Revista Canavieiros

Transcrição

Revista Canavieiros
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Revista Canavieiros - Outubro 2011
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Revista Canavieiros - Outubro de 2011
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Revista Canavieiros - Outubro 2011
Editorial
4
Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Projeto gráfico e
Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Murilo Sicchieri
Rafael H. Mermejo
Foto Capa
Gustavo Nogueira
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
[email protected]
[email protected]
Impressão:
São Francisco Gráfica e Editora Ltda
Tiragem:
11.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias
assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
Endereço da Redação:
A/C Revista Canavieiros
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)
www.revistacanavieiros.com.br
Um conjunto de fatores
climáticos e econômicos
desequilibraram a produção da
safra canavieira 2011/2012
A
safra canavieira 2011/2012
vai ficar marcada na história
do setor sucroenergético. Isso
porque uma sequência de fatores prejudiciais aconteceram ao mesmo tempo e desequilibraram a produção de
cana, açúcar e etanol. Problemas climáticos afetaram a produção em duas
safras seguidas. Somado a isso, um
recesso econômico ocasionou a falta
de investimento nos tratos culturais.
A consequência foi menos cana, com
produtividade baixa a qualidade ruim
para a safra 2011/2012. Para evitar
que esses acontecimentos continuem
acontecendo, os produtores de cana
estão investindo na renovação dos canaviais. Esse é o assunto da “Reportagem de Capa” desta edição.
Quem também falou sobre os problemas que envolvem a atual safra, foi
o presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, entrevistado deste mês, que
ainda comentou sobre a criação do
movimento “Brasil Verde que Alimenta”, que tem como objetivo fortalecer
a representatividade do produtor nas
discussões sobre o Novo Código Florestal, e a atuação do deputado federal
Aldo Rebelo, como relator do texto
aprovado na Câmara dos Deputados
sobre o Código.
A secção “Ponto de Vista” de outubro traz o artigo “A safra 11/12 e o
papel das políticas públicas”, assinado por Marco Conejero (economista,
doutor em administração pela FEA/
USP e gerente do Centro de Inteligência em Agronegócios da PwC Brasil) e
Vanessa Nardy (economista e analista
sênior do Centro de Inteligência em
Agronegócios da PwC Brasil).
Em “Notícias Canaoeste”, o leitor
se informa sobre a participação de di-
RC
www.twitter.com/canavieiros
[email protected]
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
rigentes e profissionais da associação
no 3º Seminário da Frente Parlamentar do Cooperativismo, que teve como
temas os “Desafios e Perspectivas
para o Ramo Agropecuário”. O evento
foi realizado no dia 28 de setembro,
no Senado Federal, e contou com a
participação de parlamentares e representantes do governo. A proposta do
Código Florestal fez parte da programação do evento que foi organizado
pela OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras e Frencoop (Frente
Parlamentar do Cooperativismo). Um
outro evento divulgado em “Notícias
Canaoeste” é o Seminário Reforma do
Código Florestal – buscando uma Solução de Consenso, realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie,
no dia 7 de outubro.
Já em “Notícias Copercana”, é possível conferir duas reportagens especiais:
1) A realização I Conexão Cana (em
parceria com a FMC), uma reunião
que contou com a presença de aproximadamente 150 cooperados e técnicos
do Sistema Copercana, Canaoeste e
Sicoob Cocred;
2) E a V Reunião Técnica de Amendoim, evento que contou com o apoio
da Basf e reuniu os produtores que
fazem parte do projeto da Copercana
Amendoim.
Nesta edição também é possível conferir o artigo técnico que
mostra o acompanhamento da safra
2011/2012; as informações jurídicas
com o advogado Juliano Bortoloti; as
informações setoriais com o assessor
Oswaldo Alonso, dicas de leitura e
gramática, agenda de evento e o classificados.
Boa leitura!
Conselho Editorial
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Ano V - Edição 64 - Outubro de 2011
Índice:
Capa - 20
Setor Sucroenergético se prepara para reforçar a próxima safra
Um conjunto de fatores climáticos e econômicos desequilibraram a produção desta safra; o
setor quer estar preparado para
enfrentar os desafios da safra
2012/2013
06 - Entrevista
Ismael Perina Júnior
Presidente da Orplana
Fatores climáticos e econômicos afetam a safra
canavieira
10 - Ponto de
Vista
Marco Conejero e
Vanessa Nardy
A safra 11/12 e o papel das políticas públicas
12 - Notícias Copercana
- Copercana e FMC promovem o I Conexão Cana
- V Reunião Técnica de Amendoim Copercana
16 - Notícias Canaoeste
- “Brasil Verde que Alimenta” é lançado no Senado Federal
- Seminário discute as mudanças propostas para o Código Florestal
22 - Notícias Sicoob Cocred
E mais:
Circular Consecana
.................página 19
Informações Setoriais
.................página 26
Artigo Técnico
.................página 28
Assuntos Legais
.................página 32
Opinião
.................página 34
Cultura
.................página 36
- Balancete Mensal
24 - Novas Tecnologias
Agende-se
Projeto traz soluções inovadoras
para máquinas agrícolas
Em parceria com o CTC, New
Holland apresentou o projeto pioneiro em biomassa
.................página 37
Classificados
.................página 38
Revista Canavieiros - Outubro 2011
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Entrevista com:
Fatores climáticos e econômicos afetam a
safra canavieira
Ismael Perina Júnior
Carla Rossini
A Revista Canavieiros entrevistou o presidente
da Orplana (Organização dos Plantadores de
Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Ismael
Perina Júnior, que falou da crise de produtos
e preços que atinge a atual safra canavieira.
Antes, Perina falou sobre a criação do movimento “Brasil Verde que Alimenta”, que tem
como objetivo fortalecer a representatividade
do produtor nas discussões sobre o Novo Código Florestal. Ele também comentou a atuação
do deputado federal Aldo Rebelo, como relator
do texto aprovado na Câmara dos Deputados
sobre o Código. Confira!
Revista Canavieiros: Qual é o objetivo do movimento “Brasil Verde que
Alimenta”, do qual a Orplana e algumas associações de produtores independentes de cana-de-açúcar fazem parte?
Ismael Perina Júnior: O “Brasil
Verde que Alimenta” foi criado com
o objetivo de fortalecer a representatividade do produtor nas discussões sobre o Novo Código Florestal, que está
em tramitação no Senado. Queremos
aprovar o mais rápido possível o Novo
Código Florestal. Se aprovar do jeito
que está, sabemos que não é o melhor.
Já houve bastante discussão, a Câmara
dos Deputados teve um resultado expressivo na votação, entregou nas mãos
do Senado, que tem que fazer as modificações. E nós estamos nessa expectativa de que as coisas caminhem rápido
e que não passe desse ano a votação,
já que temos um decreto da presidente
Dilma que vence dia 11 de dezembro,
e temos que antes dessa data estar com
esse Código já devolvido do Senado
para Câmara dos Deputados.
Revista Canavieiros: Como o senhor analisa o trabalho realizado
pelo deputado Aldo Rebelo, relator
do texto do Novo Código Florestal na
Câmara?
Perina: O deputado Aldo Rebelo,
com toda a experiência de vida pública
e de brasileiro, teve uma sensibilidade
muito grande quando assumiu a relatoria da Comissão Especial do Novo
Código Florestal. O deputado viajou o
país inteiro para conhecer tudo que envolvia as discussões em torno do Código. Dessa forma, ele se posicionou para
cometer o mínimo de erros possíveis. O
deputado Aldo Rebelo foi a pessoa certa
para poder chegar com o texto do Novo
Código Florestal onde chegou. Se não
fosse o deputado e o conhecimento que
adquiriu dificilmente teríamos um consenso sobre o Código. A aprovação no
congresso por 410 votos contra 63, já é
uma demonstração de que aquela casa,
e o que representa, dá total apoio àquilo
que foi aprovado, com todos os partidos votando a favor. Esperamos que o
deputado Aldo Rebelo continue com
essa força, levando mensagens para os
Senadores, ajudando nessa batalha, relatando o que viu por essas andanças,
colocando suas teses e fazendo com que
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esse Código siga na direção daquilo que
esperamos que é aprová-lo até esse final
de ano para termos tranquilidade para
voltar a trabalhar sem ter preocupação.
Revista Canavieiros: Mudando de
assunto, esse ano, houve uma queda de
produção e produtividade da cana-deaçúcar. Isso gerou uma crise de abastecimento no setor?
Perina: Essa questão da quebra da
safra, já vínhamos anunciando há dois
anos, quando tivemos uma crise forte
de preço e o setor estava com excedente de etanol. Por várias vezes, fomos
até o governo federal para buscar recursos para as usinas poderem fazer
estoque e não deixar jogar produto
fora, como se jogou lá atrás. Sabemos
de uma história tão antiga da formiguinha que trabalha no verão para guardar
para o inverno, era isso que queríamos.
Na agricultura isso é muito simples: na
época de excedente o governo tem que
atuar forte para guardar produto para
hora da dificuldade.
Isso não aconteceu porque o governo federal entendeu que isso não seria
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interessante e deixou os preços ficarem
baratos e com isso os produtores tiveram problemas financeiros sérios, tanto
as usinas quanto os produtores rurais.
Eu posso falar em nome dos produtores, recebemos um preço muito baixo
pela cana, sem praticamente capacidade
de investimento nas lavouras. A consequência disso é que depois de 3 anos de
baixos investimentos, temos um baixo
índice de reforma de canavial e, nesse
momento, o canavial mais velho da história recente do Brasil. Essa questão é
um dos grandes motivos pelos quais a
produtividade cedeu.
Nesse período, também tivemos a crise econômica de 2008, onde realmente
os recursos ficaram baixos. O governo,
de uma maneira ou de outra, teve suas
dificuldades e o recurso para investimento e reforma de cana praticamente
não existiu. Além disso, no ano passado, tivemos uma seca bastante forte no
período que a cana mais desenvolve na
região Centro-Sul, que são os meses de
dezembro, janeiro e fevereiro. Depois,
tivemos o março mais chuvoso da história, quando choveu praticamente por
40 dias. Faltou insolação e ficou muita
água retida no solo, impedindo que a
cana tivesse o desenvolvimento normal.
A cana precisa de terra molhada, mas
também de muito sol, e praticamente,
o tempo ficou encoberto, provocando
uma paralisação no desenvolvimento da
planta ou um crescimento não tão vigoroso como poderia ser.
Iniciada a safra, depois das chuvas
de março que causaram um desequilíbrio muito forte na fisiologia da planta,
onde muito florescimento foi induzido
nos meses de janeiro e fevereiro por
causa das condições climáticas e um
excesso de florescimento muito grande, coisa que também não ocorria, e
isso promove uma paralisação de crescimento e tendência de diminuição de
produtividade.
Para completar essa situação, em julho tivemos uma geada de proporções
muito grandes em regiões que, tradicionalmente, não ocorre esse problema.
Na agricultura isso
é muito simples: na
época de excedente o
governo tem que atuar forte para guardar
produto para hora da
dificuldade.
Essa geada atingiu muitas canas que
iriam ser colhidas em final de safra,
também paralisando crescimento e impedindo melhorias de qualidade dessa
cana. Então, foi uma série grande de
eventos que aconteceram num ano agrícola. Não tem mágica para que se faça
ter produtividade boa com todas essas
intempéries ocorridas. Infelizmente,
nós que trabalhamos com agricultura,
sabemos que estamos sujeitos a isso. É
um ano difícil e pior, temos muitas áreas para serem reformadas e certamente
as duas próximas safras serão de difícil
recuperação de produção.
Revista Canavieiros: Então essa crise é mais de produto do que de preços?
Perina: Na minha opinião a crise
é geral porque não tem crise de preço que não tenha o produto envolvido. O mercado é sábio. Tem sobra de
mercadoria, infelizmente o preço cai.
Isso não seria problema se tivéssemos
a criação de um seguro renda, de um
financiamento muito grande para estoque, onde quando se tem produções
elevadas, mecanismos de regulação de
equilíbrio de mercado. Cai produção,
sobe preço, subiu produção, cai preço,
essa é a rotina normal.
No meu entendimento, cabe ao governo criar mecanismos para que essas
volatilidades diminuam. Quando o preço cai muito, tem que ter um dispositivo
de incentivo, quando preço sobe muito
tem que ter um mecanismo de estoque e
isso vai fazendo com que se tenha menor volatilidade.
Revista Canavieiros: Existe alguma possibilidade de recuperação de
produção para a safra 2012/13?
Perina: Olha, estamos no começo de outubro e não choveu na grande
área produtora de cana que é a região
Centro-Sul do país. Então, temos efetivamente um quadro de seca muito forte
e tivemos uma incidência de incêndios
acidentais, alguns deles criminosos, que
acabaram prejudicando canas que já
tinham certo desenvolvimento. Voltou
tudo a estaca zero. Sinceramente, pela
vivência que a gente tem, ouso a falar
que a safra pode ser igual a essa, mas
maior não vai ser. Ainda não fechamos
essa safra e eu acho que esse ano não
chegamos a 500 milhões de toneladas
na região Centro-Sul. RC
Revista Canavieiros - Outubro 2011
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Opinião
Elevar produção no campo é
prioridade para setor de bioenergia
José Carlos Grubisich*
O
setor de bioenergia brasileiro
se prepara para encerrar a safra
2011/12 com a previsão de moagem de cerca de 510 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região CentroSul, volume 8% inferior à safra passada,
segundo dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
de 2010, as condições climáticas adversas no começo deste ano, combinadas
com a ocorrência de duas fortes geadas
no início do último inverno, assim como
o florescimento excessivo de boa parte
dos canaviais, fizeram com que a queda
da produtividade da safra atual fosse a
maior dos últimos anos.
Esse resultado demonstra que a área
plantada hoje no país, em torno de 8
milhões de hectares, é insuficiente para
atender à crescente demanda por etanol, estimulada pela frota flex de 14 milhões de unidades. Esse desequilíbrio é
fruto da baixa produtividade agrícola,
que sofre com o envelhecimento dos
canaviais e com os impactos de variações climáticas desfavoráveis.
Além isso, parte dos produtores enfrenta dificuldades para investir na renovação das áreas de canavial por falta
de linhas de financiamento competitivas. O quadro atual evidencia a necessidade imediata de investimentos na
renovação e na expansão da área plantada, que precisa, no mínimo, atingir
14 milhões de hectares em 2020 para
abastecer o mercado brasileiro.
Apesar de o setor bioenergético ter
alcançado um novo patamar tecnológico, com modernas unidades agroindustriais espalhadas pelo país, as condições
climáticas ainda representam papel importante na produção da matéria-prima.
A estiagem ocorrida de abril a outubro
Torna-se indispensável priorizar
a produção de cana, ponto de partida
da cadeia de valor da bioenergia. Nos
próximos cinco anos, os produtores de
etanol deverão investir maciçamente
na renovação e na expansão de seus
canaviais, desenvolver novas tecnolo-
José Carlos Grubisich,
presidente da ETH Bioenergia
gias de plantio e introduzir novas variedades de cana, mais bem adaptadas
aos ambientes de produção das novas
fronteiras agrícolas, buscando alta produtividade.
Essa rápida retomada na produção de
biomassa é possível e o Brasil tem competência para realizá-la. A ETH Bioenergia, por exemplo, tem plantado mais
de 100 mil hectares de cana própria por
ano, número recorde na história do setor
de bioenergia. O maior desafio do setor
de bioenergia é garantir a quantidade e
a qualidade de matéria-prima necessária
para a produção do etanol e a cogeração
da energia elétrica com competitividade
e sustentabilidade.
A utilização de novas tecnologias,
somada à expansão da área plantada
com as melhores práticas agrícolas,
permitirá que a produção de energia
limpa e renovável seja protagonizada
pelo Brasil. RC
*é presidente da ETH Bioenergia
Artigo publicado originalmente no
jornal Folha de S. Paulo, edição de 21
de outubro de 2011.
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Ponto de Vista
Marco Conejero e Vanessa Nardy*
A safra 11/12 e o papel das políticas públicas
J
á é de conhecimento de todos que o
setor sucroenergético está passando
por mais um dos seus tradicionais
períodos de turbulência. A safra 2011/12
de cana-de-açúcar se aproxima de um
final precoce cercado por problemas climáticos, fitossanitários (pragas e doenças) e de perdas pela colheita mecanizada (compactação do solo). Veremos esse
final com uma expectativa preocupante:
pela primeira vez nos últimos 10 anos
teremos uma quebra de safra da ordem
de 10-15% conforme as estimativas das
principais consultorias do setor.
Na medida em que não se tem a oferta
que esperávamos para suprir uma demanda tão pujante, a história se repete. Com as
expectativas de crescimento do país e do
consumo de energia, o programa brasileiro de etanol que outrora foi amplamente
elogiado no âmbito internacional por sua
economia limpa, agora se sente ameaçado
pelos fantasmas de seu passado.
A crise do Proálcool, marcada pela insuficiência do biocombustível nos postos
durante o final da década de 1980, pode
voltar a assombrar o setor sucroenergético. Claro que de uma maneira diferente,
já que o consumidor agora pode escolher
qual combustível usar de acordo com a
relação de preços etanol/gasolina.
Na atual safra observamos uma grande
queda no consumo de etanol referente ao
expressivo aumento do seu preço. Nos últimos 12 meses o preço do etanol na bomba subiu em média 28% em todo o país,
e ainda pode ser culpado pelo não cumprimento da meta de inflação projetada
em 6,5% neste ano. Diante deste cenário,
cabe aqui uma análise retrospectiva dos
principais fatos ocorridos nas últimas 4
safras que levaram a atual crise de oferta.
A partir de 2006, as vendas de veículos
flex fuel passaram a representar mais da
metade dos novos veículos comercializados no Brasil, aumentando assim a demanda pelo etanol combustível nas bombas.
Com esse cenário promissor, o setor sucroenergético iniciou sua fase de expansão
com largos investimentos na ampliação da
capacidade de moagem e construção de
greenfields com muitos aportes de capital
e alavancagem financeira. Segundo dados
da Unica, entre 2005 e 2008, cerca de 110
usinas entraram em operação no CentroSul do país. A produção de cana-de-açúcar
cresceu quase 50%, a de açúcar 20% e o
etanol dobrou sua produção. É a tese da expansão alcooleira puxando o setor.
O cenário positivo foi fortemente
abalado pela crise financeira mundial
de 2008, responsável por dar uma “cara
nova” ao setor. Algumas empresas familiares endividadas passaram para as mãos
dos grandes grupos de controle estrangeiro, que concentraram e consolidaram
o setor nos últimos 2 anos, dando uma
nova roupagem à tradicional indústria.
A partir de então se iniciou um período
de reestruturação. As usinas focaram seus
esforços na recuperação financeira deixando de lado seus planos de expansão. Reflexo disso está na taxa de renovação dos
canaviais que caiu para menos de 15% da
área plantada com cana. Segundo a Unica,
apenas 8% dos canaviais foram renovados
nos últimos 2 anos. Estima-se que 40% da
produção na safra atual vêm de uma cana
de 5º corte ou mais velha, o que explica a
grande quebra de produtividade.
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
Em linha com a falta de investimentos,
temos o aumento dos custos de produção,
reflexo também do menor rendimento industrial da cana e do encarecimento dos
custos de mão-de-obra, insumos e transporte. E agora em tempos de desvalorização do real frente ao dólar, os insumos
importados, principalmente fertilizantes
e defensivos, devem ficar mais caros.
O reflexo de tudo isso foi um descompasso na produção de etanol, cuja
oferta não cresceu de acordo com a sua
demanda. Segundo os dados da ANFAVEA, as vendas de veículos flex fuel
cresceram a um ritmo anual de 22%
no período compreendido entre 2005 e
2010, enquanto a produção de etanol
apresentou uma taxa de crescimento
anual de 6,3% no mesmo intervalo de
tempo conforme os dados da Unica.
Agrega-se a isso o fato de o preço da
gasolina estar congelado desde 2005, independente da cotação do petróleo, servindo
como um teto (limite) à rentabilidade do
etanol. Os altos custos de produção e os
preços pouco remuneradores do etanol não
estimulam ninguém a perder dinheiro!
Por mais que o açúcar sirva como uma
alternativa de remuneração, é algo cíclico
e temporário. A quebra da safra de cana
11
na Índia, até então o segundo maior exportador de açúcar, fez com que o açúcar
brasileiro fosse remunerado com preços
recordes nas últimas safras. No entanto,
essa situação já deve mudar com a volta
da Índia na safra 12/13 ao comércio internacional de açúcar.
Em resumo, a safra 2011/12 será marcada pela reversão da imagem de expansão do setor: grande quebra de safra,
falta de investimentos na renovação de
canaviais, altos custos de produção, e
déficit na produção do etanol. E o cerne
do problema está nas políticas públicas.
Ao invés de incentivar o carro elétrico,
não vamos deixar o carro flex fuel morrer. Vamos liberar o preço da gasolina e
o acesso ao crédito de renovação dos canaviais, que o setor poderá dar a resposta
que o governo tanto espera. RC
*Marco Conejero é economista, doutor
em administração pela FEA/USP e gerente
do Centro de Inteligência em Agronegócios
da PwC Brasil. Vanessa Nardy é economista
e analista sênior do Centro de Inteligência
em Agronegócios da PwC Brasil.
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Notícias Copercana
Copercana e FMC promovem o I Conexão Cana
O evento reuniu produtores rurais para apresentar novidades tecnológicas em
relação à aplicação de herbicidas e defensivos agrícolas
Carla Rossini
A
Copercana e a FMC - uma das
empresas líderes no fornecimento de inseticidas, herbicidas e
fungicidas no Brasil – promoveram no
dia 23 de setembro, em Sertãozinho, o
I Conexão Cana, uma reunião que contou com a presença de aproximadamente
150 cooperados e técnicos do Sistema
Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
O evento discutiu as novas tecnologias
para aplicação de defensivos agrícolas,
controle de plantas daninhas e o aumento
da praga “cigarrinhas das raízes”.
O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, fez a abertura da reunião e
destacou a importância da parceria entre a cooperativa e a FMC, para levar
conhecimento aos produtores rurais. “A
cooperativa visa que o seu cooperado tenha os melhores resultados possíveis em
suas lavouras e, para isso, difundi tecnologias. Através de empresas parceiras
como a FMC, conseguimos orientar os
produtores rurais sobre o que há de melhor na agricultura”, disse Bighetti.
A reunião contou com a presença de aproximadamente 150 cooperados e técnicos do Sistema
colas em geral, porque as mudanças que
ocorreram, principalmente em segurança
de aplicação, são uma preocupação que
a cooperativa tem em repassar aos seus
cooperados, para que eles tenham mais
cuidados nas necessidades de aplicação
e tenham lucratividade maior na sua atividade”, disse Dalmaso.
O gerente de comercialização de
agroquímicos da Copercana, Frederico
José Dalmaso, falou sobre o objetivo do
evento. “A Copercana, juntamente com a
FMC, pretende levar ao agricultor as novidades tecnológicas em relação à aplicação de herbicidas e os defensivos agrí-
A primeira palestra da reunião foi ministrada pelo agrônomo, Weber Geraldo
Valério da empresa Agro Analítica e teve
como tema o “Manejo correto dos herbicidas e as tecnologias de aplicação”.
Segundo o palestrante, atualmente, com
as mudanças ocorridas na agricultura,
o produtor tem que estar atento ao uso
correto dos produtos que adquiri. “A
Pedro Esrael Bighetti,
d iretor da Copercana
Weber Geraldo Valério
da empresa Agro Analítica
Frederico José Dalmaso,
gerente de comercialização da Copercana
Maria Carolina Azevedo,
engenheira agrônoma da FMC
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colheita mecânica, o manejo da palha, a
diversificação da flora e algumas plantas daninhas que não eram importantes,
hoje são muito importantes e são problemáticas, por isso, é preciso adaptação
de novas tecnologias para atender essas
mudanças”, disse Valério e completou:
“se um produto não for aplicado corretamente, as perdas, em algumas situações,
podem chegar a 40% do produto”.
A engenheira agrônoma da FMC, Maria Carolina Azevedo, palestrou sobre o
aumento da cigarrinha das raízes, uma
praga que aumentou nos canaviais brasileiros, principalmente com a colheita
mecanizada e sem queima. “A cigarrinha
se tornou uma praga muito importante em
cana e hoje pode representar até 80% de
queda de produtividade”, disse a agrônoma, que finalizou sua palestra falando
sobre os manejos de combate à praga. “O
manejo biológico ainda é o ideal, mas só
conseguimos trabalhar com o manejo biológico quando a infestação é baixa, agora,
em um ano seco como este, temos que utilizar produtos químicos para poder ter um
residual maior”, disse Maria Carolina.
Frederico Dalmaso, José França, Giovanni de Oliveira,
Weber Geraldo Valério, Maria Carolina Azevedo e Marcos Lopes
Os cooperados aprovaram a reunião.
“Temos que considerar todas as informações que nos foram transmitidas para
não perder produtividade. A cigarrinha
está aí, veio para ficar e nós temos que
acreditar e investir em produtos”, disse o
cooperado Marcelo Baccega.
“Se temos os tratos culturais bem
conduzidos e bem orientados, conseguimos uma boa eficiência. Não basta ter tecnologia e não saber usar”,
afirmou o cooperado Domingos de
Moraes. RC
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14
Notícias Copercana
V Reunião Técnica de Amendoim
Copercana
O encontro foi promovido com o apoio da Basf e reuniu os produtores
do Projeto Amendoim da cooperativa
Carla Rossini
P
ara discutir as novas técnicas para
o controle de pragas e doenças do
amendoim e apresentar as perspectivas para a nova safra do grão, a Copercana – através da Uname (Unidade de
Grãos), promoveu no dia 29 de setembro, a V Reunião Técnica de Amendoim.
O evento, que contou com o apoio da
Basf – uma das empresas que mais investem em pesquisas com essa cultura reuniu os produtores que fazem parte do
projeto da Copercana Amendoim e que
tem a consultoria do professor da Unesp
– Universidade Estadual Paulista, Modesto Barreto.
Cooperados e colaboradores da Copercana participaram das palestras
portância dos cooperados participarem
de projetos propostos pela cooperativa.
“O papel da cooperativa é dar toda a assistência para que o cooperado produza
com qualidade e o papel do cooperado
é participar ativamente dos projetos da
cooperativa. Quando o produtor trabalha direitinho, seguindo as orientações da cooperativa, tem retorno muito
bom”, disse Tonielo.
“O percevejo preto ataca o amendoim,
perfurando e manchando o grão, causando
danos diretos na vagem. Isso prejudica a
comercialização da leguminosa. Ainda não
temos um controle eficaz, ou seja, nenhuma
molécula registrada para o controle do percevejo preto, por isso, a praga vem tirando
o sono de muitos produtores que ficam de
mãos atadas”, disse o palestrante Efrain de
Santana Souza, da Unesp de Botucatu.
A abertura da reunião foi realizada
pelo presidente da Copercana, Antonio
Eduardo Tonielo, que falou sobre a im-
Durante o evento, foram ministradas palestras sobre o percevejo preto
(uma praga que tem crescido nas lavouras de amendoim), controle fitossanitário e a tecnologia de aplicação
de produtos na cultura.
Segundo o professor Marcelo da
Costa Ferreira, da Fcavj/Unesp, o produtor de amendoim vive atualmente
uma expansão da cultura e para não
perder renda, é preciso administrar o
controle fitossanitário. “Uma vez iden-
Antonio Eduardo Tonielo,
presidente da Copercana
Augusto César Strini Paixão,
gerente da Uname - Copercana
Efrain de Santana Souza,
professor da Unesp de Botucatu
“A Copercana há mais de 7 anos começou um trabalho de suporte aos produtores de amendoim da região, que engloba apoio financeiro e técnico. Formamos
um grupo de produtores para suprir uma
necessidade de produção 1,5 milhão de
sacas do grão e, para isso, damos toda a
assistência que esses produtores necessitam. Isso fortaleceu os cooperados que
participam do projeto e eles fornecem
amendoim para a cooperativa de boa
qualidade”, explicou o gerente da Uname, Augusto César Strini Paixão.
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
15
Marco Aurélio Chinelato,
representante da Basf
Marcelo da Costa Ferreira,
professor da Fcavj/Unesp,
Antonio Marani Angelo,
cooperado da cidade de Tupã
“A tecnologia na agricultura é sempre necessária. No Brasil, precisamos
se aprimorar para aumentar a qualidade.
Essas reuniões são de suma importância
para o produtor busque essa qualidade
junto à cooperativa”, disse o cooperado
Antonio Marani Angelo. RC
tificada a necessidade de fazer controle
fitossanitário, o produtor deve selecionar um produto que seja adequado para
o problema na sua lavoura, e saber aplicar essa tecnologia corretamente. Não
existe apenas um modelo para todos os
casos, então é necessário selecionar o
modelo adequado para cada alvo. Por
isso é importante o apoio técnico da cooperativa”, afirmou Ferreira.
No encontro, profissionais da Basf
falaram sobre os produtos da empresa
direcionados a cultura de amendoim, inclusive apresentando uma amostragem
realizada com um agricultor do projeto
Copercana Amendoim. “A Basf é uma
empresa mundial de pesquisa que busca
inovação em soluções de produtos que
melhorem o controle de doenças e insetos, e também, aumente a produtividade
dos agricultores, disse Marco Aurélio
Chinelato, representante da Basf.
Para os cooperados, as informações
repassadas no evento, são muito importantes. “Essas reuniões são muito importantes porque o agricultor vai se conscientizando, aperfeiçoando mais a sua
cultura e se especializando melhor, com
isso a rentabilidade melhora”, disse o cooperado José Roberto Trevisan.
José Roberto Trevisan,
cooperado da cidade de Jaboticabal
Revista Canavieiros - Outubro 2011
16
Notícias Canaoeste
“Brasil Verde que Alimenta” é lançado
no Senado Federal
3º Seminário da Frente Parlamentar do Cooperativismo
“Desafios e Perspectivas para o Ramo Agropecuário”
Carla Rossini
R
epresentantes do cooperativismo
agropecuário brasileiro - inclusive
o presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan, que estava acompanhado do diretor, Francisco César Urenha e do advogado, Clóvis Aparecido Vanzella - estiveram
reunidos no Senado Federal para participarem do 3º Seminário da Frente Parlamentar
do Cooperativismo, que teve como temas
os “Desafios e Perspectivas para o Ramo
Agropecuário”. O evento foi realizado no
dia 28 de setembro e contou com a participação de parlamentares e representantes
do governo. A proposta do Código Florestal fez parte da programação do evento que
foi organizado pela OCB - Organização
das Cooperativas Brasileiras e Frencoop
(Frente Parlamentar do Cooperativismo).
Um dos pontos principais do evento foi o
lançamento do Conselho de Produtores Rurais “Brasil verde que alimenta”, ocasião em
que o presidente da Orplana (Organização
dos Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil), Ismael Perina Júnior fez um
discurso explicando o que é o Conselho e
quais são os objetivos. “Queremos a aprovação do novo Código Florestal o mais rápido
possível. Estamos nessa expectativa de que
as coisas caminhem rápido no Senado e que
a votação não passe desse ano”, disse Perina.
Ismael Perina Jr, presidente da Orplana
Clóvis Vanzella, Rodrigo Zardo, Francisco Urenha,
Luis Antônio Francisco de Souza e Manoel Ortolan
O presidente da OCB, Márcio Lopes
de Freitas, disse que o objetivo do Seminário era “tratar de bandeiras importantes para as cooperativas agropecuárias, e
uma delas é, com certeza, a definição de
um Código Florestal realmente conectado à nossa realidade. É preciso tirar do
campo, dos produtores rurais, a sensação
de insegurança instaurada justamente
pela falta de uma legislação coerente,
que atenda, simultaneamente, à preservação dos recursos naturais e à continuidade da produção”, disse Freitas.
Participaram do Seminário o senador
Waldemir Moka (presidente da Frencoop), o senador Luiz Henrique (Relator
da proposta do Novo Código Florestal
nas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Agricultura e Reforma Agrária
(CRA) e Ciência e Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática do (CCT) do
Senado Federal) e o senador Jorge Viana (Relator da proposta do Novo Código
Florestal na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização
e Controle (CMA) do Senado Federal).
Estiveram presentes os ministros Ideli
Salvatti (Relações Institucionais), Mendes Ribeiro (Agricultura, Pecuária e
Abastecimento) e o ex ministro, Roberto
Rodrigues. Também participaram deputados federais e estaduais, dentre outras
autoridades políticas.
Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste), Mendes Ribeiro (Ministro da Agricultura),
Luis Antônio Francisco de Souza (associado da Canaoeste), Clóvis Vanzella (advogado da
Canaoeste) e Francisco Urenha (diretor da Canaoeste)
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
17
Entrevista:
Senador Waldemir Moka
de legislação para melhorar os gargalos
desse setor. As cooperativas têm avançado muito, mas ainda enfrentam muitas
dificuldades. Então com esse encontro,
pretendemos aproximar as cooperativas
dos parlamentares.
Revista Canavieiros: Qual o objetivo
do 3º Seminário da Frente Parlamentar
do Cooperativismo?
Senador Waldemir Moka: Na verdade é um esforço da Frente Parlamentar junto com a OCB para reunir um dos
ramos do setor cooperativista, no caso,
o setor agropecuário. Durante o Seminário, as cooperativas vão colocar quais os
principais gargalos, dificuldades e desafios, e dentre essas dificuldades aquilo
que depende de legislação aqui no Congresso. Parlamentares, deputados federais e senadores, estarão reunidos para
discutir o que pode ser feito em termos
Revista Canavieiros: E sobre o Código
Florestal? Qual a previsão de votação?
Moka: O texto veio da Câmara para
o Senado, votamos na Comissão Especial de Justiça, e a vitória foi a tese de
que a legislação do Congresso tem que
ser uma legislação geral, ou seja, deixar
para que os Estados possam fazer uma
legislação concorrente ou suplementar.
Penso que isso foi fundamental. Agora
são mais três comissões a que tramita o
Código, não em comissão especial, mas
nas comissões permanentes de Ciência
e Tecnologia, Meio Ambiente e Agricultura. Esperamos que para o final
do mês de outubro, tenhamos um texto
capaz de ser votado, simultaneamente,
nessas Comissões.
Revista Canavieiros: Hoje vai ser
lançado o Conselho de Produtores Rurais “Brasil verde que alimenta”, que
representa 40 mil pequenos produtores
agropecuários. Qual é a importância
deste tipo de movimento de apoio a vo-
tação do Código Florestal no Senado?
Moka: Na verdade, a votação do Código Florestal, é a necessidade do produtor de ter uma lei de segurança jurídica
para produzir, porque hoje, se analisarmos o Código Florestal que está em vigor, temos uma quantidade muito grande
de produtores na ilegalidade. A expectativa é de que se possa produzir primeiro
uma lei duradoura, consistente e que tenha realmente uma característica que é a
segurança jurídica, a partir daí o produtor
terá nessa lei o que pode ou não fazer. É
disso que estamos falando. E a iniciativa
desse lançamento de pequenos agricultores é exatamente para mostrar que ao
contrário do que se diz, a legislação prejudica muito mais o pequeno produtor
do que o médio ou o grande produtor. O
grande tem recurso para recuperar eventualmente mata ciliar ou uma pastagem
degradada. A dificuldade está mesmo
com o pequeno produtor, primeiro porque a propriedade é pequena e tem que
descontar a reserva legal, se tiver um rio
ou riacho que passa na propriedade, esse
pequeno produtor tem que deixar preservação permanente e isto vai dificultando
a produção. São essas questões que pretendemos resolver e será resolvido quando pudermos votar o Código Florestal e,
então, teremos um marco legal. RC
Revista Canavieiros - Outubro 2011
18
Notícias Canaoeste
Seminário discute as mudanças
propostas para o Código Florestal
Evento reuniu autoridades e convidados em São Paulo
Carla Rodrigues
“
O novo Código Florestal deve assegurar um equilíbrio entre proteção
das florestas e a produção de alimentos
para a sobrevivência do homem”. Essas
foram as palavras do coordenador do
Conselho de Produtores Rurais – “Brasil Verde que Alimenta”, Antônio de
Azevedo Sodré, durante sua palestra no
Seminário Reforma do Código Florestal
– buscando uma Solução de Consenso,
realizado na Universidade Presbiteriana
Mackenzie, no dia 7 de outubro.
Em sua apresentação, Sodré destacou
a importância de se discutir os pontos
desse assunto que ainda se divergem,
como leito de rios e reservas artificiais.
“Pelo menos um consenso há entre ambientalistas e produtores rurais, o atual
Código Florestal precisa ser mudado, já
que hoje 92% das propriedades rurais estão ilegais”.
Estiveram presentes no Seminário,
autoridades como o senador Luiz Henrique da Silveira, relator do Código Florestal no Senado, o desembargador José
Renato Nalini, o engenheiro e assessor
econômico da Sociedade Rural Brasileira, André Nassar, o presidente da Orplana (Associação de Plantadores de Cana
da Região Centro-Sul do Brasil), Ismael
Deputado Aldo Rebelo, Antonio de Azevedo Sodré e André Nassar
Perina Júnior e os deputados Antônio
Carlos Mendes Thame e Aldo Rebelo,
entre outros. Representando a Canaoeste, participaram do evento o advogado da
associação, Hussein Haikal e o agrônomo, Rodrigo Zardo.
Durante sua palestra, o senador Luiz
Henrique disse acreditar que o Código
Florestal é a mais importante lei para o
futuro do país, tornando-se peça fundamental para alcançar as metas previstas.
“Ouvimos produtores, cooperativas, organizações e instituições que são afetadas por essa situação e agora posso dizer
que já temos um conjunto de informações que nos permite fazer uma lei que
beneficie tanto a preservação quanto a
produção. Vamos trabalhar para que até
Hussein Haikal, advogado da Canaoeste, Senador Luiz Henrique, relator do Código Florestal
no Senado e Rodrigo Zardo, agrônomo da Canaoeste
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
meados de novembro possamos construir
um projeto de consenso para ser votado
no plenário e ainda esse ano ser votado
no congresso”, explicou o senador.
Assim como o senador Luiz Henrique, o deputado Aldo Rebelo também
disse acreditar que o Código Florestal
está ligado ao futuro do país e principalmente com as expectativas da sociedade. Questionado sobre uma possível
Reforma Agrária, o deputado diz ser a
favor, mas esclarece que esta lei não é
para discutir a reforma agrária e sim a reserva legal e APP’s (Áreas de Preservação Permanente) em pequenas, médias e
grandes propriedades. “O que as pessoas
precisam ver é que tanto os ambientalistas quanto os produtores querem atingir
o mesmo objetivo, que é produzir com
sustentabilidade, mas para isso é preciso
que deixem os produtores trabalharem”,
disse Rebelo.
De acordo com o deputado, o Brasil
possui 1,7 milhão de pessoas vivendo na
ilegalidade, a maioria com suas propriedades embargadas, sem nem ao menos
poder receber crédito da agricultura familiar. “Isso é um crime com os nossos
produtores que só querem produzir para
poder sobreviver e há ainda quem proponha que eles sejam totalmente, além de
multados, enxotados de sua propriedade.
Eu defendo que haja uma solução que
favoreça a permanência deles na terra”,
esclareceu o deputado. RC
19
Consecana
A
Consecana - Circular Nº 07/11
Data: 30 de setembro de 2011
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o
mês de SETEMBRO de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra 2011/2012, é
de R$ 0,4951.
O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a setembro de 2011 e acumulados até SETEMBRO,
são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo
(ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado
externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a setembro de 2011 e acumulados
até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:
Revista Canavieiros - Outubro 2011
Setor Sucroenergético se prepara
para reforçar a próxima safra
20
“O produtor está
cuidando bem da
soqueira com adubação e eliminando
o mato para melhorar a produção já na
próxima safra.”
Um conjunto de fatores climáticos e econômicos desequilibraram a produção desta safra;
o setor quer estar preparado para enfrentar os desafios da safra 2012/2013
Carla Rossini
A
safra canavieira 2011/2012
vai ficar marcada na história
do setor sucroenergético. Isso
porque, segundo lideranças no assunto, uma sequência de fatores prejudiciais aconteceram ao mesmo tempo e
desequilibraram a produção de cana,
açúcar e etanol. “Tivemos problemas
climáticos que afetaram a produção
em duas safras seguidas. Somado a
isso, estávamos vindo de um recesso econômico que ocasionou a falta
de investimento nos tratos culturais.
A conseqüência foi menos cana, com
baixa produtividade e qualidade ruim
para a safra 2011/2012”, disse Manoel
Ortolan, presidente da Canaoeste.
Segundo dados levantados pelo CTC
- Centro de Tecnologia Canavieira, a
produtividade agrícola do canavial colhido em setembro deste ano, no Centro-Sul, chegou a 63,6 toneladas por
hectare, queda superior a 10% em relação ao mesmo mês de 2010. No acumulado do início da safra até o começo
de outubro, a redução na produtividade
agrícola atingiu 18% comparada com o
mesmo período na safra anterior.
Os fatores climáticos, como também, o baixo investimento em renovações em anos anteriores, provocaram
um desequilíbrio na idade média dos
canaviais. “Os canaviais estão envelhecidos e isso fez com que o potencial produtivo diminuísse. No final
da safra teremos menos toneladas de
cana por hectare”, explicou Ismael
Perina Júnior, presidente da Orplana –
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
Organização dos Plantadores de Cana
da Região Centro-Sul do Brasil.
Segundo dados da Unica – União
da Agroindústria da Cana-de-açúcar,
o volume de cana processado pelas
unidades produtoras da região CentroSul do país até 1º de outubro totalizou
411,99 milhões de toneladas. O número representa queda de 7,39% em
relação ao total observado em igual
período da safra passada.
Uma outra preocupação é com a
qualidade da matéria-prima. A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis
(ATR), acumulado desde o início da
safra até 1º de outubro, em média, totalizou 136,46 kg por tonelada, contra
141,41 kg registrados no ano passado.
21
O produtor de cana não quer que o
cenário se repita na safra 2012/2013
e para isso tem investido na renovação dos canaviais. “O produtor
está cuidando bem da soqueira com
adubação e eliminando o mato para
melhorar a produção já na próxima
safra. Também temos produtores
plantando cana de ano em outubro
para aproveitar a oportunidade que
o mercado está oferecendo de absorver toda a produção”, disse Ortolan.
Segundo ele, “a elevação no custo de
produção de cana desta safra, somado ao conjunto de fatores negativos,
não está compensando o bom preço
pago pela matéria-prima neste momento”.
O produtor Roberto Rossetti está
fazendo a reforma de 20% do total dos
canaviais da sua propriedade. “Como
o preço da cana está melhor, a área
que estou renovando este ano é maior
do que a do ano passado. É um incentivo para os produtores de cana para a
próxima safra”, disse Rosseti.
No ano passado, os produtores colheram, em média, 89 toneladas de
cana por hectare, já nesta safra devem
colher em torno de 72 toneladas por
hectare. A produção final desta safra
está estimada em 480 milhões de toneladas de cana, na região Centro-Sul,
principal produtora.
Produção
Do volume total de matéria-prima processado desde o início da safra até o início de outubro, 51,51% destinou-se à produção de etanol e os 48,49% restantes à
produção de açúcar. Com isso, a produção
de açúcar totalizou 25,98 milhões de toneladas até o dia 1º de outubro, queda de
4,19% em relação ao volume processado
no mesmo período da safra 2010/2011. Já
a produção acumulada de etanol alcançou
16,99 bilhões de litros desde o início da
safra, sendo 6,56 bilhões de etanol anidro
e 10,43 bilhões de hidratado.
De acordo com o diretor técnico da
Unica, Antonio de Padua Rodrigues,
“apesar da redução da mistura do etanol anidro na gasolina, de 25% para
20%, até o momento as empresas estão
mantendo o ritmo de produção do produto”. Essa manutenção é importante
para que se evite qualquer problema de
disponibilidade de anidro na entressafra, afirma Rodrigues. RC
Revista Canavieiros - Outubro 2011
22
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal
COOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - SETEMBRO/2011
Valores em Reais
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
23
Revista Canavieiros - Outubro 2011
24
Novas Tecnologias
Projeto traz soluções inovadoras para
máquinas agrícolas
Em parceria com o CTC, New Holland apresentou o projeto pioneiro em biomassa
Carla Rodrigues
N
o dia 19 de outubro, a multinacional New Holland, fabricante de equipamentos agrícolas,
promoveu uma coletiva para divulgar
seu projeto pioneiro em biomassa desenvolvido em parceria com o CTC (Centro
de Tecnologia Canavieira). O evento foi
realizado na cidade de Ribeirão Preto.O
CTC liderou as pesquisas deste projeto
e a New Holland ofereceu conhecimento
na parte agrícola, resultando numa enfardadora que compacta fardos de até 450
kg e roda até 10 horas por dia.
A máquina, da série BB9000, está
sendo desenvolvida desde maio de 2010
e apresenta resultados favoráveis à geração de biomassa, que vem de encontro
com as novas leis ambientais. O equipamento foi criado para o enfardamento
de feno, mas devido à proibição da queima, o acúmulo de palha nos canaviais é
muito grande, por isso a preocupação em
desenvolver algo para retirar (enfardar)
estes resíduos.
Carlos D’arci (diretor de marketing), João Rebequi (gerente de marketing),
Luiz Feijó (diretor comercial), Marcelo de Almeida Pierossi (pesquisador CTC) e
Samir Fagundes (responsável pelos projetos de Biomassa da New Holland)
O objetivo principal desta parceria,
juntamente com os outros fornecedores,
foi unir toda a cadeia do processo – enfardamento, transporte e indústria – em
uma Unica solução. “Uma das premissas do CTC era encontrar um parceiro
que realmente quisesse participar de
toda a solução e não enfocar apenas no
produto de enfardamento. Nós somos
fornecedores de máquinas agrícolas,
mas queremos resolver isso, já que o
transporte está muito ligado a qualidade
do fardo, ligado a máquina em si, por
isso queremos demandar junto à solução a parte de transporte e industrial”,
explicou Samir Fagundes, responsável
pelos projetos de biomassa desenvolvidos pela New Holland.
Processo de aleiramento, que reúne a palha em linhas (leiras).
Segundo o diretor comercial da empresa, Luiz Feijó, o movimento de enfardar pode ser a atividade mais simples
de todo o processo, o problema está em
como descompactar e levá-lo até a usi-
Enfardadeira New Holland BB9000 acoplada ao trator passa recolhendo o material e fazendo os fardos
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
25
mos a cada ano crescer nesta área, já
que estamos caminhando para um cenário de colheita 100% mecanizada e
o aproveitamento da biomassa na geração de energia é importantíssimo”,
explicou Feijó.
Além disso, com o tempo essa palha pode se tornar um problema para
o solo, por exemplo, uma cana de seis
cortes acumula 14 toneladas de palha
ao ano, impossibilitando o manejo sustentável da agricultura.
Por último, a carreta recolhedora de fardos encaminha o material
para o ponto de carregamento, de onde seguem para a usina.
na, uma vez que se não transportado da
maneira correta, pode trazer alguns prejuízos em sua qualidade. “A nossa ideia
junto com o CTC é desenvolver todo o
processo. Para vender a máquina, poderíamos fazer isso agora, ela já existe,
o problema é a parte de adequação que
está sendo desenvolvida nesse momento”, disse o diretor.
Com a mecanização da cana-deaçúcar, o risco de queima, incêndios,
pragas e doenças aumentam, e por isso
é fundamental que se reduza essa palha nos canaviais, e é muito importante
dar a ela o destino correto, como por
exemplo, a geração de energia limpa.
“Hoje a empresa tem a preocupação
com a energia sustentável e pretende-
De acordo com Fagundes, a bioeletricidade - gerada após o processo de
cogeração – tem uma série de vantagens: é um recurso renovável, que polui
menos, tem risco e prazo de execução
menor, maior facilidade em estimar a
energia a ser gerada, e diversifica mais
ainda a matriz energética nacional. “O
bagaço da cana há 10 anos era um problema, daqui alguns anos essa palha vai
faltar, pois o subproduto ficou mais interessante que o produto, no caso com
a geração de energia”, completou. RC
Revista Canavieiros - Outubro 2011
26
Informações Setoriais
CHUVAS DE setembro
e Prognósticos Climáticos
No quadro a seguir, são apresentadas as (poucas) chuvas do mês de SETEMBRO
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Técnico Agronômico da Canaoeste
A média das observações de chuvas durante o mês de SETEMBRO
(9mm), “ficou” muito aquém da média das normalidades climáticas de
todos os locais informados (60mm),
principalmente por se tratar do mês
fundamental para a retomada de desenvolvimento dos canaviais.
N
o Mapa 1 abaixo, mostra que o
índice de Água Disponível no
Solo, no período de 15 a 17 de
setembro, ainda se encontrava crítico em
praticamente toda área sucroenergética do
Estado de São Paulo, com interessante exceção de Batatais e sua circunvizinhança.
Observando-se os Mapas 2 e 3, referentes aos finais dos meses de setembro
de 2010 e de 2011, nota-se grande contraste dos índices de Disponibilidades
de Água no Solo em toda área sucroenergética do Estado. Uma vez que, nos
últimos três a quatro dias de setembro de
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 15 a 17 de setembro de 2011.
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
2010, choveu quase o dobro das médias
históricas do mês inteiro; enquanto que,
durante todo setembro deste ano, choveu
6 (seis) vezes menos e ainda, em Barretos e Sertãozinho (Uname, Santa Elisa e
São Francisco) as chuvas foram praticamente zero.
Mapa 2:- Água Disponível no So
27
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a Canaoeste resume o
prognóstico climático de consenso entre
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais para os meses de outubro a dezembro, conforme mostrado no Mapa 4.
• Quanto às temperaturas médias e chuvas, durante os meses de outubro a dezembro, poderão ser próximas das respectivas
médias históricas em toda Região Centro
Sul, exceto para o Estado do Rio Grande
do Sul, onde haverá tendência de “ficarem”
pouco abaixo das normais climáticas;
• Como referência de normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e
municípios vizinhos, pelo Centro AptaIAC, são de 125mm em outubro, 170mm
em novembro e 270mm em dezembro.
A SOMAR Meteorologia também
prevê que, para a região de abrangência
da Canaoeste as chuvas poderão “ficar”
próximas às respectivas médias climáticas e que, embora com muita antecedência, semelhante condição climatológica
poderá ocorrer na média (ou soma) dos
meses de janeiro a março de 2012.
Face às previsões climáticas para estes
meses finais de moagem - outubro e no-
olo ao final de setembro de 2010.
vembro, a Canaoeste recomenda aos produtores
de cana que busquem,
ainda mais, o máximo
de cuidados e qualidade
nas operações de colheita, aproveitando ao
máximo os dias e tempos disponíveis; bem
como, efetuarem os necessários e aprimorados
tratos culturais e até (serem mais generosos na)
utilização de insumos adubações e atenções –
muitas atenções mesmo
- em monitoramentos
de, ervas daninhas, pragas e doenças, visando
às crescentes demandas
por matéria prima nas
próximas safras.
Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do
Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o
trimestre outubro a dezembro
Entretanto, canaviais depauperados
por pisoteios, falhas, pragas, doenças,
ervas daninhas irão exigir renovações,
visando melhor produtividade em atenção às safras futuras.
Mas, atenção! Qualidade das mudas
é fundamental para assegurar produtividade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefício é muito favorável
quando se empregam mudas sadias.
Estes prognósticos serão revistos a
cada edição da Revista Canavieiros e fatos ou prognósticos climáticos relevantes
serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br .
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade, ao final de setembro de 2011.
Revista Canavieiros - Outubro 2011
28
Artigo Técnico
Acompanhamento da safra 2011/2012
A
safra 2011/2012, iniciada em março de 2011, encontra-se na 1ª quinzena do
mês de outubro e, neste trabalho, são apresentados os dados obtidos até a 2ª
quinzena de setembro, em comparação com os obtidos na safra 2010/2011.
Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra
até a 2ª quinzena de setembro, em comparação com o obtido na safra 2010/2011, sendo que o ATR da safra 2011/2012 está 5,91 Kg abaixo do obtido na safra 2010/2011
no mesmo período.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
Fornecedores de Cana da Canaoeste das safras 2010/2011 e 2011/2012
As tabelas 2 e 3 contém detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas
safras 2010/2011 e 2011/2012.
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste,
até a 2ª quinzena de setembro, da safra 2010/2011.
Thiago de Andrade Silva
Assistente de Controle Agrícola da CANAOESTE
to da Pureza do caldo na safra 2011/2012
em comparação com a safra 2010/2011.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste,
até a 2ª quinzena de setembro, da safra 2011/2012.
A Pureza do caldo da safra 2011/2012
ficou muito abaixo da obtida na safra
2010/2011, do início da safra até a 2ª
quinzena de abril, com maior acentuação na 2ª quinzena de março, ficando
próximo do mês de maio em diante, se
igualando, praticamente, a partir da 2ª
quinzena de junho.
O Gráfico 4 contém o comportamento da FIBRA da cana na safra
2011/2012 em comparação com a safra
2010/2011.
De modo geral, a FIBRA da cana na
safra 2011/2012 ficou abaixo da obtida
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2
O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra
2011/2012 em comparação com a safra
2010/2011.
O BRIX do caldo da safra 2011/2012
ficou abaixo em todas as quinzenas, em
relação à safra 2010/2011, sendo de
forma mais acentuada na 2ª quinzena
de março.
O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2011/2012
em comparação com a safra 2010/2011.
Pode-se observar que a POL do caldo
apresentou o mesmo comportamento do
BRIX do Caldo, apresentando um teor
inferior ao da safra 2010/2011.
O Gráfico 3 contem o comportamen-
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
29
na safra 2010/2011, com exceção das
duas quinzenas de abril e de agosto,
ficando bem abaixo na 2ª quinzena de
março e de forma menos acentuada na
2ª quinzena de maio.
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011
O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2011/2012
em comparação com a safra 2010/2011.
A POL da cana obtida na safra
2011/2012 está muito abaixo daquela
obtida na safra 2010/2011 em todas
as quinzenas, sendo a diferença mais
acentuada na 2ª quinzena de março.
Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011
O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2011/2012 em
comparação com a safra 2010/2011.
Pode-se observar que o ATR apresentou um comportamento semelhante
ao da POL da Cana.
O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2011/2012 em
comparação com a safra 2010/2011.
A precipitação pluviométrica média
ficou acima dos valores observados em
2010, nos meses de fevereiro, abril, junho
e agosto de 2011. O mês de março ficou
muito acima, comparativamente com o de
2010. Porém nos meses de janeiro, maio,
julho e setembro a precipitação pluviométrica desta safra ficou abaixo daquela
observada em 2010, de forma mais acentuada no mês de setembro que ficou bem
abaixo da observada em 2010.
O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por Trimestre na Safra
2011/2012
em
2011/2012 e 2010/2011
comparação com a
Safra 2010/2011.
Gráfico 4 – Comparativo das Médias de FIBRA da cana
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011
Em 2011, observa-se um volume de chuva
muito acima no
1ª Trimestre e um
pouco maior no
2º Trimestre, se
comparado
aos
volumes médios
de 2010. O 3º TriRevista Canavieiros - Outubro 2011
30
mestre, praticamente se igualou ao volume médio observado em 2010.
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2011/2012 e 2010/2011
Houve uma pequena recuperação
do teor médio de ATR no mês de setembro em relação ao mês de agosto,
ocorrendo assim uma redução na diferença entre o teor médio de ATR da Safra 2011/2012 e o da Safra 2010/2011,
porém a qualidade da matéria-prima
(kg de ATR/t) continua bem abaixo daquela observada no mesmo período na
Safra 2010/2011. RC
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva)
registrada em 2010 e 2011
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por
Trimestre, em 2010 e 2011.
31
Revista Canavieiros - Outubro 2011
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Assuntos Legais
Georreferenciamento
Prorrogação do prazo anunciada
C
om a publicação da Lei nº
10.267/2001 (Lei do Georreferenciamento) e seus regulamentos, representados pelo Decreto nº
5.570/2005 e pelo Decreto nº 4.449/2002,
criou-se o Cadastro Nacional de Imóveis
Rurais (CNIR), sendo gerenciado conjuntamente pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e pela Secretaria da Receita Federal,
proporcionando um intercâmbio de informações com os Cartórios de Registro
de Imóveis, além de fornecer dados para
as mais diversas instituições públicas
(federais, estaduais, municipais) e entidades ligadas ao meio ambiente rural
nacional, a partir da descrição e identificação das propriedades rurais que
devem ser feitas de acordo com a mais
avançada técnica cartográfica.
Em decorrência da legislação acima
citada, é dever de todos os proprietários ou possuidores rurais promoverem
a devida identificação de seus imóveis,
através do competente memorial descritivo com os vértices limítrofes do imóvel
rural devidamente georreferenciados de
acordo com o Sistema Geodésico Brasileiro, observando-se os critérios técnicos
fixados pelo INCRA, para, após, procederem a devida declaração de cadastro
do imóvel rural. Salienta-se, porém, que
referido georreferenciamento deve ser
feito exclusivamente por profissional cadastrado no INCRA.
O prazo dado aos proprietários rurais para procederem retificação seus
imóveis, através do processo de georreferenciamento findaram ou terminarão nas seguintes datas:
- 21.01.04 – imóveis com área de
cinco mil hectares ou superior;
- 21.11.04 – imóveis com área de
mil a menos de cinco mil hectares;
- 21.11.08 – imóveis com área de
quinhentos a menos de mil hectares;
- 21.11.11 – imóveis com área inferior a quinhentos hectares
Após os prazos acima, os proprietários ficam impedidos de registrar
escrituras de venda e compra, doação,
divisão, unificação, reserva florestal
legal, bem assim como averbar quaisquer atos extrajudiciais e judiciais.
Já era sabido, porém, que tais prazos não seriam suficientes para que
todas as propriedades do País fossem
adequadas, por diversas razões, entre as quais destacamos: o alto preço
do georreferenciamento, a demora do
INCRA em certificar os levantamentos
topográficos feitos, a falta de profissionais capacitados para a realização do
georreferenciamento, dentre outros.
Por conta disso, em 24 de agosto próximo passado, o Ministro do
Desenvolvimento Agrário, Afonso
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
Florence, bem como o presidente do
Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (INCRA), Celso Lisboa de Lacerda, afirmaram ao vicepresidente da Frente Parlamentar da
Agropecuária no Congresso Nacional,
Deputado Valdir Colatto (PMDB/SC),
em reunião na Comissão da Agricultura e Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, que o prazo para os
imóveis rurais de até 500 (quinhentos)
hectares seria prorrogado.
Segundo o deputado Colatto, “é impossível fazer o georreferenciamento
no Brasil nos próximos anos”. Outra
questão, explica o deputado “é o pagamento do serviço de georreferenciamento, com a possibilidade do governo criar linha de crédito para que
o produtor possa acessar”. Ainda, o
próprio Incra reconhece que não tem
condições de atender a demanda no
país. “Tem pedidos que estão parados
no Incra há cinco anos a espera de homologação”, acrescenta o parlamentar, lembrando que o Brasil tem 850
milhões de hectares e 5,5 milhões de
propriedades rurais. (Fonte: Assessoria de Imprensa – Deputado Federal
Valdir Colatto - PMDB/SC)
Porém, urge esclarecer que inobstante a afirmação de prorrogação do
prazo para os proprietários de áreas
de até 500 hectares, é certo que se faz
necessário que tal prorrogação seja
feita dentro da legalidade - através de
Decreto Presidencial - para que possa
ter validade. Até que isso não ocorra,
certamente que os prazos acima devem ser respeitados. RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
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Revista Canavieiros - Outubro 2011
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Destaque
Etanol de segunda geração: um importante
aliado a sustentabilidade
Carla Rodrigues
O etanol de segunda geração ou,
como também é conhecido, etanol de
celulose, é um produto com as mesmas
características físico-químicas que o
etanol, o que muda é o processo de
produção. Enquanto que o etanol de
1ª geração é produzido a partir da fermentação do açúcar
contido na cana, o de
2ª geração será produzido a partir do
material celulósico
contido no bagaço ou
na palha da cana.
As tecnologias
para a sua produção ainda estão em
fase de desenvolvimento. Na essência,
essas tecnologias buscam a conversão
do material celulósico em açucares
que, após a fermentação, seriam convertidos em etanol.
Crédito: Cortesia UNICA/ Foto Niels Andreas
M
uito tem se falado sobre o
etanol de segunda geração
como um combustível do futuro, mas pesquisas indicam que este
momento pode estar próximo. Segundo
o consultor de emissões e tecnologia da
Unica (União da Indústria de Cana-deAçúcar), Alfred Szwarc, “2015 pode
ser o ano em que, se comprovado seu
uso em escala comercial, assim como
a redução de seus custos de produção,
este subproduto poderá estar disponível no mercado”, afirma Szwarc.
De acordo com Szwarc, o etanol
de segunda geração apresenta alguns
benefícios econômicos e ambientais,
como a ampliação da produtividade,
o que requer menor demanda de áreas agrícolas e a inovação tecnológica.
“Com a capacidade de aumentar a produção, o etanol celulósico poderia ser
um grande aliado deste produto, ajudando-o a se tornar mais competitivo
no mercado”, disse o consultor.
Para o Brasil produzir este tipo de
etanol falta o país dispor de suas unidades produtoras, que aumentará a
capacidade de produção sem aumentar a área. “Foram realizados testes
preliminares em unidades de pequena
capacidade, utilizadas para desenvolvimento das tecnologias, e chegaram
ao resultado de 30% a 40% mais
etanol, mas esses números ainda
terão que ser comprovados por
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
ocasião da entrada em
produção de unidades
de escala comercial, o que
só deve ocorrer por volta de 2015”, explicou
Szwarc. RC
35
Revista Canavieiros - Outubro 2011
36
36
“General Álvaro
Tavares Carmo”
Administração da Produção
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“Com amor consegue-se viver
mesmo sem felicidade.”
Dostoiévski
1) Pedro perdeu a “vice liderança” na empresa.
... e demonstrou também não saber a nova regra ortográfica!
O correto é: vice-liderança (com hífen)
Regra fácil: quando o primeiro elemento é um prefixo como vice (existem outros
prefixos-cito o do exemplo) usa-se o hífen.
2) Eu “abençôo” este noivado, disse Pedro.
...conforme o novo acordo Ortográfico, não foi abençoada a expressão!
“Este moderno livro-texto fornece um caminho lógico das atividades de administração da
produção e um entendimento do contexto estratégico em que os gerentes de produção trabalham. Está estruturado em torno do conhecido
modelo de programação, planejamento e controle, mas sem isolar as atividades de planejamento
das de controle. As possibilidades de melhoria
de produção são apresentadas separadamente
para refletir a responsabilidade dos gerentes de
produção quanto à melhoria continua do desempenho de suas operações. A produção de serviços
é tratada com o mesmo nível de profundidade da
produção de bens.”
(Trecho extraído da contracapa do livro)
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção.
Tradução de Maria Teresa Corrêa de Oliveira,
Fábio Alher, revisão técnica de Henrique Luiz
Corrêa, título original: Operations Management. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :
(16)3946-3300 - Ramal 2016
O correto é: abençoo - sem acento
Regra fácil: o hiato “ôo” deixa de receber acento nas palavras paroxítonas (a sílaba
tônica é a penúltima da direita para a esquerda) - passando a grafar: oo - sem acento.
Relembrando: Hiato - é o encontro de dois sons vocálicos, um dos quais pronunciado numa sílaba e o outro na sílaba imediatamente posterior.
No exemplo: a-ben-ço-o.
3) Eles “crêem” que o namoro vai continuar...
...e nós cremos que a escrita foi mudada, segundo o Novo Acordo Ortográfico!
O correto é: creem - sem acento
Regra fácil: o hiato “êem” da 3ª pessoa do plural - do presente do indicativo- do
verbo crer não será mais acentuado. (será grafado eem)
Relembrando: Hiato - é o encontro de dois sons vocálicos, um dos quais pronunciado numa sílaba e o outro na sílaba imediatamente posterior.
No exemplo: cre-em.
PARA VOCÊ PENSAR:
“ Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares
tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros para visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.”
Cecília Meireles
Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected]
* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários
livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
Revista Canavieiros - Outubro de 2011
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Eventos em Novembro de 2011
11º Conferência Internacional DATAGRO
sobre Açúcar e Álcool
Empresa Promotora: Datagro
Tipo de Evento: Conferência / Palestra
Início do Evento: 21/11/2011
Fim do Evento: 22/11/2011
Estado: SP
Cidade: São Paulo
Localização do Evento: Grand Hyatt São Paulo (Av. Nações Unidas, 13301)
Informações com: Datagro
Site: www.conferencia.datagro.com.br
Telefone: (11) 4133-3944
E-mail: [email protected]
10º Evento sobre Produtividade e Redução de Custos
Data: de 30 de Novembro a 01 de Dezembro
Inscrições: Até o dia 28 de Novembro
Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto/SP
Endereço: Rua Bernardino de Campos
Bairro: Centro
CEP: 14015-000
Mais informações: 16 3514 0631 | 3211 4770
E-mail: [email protected]
Valor: EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO E PESSOAS
FÍSICAS, valor para inscrições até 10/11/2011 R$ 680,00 e até
28/11/2011 R$ 750,00
Valor: FILIADOS: CEISE, IAC, ORPLANA E UNICA., valor
para inscrições até 10/11/2011 R$ 600,00 e até 28/11/2011 R$ 680,00
Agronegócios
PIB do Setor Agropecuário cresce
4,85% no primeiro semestre de 2011
O
Estudo da CNA aponta que preços em alta e volume de produção
justificam desempenho positivo do segmento primário
Produto Interno Bruto (PIB) da
agropecuária cresceu 0,61% em
junho, elevando para 4,85% a
expansão do PIB do setor primário no
primeiro semestre de 2011 na comparação com o mesmo período de 2010, de
acordo com análise divulgada no início
de outubro, pela CNA - Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil. O estudo, elaborado em parceria com o Cepea
- Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP - Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
da Universidade de São Paulo, mostra
que o aumento do volume produzido e
a elevação dos preços médios de alguns
produtos agrícolas, como algodão, café,
milho, laranja, soja e carne bovina, justificam o crescimento do PIB.
A avaliação da CNA e do Cepea aponta que o segmento agrícola vem impulsionando o bom desempenho do setor
básico, enquanto as taxas de crescimento
da pecuária, ainda que positivas, acabam
por frear o ritmo de crescimento da agropecuária. O crescimento agrícola foi de
0,90%, em junho, o que ampliou para
6,75% o desempenho positivo no ano.
Na pecuária, o crescimento ao longo de
2011 foi menos expressivo, mas também positivo, com taxas de expansão de
0,22%, em junho, e de 2,43%, no acumulado dos seis primeiros meses do ano.
As estimativas de preços e de produção também influenciaram de forma
positiva na previsão para o Valor Bruto
da Produção (VBP) da agropecuária, que
deve crescer 12,9%, em 2011, considerando as projeções de agosto. O faturamento obtido com a venda de 25 produtos agropecuários deverá somar R$ 293,9
bilhões no ano, superando os R$ 260,2
bilhões, de 2010. Separado por segmento
de produção, a previsão é de que o VBP
da agricultura feche 2011 em R$ 182,54
bilhões, com crescimento de 12,5% em
relação ao ano anterior. Para a pecuária,
a expectativa é de ampliação de 13,8%
do VBP, para R$ 111,41 bilhões.
Balança Comercial – Além das avaliações para o PIB e VBP, a CNA também
divulgou a análise dos dados da balança
comercial do agronegócio. Em agosto,
o saldo positivo foi de US$ 8,3 bilhões,
com crescimento de 34,2% em relação
ao mesmo mês de 2010. O resultado foi
influenciado pelo crescimento de 34,7%
do valor das exportações no mês, totalizando US$ 9,8 bilhões. RC
Fonte: CNA
Revista Canavieiros - Outubro 2011
38
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Revista Canavieiros - Outubro de 2011
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Revista Canavieiros - Outubro de 2011