Revista Digital_Prêmio Orirerê Cabeças Iluminadas
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Revista Digital_Prêmio Orirerê Cabeças Iluminadas
PRÊMIO ORIRERÊ CABEÇAS ILUMINADAS ZUMBI DOS PALMARES HERÓI NACIONAL 1 PRÊMIO ORIRERÊ CABEÇAS ILUMINADAS ZUMBI DOS PALMARES HERÓI NACIONAL 1ª edição Curitiba Editora Humaita 2016 2 REI ZUMBI DOS PALMARES Um pequeno relato da épica resistência negra em solo brasileiro Uma história antiga Gestada e parida na Serra da Barriga Segundo os meus mais velhos Começou desde a chegada do primeiro negro no Brasil Foi distorcida Era pra ser esquecida Mas o povo disse não E foi passada de pai pra filho, de lábios a ouvidos Em cantigas de roda, causos e histórias Desde o tempo da escravidão Devemos sim comemorar e relembrar A saga vitoriosa De um dos reis de Palmares Escrita com o sangue negro até o ano de 1695 E até hoje continua Com o extermínio dos jovens Melaninados da periferia (...) Extraído da Coleção Oralidades Afro-paranaenses, de Mel e Candiero. Inédito. 3 ÍNDICE APRESENTAÇÃO 5 CATEGORIA TEXTO 6 Textos vencedores 7 Textos selecionados 10 AQUALTUNE 19 CATEGORIA MÚSICA 21 Homenagem a Zumbi dos Palmares 22 Músicas vencedoras 23 Músicas selecionadas 26 RAINHA NZINGA 42 CATEGORIA PAINEL 44 Painel vencedor 45 Painéis selecionados 46 Menção Honrosa 54 TEXTOS COMPLEMENTARES 55 Sobre a experiência na unidade Cense Londrina I 56 Sobre a Premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas 58 Edições anteriores do Prêmio Orirerê - Cabeças Iluminadas 64 Somos todos Zumbi 68 4 APRESENTAÇÃO É com grata satisfação que o Centro Cultural Humaita – Centro de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afro-brasileira, em parceria com o Departamento da Diversidade/Coordenação da Educação das Relações da Diversidade Étnico-Racial (CERDE/DEDI/SEED), vem divulgar os trabalhos selecionados na 9ª edição do Prêmio Orirerê - Cabeças Iluminadas, cujo tema é Zumbi dos Palmares - Herói Nacional. Orirerê é uma palavra Iorubá que significa “cabeças brilhantes”, “cabeças boas”, “cabeças iluminadas”. Com o Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas 2015 | Zumbi dos Palmares, Herói Nacional buscamos fomentar a difusão de informações sobre a vida e a importante contribuição deste ícone ainda pouco conhecido da História do Brasil, além de evidenciar sua relevância histórica, social e cultural, a fim de contribuir para a formação cidadã dos estudantes da rede pública estadual paranaense. Parabéns aos quase 800 inscritos na etapa escolar e aos 27 selecionados e vencedores! Os textos, painéis e músicas que seguem foram produzidos por estudantes da Rede Estadual de Ensino do Paraná, juntamente com um(a) professor(a)/orientador(a). Os melhores trabalhos valem uma viagem para conhecer o Museu Afro Brasil, em São Paulo. Esta revista é uma das formas de compartilhar estes conhecimentos e fomentar a reflexão sobre as relevantes contribuições deste importante líder da história brasileira. Como diz o provérbio africano Sankofa: “nunca é tarde para voltar atrás e recuperar o que foi esquecido”. Resgatar a história do Rei Zumbi e do Quilombo de Palmares na formação da nação brasileira é uma contribuição singela, mas contundente, para efetivar a missão do Centro Cultural Humaita: valorizar e dar visibilidade à presença negra e à história e cultura africana e afro-brasileira no Paraná. 5 CATEGORIA TEXTO 6 TEXTO VENCEDOR COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CONTESTADO LAPA Autores Inetti Paula Borges Alana Lourenço de Souza Cecília Martins Santos Elielson de Souza Demarque Jennifer Manica Alisson Jean Sousa Jhully dos Santos Professora orientadora Adriana da Silva Alexandre 19 DE NOVEMBRO DE 1965 Lá vem ele!! Correndo feito onça, cansado que só... Ah, menino magro, mais forte, inteligente, espoleta. Lá na roça de milho, plantava e colhia, na verdade mais brincava do que trabalhava: oh menino! busca o boi, o menino planta horta horta! Atá, eu pegava e corria pro mato, ficava comendo jabuticaba, mas é claro eu respeitava todos, e quando era pra eu fazer, ah... eu fazia... Nasci, lá por volta de 1655, no quilombo mesmo, lembro-me das nossas cantorias, todos se ajudavam. Quando era criança, fui capturado, me entregaram para um senhor ‘diferente’, falavam que era um jesuíta, no começo, fiquei ressabiado, mas ele era como um pai para mim, me ensinou diversas coisas, entre elas algumas línguas estrangeiras, mas isso não me tirava a saudade de meu povo, de minha terra, além disso me batizaram de... Francisco. Era ‘piá’, tinha15 anos, não aguentei e fugi. Era tão esperto, fui um 7 estrategista, por isso me tornei líder do quilombo, quando meu tio Canga Zumba veio a faltar. Certa noite, noite de luar fui com mais alguns negros, até uma fazenda de cana-de-açúcar libertar nossos ‘irmãos’, ah! Éramos verdadeiros guerreiros. Até que um dia bandeirantes invadiram Palmares, e o destruíram, eu corri, fugi. Mas fui preso, e estou aqui nesse lugar horrível, esperando... Por isso escrevo essa carta rapidamente, pra ninguém ver, e deixo-a entre as pedras da parede, mas antes preciso dizer o nome do traidor, era um de meus aliados, Antônio Soares... Está vindo alguém!! Que minha história seja lembrada... Extra, extra, 20 de novembro de 1695, o líder de Palmares é morto. 8 TEXTO VENCEDOR COLÉGIO EST. PROF. MARIO EVALDO MORSKI PINHÃO Autora Elora Milleni de Oliveira Professora orientadora Andreza Ribeiro Nunes DIA DE TODOS, TODOS OS DIAS Quando questiono as pessoas sobre sua origem, percebo que a maioria diz ser descendente de imigrantes, seja italiano, alemão, polonês e outros locais. O que acho mais engraçado é que nenhum diz ser descendente dos negros escravos que vieram para o Brasil. Ao refletir sobre isso percebo que a vergonha de fazer parte deste povo é muito maior que o orgulho, que por sua vez deveria ser enorme, porque os escravos mesmo sendo coagidos pela força dos coronéis da época foram os principais construtores do Brasil. Vejo injustiças e discriminações nas próprias ruas da minha cidade, que de área é pequena, mas de preconceitos é tão grande que não consigo nem descrever. O mais engraçado de tudo é ver que as mesmas pessoas que atiram “pedras” em qualquer pessoa que seja diferente, são as mesmas ou até mesmo as primeiras a erguer faixas pedindo para que a população tenha a chamada consciência negra no dia 20 de novembro. Em uma breve retomada histórica, este dia foi escolhido por ser na mesma data em que Zumbi dos Palmares foi morto e decapitado. Zumbi foi o último e mais famoso líder do Quilombo 9 dos Palmares, que morreu defendendo ideais, tornando-se um símbolo da resistência escravocrata do Brasil. Da história do Brasil todos entendem ao seu modo e escolhem saber aquilo que lhes convém. Minha missão, porém, não é mudar pensamentos, mas entender o que é ter consciência negra. A melhor forma de entender isso é iniciar por uma demonstração da cultura afrodescendente, que muitos nem sabem de onde vem e que deveria ser reconhecida. Aqui em minha cidade, por exemplo, existe um projeto chamado Zumbi dos Palmares, que leva a capoeira até crianças, carentes em sua maioria, ensinando a elas valores como o respeito. O grande problema é que a maioria não sabe que existe e confesso que eu também não sabia até pouco tempo atrás. Tudo que nós usamos em nossa vida, teve origem em algum momento, com povos diferentes. Desde um alimento ou até mesmo uma música, são exemplos de lugares onde a cultura dos negros, em especial, faz a diferença em nosso cotidiano. Ter consciência negra á saber reconhecer e ver o quanto temos que agradecer a este povo e aos seus descendentes, que tanto são injustiçados. A velha história que a cor da pele não influencia no caráter de uma pessoa todos já sabem e por este motivo que deixo uma mensagem diferente. Não importa se existe o dia do índio, do branco, do negro e das outras culturas e etnias, o que é realmente importante é a igualdade e o respeito sendo vividos no nosso dia a dia. 10 TEXTO SELECIONADO COLÉGIO ESTADUAL PEDRO VIRIATO PARIGOT DE SOUZA MIRADOR Autores Jady Lima Zdepski Melissa Monteiro dos Santos Nayara Barbosa da Silva Glaucia Elaine Ribeiro do Nascimento Gustavo Klauck Lemos José Vinicius de Oliveira Barros Lucas da Silva Andrade Diovana Elena da Silva Jeovana Oliveira da Silva Camila Stefanie dos Santos Ribeiro Professora orientadora Maria do Rosário de Oliveira ZUMBI: DE GUERREIRO A HERÓI BRASILEIRO Numa nação de vasta natureza, colorida pela mão de Deus, nasceu no ano de 1655, no estado de Alagoas num país chamado Brasil, numa manhã de sol, e de céu cor de anil, “Zumbi”, negro como a noite de alma livre e de corpo cativo, num país de escravidão, e através do batismo tornou-se Francisco, um menino cristão. Porem nunca se conformava em ver seu povo sofrer, e aos 15 anos de idade, fugiu para Palmares, seu quilombo e sua casa, tornou-se um negro guerreiro, com sua gente com seu povo, de Francisco passou a “Zumbi”, dando asas aos seus sonhos de novo. E num ataque ao quilombo, Zumbi destacou-se como grande guerreiro, e tendo vencido a batalha contra o exército português, 11 Zumbi assumiu a liderança contra o povo opressor, que pretendiam um acordo libertando os quilombolas, mas sem a menor piedade, continuariam escravos, os negros das fazendas, dos engenhos, dos canaviais, mucamas e outros mais. Ganga Zumba, seu tio, que era o líder do povo dos Palmares, passou a Zumbi então a ardorosa missão, de ser o comandante guerreiro, e nisso o nobre brasileiro, se integrou por inteiro. O povo comandado por ele passou a plantar e colher, trabalhar, lutar capoeira, viver sua tradição trazida do continente africano, e nas noites de lua cheia se consolavam cantando a saudade de sua terra, a saudade do seu povo, que jamais veriam de novo. E quinze anos se passaram, no comando de Zumbi, mas grande ataque deflorou, e após intensa batalha no refúgio do guerreiro e de seu povo companheiro, nessa ocasião o quilombo foi totalmente destruído e Zumbi fugiu ferido, levando um sonho na mente, um sonho de liberdade, de lutar e ser feliz, de viver com igualdade, de viver sem preconceitos, com união e direitos. Zumbi sobreviveu ao massacre, mas pouco tempo depois, foi traído e degolado, mas sua história está entre nós, resgatando o valor de um passado, como exemplo no presente e em todos os momentos, fica o grande questionamento: Zumbi realmente morreu? E em nosso pensamento, nos vem a grande certeza: Zumbi está vivo! Nós brasileiros que lutam, naqueles que tem coragem, na cor, na raça, nos sonhos, na certeza da nossa gente, precisamos resgatar Zumbi e Palmares novamente. 12 TEXTO SELECIONADO COLÉGIO ESTADUAL CONSELHEIRO QUIELSE CRISÓSTOMO DA SILVA BOCAIÚVA DO SUL Autores Érica Falcade Colleti Fabíola Alberti Helena G. Bittencourt Professora orientadora Jaqueline Rodrigues da Silva Pereira ZUMBI: UM ÍCONE DA RESISTÊNCIA NEGRA NO BRASIL Zumbi dos Palmares foi um grande líder negro que lutou incansavelmente pela liberdade dos seus pares e pela valorização de sua cultura, até o fim de sua vida, em prol dos direitos de sua etnia. Comandou com sabedoria e discernimento exércitos e por muito tempo não deixou que invadissem sua terra e de seu povo. Não queria que os negros fossem reescravizados. Por meio de muita luta e persistência, alcançou seu objetivo e tornou-se símbolo da revolução negra brasileira. Descendente de angolanos, Zumbi nasceu no nordeste brasileiro e foi levado com poucos dias de vida ao Quilombo dos Palmares. Ele foi criado por um sacerdote português que o batizou com o nome de Francisco e cuidou de sua educação. Como um pequeno cristão, Francisco auxiliava nas celebrações da igreja, porém aos quinze anos fugiu e retornou as suas origens, onde deixou seu nome cristão para se tornar Zumbi, que significa, na mitologia africana, “aquele que ressurgiu”. De volta à Palmares Zumbi preparou homens aptos a se tornarem guerreiros. Nessa época já havia combates contra as 13 tropas portuguesas, mas até então Ganga Zumba (tio de Zumbi) era o líder do Quilombo, e este havia feito um acordo com o comandante da Capitania Hereditária de Pernambuco, de que os quilombolas daquela comunidade seriam livres, mas os outros negros, de outras localidades, continuariam na condição de escravos. Nem Zumbi, tampouco os palmarinos concordaram com o tratado, Ganga Zumba morreu envenenado e Zumbi assumiu a liderança. Durante onze anos de intenso conflito, o Quilombo dos Palmares resistiu ao ataque das tropas com bravura. Anos depois os portugueses invadiram o local, com o principal propósito de destruir a aldeia e matar Zumbi, porém conseguiram apenas ferí-lo, uma vez que o mesmo se escondeu para recuperar-se. Na ocasião, houve boatos de que ele havia se suicidado. Com a traição de seu “braço direito”, foi encontrado, assassinado e sua cabeça foi exposta em praça pública, para que outros rebeldes não seguissem seu exemplo revolucionário. Além disso, era importante acabar com a lenda de que Zumbi voltaria, de que ressurgiria dos mortos. A História do Brasil é marcada pela estratificação social. Elite, imigrantes e escravos não tiveram as mesmas oportunidades e direitos. Nem mesmo na lei, pois demorou muitos anos para que existissem leis voltadas aos negros, o que gerou a desigualdade vista hoje. A exemplo de Zumbi, que comandou com astúcia e coragem o seu povo, outros importantes líderes mundiais negros também se destacam. Nelson Mandela, Martin Luther King e Barack Obama continuam sendo grandes inspirações. Muitos só se lembram deles (e de tantos outros) somente no dia 20 de novembro, mas a consciência negra deve ser praticada todos os dias. 14 TEXTO SELECIONADO COLÉGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA UNIÃO DA VITÓRIA Autores Johelen Camili Vier Rayane da Silva Paz Alexandre de Barros Franciele Mayara Vier Lucas Oliveira da Silva Brenda Castro Marinara Silveira Professora orientadora Jane Terezinha Lenartovicz de Abreu UM HERÓI NACIONAL Zumbi dos Palmares foi um homem, um grande homem. Um homem bom, um homem lutador, um homem que protegeu milhares de pessoas. Este homem, Zumbi, logo quando criança foi capturado e entregue a um padre, que o batizou e nomeou Francisco. Deste padre recebeu estudos, e demonstrou grande astúcia, relatada pelo padre em cartas à um amigo. Aos 15 anos, Francisco, fugiu para uma comunidade quilombola e tornou-se então Zumbi, nome esse que significa “a força do espírito presente”. Zumbi tornou-se também, mais tarde, líder desta comunidade, Quilombo dos Palmares. Chamada de Palmares pelos portugueses pela grande quantidade de palmeiras que existiam na região. 15 Zumbi foi um grande líder, e era considerado um herói e imortal pelos quilombolas. E realmente foi um herói, abrigava em sua comunidade milhares de pessoas que fora dali, morreriam. Palmares tornou-se o maior Quilombo, abrigando negros, escravos fugitivos, brancos pobres, índios, e mestiços extorquidos por colonizadores. No Quilombo dos Palmares, viviam cerca de 30 mil pessoas, que se dedicavam a economia de subsistência. Plantavam frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes e batatas, etc. Palmares durou cerca de 100 anos, tendo seu fim comandado por Jorge Velho, que com 9.000 homens armados com canhões atacaram o Quilombo. Zumbi foi localizado e morto no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. A cabeça de Zumbi foi enviada para recife e posta em um poste, até que o tempo a consumisse. Os Quilombos e o Zumbi dos Palmares tiveram um importante papel na luta contra a escravidão, e por isso hoje em dia, a data da morte de Zumbi faz parte do calendário escolar. O dia da consciência negra. Dia em que se reflete sobre preconceito e o papel dos negros na sociedade. Zumbi dos Palmares foi um homem, um grande homem. Um homem bom, um homem lutador, um homem que protegeu milhares de pessoas. Ah, ia me esquecendo, ele era um homem negro, mas, isso faz diferença? 16 TEXTO SELECIONADO COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA ENG BELTRÃO Autores Natália Paula dos Santos Andriely Kamke Amanda Letícia Redi Edimiriam de Queiroz Coaresma Elen Cristina Crisóstomo da Silva Stefani Luani Petsch Professora orientadora Eliane Maria Nallim Rossi ZUMBI DOS PALMARES – HERÓI NACIONAL No ano de 1655, no quilombo dos Palmares, nasce livre um menino muito importante para a história brasileira, Zumbi cujo significado é “a força do espírito presente”. Mas qual seria a força deste espírito presente? Estudando e conhecendo a história de vida deste menino, pode-se afirmar que certamente havia nele a “força” de um verdadeiro herói. No Brasil conta-se a história de várias personalidades importantes, como: Pedro Álvares Cabral, Dom Pedro I, Dom Pedro II, Princesa Isabel, Duque de Caxias, Marechal Cândido Rondon, Deodoro da Fonseca, Tiradentes, dentre outros, porém todas estas pessoas são brancas. Interessante pensar, porque nunca mencionaram em um livro de história o nome deste menino/homem Zumbi dos Palmares? Será que é porque ele era negro e lutou contra os brancos pela sua liberdade? Por que 17 será que somente de alguns anos para cá, provavelmente a partir de 1995, este nome Zumbi tenha começado a ser mencionado como um herói brasileiro? Talvez seja pela hipocrisia da teoria do evolucionismo, que considerava a pessoa negra como uma raça inferior em tudo. Mas o enfoque desta redação está na pessoa de Zumbi dos Palmares, assim chamado porque nasceu livre no quilombo dos Palmares, um lugar coberto por palmeiras. Zumbi lutou pela liberdade do seu povo africano que vinham trabalhar aqui no Brasil como escravos, tanto em lavouras e engenhos como nas cidades fazendo serviços braçais forçados. Seus pais e outros negros e negras vieram trazidos do continente africano contra sua vontade, pelo contrário, foram obrigados a entrar em navios negreiros, sendo espancados, presos, surrados, passando fome e sede, se ficassem doentes eram lançados ao mar. Quanta crueldade na face oculta da história da escravidão e da abolição da escravatura brasileira. Por muitos séculos, os livros de histórias comemoravam somente o dia 13 de maio de 1888 como o dia mais importante para a abolição da escravatura brasileira, porém nos dias atuais comemora-se o dia 20 de novembro como o principal dia de luta pela liberdade da escravidão no Brasil, o dia da “Consciência Negra”. Mas por que será o dia 20 de novembro tão importante? Já sabemos, foi o dia em que Zumbi dos Palmares morreu. No ano de 1695, aos quarenta (40) anos de idade, morre o primeiro herói negro nacional brasileiro. Zumbi dos Palmares nasceu livre, mas foi capturado por soldados portugueses provavelmente aos seis anos de idade e levado para ser criado pelo padre Antonio Melo que batizou e deu-lhe o nome de Francisco, ensinando-o a ler e escrever a língua portuguesa e o latim. Aos quinze anos Zumbi foge e volta a morar no quilombo dos Palmares. Em Palmares, Zumbi destaca-se pela sua bravura na luta contra os portugueses, que por várias vezes tentaram invadir o quilombo. Seu nome tornou-se conhecido devido sua coragem, inteligência, valentia e resistência. Em 1680, aos 25 anos de idade, 18 Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, demonstrando lealdade ao seu povo e sendo baluarte da luta contra a escravidão e o racismo no Brasil colonial. No ano de 1694 o quilombo dos Palmares sofre uma invasão por uma legião de provavelmente 9.000 soldados portugueses armados de canhões comandados por Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista que quase conseguiu matar Zumbi. Porém muitos foram quilombolas foram mortos neste ataque. Zumbi foi ferido, conseguiu fugir e se esconder por um ano. Em 1695, mais precisamente no dia 20 de novembro, Zumbi traiçoeiramente entregue por seu amigo Antônio Soares, sucumbiu e foi morto. Seu corpo foi perfurado por punhaladas e por balas, sua cabeça foi decepada e presa a um poste até ser consumida pelo tempo, pois os portugueses queriam demonstrar seu poderio em armamento bélico e temiam que os negros escravos não acreditassem que seu líder estivesse morto. Zumbi dos Palmares, considerado atualmente como o grande líder do primeiro movimento antiescravagista, é homenageado e lembrado anualmente no calendário escolar que incluiu, mediante a Lei Nº 10.639/03, o dia 20 de novembro como data comemorativa do “Dia Nacional da Consciência Negra”. Zumbi dos Palmares, grande herói nacional, morreu, mas seu legado e sua memória ficarão eternizados em nossos corações. O dia da “Consciência Negra” simboliza para cada um de nós, brasileiros, que a cor da pele, dos olhos, dos cabelos; que os traços físicos do cabelo, nariz, olhos, corpo, enfim que tudo o que nos diferencia uns dos outros é uma grande riqueza da diversidade étnico-racial que temos. Enquanto cidadãos brasileiros, devemos sempre valorizar as diferenças culturais existentes em nosso território nacional. Pudemos aprender com a história de vida deste grande herói, Zumbi dos Palmares, o quanto ele fez a diferença no cenário nacional e ainda o tamanho da dívida histórica que temos com a cultura africana e afro-brasileira que foi e ainda é tão desprezada, desmerecida e desconhecida por muitos cidadãos. Devemos levantar a bandeira da liberdade de expressão cultural e religiosa neste imenso Brasil. 19 AQUALTUNE Arte: banner da exposição “Consciência Negra”, realizada na Festa do Rosário, em 2015, pelo Centro Cultural Humaita. 20 Princesa guerreira, um dos maiores especializada em gado e o dono da símbolos de resistência e luta pela fazenda, ao saber da sua origem, e liberdade negra, mãe de um dos maiores que Aqualtune ainda era venerada por líderes pela luta da liberdade negra, e alguns escravos devido a sua origem, a avó de talvez o maior dos líderes da luta entregou para os seus piores homens contra a escravidão. Ou se você quiser em sua fazenda. resumir, simplesmente Aqualtune. E a letargia em nossa heroína Seu rastro histórico começa continuava. Até que, na altura do sexto no ano de 1665, quando, segundo mês de gravidez, ela sentiu seu bebê se a história, liderou cerca de 10 mil mexer e “seu sangue se mexeu junto”. guerreiros congoleses, no que ficou Então, ela ouviu falar em um conhecido como “a Batalha de Mbwila”, chamado “Reino dos Palmares”. Se quando a sua tribo foi atacada por juntou a um grupo de escravos para outra de nome “Wachagas”- há quem se insurgir e destruir a casa grande. diga que o conflito foi provocado pelos Conseguiu e, no meio de sua fuga, portugueses, interessados em cativos mais escravos foram se somando ao para o comércio de escravos. Aqualtune grupo ao longo do caminho. Conta-se perdeu o combate. A cabeça do pai que chegaram com ela cerca de 200 dela, o rei de Mani-Kongo, foi cortada e pessoas ao Reino de Palmares. exibida em uma igreja, enquanto a sua Alguns contam que sua origem filha, foi presa com seus companheiros real teria sido reconhecida, ela se e vendida como escrava. tornou o líder do Reino dos Palmares. Então, teria sido enviada em um E dentro do chamado reino dos navio negreiro para o forte de Elmina, Palmares, ela teria fundado o chamado em Gana, onde teria sido “batizada” “Quilombo por um bispo católico e, como prova Aqualtune deu a luz a dois filhos, ambos de seu batismo, foi marcada uma flor guerreiros que também entraram para com ferro quente em cima do seu a história: Ganga Zumba e seio esquerdo. Completou a travessia Zona, conhecidos pela sua coragem no navio negreiro para o Brasil, onde e liderança. Também teve uma filha, desembarcou em Recife. Alguns dizem de nome Sabina, que teve mais tarde, que ela já teria embarcado grávida e um menino chamado Zumbi, que mais teria sido estuprada diversas vezes. tarde ficaria conhecido como “Zumbi dos Palmares”. Ali, Ganga Nossa guerreira se encontrava dos Palmares”, e seria reconhecido em um estado de letargia profundo. Já como um dos maiores líderes negros em Recife, foi vendida para uma fazenda da história. Minnie Santos Fonte: http://blogueirasnegras.org/2013/05/28/negras-notaveis-aqualtune-2/ 21 CATEGORIA MÚSICA 22 HOMENAGEM A ZUMBI DOS PALMARES Angola terra dos meus ancestrais, Angola Fugindo para Palmares De onde veio a capoeira Angola Ganga Zumba o recebeu Do toque do berimbau, Angola O quilombo estava em festa E vivia no quilombo Viva Zumbi Ganga o rei O valente rei Zumbi Foi quando tudo mudou Guerreiro de muitas lutas Até vir a traição Por seu povo sofredor Mataram Zumbi guerreiro Foi general de batalha Sem nenhuma compaixão Sem patente militar Seu nome será lembrado Inteligência e coragem Para sempre na história Não lhe podiam faltar Força de espírito presente Ele nasceu no quilombo Não nos saia da memória Porém foi aprisionado Iê, viva meu Deus Criado por padre Antônio Iê, viva Zumbi Fransisco foi batizado Iê, viva meu mestre Aprendeu língua de branco Iê, a capoeira Mas não se subordinou Iê, viva Deus do céu Dentro dele era mais forte Iê, salve a Bahia O seu “eu” de lutador de Boa Voz, mestre de capoeira. 23 MÚSICA VENCEDORA COLÉGIO ESTADUAL JULIA WANDERLEY CARAMBEÍ Autores Amanda Bueno Lariane Vieira Pereira Michelly Fernandes Bueno Mario André Milek Thomas Reis do Prado Professor orientador Tiago da Silva ZUMBI GUERREIRO BOM 20 de novembro é o dia do Zumbi, nessa data é lembrada a história que vivi. Os portugueses que aqui chegaram aprisionaram e escravizaram. Os negros que resistiram, em Palmares se refugiaram. Zumbi guerreiro bom. Honrar Palmares vou. Lutarei contra os preconceituosos. Porque Zumbi também sou. (2X) Defendendo o meu povo, fui escolhido como rei. Até hoje sou lembrado, pela consciência que despertei. Os portugueses que aqui chegaram aprisionaram e escravizaram. Somos alvo até hoje do racismo que geraram. Zumbi guerreiro bom. Honrar Palmares vou. Lutarei contra os preconceituosos. Porque Zumbi também sou. (2X) Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 24 MÚSICA VENCEDORA CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS (CEEBJA) CIC CURITIBA Autora Elizene Queiroz da Silva Professor orientador Fernando Cesconetto ZUMBI É QUEM MANDA AQUI Iê iê iêêêêêê Zumbi O escravo quer fugir Como fugir? Fugir daqui para onde? Para o Quilombo dos Palmares Foi ali Onde o grande rei Zumbi Centralizou o seu poder Contra a opressão escrava Fugitivo de Luanda, De Angola, de Umbanda Desfrutavam no Quilombo, A liberdade conquistada Zumbi guerrilhou Resistiu mais abrir mão não abriu Do seu povo quilombado 25 Língua de branco aprendeu No meio deles cresceu Nas suas veias correu A negritude hereditária Rei da demanda se tornou Lenda, herói, nosso senhor Sua herança nos deixou De nunca desistir Jamais resistir porque... O guerreiro é Zumbi O escudo é Zumbi Fortaleza é Zumbi, É ele quem manda aqui Sangrentas batalhas vencidas Isso lhe custou a vida Iê iê iêêêêêê Zumbi A consciência negra Reconhecida O guerreiro é Zumbi O escudo é Zumbi Fortaleza é Zumbi, É ele quem manda aqui Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 26 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO ESTADUAL MONSENHOR PEDRO BUSKO PAULO FRONTIN Autores Bianca Vitalino dos Santos Luiza Souza Renata Cristina Bankersen Monaly Berto Eliezer Ferreira Proencio Leonardo Machado de Azevedo Emanuel Lucas Kochan Professor orientador Wagner Palamar ZUMBI HERÓI NACIONAL Zumbi você é nosso herói Libertou todo o povo da escravidão Com seu ato de coragem nos mostrou A realidade. 20 de novembro nunca é esquecido Pois foi o dia em que você foi ferido 20 de novembro nunca é esquecido Pois foi o dia em que você foi ferido. Obrigado Zumbi por ter se sacrificado Eles falaram que você tinha sido derrotado Mas por nós será sempre lembrado. 27 Obrigado Zumbi por ter se sacrificado Por defender seu povo e sua cultura Em nossa memória lembraremos a sua bravura Por defender seu povo e sua cultura Em nossa memória lembraremos a sua bravura Obrigado Zumbi por ter se sacrificado Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 28 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO ESTADUAL PREFEITO JOAQUIM DA SILVA MAFRA GUARATUBA Autores Dara Panchyniak Alisson da Veiga Ramos Erik Fernandes da Silva Lucas Gabriel de Souza Delfino Patrick William Pachala Marçal Natasha Andretti de Santi Guilherme José Machado Professora orientadora Andrea Fanchin Queiroz Galvão ZUMBI GUERREIRO Nascido e conhecido no Estado de Alagoas Nasceu livre como qualquer pessoa, Por soldados armados foi encontrado Injustiçado foi levado obrigado como escravo Menino determinado Pelo padre adotado Aprendeu a ler e a escrever Mas antes vinha o trabalho lhe surpreender E o tempo não para e o tempo vai passando E ele decidiu fugir dali com 15 anos E pra ser esquecido e desconhecido Resolveu morar num novo lugar E nesse novo lugar era estranho Mas foi acolhido e bem recebido. 29 Quilombo dos Palmares era uma comunidade, Onde ele vivia afastado da cidade. E de Francisco deixou de ser chamado Para Zumbi então ser batizado Mas os portugueses resolveram atacar Só não esperavam Zumbi lá encontrar Zumbi guerreiro lutando sem medo com atitude de um nobre Guerreiro E com garra o Quilombo defendia E por eles com certeza sua vida até daria Zumbi ficou ferido, mas conseguiu fugir Mas não esperava seu amigo lhe trair E no esconderijo Zumbi foi encontrado E pelos soldados foi levado amarrado E num domingo ensolarado, então Foi degolado e injustiçado Seu sangue derramado Deixando seu legado para todos nós Mostrando como age um verdadeiro herói Então morre Zumbi, Mas nasce o herói Zumbi dos Palmares que ficou entre nós. Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 30 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO ESTADUAL LUÍS SEBASTIÃO BALDO COLOMBO Autores Mayara Aparecida dos Santos Karen Gabriela Cristopholi do Nascimento Professora orientadora Patrícia de Lima e Silva Oliveira ZUMBI DOS PALMARES Zumbi dos Palmares Um dos maiores líderes da nossa história No estado de Alagoas, iniciou sua trajetória, Contra os senhores de todas as fazendas Ele ajudou os escravos a terem sua vitória. Zumbi dos Palmares é o nome dele, Nasceu livre, mas foi capturado, Homem que não aceitou Desde pequeno, ser escravizado. Seu nome de batismo é Francisco, Com ajuda do padre, numa folha fez seus primeiros rabiscos, Até mesmo na missa, ajudava aos domingos. Aos 20 anos teve o Quilombo, atacado, Ganhou destaque, ao lutar contra soldados Os portugueses que premeditaram o ataque, E ele ajudou a evitar o massacre. O governo tentou um acordo, 31 Porém Zumbi ficou contra, Não admitia liberdade só no Quilombo, E lá fora escravos de perder a conta. Tornou-se líder do Quilombo aos 25 anos, E junto ao seu povo, criou vários planos, E ao passar do tempo foi se fortalecendo. Um bandeirante chamado Domingos, Organizou um grande ataque, E após uma intensa batalha, Zumbi levou um baque, Foi traído pelo seu próprio amigo, E aos 40 anos de idade foi degolado com total crueldade. No dia 20 de novembro, Ele é lembrado E o Dia da Consciência Negra, é comemorado! Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 32 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO ESTADUAL MARIA MONTESSORI CURITIBA Autores Mairah Raíssa Depetris dos Santos Nathan Gabriel Cardoso dos Santos Leonardo Soares Fragoso S. Costa Professora orientadora Elaine Aline Araújo LIBERDADE! Sempre negro, vindo do gueto, Filho do preconceito sim, Exijo respeito enfim. Quero dignidade, pois todo mundo tem igualdade E que todos me respeitem dentro da sociedade Que meus filhos se orgulhem de mim Respeitem a nação e lutem até o fim. E nas lembranças misturam-se dor e esperança. Se a gente quer a gente luta e a gente alcança. Sem grilhões e sem correntes O negro não pertence mais à “gente”. Isso não nos ofende e a gente compreende. Um santo como herói ele é pobre não é boy Sendo assassinado, sua morte ainda dói Mas isso não é motivo de tristeza, meu irmão Um homem que morreu pra salvar toda essa nação. 33 Refrão Dignidade pro negro de verdade. O negro lutou, o negro sonhou, liberdade! Liberdade! Pro negro de verdade O negro lutou, O negro sonhou, liberdade! Liberdade! Que homem e esse que diz que o negro É tão diferente Que diz esse negro não pode ser como a gente Porque a cor dele te ofende assim Ele é negro sim e tem orgulho sim A tristeza é o preconceito Dizem que Jesus é branco Por isso escravizaram os negros Então eu vou passar uma visão que vai pra tu Que acha que Jesus é branco e tem o olho azul Quem diz que ele não é negro, Quem diz que ele não é crespo Eu não posso afirmar E você que diz que ele é branco Você estava lá para me contar? Refrão Pra que tanto preconceito Se viemos do mesmo Deus então vamos lutar E seguir na fé pra o que der e vier Então vamos salvar toda essa nação O preconceito vai ter que ter um fim Porque senão onde isso vai parar Uma criança não nasce racista Uma criança não nasce preconceituosa E na televisão onde nunca se vê Um negro sendo patrão E mais um dia na luta Pela igualdade, pela dignidade 34 Isso é realidade de fato Essa luta vem desde a escravidão Onde o negro lutava pela libertação Um grande exemplo disso É Zumbi dos Palmares Que morreu pelo seu povo Para libertá-los Liderança séria e reconhecida Que se localizava na Serra da Barriga Depois de sua morte seu povo caiu na real Todos lutando contra o preconceito racial Depois de um tempo pra cá mudou um pouco Isso é verdade, mas o povo ainda vive Cheio de discriminalidade Refrão Embora muitos lutem eu sei que tá ruim No entanto o preconceito tem que ter um fim Já parou para observar no tempo da escravidão Onde o negro trabalhava e não ganhava não Imagine se você estivesse naquele lugar Onde você ou trabalhava ou iriam te punir E eu sei que foi difícil Mas a lei Aurea acabou com o sacrifício Porém hoje em dia ainda acontece isso Muitos negros sofrem genocídio, Genocídio, genocídio Refrão Desde quando o branco Tem autoridade pra dar sermão O negro não é ladrão A viatura pára, mas o táxi não. No banco a secretária diz que empréstimo não Mas ele precisa de dinheiro para educar seu filho Racista pra que? Somos todos mestiços. Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 35 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO EMÍLIO DE MENEZES JAPURÁ Autores Bianca Zago Carboni Lorena Pazinato Correa Camily Vitória Bertolato Pelosi Maria Gabriela Gomes Polyana Nogueira Negrizolli Larissa Pelisson Trento Giovana Cunha Pedreiro Professor orientador Euzenei Meneguello Biggi REI DOS PALMARES O nosso herói nacional Quando muito novo, Nos libertou da escravidão foi capturado, Ele é um grande lutador Foi dado a um padre jesuíta Eis aqui a minha salvação Zumbi rei dos Palmares Zumbi rei dos palmares Grito de dor e liberdade Grito de dor e liberdade Zumbi rei dos Palmares Zumbi rei dos palmares Um lutador líder de valor Um lutador líder de valor Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 36 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO PAPA PAULO VI NOVA AMÉRICA DA COLINA Autores Anne Caroliny Settny Rogatti Generoso Camile Rocha Mendes Gustavo Lucas Pasian Kauê Lopes Cardoso Luana Barbosa de Oliveira Maurício Morais Messa Nicole Batista de Carvalho Peter Henrique Araújo Estoco Victor Augusto de Abreu Ferreira Vitor Hugo da Silveira UM GRITO DE RESISTÊNCIA Zumbi conheceu a liberdade até seus sete anos Quando foi capturado, mudando todos os seus planos Recebeu o nome de Francisco e toda a cultura branca que o revoltou. Zumbi dos Palmares Um símbolo de resistência contra a violência no Brasil colonial Zumbi dos Palmares, um símbolo de resistência no Brasil colonial Até o Brasil atual No Quilombo de Palmares deixou de ser Francisco Grito negro para a libertação Para sua cultura de coração Viva Zumbi guerreiro que lutou pela sua nação. O negro em nosso país sofre preconceito racial Apesar do Brasil ser multicultural Negros, brancos, índios, somos todos iguais Valorize a diferença, diga não a qualquer forma de preconceito racial. Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 37 MÚSICA SELECIONADA ESCOLA ESTADUAL INÁCIO SCHELBAUER RIO NEGRO Autores Leonardo Jollembeck Guilerme Hirt Maicon Maidl Pedro Henrique Azevedo Heide Bhlendol Thaylor da Silva Renan de Paula Vasconcelos Karoline Nentwig Professor orientador Tiago da Silva DESCENDENTES DE ZUMBI Todos nós somos descendentes de Zumbi! (4x) Zumbi homem forte Marco da negra resistência No Brasil era do norte Mas o mataram sem penitência. (bis) Todos nós somos descendentes de zumbi! (bis) Lutou pelo seu povo até o fim Sempre quis pra sua gente a liberdade Seu legado vai ficar assim Aos negros e aos brancos a igualdade! (bis) Todos nós somos descendentes de zumbi! (bis) É um grande símbolo da nossa história Lutou pelo afro-brasileiro 38 Luta que ficará em nossa memória Do resistente e audaz guerreiro (bis) Todos nós somos descendentes de zumbi! (bis) Zumbi, senhor das guerras Rompeu a rede da injustiça Pra sempre o Quilombo dos Palmares Na história se fará presença (bis) Todos nós somos descendentes de zumbi! Você pode ser descendente de Zumbi! Zumbi dos Palmares, nosso herói nacional... Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 39 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PROFESSOR ANIZ DOMINGOS UNIÃO DA VITÓRIA Autores Carlos Otávio Parastchuk Emily Thais Wiatek Lucas Fernanda Karoline Sliwinski Gean Ricardo Lucio Maria Vanessa Correia Patrícia Jaqueline Bilenki Wallisson Silloé Dalla Costa ZUMBI DOS PALMARES: SUA HISTÓRIA Antigamente tinha um rapaz que se chamava Zumbi dos Palmares Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou Esse rapaz de liderança: ele mostrou a esperança Daquele povo escravizado que eles podiam ser libertados Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou Lerê lerê vamos juntos aprender Lerê lerê esta causa defender Lará lará vamos juntos acabar Lará lara com as diferenças raciais Lerê lerê vamos juntos aprender Lerê lerê esta causa defender Lará lará vamos juntos acabar Lará lara com as diferenças raciais 40 Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou Esse rapaz de liderança: ele mostrou a esperança Daquele povo escravizado que eles podiam ser libertados Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou Lerê lerê vamos juntos aprender Lerê lerê esta causa defender Lará lará vamos juntos acabar Lará lara com as diferenças raciais Lerê lerê vamos juntos aprender Lerê lerê esta causa defender Lará lará vamos juntos acabar Lará lará com as diferenças raciais Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 41 MÚSICA SELECIONADA COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR MARIO EVALDO MORSKI PINHÃO Autores Anny Cristiny Quintiliano Amaral Weydermann Edon França de Bastos Professora orientadora Daniela Luiz Alves ZUMBI DOS PALMARES Eu andando por aí, pensando numa história pra contar Pensei eu vou falar é do Zumbi Que por seu povo foi lutar Em Palmares ele morou e como escravo se criou Como um guerreiro lutou muito Sem desistir por um minuto sequer É de Zumbi que a gente fala Pois é, quando acabar vou sentir falta Dessa inspiração que eu usei pra essa canção Pra ele não existem incapazes É o Zumbi dos Palmares Eu andando por aí, pensando numa história pra contar Pensei eu vou falar é do Zumbi Que por seu povo foi lutar Eu andando por aí, pensando numa história pra contar Pensei eu vou falar é do Zumbi Que por seu povo foi lutar Zumbi dos Palmares a ti somos gratos Admiro muito suas atitudes e seus atos 42 Ajudou-nos a alcançar a liberdade Todos seus atos foram feitos com sua humildade e nos deu a dignidade E nos deixou libertos de fazermos coisas erradas Achando que estamos certos Julgando e zoando o morador de rua Mesmo com tudo isso o preconceito continua Vinte por cento do preconceito acabou Quando um negro escravo uma atitude tomou Muitos o julgaram Chamaram ele de louco Mas pra termos liberdade Ele deu a sua vida em troco Hoje a liberdade está um pouco mais libertada Mas muita gente utiliza de forma errada O povo acha fácil toda aquela atitude Te digo uma coisa mano Não se ilude Porque muitos se consideram uma pessoa boa Mas te pergunto Você daria a sua vida por outra pessoa Acho que não é possível nesse mundo sem trilha Muitos não dão a vida nem pela família Mas esse cara foi foda A atitude dele destrói Zumbi é o nome do nosso herói Hoje a liberdade no mundo tá aceita Já que você tá livre, te digo mano, aproveita Eu andando por aí, pensando numa história pra contar Pensei eu vou falar é do Zumbi Que por seu povo foi lutar Eu andando por aí, pensando numa história pra contar Pensei eu vou falar é do Zumbi Que por seu povo foi lutar Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/ 43 RAINHA NZINGA Arte: Rainha Nzinga, de Luz Amorim e Zelador Cultural Candiero. Grafite sobre papel. 44 A mais soberba das mulheres africanas! A rainha Ginga era um diamante negro a espargir luz na estrumeira dos colonizadores. Culta, de rara beleza de espírito, esbelta de físico, de família nobre do reino da Matamba, descendente direta do rei N’gola, foi a mais impressionante e atraente mulher nascida nas terras africanas. Princesa de grande inteligência e habilidade política. Rainha que reconquistou terras perdidas para os opressores, pondo em cheque as forças portuguesas e servindo de exemplo para diversos outros povos que também se rebelaram e repeliram a soberania de Portugal. Ao final de tantos anos de luta contra os portugueses e todos os abutres que vinham em busca de carne humana para seus mercados negros, ela não venceu. Mas permanece viva até hoje na capoeira, na congada, na cultura popular, e não tem um dia no Brasil e no mundo em que seu nome não seja citado com carinho e admiração. Viva a Rainha Ginga! Viva a Ginga brasileira! Auê Buburucema! Viva todas as mulheres guerreiras que se batem todos os dias por seus filhos, maridos, comunidades, pela educação, cultura, saúde, cidadania. Viva as Embaixadoras da Congada lapeana! Viva todas as mães de ontem, de hoje e de amanhã! Extraído da Coleção Oralidades Afro-paranaenses, de Mel e Candiero. Editora Humaita, 2016. 45 CATEGORIA PAINEL 46 PAINEL VENCEDOR LIBERDADE CONSTRUÍDA POR MÃOS DE TODAS AS CORES ESCOLA ESTADUAL INÁCIO SCHELBAUER RIO NEGRO Autores Kelly Fabiane Chissel Vieira Carlos Daniel Baron Jeniffer Heloísa Andrade Pires Andressa Baron Gabrieli Schiling Miguel Rafaela Mendes Gustavo Ruthes Prohmann Professor orientador Tiago da Silva 47 PAINEL SELECIONADO RESISTÊNCIA NEGRA COLÉGIO ESTADUAL BOM JESUS BOM JESUS DO SUL Autores Andressa C. P. Fiss Jenifer C. Machado Marilúcia D. de Melo Denilson Soares Machado Tainara T. S. Mendonça Elisandra L. Antunes Simone Ritter Silveira Professora orientadora Liane Maria da Veiga 48 PAINEL SELECIONADO QUEBRANDO AS CORRENTES DO PRECONCEITO COLÉGIO ESTADUAL VICENTE TOMAZINI FRANCISCO ALVES Autora Rita Soares de Oliveira Professora orientadora Kathia Eiko Fujisawa de Freitas 49 PAINEL SELECIONADO ZUMBI DOS PALMARES HOMEM HERÓI COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PROFESSOR ANIZ DOMINGOS UNIÃO DA VITÓRIA Autores Carlos Otávio Parastchuk Emily Thais Wiatek Lucas Fernanda Karoline Sliwinski Gean Ricardo Lucio Maria Vanessa Correia Patrícia Jaqueline Bilenki Wallisson Silloé Dalla Costa Professora orientadora Neide Ivaniski 50 PAINEL SELECIONADO COLAGEM COLÉGIO ESTADUAL MARECHAL GASPAR DUTRA NOVA SANTA ROSA Autores Vivian Victória Rodrigues Eggers Elio Rodrigo de Melo Mesch Luiz Henrique Benite Jorge Nunes Gonçalves Jéssica Bremm Loeblein Jaíne Taina Fischer Peiter Luana Pinheiro dos Santos Professora orientadora Dirce Aparecida Borcato 51 PAINEL SELECIONADO HOMENS E MULHERES ILUMINADAS ESCOLA ESTADUAL MONTEIRO LOBATO MARECHAL CANDIDO RONDON Autores Alexia Patricia Przygodda Everton de Oliveira Morais Anderson Rodrigues da Silva Kelly Galdino da Silva Eduardo Ferreira Barbara Cristina Kessler Sca Juliano de Oliveira Lopes Professora orientadora Maria de Lourdes Regiani de Andrade 52 PAINEL SELECIONADO DANDARA DOS PALMARES COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR MARIO EVALDO MORSKI PINHÃO Autores Anabelli de Campos Almeida Ana Maria Kitcki Adonski Emanuele Tussolini Bielak Liss Andreza Nunes Druchak Nataly de Fátima Szumilo Professora orientadora Andreza Ribeiro Nunes 53 PAINEL SELECIONADO ZUMBI DOS PALMARES HERÓI NACIONAL ESCOLA ITINERANTE PAULO FREIRE PAULO FRONTIN Autores Darley Da Silva Melo Diego Lopes da Silva Giselda Lopes da Silva Luciano Alves de Oliveira Michele Lopes Professor orientador Vagner Palamar 54 PAINEL SELECIONADO ZUMBI HERÓI BRASILEIRO COLÉGIO ESTADUAL PROFª LINDA SALAMUNI BACILA PONTA GROSSA Autoras Daniele Nunes Ferreira Silvia Thyele Kosluk Professora orientadora Ronicéia Aparecida Biscaia Solak 55 MENÇÃO HONROSA UM OLHAR PARA A LIBERDADE APED CENSE I / CEEBJA LONDRINA Autores R.A. E.S.N. V.H. de A L.E.R dos A. Professora orientadora Maria Angélica Torino 56 TEXTOS COMPLEMENTARES 57 SOBRE A EXPERIÊNCIA NA UNIDADE CENSE LONDRINA I Como surgiu a proposta desse trabalho na Unidade Cense Londrina I? A partir do conhecimento sobre o edital do concurso levamos ao conhecimento dos alunos para verificar se eles gostariam de participar, como houve interesse começamos a pensar como desenvolver o trabalho. Nossa escola é uma APED do CEEBJA – Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos de Londrina, PR, que funciona dentro de uma Unidade Socioeducativa, para onde os adolescentes que são apreendidos por atos infracionais são encaminhados e permanecem por até 45 dias e, se recebem uma Medida Socioeducativa, por um tempo maior. Nos CENSES, conforme são chamadas tais instituições, o educando tem seu direito à educação garantido durante todo período de permanência. Como professora de arte, a Professora Maria Angélica Torino decidiu realizar este trabalho seguindo o currículo da EJA, sendo que o tema abordado contemplou um dos conteúdos do currículo, cumpriu a lei federal nº 10.639, além de oferecer a oportunidade da participação num edital cuja proposta seria uma experiência inovadora no contexto socioeducativo e para esses educandos. A relevância surge em primeiro lugar na constatação de que a maioria dos nossos educandos são afrodescendentes, vivenciam um processo de vulnerabilidades econômicas, culturais e sociais, somadas a um histórico de fracasso escolar e baixa autoestima. Desenvolvimento do Trabalho Zumbi foi apresentado para os adolescentes que estavam em privação de liberdade, no CENSE Londrina I, como uma primeira etapa deste trabalho. A partir dos estudos sobre este personagem da vida real, puderam conhecer este que era considerado como um “bandido” de sua época (na visão da sociedade em que ele estava inserido), até se tornar conhecido por sua importância como um 58 herói que contribuiu para o processo do fim da escravização de negros no Brasil. Na segunda etapa passamos para o processo de desenvolver a ideia da criação da imagem, observando sua relevância a partir do conhecimento estudado, das discussões sobre o tema, os preconceitos sociais da época e dos dias atuais, da valorização da origem da cultura afro-originada, das suas contribuições para o desenvolvimento da cultura brasileira, música, religião, culinária, dança, trabalho, literatura, cinema, teatro, folclore, pintura, escultura, arquitetura, enfim em todos os aspectos da cultura matriz e sua contribuição para o país e para a humanidade. Passamos a elencar elementos que seriam interessantes para a produção da imagem e, depois de muita discussão, rascunhos, amassar papel, riscar, apagar, acrescentar, mudar, chegamos no desenho que eles passaram para a tela, estudo das cores e seus significados dentro da cultura afro-originada. O ponto central dentro desse processo foi o fato de que os adolescentes puderam vivenciar o que é um estudo dentro de um tema, de maneira detalhada, o que não foi simples e feito de qualquer jeito. A obra “Zumbi - um olhar para a liberdade” nasceu de um “proceder” que implicou além do conhecimento, trabalho, suor, em aceitar as ideias dos outros, compartilhar, ter que abrir mão de algo, chegar em um consenso, provar que são capazes, criativos e responsáveis. Além disso foi valorosa a experiência de ter um calendário para cumprir. Por fim, reconhecemos que o resultado foi extremamente gratificante, e elevou muito a autoestima dos envolvidos, pois até então eles nunca haviam participado de nada semelhante, além de todo o conhecimento proporcionado aos mesmos. A menção honrosa deste prêmio diz respeito a centenas de jovens afrodescendentes apreendidos em Unidades Socioeducativas por todo o Estado do Paraná, que olham para a liberdade, como Zumbi, como algo distante, por vezes inalcançável, muitos sucumbem muito cedo, diante da violência, das desigualdades, preconceitos e mazelas que atingem grande parte da população, mas há de se considerar, este sonho é possível. 59 SOBRE A PREMIAÇÃO ORIRERÊ CABEÇAS ILUMINADAS O Centro Cultural Humaita criou o Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas em 2009 para valorizar e dar visibilidade àqueles(as) que fazem e fizeram a arte e cultura afro florescer no Estado do Paraná. A primeira edição do prêmio agraciou mestres(as) da cultura popular e gente de destaque junto à comunidade, mas invisibilizados junto à mídia. A segunda edição, em 2010, foi uma solenidade histórica, pois homenageou 75 templos das religiões de matriz africana de todo o Paraná, cuja discriminação foi e continua sendo um forte vetor do racismo estrutural que, felizmente, começa a ser questionada legalmente. Em 2011, Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, foram realizadas três edições da premiação. Com o apoio da Secretaria de Estado da Educação do Paraná/SEED e da Secretaria Municipal da Educação/SME de Curitiba, foram agraciados professores(as) e instituições de ensino atuando na aplicação da Lei 10.639/03. Além da homenagem na solenidade, onde foram distribuídos brindes e o certificado da Assembleia Legislativa do Paraná, os educadores almoçaram com o Secretário de Educação no Palácio do Governo e tiveram seus projetos publicados em um catálogo, que foi posteriormente distribuído para todas as escolas estaduais do Paraná e escolas municipais de Curitiba e Região Metropolitana. No Ano Internacional da Afrodescendência a premiação também foi realizada na Câmara de Vereadores de Curitiba, para entidades do Movimento Negro, e na Câmara de Vereadores de Colombo, para 60 famílias negras. A solenidade contou com a presença de artistas, profissionais liberais, empresários, funcionários públicos, policiais, professores negros, militantes do movimento negro, famílias fundantes de Colombo, entre outros. 60 Em 2012 foram premiadas pela segunda vez iniciativas individuais e de equipes da Rede Estadual de Ensino do Paraná e da Rede Municipal de Curitiba. Vale lembrar! Em 2011 foram premiadas Andreza Caleffi Braga; Nilo Silva Pereira Netto; Nelson Sebastião Martins Jr.; Celina Kruchelski; Edina Brito Jensen; Sibeli Colere; Iracema Maria de Sá; E. M. Ana Hella; E.M. CEI Anísio Teixeira; C. E. Papa João Paulo I; C. E. do Paraná; CEAD Potty Lazzarotto; C. E. Antonio Lacerda Braga; C. E. João Bettega; E. E. Dom Orione; C.E. Brasílio de Araujo; E. Quilombola Maria Joana; C.E. Anibal Khury Neto; C.E. Dep. Olívio Belich. Em 2012, foram premiados Marlene Oliveira de Brito; Silvana Maria de Lara; Edina Brito Jensen; Rubivan Rodrigues da Silveira; Nilo Silva Pereira Netto; Nelson Sebastião; Rosângela Accioly Lins Correia; Miria Colis. Na categoria Projetos em Equipe, foram homenageadas as seguintes instituições: CMEI Dedo Mágico, de Pinhais; CMEI Jardim Paraná, de Curitiba; E. E. Alcides Munhoz, de Imbituva; E. E. Quilombola Diogo Ramos, de Adrianópolis, com dois projetos: “Calendário 2012” e “Livro Identidade Quilombola”. Em 2013 e 2014 foi realizada uma edição especial do Prêmio Orirerê em homenagem às boas políticas de efetivação da Lei 10.639/03 desenvolvidas pelas Secretarias de Estado da Educação de todo o Brasil e por Secretarias Municipais da Educação de todo Paraná. Esta reorientação surgiu como opção para observarmos a forma como as instituições planejadoras das políticas educacionais estão atuando para implementar a Lei 10.639/03. Ficou claro nas edições anteriores, mais voltadas à atuação de educadores(as) e instituições de ensino, que, de forma geral, a Lei 10.639 está sendo levada a cabo por profissionais engajados pessoalmente, e não por uma política realmente ampla e transversal. Partimos do pressuposto que a observação das diferentes estratégias adotadas nos diferentes estados e municípios poderia ser uma importante contribuição para o aprofundamento e aperfeiçoamento das práticas de inclusão da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena nos currículos escolares. Mas não foi possível concluir esta etapa do prêmio “ainda”, por falta de quórum. 61 Em 2015, demos início ao Decênio Internacional dos Povos Afrodescendentes, por proposição da ONU. Até 2024 teremos dez anos de oportunidade para intensos debates e vivências a fim de apoiar a efetivação das leis 10.639/03 e 11.645/08 nas instituições de ensino públicas e privadas de todo o Brasil. Pensando em motivar ainda mais esses(as) brilhantes profissionais que lutam arduamente em todas as esferas da educação para a inserção da história e cultura africana e afrobrasileira nos currículos escolares, organizamos para 2015 um novo formato de premiação. A proposta de viajar para São Paulo e a participação dos estudantes na autoria dos projetos gerou um significativo aumento nas inscrições, se compararmos aos primeiros anos da parceria com a Secretaria de Estado da Educação, desde 2011 – Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes. Além disso, a publicação dos trabalhos que seguem para apreciação está acompanhada de um roteiro de organização da atividade. A premiação Orirerê se mostrou uma ferramenta de valorização dos profissionais engajados que vem dando certo em muitos aspectos. É de total interesse que o trabalho seja multiplicado em outros municípios e estados. “ É necessária uma aldeia inteira para se educar uma criança” Na mesma perspectiva que o Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas, do Centro Cultural Humaita, há o prêmio Educar para a Igualdade Racial, realizado pelo Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades – CEERT, com sete edições realizadas a cada dois anos, desde 2002. O prêmio Educar para a Igualdade Racial contempla iniciativas individuais e de gestão escolar. As premiações são distribuídas entre as etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Além de prêmio em dinheiro, R$ 5.000,00, para 62 professores/as e R$ 10.000,00, para as escolas, o pacote da premiação inclui curso de formação, notebooks e ainda um acompanhamento de até 12 meses de duas escolas premiadas. O acompanhamento busca contribuir para o aprimoramento da institucionalização, aprender com a escola para difundir o passo a passo de quem faz bem em termos de implementação das diretrizes curriculares nacionais. De mesma forma que nós, no Paraná, a CEERT também percebeu que as práticas pedagógicas com conteúdos étnicoraciais e, particularmente, sobre a temática afro-brasileira e africana, sobrevivem no interior de uma unidade escolar quase que exclusivamente pela ação individual do educador e não como uma prática apoiada pela gestão e incorporada pelo conjunto da comunidade escolar. Motivo pelo qual a CEERT ampliou sua premiação para abranger as boas práticas de gestão escolar e o Centro Cultural Humaita tentou reorientar a premiação para a gestão pública da Educação nos estados e municípios. Esse esforço de aprofundamento/ampliação da ação se deve à relevância dos aspectos positivos levantados nas premiações. Tanto indicativos apontados pelo Orirerê – Cabeças Iluminadas quanto pelo Educar para a Igualdade Racial apontam impactos expressivos na qualidade do trabalho escolar. As premiações geram maior visibilidade e valorização/aceitação de ações afirmativas; exposição positiva da escola e do profissional; interesse em ingressar em pós-graduações; motivação para o profissional enfrentar as pressões institucionais (racismo estrutural, intolerância religiosa, dificuldade de acesso a materiais, referência, técnicas, metodologias, movimentos sociais). Elas revelam ainda impactos positivos das práticas na escola, tais como: melhoria do desempenho escolar; redução da evasão e ausências; maior respeito nas relações interpessoais; melhor relação da escola com mães e pais, entre outros. Por este motivo, e por solicitação de alguns parceiros e colegas que vêm há algum tempo solicitando ao Centro Cultural Humaita a ampliação geográfica da premiação, vimos apresentar um breve passo a passo para inspirar instituições dispostas a replicar a iniciativa em seus municípios e estados. 63 O objetivo deste prêmio não é criar uma competição para selecionar os melhores, mas valorizar e dar visibilidade a todas as ações em consonância com as diretrizes e pareceres complementares à Lei 10.639/03. Uma comissão formada por diversos especialistas analisa os projetos e todos os que estão em consonância com a literatura de referência são premiados. Com isto, esperamos criar indicadores e fortalecer as políticas de implementação da Lei 10.639/03. Além disso, esperase fortalecer o protagonismo das entidades da sociedade civil, bem como os profissionais e as instituições parceiras na luta pela efetivação da Lei 10.639/03. Um aspecto positivo da premiação é a partilha de saberes produzidos pelos próprios educadores e estudantes, com os demais educadores, estudantes e especialistas, nos formatos impresso, digital, audiovisual. Além da satisfação pessoal e do comprometimento profissional, premiações e publicações com ISBN valorizam o currículo e contam ponto na carreira. Complementando esta ação simbólica de produção e partilha de conhecimentos, os premiados recebem o reconhecimento oficial da Assembleia Legislativa do seu Estado ou da Câmara de Vereadores do seu Município. Outro ponto positivo do trabalho é a articulação de parceiros que apoiam doando livros, CDs, DVDs e materiais de apoio pertinentes, brindes especiais, mimos e outros (solicitados via ofício para bibliotecas, centro culturais, órgãos diversos). Ações diferenciadas também fazem a diferença na vida pessoal e na carreira dos envolvidos, como confraternizações com autoridades e celebridades, possibilidade de formação na temática, viagem temática, acompanhamento técnico-pedagógico, conforme as especificidades do contexto e os apontamentos e possibilidades dos envolvidos. Agradecemos imensamente a Comissão Organizadora e a Comissão de Avaliação, em especial as Secretarias de Educação do Estado do Paraná e a Secretaria Municipal de Educação do Município de Curitiba, Instituições de Ensino Superior, Sindicatos e Associações de Educadores (APP-Sindicato, SINEPE), Fórum Permanente de Educação para as Relações da Diversidade Étnico- 64 racial, (FPEDER-PR), órgãos ligados à Promoção da Igualdade Racial (Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, do Ministério Público, Comissão de Igualdade Racial e Gênero da OAB/PR, Conselhos Estaduais e Municipais de Educação e de Promoção da Igualdade). Para complementar a premiação, a instituição proponente conta com diversos apoios e doações de serviços, equipamentos, materiais (incluindo recursos financeiros, assessoria de imprensa, doação de livros, CDs, DVDs, camisetas, brindes, coffe, impressão de materiais gráficos, criação gráfica e outros). Como a premiação é estadual, a organização conta ainda com o apoio do Deputado Estadual Professor Lemos, nosso anfitrião na Assembleia Legislativa do Paraná. Já houve outros anfitriões, quando a premiação homenageou agentes culturais e no caso da homenagem aos sacerdotes e sacerdotisas das religiões de matriz africana. Nos casos de abrangência municipal, contamos com o apoio de vereadores. Os anfitriões são responsáveis pela solenidade e pela confecção dos certificados oficiais junto à Assembleia de Deputados ou à Câmara de Vereadores para os contemplados. Zelador Cultural Candiero Presidente do Centro Cultural Humaita 65 EDIÇÕES ANTERIORES DO PRÊMIO ORIRERÊ - CABEÇAS ILUMINADAS Foto da solenidade de premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas realizada em 2011 - Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, na Assembleia Legislativa do Paraná. Foto da solenidade de premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas realizada em 2011 - Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, na Câmara de Vereadores de Curitiba. Foto da solenidade de premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas realizada em 2010, na Assembleia Legislativa do Paraná. 66 Foto da solenidade de premiação realizada em 2010, homenageando sacerdotes e sacerdotisas das religiões de matriz africana de todo o Estado, no aniversário de 35 anos do Conselho Mediúnico do Brasil. Foto do almoço dos professores premiados com Flávio Arns, Secretário de Estado da Educação e Vice-Governador, em 2011. Orirerê - Cabeças Iluminadas. Colombo - 2011 67 Flyer de divulgação do prêmio Orirerê realizado em 2012. Flyer de divulgação do prêmio Orirerê realizado em 2012. Acesse no site https://informativocentroculturalhumaita. wordpress.com/orirere/ os catálogos com os projetos exitosos de efetivação das leis 10.639/03 e 11.645/08 em sala de aula premiados em 2011 e 2012. 68 Catálogo Orirerê - Cabeças Iluminadas 2011. Catálogo Orirerê - Cabeças Iluminadas 2012. Professora Ângela Serafina, Zelador Cultural Candiero, Mel Reinehr, Edna Coqueiro, Clemilda Santiago e Paulo Borges, membros da Comissão Estadual de Avaliação do concurso Orirerê - Cabeças Iluminadas Zumbi dos Palmares Herói Nacional, em 2015. 69 SOMOS TODOS ZUMBI Somos todos Zumbi... Somos todos Palmares A primeira experiência de democracia De liberdade brasileira Foi na Serra da Barriga... Mataram o homem... Floresceram as ideias Zumbi filho guerreiro, pai mártir... Rei Um verdadeiro herói nacional Até hoje ocultado e calado na história Mas vive nas nossas oralidades afro-brasileiras Nas nossas rodas de capoeira Vive em nós... Está em nossa voz Vive em mim Zumbi vive sim Zumbi é mestre Pastinha, é mestre Bimba, é mestre Valdemar É João Cândido, é Milton Santos, é Andre Rebouças Zumbi é Machado de Assis José do Patrocínio, é Castro Alves, é Solano Trindade Zumbi são os lanceiros negros, é a congada da Lapa É a unidade dos terreiros, é a Casa Branca É o Gantois, é o Bate Folha É Mangueira, é Salgueiro, é Portela É Vai Vai, é Gaviões da Fiel Zumbi é Realeza, é Mocidade Azul, é o bloco Derepente Zumbi é o jongo, o tambor de crioula Zumbi é quilombo de Palmas, do Paiol de Telha, Zumbi é sem terra e sem teto Zumbi é direitos humanos, é o povo na rua Zumbi é Sociedade 13 de maio Zumbi é irmandade negra de São Benedito e do Rosário Zumbi é o movimento negro e os negros em movimento, os NEABs... Zumbi é cotas nas universidades 70 É cada negro que se forma e se informa ... zumbi é a consciência negra em minha cabeça. Zumbi é negro Voluntário da Pátria, imigrante sem pátria É todos e todas que acordam de madrugada e pegam um ônibus lotado Para ir em busca do pão nosso de cada dia Zumbi é rap, samba, soul, funk, moda de viola... repente Zumbi é o grito calado dos melaninados Em busca da verdadeira emancipação Zumbi não é Pelé... é Mano Brown, é Fundo de Quintal O tambor ancestral dos ogãns e alabês É o brilho na retina E os dentes brancos dos afrodescendentes Arrebentando as correntes da opressão Zumbi é sangue, é justiça, é coração Zumbi é o estopim aceso, é a brasa da fogueira do terreiro Zumbi é samba enredo Sou zumbi todos os dias do ano e também no 20 de novembro Zumbi é raça A capoeira na praça, o giro e o sorriso do santo guerreiro Zumbi é o professor de escola pública ensinando o menino a ler Zumbi é aquele oriki que não consegui entender Zumbi é a farofa na encruzilhada É a pedra amolando a faca, o vinho de palma e o azeite de dendê Zumbi é resistência, persistência e inteligência Daqueles que sabem muito e sabem que ainda tem muito mais a aprender Zumbi é mestre Didi, é Naná Vasconcelos O samba de João do Boi e Alumínio Zumbi é o grande Otelo, Abdias do Nascimento Zumbi é o martelo do juiz honesto Zumbi é o suor do negro caindo na moenda É o sentido anti-horário do relógio na parede É ação e reação É lula e Dilma lutando contra a perseguição É Martin luter king , Mandela e Malcon X Zumbi é o medo e a coragem de lutar Zumbi é resignação é a força de perdoar uma traição de Mel e Candiero. Inédito. 71 Realização Centro Cultural Humaita – Centro de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afro-brasileira Site: InformativoCentroCulturalHumaita.wordpress.com/orirere E-mail: [email protected] Telefone: (41) 8499-1845 | 9161-7961 Parceria Departamento da Diversidade / Coordenação da Educação das Relações da Diversidade Étnico-Racial (CERDE/DEDI/SEED) Av. Água Verde, 2140, Água Verde. CEP 80240-900 - Curitiba-PR. Fone: (41) 3340-1711 Apoio APP-SINDICATO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO Design Gráfico CDG | SEEC | Concepção Gráfica | Marília Almeida M. F. da Costa CDG | SEEC | Projeto Gráfico Revista “Orirerê Cabeças Iluminadas Zumbi dos Palmares Herói Nacional” | Marluce Reque Editora Humaita Distribuição gratuita É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que seja citada a fonte. ISBN 978-85-69812-02-9 72 Zumbi dos Palmares, arte extraída do site https://catracalivre.com.br/ sp/tag/zumbi-dos-palmares/ 73