Notícias MESA

Transcrição

Notícias MESA
Volume 02 No. 02
Notícias MESA
Julho-Setembro de 2015
Informações por
satélite para a
vigilância e o alerta
precoce das Proliferações de Algas
Nocivas (PAN) em
Madagáscar
As Proliferações de Algas Nocivas (PAN) consistem em um fenômeno no
qual há uma ocorrência em massa de certas espécies de algas que, por
sua vez, produzem toxinas. Toxinas de PAN podem matar seres humanos,
causar a morte de peixes em grande escala, contaminar frutos do mar
e afetar negativamente os ecossistemas marinhos. Em abril de 2011, as
PAN acarretaram a morte de trezentas pessoas e a mortalidade em massa
de peixes e de seres marinhos no sudoeste de Madagáscar. Esse evento
resultou em perdas econômicas devido à redução do turismo e da pesca
em Madagáscar.
A estação fornece imagens de satélites de alta resolução em tempo
quase real. Madagáscar está atualmente utilizando produtos derivados
de informações por satélite para a produção de mapas de Potenciais Zonas de Pesca (PFZ), bem como para a monitorização e para o sistema de
alerta de Proliferações de Algas Nocivas.
Utilizando informações por satélite, instituições de pesquisa e acadêmicas em Madagáscar realizaram um estudo retrospectivo sobre o incidente
das PAN de abril de 2011. Os resultados mostraram que a intoxicação do
ecossistema marinho ocorreu cerca de 20 dias após terem sido observadas condições favoráveis para as PAN. Com base no resultado do estudo,
Madagáscar atualmente estabeleceu uma rotina de monitorização por
satélite, alerta precoce e sistemas de alerta para as PAN.
O Instituto das Pescas e de Ciência Marinha de Toliara, Madagáscar, recebeu uma Estação de Observação da Terra, no âmbito do Projeto AMESD
(Monitorização Africana do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável), e do Projeto MESA (Vigilância do Ambiente e da Segurança em África).
Nesta Edição
Marcos alcançados no Quênia 2 Observação da Terra, Peixes e Segurança Alimentar na África 4… Rastreamento de navios de pesca para re-
duzir a pesca ilegal 6 “MESA contribui ...” 8 Serviços Climáticos para a RRC na África 10 “MESA é uma das ferramentas no terreno ..” 12. Seca
declarada em Botsuana 14
Marcos alcançados na
monitorização de áreas
protegidas no Quênia
A IGAD e a região do Leste Africano são o lar de alguns dos animais
selvagens mais incrivelmente atraentes do mundo. Por essa razão,
o turismo em parques de vida selvagem da região está crescendo e
tem produzido benefícios socioeconômicos para os países. Por exemplo, uma receita de KES 73,68 bilhões foi registrada para o ano de
2010 pelo Ministério do Turismo e da Vida Selvagem da República
do Quênia. As informações geradas a partir de satélites e softwares
relevantes desempenham um papel importante na gestão quotidiana
de mais de 130 áreas protegidas na região da IGAD.
“Eu tenho uma paixão pela conservação, e essa paixão teve início em
meus dias de infância. Naquela época, no Quênia, estávamos presenciando um declínio da população de várias espécies de animais
selvagens, além de perdas de habitat”, disse o Sr. Peter Maina, Oficial do Serviço de Vida Selvagem do Quênia (Kenya Wildlife Service
- KWS). Ele estudou a Conservação da Vida Selvagem em seus cursos
de graduação e mais tarde estudou SIG e Sensoriamento Remoto a
nível de pós-graduação. Ele participou de uma oficina de formação
no Centro da IGAD para a Previsão e a Aplicaҫão do Clima (ICPAC),
em Nairóbi. A formação teve como foco o uso de uma ferramenta
de código-fonte aberto de mapeamento da cobertura/alteração dos
solos, que foi desenvolvida pelo Centro Comum de Investigação (JRC)
da Comissão Europeia. A ferramenta permite uma melhor utilização
de informações de satélite disponíveis livremente para uma avaliação
da conservação do habitat natural. “O conhecimento e a habilidade
que estamos obtendo a partir da colaboração com o Projeto MESA
em ICPAC e com o JRC permitem com que os Serviços de Vida Selvagem do Quênia (KWS) possam ser implementados em outras áreas
protegidas. Atingimos um grande marco na monitorização de áreas
protegidas “, disse o Sr. Peter.
Sr. Peter Maina, Oficial de SIG no Serviço de Vida Selvagem do Quênia (KWS)
“O
Conhecimento e habilidade que estamos recebendo a partir
da colaboração com o Projeto MESA em
ICPAC e com o JRC permitem com que os Serviços
de Vida Selvagem do Quênia (KWS) possam ser
implementados em outras áreas protegidas. Atingimos um grande marco na monitorização de
áreas protegidas ”
Sr. Peter Maina, Oficial de SIG no Serviço de Vida Selvagem do
Quênia (KWS)
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
2
Anteriormente, para se obter informações
necessárias à monitorização da conservação
do habitat natural era necessário deslocarse fisicamente pelas áreas protegidas. Eram
precisos vários dias até que essas informações fossem obtidas. Algumas das áreas
protegidas no Quênia cobrem uma vasta
área. Por exemplo, o Parque Nacional de
Tsavo Oeste abrange uma área de 9.065
quilômetros quadrados. O processo de coleta de informações de campo que era realizado ao deslocar-se fisicamente era algo
demorado. “Graças ao projeto MESA, atualmente temos um instantâneo de imagens de
satélite das áreas protegidas em uma única
página. Nós analisamos essas imagens no escritório. A validação no terreno é feita como
num balcão único (one-stop-shopping). Em
comparação com a metodologia anterior, os
produtos MESA são mais fáceis e nos pouparam tempo”, disse o Sr. Peter
“Atualmente
Especialistas no terreno para a validação do processo de levantamento de
dados em campo
O Projeto de Vigilância do Ambiente e da Segurança em África
(MESA) utiliza dados de Observação da Terra para uma melhor
gestão do ambiente e da segurança a nível continental, regional
e nacional na África. O ICPAC, um dos sete centros de implementação do Projeto MESA, utiliza informações geradas a partir de
satélites que observam a Terra e fornece serviços de avaliação da
degradação dos solos, de conservação de habitats naturais e de
monitorização de florestas para a região da IGAD.
temos um instantâneo de
imagens de satélite das áreas
protegidas em uma única página.
Nós analisamos essas imagens no
escritório
”
Sr. Peter Maina, Oficial de SIG no Serviço de Vida Selvagem do Quênia
(KWS)
Zachary Atheru, Gerente do Projeto MESA no ICPAC
“Mais de 60% da região da IGAD é árida ou semiárida. Nós também temos desafios de secas frequentes, de impactos da variabilidade e das mudanças climáticas, da degradação dos solos,
da degradação de florestas e da perda de biodiversidade. É por
isso que a IGAD escolheu as ações e serviços temáticos que estão sendo implementados no ICPAC“, disse o Sr. Zachary Atheru,
Gerente de Projeto de MESA no ICPAC.
“Em comparação
com a metodologia anterior,
os produtos MESA são mais fáceis e nos pouparam tempo ”
Zoltan Szantoi (PhD), Responsável Científico do JRC,
enquanto fornece treinamento sobre a ferramenta de código-fonte aberto de mapeamento da cobertura/alteração dos solos
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
Sr. Peter Maina, Oficial de SIG no Serviço de Vida Selvagem do
Quênia (KWS)
3
Observação da Terra, Peixes e Segurança Alimentar na África
“As perdas globais devido à pesca Ilegal, Não declarada e Não regulamentada (INN) ou “pesca pirata” estão estimadas entre US$ 10 bilhões e
US$ 23,5 bilhões por ano. Estima-se que as águas do Oeste Africano tenham os mais altos níveis de pesca INN do mundo, representando até 37
por cento das capturas da região”. Isso foi apontado pela Senhora Sherry
Ayittey, a Ministra das Pescas e do Desenvolvimento da Aquicultura no
Gana. Além disso, a BBC informou em 20 de maio de 2015, que mais de
70 navios chineses foram encontrados pescando ilegalmente ao largo da
costa da África Ocidental.
Na região da CEDEAO, os catorze países costeiros participantes utilizam a
informação sobre potenciais zonas de pesca (PFZ) para gerir os recursos
da pesca. Os gráficos das PFZs são disponibilizados diretamente aos gerentes das pescas que, em seguida, trabalham junto às suas marinhas ou
guardas costeiras para proteger os bancos de pesca selecionados.
Sra. Sherry Ayittey, a Ministra para as Pescas no Gana
Sr. Prendut Koonjoo, Ministro da Economia Oceânica, Recursos Marinhos, Pescas,
Navegação e Ilhas Periféricas da República de Maurício
“Os satélites não podem observar os peixes diretamente, mas podem
contribuir para a exploração sustentável de peixes através do fornecimento de monitorização contínua e global do ambiente marinho”,
disse o Sr. Prendut Koonjoo, Ministro da Economia Oceânica, Recursos Marinhos, Pescas, Navegação e Ilhas Periféricas da República
de Maurício. Dados de Observação da Terra baseados no espaço e
in situ, juntamente com outros dados relacionados, fornecem informações sobre as condições do oceano e a dinâmica de distribuição
de peixes em zonas marinhas e costeiras, para o processo de tomada
de decisão.
Através do Projeto MESA, pescadores em cinco países pertencentes à
Comissão do Oceano Índico (COI) estão se beneficiando desse tipo de
tecnologia para obter informações sobre potenciais pontos de agregações de peixes.
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
O peixe representa uma parcela significativa da proteína animal consumida por muitos países africanos como o Gana, onde os peixes contribuem com cerca de 60% da proteína animal. Mais de 200 milhões
de africanos comem peixe regularmente. O peixe fresco, mas mais frequentemente defumado, seco, ou mesmo em pó, é fonte fácil e acessível
de proteínas e de micronutrientes na dieta de muitas comunidades da
região.
Sra. Eunice Nuerkie Ofoli-Anum, Ponto Focal Nacional do Projeto MESA no Gana
4
O Projeto de Vigilância do Ambiente e da Segurança
em África (MESA), por meio de seus Centros Regionais de Implementação nas regiões do Oceano Índico
e do Oceano Atlântico, está fornecendo gráficos de
PFZ melhorados aos decisores políticos nas regiões
da COI e da CEDEAO, para a exploração e a gestão
sustentável das pescas. O Instituto de Oceanografia
de Maurício e o Centro de Gestão de Recursos Costeiros e Marinhos da CEDEAO são os respectivos centros responsáveis pelas regiões da COI e da CEDEAO.
Boletim Ambiental Continental de MESA - Edição
publicada de abril de 2015
Além disso, o Projeto MESA fornece informações sobre o tráfego de navios de pesca, e sobre os esforços
e as atividades dos navios de pesca dentro da Zona
Econômica Exclusiva (ZEE) dos países parceiros. Esse
serviço oferece suporte e auxílio na redução das atividades generalizadas de pesca ilegal, não declarada e não regulamentada nas regiões da COI e da
CEDEAO.
A Sra. Eunice Nuerkie Ofoli-Anum é o Ponto Focal Nacional para o Projeto MESA no Gana. Ela disse que os
produtos e serviços do Projeto MESA “nos fornecem
informações sobre possíveis locais de peixes e nos
permitem concentrar nossos esforços no policiamento de nossas águas.”
“O
projeto MESA nos diz
exatamente onde a produtividade de peixe é muito alta. A
maioria dos ganeses depende do
peixe ”
A Sra. Eunice Nuerkie Ofoli-Anum é o Ponto Focal Nacional para
o Projeto MESA no Gana
O Projeto MESA é um Programa financiado pela União
Europeia, implementado com a coordenação geral da
Comissão da União Africana e com a direção das Comunidades Econômicas Regionais (CEMAC, CEDEAO,
IGAD, COI e SADC) e do Secretariado da ACP, em estreita cooperação com a Delegação da União Europeia
para a União Africana e com parceiros como o EUMETSAT e o Centro Comum de Investigação da CE (JRC).
A edição de abril de 2015 do Boletim Ambiental
Continental de MESA destacou atuais localizações
na África onde as condições de crescimento da vegetação são muito más, más e muito boas; além de
destacar as localizações onde há potencial redução
e potencial aumento na abundância de peixes, e
inundações. Nesse boletim pode-se ver que houve
uma mudança: a abordagem passou dos indicadores
ambientais para as áreas temáticas, tais como as
culturas e as áreas protegidas. Esperamos que este
venha a ser mais útil para os usuários e decisores
políticos - por favor, diga-nos o que você pensa.
O boletim é publicado em ambas as línguas inglesa e
francesa e é acessível através do link abaixo:
http://mesa.au.int/mesa/node/159
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
5
Rastreamento de pequeno navio
de pesca para reduzir a pesca ilegal na África Ocidental
Formação em MESA
Em setembro de 2013, o Contratante da ação de Formação de
MESA - um consórcio liderado por Particip, com parceiros ITC
e VITO (http://training4mesa.org) - deu início ao seu trabalho.
Esse contrato faz parte da estratégia global de formação de
MESA, a qual inclui outros elementos, como a formação no
local de trabalho (ou on the job) do JRC e a formação nos usos
das Estações MESA e PUMA 2015, que será entregue como
parte da implantação de infraestrutura.
A sobrepesca e a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN)
na maior parte dos grandes bancos de pesca do mundo têm significativamente causado grandes declínios nas populações de peixes que são
comercialmente importantes no mundo inteiro. Por conseguinte, há uma
crescente demanda por alimentos derivados de peixes como fonte de
proteína, e pelo comércio desses alimentos para fins de ganhos econômicos. Tendo em vista a tendência de diminuição desse recurso, os pescadores têm adotado métodos ilegais e destrutivos de recolha de peixes,
consequentemente, destruindo os seus habitats.
Na África Ocidental, há uma crescente utilização de venenos e explosivos
na pesca. O efeito devastador da pesca de arrasto pelo fundo e de arrasto de parelha em águas muito rasas deixou as regiões que foram uma
vez produtivas quase desertas. As agências governamentais mandatadas
para a monitorização e para a execução de um levantamento da pesca na
África Ocidental enfrentam inúmeros desafios como a falta de barcos de
patrulha, legislação fraca e falta de sistemas de monitorização eficazes
para impedir as atividades da pesca ilegal.
O contrato tem como objetivo proporcionar formação genérica em assuntos que são exigidos para todos os centros de implementação (RICs/CIC) - os centros realizarão também ação
de formação específica para os seus serviços regionais e continentais. Os assuntos incluem a gestão e a manutenção das estações, como produzir e gerenciar serviços temáticos, comunicação dos resultados, compreensão da Observação da Terra
e do Sistemas de Informação Geográfica (SIG). O contratante
estabeleceu um escritório próximo à União Africana. Um Sistema de Gestão de Aprendizagem foi definido, o qual administra
os procedimentos concernentes às solicitações de estudantes,
e também contém todos os materiais de formação em francês
e inglês para referência e transferência (download); incluindo
material de formação selecionado produzido pelos RICs e CIC.
Uma característica especial desse contrato é o uso extensivo
de educação à distância para alcançar as pessoas em seus locais de trabalho; aquelas que estão impossibilitadas de viajar
para uma sala de aula central. Esses cursos são programados e
liderados por um instrutor, que está disponível para assistência e feedback durante todo o período de realização do curso.
Em alguns casos, essa educação à distância acontece juntamente com um curso em sala de aula ou cara a cara, como
é o caso dos cursos de Comunicação e Alcance. Atualmente
cursos estão sendo oferecidos em Comunicações e Alcance,
Observação da Terra, SIG, Linux e EUMETCast; em inglês e
francês. À medida que as estações de monitorização ambiental e previsão meteorológica forem implantadas, uma sessão
de formação técnica sobre a utilização dessas estações será realizada em quatro centros de formação de MESA em Nairóbi,
Niamey, Maurício e Pretória; também em inglês e francês.
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
Sistema de Identificação Automática Avançado Classe B Ativado por Satélite (ABSEA) montado em
uma embarcação de pesca costeira em Sekondi, Gana. Todas as embarcações de pesca podem ser
monitorizadas.
Como parte dos esforços para apoiar a gestão das pescas, o Centro de
Recursos Costeiros e Marinhos da CEDEAO na Universidade do Gana está
fazendo uma monitorização do tráfego de navios de pesca utilizando um
Sistema de Identificação Automática (AIS) para reforçar os Sistemas de
Monitorização de Embarcação (VMS) existentes em alguns países. A instalação de transponders de classe B a bordo de embarcações e canoas de
pesca costeira começou como um projeto-piloto em águas costeiras do
Gana. Atualmente, o Gana tem mais de nove mil (9.000) canoas e trezentos navios (300) de pesca costeira. Os mais de cinquenta navios de pesca
industrial registados no Gana têm como alvo principal o atum e outras
espécies de peixe com valor comercial.
6
O Quênia vai sediar o
Primeiro Fórum de Vigilância do Ambiente e
da Segurança em África
(MESA)
Dr George Wiafe, Diretor do Centro de Gestão de Recursos Costeiros e Marinhos da
CEDEAO, em uma reunião com funcionários da Associação Nacional de Pescadores do
Gana (NAFAG) em Tema, Gana.
“Na África Ocidental, há uma
crescente utilização de venenos e explosivos na pesca. O efeito devastador da pesca de
arrasto pelo fundo e de arrasto de parelha em
águas muito rasas deixou as regiões que
foram uma vez produtivas quase
desertas”
No início do Programa-piloto de Monitorização do
Pequeno Navio de Pesca na sede da Associação
Nacional de Pescadores do Gana (NAFAG), o Diretor do Centro Marinho da CEDEAO, Dr. George
Wiafel, elaborou sobre os benefícios dos serviços
de AIS para a gestão das pescas e a segurança no
mar. Ele indicou que “a cobertura por satélite do
AIS irá oferecer aos gestores das pescas e decisores
a oportunidade de avaliar os esforços de pesca e
o conhecimento sobre as zonas de pesca”. Com
relação à segurança no mar, qualquer um dos navios-teste pode disparar um alarme localizado sobre
o transponder ABSEA portátil instalado em seus
barcos, o qual irá, por sua vez, alertar qualquer
navio maior que esteja presente nas redondezas,
para que este possa oferecer ajuda. O Sr. Godfrey
Baidu-Tsibu, o Diretor da Unidade de Monitorização, Controle e Vigilância (MCS) do Ministério
das Pescas e do Desenvolvimento da Aquicultura
no Gana, aconselhou os proprietários de pequenos navios de pesca a cuidar bem das unidades
do ABSEA (Sistema de Identificação Automática
Avançado Classe B Ativado por Satélite) e a apoiar
a investigação-piloto. Ele sublinhou que o cumprimento dos regulamentos estabelecidos na Lei da
Pesca irá beneficiá-los e beneficiar a nação como
um todo. Ele elogiou ainda a iniciativa do projeto
MESA e expressou o compromisso do Ministério
para com o apoio à iniciativa MESA.
A Comissão da União Africana, em colaboração
com o Governo da República do Quênia, e com
o apoio da União Europeia organiza o Primeiro
Fórum de Vigilância do Ambiente e da Segurança
em África (MESA) sob o tema “Racionalização dos
produtos e serviços MESA em direção ao ciclo de
tomada de decisão e em apoio à gestão ambiental sustentável”. O Fórum será realizado de 31 de
agosto a 4 setembro de 2015, no Hotel Crowne
Plaza, em Nairóbi, Quênia.
Durante os cinco dias de deliberações, as melhores práticas relacionadas à Observação da Terra serão compartilhadas; os Produtos e Serviços
MESA serão discutidos e exibidos. O objetivo do
Fórum é discutir e analisar como a Observação da
Terra, através do Projeto MESA, apoia a política, o
planejamento e a tomada de decisão nas instituições nacionais, regionais e continentais, que são
mandatadas para a agricultura, o ambiente, o clima, as pescas, a segurança alimentar e as responsabilidades relacionadas. E isso é feito através do
reforço do acesso e da exploração de aplicações
relevantes de Observação da Terra na África.
Cerca de 250 decisores e formuladores de políticas, planejadores, usuários e especialistas de
dados de OT, e pelo menos um representante de
cada país ACP Africano, proveniente de Ministérios de Governo relevantes, irão participar do
Fórum.
O programa-piloto de monitorização dos navios de
pesca do Centro Marinho da CEDEAO é realizado
em colaboração com o ExactEarth Ltd, provedores
de rastreamento via satélite, e o SRT Marine System Solutions, os fabricantes dos transponders
ABSEA.
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
7
“O Projeto de Vigilância do Ambiente e da Segurança
em África (MESA) contribui para a Agenda Geral de
2063 da África Continental.”
Comissária Rhoda Peace Tumusiime, REA (Economia Rural e Agricultura) da CUA (Comissão da União Africana)
Foto de Grupo da quarta Reunião do Comitê Diretor do Projeto MESA
“O Projeto MESA, através de suas diversas Ações Temáticas, é uma
ferramenta importante para a implementação de importantes
instrumentos continentais e regionais de desenvolvimento, tais
como a Estratégia Integrada Africana de Meteorologia (Serviços
Climáticos e Meteorológicos)” afirmou o Dr. Jolly Wasambo, ao ler
a declaração de abertura da Sra. Rhoda Peace Tumusiime, Comissária para a Economia Rural e Agricultura (REA) da Comissão da
União Africana, durante a 4ª Reunião do Comitê Diretor do Programa MESA (4ª PSC), que foi realizada de 27 a 29 de abril de 2015,
em Port Louis, Maurício.
Durante a sessão de abertura da 4ª PSC, o Chefe Interino da Delegação da UE para a República de Maurício, a
República de Seychelles e a União das Comores, Sr. Aldo
Dell’Ariccia, sublinhou o fato de que MESA é um projeto-chave na cooperação entre a África e a União Europeia em aplicações de Observação da Terra e aplicações
relacionadas a satélites. “De fato, esse projeto contribui
para o estabelecimento de um quadro coerente para o
desenvolvimento de atividades de Observação da Terra
na África, com o objetivo de obter a partir do espaço um
apoio estratégico para o desenvolvimento socioeconômico da África. Ele também constitui um alicerce muito importante da Iniciativa de Vigilância Global do Ambiente e
da Segurança e África, conhecida como GMES & África “
Ressaltou o Sr. Dell’Ariccia.
Dr. Jolly Wasambo, ao ler a declaração de abertura da Comissária da CUA para a
Economia Rural e Agricultura
O projeto MESA contribui para a implementação da Estratégia
Africana Integrada de Meteorologia (Serviços Climáticos e Meteorológicos), a Estratégia Regional Africana para a redução dos Riscos
de Catástrofes, e várias outras políticas e estratégias continentais e
sub-regionais nos domínios da agricultura, clima, meio ambiente,
pescas e recursos marinhos. Deste modo, o projeto desempenha
um importante papel na realização da agenda de desenvolvimento
das sub-regiões da África e na realização da Agenda Geral de 2063
da África Continental, afirmou a Comissária.
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
Sr. Aldo Dell’Ariccia, o Chefe Interino da Delegação da UE para a República de
Maurício, a República de Seychelles e a União das Comores
8
O Projeto MESA contribui para a Agenda geral da África…”
O Projeto MESA chega no momento oportuno em que todas as partes
interessadas estão aguardando ansiosamente o reforço das capacidades
em vários setores da economia, incluindo, entre outros, os setores de
proteção ambiental e de alterações climáticas” Apontou o Sr. Prendut
Koonjoo, Ministro da Economia Oceânica, Recursos Marinhos, Pescas,
Navegação e Ilhas Periféricas da República de Maurício. O ministro também afirmou que o Projeto MESA está em plena sintonia com os objetivos do Governo da República de Maurício, principalmente no que se
refere ao desenvolvimento da Economia Oceânica. Nesse contexto, ele
afirmou que o seu governo está colocando em prática vários mecanismos
e implementando uma série de medidas inovadoras relacionadas aos
subsetores jurídico, e de gestão costeira e gestão dos oceanos.
Sr. Jean Claude de L’Estrac, Secretário Geral da Comissão do Oceano Índico
A quarta Reunião do Comitê Diretor do Projeto MESA (PSC) elegeu a representante da COI, Sra. Gina Bonne, como a Presidente; e o representante da SADC, Sr. Bradwell Garanganga, como o Copresidente. Os membros que votam são os representantes da ACP, CUA, CEMAC, CEDEAO,
IGAD, COI e SADC. EUMETSAT é o Secretariado; a Delegação da UE para
a UA, os Centros de Implementação, o JRC e as Agências da ONU (OMM,
PNUD, UNECA) são os observadores.
Sr. Prendut Koonjoo, Ministro da Economia Oceânica, Recursos Marinhos, Pescas,
Navegação e Ilhas Periféricas da República de Maurício
Quanto ao papel da Observação da Terra para a economia oceânica, o
Secretário Geral da Comissão do Oceano Índico (COI), Sr. Jean Claude de
L’Estrac também ressaltou que “a coleta de dados através da Observação
da Terra irá certamente proporcionar uma melhor compreensão dos sistemas oceânicos, que será útil para o desenvolvimento da economia do
oceano azul na região da COI. Ela vai ajudar a melhorar a governança e
a gestão das pescas, para melhor entender os parâmetros do oceano e a
dinâmica da erosão costeira.”
“O Projeto MESA chega
no momento oportuno em que
todas as partes interessadas estão aguardando ansiosamente o reforço das capacidades
em vários setores da economia, incluindo, entre
outros, os setores de proteção ambiental e de
alterações climáticas”
Sr. Prendut Koonjoo, Ministro da Economia Oceânica, Recursos Marinhos,
Pescas, Navegação e Ilhas Periféricas da República de Maurício
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
Sra. Gina Bonne, Presidente eleita do Comitê Diretor do Projeto MESA
A 4ª reunião do Comitê Diretor do Projeto MESA (MESA PSC) é organizada pela Comissão do Oceano Índico, e tem participação de alto nível do
estado de Maurício, e organizações europeias e africanas interessadas.
Os participantes fizeram um balanço do progresso feito dois anos após o
início do programa e discutiram as principais atividades a serem realizadas. A reunião destacou o estado de progresso daquilo que o programa
MESA está entregando através de suas AÇÕES TEMÁTICAS e serviços, com
o auxilio de dados e tecnologia de satélite.
Uma sessão específica da PSC foi conduzida e cobriu a iniciativa “GMES
& África” (Vigilância Global do Ambiente e da Segurança). Essa sessão foi
parte do roteiro acordado durante a 6ª reunião da UE-UA “Space Troïka “
e a 7ª reunião College-to-College (Faculdade a Faculdade), que aconteceu
em abril de 2015, em Bruxelas, e que permitiu aos comissários africanos
e europeus encarregados, reafirmar os compromissos de ambos os lados,
de avançar rumo à implementação da iniciativa “GMES & Africa”. A iniciativa “GMES & Africa” contribui para o estabelecimento de um quadro coerente para o desenvolvimento de atividades de Observação da Terra na
África, com o objetivo de obter um apoio estratégico ao desenvolvimento
socioeconômico da África.
9
Serviços Climáticos para
a Redução de Riscos de
Catástrofes na África
Dr. Andre Kamga, Gerente de Projeto da Ação Temática Continental de MESA em ACMAD
Os eventos climáticos extremos, as alterações
climáticas, a degradação dos solos, as secas e inundações afetam negativamente o planeta Terra. A
África está passando por algumas das consequências
mais graves das variabilidades e alterações climáticas em seus ecossistemas, sistemas produtivos, e,
finalmente, no desenvolvimento socioeconômico de
seus povos. A fim de melhorar as condições socioeconômicas das pessoas através da segurança alimentar, de uma melhor gestão dos recursos ambientais
e naturais, e da redução dos riscos de catástrofes,
a África tem percebido o papel importante exercido pelas tecnologias de Observação Terra (OT). O
Projeto de Vigilância do Ambiente e da Segurança
em África (MESA) utiliza a OT para gerar produtos
e serviços de informação críticos para o desenvolvimento socioeconômico dos povos africanos.
Dr. Andre Kamga, Gerente de Projeto da Ação Temática Continental de MESA com base em
Niamey, no Centro Africano das Aplicaҫões Meteorológicas para o Desenvolvimento (ACMAD).
Evidências do aquecimento global e da seca na África
A avaliação das temperaturas globais anuais indica que o ano de 2013 empata com o ano de
2007, por ter sido o sexto ano mais quente desde o início do registros globais em 1850, com
uma temperatura global da terra e da superfície do oceano de 0,5°C acima da média dos anos
de 1961-1990. Na África, o ano de 2013 está registrado como tendo sido o segundo ano mais
quente desde 1950. A figura abaixo indica a variabilidade e tendência de ano a ano.
A detecção de alterações climáticas regionais observadas e de sinais de geração de cenários de clima
a partir da análise de conjuntos de dados históricos e de projeções para o clima no futuro, fornece
informações para o desenvolvimento de políticas
e estratégias de adaptação de longo prazo. Dentro
da ação temática continental de MESA, o Serviço de
Avaliação das Alterações Climáticas realiza análises
da variabilidade e tendências climáticas das últimas
décadas e também para as próximas três décadas.
Os produtos são derivados de conjuntos de dados
históricos e de projeções das alterações climáticas
em diferentes horizontes temporais.
“Quando analisamos séries cronológicas da temperatura africana a partir de 1960, há uma tendência
de +2°C por século. No entanto, a tendência gerada
a partir dos dados de temperatura das últimas duas
décadas mostra um aumento de 3°C por século. O
continente está se aquecendo mais rapidamente
desde o ano de 1990, em comparação com os anos
60, 70 e 80. Esse aquecimento leva a riscos tais
como o aumento da frequência e/ou intensidade de
eventos extremos, como ondas de calor, secas e inundações, início e fim anormais das estações chuvosas, períodos secos e molhados frequentes, perturbações significativas na distribuição da precipitação
durante o ano” diz,
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
Figura 1: Classificação das anomalias de temperatura (°C) para a África para os
anos de 1950-2013 em relação aos anos de 1961-1990; dados matriciais com base
em observações de estação (Fonte de dados: NOAA/NCEP/CPC/CAMS).
10
“
O ano de 2010 foi o ano mais quente na África desde 1950.
Anomalias de temperatura registradas em
2013, com um aquecimento
de cerca de ou acima de 3°C
em alguns locais, incluindo o
sul de Angola, o noroeste da
Namíbia e a Etiópia Oriental”
Dr. Andre Kamga, Gerente de Projeto da Ação
Temática Continental de MESA em
ACMAD
Figura 2: As anomalias de temperatura (°C) para a África em relação aos anos de
1961-1990 (em vermelho) e tendência (em preto) para 1950-2013; dados matriciais com base em observações de estação (Fonte de dados: NOAA/NCEP/CPC/
CAMS).
O Mapa abaixo (Figura 3) indica anomalias de temperatura registradas em 2013, com um aquecimento de cerca de ou acima de +3°C em alguns locais,
incluindo o sul de Angola, o noroeste da Namíbia
e a Etiópia Oriental. Além das temperaturas altas
extremas, o sul de Angola e o norte da Namíbia registraram um período de seca grave durante o ano
de 2013. O governo da Namíbia solicitou assistência
internacional. A frequência desses eventos, que são
caracterizados por uma combinação de altas temperaturas e seca grave, deve aumentar devido às
alterações climáticas.
Figura 4: Precipitação anual Africana em percentagem da média para o ano
de 2013; dados matriciais com base em estimativas de precipitação derivadas de pluviômetro e de análise de dados de satélite com relação aos anos
de 1981-2010. (Fonte de Dados: NOAA/NCEP/CPC/CAMS-OPI).
A vigésima primeira sessão da Conferência das Partes no Protocolo
de Quioto (UNFCCC COP 21) será realizada de 30 de novembro a
11 de dezembro de 2015, em Paris. A Conferência de Paris sobre o
Clima visa alcançar um acordo juridicamente vinculativo e universal sobre o clima, com o objetivo de manter o aquecimento global
abaixo de 2°C.
A Ação Temática Continental de MESA planejou um evento paralelo
durante a próxima COP 21 sobre “As alterações climáticas como
uma oportunidade de acelerar a integração e o desenvolvimento
sustentável da África”.
Figura 3: Anomalias anuais de temperatura (°C) para a África para o ano de 2013
em relação ao período de base de 1961-1990; dados matriciais com base em observações de estação. (Fonte de dados: NOAA/NCEP/CPC/CAMS)
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
11
“ MESA é uma das ferramentas no terreno utilizadas
pela África para lidar com os desafios ambientais e
climáticos”
Sra. Olushola Olayide
A AMCOMET-3 discutiu o Plano de Implementação e de
Mobilização de Recursos da Estratégia Africana Integrada
sobre Meteorologia (Serviços Meteorológicos e Climáticos), o qual fornece orientações concretas para a entrega
eficaz e reforçada dos serviços meteorológicos e climáticos,
serviços estes que são necessários para reforçar a capacidade do continente de responder às alterações climáticas.
A Declaração Ministerial de Praia observou que o plano é
uma ferramenta importante para a mobilização de recursos
através de parcerias e de colaboração, que irão construir a
capacidade de resistência tão necessária para as comunidades e economias na África.
Sra. Olushola Oliyade da CUA
O projeto de Vigilância do Ambiente e da Segurança em
África (MESA) “é uma das ferramentas no terreno utilizadas pela África para lidar com os desafios ambientais
e climáticos, por meio da implementação de orientações
estratégicas”, disse a Sra. Olushola Oliyade da CUA, na
ocasião do evento Paralelo de MESA e de Satélites Meteorológicos, durante a terceira sessão da Conferência Ministerial Africana sobre a Meteorologia, que foi realizada
de 10 a 14 de fevereiro de 2015, na Cidade de Praia, Cabo
Verde.
O evento paralelo organizado pela Comissão da União
Africana em colaboração com o EUMETSAT apresentou
o status mais recente do Projeto MESA, tendo como
foco a atualização das estações PUMA e dos Serviços de
Clima Continental, e apresentou os planos para garantir
a cobertura de dados sobre a África nas próximas décadas: Meteosat Terceira Geração e Cobertura de Dados do
Oceano Índico.
Os ministros responsáveis pela meteorologia na África endossaram planos para estabelecer um novo Centro Regional
do Clima (RCC) para a África Central, com o objetivo de consolidar as capacidades de investigação e de previsão dessa
sub-região, em linha com centros semelhantes existentes
na África Oriental, Austral, Ocidental e Setentrional.
A Terceira Sessão da Conferência Ministerial Africana sobre
a Meteorologia (AMCOMET-3) foi organizada pelo governo
de Cabo Verde. A sessão teve como foco o reforço da resistência às alterações climáticas e às condições meteorológicas extremas, através do fornecimento de serviços
meteorológicos e climáticos melhorados. Esses serviços são
algo vital para a segurança alimentar, a gestão dos recursos
hídricos, a redução dos riscos de catástrofes e a saúde, bem
como para outros setores-chave da economia, tais como os
setores de transportes, energia e turismo.
O projeto MESA exibiu seus produtos e serviços, particularmente os serviços de clima continental, durante o evento. A
exibição chamou a atenção dos participantes.
Foto da Exibição de MESA durante a 3ª Conferência Ministerial Africana sobre a Meteorologia, em Praia, Cabo
Verde
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
12
“ A Europa e a África compartilham um número de
preocupações comuns no que diz respeito ao ambiente ”
Sr. Timo Makela, Representante do Comissário da UE para o Ambiente
Foto da 15ª Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente, no Cairo, Egito
A 15ᵃ Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente,
que foi realizada de 2-6 de março de 2015, no Cairo, Egito, resultou na Declaração do Cairo sobre a Gestão do
Capital Natural da África para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza. A declaração centrouse na questão de como gerir o capital natural da África;
na agenda de desenvolvimento pós-2015; na redução
dos riscos de catástrofes; no combate à desertificação e
na preparação da África para o acordo de 2015 no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as
Alterações Climáticas. Com relação à redução dos riscos
de catástrofes, os Ministros Africanos do Ambiente, entre outros, declararam:
• Concordar em utilizar princípios e medidas de redução
dos riscos de catástrofes no processo de desenvolvimento, a fim de prevenir futuras catástrofes e alcançar
as metas de desenvolvimento sustentável e de resiliência, nomeadamente através de abordagens com base no
ecossistema e na gestão ambiental sensível ao risco.
“A Europa e a África compartilham um número de preocupações comuns no que diz respeito ao ambiente” disse o
Sr. Timo Makela, Representante do Comissário da UE para
o Ambiente, durante o segmento Ministerial de AMCEN.
Ele ilustrou três assuntos onde uma estreita cooperação
entre a Europa e a África é muito importante: as alterações
climáticas, a Agenda pós-2015 e o tráfico de vida selvagem.
O segmento Ministerial da 15ª Sessão da Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente teve sua abertura realizada hoje por Sua Excelência o Sr. Eng. Ibrahim Mahlab,
Primeiro Ministro da República Árabe do Egito.
A reunião AMCEN ofereceu uma oportunidade para que
ministros e peritos possam revisar e analisar os resultados da vigésima sessão da Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações
Climáticas (UNFCCC COP20), que aconteceu em Lima, Peru,
em dezembro de 2014. As negociações contínuas sobre as
alterações climáticas entraram em uma fase crítica rumo
ao acordo jurídico de 2015, e essa sessão ofereceu uma
plataforma oportuna para se revisar os assuntos em jogo
para o continente, além de determinar um roteiro em preparação para a vigésima primeira sessão da Conferência
das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
as Alterações Climáticas (UNFCCC COP21), a ser realizada
em Paris no final do ano.
Durante esse evento o projeto de Vigilância do Ambiente
e da Segurança em África exibiu seus produtos e serviços.
Sr. Timo Makela, Representante do Comissário da UE para o Ambiente
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
13
Seca declarada em
Botsuana
Em 26 de junho de 2015, o Presidente Khama de
Botsuana declarou que o país está devastado pela
seca depois de uma temporada de desfavorável distribuição da precipitação juntamente com ondas de
calor. Estima-se que a produção de cereais da temporada de 2014/15 seja equivalente a apenas 3%
da necessidade nacional de cereais, e que a água
e as pastagens disponíveis não sustentarão o gado
até a próxima estação chuvosa.
As secas não são algo desconhecido para Botsuana,
e a partir da declaração de um ano como sendo um
ano oficial de seca, uma série de esquemas de socorro entrarão em ação, como o subsídio ao crédito
agrícola e a criação de um inquérito nutricional e
de regimes alimentares. A decisão de se declarar
uma seca nacional é, portanto, algo sério, pois tem
implicações de segurança econômica e alimentar,
tanto para o governo como para os indivíduos.
O relatório das Perspectivas da Segurança Alimentar conclui com
a recomendação de que o governo de Botsuana deve desenvolver uma política de gestão das secas que permitirá com que o país
avance com uma mudança de paradigma da crise à gestão do
risco, na qual a Observação da Terra irá desempenhar um papel importante ao fornecer dados oportunos, economicamente
viáveis e precisos para a tomada de decisão.
Haverá mais secas no futuro. O Serviço de Secas de MESA gera
informações que podem contribuir para minimizar os custos
econômicos e humanos das secas.
Até a presente data, as declarações de seca estiveram baseadas em um processo de vários meses
de duração, que inclui uma investigação nacional
transsetorial de avaliação das secas que resulta no
relatório das Perspectivas dos Domicílios e da Segurança Alimentar, e que é apresentado ao Conselho
de Ministros como base para a decisão. Preparar
o relatório consiste numa atividade que por si só
exige muitos recursos, tanto em termos de tempo
como de custos. Botsuana é um país grande e mesmo que as equipes de investigação visitem todos
os distritos, ainda existem cantos remotos que não
são alcançados.
O Serviço de Secas de MESA, implementado na
região da SADC pelo Departamento de Serviços Meteorológicos de Botsuana e pelo Centro de Serviços
de Clima da SADC oferece uma gama de produtos
de monitorização e perspectiva das secas com base
na Observação da Terra e com base em parâmetros
de pluviosidade e vegetação. Esses produtos foram
apresentados na Reunião Nacional de Consulta da
Avaliação das Secas, em abril de 2015 e claramente
apoiam os resultados da missão de avaliação das secas. Como resultado, os mapas e gráficos de MESA
aparecem com força no relatório das Perspectivas
da Segurança Alimentar de 2014/15, e apresentam
uma justificativa adicional para se declarar 2014/15
um ano de seca.
Mapas de avaliação das secas e de perfis de vegetação de MESA SADC são instrumentos fundamentais
de apoio à decisão
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
14
Próximos Eventos
MESA SADC: Formação Nacional e Diálogo
Político
27 - 31 de julho de 2015, Zâmbia
Semana Mundial da Água 2015
23 - 28 de agosto de 2015, Estocolmo, Suécia
O 1º Fórum de Vigilância do Ambiente e da Segurança em África
31 de agosto - 4 setembro de 2015, Nairóbi,
Quênia
Oficina de Arranque de ACMAD MESA
1º de setembro de 2015, Nairóbi, Quênia
Oficina do Boletim Ambiental Continental de
MESA
7-11 de setembro de 2015, Comissão da União
Africana, Adis Abeba, Etiópia
O XIV Congresso Florestal Mundial
7-11 de setembro de 2015, Durban, África do Sul
Reunião de Peritos Técnicos de MESA (TEM) 5
6-8 de outubro de 2015, Gaborone, Botsuana
A Quinta Conferência sobre as Alterações
Climáticas e o Desenvolvimento na África (CCDA-V)
28-30 de outubro de 2015, Victoria Falls, Zimbábue
A 2ª Oficina de Comunicação de MESA,
10-11 de novembro de 2015, Niamey, Níger
A vigésima primeira sessão da Conferência das
Partes no Protocolo de Quioto (UN-FCCC COP
21)
30 de novembro a 11 dezembro de 2015, Paris,
França.
Notícias MESA
Volume 02 No. 02
15
Africa-EU Partnership
Formação no local de trabalho (on the job) para explorar a Estação MESA
O Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia (JRC) ofereceu
formação no local de trabalho (on the job) para participantes selecionados a partir dos centros de implementação do projeto MESA. O principal objetivo da formação no local de trabalho é permitir com que os
participantes possam explorar o eStation 2.0 para a implementação dos
serviços de monitorização operacional de suas respectivas ações temáticas, as quais estão mandatados para implementar no âmbito do Programa MESA. Pelo menos um Perito Temático e um especialista em TI
de cada um dos RICs/CIC participaram da sessão de formação, que foi
realizada de 12-29 de março de 2015, em Ispra Itália.
A formação começou com um processo de familiarização com a arquitetura e a funcionalidade do eStation, e também com uma revisão do
esquema de implementação dos Serviços (1ᵃ semana).
Especialistas do JRC de vários grupos foram convidados a compartilhar os seus conhecimentos. Durante a segunda semana,
os conjuntos de dados de Observação da Terra (OT) que são
relevantes para a implementação do serviço são identificados, recuperados e processados para gerar produto de valor
agregado, cuja qualidade é cuidadosamente inspecionada. O
período de duração dessa atividade vai até ao final da terceira
semana. De acordo com as necessidades e os conhecimentos
dos formandos, várias ferramentas são utilizadas (como exemplo: QGIS, Matlab, ENVI, SPIRITS).
O projeto MESA utiliza tecnologias de OT e de satélite para
gerar produtos e serviços de informação críticos para o desenvolvimento socioeconômico dos africanos. Atualmente, o
projeto também oferece produtos e serviços operacionais aos
usuários africanos em áreas temáticas diferentes, tais como: a
produção agrícola, a monitorização e a avaliação das secas, as
inundações e incêndios, os serviços de clima para a redução
dos riscos de catástrofes, a mitigação da degradação dos solos,
a gestão dos recursos costeiros e marinhos, a gestão de recursos hídricos, a conservação de habitats naturais, a gestão de
pastagens e a gestão de florestas.
Participantes da formação no local de trabalho ou ‘on the job’, 12-19 de março de
2015, no JRC, Ispra, Itália
O Projeto MESA
O Projeto MESA é um Programa financiado pela União Europeia (37 milhões de €, 2012-2017), implementado com a coordenação geral da Comissão
da União Africana e com a direção das Comunidades Econômicas Regionais (CEMAC, CEDEAO, IGAD, COI e SADC) e do Secretariado da ACP, em estreita
colaboração com a Delegação da União Europeia para a União Africana e parceiros como o EUMETSAT e o Centro Comum de Investigação da CE.
O projeto é implementado pelas Comunidades Econômicas Regionais africanas (CERs) através de suas instituições técnicas especializadas, incluindo o
Departamento de Serviços Meteorológicos de Botsuana e o Centro de Serviços de Clima da SADC para a região da Comunidade de Desenvolvimento
da África Austral (SADC), a Comissão Internacional para a Bacia do Congo-Oubangui-Sangha (CICOS) para a África Central, o Centro Regional AGRHYMET para a Comissão Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o Centro da IGAD para a Previsão e a Aplicaҫão do Clima (ICPAC) para
a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), o Instituto Oceanográfico de Maurício (MOI) para a Comissão do Oceano Índico
(COI), a Universidade do Gana para a CEDEAO, e o Centro Africano das Aplicações Meteorológicas para o Desenvolvimento (ACMAD) fornece serviços
de clima para a redução dos riscos de catástrofes no Continente Africano.
BOTSWANA DEPARTMENT OF
METEOROLOGICAL SERVICES
Aviso: Este Boletim Informativo foi produzido com o apoio financeiro da União Europeia. O conteúdo deste Boletim Informativo é de exclusiva responsabilidade de MESA
e este não pode, em circunstância alguma, ser considerado como um documento que reflita a posição da União Europeia. A sua reprodução está autorizada desde que a
fonte seja citada. (Este Boletim Informativo foi traduzido seguindo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.)
Sede da UA-MESA, Comissão da União Africana,
P.O.Box 3243,
Adis Abeba, Etiópia.
Tel: (251) 11 5517700 ext 4473/4056, E-mail: [email protected]/ [email protected], Website: http://mesa.au.int

Documentos relacionados

Notícias News

Notícias News portanto, um projeto muito importante para a minha região, e nós apreciamos os esforços feitos. ” Representante da CEDEAO Sr. Samuel MEDU, Representante da CEDEAO

Leia mais