Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito

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Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito
Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito
cap.
Desenvolvido em parceria com o Instituto Akatu
7
Impactos positivos do
consumo consciente no plano
individual e na qualidade de
vida
Nos capítulos anteriores, falamos sobre as várias dimensões de impacto do consumo descontrolado
de serviços e recursos financeiros. Vimos exemplos de problemas na vida pessoal, na economia, na
sociedade e no meio ambiente. Mas assim como o consumo excessivo e irrefletido dos recursos e
serviços financeiros cria uma cadeia de impactos negativos, o consumo consciente tem o poder de
estabelecer um círculo de resultados positivos e construtivos. Vamos ver esse outro lado da moeda:
Impactos do consumo consciente no plano individual
Tranquilidade - O primeiro, e talvez o mais importante, impacto positivo individual é a tranquilidade
de saber que as finanças estão sob controle, que não haverá sustos na hora em que chegar a fatura
do cartão de crédito ou o extrato bancário. Isso traz uma agradável sensação de domínio sobre a
própria vida e sobre si mesmo e a noção de que somos nós que definimos como vamos viver, sem
permitir que alguém (ou algo) externo determine o que devemos comprar, usar ou fazer.
Saúde - Uma pessoa menos angustiada com os problemas financeiros e com mais tempo para
dedicar a si tende a ser mais saudável. Como se sabe, o estresse, fruto das tensões, pressões e
preocupações cotidianas, é considerado a causa de uma série de graves distúrbios de saúde, tais
como a hipertensão, a úlcera, os problemas psicológicos, as doenças cardíacas, entre outros. Ou
seja, ao praticar o consumo consciente do dinheiro e do crédito, não estamos cuidando apenas da
nossa saúde financeira, mas também da saúde física.
Patrimônio - Outra consequência muito importante do consumo consciente é a construção de um
patrimônio. Obviamente, quem gasta o que tem de forma planejada, acaba acumulando mais do
que aquele que gasta desmedidamente. Isso acontece porque o consumidor que reflete antes de
comprar, quase sempre usa o dinheiro para o que é realmente importante e necessário. Em vez de
consumir seus recursos em aquisições feitas de forma impulsiva, ele age de maneira mais criteriosa,
evita despesas desnecessárias e prefere aplicar o recurso em bens e serviços que sejam relevantes
para a sua vida e a de sua família. Com isso, tornam-se bons pagadores do crédito que venham a
tomar e, consequentemente, têm mais acesso ao crédito e com taxas de juros mais amigáveis.
Crédito - Atualmente, há muitas instituições dispostas a emprestar dinheiro preferencialmente a
quem honra seus compromissos. Tradicionalmente, os sistemas de proteção ao crédito mantêm um
controle de “maus-pagadores”, de modo a alertar os potenciais emprestadores de que certa pessoa
já apresentou registro de inadimplência, e representa assim um risco adicional. Mas esse sistema é
limitado, pois não traz registros que favoreçam o “bom-pagador”. Para inverter esse quadro, está
em processo de implantação no Brasil o chamado “cadastro positivo”, um sistema em que, com
o devido consentimento, os consumidores terão registrados dados sobre seu comportamento
financeiro. A partir disso, será possível para uma instituição financeira saber da pontualidade com
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que seu cliente potencial executa seus pagamentos em sua vida cotidiana, e em outros empréstimos
que eventualmente já tenha feito. Isso quer dizer que quem controla bem suas finanças terá mais
chances de conseguir financiamentos a custos mais baixos, o que gera um círculo virtuoso: com
prestações menores, a probabilidade de o cliente quitá-las pontualmente e continuar sendo um
bom pagador será ainda maior.
Futuro - Ao saber planejar os gastos do presente, o consumidor também pode avaliar suas
necessidades futuras e se preparar para conseguir atendê-las. Administrando bem seus recursos
financeiros, ele pode separar uma quantia a ser aplicada no que considerar importante, seja um
imóvel, plano de previdência, plano de saúde ou mesmo para seu sustento e conforto após a
aposentadoria. A perspectiva de ter uma vida tranquila na maturidade reduz as preocupações, o
que é também um elemento importante para garantir a qualidade de vida do momento presente.
O que é qualidade de vida?
Muito se fala em qualidade de vida, que parece ser, de certa forma, a chave da felicidade: é feliz
quem tem boa qualidade de vida, e vice-versa. Isso pode ser verdade em muitos casos, mas sempre
fica a pergunta: afinal, o que traz a qualidade de vida? Longe de entrar nas discussões infindáveis
sobre o que é isto, vamos apenas chamar a atenção para alguns pontos fundamentais nesta área. O
primeiro deles é que não existe “uma” qualidade de vida: a realidade é que cada pessoa tem o seu
próprio balanço, por meio do qual acredita estar satisfeita com sua vida. O segundo ponto, é que
esse balanço não diz respeito apenas ao dinheiro, nem às mesmas condições materiais ou sociais.
Pessoas em condições muito semelhantes podem ter percepções de qualidade de vida totalmente
diferentes, dependendo de suas expectativas, experiências anteriores, histórico familiar, de sua
personalidade, entre outros. O terceiro ponto é que tal percepção de qualidade de vida varia ao
longo do tempo. O que há alguns anos pode ter parecido adequado, hoje pode não ser mais, e viceversa. As coisas, portanto, mudam.
Mas há alguns pontos em comum para a maioria das pessoas quando se fala em fatores que
melhoram ou pioram a qualidade de vida. Insegurança, carências de bens essenciais, desconforto
material, medo do futuro ou do presente e abandono geralmente pioram a qualidade de vida de
qualquer um. Já a ausência desses fatores é um grande passo para uma melhor qualidade de vida,
junto com as sensações de autorrealização, reconhecimento, pertencimento e plenitude emocional.
Note que a opulência, a acumulação de riquezas e a posse ilimitada de bens não estão entre os
fatores associados à melhor qualidade de vida. Pesquisas mostram que até certo ponto (de quantias
relativamente baixas), melhorias na renda (e, portanto, na redução dos fatores que tiram qualidade
de vida), são acompanhadas de maior percepção de felicidade. No entanto, a partir desse ponto, as
coisas se descolam: maior renda não significa maior percepção de felicidade.
Ao falarmos da conexão entre a educação financeira e a educação para o consumo consciente,
somos tradicionalmente educados para achar que quanto mais dinheiro e bens tivermos, melhor
será nossa vida. Esse é um caso típico de verdade parcial, que serve para determinadas situações,
mas não para todas. Num primeiro momento, quando se trata de vencer a pobreza, o dinheiro sim
traz felicidade. Porém isso muda muito antes do que costumamos imaginar, e infelizmente não
somos educados para isso. Aí é o ponto onde a confusão começa, e onde precisamos nos reeducar.
É aqui que a educação para o consumo consciente pode ajudar a educação financeira.
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Para mais informações sobre a relação entre felicidade e dinheiro, leia “Felicidade”, de Eduardo
Giannetti da Fonseca, ou consulte a Série Temática “Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito”,
no site do Instituto Akatu (www.akatu.org.br).
No próximo capítulo veremos os impactos positivos que resultam de um consumo consciente dos
recursos e serviços financeiros nos planos econômico, social e ambiental.
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