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TUBERCULOSE NA CRIANÇA Marcelo Comerlato Scotta, MSc MD Infectologista pediátrico Professor Assistente FAMED PUCRS Presidente do Comitê de infectologia da SPRS HISTÓRIA NATURAL EXPOSIÇÃO 30 -40% INFECÇÃO 5 a 10% DOENÇA ATIVA ATS, Am J Respir Crit Care Med. 2005 Nov 1;172(9):1169-227 CONTÁGIO E EVOLUÇÃO • A tuberculose se dissemina através de aerossóis no ar. • Contactos próximos têm alto risco de se infectarem (30-40%). •Proporcional ao tempo! •Adultos e adolescentes transmitem! ATS, Am J Respir Crit Care Med. 2005 Nov 1;172(9):1169-227 HISTÓRIA NATURAL • Em algumas pessoas (10%), ocorre progressão de uma simples infecção por tuberculose para a doença •Fatores de risco para progressão: •Crianças menores de 5 anos!!! •Infecção nos dois anos anteriores •Imunossuprimidos •Quando não ocorre esta progressão = TUBERCULOSE LATENTE • Pode ocorrer logo após a infecção (tuberculose primária – 5%); • Ou vários anos após a infecção (TB pós-primária – 5%). ATS, Am J Respir Crit Care Med. 2005 Nov 1;172(9):1169-227 TESTE TUBERCULÍNICO (PPD) Em não vacinados com BCG ou vacinados há mais de 2 anos: Leitura em 72 a 96h: 0-4 mm = não reator ≥ 5 mm = reator Injeção intradérmica da tuberculina Manual de Controle de Tuberculose, Ministério da Saúde 2011 TESTE TUBERCULÍNICO (PPD) Em menores de 2 anos: Leitura em 72 a 96h 0-9 mm = “não reator” ≥ 10 mm = reator Manual de Controle de Tuberculose, Ministério da Saúde 2011 Interferon gamma release assays - IGRA • Diagnóstico da INFECÇÃO • Interferon gama liberado por Linf T após estimulação com antígenos específicos. • Não afetado pela vacina BCG • Quantiferon-TB Gold (QFT-G) assay • T-SPOT.TB assay • Sensibilidade semelhante a PPD • Janela 4 – 8 semanas Martin S et al. Enferm Infecc Microbiol Clin. 2016 Feb 26 . TUBERCULOSE NA CRIANÇA: Investigação de todos os contatos • Não infectados.. (PPD -, RX -) • Infectados, TB latente (PPD +, RX -) • Doentes, TB doença (PPD +, RX +) Manual de Controle de Tuberculose, Ministério da Saúde 2011 CONTATOS- QUANDO TRATAR??? ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO TUBERCULOSE LATENTE (Fonte MS 2011) ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO TUBERCULOSE LATENTE (Fonte MS 2011) DIFERENÇA MS vs ATS “Those who have negative skin test results should also receive treatment for presumed LTBI. This intervention is especially critical for infants and toddlers younger than 3 years but is recommended for all children younger than 5 years. A second tuberculin test is then placed at least 3 months after exposure to infectious TB has ended. If the second test result is positive, treatment should be continued for a full course of treatment for LTBI. If the second test result is negative, treatment may be stopped (AII)”. ATS, Am J Respir Crit Care Med. 2005 Nov 1;172(9):1169-227 QUIMIOPROFILAXIA PRIMÁRIA NA CRIANÇA (Fonte MS 2011) TRATAMENTO INFECÇÃO LATENTE • Tratamento Isoniazida (H) 5-10 mg/kg por 6 a 9 meses; • A possibilidade do diagnóstico de TB doença deve ser sempre afastada... Smieja MJ et al Cochrane Database Syst Rev. 2000;(2):CD001363. TUBERCULOSE ATIVA NA CRIANÇA • Tuberculose pulmonar primária • Tuberculose extra-pulmonar (primária) • Tuberculose pós-primária Feigin and Cherry’s. Textbook of Pediatric Infectious Diseases, 7th Edition TUBERCULOSE ATIVA NA CRIANÇA • • • • • - Progressão para doença ativa em lactentes = até 50% - Formas meníngeas e miliar – lactentes - Linfática – extrapulmonar mais comum – Linfondos cervicais - Óssea, pleural e genito-urinária – mais tardias Fonte: Feigin and Cherry’s, 7th Edition DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE NA CRIANÇA Quadro clínico: Febre ou sintoma como: tosse, adinamia, emagrecimento, sudorese Sintomas > 2 semanas Pneumonia que não melhora após uso de antibióticos para microorganismos comuns Feigin and Cherry’s. Textbook of Pediatric Infectious Diseases, 7th Edition QUADRO RADIOLÓGICO Adenomegalia hilar ou mediastinal Padrão miliar Condensação ou infiltrado > 2 semanas sem melhora com antibióticos para germes comuns Feigin and Cherry’s. Textbook of Pediatric Infectious Diseases, 7th Edition DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE NA CRIANÇA quadro clínico história de contágio radiografia de tórax PPD J Bras Pneumol, 2009 Diagnóstico de Tuberculose Pulmonar em Crianças: Sant’Anna CC et al 2006 Int J Tuberc Lung Dis. 2006;10(4):463-5. Diagnóstico de Tuberculose Pulmonar em Crianças e Adolescentes Interpretação Maior ou igual a 40 pontos Diagnóstico muito provável 30 a 35 pontos Diagnóstico possível Igual ou inferior a 25 pontos Diagnóstico pouco provável Diagnóstico bacteriológico • Pesquisa direta – BAAR • Cultura • Reação em cadeia da polimerase (PCR) Feigin and Cherry’s. Textbook of Pediatric Infectious Diseases, 7th Edition TUBERCULOSE: TRATAMENTO Manual de Controle de Tuberculose, Ministério da Saúde 2011 TRATAMENTO EM CRIANÇAS • Para crianças (com menos de 10 anos), continua o tratamento com três drogas: RHZ; • Motivo: dificuldade de identificar precocemente a neurite ótica nessa faixa etária. Manual de Controle de Tuberculose, Ministério da Saúde 2011 BCG • A vacina BCG protege contra manifestações graves da primoinfecção por Mtb; • É recomendada em: recém-nascidos, desde que tenham peso igual ou superior a 2 kg, sem intercorrências clínicas; • Em 2006, o MS recomendou a suspensão da revacinação BCG; • Deverão ser revacinados apenas crianças que não apresentarem cicatriz vacinal após 6 meses. Manual de Controle de Tuberculose, Ministério da Saúde 2011 [email protected]