mais - preservação e compartilhamento do acervo gouvêa

Transcrição

mais - preservação e compartilhamento do acervo gouvêa
BALE TEATRO CASTRO ALVES
Apoio Cultural
Af BANCO
L / k W
D O SfiAS/Z. S.A.
Dança tua última dança antes que te cace o louco safari dos lucros.
Sagração do corpo, íntimo vocábulo secretíssimo segredo que os ges­
tos não elucidam embora sejas a única/múltipla face do desejo.
Unicórnio Azul, solitário.
Perito em lunas e auroras.
Unicórnio, corpo de baile eterno movimento dos arcos e das mandalas,
alma dos pés de valsa.
Besta solta, besta enjaulada, besta alucinada pelos atabaques, flautas
doces e amargas assim serás sempre tocada no sagrado coração dos
seres apaixonados.
Unicórnio náufrago dos navios negreiros.
Unicórnio Azul dos olhos estrangeiros.
Unicórnio latino dos gestos asiáticos.
Unicórnio de couraça mais fina que a pele das frutas, unicórnio histéri­
co, a voar, a rolar pelos mares e pelos campos da angústia.
Unicórnio Azul das paixões.
Unicórnio que tece com seus bailarinos dedos o lençol do prazer e a
canção do desespero.
Cordilheira dos Andes, dorso das minhas dores, Me carrega nos bra­
ços, meu amor, desde o berço à última ribeira.
Me põe à sombra das palmeiras.
Deita comigo e me ama.
Me diz, Unicórnio Azul, como se chama a florescida ponta dos teus
dedos cheirando gasolina, jasmim e pântano.
Unicórnio que carrega o corpo andaluz das bailarinas ao fundo encanto
do selvagem espelho.
Viajo insone em teu noturno espanto.
Te lembro futuro em pranto. És a dança do utópico.
Unicórnio, flor azul das ruínas dos teatros.
Precário gesto da liberdade.
Indecifrável coreografia dos românticos.
José Carlos Capinan
Secretário da Cultura
MÁRCIO MEIRELLES
DIRETOR DO TEATRO CASTRO ALVES
Falar sobre o BTCA, no momento, é falar sobre Debby Growald, sua
nova diretora.
Aquela que chegou para alterar um curso que não daria nunca no mar.
O convite a Debby pareceu estranho a muita gente, aquela gente
que não conhece muito bem Debby e o Balé Teatro Castro Alves:
sempre foi um casamento perfeito, só faltava se consumar.
Sinto-me orgulhoso de ter sido o responsável por esta consumação.
Sinto-me orgulhoso quando vejo o novo BTCA dançando, propondo,
pensando (que bailarino também foi feito para pensar). Quando vejo
aqueles corpos suados, se atirando sem medo - entregues - no espa­
ço vazio que separa o chão do corpo do outro.
Quando vejo que apesar das ameaças, dos medos e dos aborrecimen­
tos, quando cumprem sua sagrada função de dançar são inteiros e são
felizes.
Debby aponta um novo tempo para a Companhia, um tempo real, de
acordo e compromisso com o que vivemos aqui e agora E por estar­
mos acordados com o aqui e o agora, estamos bem.
DEBBY GROWALD
DIRETORA DO BTCA
UNICÓRNIO AZUL é para mim um momento intuitivo, meu encontro
com os bailarinos, com o TCA, com a Bahia.
Momento de paixão, de desejos, de gente viva, momento novo, com
colheitas do passado, separações, encontros, ideais e muita, muita vi­
da.
Momento presente: entre o passado e o que virá.
Citações coreográficas do Grupo Coringa, o ritmo afrobaiano chegan­
do, me tomando, os rituais de lavagem, de início.
Esta Companhia única no mundo, este encontro de rios, a Europa e a
África juntas na Bahia, terra de índios, do Brasil.
Debby Growald
Apresentação:
Bailarina, musicista e coreógrafa.
Graduada em música pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro.
Estudou dança no Centro de Dança Merce Cunningham (N.Y.)
e com Sara Rudner na Fundação Twyla Tharp (N.Y.).
Dançou sob a direção de vários coreógrafos como Célia Gouvêa, Mau­
rice Vaneau, Ruth Rachou, Sônia Motta e José Possi Neto.
Integrou o elenco do “Teatro do Movimento”, de Klauss e Angel Vianna
e, durante dez anos, o Grupo Coringa de Dança, de Graciela Figueroa,
no Rio de Janeiro. Criou coreografias para este grupo, para o Grupo
“Espaço-Novo” e “Asdrubal Trouxe o Trombone”, além de diversas pe­
ças teatrais, trabalhando com os diretores Sérgio Brito, Hamilton Vaz
Pereira, Marília Pêra e Márcio Meirelles.
Lecionou dança no Rio de Janeiro junto ao Grupo Coringa, foi respon­
sável pela área de composição no Curso Profissionalizante de Dança
Contemporânea do Centro de Arte-Movimento de Angel Vianna e par­
ticipou de diversos festivais como solista, coreógrafa e coordenando
workshops.
Em 1989 ganhou do Instituto Goethe uma bolsa de estudoç cultural na
Alemanha, de onde retornou para assumir a direção do Balé Teatro
Castro Alves.
Diretora Artística:
Coreografias:
Professores:
Assistentes de Coreografia:
Direção de Produção:
Administração:
Coordenação Núcleo
de Produção:
Projetos Especiais:
Secretária:
Direção de Cena:
lluminador:
lluminotécnica:
Contra Regra:
Camareiras:
Maquinistas:
Sonoplastia:
Fotos:
Programação Visual:
Debby Growald
“ UNICÓRNIO AZUL"'(Debby Growald),
“ PE DE VALSA” "(Célia Gouvêa), SA­
GRAÇÃO DA PRIMAVERA” "(Oscar
Araiz) e “SAURÊ” (Carlos Moraes).
Ballet Clássico - Carlos Moraes e
Marcos Verzanni (convidado)
Dança Contemporânea - Debby Growald
Dança Afro - Armando Pekeno, Augusto
Omolú e Flexa II
Anna Paula Drehmer e Dina Tourinho
Gilda Almeida (convidada)
Ana Cristina Prado Teles
Virgínia da Rin
Eliana Pedroso e Eurico de Jesus
Fernanda Tourinho
Irma Vidai
Roberto Mantegazza
Rita Lago
Conceição Chagas
Angélica Matos e Edna Chagas
Francisco Bispo dos Santos e Renato
Cruz
Cesar Trípode (NOVO SOM)
Isabel Gouveia
Vicente Amaral
FICHA TÉCNICA
ELENCO:
Ajax Vianna,
Alice Becker,
Ana Paula Bouzas,
Angela Bandeira,
Armando Pekeno,
Augusto Omolú,
China,
Cristina Kowalski,
Eliana Pedroso,
Ernani Sanctus,
Eurico de Jesus,
Evandro Macedo,
Flexa II,
Gal Villas-Boas,
Gilberto Baía,
Gilmar Sampaio,
Iracema Cersósimo,
Ivete Ramos,
Jane Vasconcelos,
Konstanze Mello,
Li Ia Martins,
Lilian Pereira,
Luis Molina,
Maria Angela Ribeiro,
Nair Couto,
Paulo Cesar Moura,
Paulo Fonseca,
Rosa Barreto,
Rita Brandi,
Sonia Gonçalves,
Sylvan Barbosa e
Ticiana Garrido.
5
Gilmar Sampaio
Augusto Omolú
Eurico de Jesus
Ajax Vianna
Iracema Cersósimo
Evandro Macedo
Alice Becker
Ivete Ramos
Cristina Kowalski
Flexa II
Ana Paula Bouzas
Jane Vasconcelos
Eliana Pedroso
Gal Villas-Boas
Angela Bandeira
Konstanze Mello
Ernani Sanctus
Armando Pekeno
6
Gilberto Bafa
Paulo Cesar Moura
ELENCO:
Lila Martins
Paulo Fonseca
Sylvan Barbosa
Lilian Pereira
Rosa Barreto
Ticiana Garrido
Luis Molina
Rita Brandi
Maria Angela Ribeiro
Assistente de Coreografia:
Ana Paula Drehmer
Sonia Gonçalves
Nair Couto
Assistente de Coreografia:
Dina Tourinho
FICHA TÉCNICA
Roteiro e Coreografia: Debby Growald
Assistentes de Coreografia: Anna Paula Drehmer e Dina Tourinho
Cenário, Figurinos e Direção Teatral: Márcio Meirelles
Iluminação: Jorginho de Carvalho
Assistente de Iluminação: Beto Mantegazza
Sonoplastia: Flavia Calabi
Músicas: Leo Masliah, W. A. Mozart, F. Chopin, Keith Jarret, Paul Win­
ter, Sons da Bahia, Saudações a oxalá
Canto do Grupo: Direção de Armando Pekeno
LAVAGEM: Augusto Omolú ou Flexa II
VENTO: Ana Paula Bouzas ou Rita Brandi ou Cristina Kowalski
A RECUPERAÇÃO DO UNICÓRNIO: Elenco de homens e Rita Brandi
ou Ana Paula Bouzas ou Cristina Kowalski
A RAINHA DA NOITE: Ticiana Garrido ou Lilian Pereira ou Sonia Gon­
çalves e elenco de mulheres
RIO/BANHO: Iracema Cersósimo ou Gal Villas-Boas
HOMEM E MULHER: Ticiana Garrido e Paulo Fonseca ou Ernani
Sanctus e Rita Brandi ou Cristina Kowalski e Eurico de Jesus
CASAIS: Cristina Ko walski e Eurico de Jesus, Ana Paula Bouzas e Ar­
mando Pekeno, Ticiana Garrido e Paulo Fonseca, Lila Martins e Luís
Molina, Rita Brandi e Ernani Sanctus
VENTO: Armando Pekeno ou Gilberto Baía ou Luís Molina
VIBRAÇÕES: Gilmar Sampaio, Armando Pekeno, Augusto Omolú, Eu­
rico de Jesus, Flexa II, Gilberto Baía, Paulo Cesar Moura, Iracema Cer­
sósimo, Eliana Pedroso, Nair Couto, Lilian Pereira, Lila Martins,
Alice Becker, Maria Angela Ribeiro, Angela Bandeira, Jane Vascon­
celos, Evandro Macedo, Sonia Gonçalves, Sylvan Barbosa,
Rosa Barreto, China, Gal Villas-Boas, Konstanze Mello.
LOURO: Ana Paula Bouzas ou Rita Brandi;
Konstanze Mello ou Sonia Gonçalves; Ernani Sanctus
PULSO DA TERRA: Elenco - Ajax Vianna, Alice Becker, ana Paula
Bouzas, Angela Bandeira, Armando Pekeno, Augusto Omolú, China,
Cristina Kowalski, Eliana Pedroso, Ernani Sanctus, Eurico de Jesus,
Evandro Macedo, Flexa II, Gal Villas-Boas, Gilberto Baía, Gilmar Sam­
paio, Iracema Cersósimo, Ivete Ramos, Jane Vasconcelos, Konstanze
Mello, Lila Martins, Lilian Pereira, Luís Molina, Maria Angela Ribeiro,
Nair Couto, Paulo Cesar Moura, Paulo Fonseca, Rita Brandi, Rosa Bar­
reto, Sonia Gonçalves, Sylvan Barbosa, Ticiana Garrido.
ESTRÉIA NACIONAL
Teatro Castro Alves
15 de junho de 1989
UNICÓRNIO
AZUL
Entramos pouco a pouco nas paixões, ou nos tomam completamente
de surpresa.
Porém, uma vez desatadas, nos propulsionam vertiginosamente
pela vida. É a atividade febril, é a espera angustiada,
é a exaltação mais sublime.
Debby Growald
UNICORNIO AZUL
LAVAGEM
VENTO
A RECUPERAÇÃO DO UNICÓRNIO
A RAINHA DA NOITE
RIO
VENTO
VIBRAÇÕES
LOURO
PULSO DA TERRA
FICHA TÉCNICA
Coreografia e roteiro: Célia Gouvêa
Assistência de Coreografia1Anna Paula Drehmer e Dina Tourinho
Cenário, Figurinos e Iluminação: Maurice Vaneau
CARLOS GOMES: Solista: Rita Brandi ou Lila Martins ou Maria An­
gela Ribeiro ou Ticiana Garrido.
Elenco: Angela Bandeira ou Rosa Barreto; Cristina Kowalski ou Rita
Brandi; Gal Villas-Boas ou Eliana Pedroso; Iracema Cersósimo ou Ana
Paula Bouzas; Lila Martins ou Maria Angela Ribeiro
CARRAPATOSO: Solista: Armando Pekeno ou Augusto Omolú
TEMPOS IDOS: Ticiana Garrido e Sylvan Barbosa ou Lflian Pereira e
Eurico de Jesus; Rita Brandi e Paulo Fonseca ou Lila Martins e Luís
Molina; Gal Villas Boas ou Iracema Cersósimo e Evandro Macedo ou
Ana Paula Bouzas e Ajax Vianna
Elenco: Angela Bandeira ou Eliana Pedroso; Lila Martins ou Maria An­
gela Ribeiro; Cristina Kowalski ou Rita Brandi, Iracema Cersósimo ou
Gal Villas-Boas, Rosa Barreto ou Ticiana Garrido
QUERIDA POR TODOS: Ernani Sanctus, Flexa II, Augusto Omolú,
Armando Pekeno, Paulo Cesar Moura, Eurico de Jesus ou Evandro
Macedo, Gilmar Sampaio
IARA: Lilian Pereira ou Sonia Gonçalves; Eliana Pedroso ou Nair Cou­
to, Konstanze Mello ou Jane Vasconcelos
Elenco: Angela Bandeira ou Rosa Barreto; Cristina Kowalski ou Rita
Brandi; Gal Villas-Boas ou Eliana Pedroso; Iracema Cersósimo ou Ana
Paula Bouzas; Lila Martins ou Maria Angela Ribeiro
OURO SOBRE AZUL: Lilian Pereira ou Sonia Gonçalves; Eliana Pe­
droso ou Nair Couto; Konstanze Mello ou Jane Vasconcelos; Armando
Pekeno ou Augusto Omolú
PELO TELEFONE: Rita Brandi e Flexa II ou Maria Angela Ribeiro e
Augusto Omolú ou Lila Martins e Armando Pekeno ou Ticiana Garrido
e Flexa II
MALANDRO: Angela Bandeira e Gilmar Sampaio ou Maria Angela Ri­
beiro e Paulo Cesar Moura; Gal Villas-Boas ou Iracema Cersósimo e
Evandro Macedo ou Rosa Barreto e Ernani Sanctus; Cristina Kowalski
e Eurico de Jesus ou Ana Paula Bouzas e Ajax Vianna
MARVADINHO: Ajax Vianna, Ana Paula Bouzas, Angela Bandeira,
Armando Pekeno, Augusto Omolú, Cristina Kowalski, Eliana Pedroso,
Ernani Sanctus, Eurico de Jesus, Evandro Macedo, Flexa II, Gal VillasBoas, Gilmar Sampaio, Iracema Cersósimo, Ivete Ramos, Jane Vas­
concelos, Konstanze Mello, Lila Martins, Lilian Pereira, LuíflpMolina,
Maria Angela Ribeiro, Nair Couto, Paulo Cesar Moura, Paijb Fonseca,
Rita Brandi, písa Barreto, Sonia Gonçalves, Sylvan Barbosa. Ticiana
Garrido.
ãà
»
% '^
ESTRÉIA NACIONAL
Teatro Castro Alves
15 de junho de 1989
PE DE VALSA
“PÉ DE VALSA” nasceu do encontro com os bailarinos do Teatro Cas­
tro Alves - gente bonita, saudável, sensual, permitindo o desenvolvi­
mento da linguagem de dança em que estou interessada, ou seja a fu­
são com liberdade e sem preconceitos, de várias técnicas e modalidades
de dança, do ballet às danças de rua ou de salão.
Célia Gouvêa
Músicas:
CARLOS GOMES, de Henrique alves de Mesquita
(1830 -1906) - polca
CARRAPATOSO, de Francisca Gonzaga
(1847 - 1935) samba
TEMPOS IDOS, de Barrozo Neto
(1881 -1941) valsa
QUERIDA POR TODOS: de Joaquim Antonio da Silva Callado
(1848- 1880) - maxixe
IARA, de Anacleto de Medeiros
(1866-1907)-xó tis
OURO SOBRE AZUL, de Ernesto Nazareth
(1863 -1934) - tango brasileiro
PELO TELEFONE, de Ernesto dos Santos, o Donga
(1889 - 1974) - samba
MALANDRO, de Marcello Tupynambá (1892 - 1953)
MARVADINHO, de Francisco Mignone (1897 - 1985)
- tanguinho
INTÉRPRETE: Roberto Szidon, em gravação realizada pelos
estúdios Kuarup (RJ), em 1980, sob a direção de Mário de Aratanha,
Agradecimento Especial
COMPANHIA PETROQUÍMICA CAMAÇARI
FICHA TÉCNICA
Roteiro e Coreografia: Carlos Moraes
Assistente de Coreografia: Anna Paulg Drehmer
Música especialmente composta: Emilia Biancardi
Cenários e Figurinos: J. Cunha
Projeto de Iluminação: Jorginho de Carvalho
DANÇA DO CED E DA TERRA - Iracema Cersósimo e Eurico de Je­
sus
DANÇA.DO FOGO - Elenco
DANÇA DA ÀGUA - Elenco
OGUN (a guerra) - Augusto Omolú, Armando Pekeno ou Paulo Fon­
seca e Flexa II e elenco
OXUM (o maior) - Lilian Pereira ou Ticiana Garrido
Nair Couto ou Ticiana Garrido
Sônia Gonçalves ou Angela Bandeira
Eliana Pedroso ou Konstanze Mello
Rita Brandi ou Cristina Kowalski
XANGÔ (o poder) - Eurico de Jesus, Flexa II, Ernani Sanctus ou Augusto.Omolú, Paulo Fonseca ou Paulo Cesar Moura
IANSÃ (o poder) - Ivete Ramos ou Konstanze Mello
OMOLÚ - Augusto Omolú
FINAL - Ajax Vianna, Angela Bandeira, Augusto Omolú, China, Cristi­
na Kowalski, Eliana Pedroso, Ernani Sanctus, Eurico de Jesus, Evandro
Macedo, Flexa II, Gal Villas-Boas, Gilberto Baía, Iracema Cersósimo,
Ivete Ramos, Konstanze Mello, Lila Martins, Lilian Pereira, Nair Couto,
Paulo Cesar Moura, Paulo Fonseca, Rita Brandi, Sonia Gonçalves e
Ticiana Garrido.
ESTRÉIA TCA
Agosto de 1982
SAURE
SAURE, saudação que propicia o início de um ritual onde as figuras de
OBATALÁ e ODUDUA formam os opostos primordiais dentro da mi­
tologia africana. Dança o Céu e a Terra a primeira centelha e a água
que a tudo conduz.
Aparecimento do Ego, a individualização, a guerra surge, o primeiro fi­
lho é Ogun. O amor é belo, e traz esperançosas promessas de felici­
dade ao ser humano, sua deusa é Oxum. Na disputa do poder, Xangô
e lansã, eternos companheiros e rivais.
A morte, a transformação natural das coisas tem sua simbologia na fi­
gura de Omolú temido e respeitado.
Com o desenvolvimento da consciência e ampliação do mundo interior
a criatura renasce com o criador.
A mitologia africana com sua sabedoria milenar apoiada na observa­
ção da natureza e o conseqüente conhecimento da mesma, sempre
impressionou e deslumbrou pela beleza com que vê todos os fenôme­
nos, que por nós já estão esquecidos, sufocados por um progresso
crescente e ameaçador.
Carlos Moraes
FICHA TÉCNICA
N i
Coreografia e visual: Oscar Araiz (criada em Buenos Aires em 1966)
Música: Igor Stravinsky (versão 1921)
Assistente de coreografia: Anna Paula Drehmer
Assistente de figurino: Alberto Calvo
Execução dos elementos cênicos: Afonso Cesar
19 Parte - O BEIJO À TERRA
2? parte - O SACRIFÍCIO
O Espírito da Terra: Sonia Gonçalves
O Velho Chefe: Augusto Omolú
A Mulher: Ivete Ramos ou Rita Brandi
O Jovem Chefe: Armando Pekeno õu Flexa II
A Eleita: Ticiana Garrido ou Ivete Ramos
Elenco:
Ajax Vianna, Angela Bandeira, China, Eliana Pedroso, Ernani Sanctus,
Eurico de Jesus, Evandro Macedo, Gal Villas-Boas, Gilberto Baía (Luís
Molina), Iracema Cersósimo, Konstanze Mello, Lila Martins (Maria An­
gela Ribeiro), Lilian Pereira, Paulo Cesar Moura, Paulo Fonseca.
ESTRÉIA TCA
Novembro de 1987
A SAGRAÇÃO DA
PRIMAVERA
“Todas as danças foram na origem atos de sacrifício.. . E todo o sacri­
fício é a repetição do ato criador... Todos os sacrifícios se cumprem
pela mesma causa mítica: o paradoxo é que o rito faz parar o tempo e
a duração profana”.
Mircea Eliade
•“ A Sagração da Primavera é uma música com a qual eu convivo há
muito tempo, desde a minha infância, antes mesmo da dança tornar-se
parte da minha vida. Ela tornou-se para mim uma obsessão e a cada
vez que eu a escuto, tenho a impressão que ela me reconecta comigo
mesmo, que ela me recarrega como uma bateria Eu tenho a impres­
são que é do fundo de uma memória muito longíqua que eu reencontro
esta música e tenho sobretudo uma sensação de que ela faz parte de
mim como eu faço parte dela, que é o meu elemento fundamental. É
de fato uma música que vem das origens do humano. Do primeiro
“UM”'tudo emerge e através do qual se reencontra como um acôrdo
entre o ser e o mundo.
Stravinsky teve uma visáo da-“Sagração” através de um sonho (a dan­
ça da eleita rodeada por velhos sábios). Estas imagens voltam a mim,
quando rememoro como esta obra me tocou, antes da minha formação
cultural, antes mesmo que eu soubesse o que representava esta músi­
ca. E é, particularmente, com a iluminação no plexo solar, ao redor do
qual o corpo se organiza, que os movimentos se manifestam através
da música.
Quando eu tive que construir um balé sobre esta música, tão encravada
nas minhas fibras, ela me obrigou a uma procura interior. E é talvez
a imagem final que me guiou, a imagem da “ELEITA”, que sobe uma
montanha de corpo, que repete este interminável esforço para sobre­
por-se, para chegar ao topo, que é ao mesmo tempo a revelação, a ascenção, de si e o sacrifício.
O renascimento da “ ELEITA”"se faz sobre a destruição dos outros.
E é pela morte que a vida deve passar para recomeçar.
Essa é a primeira imagem do mito original, a força sagrada que deve
negar para afirmar. A imagem da revolução está aí nesta continuidade
figurada da energia que passa por nascimentos e mortes, como um
fluxo que recomeça sempre, como “SÍSIFO” que sempre deve levar a
sua pedra ao cume da montanha sabendo que ela rolará novamente.
O mito encontra sua força na repetição do gesto, que é a essência
mesmo do ritual. Há também nesta música uma energia de “PÂNICO”,
aquele terror ao desconhecido, àq*>rças da natureza. A primeira versão
desta coreografia foi apresentadattn^uePtas Aires. Em 1975 para o
Royal Winnipeg Ballet do C a n a ^m ^W
para o Balé do Grande
Teatro de Genebra.
V
f
Cada versão transformou-se e n M fe l|h p s visões dos mesmos mitos e
é por isso que os gestos mudam 1 seu pignificado flutuando entre rea­
lismo e abstracionismo”.
Jf I
Oscar Araiz
V
J q\ fp
J?
V
:...
t
. f.-
L I A,
*
*rk
CÉLIA GOUVÊA
Formou-se no Centro Mudra, de Maurice Bejart, em Bruxelas (1973).
foi também bolsista de Nikolais em Nova York.
Coreografando no Brasil desde 1974, realizou cerca de quarenta tra­
balhos para espetáculos de dança, teatro e cinema. Recebeu prêmios
de Melhor Coreógrafa, Melhor Bailarina, melhor Espetáculo de Dança
e Melhor Pesquisa (concedidos pela APCA - Associação paulista de
Críticos de Arte, Governador do Estado e APETESP - Associação dos
Produtores Teatrais do Estado de São Paulo).
Com Maurice Vaneau dirige o grupo “Teatro de Dança de São Paulo”.
Coreografou para as companhias de dança “Ballet da Cidade de São
Paulo” (Pulsações), J. C. Violla Grupo de Dança, Dança Câmara Rio e
outros.
CARLOS MORAES
Nascido no Rio Grande do Sul, aí iniciou seus estudos com Tony Seitz
e Marina Fedosseieva (discípula de A. Vaganova). Foi bailarino, mâitre
de ballet e coreógrafo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde
trabalhou com Harald Lander, William Dollar, Arthur Mitchel, Hector Za­
raspe, Jorge Garcia, Tatiana Leskova, E. Feodorova e outros.
Coreógrafo nos canais da TV Globo, Excelcior e Tupi, no Rio de Janei­
ro.
Diretor Artístico e coreógrafo do Balé Brasileiro da Bahia, apresentan­
do-o na América do Sul, Central e Europa Responsável pela formação
de bailarinos e professores de mais de uma geração na cidade do Sal­
vador, onde além de balés de sua autoria, remontou diversas obras do
repertório clássico.
Mâitre de Ballet convidado do Balé da Cidade de São Paulo e coreó­
grafo na Companhia Cisne Negro.
Ex-diretor artístico do BTCA e seu atual
para esta companhia os balés Saurê, lê Camará e Simôa, todos eles
inspirados no folclore afro-baiano.
OSCAR ARAIZ
Estudos coreográficos: Dore Hoyer, Renata Schottelius, Elide Locardi.
Dirigiu as seguintes companhias: Balé do Teatro San Martin de Bue­
nos Aires de 1969 a 1971 (esta companhia apresentou-se na Bienal
de Paris no Palais Chai Ilot em 1969 e em Londres no mesmo ano);
Ballet Contemporâneo da Cidade de Buenos Aires de 1972 a 1973;
Companhia Oscar Araiz de 1974 a 1975; Balé do Teatro Colon em
1979; Balé do Grande Teatro de Genebra a partir de agosto de 1980.
Como coreógrafo foi convidado pelas seguintes companhias:
Teatro Argentino de La Plata, Teatro Colon, Corpo de Baile Municipal
de São Paulo, Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro,
Balé Stagium, Grupo Corpo (esta Cia apresentou-se no Théâtre de La
Ville em Paris com o espetáculo Maria Maria), Royal Winnipeg Ballet Jeoffrey Ballet, Ballet Théâtre Contemporain D’Angers, Opera de Paris,
Ópera de Estocolmo, Het National Ballet, Stadttheater Bonn e Opera
de Hamburgo.
Criou coreografias para inúmeros filmes, peças de teatro e televisão,
além de misé-en-scène de óperas.
TOURNEE
NORTE/NORDESTE 89
ARACAJU
19 de Julho - Teatro Atheneu Sergipense
RECIFE
4 e 5 de Julho - Teatro Guararapes
JOÃO PESSOA
8 de Julho - Teatro Paulo Pontes
CAMPINA GRANDE
11 de Julho - Teatro Severino Cabral
FORTALEZA
15 de Julho - Ginásio Paulo Sarasate
TERESINA
21 e 22 de Julho - Teatro Quatro de Setembro
BELÉM
28 e 29 de Julho - Teatro da Paz
AGRADECIMENTOS
Miro
Maurice Vaneau
Kuarup Discos
Itamar R. Galo (Rakam Tecidos)
Rommel e Halpe Ltda.
INSTITUTO DE DANÇA DA FUNDACEN - MinC
MANHATTAN RESIDENCE SERVICE -Tel.: 248-9911
As Bailarinas do Balé Teatro Castro Alves na Coreografia
“UNICÓRNIO AZUL” vestem: ~
246 -8495/2780
Secretário da Cultura:
José Carlos Capinan
Teatro Castro Alves
Diretor-Geral: Márcio Meirelles
Diretor Artfstico: Luiz Marfuz
Diretora Administrativa: Célia Bandeira
Assessoria de Planejamento: Angela Fialho
Assessoria de Marketing: Maria Prado, Gilda Valério (Assistente)
Assessoria de Imprensa: Fernando Queiroz - Assessoria de
Programação Visual: Caetano Dias - Antônio Figueiredo (Assistente)
Núcleo de Produção Executiva: Virgínia Da Rin (Coordenação)
Esdras Bonsucesso, Marcea Sales, Emma Alfaya
Núcleo de Extensão: Beth Rangel (Coordenação), Marize Queiroz,
Sandra Reis, Glaucia Cavalcanti, Lourdes Sena, Iara de Melo Ferraz e Goreth Araújo
Coordenadores de Espaços: Luiz Henrique D'utra (sala do coro)
DedaCuri (Sala Principal), Lígia Aguiar (Foyer)
Fátima Almeida (concha acústica), Secretárias da Diretoria:
Soraia Lima (Planejamento), M9 Auxiliadora Souza (Geral)
Margarethe Azevedo (Artística), Zélia Falcão (Administrativa)
Núcleo de Apoio Técnico: Torquato Filho (Coordenador)
Direção de Palco: Irma Vidai
Maquinistas: Renato do Reis da Cruz (Chefe)
José Angelo dos Santos, Adilson Pereira de Souza,
Felipe Santiago R. da Silva, Raimundo Reis, Elísio
Inácio de Souza, Francisco Bispo da Paixão,
Vivaldo Oliveira dos Santos, Jorge Amaral Fernandes
Iluminação: Waldeir Silvério Rocha, Angelo Gonçalves de Oliveira,
Roberto Angel Mantegazza, Cristiane Dantas,
Paulo James, Wilton Bitencurt, Juvenal Álvaro e Rita de Cássia Lago
Supervisão de Iluminação: Jorginhode Carvalho
Camareiras: Edna Chagas dos Santos (Chefe), Heloísa
Ferreira dos Reis, Maria Angélica Santos Matos
e Maria da Glória Souza Silva
Núcleo de Produção Cênica: Mauro Garcia (Coordenador)
Setor de Adereços: Ivana Calumbi (Chefe)
Setor de Figurino e Guarda-Roupa: Lina Lemos (Chefe)
Nilzete Chagas, Tereza Cristina, Jailton “ Grande” ,
Lourival Rebouças
TEATRO C A S TR O ALVES
Jotadâblio
SECRETARIA DA CULTURA
Gráfica
-
GOVERNO DEMOCRÁTICO

Documentos relacionados