Nota à imprensa - Rolex Awards for Enterprise

Transcrição

Nota à imprensa - Rolex Awards for Enterprise
Nota à imprensa
Há alguns meses a Rolex anunciou os cinco vencedores dos Prêmios Rolex que estão sendo
homenageados em Nova Délhi no dia 27 de novembro.
Os vencedores são:
• Sergei Bereznuk (Federação Russa)
• Barbara Block (Estados Unidos)
• Erika Cuéllar (Bolívia)
• Mark Kendall (Austrália)
• Aggrey Otieno (Quênia)
Este dossiê de imprensa contém fichas que descrevem detalhadamente cada projeto desenvolvido
pelos laureados, além de informações atualizadas sobre os progressos feitos desde junho, quando
receberam as verbas concedidas pela Rolex. Cada laureado recebe 100.000 francos suíços e um
cronômetro Rolex.
As fotografias e os vídeos sobre os Laureados estão disponíveis para download na sala de
imprensa: rolexawards.com/press.
Contato:
Anne-Sophie de Guigné
The Rolex Awards for Enterprise
P.O. Box 1311, 1211 Geneva 26, Switzerland, [email protected]
Tel: +41 22 302 22 00, Fax: +41 22 302 25 85
Preservação dos últimos tigres siberianos da região extremo leste
da Rússia
Sergei Bereznuk
Nascimento: 28 de setembro de 1960
Nacionalidade: Russa
Profissão: Conservacionista, diretor do Phoenix Fund
Localização do Projeto: Rússia – extremo leste da Rússia
RESUMO DO PROJETO
O extremo leste da Rússia concentra 95% da população existente de tigres de Amur, também
conhecidos como tigres siberianos. Com peso médio de 200 kg, é a maior espécie de tigres
do mundo. Atualmente, estima-se que 350 a 500 animais dessa subespécie (Panthera tigris
altaica) povoem a região fronteiriça entre a China e o Mar do Japão. Embora o intenso trabalho
desenvolvido por conservacionistas nos últimos anos tenha conseguido mudar o tigre de Amur da
categoria “em perigo crítico” para “vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a
Conservação da Natureza, ele ainda corre risco de extinção, devido principalmente à caça ilegal.
Ao todo, a população mundial dessa espécie (Panthera tigris) é estimada em 4.000 indivíduos
adultos na natureza (em 1900, eram 100.000).
Nos últimos 17 anos, Sergei Bereznuk, obstinado conservacionista e ecologista russo, vem
desenvolvendo um trabalho formidável para salvar o tigre de Amur. Com base na experiência que
vem realizando desde 1995 com uma brigada de combate à caça ilegal na região de Primorsky
Krai (província russa situada no extremo leste do país, mais conhecida como Primorye),
Bereznuk acredita que a preservação do tigre de Amur depende, por um lado, da eficácia da
política de combate à caça predatória e, por outro lado, da conscientização da população local.
Esses são os dois elementos centrais do projeto que ele apresentou para o programa Prêmios
Rolex de Empreendedorismo. Para Bereznuk, o tigre de Amur é também uma força motriz para a
preservação da taiga, ecossistema global em que vive esse felino.
Como diretor há 12 anos do Phoenix Fund, pequena ONG do setor ambiental, Bereznuk,
juntamente com uma equipe de seis pessoas, vem desenvolvendo um impressionante trabalho em
favor da preservação do tigre de Amur em um território de 166.000 km2. As atividades da ONG
incluem apoio às unidades de combate à caça ilegal, conscientização da população local, luta
contra a redução do habitat provocada por queimadas e pela exploração de madeira, resolução de
conflitos que envolvam homens e animais, bem como pagamento de indenizações por prejuízos
causados por animais e monitoramento de projetos industriais ofensivos na região.
A caça ilegal constitui a principal ameaça à sobrevivência dos tigres, abatidos principalmente em
retaliação à perda de gado ou de animais selvagens, ou como troféus de caça. Além disso, existe
no mercado uma demanda por pele, ossos e partes do corpo, usados basicamente na medicina
tradicional chinesa. Apesar da legislação internacional proibir a venda de partes do corpo de
tigres, existe um mercado lucrativo que fomenta a caça predatória. Na campanha desenvolvida
para reduzir o massacre, Bereznuk e o Phoenix Fund, sediado em Vladivostok, fornecem
às equipes de combate à caça ilegal o Management Information System (MIST), software
especificamente desenvolvido para esse trabalho pela Wildlife Conservation Society. O fato de
dispor de informações atualizadas, pertinentes e recentes é parte integrante do gerenciamento
efetivo da zona de proteção.
Bereznuk fornece também às brigadas combustível e peças de reposição para os veículos de
patrulha, bônus de incentivo, além de capacitação. Com o apoio do Phoenix Fund, essas brigadas
conseguiram trabalhar de forma mais eficaz, intensificando o número de prisões e processos e
reforçando a autoridade que exercem sobre os infratores.
Bereznuk tem plena consciência, entretanto, que esses métodos não constituem soluções para
o longo prazo – por isso desenvolve um vasto programa educacional com atividades junto às
comunidades. Os educadores subsidiados pelo Phoenix Fund trabalham junto à população
infantil, criando material, filmes, competições e eventos, com destaque para o Dia do Tigre, série
de festivais realizados todo ano em Vladivostok e outros centros regionais. O objetivo global
é incentivar a população desses vilarejos e a jovem geração a valorizarem a fauna e a flora
selvagem do planeta. Para Bereznuk, o Dia do Tigre representa uma formidável ferramenta de
conscientização.
O projeto apresentado por Bereznuk é o primeiro trabalho desenvolvido no extremo leste da
Rússia a associar um método moderno de combate à caça ilegal e um programa de conscientização
ambiental. O Phoenix Fund, embora mantenha colaborações com importantes organizações de
defesa do meio ambiente, é a única organização russa a coordenar e dar suporte a esses programas
na região. A ONG desenvolveu laços fortes com a comunidade, sensibilidade cultural e uma
extensa rede de colaboradores locais.
Modesto e pragmático, Bereznuk superou grandes obstáculos em um cenário extremamente hostil
e vem conseguindo, não sem muita tenacidade, mudar comportamentos locais e oferecer à jovem
equipe de colaboradores os meios para preservar a população de tigres de Amur. O Prêmio Rolex
de Empreendedorismo financiará seu projeto em 2013 e sobretudo divulgará, em escala mundial,
o esforço que ele vem desenvolvendo para proteger essa espécie emblemática para a região.
PERFIL
Sergei Bereznuk – homem corajoso que acredita ser possível preservar o tigre de Amur mediante
um extenso trabalho de colaboração, conscientização e educação – vem deixando sua marca no
extremo leste da Rússia, região onde nasceu. Formado em engenharia pelo Instituto Politécnico
de Vladivostok em 1982, Bereznuk começou sua trajetória profissional no setor de importação/
exportação. Com as grandes mudanças que agitaram a União Soviética, foi obrigado a reavaliar
sua carreira. Em meados dos anos 1990, decidiu focalizar sua duradoura paixão pela natureza no
desafio de salvar o tigre de Amur. Bereznuk trabalhou como diretor adjunto da Inspection Tiger
(grupo de combate à caça ilegal) entre 1995 e 1999, quando ingressou no Phoenix Fund. No ano
seguinte, tornou-se diretor dessa ONG. Com Bereznuk como líder, a organização cresceu e hoje
é uma das ONGs ambientais mais atuantes da província de Primorye.
CONTATOS
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NOVIDADES EM NOVEMBRO DE 2012
Desde que foi designado como um dos vencedores dos Prêmios Rolex, em junho de 2012, Sergei
Bereznuk avançou a grandes passos em favor da preservação do tigre de Amur e das florestas que
constituem seu habitat, situadas no extremo leste da Rússia.
Em setembro, Bereznuk organizou uma reunião com os quatro grupos de combate à caça ilegal
que atuam na Reserva Natural de Lazovsky, a 300 quilômetros ao norte de Vladivostok, onde a
ONG Phoenix Fund e a Wildlife Conservation Society implantaram, no ano passado, o aplicativo
Management Information System (MIST). Cada grupo, composto por três a nove guardas florestais
e equipado com GPS e material de patrulhamento, recebeu combustível e uniformes graças ao
Prêmio Rolex atribuído a Bereznuk. Os grupos compararam dados referentes à quantidade e ao
trajeto das missões de patrulhamento realizadas por eles e compartilharam suas observações sobre
os tigres e a fauna em geral, a situação da floresta e a ação predatória de madeireiras e caçadores
ilegais.
Para ajudar a reduzir os incêndios e as queimadas que devastam o habitat do tigre – transformando
a floresta em clareiras e descampados –, Bereznuk e a associação Phoenix Fund firmaram um
acordo com três outras organizações locais, entre as quais a All Russia Volunteer Fire Organization.
O objetivo é constituir uma rede de brigadas de combate ao fogo formadas por voluntários e
prontas para agir na região de Primorsky Krai.
No dia 30 de setembro, a Phoenix Fund e organizações parceiras realizaram o 13° Festival do
Tigre em Vladivostok. Mais de 4 mil crianças e jovens estudantes usando fantasias de tigre ou
trajes com listras laranja e preto desfilaram pela rua principal da cidade para conscientizar os
mais de 5 mil espectadores sobre a necessidade de preservar o tigre de Amur e a floresta. Ao final
do evento, Bereznuk recebeu, das mão do prefeito da cidade, um prêmio “por sua inestimável
contribuição para a educação ambiental da comunidade local”.
Rastreamento de grandes predadores marinhos e proteção dos oceanos
Barbara Block
Nascimento: 25 de abril de 1958
Nacionalidade: Americana
Profissão: Professora, bióloga marinha
Localização do Projeto: Costa oeste dos Estados Unidos
RESUMO DO PROJETO
Os grandes predadores marinhos, como o tubarão e o atum, são essenciais para manter o delicado
equilíbrio do ecossistema dos oceanos. Porém, a pesca excessiva, a destruição do habitat e a
poluição têm reduzido a população desses animais em todo o planeta.
Entre as medidas sugeridas por cientistas para sustar esse declínio, está a criação de vastas áreas
protegidas em mar aberto que preservem as condições de alimentação e desenvolvimento dos
animais. Um dos principais desafios foi identificar as melhores localizações para esses santuários,
visto que as espécies em questão são altamente migratórias e difíceis de rastrear.
Barbara Block, Professora de biologia marinha, desenvolveu técnicas inovadoras de monitoramento
eletrônico que permitem rastrear peixes debaixo d’água. No final dos anos 1990, ela contribuiu
para o desenvolvimento do primeiro dispositivo de marcação eletrônica com ejeção automática,
que se solta do peixe em data pré-programada e sobe à superfície do mar, onde flutua e transmite,
via satélite, os dados armazenados.
Entre 2000 e 2010, Block foi uma das coordenadoras científicas do programa Tagging of Pacific
Predators (TOPP), parte do projeto Censo da Vida Marinha, desenvolvido por 80 nações com o
objetivo de avaliar a diversidade e abundância da vida subaquática.
Com a instalação de mais de 4.000 rastreadores eletrônicos, 23 espécies de grandes predadores
pertencentes a 6 gêneros (atuns, tubarões, tartarugas, baleias, focas e aves aquáticas) foram
estudados nas águas do Pacífico Norte. Os cientistas do programa TOPP identificaram 3 hotspots,
onde ambientes aquáticos ricos em nutrientes formam territórios atraentes para os predadores,
que saboreiam grandes quantidades de krill, sardinha, anchova, salmão e lula. O suprimento de
presas naturais nesses hotspots garante que os cardumes de tubarão-branco, tubarão-salmão,
tubarão-anequim e algumas espécies de atum permaneçam durante uma parte significativa do ano
e voltem após cada migração.
O objetivo de Barbara Block é desenvolver uma tecnologia que permita o monitoramento desses
“pontos quentes” do oceano e, paralelamente, conscientizar o público sobre a situação crítica de
predadores marinhos que erram ao longo da costa oeste da América do Norte – para ela, ponto de
partida indispensável à preservação desses animais. Sua equipe realiza um trabalho denominado
“oceanografia conservacionista”, incorporando os mais recentes progressos da tecnologia de
sensores, sistemas de observação dos oceanos e métodos de computação para fornecer, aos
gestores de recursos e às autoridades, dados sobre a sustentabilidade de espécies protegidas e não
protegidas de predadores marinhos.
Block considera que a participação do público é fundamental para seu trabalho. Por isso, dedica-se
a coletar dados científicos em favor da implantação de sistemas de pesca sustentável, defendendo
sua visão em escala nacional e internacional e divulgando-a na mídia. Barbara Block esteve também
à frente da campanha “Tag a Giant”, cujo objetivo era instalar mais de mil rastreadores eletrônicos
em atuns-azuis, para que suas equipes adquirissem novos conhecimentos com vistas a um melhor
gerenciamento desses animais e para promover maior conscientização sobre a situação crítica em
que se encontra essa espécie de peixe gigante do Atlântico. O objetivo final de Barbara Block no
Pacífico é criar, ao longo da costa da Califórnia, uma grande reserva marinha que seja reconhecida
pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, a fim de proteger o território selvagem em mar
aberto identificado pela equipe do programa TOPP. As pesquisas realizadas pela equipe de Block
fornecem um panorama revelador das zonas circundantes, das rotas migratórias, dos hotspots e de
grandes aglomerações de espécies, não muito longe da populosa costa da América do Norte – uma
área que poderia ser comparada a um imenso “Parque Serengeti Azul”.
Com a atribuição do Prêmio Rolex, Block poderá dar impulso ao trabalho de preservação dessa
área, graças à criação de uma rede de “refeitórios para predadores”, ou observatórios biológicos
oceânicos, repartidos ao longo da costa californiana para monitorar os animais e transmitir dados
sobre seus deslocamentos a um satélite ou rede celular – que por sua vez transferirá as informações
ao laboratório.
A equipe de Block instalará, em tubarões e atuns, rastreadores acústicos relativamente baratos e
resistentes, capazes de se comunicar com receptores fixos ou móveis. Com a instalação de um
sistema de escuta em hotspots marítimos, Block poderá fazer um recenseamento contínuo de
tubarões e atuns em suas idas e vindas conforme o ciclo de migração anual, monitorando essas
populações ao longo dos anos. Por meio de um site Internet e um aplicativo para celular, o público
em geral poderá participar desse programa de “refeitórios para predadores” .
A maioria dos projetos e combates conservacionistas empreendidos até hoje focalizam-se em
ecossistemas terrestres. O entusiasmo de Barbara Block para associar pesquisa científica
e tecnologias modernas permitirá que todos possam participar e ajudar na preservação dos
predadores do oceano.
PERFIL
Uma das mais conceituadas especialistas em ciências marinhas, Barbara Block demonstra
determinação, criatividade e imaginação, não hesitando em promover o avanço de tecnologias
e colaborar com outras disciplinas para revolucionar as pesquisas sobre os oceanos. Porém, seu
compromisso vai muito além da ciência, pois aplicou seu saber teórico a questões de extrema
importância na área de preservação de recursos naturais do planeta, como o gerenciamento
sustentável da pesca comercial de atum. Seu trabalho é o resultado de um intenso desejo de preservar
o oceano e promover medidas de proteção, incentivando o público a mudar o comportamento de
consumo e a exercer pressão sobre as políticas nesse setor. O compromisso de Barbara Block com
a participação do público ficou patente quando ajudou seus colegas do Monterey Bay Aquarium
a levarem cardumes de atum albacora-de-laje e atum-azul para trás da vitrine da exposição a mar
aberto, de forma que 2 milhões de pessoas por ano pudessem ver a beleza de formas e cores dessas
espécies e a graça com que se deslocam.
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NOVIDADES EM NOVEMBRO DE 2012
Desde que venceu o Prêmio Rolex, em junho de 2012, Barbara Block incrementou seu projeto
com duas inovações importantes. A primeira é um flutuador robótico com dois metros de
comprimento, semelhante a uma prancha de surfe. Construído pela empresa californiana Liquid
Robotics, ele usa energia das ondas do mar para movimentar-se e energia solar para o dispositivo
de monitoramento. O flutuador, que recebeu o nome de Carey, percorre as águas do Pacífico ao
largo da costa norte-americana e é equipado com receptores que captam sinais de rastreadores
acústicos instalados em peixes e outros animais marinhos. Capaz de detectar sinais a até 300
metros, ele faz parte de uma rede de receptores – formada, entre outros dispositivos, por boias
estáticas – que fornecerá informações nunca antes obtidas sobre o deslocamento de animais
marinhos. Nesta primeira fase, o flutuador Carey vem recolhendo dados sobre tubarões, mas a
experiência será ampliada para outros predadores.
A segunda inovação reflete a atenção dada por Barbara Block à educação do público. O app
iOS Shark Net para iPhone e iPad – cujo desenvolvimento foi parcialmente financiado pelo
Prêmio Rolex – transmite dados provenientes do flutuador e de outros receptores para usuários
que disponham do sistema iOS, em qualquer região do mundo. Graças ao aplicativo, os usuários
podem selecionar um tubarão em particular e acompanhar seus movimentos e modo de vida. “O
objetivo é usar tecnologias revolucionárias para ampliar nossa capacidade de estudar o oceano,
efetuar o recenseamento da população marinha, melhorar os modelos de gestão da pesca e
monitorar a reação dos animais a mudanças climáticas”, explica Barbara Block. “Minha missão é
preservar a biodiversidade marinha e o grande oceano”.
Capacitação da população local de três países para proteger
o Gran Chaco
Erika Cuéllar
Nascimento: 9 de dezembro de 1971
Nacionalidade: Boliviana
Profissão: Bióloga conservacionista
Localização do Projeto: Região de Gran Chaco (Bolívia, Argentina e Paraguai)
RESUMO DO PROJETO
O Kaa-Iya del Gran Chaco, maior parque natural da Bolívia, tem o orgulho de abrigar, apesar
do clima extremamente quente e seco, 70 espécies de grandes mamíferos, entre os quais a onça
pintada, a suçuarana e o tatu-canastra, que vivem nessa que é a maior área protegida de floresta
tropical seca de todo o planeta.
Esse cenário rigoroso e inóspito tem sido o campo de trabalho da cientista Erika Cuéllar há mais
de uma década.
Cuéllar está à frente de um trabalho de conservação participativa desenvolvido com índios da tribo
Guarani que vivem na região fronteiriça do parque. Esse programa de capacitação da população
para que assuma a preservação de seu próprio habitat inclui um melhor gerenciamento dos prados
e o desenvolvimento de competências no plano local.
Estimulada pelo sucesso obtido no parque nacional, Cuéllar contempla ampliar o trabalho para
a região de Gran Chaco, que cobre parte da Bolívia, do Brasil, do Paraguai e da Argentina. O
Gran Chaco acolhe uma grande diversidade de populações humanas: diversas tribos indígenas,
caçadores nômades, colhedores, comunidades de pescadores, agricultores e vaqueiros. As
florestas e os cerrados abrigam também 3.400 espécies vegetais, 500 pássaros e 150 espécies de
mamíferos, muitos dos quais só existem nessa região.
Porém, há mais de um século a riqueza natural do Gran Chaco vem sendo continuamente
devastada. O habitat de certas espécies foi destruído com a instalação de uma zona militar
implantada em razão de um antigo conflito entre Bolívia e Paraguai acerca da delimitação de
fronteiras. A construção de um gasoduto entre Bolívia e Brasil, a pecuária extensiva, a invasão
agrícola e a exploração de águas subterrâneas para irrigação tiveram um efeito nefasto sobre a rica
fauna e flora da região do Gran Chaco.
Uma vítima notória desses fatores engendrados pelo homem foi o guanaco, ancestral selvagem do
lhama doméstico, descrito por Charles Darwin como “um animal elegante, com pescoço esguio
e pernas finas”. Aproximadamente 500.000 indivíduos dessa espécie com pelagem cor de canela
povoam as vastas planícies da estepe da Patagônia, mas apenas um punhado ainda permanece na
região de Gran Chaco, com três rebanhos isolados que subsistem na Bolívia, no Paraguai e na
Argentina, cada um com menos de 200 animais.
Em 2007, para ajudar a preservar essa espécie e seu habitat, Erika Cuéllar elaborou um curso
sobre parabiologia destinado a membros de três etnias nativas da região de Gran Chaco (Guarani,
Ayoreo e Chiquitano). Na área de conservação ambiental, a parabiologia é reconhecida como
uma abordagem eficaz e sustentável, pois permite que as populações locais aprendam métodos
científicos e, em última análise, adquiram a competência necessária para administrar e garantir a
proteção ambiental.
Por serem habitantes nativos, os parabiólogos são também um elemento importante na transmissão
dos valores de conservação ambiental para as comunidades indígenas. O programa vem atraindo
a atenção de instâncias nacionais e internacionais.
Erika Cuéllar deseja agora ampliar sua abordagem para a Argentina e o Paraguai e formalizar
o modelo por ela criado, a fim de fazer da conservação ambiental uma opção viável e de longo
prazo para empregos locais. Seu objetivo é também fazer com que os parabiólogos participem do
processo de definição de políticas, envolvendo-os em uma estratégia conservacionista que reúna
as três nações abrangidas pelo Gran Chaco. O guanaco será o símbolo desse movimento, mas na
verdade os parabiólogos serão responsáveis pela preservação global de suas respectivas regiões.
Cuéllar já demonstrou um grande talento para negociar, motivar e inovar, tendo conquistado o
respeito tanto dos povos indígenas como de líderes políticos. O Prêmio Rolex de Empreendedorismo
que lhe foi atribuído é um reconhecimento por essas qualidades e contribuirá para a ampliação
da abordagem participativa, proposta por ela para preservar um dos últimos espaços realmente
selvagens da América do Sul.
PERFIL
Conhecida localmente como “a bióloga dos guanacos”, Erika Cuéllar é uma das raras especialistas
bolivianas em conservação ambiental a ter conquistado reconhecimento. Depois de obter dois
diplomas de pós-graduação no Reino Unido, pelo Durrell Institute of Conservation and Ecology
e pela Universidade de Oxford, ela voltou à Bolívia para garantir a sustentabilidade da herança
natural de seus antepassados guaranis. Por ser uma mulher atuando numa sociedade patriarcal,
Erika Cuéllar enfrentou uma série de dificuldades para ser aceita pelas tribos indígenas e pelos
vaqueiros. Hoje, é conhecida e admirada no plano nacional por sua obstinada dedicação e sua solidez
mental e física. Além de ter fundado duas ONGs conservacionistas na Bolívia, é coordenadora do
Comitê Boliviano da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN (International Union for
Conservation of Nature).
CONTATOS
Celular: 591 7092 9604
E-mail: [email protected]
NOVIDADES EM NOVEMBRO DE 2012
Nos últimos meses, o projeto desenvolvido por Erika Cuéllar no parque natural de Gran Chaco
registrou significativo avanço. Como a região do Gran Chaco abrange terras pertencentes à
Bolívia, ao Brasil, ao Paraguai e à Argentina, para implementar seu programa de preservação
ambiental Erika precisa lidar com organismos governamentais espalhados por um imenso
território. “Consegui estabelecer um primeiro contato oficial com autoridades governamentais e
organizações responsáveis pela questão da biodiversidade no Paraguai e na Argentina”, explica
Erika Cuéllar. “A ajuda que recebemos do Prêmio Rolex transformou em realidade a ideia inicial
de unir os esforços dos diversos países em favor da preservação do parque. A possibilidade de
viajar e encontrar as autoridades fez uma diferença enorme, facilitando a obtenção de acordos e
de um real suporte por parte dos governos”.
Na Bolívia, de onde é originária, Erika participou de uma série de reuniões com autoridades
comunitárias e governamentais. “O Prêmio Rolex me ajudou a elaborar o projeto com base em
experiências anteriores bem-sucedidas, trabalhando de mãos dadas com parabiólogos em diversos
programas de pesquisa e preservação na parte boliviana do Chaco”, relata. “Tive a oportunidade
de encontrar representantes locais, a fim de consolidar a iniciativa anterior junto às autoridades
locais – em particular do município de Charagua – e junto à administração do parque nacional de
Kaa-Iya”.
A participação da população local em projetos ecológicos é geralmente de curta duração,
limitando-se a um emprego esporádico como guias ou assistentes. “Graças ao Prêmio Rolex,
contratei três parabiólogos para fazerem parte da equipe de pesquisa que desenvolverá esse
projeto internacional de preservação”, declara Erika.
“O próprio fato de ter recebido o Prêmio Rolex constitui um importante suporte para a minha
imagem no setor de preservação ambiental”, acrescenta. “Recentemente, tive a honra de receber
também o Prêmio Anual Marie Curie para Mulheres Bolivianas Cientistas, concedido pela
Academia Nacional de Ciências da Bolívia”.
Método revolucionário de vacinação para salvar milhões de vidas
Mark Kendall
Nascimento: 16 de abril de 1972
Nacionalidade: Australiana e britânica
Profissão: Bioengenheiro, Professor do Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology, Universidade de Queensland, Austrália
Localização do Projeto: Austrália, Papua Nova Guiné
RESUMO DO PROJETO
Mark Kendall desenvolveu um método barato e altamente eficaz para reduzir o contingente de
milhões de pessoas que morrem a cada ano de doenças infecciosas no mundo. Muitas dessas mortes
poderiam ser evitadas com vacinas, mas o método convencional (seringa e agulha), inventado em
1853, tem constituído um freio a essa solução. Em primeiro lugar, o método usado atualmente
injeta a vacina em um músculo, órgão que possui poucas células imunitárias e, por conseguinte,
não é a via ideal de administração. A vacina é cara e apresenta uma série de dificuldades – por
exemplo, algumas requerem ambiente refrigerado, o que nem sempre é possível em muitos países
onde o abastecimento de energia elétrica não é constante.
Com o “NanopatchTM”, que vem sendo desenvolvido pelo Professor Kendall em um instituto de
pesquisas em engenharia de última geração na Universidade de Queensland, Austrália, vários
problemas relacionados com o tradicional método de seringa e agulha poderão ser eliminados.
Eminente bioengenheiro com um impressionante recorde de inovações científicas acumuladas
nos oito anos em que ocupou um cargo sênior na Universidade de Oxford, Reino Unido, Kendall
foi convencido pela Universidade de Queensland, seis anos atrás, a voltar para Brisbane, sua terra
natal, para ser um dos coordenadores das pesquisas do novo Australian Institute for Bioengineering
and Nanotechnology, onde vem desenvolvendo o Nanopatch.
O Prêmio Rolex de Empreendedorismo que Kendall conquistou deverá acelerar o desenvolvimento
do Nanopatch destinado aos países do terceiro mundo, onde ocorre a maioria das mortes causadas
por doenças infecciosas.
Medindo aproximadamente 1 cm2, o Nanopatch aplica o produto diretamente em áreas nas quais
as células imunitárias são numerosas. Atualmente, a maioria das vacinas é injetada por meio de
seringa, o que requer uma dose relativamente alta de produto em cada aplicação. Além disso,
levanta uma série de problemas potenciais, como ferimentos com as agulhas, contaminação e
descarte.
O método que vem sendo desenvolvido por Kendall – e que dispensa seringas – faz uso de um
aplicador que propulsiona, de maneira indolor, o Nanopatch e suas microprojeções sobre uma
camada superficial da pele onde o número de células imunitárias é maior. O processo não envolve
contato com sangue, o que reduz consideravelmente o risco de infecção.
O Nanopatch é revestido com vacina seca e, portanto, não requer ambientes refrigerados. Esses
fatores, aliados à necessidade de doses menores de vacina, reduzem drasticamente os custos,
inclusive de transporte. No longo prazo, os Nanopatches poderão provavelmente ser administrados
por agentes comunitários ou professores, dispensando, assim, a presença de médicos qualificados.
Kendall e sua equipe de pesquisadores de Brisbane já testaram o Nanopatch em ratos e os
resultados foram animadores. Com a verba que receberá pelo Prêmio Rolex, ele financiará novos
testes, focalizando o trabalho no aperfeiçoamento do patch para as nações em desenvolvimento.
Inicialmente, será realizada uma experiência simulada em Papua Nova Guiné, com o uso de
Nanopatches sem vacina, a fim de verificar como se desenrola a implementação em condições
reais.
Depois de aperfeiçoar o Nanopatch, Kendall pretende dar início a testes clínicos em Papua Nova
Guiné, vacinando mulheres contra o Papilomavírus Humano (HPV), agente causador de câncer
do colo do útero – uma das principais causas de óbito na população de jovens mulheres nos países
em desenvolvimento.
Mark Kendall já detém um impressionante recorde de realizações, tendo contribuído, no
período em que trabalhou em Oxford, para o desenvolvimento pioneiro de uma tecnologia de
“bombardeamento” da pele denominada Gene Gun (“arma genética”), que consiste em “atirar”
partículas de vacina na pele usando tecnologia espacial. Kendall participou do processo desde a
concepção até obtenção do produto. Se os resultados dos testes forem satisfatórios, é provável
que esse método possa ser comercializado daqui a dez anos. As vacinas serão adaptadas para
aplicação com o novo dispositivo.
Descrito pela imprensa australiana como uma “mudança de paradigma” ou ainda como uma
“tecnologia capaz de virar o jogo” no campo de vacinação, o Nanopatch tem potencial para
revolucionar o processo de administração de vacinas, tornando-o mais fácil, mais barato e muito
menos ameaçador para as pessoas que temem a picada de uma agulha. Milhões de vidas serão
provavelmente salvas pela engenhosidade e determinação de Mark Kendall e sua equipe.
PERFIL
Mark Kendall vem trabalhando na interface entre o mundo acadêmico e o setor industrial há
14 anos, coordenando um grupo de jovens pesquisadores científicos que buscam aplicações
práticas para os avanços tecnológicos, de maneira a melhorar a vida de milhões de pessoas no
mundo todo. A área específica em que o Professor Kendall focaliza suas pesquisas é a aplicação
de imunoterapia (vacinas, por exemplo) na pele, sem o uso de agulhas nem seringas. Kendall é um
dos mais importantes cientistas do Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology.
Ele ingressou no AIBN depois de trabalhar na Universidade de Oxford, onde era diretor adjunto
do PowderJect Centre for Gene and Drug Delivery Research, conferencista pesquisador
da universidade em Engenharia Científica e conferencista no Magdalen College. Publicou
205 capítulos de livros, artigos de jornal e apresentações em conferências, muitos dos quais em
respeitados periódicos científicos. Registrou ao todo 96 patentes, às quais se somam 9 outras em
fase de estudo.
CONTATOS
Professor Mark Kendall (contato principal – viagem ao exterior)
Tel: +61 431162391
E-mail: [email protected]
Sra. Anne Ewing (contato secundário – Brisbane, Austrália)
Tel: +61 7 334 64265
E-mail: [email protected]
NOVIDADES EM NOVEMBRO DE 2012
“O Prêmio Rolex já contribuiu de maneira decisiva para agilizar o uso de Nanopatches nas regiões
em desenvolvimento”, explica Mark Kendall ao relatar os progressos feitos nos últimos meses.
“Constituímos uma equipe de projeto realmente excepcional, com colaboradores trabalhando
diretamente junto às comunidades em Papua Nova Guiné. Conseguimos também projetar e
fabricar o primeiro modelo de aplicador Nanopatch especificamente adaptado a países em
desenvolvimento”.
A equipe viajou para Papua Nova Guiné em meados de outubro de 2012, levando três protótipos
de Nanopatch. Esses dispositivos foram entregues a profissionais de saúde locais para que
aplicassem em pacientes hospitalizados, numa experiência que Kendall denominou “teste de
usabilidade do dispositivo”. Os profissionais de saúde receberam instruções detalhadas e foram
observados enquanto aplicavam os Nanopatches. Essa experiência, juntamente com testes
relativos à embalagem e ao transporte dos dispositivos, faz parte de um rigoroso processo de
aperfeiçoamento do Nanopatch e dos procedimentos associados à sua aplicação em países do
terceiro mundo. Os resultados dos testes estão atualmente em fase de análise.
Em outros estudos, foi criada uma parceria com a Merck, um dos maiores fabricantes de vacinas
do mundo. “Trata-se de um importante passo rumo à aceleração do processo de desenvolvimento
do Nanopatch, para que se torne um método eficaz de vacinação”, declarou Kendall.
Construção de um centro de telemedicina em uma favela para salvar
a vida de mães e recém-nascidos
Aggrey Otieno
Nascimento: 28 de janeiro de 1978
Nacionalidade: Queniana
Profissão: Diretor executivo da Pambazuko Mashinani, Nairóbi, Quênia
Localização do Projeto: Favela de Korogocho – Nairóbi, Quênia
RESUMO DO PROJETO
Korogocho, a quarta maior favela de Nairóbi, abriga cerca de 200.000 pessoas em uma área de
apenas 1,5 km2 – um bairro caracterizado por insegurança generalizada, sistema de saneamento
precário e pobreza extrema. Estima-se que, a cada ano, 300 mulheres sofram hemorragia
pós-parto e 200 recém-nascidos morram devido à ausência de equipamentos obstétricos e de
meios para chegar a um hospital, bem como pelo fato de que a pessoa encarregada de fazer o parto
não dispõe de assistência em caso de emergência.
Em Korogocho, a taxa de mortalidade materna é de aproximadamente 700 em cada 100.000
mulheres, em comparação com 13 em cada 100.000 nos Estados Unidos.
Depois de estudar nos EUA, Aggrey Otieno voltou para a favela onde nasceu com o objetivo de
melhorar a saúde da comunidade, ajudando os moradores a adquirirem os meios para se tornarem
autônomos. Por conhecer bem a área, Otieno, que ganhou merecida reputação como protetor
da população carente que vive em Korogocho, é a pessoa ideal para levar adiante esse projeto,
que contempla a construção de um centro de telemedicina com atendimento médico e veículo
disponível 24 horas, evitando assim um grande número de óbitos.
Sob os auspícios da ONG Pambazuko Mashinani, da qual é fundador e diretor executivo, Otieno
usará a verba do Prêmio Rolex de Empreendedorismo para oferecer capacitação a parteiras locais,
de forma que possam identificar situações de emergência e alertar os profissionais do centro por
sms. Os médicos e profissionais qualificados poderão fornecer orientação médica imediata e, se
necessário, enviar um veículo para conduzir a parturiente a um hospital.
Com a experiência que adquiriu previamente em setores como prevenção da tuberculose, Otieno
constata a necessidade de desenvolver ações complementares e de amplo alcance comunitário,
a fim de promover uma maior conscientização sobre os problemas de saúde materna – incluindo
higiene, planejamento familiar e nutrição – junto a milhares de moradores da favela.
Para cumprir esse objetivo, Otieno e seus colegas criarão vídeos educacionais – que eles pretendem
apresentar em salas de espera de hospitais – e produzirão programas que serão divulgados por
meio de sms e pela rádio local. Com essa campanha, Otieno espera ajudar 25.000 mulheres. Além
do potencial para salvar a vida de mulheres e recém-nascidos, seu projeto deverá melhorar a saúde
e o bem-estar de todas as mães e crianças da favela.
O Prêmio Rolex de Empreendedorismo será usado também na construção do centro de
telemedicina. O centro terá sempre um médico de plantão, graças a um revezamento de cinco
profissionais que cobrirão todos os turnos. Um motorista estará à disposição para transportar
pacientes, em particular à noite, quando as ruas da favela são menos seguras. O centro, juntamente
com a campanha de conscientização, será um impulso para a implementação da meta fixada
pela Pambazuko Mashinani: criar uma sociedade em que os pobres tenham em mãos o poder de
promover mudanças em suas próprias vidas.
Otieno tenciona reproduzir o projeto em um período de cinco anos, a fim de atender às
outras favelas de Nairóbi. Com isso, o serviço poderia alcançar cerca de 2.200 mulheres e
1.500 recém-nascidos que, a cada ano, necessitam atendimento urgente.
PERFIL
Admirado pelos colegas em razão de sua visão e determinação, Aggrey Otieno superou os
obstáculos ligados a sua origem, tornando-se a primeira pessoa originária de Korogocho a obter
um Master. Em 2011, obteve um Master of Arts em Comunicação e Desenvolvimento e formou-se
em Saúde Comunitária Africana pela Universidade de Ohio, EUA. No mesmo ano, fundou a
organização de representação popular Pambazuko Mashinani, além de ter sido agraciado com um
prêmio concedido pela Clinton Global Initiative University e recebido verbas do Programa Ford
Foundation Fellowships. Defensor de várias causas sociais há quase dez anos, Otieno decidiu
buscar soluções para as elevadas taxas de mortalidade materna e neonatal registradas nas favelas
de Nairóbi quando sua irmã foi vítima de graves complicações obstétricas durante um parto
realizado em casa, à noite. Aggrey Otieno é um modelo a seguir, mobilizando a população e
desenvolvendo sólidas redes de relações para ajudar sua comunidade.
CONTATOS
Tel: +254 (0)20 300 4406/ +254 (0)20 387 6502
Celular: +254 787 900 162
E-mail: [email protected]
NOVIDADES EM NOVEMBRO DE 2012
Graças às verbas concedidas pelo Prêmio Rolex, Aggrey Otieno deu um grande impulso a
seu projeto de construção de um centro de telemedicina em Korogocho. Agora que o projeto
arquitetônico do prédio foi concluído, a previsão é de que o centro possa ser inaugurado em 2
de março de 2013. Além disso, Otieno comprou cinco computadores para cinco postos de saúde
implantados nos arredores de Korogocho. “Os computadores vão otimizar a conectividade entre
os hospitais, o centro de telemedicina e nossa equipe de voluntários”, explica.
Sua única irmã – que, aliás, foi quem inspirou Otieno a lançar o projeto – tornou-se a primeira
beneficiária. “Junto com minha mãe e meus irmãos, viajei para nosso vilarejo na zona rural, ao
passo que minha irmã, que tinha engravidado novamente, ficou em Nairóbi com o marido. Um
dia, ela começou a sentir dores terríveis. Felizmente, os assistentes de saúde da comunidade
conseguiram acionar ajuda depois de receberem um SMS dela avisando que precisava de
atendimento urgente. Eu me encontrava a 600 km de Korogocho e pude dar orientação para que
ela fosse levada ao Hospital Nacional de Kenyatta, onde deu à luz um menino com saúde para dar
e vender – e que, por sinal, recebeu o meu nome”.
Uma outra conquista da qual Otieno tem grande orgulho foi conseguir reforçar a segurança em
Korogocho, convencendo jovens condenados por diversos crimes a fazerem parte de um time
de futebol. “O time atualmente joga na Divisão 3 da Liga Queniana”, conta ele. “Como estão
na liderança, vão subir para a Divisão 2 no ano que vem. O resultado é que toda a energia deles
está canalizada para o futebol e no final do dia, quando acabam os jogos ou o treinamento, estão
cansados demais e não saem para roubar a população. A maioria deles, inclusive, se comprometeu
a garantir a segurança de grávidas em Korogocho”.
“A percepção que as pessoas têm de mim também mudou completamente com o Prêmio Rolex.
A mídia tem dado atenção ao que fazemos e as pessoas estão apreciando mais o trabalho que
desenvolvo em Korogocho. Muitos moradores de favelas enviaram representantes para tentarem
me convencer de entrar para a política. No entanto, acredito que ainda posso promover ações
que tenham um real impacto e levar mais autonomia ao meu povo sem precisar exercer um cargo
político”.
Membros do Júri
Prêmios Rolex de Empreendedorismo 2012
Habiba Bouhamed Chaabouni (Tunísia) vem desenvolvendo pesquisas pioneiras no
campo de distúrbios de ordem genética. Formada em medicina, ela leciona genética médica,
dirige o Laboratório de Pesquisas sobre Genética Humana da faculdade de medicina de Túnis
e é chefe do Departamento de Doenças Congênitas e Hereditárias do Hospital Charles Nicolle,
também em Túnis.
Gururaj Deshpande, ou “Desh” (Índia/Estados Unidos), fundou várias empresas que
desenvolvem tecnologias inovadoras, entre as quais a Sycamore Networks. Nascido na Índia,
é uma figura de proa do setor filantrópico e copreside atualmente o National Advisory Council
on Innovation and Entrepreneurship (Estados Unidos). É membro da diretoria do Deshpande for
Technological Innovation do MIT, do qual é fundador.
Sylvia Earle (Estados Unidos), uma das mais eminentes oceanógrafas e especialista em
exploração de águas profundas do mundo, acumula cerca de sete mil horas de trabalho debaixo
d’água. Em mais de quatro décadas de carreira, foi responsável por uma centena de expedições
subaquáticas, muitas das quais pioneiras. Atualmente, é exploradora residente da National
Geographic Society, além de conferencista e autora de livros como The World is Blue.
Steve Jones (Reino Unido), eminente biologista britânico e autor premiado, é mundialmente
conhecido pelo intenso trabalho de disseminação da ciência junto ao público em geral. Professor
Emérito da University College London, ele chefiou o Departamento de Genética, Evolução e
Ambiente, focalizando suas pesquisas na genética de caracóis e na evolução do ser humano.
Calestous Juma (Quênia) é um grande especialista da área de desenvolvimento sustentável.
Professor de Prática de Desenvolvimento Internacional em Harvard, ele dirige o Projeto de
Ciência, Tecnologia e Globalização dessa instituição, bem como o projeto de Inovação Agrícola
na África, financiado pela Fundação Gates. Recentemente, publicou a obra The New Harvest:
Agricultural Innovation in Africa (A nova colheita: inovação agrícola na África).
Tayeb A. Kamali (Emirados Árabes Unidos) é vice–reitor do Higher Colleges of Technology
(HCT), maior instituição de ensino superior de seu país. Há mais de duas décadas tem estado à
frente de programas de educação, formação, pesquisa e tecnologia aplicada, em particular com
iniciativas no campo empresarial e na área de e-learning no Oriente Médio.
Amyr Klink (Brasil) estabeleceu diversos recordes mundiais com suas expedições marítimas.
Mais tarde relatadas nos vários livros que escreveu, essas aventuras incluem a primeira travessia
do Atlântico Sul em solitário, a primeira expedição de invernagem à Antártida em solitário e
a primeira circum-navegação desse continente, sem escalas e em solitário. Klink é atualmente
consultor sobre temas relacionados com os polos e ministra palestras motivacionais.
Antonio Machado-Allison (Venezuela), especialista mundial em biossistemática de
animais, é uma das mais respeitadas autoridades em peixes de água doce, particularmente
piranhas. Atualmente editor do Boletín de la Sociedad Venezolana de Ciencias, esse eminente
zoólogo recebeu a medalha da Ordem de José Maria Vargas.
Keiko Nakamura (Japão), que desenvolve um trabalho pioneiro na área de ciências da vida,
é aclamada por suas ideias revolucionárias sobre as relações entre ciências biológicas e sociedade
– um campo que contribui para interpretar “a grande história da vida” e que ela própria batizou
de bio-história. Entre os muitos livros que publicou, destaca-se From the Window of Biohistory.
Subramaniam Ramadorai (Índia) foi quem colocou seu país no mapa mundial das
tecnologias da informação, sendo responsável pelo estabelecimento da Tata Consultancy Services,
maior empresa asiática de software e serviços informáticos, da qual é atualmente vice-presidente.
Agraciado com o título honorífico Padma Bhushan, foi recentemente nomeado, pelo Primeiro
Ministro da Índia, para o Conselho Nacional de Desenvolvimento de Competências, como
membro do Conselho de Ministros.
Gerhard Schmitt (Suíça), especialista em inteligência artificial e design arquitetônico
auxiliado por computador, é professor de arquitetura da informação e vice-presidente sênior
responsável por assuntos institucionais de âmbito internacional no Swiss Federal Institute of
Technology (ETH). Agraciado com o European Cultural Award for Science, Schmitt dirige
atualmente o Centre for Global Environmental Sustainability do ETH de Cingapura.
Mahrukh Tarapor (Índia/Suíça), uma das mais conceituadas especialistas em museus no
plano internacional, exerceu durante muitos anos funções importantes no Metropolitan Museum
of Art de Nova York e esteve à frente da organização de exposições em diversos países. Nascida
na Índia, essa intelectual americana trabalha atualmente como consultora para importantes
instituições culturais e presta assessoria ao governo indiano nas questões relacionadas aos museus
do país.
Ficha informativa
Panorama do Programa
Os Prêmios Rolex de Empreendedorismo foram criados para incentivar o espírito de
empreendimento e ampliar o campo do saber e o bem-estar humano, oferecendo apoio a projetos
inovadores em cinco áreas:
• ciências e saúde
• tecnologia aplicada
• descobertas e exploração
• meio ambiente
• herança cultural
Os vencedores são pessoas com ideias inovadoras que geralmente trabalham em projetos
alternativos e, não raro, têm acesso limitado às formas tradicionais de financiamento. Em vez
de premiar realizações passadas, o programa presta apoio financeiro e abre espaço na mídia para
que indivíduos empreendedores realizem novos projetos ou levem adiante trabalhos já existentes.
Cada um dos vencedores dos Prêmios Rolex de Empreendedorismo recebe 100.000 francos
suíços. Os vencedores do Programa Jovens Empreendedores recebem, cada um, 50.000 francos
suíços. Todos os laureados recebem também um cronômetro Rolex. O valor dos prêmios deve ser
usado para implementar os projetos.
O ciclo de premiação Jovens Empreendedores foi lançado em 2009 com o objetivo de incentivar
os jovens que serão líderes da próxima geração.
Processo de seleção
Os vencedores são designados por um júri de especialistas internacionais que, por suas próprias
realizações, personificam o espírito empreendedor que os Prêmios Rolex de Empreendedorismo
buscam promover. O júri é internacional, interdisciplinar e independente. A premiação é organizada
de dois em dois anos e a cada vez um novo júri é constituído.
A Rolex recebe, em cada edição, cerca de 3.000 inscrições provenientes de mais de 150
países. Os Prêmios Rolex de Empreendedorismo estão abertos à participação de pessoas de
qualquer nacionalidade ou origem. Os dossiês de candidatura são analisados por uma equipe de
pesquisadores científicos antes de serem encaminhados para os membros do júri.
THE ROLEX AWARDS FOR ENTERPRISE
P.O. Box 1311 - 1211 Geneva 26 - Switzerland - Tel. +41 (0)22 302 22 00 - Fax +41 (0)22 302 25 85 - Email [email protected]
rolexawards.com
Os projetos são avaliados em função da viabilidade, da originalidade e do potencial para produzir
resultados sustentáveis, mas, acima de tudo, do perfil empreendedor do candidato, que deve
mostrar como o prêmio Rolex pode ampliar os resultados do projeto e de que maneira, mobilizando
iniciativa e criatividade, o projeto pode proporcionar benefícios para a humanidade.
História dos Prêmios Rolex de Empreendedorismo
O programa Prêmios Rolex de Empreendedorismo foi criado em 1976 por André J. Heiniger, ex-CEO
da Rolex, para comemorar o cinquentenário do cronômetro Rolex Oyster, primeiro relógio à
prova d’água do mundo.
Nesses 36 anos desde o lançamento dos Prêmios Rolex, o trabalho dessa rede de
empreendedores de grande visão constituiu uma fonte de inspiração para a Rolex. Os
projetos vencedores cobrem um amplo escopo de atividades, como invenções na área de
tecnologia e ciências ou a proteção de espécies e habitats raros ou ameaçados – um minúsculo
cavalo-marinho, um gigantesco tubarão-baleia, a floresta amazônica, o ecossistema florestal
cingalês. Uma infinidade de outros temas podem ser abordados pelos projetos: a preservação de
práticas ancestrais (por exemplo, técnicas usadas na agricultura andina e africana ou métodos
de cura praticados no Himalaia) ou ainda o fornecimento seguro e econômico de água, energia,
moradia, alimentação e medicamentos para países em desenvolvimento.
Programas de filantropia Rolex
Desde sua fundação, há um século, a Rolex tem promovido a excelência e o espírito de
empreendimento individuais. Durante os anos 1950, a empresa solicitou, a personalidades de
destaque no mundo dos esportes e das descobertas, que testassem a confiabilidade de seus relógios
sob as condições mais extremas, não hesitando em incluir expedições ao pico do Everest ou às
profundezas abissais, 10 mil metros abaixo do nível do mar.
Nos últimos 30 anos, a Rolex tem levado adiante sua iniciativa de promoção da excelência por
intermédio de dois programas filantrópicos excepcionais: os Prêmios Rolex de Empreendedorismo,
criado em 1976, e o Programa Rolex de Mestres e Discípulos, lançado em 2002.
O Programa Rolex de Mestres e Discípulos, de âmbito internacional, reúne jovens talentos e
mestres consagrados nas áreas de arquitetura, dança, cinema, literatura, música, teatro e artes
visuais para uma parceria intensa durante um ano. O objetivo é contribuir para que a herança
artística seja transmitida às próximas gerações.
Graças ao incentivo à inovação nas áreas de ciências, exploração, preservação ambiental e artes,
os Prêmios Rolex de Empreendedorismo e o Programa Rolex de Mestres e Discípulos promovem
trabalhos que refletem a visão, a engenhosidade e a excelência que definem a essência da marca
Rolex.

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