miolo tarumã.pmd - Secretaria Municipal de Educação e Cultura
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Tarumã Copyright © 2007 by Noovha América Editora Editor Responsável Nelson de Aquino Azevedo Coordenador Editorial Jefferson Galdino Organizadores Sidinei Galli Stelamary Aparecida Despincieri Terezinha de Jesus Godoy de Souza Equipe de Pesquisa Bárbara Soarez de Barros Carla Janaína de Freitas Pereira Gabriela Souza de Queiroz Roseli Ferreira Diagramação Jefferson Galdino Capa Marcus Gil Fotos Lúcio Coelho Revisão de Texto Monalisa Neves Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Tarumã: a cidade do amanhã/(organizadores Sidinei Galli, Stelamary Aparecida Despincieri, Terezinha de Jesus Godoy de Souza). – São Paulo: Noovha América, 2007. – (Série Conto, canto e encanto com a minha história...). Bibliografia. ISBN 978-85-7673-102-3 1. Tarumã (SP) – História – Literatura infanto-juvenil I. Galli, Sidinei. II. Despincieri, Stelamary Aparecida. III. Souza, Terezinha de Jesus Godoy de. IV Série. 07-3034 CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático: 1. : Tarumã: São Paulo: Estado: História: Literatura infanto-juvenil 028.5 2. : Tarumã: São Paulo: Estado: História: Literatura juvenil 028.5 Noovha América Editora Distribuidora de Livros Ltda. Rua Monte Alegre, 351 – Perdizes São Paulo/SP – CEP 05014-000 2 (0xx11) 3675-5488 Telefax: www.noovhaamerica.com.br [email protected] A Cidade do Amanhã 3 Tarumã É com alegria, entusiasmo e respeito que participo deste projeto, que conta a História do município de Tarumã. Na condição de Secretária Municipal de Educação acompanho o desenvolvimento da população tarumaense desde 1989, quando Tarumã era distrito de Assis. Acompanhei a luta da população em busca da emancipação, e no dia 1º de janeiro de 2002 fui convidada pelo prefeito, Sr. Oscar Gozzi, eleito para a1ª Gestão Pública do município, para exercer a função de Secretária da Educação, Cultura e Esportes, instalada no município. Desde então, já atuei 14 anos na Secretaria da Educação e Cultura e aprendi a admirar a força de trabalho que é colocada para promover o crescimento da cidade, desde o cortador de cana até o Prefeito Municipal. Esta obra apresenta, com respeito, o passado histórico da cidade de forma didática para que crianças, jovens e adultos, valorizem sua história e seu povo. Atualmente, Tarumã conta com 11.475 habitantes e oferece boas condições para a Educação, Saúde, Cultura, Esporte e Lazer, bem como novas oportunidades de trabalho. Esta obra conta a história do povo, suas belezas, demonstrando uma situação de progresso a partir da emancipação. Espero que as crianças, jovens e adultos encontrem nas páginas desta obra motivos para orgulharem-se da sua “terra produtiva e inovadora”, como é cantada no hino da cidade. Terezinha de Jesus Godoy de Souza Secretária Municipal de Educação 4 A Cidade do Amanhã Índice Capítulo 1 – Introdução .............................................................................................................. 7 Capítulo 2 – Localização e Aspectos Geográficos ................................................................ 8 Capítulo 3 – Primeiros Habitantes .......................................................................................... 12 Capítulo 4 – Como Tudo Começou ....................................................................................... 15 Capítulo 5 – Distrito da Paz ..................................................................................................... 19 Capítulo 6 – O Café e a Cana-de-açúcar ............................................................................... 21 Capítulo 7 – Em Busca da Autonomia .................................................................................. 23 Capítulo 8 – Desenvolvimento ................................................................................................ 33 Capítulo 9 – Área Social ............................................................................................................ 43 Capítulo 10 – Religião .................................................................................................................. 45 Capítulo 11 – Cultura e Lazer .................................................................................................... 48 Capítulo 12 – Esporte .................................................................................................................. 60 Capítulo 13 – Educação .............................................................................................................. 63 Capítulo 14 – Saúde ..................................................................................................................... 70 Capítulo 15 – Pontos Turísticos ................................................................................................. 74 Capítulo 16 – Segurança ............................................................................................................... 77 Capítulo 17 – Obras ...................................................................................................................... 78 Capítulo 18 – Símbolos Municipais ........................................................................................... 81 Capítulo 19 – Os Três Poderes ................................................................................................... 83 5 Tarumã 6 1 Introdução T arumã começou com a formação de uma vila, que se desenvolveu graças ao empenho e dedicação de Gilberto Lex, que herdou uma área de terra de seu pai, o imigrante alemão Mathiae Lex. Nos anos 1940, com a chegada da família Rezende Barbosa, que comprou a Fazenda Nova América, transformando-a em usina e assim impulsionando o local pela produção de cana-deaçúcar, a região começou a conhecer um desenvolvimento maior. A agroindústria passou a ser a principal e maior fonte de absorção de mão-de-obra local e regional, sendo um dos principais suportes para a emancipação política de Tarumã em relação ao município de Assis, ocorrida sob a Lei Estadual no 6.645/90 de 9 de janeiro de 1990. Neste livro, vamos conhecer mais dessa história. Entrada da cidade. 7 2 Localização e Aspectos Geográficos T arumã localiza-se a Oeste do Estado de São Paulo, na região conhecida como Alta Sorocabana. Fica a 460 quilômetros da Capital, pela SP-333, corredor de exportação para o Porto de Paranaguá e acesso ao Mercosul. A locomoção geográfica e a presença de malha rodoviária de interligação facilitam o acesso de todo o Norte e Oeste do Estado de São Paulo, atingindo o Setentrional de Mato Grosso do Sul e ainda importantes centros de negócios do Norte do Paraná. A cidade pertence à Região Administrativa de Marília e Região de Governo de Assis, que tem uma extensão territorial de 5.508 km2. Com seus 306 km2, Tarumã representa 5,5% da extensão total da região, que engloba os municípios de Assis, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Cruzália, Florínea, Ibirarema, Lutécia, Maracaí, Palmital, Paraguaçu Paulista e Platina. Situa-se a uma altitude de 509 m acima do nível do mar. Seu solo é constituído 70% por latossolos roxos e 20% por latossolos vermelho-escuros. O restante está dividido entre podzólicos vermelho-amarelo, vermelho-escuro, terra roxa estruturada, solos litólicos e hidromórficos. O relevo é plano e suavemente ondulado, e o clima, quente e úmido, de características subtropicais. Dispõe ainda de cinco vias fluviais de importância, formadas por 32 nascentes. 8 Vista aérea de Tarumã em 1989. A Cidade do Amanhã MUNICÍPIO DE TARUMÃ E CIDADES LIMÍTROFES A CIDADE EM NÚMEROS Fundação: 1993 População: 10.868 habitantes Área: 306 km² Densidade demográfica: 35,73 habitantes por km² Latitude: 22º 44’ 79" Sul Longitude: 50º 34’ 71" Oeste Altitude: 509 m CEP: 19820-000 Temperatura média anual: 22 º C Pluviometricidade média anual: 1.400 mm Municípios limítrofes: Norte – Assis; Sul – Florínea; Leste – Cândido Mota; Oeste – Cruzália, Maracaí e Pedrinhas Paulista. Bairros rurais: Água da Onça, Água da Aldeia, Água da Palmeira, Água Santo Antônio, Água do Dourado, Água da Figueira, Água Tarumã, Água Bonita e Água Aguinha. Vilas Urbanas: Centro, vila dos Lagos, vila das Árvores, vila dos Estados, vila Água Bonita, Dourados, vila das Nações, vila Brasil, vila Cristal e vila dos Pássaros. 9 Tarumã . Vista parcial de Tarumã. Origem do nome No vocabulário tupi-guarani, a palavra Tarumã designa uma árvore silvestre medicinal que tem, em média, de 3 a 10 metros de altura e existia em abundância no local, geralmente à margem dos córregos. Ela tem aspecto parecido com o do ipê roxo e era comum no vale do Paranapanema, tendo, contudo, sofrido os efeitos da devastação das matas naturais, promovida pela monocultura da cana-de-açúcar. Conta-se que a espécie não se extinguiu por completo graças a um pároco local que trouxera as mudas de Mato Grosso, plantandoas no pátio da Acruta (Associação Comunitária do Centro Rural de Tarumã), onde elas se encontram até hoje, preservadas da extinção. Após a emancipação, muitas árvores foram plantadas. Árvore Tarumã. 10 A Cidade do Amanhã SANTO PADROEIRO: SANTO ANDRÉ O padroeiro da cidade é Santo André. Santo André nasceu em Betsaida, na Galiléia. Era filho do pescador Jonas, irmão de Simão Pedro e discípulo de João Batista. Juntamente com João Evangelista, era discípulo de João Batista, que, ao ver Jesus retornando do deserto, disse-lhes: “Eis aí o cordeiro de Deus...” André e João Evangelista, muito emocionados, foram atrás de Jesus, que ao perceber que estava sendo seguido, perguntou-lhes: “– O que buscam? André respondeu: – Senhor, onde vives? E Jesus disse-lhes: – Venham e verão...” Esse chamado mudou a vida de André para sempre. Ele reconheceu Jesus imediatamente como sendo o Messias, e foi o seu primeiro apóstolo. Rapidamente foi ao encontro de seu irmão Pedro para dizer-lhe que havia encontrado o salvador do mundo, e levou-o ao encontro de Jesus. A princípio, André e Pedro não o seguiam continuamente, sempre retornavam para suas casas e para a pesca, até o dia em que Jesus pediu-lhes que o acompanhassem em todos os momentos. Segundo consta no Novo Testamento, durante os três anos em que isso ocorreu, Santo André esteve presente em eventos, missões e milagres de Jesus. Santo André conduziu missões na Capadócia, Galácia, Macedônia e Grécia. Ele escapou várias vezes da prisão e de julgamentos e em algumas dessas fugas teve a ajuda de anjos. Enfrentou demônios, salvou um barco naufragado cheio de gente, trouxe pessoas de volta à vida, sofreu perseguições e foi atacado por multidões enfurecidas. No ano de 60 d.C., durante o reinado do imperador Nero, ele foi capturado e julgado em Achaea, sendo condenado à morte em uma cruz em forma de X, no dia 30 de novembro. Quando foi a julgamento, André brigou porque não merecia ser crucificado como seu mestre Jesus. Não foi pregado, mas amarrado à cruz, fato que prolongou seu sofrimento por dois dias, nos quais continuou pregando o Evangelho até se esgotarem todas as suas forças. Perto de vir a morrer, uma luz divina envolveu o seu corpo e aqueles que tentavam atormentá-lo ficaram paralisados. A esposa do governador romano, Maximila, que tinha sido batizada por André, foi quem o sepultou. Santo André é representado na iconografia cristã como um missionário abraçado a uma cruz em forma de X. Padroeiro dos açougueiros, pescadores, mineradores, fazedores de cordas e dos casamentos, é também patrono de diversos países, como Escócia, Espanha, Rússia e Grécia. Algumas relíquias de Santo André foram levadas para Constantinopla (moderna Istambul) e outras relíquias para Ravena, Milão, Brescia, Nola e Namur. 11 3 Primeiros Habitantes T rês tribos indígenas principais habitavam o vale do Paranapanema: os Coroados, os Cayuás e os Xavantes, além da presença dos Caingangues, em menor número. Os índios coroados dominavam as florestas espessas, enquanto as campinas e os cerrados eram ocupados pelos índios xavantes. Coroados e Xavantes Recebem a designação de Coroados diferentes povos indígenas brasileiros, como os Caingangues, que vivem nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul, além dos Bororos, de Mato Grosso e Goiás. Havia também um grupo com o mesmo nome que vivia entre Minas Gerais e Espírito Santo, juntamente com os Puris e Koropotó, cujas línguas seriam da mesma família. Os Xavantes também residiam a Oeste do Estado de São Paulo, Mato Grosso e Paraná. Povo da família Jê, resistiu à ocupação de seu território pelo colonizador, principalmente no Mato Grosso. Suas aldeias eram dispostas de forma semicircular, com a abertura voltada para um pequeno rio, onde tomavam banho e abasteciam-se de água. Eram nômades, mas após serem parcialmente dizimados pelo homem branco, vivem hoje em pequenas aldeias baseadas na agricultura de subsistência. Índios. Jean Baptiste Debret. 12 A Cidade do Amanhã A movimentação significativa da população branca em direção às novas áreas, a partir da década de 1850, obrigou os indígenas a abandonar os seus locais de origem. Seguiu-se nas próximas décadas uma relação de intensa violência entre povoadores brancos e índios. As áreas de grande fertilidade eram o motivo do confronto entre ambos. Em face da dificuldade de fixação do povoador na região devido à presença indígena, o governo provincial adotou uma política baseada na organização de aldeamentos e bandeiras. O objetivo era concentrar a população aborígine em locais próprios para a catequização, visando a retirada dos índios de áreas férteis, cobiçadas pelos colonizadores. Esse processo garantiu, para estes últimos, grandes espaços territoriais. Os indígenas Na época em que os portugueses chegaram ao Brasil, no século XVI, havia entre 2 e 5 milhões de índios, ou seja, um número superior ao de toda a população de Portugal. Nos primeiros contatos, os colonizadores imaginavam que os primeiros habitantes da região falassem, todos, a mesma língua. Aos poucos, perceberam a existência de uma grande variedade de nações diferentes entre si no falar e nos hábitos. O termo “indígena” passou a ser usado para determinar um grande conjunto de povos diferentes entre si. Em comum tinham costumes como andar nus, não tendo vergonha do corpo, enquanto os europeus achavam a nudez em público imoral e pecaminosa. Outra diferença em relação aos europeus era o fato de os índios não terem riquezas pessoais, pois os bens eram de uso comum de toda a tribo. As mulheres tomavam conta das crianças, preparavam a comida, faziam cestos e cuidavam da lavoura, enquanto os homens se dedicavam à guerra, caça e pesca, construindo canoas e cabanas e limpando a mata para a prática da agricultura. As tribos eram unidas pelo parentesco, próximo ou distante, e estavam divididas em diversas aldeias, chamadas malocas ou tabas, também conhecidas como aldeamentos. Aldeia indiígena. Jean Baptiste Debret. 13 Tarumã Os bandeirantes As entradas e bandeiras eram expedições colonizadoras feitas pelo interior do Brasil nos séculos XVI, XVII e XVIII. As entradas eram expedições de caráter oficial, visando à conquista da terra e à consolidação do domínio português, e combatendo as tribos indígenas rebeldes. As bandeiras, por sua vez, de caráter particular, tinham objetivos nitidamente econômicos. Foram empreendidas, sobretudo por paulistas, para capturar índios e utilizá-los no trabalho escravo e descobrir jazidas de pedras e metais preciosos. Bandeirantes como Fernão Dias Paes, Borba Gato e Anhangüera foram importantes para a expansão territorial do Brasil, o povoamento do interior e o levantamento dos recursos naturais. Mas eles também dizimaram muitas populações indígenas e atacaram missões jesuíticas para aprisionar nativos. Bandeirantes. Jean Baptiste Debret. A disputa da terra não deve ser reduzida a um antagonismo étnico e cultural ou ainda a uma incompatibilidade irredutível entre “brancos civilizados” e “selvagens bárbaros”. No final do século XIX, as terras do Oeste paulista foram definitivamente incorporadas ao capitalismo em expansão. Os indígenas eram visados por serem detentores de um espaço vital à economia, que se baseava na propriedade de terra. A penetração no sertão significava para os pioneiros a ampliação dos campos para o cultivo, enquanto para os índios significava a destruição de seu modo de vida. Isso levou à tensão entre as duas sociedades. 14 4 Como Tudo Começou N o século XIX e princípios do sécuOrigem do nome Paranapanema lo XX, a parte Meridional do Estado de São Também chamado, antigamente, de Paulo, desde Sorocaba e Botucatu até o Rio Paranapane ou Paraná Pane, de Pabaquario Paraná, era designada de vale do Paranapaneou Paraquario, o nome Paranapanema é a ma ou Sertão do Paranapanema. Nesse períojunção de paraná, que significa rio em tupi, do, a região entre os rios Paraná, Paranapanee panema, que significa imprestável ou sem valor. Talvez os índios tivessem dado essa ma e Peixe era pouco conhecida e povoada. conotação pelo fato da pouca navegabilidade O povoamento do vale processou-se em ou escassez de peixes. duas épocas distintas. A povoação mais antiga teve início a partir das cabeceiras do Rio Paranapanema, estendendo-se, no início do século XIX, até o Rio Pardo, afluente do Rio Turvo. O Rio Paranapanema foi o ponto de partida para a instalação de várias cidades no interior paulista, e continua sendo importante para o desenvolvimento, não só da região, mas de todo o Brasil, pois nele concentram-se importantes hidrelétricas que abastecem grandes cidades, como São Paulo. Pelas cidades de Buri e Itapetininga passavam os tropeiros, que traziam gado bovino, cavalos e mulas vindos dos territórios do Sul para Minas Gerais, onde começava o ciclo do ouro. Tropeiros atravessando o rio. 15 Tarumã Em Campina do Monte Alegre encontram-se estações e edifícios da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, importante para o desenvolvimento da cultura cafeeira. Em Avaré e Pirajú há um grande patrimônio arquitetônico desenvolvido pelos arquitetos Ramos de Azevedo e pelo francês Victor Dubugras, entre outros. Passa pelos Estados de São Paulo e Paraná e tem 880 km de extensão. Nasce na Serra de Paranapiacaba, em São Paulo, e deságua na margem esquerda do Rio Paraná, formando os limites entre os dois Estados. No seu percurso estão importantes hidrelétricas como Jurumirim, Xavantes, Lucas Nogueira Garcez, Capivara, Taquaruçu, Rosana, Canoas I e Canoas II. O traçado do Rio Paranapanema já aparece em mapa do Brasil de 1574. Historicamente, por volta de 1630 os bandeirantes paulistas desbravaram as terras localizadas na região do Rio Paranapanema, caçando índios. As tribos dos Caingangues, Tupinambás e dos Guaranis foram dizimadas pouco a pouco pelos colonizadores, pela violência ou por doenças como a malária. Durante os séculos XVI e XVII foi utilizada, para exploração e colonização, uma rede de caminhos primitivos, trilhada pelos índios Guaranis, servindo de guia para os europeus. A partir da metade do século XVIII surgiu o tropeirismo, que formalizou uma rota que seria usada nos 200 anos seguintes, povoando desde cidades até campos e o alto da serra. Nessa primeira etapa, o desbravamento do sertão foi efetuado por mineiros que, após a decadência da exploração de ouro e diamantes em Minas Gerais em meados do século XVIII, foram atraídos pelas imensas extensões de terra. O período é caracterizado pela entrada de grupos familiares, com agregados e escravos domésticos. O segundo momento de povoação atingiu as terras além do Rio Pardo, seguindo para o Oeste em direção ao Rio Paraná, pelo lado paulista. A COLONIZAÇÃO O início de Tarumã data de princípios do século XX. Com a investida de colonizadores alcançou-se essa área, onde se encontrava instalada uma aldeia indígena, provavelmente dos Xavantes. Com a fixação dos homens brancos, em um período de cinco anos os aborígines deixaram o local. Até fins da década de 1920, a ocupação se deu de maneira extensiva, caracterizada inicialmente pela presença de latifúndios. A chegada da ferrovia, em 1914, engendrou a valorização das terras e a intensificação do povoamento, permitindo o surgimento de pequenas propriedades (10 a 15 alqueires), adquiridas, geralmente, por ex-proprietários em zonas mais velhas ou por ex-colonos de café. No princípio da colonização, as terras eram tidas como parte do patrimônio real. De acordo com a política de terras vigente até 1850, a terra era domínio da Coroa, sendo adquirida apenas por doação pessoal. As terras que hoje compreendem a região de Tarumã foram doadas pelo imperador ao imigrante alemão Mathiae Lex, em agradecimento aos longos anos de serviços prestados à Força Pública. 16 A Cidade do Amanhã MATHIAE E GILBERTO LEX Mathiae Lex veio com sua família para o Brasil em 1825, fixando residência em São Paulo. Formou-se em Medicina, na Alemanha, na Universidade de Kaiser, e em 1857 recebeu autorização para exercer a profissão no Brasil. Instalou uma clínica de atendimento à população em São Paulo, prestando serviços ao Estado. Casou-se com Belizária Pinto, filha de uma tradicional família de Campinas, com a qual teve sete filhos. Após o seu falecimento, já no início do século XX, sua esposa fez a partilha das terras, que se localizavam na região de Assis, entre os seus sete filhos, sendo que o único entre eles a se interessar em administrá-las foi Gilberto Lex. Dona Belizária faleceu em São Paulo, em 1921. Gilberto Lex nasceu em 25 de maio de 1880 e faleceu em novembro de 1961. Exercia a profissão de farmacêutico, formado pela Escola de Farmácia de São Paulo. Casou-se duas vezes, sendo sua primeira esposa d. Olinda Guimarães Correa, com a qual teve cinco filhos. Com sua segunda esposa, Doroty Fischolder, de nacionalidade norteamericana, também teve cinco filhos, sendo que três deles nasceram em Tarumã. Foi vereador riopretense de 1911 a 1912; eleito para a legislatura até 1913, renunciou ao mandato em janeiro de 1912. Foi um dos fundadores, junto com João Gomyde e Agnelo Leandro Pereira, do Rio Preto Football Club, em 1907, do qual foi presidente e vice-presidente; foi vice-presidente da Associação Teatral Riopretense, em 1908; integrou a 3ª Secção Eleitoral, em 1904. As terras herdadas por Gilberto Lex estendiam-se da cabeceira do Rio Fortuna até o início do Rio Paranapanema. Lex reservou o terreno que se localizava à cabeceira do Rio Tarumã para a instalação de sua fazenda, à qual deu o nome de Fazenda Tarumã. Além disso, loteou parte de suas terras, promovendo a instalação de pequenos proprietários no núcleo Mathiae Lex. O núcleo era formado por 441 alqueires, divididos em lotes de cinco e dez alqueires, situados no veio direito da Fazenda Dourados. Inicia-se, desta maneira, um processo efetivo de povoamento da região, que foi empreendido por migrantes de outras regiões, do próprio Estado de São Paulo e de outros Estados brasileiros. Além disso, nota-se também intensa participação de imigrantes e seus descendentes nesse movimento, principalmente de italianos e alemães. VILA LEX Assim, a formação do povoado que ficaria conhecido como vila Lex começou a se concretizar. A princípio, essa vila contava apenas com poucas casas, as quais eram chamadas de ranchos, e três ruas: as paralelas do Comércio e da Paz, e a Rua Belizária, que se situava entre as outras duas. 17 Tarumã Nesse momento, ainda não havia uma infra-estrutura urbana completa. Os moradores não dispunham de água encanada nem de energia elétrica. Utilizavam-se lamparinas e velas para a iluminação e a água era retirada de poços e minas. O único meio de se chegar aos sítios era a pé, a cavalo ou de carroça. Os meios de transporte estavam essencialmente assentados sobre a tração animal e ligados ao estágio precário de desenvolvimento das ruas e estradas. No ano de 1895, a Estrada de Boiadeiro, construída pela Companhia de Viação São Paulo – Mato Grosso por meio de verbas concedidas pelo Governo do Estado, recebeu uma encruzilhada partindo da cabeceira do Rio Fortuna, da qual a via direita ia em direção ao Ribeirão Dourado. Já havia na margem direita do ribeirão um pequeno aglomerado de casas de sertanejos que cultivavam milho e criavam porcos. Com a chegada da estrada, fundou-se ali uma vila conhecida como Patrimônio Dourado. Nela, havia uma capela, quatro ou cinco quadras e casas comerciais. Com o desenvolvimento de Tarumã nas décadas de 1920/30, o Patrimônio Dourado começou a declinar até que, por volta da década de 1970, desapareceu o último vestígio de comércio da então vila pioneira. Antes da construção do cemitério na vila Lex, os sepultamentos eram realizados no Patrimônio Dourado, que atendia também outras localidades da região, como Pedrinhas e Florínea. Após a construção do cemitério em Tarumã, o cemitério do Patrimônio foi extinto. Em meados da década de 1920 foi construído pelos moradores um barracão de madeira onde funcionava a escola chamada Escola de Taruman. Ela se localizava onde, atualmente, está instalado o terminal rodoviário. No início, as aulas eram administradas apenas para meninos, sendo as classes femininas organizadas posteriormente. O primeiro estabelecimento comercial a ser instalado na vila foi uma farmácia de propriedade de Gilberto Lex, em 1924. Para atender às demais necessidades da população local, Lex promoveu a contratação de diversos profissionais por meio de anúncios publicados em jornais da capital paulista. Em 1925, estabeleciam-se na vila o primeiro dentista e a primeira costureira. No ano seguinte, a primeira pensão da vila, de propriedade do sr. Lico, foi inaugurada. Na ausência de médicos e postos de saúde, era a Gilberto Lex que a população recorria quando adoecia. Anos mais tarde, na década de 1950, contava-se também com o trabalho de José Santana da Graça, igualmente farmacêutico. Sua esposa, Lourdes Santana, oferecia assistência às mulheres grávidas, auxiliando-as na hora do parto. Uma das características marcantes de Gilberto Lex era sua paixão por futebol. O campo construído na vila dispunha de guaritas para acomodar os espectadores e constituía-se em uma das principais fontes de diversão da comunidade. O Lex Futebol Clube, time organizado pelo próprio Lex, freqüentemente disputava jogos com outros times da região. 18 5 Distrito de Paz E m 20 de outubro de 1927, a vila Lex passou a ser reconhecida como distrito de Paz, com uma área de 304 km², o que correspondia, na época, a um terço do município de Assis. Foi denominada, oficialmente, distrito de Paz de Tarumã. A partir dessa data os casamentos, os registros de nascimento etc. passaram a ser realizados no próprio distrito, pelo então escrivão de paz, José Osório de Oliveira. Paralelamente ao desenvolvimento da vila, crescia a demanda da população. Assim, foram instalados diversos estabelecimentos comerciais em Tarumã. Em 1928, são inaugurados um armazém de secos e molhados e uma padaria. Um comerciante que se destacou na localidade foi Miguel Jubran, imigrante libanês que veio para o Brasil em 1924 e se instalou em Tarumã por volta de 1927, onde abriu uma pequena venda que se chamou, mais tarde, Flor do Sertão. Miguel Jubran costumava percorrer todo o povoado para vender seus produtos; este seu trabalho lhe rendeu reconhecimento, e o seu nome passou a ser a denominação da rodovia que passa por Tarumã. Ele foi eleito vereador por Tarumã, junto à Câmara Municipal de Assis, em 1955, sendo o primeiro tarumaense a chegou a Prefeitura de Assis. Com a aquisição dos primeiros automóveis houve grande melhoria nas condições de tráfego. Foram abertas novas estradas, contudo a comunidade ainda não contava com pavimentação. O transporte para Assis era feito por meio de uma jardineira que partia de Tarumã de manhã e retornava ao anoitecer. As jardineiras, que transportavam as pessoas para Assis, partiam do bar do Alexandre Benelli, onde se localizava um dos únicos meios de comunicação da época, um telefone à manivela. Antigo cartório de Tarumã, 1957. 19 Tarumã A partir de 1929, com a abertura de uma serraria, Tarumã passou a desfrutar de energia elétrica desde o anoitecer até as 23 h. Em dias de baile, a iluminação era prolongada até a uma hora da madrugada. A primeira banda musical formada por membros da comunidade data de 1928. Ao som de violões e sanfonas realizavam-se bailes nas fazendas da região. Na década de 1930 ocorreu a primeira eleição no distrito. Os candidatos a administrador local eram Gilberto Lex e José Santana da Graça, ambos farmacêuticos. Com a vitória de José Santana, Gilberto Lex deixou a vila, passando a morar na sede de sua fazenda. Transferiu para lá sua farmácia e várias casas de madeira que lhe pertenciam, visando a formar uma colônia. Todavia, devido aos protestos da população, a retirada das casas foi proibida por iniciativa do sr. Antônio Pereira. Um cinema foi inaugurado em Tarumã por Antonio Piedade, em 1958. O salão que abrigava o cinema era de madeira e os bancos improvisados com tábuas apoiadas em tijolos. Também, se realizavam nesse salão alguns bailes e formaturas da escola. O aparecimento das primeiras televisões em Tarumã, também, significou de acordo com os moradores, mais uma opção de lazer. Primeiro casamento na cidade. 20 6 O Café e a Cana-de-Açúcar O CAFÉ No campo, ao lado das plantações destinadas à subsistência, notava-se a presença marcante da cultura de café, conseqüência de um processo que se iniciou no vale do Paraíba, desenvolveu-se pela Mogiana Paulista e, por fim, atingiu o Norte do Paraná. Até 1940, o cultivo do café inseria-se em um sistema primitivo de subsistência com base na pequena e média propriedade, permanecendo os latifúndios praticamente inexplorados, devido principalmente à escassez de mão-de-obra. Uma das raras exceções ao sistema familiar de trabalho se deu na área onde, atualmente, existe a Fazenda Nova América. Tal propriedade possuía 250 mil pés de café, em 1943, e contava com o trabalho de colonos nordestinos e de remanescentes de antigas áreas paulistas de cafeicultura. A vinda de diversas famílias nordestinas para a região, por volta de 1940, contribuiu significativamente para a diversificação da produção agrícola. Vindo “fazer a América” em São Paulo, esses migrantes impulsionaram os sistemas de arrendamento e de parceria. Reservava-se, geralmente, uma parte da terra cultivável para a lavoura de milho, arroz, feijão e de outros gêneros que compunham a alimentação básica daquelas famílias. Além disso, a criação de animais como porcos e galinhas garantia-lhes o abastecimento de carne. Plantação de café. 21 Tarumã A CANA-DE-AÇÚCAR A partir da década de 1930, aproximadamente, estabeleceu-se o cultivo da canade-açúcar com a instalação da destilaria de Germano Holzhausen, que na época mantinha uma pequena produção de aguardente no bairro Água Bonita. Com a grande geada de 1943/44 e conseqüente decadência do café, ampliou-se a área destinada à cultura de cana-de-açúcar, ganhando espaço também o algodão, o milho e o arroz. Plantação de cana-de-açúcar. Em 1944, Renato de Rezende Barbosa adquiriu, em sociedade com Ferdinando Matarazzo, a Fazenda Nova América, alterando radicalmente a forma de exploração do solo na fazenda, com a substituição de 250 mil pés de café pelo cultivo da cana-de-açúcar. Já em 1946, Ferdinando desligou-se da empresa. Com a instalação da usina de álcool e açúcar em 1947, o distrito ganhou novas características. A monocultura da cana-de-açúcar ganhou vastas porções de terra da região. O crescimento gradativo da Nova América, empresa de caráter familiar, modificou as relações socioeconômicas, culturais e tecnológicas de toda a região do médio vale Paranapanema. Nesta fase em que se tentava uma mudança de cultura agrícola na região, foram necessários grandes esforços para que realmente houvesse oferta de matéria-prima – cana-de-açúcar – e a unidade de produção pudesse esmagar e disponibilizar o produto para o mercado. Pelo fato de a cana-de-açúcar ser um produto tradicionalmente pouco cultivado na região, a empresa precisou desenvolver técnicas de cultivo em conjunto com os seus fornecedores. A empresa integrou as diversas etapas do processo produtivo – a pesquisa básica, o abastecimento de matéria-prima, a industrialização e a comercialização dos produtos finais. Na década de 1960, devido a uma alteração no plano de regulamentação das relações entre empregado e patrão intensificou-se a atuação dos trabalhadores conhecidos, vulgarmente, como bóias-frias. Tal conjuntura provocou um crescimenBóias-frias to exagerado da área urbana de Tarumã, Os trabalhadores rurais assalariados, em getendo o número total de habitantes saltado ral não registrados, que moram fora da propriede 190 para 2.019 pessoas, no período de dade agrícola em que atuam, eram chamados 1954 a 1970. A usina absorveu grande parde bóias-frias; hoje são conhecidos como rurais te da mão-de-obra regional e promoveu o volantes. Eles ganham por tarefa ou por dia. São contratados por fazendeiros ou intermediários e desenvolvimento da infra-estrutura local. são transportados até o local de trabalho em Atendendo à demanda de trabalhadores caminhões ou em ônibus. O nome bóia-fria vem residentes nas proximidades da empresa, do fato de eles se alimentarem de comida fria, esta auxiliou a construção de diversas cafeita de madrugada, antes de eles se dirigirem sas, expandindo, assim, o núcleo habitaao trabalho nas plantações. cional e a estrutura urbana. 22 7 Em Busca da Autonomia A partir da década de 1970, Tarumã começou a buscar sua autonomia política. No entanto, nesse período, o Brasil vivenciava uma política extremamente centralizadora. Com o golpe de 1o de abril de 1964, instaurou-se uma ditadura militar que cerceava a liberdade e a democracia. De capela a município Da formação de uma capela ao estabelecimento de um município, existe um percurso de denominações. Entendam melhor quais são e o que significam: Capela: pequeno templo fundado pelos nobres ou senhores nas terras de sua propriedade, geralmente ao lado de sua casa. Convertia-se muitas vezes em paróquia, formando uma vila. Freguesia: sede de uma igreja paroquial que servia para a administração civil. Era a categoria oficial a que era elevado um povoado quando nele havia uma capela administrada por um pároco que era mantido à custa dos moradores, que lhe pagavam um valor anual para o seu sustento. Vila: unidade político-administrativa autônoma equivalente a município, trazida de Portugal para o Brasil no início da colonização, tendo perdurado até fins do século XIX; toda vila deveria possuir Câmara e cadeia, além de um “pelourinho” – símbolo da autonomia; termo empregado em substituição a município, pois este não podia ser empregado na colônia, ou seja, em terras não emancipadas. Termo: território da vila cujos limites são imprecisos; tinha a sua sede nas vilas ou cidades respectivas; era dividido em freguesias, limite, raia ou marco divisório que extrema uma área circunscrita. Cidade: título honorífico concedido, até a Proclamação da República, pela Casa Imperial a vilas e municípios, sem nada acrescentar à sua autonomia; a partir da Constituição de 1891, este poder é delegado aos Estados, que podem tornar cidade toda e qualquer sede de município; nome reconhecido legalmente para as povoações de determinada importância. Município: divisão administrativa de origem romana, levada pelos romanos para a Península Ibérica, e de Portugal trazida para o Brasil; equivalente à vila; menor unidade territorial políticoadministrativa autônoma; entre os romanos, cidade que possuía o direito de se administrar e governar por suas próprias leis; no Brasil substitui definitivamente o termo vila a partir da República, tendo aparecido pela primeira vez na legislação através da Carta Régia de 29/10/1700. 23 Tarumã A vida política do regime militar era baseada na Constituição de 1967, que utilizava medidas autoritárias e se caracterizava por decretar várias emendas, os famosos Atos Institucionais, que exerciam controle intenso sobre a organização política do País. Regime Militar A ditadura Vargas, ou Estado Novo, durou oito anos. Começa com o golpe de 10 de novembro de 1937 e se estende até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio é deposto pelos militares. O poder é centralizado no Executivo e cresce a ação intervencionista do Estado. As Forças Armadas passam a controlar as forças públicas estaduais, apoiadas pela polícia política de Filinto Müller. Prisões arbitrárias, tortura e assassinato de presos políticos e deportação de estrangeiros são constantes. Em 27 de dezembro de 1939 é criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela censura aos meios de comunicação, pela propaganda do governo e pela produção do programa “Hora do Brasil”. O segundo período de regime militar no Brasil é instaurado pelo golpe de 1º de abril de 1964. O plano político é marcado pelo autoritarismo, supressão dos direitos constitucionais, perseguição política, prisão e tortura dos opositores e pela imposição da censura prévia aos meios de comunicação. Os atos institucionais são mecanismos adotados pelos militares para legalizar ações políticas não previstas e mesmo contrárias à Constituição. De 1964 a 1978 serão decretados 16 atos institucionais e complementares que transformam a Constituição de 1946 em uma colcha de retalhos. O fim do regime militar se dá em 1985, com o final do governo de João Figueiredo. Constituição de 1967 A Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém um conjunto de normas reguladoras referentes, entre outras questões, à forma de governo, à organização dos poderes públicos, à distribuição de competências e aos direitos e deveres dos cidadãos. O Brasil tem em sua História sete constituições, uma no período monárquico e seis no período republicano. As mudanças constitucionais, em geral, ocorrem no contexto de importantes modificações sociais e políticas do País. Promulgada pelo Congresso Nacional durante o governo Castello Branco, institucionaliza a ditadura do Regime Militar de 1964. Como principais medidas, mantêm o bipartidarismo criado pelo Ato Adicional nº 2 e estabelece eleições indiretas para presidente da República, com mandato de quatro anos. Entre suas reformas está a Emenda Constitucional no 1, de 1969, outorgada pela Junta Militar. Incorpora nas suas Disposições Transitórias os dispositivos do Ato Institucional nº 5 (AI-5), de 1968, permitindo que o presidente, entre outras coisas, feche o Congresso, casse mandatos e suspenda direitos políticos. Ele dá aos governos militares completa liberdade de legislar em matéria política, eleitoral, econômica e tributária. Na prática, o Executivo substitui o Legislativo e o Judiciário. No período da abertura política, várias emendas prepararam o restabelecimento de liberdades e instituições democráticas. 24 A Cidade do Amanhã Era praticamente impossível uma localidade requerer sua autonomia, pois a Constituição, renovada com suas emendas, raramente permitia. Posteriormente, com a realização de vários movimentos da sociedade civil organizados, principalmente, na Grande São Paulo e no Rio de Janeiro, onde as pessoas contestavam o regime militar, a situação política do Brasil foi se alterando e caminhando para a abertura política, objetivando a redemocratização do Brasil. Nessa conjuntura política era quase impossível para Tarumã tornar-se um município autônomo. Em fins da década de 1970, com o vereador Wilson Paitl representando Tarumã na Câmara de Assis, deu-se início à busca de caminhos para conquistar a emancipação. O trabalho contou com grande colaboração de particulares, que faziam visitas a outros distritos do Estado, também interessadas em emancipar-se, não só para verificar quais eram seus projetos como também para unir forças. Por volta de 1979, a Usina Nova América, por iniciativa de Renato Rezende Barbosa, decidiu assumir o patrocínio de um projeto de emancipação, e, assim, os trabalhos começaram a ficar mais intensos. Formou-se uma comissão encarregada de cooperar com todo o programa relativo à conquista da emancipação. A comissão era composta desta forma: Presidente: Wilson Paitl; Vice – presidente: João Jaime Ribeiro Palma 1ºsecretario: Ovídio Silveira Lima; 2º secretario: Vicente Benelli 1º tesoureiro: Divino Morro; 2º tesoureiro: Otavio Benelli 1º Conselheiro Fiscal: Divino Morro; 2º Conselheiro Fiscal: Gervásio Benelli; 3º conselheiro Fiscal: Pedro Lopes da Cruz Vogais: Paschoal Moro; Adolfo Fischer; Ernesto Paitl; Alexandre Benelli; José Rodrigues dos Santos; Osvaldo Marcelino; José Moro; Hélio Moro; Geraldo Alves da Silva; Manuel Lopes; Antonio M. Novaes; João Bonifácio; Darcy Paitl; Estevan Thomas de Aquino. Para conseguir a emancipação, era indispensável uma mobilização da população local, além do apoio das autoridades políticas regionais. E em se tratando de participação dos habitantes, Tarumã contou com muita gente interessada. A SATA (Sociedade dos Amigos de Tarumã) colaborou para a campanha de emancipação do distrito. Fundada em abril de 1982, compunha-se de uma sociedade civil, sem fins lucrativos, políticos ou religiosos; sua finalidade era estudar os problemas relativos à melhoria do ambiente urbano da localidade. Esse grupo, formado por populares tarumaenses, procurava pleitear junto aos poderes públicos solução para as diversas necessidades do distrito e auxiliava no desenvolvimento de atividades recreativas, sociais, esportivas, assistenciais e culturais. Tarumã não esteve sozinha na luta pela conquista da autonomia política. Para enfrentar o poder central com maior vigor, vários distritos se uniram e formaram a Frente Distrital Paulista de Emancipação. Os distritos somavam um número de 19, sendo eles: Euclides da Cunha, Rosana, Espírito Santo do Turvo, Tarumã, Bertioga, Potunduva, Alumínio, Vicente de Carvalho, Trabiju, Araçariguama, Estiva Gerbi, Santo Antonio do Aracanguá, Ilha Solteira, Ilha Comprida, Quateporã, Paulistânia, Motuca, Potim e Moreira Cezar. Essa frente foi fundada e registrada no cartório da cidade de Teodoro Sampaio, em 20 de março de 1987. Sua presidência localizava-se no distrito de Euclides da Cunha Paulista; sua 25 Tarumã secretaria, em Rosana, e a tesouraria em Bertioga. Seu presidente era o sr. Wilson Mário Roseiro Coutinho, residente na cidade de Euclides da Cunha Paulista. Wilson, representando todos os distritos, freqüentemente se deslocava para Brasília para defender os interesses relativos à emancipação. Naquela época, o que se buscava era fazer com que a criação de novos municípios ficasse sob a alçada dos Estados. A frente sempre reunia os distritos e seus representantes para discutirem o andamento da organização pró-autonomia política. Nessas reuniões discutiam-se vários argumentos e métodos para que, transmitidos a deputados da região, pudessem chegar à Assembléia Constituinte e esta, por sua vez, aprovasse a indicação. Para manter a frente era preciso que cada distrito contribuísse com um valor mensal correspondente a um mínimo de dois mil cruzados (moeda da época). Assim, os distritos, como Tarumã, procuravam realizar promoções periódicas, como bailes e sorteios, visando a adquirir o valor estipulado. A comunidade se encontrava, pois, continuamente envolvida com os projetos ligados à emancipação política. O PLEBISCITO Em 1987, o sonho de conquistar a autonomia política chegou mais próximo da realidade. Com a participação do deputado Hélio César Rosas, o projeto que buscava transferir aos Estados a competência para legislar sobre a divisão política de seu território integrou-se na Constituição de 1988. Isso facilitou a conquista da emancipação. Assim, os distritos, cuja autonomia dependia de um longo e exigente processo, tinham agora que cumprir as exigências e formalidades estabelecidas pelos Estados para alcançarem sua emancipação política e administrativa. Dois anos depois, o movimento ficou mais intenso, era época de decisão, no mês de novembro ocorreria o plebiscito necessário para a emancipação, que iria avaliar o posicionamento dos habitantes sobre a autonomia, por isso era indispensável que todos os eleitores dissessem “sim”. O número de eleitores perfazia o total de aproximadamente 3.700, e Tarumã precisava de 50% mais um do número de Comício para o plebiscito. inscritos e dos votos depositados nas urnas. Houve no distrito uma admirável campanha que mobilizou todos os moradores, atingindo até as escolas. Os alunos participaram de concursos nos quais se escolheria o melhor cartaz e a melhor redação que abordasse o tema: “Independência do Distrito”. A exposição dos alunos ocorreu no salão de festas da paróquia de Tarumã, onde funcionava o comitê central pró-emancipação, o ponto de referência das atividades, cedido pelo padre Raimundo. Cartazes para o SIM. 26 A Cidade do Amanhã Plebiscito Cartaz para emancipação da cidade. Votação em que o povo responde sim ou não a uma proposta que lhe é apresentada. Na História do Brasil aconteceram dois plebiscitos em âmbito federal. O primeiro foi realizado no dia 6 de janeiro de 1963, tinha como objetivo ouvir os eleitores sobre a continuação ou não do sistema parlamentarista estabelecido em 1961, após a renúncia do presidente Jânio Quadros. A Constituição de 1988 determinou a realização de um plebiscito para que os eleitores escolhessem entre presidencialismo e parlamentarismo e também para que opinassem sobre se o País deveria continuar sob regime republicano ou restaurar a monarquia, derrogada em 1889. Este segundo plebiscito nacional foi realizado no dia 21 de abril de 1993, tendo a maioria dos eleitores optado pela continuação do presidencialismo e da República. A comissão pró-emancipação de Tarumã contava com a coordenadoria do sr. Sebastião Carlos Aizo, Oscar Gozzi e do vereador e presidente da câmara de Assis na época, Demerval Pingo Alvez de Brito. Junto com eles, aproximadamente 150 a 200 pessoas colaboravam no movimento de conscientização da população sobre a importância da emancipação de Tarumã. A cidade ficou toda caracterizada, foram distribuídos, cartazes por todos os lugares, placas e outdoors; estamparam-se camisetas e até os carros expuseram adesivos da campanha. Foram realizados comícios nos dias 29 de outubro e 3 de novembro de 1989. Também nas comemorações do aniversário de 62 anos de Tarumã, o desfile cívico foi organizado com a temática da emancipação e o símbolo municipal era uma corrente quebrada, ou seja, significava a liberdade administrativa de Tarumã. Em fins da década de 1980 foi promulgada a nova Constituição. Nas constituições anteriores, o município não era mencionado como parte integrante da Federação. A Constituição promulgada no dia 5 de outubro de 1988 tratou da questão inserindo expressamente no seu artigo 1o, e também no artigo 18, o município como unidade federativa. O ponto básico de garantia de autonomia municipal está no Artigo 29: o municíApuração dos votos de emancipação. Na foto: Dirceu Schenou e Oscar Gozzi. 27 Tarumã pio reger-se-á por Lei Orgânica própria, ditada pela câmara municipal que a promulgará. Como a questão da autonomia municipal sempre esteve atrelada às oscilações da política praticada na União, em determinada época instituía-se uma centralização dos poderes e, em outras, a descentralização. Nesse embate, os municípios que antes da Constituição de 1988 nem eram considerados entes federativos, sofriam as conseqüências. Com a nova Constituição, o sonho da independência administrativa ficou próximo. No dia 5 de novembro de 1989 foi realizado em Tarumã o plebiscito por meio Comemoração da emancipação. do qual a população votaria a favor ou contra a emancipação. Ocorreu que a maioria absoluta aprovou e, em 9 de janeiro de 1990, Tarumã, pela Lei nº 6.645, do então governador do Estado, Orestes Quércia, conquistou sua autonomia. A cidade em festa recebeu sua liberdade política. A EMANCIPAÇÃO Em 3 de junho de 1992, reuniram-se, na cidade de Assis, no prédio da Câmara Municipal, os presidentes dos partidos do município de Tarumã para decidirem o número de vereadores da Câmara Municipal recém-instituída no município. Ficou decidido em consenso que o novo município contaria com 11 vereadores. Também em 1992 ocorreu a primeira eleição no município. Houve três candidaturas: a de Oscar Gozzi pelo PFL, em coligação com o PSDB, tendo como vice Waldemar Schwarz; pelo PMDB candidatou-se Primeira Câmara de Tarumã. O que é vereador? A palavra “vereador” formou-se a partir do verbo “verear”, que significa administrar, reger, governar, segundo o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. Vereador significa “pessoa que vereia”, isto é, pessoa que tem a incumbência de zelar pela comodidade, bem-estar e sossego dos moradores das cidades. “Vereação” era o “lugar de verear”, ou conjunto dos vereadores no desempenho de sua função. A palavra permaneceu no Direito brasileiro com sentido bastante modificado, significando modernamente o membro da Câmara Municipal, o legislador municipal. Historicamente, a figura do vereador aparece em Portugal no século XIV, quando servia como assistente dos juízes na administração municipal. Esses assistentes, por suas atribuições, assemelhavam-se ao aedile, o antigo magistrado romano que cuidava da salubridade, da desobstrução das vias públicas, da inspeção e conservação dos edifícios públicos, do abastecimento das cidades e que, vigiando o preço do trigo, os pesos e as medidas, protegia os compradores contra as fraudes. Para isso, o aedile podia editar os regulamentos edicilianos, depois chamados posturas e, hoje, leis municipais. Daí a equivalência de nomenclatura entre edil e vereador. 28 A Cidade do Amanhã Demerval Pingo Alves de Brito, tendo como vice Celso Rodrigues dos Santos e, pelo PSD, o candidato foi Raimundo Correa, juntamente com o seu vice, Gervásio Foganholi. Esses três grupos de trabalho foram os primeiros a desenvolver o processo político eleitoral em Tarumã. Entre eles, foi eleito para prefeito Oscar Gozzi, cujo vice foi Waldemar Schwarz; juntos assumiram o poder em 1º de janeiro de 1993, permanecendo até 1996. O sistema de administração constituiu-se inicialmente de nove órgãos municipais, sendo assim compostos: Gabinete do Prefeito, Secretaria Municipal da Fazenda, Secretaria Municipal de Administração e Assuntos Jurídicos, Secretaria Municipal de Planejamento e Obras, Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Esportes, Secretaria Municipal da Saúde, Secretaria Municipal de Ação Social e Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente. No ano de 2001 foi criada a Secretaria Municipal de Esporte e Turismo. INÍCIO DIFÍCIL A instalação da Prefeitura em seus primórdios foi difícil. Oscar Gozzi, eleito primeiro prefeito de Tarumã, declarou que não existia um edifício próprio para abrigar a Prefeitura, visto que, sempre sob a supervisão de Assis, não havia sido construído nenhum prédio no distrito que pudesse ser sede da Prefeitura. Prefeito e vereadores foram negociar com a Delegacia de Ensino de Assis, para que pudessem utilizar as dependências da escola dona Cota. Como era período de férias – janeiro e fevereiro – consentiu-se a utilização do prédio da escola. Outra dificuldade foi com relação aos meios de comunicação, pois não havia telefone nas salas de aula e não era permitido usar o da secretaria da escola. Além do mais, eram necessários equipamentos, como máquinas de escrever e móveis, obtidos junto ao Banco do Brasil e Banespa. A Câmara Municipal instalou-se na escola juntamente com a Prefeitura. Foram adaptadas duas salas para realizar as sessões da Câmara e tratar dos primeiros projetos. A Prefeitura permaneceu instalada na escola durante o período de férias dos alunos. Depois, foi alugado um salão de festas, antigo Paineiras, onde adaptaram a Câmara e a Prefeitura. Câmara Municipal – População e vereadores reunidos. 29 Tarumã Após a realização de algumas reformas no salão, os proprietários resolveram vendê-lo, e, assim, o prédio tornou-se oficialmente o Paço Municipal Waldemar Schwarz, designação que faz parte de uma homenagem ao primeiro vice-prefeito, que faleceu em 1995. A Câmara, que funcionava junto à Prefeitura no prédio Paineiras, simplesmente com uma divisão do recinto, ficou nesse local até primórdios de 1997. Em seguida, Av. das Orquídeas antes de ser asfaltada. mudou-se para a Av. das Orquídeas, no centro de Tarumã, em um prédio alugado. A partir daí deu-se início à construção do prédio atual, que foi inaugurado em dezembro de 1998. No início da sua administração, caracterizada pelo slogan “Tempo de Construir”, o prefeito encontrou diversas dificuldades, visto que a cidade não possuía infra-estrutura propícia para a administração política incipiente. Para viabilização de diversos projetos organizados pelo corpo administrativo, visando ao progresso do município, a Prefeitura deparou-se com a falta de verba, pois consta que o orçamento próprio possibilitaria somente a estruturação de alguns setores, quais sejam, as contratações de servidores, a compra de máquinas e equipamentos. Os primeiros empreendimentos buscavam atender as prioridades básicas, ou seja, a aquisição de veículos, de ambulâncias, de tratores, a construção de garagem e implantação de projetos em diversas áreas, principalmente na Saúde. Priorizou-se a montagem de um censo com a finalidade de estimar o número de habitantes, chegando-se a um total de 10 mil, para, assim, direcionar a atuação administrativa. Tornaram-se evidentes, enfim, os principais problemas nas áreas da Saúde e Educação, com destaque ao desemprego, na área social. Dentro do programa de desenvolvimento da cidade, a Prefeitura procurou realizar coligações com municípios vizinhos, dentre eles Florínea, que tinha como prefeito Valter Gervazione; Pedrinhas Paulista, com Evaldo Pacheco; Cruzália, com Vamil Cardoso e Maracaí, com José Roberto Brasil Machado. Buscou-se também entrosamento com vários órgãos governamentais. A Associação dos Municípios do Centro-Oeste Paulista (AMCOP) foi uma das que teve participação direta nos projetos que almejavam o progresso para a região. Tinha como presidente, em 1993, Ubirajara Martins, e agregava 68 municípios, realizando reuniões mensais com os prefeitos para discussão e análise dos mais diferentes assuntos. Buscava-se o apoio dos governos Estadual e Federal, recursos para a saúde, pagamento de dívidas municipais e resolução de problemas habitacionais, sendo que este último era de 30 A Cidade do Amanhã grande importância para Tarumã, que possuía um déficit habitacional de 500 casas. Nessas reuniões, Tarumã estava sempre presente, objetivando demonstrar a importância da Amcop na realização de melhorias para a região e do trabalho em conjunto. Em 1994, a Prefeitura priorizou a organização jurídica e legislativa do município, que seguia a de Assis. ANOS 1970 Em fins da década de 1970, foi realizada uma pesquisa para avaliar como o distrito estava estruturado urbanisticamente, incluindo áreas de atividades econômicas, saúde e agricultura. Na área agropecuária destacaram-se as culturas de trigo, canade-açúcar, soja, café, a cultura dos cereais como arroz e milho, e a pecuária com rebanho para corte e para a produção de leite, além da produção de suínos. A cidade apresentava, portanto, um significativo desenvolvimento em Tarumã no início. relação à sua situação precedente. De acordo com dados do censo realizado, em fins da década de 1970 Tarumã possuía aproximadamente 7.179 habitantes. Nesta época, também foi criado o Centro Rural de Tarumã, uma entidade filantrópica afiliada à Secretaria de Promoção Social, instituída em colaboração com o então governador do Estado, Laudo Natel. A inauguração ocorreu em 22 de agosto de 1971, e em suas dependências foram construídos uma quadra poliesportiva, um campo de futebol e um salão destinado a festas e a outros eventos. Posteriormente, este centro passou a ser reconhecido como ACRUTA (Associação Comunitária Rural de Tarumã) e por meio dela desenvolviam-se atividades sociais como reuniões para debates e palestras sobre temas de interesse da população, com o objetivo de melhorar a cultura da comunidade; projetos recreativos e de lazer, com destaque para as atividades esportivas. A Acruta oferecia também atendimento a menores por meio de programas como o Pró-Nutri, proporcionando assistência a famílias carentes, providenciando alimentação básica, atendimento médico hospitalar e educacional; eram ministrados cursos de profissionalização rápida por meio de convênios firmados com a LBA, Senac e Sesc, ou por iniciativa e recursos próprios. Como exemplo, podemos citar os cursos de datilografia, crochê, tricô, pintura em tecido, bordado a máquina, corte e costura, arte culinária, artesanato, dentre outros. Essa associação continua desenvolvendo seus programas sociais e, atualmente, mantém convênio com a Prefeitura Municipal, sendo sua atividade fundamental o oferecimento de atendimento médico familiar por meio do PSF (Posto de Saúde da Família, nos bairros), além de manter convênio do idoso, do deficiente, Banco do Povo e ter vínculo com a Usina de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos. ANOS 1980 Em 1981, no dia 1o de agosto, foi inaugurada nas dependências da Acruta a Creche José Eugenio de Rezende Barbosa, uma instituição que visava a dar assistência a várias crianças em idade pré- 31 Tarumã escolar. Pelo fato de muitos pais necessitarem trabalhar o dia todo, a creche era considerada um empreendimento significante para a comunidade. As crianças tinham a possibilidade de lá permanecer o dia todo, contando com alimentação, higiene, educação, assistência social, juntamente com atendimento médico necessário, dentista, psicólogos, além de obterem uniformes para uso diário. Atualmente, o centro é mantido pela Prefeitura Municipal juntamente com sua Secretaria de Educação. A denominação da instituição constitui uma homenagem que a doadora do terreno, Maria Angélica de Rezende Barbosa, fez ao seu filho. Recentemente, após algumas reformas, modificou-se também a denominação e hoje ela é conhecida como Creche São José. Na década de 1980, Tarumã teve um relativo progresso no âmbito urbano, sobretudo nos setores educacional e de habitação. Em 1984, a Nova América criou a imobiliária Nova Tarumã, que teve como primeira tarefa administrar a venda de 216 lotes de terra da vila Progresso (atual vila dos Pássaros), cedidos pela própria empresa para beneficiar, principalmente, seus funcionários. No ano de 1985, já existiam aproximadamente 47 residências construídas e ocupadas e mais 30 em construção. Também foi feita doação de uma área de terreno na parte alta de Tarumã, conhecida como vila Água Bonita, para a construção de casas populares. Foram construídas 322 casas todas em alvenaria e de acordo com os projetos padronizados. No ano de 1987, as casas já construídas foram vendidas aos interessados com recursos financiados pelo BNH – Banco Nacional de Habitação. Do mesmo modo, foram construídas em 1986 mais 337 casas próximas à antiga vila Progresso, em um bairro conhecido como vila dos Lagos. Objetivando abrigar seus funcionários próximos ao seu local de trabalho, a Nova América contribuiu para o crescimento habitacional da cidade. Somados, os dois núcleos formam um total de 649 residências. No mês de abril de 1987, a imobiliária Nova Tarumã deu início ao loteamento de uma área com mais de 240 terrenos, constituindo uma extensão da vila Progresso, sendo, por isso, inicialmente conhecida como Progresso II. Hoje é denominada vila das Árvores. Também em 1984, estabeleceu-se a criação de uma Cooperativa de Consumo dos Funcionários, a Coopcon. Por meio deste sistema, os sócios realizariam suas compras para serem descontadas na folha de pagamento. Em novembro, no dia 11, foi lançada a pedra fundamental da construção do prédio de 550 m 2, localizado na então vila Progresso, hoje vila dos Pássaros. A inauguração ocorreu em 26 de maio de 1985, quando ela já contava com 653 sócios. Tarumã foi contemplada com mais um estabelecimento comercial, ou seja, um supermercado, que veio atender às necessidades da população e contribuir para o desenvolvimento da cidade. Atualmente, sua sede abriga o Clube da Usina Nova América, onde são realizados diversos eventos servindo, assim, como mais um espaço de lazer e diversão para a comunidade. Modernização das praças. 32 8 Desenvolvimento C om um ano de administração, Tarumã apresentou um considerável grau de desenvolvimento. Um dos fatores que favoreceu esse crescimento foi a arrecadação de mais ICMS devido a presença da Usina Nova América, que produz açúcar e álcool. Vale ressaltar que a usina é significativa para o município, pois ao proporcionar maior arrecadação, coloca Tarumã na quadragésima posição entre as cidades da região com maior índice de verba. Em dezembro de 1994 foram realizadas as eleições para a nova composição do legislativo correspondente ao ano de 1995. O sr. Otávio Benelli foi nomeado presidente, o sr. Hélio Moro vice-presidente, o sr. Milton da Silveira primeiro secretário, e o sr. Agamenon Messias segundo secretário. Também em 1994, o prefeito Oscar Gozzi foi eleito presidente do Conselho de Desenvolvimento Agrícola no Médio Vale Paranapanema (CDA-MP), o que trouxe grandes benefícios para a cidade. Compete a esse órgão estabelecer diretrizes para a Foto aérea da Usina Nova América. 33 Tarumã política agrícola, promover a integração dos vários segmentos nesse setor, ocupando-se da produção, comercialização, armazenamento, industrialização, transporte, abastecimento etc. Em 1996, a Prefeitura implantou o Programa de Qualidade Total (PQT), projeto aplicado no Japão com a designação de 5S (cinco esses), que significam utilização, ordenação, limpeza, saúde e autodisciplina, buscando com isso o aumento da qualidade na prestação de serviços, bem como a mudança de mentalidade e comportamento de funcionários e cidadãos. Ao que consta, a cidade foi a primeira do Estado a implantar o PQT, tendo como coordenadora a sra. Elvira Alice Gozzi da Silva e como consultor o sr. Antônio Segreto, da Fundação Cristiano Toni. POLÍTICA O prefeito Oscar Gozzi, almejando dar continuidade à sua administração, tentou seu segundo mandato na cidade, porém devido à emenda realizada pelo deputado Mendonça Filho sobre a reeleição política, ele não pôde se candidatar. Conseqüentemente, o Partido da Frente Liberal (PFL) realizou prévia para a escolha do candidato a prefeito, da qual o sr. Fernando Roncada foi vitorioso, ficando como vice o sr. Marco Grassi Nelli. Houve, ainda, outra candidatura, a de Edson Schwarz. O resultado da eleição de 3 de outubro de 1996 estabeleceu como novo prefeito o sr. Edson Schwarz, tendo Antônio Cunha como vice. Eles adotaram como slogan característico de sua gestão “Do povo para o povo”. Durante solenidades realizadas no Acruta, na manhã de 1o de janeiro de 1997, foram empossados o novo prefeito, o vice e os 11 vereadores que compunham o legislativo. O prefeito eleito, Edson Schwarz, em sua gestão, enfrentou a oposição na Câmara Municipal, o que lhe acarretou diversos problemas que, posteriormente, desestabilizaram o seu governo. Os vereadores eleitos, em sua maioria da oposição, não aprovaram diversos projetos elaborados pelo prefeito, que nunca recebia aprovação do Legislativo. O mesmo ocorria por parte do Executivo, o que gerou grandes conflitos. Diante desses desacordos políticos, surgiram acusações por parte da Câmara Municipal de que o prefeito estaria utilizando parte da verba pública de forma incorreta. Assim, vereadores criaram uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), para avaliar o destino dos recursos municipais. As intrigas contra a administração de Edson não cessaram, sendo executado por parte do Legislativo o pedido de cassação do seu mandato, no ano de 1997, fato que acarretou o seu afastamento, sendo substituído pelo seu vice, Antônio Cunha. As causas desse afastamento parecem ser diversas, porém como o processo não foi concluído, Edson pôde voltar ao cargo por determinação judicial, cumprindo o seu mandato e dando continuidade aos projetos em prol do desenvolvimento da cidade. No ano de 2000 ocorreu nova eleição, saindo vitorioso Oscar Gozzi que tem como vice Vicente Benelli. 34 A Cidade do Amanhã Os primeiros projetos que foram desenvolvidos no município após sua emancipação política e com seu quadro político constituído, evidenciando, assim, o progresso e a formação da localidade voltaram-se às áreas social, da educação, de obras e do setor agrário. TRANSPORTES Partindo-se da Capital, as opções de acesso rodoviário a Tarumã são SP-280, Rodovia Castelo Branco, SP-327 e SP-270, alcançando-se aí o município de Assis, de onde se segue pela SP-333, e também através de linhas direta, pela SP-270, Rodovia Raposo Tavares, com o mesmo final no percurso antes apresentado. O município encontra-se em um ponto de acesso bastante fácil por importantes vias de ligação, que atingem todo o Norte do Estado de São Paulo, e também o seu Oeste, chegando até mesmo ao Mato Grosso do Sul. Também há acessos asfaltados que podem levar, num trajeto médio de duas a três horas, a importantes centros de negócios do Norte do Paraná, destacando-se Londrina e Maringá. A cidade é entrecortada por aproximadamente 40 km de rodovias e, na sua estrutura interna, dispõe de uma malha viária de aproximadamente 32 km de extensão, dos quais cerca de 20 km são pavimentados. Os trajetos intermunicipais são realizados pelas empresas Integração do Vale e Guerino Seiscentos, que atendem outros municípios regionais, sendo que a segunda serve, ainda, o município de Cornélio Procópio, no Estado do Paraná. SP-333 Rodovia Miguel Jubran. 35 Tarumã AGRICULTURA Setor agrário no passado Em meados da década de 1930, no setor agrário, ao lado das plantações de feijão, milho e arroz, voltadas para a subsistência da família do campo, nota-se a presença marcante da cultura do café. Além dessas atividades tínhamos o cultivo de cana-de-açúcar, estabelecido pela destilaria de propriedade do sr. Germano Holzhausem, que na época mantinha uma pequena produção de aguardente num estabelecimento denominado Engenho Tarumã, no bairro Água Bonita. Atualmente a destilaria constitui uma grande empresa e contribui para o desenvolvimento de Tarumã. Em conseqüência do desenvolvimento da vila, o sr. Lex contratou um subdelegado para se responsabilizar pela ordem; na época havia uma cadeia de madeira, em frente a igreja. A história do desenvolvimento de Tarumã está intimamente ligada às atividades agrícolas. Práticamente 70% do solo do município são compostos pelo tipo latossolo roxo, apresentando uma área propícia para o cultivo de diversas plantações. Desde o inicio de sua fundação, Tarumã vem extraindo da terra a força para o seu crescimento. No início, com o café e, posteriormente, com o milho, a soja, o trigo e a cana-de-açúcar, a qual, em meados dos anos 1940, passou a ser de suma importância, acabando por favorecer as condições de desenvolvimento do município. O ministro da agricultura, Barros Munhoz, A Prefeitura, voltando atenção para área com Oscar Gozzi e o deputado Hélio Rosas. agroindustrial, criou a Casa da Agricultura, localizada na antiga vila Progresso. Visando a apoiar o produtor agrícola, a Casa da Agricultura ministrou cursos e palestras na área de formação profissional rural, procedendo a fiscalizações, prestando assistência técnica para as culturas da região, instalando campos de testes agrícolas, e atuando também no projeto de microbacias (recuperação, preparação e conservação de soMecanização do corte de cana. 36 A Cidade do Amanhã los, recuperação de mananciais e da mata ciliar). Além disso, esteve sempre prestando serviços à população na emissão de carteira de trabalho ao agricultor, junto ao INCRA, e no preenchimento de declaração para cadastro de imóvel rural, no esclarecimento em caso de dúvidas. Com isso, os municípios passaram a definir os interesses locais e sua própria política agrícola. Para concretização desse proEstrada rural. jeto foi criado, em 17 de março de 1993, o Conselho de Desenvolvimento Rural de Tarumã, que teve como objetivo orientar as diretrizes de todo o trabalho a ser realizado pela Casa da Agricultura, determinando as prioridades e a gerência de toda a política agrícola tarumaense. Os principais projetos realizados pela secretaria foram: cadastramento rural, para realizar um plano municipal de desenvolvimento rural, o qual diagnosticou que Tarumã Agricultura diversificada. possuía 365 propriedades rurais, com 268 proprietários; incentivo de plantio de árvores nativas, distribuindo 2.000 mudas entre árvores frutíferas e silvestres. Secretaria de Agricultura. 37 Tarumã PECUÁRIA Conforme dados oriundos da Casa da Agricultura, o atual rebanho bovino é composto de, aproximadamente, 5.120 cabeças de gado, apresentando-se o rebanho de corte com tipologia mista, retendo deste total cerca de 1.800 cabeças. O gado leiteiro é representado por cerca de 3.000 reses, das raças holandesa e mista, reservando-se ainda 320 animais de raças mistas para reprodução. Deste montante, somente 2% do abate se reserva à subsistência municipal, sendo o restante comercializado principalmente nos mercados de Assis e Presidente Prudente. A produção leiteira destina-se a Poços de Caldas, Assis e Gardênia, onde são processadas e beneficiadas. A Usina Nova América, além de estar envolvida com atividades agrícolas, tem parte de sua atuação voltada à criação pecuária, sendo o único confinador de animais, realizando a criação intensiva de cerca de 2.000 cabeças/ano. O gado de leite é alvo de técnicas de inseminação artificial em 95% dos rebanhos. O grau de ordenha mecanizada já atinge 90% da produção. Quanto à produção avícola, não foram identificadas as tipologias e raças, tendo-se a indicação da existência de 90.000 cabeças, voltadas exclusivamente à postura. Pecuária e cana-de-açúcar na região. 38 A Cidade do Amanhã PISCICULTURA Outra atividade desenvolvida na região é a piscicultura. Instalada em 1990 no Município, vem proporcionando rentabilidade àqueles que investiram nessa área, os quais recebem o apoio da Prefeitura, que incentivou a criação, engorda e desova de peixes, não só distribuindo, inicialmente, 100 mil alevinos para os agricultores, mas também trazendo especialistas para auxiliar tecnicamente os produtores. Dentro desse projeto, observou-se que Tarumã possuía em média 10 produtores obtendo grande resultado nas vendas no município e região, abastecendo também um pesque-pague que serve para lazer e compra do produto. Na safra de 1994/95, em uma área de 25 hectares de espelhos d’água, foram produzidas 86 toneladas de peixes que são comercializados nos grandes centros consumidores com relativo lucro. Existem no município 80 tanques para a produção de peixes de várias espécies, como: Pacu, Tambaqui e Carpa. Os piscicultores do município, planejando maior produtividade e outros benefícios, formaram uma associação denominada Associação de Aquicultura e Meio Ambiente de Tarumã, sediada na Casa da Agricultura. Piscicultura. 39 Tarumã INDÚSTRIA Um dos principais fatores que propiciaram a emancipação política de Tarumã foi a presença de agroindústrias e empresas que dão suporte a essa atividade. Elas fomentaram a agricultura e são beneficiadas por ela. A cana-de-açúcar é vendida, não só no próprio município, como também em cidades viziPedra Fundamental do distrito industrial de Tarumã. nhas. Também são comprados ferro, aço, eletrodos e oxigênio, que servem, em conjunto, ao fabrico de portões, gradis e equipamentos de uso industrial. As indústrias suprem suas necessidades de compras nos mercados de São Paulo, Londrina, Presidente Prudente e Marília, principalmente, estando ainda bastante dependentes da estrutura de oferta de Assis. As usinas de álcool e açúcar apresentam subprodutos ou resíduos industriais passíveis de reaproveitamento, como o bagaço de cana, que pode ser utilizado no processamento de combustível, e também a vinhaça, que pode ser transformada em adubos agrícolas. Usina Nova América. 40 Destilaria Água Bonita. A Cidade do Amanhã COMÉRCIO Tarumã conta, como forma de auxílio ao meio comercial do município, com a Associação Comercial e Industrial de Tarumã (ACITA), órgão que objetiva o progresso e a modernização dos estabelecimentos comerciais, visando a incentivar a população a investir seu dinheiro no comércio local. Este setor elabora promoções e acordos com órgãos como o Sebrae, procurando beneficiar empresários e consumidores. O comércio oferece cerca de 20 alternativas distintas (categorias de produtos), sendo os principais aqueles ligados a necessidades básicas (vestuário, alimentação e medicamentos) e à prestação de serviços. Os principais são aqueles voltados a consertos e reparos de eletrodomésticos, objetos e artefatos de um modo geral, além de serviço de uso pessoal e estética. A atividade comercial supre suas necessidades não só adquirindo mercadorias com representantes e distribuidores oriundos dos mais diversos pontos do Estado, e até mesmo de outros Estados, como também nos mercados de Assis, Marília, Presidente Prudente e Londrina. Comercialização de doces feito pelo Programa Agricultura Familiar . Produtos artesanais, tradição do interior. Centro da cidade. 41 Tarumã COMUNICAÇÃO Correio no passado A princípio o correio não existia; quem precisasse enviar correspondências tinha que se deslocar para a cidade de Assis. Posteriormente, de acordo com alguns depoimentos, foi instituída uma caixa dos correios, onde se depositavam as cartas que depois eram levadas para Assis. Os serviços telefônicos em Tarumã estão sob a responsabilidade da Telefônica. O primeiro veículo de informação surgido no município foi o Jornal Tarumã, que iniciou suas publicações e circulação semanal no ano de 1993, e teve como fundador o jornalista e advogado Ernesto Nóbile. Além de meio informativo, o jornal contribuiu para o registro de diversos fatos ocorridos na cidade, servindo como uma das fontes sobre a história de Tarumã. Hoje o órgão informativo local, Jornal do Vale Regional, circula com edições semanais, atendendo toda a região. Em 1997, a cidade pôde contar com mais um meio de comunicação, a Rádio Comunitária da região e a primeira da cidade, denominada Nova FM Interativa. Formada por Osvaldo Costa, Helder Camilo, André Gamadão, Luciano Mendes e Fernando Martins, a nova rádio visava a proporcionar mais um meio de comunicação para a comunidade, porém este projeto teve curta duração. Atualmente, estão no ar a rádio educativa Escuta FM, de consignação da Igreja Católica, e a Rádio Comunitária Panamérica, administrada pela Acruta. Jornal Folha do Vale. 42 9 Área Social A Secretaria Municipal da Assistência Social de Tarumã, desde a primeira gestão, realizou vários projetos dentro dos objetivos da Lei no 8.742 – Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Com aproximadamente 10 mil habitantes, avaliados na década de 1990, a cidade compunha-se de uma parcela de famílias pertencentes à classe trabalhadora em situação precária, sendo este o alvo a ser atingido por esse órgão, que se dispunha a garantir amparo para as necessidades básicas nos segmentos da família: maternidade, infância, adolescência e velhice. Nos dias atuais a Secretaria da Assistência Social continua desenvolvendo vários projetos, como Crescer Sempre, Vida Ativa, Juventude Cidadã, Ação Jovem, Geração de Renda, entre outros. AÇÃO JOVEM È um projeto em parceria com o Governo Estadual, através da SEADS – Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social. Tem a meta de atender 110 jovens. Pretende beneficiar jovens, na faixa etária de 15 a 24 anos, com ensino fundamental ou médio incompletos e em situação de vulnerabilidade social, com prioridade para aqueles pertencentes a famílias com renda de até dois salários mínimos. Agente Jovem. INSERÇÃO PRODUTIVA Este projeto promove ações de capacitação que possibilitem a inserção de pessoas no mercado de trabalho formal ou informal, contribuindo para sua emancipação social. É uma parceira entre a Prefeitura Municipal de Tarumã, o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Senai – Marilia. 43 Tarumã VIVALEITE Atende 204 crianças do município, as quais, estão na faixa etária de de 6 meses à 6 anos de idade provenientes de famílias com renda de até 2 (dois) salários mínimos. O atendimento se faz com a entrega de 15 (quinze) litros de leite por mês. VIDA ATIVA Viva Leite. Um projeto em parceira entre Governo Federal, Prefeitura Municipal de Tarumã e ACRUTA – Associação Comunitária do Centro Rural de Tarumã, e oferece atividades ocupacionais adaptadas para pessoas com deficiência e familiares. GERAÇÃO DE RENDA Geração de Renda. Promove a autonomia das famílias atendidas viabilizando capacitação para gerenciamento e execução de atividades formais e informais de geração de renda. JUVENTUDE CIDADÃ É um projeto que visa Incentivar o protagonismo juvenil com atividades educativas e a preparação para o mercado de trabalho; auxiliando financeiramente as famílias com o repasse mensal de R$ 65,00. KIT VERDURA Atende 500 famílias, viabilizando a doação de verduras e legumes produzidos na horta municipal, além de orientação para melhoria dos hábitos alimentares. É uma parceria entre Prefeitura Municipal de Tarumã, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente. Kit Verdura. 44 A Cidade do Amanhã MORAR MELHOR TARUMÃ C É um convênio de parceria entre CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano e Prefeitura Municipal de Tarumã, através da Secretaria Municipal de Planejamento, Obras e Serviços. Tem o objetivo de realizar um trabalho educativo com grupo de famílias participantes de processo de construção de casas populares em sistema de mutirão Projeto Morar Melhor. PLANTÃO SOCIAL Promove, por meio de suas ações, benefícios e auxílios, atendimento social a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, buscando fortalecer laços e vínculos sociais de pertencimento entre os membros da família e a comunidade. CRESCER SEMPRE Crescer Sempre. Atende adolescentes em situação de risco pessoal e social, com ações que visam a prevenção à marginalização e garantam o desenvolvimento integral, através de atividades voltadas para o desenvolvimento da cidadania e da preparação para o mercado de trabalho. RENASCER Este projeto atende pessoas a partir de 50 anos, sem restrição de renda, com atividades para a estimulação global do ser humano, desde o físico ao intelectual, buscando condições para melhor qualidade de vida dos atendidos. O projeto visa proporcionar bem estar e valorização da pessoa idosa, tendo em vista algumas limitações inerentes à idade e o preconceito presente na maioria das famílias e na sociedade, que muitas vezes leva o idoso à segregação social. Crescer Sempre. Projeto Renascer. 45 Tarumã RENDA CIDADÃ / FORTALECENDO A FAMÍLIA Promove a autonomia de famílias de baixa renda, através de transferência de renda, fortalecendo os vínculos familiares, contribuindo assim para o desenvolvimento de capacidades e habilidades no exercício da cidadania. Renda Cidadã. Fortalecendo a Família. Fica assim evidente o progresso da cidade com relação à área social, sendo observados os trabalhos desenvolvidos que vão desde o atendimento a pessoas carentes até os aperfeiçoamentos profissionais, culturais dos cidadãos. Centro de Convivência do Idoso Divino Moro. 46 10 Religião N o que diz respeito a religião, e neste caso falamos de religião católica, pois o Brasil é um país de ordem católica, as fontes que tratam sobre a cidade de Tarumã são raras. Ainda não há uma relação de documentos, sejam eles escritos, imagens ou outros, ordenados e armazenados em determinado local, que possam auxiliar e facilitar a pesquisa histórica. Para reunir alguns dados que dizem respeito à religião na cidade de Tarumã foi necessário realizar entrevistas com antigos moradores da localidade que, rememorando os acontecimentos, relataram fatos curiosos vivenciados na época, os quais formaram um breve contexto sobre o culto religioso praticado na comunidade. Outra fonte de grande valia foi o livro do padre José Carlos D’Angelo e do historiador Ivan A. Manoel: Diocese de Assis: Notas Históricas e Pastorais. Neste livro os autores abordam em seu contexto um breve histórico das paróquias da região, em que ressaltam a procedência do Cristianismo e a instalação de capelas. Os primeiros vestígios do Cristianismo se deram por volta de 1851, com a chegada de várias famílias vindas do Estado de Minas Gerais. Reforma da Igreja Matriz da cidade. 47 Tarumã Liderados por José Teodoro de Souza e José Vieira Martins formou-se um povoado, hoje conhecido como município de São Pedro do Turvo, onde levantou-se uma das primeiras capelas da nossa região, “uma capela de pau-a-pique, que foi inaugurada com o nome de capela São Pedro” Com o avanço dos povos na região Vale Paranapanema, prosseguiu-se a construção de capelas. Adotando uma ordem cronológica, a cidade de Campos Novos Paulista, foi a próxima localidade a edificar sua paróquia. Fundada em terras doadas por José Teodoro no ano de 1868, o objetivo era a construção de uma capela em homenagem a São José dos Campos Novos. Com base nos escritos dos padres, a cidade de Platina edificou sua capela já em finais dos anos 1890. Já nesta época a cidade de Assis também possuía uma capela onde o padre de Platina atendia. Porém, com o crescimento da comunidade, a antiga capela deixou de atender o número de fiéis que crescia rapidamente. Em 1912 foi erguida uma outra capela de madeira, que também em pouco tempo não era mais suficiente por isso, em 1914, essa segunda capela de madeira também teve que ser ampliada. E assim foi se alargando por toda a região o cristianismo juntamente com a edificação de várias capelas. Na cidade de Salto Grande os dados demonstram a criação em 1912 de uma capela. Na comunidade de Ibirarema no ano de 1913, na cidade de Candido Mota em 1919, em Florínea em 1920, em Echaporã em 1924, em Maracaí em 1925, Palmital 1927, Cruzália 1947 e em Pedrinhas 1949. Com relação a Tarumã, de acordo com relatos de antigos moradores, desde a década de 1920 já existia uma capela de madeira que se localizava no centro da Vila. A sua localização se dava próximo a casa do Sr. Valdemar Loose, na atual avenida dos Lírios. A celebração das missas era efetuada somente uma vez por mês devido ao fato de o pároco não residir em Tarumã. O costume praticado pelos fiéis naquela época era rezar terços nas casas; os fiéis se dirigiam a capela somente em ocasiões especiais em que o pároco se encontrava como nas celebrações de missas, batizados e casamentos. Conforme os depoimentos dos moradores, no dia 07 de setembro do ano de 1930, ocorreu uma grande festa na localidade em virtude do lançamento da pedra fundamental da nova Igreja, a qual seria construída em alvenaria, uma novidade para a localidade. Nesta festa esteve presente o bispo da cidade de Assis, que promoveu a realização de casamentos, batizados e crismas, num grande evento. A edificação da nova matriz se dava onde hoje se encontra a atual Igreja. Posteriormente, na década de 1970, esta foi substituída por uma outra, a qual atende os católicos ainda hoje. Acompanhando o crescimento da população e dos fiéis, no ano de 2003 iniciou-se a edificação de uma nova Matriz, que está sendo erguida no mesmo terreno da anterior, desta maneira os cultos religiosos são realizados no salão de festas da igreja, que fica ao lado da construção. Ampliando a pesquisa religiosa, constatou-se a presença de uma igreja Luterana. Este fato se deve principalmente por existir em Tarumã um número significativo de imigrantes alemães presentes na localidade desde a década de 1920. Esta comunidade luterana se reunia no sítio do Adolfo Fischer, onde se localizava um pequeno templo construído de madeira. 48 A Cidade do Amanhã Não há registro de que o pastor desta comunidade residisse na cidade, os fiéis afirmaram que ele vinha de outra localidade, pelo menos uma vez por mês onde realizava os cultos, batizados e casamentos. Esta capela já não existe mais, fato curioso é de não ter se firmado o culto luterano nesta localidade, sendo que o número de famílias alemães que se instalaram aqui comparadas as outras famílias que vieram para cá na década de 1920 era expressivo. Atualmente Tarumã possui um população diversificada religiosamente. A cada dia cresce mais a edificação de templos protestantes, e pouco se sabe sobre os cultos luteranos, espiritistas e outros que possam existir. Igreja Assembléia de Deus. Igreja Presbiteriana. Congregação Cristã do Brasil. 49 11 Cultura e Lazer Lazer no passado Um dos principais meios de divertimento da comunidade eram as partidas de futebol, que reuniam várias pessoas no campo para ver o time de Tarumã e outros que disputavam o jogo. Também eram realizados bailes animados, nas fazendas, por bandas de músicos que tocavam violão, sanfona, e outros. FESTAS Para a realização das festas que celebravam o aniversário da cidade, Tarumã sempre contou com patrocínios e cooperação dos moradores da localidade e região. Os trabalhos eram organizados por uma comissão que ficava responsável por levantar recursos, principalmente financeiro, para custear a solenidade. Os patrocínios vinham de empresas da região e do município, e a partir de um trabalho de trocas de interesses arrecadavam-se fundos para a festa. Foram efetuadas diversas atividades, com destaque para a distribuição de faixas de propaganda das empresas colaboradoras que eram espalhadas por toda a cidade. A cada faixa conDesfile cívico de 62 anos de Tarumã. seguia-se o dinheiro que, somado ao de outros eventos, formava o “caixa” da festa. A escola Dona Cota promovia bailes, quermesses e festas que envolviam toda a comunidade. Naquela época, como Tarumã estava condicionada à administração política da cidade de Assis e por vezes não era atendida em seus anseios, a escola participou como fonte de apoio ao desenvolvimento do distrito. 50 A Cidade do Amanhã Tarumã desenvolveu, na década de 1990, atividades e eventos para proporcionar à população momentos de lazer; houve a apresentação de vários shows, gincanas, manhãs de recreio, muitas vezes referentes a comemorações nacionais, religiosas e municipais. A cidade possuía uma escola de samba denominada Mocidade, que tinha como presidente Dirceu Chenou. Ela foi campeã do Carnaval de Rua de Assis, por três anos consecutivos (1987/88/89), porém em 1993, com o enredo positivista “Pra frente Brasil”, não pôde participar do desfile por falta de recursos financeiros e por causa das chuvas. Ao longo dos anos a escola foi perdendo forças e atualmente o carnaval é comemorado de variadas formas, com a presença de carros de som nas ruas, noites dançantes e outras atividades. Projeto Conhecendo Nossa Terra. Passeio Pedagógico. CARNAVAL A origem do carnaval é bastante discutida. Há indícios de que seu aparecimento remonta a 1200 a.C. Era uma festa pagã, comemorada como culto a Íris, deusa da terra. Nas festas dionisíacas, havia manifestações e representações de cenas mitológicas sobre a vida de Dionísio, celebradas na Grécia antiga. Na Europa medieval aconteciam desfiles dos mascarados pelas ruas, e brincadeiras (entrudos), durante as quais os foliões jogavam farinha de trigo, polvilho, barro e água entre si. Trazido para o Brasil, o entrudo foi enriquecido com o ritmo e a ginga do povo africano. Durante o período colonial, a festa do entrudo antecedia a quaresma. Os escravos iam para as ruas e participavam da diversão com brincadeiras de molha-molha, mela-mela, baldes com água, farinha e limão-de-cheiro. A elite portuguesa não participava da festa porque, às vezes, essa se tornava muito violenta, com brigas entre os participantes. Por isso, acabou sendo proibida. Em seu lugar ficou o carnaval, com diversões mais amenas. 51 Tarumã Festa Junina. Na década de 1990, realizaram-se as tradicionais festas juninas na Escola Dona Cota, evento que reunia um significativo número de pessoas que se divertiam com apresentações de quadrilhas, danças diversas, promoção de bingos em benefício da escola e vendas de comestíveis típicos. Atualmente, esse tipo de comemoração ainda é realizado. Dentro do projeto Escola Aberta, realizado nas E.M.E.F.E.I.S, aconteciam eventos sociais, dentre eles as festas juninas que promovem a confraternização de toda a comunidade principalmente entre pais e filhos que participam das comemorações; a finalidade dessas atividades é manter viva uma das mais importantes tradições folclóricas da região, perpetuando, assim, os valores populares. Atualmente, tanto as escolas da Rede Municipal quanto da Rede Estadual de Ensino continuam a proporcionar festividades de caráter cultural e folclórico, de maneira a manter vivas as tradições. Atividades na semana da criança. Festa Junina Os jesuítas portugueses trouxeram os festejos joaninos para o Brasil. As festas de Santo Antônio e de São Pedro só começaram a ser comemoradas mais tarde, mas como também aconteciam em junho, passaram a ser chamadas de juninas. O curioso é que, antes da chegada dos colonizadores, os índios realizavam festejos relacionados à agricultura no mesmo período. Os rituais tinham canto, dança e comida. As mais tradicionais festas juninas do Brasil acontecem em Campina Grande, PB e Caruaru, PE. A primeira cidade é conhecida pelo Forródromo, arraial que, entre suas atrações, tem um desfile de jegue. Já Caruaru mantém a vila do Forró, réplica de uma pequena cidade do sertão onde acontece a festa. Além disso, realiza uma viagem até Recife no Trem do Forró. Nos vagões, cantadores regionais, sanfoneiros e artistas divertem o público durante todo o trajeto. Dedicando atenção às datas referentes ao aniversário do município, houve freqüentes comemorações. Desde o ano da emancipação político-administrativa de Tarumã o calendário festivo é preenchido com diversas atividades esportivas, passeios ciclísticos, desfiles cívicos, festival de música sertaneja e festa do peão boiadeiro, com concurso de Rainha do Rodeio de Tarumã. 52 A Cidade do Amanhã FESTA DO PEÃO DE BOIADEIRO DE TARUMÃ A festa do peão de Tarumã iniciou-se em 1991 coordenado por Oscar Gozzi e a Companhia do Bilinha, da cidade de Echaporã, é realizada todos os anos; tornou-se símbolo das comemorações dos aniversários da cidade. É o evento que atrai maior número de pessoas ao município. A festa é organizada por uma comissão designada no início de cada ano, e é realizada por meio Concurso de Rainha de Tarumã, 1992. de patrocínios e da arrecadação de verbas de eventos. Além das montarias, a festa também conta com shows artísticos, praça de alimentação e cavalgadas. No ano de 2005, a Festa de Peão de Tarumã passou a fazer parte da Divisão de Acesso da APRT (Associação dos Profissionais de Rodeio em Touro). Festa de Rodeio. Peão durante a Festa de Rodeio. Origem da Festa do Peão de Boiadeiro Rodeios, no estilo dos norte-americanos, tornaram-se cada vez mais populares nos últimos anos, em especial no interior paulista. Têm origem nas viagens de boiadeiros, que levavam gado para corte ou para invernada. A maior e mais antiga festa de peão de boiadeiro acontece em Barretos, SP. Em 1913, o primeiro frigorífico da América Latina se instalou na cidade, atraindo para o abate boiadas de São Rodeio em Tarumã. Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. A grande quantidade de peões reunida na região, sem nenhum tipo de lazer, originou desafios como rodeios, que se tornaram parte da rotina de Barretos. No ano de 1955, um grupo de rapazes da cidade criou o clube Os Independentes, que idealizava festividades que homenageassem as raízes populares, artísticas e culturais da região, com a intenção de gerar recursos para obras de caridade. No ano seguinte, nos dias 25 e 26 de agosto, eles realizaram a primeira Festa do Peão de Boiadeiro. 53 Tarumã Na década de 1980, com projeto assinado por Oscar Niemeyer, foi construído o Estádio Uebe Rezek, dentro de um parque com 1 milhão de m2. Só a arena, em formato de ferradura, tem capacidade para abrigar 35 mil pessoas sentadas. É o maior estádio de rodeio do mundo. É a segunda maior festa do gênero, só perdendo para a de Las Vegas, nos Estados Unidos. Trata-se também da única competição do circuito mundial de rodeio de touros realizada fora de um país de língua inglesa. Folia de Reis É um auto popular natalino, de evocação da visita dos reis magos ao menino Jesus com apresentações de danças como o Terno de Reis, o rancho e o bumba-meu-boi. Os foliões fazem paradas em casas previamente escolhidas para cantorias em troca de comida e bebida. São grupos que, por devoção, por gosto ou função social peregrinam de casa em casa do dia de Natal até 06 de janeiro, ponteando quase todas as regiões do Estado. Em cantoria, esses Folia de Reis, 1957. grupos fazem o uso de temas religiosos que vão da Profecia ao Nascimento de Jesus Menino e à Visita dos Reis Magos. Cumprem sempre, aproximadamente, os mesmos rituais de chegada e despedida, visitando os amigos e os devotos, atendendo pedidos, tirando promessas (ajudando os devotos a cumprir suas promessas). Bastiões, marungos, palhaços, são personagens sempre presentes nestes folguedos, com máscaras confeccionadas nos mais diversos materiais (peles de animais, tecidos, napa, tela de arame, cabaças, papelão, colagem de papel); com trajes vistosos, divertem a todos com seus saltos acrobáticos, dançando, declamando romances tradicionais e jogando versos decorados. Quando em visita a uma casa, uma folia é motivo de festa para toda a rua. Folguedo mais expressivo e difuso em São Paulo, não se sabe ao certo quantas folias existem no Estado. A presença das Folias de Reis ao Norte e Noroeste paulista é tão expressiva que muitos dos municípios da região realizam grandes Encontros de Folias de Reis, que chegam a mobilizar acima de 50 grupos, afluxo de devotos e fartura de comezainas. No calendário dos eventos os organizadores buscam, nos muitos municípios, não coincidir datas, o que em muitos momentos torna-se inevitável, estendendo-se os mesmos até o mês de maio, com interrupções pelo período de quaresma, até mesmo pelo segundo semestre. Foliões. 54 A Cidade do Amanhã FESTA DO TRABALHADOR Mais de 20 mil pessoas participam da Festa do Trabalhador, promovida pelo Grupo Nova América no primeiro final de semana de abril, em Tarumã e Maracaí. A programação conta com apresentação da banda musical da Fundação Nova América, uma partida de futebol e um show musical. A Festa do Trabalhador geralmente é antecipada, pois, no dia 1o de maio, data oficial da comemoração, as usinas estão Festa do Dia do Trabalhador na Usina Nova América. em plena safra e alguns colaboradores têm dificuldades para participar do evento. A atividade faz parte do Programa Dolce Vida – desenvolvido pela empresa –, que realiza várias ações visando contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores. “O Grupo investe em programas diferenciados de lazer e na busca constante de iniciativas que ajudem a manter o equilíbrio entre trabalho e qua- Comissão de frente do coral e banda Nova América. lidade de vida.” O evento tem, em sua programação, campeonatos de integração de futebol suíço, futebol de salão, torneio de truco, vôlei de areia, sinuca, corrida de rua (5 km), café-damanhã especial e sorteio de prêmios. Ainda em comemoração ao Dia do Trabalho é realizado o baile de início de safra, em Maracaí e em Tarumã. CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E CULTURA – CIEC Em 1963, a família Bolfarini instalou-se no distrito de Tarumã. De descendência italiana, a família, desde seus ancestrais, desenvolve uma atividade peculiar – a olaria. Dando continuidade à tradição, em 1964, o sr. José Bolfarini montou uma cerâmica em Tarumã, lugar escolhido por se localizar em posição estratégica para os meios de transporte. Dessa forma, a família adquiriu terreno no distrito e criou uma olaria, e, dentro de uma concepção eminentemente prática, edificou os galpões em, mais de dois quarteirões de área, onde se fabricavam telhas e tijolos. Esse foi o primeiro empreendimento que surgiu naquela área, da parte alta de Tarumã, hoje conhecida como vila Água Bonita e Dourados. A cerâmica atendia a uma clientela que abrangia as localidades próximas, como Assis, Pedrinhas, Candido Mota, Florínea e outros municípios. Olaria que foi transformada em biblioteca. 55 Tarumã A casa da família ficava ao lado da olaria e nela residiram aproximadamente oito anos, ou seja, moraram em Tarumã desde fins de 1963 a 1971. Nos primórdios da década de 1970 a família resolveu vender a cerâmica. O motivo da venda foi justificado por pertencer a três sócios: Duílio, Ercídes e José Bolfarini. A olaria foi comprada pela família Alves de Brito, que com ela permaneceu até o início da década de 1990, quando foi vendida para a Prefeitura. Ela adquiriu o prédio com a finalidade de preservar a memória histórica do município, uma vez que o prédio da olaria é um dos últimos edifícios remanescentes da história do desenvolvimento e criação da cidade, sendo, pois, um marco arquitetônico. Um dos objetivos preliminares era transformar aquele local em um centro cultural. Vista da biblioteca. Ali foi realizado o projeto Biblioteca Municipal de Tarumã, criada pela Lei no 99/94, que faz parte do sistema de bibliotecas públicas do Estado de São Paulo, destinado a beneficiar a comunidade tarumaense. O prédio da olaria, adquirido pela Prefeitura, passou por uma reforma, procurando-se restaurar a construção e preservando suas formas. Nesse espaço foi inaugurada, no dia 15 de setembro de 1996, a biblioteca pública do município. Parte do material adquirido para essa instituição foi comprada e parte foi doada. Vários acordos foram firmados com outras bibliotecas, como a Biblioteca Nacional, RJ, a Fundação Itaú, SP e a Unidade de Londrina, que auxiliaram na sua composição. Seu acervo corresponde a aproximadamente 6.000 obras. A biblioteca faz parte do complexo cultural CIEC (Centro Integrado de Educação e Cultura), o qual pretende abrigar um auditório, uma concha acústica, uma arquibancada, jardins e outros espaços, numa área de 6 mil m2. As chaminés e os fornos onde eram produzidos tijolos e telhas foram restaurados, bem como as partes que lhe dão sustentação. Para que o empreendimento prosseguisse em sua totalidade, a administração municipal firmou convênio com a Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, campus de Assis, que procurou desenvolver um trabalho de resgate da história do município, por meio de estágios aos graduandos do curso de História. Os estagiários realizaram pesquisas com os moradores mais antigos da cidade por meio de entrevistas e antigos documentos, com o objetivo de organizar um acervo histórico e cultural de Tarumã, trabalho esse coordenado por Sidinei Galli. Esse projeto foi retomado, em 2001, e teve como resultado a aquisição de novos materiais históricos e a elaboração de trabalho escrito que aborda a memória histórica do município. Parte interna da biblioteca. 56 A Cidade do Amanhã Atividades culturais No Centro Integrado de Educação e Cultura anualmente eram desenvolvidas diversas atividades culturais que visavam a proporcionar aos participantes o desenvolvimento sociocultural. No ano de 2001 foram promovidas oficinas de Educação Artística e de desenho artístico, cuja finalidade era proporcionar às crianças e aos adolescentes o despertar de sua criatividade e imaginação ao entrar em contato com papéis, tintas, fantoches etc. Hoje, o CIEC, além de contar com a Biblioteca Pública Municipal, também desenvolve vários projetos culturais para a comunidade, como Manhã de Lazer, Cinema na cidade, shows musicais, exposições, oficinas de teatro, Hora do Conto, teclado, violão e excursões culturais. Manhã de Lazer. Apresentação de teatro. Aulas de violão. Projeto Biblioteca – Peça Cinderela. Aulas de teclado. 57 Tarumã Coral No Centro Integrado de Educação e Cultura (CIEC) são desenvolvidas diversas atividades educativas e de recreação das quais participam pessoas de todas as idades, o que fortalece o nível cultural dos cidadãos. Um dos trabalhos desenvolvidos pelo CIEC com grande reconhecimento pela população é o coral, ministrado pela professora Simonia Cristina Ferreira. Ela exerce o cargo de Assistente Cultural e ingressou como professora do coral em 1996. Antes dela, duas professoras já haviam atuado, sendo a primeira Patrícia Mello, de Tarumã, e a segunda Adriana, da cidade de Assis. A princípio, o coral foi constituído pela UNIAC (Unidade de Atendimento à Criança), projeto que tinha como objetivo acolher crianças que apresentavam alguma dificuldade no aprendizado, desenvolvendo-se no UNIAC um reforço escolar. Dessa forma, os integrantes do coral denominado Coral do UNIAC eram alunos desse projeto, desenvolvido pela Secretaria da Educação Municipal. Os alunos – aproximadamente, 30 crianças – tinham em média de sete a treze anos de idade. O coral realizava apresentações na comunidade e na região. Como o projeto foi bem aceito pela população e se destacava entre outros, em fins da década de 1990 surgiu a idéia de gravar um CD com o coral. Este CD, intitulado Sou Criança Feliz, foi realizado com muito sacrifício, tanto da parte administrativa, da coordenadoria, como também das crianças. O coral permanecia no estúdio, na cidade de Assis, em média dez horas por dia, tendo somente um pequeno intervalo para o lanche, sendo que muitas vezes gravavam apenas uma música. Foram gravadas nove músicas de estilo variado, como sertaneja, MPB, infantil, quatro delas de autoria da professora Simonia. O CD foi lançado, no dia 25 de maio de 2000, em cerimônia realizada no espaço ao lado da praça da Igreja Matriz, com a população se fazendo presente. O coral foi se aprimorando e começou a trabalhar de forma diferenciada; contando agora com coreografia, o repertório passou a ser atual, ou seja, composto dos sucessos do momento, trabalhando, assim, a realidade dos próprios alunos e da comunidade. Recebeu nova denominação, passando a chamar-se Coral do CIEC, porque era desenvolvido no Centro Cultural. Em 2003 surgiu um novo grupo, formado por adultos, denominado Novas Vozes que passou a se apresentar desde então com o Coral do CIEC e era composto por em média, 30 pessoas, todas da comunidade, como estudantes, funcionários, enfim, pessoas de todas as categorias. Apresentação do coral. 58 A Cidade do Amanhã Hora do Conto Espaço criado para as crianças dos cursos da Creche, 1o , 2o e 3o anos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Duas vezes por semana, as crianças podem ouvir e integrar-se às diversas histórias contadas com personagens, fazendo com que elas se encontrem num mundo de fantasias e imaginação. O local onde se realizava essa atividade já proporcionava às crianças um desenvolvimento cultural, visto que se realizava dentro de um antigo forno de olaria localizado no espaço do CIEC, adaptado para este fim. Projeto Recriando Sonhos. José Carlos Marcos de Souza – Artista Plástico (O corte da cana em telas) “O trabalho persistente vence tudo.” A frase do poeta latino Virgílio (70-19 a.C.) vale duplamente para o cortador de cana e pintor José Carlos. Por um lado, ele sobrevive do corte da cana, uma das profissões mais difíceis que há. A dureza do trabalho, as intempéries do tempo, o sofrimento, o cansaço e os ganhos minguados são enfrentados numa jornada cotidiana de corte de cana com facão, que começa antes do amanhecer e se estende até o cair do dia. Essa atividade não impede, porém, que o cortador de cana desenvolva uma atividade artística de qualidade. Uma prova disso é o talento demonstrado por José Carlos em seus trabalhos pictóricos, caracterizados por um peculiar jogo de cores sobre a temática canavieira. Nascido em 28 de julho de 1980, em Assis, SP, José Carlos Marcos de Souza, técnico em contabilidade, reside em Tarumã, SP, e alia o trabalho no corte de cana-de-açúcar para uma usina da região, atividade que o leva a permanecer dias fora da cidade, nos canaviais, com a dedicação à criação de suas telas. José Carlos começou a ter aulas de pintura em 2000 e, incentivado pela Secretaria de Cultura de Tarumã e pelo pintor e professor de artes plásticas Sebastião Mendes, vem buscando espaço para 59 Tarumã ter o seu talento reconhecido. Inteligência e sensibilidade não lhe faltam. Sua técnica é colocada a serviço de uma forte mensagem social de conscientização sobre as agruras do trabalho rural. O artista, ao enfocar a atividade de corte da cana, utiliza duas armas artísticas. Por um lado, o insuperável conhecimento do tema, pois ele sabe o que significa o cansaço e o contato diário com o facão e o calor de uma plantação. Por outro, possui uma visão sensível de como as formas e as cores podem se combinar de maneira a retratar essas atividades diárias. O mais interessante nas telas de José Carlos está no talento demonstrado para transformar a experiência do dia-a-dia em imagens densas, mas sem pieguice. A atividade é revelada em sua singeleza e dificuldade, mas não de maneira dramática, de modo a se constituir uma arte engajada. A combinação das cores das roupas dos trabalhadores, como azul e vermelho, associada ao verde e o amarelo do campo, gera um resultado pictórico de grande intensidade. Cada tela do artista logra assim o seu propósito de encantar o observador e, simultaneamente, de fazêlo refletir sobre a realidade dos canaviais. O que impressiona na pintura de José Carlos é a sinceridade de seu trabalho. Pinta sobre aquilo que conhece e o apresenta sem crueza desmedida. Aplica, portanto, o seu conhecimento técnico, em franca evolução, para que possamos ver em cada trabalhador rural um lutador. Assim como um escritor lida com as palavras, José Carlos estuda e domina as tintas, criando um mundo de trabalhadores rurais plenos de humanidade, extenuados pelo seu difícil serviço, mas concretizados com competência pictórica. Formas e cores compõem um universo em que cada indivíduo é retratado não apenas como mais um cortador de cana, mas como um ser único, cheio de vida, embora marcado pelas agruras do canavial. Texto de Oscar D’Ambrosio. Jornalista, integra a Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e é autor de Os pincéis de Deus: vida e obra do pintor naïf Waldomiro de Deus (Editora Unesp) e de vários livros da série “Contando a Arte de...”(Noovha América Editora). Banda Musical de Tarumã Em 2004, tem-se a inserção de outro projeto, a Banda Musical de Tarumã, que surgiu da vontade da população tarumaense de ter no próprio município uma banda musical. Sendo assim, poder-se-ia oferecer aos participantes maior conhecimento da cultura musical instrumental e à localidade mais uma opção de lazer e cultura quando de suas apresentações. 60 A Cidade do Amanhã DESFILE CÍVICO O desfile cívico é uma tradição do município, que desde sua emancipação comemora com orgulho seu aniversário. Todos os anos a população aguarda ansiosa pelo evento, o qual conta com a participação da maioria das instituições municipais e de algumas da região. Temas como “História do Município”, “Ecologia”, “Filhos do Brasil”, “A Festa”, entre outros, foram representados nos desfiles dos anos anteriores e buscaram resgatar a História do Brasil e local, discutir temas mundialmente importantes, mostrar a diversidade regional e populacional do País, como também as representações sociais e culturais da comunidade. Crianças durante Desfile Cívico. Desfile Cívico. 61 12 Esporte O Esporte no Passado Aproximadamente nas décadas de 1910 e 1920, o único meio de se chegar a essas terras era a pé, a cavalo ou de carroça. Os meios de transporte estavam essencialmente assentados sobre a tração animal e ligados ao estágio precário de desenvolvimento das ruas e estradas. Ao que parece, podemos dizer que esta localidade possuía característica de um patrimônio de fazenda; não tinha água encanada e nem energia elétrica, estes eram supridos com lamparinas e velas; quanto à água, era retirada de poços e minas. O primeiro estabelecimento comercial instalado na vila foi uma farmácia de propriedade do sr. Lex. Posteriormente, o desenvolvimento da localidade contou com profissionais como costureira, padeiro, marceneiro etc. A população buscava na cidade de Assis os artigos que ainda não eram comercializados em Tarumã. Uma das características de Gilberto Lex denotadas pelos antigos moradores era que este tinha paixão por futebol, chegando ao ponto de construir um campo na vila, onde hoje é a área ao lado da igreja católica, no centro da cidade. Este campo era bem organizado, tinha arquibancada, coretos e servia como meio de diversão a todos os habitantes. Além do campo, Lex formou um time de futebol chamado Lex Futebol Clube, o qual freqüentemente disputava jogos com outros times da região. Em 1993, pela primeira vez Tarumã participou dos jogos regionais realizados na cidade de Lins, conseguindo classificar-se em 17o lugar. Nos anos posteriores, a cidade continuou participando desses jogos com atletas nas modalidades de vôlei masculino e feminino, futebol de campo, atletismo, malha, tênis de mesa, dama e natação. No ano de 1997, o grupo da terceira idade participou dos jogos regionais da categoria, ficando na 14a posição entre os 47 participantes. Seleção Paulista de futebol na cidade. 62 A Cidade do Amanhã Outras atividades incentivadas e realizadas no município foram o campeonato amador, sendo o futebol a principal modalidade, incluindo também kart, dominó, truco etc. Houve também a participação de atletas deficientes nas olimpíadas da região. A Secretaria Municipal de Esportes e Turismo foi implantada na administração do prefeito Oscar Gozzi, em 18 de abril de 2001, através da Lei nº. 454/2001, tendo como objetivo principal proporcionar à comunidade Judô. Tarumaense a prática saudável do esporte, dando prioridade às nossas crianças e adolescentes, não esquecendo, porém, das demais faixas etárias, tendo como secretário o sr. Fernando Manoel da Silva. Foram implantadas as Escolas de Base com as modalidades de: ginástica, hidroginástica, futebol de campo, futebol de salão, voleibol (M/F), judô, tênis de mesa e capoeira. Em 1993, a cidade conseguiu ganhar oito medalhas em seis modalidades, sob a coordenação do assessor de esporte Jair da CosTênis de mesa. ta e Silva. Como resultado da participação de deficientes, foi realizado em Marília o encontro esportivo entre os alunos das APAEs e Classes Especiais da região, denominado Jogos Regionais de Esportes Amor e Liberdade. Disputando várias modalidades, Tarumã foi representada pela Classe Especial da Dona Cota. Vôlei masculino. Vôlei feminino. 63 Tarumã Time de futebol. Time de futebol. Equipe de futsal. Jogos de dama. Ginásio de Esportes. 64 13 Educação E m meados da década de 1920, foi construído pelos moradores um barracão de madeira onde funcionava a escola de nome Escola de Taruman; ao que consta localizava-se onde hoje está instalada a rodoviária. Inicialmente as aulas eram administradas apenas para meninos, sendo, portanto, uma escola masculina; mais tarde criou-se também uma escola feminina. Em 1947 foi criado o Grupo Escolar de Vila Tarumã, contendo quatro classes de 1a a 4a séries, situado onde hoje se encontra a escola de Ensino Fundamental e Médio Dona Cota. Posteriormente, por decreto publicado, aos 27 de janeiro de 1957, foram anexadas a esta unidade três escolas mistas isoladas, também do antigo Ensino Primário, que ficaram sob a direção da professora Maria Clélia de Oliveira, filha de Maria Magdalena de Oliveira e José Osório de Oliveira. Primeiro Grupo Escolar da cidade. 65 Tarumã Em 28 de fevereiro de 1969 foi instituído o Ginásio Estadual do distrito de Tarumã, instalado nas dependências do prédio do grupo escolar. Desta forma criavam-se novas oportunidades de estudos para os alunos, e eles não precisariam mais se deslocar para outras cidades para concluírem os cursos de 5ª a 8ª séries. Assim, Tarumã conquistou seu primeiro ginásio escolar. Em 1971, o Grupo Escolar de Vila Tarumã passou a denominar-se Grupo Escolar Maria Magdalena de Oliveira – Dona Cota. Em 1975, foi autorizada a instalação na escola de classes do Ensino Fundamental. Deste modo, o núcleo passou a se chamar Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus Maria Magdalena de Oliveira – Dona Cota. Esta instituição, de acordo com Oscar Gozzi, que, além de professor de Ciências desde 1969, também exerceu o cargo de diretor da escola por aproximadamente três anos e meio, tornou-se significativa para o distrito, uma vez que era a primeira escola de Ensino Médio de Tarumã. Dona Cota Maria Magdalena de Oliveira nasceu em Fartura, SP, em 27 de maio de 1906. Filha de Luiz de Oliveira Sobrinho e Adélia Teixeira de Oliveira; dedicou-se a manter as escolinhas do distrito, contribuindo com hospedagem em sua residência a vários professores que por ali passavam. Procurava acolher crianças, alunos dessas pequenas instituições de ensino, que residiam muito longe do distrito. Sempre voltada às questões educacionais, tornou-se patrona da escola, que hoje leva o seu nome. ESCOLA ESTADUAL DE PRIMEIRO GRAU AGRUPADA DE TARUMÃ Em 1984, foi edificado mais um núcleo educacional, pelo Decreto no 21.922, de 31 de janeiro de 1984, do então governador do Estado, André Franco Montoro. A instituição, chamada Escola Estadual de Primeiro Grau Agrupada de Tarumã, contou inicialmente com quatro classes de primeira a quarta série, e sua localização se deu na antiga vila Alta, hoje designada vila Água Bonita. O terreno para a construção do prédio da escola foi doado pela sra. Maria Angélica de Rezende Barbosa, e a obra foi realizada pela Prefeitura municipal de Assis, cidade sede do distrito, em convênio com a CONESP – Companhia de Construção Escolar. A inauguração 66 A Cidade do Amanhã ocorreu em 2 de junho de 1984. A cerimônia contou com a presença do prefeito de Assis, sr. José Santilli Sobrinho. Neste dia, realizou-se a apresentação da Corporação Musical Santa Cecília e da fanfarra da escola Dona Cota. Em agosto de 1985 foram inauguradas mais quatro salas de aula nessa escola, ampliando-se seu espaço para melhor atender aos alunos. O decreto no 27.405, de 24 de setembro de 1987, veio oficializar o novo nome da escola que, de E.E.P.G. de Tarumã passou a E.E.P.G. Professor David José Luz, em homenagem a um professor, que se destacou pelo seu interesse educacional. ESCOLA AGRUPADA DE PRIMEIRO GRAU DO NÚCLEO DA COHAB Objetivando colocar todas as crianças na escola, em 1986, Tarumã contou com mais uma instituição de ensino: a Escola Agrupada de Primeiro Grau do Núcleo da Cohab. Sua criação se deu por meio do Decreto no 25.001, de 16 de abril de 1986, do então governador do Estado, André Franco Montoro. A inauguração ocorreu no dia 29 de junho de 1986, marcando presença, neste dia, o prefeito municipal de Assis, José Santilli Sobrinho. Como parte da solenidade, foi realizada uma missa campal pelo pároco de Tarumã. Houve também apresentação do palhaço Pico Lino e seu grupo e da dupla sertaneja assisense Feliz e Fiel. Dotada inicialmente de quatro salas de aula, essa escola foi instituída para atender à demanda de alunos dos núcleos habitacionais vila Progresso e vila do Lago. Daí sua denominação posterior, de Escola Vila do Lago. Dessa forma, a cidade somou três escolas estaduais. Recentemente, a escola passou por algumas reformas e, atualmente, conta com espaço amplo, várias salas de aula e quadra coberta. Após a emancipação Antes da emancipação, portanto, Tarumã possuía somente três escolas estaduais, a E.E.P.S.G. Maria Madalena de Oliveira – Dona Cota, situada no centro da cidade, a José David Luz, localizada na vila Água Bonita e a Escola vila do Lago, na vila dos Lagos. A clientela dessas instituições era formada por alunos pertencentes tanto à zona rural como à urbana. Havia também a Creche José Eugênio, que atendia crianças de zero a seis anos. Instalada a Prefeitura, juntamente com sua Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, que teve como primeira secretária a sra. Terezinha de Jesus Godoy de Souza; foram elaborados vários projetos, dentre eles a construção de quatro escolas de Ensino Fundamental e Educação Infantil para atendimento do ensino básico. 67 Tarumã Projeto Integração Por meio do Projeto Integração, os professores da rede estadual, em meio à reformulação da Educação no Estado de São Paulo, aderiram à municipalização. O município foi um dos pioneiros a aderir à proposta do Governo Mário Covas, com Tarumã assinando integralmente o convênio de municipalização do ensino de 1a a 4a séries. Antes mesmo de oficializar sua inclusão no convênio, a administração já praticava a municipalização a partir da cessão de salas para a rede oficial de ensino na E.M.E.F.E.I. José Ozório de Oliveira. Outra novidade proposta pela Secretaria Municipal de Educação foi a inclusão no currículo escolar do Ensino Fundamental de uma língua estrangeira. Hoje, a Rede Municipal de Ensino conta com quatro escolas de Ensino Fundamental e Educação Infantil instaladas e em funcionamento, e uma creche. No ano de 2004, Tarumã organizou-se como Sistema Municipal de Ensino. Houve a reestruturação do Conselho Municipal de Educação, o qual passou a ter as funções deliberativa, consultiva e normativa. Todo esse trabalho foi desenvolvido em cumprimento da política educacional adotada no município, num processo democrático e participativo. CRECHE SÃO JOSÉ No ano de 1981, no dia 1o de agosto, foi inaugurada nas dependências da Acruta a creche José Eugenio de Rezende Barbosa, uma instituição que visava a dar assistência a várias crianças na idade pré-escolar. Pelo fato de muitos pais necessitarem trabalhar o dia todo, a creche era considerada um empreendimento significante para a comunidade. As crianças tinham a possibilidade de lá permanecer o dia todo, contando com alimentação, higiene, educação, assistência social, juntamente com atendimento médico necessário, dentista, psicólogos, além de obterem uniformes para uso diário. Atualmente, o centro é mantido pela Prefeitura municipal, juntamente com sua Secretaria de Educação. A denominação da instituição constitui uma homenagem que a doadora do terreno, Maria Angélica de Rezende Barbosa, fez ao seu filho. Recentemente, após algumas reformas, modificou-se também a denominação e hoje ela é conhecida como Creche São José. 68 A Cidade do Amanhã E.M.E.F.E.I. JOSÉ RODRIGES DOS SANTOS – ZÉ CARNEIRO Em maio de 1995, foi inaugurada a E.M.E.I. José Rodrigues da Silva – Zé Carneiro, localizada na vila Água Bonita. O prédio pode contar com estrutura moderna e grande espaço, possuindo considerável área verde, playground e salas de aula com mobiliário adequado à faixa etária de alunos que corresponde ao Ensino Fundamental e Educação Infantil. E.M.E.F.E.I. GILBERTO LEX Também foi inaugurada a segunda unidade escolar, a E.M.E.F.E.I. Gilberto Lex, localizada na vila do Lago, que atende crianças do Ensino Fundamental e Educação Infantil do bairro da vila do Lago antiga Progresso I e II. E.M.E.F.E.I. JOSÉ OSÓRIO DE OLIVEIRA A população também comemorou no ano de 1996, no dia 30 de agosto, a inauguração da E.M.E.F.E.I. José Osório de Oliveira. A nova unidade escolar foi edificada junto a Acruta. Abriga crianças da pré-escola municipal, estudantes do 1o ao 5o ano das séries Iniciais do Ensino Fundamental. Seu nome é uma homenagem a um dos pioneiros de Tarumã. E.M.E.F.E.I. MARIA ANTONIA BENELLI A E . M . E . F. E . I . M a r i a A n t o n i a Benelli, foi inaugurada no dia 26 de junho de 2004. Atende crianças da vila dos Estados. 69 Tarumã ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS A inovação no Ensino Fundamental desde o ano de 2005, foi a implantação do Ensino Fundamental de 9 anos. Essa implantação foi precedida de reuniões com pais, Conselho Municipal de Educação, professores, pessoal do suporte pedagógico, idealizando proposta pedagógica que atendesse as necessidades das crianças de 6 anos. As crianças de seis anos necessitam, assim como as demais, de uma proposta curricular que atenda as suas características, potencialidades e necessidades específicas. Não se trata, porém, de restringir a aprendizagem das crianças de seis anos de idade a exclusividade e da alfabetização, mas sim de ampliar as possibilidades de aprendizagem. Sendo assim, a ludicidade da Educação Infantil foi levada para o Ensino Fundamental. Nesta perspectiva, a EMEFEI “José Ozório de Oliveira”, desenvolve um trabalho inovador e diferenciado, onde a organização do espaço pedagógico favorece a realização de atividades e possibilita às crianças um ambiente onde podem pesquisar e expressar os temas de interesse que querem abordar, vivenciar experiências significativas e práticas sociais reais que promovem a aprendizagem. O espaço pedagógico está organizado para além da sala de aula, utilizando locais que contemplam o desenvolvimento de capacidades e da aprendizagem por meio de situações educacionais. As atividades da rotina são desenvolvidas nos ambientes: sala pedagógica, diariamente, sala cultura, brinquedoteca, parque infantil e espaço livre, obedecendo a um horário de utilização semanal. Transporte Escolar O transporte escolar coordenado pela Secretaria Municipal de Educação atende 100% da demanda estudantil de Tarumã, transportando diariamente os alunos da zona rural para as escolas urbanas. Além do transporte obrigatório realizado para os alunos do Ensino Fundamental, a Secretaria Municipal da Educação e Cultura realiza um trabalho de parceria com a AETA (Associação dos Estudantes de Tarumã) para transportar alunos de cursos profissionalizantes e de graduação para outros municípios. PROJETO DE ASSISTÊNCIA AO EDUCANDO Programa Bolsa Família O programa Bolsa Família trata-se de um programa de parceria entre os municípios e o Governo Federal. O objetivo geral é o de incentivar, por meio de apoio financeiro, o progresso educacional das crianças de famílias de menor renda, estimulando a universalização do ensino e contribuindo para a redução da evasão escolar e da repetência. O Programa visa a garantir em todos os municípios brasileiros, temporariamente e em dinheiro, um valor mínimo às famílias que reside no município e cuja renda mensal per capita seja de até ½ salário mínimo e que tenham filhos de 0 a 15 anos. Os alunos do Ensino Fundamental devem ter 85% de freqüência nas aulas. O município benefici- 70 A Cidade do Amanhã ado deve desenvolver ações sócio-educativas que incentive a permanência dos alunos na Escola. Visão e Audição As deficiências visual e auditiva são uns dos fatores que comprometem o desenvolvimento das atividades escolares, sendo comum detectar o problema em crianças a partir de 6 ou 7 anos quando ingressam no Ensino Fundamental. Dessa forma, os Projetos “Por uma Boa Visão” e “Por uma Boa Audição”, realizam pré-testes nos alunos da Rede Municipal, e encaminham os casos detectados para um exame com o médico especialista. A avaliação oftalmológica e auditiva são necessária logo no início da escolaridade para determinar as dificuldades e o grau de comprometimento da visão e audição. A demora no atendimento pode significar atraso na correção da deficiência podendo comprometer o bom desenvolvimento escolar da criança. Projeto “Escola de Pais” Trata-se de mais uma força facilitadora implantada na Rede Municipal de Ensino, com o objetivo de promover o êxito dos alunos do Ensino Fundamental. O projeto está sendo desenvolvido pela equipe multiprofissional da Secretaria Municipal da Educação e Cultura, composta por Psicopedagogo, Orientador Pedagógico e Assistente Pedagógico. A finalidade é orientar os pais sobre o desenvolvimento das crianças nos aspectos cognitivos, emocionais e sociais, buscando o desenvolvimento dos alunos por meio do trabalho integrado entre a escola e a família. PROJETO DE INCENTIVO À CONTINUIDADE DE ESTUDO Projeto bolsa de Estudos Tem como objetivo a formação profissional e pessoal dos jovens tarumãenses, favorecendo assim o exercício da cidadania. O Programa beneficia atualmente 45 alunos nos diversos Cursos: Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Técnico em Processamento de Dados, Jornalismo, Propaganda em Marketing, Química, Agronomia, Serviço Social, Pedagogia, Letras, Direito, Educação Física, Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Biomedicina, Medicina, Designer, Matemática, Engenharia Civil, Gestão de Pessoas, Publicidade e Propaganda. 71 Tarumã Projeto Estudantes Viajantes Esse projeto proporciona condições da locomoção permitindo aos tarumãenses freqüentar cursos de graduação e cursos profissionalizantes do Ensino Médio em cidades da região. Atualmente são atendidos ---383 alunos que viajam para as cidades de Assis, Cândido Mota, Cornélio Procópio, Ourinhos e Marília. PELT – Projeto de Ensino de Línguas Estrangeiras de Tarumã Esse projeto, o pioneiro na região, é executado mediante convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Tarumã, por intermédio da Secretaria Municipal da Educação e Cultura, e a Unesp, Campus de Assis. São oferecidos cursos de Inglês, Espanhol, Japonês, Italiano, Francês e Alemão, atendendo atualmente 297 alunos. Projeto “Superação” O curso pré-vestibular “SuperAção” é fruto de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Tarumã e a Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus de Assis e tem como principal proposta oferecer aos alunos tarumaenses a oportunidade concreta de alcançar uma vaga na Universidade Pública e de qualidade. Essa parceria, sem dúvida, é encarada pelo povo de Tarumã como uma oportunidade prática de acesso à Universidade. PROJETOS ESPECIAIS Hora do Conto A Secretaria Municipal da Educação e Cultura, por intermédio do centro Integrado de Educação e Cultura – CIEC, criou um espaço destinados às crianças de 6 a 8 anos. Foi assim que surgiu o “Forno Encantado”, a casa da Hora do Conto, com o objetivo de despertar o gosto pela leitura. As crianças do Jardim II, do 1º, 2º e 3º anos e da Classe de Portadores de necessidades especiais podem des- 72 A Cidade do Amanhã frutar deste espaço. São encenadas histórias variadas oportunizando a integração e a inserção das crianças no mundo da fantasia, da qual passam a se sentir personagens. Projeto “Conhecendo Nossa Terra” Visando conhecer novos lugares, novos costumes, novas histórias que oportunizem ampliar a visão de mundo, surgiu o Projeto “Conhecendo a Nossa Terra”, que proporciona aos alunos da Rede Municipal, em seus programas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos, passeios e viagens culturais que são realizados a partir do próprio município alcançando as grandes capitais dos Estados. Esse projeto tem alcançado grande retorno cultural entre as crianças. Inclusão digital É um projeto de informatização que permite ao professor criar projetos dentro do seu conteúdo programático utilizando recursos audiovisuais. Os trabalhos são realizados a partir da formação dos professores e após realização de pesquisa de material bibliográfico, criação de exercícios, inserção de imagens e sons, e muitos outros recursos disponíveis para tornar a aula atrativa. Os professores, além de trabalharem o conteúdo das disciplinas passam, também, noções básicas de informática para os alunos. Os alunos da Rede Municipal constroem projetos utilizando o software de criação Visual Class, e já participaram de concurso, nos quais foram premiados pelos trabalhos realizados. Esses alunos já apresentaram seus trabalhos na cidade de Guarujá, e no ano de 2006, alunos do 5° ano da EMEFEI “Maria Antonia Benelli”, conquistaram o 3º lugar no Concurso Nacional Visual Class, realizado na cidade de Caraguatatuba. Acessa SP O Acessa SP é mais uma parceira da Prefeitura Municipal por intermédio da Secretaria da Educação, para implementar o Projeto de Inclusão digital da Educação de Tarumã. Trata-se de um programa de inclusão digital do Governo do Estado de São Paulo, coordenado pela Casa Civil, em parceria com as Prefeituras Municipais.O Programa Acessa São Paulo oferece para população do estado o acesso às novas tecnologias da informação e comunicação (TIC’s), em especial à internet, contribuindo para o desenvolvimento social, cultural, intelectual e econômico dos cidadãos paulistas. Dessa forma, a parceria visa implantar um infocentro, ou seja, um espaço público com computadores para acesso gratuito e livre à Internet. O Infocentro de Tarumã, está projetado para ser implantado no CIEC - Centro Integrado de Educação e Cultura, onde estarão disponíveis computadores para uso da população, com acesso livre a internet 73 Tarumã FORMAÇÃO CONTINUADA Vários procedimentos estratégicos têm sido utilizados para o aprimoramento profissional são oferecidos curso de capacitação para os professores, suporte pedagógico, e pessoal de apoio, como, serviços gerais, motoristas, agentes administrativos, estagiários. Esse cursso são realizados em Tarumã, como também, esses profissionais participam de Encontros, Seminários, Simpósios, em diferentes municípios do país. Encontros de Educação O Encontro é um momento intensivo de aprendizagem e reflexão que cria um espaço de convivência entre os educadores da Rede Municipal de Ensino de Tarumã e pessoal do magistério da região, com o objetivo de aprofundar a reflexão sobre inovações na área da educação.No ano de 2005, foi realizado o Encontro de Educação de Tarumã com o tema “Humanização e Relações de Poder na Educação. Em Encontro de educação em 2007. 2006, comemoramos dez anos de Encontros, realizando o X Encontro de Educação de Tarumã, com o tema”Por uma Escola Cidadã”. Contamos com a presença do Educador Rubens Alves. Viagem Cultural Esta viagem cultural e educacional faz parte do Projeto de Capacitação continuada da Secretaria Municipal de Educação de Tarumã. As professoras da Rede Municipal já visitaram Minas Gerais, Paraná, São Paulo, e no ano de 2006, puderam conhecer a realidade cultural educacional de Santa Catarina. Segundo a política educacional adotada pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Tarumã, pensar capacitação significa concebê-la como ação contínua, uma vez que os professores reelaboram seus saberes em confronto com suas experiências práticas, cotidianamente vivenciadas em suas realidades e em realidades diferentes. Ensino Superior A Política Educacional adotada para o município prevê investimento para ampliação da escolaridade da população com vistas a elevar o nível cultural do município. Dessa forma, a Prefeitura municipal de Tarumã, por meio de um convênio celebrado entre as Prefeituras Municipais de Tarumã, Florínea, Cruzália, Palmital e Cândido Mota, a Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” – UNESP e a Fundação para o Desenvolvimento da UNESP – FUNDUNESP, efetivou o funcionamento do Projeto Institucional Unesp/Pedagogia Cidadã. Tal projeto funcionou no município de Tarumã, no Pólo instalado em uma unidade 74 A Cidade do Amanhã escolar da Rede Municipal de Ensino, o qual ofereceu condições plenas para o desenvolvimento das aulas, pelo Sistema de Recepção de Teleconferência, contando com Salas de Recepção de Videoconferência e Laboratório de Informática com 26 computadores mais os equipamentos necessários. O Curso de Pedagogia beneficiou cerca de 90 professores dos municípios consorciados, divididos em duas turmas. Teve início em agosto de 2003 e término em abril de 2005. Com o objetivo de dar continuidade da oferta de cursos superiores no município, a Prefeitura Municipal de Tarumã, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, esteve desde abril deste ano, em contato com várias Universidades Federais de todo o país, com a intenção de formar parceria para o projeto UAB. Assim, acabou por firmar parceria com a UFSCAR – Universidade Federal de São Carlos, e teve sua Proposta de Pólo de Apoio Presencial aprovada pelo Ministério da Educação. E oferecerá á partir de março de 2007 três cursos: Pedagogia, Sistemas de Informação e Tecnologia Sucro - Alcooleira. O Sistema Universidade Aberta do Brasil é uma parceria entre consórcios públicos nos três níveis governamentais (federal, estadual e municipal), a participação das universidades públicas e demais organizações interessadas. Assim, é que a Prefeitura Municipal de Tarumã, juntamente com a Universidade Federal de São Carlos firmaram parceira e estão juntas nesse projeto. Tarumã será uma extensão da UFSCar como um pólo de apoio presencial, o qual dará suporte, não somente aos alunos, mas também às atividades dos tutores, quer seja presencialmente, quer seja a distância. Nele serão desenvolvidas as principais atividades do curso, como aulas presenciais, provas presenciais, monitorias, trabalhos, uso do ambiente de aprendizagem e teleconferências, entre outros. ENCONTROS DE EDUCAÇÃO EM TARUMÃ Em 1993, deu-se a primeira gestão pública municipal em Tarumã, tendo como chefe do executivo o sr. Oscar Gozzi, que projetou políticas públicas sociais com objetivo de promover o desenvolvimento do município. Para atender à política educacional adotada pela administração, a Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Esportes, coordenada pela profª. Terezinha de Jesus Godoy de Souza, acreditando que a Educação é a alavanca para a transformação social desejada e que o município tem potencial para criar condições facilitadoras para o desenvolvimento, projetou programas e projetos fundamentados nas expectativas da população e nos princípios que norteiam um trabalho educacional voltado para a construção da cidadania. Definidas as metas na área da Educação, foram colocados em prática os mecanismos de ação, entre os quais a capacitação dos profissionais do magistério envolvidos na tarefa educacioIII Encontro Municipal de Educação. 75 Tarumã nal. Vários procedimentos estratégicos têm sido utilizados para o aprimoramento profissional e o encontro é um momento intensivo de aprendizagem e reflexão que cria um espaço de convivência entre os educadores da Rede Municipal de Ensino de Tarumã e pessoal do magistério da região, com o objetivo de aprofundar a reflexão sobre inovações na área da Educação. O primeiro encontro aconteceu, em 1993, nas instalações cedidas pela Usina Nova América, e desenvolveu quatro cursos, atendendo 180 participantes. No ano de 2005, aconteceu o IX Encontro de Educação de Tarumã, com o tema “Humanização e relações de poder na Educação”. CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE TARUMÃ Em 1995, foi instalado o Conselho Municipal de Educação de Tarumã (CMET), que, de acordo com a presidente do Conselho e da Secretaria da Educação, é um organismo de cooperação do poder público para a prestação de serviços sem remuneração e formado por conselheiros cidadãos de Tarumã, que atuam em diversos setores da sociedade e têm como meta desenvolver a cidadania com a participação das pessoas na vida política, social, cultural e econômica da cidade. No decorrer de 2004 houve a reestruturação do Conselho Municipal de Educação, como órgão consultivo, deliberativo e normativo, assim o Conselho Municipal de Educação passou a atuar como órgão responsável pela execução da política educacional no município no âmbito de Sistema de Ensino. CENTRAL DE ALIMENTAÇÃO A alimentação escolar, anteriormente distribuída pela Secretaria de Educação de Assis, passou a ser, com a emancipação de Tarumã, responsabilidade da administração local. Com o apoio do então governador do Estado, Luis Antônio Fleury Filho, e da Fundação Banco do Brasil, a Prefeitura conseguiu viabilizar a construção de uma Central de Alimentação na cidade, que foi edificada na vila dos Pássaros, no ano de 1995. Beneficiando as escolas das zonas rural e urbana da rede de ensino municipal e estadual de Tarumã, a central de alimentos prepara em média 3.500 refeições diárias. Além da confecção e entrega das refeições, a Central de Alimentação, por intermédio da nutricionista, realiza avaliação antropométrica dos alunos, avaliação da aceitação das refeições e levantamento dos problemas de riscos nutricionais entre os alunos. Oferece refeições com cardápios Prédio da Central de Alimentação. 76 A Cidade do Amanhã adequados para atender as patologias detectadas, tais como diabete, colesterol, fenilcetonúria, baixo peso, obesidade, intolerância à lactose, e oferece também acompanhamento e orientação aos pais e professores. CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR Outro empreendimento instituído foi o Conselho de Alimentação Escolar, criado pela Lei municipal 139/94. Este possuía como atribuições fiscalizar e controlar a aplicação de recursos destinados à merenda escolar, orientar e adquirir gêneros alimentícios, elaborar cardápios, sugerir medidas ao Plano Plurianual das Diretrizes Orçamentárias realizar campanhas educativas de esclarecimento. O conselho era composto de membros do magistério, pais de alunos, trabalhadores rurais, Associação Comercial e Industrial de Tarumã e Central de Alimentação. BENEFÍCIOS Como forma de incentivo ao ensino, a Prefeitura oferecia auxílio aos estudantes de baixo poder aquisitivo, por meio de bolsas escolares. Seu principal objetivo não era só repassar o dinheiro, mas aumentar o número de universitários no município. Em 1995, foi criada uma comissão para dar continuidade a esse projeto, que procurou regulamentar os critérios para o repasse das bolsas, sendo que esta proporcionava um valor máximo de 80% da mensalidade para os mais necessitados, e este percentual modificava-se de acordo com a situação econômica do aluno. Além desse benefício, houve também a distribuição de uniformes para a pré-escola e para a creche, transporte coletivo desde a zona rural às cidades vizinhas, como Assis, Cândido Mota e Marília e, posteriormente, a Cornélio Procópio, pelo fato de essas cidades oferecerem ensino técnico e universitário. Para este fim contou-se com serviços oferecidos pela frota municipal (dois microônibus e duas peruas Kombi) e mais três ônibus terceirizados. Em 1998, a Prefeitura adquiriu mais dois ônibus que também foram destinados ao transporte de alunos. A Secretaria da Educação procurou aprimorar e capacitar docentes e profissionais atuantes nas escolas, por meio de vários cursos, para melhor atender às necessidades dos alunos, viabilizando melhor qualidade de ensino no município, propondo projetos de conscientização dos estudantes, pais e funcionários. Transporte escolar. 77 14 Saúde A Saúde no passado Em se tratando dos recursos da Saúde, constata-se que estes eram escassos nos primórdios da formação desta localidade. Antigos tarumaenses dizem que quando alguém ficava doente, muitas vezes recorria a benzedores e a remédios caseiros, como chás e também algumas simpatias. Além destes meios, a vila contava com o apoio do farmacêutico Gilberto Lex, que, na medida do possível, atendia o povoado. Posterior a ele aparece a pessoa do sr. José Santana da Graça, que também era farmacêutico e possuía um estabelecimento na comunidade. Sua esposa, Lourdes Santana, ajudava-o realizando trabalhos de parto, era a ela que as mulheres grávidas recorriam. Ao que consta, o sr. José Santana atuou neste ramo até, aproximadamente, a década de 1960, sendo que seu filho, depois, assumiu o cargo. Nesta época, alguns depoimentos afirmam que um médico da cidade de Assis freqüentemente se deslocava para Tarumã para atender aos pacientes. Em novembro de 1961, Gilberto Lex faleceu, aos 81 anos. SAÚDE DE HOJE A estrutura de Saúde pública encontra-se formada, com quatro unidades da Saúde da Família e uma UBS, cobrindo 100% do município. A área, que teve como primeira secretária Célia Laura Camillo Mucharetti Trendo, foi um dos setores que recebeu especial atenção da administração local por apresentar um referencial insatisfatório para uso dos habitantes do município. Neste setor foram aplicados investimentos em infra-estrutura e equipamentos. Desde o primeiro dia de instalação do município, o serviço de saúde passou a funcionar 24 h, e conta com o Centro de Reabilitação, CAPS, Saúde Mental e Ambulatório. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Os serviços de atendimentos médicos à população eram realizados em um pequeno recinto, denominado Centro de Saúde que, com o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Saúde, em 1993, foi reformado, recebendo a designação de Unidade Básica de Saúde (UBS). Em 1994, a unidade foi ampliada, passando a ter 550 m² de área cons- 78 A Cidade do Amanhã truída, sendo equipada com instrumentos necessários, com aumento do número de leitos, que passaram a ser divididos entre masculino, feminino e infantil, o que proporcionou maior comodidade para a população. Foi instalado o serviço de Pronto-Socorro 24 horas, evitando-se o deslocamento das pessoas para hospitais da região, aumentando-se assim o número de procura para atendimento médico local para consultas simples. Viabilizouse a instalação de uma farmácia dentro do recinto da unidade, podendo-se, então, distribuir Saúde Bucal. remédios gratuitamente para os pacientes. Na área médica são oferecidas especialidades como clínica geral, pediatria, ginecoobstetrícia, saúde mental, cardiologia e oftalmologia, psiquiatria, otorrinolaringologia, ortopedia; na área paramédica encontra-se atendimento psicológico, fisioterapia, assistência social, enfermagem, atendimento odontológico preventivo e curativo e na área de apoio diagnóstico e terapêutico obtémProjeto Por uma Boa Visão. se coleta de material para exames de patologia clínica e papanicolau, exames de ultra-sonografia, eletroencefalograma e raios X. São efetuados em média 4.500 atendimentos por mês, com serviços de internação, sendo reservados 12 leitos à observação ambulatorial de pacientes; os casos mais graves, que requerem internações, são encaminhados de ambulância aos municípios de Assis, Candido Mota, Marília, Presidente Prudente, Jaú e Rubião Júnior e mesmo à Capital, São Paulo. PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Em 1994, Tarumã assinou convênio com o Governo Federal para o desenvolvimento de um programa intitulado Médico da Família, com o objetivo de desenvolver um trabalho mais específico junto à comunidade, tendo por princípio básico reduzir a medicina curativa e aumentar a saúde preventiva, atendendo o usuário em sua própria casa, orientando de forma Atendimento aos idosos. 79 Tarumã integrada todos os membros da família sobre os cuidados necessários para prevenção de doenças e manutenção da saúde. No entanto, o programa também dispõe de instalações para o atendimento ambulatorial, denominado consultório da família. Para tanto, foram contratados profissionais da área, remunerados pela Prefeitura por meio de repasse de verba do Governo Federal. Para abrigar o “consultório”, reformou-se e adequou-se o prédio onde funcionava a Escola da Vila do Lago, que foi transformado em Unidade Básica de Saúde, que abrigou o programa Médico da Família, beneficiando a população da vila do Lago, e das antigas vila Progresso I e vila Progresso II. O Ministério da Saúde, a quem cabia manter, pelo convênio, o programa, não cumpriu com sua parte que era a liberação de recursos; a Prefeitura, então, arcou sozinha com todo o orçamento destinado a executar o empreendimento. O programa de saúde Médico da Família, somente foi realizado em 1995. Inicialmente, foram realizados treinamentos de capacitação da equipe, cadastramento das famílias residentes na vila do Lago e das antigas vilas Progresso I e II. Posteriormente, implantou-se uma segunda equipe, para atuar junto aos moradores da Vila Água Bonita. Verificou-se que com a execução do programa Médico da Família houve redução de 25% no número de internações hospitalares na especialidade de pediatria. CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE Para que os trabalhos realizados na área da Saúde alcançassem seus objetivos, foram realizadas algumas conferências que contaram com a participação popular, além disso, criouse o Conselho Municipal de Saúde para fiscalizar os serviços públicos e denunciar as irregularidades. SANEAMENTO A área urbana de Tarumã tem cobertura pelos serviços de água e esgoto em 100%. Os serviços de coleta e distribuição de água e esgotos estão sob o encargo da SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. A água, armazenada em dois reservatórios, que juntos perfazem 1 mil m3 de capacidade, é objeto de tratamento, onde são adicionados cloro e flúor para sua apropriação ao consumo, sendo distribuída a uma vazão de aproximadamente 187 mil m3 por hora por uma malha que percorre 29.351 metros, atendendo 100% da população urbana. A administração municipal é a responsável pelos serviços de coleta de lixo, não havendo por hora programas de coleta seletiva e reciclagem do mesmo. Os detritos captados no município são encaminhados à Usina de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos. Sabesp. 80 A Cidade do Amanhã USINA DE COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS No ano de 1995, foi realizado um consórcio intermunicipal entre as prefeituras de Pedrinhas Paulista, Maracaí, Florínea, Cruzália e Tarumã, o que viabilizou a construção de uma Usina de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos, no município de Tarumã. Dentro desse processo, as cinco prefeituras adquiriram dois caminhões adequados para coleta de lixo. A usina é de suma importância para o município, porque vai acabar com o lixão a céu aberto que funciona na Água da Aguinha. Além disso, reduz a incidência de doenças provocadas pela ação do lixo, bem como gera entre 18 e 20 empregos diretos. Todo o material aproveitado pela usina será transformado em material orgânico, enquanto o pó plástico e o vidro serão comercializados. Tudo isso ajudará na preservação de matas e rios contra a poluição. A usina está localizada na Água da Aldeia. No mês março de 1997, o prefeito Edson reinaugurou-a totalmente reestruturada de acordo com o projeto original. Usina de reciclagem e compostagem de lixo de Tarumã. Esteira onde o lixo é separado. O material sendo prensado e já no depósito. Material já separado e prensado para ser comercializado. 81 15 Pontos Turísticos BOSQUE TARUMÃ Também ocorreu a urbanização da mata Gel para a construção do bosque Tarumã, visando proporcionar lazer para a população. Conta com pista de cooper de 400 metros, playground, equipamentos para ginástica, fonte luminosa, além de bancos e brinquedos para o divertimento infantil, cuja inauguração se deu no ano de 1994. BOSQUE DOS IPÊS Neste mesmo ano foi inaugurado o bosque dos Ipês, na vila dos Estados que conta com parque infantil, bancos, árvores e uma quadra de vôlei de areia. Houve a execução de 12.000 metros de guias e sarjetas; execução de 600 mil metros lineares de galeria de águas pluviais; reforma e adequação da rodoviária. 82 A Cidade do Amanhã PRAÇA DA MATRIZ A praça da Matriz foi reformada, retirando-se o antigo coreto, bem como os sanitários, que foram substituídos por um ajardinamento, com iluminação e manutenção de todo verde. PRAÇA DAS PALMEIRAS No ano de 2003, foi inaugurada a praça das Palmeiras. Localizada na vila dos Lagos, a praça apresenta uma arquitetura moderna, arrojada, com formas geométricas em colunas imponentes. Essas colunas margeiam um caminho sulcado na terra pelos pés dos cidadãos que, no passado, por ali passavam ao caminho para o trabalho. Dessa maneira, a praça passa a ser um marco de integração entre passado e futuro. É nessa praça que se encontra também o Memorial do Centenário de Tarumã. MEMORIAL DO CENTENÁRIO DE TARUMÃ Com o objetivo de eternizar o passado e a História da cidade de Tarumã e comemorar 100 anos de sua existência, foi criado o Memorial do Centenário de Tarumã. A idéia do memorial nasceu com a indicação feita pelo vereador sr. Milton Santos da Silveira. Dessa maneira, foi construído na praça das Palmeiras, situado na vila dos Lagos. O memorial é constituído por um muro de pedra onde estão os nomes dos 100 guardiões, e uma pedra em forma de bloco monolítico, na qual está depositada uma urna. No interior da urna 83 Tarumã foram depositadas mensagens, fotografias, registros em revistas ou jornais, coletados da população, os quais serão entregues às gerações futuras, na ocasião do centenário de Tarumã, no ano de 2027. A urna foi lacrada e depositada no monumento no dia 1o de maio de 2005, em solenidade pública. Os guardiões são cidadãos que participaram de um sorteio e que têm a responsabilidade de zelar pelo monumento. A população tarumaense, por meio do Memorial do Centenário de Tarumã, poderá constatar a experiência do passado de seus antecedentes e perceber a ação dos homens transformando o local onde vivem. GINÁSIO MUNICIPAL DE ESPORTES ERNESTO PAITL Inaugurado em dezembro de 1997, tem a capacidade de acomodar 2.640 espectadores em suas arquibancadas. O ginásio sedia eventos esportivos do município e da região, como os Jogos Intermunicipais da Amizade, que acontecem todos os anos no mês de junho. 84 16 Segurança E m 1993, foi instalada a Junta Militar (JSM – 91), a qual se localizou num primeiro momento nas dependências da Prefeitura e teve como responsável a sra. Antônia Lídia dos Santos. Atualmente ela funciona nas dependências da Biblioteca Municipal. Nesse mesmo ano, aconteceu a inauguração da Delegacia de Polícia Municipal de Tarumã. De acordo com essa unidade, observou-se que a cidade possui um índice de criminalidade baixo, pois, após um ano de funcionamento da delegacia, foram registrados aproximadamente 200 boletins de ocorrência, dos quais, em média, 90 se transformaram em inquéritos policiais, sendo que 21 foram indiciados por auto de prisão em flagrante, envolvendo desde a falta de habilitação até o tráfico de entorpecentes. A delegacia, com propósito de proteger o cidadão, desenvolveu o projeto Policiamento Preventivo Especializado, o qual, após alguns meses de aplicação, pôde estabelecer um decréscimo no índice de criminalidade. Além disso, o delegado da cidade, Luis Antonio Ramão, instalou o disk-denúncia, compondo uma nova arma para combate à ação dos marginais em Tarumã. Na área social, a delegacia deu respaldo a centenas de pessoas, fornecendo requisições de passagens aos carentes, principalmente para tratamento de saúde em São Paulo, e, por meio do setor de identificação, expediram-se várias cédulas de identidade e dezenas de atestados de antecedentes criminais. CIA da Polícia Militar. 85 17 Obras D entro do programa de obras, a Prefeitura procurou desenvolver empreendimentos necessários para melhoria no aspecto social e urbano da cidade. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Planejamento e Obras, representada em 1993 pelo secretário Arildo José de Almeida, realizou vários trabalhos abrangendo desde a área rural até a urbana. ASFALTAMENTO O processo de asfaltamento do município deu-se gradativamente e, no ano de 1995, parte da cidade já era contemplada. Foi também executada a implantação da rotatória na Rodovia SP-333, com o objetivo de proporcionar maior segurança aos usuários da via Miguel Jubran, proporcionando também um contorno que liga ao centro da cidade. O DepartaCentro de Tarumã. mento de Estradas e Rodagens (DER) também promoveu nessa rodovia uma série de serviços visando a melhorar o visual e a segurança da estrada, que recebeu até nova área de acostamento. 86 SP-333 Rodovia Miguel Jubran. A Cidade do Amanhã ENERGIA ELÉTRICA A Empresa de Eletricidade Vale do Paranapanema S/A investiu na instalação de equipamentos que modernizaram o sistema de abastecimento de energia elétrica, substituindo o antigo transformador de 5.000 KVA por um de 10.000 KVA, ocorrendo assim a duplicação da capacidade de abastecimento da cidade, inclusive aumentando 900 KVA na Usina Nova América. Subestação de energia elétrica de Tarumã. CENTRO INTEGRADO DE RECREAÇÃO INFANTIL ERNESTO PAITL Executou-se também a construção de um Ginásio de Esportes denominado CIRI – Centro Integrado de Recreação Infantil, uma obra com 2.877 m2 de área construída disponibilizada em terreno com 6.400 m2, abrigando quadra poliesportiva, arquibancada para 2.100 pessoas, sala de imprensa é palco. Essa construção, classificada como uma grande conquista da comunidade esportiva, que recebeu um local adequado para desenvolver suas atividades bem como outras programações culturais de lazer. O centro foi construído nas proximidades do Acruta, E.M.E.F.E.I. E.M.E.F.E.I. José Ozório de Oliveira e bosque Tarumã e inaugurado pelo prefeito Edson, em 7 de dezembro de 1997, recebendo a denominação de Centro Integrado de Educação Infantil Ernesto Paitl. Em setembro de 1996, o prefeito havia firmado convênio com o Governo Federal, para a implantação do projeto Habitar Brasil, com a finalidade de urbanizar pequenos núcleos habitacionais; junto a esse projeto procedeu a execução de uma quadra poliesportiva iluminada na vila dos Pássaros, beneficiando moradores das vilas das Árvores e Lagos. 87 Tarumã PASSARELA SOBRE RODOVIA Foi autorizada, em dezembro de 1997, a liberação de verba para a construção de uma passarela sobre a Rodovia Miguel Jubran, cujo principal objetivo era a redução do número de acidentes com pedestres na SP -333. O planejamento da obra previa 60 metros de extensão, uma espécie de miniponte de concreto, instalada no ponto de acesso entre a vila das árvores e Água Bonita. PARQUE INDUSTRIAL Em 1998, o prefeito adquiriu uma área para a instalação do parque industrial. O terreno, situado ao lado do posto Tarumã, às margens da SP-333 custou R$ 140 mil ao município. HORTA MUNICIPAL Em terreno adquirido da água do Rio Tarumã, a Prefeitura implantou, no ano de 1995, uma Horta Municipal com 3 hectares, propondo gerenciar o fornecimento de verduras e legumes para abastecer a central de alimentação, que preparava a merenda para os estudantes. Para incrementação desta atividade, contou-se com jovens e crianças interessadas em trabalhar na horta. Assim, os participantes aprendiam algumas técnicas de cultivo e se beneficiavam com os produtos. 88 18 Símbolos Municipais E m 1o de setembro de 1993, a Câmara Municipal decretou e o prefeito sancionou a Lei no 058/93, que dispõe sobre a instituição, a forma e apresentação dos símbolos do município de Tarumã. Foram instituídos como símbolos municipais o brasão, a bandeira e o hino. BRASÃO O brasão, assim como a bandeira de Tarumã, é de autoria do heraldista Lauro Ribeiro Escobar, do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito. Ele é formado por um escudo ibérico vermelho com uma cruz de Santo André, de prata, carregada de duas flechas pretas. Acima do escudo, há uma coroa de oito torres. À direita, há uma haste de cana-de-açúcar e, à esquerda, uma de milho. O nome Tarumã está escrito na cor prata. O escudo ibérico era usado em Portugal à época do descobrimento do Brasil e sua adoção evoca os primeiros colonizadores e desbravadores do Brasil. O vermelho representa a audácia dos pioneiros colonizadores da região, que enfrentaram o sertão inóspito. A cruz de Santo André, emblema do santo padroeiro do município, por ser seu instrumento de martírio, representa a fé cristã. A cor prata indica harmonia e compreensão. As flechas, símbolo do amor, tradição guerreira e velocidade, lembram a presença de índios na região no início da colonização. A cor preta representa honestidade. A coroa mural é o símbolo da emancipação política, e as oito torres, das quais apenas cinco são aparentes, indicam que o local é uma cidade. As portas abertas representam o caráter hospitaleiro do povo de Tarumã. As hastes de cana e milho, importantes produtos agrícolas, atestam a fertilidade da terra local e homenageiam a agricultura, principal fonte de renda da cidade, sendo a cana responsável pela industrialização. Finalmente, o nome Tarumã identifica o município. 89 Tarumã BANDEIRA Retangular, de vermelho, com um triângulo isósceles de branco, carregado de um triângulo de preto, sobrecarregado de um triângulo de branco com o brasão. Os triângulos superpostos formam pontas de lanças a indicar o impulso do município de Tarumã a um futuro grandioso de desenvolvimento e prosperidade. O simbolismo das cores é o mesmo do brasão municipal, observando-se que a cor prata do brasão corresponde ao branco da bandeira. HINO A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Esporte, promoveu no ano de 1996 um concurso nacional para escolher o Hino Oficial de Tarumã. A finalidade era dotar o município de um hino que representasse as origens da cidade, que já contava com legislatura e bandeira próprias. A premiação para o vencedor do concurso foi um prêmio de R$ 2 mil, em dinheiro. A autora do hino é uma munícipe, Maria Alice Fernandes. Hino de Tarumã Ao som de instrumentos E a banda com seu encanto Vila Lex sempre lutando Adquiriu vontade de vencer E venceu Gerou progresso cresceu Se emancipou Em janeiro se libertou O sonho já realizou Encontrou gente que acreditou Tarumã, és Tarumã Cidade de União Batalhadora Terra produtiva inovadora (bis) Tarumã é terra de lutadores Em nossa Pátria está entre vencedores Verdadeiros quinhões de encantos Seu verde se perde nos campos 90 És formadora de princípios Destaques entre municípios Pedaço de Pátria Brasil Doce coração de mãe gentil Tarumã, és Tarumã Cidade de União Batalhadora Terra produtiva inovadora (bis) Povos unindo gerações Remanso entre corações Cidade de união acolhedora Justiça e amizade vencedora Tarumã, és Tarumã Cidade de União Batalhadora Terra produtiva inovadora (bis) 19 Os Três Poderes N a República Federativa do Brasil, o governo é formado por três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Eles são independentes entre si, têm papéis bem definidos pela Constituição e formam um tripé, que é base da democracia. O PODER EXECUTIVO É exercido pelo presidente, pelos governadores de Estado e pelos prefeitos das cidades. Eles são eleitos diretamente pelo voto popular para um período de quatro anos, com direito à reeleição para um período de mais quatro anos. Eles têm a responsabilidade de administrar o País, os Estados e os municípios, criar metas de administração, investir em saúde e saneamento básico e tudo mais que diz respeito ao bem-estar da população. Paço Municipal de Tarumã. 91 Tarumã O PODER LEGISLATIVO É exercido pelos senadores, eleitos por um período de oito anos, e deputados federais no âmbito federal; deputados estaduais nos Estados; e vereadores nos municípios, todos eleitos para períodos de quatro anos. Senadores e deputados federais estabelecem as leis do País e fiscalizam as ações do presidente e dos ministros, enquanto o deputados estaduais criam leis no Estado e fiscalizam as ações do governador. Os vereadores, por sua vez, criam as leis das cidades e fiscalizam as ações do prefeito. Câmara Municipal. O PODER JUDICIÁRIO É exercido pelos juízes. Compete a eles julgar, executar as leis e zelar pela carta magna, a Constituição. 92 A Cidade do Amanhã GALERIA DE PREFEITOS Edson Shwarz Antônio Cunha 1o/1/1997 a 31/12/2000 9/8/1999 a 9/2/2000 Oscar Gozzi 1o/1/1993 a 31/12/1996, 1o/1/2001 a 31/12/2004 e 1o/1/2005 a 31/12/2008 Administração do município através dos tempos A administração dos municípios passou por diversos regimes. • Intendência Municipal: o responsável pela administração era o intendente, que governava junto com os membros ou conselheiros, sendo estes os que escolhiam o chefe, por tempo indeterminado. • Regime Ditatorial: com a posse de Getúlio Vargas, os prefeitos ou ditadores passaram a ser escolhidos e nomeados pelo presidente do Estado (nessa época era Presidente e não governador), não tendo também tempo determinado. As nomeações também podiam ser feitas pelo interventor. • Democracia (1): de acordo com o novo Regime, iniciado em 1946, o prefeito e os vereadores passaram a ser escolhidos pelo povo, com voto secreto e com mandato de quatro anos de duração. (1) Esse Regime vigora até nossos dias, variando apenas o tempo do mandato. 93 Tarumã REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Jornal do Comércio – Marília. Anos: 1993, 1996. Folha do Vale – Tarumã. Anos: 1995, 1996. Oeste Notícias – Regional – Assis. Ano: 1996. Voz da Terra – Assis. Anos: 1992, 1993, 1994, 1995, 1996. Expressão Regional – Anos: 1994, 1995. C.M. Notícias – Cândido Mota. Ano: 1996. Gazeta do Vale – Assis. Anos: 1993, 1994, 1996. Jornal de Tarumã – Tarumã. Ano: 1993. Jornal d’ Oeste – Marília. Anos: 1993, 1994. Jornal do CEPAM – São Paulo. Ano: 1993. Tribuna do Interior – Ano: 1992. Integração Regional – Marília. Ano: 1993. O Tempo – Assis – Anos: 1993, 1994. Jornal da Cidade – Marília. Ano: 1994. Correio Regional – Ano: 1998. 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Depoimento [novo 1994]. Entrevistadores: M. A. Gigante e V. Chiarinelli. Tarumã: CIEC. 199. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. BARBOSA, Renato R Depoimento [1995]. Entrevistadores: R. Ferreira Tarumã: CIEC, 1995. 1 fita cassete. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. BARBOSA, Gerônimo. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. BENELLI, Octavio. Depoimento [1995]. Entrevistadores: R. Ferreira Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. BENELLI, Maria J. S. Depoimento [maio 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. 94 A Cidade do Amanhã BOLFARINI, Romeu. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. CARDOSO, Nelson. Depoimento [maio 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. CORREIA, Olivério J. Depoimento [1995]. Entrevistador: M. A. Gigante. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. DIAS, Geni P. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. FRIZZO, Giovana O. Depoimento [abril 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. GALLI, Sidinei. Depoimento [2003]. Entrevistadores: C. J. F. Pereira, R Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. GOZZI, Oscar. Depoimento [maio 2003]. Entrevistadores: C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. GRAÇA, Lurdes S. da. Depoimento [1995]. Entrevistadores: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. HOLZHAUSEN, Euridice N. Depoimento [ago. 1995]. Entrevistadores: S. Baio e V. Chiarinelli. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. HOLZHAUSEN, Geraldo. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. JESUS, Dorotéia M. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. JUBRAN, Tufi. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. LABS, Luis. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. LEX, Doralice V. Depoimento [abril 1995]. Entrevistadores: V.C. Chiarinelli e A.R. Hecker. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. LTh1A, lida F. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. LOOSE, Alfredo J. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. MARCELINO, Sebastião. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. MARTINS, Benedita. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. MARTINS, Maria da G. Depoimento [dez. 1995]. Entrevistadores: V. Chiarinelli, S. Baio e T. de Mendonça. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. MAZU, José e MAZU, Emi. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. MIDENA, Maria. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. MODRO, Valdemar. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã. MORO, Aidê L. e MORO, José. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. 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