SILVA, Gisela da. Contribuições do brincar para a educação infantil

Transcrição

SILVA, Gisela da. Contribuições do brincar para a educação infantil
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
CURSO DE PEDAGOGIA
GISELA DA SILVA
CONTRIBUIÇÕES DO BRINCAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
SÃO JOSÉ
2015
GISELA DA SILVA
CONTRIBUIÇÕES DO BRINCAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para a obtenção do
grau de licenciada em Pedagogia, Curso de
Pedagogia, Centro Universitário Municipal de
São José (USJ).
Orientadora: M.Sc. Keila Cristina Arruda
Villamayor Gonzalez
SÃO JOSÉ
2015
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste
trabalho.
Em especial, a minha mãe, Maria de Fátima, que sempre me iluminou; ao
meu pai, João; a minha querida avó, Elisabete; e as minhas irmãs Gisele e
Geovana, que sempre me apoiaram e me incentivaram em todo esse percurso da
faculdade.
Ao meu marido, Eduardo, que teve muita paciência, compreensão, dedicação,
amor, estimulo e carinho durante esse período, que me ouviu e me aconselhou nos
momentos mais difíceis para eu não desistir nunca e seguir em frente.
A minha orientadora, querida professora Keila Villamayor Gonzalez, por
acreditar em meu projeto inicial e me orientar com dedicação e carinho. Este
trabalho não seria o mesmo sem ela.
Agradeço também aos meus professores do Centro Universitário Municipal de
São José, que, em quatro anos, contribuíram para a realização deste trabalho.
A todos vocês, muito obrigada!
Dedico este trabalho a minha mãe, Maria de Fátima (in memoriam); a minha
família, por acreditar em mim; e ao meu querido marido, pelo incentivo. E aos
professores, que contribuíram para o meu aprendizado.
RESUMO
O objetivo do presente trabalho é investigar as contribuições do brincar para as
crianças da Educação Infantil. Para compreender a temática sobre o brincar, a
educação infantil, o conceito de criança e infância, e as brincadeiras como parte da
infância, foram estudadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (BRASIL, 2009), bem como os seguintes autores: Gil (2002), Oliveira (2008),
Araújo (2009), Sarmento e Pinto (1997), Moyles (2006), Fantin (2000), Ostetto
(2008), Louro (1997), entre outros. O trabalho de campo foi realizado em uma
instituição pública de Educação Infantil, sendo sujeito da pesquisa um grupo de
crianças composto de 13 meninos e 12 meninas, com idade entre 5 e 6 anos. A
pesquisa, de abordagem qualitativa, teve como metodologia a observação em
campo, com registros em diário de campo, registros fotográficos e questionário
aplicado com as professoras da Instituição. Permitiu uma compreensão sobre a
importância das brincadeiras no mundo infantil, nos aspectos que permitem a
ampliação da fantasia, do faz de conta, da imaginação. O brincar representa
descobrir, ter contato com desafios que permitam assistir, ouvir e sentir. Essas são
algumas das possibilidades que a brincadeira proporciona, confirmando o real valor
dessa prática.
Palavras-chave: Educação Infantil. Brincar. Infância.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Roda......................................................................................................... 29
Figura 2 – A. com a fantasia...................................................................................... 30
Figura 3 – Livro Dinossauro ...................................................................................... 31
Figura 4 – E. brincando de fazer bolo ....................................................................... 32
Figura 5 – E.brincando de casinha ............................................................................ 33
Figura 6 – Brincando de castelo ................................................................................ 34
Figura 7 – Brincando de castelo ................................................................................ 34
Figura 8 – A. brincando dentro do armário ................................................................ 35
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Tempo de atuação das professoras na Educação Infantil ...................... 36
Gráfico 2 – Em que momentos as crianças brincam na Instituição? ......................... 36
Gráfico 3 – A importância da prática de brincadeiras ................................................ 37
Gráfico 4 – O brincar e a brincadeira estão inseridos no planejamento? .................. 38
Gráfico 5 – Você considera que as brincadeiras podem ser empregadas como
facilitadoras da aprendizagem?................................................................................. 38
Gráfico 6 – Para pensar o brincar na Educação Infantil, em que você se baseia? Na
sua experiência? Na formação inicial? Na formação continuada? Em troca com
colegas? .................................................................................................................... 39
Gráfico 7 – Formação das professoras pesquisadas ................................................ 40
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 09
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 12
2.1 EDUCAÇÃO INFANTIL ....................................................................................... 12
2.2 CONCEITO DE CRIANÇA E INFÂNCIA ............................................................. 13
2.3 UM POUCO SOBRE AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................................................. 15
2.4 BRINCAR ............................................................................................................ 17
2.5 A BRINCADEIRA COMO PARTE DA INFÂNCIA ................................................ 18
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 21
3.1 POPULAÇÃO-ALVO ........................................................................................... 24
3.2 PERFIL DAS CRIANÇAS DO GRUPO 6 (G6) .................................................... 24
3.3 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO .............................................. 25
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 28
4.1 O QUE DIZEM AS PROFESSORAS ................................................................... 35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43
APÊNDICES ............................................................................................................. 46
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 47
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES ................................ 48
APÊNDICE C – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISADORA AO CAMPO 49
APÊNDICE D – AUTORIZAÇÃO PARA FOTOS E FILMAGENS.............................. 50
ANEXO A – DECLARAÇÃO DA REVISORA DE TEXTOS ..................................... 51
9
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa realizada como Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia
se propõe a investigar as “Contribuições do brincar para a Educação Infantil”,
descrevendo a concepção de criança e infância, o conceito de Educação Infantil, sob
a perspectiva teórica das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(DCNEI), o brincar e a brincadeira como parte da infância.
Partindo do pressuposto de que toda criança brinca, o trabalho objetiva
confirmar como o brincar é importante para as crianças, indicando as suas
contribuições para a Educação Infantil. Os objetivos específicos que nortearam a
pesquisa buscaram averiguar a interação das crianças com brinquedos, objetos,
materiais e brincadeiras, favorecendo a aprendizagem; compreender a importância e
as contribuições que o brincar pode trazer para o desenvolvimento integral da
criança; perceber a opinião das professoras sobre o brincar em uma instituição de
Educação Infantil; e identificar como aparecem os momentos do brincar no
planejamento dessas professoras.
Portanto, o problema da pesquisa trata da contribuição do brincar e das
brincadeiras para a ampliação do conhecimento das crianças na Educação Infantil.
Quando se fala em criança, é bem possível pensar em brinquedos e
brincadeiras. A partir do estudo da produção acadêmica da área sobre o assunto,
constata-se que a brincadeira é algo que faz parte da vida da criança, a infância. Por
meio do brincar, a criança experimenta e constrói normas para si e para o outro.
Tudo aquilo do mundo real que for usado pela criança para fazer suas
experiências e descobertas, para expressar-se e lidar com seu mundo
interno e subjetivo diante da realidade desses objetos, das coisas concretas
e objetivas, pode ser considerado brinquedo. (MACHADO, 2003, p. 35).
Para alcançar o propósito deste trabalho, faz-se necessário apresentar a sua
estrutura. Assim, a primeira seção – Capítulo 1 – compreende a introdução, que
trata do assunto, da justificativa, do problema da pesquisa e dos objetivos.
A segunda seção – Capítulo 2 – aborda os referenciais teóricos que
sustentaram os conteúdos da pesquisa, levantando considerações de autores
renomados sobre os conceitos do brincar na Educação Infantil, entre eles: Brasil
(2009), Gil (2002), Oliveira (2008), Araújo (2009), Sarmento e Pinto (1997), Moyles
10
(2006), Fantin (2000), Ostetto (2008), Louro (1997), entre outros, que também
contribuíram para a fundamentação deste trabalho.
A terceira seção – Capítulo 3 – demonstra os caminhos da pesquisa, os
procedimentos metodológicos, sendo esta definida como uma pesquisa de campo,
descritiva e bibliográfica de abordagem qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram as
25 crianças com idade entre 5 e 6 anos, integrantes de um grupo denominado Grupo
6 (G6), juntamente com todas as professoras da instituição pesquisada do período
matutino. Os procedimentos para a coleta de dados foram a observação, o registro
escrito, o registro fotográfico e um questionário aplicado com as professoras da
Instituição do período matutino.
A quarta seção – Capítulo 4 – exibe a análise dos dados obtidos na pesquisa,
sendo possível investigar a brincadeira como forma mais prazerosa de se entrar em
contato com o mundo real e imaginário. Dessa forma, o brincar se torna um
elemento fundamental para a criança ampliar a sua forma de ver e entender o
mundo.
E a quinta seção – Capítulo 5 – apresenta as considerações finais,
ressaltando o alcance dos resultados obtidos, bem como o que pode ser feito para
torná-los mais significativos.
Ao final, são listadas as referências, indispensáveis para este trabalho de
conclusão de curso.
1.1 JUSTIFICATIVA
A criança, ao se relacionar com o mundo pelo brincar, desenvolve a
imaginação, a criatividade e a fantasia e vivencia diferentes experiências que
contribuirão para a construção do seu desenvolvimento. Diante dessa realidade,
torna-se importante a valorização do brincar, pois a brincadeira proporciona uma
variedade de experiências lúdicas fundamentais para ampliar o conhecimento da
criança.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(BRASIL, 2009, p. 19),
As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a
criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos
que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói
11
sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a
natureza e a sociedade, produzindo cultura.
Dessa forma, uma proposta de currículo na Educação Infantil deve ter como
eixos norteadores as interações1 e as brincadeiras. De acordo com Chateau (1987,
p. 14), “É pelo brinquedo que crescem a alma e a inteligência [...] uma criança que
não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto, que não sabe pensar”.
Partindo desse eixo, não tive dúvidas em escolher essa temática para a
realização do trabalho, no qual busco investigar a importância do brincar na
Educação Infantil, indicando as suas contribuições.
1
Como consta nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009), as interações
ocorrem com o envolvimento de duas ou mais crianças empenhadas a trabalharem juntas, em que a ação de
uma provoca uma reação na outra. A interação será utilizada neste trabalho, como forma de relacionamento
entre as crianças e o meio, as crianças e seus pares e as crianças e adultos.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 EDUCAÇÃO INFANTIL
As propostas pedagógicas da Educação Infantil, de acordo com as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil2 (BRASIL, 2009, p. 19),
Devem respeitar a autonomia da criança, o meio ambiente e as diferenças
culturais. O direito a cidadania, à criatividade, à ludicidade e à liberdade de
expressão também devem ser respeitados. Tem como propósito garantir à
criança o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de
conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o
direito à proteção, saúde, liberdade, confiança, respeito, dignidade,
brincadeira, convivência e à interação com outras crianças.
Dessa forma, todos os objetivos descritos no documento têm como eixos
norteadores as interações e as brincadeiras.3 Em virtude disso, devem ser
garantidas às crianças experiências que promovam o conhecimento de si e do
mundo.
A educação no Brasil evoluiu muito nos últimos anos e, com isso,
aumentaram os estudos e as indagações sobre o lugar do brincar nas instituições de
educação para as crianças e o seu papel na ampliação dos conhecimentos.
De acordo com Oliveira (2008, p. 84),
[...] antes, brincar na rua, no quintal, nas praças era comum, hoje, já é um
acontecimento raro e, quando existe, apresenta-se como vulnerabilidade à
violência e ao perigo. A nova estrutura social já não admite tal prática, uma
vez que o aumento do número de carros nas ruas, que provoca stress e
ausência de responsabilidade dos motoristas, impede a ação nos moldes de
momentos históricos anteriores. Para que as crianças não corram riscos, os
adultos preferem ocupá-las com computadores, videogames, televisão ou
as colocam em instituições educativas em período integral.
É muito importante que o brincar assuma posição de destaque no projeto
pedagógico da instituição de Educação Infantil, tendo assim uma melhor construção
de conhecimento, pois, no ato de brincar, ocorrem trocas, as crianças convivem com
as diferenças e exercem o brincar como uma forma de expressão.
2
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil serão representadas pela sigla
DCNEI.
3
As DCNEI têm como eixos organizadores a linguagem, as brincadeiras, as interações e a
organização espaçotemporal.
13
O brincar não pode ser pensado nas instituições de Educação Infantil como
uma atividade de descanso entre uma atividade dirigida ou outra. É muito
mais do que isso. O brincar precisa estar integrado na proposta pedagógica
da escola, ocupando um lugar concomitantemente a outros, não estando
desvinculado das demais atividades da instituição. Dentro das instituições
de Educação Infantil, a organização da rotina, o espaço, a forma como são
organizados os materiais educativos podem influenciar nas representações
e maneiras como adultos e crianças sentem, pensam e interagem neste
espaço. Formas de socialização e representação da cultura podem ser
concebidas nestes espaços. (ARAÚJO, 2009, p. 7).
De acordo com Araújo (2009), a brincadeira é uma atividade social
significativa para o desenvolvimento da criança, possibilitando maiores trocas de
informações e oportunidades para que ela experimente, vivencie, respeite a sua
cultura e aprenda mutuamente. Dessa forma, crianças e adultos podem trocar
experiências.
É nesse sentido que a instituição entra com a sua atribuição, oferecendo
espaços para fantasias, trocas, ampliação de conhecimentos, sempre observadas e
mediadas pelo professor, considerando a Educação Infantil primeira etapa da
Educação Básica de acordo com a legislação nacional com a função de contemplar
as especificidades da infância.
2.2 CONCEITO DE CRIANÇA E INFÂNCIA
Para dar início às discussões sobre a criança inserida na Educação Infantil, é
importante ressaltar o que as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (BRASIL, 2009, p. 12) descrevem a respeito da criança e da infância. O
documento define a criança da Educação Infantil como
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura.
A criança é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização
familiar que está inserida em uma sociedade, com determinada cultura, em certo
momento histórico. Essa criança é profundamente marcada pelo meio social em que
se desenvolve, o qual também a influencia.
14
Os conceitos de criança e infância dependem de vários fatores, tanto culturais
quanto étnicos, mas se percebe que é preciso entender que a criança é um ser
social que pensa e age como qualquer outro ser humano, sendo necessário
entender e respeitar seus limites e desejos.
Sob essa perspectiva, a criança não é um ser passivo à espera que a
eduquem, mas um sujeito que, em interação com outros sujeitos, busca sua própria
construção e seu lugar no mundo. Ao relacionar-se com as outras crianças,
modifica-se e também transforma aquelas que com ela se relacionam. Possui
características singulares, sentindo e pensando o mundo de um jeito diferente,
próprio. Ela constrói o conhecimento a partir das interações que estabelece com o
meio e com as pessoas.
Kuhlmann Jr. e Fernandes (2004, p. 15) também diferenciam criança e
infância:
Podemos compreender a infância como a concepção ou a representação
que os adultos fazem sobre o período inicial da vida, ou como o próprio
período vivido pela criança, o sujeito real que vive essa fase da vida. A
história da infância seria então a história da relação da sociedade, da
cultura, dos adultos, com essa classe de idade, e a história da criança seria
a relação das crianças entre si e com os adultos, com a cultura e a
sociedade.
Desse modo, os autores expõem a infância como um entendimento ou
representação que os adultos fazem sobre o momento inicial da vida, sendo a
criança o sujeito legítimo que vive esse tempo.
Para Gagnebin (2005, p. 178),
[...] trata-se, pois, de assegurar na infância o lugar privilegiado de uma
felicidade e de uma proximidade da natureza que o adulto tem por missão
sagrada não só reconhecer e defender, mas também reencontrar como
fundamento íntimo de si mesmo.
Proposições traumáticas da infância podem vir a silenciar o sofrimento e a
angústia que marcam desde o seu nascimento a experiência do encontro com a
demanda e o desejo do outro.
Sarmento e Pinto (1997, p. 13) podem nos auxiliar na definição do que é ser
criança e do que é a infância sob a perspectiva que considera a infância como uma
categoria social.
15
Com efeito, as crianças existiram desde sempre, desde o primeiro
ser humano, e a infância como construção social – a propósito da
qual se construiu um conjunto de representações sociais e de
crenças para a qual se estruturam dispositivos de socialização e
controles que a instituíram como categoria social própria – que existe
desde os séculos XVII e XVIII.
É importante destacar que esse conjunto de representações sociais acerca da
criança e da infância, por vezes, pode gerar um paradoxo, advindo dos adultos,
como argumentou Calvert (1997 apud SARMENTO; PINTO, 1997, p. 13):
As crianças são importantes e sem importância; espera-se delas que
se comportem como crianças, mas são criticadas por suas
infantilidades; é suposto que brinquem absorvidamente quando se
lhes diz para brincar, mas não se compreende porque não pensam
em parar de brincar quando se lhes diz para parar; espera-se que
sejam dependentes quando os adultos preferem a dependência, mas
deseja-se que tenham um comportamento autônomo; deseja-se que
pensem por si próprias, mas são criticadas pelas suas “soluções”
originais para os problemas.
O professor da Educação Infantil deve estar sempre ciente do que, de fato, é
ser criança. É importante que toda a sociedade e os professores percebam na
criança e nas suas distintas formas de viver a infância e a Educação Infantil a
construção de diferentes formas de fazer a educação e a nossa história.
2.3 UM POUCO SOBRE AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao se inserir como docente na Educação Infantil, é necessário conhecer as
normas e as diretrizes que nortearão sua prática. Dessa forma, as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil tratam de aspectos que envolvem as
crianças, os docentes, a comunidade pedagógica e as famílias no ato de educar e
cuidar.
A Educação Infantil está vinculada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996), que estabelece sobre a
Educação Infantil, em seu Art. 29.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em
16
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de
2013).
Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(BRASIL, 2009), cabe às instituições de Educação Infantil educarem e cuidarem das
crianças de 0 a 5 anos de idade em jornadas que podem ser parciais ou integrais.
Para tanto, o Estado deve garantir a oferta de Educação Infantil pública, baseada em
critérios de gratuidade e qualidade.
As práticas pedagógicas que constituem a Proposta Curricular da Educação
Infantil têm como eixos norteadores as interações e as brincadeiras para que sejam
garantidas às crianças experiências que promovam o conhecimento de si e do
mundo, favoreçam o progressivo domínio de diversas linguagens, possibilitem
experiências apreciativas e narrativas com a linguagem oral e escrita, recriem
orientações espaçotemporais em contextos significativos, possibilitem vivências
éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, incentivem a curiosidade,
promovam o relacionamento e a interação com diversas formas de arte, e promovam
a conscientização acerca dos cuidados ambientais, entre outros.
Segundo o texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (BRASIL, 2009, p. 6-7), a definição de criança é evidenciada como
Centro do planejamento curricular é sujeito histórico e de direitos que se
desenvolvem nas interações, relações e práticas cotidianas a ela
disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e crianças de
diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se insere.
Nessas condições ela faz amizades, brinca com água ou terra, faz de conta,
deseja, aprende, observa, conversa, experimenta, questiona, constrói
sentidos sobre o mundo e suas identidades pessoal e coletiva, produzindo
cultura.
E ainda:
Em seu desenvolvimento exige um olhar sobre seu contexto sociocultural e
manifestações decorrentes do caráter evolutivo do seu pensamento. Por
isso, deve ser respeitada na sua individualidade e as suas sucessivas e
gradativas conquistas de conhecimento em todas as áreas. (BRASIL, 2009,
p.19).
A partir do estudo da produção acadêmica da área sobre o assunto, constatase que a criança está em amplo desenvolvimento e utiliza todas as possibilidades
que lhe são oferecidas, agindo sobre os objetos e as situações, buscando levantar
17
conceitos por meio de experiências com o ambiente físico e social, construindo o
conceito do conhecimento do mundo em que vive.
2.4 BRINCAR
O brincar é tão importante para a criança como é necessária a formação de
uma sociedade mais feliz, saudável e criativa. De acordo com Leite (1995), o brincar
no mundo infantil representa descobrir, ter contato com desafios que permitam
assistir, ouvir e sentir, cabendo aos adultos a seleção consciente do que deve ou
não ser apresentado à criança.
Há muito tempo o brincar era considerado uma atividade das crianças e dos
adultos. Na Antiguidade, algumas crianças participavam das festas, lazer e jogos
dos adultos, mas em ambientes diferentes. “Estes ocorriam em praças públicas,
espaços livres sem a supervisão dos adultos, as crianças se misturavam em grupos
de diferentes faixas etárias e de ambos os sexos” (VELASCO, 1996, p. 39).
Atualmente, sabemos que é necessário conhecer o contexto da criança
quando está brincando, observando e registrando os seus conhecimentos,
potencialidades e desenvolvimento, para que isso sirva de auxílio aos educadores
ao planejarem e mediarem estratégias que atinjam os objetivos de seu ensinamento.
As atividades desenvolvidas por meio do brincar e das brincadeiras devem, sim,
fazer parte das propostas pedagógicas com o objetivo de promover possibilidades
de aprendizagem.
Segundo Janet Moyles (2006, p. 13), “Devemos considerar o brincar como um
processo que, em si mesmo, abrange uma variedade de comportamentos,
motivações, oportunidades, práticas, habilidades e entendimentos”. Ou seja, o
brincar envolve uma série de expressões e emoções, internalizando assim nas
crianças a compreensão da realidade, ao mesmo tempo que estimula a imaginação,
sendo esta uma condição básica para se tornar um indivíduo criativo.
Teixeira et al. (2003, p. 234) esclarecem que
As brincadeiras são fundamentais na vida da criança, porque são nessas
atividades que ela constrói seus valores, socializa-se [...], cria seu mundo,
desperta vontade, adquire consciência e sai em busca do outro pela
necessidade que tem de companheiros. Portanto, não permitir as
brincadeiras será uma violência para o desenvolvimento harmônico das
crianças.
18
O brincar é a atividade principal da criança, em que ela expressa seus
sentimentos, compartilha brincadeiras com os seus amigos e distrai-se de forma
prazerosa e divertida.
2.5 A BRINCADEIRA COMO PARTE DA INFÂNCIA
A brincadeira com o passar dos anos foi se modificando. Brougère (1998)
afirma que a forma e as maneiras de brincar são construídas conforme as
concepções de criança de cada época. Nem toda a brincadeira carrega em si uma
proposta educatica/pedagógica, porém se deve valorizar muito o aprender através
do brincar.
É brincando que a criança desafia seu comportamento diário, levantando
perguntas na tentativa de entender a realidade com a qual interage. A brincadeira é
uma das formas pelas quais a criança constrói sua visão de mundo.
Na minha maneira de entender o brincar é a principal atividade da criança.
É brincando que as crianças desenvolvem os processos que preparam o
caminho de transição da criança para um mundo de nível mais elevado de
desenvolvimento. (LEONTIEV, 1988 apud FANTIN, 2000, p. 37).
A brincadeira é uma atividade ampliada com as diferentes possibilidades de
experiências. Ao observar uma criança brincando, o professor percebe as relações
de troca, socialização e o quanto esses momentos prazerosos são importantes na
construção do conhecimento. Por meio da brincadeira a criança aprende a respeitar
regras e a assumir responsabilidades.
Na brincadeira da criança pequena, a situação imaginária é evidente; as
regras organizam as ações, mas não aparecem explicitamente, estão
ocultas. Com a evolução da brincadeira, no jogo de regras a situação se
inverte: as regras são evidentes e o que está oculto são os elementos de
ilusão que o jogo envolve. A aceitação às regras indica uma nova etapa na
vida da criança, onde a regra torna-se um desejo. (FANTIN, 2000, p. 45).
A brincadeira possui papel fundamental no desenvolvimento das crianças,
pois é na brincadeira que elas desenvolvem criatividade, diferenciação de papéis,
imitação e capacidade simbólica. Sendo assim, o brincar deve ser inserido na rotina
19
das crianças, assim como nas atividades dirigidas e nos momentos de expressão
livre.
É grande a influência que o brinquedo exerce no desenvolvimento da criança.
Walter Benjamin (1984) chama atenção para as mudanças que os brinquedos
sofreram a partir da industrialização. A partir do século XVIII, eles começaram a ser
fabricados nas indústrias e se quebrou a ligação que havia entre pai e filho durante a
sua fabricação.
Benjamin (1984) defende a ideia de que o brinquedo deve ser construído
pelas mãos da criança e dos adultos do seu convívio. E critica o fato de a criança
não brincar mais com os materiais encontrados em seu ambiente: água, areia, papel
e folhas, pois as crianças do passado utilizavam-se desses materiais para criar o
seu brinquedo.
Segundo Winnicott (1982), o brincar é, por si só, uma forma de comunicação
da criança com os outros e com o mundo, um fazer que se constitui de experiências
culturais que facilitam a ampliação dos conhecimentos.
A criança adquire experiência brincando. A brincadeira é uma parcela
importante de sua vida. As experiências tanto externas como internas
podem ser férteis para o adulto, mas para a criança essa riqueza encontrase principalmente na brincadeira e na fantasia. Tal como as personalidades
dos adultos se desenvolvem através de suas experiências da vida, assim as
das crianças evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das
invenções de brincadeiras feitas por outras crianças e adultos. Ao
enriquecerem-se as crianças ampliam gradativamente sua capacidade de
exagerar a riqueza do mundo externamente real. A brincadeira é a prova
evidente de capacidade criadora que quer dizer vivência. (WINNICOTT,
1982, p. 162).
Dessa forma, cabe às instituições de Educação Infantil oferecerem um espaço
em que a criança possa exercer a sua criatividade, convivendo com outras crianças
que lhe ensinarão coisas novas, bem como com os professores que interagem com
ela.
[...] é dever dos Centros de Educação Infantil garantir um ambiente
aconchegante, uma relação harmoniosa, um espaço rico de experiências e
de objetos que elas possam ver, pegar, morder, bater, iniciando, com eles, a
sua experiência de tateio no mundo. (PASCHOAL; BATISTA; MORENO,
2008, p. 15).
20
É importante ressaltar que o professor pode possibilitar situações observadas
nas brincadeiras e atuar como mediador nas interações sociais, orientando a
atenção das crianças para uma visão crítica do que ocorre na sociedade.
21
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa foi desenvolvida na Educação Infantil, destacando-se que,
durante todo o processo, se fizeram necessárias leituras bibliográficas que
expandiram os conhecimentos da pesquisadora, direcionando o estudo para as
contribuições do brincar para a Educação Infantil.
A pesquisadora construiu esta pesquisa com a junção de muitos olhares, a
partir do lugar de estudante do curso de Pedagogia e do olhar de professora, que
exerce a função, além do olhar aproximado da produção acadêmica reunida da área
da infância.
De acordo com Gil (2002, p. 19), pesquisa é
[...] o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal
estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao
problema.
Segundo o autor, a pesquisa é requerida quando não se dispõe de
informação suficiente para responder ao problema. Ou seja, quando o pesquisador
não dispõe de informações necessárias para responder as suas questões, a
pesquisa ajuda na procura por essas respostas.
Esta pesquisa é de abordagem qualitativa, o que permite envolver as relações
que foram acontecendo entre o referencial teórico e as observações, fazendo-se
uma análise da relação entre a teoria e a prática. A abordagem é qualitativa, pois, de
acordo com Costa (2012, p. 39),
A pesquisa qualitativa busca a compreensão; aborda as ciências sociais; o
conhecimento é científico; filosófico e senso comum; a característica do
projeto é aberto, pode ser alterado ao longo do processo de pesquisa; a
diretriz inicial é o pressuposto; o papel do pesquisador é o de interpretador
da realidade, imerso ao contexto.
No entendimento do autor, a pesquisa qualitativa também aborda as ciências
sociais, sendo o projeto de pesquisa aberto, ou seja, pode ser alterado ao longo do
processo, cabendo ao pesquisador interpretar a realidade dos sujeitos da pesquisa.
Quanto aos objetivos, busca-se averiguar a interação das crianças com
brinquedos, objetos, materiais e brincadeiras, favorecendo a aprendizagem;
22
compreender a importância e as contribuições que o brincar pode trazer para o
desenvolvimento integral da criança; perceber a opinião das professoras sobre o
brincar em uma instituição de Educação Infantil; e identificar como aparecem os
momentos do brincar no planejamento dessas professoras.
A realização de uma pesquisa de campo é proposta também nesta pesquisa,
pois se considera necessário aproximar-se do cotidiano das instituições de
Educação Infantil, utilizando como técnicas de pesquisa a observação, o registro
escrito e o registro fotográfico.
Segundo Ostetto (2008), os registros são fundamentais para dar significado
ao procedimento pedagógico, proporcionando auxílio e ajuda no trabalho junto às
crianças. Ao registrar os fatos do cotidiano, o professor desenvolve suas ideias e
pensamentos, o que colabora para melhorar o processo educativo.
Podemos afirmar que o registro do educador contempla o vivido
diariamente, apresentado na escrita de forma descritiva e também analítica.
Não se trata apenas de contar o que aconteceu e se passou naquele
determinado dia, dia a dia (embora isso já seja um ótimo começo!), mas de
tentar compreender o passado, estabelecendo relações com a continuidade
do trabalho, o que veio antes, o que virá depois, ensaiar análises sobre o
vivido para, assim, aprender com a experiência. (OSTETTO, 2008, p. 20).
No decorrer do desenvolvimento deste trabalho, empregam-se como
metodologia observações participantes, análise do projeto pedagógico da Instituição
e conversas mantidas com algumas crianças de 5 e 6 anos de idade e com
professores.
A pesquisa de campo, a descritiva e a bibliográfica foram os meios utilizados
para a construção do estudo exploratório e descritivo a fim de serem alcançados as
informações e os conhecimentos necessários à verificação do problema.
De acordo com Almeida (2002, p. 64), “a investigação exploratória é realizada
em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua
natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão sugerir
durante ou ao final da pesquisa”.
Segundo Almeida (2002, p. 65),
Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é,
material acessível ao público em geral. Fornece instrumento analítico para
qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si
mesmo.
23
Esta pesquisa foi desenvolvida com crianças e professores de forma
consciente, buscando reunir elementos para destacar a contribuição da brincadeira
nas instituições de Educação Infantil.
Realizou-se um questionário com as professoras da Instituição do período
matutino, indagando quanto tempo elas atuam na Educação Infantil, se participam
de palestras e cursos de formação continuada oferecidos pela Instituição e se
valorizam em seus planejamentos o brincar e as brincadeiras como eixos
norteadores do trabalho com as crianças.
O questionário foi elaborado com base nas brincadeiras presentes no
cotidiano da Instituição de Educação Infantil, contendo perguntas para as
professoras sobre a importância do brincar. No decorrer da pesquisa, foram cinco
observações em campo, com o mesmo grupo G6, composto de 25 crianças, sendo
12 meninas e 13 meninos, de 5 e 6 anos de idade.
Segundo Mann (1996 apud LAKATOS; MARCONI, 2002, p. 91), a observação
participante é uma “tentativa de colocar o observador e o observado do mesmo lado,
tornando-se o observador um membro do grupo de modo a vivenciar o que eles
vivenciam e trabalhar dentro do sistema de referência deles”.
O pesquisador como sujeito ativo e participante pode estar indagando o
professor, mesmo nos momentos de observação e registros, pois permite, sem
dúvida, uma melhor apreensão da realidade observada.
Para tanto, foram desenvolvidas as etapas descritas a seguir.
No primeiro momento, foi realizado contato com a direção escolar de uma
instituição pública para verificar a possibilidade de realização da pesquisa com
crianças e professores da Instituição.
Após o aceite, a pesquisadora entrou em contato com as professoras da
Instituição, apresentou os objetivos da pesquisa e os caminhos a serem percorridos
e ajustou com elas os dias da semana e os horários para as observações, partindo,
então, para as anotações de campo, descrevendo os procedimentos mais
significativos observados no cotidiano do Grupo 6 (G6).
No segundo momento, a pesquisadora entrou em campo para as
observações e a coleta de dados necessários com as crianças de 5 e 6 anos de
idade.
24
No terceiro momento, a pesquisadora apresentou os dados para os sujeitos
das pesquisas, exibindo os resultados para a Instituição.
Finalmente, pode-se dizer que a pesquisa qualitativa possibilita conhecer e
compreender melhor os problemas da Instituição. Dessa forma, a pesquisa oferece
elementos preciosos para uma melhor compreensão do papel da instituição de
Educação Infantil.
3.1 POPULAÇÃO-ALVO
De acordo com Costa (2012, p. 43), “A população é o conjunto de todos os
elementos que, cada um deles, apresenta uma ou mais características em comum. A
amostra é parte dessa população. A amostragem é o processo para obtenção de
uma amostra”.
Com a compreensão desses conceitos, a pesquisadora pôde definir sua
população, que foi constituída por todos os alunos do grupo G6 da instituição
pesquisada, ou seja, 25 crianças, juntamente com todas as professoras da
Instituição do período matutino, totalizando 18 professoras.
Para a concretização desta pesquisa, foi selecionada uma instituição pública
do município de São José, na comunidade do Kobrasol. Ao chegar à Instituição, a
pesquisadora sentiu um grande clima de receptividade, principalmente das
professoras que se prontificaram a ajudá-la em seu projeto de pesquisa. A
pesquisadora se comprometeu a respeitar as normas da Instituição, como também
se portar eticamente em relação aos professores e às crianças que fizeram parte
desta pesquisa.
3.2 PERFIL DAS CRIANÇAS DO GRUPO 6 (G6)
Tendo em vista a característica questionadora da faixa etária entre 5 e 6 anos
de idade, surgiu a ideia de investigar no Grupo 6 qual a contribuição do brincar para
as crianças da Educação Infantil. Esse grupo é composto de 25 crianças, sendo 12
meninas e 13 meninos.
As professoras organizam seu planejamento semanalmente respeitando e
integrando os assuntos do projeto, que faz parte da proposta pedagógica da
Instituição para esse grupo.
25
No decorrer do período da observação, constatou-se que o grupo segue uma
rotina de organização em sua manhã. No primeiro momento ocorre a recepção das
crianças, em que as professoras acolhem, de forma afetiva, aquelas que estão
chegando. É o momento de as crianças brincarem livremente com brinquedos,
massa de modelar, jogo de quebra-cabeça, bonecas, interagindo com os colegas
num momento rico de interação e troca de experiências.
Após esse momento, as professoras chamam as crianças para guardar os
brinquedos e sentar na roda para a realização da rotina da manhã.
Geralmente, no parque as crianças brincam explorando todo o espaço do
parque e brinquedos, criando inúmeras maneiras de utilizarem os brinquedos.
No convívio diário das crianças na Instituição, observa-se que um momento
muito rico é a hora do lanche e do almoço, em que as professoras incentivam as
crianças a experimentarem todos os alimentos, pois, segundo elas, dessa forma as
crianças mantêm contato com novos sabores, tendo uma alimentação rica e
saudável, tão importante para o seu desenvolvimento.
Durante esse período de observação, a brincadeira sempre esteve presente
no cotidiano das crianças, pois, segundo as professoras, a brincadeira é uma das
maneiras mais gostosas de as crianças participarem e compreenderem o que é
desenvolvido nas propostas pedagógicas.
Sendo assim, durante as observações as crianças vivenciaram alguns
momentos de brincadeiras, que, para as professoras, são momentos que fazem
parte da sua rotina e contribuem para ampliar o vocabulário das crianças; é pela
brincadeira que elas desenvolvem a coordenação motora e a habilidade manual,
assim como exercitam papéis que possivelmente irão desempenhar no mundo
adulto.
3.3 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO
As professoras do Grupo 6 lecionam nesta instituição há três anos, desde que
foi inaugurada, tendo sido, após concurso público, contratadas para lecionar para
um grupo de 25 crianças.
Para realizar as observações, foram necessários cinco dias, no período
matutino das 7h às 11h, em que se pôde fazer alguns registros e participar da rotina,
bem como interagir com as crianças do grupo G6.
26
Trata-se de um centro de Educação Infantil público localizado no município de
São José, inaugurado no dia 5 de abril de 2013, na comunidade do Kobrasol. É uma
instituição educacional nova que possui capacidade para acolher 130 crianças, têm
dois andares, oito salas referências, pátio de recreação, refeitório amplo, cozinha e
sala multiúso.
O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira no período integral
(das 7h às 19h), matutino (das 7h às 13h) e vespertino (das 13h às 19h). As
crianças só podem sair acompanhadas de responsáveis. Do contrário, somente com
autorização dos responsáveis por escrito. É obrigação das famílias respeitarem os
horários da Instituição, além de levarem e buscarem a criança em sua sala.
A alimentação na Instituição é fornecida pela Prefeitura Municipal de São
José. São oferecidas às crianças quatro refeições diárias, sendo duas no período
matutino e duas no período vespertino. Caso a criança necessite de uma
alimentação diferenciada, a família deve encaminhar receita médica à Instituição
para que esta solicite à Secretaria Municipal de Educação. O cardápio está exposto
mensalmente no refeitório e não é permitido levar lanche ou outro alimento não
solicitado.
Quanto à questão de frequência, funcionamento e matrícula, as crianças são
selecionadas por meio de edital de inscrição com critérios pré-definidos. O não
comparecimento da criança matriculada no centro de educação infantil, sem
justificativa dos pais ou responsáveis, por cinco dias letivos consecutivos durante o
mês, após tentativa de contato da direção com a família sem êxito, causará o
encaminhamento de relatório ao Conselho Tutelar. E o não comparecimento por 30
dias sem justificativa causará a disponibilidade de vaga para outra criança. Ao
desistir da vaga, o responsável deve assinar um termo de desistência da vaga. A
criança que ocupar vaga somente num período não tem garantia de vaga integral no
ano seguinte. Se houver possibilidade de vaga, a família pode solicitar à direção e
mudar para o período integral.
São realizados grupos de estudo com as profissionais da Instituição, em que
são organizados encontros semanais com duração de uma hora. Neles os
professores, a coordenadora pedagógica e a direção realizam estudos teóricopráticos relacionados ao cotidiano das crianças na Instituição, visando qualificar a
prática pedagógica e o trabalho docente. Esse momento busca promover um
atendimento de qualidade e o desenvolvimento da criança.
27
O quadro de funcionários da Instituição é composto de uma diretora geral, 18
professoras, 14 auxiliares de sala, quatro auxiliares de ensino e duas professoras de
Educação Física.
O trabalho pedagógico que orienta as professoras é baseado nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, em consonância com a Proposta
Curricular do Município de São José, que tem como concepções basilares as
brincadeiras, as interações, o cuidar e educar, as relações culturais e sociais,
utilizando linguagens musical, oral e escrita, visual, plásticas e cênica, corporal e
também relações com o meio físico e natural.
Por meio de um planejamento de ações, as professoras executam as
atividades
programadas
e
registradas
em
um
grupo
mensal,
executado
semanalmente, em que as ações e as realizações podem ser remanejadas e
reprogramadas de acordo com o seu desenvolvimento e resultado.
28
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este capítulo trata da análise e da interpretação dos dados levantados. Foram
extraídas as informações para responder às questões propostas por esta pesquisa,
buscando estabelecer ligações entre a proposta investigada, o referencial teórico
elencado, os dados do questionário e das observações com a apreciação de todos
esses dados.
A amostra foi composta de 25 crianças na faixa etária de 5 e 6 anos de idade,
chamada de Grupo 6, somada a 18 professoras que pertencem ao quadro geral de
professoras da Instituição do período matutino, destacando que apenas duas dessas
fazem parte do Grupo 6.
O contato com a Instituição, inicialmente, ocorreu em julho de 2015, por meio
da técnica de observação e registro dos encontros. Nesse primeiro contato, a
pesquisadora fez a devida apresentação da pesquisa para o grupo de professoras,
convidando-as a participarem do questionário. Muitas aceitaram responder;
entretanto, poucas o devolveram nesse mesmo dia.
A aproximação do grupo pesquisado teve início com a observação de sua
rotina, desde o momento da chegada, das atividades desenvolvidas em sala de aula,
até os momentos em que as crianças ficavam dentro e fora da sala e no espaço da
área coberta e do parque.
Com a observação, constatou-se como as crianças estão habituadas a uma
rotina de brincadeiras, gostam e aprendem com essas brincadeiras, que podem
acontecer tanto dentro quanto fora de sala.
Para alcançar os objetivos desta pesquisa, foi necessário realizar cinco
observações, as quais foram sustentadas pelo referencial teórico, fazendo uma
articulação entre o que propõem as pesquisas e os estudos da área sobre a ação
pedagógica.
Na análise e na interpretação dos dados, selecionaram-se dois momentos de
observação das brincadeiras: no parque e na sala. Durante o processo de
observação, pôde-se constatar que as crianças de 5 e 6 anos de idade são muito
participativas e atenciosas com as atividades propostas pelas professoras.
29
A partir da entrada em campo, verificou-se que o planejamento das
professoras seguia uma sequência de propostas, respeitando os indicativos
pedagógicos da proposta da Instituição4 e interagindo com eles.
Foi possível perceber que a roda é um instrumento muito rico utilizado
diariamente pelas professoras e que ocorre diariamente. Estas reúnem as crianças
em círculo para conversarem sobre assuntos diversos. Neste momento as crianças
fazem as trocas de experiências mediadas pelas professoras, constituindo assim um
ambiente propício à aprendizagem e do qual as crianças demonstram gostar muito.
Figura 1 – Roda
Fonte: Autora, 2015.
Ao estar na Instituição, foi possível acompanhar o movimento diário e, em
muitos momentos de chegada das crianças, perceber que muitas delas chegavam
na sala e procuravam os espaços e os brinquedos com os quais mais se
identificavam, como o caso de um menino chamado nesta pesquisa de A.5, que se
dirigiu à caixa de fantasias para encontrar um vestido de princesa que estava no
fundo. O fato instigou a curiosidade da pesquisadora, que indagou por que o menino
4
A Instituição possui um Projeto Politico-Pedagógico construído coletivamente, o qual orienta as ações
pedagógicas. O projeto elaborado está em consonância com o documento oficial organizado para a rede
municipal, a Proposta Curricular da Rede Municipal de São José (2000).
5
Por questão de preservação da identidade dos sujeitos da pesquisa, optou-se por apresentar apenas a letra
inicial do nome de cada um.
30
A. gostava de brincar com aquele vestido. Ele respondeu: “Porque eu adoro brilho”.
O menino A. ficou com o vestido a manhã toda.
Figura 2 – A. com a fantasia
Fonte: Autora, 2015.
Na brincadeira foi possível perceber momentos em que as crianças viveram
diferentes papéis, independentemente do gênero das personagens. Em seu estudo,
Louro (1997, p. 23-24) nos mostra:
A característica fundamentalmente social e relacional do conceito não deve,
no entanto, levar a pensá-lo como se referindo às construções de papéis
masculinos e femininos. Papéis seriam, basicamente, padrões ou regras
arbitrárias que uma sociedade estabelece para os seus membros e definem
suas roupas, seus modos de se relacionar e de se portar... Através do
aprendizado de papéis cada um/a deveria conhecer o que é adequado (e
inadequado) para um homem e uma mulher numa determinada sociedade e
responder a essas expectativas. Ainda que utilizada por muitos/as, essa
concepção pode se mostrar redutora ou simplista.
De acordo com a autora, a brincadeira com papéis distintos do seu gênero
deve acontecer de forma livre, pois as crianças estão a todo o momento se
descobrindo e experimentando coisas novas.
Em um outro momento na sala, três meninos G., L., e I. brincavam de serem
dinossauros e de ouvir histórias do Reino dos Dinossauros. G. disse:
31
Esses dinossauros são fantásticos, eles já morreram, mas eu amo eles.
Você sabia que o Riojassauro morde todo mundo? Ele é terrível e
assustador, e ainda existem ossos deles perdidos pelo mundo. (REGISTRO
DE CAMPO, 18/08/2015).
Figura 3 – Livro Dinossauro
Fonte: Autora, 2015.
A partir dessa brincadeira, foi possível perceber que objetos, fantasias e livros
podem fazer parte desse universo; o livro foi o instrumento mais incentivador da
brincadeira. Segundo Abramovich (1997, p. 17), a literatura infantil
Prescinde do imaginário das crianças, sua importância se dá a partir do
momento em que elas tomam contato oralmente com as histórias, e não
somente quando se tornam leitores. Desde muito cedo, então, a literatura
torna-se uma ponte entre histórias e imaginação, já que “é ouvindo histórias
que se pode sentir... e enxergar com os olhos do imaginário... abrir as
portas à compreensão do mundo”.
De acordo com a autora, a criança desde muito cedo precisa desse ambiente
imaginário, pois ela pode aprender ouvindo, sentindo, tocando e explorando todos os
seus sentidos e possibilidade de ampliar o conhecimento de forma lúdica, prazerosa
e significativa.
Durante as brincadeiras no parque, E. e C brincavam de casinha. A menina E.
fez vários bolos deliciosos, um de banana, outro de morango e outro de mamão. “Eu
vou dar esse bolo para as minhas amiguinhas da creche, feito por mim, tem até
bombom de chocolate” (REGISTRO DE CAMPO, 18/08/2015).
32
De acordo com a fala das professoras da sala e do questionário aplicado, “é
no brincar que a criança se desenvolve numa representação dos adultos, brincando
de casinha, de mamãe e filhinho, entre outras”. A brincadeira se manifesta em
diferentes momentos na Instituição de Educação Infantil, as crianças usam situações
vividas por elas para criar e recriar a brincadeira.
Figura 4 – E. brincando de fazer bolo
Fonte: Autora, 2015.
Na convivência diária das crianças na Instituição, observou-se que o brincar é
algo que se destaca como essencial para ampliar o conhecimento. Dessa forma,
para conhecer bem as crianças, deve-se conhecer seus gostos, brinquedos e
brincadeiras.
A menina E, no momento do parque, brincava de casinha com algumas
garrafas plásticas, baldes, dois lixões grandes, quando de repente pegou uma
vassoura e começou a varrer toda a terra que estava na calçada como se fosse sua
casa. A menina pode ter presenciado, quando estava em casa, essa cena e,
consequentemente, trouxe uma vivência de casa como se fosse real.
Espaço do faz-de-conta – a estética adotada por cada cultura diferencia, por
exemplo, a panela de barro ou de alumínio utilizada para fazer comida; a
rede, o berço ou o cesto para pôr a boneca para dormir – a criança organiza
os utensílios domésticos no espaço da casinha, conforme suas experiências
prévias, adquiridas em casa. (BRASIL, 2012, p. 42).
Na
instituição
investigada,
as
crianças
tinham
muitos
brinquedos
confeccionados com sucatas, seja no parque ou na sala, com os quais brincavam de
casinha, de cozinha. Percebe-se que, em grande parte das instituições, a presença
33
desses materiais de sucatas é constante. Dessa forma, perguntamos: por que esses
materiais aparecem com frequência nas instituições? O que mobiliza as profissionais
a utilizarem esses materiais? É algo a ser pensado e estudado em pesquisas
posteriores.
Diante da necessidade de disponibilizar materiais variados para as crianças,
as professoras buscam alternativas, utilizando em sua prática pedagógica a sucata
como matéria-prima para enriquecer as suas aulas e proporcionar às crianças
momentos de pura fantasia e criatividade.
Nesse dia compreendi que a brincadeira é como um eixo organizador de
trabalho. É de fundamental importância, pois é por meio da brincadeira e do faz de
conta que a criança tem a possibilidade de trabalhar a imaginação, viver diferentes
experiências, experimentar diferentes papéis e personagens.
Figura 5 – E.brincando de casinha
Fonte: Autora, 2015.
Em seus estudos, Agostinho (2005, p. 68) observou a alegria das crianças na
hora de ir ao parque e a felicidade de poder curtir esse momento de liberdade.
A alegria e a satisfação na ida para o parque, por elas manifestadas, nos
fizeram compreender o parque como o espaço de grande expressão e
encontro com a liberdade. Nele as crianças encontram a chance instituída,
permitida da brincadeira livre, oportunidades para movimentos amplos,
convívio/confronto com as diferenças, lugar de exercício livre-arbítrio, onde
o adulto é fugazmente um olho vigilante. Nele era possível ir e vir de forma
mais fluida, fazer escolhas por si só.
34
O autor aborda o parque como um local de liberdade. E, analisando a
Instituição de Educação Infantil, observa-se que o espaço do parque é amplo e as
crianças desfrutam intensamente desse espaço, um local delas e pensado para elas.
Os meninos J. e L. brincavam com o alfabeto móvel e algumas peças de
madeira. Construíam um castelo lindo, quando J. disse: “Esse castelo é para
guardar comida, suco, prato e muitos doces”.
Figura 6 – Brincando de castelo
Figura 7 – Brincando de castelo
Fonte: Autora, 2015.
Fonte: Autora, 2015.
Devido ao fato de, por exemplo, um pedaço de madeira começar a ter o
papel de boneca, um cabo de vassoura tornar-se um cavalo, a ideia separase do objeto; a ação, em conformidade com as regras, começa a
determinar-se pelas idéias e não pelo próprio objeto. (VYGOTSKY, 2008, p.
30).
De acordo com Vygotsky (2008), no momento em que os meninos estão
brincando com um pedaço de madeira, eles imaginam que o objeto é um castelo,
imitando-o, e, ao fazerem isso, dão outro significado ao objeto, dispondo de sua
própria criatividade.
Outra observação muito marcante foi quando A. estava brincando de mamãe
e filhinho no armário da sala. Ele tirou todos os brinquedos, revistas, lápis de cor e
caixas que estavam dentro do armário da sala para poder brincar de casinha.
35
Figura 8 – A. brincando dentro do armário
Fonte: Autora, 2015.
De acordo com Louro (1997, p. 79),
A separação de meninos e meninas é, então muitas vezes, estimulada
pelas atividades escolares, que dividem grupos de estudo ou que propõem
competições. Ela também é provocada, por exemplo, nas brincadeiras que
ridicularizam garoto, chamando-o de menininha, ou nas perseguições de
bandos de meninas por bandos de garotos.
De acordo com a fala das professoras do Grupo 6, “a prática de brincadeiras
é importantíssima na infância, pois é a partir dela que as crianças demonstram
espontaneamente suas preferências, seu modo de ver o mundo”.
Dessa forma, percebem-se o desenvolvimento cognitivo e a coordenação,
todo processo dentro do contexto família–instituição e seu crescimento e conflitos no
ambiente educativo.
4.1 O QUE DIZEM AS PROFESSORAS
Foi entregue um questionário para cada professora da Instituição de
Educação Infantil, totalizando 18 questionários, mas somente oito professoras
devolveram-nos preenchidos.
Um ponto de partida do questionário foi considerar o tempo de atuação das
professoras na Educação Infantil, o que se verificou que três professoras atuam na
educação há mais de 15 anos; e cinco professoras atuam menos de nove anos na
Educação Infantil.
36
Gráfico 1 – Tempo de atuação das professoras na Educação Infantil
Fonte: Dados primários (2015).
Outra pergunta no questionário abordou em que momentos as crianças
brincam. Verificou-se que sete dos questionários respondidos descreveram que as
brincadeiras estão inseridas em todos os momentos, até nas atividades
direcionadas. As crianças brincam de boneca, carrinho, faz de conta. Apenas um
questionário demonstrou que as crianças brincam em diversos momentos, na
chegada, no parque, durante o período em que estão no CEI. Os meninos
geralmente gostam de brincar de luta; e as meninas, de casinha e salão de beleza.
Gráfico 2 – Em que momentos as crianças brincam na Instituição?
Fonte: Dados primários (2015).
37
Com relação à pratica de brincadeiras, nos oito questionários as professoras
responderam que utilizam a brincadeira com frequência na Instituição. Consideram,
assim, a prática de brincadeiras como importantíssima na infância, pois é a partir
dela que as crianças demonstram espontaneamente suas preferências, seu modo
de ver o mundo. E quanto mais momentos de brincadeiras a criança tiver, mais ela
poderá se desenvolver e ampliar os seus conhecimentos.
Gráfico 3 – A importância da prática de brincadeiras
Fonte: Dados primários (2015).
Ao interrogar as professoras se as brincadeiras estão inseridas em seu
planejamento e qual a sua importância na prática pedagógica, nos oito questionários
a brincadeira aparece como o eixo mais importante do fazer pedagógico na
educação, fazendo parte do planejamento semanal e estando inserida de forma
lúdica até mesmo nas atividades dirigidas, nos momentos de conversas e nas
contações de histórias, músicas, entre outras.
38
Gráfico 4 – O brincar e a brincadeira estão inseridos no planejamento?
Fonte: Dados primários (2015).
Ao perguntar se as brincadeiras podem ser empregadas como possibilidade
de ampliação dos conhecimentos e facilitadoras de aprendizagem, em todos os oito
questionários foi respondido que sim, pois é a forma de expressão da infância. É a
forma mais legitima de a criança se comunicar.
Gráfico 5 – Você considera que as brincadeiras podem ser empregadas como facilitadoras da
aprendizagem?
Fonte: Dados primários (2015).
39
Ao pensar no planejamento diário sobre o brincar na Educação Infantil, as
professoras se orientam por caminhos diversos, por isso foi questionado em que as
professoras se baseiam: na sua experiência, na formação inicial, na formação
continuada ou em troca de experiências com colegas de profissão. Cerca de 11%
das profissionais baseiam-se em alguns recursos para elaborar os planejamentos,
como a formação inicial e continuada, a troca entre os pares, a experiência
profissional, entre outros. E aproximadamente 89% das profissionais baseiam-se em
todos esses recursos para elaborar os planejamentos e inserir o brincar como
proposta com as crianças na Instituição.
Gráfico 6 – Para pensar o brincar na Educação Infantil, em que você se baseia? Na sua
experiência? Na formação inicial? Na formação continuada? Em troca com colegas?
Fonte: Dados primários (2015).
Em relação à formação das respondentes, verificou-se que seis professoras
possuem curso superior e pós-graduação e duas estão em formação pedagógica.
40
Gráfico 7 – Formação das professoras pesquisadas
Fonte: Dados primários (2015)
41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos da pesquisa foram atingidos em sua totalidade, pois, ao
averiguar durante as observações a interação das crianças com brinquedos, objetos,
materiais e brincadeiras, percebeu-se que o brincar faz parte da vida da criança, é
uma forma de comunicação com o meio em que está inserida e com a qual pode
aprender e muito. É brincando que a criança entra em contato com as diferenças
existentes no grupo, resolve problemas e amplia a sua forma de ver o mundo.
Com esta pesquisa pode-se verificar o real valor do brincar, especialmente
para as crianças na faixa etária de 5 a 6 anos. A aproximação às brincadeiras e
demais experiências desse grupo de crianças no contexto da Educação Infantil
demonstrou muitos aspectos que merecem destaque, entre eles aqueles que têm
estreita relação com a prática pedagógica na educação.
Em primeiro lugar no intuito de compreender por que as crianças brincam na
Educação Infantil e quais as contribuições do brincar para o desenvolvimento
integral das crianças, constatou-se que o brincar está presente em todo o seu
desenvolvimento, nas diferentes formas de mudança de seu comportamento, em
seus sonhos, fantasias.
Ao registrar a opinião das professoras sobre o brincar na Instituição de
Educação Infantil, verificou-se que a prática de brincadeiras é importantíssima na
infância, pois é a partir dela que as crianças demonstram espontaneamente suas
preferências, seu modo de ver o mundo.
Para identificar como aparecem os momentos do brincar no planejamento das
professoras, utilizou-se das observações na Instituição e das suas respostas ao
questionário. Pôde-se perceber que as brincadeiras fazem parte do planejamento
semanal, são pensadas e planejadas para diferentes momentos no cotidiano da
Instituição: brincadeiras livres e brincadeiras orientadas, roda, danças, jogos,
contação de histórias, no espaço interno e externo da Instituição.
Com base nos elementos que constituíram o conjunto desta pesquisa, é
possível afirmar que o brincar está presente nas manifestações realizadas pelas
crianças e é contemplado na Instituição de Educação Infantil ao serem planejados
momentos sustentados pelo ato de brincar.
42
Por isso a importância da formação continuada no trabalho pedagógico, pois
o olhar do professor de Educação Infantil, precisa ser curioso, atento e compreender
as manifestações diversas do seu grupo.
Portanto o educador tem como papel de ser um facilitador das brincadeiras.
Sendo necessário mesclar momentos onde ele dirige e orienta o processo do brincar
na Educação Infantil. Desta forma podemos afirmar que o brincar é viver e as
crianças brincam porque essa é uma necessidade básica de se expressarem.
Além disso, destaca-se a necessidade de um espaço em que as crianças
possam criar, inventar, experimentar, enfim, um espaço em que possam brincar e ter
respeitado esse seu direito.
43
REFERÊNCIAS
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Scipione, 1997.
AGOSTINHO, Kátia Adair. Creche e pré-escola é “lugar” de crianças? In: ALTINO,
José Martins Filho (Org.). Criança pede respeito: temas em Educação Infantil.
Porto Alegre: Mediação, 2005. p. 60-76.
ALMEIDA, Marco Antonio Chaves de. Projeto de pesquisa: guia prático para
monografia. Rio de Janeiro: WAK, 2002.
ARAÚJO, Vivian Carvalho de. Reflexões sobre o brincar infantil. Disponível em:
<http://www.cmjf.com.br/revista/materiais/1215525080.pdf>. Acesso em: 17 maio
2009.
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46
APÊNDICES
47
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
CURSO DE PEDAGOGIA
Eu, Gisela da Silva, aluno(a) de graduação no Curso de Pedagogia do Centro Universitário
Municipal de São José (USJ), convido-o(a) a participar do processo de coleta de dados do
meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sob orientação da prof.a M.Sc. Keila
Villamayor Gonzalez. Esta pesquisa se intitula “Contribuições do brincar para a Educação
Infantil”. E tem como objetivo principal investigar a contribuição do brincar para as crianças
na Educação Infantil. Você está sendo convidado(a) a participar, respondendo a um
questionário. A sua participação é absolutamente voluntária, portanto não será remunerada
e a pesquisadora estará à disposição para qualquer esclarecimento, no entanto em nenhum
momento poderá ser fornecido qualquer tipo de ajuda financeira e/ou ressarcimento da
pesquisa. Você é livre para recusar a dar resposta a qualquer questão durante a pesquisa,
parar ou desistir da participação a qualquer momento, sem ser penalizado(a) ou ter algum
prejuízo. O seu nome, ou quaisquer dados que possam identificá-lo(a), não será utilizado
nos documentos pertencentes a este estudo. As informações obtidas serão utilizadas com
ética na elaboração do trabalho científico, que poderá ser utilizado para publicação em
meios acadêmicos e científicos. Portanto, em nenhum momento o seu nome será utilizado,
a pesquisadora garante o sigilo e a confidencialidade dos dados coletados. Após ler este
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e aceitar participar do estudo, solicito sua
assinatura em duas vias no referido Termo, permanecendo uma delas em seu poder.
Qualquer informação a mais, me coloco a sua disposição no seguinte telefone: (48) 84816634 e no e-mail: [email protected]
Eu, __________, Carteira de Identidade nº __________, declaro através deste documento o
meu consentimento em participar da pesquisa intitulada “Contribuições do brincar para a
Educação Infantil”. Declaro, ainda, que fui informado dos objetivos da pesquisa.
São José, ____ de dezembro de 2015.
Assinatura
48
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
Caro(a) professor(a), sou acadêmica da 8.ª fase do Curso de Pedagogia do Centro
Universitário Municipal de São José e estou realizando uma pesquisa (TCC) sobre:
Contribuições do brincar para a Educação Infantil. Gostaria de contar com sua colaboração
respondendo a este questionário, lembrando que sua identidade será mantida em sigilo e
que todas as respostas são apenas para fins acadêmicos.
Muito obrigada!
Gisela da Silva
QUESTIONÁRIO
Pergunta 1: Há quanto tempo trabalha na Educação Infantil? E nesta instituição?
Pergunta 2: Em que momentos as crianças brincam? Do que elas mais brincam?
Pergunta 3: Você considera importante a prática de brincadeiras? Em que momentos?
Comente.
Pergunta 4: De que forma o brincar e a brincadeira estão inseridos no planejamento e qual
importância possuem na prática pedagógica?
Pergunta 5: Você considera que as brincadeiras podem ser empregadas como facilitadores
da aprendizagem?
Pergunta 6: Para pensar o brincar na Educação Infantil, em que você se baseia? Na sua
experiência? Na formação inicial? Na formação continuada? Em troca com colegas de
profissão?
Pergunta 7: São pedagogas? Tem pós-graduação?
49
APÊNDICE C – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISADORA AO CAMPO
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
APRESENTAÇÃO DO ACADÊMICO NO CAMPO
Pesquisa do TCC
São José, ____ de ____________ de 2015.
Ilm.a Sr.a _________________________________________________________
Diretor(a) do(a): ____________________________________________________
Prezado(a) Diretor(a),
O Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José (USJ) realiza
visitas de campo, intervenções, observações participantes nas Escolas do Ensino
Fundamental, em Centros de Educação Infantil das redes municipal, estadual e particular da
Grande Florianópolis/SC, inclusive na 6.a, 7.ª e 8.ª fases.
Nesse sentido, vimos apresentar a acadêmica Gisela da Silva, regularmente
matriculada no Curso de Pedagogia da USJ, para que possa realizar a pesquisa do
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) nessa Instituição, cuja temática de estudo são as
“Contribuições do brincar para a Educação Infantil”. Como proposta de ação, a acadêmica
precisa participar de cinco observações em uma sala de aula de Educação Infantil,
observando alunos em momentos diversos.
A referida pesquisa é requisito obrigatório para a formação profissional, conforme
Art. 65 da Lei n. 9.394/96.
Sendo o que tínhamos para o momento, agradecemos.
Orientadora do TCC
Coordenadora do Curso de Pedagogia
50
APÊNDICE D – AUTORIZAÇÃO PARA FOTOS E FILMAGENS
O curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José – USJ,
desenvolve disciplinas obrigatórias sobre as Práticas de Ensino e necessitam registrar
algumas das atividades desenvolvidas através de fotografias e/ou filmagens. Neste
sentido, vimos solicitar aos familiares responsáveis, a autorização para que possamos
usar as imagens fotográficas e/ou filmes em que a criança que você é responsável
aparece, nos relatórios que documentam o estágio. A utilização das imagens será utilizada somente para fins acadêmicos.
Para isso pedimos que seja preenchida e assinada a autorização abaixo, e devolvida na secretaria da escola e/ou CEI.
Autorizo a criança _____________________________________________, da
turma_______________ a ser filmado(a) e/ou fotografado(a) nesta Unidade de Ensino,
para exposição do Trabalho de Conclusão de Curso - TCC do(a) acadêmico(a)________________________________________________.
Nome do Responsável
Assinatura do Responsável
Nome do (a) Diretor(a) _______________________________________
Ciente: ___________________________________________
Assinatura da Direção da Unidade de Ensino
Carimbo da Unidade de Ensino
____________________________, _____ de ___________________ de 2015.
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ANEXO A – DECLARAÇÃO DA REVISORA DE TEXTOS
DECLARAÇÃO
Eu, Isabel Maria Barreiros Luclktenberg, revisora de textos, declaro que fiz a revisão
da monografia intitulada "Contribuições do brincar para a Educação Infantil", de
Gisela da Silva. Para tal, empreguei as novas normas ortográficas da língua
portuguesa e as normas da ABNT de trabalhos acadêmicos, citações e referências,
conforme solicitado pela autora.
Não me responsabilizo por alterações efetuadas no texto após a última versão
enviada.
Sem mais para o momento, firmo a presente.
Florianópolis, 24 de novembro de 2015.