1 INOVAÇÕES “DESPERCEBIDAS” DA INDÚSTRIA
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1 INOVAÇÕES “DESPERCEBIDAS” DA INDÚSTRIA
ESOCITE 2010 - VIII Jornadas Latinoamericanas de Estudios Sociales de la Ciencia y Tecnología Buenos Aires, 20 -23 julho de 2010 INOVAÇÕES “DESPERCEBIDAS” DA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS Denise M. Nunes1 Área temática: 6. Los riesgos de la ciencia y la tecnologia Resumo: Este trabalho é parte da pesquisa da tese de doutorado que, por sua vez, é continuidade da pesquisa realizada na dissertação de mestrado, cujo tema foi o estudo das relações de governança que envolvem a produção, comercialização e consumo de cosméticos nanoestruturados. Onde foi possível observar não só como a indústria de cosméticos incentiva relação entre saúde, meio ambiente e mercado, como também o tipo de enfoque que esta vem dando às inovações tecnológicas utilizadas em seus produtos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), existem hoje no Brasil 1.596 empresas atuando no mercado de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Destas, quinze são de grande porte, com faturamento acima de R$ 100 milhões e representam 70% do faturamento total. Atualmente o Brasil ocupa o terceiro lugar no mercado mundial de cosméticos. A relação da indústria de cosméticos com questões ambientais vai além destes, envonvendo uma noção particular de natureza e da idéia do que vem a ser natural. O tema central deste trabalho volta-se para as estratégias das empresas em relação à inovações tecnológicas multifacetadas que envolvem um apelo à natureza junto com estratégias ambientais. Nos propomos a analisar como se dá a regulamentação em diversos países em relação a estes novos e complexos produtos, que são vendidos como “naturais”. Analisando a postura dos países envolvidos, seus argumentos no debate, comparando-os, levando a uma análise de governança internacional sobre estes produtos, consideramos que podemos obter uma perspectiva das transformações da indústria de Cosméticos num mercado globalizado, através da pesquisa e desenvolvimento de inovações tecnológicas de ponta, mas nem sempre sob o olhar da fiscalização e regulamentação que recebem os medicamentos, por exemplo. Artigos de natureza sociológica são escassos neste tema, o que faz com que este se torne uma área importante para contribuir. O objetivo desta pesquisa é compreender as relações entre a indústria de cosméticos e as questões ambientais (em termos de produtos e em termos de estratégias empresariais) e o papel das inovações tecnológicas do setor, que tende a não ser objeto de controles governamentais no mercado globalizado. De modo geral, o trabalho é baseado na análise documental (considerando documentos online e impressos). Autores como Pinch e Bijker (2009) e o Programa Empírico do Relativismo (EPOR) e Ulrich Beck com a teoria da Sociedade de Risco irão compor o referencial teórico da pesquisa em pauta. O que se pode observar até o presente momento foi que, nas relações existentes envolvendo a indústria de cosméticos, a escolha dos indivíduos serve de elo entre o corpo e o ambiente. E neste processo, categorias como confiança e risco precisaram ser consideradas no decorrer do processo reflexivo. Palavras-Chave: Indústria de Cosméticos - inovações tecnológicas - questões ambientais 1 Doutoranda em Sociologia Política na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Departamento de Sociologia Política, integrante do Instituto de Pesquisas em Riscos e Sustentabilidade (IRIS). Área temática: Sociologia da Ciência. Endereço: Departamento de Sociologia e Ciência Política, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Campus Reitor João David Ferreira Lima - Bairro Trindade - CEP 88.040-970. Florianópolis - Santa Catarina – Brasil. Fone: +55 (48) 3721-8631. E-mail: [email protected] 1 INOVAÇÕES “DESPERCEBIDAS” DA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS As questões ambientais passaram a influenciar cada vez mais as políticas empresariais e as estratégias de consumo por diferentes motivos, que vão desde a manutenção de um estilo de vida saudável, efetivado pelo consumo de produtos ditos naturais, até as políticas de reciclagem e reflorestamento por parte das empresas. Destaco nesse ponto o uso do protetor solar, produto muito utilizado em função do problema ambiental da camada de ozônio que torna os raios do sol mais agressivos a pele. A sociedade de consumo contemporânea precisa lidar agora com questões ambientais que estão diretamente ligados a estilos de vida. A beleza passou a ter um alto custo, sem garantia concreta de que não há riscos futuros, bem como benefícios (imediatos e/ou futuros). Mas isto não passou a ser um empecilho para o crescimento deste setor. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), existem hoje no Brasil 1.659 empresas atuando no mercado de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Destas, quatorze são de grande porte, com faturamento líquido de impostos acima de R$ 100 milhões e representam 73% do faturamento total.2 No Brasil, o cuidado com o corpo levou a indústria de cosméticos nacional a ocupar o quinto lugar no mercado mundial em 2008. Atualmente o país ocupa o terceiro lugar neste ranking. Além de investimentos financeiros, as pesquisas da indústria relacionando à produção de cosméticos com a saúde e o meio ambiente também foram merecedoras de destaque. De acordo com a Abihpec, vários fatores contribuíram para o crescimento do setor, destacando-se a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho, a utilização de tecnologia de ponta que e o conseqüente aumento de produtividade e os constantes lançamentos de novos produtos no mercado. Este trabalho toma como tema central as estratégias das empresas em relação à inovações tecnológicas multifacetadas que envolvem um apelo à natureza junto com estratégias ambientais. Dentro deste tema, nos propomos a analisar como se da a regulamentação em diversos países em relação a estes novos e complexos produtos, que são vendidos como “naturais”. Analisando a postura dos países envolvidos, seus argumentos no debate, comparando-os, levando a uma análise de governança internacional sobre estes produtos, consideramos que podemos obter uma perspectiva das transformações da indústria de cosméticos num mercado globalizado, através da pesquisa e 2 Disponível em: http://www.abihpec.org.br/conteudo/Panorama_do_setor_20092010_Portugues_12_04_10.pdf Acesso em: 19-06-10 2 desenvolvimento de inovações tecnológicas de ponta, mas nem sempre sob o olhar da fiscalização e regulamentação que recebem os medicamentos, por exemplo. Com o objetivo de compreender as relações entre a indústria de cosméticos, as questões ambientais (em termos de produtos e em termos de estratégias empresariais), o papel das inovações tecnológicas do setor (que tende a não ser objeto de controles governamentais no mercado globalizado), tendo como método a análise documental (considerando documentos online e impressos) e o aporte teórico de autores como Pinch e Bijker (2009) e o Programa Empírico do Relativismo (EPOR) e Ulrich Beck com a teoria da Sociedade de Risco, esta pesquisa visa contribuir para áreas da sociologia que tenham como enfoque as relações envolvendo indivíduo, modernidade, ciência e técnica relacionadas a questões estéticas, uma vez que artigos desta natureza são escassos na área. Sem pretender esgotar o tema em questão, esta pesquisa será realizada a partir do referencial teórico da sociologia da ciência e da técnica voltadas para as inovações tecnológicas que podem envolver riscos à saúde. 1. Relações, termos e mercados As atuais preocupações da indústria de cosméticos envolvem sua preocupação desde a verificação da qualidade de seus produtos, até questões envolvendo preocupações com o meio ambiente e políticas de responsabilidade social. Novos termos foram inseridos nesse meio caracterizando o envolvimento de novas tecnologias e a influência da ciência como legitimadora da eficácia e da segurança dos produtos. Em se tratando da preocupação com o meio ambiente, podemos mencionar além das preocupações com reflorestamento e não-poluição de rios, a preocupação com a utilização de cobaias em pesquisas científicas, lembrando que o controle de qualidade de medicamentos, cosméticos e vacinas virais e bacterianas executado na Fiocruz também é realizado em animais de experimentação. Em 25 de fevereiro de 2008, no jornal Folha de São Paulo, foi publicada a matéria que comparava a postura brasileira com a da União Européia (UE) sobre a utilização de cobaias e alegava que no Brasil havia pouca preocupação com os animais enquanto que a UE havia proibido este tipo de prática a partir de março de 2009. É preciso lembrar que na UE, os movimentos pelos direitos dos animais são consideráveis e este tema vem sendo discutido a mais tempo do que no Brasil. Exatos dois meses depois desta publicação surge outra sobre o assunto, onde um dos coordenadores do CPQBA (Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas) da Unicamp, João Ernesto de Carvalho, é direto sobre a eficácia destes testes: 3 "Posso garantir que hoje tem muito mais gente no consultório oftalmológico com reação aos cosméticos, do que animais com problemas por que passaram por algum tipo de teste com esses produtos.” Efetivamente, produtos e tratamentos, apresentados como naturais, têm feito muito sucesso na área. Apesar de se encontrar informações breves, podemos destacar alguns exemplos, que mostram a “mistura” que envolve o conceito de cosmético “natural”. Um destes exemplos é a descoberta de que a própolis vermelha possui intensa atividade antimicrobiana e uma quantidade expressiva de substâncias antioxidantes. Outro exemplo remete a um tratamento de beleza que menciona os efeitos da vinoterapia (que utiliza cosméticos à base de vinho) na prevenção de queimaduras provocadas pelo sol. A Embrapa, que pretende ampliar a produção de álcool combustível de batata-doce, afirmando que esta pode fornecer o chamado álcool neutro, de alta pureza, utilizado na fabricação de bebidas, vinagre, remédios e cosméticos. E restaurantes japoneses que oferecem variedades de algas em seus cardápios, destacando, a título de curiosidade, que há vários tipos de algas, porém nem todas são comestíveis e muitas são usadas em cosméticos. Em uma pesquisa realizada pela Folha de São Paulo Online, no ano de 2008, a empresa brasileira de cosméticos, Natura3 foi apontada como uma das marcas mais lembradas pelos consumidores, relacionadas à preservação da natureza. Ela teve 5% das menções dos consumidores, e as outras quatro marcas (não divulgadas na reportagem), 3%. Esta empresa de cosméticos fundamenta suas estratégias produtivas sobre o tripé da sustentabilidade: responsabilidade social, ambiental e econômica. Apostando na estratégia da responsabilidade socioambiental desde a sua origem, são realizados significativos gastos em publicidade na conquista de mercado. Como a Natura, outras empresas de grande porte tem se apoiado em argumentos que giram sobre a noção de natureza. A título de ilustração menciono ainda a norte americana Forever Living, líder mundial no cultivo, processamento e distribuição de produtos de Aloe Vera. Trata-se de uma empresa com 30 anos que atua em mais de 130 países, com um volume anual de vendas superior a 2 bilhões de dólares por ano. As duas empresas mencionadas trabalham com venda direta, ou seja, seu sistema de vendas é o de porta-emporta. O que se pode observar nestes exemplos é que existem empresas de grande porte apoiando-se no argumento “preocupação com a natureza/natural”, envolvendo dois aspectos: a definição de estratégias empresariais e a pesquisa em produtos de base natural, que são vendidos com um apelo ao “natural”, apesar dos complexos processos industriais envolvidos. 3 A fabricante de cosméticos Natura foi considerada umas das 50 marcas brasileiras mais valiosas da América Latina, custando US$ 1,062 bilhão. 4 A relação da indústria de cosméticos com questões ambientais vai além de questões relacionadas propriamente à problemas ambientais. Ela envolve uma noção específica de natureza e da idéia do que vem a ser natural. O setor fala em produtos nanoestruturados4, cosmecêuticos5, nutricionais, dermocosméticos e outras inovações tecnológicas que prometem maior eficiência, apelando na publicidade a uma associação entre estas inovações e produtos mais “naturais”. A noção de que produtos naturais e/ou produzidos a partir de produtos retirados da natureza (entendidos como não-sintéticos) é utilizada fundamentalmente na publicidade das empresas, para apresentar que seriam os cosmecêuticos ou dermocosméticos. Estes são vendidos como produtos que valorizam a natureza (na utilização de material botânico) na geração de produtos com valor agregado. Importante lembrar que Cosmecêuticos não são produtos reconhecidos pela Anvisa. Cosmecêuticos, nutracêuticos e outros seriam produtos (por princípio) naturais, ou seja, trazem consigo elementos da natureza, assim como, no caso particular de algumas empresas, consumir seus produtos desenvolvimento sustentável destas implica se identificar como consumidor no e ainda políticas sócio-ambientais que elas apresentam. De acordo com o Kline Group6, o mercado global de nutracomesticos foi avaliado em $1.5bn em 2007, e é esperado que cresca para $2.5bn até 2012. Atualmente Europa e Japão lideram o mercado, correspondendo a 55% e 41% de vendas respectivamente. Em contraste, os EUA retém apenas 3% do mercado (HELLER, 2009). Passando para informações de mercado, apresento abaixo a lista com as vinte maiores empresas com atuação em pelo menos dois continentes e seu respectivo valor de vendas anual, conforme ranking formulado em 2008 pela Women's Wear Daily (WWD)7 que listarei abaixo. O WWD, muitas vezes chamado de "a bíblia da moda" serve como a voz da autoridade, agência de notícias internacionais e agente de mudança para a moda, beleza e indústrias de varejo. Entre seus leitores encontram-se varejistas, designers, fabricantes, comerciantes, financistas, analistas de Wall Street, magnatas internacionais, executivos de mídia, agências de publicidade, socialites e os fabricantes de tendência. Me apoiarei nesta fonte pelo seu alto nível de reconhecimento e prestígio. Dentre as vinte maiores empresas do setor estão: 4 Produtos feitos a base de nanotecnologia. Manipulados em escala atômica. Segundo “Kelia Resende, farmacêutica da Galena, maior fornecedora de matérias-primas para os setores magistral e industrial farmacêutico da América Latina, (...) não existe o conceito cosmecêutico e que a causa da controvérsia é porque cada um dá a sua visão pessoal”. De acordo com ela “o cosmocêutico é um produto que realiza alguma coisa útil e benéfica para o organismo e cuja eficácia é medida e provada através de vários testes em vivo, como testes de diminuição de rugas, testes para verificação hidratante, testes que mostram o efeito anti-radicais livres e vários outros”. Disponível em: <http://www.cosmeticosbr.com.br/conteudo/materias/materia.asp?id=814> Acesso em: 15/10/2009 6 Empresa de consultoria tanto na área técnica para indústria, quanto na área química, de energia como de estratégia de empresas. Trabalha para diversos setores. Disponível em:< http://www.klinegroup.com/about/aboutus.asp> Acesso em: 16/10/2009 7 Disponível em: <http://www.wwd.com/?module=tn> Acesso em: 19/06/2009 5 5 1) L´Oréal (França/Varejo) - US$ 23.39 bilhões 2) Procter & Gamble (EUA/Varejo) - US$17.8 bilhões 3) Unilever (Inglaterra/Varejo) - US$ 14.28 bilhões 4) Estée Lauder (EUA/Varejo) - US$ 7.47 bilhões 5) Avon (EUA/Venda direta) - US$ 6.93 bilhões 6) Shiseido (Japão/Varejo) - US$ 6.07 bilhões 7) Beiersdorf (Alemanha/Varejo) - US$ 5.84 bilhões 8) Johnson & Johnson (EUA/Varejo) - US$ 5.3 bilhões 9) Kao (Japão/Varejo) - US$ 5.05 bilhões 10) Chanel (França/Varejo) - US$ 3.88 bilhões 11) LVMH (França/Varejo) - US$ 3.74 bilhões 12) Coty (EUA/Varejo) - US$ 3.5 bilhões 13) Henkel (Alemanha/Varejo) - 3.4 bilhões 14) Limited Brands (EUA/Lojas próprias) - US$ 2.8 bilhões 15) Mary Kay (EUA/Venda direta) - US$ 2.4 bilhões 16) Natura (Brasil/Venda direta) - US$ 2.22 Bilhões 17) Yves Rocher (França/Lojas próprias) - 2.14 bilhões 18) Alticor (EUA/Varejo) - US$ 1.82 bilhão 19) Pacific Amore (Coréia do Sul/Varejo) - US$ 1.79 bilhão 20) Alliance Boots (Inglaterra/Lojas próprias) - US$ 1.68 bilhão Pode se observar o quanto esta indústria esta bem distribuída pelo mundo e seu alto poder financeiro. Destaca-se a colocação da empresa brasileira Natura em 16º lugar a empresa O Boticário, que figura no ranking, na 46a posição, com vendas de US$ 429,6 milhões. Considerando o número elevado de empresas de cosmético existentes atualmente, analisarei neste trabalho apenas a primeira do ranking das cem maiores empresas de cosméticos do mundo no setor, divulgado pela WWD: a L’Oréal. 2. L´Oréal: produtos e argumentos A empresa francesa está há um século no mercado, com o objetivo de dar a todos o acesso a beleza. Tem seus produtos distribuídos em 130 países, possui 30.000 patentes ativas no mundo inteiro, 64.600 funcionários em 66 países, 5 centros de desenvolvimento no mundo (em Xangai, Rio de Janeiro, Dubai, Nova York e Paris), teve € 17,5 bilhões de vendas consolidadas em 2009. Com 23 marcas globais cujas vendas anuais são superiores 6 a 50 milhões de euros, volta-se para os cuidados com os cabelos, coloração, cuidados com a pele, maquiagem e fragrâncias.8 A chegada da L’Oréal ao Brasil aconteceu em 1939, mas foi em 1959 que o Grupo L’Oréal se instalou definitivamente no Brasil, inicialmente com 16 colaboradores. Hoje, suas duas fábricas, no Brasil (uma no Rio e outra em São Paulo), produzem mais de 400 milhões de unidades por ano. Conta também com a Central de Distribuição L’Oréal (CDL), um Centro de Pesquisa & Desenvolvimento, ambos no Rio de Janeiro, duas Academias de profissionalização técnica, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, que são modernos centros de treinamento para cabeleireiros (Ibidem). Suas atividades no país concentram-se em quatro Divisões de negócios: Divisão Produtos Grande Público: L'Oréal Paris, Garnier, Colorama e Maybelline New York; Divisão Produtos Profissionais: L'Oréal Professionnel, Kérastase, Redken e Matrix; Divisão Produtos de Luxo: Lancôme, Biotherm, Grupo Yves Saint Laurent Beauté, Ralph Lauren, Giorgio Armani, Cacharel, Viktor & Rolf, Diesel e Kiehl’s; Divisão Cosmética Ativa: Vichy, La Roche-Posay e Innéov. (Ibidem) Conforme consta no site da empresa9 A ambição da L’Oréal é ser uma das empresas mundiais exemplares do século 21. O Grupo centraliza seus esforços em promover a satisfação pessoal e profissional de seus colaboradores, preservar a integridade e a qualidade do meio ambiente, desenvolver atividades em benefício da comunidade e fortalecer sua cidadania corporativa nos 130 países em que opera. No Brasil, as nossas ações de responsabilidade social e ambiental traduzem os valores que norteiam todo o Grupo. No que se refere à Pesquisa e Desenvolvimento a empresa conta com (Ibidem) 3.313 colaboradores de 60 nacionalidades diferentes trabalhando em 30 áreas diferentes. 609 milhões de euros dedicados à pesquisa cosmética e dermatológica em 2009 18 centros de pesquisa no mundo e 13 centros de avaliação 1/3 do orçamento de P&D é voltado à Pesquisa Avançada 5.000 fórmulas desenvolvidas a cada ano 674 patentes registradas em 2009 100 acordos de cooperação ativas com importantes instituições acadêmicas e de pesquisa. Cada passo no processo de fabricação é monitorado por auditorias internas e por auditorias externas feitas por organizações como a Food & Drug Administration (FDA) nos EUA, desde o recebimento de matérias-primas, passando pelos processos de fabricação e embalagem até o momento antes do despacho dos produtos acabados. Sobre suas fábricas, 97% delas possuem certificado ISO 14001 para o meio ambiente e os certificados OHSAS 1800110 ou OSHA VPP para segurança. 8 Disponível em: <http://www.loreal.com.br/_pt/_br/html/nossa-empresa/boas-vindas.aspx> Acesso em: 19/06/2010 Disponível em: < http://www.loreal.com.br/_pt/_br/html/nossa-empresa/conhecendo-a-l-oreal-brasil.aspx?> Acesso em: 19/06/2010 10 “A OHSAS 18001, que significa Occupational Health and Safety Assessment Series, é uma especificação que fornece às organizações os elementos de um Sistema de Gestão da Segurança e Sáude no Trabalho (SST). Ela foi desenvolvida para 9 7 As marcas da empresa dividem-se em quatro grupos: produtos para o grande público – voltados para o mercado de massa (Garnier, L’Oréal Paris, Maybelline NY e Colorama) produtos profissionais – atendem aos requisitos dos salões de beleza (L’Oréal Professionnel, Kérastase, Redken e Matrix) produtos de luxo –envolvem produtos e atendimento diferenciado aos clientes (Lâncome, Biotherm, Kiehl’s, Giorgio Armani, Ralph Lauren, Cacharel, Viktor e Rolf, Diesel e YSL Beauté) cosmética ativa – produtos dermocosméticos, vendidos em farmácias, com eficácia comprovada por estudos dermatológicos (Vichy, La Roche-Posay e Inneóv) (Ibidem) A empresa garante a segurança de seus produtos afirmando que todos eles são baseados em pesquisa científica intensiva. O Grupo L’Òreal emprega 3.268 cientistas em seus centros de pesquisa espalhados pelo mundo. Há 25 anos s empresa investe em pesquisas na área da biotecnologia. Com sua Divisão Internacional de Avaliação de Segurança que utiliza uma abordagem científica multidisciplinar a empresa garante a segurança e a eficácia que envolve seus produtos. O processo de avaliação ocorre em três etapas: 1) Revisão das informações disponíveis sobre a segurança dos ingredientes, 2) segurança do ingrediente no contexto do produto acabado e 3) aprovação de concentrações seguras dos ingredientes. (Ibidem) No que se refere a preocupação da empresa com o meio ambiente, este ano a L’ORÉAL Brasil plantou 320 árvores para neutralizar emissões de CO2 (Ibidem). Segundo informações do site da empresa, a proposta envolve um enfoque ecológico e social Essa é a proposta da Fábrica SP da L'Oréal Brasil com o Projeto Quilômetro Ecológico. Iniciado em outubro de 2009, a iniciativa busca neutralizar o lançamento mensal de 200 toneladas de CO2 da unidade com o plantio das árvores. (...) O Projeto Quilômetro Ecológico é resultado da parceria entre a L'Oréal Brasil e o Instituto Ecológico e Sócio Ambiental Homem & Natureza (IH&N). As plantações das árvores, que são realizadas aos poucos, beneficiam comunidades vizinhas à fábrica, como a Vila Diva, na capital paulista, a Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André, e a Vila Prosperidade, em São Caetano do Sul. (...) Além de ajudar o meio ambiente, o projeto é socialmente responsável, pois cria novas oportunidades de emprego (intermediadas pelo IH&N) – de jardineiros a biólogos; promove palestras em comunidades desprovidas de recursos financeiros; e conscientiza a população sobre a importância da arborização urbana na qualidade de vida, através de conversas conduzidas por membros do Instituto, voluntários e estagiários apoiados por líderes locais. Com relação ao desenvolvimento sustentável, foi considerada uma das 100 empresas mais sustentáveis do mundo pela Innovest and Corporate Knights em janeiro de 2008, foi nomeada uma das empresas mais éticas do mundo pela revista Ethisphere Magazine. ser compatível com a ISO 9001 (Gestão da Qualidade) e com a ISO 14001 (Gestão Ambiental). A união dessas três certificações possibilita às empresas a implementação de Sistemas de Gestão Integrados (SGIs)”. Disponível em: < http://www.whirlpool.com.br/site/p/responsabilidade-social/sgi/ohsas-18001> Acesso em: 19/06/2010 8 Nomou um Diretor Mundial de Ética e lançamos o nosso novo Código de Ética Empresarial. Se inscreveu no Estatuto de Comunicação Responsável da União Francesa de Anunciantes (UDA) para promover o impacto positivo da comunicação corporativa responsável na sociedade. Continua reduzindo a quantidade de lixo, emissões de CO2 e uso de água, apesar do nosso crescimento. Se comprometeu com uma ação sobre as mudanças climáticas ao assinar o Bali Communiqué, que pediu uma estrutura de projeto das Nações Unidas para lidar com as mudanças climáticas. Também assinou o programa de Liderança em Cadeia de Suprimentos do Projeto de Revelação de Carbono (Carbon Disclosure Project) para trabalhar com fornecedores e medir suas emissões de carbono. Deu um passo a mais em direção à eliminação de testes com animais com a aprovação pela ECVAM do teste de irritação da pele em nosso modelo Episkin, e pela criação de um modelo completamente reconstruído de pele viva (RealSkin). Trabalhando junto com fornecedores, avaliou 10% das nossas matérias-primas usando sua nova Estrutura de Avaliação de Sustentabilidade material. Criou um Centro de Excelência Natural e Orgânico para desenvolver produtos, e integramos seis matériasprimas provenientes de comercialização justa em nosso portfólio. Mais de 1.400 gerentes participaram de um curso de treinamento de dois dias sobre diversidade em 2007. CSR Europe, a principal rede corporativa européia para CSR, identificou seus Observatórios de Diversidade e Coesão Social como sendo "best practice". Continua monitorarando as condições de trabalho em nossa cadeia de suprimentos, com 585 auditorias sociais realizadas nas fábricas de nossos fornecedores e terceirizados. (Ibidem) A empresa assume o compromisso de “lutar para reduzir nosso impacto ambiental, usar os recursos com maior ecoeficiência, e manter um ambiente de trabalho seguro e saudável.” E apresenta seus principais dados que são de 2007: (Ibidem) Uso de energia reduzido em 4% Uso de água cortado em 6,8% Emissões de dióxido de carbono de fábricas e armazéns reduzidas em 7% Emissões de dióxido de enxofre reduzidas em 25% Emissões de VOC reduzidas em 6% Lixo reduzido em 6,2% (excluindo embalagens retornáveis) 54% das fábricas e armazéns não enviam lixo para aterros Aumento do índice de recuperação, reciclagem ou reutilização de 4% a 95% globalmente Todas as fábricas no mundo inteiro possuem certificado ISO 14001 E estes dados referem-se as questões voltadas ao meio ambiente. Mas a empresa apresenta ainda compromissos referentes a assuntos econômicos, saúde e segurança, 9 assuntos sociais, relações com fornecedores e distribuidores e ainda assuntos voltados para a comunidade. 3. Apontamentos teóricos Apoiando-se na perspectiva teórica da sociologia da ciência e da técnica tentar-se-á entender o processo de inovação na indústria de cosméticos, que atualmente envolve em seu público consumidor os mais diversos grupos sociais, sem distinção de gênero, idade ou poder aquisitivo. Considerando que a empresa possui centros de pesquisa e desenvolvimento, ou seja, seu próprio núcleo de cientistas e pesquisas privadas é possível que se arrisque uma reflexão sobre o papel da ciência e os valores envolvidos. Pinch e Bijker (2009, p. 111) ao apresentarem as três etapas do Programa Empírico do Relativismo (EPOR) como foi desenvolvido na sociologia do conhecimento científico, explicam que a primeira delas a flexibilidade interpretativa sobre resultados científicos (multiplicidade de interpretações que podem surgir), que é capaz de mudar o foco da explicação do desenvolvimento científico do mundo natural para o mundo social. Segundo os autores, esta flexibilidade desaparece logo que se chega a um consenso científico (esta seria a segunda etapa), porém, no caso particular dos produtos cosméticos, nos cabe questionar se uma vez determinado este consenso entre cientistas ele passa a existir enquanto tal para os outros atores que fazem parte deste mundo, ou seja, essa flexibilidade vai além dos cientistas. Resta ainda a dúvida se há realmente a possibilidade de um fechamento retórico (terceira etapa) em torno deste tema como apresentado pelos autores, onde há uma estabilização do artefato tecnológico e o “desaparecimento” dos problemas (Ibid., p. 128). No que se refere a flexibilidade interpretativa é necessário associar a mesma o papel de valores pessoais, sociais (por implicarem responsabilidade por parte de todos os envolvidos), políticos (por envolver liberdade, igualdade e justiça, por exemplo, nos processos de produção, comercialização e consumo), econômicos (por ser um mercado que cresce rapidamente e a posse de determinados produtos implica status uma vez que estes têm fama e valor monetário elevado), científicos (uma vez que a ciência, seja ela associada a instituições públicas (Universidades) ou privadas (núcleo de cientistas das próprias empresas), é legitimadora da confiança e da eficácia dos produtos por parte dos consumidores) e Morais (a partir do momento que estabelecem determinadas relações de confiança, pressupõe, por exemplo, que exista honestidade entre as pessoas). Considerando que exista uma incorporação de valores pessoais em instituições sociais, é preciso relembrar que tipicamente, as interações entre as pessoas são mediadas 10 por instituições sociais: família, escola, instituições políticas e econômicas, etc. Segundo Hugh Lacey (1998, p. 47) Uma instituição incorpora um valor (...) quando seu funcionamento normal oferece papéis nas quais o valor está entrelaçado, encorajando o comportamento que o manifesta e práticas que o expressam, reforçando sua articulação e proporcionando as condições para que seja mais entrelaçado na vida de seus membros. O peso das instituições se apresenta de modo mais explicito nas relações de compra e venda. A relação dos cosméticos com valores envolve o que Baudrillard (1995) chamou de “consumo como lógica das significações”, processo no qual os objetos a serem consumidos passam a envolver a idéia de investimento e fascínio, de paixão e de projeção, sempre em relação a marcas carregadas de conotações de prestígio e moda. Tais produtos só ganham sentido por ter um código de informações hierarquizadas, o que faz deles “objetos de consumo”. A partir deste momento, o objeto (produto) “não é nada mais do que os diferentes tipos de relações e de significações que vêm convergir, contradizer-se, ligar-se sobre ele enquanto tal” (BAUDRILLARD, 1995, p. 59). As empresas vendem sonhos cheios de significações que envolvem o indivíduo na sua busca de construção de uma identidade que é apresentada como sendo cada vez mais “autêntica” e particular. A utilização de produtos cosméticos implica a conscientização individual de que ações humanas envolvem a mediação da corporeidade tanto como fenômeno social e cultural como objeto de representações e imaginários. A preocupação com a segurança dos produtos e com meio ambiente remonta a Ulrich Beck (1998), que ao falar da Sociedade de Risco, já destacava que esta(va)mos quase sem proteção às ameaças industriais. Para ele os perigos se converteriam em “passageiros clandestinos” de consumo normal que estariam em tudo e atravessariam o mais necessário para a vida (a água, o ar, o vento...). Danos ao meio ambiente geram custos para os negócios, implicando em possíveis catástrofes ambientais, tais quais apresentadas por Beck (1998), onde os riscos de graves conseqüências envolvem a todos e sem previsibilidade de cálculo. Passamos por uma época em que o uso do protetor solar, por exemplo, se fez fundamental para a manutenção da saúde devido a problemas de meio ambiente. Porém, ainda falta questionar o mundo que envolve a produção deste tipo de cosmético. Não esquecendo que “o reconhecimento público destes azares e riscos [ambientais] é um dos principais precipitadores da ‘modernização reflexiva’ e, finalmente, da sociedade de risco.” (BUTTEL, 2000, p. 35) Conclusão 11 Ao ter despertado o interesse de diferentes grupo, a indústria de cosméticos gerou a uma flexibilidade interpretativa em torno de seus produtos, suas políticas de responsabilidade sócio-ambiental, de sua imagem de modo geral. E isto acaba sendo evidenciado pelos diferentes usos, necessidades e valores que foram gerados em torno deles, pois os indivíduos tem a capacidade de redefinir os usos da tecnologia. Atualmente, na sociedade não encontramos apenas uma preocupação com a manutenção de estilos de vida saudáveis capazes de evitar os mais diversos tipos de problemas de saúde. Esta perspectiva se estende a uma atenção particular e consideravelmente importante voltada para o retardamento do envelhecimento. Nessa busca, a utilização de produtos cosméticos se apresenta como uma opção à cirurgia estética, por tratar-se de um método que promete benefícios a longo prazo, aprovado pelas consumidoras, além de ter custos financeiros bem mais acessíveis se comparados as intervenções cirúrgicas. O indivíduo tem a “opção” de cuidar de si mesmo e do ambiente que lhe cerca, e demonstrar isso através de suas práticas cotidianas. No caso do mundo dos cosméticos isso implica a relação de cuidado com o corpo e com o meio ambiente de forma simultânea e explícita, pois cabe ao indivíduo a escolha pela utilização dos produtos com refis, por exemplo. Ou ainda, comprando sentimentos e sensações através de produtos retirados da natureza. Cosméticos envolvem valores que serão diferentemente valorados de diferentes modos, por diferentes grupos e em diferentes épocas. Envolvem valores sociais que se modificam ao longo do tempo e do espaço. São produtos que levam valores pessoais a se relacionarem de modo íntimo a valores sociais. E que estimulam mudanças de valores sociais, pessoais e estéticos. Cosméticos mostram o quanto valores estão encarnados nas instituições, nos comportamentos das pessoas e em suas falas. A manifestação dos valores se torna objetiva por ocorrer com os seres humanos quando estes estão em interação uns com os outros. Nossa compreensão de “valor” depende dos valores que sustentamos. De acordo com Lacey (1998, p. 38) “De diversas maneiras, as ações de uma pessoa pressupõem condições sociais, e que as outras estejam agindo em concordância com certos valores.” Tal afirmação ilustra e/ou possibilita interpretações sobre a produção e o consumo de produtos cosméticos. Atualmente passou a ser parte da linguagem do senso comum as referências a um estilo de vida saudável que envolve preocupações com a saúde, o bem estar físico e ainda, preocupações com o meio ambiente. A beleza e a manutenção da juventude são parte central das preocupações contemporâneas que apelam à industria de cosméticos. Mas que custos isto envolve, tanto para a saúde quanto para o meio ambiente? O que se pode 12 observar até o presente momento foi que nas relações existentes envolvendo a indústria de cosméticos, a escolha dos indivíduos serve de elo entre o corpo e o ambiente. As inovações tecnológicas passam “despercebidas” pelos olhos do público consumidor. A empresa L’Óreal refere-se muito a ciência e sua importância, mas pouco menciona sobre as inovações tecnológicas utilizadas em seus produtos. Os argumentos sobre desenvolvimento sustentável, pesquisa e desenvolvimento e responsabilidade sócioambiental apresentam-se como garantidores de segurança e eficiência dos produtos e da própria empresa. Tal postura recebe o aval do Estado, uma vez que a empresa obedece regras internacionais de segurança e qualidade. É possível observar a tentativa de integração das diferentes esferas (política, econômica e ecológica) que envolvem o Setor de Cosméticos e o quanto o (meio) ambiente foi penetrado e reordenado pela vida social humana. Os mundos social e natural passaram a ser influenciados pelo conhecimento humano reflexivo. REFERÊNCIAS Bancos brasileiros lideram lista das 50 marcas mais valiosas da América Latina. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u449419.shtml > Acesso em: 25/02/2009 BAUDRILLARD, Jean. O Consumo como lógica das significações. In: Por uma crítica da economia política do signo. Lisboa: Ed 70, 1995. 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