Patrono do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010:
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Patrono do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010:
Outubro 2009 Ano 6 Edição 006 R$ 15,00 ISSN 1983-5426 Alexandre Tirelli, Odil Baur de Sá, José Maria Chapina Alcazar e Paulo Nathanael Pereira de Souza. Patrono do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010: Prof. Paulo Nathanael Pereira de Souza. Melhores momentos do Congresso e-Learning Brasil e do Fórum Internacional de Tecnologia Aplicada à Educação Lições aprendidas, casos Vencedores, Referências Nacionais e Contribuições Marcantes Dados estatísticos do mercado brasileiro de e-Learning Editorial Além do e-Learning: Desenvolvendo Talentos Ao longo desta edição vocês encontrarão os resumos das 19 sessões do Congresso Internacional e-Learning Brasil e do Fórum Internacional da Tecnologia Aplicada à Educação, dados estatísticos do mercado brasileiro e os 21 casos de sucesso participantes do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010: Sabesp, CEF, Algar Universidade, Schincariol, Vivo, CVC, SKY Brasil, Oi Canais, FGV Online, FAAP, Mackenzie, Senac Rio, Colégio Militar de Manaus, Seduc AM, Câmara dos Deputados, CIEE, Sebrae SC, Escola Politécnica da USP, PUC SP, Senai DN e Portal Educação. Com o lançamento, durante o evento, da versão em português do livro 25 Melhores Práticas em Aprendizagem e Desenvolvimento de Talentos e a vinda de Nick van Dam como keynote speaker, enriquecemos sobremaneira nossa visão do modelo de liderança a ser adotado nos próximos anos, objetivando ter sucesso no desenvolvimento das gerações X (nascidos de 1965 a 1980) e Y (nascidos de 1981 a 1995). Nas sete sessões do FIT Educ foram explorados temas de grande relevância para nossa compreensão e preparo para o entendimento da geração Z (nascidos a partir de 1995), que dentro de poucos anos estará no mercado de trabalho, entre eles: Aprendizado e Inteligência Coletiva, Aplicação de Tecnologias para Suportar a Mobilidade, Games e os Novos Modelos Mentais. Na sessão “Fronteira do Conhecimento”, os Professores Doutores Carlos Faccina e Paulo Nathanael de Souza destacaram a relevância do balanceamento da “razão” e “emoção” na gestão, e no “Painel dos Presidentes”, João Cox, da Claro, e Martin Nelzow, da Bohering Ingelhein, destacaram, além das melhores práticas, suas visões para o desenvolvimento e retenção dos talentos nos próximos 10 anos. Durante o evento foram ainda explorados os temas “Suporte ao Desempenho” e “Tutoria (coaching e mentoring)”, duas das dimensões da Arquitetura do Aprendizado e Desempenho, com grande potencial de melhoria em nosso país, além da contribuição de Elliott Masie sobre “Aprendizado Social” (Social Learning), “Gestão do Conhecimento” e como administrar os momentos de “Incerteza” que estamos vivendo numa realidade global. Os dados estatísticos demonstram que os investimentos acumulados de R$ 2 bilhões têm seu retorno em pouco mais de 5 meses, através dos benefícios, também acumulados, de R$ 4,5 bilhões, e que as razões de negócio que mais contribuíram com eles foram: melhor capacitação da força de vendas, agilizar o lançamento de novos produtos, redução dos custos com viagens e cursos e implantação de novos sistemas. Sob os aspectos qualitativos, destacam-se o alinhamento dos projetos às estratégias organizacionais e a enorme oportunidade de melhoria nos estilos dos patrocinadores, como podem ser vistos no gráfico que segue: Francisco Antonio Soeltl [email protected] Presidente do Portal e-Learning Brasil e da MicroPower revista e-Learning Brasil 2009/2010 3 Índice Capa: Alexandre Tirelli, Odil Baur de Sá, José Maria Chapina Alcazar e Paulo Nathanael Pereira de Souza. Editorial Melhores Momentos do Congresso e FIT Educ 2009 Dados Estatísticos Melhores Práticas e Lições Aprendidas Artigo Galeria de Sucesso Conselho de Notáveis Cerimônia de Abertura do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Paulo Nathanael Pereira de Souza – Patrono do Prêmio Vencedores Prêmio 2009/2010 Referências Nacionais Contribuições Marcantes Homenagem – ABRH-Nacional Homenagem – ADVB Inclusão Social Expediente Direção Geral: Francisco Antonio Soeltl [email protected] Publisher: Marcos Baumgartner [email protected] Reportagem, Redação e Revisão: Equipe MicroPower Produção Gráfica: T&D Editora [email protected] Arte e Diagramação: Alexandre M. Mercaldi Favero [email protected] Revisão Final: Ubirajara Idoeta Cará [email protected] Fotos: Alexandre Diniz e Jefferson Pancieri [email protected] Conselho de Notáveis: Miguel Ignatios, Ozires Silva, Alair Martins, Elcio Anibal de Lucca, Paulo Skaf, Alain Belda, Paulo Nathanael de Souza, Carlos Faccina, Odécio Grégio, Agostinho Turbian e Francisco Antonio Soeltl Coordenação da Comissão Avaliadora: Cláudio Minetto Comissão Avaliadora: Ana Rosa Chopard Bonilauri, Augusto Gaspar, Eduardo Toledo Santos, Fábio Ribeiro, Fernando Carvalho Lima, Marcos Felipe Magalhães, Marcos Resende, Marcos Telles, Maria da Graça Moreira da Silva, Nivaldo Tadeu Marcusso, René Birocchi, Sergio Hentschel, Sergio Scheer, Simone Antaki, Valdemar Bassetto e Gilda Helena Bernardino de Campos Impressão: Editora Referência Realização: MicroPower: Rua Amazonas, 439 3o piso Conj. 32 - Centro - São Caetano do Sul - SP - CEP: 09520-070 - Tel.: + 55 11 3041-8600 - Fax: + 55 11 3041-8610 - [email protected] T&D Editora: Rua Oscar Bressane, 461 - Jardim da Saúde - São Paulo - SP - 04151-040 - Tel/Fax: + 55 11 5073 3222 - [email protected] A e-Learning Brasil Revista é uma publicação da MicroPower (micropower.com.br) com o apoio da T&D Editora (rtd.com.br) ISSN 1983-5426 4 revista e-Learning Brasil 2009/2010 03 06 28 40 42 44 45 46 48 50 74 116 128 129 130 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Sessão de Abertura do 9o Congresso Internacional e-Learning Brasil Um evento que vai além do e-Learning a manhã de quarta-feira, 24 de junho de 2009, no Centro de Convenções do Sheraton WTC Hotel, em São Paulo, Francisco Antonio Soeltl, Fundador e Presidente do Portal e-Learning Brasil e da MicroPower, deu as boas-vindas aos participantes da 9a edição do Congresso e-Learning Brasil. O evento foi transmitido para seis cidades brasileiras: Manaus, Rio de Janeiro, Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto e Florianópolis, por meio da tecnologia de transmissão via satélite, que permite que as pessoas possam interagir e fazer perguntas ao vivo aos palestrantes. Entre as novidades na programação do evento, foi mencionada a apresentação das melhores práticas de e-Learning por parte das empresas contempladas com o Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010. Com base em uma breve retrospectiva, Francisco Antonio Soeltl apresentou os temas abordados nos nove anos de Congresso de maneira evolutiva, destacando a estreita ligação que possuem entre si: N 2001: “O e-Learning da teoria à prática” 2002: “Evolução ou revolução?” 2003: “O e-Learning já é uma realidade?” 2004: “Evolução do Ensino para Aprendizado” (foco no aluno, não mais no professor) 2005: “O Impacto do Aprendizado na Performance” (aprendizado influenciando no desempenho das pessoas) 2006: “Aprendizado, Desempenho e Resultados” (foco no resultado: melhor desempenho para melhor resultado) 2007: “As influências das Lideranças e Tecnologias no Aprendizado, Desempenho e Resultados” (palestra de Nick van Dam por videoconferência) 2008: “Gestão do Conhecimento, Aprendizado e Talentos” (lançamento do livro: Além do e-Learning, de Marc Rosenberg) Após a retrospectiva, foi apresentado o tema do Congresso deste ano: “Além do e-Learning: Desenvolvendo Talentos”, que é uma referência ao livro de Nick van Dam: 25 Melhores Práticas em Aprendizagem e Desenvolvimento de Talentos, lançado oficialmente no 6 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Sessão de abertura Brasil durante o Congresso pela editora Qualitymark. Na sequência, Nick van Dam foi convidado ao palco para falar mais sobre o tema e as tendências para o futuro. Além do e-Learning: Desenvolvendo Talentos O e-Learning com foco em 2020 O Visionário, Consultor e Líder em raciocínio Nick van Dam, Diretor Global de Aprendizagem, Inovações e Soluções de e-Learning da Deloitte, nasceu na Holanda e viveu nos Estados Unidos por 12 anos até retornar a seu país de origem. Esse retorno é justificado pelo fato de a Holanda (ou a Europa) situar-se no centro do mundo. A centralidade geográfica é importante devido a uma tendência constante de mudanças de poderes em relação à economia. A hegemonia de determinados países pode não ser definitiva, ocorrendo uma “transferência” de Nick van Dam poder para outras nações. No “centro do mundo”, qualquer que seja a hegemonia momentânea, a distância permanece relativamente a mesma. Sobre o tema “Desenvolvendo Talentos”, o foco de Nick van Dam é o ano 2020. Para estabelecer um foco, é necessário observar as tendências atuais, olhar além da atual crise mundial. As empresas que forem capazes de pensar “com os olhos no futuro” são as que conquistarão a liderança do mercado nos próximos anos. Segundo o palestrante, o alto número de aposentadorias e a queda na taxa de natalidade apontam as dificuldades na reposição de talentos no mercado futuro. Além disso, há as expectativas da nova geração que chegará ao mercado de trabalho, que valoriza a satisfação pessoal, a conveniência e o ambiente de trabalho acima do estabelecimento de uma carreira em uma mesma empresa. A mudança populacional deixará lacunas profissionais em empresas, principalmente as localizadas em grandes centros, como Estados Unidos, China e Reino Unido, gerando a migração de talentos para diversos pontos do mundo, de acordo com o grau de atratividade e eficácia de uma empresa, que deve ser um lugar interessante para o trabalho. O advento de novas tecnologias permitirá, por exemplo, diferenças no modo de trabalho, já que é cada vez mais comum a existência de equipes virtuais globais. Nessas equipes, os profissionais trabalham a distância, de suas casas, em diferentes partes do mundo e, algumas vezes, de forma terceirizada. O Diretor da Deloitte argumentou que a tendência para 2020 é atingir as expectativas dos jovens da chamada geração Y, com características semelhantes ao redor do mundo, como a facilidade de trabalho em equipe, a colaboração, o dinamismo e a necessidade do entretenimento, da interatividade e do acesso à informação em tempo real. As mudanças comportamentais refletem diretamente no processo de aprendizagem. Os treinamentos tendem a ser desenvolvidos por coachs, tão respeitados pelos aprendizes. É crescente a demanda por treinamentos mais personalizados, que permitam a absorção de conhecimentos de acordo com as potencialidades individuais. A situação futura passa a ser preocupante para as empresas que, além de enfrentar uma concorrência global, precisam ser locais de trabalho mais atrativos, treinar e reter talentos e proteger a própria marca. Outra grande tendência do uso da tecnologia é auxiliar as empresas a manter seus lugares no mercado mundial, permitindo que os colaboradores trabalhem de suas casas em qualquer parte do planeta. Além disso, é um importante meio de treinamento, já que abrange as novas tendências de ensino, utilizando métodos mais entusiasmantes e engajadores, como os jovens de hoje preferem. De acordo com o palestrante, o aprendizado informal, que representa a maior parte dos conhecimentos adquiridos, deve ser usado juntamente com a educação formal. Como uma outra tendência atual é a distribuição mais rápida de conhecimento, ou seja, a aceleração do processo de aprendizagem, a junção com modelos mais informais de ensino só tem a colaborar. O relato e a troca de experiências e a utilização de modelos mais simples do estilo “como fazer” são exemplos de como o ensino informal pode ajudar no desenvolvimento de novos talentos. Para tornar o processo mais interessante, basta aliá-lo às tecnologias, com o uso de recursos audiovisuais, como o exemplo da Apple, que criou a iTunes University, uma parceria com universidades que disponibiliza conteúdos em formato de podcasts. Mais uma tendência, segundo Van Dam, é a diminuição da restrição do conhecimento ao chamado topo das organi- revista e-Learning Brasil 2009/2010 7 Sessão de Abertura (cont.) zações, demandando que competências e capacidades sejam desenvolvidas nos mais diversos níveis hierárquicos. Isso facilitará o processo de desenvolvimento de lideranças no futuro. O desenvolvimento de liderança ocorre na junção de quatro elementos: as competências cognitivas; as competências sociais e emocionais; os valores e a ética dos indivíduos; e a boa saúde física e mental. A formação de líderes também esbarra no tempo, já que as responsabilidades diminuirão o tempo disponível para estudo e aperfeiçoamento. Nesta questão, o e-Learning pode permitir o acesso a conteúdos instrucionais em diferentes momentos do dia, eliminando os dias de trabalho reservados para treinar colaboradores. Também os feedbacks constantes são importantes na formação do indivíduo, podendo haver o coaching on-line para suprir essa necessidade. O advento da Web 2.0 e suas ferramentas colaborativas são outro ponto relevante no aprendizado, através do uso de redes sociais, comunidades de relacionamento e a possibilidade de o aluno interagir com os conteúdos, usando wikis, blogs etc. Outro destaque é a transição do LMS para o TMS (Talent Management System), além da união de diversas ferramentas colaborativas para o desenvolvimento de talentos, cada uma colaborando com suas funcionalidades para o aprendizado do aluno. A consciência ambiental gerada pelo e-Learning é outro quesito fundamental, segundo o palestrante, no que tange à diminuição do uso de papel e ao menor número de viagens necessárias. Nick van Dam encerrou a apresentação sintetizando as tendências para 2020: a necessidade de um Sistema de Talentos que integre e considere diferentes tipos de Gestão, tais como Gestão de Talentos, de Competências, de Aprendizado, de Desenvolvimento, de Qualidade, de Desempenho etc., todas aliadas para buscar o melhor. 8 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Nick van Dam Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Aprendizado Social, Conhecimento e Incertezas Como tornar o aprendizado eficiente mesmo em épocas de grandes incertezas? lliott Masie, Futurista, Analista, Pesquisador, Humorista em tópicos críticos de tecnologia, negócios, aprendizado e produtividade no local de trabalho e Líder do Centro de Pesquisas Masie Center, realizou sua apresentação, via videoconferência, falando dos dias atuais, definidos por ele como de “grandes incertezas”. A preocupação com o atual cenário político-econômico mundial e a falha de algumas previsões feitas no passado sobre os dias de hoje instauraram uma situação de incerteza e desconforto geral. Na impossibilidade de previsões mais concretas, as lideranças atuais se veem em uma circunstância complicada de impossibilidade de estabelecer um quadro de preparação. Outro problema apontado por Masie é o fato de “estarmos equipados para ser aprendizes” e de sempre necessitarmos de direções para basear nossas decisões e planos. Em debate com a plateia sobre os níveis de incerteza dos dias atuais, Masie mencionou uma quebra de padrões atual: como muitas das situações hoje vivenciadas por nós não possuem precedentes históricos, surge um fenômeno em que o homem pode deixar de aprender pelas próprias experiências. Para evitar que isso se complique, é preciso valorizar a tradição oral e a colaboração. Estamos em um momento muito inspirador para exercitar a colaboração e compartilhar conhecimentos. No que diz respeito ao Brasil, Masie considera o país como um ponto focal, pelo pouco impacto sofrido com a crise atual e pela sua forte tradição oral. Trata-se de uma importante tradição, que gera sugestões e soluções rápidas para diversos problemas. Quanto a um método de alívio das atuais incertezas, foi destacada a junção da teoria e da prática. Especificamente no aprendizado virtual, como forma de redução de custos, o palestrante abordou a importância da inclusão de aspectos pessoais no ensino, tornando o aprendiz um autor no processo. Com isso, o e-Learning torna-se mais aberto, misturando e multiplicando conhecimentos. Atualmente, um dos maiores desafios do e-Learning está na requalificação profissional. A atual conjuntura nos E mostra que a vida útil de um conhecimento pode durar muito pouco, e, além disso, as pessoas estão mais dinâmicas e têm a necessidade de, muitas vezes, recomeçar sua vida profissional. O fato de aprender coisas novas em diversos momentos da vida mostra que as pessoas tendem a passar mais tempo aprendendo. Para que isso seja possível, é necessário compartilhar experiências e gerar um aprendizado mais social. Nesse papel, a tecnologia é uma excelente ferramenta de disseminação global de conhecimentos. Elliott Masie revista e-Learning Brasil 2009/2010 9 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Painel Socrático Três especialistas discutem a retenção de conhecimentos e o desenvolvimento de talentos P ara formar o Painel Socrático desta edição do Congresso e-Learning Brasil, Nick van Dam e Elliott Masie se juntaram a Marci Powell, Diretora Global de Ensino Superior e Treinamento Corporativo na Polycom e Presidente da United States Distance Learning Association (USDLA), que, assim como Masie, esteve presente por videoconferência. A primeira questão lançada pelos espectadores foi relacionada à maneira como repassar para as novas gerações o conhecimento de pessoas aposentadas que eram importantes para uma empresa. Para Marci, é possível registrar esse conhecimento, e as pessoas que se aposentaram podem continuar sendo úteis atuando como mentores das novas gerações. Os funcionários aposentados podem repassar conhecimentos por meio de redes sociais, vídeos, podcasts, entre outras ferramentas tecnológicas. A tendência é que as pessoas continuem aprendendo, mesmo depois de aposentadas. O que deve ser feito a partir de então é misturar os conhecimentos antigos com os novos, tornando as pessoas mais experientes os novos consultores desse processo. A ideia é abolir a imagem de inutilidade que a aposentadoria pode trazer. Uma segunda questão colocada diz respeito a como as empresas de porte mediano, com menos funcionários e recursos, principalmente para a criação de conteúdos de capacitação, podem criar estratégias para concorrer com empresas maiores em nível global. Os participantes do Painel enfatizaram que existe uma separação entre custo e conteúdo, e que é mais importante investir em conteúdo coerente e confiável para a capacitação do que simplesmente considerar o aspecto estético. Uma maneira eficiente e barata de captar conteúdos é por meio de registros de experiências, ao mesmo tempo que se certifica que um bom trabalho vem sendo feito na empresa. Em seguida, essas experiências de bom trabalho devem ser devidamente distribuídas e aliadas a fatores como atualidade e criatividade. O próximo questionamento foi como fazer com o que as pessoas deixem de pensar que compete apenas ao 10 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Elliott Masie e Marci Powell Nick van Dam empregador dizer o que fazer, passando a se responsabilizar também pelo próprio treinamento, atuando com mais iniciativa. Quanto a essa questão, entre os principais levantamentos está a criação de expectativas nos funcionários, trazendo conteúdos de treinamentos para sua realidade, de maneira que eles encarem a capacitação como um desenvolvimento também pessoal, e não como uma obrigação. A demanda por serviços dos educadores pode até mesmo aumentar não só no âmbito presencial, mas até mesmo globalmente. Isso quer dizer que os modelos tradicionais podem muito bem se aliar à tecnologia e existir harmoniosamente. O importante é frisar que novas formas de educação vão existir, e o papel de um educador no processo de aprendizagem jamais poderá ser desvalorizado. Concluindo, os participantes do Painel lembraram dados da ONU que alertam sobre a escassez de profissionais da educação, o que quer dizer que ainda há muito trabalho pela frente. Essa não é uma tarefa tão simples, sendo necessário redefinir a cultura e o modo de ensinar. É preciso buscar maneiras eficazes de ensinar, adequadas às realidades individuais. Não podemos nos esquecer também do fator motivação: sem ele o aprendizado não é completamente efetivo. Uma boa dica para exercitar a motivação é tornar o aluno parte integrante do processo de ensino, ou seja, ele aprende algo novo ao mesmo tempo que distribui conhecimentos aprendidos. A seguir, foi questionado quais são as próximas tendências da educação a distância. Os entrevistados relembraram o forte crescimento do acesso às tecnologias e estimam uma aliança entre competição e cooperação na aquisição de conhecimentos. É preciso perder o medo de competir, afinal isso será feito no mesmo patamar da cooperação, isto é, de maneira positiva e gerando crescimento. Outras tendências apontadas foram o possível aumento do número de universidades corporativas, a utilização do e-Learning como apoio a trabalhos que agora ocorrerão em nível global e, principalmente, a diminuição das distâncias. A última questão do Painel Socrático abordou o papel do educador em relação às novas tecnologias, principalmente no que tange à preocupação existente por parte dessa classe profissional (o medo do desemprego, a resistência às novidades etc.). A situação desse profissional não deve ser de desespero, afinal a presença do educador nunca deixará de ser importante. Com necessidades contínuas de treinamento e capacitação, os papéis podem apenas sofrer pequenas mudanças, mas o professor, como um facilitador da aprendizagem, deve continuar presente. revista e-Learning Brasil 2009/2010 11 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 25 Melhores Práticas em Aprendizagem e Desenvolvimento de Talentos Estratégias para melhorar o desempenho de novos líderes, alcançar altos níveis de engajamento e manter a motivação e a ação corporativa P artindo-se do princípio de que, nos próximos 20 anos, haverá uma grande evasão de profissionais experientes nas corporações ao redor do mundo, em paralelo à competição global, à complexidade e ao ritmo acelerado das novas tecnologias, em sua palestra sobre o seu livro 25 Melhores Práticas em Aprendizagem e Desenvolvimento de Talentos, Nick van Dam apontou a necessidade do desenvolvimento de profissionais com um alto nível de discernimento e que estejam aptos a assumir as principais cadeiras corporativas. Segundo Van Dam, há algumas estratégias para desenvolver esses líderes do século XXI com qualidade e rapidez. Em sua obra, o autor nos leva a refletir sobre diversos modelos de aprendizado e capacitação capazes de gerar uma aprendizagem de ponta. Para isso, enfatiza a importância de implementar ações de coaching, mentoring e iniciativas alinhadas, principalmente, à estratégia da organização a que o funcionário pertence. Só assim é possível acelerar o desempenho desses novos líderes, alcançar altos níveis de engajamento e manter a motivação e a ação corporativa. Para a construção da habilidade e do conhecimento, o autor propõe a inclusão de uma mídia rica, que ofereça, além da portabilidade, com variedade de jogos e simulações, a divisão dos conteúdos por níveis (básico, intermediário e avançado) e a colaboração de alunos e professores em tempo real. Como exemplo, o palestrante citou universidades que deram iPods aos alunos, pelos quais eles podem acessar conteúdos onde quer que estejam. Outro exemplo mencionado foram os campi virtuais de empresas como a Johnson & Johnson Inc., a Merck & Co. Inc., a IBM Corp., a Cisco Systems Inc., entre outras. Para o Diretor da Deloitte, uma dentre as melhores práticas é o agrupamento de conteúdo com soluções de aprendizagem sobre um tema, organizado em níveis de aprendizagem. A navegação deve ser fácil, simples, e os índices e conteúdos devem ser constantemente atualizados. É necessário mapear também as competências de aprendizagem dos alunos. De acordo com o gráfico “Aprendizagem Contínua Online”, disponível na página 56 do livro 25 Melhores 12 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Práticas em Aprendizagem e Desenvolvimento de Talentos, o aluno é capaz de se lembrar melhor, em primeiro lugar, do que faz (por meio de simulações e jogos), em segundo do que diz ou escreve (por meio de seminários, por exemplo), em terceiro do que ouve ou vê (como filmes, palestras, apresentações, guias de autotreinamento) e, por último, do que lê (como e-mails e documentos eletrônicos). Outras noções abordadas foram: formação de líderes, desenvolvimento dos pontos fortes, e-Learning, investimentos na aprendizagem como forma de marketing institucional, entre outras, servindo todas perfeitamente para a geração e o aperfeiçoamento de talentos que venham a assumir satisfatoriamente as posições mais estratégicas das corporações. Van Dam concluiu que o impacto do e-Learning nos negócios tende a melhorar os seguintes fatores: a produtividade e a força de trabalho, por meio do autotreinamento e da redução do tempo de formação; os salários das empresas, devido à diminuição dos custos com formação de funcionários; e a receita das empresas, em virtude da eficiência do treinamento e da venda de e-Learning a clientes e parceiros. Nick van Dam Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Arquiteturas de colaboração: Web 2.0 e os LCMS Refletir sobre a intencionalidade educativa na escolha de ferramentas colaborativas S ilvia Fichmann, pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Investigação de Novos Cenários de Aprendizagem na Escola do Futuro da USP e coordenadora do Programa Tonomundo, foi a presidente deste painel, apresentando os participantes. O primeiro foi Michel Metzger, coordenador de informática pedagógica do Colégio Iavne, que expôs a experiência do colégio na utilização de aplicativos Google da Web 2.0, tais como o e-mail, o Google Sites e o Google Docs – um editor de textos on-line colaborativo. O uso dessas tecnologias na educação apresenta alguns resultados abaixo do esperado em relação ao esforço de sua aplicação, principalmente por falta de reflexão sobre as especificidades das ferramentas, de modo que não caiam em desuso rapidamente por falta de familiaridade ou maturação, sem solucionar problemas existentes. Metzger também citou a virtualização do hardware e do software, que torna a tecnologia cada vez mais móvel, e o uso de Frameworks, estruturas que resolvem problemas específicos de softwares (nesse caso pelo fato de os softwares não serem projetados originalmente para uso em sala de aula). Já o TPACK – Technological Pedagogical Content Knowledge, um modelo eficiente para professores, visa a unir aspectos tecnológicos, pedagógicos e um conteúdo consistente em vez do uso isolado de cada um. Para complementar as informações sobre a Web 2.0, Teresa Ralston, responsável pela gerência de programas educacionais na Microsoft, abordou a importância do uso com intencionalidade da tecnologia na educação. Ela fez um apanhado geral sobre novos conceitos, nomenclaturas e ferramentas que surgiram, como AdSense, Rss, Wikis, Twitter etc., destacando a diferença na assimilação dessas novidades entre as gerações e o uso “amigável” de ferramentas Web 2.0 que podem ser muito úteis no processo educativo. A evolução do LMS para o CLMS, por exemplo, permite relacionamento e interação com os conteúdos pelo aluno e novas formas de gerenciamento pelos professores. Para Ana, tanto o tradicional LMS como as ferramentas Web 2.0 tendem à informalidade, tratando o informal não como “diversão”, mas sim como forma de aperfeiçoamento. Silvia Fichmann, por sua vez, mencionou o projeto de inclusão digital da Telemar Educação e Escola do Futuro para professores e alunos em comunidades carentes, que deu origem ao Programa Tonomundo, portal de internet que promove informação, comunicação e publicação entre os envolvidos. Além da inclusão digital, o projeto tem por objetivos a formação de agentes de transformação social e a promoção de sustentabilidade e colaboração, e seu grande desafio é estar sempre em continuidade. A presidente do painel encerrou a sessão opinando sobre o correto uso da tecnologia na educação: “Primeiro temos que pensar no que precisamos, para depois pensar nas ferramentas a utilizar”. Michel Metzger Ana Teresa Ralston revista e-Learning Brasil 2009/2010 13 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Videoconferência e Telepresença: encurtando distâncias no aprendizado Como esses recursos ajudam a remover as barreiras geográficas na aprendizagem s organizações de aprendizagem estão sendo encarregadas de atender às necessidades mais rapidamente, aumentando os resultados de desempenho. Além disso, há uma crescente demanda por executar iniciativas de desenvolvimento de talentos-chave para ajudar a atrair e reter talentos, enquanto se gerencia uma força de trabalho mundialmente diversificada. Uma videoconferência em alta definição e a telepresença podem virtualmente aproximar ambientes de aprendizagem, superando os desafios do tempo e as barreiras geográficas. Nesta sessão, Marci Powell, Diretora Global de Ensino Superior e Treinamento Corporativo na Polycom e Presidente da USDLA (United States Distance Learning Association), mostrou como cumprir esses objetivos e impulsionar os resultados de desempenho. Segundo a palestrante, os desafios organizacionais que enfrentamos são a economia global, os requisitos regulamentares, a concorrência e o recrutamento e seleção de talentos. Entre as habilidades tecnológicas, são necessárias uma plataforma unificada de comunicação, facilidade de conexão em tempo real, presença e mobilidade. No atual ambiente de negócios, as organizações de todos os tipos estão experimentando novas pressões devido a mudanças no cenário empresarial. A economia global de hoje coloca novas pressões sobre os executivos. Além disso, muitas de nossas organizações têm escritórios, sucursais ou filiais em locais de grande alcance, fazendo com que a continuidade entre os grupos de trabalho se torne mais difícil. A facilidade de se comunicar a qualquer momento, em tempo real e em uma plataforma comum – as chamadas Unified Communications –, está finalmente se tornando uma realidade. As pessoas querem viver e trabalhar onde bem entendem. Os profissionais mais indicados para um emprego não necessariamente estão ao vivo no local da sua empresa. Além das comunicações instantâneas como consumidores – IM, Texting, telefones celulares, e-mail –, existe a expectativa de conexão instantânea também no local de trabalho. A 14 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Marci também mencionou uma pesquisa sobre a Utilização de Tecnologia (UT), que teve uma taxa fixa de crescimento no ensino tradicional, além de uma taxa de crescimento de 19% em cursos a distância. Para superar os desafios, a Diretora da Polycom ressaltou que é preciso dar treinamento para uma força de trabalho mundialmente diversificada, habilitar a colaboração de alta qualidade e trabalho em equipe independentemente da localização, melhorar o design instrucional, permitindo o acesso a conteúdos relevantes, atrair e reter talentos e estender o desenvolvimento profissional. Outra maneira de remover as distâncias é por meio da implantação de soluções de colaboração de videoconferência, o que possibilita encontros internacionais como se interlocutores estivessem lado a lado. Recursos de vídeo, áudio e mecanismos de partilha de dados da mais alta qualidade, com a possibilidade de se conectar instantaneamente com uma reunião virtual, proporcionam essa sensação de como se realmente fosse presencial. Para ilustrar esse cenário, Marci Powell citou estudos de caso referentes a Owens-Illinois, Duke University Fuqua School of Business, Kellogg’s e Set Focus, que enfrentaram desafios no âmbito do treinamento de seus funcionários e solucionaram utilizando recursos tecnológicos como a videoconferência e a telepresença. Marci Powell Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 A Inteligência Coletiva, Crowdsourcing e Aprendizagem A eficácia do conteúdo construído coletivamente ivaldo Marcusso, responsável pela Gestão da Tecnologia da Informação, Planejamento Estratégico e Educação a Distância da Fundação Bradesco e um dos coordenadores da Comunidade Praxis, abordou as dificuldades na utilização da Web 2.0 dentro da escola, devido ao grande número de alunos por sala de aula. Ainda assim, o palestrante defendeu a utilização da Web 2.0 na educação em virtude do grande valor dos conhecimentos que podem ser produzidos coletivamente. Outro ponto mencionado foi a necessidade de mudanças cobradas pela chamada Geração Nativa Digital, que tem como exigência um tipo de ensino diferenciado, com mais colaboração, personalização e aprendizado espontâneo. Ainda sobre colaboração, Marcusso introduziu o conceito de “Crowdsourcing”, ou conhecimento gerado por multidões, criado por Jeff Howe e que tem total relação com a Web 2.0 e suas ferramentas colaborativas. O mote utilizado para a criação desse conceito é: “Se duas cabeças pensam melhor que uma, o que dizer de duas mil?”. O Crowdsourcing, embora muito interessante, gera grandes questionamentos, por exemplo, a maneira como esse conteúdo gerado por multidões é coordenado e o que se fazer com aquilo que é produzido. Outros aspectos destacados são os riscos quanto a direitos autorais e a possível demora na obtenção de resultados. Para contornar problemas como esses, foram criados modelos de Crowdsourcing coordenados, como é o caso do modelo FLIRT, um dos mais propagados no mercado, no qual existem papéis definidos para todos os participantes envolvidos no processo. O palestrante citou, em seguida, as principais Mídias Sociais existentes e entrou novamente no âmbito educacional, mostrando como esse foi afetado pelas novas tecnologias, seja por conta dos novos perfis de alunos, com diferentes expectativas, seja pela existência de novas necessidades e habilidades. Entre essas principais habilidades exigidas no século XXI, estão: criatividade, pensamento crítico, rápida solução de problemas, N comunicação, colaboração, flexibilidade, iniciativa, autonomia e liderança. Um último aspecto apontado foi a onipresença do computador, que se torna cada vez mais móvel, permitindo cada vez mais um acesso global à informação, em qualquer hora ou local. Ao encerrar a apresentação, Nivaldo Marcusso deixou uma pequena provocação, relacionando a futura Web 3.0 com uma provável Educação 3.0, na qual a escola ficará “na nuvem”, enquanto os alunos buscam as informações desejadas. Nivaldo Tadeu Marcusso revista e-Learning Brasil 2009/2010 15 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Mentoring e Coaching: você sabe como essas duas técnicas se complementam? Uma união que acelera a maturidade e a carreira A lmiro Reis, Presidente da Franquality Consultoria em RH, empresa que fundou em 1995, e Presidente do Conselho da ABRH-SP, abordou o termo Pipeline e as diferenças entre mentoring e coaching e por que esses temas são cada vez mais utilizados no mercado moderno e nas empresas, apesar da crise. Para introduzir o Pipeline, termo que surgiu nas empresas petrolíferas e que significa “percepção de uma nova oportunidade”, Reis utilizou o exemplo da necessidade de aprender outro idioma, o mandarim, devido à China ser hoje a segunda maior economia mundial. São cinco etapas que definem o Pipeline neste contexto: 1) o insight; 2) a certeza de querer aprender o idioma; 3) a capacitação; 4) a prática; e 5) aplicar o novo conhecimento no trabalho. Já o coaching é outro tema muito explorado atualmente nas empresas, tendo em vista que é aplicado de diversas maneiras, tais como: Personal Coaching, Care Coaching, Stile Coaching etc. O coaching como opção da Franquality é o Performance Coaching (coaching para desempenho), ou seja, o coaching focado na carreira e no desempenho profissional. Mas, afinal, o que significa coaching? Segundo Almiro Reis, coaching é provocar uma reflexão. O palestrante disse que seu papel como consultor coach na Franquality é levar as pessoas a fazer reflexões que possam mudar o ritmo e a orientação em relação ao seu desempenho profissional. “Um bom coach faz perguntas que levam a boas reflexões, muito mais do que dar boas soluções”, acrescentou. O palestrante declarou ainda que existem muitas maneiras de provocar um bom insight nas pessoas, seja por meio de um artigo, filmando o entrevistado, utilizando questionários etc. Uma observação interessante é que, normalmente, um consultor externo consegue provocar insights mais rapidamente do que funcionários internos da empresa. E mentoring, o que significa? Diferente de coaching, mentoring é ensinar, transmitir conhecimento. O mentor é alguém que tem plenos conhecimentos sobre algo e transmite esses conhecimentos. Ao contrário do coach, o 16 revista e-Learning Brasil 2009/2010 mentor geralmente é alguém de dentro da empresa, por exemplo, o fundador, diretor, gerente etc. Para finalizar, o palestrante citou a importância da tecnologia nesses processos: “Em tempos de crise, temos que nos acostumar a utilizar a tecnologia (Presence, telefone etc.) para fazer coaching e mentoring”. Além de economizar tempo, a tecnologia nos permite realizar esses processos a distância, diminuindo custos e mantendo bons resultados. Enfim, juntas, além de econômicas, essas duas técnicas geram um processo que acelera a maturidade e a carreira, resultando somente em vantagens para as empresas e para o mercado moderno. Almiro Reis Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 U-Learning e a Geração Y: Mobilidade e Colaboração Novas tecnologias atendendo às necessidades das novas gerações B arbara Dieu, professora de inglês on-line e do Lycée Pasteur, presidiu o painel e definiu os termos “geração Y” e “u-Learning”. A geração Y é o grupo de pessoas que está chegando ao mercado de trabalho: irrequietos, passam por várias profissões, atentos à qualidade de vida, críticos, de hábitos mais informais, questionadores e conscientes do próprio valor. u-Learning (ubiquitous learning) é a junção do e-Learning com o m-Learning (mobile learning), o que resulta em um aprendizado possível a qualquer momento e lugar. Já Betina von Staa, coordenadora de pesquisa em tecnologia educacional da Positivo Informática, abordou as experiências de promoção do u-Learning nos portais Educacional e Aprende Brasil, que se adaptam de acordo com a realidade e a estrutura presentes nas escolas. Os serviços oferecidos por esses portais incluem pesquisa escolar, interações diversas, acompanhamento on-line, blogs, publicação de trabalhos, divulgação de links, entre outros, a fim de ampliar o aprendizado, a interação e a colaboração além do horário escolar. A responsável pela coordenação do Programa EducaRede Brasil, Priscila Gonsales, trouxe o relato de uma pesquisa feita pela Universidade de Navarra (Espanha) em parceria com a Fundação Telefônica. A pesquisa foi realizada em escolas de países como Brasil, Argentina e México e colheu dados de crianças e jovens sobre uso e valoração de quatro tipos de tela: internet, celular, videogame e televisão. Os resultados, que deram origem ao livro A Geração Interativa na Ibero-América: Crianças e adolescentes diante das telas, mostraram a constante presença das telas na vida dos jovens, além de tendências como a crescente utilização do celular como ferramenta de interação. Mary Grace Martins, coordenadora de programas de tecnologias na educação na Secretaria de Educação e na Fundação Telefônica, deu sequência ao painel apresentando a experiência de utilização de notebooks Classmate PC (um modelo de baixo custo lançado pela Intel) em sala de aula de escolas públicas. Essa experiência é parte de um programa de formação de professores e alunos que promove a transformação social na rede pública, ajudando também na integração da tecnologia com o currículo escolar. Entre as vantagens do projeto, foram apontados: a mobilidade dos alunos utilizando os Classmates, a integração curricular, a otimização de uso de recursos tecnológicos e o grande interesse dos alunos. Para concluir, Mary Grace também mencionou a intencionalidade de uso da tecnologia na educação e abriu o painel para perguntas, com questões sobre a formação de professores e a resistência e adaptação desses profissionais ao uso das tecnologias. Barbara Dieu Betina von Staa Priscila Gonsales Mary Grace Martins revista e-Learning Brasil 2009/2010 17 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Sistemas de Suporte ao Desempenho Levando as Learning Organizations a um desempenho superior or videoconferência, diretamente do Masie Center (em Saratoga Spring – EUA), participaram desta sessão Bob Mosher, Chefe Global de Estratégia de Aprendizado e Evangelismo do LearningGuide, e Conrad A. Gottfredson, Ph.D em Psicologia e Tecnologia na Educação. Daqui do Brasil, o Diretor de Serviços de Capital Humano da Deloitte Brasil, Henri Vahdat, completou o time de especialistas sobre o assunto. Os sistemas de suporte ao desempenho (Performance Support) são conjuntos de procedimentos e/ou instrumentos, informatizados ou não, que auxiliam as pessoas a atingir melhor desempenho no seu trabalho. Um bom exemplo disso são os scripts de atendimento utilizados por profissionais de Contact Center. Eles partem de orientações simples que direcionam o atendimento, ajudando o profissional a identificar e a isolar o problema do cliente para dar o correto atendimento. Os palestrantes internacionais destacaram que existem cinco momentos para o emprego dos sistemas de suporte ao desempenho: · Iniciando – Quando as pessoas estão aprendendo, de que forma elas fazem algo pela primeira vez; · Aprendizagem contínua – Quando as pessoas estão expandindo a amplitude e a profundidade de seus conhecimentos, o que elas aprenderam; · Aplicação – Quando as pessoas precisam agir com base no que elas aprenderam (incluindo o planejamento que elas precisarão fazer, relembrando as coisas que possam ter esquecido, ou adaptando seu desempenho em situações específicas); · Correções – Quando um problema atinge proporções maiores ou as coisas deixam de funcionar por completo – ou simplesmente deixam de funcionar como deveriam; · Reaprendendo – Quando as pessoas precisam aprender uma nova forma de fazer alguma coisa. As empresas focam suas ações de treinamento principalmente nos dois primeiros momentos – iniciando e aprendizagem contínua. Os sistemas de ajuda (sejam eles impressos ou on-line) são exemplos de ferramentas que dão suporte ao terceiro momento – a aplicação. No entanto, os principais esforços são normalmente direcionados para o quarto momento – as correções de P 18 revista e-Learning Brasil 2009/2010 rota. E, por fim, o quinto momento refere-se às mudanças, quando é necessário inovar a forma de agir da empresa. Tudo isso mostra que, no mercado atual, a decisão e a ação devem ser aplicadas num mesmo momento, num mesmo lugar. Hoje, não podemos mais ter o topo da empresa decidindo e sua base agindo. Para essa nova realidade, o treinamento e o investimento em capacitação são imprescindíveis. Com a ideia de que as empresas devem ser Learning Organizations, é comum ver as pessoas como Learners e suas lideranças como Teachers. Os palestrantes sugeriram uma terceira visão desse conceito: que todas as pessoas da organização sejam vistas como Performers. Para que isso seja possível, o grande desafio das empresas atuais é criar um ambiente favorável e um conjunto de recursos em torno das pessoas, levando-as a atingir melhores resultados para a empresa e um desempenho superior no trabalho. Conrad A. Gottfredson e Bob Mosher Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Aprendizado Colaborativo 1:1 Diferentes projetos para diferentes realidades M iguel Nussbaum, Professor de Ciência da Computação da Universidade Católica do Chile, é idealizador de uma metodologia pedagógica suportada por tecnologia colaborativa usada em mais de 80 escolas em diversos países, incluindo o Brasil. Segundo o palestrante, há uma diferença entre o aluno idealizado e o aluno que está hoje em sala de aula. O cenário atual traz estudantes hiperconectados, um novo tipo de linguagem, a possibilidade de multiprocessos, a influência de games on-line e a alta demanda de interatividade. Temos também uma diferenciação na construção de conhecimentos: um processo que costumava se dar apenas por palavras hoje já ocorre também por imagens. Nussbaum enfatizou a importância do uso de notebooks de forma planejada em sala de aula. Caso contrário, esse aparelho pode não colaborar e levar à distração dos alunos. Para exemplificar, mostrou uma experiência de sucesso: o trabalho colaborativo usando dispositivos móveis. A natureza social humana e a eficácia do trabalho colaborativo justificam o método, utilizado em atividades presenciais e não apenas a distância, abordagem vista por muitos como única possibilidade. Por se tratar de um método que demanda custos, buscaram-se alternativas cada vez mais baratas, mantendo sucesso e funcionalidades originais. Entre elas, a mais eficaz foi o uso da plataforma Multi Point, tecnologia que permite a utilização de múltiplos mouses. Dessa forma, vários alunos operam a mesma máquina ao mesmo tempo e resolvem exercícios juntos. De acordo com Nussbaum, trata-se de uma alternativa barata e de bons resultados, pois, ao utilizar a mesma tela, os alunos colaboram e aprendem mais do que isolados. Entre as tendências futuras, o professor mencionou o uso de jogos on-line e games jogados em massa, que serão transferidos para o ambiente da sala de aula.Ali, passa a ser empregado no presencial o chamado Class Multiplayer Presencial Game, no qual as crianças utilizam personagens e os conduzem em tempo real. Um fator importante para a produção de bons modelos em tecnologia e educação é baseá-los em pessoas, e não apenas em tecnologia. O palestrante argumentou que esses modelos devem aliar um hardware adequado, um bom sistema operacional, modelos educacionais consistentes e um professor preparado. Para finalizar, Nussbaum apresentou uma proposta pedagógica para o século XXI que introduz a temática da aula de forma multimídia, define uma linguagem específica para o projeto, contextualiza o conceito e realiza propostas para que o aluno utilize o conhecimento aprendido e o aplique em sua vida. Miguel Nussbaum revista e-Learning Brasil 2009/2010 19 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Fronteira do Conhecimento Discutindo processos de formação O segundo dia do Congresso e-Learning Brasil 2009 iniciou-se com a sessão “Fronteira do Conhecimento”. Miguel Ignatios, Consultor e Assessor de empresas, Presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), do Conselho da Golden Cross e da Fundação Brasileira de Marketing, foi também o Presidente desta sessão, apresentando os palestrantes Carlos Faccina e Paulo Nathanael Pereira de Souza. Com muito bom humor e carisma, Carlos Faccina, que é Professor e Presidente da Business School São Paulo, além de Membro do Conselho Consultivo da CONARH e autor de importantes obras em sua área de atuação, abordou a recorrente divergência existente entre teoria e prática, as quais, em sua visão, convivem de maneira paralela. Nesse contexto, o palestrante realizou uma comparação com um outro par que normalmente convive também paralelamente: razão e emoção. Em geral, a grande maioria das pessoas costuma deixar passar oportunidades importantes e valiosas em suas vidas, seja por medo, insegurança ou qualquer outro motivo. Esse fato, que não se dá apenas no âmbito profissional mas também no pessoal, tem como principal razão uma falha comum em não agregar razão e emoção. Em relação a agregar diferenças que, geralmente, podem parecer impossíveis, Faccina indicou a importância de o homem deixar de ser apenas um prestador de serviços, começando a agregar valor às suas atividades. Para realizar tal tarefa, é necessário acrescentar a seu trabalho algo que seu cliente ou consumidor possa perceber como valor. Atualmente, uma pessoa da área de Recursos Humanos ou mesmo de Tecnologia da Informação deve conhecer muito bem o seu negócio, desde a origem da matéria-prima até o produto final. Além da importância em conhecer o produto, é preciso pensar em uma nova concepção para ele que seja ao mesmo tempo tangível e intangível. 20 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Miguel Ignatios Carlos Faccina O palestrante falou ainda da criação, muitas vezes excessiva, de líderes. Levando-se em consideração as grandes diferenças de valores, ideias e processos existentes de pessoa para pessoa, é preciso perceber que é melhor enxergar essas pessoas como realmente são, em vez de simplesmente buscar transformá-las a qualquer custo. Reforçando essa ideia, o Presidente da Business School São Paulo encerrou sua apresentação exibindo um trecho do filme A Noviça Rebelde, por meio do qual traçou um paralelo com a liberdade, um direito a que todas as pessoas do mundo devem ter. A apresentação seguiu com Paulo Nathanael Pereira de Souza, Professor Universitário nas áreas de Economia, História, Educação, além de Presidente do Conselho Diretor do CIEE e Patrono desta edição do Prêmio e-Learning Brasil. O palestrante fez uma apreciação crítica sobre a educação no Brasil. Paulo Nathanael mencionou a falta de interesse público pela educação, o que torna esse um setor falido e com grandes problemas no nosso país. Entre os diversos problemas existentes, um dos mais graves é o caso de diversos jovens que concluem, por exemplo, o ensino fundamental e permanecem analfabetos e sem um mínimo de aprendizado condizente com sua faixa etária. Uma das principais razões vem de uma herança histórica: a preocupação voltava-se apenas ao ensino da elite, o que consequentemente marginalizava a educação popular. E é nessa última que deve haver o foco para o crescimento do país, tendo em vista não apenas a atual defasagem, mas também o fato de partir da classe popular a maior movimentação profissional. Outras grandes vítimas desse quadro de defasagem são os professores, pois, além de não serem bem capacitados, muitas vezes saem de um curso de graduação com grande bagagem teórica sem ao menos saber como colocá-la em prática. Para a reversão dessa situação, são necessárias muitas iniciativas a longo prazo. Mas, em caráter emergencial e necessitando de resultados expressivos, é preciso pensar em uma mudança na política educacional do Brasil, realizar maiores investimentos na formação de professores e procurar fórmulas mais pragmáticas e adequadas. Com essas medidas, é bem possível que o ensino brasileiro consiga entrar em um caminho de sucesso. Paulo Nathanael revista e-Learning Brasil 2009/2010 21 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Painel dos Presidentes Grandes líderes apontam vantagens do uso do e-Learning nas empresas para desenvolver e reter talentos elio Morais, Presidente da HUGHES do Brasil e responsável pelas operações da empresa na América do Sul, foi o Presidente desta sessão, que trouxe como palestrantes convidados dois executivos de carreira reconhecidamente brilhante em setores distintos da economia brasileira: João Cox, Presidente da Claro, e Martin Nelzow, Presidente da Boehringer Ingelheim Brasil. O tema discutido foi o uso do e-Learning nas empresas com base em três pilares: as melhores práticas e lições aprendidas; os investimentos nas ações de desenvolvimento dos talentos para melhorar os resultados das organizações; e o planejamento futuro para desenvolver e reter esses talentos. João Cox iniciou a palestra apresentando uma breve introdução sobre a Claro, que é uma empresa que conta hoje com 190 milhões de clientes em 17 países. No Brasil, ultrapassou o patamar de 40 milhões de clientes, obtendo a liderança nas tecnologias GSM e 3G e a segunda colocação como maior marca de celulares. Segundo Cox, há três estágios necessários para uma marca ter sucesso: o primeiro é ser conhecida, o segundo é ter a fidelidade e a lealdade de seus clientes e o último é a admiração dos clientes. Mais importante do que ter “foco no cliente”, uma empresa deve ter “foco do cliente”. Quanto ao treinamento dos funcionários da Claro, foram desenvolvidas duas ferramentas: o Portal e-Learning e o Portal da Liderança. O palestrante explicou que o Portal e-Learning é um ambiente totalmente virtual que atende aos desafios de uma educação cooperativa estratégica, focando mais em cursos de treinamentos específicos. Já o Portal da Liderança é um portal destinado a gestores, cuja experiência está embasada na gestão de pessoas. Hoje, 85% dos treinamentos da Claro são na modalidade de e-Learning. O número de atendentes da empresa é superior a 20 mil, portanto foi encontrada no e-Learning uma solução perfeita para treinar todos os funcionários de uma forma rápida, para não vazar a sua estratégia de campanha. D 22 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Delio Morais Depois que a Claro iniciou os seus treinamentos no formato de e-Learning, teve um ganho de 16% em eficiência. Também teve um aumento de 28% nos treinamentos em comparação a 2008, uma média de 32% de crescimento de participação, 46% de economia e 50% de otimização da carga horária. O Presidente da Claro se orgulha dos números alcançados, tendo em vista que a empresa iniciou seus treinamentos pelo Portal e-Learning no último trimestre de 2007. Em apenas um ano e meio, foram lançados 560 cursos sobre diversos temas, atingindo a marca de 1.167.000 de participações em treinamentos e-Learning. João Cox acredita que é muito importante o treinamento no momento de trabalho, pois o aluno termina a etapa do dia e já pode executar o que aprendeu no momento. Em sua visão, é preciso ter uma maior aproximação entre trabalho e treinamento. João Cox O segundo palestrante da sessão, Martin Nelzow, trouxe um pouco da realidade da Boehringer Ingelheim Brasil, uma das maiores empresas da área farmacêutica no mundo. Os vendedores visitam aproximadamente 5 mil médicos por dia e, por esse motivo, a equipe de vendas precisa estar bem treinada e atualizada na questão do conhecimento. O palestrante comentou que a principal causa de morte no Brasil é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), cuja maior razão é a falta de informação. Na maioria dos casos, a doença pode ser detectada antes de ocorrer, e é nesse momento que entra a importância da internet na conscientização de doenças. Foi realizada uma pesquisa interna na Boehringer Ingelheim com o objetivo de detectar quais são os papéis de um vendedor. Após o levantamento, foram realizados treinamentos a distância com o objetivo de capacitar melhor os vendedores. Os resultados obtidos foram surpreendentes. Quanto mais técnica tinha o vendedor, pior era a sua performance nas vendas. O palestrante ressaltou que o processo de e-Learning dentro da Boehringer é visto como um processo de longo prazo, em que os resultados podem ser vistos tanto no tempo de uma semana como no tempo de seis meses. Para ele, os treinamentos a distância se pagam, pois os retornos em sua empresa estão sendo brilhantes. Para finalizar, Nelzow mencionou que muitas empresas se orgulham de realizar muitos treinamentos, mas os funcionários não estão absorvendo o conteúdo de forma satisfatória. Nesse contexto, o Presidente da Boehringer Ingelheim Brasil deixou como ensinamento que não é importante fazer diversos treinamentos a distância, mas sim fazer treinamentos com qualidade. Martin Nelzow revista e-Learning Brasil 2009/2010 23 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Os Games Educacionais e a aprendizagem dos nativos digitais A tendência da utilização dos jogos como ferramentas de aprendizagem ristiana Mattos Assumpção, Doutora em Tecnologias Instrucionais e Mídia, foi a Presidente desta sessão. Em seu discurso introdutório, além de apresentar os palestrantes, abordou a crescente tendência em pesquisas acadêmicas na área de jogos educacionais. A primeira palestrante foi Helena Mendonça, Professora da Stance Dual School, escola bilíngue da cidade de São Paulo. Helena apresentou um relato de experiências com jogos envolvendo alunos do ensino fundamental dessa instituição. Para isso, realizou um resgate histórico dos jogos eletrônicos existentes desde os primórdios, com o “telejogo”, até os dias atuais, com os jogos on-line. O objetivo principal dessas atividades, que constam no currículo de informática da Stance Dual School, é a promoção do letramento digital e a participação crítica dos alunos tanto no mundo real como no mundo virtual. Além disso, outros pontos pretendidos foram a integração com todas as disciplinas do currículo e a participação efetiva dos alunos no processo de produção de jogos. Entre as atividades planejadas para os alunos, foram citadas: a organização de CD-ROMs e a criação de jogos e simuladores com foco em diferentes séries. O projeto vem apresentando resultados positivos e manifestando alto interesse e compreensão dos alunos. A sessão continuou com Eduardo Galembeck, Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O palestrante falou sobre os jogos educacionais e o ensino de ciências, com estruturas voltadas para a formação científica do cidadão. Os projetos apresentados são financiados pelos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, além de contar com a participação de estudantes da Unicamp. Os jogos visam a simular ambientes, abreviar o tempo de experimentos e contextualizar os conteúdos com o cotidiano do aluno. O terceiro palestrante foi Cesar Nunes, Coordenador do Laboratório Didático Virtual da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP). Nunes mostrou exemplos de jogos com diferentes abordagens, mas ressaltou pontos como a importância da intenciona- C 24 revista e-Learning Brasil 2009/2010 lidade de aprendizagem nos jogos, o planejamento e a criação de regras. A reflexão sobre o que ocorre no jogo, em vez de preocupações apenas em quesitos como pontuação e competição, também foi um ponto destacado. É igualmente importante a participação dos alunos como criadores, pois com um papel ativo no processo é ainda maior o aprendizado. A sessão foi encerrada com uma rodada de perguntas abordando o uso do RPG (Role-Playing Game) na educação. Helena Mendonça Eduardo Galembeck Cesar Nunes Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Mapas mentais e a aprendizagem Mapas mentais configuram pensamentos, ao mesmo tempo que pensamentos configuram novos mapas Presidente deste painel, a Professora Doutora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, realizou a abertura e apresentou os palestrantes. Marcos Telles, gestor de cursos na área de e-Learning, foi o primeiro a se apresentar. Abordou a fusão da experiência do treinamento com a educação formal escolar, visando à contribuição mútua. Como importante ferramenta para essa fusão, existem os mapas mentais. Esses modelos de classificação de ideias partem da psicologia cognitiva e foram amplamente utilizados pelos maiores teóricos da área de educação. Os mapas mentais têm como uso mais comum o auxílio na fixação e associação de conteúdos, no trabalho em grupo e em técnicas como o brainstorming. Dois principais tipos de ferramenta de construção de mapas disponíveis são o Cmaps e o Mind Manager. Ambos têm aplicações práticas em educação, treinamento e até mesmo na vida pessoal. Em seguida, Maria Elizabeth retornou para mostrar funcionalidades e exemplos de utilização do software CHIC (Classificação Hierárquica Implicativa e Coesitiva), um programa que permite análise baseada em dados estatísticos multidimensionais, depoimentos pessoais, apreciações qualitativas, entre outros. A Presidente da sessão ressaltou ainda o uso dos mapas com a devida intencionalidade, ou seja, é preciso saber o que se quer organizar para depois pensar em como organizar. A última palestrante foi Maria da Graça Moreira da Silva, Professora Doutora da PUC-SP, que fez uma apresentação focada na cartografia cognitiva. Indicando a aliança entre ciência, técnica e arte, a palestrante abordou as diferentes definições e modelos de mapas no decorrer da História. No que diz respeito à construção de mapas, os fatores que devem ser o ponto de partida são: o acúmulo de conhecimentos individuais e grupais, a concepção de homem e mundo, as crenças e valores, o momento sócio-histórico, o contexto e a intencionalidade pedagógica. Baseando-se nesses pretextos, Maria da Graça apresentou mais alguns tipos de mapa, como os rizomáticos, os mapas de construção colaborativa e os mapas específicos para a rede, os chamados “Mapas 3.0”. A Como conclusão da apresentação, destacou-se o processo cíclico na construção de mapas mentais: o mapa configura o pensamento ao mesmo tempo que o pensamento configura novos mapas. Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Marcos Telles Maria da Graça Moreira da Silva revista e-Learning Brasil 2009/2010 25 Melhores Momentos do Congresso e-Learning Brasil e FIT Educ 2009 Tecnologia na sala de aula – Tendências Tecnologia quebra as fronteiras do conhecimento O Presidente deste Painel Moisés Zylbersztajn introduziu a sessão trazendo um histórico sobre a relação entre tecnologia e educação. Segundo ele, nos anos 1980, cursos de linguagem de programação eram ministrados nas salas de aula. Já na década de 1990 iniciou-se o trabalho com laboratórios de informática, e, na segunda parte dessa década, a informática aplicada ao ensino começou a ser utilizada. Hoje, após tanta experiência, todos sabem da importância que há em agregar tecnologia à sala de aula. Silvana Meneghini, Coordenadora de Tecnologia da Escola Graduada (Graded – The American School of São Paulo), relatou sua experiência com o Portal dessa instituição, que é desenvolvido com a tecnologia FinalSite. Segundo a palestrante, por meio do Portal da Graded, tanto alunos quanto pais e professores têm à disposição ferramentas de comunicação e integração que ampliam os resultados positivos relacionados ao ensino. A palestrante afirmou ainda que o Portal, além de disponibilizar aos alunos jornais, revistas, entre outros veículos de informação no formato digital para estudos e pesquisas, permite o acesso, através da ferramenta Moodle, a cursos on-line. “Com essas tecnologias, o aluno pode ainda enviar suas atividades ao professor e recebê-las comentadas e corrigidas. Isso é possível a partir do acesso a uma área do Portal chamada ‘Digital Drop Box’”, completou. Solange Giardino, Especialista em Informática Aplicada à Educação, representando o Colégio Imperatriz Leopoldina, também deu sua contribuição sobre o assunto: “O momento vertiginoso da informação da sociedade do conhecimento faz com que nós precisemos de novos instrumentos para compartilhar ideias e para armazenar tanta informação”. E concluiu: “Com isso, temos a alteração entre tempo e espaço, pois nós podemos compartilhar as informações com nossos alunos e com os outros professores em qualquer lugar, fazendo com que não fiquem mais restritas apenas ao ambiente da escola”. Já Valdenice Minatel Melo de Cerqueira, Professora e Coordenadora do Departamento de Tecnologia do Colégio Dante Alighieri, argumentou que, em primeiro lugar, é preciso fazer a diferença ao atender o lado 26 revista e-Learning Brasil 2009/2010 humano de cada aluno e professor, para somente depois satisfazer as necessidades dessas pessoas, que podem ser atendidas com a tecnologia. “Uma tendência é abarcar o que o mundo fora da escola está precisando. As pessoas que vão para o mercado de trabalho precisam saber: escolher e realizar seus projetos; misturar tendências; enfrentar obstáculos inesperados; e engajar a equipe”, declarou. Com o objetivo de transmitir esses aprendizados é que estão sendo utilizados os recursos disponíveis nas ferramentas da Web 2.0. Para que os resultados obtidos com a utilização dessas ferramentas sejam positivos, os profissionais envolvidos no projeto devem estar adaptados e conhecer todas as possibilidades proporcionadas. “Com isso conseguimos conectar os saberes do mundo e o da escola, que, no fundo, são saberes únicos”, concluiu Valdenice. Moisés Zylbersztajn Silvana Meneghini Solange Giardino Valdenice Minatel Melo de Cerqueira Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Dados Estatísticos Nas próximas 12 páginas, encontramos as principais informações apresentadas pelas 114 organizações e instituições de ensino que participaram das oito edições do Prêmio e-Learning Brasil, de 2002 a 2009. Métricas Financeiras Benefícios X Investimentos No gráfico a seguir, podemos observar que o total dos benefícios acumulados em 2008 superou R$ 4,5 bilhões, e o retorno dos investimentos de R$ 2 bilhões ocorreu em pouco mais de cinco meses. Mantendo-se o crescimento médio de 17%, os benefícios acumulados em 2013 devem superar R$ 18 bilhões e, com um crescimento médio de 15%, os investimentos devem chegar a R$ 10 bilhões. Esses dados podem ser considerados conservadores, pois representam apenas 18% dos 638 casos de e-Learning conhecidos no Brasil. (Ver quadro atualizado por região e estado em http://www.elearningbrasil.com.br/home/brasil/index.asp.) 28 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Dados Estatísticos Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Razões de Negócio Nos gráficos a seguir, encontram-se as 18 razões de negócio para as quais foram apresentados maiores benefícios quantitativos: Foco Externo (Cadeia de Valor: Acionistas, Clientes, Fornecedores e Parceiros) Foco Interno (Colaboradores e Terceirizados) revista e-Learning Brasil 2009/2010 29 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Dados Estatísticos (cont.) Distribuição dos Investimentos No gráfico a seguir, observamos que, nos últimos cinco anos, os investimentos em Serviços apresentaram crescimento de 38% (de 24% em 2004 para 33% em 2008), enquanto em Tecnologia houve uma queda de 43% (de 30% em 2004 para 17% em 2008). A contratação na modalidade SaaS – Software as a Service sob demanda vem se consolidando em todo o mundo e é uma das principais razões dessa inversão. Preços por Hora de Conteúdo sob Medida Os preços médios para o desenvolvimento de uma hora de conteúdo sob medida em 2008 variaram de R$ 4.500,00 a R$ 60.000,00, conforme modalidades da tabela que segue: 30 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Presencial, e-Learning e Blended O total de horas aplicadas em cursos Presenciais continua apresentando crescimento entre 5% e 18% ano a ano, apesar de a participação percentual ter diminuído de 95% em 1999 para 37% em 2008. O total de horas dos cursos no formato e-Learning (apoiados pelas tecnologias) cresceu de 5% para 63%, e no formato Blended (mix de Presencial com e-Learning) de 3% para 31%, ambos com um crescimento de 90% em relação a 1999. Esses números representam crescimento real no número de horas aplicadas em capacitação profissional através de cursos. Amplitude (Além do e-Learning) A partir do lançamento do livro Além do e-Learning em português e da participação de Marc Rosenberg no Congresso Internacional e-Learning Brasil em 2008, as iniciativas de aplicação das tecnologias para suportar o ensino-aprendizado passaram a ser avaliadas segundo a Arquitetura do Aprendizado e Desempenho, conforme figura abaixo: www.qualitymark.com.br revista e-Learning Brasil 2009/2010 31 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Dados Estatísticos (cont.) Arquitetura do Aprendizado e Desempenho No gráfico a seguir, podemos observar que nas experiências brasileiras as dimensões que apresentam maior potencial de melhoria são as que compõem a Gestão do Conhecimento: Repositório de Informações, Comunidades e Rede e Localização de Especialistas (capítulo 4 – páginas 109 a 160*), seguidas do Suporte ao Desempenho (externo, extrínseco, e intrínseco do capítulo 6 – páginas 199 a 226*). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 - Aplicação de cursos presenciais Gestão de Atividades de Aprendizado “on the job” Aplicações de Cursos “e-Learning ou On-line” Repositório de informações, tipo wiki, com ferramentas de busca Comunidades e redes Localização de especialistas Suporte Externo Suporte extrínseco Suporte intrínseco Situação Atual 3,0 2,5 3,1 1,8 2,1 2,0 2,5 1,9 2,3 Situação Desejada 3,3 3,1 3,6 2,5 2,9 2,6 2,9 2,5 2,7 Colaboração/Suporte a Tutoria Com exceção do uso de e-mail e perguntas mais frequentes (FAQ), práticas já consolidadas no Brasil, apresentam potencial de crescimento a aplicação de mensagens instantâneas (instant messaging), fóruns, blogs, chats e salas virtuais (áudio e videoconferências). Para um melhor entendimento, consultar o capítulo 5 – páginas 161 a 198*). 1 2 3 4 5 - Assíncrona: instant messaging Assíncrona: e-mail Assíncrona: fórum Assíncrona: perguntas mais frequentes (FAQ) Assíncrona: blogs 1 - Síncrona: chat 2 - Síncrona: salas virtuais (áudio e videoconferências) (*) Páginas do livro Além do e-Learning, de Marc Rosenberg. 32 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Situação Atual 2,3 2,8 2,5 2,5 1,8 Situação Desejada 2,7 3,2 3,5 2,9 2,6 Situação Atual 2,1 2,5 Situação Desejada 2,5 2,9 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Gestão de Mudança e Comunicação Considerando que a Gestão de Mudanças é crítica para a implementação de abordagens novas e duradouras de aprendizado, no capítulo 8 – páginas 263 a 282*, 13 fatores de sucesso da Gestão de Mudanças são apresentados, e nas experiências brasileiras estudadas, 11 desses apresentam grande potencial de melhoria, em especial: 4 – Evitar consequências e criar incentivos, 5 – Construir proposição sólida de valor baseada em valores e benefícios tangíveis, 6 – Envolver todos em todas as etapas do processo, 9 – Dissipar os receios da tecnologia, 10 – Conceder tempo para a adaptação e 13 – Não confundir “não posso” com “não vou”. 1 - Obter apoio da liderança desde o início 2 - Angariar casos de sucesso 3 - Focar nos adotantes iniciais e de segunda leva 4 - Evitar consequências e criar incentivos 5 - Construir proposição sólida de valor baseada em valores e benefícios tangíveis 6 - Envolver todos em todas as etapas do processo 7 - Evitar mensagens do tipo “isso não dará certo” 8 - Definir as prioridades 9 - Dissipar os receios da tecnologia 10 - Conceder tempo para a adaptação 11 - Não esquecer o treinamento 12 - Fornecer suporte contínuo 13 - Não confudir “não posso” com “não vou” Situação Atual 2,9 3,1 2,5 2,3 2,5 2,6 3,2 2,9 2,5 2,5 3,2 3,1 2,6 Situação Desejada 3,5 3,5 3,1 3,3 3,5 3,3 3,5 3,4 3,4 3,4 3,3 3,6 3,4 Liderança para o Aprendizado e Desempenho Estilo dos Patrocinadores No capítulo 9 – páginas 283 a 300*, são explorados os quatro estilos de patrocinadores: Espectadores, Apáticos, Players e Obstrutores, representados na figura a seguir, na qual acrescentamos os estilos declarados nas experiências brasileiras. Nos quatro estilos, encontramos significantes potenciais de melhorias, cujos percentuais falam por si. (*) Páginas do livro Além do e-Learning, de Marc Rosenberg. revista e-Learning Brasil 2009/2010 33 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Dados Estatísticos (cont.) Alinhamento com Suporte Executivo O sucesso das iniciativas das mudanças deve contar com o engajamento de todos os níveis da organização: executivos, gerentes e usuários. Nas páginas 288 a 291*, cinco dimensões relacionadas são apresentadas. Nas experiências brasileiras, três delas apresentam bom potencial de melhoria: 1 – Visão, 2 – Proposição de valor e 5 – Conquistas. 1 2 3 4 5 - Visão Proposição de valor Estratégia Recursos Conquistas Situação Atual 2,9 2,8 3,3 3,1 2,8 Situação Desejada 3,6 3,5 3,6 3,2 3,4 Governança Outra área crítica e normalmente negligenciada é a governança, e dos 10 princípios básicos apresentados nas páginas 291 a 296*, seis apresentam bom potencial de melhoria nas experiências brasileiras: 4 – Promover a tomada compartilhada de decisões, 5 – Promover o autodesenvolvimento, 6 – Manter os membros sob constante envolvimento (Presenciais ou Virtuais), 9 – Mostrar comprometimento dos líderes e 10 – Conseguir apoio externo. 1 - Formar um conselho de governança 2 - Criar o estatuto e/ou princípios operacionais 3 - Preservar o interesse coletivo aos individuais (poder) 4 - Promover a tomada compartilhada de decisões 5 - Promover o autodesenvolvimento 6 - Manter os membros sob constante envolvimento (Presenciais ou Virtuais) 7 - Tornar a experiência valiosa 8 - Contar com parceiros e fornecedores externos 9 - Mostrar comprometimento dos líderes 10 - Conseguir apoio externo Obs.: As linhas em vermelho representam Gaps acima de 0,5%. (*) Páginas do livro Além do e-Learning, de Marc Rosenberg. 34 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Situação Atual 2,4 2,8 3,1 2,9 2,8 2,6 3,0 3,1 2,7 2,3 Situação Desejada 3,1 3,2 3,4 3,4 3,4 3,3 3,3 3,4 3,4 3,1 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Fatores-chave de sucesso Os fatores-chave de sucesso são aquelas atividades/processos que têm de efetivamente ser executados de acordo com as expectativas para que um projeto ocorra dentro dos prazos, recursos, custos e escopo previstos. Modalidades: Corporativa, Treinamento & Desenvolvimento, Administração Pública e Relevante Contribuição Social o o o o o o o Alinhamento do projeto às estratégias e objetivos de negócio Engajamento da alta administração (lideranças) Familiaridade do público-alvo com tecnologia de ponta Definição e acompanhamento das métricas Cumprimento dos prazos na etapa de implantação Medir os níveis de retenção e aplicação do conhecimento/habilidade Medição do impacto do novo conhecimento/habilidade nos resultados dos negócios Modalidades: Acadêmica, Projetos Acadêmicos e Educacional o Alinhamento ao Modelo Pedagógico, que precisa estar de acordo com os Referenciais de Qualidade de Cursos a Distância (MEC) o Engajamento da reitoria, pró-reitorias e corpo docente das instituições de ensino As Quatro Etapas Pré-projeto, Planejamento, Implantação e Avaliação A seguir são apresentados os principais fatores-chave de sucesso de cada uma das quatro etapas de projetos de implantação de tecnologias para suportar os processos de ensino-aprendizado, sendo destacados em vermelho aqueles nos quais aparecem os maiores GAPs (carências). revista e-Learning Brasil 2009/2010 35 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Dados Estatísticos (cont.) Pré-Projeto Corporativa, Treinamento & Desenvolvimento, Administração Pública e Relevante Contribuição Social 1 - Nosso projeto tem o apoio e o interesse de pelo menos uma área de negócios 2 - A implementação de e-Learning contribuirá concretamente para os resultados desta área de negócios 3 - Temos um volume de usuários que viabiliza o projeto 4 - Os conteúdos iniciais trarão uma contribuição concreta para os negócios 5 - A infraestrutura existente pode ser adequada para atender ao projeto 6 - As alternativas de tecnologias a serem adotadas foram definidas 7 - A organização é flexível e assimilará facilmente as mudanças 8 - Os Diretores estão totalmente engajados no projeto 9 - Nossa organização conta com total suporte internacional (Orientação Matriz Exterior) 10 - Nossa equipe tem contato contínuo com tecnologias de ponta 11 - O público-alvo tem familiaridade com tecnologias de ponta Situação Atual 3,1 2,8 3,3 2,8 3,1 2,9 2,5 2,8 1,3 3,1 2,2 Situação Desejada 3,6 3,4 3,6 3,4 3,5 3,4 2,9 3,3 1,4 3,4 2,8 Acadêmica, Projetos Acadêmicos e Educacional Situação Atual 1 - Nosso projeto vai atender ao seu final ao PDI 4,3 2 - Nosso projeto tem o apoio e o interesse de pelo menos uma área da instituição 4,5 3 - A implantação do e-Learning contribuirá concretamente para os resultados de pelo menos uma área da instituição 4,1 4 - Temos um volume de alunos que viabiliza o projeto 4,1 5 - Os conteúdos iniciais trarão uma contribuição concreta para a instituição 4,2 6 - A infraestrutura existente pode ser adequada para atender ao projeto 4,0 7 - As alternativas de tecnologias a serem adotadas foram definidas 4,0 8 - A instituição é flexível e assimilará facilmente as mudanças 3,2 9 - Os Diretores das áreas envolvidas estão totalmente engajados no projeto 3,7 10 - A equipe de projeto tem familiaridade com tecnologias de ponta 4,3 11 - O público-alvo tem familiaridade com tecnologias de ponta 3,3 36 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Situação Desejada 4,6 4,6 4,5 4,5 4,7 4,5 4,6 4,3 4,6 4,7 4,4 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Planejamento Corporativa, Treinamento & Desenvolvimento, Administração Pública e Relevante Contribuição Social 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 - O planejamento dos prazos foi devidamente divulgado e entendido por todos O planejamento dos custos foi devidamente aprovado pelas áreas que os estarão absorvendo O projeto de e-Learning se justifica financeiramente em um ano (4 = sim, 3 = 2 anos, 2 = 3 anos, 1 = 4 anos, 0 = 5 anos) Temos métricas para avaliações claramente definidas A área de negócios lidera o projeto ou está totalmente engajada de forma ativa e intensa RH e TI trabalham de forma integrada e harmoniosa Temos a competência para implantar e-Learning (mesmo que seja contratada de uma consultoria externa) Temos um plano de expansão do projeto claramente definido (começar pequeno e crescer rápido) Os requerimentos de infraestrutura estão bem definidos e são possíveis de atendimento nos prazos necessários (telecomunicações, plataforma, hardware – server/client) - Houve a ampla adesão do público-alvo e a correta divulgação da iniciativa - As alianças estratégicas para a implantação foram conquistadas - As métricas para avaliação de retenção do conhecimento/habilidades foram estabelecidas - As métricas para avaliação de aplicação do conhecimento/habilidades foram estabelecidas - As métricas para avaliação da melhoria de desempenho foram estabelecidas - As métricas para avaliar a contribuição destas para os resultados foram estabelecidas Situação Atual 3,1 3,0 3,3 2,6 2,8 2,7 3,2 3,1 2,9 Situação Desejada 3,3 3,3 3,6 3,2 3,3 3,0 3,4 3,4 3,4 3,0 3,1 3,3 2,9 2,6 2,5 3,5 3,5 3,6 3,4 3,2 3,0 Acadêmica, Projetos Acadêmicos e Educacional Situação Atual 1 - O planejamento dos prazos foi devidamente divulgado e entendido por todos os envolvidos 3,5 2 - O planejamento dos custos foi devidamente aprovado pelas áreas que os estarão absorvendo 3,9 3 - O projeto de e-Learning se justifica financeiramente em um ano (4 = sim, 3 = 2 anos, 2 = 3 anos, 1 = 4 anos, 0 = 5 anos) 3,2 4 - Temos métricas para avaliações claramente definidas 2,9 5 - A área de negócios lidera o projeto ou está totalmente engajada de forma ativa e intensa 3,7 6 - RH e TI trabalham de forma integrada e harmoniosa 3,2 7 - Temos a competência para implantar e-Learning (mesmo que seja contratada de uma consultoria externa) 4,2 8 - Temos um plano de expansão do projeto claramente definido (começar pequeno e crescer rápido) 3,5 9 - Os requisitos de infraestrutura estão bem definidos e são possíveis de atendimento no prazo 3,6 10 - Houve a ampla adesão do público-alvo e a correta divulgação da iniciativa 3,4 11 - As alianças estratégicas para a implantação foram conquistadas 3,4 Situação Desejada 4,7 4,7 3,6 4,3 4,3 4,4 4,5 4,4 4,4 4,4 4,5 revista e-Learning Brasil 2009/2010 37 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Dados Estatísticos (cont.) Implantação Corporativa, Treinamento & Desenvolvimento, Administração Pública e Relevante Contribuição Social 1 - A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas 2 - O tema e as características do curso (interação, desafio, duração) são adequados para o lançamento 3 - Tem um bom plano de comunicação (evento de lançamento, endomarketing, reconhecimento) 4 - As lideranças das áreas de negócios engajaram-se efetivamente 5 - Os processos afetados foram efetivamente ajustados para absorver com sucesso esta mudança 6 - As organizações afetadas foram efetivamente ajustadas para absorver com sucesso esta mudança 7 - As novas competências necessárias foram desenvolvidas 8 - Os mecanismos de avaliação foram preparados para fornecer dados para as métricas estabelecidas 9 - As métricas estabelecidas estão sendo efetivamente acompanhadas 10 - O questionário de avaliação final desta etapa foi respondido 11 - Os prazos estabelecidos no Planejamento estão sendo cumpridos 12 - Os custos estabelecidos no Planejamento estão sendo cumpridos 13 - As tecnologias implantadas estão funcionando de acordo com o previsto Situação Atual 2,8 2,7 3,1 2,9 2,8 2,5 3,2 3,1 3,0 2,5 3,2 3,2 3,2 Situação Desejada 3,2 3,0 3,5 3,4 3,2 3,0 3,3 3,5 3,5 3,1 3,5 3,3 3,5 Acadêmica, Projetos Acadêmicos e Educacional 1 - A equipe de implantação conta com representantes de todas as áreas 2 - O tema e as características do curso (interação, desafio, duração) são adequados para o lançamento 3 - Tem um bom plano de comunicação (evento de lançamento, endomarketing, reconhecimento) 4 - As lideranças das áreas interessadas estão efetivamente engajadas 5 - Os processos afetados foram efetivamente ajustados para absorver com sucesso esta mudança 6 - As áreas afetadas foram efetivamente ajustadas para absorver com sucesso esta mudança 7 - As novas competências necessárias foram desenvolvidas 8 - Os mecanismos de avaliação foram preparados para fornecer dados para as métricas estabelecidas 9 - As métricas estabelecidas estão sendo efetivamente acompanhadas 10 - O questionário de avaliação final desta etapa foi respondido 11 - Os prazos estabelecidos no Planejamento estão sendo cumpridos 12 - Os custos estabelecidos no Planejamento estão sendo cumpridos 13 - As tecnologias implantadas estão funcionando de acordo com o previsto 38 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Situação Atual 3,6 4,2 3,1 3,8 3,8 3,4 3,7 3,4 3,6 3,6 3,5 3,5 4,0 Situação Desejada 4,3 4,6 4,2 4,5 4,6 4,4 4,5 4,5 4,3 4,6 4,7 4,6 4,8 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Avaliação Corporativa, Treinamento & Desenvolvimento, Administração Pública e Relevante Contribuição Social Situação Atual 1 - Os prazos estabelecidos foram cumpridos (4 = terminou antes do prazo, 2 = no prazo e 0 = depois do prazo) 2,7 2 - Os custos estabelecidos foram cumpridos (4 = gastou menos, 2 = dentro do orçado e 0 = gastou mais) 2,7 3 - O projeto de e-Learning se justificou financeiramente em um ano (4 = sim, 3 = 2 anos, 2 = 3 anos, 1 = 4 anos, 0 = 5 anos) 3,3 4 - As avaliações de reação apresentam os resultados esperados 2,9 5 - As avaliações de retenção do conhecimento/habilidade apresentam os resultados esperados 3,0 6 - As avaliações de aplicação do conhecimento/habilidade no trabalho apresentam os resultados esperados 2,4 7 - As avaliações de melhoria de desempenho apresentam os resultados esperados 2,3 8 - As avaliações de Contribuição para os Resultados (Razões de Negócio) atendem ao esperado 2,6 9 - O Plano de Melhoria Contínua foi implantado e estamos certos de que será executado 3,3 10 - As métricas e seus impactos nos negócios foram avaliados e atingidos 3,1 11 - As direções das áreas envolvidas estão conscientes dos resultados conquistados 2,9 12 - O público-alvo tem a percepção de valor dos cursos realizados 3,0 Situação Desejada 3,1 3,0 3,6 3,3 3,3 3,0 2,9 3,4 3,5 3,5 3,3 3,4 Acadêmica, Projetos Acadêmicos e Educacional 1 2 3 4 5 6 7 8 - Situação Atual Os prazos estabelecidos foram cumpridos (4 = terminou antes do prazo, 2 = no prazo e 0 = depois do prazo) 3,8 Os custos estabelecidos foram cumpridos (4 = gastou menos, 2 = dentro do orçado e 0 = gastou mais) 3,9 O projeto de e-Learning se justificou financeiramente em um ano (4 = sim, 3 = anos, 2 = 3 anos, 1 = 4 anos, 0 = 5 anos) 3,0 O Plano de Melhoria Contínua foi implantado e estamos certos de que será executado 4,1 As metas estabelecidas no PDI foram atingidas 3,9 As Reitorias das áreas envolvidas estão conscientes dos resultados conquistados 4,3 O público-alvo tem a percepção de valor dos cursos realizados 4,5 Sinais – Avaliação Institucional 4,1 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Situação Desejada 4,1 4,1 3,6 4,2 4,2 4,5 4,7 4,2 39 Melhores Práticas e Lições Aprendidas Nesta seção são apresentadas as dez melhores práticas e instituições de ensino participantes 1 – Alinhamento com a estratégia Um dos principais fatores de sucesso na implantação do e-Learning é seu alinhamento com estratégias organizacionais e propostas pedagógicas consistentes. Essas estratégias permearão o planejamento, auxiliando na definição da demanda de cursos e conteúdos a serem trabalhados, assim como seus respectivos públicos-alvo. Com o alinhamento desses fatores, o processo de treinamento e desenvolvimento em organizações tende a ser mais rápido e eficaz, principalmente quando aliado às facilidades tecnológicas oferecidas pelo e-Learning. 2 – Avaliação de resultados Ao implementar um projeto de e-Learning, é importante estabelecer critérios de avaliação de resultados. Esses resultados avaliados devem englobar os conteúdos aprendidos em comparação aos objetivos pedagógicos previamente traçados, além dos retornos recebidos pela organização no que diz respeito à produtividade de seus profissionais e nos ganhos financeiros adquiridos com a nova modalidade. Esse tipo de avaliação requer o estabelecimento de processos bem estruturados, incluindo fases de implantação e acompanhamento. É preciso avaliar aspectos como a quantidade de cursos realizados, volume de pessoas treinadas e certificações emitidas, além das relações entre o índice de desistência e a atuação de tutores, o conhecimento de um novo produto e seu volume de vendas, os indicadores educacionais com e sem o uso de tecnologias, entre outros exemplos adequados a cada realidade. 3 – Foco na pedagogia, não na tecnologia Considerando as diferenças existentes entre as modalidades presencial e on-line, é preciso optar por um formato mais adequado e por estratégias pedagógicas que atendam às demandas de cada organização. Os critérios para a seleção de uma modalidade não devem ser focados apenas na tecnologia, mas sim na melhor forma de aprendizagem de um determinado conteúdo e nos recursos disponíveis para esse processo. Muitas vezes, enquanto a preocupação recai sobre os aspectos estéticos e as multifuncionalidades de um curso, esquece-se do planejamento instrucional e de outros itens importantes que vão refletir positivamente nos resultados finais do treinamento. 4 – Importância da metodologia e da gestão da mudança O fator humano é, sem dúvida, o grande motivador de qualquer iniciativa educacional tomada dentro de uma organização. Logo, mudanças como a implantação de e-Learning em uma organização devem ser bem administradas, de modo a não afetar a rotina de trabalho de seus funcionários. Assim, é preciso ter o cuidado de realizar uma comunicação eficaz com os colaboradores, informando-os de eventuais mudanças, esclarecendo dúvidas e apontando papéis e funções importantes ao processo. A preparação de pessoal para qualquer mudança é muito importante para evitar problemas de entendimento que, por sua vez, levem à desmotivação ou a resultados muito abaixo do esperado. 5 - Apoio ao projeto e ao aluno Quando tratamos de novidades no ambiente organizacional, a receptividade pode ser muito variada. No que tange ao e-Learning, muitos podem recebê-lo com desconfiança, não se sentirem seguros no processo e, em razão disso, não aproveitarem o treinamento de maneira eficaz. Para evitar essa situação, é primordial oferecer suporte através de tutoria, monitoria e assessoria pedagógica, fazendo com que o aluno não se sinta só durante o processo, mas sim num ambiente interativo e de estímulo à aprendizagem. Além do apoio ao aluno, é preciso dar suporte ao projeto, garantindo seu desenvolvimento com a colaboração de todos os envolvidos. 40 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Congresso e-Learning Brasil e Fit Educ 2009 e lições aprendidas em utilização pelas 114 organizações do Prêmio e-Learning Brasil desde 2002. 6 - Continuidade e expansão Uma iniciativa em e-Learning pode ter resultados positivos, mas se ela se encerra ao fim de um treinamento, todo o esforço de implantação não se justifica. É preciso disseminar o conhecimento adquirido, expandindo-o para outras áreas ao mesmo tempo que novos objetivos de aprendizagem são identificados. Considerando que o aprendizado ocorre durante toda a vida, esse processo deve ter continuidade dentro das organizações. Ele deve ser constante, mas de maneira que não perca sua qualidade e continue trazendo benefícios à organização. 7 - Engajamento, patrocínio e valorização O sucesso da iniciativa também depende de agregar valor a ela. Para isso, é preciso criar a consciência de que todos serão beneficiados com os resultados obtidos, desde que contribuam e sejam participativos. Logo, é preciso tomar medidas como valorizar o profissional que utiliza o e-Learning para seus estudos e conscientizar a alta administração a investir na modalidade ao mesmo tempo que também acredita em sua eficácia. Ao conquistar a credibilidade de todos os colaboradores, ocorre um engajamento geral, tornando-se possível realizar investimentos em melhorias e na continuidade do processo. Dessa forma, a equipe passa a patrocinar o projeto, principalmente investindo seu tempo de contribuição ou recursos financeiros que possam ser revertidos em treinamento e capacitação. Todos se engajam e levam a iniciativa adiante, acreditando nela e apostando em resultados positivos. 8 - Garantia de infraestrutura É possível investir num treinamento com recursos de última geração e ótima qualidade. Porém, sem um mínimo de infraestrutura necessária para a implantação do e-Learning, de nada adiantaria o investimento na criação de tal material. Além de pensar na qualidade do curso, é preciso garantir a infraestrutura adequada para sua realização: um servidor capaz de abrigar tudo o que o treinamento demanda, elementos de rede e internet e, obviamente, hardwares e softwares para uso do aluno. Caso preferir, a organização pode contratar infraestrutura externa e oferecer o treinamento em horários alternativos, uma opção, muitas vezes, de custo mais baixo. 9 - Integração e estratégia do conhecimento A cada dia, novas tecnologias surgem, e, principalmente, novas maneiras de acesso à internet e interação no ciberespaço vão fazendo parte de nossa realidade. Toda essa tecnologia acaba entrando nas nossas vidas a ponto de integrarem-se aos processos de ensino-aprendizagem, criando novas demandas. Com isso, é preciso pensar em estratégias de uso de novas tecnologias de maneira que tornem o acesso ao conhecimento mais fácil e não tragam dificuldades à organização, ao mesmo tempo que não ocorram perdas de conteúdos importantes. 10 - Planejamento e gestão Qualquer projeto exige uma gestão eficiente em cada uma de suas etapas (pré-projeto, planejamento, implantação e avaliação), que devem ser tratadas com o mesmo grau de importância. Isso não é diferente na utilização de tecnologia em processos de ensino-aprendizagem. Ao permear todas as etapas do projeto, é possível apontar com mais facilidade aspectos que devam ser melhorados ou mantidos, visando à obtenção de resultados positivos e à continuidade do processo. revista e-Learning Brasil 2009/2010 41 Congresso e-Learning Brasil e Fit Educ 2009 Artigo Liderando jovens, futuros líderes por Almiro dos Reis Neto O s jovens de hoje parecem que já nascem com capacidade multitarefa: teclam, twittam, ouvem música, fazem download do material da escola para a lição de casa via internet, assistem à TV, comem, bebem... Tudo ao mesmo tempo! E nem pense em propor desligar alguma coisa, pois você vai ouvir um sonoro: “não mexa aí, que eu estou vendo”. Toda a geração com mais de 50 anos, conhecida como “geração baby-boomer”, foi educada para ter e valorizar o foco. Já esta nova geração dos que estão apenas iniciando sua vida profissional, conhecida como a “geração Y” ou “Net”, aprendeu a conviver com a dispersão, com o múltiplo interesse, com a diversidade, com o novo como corriqueiro. Entre essas duas gerações, já a pleno vapor nas organizações e assumindo o poder, está a “geração X”. Os baby-boomers foram assim chamados porque são a geração dos que nasceram a partir do pós-guerra, em 1946, quando os soldados voltaram para a casa e houve uma explosão de nascimentos de bebês. Essa é a geração que rompeu com o totalitarismo, que trouxe a experiência humanística para as ruas das cidades e para dentro das empresas. É a geração com muita carga ideológica, de maio de 68, dos Beatles, dos hippies, dos cabelos longos. A geração baby-boomer foi revolucionária sob muitos aspectos, inclusive sob a ótica de maior liberação sexual. Mas o momento atual dentro das empresas é outro. Poderíamos listar vários grandes itens, práticas e conceitos presentes na realidade das organizações que surgiram apenas nos últimos anos e se impuseram como rotina fundamental: e-mail, site, blog, palm, celular, 3G, iPhone, iPod, twitter, aprendizagem, e-Learning, equipe, diversidade, sustentabilidade, competência, empregabilidade, networking, ONG, voluntariado, flexibilidade e talento. Os mais jovens, da geração Y, já entram no mercado de trabalho com esses conceitos e práticas como algo normal e esperado. Que bom! Mas há uma diferença de valores fundamental a ser percebida e gerenciada por 42 revista e-Learning Brasil 2009/2010 aqueles que estão no poder das organizações de hoje. Já não basta apenas repassar conhecimento aos mais jovens. É preciso que esse conhecimento tenha significado e interaja com os valores do aprendiz, pois só assim o aprendiz decide aprender, o que aprender e qual grau de entusiasmo e energia vai colocar nesse aprendizado. Hoje já sabemos que a aprendizagem ocorre de dentro para fora. Ou seja, é o indivíduo que aprende, e não o professor que ensina. O mestre, na realidade, cria condições para que o aluno aprenda, se assim ele quiser. Acho que a possibilidade de conflito entre essas gerações dentro das organizações é muito grande, mas, por outro lado, o desafio é rico e fascinante. Ampliar horizontes, trocar perspectivas, mesclar culturas, perceber como a diversidade pode ser rica é, sem dúvida, uma experiência fascinante. Integrar essas duas realidades e seus valores faz parte do papel gerencial de todos os gestores da atualidade, e não há dúvida de que utilizar as ferramentas que os jovens já utilizam em seu dia a dia aproxima essas realidades. Por isso, acreditamos que a utilização de processos de aprendizagem blended com recursos e-Learning e também recursos vivenciais, com outdoor, rafting, trekking etc., trazem grande efetividade para a capacitação de adultos em geral, e particularmente dos jovens da geração Y. Almiro dos Reis Neto é Presidente da Franquality Consultoria em RH Congresso e-Learning Brasil e Fit Educ 2009 Artigo Você é um empreendedor educacional? Por Luiz Augusto M. da Costa Leite E ducação é um valor defendido por todos. No Brasil, então, parece que não teríamos grandes problemas se o sistema educacional funcionasse. Em nosso campo de trabalho, nas organizações, vivemos às voltas com a falta de talentos e com a parcimônia das competências necessárias ao cumprimento dos objetivos. Paradoxalmente, quando a crise chega... Se a educação é uma questão de consciência, que paradigmas deveriam nortear as ações profissionais a partir (e muito além) dos mecanismos que as estruturas organizacionais nos colocam à disposição? O que parece estar faltando é a conexão de todas as tecnicalidades ferramentais com o contexto socioeconômico e condição humana, seu engenho e arte. A revisão de alguns paradigmas por todos os que convivem nas organizações poderia fazer-nos repensar a importância em transformar um valor em prática. Paradigmas da educação para resultados 1 Educar é um dever individual inalienável. O profissional precisa assumir a responsabilidade educacional independentemente de sua posição e de a organização criar aparatos facilitadores, como cursos e correlatos. Em todos os momentos há oportunidades de ensinar e aprender. 2 Quem ensina aprende. Há um círculo virtuoso: quanto mais o profissional se engaja, mais aprende e aumenta o retorno em seu capital educacional. É bom para todos. 3 Educar é uma competência essencial. A pessoa, ao produzir comportamentos, reflete suas próprias capacidades, isto é, seu poder de praticar virtudes. Isso não tem hora nem lugar. É parte intrínseca das abordagens de trabalho. 4 Só se educa para mudar. A transformação é a essência da educação. Quando alguém ensina algo a outrem está movimentando mecanismos de mudança, desde o nível individual até a organização total. 5 O diálogo gera produtividade, não a transferência do conhecimento. O processo dialógico, que reconhece e incorpora a diversidade criadora, traz a riqueza da contribuição do outro e leva a resultados superiores. 6 Todos são líderes na iniciativa de educar. Em qualquer situação de trabalho, nas relações em todos os sentidos, no interior e com os parceiros externos, qualquer um pode liderar no processo ensino-aprendizagem. Trata-se de um processo não hierárquico. 7 Um problema que merece intervenção educacional deve ser visto em perspectiva multidimensional. Não basta agir sobre o texto de uma circunstância; sempre há um contexto que o condiciona e a ação educacional deve contemplar as intersecções entre a parte e o todo. 8 A capacidade de aprender está associada à possibilidade de realizar. Ninguém aprende para o vazio. É um direito de o aprendiz colocar em prática o que aprende, em execução de tarefas e ampliação de seu escopo humano. 9 Uma cultura organizacional com base em educação sabe melhor como agir em momentos de crise econômica. A competência das pessoas em adotar os comportamentos necessários em momentos de crise é diretamente proporcional ao capital investido em educação de seus quadros. 10 Em nosso país, com imensa disparidade social e econômica, as organizações se legitimam quando privilegiam o desenvolvimento das pessoas. Não existe aumento de produtividade sem o correspondente em crescimento humano, pois é no trabalho que as pessoas crescem, relacionam-se com padrões, garantem sua subsistência e produzem riquezas materiais e existenciais. A educação é a mola mestra da convivência produtiva. A educação nas organizações é uma parceria em que todos estão naturalmente envolvidos. Os principais líderes, por sua capacidade de influenciar resultados, têm um papel diferenciador, de aproveitar as oportunidades presentes e futuras e gerar resultados. Ora, se deve ser empreendedor em seus negócios, por que não também em educação, que é a geradora do pensamento criativo e ativadora da sinergia na organização? Luiz Augusto Costa Leite é Sócio da Change Consultoria de Organização e Coordenador do Comitê de Criação do CONARH revista e-Learning Brasil 2009/2010 43 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Brasil Telecom Martins Sabesp Fundação Bradesco FGV Online Telemig Celular Amazônia Celular FGV EAESP Datasul Embratel PUC-SP Colégio Militar de Manaus Ibmec São Paulo Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Portal da Educação Senac RJ Senai Departamento Nacional Algar Universidade Bradesco SEDUC/AM 33 30 30 24 21 21 19 15 15 15 12 12 12 10 10 10 9 9 9 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Unibanco PUC Rio CCEAD Caixa Econômica Federal Fundação Roberto Marinho Novartis Schincariol Treina e-Learning Universidade Presbiteriana Mackenzie ACS - Algar Call Center Service Claro Colégio Presbiteriano Mackenzie Escola Nacional Saúde Pública Fundação Bradesco GMB Mapfre Seguros Petrobras Renault Vivo Votorantim Cimentos 9 8 7 7 7 7 7 7 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 HSBC CIEE Orbitall SAP SKY SENAC Rio Acadêmico Câmara dos Deputados Pirelli Pneus SEBRAE/SC Banco do Brasil Banco Itaú Boehringer Ingelheim Caterpillar Citibank CVRD DEC – Datasul Educação Corporativa DirecTV Disciplina de Telemedicina USP Escola Politécnica da USP 9 7 7 6 6 5 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 Fundação Dom Cabral Fundação Vanzolini Grupo Executivo Delegacia Legal International Paper do Brasil Merck Oi Futuro POLI USP PECE Portal Educacional Positivo Bayer Schering Pharma SENAI/SC SKY - Treinamento Técnico Souza Cruz TAM Telefonica Telemar Unit - Universidade Tiradentes Zargon Brasil Telecom Call Center 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 iPED iUVB-Anhembi Morumbi Atlantica Hotels Autotrac BCP Brasscom Bureau Veritas CVC ENAP FAAP FANESE Galderma Grupo SBF HP IAG - PUC Rio IESB Imprensa Oficial do Estado de São Paulo INSS IRS – Instituto Razão Social IOB 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 Janssen-Cilag Lojas Colombo MG Master Microsiga Nortel Networks Oi Capacitação de Canais PUC Minas Rhodia Poliamida Roche Santander Banespa Secretaria de Estado da Educação e do Esporte de Alagoas SENAI/CE SENAI/SP Tec Train Tigre TIM UniDF Unilever Unisys Inscrições para o Prêmio e-Learning Brasil 2010/2011: A partir de 10 de novembro de 2009. www.elearningbrasil.com.br/premio Pontuação – Soma dos pontos de 2002 até 2009 para todos os participantes, finalistas e vencedores de uma (ou mais) edição(ões) do Prêmio. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Congresso e-Learning Brasil e Fit Educ 2009 Conselho de Notáveis Conselho de Notáveis Missão do Conselho O Conselho de Notáveis do e-Learning no Brasil foi criado em 24 de novembro de 2005 com a finalidade de apoiar a MicroPower na aprovação do regulamento e das políticas relativas ao Prêmio e-Learning Brasil. Composição A composição do Conselho levou em conta o reconhecimento público do conhecimento e realizações de seus membros em diferentes atividades, em especial pela atuação no movimento para a capacitação dos cidadãos brasileiros e a inclusão dos portadores de necessidades especiais. A Presidência do Conselho foi confiada a Miguel Ignatios, a Secretaria Executiva a Agostinho Turbian, e como Conselheiros foram indicados Odécio Grégio, Francisco Antonio Soeltl, Carlos Faccina, Ozires Silva, Alair Martins, Elcio Anibal de Lucca, Paulo Skaf, Alain J. P. Belda e Paulo Nathanael, os seis últimos patronos do Prêmio e-Learning Brasil. Miguel Ignatios Presidente do Conselho Agostinho Turbian Secretário Executivo Ozires Silva Patrono 2004 Alair Martins Patrono 2005 Elcio Anibal de Lucca Patrono 2006 Paulo Skaf Patrono 2007/2008 Alain Belda Patrono 2008/2009 Paulo Nathanael Patrono 2009/2010 Carlos Faccina Odécio Grégio Francisco Antonio Soeltl revista e-Learning Brasil 2009/2010 45 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 – Cerimônia de Abertura Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 N o dia 24 de junho de 2009, no Centro de Convenções do Sheraton São Paulo WTC Hotel, na capital paulista, ocorreu a entrega do 8o Prêmio e-Learning Brasil, edição 2009/2010, evento realizado pela MicroPower. Dando início à solenidade, Francisco Antonio Soeltl, Presidente do Portal e-Learning Brasil e da MicroPower, saudou e agradeceu aos presentes, fazendo menção aos patronos das edições anteriores, aos patrocinadores e à comissão avaliadora do Prêmio. Para representar a comissão avaliadora do Prêmio, Soeltl convidou um dos seus integrantes, o Pedagogo e Consultor Cláudio Minetto. Em seu discurso, Minetto enfatizou a importância do trabalho em equipe, considerando que um case de sucesso, não apenas no que tange ao e-Learning, não é construído por uma única pessoa ou por um trabalho individual, mas sim pelo esforço de uma equipe. O Patrono escolhido para a edição deste ano foi o Professor Paulo Nathanael Pereira de Souza. Durante a cerimônia de premiação, o Professor foi homenageado, recebendo um troféu. Em seguida, foi convidado por Francisco Soeltl a comparecer ao palco, onde fez um discurso agradecendo a indicação. Fazendo uma relação com o tema deste ano abordado no Congresso e-Learning Brasil, o homenageado destacou a importância do desenvolvimento de novos talentos e das pesquisas focadas nas consequências e resultados da utilização do e-Learning em empresas. Durante o Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010, foram contempladas 21 organizações, tanto como “Contribuições Marcantes” como “Referências Nacionais”, ou recebendo o prêmio de destaque deste ano. Iniciando com as “Contribuições Marcantes”, seis organizações foram homenageadas com troféus: o SEBRAE Santa Catarina, como “Relevante Contribuição Social”, a FAAP e o Mackenzie, por seus “Projetos Acadêmicos”, e as “Contribuições Marcantes” corporativas da CVC, da Oi Canais e da Caixa Econômica Federal. 46 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Francisco Antonio Soeltl Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Antes de encerrar a solenidade, sucedida pelo jantar de gala do Prêmio e-Learning Brasil, Francisco Soeltl lembrou a comemoração dos 15 anos de existência da MicroPower em 28 de abril deste ano. Para comemorar o aniversário da empresa, foi feita uma bela homenagem, com direito a bolo e champanhe para os presentes na solenidade. Recebendo as homenagens de “Referências Nacionais”, nove empresas foram contempladas, algumas mais de uma vez. São elas: o CIEE, a Escola Politécnica da USP e a PUC São Paulo como “Relevante Contribuição Social”; a FGV On-line, o Senac Rio, o Senai – Departamento Nacional e o Portal Educação como “Treinamento e Desenvolvimento”; o Colégio Militar de Manaus e a SEDUC Amazonas na categoria “Educacional”; a Câmara dos Deputados de Brasília como “Administração Pública”; a FGV On-line como “Projeto Acadêmico”; o Senac Rio na modalidade “Acadêmica”; e a Sky Brasil, a Vivo, a Unialgar, a Schincariol e a Sabesp na categoria “Corporativa”. A solenidade seguiu com o agradecimento e a homenagem a duas organizações pelas suas contribuições e apoio: a Associação Brasileira de Recursos Humanos – Sistema Nacional (ABRH) e a Associação de Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (ADVB). Seus representantes também compareceram e receberam troféus. O trabalho de inclusão social também foi destaque durante o Prêmio. Foi anunciada a doação de licenças de softwares a entidades que prestam apoio aos deficientes visuais. A representação foi feita pelo Instituto Padre Chico, uma escola inclusiva para deficientes visuais. Após muita expectativa, Francisco Soeltl anunciou as seis organizações contempladas com o Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 pelo seu destaque na área durante o ano. As instituições premiadas foram: a PUC São Paulo (“Relevante Contribuição Social”), o Portal Educação (“Treinamento e Desenvolvimento”), a Unialgar (“Corporativo Diamond”), a Schincariol (“Corporativo Gold”), a Vivo (“Corporativo Silver”) e a Sabesp (“Corporativo Star”). Todas as organizações enviaram seus representantes, que se dirigiram ao palco para receber o troféu e agradecer. Denis Renato da Costa, Milka Musulin Soeltl, Francisco Antonio Soeltl e Daniel Musulin Soeltl revista e-Learning Brasil 2009/2010 47 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 – Patrono PAULO NATHANAEL PEREIRA DE SOUZA D urante a solenidade de entrega do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010, Francisco Antonio Soeltl, Presidente do Portal e-Learning Brasil e da MicroPower e membro do Conselho de Notáveis, apresentou as homenagens ao Patrono desta 8a edição: o Professor Paulo Nathanael Pereira de Souza. Graduado em Economia e Administração e Doutor em Educação, Paulo Nathanael é Professor Universitário nas áreas de Economia, História e Educação. Possui numerosas condecorações nacionais e internacionais, com destaque para a Legião de Honra e a Ordem Nacional do Mérito, da França. Também é autor de diversas obras sobre Educação, incluindo o recém-lançado Educação e Desenvolvimento no Brasil, pela editora Integrare. Atualmente, é Presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e do Conselho de Administração do CIEE/SP e Reitor da Universidade Corporativa do SCIESP – UNISciesp, além de membro titular das Academias Paulista de Educação, Paulista de História, Cristã de Letras (da qual é o atual Presidente) e de diversas outras organizações. Em seu discurso, o homenageado citou, bem-humorado, um amigo de longa data, o poeta e ensaísta Abgar Renault 48 revista e-Learning Brasil 2009/2010 (1901-1995): “Quando vamos fazer um discurso, é melhor não dizer ‘vou ser breve’, pois, somente ao falar isso, já não estamos sendo”. Congratulou a MicroPower pelo trabalho feito no âmbito da Educação, mais especificamente em e-Learning, ressaltando a busca e a conquista de resultados positivos em meio a um cenário de descrença e críticas quanto à eficácia da educação a distância. Esse cenário vem se revertendo aos poucos, conquistando, inclusive, um progressivo reconhecimento das autoridades sobre a importância dessa modalidade de ensino. Relembrando o tema do Congresso e-Learning Brasil: “Além do e-Learning: Desenvolvendo Talentos”, o Patrono enfatizou um novo tipo de discussão, focada nas consequências da utilização do e-Learning, mais precisamente nos resultados atestados pelas empresas que já o utilizam. Quanto ao desenvolvimento de novos talentos, comentou: “O Brasil, que optou modernamente pelo esforço de desenvolvimento econômico e social de seu povo, não pode fazê-lo sem educação de qualidade e apoio ao esforço de selecionar, educar, reter e dar condições ótimas de atuação aos novos talentos. Eles serão os multi- Prêmio e-Learning Brasil 2008/2009 plicadores da produtividade e do sucesso das empresas”. Paulo Nathanael também relembrou a importante participação no Congresso de grandes especialistas nacionais e internacionais, como Delio Morais, Carlos Faccina, Nick van Dam e Marc Rosenberg, e fez menção aos patronos dos anos anteriores, em sua maioria presentes no momento de seu discurso. No encerramento, agradeceu a indicação como Patrono: “Como educador e velho entusiasta da ‘EAD’, que já se praticava sob minha coordenação nos idos dos anos 60 no, hoje extinto, Departamento Estadual de Administração do Governo do Estado de São Paulo, onde me coube dirigir os concursos públicos e os programas de aperfeiçoamento funcional do pessoal civil da máquina estadual, quero agradecer a decisão tomada de fazer-me um dos homenageados deste Congresso, menos por eventuais méritos pessoais e muito mais pela sólida amizade e a efetiva colaboração que há muitos anos me ligam a esta admirável figura do Francisco”. A homenagem contou com a entrega do troféu ao Patrono. Para essa tarefa, foram convidados: José Maria Chapina Alcazar, Presidente do Sindicato dos Escritórios Contábeis do Estado de São Paulo, Alexandre Tirelli, Presidente em Exercício do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (SCIESP) e Odil de Sá, Chanceler da UniSciesp e da Ebrae (Escola Brasileira de Ensino a Distância). “O Brasil, que optou modernamente pelo esforço de desenvolvimento econômico e social de seu povo, não pode fazê-lo sem educação de qualidade e apoio ao esforço de selecionar, educar, reter e dar condições ótimas de atuação aos novos talentos. Eles serão os multiplicadores da produtividade e do sucesso das empresas.” PAULO NATHANAEL Francisco Antonio Soeltl e Paulo Nathanael Pereira de Souza Alexandre Tirelli, Odil Baur de Sá, José Maria Chapina Alcazar e Paulo Nathanael Pereira de Souza Patronos das edições anteriores: 2008/2009 – Alain Belda 2007/2008 – Paulo Skaf 2006 – Elcio Anibal de Lucca 2005 – Alair Martins 2004 – Ozires Silva revista e-Learning Brasil 2009/2010 49 Vencedores – Corporativo e Treinamento e Desenvolvimento T&D A s exigências de um mundo em mudanças aceleradas e com menor disponibilidade de tempo fazem com que a Educação a Distância (EAD) cresça a cada dia. Pensando em atender a essa demanda, o Portal Educação (www.portaleducacao.com.br) é uma empresa de EAD que nasceu no ano de 2001 e se tornou referência no mercado nacional e internacional. Com milhares de pessoas treinadas a distância, em todo o Brasil e em mais de 60 países do mundo, o Portal Educação possui, atualmente, mais de 350 cursos nas mais variadas áreas. Hoje, o banco de dados exclusivo da empresa (não somando os cadastros de clientes corporativos) possui mais de 400 mil profissionais e acadêmicos cadastrados. Conhecendo os Portais Com a finalidade de facilitar o acesso dos internautas às diversas áreas do conhecimento, o Portal Educação lançou dezenove sites associados, mantidos pela marca da empresa, separando os conteúdos por campo de atuação. Os sites são: Portal Farmácia; Enfermagem Virtual; Portal Ensinando; Portal Fisioterapia; Portal Biologia; Gestão e Liderança; Portal Odontologia; Portal Veterinária; Portal Esporte; Medicina Cursos; Nutrição Virtual; Psicologia Virtual; Turismo e Hotelaria; Estética Cursos; Tecnologia Cursos; Portal Medicina Alternativa; Portal Idiomas; Portal Fonoaudiologia; e Portal Direito. Juntos, eles recebem mais de 2 milhões de visitas únicas mensais e 22 milhões de impressões de páginas/mês. Os cursos e treinamentos são livres e a carga horária varia conforme o projeto pedagógico proposto em cada curso, dividido em 2 h/a, 4 h/a, 20 h/a, 40 h/a, 60 h/a, 80 h/a, 100 h/a, 130 h/a, 240 h/a e 500 horas/aula (pós-graduação em parceria com universidades). Compromisso com o aluno Preocupação com a qualidade do ensino. Essa frase 50 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “Fazemos parte do mesmo ‘corpo’ e sabemos que o resultado da empresa se faz com a união das forças.” Ricardo Nantes Diretor-Presidente do Portal Educação Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 ressalta bem a importância do compromisso com o aluno. O Portal Educação respeita a individualidade e a opinião de seus visitantes, permitindo ainda que eles recebam informações e notícias. Essas notícias estão disponíveis abertamente e gratuitamente no ambiente de cada site. Todos os portais possuem um sistema de e-Commerce com várias formas de pagamento para satisfazer cada tipo de consumidor. Ricardo Nantes, Diretor-Presidente do Portal Educação, afirma que o principal segredo do sucesso da empresa é a forma como é trabalhada a elaboração dos cursos: “Temos uma equipe de tutores especializada que procura de maneira objetiva e interativa transmitir os conhecimentos sobre o assunto almejado no curso. Assim, conseguimos utilizar o sistema com eficácia e nos destacar no setor, oferecendo mais de 350 cursos de qualidade”, conclui. Parcerias A empresa trabalha com o sistema de parceria, em que qualquer site da internet poderá disponibilizar os cursos do Portal Educação em seu ambiente (por meio de um link ou página personalizada, no qual é possível controlar as inscrições oriundas de seu site). Isso irá contribuir para a divulgação de nosso sistema de ensino a distância e por consequência para o crescimento da EAD. Além disso, o Portal oferece Soluções Corporativas para empresas e instituições, com o desenvolvimento de cursos on-line sob medida, descontos especiais para grupos, utilização de material didático, consultoria de projetos com diagnóstico, implantação e formulação de soluções em e-Learning e muito mais. Para quem é empresário, ainda há a possibilidade de treinar a equipe pelo e-Cursos do Portal Educação que oferece descontos especiais para grupos. “O gestor precisa apenas escolher a quantidade de pessoas que deseja realizar o treinamento on-line para a sua empresa, e nós calculamos o desconto pelo número de pessoas e de cursos. Além de poupar o tempo, o curso a distância sai mais barato que o presencial”, ressalta Ricardo Nantes. Navegando nas ondas da Sala de Aula Virtual Após fazer a matrícula on-line, o aluno escolhe uma senha de acesso para sua Sala de Aula Virtual, onde poderá navegar pelo conteúdo dos cursos, par- ticipar dos fóruns, das videoconferências e interagir com os tutores pelo fórum, sala de aula virtual ou nas atividades síncronas. O Portal possui uma equipe de tutores altamente capacitada formada pelos mais variados profissionais, como pedagogos, administradores, psicólogos, educadores, advogados, farmacêuticos, fisioterapeutas, odontólogos, nutricionistas, enfermeiros, entre vários outros profissionais, que faz o acompanhamento dos participantes mediante a proposta pedagógica de cada curso. As salas de aula virtuais possuem vários recursos que auxiliam a aprendizagem a distância. O aluno tem à disposição vídeos, arquivos de áudio, documentos em PDF, diário de bordo para anotações, animações em Flash, biblioteca, sala de bate-papo com recurso de áudio e muito mais. No final do curso, o participante responde a um questionário on-line. Os participantes que obtiverem desempenho igual ou maior a 60% recebem um certificado emitido pelo Portal Educação, entregue via Correios ou na forma digital. Acompanhamento contínuo Um fator levado muito a sério no Portal Educação é o acompanhamento contínuo do aluno. O trabalho com dedicação e qualidade faz com que a empresa tenha um índice de 98,53% de fidelização dos seus alunos. Um total de 92,94% dos estudantes consideram o material didático do Portal Educação como ótimo ou bom, além do índice de indicação para amigos que chega a 98,10%. E os resultados positivos não param por aí. O Portal Educação, de forma prática e simples, ainda oferece ao tutor diversas ferramentas de acompanhamento individual do aluno, tais como relatórios de nível de interação dos alunos, de acesso ao conteúdo, de participação no fórum, de baixo desempenho, de avaliação das atividades, FAQ interno e on-line, entre vários outros recursos, que permitem ao tutor fazer um acompanhamento individualizado dos participantes. Para ter total controle, o Portal Educação desenvolveu seu próprio ERP (Enterprise Resource Planning), isto é, um sistema integrado de gestão com foco no cliente, constituído por um conjunto de procedimentos/processos organizados e integrados num modelo de gestão de negócios. Diversos tipos de relatório podem ser emitidos de maneira informatizada, permitindo analisar a evolução de nossos serviços ao longo dos tempos. Com grande aceitação junto à comunidade acadêmica, o Portal Educação atingiu um desenvolvimento sustentável, revista e-Learning Brasil 2009/2010 51 Vencedores – Portal Educação (cont.) conduzindo seu planejamento baseado no compromisso contínuo com a qualidade de vida atual e das gerações futuras por meio de um comportamento ético, que contribua para o desenvolvimento social e científico. Reconhecimento do trabalho O Portal Educação tornou-se, em 2008, a empresa mais premiada em Educação a Distância no Brasil e somente no primeiro semestre de 2009 conquistou oito prêmios e reconhecimentos nacionais, como Prêmio Brasileiro da Qualidade Educacional 2009; X Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente na categoria Educação e Loja Virtual; Prêmio Top of Quality 2009; Prêmio Quality Brasil 2009 e e-Learning Brasil 2009/2010 – Referência em Educação e Treinamento e Desenvolvimento. Miguel Ignatios e Ricardo Nantes Troféu Vencedor Atuação expressiva Com uma expressiva atuação na internet (especialmente na Web 2.0) e meios eletrônicos, a empresa conquista números impressionantes, tais como: · Mais de 2 milhões de visitantes mensais; · Mais de 22 milhões de páginas visualizadas em seus sites; · 14.387.570 visitantes em 2008; · Mais de 350 cursos on-line; · Índice de fidelização: 98,53%; · Índice de indicação para amigos: 98,10%; · Porcentagem de estudantes que consideraram o material didático bom ou ótimo: 92,94%; · Crescimento em novos clientes: 90,77%; · Número de novos cadastros feitos nos informativos da empresa (excetuando-se cadastros de clientes corporativos) em 2008: 146.440; · Milhares de profissionais capacitados em todo o mundo; · Mais de 1.200 sites afiliados. 52 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Odécio Grégio e Ricardo Nantes Troféu Referência Nacional Vencedores – Categoria Acadêmica, Projetos Acadêmicos, Educacional, Administração Pública e Relevante Contribuição Social Relevante Contribuição Social A PUC São Paulo venceu o Prêmio e-Learning Brasil 2009 na Categoria Relevância Social com o Projeto Gestão Escolar de Tecnologias (GET). O projeto, desenvolvido sob responsabilidade do Programa de PósGraduação em Educação: Currículo, está voltado para a formação de gestores de escolas públicas para o uso da tecnologia no dia a dia da escola e na gestão escolar. Criado em 2004, o Projeto GET é realizado em parceria com a Microsoft, através da divisão Microsoft Educação. A coordenação é da Professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, docente da linha de pesquisa de tecnologias na educação da PUC-SP. O projeto se desenvolve em diversos estados do Brasil e, no ano de 2009, iniciou uma parceria com o Centro Paula Souza, do Governo do Estado de São Paulo. A iniciativa incluiu na formação 450 gestores de unidades de ensino tecnológicas (escolas técnicas – ETEC e faculdades – FATEC) de todo o Estado de São Paulo. Para essa atuação, o desenho da formação foi reelaborado para atender à demanda do Centro Paula Souza, voltada ao atendimento dos gestores da rede de ensino técnico e tecnológico. A concepção de formação contextualizada levou a um redesenho das ações de modo a respeitar a cultura já consolidada e a história das unidades educacionais e dos órgãos de gestão, por meio de atividades que integram as experiências profissionais dos gestores, as teorias educacionais e as tecnologias para propiciar a integração das tecnologias nas atividades de gestão em suas distintas dimensões. O objetivo do projeto é fornecer condições para que os gestores utilizem a tecnologia em suas atividades e os professores possam incorporá-la à prática pedagógica de distintas áreas de conhecimento, resultando na melhoria da aprendizagem. A formação se desenvolve ainda com os objetivos de mobilizar a criação de redes para o diálogo, a troca de experiências e a busca conjunta de soluções para os problemas educativos e desenvolver a cultura de formação a distância. A duração total do curso no Centro Paula Souza é de 152h (54h presenciais e 98h a distância), distribuídas ao longo de aproximadamente dez meses. 54 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “O Prêmio e-Learning Brasil 2009 de Relevância Social demonstrou a importância do projeto, tanto no contexto educacional quanto na esfera sociopolítica e comprova que a Universidade tem condições de desenvolver produtos que atendam a distintos segmentos e modalidades da área de educação. Receber esse e o Prêmio de Referência Nacional prova que o projeto mantém sua posição de modelo para formação educacional e, ao mesmo tempo, aumenta sua relevância nacional no contexto da educação com tecnologias. O trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2004 no projeto procura sempre se adaptar à realidade do estado em que estamos atuando e expandir as possibilidades para o gestor educacional local.” Profa. Dra. Maria Elizabeth B. de Almeida Coordenadora do Projeto Gestão Escolar e Tecnologias Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Para a coordenadora do projeto, Maria Elizabeth Almeida, “o Prêmio e-Learning Brasil 2009 de Relevância Social demonstrou a importância do projeto, tanto no contexto educacional quanto na esfera sociopolítica e comprova que a Universidade tem condições de desenvolver produtos que atendam a distintos segmentos e modalidades da área de educação”. A premiação veio somar aos dois troféus já indicados de Referência Nacional que o Projeto GET havia obtido (2005 e 2006) e ao Prêmio e-Learning Brasil em 2005. “Receber estes dois prêmios prova que o projeto mantém sua posição de modelo para formação educacional e, ao mesmo tempo, aumenta sua relevância nacional no contexto da educação com tecnologias”, afirma a professora. Depoimento da Profa. Dra. Marina Graziela Feldmann, Pró-Reitora de Graduação: “Para a PUC-SP, formar professores e gestores escolares, com qualidade social e compromisso político da transformação, se mostra como o grande desafio imposto a todos que acreditam na educação como a garantia dos direitos humanos e sociais inerentes à condição e ao exercício da cidadania. Compartilhar do Programa Gestão Escolar e Tecnologias expressa a nossa concepção de uso das tecnologias como instrumental valioso para ações pedagógicas articuladas em espaços permanentes de diálogo, experimentação e recriação de práticas educativas na busca de formas colaborativas no processo de ensinar e de aprender”. A parceria do projeto com a Microsoft Brasil também é muito importante para essa relevância. Emílio Munaro, Diretor de Educação da Microsoft Brasil, afirma: “Para a Microsoft as tecnologias da informação e comunicação são também ferramentas que podem contribuir para o repensar do processo de ensino e aprendizagem; com isso o objetivo do programa Gestão Escolar e Tecnologias de habilitar os gestores no melhor uso das tecnologias (computadores, internet, áudio, vídeo, projetores de imagens) propicia aos profissionais o aprimoramento da gestão escolar como um todo e, ao redefinir a utilização da tecnologia no trabalho, compreende os benefícios e a importância pedagógica da ferramenta. O conceito está em sintonia com a visão que a Microsoft tem da formação do indivíduo para que ele atinja seu potencial pleno. Para obter a inclusão social por meio da inclusão digital, não basta capacitar os jovens estudantes a trabalhar com tecnologia. É preciso também criar condições para que os educadores compreendam a melhor maneira de utilizar esses recursos na rotina da escola e beneficiar assim o próprio trabalho e a comunidade”. O projeto já teve como parceiros o Ministério da Educação, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo e de outros noves estados (Goiás, Tocantins, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Pará, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Distrito Federal), por meio do Conselho Nacional de Secretários de Educação – CONSED –, municípios de Campo Limpo Paulista, Charqueada e Bertioga por meio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME. Atualmente tem como parceiros as Universidades Federal do Ceará, Federal de Goiás e Estadual de Pernambuco, além do Centro Paula Souza. O Prêmio e-Learning Brasil 2009 incentiva cada vez mais a PUC-SP a investir na continuidade das ações do Projeto GET e na expansão de sua atuação na formação de profissionais a distância. Marcos Masetto, Professor titular e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo PUC-SP, quando do início do projeto com o Centro Paula Souza, recorda que “este projeto trouxe a possibilidade de que gestores de escola pública pudessem repensar seu papel e permitiu o desenvolvimento de uma tecnologia que privilegia princípios de aprendizagem coletiva e compartilhada dos participantes”. A formação do gestor da rede pública mostrou o compromisso das organizações envolvidas (Estado, Universidade, Empresa) com a melhoria da escola pública profissional. São inovadores também: a integração de diferentes tecnologias na formação; a avaliação interna; o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas; a produção de livro (no prelo); a apresentação de trabalhos em congressos; a articulação em equipe multidisciplinar; e a parceria interinstitucional. Para complementar o ambiente virtual e, ao mesmo tempo, gerar visibilidade da iniciativa de educação, foi criado um blog. O blog Programa Gestão Escolar e Tecnologias (http://getcps.wordpress.com) divulga notícias relativas ao curso, ideias inovadoras sobre tecnologias na educação e tem como corpo editorial os professores da equipe. Nos últimos 5 anos, o Projeto GET já foi destacado em outros prêmios na área de educação a distância, tal como o Educare em 2006, e obteve o 3o lugar como modelo de experiência na ABED em 2007. “O trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2004 no projeto procura sempre se adaptar à realidade do estado em que estamos atuando e expandir as possibilidades para o gestor educacional local”, conta a Professora Maria Elizabeth Almeida, Coordenadora do Projeto GET. A intenção do projeto é fazer com que os gestores repensem seu papel na educação, utilizem as tecnologias na gestão, realizem a gestão das tecnologias disponíveis e promovam o desenvolvimento da revista e-Learning Brasil 2009/2010 55 Vencedores – PUC-SP (cont.) tecnologia para a aprendizagem. E nesse novo cenário do Centro Paula Souza, o projeto continua a prestar serviço à educação brasileira e ao desenvolvimento de pesquisas sobre educação a distância e gestão escolar. A expansão do Projeto GET deve continuar e integrar cada vez mais as tecnologias para a gestão e aprendizagem. Agostinho Turbian e Marina Graziela Feldmann Troféu Vencedor Elaine Saad e Marina Graziela Feldmann Troféu Referência Nacional 56 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Vencedores – Corporativo Star Corporativo STAR S abesp, uma empresa que atende mais de 26 milhões de pessoas (60%) do Estado de São Paulo, cujo principal acionista é o governo do estado e as demais ações estão pulverizadas na Bovespa e na Bolsa de Nova York. Conta hoje com um quadro de mais de 15.000 empregados para viabilizar seus desafios empresariais. É uma concessionária de serviços sanitários, responsável pelo planejamento, construção e operação de sistemas de água e esgoto (doméstico e industrial) em 366 municípios paulistas. Sua matéria-prima é a água. Daí a implicação direta com o meio ambiente, o ciclo hidrológico e a preservação de mananciais. Posicionada estrategicamente como uma empresa de soluções ambientais, com expertise e legitimidade para atuar em novos mercados, adota um modelo de gestão moderno e eficaz para prover o Capital Humano da organização de conhecimento e motivação necessários para criar soluções inovadoras que permitam o contínuo crescimento sustentável. Com base na Política Institucional de Recursos Humanos e Qualidade, que tem como princípios uma estrutura organizacional plana, mínimo de níveis hierárquicos, autonomia, maior valorização do desempenho individual, reconhecimento da multifuncionalidade, valorização da amplitude dos cargos e aquisição de competências, a Sabesp adota o modelo de Gestão de Recursos Humanos por Competências, que estabelece como funções básicas: · Desenvolver pessoas, lideranças e cultura; · Harmonizar o ambiente de trabalho; · Apoiar a Governança Corporativa; · Integrar e otimizar processos; · Gerir serviços de Recursos Humanos. A Gestão de RH por Competências tem como norteadoras as metas do planejamento estratégico, explicitadas pelos objetivos do Balanced Scorecard, para elaborar suas ações de Recursos Humanos no que tange 58 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “A educação a distância bem como as novas mídias digitais permitem aprender e compartilhar experiências possibilitando que o conhecimento fique mais próximo e acessível. Essa modalidade de ensino ocupa cada vez mais espaço na Universidade Empresarial Sabesp e abre possibilidades para o desenvolvimento contínuo do capital humano, da comunicação eficaz e do estímulo às inovações essenciais ao negócio. Estarmos entre os vencedores do Prêmio e-Learning Brasil 2009/10 é motivo de orgulho, por ser uma referência, evidenciar que a educação a distância na Sabesp está consolidada e ao mesmo tempo nos desafia a superar novos obstáculos, ultrapassar limites e evoluir constantemente para patamares mais avançados de performance.” Walter Sigollo Superintendente de RH e Qualidade da Sabesp Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 à Seleção, Avaliação e Remuneração, além da Universidade Empresarial Sabesp – UES. A UES, por sua vez, tem como premissa o conceito de educação corporativa para realizar programas de capacitação e desenvolvimento. Para viabilização desses programas, vale-se de uma metodologia híbrida, mesclando métodos presenciais, com autodesenvolvimento, práticas de compartilhamento do conhecimento e a educação a distância – EAD. Utilizada desde 1999, posicionando a Sabesp como uma das pioneiras nesse segmento, a EAD venceu barreiras tecnológicas e comportamentais, atingindo hoje um patamar de engajamento e sofisticação tecnológica que alicerça os milhares de oportunidades de aquisição de conhecimento. Trilhou um caminho que vai desde uma realidade que buscava um salto quantitativo, com a meta de disponibilizar ao menos um curso a distância por competência, até a atualidade que busca a cada ano um salto qualitativo, em que o e-Learning permeia os processos de trabalho da organização, gerando aprendizado durante a execução das atividades, apoiado pelas mídias digitais da Web 2.0. Com uma grade anual de cerca de 350 cursos a distância entre e-Learning e TV Corporativa, atingimos em 2008 o número de 15.520 participações. As opções da Intranet e TV Corporativa são abertas a qualquer empregado, possibilitando a democratização do conhecimento. A administração das participações em cursos virtuais ocorre através de um gerenciador alinhado aos conceitos de Web 2.0. A grande ênfase do programa da Sabesp no ano de 2008 esteve na inclusão dos benefícios proporcionados pelos recursos de colaboração Web 2.0 ao aprendizado formal através da EAD. Adotamos diversas ferramentas de colaboração, como blogs, wikis, Espaços Virtuais, Buscar Pessoas, Banco de Especialidades, Assinatura de Páginas (RSS), Comunidades Virtuais. Em cerca de um ano de utilização, essas ferramentas geraram números significativos que representam a avidez por conhecimento dos nossos profissionais. O grande desafio à Superintendência de Recursos Humanos e Qualidade é manter essas práticas alinhadas aos objetivos estratégicos e facilitar sua utilização, indicando aos empregados e às áreas organizacionais qual a melhor ferramenta para cada ocasião. Com a utilização das ferramentas de colaboração, a Sabesp estabeleceu uma nova arquitetura de aprendizado que transita entre aprendizado formal e aprendizado informal. No aprendizado formal, são mantidos os mais tradicionais métodos de ensino, como o ensino presencial, a TV Corporativa e o e-Learning. No aprendizado informal, as práticas de compartilhamento do conhecimento e as redes sociais exploram o conhecimento tácito dos empregados e criam condições também para o Suporte ao Desempenho, em que o conhecimento contido nessas práticas é aplicado em tempo real no trabalho dos empregados. No novo contexto organizacional, em que ensino, gestão do conhecimento e comunicação misturam-se por meio das mídias sociais, a Sabesp também assume essa diversidade para atender às demandas do planejamento estratégico. Assim, esses métodos são utilizados para disseminação, capacitação e desenvolvimento, retenção de talentos, gestão do conhecimento, suporte ao desempenho, responsabilidade socioambiental, apoio à performance no trabalho. Uma nova visão que amplia sobremaneira as alternativas de suporte à Gestão de Pessoas. O processo de aprendizagem virtual da Sabesp hoje é por muitas vezes um processo transparente, em que o empregado não precisa necessariamente interromper suas atividades para aprender ou rever alguma instrução de trabalho. A EAD na Sabesp é um programa democrático, que atinge todas as categorias de cargo e que consegue, através das diferentes formas de aprendizagem que ela possibilita, levar conhecimento numa linguagem adequada a cada público de interesse. Os resultados obtidos não se limitam a reduções de custo. Além de resultados financeiros, proporcionam à Sabesp otimização de processos, agilidade e amplitude de atuação para capacitação e desenvolvimento, elevação da massa crítica dos empregados, valorização dos recursos humanos e suporte ao desempenho profissional. Não há dúvidas de que a tecnologia evolui em alta velocidade e proporciona cada vez mais recursos para as estratégias de gestão. O diferencial está em saber combinar a tecnologia com a estratégia e encontrar soluções inovadoras e criativas. Além disso, é essencial que a organização evite a sobrecarga de tecnologias. Disponibilizar recursos sem propósitos bem definidos pode causar desuso e descrédito para o programa. Para a Sabesp, a atual configuração do Programa de Educação a Distância, com suporte das mídias digitais, permite às lideranças agilidade e amplitude para a preparação da organização para a viabilização dos negócios. revista e-Learning Brasil 2009/2010 59 Vencedores – Sabesp (cont.) O programa continua em evolução, acompanhando as inovações do mercado. O apoio da alta direção e a cultura da organização, já habituada com a Educação a Distância, são fatores que geram pilares sólidos para o crescimento contínuo do programa, que por sua vez contribui significativamente com a viabilização dos desafios empresariais e reconhecimento da Sabesp como uma empresa sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental. José Carlos Aires Filho, Paulo Nathanael, Elizabeth Ayres Gdikian, Douglas Alberine, Iracema Pingueiro e William Ramalho Troféu Vencedor Delio Morais, Elizabeth Ayres Gdikian e William Ramalho Troféu Referência Nacional 60 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Vencedores – Corporativo e Treinamento e Desenvolvimento Corporativo Gold O Grupo Schincariol detém 14 Unidades industriais, rede de distribuição própria, além de escritórios de vendas e conta ainda com 250 revendas que atendem a aproximadamente 600 mil pontos de venda em todo o Brasil. O portfólio de bebidas inclui cervejas, cervejas especiais, refrigerantes, sucos e águas. São quase 9 mil colaboradores diretos e 65 mil indiretos envolvidos nessa missão. Para proporcionar o desenvolvimento de todo esse público, o Grupo Schincariol alinhou as competências organizacionais às estratégias das empresas e, utilizando soluções em Ensino a Distância (EAD), pôde disponibilizar conteúdos fundamentais de ordem técnica, comportamental e de liderança para a capacitação de seus colaboradores próprios e funcionários de revendas. Vale destacar ainda que o EAD proporcionou, de forma rápida e direcionada, iniciativas de integração entre líderes e suas equipes. Esta trajetória tem uma história curta mas significativa: no ano de 2007, o principal foco da empresa era aprimorar a força de vendas das revendas. O desafio foi vencido, uma vez que a Schincariol promoveu cursos a distância para as empresas parceiras dispersas por todo o território nacional. Essa iniciativa consolidou o EAD como uma nova metodologia de educação. O método inicial foi pautado por didática mista de cursos “on-line” e presenciais, cuja estratégia utilizada para suportar todos os treinamentos para a força de vendas de nossas revendas foi a criação de um projeto de Multiplicadores e Instrutores. O objetivo, nesse primeiro momento, era a formação a distância de um multiplicador e um instrutor em cada revenda. Esses mesmos profissionais foram incumbidos de multiplicar os conceitos de Vendas e Gestão de Pessoas para os colaboradores de suas unidades. Em suma, foram formados os Multiplicadores e Instrutores a distância e eles replicaram a capacitação de forma presencial aos colaboradores em seu ambiente de trabalho. Além disso, a fer- 62 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Américo Garbuio Junior Diretor de DHO – Desenvolvimento Humano Organizacional – da Schincariol Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 ramenta do EAD possibilitou às revendas a gestão de seus programas de treinamento (histórico, conteúdo, público) sem nenhum custo. “O Grupo Schincariol continua acreditando que o e-Learning é uma ferramenta de suma importância para o desenvolvimento de nossos colaboradores e parceiros. É notório o quanto progredimos no compartilhamento de conhecimentos, de forma ágil e eficaz, contribuindo para os bons resultados da empresa.” Américo Garbuio Junior Diretor de DHO – Desenvolvimento Humano Organizacional – da Schincariol Segundo Vanessa Antonelli Rosseto (Consultora de DHO da área Comercial do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul): “O Portal é uma ferramenta incrível na gestão de treinamentos e o resultado tem sido fantástico! Veio realmente para transformar a maneira de treinar e incentivar nossos distribuidores na capacitação de suas equipes... Sem ele jamais teríamos alcançado o resultado que temos em nossa rede!”. Segundo Ênio Barbosa (Consultor de DHO da área Comercial de Minas Gerais e Rio de Janeiro): “Estamos vivenciando novos tempos com alguns velhos desafios para superar, por exemplo, responder a esta pergunta: Equipes vendendo ou equipes treinando? Está claro para todos da área comercial da UNEG RJ e MG que precisamos fazer ambas as atividades ao mesmo tempo e o Portal da Academia Schin está funcionando com uma ponte transversal às dificuldades de tempo e distância. Equipes bem treinadas são a certeza de equipes vencedoras!”. Para garantir o resultado do aprendizado e o alinhamento da estratégia de vendas da companhia, criamos em nosso Portal de Ensino a Distância algumas ações para mensurá-los. Desde 2008 utilizamos uma avaliação on-line para apurar o índice de vendas em nossas revendas e o relacionamos, através de cruzamento de dados, com os treinamentos nelas ministrados. A partir disso, criamos uma Campanha de Incentivos com o objetivo de premiar as revendas com os melhores resultados de Vendas e Treinamentos. Dessa forma, disseminamos o conceito de alinharmos desenvolvimento de pessoas e melhores performances para a organização. Essa iniciativa, mencionada em nosso “Case” campeão de 2009, foi batizada internamente de “Treinar para Ganhar”. Os resultados colhidos foram incríveis, pois a Schincariol conseguiu mesclar capacitação e busca por resultados por meio de um clima saudável de competição, marcando significativamente nosso processo de vendas. E, naturalmente, o EAD foi uma ferramenta fundamental para realizarmos esse sonho. Em 2008, outro passo significativo foi dado: o EAD se estendeu aos colaboradores internos, fortalecendo ainda mais essa nova metodologia educacional como estratégia de capacitação dos colaboradores da empresa. A partir de um grande projeto de implantação do SAP, 50 cursos foram disponibilizados totalmente via e-Learning, propiciando um grande aprendizado a 4 mil profissionais, em mais de 7 mil horas de treinamento. Os conteúdos disponibilizados capacitaram nossos usuários-chave do SAP ao acesso e operacionalização da ferramenta. Utilizando livros eletrônicos e a didática de “passo a passo” a cada acesso, pudemos tornar o curso atrativo e muito rico em conteúdo. Como se não bastasse, o Portal passou a ser uma referência como biblioteca virtual, em que nossos colaboradores podem acessar dados e o histórico de seu curso, revisando conteúdos e fortalecendo seu aprendizado. Cabe também, como destaque para esse projeto, o fato de termos 80% de adesão e realização dos cursos em apenas três semanas após o lançamento. “Nós temos paixão por educação e percebemos que todos os nossos clientes, sejam internos ou externos, reconhecem e sabem disso”, afirma Gustavo Mançanares Leme, um dos responsáveis pela iniciativa. Tamanho sucesso estimulou a Schincariol, na mesma época, a utilizar o EAD para o fortalecimento de algumas ferramentas de gestão de pessoas. Todos os conceitos, objetivos e instruções de utilização das ferramentas da Cultura de Feedback e Avaliação 360º foram disseminados via e-Learning. O público-alvo, formado por líderes da empresa, foi rapidamente treinado e apresentou ótimo aprendizado e satisfação com o novo método educativo. A partir de bons resultados colhidos com essa iniciativa, novos investimentos foram feitos no mesmo canal, para educar diretores e gerentes em como desenvolver o seu Plano de Desenvolvimento Individual, bem como o de suas equipes e na aplicação do MRI (instrumento de gestão de indicadores da companhia). Essas iniciativas propiciaram à companhia a presença no Prêmio e-Learning Brasil de 2008, em que recebeu a premiação de Contribuição Marcante. E, neste ano de 2009, a organização recebeu dois prêmios, sendo o de Referência Nacional e o da Categoria Gold. Isso repre- revista e-Learning Brasil 2009/2010 63 Vencedores – Schincariol (cont.) senta um marco para a Schincariol, que passa pelo processo de maturidade da metodologia EAD. Os investimentos em EAD continuam: muitos conteúdos estão sendo atualizados e outros novos desenvolvidos. Todo esse trabalho é, ainda, fundamentado por uma “trilha de aprendizagem” que servirá de base ao novo projeto de Gestão do Conhecimento protagonizado pela organização. Um novo mapeamento de competências, já em andamento, também será suportado pelo EAD na capacitação das necessidades futuras apontadas. Isso reforça a crença de que as soluções de EAD desenvolvem com eficácia nossos colaboradores e parceiros de negócio, devidamente alinhadas à estratégia organizacional. Ozires Silva e Américo Garbuio Junior Troféu Vencedor Alexandre Tirelli e Américo Garbuio Junior Troféu Referência Nacional 64 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Vencedores – Corporativo e Treinamento e Desenvolvimento Corporativo Diamond A UniAlgar, universidade corporativa do Grupo Algar, apostou em um novo modelo de educação continuada para o ensino a distância e elevou o ganho de conhecimento dos participantes de seus programas. Ela assumiu em 2008 o desafio de mudar o modelo de aprendizado adotado e implantar plenamente o Modelo Híbrido de Aprendizado, utilizando em seus cursos todas as ferramentas do conceito Blended. O projeto tem objetivos bem definidos: melhoria das competências (conhecimento, habilidades e atitudes) dos associados – como são chamados os colaboradores do Grupo Algar –, melhoria dos resultados de vendas e de atendimento e aumento do número de certificações. Nesse modelo híbrido, o aprendizado é facilitado aos associados não só pelo método formal de ensino presencial e a distância, mas, sobretudo, pela convergência das outras ferramentas que compõem o e-Learning, por exemplo, Comunidades, Chats, Fóruns, Tutoria, Disponibilização de Arquivos para downloads, Web Conference, videoaula, entre outras. 1ª Fase: A Implantação A implantação desse modelo foi realizada gradativamente após muitos estudos, pesquisas e benchmarkings. Começou com o conteúdo dos treinamentos, elaborados sob medida, para atender assertivamente às necessidades e particularidades de cada empresa do Grupo Algar, respeitando as características de cada negócio e sendo comum para todas elas o conteúdo corporativo que aborda a cultura do Grupo. Depois, além das empresas parceiras de conteúdos, contou com aquelas de desenvolvimento e modelagem de cursos altamente qualificadas e comprometidas como a WebAula e PrismaFS. Também continuou utilizando o padrão SCORM e hospedando a sua plataforma LMS no Data Center da Algar Tecnologia, uma empresa Algar. 66 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “É por meio da UniAlgar que nós estamos preparando os nossos talentos humanos para o futuro.” Luiz Alexandre Garcia Presidente Executivo – CEO do Grupo Algar Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 O terceiro passo foi iniciar a aplicação de pré-testes e pós-testes nos treinamentos disponibilizados, seguida pela disponibilização de mais interatividade, incorporando Chat, Fórum, Web Conference, Comunidades etc. Por fim, a implantação de Tutoria com especialistas e experts. Essas inovações tecnológicas utilizadas nesse novo processo educacional da UniAlgar atenderam as empresas do Grupo Algar de maneira mais rápida, distribuindo conteúdos padronizados com um valor mais acessível. 2ª Fase: Definição de Métricas Durante a implantação do novo processo educacional, a UniAlgar estabeleceu e acompanhou métricas quantitativas para avaliação do modelo adotado: · Volume de cursos desenvolvidos e de certificações emitidas em relação ao ano anterior. · Avaliação de Reação (satisfação) do participante em relação ao treinamento realizado. · Avaliação de Aprendizado por meio da aplicação de pré-teste e pós-teste. · Avaliação de aplicação e/ou comportamento realizada em parceria com as lideranças das empresas. · Avaliação de resultados a partir do isolamento do quanto de aumento de vendas e melhoria de atendimento está relacionado à realização de cursos e atualização dos profissionais. · ROI – Medição do retorno sobre o investimento em ensino a distância. Resultados Quando comparados com 2007, os dados de 2008 mostraram ganhos diversos para a UniAlgar, empresas do Grupo Algar e para seus associados, clientes, parceiros e comunidade: · Aumento de 32% no desenvolvimento de novos cursos. · Aumento de 19% no número de associados que realizaram cursos. · Aumento de 121% no número de certificações de associados. · Aumento de 30% no número de certificações de parceiros. · Aumento de 7% de acessos na plataforma de ensino. · Ganho econômico 121% maior que o apresentado no ano anterior. · ROI de 10,56, 75% maior do que no ano anterior. · Ganho de conhecimento de 60% para 83%. A utilização de diversas ferramentas de multimídia tornou os treinamentos mais atrativos aos participantes, o que reduziu os índices de desistência dos cursos. A parceria da Algar Telecom, empresa do Grupo, e UniAlgar possibilitou a realização das Olimpíadas da Excelência – uma maratona para medir o nível de conhecimento e certificar os 1.200 associados da Central de Atendimento. Os três critérios considerados para a certificação foram: Indicador de Performance Operacional, conclusão de 100% dos cursos EAD e Teste Escrito de Conhecimento sobre os serviços e produtos da Algar Telecom. Obtiveram a melhor nota e desempenho no Teste Escrito de Conhecimento os atendentes que concluíram 100% dos cursos EAD. “É por meio da UniAlgar que nós estamos preparando os nossos talentos humanos para o futuro. A UniAlgar tem a responsabilidade de divulgar, por meio dos cursos, nossa visão ‘Gente servindo gente’ a todos os talentos do Grupo Algar e também a toda a cadeia de valor das nossas empresas. Porque é com essa visão que nós queremos, realmente, fazer a diferença neste mercado competitivo.” Luiz Alexandre Garcia – Presidente Executivo – CEO do Grupo Algar Sobre o Grupo Algar A UniAlgar é a universidade corporativa do Grupo Algar, conglomerado empresarial brasileiro de controle familiar com gestão profissionalizada, com práticas de empresa de capital aberto. A atuação da Algar hoje se estende para todo o Brasil nas áreas de TI/Telecom, Agro, Serviços e Turismo. Seus negócios buscam se diferenciar pelo encantamento dos clientes, tendo um modelo de gestão que valoriza as pessoas. O nome Algar vem das iniciais do seu fundador Alexandrino Garcia, que em 1954 constituiu em Uberlândia a CTBC, empresa de serviços de telefonia. Alexandrino Garcia sempre acreditou que o trabalho e a ética nas relações entre a empresa e seus diversos públicos eram a principal ferramenta para o sucesso. Para ele, o cliente era a razão de existir de suas empresas. Seu espírito empreendedor, a vontade de servir e seus ideais permanecem por meio de suas crenças e valores. O Grupo Algar sente orgulho em investir na educação de forma permanente e continuada não só de seus talen- revista e-Learning Brasil 2009/2010 67 Vencedores – UniAlgar (cont.) tos humanos, por meio de sua universidade corporativa – a UniAlgar –, mas também na educação das comunidades onde atua, por meio de seu Instituto de Responsabilidade Social. Com projetos focados na educação formal de crianças e em parcerias com escolas públicas, o Instituto Algar já beneficiou, só este ano, 12 mil alunos e 489 professores. Essa maneira de ser e agir criou uma estrutura empresarial coesa. Hoje, as empresas Algar possuem mais de 15 mil associados, como são chamados seus profissionais, responsáveis por um faturamento anual de 2,3 bilhões de reais. VISÃO: Gente servindo gente MISSÃO: Desenvolver relacionamentos e negócios sustentáveis que gerem valor percebido, encantando pessoas e promovendo o potencial humano. Elcio Anibal de Lucca, David Sullivan, Elizabeth Amaral, Thiago Jacinto de Souza e Patricia Fonseca Troféu Vencedor VALORES DO GRUPO ALGAR: Clientes, nossa razão de existir (*) Integridade Sustentabilidade Simplicidade Transparência Espírito empreendedor Respeito aos Investidores Valorização dos Talentos Humanos Crença no Brasil (*) Alexandrino Garcia José Maria Chapina Alcazar e Elizabeth Amaral Troféu Referência Nacional 68 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Vencedores – Corporativo e Treinamento e Desenvolvimento Corporativo Silver A Vivo, controlada pelos grupos Portugal Telecom e Telefônica, é a operadora de telefonia celular que oferece a melhor qualidade de ligação, de acordo com os indicadores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Entre seus diferenciais competitivos destacam-se: a constante busca na excelência da prestação de serviço, com foco na qualidade em todos os pontos de contato do cliente com a operadora, os serviços de transmissão de dados em banda larga baseada na rede de terceira geração e o amplo portfólio de produtos e serviços. Além disso, a empresa cumpre com seu papel de ser um agente de transformação social. Para isso, busca realizar suas ações sempre com o objetivo de atender o maior número de pessoas. Consciente da sua Responsabilidade Socioambiental, desenvolve ações para tornar seus produtos e serviços acessíveis para as pessoas com deficiência, com o Programa Soluções Inclusivas. Além disso, o Instituto Vivo, área responsável pela gestão do investimento social da empresa, coordena as iniciativas voltadas às causas da inclusão socioeducacional do jovem deficiente visual e estimula as ações de voluntariado. A Vivo também desenvolve diversos projetos visando à preservação do meio ambiente. Com a iniciativa de recolhimento de baterias usadas, coletou mais de 105 mil unidades em 2006. E, para promover a educação ambiental, a operadora atua com o Programa de Gerenciamento de Resíduos, que ensina a manejar corretamente todo o material produzido e descartado pela empresa. A Educação Corporativa Vivo A educação corporativa da Vivo está estruturada como Universidade Corporativa desde 2008, com total alinhamento às estratégias do negócio e às necessidades de crescimento profissional e pessoal das pessoas, dando transparência às oportunidades de desenvolvimento oferecidas pela organização. 70 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “Nós acreditamos que a qualidade deve permear todas as nossas ações e, diante disso, implantar o e-Learning na Vivo teve como principal objetivo garantir uma capacitação mais ágil e padronizada para todos os nossos colaboradores. Disseminar as informações que impactam no serviço prestado pela Vivo é um grande desafio, pois hoje somos uma comunidade com mais de 40 mil pessoas entre próprios e parceiros, e através do e-Learning conseguimos treinar em média 3 mil pessoas por dia, garantindo assim a agilidade do nosso negócio. Trabalhamos para atender, cada vez mais, às necessidades dos nossos clientes, e o desenvolvimento dos nossos colaboradores é fundamental para mantermos a qualidade em todos os pontos de relacionamento com o cliente.” Sandra Lima Diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 A Vivo acredita que, na sociedade em rede, o indivíduo vive melhor e pode mais. Por isso, quando mantemos as pessoas conectadas, substituímos limites por possibilidades. Temos como estratégia de aprendizagem conectar as pessoas e estimular o compartilhamento de conhecimentos, gerando uma rede de conhecimento e um processo de aprendizagem contínuo. O e-Learning Vivo Partindo desse contexto e acreditando que comunicação interativa faz parte da Vida em Rede e possibilita a partilha das opiniões e percepções individuais que resultam em um movimento simultâneo, contínuo e coletivo de aprendizagens, é que a Vivo iniciou seu Projeto de e-Learning em julho de 2008. O e-Learning Vivo é uma das ferramentas de Educação Corporativa em rede, da Universidade Corporativa Vivo, que promove as ações de ensino-aprendizagem na modalidade de ensino a distância, através de: · Cursos virtuais; · Cursos semipresenciais (Blended Learning); · Cursos presenciais com atividades complementares fora de sala de aula, na plataforma LMS. O e-Learning Vivo vem aliar educação à tecnologia, disponibilizando oportunidades de treinamento a qualquer hora e em qualquer lugar, buscando garantir a difusão do conhecimento e usufruindo de um dos maiores benefícios de se viver em rede: a oportunidade de trabalhar em colaboração e desfrutar de uma inteligência coletiva. Além disso, o e-Learning Vivo esta alinhado à cultura e aos valores organizacionais, construindo vantagem competitiva. Público–Alvo Baseando-se no modelo da sociedade em rede, o e-Learning Vivo tem como objetivo conectar toda a Rede Vivo: Colaboradores, Clientes, Parceiros e Comunidades. Modelo Proposto O modelo do e-Learning Vivo é baseado em 3 pilares: Tecnologia, Fábrica de Conteúdos e Gestão Pedagógica/Resultados. Tecnologia Para a definição do pilar tecnologia, a equipe trabalhou durante 2 meses no levantamento de requisitos técnicos e funcionais, abriu uma concorrência para o mercado e fechou uma parceria com a PT Inovação, adotando a plataforma LMS FORMARE no modelo ASP. Para atender às necessidades do modelo Vivo, com abrangência nacional e partindo de um cenário com especificidades totalmente diferentes, a PT Inovação conseguiu projetar quatro ambientes diferentes, com funcionalidades muito específicas e integrados em uma única plataforma, criando o conceito de entidades que coexistem no sistema: · Entidade Corporativa – Composta dos dados dos colaboradores efetivos da Vivo. · Entidade Pessoa Física – Composta de colaboradores de Lojas Próprias, dos parceiros das Lojas autorizadas, dos parceiros das revendas e das redes de varejo. · Entidade Call center – Composta de colaboradores dos sites de call center. · Entidade Pessoa Jurídica – Composta de colaboradores dos dealers que atendem os clientes pessoa jurídica. Durante mais de 6 meses de desenvolvimento, a PT Inovação customizou para o e-Learning Vivo praticamente todas as funcionalidades da plataforma, desde a forma de acesso e autenticação até a metodologia de inscrição, acompanhamento, tutoria e todas as funcionalidades da LMS. Gestão e-Learning Vivo O e-Learning Vivo iniciou sua trajetória em julho/08 com uma plataforma-piloto, utilizada até novembro de 2008, quando a plataforma LMS Formare, em versão beta, entrou em atividade. Durante o 2º semestre de 2008, foram publicados no e-Learning Vivo 148 cursos multimídia artesanais, abrangendo um público de mais de 15 mil treinandos por curso. Ainda no projeto-piloto, o número de participações ultrapassou em muito as expectativas iniciais do projeto. Vários cursos publicados em 2008 atingiram mais de 15 mil participações individuais, com excelente feedback, superando mais de 60% de adesão do público-alvo. Atualmente os indicadores macro da plataforma indicam para um crescimento de acessos e utilização, com mais de 37 mil usuários ativos e picos de utilização, ultrapassando 3 mil acessos diários. revista e-Learning Brasil 2009/2010 71 Vencedores – Vivo (cont.) Desafios 2009 E-Learning Vivo Este ano daremos mais um passo para a aculturação, com a divulgação do e-Learning através de uma Campanha interna, estimulando o investimento no autodesenvolvimento e principalmente envolvendo os gestores para que possam ser os patrocinadores do projeto. Alair Martins do Nascimento, Amanda Zanutim, Lília Vieira e João Paulo Firmeza Troféu Vencedor Odil Baur de Sá e Lilia Vieira Troféu Referência Nacional 72 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Referências Nacionais U ma pedagogia precursora pressupõe proximidade. Assim começou a apresentação do Case da Câmara dos Deputados no dia 25 de junho deste ano, no Sheraton WTC em São Paulo. Como as apresentações visavam ao compartilhamento das “lições aprendidas” e das “melhores práticas”, mostramos alguns pressupostos teóricos que têm norteado o trabalho do Cefor – Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados – e, dessa maneira, nos levado às nossas boas práticas. Se a Educação a Distância continuar a reproduzir o modelo de ensino vigente com sua característica de uma relação de distanciamento entre os elementos pertencentes ao processo de construção do saber, não pode haver uma aprendizagem genuína e sólida. A Educação a Distância precisa se libertar da expressão “distância”. Sob o título “Educação sem Distância”, Michael G. Moore, afirma que “manipulando-se os meios de comunicação é possível ampliar o diálogo entre alunos e seus professores e assim reduzir a distância transacional”. A partir desse trabalho, o professor Romero Tori escreveu também sobre a Teoria das Distâncias Transacionais e nos clareia o entendimento de que não é pelo fato de um aluno estar perto do outro fisicamente e ao mesmo tempo que está havendo proximidade nessa relação educativa. Tampouco basta para que o professor esteja no mesmo espaço e tempo junto com o aluno para que haja um diálogo próximo. E, ainda, não é porque um material está fisicamente próximo de alguém que vai interagir bem com o leitor. Essas são apenas algumas poucas conclusões a que podemos chegar quando apreciamos esses trabalhos. É necessário um outro tipo de aproximação para deixar o aprendizado mais interessante e marcante na vida dos alunos. Alunos aprendem melhor com um professor nota 7 no quesito teoria, mas que saiba se relacionar com proximidade e afetividade do que com um professor nota 10 em teoria, mas que se relaciona com as características de um ferro: duro e frio. 74 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “A Câmara dos Deputados tem uma responsabilidade com a disseminação do saber legislativo e com a consolidação da democracia. Sem parlamento não há regime democrático. Uma nação forte se constrói com formação e educação. Isso passa pelo letramento político e vai progredindo até uma consciência do que vem a ser cidadania. A Câmara, por meio do e-Learning, soma-se a uma infinidade de iniciativas voltadas à difusão de conhecimentos significativos e transformadores na sociedade. É uma tarefa que exige fôlego incansável e ânimo revigorante. Somos apresentados todos os dias a pessoas com essas características: os estudantes on-line. Eles fazem parte de um seleto grupo capaz de influenciar o destino da nossa nação e de fazer acontecer as mudanças tão esperadas.” Márcio Martins Responsável pelo Núcleo de Educação a Distância da Câmara dos Deputados Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 A ênfase que o Núcleo de Educação a Distância do Cefor tem dado se apoia, portanto, em cursos que criem ambientes propícios para uma participação com fortes indícios afetivos e com construções coletivas, incitando os alunos à proatividade e à maturidade intelectual e social. Cada evento, ao final, produz uma obra conjunta com autoria coletiva e inédita. O registro permite que o conteúdo seja complementado com intervenções mais fundamentadas e elaboradas, tendo em vista o uso do tempo assíncrono. Indiretamente essa metodologia gera pessoas que exercitam ou adquirem novas competências, como a habilidade na comunicação escrita; o hábito da leitura; a administração do tempo; a perseverança etc. Isso nos faz refletir sobre como o mercado está aceitando profissionais que recebem capacitação, formal e informal, por meio do e-Learning. Tal como em um silogismo essas bases pedagógicas resultaram nas nossas “lições aprendidas”. É necessário entender o contexto da Câmara dos Deputados, uma instituição pública representativa do povo que, basicamente, legisla e fiscaliza, mas que – sobretudo – tem uma responsabilidade imanente ao seu papel na sociedade, que é o de formar um entendimento do que vem a ser cidadania. Para isso o e-Learning tem sido um ferramental extraordinário capaz de disseminar o saber que é produzido no Parlamento e capacitar os cidadãos a acompanhar assuntos de seu interesse. O Cefor atua na formação dos servidores da Câmara dos Deputados. Também nas três esferas de poder e em Parlamentos de Língua Portuguesa. Além disso, tem ampliado seu leque de atividades com cursos abertos à sociedade, em especial escolas, faculdades e universidades. Todos gratuitos. As experiências trocadas, por exemplo, entre os parlamentos têm sido riquíssimas, já que cada Casa Legislativa (estadual ou municipal) tem sua autonomia e boas práticas a compartilhar. Notadamente, foram mais visíveis nos cursos colaborativos – com tutoria – de Processo Legislativo, Técnicas Legislativas, Direito Constitucional e Oficina de Textos. Na mesma linha da aprendizagem pela cooperação e compartilhamento, feita por meio de discussões baseadas em leituras, vídeos, animações etc., o Cefor trabalha com cursos hídridos (Blended Learning), a saber: Habilidades de Relacionamento, Organização do Trabalho Pedagógico, Discurso Parlamentar, Logística e apoio com a Plataforma de Educação aos cursos de Pós-Graduação – credenciados pelo MEC (Processo Legislativo; Instituições e Processos Políticos do Legislativo; Orçamento Público; Auditoria Interna e Controle Governamental; e Legislativo e Políticas Públicas). Destaca-se, nos semipresenciais, o curso de “OTP – Organização do Trabalho Pedagógico”. Um curso para formar professores internos para atuar na Câmara dos Deputados, tanto em cursos presenciais como a distância. A carga horária do curso é de 60 horas, sendo 30 presenciais e 30 a distância. Os alunos encontram-se 3 vezes por semana e durante todo o curso há uma intensa interação virtual que complementa as discussões in loco, bem como abrem novas possibilidades de aplicações de conteúdos e de exposições. A partir do segundo dia há uma apresentação presencial da Plataforma de Educação a Distância e uma aula dialogada sobre essa metodologia. Outro curso, semipresencial, digno de nota é o de “Habilidades de Relacionamento”, pois é um curso essencialmente comportamental que trabalha com dinâmicas de grupo e conteúdos polêmicos de cunho pessoal. O e-Learning entrou como um elemento forte para cada um se colocar diante do grupo, independentemente do tempo. Com oportunidade de reflexão, o aluno acrescenta sua opinião colaborando com a construção de todo o grupo. Outra iniciativa valiosa foi o curso “Plenarinho – Formação de Professores”, criado para atender professores do ensino fundamental, cujo objetivo é capacitar e estimular professores do ensino fundamental a trabalhar com temas ligados à formação cidadã, política, participação popular, entre outros assuntos em classes de base. Para tanto, sugere atividades pedagógicas e introduz conteúdos político-legislativos a serem explorados com o apoio do site www.plenarinho.gov.br. Esse curso encontra-se aberto a todos os interessados, além de ter sido distribuído a todas as escolas (públicas e particulares) do DF e algumas de MG. O Nuead oferece cursos abertos a toda a sociedade com temáticas abrangentes que alcançam vários públicos. Entre eles podemos citar “Reforma Ortográfica”; “Administração do Tempo”; “Atendimento ao Público”; “Elaboração e Gestão de Projetos”; “Educação Financeira”; “Técnicas de Arquivo”; “Técnicas de Reunião”; “Jogos Pedagógicos – Uso do Mouse”; além de uma cartilha sobre “Comunidades Virtuais de Prática”. Muitos desses produtos têm sido utilizados em órgãos públicos em todo o país, em Tribunais, Ministérios, Escolas de Governo, Escolas, Faculdades, entre outros. Com o recente Acordo Ortográfico entre países de Língua Portuguesa, o Cefor lançou um produto interdis- revista e-Learning Brasil 2009/2010 75 Referências Nacionais – Câmara dos Deputados (cont.) ciplinar denominado “Tutorial sobre a Reforma Ortográfica”, que teve um grande alcance em diversos pontos da sociedade. Trata-se de um curso autoinstrucional que aborda assuntos que vão além do conteúdo gramatical, contextualizando o Acordo no contexto histórico, geográfico, cultural e legal. Podemos dizer que é um curso com um pano de fundo antropológico. Além desses produtos, o Cefor disponibiliza cursos simulados de aplicativos de sistemas internos para dirimir dúvidas pontuais e ensinar recursos específicos. Para conhecer os cursos, acesse: www.camara.gov.br/ead. Alcebíades Santini e Rogério Ventura Teixeira 76 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Referências Nacionais o longo de seus 45 anos de atividade, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) – organização não governamental, filantrópica e sem fins lucrativos – vem utilizando sempre os mais modernos recursos para favorecer a inserção de jovens no mercado de trabalho. Para fortalecer seu foco principal, fixado desde sua fundação na promoção de programas de estágio, há mais de uma década, o CIEE passou a desenvolver e oferecer programas gratuitos e diferenciados voltados à capacitação profissional dos jovens estudantes, não só visando à sua melhor preparação para processos seletivos às vagas de estágio, mas também à ampliação de sua futura empregabilidade. De início, foram as oficinas presenciais ministradas principalmente nas unidades do CIEE localizadas em capitais ou grandes cidades, para ensinar as posturas e as habilidades mais valorizadas pelos recrutadores nos processos seletivos e pelos gestores de recursos humanos no ambiente corporativo. Com o sucesso da iniciativa, o aumento da demanda e a popularização da informática, desde 2005 o CIEE levou esse programa para a internet, objetivando amplificar seu alcance, beneficiando milhares de jovens que, por causa da geografia e/ou desigualdade no acesso à educação, estão à margem dos processos de capacitação. Assim surgiu o Programa CIEE de Educação a Distância, voltado a estudantes do ensino médio, de educação profissional de nível médio e ensino superior, além de estagiários de empresas conveniadas. Desde o início do programa, perto de 800 mil matrículas foram registradas, oriundas de cidades espalhadas por todo o país, desde metrópoles até pequenas vilas. “O CIEE tem consciência de que esse resultado, a par de validar nosso programa, aumenta a nossa responsabilidade social, dentro da missão que assumimos de disseminar o conhecimento, quebrar barreiras geográficas e desigualdade no acesso à educação, tudo graças a um catálogo de quase três dezenas de cursos on-line, divididos entre conceituais, atitudinais e técnicos”, explica Luiz Gonzaga Bertelli, A 78 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “O CIEE tem consciência de que esse resultado, a par de validar nosso programa, aumenta a nossa responsabilidade social, dentro da missão que assumimos de disseminar o conhecimento, quebrar barreiras geográficas e desigualdade no acesso à educação, tudo graças a um catálogo de quase três dezenas de cursos on-line, divididos entre conceituais, atitudinais e técnicos.” Luiz Gonzaga Bertelli Presidente Executivo do CIEE “O prêmio e-Learning Brasil 2009/2010, na categoria Referência Nacional, é uma demonstração do sucesso desse empreendimento e da valorização de todo o nosso trabalho em favor do estudante, pois é nele que estamos pensando, nele que estamos investindo e por causa dele que o CIEE existe.” Ruy Martins Altenfelder Silva Presidente do Conselho de Administração do CIEE Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 presidente executivo do CIEE. Em 2008, foram lançados cinco novos cursos: Como administrar suas finanças; Administração do tempo; Cidadania e meio ambiente; E-mail e internet: uso adequado no ambiente corporativo; e Atendimento ao cliente – e mais novidades estão programadas para os próximos meses. “O prêmio e-Learning Brasil 2009/2010, na categoria Referência Nacional, é uma demonstração do sucesso desse empreendimento e da valorização de todo o nosso trabalho em favor do estudante, pois é nele que estamos pensando, nele que estamos investindo e por causa dele que o CIEE existe”, afirma Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente do Conselho de Administração do CIEE. Para comprovar a eficácia dos cursos oferecidos, o CIEE realizou uma série de enquetes que apontaram os seguintes resultados: 95% dos estudantes e estagiários acreditam ser possível trocar experiências com outros alunos em ambientes virtuais; 94% dizem que o Programa CIEE de Educação a Distância contribuiu muito para sua vida pessoal e profissional; 94% afirmam que é possível aprender por meio de ambientes virtuais; 93% indicam os cursos do CIEE aos seus amigos; 88% notam que se desenvolveram ao participar dos cursos do programa, pois frequentemente se lembram de conceitos vistos; 72% creditam aos cursos de Educação a Distância promovidos pelo CIEE a obtenção de uma vaga de estágio e 62% reconhecem que, após participarem da EAD, melhoraram expressivamente seu desempenho nas atividades profissionais e acadêmicas. A mesma avaliação positiva veio das empresas e instituições de ensino: 88% das escolas e 87% das empresas acreditam que os cursos a distância do CIEE contribuem, respectivamente, para a inserção de seus alunos no mundo do trabalho e para o desenvolvimento profissional de seus estagiários. Também foram questionadas se conhecem os cursos e incentivam a participação dos estudantes/estagiários nos cursos: 64% das empresas e 61% das instituições de ensino responderam que sim a ambas as perguntas. Em quatro anos de adesão do CIEE à EAD como instrumento de capacitação, as equipes de desenvolvimento dos cursos aprenderam muitas lições, tanto no que concerne à escolha de novos temas, design instrucional, pesquisa, levantamento, estruturação e roteirização do conteúdo quanto no que se refere à produção para Web, elaboração de projeto-piloto, ajustes finais, tutoria, análise dos resultados e melhoria contínua. A equipe conta com dezesseis profissionais altamente capacitados que participam de todo o processo de produção, incluindo pesquisas, análise do mercado e benchmarking, entre outros. Depois de definido o tema, é desenvolvido o design instrucional que contempla o projeto pedagógico do curso, envolvendo planejamento, preparação e disposição dos conceitos, atividades e tarefas orientadas no ambiente de aprendizagem virtual. O design instrucional permite fazer a pesquisa, levantamento e estruturação dos assuntos, sempre respeitando as referências utilizadas e associando-as ao cotidiano dos estudantes e estagiários. Após o levantamento completo do conteúdo, é elaborado o roteiro, etapa em que serão definidos o estilo do curso, cenários, simulações, jogos, criação de personagens etc. O trabalho é bem minucioso, exigindo concentração e criatividade, uma vez que a aula precisa ser interativa e interessante para atingir os objetivos de aprendizagem. Com base no roteiro, a equipe de produção WEB analisa o melhor layout e objetos de interação, providencia imagens e ilustrações e inicia a montagem do curso com auxílio de softwares próprios para o desenvolvimento de animações. Após essa fase, a equipe de EAD analisa minuciosamente todos os elementos do curso projeto-piloto, que finaliza o processo, e realiza os últimos ajustes antes de aprovar seu lançamento – com isso, a tutoria entra em ação. O processo de tutoria é responsável pela organização das turmas, planejamento e controle das atividades complementares: fórum, chat, suporte on-line, esclarecimento de dúvidas por e-mail ou telefone etc. “Ser Referência Nacional em EAD não é para qualquer um. Não é fruto de uma aventura, mas de um trabalho sério, rigoroso, desenhado por especialistas com escopo muito bem definido: melhorar a empregabilidade dos estudantes pelos mecanismos da internet”, finaliza Bertelli. A plataforma de gerenciamento, adquirida em 2005, possibilitou a administração de turmas cada vez maiores de estudantes por meio de fóruns, chats, FAQ e e-mails, além de facilitar a publicação de cursos on-line pela linguagem padrão, permitir a organização dos eventos e promover um trabalho de tutoria mais produtivo e interativo. Outro destaque da plataforma é a sua utilização para atendimentos on-line e pelo telefone, que também funciona como suporte de suas ações. Todo esse processo possibilitou a redução do nível de evasão de 65% para 26%. Para o contínuo crescimento da área, o Programa CIEE de Educação a Distância mantém-se alinhado aos objetivos organizacionais. A manutenção e o estabelecimento de novas parcerias são as metas para os próximos anos, paralelamente ao levantamento de novos títulos, sempre revista e-Learning Brasil 2009/2010 79 Referências Nacionais – CIEE (cont.) acompanhando a demanda dos jovens e as necessidades das organizações parceiras, identificadas por pesquisas constantes. Serão promovidas ações para levantamento de métricas de avaliação com as empresas e instituições de ensino, para estimular a retenção e aplicação dos ensinamentos pelos estudantes estagiários, ampliando assim a contribuição dos conhecimentos/habilidades para os resultados da organização contratante e para a melhor qualificação de nossos futuros talentos. Nick van Dam e Zélia Ribas Varajão Teixeira Soares 80 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Referências Nacionais A escolha do Curso Regular de Ensino a Distância do Colégio Militar de Manaus como uma Referência Nacional em e-Learning traz para o Exército Brasileiro a certeza do reconhecimento de um trabalho que já formou mais de 2 mil alunos de ensino fundamental e médio na vasta fronteira da Amazônia e no Exterior. Fundado em 1972, o Colégio Militar de Manaus é um dos doze colégios que compõem o Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB) cujo objetivo é oferecer Educação Básica (segundo segmento do Ensino Fundamental e Ensino Médio) regular aos filhos e dependentes de militares que sofrem as consequências educacionais advindas de frequentes movimentações, em todo o território nacional ou para o Exterior. Em face dos problemas apresentados pelos filhos que acompanham os pais militares em diferentes missões nas áreas de fronteira da Amazônia, em 2002, o CMM foi escolhido para a oferta do Curso Regular de Educação a Distância (CREAD/CMM). Inicialmente oferecemos com objetivo de prestar assistência a esse público-alvo em toda a Amazônia. Em 2004, o projeto se estendeu também para os jovens que acompanham seus pais no exterior. Assim, em oito anos de existência, 39 localidades na Amazônia (Estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima e Acre) e 33 países já foram atendidos, entre os quais: Índia, Suécia, Chile, El Salvador, México, EUA, Canadá, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Polônia, Itália, Rússia, Egito, China, Indonésia, Japão, Moçambique e África do Sul. Os motivos que justificam o CREAD/CMM são: a falta de escolas em algumas localidades especiais de fronteira, a educação específica para a comunidade local (educação indígena, por exemplo) ou ainda a realidade específica de outros países, implicando estrutura curricular diferente em relação ao Brasil. Prova de sua importância, durante os anos de 2006 e 2007, o Ministério da Educação e o Exército Brasileiro assinaram convênio para viabilizar também o atendimento da comunidade civil de quatro localidades situadas nas fronteiras do Brasil com o Peru 82 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “Os valores cultuados pelo Colégio Militar de Manaus se aliam aos do Exército Brasileiro. Verdade, lealdade, companheirismo e disciplina são elementos essenciais e imprescindíveis na formação do caráter de nossos jovens estudantes. A crença num futuro promissor para nosso Brasil e, em especial, para a Amazônia oferece a orientação correta para que possamos desenvolver nosso trabalho. Não restam dúvidas de que a educação de qualidade é a grande mentora para que o pleno crescimento do país possa ser alcançado.” Manuel Anselmo Zózimo de Abreu Comandante e Diretor de Ensino do Colégio Militar de Manaus Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 e com a Colômbia. Também em 2007, firmou-se parceria com a Secretaria de Educação e Qualidade do Ensino do Estado do Amazonas para o atendimento de crianças com necessidades especiais na cidade de Manaus. Atualmente, o CREAD/CMM conta com 376 jovens que utilizam para seus estudos diferentes mídias e tecnologias, com destaque para os materiais impressos, CDROM, DVD e Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Nesse contexto, a utilização de softwares livres para a instalação e funcionamento do portal educacional e do ambiente virtual de aprendizagem se mostrou extremamente eficaz. A adaptação ao sistema foi plena, tanto por parte dos alunos quanto pelos docentes. Pode-se destacar também a eficácia dos softwares Moodle e Joomla que, além das possibilidades oriundas de suas características básicas destinadas à gestão de sistemas de aprendizagem e portal de informações, possuem funcionalidades que possibilitam: interatividade dos professores com os alunos e desses entre si; redução em 30% dos gastos com transportes e tempo do fluxo logístico; e possibilidade de desenvolvimento interdisciplinar e adequado dos aspectos pedagógicos. Além do ambiente virtual de aprendizagem, vale ressaltar que todas as mídias utilizadas são de fundamental importância. No que se refere ao material impresso, passou-se dos livros didáticos de ensino presencial para um conjunto harmônico e escrito especialmente para a educação a distância. Por sua vez, o uso do CD-ROM e do DVD permitiu um acréscimo de qualidade tão notável quanto o AVA. Jogos, filmes, atividades lúdicas e informações puderam chegar a todos os alunos, universalizando o acesso aos conteúdos com pleno êxito. Se considerada a evolução do projeto, observa-se que, juntas, as quatro tecnologias possiblilitaram uma redução de 40% em relação aos custos que se tinha inicialmente. Para validar as ações, são realizadas pesquisas antes, durante e depois de o aluno sair do projeto, procurando assim traçar um perfil completo de sua situação. As últimas avaliações apontaram que 96% dos pais e alunos consideram o curso de ensino fundamental e médio variando entre os conceitos “excelente” e “muito bom”. Verifica-se ainda que 87% dos alunos que retornam ao ensino presencial têm rendimento igual ou superior ao que possuíam antes de cursar o CREAD/CMM. O case aqui apresentado parte da premissa já demonstrada em países de todos os continentes: é preciso que se invista na educação básica, fundamento da formação do cidadão e do habitante do planeta. As dificuldades, sobretudo econômicas, muitas vezes são o grande impeditivo para que medidas importantes possam ser consolidadas. Nesse contexto, o projeto procurou unir a necessidade com as condições pedagógicas, técnicas, logísticas e econômicas possíveis, viáveis e disponíveis para que pudesse se constituir. A modalidade do ensino a distância conciliada ao desenvolvimento de inúmeras ferramentas tecnológicas, particularmente as ligadas à Internet e aos softwares que podem ser armazenados em CD-ROM e DVD, são, sim, capazes de oferecer soluções adequadas ao contexto amazônico e, consequentemente, a todos os países da América Latina que enfrentam problemas semelhantes, uma vez que todos compõem um grupo de países em desenvolvimento. Em sua prática, o CREAD/CMM ilustra o fenômeno causado pelo avanço das tecnologias de informação e comunicação as quais fazem com que a escola reveja o seu papel na sociedade. Visualizam-se, com propriedade, os atos de ensinar e aprender que apelam por mudanças cuja velocidade se dá na mesma proporção com que os formatos digitais avançam. Ou seja, a capacidade inventiva do ser humano na produção de novas tecnologias traz aos educadores a premente necessidade de que a pedagogia, a didática e as metodologias revejam seus fundamentos. Integração, interdisciplinaridade e aprendizagem deixam de fazer parte das expectativas futuras para compor uma complexa teia de necessidades. Na Amazônia, em face de inúmeras peculiaridades, as referidas considerações tornam-se ainda mais importantes. Condições logísticas incomparáveis, enormes distâncias geográficas e alto custo nas comunicações fazem com que as medidas que visem à melhoria dos processos educacionais nessa região sejam cuidadosamente estruturadas para poder ser potencializadas ao máximo. Nesse contexto, os ambientes virtuais de aprendizagem, construídos com base na internet, vêm apontando para soluções muito interessantes, tanto por sua versatilidade quanto pela capacidade integradora e promotora da interatividade. As experiências no uso das novas tecnologias de informação e comunicação no âmbito da Educação Básica ainda são muito incipientes. No entanto, a experiência do Colégio Militar de Manaus alcança significativos resultados ao atender jovens do ensino fundamental e médio regulares. Nesse processo, identifica-se que todas as mídias e tecnologias já utilizadas para a promoção da educação podem conviver harmonicamente e de forma integrada na busca de novas formas de aprendizagem. Finalmente, ressalta-se que muito do sucesso alcançado se deve ao apoio de importantes instituições, pois, sem revista e-Learning Brasil 2009/2010 83 Referências Nacionais – Colégio Militar de Manaus (cont.) elas, muito pouco poderia ter sido feito. Dessa forma, cabem os agradecimentos às seguintes instituições e órgãos governamentais: Programa Calha Norte (PCN), Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (GSAC), MEC, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), SEBRAE, Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil. Marcos Resende e Cel. Manuel Anselmo Zózimo de Abreu 84 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Referências Nacionais T&D A parceria entre o FGV Online e a UniBB teve início com a criação de dois programas de pós-graduação, nível de especialização – MBA Executivo em Negócios Financeiros e MBA Executivo em Gestão de Operações e Serviços Bancários – cujo objetivo é capacitar funcionários que exercem diferentes funções no Banco do Brasil – gerentes, escriturários e educadores corporativos. Essa parceria foi além dos dois programas de MBA a distância. Criado em 2003, o FGV CEO Internacional é um programa único no Brasil. É uma oportunidade para que os principais executivos do país revejam e conheçam aspectos de Economia, Político-sociais, Inovação e Mudança em ambiente direcionado para a troca de experiências. Devido ao grande sucesso alcançado com os demais programas, em 2007, o FGV Online foi selecionado, entre várias instituições de ensino, para desenvolver e viabilizar, em parceria com a UniBB, a realização do curso de extensão “Desenvolvimento de Competências Gerenciais”, no âmbito do “Programa Diálogo: Práticas para a Transformação”, idealizado por técnicos da UniBB. Programa Diálogo O Programa Diálogo tem o objetivo de desenvolver e fortalecer as competências gerenciais dos gestores do Banco do Brasil, a partir da interação entre teoria e prática. O programa compreende duas grandes ações pedagógicas: o curso de extensão “Desenvolvimento de Competências Gerencias”, a ser realizado a distância em parceria com o FGV Online, e as oficinas presenciais. Resultados O programa foi desenvolvido para alcançar, nos anos de 2008 e 2009, 5 mil gerentes nas diferentes unidades da federação. De acordo com o cronograma de aberturas realizadas, em março de 2009, o curso de extensão 86 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “Temos a certeza de que o EAD é o caminho para a expansão do acesso à educação de qualidade e para a democratização do conhecimento no Brasil – fatores-chaves para o desenvolvimento do nosso país. Os prêmios que o FGV Online vem recebendo nos mostram que estamos no caminho certo.” Stavros Panagiotis Xanthopoylos Diretor Executivo do FGV Online Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 “Desenvolvimento de Competências Gerenciais” alcançou cerca de 3 mil treinandos em atividade no programa. Ou seja, cada um desses 3 mil agentes de mudança da cultura de gestão do Banco do Brasil havia cursado entre 30 e 90 horas de disciplinas a distância. Ao longo dos últimos 12 meses, foram oferecidas 5.569 vagas distribuídas nas três primeiras disciplinas a distância pelas seis ofertas realizadas, tendo sido alcançada uma média de 79% de aprovação nas disciplinas, 3% de cancelamentos nas inscrições antes do início das disciplinas e 18% de reprovações. Devemos destacar que os casos de reprovação incluem situações de pequena disponibilidade dos alunos para participação das discussões e acompanhamento da turma em determinados períodos do curso e/ou disciplina. Engajamento Dessa forma, o conteúdo do curso de extensão “Desenvolvimento de Competências Gerenciais” foi construído em torno de cinco disciplinas on-line, relacionadas às competências gerenciais do Banco do Brasil: Lógica e Processo Decisório; Estilo de Gestão e Liderança; Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho; Alinhamento Institucional; e Educação. Lições Aprendidas e Melhores Práticas A construção do curso de extensão “Desenvolvimento de Competências Gerenciais”, no âmbito do Programa Diálogo, propiciou a incorporação de uma série de lições aprendidas e a descoberta de uma série de melhores práticas, em suas diversas etapas. Nos sete anos em que o FGV Online disponibiliza os cursos a distância da FGV, destacam-se como lições aprendidas: · melhoria na estrutura e dinamização na sala virtual de tutores; · criação de sistema para agendamento de tutoria, que armazena dados de formação, dados pessoais e resultado de avaliações do professor-tutor, os quais são ranqueados por área de conhecimento; · revisão da forma de implementação das grades curriculares de cursos de longa duração e maior detalhamento das atividades on-line para o aluno, de modo a facilitar sua administração do tempo; · virtualização e simulação do laboratório em que, no início de um curso, é trabalhada com os alunos a navegação no curso; · necessidade permanente de alinhamento entre os processos internos e os externos; · oferecimento de informações adequadas ao aluno acerca do curso que ele irá realizar. Planejamento Futuro Entre as ações futuras do curso, estão previstas quatro novas ofertas de reposição. Essas ofertas de reposição estão voltadas para os alunos que, por incompatibilidade de agenda pessoal ou períodos de turbulência nas atividades profissionais, não puderam cursar alguma disciplina e tenham ficado com créditos pendentes ao longo do caminho. A criação do cronograma de oferta de reposição é uma continuidade do processo de melhoria implementado ao longo de 2008 com sucesso. Essas ofertas de reposição estão previstas para jul/09, jan/10, jul/10, jan/11. Em razão do sucesso alcançado com o público-alvo direto do curso de extensão e indiretamente com os diferentes níveis gerenciais na organização, seu planejamento futuro prevê a incorporação de novos espaços e comunidades virtuais visando à interação entre os profissionais educadores e gestores e a ampliação do número de vagas para o curso de extensão, e também a contemplar profissionais de nível gerencial anteriormente não previstos no programa. Contribuição Social Em complemento ao curso de extensão “Desenvolvimento de Competências Gerenciais”, o FGV Online disponibiliza gratuitamente para os treinandos a disciplina Diversidade. O oferecimento da disciplina não implica obrigatoriedade para obtenção do certificado de conclusão do curso. Apesar da não obrigatoriedade, a frequência de acesso ao conteúdo tem sido acima do esperado. Dos 3 mil treinandos que já iniciaram as disciplinas obrigatórias no curso, 2 mil já acessaram o conteúdo da disciplina Diversidade. Por que consideramos esse oferecimento uma relevante contribuição social? A disciplina apresenta conceitos sobre a Diversidade a partir de suas dimensões e do panorama do Brasil e do mundo. A disciplina se apresenta na forma de um jogo de tabuleiro. A cada resposta correta, o jogador avança uma casa. Contudo, se a resposta dada estiver errada, o jogador deverá acessar o conteúdo referente à questão respondida. As questões versam sobre: diversidade – conceituação; dimensões da diversidade; panorama revista e-Learning Brasil 2009/2010 87 Referências Nacionais – FGV Online (cont.) da diversidade no Brasil e no mundo; benefícios que a diversidade pode trazer para o negócio; lei das cotas; definição da melhor forma de trabalhar com a diversidade; censo e monitoramento da diversidade; como valorizar a diversidade na empresa; e sensibilização dos funcionários. Marcos Teles e Stravos Panagiotis Xanthopoylos 88 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Referências Nacionais Acadêmico O escopo deste case é a criação e a utilização da ferramenta Cadernos Colaborativos da Escola de Direito Rio, a qual foi motivada pela produção e pelo sucesso da oferta de 30 cursos a distância em Direito pelo FGV Online. FGV Online e Escola de Direito Rio A Fundação Getulio Vargas – FGV – é um centro por excelência do pensamento sobre a realidade socioeconômica brasileira. Em sintonia com as metas a que se propõe o Brasil, a FGV lançou-se a novos desafios, com a criação do FGV Online – que contempla e favorece o alcance da missão FGV – e da Escola de Direito do Rio, a qual amplia a atuação da FGV na área do ensino e da pesquisa jurídica. Em julho de 2002, a Escola de Direito Rio deu início a uma série de atividades, de modo a contemplar os gaps dos cursos de Direito. Apesar da tradição que vigora nos cursos de Direito, em parceria com o FGV Online, a Escola demonstrou clara atitude de vanguarda. Essa atitude de vanguarda, além de contrastar com o tradicionalismo dos cursos de outras instituições, abriu caminhos para a criação dos primeiros cursos a distância da Escola: cursos de 30 horas, direcionados a graduados. A parceria FGV Online/Escola de Direito deu origem ainda a novas iniciativas, as quais envolveram as TICs como suporte ao ensino presencial. Uma dessas iniciativas diz respeito aos Cadernos Colaborativos. Cadernos Colaborativos Os Cadernos Colaborativos da Escola de Direito Rio (http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/) são uma ferramenta wiki que dá suporte à elaboração de conteúdo, de forma colaborativa, por professores e alunos da Escola. Assim, cada página pode ser alterada, seu conteúdo aperfeiçoado e correlacionado a outros con- 90 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “A gestão da aprendizagem por meio das novas tecnologias já é uma realidade. O projeto realizado em parceria com a Escola de Direito do Rio de Janeiro da FGV é um sucesso porque consegue, a partir dos novos mecanismos de comunicação, estimular os alunos a construir e a reconstruir o conhecimento.” Stavros Panagiotis Xanthopoylos Diretor Executivo do FGV Online Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 teúdos e materiais. Quebra-se assim, mais uma vez, o padrão histórico nacional, já que o ensino presencial, o discurso de autoridade e a linguagem jurídica distendem-se no compartilhamento de conhecimentos entre alunos e professores. As principais diferenças entre os Cadernos Colaborativos e os cursos a distância são: Alinhamento e Engajamento Diferenças Cursos a distância Cadernos colaborativos ferramenta LMS wiki regulação dispositivos legais netetiqueta metodologia internet e eventos aulas presenciais presenciais e internet conteudista professor professor tratamento da informação FGV Online professor recursos multimídia todos textos, slides e vídeos acompanhamento da turma tutoria proativa professor e monitor tipos de atividades síncronas e assíncronas assíncronas avaliação atividades on-line e tarefas presenciais avaliação e atividades presenciais suporte técnico com sem disponibilizado na material didático internet, replicado em CD e apostilas disponibilizado na sala de aula, replicado na internet Conhecimento é o bem primordial que a Fundação Getulio Vargas oferece ao Brasil: dos tradicionais indicadores da inflação, pesquisas, teses e artigos até a guarda da história nacional contemporânea. Mantendo as marcas de sua tradição, a FGV tem, como permanente, o compromisso de criar modelos de ensino que possam servir de estímulo a outras experiências de renovação. Demonstrando sua capacidade de inovar em modelos de ensino, foi criado o FGV Online, programa que extrapola a finalidade de apenas formar e capacitar profissionais em sintonia com as demandas do mercado. Trata-se também, e sobretudo, de compromisso com o país. Trata-se de colaborar para superar, com conhecimento e informação, os entraves ao pleno desenvolvimento do país. Atendendo a essa vocação, a FGV criou também a Escola de Direito Rio. A renovação do ensino é um bem público para a FGV. O FGV Online é o marco dessa renovação. A Escola de Direito Rio também. Lições Aprendidas e Melhores Práticas Dois grandes movimentos têm marcado o itinerário da evolução do uso das TICs nos programas educacionais da FGV. O primeiro concretiza-se no FGV Online. O segundo congrega iniciativas que abarcam a adoção de ferramentas de ensino a distância em cursos presenciais Cadernos Colaborativos. Embora, em ambos os itinerários, as TICs representem um forte fator de inovação nos programas de ensino da FGV, esses itinerários representam opções distintas de tecnologia, em razão dos objetivos que neles se almejam alcançar. Assim, no FGV Online, a abordagem tecnológica acompanha o desenho didático-pedagógico de cursos que, com disciplinas veiculadas na internet, dispõem de poucos momentos presenciais. Nesse modelo, obedecese aos dispositivos legais que regulam o ensino a distância e se destaca o professor-tutor que desempenha o papel de facilitador do processo de aprendizagem. A flexibilização das atividades de ensino, com o rompimento das barreiras espaciais e temporais, corresponde ao maior benefício para os estudantes que, por razões diversas, não têm como frequentar salas de aulas presenciais. Por seu forte vínculo com o EAD, nesse modelo, contemplam-se: · a elaboração do conteúdo e das atividades por professores da FGV; · o tratamento da informação por especialistas em EAD do FGV Online; revista e-Learning Brasil 2009/2010 91 Referências Nacionais – FGV Online (cont.) · o uso de recursos audiovisuais que incrementem a interação e o aluno e o conteúdo e atividades do curso; · a formação de turmas tutoradas por professorestutores capacitados para atuar em cursos a distância; · o uso de ferramentas que flexibilizem a participação assíncrona dos alunos e que otimizem a interação entre os participantes, por meio de atividades síncronas; · a avaliação por meio de atividades on-line – síncronas e assíncronas – e tarefas presenciais; · com necessidade de suporte técnico e tutoria proativa para minimizar a evasão; · a replicação do material didático veiculado na internet, em CD e em apostilas. No segundo itinerário – Cadernos Colaborativos –, a abordagem tecnológica acompanha o desenho didáticopedagógico de cursos que, com disciplinas presenciais, dispõem de momentos a distância. Nesse modelo, sem dispositivos legais a obedecer, o EAD é regulado por regras de netetiqueta, destacando-se o papel do professor, responsável pelo engajamento dos estudantes no trabalho. Por complementarem cursos presenciais, as atividades de ensino não se flexibilizam, pois os estudantes continuam a ter de frequentar salas de aulas, em locais e datas específicos. Por seu forte vínculo com o presencial, nesse modelo, contemplam-se: · a elaboração do conteúdo e das atividades por professores da FGV; · o tratamento da informação pelo professor da FGV; · a formação de turmas tutoradas por monitores capacitados para atuar em cursos a distância; · o uso de ferramentas que flexibilizem a participação nas atividades e otimizem a contribuição dos alunos na construção do conteúdo das disciplinas; · a avaliação por meio de atividades presenciais e tarefas on-line – síncronas e assíncronas; · sem necessidade de suporte técnico e tutoria proativa, já que a evasão não é uma variável significativa; · a replicação do material didático veiculado em sala de aula, na internet. Planejamento Futuro Quando se trabalha com ensino a distância, sempre há muito o que fazer não só em relação às contínuas lições aprendidas, mas também para tentar acompanhar a evolução brutal das ferramentas do ambiente on-line, a linha de produção de cursos e disciplinas e o suporte a cursos presenciais. É aprendizagem constante. Logo, o futuro é hoje. 92 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Claudio Minetto e Stravos Panagiotis Xanthopoylos Referências Nacionais D esde 2004, a Secretaria de Educação do Amazonas – SEDUC/AM – vinha realizando levantamento de demanda escolar nos 62 municípios amazonenses e assim pôde constatar que milhares de amazonenses, residentes nas comunidades rurais, estudavam até a 9ª série do ensino fundamental e não davam sequência aos seus estudos. Isso acontecia porque a escola tradicional não chegava até esses alunos. Como as escolas que oferecem ensino médio são localizadas, em geral, nas sedes municipais, havia muitas comunidades que estavam excluídas pela dificuldade de acesso às zonas urbanas. As características geográficas, a topografia peculiar das diferentes localidades, os meios de transporte disponíveis aos moradores das comunidades com população rarefeita e o fornecimento irregular da energia elétrica eram obstáculos a serem vencidos. Além disso, há o caso da falta de profissionais habilitados em quantidade suficiente para atender ao crescimento da oferta educacional. A Unesco vem alertando para a falta de professores em nível mundial. Serão necessários 18 milhões de professores até 2015 para suprir a docência das escolas. Essa realidade se agrava nas regiões de difícil acesso do nosso país, como é caso do Estado do Amazonas, que tem 18,45% do território nacional e uma logística diferenciada. A solução encontrada pela SEDUC/AM, no entanto, para atender a essa demanda reprimida histórica de alunos foi unir a tecnologia de transmissão por satélite, a videoconferência multiponto como ferramenta pedagógica e a metodologia presencial com mediação tecnológica de forma inédita no mundo. Para isso, o Estado do Amazonas implementou o ensino médio via Satélite e criou o Centro de Mídias em 2007, ampliando e diversificando o atendimento escolar utilizando a melhor solução tecnológica disponível, em larga escala, no sistema público e para a Educação Básica. A infraestrutura técnica montada para atender ao Projeto Ensino Médio Presencial com Mediação Tecnológica, portanto, logo deu lugar ao Centro de 94 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “A conquista de mais esse importante prêmio para o Centro de Mídias é indicativo de que o Governo do Estado do Amazonas realiza um trabalho de vanguarda, sendo reconhecido pela eficácia de suas ações em prol do desenvolvimento de sua população.” Gedeão Timóteo Amorim Secretário de Estado de Educação do Amazonas Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Mídias de Educação do Amazonas, ampliando as possibilidades de atendimento da sociedade amazonense, na capital e no interior do Estado. Uma Central de Produção Educativa para TV transmite diariamente aulas ao vivo, por meio de uma TV interativa por IP, conectada a uma rede satelital de 306 VSATs bidirecionais, o que permite a interatividade entre mais de 500 salas de aula. Para isso, cada sala recebeu, além da antena, um kit tecnológico, que inclui computador, impressora, webcam, microfone, telefone IP, impressora, No Break e um televisor LCD de 42”. O acesso à internet, disponível em todas as salas, complementa a Plataforma Tecnológica com modernos serviços de comunicação para e-Learning. O curso tem a mesma carga horária do ensino regular e 200 dias de aula por ano. A diferença está na mediação tecnológica e na preparação das aulas, resultado de um projeto educacional diferenciado. Como resultado inicial, 10 mil alunos de 42 municípios puderam continuar seus estudos e cursar o 1º ano do ensino médio em 2007 e 17 mil alunos de todos os 62 municípios amazonenses cursaram o 1º e o 2º ano em 2008, nas suas próprias comunidades. Em 2009 está sendo ofertado também o 3º ano e realizadas as primeiras formaturas. O Centro de Mídias de Educação do Amazonas dispõe de uma Plataforma Educacional para a Distância – baseada em ferramentas de videoconferência e colaboração que viabilizam projetos de educação a distância (e-Learning e b-Learning), o incremento de programas de formação profissional e a realização de reuniões acadêmicas e/ou administrativas em múltiplas sessões, otimizando os recursos físicos e financeiros disponíveis. No ensino médio presencial com mediação tecnológica foi disponibilizado a todos os alunos um formulário de avaliação on-line no qual eles puderam realizar uma autoavaliação, avaliar os professores presenciais e a distância de cada componente curricular, os recursos disponibilizados, o ambiente, além de uma avaliação institucional. Os resultados coletados foram satisfatórios, com média de 90% de aprovação. Quanto aos indicadores educacionais, tivemos no primeiro ano do Projeto uma taxa de 77,51% de aprovação, 6,47% de reprovação e 16,02% de abandono. É importante registrar que há cerca de 4 mil escolas nas zonas rurais e aproximadamente 2.500 delas não têm energia elétrica, o que implica grupos geradores e combustíveis para realizar o atendimento. Essa média de 60% de escolas sem energia regular também se refletiu no Projeto. Transporte Fluvial e Energia Elétrica são, portanto, nossas maiores dificuldades e se refletiram nos 16% de abandono do curso. Embora seja uma média melhor que a estadual, a regional e a nacional, estamos reforçando nossas parcerias com as prefeituras, secretarias municipais de educação e lideranças comunitárias para garantir o acesso e a permanência dos alunos. Setenta por cento das aulas são síncronas com medição tecnológica baseada em videoconferência e 30% da carga horária é contemplada com atividades locais assíncronas sob a tutoria do professor presencial. A Estrutura Curricular dessa metodologia está em consonância com a legislação educacional vigente, com todos os componentes curriculares das três séries do ensino médio, e tem como norteadores os princípios da contextualização e da interdisciplinaridade, que tornam possível vincular a educação ao mundo do trabalho e à prática social. Desse modo, o estudante poderá continuar a aprender, ter autonomia intelectual e pensamento crítico, além de compreender os fundamentos científicos e tecnológicos do processo produtivo. Os conteúdos são tratados como meios para a constituição de competências e valores, privilegiando efetivas ações mentais no decorrer do curso, em que o estudan-te desenvolva a sensibilidade para identificar as relações existentes entre os conteúdos e as situações de aprendizagem com os contextos sociais e individuais. São oferecidos ao aluno do ensino médio presencial com mediação tecnológica mecanismos que desafiem suas habilidades a desenvolver a capacidade de reação adequada ao desequilíbrio provocado pelo novo saber instigando sua competência a transformar e apresentar resultados que levem a novo equilíbrio, desencadeando efetivo refinamento de conduta. De acordo com as Diretrizes, com os Parâmetros e com as Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio, os componentes curriculares estão dispostos em áreas de conhecimento, oportunizando ao aluno adquirir as competências e habilidades necessárias à vida cotidiana, com foco nas avaliações. Pelas suas características, o programa requereu a implantação de uma Plataforma Educacional para Ensino a Distância – baseada em ferramentas de videoconferência e colaboração. Essa proposta, baseada em algumas experiências nacionais e internacionais no Ensino Superior nos últimos anos, foi adaptada de forma inédita no mundo para a Educação Básica. Os números de atendimento do Projeto em 2009 são os seguintes: revista e-Learning Brasil 2009/2010 95 Referências Nacionais – Seduc/AM (cont.) · · · · · · · 62 municípios serão atendidos; 1.000 comunidades rurais beneficiadas; 700 salas de aulas com kits tecnológicos; 400 escolas atendidas; 800 professores em formação profissional; 406 antenas vsat bidirecionais instaladas; 25.000 alunos matriculados. O Projeto tem o mérito ainda de realizar o atendimento de uma demanda social urgente oferecendo opções aos cidadãos dessas comunidades, com acesso ao complemento dos seus estudos e inclusão digital. Faz parte do Projeto a ampliação dos serviços para beneficiar as comunidades participantes e do entorno e já foram estabelecidas parcerias com universidades locais para levar por meio da rede de comunicação da SEDUC/AM programas de telessaúde e telemedicina, com ênfase na orientação e prevenção. Além disso, o acesso à internet integrado na Plataforma possibilita a inclusão por meio de diversos programas estaduais e federais, como o cadastro on-line do Censo Escolar – Educacenso, que beneficia o repasse de verbas aos municípios, antes mais lento e impreciso por ser feito manualmente. 96 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Maria da Graça e Maria do Socorro Barros Gomes Referências Nacionais T&D O Senac é uma instituição que há mais de 60 anos promove o crescimento profissional e pessoal de milhões de brasileiros, e possui administrações regionais estaduais autônomas. Uma delas é a do Estado do Rio de Janeiro (Senac Rio), que tem como missão promover a construção de competências, de pessoas e de organizações, por meio de ações integradas e efetivas para o fortalecimento e a competitividade do comércio de bens, de serviços e do turismo, e atua através de centros especializados estruturados por áreas de conhecimento. O Centro de Tecnologia e Gestão Educacional (CTE) é especializado em Educação e incrementa em seus trabalhos ações que buscam a inovação, o desenvolvimento de competências e o aprender fazendo. Em 2008, o CTE do Senac Rio trouxe para o Prêmio e-Learning Brasil sua história e a maneira como construiu uma imagem de referência no mercado. O case mostrou que mais importante do que chegar a ser referência no mercado é perpetuar-se nessa posição. E que, para atingir esse objetivo, é necessário um modelo de gestão dinâmico e inovador, que estimule a autonomia e a responsabilidade. Um modelo de gestão que amplie a atuação de uma equipe multidisciplinar, transformando-a em equipe indisciplinar1, composta de diferentes profissionais, mas com uma troca constante de informações dentro de áreas de interseção, o que permite a construção de novos saberes e novas soluções – pois tudo é fruto de criação coletiva. Essa equipe não se contenta em fazer o mesmo do mesmo, tem fome do novo e acredita no conceito de time como fator primordial de sucesso. Tendo a Gestão do Conhecimento como prioridade de ação e crescimento, a gerência do CTE, em parceria com a equipe, instituiu em 2007 um grupo de estudos com o objetivo de discutir textos e práticas que auxiliassem na construção dos projetos da área e fizessem circular o conhecimento construído individualmente em sua trajetória de vida. E foi nesse espaço de troca e 98 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “Para o Senac Rio é motivo de orgulho recebermos, pelo terceiro ano consecutivo, a premiação na área de educação corporativa. Isso legitima uma decisão estratégica da instituição de investir no segmento como forma de realizar nossa vocação para a inovação, além de ampliar significativamente o desenvolvimento de pessoas em seu ambiente de trabalho. Acreditamos, assim, que contribuímos para o crescimento social e econômico de nosso país.” Orlando Diniz Presidente do Sistema Fecomércio-RJ 1 O conceito de equipe indisciplinar surgiu atrelado ao conceito de scrum como método de trabalho definido, em 1986, num estudo publicado na Harvard Business Review. Scrum é um método de trabalho que envolve profissionais de diferentes áreas responsáveis pela elaboração de um projeto e que trabalham num mesmo ambiente. O trabalho em equipe é fundamental e tem como benefício o desenvolvimento de um produto de maior valor. A integração diminui o ruído da comunicação e também favorece a criatividade. Além disso, a equipe responde mais rapidamente a mudanças, constantes no mundo atual. O scrum age na gestão e modifica comportamentos. Como a comunicação é integrada, a equipe torna-se 'indisciplinar', e não somente multidisciplinar, em que todos trabalham no mesmo lugar, mas cada um no seu papel. Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 reflexão que o CTE percebeu a necessidade de olhar para dentro de si, buscando o entendimento dos processos, sistematizando as ideias e os fazeres. A partir daí, organizou-se um plano de trabalho com reuniões sistemáticas com as diferentes equipes – educação, marketing, administração, design e TI – e iniciou-se a construção compartilhada do DNA CTE. Nessas reuniões, consolidou-se a visão do CTE (Ser percebido como referência no mercado nacional e internacional em soluções inovadoras e de educação continuada em tecnologia e gestão educacional), desenhou-se o modelo de gestão (com foco em sustentabilidade, pessoas, negócio, processos e avaliação) e definiram-se os objetivos e as estratégias para atingi-los. Com a atuação nos projetos corporativos e o exercício intenso das atividades, a equipe percebeu que acumulou diversidade e dificuldade de localização de orientações e referenciais que, por vários fatores, se encontravam dispersos e centralizados em algumas pessoas. Interpretação errada dos processos, não reconhecendo que uma ação precede a outra ou que ainda depende de outra; orientações dadas aleatoriamente e de forma dissociada da proposta da área; diversidade de linguagem; perda de contato com a realidade do grupo – tudo isso tendia a contribuir para o desgaste do trabalho. O modelo de gestão que se preocupa em desenvolver e qualificar pessoas para potencializar resultados e reter talentos, tendo foco na Gestão do Conhecimento, estimulou o desenvolvimento de um instrumento fundamental para a disseminação dos processos e das crenças para auxiliar o trabalho da equipe indisciplinar. As etapas de construção foram: encontros com os diversos grupos do CTE, para levantamento dos materiais de orientação preexistentes e coleta desses materiais com vistas à criação e/ou complementação deles; desenvolvimento do produto “O Jeito CTE de Ser”, com uma publicação impressa; e o repositório virtual – Extranet CTE. O repositório Virtual CTE reúne diferentes ferramentas para a Gestão do Conhecimento, com o objetivo de aumentar a produtividade e constituir competências. O CTE acredita que, para ter uma equipe coesa e uma empresa competitiva no mercado, não basta ter somente treinamento. Os processos e as ferramentas de trabalho são considerados pilares de sustentação. A utilização de diferentes mídias e canais de interatividade propicia a construção do conhecimento e garante que cada líder de projeto exerça o papel de “consultorpadrinho”, estabelecendo o coaching constante e necessário para o crescimento das equipes. Assim, “O Jeito CTE de Ser” procurou atender ao interesse dos seus colaboradores, que necessitavam encontrar em um ambiente o conhecimento para realizar seu trabalho com base na proposta do Senac Rio/CTE, colocando os seguintes pressupostos em questão: o que informar, para quem e para quê. Os resultados positivos dessa nova arquitetura para a Gestão do Conhecimento permitiram o compartilhamento e a humanização desse conhecimento, de forma a tornar cada colaborador um sujeito autônomo e criativo, acessando a informação quando dela precisa e contribuindo, também, com novos conhecimentos. O “olhar para dentro” gerou a reestruturação dos processos internos para a garantia do crescimento sustentado, por meio de um mapeamento dos métodos de trabalho relativos às áreas e das respectivas competências. O produto final auxiliou a disseminação das práticas de trabalho nas equipes. Lições Aprendidas e Melhores Práticas O CTE amadureceu, cresceu e começou a olhar o mundo por outro ângulo. A diferença que marcou essa maturidade foi uma atuação global com um olhar no local, aproximando-o da natureza, da busca da sustentabilidade. Essa aproximação trouxe para a equipe outras cores, outras sensações, outros olhares. Desenvolveu-se, então, o olhar no detalhe, na essência... A consciência da riqueza da diversidade e da necessidade de inovação ensinou o grupo a perceber e cuidar de cada gesto, de cada etapa do projeto com a seriedade da busca da qualidade e a leveza que tornam possível um olhar preparado para mudanças. Entre as lições aprendidas que permitiram ao CTE desenvolver uma arquitetura de aprendizado e desempenho como o indicado no livro de Marc Rosenberg, destacam-se: · ações estratégicas com foco no desenvolvimento da equipe estruturadas e incorporadas no cotidiano, como: cursos internos para a qualificação da equipe (PMI e PNQ); reuniões sistemáticas com as diferentes equipes e grupos de estudo por perfis profissionais; reuniões informais comemorativas, permitindo uma integração para além do cotidiano profissional. · mapeamento de competências e delineamento de perfis, viabilizando um maior conhecimento do fazer do outro e ratificando a conceituação de uma equipe indisciplinar. revista e-Learning Brasil 2009/2010 99 Referências Nacionais – SENAC Rio (cont.) · respeito ao tempo de engajamento de cada colaborador, porque a Gestão do Conhecimento se dá no momento em que ela é compartilhada livremente por todos, e não imposta “de cima para baixo”. · reconhecimento das especialidades de cada um, como um elemento vivo de conhecimento, valorizando o espaço de troca de experiência e do construir junto em que o aprender está em todas as ações. · o desenvolvimento de relatórios anuais dando para os colaboradores, fornecedores e clientes a dimensão das realizações e permitindo um repensar estético das ações. A partir do mapeamento de competências realizado este ano, o CTE pretende evoluir para uma avaliação de competências. Além de realizar uma avaliação 360o, objetiva instituir um Desenvolvimento 360º com a disseminação para toda a equipe das expertises necessárias para a realização de todas as etapas de construção e operação dos projetos. Instituição de grupos de atuação matricial voltados para ações de desenvolvimento interno com foco em Inovação, Comunicação, Processos e Competências. 100 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Simone Antake e Adriana Schneider Referências Nacionais Acadêmico N a década de 1990, foi criado o Centro Nacional de Educação a Distância do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), com o objetivo de ampliar e diversificar a programação da instituição nessa modalidade. Como resultado desse empenho em EAD, o Ministério da Educação, em 2004, concedeu um credenciamento especial para que o Senac oferecesse cursos de pós-graduação lato sensu a distância. Para atender a essa demanda, foi criada a Rede Pós-EAD Senac, coordenada pelo Centro Nacional de Educação a Distância (Cead) do Departamento Nacional do Senac, e é o CTE – Centro de Tecnologia e Gestão Educacional do Senac Rio – que desenvolve e produz grande parte dos cursos de pós-graduação para a Rede EAD Senac. Além das produções dos cursos de pós-graduação, o CTE atua em projetos de educação continuada para organizações privadas e públicas, utilizando tecnologias educacionais de ponta, que contam com metodologias inovadoras, com foco na aprendizagem e nos resultados. Sua maior preocupação é priorizar a constituição de competências e o aprender fazendo, oferecendo soluções alinhadas à metodologia educacional própria do Senac Rio, voltadas para uma educação permanente, flexível e multiforme. O Senac, com o intuito de manter o padrão de qualidade no desenvolvimento dos seus cursos de pós-graduação a distância, tem uma comissão própria para gerir o processo de autoavaliação. Por meio de pesquisa e demais subsídios, o feedback recebido torna-se a base para a reestruturação, elaboração e/ou redirecionamento de ações pedagógicas e de planejamento dos cursos de pós. São elaborados e aplicados quatro tipos de questionário direcionados aos discentes, docentes, gerentes de EAD e responsáveis pela comunicação e marketing das unidades regionais do Senac participantes. O objetivo principal é mensurar o nível de satisfação dos discentes e da equipe envolvida com base em um melhor conhecimento do seu público e de seus colaboradores diretos. “O Senac Rio, há mais de 60 anos, promove o crescimento profissional e pessoal de milhões de brasileiros, por meio de uma educação de qualidade tanto na modalidade presencial como a distância. Ratificando seu compromisso com o fortalecimento da REDE SENAC EAD e com o desafio de desenvolver pessoas para o mundo do trabalho, todas as suas ações demonstram a busca por uma educação multiforme que respeite o cotidiano, o ritmo e o acesso à tecnologia de cada um dos participantes. O Senac Rio foi pioneiro no desenvolvimento de cursos de pós-graduação on-line e cada vez mais investe na inovação. Assim, é com grande alegria que recebemos este prêmio uma vez mais, pois coroa nossos esforços e nossa opção por um modelo educacional flexível e desafiador.” Adriana Schneider Gerente Corporativa do Centro de Tecnologia e Gestão Educacional do Senac Rio revista e-Learning Brasil 2009/2010 101 Referências Nacionais – SENAC Rio (cont.) Para comprovar que o feedback da avaliação torna-se ação para melhorias em prol do perfil de saída profissional, em 2008 o Curso de Pós-Graduação em EAD sofreu alterações, uma vez que o resultado da avaliação demonstrou que havia a necessidade de melhorar/atualizar o perfil desse especialista em EAD. O questionário de avaliação, enviado para os discentes, continha três perguntas abertas de caráter investigativo em relação ao curso: 1) O que você aprendeu no curso que ajudou em sua atuação profissional? 2) O que você aprendeu no curso que não ajudou em sua atuação profissional? 3) O que você não aprendeu no curso e fez falta em sua atuação profissional? As respostas obtidas consistiram num percentual de 38,64% do universo de alunos egressos, o que foi considerado um bom resultado, já que a pesquisa não foi realizada imediatamente após o término do curso. A maioria das respostas demonstrou quanto o desenvolvimento e a operacionalização da pós em Educação a Distância atende o público em questão, promovendo o desenvolvimento das competências e habilidades necessárias ao exercício da ocupação profissional em consonância com as necessidades do mercado de trabalho. Mesmo com o acumulado de 71,51% dos conceitos “Muito bom” e “Excelente”, a preocupação com a questão “O que não foi aprendido no curso e fez falta na atuação profissional?” foi relevante para um redesenho no curso da pós em EAD. Assim, houve um redesenho do Módulo III do curso – Gestão em EAD – com o objetivo de constituir as competências gerenciais básicas dos profissionais que irão coordenar atividades administrativas, pedagógicas e financeiras de projetos de EAD, sejam estes realizados em pequenos núcleos, em um departamento ou em um setor de EAD de uma organização. Focou-se a visão macro das atividades de gestão, numa perspectiva organizacional e mercadológica. A reestruturação do módulo, com novas estratégias de aprendizagem, refletiu no crescimento do número de participantes que realizam a pós em Educação a Distância. Aqueles matriculados em 2008 já sairão com o perfil de gestor em EAD. 102 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Os resultados positivos podem ser constatados não só pelo número de participantes, como também pela aquisição de novos conhecimentos que a equipe desenvolvedora adquiriu e pelo novo perfil de saída do participante da pós: o Gestor de EAD – o profissional que coordena atividades administrativas e pedagógicas, gerencia recursos financeiros e organiza as infraestruturas e equipes de projetos de EAD. Entre as lições aprendidas que nos permitiram desenvolver melhores práticas, assinalamos: · a realização de uma avaliação de curso séria, estruturada, cujos resultados possam realmente ilustrar a realidade; · o olhar cuidadoso sobre a opinião dos participantes. Se considerarmos somente o número de conceitos atribuídos à pós, não haveria necessidade de reestruturação do curso. O que fez a equipe rever a proposta foi a alternativa de considerar a opinião daqueles participantes que indicaram os déficits no conteúdo e nas estratégias; · delineamento de novos processos para o desenvolvimento das soluções e programas. Todos os cursos, programas e soluções desenvolvidos pelo CTE são orientados ao público ao qual se destina. As soluções on-line potencializam o processo de educação continuada, fazendo circular e ampliar o conhecimento. As soluções baseiam-se na metodologia CTE que dá ênfase ao desenvolvimento de competências e à aprendizagem. As atividades são desenvolvidas com base no conceito de edutainment1 e colocam o sujeito no centro do processo, desencadeando ações por meio de desafios, problemas e projetos orientados e mediados2 por um tutor. Leva-se em consideração, ainda, a andragogia3, cujo foco está voltado para a independência e a autogestão da aprendizagem pelo aprendiz-adulto e para a aplicação prática daquilo que foi estudado. Para a reconstrução do Módulo III do curso de pós em EAD, considerou-se como estratégia educacional o e-Learning – Ambiente Virtual de Aprendizagem do Senac Rio (AVAS), com o conteúdo disponibilizado em fontes de estudo como: revista eletrônica, papers (inéditos, elaborados para esse curso), leis, normas, documentos, artigos, vídeos e narrativas ilustradas; e ferramentas de interatividades: fóruns gerais, fóruns de Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 grupos, chats, diário, enquete, wiki, o Plano de Gestão on-line e o Jogo “Tomada de Decisão”. A tutoria assume a função de orientação, de coaching. O tutor age orientando os participantes durante todo o processo de constituição de competências, na investigação e numa reflexão que os levem à descoberta de suas fraquezas e qualidades como gestores. 1 Edutainment: arte de aprender de forma divertida. A aprendizagem é feita num contexto lúdico e descontraído com recursos de jogos, Role Plays ou simulações que são realizadas com o computador. 2 Mediar: intervir para promover mudanças e construir competências num ambiente educacional que significa a constituição dos processos de mobilização dos conhecimentos, das emoções e do fazer. 3 Andragogia: (do grego: andros – adulto e gogos – educar) a arte de educar adultos, que não são aprendizes sem experiência. René Birocchi e Adriana Schneider revista e-Learning Brasil 2009/2010 103 Referências Nacionais C riado em 1942, por iniciativa do empresariado, o SENAI é um dos mais importantes polos nacionais de geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial. Diretamente ligados a um Departamento Nacional, 27 Departamentos Regionais levam seus programas, projetos e atividades a todo o território nacional, oferecendo atendimento às diferentes necessidades locais, e fortalecem a indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável do país. Para realizar a sua missão de “Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria brasileira”, o SENAI dispõe de uma rede formada por 738 Unidades Operacionais distribuídas por todo o país, composta de 454 unidades fixas e 284 unidades móveis. De uma forma crescente a cada ano, o aprendizado mediado por tecnologias conquista novos segmentos de público e permite que corporações e indivíduos estejam inseridos na aprendizagem permanente, em qualquer lugar e a qualquer momento. Além do atendimento às demandas da indústria, as inovações educacionais estão disponíveis para os colaboradores internos, potencializando a disseminação de informações, o desenvolvimento de talentos e a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Numa perspectiva de longo prazo, o setor industrial brasileiro, liderado pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, estabeleceu o Mapa Estratégico da Indústria para o período de 2007 a 2015. Para dar dinamicidade, marcando a sintonia com a visão de futuro e o estabelecimento de prioridades, o mapa foi desdobrado no Programa Educação para a Nova Indústria, que estabeleceu metas de expansão para o SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e para o SESI – Serviço Social da Indústria. 104 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “O programa Educação para a Nova Indústria mobilizou o SENAI para a implantação de ações inovadoras de grande envergadura. Ampliamos nossa base de atuação, contribuindo para a elevação da formação profissional do trabalhador brasileiro. Com agilidade no atendimento às demandas do setor produtivo, o SENAI marca sua presença com ações educacionais de alta qualidade.” José Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral do SENAI/DN Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Para o case “Educação para a Nova Indústria – Ações SENAI de Aprendizado Baseado no e-Learning e no Blended Learning” foram destacados os resultados dos cursos, programas, soluções e ferramentas de aprendizado mediado por tecnologia obtidos durante a capacitação de docentes e em quatro ações de inovação disponíveis para a indústria e o público em geral. Os cinco componentes do case SENAI são: Componente 1 Recursos Humanos: Formação continuada de docentes A qualidade da educação profissional tem como pressuposto uma permanente, sistemática e proativa preocupação com a formação continuada de docentes. Para atualização tecnológica e formação pedagógica, 1.285 colaboradores da instituição participaram, em 2008, dos seguintes cursos Blended Learning: Programa Especial de Formação Pedagógica (voltado para os docentes que não possuem licenciatura – engenheiros, tecnólogos etc.), Programa de Atualização em Metalmecânica e Programa de Atualização em Alimentos. Componente 2 Ação inovadora: SENAI 24 horas Uma forma de inovar em educação é romper com o uso tradicional do tempo e do espaço no processo de permanente aprendizado. Por meio da educação a distância, nas 24 horas do dia e nos 7 dias da semana, mais de 250 cursos de educação profissional estão disponíveis tanto para alunos que buscam sua formação inicial como para os que trabalham e precisam se manter atualizados para melhorar o rendimento nas empresas ou para ingressar em novos desafios profissionais. Com equipes especializadas para o desenvolvimento de cursos corporativos sob medida, os cursos a distância já formatados atendem a mais de 20 áreas tecnológicas, utilizam variadas mídias e tecnologias (internet, Intranets, videoconferência, telefonia celular, material impresso, CD-ROM, DVD etc.) e são acessados pelo site www.senai.br/ead. Componente 3 Ação inovadora: Competências Transversais Na educação profissional há temas, conteúdos ou módulos que são transversais, pois compõem diversos perfis profissionais e alinham-se com demandas recorrentes do mundo do trabalho. A partir de 2008, as competências transversais estão disponíveis na forma de cursos a distância, oferecidos gratuitamente para os alunos e para o público em geral, permitindo a ampliação dos segmentos populacionais atendidos pelo SENAI. Como elemento de parceria com órgãos públicos e empresas privadas, essa ação marca a inovação na contribuição social. As duas coleções – com material didático impresso ou com e-Learning – compõem a oferta de 10 cursos, que utilizam linguagem lúdica e interativa, sobre empreendedorismo, tecnologia da informação e comunicação, legislação trabalhista, educação ambiental e segurança no trabalho. Em 2009, novos títulos estão sendo desenvolvidos na mesma modelagem. Componente 4 Ação inovadora: SENAI Didática Oferecendo fontes permanentes, atualizadas e certificadas de material de suporte ao trabalho pedagógico em sala de aula, o SENAI organiza e disponibiliza, via internet, os seguintes repositórios de conteúdo on-line: Banco de Recursos Didáticos, Coletânea de Legislação da Educação Profissional e Banco de Planos de Curso. Amplamente utilizado pelos colaboradores internos, o Banco de Recursos Didáticos recebeu, a partir de 2008, uma interface de consulta pública a mais de 5 mil itens, além da manutenção dos processos permanentes de incorporação e avaliação de novos acervos e da capacitação de colaboradores para a produção de vídeos digitais educacionais. Componente 5 Ação inovadora: Inclusão Digital para Todos Facilitar o acesso a computadores e aos meios de comunicação, softwares e aplicativos para os educadores do SENAI é o objetivo dessa ação. A conexão wireless à internet, incorporada a mais de seis mil e seiscentos laptops distribuídos, permitiu a ampla utilização de bancos de dados, recursos didáticos digitais, participação em programas de capacitação e atualização, além da formação de uma rede de aprendizado permanente, em uma perspectiva que flexibiliza o tempo e o espaço, dinamiza a troca de conhecimentos e favorece a inovação. revista e-Learning Brasil 2009/2010 105 Referências Nacionais – CNI SENAI (cont.) O sucesso alcançado e a pertinência das ações do Programa Educação para a Nova Indústria é que garantem a continuidade e a expansão das atividades nos próximos anos. No decorrer de 2009, por exemplo, os cursos a distância de Competências Transversais têm alcançado 10 mil pessoas a cada mês. No SENAI Didática, a versão 2.0 do Banco de Recursos Didáticos terá nova interface, expansão para usuários latino-americanos e interação em comunidades. Novos cursos Blended Learning de atualização tecnológica de docentes estão sendo desenvolvidos, enquanto a quarta turma da formação pedagógica habilita mais 400 profissionais. Incrementando a Inclusão Digital, a distribuição de licenças de softwares moderniza os serviços prestados pelo SENAI para as empresas dos setores atendidos. Por fim, o SENAI 24 horas vai expandir, em 2010, o uso das inovações com tecnologias educacionais para os curso presenciais. 106 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Marcos Felipe Magalhães e Alberto Borges de Araújo Referências Nacionais A SKY, maior operadora de alta definição (HD) da América Latina, com cobertura em todo o território nacional, conquistou, pelo terceiro ano, o título de Referência Nacional do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010, na categoria Silver, destinada a projetos com até um ano de implantação e está entre as melhores empresas na modalidade Corporativa e Treinamento & Desenvolvimento. O case premiado foi o novo método de treinamento técnico e seu programa de incentivo implantado em julho de 2008, o TOP SKY – Trilha de Oportunidades Profissionais SKY. O método foi desenvolvido para o pessoal de campo da SKY – instaladores, que somam mais de 3 mil prestadores de serviço e 123 colaboradores em todo o território nacional. No desenvolvimento do programa, foram feitos o mapeamento das competências necessárias e a divisão dos cursos por níveis (Nível inicial – instaladores recém-contratados, até o Nível 5 – instaladores que possuem certificação técnica reconhecida pelo MEC). Todos os treinamentos são baseados no CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude), procurando sempre medir seus resultados como melhoria de qualidade de serviços aos clientes: Conhecimento: Disponibilização de treinamentos por gap de competência. Habilidade: Treinamentos presenciais, nos quais se aprende praticando. Atitude: Colocar em prática o que foi aprendido. Nesse momento, há a inspeção dos serviços realizados. Disponibilizamos fóruns moderados para compartilhamento de melhores práticas, dificuldades na rea-lização dos serviços, entre outros. Também são realizadas inspeções dos serviços executados, para verificar se o conhecimento adquirido nos treinamentos está sendo aplicado pelo instalador no 108 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “Em toda a minha vida profissional, um dos grandes desafios para qualquer treinamento planejado sempre foi demonstrar uma melhoria efetiva da qualidade do produto ou serviço. Além disso, em empresas com presença nacional, a distância representava uma barreira quase intransponível. No caso em questão, a tecnologia permite que quase 4 mil técnicos dos nossos parceiros tenham fácil acesso aos cursos e possam melhorar seu desempenho profissional. Mais que isso, no entanto, cabe ressaltar que, para mudança de nível, além da prova teórica ao final dos cursos, existe uma prova prática através de uma auditoria aleatória de uma instalação real executada. Com essa última avaliação, fechamos o ciclo e temos segurança em dizer que o nosso treinamento realmente se converte em melhor qualidade para nossos assinantes.” Luiz Fernando Barcellos Vice-Presidente de Engenharia e Supply Chain da SKY Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 dia a dia. Além disso, com o intuito de certificar se o técnico está realmente apto a pertencer ao nível atual em que se encontra, é realizada uma vez ao ano uma avaliação on-line, chamada “Teste seus Conhecimentos Técnicos”, em que os instaladores de todo o Brasil se deslocam até um centro de testes para realizar esse teste. O case também chama a atenção para a integração do LMS da SKY (PIC – Programa Interno de Capacitação) com o iCare (sistema de cadastro de instaladores e finalização de Ordens de Serviço via web), resultando na automatização de cadastro, matrícula e a mudança de nível de cada instalador. A campanha TOP SKY Adventure é outra estratégia que cooperou para o sucesso do case TOP SKY – Trilha de Oportunidades Profissionais SKY. Voltada para a retenção dos melhores instaladores, a campanha permite aos profissionais acumular pontos com a realização dos cursos e, a partir do Nível 3, esses pontos podem ser trocados por prêmios, além de concorrerem a um carro e nove motos (uma por regional) ao final da campanha. Conteúdo Em todos os cursos, a metodologia utilizada é a andragogia, método de ensino que foca o aprendizado de adultos. O método andragógico utilizado chama-se Roda do Aprendizado, em que todos os cursos desenvolvidos, tanto e-Learning como presenciais, devem seguir 9 etapas: Introdução (motivação para realização do curso); Percepção (coletar informação individual dos educandos a respeito do tema do curso); Observação (coletar informação coletiva); Informação (acrescenta novas informações ao mapa coletivo); Significação (conecta as informações à realidade dos educandos); Conhecimento (proposta para a implementação do conceito aprendido); Experimentação (disponibilização de treinamentos presenciais); Habilitação (avaliação do que foi aprendido) e Incorporação (compromissos para a prática do que foi aprendido). Essa metodologia tem se mostrado muito eficiente nos treinamentos, como mostram os feedbacks coletados nas avaliações de reação ao final de cada treinamento presencial. Os cursos e-Learning da SKY são desenvolvidos internamente ou encomendados de empresas terceirizadas, dependendo da necessidade do negócio. Alguns conteúdos são disponibilizados em papel, como o Guia Rápido do Instalador, no qual constam informações essenciais para se realizar a instalação na casa dos clientes e a explicação de várias funcionalidades do equipamento. Dessa forma, o instalador pode explicar os principais procedimentos para o cliente, evitando chamadas no SAC sobre dúvidas de manuseio. Resultados O resultado do case demonstrou que o retorno superou em 5,8 vezes o investimento, em apenas sete meses de implantação. O projeto de qualificação técnica contribuiu para obter prestadores de serviços mais qualificados, o que aumentou a satisfação dos clientes, evitando revisitas e reduzindo as chamadas ao SAC por problemas técnicos. “Em toda a minha vida profissional, um dos grandes desafios para qualquer treinamento planejado sempre foi demonstrar uma melhoria efetiva da qualidade do produto ou serviço. Além disso, em empresas com presença nacional, a distância representava uma barreira quase intransponível. No caso em questão, a tecnologia permite que quase 4 mil técnicos dos nossos parceiros tenham fácil acesso aos cursos e possam melhorar seu desempenho profissional. Mais que isso, no entanto, cabe ressaltar que, para mudança de nível, além da prova teórica ao final dos cursos, existe uma prova prática através de uma auditoria aleatória de uma instalação real executada. Com essa última avaliação, fechamos o ciclo e temos segurança em dizer que o nosso treinamento realmente se converte em melhor qualidade para nossos assinantes”, avalia Luiz Fernando Barcellos – Vice-Presidente de Engenharia e Supply Chain da SKY. Os próximos passos para o programa TOP SKY são o desenvolvimento de um portal no LMS com artigos, videoteca, biblioteca, melhores práticas, destaques de profissionais do mês, além de chat com instrutores. A SKY é a maior operadora de TV por assinatura em alta definição da América Latina. A única que oferece o sinal HD para todo o território nacional. Possui apro- revista e-Learning Brasil 2009/2010 109 Referências Nacionais – SKY (cont.) ximadamente 1.800.000 clientes, que representam um terço de todos os assinantes de TV paga no Brasil. Foi pioneira no lançamento de todos os principais recursos que transformaram a TV brasileira de hoje, trazendo ao país serviços inéditos como a TV digital, interatividade, DVR (SKY+) e a maior quantidade de conteúdos em alta definição do mercado, o SKY HDTV. Almiro Reis e Luiz Fernando Barcellos 110 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Referências Nacionais A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, fundada em 1893 e incorporada à USP em 1934, é um dos principais centros de ensino e de pesquisa da engenharia no Brasil. Com seus 15 departamentos, desenvolve atividades de ensino, pesquisa e de extensão universitária. Esta última tem por objetivo disseminar o conhecimento gerado por suas pesquisas e acumulado por seus docentes. Isso tem sido feito, entre outras formas, através da educação continuada nas modalidades presencial e a distância, visando a atingir de forma eficiente os profissionais que demandam atualização e aperfeiçoamento. Nessa linha, o curso a distância Ações Integradas de Urbanização de Assentamentos Precários, uma iniciativa da SNH/Ministério das Cidades em parceria com a Aliança de Cidades, tem como objetivo fornecer subsídios técnicos, conceituais e metodológicos para os profissionais que estejam atuando nas prefeituras e nos governos estaduais na implementação dos projetos contratados com recursos do PAC-Urbanização de Favelas e do Programa de Urbanização, Regularização Fundiária e Integração de Assentamentos Precários do FNHIS, no período 2007/2008. A realização do curso contou com o apoio do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, da FDTE, do World Bank Institute e da CEF. A Escola Politécnica foi a responsável pela coordenação didática, pelo desenvolvimento instrucional e pela metodologia e-Learning do curso. Diversas características particulares moldaram o pla-nejamento, estruturação e oferecimento do curso, influenciando na estratégia e plataforma adotadas. Entre elas: · Público-alvo heterogêneo (engenheiros, arquitetos, assistentes sociais, advogados, psicólogos, economistas, administradores e outros); · Oferecimento inicial na região Nordeste, incluindo pequenas cidades onde o acesso à internet é precário; · Baixo orçamento e oferecimento gratuito. Mesmo com essas limitações, foi estruturado um curso 112 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “A tecnologia e-Learning permite à Escola Politécnica ampliar o alcance de seus serviços à sociedade, levando o conhecimento aqui produzido não só àqueles que estão fisicamente distantes de São Paulo, mas também a todos nós que temos dificuldades de locomoção diária na megalópole paulistana.” Prof. Dr. Ivan Gilberto Sandoval Falleiros Diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 apoiado em e-Learning, com conteúdo de excelência e recursos acessíveis, adequado às características do público-alvo, com bons resultados de aprendizagem e muito baixa evasão. O curso foi oferecido de forma piloto para aproximadamente 300 participantes, com vistas a posteriormente ampliar seu oferecimento para as demais regiões do Brasil. Uma das maiores preocupações da equipe de e-Learning, coordenada pelo Prof. Eduardo Toledo Santos, foi contornar a tendência à evasão no curso. O fato de os participantes não serem voluntários, mas sim indicados por seus superiores, aliado à gratuidade e ao ritmo acelerado do curso (uma disciplina por semana, em 12 semanas corridas), favorecia a desistência. A montagem de uma monitoria vigilante, acompanhando de perto a participação (ou ausência) dos alunos, foi capaz de res-tringir o problema. Do total de inscritos, 251 participantes iniciaram as atividades, das quais 226 concluíram, resultando em taxa de evasão de 9,96%. Resultados O Curso Distância Ações Integradas de Urbanização de Assentamentos Precários foi oferecido em 12 semanas consecutivas, de 3 de julho a 24 de setembro/2008, num total de 96 horas. A semana anterior a esse período foi dedicada a atividades de familiarização com o ambiente do curso e a semana seguinte ao término dele foi usada para avaliação do curso pelos participantes e docentes. Os resultados da avaliação do curso pelos participantes revelaram a adequação de conteúdos, da metodologia e da plataforma adotadas: · sem exceção, o interesse da maioria dos participantes pela temática de cada disciplina foi alto ou muito alto; · a maioria dos participantes respondeu bastante ou muito à questão “Quanto esta disciplina acrescentou para você em termos de novos conhecimentos ou contribuiu para a sistematização e reflexão sobre estes?”; · em 10 das 12 disciplinas, a maioria dos participantes relatou que teve baixa ou nenhuma dificuldade para entender seu conteúdo; · em 11 das 12 disciplinas, a maioria dos participantes relatou que o grau de contribuição dessa disciplina no exercício de suas atividades profissionais era alto ou muito alto; · a qualidade das apostilas do curso foi avaliada como boa ou ótima por, em média, 90% dos participantes; · 87 % dos participantes gostaram ou gostaram muito do ambiente virtual do curso (Moodle); · a principal dificuldade para acompanhar o curso, relatada por 85% dos participantes, foi a falta de tempo devido às atividades profissionais; · para 72% dos participantes, a duração do curso foi adequada; · para 85%, a forma de avaliação foi adequada; · menos de 30% dos alunos já tinham participado antes de um curso a distância, mas 86% consideraram válido o oferecimento do curso nessa modalidade por evitar deslocamentos. Os conhecimentos adquiridos no curso vão contribuir com a aplicação adequada dos recursos públicos para a redução do complexo problema dos assentamentos precários. Nas palavras de um dos participantes: “Permitiu que gestores e técnicos do poder público de diversas regiões do Brasil e de diversas formações profissionais pudessem conhecer e discutir, certamente, uma das temáticas mais importantes para administrações (em particular) municipais. Algumas experiências repassadas pelos colegas de outras cidades, de vários pontos do país, possibilitaram, seguramente, a outros técnicos e decisores a se fundamentar nesses exemplos para criar alternativas de resoluções de questões em assentamentos precários em suas cidades”. Lições Aprendidas e Melhores Práticas O principal problema enfrentado no curso foi referente às inscrições, feitas de forma descentralizada. Os e-mails cadastrados nem sempre estavam corretos ou havia o problema de bloqueio por antispams. Por isso, nem sempre os alunos receberam seus logins/senhas ou foram informados do endereço do site em tempo hábil. A recomendação é usar um sistema de inscrição on-line com confirmação de e-mail e dados preenchidos pelos próprios interessados. Apesar de, à primeira vista, apenas uma semana/disciplina parecer muito acelerado, tanto o conteúdo quanto a carga horária, total e por disciplina, foram amplamente aprovados pelos alunos e professores. O tempo gasto pelos alunos para realizar as atividades também esteve dentro do planejado pela coordenação do curso (8 horas por disciplina). Com relação às apostilas, a avaliação dos alunos mostrou que a grande maioria imprime as apostilas para estudar. Assim, seria recomendável que o material fosse enviado impresso pelo correio, apesar das inerentes desvantagens em termos de custo e agilidade. revista e-Learning Brasil 2009/2010 113 Referências Nacionais – Poli-USP (cont.) O uso do “Portal dos Professores”, implementado como uma disciplina no Moodle no qual os professores eram cadastrados como alunos, foi adequado, pois, além de servir de eficiente forma de trabalho colaborativo, permitiu aos professores se ambientarem com a plataforma do curso. A disponibilização de formulários e modelos para os conteúdos que os professores deveriam produzir também se revelou eficiente para a produção subsequente. Felipe Westin e Ivan Gilberto Sandoval Falleiros 114 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Contribuições Marcantes A Universidade CAIXA, lançada em 22 de janeiro de 2001, é resultado de um trabalho focado no desenvolvimento integral das pessoas, iniciado em 1996, com o Programa Crescer com a CAIXA. Desde então, a CAIXA vem se destacando como Empresa Pública pioneira na implantação de projetos de e-Learning, sendo inclusive reconhecida ao ganhar o prêmio e-Learning Brasil em 2002. A Universidade CAIXA, quebrando alguns paradigmas na empresa, teve como novos pressupostos a inclusão de novos elementos na cultura educacional, como a atuação dos gestores no papel de líderes educadores, a corresponsabilidade do aprendiz pelo seu desenvolvimento e o foco em resultados sustentáveis. Na Universidade CAIXA as ações de desenvolvimento são alinhadas à estratégia de negócios da CAIXA, realizando, portanto, o princípio fundamental de uma Universidade Corporativa. MISSÃO DA UNIVERSIDADE CAIXA Fomentar o aprendizado contínuo e o desenvolvimento de competências, objetivando o alcance de resultados sustentáveis para as pessoas, para a CAIXA e para a sociedade. VISÃO Ser reconhecida como um centro de excelência em soluções de aprendizagem para o desenvolvimento profissional e social da CAIXA e seus parceiros. POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA O alinhamento estratégico da Universidade Caixa aos objetivos da empresa viabiliza-se por meio de cinco políticas: 116 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Paulo Bastos Cruz Filho e Claudio Queiroz Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Política I: a CAIXA reconhece o processo de educação corporativa como estratégia de crescimento profissional e prioriza o investimento contínuo em ações de desenvolvimento integradas com os seus objetivos estratégicos. Política II: a CAIXA estimula o desenvolvimento permanente da sua cadeia de valor como forma de valorizar a competência e a profissionalização e fortalecer a responsabilidade social. Política III: a CAIXA reconhece o exercício da liderança educadora como prática essencial na gestão de pessoas. Política IV: a atividade de instrutoria/tutoria é considerada de alta relevância e prioridade para o processo de educação corporativa da CAIXA. Política V: A CAIXA considera imprescindível a capacitação do empregado para o desempenho de suas atribuições profissionais. · 400.940 conclusões de cursos a distância no ano de 2009; · desde a nova versão do Portal da Universidade em 22/1/2007 foi realizado 1.268.168 participações em cursos a distância. O MODELO PEDAGÓGICO O Modelo Pedagógico para a Universidade CAIXA foi desenvolvido como um norteador para o desenvolvimento e aplicação de ações de desenvolvimento do ponto de vista de concepção de aprendizagem. A concepção de aprendizagem adotada pela Universidade CAIXA baseia-se na relevância da ação educativa para a construção de mentes críticas e capazes de estabelecer paralelos entre o conhecimento e a prática vigentes na empresa. Na Universidade CAIXA, o Modelo Pedagógico é centrado no aprendiz, na aprendizagem significativa e no desenvolvimento de competências. Além disso, é mediado pela ação comunicativa e interativa entre os indivíduos, entendida como um processo de relações fundamentais para o aprendizado, apoiadas em uma estrutura tecnológica que possibilita diferentes níveis de interação: aprendiz X conteúdo; aprendiz X aprendiz; aprendiz X tutor/instrutor estratégico; aprendiz X contexto empresarial; aprendiz X comunidade virtual. Dados referentes aos acessos no portal virtual da Universidade CAIXA – 1º Semestre de 2009: · 97.537 cadastrados no campus virtual, considerando empregados, menores aprendizes e estagiários; · média diária de 8 mil acessos no campus virtual; · 162 ações EAD; revista e-Learning Brasil 2009/2010 117 Contribuições Marcantes D esde o início de suas atividades em 1972, a empresa que organizava excursões para pequenos grupos vem se reinventando ao longo do tempo e mantém-se antenada com necessidades e oportunidades de cada momento. A CVC Turismo cresceu e solidificou-se ao investir na própria evolução. Sempre atenta aos anseios de seu público, lançou tendências e ampliou sua gama de produtos e serviços turísticos a ponto de ser hoje a companhia de viagens líder na preferência dos consumidores brasileiros. Essa preferência faz da CVC a operadora com o maior número de fretamentos aéreos de todo o Brasil – 5 mil voos fretados em 2008 – e a coloca também na posição de liderança no mercado latino-americano de turismo. Aliás, a empresa sempre entendeu que, para consolidar sua atuação junto ao público consumidor, é fundamental inovar. Tanto que foi a primeira companhia a fretar aviões, a oferecer o parcelamento de viagens em 10 vezes sem juros e a desenvolver produtos turísticos que cabem no bolso do cidadão, seja para viagens nacionais, seja para viagens internacionais. Essa medida reflete a forte preocupação social da CVC em permitir que os brasileiros tenham, cada vez mais, acesso ao turismo. Para que possam planejar suas viagens, a CVC trabalha com uma tabela com mais de 12 meses de antecedência, o que permite ao turista preparar de forma antecipada o roteiro desejado entre os 80 diferentes destinos que a empresa oferece por meio de 770 produtos nacionais e internacionais, em todas as modalidades do turismo: aéreo, terrestre e marítimo. Sempre atenta às oportunidades de mercado, a CVC Turismo também foi pioneira ao colocar o produto “viagem” na prateleira do varejo, ao investir em uma forte rede de distribuição, com lojas em shoppings e por intermédio de parcerias sólidas com agentes de viagens. Hoje, a operadora possui mais de 8 mil agentes de viagens parceiros em todo o Brasil, que revendem produtos da CVC, e também está presente em todo o território 118 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “A Universidade Corporativa CVC é o resultado da nossa incessante busca pela inovação, característica que marca a história de 37 anos da CVC. A partir de treinamentos presenciais e a distância, essa importante ferramenta de conteúdo é direcionada à capacitação e ao treinamento profissional de nossa rede de distribuição em todo o país e cumpre perfeitamente com os propósitos de ampliar o intercâmbio do conhecimento e democratizar informações e dicas de vendas. Na prática, seu formato inovador permite que profissionais da rede CVC tenham acesso ao conhecimento de forma rápida e inteligente, já que a internet elimina barreiras físicas e geográficas e potencializa a difusão do conhecimento. A conquista do Prêmio e-Learning Brasil, na categoria “Contribuição Marcante”, sintetiza o empenho e a dedicação da CVC Turismo em sempre tornar o sonho da viagem e também o sonho do conhecimento em realidades concretas.” Guilherme Paulus Presidente do Conselho de Administração do Grupo CVC Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Airton Camargo e Daniel Musulin Soeltl nacional, por meio de 320 lojas fidelizadas. Sob o comando de seu fundador, Guilherme Paulus, Presidente do Conselho de Administração do Grupo CVC Turismo, a CVC também tem sua bandeira fincada no exterior, com lojas na Argentina, Chile e Uruguai. Universidade Corporativa CVC Em dezembro de 2006, como consolidação de sua atuação no mercado brasileiro, a CVC investe no lançamento da Universidade Corporativa CVC (www.universidadecvc.com.br), com o objetivo de oferecer capacitação por meio da educação corporativa e também, em breve, em proporcionar formação acadêmica aos interessados em fazer carreira no turismo. A ideia da Universidade Corporativa CVC é, em um sentido mais amplo, contribuir para o crescimento da indústria do turismo no Brasil, ampliando conhecimento acerca da atividade turística e contribuindo na formação acadêmica. Na prática, a Universidade Corporativa CVC consiste em uma ferramenta de conteúdo virtual destinada à capacitação e ao treinamento da rede de distribuição CVC no Brasil, formada por 12 mil profissionais, entre funcionários e agentes de viagens diretos e indiretos. Com treinamentos presenciais e a distância, a Universidade complementa e dá nova dimensão aos treinamentos presenciais que a equipe gerencial da operadora já realizava em suas bases e ao Programa de Formação de Agentes, o que garante maior interatividade e amplitude geográfica. A Universidade CVC é um espaço de formação e conhecimento, que possibilita acesso permanente a informações ligadas à área de atuação da operadora, à interação com colaboradores de qualquer região do país e à realização de cursos a distância via internet, e-Learning e gerenciamento dos treinamentos presenciais. Na primeira fase de lançamento da Universidade Corporativa CVC, os agentes de viagens da CVC puderam se beneficiar dessa iniciativa, centrada, primeiramente, em conteúdo voltado à área de vendas. Em breve, a Universidade poderá ser acessada por todos os funcionários com os quais a CVC trabalha, ampliando o conteúdo à área administrativa. Na estreia, a Universidade teve o primeiro curso dedicado ao destino Orlando, na Flórida, com vídeo didático, Best-seller (completo manual de informações dos destinos) e Guia Prático com dicas e atividades para testar e avaliar conhecimento sobre esse ‘produto’. Buenos Aires (Argentina), Nova York (EUA), Aruba (Caribe) e Serra Gaúcha estão entre os demais destinos turísticos abordados. O principal ideal traçado para a Universidade Corporativa CVC é aliar o ensino a distância à atual velocidade de informações. Esse processo de aprendizagem encurta distâncias, otimiza o tempo e aproxima, cada vez mais, as pessoas de um conhecimento quase que ilimitado. É também uma excelente forma de interagir e trocar experiências com profissionais de qualquer região do país e/ou do mundo. Os cursos oferecidos pela Universidade Corporativa CVC são complementares e independentes da formação tradicional, uma vez que oferecemos cursos sobre os produtos CVC, a forma como vendê-los e as dicas necessárias para efetuar uma boa venda. No auge de sua maioridade, com 37 anos de experiência, a CVC Turismo vive seu melhor momento em consonância com o atual cenário vivenciado por toda a indústria brasileira de turismo, também em rota de crescimento acelerado com multiplicação de oportunidades para viajar e conduzir bons negócios. É neste âmbito, de antecipar-se ao desejo de seu público, permitir o acesso ao turismo, desenvolver regiões turísticas, gerar empregos, contribuir na formação profissional e crescer junto com essa indústria, que a CVC se fortalece e reforça sua importância no dia a dia da economia brasileira e na magnitude no setor de turismo. revista e-Learning Brasil 2009/2010 119 Contribuições Marcantes O objetivo do Projeto e-FAAP é disseminar e inserir na pauta das faculdades da FAAP o uso de tecnologias educacionais através do desenvolvimento e implementação de projetos específicos à realidade de cada faculdade e de cada curso. Como o projeto está na fase inicial de implementação, os resultados observados restringem-se à incorporação de novas tecnologias educacionais nos cursos de graduação da FAAP. Mas já podemos destacar uma grande e crescente adoção das novas tecnologias tanto por professores como por alunos, que passaram a interagir também por meio de um ambiente virtual de ensino e aprendizagem. Outro importante destaque é o desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem (Learning Objects – LOs) para 30 (trinta) diferentes disciplinas de primeiro (1º) semestre dos cursos das Faculdades de Administração e Comunicação. Em cada disciplina foram desenvolvidos seis diferentes LOs, totalizando o desenvolvimento inicial de 180 diferentes objetos. O Projeto está dividido em dois macro projetos: módulo inicial de implantação das tecnologias educacionais nas Faculdades da FAAP e módulos contínuos de: pesquisa e desenvolvimento de metodologias e tecnologias educacionais; capacitação do corpo docente; produção (gerenciamento) de conteúdo; e prestação de serviços (cursos a distância, parcerias e eventos). O Projeto previu a criação de uma Coordenadoria de Tecnologia aplicada à Educação. Essa Coordenadoria tem por objetivo investigar, desenvolver, capacitar e encorajar o corpo docente em novas práticas e métodos de ensino e aprendizagem utilizando as novas tecnologias educacionais. Os serviços oferecidos pela Coordenadoria poderão ser utilizados por todos os departamentos acadêmicos e cursos da FAAP. 120 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “O prêmio representa para nós o reconhecimento de um projeto muito inovador e arrojado. Isso não significa que a FAAP passará a oferecer educação a distância nos seus cursos presenciais, mas que utilizaremos as novas ferramentas e metodologias para atender às demandas de um novo perfil de aluno, os chamados nativos digitais. Novas práticas pedagógicas surgiram através do uso de tecnologias educacionais, e estas trazem para o corpo docente e discente um grande benefício no processo de ensino e aprendizagem.” Dr. Bias Presidente Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 No projeto piloto da FAAP estão sendo desenvolvidos: – Os currículos detalhados aula a aula e implementados no LCMS (Blackboard). – Desenvolvimento de conteúdos pelos professores conteudistas e desenvolvimento dos respectivos. Objetos de Aprendizagem das 30 disciplinas escolhidas – Professores treinados na nova metodologia de ensino e aprendizagem. – Atividades de aprendizagem detalhadas e desenvolvidas utilizando as respectivas tecnologias. – Sistemas de avaliação redesenhados. Denis Renato Costa e Marta Maia Amplitude A FAAP possui atualmente cerca de 12 mil alunos, cursos de Graduação e pós-graduação. Como o Projeto e-FAAP tem por objetivo atender os alunos de Graduação, devem ser considerados, então, apenas cerca de 6 mil alunos. O número total de professores é igual a 1.536. Desse universo de cursos, alunos, disciplinas e professores, a fase inicial do Projeto e-FAAP, que completou em julho de 2009 o desenvolvimento dos 180 Objetos de Aprendizagem, iniciado em novembro de 2008, terá terminado o redesenho das 30 disciplinas envolvidas no projeto. No final de março de 2009, essas disciplinas e professores envolvidos no Projeto já haviam sido capacitados e as suas disciplinas disponibilizadas no Blackboard. Se considerarmos apenas o mês de março, constatamos um crescimento de 892% no número de alunos que acessaram o Blackboard e todo o conteúdo das disciplinas que já passaram pelo processo de redesenho instrucional. Quanto ao número de professores, o crescimento no mesmo período foi de 317%. Resultados Os resultados obtidos até o momento são resumidamente os seguintes: · metodologia FAAP de Desenho Instrucional desenvolvida e aprovada; · redesenho das atividades de aprendizagem dos currículos do primeiro semestre do curso de Administração e do ciclo básico da Faculdade de Comunicação, que engloba quatro diferentes cursos: Cinema, Rádio e TV, Publicidade e Propaganda, e Relações Públicas. Treinamento e capacitação do grupo de 60 professores, envolvidos diretamente nas disciplinas cujo Desenho Instrucional foi definido. revista e-Learning Brasil 2009/2010 121 Contribuições Marcantes O Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper (CPAJ – http://www.mackenzie.br/teologia.html) é uma instituição educacional de pós-graduação da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) conveniada com o Instituto Presbiteriano Mackenzie, São Paulo. Tem por finalidade principal capacitar lideranças para a docência teológica, bem como preparar lideranças profissionais para atuar em suas respectivas vocações, alicerçadas numa cosmovisão protestante reformada. Em 1998, o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) implantou uma moderna infraestrutura de internet, incluindo o seu próprio provedor de internet, disponibilizando vários serviços e facilidades para seus alunos, professores e funcionários. Em 1999, contando com esse amplo apoio tecnológico do IPM e visando a desenvolver e ampliar o seu campo de atuação, o CPAJ lançou o curso de Especialização em Bíblia no formato e-Learning (EAD), somando-o aos cursos modulares de Mestrado em Teologia já existentes. Com base em sua vocação para o preparo teológico, o e-Learning implementado pelo CPAJ venceu os dois principais entraves ao incremento dessa visão. O primeiro, de ordem geográfica, implicava distâncias que um centro de formação não poderia alcançar, senão no correr de décadas. O segundo, de ordem financeira, referia-se a custos com que a maioria das pessoas não poderia arcar para ter uma educação de boa qualidade. Desejávamos utilizar somente tecnologias estáveis (como e-mails em lista de discussão), mas com algumas outras possibilidades como os LMS (Learning Management System) disponíveis. Uma vez que o Mackenzie possuía a assinatura do WebCT, começou-se por ali. Utilizamos o WebCT até o ano de 2004, quando migramos para o Moodle. Esse ficou estabelecido como o padrão para o Mackenzie em 2006. Desde o início desse projeto de 10 anos, houve um trabalho de sensibilização dos professores sobre a educação não presencial, em que as potencialidades 122 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “O CPAJ se orgulha de seu programa de EAD, e atribuo o sucesso dele aos coordenadores que continuam ativos e criativos nesse programa. Nossa esperança é que, mediante esse programa, se espalhe o conhecimento de uma verdade que liberta e transforma.” Dr. Davi Charles Gomes Diretor do CPAJ Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Daniel Soeltl e Tarcízio Carvalho da estrutura on-line permitiram uma nova forma de alcançar pessoas de qualquer lugar, no Brasil e no mundo. Ao mesmo tempo, empenhamos-nos em prepará-los para a nova estratégia de trabalhar em algo que não era a modalidade Blended (presencial e on-line), mas um curso totalmente a distância. O CPAJ On-line foi a primeira experiência totalmente virtual do Instituto Presbiteriano Mackenzie. Atualmente, como se pode perceber, não falta material on-line sobre praticamente qualquer assunto. Diante dessa profusão de informação, uma pergunta continua a ecoar: “Entendemos o que lemos?”. Este tem sido nosso diferencial pedagógico: tutores bem preparados que contribuem no processo colaborativo de aprendizagem. Informação há em qualquer lugar, mas o debate aberto sobre aquela informação, afirmamos, o CPAJ virtual procura realizar com excelência. Todo o projeto foi desenvolvido pelos Drs. Augustus Lopes Nicodemus (atual Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie), Alderi Souza de Matos, Antonio José do Nascimento, Heber Carlos de Campos, Mauro Fernando Meister e pelos mestres João Alves dos Santos e Tarcízio José de Freitas Carvalho. Contou ainda com o apoio e o suporte total da Divisão de Tecnologia de Informação (DTI), na pessoa do Dr. José Augusto Pereira Brito. Os alunos podem acessar a Biblioteca Gerard Van Groningen, uma das mais completas bibliotecas teológicas do Brasil, com acervo de mais de 40 mil títulos entre livros e periódicos, primariamente em inglês e português. O acervo cresce a cada ano com a aquisição de novos títulos, além de estar integrado ao conjunto de bibliotecas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O acervo está informatizado e o catálogo bibliográfico disponível via internet, permitindo ao aluno acesso on-line a diversas bases de dados nacionais e internacionais, como EBSCO, IEEE, ProQuest e os índices eletrônicos da ATLA (American Theological Library Association). O acesso a bom conteúdo é essencial quando se pensa em ensino-aprendizagem em cursos on-line. É preciso que o tutor esteja familiarizado com o material existente nas bibliotecas e na Web, a fim de que não labore em conteúdo já existente. Ainda que o tutor adote um livro, que deve ser comprado pelos alunos on-line, isso deve ser feito com toda a segurança. Afinal, aprendizagem online não prescinde das boas conquistas cristalizadas no tempo. Muitas vezes estudar um bom livro é mais apropriado do que usar conteúdos inadequados, encontrados on-line. Em 2007 nosso curso de Especialização em Bíblia desdobrou-se em duas linhas de pesquisa: a) Especialização em Estudos Teológicos e b) Especialização em Teologia Bíblica, fato que alavancou mais ainda o número de alunos da instituição. O CPAJ On-line é um espaço de interação disponível para interessados oriundos de quaisquer cursos de graduação e de qualquer origem denominacional. Desde sua criação, os cursos e-Learning do CPAJ, nesse formato totalmente a distância, já atenderam efetivamente 549 alunos no Brasil e no exterior. Estes primeiros 10 anos nos propiciaram muitas experiências. Houve erros e acertos. Em meio aos experimentos permanece a certeza de que a educação continuada é um processo que chegou para ficar. Novas linhas de especialização estão em andamento nas áreas de Teologia Prática, Histórica e Sistemática. Muitos têm perguntado quando teremos cursos específicos nessas áreas, o que mostra a viabilidade do projeto e o sucesso do trabalho desenvolvido até aqui. revista e-Learning Brasil 2009/2010 123 Contribuições Marcantes A Gerência de Capacitação e Qualificação de Canais Locais da Oi concentra todas as ações de treinamento para a força de vendas que tem contato direto com o cliente Oi. São treinados anualmente mais de 20 mil alunos que irão representar o nome e a marca da Oi junto ao consumidor final. Trata-se, portanto, de uma área que combina tanto a elaboração de estratégias quanto ações de operação e uma constante verificação dos resultados. O modelo de negócios da Oi traz uma particularidade ainda maior ao público a ser capacitado, pois, com exceção do segmento Corporativo, todos os demais segmentos e canais não são formados por colaboradores da companhia, mas por parceiros de vendas: franquias e agentes autorizados. Na adequada capacitação dessa força de vendas incide o principal objetivo da companhia, que é firmar-se não só como a maior, mas como a melhor empresa de serviços do Brasil. O Projeto Oi Conhece tem por objetivo viabilizar a implantação das estratégias definidas pela Gerência de Capacitação e Qualificação de Canais. Essas estratégias devem contemplar, além da formação de um time de vendas qualificado para atender os clientes com o Jeito Oi, a padronização desse atendimento nos mais diversos canais e regiões. Assim, o Oi Conhece reúne a gestão do conhecimento de todos os segmentos de vendas e em todas as localidades em que atuam, ou seja, nos 26 estados do Brasil mais o Distrito Federal. A área de Capacitação e Qualificação de Canais Locais vem investindo no e-Learning desde 2006, visto que essa modalidade tem-se consolidado cada vez mais como opção de desenvolvimento dos diversos canais locais de vendas. Algumas questões prioritárias impulsionaram esse investimento e continuam demandando uma adequação cada vez mais alinhada ao processo de capacitação ao Jeito Oi de atender em seus revendedores. Entre elas, podemos citar: 124 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “Para a Oi, que conta com parceiros para levar sua imagem aos clientes, qualificar adequadamente nossa força de vendas vai além de uma ferramenta valiosa. Trata-se de uma atividade fundamental para a estratégia da empresa, que agora se apoia nos recursos do e-Learning para enfrentar o desafio de capacitar cada vez mais e melhor esse público, espalhado por todas as regiões do Brasil.” João Silveira Diretor de Mercado da Oi Ana Luísa Restani e André Luiz dos Reis Pacheco Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Ana Paula Mauro, Sandra Amoyr Khenayfis e André Luiz dos Reis Pacheco · a capilaridade com que os canais locais de venda se espalham por todo o território nacional – são mais de 3 mil pontos de vendas e cerca de 30 mil frequências em treinamentos; · a necessidade da centralização da informação; · o alto índice de turnover verificado nas franquias, ocasionando uma frequente e intensa demanda por treinamentos; · a necessidade pela gestão compartilhada do processo com os parceiros de vendas; e · a grande quantidade de produtos, serviços, processos e sistemas de domínio imprescindível àqueles que atendem diretamente o cliente Oi. Além de todos esses pontos característicos da estrutura da Oi, observamos a natureza dinâmica do segmento Telecomunicações, impulsionando-nos a manter nossa força de vendas em constante atualização. A estratégia de capacitação adotada pela Oi abrange os programas de capacitação e certificação, ambos ambientados no Oi Conhece e a partir deles gerenciados. No programa de capacitação, os módulos básico, avançado e gestão reúnem portfólios diferenciados para públicos com distintos níveis de desenvolvimento e focos de interesse no negócio da Oi. O módulo básico é obrigatório aos recém-contratados no sistema. Uma vez cadastrados no Oi Conhece, eles já têm acesso à fase on-line e aqueles que já tiverem concluído seus treinamentos podem consultar o material por tempo indeterminado. Essa fase on-line concentra o conteúdo teórico e conclui-se com uma avaliação disponibilizada pelo próprio LMS. Ela precede a fase presencial e permite que o espaço em sala de aula seja explorado com simulações e argumentação de vendas pelos alunos, quando os alunos aprendem fazendo. Além dos conteúdos sobre produtos, serviços, processos e sistemas, dentro do programa de capacitação, o Oi Conhece ambienta cursos comportamentais. Eles permeiam assuntos que vão de técnicas de vendas e gestão até materiais que reforçam o Jeito Oi de Atender. O programa de certificação se realiza duas vezes ao ano. Ele oferece dois níveis de dificuldade compatíveis, respectivamente, com a capacitação de nível básico e de nível avançado. Toda a gestão desse processo ocorre via Oi Conhece, de forma compartilhada com os parceiros e com os gestores de suas equipes. Os indicadores são facilmente acessados e trabalhados a partir de relatórios dinâmicos disponíveis no LMS, possibilitando um acompanhamento do desenvolvimento de cada membro de cada equipe. Por meio de cursos on-line, viabiliza-se que todos os conteúdos mantenham-se constantemente à disposição dos novos funcionários dos parceiros. Os processos de capacitação e certificação ocorrem de forma integrada e são geridos de forma compartilhada com os parceiros e com os gestores de suas equipes. Os indicadores são facilmente acessados e trabalhados a partir de relatórios dinâmicos disponíveis na plataforma, possibilitando um acompanhamento do desenvolvimento de cada membro de cada equipe. A partir da implementação desse projeto, em cuja metodologia a modalidade do e-Learning ocupa um espaço de extrema importância, estima-se uma economia anual de 20% nos gastos com treinamento. A utilização do LMS SumTotal adequado aos processos e identidade da Oi irá proporcionar, além da substancial redução de custos, um enorme ganho de qualidade. Essa perspectiva baseia-se na ágil obtenção de dados acerca do público treinado, pois uma geração dinâmica de informações permitirá subsídios ao acompanhamento constante do desempenho dos parceiros pela Oi. Dessa forma, é possível gerar ações de reconhecimento e também de reforço nas lacunas identificadas. Além disso, a adoção da tecnologia como instrumento facilitador da aprendizagem e o foco na gestão otimizada e compartilhada da informação refletem o modelo de negócios com que a Oi espera contar na capacitação de sua força de vendas. revista e-Learning Brasil 2009/2010 125 Contribuições Marcantes P ara desenvolver e consolidar a força empreendedora catarinense, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae/SC) criou o Programa de Capacitação Empresarial a Distância Faça e Aconteça. Um curso sob medida e extremamente eficaz para empreendedores e futuros empreendedores. Contém linguagem clara e enfoque prático, informações, conceitos e exemplos sobre seis temas distintos, que correspondem às principais áreas de uma empresa – Estratégia Empresarial, Marketing, Recursos Humanos, Finanças, Processos e Custos. Conceitos básicos de gestão são apresentados por meio de e-Learning, apostilas impressas ou ainda por meio do CD – Livro Falado para deficientes visuais. Para transpor as barreiras de distância, o Sebrae/SC ampliou a oferta de capacitação empresarial com o e-Learning, que contribui de maneira decisiva para que o programa supere expectativas e objetivos. A internet otimiza a utilização do tempo, reduz custos e elimina a necessidade de deslocamento dos participantes para a sala de aula. A criação de um espaço interativo também foi fun-damental na estratégia adotada. Um portal on-line personalizado e adaptado às características do programa, com acesso aos conteúdos, atividades de aprendizagem e comunicação on-line entre os especialistas tutores e monitores, foi criado: www.sebraesc.com.br/facaeaconteca. A facilidade para cursar os módulos faz do programa um sucesso. A utilização da internet permite que pessoas de todo o Estado de Santa Catarina, e também de outras unidades da federação, participem do programa. Os empreendedores acompanham as aulas a distância e contam com o suporte de tutores para esclarecer as dúvidas e acompanhar o desenvolvimento dos alunos, tudo on-line ou por meio do 0800, e totalmente gratuito. 126 revista e-Learning Brasil 2009/2010 “O fortalecimento das micro e pequenas empresas do Estado de Santa Catarina, além do incentivo para o surgimento de novas empresas, é possível através do acesso ao Programa Faça e Aconteça, uma das mais importantes ferramentas para a capacitação empresarial disponível para todos os catarinenses. Uma forma inteligente de melhorar o tecido econômico de nosso Estado.” Anacleto Ortigara Diretor técnico do Sebrae/SC Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Eduardo Toledo Santos e Soraya Tonelli O Faça e Aconteça tornou-se símbolo de qualidade, eficácia e satisfação, pois alcançou 100% de aprovação dos participantes. Desde o seu lançamento, em 2005, mais de 90 mil alunos já se inscreveram. Nesse número também estão incluídos 7 mil participantes de outros Estados. A universalidade de acesso garantiu a cobertura de 279 municípios em Santa Catarina, o que corresponde a mais de 95% do total. Além de contribuir para a formação adequada e contínua de empreendedores, o Faça e Aconteça colabora decisivamente para a sustentabilidade dos pequenos e médios empreendimentos, estimula competências e conhecimentos e gera um diferencial competitivo no mercado. “O fortalecimento das micro e pequenas empresas do Estado de Santa Catarina, além do incentivo para o surgimento de novas empresas, é possível através do acesso ao Programa Faça e Aconteça, uma das mais importantes ferramentas para a capacitação empresarial disponível para todos os catarinenses. Uma forma inteligente de melhorar o tecido econômico de nosso Estado”, enfatiza o Diretor técnico do Sebrae/SC, Anacleto Ortigara. E depois de ganhar em outubro de 2008 o Top de Marketing e o Prêmio Empresa Cidadã, ambos concedidos pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) – Santa Catarina, o Sebrae/SC também comemorou a conquista do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 na categoria Contribuição Marcante. Por ser voltado para o fomento e fortalecimento de empresas de pequeno porte, o Faça e Aconteça oferece ao mercado, da melhor forma possível, uma evolução sustentável e contribui para o desenvolvimento do Estado como um todo. Contudo, o Sebrae/SC continuará inovando. Devido ao sucesso do Faça e Aconteça, além de sua manutenção, está em fase de negociação a ampliação do programa, com transferência de metodologia para outros estados da federação. O Faça e Aconteça também vai implantar as comunidades de rede – hoje com grande notoriedade no cenário mundial –, um ambiente de informações com ferramentas de busca, instant messaging e chat. A introdução desse modelo de aprendizagem tão flexível se adapta perfeitamente ao perfil dos alunos e contribui para a igualdade no acesso ao ensino entre todo o grupo de alunos, cada qual com a sua disponibilidade de horários. O Sebrae/SC também está desenvolvendo outras soluções utilizando e-Learning, por exemplo, um programa de capacitação a distância para o varejo composto de seis cursos: Vendas, Atendimento, Gestão Visual de Lojas, Formação de Preço de Venda, Controles Financeiros e Gestão de Pessoas. O público-alvo é formado por empresários formais e informais e gerentes de micro e pequenos negócios do comércio varejista. revista e-Learning Brasil 2009/2010 127 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Homenagem à ABRH-Nacional Apoio da Associação é reconhecido durante o Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 E ntre os eventos ocorridos na solenidade de entrega do Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010, um espaço foi reservado para uma justa homenagem a organizações que muito fizeram em apoio ao desenvolvimento do potencial humano e das forças de trabalho no mercado corporativo. Durante a entrega dos troféus aos vencedores, Francisco Antonio Soeltl, Presidente da MicroPower e do Portal e-Learning Brasil, anunciou a homenagem. Nesta 8a edição do Prêmio, duas instituições foram contempladas pelo apoio inestimável prestado à realização do Prêmio e pela contribuição ao desenvolvimento nacional por meio de suas atividades. A primeira instituição a receber as merecidas homenagens foi a Associação Brasileira de Recursos Humanos, a ABRH-Nacional. O Presidente da Diretoria Executiva da ABRH-Nacional, Ralph Arcanjo Chelotti, não pôde comparecer ao evento, sendo representado por Alcebíades Santini, Vice-Presidente Administrativo-Financeiro. Santini recebeu os cumprimentos de Francisco Soeltl, e Milka Musulin Soeltl, Diretora Administrativo-Financeira da MicroPower, entregou-lhe o troféu que simboliza a homenagem e o agradecimento à ABRH-Nacional. A ABRH organiza os maiores eventos de seu setor no país, entre eles o CONARH (Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas) e a Expo ABRH. Além disso, possui importantes publicações na área e em diversos veículos de comunicação, incluindo a própria página na internet: www.abrhnacional.org.br. ABRH-Nacional Fundada em 1965, a Associação Brasileira de Recursos Humanos busca disseminar o conhecimento do mundo trabalhista por meio do desenvolvimento tanto das pessoas como das organizações das quais elas fazem parte, influenciando diretamente na melhoria das condições social, política e econômica do país. É uma das maiores fontes de referência em Gestão de Pessoas, motivando e promovendo ações que estimulam a inclusão social no cenário das relações do trabalho. A instituição possui mais de 15 mil associados e 23 seccionais em diversos estados brasileiros, sendo filiada internacionalmente à WFPMA (World Federation of Personnel Management Associations) e à FIDAGH (Federación Interamericana de Associaciones de Gestión Humana). 128 revista e-Learning Brasil 2009/2010 Milka Musulin Soeltl e Alcebíades Santini Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Homenagem à ADVB Associação recebe reconhecimento no 8o Prêmio e-Learning Brasil omo parte integrante da cerimônia de entrega do Prêmio e-Learning Brasil, edição 2009/2010, Francisco Antonio Soeltl, Presidente da MicroPower e do Portal e-Learning Brasil, destacou a importância do reconhecimento ao inestimável apoio prestado por diversas entidades na realização do Prêmio e no desenvolvimento corporativo do país. Neste ano, duas organizações foram contempladas. Além da homenagem realizada à Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), uma merecida demonstração de reconhecimento também foi feita à Associação de Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (ADVB). Para receber as condecorações em nome da ADVB, seu Presidente, Miguel Ignatios, foi chamado ao palco por Francisco Antonio Soeltl. Ignatios, que também é Presidente do Conselho de Notáveis do Prêmio e-Learning Brasil, foi agraciado com um troféu simbolizando a recompensa aos apoios prestados pela ADVB, entregue por Milka Musulin Soeltl, Diretora Administrativo-Financeira da MicroPower. C ADVB Fundada em 1956, a Associação de Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (ADVB) promove treinamentos para profissionais da área de vendas, visando à sua capacitação e aperfeiçoamento. É uma importante organização difusora de conhecimentos que, além de capacitar, reconhece boas práticas. Os cursos da ADVB são focados em Administração e Gestão, Comunicação, Gestão de Talentos, Marketing, Vendas, Negociação e Responsabilidade Socioambiental. Para promover o reconhecimento de boas práticas de vendas e, simultaneamente, incentivar a constante melhoria dessas práticas, a ADVB realiza constantes premiações, entre elas os prêmios Top de Marketing, Top de Vendas, Campeão de Vendas, Personalidade de Vendas e Líder Empresarial Nacional de Responsabilidade Social. Além dos cursos e premiações, a ADVB promove e apoia diversos eventos na área, tais como o Fórum de Temas Nacionais e o próprio Congresso e-Learning Brasil. Milka Musulin Soeltl e Miguel Ignatios revista e-Learning Brasil 2009/2010 129 Prêmio e-Learning Brasil 2009/2010 Inclusão Social Sempre constante como “Melhor Prática” T odos os anos, em uma iniciativa da MicroPower, da Fundação Bradesco, da Microsoft e do SENAI – Departamento Nacional, o Prêmio e-Learning Brasil destina fundos para a doação de computadores para equipar entidades que prestam atendimento e capacitação profissional aos deficientes visuais. Esse programa inclusivo visa a incentivar a capacitação e a empregabilidade de deficientes visuais e já contemplou mais de 80 entidades em todo o país. Francisco Antonio Soeltl, Presidente da MicroPower e do Portal e-Learning Brasil e líder dessa campanha, anunciou durante a cerimônia de entrega do 8o Prêmio e-Learning Brasil a doação de licenças de software antivírus para os computadores do Instituto de Cegos Padre Chico. Para receber o certificado que simboliza a doação realizada, convidou ao palco a Professora Cynthia Carvalho, Coordenadora do curso de informática do Instituto de Cegos Padre Chico. O certificado foi entregue por Emílio Munaro, Diretor de Educação da Microsoft, e por Daniel Musulin Soeltl, Diretor de Marketing e Vendas da MicroPower. Cynthia, acompanhada de Patrícia Pires Alvarez, também Professora do Instituto de Cegos Padre Chico, agradeceu em nome da escola e enfatizou que a verdadeira inclusão se dá na preparação para o mercado de trabalho e para a sociedade, um trabalho muito bem realizado pelo Instituto. Com 81 anos de atividades, o Instituto de Cegos Padre Chico é uma escola de ensino fundamental, que desde 1997 oferece cursos de informática que reforçam a inclusão social de seus alunos. Assim, fazem parte do currículo aulas de digitação e capacitação para Virtual Vision, Windows, pacote Office e internet. Desde de sua fundação, o Instituto já capacitou mais de 15 mil deficientes visuais e, desses, mais de 1.500 estão atuando no mercado de trabalho. Além das aulas de informática, as crianças possuem as outras disciplinas do ensino regular, utilizando farto e variado material psicopedagógico com a finalidade de suprir as necessidades advindas da deficiência visual e 130 revista e-Learning Brasil 2009/2010 oferecer condições adequadas para o desenvolvimento de habilidades básicas. Ainda estão no currículo outras atividades, como datilografia comum e braille, educação física, ginástica olímpica, musicografia braille, violão, teclado, piano, banda rítmica, coral infantil e infanto-juvenil, formação humana e religiosa. A escola recebe crianças a partir dos 5 anos de idade e atende cerca de 150 alunos nos cursos de informática para deficientes visuais e pessoas com baixa visão. Daniel Musulin Soeltl, Patrícia Pires Alvarez, Cynthia Carvalho e Emílio Munaro