária correspondeu a 8,2% em 2010, índice acima da média paranaense, que equivaleu a 6,7%. E ainda, considerando todas as faixas etárias, é significativo que 10% da população de Castro seja considerada analfabeta. 93 Tabela 20 - Taxa de analfabetismo, por faixa etária, do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). Taxa de analfabetismo (%) Unidade Faixa etária Variação 1991 2000 2010 1991/2010 (%) 11 a 14 anos 5,9 1,6 1,2 -79,5 Castro PARANÁ BRASIL 15 a 17 anos 5,8 1,8 0,8 -86,0 18 anos e mais 21,9 13,7 8,2 -62,4 11 a 14 anos 4,2 1,5 1,1 -73,0 15 a 17 anos 4,1 1,6 0,9 -78,0 18 anos e mais 16,0 10,3 6,7 -58,1 11 a 14 anos 16,1 6,3 3,2 -79,9 15 a 17 anos 12,4 4,9 2,2 -82,3 18 anos e mais 20,9 14,5 10,2 -51,2 Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. 3.2.3.2. Serviços de Educação De acordo com a Secretaria de Educação Básica, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Educação Básica é o primeiro nível do ensino escolar no país e compreende três etapas: a Educação Infantil (para crianças com até 5 anos), o Ensino Fundamental (para alunos de 6 a 14 anos) e o Ensino Médio (para alunos de 15 a 17 anos). O objetivo desta modalidade de educação, segundo este órgão, é assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável tanto para o exercício da cidadania, quanto para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Atualmente, além da Constituição da República Federativa do Brasil e do Estatuto da Criança e do Adolescente, os documentos que norteiam a Educação Básica são: as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, instituídas pela Lei Nº 9.394/1996 (LDB); as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, instituídas pela Resolução CNE/CEB; e o Plano Nacional de Educação (PNE) referente ao período 2014/2024. De acordo com este último, as metas são universalizar, até 2016, o Ensino Fundamental (para a população de 6 a 14 anos), o Ensino Médio (para a população de 15 a 17 anos) e a Educação Infantil na Pré-escola (para crianças de 4 a 5 anos), assim como ampliar a oferta de Educação Infantil em Creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até 2024 (BRASIL, 2014). O Plano Municipal de Educação (PME), instituído pela Lei Nº 3.111/2015, estabelece as metas, estratégias e diretrizes para a educação no Município para o período 2015/2025, representando o instrumento norteador da educação municipal para este período. De acordo com educadores presentes no seminário de avaliação do Plano Diretor vigente, o PME foi construído com a intensa participação dos educadores e se alinha aos planos nacional e estadual. Neste sentido, entre as diretrizes do PME estão: (i) a erradicação do analfabetismo; (ii) o atendimento em creches de até 50% da população de zero a três anos e de todas as crianças de quatro e cinco anos em préescolas; e (iii) a universalização do ensino fundamental do primeiro ao quinto ano. 94 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Uma das formas de avaliar a capacidade dos serviços educacionais ofertados, assim como em que medida os municípios atendem às especificações e parâmetros estabelecidos pelos órgãos reguladores da educação nacional, é pela análise da taxa de atendimento escolar, que consiste na proporção de pessoas de um determinado grupo que frequenta a escola. Conforme apresentado na Tabela 21 e ilustrado no Gráfico 14, no período 1991/2010 o município de Castro apresentou variações muito positivas das taxas de atendimento escolar, superiores às registradas nos conjuntos estadual e nacional. Não obstante, assim como nos conjuntos estadual e nacional, a taxa de atendimento da faixa etária de até 5 anos (relativa à idade escolar da Educação Infantil) de Castro continua baixa, sendo que no último ano analisado correspondeu a 37%. Assim, verifica-se que em 2010 o município estudado estava distante das metas estabelecidas pelo PNE. Todavia, conforme a superintendente de educação da Secretaria Municipal de Educação, em 2015, no território urbano, praticamente toda a população da faixa etária de 4 a 5 anos é atendida na pré-escola. Já na faixa etária de 0 a 3 anos estima-se que atualmente há um déficit de aproximadamente 600 vagas para creche, principalmente no bairro Jardim Bailly (Mapa 10). Além disso, deve-se considerar a futura ocupação de Nova Castro, o que demandará novos equipamentos, incluindo creche(s). Tabela 21 - Taxa de atendimento escolar, por faixa etária, do município de Castro, do estado do Paraná e do Brasil (1991, 2000, 2010). Taxa de atendimento escolar (%) Unidade Faixa etária Variação 1991 2000 2010 1991/2010 (%) Até 5 anos* 19,0 37,0 Castro PARANÁ BRASIL 6 a 14 anos 72,4 92,9 97,2 34,3 15 a 17 anos 42,6 60,3 72,4 69,8 Até 5 anos* - 20,0 42,6 - 6 a 14 anos 79,0 94,2 97,6 23,5 15 a 17 anos 48,5 72,5 80,7 66,2 Até 5 anos* - 23,8 43,2 - 6 a 14 anos 75,5 93,1 96,7 28,0 15 a 17 anos 54,5 77,4 83,3 52,8 Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. Nota: (*) dados indisponíveis para 1991. Na faixa de 6 a 14 anos, relativa à idade do Ensino Fundamental, o atendimento é praticamente universal, diferente do que ocorre com a faixa de 15 a 17 anos, correspondente à idade escolar do Ensino Médio. Em relação a esta última, a taxa de atendimento escolar correspondeu a 72,4% em 2010. Porém, diferentemente do que ocorre com o Ensino Infantil, sobram vagas nos equipamentos disponíveis no município e a razão pela taxa de atendimento escolar ser significativamente inferior à almejada no Planos de Educação Nacional e Municipal gira em torno da alta evasão escolar e desinteresse da população, de acordo com a superintendente de educação da Secretaria Municipal. 95 Gráfico 14 - Evolução da taxa de atendimento escolar, por faixa etária, do município de Castro (1991, 2000, 2010). 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Até 5 anos* 6 a 14 anos 1991 2000 15 a 17 anos 2010 Fonte: PNUD, IPEA, FJP – Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013. Nota: (*) dados indisponíveis para 1991. Ainda em relação ao atendimento escolar, a superintendente de educação da Secretaria Municipal destacou a grande demanda existente no município em relação à Educação de Jovens e Adultos (EJA) - que se destina àqueles que não puderam efetuar os estudos na idade correspondente. Esta modalidade de educação prevê oportunidades educacionais adequadas a esta população, considerando suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames no nível de conclusão dos Ensinos Fundamental e Médio. Além disso, é importante considerar que um dos principais desafios da gestão municipal de Castro em relação à expansão do atendimento escolar está relacionado à extensão territorial do município, às dificuldades de acesso e à distribuição fragmentada da população rural no território. Esta particularidade do município dificulta o transporte escolar e o atendimento da população rural, em especial daqueles na faixa etária correspondente à idade escolar da Educação Infantil. Os dados dos estabelecimentos e matrículas no Ensino Regular, apresentados na Tabela 21, demonstram que Castro tem cumprido com a orientação legal (Art. 211 da Constituição Federal), a qual prevê que o município é o ente que deve ocupar-se prioritariamente da Educação Infantil, mas também deve proporcionar a oferta de Ensino Fundamental. No que se refere à rede pública de ensino no município, a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental são ofertados exclusivamente pelo município enquanto que os anos finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio são ofertados exclusivamente pela administração estadual. Já a iniciativa privada atua em todas as etapas de ensino. Em relação ao número de estabelecimentos públicos de Ensino Regular, em 2014 havia 11 que ofertavam a Educação Infantil (todos localizados em áreas urbanas), 26 que ofertavam os anos iniciais do Ensino Fundamental (sendo 15 nas áreas urbanas e 11 nas rurais), 15 que ofertavam os anos finais do Ensino Fundamental (sendo 13 nas áreas urbanas e 2 nas rurais) e 12 que ofertavam o Ensino Médio (sendo 10 nas áreas urbanas e 2 nas rurais). O ensino profissionalizante, de acordo com a superintendente de educação da Secretaria Municipal de Educação, é ofertado pelo SESI/SENAI, pelo 96 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Colégio Agrícola Estadual Olegário Macedo, pelo Colégio Instituto Cristão (ligado ao Instituto Presbiteriano Mackenzie), além do Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro Mello, que oferece pós-médio em secretariado e turismo. Figura 18: Escola Municipal José Nery Carneiro de Napoli (Socavão) e Escola Municipal Vicente Machado (Sede) Fonte: FUNPAR, 2015. A análise da variação do número de matrículas da rede pública de ensino de Castro, entre 2012 e 2014, aponta uma queda de 3,7% de alunos matriculados no Ensino Fundamental. Entretanto, esta queda não reflete uma redução da taxa de atendimento escolar, e sim, uma redução do número absoluto de crianças em função da queda da fecundidade, que vêm ocorrendo nas últimas décadas no município. Destacam-se o aumento de matriculados no Ensino Médio nas áreas rurais de 68,1%, devido, em larga medida, à implantação de outro estabelecimento de ensino nestas áreas, assim como o aumento de matriculados na Educação Infantil (ofertada somente na zona urbana), de 5,2% - possivelmente também, em função da implantação de outro estabelecimento. As tabelas dos Anexos IV, V, VI e VII apresentam as relações dos estabelecimentos de Ensino Regular (segundo a dependência administrativa) do município estudado, detalhando a situação, o número de matrículas e de usuários do transporte escolar. No que se refere às condições dos estabelecimentos, de acordo com a superintendente de educação da Secretaria Municipal e com os participantes das oficinas de avaliação do Plano Diretor vigente (realizadas em 2011 e 2015), de um modo geral, as escolas do município se apresentam em boas condições de uso. As vinculadas à rede municipal foram, inclusive, recentemente reformadas e seus mobiliários padronizados. Em relação à qualidade do ensino ofertado pelo município, conforme os presentes nas oficinas, nos últimos anos foram ofertados aos educadores da rede municipal de educação diversas oportunidades de capacitação/formação. Entre elas, destacam-se o Programa Agrinho e o Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (em parceria com o SEBRAE), e os cursos de capacitação para educação de crianças com Transtorno de Espectro Autista. Conforme as técnicas da Secretaria Municipal, o Ensino Fundamental e a Educação Infantil no município são de ótima qualidade. Neste sentido, destacam-se que todas as professoras atuantes nos CMEIS são graduadas (não existem atendentes ou 97 cuidadoras), sendo boa parte delas pós-graduada. Além disso, a Secretaria realiza anualmente uma avaliação do ensino que permite à gestão municipal uma intervenção rápida sobre os alunos avaliados. Alguns projetos realizados nas escolas do município também foram mencionados. Entre eles destacam-se o Projeto Educacional Atlas Ambiental Mata Viva (de iniciativa da Cooperativa Castrolanda, BASF e Fundação Espaço ECO), o Projeto Ler e Pesar (desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com o Instituto Grupo Paranaense de Comunicação e a CCR Rodonorte) e o projeto Pelotão do Futuro, desenvolvido desde 1996 (pela Prefeitura Municipal em parceria com o 5º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado - através dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Defesa e do Esporte). Em relação à prática escolar cotidiana, ainda de acordo com os educadores presentes na oficina realizada em 2015, foram incorporadas discussões e atividades de promoção da diversidade cultural local, assim como de conteúdos relacionados à cidadania, democracia e direitos humanos. Todavia, conforme exposto na ocasião, o tratamento destes temas ainda depende muito dos professores, individualmente. Neste sentido, faltam ações que reforcem e direcionem o tratamento sistemático destes conteúdos nas escolas. Entre as maiores dificuldades enfrentadas pela gestão municipal e destacadas pelas técnicas da Secretaria Municipal estão a alfabetização das crianças até o 3º ano do Ensino Fundamental e a falta de professores para as localidades mais distantes, como, por exemplo, para o território Quilombola. A expectativa é que esta última possa ser minimizada com a realização de concurso público a ser realizado ainda no ano de 2015. 98 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 9: Equipamentos de Educação Municipal 99 100 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 10: Equipamentos de Educação Urbano 101 102 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 3.2.4. ASSISTÊNCIA SOCIAL A assistência social está organizada por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que visa garantir a proteção social aos indivíduos, famílias e às comunidades no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos que se constituem como apoio aos cidadãos no enfrentamento de suas dificuldades. De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o SUAS organiza as ações de assistência social em 2 (dois) tipos de proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada à famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre outros. (MDS, 2015) Nesse modelo de gestão, as ações e a aplicação de recursos do SUAS são coordenados pelo MDS e negociadas e pactuadas nas Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Esses procedimentos são acompanhados e aprovados pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e pelos Conselhos Estadual e Municipal de Assistência Social, que desempenham um importante trabalho de controle social. (MDS, 2015) Assim, para se adequar a este novo modelo de organização das políticas de assistência social e, por força de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre Ministério Público e Prefeitura, a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social de Castro vem se reestruturando nos últimos anos. De acordo com a superintendente de desenvolvimento social da Secretaria Municipal, atualmente, a política de assistência social no município está bem mais organizada que no passado recente e deixou de representar somente um “assistencialismo”. Atualmente, existem cerca de 20 conselhos vinculados à Secretaria, que discutem e tratam das políticas vinculadas à pasta, tais como o Conselho da Criança e do Adolescente, o Conselho do Idoso, Conselho de Drogas, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o Conselho da Mulher (ainda em construção), entre outros. Além disso, visando a composição das equipes que atendem nos equipamentos vinculados à Secretaria, a prefeitura expandiu significativamente seus recursos humanos (possuindo cerca de 10 assistentes sociais e 8 psicólogos, por exemplo) e, ainda em 2015, têm a expectativa de contratar, através de concurso público, mais 21 técnicos Entre os programas desenvolvidos no município, tendo em vista os indicadores de pobreza analisados anteriormente, pode-se afirmar que o Programa Bolsa Família (PBF) do Governo Federal exerce um papel extremamente relevante para a população de Castro. O PBF atualmente integra o Plano Brasil Sem Miséria do Governo Federal, instituído pelo Decreto Nº 7.492/2011, que tem por objetivo superar a extrema pobreza do país baseando-se na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos. O programa foi criado em 2004, por meio da Lei Nº 10.836/2004, e consiste num programa de transferência condicionada de recursos financeiros que beneficia famílias pobres e extremamente pobres inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CADÚNICO). O CADÚNICO foi instituído pelo Decreto Nº 6.135/2007 103 e é um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das famílias de baixa renda, em especial daquelas cujas rendas mensais não extrapolam meio salário mínimo, que permite ao poder público a formulação e implementação de políticas específicas voltadas à redução das vulnerabilidades sociais. Vale destacar que o CADÚNICO também identifica famílias indígenas e quilombolas, permitindo um diagnóstico das principais necessidades destes povos e comunidades tradicionais e, consequentemente, a formulação de políticas públicas e programas sociais voltados às suas especificidades. O MDS, através da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, estima as famílias pobres com perfil de atendimento para o PBF a partir dos dados do Censo Demográfico de 2010, considerando tanto a renda familiar de até R$140,00 por pessoa, quanto um coeficiente de volatilidade de renda. As condicionalidades do PBF são compromissos assumidos tanto pelas famílias beneficiárias quanto pelo poder público. Para que continuem recebendo o benefício, as famílias devem cumprir compromissos nas áreas de educação, saúde e assistência social, sendo que a oferta dos serviços nestas áreas é de responsabilidade do poder público. Segundo o MDS: “Na área de saúde, as famílias beneficiárias assumem o compromisso de acompanhar o cartão de vacinação e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. As mulheres na faixa de 14 a 44 anos também devem fazer o acompanhamento e, se gestantes ou nutrizes (lactantes), devem realizar o pré-natal e o acompanhamento da sua saúde e do bebê. Na educação, todas as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar devidamente matriculados e com frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. Já os estudantes entre 16 e 17 anos devem ter frequência de, no mínimo, 75%. Na área de assistência social, crianças e adolescentes com até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), devem participar dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Peti e obter frequência mínima de 85% da carga horária mensal” (MDS, Bolsa Família, 2015) O acompanhamento das condicionalidades é realizado pelo MDS, de forma articulada com o MEC e o MS; e pelos municípios, intersetorialmente entre as áreas de saúde, educação e assistência social. Em Castro, segundo o Relatório de Informações Sociais do MDS, no mês de julho de 2015, o total de famílias inscritas no CADÚNICO era de 10.485 (33.199 pessoas), sendo que em setembro, 4.015 foram beneficiadas pelo PBF, correspondendo à cobertura de 93,1% da estimativa de famílias pobres do município. O valor médio do benefício por família equivaleu a R$ 137,59 e o total transferido pelo Governo Federal em benefícios às famílias atendidas foi de R$ 552.443,00. Outro dado importante contido no relatório diz respeito aos acompanhamentos do PBF. No município estudado, o acompanhamento da educação revelou que 95,8% das crianças e jovens entre 6 e 15 anos e 61,9% dos jovens entre 16 e 17 anos cumpriram a frequência escolar mínima exigida pelo programa no bimestre de março/abril de 2015. Já o acompanhamento da saúde apontou que 98,2% das famílias cumpriram as condicionalidades da área da saúde na vigência de junho de 2015. 104 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 O relatório também apresenta informações sobre as populações quilombolas de Castro. No mês de julho de 2015 haviam 71 famílias quilombolas inscritas no CADÚNICO, sendo que em setembro, 51 famílias foram beneficiadas pelo PBF. Conforme a perspectiva da Secretaria, os maiores problemas do município estão relacionados à chegada de migrantes (insuficientemente capacitados/escolarizados) atraídos por empresas recém-chegadas no município, resultando em maiores índices de desemprego, na baixa renda de parte significativa da população castrense e no consequente aumento das demandas por serviços públicos. Associados a este problema, a informalidade no mercado de trabalho, especialmente na zona rural, é um problema bastante significativo. Este contribui, dentre outras, para a precarização do trabalho e a redução de segurança para os trabalhadores. Do mesmo modo, a imigração descontrolada para o município tende a contribuir para o aumento no consumo de drogas e da violência. Estes últimos, de acordo com a superintendente de desenvolvimento social da Secretaria Municipal da Família e Desenvolvimento Social, concentram-se na região dos bairros Vila Santa Cruz e Vila Operária. É importante destacar ainda, que a maior concentração de populações em situação de vulnerabilidade do município encontra-se na porção norte, nos bairros Bom Pastor, Vila Rosário e Jardim Nossa Senhora do Rosário; e na porção sul e sudeste da sede urbana, na região dos bairros Vila Operária, Vila Farias, Cantagalo I e II, Jardim Pandorf, Jardim Colonial, Padre Piva, Jardim Araucária I, II e III, e Portelinha. 3.2.4.1. Unidades de Atendimento Os serviços de assistência social do município de Castro são realizados a partir de 4 unidades de Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e de 2 unidades de Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS). Localizados na sede municipal (bairros Jardim Primavera e Vila Santa Cruz, este recéminaugurado) e nos distritos de Socavão e Abapã - (Mapa 11), os CRAS oferecem serviços de assistência social às populações em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares e comunitários. Já os CREAS, localizados nos bairros Jardim Arapongas e Morada do Sol, também apresentados no Mapa 11, são responsáveis pela oferta de orientação e apoio especializados e continuados a populações com direitos violados. O município também conta com outras unidades da rede socioassistencial, quais sejam: 01 unidade de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes: Casa Lar (bairro Morada do Sol). 02 unidades de Acolhimento Institucional para Idosos: Asilo São Vicente de Paulo (bairro Centro) e Obras Sociais Mariliana Barbosa (bairro Centro). 01 unidade de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei: Educandário Manoel Ribas (bairro Jardim Araucária III). 01 Centro da Juventude: Centro de Juventude (bairro Jardim Araucária I). 07 Centros de Convivência: Aprender e Viver (bairro Guararema), Associação de Assistência Social de Castrolanda (bairro Padre Piva), Casa da Criança e do Adolescente Padre Marcello Quilici (bairro Santa Cruz), Centro de Múltiplo Uso 105 Theresinha Da Fonseca (bairro Lacustre), Serviço de Convivência Educandário Manoel Ribas (bairro Jardim Araucária III), Wadislau Sviercoski (distrito Abapã) e Comunicar e Crescer (distrito Socavão). De acordo com a superintendente de desenvolvimento social da Secretaria Municipal da Família e Desenvolvimento Social, atualmente, os Centros de Convivência não conseguem atender toda a demanda do município. Para tanto, seria necessário realizar algumas adequações em estruturas já existentes de modo que consigam expandir as vagas. Assim, a Secretaria planeja ampliar a capacidade de atendimento tanto do Educandário Manoel Ribas quanto do Centro de Convivência Aprender e Viver. Devido à extensão do território do município, as políticas da Secretaria não conseguem atender as demandas de toda a população, especialmente nas áreas rurais. Socavão, a localidade com maior déficit de cobertura, tem 54 comunidades, das quais o CRAS situado neste distrito não atende a metade da demanda. A localidade Serra do Apon, por exemplo, fica muito distante do distrito e conta com ônibus apenas uma vez por semana. Assim, a população desta localidade acaba buscando atendimento no CRAS da sede urbana. Já no distrito de Abapã, com 27 comunidades, possui um território menos extenso e conta com facilidades em relação ao transporte que leva seus moradores até a vila, quando é necessário. Neste caso, seus moradores não buscam atendimento na sede municipal. Na sede urbana, com a expectativa de que na Nova Castro residam 4 mil pessoas, a Secretaria estima que não conseguirá atender satisfatoriamente os moradores locais, mesmo com a criação recente do CRAS, na Vila Santa Cruz, e a contratação de 21 técnicos através de concurso público de 2015. Ainda segundo a superintendente de desenvolvimento social da Secretaria Municipal da Família e Desenvolvimento Social, a ampliação dos recursos humanos é um dos maiores desafios da gestão municipal para que esta consiga atender toda a demanda existente. 3.3. SEGURANÇA A segurança pública de Castro é realizada pela Guarda Municipal e pela Coordenadoria Municipal do Trânsito (COMUTRAN), ambas vinculadas à Secretaria Municipal de Segurança Pública, assim como pela Polícia Civil e pela Polícia Militar. A Polícia Civil atua através da Delegacia de Castro, localizada na sede municipal, que integra a 13ª Subdivisão Policial (SDP) da Divisão Policial do Interior, sediada no município de Ponta Grossa. Já a Polícia Militar atua através da 3ª Companhia da Polícia Militar, localizada no bairro Vila Rio Branco, que integra o 1º Batalhão de Polícia Miliar (BPM) do 4º Comando Regional de Polícia Militar (CRPM), sediado no município de Ponta Grossa. Além de Castro, a 3ª Companhia da Polícia Militar realiza o policiamento em outros 5 municípios dos Campos Gerais: Carambeí, Piraí do Sul, Arapoti, Jaguariaíva e Sengés. A Secretaria Municipal de Segurança Pública foi fundada em 2013 (Lei N° 2.609/2013). De acordo com a Secretária municipal, entre as ações desenvolvidas pela pasta, destacam-se a municipalização do trânsito e o tarifamento dos estacionamentos, o que possibilitou a aquisição de equipamentos, armas e viaturas para a Guarda Municipal. 106 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Ainda de acordo com a Secretária municipal de segurança pública, o município ainda não possui um Plano Municipal de Segurança Pública e carece de sistematização das estratégias de ação e da ocorrência de delitos para otimizar a promoção da segurança pública. A Guarda Municipal, de acordo com representantes da Secretaria, não está autorizada a agir com violência e truculência, sendo seu foco a prevenção de delitos. Neste sentido, destacam-se as palestras realizadas pela Guarda Municipal nas escolas, o Projeto Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), a Gincana Verdes Anos, o Projeto Pelotão do Futuro e a Semana do Trânsito. Para analisar a segurança de determinada localidade pode-se tomar como ponto de partida os fenômenos de criminalidade e de vitimização. De acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP/PR), apresentados na Tabela 22, em 2014, foram registradas 1.647 ocorrências policiais em Castro. A grande maioria dos crimes registrados no município são contra o patrimônio, totalizando 894 ocorrências, destas, 710 furtos (43,1%) e 184 roubos (11,2%). Outros crimes de destaque são os contra a pessoa: lesão corporal, que registou 455 ocorrências (27,6%), violência doméstica, que registrou 105 ocorrências (6,4%), e homicídio doloso (quando há intenção de matar ou quando o agente assume o risco de causar a morte), que registrou 15 ocorrências (0,9%). Uma forma de avaliar a magnitude da criminalidade e da vitimização é através da análise da taxa de ocorrências policiais, que representa o número total de ocorrências por cem mil habitantes, permitindo a comparação entre localidades com diferentes contingentes populacionais. Comparado ao conjunto do estado, são expressivos os índices de Castro relativos aos crimes de corrupção de menores, de lesão corporal e de porte/posse de arma de fogo. Em relação à corrupção de menores, entanto no conjunto paranaense foi registrada uma taxa de 4,88 ocorrências/cem mil habitantes, no município estudado a taxa correspondeu a 7,10 ocorrências/por cem mil habitantes. No caso dos crimes de lesão corporal, as taxas foram de 620,97 ocorrências/por cem mil habitantes no contexto estadual e de 645,81 ocorrências/por cem mil habitantes em Castro. Já para os delitos de porte/posse de arma de fogo, as taxas corresponderam a 51,82 ocorrências/por cem mil habitantes no conjunto do estado e de 65,29 ocorrências/por cem mil habitantes em Castro. Tabela 22 – Número de ocorrências policiais, por tipo, do município de Castro, e taxa de ocorrências policiais do município de Castro e do estado do Paraná – 2014. Taxa de ocorrências Ocorrências policiais policiais (por cem mil Tipo Castro habitantes) N % Castro Paraná Corrupção de menores 5 0,3 7,10 4,88 Embriaguez na condução de 34 2,1 48,26 71,7 veículo Estupro 19 1,2 26,97 169,28 Furto 710 43,1 1.007,75 1.465,10 Homicídio doloso 15 0,9 21,29 22,70 Lesão corporal 455 27,6 645,81 620,97 107 Taxa de ocorrências policiais (por cem mil habitantes) Castro Paraná Ocorrências policiais Tipo Castro N % Porte/posse arma de fogo 46 2,8 65,29 51,82 Roubo 184 11,2 261,16 565,57 Uso/tráfico de drogas 74 4,5 105,03 179,99 Violência Doméstica 105 6,4 149,03 580,56 1.647 100,0 - - Total Fonte: SESP/PR, 2014 apud MP, 2015. Outros dados disponíveis, interessantes para a análise da segurança do município estudado, referem-se aos acidentes de trânsito. Conforme apresentado na Tabela 23, em 2014 foram registrados 122 acidentes de trânsito nas vias municipais de Castro. Destes, mais de 80% envolveram vítimas, sendo na maioria dos casos devido à colisão e abalroamento. O número total de vítimas correspondeu a 126 pessoas, com 3 casos de morte (1 no local e 2 posteriores). A análise dos dados referentes aos dois anos anteriores, 2012 e 2013, evidencia que em Castro houve uma diminuição significativa no número de acidentes de trânsito: em 2012, foram 266 ocorrências, enquanto em 2013, foram 166 e, em 2014, foram 122. Não obstante, a proporção de acidentes envolvendo vítimas aumentou drasticamente de 49,62% (2012), de 72,29% (2013) e de 81,15% (2014). Tabela 23 - Número de ocorrências de acidentes de trânsito nas vias municipais e de vítimas, por características, do município de Castro (2012, 2013 e 2014). Ano Indicador 2012 2013 2014 Total (N) 266 166 122 Sem vítimas N 134 46 23 % 50,38 27,71 18,85 N 132 120 99 % 49,62 72,29 81,15 N 11 11 12 % 8,33 9,17 12,12 N 93 88 72 % 70,45 73,33 72,73 N 28 21 15 % 21,21 17,50 15,15 145 150 126 N 144 149 123 % 99,31 99,33 97,62 N 1 1 1 % 0,69 0,67 0,79 Total Total Acidentes Atropelamento Com vítimas Colisão e abalroamento Outros Total Vítimas Feridas Mortes no local 108 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 2012 Ano 2013 2014 N - - 2 % - - 1,59 Indicador Mortes posteriores Fonte: DETRAN/PR, 2015 apud MP, 2015. Sob a perspectiva da Secretaria Municipal, os principais problemas de segurança pública presentes em Castro referem-se ao tráfico e consumo excessivo de drogas (principalmente o álcool), a depredação dos bens públicos, a violência (inclusive doméstica) e os furtos. Já de acordo com os participantes das Reuniões Comunitárias, a sensação de insegurança da população aumentou nos últimos anos. Neste sentido, a ausência de policiamento e a expansão do uso de crack se destacam. Conforme a Secretária municipal de segurança, o município é carente de recursos humanos e físicos, já que a Polícia Militar e a cadeia não conseguem atender toda a demanda local. A expectativa da mesma é conseguir um batalhão ou uma companhia independente da Polícia Militar para atender o município. De acordo com o delegado da Polícia Civil, as localidades com maior ocorrência de violência e criminalidade (principalmente o uso e tráfico de drogas) são as mais periféricas do município, como os bairros Jardim Primavera, Jardim Pandorf, Jardim Arapongas, Vila Rosário e Padre Piva. 109 110 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 11: Rede de Assistência Social e Segurança Pública 111 112 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 3.4. ESPORTE, CULTURA E LAZER A promoção do desenvolvimento cultural permite a sobrevivência social dos grupos, o fortalecimento de identidades locais, a conservação e valorização da diversidade étnica e dos aspectos histórico-culturais. No município de Castro, o acesso aos bens e serviços culturais, de esporte e de lazer ocorre principalmente na região central da sede municipal. De um modo geral, os equipamentos e espaços existentes estão concentrados no centro histórico e em seu entorno imediato. Entre os pontos culturais presentes na sede, destacam-se: Casa da Cultura Emília Erichsen: imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, localizado na Rua Dr. Jorge Xavier da Silva, 454 - é uma casa de cultura com arquivo público e obras de arte. Funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 11:30h e das 13h às 17:30h. (SSEC/PR – Bens Culturais; Bens Tomados, 2015) Casa da Praça: imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, localizado na Praça Senhora Sant’Ana, 10 - é uma casa de cultura com espaço para exposições artísticas. Funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 11:30h e das 13h às 17:30h, e aos sábados, domingos e feriados das 14h às 18h. (SSEC/PR – Bens Culturais; Bens Tomados, 2015) Museu do Tropeiro: imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, localizado na Praça Santana do Iapó, 11 - é um museu com acervo histórico-cultural sobre o tropeirismo. Funciona terça-feira, domingo e feriados, das 9h às 11:30h e das 14h às 16:30h. (SSEC/PR – Bens Culturais; Bens Tomados, 2015) Casa de Sinhara: imóvel mantido pela Prefeitura, localizado na Praça Santana do Iapó, 6, é um museu com antiguidades e peças com história sobre mulheres. Funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 11:30h e das 13:30h às 17h. (SSEC/PR – Bens Culturais, 2015) Museu do 5º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado: imóvel mantido pelo Exército Brasileiro, localizado na Praça Duque de Caxias, S/N - é um museu com fotografias e utensílios militares doados por ex-militares. Funciona de segunda-feira a quinta-feira, das 8:30h às 11:30h e das 13:30h às 15h, e sextafeira, das 8:30h às 11:30h. (SSEC/PR – Bens Culturais, 2015) Galeria Onda do Yapó: imóvel mantido pela Prefeitura, localizado na Praça Manoel Ribas, 43 - é uma galeria de arte. Funciona de segunda-feira a sextafeira, das 8h às 11:30h e das 13h às 17:30h. (SSEC/PR – Bens Culturais, 2015) Além de aproximadamente 10 praças, a sede municipal abriga duas importantes áreas verdes, utilizadas como ponto de encontro e para atividades de lazer e esporte, quais sejam: Parque Municipal Prefeito Dr. Ronie Cardoso: conhecido como Parque Lacustre, o local apresenta um lago artificial com ilha, ponte suspensa, pista de corrida e parque infantil. 113 Parque Municipal Dr. Libânio Estanislau Cardoso: conhecido como Prainha do rio Iapó, o local apresenta infraestrutura de lazer, campos de futebol, quadra de esportes, parque infantil, lanchonete, churrasqueira e bosques. Figura 19: Feira livre e lago no Parque Lacustre. Fonte: FUNPAR (2015) Figura 20: Prainha do Rio Iapó e Fazenda Capão Alto. Fonte: FUNPAR (2015) Nas áreas rurais do município estão localizados 3 pontos culturais, todos relacionados à aspectos histórico-culturais de Castro: Fazenda Capão Alto: imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, localizado na Estrada Castro-Castrolanda - é um espaço de recepção turística com elementos do patrimônio histórico-cultural de Castro. Funciona com visitação agendada. (SSEC/PR – Bens Tombados, 2015) Museu do Imigrante Holandês: imóvel mantido pelo Moinho Castrolanda, localizado na Avenida das Palmeiras, 244, Colônia Castrolanda - é um museu com acervo histórico-cultural sobre a imigração holandesa de Castro. (SSEC/PR – Bens Culturais, 2015) Museu do Imigrante Alemão: imóvel mantido pela Associação de Moradores da Terra Nova, localizado na Colônia Terra Nova - é um museu com acervo histórico-cultural sobre a imigração alemã de Castro. (SSEC/PR – Bens Culturais, 2015) 114 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Externamente à sede, também estão presentes porções de 6 Unidades de Conservação (UCs), sendo 5 de gestão estadual e 1 de gestão municipal, quais sejam: Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana (UC estadual). Parque Estadual do Caxambu, localizado na localidade do Caxambu (UC estadual). Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Maracanã, localizada no distrito Abapã (UC estadual). RPPN Cercado Grande, localizada no distrito Abapã (UC estadual). RPPN São Francisco de Assis, localizada na região do Guararema (UC estadual). Parque Municipal do Maracanã, localizado na localidade do Maracanã (UC municipal). De acordo com a Diretora municipal de cultura, ainda em 2015, será realizada uma Conferência de Cultura, evento no qual será criado o Conselho Municipal de Cultura e o Plano Decenal de Cultura. Atualmente, a equipe da diretoria faz um planejamento anual de suas ações e a expectativa da gestão é que, nos próximos anos, o município consiga aderir ao Sistema Nacional de Cultura. Muitas das ações da Diretoria de Cultura são desenvolvidas em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, a qual já foi vinculada. Na perspectiva da Diretoria de Cultura, entre os obstáculos que mais dificultam a promoção da cultura em Castro, destacam-se a carência de recursos financeiros e humanos (equipe técnica) e, assim como ocorre com outras políticas, a enorme extensão territorial do município e as dificuldades de mobilidade encontradas pelos moradores das áreas rurais e distritos. Assim, essas populações acabam não tendo acesso às atividades culturais, que geralmente ocorrem na região central da sede municipal. Os eventos e políticas promovidos pela prefeitura e iniciativa privada raramente são realizados nas localidades mais distantes (com exceção de dois ou três eventos/ano, que ocorrem nos distritos) e suas populações não têm condições de ir à sede urbana para usufruir dos serviços ofertados. No que se refere aos eventos culturais praticados no município, destacam-se: A publicação do Guia de Castro, que aborda e valoriza a história do município; As oficinas culturais de dança e teatro, ofertadas aos alunos da rede municipal, que resultam em apresentações abertas ao público (mostras de danças e teatro); A Gincana Verdes Anos, evento no qual, desde a década de 1990, ocorrem disputas musicais; O Dia de Castro, composto por inúmeras atividades, tais como as “homenagens aos castrenses que brilham”, shows, passeios turísticos, feira gastronômica e de artesanato, exposição de fotos, lançamento de livros e a tradicional Marcha Aux Flambeaux; 115 O Festival Multicultural Pé de Moleque, que objetiva fomentar a produção artística local através de apresentações de dança, teatro, oficinas de artes, artesanato, teatro, texto e uma festa junina; O Fantástico Natal de Bento, que promove diversas apresentações de teatro na cidade; Os eventos e campanhas de valorização cultural promovidos por grupos étnicos presentes no município, tais como apresentações musicais com instrumentos típicos da cultura japonesa realizadas pelos nipo-descendentes e as apresentações de dança, música e a realização de baile e almoço com comidas típicas promovidas pela Colônia Terra Nova, composta por descendentes de alemães; O Festival de Arte da Rede Estudantil (FERA), que proporciona o encontro da arte com educação, por meio de shows e oficinas de artes, literatura, música e teatro e, em 2015, contou com a participação de cerca de 5 mil estudantes; As apresentações esporádicas do Balé de Londrina e do Teatro Guaíra. A promoção dos esportes em Castro fica a cargo da Secretaria Municipal do Esporte e Conselho Municipal de Esportes. De acordo com o Secretário da pasta, atualmente a gestão municipal procura conceber o esporte de 5 formas diferentes: esporte voltado ao lazer; esporte voltado à promoção da saúde; esporte voltado para as crianças e jovens (escolinhas e campeonato); esporte competitivo (voltado aos campeonatos municipais); esporte de alto rendimento (voltados a torneios estaduais e nacionais de futsal e vôlei – financiados pelo abundante público que prestigia os eventos). Muitas das ações da Secretaria Municipal de Esporte ocorrem em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e com as escolas da rede municipal. Além disso, destaca-se a formação do Fundo Municipal que, através do Conselho Municipal do Esporte, banca políticas públicas voltadas à promoção do esporte em Castro. O fundo é formado a partir do aluguel de ginásios e praças esportivas. A expectativa da Secretaria é que, através dele, possa ser criada uma espécie de bolsa-atleta, que seria voltada a estudantes de escolas públicas que se destacassem nos esportes de competição. De acordo com o Secretário dos esportes, os equipamentos existentes no município são suficientes, mesmo que algumas localidades (inclusive escolas) sejam carentes de infraestruturas, tais como quadras, pisos adequados e coberturas. Todavia, de acordo com a perspectiva do Secretário, a presença de infraestrutura numa determinada localidade não determina se seus moradores serão contemplados por algum projeto. Afinal, ainda de acordo com o Secretário, existem algumas escolas carentes que possuem alunos envolvidos em atividades promovidas pela Secretaria, enquanto outras, apesar de favorecidas por infraestruturas adequadas, não se envolvem em qualquer projeto. Entre os equipamentos esportivos presentes no município, destaca-se o Parque Lacustre, que é o principal ponto de encontro da população e cujos usos extrapolam a prática de esportes. Conforme o Secretário dos esportes, existe um projeto de revitalização do Parque que objetiva potencializar seu atual uso desportivo e de lazer. Além disso, nos próximos meses serão inauguradas academias a céu aberto nos distritos 116 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 de Socavão, Abapã e Tronco, no Centro do Idoso, na Vila Santa Cruz, na Praça do SENAC, na Praça do Rosário, na Prainha, no bairro do Samambaia e em Castrolanda. De acordo com o Secretário municipal de esporte, entre os projetos e eventos de promoção do esporte realizados no município, os de maior destaque são: as Escolinhas e os Jogos Escolares de Castro (JECA). Os JECA, realizados anualmente, chega em sua 28ª edição em 2015. Os Jogos ocorrem durante 10 dias nos meses de novembro e, além das competições esportivas (futsal, vôlei, basquete, atletismo, xadrez, dama, entre outras modalidades), são realizadas competições de dança, interpretação musical e soletração. Em 2014, foram 8.600 inscrições e em 2015, espera-se pelo menos 7.000 inscritos. O número de inscrições de castrenses gira em torno de 8 mil, e ao final, são premiadas algumas crianças e, recentemente, as escolas (recebem cama elástica, caixa de som, kits de badminton, kits de bolas, uniformes, entre outros equipamentos). Participam dos Jogos 42 escolas e cada uma delas recebem kit com 50 camisetas, sendo cada kit bancado por empresários do município que se voluntariam. A Prefeitura disponibiliza transporte e alimentação para as crianças, jovens e professores participantes. Além disso, a Cooperativa Castrolanda Agroindustrial arca com boa parte das despesas do evento. As escolinhas são voltadas a todas as crianças e jovens castrenses interessados e, atualmente, não há fila de espera. Elas funcionam no contraturno escolar e, entre os participantes, seleciona-se os que se destacam para serem treinados para competições das quais Castro participa. Os demais eventos e/ou projetos esportivos que, entre outros, se destacam no município são: Projeto Caramuru Esportes, que conta com patrocinadores e propicia a representação do município em competições estaduais e nacionais em diferentes modalidades esportivas (futsal, basquete e vôlei); Campeonatos populares, que envolvem cerca de 1.000 atletas de futsal, futebol e futebol suíço; Jogos Empresariais, Veteranos e Adultos; Academia Muxirão, na qual são desenvolvidas atividades de capoeira, musculação, ginástica, tênis de mesa e dança para idosos; Oferta de cama elástica, brinquedos inflados e cabo de guerra no Dia de Castro; Passeio ciclístico e corrida rústica (que juntas envolvem cerca de 1.000 atletas) no dia do aniversário de Castro. Todavia, de acordo com o Secretário municipal, assim como ocorrem com outras políticas desenvolvidas pela prefeitura, as populações das áreas interioranas do município não são atendidas plenamente pelas ações da Secretaria Municipal do Esporte, por carência de recursos e profissionais. Outras dificuldades que dificultam a promoção do esporte no município, ainda de acordo com o Secretário, é a insegurança (na prainha, durante os finais de semana), o uso excessivo de drogas, e a carência de políticas esportivas estaduais. 117 3.5. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES Restrições 118 A pressão por ganhos de produtividade tende a exigir mão de obra técnica qualificada para trabalhos especializados que requerem o uso intensivo de automação e precisão. Este elevado padrão tecnológico do novo sistema agroalimentar requer qualificação específica atualmente pouco disponível em Castro. Apesar do incremento do número de estabelecimentos e do número de empregados em Castro, entre 2006 e 2014, a remuneração média anual cresceu abaixo da inflação no período. O aumento da centralidade das funções urbanas de Castro, dentro de seu contexto regional imediato, indica o incremento da demanda por serviços públicos e, por consequência, evidencia a carência de oferta de assistência à saúde e de ensino superior. Diante do intenso processo de industrialização, o aumento do tráfego - em particular de caminhões, - tenciona a infraestrutura viária e a mobilidade. Castro caracteriza-se pelo “Novo Rural”, cujas interdependências com a sede urbana são mais complexas do que no caso do rural tradicional, seja sob os pontos de vista tecnológico, de gestão ou espacial. A referência quase exclusiva do rural tradicional é a sede urbana, enquanto que no “Novo Rural”, há centralidades difusas ao longo do território. A instalação recente de grandes empresas no município nos atraiu moradores de outras localidades e provocou um considerável incremento populacional, que resultou, inclusive, numa ocupação desorganizada e precarizada em alguns pontos da sede urbana. No cenário futuro, marcado por incrementos populacionais mais significativos, tendo em vista as expectativas socioeconômicas, o território urbano sofrerá pressão para a ocupação, tanto na forma de adensamento da malha urbana existente, quanto pela extensão do tecido urbano. Deste modo, verifica-se a necessidade de investimentos na área urbana, especialmente em infraestrutura, de modo a suportar o incremento da ocupação. Em relação à renda, é importante considerar que, assim como no estado do Paraná, em Castro ela está relativamente concentrada e, apesar do significativo aumento da renda média per capita ocorrido nos últimos anos, o município ainda apresentava em 2010 elevadas proporções de pessoas em situação de fragilidade. Neste ano, 12,1% da população era considerada pobre e 32,3% vulnerável à pobreza. Apesar da significativa melhora das últimas décadas, o índice do componente Educação continua sendo o principal responsável por limitar o alcance de níveis melhores de IDH-M no município de Castro. Neste sentido, é significativo que em 2010 o município apresentou uma expectativa de 10,3 anos, cujo período de tempo corresponde ao necessário para completar apenas o Ensino Fundamental regular. Além disso, considerando todas as faixas etárias, é significativo que 10% da população do município ainda seja considerada analfabeta. PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Em relação às taxas de atendimento escolar, para a população da faixa etária de 0 a 3 anos estima-se que, por falta de equipamentos, há um déficit de aproximadamente 600 vagas para creche, sendo que a área do bairro Jardim Bailly é a mais carente. A taxa de atendimento escolar da população da faixa etária de 15 a 17 anos (Ensino Médio) correspondeu a apenas 72,4% em 2010. Este índice continua baixo, devido à alta evasão escolar e desinteresse da população. Um dos principais desafios da gestão municipal de Castro em relação à expansão do atendimento escolar está relacionado à extensão territorial do município, às dificuldades de acesso e à distribuição fragmentada da população rural no território. Esta particularidade do município dificulta o transporte escolar e o atendimento da população rural, em especial daqueles na faixa etária correspondente à idade escolar da Educação Infantil. A gestão escolar possui dificuldades de atingir a meta municipal de alfabetizar as crianças até o 3º ano do Ensino Fundamental. Há carência de professores para as localidades mais distantes (interioranas). Da perspectiva da assistência e desenvolvimento social, os maiores problemas do município estão relacionados à chegada de migrantes (insuficientemente capacitados/escolarizados) atraídos por empresas recém-chegadas no município, resultando em maiores índices de desemprego, na baixa renda de parte significativa da população castrense e no consequente aumento das demandas por serviços públicos. A informalidade no mercado de trabalho, especialmente na zona rural, é um problema bastante significativo. Este contribui, dentre outras, para a precarização do trabalho e a redução de segurança para os trabalhadores. A imigração descontrolada para o município tende a contribuir para o aumento no consumo de drogas e da violência. A maior concentração de populações em situação de vulnerabilidade do município encontra-se na porção sul e sudeste da sede urbana, na região dos bairros Vila Operária, Vila Farias, Cantagalo I e II, Jardim Pandorf, Jardim Colonial, Padre Piva, Jardim Araucária I, II e III, e Portelinha. Os equipamentos públicos voltados à Proteção Social Básica e à a Proteção Social Especial não conseguem atender toda a demanda do município. Para tanto, seria necessário contratar profissionais e realizar algumas adequações em estruturas já existentes, de modo que consigam expandir as vagas. Devido à extensão do território do município, as políticas de assistência e desenvolvimento social não conseguem atender as demandas de toda a população, especialmente nas áreas rurais. Socavão, a localidade com maior déficit de cobertura, tem 68 comunidades, das quais o CRAS situado neste distrito não atende a metade da demanda. Na sede urbana, com a expectativa de que em Nova Castro residam 4 mil pessoas, estima-se que a prefeitura não consiga atender satisfatoriamente os moradores locais, mesmo com a criação recente do CRAS na Vila Santa Cruz e a contratação de 21 técnicos através de concurso público em 2015. Em relação à segurança pública é significativo que o município ainda não possua um Plano Municipal de Segurança Pública e careça de uma sistematização das 119 estratégias de ação e da ocorrência de delitos para otimizar a promoção da segurança pública. Da perspectiva das autoridades de segurança atuantes no município, os principais problemas de segurança pública presentes em Castro referem-se ao tráfico e consumo excessivo de drogas (principalmente o álcool), a depredação dos bens públicos, a violência (inclusive doméstica) e os furtos. A ausência de policiamento e a expansão do uso de crack se destacam entre as queixas realizadas pela população. O município é carente de recursos humanos e físicos para promover a segurança pública, já que a Polícia Militar e a cadeia não conseguem atender toda a demanda local. As localidades com maior ocorrência de violência e criminalidade (principalmente o uso e tráfico de drogas) são as mais periféricas do município, com destaque para o Jardim Primavera, Jardim Pandorf, Jardim Arapongas, Vila Rosário, Vila Santa Cruz, Vila Operária e Padre Piva. No município de Castro, o acesso aos bens e serviços culturais, de esporte e de lazer ocorre principalmente na região central da sede municipal. De um modo geral, os equipamentos e espaços existentes estão concentrados no centro histórico e em seu entorno imediato. Entre os obstáculos que mais dificultam a promoção da cultura em Castro, destacam-se a carência de recursos financeiros e humanos (equipe técnica) e, assim como ocorre com outras políticas, a enorme extensão territorial do município e as dificuldades de mobilidade encontradas pelos moradores das áreas rurais e distritos. Assim como ocorrem com outras políticas desenvolvidas pela prefeitura, as populações das áreas interioranas do município não são atendidas plenamente pelas ações da Secretaria Municipal do Esporte por carência de recursos e profissionais. Outras dificuldades que dificultam a promoção do esporte no município é a insegurança (na prainha, durante os finais de semana), o uso excessivo de drogas, e a carência de políticas esportivas estaduais. Potencialidades No período 2000-2010, houveram avanços da industrialização, diversificação da estrutura produtiva e incremento do dinamismo tecnológico da agropecuária local. Aumento do número de empregos formais a partir de 2006, com destaque para a expressiva quantia na “Agricultura, pecuária e serviços relacionados” e no “Comércio Varejista”. O expressivo aumento do emprego verificado na “Construção” decorre tanto das obras relativas aos investimentos industriais e comerciais quanto dos novos loteamentos - a exemplo dos empreendimentos Alvorada I e Alvorada II, integrantes do projeto ‘Nova Castro’. O PIB de Castro cresceu 77% no período 2005-2012, o que corresponde a uma taxa média anual de crescimento de 8,5% a.a. - expressivamente superior à média 120 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 observada no Brasil (3,2% a.a.) e aos municípios próximos, (com exceção de Ponta Grossa, cujo PIB manteve-se estável no mesmo período). Destaque para o ganho de participação do PIB do segmento da Indústria e para os incentivos fiscais municipais entre 2012-2015, além do apoio do Paraná Competitivo: novos investimentos nos Distritos Industriais I e II (biorrefinarias), novas unidades da Castrolanda e novos produtos com valor agregado – da produção agropecuária à industrialização de insumos. O potencial de atração de investimentos integrados à unidade da Cargill é expressivo, tendendo a formar um cluster agroindustrial na região do Cruzo (Distrito Industrial II). Parque de Exposições Dario Macedo: projeto da Cooperativa Castrolanda está vinculado ao crescimento da agroindústria e do papel de “vitrine tecnológica” da cadeia leiteira local. Em Castro, é registrada maior demanda efetiva por empregados com maior nível de escolaridade - fator compatível com o avanço do processo de industrialização e com o crescimento fortemente centrado no aumento da produtividade. Desde 2006, os estabelecimentos de médio porte ganharam expressiva participação no emprego total do município. A razão de dependência em Castro reduziu durante o último período analisado e hoje, equivale a 51,5% da população, o que está diretamente relacionado aos processos recentes de queda de fecundidade e à consequente elevação da população de 15 a 64 anos. Considerando um possível cenário de forte incremento populacional, este pode ser absorvido pela malha urbana atual. Isto se justifica na medida em que a malha apresenta atualmente uma densidade demográfica baixa, de 53 hab/km2, além de grandes áreas aptas ao adensamento populacional, principalmente na porção sul. Em relação ao perfil geral da população de Castro, pode-se considerar a significativa evolução positiva do IDH-M, que classifica o município como pertencente ao grupo daqueles com médio desempenho em termos de desenvolvimento humano. Considerando os componentes do IDH-M, Castro apresenta um alto desempenho na saúde e desempenhos medianos em relação à renda e a educação. A atenção básica em saúde atualmente está muito bem estruturada no município. A cobertura proporcionada pelas ACSs, ESFs e ESBs é quase plena e deve se expandir e abarcar toda a população com a contratação de novos profissionais, por meio de concurso público a ser realizado ainda em 2015. Os estabelecimentos públicos de saúde do município estão em boas condições de uso e, entre eles, destaca-se a UPA Moacir Elias Fadel, que presta atendimento contínuo 24h de urgência e atende cerca de 650 pessoas por dia, o que representa uma média alta de atendimentos por habitante. 121 O atendimento hospitalar é realizado no Hospital Anna Fiorillho Menarim, que se encontra em reforma. A expectativa da gestão municipal é que seja realizada uma parceria com a iniciativa privada para viabilizar atendimento de média complexidade pelo SUS e reduzir as demandas por transporte de pacientes para outros centros (Ponta Grossa e Curitiba). No território urbano, o atendimento escolar é praticamente universal para as populações das faixas etárias de 4 a 5 anos (pré-escola) e de 6 a 14 anos (Ensino Fundamental). O número de equipamentos de educação que ofertam Ensino Médio é suficiente para atender toda a população – sobram vagas para este nível escolar. No que se refere às condições dos estabelecimentos, de um modo geral, as escolas do município se apresentam em boas condições de uso. As vinculadas à rede municipal foram, inclusive, recentemente reformadas e seus mobiliários padronizados. O número de acidentes de trânsito reduziu significativamente nos últimos anos. De acordo com o Secretário dos esportes, os equipamentos existentes no município são suficientes, mesmo que algumas localidades (inclusive escolas) sejam carentes de infraestruturas, tais como quadras, pisos adequados e coberturas. Entre os equipamentos esportivos presentes no município, destaca-se o Parque Lacustre, que é o principal ponto de encontro da população e cujos usos extrapolam a prática de esportes. Nos próximos meses serão inauguradas academias a céu aberto nos distritos de Socavão, Abapã e Tronco, no Centro do Idoso, na Vila Santa Cruz, na Praça do SENAC, na Praça do Rosário, na Prainha, no bairro do Samambaia e em Castrolanda. A Prefeitura se destaca através de projetos e eventos na área dos esportes, sendo que os de maior importância são as Escolinhas e os Jogos Escolares de Castro (JECA). As escolinhas são voltadas a todas as crianças e jovens castrenses interessados e, atualmente, não há fila de espera. Elas funcionam no contraturno escolar e, entre os participantes, seleciona-se os que se destacam para serem treinados para competições das quais Castro participa com significativo sucesso. Do JECA, participam alunos de 42 escolas, totalizando alguns milhares de inscritos. O evento, assim como outros projetos e ações da Secretaria Municipal do Esporte, conta com parcerias com a iniciativa privada. 122 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 4. ASPECTOS SOCIOESPACIAIS O presente item apresenta as principais informações e respectivas análises referentes à organização territorial no âmbito municipal, o uso e ocupação do solo urbano, aspectos de preservação do patrimônio cultural, habitação e legislação urbanística. 4.1. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO Na configuração geográfica estadual, Castro se encontra no Primeiro Planalto, na transição com o Segundo Planalto, próximo à Escarpa Devoniana, fazendo parte do bioma da Mata Atlântica. Em relação à conformação hidrográfica do Estado, está situado na Bacia do rio Paraná, sendo abrangido pelas sub-bacias do Rio Tibagi e do Rio Ribeira. Dada sua extensão, e por se localizar numa região de transição de unidades paisagísticas, o município de Castro se caracteriza pela diversidade de relevos e de ecossistemas, algo que incide diretamente na conformação do uso e da ocupação do solo municipal. Historicamente, a localização do município correspondia à antiga rota das tropas de transporte de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo sendo que, atualmente, há muitas propriedades rurais de criação de gado de corte e leiteiro. Destaca-se ainda, que o uso leiteiro foi intensificado com a vinda de colonos europeus para a cidade na segunda metade do século XIX. Aliado a este uso, há uma grande quantidade de terrenos utilizados por agricultura, em especial a cultura de grãos e batata, na porção central do município, como pode ser observado na Figura 21. 123 Figura 21: Esquema de organização territorial do município de Castro Fonte: FUNPAR, 2014 Nesta mesma figura, verifica-se que a região oeste e a região leste do município são caracterizadas pela quantidade considerável de maciços de vegetação em estágio médio e avançado, fato que se deve especialmente pelas características de relevo mais acidentado, dificultando o cultivo do solo nos modos tradicionais. Nesta perspectiva, são áreas que apresentam grande potencial para a conservação ambiental e formação de biocorredores em escala regional, especialmente na porção oeste, divisa com Tibagi, onde se localiza a APA Estadual da Escarpa Devoniana, bem como ao sul, região abrangida pelo Parque Nacional dos Campos Gerais. No nível municipal, a bacia do rio São Cristóvão também é protegida por uma Área de Proteção Ambiental. A região leste também é ocupada por atividades de mineração, com destaque para o calcário, com minas localizadas na proximidade da divisa da bacia do rio Iapó com a Bacia do rio Ribeira. A parte central do município possui relevo mais suave e mais propício para a ocupação antrópica, tanto para o uso urbano como rural. Dessa forma, a planície é ocupada por atividades agropecuárias intensivas, com predominância de cultura de grãos, entrecortadas por estruturas urbanas, como a área urbana da sede municipal, a 124 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 vila da Castrolanda e os dois distritos industriais instalados recentemente. Tais estruturas concentram 96,16% da área urbana e 97,4% da população urbana do município. Na área central do município é possível perceber as planícies aluviais nas áreas próximas do rio Iapó. São áreas que alagam com facilidade e se alternam entre campos de várzeas e formações florestais. A concentração de campos de várzea é mais expressiva na região de encontro dos rios Maracanã e Portão Vermelho com o rio Iapó. Essas áreas são pouco adequadas à ocupação urbana e ao uso agropecuário tradicional, além de serem protegidas pela legislação estadual e federal, mostrando potencial para formação de corredores de biodiversidade estruturados pelos rios Iapó, Piraí, Maracanã, São Cristóvão. Por ocasião da elaboração do PEOT, esse potencial foi traduzido em uma proposta de zona de proteção hídrica. Os terrenos localizados a oeste e ao norte da sede urbana se caracterizam como uma região com concentração significativa de vegetação em estágio médio e avançado de regeneração, além de apresentarem declividades mais acentuadas. Essas configuram um potencial para a conservação destes maciços, principalmente a oeste da sede, por se caracterizar como bacia de manancial de abastecimento urbano. Também funcionam como área de amortecimento entre o Distrito Industrial I e a área urbana da sede de Castro. Tais questões foram consideradas na proposta de zoneamento para o polígono de desenvolvimento, na ocasião do PEOT (Figura 22). 125 Figura 22: Proposta de zoneamento para o polígono de desenvolvimento de Castro (PEOT). Fonte: PEOT, 2014. Entre a sede municipal e a vila da Castrolanda, numa faixa de largura aproximada de 3 km, estão instalados alguns equipamentos urbanos de grande porte, como o Colégio Agrícola, o Aeroporto e o Parque de exposições. Nesse sentido, aliando essa tendência à previsão de sistema viário adequado ao tráfego intenso que esses equipamentos podem gerar, o PEOT propõe a implantação de uma zona de equipamentos de grande porte. A instalação da Biorrefinaria da Cargill no Distrito Industrial II, distante cerca de 5 km a oeste do tecido urbano, estabelece uma área intermediária que poderá ser objeto de especulação para expansão urbana. Nesse sentido, o governo municipal firmou protocolo de compromisso com a empresa para adoção de medidas de proteção do entorno do Distrito Industrial. Assim, a zona de grandes equipamentos mencionada acima tem também a prerrogativa de controlar a tendência de expansão da ocupação urbana em direção ao Distrito Industrial II. Como é possível perceber, a região do vale do Iapó é a mais visada para a ocupação antrópica, em grande parte por ter melhores condições físicas para utilização dos terrenos, tanto para o uso agropecuário como para uso urbano. Esse potencial, aliado à boa qualidade do solo, favorece a geração de riqueza e renda nessa região. Em 126 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 contrapartida, as regiões com maiores declividades, em especial o Vale do Ribeira, possuem os piores índices de renda. Esse panorama pode ser observado no Mapa 12, a partir do qual se verifica que os setores censitários rurais com melhor renda per capita (entre R$ 700,00 e R$ 1.700,00) se encontram na porção central do município, nas proximidades da sede urbana, enquanto os piores índices estão na porção oeste do município, ficando abaixo da linha da pobreza (entre R$ 139,00 a R$ 330,00). Essa condição também se relaciona com a densidade populacional desses compartimentos. Apesar das condições mais precárias da região do Vale do Ribeira, percebe-se no Mapa 13 que não há muita diferença na intensidade de ocupação dessa região em relação aos outros compartimentos da área rural. O fator que parece estar ligado à densidade é a urbanização, pois os setores mais densos estão no entorno das áreas urbanas de Castro (sede, Abapã, Socavão e Tronco). Por outro lado, verificandose os dados de variação da população rural entre 2010 e 2000 (Mapa 14), apesar da maior parte da área rural do município apresentar taxas negativas de crescimento, percebe-se que a região do Vale do Ribeira é a que perdeu mais população, chegando à taxa de -8,74% ao ano. Na década anterior, entre 1991 e 2000, a situação era ainda mais premente, quando comparada com os compartimentos do vale do rio Iapó e da escarpa devoniana. 127 128 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 12: Renda Per Capita Municipal 129 130 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 13: Densidade Demográfica Municipal 131 132 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 14: Variação Demográfica Municipal 133 134 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Os principais acessos ao Município se dão pela Rodovia PR 151, que interliga Castro à Ponta Grossa, Região Metropolitana de Curitiba - RMC, Norte do Estado e Estado de São Paulo; pela PR 340, que liga a cidade à Tibagi e à região turística do Guartelá; pela rodovia PR 090, que dá acesso à RMC, mas se encontra em mau estado de Conservação. Possui ainda acesso ferroviário, com dois ramais que interceptam o município na direção norte-sul, e por acesso aeroportuário, através do Aeroporto Major Neodo Pereira, situado entre a sede municipal e a Castrolanda, que opera somente para voos particulares. As rodovias e ferrovias que cortam o município oferecem uma vantagem locacional à Castro, pelo acesso facilitado à capital do Estado, ao porto de Paranaguá, principal via de exportação da região, e a outros eixos e centros econômicos do país. Figura 23: Vantagem Locacional Fonte: FUNPAR (2015). 135 4.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO A seguir serão analisados os aspectos de uso e ocupação do solo das áreas urbanas, relacionando-os com as questões socioeconômicas de rebatimento direto no território, tais como a densidade populacional, valor da terra e renda. Essa análise será complementada a partir das conclusões referentes à distribuição dos equipamentos urbanos (item 3.2) e da infraestrutura básica (item 5.2), conformando o cenário atual e tendencial de ocupação das áreas urbanas do município. 4.2.1. Sede Urbana A cidade de Castro tem uma história de ocupação extensa, desde o século XVIII, quando os terrenos próximos ao rio Iapó eram utilizados como paragem para as tropas que circulavam entre Viamão, no Rio Grande do Sul e Sorocaba, em São Paulo. Analisando-se esse processo de ocupação ao longo da história, é possível dividir a sede em quatro compartimentos: (i) o núcleo central, próximo ao rio Iapó, no qual se concentram as edificações de valor histórico-cultural, (ii) os terrenos na margem norte do rio Iapó, ocupadas mais intensamente a partir da década de 1980, (iii) a região da Vila Rio Branco, ocupada a partir do século XIX, e (iv) a região ao sul da Vila Rio Branco, nas imediações da PR 340, ocupada a partir da década de 1980. Recentemente a municipalidade abriu mais uma área de expansão ao sul, configurando um quinto compartimento, onde está sendo implantado o empreendimento imobiliário de grande porte, que abrigará cerca de 5.000 famílias, além de equipamentos urbanos e de lazer. 136 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 15: Ocupação da Sede Urbana 137 138 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 A conformação atual da malha urbana, bem como suas tendências de crescimento, é marcada por alguns condicionantes físicos: A oeste o tecido é contido pela PR 151 que, por ser uma rodovia duplicada de classe 1, dificulta a transposição para o lado esquerdo. Apesar disso, há uma tendência moderada de expansão no entorno da PR 340 em direção à Tibagi, que deve ser controlada, não apenas pela questão de circulação viária e segurança, mas também pelo relevo mais acidentado e menos propício para a ocupação urbana, além de ser uma área de manancial de abastecimento de água. A leste se encontra o rio Maracanã que, por suas cheias intermitentes e pela extensão de suas várzeas se caracteriza como um entrave para a continuidade da malha urbana. Nessa direção também há uma tendência moderada de ocupação. Ao Norte o terreno é menos propício para ocupação por ser acidentado, com maciços florestais importantes. Há uma pressão por ocupação dessa área exercida especialmente pelos proprietários dos terrenos. O principal indicador dessa pressão é o processo de aprovação do loteamento Monte Ebal, localizado fora do perímetro urbano, do lado oeste da PR 151, em local pouco indicado para ocupação urbana. Destaca-se que, com 763 lotes e área de 201.247 m2, a aprovação implica em mudança do perímetro urbano e realização de Estudo de Impacto de Vizinhança (Lei municipal 32/2011, art. 28, inciso XVIII). A porção central da sede urbana é marcada pelas várzeas dos rios Iapó e São Cristóvão, além de ser cortada por um ramal ferroviário. Esses entraves dão origem à compartimentação da malha urbana, tornando-se um desafio ao ordenamento territorial. As várzeas do São Cristóvão foram ocupadas pelo parque lacustre, configurando um uso adequado por oferecer áreas de lazer na região central da cidade e, ao mesmo tempo, possibilitar a contenção das cheias ocasionais. A região sul possui terrenos mais propícios à ocupação e é marcado por parcelamentos mais recentes. Configura-se como a principal tendência de extensão da malha urbana, sendo condicionada apenas pela PR 340 e pela falta de continuidade das vias existentes ao sul dessa rodovia. Como pode ser observado nos mapas apresentados a seguir, a compartimentação do tecido urbano da sede de Castro não acontece apenas pelos condicionantes supracitados, mas também por possuírem características relativamente homogêneas no que tange ao traçado viário, dinâmica populacional, uso do solo, valor da terra e renda. As regularidades e singularidades de cada um dos compartimentos serão discorridas a seguir. 139 140 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 16: Uso do Solo Urbano 141 142 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 17: Planta Genérica de Valores Urbana 143 144 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 18: Densidade Demográfica Urbana (2000-2010) 145 146 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 19: Variação Demográfica Urbana Comparativa 147 148 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 20: Renda Per Capita Urbana 149 150 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 4.2.1.1. Núcleo central A área central se caracteriza por uma malha viária com traçados mais espontâneos, em parte derivada dos caminhos realizados pelos tropeiros. Possui ruas estreitas com grande parte das edificações ocupando o terreno até o alinhamento predial. Por ter uma grande concentração de edificações de importância histórico-cultural, parte da região central forma um conjunto histórico-paisagístico que está sob processo de tombamento (ver item 4.3.2). Cabe ressaltar que a grande maioria das construções são de no máximo dois pavimentos, configurando um skyline bastante horizontal, marcado por alguns edifícios com altura superior a quatro pavimentos (Figura 24). Por ser a área mais valorizada da cidade (ver Mapa 17), há certa pressão para verticalização, restringida pela necessidade de conservação da paisagem histórica na parte mais antiga da malha urbana. Destaca-se que, apesar do zoneamento atual permitir construções com até 06 pavimentos sem a compra de potencial construtivo, não se verifica novas construções verticalizadas nessas áreas. Figura 24: Skyline horizontal de Castro, marcado por algumas edificações verticais. Fonte: Funpar, 2015. Como já mencionado, a área central possui a maior concentração de usos comerciais e de serviços da sede urbana, característica evidenciada pelos estudos realizados para o PDM em 2005, e que se mantém até hoje. 151 Figura 25: Uso do solo na área central em 2005. Fonte: PDM – 2006 Como pode ser observado na figura, a rua Dr. Jorge Xavier da Silva se destaca pela grande quantidade de estabelecimentos comerciais, especialmente ao norte da rua Major Otavio Moraes. Ao sul dessa rua há maior quantidade de serviços, voltando a predominar o comércio ao sul da rua Jonas Borges Martins. Outras vias com concentração relevante desses usos são a rua Cipriano Marques de Souza, Major Otávio Moraes, Padre Damasco e Cel. Olegário de Macedo. Interessante ressaltar que essas características se mantêm desde 2005, sem mudanças significativas. Como pode ser visto no Mapa 16, em 2005 havia uma tendência de extrapolação do uso econômico para a PR 340 em direção à Tibagi, com a incidência de algumas pequenas indústrias. Entretanto, verifica-se que atualmente há apenas a Vapza e pequenos serviços nas adjacências do Mirante da Serra e, na verdade, há uma intensificação de usos de serviços e comércio vicinal no restante da rodovia, fato pelo qual o PEOT propõe uma zona de uso misto para a região. Como relatado no item 5.1.1, a incidência maciça de usos comerciais e de serviços na área central resulta na intensificação da circulação de pedestres e necessidade de estacionamentos, demandando cuidados especiais na regulamentação e na configuração das vias. Alguns espaços já estão adaptados para o uso de pedestres, como a rua Dr. Jorge e a Praça Manoel Ribas. A soma do conjunto histórico, com o desenho urbano diferenciado, e a vista ao Parque Lacustre, proporcionada pelo relevo mais elevado do centro histórico conferem ao núcleo central a melhor qualidade de paisagem da sede urbana. 152 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 O fato das edificações dessa área estarem predominantemente ocupadas por comércio e serviços, tem um impacto na densidade demográfica desse compartimento. Como pode ser observado no Mapa 18, a porção mais antiga tem uma densidade na faixa de 23 hab/ha, bem abaixo da média da sede urbana, de 53 hab/ha. As adjacências da área histórica apresentam densidade em torno de 35 hab/ha (ainda abaixo da média) e o bairro Von Bock se configura como área mais densa, com 50,9 hab/ha, ao mesmo tempo que possui menor incidência de comércio e serviços. Em 2005 havia sido diagnosticada uma tendência de diminuição do uso residencial na área central como um todo (ver Mapa 16), em especial na parte histórica, em grande parte por um processo comum aos centros urbanos, de substituição dos usos. Esse fenômeno resulta no pouco aproveitamento da infraestrutura de qualidade instalada nessas áreas e, por isso, deve ser evitado. Ao contrário do que aconteceu entre 1991 e 2000, quando a população na área histórica teve uma taxa anual negativa de crescimento na faixa de 8 a -3%, na década entre 2000 e 2010 a mesma região teve um crescimento positivo de 0,92%. Essa reversão aconteceu também nas áreas adjacentes, que apresentaram taxas de crescimento de em torno de 0,3%. Analisando-se os dados censitários e de uso do solo, levanta-se a hipótese que esse fenômeno se deve ao adensamento da cidade como um todo, aliado à baixa dinâmica de novas atividades comerciais e de serviços no centro. Entretanto, é possível que com as transformações econômicas pelas quais Castro vem passando tenham impacto sobre essa dinâmica, havendo a possibilidade da densidade populacional central voltar a cair. Por fim, acompanhando a configuração da planta genérica de valores (Mapa 17), a área central é a que possui os melhores índices de renda per capita (Mapa 20). Enquanto a renda per capita para o município é de cerca de R$ 460,48 por habitante, no setor que engloba a área histórica esse valor é de cerca de três vezes mais, ou seja, R$1.500,00 (mais alto de Castro), e no seu entorno é de em torno de R$ 900,00. Assim, tomando-se a renda como um indicador da preferência por área de moradia, reforça-se a conclusão de que o núcleo central é a porção da cidade que reúne as melhores condições infraestrutura e melhor qualidade de paisagem na sede urbana, perdendo espaço apenas, talvez, para a vila da Castrolanda (item 4.2.2.4). 4.2.1.2. Região Norte A ocupação ao norte do rio Iapó começou lentamente pela Vila Rosário na década de 1910, seguida pela Vila Santa Cruz, que se consolidou na década de 1980. Ambos os loteamentos possuem traçado ortogonal, sendo a Vila Rosário com quadras menores e vias mais estreitas, e a Vila Santa Cruz com quadras de maior extensão (cerca de 13.000 m2) e vias mais largas, com destaque para a rua Heráclio Mendes de Camargo, que se configura como único acesso desde a área central a esse compartimento. Os loteamentos que se seguiram, tal como o Nossa Senhora do Rosário, possuem um padrão de vias ainda mais estreitas e quadras menores (cerca de 5.000 m2), destacando-se que estão implantados nos terrenos com relevo mais acidentado da sede. A diferença de traçado desses loteamentos tem também impacto na paisagem urbana. A Vila Santa Cruz possui uma paisagem mais aprazível, com passeios mais largos e alinhamentos prediais bem definidos, mas carece de arborização e canteiros, conferindo um aspecto árido ao local, amenizado apenas pelos quintais das casas (ver Figura 26). 153 Figura 26: Paisagem urbana do compartimento norte: à esquerda, Vila Santa Cruz; à direita, Jardim Bom Pastor. Fonte: Google, 2015. A falta de arborização também afeta os loteamentos mais novos, como o Jardim Bom Pastor, com o agravante de, por serem terrenos menores, terem menos ocorrência de quintais verdes. Alguns loteamentos mais recentes não possuem calçadas e, quando existem, são estreitas. Cabe ressaltar que a pavimentação recente de toda a região melhorou significativamente a qualidade da paisagem. Em relação ao uso do solo, há predomínio do uso residencial, com ocorrência de comércio vicinal. Figura 27: Uso do solo na região norte em 2005. Fonte: PDM – 2006 154 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 É possível observar na Figura 27 que, em 2005, havia uma concentração de uso comercial na Vila Santa Cruz, na região próxima ao rio, bem como nas ruas Luiz de Biassio, na Vila Rosário, e continuação da rua José Arthur de Jesus, no bairro Bom Pastor. Atualmente, nota-se que esse cenário se mantém apenas na Vila Santa Cruz, e no restante da área as atividades econômicas são de pequeno porte e distribuídas aleatoriamente. Do mesmo modo, verificou-se que a concentração de comércio e serviços na Avenida Tigre, próximo à rodovia PR 151 não procede, como se observa na Figura 28. Figura 28: Uso atual do solo na Avenida Tigre. Fonte: Google, 2015. Há algumas indústrias instaladas nas proximidades dos bairros residenciais, nos terrenos próximos à rodovia PR 151, fato que pode causar conflitos de uso e tráfego indesejado de carga em vias inadequadas para o uso. Nesse sentido, a prefeitura implementou um programa de incentivos para que as indústrias localizadas no tecido urbano da sede se transfiram para o Distrito Industrial I. Com a implantação dos distritos, as zonas ZUQ 4 – nas quais são permitidas atividades de impacto e onde essas indústrias estão localizadas, podem ser revistas para usos mais compatíveis com a vizinhança. Por ser uma área predominantemente residencial, a porção norte da sede urbana tem uma densidade relativamente alta, quando comparada com os outros compartimentos, perdendo apenas para a região sul. Os setores mais densos são o Jd. Nossa Senhora do Rosário, com 125 hab/ha, e os terrenos ocupados irregularmente, nas franjas dos loteamentos. A soma da população que vive na região norte do tecido urbano representa cerca de 13,7% da população urbana total da sede. No mapa de variação demográfica (Mapa 19), percebe-se que os setores mais ao norte são os que tiveram taxa de crescimento mais expressivas, chegando a 4,92% na ocupação irregular nas adjacências do Jd. Nossa Senhora do Rosário. Em parte, isso pode ser explicado pelo fato do bairro Vila Santa Cruz estar mais consolidado, e por não ser alvo de uma tendência de verticalização. Por outro lado, esses dados denotam o processo de periferização pelo qual Castro vem passando, bem como a falta de controle da ocupação irregular de terrenos menos propícios à ocupação. Além disso, com base nessa informação é possível afirmar que a tendência de crescimento no vetor norte não se aplica à cidade regular. A distribuição da renda acompanha a mesma lógica, ou seja, os setores mais ao norte são os de menor renda per capita, com destaque para a ocupação próxima ao N. Sra. do Rosário, com R$ 242, 96, perdendo apenas para a ocupação próxima ao Jardim 155 Arapongas na região da Vila Rio Branco. Ressalta-se também que dos 11 setores que compõe o compartimento norte, seis tem renda abaixo da linha da pobreza. Em relação ao valor dos terrenos, a Vila Santa Cruz se enquadra na segunda classe de valores (R$ 100,00/m2), obedecendo a lógica de que os bairros mais estruturados e mais próximos ao centro adquirem valor mais elevado (ver Mapa 17). Os bairros periféricos à Vila Santa Cruz se enquadram na última faixa de valores (R$ 50,00), verificando-se uma queda abrupta no valor dos terrenos. 4.2.1.3. Vila Rio Branco e adjacências O loteamento da Vila Rio Branco é o de maior porte implantado na margem direita do rio São Cristóvão, dando nome a essa região da cidade. É possível que essa região tenha sido pensada como expansão do tecido urbano de Castro, pois os primeiros documentos tratam de concessões de terrenos pela municipalidade aos proprietários privados na década de 1890. Aos poucos a malha urbana foi se expandindo e, dessa forma, esse compartimento engloba outros loteamentos com características similares, a saber: Jardim das Nações, Jardim Baily, Morada do Sol e Jardim das Araucárias. Toda essa região possui um traçado ortogonal e contínuo, com quadras relativamente grandes (10.000 m2) na Vila Rio Branco, quando comparadas com outras áreas da cidade. Os demais loteamentos possuem quadras um pouco menores, com média de 8 mil m2 no Jardim das Araucárias e 5 mil m2 nos Morada do Sol II, III, IV e V. Apesar de quadras e lotes maiores, as vias não são muito largas, e ainda hoje muitas delas não possuem calçadas (Figura 29). Figura 29: Paisagem urbana da Vila Rio Branco e adjacências: à esquerda, Vila Rio Branco; à direita, Morada do Sol II. Fonte: Google, 2015. Como na maioria dos bairros de Castro, a arborização das vias é incipiente, mas percebe-se que na Vila Rio Branco a paisagem ganha qualidade pela presença de áreas verdes e arvores de médio e grande porte nos terrenos privados. O uso do solo da Vila Rio Branco é bastante diversificado, quando comparado com os outros compartimentos, mas ainda tem predomínio do uso residencial. O uso comercial que aparece no levantamento de 2005 e que ainda se mantém, em sua maioria, caracteriza-se por atividades vicinais e de bairro, tais como papelarias, bares e rotisserias. 156 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 30: Uso comercial vicinal na Vila Rio Branco. Fonte: Google, 2015. As maiores concentrações de atividades econômicas acontecem nas ruas Javert Madureira, seguida da rua Cruz Machado, especialmente nas proximidades da PR 340, onde praticamente a totalidade das construções é ocupada por atividades de comércio e serviços (Javert Madureira). Nessa região, além do comércio ser mais intenso, também começa a se complexificar, com algumas atividades de maior porte e abrangência, como lojas de móveis, mercados, comércio e serviços relacionados a veículos automotores etc. Figura 31: Uso comercial e de serviços nas vias Javert Madureira (acima) e Cruz Machado (abaixo). Fonte: Google, 2015. A rua Cel. José Marcondes também apresentava uma concentração considerável de comércio e serviços, e mantém essa característica até hoje, apesar da menor intensidade, com predominância de atividades de serviços de saúde e estética, comércio de roupas e alimentação. Essa região também agrega alguns usos institucionais, com destaque para o conjunto denominado popularmente de “Fazendinha” – onde se localizam a secretaria de 157 Saúde, Agricultura, a diretoria de Meio Ambiente e o Conselho Tutelar – e para a Câmara Municipal, situada nas proximidades do Jardim das Araucárias. Figura 32: Uso do solo na Vila Rio Branco em 2005. Fonte: PDM – 2006 A região da Vila Rio Branco tem uma ocupação de média densidade quando comparada com o restante da sede urbana, em torno de 41 hab/ha, com a população mais concentrada nos loteamentos Morada do Sol, que apresentam densidades entre 60 e 70 hab/ha. A porção mais central da Vila Rio Branco também se destaca, com densidade entre 50 e 70 hab/ha. Apesar de ser uma das áreas mais consolidadas do tecido urbano, ainda possui uma quantidade significativa de terrenos vagos, como exemplificado na Figura 33. 158 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 33: Ocupação na região da Vila Rio Branco: à esquerda, terrenos vagos; à direita, condomínio residencial Vivace. Fonte: Google, 2015. Por outro lado, comparando-se com a situação dos vazios urbanos em 2005, na ocasião da elaboração do PDM vigente, percebe-se que muitos terrenos foram ocupados, refletindo num aumento significativo da taxa anual de crescimento populacional da região. Na Região da Morada do Sol, essa taxa chegou a 8,83%, a maior registrada em toda a malha urbana (ver Mapa 19). Cabe destacar também que, apesar do zoneamento atual permitir construções até 6 pavimentos, chegando a 12 pavimentos com a compra de potencial construtivo, não há edificações desse porte na região, havendo predominância de residências térreas unifamiliares, com exceção do condomínio Vivace, que apresenta uma densidade mais alta e edificações de 4 pavimentos (Figura 33). Nesse sentido, mesmo com a ocupação dos terrenos vagos da Morada do Sol, há um grande potencial para adensamento desse compartimento. Deve ser destacado que, por um lado, esse compartimento é o mais indicado para a verticalização construtiva e aumento da densidade da sede, por não afetar a paisagem da área histórica e por possuir um traçado viário ortogonal. Por outro lado, por ser uma ocupação relativamente antiga, nenhuma de suas vias possui dimensão que permita uma função de maior fluxo e assim, o tráfego teria que se distribuir entre mais vias paralelas. Como acontece com a Vila Santa Cruz, a Vila Rio Branco se enquadra na segunda faixa mais alta de valor venal dos imóveis, provavelmente pela proximidade ao centro e pela boa qualidade de infraestrutura. Em relação à renda, no geral, a Vila Rio Branco possui uma renda per capita superior à municipal, em torno de R$ 672,00. O Jardim das Nações, localizado na porção leste do compartimento, destaca-se pelo índice mais alto, com R$ 1.413,99 por habitante, perdendo lugar apenas para os setores localizados no núcleo central. Esse compartimento não apresenta nenhum setor com índices abaixo da linha da pobreza, podendo ser caracterizado como de média renda pelos padrões de Castro. 4.2.1.4. Região Sul O compartimento sul, que engloba os bairros próximos à PR 340, possui um traçado com vias estreitas, em grande parte descontínuas, trazendo dificuldades para a circulação na região. As quadras são de dimensões menores (5.000 m2) e, pela alta incidência de ocupações irregulares, muitas vias possuem desenho orgânico, quebrando o desenho ortogonal das quadras (Figura 34). 159 Figura 34: Compartimento sul: descontinuidade das vias e desenho ortogonal das quadras entrecortado por ocupações irregulares. Fonte: PDM – 2006 A paisagem urbana nessa região apresenta qualidade inferior em relação aos outros compartimentos, em grande parte pelo fato das vias serem estreitas, sem calçadas e área verde escassa, inclusive nos quintais, devido à dimensão menor dos lotes. Figura 35: Paisagem urbana na região sul: à esquerda, Jardim das Araucárias III; à direita, ocupação irregular da Vila Operária. Fonte: Google, 2015. O uso do solo nesse compartimento é predominantemente residencial, com ocorrência de comércio e serviços vicinais, com exceção da Rodovia PR 340, que apresenta comércio e serviços setoriais, voltados especialmente para implementos agrícolas, transporte e logística. Por ser uma via importante na região e de fluxo facilitado, também agrega um supermercado e um centro comercial, na região próxima à rua Javert Madureira. 160 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 36: Usos na PR 340. Fonte: Google, 2015. Figura 37: Uso do solo na região sul em 2005. Fonte: PDM – 2006 A ocupação do compartimento sul é a mais densa do tecido urbano, com uma média de 70,25 hab/ha e uma população total de mais de 18.000 pessoas, perfazendo cerca de 40% da população total da sede urbana. Esses dados, cruzados com a qualidade de infraestrutura e de paisagem urbana, denotam a necessidade de investimentos prioritários para essa região. As áreas mais densas estão localizadas nas proximidades do Jardim Arapongas e na região da Vila Operária, justamente por ser constituídas, em grande parte, por ocupações irregulares. Devido à fragilidade ambiental dessas áreas, algumas famílias terão que ser relocadas no processo de regularização, acarretando uma provável diminuição de densidade populacional. 161 No mapa de variação demográfica se percebe a incidência de taxa negativa de crescimento populacional nos setores onde há ocupação irregular. Entretanto, analisando-se os dados brutos, verifica-se que essa diminuição é pouco representativa, tomando-se como exemplo os setores do Jardim Arapongas, onde de 2.256 habitantes, houve apenas uma diminuição de 98 pessoas. A região sul é a que se destaca pelo maior número de novos loteamentos, indicando uma tendência de crescimento para esse vetor. Nessa perspectiva, o traçado descontínuo e as vias estreitas se tornam uma deficiência para a fluidez na malha urbana, agravada pela possibilidade de implantação de novos parcelamentos ao sul, com destaque para a Nova Castro. Os terrenos do compartimento sul se enquadram nas faixas mais baixas de valor venal, como se observa no Mapa 17, com exceção dos terrenos localizados no entorno da PR 340, que se enquadra na primeira faixa. É também o compartimento com maior proporção de pobres do município. Dentre os setores censitários desse compartimento, o que possui melhor renda é o do Jardim das Araucárias II, com R$ 508,15 por habitante, índice que representa mais ou menos 1/3 dos valores dos setores censitários do núcleo central, denotando uma disparidade significativa no âmbito da sede urbana. Analisando-se os compartimentos das áreas ocupadas da sede urbana, percebese que a área central, apesar de ter a densidade populacional mais baixa, é a que possui renda per capita mais alta. Além disso, possui a melhor qualidade de paisagem e de infraestrutura (ver item 4.2.1.1). Por outro lado, as áreas com maior densidade populacional, localizadas na periferia norte e sudeste da sede, possuem índices de renda mais baixa, oferta de serviços e equipamentos mais deficientes, caracterizando uma diferença socioespacial bastante significativa. Dessa forma, os compartimentos norte e sul são indicados como prioritários para investimentos e implementação de políticas públicas de acesso a serviços, melhoria de renda e infraestrutura. Vale ressaltar também que, apesar do aumento da densidade populacional de 45 para 53 hab/ha entre 2000 e 2010, há ainda um grande potencial para o adensamento da malha urbana, seja pela ocupação de vazios urbanos, seja pela verticalização das construções. O adensamento, aliado à manutenção do caráter compacto do tecido urbano contribuem para a otimização dos recursos públicos e aumentam a capacidade de investimentos em novas melhorias. Tabela 24: Síntese da ocupação e renda nos compartimentos da sede urbana. Densidade média 2010 Variação Compartimento Renda per capita (r$) (hab/ha) Demográfica (%) Central 32,04 1,47 979,61 Norte 69,42 0,98 424,13 V. Rio branco 41,35 2,26 672,25 Sul 70,25 2,72 366,99 Fonte: IBGE, 2010. 4.2.1.5. Zona de Expansão O Plano Diretor de 2006 definiu uma área de expansão ao sul da malha urbana consolidada, nas proximidades da PR 151. Como mencionado anteriormente, essa área de expansão foi ampliada para a implantação do empreendimento imobiliário Nova 162 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Castro, com 5.000 unidades habitacionais em uma área de 480 ha, ampliando a capacidade de absorção populacional futura em cerca de 17.000 pessoas. Somando-se esse número à capacidade da área de expansão a oeste, Castro poderá abrigar em torno de 48.000 novos moradores, número bastante superior à população projetada para 2040, como demonstrado na Tabela 25. Tabela 25: Cálculo da capacidade de absorção populacional de Castro. Área não urbanizada Nova Castro Zona de Expansão Urbana Forma de cálculo da capacidade de absorção populacional O projeto prevê 5.000 unidades, multiplicado pela média de 3,37 pessoas por família (IBGE, 2010) Multiplicação da área urbanizável da zona de expansão (540,2 hectares) pela densidade populacional atual (58 hab/ha) TOTAL Capacidade de absorção populacional Incremento de população projetada - 2040 Capacidade de absorção populacional não utilizada 28.699 19.481 16.850 31.330 48.180 Fonte: PEOT, 2014. O empreendimento da nova Castro foi aprovado pelo Decreto Municipal Nº 390/2013 juntamente com um zoneamento, conforme pode se observar na Figura 38. O projeto está sendo implantado em módulos, sendo o primeiro a área de interesse social do Jardim Alvorada, seguido dos condomínios residenciais localizados na porção noroeste do empreendimento. Cabe ressaltar que, para ter validade, o zoneamento deverá passar por aprovação da câmara de vereadores e por realização de audiência pública. Nesse sentido, a proposta é analisada para incorporar a revisão do Plano Diretor, objeto do presente documento. Aponta-se como ponto positivo a previsão do uso dos instrumentos de transferência de potencial construtivo e outorga onerosa do direito de construir pela definição de coeficientes básico e máximo para as zonas. Dentre as zonas eleitas como alvo dos instrumentos, destaca-se a Misto 4 que, por ser articulada ao principal eixo viário do projeto e pelos parâmetros construtivos mais intensos, é o que tendencialmente possui maior valor imobiliário. O projeto também prevê zonas de usos específicos, como para hotéis, atendimento de saúde e clubes, além de demarcar uma área para implantação do centro cívico de Castro, na porção central da gleba. A Possibilidade de concentrar os órgãos de administração pública configura-se como uma oportunidade interessante para o governo municipal, considerando-se que atualmente as secretarias estão distribuídas em vários pontos da malha urbana, dificultando o processo cotidiano de gestão e até o acesso à população. Por outro lado, usos muito específicos podem engessar o processo de ocupação e até trazer prejuízos ao empreendedor. A Nova Castro também reservou uma área para habitação de interesse social, pela qual se iniciou a implantação do empreendimento, conformando o bairro Jardim 163 Alvorada. Permite lotes mínimos de 200 m2 e testada de 10 metros, parâmetros compatíveis com os definidos para esse tipo de zona na Lei de Uso e Ocupação do Solo. Há previsão também para condomínios residenciais na porção norte, em torno do fundo de vale de um afluente do rio Maracanã. Por estar numa região de várzea, a implantação de condomínios fechados traz poucos prejuízos à fluidez da malha urbana. 164 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 38: Empreendimento Nova Castro e respectivo zoneamento de uso e ocupação do solo. Fonte: PMC, 2015. 165 O traçado do sistema viário é compatível com o uso e ocupação do solo propostos, atentando-se para a dimensão das vias, que devem ser definidas em atendimento ao fluxo de veículos que será gerado. Há a necessidade também de melhor compatibilização do sistema viário projetado com a malha urbana existente, como será discorrido no item 5.1. 4.2.1.6. Unidades de planejamento (bairros, setores, bacia, zoneamento) Para que as políticas públicas de desenvolvimento territorial sejam implementadas é necessário identificar as homogeneidades e as diferenças de cada porção do território, tanto no âmbito municipal como da sede urbana. Em geral, esse trabalho resulta no zoneamento urbano e municipal, funcionando como unidades de planejamento. Como as políticas de desenvolvimento territorial são articuladas à dimensão socioeconômica e físico-ambiental, é importante que as fontes de dados socioeconômicos e a leitura dos aspectos ambientais sejam compatíveis com as unidades de planejamento do município. Nesse sentido, no caso do meio ambiente, a divisão de microbacias se torna um fator importante, pois estão intimamente relacionadas às características de solo e relevo e aos ecossistemas, em geral, aos ecossistemas. Em relação à dimensão socioeconômica, os setores censitários, que muitas vezes levam em consideração aspectos sociais para sua delimitação, são uma referência para delimitação das unidades de planejamento, abrindo a possibilidade de se ter séries históricas de informações essenciais às atividades de gestão de planejamento territorial. Como pode ser observado no 166 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 21, o Macrozoneamento atual é bastante compatível com a delimitação das bacias hidrográficas, coincidindo com o divisor de águas entre a bacia do Tibagi e do Ribeira. Nas subdivisões do Tibagi, o divisor entre a bacia do rio Iapó e do Rio Piraí (acima da sede urbana) / São Cristóvão (abaixo da sede urbana também é coincidente. Em relação aos setores censitários, o limite da macrozona de reestruturação econômica da bacia do Ribeira coincide na maior parte aos limites dos setores do IBGE, facilitando o monitoramento das condições socioeconômicas desta região. Na porção da escarpa devoniana, há falta de compatibilidade apenas no setor censitário mais ao norte. No caso das áreas urbanas, a divisão de bairros também é um fator considerado na definição de unidades de planejamento. Como pode ser verificado no Mapa 22, os bairros de Castro coincidem com os loteamentos implantados e, por isso, são muito fragmentados. Nesse sentido, a compatibilização com as unidades de planejamento envolve a generalização (agregação) de alguns bairros atuais. Em geral, os bairros não estão coincidindo com os setores censitários, com algumas exceções como o Jardim Bela Vista, Jardim Samambaia, Jardim Social Arapongas e os loteamentos implantados em ZEIS. Da mesma forma, os bairros e setores censitários não coincidem com as microbacias hidrográficas. É possível perceber também que há pouca coincidência entre as microbacias hidrográficas e o zoneamento. Entretanto, especialmente na área urbana, a conformação socioeconômica da população e sua distribuição no território tem pouca relação com a hidrografia, com exceção das áreas de ocupação irregular, que geralmente estão em regiões ambientalmente frágeis e que, por consequência dessa fragilidade, são terrenos menos valorizados. Apesar dos setores censitários não serem exatamente coincidentes com os limites do zoneamento urbano, é possível se agregar as informações socioeconômicas de forma a representar as zonas da sede urbana. Por fim, o cruzamento entre o zoneamento e bairros mostra que há certa coincidência de limites, especialmente nos bairros mais periféricos. 167 168 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 21: Unidades de Planejamento Municipal 169 170 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 22: Unidades de Planejamento Urbano 171 172 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 4.2.2. Distritos Além do distrito-sede, o município de Castro possui outras quatro aglomerações urbanas representativas que abrangem 415,56 ha e nas quais residem 2.119 habitantes, isto é, 3% da população urbana castrense (IBGE, 2010). As sedes dos Distritos do Tronco, Abapã, Socavão e a Castrolanda são núcleos urbanizados para os quais é permitido parcelamento, edificação e utilização urbana, e cujos perímetros foram estabelecidos e/ou ajustados pela Lei Complementar Nº 35/2011. Cabe mencionar que a área de Terra Nova, igualmente regulamentada pela lei citada, não será contemplada pela análise a seguir, uma vez que possui baixíssima densidade e, portanto, não é caracterizada como urbanizada tal qual os demais distritos de Castro. 4.2.2.1. Distrito do Tronco A Vila Tronco está localizada às margens da rodovia estadual PR-151, na porção sul do município de Castro - área limítrofe ao município de Carambeí, - distante a 3,5 km da sede castrense. A ocupação da Vila Tronco ocorreu, primeiramente, no entorno da Estação Ferroviária, no período em que a principal ligação do município de Castro à Ponta Grossa se dava pela estrada rural que margeia esta ferrovia histórica (ramal oeste). Desde então, a formação do Tronco ocorreu pela implantação de chácaras e pequenas aglomerações residenciais. O adensamento populacional deste núcleo urbano ocorreu, sobretudo, pela subdivisão de chácaras, sítios e demais propriedades rurais ao longo de eixos viários traçados de maneira espontânea. Corrobora com este cenário, o caráter pararural das atividades desenvolvidas na área e a falta de definição clara entre os alinhamentos prediais ao longo das caixas viárias. Figura 39: Paisagens pararural e urbana na sede da Vila Tronco - Rua José Muniz Bueno. Fonte: Google, 2015. Regulamentado em 2011, o perímetro urbano do Tronco abrange 0,49 km² (49 ha). Sua delimitação foi estabelecida sem a devida precisão cartográfica e, portanto, necessita de ajustes para corresponder à real situação da ocupação, que extrapola seus limites. A Prefeitura já afirmou a intenção de expandir o perímetro para englobar toda a 173 ocupação da Vila Tronco e, por consequência, viabilizar a utilização de instrumentos urbanísticos voltados à regularização fundiária.7 Conforme mencionado no item 4.4, está em implantação um projeto de regularização fundiária na área, para o qual foi definida uma nova perimetral de abrangência. Esta poligonal inclui, além do perímetro urbano, as demais ocupações adjacentes à oeste e à leste da PR-151, compreendendo 0,95 km² (95,5 ha) – quase 50% maior que o atual perímetro. Segundo dados da pesquisa socioeconômica feita nesta poligonal, há 944 moradores residindo na totalidade do núcleo urbano do Tronco (2015). Figura 40: Ocupação da Vila Tronco: porção oeste e leste da PR-151. Fonte: Google Earth, 2014. Considerando a área abrangida pelo perímetro urbano atual, entre 2000 e 2010, a taxa média de crescimento da população do Tronco foi negativa (-3%), isto é, no período de dez anos houve um decréscimo de 171 residentes na vila (IBGE, 2010). Uma vez reconhecido como território urbanizado, o Tronco é regulamentado pelos parâmetros urbanísticos instituídos pela Zona Urbana de Consolidação 1 (ZUCO-1), conforme Lei de Uso e Ocupação do Solo (Nº 32/2011) - Anexo II. A conformação atual da Vila Tronco indica que seu parcelamento foi dado de forma espontânea e em período anterior à definição das normas urbanísticas específicas de uso e ocupação do solo da ZUCO-1. A ocupação da Vila Tronco é atualmente condicionada pela presença de imóveis com características rurais, glebas não urbanizadas, maciços vegetais, araucárias e pequenos cursos d’água. Na porção norte da Vila Tronco (a partir o eixo da Rua José Muniz) incide ainda, outro condicionante ambiental de relevância: a APA São Cristóvão. Na porção oeste da PR-151, a ocupação e a subdivisão de propriedades derivam da conformação do relevo local, ao longo do divisor de águas, que coincide com o traçado da Rua José Muniz Bueno (antiga Estrada Municipal do Tronco). No lado oposto da PR151, a ocupação ocorreu ao longo de importantes eixos logísticos históricos - Estrada Velha e ramal ferroviário oeste. 7 Socavão. 174 Tal situação coincide também com a dos perímetros das sedes distritais de Abapã e PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 As vias pertencentes à Vila Tronco são classificadas legalmente como vias locais, porém, a grande maioria dos eixos viários constituem vielas de acesso informal aos lotes residenciais, incorporadas pelos próprios moradores conforme as propriedades foram subdividas. São vias estreitas que desembocam principalmente na Rua José Muniz Bueno, única via de caráter misto do conjunto urbano. Nela estão presentes usos comercias, de serviços e equipamentos comunitários - o restante do Tronco é essencialmente residencial. Figura 41: Vias parcialmente pavimentadas e vias sem pavimentação na sede do Tronco. Fonte: Google, 2015. Conforme a planta genérica de valores, o valor do metro quadrado para todos os terrenos da sede do Distrito é de R$ 65 (3ª subzona), equivalente aos valores dos imóveis de Abapã e Socavão. Por outro lado, a renda per capita do Tronco é superior à dos dois distritos citados, sendo R$ 473,00 mensais (2010). Em Abapã e Socavão, a renda per capita dos residentes é de R$ 389 e R$ 302, respectivamente - inferior à média per capita municipal (R$ 460 por habitante). 4.2.2.2. Distrito de Abapã Em divisão territorial datada de 1960, o município de Castro era constituído por três grandes distritos: Castro, Abapã (ex-Morros) e Socavão. Desde então, a composição do município de Castro é dada por esta subdivisão distrital, na qual Abapã abrange 19% do território municipal e Socavão, 27%. A abrangência territorial do Distrito de Abapã inclui 27 comunidades rurais, conforme apresentado no Mapa 21. Sua sede urbana, por sua vez, localiza-se a cerca de 30 km de sede de Castro, na porção sudeste do município, e ao longo da PR-090. 175 A evolução da ocupação dos núcleos urbanizados de Abapã e Socavão ocorreu de maneira espontânea, derivada de parcelamentos e subdivisões de propriedades rurais, tal qual ocorreu no Tronco. A área do perímetro urbano de Abapã, definida preliminarmente em 1998 (Lei Nº 942/98), abrange 92 ha e concentra 495 habitantes - densidade demográfica de 5,37 hab/ha. Sua ocupação urbana pouco densificada é condicionada por maciços vegetais, pela rodovia estadual que intercepta o aglomerado urbano ao centro, e por cursos d’água como o Arroio Abapã, situados nas extremidades da poligonal. Figura 42: Ocupação da sede urbana de Abapã orientada pela rodovia estadual ao centro. Fonte: Google Earth, 2015. Cabe mencionar que os quatro distritos urbanos aqui analisados estão em processo de perda populacional desde o ano 2000. Abapã registrou variação populacional negativa de -2,52% no período 2000-2010, correspondendo a um decréscimo de 128 residentes. Uma vez reconhecido como território urbanizado, Abapã também é regulamentado pelos parâmetros urbanísticos instituídos pela Zona Urbana de Consolidação 1 (ZUCO1). Em ambos os acessos à sede distrital, via PR-090, há presença de galpões, silos e demais estruturas de suporte às atividades agrícola e de mineração, sendo o restante da ocupação de predomínio residencial - em grande parte edificações em madeira e de pavimento único. 176 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 43: Paisagem urbana de Abapã: edificação em madeira e rotatória próxima ao acesso. Fonte: Google, 2015. A malha viária urbana é orientada pela Rua Afonso de Souza, paralela ao traçado rodoviário, na qual estão concentradas atividades vicinais de comércio e serviços, instituições de cunho religioso, bem como equipamentos de uso comunitário, como a Associação de Moradores. Esta via configura-se como a marginal da rodovia estadual. O restante da conformação viária orienta-se por vias secundárias traçadas de maneira simétrica à oeste e à leste do eixo rodoviário: são as Ruas Waldemar e Rua Cecília Machado que, por sua vez, interligam-se com estradas rurais adjacentes ao núcleo urbano. Figura 44: Acesso rodoviário à sede distrital e usos comerciais na Rua Afonso de Souza. Fonte: Google, 2015. 4.2.2.3. Distrito de Socavão A abrangência territorial do Distrito de Socavão inclui 54 comunidades rurais, estando sua sede urbana localizada a cerca de 36 km do distrito-sede, na porção leste do município. O adensamento populacional de seu núcleo urbano derivou, principalmente, da necessidade de atração de mão de obra para a exploração de minérios na região. O perímetro urbano de Socavão, ao longo da Estrada Municipal de mesmo nome, já havia sido definido em 1980 (Lei Nº 129/80), e abrange área de 108 ha. Dados do IBGE (2010) indicam que a sede concentra 783 habitantes, ou seja, a densidade demográfica na localidade é de 7,26 hab/ha – superior à de Abapã. 177 A conformação urbana de Socavão divide-se em dois pequenos núcleos parcialmente ocupados, interligados pela estrada municipal e permeados por propriedades com atividades de caráter pararural e glebas não urbanizadas. Figura 45: Dois núcleos urbanizados da sede de Socavão interligados pela estrada central. Fonte: Google Earth, 2014. Conforme Figura 45, a porção oeste, de menor porte, inclui um conjunto de cerca de 65 edificações, que detém ao centro, um espaço livre público (pequena praça em frente à igreja). A área leste, por outro lado, possui malha viária regular e abrange um conjunto de cerca de 25 quadras parcialmente implantadas, além de equipamentos comunitários ao longo da via principal (estrada municipal). A ocupação da sede de Socavão é condicionada por uma série de cursos d’água ao norte e ao sul dos núcleos urbanos citados, pelo relevo suave ondulado e, sobretudo, orientada pela estrada municipal que intercepta o aglomerado ao centro - correspondente à Av. Theófilo de Castro. É nesta via onde estão concentradas atividades pontuais de comércio e serviço vicinais, além do cemitério de Socavão e o reservatório de água distrital da concessionária Sanepar. Em todos os distritos aqui analisados há pontos de comércio e serviços e uso institucional em geral de forma concentrada ou ao longo das estradas que acessam esses núcleos. 178 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 46: Drenagem urbana, área de armazenamento de minério e cemitério de Socavão. Fonte: Google, 2015. A infraestrutura urbana do núcleo de Socavão, bem como a de Abapã, tem recebido melhorias com as recentes obras de pavimentação e drenagem, a partir de um programa municipal em andamento com o viés de consolidação urbanística das vilas – conforme mencionado no item 4.4. 4.2.2.4. Castrolanda A ocupação da área rural de Castro deriva da forte predominância da colonização por famílias imigrantes, sobretudo, nos distritos de Castrolanda e Terranova. Entre 1951 e 1954, cerca de 50 famílias holandesas fundaram a colônia da Castrolanda, cuja população atual é de 345 habitantes e a densidade populacional é extremamente baixa: 2,07 hab/ha (IBGE, 2010). A Castrolanda localiza-se às margens da PR-340 e dista 7 km a leste da sede urbana. Seu perímetro urbano abrange área de 167 ha, no qual a ocupação está condicionada pela rodovia estadual PR-340 e pelas áreas de preservação permanente dos córregos situados à oeste da ocupação residencial (Figura 47). No perímetro da colônia incidem as seguintes zonas de uso e ocupação do solo: ZUCO-2, ZUQ-3 e ZUPA, correspondentes às Zonas Urbanas de Consolidação da Ocupação 2, de Qualificação 3 e de Proteção Ambiental, respectivamente. Conforme análise de imagem aérea (Google Earth, 2014), os usos preconizados pelo zoneamento vigente estão de acordo com a realidade da ocupação verificada: edificações residenciais, comerciais e de serviços com no máximo 3 pavimentos, além da presença dispersa de usos institucionais, equipamentos turístico-culturais e uso residencial temporário, como hotéis e pousadas. 179 Figura 47: Ocupação urbana da colônia Castrolanda. Fonte: Google Earth, 2014. Na parcela do território em que incide a ZUQ-3 (porção leste da ocupação às margens da rodovia), concentram-se atividades de caráter industrial, dotadas de infraestrutura, com maior adensamento construtivo e cujo acesso é facilitado, tal qual é recomendado para esta zona. A Castrolanda corresponde ao núcleo urbanizado com maior grau de desenvolvimento econômico de Castro, fator que incide diretamente na qualidade urbanística e paisagística do conjunto ocupado (Figura 48). Figura 48: Paisagem urbana das áreas residencial e industrial de Castrolanda. Fonte: Google, 2015. Destaque para a porção residencial oeste, na qual foi registrada renda per capita de R$ 1.421 - a segunda maior renda urbana de Castro, superior à renda média per capita do município. Da mesma forma, dentre os aglomerados urbanos, Castrolanda é o que apresenta o maior valor do m² por terrenos (R$ 150), correspondente à primeira subzona da planta genérica de valores em vigência em Castro. 180 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 4.3. PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL O Patrimônio Histórico-Cultural de Castro possui um forte significado para a população local, porém a relação entre a relevância do patrimônio e a sua preservação é conflituosa e, em alguns aspectos, contraditória. Os bens materiais e imateriais se tornam patrimônio de uma sociedade quando são considerados uma referência em relação a acontecimentos importantes de sua história, ou quando representam hábitos, costumes e modos de fazer que constituem a cultura de uma comunidade. Nesse sentido, Castro é considerada patrimônio para o Paraná e para o Brasil por sua importância histórico-cultural no estado, tendo como um dos principais marcos históricos o Caminho das Tropas, além de ter sido a capital do estado por um período, fatos que trazem um referencial de importância econômica geopolítica da cidade. 4.3.1. Análise da relevância do patrimônio cultural A preservação do Patrimônio Histórico-Cultural é um tema polêmico. Há preocupação do reflexo desta preservação na economia da cidade, principalmente na possibilidade de desvalorização dos imóveis protegidos e seu entorno. Também há questionamentos relativos as restrições do uso, manutenção, possibilidades de alterações, reformas e ampliações. A população em geral vê a proteção/tombamento como uma ação restritiva e até punitiva que impedirá o desenvolvimento econômico de Castro. O centro histórico é também o principal centro comercial da cidade e, por isso, a área possui as vias mais utilizadas para a mobilidade no perímetro urbano. Apesar da possibilidade de restrições construtivas e de mobilidade preocuparem a comunidade, destaca-se que a conservação do patrimônio é compatível e pode trazer benefícios para a atividade comercial. Áreas pedestrianizadas e com trânsito de baixa velocidade incentivam o comércio e são estratégias adotadas por várias cidades do mundo para a revitalização de áreas centrais degradadas e também são estratégias de conservação de centros históricos. Apesar das medidas de conservação resultarem numa visão negativa do tombamento, a comunidade mantém o discurso da importância do patrimônio para sua própria história. Assim, a complexidade do tema, marcado por contradições, resulta na falta de consenso em relação às formas de conservação dos bens culturais. Outra questão agravante é o longo processo de tombamento, iniciado a mais de dez anos e ainda não finalizado, gerando insegurança na população com relação as restrições construtivas e de uso dos imóveis dentro do perímetro de estudo do tombamento. O tombamento do Centro Histórico de Castro foi solicitado pelo Ministério Público do Estado do Paraná, em 12 de setembro de 2002. Em 2004 a Secretaria de Estado da Cultura iniciou o processo, com a preparação da documentação e o reconhecimento da área, e em 29 de abril de 2005 foi realizada na Câmara Municipal a primeira Audiência Pública para o tombamento. Em 2013 foi iniciado o inventário da área, que atualmente encontra-se em fase de finalização. Este processo foi conflituoso e diversas vezes interrompido pela dificuldade de diálogo entre os técnicos da Secretaria de Estado da Cultura e os representantes da população de Castro. Analisando o perímetro de tombamento e do envoltório proposto pela Secretaria de Estado da Cultura é possível afirmar que o mesmo foi elaborado a partir da análise do inventário dos bens existentes em Castro tendo como suporte as diretrizes conceituais e acadêmicas que 181 abrangem o tema. Seria necessária a participação da população neste processo para compreensão das diretrizes adotadas, das estratégias de preservação e também dos benefícios e instrumentos compensatórios resultantes deste processo. Uma das principais divergências entre os grupos que discutem a questão é a delimitação do perímetro do Centro Histórico, ou Perímetro de Preservação. O Plano Diretor de 2006 adotou o perímetro de estudo proposto pela SEEC como delimitação do centro histórico (Setor Central de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural) de forma a contemplar as principais edificações de importância histórico-cultural. Porém esta delimitação foi drasticamente reduzida no processo de aprovação do plano diretor, se limitando apenas no perímetro das três praças centrais. O perímetro aprovado não abrange os imóveis de tombamento estadual e tampouco o conjunto de edificações de importância histórica consideradas no processo de tombamento de Castro. Figura 49: Mapa de Uso e Ocupação do Solo da Sede de Castro: à direita, a proposta inicial; à esquerda, o mapa anexo à lei 08/2006. Fonte: PDM, 2006. A questão da delimitação do Setor Central de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural (SUCPREHC) foi discutida na avaliação realizada em setembro de 2011 pela Prefeitura Municipal. O SUCPREHC e seu entorno estão na Zona de Diversificação (ZUD), segundo o Plano Diretor de 2006. Uma das propostas da avaliação de 2011 era justamente redefinir esta ZUD a partir dos seguintes critérios: Transferência de Potencial Construtivo que seriam cedidos na ZUD para outras zonas de expansão do perímetro urbano Adaptação da SUCPREHC tendo como diretriz principal a abrangência dos imóveis tombados individualmente no nível estadual. 182 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Atualmente o perímetro da SUCPREHC abrange as praças Manuel Ribas, Getúlio Vargas e João Gualberto, não atingindo os imóveis de interesse do entorno das praças. A proposta da avaliação do plano seria abranger os lotes destes imóveis e também o entorno dos demais imóveis tombados pelo estado. Figura 50: Estudo do setor histórico realizado pela PMC para Avaliação do PDM em 2011. Delimitação da SUCPREHC segundo mapa de Uso e Ocupação do Solo da Sede de Castro Relação da área da SUCPREHC e os imóveis com importância histórico-cultural Imóveis tombados pelo estado Nova proposta de perímetro da SUCPREHC com Setor de Envoltória e Zona de Proteção da Paisagem. Fonte: Avaliação do Plano Diretor Municipal – 2011. Apesar da proposta discutida em 2011 não ter sido aprovada, é possível afirmar que em Castro não há um consenso sobre o perímetro da SUCPREHC e que, segundo a análise desta avaliação, o atual perímetro é muito reduzido e não cumpre a sua função de preservar os imóveis com importância histórico-cultural. É possível também afirmar que a população de Castro compreende a importância da conservação do Patrimônio Cultural, mas a preocupação em relação ao reflexo dessa conservação no desenvolvimento econômico é evidente. Um dos fatores que acentuam esta questão é a falta de compreensão dos instrumentos compensatórios e a ideia de que o tombamento imobiliza o imóvel impossibilitando alterações construtivas e o uso para atividades comerciais, de serviços e habitacionais inseridas em um contexto contemporâneo. 183 4.3.2. A proposta de tombamento estadual A proposta do Perímetro de Tombamento e da área envoltória propostos pela Secretaria de Estado da Cultura teve como condicionante aspectos históricos da formação da cidade de Castro juntamente com os remanescentes dos bens de interesse histórico-cultural. O conceito aplicado converge com as teorias e métodos de conservação de centros históricos adotados tanto no Brasil quanto no exterior. Um dos parâmetros adotados são as recomendações expressas nas cartas patrimoniais8. Entende-se por perímetro de tombamento o Setor Urbano onde se aplica a legislação estadual específica com objetivo de preservar e conservar o conjunto do patrimônio histórico-cultural. No nível municipal, o plano diretor de 2006 propõe que o perímetro de tombamento coincida com o SUCPREHC - Setor Central de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural. O perímetro da área envoltória consiste no setor de amortecimento, ou seja, tem como objetivo a proteção do entorno do Setor Histórico. Neste perímetro também há bens de interesse cultural, porém não configuram um conjunto urbano com a mesma importância do perímetro de tombamento. O perímetro de envoltório também possui legislação específica que tem como objetivo preservar e conservar o conjunto histórico-cultural. O perímetro de tombamento e envoltório abrange todos os edifícios que possuem tombamento estadual, com exceção da Estação Ferroviária que se encontra afastada do centro histórico. Os perímetros abrangem também a maior parte do conjunto de edificações de interesse histórico-cultural, de forma a garantir sua preservação e conservação. Além da legislação específica presente no perímetro de tombamento e envoltório, há também a classificação das edificações segundo o seu grau de preservação, tendo como diretriz sua importância histórico cultural. Os graus de proteção são classificados em imóveis tombados, grau de proteção 1, grau de proteção 2, grau de proteção 3 e unidades de substituição, ou seja, edificações que poderão ser substituídas integralmente, mas que deverão obedecer aos parâmetros de ocupação estabelecidos para o setor. Estas edificações possuem legislação específica segundo o grau de proteção, inclusive as unidades de substituição, de modo a conservar a paisagem do perímetro de tombamento e envoltório. 4.3.3. Instrumentos de Compensação Há uma série de instrumentos compensatórios na esfera municipal, estadual e federal que possibilitam a recuperação e manutenção do patrimônio histórico cultural. Como exemplo podemos citar na esfera municipal a transferência de potencial construtivo, incentivos fiscais como descontos no IPTU ou através de programas de incentivo cultural que viabilizam projetos de restauro e recuperação de edificações históricas. Na esfera estadual há convênios entre os estados e o ministério da cultura que possibilitam a recuperação de centros históricos e edificações de uso público ou privado. Há bons exemplos como o caso do Nordeste onde o banco do estado juntamente com o IPHAN e prefeituras municipais possibilitaram a recuperação de imóveis privados. Na esfera federal há programas como o Monumenta e o PAC Cidades Históricas, além de 8 Cartas Patrimoniais são documentos elaborados em encontros realizados em diferentes épocas e diversas cidades do mundo que tem como objetivo recomendar diretrizes para a proteção e preservação do patrimônio cultural. 184 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 outras fontes de financiamento obtidos através de leis de incentivo à cultura como a Lei Rouanet e também outros editais de instituições financeiras e empresas, como o programa Petrobrás Cultural, Rumos (Banco Itaú), entre vários outros. A maioria dos programas de incentivo dependem da formalização e da concretização do processo de tombamento dos centros históricos, de modo a garantir a boa aplicação dos recursos. Em uma análise mais subjetiva é possível afirmar que a população de Castro quer conservar o seu patrimônio, mas não sabe como fazê-lo. E o distanciamento de seus atores políticos com os técnicos da Secretaria de Estado da Cultura acentuam este quadro. 4.4. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E OCUPAÇÕES EM SITUAÇÃO IRREGULAR De acordo com os dados censitários do IBGE (2010), em Castro a maioria dos domicílios é composta por casas (98,9%), sendo imóveis próprios (77%), quitados ou em processo de aquisição. A área urbana concentra 73% do total de imóveis do município (14.553 domicílios). Destes, apenas 193 são apartamentos, dados que corroboram com a restrita verticalização da sede municipal. Dentre as particularidades registradas em 2010, cabe destacar que 15% destas unidades residenciais urbanas são alugadas (2.171 domicílios), enquanto na área rural, registrou-se apenas 2% dos imóveis na mesma situação (104 domicílios, total de 5.284). Em contrapartida, na área rural, há 1.367 unidades residenciais cedidas (26%), enquanto na área urbana, são 854 imóveis (6%), conforme apresentado no gráfico a seguir. Gráfico 15 - Condição da ocupação das habitações de Castro nas áreas urbana e rural (2010) Área Rural Área Urbana 14,9% 2,0% 25,9% 5,9% 0,4% 0,4% 78,8% Próprio 71,8% Alugado Cedido Outra condição Próprio Alugado Cedido Outra condição Fonte: IBGE (2010) - Tabela 3216. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br. Em Castro, predominam habitações construídas em alvenaria com revestimento (57%), seguida pelas unidades em madeira (23%). Cabe observar que menos de 2% dos domicílios foram construídos com madeira aproveitada, fator que denota a precariedade material de apenas 313 edificações no município. Figura 51: Habitações em madeira no bairro Jardim Primavera e no Poço Grande. 185 Fonte: FUNPAR, 2015 Dentre as famílias registradas no SIAB (Sistema de Informações de Assistência Básica) em 2013, somente 3,4% residiam em unidades feitas de materiais frágeis ou impróprios à moradia, sendo 60% dos domicílios construídos em alvenaria. É um panorama positivo, uma vez que o número de domicílios em materiais adequados vem crescendo desde 2000 (neste ano foram registrados apenas 34,7%). Outros fatores condizentes à inadequação habitacional urbana, como a ausência de banheiros exclusivos e a carência de infraestrutura básica ou serviços (água, esgoto, eletricidade e destinação de resíduos), assinalam 3.346 domicílios em situação inadequada, isto é, cerca de 20% do total de residências de Castro. Conforme diagnóstico do Plano Diretor vigente (2006), a sede de Castro possuía uma grande quantidade de ocupações em situação irregular nas regiões periféricas da malha urbana da cidade. Este cenário foi intensificado nos últimos anos, caracterizado pela carência de serviços de infraestrutura, concentração de população de baixa renda e presença significativa de ocupações em áreas de risco, sobretudo, situadas em áreas de fragilidade ambiental e em faixas de domínio ferroviária. As ocupações urbanas em situação irregular indicadas no Mapa 23, apresentam as seguintes condições: (i) irregularidade dominial, quando o possuidor ocupa uma terra pública ou privada, sem qualquer título que lhe dê a garantia jurídica sobre essa posse; ou (ii) irregularidade urbanística e ambiental, quando o parcelamento ou edificação está em desacordo com a legislação urbanística ou ambiental vigente, e não foi devidamente licenciado. Figura 52: Ocupações em situação irregular no bairro Arapongas. Fonte: FUNPAR, 2015. 186 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Cabe destacar que, segundo técnicos da Diretoria Municipal de Habitação, há ainda uma série de unidades residenciais dispersas na malha urbana também em situação irregular, que não foram inclusas ao Mapa 23, uma vez que é necessário um levantamento preciso quanto a ilegalidade dominial, fundiária, urbanística ou ambiental destes imóveis. Ademais, a existência de loteamentos clandestinos na margem oeste da PR-151, correspondem a uma tendência de expansão prematura da área urbanizada, bem como é o caso de loteamentos previstos para o norte da malha urbana, exteriores ao perímetro urbano - como é o caso do loteamento Santa Clara. Figura 53: Loteamento Santa Clara e bairro Nossa Senhora do Rosário. Fonte: FUNPAR, 2015. Em cumprimento à Política Nacional de Habitação foi elaborado entre 2010 e 2013, o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (PHIS) de Castro, cujos estudos deveriam apresentar um diagnóstico detalhado quanto à situação habitacional do município. Técnicos da Prefeitura assinalam, porém, que o mesmo carece de dados e levantamentos in loco que subsidiem as ações propostas. Frente à impossibilidade de consideração das análises do PHIS, para o presente diagnóstico optou-se pela utilização da metodologia adotada pela Fundação João Pinheiro (FJP, 2013). Nela, são utilizados dados do Censo Demográfico e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para o cálculo do déficit habitacional dos municípios brasileiros pelo somatório de quatro componentes: (1) domicílios precários (soma dos domicílios improvisados e rústicos); (2) coabitação familiar (soma dos cômodos e das famílias conviventes secundárias com intenção de constituir um domicílio exclusivo); (3) ônus excessivo com aluguel urbano; e (4) adensamento excessivo de domicílios alugados. Tabela 26 - Componentes do Déficit habitacional de Castro (2010) Componentes do Déficit (2010) Área Urbana Área Rural Total Domicílios Precários 215 161 376 Cohabitação Familiar 692 209 901 Ônus Excessivo com o aluguel 311 - 311 Adensamento Excessivo de Domicílios Alugados 93 - 93 Déficit Habitacional 1.311 370 1.681 % do Total de Domicílios 6,61 1,87 8,48 14.553 5.284 19.837 Total de Domicílios Particulares Permanentes Fonte: Fundação João Pinheiro - Censo Demográfico (IBGE, 2010); PNAD. 187 Conforme dados da tabela acima, o déficit habitacional de Castro em 2010 era de 1.682 domicílios, correspondente a 8,48% do total de domicílios existentes no município – percentual superior à média do estado do Paraná. Na área urbana foi registrado déficit de 1.312 domicílios (78% do total) e na rural, 370 domicílios (22%), sendo a maioria dos deficitários integrantes da faixa de rendimento mensal de 0 a 3 salários mínimos. Dentre os componentes considerados para a conformação do déficit, em Castro, destaca-se a coabitação familiar tanto na área urbana quanto na rural. Considerando o estoque de domicílios vagos em 2010, caso fossem direcionados ao atendimento da demanda, estas unidades poderiam plenamente suprir o déficit rural (632 unidades vagas), enquanto na área urbana, faltariam 455 unidades residenciais (857 unidades vagas). Visando a reversão do cenário habitacional descrito, um conjunto de programas municipais vem sendo implementado para efetivação de procedimentos de regularização fundiária e produção de habitações de interesse social. Frente à inexequibilidade do PHIS, parte das ações vêm sendo desenvolvidas com base nos dados do Plano Diretor vigente (2006) e na experiência dos técnicos da Prefeitura. Os principais programas em execução estão indicados no quadro a seguir: Quadro 2: Programa Habitacionais em execução Localidade Nº de unidades Modalidade Jardim Alvorada I e II 700* Loteamento de Habitação de Interesse Social (ZEIS9) Jardim São Miguel 231** Loteamento de Habitação de Interesse Social (ZEIS) Jardim Bailly 60 Programa financiado pela Caixa Econômica (ZEIS) Cantagalo II 171 Projeto de Regularização Fundiária Vila Farias 66 Projeto de Regularização Fundiária Jardim Araucária III - Vila Vicentina 22 Projeto de Regularização Fundiária Vila Tronco (Distrito) 226 Projeto de Regularização Fundiária Projeto de Regularização Fundiária (em estudo) * Previsão de mais 300 unidades. ** Previsão de mais 173 unidades para a área de expansão. Fonte: Prefeitura Municipal de Castro (2015). Sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Família e Desenvolvimento Social e financiamento pela Caixa Econômica Federal, estão em execução os projetos Jardim Alvorada I e II (parte do loteamento Nova Castro), e o Jardim São Miguel, ambos localizados em zonas de interesse social (ZEIS) na porção sul da sede urbana. 9 Segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo de Castro (Nº 32/2011), as ZEIS possuem parâmetros específicos de ocupação, estando destinadas à habitação de famílias com renda até 3 salários mínimos. 188 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Conforme apresentado no Mapa23, a maior parte das áreas ambientalmente frágeis ocupadas e demarcadas para recuperação, concentram-se na região norte da cidade, enquanto as ZEIS encontram-se apenas na região sul - fato que tende a causar resistências da população à relocação. Ademais, a falta de proximidade descumpre os princípios de regularização fundiária da Política Nacional de Habitação, que preconiza o direito das populações relocadas de permanecerem em áreas próximas à ocupação original. O projeto Jardim Alvorada, cujas obras estão 95% concluídas, integra o Programa Minha Casa Minha Vida e destina-se à população com renda bruta familiar mensal de até R$ 1.60010. Parte do custo das unidades é subsidiado pela União (95%) e as prestações mensais serão de R$ 25-80, conforme a renda familiar. Figura 54: Projeto Jardim Alvorada I e II. Fonte: Prefeitura Municipal de Castro (2015). De acordo com os regimentos do Programa MCMV, o projeto inclui a implantação de infraestrutura básica de iluminação, redes de esgoto e de abastecimento de água, drenagem e pavimentação, sendo 21 unidades residenciais adaptadas (de um total de 1.000 unidades) e lotes médios de 219m². Dentre os reassentamentos direcionados ao empreendimento do Alvorada, possivelmente estarão inclusos os imóveis sob irregularidade ambiental localizados no bairro Jardim Araucária III. Atualmente, está em trâmite junto ao Ministério Público, um projeto de urbanização para a área, que prevê a regularização fundiária de parte dos imóveis e a relocação dos que incidem em área de servidão sanitária, conforme indicado na figura a seguir. 10 A renda bruta familiar mensal de até R$ 1.600 corresponde à Faixa 1, que corresponde ao atendimento prioritário definido pelo Governo Federal para o Programa MCMV, que inclui os demais critérios: moradores de áreas de risco e/ou insalubres, desabrigados, famílias regidas por mulheres, ou com portadores de deficiência. O Governo Municipal prioriza ainda, as famílias que moram há mais de 2 anos na zona urbana, que possuem idosos ou que nunca foram beneficiadas por programas habitacionais. 189 Figura 55: Projeto Regularização Fundiária em estudo: Urbanização do Jardim Araucária III. Fonte: Prefeitura Municipal de Castro (2015). O projeto Jardim São Miguel prevê a implantação de 404 lotes, com área média de 160m², em parte destinados a receber os moradores provenientes da área irregular do Portelinha, conforme indicado no Mapa 24. Tabela 27 - Quantidade de habitações contratadas no MCMV (Período 2010 - 2014) Nº Unid. Contratadas Nº Unid. Ano Concluídas Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total Nº Unid. Entregues 2010 - 209 4 213 213 213 2011 - 556 4 560 291 291 2012 26 693 4 723 411 411 2013 726 808 14 1.548 950 924 2014 744 908 16 1.668 950 924 Fonte: Plataforma de Dados do Governo Federal (http://dados.gov.br/dataset/minha-casa-minha-vida). O projeto de regularização fundiária do Conjunto Residencial Cantagalo II, sob responsabilidade da Diretoria de Habitação, abrange cerca de 34.800m² e 171 lotes residenciais, para o qual está em execução o levantamento de aspectos jurídicos das propriedades. Já foram executados os levantamentos topográfico e cadastral (casa-acasa), pela empresa responsável Projesul. Nesta localidade, há grande incidência de edificações ocupando a faixa de domínio do ramal ferroviário, além da presença de ocupações em terrenos destinados à implantação de praças. Com a finalização do 190 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 projeto, é prevista a recuperação destas áreas livres públicas, atualmente em falta na porção sul da sede. A ocupação de terrenos públicos baldios é um fator recorrente na dinâmica habitacional informal de Castro, sobretudo, quando as áreas institucionais de novos loteamentos ficam, durante certo período, sem implantação de infraestrutura para o devido uso. Comumente, as áreas institucionais de novos loteamentos são direcionadas para terrenos com restrições ao recebimento de projetos, situados em banhados ou com topografia acentuada. Segundo informações da Diretoria de Habitação, não há estoque de áreas públicas para o recebimento de novos programas de habitação de interesse social no distrito-sede de Castro. Este déficit de terrenos aptos à habitação popular, propicia a ocorrência de invasões das áreas institucionais de novos loteamentos. Os demais programas em execução na área urbana têm enfoque na regularização fundiária de imóveis e a provisão de relocações, como é o caso do Vila Farias e do Jardim Bailly, para o qual é previsto o atendimento de 60 unidades residenciais. De maneira complementar aos projetos citados, também está em execução desde 2009, o Programa Revitalizar, que providencia reformas e ampliações em unidades habitacionais em situação precária, direcionado às famílias em condição de vulnerabilidade e risco social (registradas no CadÚnico, residente há 2 anos no local, e cuja renda mensal familiar é de 0 a 2 salários mínimos). Para o atendimento, é necessário que as famílias sejam devidamente cadastradas na Prefeitura, conforme a lei que o regulamenta: Nº 1.995/2009, atualizada pelo Decreto Nº 135/2015. Na área urbana, há previsão de implantação de novos projetos de habitação de interesse social até 2016, tais como o Betânia e projetos de regularização fundiária, como na Vila Vicentina (22 unidades a regularizar). É previsto também, um estudo para a relocação das habitações da Vila dos Pacas, cuja ocupação está situada, em sua totalidade, sobre a faixa de domínio ferroviária (Figura 56). Na implantação do projeto do Betânia, localizado ao sul do Jardim Nossa Senhora do Rosário, há previsão de construção e implantação, via COHAPAR, de 300 imóveis de interesse social. Figura 56: Ocupações em situação irregular na Vila dos Pacas e Jardim Social Primavera. Fonte: Prefeitura Municipal de Castro (2015). Para as sedes dos Distritos Vila Tronco, Socavão e Abapã é prevista a realização de projetos de regularização fundiária, uma vez inclusos à zona urbana de Castro pelo Plano Diretor vigente. 191 Sob responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, está em processo a regularização fundiária e urbanística do Distrito Vila Tronco. Os estudos, levantamentos e projetos correspondentes já foram concluídos pela empresa Engefoto e, em breve, será providenciada a documentação de posse de 226 propriedades, nas quais residem 944 moradores. Segundo o estudo, 56 destes imóveis apresentam grau prioritário de atendimento, uma vez que localizam-se em áreas de alto risco à ocupação. Na vila, constam também, mais de 100 habitações em terras devolutas, cujo processo está em resolução junto ao Governo do Estado. Após a conclusão do processo de regularização jurídica e titulação dos moradores da Tronco, a ser promovido pela Defensoria Pública do Paraná, será dado início aos estudos e levantamentos no Distrito de Socavão e, finalmente, em Abapã - cuja sede é composta prioritariamente por loteamentos clandestinos. Ainda com relação aos Distritos de Abapã e Socavão, está em andamento um programa de consolidação das áreas das vilas, através de melhorias na infraestrutura e paisagem urbanas, previsto pelo Plano Diretor vigente. As ações já foram parcialmente executadas, com a melhoria das condições de pavimentação e drenagem, bem como instalação da rede de abastecimento de água. Cabe mencionar também, que o programa municipal de regularização fundiária de Castro abrange tanto a área urbana quanto a área ruralincluindo, inclusive, áreas com populações quilombolas e indígenas. Apesar de serem condizentes com as políticas e programas específicos federal e estadual, tais ações ainda não se efetivaram, conforme previsto pelo Plano Diretor (2006). Neste sentido, o ITCG tem realizado levantamentos e tomado as providências para demarcação das terras quilombolas. Até o momento, foram certificadas quatro comunidades (Serra do Apon, Mamans, Limitão e Tronco), porém, nenhuma teve seu território demarcado. Segundo informações do INCRA, estão em produção seus Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação – RTID (Figura 57). 192 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 57: Comunidades Quilombolas em Castro Fonte: PMC, 2015. 193 194 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 23: Ocupações Irregulares 195 196 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 24: Programas Habitacionais 197 198 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 4.5. LEGISLAÇÃO DE ORDENAMENTO TERRITORIAL A legislação que regula o uso e ocupação do solo foi analisada no relatório de Avaliação do Plano Diretor Vigente. Em linhas gerais, destaca-se que, a partir da implementação do Plano Diretor em 2006, a cultura da gestão e do planejamento territorial vem se fortalecendo, tanto no âmbito da administração pública, que se profissionalizou para cumprir os requisitos da legislação, como no âmbito da comunidade, que aos poucos vem percebendo a importância de se seguir as regras urbanísticas. Entretanto, percebese a necessidade ações de conscientização e de educação voltadas aos requerentes de aprovação de projetos de loteamentos e edificações. Dentre as conclusões do relatório de avaliação do PDM, complementadas pela análise desse relatório, destaca-se: O macrozoneamento municipal define macrozonas condizentes com as características físicoambientais e socioeconômicas de cada porção do território de Castro, possibilitando a territorialização precisa das políticas públicas. Parâmetros de uso e ocupação não estão bem articulados aos instrumentos urbanísticos, especialmente o de transferência de Potencial Construtivo, inviabilizando tanto o empreendimento como a compensação direcionada às políticas públicas municipais. O instrumento de Transferência de Potencial Construtivo não está regulamentado. Empreendimento Nova Castro não está incluído e compatibilizado com o zoneamento legal. Há ZEIS delimitadas apenas na área sul da cidade, dificultando a regularização de ocupações irregulares situadas na porção norte da sede urbana. Há forte pressão para ocupação na região de entorno da sede, denominada de Polígono de Desenvolvimento, demandando a aprovação da normatização de uso e ocupação do solo proposta no PEOT. As Zonas de Qualificação 4 perderam sua função de abrigar atividades de alto impacto de vizinhança, devido à implantação dos dois distritos industriais. Processo de tombamento vem se estendendo por mais de dez anos, impedindo a definição dos parâmetros de uso e ocupação para o setor histórico e criando situação de insegurança jurídica. Apesar de proposto no PDM de 2006, não foi implantado o Núcleo de Pesquisa, Planejamento e Gestão Territorial, dificultando as atividades de planejamento territorial de incumbência do governo municipal. As delimitações de algumas zonas não são claras, dificultando o processo de aprovação de projetos e fiscalização de obras. Procedimentos de aprovação de projetos é demorado e a legislação abre espaço para dúvidas por parte dos técnicos responsáveis pelo processo. Perímetros urbanos dos distritos rurais não condizem com a ocupação real, em espacial no Tronco. 199 4.6. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES Restrições 200 Planícies aluviais com propensão ao alagamento nas proximidades dos rios Iapó, Maracanã e Portão Vermelho, são pouco adequadas à ocupação urbana e ao uso agropecuário tradicional. Necessidade de controle da expansão urbana à leste do distrito-sede, impulsionada pelo empreendimento da Cargill (DI II). O vale do Ribeira corresponde à porção do município com os piores índices de renda per capita e maior perda populacional (taxa negativa de crescimento no período 2000-2010). A ocupação urbana do distrito-sede é condicionada e compartimentada pelas características físico-geográficas do relevo, eixos de transporte, várzeas de rios e maciços de vegetação, bem como, pela hegemonia interna aos conjuntos de bairros, cujos aspectos demográficos, de concentração de renda, usos do solo e traçados viários são similares. Área central do distrito-sede, por ser a área mais valorizada da cidade, sofre pressão para verticalização, restringida pela necessidade de conservação da paisagem histórico-cultural e skyline horizontal. Atualmente, o centro possui baixa densidade habitacional (23 hab/ha), se comparada à média urbana (53 hab/ha), ou seja, a dinâmica populacional e comercial está regredindo, e ainda, a disponibilidade de infraestrutura é pouco aproveitada. Área central do distrito-sede demanda maior oferta de estacionamentos e cuidados especiais na regulamentação, sinalização e configuração viárias. Compartimento norte do distrito-sede possui único acesso desde o centro urbano (Rua Heráclio Mendes de Camargo), loteamentos com traçados díspares, além de abrigar loteamentos implantados em relevo acidentado com vias e quadras estreitas (Nossa Senhora do Rosário). Mobilidade comprometida devido às vias estreitas, descontínuas e pouco ortogonais nos compartimentos norte e sul do distrito-sede - ambos caracterizados por abrigar ocupações em situação irregular. Ocupações irregulares concentradas nos limites das ocupações dos bairros. Compartimento oeste do distrito-sede possui traçado viário regular e possibilidade de comportar ocupação verticalizada, porém, grande parte das vias são estreitas se comparadas à dimensão das quadras. Bairros do distrito-sede apresentam paisagens áridas (p. ex.: Vila Santa Cruz, Jardim Bom Pastor, Vila Rio Branco, Morada do Sol, Jardim das Araucárias III). Taxa de crescimento demográfico expressiva, baixa concentração de renda e baixo valor venal nos compartimentos norte e sul indicam o processo de periferização e de expansão informal na sede de Castro. Compartimento sul do distrito-sede concentra 40% da população urbana, em ocupação densificada, registrando os menores valores venais da sede e o maior número de novos loteamentos. A área requer, portanto, priorização de investimentos. PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Condomínios residenciais previstos para a porção norte, próximos do fundo de vale de um afluente do rio Maracanã, além de prejudicar áreas de várzea, trazem prejuízos à fluidez da malha urbana. Diminuição da dinâmica comercial e de serviços no interior dos bairros pertencentes aos compartimentos norte, centro, leste (Vila Rio Branco e adjacências) e sul do distrito-sede - tais usos vêm sendo dispostos ao longo dos eixos rodoviários. Incompatibilidade / inadequação do uso industrial ainda presente no tecido urbano da sede. Quantidade significativa de vazios urbanos / terrenos vagos no distrito-sede. Necessidade de compatibilização entre unidades de planejamento (setores censitários) e generalização / agregação de limites de determinados bairros. O patrimônio histórico-cultural castrense possui forte significado para a população local e tem importância para o Estado, porém, a relação entre a relevância do patrimônio e a sua preservação é conflituosa e/ou contraditória: há falta de consenso em relação às formas de conservação dos bens, falta de conhecimento quanto os instrumentos de compensação, e quanto à delimitação do perímetro de tombamento (Setor Central de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural SUCPREHC). Incremento do número de domicílios em situação irregular nas regiões periféricas da malha urbana: carência de serviços e infraestrutura, concentração de população de baixa renda e presença significativa de ocupações em áreas de risco, sobretudo, em áreas de fragilidade ambiental e faixas de domínio ferroviária. Tendência de expansão prematura da área urbanizada: loteamentos clandestinos a oeste da PR-151 e em áreas externas ao perímetro urbano. Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (PHIS) de Castro carece de dados e levantamentos que subsidiem as ações propostas. Falta de proximidade entre áreas indicadas para relocação de domicílios e provisão de novas habitações de interesse social – ZEIS (ao sul), com as áreas que concentram maior quantidade de ocupações em situação irregular (ao norte). Nas sedes dos distritos urbanos falta a definição clara dos alinhamentos prediais ao longo das caixas viárias. Ocupação de terrenos públicos baldios é um fator recorrente na dinâmica habitacional informal de Castro. Perímetros urbanos do Tronco, Socavão e Abapã necessitam de ajustes para corresponder à real situação da ocupação. Os distritos urbanos estão em processo de perda populacional desde o ano 2000. Áreas institucionais de novos loteamentos são direcionadas para terrenos com restrições ao recebimento de projetos, em banhados ou em terrenos com topografia acentuada. Não há estoque de áreas públicas para o recebimento de novos programas de habitação de interesse social no distrito-sede. Falta de demarcação dos territórios quilombolas identificados pelo ITCG. 201 Potencialidades Castro apresenta vantagem locacional através de rodovias e ferrovias: acesso facilitado à capital do Estado, ao porto de Paranaguá e a outros eixos / centros econômicos do país. Planícies aluviais são potenciais áreas para formação de corredores de biodiversidade, conforme propostas de zoneamento do PEOT. Regiões oeste e leste do município, caracterizadas pela quantidade considerável de maciços de vegetação em estágio médio e avançado de regeneração e com relevo acidentado, são áreas com grande potencial para a conservação ambiental e formação de biocorredores em escala regional. Destaque, sobretudo, para a porção oeste do município, onde se localiza a APA Estadual da Escarpa Devoniana, e para o Parque Nacional dos Campos Gerais (região sul). Região central do município (vale do rio Iapó) detém relevo propício à ocupação antrópica, tanto para o uso urbano quanto para o rural, concentrando população com maior concentração de renda. A bacia do manancial de abastecimento urbano, a oeste do distrito-sede, configura-se como área potencial para conservação de maciços vegetais, além de constituir amortecimento entre o Distrito Industrial I e a ocupação urbana. Espaços da área central do distrito-sede, que concentra usos comerciais, de serviços e alta circulação de pedestres, já estão adaptados ao uso pedestrial. Área central do distrito-sede apresenta paisagem urbana de qualidade: conjunto histórico em relevo elevado, com vista para o Parque Lacustre, e desenho urbano diferenciado. Melhoria da paisagem e infraestrutura urbana devido às recentes obras de pavimentação na área norte do distrito-sede e nas sedes de Abapã e Socavão. Valor venal dos terrenos do entorno da porção central urbana estão entre os mais altos da cidade - apenas abaixo dos verificados no próprio bairro Centro e Castrolanda. Possibilidade de adensamento populacional e otimização do uso de infraestruturas, serviços e equipamentos já disponíveis na sede urbana, através da ocupação de vazios e adensamento e/ou verticalização. Área agregada ao perímetro urbano, ao sul da sede, tem capacidade ocupacional superior à demanda projetada para 2040. Na Nova Castro há previsão de utilização de instrumentos urbanísticos, possibilidade de concentrar os órgãos públicos dispersos na sede, e detém áreas reservadas para habitação de interesse social (Jardim Alvorada). Fatores que poderão facilitar a definição e monitoramento através das unidades de planejamento: (i) macrozoneamento vigente é compatível com a delimitação das bacias hidrográficas, e (ii) o limite da macrozona de reestruturação econômica da bacia do Ribeira coincide com limites dos setores censitários (IBGE). 202 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 A conservação do patrimônio histórico-cultural de Castro é compatível e pode trazer benefícios para a atividade comercial na área central, apesar da possibilidade de restrições construtivas e de mobilidade. Menos de 2% dos domicílios foram construídos com madeira aproveitada: habitações de Castro estão em processo de melhoria quanto ao material de construção. Adequação construtiva de grande parte dos domicílios de Castro. Déficit habitacional de Castro (2010), apesar de superior à média do estado do Paraná, pode ser parcialmente atendido pelo estoque de domicílios vagos na área urbana e totalmente atendido com o estoque para a área rural. Programas e projetos habitacionais de interesse social e de regularização fundiária estão em implantação no município, tanto na sede urbana quanto nas vilas distritais. Com os projetos citados, há possibilidade de recuperação de áreas livres públicas de novos loteamentos (atualmente em falta na porção sul da sede) e irregularmente ocupadas. Projetos de regularização fundiária em implantação na Vila Tronco e, futuramente, nos demais distritos de Castro. 203 5. ASPECTOS DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS 5.1. MOBILIDADE Os aspectos relacionados à mobilidade são descritos e analisados pormenorizadamente no relatório de Diagnóstico do Plano de Mobilidade. Nos itens a seguir são apresentadas as principais conclusões desta análise, juntamente com algumas complementações necessárias para a compatibilização entre o uso do solo e o sistema viário. 5.1.1. Infraestrutura viária e circulação urbana Nesse item serão analisadas as questões de sistema rodoviário, acesso à cidade, frota, hierarquia viária, circulação e sinalização. 5.1.1.1. Acessos à cidade Existem conflitos na circulação pela principal entrada da cidade, no acesso pela Rodovia PR 151 à Rua Major Otávio Moraes, devido à geometria inadequada das pistas e estruturas locais, apresentando declives acentuados, falta de visibilidade, curvas sem o raio mínimo de giro e cruzamentos em diagonal. Conflitos entre veículos de cargas, locais e pedestres são frequentes. Concebendo alterações para o sistema rodoviário regional, o PEOT estabelece 05 interseções que dão acesso à malha urbana da sede, aos distritos industriais e regiões rurais do município, como pode ser observado na Figura 58. Ao se implementar os acessos previstos, algumas interseções deverão ser desativadas devido à sua interferência no tráfego da PR 151, e substituídas por interseções em níveis separados. 204 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 58: Esquema da proposta do sistema de acessos à Castro (PEOT) Fonte: PEOT, 2014. Um desses casos é a interseção da PR 340 com a PR 151, atualmente inadequada tendo em vista o tráfego intenso de carga, sem acesso direto ao sentido sul da PR 151. Nesse sentido o PEOT propõe a implantação de uma interseção em nível separado (Figura 59). Figura 59: Interseção da PR 151 com a PR 340: à direita, a situação atual; à esquerda, proposta de implantação de trincheira (PEOT). Fonte: PEOT, 2014. 205 Além dos acessos próximos à sede urbana, há a interseção projetada da PR 151 com a rodovia de Contorno Norte, que dará acesso ao Distrito Industrial I, à oeste, e à Castrolanda, Distrito Industrial II e distritos de Abapã e Socavão, a leste. 5.1.1.2. Frota A frota do município apresenta a predominância de automóveis (70%), seguida pelas motos (18%), com representatividade de caminhões (11%), com ônibus e outros veículos com cerca de 1%. Verifica-se que nos últimos dez anos a frota mais que dobrou, passando de 18.048 veículos em 2006 para 37.557 em 2015. Destaca-se a quantidade de caminhões muito acima do encontrado em cidades de mesmo porte. Figura 60: Caracterização da frota de Castro, julho de 2015 Ônibus e micro-ônibus 560 - 1,49% Outros 39 - 0,11% Motocicleta e afins 6.647- 17,70% Caminhão e afins 4.105 - 10,93% Automóvel e afins 26.206 - 69,77% Fonte: DENATRAN, adaptado pela FUNPAR, 2015. É possível verificar pela Erro! Fonte de referência não encontrada. que, em enos de 10 anos, a frota de veículos praticamente dobrou, passando de 18.048 em 2006 para 37.557 em 2015. Apesar de que, em 2006, o sistema viário da sede urbana estivesse superdimensionado frente à quantidade de veículos, esse incremento na frota tem impacto significativo na fluidez do tráfego da sede urbana de Castro. 206 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Gráfico 16: Evolução da frota de Castro, julho de 2006 a julho de 2015 37.557 35.357 32.789 30.304 27.989 25.830 23.768 21.709 18.048 2006 19.577 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: DENATRAN, adaptado pela FUNPAR, 2015. 5.1.1.3. Hierarquia viária O Plano Diretor de 2006 define, pela lei do Sistema Viário, a conceituação e caracterização das vias conformando uma hierarquia viária, de forma a disciplinar o uso das vias urbanas e rurais. Entretanto, como pode ser observada nos Mapas 24 e 25, em muitos casos a definição da lei não é condizente com o uso atual das vias. No caso do sistema viário rural, percebe-se que, na sua maioria, as estradas definidas por lei como Principais ou Troncais coincidem com as vias de maior tráfego atualmente11. Faz exceção a estrada entre o Socavão e Bairro dos Melo, na divisa do Município com Doutor Ulisses. Nessa região, a via considerada principal é a que passa por Tanque Grande e vai até a localidade de Caraguata, também na divisa municipal. A legislação considera essa via como Estrada Secundária ou de Ligação. Esse caso ganha importância por se configurar como um traçado prévio para continuação projetada da PR 340 até o município de Cerro Azul. Ainda no âmbito municipal, também é possível perceber que muitas vias consideradas importantes pelo uso atual não são classificadas pela lei como vias troncais ou de ligação. Por outro lado, com menos intensidade, há vias classificadas como de ligação, mas não aparecem como importantes pelo uso atual, como é o caso da estrada que liga as localidades de Cercado, São Luiz do Machado, Água Vermelha e Paina. Na área urbana, verifica-se que as vias definidas legalmente como estruturais estão realmente exercendo essa função, com exceção da Av. Bento Munhoz da Rocha Neto que, apesar da tendência de se tornar uma, ainda possui pouco tráfego devido à configuração da ocupação atual do solo. Por outro lado, as ruas Olegário de Macedo e Santos Dumont são consideradas como coletoras pela legislação, mas exercem a função de vias estruturais, ligando transversalmente as várias regiões da cidade e se 11 Tomando-se por base o trabalho de manutenção das vias pela PMC, as vias de maior tráfego e consideradas de maior importância estão marcadas no mapa como estradas troncais. 207 configurando como principal acesso do centro à Vila Rio Branco. Na região norte, por fazer a ligação desse compartimento ao núcleo central, a rua Heraclio Mendes de Camargo também se configura como uma via estrutural. Nessa perspectiva, a função de coletora atribuída pela legislação à rua São Tomé perde sentido. Em relação às vias coletoras a falta de coincidência entre a legislação e o uso atual das vias é maior. Nesse caso se destaca a rua Dr. Jorge Xavier da Silva, que exerce a função atual de coletora, quando tem um perfil de via de comércio, com tráfego lento e prioridade para pedestres. Esse fato gera conflitos de uso e riscos de acidentes. A prefeitura está elaborando um projeto de priorização do caminhamento de pedestres, levantando as faixas de travessia nos cruzamentos, o que provavelmente levará à preferência de circulação de maior velocidade e veículos mais pesados para as vias paralelas, ruas Romário Martins e Dom Pedro II, dirimindo o conflito viário. Na Vila Rio Branco, o Plano Diretor definiu como vias coletoras as ruas Cel. José Marcondes e Padre Casimiro, na parte oeste, e Ruas Jerônimo Cabral Pereira do Amaral e Antônio José Gomes, a leste, na tentativa de modificar o uso das vias Cruz Machado e Javert Madureira para função prioritária de pedestres, devido ao comércio mais intenso instalado nessas ruas. Entretanto, das vias definidas legalmente como coletoras, apenas a rua Antônio José Gomes exerce realmente a função. Sobre essa via, o PDM de 2006 propõe sua ligação com a rua Otávio Novaes Junior, proporcionando a conexão do sistema à PR 340 ao sul. Como essa ligação não foi realizada, atualmente o tráfego se desvia pela rua Nelson Iwanovski, o que pode acarretar em lentidão de tráfego com o aumento da circulação na área. As Ruas Javert Madureira e Cruz Machado apresentam conflito de uso especialmente na região próxima à PR 340, onde o comércio e o tráfego de pedestres é mais intenso. O Mapa 26 também mostra a proposta de novos anéis viários que interligam o sistema viário intraurbano com o regional, (i) com um anel interno que aproveita as vias Cel. Olegário de Macedo e Santos Dumont para fazer a conexão entre o acesso principal da cidade e a zona proposta de grandes equipamentos, a leste da malha urbana; (ii) um anel mais externo propondo mais uma via de ligação do núcleo central à Vila Rio Branco, margeando o rio Iapó. Esses anéis se completam pela implantação de uma nova via longitudinal que delimita a malha urbana a leste, conectando-se a via principal do plano piloto do empreendimento Nova Castro. Em relação à área de expansão, deverá ser definida a classificação hierárquica das vias da Nova Castro e a proposição de diretrizes viárias para a região próxima à PR 340. Cabe também destacar que a lei de sistema viário propõe o perfil e dimensionamento para cada função apenas para novas vias e, em muitos casos, a implantação da proposta para vias existentes se torna inviável, por demandar muitas desapropriações (Figura 61) 208 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 61: Comparação da proposta de perfil viário (Lei de Sistema Viário) e conformação atual das vias (Rua Cruz Machado). VIA PREFERENCIAL DE PEDESTRE A via atual é mais estreita que o perfil proposto Fonte: Google, 2015; Lei Municipal 34/2011. As questões apontadas acima denotam a necessidade de revisão da lei municipal de Sistema Viário. A malha viária urbana encontra-se, na grande maioria, pavimentada, com diferentes tipos de revestimento, mas com predominância de pavimento asfáltico (Mapa 27). A malha viária dos Distritos é mesclada entre vias pavimentadas e não pavimentadas, sendo que o Distrito de Socavão, o que possui maior concentração de população, é o que apresenta o maior percentual de vias pavimentadas. Na área rural, as rodovias de acesso aos distritos de Abapã-PR-090 e Tronco-PR151, são pavimentadas em boas condições, já as vias de acesso ao distrito de Socavão e demais comunidades, são pavimentadas com saibro ou revestimento primário, dificultando a circulação de veículos nos períodos de chuva. 209 210 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 25: Hierarquia Viária Municipal 211 212 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 26: Hierarquia Viária Urbana 213 214 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 27: Pavimentação da Sede Urbana 215 216 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.1.1.4. Sinalização A sinalização das vias urbanas, em geral, está deficitária ou carecendo de manutenção, ou ainda, se apresenta fora dos padrões estabelecidos pelo CTB - Código de Trânsito Brasileiro e pelos Manuais de Sinalização Vertical e Horizontal do DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito. O estacionamento na área central, nas vias com vagas da Zona Verde, é delimitado por sinalização horizontal e regulamentado através de sinalização vertical e se apresenta com condições precárias de manutenção. O estacionamento de motos também está, na maioria das ruas, demarcado e mesmo na Zona Verde não é remunerado. Observa-se ainda a destinação de vagas especiais para deficientes e idosos, conforme preceituado em legislação federal, porém, com a sinalização fora dos padrões estabelecidos pelo CTB e Manuais do DENATRAN. Figura 62: Deficiências na sinalização viária em Castro Fonte: Funpar, 2015 5.1.1.5. Circulação A circulação viária em Castro é mais intensa na área central – inclusive no setor histórico – na Vila Rio Branco e nas Rodovias PR-151, PR-340 no perímetro urbano e PR-090 (ver Mapa 26: Hierarquia Viária Urbana). A tabulação da Pesquisa Volumétrica, executada durante o período das 7 às 20h no cruzamento das ruas Cel. Olegário de Macedo e Vicente Fiorillo, evidenciou que o pico horário da cidade é das 17 às 18h, com volume de tráfego, neste cruzamento, na ordem de 2005 Unidades Carro Passeio – UCP/hora. No pico da manhã, encontrado no período das 07:15 às 08:15h, o volume de tráfego foi de 1448 UCP/h e no pico do meio do dia, das 12:45 às 13:45h, o volume foi de 1993 UCP/h. Comparando-se com dados de cidades de mesmo porte, tanto o horário de pico tem curta duração como o volume de trafego é ainda manejável (aquém da saturação). Os principais gargalos ocorrem por traçados geométricos deficientes, sinalização inadequada, fiscalização inadequada e desconhecimento das regras de trânsito pelos motoristas. 217 Figura 63: Contagem de tráfego na Interseção das ruas Cel. Olegário de Macedo e Vicente Fiorillo. Fonte: Funpar, 2015. Um dos fatores que dificultam a circulação na área central é o tráfego intenso de caminhões. Um dos principais conflitos acontece na PR 340, rota necessária para o escoamento da produção proveniente do interior de Castro, já que não há vias de contorno mais afastadas. Essa rodovia exerce também a função de via estrutural urbana, resultando em lentidão de tráfego e risco de acidentes. Nesse sentido, o PEOT propõe anéis de circulação viária que organizam o tráfego e conectam o tecido urbano ao sistema rodoviário regional. 218 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Figura 64: Anéis de circulação viária propostos no PEOT. Fonte: PEOT, 2014. O plano propõe uma alternativa de curto prazo, passando pela via principal projetada para a Nova Castro, e uma alternativa de longo prazo, que liga o Parque de Exposições à rodovia PR 151 na região próxima ao Tronco. Apesar dessa proposta, devido ao custo das obras, talvez deva ser pensado uma alternativa de organização do tráfego na própria PR 340, coadunando-se com a necessidade de se estudar as interseções que fazem a travessia do centro e Vila Rio Branco para a parte sul da cidade, que se encontra em plena expansão. Além do caso da PR 340, existe uma rota de caminhões que passa por outras vias da área central, em grande parte por causa do trajeto dos caminhoneiros até suas residências. Nota-se a presença de veículos de carga estacionados em diversas vias urbanas, em frente a residências, muitas vezes prejudicando a circulação viária. A prefeitura propôs um itinerário no sentido de organizar esse tráfego, ressaltando-se que ele ainda está sendo testado. 219 Figura 65: Rota de Caminhões na área central da cidade. Fonte: Funpar, 2015. A situação se agrava pela falta de restrição para circulação de máquinas agrícolas nas vias urbanas, sendo que é comum encontrar tratores circulando entre os demais tipos de veículo em vias estreitas e locais, gerando, muitas vezes, conflitos de trânsito. No bairro Centro, incluindo o Centro Histórico e Vila Rio Branco, assim como no Jardim das Araucárias, existem vias com sentido único de circulação, determinadas pela administração pública ou pelo Plano Diretor de Transporte e Circulação do Município de Castro, elaborado em 2010. Na área central, pela estruturação das vias, em geral estreitas, os sentidos de circulação em mão única facilitam os deslocamentos, organizando os fluxos com maior segurança, embora careça de um estudo mais aprofundado da circulação viária de toda área fazendo interface com os bairros adjacentes e os acessos da cidade. Na Vila Rio Branco há um binário que atende o fluxo local e de passagem, formado pelas ruas Javert Madureira e Cruz Machado. 220 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Transversalmente a esse binário, existem outras vias de sentido único de circulação, ligando os Bairros do compartimento da Vila Rio Branco com a área central da cidade. Tendo em vista o perfil relativamente estreito das vias dessa região (em torno de 12 metros, contando com os passeios), a solução de vias de mão única formando binários se mostra adequada. Entretanto, deve se considerar que as ruas Javert Madureira e Cruz Machado têm características comerciais, acarretando num conflito de usos. No Jardim das Araucárias, foi informado pela Secretária de Segurança Pública – autoridade de trânsito local – que existem vias de sentido único implantadas em função da pouca largura das vias internas ao conjunto habitacional existente, porém, não estão sendo respeitadas pela comunidade, uma vez que dificultam os acessos às moradias. Na área central existe uma circulação em “mão inglesa”, para facilitar a circulação e giros entre o binário de tráfego das ruas Princesa Izabel e Nossa Senhora do Carmo implantada pela Secretaria Municipal de Segurança Pública, facilitando o acesso à Escola Adventista. Apesar de ter sido criticada pela mídia local, a implantação desta mão inglesa facilitou a circulação no entorno da Escola Adventista e deve permanecer como tal, embora necessite de adequação na sinalização implantada. Figura 66: esquema de mão inglesa. Fonte: Funpar, 2015. Observa-se que a malha viária da cidade, em especial na área central, apresenta problemas relacionados à pavimentação, calçadas e passeios, particularmente com relação à acessibilidade, conforme determina legislação federal, o que dificulta a circulação viária dos usuários. Para embasar o Plano de Mobilidade, foi realizada uma pesquisa de Contagem Classificada, e a partir dos seus resultados se identificou a necessidade de intervenções 221 nos cruzamentos, principalmente em relação aos ciclos semafóricos muito extensos, como também na correção da geometria destes e de demais cruzamentos da região. Na área central, mais especificamente na Rua Dr. Jorge Xavier da Silva e ruas transversais a ela, encontra-se a concentração do comércio local, com lojas em geral, bancos, farmácias, supermercado e algumas prestadoras de serviço. Tais características acarretam na geração de fluxos viários intensos, bem como na circulação de pedestres, que é bem atendida nesse trecho, como o dimensionamento adequado das calçadas. 5.1.2. Transporte não motorizado e acessibilidade 5.1.2.1. Transporte não motorizado A circulação de pedestres em Castro apresenta problemas pela descontinuidade ou mesmo inexistência de calçadas, com diversos locais apresentando “degraus”. Na área central a circulação de pedestres é dificultada pela pouca largura e pelo revestimento das calçadas. Figura 67: Calçadas dificultam a circulação dos pedestres. Fonte: Funpar, 2015. Observa-se a existência de um tratamento especial nas calçadas da área comercial mais representativa do centro, na Rua Dr. Jorge Xavier da Silva, trecho entre as ruas Antônio Rolin de Moura Rua Major Otávio Novaes, e na ligação das ruas Padre Damasco e Rocha Pombo. Esse tratamento facilita a circulação de pedestres. Ressaltase que a prefeitura vem elaborando um projeto de melhoria dos cruzamentos da Rua Dr. Jorge, priorizando a circulação de pedestres em relação ao transporte motorizado, que deverá melhorar ainda mais o caminhamento e a acessibilidade. Figura 68: Localização do Trecho com Tratamento Especial da Calçada 222 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Fonte: FUNPAR, 2015 Figura 69: Calçada da Rua Dr. Jorge Xavier da Silva Fonte: FUNPAR, Google Earth - Street View, 2015 Verifica-se que o modal cicloviário aparece apenas nos bairros, mas não é representativo na área central, com a circulação de bicicletas sendo compartilhada com o tráfego em geral. Observa-se que o ciclista nem sempre obedece as normas de trânsito, com muitos trafegando na contramão de seu sentido de circulação, expondo-se a acidentes. Há uma única ciclovia existente, entre o rio Maracanã e o portal de Castrolanda, que se encontra em estado de abandono, com pavimento deteriorado e sem uso, não havendo outras ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas na área urbana da Sede. Recentemente, a prefeitura conseguiu aprovar uma verba para a construção do primeiro 223 trecho de ciclovia no tecido urbano, a ser implantada na Avenida Miguel Couto, entre a Avenida Tiradentes e a Rua Cel. Olegário de Macedo. A circulação de veículos de propulsão humana e de tração animal ocorre eventualmente, sem gerar problemas para a circulação viária. 5.1.2.2. Acessibilidade Em Castro a acessibilidade abrange a implantação de rampas nas calçadas, especialmente na área central. Na maioria das interseções dessa região, quando existem, as rampas não estão de acordo com a norma, sendo que em alguns locais foram utilizadas placas metálicas em substituição às rampas, com o quase nivelamento com a pista com a calçada, mas existe uma “calha” para o escoamento das águas pluviais; e nas vias com pouca largura das calçadas as rampas não têm as dimensões recomendadas pela norma. Verifica-se que, em diversas interseções, ocorre a existência de rampa em uma das calçadas, não havendo correspondência na outra calçada, com poucas áreas além do centro têm rampas nas interseções ou nas faixas de pedestres. Figura 70: Deficiências de acessibilidade em Castro Fonte: Funpar, 2015. A disposição de postes da COPEL e mesmo os postes de apoio da sinalização, em geral, são implantados de forma a criar obstáculos à faixa livre regulamentar das calçadas. 5.1.3. Transporte Público 5.1.3.1. Transporte público intermunicipal O atendimento das viagens intermunicipais é realizado na Rodoviária Municipal, que conta com mais de sete empresas. A prefeitura vem estudando a transferência do terminal para outro local com maior facilidade de acesso pelos ônibus intermunicipais, com algumas opções próximas à PR 151 ou PR 340. 224 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.1.3.2. Transporte coletivo O sistema de transporte público coletivo urbano, no modal ônibus, é composto por 20 linhas com itinerários variáveis, frota total de 35 ônibus com equipamentos de acessibilidade, com demanda mensal de 88.044 passageiros e quilometragem mensal de 64.980 km, com IPK de 2,7, com tarifa de R$2,70 (desde março de 2015). O sistema é operado pela empresa Viação Cidade de Castro, por um Contrato de Concessão de Serviço Público de Transporte Coletivo (nº 050/2013, com vigência de dez anos, renováveis por mais dez anos), embasada no Plano Diretor de Transporte e Circulação do Município de Castro, elaborado em 2010, cuja operacionalização foi modificada por diversos motivos. A cobertura espacial do sistema transporte público coletivo urbano é abrangente, sendo que o sistema não apresenta carregamentos expressivos, e na maioria dos horários a lotação dos veículos é muito baixa. A frota operante, composta por ônibus e micro-ônibus, é nova, dotada de acessibilidade, atendendo às demandas existentes. Em muitas linhas os itinerários são confusos, pois são alterados a partir das 18:00 horas, domingos e feriados, podendo gerar confusão para os usuários que não estão familiarizados com os percursos, uma vez que não foi identificado um sistema de informações que estabeleça as mudanças de itinerário, dando confiabilidade ao sistema. A superposição de itinerários, em determinado trechos, são coincidentes com os locais de concentração de atividade de comércio e serviços, proporcionando o acesso a tais atividades. A maioria das vias utilizadas pelos itinerários são adequadas ao tráfego de ônibus (Mapa 28). No entanto, o tráfego desses veículos no setor histórico pode trazer consequências indesejáveis ao casario. Além disso, a alta concentração de itinerários na rua Dr. Xavier pode contribuir para a saturação dessa via. Ressalta-se também a grande concentração de itinerários na ligação entre a Vila Rio Branco e o Jardim Arapongas. Como explanado no item 5.1.1.3, o Plano Diretor vigente propõe uma ligação entre a rua Antônio José Gomes e Otavio Novaes Jr, ação que daria maior fluidez também ao transporte coletivo. 225 226 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 28: Transporte Urbano Coletivo: Eixos 227 228 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 A infraestrutura de apoio ao transporte público coletivo urbano é composta por abrigos para embarque e desembarque de passageiros, distribuídos ao longo dos itinerários da Sede, entretanto nos bairros periféricos não se verificam muitos abrigos. Figura 71: Pontos de embarque e desembarque Fonte: FUNPAR, Google Earth - Street View, 2015 O controle operacional e a fiscalização do serviço de transporte público coletivo, urbano ou rural, só é acionado sob denúncia. Assim, por falta de pessoal qualificado, o poder público não possui mecanismos de monitoramento dos serviços e de correções necessárias no seu funcionamento. O sistema de transporte público coletivo rural, no modal ônibus, também equacionado pelo Plano Diretor de Transporte e Circulação do Município de Castro, tem um contrato com 7 empresas que operam 17 linhas, que venceram a licitação em 2008, começaram a operar em 2010, com vigência de três anos, ou seja, já está expirado. Nas rodovias e estradas rurais existem abrigos para o embarque e desembarque de passageiros, tendo como principal estrutura o Terminal Intramunicipal, localizado na Vila Rio Branco. Esse equipamento é subutilizado, pois serve apenas como apoio de passagem na Sede, já que as linhas rurais chegam até à Rodoviária, levando à possibilidade de sobrecarga do equipamento intermunicipal. Esse fato também denota a falta de articulação entre o sistema intramunicipal e o sistema urbano. Figura 72: Equipamentos de apoio do transporte coletivo rural. Abrigo de ônibus na estrada para o Socavão Terminal intramunicipal da rua Javert Madureira. Fonte: Funpar, 2015. Cabe ressaltar que a prefeitura vem elaborando um projeto para equipamentos urbanos multifuncionais para os distritos de Abapã e Socavão, que deverão contemplar plataformas de embarque e desembarque de passageiros, conforme a figura 229 Figura 73: Equipamento público urbano multifuncional para os distritos rurais, com plataforma de embarque e desembarque de passageiros. Fonte: PMC, 2015. 5.1.3.3. Transporte escolar O transporte público escolar na área urbana é remunerado, sendo contratado diretamente entre o transportador e os pais ou responsáveis pelas crianças. Não há controle do poder público sobre esse serviço, havendo apenas a verificação anual da qualificação do motorista e das condições dos veículos. A concentração de escolas em determinadas áreas, bem como a falta de disciplinamento do serviço de transporte geram problemas de circulação de veículos nas imediações das escolas nos horários de entrada e saída de estudantes. Figura 74: Concentração de Transporte Público Escolar na Rua Visconde do Rio Branco Fonte: FUNPAR, 2015 O transporte público escolar rural municipal foi licitado em 2014, com 12 empresas, que atendem 4.000 alunos de 31 escolas das redes municipal e estadual, com 76 linhas que percorrem 7.890 km/dia e frota de 80 veículos. 230 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.1.3.4. Transporte público individual Em Castro o transporte público por táxi é definido como um sistema auxiliar do modo de transporte motorizado e não concorrente com o sistema de ônibus, considerando a tipologia da frota, a localização dos pontos de táxi e a regulamentação do serviço. A frota de táxi, composta por 35 automóveis cadastrados na categoria aluguel junto ao RENAVAN, tem suas características definidas pela Lei 1568/2007 que estabelece o modelo, o número de passageiros e de portas, os equipamentos obrigatórios, a identificação do veículo, a vida útil, entre outros requisitos. Os pontos de táxis são em número de 16, conforme pode ser observado na Figura 75. Figura 75: Localização dos pontos de táxi Fonte: FUNPAR, 2015. 231 O serviço de táxi satisfaz a demanda, sendo que o ponto da Rodoviária, em regime de plantão, atrai os táxis, provocando uma carência nos demais pontos. Dessa forma, é comum que os usuários precisem se deslocar até a Rodoviária para ter acesso a um táxi, pois os veículos não permanecem nos demais pontos da cidade. 5.1.4. Transporte Aeroviário AEROPORTO O Plano Aeroviário do Estado do Paraná, elaborado pela Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná (SEIL) contempla, dentre outras questões, a realização de um prognóstico sobre a demanda futura pelo transporte aéreo no Estado. O plano define um sistema de aeroportos do Paraná, de forma a abranger todo o estado, elegendo 11 aeródromos para prioridade de investimentos, em conformidade com o Programa de Investimento em Logística – PIL, do governo federal. Figura 76: Rede Estadual de Aeroportos em conformidade com o PIL. Fonte: SEIL, 2015. Observa-se na Figura 76 que, na região dos Campos Gerais, o aeroporto de Ponta Grossa foi selecionado para compor a rede estadual, sendo classificado como aeroporto regional, enquanto que o aeródromo de Castro, pela sua classificação, funciona para atender “a aviação não regular de pequeno porte, gerada pela atividade econômica local”. Um dos resultados do plano é o Programa de Melhoria na Gestão Aeroportuária, composto por quatro linhas de ação, a saber: (i) contratação dos planos de zoneamento; (ii) estudos para regularização ambiental; (iii) projetos e obras e (iv) apoio técnico e 232 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 institucional aos aeroportos do PIL. Dentre elas, Ponta Grossa é contemplada pela quarta linha, prevendo-se a construção de um novo aeródromo de forma a ampliar sua capacidade. Castro é contemplada pela linha de regularização ambiental, tendo em vista que seu aeroporto já possui plano de zoneamento, contratado pela prefeitura em 2013. Dentre as principais reivindicações dos empresários paranaenses, está a estruturação do transporte aeroviário de cargas, que constitui um dos grandes gargalos no cenário de desenvolvimento econômico da Região dos Campos Gerais. Conforme estudos do Plano Aeroviário, há possibilidade de ampliação do aeroporto de Ponta Grossa para atendimento da região leste do estado e, sobretudo, da RMC, que se caracteriza como a maior demandante deste tipo de serviço no estado (Figura 77). Figura 77: Municípios que demandam carga aérea de exportação dos aeródromos paranaenses. Fonte: FAPEU/SEIL, 2015. Diante deste panorama, é relevante destacar outra iniciativa de empreendedores paranaenses em formalizar a Companhia Aeroportuária Campos Gerais (CACG) para a construção de um terminal de cargas multimodal de grande porte na região. O projeto do Aeroporto Internacional dos Campos Gerais está em fase de licenciamento ambiental etapa final do cumprimento dos requisitos legais para a implantação de um empreendimento deste porte. A Companhia Aeroportuária dos Campos Gerais solicitou ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a emissão de licença prévia para implantação do sítio aeroportuário, cujo custo é estimado em R$ 3,5 bilhões. É previsto que este seja o primeiro grande polo comercial multimodal do Brasil, a ser instalado às margens do Rio Tibagi, na divisa entre os municípios de Palmeira e Ponta Grossa. Este empreendimento visa a integração dos 233 sistemas rodoviário e ferroviário de maneira estratégica para o atendimento do Centro Oriental paranaense. Este terminal projetado pela CACG é diferenciado por se tratar de um aeroporto que agrega viés industrial, com previsão de abrigar um porto seco e indústrias não poluentes em sua área de domínio. O Aeroporto Major Neodo Pereira, localizado entre a sede urbana e a Castrolanda (Figura 78), está estrategicamente situado entre duas rodovias estaduais relevantes (PR151 e PR-090). Atualmente, as operações do terminal são destinadas a voos particulares e aeronaves de pequeno porte, entretanto, o poder público municipal demonstra interesse em ampliar as funcionalidades deste aeródromo, investindo em melhorias na hangaragem, sistemas de proteção ao voo e iluminação da pista. Soma-se a isto, o fato de obras de melhorias terem sido concluídas recentemente no aeroporto no ano de 2013. Figura 78: Aeroporto municipal de Castro. Fonte: PEOT, 2014. O aeródromo situa-se também próximo de zonas urbanas, conformando uma limitação para a operação aeronáutica e ampliação da pista de pouso desde que não sejam instalados obstáculos ou edificações próximas de sua área. A ampliação da pista é um fator necessário para que o mesmo comporte aviões de carga (grande porte). Vale ressaltar que a possibilidade de adequação do Major Pereira necessita de estudos técnicos especializados que comprovem sua viabilidade. 234 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.1.5. Transporte Ferroviário Como descrito no relatório de avaliação do cenário municipal do Plano de Desenvolvimento de Castro, a infraestrutura de transportes de Castro é complementada pelos ramais ferroviários que interceptam o município no sentido norte-sul. Castro destaca-se de outros municípios paranaenses de médio porte, uma vez que detém acesso a duas linhas férreas que constituem importantes rotas para os estados de Santa Catarina e São Paulo, e cuja confluência dos traçados ocorre ao sul, no município de Ponta Grossa (PR), e ao norte, no município de Itapeva (SP). Ambos os ramais são de responsabilidade da concessionária de serviços de transporte de cargas Rumo-All, que através de Contrato de Arrendamento (1997), recebeu da União os bens relativos à operação ferroviária. O sistema ferroviário que intercepta o município configura-se como um fator atrativo em potencial para novos empreendimentos, sobretudo, pelo fato dos ramais de transporte incidir nos Distritos Industriais I e II, conforme indicado no item 3.1.5. Figura 79: Sistema ferroviário em Castro. Fonte: PEOT, 2014. Desta forma, os polos industriais dispõem da possibilidade de escoamento da produção e transporte de insumos através de um modal complementar, que incrementa e reduz custos às operações de logística das empresas. Além do fato do transporte 235 ferroviário ser especialmente vantajoso para as indústrias que utilizam o Porto de Paranaguá para exportação de produtos. Diante desta perspectiva, as empresas já instaladas nestes distritos, como Cargill, Evonik e Naturalle, demonstram interesse no usufruto do modal. Segundo a Rumo-All, atualmente, não há contrato de concessão com as empresas Calpar e Castrolanda, porém, existem contratos comerciais de transporte com a Calpar. Ademais, apenas a indústria papeleira Klabin, instalada em Telêmaco Borba (PR), utiliza a malha ferroviária que intercepta a sede de Castro. Este ramal oeste (ramal de Harmonia), cujo traçado intercepta a sede urbana e o Distrito I, condiciona a malha viária e, sobretudo, a mobilidade intraurbana nas interseções com vias que integram o sistema viário básico de Castro. Estão surgindo movimentos favoráveis ao remanejamento dos trilhos, em vista não só dos conflitos entre diferentes modais de transporte, mas também, pela compartimentação da circulação. Conforme informações da concessionária, são transportados no ramal leste que intercepta o Distrito II (ramal Uvaranas-Tatuí), as seguintes mercadorias: arroz, cimento, siderúrgicos e containers, provenientes de Apiaí (SP), Tatuí (SP) e Ponta Grossa (PR). A iniciativa de investimentos privados em área próxima ao trevo da PR-340 e PR090, cortada pelo ramal leste, foi descontinuada em vista da resistência da Rumo-ALL em manter a operação ferroviária na estação Maracanã. Figura 80: Terminal de cargas inoperante na Estação Maracanã. Fonte: Renwysocki/Panoramio, 2011 Para que a utilização das linhas ferroviárias seja efetiva e eficiente, a malha atual necessita de investimentos em infraestrutura, com o intuito de aumentar a capacidade operacional para atender a grande demanda prospectada por empresas como a Cargill. Dentre outros motivos que desmotivam a ampla utilização dos ramais ferroviários em Castro, estão: a falta de oferta de vagões, manutenção inadequada das linhas férreas, condições precárias da infraestrutura de apoio, má gestão dos serviços, problemáticas na gestão dos contratos com a concessionária Rumo-All, além da baixa demanda local se comparada ao grande volume transportado proveniente do norte do estado. Em relação às tendências futuras para este modal, destaca-se o Programa Federal de Investimentos em Logística, que tem como objetivo renovar e integrar a malha brasileira de transportes, conjugando ferrovias, rodovias, portos e aeroportos (ANTT, 2013) – através do qual se prevê um novo ramal ferroviário interceptando o município de 236 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Castro. Por um estudo preliminar divulgado pela ANTT, a nova linha deve ser construída paralelamente ao ramal leste, ligando o município de Mainrinque (SP) com o porto de Rio Grande (RS). A principal demanda para esta ferrovia vem da Petrobrás, mas o ramal poderia atender outras necessidades das localidades do seu trajeto. 5.2. SANEAMENTO BÁSICO 5.2.1. Abastecimento de água O sistema de abastecimento de água no município de Castro está sob concessão da empresa Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). A análise de suas condições gerais, características principais e abrangência do atendimento, serão descritas a seguir. 5.2.1.1. Distrito Sede de Castro O sistema de abastecimento de água de Castro está a cargo da Sanepar e, segundo a qual, existem 15.953 ligações na rede, sendo 17.082 economias de água – tais dados são correspondentes ao ano de 2013 (SANEPAR). Atualmente, o atendimento da rede abrange a totalidade da população urbana atual da sede de Castro, estimada em 70.810 habitantes para o ano 2015. 5.2.1.1.. Sistema de Produção e Tratamento Com relação aos mananciais, o sistema de abastecimento de água castrense é abastecido por 3 de caráter superficial: Mina Santa Leopoldina, rio São Cristóvão e rio Iapó. A Mina Santa Leopoldina possui vazão de outorga de 40 m³/h, vazão de operação 49,7 m³/h e funcionamento de 24 horas por dia. Segundo informações obtidas junto à concessionária, a vazão máxima aproveitada deste manancial é de 70 m³/h. O rio Iapó, cuja área de drenagem é de 1.137,90 km², possui vazão de outorga de 240 m³/h e vazão de operação de 200m³/h, com regime de funcionamento de 18 a 21 horas outorgáveis. Apesar de possuir uma área de drenagem quase 40 vezes inferior ao Iapó, o rio São Cristóvão fornece a mesma quantia quanto à vazão de outorga e de operação, segundo o mesmo regime de funcionamento diário. A captação do Córrego São Cristóvão é considerada de grande importância municipal pelo volume considerável de contribuição para o sistema de abastecimento público. Entretanto, de acordo com técnicos da Sanepar, dentre os pontos de captação, é o que apresenta os piores índices de qualidade da água. Aventa-se, portanto, a possibilidade de implantação de um 4º ponto de captação no Rio Maracanã, à montante da área urbana da sede de Castro. Mina Santa Leopoldina - Captação CSM01: é a mais antiga em atuação no território de Castro, com mais de 70 anos. Possui barragem de nível com adução por gravidade de água bruta até a ETA; Linha adutora AAB01 com 7.523m, sendo dividida em dois trechos: 1º trecho em Fibrocimento DN 200 e 3.000 m; e 2º trecho em PVC DEFoFo DN 200 com 4.523m. 237 Rio Iapó - Captação CSP01: com tomada de água direta no leito do rio para a EEB01, possui recalque direto para a ETA. Possui gaiolas com gradeamento grosseiro na ponta da sucção. Elevatória da captação EEB01: vazão recalque de 230,40 m³/h; potência de 150 CV; Hm 68,0 m; 18,20hs horas de funcionamento intermitente. Possui 2 conjuntos moto-bombas (um deles para reserva e rodízio) de eixo vertical, modelo ESCO, a céu aberto; Linha adutora AAB02 de 4.071 m com dois trechos: 1º trecho em FD DN300 com 1.948 m e o 2º trecho com DN 250 também em FD e 2.123 m. Rio São Cristóvão - Captação CSP02: a mais recente, com cerca de 10 anos, possui barragem de nível, canal de tomada e desarenador com fluxo para o poço de sucção da EEB02 que recalca para a ETA. Possui pré-tratamento composto de gradeamento. A barragem de nível não tem descarga de fundo, ocasionando sobrecarga no sistema de pré-tratamento físico. Elevatória da captação EEB02: vazão recalque de 200,0 m³/h; potência de 75 CV; Hm 59,8 m; intermitente. Dois conjuntos moto-bombas de eixo horizontal (um deles para reserva e rodízio) abrigados em casa de alvenaria, modelo KSB ETA 125/40. Paralisa a operação quando chove devido à má qualidade da água. Linha adutora AAB03 de 1.948 m em DN 250 PVC DE FoFo. 5.2.1.1.. Tratamento Atualmente, existem 2 estruturas de tratamento na rede de Castro, localizados na mesma área. A estação de tratamento de água ETA Iapó, do tipo convencional de ciclo completo, em concreto, possui capacidade nominal de 540 m³/h e funciona cerca de 17 horas por dia. Durante o processo de tratamento da água bruta, oriunda das captações dos rios São Cristóvão e Iapó, registram-se perdas de 2,65%. As unidades componentes da estação constam no Anexo VIII. Esta estação de tratamento tem capacidade de atender às necessidades atuais e previstas até o ano de 2026, de acordo com as projeções do Plano de Saneamento Básico (2013). A estação de tratamento de água ETA São Leopoldina, atualmente desativada, mantém filtros operantes que recebem e tratam as águas das Minas, cuja capacidade de tratamento é para 55 l/s (litros por segundo). A entrada de água bruta na ETA Iapó possui 2 macromedidores eletromagnéticos em DN 250, sendo um advindo da captação do rio Iapó e outro do rio São Cristóvão. Na entrada da ETA São Leopoldina existe um macromedidor eletromagnético em DN 200, proveniente da captação das minas. Já os reservatórios possuem controle de nível através de linha física por sistema elétrico. 5.2.1.1.. Sistema de Distribuição O sistema de abastecimento de água de Castro possui um centro de reservação e um reservatório isolado (REL01). No centro de reservação, localizado na área da ETA, há cinco estruturas de 25m³ a 1.500m³, das quais apenas três estão operando na função de distribuição (RAP01, REN01 e REN02). O sistema conta ainda, com seis elevatórias de água tratada, todas operadas como booster. Dentre as elevatórias, o booster Bela Vista (EET01) e o Santa Cruz (EET02) possuem problemas operacionais e de ruído elevado. Contundo, as elevatórias 238 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 de booster Contorno (EET03) e Castrolanda (EET05), possuem problemas de restrição de vazão e estão localizados em áreas abertas, sem o devido cercamento. Também se encontram em terrenos abertos, as elevatórias Nossa Senhora das Graças e Termas de Riviera, EET04 e EET06, respectivamente - a descrição dos componentes das elevatórias está no Anexo IX. Segundo informações, o índice de perdas totais do sistema está na ordem de 20% devido às substituições de rede. A rede tronco do sistema tem diâmetros variando de DN 150 a DN 300mm. A rede de distribuição, por sua vez, está dividida em 14 setores de distribuição (zonas de pressão) com sete válvulas redutoras de pressão, conforme listagem de atendimento a seguir: RDA01 - atende parte central de Castro (por gravidade dos reservatórios situados na área da ETA e serve de sucção para os booster: EET02, EET03, EET05 e EET06); RDA02 - Vila Rio Branco (por gravidade, através da RDA01); RDA03 - Vila Santa Cruz baixa (por gravidade, através da RDA01); RDA04 - Vila Santa Cruz alta (por recalque da EET02); RDA05 - Vila Rosário (por gravidade através do REL01 e recalque através da EET02); RDA06 - Jardim Bela Vista (por recalque através da EET01); RDA07 - Mirante da Serra (por recalque através da EET01); RDA08 - Vila Padre Piva (por recalque através da EET03); RDA09 - Castrolanda (por recalque através da EET04); RDA10 - Terma Riveira (por recalque através da EET05); RDA11 - Conjunto Pandorf (por gravidade, através da RDA10); RDA12 - Vila Militar (por gravidade através do REN02); RDA13 - Nossa Senhora das Graças (por recalque através da EET06); RDA14 - Vila Militar (pelo REN02). 5.2.1.1.. Ampliações Considerando o crescimento populacional e os novos empreendimentos habitacionais, como o da Nova Castro, há a necessidade de aumento do volume da captação. Além disso, tendo em vista que o crescimento populacional expressivo da malha urbana, localizada na bacia do Rio Maracanã, e que o loteamento Nova Castro se localiza nesta mesma bacia, a Sanepar prevê a mudança do ponto de captação do Rio Iapó, à jusante da confluência destes dois rios. A ampliação do sistema de abastecimento de água da cidade de Castro, com previsão de um novo manancial na continuidade do rio Iapó, compõe o Estudo Técnico Preliminar (ETP) recém finalizado pela Sanepar. O atendimento de abastecimento previsto pelo estudo abrangerá 100% da população, em um período de 20 anos, contemplados com obras de 1ª etapa (entre 2016-2027) e de 2ª etapa (2028-2037), conforme descrito a seguir: 1ª Etapa: população de 83.006 habitantes com demanda de 172,9 l/s (litros por segundo). 239 2ª Etapa: População de 94.544 habitantes com demanda de 197 l/s (litros por segundo). Dentre as ampliações previstas, as principais são: a) Captação e elevação de água bruta do rio Iapó para a estação de tratamento localizada na cidade: o local da nova captação será à montante do atual e distante do perímetro urbano; b) Reforma da estação de tratamento existente (ETA-01) para atingir a capacidade de 120,0 l/s; c) Implantação em mesma área da ETA-01, de outro módulo para capacidade de 140 l/s; d) Implantação do Sistema de Tratamento Lodo gerado pela ETA para capacidade de 260,0 l/s; e) Implantação de novo reservatório apoiado de 2.500 m³, a ser implantado em área próximo à Nova Castro; f) Implantação de um novo reservatório apoiado de 300 m³ a ser implantado junto do reservatório elevado existente (REL-01 de 100m³); g) Implantação de booster (elevatória de água tratada) que terá a função de abastecer o reservatório de 2.500m³; h) Redimensionamento e adequação da rede de distribuição, interligação dos sistemas atendendo às novas condições de demanda, avaliando necessidades de dimensionamento de boosters e válvulas redutoras de pressão existentes. 5.2.1.2. Demais Distritos e Comunidades 5.2.1.2.. Distrito Industrial I (Santo Antônio) De acordo com estudos já realizados, o potencial humano que futuramente estará se estabelecendo na área será de cerca de 20.000 pessoas, entre residentes e funcionários. Atualmente, as empresas estabelecidas na zona têm baixo consumo de água e efluentes líquidos em pouca quantidade e baixo impacto ambiental, com exceção do Frigorífico do grupo ABC. Entretanto, a possibilidade de se oferecer um sistema de abastecimento de água conjunto, para todos os empreendimentos do parque industrial, pode se configurar como um atrativo para a instalação de novas unidades industriais. Nesse sentido estudos já realizados propõe a implantação de um sistema completo de captação, tratamento e distribuição de água para a área do Distrito Industrial l. Inicialmente, o sistema se dará com o aproveitamento do manancial subterrâneo e, posteriormente, complementado com captação e tratamento das águas do rio Piraí ou Iapó. Considerando que o Distrito I está localizado em um divisor de águas e, por consequência, os rios desta porção do território possuem baixa vazão, o rio Piraí se apresenta como principal alternativa para a captação de água e para o lançamento de efluentes dos futuros empreendimentos que poderão se instalar na zona industrial. Por outro lado, devido à qualidade da água inferior deste rio, - em grande parte pela contribuição à montante de uma indústria papeleira na bacia do Piraí, no município de Piraí do Sul, - deve ser considerada a possibilidade de se captar a água do rio Iapó. 240 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Portanto, como complementação ao Estudo Técnico Preliminar (ETP), sugere-se a inclusão de captação do rio Iapó (com maior vazão) para o abastecimento do Distrito Industrial I e seu tratamento independente. 5.2.1.2.. Distrito Industrial II (Cruzo) Esta área urbana está sendo abastecida por empreendimentos próprios. De maneira geral, há boa disponibilidade hídrica para o consumo industrial em ambos os Distritos. 5.2.1.2.. Demais Distritos e Comunidades O abastecimento público de água tem sido prestado de maneira satisfatória à população em todas as regiões urbanas do município, dentro dos padrões de qualidade e potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Recentemente (2013-2014), foi elaborado pela Sanepar, o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Castro, o qual descreve as situações e necessidades de saneamento para a região. O trabalho abrange o distrito-sede, os distritos de Abapã, Socavão, Terra Nova e Tronco, e as comunidades isoladas da Vila Rural do Apon, Serra do Apon, Paina, Herval do Xaxim, Cercado, Guararema, Associação Conceição, Santa Quitéria, São Sebastião, Butiá e Campina das Pedras. No que se refere às comunidades isoladas, o abastecimento é feito por sistemas próprios, em parte poços implantados e geridos através de um programa público específico de saneamento rural. As estruturas são operadas diretamente pelas próprias comunidades, ou seja, sem a intervenção da concessionária que opera o sistema urbano. Os distritos de Abapã, Socavão, Tronco e Terra Nova são abastecidos por poços artesianos, administradas pela concessionária. Para estas áreas estão sendo programados pela Sanepar, projetos complementares de ampliação de abastecimento e, dentre elas, apenas Socavão necessita de obras imediatas de ampliações. 5.2.2. Esgotamento sanitário Da mesma forma como ocorre para o sistema de abastecimento de água, o esgotamento sanitário de Castro também é concessão da empresa Sanepar. 5.2.2.1. Distrito Sede de Castro A partir de informações do SIS (Sistema de Informações da Sanepar – setembro de 2014), a população atendida pelo sistema de esgotamento sanitário representa cerca de 70% da população urbana do distrito-sede. Contudo, o Plano de Saneamento Básico Municipal indica que o atendimento abrange cerca de 78% dos moradores e 60% da população total de Castro. Na sede, os bairros que não são atendidos pela rede de esgotamento são: Morada do Sol (porção leste); Mirante da Serra, Jardim Bela Vista (porção sudoeste), Jardim Samambaia (porção a oeste da PR-151); Jardim Termas Riviera (porção norte), Anna Teodora, Jardim Pandorf II, Santa Terezinha, Jardim Santa Paula e Nossa Senhora das Graças. 241 A área de contribuição do sistema de esgotamento sanitário na sede é limitada pela bacia do rio Iapó com seus afluentes - Ribeirão São Cristóvão e Maracanã, - como também, pelas rodovias e rede férrea. A comunidade Castrolanda está integrada ao sistema da sede urbana e, para tanto, utiliza-se de uma elevatória de esgotos situada próxima ao rio Portão Vermelho, com reversão para a elevatória denominada de EEE Araponga (Mapa 29). O último projeto de ampliação feito no sistema de esgotamento no distrito-sede foi desenvolvido no período de novembro/2001 a julho/2002, pela Sanepar, cujo escopo de trabalhos desenvolvidos envolveu as seguintes ações: a) Reavaliação do Estudo Populacional e Parâmetros de Projeto; b) Ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto existente – ETE Iapó (Dimensionamento e Detalhamento); c) Reavaliação das Estações Elevatórias de Esgoto; d) Projeto de melhorias na Estação Elevatória de Esgoto (EEE B1), com a implantação de desarenadores e poço de acúmulo (Dimensionamento e Detalhamento); e) Projeto de Engenharia da Estação Elevatória de Esgoto Final (EEEB 4), em substituição a atual em operação (Dimensionamento e Detalhamento); f) Projeto de Engenharia do Emissário do Lago - Interceptores I1, I2 e I3 (Dimensionamento e Detalhamento); g) Desativação das Estações Elevatórias de Esgoto EEE B3 e EEE MK, após a implantação dos interceptores I1 e I2. Sistema de Coleta e Afastamento de Esgoto Sanitário A extensão total da rede existente, em material PVC JE e manilha cerâmica JA, perfaz 173.383m (SIS, 2014), com diâmetros variando entre 150 mm e 250 mm. A área de contribuição de esgotos sanitários está dividida em 4 bacias principais de esgotamento, duas delas pertencentes ao rio São Cristóvão, uma no Ribeirão Maracanã (ambos afluentes do rio Iapó pela sua margem esquerda), e uma quarta pequena bacia contribuinte, na margem direita do Iapó, próximo ao local da ETE. O sistema de esgotamento sanitário de Castro conta com 6 elevatórias de esgoto (Mapa 29), todas de reversão de bacia e uma delas pertencente à localidade de Castrolanda, a qual relança material para a elevatória Arapongas – no Anexo X consta um quadro contendo as características dessas elevatórias. As unidades de recalque possuem gradeamento primário e poços de sucção onde se encontram as bombas submersíveis. Não existem reservatórios de acúmulo (RAC), com exceção da elevatória EEE05 (Jardim Bailly). Quando na ocorrência de falta de energia elétrica, ou deficiência mecânica, os extravasamentos (operação manual via by-pass) do esgoto das elevatórias Stella, Final e Lago, fluem para os receptores do Ribeirão São Cristóvão ou do Iapó, à jusante de suas respectivas captações de água. No caso das demais elevatórias, o extravasamento é feito para receptores do Ribeirão Maracanã - afluente do rio Iapó à montante da atual captação. A falta de energia elétrica não é frequente, verificando-se, no máximo, um período de 2 horas. 242 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 O sistema de recalque é automatizado com controladores de nível instalados nos poços de sucção – características das linhas de recalque, dos interceptores e dos emissários constam no Anexo XI. 5.2.2.1.. Sistema de Tratamento de Esgoto Sanitário Atualmente, existe somente uma unidade de tratamento denominada ETE Iapó, localizada às margens do rio de mesmo nome, logo após a ponte da Rodovia PR-151. A rede coletora é do tipo separador absoluto, com um polo de tratamento (a ETE Iapó). O sistema consta de tratamento preliminar, composto de canal de entrada, gradeamento, desarenador ciclônico e calha Parshall. Neste sistema, o fluxo dos dejetos segue para 2 reatores anaeróbicos de capacidade unitária de 40 l/s, totalizando 80 l/s, seguido de 3 sedimentadores, um filtro biológico anaeróbio, elevatória para retorno do lodo e 12 unidades de leitos de secagem. Para o tratamento preliminar, o gradeamento é feito manualmente, enquanto o gradeamento grosseiro é feito na elevatória final (EEE-01) localizada externamente à ETE Iapó. Segundo informações, o sistema do desarenador (tipo ciclônico, dotado de sistema Air-Lift para retirada e lavador de areia), tem problemas operacionais com baixo rendimento na remoção da areia. O medidor de vazão se faz com sensor de nível do tipo ultrassônico, instalado a montante da garganta da Calha Parshall de W= 1”. O corpo receptor é o rio Iapó, afluente do rio Tibagi, enquadrado na classe II, com vazão mínima de estiagem de 1955 l/s, utilizando a vazão específica mínima de 1,7772 l/s.km², de acordo com estudos existentes. Maiores detalhes estão descritos no Anexo XII. 5.2.2.1.. Ampliações A estação de tratamento operante tem capacidade suficiente para atendimento de 51.700 habitantes, o que, de acordo com as projeções da Sanepar, poderá atender o município até o ano de 2021. O ponto crítico com relação a este serviço consiste no intenso crescimento da malha urbana localizada na bacia do Maracanã, com importantes loteamentos atualmente em fase de implantação, como o Colina das Palmeiras, Nova Castro (Loteamento Alvorada), Jardim São Miguel, Santa Terezinha, Jardim Europa, Jardim Cantagalo, entre outros. O Estudo Técnico Preliminar (ETP) da Sanepar citado, prevê, portanto, ampliações para o sistema de esgotamento sanitário da cidade. Objetiva-se a realização de um diagnóstico do atual sistema e de ampliações das unidades operacionais: Estação de Tratamento de Esgoto, Elevatórias de Esgoto, Interceptores e Emissários, como também, de futuras implantações da rede de coleta para os futuros loteamentos. Caso seja construída uma nova ETE, na mesma bacia, a quantidade de estações elevatórias para transpor o divisor de águas e tratar o esgoto poderá ser reduzida. 5.2.2.2. Demais Distritos e Comunidades 5.2.2.2.. Distrito Industrial I (Santo Antônio) Atualmente, as empresas estabelecidas no distrito têm baixo consumo de água e efluentes líquidos em pouca quantidade - os pequenos empreendimentos utilizam o sistema de fossas sépticas, - e de baixo impacto ambiental, com exceção do Frigorífico do grupo ABC, como mencionado anteriormente. A possibilidade de se oferecer um sistema de coleta de esgoto e tratamento conjunto, para todas empresas do parque industrial, pode se configurar como um atrativo 243 para a instalação de novas unidades industriais. Porém, tendo em vista que cada empreendimento produz efluentes com níveis diferenciados dos elementos parametrizados pela legislação ambiental, há a necessidade de que cada unidade faça um tratamento prévio, chegando ao nível dos parâmetros encontrados no esgoto doméstico. A finalização do tratamento deve ser feita após a coleta dos efluentes prétratados, numa estação de tratamento única, instalada nas proximidades do rio Piraí. 5.2.2.2.. Distrito Industrial II (Cruzo) No Distrito Industrial II, a Cargill possui sistema próprio de tratamento de efluentes, que deverá atender à empresa e às parceiras. O empreendimento responsabiliza-se pelo tratamento da água e dos efluentes através de uma ETA e ETE próprias, sobretudo, devido ao alto nível de fósforo. Conforme exigências do CONAMA, a quantidade do químico no rio Taquara está acima do recomendado e a contaminação deriva dos insumos agrícolas dispostos ao longo de seu corpo hídrico. Soma-se a este panorama, o incremento de fósforo advindo dos processos realizados pela Cargill e Evonik. 5.2.2.2.. Demais Distritos e Comunidades Com relação ao esgotamento sanitário nos distritos de Abapã, Tronco e Socavão, as comunidades não possuem sistema público de coleta e tratamento de esgotos sanitários, tendo sido adotada até o momento, a solução individual de esgotamento sanitário via fossas sépticas, em conformidade com as Normas Técnicas Brasileiras. Pelas características urbanas mais adensadas do distrito de Socavão, cuja população atual é de 783 habitantes, faz sentido a comunidade possuir um sistema público de coleta e tratamento de esgotos sanitários. 244 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 29: Saneamento 245 246 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.2.3. Resíduos sólidos Os resíduos sólidos são materiais heterogêneos (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados com o viés de proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos podem, portanto, constituir problemas sanitários, econômicos e estéticos. Sua composição varia de acordo com os hábitos e costumes da população, número de habitantes, poder aquisitivo, variações sazonais, clima, desenvolvimento, nível educacional, variando ainda para a mesma comunidade, conforme as estações do ano. A estimativa da quantidade de resíduos gerados per capita é de 0,536 kg/hab/dia (quilos por habitante ao dia). A composição física percentual (média) dos diversos tipos de resíduos sólidos urbanos são: papel (24,5%), plástico (2,9%), orgânico (52,5%), vidro (1,6%), latas (2,3%), e diversos (16,2%). Em 2012, a geração diária de resíduos em Castro era de 10,5 ton (toneladas) de matéria orgânica, 4,9 ton de papel/papelão, 0,58 ton de plástico, 0,46 ton de metal, 0,32 ton de vidro e 3,2 ton de rejeitos. Atualmente, a coleta domiciliar no município alcança um volume médio de 990 toneladas ao mês. O Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Castro - revisado no ano de 2013, - norteia as atividades deste setor. De acordo com dados do Plano, a coleta de lixo em Castro atende toda a sede urbana, cujo depósito é feito no aterro sanitário. O aterro sanitário está situado em uma área lacrada, nas vertentes de um pequeno córrego afluente do rio Iapó, pela sua margem direita, à montante da atual captação da Sanepar12, sendo atualmente operado pela concessionária INOVA Ambiental. Figura 81: Valas em uso no aterro sanitário de Castro. Fonte: FUNPAR, 2015. De acordo com a previsão constante no projeto do aterro sanitário (2002), o tratamento do percolado (chorume) é feito através de sistema de lagoas, dada sua grande simplicidade de construção e operação. Segundo informação da operação do tratamento, 12 A Sanepar estuda a relocação da captação de água do rio Iapó, para logo à montante da confluência com o rio Taquara. 247 o efluente final é satisfatório, com índices dentro dos parâmetros observados pelas normas pertinentes. O aterro sanitário atende, além de Castro, o município de Piraí do Sul, através de um consórcio intermunicipal no qual cada município contribui com o pagamento das despesas de manutenção do sistema. A área recebe diariamente cerca de 10 toneladas de resíduos, isto é, o volume de 12 caminhões-caçamba, sendo 2 provenientes de Piraí. São resíduos domésticos provenientes das sedes dos municípios e das vilas de Socavão, Abapã e Tronco. A capacidade inicial volumétrica do aterro projetado era de 62.700m³. Existe um plano de ampliação da estrutura via consórcio entre os municípios de Castro, Carambeí e Piraí do Sul, com participação de 50% (Castro), 25% (Carambeí) e 25% (Piraí do Sul). É prevista uma nova área para o aterro situada na Fazenda Arapongas, a 15km do distrito-sede. Figura 82: Aterro sanitário: abertura de nova vala e sistema de lagoas de tratamento. Fonte: FUNPAR, 2015. De acordo com a Diretoria Municipal de Meio Ambiente, a coleta de resíduos na área rural é realizada nos núcleos urbanizados do Socavão, Abapã, Castrolanda e Tronco, de 2 a 3 vezes por semana. Tal serviço é realizado pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos. Os itinerários/rotas, frequência, áreas de atendimento (urbana e rural), são indicados nos quadros do Anexo XIII. Em Castro, a coleta seletiva e o sistema de separação iniciaram em 2009. A coleta é feita 3 vezes por semana, sendo coletados 5 caminhões-caçamba (anexo XIV). Não é possível o aumento deste volume, devido à dificuldade da Associação dos Catadores em realizar a separação de todo os resíduos atualmente coletados. Esta associação possui aproximadamente 8-12 pessoas, e tem parceria com a Castrolanda. Segundo técnicos, da Diretoria do Meio Ambiente, é prevista a mudança de local da sede da associação (onde é feita a coleta seletiva) para o antigo matadouro, além da instituição de um “centro de valorização de resíduos”. A INOVA Ambiental é também a empresa responsável pelo transporte e destinação dos resíduos do município. Os itinerários/rotas, frequência, áreas de atendimento (urbana e rural), são indicados nos quadros do Anexo XIII. Cabe mencionar que, na área rural, é feita cerca de uma coleta seletiva mensal, conforme solicitação dos moradores. 248 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.2.3.1.. Ecopontos Os Ecopontos são locais fornecidos pelo Município para o recebimento de resíduos, voluntariamente, de quantidade máxima diária por pessoa de até 1m³. Grande parte destas estruturas está instalada na porção sul do distrito-sede e parte delas em áreas próximas da PR-151 e do ramal ferroviário. Dentre os materiais aceitos estão: restos de podas e madeiras, entulhos de construção civil, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, móveis velhos, e materiais reciclados. Esta iniciativa tem o objetivo de diminuição dos depósitos irregulares de materiais no município. Atualmente, são gerados mensalmente aproximadamente 60m³ de entulhos de construção civil, 40m³ de podas e madeiras, 80 eletroeletrônicos, 60 eletrodomésticos e 60m³ de materiais reciclados. Figura 83: Ecopontos em Castro e acúmulo de entulhos em área do Poço Grande. Fonte: Diário dos Campos Gerais (09/08/2014); FUNPAR (2015). A coleta de dos demais resíduos não domiciliares é abaixo indicada: a) Da saúde pública: coleta é feita pela empresa INOVA; b) Da construção civil: município coleta e disponibiliza os ecopontos; c) Lâmpadas: posto de coleta no Condor; d) Iniciativa de política reversa: retorno de embalagens e lixo tóxico; e) Embalagem de agrotóxicos, produtos de medicamentos veterinários: coleta pela Cooperativa da Castrolanda. De acordo com técnicos da Prefeitura, apesar da iniciativa do poder público para a separação dos resíduos (via instalação de Ecopontos e atuação da Associação de Catadores), não houve continuidade efetiva dos trabalhos e o lixo depositado no aterro não é devidamente selecionado – apenas os resíduos hospitalares recebem tratamento diferenciado. Quanto aos serviços de limpeza de vias públicas, são executados 18km ao dia de varredura, com periodicidade, e abrange o centro da cidade e apenas parte dos bairros periféricos. 249 Figura 84: Ecopontos e locais de despejo irregular na sede de Castro Fonte: PMC, 2015. 5.2.4. Drenagem A urbanização acarreta a impermeabilização progressiva dos terrenos, reduzindo sensivelmente a capacidade de infiltração do solo. Os solos em áreas dentro de quadras habitadas, ruas, estradas e campos de esporte, têm capacidade ínfima de infiltração. Os revestimentos impermeabilizam a superfície do terreno, sendo o efeito produzido de aumento do volume de escoamento superficial. Conforme a grandeza de volume de água escoado, este pode ocasionar diversos danos à infraestrutura urbana. Dentre as obras de saneamento urbano, as galerias de águas pluviais ocupam lugar de destaque. Promovendo o escoamento das massas líquidas provenientes das chuvas, as galerias de águas pluviais asseguram o trânsito público e as propriedades particulares contra os efeitos danosos das inundações. 250 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 As canalizações têm também “capacidade de acumulação”, isto é, armazenam temporariamente as águas pluviais, podendo determinar a atenuação do pico da vazão produzida pela detenção dos caudais pluviais no interior do sistema de esgotamento. Isto é bem demonstrado através do hidrograma unitário de cada micro bacia contribuinte a um córrego. Os hidrogramas indicam em quanto tempo ocorrerá a máxima vazão a partir do início da chuva. Este tempo, sendo diferente entre os hidrogramas de cada micro bacia em determinada secção de um córrego, é o mecanismo que evitará a coincidência dos picos ocasionando então o amortecendo da onda de cheia. O sistema de drenagem de um núcleo habitacional é o mais destacado no processo de expansão urbana e o que mais facilmente comprova a sua falta, são as consequências advindas imediatamente após as precipitações significativas, trazendo transtornos à população com inundações e alagamentos. Sob o ponto de vista sanitário, a drenagem urbana visa principalmente: (i) desobstruir os cursos d'água dos igarapés e riachos, para eliminação dos criadouros (formação de lagoas) combatendo, por exemplo, a malária; e (ii) a não propagação de algumas doenças de veiculação hídrica. As águas devem ser drenadas como medida preventiva à propagação de doenças, para as quais devem ser adotados sistemas de escoamento eficazes, que possam sofrer adaptações, para atender à evolução urbanística, que aparece no decorrer do tempo. A cidade de Castro não possui um Plano de Drenagem Superficial (galerias de águas pluviais) e as canalizações vêm sendo executadas na medida em que são abertos novos loteamentos. Não há, portanto, estudos prévios de integração entre as bacias e suas descargas nos córregos. Castro é desprovida de cadastro técnico das tubulações já assentadas, fator que dificulta o processo de interligações, a previsão de cheias e o combate à erosão nos fundos de vale. A necessidade de educação ambiental sobre drenagem urbana e rede de coleta de esgotos sanitários é muito importante no que diz respeito a ligações irregulares do sistema de esgoto nas galerias de águas pluviais e vice-versa, fato que ocorre e prejudica ambos os sistemas. A consideração da economia, na elaboração de qualquer projeto de engenharia, é obrigatória, mormente no campo das construções hidráulicas. A realização de uma adequada e eficiente rede de galerias de águas pluviais exige investimentos significativos, em especial quando estas não foram construídas junto com a implantação das vias. É fundamental que se elabore um Plano Diretor de Drenagem e se exija o cumprimento da lei na abertura de novos arruamentos pela inciativa privada. 251 5.3. ENERGIA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA 5.3.1. Energia elétrica Castro possui um serviço de abastecimento de energia elétrica satisfatório, sendo fornecido por duas empresas: a Eletrorural, uma cooperativa ligada à Castrolanda, responsável por atender a área rural na região central do Polígono de desenvolvimento; a Copel, que atende as áreas urbanas, o restante da área rural e empreendimentos que necessitam de média e alta tensão. A energia que abastece sede de Castro provém de uma subestação, localizada nas adjacências da PR 151, ligada ao sistema da Copel por uma linha de transmissão de tensão 138 kV procedente de Ponta Grossa (PGN-CTO). Quase a totalidade da área urbana é atendida pela rede de energia elétrica e possui iluminação pública. No momento está sendo realizada a ampliação desta subestação de energia e a implantação de um alimentador de 138 kV originário de Jaguariaíva, com término previsto para 2018. Estas obras resultarão numa maior estabilidade do sistema, ou seja, haverá menos oscilações ou riscos de apagões. De acordo com a Copel, o sistema implantado é adequado para as necessidades atuais do município e para possíveis ampliações do consumo de energia. Além de abastecer as propriedades rurais de produção agrícola, a rede de eletrificação rural abastece as mineradoras de calcário localizadas na porção leste do município. Segundo os empresários do setor, a qualidade do abastecimento da energia elétrica se configura como uma dificuldade para o desenvolvimento da mineração no município. Segundo os técnicos da Copel, este problema advém do fato da rede rural ser mais suscetível às intempéries, às interferências de animais e por atravessar áreas de vegetação de grande porte. Estes condicionantes fazem com que a rede de eletrificação rural, em comparação com a rede instalada na malha urbana, seja mais instável, havendo maiores riscos de oscilação da energia e de apagões. Em relação ao abastecimento de energia no Distrito Industrial I, devido às suas características, a maior parte dos empreendimentos lá implantados está conectada à rede de baixa tensão. Entretanto, algumas empresas, por demandarem maior tensão, e por sofrerem com quedas de energia recorrentes, passaram a ser abastecidas a partir de uma linha de média tensão (138 kV) que se origina na subestação de Castro e abastece a empresa Iguaçu Celulose, instalada no município de Piraí do Sul. Esta mesma linha, que atravessa a zona do distrito, tem capacidade para suprir as necessidades de alta tensão outras empresas que, porventura, possam se localizar futuramente neste distrito. Por ocasião da instalação da Cargill no Distrito Industrial II, houve um acordo entre a empresa e a Copel para a construção de uma nova linha de tensão 138 kV para o abastecimento da futura biorrefinaria, já que a rede rural que atendia a região só trabalha com tensões mais baixas. De acordo com a Cargill, as empresas satélites previstas para se instalar nas suas proximidades deverão ser abastecidas a partir da subestação construída pelo empreendimento, num regime de compartilhamento de energia13. Caso outras empresas com necessidade de alta tensão, que não fazem parte do sistema da biorrefinaria se implantem no Distrito II, a Copel deverá realizar um estudo da forma como estes empreendimentos serão ligados ao sistema. Vale ressaltar, entretanto, que a rede 13 A Cargill não possui autorização para venda de energia. A venda só pode ser realizada pelas concessionárias autorizadas, no caso, a Copel. 252 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 recém instalada tem a capacidade para atender o aumento da demanda nesta região do município. Figura 85: Mapa esquemático de energia na sede e distritos industriais de Castro. Fonte: PEOT/FUNPAR, 2014. 5.3.2. Gás natural O gás natural se configura como uma fonte de energia limpa, com uma taxa de eficiência superior ao dos outros combustíveis, e se adequa perfeitamente para o abastecimento do setor industrial. Nesse sentido, o Estado do Paraná vem atuando desde 1987 para assegurar o suprimento deste insumo para seu território. Como parte de um plano de interiorização do abastecimento de gás natural, a Companhia Paranaense de Gás – Compagas vem implantando um ramal de distribuição do insumo na região dos Campos Gerais. O novo gasoduto é um prolongamento proveniente de Ponta Grossa, passando por Carambeí e finalizando em Castro, totalizando cerca de 80 km de extensão. No município de Castro, o gasoduto realiza dois trajetos: o primeiro margeia a PR 151 chegando até a região norte da área urbana de Castro, na altura da metalúrgica Lubeck; o segundo segmento parte do ramal principal em um ponto ao sul da malha 253 urbana, margeando a ferrovia, a PR 340 e um pequeno trecho da PR 090, passando pela cooperativa Castrolanda e chegando até à Biorrefinaria da Cargill. Figura 86: Trajeto do gasoduto em Castro. Fonte: PEOT, 2014. Seguindo as diretrizes do PEOT, a prefeitura municipal vem negociando com a Compagás a extensão do gasoduto até o Distrito Industrial I, aumentando as vantagens competitivas para instalação de empreendimentos nessa região. 5.3.3. Iluminação pública Todas as áreas urbanas de Castro são atendidas por serviço de iluminação pública, atingindo quase a totalidade das áreas ocupadas. A área central da cidade e os espaços públicos são os que possuem iluminação com maior potência. Percebe-se no Mapa 30 que os bairros do compartimento sul têm lâmpadas com menor potência, corroborando com a análise realizada no item 4.2. Cabe destacar que, pelas características de paisagem e pelo traçado tradicional das vias, o setor histórico merece uma atenção especial em relação à rede de energia elétrica e iluminação pública. Tendo em vista que as calçadas dessa região da cidade são estreitas, o posteamento acaba dificultando o trânsito e a acessibilidade. Além disso, o cabeamento aéreo interfere demais na paisagem. Por esses motivos, a atual lei de uso e ocupação do solo incentiva a substituição dos postes e fios aéreos por cabeamento subterrâneo. Em relação à iluminação pública, há necessidade de se estudar formas condizentes com a paisagem e as características históricas do casario. 254 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 30: Iluminação Pública 255 256 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.4. COMUNICAÇÃO De acordo com o Plano de Desenvolvimento, o município de Castro é bem servido pelas redes de telefonia fixa e móvel, com sinal de internet de banda larga abrangendo toda a malha urbana. Dentre as operadoras atuantes em Castro, estão: Claro, Oi, Tim e Vivo. No território municipal, o sinal de telefonia móvel é prioritariamente oferecido pela operadora TIM, que possui 9 antenas (Estações Rádio Base - ERB) localizadas em Castro, sendo 4 na área urbana (Centro, Jardim Dona Helena, Vila do Rosário e Morada do Sol) e o restante, instaladas nos distritos, com exceção do Distrito Industrial I, conforme indicado no Mapa 31. Os Distritos Industriais I e II são atendidos pelas operadoras de telefonia móvel Vivo e TIM, respectivamente, através de antenas instaladas dentro dos limites de seus perímetros. O sinal da telefonia móvel mostra-se insuficiente no Distrito I, enquanto no Distrito II, a antena da Tim atende satisfatoriamente a área, além de haver a disponibilidade de acesso à fibra óptica da Oi. Ressalta-se que, de acordo com as regras de concessão da telefonia móvel, as operadoras não são obrigadas a oferecer sinal nas localidades dos Distritos Industriais, mas que podem ser realizados acordos entre os atores, inclusive com a participação do poder público. Na Castrolanda, por exemplo, há uma antena de telefonia para cada operadora. Dados da ANATEL (2015) indicam que a predominância do acesso à rede móvel 2G em Castro é da empresa Claro (taxa de conexão de dados de 99%), enquanto a maior constância de disponibilidade do sinal à rede móvel 3G é da Oi. No município ainda não há disponibilidade de acesso à rede 4G. Com relação à disponibilidade de serviços, todas as operadoras apresentam aproveitamento superior a 95%, com destaque para a operadora Vivo, com maior abrangência de sinal e constância da rede disponibilizada. Quanto aos serviços de internet fixa, o incremento do número de acessos per capita em Castro é inferior à média nacional. Desde 2014, há disponibilidade de contratação de serviços de banda larga de alta velocidade na sede urbana, Castrolanda e DI I de Castro, por meio de fibras ópticas - serviço prestado pela Copel Telecom para unidades residenciais e comerciais. Entre 2013 e 2014, dados dos indicadores de inclusão digital disponibilizados pelo Governo Federal, indicaram que houve, inclusive, redução do número de acessos via internet fixa em Castro, registrando taxa de crescimento negativa de -7,46%. Frente à disponibilidade do serviço citado, a taxa tende a aumentar novamente. Cabe mencionar que os possíveis motivos que levaram à redução dos acessos à internet fixa são: (i) a crescente acessibilidade e facilidade de compra de serviços de telefonia e internet móveis; e (ii) a disponibilidade de acesso móvel em áreas até então desprovidas de infraestrutura necessária para o fornecimento da internet fixa, como é o caso da representativa área rural de Castro. 257 258 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Mapa 31: Antenas de Comunicação 259 260 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 5.5. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES Restrições Rural: existência de conflitos de mobilidade nos acessos à sede urbana via PR151, devido à geometria inadequada das pistas e estruturas locais, o que contribui para o incremento de conflitos entre veículos de cargas, locais e pedestres. Urbana: na malha viária urbana há traçados geométricos deficientes, falta de restrição para circulação urbana de caminhões e máquinas agrícolas (fiscalização inadequada da circulação) e conflitos entre modais nas imediações das escolas. Impactos à fluidez do tráfego urbano de Castro: frota de caminhões muito acima ao comumente registrado para cidades de mesmo porte, desconhecimento das regras de trânsito pelos motoristas e o recente aumento expressivo da frota veicular particular de automóveis. Lei do Sistema Viário propõe perfil e dimensionamento apenas para novas vias e, em muitos casos, a implantação da proposta para vias existentes se torna inviável por demandar muitas desapropriações. No distrito-sede há inadequações de calçadas e passeios, particularmente com relação à acessibilidade. Nas sedes dos distritos e demais comunidades, grande parte das vias carecem de calçamento e estão pavimentadas com saibro ou revestimento primário. A sinalização viária urbana está deficitária, carece de manutenção, ou está em desacordo com os padrões e normativas. O mesmo ocorre para os estacionamentos na área central (vagas Zona Verde). Necessidade de estudo mais aprofundado quanto à circulação viária urbana, prevendo a interface do centro com bairros adjacentes e acessos à cidade. Sistema de transporte público coletivo urbano carece de mobiliário de apoio nos bairros urbanos – concentração de abrigos apenas na área central. Falta de articulação entre o sistema de transporte intramunicipal e o urbano. O transporte coletivo urbano é pouco otimizado, com problemas nas definições de itinerários e horários. Caso sejam construídos obstáculos ou edificações próximas do aeródromo municipal, há ameaça de limitar a operação aeronáutica e a ampliação da pista de pouso para comporte de aviões de carga. Fatores desmotivantes à ampla utilização dos ramais ferroviários: falta de oferta de vagões, manutenção inadequada da malha, condições precárias da infraestrutura de apoio, má gestão dos serviços, problemáticas na gestão dos contratos com a concessionária, e baixa demanda local, se comparada ao grande volume transportado proveniente do norte do estado. Captação de água do São Cristóvão, de grande importância municipal pelo volume considerável de contribuição para o sistema de abastecimento público, apresenta os piores índices de qualidade de água. Elevatórias do sistema de abastecimento de água possuem problemas operacionais, restrições de vazão e estão em terrenos desprovidos de cercamento. 261 262 Sistema de abastecimento de água tem índice de perdas totais na ordem de 20%, devido às substituições na rede, havendo necessidade de aumento do volume de captação. O rio Piraí é a principal alternativa para captação de água e lançamento de efluentes dos futuros empreendimentos do Distrito I. Visto que a qualidade de água dele proveniente é inferior, indica-se a necessidade de consideração de captação do rio Iapó. Plano de Saneamento Básico Municipal indica que o atendimento do sistema de esgotamento sanitário abrange 78% da população urbana e 60% da população total de Castro. A área de contribuição do sistema de esgotamento sanitário na sede é limitada pela bacia do rio Iapó com seus afluentes - Ribeirão São Cristóvão e Maracanã, como também, pelas rodovias e rede férrea. Na falta de energia elétrica, ou deficiência mecânica, os extravasamentos do esgoto das elevatórias fluem para os receptores à jusante dos pontos de captação do Ribeirão São Cristóvão e Iapó, e à montante da captação do Maracanã. Intenso crescimento da malha urbana, localizada na bacia do Maracanã revela possível problemática com relação à capacidade de atendimento da ETE, prevista até 2021. As sedes de Abapã, Tronco e Socavão não possuem sistema público de coleta e tratamento de esgotos sanitários, apenas esgotamento sanitário via fossas sépticas individualizadas. Pelas características urbanas mais adensadas do distrito de Socavão, há necessidade de provisão de um sistema público de coleta e tratamento de esgotos sanitários na localidade. A coleta de lixo atende toda a sede urbana e os núcleos urbanizados de Socavão, Abapã, Castrolanda e Tronco, enquanto a coleta seletiva é ineficiente em todos os núcleos urbanizados. Apesar da iniciativa de separação dos resíduos (Ecopontos e atuação da Associação de Catadores), não houve continuidade efetiva dos trabalhos e o lixo depositado no aterro não é devidamente selecionado – apenas os resíduos hospitalares recebem tratamento adequado. Falta de um Plano de Drenagem Superficial: canalizações são executadas na medida em que são abertos novos loteamentos, não havendo estudos prévios de integração entre as bacias e suas descargas nos córregos. Castro é desprovida de cadastro técnico das tubulações já assentadas, fator que dificulta o processo de interligações, a previsão de cheias e o combate à erosão nos fundos de vale, além da necessidade de educação ambiental quanto à problemática advinda de ligações irregulares. A rede de eletrificação rural que abastece as mineradoras de calcário, localizadas na porção leste de Castro, são suscetíveis a intempéries, interferências da fauna e maciços vegetais, o que prejudica a qualidade do fornecimento – problema inexistente nas áreas urbanas. O centro histórico, devido aos passeios e vias estreitas, apresenta restrições ao posteamento e cabeamento aéreo. PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 No DI I, o sinal da telefonia móvel mostra-se insuficiente, enquanto no DI II, a antena da Tim atende satisfatoriamente a área, além de haver a disponibilidade de acesso à fibra óptica da Oi. Grande parte dos bairros adjacentes ao centro possui iluminação pública de potência inferior ao centro. Potencialidades O PEOT já previu adequações e novas interseções de acesso às áreas urbanas, além de diretrizes / anéis viários complementares ao sistema do distrito-sede, e propostas de curto e longo prazo de desvio do tráfego de cargas da PR-340. Projeto de priorização de pedestres está em elaboração pelo poder público municipal: aumento da velocidade das vias e fluxo de veículos pesados serão direcionados para ruas paralelas ao centro histórico (ruas Romário Martins e Dom Pedro II). Grande parte das vias do distrito-sede estão pavimentadas com asfalto, em boas condições de trafegabilidade e, inclusive, o volume de tráfego em horários de pico é manejável. Plano Diretor de Transporte e Circulação (2010) previu vias com sentido único de circulação na área central que facilitam deslocamentos e organizam fluxos. Projetos de construção do 1º trecho de ciclovia (Av. Miguel Couto) e de melhoria dos cruzamentos da Rua Dr. Jorge (priorização da circulação de pedestres). Sistema de transporte público coletivo urbano possui cobertura abrangente, frota recente, e não apresenta carregamentos expressivos de passageiros. Projeto em elaboração pela Prefeitura com previsão de equipamentos urbanos multifuncionais que contemplam plataformas de embarque e desembarque de passageiros para as sedes de Abapã e Socavão. Castro está contemplado pelo Programa de Melhoria da Gestão Aeroportuária (Plano Aeroviário do Paraná), através da linha de ações de regularização ambiental para o Aeroporto Major Neodo Pereira - para o qual o poder público municipal demonstra interesse em ampliar funcionalidades (melhorias na hangaragem, sistemas de proteção e iluminação da pista). Ramais ferroviários que interceptam o município configuram-se como fator atrativo para novos empreendimentos, sobretudo, pelo fato dos ramais incidirem nos Distritos Industriais I e II: escoamento da produção e transporte de insumos através de modal complementar, que incrementa e reduz custos às operações de logística das empresas. Rede de abastecimento de água abrange a totalidade da população urbana atual da sede de Castro. ETA Iapó tem capacidade de atender às necessidades atuais e previstas até o ano de 2026 (conforme Plano de Saneamento Básico de 2013). Estudo Técnico Preliminar (ETP) prevê ampliação da rede de abastecimento de água para atender 100% da população urbana em um período de 20 anos, além de ampliações para a rede de esgotamento sanitário do distrito-sede – diagnóstico poderá prever uma nova ETE. 263 264 O abastecimento público de água tem sido prestado de maneira satisfatória à população em todas as regiões urbanas do município, dentro dos padrões de qualidade e potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. De acordo com as projeções da Sanepar, a estação de tratamento de esgoto operante tem capacidade suficiente para atendimento do município até 2021. No Distrito I, a possibilidade de um sistema de coleta de esgoto e tratamento, conjunto para todas empresas do parque industrial, pode se configurar como um atrativo para a instalação de novas unidades industriais. Para tanto, há necessidade de que cada unidade faça um tratamento prévio doe efluentes, a serem coletados em estação de tratamento única, instalada nas proximidades do rio Piraí. No Distrito II, os empreendimentos responsabilizam-se pelo tratamento da água e dos efluentes através de ETA e ETE próprias. Aterro sanitário recebe resíduos domésticos provenientes de Castro, Piraí do Sul e Carambeí - Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos (CIGRS). Efluentes do aterro sanitário são tratados e estão dentro dos parâmetros normativos. Há previsão de relocação do aterro para uma nova área (Fazenda Arapongas). Iniciativa de instalação dos Ecopontos prevê a diminuição dos depósitos irregulares de materiais no município – em sua maioria, localizados na porção sul do distrito-sede e em áreas próximas da PR-151 e do ramal ferroviário. Fornecimento de energia elétrica em Castro é satisfatório, sendo os serviços de distribuição feitos pela Copel (urbano) e Eletrorural (rural). Obras de ampliação da atual subestação de energia e implantação de novo alimentador preveem maior estabilidade ao sistema urbano. Há um acordo entre Cargill e Copel para construção de nova linha de tensão (138 kV) para o abastecimento da biorrefinaria e futuras empresas satélites - nesta região do município já há uma rede recém instalada, capaz de atender o aumento da demanda. Dois ramais de distribuição de gás natural (fonte de energia limpa e adequada ao uso industrial), em fase de finalização em Castro, além da possibilidade de extensão destes dutos até o DI I. Todas as áreas urbanas são atendidas por serviços de iluminação pública, atingindo quase a totalidade das áreas ocupadas. A área central e os espaços públicos do distrito-sede possuem iluminação com maior potência. A legislação vigente já incentiva a substituição dos postes e fios aéreos por cabeamento subterrâneo. Castro é bem servido pelas redes de telefonia fixa e móvel, com sinal de internet de banda larga abrangendo toda a malha urbana. Desde 2014, há disponibilidade de contratação de serviços de banda larga de alta velocidade por meio de fibras ópticas na sede urbana e Castrolanda, em expansão para o DI I de Castro (para unidades residenciais e comerciais). PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Redução do número de acessos via internet fixa em Castro, condiz com a crescente acessibilidade e facilidade de compra de serviços de telefonia e internet móveis; e (ii) com a disponibilidade de acesso móvel em áreas até então desprovidas de infraestrutura necessária para o fornecimento da internet fixa, como é o caso da representativa área rural. 265 6. ASPECTOS INSTITUCIONAIS A análise da dimensão institucional contempla as questões da administração pública com maior impacto na gestão territorial do muncípio e na sua integração com a região na qual se invere. Também são abordadas as principais questões levantadas em relação ao arcabouço legal de Castro, identificadas na fase de Avaliação do Plano Diretor Vigente. 6.1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A análise da administração pública tem por objetivo identificar e avaliar as principais práticas e os instrumentos da administração do município de Castro, relacionados ao planejamento controle (licenciamento de atividades e usos) e monitoramento territoriais. Também abordadas nos relatórios dos Planos de Desenvolvimento e de Mobilidade, o presente capítulo aprofunda a análise das relações de articulação regional e municipal, bem como, da estrutura organizacional, processual e de recursos humanos da Prefeitura Municipal de Castro. 6.1.1. Articulação Institucional 6.1.1.1. Regional A Associação dos municípios dos Campos Gerais – AMCG, configura-se como um dos principais meios de articulação política e administrativa de Castro com a região na qual se insere. A Associação Municipal dos Campos Gerais (AMCG) é um órgão de representação municipal e microregional, constituída sob a forma de sociedade civil, sem fins lucrativos que atualmente congrega 19 municípios 14. Atua na região dos Campos Gerais desde a década de 1960, tendo como principal objetivo a integração regional, econômica e administrativa, e o fortalecimento dos municípios, defendendo interesses e visando o desenvolvimento econômico e social. Castro participa ativamente da associação, que promove encontros periódicos entre os representantes municipais. Atualmente, a associação é atuante nas áreas de turismo, esporte e cultura, mas tem pouco desempenho em relação a ações de projetos e programas de integração estratégica e captação de recursos. Observa-se que, apesar do que preconiza seu objetivo, a associação é subutilizada no sentido de instituir parcerias e na discussão e implementação de funções públicas de interesse comum aos associados. Por outro lado, as relações institucionais e parcerias com o polo da rede urbana, Ponta Grossa, deveriam ser mais efetivas e incentivadas para o próprio benefício do município de Castro. Outra forma de articulação regional se dá pela estrutura administrativa do estado. Dois canais importantes nesse sentido, especificamente no que tange à dimensão territorial, são a Secretaria de Infraestrutura e Logística, afeta às questões de mobilidade, e o Paranacidade, que presta assessoria e tem feito ações no sentido de criar um banco integrado de informações de todo o estado para dar subsídio às gestões municipais. Além 14 A AMCG é constituída por uma assembleia, composta por prefeitos dos 19 municípios associados (Arapoti, Carambeí, Castro, Curiúva, Imbaú, Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Porto Amazonas, Ponta Grossa, Reserva, São João do Triunfo, Sengés, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania). Há também a presença da atuação de ramificações da AMCG, como a Associação de Damas dos Campos Gerais - dedicada à assistência social, - e o Consórcio de Saúde dos Campos Gerais - direcionado aos assuntos da saúde. 266 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 disso, o Paranacidade é um canal de captação de recursos, já eu se configura como principal agencia de fomento e financiamento do desenvolvimento urbano municipal. Ainda na escala regional o sistema “S”, em especial a FIEP, o SESI e o SEBRAE, realiza ações de integração regional, além de programas específicos voltados para o município de Castro. 6.1.1.2. Municipal De acordo com as indicações da Prefeitura e da legislação correlata, há diversos conselhos instituídos em Castro (ver quadro 3). Assim como ocorre em outros municípios, muitos destes conselhos foram instituídos por força de lei, ficando a critério do município a gestão de cada um e a eventual integração de suas ações. Quadro 3: Relação de Conselhos Municipais de Castro. Conselho Lei Em Atividade Poder de Atuação Conselho Comunitário de Segurança de Castro Lei nº513/1990 Não - Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural Lei nº1467/2006 Não Deliberativo Conselho Municipal De Habitação Lei nº1900/2009 Sim Deliberativo Conselho Municipal Sobre Drogas Lei nº1057/2001 (Recém Ativado) Consultivo Conselho Municipal de Alimentação Escolar (COMAE) Lei nº818/1997 Sim Deliberativo Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) Lei nº1561/2007 Sim Deliberativo Conselho Municipal de Desenvolvimento Lei do Plano Diretor Sim Deliberativo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Lei nº881/1997 - Consultivo Conselho Municipal de Educação Lei nº959/1999 Sim Deliberativo Conselho Municipal de Fundeb Lei nº1584/2007 Sim Deliberativo Conselho Municipal de Saúde Lei nº879/1997 e Lei nº2135/09 Sim Deliberativo Conselho Municipal de Turismo Lei nº1078/2001 - Consultivo Conselho Municipal da Pessoa Idosa Lei nº1342/2005 Sim Deliberativo Conselho Municipal do Meio Ambiente Lei nº1446/2006 Sim Deliberativo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente Lei nº2973/2014 Sim Deliberativo Conselho Municipal da Juventude Lei nº 2846/2014 Sim Consultivo Conselho Municipal de Esporte Lei nº2601/2013 Sim Consultivo 267 Conselho Municipal de Trânsito e Transporte Lei nº2812/2013 Não Consultivo Conselho Municipal de Usuários de Estradas Rurais Lei nº2920/2014 Não Consultivo Fonte: PMC, 2015. Dentre os conselhos mais atuantes está o de Meio Ambiente, que se reúne mensalmente, congregando órgãos públicos municipais afetos à matéria, organizações da sociedade civil e empresas. Esse conselho gere o Fundo Municipal de Meio Ambiente, o qual possui um orçamento mensal de entorno de R$ 10.000,00, e investe em programas ambientais e no aparelhamento da gestão ambiental municipal. Outro conselho que se destaca em importância, é o Conselho de Desenvolvimento Municipal, instituído pelo Plano Diretor vigente para, dentre outras atribuições, monitorar a implementação das ações previstas pelo PDM. Entretanto, de acordo com seus integrantes, o Conselho exerce mais as funções rotineiras de aprovação de projetos, dedicando pouco tempo às questões estratégicas. O Conselho de Desenvolvimento Municipal é paritário, composto por oito componentes do poder público e oito componentes da sociedade civil organizada. Porém, alguns segmentos da sociedade civil não estão ocupando o espaço legalmente destinados a eles, como as associações de moradores, e associações de representação étnica. Cabe destacar a falta de um Conselho Municipal específico para o Desenvolvimento Socieconômico, ou que assuma a atribuição de planejamento estratégico municipal. Atualmente, a Acecastro exerce a função de articulação da administração municipal com a sociedade civil no que tange à dimensão econômica. O Fórum de Entidades, mesmo não se configurando como uma instituição formal, também é atuante em ações e discussões de diversas áreas nas quais são necessárias parecerias entre público e privado. 6.1.2. Estrutura Administrativa A estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Castro para a atual gestão foi estabelecida pela Lei Complementar N° 2.609/2013, e modificada pela Lei Nº 3.180/2015, definindo a composição da administração direta e indireta. A partir dessa lei, a prefeitura se organiza em cinco secretarias de natureza-meio, dentre elas a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, nove secretarias-fim e três diretorias autônomas. A despeito da regulamentação em lei, vários temas da gestão pública são geridos nas diferentes secretarias de maneira fragmentada, e pouco articulada. De modo geral, percebe-se que a gestão é dividida conforme o interesse e histórico dos técnicos, conformando “ilhas de poder” e de informações, sem obedecer critérios lógicos e objetivos de estruturação e organização. Os principais casos observados são de carência de definição clara de competências e processos, correspondem aos seguintes temas (Figura 87): 268 Saneamento: as responsabilidades são divididas entre quatro secretarias municipais: de Obras e Serviços Públicos, Infraestrutura e Logística, Desenvolvimento Urbano e Diretoria de Meio Ambiente. Está em tramitação a lei PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 para criar o Instituto de Saneamento Ambiental, autarquia que concentraria a temática em apenas um órgão. Mobilidade: quatro secretarias de natureza-meio são diretamente atuantes no tema - de Desenvolvimento Urbano, de Governo (modos de participação da sociedade), Fazenda (fiscalização) e de Administração. Há ainda, secretarias municipais de natureza-fim que têm interfaces com a mobilidade: de Educação, Obras e Serviços Públicos, Segurança Pública e de Infraestrutura e Logística. Habitação: responsabilidades são divididas entre a Diretoria de Habitação, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Secretaria de Família e Desenvolvimento Social, não havendo compreensão quanto às ações e projetos desenvolvidos em cada um dos órgãos. Não há previsão de unificação dessa temática, apesar de indicativos de que os projetos de regularização fundiária dos distritos rurais sejam todos encaminhados ao Desenvolvimento Urbano. Urbanismo: dividida entre a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e da Fazenda. Considerando a interrelação entre as questões urbanísticas e a tributação, entende-se que deve haver a articulação entre as duas secretarias, entretanto, falta a definição lógica e objetiva das atribuições de cada órgão, bem como o desenho otimizado dos procedimentos e rotinas para diminuir o retrabalho e a sobrecarga dos técnicos de ambas as unidades. Há reclamação do cidadão pela demora na tramitação dos processos. 269 Figura 87: Secretarias Municipais relacionadas às ações das temáticas de urbanismo, mobilidade, saneamento e habitação. Fonte: FUNPAR - Adaptado Prefeitura Municipal, 2015. A prefeitura tem mostrado iniciativas no sentido de diminuir a fragmentação da gestão, destacando-se a implantação de um Instituto de Saneamento Ambiental, que deverá concentrar as funções de coleta e tratamento de resíduos sólidos, limpeza pública e licenciamento ambiental. A lei que institui a autarquia está em trâmite na Câmara Municipal. Outra iniciativa é a implantação do Núcleo de Pesquisa e Planejamento Urbano, que vem sendo estudado pela administração. Cabe ressaltar que o Plano Diretor vigente já previa esse órgão e se recomenda que sejam consideradas as atribuições e objetivos previstos na lei. Ainda cabe ressaltar que, embora exista a consciência por parte da equipe municipal, quanto às necessidades estruturais de reorganização, há pouca proatividade neste sentido, provavelmente devido à sobrecarga de trabalho dos servidores municipais, bem como a questões de relacionamento e cultura organizacional (ver item XX). Considerando que, em grande parte a sobrecarga é proveniente da falta de integração entre órgãos e secretarias e de implantação de procedimentos eficientes e eficazes, 270 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 verifica-se a formação de um círculo vicioso que reforça o enrijecimento e morosidade na gestão pública municipal. 6.1.3. Sistema de Planejamento Estratégico Embora atenha previsão na lei orgânica do município, a prefeitura de Castro não instituiu processos e mecanismos para o planejamento estratégico. A antiga secretaria de planejamento, atual secretaria de administração, que possui legalmente essa atribuição, tem dificuldades de exercer a função devido à sobrecarga de trabalho cotidiano de gestão. Dessa forma, o planejamento acontece de forma eventual e não sistemática, ou seja, ocorrendo nos momentos de elaboração do Plano Plurianual, na elaboração de planos setoriais, como vem acontecendo nesse momento, ou por força de demandas emergentes. Devido à falta de uma instância específica, apoiada por dispositivos e procedimentos de controle, monitoramento e avaliação, a atividade de planejamento corre o risco de deixar de agregar conhecimento sobre o resultado das políticas públicas e incorrer em contradições, por desconsiderar diretrizes objetivas e integradas que deem sustentação à tomada de decisões. 6.1.4. Processos e rotinas Na Prefeitura Municipal de Castro, a distribuição de processos internos não funciona adequadamente, pois, apesar de ter sido implantado um sistema de comunicação e de articulação entre secretarias, não houve a devida apropriação do mecanismo pelos funcionários e as rotinas acabam sendo realizadas conforme o entendimento de cada técnico. Verifica-se, portanto, ausência de padronização processual e falta de alinhamento quanto às informações, ações e projetos desenvolvidos. Contribui para este cenário a falta de compatibilização entre os procedimentos praticados e os sistemas informatizados disponíveis para utilização pelos técnicos municipais. Apesar de haver a disponibilidade de automação dos processos internos, o sistema não se enquadra aos procedimentos praticados pela equipe, a qual costuma, inclusive, complementá-los ou corrigi-los manualmente. A falta de disseminação e automação das informações municipais contribui sobremaneira para a desarticulação das ações efetuadas pela Prefeitura. Identifica-se também, que não há equiparamento quanto ao conhecimento técnico e domínio da legislação vigente. Com relação ao processo de aprovação de projetos de parcelamento e edificações, os técnicos da Prefeitura o consideram moroso, principalmente devido a quatro fatores: (i) falta de conferência da documentação exigida no momento em que o usuário protocola o processo na Secretaria da Fazenda, gerando aumento da carga de trabalho para os técnicos especializados (arquitetos urbanistas) e devoluções repetidas aos requerentes para complementações; (ii) a Lei do Código de Obras vigente é extensa e complexa e, por vezes, pouco aplicável à realidade das construções castrenses; (iii) não há cartilhas voltadas aos requerentes de orientação quanto ao processo de aprovação de projetos; (iv) as exigências do Código de Obras são excessivamente detalhadas, gerando maior possibilidade de erros e de omissões. 271 Quanto à complexidade do Código de Obras, percebe-se que os técnicos da Prefeitura tem posicionamentos diversos: parte da equipe partilha da ideia de que o órgão público não deve fiscalizar padrões construtivos legislados pelas normas técnicas brasileiras (NBRs) - como por exemplo, o tamanho mínimo de cômodos e de aberturas; e outra parte entende que o padrão das construções pode decair caso esses elementos não sejam fiscalizados e, depois de construídas, a tendência é que os erros não sejam corrigidos. Com relação à fiscalização de obras, os proprietários que são autuados não pagam as multas e não sofrem consequências punitivas, sendo o processo jurídicoadministrativo lento e, quando apresenta algum resultado, a obra já está terminada e não é corrigida, incentivando a transgressão das normas. De maneira geral, poucas penalidades aplicadas nas transgressões da legislação urbanística, reforçando a impunidade. O aumento recente do número de fiscais refletiu no acréscimo de processos de aprovação de projetos a serem avaliados pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano. As autuações às edificações irregulares resultam em trâmites para legalização, sobrecarregando os técnicos responsáveis pelas aprovações. Cabe mencionar que não há regulamentação para o processo de legalização de construções em Castro. Com relação aos aspectos da mobilidade, não há monitoramento ou avaliação que considere os parâmetros e normas, havendo apenas registros dos projetos ou arquivamento de dados para utilização, quando necessário. 6.1.5. Sistema de Informações Municipais O Plano Diretor vigente propõe, nos artigos 163 a 165, um Sistema Único de Informações, que propõe, dentre outras diretrizes, a implantação de um cadastro multifinalitário, no sentido de registrar as ações de gestão territorial da prefeitura e integrar os procedimentos das secretarias envolvidas com o desenvolvimento territorial. Há também uma diretriz de sistematizar e tornar público as informações necessárias ao controle e monitoramento do desenvolvimento municipal. Até o momento, o cadastro multifinalitário ainda não foi implantado. Além disso, as informações cadastrais da fazenda estão desatualizadas e a articulação com os procedimentos de aprovação de projetos e obras acontece manualmente, gerando lentidão nos processos e abrindo margem para erros. Por outro lado, desde 2014 a prefeitura vem investindo na implantação de um sistema de geoprocessamento, adquirindo os softwares necessários e capacitando técnicos para sua utilização. Muitas informações territoriais do município já foram inseridas no sistema, facilitando o processo de planejamento e gestão. Destaca-se que esses procedimentos estão sendo executados em parceria com o Paranacidade. No que tange à disponibilização de informações à comunidade, no portal da Prefeitura, há um segmento de acesso às informações direcionadas ao público externo, o Portal do Cidadão (https://castro.atende.net). Na plataforma, constam informações quanto à autenticidade de documentos emitidos pela prefeitura, tais como alvarás e certidões negativas de débito, emissão de guias de pagamento de IPTU e outros impostos, de certidão negativa de débito, além de dar acesso à ouvidoria municipal. Ressalta-se que os serviços online podem ser ampliados, caso os procedimentos da prefeitura sejam informatizados, citando-se como exemplo a emissão de consultas prévias mediante a implantação de um cadastro multifinalitário digital. 272 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 6.1.6. Recursos Humanos Como descrito anteriormente, a prefeitura de Castro se configura como uma organização complexa, composta por diversas secretarias e departamentos, bem como uma equipe de trabalhadores numerosa de várias áreas profissionais. Com mais de 160 anos, também é possível afirmar que a prefeitura é uma instituição antiga, e seu funcionamento é perpassado pela cultura organizacional que se consolida e se reafirma continuamente. A cultura organizacional se constitui na forma como seus integrantes se relacionam entre si, com a instituição e com sua clientela, nesse caso, não só os cidadãos que usufruem dos serviços oferecidos pela administração municipal, mas também com outras instituições públicas e da sociedade civil organizada. No caso da prefeitura de Castro, por meio de observações e entrevistas, verificase que muitos problemas enfrentados na gestão municipal são relacionados a sua cultura organizacional, devendo-se à hábitos consolidados no cotidiano da administração, que se afastaram da finalidade a qual se destinam. Desse modo, algumas rotinas, criadas e mantidas informalmente, resistem à implantação de procedimentos formalizados que poderiam aumentar a eficiência e a eficácia da administração pública. Outra questão importante se refere à compreensão insuficiente da função pública do trabalho e do papel que o servidor público exerce no contato com o cidadão. Além disso, como é comum em cidades de pequeno porte, muitas relações são personalizadas e não seguem os procedimentos formais necessários para o bom funcionamento da administração pública, algo já apontado no diagnóstico para o PDM vigente, em 2005. Entretanto, com a evolução socioeconômica que vem acontecendo nos últimos anos, o governo municipal poderá situar-se em descompasso entre a crescente demanda cada vez mais qualificada e a forma tradicional das relações, tanto internas à organização como com sua clientela. Por outro lado, a falta de compreensão da função pública também se reflete na fragmentação da gestão, pois grande parte dos problemas enfrentados são resultantes da falta de entrosamento, conflitos permeados pela pouca diferenciação entre de interesses públicos, profissionais e pessoais. Cabe destacar ainda que, apesar de a prefeitura contar em seu quadro com profissionais com nível e área de formação adequados, verifica-se a necessidade de treinamento e capacitação em questões específicas à gestão pública, abrangendo todas as Secretarias, com destaque para Desenvolvimento Urbano, de Obras e Serviços Públicos, Finanças e Infraestrutura e Logística. Ainda em relação à necessidade de treinamento, os fiscais carecem de conhecimento técnico para atuação efetiva e corretiva, de forma a cumprir a legislação urbanística municipal. 6.1.7. Gestão fiscal municipal A análise da gestão fiscal de Castro foi realizada para o Relatório de Avaliação do Cenário Municipal, integrante do Plano de Desenvolvimento Municipal, reproduzindo-se a seguir os principais aspectos que se relacionam ao Plano Diretor. Ações do setor público, destacando-se as propostas de um plano diretor que, em geral, representam investimentos vultuosos, dependem da situação das finanças públicas 273 do município: quanto maior a capacidade de investimento e de endividamento para alçar financiamentos, maior a margem de manobra para implementar ações de transformação da realidade local. O Índice FIRJAN de Gestão Fiscal - IFGF vem se revelando um instrumento útil e de boa qualidade para analisar a situação financeira dos municípios brasileiros15. O IFGF utiliza-se exclusivamente de estatísticas oficiais declaradas pelos próprios municípios16, sendo composto por cinco indicadores: Receita Própria, Gastos com Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida17. No cômputo do IFGF Geral, os quatro primeiros Índices possuem peso 22,5% e o último 10,0%. Os resultados disponíveis se referem ao período 2006-2013. A leitura dos resultados é bastante simples: a pontuação varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor a gestão fiscal do município no ano em observação. Outra importante característica do IFGF é que sua metodologia permite tanto comparação relativa quanto absoluta, isto é, o índice não se restringe a uma fotografia anual, podendo ser comparado ao longo dos anos. Com o objetivo de estabelecer valores de referência que facilitem a análise, foram convencionados quatro conceitos para o IFGF: Conceito A: Gestão de Excelência e pontuação no IFGF iguais ou superiores a 0,8; Conceito B: Boa Gestão e resultados compreendidos entre 0,6 e 0,8 pontos; Conceito C: estão em dificuldades com resultados compreendidos entre 0,4 e 0,6; e Conceito D: Gestão Critica e pontuações iguais ou inferiores a 0,4. A Tabela 28 apresenta, para o período 2006-2013, o IFGF Geral para o município de Castro, de seus vizinhos localizados no eixo da BR 151 (Ponta Grossa; Piraí do Sul; e Carambeí) e de alguns outros vizinhos mais distantes (Arapoti, Jaguariaíva e Tibagi), além de Maringá, cujo índice é o melhor do estado do Paraná. O Gráfico 7 apresenta a comparação do IFGF desse município e o de Castro, no período 2006-2013. Tabela 28: Evolução do Índice FIRJAN de Gestão Fiscal no período 2006-2013 Evolução do IFGF Geral Município 2006 2007 2008 2009 Nota Ranking Nota Ranking Nota Ranking Nota Ranking Arapoti 0,6279 1.029º 0,6148 1.189º 0,5763 2.163º 0,4447 3.189º Carambeí 0,5674 1.742º 0,6104 1.237º 0,6174 1.556º 0,4490 3.115º Castro 0,5601 1.842º 0,4439 3.412º 0,4728 3.629º 0,4402 3.258º Jaguariaíva 0,4255 3.800º 0,5067 2.576º 0,5487 2.562º 0,6917 320º As informações a seguir têm por base o relatório “IFGF 2015 - Análise especial Paraná”, o software “Consulta ao Índice” e o “Anexo Metodológico” disponíveis no sítio: http://www.firjan.com.br/ifgf/consultaao-indice/consulta-ao-indice-grafico.htm?UF=PR&IdCidade=410490&Indicador=1&Ano=2013. 16 Os dados são fornecidos pelos próprios municípios à Secretaria de Tesouro Nacional, responsável por consolidar e disponibilizar as estatísticas referentes às contas públicas municipais. 17 Para mais informações, consultar o relatório de Avaliação do Cenário Municipal, integrante do Plano de Desenvolvimento Municipal. 15 274 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Piraí do Sul Ponta Grossa Tibagi 0,4580 3.288º 0,6887 529º 0,6371 1.298º 0,5265 1.942º 0,6236 1.080º 0,6919 509º 0,6550 1.098º 0,6518 561º 0,4015 4.125º 0,4938 2.761º 0,4271 4.150º 0,4087 3.659º Maringá 0,6115 1.208º 0,7493 206º 0,8482 37º 0,8177 33º * = Municípios com Dados Não Disponíveis Fonte: FIRJAN. Dentre esses municípios, em 2006, Ponta Grossa apresentava o melhor IFGF. Em 2013, o pior. Em 2006, Castro possuía um IFGF próximo ao de Maringá. Entre 2006 e 2013, o IFGF de Castro, apesar de instável, se recuperou lentamente, mas, mesmo assim, encontrava-se, em 2013, em um patamar muito distante de Maringá. Gráfico 17: Índice Firjan de Gestão Fiscal: Castro e Maringá - 2006-2013 1,0000 0,9000 0,8000 0,7000 0,6000 0,5000 0,4000 0,3000 0,2000 0,1000 0,0000 2006 Castro 2007 2008 Maringá 2009 2010 Linear (Castro) 2011 2012 2013 Linear (Maringá) Fonte: FIRJAN. O Gráfico 17 apresenta o IFGF e seus índices componentes de Castro, tendo como referência, a situação de Maringá. Considerando os parâmetros de avaliação, Maringá aufere o conceito A em todos os índices e Castro, os seguintes: IFGF Geral: 0,5389 - C; IFGF Receita Própria: 0,3216 - D; IFGF Investimentos: 0,5383 - C; IFGF Gastos com Pessoal: 0,5383 - C; IFGF Liquidez: 0,7667 - A; 275 IFGF Custo da Dívida: 0,7153 - A Gráfico 18: Índice de Gestão Fiscal de Castro e Maringá - 2013 1,000 0,900 0,800 0,700 0,600 0,500 0,400 0,300 0,200 0,100 0,000 IFGF Receita Própria Gastos com Investimentos Pessoal Maringá Liquidez Custo da Dívida Castro Fonte: FIRJAN. Em Maringá, todos os índices apresentam o conceito A. Em Castro, o A de IFGF Liquidez e o IGFG Custo da Dívida indica responsabilidade fiscal, o que é de extrema relevância. No entanto, o conceito C para o IFGF Receita Própria de Castro significa a precariedade do “esforço fiscal”18. A Prefeitura Municipal não utiliza o seu potencial de alavancar tributos, particularmente o IPTU, cuja margem de arbítrio é maior. No Brasil, municípios de médio e pequeno porte possuem dificuldades de atualizar a planta de valores dos imóveis que é a base de arrecadação do imposto. Essas dificuldades, além das questões políticas, são também decorrentes da baixa capacidade contributiva de parcela expressiva das famílias e empresários locais. Essa precariedade, associada à rigidez e pressões para o aumento dos gastos com pessoal (conceito C), implica em uma baixa capacidade de investimentos om recursos próprios (conceito C) e, portanto, na dependência de transferências negociadas ou não constitucionais de recursos da União ou do Governo Estadual com vistas a projetos de maior por do município e às demandas recorrentemente ampliadas dos cidadãos locais. 18 Esforço Fiscal se refere à capacidade de aumentar a receita tributária própria municipal (IPTU, ISS, etc.), segundo a capacidade de contribuição de seus habitantes e as condições políticas vigentes. 276 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 6.2. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA A legislação municipal, o plano de ação e os instrumentos de desenvolvimento territorial se configuram como mecanismos essenciais para a implementação das diretrizes de planejamento municipal resultantes da elaboração do Plano Diretor. Essas questões foram analisadas no relatório de Avaliação do Plano Diretor Vigente e, a seguir, são apresentados os principais aspectos abordados: A Lei do Plano Diretor, em grande parte por assumir o papel que cabe ao Plano de Desenvolvimento Municipal, possui diretrizes muito amplas e pouco objetivas, que as vezes não se refletem adequadamente no plano de ação. O Plano Diretor é acompanhado de um plano de ação com diretrizes, metas e prazos, conferindo maior potencial de efetivação das propostas. Por outro lado, o plano de ação não se traduz em mecanismos de participação, diminuindo a possibilidade de controle social sobre sua implementação. A lei vigente contém os instrumentos de desenvolvimento preconizados pelo Estatuto da Cidade, no entanto, a prefeitura tem dificuldade de implementá-los, muitas vezes por falta de ferramentas auxiliares de planejamento, como o cadastro multifinalitário, falta de recursos humanos e falta de uma instância de planejamento territorial que possa atuar sobre os obstáculos que impedem a efetivação dos instrumentos. A legislação urbanística é completa, mas possui um grau de complexidade que dificulta a apropriação por parte dos usuários. Nesse sentido, faltam meios didáticos de divulgação dos procedimentos e normas para aprovação de projetos e obras. A título de informação, reproduz-se a seguir o quadro analítico dos instrumentos de desenvolvimento territorial elaborado no primeiro relatório: 277 Quadro 4: Esquema analítico dos instrumentos do Plano Diretor vigente Instrumento Regulamentação Avaliação Instrumento passível de aplicação com a regulamentação existente no próprio PD. O Caso do art. 95, §2, inciso III é muito específico, deveria ser aberto para “imóveis objeto de litígio judicial ou outra justificativa considerada aceitável pelo Parcelamento, Conselho da Cidade, com base nos princípios e Edificação e objetivos gerais desta lei”. Art. 91 a 96 do PD Utilização Interessante considerar regulamentação deste Compulsórios instrumento “em lei específica”, nos termos do art. 5° do PD, para evitar questionamentos no judiciário. Esta lei também incluiria a regulamentação sobre IPTU Progressivo, uma vez que os instrumentos estão diretamente vinculados. IPTU Progressivo Desapropriação com Títulos da Dívida Pública Art. 97 a 99 do PD E Art. 35 a 44 do Código Tributário Municipal Art. 100 a 103 do PD Transferência de Potencial Construtivo Art. 104 a 110 do PD Consórcio Imobiliário Art. 111 a 117 do PD 278 O Instrumento não é passível de aplicação direta com a regulamentação do PD. O art. 97, §1° remete à regulamentação em lei específica, porém o instrumento foi regulamentado nos artigos 35 a 44 do Código Tributário Municipal Os critérios para reconhecer o “descumprimento da função social da propriedade” são muito abertos, e podem ser aplicados em todas as zonas urbanas de Castro: “praticamente todos os imóveis com coeficiente de aproveitamento abaixo do mínimo, ou que estejam desocupados há mais de 3 anos” Recomenda-se um critério mais específico e fechado, de forma a identificar facilmente os imóveis sujeitos ao instrumento. Isso tornaria a tarefa de notificá-los, e acompanhar as imposições sobre o imóvel, algo mais factível. Também seria interessante regulamentar junto com parcelamento, edificação e uso compulsório, uma vez que os instrumentos estão diretamente vinculados. Instrumento passível de aplicação com a regulamentação existente no próprio PDM. Importante ressaltar que a viabilidade deste instrumento depende da boa aplicação da Utilização Compulsória e do IPTU Progressivo, de acordo com as sugestões feitas nas linhas anteriores desta tabela. Instrumento não é passível de aplicação direta com a regulamentação do PD. Art. 108 remete à regulamentação em lei específica, o que não ocorreu. Este instrumento é de grande importância para estimular a proteção do patrimônio histórico e natural de Castro, e deve ser considerado mais a fundo na revisão do PD. Instrumento passível de aplicação regulamentação existente no próprio PD. com a PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Instrumento Direito de Preferência Outorga Onerosa do Direito de Construir Regulamentação Art. 118 a 120 do PD Art. 121 a 127 e Lei Municipal 2094/2009 Operações Urbanas Consorciadas Art. 128 a 130 do PD Direito de Superfície Art. 131 a 136 do PD Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança Art. 137 a 142 do PD E Art. 30 a 44 da Lei de Uso e Ocupação do Solo Avaliação Cada projeto baseado em Consórcio Imobiliário deverá ser negociado entre o Poder Público e o proprietário do terreno ou edificação, devendo ser pactuado em contrato específico. Município não chegou a utilizar o instrumento. Instrumento não é passível de aplicação direta com a regulamentação do PD. Art. 120 remete à regulamentação em lei específica, o que não ocorreu. Instrumento não é passível de aplicação direta com a regulamentação do PD, mas foi regulamentado através da Lei Municipal 2094/2009. É um instrumento sofisticado que requer boa capacidade de planejamento e gestão do uso do solo. Foi timidamente utilizado pela Prefeitura de Castro e deverá ser repensado durante a revisão do PD. Um dos aspectos a ser considerado é a revisão da fórmula de cálculo do valor de potencial construtivo, que vem gerando dúvidas entre os servidores municipais. Outro aspecto de conflito é a relação com a proteção do patrimônio histórico. Segundo o art. 127 da lei do PD, a Outorga Onerosa só deverá ser utilizada após o esgotamento de 80% da transferência de potencial construtivo como forma de compensação pela preservação do patrimônio histórico. A despeito desse artigo, a outorga onerosa foi regulamentada e utilizada antes do instrumento de transferência de potencial construtivo, acarretando possíveis prejuízos à conservação do patrimônio histórico de Castro. Instrumento passível de aplicação com a regulamentação existente no próprio PD, mas cada Operação Consorciada deverá ser regulamentada através de Lei específica. De 2009 até o momento, o Município não utilizou o instrumento Instrumento passível de aplicação regulamentação existente no próprio PD. com a Instrumento passível de aplicação com a regulamentação existente no PD e na Lei de Uso e Ocupação do Solo. De acordo com o art. 34 da Lei de Uso e Ocupação do Solo, o Poder Público Municipal irá expedir diretrizes específicas para os estudos de impacto de cada empreendimento. Segundo informações da Prefeitura, o instrumento nunca foi utilizado. Fonte: Funpar, 2015. 279 6.3. RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADES Restrições A AMCG atua pouco na integração econômica regional e captação de recursos. A relação com o polo regional de Ponta Grossa é pouco aproveitada para ações de desenvolvimento regional e municipal. Mecanismos e processos sistemáticos de planejamento estratégico são incipientes. Gestão de temas setoriais, como saneamento, habitação e urbanismo é fragmentada. Processo de aprovação de projetos é moroso devido a exigência demasiada de documentação, complexidade da legislação urbanística e falta de mecanismos adequados de informação aos requerentes. Consequências punitivas ineficazes no caso de irregularidades urbanísticas incentiva a transgressão de normas. Cultura organizacional enrijecida dificulta a implementação de processos e rotinas mais eficientes e eficazes. Baixa capacidade de investimentos e dependência de transferência de recursos devido à precariedade do sistema de arrecadação de impostos. Plano de Ação deveria ter seus indicadores monitorados e disponibilizados à população. Dificuldade em aplicar os instrumentos pela complexidade das leis regulamentares, falta de ferramentas de planejamento (como plantas imobiliárias atualizadas) e falta de recursos humanos. Conselho de Desenvolvimento do Município muito ligado à questões específicas, sem tempo e meios para planejamento de longo prazo e acompanhamento do PDM. Lei do Plano Diretor extensa, resultando na dificuldade de apropriação pela população. No mesmo sentido, ressalta-se a falta de apropriação das normas de uso e ocupação do solo de dos códigos de obras e posturas. Potencialidades 280 Castro participa ativamente da AMCG, canal importante de integração regional. Prefeitura municipal tem relação consolidada com o Paranacidade, melhorando seus instrumentos de gestão territorial e abrindo possibilidade para captação de recursos. Castro participa de programas do sistema S que promovem a integração regional. Técnicos municipais tem consciência da necessidade de mudança dos processos administrativos e da cultura organizacional. Prefeitura tem iniciativas para desfragmentar a gestão, tal como a implantação do Instituto de Saneamento Ambiental e do Núcleo de Planejamento Territorial. PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Existência de um Plano de Ação, com diretrizes registradas em Lei, para implementação do Plano Diretor Previsão e regulamentação da maioria dos instrumentos de política urbana previstos no Estatuto das Cidades Estímulo à participação pública em eventos como a Conferência de Avaliação do PD (2011) Organização de um Sistema de Informações Geográficas que pode ser desenvolvido para formar um Cadastro Multifinalitário ou Sistema Integrado de Informações Técnicos motivados e Prefeitura engajada com o planejamento do Município, elaborando de forma integrada os planos Diretor, de Desenvolvimento e de Mobilidade Urbana. Potencial para reorganização da estrutura de planejamento e integração entre secretarias 281 II. DIAGNÓSTICO: LEITURA COMUNITÁRIA 1. EVENTOS PARTICIPATIVOS O presente capítulo aborda as reuniões de leitura comunitária que integram o diagnóstico do Plano Diretor de Castro, cujos resultados complementam e enriquecem as análises da leitura técnica. Na medida em que um dos objetivos do Plano Diretor é orientar o desenvolvimento do município de forma democrática, é de suma importância promover a participação da população no processo de construção deste planejamento. Além do esclarecimento de aspectos relacionados à construção e revisão do Plano, os eventos comunitários buscaram possibilitar que a população castrense contribuísse com a elaboração das diretrizes de uso e ocupação do território. Diante deste pressuposto, as reuniões comunitárias visaram garantir aos munícipes um espaço no qual suas percepções e anseios sobre o município fossem percebidas e, de fato, contribuíssem com a definição de diretrizes relacionadas ao planejamento municipal. Durante o mês de outubro de 2015, foram realizadas 4 reuniões comunitárias em Castro, sendo duas na sede urbana e duas na área rural. A primeira reunião comunitária ocorreu no dia 07 de outubro, nas dependências da Associação de Moradores do Distrito de Abapã. A segunda foi realizada na sede municipal, na Escola Professora Mariana Garcez localizada no bairro Vila Santa Cruz. As demais reuniões ocorreram no dia 08 de outubro, no distrito de Socavão na sede do CRAS, e na área urbana, no bairro Jardim Arapongas nas dependências da Associação de Moradores. Figura 88: Reunião Comunitária no Distrito de Abapã na Associação de Moradores. Fonte: FUNPAR (2015). A metodologia proposta para os eventos incluiu quatro momentos distintos: (i) breve explanação aos presentes sobre o conteúdo do Plano Diretor, processo de elaboração e importância da participação; (ii) discussão em grupos quanto às potencialidades, deficiências e propostas por temas; (iii) apresentação dos resultados discutidos em cada grupo aos demais presentes; e (iv) elaboração de uma matriz, na qual foram sintetizadas as principais informações oriundas do debate. 282 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 As conclusões obtidas nos grupos temáticos foram apreciadas pelos demais participantes e ocasionalmente alteradas para, enfim, serem compactuadas e inclusas à matriz síntese. O ponto de partida das discussões foi o objeto de interesse dos eventos, isto é, as percepções, demandas e expectativas da população em relação aos temas de análise. Foram propostos quatro conjuntos de temas a serem debatidos em grupo que, a princípio, conformam a realidade municipal: (1) meio ambiente e saneamento básico; (2) desenvolvimento econômico e infraestrutura viária; (3) uso do solo e habitação; e (4) aspectos sociais e serviços públicos. Figura 89: Reunião Comunitária no bairro Vila Santa Cruz. Fonte: FUNPAR (2015). Figura 90: Slides de apresentação e organização das Reuniões Comunitárias. Fonte: FUNPAR (2015). Cabe mencionar que a metodologia foi adaptada conforme o número de participantes nos eventos comunitários. Em Socavão e Jardim Arapongas, por exemplo, devido ao número reduzido de presentes, optou-se pela abertura das discussões por temáticas com todos os presentes, logo após as apresentações iniciais. Desta maneira, a matriz resultante das discussões foi delineada juntamente com todos os participantes, sem a discussão inicial em grupos menores. Os quatro eventos realizados contaram com a participação de técnicos mediadores da Funpar para orientar, explorar e conduzir as discussões entre os 283 diferentes atores presentes. Aos mediadores coube também: (i) garantir que o foco do debate não fugisse dos objetivos da pesquisa; (ii) manter as diretrizes do método, ou seja, produzir uma discussão entre participantes (não entre participantes e moderadores); (iii) estimular o debate de tópicos de interesse que estivessem sendo pouco aprofundados, resguardando um espaço equânime de diálogo entre os participantes, garantindo o fluxo das trocas de ideias e impressões. A participação nas reuniões de leitura comunitária foi registrada através de lista de presença, com nome, contato e assinatura dos presentes (Anexo XV). A seguir, são apresentadas as matrizes síntese elaboradas nos eventos, contendo para cada grupo temático, as potencialidades, deficiências e propostas de melhoria para Castro, em ordem de importância. 284 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Quadro 5 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 01: Distrito de Abapã - Dia 07/10/2015 às 15h00 REUNIÃO COMUNITÁRIA 01: DISTRITO DE ABAPÃ GRUPO TEMÁTICO MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO BÁSICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) PROPOSTAS Abastecimento e tratamento de água pela Sanepar. Não há rede de esgoto: utilização de fossas sépticas e rudimentares. Promover a atuação da defensoria pública em relação aos terrenos irregulares da comunidade. Existência de reservas legais em Abapã, em direção à Região Metropolitana de Curitiba. Falta de documentação dos terrenos / imóveis. Construir rede de esgoto na sede do distrito. A coleta de lixo é insuficiente. Aspectos turísticos de relevância no distrito, como olhos d'água, grutas e cachoeiras. Falta fiscalização da poluição e desmatamento nas margens de córregos, sentido sede municipal de Castro. Melhorar a atuação dos órgãos de assistência técnica (especialmente da EMATER). Melhorar a coleta de lixo no entorno da sede do distrito. Falta incentivo à preservação do meio ambiente. Criar um programa de compostagem do lixo. Problemas de enchentes em algumas áreas do distrito. Ampliar a rede de distribuição de água no distrito. 285 286 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 01: DISTRITO DE ABAPÃ GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) Asfaltamento e calçamento das ruas. Cursos de qualificação (costura, auxiliar administrativo, empreendedorismo, manutenção predial, manutenção de informática). Instalação recente de torre para celular e internet. Atividades econômicas: agropecuária e agricultura. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA Cursos técnicos ofertados pela Cargill. PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) PROPOSTAS Falta de infraestrutura adequada para pedestres, principalmente nas rotatórias. Asfaltar o acesso de Abapã até a Região Metropolitana de Curitiba. Faltam redutores de velocidade e pontos de ônibus (inclusive para linhas escolares). Construir passeios para pedestres e redutores de velocidade em pelo menos três pontos do perímetro urbano. Escoamento de água: sem planejamento de bueiros e meios-fios (rede de drenagem inadequada): os bueiros existentes estão entupidos. Pavimentação e, sobretudo, calçamento inexistente em parte das ruas da vila. Sem sinalização viária. Iluminação precária das vias. Falta de ligação asfaltada da vila de Abapã até a Região Metropolitana de Curitiba. Cursos de qualificação da Cargill: falta oferta de emprego para quem participa das aulas. Faltam polos de universidades públicas e cursos diversificados e gratuitos. Torre de celular e internet: sinal ruim, principalmente para as comunidades vizinhas. Falta de incentivos da Secretaria da Agricultura. Construir de canaletas para escoamento das águas das chuvas. Melhorar o calçamento e a iluminação pública já existentes e dar continuidade nas demais vias. Promover o apoio dos órgãos públicos para atração de empresas e geração de empregos em Abapã. Construir terminal rodoviário e aprimoramento do transporte público coletivo, facilitando o acesso distrital e municipal. Criar facilidades para melhoraria do acesso ao ensino superior e supletivos de ensino médio e fundamental. Melhorar a assistência técnica e atendimento para as comunidades da região em relação à agricultura e pecuária. 287 288 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 01: DISTRITO DE ABAPÃ GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) Sentimento de vizinhança, satisfação em morar em Abapã: lugar tranquilo, pessoas acolhedoras. PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) Falta de regularização dos terrenos prejudica o desenvolvimento econômico da comunidade (apesar de já estar sendo pago o IPTU). Irregularidade dos terrenos por falta de documentação, além da dificuldade (burocrática e financeira) para regularizar. Espera dos moradores pelas casas populares (“processo iniciado e esquecido”). USO DO SOLO E HABITAÇÃO PROPOSTAS Regularizar os terrenos através de um programa de orientação à população. Construir as casas populares (ampliação e viabilização do “Programa Casas Populares”) Atrair indústrias e outras atividades econômicas para o distrito, a fim de criar empregos e diversificar atividades. Faltam programas de habitação popular. Há famílias vivendo em moradias de risco. Falta de diversidade do uso do solo, há pouco comércio e muita moradia - faltam mais indústrias e atividades que gerem empregos. O CRAS é um local muito utilizado pelos moradores da sede de Abapã, a qual está satisfeita com a infraestrutura e os serviços disponibilizados. ASPECTOS SOCIAS CRAS faz a documentação necessária à população. Presença do Centro de Atendimento (PETI). Bom atendimento à educação. Posto de saúde satisfatório. Recentes obras de asfaltamento, como na Rua da Farinheira. Falta de atendimento geral para determinadas comunidades do distrito. Crianças e jovens das comunidades mais distantes não tem acesso à escola, por falta de transporte escolar. Falta de transporte público entre as comunidades rurais e a vila. Obras na vila ainda não terminadas (“esquecidas”). Condições precárias da Escola Estadual. Escola Municipal: faltam segurança e quadra esportiva. Criar mais linhas de transporte coletivo. Finalizar as obras que causam enchentes nas ruas do distrito. Melhorar a qualidade e oferta de atendimento médico. Melhorar o transporte público: deve ser diário, entre as comunidades e sede e entre sede e cidade. Melhorar o policiamento. Promover a atuação da guarda municipal nos momentos de saída e entrada de alunos na escola municipal. 289 290 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 01: DISTRITO DE ABAPÃ GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) Qualidade do ensino, professores capacitados, infraestrutura satisfatória. ASPECTOS SOCIAS PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) Faltam creches. PROPOSTAS Implantar espaços para lazer e prática de esportes, p. ex.: quadra poliesportiva. Reforma recente do Posto de Saúde. Jovens cometendo delitos: no trânsito e com drogas, principalmente. Construção do prédio da Escola Municipal. Médicos atendem somente em dias marcados. Bom atendimento dos dentistas. Falta de atendimento médico nas áreas rurais. Centro de Convivência com disponibilidade de cursos. UPA não atende à demanda. Criar calçadas/passeios nas ruas de acesso ao colégio estadual. Fechamento do hospital (falta uma farmácia). Implantar farmácia (popular) no distrito. Serviços prestados pela Viação Iapó. Problemas do Centro de Convivência: faltam equipamentos, faltam profissionais capacitados, poderiam ter mais cursos, faltam oficinas que ocupem e reúnam a juventude. Desenvolver atividades de inclusão social para pessoas portadoras de necessidades especiais. Faltam opções de lazer para os jovens. Ampliar o número de oficinas culturais (para todas as faixas etárias). Ampliar e melhorar o Centro de Convivência (estrutura física e de recursos humanos). Melhoria das estradas utilizadas pelo transporte escolar. Desenvolver ações que atraiam bancos ou lotéricas para o distrito. Implementar o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) no distrito (ou viabilizar o acesso às escolas da sede municipal que o oferecem). Melhorar a qualidade do serviço prestado pelos Agentes Comunitários de Saúde (realmente atender toda a demanda distrital). Melhorar o acesso ao atendimento médico (especialmente em finais de semana). 291 292 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Quadro 6 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 02: Sede Municipal - Bairro Vila Santa Cruz - Dia 07/10/2015 às 19h00 REUNIÃO COMUNITÁRIA 02: VILA SANTA CRUZ GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) PROPOSTAS Ampliação recente da rede de esgoto no bairro. Riqueza de áreas verdes no município: arborização, parques, prainha, além da beleza natural das áreas de preservação e cachoeiras. Arborização limitada pelas ruas históricas (muito estreitas). Falta de fiscalização da rede de saneamento, sobretudo, de esgoto. Vários locais da cidade não atendidos pelo saneamento básico. Invasão em áreas de preservação ambiental. Deficiências do tratamento de esgoto: “comprovada pela entrada de Castro, com um cheiro de esgoto muito forte, sinal que não está sendo bem tratado. ” Enchentes em épocas de chuva: galerias existentes não vencem o volume de água (drenagem urbana ineficiente). Conscientizar a população sobre o destino do lixo urbano. Aprimorar a fiscalização em relação à preservação ambiental. Melhorar o tratamento de esgoto (em toda a cidade). Canalizar melhor (adequar a rede de drenagem) as ruas do centro da cidade. Melhorar a infraestrutura na área de manancial do rio Iapó, melhorando a qualidade de vida e a preservação ambiental. Melhorar as rotatórias, com mais sinalizações e radares (especialmente do contorno sul). Melhorar a arborização urbana. Incentivar o plantio de árvores. Sinalização viária satisfatória e recentemente complementada. Rotatórias caóticas em horários de pico, gerando congestionamento. Acredita-se que essa situação ocorra pela vinda de empresas e indústrias para a cidade sem um planejamento prévio. As áreas mais problemáticas são: do Cemitério, Condor e Colégio Amanda - sugestão de readequá-las. Semáforos próximos ao Hotel Buganville: melhorar acesso para Escola Vicente Machado e Colégio Cavanis. Transporte Público: sem pontos de ônibus, sem informações eficientes. Qualificar dos funcionários que atendem ao público: formação continuada e promoção de ações de motivação profissional. Desenvolver ações que elevem o nível dos professores: exigência de titulação acadêmica, plano de carreira, continuação continuada e valorização da prática (com estágios, por exemplo). Readequar as rotatórias e seu entorno viário próximo para evitar congestionamentos. MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO BÁSICO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) 293 294 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 02: VILA SANTA CRUZ GRUPO TEMÁTICO USO DO SOLO E HABITAÇÃO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) PROPOSTAS Nova Castro (Jardim Alvorada): um modelo de eficiência na moradia para pessoas com necessidades especiais, com a ajuda do governo. Falta de respeito às leis de uso e ocupação do solo. Invasão em áreas de preservação ambiental. Falta de incentivo para a verticalização (Prefeitura não libera prédios com mais andares). Conscientizar a população sobre as leis de construção e moradia. Alterar o lote mínimo para moradias, tornando-os mais acessíveis à população carente. Ações da Polícia Militar e Tropa de Choque para deter traficantes e bandidos. Armamento da Guarda Municipal. Postos de Saúde e Saúde da Família. Oferta e demanda equilibradas em relação à saúde. Vinda do SESI e SENAI para Castro. Falta de creches, principalmente na Vila Santa Cruz, Morada do Sol, Loteamento Nossa Senhora das Graças. Armamento da Guarda Municipal. Alguns bairros carecem de atenção em todos os serviços públicos: Cantagalo, Pandorf e Nossa Senhora das Graças. Qualificar dos funcionários que atendem ao público: formação continuada e promoção de ações de motivação profissional. Desenvolver ações que elevem o nível dos professores: exigência de titulação acadêmica, plano de carreira, continuação continuada e valorização da prática (com estágios, por exemplo). 295 296 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 02: VILA SANTA CRUZ GRUPO TEMÁTICO ASPECTOS SOCIAIS POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) Falta de qualificação dos professores (a maioria possui apenas Magistério). Ouvidoria dos profissionais da educação para melhoria da qualidade da educação. Mudança do local da Secretaria da Cultura prejudicou o acesso dos jovens e crianças. Muitos assaltos. Menores na rua: uso de drogas. Prainha: ponto de encontro de jovens utilizando drogas e álcool, atrapalhando a passagem da população. Falta presença sistemática de polícia nos seguintes locais: Vila Rosário (bicão), Prainha, Parque de Exposições. Eventos espontâneos em lugares públicos e particulares que atrapalham o sossego da população (música alta). Mal atendimento no UPA. Falta de acesso ao hospital da cidade. Reforma do hospital deveria ser feita antes. PROPOSTAS Aumentar o efetivo da guarda municipal. Fazer o policiamento sistemático em pontos específicos, onde têm maior incidência de crimes. Aumentar o número de fichas nos postos de saúde ou distribuí-las até mais tarde. Informar e orientar a população sobre o uso da estratégia de saúde da família e da importância da manutenção da saúde e não do tratamento da doença. Informar a população sobre as políticas públicas desenvolvidas pela prefeitura – aprimorar a comunicação entre prefeitura e população. Criar equipamentos públicos (principalmente creches): Pandorf, Cantagalo, Santa Cruz, Nossa Senhora das Graças e Morada do Sol. Rever horários dos cursos técnicos ofertados pelo SESI e SENAI (a noite). Ampliar os locais nos quais são ofertadas atividades culturais – descentralizar a realização destas atividades. Reativar os contra turnos nas escolas e outros espaços nos quais eles ocorriam. Monitorar, por câmeras, os bairros mais problemáticos, escolas e o acesso municipal. 297 298 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Quadro 7 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 03: Distrito de Socavão - Dia 08/10/2015 às 15h00 REUNIÃO COMUNITÁRIA 03: DISTRITO DE SOCAVÃO GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) Toda a população local tem acesso à água tratada. Há coleta de lixo das casas. MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO BÁSICO PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) PROPOSTAS Não há rede de coleta de esgoto em Socavão. Implementar sistema de coleta de esgoto. A água pode ser de má qualidade (o tratamento não é sistemático e a principal fonte fica próxima ao cemitério). Melhorar o tratamento da água. Melhorar a coleta de lixo. A coleta de lixo é realizada somente uma vez por semana e não atende as comunidades rurais. Realizar trabalho de conscientização da população local sobre seus deveres em relação ao destino correto do lixo. A coleta de lixo não é feita de maneira seletiva deixou de acontecer. Reimplantar a coleta seletiva de lixo. É realizada coleta de lixo nas casas, mas não nas ruas. Existem vários pontos na região (lago, rios e estradas) onde se acumulam lixos e esgotamento sanitário doméstico. As fossas não são devidamente mantidas e exalam mau cheiro. 299 300 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 03: DISTRITO DE SOCAVÃO GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) Potencial minerador da região (calcário, talco e albita). Caráter agropecuário (madeira, leite, soja, trigo, reflorestamento, gado de corte). Boa parte da população municipal habita a região de Socavão (vila e comunidades rurais). Região muito rica em recursos naturais e humanos. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA A população feminina local estava acostumada a lidar com a coleta seletiva de lixo. PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) Sai muita riqueza e não voltam investimentos”. Falta de pavimentação de estradas com alto fluxo de caminhões. Baixa geração de empregos (limitados aos empregos públicos). Asfaltar a estrada que liga o distrito à sede municipal. Melhorar a manutenção das estradas locais. Não são ofertados cursos técnicos para a população local (devido à falta de pavimentação). Reimplantar a coleta seletiva de lixo, que favorece a população feminina local (apoio da Prefeitura para tornar esta atividade mais interessante de uma perspectiva econômica). Transporte público precário (ônibus velhos, poucas linhas, sem ligação entre distrito e comunidades, poucos horários): inviabiliza a busca de trabalho e de estudo na sede municipal. Implantar uma linha de ônibus que atenda aos moradores locais que trabalham e estudam na sede municipal (horário adequado para a ida e a volta da sede). As ruas do distrito são muito mal conservadas. Promover ações que capacitem tecnicamente a população local (principalmente para a população jovem). Os empregos locais são destinados aos homens. A maior parte das comunidades não tem acesso à telefonia e internet e, mesmo na sede do distrito, o sinal de celular é precário. As águas das chuvas causam muito estrago, devido à falta de estrutura de escoamento (drenagem adequada), o que contribui para a degradação das estradas. USO DO SOLO E HABITAÇÃO PROPOSTAS Os terrenos são predominantemente irregulares (falta de documentação de posse, apesar da efetiva cobrança do IPTU). Promover ações que atraiam empresas para a localidade (especialmente do ramo da agropecuária). Desenvolver ações que atraiam bancos ou lotéricas para o distrito. Promover ações que valorizem os exmoradores do distrito que foram bem sucedidos fora do município, de modo a incentivar os moradores locais. Regularizar os terrenos do distrito. 301 302 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 03: DISTRITO DE SOCAVÃO GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) A demanda em relação à educação formal é atendida. Há uma incidência muito alta de pedras nos rins e na vesícula na população local. A comunidade costuma cursar graduação à distância. A qualidade do ensino fundamental (anos iniciais – 1ª a 4ª série) é boa e atende a todos. Em relação ao ensino médio e anos finais do fundamental (5ª a 9ª série), parte muito significativa dos professores são PSS (substitutos), o que geralmente significa que eles são pouco qualificados e despreparados. A qualidade do ensino infantil é excelente. As turmas possuem muitos alunos. PROPOSTAS Implementar cursos técnicos no distrito. Melhorar o transporte escolar (aumentar a quantidade de ônibus por linha). Implantar módulo policial da guarda municipal no distrito (dentre outras ações para melhorar a segurança local). Monitorar periodicamente a água tratada da vila de Socavão. A educação à distância é de qualidade inferior. Não há oferta de curso técnico no distrito. ASPECTOS SOCIAIS Altos índices de evasão no ensino médio. Muitos estudantes sequer ingressam nesta modalidade de ensino. O transporte escolar, devido à qualidade das estradas, não atende adequadamente todas as comunidades do distrito. A comunicação entre a Prefeitura e as comunidades é precária. A estrutura física das escolas municipais é precária. Faltam médicos para atender todas as comunidades: a demanda não é atendida. Predomina a insegurança (muitos delitos, brigas, “rachas”, furtos, roubos, prostituição, uso de drogas, som alto). 303 304 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Quadro 8 - Matriz Síntese da Reunião Comunitária 04: Sede Municipal - Bairro Jardim Arapongas - Dia 08/10/2015 às 19h00 REUNIÃO COMUNITÁRIA 04: JARDIM ARAPONGAS GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) Coleta de lixo realizada 3 (três) por semana na sede municipal. Ecopontos funcionam. MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO BÁSICO O Conselho de Meio Ambiente é ativo, no sentido que a fiscalização é realizada (em parte). PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) Limpeza urbana precária. Devido às condições de certas vias, a coleta de lixo doméstico não atende a todos os domicílios. Existência de “lixões” clandestinos (entulhos em terrenos vazios, por exemplo). Em relação aos lixões próximos de Ecopontos, a Prefeitura deve coletar o lixo acumulado, sinalizar e comunicar à população. A população não contribui com a limpeza pública ao jogar lixo e entulhos (diversos) em terrenos e corpos d’água. As ações de fiscalização, em relação aos entulhos, não são suficientes. A impunidade em relação às infrações é recorrente. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA Passeio precário ou inexistente. Cada morador faz de um modo diferente e não há controle ou padronização. Falta planejamento em relação à mobilidade urbana. PROPOSTAS Realizar um planejamento de maneiras efetivas de lidar com o problema dos lixos/entulhos, tais como: Desenvolver atividades de limpeza pública (varrição, limpeza de bueiros, coleta de lixo das ruas); Desenvolver ações de conscientização e informação da população em relação ao problema da destinação inadequada do lixo/entulho e das ações realizadas pelo poder público em relação a esta questão; Ampliar os Ecopontos; Cumprimento das leis e criação de legislação adequada. Desenvolver ações que resultem na construção de passeios, de modo padronizado. Desenvolver ações que melhorem as vias de circulação de veículos, principalmente de ônibus coletivos. Várias vias da cidade estão em estado precário. Carência de capacitação técnica dos trabalhadores. 305 306 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 04: JARDIM ARAPONGAS GRUPO TEMÁTICO ASPECTOS SOCIAIS POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) Nos últimos anos o índice de desemprego diminuiu muito. Nível e escolaridade da população é ruim, mesmo considerando o ensino médio. Os equipamentos de educação conseguem atender às demandas, com exceção do ensino infantil. O índice de evasão escolar em relação aos cursos técnicos é muito alto, o que está levando o governo estadual a fechar certos cursos. No bairro Arapongas existe uma quadra de esportes. Carência de creches, que não conseguem atender a demanda local. O bairro era muito violento (sendo o berço das gangues “de antigamente” – até 2009), mas atualmente o bairro é tranquilo. Falta oferta de atividades e estruturas de lazer. A quadra de esportes presentes no bairro está em situação precária, não possuindo sequer as traves dos gols. O espaço destinado ao lazer no bairro foi suprimido em função da construção de casas populares. O município, como um todo, é carente de infraestruturas voltadas ao lazer. PROPOSTAS Melhorar o nível do ensino público de modo que ele seja atrativo para os alunos que geralmente são desmotivados. Construção de CMEIS em áreas recentemente habitadas, por exemplo, nos seguintes bairros: Termas de Viera, Santa Teresinha e Pandorf. Construção de parques infantis, quadras poliesportivas, parques e praças no bairro (bem iluminada para evitar mau uso do espaço). Desenvolver atividades que promovam uma cultura de participação política e cidadania, principalmente nos espaços escolares, com as crianças. Sistematizar patrulhamento do bairro pela guarda municipal. Implementar e ampliar as Escolas de Esporte. A população não participa de atividades nas quais se discute política e serviços públicos. Ampliar os contra turnos escolares. Depredação de escola do bairro. Desenvolver ações que fortaleçam as famílias. O uso e tráfico de drogas é um grande problema no município (inclusive em Socavão). Informar à população onde e qual deve ser a atuação da guarda municipal. As igrejas cumprem importante papel em relação à prevenção do uso de drogas, mas como o problema muitas vezes é químico, o problema não é resolvido. Expandir o sistema de vigilância por câmeras. Implementar e ampliar as atividades culturais. São raríssimos os centros de tratamento de viciados em drogas (pelo SUS). 307 308 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REUNIÃO COMUNITÁRIA 04: JARDIM ARAPONGAS GRUPO TEMÁTICO POTENCIALIDADES (PONTOS POSITIVOS) PROBLEMAS (PONTOS NEGATIVOS) PROPOSTAS A instalação de CAPS que lidam com alcoólatras e usuários de drogas é inviável (por falta de recursos financeiros). O uso de drogas é resultado da carência de equipamentos adequados para a promoção de lazer, cultura e esporte. Trata-se de um problema sistêmico. As atividades existentes de promoção do esporte não conseguem atingir a todos (moradores de áreas mais afastadas). ASPECTOS SOCIAIS A violência nos bairros prejudicou os programas de promoção de esporte e lazer existentes O armamento da guarda municipal é perigoso, pois eles são despreparados. O trabalho dos guardiões é ineficaz A atuação da Polícia Militar é ineficaz Há previsão de projetos de regularização dos terrenos irregulares do município: Socavão e Arapongas. USO DO SOLO E HABITAÇÃO Jardim São Miguel e Jardim Alvorada (projetos de loteamentos de habitação de interesse social). No bairro, cerca de 76% dos lotes e casas estão em situação irregular (em áreas impróprias, de ocupação e em lotes doados, mas sem documentação). Também é o caso do Jardim Primavera e da porção sul da cidade. Falta fiscalização das ocupações e das construções irregulares. Os infratores (em relação às ocupações irregulares) ficam impunes. Melhorar a fiscalização das ocupações e construções irregulares. Aplicação da legislação. Aprimorar a comunicação/orientar a população em relação à legislação que orienta a ocupação do solo e a construção. Aplicação efetiva do plano de arborização do município. Parte dos terrenos da prefeitura é ocupada por não serem usados e/ou serem baldios. 309 310 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 2. REUNIÕES COM A CÂMARA DE VEREADORES No dia 06 de outubro foi realizada a primeira reunião com a Câmara de Vereadores de Castro, afim de inseri-los na participação do processo de diagnóstico dos Planos de Desenvolvimento, Plano Diretor e Plano de Mobilidade do município. Com a presença dos vereadores Gerson Sutil (Presidente da Câmara), Aline Sleutjes Roberto, Regiane Batista Severino, José Otávio Nocera, Luiz Cezar Canha Ferreira, Maria de Fátima Barth Antão Castro e Herculano da Silva, foi apresentado pelos técnicos um panorama geral do trabalho realizado em Castro, focado no processo de elaboração de cada plano. Os principais tópicos trazidos pelos vereadores, a partir das demandas que chegam à Câmara, foram a segurança e a mobilidade, especialmente no que se refere ao tráfego de veículos. Além destes, também foi discutido sobre a Legislação Atual do Plano Diretor, sua eficácia e respectivos resultados. Por fim, solicitou-se que tanto os vereadores quanto a própria população participem mais, através da melhoria da comunicação e um maior número de reuniões. Figura 91: Primeira reunião com a Câmara de Vereadores do município de Castro. Fonte: Portal da Câmara de Vereadores de Castro, 2015. A segunda reunião foi realizada um mês depois, no dia 06 de novembro, desta vez com um propósito distinto. Com a apresentação dos primeiros diagnósticos de Castro, no que compreende os três planos anteriormente mencionados, os vereadores trouxeram à equipe técnica problemas relacionados à mobilidade, especialmente o tráfego de veículos e pedestres. Como sugestão da Câmara, a melhoria do sistema viário é imprescindível para a diminuição de acidentes, assim como a educação de trânsito. Estavam presentes na reunião os vereadores Paulo Cesar de Farias, Luiz Cezar Canha Ferreira, Joel Elias Fadel e Herculano da Silva. 311 Figura 92: Segunda Reunião com a Câmara de Vereadores do município de Castro. Fonte: Portal da Câmara de Vereadores de Castro, 2015. 3. REUNIÕES COM A EQUIPE TÉCNICA MUNICIPAL Afim de informar e coletar uma série de dados referentes ao município de Castro, a Equipe técnica da Funpar realizou diversas reuniões com a Prefeitura, desde as apresentações do processo da revisão do Plano Diretor, até entrevistas específicas com certas Secretarias. Segue abaixo a síntese de todas as reuniões técnicas referentes ao Plano Diretor: Quadro 9 - Reuniões com a Equipe Técnica Municipal Secretaria Resp. Técnico Data Pauta 27/08/2015 Avaliação da legislação de uso do solo e do processo de aprovação de projetos e emissão de alvarás Everton Briques Secretaria de Desenvolvimento Urbano Secretaria de Obras Secretaria da Fazenda Secretaria de Planejamento Gelson Telles Jaime Pusch Mario Silvio Jakiemin Martins Vitor Bertassoni Denise Van Arragon Resende Neide Yurie H. Watanabe Marcos Aurélio Weinert Marcos Bertolini Noeli Andrade Fiscalização A. Teixeira Stella K. R. Obrek 312 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Secretaria Resp. Técnico Data Pauta Maria Inez Pedrosa 29/08/2015 Aspectos Ambientais de Castro Gelson Telles 06/10/2015 Neliza Sauer Diretoria do Meio Ambiente Secretaria de Desenvolvimento Urbano Secretaria de Obras Secretaria de Desenvolvimento Urbano Denise Van Arragon Resende Vitor Bertassoni Mario Silvio Jakiemin Martins Everton Briques Visita ao Aterro Sanitário 07/10/2015 Avaliação do Código de Obras vigente 07/10/2015 Programas Habitacionais, Regularização Fundiária e Plano Municipal de Habitação 08/10/2015 Preservação do Patrimônio Histórico de Castro 08/10/2015 Projetos relacionados ao Meio Ambiente, Saneamento Rural 08/10/2015 Questões relacionadas à Administração Pública 08/10/2015 Questões relacionadas à Administração Pública 06/11/2015 Avaliação da Lei de Publicidade, Propostas para sua melhoria 06/11/2015 Apresentação dos primeiros produtos do Plano Diretor, Plano de Desenvolvimento e Plano de Mobilidade Rossana Meiko Manaka Elaine Michalski Telles Diretoria de Habitação Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo Secretaria de Planejamento Diretoria do Meio Ambiente Secretaria de Planejamento Ouvidoria Secretaria da Fazenda Nelson Roberto Farias Rodrigo Morais da Silva Marcos Bertolini Maria Inez Pedrosa Marcos Bertolini Robson João Marin Secretaria de Desenvolvimento Urbano Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo Fiscalização Rossana Meiko Manaka Secretaria de Desenvolvimento Urbano Everton Briques Elaine Michalski Telles Secretaria de Obras Neide Yurie H. Watanabe Secretaria da Fazenda João Marin Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo Marcia Aparecida Gomes Diretoria do Meio Ambiente Diretoria de Cultura Secretaria de Planejamento Rodrigo Morais da Silva Maria Inez Pedrosa Gisele Avila Coradassi Marcos Bertolini Dulcileia Ana dos Reis Fonte: Funpar, 2015. 313 Por fim, vale ressaltar que além das reuniões com a finalidade de informação e coleta de dados, também foi realizada uma capacitação com a equipe técnica da Prefeitura, afim de nivelar e discutir os conceitos acerca do Plano Diretor, seu panorama a nível nacional a metodologia empregada para o município de Castro. Quadro 10 - Capacitação com a Equipe Técnica da Prefeitura Secretaria Resp. Técnico Data Pauta 28/08/2015 Capacitação: planejamento municipal: metodologias e nivelação de conceitos (introdução ao Plano de Desenvolvimento / planejamento tradicional x planejamento estratégico; metodologia de planejamento; conceitos básicos do planejamento territorial – marco lógico de planejamento, ciclo de políticas públicas, estrutura da política urbana nacional. Marcos Bertolini Secretaria de Planejamento Dulcileia Ana dos Reis Tarcísio J. Quadros Cleide Maria Kret Secretaria da Fazenda Marcos Aurélio Weinert Luiz Carlos de Oliveira Camila Mariah Borges Secretaria de Desenvolvimento Urbano Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo Fonte: Funpar, 2015. 314 Everton Briques Marcia Aparecida Gomes PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 CENÁRIOS ATUAL E TENDENCIAL 1. SÍNTESE DAS RESTRIÇÕES E POTENCIALIDADE 315 316 PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS Quadro11 -CenárioAtual eTendencial: SíntesedasRestriçõesePotencialidades. REGIONAL MUNICIPAL RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES Bacia do Ribeira: presença excessiva de plantio de espécies exóticas, como pinus e eucalipto, dada sua capacidade em se adaptar em relevos acidentados. Lei da Mata Atlântica restringe a supressão de vegetação. Regiões oeste e leste: presença de terrenos com declividade acentuada, impróprios para ocupação, menos antropizados devido, principalmente, à dificuldade de cultivo nos modos tradicionais em relevo acidentado. Ocupação intensiva pela agropecuária, predominantemente no sentido oeste (reverso da Escarpa Devoniana), e leste, onde as áreas são mais planas e menos íngremes. Ocupações irregulares e impermeabilização em áreas de proteção ambiental e várzeas do rio Iapó (como solos hidromórficos), aumentam a possibilidade de inundações. Concentração expressiva de vegetação na região dos rios Maracanã e Portão Vermelho com o rio Iapó. São áreas que não se adéquam aos usos urbanos ou de agricultura tradicional, porém, são importantes para a qualidade ambiental do município. Bacias do Tibagi e Ribeira são geridas por Comitês de Bacia Hidrográfica específicos, regulamentados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos. CENÁRIO ATUAL Alta densidade de corpos hídricos, com bons índices de conservação da vegetação nas suas margens. Regiões oeste e leste, caracterizadas por maciços de vegetação em estágio médio e avançado de regeneração e relevo acidentado, são áreas com grande potencial para a conservação ambiental e formação de biocorredores em escala regional. Planícies aluviais são potenciais áreas para formação de corredores de biodiversidade, conforme propostas de zoneamento do PEOT e eixo ambiental do presente relatório. Regiões onde o relevo é mais ondulado indicam maior susceptibilidade aos processos erosivos, sobretudo, os produzidos pelo escoamento superficial das águas de chuvas, que são abundantes. Pressão econômica para o plantio de exóticas incide nos pequenos produtores rurais. Áreas com concentração de atividades rurais incluem planícies aluviais e presença de solos hidromórficos (solos do tipo Organossolo), nas proximidades do rio Iapó. Região leste: aspectos geomorfológicos (presença de grutas e cavernas), dada a ocorrência das rochas carbonatadas, destaca esta região como potencial turístico – divisa com Tibagi. CENÁRIO TENDENCIAL AMBIENTAL URBANA Lei da Mata Atlântica configura-se como indicativo para a qualidade ambiental do município. Concentração de fragmentos florestais (Floresta Ombrófila Densa) configura-se como potencial à criação de corredores de biodiversidade. Planalto de Castro / Bacia do Iapó: áreas planas, solos férteis e áreas aptas à agricultura. Presença de áreas de preservação ambiental: APA do Rio São Cristóvão (onde se localizam 2 pontos de captação de água para abastecimento), APA Estadual da Escarpa Devoniana (região oeste), e Parque Nacional dos Campos Gerais (região sul). Não é permitida nenhuma edificação na área de inundação periódica do rio Iapó, com ressalvas às edificações situadas das áreas situadas entre as cotas 973,50 e 977 metros, que apresentem sistemas estruturais eficazes contra inundações. Grande disponibilidade de água já outorgada para fins industriais. Plantio de espécies exóticas com viabilidade econômica na bacia do Ribeira. Baixa interferência de Unidades de Conservação nas áreas de ocupação urbana, em especial nos Distritos Industriais. Abundância de jazidas de calcário na região do vale do Ribeira com manejo e controle ambiental adequado: importante atividade econômica. Construção de parques urbanos, como o Lacustre e o Maracanã, associam proteção ambiental e lazer. Boa articulação entre governo municipal e estadual para procedimentos de licenciamento ambiental. Lei Municipal (N° 476/89) declara o Rio Iapó, tributário e suas margens e várzeas inundáveis como "áreas de preservação e proteção especial". Área oeste da sede é protegida como bacia de manancial de abastecimento. Redução da cobertura vegetal ameaça a qualidade da água, exigindo maiores níveis de tratamento e restrições ao licenciamento ambiental. Possibilidade de instituição de parques lineares e unidades de conservação, p. ex.: entre DI I e área urbana. Concentração de vegetação em estágio médio e avançado de regeneração em regiões mais declivosas, especialmente as localizadas a oeste e ao norte da sede urbana. Necessidade de fiscalização efetiva das ocupações em áreas ambientalmente frágeis (áreas de mananciais e APPs). Ocupação de planícies aluviais: alto risco para a população - são inundadas em grandes eventos de precipitação e durante períodos de recorrências de cheias. 317 318 EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 REGIONAL RESTRIÇÕES O processo de industrialização de Castro tensiona a infraestrutura viária e a mobilidade. MUNICIPAL POTENCIALIDADES Verifica-se avanços da industrialização, diversificação da estrutura produtiva e incremento do dinamismo tecnológico da agropecuária local. Programa Paraná Competitivo traz novos investimentos para Castro. Crescimento do emprego formal no comércio - acima da média regional. CENÁRIO ATUAL SOCIOECONÔMICO Aumento da visibilidade de Castro pela melhoria do Parque de Exposições Dario Macedo, aliada ao crescimento da agroindústria e do papel de “vitrine tecnológica” da cadeia leiteira local. RESTRIÇÕES Pouca disponibilidade de mão de obra técnica qualificada para trabalhos especializados que requerem o uso intensivo de automação e precisão, ligados ao elevado padrão tecnológico do novo sistema agroalimentar. URBANA POTENCIALIDADES Aumento do número de empregos formais (desde 2006), com destaque para a expressiva quantia na “Agricultura, pecuária e serviços relacionados” e no “Comércio Varejista”. Há concentração de renda em Castro, com alto índice de população pobre (12,1%) e vulnerável à pobreza (32,3%). Desde 2006, os estabelecimentos de médio porte ganharam importante participação no emprego total do município. O índice do componente Educação continua sendo o principal responsável por limitar o alcance de níveis melhores de IDH-M no município de Castro: 10% da população do município ainda é considerada analfabeta. Houve aumento significativo do emprego na “Construção”, decorrente das obras relativas aos investimentos industriais e comerciais e dos novos loteamentos (p. ex.: Condomínio Vivace e Nova Castro). A carência de professores e as dificuldades de acesso à população rural dificultam a qualidade e a expansão do atendimento escolar. O número de equipamentos de educação que ofertam Ensino Médio é suficiente para atender toda a população – sobram vagas para este nível escolar. A informalidade no mercado de trabalho é um problema bastante significativo, contribuindo para a precarização do trabalho e a redução de segurança para os trabalhadores. Carência de recursos financeiros e humanos (equipe técnica), extensão territorial do município e dificuldades de mobilidade na área rural dificultam a promoção da cultura em Castro. A Prefeitura se destaca através de projetos e eventos na área dos esportes, sendo que os de maior importância são as Escolinhas e os Jogos Escolares de Castro (JECA). RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES Recente instalação de grandes empresas no município atraiu moradores de outras localidades e provocou um considerável incremento populacional, que resultou numa ocupação desorganizada e precária, e na concentração de famílias em situação de vulnerabilidade, sobretudo, nas periferias sul e norte da sede urbana. Atendimento escolar é praticamente universal para as populações das faixas etárias de 4 a 5 anos (préescola) e de 6 a 14 anos (Ensino Fundamental). Há um déficit de aprox. 600 vagas para creche, sendo que a área do bairro Jardim Bailly é a mais carente. Os equipamentos de esportes existentes no município são suficientes. O serviço de saúde melhorou nos últimos anos, refletindo no aumento dos índices de qualidade de vida. O tráfico e consumo excessivo de drogas (principalmente o álcool), a depredação dos bens públicos, a violência (inclusive doméstica) e os furtos são problemáticos para a segurança pública de Castro, especialmente no compartimento sul e no norte da sede urbana. A insegurança (na prainha, durante os finais de semana), o uso excessivo de drogas, e a carência de políticas esportivas estaduais dificultam a promoção do esporte no município. A intensificação da imigração para o município tende a contribuir para o aumento no consumo de drogas e da violência. Os equipamentos públicos voltados à Proteção Social Básica e à a Proteção Social Especial não conseguem atender toda a demanda do município. 319 320 EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 REGIONAL RESTRIÇÕES CENÁRIO TENDENCIAL SOCIOECONÔMICO Incremento da migração com baixa escolaridade e pobreza. Perda de oportunidades e da capacidade de alavancagem de recursos para projetos de interesse regional, por insuficiência de mecanismos para a colaboração entre os munícipios integrantes da RIAU. CENÁRIO ATUAL Carência de integração de políticas territoriais e ambientais entre os munícipios vizinhos. URBANA POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES Aumento da centralidade das funções urbanas de Castro no contexto regional imediato. Incompatibilidade entre a oferta de ensino profissionalizante, interesse do público alvo e necessidades do setor produtivo, pode contribuir para o aumento da taxa de desemprego e de vulnerabilidade social. Diminuição da dinâmica imobiliária devido à crise econômica brasileira pode ampliar o desemprego na área de construção civil. Ampliação das disparidades de renda e acesso aos serviços e infraestrutura urbana entre centro e periferia. O crescimento da economia castrense, em especial do setor industrial, denota a tendência de diversificação e densificação do setor de comércio e serviços. Região central do município (vale do rio Iapó) detém relevo propício à ocupação antrópica, tanto para o uso urbano quanto para o rural, e retém população com maior concentração de renda. Ocupação urbana é condicionada e compartimentada pelas características físicogeográficas do relevo, eixos de transporte (ferrovia e rodovia), várzeas de rios e maciços de vegetação. Espaços da área central do distrito-sede, que concentra usos comerciais, de serviços e alta circulação de pedestres, já estão adaptados ao uso pedestrial. A bacia do manancial de abastecimento urbano, a oeste do distrito-sede, configura-se como área potencial para conservação de maciços vegetais, além de constituir amortecimento entre o Distrito Industrial I e a ocupação urbana. Área central, por ser a área mais valorizada, sofre pressão para verticalização, restringida pela necessidade de conservação da paisagem histórico-cultural e skyline. Expressivo potencial de atração de investimentos integrados à unidade da Cargill, tendendo a formar um cluster agroindustrial na região do Cruzo (Distrito Industrial II). Potencial de atração de novos investimentos pelo Programa Paraná Competitivo. Complementariedade com as atividades econômicas do município vizinho de Carambeí. Grande movimento pendular entre Castro e Ponta Grossa para obtenção de serviços de educação e saúde. SOCIOESPACIAL MUNICIPAL Castro apresenta vantagem locacional através de rodovias (PR 150;090;340) e ferrovias (ramais leste e oeste): acesso facilitado à capital do Estado, ao porto de Paranaguá e a outros eixos / centros econômicos do país. Existência de plano regional para o desenvolvimento estratégico da Região dos Campos Gerais – PRDE de 2006 (Governo do Estado do Paraná. Deficiências nos serviços públicos, especialmente de assistência social, esporte, lazer e cultura (nas áreas periféricas e nos distritos) pode contribuir para o aumento da violência, consumo e tráfico de drogas. Déficit habitacional de Castro (2010) superior à média do estado do Paraná. Necessidade de controle da expansão urbana à leste do distrito-sede, impulsionada pelo empreendimento da Cargill (DI II). Vale do Ribeira corresponde à porção do município com os piores índices de renda per capita e maior perda populacional (taxa negativa de crescimento no período 20002010). Incompatibilidade / inadequação de atividades industriais ainda presentes no tecido urbano da sede. Falta de demarcação dos territórios quilombolas certificados pelo ITCG e INCRA. A atenção básica à saúde deve se expandir e abarcar toda a população com a contratação de novos profissionais selecionados em concurso público, a ser realizado ainda em 2015. POTENCIALIDADES Gestão municipal busca realizar uma parceria com a iniciativa privada para viabilizar atendimento de média complexidade pelo SUS no Hospital Municipal e reduzir as demandas por transporte de pacientes para outros centros (Ponta Grossa e Curitiba). Melhoria da paisagem e infraestrutura urbana devido às recentes obras de pavimentação na área norte do distrito-sede e nas sedes de Abapã e Socavão. Área central demanda maior oferta de áreas preferenciais para o pedestre, estacionamentos e cuidados especiais na regulamentação e sinalização. A função das vias está em conflito com o uso do solo nas regiões da PR 340 e no bairro Centro. Área central apresenta paisagem urbana de qualidade: conjunto histórico em relevo elevado, com vista para o Parque Lacustre, e desenho urbano diferenciado. Valor venal dos terrenos do entorno da porção central urbana estão entre os mais altos da cidade - apenas abaixo dos verificados no próprio bairro Centro e Castrolanda. Área agregada ao perímetro urbano, ao sul da sede, tem capacidade ocupacional superior à demanda projetada para 2040. 321 322 EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 REGIONAL RESTRIÇÕES MUNICIPAL POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (PHIS) de Castro insuficiente para o desenvolvimento e execução de programas habitacionais em longo prazo. Adequação construtiva de grande parte dos domicílios de Castro. Os distritos urbanos estão em processo de perda populacional desde o ano 2000. CENÁRIO ATUAL Pressões para construção de loteamentos e condomínios a oeste da PR 151 e em áreas fora do perímetro urbano, inclusive com restrições ambientais, comprometem a eficiência dos serviços urbanos e aumentam os riscos para o cidadão. SOCIOESPACIAL URBANA Programas e projetos habitacionais de interesse social e de regularização fundiária estão em implantação no município, tanto na sede urbana quanto nas vilas distritais. Patrimônio histórico-cultural: significado para população local e importância para o Estado. Projetos de regularização fundiária em implantação na Vila Tronco e, futuramente, nos demais distritos de Castro. RESTRIÇÕES Áreas com disponibilidade de infraestrutura urbana são pouco aproveitadas: o bairro Centro possui baixa densidade habitacional (23 hab/ha), se comparada à média urbana (53 hab/ha). Compartimento norte possui único acesso desde o centro urbano, loteamentos com traçados díspares, e loteamentos implantados em relevo acidentado com vias e quadras estreitas. Compartimento oeste possui traçado viário regular e possibilidade de comportar ocupação verticalizada, porém, grande parte das vias são estreitas se comparadas à dimensão das quadras. Compartimento sul do distritosede concentra 40% da população urbana, em ocupação densificada, registrando os menores valores venais da sede e o maior número de novos loteamentos. POTENCIALIDADES Na Nova Castro há previsão de utilização de instrumentos urbanísticos, possibilidade de concentrar os órgãos públicos dispersos na sede, e detém áreas reservadas para habitação de interesse social (Jardim Alvorada). A conservação do patrimônio histórico-cultural de Castro é compatível e pode trazer benefícios para a atividade comercial na área central, apesar da possibilidade de restrições construtivas e de mobilidade. Menos de 2% dos domicílios foram construídos com madeira aproveitada: habitações de Castro estão em processo de melhoria quanto ao material de construção. Empreendimento Nova Castro consolida a expansão urbana ao sul, porém, ainda carece de definição legal das fases construtivas, das formas de incorporação e da doação de áreas públicas, inclusive do sistema viário. Bairros apresentam paisagens áridas (p. ex.: Vila Santa Cruz, Jardim Bom Pastor, Vila Rio Branco, Morada do Sol, Jardim das Araucárias III). Taxa de crescimento demográfico expressiva, baixa concentração de renda e baixo valor venal nos compartimentos norte e sul, indicam o processo de periferização e de expansão informal na sede de Castro. Condomínios residenciais previstos para a porção norte trazem prejuízos à fluidez da malha urbana. 323 324 EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 REGIONAL RESTRIÇÕES MUNICIPAL POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES URBANA POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES Diminuição da dinâmica comercial e de serviços no interior de bairros pertencentes aos compartimentos norte, centro, leste (Vila Rio Branco e adjacências) e sul do distrito-sede tais usos vêm sendo dispostos ao longo dos eixos rodoviários. Quantidade significativa de vazios urbanos / terrenos vagos no distritosede. Falta de conhecimento e compromisso em relação às formas de conservação dos bens do Setor Central de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural). CENÁRIO ATUAL SOCIOESPACIAL A morosidade no processo de tombamento cria imagem equivocada de um setor histórico cristalizado por parte da comunidade. Falta de proximidade entre áreas indicadas para relocação de domicílios e ZEIS (ao sul), com as áreas que concentram maior quantidade de ocupações em situação irregular (ao norte). Ocupação de terrenos públicos baldios é um fator recorrente na dinâmica habitacional informal de Castro. Áreas institucionais de novos loteamentos são direcionadas para terrenos com restrições construtivas, em banhados ou em terrenos com topografia acentuada. Não há estoque de áreas públicas para a construção de equipamentos públicos e habitação de interesse social no distrito-sede. Nas sedes dos distritos urbanos falta a definição clara dos alinhamentos prediais ao longo das caixas viárias. Perímetros urbanos do Tronco, Socavão e Abapã necessitam de ajustes para corresponder à real situação da ocupação. 325 326 REGIONAL RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES Custos crescentes de investimentos em infraestrutura e equipamentos estruturantes, por carência de instrumentos e mecanismos regionais de pressão e captação de recursos. Elaboração do Plano estratégico de Desenvolvimento e revisão do Plano Diretor de Castro poderão promover o diálogo regional. CENÁRIO TENDENCIAL SOCIOESPACIAL EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 MUNICIPAL RESTRIÇÕES Potencial locacional para construção de plataforma logística multimodal. URBANA POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES Déficit habitacional (2010) de Castro pode ser parcialmente atendido pelo estoque de domicílios vagos na área urbana e totalmente atendido com o estoque para a área rural. Necessidade de compatibilização entre unidades de planejamento (setores censitários) e generalização / agregação de limites de determinados bairros. Fatores que poderão facilitar a definição e monitoramento através das unidades de planejamento: (i) macrozoneamento vigente é compatível com a delimitação das bacias hidrográficas, e (ii) o limite da macrozona de reestruturação econômica da bacia do Ribeira coincide com limites dos setores censitários (IBGE). Dinâmica populacional e comercial do centro em regressão. Compartimento sul do distrito-sede requer priorização de investimentos (ocupação densificada, baixos valores venais da sede e novos loteamentos). Tendência de expansão prematura da área urbanizada: loteamentos clandestinos a oeste da PR-151 e em áreas externas ao perímetro urbano. Falta de finalização do processo de tombamento tende a engessar a produção urbana da área central. Com os projetos de regularização e HIS, há possibilidade de recuperação de áreas livres públicas de novos loteamentos (atualmente em falta na porção sul da sede) e irregularmente ocupadas. CENÁRIO ATUAL INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS (Mobilidade) Possibilidade de adensamento populacional e otimização do uso de estrutura disponível na sede urbana, através da ocupação de vazios e adensamento e/ou verticalização. Fatores restritivos à ampla utilização dos ramais ferroviários: falta de oferta de vagões, manutenção inadequada da malha, condições precárias da infraestrutura de apoio, má gestão dos serviços, problemáticas na gestão dos contratos com a concessionária. Precariedade do traçado geométrico e do pavimento da rodovia estadual PR-090. Precariedade da travessia da PR-151 na área urbana de Ponta Grossa. Existência de aeroporto com excelente condição física de pista para a aviação particular. Falta de articulação entre o sistema de transporte intramunicipal e o urbano, bem como, necessidade de melhoria e instalação de mobiliários e equipamentos de apoio. Insatisfação em relação ao transporte coletivo que atende a área rural. Existência de conflitos de mobilidade nos acessos à sede urbana via PR-151, devido à geometria inadequada das pistas e estruturas locais, o que contribui para o incremento de conflitos entre veículos de cargas, locais e pedestres. Falta de alternativas de circulação de veículos de carga para evitar a área urbana da sede de Castro. Projeto em elaboração pela Prefeitura com previsão de equipamentos urbanos multifuncionais que contemplam plataformas de embarque e desembarque de passageiros para as sedes de Abapã e Socavão. Há um estudo realizado (PEOT) para adequações e novas interseções de acesso às áreas urbanas, além de diretrizes / anéis viários complementares ao sistema do distrito-sede, e propostas de desvio do tráfego de cargas da PR-340. Projeto para a implantação do contorno norte (DI II e PR-151) concluído. Na malha viária urbana há traçados geométricos deficientes, falta de restrição para circulação urbana de caminhões e máquinas agrícolas e conflitos entre modais nas imediações das escolas. Impactos à fluidez do tráfego urbano de Castro: frota de caminhões acima da média e o aumento expressivo da frota veicular particular de automóveis. Definição hierárquica da lei vigente não condiz com o uso e importância atual das vias; há conflitos de uso de vias importantes, tal como a Rua Dr. Jorge e a Av. Dr. Ronnie Cardoso. Lei do Sistema Viário propõe perfil e dimensionamento apenas para novas vias; não há padrão definido para vias existentes. Não há prioridade para transporte não motorizado: há inadequações de calçadas, de passeios e das normas de acessibilidade; não há sistema de ciclovias. Projeto de priorização de pedestres está em elaboração pelo poder público municipal: aumento da velocidade das vias e fluxo de veículos pesados serão direcionados para ruas paralelas ao centro histórico (ruas Romário Martins e Dom Pedro II). Sistema de transporte público coletivo urbano possui cobertura abrangente, frota recente, e não apresenta carregamentos expressivos de passageiros. O transporte coletivo urbano tem baixo IPK (índice de passageiros por quilômetro), com problemas nas definições de itinerários e horários. 327 328 CENÁRIO ATUAL CENÁRIO TENDENCIAL INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS (Saneamento) CENÁRIO TENDENCIAL EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 REGIONAL MUNICIPAL URBANA RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES A falta de contornos rodoviários impacta negativamente o transporte de cargas e, consequentemente, a economia do município. Potencial para aumento da segurança e fluidez de tráfego pela implantação dos contornos rodoviários. A falta de articulação do sistema de transporte urbano e municipal gera aumento da ineficiência do serviço. Potencial de ampliação imediata do Aeroporto Major Neodo Pereira. A falta de acessos adequados às áreas urbanas acarreta no aumento do risco de acidentes. Potencial para melhoria do transporte intramunicipal com a implantação de plataformas de embarque nos Distritos rurais. Os problemas de gestão das ferrovias acarretam na diminuição da demanda por esse serviço e aumento da frota circulante nas rodovias, sobrecarregando o modal rodoviário. Ramais ferroviários são fator atrativo para novos empreendimentos, especialmente por interceptarem os Distritos Industriais I e II. Circulação de caminhões na área central contribui para o aumento da lentidão do tráfego e pode causar impactos negativos no patrimônio histórico-cultural. Aumento da frota de veículos, somado à falta de estrutura para o transporte não motorizado poderá causar saturação do sistema viário. Incompatibilidade da hierarquização do sistema viário poderá acentuar os conflitos de uso das vias urbanas. Falta de normas urbanísticas para o entorno do aeroporto poderá causar obstáculos a sua utilização e ampliação. Contribuição de carga de fósforo na bacia do rio Iapó e do rio Pirai, por utilização inadequada de fertilizantes pela atividade agrícola regional. RESTRIÇÕES A falta de otimização do sistema de transporte poderá acarretar em aumento da tarifa e atendimento deficitário às demandas. A capacidade do aterro para receber resíduos de Piraí do Sul e Carambeí promove a integração de Castro com municípios vizinhos e reduz custos de manejo do serviço. Cheias periódicas na bacia do rio Iapó, inclusive, com impactos na área urbana. Captação de água do São Cristóvão apresenta os piores índices de qualidade de água. O rio Piraí, previsto para abastecimento de água do Distrito I, possui qualidade da água inferior. O abastecimento público de água tem sido prestado de maneira satisfatória à população em todas as regiões urbanas do município, dentro dos padrões de qualidade e potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Há problemas nas elevatórias de abastecimento de água e perdas de 20% no sistema de distribuição da água. A coleta seletiva de resíduos sólidos nas áreas urbanas é ineficiente, com baixo índice de separação de resíduos e reciclagem. A diminuição da qualidade da água dos corpos hídricos pode ameaçar o abastecimento público e de empreendimentos econômicos. Caso as diretrizes de priorização de pedestres se concretizem, haverá maior qualidade de fruição da paisagem urbana, atratividade para o turismo, conforto para os pedestres e possível diminuição do tráfego de automóveis. A otimização do sistema de transporte público abre a possibilidade de diminuição da tarifa e/ou melhoria da qualidade do serviço. De acordo com as projeções da Sanepar, a estação de tratamento de esgoto operante tem capacidade suficiente para atendimento do município até 2021. Aterro sanitário é bem estruturado com tratamento adequado dos efluentes (chorume). O Rio Maracanã desemboca a montante da captação atual de água, ameaçando a qualidade da água para abastecimento. Uso do solo e tratemento de efluentes inadequado pode aumentar a carga de fósforo nas bacias do Iapó e Piraí do Sul. POTENCIALIDADES Iniciativa de instalação dos Ecopontos prevê a diminuição dos depósitos irregulares de rejeitos. Renovação de contrato com a Sanepar aliada ao Estudo Técnico Preliminar (ETP) prevê atendimento de 100% da população urbana, inclusive dos distritos, por serviços de abastecimento de água. Desperdício no sistema de distribuição de água aumenta a necessidade de captação. Intenso crescimento da malha urbana, localizada na bacia do Maracanã revela possível problemática com relação à capacidade de atendimento da ETE, prevista até 2021. Adensamento da área urbana do Socavão aponta para necessidade de provisão de um sistema público de coleta e tratamento de esgotos sanitários. A falta de um plano de drenagem pode acarretar em cheias em áreas urbanas adensadas. Alteração do ponto de captação de água para a sede urbana, para ponto a montante, pode melhorar a qualidade da água consumida. Implantação de sistema de coleta de esgoto e tratamento conjunto para todas empresas do Distrito Industrial I pode se configurar como um atrativo para a instalação de novas unidades industriais. 329 330 REGIONAL POTENCIALIDADES URBANA RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES Serviço de telefonia e internet é precário na área rural. Implantação de 2 ramais de distribuição de gás natural em fase de finalização em Castro podem abastecer os Distritos Industriais. Cabeamento e posteamento aéreo de energia elétrica causam obstáculos à circulação de pedestres no setor histórico e obstrução das edificações de valor patrimonial. Obras de ampliação da atual subestação de energia e implantação de novo alimentador preveem maior estabilidade ao sistema urbano. No Distrito Industrial I, o sinal da telefonia móvel e internet mostrase insuficiente. Todas as áreas urbanas são atendidas por serviços de iluminação pública, atingindo quase a totalidade das áreas ocupadas. CENÁRIO ATUAL RESTRIÇÕES MUNICIPAL POTENCIALIDADES A malha urbana de Castro é bem servida pelas redes de telefonia fixa e móvel, inclusive, com sinal de internet de banda larga. No Distrito Industrial II, a antena da Tim atende satisfatoriamente a área, além de haver a disponibilidade de acesso à fibra óptica da Oi. CENÁRIO TENDENCIAL INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS (Energia e Comunicação) EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 A ineficiência dos serviços de telefonia e internet na área rural são obstáculos à inserção social e ao desenvolvimento do agronegócio e da atividade turística. Abastecimento de gás natural se configura como atrativo para instalação de novos empreendimentos econômicos. Potencial para melhoria da qualidade de paisagem urbana e da acessibilidade, caso a diretriz de instalação subterrânea de rede de energia seja acatada. 331 332 REGIONAL MUNICIPAL RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES A AMCG atua pouco na integração econômica regional e captação de recursos. Castro participa ativamente da AMCG, canal importante de integração regional. Mecanismos e processos sistemáticos de planejamento estratégico são incipientes. A relação com o polo regional de Ponta Grossa é pouco aproveitada para ações de desenvolvimento regional e municipal. Prefeitura municipal tem relação consolidada com o Paranacidade, melhorando seus instrumentos de gestão territorial e abrindo possibilidade para captação de recursos. Gestão de temas setoriais, como saneamento, habitação e urbanismo é fragmentada. Castro participa de programas do sistema S que promovem a integração regional. CENÁRIO ATUAL EIXOS TEMÁTICO S CENÁRIOS PLANOSINTEGRADOSDECASTRO PLANODIRETORMUNICIPAL | ETAPA2 RESTRIÇÕES Cultura organizacional enrijecida dificulta a implementação de processos e rotinas mais eficientes e eficazes. Baixa capacidade de investimentos e dependência de transferência de recursos devido à precariedade do sistema de arrecadação de impostos. INSTITUCIONAL Plano de Ação deveria ter seus indicadores monitorados e disponibilizados à população. CENÁRIO TENDENCIAL Conselho de Desenvolvimento do Município muito ligado à questões específicas, sem tempo e meios para planejamento de longo prazo e acompanhamento do PDM. Caso não haja alinhamento de interesses entre Castro e Ponta Grossa, o desenvolvimento do município pode sofre dificuldades na implantação de novas estruturas atrativas para atividades econômicas. O aproveitamento dos canais de integração regional pode alavancar a dinâmica socioeconômica de Castro. A falta de mecanismos de planejamento estratégico podem resultar na fragmentação das ações e desperdício de trabalho e investimentos. Conflitos internos à administração pública e com os usuários dos serviços públicos pode se acirrar, caso não haja mudanças na cultura organizacional. Falta de monitoramento do planejamento municipal contribui para sua não efetivação. URBANA POTENCIALIDADES RESTRIÇÕES POTENCIALIDADES Técnicos municipais tem consciência da necessidade de mudança dos processos administrativos e da cultura organizacional. Processo de aprovação de projetos é moroso devido a exigência demasiada de documentação, complexidade da legislação urbanística e falta de mecanismos adequados de informação aos requerentes. Previsão e regulamentação da maioria dos instrumentos de política urbana previstos no Estatuto das Cidades Prefeitura tem iniciativas para desfragmentar a gestão, tal como a implantação do Instituto de Saneamento Ambiental e do Núcleo de Planejamento Territorial. Existência de um Plano de Ação, com diretrizes registradas em Lei, para implementação do Plano Diretor Estímulo à participação pública em eventos como a Conferência de Avaliação do PD (2011) Organização de um Sistema de Informações Geográficas que pode ser desenvolvido para formar um Cadastro Multifinalitário ou Sistema Integrado de Informações Técnicos motivados e Prefeitura engajada com o planejamento do Município, elaborando de forma integrada os planos Diretor, de Desenvolvimento e de Mobilidade Urbana. Potencial para reorganização da estrutura de planejamento e integração entre secretarias Reorganização da administração integrando temáticas resulta na eficiência e eficácia dos serviços públicos. Consequências punitivas ineficazes no caso de irregularidades urbanísticas incentiva a transgressão de normas. Dificuldade em aplicar os instrumentos pela complexidade das leis regulamentares, falta de ferramentas de planejamento (como plantas imobiliárias atualizadas) e falta de recursos humanos. Lei do Plano Diretor extensa, resultando na dificuldade de apropriação pela população. No mesmo sentido, ressalta-se a falta de apropriação das normas de uso e ocupação do solo de dos códigos de obras e posturas. Falta de processo eficazes de punição em casos de transgressão das normas urbanísticas podem resultar em incremento da irregularidade no uso e ocupação do solo. Reestruturação de processos administrativos e simplificação da legislação podem agilizar aprovação de projetos e aumentar a eficácia dos serviços. A regulamentação adequada dos instrumentos urbanísticos pode resultar na sustentabilidade da conservação do patrimônio e na distribuição equitativa dos ônus e bônus da urbanização. 333 334 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 REFERÊNCIAS INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Os vários Paranás: estudos socioconômico-institucionais como subsídio ao plano de desenvolvimento regional. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Curitiba: IPARDES, 2005. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Dinâmica Urbano-Regional: Rede Urbana e suas Interfaces. Capítulo 13 - PARANÁ: DINÂMICA URBANOREGIONAL DO ESTADO: Rosa Moura, Maria Isabel Barion, Nelson Ari Cardoso e Lorreine Santos Vaccari. Org. PEREIRA, FURTADO. Brasília: IPEA, 2011. IBGE. Censo Demográfico de 2010. 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Declara o Rio Iapó, tributário e suas margens e várzeas inundáveis como área de proteção especial e dá outras providências. Castro, PR: Câmara de Vereadores, 1989. BRASIL, Lei nº 12651/2012, de 25 mai 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, DF: Congresso Nacional, 2012. AGUASPARANÁ. Plano da Bacia do Rio Tibagi. Curitiba: AGUASPARANÁ, 2013. CONAMA. Resolução nº 357/2005, de 17 mar 2015. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília: DF: Ministério do Meio Ambiente, 2005. PEOT. Plano Estratégico de Ocupação Territorial de Castro. Castro: Prefeitura Municipal de Castro, 2014. BRASIL. Decreto s/nº, de 23 mar 2006. Cria o Parque Nacional dos Campos Gerais, no Estado do Paraná, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 336 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 2006. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042006/2006/Dnn/Dnn10796.htm>. Acesso em 26/11/2015. IAP. Atos de Criação de Unidades de Conservação. 2014. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1217>. Acesso em: 26/11/2015. IAP. Listagem das RPPN no estado do Paraná, reconhecidas pelo IAP. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1260>. 26/11/2015. Acesso em: 337 ANEXOS ANEXO I – QUADRO PARANÁ COMPETITIVO: REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS (ATÉ 2014) Investimento (R$ mi) Município Empresa Arapoti Capal Cooperativa Agroindustrial Arapoti Medsonda Carambeí Batavo Cooperativa Agroindustrial Castro Cargill Agrícola S/A Castro Castrolanda Cooperativa Agroindustrial Ltda. Castro Cooperativa Agropecuária Castrolanda 180 Castro Evonik 250 Jaguariaíva Arauco 284 Ortigueira Klabin S.A. Palmeira Ccs Tecnologia E Serviços 30 Palmeira Huhtamaki Do Brasil Ltda. 40 Palmeira Itesapar Fundição S.A. 12 Palmeira Plastilit 9 Palmeira Polifort 7 Piraí do Sul Iguaçu Celulose E Papel Ponta Grossa Aguia Florestal 3 Ponta Grossa Aguia Quimica 15 Ponta Grossa Aguia Sistemas 12 Ponta Grossa Ambev Ponta Grossa BATAVO (Projeto FRISIA) 66 Ponta Grossa BATAVO (Projeto MOINHO) 72 Ponta Grossa Beaulieu Do Brasil Industria De Carpetes Ltda. 6 Ponta Grossa Bo Packaging Brasil Ltda 6 Ponta Grossa Br Foods 6 Ponta Grossa Bunge Alimentos S/A Ponta Grossa Crown 166 Ponta Grossa Daf Caminhões 138 Ponta Grossa Global Steering Systems Do Brasil Indústria De Componentes Automotivos Ltda. Ponta Grossa Heineken Brasil Ponta Grossa Hübner Componentes E Sistemas Automotivos Ltda 35 Ponta Grossa Madero Comércio De Produtos 16 338 60 2 66 324 70 7 458 580 10 13 414 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Investimento (R$ mi) Município Empresa Ponta Grossa Masisa Do Brasil Ltda Ponta Grossa Masterfoods Ponta Grossa Rodolinea 90 Ponta Grossa Tetra Pak 144 Telêmaco Borba Klabin S.A. Total 25 140 230 3986 339 ANEXO II - EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL, SEGUNDO ATIVIDADES ECONÔMICAS. Atividade Econômica (Cnae) 2014 2006 2002 01: Agricultura, Pecuária E Serviços Relacionados 2694 2413 1838 02: Silvicultura, Exploração Florestal E Serviços Relacionados 104 245 66 14: Extração De Minerais Não Metálicos 491 349 362 1101 208 379 20: Fabricação De Produtos De Madeira 104 179 427 26: Fabricação De Produtos De Minerais Não metálicos 132 97 166 80 56 41 29: Fabricação De Máquinas E Equipamentos 523 167 142 36: Fabricação De Móveis E Indústrias Diversas 648 681 660 1320 251 254 50: Comércio E Reparação De Veículos Automotores E Motocicletas 660 409 357 51: Comércio Por Atacado E Representantes Comerciais E Agentes Do Comércio 855 213 157 52: Comércio Varejista E Reparação De Objetos Pessoais E Domésticos 2609 1620 1190 55: Alojamento E Alimentação 453 261 184 60: Transporte Terrestre 679 499 275 63: Atividades Anexas E Auxiliares Dos Transportes E Agências De Viagem 175 95 97 65: Intermediação Financeira 116 87 71 73: Pesquisa E Desenvolvimento 207 80 - 74: Serviços Prestados Principalmente Às Empresas 285 91 762 2281 2006 1894 80: Educação 278 258 219 85: Saúde E Serviços Sociais 264 292 154 91: Atividades Associativas 169 157 140 92: Atividades Recreativas, Culturais E Desportivas 112 69 50 16643 11031 10079 15: Fabricação De Produtos Alimentícios E Bebidas 28: Fabricação De Produtos De Metal, Exceto Máquinas E Equipamentos 45: Construção 75: Administração Pública, Defesa E Seguridade Social Total 340 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO III – ESCOLARIDADE, EMPREGO E RENDA. A - Número total de vínculos empregatícios, estabelecimentos e remuneração média mensal para o município de Castro - PR, anos 2006, 2010 e 2014. Variação da Remuneração Média Variação dos Remuneração Média Variação do Número Mensal por Número dos Empregados Mensal real por dos Estabelecimentos Empregado1 (R$) Real Estabelecimentos 2006 = 100 Empregado Real Base 2006 = 100 Valores de 2014 100 Ano Número de Empregados 2006 11.031 100 1. 1 8 5, 4 6 100 1.471 100 2010 13.342 121 1. 3 5 9, 1 2 115 1.675 114 2014 16.643 151 1. 7 5 1, 9 6 148 2.036 138 (1). N e st a m é di a a R A I S n ã o c o n si d er a d a a s r e m u n e r a ç õ e s . 341 342 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 B - Número total de vínculos empregatícios e remuneração média mensal nominal e real para o município de Castro, segundo o grau de escolaridade, nos anos 2006, 2010 e 2014 Até Fundamental Até Superior Até Médio Completo Mestrado Total Completo Completo Ano Empr. Rem.Média Mensal por Empregado (R$) Real Valores de 2014 5.921 2006 Empr. 3.611 971,27 53,7 % 35,6 % 48,9 % 15,3 % 1.471 1.3 5 9, 1 2 1.675 1.7 5 1, 9 6 2.036 100,0 % 14 16.643 7.2 7 6, 6 4 0,1 % 1.1 8 5, 4 6 13.342 5.4 0 9, 4 5 3.2 0 1, 5 3 Estab. 100,0 % 0,0 % 2.549 Rem.Média Mensal por Empregado (R$) Real Valores de 2014 11.031 6 2.4 0 2, 3 7 1.5 2 0, 0 5 Empr. 3.5 6 1, 8 3 0,5 % 14,4 % 8.145 Rem.Média Mensal por Empregado (R$) Real Valores de 2014 56 1.917 1.2 3 7, 8 9 1.4 3 3, 9 1 Empr. 2.2 4 1, 3 0 13,1 % 40,1 % 5.932 2014 Rem.Média Mensal por Empregado (R$) Real Valores de 2014 1.442 5.356 1.132,34 45,4 % Empr. 1.0 7 5, 2 1 32,7 % 6.063 2010 Rem.Média Mensal por Empregado (R$) Real Valores de 2014 100,0 % Obs.: O número de empregados com doutorado é muito pouco expressivo, um em 2006 e três em 2014. Fonte: RAIS/MTE. Elaboração própria. 343 344 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Estabelecimentos 0-19 Porte C - Número total de vínculos empregatícios, estabelecimentos, remuneração média mensal nominal, por porte e escolaridade, para o município de Castro, em 2014. Escolaridade Até Fundamental Completo Até Médio Completo Até Superior Completo Estabelecimentos 20-99 Remuneraçã o Mensal Total (R$) % Participação da Remuneração Mensal no Total do Município % Remuneraç ão Mensal Remuneraçã no Total da o Mensal por Remuneraç Empregado ão Mensal, (R$) segundo o Porte 2.989 18,0% 42,9% 4.079.712,24 14,0% 41,5% 1.364,91 3.470 20,8% 49,8% 4.566.923,54 15,7% 46,5% 1.316,12 512 3,1% 7,3% 1.136.201,30 3,9% 11,6% 2.219,14 Mestrado 2 0,0% 0,0% 43.019,57 0,1% 0,4% Doutorado 1 0,0% 0,0% 1.189,42 0,0% 0,0% 1.189,42 6.974 41,9% 100,0% 9.827.046,07 33,7% 100,0% 1.409,10 1.435 8,6% 34,8% 2.129.523,97 7,3% 27,9% 1.483,99 2.171 13,0% 52,7% 3.666.658,60 12,6% 48,1% 1.688,93 508 3,1% 12,3% 1.795.755,52 6,2% 23,5% 3.534,95 Mestrado 8 0,0% 0,2% 36.173,84 0,1% 0,5% 4.521,73 Doutorado 0 0,0% 0,0% - 0,0% 0,0% 0 4.122 24,8% 100,0% 7.628.111,93 26,2% 100,0% 1.850,59 553 3,3% 2,8% 16,4% 1.492,80 Total Até Fundamental Completo Até Médio Completo Até Superior Completo Total Até Fundamental Completo Até Médio Completo Estabele cimentos 100-499 % Empregados Empregados no Total de Empregados do Município % Empregados no Total dos Empregados , segundo o porte dos Estabelecimentos 1.209 7,3% 24,7% 825.517,42 54,0% 2.011.809,34 6,9% 40,0% Estabelecimentos por porte Estabelecimentos no Total do Município 1.917 94,2% 106 5,2% 10 0,5% 21.509,79 1.664,03 345 346 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO Porte PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Escolaridade Até Superior Completo Estabelecimentos 500 mais % Remuneraç ão Mensal Remuneraçã no Total da o Mensal por Remuneraç Empregado ão Mensal, (R$) segundo o Porte Remuneraçã o Mensal Total (R$) % Participação da Remuneração Mensal no Total do Município 21,0% 2.163.389,31 7,4% 43,0% 4.602,96 470 2,8% Mestrado 4 0,0% 0,2% 22.679,59 0,1% 0,5% 5.669,90 Doutorado 2 0,0% 0,1% 7.386,51 0,0% 0,1% 3.693,26 2.238 13,4% 100,0% 5.030.782,17 17,3% 100,0% 2.247,89 955 5,7% 28,9% 1.471.229,09 5,0% 22,1% 1.540,55 564 3,4% 17,0% 2.135.427,59 7,3% 32,0% 3.786,22 1.059 6,4% 32,0% 3.065.348,80 10,5% 45,9% 2.894,57 0 0,0% 0,0% - 0,0% 0,0% 0 0 0,0% 0,0% - 0,0% 0,0% 0 3.309 19,9% 100,0% 6.672.005,48 22,9% 100,0% 2.016,32 5.932 35,6% 35,6% 8.505.982,72 29,2% 29,2% 1.433,91 8.145 48,9% 48,9% 12.380.819,0 7 42,5% 42,5% 1.520,05 2.549 15,3% 15,3% 8.160.694,93 28,0% 28,0% 3.201,53 Mestrado 14 0,1% 0,1% 101.873,00 0,3% 0,3% 7.276,64 Doutorado 3 0,0% 0,0% 8.575,93 0,0% 0,0% 2.858,64 29.157.945,6 100,0% 5 100,0% 100,0% 1.751,96 Total Até Fundamental Completo Até Médio Completo Até Superior Completo Mestrado Doutorado Total Total % Empregados Empregados no Total de Empregados do Município % Empregados no Total dos Empregados , segundo o porte dos Estabelecimentos Até Fundamental Completo Até Médio Completo Até Superior Completo Total 16.643 100,0% Estabelecimentos por porte Estabelecimentos no Total do Município 3 0,1% 2.036 100,0% Fonte: RAIS. Elaboração própria. 347 348 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO IV - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E MATRÍCULAS NO ENSINO REGULAR, POR ETAPA DE ENSINO, DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA E SITUAÇÃO, DO MUNICÍPIO DE CASTRO – 2012 E 2014. Ano Dependência Situação administrativa Urbana Municipal 2012 Estadual Privada Estadual Privada Total Total / Indicador Est. - Mat. - Est. 24 Mat. 6.432 - - - - - - 13 929 13 929 - - - - 13 929 Total 10 1.557 10 752 10 805 27 5.804 27 5.804 0 0 0 0 37 7.361 Urbana - - - - - - 13 5.267 - - 13 5.267 10 3.219 14 8.486 Rural - - - - - - 2 263 - - 2 263 1 72 2 335 Total 0 0 0 0 0 0 15 5.530 0 0 15 5.530 11 3.291 16 8.821 Urbana 9 623 7 253 9 383 6 603 5 373 2 230 2 150 11 1.376 Rural 1 39 1 11 1 15 1 220 1 125 1 95 1 138 2 397 Total 10 662 8 264 10 398 7 823 6 498 3 325 3 288 13 1.773 20 2.219 18 1.016 20 1.203 49 12.157 33 6.302 18 5.855 14 3.579 66 17.955 11 1.599 10 752 11 847 15 4.900 15 4.900 - - - - 25 6.499 Rural - - - - - - 11 655 11 655 - - - - 11 655 Total Urbana 2014 Ensino Médio Rural Total Municipal Etapa de ensino / Indicador Educação Infantil Ensino Fundamental Total Creche Pré-escola Total Anos Iniciais Anos Finais Est. Mat. Est. Mat. Est. Mat. Est. Mat. Est. Mat. Est. Mat. 10 1.557 10 752 10 805 14 4.875 14 4.875 - 11 1.599 10 752 11 847 26 5.555 26 5.555 0 0 0 0 36 7.154 Urbana - - - - - - 13 5.067 - - 13 5.067 10 3.140 14 8.207 Rural - - - - - - 2 234 - - 2 234 2 121 2 355 Total 0 0 0 0 0 0 15 5.301 0 0 15 5.301 12 3.261 16 8.562 Urbana 9 696 7 300 9 396 6 712 5 492 2 220 3 215 12 1.623 Rural 1 33 1 10 1 23 1 205 1 102 1 103 1 183 2 421 Total 10 729 8 310 10 419 7 917 6 594 3 323 4 398 14 2.044 21 2.328 18 1.062 21 1.266 48 11.773 32 6.149 18 5.624 16 3.659 66 17.760 349 350 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Urbana Municipal Variação Estadual 2012/2014 (%) Privada Total 10,0 2,7 0,0 0,0 10,0 5,2 7,1 0,5 7,1 0,5 - - - - 4,2 1,0 Rural - - - - - - -15,4 -29,5 -15,4 -29,5 - - - - -15,4 -29,5 Total 10,0 2,7 0,0 0,0 10,0 5,2 -3,7 -4,3 -3,7 -4,3 - - - - -2,7 -2,8 Urbana - - - - - - 0,0 -3,8 - - 0,0 -3,8 0,0 -2,5 0,0 -3,3 Rural - - - - - - 0,0 -11,0 - - 0,0 -11,0 100,0 68,1 0,0 6,0 Total - - - - - - 0,0 -4,1 - - 0,0 -4,1 9,1 -0,9 0,0 -2,9 Urbana 0,0 11,7 0,0 18,6 0,0 3,4 0,0 18,1 0,0 31,9 0,0 -4,3 50,0 43,3 9,1 18,0 Rural 0,0 -15,4 0,0 -9,1 0,0 53,3 0,0 -6,8 0,0 -18,4 0,0 8,4 0,0 32,6 0,0 6,0 Total 0,0 10,1 0,0 17,4 0,0 5,3 0,0 11,4 0,0 19,3 0,0 -0,6 33,3 38,2 7,7 15,3 5,0 4,9 0,0 4,5 5,0 5,2 -2,0 -3,2 -3,0 -2,4 0,0 -3,9 14,3 2,2 0,0 -1,1 Fonte: MEC/INEP/DEEP - Censos Escolares 2012 e 2014. 351 352 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO V - SITUAÇÃO, NÚMERO DE MATRÍCULAS NO ENSINO REGULAR, POR ETAPA DE ENSINO, NÚMERO DE USUÁRIOS DO TRANSPORTE ESCOLAR, POR SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO, DOS ESTABELECIMENTOS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CASTRO – 2014. Situação Estabelecimento Rural Urbana EMC EF José Nery Carneiro de Napoli EMC EF Butiazal EMC EF Cercado EMC EF Palmito EMC EF Pedras EMC EF São Luiz dos Machados EMC EF São Sebastião EMC EF Serra do Apon EMC EF Tanque Grande EMC EF Tereza Casagrande Saguario EMC EI EF Guararema ERM EF Terra Nova Total CMEI Cavalinho de Pau CMEI Ciranda do Saber CMEI Despertar para o Mundo CMEI João Paulo II CMEI Nosso Lar CMEI Pequeno Reino CMEI Profª Elizabete Macedo Kugler CMEI Rivadavia de Gracia Lara CMEI Rubens José Quintiliano CMEI Turma do Pererê EM EF Dr. Jahyr Lopes EM EF Dr. Linneu Madureira Novaes EM EF Dr. Lourival Leite de Carvalho Etapa de ensino / Matrículas (N) Educação Infantil Ensino Fundamental PréAnos Anos Total Creche Total escola iniciais finais 270 270 50 50 47 47 40 40 29 29 54 54 75 75 48 48 67 67 68 68 108 108 69 69 655 655 166 70 96 234 126 108 130 51 79 260 123 137 96 48 48 78 32 46 108 52 56 246 139 107 171 74 97 84 37 47 243 243 356 356 424 424 - Total geral 270 50 47 40 29 54 75 48 67 68 108 69 655 166 234 130 260 96 78 108 246 171 84 243 356 424 Situação do domicílio / Usuários do transporte escolar (N) Total Urbana Rural 185 26 S/I 35 29 49 73 46 62 64 103 73 560 S/I S/I S/I S/I S/I 34 S/I S/I S/I 61 S/I S/I S/I S/I 1 1 S/I S/I S/I S/I S/I S/I S/I S/I 2 S/I S/I S/I 185 26 S/I 35 29 49 73 46 62 64 102 73 559 S/I S/I S/I S/I S/I 34 S/I S/I S/I 59 S/I S/I S/I 353 354 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 EM EF Dr. Vicente Machado 586 586 586 136 1 135 EM EF Jardim Bela Vista 88 88 88 S/I S/I S/I EM EF Profº Bernardo Litzinger 423 423 423 1 1 EM EF Profº José Antônio Flygare Telles 434 434 434 S/I S/I S/I EM EF Profª Dalila Ayres 475 475 475 S/I S/I S/I EM EF Profª Elsa Macedo 408 408 408 S/I S/I S/I EM EF Profª Mariana Garcez Duarte 252 252 252 38 38 EM EF Profª Relindis Bornan Capile 186 186 186 182 3 179 EM EI EF Santo Lazarini da Silva 26 26 299 299 325 276 1 275 EM EF Vila do Rosário 260 260 260 73 1 72 ERM EF Estação do Tronco 196 196 196 147 2 145 Total 1.599 752 847 4.900 4.900 6.499 1.133 10 1.123 Total geral 1.599 752 847 5.555 5.555 7.154 1.693 11 1.682 Fonte: MEC/INEP/DEEP - Censo Escolar (2014). Nota: EI = Educação Infantil; EF = Ensino Fundamental; EMC = Escola Municipal do Campo; ERM = Escola Rural Municipal; CMEI = Centro Municipal de Educação Infantil; EM = Escola Municipal; S/I = Sem informações. 355 356 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO VI - SITUAÇÃO, NÚMERO DE MATRÍCULAS NO ENSINO REGULAR, POR ETAPA DE ENSINO, NÚMERO DE USUÁRIOS DO TRANSPORTE ESCOLAR, POR SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO, DOS ESTABELECIMENTOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CASTRO – 2014. Situação Estabelecimento Rural Urbana Etapa de ensino / Matrículas (N) Ensino Fundamental Ensino Anos Anos Médio Total iniciais finais Total geral Situação do domicílio / Usuários do transporte escolar (N) Urbana Rural Total CE EFM Profº Salvador Alves Sobrinho 104 - 104 50 154 1 144 145 CE EFM São Sebastião do Maracanã 130 - 130 71 201 4 195 199 Total 234 - 234 121 355 5 339 344 CE EFM Amanda Carneiro de Mello 453 - 453 250 703 - 4 4 CE EFM Antônio e Marcos Cavanis 419 - 419 415 834 - 104 104 CE EFM Pe. Nicolau Baltasar 473 - 473 98 571 - 132 132 CE EFM Profº Basílio Chrum 203 - 203 - 203 S/I S/I S/I CE EFM Profº Nicolau Hampf 266 - 266 95 361 S/I S/I S/I CE EFM Profª Edina Woellner Sviercoski 340 - 340 203 543 - 438 438 CE EFM Profª Joana Torres Pereira 315 - 315 404 719 - 33 33 CE EFM PROFIS N Maj. Vespasiano Carneiro Mello 471 - 471 916 1.387 20 318 338 CE EFM PROFIS Profª Maria Aparecida Nisgoski 569 - 569 257 826 6 108 114 CEC EFM Profª Fabiana Pimentel 572 - 572 263 835 - 725 725 - - - 239 239 19 54 73 EE EF Jardim das Araucárias 509 - 509 - 509 S/I S/I S/I EE EF Profª Matilde Baer 320 - 320 - 320 S/I S/I S/I EEC EF Castrolanda 157 - 157 - 157 - 141 141 5.067 - 5.067 3.140 8.207 45 2.057 2.102 Centro Estadual de Educação Profissional Olegário Macedo Total Total geral 5.301 5.301 3.261 8.562 50 2.396 2.446 Fonte: MEC/INEP/DEEP - Censo Escolar 2014. Nota: EF = Ensino Fundamental; EFM = Ensino Fundamental e Médio; CE = Colégio Estadual; CEC = Colégio Estadual do Campo; EEC = Escola Estadual do campo; S/I = Sem informações. 357 358 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO VII - SITUAÇÃO, NÚMERO DE MATRÍCULAS NO ENSINO REGULAR, POR ETAPA DE ENSINO, DOS ESTABELECIMENTOS PRIVADOS DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CASTRO – 2014. Situação Estabelecimento Rural Ensino Médio Total geral Colégio Instituto Cristão - Ensino Médio e Profissional Escola Evangélica da Comunidade de Castrolanda - Educação Infantil e Fundamental Total - - - - - - 183 183 33 10 23 205 102 103 - 238 33 10 23 205 102 103 183 421 Centro de Educação Infantil Irmãs Cavanis 144 76 68 - - - - 144 Centro de Educação Infantil Ninho Sorriso 127 26 101 - - - - 127 Centro de Educação Infantil Nova Geração 80 59 21 - - - - 80 Centro de Educação Infantil Paulo Freire 51 33 18 - - - - 51 - - - 121 - 121 72 193 43 16 27 216 117 99 80 339 Colégio Emilia Erichsen - Ensino Fundamental e Médio Colégio Sepam - Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio Urbana Etapa de ensino / Matrículas (N) Educação Infantil Ensino Fundamental PréAnos Anos Total Creche Total escola iniciais finais Colégio SESI Castro - - - - - - 63 63 Escola Adventista Castro - Educação Infantil e Ensino Fundamental 29 0 29 107 107 - - 136 Escola Emilia Erichsen Junior - Educação Infantil e Ensino Fundamental 109 47 62 139 139 - - 248 Escola Espírita Ten. Boanerges Vieira - Educação Formal 33 0 33 50 50 - - 83 - - - 79 79 - - 79 Pré-Escola Carinhoso 80 43 37 - - - - 80 Total 696 300 396 712 492 220 215 1.623 729 310 419 917 594 323 398 2.044 Escola Nova Geração - Ensino Fundamental Total geral Fonte: MEC/INEP/DEEP - Censo Escolar 2014. 359 360 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO VIII – COMPOSIÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA IAPÓ) 01 unidade de mistura rápida hidráulica “vertedouro”; 01 unidade de mistura lenta hidráulica com floculador de chicanas verticais (tipo colmeia), composto por três canais; 02 unidades de clarificação com decantadores de alta taxa (decantação acelerada), com lonas paralelas; 16 unidades de filtração direta descendente com filtros rápidos e camada dupla de areia. Existe uma nova unidade na ETA Iapó, de floco-decantação, e uma calha Parshall para a mistura do coagulante (PAC), um floculador e um decantador com lonas paralelas. ANEXO IX – ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA TRATADA (EET) EET01 - booster Bela Vista: são dois conjuntos elevatórios de 25 CV e vazão de 38,60m³/h, manométrica de 85 mca, sendo um deles de reserva, dotados de inversor de frequência, abrigados em casa de bombas de alvenaria, com sucção no RAP01 com recalque para a rede RDA02 e RDA03 do Jardim Bela Vista, e RDA04 do mirante da Serra. A elevatória possui problemas operacionais e de ruído elevado; EET02 - booster Santa Cruz: são dois conjuntos elevatórios de 25 CV e vazão de 49,68 m³/h, manométrica de 80 mca, sendo um deles de reserva, dotados de inversor de frequência, abrigados em casa de bombas de alvenaria, com sucção na rede da RDA01 que é abastecida por gravidade pelos reservatórios da ETA, e recalca para a RDA05 (Vila Santa Cruz). A elevatória possui problemas operacionais e de ruído elevado; EET03 - booster Contorno: é um conjunto elevatório de 15 CV, manométrica de 30,0 mca, dotado de inversor de frequência, abrigado em pequena casa de bombas de alvenaria, com sucção na rede da RDA01 que é abastecida por gravidade pelos reservatórios da ETA, e recalca para a RDA07 (Vila Padre Piva) e RDA08 (Bairro Nossa Senhora das Graças). A elevatória possui problemas de restrição de vazão e está localizado em área aberta, sem cerca; EET04 - booster Nossa Senhora das Graças: é um conjunto elevatório de 02 CV com vazão de 15,01 m³/h, dotado de inversor de frequência, abrigado em gabineto 361 metálico, com sucção na rede da RDA07 que é abastecida pela EET03, e recalca para a RDA08 (Bairro nossa Senhora das Graças). Está localizado em área aberta, sem cerca; EET05 - booster Castrolanda: é um conjunto elevatório de 02 CV e vazão de 13,0 m³/h, manométrica de 30,0 mca, dotado de inversor de frequência, abrigado em gabineto metálico, com sucção na rede da RDA01 que é abastecida por gravidade pelos reservatórios da ETA, e recalca para a RDA09 (Castrolanda). Está localizado em área aberta, sem cerca; EET06 - booster Termas de Riviera: é um conjunto elevatório de 7,5 CV e manométrica de 42 mca, dotado de inversor de frequência, abrigado em gabineto metálico, com sucção na rede da RDA01 que é abastecida por gravidade pelos reservatórios da ETA, e recalca para a RDA10, RDA11, RDA12 e RDA13). A elevatória está localizada em área aberta, sem cerca. ANEXO X – ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO (EEE) Vazão (l/s) Potência (c.v.) Altura Manométrica (m.c.a) Elevatória Denominação Localização Conjunto Motorbomba EEE01 EEE Final Margem esquerda Rio Iapó (Rua Antônio Rolim) ABS AFP 150-420 62 20 18,8 EEE02 Stella Rua Michel Kulpa c/ Av. Nicolau Jacob Filho FLYGT 3102-182 15,51 5 13,1 EEE03 Lago Rua Rocha Pombo c/ Rua do Lago ABS AFP 153-440 47,22 40 30,5 EEE04 Arapongas / Jardim Primavera Rua Félix Tadeu Meyer c/ Rua Acelino Bueno Correria FLYGT 3152-181 HT 39,04 20 22,54 EEE05 Jardim Bailly Esquina das Ruas K e D ABS Robusta 500 T 4,5 1,5 18 EEE06 Castrolanda Rua Olímpia ABS Pirancha M25/2D 1,93 20 29 Fonte: Sanepar, 2015. 362 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO XI – LINHAS DE RECALQUE, INTERCEPTORES E EMISSÁRIOS Linha de Recalque Unidade Montante Unidade Jusante Extensão (m) DN (mm) Material LR 01 EEE01 ETE 1.008 400 FD LR 02 EEE02 Interceptor 2 240 140 PVC LR 03 EEE03 RCE Bacia D 301 300 FD LR 04 EEE04 PV RCE Bacia B 1.384 220 PEAD LR 05 EEE05 PV RCE Bacia B 429 110 PEAD LR 06 EEE06 PV RCE Bacia C 3.383 90 PEAD Fonte: Sanepar, 2015. Interceptor Unidade Montante Unidade Jusante I1 RCE BACIA B EEE03 I2 I3 I4 I5 RCE BACIA B RCE BACIA C LR EEEMK RCE BACIA NORTE Extensão (m) Diâmetro (mm) Material 899,42 400 CA 326,5 500 CA 510 150 PVC 2.557,6 250 PVC 1.057,95 200 PVC 717,45 200 FD 66 150 FF CIMENTADO 410,01 140 PVC 58,9 150 MBG 1.5562 200 PVC I1 EEE04 EEEFINAL RCE BACIA D SUL Fonte: Sanepar, 2015. Interceptor Unidade Montante Unidade Jusante Extensão (m) DN (mm) Material EMB01 RCE BACIA D EEE03 426 200 PVC EMB02 RCE BACIA D EEEFINAL 238,8 400 PVC Fonte: Sanepar, 2015. 363 ANEXO XII – SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO TRATAMENTO PRELIMINAR Gradeamento: O gradeamento é feito manualmente e o gradeamento grosseiro é feito na elevatória final EEE-01 localizada externamente à ETE Iapó. Desarenador: É do tipo ciclônico dotado de sistema Air-Lift para retirada e lavador de areia. Segundo informações o sistema tem problemas operacionais com baixo rendimento na remoção da areia. Medidor de vazão: O medidor de vazão se faz com sensor de nível do tipo ultrassônico instalado a montante da garganta da Calha Pashall de W= 1”. TRATAMENTO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Dois RALF padrão Sanepar de 40 l/s cada (vazão média), três sedimentadores, um filtro anaeróbio com posterior lançamento no rio Iapó. Eficiência de Carga Orgânica: 70% FILTRO ANAERÓBIO Vazão média: 78,00 l/s Diâmetro superior: 29,0 m Profundidade: 4,0 m Eficiência de Carga Orgânica: 50% LEITOS DE SECAGEM (12 unidades) Comprimento por unidade: 10 m Largura por unidade: 5,0 m Área total: 600,0 m² ELEVATÓRIA DE LODO O lodo dos RALF e do Filtro é conduzido por hidrostática à elevatória e desta é recalcado para os leitos de secagem Vazão 20m³/h Altura manométrica: 12,90 m Conjunto elevatório: ABS-AFPV 100-403 M Segundo Diagnostico Operacional, as principais características e controle do esgoto (12/2012): DBO Afluente: 168,96 mg/l DBO Efluente:34,34 mg/l 364 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 DQO Afluente: 403,32 mg/l DQO Efluente: 80,55 mg/l O corpo receptor é o rio Iapó afluente do rio Tibagi, enquadrado na classe II, com vazão mínima de estiagem de 1955 l/s utilizando a vazão específica mínima de 1,7772 l/s.km² de acordo com estudos existentes. ANEXO XIII – ROTA E FREQUÊNCIA DA COLETA DOMICILIAR EM CASTRO EQUIPE 01 EQUIPE 02 EQUIPE 01 EQUIPE 02 SEG/QUA/SEX DIURNO SEG/QUA/SEX DIURNO TERÇA DIURNO TERÇA DIRUNO Horário Início: 07h00 Horário Início: 07h00 Horário Início: 07h00 Horário Término:16h00 Horário Término:16h00 Horário Término:16h00 Horário Término:16h00 1. JD. ARAPONGAS 1. JD. ARAUCÁRIA II 1. JD. MIRANTE DA SERRA 1. VILA SANTA CRUZ 2. INVERNADA 2. VILA OPERÁRIA 2. BELA VISTA 2. BOM PASTOR 3. JD. SÃO FRANCISCO 3. JD. ARAUCÁRIA III 3. SANTA LEOPOLDINA 3. VILA ROSÁRIO 4. JD. PRIMAVERA 4. CASTRO VILLE 4. SAMAMBAIA 4. JD. N. SRA. ROSÁRIO 5. JD. PRIMAVERA II 5. JD. DONA HELENA 5. TERMAS RIVIERA 5. CASTROLANDA 6. MORADA DO SOL 6. VILA FARIAS 6. TRONCO 7. MORADA DO SOL II 7. PERPÉTUO SOCORRO 8. MORADA DO SOL III 8. JD. COLONIAL QUINTA DIURNO QUINTA DIURNO 9. MORADA DO SOL IV 9. PADRE PIVA 1. SOCAVÃO 1. JD. MIRANTE SERRA 10. JD. BAILLY 10. CANTAGALO I 2. ABAPÃ 2. BELA VISTA 11. JD. DAS NAÇÕES 11. CANTAGALO II 3. CASTROLANDA 3. STA LEOPOLDINA 12. PRADO VELHO 12. JD. PANDORF 4. TRONCO 4. SAMAMBAIA 13. JD. DOS BANCÁRIOS 13. N. SRA DAS GRAÇAS 5. TERMAS RIVIERA 5. VILA STA CRUZ 14. SÃO FRANCISCO Horário Início: 07h00 6. BOM PASTOR 7. VILA ROSÁRIO 8. JD. N. SRA. ROSÁRIO Fonte: INOVA Ambiental, 2015. 365 EQUIPE 01 EQUIPE 02 EQUIPE 03 EQUIPE 03 SÁBADO DIURNO SÁBADO DIURNO SÁBADO DIARIAMENTE NOTURNO Horário Início: 07h00 Horário Início: 11h00 Horário Início: 07h00 Horário Término:11h00 Horário Término:15h00 Horário Término:16h00 Horário Término: 22h00 1. BELA VISTA 1. VILA RIO BRANCO 1. VILA FREI MATHIAS 1. VILA RIO BRANCO 2. VILA SANTA CRUZ 2. JD. ARAUCÁRIA I 2. ÁGUA SUJA 2. JD. ARAUCÁRIAS I 3. BOM PASTOR 3. MORRO DO FERRO 3. VILA FREI MATHIAS 4. VILA ROSÁRIO 4. COSTA 4. ÁGUA SUJA 5. JD. N. SRA. ROSÁRIO 5. CENTRO 5. MORRO DO FERRO 6. CASTROLANDA 6. PORTO 6. COSTA Obs.: RUA DR. JORGE 7. BOM SUCESSO 8. VON BOCK 7. CENTRO 8. PORTO Horário Início: 13h00 SEG-SEX (18h3019h00) 9. BOM SUCESSO SÁB (14h30-15h00) 10. VON BOCK Fonte: INOVA Ambiental, 2015. 366 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 ANEXO XIV – COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS URBANOS RECICLÁVEIS FREQUÊNCIA E DIA DA COLETA SELETIVA NOS BAIRROS SEGUNDA QUARTA SEXTA 1. VILA RIO BRANCO (PRINCIPAIS) 1. JD. DAS NAÇÕES 1. VILA RIO BRANCO 2. VILA FREI MATHIAS 2. PRADO VELHO 2. JD. ARAUCÁRIA 3. ÁGUA SUJA 3. JD. DOS BANCÁRIOS 4. CENTRO, PORTO E COSTA (COMPLETO) 4. JD. BAILLY 3. CENTRO, PORTO E COSTA (PRINCIPAIS) 5. MORRO DO FERRO 5. VILA RIO BRANCO (COMPLETO) 4. JD. DAS ARAUCÁRIAS II E III 6. CENTRO, PORTO E COSTA (PRINCIPAIS) ATÉ RUA DOM PEDRO 5. CASTROLANDA 1. JD. BELA VISTA 1. CASTRO VILLE 1. JD. SOCIAL ARAPONGAS 2. JD. SAMAMBAIA 2. JD. DONA HELENA 2. INVERNADA MATADOURO 3. JD. MIRANTE DA SERRA 3. VILA FARIAS 3. JD. SÃO FRANCISCO 4. VILA DO ROSÁRIO 4. JD. PERPÉTUO SOCORRO 4. JD. PRIMAVERA I E II 5. VILA SANTA CRUZ 5. JD. COLONIAL 5. MORADAS DO SOL I, II, III E IV 6. JD. BOM PASTOR 6. PADRE PIVA MANHÃ 6. BOM SUCESSO 7. VON BOCK TARDE 7. CANTAGALO 8. VILA OPERÁRIA 9. CANTAGALO II 10. JD. PANDORF 11. JD. TERMAS RIVIERA Fonte: INOVA Ambiental, 2015. 367 ANEXO XV – REGISTRO DE PARTICIPAÇÃO DAS OFICINAS COMUNITÁRIAS Reunião Comunitária no Bairro Vila Santa Cruz – 07/10/2015 Fonte: Funpar, 2015. Reunião Comunitária no Distrito de Abapã – 07/10/2015 Fonte: Funpar, 2015. 368 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Lista de Presença da Reunião Comunitária da Sede do Distrito de Abapã - 07/10/2015 Fonte: Funpar, 2015. 369 Lista de Presença da Reunião Comunitária da Sede do Distrito de Abapã (Parte II) - 07/10/2015 Fonte: Funpar, 2015. 370 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Lista de Presença da Reunião Comunitária no bairro Vila Santa Cruz (Sede) - 07/10/2015 Fonte: Funpar, 2015. 371 Lista de Presença da Reunião Comunitária da Sede do Distrito de Socavão - 07/10/2015 Fonte: Funpar, 2015. 372 PLANOS INTEGRADOS DE CASTRO PLANO DIRETOR MUNICIPAL | ETAPA 2 Lista de Presença da Reunião Comunitária no bairro Jardim Arapongas (Sede) - 07/10/2015 Fonte: Funpar, 2015. 373 374 375