Aves - Higiene e Nutrição Animal

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Aves - Higiene e Nutrição Animal
CEF – Tratamento de Animais em Cativeiro – 9º F
Higiene e Nutrição Animal
Aves y As aves são animais endotérmicos, que produzem seu próprio calor, e são homeotérmicas, capazes de manter esta temperatura de certa forma alta e constante, com certo grau de oscilação diária, conforme a espécie. A 1 homeotermia contribui para que o animal seja capaz de se adaptar a variados ambientes; y As aves possuem a pele seca, bastante delicada e sem glândulas. As penas são uma característica exclusiva do grupo, sendo fundamentais para o voo, para manutenção da temperatura corporal e protecção contra ferimentos; y Uma vez formada, a pena constitui‐se de uma estrutura morta, sujeita a deterioração, o que leva a uma constante perda das penas velhas que são substituídas por penas novas. A coloração das penas tem um importante papel na protecção. A coloração também é responsável pelo dimorfismo sexual, sendo que, na maioria dos casos, as cores vivas são características dos machos. Outra importante função das penas nas aves aquáticas é auxiliar na flutuação. y As aves apresentam bico que é utilizado para muitos fins, como defesa, procura por alimento, construção do ninho, entre outros. O formato do bico difere nos grupos de aves de acordo com seus hábitos, assim como suas pernas e pés, sendo que estes não se encontram revestidos por penas; y A fecundação é interna. São animais ovíparos, com desenvolvimento do embrião dentro do ovo e fora do corpo materno, sendo o ovo rico em vitelo, o material nutritivo que garante o desenvolvimento do embrião; y Possuírem membros modificados para o voo (que também existem noutros animais, como os morcegos); y Possuírem ossos ocos e esponjosos muito leves; y Possuírem uma estrutura óssea adaptada ao voo (esterno forte). y As aves evoluíram a partir dos répteis e muitas modificações ocorreram para que elas conquistassem todo esse modo de vida. Os ovos passaram a se desenvolver fora do corpo da fêmea, aparecimento de penas, os membros anteriores deram origem à asas, endotermia, corpo aerodinâmico e elaboração da voz e daaudição. Esqueleto Os ossos das aves precisam ser leves e delicados para o voo e muitos possuem cavidades para a diminuição do peso, são chamados ossos pneumáticos. No esterno possuem a quilha ou carena, local onde os músculos peitorais se inserem, estes são responsáveis pelos batimentos da asa. Prof.ª Cristina Militão
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Musculatura Para maior agilidade destes animais, assim como nos mamíferos, os músculos dos membros são aumentados. Os músculos peitorais das aves são responsáveis pelo movimento da asa durante o voo e inserem‐se na quilha. Como as pernas e patas não possuem penas, elas possuem poucos músculos para 2 evitar a perda de calor e garantir uma forma mais aerodinâmica. Respiração Os pulmões das aves são compactos e muito eficientes. Estão ligados à estruturas muito importantes chamadas sacos aéreos, que trabalham para a diminuição da densidade da ave durante o voo. Na base da traqueia há uma estrutura chamada siringe, com músculos vocais, responsáveis pelo canto. Penas As penas são modificações da pele, tal como as escamas, porém distinguem‐se destas por serem filamentosas, suaves na textura, flexíveis e muito leves. São estruturas mortas que têm que ser substituídas com regularidade. As penas são indispensáveis para a regulação da temperatura e para o voo. A pele é delgada, flexível e frouxamente presa à musculatura subjacente. Não possuem glândulas, com excepção da glândula uropigiana, que fica próxima à base da cauda, onde a ave passa o bico, recolhendo a secreção e passa nas penas para impermeabilizar e também evitar que o bico fique quebradiço. As penas são leves e flexíveis. Crescem a partir dos folículos que estão na pele, formam uma isolação térmica e protegem a pele, além de terem uma enorme importância no voo. Durante o crescimento da ave, os pigmentos são depositados nas penas, resultando na coloração destas. O conjunto de todas as penas é chamado plumagem. O processo de troca das penas é chamado de muda. Bico O bico é uma característica distintiva das aves, embora varie muito de espécie para espécie, tanto em forma como em função. As aves não têm dentes, mas possuem uma estrutura que se adapta muito bem a todos os regimes alimentares: o bico. É tal a variedade de bicos que é difícil imaginar um que não exista ainda. Existem bicos fortes e curtos, compridos e afiados, finos e pontiagudos, etc. O bico curvo do flamingo Prof.ª Cristina Militão
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permite filtrar minúsculos organismos aquáticos. O bico extremamente forte e aguçado do pica‐pau proporciona boas refeições de insectos que vivem na casca das árvores. Também serve para escavar o ninho no tronco das árvores na época da reprodução. Os bicos têm diversas funções tais como: 3 y Intervir na alimentação; y Servir de órgão de defesa; y Alisar as penas; y Apanhar materiais para a construção de ninhos. Os bicos apresentam formas diversas. Assim, podemos encontrar: y Bico forte e curvo, em forma de gancho, próprio para despedaçar a presa. É o que acontece nas aves de rapina, como a águia e o falcão. y Bico curto, forte e cónico, para poder apanhar e quebrar sementes, como no pombo, no pardal e no tentilhão. y Bico recto e forte, para apanhar insectos ou, por vezes, sementes e frutos como o que encontramos no pica‐pau. y Bico largo e comprido, próprio para filtrar a água, como no pato e no ganso. y Bico curto e fino, próprio para apanhar insectos em voo, como na andorinha e no pisco. Prof.ª Cristina Militão
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Também as patas apresentam formas diferentes: Ave granívora ‐ Tem as patas adaptadas à marcha para poder procurar as sementes no solo (1‐Pombo). Ave nadadora‐filtradora ‐ As suas patas possuem uma membrana interdigital ou natatória a unir os dedos, o 5 que lhes permite a procura de alimentos na água (2‐Pato). Ave carnívora ‐ As suas patas são fortes e com garras bem desenvolvidas, para ajudar a agarrar e a rasgar a presa (3 ‐ Águia). Ave trepadora ‐ As suas patas têm dois dedos virados para a frente e dois para trás, o que lhes permite uma boa fixação a troncos quando se alimentam (4‐Pica‐pau). Ave corredora ‐ (5‐Avestruz) Prof.ª Cristina Militão
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Digestão A língua das aves é pequena, pontiaguda e possui um revestimento córneo. O formato do bico é adaptado à dieta de cada espécie e não possui dentes. O sistema digestivo é formado por boca, uma faringe curta, esófago tubular que se dilata no papo, local onde o alimento fica armazenado e é humedecido. O estômago é dividido em proventrículo, que secreta enzimas, e ventrículo ou moela, onde o alimento é triturado pelos movimentos dos músculos. O intestino delgado separa‐se do estômago pelo piloro e prolonga‐se pelo intestino grosso. Apresenta a partir do início vários cecos alongados, geralmente em número de dois. A última porção do intestino grosso abre‐
se na cloaca. A cloaca é a saída dos aparelhos reprodutor e excretor. Ocorrem órgãos anexos, como glândulas salivares, fígado e pâncreas. As glândulas salivares são principalmente sublinguais e submaxilares e apresentam‐se pouco desenvolvidas nas espécies aquáticas. O fígado é volumoso e provido de dois a três lobos, com canais de escoamento da bílis, a vesícula biliar nem sempre existe. O pâncreas lança os produtos de secreção por dois ou três canais na primeira porção do intestino delgado. O regime alimentar das aves é muito diversificado, o que ocasiona inúmeras modificações na estrutura da moela e do papo, onde nas aves granívoras, a moela e o papo são muito desenvolvidos, e nas aves de rapina, que se alimentam de carne, esses órgãos se atrofiam ou podem faltar. Prof.ª Cristina Militão
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Alimentação De metabolismo muito activo, as aves precisam de alimentos concentrados e de elevado teor energético. As aves comem os alimentos mais variados, por exemplo, codorniz é herbívora, outras aves porém já são granívoras, outras insectívoras havendo uma multiplicidade de combinações entre estes três 7 tipos, como por exemplo: As aves marinhas e pescadoras se alimentam de peixes e crustáceos. As garças, se alimentam de pequenos anfíbios, moluscos, insectos, carrapatos, etc. Os gaviões, se alimentam de pequenos mamíferos, répteis e até mesmo de outras aves. Os abutres e corvos, se alimentam de carnes putrefactas. O beija‐flor, de néctar e insectos. O chupa‐seiva, da seiva das árvores e de insectos. Outras como o pintarroxo, alteram o regime alimentar, nutrindo‐se de grãos no inverno, e de insectos no verão e as aves carnívoras chegam a se devorarem quando lhes faltam alimento. Prof.ª Cristina Militão
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