RTF - Fundação Araucária
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RELATÓRIO TÉCNICO FINAL (Este relatório deve obrigatoriamente acompanhar a prestação de contas) Programa: APOIO A ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Protocolo no: 16.910 Chamada/ano:03/2010 Convênio: 125/2010 Título do Evento: XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em Geografia” Instituição: UNIOESTE Setor/Departamento: Geografia – Centro de Ciências Humanas Coordenador: Elvis Rabuske Hendges E-mail: [email protected] Área: : Geociências Periodicidade do Evento: Anual Abrangência: [ ] Internacional [ ] Nacional [X] Regional [ ] Estadual [ ] Local Data do Evento: : 27/05/2010 a 29/05/2010 Local do Evento: Campus da Unioeste Município: : Francisco Beltrão/PR Número de Participantes: 203 Locais: 155 De outros municípios/estados: 48 De outros países: 00 Total: 203 Perfil Acadêmico e/ou Profissional dos Participantes: Profissionais da Geografia (Professores e Bacharéis); Estudantes de Graduação; Estudantes de Pós-Graduação; Profissionais de áreas afins; Temas Relevantes abordados: : O Evento englobou, temáticas ambientais, estudos urbanos e agrários e, também, uma série de conhecimentos voltados para a análise da realidade física – estudos de solo, relevo, qualidade das águas, sendo estes temas associados a realidade regional. Apoio da Fundação Araucária (valor do auxílio): R$ 4.446,00 Outros Agentes Financiadores: Caixa Econômica Federal – Impressão de material gráfico (folders, bolsas e canetas), valor apoximado de R$ 500,00 Conclusões e recomendações do evento: O evento atingiu os objetivos pretendidos, tanto no que diz respeito à quantidade de participantes quanto no que se refere à qualidade das mesas redondas, trabalhos apresentados e mini-cursos. Neste sentido, temáticas relacionadas à formação do professor foram associadas às da formação do geógrafobacharel, permitindo uma compreensão ao mesmo tempo diversa e unitária da ciência geográfica. Quanto às recomendações, sugere-se a manutenção das discussões relativas à formação profissional do geógrafo-bacharel e geógrafo-licenciado. Resultados: Gravação de 300 cds com os Anais do Evento Título dos Anais*: Anais do XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em Geografia” Quantidade editada: 300 Data da edição: 20 de setembro de 2010 Instituição(ões) responsável(eis) pela edição: Parama/Fco Beltrão. Outros: (descrever) Universidade Estadual Anexar 01 cópia dos anais Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR www.FundacaoAraucaria.org.br do Oeste do Local e Data: Francisco Beltrão, 27 de setembro de 2010 Assinatura Coordenador Assinatura Responsável pela Instituição Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR www.FundacaoAraucaria.org.br ANEXO 1 - Programação do Evento (XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em Geografia”) Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR www.FundacaoAraucaria.org.br Programação do : XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em Geografia” Data Turno 27/05/10 (quinta-feira) 28/05/10 (sexta-feira) 29/05/10 (sábado) Credenciamento (auditório 2) Mini-cursos (salas do bloco 4) Mini-cursos (salas do bloco 4) Apresentação de Trabalhos (salas do bloco 4) Apresentação de Trabalhos (salas do bloco 4) Mini-cursos (salas do bloco 4) Manhã Tarde Mesa Redonda OS DESAFIOS DOS PROFISSIONAIS EM GEOGRAFIA Noite (auditório 2) Marcos Piovezan (APROGEO/SC) Ione Modanese (Professora Estadual/PR) Mini-cursos (salas do bloco 4) ANEXO 2 - Anais do Evento (XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em Geografia”) Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR www.FundacaoAraucaria.org.br ANAIS XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná 27 a 29 de Maio de 2010 UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Resumos UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CAMPUS DE FRANCISCO BELTRÃO-PR Alcibíades Luiz Orlando Reitor Benedito Martins Gomes Vice-Reitor José Maria Ramos Diretor Geral Julio Cesar Paisani Diretor do Centro de Ciências Humanas Luciano Zanetti Pessôa Candiotto Coordenador do Colegiado do Curso de Geografia Comissão Organizadora Professores: Elvis Rabuske Hendges (coordenador) Adelir Klipel Fabiano André Marion Fabrício Pedroso Bauab Gilberto Martins Juliano Andres Luiz Carlos Flávio Marcos Aurélio Pelegrina Silvia Regina Pereira Acadêmicos: Camila Graeff Casiraghi Danieli Cristina Celeski Douglas Jose Cattelan Elenice Mistura Fernando Eibel Jacson de Lima Gosmam Marcelo Buttner Poliane de Souza Robson Pilati Rodrigo Ferreira Lima Ronaldo Batista Pegorini Sandra Luiza Furlani Taís Andrieli Menegotto Tiago Samuel Bulau Wellington Luiz Prezente Ilustração da Capa Elvis Rabuske Hendges Diagramação Sílvia Regina Pereira ISSN 2176-5529 A redação dos textos apresentados nos Anais é de inteira responsabilidade dos autores. Comissão Organizadora Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE (15.: 2010: Francisco Beltrão - PR) E56a Anais do ...; Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná: Os desafios dos profissionais em Geografia. / Organização de Sílvia Regina Pereira. -- Francisco Beltrão: Unioeste – Campus Francisco Beltrão, 2010. CD-ROM ISSN - 2176-5529 Tema: Os desafios dos profissionais em Geografia. 1. Geografia – Profissão. 2. Geógrafo – Desafios da profissão Sudoeste do Paraná. 3. Geografia - Congressos.I. Pereira, Sílvia Regina (org.). II. Título. CDD – 918.162 910.98162 Ficha Catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da Unioeste (Sandra Regina Mendonça CRB – 9/1090) XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Organizadores Colegiado de Geografia da UNIOESTE/FBE Colegiado do Mestrado em Geografia da UNIOESTE/FBE Professores: Elvis Rabuske Hendges (coordenador) Adelir Klipel Fabiano André Marion Fabrício Pedroso Bauab Gilberto Martins Juliano Andres Luiz Carlos Flávio Marcos Aurélio Pelegrina Silvia Regina Pereira Acadêmicos: Camila Graeff Casiraghi Danieli Cristina Celeski Douglas Jose Cattelan Elenice Mistura Fernando Eibel Jacson de Lima Gosmam Marcelo Buttner Poliane de Souza Robson Pilati Rodrigo Ferreira Lima Ronaldo Batista Pegorini Sandra Luiza Furlani Taís Andrieli Menegotto Tiago Samuel Bulau Wellington Luiz Prezente Comissão Científica Professores: Adelir Klipel Elvis Rabuske Hendges Fabiano André Marion Fabrício Pedroso Bauab Fernando Sampaio Gilberto Martins Juliano Andrés Julio Paisani Luciano Zanetti Pessôa Candiotto Luiz Carlos Flávio Mafalda Nesi Francischett Marcos Aurélio Pelegrina Marcos Aurélio Saquet Marga Elis Pontelli Rosana Cristina Biral Leme Roselí Alves dos Santos Sílvia Regina Pereira Waldiney Gomes de Aguiar XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR APRESENTAÇÃO Entre os dias 27 a 29 de maio de 2010, realizou-se no Campus de Francisco Beltrão o XIV Encontro de Geografia da UNIOESTE (ENGEO) e o VIII Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná (ENGESOP). O evento é organizado pelo curso de Geografia da UNIOESTE sendo voltado para acadêmicos, profissionais e comunidade em geral, que tenham em comum o interesse pela Geografia. O ENGEO já está em sua décima quinta edição e visa integrar e difundir o conhecimento de Geografia, aproximando grupos e áreas de pesquisas distintas e que possuem como alvo de estudo em comum a sociedade, a natureza e a sua interação. O ENGESOP é um evento que procura suprir uma lacuna existente na divulgação do conhecimento produzido na Geografia na região Sudoeste do Paraná, contribuindo intensamente para a formação acadêmica e para a divulgação das pesquisas efetuadas no Sudoeste Paranaense. O objetivo geral do evento é focado na integração de profissionais e acadêmicos envolvidos em estudos da Geografia, proporcionando, mediante o debate de temas atinentes à ciência geográfica, a compreensão dos problemas espaciais da sociedade contemporânea, bem como estimular as possibilidades de intervenção na resolução destes. Comissão Organizadora XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR PROGRAMAÇÃO GERAL 27/05/10 (quinta-feira) 28/05/10 (sexta-feira) 29/05/10 (sábado) Credenciamento Mini-cursos Mini-cursos (auditório 2) (salas do bloco 4) (salas do bloco 4) Apresentação de Trabalhos Apresentação de Trabalhos Mini-cursos (salas do bloco 4) (salas do bloco 4) Manhã Tarde (salas do bloco 4) Mesa Redonda Noite OS DESAFIOS DOS PROFISSIONAIS EM GEOGRAFIA (auditório 2) Marcos Piovezan (APROGEO/SC) Ione Modanese (Professora Estadual/PR) Mini-cursos (salas do bloco 4) XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Programação – Mini-Cursos Mini-Curso 1 Análise do relevo por meio de dados de RADAR Ministrantes: Elvis Hendges e Juliano Andres Carga Horária: 4 Sexta-feira: 08h às 12h Local: Laboratórios de Geoprocessamento e de Cartografia. Bloco I 15 vagas Mini-Curso 2 Granulometria: determinação da classe textural do solo - aplicações em Pedologia Ministrantes: Jacson de Lima e Fabíola Marinho Carga Horária: 8 Sexta-feira: 08h às 12h Sábado: 14h às 18h Local: Laboratório de Análise de Formações Superficiais. Bloco I 6 vagas Mini-Curso 3 Pelas trilhas da educação ambiental emancipatória - conceitos e práticas Ministrantes: Mateus Pires e Raquel Biral Carga Horária: 4 Sexta-feira: 19h30min às 23h Local: Sala 412. Bloco IV 20 vagas Mini-Curso 4 Elaboração de maquete hipsométrica do relevo brasileiro Ministrantes: Daniele Celeski e Elenice Mistura Carga Horária: 4 Sexta-feira: 19h30min às 23h Local: Laboratórios de Geoprocessamento e de Cartografia. Bloco I 20 vagas Mini-Curso 5 A fotografia digital como instrumento da Geografia Ministrantes: Paulo Freisleben Carga Horária: 4 Sexta-feira: 19h30min às 23h Local: Sala 413. Bloco IV 25 vagas XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Mini-Curso 6 Fundamentos e práticas da Mineralogia Ministrantes: Wellington da Silva Carga Horária: 8 Sábado: 08h às 12h e das 14h às 18h Local: Sala 412. Bloco IV 16 vagas Mini-Curso 7 Uso das Geotecnologias no manejo de bacias hidrográficas Ministrantes: Ronaldo Pegorini e Wellington Prezente Carga Horária: 8 Sábado: 08h às 12h/14h às 18h Local: Laboratórios de Geoprocessamento e de Cartografia. Bloco I 11 vagas Mini-curso 8 Licenciamento Ambiental para instalação de empreendimentos Ministrantes: Tiago Zen e Fernando Eibel Carga Horária: 8 Sábado: 08h às 12h/14h às 18h Local: Sala 413. Bloco IV 12 vagas Mini-Curso 9 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) Ministrantes: Patrícia Moresco Carga Horária: 4 Sexta-feira: 08h às 12h Local: Sala 412. Bloco IV 30 vagas. Mini-Curso 10 Introdução às Geotecnologias Ministrantes: Taís Menegotto e Poliane Nardi Carga Horária: 4 Sexta-feira: 08h às 12h Local: Sala 413. Bloco IV 20 vagas XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Programação - Trabalhos Quinta-feira - 27 de maio - 14h Sala 412 1 - EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NA LICENCIATURA EM GEOGRAFIA Andreia Tomaz 2 - ANÁLISE DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DA REGIONALIZAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DO LIVRO DE GEOGRAFIA REGIONAL DO BRASIL DE CARLOS DELGADO DE CARVALHO E DA PROPOSTA PEDAGÓGICA DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL Charla C, Schultz, Waldiney Gomes de Aguiar 3 - ELABORAÇÃO DE MAQUETE HIPSOMÉTRICA DO RELEVO BRASILEIRO Danieli Cristina Celeski, Elenice Mistura 4 - O ENSINO DA GEOGRAFIA E O ALUNO TRABALHADOR Janice Heming de Souza Monteiro 5 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL Raquel Biz Biral, João Henrique Biral 6 - MATERIAIS DIDÁTICOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO Franciele Moreira Grande, Wellington Luiz Prezente 7 - A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA André Marmentini, Rosilaine Zanardi 8 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL E INTERDISCIPLINARIDADE: UM DIÁLOGO DE SABERES Mateus Marchesan Pires Sala 414 1 - A BUSCA POR RECONHECIMENTOS DA MULHER AGRICULTORA NO PROCESSO PRODUTIVO FAMILIAR NO SUDOESTE DO PARANÁ Aline Motter Schmitz, Roselí Alves dos Santos 2 - A CONCEPÇÃO ROMÂNTICA DE NATUREZA E SEUS DESDOBRAMENTOS PARA A GEOGRAFIA Everton Luiz Lovera 3 - INOVAÇÃO NO SETOR DE PRODUTOS LÁCTEOS: A IMPORTÂNCIA DAS EMBALAGENS LONGA VIDA NA EXPANSÃO DO SETOR NO SUDOESTE PARANÁENSE Marcelo Buttner 4 - UMA ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO RECENTE DO CRÉDITO RURAL E AS MUNDANÇAS NA AGRICULTURA BRASILEIRA Wilian Padilha, Marlon Clovis Medeiros XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR 5 - PROMETEU E A NATUREZA HUMANA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE TÉCNICA E TRABALHO Sandra do Nascimento 6 - ENSAIO SOBRE AS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS DA AMÉRICA DO SUL POR LA CONDAMINE Fábio Mazoco Sala 415 1 - CARACTERÍSTICAS DO BIOMA CERRADO Bruno Zanetti Pessôa Candiotto, Fabio Mazoco 2 - A PROTEÇÃO DE NASCENTES E SUA IMPORTÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DE ÁGUA NA ZONA RURAL Sandra Rodrigues da Silva, Freisleben, Felipe Fontoura Grisa, Luciano Zanetti Pessôa Candiotto 3 - O CLIMA E O HOMEM Roberto Bottega, Tiago Samuel Bülau 4 - A APROPRIAÇÃO DAS PAISAGENS PELA ATIVIDADE TURÍSTICA Bruno Zanetti Pessôa Candiotto 5 - REGIÕES NOROESTE, OESTE E SUDOESTE DO PARANÁ E SEUS DIFERENTES TIPOS DE SOLO: UM BREVE RELATO Fabiola Rakel Marinho, Jacson Gosman Gomes de Lima 6 - LENÇOL FREÁTICO X NECROCHORUME Karise Cristofoli Bauab 7 - IMPLICAÇÕES DAS ORIGENS DA CIÊNCIA E A NATUREZA Raquel Biz Biral, João Henrique Biral 8 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE VOLUMES PEDOGENÉTICOS NO TOPO DE SUPERFÍCIE APLAINADA VII – SERRA DA FARTURA (SC) Jacson Gosman Gomes de Lima, Fabiola Rakel Marinho, Marga Eliz PonteIli Sexta-feira, 28 de maio, 14h Sala 412 1 - DETERMINAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ATRAVÉS DE IMAGENS DO CBERS-2B Ediane Cristina Daleffe, Taisller Guimarães da Silva, Julio Caetano Tomazzoni 2 - CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL COMO UMA FERRAMENTA DE CONTROLE NA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL Fernando Eibel, Roberto Bottega 3 - A APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO NO MAPEAMENTO DE PRODUTORES AGROECOLÓGICOS Poliane de Souza, Taís Andriéli Menegotto XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR 4 - REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS/GEOGRÁFICAS DO MUNDO QUE ANTECEDERAM A GEOGRAFIA CIENTÍFICA MODERNA Rodrigo Ferreira Lima, Fabrício Pedroso Bauab 5 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SOLO DA LINHA SANTA BÁRBARA Taisller Guimarães da Silva, Ediane Cristina Daleffe, Julio Caetano Tomazoni, Elisete Guimarães 6 - RECURSOS OFERECIDOS PELO GEOPROCESSAMENTO APLICADOS NO PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA AGRICULTURA Taís Andriéli Menegotto, Poliane de Souza, Alcimar Paulo Freisleben Sala 414 1 - TEORIA E EMPIRIA – O PENSAMENTO COMPLEXO E A GEOGRAFIA Luiz Carlos Flávio 2 - ASSOCIAÇÃO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO SINDICAL – ACESI Edinéia Brunhera Gularte, Roseli Alves dos Santos 3 - COLOMBO E O “NOVO MUNDO” Rodrigo Ferreira Lima, Fabrício Pedroso Bauab 4 - A FOTOGRAFIA DE PAISAGEM NA GEOGRAFIA Alcimar Paulo Freisleben, Mafalda Nesi Francischett 5 - POSSIVEL VIA INTEROCEÂNCIA ENTRE BRASIL E EQUADOR Ronaldo Pereira Gonçalves 6 - ANÁLISE DO SABER HISTÓRICO Ronaldo Pereira Gonçalves 7 - O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO URBANO DE SALGADO FILHO-PR Tiago Junior Gobetti Sala 415 1- A RELAÇÃO ENTRE DEMANDA, DISPONIBILIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA NA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ: UMA PEQUENA INTRODUÇÃO À DISCUSSÃO Débora Luzia Gomes, Maria Cláudia da Silva, Rosana Biral 2 - O SISTEMA ESTADUAL DE IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL (SISLEG) NA MESORREGIÃO SUDOESTE PARANAENSE Rosana Cristina Biral Leme 3 - POÇOS TUBULARES DO MUNICIPIO DE VERÊ: IMPORTÂNCIA E VULNERABILIDADE NATURAL Lunéia Catiane de Souza, Maristela da Costa Leite, Fabiano André Marion XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR 4 - INTRODUÇÃO DE MICROFÓSSEIS EM ESTUDOS GEO-PALEONTOLÓGICOS PARA INTERPRETAÇÃO PALEOAMBIENTAL Edenilson Raitz, Keli Andressa Batista 5 - DETERMINAÇÃO DA FRAÇÃO ORGÂNICA DE FORMAÇÕES SUPERFICIAIS – COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE OXIDAÇÃO VERSUS QUEIMA POR PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (H²O²) Leandro Oliveira, Júlio César Paisani, Simone Guerra 6 - ESTUDO DA VULNERABILIDADE NATURAL DOS POÇOS TUBULARES DO MUNICÍPIO DE BELA VISTA DA CAROBA - PR Marina Kunz, Pollyana Poletto, Fabiano André Marion 7 - VULNERABILIDADE NATURAL DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM SANTA IZABEL DO OESTE - PR Camila Graeff Casiraghi, Nayara Massucatto, Fabiano André Marion 8 - CARACTERIZAÇÃO DAS FORMAÇÕES SUPERFICIAIS DO HOLLOW DE CABECEIRA DE DRENAGEM NA A.R.I.E. DOS BURITIS – PLANALTO BASÁLTICO (PATO BRANCO/PR) Julio Cesar Paisani, Edson Bertolo, Marga Eliz Pontelli, Simone Guerra, Leandro Oliveira, Jacson Gosman Gomes de Lima XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NA LICENCIATURA EM GEOGRAFIA Andreia Tomaz1 [email protected] A primeira etapa do estágio na licenciatura consiste na observação da realidade nas aulas de Geografia. Esta experiência foi realizada em duas sétimas séries do Ensino Fundamental no ano de 2008, no município Francisco Beltrão. O estágio de observação possibilitou-nos fazer uma análise frente ao ensino da Geografia, de como ele está sendo trabalhado, de qual a postura que o professor de Geografia vem assumindo e como os alunos se manifestam e interagem em sala de aula, além das questões relacionadas às metodologias e recursos utilizados na execução das aulas e tantas outras indagações relacionadas ao ensino e suas práticas, que vão surgindo ao longo do período de estágio. Essas observações no período de estágio e posteriores avaliações realizadas na coletividade da Graduação nos auxiliam no mapeamento das relações existentes no espaço escolar, é uma forma de investigar e refletir sobre a teoria e prática escolar bem como analisar possibilidades de mudança. Ou seja, é fazer com que a pesquisa e o ensino caminhem juntos, pois: “quanto mais nos debruçarmos sobre a teoria, mais nossa prática pode ser melhorada; quanto mais analisarmos as práticas, mais fundamentos podemos identificar, e a necessidade de busca pelo conhecimento fica instalada” (SAIKI e GODOI, 2007, p.27). A prática do estágio supervisionado é de fundamental importância para a formação do futuro professor, pois possibilita a vivência do espaço escolar e das relações que nele se estabelecem ao estudar a experiência dos outros através da observação e da vivência em sala de aula. Assim vamos construindo nosso conhecimento profissional que não acaba com a conclusão do curso, mas é continuado e exige constante atualização. Ao longo das aulas foram, então, surgindo algumas indagações, tais como: o que explica a falta de motivação de alguns professores? O que esperar do ensino quando isso acontece? Quais as possibilidades de mudar essa situação? 1 Licenciada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Francisco Beltrão-PR. 17 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR As respostas a estas e outras questões não são fáceis de serem encontradas, nós não temos. Pois cada indivíduo tem suas particularidades e pontos de vista que variam de uma pessoa para outra. A desmotivação de alguns professores pode estar relacionada com o próprio ensino como um todo, que decorre da falta de políticas públicas eficientes voltadas à educação e que possibilitem a melhoria do ensino? O estado, ao propor inovação no setor educacional procura atender aos interesses burgueses, causando uma série de problemas, no que tange à educação dos setores menos favorecidos, que apresentam uma realidade distinta, e que sofrem ações discriminatórias nas escolas, justamente por sua condição econômica. (LOPES, 2007, p. 208). A falta ou não da participação do Estado, especialmente com relação ao ensino público, pode explicar em parte a essa questão, pois se há benefício das classes mais favorecidas, beneficiando dessa maneira o processo de acumulação capitalista, o resultado será cada vez mais a acentuação das desigualdades sociais, isto afeta a educação que ainda é tida como a via mais segura para a melhoria da qualidade de vida das classes menos favorecidas que necessitam estudar. Se o ensino não vai bem, que perspectivas terão essas pessoas em relação ao futuro? A melhoria do ensino implica em investimentos tanto na infra-estrutura das escolas públicas como no conhecimento e na formação continuada dos professores. A falta de recursos alternativos nas escolas implica em dificuldades dos professores ao propor novas metodologias e diversificação das aulas e também a acomodação ou desânimo de muitos professores resulta numa educação insuficiente. É preciso que haja questionamentos e muito apoio. Em muitos casos o ensino se dá através da repetição dos conteúdos do livro didático, há pouca participação dos alunos que não se sentem efetivamente como agentes na construção do próprio conhecimento. Nesse sentido a formação continuada, melhor remuneração, cargas horárias menos excessivas, podem ser algumas alternativas que possibilitem a melhoria do ensino, esse incentivo pode trazer bons resultados quanto à qualidade do ensino. Afinal, o professor é o principal agente responsável pelo processo educativo, uma vez que este se encontrar desmotivado, os resultados não serão satisfatórios. “Pais e professores podem trabalhar por objetivos comuns: melhorar a qualidade do espaço onde as crianças ficam minimamente um sexto de suas 18 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR vidas; ajudar os filhos-alunos a terem uma boa formação intelectual, emocional e moral”. (SILVA; CAMARGO, 2007, p. 71). A participação e o interesse dos pais em relação à vida escolar de seus filhos podem resultar em uma melhoria significativa do ensino, mas, é preciso um trabalho integrado entre comunidade escolar e as famílias, e infelizmente esse ideal de integração está longe da realidade, já que as pessoas do mundo moderno disponibilizam de muito pouco tempo para se dedicar a esse tipo de questão. Como defensores da tão almejada Geografia Crítica, queremos lutar pela educação, que não é somente uma necessidade e sim um direito do ser humano, contribuindo com a formação de cidadãos críticos e atuantes capazes de promover mudanças e melhorias na sociedade. A importância do estágio na licenciatura é indiscutível sabendo que o mesmo pode definir a postura dos futuros professores frente ao ensino. Através dele tomamos conhecimento dos desafios que aguardam em sala de aula e no processo de ensino como um todo. “O estágio supervisionado no ensino como fonte de aprendizagem prática do exercício docente e mecanismo de intercâmbio de conhecimento muito poderia contribuir na superação dos problemas que permeiam a Geografia”. (OLIVEIRA; PONTUSCHKA, 1989, p.118). O papel do estágio consiste em analisar e avaliar o ensino, questionando assim, as práticas rotineiras, evidenciando aquilo que pode e deve ser mudado e a partir disso, buscar alternativas para promover mudanças nessa realidade. O estágio como prática educativa só trará bons resultados quando encarado com muita responsabilidade, como um processo indispensável para o amadurecimento do futuro professor. É a fase de preparação para aquilo que nos espera: A sala de aula e a tarefa de ensinar, com educandos das mais diversas realidades com suas particularidades e dificuldades diferenciadas, com as quais deveremos lidar. 19 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR REFERÊNCIAS LOPES, Carla Cristina. Educação e Ensino de Geografia. In: PEREIRA, Sílvia Regina et al (Org.). XII ENGEO; VI ENGESOP. Francisco Beltrão, anais... UNIOESTE, 2007. OLIVEIRA, Christian Dennys Monteiro de; PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Repensando e Refazendo Uma Prática de Estágio no Ensino de Geografia. In: VESENTINI, José Willian. (Org.) Geografia e Ensino: textos críticos. CampinasSP: Papirus, 1989. SAIKI, Kim; GODOI, Francisco Bueno de. A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado. In: PASSINI, Elza Yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra T. (Org.) Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. SILVA, Ana Claudia da; CAMARGO, Eliane de. A Construção do Conhecimento Moral. In: PASSINI, Elza Yasuko; PASSINI, Romão: MALYSZ, Sandra T. (Org.) Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. 20 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ANÁLISE DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DA REGIONALIZAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DO LIVRO DE GEOGRAFIA REGIONAL DO BRASIL DE CARLOS DELGADO DE CARVALHO E DA PROPOSTA PEDAGÓGICA DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL1 Charla C, Schultz2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Wandiney Gomes de Aguiar3 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Pretende-se, fazer um estudo sobre a maneira na qual o livro Geografia Regional do Brasil trata didaticamente a regionalização brasileira, e em seguida uma comparação com a proposta pedagógica do Colégio Estadual Tancredo Neves do município de Francisco Beltrão no que se refere o ensino de região. Os procedimentos metodológicos na qual se propõe neste trabalho se darão da seguinte forma: leitura do livro Geografia Regional do Brasil e da proposta pedagógica da escola, planos de ensino e livro didático, que servirão de comparativos e análise na perspectiva didática. Por tratar de uma análise comparativa a pesquisa se classifica como bibliográfica/documental, sem a intenção de intervenção ou de fazer juízo de valor. Para fundamentar a pesquisa, faz-se necessário buscar em alguns autores que tratam da regionalização brasileira, da didática e documentos como Parâmetros e Diretrizes Curriculares o embasamento para tal propósito. Para Corrêa (1986), O termo região não apenas faz parte do linguajar do homem comum, como também é dos mais tradicionais em geografia. Tanto num como noutro caso, o conceito de região está ligado à noção fundamental de diferenciação de área, quer dizer, à aceitação da idéia de que a superfície da Terra é constituída pó áreas diferentes entre si. Percebe-se que o autor chama atenção acerca da necessidade de o professor em sala de aula, articular os 1 Pesquisa em andamento. Disciplina de Estágio Supervisionado II. Acadêmica do 4 º ano do Curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Francisco Beltrão-PR. 3 Professor do Curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Francisco Beltrão-PR. 2 21 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR conceitos que os alunos têm de região e tentar transpor didaticamente para o conceito científico e também fazer uma análise entre os vários conceitos de região que se apresentam no meio acadêmico, ou seja, proporcionar aos alunos a possibilidade de discutir e entender de forma critica e não apenas aceitar a idéia que a região é só a diferenciação entre recortes da superfície da Terra. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), o lugar e a região eram sempre vistos como dimensão objetivas resultantes das interações entre o homem e a natureza. A tendência Lablachiana da Geografia e as correntes que dela se desdobraram mais tarde, a partir dos anos 60, passaram a ser chamadas de geografia Tradicional. Apesar de valorizar o papel do homem como sujeito histórico, propunha-se, na análise da organização do espaço como lugar e território, estudar as relações entre homem e natureza muito mais como processo de adaptação. Ver a região como um lugar que resulta apenas na quantificação do espaço em dimensão e a interação do homem com o meio parece nos dias de hoje um equivoco conceitual, mas para época era o que a Geografia tinha como suporte acadêmico para ensinar o espaço geográfico e conseqüentemente a região. A seguir, Corrêa (1986), destaca alguns conceitos de região: Região natural e determinismo ambiental surgem no final do século XIX, e durante as duas primeiras décadas, quando a ciência geográfica foi impulsionada pela expansão imperialista, sendo o determinismo ambiental uma de suas principais correntes de pensamento, um dos conceitos dominantes o de região natural. O Possibilismo considera de modo diferente a questão da região. Não é a região natural, e sua influência sobre o homem, e sim a região humana vista como objeto de estudo. Na Nova geografia, o fundamento principal para o conceito de região é o positivismo lógico. A região é um conjunto de lugares. A região na geografia crítica discute esse conceito a partir da visão de que a sociedade que realmente dirige e organiza o espaço em que vive relacionando o modo de produção e a relação entre as classes sociais. Esse cenário apresentado acima proporcionará na nossa pesquisa a possibilidade de verificar no ensino de região aos alunos o enfoque dado pelo professor e também no livro Geografia Regional do Brasil. Ao referirmos ao 22 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ensino de região, faz necessário destacar a importância da didática tanto ao ensino como aprendizagem. Para Castellar (2005), Didática, entende-se a maneira na qual o professor organiza os conteúdos e de qual forma ele socializa aos seus alunos. Segundo o dicionário Aurélio; “Didática é técnica de dirigir e orientar a aprendizagem”. Ao dirigir e orientar a aprendizagem, o professor estará em sua prática pedagógica em sala de aula, junto aos seus alunos, aplicando algum tipo de técnica que ele entende como se fora a melhor. Dedicar-se a docência e a investigação científica e também, considerar as relações existentes a ciência geográfica que vise à articulação da mesma com os conteúdos curriculares para alunos das escolas do Ensino Básico. Deve-se também, levar em conta algumas características dos estudantes como: físicas, afetivas, intelectuais e socioculturais. Essas características podem ser a base para que haja aprendizagem, pois, a individualidade do aluno, tem que ser vista como um ponto de partida para que o professor organize suas aulas de forma que: os conteúdos, método de ensino, recursos didáticos e avaliação estejam coerentes com os objetivos que se pretende ao ensinar Geografia. Espera-se que ao entrar em contato com o livro Geografia Regional do Brasil e os livros que os professores trabalham na escola e os planos de aulas, possam nos oportunizar a abrir um debate sobre a forma na qual se trabalha a questão regional com os alunos da Educação Básica e nos proporcionar um estudo mais aprofundado. Neste sentido, consideramos esta proposta como um ensaio para fundamentar ainda mais a pesquisa articulada ao Estágio Supervisionado, que é a principal razão de estarmos tentando contribuir com o ensino mesmo que seja de forma tímida, mas, com muita expectativa de melhora. 23 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. CARVALHO, Carlos Delgado de. Geografia Regional do Brasil. Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1944. CASTELAR, Sônia. Educação Geográfica - teorias e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2003. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 1996. 24 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ELABORAÇÃO DE MAQUETE HIPSOMÉTRICA DO RELEVO BRASILEIRO1 Danieli Cristina Celeski2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Elenice Mistura3 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] INTRODUÇÃO Tendo o Espaço Geográfico como principal objeto de estudo e pesquisa da Geografia, no contexto Escolar trabalha-se o espaço em seus múltiplos aspectos, entendo-o aqui como as estruturas físicas, formações sociais, diversidade cultural, apropriação e modificação da natureza pela ação antrópica etc. As representações espaciais se apresentam como uma maneira de analisar e interpretar o espaço. É nesse contexto que colocamos a maquete como instrumento didático de grande valia possibilitando ao aluno uma melhor maneira de entender a produção, organização e distribuição dos elementos que compõe o espaço. OBJETIVOS Esta temática engloba a elaboração de Maquetes Hipsométrica do relevo brasileiro, conforme as bases representativas de Simielli (1991) e metodológicas de Francischett (2004). Terão como o objetivo de fornecer subsídios para o entendimento do relevo brasileiro, bem como dos processos geológicos/geomorfológicos através da metodologia educativa com o recurso da maquete hipsométrica. Nesta atividade estaremos elaborando “a maquete de E.V.A”. Além da praxidade queremos mostrar a importância da mesma enquanto representação cartográfica e como pode ser utilizada como meio mediático no Ensino de Geografia no Ensino Fundamental. 1 Este trabalho é resultado de pesquisas feitas para a elaboração do Mini-Curso que será apresentado no XV ENGEO e IX ENGESOP, a ser realizado na UNIOESTE-Campus de Francisco Beltrão-PR, de 27 a 29 de Maio de 2010. 2 Acadêmica do 3°ano do Curso de Licenciatura em Geografia, da UNIOESTE-Campus de Francisco Beltrão-PR. 3 Acadêmica do 3°ano do Curso de Licenciatura em Geografia, da UNIOESTE-Campus de Francisco Beltrão-PR. 25 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Por isto, neste artigo, estamos divulgando os procedimentos metodológicos de sua construção. MATERIAL E METODOLOGIA São construídas cinco maquetes, uma de cada região do Brasil, conforme material base de Simielli (1991) e a metodologia de montagem em Francischett (2004, p.55). Constitui-se nos seguintes procedimentos: a) identificação das cotas, colorindo-as primeiro e identificando a cota e passando no papel vegetal, começando da maior altitude para a menor; b) selecionar a legenda das cores necessárias para a hipsometria, verificar quantas cotas e cores respectivas; c) passar com carbono do vegetal para o E.V.A e na sequência recortar; d) proceder a colagem das cotas da menor altitude para a maior; e) realizar a identificação dos picos; f) Construir a legenda com as informações básicas: título, fonte, escala, definição das cores hipsométricas; g) discussão da temática e avaliação do recurso didático entre os elaboradores. Como materiais serão necessários: a) placas de E.V.A nas cores: Verde claro, Verde escuro, Amarelo, Laranja, Vermelho e Marrom Escuro; (ou conforme escolha) b) tesouras; c) papel vegetal e papel carbono, no tamanho A3; d) canetas hidrocor (Uma cor para cada cota hipsométrica); e) base fotocopiada da base da maquete; Os cursantes serão divididos em cinco grupos, sendo que cada grupo realizará a montagem da maquete hipsométrica de uma das regiões brasileiras. Na sequência transcrevem-se as informações da base fotocopiada, para o papel vegetal com as canetas hidrocor, recomenda-se, neste caso, que a cada curva de nível seja atribuída uma cor para facilitar sua diferenciação pelos alunos, e também das demais informações que estavam na base na mesma cota, tais como: drenagem, compartimentos geomorfológicos, picos etc; Seguiremos à noção de hipsometria onde utilizamos as cores mais claras para os terrenos com menor altitude e as mais escuras para os terrenos com maior altitude (sequência de cores: amarelo, laranja, vermelho e marrom). Finalizado as delimitações das curvas de nível passa-se para a transposição das curvas de nível para cada E.V.A, utilizando o papel carbono; Após, recorta-se o E.V.A, atentando sempre as cotas cortadas em ordem crescente formando camadas, ou seja, a colagem das placas adotando da menor 26 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR para a maior altitude. Posteriormente, cola-se a maquete numa base de E.V.A de cor branca ou bege, acrescentando um titulo que será elaborado pelos cursantes e também os elementos fundamentais como, a escala, legenda, fonte e identificação dos elaboradores do material; É importante salientar aqui que a maquete como representação cartográfica tridimensional, procura nesse caso não apenas representar o espaço, mas também produzir e transmitir informações constitui-se como importante instrumento pedagógico, pois permite ao educando obter o domínio visual do conjunto espacial que é sua temática e por ser um modelo tridimensional, favorece a relação entre o que é observado no terreno e no mapa. Além de ser um material alternativo, o que torna o processo de ensino-aprendizagem mais criativo fugindo de aulas enfadonhas que muitas vezes acontece. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho buscamos demonstrar uma proposta metodológica de construção de Maquetes Hipsométricas, pois este recurso didático quando bem utilizado possibilita uma melhor compreensão do espaço e permite transportar informações contidas no mapa bidimensional para as maquetes cartográficas tridimensionais, potencializando a visualização das diversas formas de relevo, através da altitude, sua característica mais importante. Com isso, a maquete estará auxiliando na compreensão de diversos conceitos geográficos, bem como também no desenvolvimento de habilidades cognitivas de representação, indispensáveis na compreensão do espaço Geográfico. REFERÊNCIAS FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A Cartografia no Ensino da Geografia: a aprendizagem mediada, Cascavel: EDUNIOESTE, 2004. SIMIELLI, Maria Elena, Do plano ao tridimensional: a maquete como recurso didático. In: Boletim Paulista de Geografia, São Paulo: AGB, Nº. 70, 1991, p.0522. 27 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR O ENSINO DA GEOGRAFIA E O ALUNO TRABALHADOR1 Janice Heming de Souza Monteiro2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] A realidade do Ensino de Geografia ainda é bastante complexa. Porém não deixa de ser um desafio para quem pensa a formação do professor. Sendo este professor um educador, ele tem diante de si muitos desafios e desigualdades acentuadas para considerar. Ainda mais desafiador para o professor de Geografia ao trabalhar no período noturno com alunos que trabalham o dia inteiro e a noite enfrentam os bancos escolares procurando por formação e ascensão profissional. Considerando a responsabilidade do professor de Geografia, diante dessas demandas, é preciso enfatizar que tanto as possibilidades tecnológicas mais recentes na infra-estrutura escolar, quantas aquelas mais tradicionais, como o uso do quadro de giz, do livro didático, dos cartazes, dos jornais e revistas, deve ser cercadas de cuidados didáticos e pedagógicos para que alcancem resultados mais significativos no ensino. Para Carvalho (1989), a escola que oferece o ensino no período noturno, estas questões aparecem com maior intensidade devido às tensões provocadas pela coexistência pouco pacífica da educação convencional com as novas tecnologias. A escola que oferece a modalidade de ensino noturno está voltada a uma clientela com características e interesses específicos, estreitamente ligados às transformações operadas pela revolução tecnológica em andamento, ao retardar a incorporação dessas tecnologias, ela torna questionáveis os seus próprios propósitos educativos. O aluno do período noturno em sua maioria é trabalhador, precisa de autoconfiança para liderar o processo educativo, isto é, precisa saber escolher, num universo de informações em expansão, quais as informações que lhe oportunize se tornar competente, onde buscar as melhores opções de acesso a elas e, principalmente, como as ordenar logicamente. Para que isso ocorra, não 1 Este artigo é resultado do estágio supervisionado III realizado em um Colégio Estadual em Francisco Beltrão, com alunos do terceiro ano do ensino médio no período noturno. 2 Formada em 2009, no Curso de Geografia/Licenciatura-UNIOESTE-Campus de Francisco Beltrão-Pr. 28 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR basta ordenar mecanismos e equipamentos sem compreender sua lógica ou armazenar muitos dados sem saber integrá-los com as exigências do cotidiano, tarefas programadas para as próprias máquinas executarem de forma cada vez mais eficiente. Contudo, constatamos, durante o estágio de licenciatura, que os alunos do noturno se sentem vitimados pela situação e tentam de todas as formas fazer com que os professores não realizem com verdade à questão da avaliação, pois não aceitam as atividades extra classe e pressionam os professores para que lhes atribuam notas suficientes para passarem de ano. O que podemos fazer enquanto professores comprometidos com o ensino de Geografia? Devemos ter a visão de que o ambiente de aula é um espaço coletivo, não é a sala da casa do aluno. Portanto, as atitudes e comportamentos devem estar condizentes com a construção de respeito e boa convivência. Criar um clima de aprendizagem requer inovação, criatividade, envolvimento, coragem e competência, pois antes de acusar os alunos de desinteresse pela aula, o professor deveria colocar-se no lugar deles e avaliar se teria paciência de aguentar a mesma quantidade de horas como ouvinte passivo. Também ao aluno falta perceber que o compromisso com a formação é dele também, talvez ele não consiga por vezes perceber a importância da oportunidade de estar frequentando o ensino médio, não consegue avaliar a importância do tempo presente para a construção de um futuro melhor. O professor tem a missão de resgatar o prazer e a emoção do processo de ensino, tornando-o uma experiência viva para o aluno. Pois, só envolvendo o aluno será possível trazê-lo para o momento presente. Também aprendemos que quanto mais tempo se permanece no presente, mais atenção é dada ao que se está fazendo e mais se aprende. O desafio de hoje nas salas de aula não é conquistar a presença físicas dos alunos, mas sim sua presença de espírito e de participação, seja onde estiver a mente do aluno, se não for ao assunto debatido em sala de aula, ele não estará aprendendo. Talvez depois ele até leia a apostila ou livro e entenda o assunto suficiente para tirar uma boa nota na prova, mas estará se enganando e não aprendendo de fato. Tanto os professores quanto os alunos preferem se colocar no lugar de vitimas do processo, criando diversos argumentos para justificar as falhas do 29 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ensino no período noturno em vez de criarem alternativas para mudar essa triste realidade. Dos professores ouve-se que “os alunos de hoje não querem saber de nada”. Que na sua época as coisas não eram assim. Que os alunos chegam ao ensino médio sem educação básica, sem saber escrever, sem noção de convivência e respeito. Dos alunos ouve-se que alguns professores são muito exigentes, outros sem interesse, chegam à sala de aula desanimados. Eles pedem aos professores que tenham empatia (que se coloquem em seus lugares), pois é difícil trabalhar e estudar, os alunos reclamam de tudo sem refletir sobre suas próprias atitudes. Por isso é fundamental para o Ensino de Geografia que o professor crie, planeje situações nas quais o aluno trabalhador participe mais das aulas, e possa conhecer e utilizar os procedimentos de ensino com compreensão. Considerando a especificidade e a contextualização dos processos, questões, fenômenos, fatos e conceitos geográficos tanto no ensino diurno como também no ensino noturno. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Rosangela Doin de. A propósito da questão-metodológica sobre o ensino de Geografia. Prática de ensino em Geografia. São Paulo: AGB/Marco Zero, v.8, 1991. SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 8.ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1985. CARVALHO, Célia Pezzolo de. Ensino noturno: realidade e ilusão. 6.ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1989. RESENDE, Márcia Spyer. Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986. SILVA, Rita E. Durso Pereira. O que falta nas aulas de Geografia? São Paulo: Presença Pedagógica, jul./ago., 1998. PONTUSCHKA, Nidia Nacib. A formação inicial do professor de Geografia, São Paulo: Papirus, 1991. 30 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL Raquel Biz Biral UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] João Henrique Biral Professor Educação Básica-SEED-PR [email protected] O Brasil deu um enorme passo em relação à construção e ao fortalecimento do conceito de Educação Ambiental como instrumento de intervenção na crise ambiental, criando espaço para sua divulgação e aplicação em todos os níveis de ensino formal e não formal do país, por meio da Lei nº. 9.795 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui uma Política Nacional específica para tanto. A Educação Ambiental é contemplada na referida Lei como um processo que possibilita a todos – individual e coletivamente – construir “valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. Associa-se a esta conceituação a determinação de que a mesma se efetive como “uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal”, expressando, principalmente por parte do poder legislativo, a compreensão de que a Educação Ambiental é de suma importância para a melhoria da qualidade ambiental no país. Tal escopo só pode ser alcançado mediante a um processo de formação constante e ininterrupto que tenha origem e conseqüência nos princípios de cidadania, ética e senso de responsabilidade para com as demais espécies. Ou seja, valores cada vez mais escassos num contexto econômico e culturalmente globalizado, em que as práticas individualistas e concorrenciais têm aportado domínio inquestionável. O conceito de Educação Ambiental apresenta-se como uma das alternativas mais viáveis de transformação de práticas sociais e econômicas degradadoras do meio ambiente. Compreende-se que a seleção da aplicação da Educação Ambiental no espaço formal das escolas de ensino Fundamental e Médio, poderá compor relevante parâmetro para a análise sobre a efetividade do cumprimento da baliza legal, na identificação dos principais elementos que 31 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR dificultam a sua implementação, uma vez que, como principal mediadora desse processo com toda a sociedade, está à escola. A abordagem que fundamenta a compreensão de Educação Ambiental é a de um instrumental de dinamização da educação, já que o adjetivo “ambiental” presta-se a evidenciar dimensões anteriormente suprimidas pelo fazer educativo, sobretudo, no que diz respeito à compreensão da relação Sociedade-Natureza. Partindo da perspectiva, que ressalta o potencial estratégico da Educação Ambiental para a construção de valores, e novas relações socioambientais, e, em detrimento de inúmeros debates teóricos existentes sobre distintas correntes filosóficas que fundamentam a Educação Ambiental na atualidade (tradicional, emancipatória, crítica, popular, ecopedagógica, entre outras), é possível delimitar a discussão teórica dos fatos primordiais para a compreensão do processo de estruturação da Educação Ambiental. No caso brasileiro, a Educação Ambiental organizou-se sob o signo da ditadura militar, com os movimentos sociais esfacelados e a educação sob forte repressão, de modo a se evitar a politização dos espaços educativos. A Educação Ambiental ganhou visibilidade como instrumento de finalidade exclusivamente pragmática e como mecanismo de adequação comportamental ao que genericamente chamou-se de “ecologicamente correto” (LOUREIRO, 2005, p. 76). A ampliação da discussão sobre Educação Ambiental no Brasil e no mundo desenvolveu-se ao final da década de 80, pela Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (UNESCO) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), promoveram a elaboração de estratégias internacionais para culminando na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (CNUMADH – 92). Então, cabe estabelecer o papel que a Educação Ambiental irá ocupar inserida nessa sociedade por meio das ações das escolas, como agentes mobilizador da sociedade. Sabemos que o processo de constituição da ciência foi longo e penoso, e que muito foi obtido até o momento que vivemos, mas também se torna assustador o que poderá acontecer se não forem estabelecidos padrões de consumo e utilização da natureza. A forma como a sociedade se apropria da natureza também é conseqüência dos avanços da ciência, que a partir da revolução industrial se intensificaram ainda mais, no entanto, também sabemos 32 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR que muitas são as contribuições que essa revolução trouxe a sociedade capitalista que vivemos. Leff (2001) defende ser necessária uma nova racionalidade ambiental na busca pelo saber ambiental, o que significa que esse saber emerge como uma reflexão sobre a construção social do mundo atual, onde hoje convergem e se precipitam os tempos históricos, que já não é mais o tempo da evolução biológica e da transcendência histórica. É a confluência de processos físicos, biológicos e simbólicos reconduzidos pela intervenção do homem, da economia, da ciência e da tecnologia para uma nova ordem geofísica, da vida e da cultura. Para Leff (2001) o saber sobre um ambiente que não é a realidade visível da poluição, mas sim um conceito da complexidade emergente onde se reencontram o pensamento e o mundo, a sociedade e a natureza, a biologia e a tecnologia, a vida e a linguagem. Um ponto de inflexão da história nos induz a uma reflexão sobre o mundo atual, de onde emergem as luzes e sombras de um novo saber, atravessado por estratégias de poder em torno de uma reapropriação da natureza que seja filosófica, epistemológica, econômica, tecnológica e cultural. Assim, o ambiente é esse saber que transborda sobre a transparência dos sinais do mercado globalizado e do iluminismo do conhecimento científico e moderno, da eficácia da tecnologia e da racionalidade instrumental, precipitando seus saberes subjugados. É o prisma que recebe o raio concentrado de luz projetado por este mundo homogeneizado da ciência, do progresso e da globalização, para refratar um feixe de luzes divergentes, de cores e matizes diversos, onde se entrelaçam tempos ontológicos, tempos históricos, tempos do pensamento e tempos subjetivos. (LEFF, 2001). REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999 - Política Nacional de Educação Ambiental. Disponível em: <http//: mma.gov.br//>. Acesso em: 20. nov. 2008. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e prática. São Paulo: Gaia, 1994. GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (dês) caminhos do meio ambiente. 13. ed. São Paulo: Contexto, 2005. LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade e poder. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2001. LOUREIRO, Frederico B. et al. Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. 3. ed., São Paulo: Cortez, 2005. 33 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR MATERIAIS DIDÁTICOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO Franciele Moreira Grande1 UNIOESTE (Campus de Marechal Candido Rondon-PR) [email protected] Wellington Luiz Prezente2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] RESUMO O predomínio do ensino de técnicas de resolução nas aulas de Geografia ainda é uma estável em muitas instituições escolares. Porém, somente os empregos de técnicas não conseguirão instrumentar o aluno para a compreensão dos conceitos Geográficos e para a aplicação dos mesmos. Há necessidade do educando construir o conhecimento através de atividades dinâmicas com materiais didáticos em que é incentivado a pensar, analisar e fazer deduções, pois a aquisição de um conceito ou o domínio de alguns significados de geografia torna-se efetivo quando existe uma ação concreta do indivíduo sobre o objeto de seu aprendizado. Os programas de ensino voltados para a educação dos adolescentes e jovens do ensino médio estão distantes de atingirem níveis satisfatórios de rendimento escolar, pois estes são realizados sem considerar as características do aluno do, seus interesses, condições de vida e de trabalho. Cabe aos educadores o desafio de compreender a realidade do aluno, bem como, quais as contribuições da Geografia na sua formação e quais atividades e materiais didáticos podem contribuir para uma aprendizagem eficaz. Desta forma, os professores de Geografia que não contemplam conteúdos que possibilitam compreender o “espaço vivido” pelo aluno e auxiliar na tomada de decisões, tanto profissional como pessoal, se tornam sem relevância, excessivamente teórico, e de pouca contribuição para a vida do aluno (e da sociedade). Cabe ressaltar, também, que são raros os materiais e livros didáticos e disponíveis nas escolas que apóiam a prática pedagógica de educadores de adolescentes e jovens e que 1 2 Bacharel em Geografia e Acadêmica do segundo ano de Licenciatura em Geografia Acadêmico do quarto ano de licenciatura em Geografia. 34 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR auxiliam na organização de materiais voltados àqueles que se preparam para enfrentar uma mudança de fase passando a pensar no mercado de trabalho. E que, portanto necessitam de uma atenção especial, combinada a uma abordagem menos teórica e abstrata. Essas são as razões para o uso de apoios didáticos. Deve-se considerar que o aluno do ensino médio, conforme Vóvio (1999) é portador de cultura e domina uma série de conhecimentos, habilidades, procedimentos e representações sobre o mundo, que não devem ser desprezados. Há vários métodos de ministrar aulas que vão desde a mais Tradicional, passando para a Humanista, Tecnicista; Interacionista, alguns desses métodos dão certo em sala de aula, outros nem tanto dependendo da turma que esta a disposição, pois no modo humanista deixamos de lado a idéia de professor “mandão” e passamos a ser motivadores para que o aluno seja um sujeito ativo na sala de aula. Além desses métodos de ensino de Geografia centrados na ação do aluno, a utilização de materiais didáticos (ou materiais manipuláveis, ou materiais instrucionais) variados em sala de aula pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e para uma aprendizagem efetiva, auxiliando os alunos na construção e compreensão dos conceitos geográficos. Sabendo-se que, na sua maioria, os conteúdos curriculares não são associados com o conhecimento prático dos alunos em geral, sendo assim este trabalho pretende promover discussão sobre a utilização de materiais didáticos nas aulas de Geografia no ensino médio e ainda, apresentar algumas sugestões de como podem ser usados. Visando à construção do conhecimento em bases concretas, através da visualização e manipulação do objeto de estudo ou modelo correspondente, com o auxílio de materiais didáticos, o aproveitamento das aulas de Geografia é superior ao das aulas convencionais (aulas expositivas) na medida em que permitem ao professor suprir as dificuldades de abstração apresentados pelos alunos e auxiliá-los na observação direta dos quadros naturais e humanos, isto é, na visualização do objeto de estudo, daí a importância de seu uso na disciplina de Geografia. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia (1998, p. 34), “o estudo através da observação permite explicações sem necessidade de 35 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR longos discursos. Além disso, estar diante do objeto de estudo possibilita maior apreensão dos conteúdos teóricos”. A partir disso, é importante que os profissionais da Geografia precisem refletir mais sobre sua prática pedagógica para melhorar a qualidade do ensino e torná-lo mais atrativo para o educando e, não deixar de lado os conhecimentos que o aluno já possui a fora escola, pois estes que serão a base para o planejamento das atividades a serem desenvolvidas com o aluno. MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA O uso de materiais didáticos nas aulas de geografia não é uma idéia recente, pois alguns autores, já apontavam que o uso de diversos recursos nas aulas auxiliaria a “desenvolver uma melhor e maior aprendizagem”. A presença de materiais didáticos nas aulas de geografia vem sendo incentivada e, atualmente, é impossível que se discuta o ensino desta ciência sem citar esse recurso de ensino. Entretanto, não basta a utilização de materiais didáticos se esses ficarem restritos apenas à manipulação dos alunos de forma lúdica e sem função educativa. É necessário que seu uso esteja atrelado a objetivos bem definidos quanto ao aspecto de promover a aprendizagem do estudo da Terra, ou seja, a um cuidadoso planejamento da ação. Para alguns autores o importante da ação é que ela seja reflexiva e que o aluno aprenda de modo significativo, desenvolvendo atividades nas quais raciocine, compreenda, elabore e reelabore seu conhecimento, sendo que o uso de materiais pode trazer uma grande contribuição nesse sentido. Afinal, o aluno é um sujeito ativo na construção do seu conhecimento; ele aprende a partir de suas experiências e ações, sejam elas individuais ou compartilhadas com os outros. É sabido que nas três séries de escolaridade, os alunos já dominam conceitos elementares da geografia e que tiveram experiências de (re) construção destes conceitos, a partir de materiais concretos até atingir a abstração. Entretanto, apesar de ter capacidade de abstrair, de operar adequadamente com a linguagem geográfica, há determinados conceitos que seriam mais rapidamente compreendidos, abstraídos e fixados se fossem explorados com o auxílio de materiais didáticos concretos. 36 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR REFERÊNCIAS ANDRADE, M. C de. Caminhos e Descaminhos da Geografia. 3. ed. CampinasSP: Papirus, 1989. ANASTESIOU, Léa das Graças Camargo, ALVES, Leonir Pessate. Estratégias de ensinagem. 4. ed. Univille, 2004. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Educação Fundamental. Brasília, 1998. Geografia. Secretaria da 37 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA André Marmentini UNIOESTE (Campus Francisco Beltrão-PR) [email protected] Rosilaine Zanardi UNIOESTE (Campus Francisco Beltrão-PR) [email protected] Devido ao acelerado crescimento industrial e ao crescimento populacional desordenado nas últimas décadas, a crise ambiental tomou proporções adversas. O meio ambiente começou a ser observado com mais cautela na década de 70, onde surgiu a educação ambiental como uma forma de conscientização para a população mundial. Hoje com o agravamento da crise ambiental muitas medidas estão sendo tomadas como forma de conscientização para a preservação do meio ambiente. Uma delas é a educação ambiental na escola, onde visa fazer com que as crianças cresçam com uma maior responsabilidade, aprendendo o valor da preservação desde a escola, assim mostrando e tentando conscientizar seus pais, amigos, familiares. No Brasil, ainda é necessário que haja uma qualificação profissional para essa área da educação/ensino (ambiental), onde as aulas serão de maior qualidade e retorno tanto para os alunos como para a sociedade. A questão Ambiental revela-se como grande preocupação de diferentes instituições, é um dos problemas urgentes a serem resolvidos já que coloca em risco a sobrevivência do homem na Terra. É preciso chamar atenção para as ações muitas vezes impensadas, desordenadas e inconsequentes as quais degradam cada vez mais o planeta. A contaminação dos recursos hídricos, a poluição do ar e dos solos, o consumo desenfreado dos recursos naturais, o aumento da produção dos resíduos sólidos, entre outros agravantes, têm contribuído e muito para a redução da qualidade de vida da comunidade. (PENTEADO, 2001 apud LIMA RIBEIRO; PROFETA, 2004). A Educação Ambiental pressupõe reformular a base dos participantes envolvidos no processo educacional, apresentando uma nova visão e construindo novos conhecimentos, principalmente das crianças, que necessitam crescer com um pensamento mais amplo e um maior interesse uma maior preocupação e um 38 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR senso de responsabilidades no que diz respeito à preservação dos recursos naturais, e sua utilização no dia-a-dia como matéria prima e também a sua forma de utilização manejada. Discussões acerca da Educação Ambiental vêm ganhando espaço com o passar dos anos e como não poderia deixar de ser, um desses espaços é a escola. Dessa maneira, surge uma reformulação no sistema educativo, a partir de novas práticas pedagógicas que sejam promotoras de sujeitos de ação e não de adaptação, de cidadãos responsáveis e conscientes de seu papel no mundo. A incorporação do Meio Ambiente à Educação formal possibilita o contato direto dos educadores e educandos com a realidade complexa de processos de conservação da natureza, social e ecológica, trazendo uma compreensão do mundo através de diferentes processos desde a formação nível básico até a formação do superior e assim formar um cidadão consciente de suas responsabilidades perante a natureza. Dessa forma, criou-se, no mundo inteiro, um consenso mundial de que o futuro, dos humanos organizados em sociedade depende das relações estabelecidas entre os homens e a natureza. Inicialmente, a Educação Ambiental apresentava um caráter preservacionista, com ações voltadas apenas para o cuidado com a natureza, mas hoje sabemos que esse limite está avançado, ela possui um caráter social e político. Nesse processo, a Educação Ambiental vem adquirindo uma grande importância no mundo, sendo então pertinente que os currículos escolares busquem hoje desenvolver práticas pedagógicas ambientalizadas. A Educação Ambiental deve estar presente no currículo de todas as disciplinas como perspectiva educativa, já que permite a análise de temas que enfocam as relações entre seres humanos, o meio natural e as relações sociais, sem deixar de lado suas especificidades. Não é necessário que a Educação Ambiental esteja presente no currículo escolar como uma disciplina, mas sim como um tema envolto a todas as relações e atividades escolares, buscando desenvolver-se de maneira interdisciplinar. Outro fator determinante na inserção da Educação Ambiental na escola de maneira interdisciplinar e efetiva é, sem dúvida, a formação adequada e o aperfeiçoamento do profissional docente, sobretudo, a esse respeito, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000, p.30) ressaltam que: 39 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Além de uma formação inicial consistente, é preciso considerar um investimento educativo contínuo e sistemático para que o professor se desenvolva como profissional de educação. O conteúdo e a metodologia para essa formação precisam ser revistos para que haja possibilidade de melhoria do ensino. A formação não pode ser tratada como um acúmulo de cursos e técnicas, mas sim como um processo reflexivo e crítico sobre a prática educativa. Investir no desenvolvimento profissional dos professores é também intervir em suas reais condições de trabalho. É importante ressaltar que nas escolas não se deve aprender apenas conteúdos sobre o mundo natural e social e sim adquirir também consciência, disposições e sensibilidades que irá comandar as relações e comportamentos sociais do sujeito e estruturar sua personalidade. Assim, a interdisciplinaridade envolve muito mais do que integração entre as disciplinas, ela precisa envolver conhecimentos do dia-a-dia dos alunos e que traga a eles algum significado. Por isso, a Educação Ambiental precisa fazer parte do cotidiano escolar, para tratar sobre questões atuais que aluno vive e pensar em que mundo se deseja viver, e, então, pôr em prática o pensamento ecológico e de poder agir na realidade vivida e pensar globalmente. REFERÊNCIAS ADOLFO, Rafael; ALBINO Ângela Aparecida; PIRES, Marta Siviero; SANTOS, Carmenlucia. Inclusão de atividades de Educação Ambiental em escola infantil através da reciclagem e compostagem de lixo. Disponível em: <http://www.institutoventuri.com.br/t001.pdf>. Acesso em: 05 out. 2009. ALBERTO, Paula Gadioli; SANTANA, Luiz Carlos. Educação Ambiental na educação infantil: armadilha ou slução?. Disponível em: <http://www.alb.com.br/anais16/sem13pdf/sm13ss16_03.pdf>. Acesso em: 03 out. 2009. AQUINO, Maria Sacramento. A gestão do conhecimento na educação básica com foco nas questões ambientais. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reuniões/31ra/2poster/GT22-4313—Int.pdf>. Acesso em: 03 out. 2009. FUNK, Suzana e SANTOS, Ana Paula dos. A educação ambiental infantil apoiada pelo design gráfico através das histórias em quadrinhos. Disponível em: <http://fido.palermo.edu/servicios_dyc/encuentro2007/02_auspicios_publicaciones /actas_diseno/articulos_pdf/A4112.pdf>. Acesso em: 03 out. 2009. 40 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR A CONCEPÇÃO ROMÂNTICA DE NATUREZA E SEUS DESDOBRAMENTOS PARA A GEOGRAFIA Everton Luiz Lovera1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] A forma com que o sujeito encara a Natureza tem ganhando relativo espaço nas pesquisas geográficas pós-modernas. Cada vez mais estudiosos tem debruçado-se nos estudos a fim de entender a relação entre homem e meio a partir voltando seu olhar para o sujeito. Porém, é necessário que se busque ir além apenas do conhecimento pós modernista em relação a este tipo de estudo, uma vez que personagens como Goethe, Schelling, foram grandes entusiastas dentro desta perspectiva. Assim, neste estudo, dá-se relativa importância ao período vivido por estes pensadores, o Romantismo Alemão. O movimento romântico alemão, que aqui tentamos elucidar alguns traços, ganha destaque dentro dos estudos dos diversos movimentos e manifestações românticas devido a ser “o único que se estrutura como movimento, conscientemente, a partir de uma posição filosófica”. (BORNHEIN, 2002, p.77). Faz-se necessário dizer que: O romantismo não foi apenas um fenômeno relativo à esfera da literatura, das artes, do gosto e da estética, afinal, mas uma tendência que abrangeu e modificou radicalmente toda a cultura européia. Religião, política, ciência foram igualmente influenciadas pela revolução romântica.no campo filosófico não houve apenas uma estética romântica, mas também uma filosofia da historia, uma filosofia da natureza, uma ética e uma filosofia da religião orientadas pelo romantismo, que penetrou profundamente nas disciplinas históricas nascentes, acompanhando e condicionando radicalmente o estudo histórico da linguagem, do direito, das religiões e das mitologias. ( D’ANGELO, p13,1998). Enquanto para o pensamento Iluminista a ciência tinha que ser objetiva e descrever racionalmente o fenômeno estudado, a visão romântica encarava o sujeito como o centro para se apreender a realidade que o cercava. Aqui já se têm a diferença fundamental entre as duas correntes, uma objetiva e outra subjetiva. 1 Bacharel em Geografia, e membro do Grupo de estudos em História e Epistemologia da Geografia da UNIOESTE/Francisco Beltrão-PR. 49 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Essa visão contrária à concepção mecanicista de Natureza já é fruto dos primeiros esboços românticos do Sturm und Drang, e à medida que o movimento romântico vai se constituindo enquanto corrente filosófica mais forte e severa torna-se essa critica ao pensamento racionalista. A visão Iluminista quando voltada à natureza baseava-se na premissa de que a mesma deveria ser vista como algo passivo à experimentação e à matematização. Com o aprofundamento dessa visão e a conseqüente modificação nos costumes, perder-se-ia algumas qualidades referentes à sensibilidade e à forma de encarar a vida à que as pessoas estavam acostumadas. Desta forma o pensamento Romântico buscou resgatar alguns valores do período medievo trazendo-os novamente à tona. Dentre os ideais perseguidos pelos românticos ganha destaque a idéia de uma vida em comunhão com a natureza. (LOVERA, 2009, p.25). O pensamento romântico se apoiava na valorização do sentimento enquanto forma de se apreender o mundo exterior. Sendo assim, o mundo sentido pelo sujeito seria de fato o mundo real. De tal forma, a visão romântica de Natureza resgatava vários pontos característicos do período medievo, onde Homem e Natureza deveriam encontrar-se em comunhão. Os românticos encaram a ciência “Newtoniana”, como uma ciência muito fria em relação às possibilidades apresentadas para se entender a Natureza, não podendo ser a Natureza reduzida a formulações puramente matemáticas. Há uma preocupação com a estética, com a forma do objeto observado e o que essa impressão causaria no observador. Importante seria entender as relações entre o objeto e o observador para se desvendar ao máximo a razão. Da necessidade de se pensar a Natureza a partir de outra ótica, que a princípio contraria a ciência moderna, nasce a ciência romântica, que terá como principais expoente Goethe, Schelling. Goethe nos traz a idéia de empobrecida a ciência que não conseguiria ver nos objetos nada além da linguagem matemática, pregando que a ciência deveria pensar nas qualidades do objeto e sua influência no observador. Schelling reformulou e ampliou teorias de pensadores anteriores a ele, tal como a de Fichte, construindo assim a Teoria da Natureza. desta forma, suas obras, passaram “a expressar toda a problemática do Romantismo; todos os problemas filosóficos da escola foram por ele ventilados”. (BORNHEIN, 2002). Também há no pensamento romântico a preocupação em unir Natureza e história, a fim de resgatar e entender através dessa relação as peculiaridades de cada cultura, enaltecendo-as. 50 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Dentro do pensamento romântico o homem encontra-se íntimamente ligado a Natureza, em uma relação mútua de troca. O homem por ser Natureza conseguiria entender o mundo de forma sensível, através da simples observação da Natureza e assim construir uma ciência subjetiva. Os românticos, além de encarar a ciência dos séculos XVII e XVIII como muito fria e com poucas possibilidades de representar toda a essência da Natureza, viam também, como forma falha, deixar essa explicação apenas para a filosofia, acreditando que: [...] a filosofia permanece condenada ao abstrato, limitada à perspectiva teórica e, consequentemente, infrutífera, pois só se compreensível também em um plano concreto pode a filosofia ser justificada [...]. (BORNHEIM,2002,p.102). Dada estas afirmativas, os românticos pregavam que apenas através de uma obra artística se conseguiria representar de fato a Natureza em sua essência máxima, pois o artista sente o mundo e torna-se capaz de representá-lo enquanto materialidade. É evidente que, se se julgarem as pretensões da ciência romântica a partir da física “oficial” instaurada por Newton, tudo isso pode parecer um tanto ridículo, a ponto de nem se dever usar a palavra ciência. Mas o inconformismo com uma aproximação fria, matemática, da natureza era uma idéia extremamente freqüente na época e que, sem dúvida, exerceu uma influência positiva inclusive no progresso da ciência. (BORNHEIM, 2002, p.97). Assim, o romantismo possuía a sua própria maneira de entender e representar a Natureza, dando a ela mais significado do que as expressões e fórmulas matemáticas conseguiam transmitir, deixando o com que o sujeito pudesse entender a Natureza a partir de sua interioridade. REFERÊNCIAS BORNHEIM, G. A filosofia do Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 2002. D’ANGELO, P. A estética do Romantismo. Trad. Isabel Teresa dos Santos. Ed. Estampa, 1998. LOVERA, E. L. A natureza na obra Werther: traços da influência romântica no pensamento geográfico, 2009. 48f. Monografia (Geografia) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Francisco Beltrão. 51 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR INOVAÇÃO NO SETOR DE PRODUTOS LÁCTEOS: A IMPORTÂNCIA DAS EMBALAGENS LONGA VIDA NA EXPANSÂO DO SETOR NO SUDOESTE PARANÁENSE1 Marcelo Buttner2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] O Sudoeste Paranaense é uma região de ocupação recente que tardiamente foi se consolidando enquanto importante bacia leiteira. Possui uma colonização baseada na pequena propriedade com produção diversificada, mas com o passar dos anos tem passado por um processo de especialização.A produção de leite tem se apresentado como uma importante atividade para os pequenos produtores da região. A região vem ganhando destaque na produção nacional de leite tanto que, em 2007 já era a sexta maior produtora de leite do Brasil. Esse salto de produção faz parte de um processo mais geral do qual o mercado nacional vem passando desde o fim do tabelamento do preço do leite no final dos anos 90, o que possibilitou uma maior expansão do setor, para regiões mais distantes dos grandes centros consumidores, mas isso só foi possível devido à inserção de novas tecnologias, dentre as quais podemos destacar a implementação das embalagens cartonadas. Que representam uma importante inovação no setor. Segundo Freeman (1984), nem sempre a inovação ao ser criada será de forma imediata implementada, pode-se passar décadas até que a sua rentabilidade esteja claramente visível, e os imitadores comecem a se dar conta do potencial lucrativo que esse novo produto possui, e passem a investir de forma pesada no mesmo. Dessa forma durante a fase ascendente de uma onda longa, ocorre a ocorrência simultânea de uma explosiva fase de crescimento em novas e importantes industrias e tecnologias (FREEMAN,1984, p. 12). Dessa forma no setor lácteo a grande inovação encontrada é a embalagem longa vida (conhecida popularmente como Tetra Pak, que na realidade é o nome empresa produtora das mesmas), produzida pela tetra pak , ela vem mudar as estratégias desenvolvidas pelas empresas, e as suas áreas de atuação. 1 Pesquisa de Iniciação Cientifica sob orientação do Professor Dr. Fernando dos Santos Sampaio. Acadêmico do Curso de Graduação em Geografia UNIOESTE- Campus de Francisco BeltrãoPR, bolsista da Fundação Araucária. 2 52 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Durante a abertura econômica da década de 90, com o fim do tabelamento do preço do leite, e a grande invasão das multinacionais no mercado nacional de produtos lacteos, fez dessa década a década de grandes mudanças, e a principal mudança, segundo Souza (2009), foi a introdução da embalagem longa vida, cuja embalagem aumenta o tempo de validade do produto de 5 á 7 dias do saquinho plástico, para cerca de 140 dias com a embalagem tetra pak. Dessa forma se torna possível que as empresas de laticínios atuem em mercados nacionais e até mesmo internacionais, deixando de serem limitadas aos seus mercados regionais. Dessa forma se tem um maior dinamismo espacial na comercialização do principal produto comercializado – o leite fluido (SOUZA,2009, p. 78). Mas a introdução da embalagem longa vida teve uma grande desvantagem que foi o monopólio do mercado pela empresa tetra pak. Segundo Santos (2000) A empresa tetra pak foi criada em 1951, por Ruben Rausing, na Suécia para a produção de embalagens cartonadas. No Brasil a empresa chegou em 1957 através da representação comercial, com a construção da fabrica de embalagens em 1978, em Monte Mor em São Paulo se iniciou a produção no pais. A embalagem longa vida foi desenvolvida pelo grupo em 1961, ela é composta por varias camadas de materiais diversos como papel, polietileno e alumínio, essas camadas tendem a evitar a entrada de luz, água, ar e microorganismos que poderiam vir a estragar o produto. Souza (2009), afirma que outra inovação da década de 90 foi a diversificação nos mix de produtos, e na especialização das empresas. A diversificação passa a mediante investimentos em inovações no segmento de iogurtes, bebidas lácteas, doces de leite queijos, essa diversificação se realiza numa tentativa de se substituir o mercado perdido do leite barriga mole. A embalagem longa vida tem um auto custo para as empresas, o que acaba tornando necessária a inserção de novas tecnologias, e em vista disso a empresa gaúcha Plastela, entra no mercado com a embalagem Duraflex, um sache em plástico resistente, capas de dar ao leite um praso de validade de até 120 dias sem refrigeração. E segundo Souza (2009), tem um custo em média de 30% á 50%, a menos que os produtos presentes no mercado. Devido ao elevado período de tempo que a embalagem longa vida tende a conservar o leite. Torna possível que as empresas que atuavam de forma limitada produzindo, leite em embalagens plásticas e que não passavam de mercados 53 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR regionais, atuem em mercados mais distantes e antes inimagináveis. Dessa forma, permitiu que regiões antes isoladas mas com grande capacidade de produção leiteira, ganhassem destaque no mercado nacional, como é o caso do sudoeste paranaense. REFERÊNCIAS FREEMAN,Christopher. Inovação e ciclos longos de desenvolvimento econômico. Porto Alegre: Ensaios FEE, 1984. p. 5-20. SANTOS, Claudia Fátima Moraes. Gestão ambiental nas empresas: o caso da industria de embalagens Tetra pak. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0067.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2008. SOUZA, Joel José de. Gênese e desenvolvimento da industria de laticínios na Região Oeste Catarinense. 2009. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis- SC. 54 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ASSOCIAÇÃO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO SINDICAL – ACESI Edinéia Brunhera Gularte1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Roseli Alves dos Santos2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] O texto se constitui a partir do projeto de iniciação cientifica que objetiva compreender a participação política de algumas entidades da agricultura familiar no sudoeste do Paraná. Neste apresentamos a ASSOCIAÇÃO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO SINDICAL (ACESI) – cuja organização tem apresentado importânte relevância na constituição de uma rede política para organização dos sindicatos de trabalhadores rurais no sudoeste do Paraná. Historicamente, no sudoeste do Paraná desde a década de 1980 se institui um sindicalismo combativo agregando os sindicatos de trabalhadores rurais e da agricultura familiar. Esta forma de organização se contrapôs assistencialista e que não tinha na luta de classes o seu foco de resistência. A ACESI surgiu a partir da necessidade dos sindicatos de terem uma estância, a qual como pessoa jurídica, poderia buscar recursos junto a órgão públicos e outras instituições no sentido de sustentação da proposta de Educação Sindical. A Ata de fundação da ACESI é do dia 09 do mês de junho de 1996, reuniram-se nessa data em Francisco Beltrão, os representantes dos sindicatos de Trabalhadores Rurais da Região Sudoeste do Paraná, juntamente com uma comissão provisória que organizou a reunião. A ordem do dia era a votação da primeira diretoria e do estatuto da instituição. Assim foi eleita a primeira diretoria de ACESI, tendo uma mulher na sua presidência. Ficou definido já em sua ata de fundação que as primeiras atividades que a ACESI desenvolveria, seria uma extensa programação de cursos de educação sindical, que deveria estar organizada em seis turmas de vinte participantes cada, 1 Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/UNIOESTE, Acadêmica do Curso de Geografia da UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR). 2 Professora Drª. do Curso de Geografia UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR). 68 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR uma em cada sub região de sindicatos com a participação de dirigentes e lideranças sindicais. A ACESI é composta em seu quadro de associados, pelos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Sindicatos da Agricultura Familiar, Associações de Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região sudoeste do Paraná, filiados a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar- FETRAF-SUL/CUT. Os principais objetivos dessa entidade são: organizar os Sindicatos e Associações em eventos de Formação, abrangendo todas as áreas de estudos relacionadas com as atividades da categoria, tais como elaboração de projetos, pauta de reivindicações, eleições sindicais, informações sobre leis, resoluções, portarias e decretos, bem como desenvolver ações de formação que possibilitem a participação das mulheres e jovens nos movimentos sindicais, manter atualizados os dados da realidade socioeconômica da região, manter cadastro organizado dos filiados e convênios com órgãos públicos, instituições, Universidades, organizações internacionais e Movimentos Populares. A Associação não tem fins econômicos, sendo mantida pelas mensalidades dos associados, convênios com órgãos públicos nacionais e internacionais, doações de órgãos públicos, pessoas físicas e jurídicas, promoções financeiras e subvenções. As Atividades desenvolvidas são realizadas, através de convênios, projetos e acessórias, a ACESI possui parceria com varias entidades que atuam no sudoeste do Paraná, tais como, ASSESOAR, CAPA, AMSOP, CRESOL, EMATER, COOPAFI, UTFPR, COOPERHAF, ARCAFAR-SUL, DIOCESE DE PALMA DE FRANCISCO BELTRÃO, COOPERIGUAÇU, PETROBRAS, MDA. Os últimos projetos desenvolvidos pela instituição juntamente com as acima citadas foram; Projeto Água e qualidade de Vida, Gênero, Território do Sudoeste, UFFS, Fórum das Entidades da Agricultura Familiar, Semana da Água. Como escola de educação sindical a ACESI vem dando suporte para os sindicatos e instituições relacionadas à agricultura familiar, através de cursos formativos e informativos e também participando efetivamente das atividades desenvolvidas assim como participando da coordenação destas instituições. Dentre os projetos realizados podemos destacar o projeto Água e qualidade de Vida, que a ACESI no ano de 2004 conseguiu aprovar como apoio financeiro da Petrobras para a realização, o projeto teve seu inicio efetivo em 69 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR 2005 e sua primeira etapa teve duração de dois anos terminando em 2007, com meta de proteger 700 minas de água, e conscientizar os agricultores da importância da preservação da água assim como da implantação da mata ciliar, para isso ouve a capacitação de agentes que estiveram em 24 municípios da região sudoeste do Paraná, foi realizado também, o Simpósio Regional da Água, além de ações educativas em escolas e informações aos agricultores. Devido ao comprimento das metas estabelecidas a associação conseguiu em 2008 estender este projeto para mais dois anos junto a Petrobras. A Diretoria da Associação é eleita em Assembléia Geral Ordinária num período de três em três anos, podendo ser eleitos Diretores e Diretoras, todos/as os/as delegados e delegadas da Assembléia, cujo Sindicato ou Associação esteja em dia com suas obrigações junto à ACESI. As atividades desempenhadas pela ACESI nos últimos anos demonstram seu poder de articulação entre os sindicatos e a FETRAF, sendo que a principal referência que se destaca nos últimos anos é o trabalho a partir do projeto “Água e qualidade de vida” que deu visibilidade a entidade no sudoeste do Paraná e cujas ações beneficiaram muitos agricultores. Assim a ACESI juntamente com outras entidades representativas da agricultura familiar constituem redes de poder na organização territorial da agricultura familiar no sudoeste do Paraná. REFERÊNCIAS ACESI. Jornal informativo. WERLE, Inácio José. Entrevistas cedidas. 7/04/2010. 70 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR COLOMBO E O “NOVO MUNDO” Rodrigo Ferreira Lima UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Fabrício Pedroso Bauab UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Diversos foram os que rumaram ao desconhecido na busca de riquezas e prestígio. Colombo foi um deles. O que não se esperava era que em uma dessas viagens surgisse, por acaso, um continente ainda não relatado por autoridades como Ptolomeu, Estrabão, Isidoro de Sevilha, Cosmas Indicopleustes, etc. Foi na cidade de Gênova - lugar de nascimento e viveiro de exploradores marítimos - que Colombo viveu até os 22 anos. Por acaso conheceu D. Henrique, o navegador, em uma de suas viagens pelos mares. Em 1484, como Boorstin (1989) salienta, vendo a precariedade das expedições portuguesas em terras africanas, ofereceu ao Rei D. João II uma passagem marítima à Ocidente como outra forma de se chegar às Índias. Essa conclusão foi baseada em Paolo Dal Pozzo Toscanelli (1397-1482), como menciona Giucci (1992), fazendo referências a Marco Pólo e suas narrativas da Ásia. Assim, pediu ajuda a Toscanelli no empreendimento, recebendo de presente uma carta e um mapa. Para tal viagem, Boorstin (1989) enfatiza que foi necessária uma preparação que ia desde a aprendizagem do latim a se familiarizar com escritos de viajantes, cosmógrafos, teólogos etc. Em 1484, apresentou sua proposta ao rei português, que logo foi recusada. Assim, foi à Espanha procurando apoio, onde esperou por anos até a rainha Izabel ouvi-lo. Mesmo assim, manteve contato com a coroa portuguesa, quando foi novamente chamado para negociar. Mas ao chegar a Portugal se deparou com Bartolomeu Diaz retornando da África após ter sucesso ao dobrar o cabo de Boa Esperança e chegar as Índias, o que frustrou seus planos. Colombo voltou à Espanha, conseguindo apoio da rainha Isabel em 1492. Sua viagem teve discurso cristão, com uma missão evangelizadora que deveria 71 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ligar os reis católicos ao Grande Khan1 e a cristandade ao reino prodigioso dos infiéis. Mas existiu uma dualidade nos objetivos e o discurso econômico vigorou sempre entre as conversas. Após tudo preparado para a viagem, a questão agora se figurava em um impasse conceitual, quanto à proporção de água e terra na superfície terrestre e a real distância existente entre a Europa e a China. Para chegar a algumas conclusões a esse respeito, usou obras como Imago Mundi de Pierre d’Ally e a Geografia de Ptolomeu (BOORSTIN, 1989). A próxima etapa, assim, seria seguir em frente. Para tanto, era preciso conhecer os ventos e correntes marítimas, o que o almirante bem sabia. Assim, Colombo partiu de Cádiz no dia 3 de agosto de 1492 em direção a Cipango (Japão). Tudo era motivo de preocupação, desde a direção dos ventos até a falta de provisões para a viagem (COLOMBO, 1991). Durante a viagem, omitiu informações sobre a verdadeira distância percorrida. Após 33 dias de sua partida, no dia 11 de outubro de 1492, Rodrigo de Triana avistou terra. Navegaram grande parte das costas americanas acreditando ter encontrado terras asiáticas. De acordo com Giucci (1991), seria preciso o uso da palavra dita para que a empresa das Índias prosperasse, visto que o discurso de evangelizar os índios era coexistente a vontade de descobrir grandes riquezas. Na viagem de retorno à Espanha, mostrou saber controlar a tripulação, evitando qualquer tipo de amotinagem. Sua grande virtude era relativa aos cálculos de viagem serem feitos com a ajuda de uma bússola e a olho, sem o uso de instrumentos de navegação. Em uma carta enviada a Santángel em fevereiro de 1493, Giucci (1992) ressalta que Colombo expressou a vontade de povoar o lugar. Seu objetivo, nesse momento, era de conseguir outra viagem para obter contato com o Grande Khan e cidade de Cipango. As confusões feitas por Colombo eram desde a semelhança da selva cubana com a asiática até a comunicação precária os índios, acreditando, assim, estar em território oriental. Tamanha admiração, segundo Boorstin (1989), foi um incentivo para que seis meses depois rumasse novamente sentido ao Ocidente. 1 Conquistador do império Mongol e responsável pela conquista total da China e responsável por sua reunificação. 72 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Colombo partira na segunda viagem com a missão de conseguir dividendos para a coroa espanhola. Seu novo plano idealizava um modelo onde atividades agropecuárias serviriam de apoio à exploração de metais preciosos, visto que o trabalho indígena e mineradouro seria a principal da atividade. Para isto, era necessária uma redução no numero dos nativos. O discurso do colonizador humanizador mudou de acordo com os interesses imperiais, onde o índio se tornara escravo e servo da coroa. Em algum tempo, vendo o desgaste das embarcações, resolveu voltar para a Espanha. Na terceira viagem, Giucci (1992) relata que o almirante se deparou com um impasse conceitual entre teoria e prática. Como pudera existir uma imensa massa de terra e como uma grande quantidade de água desembocar nele? A princípio, se imaginou que se tratava de outro continente. Mas o Almirante não estava desprevenido para tal revelação, argumentando não conhecer pela falta de relatos anteriores. Contudo, tal revelação fez Colombo acreditar que se deparara com o paraíso. Para tal conciliação, era preciso explicação racional. Colombo a encontrou dizendo que existiria uma parcela de terra habitada concentrada em uma grande massa de terra e outra que não se ajustaria na imagem, o que impossibilitaria as pretensões de se alcançar às índias pelo bloqueio da passagem (COLOMBO, 1991). Outra objeção à existência de outros continentes seria a possível existência de povos antípodas viventes. Daí encaixar esse achado a um paraíso terrestre localizado no extremo Oriente. Colombo iniciou, em 1502, sua última viagem, onde acabou concluindo que não existia passagem alguma para o Oriente. Segundo consta, chegou a conclusão de que existiriam duas penínsulas asiáticas. Colombo morreu em 1507 convencido que tivera percorrido a costa oriental asiática. REFERÊNCIAS BOORSTIN, D. J. Os descobridores. Trad. Fernanda Pinto Rodrigues. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989, p. 103-116. COLOMBO, Cristóvão. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Trad. Milton Person. Porto Alegre: L&PM, 1991. (Col. A visão do Paraíso) GIUCCI, Guillermo. Viajantes do maravilhoso: o Novo Mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 100-49. 73 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR O CLIMA E O HOMEM1 Roberto Bottega2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Tiago Samuel Bülau3 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] INTRODUÇÃO Sabemos hoje que o homem influência no clima. Os meios que enfatizam o aquecimento global, o efeito estufa, são de responsabilidade do homem. Estudos comprovam que o homem influência no clima local através de suas degradações locais, com as queimadas, desmatamentos, poluição das águas e do ar, aonde aos poucos vai influenciando na quantidade de chuva, no calor, no frio. Em tempos passados a ação do clima sobre o homem era muito mais constante, sendo que primeiramente homem se abrigava em cavernas para se proteger do tempo e dos animais selvagens, mas atualmente com a construção de casas adequadas, as roupas que usa isto explica que o homem não é tão vulnerável ao clima. Então, há uma maior harmonia entre o clima e o homem, sabendo então que tanto o homem como o clima um influência no outro. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é mostrar a relação que acontece entre o homem e clima. DESENVOLVIMENTO O clima compreende um padrão de diversos elementos atmosféricos que ocorrem na Terra, como as frentes frias, tempestades, e furacões. Todos estes elementos estão associados as variações meteorológicas, temperatura, vento, umidade e pressão do ar. 1 2 3 Trabalho apresentado no curso de Geografia, na disciplina de Climatologia. Acadêmico do 3º ano de Geografia Licenciatura, UNIOESTE,Campus de Francisco Beltrão-PR. Acadêmico do 4º ano de Geografia Bacharelado, UNIOESTE, Campus de Francisco Beltrão-PR. 98 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR O clima talvez seja o componente mais importante do ambiente natural, sejam eles, geomorfológicos, formação do solo, crescimento e desenvolvimento das plantas, etc. Estes são influenciados pelo clima como principais bases para a vida obtida na atmosfera. Todas as atividades do homem são influenciadas pelo clima, seja agricultura, comércio, indústrias, podendo o clima ter influências benéficas, tem como efeito as chuvas, luminosidade, nebulosidade e ventos nas proporções ou quantidades que sejam bem utilizados serão como bens gratuitos, e maléficas, sendo as secas, enchentes, tempestades, ventanias, que devem ser controladas e inevitáveis. Segundo Burton (1978), a capacidade de uma sociedade em absorver os impactos climáticos não é uma função de riqueza ou grau de pobreza, mas pelo desenvolvimento daquelas sociedades que tem grau de modernização e transição rápida . A saúde humana, a energia e o conforto são afetados mais pelo clima do que qualquer outro elemento do meio ambiente. Tem certas doenças que são induzidas pelo clima em tempos diferentes (Critchfield, 1974). O homem modifica o clima de muitas maneiras podendo ser através de influências para que ele consiga atingir seus objetivos, reduzindo as perdas econômicas e sociais que resultam dos eventos climáticos severos, furacões, geadas, secas, etc. e melhorando a saúde assim como a eficiência física e mental, isso envolve a criação de um micro clima artificial. Um dos maiores impactos ambientais provocados pelo homem acontece na área urbana, onde os pântanos são drenados dando lugar, a ruas, prédios, casas, como resultado as radiações de ondas curtas e longas são reduzidas sobre as áreas urbanas, a umidade também é reduzida nessas áreas, e os nevoeiros e neblinas são mais espessos. Outro efeito provocado pela ação humana é a mudança na composição da atmosfera com CO² e aerossóis. O conteúdo de CO² vem aumentando nos últimos anos com a queima de combustíveis fósseis que vem ocorrendo um aumento da temperatura do globo. 99 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo o autor Ayoade (1996), define o clima tanto como um recurso ou um azar, por isso os recursos climáticos devem ser planejados para que não se transformem em azar. O homem moderno não precisa como seus antepassados para viver a mercê do clima. Atualmente há recursos como uma habitação planejada, roupas, automóveis, assim como outros. Para se ter um planejamento climático é necessário conhecer as características atmosféricas, mas esse conhecimento está longe da perfeição pois há carência de observações, assim de maiores investimentos. REFERÊNCIAS AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os trópicos. 4 ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 1996. BURTON, I. et al. Scope Workshop and Climate/ Society Interface. Toronto, Canadá, 1978. CRITCHFIELD, H. J. General Climatology. New Jersey: Prentice – Hall Inc., 1974. www.aceav.pt/blogs/ap9c/grupo2/o_clima_global 100 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR A Apropriação das Paisagens Pela Atividade Turística1 Bruno Zanetti Pessôa Candiotto Bacharel em Geografia [email protected] Este resumo tem como objetivo apresentar o surgimento da atividade turística, e sua disseminação nos mais variados lugares, buscaremos realizar uma compreensão sobre a apropriação das paisagens naturais pela atividade turística. A atividade turística surge como uma extensão do lazer, ou seja, com mais pessoas tendo condições de desfrutar do lazer, começa a ocorrer uma organização deste (lazer), de modo que a expansão do lazer vai contribuindo para o surgimento e crescimento do turismo. Os agentes envolvidos com o turismo passam a produzir a oferta do lazer e das paisagens atrativas, tornando o turismo uma atividade econômica, que vem se inserindo na agenda de vários municípios, estados e países (RODRIGUES, 1991). Outros fatores que contribuíram para a expansão do lazer e do turismo foram às novas condições de trabalho que possibilitaram ao trabalhador desfrutar do tempo-livre decorrente das férias, e de uma renda extra, proveniente do décimo terceiro salário. (CANDIOTTO, 2007). A região Nordeste é o caso mais claro de apropriação de territórios, através de grandes empreendimentos hoteleiros (resorts) instalados a partir da década de 1990. Através de um processo de ocupação crescente, o turismo e seus impactos socioambientais vêm atingindo uma área cada vez maior do litoral nordestino, com muitos empreendimentos oriundos de países estrangeiros, sobretudo europeus. Assim, o turismo vai imprimindo suas marcas nos espaços e nos territórios, passando a se apropriar de paisagens e lugares; modificando toda uma estrutura espacial ao expandir a acumulação capitalista; transformando essa atividade que antes era apenas lazer em uma mercadoria; e criando novas formas de acumulação. Acreditamos que o turismo tem como principais atrativos, o patrimônio natural, cultural, e histórico de diversos lugares, territórios, cada um destes, com suas especificidades. Portanto, o turismo se apropria destas “mercadorias” 1 Este resumo é parte do trabalho de conclusão do curso de Geografia Bacharelado, defendido em 2009. 101 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR (patrimônio natural, cultural e histórico), gerando um forte impacto nas localidades na qual se insere a atividade. Devido a esses processos de apropriação de territórios; apropriação do patrimônio (natural, cultural e histórico), bem como das implicações socioespaciais que o turismo causa no ambiente em que se insere, é que alguns geógrafos vêm realizando estudos sobre a questão entre geografia e turismo, buscando assim compreender suas implicações na dinâmica socioespacial dos lugares que passam a desenvolver a atividade turística. Entendemos que o turismo é uma atividade modeladora do espaço no qual se insere que, segundo Candiotto (2007), transforma as paisagens, os lugares e pode criar novos territórios. O turismo modela o espaço em que suas atividades são realizadas, não agindo sozinho, mas como já foi dito, por meio dos setores que se interligam com ele. Além disso, é necessário captar a dinâmica do espaço turístico mediante abordagem dos processos sociais que o engendraram. (RODRIGUES, 1997, p.48). Devido a isso, pautamos nossa idéia de que o turismo deve ser analisado de forma integrada, considerando aspectos econômicos, políticos, ambientais e sociais, bem como os atores que atuam no processo de territorialização do turismo. Candiotto (2007) acredita que A territorialização turística consiste na existência de objetos e de ações em torno do lazer e do turismo em um lugar, englobando as intencionalidades – convergentes e divergentes – dos atores. (p.161). Para o turista o principal contato, lembrança que irá guardar da realidade visitada será uma imagem desta, pois através de sua percepção (alienada ou não) o turista sente as mudanças de ambiente, ou seja, que não está mais em um ambiente familiar. Nesse sentido, como relata Luchiari (2007), o turista buscará: Gozar da liberdade, experimentar os sons, os cheiros, a vida que surpreende em meio a uma floresta, saber sobre o tempo da natureza, seus ciclos, seus processos, sua lógica. É essa experiência visual, olfativa, tátil, auditiva, de relação, de ruptura, de superação que a imersão na paisagem natural proporciona e atrai o olhar do turista. (LUCHIARI, p. 36). Na sociedade atual o culto à preservação da natureza ganhou tanta notoriedade que hoje até empresas, indústrias que colaboraram (e ainda colaboram) para o fortalecimento dessa lógica liberal, capitalista e destrutiva que impera sobre a natureza, se vêem “obrigadas” a realizar o chamado “marketing ambiental”. Neste, a empresa se “responsabiliza” por minimizar os danos 102 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ambientais existentes ou potenciais, com atitudes preservacionistas, de responsabilidade social e ambiental. Vários setores da economia e da sociedade vêem nesse momento uma oportunidade altamente lucrativa através da comercialização da natureza para a atividade turística. A apropriação das paisagens naturais pelo turismo vem colaborar nessa perspectiva da sociedade, que se encontra em um período de valorização da natureza, ou seja, os turistas cada vez mais buscam esses territórios longínquos, ditos “inexplorados” por agências turísticas, para externalizar sua aproximação com a natureza “selvagem”. Nessa recente virada do milênio, a atividade turística foi profundamente marcada pela idéia de retorno à natureza. Tal situação é, ao mesmo tempo, o resultado do expressivo crescimento das cidades e de uma estratégia do capital. (XAVIER, 2007 p. 56). Esse consumo das paisagens naturais pelo setor turístico surge com o ambientalismo contemporâneo que tem como objetivo a proteção de ambientes naturais, os quais, na maioria dos casos, se encontram em áreas habitadas, sofrendo com o alto nível de exploração humana. REFERÊNCIAS CANDIOTTO, Luciano. Zanetti. P. Turismo rural na agricultura familiar: uma abordagem geográfica do Circuito Italiano de Turismo Rural, município de Colombo – PR. 2007. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC. LUCHIARI Maria Tereza D.P. Turismo e Patrimônio Natural No Uso do Território. In: Luchiari Maria Tereza D.P., Bruhns H. T., Serrano C. (Org.). Patrimônio, natureza e cultura. Campinas, SP: Papirus, 2007. RODRIGUES, Adyr Balestri. Turismo e espaço: rumo a um conhecimento transdisciplinar. São Paulo: HUCITEC, 1997. XAVIER, Herber. A percepção geográfica do Turismo. São Paulo: Aleph, 2007. 103 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR REGIÕES NOROESTE, OESTE E SUDOESTE DO PARANÁ E SEUS DIFERENTES TIPOS DE SOLO: UM BREVE RELATO Fabiola Rakel Marinho1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Jacson Gosman Gomes de Lima2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Ruellan (1988), assinala que o solo, por si só e pela influência que exerce sobre os ambientes e sobre as sociedades, é um recurso fundamental, sendo necessário sua valorização para consequente desenvolvimento das sociedades, devido a quatro funções essenciais que exerce: fonte de alimentos; fonte de matéria e energia; influência no comportamento hídrico; e suporte para as construções humanas. Neste sentido, é emergente, tal como afirma Gondolo 1999, apud Guerra, 2006, que antes de se considerar os fatores que contribuem para a degradação ambiental, se compreenda a estrutura que lhe embasa e os processos que colaboram pra que ela perdure. Seguindo esta perspectiva, afirmamos a necessidade de adaptação dos sistemas agrícolas aos sistemas peodológicos onde serão desenvolvidos, visando minimizar os impactos destas atividades sobre a estrutura dos solos, bem como sobre o agroecossistema circundante. O estado do Paraná, assim como os demais da região sul do País apresenta um desenvolvimento agrícola acentuado, tendo no milho, no trigo e na soja os seus principais produtos. Das três, a soja é a de cultivo mais recente e que, no entanto, está difundida por todo o território do estado. O Sudoeste do Paraná, pertencente ao Terceiro Planalto Paranaense é constituído, na sua grande parte, pelas rochas efusivas da Formação Serra Geral, ocorrendo afloramentos desde a natureza ácida até básica. De acordo com o Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Sudoeste do Paraná (1974) realizado pelo Ministério da Agricultura em 1 Geógrafa, aluna bolsista CAPES do Programa de Pós Graduação em Geografia, nível de Mestrado – UNIOESTE – Campus Francisco Beltrão-PR. 2 Acadêmico do Curso de Geografia, bolsista CNPq – UNIOESTE - Campus Francisco Beltrão-PR. 104 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR colaboração com o Governo do Paraná e o Ministério do Interior, ocorrem no sudoeste do Paraná (também em parte da região Oeste paranaense) solos tipo Terra Roxa Estruturada (TRd1), eutróficos e distróficos, podendo aparecer associados a latossolos roxos ou brunos. Os latossolos podem ser definidos, de forma genérica, como moderados a muito espessos, formados em regiões tropicais úmidas, sem horizonte subsuperficial de acúmulo de argila, caracterizados por apresentarem baixa relação molecular sílica / sesquióxidos na fração de argila, baixa capacidade de troca catiônica, baixa atividade de argila e baixo teor de minerais primários facilmente intemperizáveis (CURIE t al., 1993). Em qualquer um dos tipos de classes de solos a textura se apresenta argilosa, o que pode ser explicado pelo material parental que os originou – rochas ígneas vulcânicas, de básicas a intermediárias. Estas características tornam o solo fértil sendo propício para o desenvolvimento de várias culturas, principalmente a de grãos. Para uma boa conservação do solo, tanto pequenos quanto grandes produtores mantém o “plantio direto” o que consiste em um sistema de manejo o qual diminui o impacto agrícola sobre o solo, além de trazer benefícios que irão diminuir os custos de produção e o impacto ambiental. Ao contrário da região Sudoeste, encontramos no Oeste do Estado uma mudança no uso e ocupação do solo, onde a produção agrícola comercial é evidenciada, consequentemente a mecanização do solo está presente em grandes extensões de terra. A região noroeste do Paraná, situada na divisa entre a Formação Serra Geral (basalto) e a Formação Caiuá (arenito), despontando aos municípios uma certa particularidade referente aos solos e suas formas de ocupação. Derivados da Formação Serra Geral, os solos são profundos, permeáveis e bem drenados, ocorrendo sobre uma superfície de topografia ondulada a plana, com boa absorção de água, e por estas características, apresenta uma situação própria para o desenvolvimento da agricultura. Já os solos resultantes do arenito, apresentam textura que variam de arenosa a média com elevado teor de areia e baixa porcentagem de argila, os quais aparecem nos setores mais elevados da região. São solos extremamente friáveis e com alto índice de erosão. Os teores de areia atingem 85% a 90% e possuem níveis críticos de fósforo, potássio, 105 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR cálcio, magnésio e baixos níveis de matéria orgânica em cerca de 1%, acarretando uma deficiência de macro e micronutrientes. Segundo a classificação da Embrapa, predomina na região noroeste as seguintes classes de solo: Lotossolo Vermelho distróficos e eutroficos, Nitossolos Vermelho eutroférricos, Argissolos Verelho-amarelos etróficos e distróficos, Pedzólicos Vermelho-amarelos, Cambissolos, Neossolos Quartzarênicos, solos hidromórficos e solos Aluviais, os quais são resultados da relação existente entre o substrato geológico, o relevo e as condições climáticas locais. Os Neossolos Quartzarênicos (previamente areias quartzosas) como a unidade taxômica que agrupa solos profundos, não-hidromórficos, de textura arenosa (classes texturais areia e areia franca) com permeabilidade rápida ao longo de todo o perfil, o qual é destituído de minerais primários facilmente intemperizáveis (Curi et al.,1993), sendo direcionada a cultura da cana-de-açúcar, por se tratar de um solo extremamente raso. Portanto, ciências como a geomorfologia e principalmente a pedologia, trazem subsídios para o manejo correto nestas áreas de forma a retirar o máximo de produção sem afetar de forma tão direta o meio ambiente, por meio de uma caracterização prévia deste solo. REFERÊNCIAS CURI, N.; LARACH, J.O.I.; KAMPF, N.; MONIZ, A.C.; FONTES, L.E.F. Vocabulário de ciência do solo. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciencia do Solo, 1993. 89 p. GUERRA, Antonio José Teixeira. Geomorfologia Ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. 192p. RUELLAN, Allain. In: XXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. CampinasSP, p 69-74, 1988. 106 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR IMPLICAÇÕES DAS ORIGENS DA CIÊNCIA E A NATUREZA Raquel Biz Biral UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] João Henrique Biral Professor Educação Básica-SEED-PR [email protected] Buscando refletir e discutir os meios filosóficos nos deparamos com as ilustres mensagens deixadas pelos escritos de grandes cientistas como Nicolau Copérnico (1473-1543), Galileu Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (15711630), René Descartes (1596-1650), Francis Bacon (1561-1626) e Isaac Newton (1643-1727) que nos trazem o que podemos interpretar como formas de ver a natureza, ou o distanciamento entre o homem e a mesma. Através do Renascimento e de duas de suas características segundo Pessanha (1985), possibilitam representar um novo momento histórico, que critica as concepções e valores medievais e como seu nome sugere, o renascer de idéias, e de uma nova forma de ver o mundo. Criam-se tensões entre o velho e o novo. O Renascimento modifica as condições econômicas, políticas e sociais, pois as técnicas farão com que a navegação seja mais precisa e o comércio se espalhe. Com isso o aperfeiçoamento dos instrumentos ópticos possibilita mudanças, como o heliocentrismo de Copérnico sobrepõe à imagem aristotélico ptolomaica do cosmos, e a Terra no centro do universo. A valorização da experimentação pressupõe que natureza já não é o palco do pecado e da perdição do pensamento medieval, mas sim a natureza é objeto de curiosidade e de amor pela pesquisa do que se procura saber. Com isso o homem pode ter uma visão mais ampla do que está seu redor, tem a possibilidade traçar novos rumos, criador de si, de sua cultura, de suas verdades e de suas sabedorias. Para Japiassu (1985), a gênese dos grandes princípios da ciência moderna processou-se no interior de uma concepção que acreditava na unidade do pensamento humano, e em suas formas mais elaboradas, sendo elas: o pensamento filosófico, o pensamento religioso e o pensamento científico. A ciência moderna, também conhecida como Revolução Galileana surge na Europa no século XVII como ponto de partida para a uma reavaliação das 110 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR normas da física matemática. O conceito de natureza perde sua significação de totalidade viva diretamente perceptível. Sua descrição é reduzida a coletas de dados precisos e completos sobre as necessidades da relação entre os fenômenos. Galileu possibilitou a racionalização da natureza, pois ele junta no conceito de natureza a razão da física. O entendimento da natureza sistematizado, para Galileu se traduz em uma natureza matemática e onde o entendimento humano sobre a mesma se dá através da significação sistemática e geométrico-aritmética, afirmando que a linguagem matemática através de triângulos, círculos e outros é a única coisa capaz de entender a natureza, ao contrário tudo não passa de um grande labirinto (GALILEI, 2000). Ou seja, a natureza como, cita Moreira (2006) se traduz em um conjunto de corpos ordenados pelas leis da matemática. Segundo Japiassu (1985) sob o ponto de vista científico Kepler pode ser considerado o melhor representante do espírito renascentista, mesmo sendo datado posteriormente ao período. A idéia kepleriana de que o universo é regido pelas mesmas leis de velocidade e movimento dos planetas ainda se encontra presa ás concepções aristotélicas. Foi Galileu quem realmente introduziu um corte epistemológico na história do pensamento ocidental. Conforme Japiassu (1985) o mundo fica divido entre o mundo real, mundo dado à nossa percepção, mundo da vida quotidiana, que foi substituído por um universo de seres de razão. Um exemplo típico dessa divisão do mundo em duas verdades, a da ciência ou Razão e a dos valores ou Coração, pode ser encontrado junto a Descartes quando critica a velha filosofia reinante. Para Japiassu (1985) Francis Bacon possuía um caráter mais prático do conhecimento científico e estava preocupado com sua aplicação para o aperfeiçoamento das artes, com sua utilidade para a construção de um entendimento sensato do mundo que nos cerca, em lançar sólidas fundações intelectuais de uma filosofia nova, susceptível de ser aceita por todos. Assim como Descartes, Bacon estava muito preocupado com a questão do método. Enquanto seu método era essencialmente indutivo, Descartes propunha um método eminentemente dedutivo permitindo à ciência construir um sistema do mundo. Em seu Discurso sobre o Método René Descartes afirma podermos chegar a conceber conhecimentos muito úteis à vida e em vez dessa filosofia especulativa ensinada nas escolas é até mesmo possível encontrar em outra prática 111 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR conhecendo a força e a ação de elementos como o fogo, a água, o ar, os astros, os céus e de e tudo o que nos cerca, assim como conhecemos, poderia ser empregado da mesma maneira em todos os usos pertinentes, e assim ser senhor e possuidor da natureza (DESCARTES, 1999). A filosofia cartesiana caracteriza-se num importantíssimo marco na história da modernidade, segundo Gonçalves (2006), o Antropocentrismo e o caráter pragmático utilitarista do cartesianismo são elementos presentes adiante na historia cronológica da modernidade, fazendo parte do mercantilismo e do colonialismo que já consolidavam como possuidores do mundo e de tudo, constituindo bases permanentes e sólidas ao capitalismo. Com o iluminismo no século XVIII ocorre um processo de transparência ou limpeza da filosofia renascentista com relação aos traços religiosos medievais, e se consolidará e fortalecerá através da Revolução Industrial.Neste contexto cabe citarmos Isaac Newton, que estabelece um mecanicismo em relação natureza, e a idéia do universo como uma imensa máquina. Para Newton os elementos fundamentais para a formação do mundo são: a matéria, algo infinito e variado, número de partículas impenetráveis; o movimento que não altera o objeto que se move e espaço, significando um vácuo infinito e homogêneo que nada interfere no movimento da matéria. Também se dedicou muito a outras teorias e leis, mas também esteve amplamente envolvido com investigações envolvendo a alquimia, fazendo muitas experiências. Quanto ao espaço e o tempo os concebeu como independentes de um mundo criado, estabelecendo relação direta com Deus, sugerindo a eternidade do mundo. Opondo-se ao mecanicismo da natureza de Newton e a visão fragmentada de natureza de Descartes, Humboldt, trará a contribuição da descrição romântica da natureza. REFERÊNCIAS BACON, Francis. Novum Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. Trad. de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores). BAUAB, Fabrício Pedroso. Da Geografia Medieval às origens da Geografia Moderna: contrastes entre diferentes noções de Natureza, Espaço e Tempo. (Tese de doutorado) UNESP, 2005. 112 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR BORNHEIM, Gerd. Filosofia do Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 2002. DESCARTES, René. O discurso do método. Trad. Enrico Corvisieri.São Paulo: Abril Cultural, 1999 (Col. Os Pensadores). GALILEU. O Ensaiador. Trad. Helda Barraco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Col. Os pensadores). GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (des)caminhos do meio ambiente. 14. ed. São Paulo: Contexto, 2006. 113 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE VOLUMES PEDOGENÉTICOS NO TOPO DE SUPERFÍCIE APLAINADA VII – SERRA DA FARTURA (SC)1 Jacson Gosman Gomes de Lima UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Fabiola Rakel Marinho UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Marga Eliz Pontelli UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] INTRODUÇÃO No Planalto Basáltico da Bacia do Paraná, SW do Paraná e NW de Santa Catarina, foram identificadas através do agrupamento de classes hipisométricas 08 superfícies aplainadas elaboradas simultaneamente, além de superfícies em elaboração abaixo da cota de 600m. Estas superfícies se estendem da borda leste do Planalto Basáltico, até a calha do Rio Paraná, a oeste, organizada na forma de escadarias (PAISANI et al., 2008). Estas superfícies foram numeradas de I a VIII no sentido leste – oeste, sendo ainda necessário o levantamento das características de algumas destas superfícies. Desse modo, o presente trabalho apresenta a caracterização preliminar de volumes pedogenéticos no topo da superfície aplainada VII – Serra da Fartura. As informações levantadas neste trabalho permitirão compreender a gênese e a evolução das formas de relevo dispostas nesta superfície. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS A caracterização da cobertura superficial seguiu os procedimentos metodológicos utilizados na pedologia (BOULET et al. 1982: RUELAN; DOSSO 1993), com a realização de levantamentos de campo e análise de laboratório. Em campo foram efetuados: a) a identificação do remanescente superfície aplainada intermediária (VII) no Alto Curso do Rio Marrecas, com base na análise de 1 Pesquisa de iniciação cinentífica PIBIC/CNPq/Unioeste – em andamento. 114 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR aerofotogramas da área; b) a seção foi estabelecida a partir de cortes de estrada existentes, sendo também utilizado o trado holandês para a identificação da parte do perfil não exposta; c) na descrição das características físicas dos materiais do perfil, foram observados atributos como cor (sendo utilizada a carta de Munsell), textura, estrutura pedológica, espessura, presença de raízes, transição entre horizontes, cerosidade (OLIVEIRA et al; RUELLAN, DOSSO 1993; PRADO 2001; MANFREDINI et al 2005). As características físicas levantadas em campo permitiram a definição prévia de volumes pedogenéticos. As amostras individualizadas em campo foram submetidas ao tratamento granulométrico, sendo processadas a partir de técnicas convencionais de peneiramento para a fração grossa e pipetagem para a fração fina, conforme procedimentos da Embrapa (1997). Os resultados da granulometria permitiram a determinação da classe textural da cobertura superficial. RESULTADOS O perfil descrito em campo perfaz mais de 10m de extensão vertical com material intemperizado, dos quais 6,5m equivalem à seção exposta em corte de estrada. Com base nas informações de campo, bem como os dados da granulometria foram individualizados quatro volumes pedogenéticos. As características dos materiais estão resumidas na Tabela 1. Tabela 1. Características físicas dos materiais VOL. PRO F (cm) GRAD TEXT TEXT ESTRUTURA CEROSIDADE TIPO/GRAU Granular/ Moderada QUANT/ NITIDEZ Nula / Fraca I 0-30 - Muito Argilosa II 30170 Baixo Muito Argilosa Subangular/ Moderada Pouca/ Fraca III 170510 Baixo Muito Argilosa Subangular/ Forte IV 5101070 Baixo Muito Argilosa Subangular/ Fraca CONSISTÊNCIA TRAN. SECA ÚMIDA Ligeirament e Dura Dura Ligeirament e Dura Firme Gradual Pouca/ Fraca Dura Firme Gradual Nula/ Fraca Dura Firme Abrupta Difusa Verificou-se tratar-se de material bastante intemperizado e muito argiloso, com volume superficial delgado, apresentando pequeno acréscimo de argila do topo para a base. A partir de 30 cm inicia-se o volume II, onde se observa pequenas oscilações nos teores de silte e argila variando respectivamente entre 115 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR 18 e 25% e 77 e 80% até atingir aproximadamente 1,7m. A partir desta profundidade até mais ou menos 5,1m, temos o volume III no qual conforme a granulometria as variações nos teores de silte e argila que variam respectivamente entre 15 e 35% e 65 e 85% até atingir 4,3m, ponto a partir do qual a argila apresenta comportamento decrescente e inversamente os teores de argila aumentam, até atingir 5,1m inicio do volume IV. Neste os teores de silte e argila passam a oscilar em torno de 20%, em alguns momentos vindo até a se cruzarem, com silte oscilando entre 25 e 45% e a argila entre 45 e 65% até a profundidade de 5,8m. A partir desta profundidade a argila apresenta padrão decrescente e o silte e a areia crescente até 10,7m, ponto em que foi suspensa a tradagem. Os constituintes do tamanho areia presentes no material analisado somam aproximadamente 3,5% até 4,3m, a partir dessa profundidade esses valores aumentam atingindo cerca de 15% na base do perfil. CONSIDERAÇÕES A parir dos dados obtidos em campo, bem como análise granulométrica, conclui-se que se trata de um material bastante evoluído quimicamente e muito argiloso. Sendo o aumento dos teores de areia e silte e a diminuição da argila observados a partir de 4,3 m relacionados ao menor grau de pedogênese. Nesta faixa do perfil atinge-se a alterita, rocha em elevado grau de alteração. Deste modo a areia encontrada é rocha que não foi completamente alterado pelo intemperismo químico. REFERÊNCIAS BOULET, R.; CHAUVEL, A.; HUMBEL, F. X.; LUCAS, Y. Abalyse struturale etcartographie en pédolgie. I – Prise en compte de l’organisation bidimensioonelle de la couverture pédologique: lês études de toposequences et leurs principaux apports á la connaissance dês sols. Cah. O.R.S.T.O.M, Sér. Pédol., v.XIX, n.4, 1982ª, p.309-321. EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed. 2002. 388p. MANFREDINI, S.; DIAS, S.M.F; QUEIROZ NETO, J.P; OLIVEIRA, D.; FERREIRA, R.P.D. Técnicas em Pedologia. In: VENTURI, L.A.B. (Org.). Praticando Geografia: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Oficina de Textos, 2005. p.85-98. 116 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR PAISANI, J. C; POTELLI, M. E; ANDRES, J. Superfícies aplainadas em zona morfoclimática subtropical úmida no Planalto Basáltico da Bacia do Paraná (SW Paraná / NW de Santa Catarina): Primeira aproximação. Geociências, v. 27, n. 4, p. 541-553. 2008. PRADO, H. Solos do Brasil: gênese, morfologia, classificação, levantamento. 2. ed. Piracicaba, 2001, 220p. RUELLAN, A.; DOSSO, M. Regards sur Le sol. Paris: Les Éditions Foucher, 1993, 192p. 117 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR A RELAÇÃO ENTRE DEMANDA, DISPONIBILIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA NA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ: UMA PEQUENA INTRODUÇÃO À DISCUSSÃO Débora Luzia Gomes UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Maria Cláudia da Silva UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Rosana Cristina Biral Leme UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] INTRODUÇÃO O presente artigo tem o objetivo de suscitar uma discussão fundamental ao futuro da maior parte da população das regiões Sul e Sudeste do país, sobretudo, no que tange a sustentabilidade do processo de desenvolvimento econômico: a disponibilidade de água. O Brasil é um país mega diverso e privilegiado em termos de disponibilidade hídrica, abrigando cerca de 12% das reservas mundiais de água doce sendo, que se considerarmos as águas provenientes de outros países, esse índice aproxima de 18%. No entanto, apresenta situações contrastantes de abundancia e escassez de água que exige dos governos, dos usuários e da sociedade civil cuidados especiais, organização e planejamento na gestão de sua utilização. Para isso foi criado um Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). Seu estabelecimento atende os compromissos assumidos pelo Brasil na cúpula Mundial de Joanesburgo. Para a elaboração do PNRH, foram realizados vários estudos para caracterizar as doze regiões Hídricas do Brasil definidas pela Resolução do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos n° 32/2003. Constituem objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos “assegurar á atual e ás futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos, a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, de origem natural ou decorrente do uso inadequado dos recursos naturais” Art. II da Lei Federal n° 9.433/1997(página 25). A quantidade de água disponível em uma dada região hidrográfica resulta de uma complexa equação na qual são consideradas a oferta de água, as formas 118 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR de captação, os diversos tipos de usos consuntivos e não consuntivos, bem como, os processos de tratamento físicos e microbiológicos da água. .O órgão responsável por estas estimativas é a Agência Nacional de Águas – ANA por meio do Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH, que foi criado em 2003 e será a principal fonte bibliográfica consultada para a elaboração deste artigo. APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ Dentre as 12 regiões Hidrográficas do Brasil destaca-se a Bacia Hidrográfica do Paraná, sendo a 3° maior do país com área total de 879.860 km² (10% do Brasil), abrangendo os estados de São Paulo (25% da região) Paraná (21%) Mato Grosso do Sul (20%), Minas Gerais (18%) Goiás (14%), Santa Catarina (1,5%) e Distrito Federal (05%). A região Hidrográfica do Paraná apresenta cerca de 30% das demandas nacionais por água para usos consuntivos, mas possui menos que 7% da disponibilidade hídrica do Brasil, evidenciando potenciais situações de escassez ou conflitos entre usos múltiplos da água. Além disso, é responsável por mais de 40% do PIB brasileiro, apresenta o maior e mais desenvolvido parque industrial nacional e diversificado atividades agropecuárias, o que apresenta relação direta com o uso da água e potenciais impactos negativos qualitativos ou quantitativa. A disponibilização de água em condições adequadas para a população e demais usos constitui-se grande desafio, ainda mais pelo fato da Região Hidrográfica do Paraná concentrar mais de 32% da população Brasileira mais que o dobro da segunda mais populosa, que é o Atlântico Sudoeste3. As regiões metropolitanas, notadamente São Paulo, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba e Goiânia, mas também Londrina e Maringá, além de outras concentrações populacionais expressivas (Sorocaba, Ribeirão Preto, Uberlândia, Campo Grande etc.) Impõem um dos maiores desafios regionais, que é gerenciamento e a gestão de áreas altamente urbanizadas e povoadas, com evidenciais interferências na qualidade das águas, desagregadas pelas atividades antrópicas, bem como situações potenciais de escassez (grandes demandas em relação às disponibilidades de água existentes). O caso mais crítico é a Região Metropolitana de São Paulo a maior concentração populacional do Brasil é uma das maiores do mundo. 119 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Um grande desafio na Região Hidrográfica do Paraná são as cargas poluidoras de origens diversas: doméstica, industrial, postos e sistemas utilitaristas de combustíveis, sistemas de saneamento, cargas difusas incluindo o uso de produtos agroquímicos, fertilizantes, erosão e assoreamento. Por ser a região com maior número de população possuí grande demanda de água, (ANA) A agência Nacional das Águas analisa a disponibilidade hídrica per capita, através da razão entre a vazão média e a população. Utilizada para expressar a disponibilidade de recursos hídricos em grandes áreas, a vazão média e a população (m³/hab.ano.). Este indicador não reflete a real disponibilidade hídrica1 ou seja, a efetiva quantidade de água disponível para uso, uma vez que a vazão média não está disponível em todas as circunstâncias. CONSIDERAÇÕES FINAIS Estes atributos dão uma noção de complexidade da Região Hidrográfica do Paraná com implicações sócias econômicas e ambientais e diversas interferências em seus recursos hídricos. Assim uns dos aspectos marcantes da região, senão um dos maiores desafios,é a grande escala de seus problemas, com implicações socioeconômicas e orçamentárias marcantes. Ações de gestão, incluindo a implementação dos planos estaduais e planos de bacia, alem dos planos diretores setoriais (saneamento, drenagem, reflorestamento, resíduos sólidos, desenvolvimento regional, etc.), planos diretores municipais, regulamentação e planos de manejo de unidades de conservação ambiental, zoneamento econômico- ecológicos e outros, somados a ações diversas ações estruturais em andamento, visam alterar a realidade atual em termos das criticidades observadas.Há várias tentativas de implementação dessas leis em torno da população em geral, no entanto a população não tem consciência que este seja problema atual, imaginando ser um problema das gerações futuras. REFERÊNCIAS Agencia Nacional de Águas. Brasília: ANA, 2002. Caderno da Região Hidrográfica do Paraná- Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos. 1 A classificação adotada é adaptada de publicações das Nações Unidas para traçar o quadro mundial (UNESCO, 2003. ALCANO ET AL 2000). Menor de 500m³/hab.Ano – situação de escassez. 500 à 1700m³/hab. Ano – situação de stresse.Maior de 1700 m³/hab.ano – situação confortável. 120 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR O SISTEMA ESTADUAL DE IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL (SISLEG) NA MESORREGIÃO SUDOESTE PARANAENSE Rosana Cristina Biral Leme1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] INTRODUÇÃO O presente artigo tem como principal objetivo divulgar informações sobre a repercussão que a implantação do Sistema Estadual de Implantação de Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal (SISLEG) teve junto aos pequenos proprietários e secretários municipais de agricultura e meio ambiente dos municípios da Mesorregião Sudoeste do Paraná, analisando a aceitação, bem como as principais dificuldades para a implantação deste Sistema na Mesorregião até o ano de 2006. O SISLEG é um Programa criado através do Decreto Estadual 387/99, sob a supervisão do Instituto Ambiental do Paraná, e estabelece um Sistema Estadual de Implantação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL) previstas no Código Florestal de 1965. No Estado do Paraná a lei que regulamenta a constituição e a averbação da Reserva Legal é o Decreto Estadual 387/99, que a define como: florestas e demais formas de vegetação representadas em uma ou várias parcelas, em pelo menos 20% da área total da propriedade rural, com uso permitido apenas através de técnicas de manejo que garantam a sua perpetuidade. A implementação desta lei na Mesorregião Sudoeste do Paraná tem se mostrado um processo complexo dadas as características fisiográficas (especialmente relevo/ hidrografia) e fundiária, que fomentam uma resistência por parte dos proprietários na adesão da Lei. Tal mesorregião posiciona-se entre as coordenadas geográficas: Latitude Norte 25°30’ e Latitude Sul 26°30’, com Longitude Oeste 54° e Leste 52°. Tem 1.163.842,64 hectares correspondentes à 6% do território estadual e uma população de 469.179 habitantes (IBGE, 2005). Composta essencialmente por pequenas propriedades rurais com área inferior a 1 Profª. Drª. do Colegiado de Geografia, grupo de pesquisa Planejamento Ambiental na região Sudoeste do Paraná, Univesidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. 121 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR 10 hectares, suas principais atividades produtivas são a produção de pecuária leiteira, criação de aves e suínos e cultivo de milho e soja. Os procedimentos metodológicos utilizados durante a pesquisa foram: pesquisas de campo; aplicação de questionários a 452 proprietários rurais da mesorregião Sudoeste; entrevistas com quinze Secretários Municipais da Agricultura e Meio Ambiente, bem como pesquisa em documentos teóricos. RESULTADOS De acordo com ASSESOAR (2006), em 150 propriedades de dez municípios da mesorregião, diagnosticou-se que 58% das propriedades não possuíam mata ciliar suficiente para suprir a exigência da legislação ambiental e em 80% delas, as áreas de fontes e nascentes não são protegidas com cobertura vegetal. Percentuais confirmados através do trabalho de campo realizado durante esta pesquisa, que identificou que muitas propriedades possuíam deficiência em relação a quantidade de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. O processo de recomposição foi estimulado na mesorregião através do estabelecimento de alguns programas de governo e de acordo com a SEMA (2006), havia sido plantado na mesorregião Sudoeste, até o ano de 2006, por meio de viveiros do IAP, dos municípios e outros, 5.773.660 mudas nativas. Entretanto, municipais verificou-se que alguns Secretários entrevistados demonstram preocupação no que tange à produção prioritária de mudas de essências exóticas destinadas à sombra e à geração de energia, ambas utilizações dadas principalmente pelos proprietários de aviários. Os dados pesquisados demonstram que no ano de 2006, aproximadamente 24,2% do total de propriedades da Mesorregião possuiam o cadastro junto ao SISLEG. Esse valor excetua as propriedades que realizaram a averbação da área de reserva legal em período anterior ao ano de 2000. Desde o período de criação do SISLEG até o ano de 2006, averbaram-se as áreas de 11.445 propriedades na mesorregião Sudoeste paranaense. O número de averbações aumentou significativamente nos anos de 2004 e 2005. Esse período corresponde àquele no qual ocorreram importantes aperfeiçoamentos no decreto de criação do SISLEG e que os proprietários sentiram, principalmente através da dificuldade ou impossibilidade de aquisição 122 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR de documentos junto ao IAP e de financiamentos bancários para investimentos na propriedade, a necessidade de cumprir esta determinação legal. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se que as melhores experiências de recomposição de Áreas de Preservação Permanente e de Matas Ciliares ocorreram nos municípios que realizaram trabalhos integrados de educação ambiental; estímulo ao SISLEG e, isolamento das áreas de preservação permanente, promovidos pela administração municipal ou em áreas em que ocorre a implementação de experiências de produção de sistemas agroflorestais. Entretanto, esta é uma prática realizada por um número bastante reduzido de municípios, dificultando a concretização das regulamentações legais na maior parte das microbacias da mesorregião Sudoeste e favorecendo a manutenção da falta de áreas de matas ciliares ou a sua presença em metragem insuficiente. Avaliou-se o receio que os administradores municipais possuem em relação à mudança do modelo produtivo da mesorregião. A proposição do plantio orgânico e da composição de sistemas agroflorestais não desperta interesse nos administradores e nos proprietários que culpam a “perda” da pequena parcela de solo, pela inviabilização econômica da sua propriedade, quando na verdade, o que ocorre é que o modelo produtivo adotado é incompatível com a pequena propriedade familiar. Verificou-se também que ainda existe muita desinformação por parte do pequeno proprietário e que, mesmo aqueles que se declaram informados, podem realmente ser, mas de maneira insuficiente ou, algumas vezes, equivocada, como demonstrou a pesquisa de campo realizada junto aos pequenos proprietários da mesorregião Sudoeste. Avalia-se que a implementação da política ambiental que, no setor agropecuário, responsabiliza o produtor rural pelos problemas ambientais existentes em sua propriedade deve ser acompanhada, não por compensações financeiras, mas por um sistema melhor estruturado e divulgado de alternativas para aqueles produtores que, sob diferentes tratamentos, correm sério risco de migrar da área rural. Os trabalhos que o governo do Estado tem desenvolvido no sentido de apontar alternativas a estes produtores, são respeitáveis, porém, insuficientes em abrangência e estratégia de inserção do produtor. Apesar de demonstrar 123 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR progresso, tanto nos novos direcionamentos produtivos quanto no auxilio a recomposição de caminhos ecologicamente mais harmônicos, o Estado se contraria por meio dos diferentes sujeitos que o compõem, tornando o caminho de conversão para práticas ambientais e sociais mais adequadas ainda mais longo. REFERÊNCIAS ASSESOAR. Caracterização e diagnóstico dos sistemas de produção do Sudoeste do Paraná. Francisco Beltrão: ASSESOAR, 2006. ______. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Atlas da vegetação do Paraná. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/sema>. Acesso em: agosto de 2006. 124 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR DETERMINAÇÃO DA FRAÇÃO ORGÂNICA DE FORMAÇÕES SUPERFICIAIS – COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE OXIDAÇÃO VERSUS QUEIMA POR PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (H²O²) Leandro Oliveira UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Júlio César Paisani UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Simone Guerra UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] INTRODUÇÃO A determinação do teor de MO (matéria orgânica), incluso teor de carbono, de formações superficiais tem sido abordada por diferentes autores das áreas de sedimentologia e pedologia (SUGUIO, 1973; VALLADARES, 2003). Recentemente, a eficiência desses métodos vem sendo discutida nas ciências dos solos (VALLADARES, 2003; SILVA et al, 1999). Ao estudar turfeira em hollow de cabeceira de drenagem ARIE Buriti (Área de Relevante Interesse Ecológico) – Pato Branco e seção pedoestratigráfica na Superfície Aplainada I do SW do Paraná, deparou-se com dois momentos de determinação da MO: i) queima com peróxido de hidrogênio (VERDADE, 1954) e ii) a oxidação pelo dicromato de potássio (LUCHESE et al., 2002). O primeiro momento objetiva eliminar a MO para a análise granulométrica, uma vez que a mesma promove a floculação das frações argila e silte. Já a segunda, para estimar a quantidade de MO e percentual de carbono na turfeira e no paleossolo. Independente dos objetivos e aplicação dos dois métodos, ambos podem prover a determinação da MO. Assim, o presente trabalho visa comparar os resultados da determinação do teor de MO em amostras de turfeira e da seção pedoestratigráfica das áreas mencionadas, para verificar a eficácia do método de queima com peróxido de hidrogênio como parâmetro para se estimar o teor de MO, uma vez que este método é recomendado para fins da análise granulométrica. MÉTODOS Foram tratadas 8 amostras da turfeira ARIE Buriti e 27 amostras da seção pedoestratigráfica de Palmas, totalizando 35 amostras. O método de queima por 131 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR peróxido foi aplicado conforme descreve Paisani (1998), enquanto que o método de oxidação pelo dicromato de potássio seguiu as instruções de Luchese et al (2002). Os valores do teor de MO pelo método de oxidação com dicromato de potássio é expresso em g.Kg-1. Já os valores de MO obtidos pela queima com peróxido de hidrogênio, em percentuais, foram convertidos para g.Kg-1, por uma simples “regra de três” a partir do peso inicial da amostra, visando a comparação dos resultados. RESULTADOS Considerando que as técnicas laboratoriais exibem erros de aplicação que são aceitos até a margem de 5% para mais e para menos, os resultados da comparação entre os métodos de determinação da MO já mencionados são apresentados considerando-se essa variância (Figura 1). Figura 1. Teores de MO das 27 amostras da seção pedoestratigráfica de Palmas (A1-A27) e as 8 amostras de turfa da ARIE Buriti (A1-A8) pelos métodos de queima com peróxido de hidrogênio e a oxidação pelo dicromato de potássio Analisando o gráfico da Figura 1 percebe-se alguns aspectos: i) maiores teores de MO nos paleossolos húmicos da seção pedoestratigráfica (A13-A18; A24-A26) e no topo da turfeira da ARIE Buriti (A1-A3); ii) coincidência dos teores de MO estabelecidos pelo método da queima com peróxido de hidrogênio com a 132 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR variância nos teores de MO determinados pelo método de oxidação nas unidades próximas a superfície, paleossolo representado entre A24-A26 da seção pedoestratigráfica e no topo da turfeira da ARIE Buriti (A1-A3); iii) nas demais unidades da seção pedoestratigráfica e em profundidade na turfeira percebe-se teores superestimados de MO pelo método de queima com peróxido de hidrogênio. CONCLUSÃO Registrou-se uma semelhança na variância dos resultados do teor de MO pelo método de queima com peróxido de hidrogênio com o método de oxidação apenas no paleossolo mais recente da seção pedoestratigráfica (A-24-A26) e no topo da turfeira (A1-A3). Como nesses locais é comum a MO exibir elevada concentração de substâncias húmicas, como ácidos húmicos, fúlvicos e hematomelânicos, a queima por peróxido aparenta priorizar a eliminação dessas substâncias e não a determinação do teor de Carbono. Assim, acredita-se não ser recomendado a determinação do teor de MO, incluso o teor de carbono, pelo método de queima por peróxido de hidrogênio. REFERÊNCIAS LUCHESE, E. et al. Fundamentos da química do solo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2002. PAISANI, J.C. 1998 – Descontinuidades hidrológicas, escoamento superficial e desenvolvimento de incisões erosivas em áreas de cabeceira de drenagem: estudo de caso na Colônia Quero-Quero, Palmeira (PR). Florianópolis, 184p. Dissertação de Mestrado em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. SILVA, A.C. et al. R. Un. Alfenas, Alfenas, 5:21-26,1999. SUGUIO, K. Introdução à sedimentologia. São Paulo: Ed.Blücher, 1973. VALLADARES, G.S. Caracterização de Organossolos, auxílio a sua classificação. 2003. 129p. Tese (Doutorado em Agronomia – Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2003. VERDADE, F. da Costa. Ação da água oxigenada sobre a matéria orgânica do solo. Bragantia, v.2, n.24, p.287-295, 1954. 133 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR ESTUDO DA VULNERABILIDADE NATURAL DOS POÇOS TUBULARES DO MUNICÍPIO DE BELA VISTA DA CAROBA - PR1 Marina Kunz2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Pollyana Poletto3 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Fabiano André Marion4 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] A utilização de água subterrânea remonta há mais de 4.000 a.C. Os Chineses e os Persas já perfuravam poços com centenas de metros de profundidade. Os Egípcios há 2.100 a.C, já utilizavam poços para abastecimento. Atualmente, as obras de captação de água subterrânea são realizadas por meio de sondas mediante perfuração vertical, conhecidos como poços tubulares. Poço tubular é aquele feito com a intenção de retirar a água subterrânea que pode estar confinada ou não. Caso ela não esteja confinada, necessita ser bombeada para chegar à superfície, situação essa encontrada nos poços do município de Bela Vista da Caroba - PR. Segundo Guerra (1987), água subterrânea é aquela que se infiltra nas rochas e solos, caminhando até o nível hidrostático. Na prática se verifica certa confusão entre água vadosa e água subterrânea, pois a primeira é a que se encontra acima da superfície freática, isto é, na zona de aeração, já a água subterrânea é aquela encontrada nos lençóis freáticos. A importância da água subterrânea pode ser medida por suas reservas em relação às das águas superficiais: estima-se que esta represente cerca de 98% da reserva de água doce disponível no mundo. De acordo com a Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), no Brasil, estima-se que 50% das cidades são abastecidas por água subterrânea. 1 Trabalho desenvolvido na Disciplina de Geologia Geral no curso de Bacharel em Geografia da UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR. 2 Acadêmica do Curso de Bacharel em Geografia da UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR. 3 Acadêmica do Curso de Bacharel em Geografia da UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR. 4 Professor do Colegiado de Geografia da UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR. 134 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR O Município de Bela Vista da Caroba foi criado através da Lei Estadual nº 11254, de 21 de dezembro de 1995. Possui uma população de aproximadamente 4.136 habitantes e uma densidade populacional de 30.60 habitantes por Km² (IBGE, 2007). Faz parte do Estado do Paraná, com cerca de 148,11 km² de área. Inicialmente, o abastecimento de água neste município era feito a partir do Rio Lajeado Tigrinho. No entanto, visando garantir maior qualidade na distribuição de serviços de saneamento básico para a população bela-vistense, no ano de 2006 a SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná) perfurou um poço com objetivo de utilizá-lo no abastecimento urbano. Este município não possui indústrias, sendo a principal atividade econômica a agricultura. Resta saber se esta atividade representa potencial contaminante para a água subterrânea na região. Assim, o trabalho tem como objetivo, realizar análise da vulnerabilidade natural dos poços tubulares de Bela Vista da Caroba, observando as suas características, a utilização da água e a verificação de atividades potencialmente contaminantes nos arredores dos locais em questão. A metodologia empregada para verificar a possível análise da vulnerabilidade natural destes poços foi o método “GOD”, proposto por Foster et al (2003), onde “G” representa o tipo de ocorrência da água subterrânea, “O” representa a classificação litológica, e “D”, representa a profundidade do nível freático estático. A partir da utilização do método “GOD”, pôde-se fazer a análise da vulnerabilidade dos poços, com dados disponíveis no site da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) e de levantamentos complementares realizados em campo. Os dados coletados foram organizados numa tabela para o posterior cálculo do índice da vulnerabilidade. Para isso, foram atribuídas notas para os parâmetros G, O e D e multiplicados. O produto dessa multiplicação gera uma nota num intervalo de 0 a 1, que vai corresponder as classes de vulnerabilidade, que variam de insignificante à extrema. Na página da CPRM estão cadastrados seis poços. Destes, cinco apresentam índice de vulnerabilidade baixo, assim, são vulneráveis a contaminantes conservativos à longo prazo quando contínua e amplamente lançados. Por outro lado, um deles, o de código 350014970, da localidade Alto Evangelho, apresenta vulnerabilidade moderada, o que o torna vulnerável a 135 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR alguns poluentes, mas somente quando continuamente lançados. Por isso, recomenda-se maior atenção com relação à instalação de empreendimentos potencialmente contaminantes nessa localidade, assim como a realização de estudos mais aprofundados nesse local, uma vez que o lençol freático encontrase, segundo dados da CPRM, muito próximo à superfície. Embora tenha sido verificada baixa vulnerabilidade na grande maioria dos poços verificou-se, em campo, que os mesmos não seguem as normas de proteção. Segundo o Manual de Projetos e Construção de Poços Tubulares Profundos da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), além do cercamento para isolar o poço, o mesmo deve conter lajes de proteção, que são lajes de concreto, com ressalto de 0,10m acima da superfície do terreno. Medida essa, que além da cimentação, garante maior proteção sanitária à água do poço. REFERÊNCIAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 1.244: Construção de poço para a captação de água subterrânea. Rio de Janeiro, 1992. CPRM. COMPANHIA DE PESQUISA E RECURSOS MINERAIS. Siagas. Disponível em: <http://siagas.cprm.gov.br/wellshow/indice>. Acesso em: 02 nov. 2009. FOSTER, S. et al. Proteção da qualidade da água subterrânea: um guia para empresas de abastecimento de água, órgãos municipais e agências ambientais. 2. ed. Washington: Banco Internacional de Reconstrução e desenvolvimento Banco Mundial, 2003. 114 p. GUERRA, Antonio Teixeira. Dicionário geológico-geomorfológico. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1987. 446 p. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Bela Vista da Caroba – PR. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 26 mar. 2010. 136 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR VULNERABILIDADE NATURAL DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM SANTA IZABEL DO OESTE - PR1 Camila Graeff Casiraghi UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Nayara Massucatto UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Fabiano André Marion UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Apesar de três quartas partes da superfície terrestre sejam compostas de água, a maior parte não está disponível para consumo humano, pois 97% é água salgada, encontrada nos oceanos e mares e 2% formam geleiras inacessíveis. Apenas 1% de toda a água doce pode ser utilizada para consumo do homem e animais e, deste total, 97% estão armazenados em fontes subterrâneas (CORSAN, 2009). Por mais que estejam protegidas, as águas subterrâneas não estão a salvo da poluição e de atividades humanas como agricultura, indústria, urbanização e mineração, que podem degradar sua qualidade. Dependendo das características do terreno, os aqüíferos podem ter maior ou menor grau de vulnerabilidade. A poluição é algo de difícil remediação, entre outras razões, devido ao fluxo lento das águas, uma vez que esta pode ficar oculta por muitos anos atingindo áreas muito grandes. Tanto em nível mundial como nacional, o aumento crescente da utilização das reservas hídricas do subsolo se deve ao fato de que, geralmente, elas apresentam excelente qualidade e um custo menor, afinal dispensam obras caras de captação, adução e tratamento. Assim, teve-se como objetivo geral, fornecer informações sobre os recursos hídricos subterrâneos, avaliar a vulnerabilidade natural e espacializar essas informações em cartogramas para o município de Santa Izabel do Oeste, através de dados pré-existentes e levantamentos complementares. 1 Trabalho desenvolvido na Disciplina de Geologia Geral do curso de Bacharelado em Geografia – UNIOESTE – Francisco Beltrão-PR. 137 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Santa Izabel do Oeste é um município brasileiro localizado no sudoeste do Paraná, integra a microrregião geográfica de Capanema e segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) possui uma população de 11.747 habitantes em uma área de 321, 169 km², sendo seu IDH considerado médio (0,767). As atividades econômicas que mais se desenvolvem são a agricultura com cultivo de soja, milho e trigo; pecuária com criação de bovinos, galináceas, suínos e vacas ordenhadas e produção mista. Possui solo de terra roxa estruturado com textura argilosa, aproximadamente 50% da área possui topografia ondulada suave com bom potencial de mecanização e o restante fortemente ondulado com mínimo de mecanização. A pesquisa foi realizada a partir de dados já existentes, dispostos on-line pelo CPRM/SIAGAS (Serviço Geológico do Brasil), e de dados recolhidos com saída a campo. A partir disso, os dados foram tabulados e organizados numa planilha, contendo informações como: nome e código dos poços; localidades em que os mesmos se encontram; coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator) norte e leste; profundidade e o ano de escavação; formação geológica; nível estático e dinâmico; notas G, O, D e final; e por fim a vulnerabilidade natural dos poços. Após, foi gerado o cartograma de vulnerabilidade natural à contaminação para a área em estudo. Para determinar a vulnerabilidade dos poços então estudados, foi utilizado o método o GOD. Conforme fundamentação em Foster et al. (2003), este significa: Groundwater hydraulic confinement, Overlaying Strata, Depth to groundwater table, ou seja, Grau de Confinamento Hidráulico, Ocorrência de Substrato Litológico (características litológicas e grau de consolidação da zona não saturada ou capas confinantes acima do nível freático) e a Distância do Nível de Água Subterrânea (em aqüíferos não confinados, por exemplo, a formação Botucatu) ou ao Teto do Aqüífero (em aqüíferos confinados, por exemplo, as rochas vulcânicas). Na área em estudo, encontram-se cadastrados no SIAGAS/CPRM, 18 poços tubulares, mas apenas 10 apresentaram as informações necessárias para aplicação do método GOD. No trabalho em campo, foi possível obter algumas informações como o ano de escavação e a profundidade de alguns poços que não possuíam tais características, além destas, faltava o nível estático, que também não foi possível coletar devido à falta de equipamento. 138 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR A principal utilização da água é para uso humano, sendo que dos 18 poços, 13 eram para uso das comunidades, atendendo sempre um número grande de moradores. Do restante, 02, são para uso em postos de combustíveis e 03 para uso particular. Os 18 poços analisados não possuíam proteção segundo as normas técnicas, ficando exposto ao risco de contaminação por pessoas, animais ou resíduos da superfície. Com relação à vulnerabilidade, 09 poços apresentaram índice de vulnerabilidade baixa e apenas 01 com vulnerabilidade média. O baixo índice está relacionado à ocorrência da formação Serra Geral em todo o município, pois, esta impermeabiliza a área deixando-a menos vulnerável a possíveis contaminações. O índice baixo indica vulnerabilidade somente a contaminantes conservados em longo prazo, quando contínua e amplamente lançados ou lixiviados. Entretanto, deve-se salientar que o método GOD não leva em consideração possíveis falhas ou fraturas por onde podem percolar possíveis contaminantes. Através desta pesquisa nota-se a importância da proteção das águas subterrâneas, juntamente com órgãos públicos relacionados, à promoção de um entendimento para a sociedade em geral, ampliando a consciência dos diversos atores que influenciam na contaminação das fontes subterrâneas e posteriormente novos testes para estar a par da real situação de vulnerabilidade de cada poço. REFERÊNCIAS CORSAN. COMPANHIA RIOGRANDENSE DE SANEAMENTO. Ambientais. Disponível em: <http://www.corsan.com.br/ambientais/distribuicao.htm>. Acesso em: novembro/09. CPRM. COMPANHIA DE PESQUISA E RECURSOS MINERAIS. Siagas. Disponível em: <http://siagas.cprm.gov.br/wellshow/indice>. Acesso em: novembro/09. FOSTER, S. et al. Proteção da qualidade da água subterrânea: um guia para empresas de abastecimento de água, órgãos municipais e agências ambientais. 2. ed. Washington: Banco Internacional de Reconstrução e desenvolvimento Banco Mundial, 2003. 114 p. 139 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR CARACTERIZAÇÃO DAS FORMAÇÕES SUPERFICIAIS DO HOLLOW DE CABECEIRA DE DRENAGEM NA A.R.I.E. DOS BURITIS – PLANALTO BASÁLTICO (PATO BRANCO/PR) Julio Cesar Paisani1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Edson Bertoldo2 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Marga Eliz Pontelli3 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Simone Guerra4 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Leandro Oliveira5 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Jacson Gosman Gomes de Lima6 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] INTRODUÇÃO O termo cabeceira de drenagem se refere à área côncava situada a montante de canal de primeira ordem (PAISANI et al., 2006). Na hierarquização das bacias hidrográficas, a cabeceira de drenagem corresponde a menor unidade hierárquica, bacia de ordem zero. Essa área é uma componente importante da paisagem geomorfológica, pois ao representar a menor unidade da bacia hidrográfica reflete, em seus materiais e topografia de superficie e subsuperficie 1 Professor Dr. do Curso de Geografia e do Mestrado em Geografia da UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR). 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia – UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR). 3 Professor Dra. do Curso de Geografia e do Mestrado em Geografia da UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR). 4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia – UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR). 5 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Geografia e Bolsista de Iniciação Científica –CNPq. 6 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Geografia e Bolsista de Iniciação Científica –CNPq. 140 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR os efeitos de sua história evolutiva. O grupo de pesquisa ‘Gênese e Evolução de Superfícies Geomórficas e Formações Superficiais’, cadastrado no CNPq e formado na UNIOESTE, vem caracterizando as formações superficiais de áreas de cabeceira de drenagem inscritas em remanescentes de superfícies aplainadas do sudoeste do Paraná e noroeste de Santa Catarina (PAISANI et al., 2008). Os resultados apresentados até o momento têm revelado a presença de formações superfíciais autóctones, com pequena contribuição de formações superficiais alóctones, sobretudo no hollow – porção central das cabeceiras de drenagem (GEREMIA, 2007; LIMA; PONTELLI, 2009; BRAGAS, 2010). A exceção são as formações superficiais encontradas no hollow de cabeceira de drenagem situada na A.R.I.E (Área de Relevante Interesse Ecológico, segundo CARRIJO, 2009) Buriti em Pato Branco. O presente trabalho traz os resultados de caracterização das formações superficiais dessa cabeceira de drenagem que se encontra inscrita na Superfície Aplainada VIII da região sudoeste do Paraná, destacando a individualização dos volumes, distribuição espacial e identificação de volume turfoso. MÉTODOS Considerando que nas demais cabeceiras de drenagem estudadas, até o momento, por membros do grupo de pesquisa as formações superficiais se mostraram como de origem autóctone, procedeu-se a individualização de volumes dos materiais das formações superficiais através de técnicas convencionais de descrição em campo (MANFREDINI et al., 2005). A distribuição espacial dos volumes foi obtida a partir de sondagens realizadas ao longo de transecto transversal ao hollow (Figura 1). Para o volume turfoso determinou-se no Lab. de Análise de Formações Superficiais da UNIOESTE, a granulometria e os teores de matéria orgânica (MO g.kg-1) e carbono (C %). A primeira pelos métodos de peneiramento e pipetagem, com separação via úmida, enquanto os últimos por oxidação com dicromato de potássio. Classificou-se a textura com base em Flemming (2000 apud PAISANI; GEREMIA, no prelo). 141 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Figura 1. Perfil topográfico transversal ao hollow da cabeceira de drenagem, mostrando os locais de sondagens. Linha descontínua indicando o local de coleta de amostras para granulometria e determinação dos teores de MO e C RESULTADOS Foram individualizados 4 volumes da cobertura superficial (Fig.2). O volume 1 encontra-se no sopé do side slope, tem de 30 a 100 cm de espessura, é plástico, consistente, com 15% de manchas bruno forte (7.5YR 5/8) e cor variando de bruno-avermelhado-escuro (5 YR 3/3) a bruno-amarelado-escuro (10 YR 3/4), com transição abrupta para o volume 2. O volume 2 se distribui pelo hollow mostrando, em média, 70 cm de espessura; é macio, firme, plástico, sem fibras aparentes, com cor variando de preta (7.5 YR 2.5/1) a cinza-muito-escura (10 YR 3/1) e, localmente, como bruno-acinzentado (Gley 2.5/N). A textura variou de argila siltosa, entre 0-80 cm de profundidade, a lama levemente arenosa argilosa, entre 80-130 cm de profundidade. A MO variou de 206,4 a 103 g.kg-1 com tendência decrescente para profundidade, tendência similar encontrada para os percentuais de C, que variaram de 6 a 3%. O volume 3 se distribui no sopé do side slope, tem cerca de 40 a 100 cm de espessura, cor bruno-amarelo-claro (10YR 6/4) a bruno-amarelado (10YR 5/6) com manchas bruno-acinzentada (10YR 5/2). Registra-se gradação lateral do volume 2 para o volume 3 entre o hollow e side slope. Enfim, o volume 4 se encontra em profundidade no contato com a rocha e se distribui por todo o transecto com maior espessura no centro do hollow, chegando a 50 cm. É plástico, exibe litorrelíquias tamanho grânulo a seixo fino e cor variegada predominando bruno-amarelo-claro (10YR 6/4) e verde acinzentada (GLEY 1 6/1 5GY). 142 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Figura 2. Transecto transversal ao hollow da cabeceira de drenagem mostrando a distribuição bidimensional dos volumes das formações superficiais CONCLUSÃO As formações superficiais da área de estudo exibem volumes alóctones (1 e 2) e autóctones (3 e 4). Os volumes alóctones atestam que processos erosivos remobilizaram formações superficiais autóctones em direção ao hollow ao longo do tempo, com significativa deposição de material mineral no sopé do side slope (volume 1) e a mistura com material orgânico, vegetal, no hollow (volume 2). Este último fato foi expressivo no centro da cabeceira, possivelmente durante um período em que a cabeceira de drenagem se encontrava desconectada da rede hidrográfica, favorecendo a retenção de umidade, evidenciado pelas características hidromórficas do volume 4, e sedimentos no hollow (volume 2). Embora os teores de MO estejam um pouco abaixo do necessário para classificar esse volume como horizonte orgânico pelo SBCS, estudo palinológico, em andamento por membro do grupo de pesquisa, revelou quatro zonas polínicas ao longo desse volume. Assim, não resta dúvidas de que se refere a um volume turfoso. REFERÊNCIAS BRAGAS, L.A. Caracterização da cobertura superficial em cabeceira de drenagem sobre substrato vulcânico – Campo Erê (SC). 82p. 2010. Dissertação (Mestrado em Geografia), Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão-PR. 143 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR CARRIJO, B.R. Área de relevante interesse ecológico (ARIE Buriti), Pato Branco-Pr: gênese, manejo e perspectivas de gestão. SIMPGEO, 3, Anais..., UEPG, Ponta Grossa, p.140-151, 2008. GEREMIA, F. Considerações sobre a cobertura superficial de concavidade situada na bacia do rio Quatorze Sudoeste-PR. Anais... XII ENGEO/VI ENGESOP, p.166-168, 2007. LIMA, J.G.G.; PONTELLI, M.E. Distribuição preliminar da cobertura superficial em vertente de concavidade desconectada da rede de drenagem em substrato vulcânico – Alto curso do rio Marrecas (SW do PR). Anais... XVIII EAIC, Londrina, UEL, p.1-4, 2009, CD-ROM. MANFREDINI, S.; DIAS, S.M.F.; QUEIROZ NETO, J.P.; OLIVEIRA, D.; FERREIRA, R.P.D. Técnicas em Pedologia. In: Venturi, L.A.B. (Org.) Praticando Geografia: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Oficina de Textos, 2005, p.85-98. PAISANI, J.C.; GEREMIA, F. Evolução de encostas no planalto basáltico com base na análise de depósitos de colúvio - médio vale do rio marrecas, SW do Paraná . Geociências, no prelo. PAISANI, J.C.; PONTELLI, M.E.; ANDRES,J. Superfícies aplainadas em zona morfoclimática subtropical úmida no Planalto Basáltico da Bacia do Paraná (SW Paraná/ NW Santa Catarina): primeira aproximação. Geociências, v.27, n.4., p.541-553, 2008. PAISANI, J.C.; PONTELLI, M.E.; GEREMIA, F. Cabeceiras de drenagem da bacia do rio Quatorze – Formação Serra Geral (SW do Paraná): distribuição espacial, propriedades morfológicas e controle estrutural. R. RA’E GA, UFPR, n.12, p.211219, 2006. 144 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR DETERMINAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ATRAVÉS DE IMAGENS DO CBERS-2b Ediane Cristina Daleffe Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão) [email protected] Taisller Guimarães da Silva Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão) [email protected] Julio Caetano Tomazzoni Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão) [email protected] Elisete Guimarães Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão) [email protected] Este trabalho é uma contribuição para determinação do uso e ocupação do solo, a partir de imagens CBERS-2B, processadas em um programa SIG (Sistema de Informação Geográfica) denominado SPRING. As pesquisas foram desenvolvidas na bacia hidrográfica do Rio Catorze, com área de 10.708,00 ha, localizada nos municípios de Francisco Beltrão e Manfrinópolis, no Sudoeste do Paraná. Para realizar este estudo empregou-se as imagens CBERS-2B, do sensor CCD (Câmera imageadora de alta resolução), das bandas, 2 (azul), 3 (vermelho) e 4 (infravermelho). Foram utilizadas imagens das seguintes datas: 23 de dezembro de 2007 (verão); 18 de julho de 2008 (inverno); 21 de dezembro de 2008 (verão); 30 de abril de 2009 (outono) e 13 de dezembro de 2009 (primavera). As imagens em formato TIF, cedidas pelo INPE (Instituto nacional de pesquisa espacial), foram submetidas ao software IMPIMA para conversão para o formato próprio do SPRING (TSC/SPG). Na seqüência, com o programa SPRING as imagens foram registradas e importadas para uma categoria imagem. Através da ferramenta Imagem, realizou-se o pré-processamento digital das imagens, que consiste no contraste das imagens para então interpretar-las no uso e ocupação do solo. Os resultados obtidos demonstram que há variação no uso do solo nas diferentes estações do ano, principalmente nos períodos de entre safra, quando o solo fica em descanso no intervalo de plantio. Observa-se também o aumento da 147 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR vegetação com o decorrer dos anos, principalmente nas áreas de preservação permanente, e o aumento das áreas de reserva legal, influenciada principalmente pelo código ambiental vigente. Percebe-se uma maior preferência pela monocultura de grande porte, com o plantio dos chamados “reflorestamentos”, com produção de celulose, madeira para exportação e consumo nacional, principalmente de pinus e eucaliptos. Na seqüência estão representados alguns resultados deste estudo, através de Figura 1 e Tabela 1. Figura 1- Mapa do uso do solo em 13 de dezembro de 2009 Fonte: Os autores. Tabela 1- Tabulação cruzada do uso e ocupação do solo em 23 de dezembro de 2007 com 13 de dezembro de 2009 Dezembro de 2007 (ha) Dezembro de 2009 (ha) RF LV PA VSEI VSEM VSEA SE RF 99,16 0,04 0,12 0,00 3,28 10,96 0,24 LV 0,00 13,12 22,40 2,80 14,28 0,00 51,80 PA 2,32 130,20 1406,92 210,52 2241,40 144,92 1150,12 VSEI 0,76 44,40 107,16 151,48 201,44 28,28 164,36 VSEM 2,28 3,88 7,56 226,56 171,68 436,40 7,16 VSEA 147,88 4,12 36,44 54,12 725,28 779,44 85,44 SE 15,52 21,24 145,00 27,56 562,68 42,64 1002,72 Total (ha) 267,92 217,00 1725,60 673,04 3920,04 1442,64 2461,84 2009 Legenda: RF - Reflorestamento; LV - Lavoura; PA - Pastagens; SE - Solo Exposto. Fonte: Os autores. Total (ha) 2007 113,80 104,40 5286,40 697,82 855,52 1832,72 1817,36 10708,0 0 148 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Analisando a Tabela 1 verifica-se que o reflorestamento que em 2007 abrangia 113,80 ha foi ampliado em 2009 para 267,92 ha. As áreas das formas de uso VSEA (vegetação secundária em estágio avançado) e solo exposto de 147,88 e 15,52 ha respectivamente são as que mais contribuíram nessa ampliação. As pastagens em 2007 totalizavam 5286,4 ha e em 2009 reduziram-se para 1725,60 ha na interpretação de pastagens e lavouras está aparecendo uma distorção e esse fato será melhor analisado para discernimento da evolução dessa forma de uso. A VSEI (vegetação secundária em estágio inicial) constituía 697,82 ha em 2007 e totaliza 673,04 ha em 2009 nesse aspecto observa-se que 210,52 ha de pastagens e 226,56 ha de VSEM (vegetação secundária em estágio médio) em 2009 passaram para esta forma de uso. A VSEM constituía 855,52 ha em 2007 e passou para 3920,04 ha em 2009. As principais formas de uso de 2007 que evoluíram para VSEM são: 725,28 ha de VSEA, 2241,4 ha de pastagens e 562,68 de solo exposto. A VSEA abrangia 1832,72 ha em 2007 e em 2009 passou para 1442,64 ha. As formas de uso de 2007, que passaram para as áreas de VSEA são: 436,40 ha de VSEM e 144,92 ha de pastagens. O solo exposto em 2007 abrangia 1817,36 há, e em 2009 passou para 2461,84 ha. É uma forma de uso que apresenta grandes mudanças, pois, depende da época em que foi obtida a imagem, quando pode existir maior ou menor número de lavouras colhidas, que se enquadram nessa forma de uso. Ressalta-se também, que a maior parte dessa área pertence a áreas de lavouras que estão em pousio e pastagens. REFERÊNCIAS FLORENZANO, T. G. Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo, 2008. NOVO, E. L. de M. Sensoriamento Remoto princípios e aplicações. São Paulo, 1992. INPE. Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres: Disponível em: <http://www.cbers.inpe.br/>. Acesso em: 20 fev. 2010. 149 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL COMO UMA FERRAMENTA DE CONTROLE NA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL Fernando Eibel¹ UNIOESTE (Campus Francisco Beltrão-PR) [email protected] Roberto Bottega² UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Segundo Valle (2006), um termo que tem tomado uma posição de grande destaque dentre as preocupações que perturbam a sociedade num todo é o meio ambiente. Algumas atitudes que são tomadas e acabam sendo consideradas isoladas em defesa do meio em que vivemos, vem dando lugar a abordagens feitas de maneira mais racional, objetivas e sistêmicas quando tratamos de problemas que são gerados pela poluição e atividades humanas. Segundo Seiffert (2005), um dos fatores que mais afetam de forma intensa as organizações diz respeito às ações dos clientes, ou possíveis clientes. O papel das pessoas e suas motivações não são um assunto novo para as empresas, mas no que diz respeito à questão ecológica vem demonstrando uma conjunção de fatores, que se apresentam, por exemplo, na forma de um ganho de importância para a questão ambiental, principalmente devido à evolução dos meios de comunicação, que muitas vezes possibilitam acesso imediato aos fatos. Desta forma, as empresas constataram a importância dada pelos consumidores à qualidade ambiental. Segundo Barbieri (2004), os selos ou rótulos ambientais têm o objetivo de informar os consumidores ou usuários sobre as características benéficas presentes em produtos ou serviços específicos. Algumas informações que são passadas ao público são biodegrabilidade, retornabilidade, utilização de material reciclado, eficiência energética e outras. Segundo Barbieri (2004), a sensibilização da população em geral, funciona como uma forma de pressão para que as empresas atuem de maneira a degradar menos o meio ambiente, principalmente consumidores que procuram utilizar produtos e serviços ambientalmente corretos. Os selos verdes ou rótulos são uma importante ferramenta de indicação da importância do desempenho ambiental 150 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR como critério determinante na escolha da população na hora de realizar suas compras. Através dos rótulos ou selos verdes são fornecidos atributos ou aspectos ambientais em produtos e serviços e seu objetivo é atrair consumidores e usuários que tenham certa preocupação com o meio ambiente, dando destaque para as características benéficas dos produtos ou serviços em relação ao meio ambiente. Um fator de relevante importância para a aquisição dos selos verdes é a cooperação dos empregados e fornecedores. Segundo Valle (2006), o processo de obtenção da certificação ambiental por uma organização e a garantia de sua manutenção, dependerá da participação consciente de seus funcionários e fornecedores, pois muitas vezes a falta de preparo por parte desses colaboradores acaba provocando os maiores acidentes, quando podem ser gerados os piores resíduos. Segundo Barbieri (2004), o tema meio ambiente entrou de maneira definitiva na agenda dos políticos, nota-se isto através da freqüente aprovação de leis ambientais nos dias atuais. Muitas organizações da sociedade civis e sociais têm exercido um papel preponderante, manifestado através de denuncias, da formação de opiniões diante de grande público, de pressões políticas e de cooperação com grandes empresas. A presença das ONGS nas questões globais tem sido de fundamental importância para que as resoluções e recomendações dos acordos multilaterais ambientais não terminem abandonadas nas gavetas dos governantes. Segundo Seiffert (2007), um dos resultados atingidos através das várias discussões sobre os problemas ambientais e de que forma fortalecer o desenvolvimento econômico envolvendo esta questão foi o surgimento das normas ISO 14000 estas o buscam desenvolver uma abordagem organizacional que leve a uma gestão ambiental efetiva. Segundo Seiffert (2005), a importância da gestão ambiental para pequenas e médias empresas tem sido demonstrada por uma série de constatações relacionadas ao ambiente onde elas atuam. Isto ocorre por que as empresas estão expostas à cobranças de atitudes mais ativas com relação à responsabilidade sobre seus processos industriais, resíduos e efluentes produzidos e descartados, como também o desempenho de seus produtos e serviços em relação à abordagem do ciclo de vida. É necessário que se analise 151 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR além do processo produtivo, também o produto em toda a sua trajetória, desde a matéria prima até o descarte final. Segundo Valle (2006), com o objetivo de tentar padronizar as ações que devem ser tomadas nessa nova óptica para proteger o meio ambiente, a Organização Internacional para Normatização (ISO) criou um sistema de normas que foi designado como ISO 14000. Esta série constitui o conjunto de normas, mais amplo até então, criado de forma simultânea e possui em sua estrutura, normas que regulam sua própria utilização e que estabelecem as qualificações daqueles que deverão auditar sua aplicação. Ela tem como proposta normalizar as referências ambientais e também influenciar nas decisões do consumidor final, nos pontos-de-venda e nas prateleiras dos supermercados, com a utilização de símbolos de qualidade ambiental, estampados nas embalagens dos produtos. REFERÊNCIAS BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Iso 14001 Sistemas de gestão ambiental: Implantação objetiva e econômica. São Paulo: Atlas, 2005. VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: iso14000. São Paulo: Senac, 2005. 152 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR A APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO NO MAPEAMENTO DE PRODUTORES AGROECOLÓGICOS Poliane de Souza1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Taís Andriéli Menegotto1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] O objetivo deste trabalho é propor a utilização do Geoprocessamento para a criação de um banco de dados com informações referentes a produtores agroecológicos. De acordo com Câmara & Davis (2001) Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica. Em outras palavras, pode-se dizer que é um conjunto de tecnologias, onde há a coleta e tratamento de dados espaciais para atingir determinado objetivo. O Sistema de Informações Geográficas (SIGs) é a ferramenta do Geoprocessamento que permite a integração desses dados. A combinação dos dados de diversas fontes permite realizar análise e interpretações sobre os mais diversos fenômenos e dessa forma oferece suporte para tomada de decisões. Com o auxilio do Geoprocessamento, por exemplo, podem-se mapear os produtores agroecológicos de uma determinada região ou município e integrar dados sobre as propriedades e as respectivas produções. A Agroecologia é um sistema de produção agrícola alternativo que segundo Gliessman (2002), foi proposto nos anos 1930, por alguns ecologistas para designar a ecologia aplicada á agricultura. A Agroecologia dedica-se ao estudo das relações produtivas entre homem-natureza, visando sempre à sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética. As práticas agroecológicas se baseiam na pequena propriedade, na mãode-obra familiar, em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais e em redes regionais de produção e distribuição de alimentos. Mas diante da racionalista produção convencional as dificuldades encontradas 1 Acadêmicas do curso de Geografia – UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão-PR 153 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR para produzir de forma agroecológica são muitas, dentre elas destaca-se a dificuldades no acesso a recursos financeiros e assistência técnica. Um dos motivos que leva a tais dificuldades é a carência de uma base de dados que incorpore todas, ou pelo menos a maior parte, das informações sobre a produção agroecológica. A construção de uma base de dados confiável e completa, dispondo, por exemplo, de informações sobre localização e tamanho das propriedades, tipo de produção (produtos naturais ou beneficiados), renda familiar, estradas, tipo de solo, cobertura vegetal, recursos hídricos entre outros, pode auxiliar na definição das áreas com aptidão agrícola e também como base para a criação de associações e cooperativas. Pode-se ainda, ser utilizado como alicerce na criação e desenvolvimento de políticas públicas pontuais, que sirvam de orientação no desenvolvimento de programas e projetos específicos. Além disso, pode ser utilizado como referência no ordenamento e gestão do território, planejando e maximizando a eficiência de sua utilização de forma ordenada e coerente. A coleta e inserção dos dados em meio computacional demanda tempo, dinheiro e conhecimento, mas muito além disso, o desenvolvimento da agroecologia, depende de interesses e iniciativas, tanto do Estado como dos próprios produtores, os principais beneficiados. REFERÊNCIAS CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. Introdução a Ciência da Geoinformação. 1. ed. São José dos Campos, 2001. Disponível em: <http://www.geolab.faed.udesc.br/paginaweb/Pagina%20da%20disciplina%20geo p_files/intoducao.pdf>. Acesso em: 08 mai. 2010. GLIESSMAN, Stephen R. Agroecología: processos ecolológicos en agricultura sostenible. Turrialba, C.R.: CATIE, 2002. 154 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS/GEOGRÁFICAS DO MUNDO QUE ANTECEDERAM A GEOGRAFIA CIENTÍFICA MODERNA Rodrigo Ferreira Lima UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Fabrício Pedroso Bauab UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Durante a Baixa Idade Média se percebeu uma mudança nas formas de representação da realidade dos lugares, em que a experiência das viagens marítimas foram sendo incorporadas aos escritos considerados sagrados. A busca de riquezas fez com que mareantes se lançassem aos mares a procura delas. Para tanto, usavam-se poucos – ou nenhum - instrumentos de navegação. Assim, foram surgindo nos mares representações das rotas e dos lugares visitados. As primeiras cartas mostravam o Mediterrâneo com suas passagens e perigos. Dessa maneira, serviu como fonte para outra forma de representação costeira chamada portulano. Tal forma de representação era fruto de uma enorme carga de experiência e conhecimentos dos mareantes, sendo, portanto, considerada de grande credibilidade. Outra etapa do processo de renovação cartográfica foi a troca de se navegar em mares fechados por oceanos abertos. Existiam duas preocupações nesse tipo de aventura: a determinação da latitude e, também, da longitude nos mares. A primeira preocupação era sanada com o auxilio de instrumentos como o astrolábio e uma tabela de declinação, ou pelo referenciamento na estrela polar. No que se diz respeito à longitude, a preocupação aumentava por não existir uma técnica precisa para tal calculo de distância, levando a fazê-lo a olho em alguns casos. Para tais cálculos, se observou a necessidade de reaver conceitos, como o sistema de latitude e longitude de Ptolomeu. Dessa maneira, quando Marco Pólo regressara a Europa vindo da Ásia, as cartas portulanos estavam reunidas em cartas e mapas cada vez maiores. A representação de Abraham Cresques na obra Atlas Catalão foi reflexo dessa tendência. Esse mapa tinha interesse em se apresentar como um mapa mundi, estando representados os interesses de mareantes e mercadores do final período medieval. Tal obra acabou sendo considerada a superação do empirismo pela experiência prática. Contudo, os aspectos bíblicos ainda se faziam presentes nas representações, como a presença do paraíso terrestre. 155 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Após a perseguição aos judeus em Aragão, o filho de Cresques seguiu em direção a Portugal levado consigo o conhecimento cartográfico até então adquirido. Dessa maneira, auxiliou na formulação de cartas a mapas de marear, fazendo, assim, a cartografia se tornar uma ciência internacional. Essa representação dos lugares se diferenciava dos até então conhecidos mapas T-O por representar a realidade através de medidas precisas, e não mais somente através do que os escritos relatavam. Tal forma de representação, antes feita por Ptolomeu e Estrabão, foi mantida viva graças aos esforços dos árabes, pois ao navegar pelo índico, sentiram a necessidade de representar os lugares onde visitavam. Dessa forma, os mapas deixariam de ser meras ilustrações em meio a escritos para se tornarem forma de representação de lugares, animais, povos desconhecidos, etc. Outros mapas que serviram de representação no século XIII foram os mapas de Hereford e Ebstorf. Em tais obras, existiam representações que iam desde cidades consideradas bíblicas até lugares reais como a região da Baixa Saxônia. Contudo, as representações eram feitas através de mapas e cartas para uma melhor compreensão e interpretação dos dados e informações neles contidos. Portanto, não se deve desconsiderar o grande auxílio que os mareantes e comerciantes fizeram a Cartografia e a Geografia, principalmente nas representações das já mencionadas cartas Portulano. Nesse aspecto, as cartas portulanos formularam novas rotas marítimas usando, em grande medida, de grande experiência e eficácia técnica. Dentre as mais antigas destes portulanos, estão as primeiras representações feitas em Gênova e Pisa, e posteriormente de origem catalã. Dessa maneira, contribuiu com a circulação de mercadorias e pessoas nos mares durante os primórdios da sociedade mercantil. O grande diferencial dessa técnica de representação é a triangulação que era feita através de linhas, que acabavam formando uma “malha geométrica”. Nesse aspecto, Ptolomeu foi de grande valia por demonstrar alguns traços gerais que foram muito importantes. Quanto aos portulanos, o grande avanço se deve à aceitação da possibilidade da existência de novas terras e novos povos em lugares desconhecidos. Outro diferencial que é conhecido dos portulanos é um padrão geométrico - que poderia variar de acordo com cada carta - conhecido por ser uma rede de loxodromas1 parecido com a rosa-dos-ventos. Assim, conhecendo a direção dos ventos e suas dinâmicas, era possível a formulação de viagens ao horizonte. Outro mapa que se parece com os portulanos são os mapas Toscanelli. Nessa forma de representação os pontos costeiros do Mediterrâneo eram mais precisos, sempre sem representar os seus interiores, e quando isso acontecia, acabava os fantasiando 1 Linhas de rumo. 156 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR com figuras como grous e seres fantasiosos, além de sereias e ciclopes. A ilusão de seres fantasiosos aumentava na medida em que se afastava do equador em direção aos pólos. Portanto, os portulanos foram parte de um longo processo de aperfeiçoamento das técnicas representativas da superfície terrestre, em que existiu a retomada da linguagem matemática em nas representações cartográficas. A contribuição de Ptolomeu se estabelece na retomada do espírito científico e quantitativo dos dados, juntamente com a retomada do seu esquema de latitude e longitude que possibilitava igualdade entre os mapas. A grande dificuldade ficava por conta da transposição de uma terra esférica para uma superfície plana. Essas formas de estudo, conjuntamente com as posteriores viagens marítimas, foram de grande importância para o advento da Geografia Científica Moderna. REFERÊNCIAS BOORSTIN, D. J. Os descobridores. Trad. Fernanda Pinto Rodrigues. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989, p. 103-116. CARVALHO, M. S. Geografiaonline: a Geografia no ciberespaço. Londrina, 2002. CROSBY, A. W. A mensuração da Realidade: a quantificação e a sociedade Ocidental – 1250-1600. Trad. Vera Ribeiro. São Paulo: EdUNESP, 1999, p. 99110. DREYER-EIMBCKE, O. O descobrimento da Terra. Trad. Alfred Josef Keller. São Paulo: Melhoramentos: EdUSP, 1992. KIMBLE, G. H. T. A Geografia na Idade Média. Trad. Márcia Siqueira de Carvalho. 2. ed. rev. Londrina: EdUEL, 2005. RIBEIRO, M. E. B. Entre a fonte e o objeto: o estatuto das imagens na história e na história da arte. Textos de História, v. 15, n°1/2, p. 81-92, 2007. SANTOS, D. A reinvenção do espaço: diálogos em torno da construção de uma categoria. São Paulo: EdUNESP, 2002, p. 33-57. 157 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA DE SOLO DA LINHA SANTA BÁRBARA Taisller Guimarães da Silva Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR) [email protected] Ediane Cristina Daleffe Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR) [email protected] Julio Caetano Tomazoni Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR) [email protected] Elisete Guimarães Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR) guimarã[email protected] Esse estudo teve a finalidade de quantificar vários indicadores relevantes à interpretação geoquímica dos solos. Sendo essa quantificação cada vez mais importante e presente na tomada de decisões quanto às maneiras de exploração e intervenção no setor agropecuário. O material para análise foi obtido na propriedade da UTFPR, Campus de Francisco Beltrão pertencente à bacia hidrográfica do Rio Catorze na região sudoeste do Paraná. Esse material acima citado foi recolhido em cinco locais diferentes, a uma profundidade de 0 a 20 cm, devidamente isolados e etiquetados num total de cinco amostras, com diferentes tipos de cobertura vegetal (VIEIRA; VIEIRA, 1988). Posteriormente para obtenção dos dados necessários para a quantificação geoquímica das amostras, foi encaminhado o material para o laboratório de análises de solos da UTFPR/IAPAR Campus Pato Branco-PR. No laboratório foram elaboradas técnicas tradicionais para verificação dos fatores relevantes a pesquisa, sendo o processo de digestão úmica para determinação da matéria orgânica e a utilização da solução de Mehlich – I para determinar os macros e micro-nutrientes como: Fósforo (P), Potássio (K), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Zinco (Zn) e Manganês (Mn), (CLAESSEN, 1997). A partir do resultado das análises do material foi elaborada a interpretação dos dados obtidos. Assim sendo possível a classificação do tipo de solo das amostras com relação às frações do solo, sendo caracterizada por uma textura muito argilosa, característica dos latossolos, que são muito presente na bacia hidrográfica do Rio Catorze. 158 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR Na Tabela 1 estão os resultados da análise geoquímica realizada no laboratório de análises de solos da UTFPR/IAPAR, Pato Branco – PR. Tabela 1- Análise Geoquímica de amostras de solos da bacia hidrográfica do rio Catorze Parâmetro -3 Teor de MO (g/dm ) pH Alumínio Trocável – Al (cmol 3 (+)/dm ) 3 Cálcio – CA (cmol (+)/dm ) 3 Potássio (cmol (+)/dm ) 3 Fósforo P (cmol (+)/dm ) Soma das Bases Trocáveis – SB 3 (cmol (+)/dm ) Capacidade de Troca de Cátions (cmol (+)/dm3) Saturação de Bases V% Saturação de Alumínio AL % Índice SMP H + Al (cmolcdm-3) 02 26,80 Amostra 03 26,80 04 40,21 05 60,3 4,40 4,70 4,20 4,60 0,34 0,14 1,04 0,20 Macros - nutrientes 6,29 3,75 0,53 0,65 6,99 8,53 Relações 5,06 0,18 7,75 6,08 0,18 15,65 8,90 0,25 3,47 01 37,53 Acidez 5,20 --- 9,86 6,15 8,19 8,82 11,56 13,83 11,11 12,47 16,58 18,09 71,29 55,36 65,68 53,20 63,90 --5,24 1,68 10,55 1,70 6,30 6,00 6,20 5,40 5,70 3,97 4,96 4,28 7,76 6,53 Micronutrientes Cobre Cu (mg/dm3) 6,00 5,10 4,79 10,14 7,84 Zinco Zn (mg/dm3) 5,50 1,63 1,12 6,53 5,90 Ferro (mg/dm3) 35,68 23,15 26,42 148,49 119,49 Manganês (mg/dm3) 3,04 1,75 2,95 2,56 2,41 Análise Granulométrica Argila % 71,60 80,76 69,70 64,50 61,00 Areia % 3,60 2,70 3,20 1,90 0,80 Silte % 24,80 16,60 27,10 33,60 38,20 Legenda: Baixo, Médio e Alto; P - fósforo, C - carbono, V - saturação de bases, SMP método de análise e correção de acidez do solo. Fonte = PIBIC – Estudo Radiométrico de Alvos Naturais e Artificiais de sensores Orbitais. Pode-se perceber segundo a tabela, que os índices de matéria orgânica são normais, tendo expressividade alta na quinta amostra, por se tratar de uma área de várzea com cultivo de soja inundável de tempos em tempos. Os níveis de pH se mostraram estão entre baixo (4,2 e 4,4) a médios (4,6 a 5,2), aspecto que não inviabiliza a possibilidade de utilização para fins agrícola, pois, podem ser submetidos à calagem. Com relação aos macros e micro-nutrientes todos os níveis são elevados ou normais, sendo solos férteis e propícios para exploração agrícola ou agropecuária. Em geral os latossolos da bacia hidrográfica do rio catorze se distinguem em dois tipos: LVdf2 e LVdf8 – Latossolo Vermelho Distroférrico úmbrico, com 159 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR textura argilosa, fase floresta subtropical perenifólia, com relevo ondulado. Apresentando solos com saturação por bases baixas (V < 50%) e teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 180g/kg a < 360g/kg na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA), (EMBRAPA SOLOS, 2006). Latossolos Identificados conforme Figura 1. Figura 1-Classificação de solos através da declividade plataforma SPRING Fonte = PIBIC – Estudo Radiométrico de Alvos Naturais e Artificiais de sensores Orbitais. Com esse trabalho buscou-se o enriquecimento dos conhecimentos sobre as técnicas de obtenção de amostras, os passos para análise granulométrica e a interpretação de análises geoquímicas com referencial teórico sobre o assunto. REFERÊNCIAS CLAESSEN, M. E. C. et al. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. rev. atual. EMBRAPA – CNPS. Rio de Janeiro, 1997. VIEIRA, L. S.; VIEIRA, M. N. F. Manual da Ciência do Solo com ênfase aos Solos Tropicais. ed. rev. ampl. Ed: Agronômica CERES LTDA. São Paulo 1988. EMBRAPA SOLOS. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro, 2006. 160 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR RECURSOS OFERECIDOS PELO GEOPROCESSAMENTO APLICADOS NO PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA AGRICULTURA Taís Andriéli Menegotto1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Poliane de Souza1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] Alcimar Paulo Freisleben1 UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR) [email protected] O presente trabalho tem por objetivo apresentar alguns dos recursos oferecidos pelo geoprocessamento na identificação das características das propriedades rurais, valendo-se de imagens de satélites de alta resolução espacial e mapas temáticos para identificação do uso atual das terras e das parcelas agrícolas, visando melhor planejamento de políticas públicas ligadas ao setor agrícola brasileiro. O geoprocessamento é a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para tratar informações geográficas e vem influenciando de maneira crescente diversas áreas, dentre elas a cartografia, a análise de recursos naturais, transportes, comunicações, energia, planejamento urbano e regional (CÂMARA; DAVIS, 2001). Segundo CARSON (1993) em geral ocorre, nos países em desenvolvimento, erros e omissões nos levantamentos de informações e indicadores sócio-econômicos mais freqüentes do que as mudanças que intencionam medir, mascarando muitas vezes a realidade, dificultando a elaboração de programas e projetos específicos. Para este autor, as fontes de dados geralmente são questionáveis. A maioria dos países em desenvolvimento carece de capacidade necessária para coletar informações sociais e econômicas adequadas, principalmente na área rural, e conclui que muitos governos não podem sequer manter dados precisos de suas próprias atividades. Segundo Mangabeira (2002) é praticamente impossível administrar as políticas públicas sem planejar. Tal planejamento requer uma base segura de 1 Acadêmicos do curso de Geografia. 161 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR informações mais atual e confiável, principalmente no que se refere às informações quantitativas. Neste caso, é imprescindível gerar, para fins de planificação e desenvolvimento rural, informações que identifiquem e quantifiquem as diversas variáveis relacionadas ao uso das terras, das parcelas agrícolas e dos sistemas de produção. Este processo de investigação pode ser facilitado pela utilização de imagens de satélites de alta resolução espacial, que podem gerar dados passíveis de serem geocodificados, ou seja, integrados, relacionados e espacializados nos sistemas de informações geográficas (SIG's). Ademais, a geocodificação destes dados embasará a estruturação de sistemas de informação que possam dar apoio à decisão mais racional quanto ao planejamento e desenvolvimento rural na escala da administração municipal regional, fazendo assim, com que a política desenvolvida atinja sua real finalidade. O Brasil, país de grande extensão territorial, apresenta uma colonização bastante diversificada em escala temporal quanto à ocupação de suas terras agricultáveis, com início de plantação de cana-de-açúcar, criação de gado no Sul do país, o ciclo do café e assim por diante, cada um deles apresentando características e dinâmicas específicas. Em virtude de o Brasil ser considerado um país agrícola, há poucos registros mais claros quanto a sua dinâmica do uso das terras. Em razão aos poucos recursos financeiros destinados a realizações de censos e cadastros fundiários com a freqüência necessária, com informações úteis sobre o uso das terras e dos sistemas de produção agrícola utilizados. Os censos agrícolas são realizados a cada 10 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o cadastro das propriedades agrícolas, elaborado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), encontra-se desatualizado. Um dos problemas da coleta de dados a cada 10 anos em relação à dinâmica do setor agrícola pode diferenciar muito, a omissão de dados por parte dos entrevistados, contribui para inverdades nos dados, ou mesmo, omitindo fenômenos isolados que aconteceram no período e influenciaram na produção. Estes dados não possuem enfoque sistêmico, não levam em consideração informações espaciais, tais como a localização das propriedades, tipo de solo, relevo, não identificando as aptidões agrícolas, o que leva a implantação de programas gerais, que se tornam ineficazes. Como forma de garantir melhor 162 XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR confiabilidade dos dados coletados, a checagem das informações espaciais se torna tão importante, quanto a conferencia dos dados numéricos. Em geral, este tipo de levantamento tem alto custo financeiro, envolve muito tempo e, quando os dados são publicados, freqüentemente já estão desatualizados. Isso revela a precariedade dos dados usados para o planejamento das políticas públicas e o destino de verbas no setor agrícola brasileiro, tendo em vista o desconhecimento do uso das terras e do sistema de produção instaurado. Deste modo, torna-se dificultosa a formulação de políticas públicas adequadas, uma vez que não existe uma base segura e constantemente atualizada de informações na qual tais políticas possam se basear. Existe uma deficiência de metodologias que possam ser utilizadas para resolver o problema de coleta, análise e disponibilização dos dados. Cabe ao governo procurar medidas alternativas para a obtenção de dados confiáveis, por meio de técnicas de geoprocessamento pode ser feito a coleta de dados espaciais e cadastrais, agilizando o trabalho de levantamento e fiscalização dos dados, aumentando consideravelmente a precisão e eficiência do processo. REFERÊNCIAS CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. Introdução a Ciência da Geoinformação. 1. ed. São José dos Campos, 2001. Disponível em: <www.dp1.inppe.br/gilberto/livro/introd/index.html>. Acesso em: 23 abr. 2010. MANGABEIRA, J. A. C; Tipificação de produtores rurais apoiada em imagens de alta resolução espacial, geoprocessamento e estatística multivariada: uma proposta metodológica: 2002. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas. CARSON, W. H. Manual global de ecologia: o que você pode fazer a respeito da crise do meio ambiente. São Paulo: AUGUSTUS, 1993. p. 413. 163