Ministro Padilha vai em missão a Israel - Câmara Brasil
Transcrição
Ministro Padilha vai em missão a Israel - Câmara Brasil
ISSN 1982-1743 10 a 25 de maio de 2013 Diálogo nacional R$ 4,00 Fundador: Edição nacional 1 Oscar Nimitz Ano XII – No 310 junho de 2013 Ministro Padilha vai em missão a Israel Câmara Brasil Israel leva delegação para estreitar cooperação na saúde O Ministro Alexandre Padilha e o presidente da Câmara Brasil Israel, Jayme Blay P romovida pela Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, uma missão médica brasileira, chefiada pelo ministro da saúde Alexandre Padilha, foi a Israel. Com o apoio do Hospital Israelita Albert Einstein, a delegação contou com a participação de 29 renomados médicos, professores e autoridades da área da saúde. Além dos principais hospitais israelenses, como Chaim Sheba Medical Center em Tel Hashomer e dos Centros Médicos Rambam e Haddasah, a programação contou com visitas ao Institutos Technion e Weizmann de Ciências, que figuram na vanguarda da investigação científica, entre outras universidades e encontros com autoridades. 10 a 25 de maio de 2013 Reportagem 7 Uma ponte para cooperação entre os povos Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria comemora sucesso de Missão Médica a Israel Liane Gotlib Zaidler Especial para a TJ “O Brasil identifica na saúde uma ponte para cooperação entre os povos, com resultados concretos. O país possui excelentes relações com Israel em diversas áreas. No campo da saúde há inúmeras possibilidades de cooperação, transferências de tecnologia e conhecimento. Queremos aprofundar isso em benefício mútuo e, em especial, do SUS e do Brasil”, declarou o Ministro Alexandre Padilha, ao retornar da Missão Médica a Israel. Promovida pela Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, a Missão foi chefiada pelo ministro Alexandre Padilha e contou com o apoio do Hospital Israelita Albert Einstein, e com a participação de 29 renomados médicos, professores e autoridades da área da saúde. Além dos principais hospitais israelenses, como Chaim Sheba Medical Center em Tel Hashomer e dos Centros Médicos Rambam e Haddasah, a programação contou com visitas ao Institutos Technion e Weizmann de Ciências, que figuram na vanguarda da investigação científica, a Universidade Hebraica de Jerusalém, considerada a melhor Universidade israelense e a 52ª melhor do mundo, bem como a seguradora de saúde Maccabi Healthcare Services, onde pacientes da terceira idade são monitorados à distância e caso passem mal, um alerta é dado e uma ambulância é imediatamente enviada para a residência do segurado. O grupo foi recebido para um jantar na residência da Embaixadora do Brasil em Tel Aviv, Maria Elisa Berenguer, e também teve a oportunidade de visitar os principais pontos turísticos da “Terra Santa”. Claudio Lottenberg, Ministro Alexandre Padilha, Embaixadora Maria Elisa Berenguer, Ministro da Indústria e Trabalho, Naftali Bennett e Jayme Blay Visita ao Museu do Holocausto logo teremos os primeiros frutos desta visita, com a instalação de empresas israelenses no Brasil para transferência de tecnologia”, comemorou o chefe da Missão Econômica de Israel no Brasil, Roy Nir. Tratamento igualitário Avi Meizler também esteve presente temos muito a aprender com Israel”. A parceria vai envolver também os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, que já prestam serviços de capacitação profissional ao ministério. “Existem possibilidades reais de intensificar a cooperação entre Brasil e Israel. O próprio ministro da Saúde estava apresentando planos de transferência de tecnologia e de PDP – Parceria de Desenvolvimento Produtivo e Importar conhecimento Padilha encontrou-se com os ministros da Indústria, Comércio e Trabalho, Naftali Bennett, e da Saúde, Yael German, e reuniu-se com dirigentes de duas indústrias farmacêuticas israelenses, a Teva, líder mundial em fabricação de genéricos, e a Protalix, especializada em biotecnológicos, com a qual já está sendo articulada parceria para transferir uma plataforma biotecnológica de base vegetal, voltada ao tratamento da doença de Gaucher e outras doenças raras. Após visitar o Centro de Simulação de Israel, do Hospital Tel Hashomer, próximo à Tel Aviv, conhecido mundialmente por treinar profissionais de saúde para situações realísticas de alto risco, como atentados terroristas e grandes acidentes, o ministro reforçou o interesse do Brasil em “importar” o conhecimento e a tecnologia de Israel no atendimento a situações de tragédias e catástrofes para treinar profissionais do Samu e dos serviços de urgência e emergências das cidades que vão sediar a Copa de 2014. Segundo o ministro, “Israel possui um dos serviços públicos mais eficientes do mundo no atendimento de emergências. Fizemos simulações parecidas com nosso aparato durante o Carnaval em algumas cidades brasileiras. Mas Drauzio Varella e Paulo Niemeyer são recebidos pela Embaixadora Um dos fatores que mais surpreendeu a delegação médica foi constatar que as empresas de engenharia estão alinhadas com os hospitais na pesquisa e desenvolvimento de produtos. “Tudo o que acontece hoje na medicina israelense decorre de um avanço na área de engenharia, como os equipamentos para exames de ultrassom e ressonância magnética e inovações que conhecemos em Israel, como a cápsula de vídeo que é engolida pelo paciente e permite ao Toda a delegação reunida em frente ao Muro das Lamentações Recepção na residência da Embaixadora Maria Elisa Berenguer Centro de Traumas do Tel Hashomer: aprendizado de novas técnicas médico observar o aparelho digestivo”, ressaltou o diretor da Câmara Brasil Israel, Paulo Feldmann. A comitiva também se impressionou ao percorreu as alas do Hospital Hadassah, em Jerusalém, reconhecido pela especialidade em tratamentos como o neurológico adulto e infantil. Trata-se de um hospital público e um dos mais importantes de Israel, com cerca de 700 leitos e 31 salas de cirurgias. Em 2005, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento à igualdade no tratamento a pacientes, independentemente de etnia e religião. Para o presidente da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, Jayme Blay, a Missão Médica foi um sucesso: “A Câmara reafirmou seu propósito, que é o de incrementar as relações comerciais e culturais entre Brasil e Israel, buscando a abertura de novas oportunidades e o acesso a novas tecnologias entre os dois países. Os participantes puderam conhecer de perto como Israel pode contribuir para a melhora no atendimento médico à população e também em casos de tragédias”. “A Missão Médica Brasileira em Israel proporcionou uma maior aproximação e um melhor conhecimento sobre os avanços da saúde neste país proporcionando a possibilidade de integrar de forma objetiva os governos e médicos de destaque em nosso meio. Fomentar troca de experiências na área da Saúde entre profissionais de ambos os países fortalece relações entre as Instituições israelenses e brasileiras e ambos os lados ganham”, finalizou o Dr. Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein. A experiência de Fabio Jatene na viagem O médico conta como foi, entre outras coisas, participar de uma cirurgia de emergência em Israel Tribuna Judaica: Quais foram os pontos altos de sua visita a Israel? O que mais lhe impressionou? Fabio Jatene: Considerei a visita muito proveitosa e o ponto alto, para mim, foi a elaboração do programa. Da maneira como foi concebido permitiu conhecer e discutir as múltiplas características da atividade médica em Israel: desde a organização do sistema de saúde, centros de treinamento e simulação, até o dia a dia de hospitais importantes, passando pelos centros da mais avançada tecnologia. Além disso, também tiveram a preocupação em mesclar atividades médico científicas com a apresentação do rico desenvolvimento cultural e religioso de Israel. TJ: O que o senhor viu nos hospitais israelenses e nos institutos de tecnologia que pode ser aplicado aqui? FJ: A incorporação tecnológica na área médica faz parte do dia a dia de Israel. A evolução tecnológica pressupõe facilitar e melhorar as condições de assistência à população como um todo. Isto infelizmente ainda não temos com facilidade, pois apenas parcela da população tem acesso à tecnologia mais avançada. Entre nós ela é cara e consequentemente o acesso é difícil. Creio que este seria o maior desafio, procurar incorporar progressivamente a tecnologia para a nossa assistência, de uma forma acessível e a custos possíveis para nós. TJ: Como foi viajar com a delegação organizada pela Câmara e participar desta importante Missão Médica? FJ: Considerei o convívio com os componentes da delegação uma experiência muito rica. Todas estas pessoas, expoentes nas suas respectivas áreas de atuação se envolveram de uma maneira muito positiva e participativa com a missão, interagindo entre si, trocando experiências e discutindo com muita intensidade os assuntos que fizeram parte da pauta. Chamou a minha atenção que havia uma diversidade na formação profissional dos participantes, de tal forma que os mesmos itens eram avaliados por diferentes prismas, o que sem dúvida permitiu, ao final, uma avaliação muito abrangente dos assuntos. Além disso fomos acompanhados, todo o tempo, pelos organizadores, Jaime Blay e Paulo Feldman, além do Claudio Lottenberg o que facilitou muito as visitas, pois eram pessoas de amplo conhecimento, que introduziam os assuntos e esclareciam eventuais dúvidas e problemas. TJ: Durante sua visita a Israel, o senhor acabou participando de uma cirurgia de emergência. Poderia nos contar o que aconteceu e como se sentiu em um hospital israelense? FJ: Tive essa experiência inesperada, que foi participar de uma operação de emergência, acompanhando um amigo cirurgião, que foi requisitado para realizá-la, que mora e atua profissionalmente em Israel. O que mais me chamou a atenção foi o fato de que para esta operação, realizada em um grande complexo hospitalar, de instalações relativamente simples, pois era correspondente a um hospital do SUS, havia todo o tipo de equipamentos disponíveis, de moderna tecnologia para o atendimento ao paciente, não usual para nossa realidade. Nesta operação, complexa por suas características, em paciente submetido a grave politraumatismo, a equipe contava para a sua atuação com suporte circulatório mecânico, tipo ECMO, “cell saver”, grampeadores mecânicos, broncoscopia, além de vários outros itens.